Revista de Información y Debate n Cuarto trimestre de 2016 n Nº 71
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DELL CAPITALISMO: ECONOMÍA SOCIAL Y SOLIDARIA DOSSIER - MÁS ALLÁ DE > Economía para las personas > personas > La economía será solidaria si es feminista > feminista > El Mercado Social, una herramienta al servicio de la Economía Social Socia l y Solidaria > Solidaria > Transformar los territorios OTROS
TEMAS :
MIRADAS - Alternativas desde lo local > local > Entrevista a Gilberto Valdez > Fotografía: Migrar a tierra de nadie > Multinacionales > Coooperación: Políticas públicas en el Estado español > Centroamérica > El Salvador > Comunicación en África > Cultura
Portada del número 71
LaBox
1 º 7 1 6 n N º 7 1 6 0 1 2 0 e 2 e d e s t r r e d im e s to t r r i m e r t o t
u a r n u a b a te C D e b a y D ó n y c i c i ó n In fo r m a e In a d e g s t a d . o r g R e v i s o s. o r b l l o s e b u e p u a s t a p e v i s t w r .r e v w w w.
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Nº 71 (II época). Cuarto trimestre de 2016 FUNDADA EN 1995. n Segunda época: 2002. n EDITADA POR Paz con Dignidad (C/Gran Vía, 40 - 5º Ofcina 2. 28013 - Madrid / Gardoki, 9, 5ºD, Bilbao, 48008). DEPÓSITO LEGAL: M.47.658-1999. ISSN: 1577-4376 DIRECCIÓN: Luis Nieto Pereira. CONSEJO EDITORIAL: Eugenio Pascual Coruña (Asociación Paz con Dignidad) n Elena Nagore Cordón (Centro de Iniciativas para la Cooperación Batá, CIC Batá) n Carmen Sala (Entrepueblos) n Puri Pérez Rojo (Mugarik Gabe Euskadi) n Amaia Naveda (Red de Economía Alternativa y Solidaria, REAS Euskadi) n Patxi Zabalo (Instituto de Estudios sobre Desarrollo y Cooperación Internacional Hegoa - Universidad del País Vasco UPV/EHU) n Fidel Nieto (Universidad Luterana de El Salvador) n Pedro Ramiro (Observatorio de Multinacionales en América Latina, OMAL) n Silvia Pérez (Plataforma 2015 y más) n Silvia Piris (Plataforma Elkartasuna Eraldatuz-Plataforma por una cooperación crítica) n Teresa Aranguren n Sonia Herrera n Jule Goikoetxea n Roberto Montoya n Magdalena León n Isaac Rosa n Pascual Serrano n Carlos Taibo. ENTIDADES COLABORADORAS: Xulio Ríos (Instituto Galego de Análise e Documentación Internacional, IGADI) n Mikel De La Fuente (Escuela Universitaria de Relaciones Laborales de la UPV/EHU) n Amparo Merino (Universidad de Castilla-La Mancha) n Edgardo Mira (Centro de Investigación Sobre Inversión y Comercio - CEICOM, El Salvador) n Revista Envío (Universidad Centroamericana de Managua, Nicaragua). n Marco Gandarillas (Centro de Documentación e Información, CEDIB Bolivia). COORDINACIÓN: Javier González Álvarez. CONSEJO DE REDACCIÓN (
[email protected]): José Alberto Andrés Lacasta n Asier Andrés n Rosaura Audi n Marina Blesa n Eneko Calle n Pilar Crespo n Laura Daudén n Oihana Etxebarrieta n Magdalena Ferrín n Andrea Gago Menor n Maddi Goikoetxea n Álex Guillamón n Itziar Hernández n Suso López n Alba Onrubia García n Mikel Otxotorena n Beatriz Ortiz Martínez n Alejandro Pedregal n Susana Pérez Sánchez n Beatriz Plaza n Sebastián Ruiz n Mª Cruz Tornay. AGRADECIMIENTOS: A REAS Euskadi - Red de Economía Alternativa y Solidaria, Amaia Naveda, Urbano de la Cruz y a todas aquellas otras entidades y personas que han hecho posible la elaboración de este número. DISEÑO: Andrea Gago y Silvia M. Pérez. MAQUETACIÓN : Alba Onrubia García. ADMINISTRACIÓN (
[email protected]): Ángela Martín.
PUEBLOS SE REALIZA CON EL APOYO DE LAS SIGUIENTES INSTITUCIONES: Agencia Andaluza de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AACID) n Ajuntament d’Artà n Ayuntamiento de Rivas-Vaciamadrid n Ayuntamiento de Valladolid n Bilboko Udala / Ayuntamiento de Bilbao n Bizkaiko Foru Aldundia / Diputación de Bizkaia n Garapenerako Lankidetzaen Euskal Agentzia / Agencia Vasca de Cooperación para el Desarrollo (Eusko Jaularitza / Gobierno Vasco) n Gipuzkoako Foru Aldundia / Diputación Foral de Gipuzkoa. Este número ha contado con el apoyo especial de la Diputación Foral de Gipuzkoa / Gipuzkoako Foru Aldundia. El contenido de esta publicación no refleja necesariamente la opinión de ninguna de las instituciones que la apoyan económicamente. El dossier central, central, coordinado con REAS Euskadi - Red de Economía Alternativa y Solidaria, ha sido editado también integramente en euskera.
Pueblos es una apuesta por la solidaridad que ofrece una mirada crítica sobre las diferentes realidades sociales, políticas, económicas y culturales del mundo.
Busca consolidar un instrumento de comunicación que sirva para fortalecer e impulsar nexos entre organizaciones del Norte y del Sur que trabajan en procesos de transformación social. Fundada en 1995 (segunda época, 2002) y editada por Paz con Dignidad, la edición en papel de Pueblos se publica trimestralment trimestralmentee (enero, abril, julio y octubre). Todos o prácticamente todos los artículos publicados en las revistas son originales. Pueblos - Revista de Información y Debate no se hace responsable de las opiniones de los autores y autoras de los artículos. Esta revista se publica en papel reciclado. Los contenidos de Pueblos – Revista de Información y Debate están bajo una licencia de Creative Commons 3.0 España License. Pueden ser utilizados de acuerdo a los términos de la licencia “Reconocimiento-No comercial-Sin obras derivadas 3.0 España License de Creative Commons”.
CONTENIDOS
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EDITORIAL Colombia ante el espejo (Pueblos - Revista de Información y Debate) .................................... 4
OPINIÓN Ruptura y retrocesos en Brasil: la arquitectura de un golpe. La implacable destitución de Dilma Rousseff y los efectos de la nueva agenda política sobre la democracia, las políticas públicas y los derechos humanos (Flavio Siqueira y Laura Daudén) ....................................... 5
7
ENTREVISTA Gilberto Valdés Gutiérrez : “Sobre propiedad privada, participación y hegemonía cultural. ¿Qué está pasando en Cuba?” (Davide Angelilli) ........................................................ 7
FOTOGRAFÍA (Virginia Enebral) Enebra l) ............................................................................. 11 Migrar a tierra de nadie (Virginia
15 28 43
MIRADAS: Alternativas desde lo local Alternativas locales frente al status quo (Gonzalo Fernández Ortiz de Zárate) ......................... 15 Resistencias y alternativas a las empresas transnacionales desde lo local: el caso de Madrid (Pedro Ramiro) ........................................................................................... 18 Productos del campo a la mesa: una cadena local y ecológica cada vez mejor engrasada en Extremadura (Elizabeth Masero Visiga) ................................................ 21 KomunikARI : un proceso para el debate y la reflexión sobre el poder de los medios y la democratización de la comunicación (Eneko Calle García) ................................................. 24
DOSSIER: Más allá del capitalismo, economía social y solidaria Economía solidaria, economía para las personas (Blanca Crespo) ..................................... 28 Osorio-Cabrera) .................................... 31 La economía será solidaria si es feminista (Daniela Osorio-Cabrera) El Mercado Social,una herramienta al servicio de la Economía Social y Solidaria (Susana Ortega) ........................................................................................................................ 34 Auditoría Social, más allá de la cuenta de resultados (Amaia Naveda Sáenz de Ugarte) ....... 36 Transformar los territorios desde la Economía Solidaria (Zaloa Pérez Hernandorena) .............. 38 La Economía Social y Solidaria en América Latina: brevísimo acercamiento a sus tendencias y desafíos (Magdalena León) ....................................................................... 40
MULTINACIONALES Fronteras: el “libre” negocio para las transnacionales españolas (Rene Salhas) ...................... 43 La guerra silenciosa del extractivismo (Àlex Guillamón) .......................................................... 46
COOPERACIÓN La cooperación al desarrollo española en tiempos de incertidumbre (Ricardo Gayol) ............ 49 Ser mujer en El Salvador: una cadena de violencia y discriminaciones (Mª Cruz Tornay) ....................................................................................................................... 52 Centroamérica: la trata de este otro lado del mundo (Andrea Carrillo Samayoa) ............. 56
59
COMUNICACIÓN La guerra (digital) por el control de la información en África (Sebastián Ruiz-Cabrera) ................ 59
CULTURA La agroecología en Costa Rica: un proyecto de desarrollo cultural (Arpad Pou) ....................... 62 Leer a... Hervé Guibert. El pudor y el impudor de la generación literaria del sida (José Alberto Andrés Lacasta) .................................................................................................. 65
Información y Debate n PUEBLOS b Tercer trimestre n 2016 n 3
EDITORIAL
Colombia ante el espejo Pueblos – Revista de Información y Debate*
E
scribimos este editorial a 25 de septiembre, el día
previo a la rma de Los Acuerdos de Paz entre el Estado colombiano y las FARC-EP en Cartagena de Indias. Posteriormente, el 2 de octubre, se culminarán 4 años de negociación con el mecanismo de refrendación establecido en forma de plebiscito que busca legitimar los citados Acuerdos ante la sociedad colombiana. Tras tantos años de guerra, si hay algo que pone de acuerdo a los sectores sociales y políticos a favor y en contra de los Acuerdos, es la desconanza. Y es que la sociedad colombiana necesitará mucho tiempo para hacer desaparecer las dinámicas del conicto armado. De hecho, siendo conscientes de que las raíces del conicto aún persisten, casi todos los sectores que han apoyado o se han sumado a estos Acuerdos durante las distintas fases de negociación, denominan Post Acuerdo a la etapa posterior al 2 de octubre y no Post Conicto. El conicto colombiano no termina con la rma de la paz porque las causas profundas que están en la naturaleza del mismo aún no se han abordado. Estamos ante un ejercicio clásico de paz negativa, es decir, el cese de la violencia directa entre dos actores armados. Para alcanzar la paz positiva es necesario abordar una agenda clara y contundente que se encamine a deconstruir la violencia estructural que, mediante la explotación y la represión, ha condenado a enormes sectores de la población colombiana a la pobreza, a la desigualdad y a la opresión. De igual modo, habría que extender este proceso de deconstrucción hacia la violencia cultural y simbólica, la cual ha legitimado el ejercicio de la violencia estructural y directa para exterminar a cientos de miles de personas y desplazar a millones en el país. No hay que olvidar que el Estado colombiano no se sentó a negociar para cambiar absolutamente nada del modelo neoliberal que da continuidad al despojo que ha sufrido el país a manos de unas pocas familias y de grandes corporaciones nacionales y extranjeras. Más allá de la retórica, sabedor de ello, las FARC han conseguido el com promiso del Estado para ejercer la acción política y que no les maten por ello. Cuestión que no es menor si tenemos en cuenta la trayectoria de incumplimiento por parte del Estado de todos y cada uno de los Acuerdos para desmovilizar a las guerrillas. Este incumplimiento y la incapacidad del Estado para garantizar la seguridad de excombatientes,
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en el que en no pocas ocasiones ha sido cómplice de su aniquilación, ha sido la nota común de varios procesos de dejación de armas. Por otro lado, los sondeos sobre la intención de voto para el 2 de octubre muestran muest ran resultados resultado s muy volátiles de semana en semana. Grandes sectores de la población ven con rechazo o desconanza este Acuerdo con las FARC. Y no es tanto por haber sufrido la violencia directa del conicto. En muchos casos son amplios sectores urbanos alejados de las zonas de guerra. Y es que no hay que olvidar que la extrema derecha, plagada de fundamentalistas cristianos y seguidores uribistas, tiene un gran peso en este país. A pesar de todo, las encuestas muestran un apoyo mayoritario al “Sí” al Acuerdo. La mayor parte del arco parlamentario, exceptuando el uribismo y algún sector conservador, conservador, apoya el “Sí”. Cuestión similar ocurre con los sectores populares. Aunque en algunas zonas muy castigadas aún por la guerra y donde persiste la actividad de actores armados, se percibe con absoluto temor las consecuencias que tendrán la implementación real de estos Acuerdos de Paz. En este sentido, los datos sobre asesinatos en lo que va de año de líderes y lideresas sociales es dramático, muestra de que el paramilitarismo y aquellos sectores que se han beneciado por la guerra no están dispuestos a perder poder político y económico con la paz, y muestra de que el Gobierno, aunque quisiera, no puede garantizar garantiza r la seguridad de las personas que están amenazadas en este país por proteger los ecosistemas, por luchar l uchar por la l a permanencia perma nencia en el territorio territo rio o por estar e star al frente de procesos sociales basados en los derechos humanos y en la vida. El próximo 2 de octubre Colombia se mirará al espejo y quedará retratada una sociedad cuya identidad ha sido construida a base de sangre y fuego. La violencia en este país es parte de lo cotidiano, una forma de ser y de resolver los conictos. El aumento del control paramilitar en am plias zonas del país, el estancamiento del proceso de paz con el ELN y la presencia aún activa del EPL augura un escenario de altas dosis de violencia en los próximos meses. La palabra paz es un vocablo muy grande. Los Acuerdos de La Habana son insucientes para hablar de una paz justa, duradera y transformadora, pero, sin duda, deberían ser un paso necesario para alcanzarla. q
OPINIÓN
Ruptura y retrocesos en Brasil:
la arquitectura de un golpe La implacable destitución de Dilma Rousseff y los efectos de la nueva agenda política sobre la democracia, las políticas públicas y los derechos humanos Flavio Siqueira y Laura Daudén*
so, diputados y senadores justicaron interés con tal de garantizar el apoyo Ni un guión de ciencia ficción su apoyo al impeachment por “el con- parlamentario. Es un intercambio: espodría competir con el surrealismo de los hechos, en el junto de la obra”, “por Dios”, “por la tos partidos reciben cargos, prestigio e familia”, “por la paz en Jerusalén”, por inuencia dentro del Gobierno y para caso brasileño: una presidenta los “torturadores del período militar”, mantenerlos, aprueban las propuestas electa con más de 54 millones es decir, sin ninguna conexión con las del ejecutivo en el Parlamento. de votos es retirada de su razones expuestas por la acusación. El vicepresidente es una gura de puesto por el Congreso, bajo Lo que se vio no fue un juicio, sino un suma importancia en esa coalición supervisión y complicidad de macabro exorcismo político liderado porque, además de los mismos benela Corte Suprema, antes de por el PMDB, partido del hasta entonenton- cios político-partidarios, no puede ser ces vicepresidente Michel Temer, y el depuesto o retirado por el presidente cumplir la mitad de su mandato PSDB, partido derrotado por un es- por indelidad política, ya que, a su bajo el argumento, o más bien trecho margen de votos en las últimas lado, es igualmente elegido por el la excusa, de haber recurrido a voto directo. Es bastante común que una maniobra fiscal ampliamente elecciones presidenciales. presidente y vice no sean del mismo utilizada por sus antecesores, PRESIDENCIALISMO DE COALICIÓN partido, justamente para garantizar la detractores y hasta su Si no fue por los supuestos crímenes representatividad (o más bien delivicepresidente, que se consolida de responsabilidad, ¿por qué, enton- dad) de grupos con ideologías e inteahora como presidente, aunque ces, el Congreso y los antiguos alia- reses distintos. En las dos elecciones sea inelegible 1 por ocho años. dos de Dilma Rousseff se volvieron
E
se fue el proceso de destitución de Dilma Rousseff, concluido el 31 de agosto bajo el disfraz de procedimie procedimiento nto constit constitucio ucional. nal. La Carta Magna de Brasil permite al Parlamento juzgar juzgar al president presidentee por los llamados llamados crímenes de responsabilidad, que incluyen actos que atenten contra la Constitución y la existencia del propio Estado. En el caso de Rousseff, heredera política política de Luiz Luiz Inácio Inácio Lula Lula da da Silva, Silva, el supuesto crimen era apenas un detalle en un juicio estrictamente político. Desde el mismo púlpito del Congreso, sin pudor de revelar los intereses que movían el timón de ese proce-
en su contra de manera tan implaca ble? Para responder a esa pregunta es necesario, de antemano, conocer la estructura básica del modelo político presidencialista brasileño. Para viabilizar la implementación de las políticas públicas estructurales que estén en su programa de gobierno, el presidente necesita contar con una súper mayoría parlamentaria. Eso porque la Constitución ya prevé ciertas políticas públicas, y por lo tanto cambios en ellas exigen enmiendas que solo se pueden lograr con una mayoría cualicada. De ese modo, al tomar posesión, el presidente elige su equipo de ministros de acuerdo con los partidos de su
Lo que se vio no fue “ un juicio, juicio, sino un macabro exorcismo político liderado por el PMDB, PMDB, partido del hasta entonces vicepresidente Michel Temer
”
Información y Debate n PUEBLOS b Cuarto trimestre n 2016 n 5
OPINIÓN que ganó, Rousseff del PT tuvo a Temer del PMDB como vice. El PMDB es el partido político brasileño con más personas aliadas y representantes en el Parlamento. Gran parte del ocaso de Dilma tiene raíz en su inhabilidad para manejar ese sistema complejo. Su negativa a atender a los intereses de todos los grupos poderosos, sumada al mal desempeño de los indicadores económicos y el descubrimiento de un inmenso esquema de corrupción que involucra a empresarios, políticos de aliados, de la oposición y principalmente los nombres fuertes del PMDB, generó una crisis política generalizada en Brasilia. En otras palabras: se rompió el acuerdo que por 13 años equilibró intereses económicos y las tensiones sociales en el seno del Go bierno de PT. PT. El hecho de que tanto el presidente retirado de la Cámara, Eduardo Cunha, como el del Senado, Renan Calheiros, también sean del PMDB fue clave para la evolución del proceso de impeachment de Dilma. Ellos denen la agenda de votación y se aprovecharon del impeachment para bloquear temas importantes para el gobierno y, al tiempo, protegerse a sí y a los suyos de las investigaciones y promocionar medidas de su interés.
idea, que ya empezaba a ser señalada por Dilma y le traía impopularidad, ahora gana cuerpo, alma e impulso aunque jamás podría haber sido refrendada por el voto directo. Ya se han producido determinados recortes en el sistema de protección social sin ningún cambio en el sistema tributario, marcado por la regresividad. Programas sociales son diariamente suspendidos, extinguidos o recortados por el congelamiento congelamiento del presupuesto presupuesto (es el caso del principal proyecto de vivienda social y del programa de com bate al analfabe analfabetismo). tismo). Lo Lo mismo para para el SUS, el Sistema Único de Salud, del que dependen 150 millones de brasileños y brasileñas. Los derechos laborales y el sistema de seguridad social también están amenazados, así como el sistema de comunicación pública.
La población da claras pruebas de que resistirá, sea contra el golpe parlamentario, exigiendo la convocatoria de nuevas elecciones, sea contra los recortes sociales, saliendo a la calle y presionando presionando contra la aprobación aprobación de esos proyectos. Apenas en São Paulo, a lo largo de la primera semana de go bierno Temer Temer,, se realizaron realizaron por lo menos cinco manifestaciones. La marcha realizada el día 4 de septiembre reunió más de 100 mil personas y, así como las anteriores, fue violentamente atacada por la policía militar. Por lo menos 26 personas (9 adolescentes) fueron arbitrariamente detenidas y mantenidas sin contacto con abogados. Nuevas protestas protestas están convocadas convocadas para las próximas próximas semanas. semanas. Si es verdad que para gran parte de la población población brasileña la democracia jamás existió de
GOBIERNO PROVISIONAL, DAÑOS PERMANENTES
Toda esa arquitectura institucional que llevó Temer al poder sin legitimidad (el 52 por ciento de la población apoya nuevas elecciones directas, según encuesta realizada en julio por el Instituto Ipsos) tiene impactos profundos en la vida de los brasileños y brasileñas. Sin una base electoral a la que rendir cuentas e incluso antes de asumir efectivamente como presidente, Temer cambió todos los ministros y cerró los ministerios de Cultura, Desarrollo Social, Derechos Humanos, de las Mujeres y de la Igualdad Racial. Su nuevo gabinete es el menos representativo de todo el período post-dictatorial, post-dictatorial, sin mujeres ni personas negras. El proyecto anunciado por Temer en cadena nacional el día de su toma de posesión propone cuestionar el papel de Estado en la promoción de la igualdad y del bienestar social. Tal
MARCHA CONTRA MICHEL TEMER Y EL GOLPE PARLAMENTARIO EL 4 DE SEPTIEMBRE EN SÃO PAULO EN LA QUE PARTICIPARON MÁS DE 100 MIL PERSONAS. L A PROTESTA FUE VIOLENTAMENTE REPRIMIDA POR LA POLICÍA. F OTOGRAFÍA: M IGUEL ANGEL HERRERA/S HUFFLE VIDEO DESIGN.
A la cabeza del listado creciente de proyectos retrógrados que ahora ganan impulso en el Congreso está la Propuesta de Enmienda Constitucional 241, que en la práctica congela los recursos para salud y educación por 20 años. Para ocupar el espacio dejado por el Estado en esos sectores fundamentales, se va a incentivar la entrada de la iniciativa privada, re pitiendo una receta desastrosa que, según especialistas, culminará en la agudización de la desigualdad social en el país, que es ya una de las más profundas del mundo.
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hecho, nunca en la historia reciente los movimientos sociales estuvieron tan dispuestos a pelear por ella. q *Flavio Siqueira es abogado e investigador en políticas públic as en la Un iversid ade Fe deral do ABC ( UFABC). Laura Daudén es periodista, Máster en Relaciones Internacionales y Estudios Africanos (UAM), activista de derechos humanos en Brasil y forma parte del consejo de redacción de Pueblos – Revista de Información y Debate.
1
El ahora presidente Michel Temer fue condenado en mayo por el Tribunal Regional Electoral de São Paulo por haber realizado donaciones ilegales para las campañas de dos candidatos a diputado federal de su partido. En la práctica, eso signica que Temer no puede concurrir
a cargos públicos elegibles en los próximos ocho años.
ENTREVISTA
Gilberto Valdés Gutiérrez : “Sobre propiedad privada, participación y hegemonía cultural.
¿Qué está pasando en Cuba?” GILBERTO V ALDÉS G UTIÉRREZ EN LA SEDE DEL CONSEJO POPULAR DEL BARRIO C OLÓN, EN EL CENTRO DE C IUDAD DE LA H ABANA. F OTOGRAFÍA DE DAVIDE ANGELILLI.
Gilberto Valdés Gutiérrez es vicedirector del Instituto de Filosofía y coordinador del Grupo de Investigación “América Latina: Filosofía Social y Axiología” (GALFISA), del Instituto de Filosofía del Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente de Cuba GALFISA en La Habana, creado con el objetivo de crear una praxis popular de investigación (conjugando el estudio puramente académico con una teorización basada en la militancia social) y de conectar el pensamiento social cubano con la realidad de los procesos populares de toda América Latina. Veintidós años después, el “Grupo América Latina, Filosofía Social y Axiología” representa una gotita de océano en la diversidad de propuestas y visiones que hay en la Cuba contemporánea. Davide Angelilli*
P
oco después de que el Gobierno mexicano raticase el NAFTA (el Tratado de d e Libre ComerCo mercio con Estados Unidos y Canadá) un ejército de encapuchados iniciaba el
levantamiento zapatista en Chiapas. Era el año 1994, la ofensiva neoliberal avanzaba determinada y nuevos vientos de rebeldía y resistencia so plaban en América Latina. En Cuba,
la sociedad sufría tremendamente las consecuencias del n de las relaciones comerciales con la URSS. Cada día, en todas las pantallas de la isla, Fidel Castro, exhortaba al
Información y Debate n PUEBLOS b Cuarto trimestre n 2016 n 7
ENTREVISTA n Gilberto Valdés Gutiérrez pueblo a seguir el compromiso con el proyecto socialista, a pesar de las terribles adversidades y de los ruidos de las tripas vacías. Mientras tanto, en el Instituto de Filosofía de La Habana, un grupo de activistas procedentes de la educación popular decidía crear el proyecto GALFISA, que cada dos años organiza un evento muy sui generis: Paradigmas Emancipatorios. Un taller internacional en el cual participan personalidades académicas, de movimientos sociales y de organizaciones populares de toda América Latina, pero también de Europa y del contexto africano, asiático o de Estados Unidos. “Paradigmas Emancipatorios nació y sigue siendo un espacio para conjugar, para acercar el mundo académico con el mundo de las luchas políticas”, ex plica Gilberto Valdés Gutiérrez (La Habana, 1952), que además de ser vicedirector del Instituto de Filosofía, es el coordinador de las y los jóvenes que dan vida y vivacidad a GALFISA. ”Nosotros participamos, junto con otras organizaciones cubanas, en el capítulo cubano del Fórum Social Mundial, y hoy somos parte de la articulación de movimientos sociales del ALBA. Es decir, somos pensamiento y movimiento al mismo tiempo. Porque creemos que no se puedan escindir las dos cosas”. - Muchas veces se enfatiza la in-
uencia que tuvo la Revolución
Nos “enfrentamos a la necesidad de realizar cambios profundos. profundos. Cambios que van en dirección opuesta a opuesta a la que quieren empujar las fuerzas las fuerzas conservadoras desde el exterior
”
cubana en la izquierda latinoamericana. Sin embargo, poco, muy poco se habla de cómo la política cubana interioriza lo que pasa actualmente en el continente latino…
- Una de las cuestiones esenciales para nuestro proyecto es acercarnos, conectarnos con las luchas que sacuden los pueblos de América Latina. Partimos de la premisa que Cuba es una isla. Y que, utilizando esa magníca metáfora del escritor Virgilio Piñera de la “maldita circunstancia del agua por toda parte”, siempre vivimos una tensión con el aislamiento. Además, es un hecho histórico que la Revolución construyó una sociedad sustancialmente diferente de la del mundo capitalista que nos rodeaba. Sin embargo, en realidad, el proceso revolucionario nunca se aisló; vivimos y seguimos viviendo en constante y continuo intercambio con la realidad global. Hay que decir que Cuba es en realidad una nacionalidad en formación, muy abierta, y que hemos estado muy proclives al intercambio. Cuando José Martí decía: “injértese en nuestras repúblicas el mundo, pero el tronco ha de ser el de nuestras repúblicas”, quería subrayar nuestra peculiaridad, nuestra identidad. Pero, también era un imperativo a insertar el mundo en nuestro planeta, a abrirnos a la realidad global. Esto es GALFISA: constante sinergia, conexión, simpatía con los procesos emancipadores en América Latina y en el mundo. Queremos valorizar y absorber los aportes de todas estas teorías que surgen en las últimas décadas, y que enriquecen la teoría general del socialismo en Cuba. La idea de Buen Vivir por ejemplo, o las luchas de las mujeres organizadas contra el patriarcado como sistema de opresión. Todos estos nichos son potencialidades para aprovechar en la consolidación del proceso en Cuba. Aunque nuestra realidad (y aquí volvemos al “agua por todas partes”) sigue siendo sustancialmensustancialm ente un “mundo aparte”. - Un mundo aparte que vive uno de los momentos más delicados de su
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historia contemporánea. El séptimo congreso del Partido Comunista ha vuelto a subrayar la necesidad de una “actualización” del modelo económico, para alcanzar un “socialismo próspero y sostenible”. ¿Cómo vive la sociedad cubana esta compleja fase política?
- Partimos de dos premisas. La primera es la evidencia de que nos enfrentamos a la necesidad de realizar cambios profundos. Cambios que van en dirección opuesta a la que quieren empujar las fuerzas conservadoras desde el exterior. Porque sabemos perfectamente que Cuba no quiere y no necesita una transición a la democracia formal, liberal y burguesa. Sin
ACTIVISTAS DEL CONSEJO POPULAR DEL BARRIO DE C OLÓN DEBATEN E INTERCAMBIAN CONO FOTOGRAFÍA DE D AVIDE ANGELILLI.
embargo, también somos perfectamente conscientes de la necesidad de pensar y realizar una actualización del modelo. La segunda premisa es que hoy en Cuba existe un sector privado, compuesto por una multiplicidad de pequeñas y medianas empresas. Esto es un elemento capitalista, que va a estar estructuralmente y que en el pasado no hemos sabido legalizar o regular. En el congreso, Raúl Castro
ENTREVISTA Hay un debate “interesante muy entre diferentes actores de la sociedad cubana, cubana, no solamente en solamente en el ámbito institucional, superestructural de la política. política . Hay movimiento, hay pensamiento popular en Cuba
”
CIMIENTO CON INVESTIGADORES E INVESTIGADORAS DEL GRUPO GALFISA.
ha armado algo muy importante y signicativo. Muchas veces aquí hemos vivido de eufemismos, y por eso no logramos captar la realidad social. Porque hemos tenido el imaginario de un socialismo totalmente estatalizado, de propiedad exclusivamente en manos estatales. Este era el imaginario, nuestro imaginario, producto no de las concepciones de Marx, Engels y Lenin, sino fruto de una deformación histórica que se da en el proceso. Pero
esta es nuestra historia, de allí venimos, y no podemos renunciar a ella. En este contexto, hay un debate increíble, un debate muy interesante entre diferentes actores de la sociedad cubana, no solamente en el ámbito institucional, superestructural de la política. Hay movimiento, hay pensamiento popular en Cuba, y nosotros lo estamos absorbiendo para fortalecer el proceso revolucionario. Cuba está convocada a rediseñar la arquitectura social del país y el pueblo está participando, está tomando la palabra, está dialogando, aunque hay que tra bajar para que esto se reeje más en la prensa. Basta pensar que el último Congreso no aprobó los documentos políticos, sino que formalizó for malizó el inicio de un proceso de debate participativo para realizar una construcción del consenso alrededor del proyecto. Para este debate, buscamos fomentar una participación que sepa aceptar tam bién la diversidad. Nosotros queremos reconocer la diversidad, sin que ello signique transformarla en diferencia, en desigualdad. Al contrario, queremos reconocer la diversidad no para atomizarla, sino para articularla y para hacer de ella una riqueza a potenciar, cuidar y respetar. La diversidad es lo que hace hermosa la humanidad, pero tiene que ser articulada para conseguir nes humanistas. Con esta losofía y en este contexto com plejo, estamos apostando para crear un socialismo renovado. Un modelo que nos permita fortalecer el camino hacia un horizonte de propiedad del pueblo, con formas de cooperativismo pleno, y también con este sector apendicular, basado en la propiedad privada, que tiene que estar atenta y totalmente sometido a leyes. - Amplios sectores de la población miran con positividad y entusias mos las medidas de liberalización implementadas en algunos sectores de la economía. ¿Cuál es el signicado político de este fenómeno so ciológico? ¿Y cómo se quiere manejar la cuestión de la propiedad privada en Cuba?
- Si lo miramos atentamente, lo que nos están señalando todos estos gru-
pos de la sociedad civil popular cubana, es no caer en el error de ver en un sentido lineal el Estado y el mercado. Hay muchas otras formas de hacer economía, formas asociativas, formas cooperativas, que se realizan en los movimientos populares en contraposición con la hegemonía capitalista. Y no solamente en la región latinoamericana, sino también en Europa y otras partes del mundo. Ahora bien, en la fase actual la realidad económica cubana se podría representar con una especie de trípode. Lo fundamental seguirá siendo la propiedad estatal. De hecho, renunciar a la centralidad de la propiedad estatal para un país pequeño y débil económicamente económicamente como Cuba sería un suicidio para nuestro proyecto socialista. Sin embargo, hay que renovar esta forma de propiedad estatal: hay que buscar formas de cogestión, de cooperativismo. Formas que garanticen más eciencia productiva y racionalidad social, y que constituyen el segundo eje. En tercer lugar, tenemos las formas no estatales de producción. producción . En el pasado hemos pensado que eran a priori antisocialistas, ha sido un error nuestro. Al contrario, el desafío es impedir que este sector tribute a una hegemonía antisocialista. Pues, la propiedad privada no se puede eliminar por decreto, es un proceso histórico muy complejo y que además tiene que ver con la realidad global. Necesitamos conseguir que estas formas de producción se sumen a nuestro proyecto revolucionario. No olvidemos tampoco que estamos en medio de una profunda reforma laboral para racionalizar el mundo empresarial, fomentar el cooperativismo en diferentes sectores y de diferentes formas. En Cuba siempre ha habido casos exitosos de cooperativas agrícolas, pero en los últimos años estamos asistiendo a la formación de nuevas cooperativas en el ámbito urbano, en el sector de servicios por ejemplo. Estamos poniendo énfasis en las cooperativas, acompañamos estos procesos para que estas sean ecientes en términos no capitalistas, que tengan una visión ética, política,
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ENTREVISTA n Gilberto Valdés Gutiérrez social y comunitaria basada en el tra bajo de la población autóctona y no del capitalismo globalizado. Además, nosotros como grupo GALFISA y como Instituto de Filosofía hacemos una labor muy interesante: ponemos en conexión el cooperativismo con el cuentapropismo (sector privado). Tra bajamos para que estas dos realidades dialoguen e intercambien ideas y ex periencias. No queremos convertir en enemigo al sector privado. Estamos hablando de un trabajo ideológico muy complicado, y muy difícil, porque no es solamente una cuestión de regular y controlar. Sobre la capacidad de valorizar estas formas alternativas al Estado y al mercado, hay un décit en la sociedad cubana. Además, los actores que buscan un retorno al capitalismo en Cuba apuestan precisamente por el sector privado, ya que en un contexto global e histórico de despolitización de las masas, la ideología del ganar fácil, del hacerse rico en menos tiem po posible, es un recurso para orientar estas realidades hacia caminos restauradores. Los Estados Unidos, por ejemplo, apuestan por esto, la estrategia de Obama fue reunirse con estos sectores de personas trabajadoras por cuenta propia. Pero nosotros, los cu banos y las cubanas, aceptamos este desafío sin idealizarlo. Es una disputa de poder y de sentidos, es una lucha ideológica, política, cultural, epistémica y no se sabe dónde el gallo va a cantar la victoria. Por eso es crucial el activismo social y político en este contexto. Porque para gobernar, manejar y orientar todo este movimiento en Cuba, necesitamos realizar aquella delicada labor de hegemonía que yo llamo “ensanchar el corredor cultural no capitalista”. - Fuera de la isla se habla mucho de la actualización del modelo económico. Al contrario, muy poco se debate y se informa sobre la articulación política de este proceso. De los debates acerca del signicado y de la forma de Poder Popular y democracia en Cuba...
- Es cierto que cuando comienza este proceso de actualización hay un énfa-
sis en la cuestión económica. En Cuba hay un chiste: se dice que en este país hay tres problemas fundamentales: el desayuno, el almuerzo y la comida. No se puede negar que aquí el
Hay una presión para que para que “ Cuba vuelva Cuba vuelva al capitalismo más salvaje mediante salvaje mediante una expansión de la propiedad privada. privada. Que es todo lo contrario de lo que estamos haciendo
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problema más lacerante ha sido el económico, una cuestión dramática a partir de los l os años 90. Sobre todo t odo por parte de las mujeres que trabajan una doble jornada, de trabajo doméstico y trabajo asalariado. Por eso es entendible el énfasis en lo económico, pero no se puede negar negar que a veces se cae en el error de adoptar un enfoque economicista. No se puede desvincular lo económico de lo político, de lo cultural. Lo económico se genera en lo social, y el mundo del activismo, de la intelectualidad cubana, en las organizaciones políticas se debatió mucho sobre esto. Así, llegamos a entender que el desafío es político. Hay que construir un consenso hegemónico socialista, una hegemonía del socialismo que podemos hacer en estas condiciones. Sin duda, la superación del modelo de estatalización extrema conlleva a que algunas personas vean en este movimiento una mercantilización. Evidentemente, hay una presión para que Cuba vuelva al capitalismo más salvaje mediante una expansión de la propiedad privada. Que es todo lo contrario de lo que estamos haciendo. Reconocer que no se puede eliminar la propiedad privada no signica darle centralidad y libertad, porque
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nosotros le queremos y tenemos que poner límites; y para poner límites a esta propiedad privada necesitamos una ciudadanía politizada, concienciada sobre la naturaleza real del ca pitalismo. Es como la metáfora de un jardín y de la selva. En la fase histórica que vivimos el socialismo es como un jardín, hay que cuidarlo constantemente para que exista. Pero la selva capitalista surge de la nada, y lo que hoy es una cosa pequeñita puede ser un cáncer que se expande rápidamente. La solución para impedir esto es la socialización y democratización del poder. Es un desafío para el socialismo histórico que asumimos en muchos aspectos, y en otros no. Y para enfrentarlo tenemos que fortalecer la democracia. Tenemos un partido, un solo partido que representa no la totalidad pero la inmensa mayoría. Bien, como dice Raúl, este tiene que ser un partido de la sociedad, un partido democrático, de debate, de discusión. Por esta razón, estamos debatiendo y estudiando un rediseño institucional, de ley electoral. Aquí todo se basa en las asambleas territoriales, de base. Pero hay que mejorar el movimiento ascendente de este ejercicio de poder: del barrio a la asamblea nacional. Y estamos mirando un proceso de valorización de la municipalización. La apuesta de GALFISA y de muchos otros sujetos va en esta línea de profundizar el Poder Popular. Rechazar las soluciones liberales de la democracia formal, y consolidar la participación popular, la democracia sustancial. Conscientes de que si nuestro proceso pierde la capacidad de ser –como dijo Fidel- una “revolución de los humildes, por los humildes, para los humildes”, entonces se habrá perdido la belleza de una Revolución igualitaria, de dignicación. Esto es el aporte más grande de Cuba a la humanidad. Por eso el mundo nos mira, nos miran nuestros amigos y se preocupan por lo que pasa en Cuba.q
*Davide Angelilli es investigador y periodista militante. Estudia, escribe y lucha para la construcción del poder popula r y la solida ridad intern aciona l.
FOTOGRAFÍA
Migrar a tierra de nadie Virginia Enebral*
Los consecutivos informes de ACNUR sobre desplazamientos de población provocados por las guerras, los conflictos y la persecución demuestran un imparable ascenso de personas que huyen de sus hogares. El último de ellos arroja la terrorífica cifra de 65,3 millones de personas refugiadas y desplazadas, casi seis millones más que doce meses antes. En el último lustro, más de 4 millones de sirios y sirias han abandonado su país a territorios limítrofes como Egipto, Irak, Jordania, Líbano y Turquía, sin olvidar las más de 6,6 millones de personas desplazadas internamente. Pero no es el único pueblo con un éxodo masivo de habitantes: Afganistán, Irak, Pakistán, Eritrea, Somalia, Sudán, Malí, Nigeria... La lista es larga.
G
recia principalmente, y después Italia, son los países europeos que están recibiendo la mayor parte de las personas refugiadas que, procedentes procede ntes de Asia, decide decidenn atraves atravesar ar el Egeo y buscar un futuro mejor en la “Europa de los Derechos Humanos”. La misma cuyos Estados, como parte de la ONU, ONU, rmaron la la Convención Convención de GineGine bra de 1951, pero pero el pasado marzo selló selló un acuerdo con Turquía que incumple lo anterior. EL
ÚNICO PAISAJE QUE VEN SON VALLAS , UN CORREDOR DE CEMENTO POR DONDE SE
PASEA LA POLICÍA, Y LAS MONTAÑAS QUE LES SEPARAN DEL SIGUIENTE PAÍS DE TRÁNSITO:
BULGARIA. UNA TREINTENA DE POLICÍAS HELENOS ESPERAN PARAPETADOS TRAS LOS ESCUDOS LA LLEGADA DE LAS Y LOS MANIFESTANTES DEL CAMPAMENTO “N O B ORDERS ” AL CENTRO DE DETENCIÓN DE P ARANESTI .
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FOTOGRAFÍA b Virginia Enebral
FOTOGRAFÍAS DE ARRIBA A BAJO VISTA GENERAL DEL DE D IAVATA , ABIERTO
CAMPAMENTO DE REFUGIADOS EN FEBRERO EN UNA ANTIGUA
BASE MILITAR A POCO MÁS DE DIEZ KILÓMETROS DE
TESALÓNICA . EL ASENTAMIENTO SE ORGANIZA EN HILERAS DE TIENDAS DE CAMPAÑA Y ESTRUCTURAS PREFABRICADAS DE
PVC NUMERADAS . MÁS DEL 80% DE LAS MÁS DE 5.000 PERSONAS QUE VIVEN EN D IAVATA PROCEDEN DE S IRIA , DE LAS CUA LES CASI LA MITAD SON MENORES DE EDAD . DERECHA . P ARA ACCEDER AL CENTRO HAY QUE
Autor* Autor *
RECORRER UNA PENDIENTE DE 200 METROS CON
PAREDES DE METAL Y CONCERTINAS DE CUATRO O CINCO METROS Y ATRAVESAR VARIOS PORTONES ENREJADOS .
UNOS 300
HOMBRES ESTÁN ENCERRADOS EN EL
CENTRO DE DETENCIÓN DE P ARANESTI , UBICADO A 20 KILÓMETROS DE LA FRONTERA BÚLGARA . LA MAYORÍA SON DE B ANGLADESH Y P AKISTÁN , PERO TAMBIÉN HAY MIGRANTES DE M ARRUECOS Y ARGELIA .
*Texto de José Manzaneda, coordinador de CubaInformación.
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RESTOS HUMANOS SON
EXHUMADOS DEL ANTIGUO DESTACAMENTO MILITAR DE S AN J UAN C OTZAL .
Unas pocas decenas de miles de solicitantes de asilo han sido reasentadas, mientras la mayoría espera la resolución o siquiera poder tramitar su petición. El país heleno cuenta con 48 campos de refugiados repartidos por su territorio, además de seis centros de detención y deportación, similares a los CIE estatales, donde están encarceladas las personas que no tendrán ese derecho porque no se les reconoce: afganas, bangladesíes, marroquíes, argelinas... Ni unas ni otras saben nada de su futuro. Solo les queda esperar. esperar. Y desesperar desesperar.. Los asentamientos griegos son una sucesión de tiendas de campaña o habitáculos prefabricados de PVC instalados en solares áridos con apenas sombra, donde las temperaturas alcanzan casi los cuarenta grados en verano. El agua corriente es limitada y la electricidad brilla por su ausencia salvo en algunos puntos del campamento. Por su parte, los centros de detención son prisiones distribuidas por módulos, que a su vez distinguen nacionalidades. Las personas encerradas no saben por qué están allí, cuánto permanecerán ni que lo más probable es que sean deportadas.
L AS EDADES VARÍAN ENTRE LOS 18 EL MÁXIMO LEGAL ES MEDIO AÑO .
Y LOS 35 AÑOS . E STÁN DIVIDIDOS POR BLOQUES DE ESCASOS 50 METROS SIN CONEXIÓN ENTRE ELLOS . L LEVAN ALLÍ MESES , ALGUNOS HASTA ONCE , AUNQUE
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