Arqueologia da Violência, Pierre Clastres. por José de Souza Junior. São textos incríveis de antropologia política. Para copreendê!los el"or destaca!se três aspectos# a distin$ão entre %enocídio e &tnocídio' os (itos e )itos dos índios da Aérica do Sul, co destaque para a antropo*agia' e a guerra entre os índios sul! aericanos.
& prieiro lugar, para ua re*lexão so+re etnocídio deterina!se este *eneno e distin$ão co o genocídio. & -/0 *oi criado o conceito 1urídico de genocídio coo tipo de criinalidade, co o exterínio siste2tico dos 1udeus pelos nazistas aleães. 3ouve acusa$4es de genocídio contra as potências coloniais, das guerras p5s!-/6 no 7erceiro (undo. A expansão colonial no século 898 e a constitui$ão de ipérios coloniais europeus respons2veis por assacres de popula$4es aut5ctones : ua 2quina de destrui$ão dos índios desde -/; na Aérica. 7rata!se de etnocídio e genocídio. < etnocídio se de*ine pela destrui$ão da cultura, dos odos de vida e pensaento, enquanto genocídio nos reete a idéia de ra$a. < genocídio ata o corpo e o etnocídio ata o espírito. &tnocídio e genocídio trata da orte e tê a+os ua versão idêntica do paganiso? inaceit2vel, e o al dessa di*eren$a pode ser a+olido. &liinar a *or$a da cren$a pagã é destruir as sociedades priitivas. < etnocídio é deterinado por dois axioas# "ierarquia das culturas e a superioridade da cultura ocidental. < etnocentriso é a voca$ão de avaliar as di*eren$as pela pr5pria cultura, assi a*ira sua superioridade cultural, as recusa os outros coo iguais. 7oda 7oda cultura é etnocêntrica, as s5 a ocidental é etnocida. &la é etnocida no interior de si esa e contra outras culturas ta+é. 7oda 7oda *ora$ão estatal é etnocida, da cultura *rancesa a 9nca. 7rata!se de ua supressão autorit2ria das di*eren$as s5cio!culturais inscritas na 2quina estatal ao proceder por uni*oriza$ão da rela$ão que te co o indivíduo' recon"ece apenas cidadãos iguais diante da lei.
& segundo lugar, so+re as religi4es índias da Aérica do Sul. =estaca!se dentre os rituais sagrados, o rito *uner2rio que se divide e dois oentos# a? ciclo cerionial coplexo que acopan"a o enterro dos ortos' +? o esqueleto descarnado e corte1o até ser lan$ado no rio ais pr5xio. 32 dois rituais *uner2rios, o enterro dos vivos e o cani+aliso. Alguas sociedades não enterra seus ortos, elas os coe. A antropo*agia se de*ine co o trataento di*erenciado e destinado aos prisioneiros de guerra, os tupis!guaranis praticava o exocani+aliso, di*erenteente de outras tri+os coo a @anoai, que coe os corpos dos parentes ais pr5xios. <
endocani+aliso te coo seu e*eito a integra$ão total dos ortos aos vivos, as leva ao extreo a separa$ão entre vivos e ortos# o ato dos vivos coere os ortos é co o intuito de priv2!los de ua ltia *ixa$ão no espa$o, no tulo. 7rata!se de ua con1un$ão co os antepassados *undadores, ua alian$a e ua inclusão, as trata! se ta+é de ua dis1un$ão co a counidade dos ortos, ua ruptura e ua exclusão.
& terceiro lugar, o desco+riento da Aérica *orneceu ao distri+ui unidades sociopolíticas iguais, livres e independentes? so+ ua l5gica centrí*uga e ltipla e oposi$ão D l5gica da uni*ica$ão e da *or$a centrípeta : a l5gica do E, do &stado. A 2quina de guerra é o otor da 2quina social, a sociedade priitiva se +aseia na guerra que ipede o &stado. )ecusa do &stado é a recusa da exo!noia >lei externa?, recusa D su+issão. A sociedade priitiva se cop4e por ua ultiplicidade de counidades indivisas e a guerra é o eio para garantir a l5gica centrí*uga. Fuanto ais guerra, enos uni*ica$ão. < &stado é o iniigo da guerra, deste odo a guerra ipede o &stado. 7rata!se, portanto, de ua sociedade para guerra, logo, de ua sociedade contra o &stado. A vida guerreira é u co+ate perpétuo, assi é preciso que o epreendiento se1a ais di*ícil, o perigo ais terrível e o risco ais consider2vel : o guerreiro e o seu Bser!para!a!orte# paixão pela gl5ria que age por ua paixão pelo instinto de orte.