SUMÁRIO
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, GE OGRÁFICA, CULTURAL, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO ESTADO DE GOIÁS GO IÁS E DO BRASIL (LEI N° 14.911, DE 11 DE AGOSTO DE 2004) Formação econômica de Goiás: A mineração no século XVIII ............... ................................ .................................. .................................. ................................. .................. 3 A agropecuária nos séculos XIX e XX .................... ..................................... ................................. ...............................3 ...............3 A estrada de ferro e a modernização da economia goiana..................................3/5 goiana..................................3/5 As transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília ..............6 Industrialização, infraestrutura e planejamento plane jamento ............................... ................................................ .......................7 ......7 Modernização da agricultura e urbanização do d o território goiano ...................... ............................8 ......8 População goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográca demográca ....1 ... 11 Economia goiana: industrialização industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação .... ....13 13 As regiões goianas e as desigualdades regionais ................ ................................ ................................14 ................14 Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrograa, clima e relevo .......15 relevo .......15 Aspectos da história política de Goiás: A independência em Goiás ............... ............................... ................................. .................................. ................................. ....................16 16 O Coronelismo na República Velha ............... ................................ .................................. ................................. .....................17 .....17 As oligarquias ............................... ................................................ .................................. .................................. ................................. .....................17 .....17 A Revolução de 1930 ............... ................................ .................................. ................................. ................................. ...........................18 ..........18 A administração política de 1930 até os dias atuais ............... ................................ ..............................18 .............18 Aspectos da história social de Goiás: O povoamento branco ................ ................................ ................................. .................................. .................................. ........................20 .......20 Os grupos indígenas ........................... ............................................ .................................. ................................. ................................19 ................19 A escravidão e cultura negra................................... negra.................................................... ................................. .............................20 .............20 Os movimentos sociais no campo e a cultura popular............... ............................... ......................20/21 .....20/21 Atualidades econômicas, políticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Goiás ............... ................................ ................................. ................................. .................................. ................................. ................................. .....................24 24
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS E DO BRASIL (LEI N° 14.911, DE 11 DE AGOSTO DE 2004) FORMAÇÃO ECONÔMICA DE GOIÁS A MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII A história de Goiás tem como ponto de partida o nal do século XVII, com a descoberta das suas primeiras minas de ouro, e início do século XVIII. Esta época, iniciada com a chegada dos bandeirantes, vindos de São Paulo em 1727, foi marcada pela colonização de algumas regiões. A época de Ouro em Goiás foi intensa e breve. Após 50 anos, vericou-se a decadência rápida e completa da mineração. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, isto é, das margens dos rios, e a técnica empregada era rudimentar. Ao se evidenciar a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por parte de governo, sem alcançar no entanto resultado satisfatório. A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil, não encontrou, de imediato, um produto que a substituísse em nível de vantagem econômica. A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização e regresso a uma economia de subsistência. Registro especial merece a expedição dos paulistas Bartolomeu Bueno da Silva, lho do Anhanguera, João Leite Ortiz e Domingos Rodrigues do Prado, a qual, em troca da isenção de imposto da passagem dos rios da região, por três gerações, e outras vantagens, sai de São Paulo em 1722 para descobrir as ricas lavras de Goiás (1725). Com o objetivo de novas descobertas auríferas, retorna Bueno ao território goiano em 1726 e detém-se na conuência dos rios Vermelho e Bugre, onde é levantada a primeira povoação goiana, o arraial da Barra. As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: Santana, origem de Vila Boa (1727). Na região dos Pireneus e junto ao rio das Almas aoram as minas de Meia Ponte (1731), atual Pirenópolis. As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à desco berta as mais ricas minas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736). Anteriormente, Domingos Rodrigues do Prado descobrira minas quase tão ricas quanto as do Tocantins, em Crixás (1734). No nal da década de 1730, ainda se descobrem ricos veios na região montanhosa localizada entre o Tocantins e o sertão da Bahia: São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal, Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. Entre os anos de 1740 e 1750 ainda ocorrem alguns achados de expressão: Carmo (1746), Santa Luzia, Conceição, Bonm, Caldas novas e Cocai (1749). ( 1749).
A AGROPECUÁRIA NOS SÉCULOS XIX E XX E A MODERNIZAÇÃO DA ECONOMIA GOIANA Conciliar a expansão da agroindústria e da pecuária com a preservação do cerrado, uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, é um dos principais desaos de Goiás. Ao mesmo tempo que possui o terceiro maior rebanho de gado bovino do país e ocupa a liderança na produção de grãos, o estado convive com graves danos ambientais provocados pela ocupação predatória do território. O desenvolvimento da agroindústria se dá no decorrer dos anos 80/90, em virtude da política de incentivos scais.
A recente instalação de empresas alimentícias transforma Goiás em um dos principais polos de produção de tomate. Em 1999 são colhidas 680 mil t, o equivalente a 22% da safra brasileira. Além disso, o estado é o segundo maior produtor de algodão em pluma, possui a quarta maior área cultivada com soja no Brasil e ocupa o quinto lugar no cultivo de milho. A safra de girassol cresce, em 1999, 476% em relação ao ano anterior, e Goiás passa a responder por 70% da produção nacional. O processo de modernização no campo em Goiás foi parcial: contemplou com maiores recursos o nanciamento a grandes produtores, concentrou-se no cultivo de produtos com maiores possibilidades de mecanização e exploração em alta escala e esteve limitado espacialmente na zona centrosul do território. Como pano de fundo, a rápida absorção de tecnologia na agropecuária alterou profundamente o antigo mundo rural goiano. A técnica de produção continua sendo profundamente modicada no território goiano pelos segmentos industriais a montante (indústrias vendedoras de máquinas e insumos) e a jusante (indústrias transformadoras da matéria-prima agropecuária). Tanto que a redução do tempo de trabalho necessário, período de produção, alterou as relações socioeconômicas regionais. Tal processo pode ser apreendido em função do aumento acelerado do número de tratores na região. O com portamento desta variável é signicativo porque a máquina viabiliza a utilização de implementos (arados, semeadeiras, pulverizadores), bem como o consumo sistematizado e rotineiro de outros insumos agrícolas. O número de tratores aumentou consideravelmente em Goiás, nas três últimas décadas, passando de menos de 6 mil unidades para quase 50 mil atualmente. Em consequência houve notável queda na relação entre a área ocupada com lavoura e o número de tratores utilizados, no número de esta belecimentos por trator e na relação do pessoal ocupado por trator. A relação área/máquina e estabelecimento/máquina foi alterada em função da alta velocidade de difusão do maquinário. O fenômeno aconteceu tanto em novos espaços que foram incorporados como em antigos que foram reestruturados. As áreas planas de cerrado favoreceram o emprego de equipamentos mecânicos em função de suas características físicas e, paralelamente, o solo ácido e com deciência em nutrientes facilitou larga utilização de produtos químicos para a produção regional. Com relação aos gêneros produtivos, o processo de industrialização da agricultura em Goiás esteve também concentrado, principalmente, no cultivo de soja, milho e cana. As culturas que, tradicionalmente, haviam sustentado a integração de Goiás no mercado nacional (arroz e feijão, principalmente) tenderam à relativa diminuição nas últimas décadas. A tendência foi o cultivo de produtos com melhores perspectivas de exportação e mecanização. Tanto em termos de área plantada como de produção o desempenho da cana, do milho e da soja foi notável. A cultura do feijão manteve o costumeiro nível de produção evidenciando quase que apenas alterações naturais nas últimas décadas. O arroz, que teve crescimento sustentado durante certo período, passou a apresentar decréscimo na área colhida e no volume de produção. O plantio do milho, por sua vez, sempre foi tradicional no Estado, pois o cereal participa do sistema de renovação de pastos e constitui cultura de unidade familiar.
Sua expansão no período deveu-se aos estímulos decordo valor comercial do produto e de sua utilização na transformação industrial alimentar alimentar.. O plantio de soja em Goiás, de um lado, esteve associado à mobilidade espacial de imigrantes do Sul do país, empurrados da origem – pela concentração de terras – rumo às regiões de fronteira; de outro, pelo avanço técnico nas pesquisas de plantio no cerrado e pelo crédito concedido pelo governo federal. A cana-de-açúcar, por sua vez, passou a ter um incremento de produção mais acelerado em função dos investimentos em destilarias. A evolução da produção de álcool em Goiás teve crescimento acelerado ostentando comportamento evolutivo similar ao do setor no país. A agroindústria de transformação alimentar, como não poderia deixar de ser, surgiu com a urbanização no território goiano, aprofundando a inserção de Goiás no cenário econômico nacional. A reestruturação técnico-produtiva caracterizou-se pelo emprego de maquinaria e de insumos industriais acelerando o processo de modernização agrícola regional. Os atores do fenômeno foram empresas de capital nacional e em presas internacionais que se instalaram na região. Em 1985, havia duas empresas internacionais na agroindústria de Goiás e seis de capital nacional. Em 1991, havia oito internacionais e 13 nacionais operando principalmente nos ramos de comércio e transformação de alimentos. O destaque esteve com as em presas nacionais do complexo grãos-carne grãos-carne que ampliaram ampliaram sua participação no Estado de 1985 a 1991 em termos de geração geração de ICMS representando 84,57 por cento do total gerado pelas empresas agroindustriais no território. Entre as mais importantes empresas regionais surgiram a Arisco e a Só-Frangos Alimentos em Goiás. A primeira, que na sua origem produzia apenas alho e sal, diversicou suas atividades pelos setores de conservas, massa de tomate, temperos e processamento de vegetais e esteve voltada para o mercado nacional. A segunda, expandindo-se aceleradamente, atendeu prioritariamente o mercado regional. Na última década, estas empresas buscaram ultrapassar os limites do mercado local assemelhando-se a suas concorrentes em escala nacional. A Arisco foi recentemente vendida à rede internacional Bestfoods. Empresas internacionais localizaram-se também em setores importantes da agroindústria goiana, notadamente na industrialização de carne bovina para exportação, aproveitandose da proximidade de matéria-prima e dos incentivos oferecidos pelo governo estadual à sua instalação. As cooperativas goianas, por sua vez, ampliaram bastante sua participação no período de 1985 a 1991 operando no ramo de laticínios, na produção de óleo bruto e renado para o mercado regional e Nordeste do país. As transformações na agricultura, além de acentuada modernização no processo produtivo, expandiram o espaço ocupado no campo dados os incentivos scais e nanceiros disponíveis. Houve expansão nas áreas de lavouras temporárias e pastos articiais - nas décadas de 1970 e 1980 - de forma tão intensa a ponto de no Centro-Oeste o aumento absoluto das superfícies, com esses usos de terra, terem constituído, respectivamente, 30,9 por cento e 50,5 por cento do crescimento ocorrido em escala nacional. As lavouras temporárias estiveram inseridas neste processo de agroindustrialização nacional e os pastos plantados, por sua vez, resguardaram a característica goiana tradicional de criação bovina. A evolução das pastagens articiais já era nítida no Estado em 1985, assim como o alargamento da área de lavouras temporárias. As antigas áreas de pastagens naturais foram sendo melhoradas e a intensicação na criação bovina repercutiu no aumento do plantel no Estado. rentes
As transformações técnico-produtivas trouxeram tam bém consequências para a estrutura agrária. Goiás, ao receber uxos de empresários procedentes do Sul e Sudeste do país, reforçou o processo de privatização de suas terras e surgiu tendência de maior concentração fundiária no Estado. A redução do número e da área dos estabelecimentos pequenos foi patente: nas décadas de 1950 e 1960 as propriedades de até 50 hectares haviam aumentado sua participação tanto em número como em área ocupada; a partir de 1970, entretanto, os estabelecimentos de até 50 hectares diminuíram em ambas modalidades assim como aumentou o número de propriedades de 100 hectares a 1.000 hectares e a área ocupada por classes de 2.000 hectares a mais de 20.000 hectares ostentou considerável expansão. Em decorrência houve valorização e acelerada especulação de terras no território goiano: a antiga região de fronteira foi se tornando saturada impedindo novas ocupações ou assentamentos. Embora Goiás abrigasse grande parcela das terras ociosas do país, o processo de modernização regional intensicou a apropriação fundiária. Espacialmente ainda, a grande incidência de modernização agrícola no território esteve na porção meridional do Estado, próxima aos grandes centros de consumo onde, mesmo áreas consideradas inadequadas transformaram-se em superfícies de lavouras e pastos articiais com emprego de farta tecnologia rural. Nas últimas décadas, estas áreas de mais elevado nível de modernização expandiram-se no sentido norte originando grandes projetos de cultivo irrigado no médio-norte do Estado. Em suma, o processo de modernização da agricultura em Goiás foi parcial ou, visto de outra forma, seletivo. Concentrou-se em alguns produtos selecionados de exportação em detrimento de culturas domésticas voltadas para o mercado interno; encontrou nos maiores produtores o mercado de crédito substancial dedicando parcos volumes nanceiros para os pequenos produtores e, em termos espaciais, o movimento esteve concentrado regionalmente no centro-sul, área mais próxima de São Paulo, contemplada no programa de desenvolvimento dos cerrados.
Agropecuária em Goiana A agropecuária assume papel preponderante na economia goiana, tanto pela capacidade de gerar alimentos e matérias primas para as agroindústrias de serviços, como pelos empregos gerados. Nos últimos anos, esta atividade tem apresentado crescimento contínuo, no acumulado de 1999 a 2002 registrou variação de 29,81%, atingindo média de 6,74%. Este desempenho deveu-se principalmente a três fatores: crescimento da produtividade, melhoria dos preços pr eços agrícolas versus preços industriais e aumento das exportações de produtos da agropecuária e da agroindústria. A agropecuária que representava 17,54% no Valor Adicionado Bruto (VAB) (VAB) em 2001, elevou para 22,51% em 2002 com agregação de valor à economia de R$ 6,535 bilhões. A expansão da agropecuária de 7,82% se deveu a importante contribuição da agricultura, que representou 39,57% do valor bruto da produção. A pecuária contribuiu com 41,92% e as demais produções participaram com 18,51%. Na agricultura, os produtos que mais inuenciaram para o bom desempenho foram: soja, feijão, cana, tomate, café e trigo. A soja obteve crescimento de 33,40% no volume de produção, continuou sendo o produto de maior importância na agricultura goiana, representando 49,51% do valor bruto das lavouras temporárias e permanentes e 19,59% do valor bruto da produção da agropecuária no ano de 2002. 2002. A produção naquele ano atingiu o montante de 5.405.589 t, ocupando a 4 ª posição na produção nacional e uma área colhida de 1.902.950 ha, com produtividade de 2,84 t/ha.
O cultivo da soja vem sendo disseminado em vários municípios do Estado. Em 2002, 143 municípios plantaram essa oleaginosa, contra 118 em 2001. Os municípios com maior produção foram: Rio Verde (12,21%), Jataí (9,56%), Mineiros (5,86%), Montividiu (5,33%) e Chapadão do Céu (4,62%), representando 37,58% da produção do Estado e participando em 36,34% de toda a área plantada desta cultura em Goiás. Os principais municípios com maior produtividade foram: Luziânia, Montividiu e Santa Helena. A soja tem sido um dos elementos indutores do desenvolvimento de Goiás, sendo produto de alta relevância na estrutura agrícola do estado. O bom desempenho desta cultura em 2002 deveu-se ao clima favorável do cerrado goiano e a elevação dos preços desta commoditie agrícola no mercado externo e interno. A cultura do Feijão, em 2002, estava presente em 140 municípios goianos. Sua produção naquele ano foi de 235.418 t, obtendo um crescimento de 6,17% numa área colhida de 122.605 ha. O Estado destaca-se como o maior produtor desta cultura na região Centro-Oeste e ocupa a 5 a posição na produção nacional. Os cinco municípios maiores produtores de feijão responderam por 51,23% da produção regional: Cristalina (25,74%), Luziânia (9,88%), Montividiu (5,86%), Cabeceiras (4,95%) e Rio Verde (4,80%). A produção de cana de açúcar em Goiás obteve expansão de 13,86% no ano de 2002, atingindo 11.674.140 t numa área plantada de 145.069 ha e produtividade de 80,47 t/ha, média superior a nacional (71,44 t/ha). O estado ainda não tem tradição nesta cultura e reúne esforços para se tornar a nova rota do setor sucroalcooleiro na região Centro-Oeste, devido a sua localização geográca e preços médios das terras inferiores aos encontrados no estado de São Paulo, líder brasileiro na produção de cana. O tomate apresentou variação na produção de 28,19% em 2002, expansão de 19,00% na área plantada e 7,72% em produtividade. Este resultado se deve principalmente à indústria de atomatados, atividade que tem importância na indústria de transformação goiana. O café vem apresentando um bom desempenho em Goiás graças a processos modernos de irrigação e introdução de novas variedades, que garantem a qualidade e a produtividade do grão. No ano de 2002, apresentou uma elevação de 12,03% na sua produção. A produção de trigo está basicamente concentrada na região sul do país, sendo o Paraná o maior produtor, seguido do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Nos últimos anos, a produção vem se expandindo na região dos cerrados. Com avanço das pesquisas para o cultivo do trigo no cerrado, Goiás passou a se destacar em produção com im portantes ganhos de produtividade, principalmente o trigo irrigado no município de Cristalina. No ano de 2002, o trigo foi à cultura que mais cresceu, 139,82%, estando presente em dezenove municípios contra nove no ano de 2001, sendo que Cristalina (29,99%), Rio Verde (13,33%), Mineiros (11,99%), Montividiu (10,00%) e Catalão (6,80%) foram responsáveis por 72,10% da produção total do Estado (45.022 t). Os fatores que têm colaborado para o aumento da produção deste grão no Estado são: desenvolvimento de variedades mais adaptadas às condições climáticas do cerrado e tecnologias adequadas para o cultivo irrigado; garantia antecipada de preços ao produtor por parte da indústria; proximidade dos setores de produção e moageiros na busca de alternativas para diminuição de dependência do trigo importado, reduzindo o custo de produção dos moinhos; e forte aliança entre o Governo do Estado e setor privado, na busca de integrar os diversos elos que compõem a cadeia produtiva do trigo.
Entre os produtos que apresentaram desempenho negativo destaca-se o milho cuja produção foi reduzida em 18,47%, devido à expansão da cultura da soja que concorre com este grão, em função da atratividade do preço. O algodão, outra cultura que tem papel relevante na agricultura goiana, declinou 7,63%. A produção de sorgo também sofreu redução na quantidade produzida, decrescendo em 5,47%. A pecuária apresentou desempenho positivo em todos os seguimentos, com destaque para o rebanho bovino, aves e leite, contribuiu com 41,92% no valor bruto da produção da agropecuária em 2002, sendo que a bovinocultura é a atividade com maior peso na pecuária (68,29%), segundo produto em ordem de importância na pauta das exportações. Mas vale ressaltar que a criação de suínos e aves vem expandindo muito nos últimos anos. A criação de bovinos em Goiás ocupou a 4 ª posição no ranking nacional em 2002, esta atividade está presente em todos os municípios goianos de forma bastante desconcentrada. O município líder nesta atividade, Nova Crixás, registrou apenas 3,26% da produção estadual. Naquele ano, Goiás registrou um rebanho bovino de 20.101.893 cabeças, contra 19.132.372 em 2001, evoluindo 5,07%. A crescente demanda de carne bovina, nos últimos anos, fez com que os preços recebidos pelos produtores se tornassem bastante atrativos. Segundo levantamentos da Fundação Getúlio Vargas no ano de 2002, o boi gordo cresceu 15,73%, contra uma inação de 13,57%, IPCA de Goiânia. No ano de 1996 a arroba do boi valia R$ 20,55, já no ano de 2002 passou a valer R$ 45,76. A produção de leite em Goiás também está presente em todos os municípios goianos, sendo que o município de maior participação, Rio Verde, contribuiu com apenas 2,82% da produção total. No ano de 2001, a produção goiana de leite participava com 9,48% no valor bruto da produção da agro pecuária. Esse percentual caiu para 8,14% em 2002. A criação de aves, em 2002, expandiu 20,25%, alcançando plantel de 32.552.645 cabeças ante 27.139.230 em 2001. Caso semelhante aconteceu com a criação de suínos que teve uma variação positiva de 12,62%, passando de 1.231.251 em 2001, para 1.360.573 cabeças no ano de 2002. A busca por áreas fornecedoras de matéria-prima com baixo custo de produção tem motivado a instalação de indústrias processadoras de aves e suínos, propiciando expansão das atividades avícolas e suinícolas em Goiás. A necessidade de matéria-prima por parte da indústria constituiu um vínculo forte e formal com os produtores por meio do sistema de integração, garantindo rentabilidade ao integrado. O desempenho da atividade agropecuária no PIB goiano vem sustentando taxas positivas ao longo dos últimos anos, fomentando a agroindústria, agregando mais valor aos produtos exportáveis e gerando novos postos de trabalhos, garantindo assim o desenvolvimento de Goiás. É observado que esta atividade tem registrado crescimento acima da média estadual o que confere competitividade ao setor.
A ESTRADA DE FERRO O transporte ferroviário em Goiás está restrito a uma área situada ao sul do Distrito Federal e a leste de Goiânia. As linhas de bitola métrica operadas pela Ferrovia Centro-Atlântica S.A. propiciam conexões com os portos do Rio de Janeiro (Rio e Sepetiba), do Espírito Santo (Vitória e Tubarão), por meio da CVRD, e com o Porto de Santos, por meio da Malha Paulista hoje administrada pelo Consórcio Ferrovias.
A previsão é que a produção de transporte de 5,9 bilhões de TKU, vericada em 1999, alcance 13 bilhões em 2002, 6 º ano da concessão. A demanda potencial estimada da Ferrovia Centro Atlântica - FCA é de 26 bilhões de TKU. As principais cargas movimentadas são: farelo de soja, derivado de petróleo claro, calcário para siderurgia, cimento, dolomita etc.
Os relatos dos problemas de falta de água e de luz são marcantes e se fazem presentes na literatura brasileira. A cidade de Goiânia tem uma formação populacional híbrida, no qual constantemente se entrecruzam os valores da sociedade tradicional e moderna. Goiânia representava a fusão do urbano com o rural, e expressava a modernidade e o progresso. Fazendeiros e prossionais liberais circulavam pelas suas ruas realizando negócios. Como arma CHAUL (1997), tratava-se AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS COM A da mentalidade urbana com os pés plantados em solo rural, o CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA E BRASÍLIA que ainda pode ser notado atualmente. Hoje, Goiânia é uma das capitais mais modernas do país, Goiânia, planejada e construída nos anos 30, esperamas como acontece em outras cidades, sofre com problemas va que no ano 2000 atingisse a casa dos 60 mil habitantes. sociais graves de criminalidade, habitação, saneamento básiMas, ao transpor o século, ultrapassa um milhão de pessoas. A presença de Goiânia no território goiano transformou radi- co, ou seja, faltam infraestruturas para a maioria de seus hacalmente a história do Estado. Pois a mudança da capital do bitantes. A população de Goiânia aumentou sensivelmente e esse Estado, na década de 30, da cidade de Goiás para Goiânia, deslocou o eixo político-econômico, ao longo dos anos, e aca- crescimento tão acelerado do número de habitantes se deve a bou por criar condições para que ocorressem transformações vários fatores, sendo um deles a migração de pessoas que se deslocaram de todas as regiões do Brasil, principalmente do signicativas em Goiás. No discurso dos "mudancistas" (grupo político que nordeste, rumo a Goiânia. Por meio do estudo das "memórias apoiou a mudança), a transferência da capital para um local urbanas dos migrantes" analisou-se a participação dos mesmais estratégico, do ponto de vista econômico e administra- mos na construção da nova capital de Goiás. A construção de Goiânia foi um acontecimento peculiar tivo, não representava apenas uma velha aspiração da comu por ser a primeira cidade planejada do século XX. Considenidade goiana, era também uma necessidade que vinha sendo rando o território escolhido, áreas rurais, despovoadas, viuadiada. Apesar de sua grandeza física, a cidade de Goiás era, então, uma das partes do território brasileiro mais pobre e se a necessidade de atrair migrantes para executar o projeto atrasada e seus contingentes populacionais viviam, pratica- idealizado. De acordo com o decreto n º 3.359, de 18 de maio de mente, isolados do resto do país. Isto acarretava em sua gente forte sentimento de frustração e a conduzia, consequentemen- 1938, as fazendas Criméia, Vaca Brava e Botafogo, no mute, à apatia. Esses eram argumentos utilizados pelo grupo que nicípio de Campinas seriam destinadas à edicação da nova defendia a mudança da capital. Já os antimudancistas comba- capital do estado de Goiás (MONTEIRO, 1938). Parte dessa tiam esse discurso e armavam ser possível o progresso na mesma área transformou-se, em pouco tempo, numa “ocina própria cidade de Goiás, desde que houvesse investimento de obras”. A partir daí o número de migrantes que chegavam nanceiro por parte do governo federal. era cada vez maior. Portanto é possível armar que Goiânia Vencidos, de forma parcial, os mais sérios obstáculos, teve uma formação populacional, inicialmente, 100% migran principalmente os problemas de ordem política e nanceira, te. no discurso dos mudancistas, a construção da nova capital Brasília – A cidade foi construída estrategicamente no conrmou o acerto da resolução do governo estadual de en- Planalto Central, uma vasta região sem grandes acidentes getão, o Dr. Pedro Ludovico (1930-1945). Abriram-se as fron- ográcos no interior do Brasil. Algumas razões para sua consteiras de Goiás, alargando as suas áreas, com a elevação dos trução são deslocamento do centro político do país para fora índices demográcos, e permitiram, anal, a criação de uma do eixo Rio-São Paulo, incentivo ao povoamento do interior nova cidade que irradiasse progresso material e espiritual. quase vazio do país e melhor posição estratégica e militar da Segundo alguns habitantes pioneiros da cidade de Goi- capital. ânia, o progresso não acompanhou o mesmo ritmo dos plaA cidade cresceu muito desde que foi construída. A cidanejamentos. A cidade não oferecia infraestrutura para o con- de foi projetada para comportar no máximo 500.000 habitantingente de migrantes que chegava. Entre os mais frequentes tes, sendo que hoje o Distrito Federal, quadrilátero em meio e citados, estava o problema da falta de energia elétrica, este ao planalto determinado para abrigar a cidade, já possui mais serviço, desde 1936, era fornecido pela Usina do Jaó, no rio Meia Ponte. Outro impasse era a falta de saneamento básico de 2,2 milhões de pessoas, com 1,5 milhão nas cidades satélique dicultava a vida das pessoas, principalmente, de quem tes e 600.000 habitantes em Brasília. A maior razão para seu chegava dos grandes centros. Muitas vezes tinham que adotar superpovoamento é o fato de sua economia estar intimamente os hábitos dos sertanejos, sendo comum o uso de tirar água ligada ao poder público. Brasília é a cidade com uma das maiores rendas per cadas cisternas para os diversos afazeres. O que era considerado, para os moradores de Campinas e para as pessoas vindas do pita do Brasil. Um dos problemas crônicos causados por tudo interior, atividades costumeiras, como usar lamparinas para a isso é que o número de carros em Brasília tende a aumentar a iluminação, tomar banho nos poços, causava estranheza aos níveis para os quais a cidade não foi projetada; começaram a migrantes vindos de outras cidades maiores, como podemos surgir inúmeros engarrafamentos na cidade em alguns lugares ver nas palavras de Paulo Fleury da Silva e Sousa: "Não ha- se tornam intransitáveis na hora do rush. Para tentar amenivia estrutura, para escovar os dentes tinha que pegar o copo zar esse quadro, está sendo implantado o sistema metroviário, d'água, a água era tirada da cisterna salobra. À tarde era mas devido à sua extensão limitada e ao próprio crescimento da cidade, não proporcionou alterações signicativas em relacomum banhos no poço do Bispo" (TELES, 1986; 162). Esse depoimento é de um advogado recém-chegado de ção aos problemas de trânsito na cidade. O crescimento desordenado da cidade tem causado um Belo Horizonte e relata uma experiência vivida na década de inchaço populacional e consequentemente os problemas so30 que demonstra o quanto a cidade estava aquém dos padrões da modernidade. ciais e econômicos aparecem: violência, desemprego etc.
Entorno de Brasília
INDUSTRIALIZAÇÃO, INFRAESTRUTURA E PLANEJAMENTO Proposta Orçamentária (Infraestrut ura e Desenvolvimento) do Estado de Goiás
A região conhecida por Entorno de Brasília possui uma grande densidade demográca ultrapassando a cifra de 1 milhão de habitantes. Consequentemente, os problemas sociais aparecem. O Entorno de Brasília tem deciência em todas as áreas, sobrecarregando os serviços públicos da capital, sobretudo na área da saúde, além do aumento do trabalho informal, do transporte pirata e, principalmente, da violência. Pesquisas recentes têm colocado Brasília entre as cidades em que a violência apresentou um aumento signicativo, chegando a ultrapassar índices como os da cidade de São Paulo. O sequestro relâmpago tem sido um dos maiores problemas da capital hoje. Dentre as cidades do Entorno de Brasília, podemos destacar o município de Águas Lindas, que é a maior de todas as cidades próximas a Brasília. É também, de longe, a mais caótica. É cortada pela pista esburacada e de mão dupla da BR-070 por 14 quilômetros. Não tem projeto urbanístico, nem rede de água tratada ou de esgoto. Águas Lindas é uma das cidades do entorno de Brasília que mais cresce. Para se ter uma ideia, em 1994 não existia nem traço da cidade – apenas um posto de gasolina na via que leva à cidade histórica de Pirenópolis. Em dez anos, do início da construção das primeiras casas na vizinhança do posto aos dias atuais, sua população chegou a 140 mil habitantes. "É o maior problema do meu Estado", costuma dizer o governador de Goiás, Marconi Perillo. Águas Lindas ca a 50 quilômetros de Brasília. Algumas de suas construções ocupam as margens da Represa do Descoberto, de onde saem 70% das águas que abastecem a capital do país. Em Valparaíso, outra cidade que nasceu e cresceu por causa de Brasília, percebemos também as consequências da violência. O prefeito José Valdécio Silveira (PTB) foi vítima de tentativa de homicídio durante a campanha eleitoral. Ele levou cinco tiros, escapou e pôde concorrer à eleição. Lá, como nas outras cidades, os leitos hospitalares são insucientes e as poucas escolas, aos pedaços. Sua assessoria diz que há um ano pelo menos falta merenda escolar.
Quadro da população do Entorno de Brasília ( população em 2000) Município Águas Lindas de Goiás Cidade Ocidental Novo Gama Valparaíso de Goiás Outros (*)
105.746 40.377 74.380 94.856 585.771
A proposta orçamentária do Estado de Goiás para o exercício de 2006 estima a receita e xa a despesa em R$ 9.957.023.000,00, conforme projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa. De acordo com o secretário do Plane jamento e Desenvolvimento, a proposta é realista, elaborada com base em dados concretos de arrecadação de tributos, bem como de transferências e convênios efetivamente rmados com outras esferas de governo. Além disso, o orçamento leva em conta a Lei de Res ponsabilidade Fiscal (LRF), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), proposições dos diversos órgãos do Poder Executivo e as sugestões e propostas oferecidas pela população durante a realização das audiências públicas do orçamento democrático, ocorridas em todas as regiões do Estado no primeiro semestre deste ano. "Elaboramos uma proposta orçamentária o mais próximo possível da realidade, mas que também permite maior exibilização do orçamento nas ações a serem execu tadas" , armou José Carlos. Em relação ao orçamento de 2005, em execução pelo Estado, os valores para 2006 são 2,72% menores, já que a proposta de 2005 foi orçada e aprovada em R$ 10,235 bilhões. A explicação é que este ano, os Estados devem deduzir do orçamento dos recursos da receita corrente destinados à formação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef), conforme determina Portaria do Tesouro Nacional. No caso de Goiás, esses recursos totalizam R$ 650,672 milhões. Para 2006, a proposta orçamentária prevê signicativo aumento dos recursos destinados aos programas e ações voltados para a área social. Os valores saltam de R$ 3,075 bilhões este ano para R$ 4,684 bilhões em 2006. Os princi pais programas contemplados são Renda Cidadã, Bolsa Universitária, Kit Sanitário, Salário Escola, Intermedição de Mão de obra, Assistência às Famílias Carentes (OVG), Criança e Adolescente e outras ações da cidadania. Outras áreas contempladas com volume considerável de recursos são educação, saúde e segurança pública. Conforme José Carlos Siqueira, embora no caso da educação e da saúde os recursos destinados atendam à determinação estabelecida na constituição federal, na realidade o Estado gasta muito mais nessas áreas ao longo do ano. Quanto ao pessoal, o secretário armou que eventuais rearranjos nos quadros funcionais de carreira dos diversos órgãos bem como a aplicação da reposição inacionária na data-base dos servidores públicos, terão suporte na reserva de contingência, xada para 2006 em R$ 325,139 milhões. Os setores de infraestrutura e desenvolvimento econômico também vão contar com bom volume de recursos. Nas ações de infraestrutura (que alinha itens como transportes, energia, comunicações, saneamento e próprios públicos) estão xados valores de R$ 654,546 milhões. Já para as ações voltadas para o desenvolvimento econômico (indústria e comércio, Produzir, Fundo de Aval, Banco do Povo, Agropecuária, Turismo, Mineração, Irrigação e Programas de Desenvolvimento Regional) foram destinados recursos da ordem de R$ 571,884 milhões. Investimentos de R$ 17 milhões foram feitos na fábrica de extração e reno de óleos especiais, sobretudo de girassol, com capacidade para processar 500 toneladas por dia, instalada no complexo industrial da Caramuru Alimentos, em Itum biara (GO).
O faturamento, de R$ 800 milhões, terá um acréscimo de R$ 100 milhões este ano com a unidade. Além disso, não será preciso desativar o processamento de soja, de 1,7 mil toneladas por dia, quando esmagar girassol. Maior empresa do país na produção de óleos especiais de milho, girassol e canola, a Caramuru responde por 40% do processamento da soja em Goiás, grão responsável por 80% da receita da empresa. Goiás produziu 42 mil toneladas de girassol em 2001, das quais 38 mil toneladas foram adquiridas pela Caramuru. A empresa garante para a próxima safra, em julho (no Brasil, o girassol é cultivado apenas no inverno), o pagamento de até R$ 21,00 pela saca de 60 quilos, aos produtores.
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E URBANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO O período de 1950 a 1960 representa o início do processo de industrialização da agricultura brasileira. Os processos de modernização e industrialização da agricultura brasileira apresentaram resultados qualicados por Graziano da Silva (1999) de perversos, uma vez que provocaram a concentração fundiária e da renda, a elevação do êxodo rural e a superex ploração dos trabalhadores rurais. Além disso, contribuíram para aumentar as disparidades regionais, pois não atingiram de forma homogênea todas as regiões brasileiras. [...] maiores níveis de modernização da agricultura tendem a se associar inequivocamente com maiores índices de concentração da renda. Embora possa ser levantada uma discussão acerca da casualidade do processo, acreditamos que as características da modernização da agricultura brasileira e as políticas a ela associadas, como as de crédito rural e fundiário, são em grande parte responsáveis pelas desigualdades da distribuição da renda ao setor agropecuário (GRAZIANO da SILVA, 1999, p. 124). Uma característica importante da modernização agrícola, e que justica o adjetivo conservadora, é que ela manteve a estrutura fundiária do país, caracterizando-se pela forte concentração de terras. A modernização da agricultura brasileira foi, portanto, concentradora e excludente, sendo essas características aprofundadas pela política agrícola executada pelo governo (GRAZIANO da SILVA, 1999). A região Centro-Oeste e o estado de Goiás participaram do processo de desenvolvimento do capitalismo no campo, como uma nova região de fronteira agrícola e produtora de bens primários com um baixo custo. O desenvolvimento da produção agropecuária do estado de Goiás, inicialmente, ocorreu de acordo com as necessidades do mercado consumidor existente na região Sudeste. A primeira atividade, que veio substituir o modelo de subsistência, foi a rizicultura. O arroz era plantado de forma tradicional e as condições naturais favoráveis, como o clima e o solo, facilitavam o cultivo. As culturas temporárias foram utilizadas basicamente para desbravar a terra e a atividade pastoril. O processo de desenvolvimento agropecuário goiano acompanhou o estímulo trazido pelos meios de transporte. Dessa forma, na década de 1940, a primeira região a incorporar-se à zona de fronteira foi o sudeste goiano e, consequentemente, a primeira a estagnar-se e entrar em decadência. Segundo Borges (2000), a partir da década de 1940, em algumas regiões do estado, começou ocorrer um processo de "pecuarização da lavoura", ou seja, a atividade pastoril passava a substituir a produção agrícola. A região sudeste do estado, devido a sua proximidade com a estrada de ferro, e também por ser áreas que foram primeiramente exploradas, apresentou um processo mais intenso de substituição das culturas temporárias pela pecuária extensiva.
Por outro lado, a região sudoeste de Goiás não apresentou a mesma característica, pois a sua proximidade com o mercado consumidor do Triângulo Mineiro e as melhores condições de transporte levaram a região a um aumento da área cultivada, a um uso mais intensivo do solo e à incorporação de um processo de mecanização de suas lavouras. A expansão da atividade pastoril no estado de Goiás foi assentada no seu relacionamento comercial com a região Sudeste, pois as maiores facilidades de transporte que o gado propiciava e também as condições naturais, tais como clima e solo favoreceram a especialização do estado nessa atividade econômica. Enm, na década de 1950, o estado de Goiás já estava incorporado ao processo de desenvolvimento capitalista, que ocorria em quase todo país, atendendo à demanda da região Sudeste. Porém, possuía baixos níveis de produtividade, o que era justicado pelas práticas tradicionais utilizadas na agricultura, inclusive no tocante a relações sociais de tra balho. O processo de desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste foi intensicado a partir da década de 1960. Até esse período, a falta de programas especícos e de incentivos governamentais bloqueava, de certa forma, o desenvolvimento agrícola da região. Até o m dessa década, o envolvimento do Estado na evolução da fronteira agrícola manteve-se reduzido. A expansão das frentes de atividades produtiva foi basicamente espontânea, “a participação governamental, frequentemente tardia, ocorria apenas quando deciências de infra estrutura ameaçavam a viabilidade das frentes de agricultura comercial” (MULLER, 1990, p. 50). Além da falta de programas destinados à expansão da fronteira agrícola, os problemas criados pela falta de técnicas de cultivo apropriadas ao cerrado foram um fator limitante ao desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste. No início da década de 1970, as políticas governamentais passaram a estimular a ocupação da Amazônia na esperança de que, em pouco tempo, pudesse se tornar importante região agrícola. Como isso não aconteceu, a princípio, o interesse governamental voltou-se novamente aos Cerrados, mais bem situados em relação aos crescentes mercados do Centro-Sul, marcando, assim, o início do desenvolvimento agrícola na região Centro-Oeste, apoiado por programas governamentais. Foram criados programas especiais de estímulo à agricultura nos Cerrados, de apreciável impacto na evolução das frentes comerciais. Além disto, foram implantados, sob estímulo ocial, projetos privados de colonização, especialmente no Mato Grosso. Nesse processo, as frentes comerciais acabaram atingindo partes do norte da região (MULLER, 1990). Basicamente, o que impulsionou a inserção dos Cerrados nas áreas produtivas e, consequentemente, o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste, foram alguns programas especícos implementados nessa região. Dentre os principais, podem-se destacar o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO) e o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER). O POLOCENTRO foi criado em 1975 e teve como ob jetivo o desenvolvimento e a modernização das atividades agropecuárias da região Centro-Oeste e do oeste do estado de Minas Gerais, mediante a ocupação racional de áreas com características dos cerrados e seu aproveitamento em escala em presarial. O programa selecionou áreas especícas para atuação e, posteriormente, forneceu crédito altamente subsidiado a todos os produtores que desejassem investir em exploração agropecuária empresarial.
Apesar do POLOCENTRO ter sido um programa voltado para abertura de fronteira agrícola, as políticas favoreceram os grandes e médios produtores em detrimento dos
pequenos. Na realidade, foi um programa para o estímulo da média e da grande agricultura empresarial, mediante o fornecimento de crédito subsidiado, de assistência técnica e da remoção de obstáculo ao seu funcionamento. A pequena agricultura das áreas atingidas quase não foi beneciada. Os objetivos do POLOCENTRO, “enunciados nos seus documentos básicos, foram desvirtuados pela ação de setores inuentes, que conseguiram voltar a administração do programa a seu favor” (MULLER, 1990, p. 55). O maior impacto do POLOCENTRO na região CentroOeste ocorreu no estado de Goiás, onde, segundo Muller (1990), 42,3% da área dos cerrados foram incorporados ao processo produtivo e a cultura de maior destaque foi a soja. Já o PRODECER surge a partir de 1980, por meio de um acordo de cooperação rmado entre o Brasil e o Japão, com o objetivo de promover a expansão da agricultura moderna em áreas de cerrado. Os agricultores favorecidos foram selecionados por cooperativas credenciadas, tendo por base sua aptidão para desenvolver agricultura em áreas de cerrado, exigindo deles dedicação integral ao empreendimento. Tratou-se de um programa voltado à constituição de fazendas de médio porte (entre 250 a 500 ha), destinadas principalmente à produção de grãos. Muller (1990), ao fazer a análise do processo de desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste, trabalhou com a concepção de frentes de expansão, sendo divididas em frentes de agricultura comercial, que já estavam integradas aos mercados; frentes de subsistência ou camponesas, que foram favorecidas basicamente pela grande extensão de terras e políticas de colonização; frentes especulativas, que foram beneciadas pelos incentivos à ocupação; e frentes de pecuária extensiva e rudimentar. O autor arma que os programas de integração dos cerrados à fronteira agrícola foram fundamentais para o desenvolvimento das frentes comerciais. Os programas de colonização foram determinantes para a expansão das frentes de subsistência e os incentivos scais para a Amazônia foram importantes para o desenvolvimento das frentes especulativas.
A consolidação do capital agroindustrial no CentroOeste e no estado de Goiás O processo de modernização agrícola no Centro-Oeste e no estado de Goiás trouxe consequências perversas, como impactos ambientais, êxodo rural, problemas populacionais nas grandes cidades, concentração de renda e, principalmente, a subordinação da agropecuária goiana aos setores antes da porteira, ou seja, enquanto o estado se especializava na cultura de commodities e na pecuária, aumentava, assim, a sua dependência aos setores a jusante da agricultura, que estavam instalados na região Sudeste. Essa subordinação da agricultura, como salienta Estevam (2000), signica que, com o tempo, parte substancial dos lucros da produção goiana foi se canalizando para os setores a jusante da agricultura, ou seja, para a região Sudeste do país. A consolidação desse processo ocorreu na década de 1980, e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do potencial agroindustrial do Centro-Oeste, sendo que, a região passou a responder por 40% da produção nacional de grãos. Porém o aumento da produção não foi correspondido na mesma pro porção pela implantação de unidades de armazenamento e esmagamento.
No nal da década de 1980, o quadro começa a modicar-se, pois foram implantadas as primeiras agroindústrias na região, que tinham como principal objetivo o aumento da competitividade. Esses investimentos em nova capacidade produtiva ocorreram basicamente na região de cerrado do Centro-Oeste [...] e tiveram o objetivo de assegurar o seu acesso privilegiado às fontes de matérias-primas (soja) e a mercados regionais de crescente importância (carne de frango) (CASTRO e FONSECA, 1995, p. 5). O grande potencial de produção da região, em razão das suas condições climáticas favoráveis, atraiu o capital agroindustrial, consolidando um processo de integração de cadeias produtivas, mais especicamente, as cadeias grãosfarelos-óleos e grãos-rações-carnes. Conforme Castro e Fonseca (1995), a presença de destaque da região Centro-Oeste na oferta nacional de grãos de soja, aliada às características favoráveis de produção na região, constituiu um fator de atração para os grupos que atuavam na área de commodities e no mercado de grãos e carnes. Um dos principais componentes desse processo de con solidação do capital agroindustrial no Centro-Oeste foi à adequação da intra-estrutura de armazenamento às novas condições de produção, consideradas anteriormente como uma barreira ao desenvolvimento do capital. Na década de 1980, ocorreu a maior concentração de investimentos na cadeia de soja, buscando um aumento na capacidade produtiva, principalmente no segmento carnesóleos-rações. A região Centro-Oeste tornou-se, assim, nos anos 1980, num polo de atração de capitais do Centro-Sul, especialmente das chamadas empresas líderes do complexo agroindustrial, que tenderam a ocupar posições estratégicas dentro da região. O desenvolvimento da agroindústria na região CentroOeste foi estimulado por grandes investimentos e incentivos scais regionais, como recursos repassados pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, também, os de origem nos fundos regionais, como Fundo de Desenvolvimento Industrial (FUNDEI), Fundo de Investimento da Amazônia (FINAN) e o Fundo Constitucional do Centro - Oeste (FCO). A Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), executada no Brasil a partir da década de 1970, teve substanciais reexos no processo de desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste. Por um lado, fazia parte do projeto de integração do Centro-Oeste na dinâmica produtiva nacional, mas, por outro, a grande participação do Estado na formação dos preços dos produtos agrícolas provocou uma barreira ao desenvolvimento agrícola da região a longo prazo. A PGPM não foi uma política regionalizada, os custos de transportes não eram levados em conta, beneciando ou não determinadas regiões do país. No caso do Centro-Oeste, essa não-regionalização da PGPM signicou diculdades à sua integração a mercados consumidores devido ao alto custo de transportes. Tendo em vista estes problemas, o Estado foi forçado a assumir o monopólio da comercialização agrícola do Centro-Oeste. Para Rezende (2002), a PGPM prejudicou o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste a longo prazo, já que não se propôs a solucionar deciências de infraestrutura e de caráter institucional, cujas soluções são de grande importância para o desenvolvimento agrícola de uma região de fronteira como o Centro-Oeste, e desestimulou o desenvolvimento das atividades (agrícolas, comerciais e industriais) consumidoras de grãos, cujos preços foram tornados articialmente elevados pela ação da PGPM (REZENDE, 2002, p. 30).
Diante desse contexto, pode-se armar que a PGPM teve o objetivo de bancar os preços dos produtos agrícolas nas regiões mais ao sul do país, que já tinham toda uma infraestrutura de armazenagem, comercialização e industrialização pertencente ao capital privado e que não poderia ser prejudicado com o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste. Dessa forma, o Estado promoveu a retenção de estoques agrícolas durante boa parte do período de execução dessa política, procurando evitar o efeito depressivo que a liberação desses estoques poderia ter sobre a comercialização do produto nas demais regiões, a qual continuava nas mãos do capital privado. Na década de 1990, as mudanças ocorridas na política agrícola resultaram num menor envolvimento do Estado com os estoques agrícolas da região Centro-Oeste e num maior estímulo à criação de infraestrutura, por parte do capital privado, a m de obter uma boa estrutura de armazenagem e comercialização, buscando a maior integração aos mercados. Nesse período, a região Centro-Oeste assumiu importante papel no desenvolvimento agrícola do país, passando a contribuir de maneira substancial para a oferta de grãos no mercado nacional e internacional. A menor participação do Estado na comercialização de produtos agrícolas redundou em uma reorganização espacial na agricultura, em que as regiões começaram a mostrar suas vantagens competitivas, atraindo mais o capital privado. Foi o que ocorreu com a região Centro-Oeste, devido às suas condições naturais favoráveis ao plantio de grãos em grande escala. O Centro-Oeste foi a região mais dinâmica do país. Esta região aumentou sua área colhida de grãos em 10% e sua produção de grãos em 50% na década de 90 em comparação com a década de 80. Grande parte deste dinamismo se deve à soja. [...] A área colhida de soja no Centro-Oeste [...] aumentou de uma média de 36% nos anos 80 para 54% nos anos 90, substituindo em larga escala o arroz (HELFAND e REZENDE, 2000, p. 9). O Centro-Oeste passou a cumprir um papel estratégico na expansão agrícola brasileira, pois com binou a expansão de área com aumento de produtividade, em muitos casos, superior ao de outras regiões. Durante todo o período analisado, o que ocorreu em Goiás, assim como na região Centro-Oeste, em um primeiro momento (até início da década de 1960), foi que a expansão da produção não se deu por meio da incorporação do progresso técnico na agricultura, e, sim, por intermédio da exploração da mão de obra e da incorporação de novas terras a área de fronteira. Já em um segundo momento, após a década de 1960, o desenvolvimento se deu mediante a participação do Estado, como um indutor desse processo, libertando a região somente na década de 1990 para desenvolver-se com os seus próprios meios. Portanto, a região Centro-Oeste e o estado de Goiás foram palco de um processo intensivo de modernização da agricultura. A incorporação de suas terras às áreas de fronteira agrícola e, depois, a sua consolidação como uma importante área produtora de grãos para o mercado interno e externo, redundou, de um lado, uma grande propriedade competitiva em nível nacional, e, de outro, uma agricultura familiar sem competitividade em relação aos agricultores desse segmento no restante do país.
URBANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO Uma leitura crítica do processo de urbanização brasileira permite identicar quatro fases: a da urbanização suportável (até meados dos anos 60, quando as cidades ainda ofereciam qualidade de vida e havia ampla oferta de postos de trabalho
no setor industrial, na agricultura e no comércio); a da ur banização problemática nos anos 60-70, quando se intensica o processo migratório, ocorrendo a inexão rural-urbano; a da urbanização caótica, no período 70-80, quando se constata uma queda brutal na qualidade de vida da população que vivia nas médias e grandes cidades; e, por m, nos anos 90, a da urbanização explosiva, que resulta da ausência de políticas ur banas consistentes e duradouras nas fases anteriores, tornando mais difícil a reversão do quadro caótico da fase anterior. Por urbanização explosiva, entende-se não só o crescimento acelerado e concentrado da população em poucas cidades, mas as consequências que esse crescimento provoca nas estruturas urbanas, deteriorando em escala crescente as condições de vida de uma parte signicativa da população e aumentando o fosso social. Percebe-se uma "involução" nas condições de vida nas grandes e médias cidades brasileiras, que se agravam com a redução dos postos de trabalho, com o aumento da violência e da criminalidade. De um lado, considere-se que cada uma dessas fases está relacionada com os vários processos de acumulação de capital ocorrido no Brasil a partir dos anos 60, todos eles, uns mais outros menos, geradores de excludência social. De outro, a ausência de políticas públicas consistentes e ecazes para o enfrentamento do intensivo processo de urbanização. Somente na Constituição de 1988 é que, pela primeira vez, a questão urbana ganha relevância. Mesmo assim, reservou-se para ela apenas dois artigos (182 e 183). Porém, foram necessários 12 anos para que esses artigos fossem regulamentados com a aprovação do Estatuto da Cidade - Lei n o 10.257 de julho de 2000. No que se refere ao aparato institucional urbano, estes foram instituídos e desmontados sempre que a conveniência política assim o exigia, em todos os níveis de governo. Em nível federal, vários órgãos foram criados, recriados e fundidos para gerir a problemática urbana, variando entre ministérios e secretarias. No plano regional, a experiência do Estado de Goiás também não foi diferente. A partir dos anos 80 viu-se a desmontagem do aparato estatal voltado para o planejamento ur bano e regional ser esvaziado e, posteriormente, reduzido a instâncias de decisões inferiores. É o caso do INDUR, órgão estadual de planejamento urbano e regional até meados dos anos 80 que muito contribuiu para subsidiar a formulação de políticas públicas para o Estado de Goiás que, gradativamente transformou-se em instâncias subordinadas de outros órgãos. No município de Goiânia, o órgão de planejamento da cidade (ontem IPLAN, hoje Seplam) foi, gradativamente, perdendo força técnica (motivada por demissões voluntárias, transferências para outros órgãos e aposentadorias e criação de grupos técnicos paralelos), e força política em função do desinteresse dos sucessivos governos. Ao longo de duas décadas não se realizou nenhum concurso público visando a renovação e preenchimento de seu quadro técnico, o que possibilitaria a entrada de novos prossionais, ainda que inexperientes, porém com ideias renovadoras, portanto com massa crítica suciente para absorver os conhecimentos técnicos necessários que a rotina impõe, e ao mesmo tempo, romper com essa rotina que escraviza, submete e não permite pensar. Dentre os fatores impeditivos, a questão salarial é a que mais pesa contra a seleção de quadros altamente qualicados do ponto de vista teórico. O esvaziamento técnico e político é tão grande que a Seplam ainda não conseguiu se impor como um órgão que pensa e planeja a dinâmica urbana da cidade de Goiânia a médio e longo prazo. Seus técnicos, desmotivados, continuam respondendo processos sem poder pensar sobre o que cada demanda particular signica no processo global de ordenamento da cidade.
Considere-se também que, diante desse quadro de esvaziamento técnico e político, a grande maioria do quadro técnico parou no tempo, não reagiu, não procurou renovar suas ideias e sua prática, não se interessou em buscar qualicação que o colocasse acima da “mesmice” e se entregou à possibilidade de conseguir uma graticação, um jeito que melhorasse sua remuneração, assim como ao futuro de uma aposentadoria, se possível, com a incorporação de vantagens acumuladas, muito mais fruto das relações de compadrio do que por mérito. Ambos, INDUR e IPLAN (Seplam), enquanto órgãos técnicos da esfera estadual e municipal respectivamente, deixaram de ser referência para o enfrentamento dos problemas urbanos locais, metropolitanos e regionais. O esvaziamento do aparato urbano municipal e estadual coincide com o avanço hegemônico do ideário neoliberal, estando, portanto dentro do contexto dos novos arranjos da geopolítica e dos novos padrões de acumulação de capital em escala global, forjada nos anos 70 nos países mais desenvolvidos e implementada, com efeitos perversos, nos anos 80 e 90 nos países periféricos. O resultado é o agravamento das condições de vida das populações pobres destes países, que se expressam através do aumento da informalidade nas relações de trabalho, no aumento do crescimento das áreas subnornais, no aumento do número de crianças abandonadas, na explosão da violência urbana, no trânsito caótico, na insuciência do transporte coletivo, na poluição do ar e das águas, na deciência do sistema de tratamento de água e de esgoto, no ressurgimento de doenças que já se acreditava terem sido erradicadas. Como consequência, as cidades brasileiras, médias e grandes, têm-se transformadas em verdadeiras prisões domiciliares, na medida em que circular pelas ruas e avenidas, frequentar praças e jardins depois que o sol se põe, exige coragem dos que se atrevem a espairecer. De um lado, a classe média e alta, com todo o conforto que a modernidade oferece, está cada vez mais se autosegregando, se auto-protegendo atrás de muros altos, cercas elétrica, cães amestrados e violentos, segurança particular. Construindo verdadeiras fortalezas, se apartando da cidade, construindo “cidadelas modernas” denominadas de condomínios horizontais fechados. De outro, os pobres, cada vez mais empobrecidos e marginalizados, vivem em áreas de riscos, em bairros distantes e desprovidos de grande parte da infra estrutura urbana necessária, sobrevivendo por meio das atividades econômicas informais, que os torna mais fragilizados e excluídos. Mesmo diante desse quadro, me atrevo a ser esperançoso, pois também nas nossas cidades, “a esperança vencerá o medo”. A conjuntura atual me leva a ser otimista. Neste momento, a auto estima dos brasileiros está em alta. A possibilidade de pensar a médio e longo prazo, ou seja, de resgatar o planejamento estruturante, tanto para as cidades como para a economia em geral, tem sido colocada pelo novo governo central que se instalou em janeiro de 2003. No plano estadual e municipal, com certeza o planejamento de visão larga também deixará de ser “intromissão indevida” e passará a ser um instrumento necessário e indispensável para se alcançar objetivos concretos de justiça social, pois será contaminado pelos novos ventos que soprarão de Brasília. Nessa perspectiva, o ar das cidades poderá ser mais respirável e as cidades poderão ser portadoras de esperanças, porque os gestores públicos substituirão as medidas improvisadas e intempestivas por ações planejadas, pensadas, partici padas, com alcance para o curto, médio e longo prazo.
POPULAÇÃO GOIANA: POVOAMENTO, MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E DENSIDADE DEMOGRÁFICA POVOAMENTO DE GOIÁS Poucos meses após a volta da Bandeira, organizou-se em São Paulo uma nova expedição para explorar os veios auríferos. Bartolomeu, agora superintendente das minas, e João Leite da Silva Ortiz, como guarda-mor. A primeira região ocupada foi a do Rio Vermelho. Fundou-se lá o arraial de Sant'ana, que depois seria chamado de Vila Boa, e mais tarde de Cidade de Goiás. Esta foi durante 200 anos a capital do território. Nas proximidades de Sant'ana, surgiram numerosos arraiais às margens dos córregos e rios, como centros de garim po: Barras, Ferreiro, Anta, Ouro Fino, Santa Rita etc. Ao divulgar-se a riqueza das minas recém - descobertas, surgiram gente de toda parte do país No aspecto social, a distinção fundamental foi entre livres e escravos, sendo estes em menor número do que aqueles no início da colonização das minas. A população, contudo, continuou composta por negros e mulatos na sua maioria. O Contato com os índios nativos e o negros foi fator decisivo na formação da cultura do Estado, deixando como legado principal cidades históricas como Corumbá, Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e posteriormente capital de Goiás. O início dos povoados coincide com o Ciclo de Ouro, minério amplamente explorado nessa época. Eles prosperaram e hoje são cidades que apresentam, por meio de seu patrimônio, a história de Goiás. Os primeiros habitantes de Goiás foram as populações das diversas nações indígenas que ocupavam praticamente todo o atual território do Estado. Pesquisas estimam que 550 gerações de povos americanos viveram por aqui ao longo do tempo, até que, por volta de 1700, começaram a aparecer os primeiros colonizadores brancos, os primeiros negros e os primeiros cafuzos, caboclos e mestiços. Apesar dessa aparente diversidade, daquele período até o início do século 19, Goiás era uma unidade cuja população era esmagadoramente negra – principalmente, levando em consideração que os indígenas, a essa altura, se dividiam em três destinos: parte havia sido exterminada, parte fazia guerra contra o colonizador e parte vivia em aldeamentos ociais. O recenseamento de 1804, o primeiro ocial, mostrou que 85,9% dos goianos eram “pardos e pretos”. Esse perl só vai ser alterado gradativamente na passagem da sociedade mineradora para a sociedade agropastoril, que vai promover uma nova ocupação do Estado ao longo do século XIX e metade do século XX, com correntes migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará. Esses movimentos vão promover uma ampla mestiçagem, constituindo, de certa forma, o perl do habitante do cerrado, o cerratense, ou mais apropriadamente, o sertanejo goiano. Ao longo do século XX, novas ondas migratórias, incluindo estrangeiros e sulistas, vão somar-se à população goiana. No Censo de 2000, os 5 milhões de habitantes se dividiam, conforme autodeclaração, em brancos (50,7%), pardos (43,4%), pretos (4,5%) e amarelos (0,24%). Desse total de habitantes, 3,7 milhões são nascidos em Goiás e 1,3 milhão são nascidos em outros Estados. Desses últimos, 331 mil são de Minas Gerais; 188 mil, da Bahia; 129 mil, do Distrito Federal; 88 mil, do Maranhão; 78 mil, de São Paulo; 73 mil, de Piauí; e 70 mil, do Tocantins. A área que corresponde hoje ao Estado de Goiás começou a ser ocupada há pelo menos 10.000 anos.
Sucessivas populações de caçadores-coletores e horticultores dominaram essa extensa região por cerca de 550 gerações, até que os colonizadores portugueses começam a chegar, nos séculos XVI e XVII, o que resultou, de imediato ou ao longo do tempo, na extinção de inúmeros daqueles grupos humanos (por massacres, guerras ou doenças) ou na transformação radical dos modos de vida dos grupos sobreviventes”. “Uma das primeiras incursões destes colonizadores em território goiano vai ser a bandeira paulista de Sebastião Marinho, em 1592, que, em seu trajeto, passou pelas nascentes do Rio Tocantins. Diversas bandeiras vão se seguir a dele, mas somente mais de um século depois, com o fracasso da escravidão indígena e a conrmação de que eram fabulosas as minas de ouro nos Gerais e em Cuiabá – e, uma década depois, em Goiás, por meio de Bartolomeu Bueno da Silva, o Filho – é que os colonizadores, acompanhados de negros e mestiços, estes ancestrais dos morenos, talvez os primeiros “brasileiros da gema”, vão começar a se xar nesse vasto território. Era por volta 1727 e um novo mundo estava sendo “inaugurado”, do qual a fundação ocial da Vila Boa de Goiás vai ser a pedra fundamental. Conrmada uma certa abundância de ouro ali, imediatamente todo o território goiano começou a ser vasculhado pelos bandeirantes. “Quase ao mesmo tempo, na região já voltada para o norte pela presença do grande rio, descobriam-se as 'minas dos Tocantins, tão ricas que ao criar-se o imposto de capitação foi-lhes determinada uma taxa muito mais alta por escravo. É a região de maior densidade mineira: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735), São José (1735), Cachoeira (1736)” (Palacin, 1979: 27). A ocupação também acontecia no Vão do Paranã, área de intersecção entre Goiás e Bahia e porta de acesso aos currais do Rio São Francisco, cujos senhores buscavam novos pastos para o gado e para isso fundavam fazendas e povoados, como Flores, tida por Cunha Mattos como um dos lugares “mais doentios do universo”. Enquanto acontecia esse movimento de ocupação da terra, incluindo o mapeamento e o batismo dos pontos geográcos como serras e rios, negros fugidios fundavam, já na estreia da civilização ibérica na América Goiana, os primeiros quilombos da região, notadamente o de Papuã, nas minas do Tocantins, e o “sistema” Kalunga, distribuído da Serra Geral de Goiás à Chapada dos Veadeiros. O primeiro seria extinto e o segundo, que mantém-se até hoje, obviamente durou mais que as minas e os povoados que os geraram e chegou aos dias de hoje como “patrimônio vivo”. Na prática, segundo Palacín, para cada mina de ouro, havia um povoado e, para cada povoado, um quilombo. Além da perseguição a quilombos, a ocupação feita por garimpos de ouro e fazendas de gado praticamente destruiu ou forçou a imigração de inúmeros grupos indígenas. De tantas nações e de milhares de indivíduos, restaram hoje cinco avácanoeiros, 70 karajás e 120 tapuias em território goiano, o que mostra que a colonização, antes de tudo, foi um processo contínuo de violência e desrespeito.
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E DENSIDADE DEMOGRÁFICA O Estado de Goiás enfrentou e enfrenta, em termos demográcos, dois grandes problemas: o êxodo rural, pelo lado interno e, no aspecto externo, a imigração continuada. Já no século XX, o território goiano havia sido palco de intensa marcha para o Oeste. Porém, a população buscava primordialmente a ocupação das zonas rurais do território.
Tanto que, nas décadas de 1940 e 1950, Goiás registrou altos índices de crescimento demográco tanto urbano quanto rural. A partir de 1960, entretanto, a composição se modicou: embora a expansão tenha sido considerável em termos absolutos, a relação urbano/rural foi se alterando com nítida redução da última. O divisor de águas ocorreu na década de 1970, momento em que as áreas urbanas do Estado alcançaram supremacia quantitativa sobre a zona rural. Esta diminuição dos residentes no campo e aumento da população urbana constituíram traço fundamental na recente evolução demográca goiana. A urbanização no Estado aconteceu em níveis superiores à média nacional. A urbanização em São Paulo, por exemplo, foi decorrente de seu próprio movimento de industrialização, mas em Goiás ela surgiu, sobretudo, em função do processo da modernização agropecuária.
Êxodo O êxodo rural em Goiás foi espantoso na década de 1980 e a sua urbanização, embora em ritmo mais acelerado, reetiu a tendência constatada no país. A redistribuição urbano/rural foi mais intensa no Estado em função da adoção de formas capitalistas de produção na agricultura, da valorização das terras, da apropriação fundiária especulativa e ainda tendo em vista a legislação que instituiu direitos trabalhistas para os antigos colonos, levando fazendeiros a preferir “expulsálos” – por falta de condições econômicas – do que obedecer às normas legais. Em outros termos, o crescimento demográco em Goiás caracterizou-se por um processo de intensa urbanização e ostentou acelerada redução do contingente rural. Os maiores adensamentos estiveram no centro-sul do Estado em função principalmente das inuências de Goiânia-Anápolis, no Entorno do Distrito Federal e, em menor monta, na área do Sudoeste goiano. Evidentemente, esta explosão urbana exigiu diversicação das atividades econômicas para acomodação e sustento dos uxos migratórios. O grau de urbanização reetiu na composição de renda interna do Estado de Goiás. A agricultura perdeu peso a partir de 1960 e o setor industrial e o de serviços aumentaram sua participação relativa. A ocupação da população comprova que o ponto de ruptura – de um Goiás “velho” para um Goiás “moderno” – deuse na década de 1970 quando a indústria auferiu frações signicativas da renda interna e o setor de serviços sustentou sua participação em função da acelerada urbanização regional. Tal fato pode ser também comprovado por meio da estrutura de ocupação e emprego da população ao longo destas últimas décadas. Em 1970, 60,4 por cento da PEA em Goiás ainda estava voltada para a agricultura (pecuária, silvicultura, extração vegetal, caça e pesca); nas atividades industriais (transformação e construção) estava o correspondente a 8,9 por cento e nos serviços 11,5 % da PEA. Em 1980, apenas 39,2 por cento da população economicamente ativa estava no setor agrícola, 16,5 por cento no industrial e 18,6 por cento na prestação de serviços; a partir de então, a estrutura de ocupação foi se alterando gradualmente – na década – em detrimento do setor agrícola e em favor do setor industrial e de serviços.
Imigração A última contagem demográca do IBGE revela que a população brasileira está buscando novas oportunidades de vida nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Enquanto Roraima, Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Distrito Federal, Roraima, Mato Grosso e Goiás tiveram crescimento demográco superior à média nacional nos dois últimos censos do IBGE, os demais Estados tiveram crescimento inferior.
O caso de Goiás é interessante porque o Estado assumiu a condição de “boca do sertão”, servindo de passagem para milhares de migrantes brasileiros que buscam acomodação na Região Norte do país. Conforme mencionado, no território de Goiás aconteceu uma profunda reestruturação de natureza demográca nas últimas décadas. De uma população eminentemente rural, o Estado ostenta atualmente uma taxa de urbanização superior à média nacional. O Entorno do Distrito Federal e a área metropolitana da Grande Goiânia acomodam milhares de imigrantes em busca de negócios, de melhores oportunidades de trabalho e expectativa de vida mais promissora no planalto central. É bem verdade que os graves desequilíbrios regionais brasileiros – principalmente a falta de condições de vida no Nordeste – têm se reetido na seguida imigração para Goiás. Tanto que o Entorno do Distrito Federal sofreu uma verdadeira explosão demográca na última década, obrigando as esferas governamentais a implementarem políticas emergenciais de atendimento social e de alavancar novos investimentos na área. No penúltimo censo do IBGE - em 1996 - Goiás tinha 4,5 milhões de habitantes e, de acordo com a contagem de 2000, recebeu um acréscimo de mais de 300 mil habitantes, comprovando que o Estado ainda continua um polo de atração imigratória, mas, com taxa de crescimento levemente superior à média nacional. Sua densidade demográca ainda representa um grande potencial de acomodação, com pouco mais de 14 habitantes por quilômetro quadrado.
Medidas Duas características particulares reetem a natureza e o movimento demográcos em Goiás. Em um primeiro aspecto, as comunidades que habitam o território - de origem diversa – formam um verdadeiro e rico mosaico social, evidenciando a localização estratégica do Estado no contexto nacional. O espaço goiano faz fronteira com diversas unidades federativas brasileiras e constitui ponto natural de atração para mineiros, mato-grossenses, baianos, além do referido uxo de paulistas e sulistas que escolheram o território para moradia. O que não constitui novidade em função de seus limites hidrográcos. Em um segundo aspecto, a demograa de Goiás guarda peculiaridades em função do potencial de trabalho de sua população. Em termos de faixa etária, 31 por cento dos habitantes têm menos de 14 anos de idade e outros 30 por cento menos de 29 anos. Constituem, no todo, potencial força de trabalho que, a curto e médio prazo, representa um mercado abundante de mão de obra, ainda não devidamente aproveitado. São milhares de jovens dispostos ao trabalho e que estão sendo, pouco a pouco, integrados no surto agroindustrial, na reestruturação agropecuária e mineral que o Estado vem aprimorando. Ou seja, Goiás tem uma População Economicamente Ativa (PEA) potencialmente admirável em termos de faixa etária. Goiás constitui um território ainda não ocupado de forma homogênea. Conforme visto, a maioria absoluta da população concentra-se no Entorno de Brasília e na área metropolitana de Goiânia. Em função do modelo de crescimento econômico adotado nas últimas décadas, Goiás sofreu um processo de urbanização intenso e, na ausência de políticas adequadas, os jovens desempregados estão sendo empurrados para a informalidade. A perspectiva de vida para milhares de pessoas que procuram ingressar no mercado de trabalho está sendo cada vez mais frustrada e o índice de desemprego tem se agravado – a olhos vistos –, em função da explosão urbana.
Acontece que o processo encontra-se em plena continuidade. O inchaço urbano da Grande Goiânia constitui o grande exemplo, tendo aumentado sua população em 25 por cento nos últimos seis anos. E, na falta de indústrias na zona urbana e setor de serviços com potencialidade de absorção dos imigrantes, a informalidade explodiu, colhendo principalmente os jovens no ato do ingresso no mercado de trabalho. Assim sendo, Goiás necessita com urgência e tem condições de implementar um sério programa econômico para conter o desemprego. Não custa repetir as condicionantes para um programa econômico de forte conteúdo social em Goiás. Em primeiro lugar, deve-se reconhecer que o micro e o pequeno empreendimentos respondem - de imediato - a qualquer estímulo positivo. Em segundo lugar, não se pode falar de em prego em geral. Goiás retém na agropecuária parcela importante de seu sustento econômico. Grande parte do movimento comercial, bancário e demais serviços é derivado indireto da atividade agropecuária. Por m, deve-se programar um apoio explícito, direto e contínuo aos assentamentos rurais. Constituem unidades de grande importância para criação de novos postos de trabalho.
Brasil: População economicamente ativa em Goiás 1992/2003 2.165 2.180 2.314 2.268 Goiás Feminino 816 811 890 873 masculino 1.349 1.369 1.424 1.395
2.366 2.459 2.461
2.631 2.679
2.730
908
1.081 1.086
1.116
1.550 1.593
1.614
975
978
1.458 1.484 1.483
ECONOMIA GOIANA: INDUSTRIALIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO TRANSPORTES As dimensões continentais do Brasil redundavam sem pre em impasses para a sua integração econômica e geográca, visto que as grandes distâncias entre os centros regionais dicultavam a expansão do capital pelo país, e, como salienta Cunha (2002), a incorporação do interior à economia nacional estava calcada num mercado interno inexpressivo e na precariedade das estruturas de transporte, de energia e de comunicações. Tendo em vista esses aspectos, é importante mostrar o papel que os meios de transportes e comunicações tiveram frente à integração nacional. A ferrovia foi o meio de transporte que iniciou a integração nacional, pois ela contribuiu para estender a fronteira agrícola, criando e ligando os pontos de produção agropecuária. A construção de ferrovias faz parte da própria gênese do processo de constituição do mercado nacional, permitindo a absorção das mercadorias mais elaboradas que vinham dos núcleos urbanos mais avançados e viabilizando o escoamento dos bens agropecuários as outras regiões. A melhoria das condições do translado das mercadorias induz à maior especialização produtiva de diversas áreas geográcas, possibilitando uma crescente complementaridade entre suas estruturas produtivas. Assim, o papel do aperfeiçoamento das comunicações entre diferentes áreas vai desenhando uma divisão interregional do trabalho (BRANDÃO, 1999, p. 51). Dessa forma, como em diversas outras regiões do país, o estado de Goiás possuía as características necessárias para ser considerado uma nova fronteira agrícola, porém existiam algumas barreiras que inibiam a sua inserção no novo processo de acumulação capitalista. Essas barreiras eram as péssimas condições de transportes e comunicação. Devido à localização do estado, o alto custo dos transportes elevava o valor nal dos bens e, ao mesmo tempo, reduzia a competitividade do produto goiano na região Sudeste. Para a consolidação do estado como fornecedor de bens primários, seriam necessários meios de transportes mais rápidos e ecientes, a m de obter custos mais baixos e maiores condições de comercialização na região Sudeste.
A Estrada de Ferro Goiás teve suas obras iniciadas na primeira metade do século XX, e, apesar de apresentar graves deciências, como a grande lentidão de suas obras, problemas técnicos, entre outros, teve papel relevante. Foi o primeiro meio de transporte que propiciou ao estado de Goiás condições reais de escoamento da sua produção para a região Sudeste, embora ainda não atendesse todas as necessidades, pois os trilhos não percorriam todas as regiões do estado, servindo, inicialmente, às regiões mais ao sul do estado. O trem-de-ferro – simbolizado na maria-fumaça – com seu silvo estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, serpenteando pelos sertões, despertava Goiás de séculos de isolamento e transformava a paisagem regional por meio de um processo dialético marcado pela destruição/reconstrução do espaço (BORGES, 2000, p. 41). Além de fazer todo o transporte de produtos destinados à exportação, levava, também, os produtos manufaturados do Sudeste para Goiás. Assim, a estrada de ferro, mais especicamente os terminais ferroviários, desempenharam a função de transformar a vida econômica e social das populações que viviam naqueles locais, pois, aos redores dos terminais ferroviários, desenvolveram-se vilas, vilarejos, acompanhados de um dinâmico comércio. A Estrada de Ferro de Goiás foi importante para a inserção do Goiás no processo de acumulação de capital industrial que estava ocorrendo no país. Porém os problemas nanceiros e técnicos, em conjunto com a chegada da rede rodoviária federal na região Centro-Oeste, levaram a Estrada de Ferro de Goiás a assumir um papel secundário como um meio de transporte. Em última análise, a ferrovia, além de ter constituído uma via de transporte estratégica na ocupação do Centro-Oeste, foi um elemento fundamental na reorganização do espaço agrário regional e na estruturação da economia goiana. Nesse contexto, a malha rodoviária viria complementar a infraestrutura de transportes, necessária à plena inserção do estado de Goiás ao mercado nacional. Até a década de 1950, o desenvolvimento das rodovias no estado cava a cargo da iniciativa privada, dos governos estadual e municipal, não apresentando grande desenvolvimento, em razão da escassez de recursos para aplicar nessa área. A escolha pela expansão da rede rodoviária e não pela expansão e melhorias da rede ferroviária teve como pano de fundo o interesse político, pois os governos estaduais distribuíam subsídios ao capital privado. Com a construção de Brasília, o contexto foi alterado, passando a ser de interesse federal o desenvolvimento da estrutura rodoviária do Centro-Oeste. Com esse objetivo, foram feitos grandes investimentos em melhorias e na construção de novas rodovias, visando atender às necessidades da nova ca pital do país e, com isto, consolidar a posição da região como fronteira agrícola e grande exportadora de bens primários para a região Sudeste do país. A rodovia Belém-Brasília teve, também, papel relevante ao beneciar as regiões localizadas mais ao norte do estado, proporcionando a essas áreas maior integração aos mercados das regiões Norte e Sul do país. Mais uma vez, o interesse político foi responsável pela maior vontade governamental em levar o projeto ao m, visto que a emergente indústria automobilística multinacional, que estava sendo implantada no país, necessitava de novos mercados consumidores, e a ex pansão da malha rodoviária era o caminho para esse mercado.
COMUNICAÇÃO Em 1824 entrou em Goiás o primeiro carro de bois, proveniente de Minas. O telégrafo chegado a Goiás em 1891 supôs um enorme avanço na transmissão de notícias.
Dois grandes inventos tinham revolucionado as comunicações durante o século XIX: no setor das comunicações marítimas - o navio a vapor; no setor das comunicações terrestres - a estrada de ferro. Signicava o transporte "rápido e barato", indispensável para o progresso econômico e social. Mas somente chegou a Goiás em 1913. Embora um grande avanço para a s comunicações com o exterior, os 300Km, de estrada de ferro não poderiam signicar grande coisa para um Estado de mais de 600.000 quilômetros quadrados. No século XX, um novo invento veio revolucionar os transportes: o automóvel. O primeiro automóvel parece ter chegado a Goiás em 1907. A primeira estrada de rodagem foi inaugurada em 1921. O progresso neste sentido foi tam bém lento: em 1930 o movimento de veículos nesta estrada, a principal do Estado, era de apenas dez por dia, entre carros e caminhões. A comunicação de Goiás é feita por rodovias, ferrovias e aerovias. Dentre essas vias de comunicação merecem especial destaque as rodovias, estaduais e federais. O departamento que cuida da construção e da conservação das rodovias é o DER-GO (Departamento de Estradas e Rodagem de Goiás). Pelas vias férreas, Centro-Oeste e Rede Mineira, Goiás está ligado diretamente aos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Aviões da FAB e táxis aéreos resolvem, em parte, o problema da ausência de estradas de ferro e da carência de estradas de rodagem no norte goiano. A navegação uvial, em pequena escala, é feita ao norte, nos rios Araguaia e Tocantins.
AS REGIÕES GOIANAS E AS DESIGUALDADES REGIONAIS Ao longo da história da constituição do território brasileiro, Goiás é inserido como locus de descoberta, de oportunidades, de alteridade, de sociabilidade e de convivialidade de tempos e espaços distintos. Neste embate, percebese que a integração do território goiano estruturou-se pelas inquietações e vicissitudes dos elementos políticos, sociais, culturais e econômicos das várias frentes de expansão e frentes pioneiras que caracterizam as situações de fronteiras. O território goiano é, portanto, fruto da "superposição" de várias frentes de expansão e frentes pioneiras que propiciou uma conguração territorial de múltiplas temporalidades espaciais. É evidente que esse simulacro da formação socioespacial constituiu-se no arrancho territorial da sociedade goiana moderna. A expansão da fronteira sobre o Estado de Goiás (re) criou novas estruturações em âmbito do território nacional. Consolidaram-se mais efetivamente os territórios, anexando espaços vazios, e ao mesmo tempo, estabeleceu-se uma situação de instabilidade temporais e espaciais, em nome do capital. A incorporação capitalista e apropriação desigual e com binada do espaço goiano apresentam um leque de relações intrínsecas com os elementos de natureza histórica e geográca. Esses elementos fazem parte da matriz da "Modernização Conservadora". A diversidade regional em Goiás é fruto da espacialização dessas fronteiras que se enraizaram em tempos e espaços desiguais e combinados. Desse ponto de vista, pode-se inter pretar que as diversas regiões do território goiano possuem características de fronteiras. Essas principais frentes pioneiras são bem referenciadas por Barreira (2002) que demonstra diante do transladar das frentes pioneiras que “pode-se regionalizar esquematicamente o estado segundo as etapas da ocu pação no século XX”.
Sul Goiano Esta porção do Estado de Goiás presenciou a inuência da frente pioneira da exploração do ouro, da estrada de ferro e das estradas de rodagem. As manifestações dessas frentes pioneiras corroboraram na criação de infraestruturas na constituição de cidades e no surgimento de municípios. Portanto, o sul goiano esteve interligado ao processo de expansão do Sudeste do país. Esse caráter propiciou uma organização es pacial “expontânea”.
Sudoeste Goiano A pecuária e agricultura foram signicativas: num primeiro momento de ocupação efetivaram-se (pecuária e agricultura) como atividades econômicas predominantes na região. A partir das primeiras décadas do século XX, houve a inserção e o desenvolvimento da agropecuária na lógica comercial por meio da frente pioneira – da estrada de ferro e estradas de rodagem. Essa lógica intensicou-se nos meados de 1970, quando acentuou o processo de modernização da agricultura, atribuindo-lhe o caráter de maior região exportadora de produtos agrícolas do Estado de Goiás. Nessa região, observa-se na sua conguração espacial alta concentração fundiária e também de agroindústrias. A consequência disso é a elevação nos uxos migratórios na estruturação intra e interregionais, e a reboque constata-se crescimento de alguns centros urbanos e por m, resultado disso são os conitos sociais.
Eixo da Belém-Brasília Pode-se armar que o eixo teve três frentes pioneiras im portantes até o nal do século XX. • Mineração; • Colônia Agrícola Nacional de Ceres; • Rodovia federal Belém-Brasília. A partir da década 1940, os projetos de colonização tinham como objetivo “xar trabalhadores e implantar um sistema baseado na pequena propriedade e na comercialização cooperativista” ( Ibidem, p.173). Nesse aspecto, ocorreram a falência desses projetos e na contracorrente, o eixo passou a servir como ponto demográco importante para subsidiar os uxos da frente pioneira em direção ao norte do país. Nessa dinâmica, houve a interligação desta região com o sul do estado de Goiás e o desenvolvimento de algumas cidades, centros regionais tais como: Ceres, Uruaçu e Porangatu.
Região da Estrada do Boi A ocupação e povoamento deram-se por volta de 1726 e viveu um longo período de isolamento. Após dois séculos, o processo de ocupação propagou novo ritmo com economia da pecuária de corte, surgindo novos núcleos urbanos. “A região foi ocupada durante as décadas de 60 e 70 com uma pecuária altamente comercial e intensiva, que utilizou exaustivamente o território para formar pastos” ( Ibidem, p. 174). Para subsidiar essa atividade surgiram alguns importantes centros urbanos – São Miguel do Araguaia, Mozarlândia e Nova Crixás. Cabe ressaltar a importância geográca da região da estrada do boi para a ocupação do Xingu.
Eixo da GO-060 A gênese dessa região está vinculada à atividade de mineração do ouro. Num período ulterior, com locação da GO060, a região assume nova dinâmica produtiva baseada na agropecuária moderna e na extração mineral.
Hoje, os principais núcleos urbanos são: Iporá, São Luís de Montes Belos e Aragarças. Entretanto, essa região desenvolve-se da pecuária e o plantio de soja para exportação.
Nordeste Goiano Esta região foi receptora da frente de expansão mineradora no século XIX, fato que lhe atribui um peso político no Estado. Após alguns anos, a mineração escasseou-se levando-a à recessão econômica e a miséria. É interessante ressaltar que neste período o desenvolvimento da pecuária extensiva e agricultura de uso comum surgiram como alicerce regional. Para Barreira ( Ibidem, p. 176), “essa região passou receber os impactos (mais intensos) das transformações estruturais dos últimos vinte anos”. Nesse sentido, a autora destaca as principais atividades locadas nesta região: mineração, turismo e a reocupação por meio da pecuária. Ela destaca ainda, o importante papel do Distrito Federal na criação de projetos –“Geoeconômica de Brasília e o Polocentro”.
Mato Grosso Goiano Essa área localiza-se na parte central do Estado de Goiás, detentora de terrenos de boa fertilidade – Latossolo Vermelho Escuro (Terra Roxa), dimana-se a uma vegetação exuberante que foi povoada intensivamente a partir da década de 1930. É importante ressaltar que o processo de ocupação nessa região concretizou-se com a construção de Goiânia, antecipando a modernização. Dessa maneira, em 1943, o governo federal impulsionou o processo de povoamento, materializado pela Fundação Brasil Central e outros projetos de colonização para o centro do país. O mato Grosso Goiano hoje possui grande aglomerado urbano reexo do êxodo rural impulsionado pelas frentes pioneiras ao longo dos anos.
ASPECTOS FÍSICOS DO TERRITÓRIO GOIANO: VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, CLIMA E RELEVO HIDROGRAFIA A rede hidrográca goiana é formada pelas bacias do Amazonas, Paraná e São Francisco.
Bacia do Amazonas: composta por dois rios goianos de importância, Tocantins e Araguaia. Rio Tocantins: nasce na Serra Dourada (região central) segue seu curso desaguando no rio Amazonas (em território paraense), ao todo são 2.855 km de curso. Auentes: • margem direita: rios Maranhão, Tocantinzinho, Manuel Alves, do Sono e das Almas • margem esquerda: rios Araguaia, Santa Teresa Rio Araguaia: nasce ao sul de Goiás, percorre todo o estado e, cerca de 500 km antes da fronteira com o Pará dividese em dois braços formando a Ilha do Bananal (maior ilha uvial do mundo com 20 km²), percorre ao todo 2.627 km. Auentes: rios Claro, Vermelho, Crixá- Açú· e Jacaré. Bacia do Paraná: tem como rio mais importante o Paranaíba, este nasce em Minas Gerais formando fronteira entre os estados. Todos os rios que seguem na direção sul são auentes do Paranaíba, merecendo destaque os rios São Marcos, Jacaré, Meia Ponte, Corrente, Corumbá e Aporé (divisa com Mato Grosso do Sul). Bacia do São Francisco: apresenta o rio Preto como seu principal auente, originando-se em Formosa-GO.
CLIMA A tipologia climática tropical se faz presente na maior parte do estado, apresentando invernos secos e verões chuvosos. As temperaturas variam de região para região; no sul giram em torno dos 20ºC aumentando ao norte para 25ºC. O índice de chuvas segue o regime das temperaturas. A oeste do estado o índice atinge 1.800mm anuais diminuindo no sentido leste para 1.500mm/ano. Em parte do estado, mais precisamente no planalto de Anápolis e Goiânia ocorre o clima tropical de altitude com temperaturas médias anuais baixas, porém, a precipitação ocorre da mesma forma que no restante do estado.
RELEVO Da área territorial estadual, 72% apresenta-se com altitudes variáveis entre 300 e 900m; marca a região a presença de extensos planaltos, os quais dividem-se em quatro tipos e uma planície, assim, o estado de Goiás compreende cinco unidades de relevo.
Planalto Cristalino Está presente na maior parte do estado com suas maiores altitudes na porção sudeste (Goiânia, Anápolis e proximidade do Distrito Federal) chegando aos 1.380m na Serra dos Pirineus; vários rios cortam o planalto apresentando platôs extensos com chapadas (estendem-se entre rios pequenos) e chapadões (estendem-se entre rios maiores). Uma destas chapadas, ou chapadão, devidos as suas proporções, pois prolonga-se até o extremo norte do estado, recebe várias denominações como serra do Estrondo, serra Dourada, serra dos Javaés, serra dos Xavantes e a mais conhecida denominação, serra das Cordilheiras.
Planalto Sedimentar da Bacia do Meio Norte Tem sua ocorrência na divisa com o estado do Maranhão; constitui-se de um conjunto de chapadas cujas altitudes médias atingem 600m.
Planalto Sedimentar do São Francisco Popularmente conhecido como Espigão Mestre. Está situado na divisa com a Bahia e Minas Gerais apresentando altitude média de 800m.
Planalto Sedimentar da Bacia do Paraná Elevação presente na porção sudoeste do estado com altitudes variáveis de mil metros, decrescendo para 500m na Serra do Caparaó, fronteira sul de Goiás com Mato Grosso do Sul.
Planície Sedimentar do Médio Araguaia Região sujeita a frequentes inundações, localizada entre Goiás e Mato Grosso em sua porção oeste.
VEGETAÇÃO A vegetação goiana caracteriza-se pela presença do cerrado na maior parte do território. As matas são pouco desenvolvidas e bastante cobiçadas, pela fertilidade do solo que se apresenta propício para a agricultura.
Na porção centro-norte do estado, conhecida como Mato Grosso de Goiás, se encontra a principal mancha orestal, abrigando espécies como o jatobá, a palmeira guariroba, a co paíba ou óleo vermelho, o jacarandá e a canela. Manchas orestais nos vales dos rios Paranaíba (sul), Tocantins (leste) e Araguaia (oeste) ainda existem, porém, boa parte especialmente no vale do rio Araguaia passa por transição entre cerrado e cerradão, onde ocorrem espécies, por exemplo: angico, aroeira, sucupira-vermelha. Em áreas que predominam os cerrados desenvolve-se: lixeira, lobeira, pau-terra, pequi, pau-de-colher-de-vaqueiro, pau-de-santo, barbatimão, quineira-branca e mangabeira.
ASPECTOS DA HISTÓRIA POLÍTICA DE GOIÁS A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS Assim como no Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais. Especialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, proclamou sua separação do sul. O Processo da Independência do Brasil e seus Reexos
em Goiás Após a volta de D. João VI para Portugal, o Brasil viveu um período de profunda crise política, pois suas conquistas econômicas e administrativas estavam sendo ameaçadas pelas Cortes Portuguesas. Em Goiás a população rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, elementos ligados à administração, ao exército, ao clero e a algumas famílias ricas e poderosas, insatisfeitos com a administração, zeram germinar no rincão goiano o reexo das crises nacionais. A atuação dos capitães generais, às vezes prepotentes e arbitrários, fez nascer na capitania Ogerisa pelos administradores. A causa maior dos descontentamentos encontrava-se na estrutura da administração colonial. Os em pregados públicos eram os mais descontentes: a receita não saldava as despesas e os seus vencimentos estavam sempre em atraso. Encontravam-se também entre estes elementos do clero, os mais intelectualizados da Capitania.
Primeiras Manifestações contra a Administração Colonial As insatisfações administrativas existiam, mas raramente se manifestavam. Foram as Câmaras que se manifestavam em primeira linha contra os Capitães Generais, representantes diretos da metrópole. Em 1770 por ocasião da morte do Ca pitão General João Manoel de Melo, a Câmara elegeu uma junta governativa para substitui-lo. Em 1803 desentendeu-se com o Capitão General e pretendeu destituí-lo do poder. Nos dois casos, o Governo Metropolitano repreendeu severamente estas atitudes. Por ocasião da escolha dos representantes goianos à Constituinte Portuguesa, apareceram nas esquinas da cidade de Goiás proclamações insubordinativas contra a ordem constituída, sob a liderança do Padre Luiz Bartolomeu Márquez.
Constituição das Juntas Governativas e a Proclamação da Independência Apesar da ação repressora do governador Sampaio, que se colocou contra a ideia de criação de uma junta Governa tiva, foi esse mesmo Governador obrigado pelas pressões de grupos políticos locais a ordenar à Câmara a eleição de uma junta Governativa, em cumprimento ao decreto de 18 de abril de 1820. Nesta primeira eleição, Sampaio trabalhou para ser eleito presidente da junta, o que de fato conseguiu: grupos políticos locais, insatisfeitos com a sua administração, dese javam, afastá-lo. Surgiram desentendimentos, brigas, que culminaram com sua renúncia e retirada da Província. Elegeu-se nova junta Governativa. Foram seus integrantes: Álvaro José Xavier. Presidente, José Rodrigues Jardim, Secretário, e os membros, Joaquim Alves de Oliveira, João José do Couto Guimarães e Raimundo Nonato Hyacinto, Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões. Processada a Independência do Brasil 1822, esta não trouxe transformações, quer sociais, quer econômicas para Goiás. Operou-se teoricamente a descolonização. No dia 16 de dezembro, fez-se juramento solene à aclamação do Imperador Constitucional do Brasil D. Pedro I. O primeiro Presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.
Movimento Separatista do Norte de Goiás O movimento separatista do Norte representou uma continuação do movimento revolucionário da capitania de Goiás sob a liderança do mesmo Padre Luis Bartolomeu Márquez cognominado O Apóstolo da Liberdade. Os grandes proprietários armavam que apesar de pagar os impostos, os benefícios do governo lá não chegavam. O povo vivia em completa miséria.
Um Movimento Nacionalista Após a independência política do Brasil, processou-se uma luta surda entre brasileiros e portugueses pelo poder político e econômico do Brasil; D. Pedro I, como era português de nascimento, começou a ser favorável aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores cargos públicos e postos de conança de seu governo. Em Goiás, não houve mudanças marcantes de Colônia para o Império. No aspecto econômico continuou o mesmo marasmo já registrado com a decadência da mineração, somente mais tarde vai a pecuária oferecer ligeiras modicações. No aspecto político, as transformações foram pequenas. Os goianos os identicavam com os detestáveis Capitães Generais de um passado próximo, que não se apagara. O segundo presidente de Goiás, foi o português Miguel Lino de Moraes (1827-1831), homem inteligente e que provocou fazer uma boa administração. Com a abdicação de D. Pedro I, rebentou em Goiás um movimento de caráter nitidamente nacionalista, que alcançou vitória pelas condições da política geral do Brasil. Os líderes deste movimento foram o Bispo cego, D. Fernando Ferreira, Pe. Luís Bartolomeu Márquez e Coronel Felipe Antônio Cardoso. Recebendo adesão e apoio das tropas, o movimento de 13 de agosto de 1831 alcançou seu objetivo, que era depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em Goiás. A consequência deste movimento de rebeldia foi a nomeação de três goianos para a presidência de Goiás, embora a Regência de início ocialmente o desaprovasse.
Foram estes os Seguintes Presidentes Goianos: José Rodrigues Jardim, (1831-1837), Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (1837-1839) e José de Assis Mascarilhas (1839-1845). AS OLIGARQUIAS Elites Dominantes - Bulhões e Jardim Caiado Com o Marechal de Ferro no poder Central, os Bulhões consolidaram seu domínio na política de Goiás. O grande líder desta oligarquia foi José Leopoldo. No ano de 1904, ocorreu fracionamento do grupo, sob a liderança de Xavier de Almeida, que conseguiu afastar momentaneamente os Bulhões do poder. No entanto, em 1908, em decorrência da sucessão senatorial, Goiás viveu clima de intranquilidade política, desaguando numa revolução (1909). Nesta luta saíram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhões, a esta altura apoiados por Eugênio Jardim e Antônio Ramos Caiado, que posteriormente, se tornaram fortes como políticos não só na área regional como na nacional. Maio de 1909 pode ser conhecido na história política de Goiás como o renascimento do mandonismo bulhônico. Foi reconhecido presidente do Estado, para o quatriênio 1910– 1913, Urbano de Gouvêa, cunhado de José Leopoldo; este se elegeu, mais uma vez, Senador da República de Goiás. Permaneceu nesta função até o ano de 1918, quando não mais conseguiu se reeleger. Foram desentendimentos entre o grupo bulhônico e os Jardim–Caiado e o apoio da política de Hermes Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dos Bulhões à derrocada. A partir de 1912, a elite dominante na política goiana, vai ser a dos Jardim–Caiado, popularmente conhecida como Caiadismo. No seu início os documentos registram “política Eugenista”. Antônio Ramos Caiado fez presidente do Estado, fez de putados, se fez sempre senador da República e fez aprovar leis de acordo com seu interesse político e pessoal. Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso. Em Goiás seu grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira.
O CORONELISMO NA REPÚBLICA VELHA Os clãs que se formaram ao longo do império, já então depositários do poder econômico, dominam a vida política com a república. Os vícios eleitorais e coronelismo consequentes à estrutura econômico-social, somados à política dos governadores implantada por Campos Sales, dão origem às oligarquias que se sucedem até 1930 : José Leopoldo de Bulhões Jardim, José Xavier de Almeida, Eugênio Rodrigues Jardim e Antônio Ramos Caiado. José Xavier de Almeida, advogado e político brasileiro, nasceu na cidade de Goiás/GO em 1871 e faleceu em Morrinhos/GO em 1956. Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo, membro do Partido Republicano Federal de Goiás, secretário do Interior e Justiça (1895-1899) e presidente de Goiás (1901-1905). No início de sua carreira política ligou-se ao grupo bulhonista, com o qual rompeu em 1904. Em 1909, após a revolução que depôs o último presidente xavierista, encerrou-se o período de sua inuência, caracterizado por tendências democráticas e progressistas. Eugênio Rodrigues Jardim, político brasileiro, nasceu na cidade de Goiás/GO em 1857 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 1926. Militar de carreira, reformou-se no posto de coronel (1905).
Em 1908, aliou-se a Luís Gonzaga Jaime, Antônio Ramos Caiado e outros, contra o chefe político José Xavier de Almeida. Chefe militar da revolução de 1909. Disputou a liderança política com o cunhado Antônio Ramos Caiado, Presidente do Estado de Goiás (1921-1923), não tendo concluído seu mandato, foi ainda senador da república. Antônio Ramos Caiado, político brasileiro, nasceu na cidade de Goiás/GO em 1874, e faleceu em Goiânia/GO em 1967. Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo, foi intendente municipal, secretário do Interior e Justiça e Segurança Pública e deputado estadual. Lutou ao lado das forças legalistas contra a revolta da Armada (1893). Fundador e dirigente do jornal A República (1896-1899). Um dos chefes da revolução de 1909, que marcou a queda do grupo cheado por José Xavier de Almeida e o início da etapa de domínio político do Partido Democrata (1909-1930). Em 1909, elegeu-se deputado federal por Goiás, reelegendo-se em diversas legislaturas. O personalismo, as relações de suserania e vassalagem pelo voto caracterizam a política da época. Na década de 1920, as oligarquias estão consolidadas e se sobrepõem ao legislativo e judiciário. A oposição se estrutura em função das contradições interpartidárias, da reação no plano nacional, por meio dos movimentos de 1922 e 1924 e do contato com os tenentistas no sudoeste goiano. Sua liderança é assumida por intelectuais e liberais aliados aos políticos dissidentes. Coligam-se ao movimento aliancista, e, com a vitória da revolução de 1930, a máquina eleitoral e administrativa cheia de falhas, que dominava o Estado havia mais de trinta anos, começa a ser desarticulada. A intensicação da interiorização e a dinamização econômica caracterizam o período posterior a 1930.
A REVOLUÇÃO DE 1930 A revolução de 30 foi uma revolução importada em Goiás. Nem poderia ser outra maneira. Ela não foi uma revolução popular, nem se quer uma revolução de minorias com objetivos sociais. Foi portanto, uma revolução feita por grupos heterogêneos da classe dominante descontente(Minas Rio Grande do Sul),de militares (Grupos tenentista) e das classes médias, sem uma ideologia determinada. Em Goiás a revolução teve como ponto de apoio parte da classe dominante descontente. A falta de comunicações acentuava a impossibilidade do surgimento de uma oposição organizada. Os pequenos núcleos de oposição, que se tinham formado durante á última década (em Rio Verde, Inhumas e Anápolis), eram mais expressão de personalidades descontente que uma verdadeira oposição. As eleições eram totalmente controladas pelo Governo (o que tirava toda esperança de derrubar o governo por meios legais). E a ação da policia militar, tornando a vida difícil para os oposicionistas mais recalcitrantes, completam a explicação da inexistência de uma oposição consistente em Goiás. A crise de 29, que foi o catalisador de todos os descontentamentos para fazer eclodir a revolução, não fez sentir efeitos aqui por falta de uma economia organizada e dependente de um ativo comércio. Por todas estas razões, a participação efetiva de Goiás na revolução limitou-se á ação pessoal do Dr. Pedro Ludovico. Ao explodir a revolução a 4 de Outubro de 1930, reuniu um grupo de 120 Voluntários no Triângulo Mineiro, com que intentou invadir a região do Sudoeste de Goiás.
Pedro Ludovico preso. Logo depois a revolução triunfava no resto do País. Uma coluna procedente de Paracatu, comandada pelo coronel Quintino Vargas chegou até a cidade de Goiás e o médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o poder.
A ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DE 1930 ATÉ OS DIAS ATUAIS No século XX, a oligarquia dos Caiado tomou o poder político do Estado até a Revolução de 1930. Getúlio Vargas, que havia instalado a Revolução, monopolizou o poder e nomeou o interventor Pedro Ludovico Teixeira, que fazia oposição aos Caiado. Um dos primeiros atos políticos de Pedro Ludovico foi executar a política de transferência da capital. Primeiro realizou um levantamento para escolha do local onde seria construída a nova capital, a região escolhida era próxima à cidade de Campinas (Campininha das Flores). Depois iniciou as obras da construção da nova capital, Goiânia, em 1933. A capital foi transferida por decreto no ano de 1937, selando o m de mais de 200 anos da Cidade de Goiás como capital do Estado.
GOVERNADORES DE GOIÁS GOVERNO DA REPÚBLICA DATA DA POSSE
PRESIDENTE
27-10-1930 - CARLOS PINHEIRO CHAGAS 30-10-1930 - DES. FRANCISCO EMÍLIO PÓVOA, MÁRIO DE ALENCASTRO CAIADO E PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA 23-11-1930 - PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA 25-04-1935 - PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA 10-11-1937 - PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA 06-03-1945 - DES. ELÁDIO DE AMORIM 18-02-1946 - GEN. FELIPE ANTÔNIO XAVIER DE BARROS 12-09-1946 - BELARMINO CRUVINEL 16-11-1946 - JOAQUIM MACHADO E ARAÚJO 22-03-1947 - JERÔNIMO COIMBRA BUENO 01-07-1950 - HOSANAH DE CAMPOS GUIMARÃES 31-01-1951 - PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA 01-07-1954 - JONAS FERREIRA ALVES DUARTE 31-01-1959 - BERNARDO SAIÃO CARVALHO ARAÚJO 12-03-1955 - JOSÉ LUDOVICO DE ALMEIDA 31-01-1959 - JOSÉ FELICIANO FERREIRA 31-01-1961 - TEN. CEL. MAURO BORGES TEIXEIRA 26-11-1964 - CEL. CARLOS MEIRA MATOS 23-01-1965 - MAL. EMÍLIO RIBAS JÚNIOR 31-01-1966 - OTÁVIO LAGE SIQUEIRA 15-03-1971 - LEONINO DI RAMOS CAIADO 15-03-1975 - IRAPUAN COSTA JÚNIOR 15-03-1979 - ARY RIBEIRO VALADÃO 14-02-1986 - ONOFRE QUINAN 15-03-1983 - IRIS REZENDE MACHADO 15-03-1987 HENRIQUE SANTILLO 15-03-1991 IRIS REZENDE MACHADO 02-04-1994 AGENOR REZENDE 01-01-1995 MAGUITO VILELA 02-04-1998 NAPHTALI ALVES DE SOUZA 01-01-1999 MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR 01-01-2003 MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR 01-01-2007 ALCIDES RODRIGUES 01-01-2011 MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR
ASPECTOS DA HISTÓRIA SOCIAL DE GOIÁS OS GRUPOS INDÍGENAS Karajá: os Filhos do Araguaia O grupo indígena Karajá pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, que é composto por três famílias: Javaé, Karajá e Xambioá. Os Karajás zeram do vale do Araguaia o seu território e, na Ilha do Bananal, encontra-se a maioria das aldeias. Os Karajás de Aruanã pertencem ao subgrupo Karajá, sendo a única aldeia do grupo no Estado de Goiás, tendo aproximadamente 70 pessoas, inclusive com cônjuges não indígenas.
Origem do Nome O nome Karajá não é um nome do acervo linguístico do grupo. É um nome Tupi que se aproxima do signicado de “macaco grande”. O nome do grupo na própria língua é “ iny”, que signica “nós mesmos”. Aruanã, da mesma forma, é um nome Tupi que batiza uma espécie de peixe, que, na língua karajá, é “ijasó”, sendo também o nome de uma das principais festas dos grupos Karajás, conhecida como “Festa de Aruanã”. Fabricam também as já famosas bonecas karajá, feitas de barro ou argila cozida.
Situação de Contato Vivem há muito tempo em contato com a sociedade nacional, desde o século XVI, devido à facilidade de navegação no Rio Araguaia. O grupo passa atualmente por sérias diculdades como o alcoolismo, tuberculose, subnutrição etc. Apesar disso, a população tem aumentado nos últimos anos. O grupo é alfabetizado na própria língua e, depois, integrado ao sistema educacional formal do País. Alguns indivíduos das aldeias da Ilha do Bananal se destacam, partici pando da política regional disputando e assumindo cargos eletivos.
Situação da Terra A Ilha do Bananal é um parque indígena e se encontra em processo de demarcação. Os Karajás de Aruanã, por sua vez, estão reivindicando na justiça a retomada de sue território tradicional (moradia, plantação em vazante e em terra rme). Também organizaram uma associação para garantir sua cidadania e para tratar problemas internos do grupo, como educação, território, moradia, projetos de autossustentação, artesanato, entre outros.
Avá-Canoeiro: o Povo Invisível Os Avá-Canoeiros são um povo Tupi que à época colonial habitavam as margens e ilhas dos rios Maranhão e Tocantins, desde a região que compreende o município goiano de Uruaçu até a cidade de Peixe, no estado do Tocantins. As frentes colonizadoras agropastoris e a navegação pelo rio Tocantins aceleraram o contato com os Avá-Canoeiros em meados do século XVIII. Fazendas de gado e de lavoura instalaram-se em seus territórios. Os índios reagiram violentamente para impedir a invasão de suas terras, desencadeando, assim, uma guerra que durou um século.
Por volta de 1860 os Avá não podiam mais lutar, uma vez que sua população estava reduzida, devido às guerras e perseguições sofridas. A colonização em Goiás já se havia consolidado e estes índios, então, passaram a fugir dos brancos, evitando o contato. Eles migraram para outras áreas transformando seu modo de vida, para poderem sobreviver enquanto sociedade autônoma.
Origem do Nome Estes índios são assim designados devido à união das palavras “avá”, distorcida do fonema “ ãwã”, autodenominação do grupo, e“canoeiro”, marca distintiva a eles atribuída pelos primeiros colonizadores, por se servirem de canoas.
Situação de Contato Os Avá-Canoeiros sempre se opuseram ao contato pacíco com o colonizador. Eles nunca foram reduzidos, enquanto grupo, em aldeamentos ociais, como os demais índios de Goiás. No século XX, dois pequenos grupos de Avá, um na região do Araguaia, municípios de Formoso do Araguaia, e outro no Tocantins, município de Minaçu, foram praticamente obrigados a aceitar o contato. Os Avá do Araguaia foram contatatos, uma parte em 1973 e, outra parte, em 1974, somando ao todo nove indivíduos. Os Avá do Tocantins, contatos em 1983, contavam apenas quatro pessoas. Segundo os moradores dessa região bem como alguns estudiosos da história desses índios e a Funai. Existem outros grupos de Avá ainda isolados, que continuam evitando o contato com a sociedade nacional, deslocando-se por algumas regiões dos estados de Goiás e Tocantins.
População Atual Os Avá-Canoeiros do Araguaia vivem na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos índios Javaés. Contam-se quatro pessoas remanescentes do contato e outras doze, entre adolescentes e crianças, lhos de casamento de Avá com Javaé ou com Tuxá (grupo indígena da Bahia que também vive no Bananal). Os Avá-Canoeiros do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município de Minaçu. São seis pessoas: quatro adultos e duas crianças.
Situação da Terra Os Avá-Canoeiros do Araguaia não têm terras indígenas próprias. Eles vivem numa aldeia de índios Javaé, sendo por estes marginalizados. A terra dos Avá-Canoeiros do Tocantins possui 38 mil hectares de extensão, está localizada nos municípios de Minaçu e Colinas do Sul, em Goiás, e ainda não se encontra demarcada. Furnas Centrais Elétricas construiu a hidrelétrica de Serra da Mesa, que ocupou 10% do território indígena. Contudo, esta perda será ressarcida em terras e em benefícios para os índios, por meio de um convênio entre Furnas e Funai.
Tapuia: Grupo Afro-Americano Os Tapuias - o mais numeroso dos três grupos indígenas que restam no Estado de Goiás, após o desmembramento do Tocantins – vivem numa única reserva chamada Área Índigena Carretão, composta de duas glebas (áreas) não contínuas, situadas entre a Serra Dourada (Tombador) e o Rio São Patrício (ou Carretão), nos municípios de Nova América, Rubiataba e Goiás.
Os Tapuia são remanescentes dos povos indígenas que foram levados para o aldeamento Carretão, construído pela administração colonial portuguesa em 1788. Os primeiros ha bitantes deste local foram as etnias Xavante, Xerente, Karajá e Kayapó e negros africanos fugidos da escravidão das fazendas. Os Tapuias são a mistura desses grupos étnicos (quatro povos indígenas mais os negros).
Origem do Nome Este termo não é denominação de um grupo indígena especíco, mas um termo genérico. Há várias versões explicando o termo, sendo duas mais conhecidas: • a que remete sua aplicação original a todos os índios que habitavam o interior do País, no início da colonização portuguesa, ou seja, o termo tapuia se dava em oposição ao Tupi; e • a que indica a "condição marginal" de todo índio em situação de convívio com o branco, e que perdeu a referência étnica.
Os Tapuias se Denominam Hoje com este Nome que lhes foi Atribuído pelo Branco. População Atual Dentro da área indígena: cerca de 130 pessoas. Fora da área: mais de 200 pessoas, encontradas em Goiânia, Brasília, Nova América, Rubiataba, Ceres, Crixás, Mozarlândia etc e em outros estados, como Tocantins, Mato Grosso e Pará.
Situação de Contato Encontram-se num processo adiantado de aculturação; incorporam elementos culturais da sociedade nacional, sistema de trabalho, organização econômica, casamento com pessoas de fora da comunidade (casamentos interétnicos); e conservam a noção de pertença às origens indígenas.
Situação da Terra A Área Indígena Carretão compreende duas glebas: a gleba 1, subdividindo-se em gleba 1A, localizada no município de Nova América, e a gleba 1B, localizada no município de Rubiataba, com uma área de 1.666 hectares; e a gleba 2, localizada no município de Nova América, com uma área de 77,5 hectares. Seu território já é demarcado e homologado; ainda há invasores tanto da gleba 1 como da gleba 2. Os Tapuias ocu pam somente a gleba 1; a gleba 2 está totalmente ocupada por invasores.
A ESCRAVIDÃO E CULTURA NEGRA A vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeiro lugar todos os males do garimpo: trabalho esgotador, má alimentação, as graves doenças. A isto há que acrescentar os males da falta de liberdade: arbitrariedades, castigos. Eram considerados mais como coisas que como pessoas.
A Escravidão Negra Sustentou a Exploração do Ouro em Goiás No apogeu desta fase (1726-1778), as estatísticas mostraram a superioridade numérica do negro sobre o branco. Para os primeiros tempos do povoamento, pode-se avaliar uma relações de três para um entre escravos e livres, havendo que considerar entre livres mulatos e forros.
A última ilusão de ouro em Goiás foram as Minas de Anicuns (1807). A falta de escravos para trabalhar nestas minas levou a aceitar o trabalho livre assalariado. Quando a escravidão deixou de ser o fulcro da produção e pela conjuntura nacional o preço do escravo cou muito alto, os fazendeiros perceberam que pagar um trabalhador por baixo preço era mais lucrativo. Concomitantemente foram grassando na sociedade goiana os sentimentos humanitários
de libertação do negro.
Felix de Bulhões, o Castro Alves goiano Felix de Bulhões, foi um dos goianos que mais batalhou pela libertação dos escravos. Em 1885, fundou o jornal O Libertador, que teve como principais, objetivos libertar, integrar e educar o negro no contexto social. Promoveu festas, angariou dinheiro para alforriar escravos. Era poeta. Com pôs o Hino Abolicionista Goiano. É chamado Castro Alves Goiano pela sua grande atuação em benefício à liberdade do negro. Sua morte ,ocorrida em março de 1887,levou várias sociedades emancipadoras, já constituídas em Goiás a se unirem,fundando a Confederação Abolicionistas Felix de Bulhões.Seus frutos foram positivos. Foram libertos Muitos escravos. A Lei libertou em toda província Goiana aproximadamente 4.000 escravos.Numero insiguinicante para uma po pulação que já alcançava cifra superior a 200.000 homens.
O POVOAMENTO BRANCO Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadência da mineração, esta minoria foi-se tornando cada vez mais exígua. Ao acentuar-se a decadência, muitas famílias brancas migraram para outras regiões. Em 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14% da população. Os dias de apogeu da mineração foram breves. Então, ser rico, “mineiro poderoso” era possuir 250 escravos ou mais. Não faltaram mineiros que em Goiás possuíam este número de escravos. Com a decadência, tornaram-se raros os que tinham 12 escravos. Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas ser branco continuava sendo uma honra e um privilégio. O branco, mesmo quando pobre, escrevia Eschwege na época da independência, não move uma palha, pois até na vadiagem encontra com que viver.
OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO A expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste, que teve início na década de 1940, cou mais conhecida como a “Marcha para o Oeste”, e seu principal objetivo foi atender à demanda de produtos primários, para a região que iniciava o seu processo de industrialização, a região Sudeste. Secundariamente, esteve assentada também, em questões mais gerais, como, por exemplo, às migrações. Portanto, com a Marcha para o Oeste, Goiás foi incor porado ao processo produtivo nacional como fornecedor de gêneros alimentícios e matérias-primas e, principalmente, como absorvedor dos excedentes populacionais de outras regiões do país. [...] A expressão máxima e o coroamento da Marcha para o Oeste se deram com a construção de Brasília. Passar a abrigar a capital federal signicou profundas alterações econômicas e políticas para o estado – aceleração do ritmo migratório; ocupação de novas terras; abertura de estradas; expansão do mercado; novos empregos (PESSOA, 1999. p. 47).
A “Marcha para o Oeste” foi considerada por Martins (1997) como uma frente pioneira, em que o Estado teve im portante papel, ao acelerar o seu deslocamento sobre os territórios “novos”, já ocupados pela frente de expansão. É nesse sentido que o autor chama atenção para a dimensão conitiva existente nas regiões de fronteiras, onde a (re) ocupação dos territórios era feita por meio do encontro entre as frentes, o que, na maioria das vezes, se culminava em conitos violentos. Cabe ressaltar que o Centro-Oeste, assim como outras regiões do país assumiram, nesse momento para Brandão (1999), a função de amortecedores do caos social que foi gerado na região Sudeste. Para ele, as fronteiras agrícolas se constituíram em verdadeiras “válvulas de escape” para os problemas populacionais gerados pelo processo de urbanização nessa região. Nesse sentido, o estado de Minas Gerais foi o principal responsável pela migração para as áreas de fronteira em Goiás, seguido dos estados da região Nordeste, como Maranhão e Bahia, conforme os dados da tabela abaixo.
PRINCIPAIS ESTADOS DE ORIGENS DOS MIGRANTES PARA GOIÁS EM 1940 E 1950
A nova fronteira agrícola esteve assentada, durante um período, em projetos de colonização privados e estatais, que entraram em crise, tanto por falta de interesse político como por falta de planejamento e investimentos. Os agricultores que viviam nos assentamentos foram gradativamente engolidos pelos latifundiários, expondo a ineciência desses projetos a expansão da fronteira agrícola, na forma em que se processou no país, por um lado, favoreceu o aumento da produção de alimentos para atender a demanda da população urbana e, por outro, contribuiu para a reprodução do latifúndio e da agricultura tradicional no Centro-Oeste (BORGES, 2000, p. 72). Nas décadas de 1950 e 1960, os pequenos produtores, que tomaram posse da terra no primeiro momento da abertura da fronteira agrícola, tiveram a função de desmatar e preparar a terra a um baixo custo para posteriormente ela ser apro priada por grandes fazendeiros, que se dedicavam à pecuária extensiva. A expropriação do pequeno produtor signicou o fechamento da fronteira nas regiões sul e central de Goiás, e, ao mesmo tempo, a sua partida em busca de novas áreas de fronteira. Para Martins (1997), a primeira forma de ocupação, marcada pela presença de pequenos agricultores, pode ser considerada como frente de expansão, já a segunda, que assume a forma de grandes fazendeiros, é chamada de frente pioneira. O fechamento da fronteira se deu no momento em que a frente pioneira chegou e promoveu a invasão das terras pelos grandes proprietários e empresários, causando, assim, não só a expropriação econômica do pequeno agricultor, mas também a cultural. A perda de laços de amizade e vizinhança, que foram cultivados ao longo de muitos anos, e a busca por novas terras, signicaram a inserção em um novo cotidiano, que, por vezes, pode ser diferente do anterior, impondo uma redenição de costumes, tradições e, além disso, um novo relacionamento entre o homem e a natureza.
É nesse sentido, também, que Graziano da Silva (1982) dene o fechamento da fronteira, no momento em que a terra deixa de ser livre e de ser apropriada por pequenos produtores, para se tornar uma mercadoria, uma reserva de valor, ou seja, a terra passou a ser apropriada de uma forma privada. Ao mesmo tempo em que as fronteiras sul e central se fechavam no estado de Goiás, a região norte do estado mostrava um processo de abertura de fronteira, que culminou com a consecução da rodovia Belém-Brasília. A partir de meados dos anos de 1960, o norte do estado passou a ser incorporado à fronteira agrícola, e grandes projetos agropecuários e madeireiros começaram a ser instalados nessa região. Cabe esclarecer que, conforme Graziano da Silva (1999), pode-se ter ainda duas fronteiras agrícolas. Uma “interna”, constituída por terras não-exploradas, mas já apropriadas privadamente, que, neste caso, correspondeu às regiões sul e central de Goiás. A outra, a fronteira “externa”, formada por terras que ainda não se transformaram em propriedade privada, como é o caso do norte do estado de Goiás. O período em análise teve crucial importância para o estado de Goiás, pois foi marcado pela inserção do estado no processo de modernização da agricultura, e também por um aumento populacional signicativo. Como se pode observar na tabela 2, é a partir da década de 1950 que o estado começa apresentar um crescimento populacional que supera os números nacionais, sendo que, em 1950, a população goiana representava 1,9% da população brasileira e em 1970 esse número chegava 3,2%.
O aumento populacional se deu, em grande parte, devido ao início da construção de Brasília e à abertura da rodovia Belém- Brasília, que foi inaugurada em 1959. Um outro fator que provocou a expansão da população para a região foi o surgimento de grandes programas de colonização, resultado de parcerias entre o governo e empresas privadas, que atraíram pequenos produtores de outras regiões, principalmente do sul do país. Além disso, segundo Cunha (2002), na década de 1970 a região contribuiu para amenizar tensões demográcas de outras regiões servindo de acomodação para seguidos uxos migratórios e de via de penetração para a ocupação do Norte do Brasil. Assim, a partir da década 1950, Goiás conheceu uma profunda aceleração produtiva e populacional, resultado do processo de ocupação das áreas de fronteiras.
A CULTURA POPULAR Cozinha Típica A cozinha típica de Goiás recebe fortes inuências da cozinha mineira e baiana, mais pela formação populacional que especicamente por questões de limites geográcos. Percebese também o aproveitamento de frutos típicos do Cerrado na culinária goiana.
Entre as iguarias pode-se citar como pratos típicos: • Arroz com pequi; • Arroz com guariroba; • Empadão goiano; • Pamonha; • Galinhada; • Peixe na telha; • Carne com quiabo. Além das inuências mineira e baiana, o café da manhã reproduz o cenário do período colonial português. Mais recentemente, em algumas comunidades foram introduzidos produtos com castanhas típicas do cerrado brasileiro como os pães à base de baru, jatobá ainda podemos citar: • Broas • Biscoitos fritos • Pão de queijo • Biscoito de queijo • Bolo de arroz • Cuscuz As sobremesas também seguem a mesma tradição com doces feitos à base de leite, côco e frutas típicas como o caju, mangaba, genipapo, manga, jaca, que também fazem as bases dos sucos.
Festas Religiosas Procissão do Fogaréu: evento que simula a perseguição dos farricocos a Jesus Cristo. A procissão acontece nas ruas da Cidade de Goiás, sempre na quarta-feira da Semana Santa, e tem o envolvimento direto da população local. De origem medieval e européia, o fogaréu só acontece e em Paraty (RJ), no Brasil. Na cerimônia, o único ato litúrgico é a homilia, feita pelo bispo diocesano, no pátio da Igreja de São Francisco. A seguir, a procissão segue até o Museu de Arte Sacra da Boa Morte, onde é encerrada. É realizada desde o século XIX. • Festa do Divino Pai Eterno de Trindade: a história da Romaria de Trindade começa por volta de 1840, quando um casal encontra, junto ao córrego Barro Preto, um medalhão de barro, que representava a Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora. Pouco tempo depois, foi erguida uma capela no local e a fama foi se espalhando entre os éis. Instituída no primeiro domingo de julho, a romaria teve um grande impulso com a chegada dos redentoristas a Goiás, em 1895, sendo o mais ilustre deles o Padre Pelágio. Nos dias de hoje, a festa, religiosa e profana ao mesmo tempo, reúne milhares de pessoas. Nessas épocas, a Rodovia dos Romeiros, que liga a cidade a Goiânia, com 18 km, é percorrida a pé por centenas de pagadores de promessa e tem uma via sacra, com todas as estações, pintadas em grande painéis de alvenaria pelo artista Omar Souto. • Romaria do Muquém: festa religiosa-profana, homenageia Nossa Senhora da Abadia do Muquém. Reúne milhares de pessoas de todo o nordeste goiano e ainda dos Estados do Tocantins e da Bahia. É a mais antiga romaria do Estado de Goiás, tendo sido realizada pela primeira vez em 1748. O local, há 20 km de Niquelândia, foi uma das primeiras localidades fundadas na região. A lenda da romaria é contada no livro “O Ermitão do Muquém”, de Bernardo Guimarães, autor de "A •
Escrava Isaura", mas outras fontes indicam que tudo começou quando um garimpeiro português importou de Braga uma imagem da Virgem. Acontece no dia 15 de agosto. • Congada: realizada em várias localidades goianas, é uma homenagem a padroeira dos negros, Nossa Senhora do Rosário, sendo celebrada em 13 de outubro. A principal congada de Goiás é a de Catalão, que reúne vários grupos de cantadores, dançadores e tocadores, vestido a rigor e com roupas bastante coloridas. Esses grupos, chamados ternos, se dividem em capitães, marinheiro e marujeiro, moçambique, vilão e catupé. A festa do Congo vem dos tempos da escravatura no Brasil e, em Catalão, é realizada desde 1820. • Folia: acontecem em todo o Estado, sobretudo nas zonas rurais e cidades pequenas, e são promovidas durante todo o ano, apesar de estarem ligadas a eventos religiosos. As principais são a Folia de Reis, a Folia do Divino e a Folia de São Sebastião. O evento consiste na andança de um grupo de cantadores e rezadores, que munidos de instrumentos de corda e percussão e ainda de sanfona, realizam rezas, cantorias e danças, como a catira, em uma sequência de casas pré-selecionadas. Em uma delas, o antrião oferece comida para o grupo e os demais presentes e, a seguir, o ritual é retomado. Pode durar de três a quinze dias.
Folclore Goiano A palavra folclore derivado das expressões inglesas folk (povo) e lore (saber) e, portanto, signica “saber do povo”. Segundo o estudioso Bariani Ortêncio, a palavra foi criada por William John Thoms e publicada, pela primeira vez, em 22 de agosto de 1846, data que passou a ser celebrado o Dia do Folclore. Quando falamos de folclore no Brasil, estamos englo bando três categorias: o folclore geral, nacional e conhecido por todos – como as lendas do saci-pererê, negrinho do pastoreio e iara, as festas e procissões consagradas a santos e à Nossa Senhora e comidas e bebidas como feijoada e cachaça. O folclore regional, que apresenta elementos especícos ligados a expressões e tradições enraizados somente em determinada área, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, que são realizadas em diversas outros locais, mas todos do Centro-Oeste; e o folclore local ou especíco, que é aquele criado no cotidiano e que normalmente expressa traços de personalidade do ator do evento ou festa, como a Folia do Divino, em que a cozinheira pode incrementar o frango a ser servido com um tempero a mais ou incluir algo que não estava previsto – por exemplo, um doce feito de rapadura ralada e amendoim torrado e socado, o pé-de-moleque.
Danças Cavalhadas: realizada no chamado Ciclo do Divino Es pírito Santo e de origem medieval, foi introduzida pelos portugueses. Duas equipes de cavaleiros, vestidos a rigor, uma azul e outra vermelha, simulam uma guerra entre mouros e cristãos. O palco normalmente é o gramado de um estádio de futebol. Congada: introduzida por negros, é marcante em todo o interior brasileiro e está ligada às festas do Divino e de Nossa Senhora do Rosário. Dois grupos de homens, vestidos normalmente de vermelho ou azul simulam uma batalha, cantando e dançando, enquanto instrumentistas tocam viola e percussão.
Lundu: dança erótica para a qual faz-se uma roda, na qual todos os dançarinos vão entrar e sair, um a um, enquanto a música rola com violeiros e muitas palmas. Catira: essa dança é feita em duas leiras, uma de frente para a outra, em que todos saltam, batem palmas e batem o pé no chão estabelecendo um ritmo. Também é dançada em uma única leira e de frente para o público. Lendas Romãozinho Romãozinho era um negrinho muito levado que, depois de muito aprontar, tornou-se uma espécie de diabinho. Tudo começou no dia em que ele foi levar comida para o pai, que trabalhava longe na roça, e no caminho resolveu comer os pedaços de frango e deixar os ossos no prato. Ao encontrar o pai, Romãozinho disse que sua mãe havia mandado só aquilo e que o frango tinha sido comido por um homem que ia se encontrar com ela todos os dias, assim que ele saía. Enfurecido, o pai de Romãozinho foi depressa para casa e, lá chegando, encontrou a mulher só, a costurar roupas, mas mesmo assim, ele lhe deu uma tremenda surra. Romãozinho assistiu a tudo aquilo morrendo de rir, mas quando sua mãe viu, ela jogou-lhe uma praga, armando que nunca mais ele conseguiria car quieto. Desde então, Romãozinho percorre os sertões fazendo arte e maldades, jogando pedras nas pessoas e casas, roubando coisas e assustando animais e crianças.
Pé-de-garrafa O Pé-de-Garrafa é um selvagem cabeludo, mas tem somente um pé, o esquerdo, e deixa no solo uma peganda redonda. Adora aparecer para as pessoas nas matas e desaparece a seguir deixando quem o viu arrepiado.
Negro d'água Habita as margens dos rios dos cerrados, é todo negro e tem a cabeça pelada e mãos e pés de pato. Aparece entre pedras, à tardinha ou em noites de luar, a canoeiros e pescadores e tenta virar a canoa. E não adianta nem atirar porque bala não entra nele.
Rodeiro Habitante do Vale do Araguaia; trata-se uma arraia gigantesca, que desperta, ataca pessoas, embarcações, além de animais, nas praias do rio.
Goiás é Celeiro de Cantores e Compositores em Todos os Estilos Goiás é Privilegiado em Valores Musicais Renomados cantores ganham projeção nacional e até internacional e, de uma forma ou de outra, divulgam o nome do Estado, mostrando suas belezas e riquezas. São estilos diversos que vão desde o sertanejo raiz, passando pelo sertanejo moderno, música popular, música regional e música clássica, o que signica agradar a todos os gostos. De duplas sertanejas atuais, que fazem sucesso em todo o País até a música clássica e regional, em que sobressaem valores como Ely Camargo, Honorina Barra e a musicista Belskiss Carneiro de Mendonça, além de tantos outros que atuam hoje ou que atuaram em outras épocas, Goiás é um Estado que tem a música em suas raízes.
Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Bruno e Marroni, Cristian e Ralph, Vanessa Camargo, Pedro e Tiago e Amado Batista estão entre os campeões em vendagem de discos no Brasil. O sucesso é comprovado nos shows que reúnem milhares de fãs que vão ao delírio durante as apresentações no Brasil e no exterior. É de Zezé Di Camargo e Luciano o recorde de público de 250 mil pessoas no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Com média de 120 shows por ano, a dupla vende mais de 1 milhão de cópias por CD lançado. Ao lado de Chitãozinho e Xororó (estes do Paraná) e de Leandro e Leonardo, a dupla é responsável pelo boom da música sertanejo-romântica em todas as regiões do Brasil. “Temos tanto orgulho dessa terra maravilhosa que até z um poema para Goiás”, arma Zezé Di Camargo. Em um trecho do poema ele diz: “Sou da terra onde o mato ca verde o ano inteiro, sou do Estado onde pulsa o coração do brasileiro”. Ele diz sentir-se honrado em elevar o nome de Goiás e do Brasil no Exterior. “Na música não existem fronteiras e por isso represento o meu Estado e o nosso País com muito orgulho”. Para Luciano, as raízes da dupla em Goiás estão cada vez mais sólidas. O cantor e compositor Fernando Perillo, assessor especial de Cultura da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), arma que o sucesso das duplas sertane jas, juntamente com grandes artistas como Amado Batista, Lindomar Castilho, João Caetano, Ângelo Máximo, Orlando Morais e muitos outros, é motivo de orgulho para os goianos. “São campeões de audiência, admirados e amados no País inteiro, o que coloca Goiás como grande produtor de música popular”, argumenta. Na opinião do escritor e compositor Bariani Ortencio, só faz sucesso quem é bom. No Brasil existem mais de 6 mil duplas sertanejas e destas poucas conseguem se destacar. O escritor não se surpreende com o sucesso das duplas goianas. “A música sertaneja nasceu no Corredor das Bandeiras, formado pelo Norte de São Paulo, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás e por sorte nossos cantores sempre estiveram entre os melhores do gênero no País”, ressalta.
Patrimônio Histórico-Cultural Goiás: Patrimônio da Humanidade Cidade pacata, que preserva e cultiva sua tradições, Goiás, antiga capital do estado ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco no dia 27 de junho de 2001 e comemorado por toda a população vila boense. A avaliação dos técnicos da Unesco baseou-se em dois dos cinco critérios adotados: o sítio foi considerado relevante para o período histórico que representa (critério II) e é um exemplo da ocupação humana na região (V). Este é o nono conjunto a conseguir o título no Brasil. Para Cristina Portugal, chefe da divisão técnica da 14 a Superintendência Regional do Iphan, o primeiro ganho da cidade foi o aumento na auto estima dos moradores. “O processo de restauração envolveu a todos, parece que a cidade se apropriou dela mesma”, diz. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional desde 1978, a cidade vem passando por diversas reformas ao longo dos últimos anos, numa tentativa de manter intacto seu as pecto colonial e oferecer melhor infraestrutura a moradores e turistas.
Destacam-se a restauração das igrejas Sta. Bárbara e Matriz de Santana e do Museu Arte Sacra, além da retirada de postes e os elétricos, agora subterrâneos, e da elaboração de inventários dos bens culturais da cidade. Goiás possui cerca de 485 imóveis tombados, numa área urbana de 40,3 ha, e 1.200 bens móveis, como obras de arte e mobílias. Atualmente estão em andamento obras de saneamento básico em toda a cidade e a colocação de placas turísticas pelo centro histórico. Goiás foi uma das cidades escolhidas na primeira fase do Projeto Monumenta, que nancia a recuperação de sítios tombados por meio de empréstimos junto ao BIRD (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Cerca de R$ 1,9 milhões devem ser destinados à cidade, que deve investi-los na restauração de monumentos, como o Antigo Mercado, o Matadouro e Quartel XX, e na recuperação da área do rio Vermelho. Pro prietários de imóveis tombados poderão conseguir empréstimos para reformar suas casas.
Outros, como Arábia Saudita, Argentina, Brasil, Rússia, Suécia e Turquia, terão de realizar um ajuste de igual magnitude nas despesas públicas, sem elevar a tributação. Os acertos mais severos, superiores a 6% do PIB, caberão a Estados Unidos, Espanha, França, Índia, Irlanda, Japão, Portugal e Reino Unido, e envolverão tanto o corte de gastos quanto o aumento da carga tributária. Alemanha, Áustria, China e Itália também terão de mexer em receita e despesa, mas para uma correção menor, na faixa de 3% a 6% do PIB. Todos os países, segundo o FMI, terão de cuidar dos gastos vinculados ao envelhecimento médio da população. De modo geral, será preciso combinar objetivos econômicos e sociais na reestruturação scal. Alguns deverão elevar a proporção dos investimentos. É esse, obviamente, o caso brasileiro. Certos critérios sugeridos, como o da eciência, podem ser óbvios, mas nem por isso irrelevantes. Também esse item vale para o Brasil, onde pouco se leva em conta a produtividade do serviço público. Neste momento, a situação scal do Brasil é mais conATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS DO BRAfortável que a da maior parte dos países desenvolvidos. Mas SIL, ESPECIALMENTE DO ESTADO DE GOIÁS essa vantagem será bastante reduzida, e até perdida, se as contas públicas continuarem a deteriorar-se. ECONOMIA NO BRASIL E EM GOIÁS O corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, é meramente conjuntural e programado para combater o suO Brasil Na Arrumação Global peraquecimento da economia em 2010. Será preciso ir muito O Brasil superou sem grande estrago a crise mundial dos além e mudar os critérios da gestão scal para se produzir um últimos dois anos e está suportando bem, até agora, os pro- ajuste compatível com os desaos dos próximos anos. blemas causados pela insolvência grega e pela insegurança na Europa. Mas o País precisa preparar-se para um longo e MEDIDA PROVISÓRIA QUE ALTERA REGRAS DA POUPANÇA É PUBLICADA penoso ajuste do mundo rico. As economias mais avançadas terão de apertar o cinto, nos próximos 10 anos, para conter o desastroso crescimento Foi publicada dia 04/05/2012 no “Diário Ocial da de sua dívida pública, estimada em mais de 100% do PIB em União” a medida provisória editada pelo governo federal 2014. Essa proporção será 36 pontos maior do que antes da que altera as regras da poupança. Segundo a nova resolução, crise iniciada com o estouro da bolha de crédito em 2007. quando a taxa básica de juros for de 8,5% ao ano ou menor, Todos os países precisarão de algum ajuste nos próxi- o rendimento da caderneta será xado em 70% da taxa Selic. mos anos, porque todos enfrentarão problemas scais mais A mudança só vale para os depósitos que forem feitos a partir graves que os dos últimos anos. O maior ajuste caberá aos desta sexta. mais desenvolvidos. Entre 2007 e 2010, seu décit primário Com a alteração, o piso histórico de remuneração da - o resultado das contas públicas antes do pagamento de ju- mais tradicional modalidade de investimentos do país, de pelo ros - aumentou em média 7,5 pontos de porcentagem do PIB, menos 6% ao ano, que é assegurada desde 1861, poderá cair segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). nos próximos meses, já que há uma tendência de queda na A maior parte desse aumento foi consequência da crise, taxa de juros, hoje em 9% ao ano. Desde 1991, a poupança mas os problemas scais vinham crescendo também por ou- rende ao menos 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais TR. tros problemas, como o desajuste na Previdência e nos proO texto publicado diz que as instituições nanceiras gramas de saúde. Para essas economias, os técnicos do FMI cam obrigadas “a segregar, do saldo dos depósitos de poupanesboçaram um longo programa de correção, desenhado para ça efetuados a partir da data de entrada em vigor desta Medida reduzir a dívida bruta, por volta de 2030, a 60% do PIB. Para chegar lá, terão de realizar a parte mais dura da arrumação Provisória, o saldo dos depósitos de poupança de que trata até a metade do caminho, em 2020. Isso envolverá um ajuste o artigo 2º”. “Os demonstrativos de movimentação da conta equivalente a 8,75% do PIB no resultado primário das contas de poupança evidenciarão ao titular da conta, de modo claro, públicas. O cálculo foi feito com base em contas nacionais preciso e de fácil entendimento, os saldos segregados”, arma estimadas pelo critério da paridade de poder de compra e não o texto da medida provisória. Ainda de acordo com o texto, “a instituição nanceira pelo câmbio ocial. deverá disponibilizar o primeiro demonstrativo no prazo de As economias emergentes foram afetadas na crise, mais pela redução da receita scal do que pela concessão de incen- até 30 dias contado da data de entrada em vigor da medida tivos. Estão, de modo geral, em melhores condições do que os provisória”. “As instituições nanceiras deverão adotar procedimen países mais desenvolvidos. Necessitarão, em média, de uma arrumação equivalente a apenas 2,75% do PIB, até 2020, para to interno que assegure remuneração e evolução corretas dos alcançar, em 2030, uma dívida bruta correspondente a 40% saldos dos depósitos de poupança sob sua responsabilidade, podendo o Banco Central do Brasil requerer, a qualquer moda produção. Alguns países, como Indonésia e México, precisarão ba- mento, informações sobre o procedimento adotado e sobre a sicamente de um moderado aumento de impostos - inferior a remuneração e evolução dos referidos saldos”, dene a me3% do PIB - para fortalecer suas contas. dida.
Não podemos desconsiderar a importância e o potencial econômico de Goiás, graças às dimensões do seu PIB e sua Quem fechar contrato de nanciamento habitacional posição geográca e populacional, mesmo levando em concom a Caixa Econômica Federal a partir do dia 04/05 terá sideração os desaos a serem enfrentados para reduzir suas direito a taxas de juros mais baixas. A redução nas taxas do desigualdades sociais. Observando o crescimento da econocrédito imobiliário foi anunciada pelo banco. mia goiana em 2011, segundo dados divulgados pela Segplan, Imóveis que custam até R$ 500 mil e nanciados dentro percebemos que ele foi de 4,7%, um ritmo considerado mais do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) terão a taxa reduzida de 10% para 9% ao ano. Clientes da Caixa que tiveram forte que o brasileiro (2,7%), mesmo em um cenário recessivo conta-salário no banco pagarão uma taxa mais baixa, de 7,9% mundialmente. Este dado é importante porque coloca o Estado de Goiás ao ano. No caso de imóveis que custam mais de R$ 500 mil e em uma trajetória de crescimento de quase o dobro da mésão nanciados fora do SFH, os novos juros vão variar de 9% dia nacional, o que se traduz no fortalecimento da produção ao ano (para clientes com conta-salário) a 10% anuais (para e da qualidade de vida dos goianos. Foi estimado para 2011 os demais). Antes, eram de 11% anuais para todos os clientes. um PIB de R$ 103,5 bilhões, decorrente, principalmente, da Quem já tem nanciamento com a Caixa não será beneciado. estabilidade macroeconômica do Estado e de uma gestão de política pública que criaram ambiente altamente favorável aos (05/2012) AÇÕES DA PETROBRAS E DA VALE TÊM empresários que investiram mais de R$ 10 bilhões na econoFORTE QUEDA mia goiana só no ano passado. Como resultado, dados do Cadastro Geral de EmpregaAs ações da Petrobras (PETR3)(PETR4) e da Vale dos e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e (VALE3)(VALE5) operaram com forte queda no dia 04/05. A ação preferencial da Petrobras (PETR4) tinha queda de Emprego, no ano de 2011, mostram que Goiás gerou 68.053 4,21%, a R$ 20,50, e a ordinária (PETR3) tinha baixa de novas colocações com registro em carteira assinada. Esse indicador representa um acréscimo no estoque de empregados 4,57%, a R$ 21,32. A ação preferencial da Vale (VALE5) tinha queda de de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, supe3,23%, a R$40,20, e a ordinária (VALE3) recuava 3,39%, rior ao acréscimo nacional, que foi de 5,4%. Interessante que a R$ 41,31. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice de essa geração de empregos se deu praticamente em quase todos ações da Bolsa paulista, tinha queda de 1,69%. municípios e segmentos produtivos, com destaque para as atiA desvalorização dos papéis da Petrobras acontece após vidades de serviços, comércio, indústria de transformação e a empresa ter anunciado queda na produção de petróleo no construção civil. Brasil em março e com o forte recuo das cotações da commoEnquanto há uma forte discussão sobre o processo de dity no mercado internacional. desindustrialização da economia brasileira, principalmente No caso da Vale, a queda acontece porque a Justiça can- decorrente da entrada de produtos estrangeiros que são favocelou uma decisão que favorecia a mineradora em um proces- recidos pela queda do valor do dólar, percebemos que a ativiso de R$ 30 bilhões contra a Fazenda Nacional. dade industrial goiana resiste bem a este processo. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística Processo de R$ 30 bilhões contra a Vale (IBGE), a expansão da atividade industrial em Goiás em 2011 A maior produtora de minério de ferro do mundo trava foi de 6,2%, enquanto a produção brasileira cou praticamenna Justiça uma disputa contra a Fazenda Nacional, em proces- te estabilizada em 0,3%. Crescimento forte da indústria quase sempre se traduz sos que poderiam resultar em cobrança total de cerca de R$ 30 bilhões. A decisão do STJ cancelou uma medida cautelar em bom desempenho no comércio. Dados também do IBGE obtida pela Vale em 14 de março. mostram que o comércio goiano em 2011 aumentou 7,4%, superior à média nacional, que foi de 6,7%. As ações procícli“A Vale adotará todas as medidas para assegurar seu cas de crescimento econômico tomadas pelo Banco Central, direito de defesa. Seguimos conantes em noss os argumentos como a redução da taxa de juros Selic, além de neutralizar os e continuaremos a apresentar os recursos cabíveis até que grandes efeitos da crise, reforçaram a conança do consumiocorra o julgamento do mérito da defesa apresentada pela dor na economia. O aumento da renda real e a redução da taxa Vale”, disse a empresa em comunicado. de desemprego do trabalhador contribuíram para a manutenção do uxo de vendas. A Vale ressalta que a “apresentação de garantia não reA possibilidade de a economia goiana continuar cres presenta perda ou derrota judicial”, sendo uma “etapa para o cendo acima da média nacional depende fundamentalmente início da discussão judicial das cobranças”. de suas transformações estruturais. Transformações estas que passam pelas políticas atuais acertadas de diversicação da DESEMPENHO DA ECONOMIA GOIANA produção, incorporação de mais ciência, tecnologia e inovaSabemos que o mundo anda em uma velocidade muita ção aos nossos processos produtivos e de boas práticas de rápida no que diz respeito a indicadores econômicos. Atual- gestão pública. mente, apenas São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Ceará e Minas Gerais calculavam o PIB trimestralmente. Tivemos (06/2012) ENQUANTO O PIB DO BRASIL DERRAPA, A a grata satisfação de ver, de forma inovadora, a Secretaria de ECONOMIA GOIANA CRESCE Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan) não só divulgar os Apesar dos dados divulgados sobre o PIB (Produto Incálculos do PIB trimestral goiano, como também promover terno Bruto) Brasileiro ter crescido os modestos 0,8% durante uma redução temporal indispensável neste indicador, o que é fundamental para a tomada de decisão empresarial ou gover- este último 1º trimestre de 2012, o Estado de Goiás se sobressaiu. namental. (04/05/2012) CAIXA CORTA JUROS DA CASA PRÓPRIA
O PIB Goiano do primeiro trimestre de 2012 teve um crescimento de 6,6% comparado a atividade ao ano anterior. A Produção Goiana do período foi de R$ 25,2 bilhões. Esse número expressivo foi impulsionado principalmente pelo impressionante crescimento de 9,7% do PIB Agropecuário Goiano.
Destaques do PIB do Agronegócio Enquanto o PIB do Agronegócio Brasileiro amargou uma queda de -8,5% por conta do período de seca no Sul e no Nordeste, o Agronegócio Goiano foi bastante positivo, beneciado pelos seguintes pontos: • Houve um Incremento de 9,5% nas lavouras temporárias; • Aumento de produtividade nos principais produtos; • A Expectativa de crescimento da safra 2012 de soja é de 7%, a de milho deve crescer 34% e o feijão aproximadamente 20%. Cana de açúcar e sorgo deverão ter retração de -2,2% e -16% respectivamente; • O crescimento da pecuária foi de 3,8%; • No comércio exterior, a atividade vem conquistando novos mercados. Para se ter uma ideia, de toda exportação goiana, 74% é proveniente do agronegócio. Desde 2007 o PIB do Agronegócio Goiano tem tido um crescimento médio de 8,9% ao ano. Já o Estado de Goiás tem um crescimento médio de 5,8%. Para o futuro, podemos esperar um cenário positivo para o agronegócio pois há sinais de aumento da demanda no mer cado interno e externo, especialmente de soja e seus subprodutos.
(10/2012) 13º SALÁRIO DEVE INJETAR R$ 3 BILHÕES NA ECONOMIA DE GOIÁS, DIZ DIEESE Até dezembro de 2012, deverá ser injetado cerca de R$ 3 bilhões na economia goiana, referente ao 13º salário, segundo estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Este valor será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos; aos beneciários da Previdência Social, e para aposentados e beneciários de pensão. O montante equivale à aproximadamente 2,3% do total do Brasil e 27,4% da Região Centro-Oeste. Representa em torno de 2,6% do PIB estadual, estimado em 117.3 bilhões. De acordo com o economista Adriano Dias de Oliveira, a entrada do 13º na economia, gera principalmente pontos positivos, mas também negativos. "Por um lado o salário gira dinheiro para a economia, em especial no comércio, por outro, provoca aumento nos preços e consumismo elevado", diz. O total de pessoas que receberá o 13° no Estado foi estimado em 2.157.717. O número corresponde a 2,7% de todos que terão o benefício no País. Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatuários equivalem a 70,7%, pensionistas e aposentados do INSS representam 29,3% e o emprego doméstico com carteira assinada é responsável por 3,3%. Os empregados formalizados do Estado receberão 78,8% (R$ 2,4 bilhões) e os beneciários do INSS, 16,1% (R$ 491 milhões). Já os aposentados e pensionistas do Estado do Regime Próprio carão com 5,1% (R$ 156,4 milhões). Para a supervisora técnica do Dieese do Estado de Goiás, Leila Brito, o recebimento do salário adicional no nal do ano aquece o consumo do Estado. "O décimo terceiro salário tem a possibilidade de impulsionar o crescimento econômico, principalmente neste momento de economia desaquecida" atesta.
PIB da Indústria BRASIL A Indústria Goiana também não cou atrás. Cresceu 9,8% no 1º trimestre de 2012 enquanto que a Indústria Brasileira cou praticamente estável, com um crescimento de 0,1%. Aqui o destaque ca para a o setor industrial químico e farmacêutico, cimento e indústria alimentícia. A diversicação da indústria goiana colaborou com o bom número pois não foi impactada por quedas em alguns setores especícos. Para o futuro, devemos manter esse bom número pois o destino dos produtos goianos é direcionado ao mercado in terno.
Serviços O setor de serviços goiano cresceu menos que a Agropecuária e a Indústria, mas também os resultados foram bastante satisfatórios. Enquanto o Brasil cresceu 1,6% neste setor, o PIB Goiano desse setor econômico foi de 4,5%. • Principais destaques: Segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria (35,1%) • Hipermercados e supermercados (10,5%) • Segundo a Segplan/Sepin GO na Pesquisa Mensal do Comércio, o crescimento do 1º trimestre de 2012 foi de 8,1%.
O País receberá o total de R$ 131 bilhões a título do 13º salário. O valor representa aproximadamente 2,9% do PIB do Brasil. Cerca de 80 milhões de brasileiros serão beneciados, número 2,5% superior ao calculado em 2011. Estima-se que dois milhões de pessoas passarão a rece ber o benefício neste ano. O aumento do número se dá por pessoas que requereram aposentadoria ou pensão, se incorporaram ao mercado de trabalho ou ainda tiveram o seu vínculo empregatício formalizado. A parcela mais expressiva do 13º salário (15,1%) cará no Sudeste, região que concentra a maior parte dos trabalhadores, aposentados e pensionistas. Depois, vem a Região Sul que receberá 15,5% do total, em seguida Nordeste, 15,3%, enquanto ao Centro-Oeste serão destinados 8,5% e Norte 4,6%. Os beneciários da União respondem por 4,9% do total e podem viver em qualquer região. Brasília deverá receber o maior valor médio para o 13º, R$ 3.171, e o menor será aos Estados do Maranhão, R$ 1.030 e Piauí, R$ 1.010. Em nível nacional, a maior média do salário deve ser paga para os trabalhadores do setor de serviços, correspondente a R$ 2.199; o setor industrial vem em segundo lugar com R$ 2.077. Já para o setor formal será pago em média R$ 1.926, e a menor média foi vericada entre os trabalhadores do setor primário da economia, R$ 1.078.
POLÍTICA NO BRASIL E EM GOIÁS
FICHA LIMPA Lei já vale para eleições de 2012
DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947, é formada em economia. Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chea do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT para se candidatar à Presidência da República na eleição presidencial, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de governo, em toda a história do Brasil. Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe militar. Integrou organizações que defendiam a luta armada contra os militares como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR- Palmares). Passou quase três anos presa, entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de tortura, e, posteriormente, no De partamento de Ordem Política e Social (DOPS). Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988, no governo Alceu Collares. Se liou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001. Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Em 2009, foi incluída entre os 100 brasileiros mais inuentes do ano, pela revista Época e, em novembro do ano seguinte, a revista Forbes classicou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo. Em 2011 estava incluida na lista das 100 personalidades mais inuentes do planeta pela revista Forbes.
GOVERNO DILMA ROUSSEFF O Governo Dilma Rousseff é um termo informal que corresponde ao período da história política brasileira que se inicia com a posse de Dilma Vana Rousseff à presidência, em 1 de janeiro de 2011, em sua primeira tentativa de chegar ao cargo presidencial, após derrotar o candidato do PSDB, José Serra, nas eleições de 2010, com 56,05% dos votos válidos, em segundo turno. O período é marcado por fato histórico, pois representa a primeira vez que uma mulher assumiu o poder no Brasil no posto mais importante do país. Dilma Rousseff fazia parte do Governo Lula, tendo sido Ministra de Minas e Energia e, mais tarde, Ministra-Chefe da Casa Civil do Brasil. Sua estada na presidência está prevista até o dia 1 de janeiro de 2015, podendo se estender por mais quatro anos, caso se candidate novamente e consiga se reeleger na eleição de 2014.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no último dia 16 de fevereiro, que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e que valerá para as eleições municipais deste ano. O resultado do julgamento pôs m a quase dois anos de batalhas jurídicas para que a lei pudesse vigorar no país. A Ficha Limpa tornou mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem. Por sete votos a quatro, o Supremo aprovou a aplicação integral da nova legislação, que terá, inclusive, alcance para condenações anteriores a 4 de julho de 2010, data em que foi sancionada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Diferente da maioria das leis – que são elaboradas pelos próprios congressistas – a Ficha Limpa surgiu por iniciativa popular. O projeto contou com a assinatura de mais de 1,6 milhão de brasileiros, e foi a pressão do povo que fez com que fosse votado e aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Na ocasião, a proposta de mudança na legislação eleitoral foi comemorada como uma vitória da democracia. A Ficha Limpa era vista como um mecanismo de combate à corrupção política no Brasil. Na prática, porém, nem tudo estava resolvido. Alguns pontos da nova lei se chocavam com a Constituição Federal, como o princípio de anuidade e o princípio da inocência presumida. Em casos assim, cabe ao STF julgar a legitimidade. Mas enquanto o STF não se pronunciava, permaneciam incertezas. Em 2010 foram eleitos presidente, governadores, deputados e senadores. Ao todo, 149 candidatos foram impedidos de tomar posse devido a condenações judiciais, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 23 de março do ano passado, o STF se pronunciou quanto ao princípio da anuidade. De acordo com a Constituição, qualquer mudança na legislação eleitoral só é válida se for promulgada um ano antes das eleições. Como a Ficha Limpa havia sido sancionada naquele mesmo ano, os ministros do Supremo decidiram que a lei só valeria para 2012. Como resultado, os candidatos barrados tiveram o direito de assumir as vagas. Isso alterou as bancadas no Congresso Nacional e em Assembleias Legislativas dos Estados. No Senado, por exemplo, Jader Barbalho (PMDB-PA), que havia renunciado em 2001 para evitar a cassação, pode tomar posse no lugar de Marinor Brito (Psol-PA). Faltava ainda a palavra nal do Supremo a respeito de recursos que questionavam outros aspectos da constitucionalidade da lei.
Moral Os ministros do STF primeiro discutiram se a Ficha Lim pa não contrariava o princípio da inocência, previsto do artigo 5º da Constituição e aplicado ao direito penal. Este artigo arma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Trânsito em julgado é uma expressão judicial que se aplica a uma sentença denitiva, da qual não se pode mais recorrer. Em geral, ocorre quando já se esgotaram todos os recursos de apelação. Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o STF.
Antes de a Ficha Limpa entrar em vigor, de acordo com a Lei Complementar nº 64, de 1990, somente quando esgotados todos esses recursos o político que responde a processo poderia ser impedido de se candidatar. A lentidão do andamento de processos, que levam até uma década para serem concluídos, acabava beneciando políticos corruptos. Já a Ficha Limpa impede a candidatura por oito anos de políticos condenados por um órgão colegiado (com mais de um juiz, como o Tribunal de Justiça), que tiverem mandato cassado ou que tiverem renunciado para evitar a cassação (como no caso do senador Jader Barbalho). Os ministros do Supremo entenderam que a inocência presumida se restringe ao direito penal, ou seja, ela não se aplica às leis eleitorais. Em geral, os ministros do STF basearam a decisão no princípio constitucional da moralidade administrativa. Eles consideraram que o histórico ético de um candidato é fundamental para evitar casos de corrupção na política brasileira. O consenso sobre isso é que, independente da lei, a melhor forma de excluir maus políticos, num regime democrático, ainda é a consciência do cidadão.
(03/2012) PR ROMPE COM DILMA E VAI PARA A OPOSIÇÃO Os senadores do PR decidiram encerrar as negociações com o Planalto para indicar o ministro dos Transportes e, imediatamente, romperam com o governo passando a ser oposição. O PR tem 7 dos 81 senadores e, desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu, no ano passado, votou alinhado com o Planalto. A crise entre o partido e Dilma começou com a queda de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, em julho passado. A presidente decidiu manter o secretário-executivo, Paulo Passos, na titularidade da pasta e delegou à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a negociação com o PR sobre a indicação de um novo nome do partido. Durante o período de negociações, o líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), reuniu-se dezenas de vezes nos últimos meses com Dilma e Ideli para tentar buscar entendimento. Chegou a ser convidado para o cargo, mas não aceitou.
Atritos A saída do PR, primeiro do governo e, agora, da linha independente que vinha seguindo desde a queda de Nascimento, piora a situação de Dilma no Congresso. A presidente enfrenta descontentamentos generalizados nas bancadas aliadas. O rompimento do PR com Dilma acontece um dia após o governo ocializar a troca dos líderes da Câmara e do Senado. Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu a liderança na Câmara no lugar de Cândido Vaccarezza (PT-SP) e, no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) entrou no lugar de Romero Jucá (PMDBRR). As trocas ocorreram após uma rebelião na base aliada no Senado, quando os senadores rejeitaram o nome de Bernardo Figueiredo para diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), indicação pessoal de Dilma. Ocialmente, o Planalto argumenta que as mudanças são motivadas por um sistema de rodízio que a presidente quer im plementar.
09/03/2012 MUDANÇAS NO PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA, MINHA VIDA DIVIDE OPINIÕES Em edição extraordinária do Diário Ocial no Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma Rousseff anunciou mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida que favorecem as chefes de família. A propriedade da residência adquirida por meio do programa ca obrigatoriamente com as mulheres em caso de divórcio ou de dissolução de união estável. A mudança será válida para os favorecidos pelo programa que têm renda de até R$ 1,6 mil, faixa na qual o governo subsidia a maior parte do valor da casa. A decisão, que será im plementada por meio de medida provisória, tem apenas duas exceções: nos casos em que a guarda dos lhos car exclusivamente para o marido, é o homem quem tem a garantia da residência. E, quando o contrato envolver recursos do FGTS, a regra também não valerá.
(03/2012) TRAGÉDIA NA ANTÁRTIDA Base tem importância científca e política para o Brasil
Dois militares brasileiros morreram em um incêndio ocorrido na madrugada de 25 de fevereiro que destruiu 70% da Estação Antártica Comandante Ferraz, base cientíca administrada pela Marinha. A estação funcionava há 28 anos como polo de pesquisa e posto avançado que marca a presença do país no continente gelado. Era como uma pequena cidade, construída numa área de 2,6 mil metros quadrados e com capacidade para abrigar até 100 pessoas. Atualmente, 59 cientistas, militares e civis, tra balhavam no local, onde são realizadas pesquisas importantes sobre biodiversidade marinha e mudanças climáticas. Havia laboratórios, dormitórios, cozinha, biblioteca, enfermaria, sala de lazer e esportes, ocinas e instalações técnicas. O incêndio começou na praça de máquinas, onde cam os geradores de energia, e se espalhou rapidamente pela estação. O sargento Roberto Lopes dos Santos e o subocial Carlos Alberto Vieira Figueiredo morreram enquanto tentavam combater o incêndio. Outro militar cou ferido sem gravidade. Os demais ocupantes foram transferidos para a base chilena Eduardo Frei. A pesquisa cientíca na Antártida é necessária, mas sem pre envolve riscos. O que poucas pessoas sabem é que um dos maiores perigos nas estações é o de incêndios. O continente antártico possui a maior reserva de água doce do mundo, mas em estado sólido (neve e gelo), dicultando o combate ao fogo. Além disso, o clima no local é seco e com ventos de até 100 km/h, o que favorece a propagação das chamas. Com a destruição das instalações, boa parte do material e equipamentos de pesquisas foi perdida. “O grau exato do que aconteceu ainda precisa ser objeto de perícia, mas a avaliação é de que realmente perdeu-se praticamente tudo”, disse o ministro da Defesa, Celso Amorim. Segundo ele, a reconstrução deve levar dois anos.
Deserto de gelo A Antártida (ou Antártica) é um dos menores continentes do mundo, com 14 milhões de quilômetros quadrados de superfície. A despeito disso, possui extensão superior a países como Brasil, China e Estados Unidos.
Localizado no Polo Sul, o continente antártico é um imenso deserto de gelo, com exceção de algumas regiões montanhosas. É também o continente mais frio, seco e com as maiores altitudes e maior incidência de ventos no planeta. Na Antártida foi registrada a temperatura mais baixa do mundo: -89,2 °C. Em média, a temperatura anual na costa é de -10 °C, e no interior, -40 °C. Os dias e as noites duram meses no verão e no inverno. Em razão dessas condições adversas, não há habitantes. Apenas grupos de pesquisadores e militares ocupam bases polares, cuja população oscila entre mil no inverno a quatro mil no verão.
Tratado internacional O incidente na estação Comandante Ferraz tem conse quências cientícas e políticas para o Brasil.
Os trabalhos dos cientistas na Antártida ajudam a entender os impactos ambientais da poluição provocada pelo homem no clima da Terra e na fauna marinha. Tudo o que acontece na Antártida tem reexos no resto do planeta, e vice-versa. Foi naquele continente que surgiram descobertas importantes como o efeito estufa, o aumento da temperatura global e a elevação do nível dos oceanos. Se, por um lado, a realização de pesquisas não depende da base que foi destruída – pois também são feitas em navios oceanográcos de apoio e acampamentos –, a estação, contudo, é vital para abrigar os cientistas durante o inverno antártico. A presença brasileira na Antártida, garantida pela estação, é ainda essencial por questões políticas. O continente não tem dono e nenhum governo. Como não possui nativos e há divergências sobre quem o descobriu, vários países reivindicavam a posse, entre eles a Argentina, o Chile, a França e o Reino Unido. Para resolver isso foi criado o Tratado da Antártida. O documento foi assinado em 1º de dezembro de 1959 por 12 países, incluindo as duas superpotências da época, os Estados Unidos e a ex-URSS. Por meio dele, as nações se comprometeram a suspender as reivindicações de posse para permitir a exploração cientíca e proibir qualquer tipo de operação militar no território. Atualmente, cerca de 20 países possuem bases na Antártida, entre elas a brasileira, instalada em fevereiro de 1984. A manutenção do posto, desse modo, atende aos interesses do Brasil no continente e as diretrizes da comunidade internacional de conservação da neutralidade política, preservação ambiental e estímulo à cooperação cientíca.
CASO CACHOEIRA ENTRA PARA A REDE DE ESCÂNDALOS O caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro sob acusação de comandar uma máa de caça-níqueis no Centro-Oeste, passa a integrar a partir de hoje a Rede de Escândalos. O caso mais recente nasceu de uma operação da Polícia Federal, a Monte Carlo, que revelou a ampla rede de conexões que o empresário do jogo mantinha no Congresso, tanto na oposição como na base aliada. O senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) foi o primeiro atingido. Uma série de gravações apontou que um dos mais combativos políticos do Congresso usava sua inuência e credibilidade para defender os negócios de Cachoeira em troca de ricos presentes.
Além do senador, as escutas da PF complicaram deputados de pelo menos seis siglas (PT, PSDB, PP, PTB, PPS e PCdoB), dois governadores (o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e o tucano Marconi Perillo, de Goiás) e a Delta, de Fernando Cavendish, empreiteira com maior número de obras no PAC. O volume de indícios levou à abertura de um inquérito no Supremo e à instalação de uma CPI no Congresso.
(04/2012) MARCHA CONTRA A CORRUPÇÃO PEDE A SAÍDA DE MARCONI PERILLO, EM GOIÂNIA Passeata terminou em tumulto entre a PM e grupo que tentou pichar o TRE Manifestantes foram às ruas do Centro de Goiânia em
passeata do "Dia de Basta a Corrupção" . Cerca de 2 mil pes-
soas, de acordo com estimativa da Polícia Militar, protestaram devido ao envolvimento de políticos goianos apontado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e pediram a saída do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A passeata saiu da frente da Assembleia Legislativa e seguiu até a Praça Cívica, onde estão os palácios das Esmeraldas, residência ocial do governador, e Pedro Ludovico Teixeira, centro administrativo do governo de Goiás. Os manifestantes deram voltas na Praça Cívica. Vestidos de preto e com caras pintadas, eles seguravam cartazes e faixas com palavras de ordem com "Fora Marconi Perillo" . Em frente ao Palácio Pedro Ludovico, o grupo queimou um boneco representando o governador.
Confusão Mas o protesto acabou em confusão. Um grupo de pessoas começou a pichar as paredes do prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), localizado em frente à Praça Cívica. Policiais tentaram dispersar os pichadores e houve confronto com um deles, que chutou o carro da polícia e quebrou o vidro da porta. O jovem foi preso e levado para o 1º Distrito Policial. Cerca de 300 jovens foram para a porta de delegacia pedir a liberação do manifestante. Ele foi transferido para o 5º DP, onde registrou o boletim de ocorrência, e vai responder por crime de dano qualicado ao patrimônio público. Em nota, o governo do estado informou que "apóia e saúda o movimento nacional pela ética na política, por se guiar e pautar suas ações dentro deste princípio fundamental
da democracia" .
(10/2012) GOIÁS DEFINE DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO Os cinco princípios e as 20 diretrizes de políticas de desenvolvimento de Goiás foram eleitos durante o último dia de realização da 1ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional. Também foram escolhidos, via votação, os 12 delegados que vão representar o Estado na Conferência Macrorregional de Desenvolvimento Regional do Centro-Oeste, que está marcada para o mês de novembro. O evento prosseguiu em Goiânia, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, com a realização de grupos de trabalho para a discussão de quatro eixos temáticos: Governança, partici pação social e diálogo federativo; Financiamento do desenvolvimento regional; Desigualdades regionais e critérios de elegibilidade; e Vetores de desenvolvimento regional sustentável. Ao todo, 320 pessoas se inscreveram para participar da Conferência Estadual.
Os delegados eleitos representam o Poder Público, o segmento empresarial, a academia e a sociedade civil. São eles que vão defender a inclusão dos princípios e diretrizes de Goiás no documento nal da Conferência Macrorregional e, posteriormente, na edição nacional. A Conferência Estadual foi promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), em conjunto com o Ministério da Integração Nacional e o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Os cinco princípios de Goiás são os seguintes: fortalecer os sistemas regionais e estadual de inovação a partir de agenda estratégica de ciência, tecnologia e inovação, priorizando as vocações locais; o desenvolvimento regional deve priorizar a competitividade e adotar mecanismos compensatórios a m de corrigir distorções, buscando igualdade; combinação entre políticas “de baixo para cima” e políticas “de cima para baixo”, e atenção às políticas transversais e do meio ambiente; priorizar linhas de nanciamento para o desenvolvimento econômico e social da Ride (Entorno do DF); e respeito e valorização da diversidade territorial e do meio ambiente.
Diretrizes: A Conferência deniu ainda as 20 diretrizes que devem nortear a elaboração da política de desenvolvimento regional. São elas: extensão dos incentivos nanceiros e scais existentes no Norte e Nordeste para o Centro-Oeste; estruturar redes de Arranjo Produtivo Local (APL) para o fortalecimento e o adensamento de cadeias produtivas regionais selecionadas; criar novos mecanismos de incentivos scais, não como substitutos dos incentivos estaduais, mas como complementares a estes. Também são diretrizes estimular a criação de fóruns regionais/mesorregionais de natureza deliberativa, paritária entre a sociedade civil organizada e entes governamentais, respeitando a identidade dos Fóruns já consolidados; utilizar infraestruturas existentes (Secretaria de Ciência e Tecnologia, Federação das Indústrias e instituições de ensino superior) para multiplicar ações voltadas à inovação, com eventos da área de vocação; ampliar as iniciativas voltadas para facilitar o acesso a serviços nanceiros por parte das micro, pequenas e médias empresas e Arranjos Produtivos Locais (APLs); incluir o Nordeste Goiano na região do semiárido; criar avaliação de eciência e efetividade dos nanciamentos concedidos com relação à melhoria de emprego, renda e arrecadação nas localidades. Outras diretrizes são: promover a participação e coo peração dos segmentos da sociedade civil organizada para consolidar, monitorar e avaliar as políticas transversais de desenvolvimento sustentável por meio da educação; implantar programas de fortalecimento e desenvolvimento de fornecedores locais e regionais; estruturar os sistemas estaduais de desenvolvimento regional; dotar as regiões de mecanismos de promoção de pesquisa, extensão, inovação e capacitação de acordo com suas potencialidades; estruturar e/ou fortalecer redes estaduais de extensão tecnológica com foco em micro pequenas e médias empresas, valorizando a cultura empreendedora. Mais diretrizes: Destinar 30% do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) para atender os APLs; acesso à água (microbacias hidrográcas) para consumo humano e produção animal e vegetal; instituições de pesquisa, entidade de apoio em torno de temáticas estratégicas para o desenvolvimento sustentável nas redes da política nacional de desenvolvimento regional; fortalecer a economia verde, aproveitando amplamente suas possibilidades como mobilizadora e catalisadora de processos de desenvolvimento local e regional.
Completam as 20 diretrizes denir políticas de nanciamento que busquem a integração dos municípios que estão ao longo dos eixos que ligam os polos de crescimento; reforçar a dimensão territorial das principais políticas e planos federais e estaduais, respeitando as vocações e potencialidades dos polos de crescimento; consultar permanentemente as comunidades locais, para a identicação das necessidades e formulação das políticas públicas, através de fóruns e câmaras.
(10/2012) ALVO DE INVESTIGAÇÃO, DEMÓSTENES TORRES É SUSPENSO DO MP DE GOIÁS Processo administrativo disciplinar apura supostas violações de deveres funcionais em razão das condutas praticadas pelo senador cassado O senador cassado Demóstenes Torres foi suspenso do cargo de procurador de Justiça do Ministério Púbico de Goiás (MP-GO). Ele passou a ser alvo de um procedimento administrativo disciplinar para apurar “violação de deveres funcionais em razão de condutas reveladas pela Operação Monte Carlo”. Depois de ter seu mandato cassado em julho deste ano por manter relações estreitas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro sob suspeita de comandar um esquema de jogos ilegais, Demóstenes Torres retomou suas atividades como procurador de Justiça dias depois no Ministério Público goiano. Mas, nesse período, a Corregedoria Geral do MP-GO já havia instaurado uma reclamação disciplinar que agora foi transformada em investigação formal contra o ex-senador. Nesse período, segundo o MP-GO, fora coletados documentos junto ao Senado e à Procuradoria-Geral da República contra Demóstenes Torres.
POLÍTICA DE INOVAÇÃO Goiás investe forte em tecnologia. Por meio de seus agentes econômicos, políticos e sociais, o Estado atua em diferentes frentes para promover, além do desenvolvimento tecnológico e cientíco, a qualicação e especialização da sua mão de obra. Em suas maiores frentes de trabalho, o governo aposta em especial nos trabalhos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (Sectec) no sentido de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de Goiás. Hoje, o Estado conta com mais de 400 Redes de Pesquisas associadas à Fapeg nas áreas de Qualidade de Vida; Conhecimento e Expressão Humana; Infraestrutura e Processos Produtivos; Desaos Estratégicos e Políticas Públicas; Agronegócios, Desenvolvimento Rural e Fundiário; e Pesquisa Inicial e Fundamental, denidas na agência goiana de fomento à pesquisa. Por outro lado, a Sectec investe pesado em programas especícos fundamentados pela secretaria, em especial a contribuição à Rede Nacional do Projeto Genoma Brasileiro, ao Projeto de Qualidade na Cadeia de Fármacos, Programa Goiás Biodiesel e Projeto Mineração.
Desenvolvimento Regional O Estado aposta, também, no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) que fazem uso do planejamento regional para promover a cooperação entre capacidade produtiva local, instituição de pesquisa, agentes de desenvolvimento, poderes federal, estadual e municipal com vistas à dinamização dos processos locais de inovação.
Atualmente, existem 52 APLs distribuídos em 149 municípios do Estado de Goiás, sendo 22 APLs já consolidados e 30 em formação. A maioria (55%) se concentra no setor de agronegócio, seguidos pelas áreas de vestuário (17%) e mineral (6%).
POLÍTICA DE INCENTIVOS O Estado de Goiás não para de crescer. O governo tem investido profundamente na construção e consolidação de novos negócios de modo a beneciar desde o micro empresário até as grandes cadeias internacionais. Para isso, conta com uma série de programas de fomento à economia, que incentivam o empreendedorismo e a inovação, a exemplo do Banco do Povo, modelo de referência em geração de emprego e renda, por meio do nanciamento de máquinas, equipamentos e utensílios para o desenvolvimento do negócio próprio. Paralelo a isso, Goiás desenvolve programas especícos à indústria como o Produzir e o Funmineral, que além de incentivar a implantação, expansão ou revitalização de negócios, acreditam no potencial de desenvolvimento tecnológico sequente às cadeias por eles servidos. O Estado trabalha tam bém em parcerias com o governo federal para aplicar recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, gerando impactos dinâmicos na diversicação e modernização da estrutura produtiva. Mais ainda, desenvolve projetos de cooperação internacional para estimular a instalação de novos empreendimentos no Estado, ao passo que promove os produtos goianos na pauta de exportação brasileira para outros países.
Balança comercial As exportações goianas têm crescido acima da média brasileira nos últimos anos. Enquanto as vendas externas brasileiras cresceram 31,5% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, as de Goiás expandiram 36,3%, em um somatório de US$ 3,269 bilhões. As importações, por outro lado, em virtude da apreciação do real diante do dólar, somaram US$ 3,007 bilhões, crescimento de 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O saldo apurado no período, a partir deste cálculo, também se mostrou superior se comparado a 2010, apresentando um total de US$ 262,506 milhões.
SOCIEDADE BRASILEIRA E GOIANA (02/2012) MANIFESTO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO CAMPO As entidades: APIB, CÁRITAS, CIMI, CPT, CONTAG, FETRAF, MAB, MCP, MMC, MPA e MST, presentes no Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, realizado em Brasília, nos dias 27 e 28 de Fevereiro de 2012, deliberaram pela construção e realização de um processo de luta unicada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis. Considerando: 1) O aprofundamento do capitalismo dependente no meio rural, baseado na expansão do agronegócio, produz im pactos negativos na vida dos povos do campo, das orestas e das águas, impedindo o cumprimento da função socioam biental da terra e a realização da reforma agrária, promovendo a exclusão e a violência, impactando negativamente também nas cidades, agravando a dependência externa e a degradação dos recursos naturais (primarização).
2) O Brasil vive um processo de reprimarização da economia, baseada na produção e exportação de commodities agrícolas e não agrícolas (mineração), que é incapaz de nanciar e promover um desenvolvimento sustentável e solidário e satisfazer as necessidades do povo brasileiro. 3) O Agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na nanceirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais. 4) A crise atual é sistêmica e planetária e, em situações de crise, o capital busca saídas clássicas que afetam ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras com o aumento da exploração da força de trabalho (inclusive com trabalho escravo), su per exploração e concentração dos bens e recursos naturais (reprimarização), exibilização de direitos e investimento em tecnologia excludente e predatória. 5) Na atual situação de crise, o Brasil, como um país rico em terra, água, bens naturais e biodiversidade, atrai o capital especulativo e agroexportador, acirrando os impactos negativos sobre os territórios e populações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas. Externamente, o Brasil pode se tornar alavanca do projeto neocolonizador, expandindo este modelo para outros países, especialmente na América Latina e África. 6) O pensamento neodesenvolvimentista centrado na produção e no lucro, defendido pela direita e por setores de esquerda, exclui e trata como empecilho povos indígenas, quilombolas e camponeses. A opção do governo brasileiro por um projeto neodesenvolvimentista, centrado em grandes projetos e na exportação de commodities, agrava a situação de exclusão e de violência. Consequentemente não atende as pautas estruturais e não coloca a reforma agrária no centro da agenda política, gerando forte insatisfação das organizações sociais do campo, apesar de pequenos avanços em questões periféricas. Estas são as razões centrais que levaram as organizações sociais do campo a se unirem em um processo nacional de luta articulada. Mesmo reconhecendo a diversidade política, estas compreendem a importância da construção da unidade, feita sobre as bases da sabedoria, da maturidade e do respeito às diferenças, buscando conquistas concretas para os povos do campo, das orestas e das águas. Este é um momento histórico, um espaço qualicado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo por outras entidades e movimentos sociais, setores do governo, parlamentares, personalidades e sociedade em geral, uma vez que a agenda que nos une é uma agenda de interesse de todos e todas. APIB – Associação dos Povos Indígenas do Brasil CÁRITAS Brasileira CIMI – Conselho Indigenista Missionário CPT – Comissão Pastoral da Terra CONTAG – Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura FETRAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens MCP – Movimento Camponês Popular MMC – Movimento de Mulheres Camponesas MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Via Campesina Brasil
(04/2012) VALE: 3 TRABALHADORES MORTOS E NOVE FERIDOS
CENSO DEMOGRÁFICO REVELA QUE POPULAÇÃO FEMININA É MAIORIA EM GOIÁS
A Vale informou que no dia 30 de março uma árvore, ao cair, atingiu um ônibus que transportava empregados na Estrada do Manganês. O acidente deixou três mortos e nove feridos; aconteceu no Km 17 da rodovia que dá acesso à Mina do Azul, na Serra dos Carajás, município de Parauapebas, Pará. O acidente ocorreu, segundo nota da própria empresa às 00:40 e os acidentados, chegaram ao Hospital Yutaka Takeda, no Núcleo Urbano de Carajás, somente em torno das 09:00 às 10:00 Hs. Ou seja, as vítimas, caram agonizando por socorro que nunca chegava, em torno de 08:00Hs. Segundo informações de trabalhadores que estavam no ônibus acidentado, quando o socorro chegou, não tinham equipamentos adequados para resgatar os feridos mais graves, que estavam presos sob as ferragens. Os bombeiros da empresa não tinham “motosserra” e quando conseguiram faltou combustível no momento. O guindaste que levaram às 03:00 Hs para erguer a arvore, era sub-dimensionado em relação a capacidade de levantar o peso da árvore. Segundo informação de companheiros de serviço que estavam no local do acidente, as vítimas fatais, até às 07:00Hs, conversavam normalmente. Quando chegaram, tardiamente no Hospital, após 08:00Hs do acontecido, ainda deixaram cair da maca, o empregado Francisco (Chicão).
O Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do Censo Demográco de 2010. Conforme esta estatística, a população residente do Estado de Goiás é de 6.003.788 habitantes. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 1.000.560 pessoas em números absolutos, a taxa geométrica de crescimento da população no período foi de 1,84% ao ano. O crescimento da população cou acima da média nacional, que foi de 1,17% ao ano. Em termo de gênero, a população feminina é predominante em Goiás com diferença de 40.534, são 3.022.161 mulheres e 2.981.627 homens, o que resulta numa proporção de 98 homens para cada 100 mulheres. No Brasil, a proporção é de 96 homens para cada 100 mulheres. A capital goiana teve crescimento menor que o Estado. Goiânia em 10 anos passou de 1.093.007 habitantes para 1.302.001, um crescimento de 19,1%, com predominância da população feminina. A diferença é de 60.287, ou seja, são 681.144 mulheres e 620.857 homens. Os dados do Censo demográco de 2010 revelaram a continuidade do processo de diminuição do volume da po pulação rural em Goiás. Em 2000 a população rural era de 606.583, passando para 583.074, com queda de 3,9%, ante um recuo de 21,3% na comparação 2000/1991, revelando redução no êxodo rural. A população urbana em 2000 era de 4.396.645, passando para 5.420.714 habitantes, com um incremento de 1.024.069 habitantes.
ACIDENTE COM CÉSIO 137 - COMPLETA 25 ANOS
População residente, por sexo e localização - 2010. Especifcação
Total Homens Mulheres Urbana Rural
Brasil
Goiás
190.755.799 93.406.990 97.348.809 160.925.792 29.830.007
6.003.788 2.981.627 3.022.161 5.420.714 583.074
Fonte: IBGE Elaboração: SEGPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2011. Uma série de eventos realizados no mês de setembro relembrou os 25 anos do acidente com o césio-137. A tragédia que marcou a história do estado teve início no dia 13 de setembro de 1987, quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia, em um prédio público abandonado, no Centro de Goiânia, para vendê-lo. Dentro do objeto, havia uma cápsula contendo o metal radioativo césio-137, que provocou a contaminação de centenas de pessoas e a morte de quatro delas, número ocialmente reconhecido pela União e governo do estado. Palestras, exposições e exibição de lmes retrataram e discutiram, na capital e no interior de Goiás, o maior acidente radiológico do mundo, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O Centro Regional de Ciências Nucleares do CentroOeste (CRCN-CO), onde está o depósito denitivo dos re jeitos radioativos, em Abadia de Goiás, foi aberto à visitação. Quem foi ao local encontrou estandes com apresentação sobre medicina nuclear, educação ambiental e prevenção de acidentes com agentes químicos, biológicos e nucleares.
CRESCIMENTO DE EMPREGOS FORMAIS EM GOIÁS FICA ACIMA DA MÉDIA NACIONAL
Nos últimos 12 meses, Goiás cresceu 6,56% no nível de emprego, o maior aumento do Centro-Oeste, enquanto o Brasil cresceu 4,64% no contingente de empregados com carteira assinada do país. É o que revela o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.
O crescimento em 1,54% do número de empregos formais, de março para abril, em Goiás, deixou o Estado em primeiro lugar no ranking de expansão do número de assalariados celetistas. Os municípios com mais de 30 mil habitantes e que mais geraram emprego em Goiás foram Goianésia, Formoso e Morrinhos. Foram mais 17.146 novos postos de trabalho, distribuídos principalmente entre Indústria de Transformação (6.905 postos, devido ao desempenho da Indústria Química - 4.374 postos - e da Indústria de Produtos Alimentícios - 2.176 postos), Construção Civil (4.199 postos), Serviços (3.122 postos) e Agropecuária (2.300 postos).
TREMOR DE TERRA DE 2,7 PONTOS ASSUSTA MORADORES DA REGIÃO NORTE DE GOIÁS
Um tremor de terra assustou moradores da região norte de Goiás. O abalo foi sentido por moradores de Porangatu, Santa Teresa, Estrela do Norte e Mutunópolis. Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), este foi o terceiro tremor de terra no norte do estado em menos de dois meses e atingiu 2,7 pontos na escala Richter. O primeiro foi em São Miguel do Araguaia, no dia 31 março. Em 24 de abril, o epicentro foi em Estrela do Norte. Os moradores relataram que ouviram um estrondo semelhante a um trovão e, em seguida, sentiram a terra tremer. De acordo com o observatório, o fenômeno é resultado da acomodação de rochas em camadas profundas da terra, ocasionada por falhas geológicas localizadas na divisa de Goiás com o Tocantins.
LEI Nº 14.911, DE 11 DE AGOSTO DE 2004 Estabelece normas para a realização
de concurso público.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do art. 23. § 7°, da Constituição Estadual, decreta e eu promulgo a seguinte Lei: Art. 1° As provas de concursos públicos estaduais, além das matérias especícas de cada carreira, deverão conter questões atinentes à realidade étnica, social, histórica, geográca, cultural, política e econômica do Estado de Goiás. Art. 2° O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua publicação. Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 11 de agosto de 2004. Deputado CÉLIO SILVEIRA PRESIDENTE.
EXERCÍCIOS QUESTÃO 1 __________________________________________ Com base na formação econômica do estado de Goiás, julgue os itens. c A soja é um dos principais produtos que o Goiás tem ex portado nos últimos anos. d As minerações goianas têm demonstrado uma grande preocupação em não infringir a legislação ambiental. e A mineração Catalão é um empreendimento mineral de grande porte no estado de Goiás que apresenta uma signicativa produção de ligas de nióbio. f O amianto é um produto mineral que ainda não faz parte do quadro da indústria mineral de Goiás. QUESTÃO 2 __________________________________________ Com base na formação econômica do estado de Goiás, julgue os itens abaixo. c A AGH é uma agência criada pelo governo do Estado que está ligada ao setor habitacional no Goiás. d O dinamismo da atividade econômica no Goiás diminuiu na última década, reduzindo a demanda de calcário, cimento, argila, cascalho entre outros, provocando um retrocesso da atividade do setor de construção. e A variedade de jazidas de rochas ornamentais no Goiás tem sido um motivo para atrair os investidores interessados na produção mineral. f Nos municípios de Itaberaí e Campos Verdes encontramse reservas de esmeralda. QUESTÃO 3 __________________________________________ Julgue os itens. c A pecuária goiana não apresenta nenhum crescimento na década de 1990. d Entre 1990 e 2001 houve um crescimento no rebanho bovino. e Entre 1997 e 2001 houve um aumento no abate de cabeças suínas. f O rebanho goiano não inclui equinos. QUESTÃO 4 __________________________________________ Com relação a Goiânia, julgue os itens. c Goiânia foi fundada em 1933. d Goiânia é uma cidade planejada. e Na década de 60 foi criada em Goiânia o primeiro conjunto habitacional da cidade. f A cidade de Goiânia deverá atingir a marca de 500.000 habitantes no ano de 2007. QUESTÃO 5 __________________________________________ Em relação ao Coronelismo e o quadro político goiano, julgue os itens. c José Xavier de Almeida, Eugênio Rodriques Jardim e Antônio Ramos Caiado são nomes ligados ao período coronelista em Goiás. d Íris Resende foi o primeiro governador na fase da redemocratização em Goiás. e Marconi Perillo, candidato do PMDB, venceu as eleições para governador em 1998. f Íris Resende exerceu o seu segundo mandato como governador de Goiás no período de 1986 a 1990.
QUESTÃO 6 __________________________________________ Em relação ao regime militar de 1964, julgue os itens. c Houve uma intensa repressão política nessa fase. d Arthur da Costa e Silva é um presidente ligado a essa fase. e A ARENA foi uma aliança contra o governo criada por Ernesto Geisel. f O AI-5 foi criado com o instuito de reprimir a censura aos meios de comunicação.
Nas questões de 11 a 13 assinale apenas a alternativa correta.
QUESTÃO 7 __________________________________________ Em relação a Agricultura no Goiás, julgue os itens. c Entre 1990 e 2001 o arroz foi o produto que teve um aumento signicativo na agricultura goiana. d Um produto que merece destaque é o algodão herbáceo que registrou um impulso na agricultura goiana, sendo que a área plantada passou de 35.511 hectare para mais de 100.000 hectares em 2001. e A modernização agrícola no Goiás gerou problemas como os impactos no meio ambiente. f Os meios de transporte contribuíram para o desenvolvimento agrário goiano.
QUESTÃO 12 _________________________________________ Faz parte da região denominada Entorno do DF: c a cidade de Ipameri. d a cidade de Catalão. e a cidade de Novo Gama. f a cidade de Itumbiara.
QUESTÃO 8 __________________________________________ Julgue os itens abaixo. c
A cidade de Goiás é um importante centro histórico do
estado de Goiás. Caldas Novas, cidade turística de Goiás, possui uma com plexa estância hidrotermal que atrai turistas de todo país. e Pirenópolis é uma cidade de atrativos naturais, conhecida pelos espetáculos folclóricos das Cavalhadas. f A Chapada dos Veadeiros faz parte do roteiro ecoturístico do Goiás. d
QUESTÃO 9 __________________________________________ Julgue os itens. c Os municípios goianos que fazem parte do entorno do DF têm apresentado um forte crescimento populacional. d Os municípios que apresentam uma taxa de crescimento negativa são os que possuem a maior dinamização econômica. e Segundo o Censo Demográco de 2000, os municípios com maiores taxas de crescimento são os que apresentam a menor taxa populacional. f Águas Lindas de Goiás e Valparaízo são municípios que fazem parte do entorno do DF. QUESTÃO 10 _________________________________________ Julgue os itens. c A qualidade de vida nos grandes centros como Goiânia teve um aumento principalmente a partir da década de 70 e 80 e vem apresentando resultados cada vez melhores sem problemas, por exemplo, de infra estrutura. d O progresso urbano no eixo Goiânia-Brasília será concretizado com a construção do trem-bala que caria pronto em 2007, de acordo com o tratado rmado entre os governadores do Goiás e do Distrito Federal. e Cidades como Itumbiara, Catalão e Anápolis ainda não apresentam problemas como criminalidades e o abandono de crianças. f Goiânia possui um sistema de transporte coletivo em situação precária, sem nehuma identicação de modernidade.
QUESTÃO 11 _________________________________________ A transferência da capital de Goiás ocorreu: c da cidade de Goiás para Goiânia. d da cidade de Rio Verde para Goiânia. e da cidade de Cristalina para Goiânia. f da cidade de Caldas Novas para Goiânia.
QUESTÃO 13 _________________________________________ De acordo como censo de 2000 podemos armar: c que a população do Goiás superou a população de São Paulo. d que a população de Goiás ainda não ultrapassou o total da população do DF. e que a população de Goiás chegou a exatos 10 milhões e meio de habitantes. f que a população de Goiás atingiu uma marca entre 5 e 6 milhões de habitantes. QUESTÃO 14 _________________________________________ Em relação aos aspectos físicos de Goiás, julgue os itens. c O Goiás não faz fronteira com o Pará. d O Goiás limita-se ao sul apenas com Minas gerais. e O relevo goiano é caracterizado pelo intenso número de montanhas e eucalíptos. f O Goiás limita-se ao norte com o Tocantis. QUESTÃO 15 _________________________________________ O clima em Goiás apresenta duas estações bem denidas. São elas: c um verão seco e um inverno úmido. d um verão úmido e um inverno seco. e um verão úmido e um inverno chuvoso. f um verão chuvoso e um inverno úmido. QUESTÃO 16 _________________________________________ Em relação ao clima em Goiás podemos armar que: c as chuvas concentram-se no inverno. d o índice pluviométrico é maior entre os meses de maio e julho. e as temperaturas médias variam entre 60ºC e 35ºC. f o período seco em Goiás concentra-se entre os meses de maio e agosto. QUESTÃO 17 _________________________________________ Julgue os itens. c Goiânia é o município mais populoso de Goiás. d Entre 1992 e 2001 houve uma expressiva representatividade na encorporação de homens à PEA de Goiás, sendo que as mulheres apresentaram uma incorporação menor. e Anápolis destaca-se como um dos maiores polos industriais do Centro-Oeste. f A história do teatro de Pirenópolis está ligada à gura do lavrador Sebastião Pompeu de Pina.
QUESTÃO 18 _________________________________________ (UEG–IQUEGO/AUXILIAR INDUSTRIAL, AUXILIAR DE LABORATÓRIO E AUXILIAR DE MANUTENÇÃO–16.06.2002–QUESTÃO 11) Nos últimos anos, Goiás vem apresentando modicações na sua economia, com maior diversicação de atividades. Sobre a economia goiana, considere as seguintes proposições: I - A indústria farmacêutica, principalmente a de genéricos, localizada em Anápolis, tem seus produtos comercializados em todo o território nacional. II - A modernização da atividade agropecuária tem elevado a produção de grãos, carne e leite para o abastecimento interno e para a exportação em âmbito nacional e internacional. III- A atividade turística tem como suporte o rico patrimônio histórico, artístico e cultural das cidades históricas, assim como a exploração de recursos da natureza, como as águas termais e o ecoturismo. IV- A instalação de indústrias moveleiras, alimentícias e de confecção no interior tem contribuído para a ampliação do mercado de trabalho e a xação da mão de obra local. Marque a alternativa CORRETA. c Apenas as proposições I e III são verdadeiras. d Apenas as proposições III e IV são verdadeiras. e Apenas as proposições II e IV são verdadeiras. f As proposições I, II, III e IV são verdadeiras.
QUESTÃO 19 _________________________________________ (UEG–AGIR–NÍVEL MÉDIO–22.06.2002–QUESTÃO 26) Uma verdadeira invasão de areia, argila e outras partículas poluentes aconteceu no Rio Araguaia. Somente na década de 1990, na região próxima a Aruanã, a média de sedimentos depositada por ano no manancial foi de 8,85 milhões de toneladas. HAMN, Fabricia. Areia engole o Araguaia. O Popular, Goiânia, 7 de jun. 2002, p. 4.
Em relação ao processo de degradação do Rio Araguaia, pode-se armar que: I - o desmatamento para formação de lavouras e pastagens contribui para acelerar o processo erosivo tanto na nascente quanto em toda a extensão do rio; II - a chuva arrasta para o leito do rio partículas de argila, de substâncias poluentes, presentes no solo, como os agrotóxicos, herbicidas, entre outros, atingindo áreas a vários quilômetros de distância; III- a retirada da vegetação natural, nas proximidades da nascente e ao longo de suas margens, provoca assoreamento como resultado da elevação de sedimentação, além de provocar enchentes; IV- no rio Araguaia, por ser considerado um rio de planície, o carregamento das partículas de argila é lento, não chegando até seus auentes, não comprometendo assim o desequilíbrio do manancial. Marque a alternativa correta. c Apenas os itens I, III e IV são verdadeiros. d Apenas os itens II, III e IV são verdadeiros. e Apenas os itens I, II e III são verdadeiros. f Apenas os itens I, II e IV são verdadeiros.
QUESTÃO 20 _________________________________________ (UEG–AGIR– NÍVEL MÉDIO–22.06.2002–QUESTÃO 34) No ano de 1987, a cidade de Goiânia foi palco de um acontecimento de grande repercussão na imprensa nacional e mundial: o acidente com o césio 137. Sobre esse assunto, analise os itens a seguir: I - O acidente com o material radioativo ocorreu após a abertura, em um ferro velho de Goiânia, de uma cápsula contendo a substância césio 137, que foi retirada de um lote na região central da capital, onde havia funcionado o Instituto Goiano de Radioterapia. II - A repercussão do acidente radioativo foi bastante negativa para Goiânia, causando prejuízos às atividades econômicas ligadas ao comércio e ao turismo. A situação foi amenizada por uma campanha promovida pelo governo e veiculada pela mídia, cujo objetivo era restabelecer a conança na salubridade da capital. III- Atualmente, as principais questões relacionadas ao césio 137 foram dirimidas, uma vez que o depósito criado para abrigar o lixo radioativo foi transferido para uma área de segurança no Distrito Federal controlada pelo Exército. Marque a alternativa CORRETA. c As assertivas I e III são verdadeiras. d As assertivas I e II são verdadeiras. e As assertivas II e III são verdadeiras. f Somente assertiva I é verdadeira.
QUESTÃO 21 _________________________________________ (UEG–AGIR– NÍVEL SUPERIOR–22.06.2002–QUESTÃO 28) A reportagem Deserticação Avança em Goiás, publicada no jornal O Popular do dia 3 de junho de 2002, alerta para os riscos de uma degradação ambiental irreversível no sudeste do estado de Goiás. Sobre a deserticação, marque C (Certo) ou E (Errado). I - A deserticação ou arenização é um processo de degradação ambiental provocado pelo uso intensivo do solo. Esse processo já é presente em áreas das regiões Sul e Nordeste do país. II - A monocultura, a pecuária e o desmatamento são fatores que, dependendo da intensidade, podem ocasionar o processo de deserticação. III- Pesquisadores apontam que a degradação ambiental do sudoeste goiano está tomando dimensões de deserticação, provocada pelo intenso uso do solo para a monocultura e pecuária. Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. c C - C - C. d C - E - E. e C - C - E. f E - C - C.
QUESTÃO 22 _________________________________________ (UEG–AGIR– NÍVEL SUPERIOR–22.06.2002) A integração de Goiás à economia nacional é um processo relativamente recente. A superação do relativo isolamento regional característico do século XIX tem como marco o avanço dos trilhos pelo território goiano, fazendo que, gradualmente, o trem de ferro substituísse os tradicionais carros de boi. Acerca desse processo e de suas especicidades, é CORRETO armar que: c a presença dos trilhos no território goiano representou a substituição da atividade pecuarista pela produção de grãos, uma vez que as ferrovias facilitaram o escoamento da produção agrícola, o que permitiu que esses produtos alcançassem uma margem de lucro muito superior ao gado, devido a questões técnicas que impossibilitaram o transporte do gado em pé nos trens que cruzavam a região.
as ferrovias eram a expressão de uma dinâmica inter-regional que aproximou Goiás de São Paulo. Com a crise da cafeicultura, os capitais paulistas alcançaram o sudoeste goiano, o que permitiu o aumento da produção de grãos nessa região. e a construção de Goiânia foi uma proposta do governo Vargas que, interessado na expansão econômica para o Oeste, pressionou as elites locais para que assumissem a transferência da capital como projeto político do Estado. f a integração econômica de Goiás é o resultado do comércio inter-regional, que se iniciou no nal do século XIX com a formação de um importante mercado consumidor no norte goiano. Os rios transformaram-se em estradas, que permitiram a integração entre o transporte uvial e o ferroviário, abrindo novas perspectivas para o norte e o nordeste goianos. d
QUESTÃO 23 _________________________________________ (UEG–CBM–SOLDADO–25.01.2004–QUESTÃO 45) Julgue as proposições abaixo, marcando C (Certo) ou E (Errado). I - Anápolis, polo industrial e farmoquímico, sedia o mais estruturado distrito industrial do estado, chamado Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), e um porto seco, cujo objetivo é integrar o Centro-Oeste aos mercados nacional e internacional. II - Com elevado índice de urbanização, a região sudoeste (Rio Verde e Jataí) tem signicativa participação nas ex portações dos produtos agropecuários e da agroindústria. III- No século XX, Goiás perdeu parte do seu território com a criação do Distrito Federal e do estado do Tocantins. Marque a alternativa com a sequência CORRETA. c C - C - E. d C - C - C. e C - E - C. f E - C - C.
QUESTÃO 24 _________________________________________ (UEG–CBM–SOLDADO–25.01.2004–QUESTÃO 46) Em Goiás, o turismo vem despontando como uma atividade econômica promissora. Municípios goianos têm possibilidades e recursos diferenciados para explorar essa atividade. Relacione as colunas abaixo, associando o município à sua respectiva potencialidade turística. c d e f
Alto Paraíso de Goiás Cidade de Goiás São Domingos Caldas Novas
( ) Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; atividades relacionadas com o ecoturismo, inclusive o de tendência místico-religiosa. ( ) Águas termais; complexo hoteleiro que atende a turistas nacionais e estrangeiros. ( ) Parque Estadual da Terra Ronca, lago da hidrelétrica São Domingos e complexo de cavernas. ( ) Antiga capital do estado; reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade. Marque a alternativa com a sequência CORRETA. c 3 - 4 - 1 - 2. d 2 - 3 - 4 - 1. e 4 - 2 - 1 - 3. f 1 - 4 - 2 - 3.
QUESTÃO 25 _________________________________________ (UEG–CBM–SOLDADO–25.01.2004–QUESTÃO 57) O direito ao voto direto e universal representou uma conquista para o cidadão brasileiro, que teve de enfrentar os dilemas de um regime em que a prática democrática esbarrava em inúmeros limites. Acerca da vida política brasileira no período republicano, marque a alternativa CORRETA. c Em Goiás, na Primeira República, o voto universal e secreto foi adotado como prática corrente, mas a permanência de uma renda mínima para o votante limitava a expressão do regime democrático. d Pedro Ludovico, eleito em 1930 governador Estado, reorganizou a vida política do estado no intuito de ampliar a representação política e o poder dos municípios em Goiás. e A instalação do regime militar em 1964 resultou na nomeação de interventores para governar Goiás, que durante mais de 20 anos foi governado por uma elite militar estranha à cultura política goiana. f A derrubada de Mauro Borges, em 1964, foi uma decorrência da intervenção militar e das oposições internas, que insistiam em denunciar o governador como subversivo. QUESTÃO 26 _________________________________________ (UEG–CBM–ALUNO A OFICIAL–30.11.2003–QUESTÃO 13) A centralidade de Goiás não é apenas geográca, ou melhor, não é apenas denida por suas coordenadas - latitude e longitude -, mas sim, e sobretudo, pelo papel que o seu território desempenha com relação ao conjunto de país. [...] a permeabilidade do território goiano o coloca como ponto de contato e de passagem obrigatória nas interligações norte-sul e leste-oeste. Nesse particular, Goiás é ao mesmo tempo ponto de convergência política, de povoamento e de dispersão das águas estratégicas (as grandes bacias hidrográcas) e da rede de comunicações terrestres (as grandes rodovias e integração nacional). A geograa, aqui, explica muita coisa. TEIXEIRA NETO, Antônio. O território goiano: formação e processo de povoamento e urbanização. In: ALMEIDA, Maria G. de. (Org.) Abordagens geográcas de Goiás: o natural e o social na contemporaneidade. Goiânia: IESA, 2002, p. 12.
Baseando-se no texto acima e em seus conhecimentos sobre o estado de Goiás, julgue as proposições a seguir, marcando C (Certo) ou E (Errado). I - Os rios Tocantins, Araguaia e Paranaíba formam uma única bacia hidrográca no território goiano, responsável pelo abastecimento de água de parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil. II - Nas últimas décadas, Goiás tornou-se um centro de atração populacional do país, motivada pela expansão da fronteira agrícola, entre outros fatores. III- Os municípios de Pirenópolis, São Domingos, Goiás e Alto Paraíso destacam-se no cenário nacional por serem espaços de turismo histórico, ecológico e cultural. IV- As principais rodovias federais brasileiras cruzam o estado de Goiás. Como exemplo, podem ser citadas as rodovias Presidente Dutra, Transbrasiliana e Bandeirantes. V - O processo de povoamento de Goiás iniciou-se com a mineração e intensicou-se nos anos 30 do século XX, com o processo industrial ocorrido principalmente na região sudoeste do estado. Marque a alternativa com a sequência CORRETA. c E-C-C-E-E d C-C-E-E-C e C-C-C-C-C f E-E-E-E-E g C-E-E-C-E
QUESTÃO 27 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO SUPERIOR/05.06.2005/QUESTÃO 06) Sobre os aspectos físicos do Estado de Goiás, assinale a alternativa CORRETA. c O Araguaia é um dos principais rios goianos que deságua no rio Tocantins, na região do Bico do Papagaio. d A bacia hidrográca Paranaíba, localizada na região nordeste de Goiás, é responsável pelo abastecimento de água potável do estado. e O Sistema biogeográco do Cerrado caracteriza-se como mosaico e ocupa uma grande extensão de Goiás. f Alguns dos relevos do Estado de Goiás têm formações exóticas que proporcionam o turismo ecológico, como os da Serra dos Pirineus e os da muralha de Paraúna. QUESTÃO 28 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO SUPERIOR/05.06.2005/QUESTÃO 07) Leia atentamente as questões abaixo e marque a proposição INCORRETA. c A regionalização do Estado deu-se pelas mesorregiões e microrregiões que englobam vários municípios goianos e foram criadas para facilitar a implantação e o desenvolvimento de políticas públicas em Goiás. d Para regionalizar o Estado de Goiás, o Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE) criou cinco mesorregiões e 18 microrregiões geográcas. e A Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás (Se plan) regionalizou o estado em 10 áreas. Como exemplo, podem-se citar: região metropolitana, sul, noroeste e sudoeste goianos. f A regionalização de Goiás ocorrida nos anos de 1970 pro porcionou o aparecimento de políticas públicas que solucionaram problemas socioeconômicos, especialmente os das microrregiões do nordeste do Estado. QUESTÃO 29 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO SUPERIOR/05.06.2005/QUESTÃO 08) “[...] a mudança da capital não é apenas um problema na vida de Goiás. É também a chave, o começo da solução de todos os demais problemas. Mudando a sede de Governo para um local que reúna os requisitos de cuja ausência absoluta se [ressente] a cidade de Goiás, teremos andado meio caminho na direção da grandeza desta maravilhosa unidade Central.”
Ao armar que a cidade de Goiás não reunia condições para propiciar o desenvolvimento econômico de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira equivocou-se. No século XIX, graças à exploração aurífera, Goiás era um dos estados mais desenvolvidos do Brasil. f A construção de Goiânia expressou o desejo renovador advindo com a Revolução de 1930. Os revolucionários as piravam romper com o passado, com as tradições e com o atraso representado pela cidade de Goiás. e
QUESTÃO 30 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO SUPERIOR/05.06.2005/QUESTÃO 09) PALACIN, GARCIA, AMADO. História de Goiás em documentos. (I. Colônia). Goiânia: Editora da UFG, 1995. p. 62.
A assertiva que interpreta CORRETAMENTE o gráco é: c O declínio demográco, a partir de 1790, foi consequência direta da redução da atividade aurífera em Goiás, o que provocou a migração da população envolvida na atividade mineradora para outras regiões. d A diminuição da população em Goiás, a partir da década de 1790, foi decorrente da participação de Goiás na Guerra do Paraguai. e Na última década do século XVIII, Goiás foi afetado pela epidemia de varíola, que provocou grande mortandade em Meia Ponte e Jaraguá, explicando assim a redução da po pulação. f A redução da população no início do século XIX explicase pelo fato de Goiás ter perdido a populosa região do Triângulo Mineiro para Minas Gerais.
QUESTÃO 31 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO SUPERIOR/05.06.2005/QUESTÃO 10) Líder de um movimento messiânico que muitos pesquisadores comparam a Canudos de Antônio Conselheiro, Benedicta Cipriano, a Santa Dica, tem seu centenário de nascimento comemorado. Tida como santa pelos moradores de Lagolândia, Dica reuniu em torno de si, nos primeiros anos da década de 1920, uma legião de seguidores e logo passou a ser vista como uma ameaça pelo governo e pela Igreja. Ela já inspirou lmes e livros e sua memória é lembrada no decorrer desta semana em vários eventos. O POPULAR, Goiânia, 10 abr. 2005.
(Relatório apresentado por Pedro Ludovico Teixeira ao presidente Getúlio Vargas em 1934. In: PALACÍN, Luis. Fundação de Goiânia e desenvolvimento de Goiás. Goiânia: Oriente, 1976. p. 44)
Com relação à mudança da capital de Goiás na década de 1930, marque a alternativa INCORRETA. c De acordo com o texto citado, para Pedro Ludovico o objetivo explícito da mudança da Capital era promover o desenvolvimento de Goiás. No entanto, implicitamente, visava criar um novo centro de poder, afastando-se de seus adversários políticos. d Em termos econômicos, a construção de Goiânia foi uma estratégia utilizada por Pedro Ludovido Teixeira para promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.
Sobre esse importante movimento social ocorrido em Goiás é CORRETO armar que c a Igreja Católica não apoiou o movimento político em torno de Santa Dica, mas reconheceu seus milagres, conseguindo sua canonização junto ao Vaticano. d o Movimento de Santa Dica foi consequência do intenso processo de urbanização ocorrido em Goiás na década de 1920. e movimentos messiânicos expressam a religiosidade do homem rural, entrando, assim, em contradição com as práticas ortodoxas pregadas pela Igreja Católica. f Santa Dica e seus adeptos auxiliaram a Coluna Prestes na sua passagem por Goiás. Por isso, o movimento foi com batido pela Força Pública do Estado.
QUESTÃO 32 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/05.06.2005/QUESTÃO 06) Os enunciados abaixo tratam da modernização no campo em Goiás. Leia-os atentamente e marque a CORRETA. c A modernização da agricultura em Goiás é resultado da expansão do capitalismo no campo. Essa modernização aumentou o deslocamento migratório de produtores rurais para o Estado, especialmente os grandes fazendeiros das regiões Nordeste e Norte do país. d A soja, tida como um dos principais produtos agrícolas goianos, foi introduzida junto com a modernização da agricultura e é cultivada em todo o estado, especialmente, nas regiões norte e nordeste de Goiás. e A modernização da agricultura goiana proporcionou, no nal do século XX, o reaparecimento das antigas fazendas de engenho que dinamizaram o comércio da terra e melhoram as condições salariais do trabalhador no campo. f Nas atividades produtivas intensivas, a tecnologia avançada, a ocupação de toda área de propriedade e a utilização de mão de obra especializada são fatores que caracterizam a modernização no campo. QUESTÃO 33 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/05.06.2005/QUESTÃO 07) Assinale a proposição que justique o crescimento da industrialização no Estado de Goiás. c A descentralização econômica e industrial brasileira e a implantação em Goiás de infra-estrutura (por exemplo: ampliação e pavimentação de rede viária e expansão de rede de energia elétrica) são os principais fatores que pro porcionaram o desenvolvimento da indústria em Goiás. d Os projetos do governo federal que incentivaram a im plantação industrial e a transformação das indústrias de extrativismo mineral e vegetal em indústria de produtos alimentícios, especialmente aquelas localizadas no norte do Estado, são os fatores que promoveram o aumento da industrialização em Goiás. e O alto índice de desemprego e a criminalidade impulsionaram o governo do Estado de Goiás a criar, nos anos de 1990, programas de incentivos para instalação de indústrias nacionais e internacionais, com a nalidade de geração de novos empregos. f A mão de obra especializada, o desenvolvimento do setor econômico terciário e a criação de cidades tecnopolos pro porcionaram a implantação de indústrias em Goiás, especialmente aquelas ligadas ao turismo e ao lazer. QUESTÃO 34 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/05.06.2005/QUESTÃO 08) Sobre o uxo migratório no Estado de Goiás é INCORRETO armar que c nos últimos anos, destacou-se em Goiás um considerável uxo migratório de sulistas, especialmente os gaúchos, em busca de terras para produção de grãos nobres, provocando mudança tecnológica e de relação de trabalho no campo. d o uxo migratório para Goiás dá-se também por parte da população mais carente que se instala em Goiânia, nas cidades circunvizinhas e no Entorno de Brasília. Esse fenômeno migratório é impulsionado, em grande medida, pela condição socioeconômica do migrante.
os uxos migratórios para Goiás têm duas direções: uma para as regiões pouco povoadas, como o vale do Araguaia; e outra para regiões metropolitanas, como o Entorno de Brasília e o Aglomerado Urbano de Goiânia. f o processo migratório em Goiás foi anterior ao século XX. Ainda nos séculos XV e XVI, havia migração de paulistas e, especialmente, paranaenses para as regiões sul e sudeste do Estado de Goiás, com a nalidade de produção de grãos. e
QUESTÃO 35 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/05.06.2005/QUESTÃO 09) Meu Goiás, meu Goiás Terra do Anhanguera E dos Carajás És um tesouro encantado No coração do Brasil És privilegiado Por riquezas mil Toda Pátria te bendiz, Goiás. (Nini Araújo. Meu Goiás)
Sobre o povoamento branco de Goiás no século XVIII, é CORRETO armar que c Bartolomeu Bueno da Silva, sertanista protetor dos índios, foi o primeiro branco a chegar a Goiás. d Goiás ainda pode ser chamado de “Terra dos Carajás”, tendo em vista a alta representatividade dos indígenas na demograa goiana. e a busca de riquezas minerais estimulou os bandeirantes paulistas a ocuparem o Centro-Oeste brasileiro. f pode-se armar que a Igreja Católica e a Coroa Portuguesa apoiaram as “guerras de extermínio” movidas contra os indígenas em Goiás.
QUESTÃO 36 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/05.06.2005/QUESTÃO10) Entre 1920-1929, o gado vivo signicou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da arrecadação total do Estado. MORAES, Maria Augusta de Sant´Anna; PALACIN, Luís. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.
Sobre a economia goiana, marque a alternativa CORRETA. c A grande importância da pecuária em Goiás, na década de 1920, deve-se principalmente à adoção da pecuária intensiva por parte dos criadores, aumentando, com isso, a produtividade. d O predomínio da pecuária na economia goiana no século XIX e parte do XX foi acompanhado de relações de trabalho arcaicas no campo, com predomínio do clientelismo. e A pavimentação das rodovias na década de 1920 contri buiu para incrementar as exportações goianas de carne bovina. f Ainda hoje, o gado vivo, principalmente do sudoeste, é o principal produto de exportação de Goiás.
QUESTÃO 37 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/MOTORISTA/05.06.2005/QUESTÃO11) Longas noites, madrugadas/ Quanta beleza pra um só lugar/ Água limpa a se perder/ Não, não volta nunca mais/ Lentamente no abandono/ Uma estrela atravessou o céu/ Encena um tema de ternura/ Um pesadelo da razão/ Meu Araguaia/ Suas areias cobriram meus pés/ Seu encanto fez do pranto/ Um acalanto para nós dois/ E na rede ensimesmado/ Sonho sonhos que já estão em mim/ Sinto a vida que eu levo aqui/ Não esqueço nunca mais.
QUESTÃO 40 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/MOTORISTA/05.06.2005/QUESTÃO 14) Pra minha mãezinha já telegrafei E já me cansei de tanto sofrer Nesta madrugada estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer Já ouço sonhando o galo cantando O nhambu piando no escurecer A lua prateada clareando a estrada A relva molhada desde o anoitecer Eu preciso ir pra ver tudo ali Foi lá que eu nasci lá quero morrer
(Marcelo Barra. "Araguaia I") (Goiá e Bemonte. “Saudades da minha terra”)
Baseado em seus conhecimentos e no texto acima, leia atentamente as proposições abaixo e marque a CORRETA. c O rio Araguaia destaca-se no cenário nacional como atrativo turístico desde sua nascente, na Serra Dourada, até seu deságue, no rio Paranaíba. d O rio Araguaia é uma beleza natural que inspira os poetas da região e, em suas margens, aglomera-se, especialmente em período de férias escolares, um grande número de turistas. e As margens do rio Araguaia tornaram-se, a partir dos anos de 1940, a região goiana de intensa implantação de empresas agropecuárias nacionais e internacionais. f Tido como uma de suas principais belezas naturais, o rio Araguaia inuenciou a expansão da produção cafeeira no Estado de Goiás.
QUESTÃO 38 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/MOTORISTA/05.06.2005/QUESTÃO 12) ARRAIS, Tadeu. A geograa contemporânea de Goiás. Goiânia: Editora Vieira, 2004. p. 154.
Baseado em seus conhecimentos e na interpretação do mapa, leia atentamente as questões que seguem e marque a alternativa INCORRETA. c O Entorno de Brasília apresenta uma elevada concentração populacional, especialmente nas cidades de Valparaíso de Goiás e Águas Lindas de Goiás. d Conhecido pela carência de infra-estrutura e pela violência urbana, o Entorno de Brasília é uma microrregião de Goiás. e Cidade Ocidental, Formosa e Alexânia são algumas das cidades que compõem a microrregião do Entorno de Brasília. f A cidade de Pirenópolis não teve sua economia e sua organização social afetadas pela proximidade de Brasília.
QUESTÃO 39 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/MOTORISTA/05.06.2005/QUESTÃO13) Sobre a população negra em Goiás, é CORRETO armar. c o trabalho escravo não foi utilizado na mineração, pois os proprietários das minas temiam que os negros roubassem o ouro garimpado. d a única manifestação cultural genuinamente negra em Goiás é o espetáculo das cavalhadas em Pirenópolis. e os remanescentes de quilombos em Goiás, como o dos Kalungas, signicaram a resistência dos negros à escravidão. f em Goiás, a escravidão negra no século XVIII foi substituída pela escravidão indígena, uma vez que o índio adaptava-se melhor ao trabalho agrícola.
O texto acima é uma representação do “desejo de voltar para o campo”. Sobre essa temática, levando em consideração o Estado de Goiás, é CORRETO armar que c o êxodo rural, fenômeno de que trata o texto, teve em Goiás nos anos 1930 os seus maiores uxos. d o Entorno de Goiânia teve sua população diminuída por causa da forte migração populacional para o meio rural. e as políticas agrárias implantadas durante os governos militares em Goiás proporcionaram a posse da terra, conduzindo o trabalhador ao campo. f o poema demonstra que, apesar de migrar para a cidade, o homem do campo ainda revela desejos de retorno à área rural.
QUESTÃO 41 _________________________________________ (UEG/IQUEGO/MOTORISTA/05.06.2005/QUESTÃO 15) Sobre a mudança da Capital do Estado de Goiás, marque a proposição INCORRETA. c Goiânia foi planejada pelo urbanista Lúcio Costa, que pro jetou uma cidade para 500.000 habitantes. d A ideia da mudança da Capital surgiu no século XVIII e foi consolidada apenas no século XX. e Pedro Ludovico Teixeira mudou a Capital do Estado com apoio de Getúlio Vargas. f A mudança da Capital teve sua consolidação no ano de 1930, durante o governo de Pedro Ludovico Teixeira. QUESTÃO 42 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/31.08.2003/QUESTÃO 31) Goiás é um estado que vem sofrendo intensas transformações na forma de apropriação de seu espaço. Sobre essas transformações, julgue as proposições a seguir, marcando C (Certo) ou E (Errado). I - A agricultura moderna, ligada à produção de grãos, fez desaparecer do território goiano a exploração agrícola tradicional. II - A maioria das áreas de cerrado do estado foi preservada, em decorrência da implementação de uma economia ligada ao agronegócio, que se baseia na proteção desse sistema. III- A expansão do cultivo de grãos, como a soja e o milho, relaciona-se tanto à ampliação da agroindústria de alimentos como aos altos preços desses grãos no mercado nacional e internacional. IV- Goiás vem diversicando seu setor industrial com indústrias ligadas ao setor farmacêutico, têxtil, moveleiro, automobilístico, de agroindústrias e de confecções, além das indústrias extrativas minerais, que contribuem para a geração de empregos. Marque a alternativa com a sequência CORRETA. c C-E-C-C d E-C-C-E e C-E-E-C f E-E-C-C
QUESTÃO 43 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 41) A formação econômica e social de Goiás decorreu da descoberta das Minas, que provocaram grande inuxo populacional para a região. Nos idos da década de 1770, no entanto, já se percebia a diminuição de seu ritmo de produção e c a substituição da extração do ouro pela pecuária que abastecia as cidades do entorno da região e a cidade do Rio de Janeiro. d o abandono da atividade mineradora, cujos rendimentos eram incapazes de manter o custo de manutenção dos escravos, o que provocou o expressivo aumento do número de alforrias. e o deslocamento da população para os núcleos urbanos em busca de novas oportunidades no setor artesanal e nas nascentes indústrias. f a queda dos rendimentos dos mineiros, que, na falta de outra atividade rentável, permaneceram na dura lida de lavrar a terra em busca do ouro. QUESTÃO 44 _________________________________________ (UEG/PM/GO-SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 42) O brilho e a escassez do metal precioso são marcas de nascença do mundo goiano entre os séculos XVIII e XIX que, lentamente, foram apagadas pelos rastros das boiadas e pelos trilhos do trem. Nesse longo processo de formação, destaca-se o seguinte fator: c A herança do período minerador permitiu a acumulação de capital suciente para a formação de um grande rebanho bovino que permitiu a Goiás, no século XIX, transformarse no principal criador de bovinos do Brasil. d A pecuária desenvolveu-se de forma extensiva e ganhou projeção graças à capacidade de deslocamento dos animais para os mercados consumidores. e O transporte ferroviário ingressou no território goiano no nal dos anos de 1920, propiciando forte modernização da economia por meio da agroindústria. f Vila Boa acompanhou os distintos ritmos do desenvolvimento econômico de Goiás: da extração do ouro à implantação das ferrovias, a cidade manteve-se como polo de desenvolvimento econômico até o nal de 1930. QUESTÃO 45 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 43) Em Goiás, as cidades originaram-se em função de fatores como mineração, atividade agropecuária, implantação de rede viária, patrimônio religioso, colônias agrícolas, entre outros. Sobre a origem das cidades goianas, julgue as proposições abaixo e marque C (Certo) ou E (Errado). I - Com a atividade mineradora surgiram Vila Boa (Goiás) e Meia Ponte (Pirenopólis), considerados, na atualidade, os mais ricos patrimônios históricos e arquitetônicos do Estado. II - As cidades de Anápolis e Damolândia formaram-se em terras doadas à Igreja pelos fazendeiros, como forma de devoção religiosa. III- Pires do Rio teve sua origem ligada à estrada de ferro, enquanto Mara Rosa surge em função da rodovia BelémBrasília. IV- Dentro do movimento da “Marcha para o Oeste”, Itum biara é o exemplo mais representativo da implantação de colônias agrícolas. Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. c C-E-E-C d E-C-C-E e C-C-C-E f E-E-E-C
QUESTÃO 46 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 44) A mudança da capital mobilizou todas as atenções do Estado, pois se tratava de mudar a geograa política, alterando o lugar de encontro das atividades econômicas, administrativas e culturais. Entre os anos de 1933 e 1937, estruturou-se, ainda que timidamente, a nova capital de Goiás, cuja construção foi uma decorrência c da reorientação política ocorrida em Goiás após 1930. O interventor Pedro Ludovico, desejoso de restringir o poder das elites políticas xadas na tradicional cidade de Goiás, comprometeu-se com a mudança da capital como chave para o seu governo. d do desejo explícito do presidente Getúlio Vargas de ocu par produtivamente as regiões interioranas, abandonadas pelas elites locais. e da crise econômica de 1929 que, regionalmente, afetou a cidade de Goiás: o número de falências e a desorganização da atividade pecuarista alimentaram o desejo de mudança da capital. f do desejo da população de reconstruir uma nova capital longe do clima insalubre que transformava a cidade em fator de risco para a saúde dos moradores. QUESTÃO 47 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 45) O plantio da cana-de-açúcar e seu aproveitamento múltiplo vêm contribuindo para o crescimento da economia de municípios como Goianésia, Goiatuba e Anicuns, entre outros. Sobre esse importante ramo da economia, assinale C (Certo) ou E (Errado). I - A expansão do setor sucroalcooleiro relaciona-se ao aumento do preço do petróleo, já que o álcool anidro apresenta-se como substituto (ou complemento) para os com bustíveis fósseis. II - A geração de energia limpa a partir da biomassa (bagaço da cana-de-açúcar), além de atender às necessidades das próprias indústrias, pode ter seu excedente comercializado. III- A atual demanda nacional por álcool anidro e álcool hidratado, para atender a indústria automobilística, tem na tecnologia rudimentar dos motores a álcool o seu limite. Marque a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo. c C-C-E d C-C-C e E-E-C f C-E-E
QUESTÃO 48 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 46) So bre a modernização agrícola de Goiás, pode-se armar que: I - gera emprego especializado, ao mesmo tempo em que contribui para o aumento do desemprego entre trabalhadores com pouca qualicação. II - prioriza o plantio de produtos destinados à exportação, como a soja, em detrimento da produção de alimento para o mercado interno, como o feijão. III- investe em pequenas propriedades, pois seu objetivo é a melhor distribuição de terras e de renda. IV- impede o êxodo rural, na medida em que aumenta a produção e a produtividade agrícola. Marque a alternativa CORRETA: c Somente as proposições I e IV são verdadeiras. d Somente as proposições I e II são verdadeiras. e Somente as proposições II e III são verdadeiras. f Somente as proposições III e IV são verdadeiras.
QUESTÃO 49 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 47) Goiânia, cidade planejada para 50 mil habitantes, encontra-se hoje com uma população acima de 1 milhão de habitantes e não pára de crescer. Vários fatores atuam na expansão da sua área urbana. Com base em seus conhecimentos sobre o crescimento urbano de Goiânia, julgue as proposições abaixo.
estabilidade política ao campo. QUESTÃO 52 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 50) A vida política em Goiás foi marcada pela presença de lideranças que assumiram o papel de condutores do processo de modernização e integração da economia goiana no circuito nacional. Acerca desse processo, julgue os itens e responda.
I - Grandes áreas urbanas da cidade pertencem a especuladores imobiliários que aguardam a valorização dos lotes para colocá-los à venda. II - A população de baixa renda participa do mercado imobiliário através da compra de lotes baratos na periferia, que podem ser oriundos de loteamentos legalizados ou clandestinos. III- A competição entre proprietários de terras, corretoras e incorporadores imobiliários contribui para o barateamento e a regularização do uso do solo urbano. IV- A expansão desordenada da cidade é motivada pela aprovação de novos loteamentos pelo poder público, bem como pela incapacidade de coibir a ocupação clandestina de áreas.
I - Pedro Ludovico foi responsável pela grande transformação operada nos anos 30 com a passagem da economia agrícola para a industrial. II - A percepção do planejamento como instância fundamental da administração pública foi a grande novidade do governo de Mauro Borges. III- A expansão do setor agroindustrial e da indústria são conquistas que remontam ao nal dos anos 70, mas que ganharam impulso decisivo no governo de Marconi Perillo.
Marque a alternativa CORRETA. c Somente as proposições I e III são verdadeiras. d Somente as proposições II e IV são verdadeiras. e Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras. f Todas as proposições são verdadeiras.
QUESTÃO 50 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005/QUESTÃO 48) A industrialização de Goiás é um processo recente e sua im plantação acabou contribuindo para o aumento das diferenças regionais. Em relação à industrialização goiana, marque a alternativa INCORRETA. c O Distrito Agroindustrial de Anápolis ganha maior dinamismo com a incorporação de novos ramos industriais, como o farmacêutico. d A região nordeste do estado abriga várias etapas da cadeia produtiva das mais poderosas agroindústrias do país ligadas ao setor de alimentação. e A indústria automobilística, antes concentrada nas regiões metropolitanas, chega a Goiás (Catalão) atraída por incentivos governamentais, entre outros fatores. f Em Minaçu, a exploração do amianto não foi acompanhada da instalação de indústrias de beneciamento de grande porte daquele minério. QUESTÃO 51 _________________________________________ (UEG/PM-GO/SOLDADO/24.04.2005) Falta justiça social no campo e na cidade, e a violência praticada pelo latifúndio e pelos especuladores imobiliários tem como pano de fundo o modelo de desenvolvimento seguido pelo Brasil... ARRAIS, Tadeu Alencar. Geo Contemporânea de Goiás, Goiânia, Ed. Vieira. p. 87.
De acordo com o texto acima e seus conhecimentos, marque a resposta INCORRETA. c O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) tem presença marcante em vários municípios goianos, com ações concretas de invasão de terras. d A luta pela moradia vem agregando um número cada vez maior de pessoas que ocupam áreas públicas e privadas, principalmente na capital do Estado. e O modelo econômico seguido pelo Brasil tem como característica a aceitação das regras denidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que dene o pagamento da dívida externa como prioridade. f A Constituição de 1988, ao denir o signicado social da propriedade da terra, criou o instrumento legal que deu
Marque a alternativa CORRETA. c Apenas as proposições I e II estão corretas. d Apenas as proposições I e III estão corretas. e Apenas as proposições II e III estão corretas. f Todas as proposições estão corretas.
QUESTÃO 53 _________________________________________ (UEG/PM-GO/OFICIAL/24.04.2005/QUESTÃO 50) O coronelismo foi a expressão do poder local na Primeira República. Sobre a estrutura de poder nesse período analise as assertivas abaixo e escolha a alternativa CORRETA. I - O coronelismo apresentava-se como uma resposta à ausência do Estado. O poder familiar e pessoal assegurava a dominação tradicional, uma vez que inexistia uma ordem propriamente republicana. II - A partir de 1912, o poder em Goiás esteve concentrado nas mãos do domínio familiar (Caiados), que gerava, além de deputados e senadores, leis que atendiam, sobretudo, aos interesses particulares. III- A partir de 1937, iniciou-se uma renovação política que armou a primazia do Estado diante dos interesses particulares, mas sob um regime político ditatorial, incapaz, portanto, de armar o sentido democrático do ideário re publicano. c d e f
São corretas apenas as assertivas I e II. São corretas apenas as assertivas II e III. São corretas apenas as assertivas I e III. Todas as assertivas são corretas.
QUESTÃO 54 _________________________________________ (UEG/PM-GO/OFICIAL/24.04.2005/QUESTÃO 47) Hugo de Carvalho Ramos abriu caminho para uma geração de escritores que pensaram Goiás como região. Nessa direção, a literatura elabora os elementos da cultura e da identidade goiana. Analise as assertivas abaixo e responda. I - Hugo de Carvalho Ramos, em seus contos, apresenta como elemento fundamental de sua obra as transformações sociais ocorridas em Goiás com o avanço da urbanização decorrente da presença dos tropeiros. II - Bernardo Elis enfatiza a presença da violência e da exploração sobre o trabalhador rural no romance O tronco. III- Cora Coralina, em sua poesia, evoca o passado como li bertação, focalizando a vida que se desenvolvia livre dos preconceitos e do moralismo próprios da cidade grande. c d e
São corretas apenas as assertivas I e II. São corretas apenas as assertivas II e III. São corretas apenas as assertivas I e III.
Apenas a assertiva II está correta. QUESTÃO 55 _________________________________________ (UEG/PM-GO/OFICIAL/24.04.2005/QUESTÃO 38) A cidade de Pirenópolis tem na Festa do Divino uma das suas principais atrações. Na relação entre festa e cultura pirenopolina, destaca-se c a preservação de uma tradição cultural recriada nos feste jos que atraem turistas de todas as partes do Brasil. d o culto de tradições culturais seculares imunes às inuências do comércio e do turismo. e a ruptura com a tradição cultural marcada pela contínua invenção de novos rituais voltados para o mercado turístico. f a espontaneidade dos festejos que são recriados livremente pela população sem apelo ao seu suposto sentido original. f
QUESTÃO 56 _________________________________________ (CESGRANRIO/BNDES/TÉC. ADMINISTRATIVO/ ABRIL DE 2004/QUESTÃO 54) Nos últimos vinte anos, o sistema educacional brasileiro passou por algumas transformações, entre as quais NÃO se inclui a: c criação do Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM. d criação do Exame Nacional de Cursos, denominado “Provão”. e estadualização dos ex-centros federais de ensino tecnológico. f implementação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico, SAEB. g transformação do 1° e do 2° graus em ensino fundamental e médio. QUESTÃO 57 _________________________________________ (CESGRANRIO/BNDES/TÉC. ADMINISTRATIVO/ ABRIL DE 2004/QUESTÃO 57) O debate sobre a exploração do petróleo no Brasil ganha novos aspectos no ano de 2004. Um deles gira em torno das atividades petrolíferas no Estado do Rio de Janeiro e as infra-estruturas necessárias a essa atividade econômica. Quanto ao aspecto em destaque, indique a armação correta. c A PETROBRAS tem um projeto para transportar petróleo da Bacia de Campos para o Estado de São Paulo, por meio de oleoduto a ser construído, o que depende da aprovação da Assembleia Legislativa uminense e de licença ambiental. d A PETROBRAS insiste em sua proposta original que visa à substituição da construção de um oleoduto de 723 km de extensão, o qual atravessaria o território uminense, pela construção de uma renaria de porte no norte do Estado. e A PETROBRAS decide importar integralmente nova plataforma de produção de petróleo, instalando-a em Angra dos Reis, a m de interligar, através de um oleoduto, esse porto à Bacia de Campos. f O governo estadual do Rio de Janeiro desencandeia agressiva campanha pela construção de uma renaria em seu território, face à produção uminense de petróleo ser ma joritária no País e à inexistência de renarias nesse Estado. g Os municípios uminenses defendem a construção de um oleoduto, visando à maior arrecadação de royalties, uma vez que, comparativamente aos estados e à União, são os mais privilegiados com esses recursos. QUESTÃO 58 _________________________________________ Pela primeira vez um brasileiro esteve entre os astronautas que partiram em missão em março de 2006 .Ele nasceu em Bauru/SP, cursou Engenharia Aeronáutica e hoje é PhD na área. Estamos falando de c Marcos César Pontes. d Mário Resende. e Mário de Andrade.
Marcos Frota. QUESTÃO 59 _________________________________________ Em 2006 o Brasil teve de enfrentar o problema da Aftosa. Qual dos estados abaixo teve seu rebanho infectado? c Amazonas. d Pernambuco. e Mato Grosso do Sul. f Rio de Janeiro. f
QUESTÃO 60 _________________________________________ O atual ministro da fazenda, substituto de Antonio Palocci é c Joaquim Domingos Roriz. d Guido Mantega. e Tarso Genro. f Olívio Dutra. QUESTÃO 61 _________________________________________ A Bienal do livro 2006 que aconteceu na cidade de São Paulo contou com a participação recorde de aproximadamente c 810 mil visitantes. d 780 mil visitantes. e 660 mil visitantes. f 500 mil visitantes. QUESTÃO 62 _________________________________________ Em 23 de outubro de 2005 foi realizado no Brasil c a primeira clonagem de cavalos. d o referendo sobre a proibição da comercialização das armas de fogo e munições. e um dos maiores protestos contra a autorização da lei da biossegurança. f o maior show da banda Rolling Stones. QUESTÃO 63 _________________________________________ (UFRJ/NCE/MINISTÉRIO DAS CIDADES/AGENTE ADMINISTRATIVO/2005/QUESTÃO 31) Faleceu dia 3 de outubro uma de nossas grandes cantoras. Carioca, nasceu na Mangueira, o que desde cedo selou sua ligação com a escola de samba. Ainda criança, se apresentou em programas de auditório e de calouros no rádio. Em 1939, gravou seu primeiro disco solo e conseguiu, com a ajuda de Carmem Miranda, ser contratada pelo Cassino da Urca. Contratada mais tarde pela Rádio Nacional, lá cou por 27 anos, tornando-se uma das mais conhecidas estrelas do rádio. Participou também de vários lmes. Ganhou muitos títulos e prêmios nos anos 50 e disputou com Marlene, por várias vezes, o posto de Rainha do Rádio. Entre seus sucessos estão “Baião de Dois” (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira), “Se Queres Saber” (Peterpan), “Escandalosa” (Djalma Esteves/ Moacir Silva), “Chiquita Bacana” (João de Barro/ A. Ribeiro), “Primavera no Rio” (João de Barro) e “Paraíba” (L. Gonzaga/ H. Teixeira). Seu nome: c Emilinha Borba. d Dolores Duran. e Elis Regina. f Maísa. g Elizeth Cardoso. QUESTÃO 64 _________________________________________ (UFRJ/NCE/MINISTÉRIO DAS CIDADES/AGENTE ADMINISTRATIVO/2005/QUESTÃO 33) Brasília é uma cidade que nasceu a partir de um plano urbanístico e de projetos arquitetônicos concebidos, primordialmente, pelos seguintes dois grandes “craques” da arquitetura moderna brasileira: c Afonso Reidy e Jorge Moreira. d Sérgio Bernardes e Lúcio Costa. e Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. f Burle Marx e Afonso Reidy
Oscar Niemeyer e Sérgio Bernardes. QUESTÃO 65 _________________________________________ (UFRJ/NCE/MINISTÉRIO DAS CIDADES/AGENTE ADMINISTRATIVO/2005/QUESTÃO 35) O cenário político nacional tem sido abalado, nos últimos meses, por uma sucessão de denúncias e escândalos. Um dos casos mais polêmicos resultou na renúncia ao mandato de deputado do então Presidente da Câmara dos Deputados. Seu nome é: c Tarso Genro. d Renan Calheiros. e Aldo Rebelo. f José Dirceu. g Severino Cavalcanti. g
QUESTÃO 66 _________________________________________ (UFRJ/NCE/MINISTÉRIO DAS CIDADES/AGENTE ADMINISTRATIVO/2005/QUESTÃO 38) Ultimamente, nosso país tem sofrido os efeitos de fenômenos da natureza muito intensos e inesperados. Entre os que mais têm espantado a todos, está: c a seca no Nordeste. d as enchentes no Sul do país. e os ciclones no Pantanal. f a seca na Amazônia. g os ciclones no Nordeste. QUESTÃO 67 _________________________________________ (UFRJ/NCE/MINISTÉRIO DAS CIDADES/AGENTE ADMINISTRATIVO/2005/QUESTÃO 39) Dia 9 de outubro realizou-se, em Belém do Pará, mais uma edição daquela que é a maior procissão brasileira. A “Festa da Rainha da Amazônia” reuniu cerca de dois milhões de éis, numa verdadeira demonstração de fé e de esperança do povo. A festa famosa é: c a Folia de Reis. d o Círio de Nazaré. e a Festa do Padre Cícero. f a Procissão do Fogaréu. g a Cavalhada. QUESTÃO 68 _________________________________________ (FSADU/SSP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIO NAL) Denir uma região signica, sobretudo, ordenar, classicar, hierarquizar. A exploração do ouro alargou o território colonial. Goiás, como região, é fruto desse processo, pois a (as) c exploração do ouro exigia um investimento de vulto em homens e maquinários destinados a retirar o metal das profundezas da terra. A posse de escravos denia o sucesso da empresa mineradora. d descobertas seguiam o impulso incontrolável da cobiça. A criação das vilas rearmou o livre domínio dos mineiros em confronto direto com as autoridades metropolitanas. e riqueza do ouro propiciou o entrelaçamento de interesses econômicos entre mineiros e roceiros, valorizando assim as atividades agrícolas e pastoris que assumiram importância vital para a economia goiana nos séculos XVIII e XIX. f riqueza do ouro era apropriada por aqueles que se aventurassem pelo sertão goiano. Escravos fugidos se transformaram em ricos proprietários de datas de terra, demarcando um tempo de mobilidade social. g descobertas de ouro anunciavam novos territórios a explorar, anunciavam também desordens e disputas. Vila Boa de Goiás foi criada para assegurar o domínio das autorida-
des portuguesas sobre a região. QUESTÃO 69 _________________________________________ (FSADU/SSP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL) A formação da estrutura política no estado de Goiás se deniu a partir da relação entre os setores dominantes e a ordem política nacional. Analise as armações a seguir: I - Com o m do sistema colonial, Goiás se fez Província. Nos primeiros anos do império temia-se, sobretudo, que tropas portuguesas aquarteladas no Pará chegassem a Goiás. Temia-se também a fragilidade das fronteiras na região de Mato Grosso. II - A proclamação da República em Goiás redeniu a ordem oligárquica. O domínio familiar cedeu terreno aos anseios das camadas médias e dos pequenos proprietários. III - O pacto federalista republicano ampliou o poder das oligarquias. A explosão de sangrentos conitos se fez notar em São José do Duro, caso transposto para cção por Bernardo Élis, em O Tronco. IV - A mudança da capital de Goiás para Goiânia, proposta por Pedro Ludovico Teixeira, foi uma decorrência da limitação do meio geográco: o clima e a topograa da cidade de Goiás eram impeditivos ao desenvolvimento do estado. Estão CORRETAS c II e III. d I e III. e III e IV. f II e IV.
QUESTÃO 70 _________________________________________ (FSADU/SSP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL) Com a revolução de 1930 redene-se a estrutura política re publicana por meio do fortalecimento do papel do Estado. Em 1937, o presidente Vargas lança como projeto a conquista do interior do Brasil, a Marcha para o Oeste. Nesse contexto, em Goiás se destaca c d e f g
o conito pela posse da terra em Trombas e Formoso. o projeto de mudança da capital para Goiânia, projeto idealizado e nanciado pela ditadura estadonovista. o projeto da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) que deu origem ao município de Ceres, em 1942. a valorização das terras de cerrado para o plantio de soja. a invasão de terras destinadas à colonização pelos movimentos sociais no campo.
QUESTÃO 71 _________________________________________ (FSADU/SSP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL) No centro de Goiânia, no cruzamento das duas principais avenidas, percebe-se o monumento do bandeirante Anhanguera, uma doação dos estudantes de direito de São Paulo para a nova capital, expressando: I - O culto ao passado de homens e expedições que percorreram o sertão goiano. II - O desejo dos paulistas de reverenciar sua presença na construção da memória histórica de Goiás. III - A identidade da cultura goiana com a paulista. IV - O esquecimento da ação bandeirante contra os índios que habitavam a região. Analise se as assertivas acima estão certas (C) ou erradas (E) e, em seguida, indique a sequência CORRETA. c C, E, E, E d C, E, C, E e E, C, C, C f C, C, E, C
C, C, C, C QUESTÃO 72 _________________________________________ (FSADU/SSP-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL) Os historiadores e intelectuais ao investigarem a história de Goiás, não só explicam, mas criam modos de ver e de pensar o passado. Esses modos, por sua vez, organizam modos de ver e interpretar o presente, ponto de partida de toda investigação histórica. Analise se as alternativas abaixo estão certas (C) ou erradas (E). g
I - A interpretação da longa crise do ouro em Goiás, cuja duração alcança mais de um século, representou uma estratégia para chamar a atenção das autoridades para a necessidade de investimentos na região. II - A rápida reconversão da economia mineira em uma economia agropastoril é um indicador da fragilidade das interpretações decadentistas. III - Ao investigar o lento processo de crise da mineração, a historiograa valorizava as conquistas do presente e rearmava a presença de um tempo que resistia à modernização. IV - O investimento da historiograa em ressaltar os elementos modernos no passado goiano indicava o desejo de romper com a identidade rural do Estado. V - A forte presença da música sertaneja é um indicador do domínio das atividades rurais sobre as urbanas em Goiás. Está CORRETO o que se arma em c I, III e IV. d II, III e V. e I, IV e V. f I, II e III. g II, IV e V.
GABARITO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28.
C-E-C-E C-E-C-C E-C-C-E C-C-C-E C-C-E-E C-C-E-E E-C-C-C C-C-C-C C-E-E-C E-E-E-E c e f
C-E-E-C d f
C-E-C-C f e d c d d c f c d f
29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72.
e c e f c f e d c f d e f f f d e c c d e d f e f e d e c c e d c d c e g f d g d e f c