PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
BRUNO FIORI GABRIELA F. VARELA LEONARDO OLIVET LUIZ FELIPE NICOLA MARIANE SALVARO MAFALDA CARVALHO VANESSA PICCOLI
URBANISMO
CURITIBA 2011 BRUNO FIORI GABRIELA VARELA LEONARDO OLIVET LUIZ FELIPE NICOLA MARIANE SALVARO MAFALDA CARVALHO VANESSA PICCOLI
RESENHA – REINVENTE SEU BAIRRO
Pesquisa apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica, como requisito de avaliação da disciplina de Urbanismo – Planejamento Urbano.
Professoras: Gilda, Gisela e Sylvia
CURITIBA 2011
RESENHA – REINVENTE SEU BAIRRO
O autor Cândido Malta Campos Filho, é diretor da URBE – Planejamento, Programação e Projetos SC/Ltda., professor em exercício de Planejamento Urbano da FAU-USP, foi secretário de planejamento da prefeitura de São Paulo de 1978 a 1980, presidente da SAJEP – Sociedade de Amigos dos Jardins Europa e Paulistano e atual diretor o planejamento do movimento defenda São Paulo. No livro, “Reinvente seu Bairro” o autor cria um manual de boas práticas comunitárias para moradores das cidades em geral e de São Paulo em particular. Partindo do nível mais próximo dos cidadãos - o do bairro - e tendo como pano de fundo o novo Plano Diretor de São Paulo, o autor apresenta os processos que regem a configuração dos tecidos urbanos e explica como o cidadão comum pode intervir na formação e transformação da cidade em que vive. Dessa forma foi realizada uma leitura específica do Apêndice onde o autor anexa textos publicados sobre a temática abordada no livro.
1. Burguesia Ambientalista x Burguesia Predatória (Texto publicado em O Estado de S. Paulo, 28/08/2002)
Segundo Cândido Malta existe uma pequena parcela da nova burguesia em ascensão que está mais preocupada com o humanismo que se opõe ao imediatismo da sociedade contemporânea. Porém grande parte desta burguesia mostra-se presa ainda aos conceitos individualistas, há, portanto uma inversão de valores onde o ter vale muito mais que o ser criando o que o autor chama de predadores hedonistas, que apenas vêem o ganho imediato e valores pessoais. Entretanto o que ele chama de Burguesia Ambientalista percebe cada vez mais a necessidade de interligar o social ao natural, ou seja, a vida em sociedade e o meio ambiente. Estes ambientalistas também tentam combater a especulação imobiliária como modo de contribuir para uma sociedade mais justa. Malta, acredita ainda que a burguesia ambientalista deve unir forças para direcionar a sociedade para uma produção mais sustentável e conseqüentemente mais igualitária.
O autor coloca que existem vários tipos de predadores urbanos, os desinformados que acabam ocupando áreas publicas que deveriam ser destinadas a instalar uma área verde ou quem sabe uma escola. Diferentemente daqueles que são instruídos e continuam a desrespeitar as leis urbanísticas para lucrar posteriormente. As especulações imobiliárias acabam se beneficiando com tais atos e prejudicando o espaço urbano.
2. A mais grave lacuna do Plano Diretor Estratégico (Texto publicado no Jornal da Tarde, 03/09/2002)
No texto Cândido Malta, aponta os principais problemas do Plano Diretor para cidade de São Paulo. 1- Trata-se do congestionamento crescente e cuja solução estaria no metrô. 2- Relaciona-se com as enchentes recorrentes e cuja solução dependem dos piscinões. 3- Aborda o problema de moradias, sobretudo o desenvolvimento habitacional. 4- A invasão dos mananciais, sobretudo em áreas pobres. A conclusão dada pelo autor que é imprescindível o vínculo entre o garantidor e as soluções técnicas e que a lei do Plano Diretor deverá, sobretudo estarem ligado às leis complementares para que haja uma comunicação e conseguintemente uma visão mais abrangente de toda a cidade e seu comportamento.
3. Diretrizes para uma nova lei de proteção aos mananciais: A questão dos limites da ocupação do solo para fins urbanos. (Texto apresentado em reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente que discutiu o projeto da lei de Proteção aos Mananciais da Bacia do Guarapiranga do Alto Tietê 16/05/2002)
Candido Malta neste texto apresenta diretrizes para uma nova lei de proteção aos mananciais que, ao seu ver, resultaríam em uma melhoria da situação em que se encontra o Guarapiranga. Ele diz que deveria haver um monitoramento da represa, com medições periódicas, que correspondessem, em um modelo matemático, de um lado, o aumento do território urbanizado através de cada tipologia de tecido urbano adotado, e de outro, a produção, através de cada uma dessas tipologias de tecido urbano levantadas, dos níveis de poluição difusa não controlável péla coleta de esgoto, além dos níveis de assoreamento correspondente a cada tipo de tecido urbano por hectare de território urbanizado. Deste modo, para ele teríamos um instrumento científico para prever o momento em que iría ocorrer a toxidade crítica que faria-nos perder o Guarapiranga.
Com essa data prevista com antecedência de muitos anos, seria possível que se revertesse o processo de ocupação e degradação desse manancial a tempo de salválo. Para o autor, também é preciso termos muitos anos pela frente para a reversão do processo social em curso, pois o poderio político de tais forças é gigantesco, e só uma mobilização efetiva da opinião pública produzida pela definição de uma data fatal, com vários anos de antecedência, seria capaz de detê-lo a tempo.
