TESTE: Mensagem , Fernando Pessoa + Os Lusíadas , Luís de Camões ANO LETIVO: ________ LETIVO: ________ / ________
ANO DE ESCOLARIDADE: 12.º Ano
DATA: ______ DATA: ______ / ______ / ______ ____ __
NOME: _____________________ NOME: _____________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________ ________________ N.º: N.º: ________ ________ TURMA: TURMA: ________ ________ CLASSIFICAÇÃO: ______________________ CLASSIFICAÇÃO: ______________________ PROFESSOR: PROFESSOR: ________________________ __________________________ ENC. DE EDUCAÇÃO: ____________________ EDUCAÇÃO: _______________________ ___
GRUPO I Apresente as respostas de forma bem estruturada.
Texto A Leia o texto.
A Última Nau 1
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Levando a bordo El-Rei Dom Sebastião, E erguendo, como um nome, alto, o pendão 1 Do Império, Foi-se a última nau, ao sol aziago 2 Erma, e entre choros de ânsia e de pressago 3 Mistério.
Não voltou mais. mais. A que ilha indescoberta indescoberta Aportou? Volverá da sorte incerta Que teve? 10 Deus guarda o corpo e a forma do futuro, Mas Sua luz projeta-o, sonho escuro E breve. Ah, quanto mais ao povo a alma falta, Mais a minh’alma atlântica se exalta 15
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E entorna, E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço, Vejo entre a cerração 4 teu vulto baço Que torna5. Não sei a hora, mas mas sei que há a hora, Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora Mistério. Surges ao sol em mim, e a névoa finda: A mesma, e trazes o pendão ainda Do Império. Fernando Pessoa, Mensagem, ed. Fernando Cabral Martins, Assírio & Alvim, Lisboa, 1997.
_______________________________ _________________________ 1. bandeira, estandarte; 2. funesto, que traz desgraça; 3. que pressagia; 4. nevoeiro; 5. volta.
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1. Explicite o sentido histórico e o significado simbólico de «a última nau», baseando-se em elementos das duas primeiras estrofes do poema. 2. «Ah, quanto mais ao povo a alma falta, / Mais a minh’alma atlântica se exalta» (vv. 13-14). • Considerando o estudo de Mensagem, e recordando o seu carácter épico-lírico, interprete estes versos, relacionando-os com o conteúdo das estrofes anteriores. 3. Interprete a última estrofe do poema, integrando-a na temática do Sebastianismo presente na obra.
Texto B Leia o texto. 92 Mas a Fama, trombeta de obras tais, Lhe deu no mundo nomes tão estranhos De Deuses, Semideuses, Imortais, Indígetes1, Heroicos e de Magnos 2. Por isso, ó vós que as famas estimais, Se quiserdes no mundo ser tamanhos, Despertai já do sono do ócio ignavo3, Que o ânimo, de livre, faz escravo.
94 Ou dai na paz as leis iguais, constantes, Que aos grandes não dem o dos pequenos5, Ou vos vesti nas armas rutilantes, Contra a Lei dos immigos Sarracenos: Fareis os Reinos grandes e possantes, E todos tereis mais e nenhum menos: Possuireis riquezas merecidas, Com as honras que ilustram tanto as vidas.
93 E ponde na cobiça um freio duro, E na ambição também, que indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro Vício da tirania infame e urgente 4; Porque essas honras vãs, esse ouro puro, Verdadeiro valor não dão à gente. Milhor é merecê-los sem os ter, Que possuí-los sem os merecer.
95 E fareis claro6 o Rei que tanto amais, Agora cos conselhos bem cuidados, Agora co as espadas, que imortais Vos farão, como os vossos já passados 7. Impossibilidades não façais, Que quem quis, sempre pôde; e numerados 8 Sereis entre os Heróis esclarecidos 9
E nesta Ilha de Vénus recebidos.
Luís de Camões, Os Lusíadas, C. IX, est. 92-95, Porto, Porto Editora, 2011. _____________________________ _____________________________________________ ___________________ ______ 1. ilustres, venerados como divindades; 2. grandes; 3. indolente; 4. que oprime; 5. aquilo que é dos humildes; 6. ilustre; 7. antepassados; 8. mencionados, inscritos; 9. Ilustres.
4. «Por isso, ó vós que as famas estimais,» (est. 92, v. 5) • Identifique os destinatários da reflexão/exortação do Poeta neste final de canto, referindo o caminho que deverão trilhar para
atingirem o seu objetivo: os valores pelos quais deverão pautar a vida, bem como a atuação que deverão ter, no que diz respeito aos seus compatriotas, à pátria e ao rei.
5. «Sereis entre os Heróis esclarecidos / E nesta Ilha de Vénus recebidos.» (est. 95, vv. 7-8) • Refira três aspetos do prémio pessoal que os heróis receberão, se seguirem o caminho indicado pelo poeta.
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GRUPO II Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e da letra que identifica a opção escolhida. Leia o texto.
Portugal vale a pena Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil). Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins. Que é líder 5 mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais. Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial). Eu conheço um país que é líder mundial no setor das energias renováveis e o quarto maior produtor de 10 energia eólica do mundo, e também está a construir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP). Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e deteta as falhas do sistema informático da NASA (Critical). Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a 15 seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades antigermes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos. Eu conheço um país que é o « state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico (Renova). Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de banca automática (Multibanco) a nível mundial e 20 que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das autoestradas (Via Verde). Eu conheço um país que revolucionou o setor da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o setor do hard-discount na Polónia (Jerónimo Martins). Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de 25 Pequim, que vestiu dez das seleções hípicas presentes nesses jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo). Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente 30 (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro). O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL. 1
Nicolau Santos, «Portugal Vale a Pena» in Portugal Vale a Pena, pp. 158-159, Oficina do Livro, Lisboa, 2012.
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1. O tema deste texto de Nicolau Santos é (A) o desenvolvimento de Portugal. (B) o desenvolvimento setorial de Portugal. (C) a apresentação de um país «desconhecido». (D) a relação do autor com Portugal. 2. Os principais destinatários deste texto são (A) os turistas que visitam Portugal pela primeira vez. (B) os turistas dos países asiáticos. (C) os portugueses e, eventualmente, alguns turistas. (D) os estrangeiros que vêm viver para Portugal. 3. «(tem) um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia.» Estes aspetos de Portugal foram deixados para o final do texto por serem (A) os mais relevantes. (B) o cartão de visita habitual do país. (C) irrelevantes. (D) propositadamente exagerados. 4. A intencionalidade deste texto é (A) mostrar a desvalorização ou desconhecimento de aspetos que prestigiam Portugal. (B) dar a conhecer aspetos em que Portugal continua a destacar-se. (C) valorizar o pouco de que o Portugal de hoje se pode orgulhar. (D) transmitir informações importantes sobre Portugal. 5. A utilização de vários parágrafos, ao longo do texto, (A) torna a leitura mais acessível. (B) permite organizar a informação por setores que vão desde a saúde à cultura. (C) não obedece a nenhum critério específico. (D) permite organizar a informação, seguindo uma ordem cronológica. 6. A repetição, no início de cada parágrafo, de «Eu conheço» contribui para (A) dar ao texto um caráter poético. (B) o reforço da valorização de tudo o que é português. (C) a expressividade do texto bem como para a sua coesão. (D) para reforçar a falta de objetividade do texto. 7. Classifique estas palavras quanto ao seu processo de formação: software (l. 6); EDP (l. 12); líder (l. 14); recordes (l. 26) 8. «Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL.» (l. 35) 8.1 Reescreva a primeira oração desta frase, inserindo-lhe o verbo que está subentendido. 8.2 Classifique a oração iniciada por «que». 9. «O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar.» (ll. 32-33) Refira a modalidade desta frase e o recurso utilizado para o exprimir.
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GRUPO III «Minha pátria é a língua portuguesa» Bernardo Soares, Livro do Desassossego
Partindo da citação, redija um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, no qual defenda um ponto de vista pessoal sobre a importância da língua portuguesa como fator de identidade pessoal e nacional e como elemento de unidade e afirmação internacional. Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
OBSERVAÇÕES: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 300 palavras –, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com zero pontos.
FIM
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SOLUÇÕES além disso, ser-lhes-á concedida a imortalidade semelhante à dos heróis do passado.
GRUPO I A 1. Do ponto de vista histórico, a «última nau» é aquela que levou D. Sebastião e o seu exército para o norte de África onde seriam derrotados, na batalha de Alcácer Quibir. A nau partiu numa atmosfera de otimismo e orgulho imperialista, «Levando a bordo El-Rei Dom Sebastião, / E erguendo, como um nome, alto, o pendão / Do Império». Mas a partida foi também marcada pelo sentimento de desolação, tristeza, ânsia e presságios de desgraça. Repare-se na expressão «sol aziago» e considere-se que o sol remete para energia, força, ação, ideias contrariadas pelo adjetivo «aziago», anunciador de morte, de «pressago mistério». Os adjetivos usados na primeira estrofe – última, aziago, erma, pressago – são determinantes na criação dessa atmosfera de desgraça pressentida e confirmada na expressão «Não voltou mais», que inicia a 2.ª estrofe. Ao nível simbólico, «a última nau» representa o fim do Império. No entanto, as interrogações colocadas na 2.ª estrofe abrem um rasgo de esperança, conferindo a Deus o papel de guardião e inspiração do sonho restaurador do futuro («Deus guarda o corpo e a forma do futuro, / Sua luz projeta-o, sonho escuro / E breve»). 2. A «última nau» partiu e não voltou ainda. Então, o sujeito poético, consciente da hora apagada que a pátria vive no presente, deseja ser o impulsionador de uma nova energia que a faça renascer das cinzas. Por isso, «quanto mais ao povo a alma falta», quanto menos energia a pátria tem, mais o sujeito poético sente a exaltação da sua missão inspiradora do sonho que quer transmitir à pátria: o sonho utópico de uma nova era. É assim que o sujeito poético conjuga a epopeia da memória dos heróis e dos mitos com o lirismo da sua própria ânsia e do seu próprio sonho inspirador, de onde decorre o carácter épico-lírico da obra. 3. Imbuído, como anteriormente se afirmou, do desígnio de construção de uma nova era, o sujeito poético afirma não saber o momento, mas ter a certeza da chegada do momento misterioso e desejado. Configurado como a chegada do sol (a luz) que afasta o nevoeiro, é a era do renascimento do império, agora espiritual, logo, mais duradouro do que o império terreno que acabou. É a desejada luz – D. Sebastião – que regressa do nevoeiro, afastando as sombras e fazendo reerguer o pendão – o símbolo – o sonho do Quinto Império. Assim se expressa, neste poema e, particularmente, nesta estrofe, a temática do Sebastianismo presente naMensagem .
GRUPO II 1. (C) 2. (C) 3. (B) 4. (A) 5. (B) 6. (C) 7. Software – empréstimo (não adaptado), EDP – sigla, líder – empréstimo (adaptado), recordes − empréstimo (adaptado). 8.1 Seja bem-vindo a este país.
8.2 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. 9. Modalidade epistémica com valor de probabilidade. O recurso que lhe confere este valor modal é o advérbio «possivelmente».
GRUPO III 1. O texto de opinião deve ser organizado, segundo um plano prévio, em três partes: introdução, desenvolvimento, conclusão. 2. O texto deve: – respeitar o tema; – mobilizar informação adequada; – explicitar um ponto de vista sustentado em argumentos e respetivos exemplos; – usar um discurso valorativo (juízo de valor implícito ou explícito); – apresentar coerência, coesão, clareza e concisão. 3. Ao nível da correção linguística e da organização lógicoconceptual, deve apresentar: – correta marcação e proporcionalidade dos parágrafos (introdução e conclusão muito breves, desenvolvimento mais extenso); – encadeamento lógico das ideias, com uso dos conectores; – adequação do vocabulário; – correção ortográfica e sintática; – pontuação adequada.
B 4. No final do Canto IX, o poeta dirige-se aos seus contemporâneos que desejam ser famosos, aconselhando-os sobre o caminho a seguir para atingirem o objetivo. Para merecerem a Fama, terão de despertar do adormecimento e do ócio, e pôr de lado a cobiça, a ambição dos bens materiais e a tirania. Deverão ser justos para com os mais fracos e não beneficiar os poderosos. Finalmente, deverão lutar pela pátria e pelo rei. Em suma, mais uma vez, o Poeta adverte no sentido de os Portugueses seus contemporâneos pautarem a sua atuação por valores de desapego, justiça, esforço, coragem, amor à Pátria e lealdade ao Rei. 5. Se seguirem o caminho apontado pelo poeta, os heróis receberão, durante a vida, «riquezas merecidas» e «honras» e,
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