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INC\u00caNDIO AT\u00d4MIC EM MEC\u00c2NICA Everton Autor
CLARK DARLTON Tradu\u00e7\u00e3o
RICHARD PAUL NETO
Aprisionar uma nave fragment\u00e1ria. Era este o desejo de Rhodan.
A destrui\u00e7\u00e3o do computador-regente n\u00e3o ca morte do Imp\u00e9rio de \u00c1rcon, pois este passou a ser controlado pelos terranos. \u00c9 claro que a transfer\u00eancia controle n\u00e3o poderia ser realizada sem atritos. No entanto, os perigos com que se defrontam Perry Rhodan e seus fi\u00e9is amigos s\u00e3o uma insignific\u00e2ncia face ao perigos vindos das profundezas do espa\u00e7o intergal\u00e1ct S\u00e3o os invis\u00edveis, com os quais os terranos entrar em luta mais de uma vez e s\u00e3o ainda as gigantescas naves fragment\u00e1rias, quase inexpugn\u00e1veis, que conduzem O Assassinos do Hiperespa\u00e7o. O segredo que cerca os dois poderosos inimigos ainda n\u00e3o foi desvendado, embora o Inc\u00eandio At\u00f4mico em Mec\u00e2nica ir\u00e1 permiti conclus\u00f5es muito importantes...
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Personagens Principais: = = = = = = =
Perry Rhodan \ u 2 0 1 4 Que arma uma cilada para os pos-bis, que quase lhe custa a vida. Atlan \ u 2 0 1 4 espaciais.
O imperador que manda construir esta\u00e7\
Reginald Bell \ u 2 0 1 4 O grande amigo e confidente de Perry Rhodan. Jefe Claudrin \ u 2 0 1 4 Comandante da nova nave capit\u00e2nia de Perry Rhodan, a Teodorico. Hal Randex \ u 2 0 1 4 Chefe de uma equipe de t\u00e9cnicos. Gucky e Iltu \ u 2 0 1 4 Dois ratos-castores que trabalham para o Imp\u00e9rio Solar. Putzi \ u 2 0 1 4 Um tigre que n\u00e3o faz mal aos homens e... nem aos ratos-castores.
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Em cinco dire\u00e7\u00f5es diferentes, o espa\u00e7o c\u00f3smico apr sem estrelas. Algumas t\u00eanues manchas luminosas constitu\u00edam o \ de sistemas estelares e gal\u00e1xias distantes, que enviavam seus raios de lu tremendo abismo onde s\u00f3 havia o nada absoluto. Na sexta dire\u00e7\u00e3o via-se a luminosidade de uma faixa cintilante estrelas, que ia se desmanchando aos poucos na parte superior e inferior, ond cada vez mais escura. Nas \u00e1reas perif\u00e9ricas as nebulosas formav Em cinco lados do espa\u00e7o havia o nada absoluto, enquanto do o Via L\u00e1ctea. Naquela zona lim\u00edtrofe entre a aglomera\u00e7\u00e3o inacredi um lado e a aus\u00eancia de mat\u00e9ria de outro, havia um sol solit\u00 Era um sol avermelhado e moribundo chamado de Exc\u00eantrico, ou Ou do qual gravitavam tr\u00eas planetas. Um desses planetas \u2014 o da robot batizado pelos terranos com o nome de Mec\u00e2nica. Situado a milhares de periferia da Via L\u00e1ctea, o sistema esperava o fim dos tempos. ***
H\u00e1 muitos dias uma pequena esfera mec\u00e2nica \u2014 pequen \u2014 circulava em torno de Mec\u00e2nica. Tinha cem metros de di\u00e2 viviam cento e cinq\u00fcenta seres humanos com seu comandante. Sua tare Deviam verificar se no segundo planeta do sol Exc\u00eantrico ainda havia v robotizada. Seis dias mon\u00f3tonos haviam passado a bordo da nave. Os aparelhos e rastrearam ininterruptamente a superf\u00edcie do planeta e o espa\u00e7o. foi esquadrinhada, metro por metro, pelas filmadoras. L\u00e1 embaixo nada que os homens n\u00e3o reconhecessem. Uma vez findo o tempo fixado para a opera\u00e7\u00e3o, o comandante d suspendeu as observa\u00e7\u00f5es do planeta Mec\u00e2nica e ordenou a \u00c1rcon, onde Perry Rhodan, Administrador do Imp\u00e9rio Solar, aguar ou menos nesse mesmo instante, no dia 5 de julho do ano de 2.112 do calend\u Perry Rhodan, Atlan e Reginald Bell estavam reunidos numa sala de confer\u0 Pal\u00e1cio de Cristal para fazer um exame da situa\u00e7\u00e3o. Ainda se alguns oficiais da Terra e de \u00c1rcon, bem como o comodoro Jefe Claudrin, nova nave capit\u00e2nia dos terranos, o gigantesco supercoura\u00e7ado Todos eles tinham seis anos dif\u00edceis atr\u00e1s de si. Era bem verda computador-regente, conseguiram apresar quase todas as naves robotizadas desgovernadas do imp\u00e9rio, mas ainda havia alguns milhares de unidade por coordenadas desconhecidas atrav\u00e9s da imensid\u00e3o do cosmos, revoltados se apoderavam delas para reform\u00e1-las. Os rebeldes achavam chegado a hora de derrubar aquilo que acreditavam ser o jugo de \u00c1rcon. m\u00e3os a medir para fazer com que respeitassem a ele e a Atlan. Grande pa coloniais revoltados foi reconduzida ao seio do imp\u00e9rio. Este ainda conti governado por Atlan, sob o t\u00edtulo de Imperador Gonozal VIII, mas o mes
escala cada vez maior do apoio de Rhodan. Os verdadeiros donos do Império d eram os terranos, que já haviam assumido a herança que Crest previra; mas e herança muito pesada. O pior, entretanto, não eram os inimigos internos, como os aras ou os salta sim um novo perigo que se tornara crítico há seis anos. Os inimigos vindos do n eram inteligências não-corpóreas, invisíveis e inapreensíveis, haviam apareci periferia da Galáxia. E na mesma zona, no abismo intergaláctico, os terranos s encontrado pela primeira vez com os membros de uma civilização robotizada, atacavam e procuravam destruir todas as formas de vida orgânica. Ao que par invisíveis e os robôs brigavam entre si. Mas isso não era nenhum consolo, pois atacavam os terranos onde quer que estes aparecessem. Um dos oficiais concluiu a exposição que estava fazendo e enrolou o mapa usara para ilustrá-la. Outro oficial levantou-se e manifestou seu ponto de vista parte, contrastava com o de seu antecessor. Bell inclinou-se para Rhodan, que estava sentado a seu lado. Cochichou quase imperceptível: — Se as coisas continuarem assim, Perry, nunca saberemos o que está esses robôs. O que estamos ouvindo são apenas suposições que não podem — Vamos aguardar, Bell — respondeu Rhodan, em voz baixa. — Dev opiniões dos entendidos, pois só assim poderemos conseguir alguma coisa. Bell calou-se. Parecia resignado. Passou a dedicar sua atenção ao oficial d de pesquisa científica, à qual fora confiada a tarefa de analisar a natureza dos desconhecidos. — Não posso deixar de discordar em toda linha das opiniões manifestadas colegas. Devo confessar que, para criaturas como nós, deve parecer altament que um robô possa sentir como um ser humano, mas no caso ora em estudo foi que o inimigo pensa e não está sendo dirigido por nenhuma inteligência orgân impossível que, em tempos passados, tenha sido introduzido nos robôs um com continua a produzir seus efeitos. Infelizmente tenho que pedir-lhes que procu conformar-se com o fato de que nos vemos diante de uma lógica robotizada gu sentimento. O orador teve de interromper sua fala, pois alguns dos oficiais balançar Um deles chegou a dizer bem alto: — Esse sujeito enlouqueceu de vez. Rhodan manteve-se em silêncio. Atlan e Bell também. O oficial esperou que os ânimos serenassem e prosseguiu: — Digo e repito: temos de adaptar-nos e começar a acreditar em novas possibilidades, por mais improváveis que as mesmas possam parecer. Não há que as experiências que já colhemos em relação à tecnologia robotizada são in Basta lembrar o fato de que o inimigo reconhece prontamente a presença de q orgânico, em virtude de seus impulsos mentais e vibrações cerebrais, e logo p ataque. Até agora tem sido praticamente impossível qualquer camuflagem. O acredita que um robô dotado apenas de recursos puramente mecânicos seria distinguir entre uma máquina e um homem? Dois ou três oficiais falaram ao mesmo tempo. Finalmente chegaram a u Um deles ficou de pé e disse: — Meu grupo continua a acreditar que a civilização construtora da ch fragmentária foi criada por seres orgânicos. A nave apenas foi tripulada p
aperfeiçoados. Lembro-me da Nave Semeadora, da “Nave da Colheita” e da o maior. As mesmas não passavam de perfeitos robôs, mas sua origem situava-s orgânico. Aqui deve acontecer a mesma coisa. Meu grupo até vai mais longe. Defendemos o ponto de vista de que o inimigo vem de Mecânica e constitui o remanescente de uma experiência esquecida há muito tempo. Da mesma form “Nave da Colheita” encontrou os fungos nutritivos, as naves fragmentárias lo vida orgânica e a destroem. Talvez esses robôs tenham por finalidade criar um de isolamento para o resto da Galáxia. O oficial voltou a sentar. Rhodan fez um sinal para outro oficial. Este le disse: — Meu grupo também é de opinião que a nave fragmentária, e também os robôs que a tripulam, foram criados por inteligências orgânicas. Mas, ao contrário do or antecedeu, somos de opinião que essas inteligências ainda existem e agem de um plano definido. Enviaram os robôs para estabelecer contato conosco, sond forças e testar nossas reações. É só o que tenho a dizer. Rhodan esperou, mas como ninguém mais pedisse a palavra, levantou-s a falar lentamente, enfatizando cada sílaba que pronunciava: — Fico-lhes muito grato pelo esforço, cavalheiros. Vejo que temos três teo Sinto-me inclinado a rejeitar a primeira, isso por um motivo sentimental e tam razões lógicas. Um robô com sentimentos é uma coisa que não existe, tenente que restam duas opiniões diferentes. No meu entender muita coisa fala a favo de que o planeta de origem dos robôs é Mecânica. Foi por isso que mandei que se dirigisse para lá a fim de realizar observações. A nave deverá regressar hoj Oportunamente informá-los-ei sobre os resultados das observações. Quero pe continuem a aguardar instruções minhas e de Atlan. Quando os oficiais já se haviam retirado, a voz potente de Jefe Claudrin trovejar: — A idéia de enviar uma embaixada de robôs não seria nada tola, che sou de opinião que a teoria B não pode ser rejeitada. Jefe Claudrin era um homem adaptado a um novo ambiente. Seus pais hav vivido em Epsal, um planeta cuja gravitação é duas vezes superior à da Terra. tinha pouco mais de metro e sessenta de altura, mas era muito forte. Os cabelo ruivos. Sua voz, potentíssima. Unia a inteligência ao sangue-frio, e assim não e admirar que Rhodan o tivesse escolhido para comandar sua nova nave capitân Ironduke ficara a cargo de Hunt Krefenbac, que fora promovido ao posto de — De qualquer maneira — disse Rhodan com um gesto de satisfação — ace o fato de que os robôs foram construídos por inteligências orgânicas. Não pos a existência de robôs que se reproduzem por si mesmos e... prefiro nem pensa possibilidade. — Era só o que faltava — observou Bell, com um sorriso. De repente seu ro assumiu uma expressão séria. — Afinal, importaria alguma coisa que os robôs ou não tivessem sentimentos? — Tudo depende disso — respondeu Atlan, que até então se mantivera em — Se houvesse robôs com sentimentos, isso significaria o fim de todas as raças humanóides. Qualquer máquina dessas só poderia revoltar-se contra os home que faça representa uma humilhação para os mesmos. Isso bastaria para que a invenção de uma máquina desse tipo fosse considerada um absurdo. A simples um contra-senso.
— Uma coisa é certa — ponderou Rhodan. — Esses robôs reagem de uma f que é totalmente diferente de tudo que estamos acostumados a ver. São impre extremamente agressivos. Apesar disso fazem o possível para protegerem a p existência. Não realizam ataques irrefletidos e temerários; guiam-se invariave um plano muito inteligente e sofisticado. É justamente por isso que se tornam perigosos. Se soubéssemos de onde vêm, já teríamos avançado um bom pedaç nem tenham vindo da nossa Galáxia. Seguiu-se um silêncio deprimente. Bell, Atlan e Jefe Claudrin fitaram Rh pareciam perplexos. A idéia já lhes tinha acudido, mas o pensamento de que a pudesse vir de uma outra galáxia — isto é, de um lugar situado a milhões de an era tão terrível que até então ninguém se atrevera a manifestá-la. De outra galáxia...! Todos os encontros com os robôs — e também com os invisíveis — se havia verificado na periferia da Via Láctea, nunca no interior da mesma. Na maior p vezes esses encontros até se haviam verificado lá fora, no abismo, nome que s costumava dar ao espaço intergaláctico. E o inimigo sempre viera de uma direção em que não havia mais estrela Será que era nessa direção que ficava o planeta de origem dessa raça p é que os robôs podiam ser considerados uma raça? Rhodan fitou seus fiéis colaboradores e notou o pavor, a incredulidad Antes que pudesse tranqüilizá-los, o intercomunicador do palácio emitiu um — Um certo Major Salzburger solicita uma entrevista, sir. Diz que é urg — Faça o favor de levá-lo à sala de conferências número dezessete — respo Rhodan e desligou. Fitou os amigos. — Logo veremos se nossas suposições são — disse. — Salzburger é o comandante do cruzador Manila, que foi enviado pa Mecânica. Bell, faça o favor de providenciar a projeção. Veremos imediatamen filmes que Salzburger trouxe. Atlan, faça todos os preparativos para a interpr filmes. Vamos. Não podemos perder tempo. A sala de conferências número dezessete ficava no mesmo pavimento. Nel encontravam todos os recursos da tecnologia mais sofisticada. Quase chegava pequeno laboratório. Uma tela de imagem ocupava uma parede inteira. Havia de som, bancos de dados positrônicos e um equipamento de interpretação, int automatizado, comandado por um robô especial. Bell logo começou a trabalha Rhodan e Atlan pararam junto à porta para esperar Salzburger. Conversavam baixa. — O patriarca Simodes foi libertado ontem, depois que seu clã prestou de fidelidade ao império — informou Atlan. — Você já tem conhecimento dis Rhodan fez um gesto negativo e Atlan explicou: — Simodes localizou duas naves robotizadas, que vagavam pelo espaço, e apoderar-se de ambas quando manifestamos o desejo de recuperá-las. Seu clã e acusou-me de traição. Bem, acho que este assunto está liquidado. — É possível que esteja liquidado para Simodes, mas para muita gente não disse Rhodan, em tom pensativo. — Ainda há muitas pessoas que acreditam qu destruição do computador-regente representa o fim do poderio de Árcon. Aliá me de que os acônidas tenham ficado quietos. Seria a melhor oportunidade de nos uma surpresa.
— A base que vocês mantêm no Sistema Azul causa-lhes muitas preocupaç disse Atlan, em tom de elogio. — Meus veneráveis antepassados nem pensarã causar-lhe problemas. Já fizeram algumas experiências nada agradáveis. A porta abriu-se. Um oficial com o uniforme de major entrou, viu Rhodan e apresentou-se. Agiu de forma um tanto desleixada, mas com todo respeito. Se enrugado não permitia qualquer conclusão sobre sua verdadeira idade, mas o muito grisalhos pareciam indicar que tinha pelo menos cinqüenta anos. — Acabo de regressar do vôo de inspeção, sir. Nada de extraordinário. Rhodan esperou que dois outros oficiais da Manila, que traziam informativo, entrassem na sala, e disse: — Então não há nada de extraordinário? Pois no intercomunicador o s que tinha pressa de falar comigo. — Não sei se os acontecimentos são importantes ou não, sir, mas achei qu qualquer maneira deveria procurá-lo logo. O senhor não acha que meu proced correto? O Major Salzburger parecia tão perplexo que Rhodan não pôde deixar d — Naturalmente. Minha observação foi supérflua, major. Então, o que há d em Mecânica? Em sua opinião esse planeta que abrigou uma civilização extint mundo originário dos robôs? — Para encurtar uma história comprida, sir, acho que não é. — Quer dizer que não observou nada de especial? — Nada, sir. Mandei recortar os filmes que fizemos enquanto circulá torno do planeta. A apresentação do filme durará cinco minutos. Vamos vê-l Enquanto os dois companheiros de Salzburger e Bell apresentavam o fi prosseguiu em seu relato: — Tivemos uma semana inteira para realizar observações sistemáticas no espacial em torno de Mecânica. Os instrumentos não registraram a presença nave estranha. Posso afirmar com absoluta segurança que nesses seis dias nã único veículo espacial num raio de quinhentos anos-luz em torno de Mecânica continua inalterado. As pequenas “Naves da Colheita” continuam a circular ju superfície, esforçando-se em vão para encontrar fungos nutritivos. Nos deser que cobrem o planeta não cresce mais o menor pedaço de musgo da gordura. A civilização de robôs deixou de existir há tempo, quanto mais os seres desconh construíram essas máquinas. O posto de comando central foi destruído. Tudo como antes em torno do mesmo — olhou para Bell, que lhe fez um sinal. — Olh para convencer-se de que é assim. As luzes apagaram-se e a tela que cobria uma parede iluminou-se. Uma es paisagem do misterioso planeta foi mostrada em cores e em três dimensões. A planeta ficava a mais de cinqüenta mil anos-luz de distância e gravitava em tor sol moribundo vermelho-escuro, que percorria sua trajetória solitária pelo e Os desertos alternavam com cidades em ruínas, nas quais não se via o men de vida. O lugar em que antigamente ficara o centro de comando automático d de defesa mostrava uma gigantesca cratera. As “ Naves da Colheita” percorri camadas superiores da atmosfera, numa busca intensa. Era só isso. A tela apagou-se e a sala voltou a iluminar-se. Rhodan disse: — Nestes últimos seis anos nada mudou em Mecânica. Ao que parece, nos segundo a qual os robôs poderiam vir de lá, não se confirmou. Mas não podem certeza. É possível que há tempos imemoriais seu mundo tenha sido este. Exis
circunstâncias que levam a esta conclusão. Basta lembrar a arma narcótica qu buscar em Mecânica. Os robôs utilizam a mesma arma. De quem podem tê-la r senão dos seres que já viveram em Mecânica? Ainda existem circunstâncias q compreendemos, mas que nem por isso devem ser desprezadas. É verdade qu nenhuma prova, mas as suspeitas continuam de pé. — Sinto muito não poder ter feito mais do que isso — disse o Major Salzbur lamentando-se. — Se ainda existissem certas relações entre Mecânica e os mi robôs, alguma coisa deveria ter mudado na superfície do planeta nestes seis a falar com franqueza, tenho minhas dúvidas sobre a exatidão de sua teoria, que enxergar certas relações. Rhodan gostava que seus subordinados tivessem suas próprias opiniões e compartilhassem cegamente os seus pontos de vista. Por isso fitou seu interlo um sorriso amável. — Fico-lhe muito grato, Major Salzburger. Faça o favor de voltar para bord Manila e aguarde novas instruções. Por enquanto o senhor ficará estacionado III e se manterá de prontidão. Salzburger fez continência e, pegando o filme, retirou-se juntamente oficiais. Bell parecia decepcionado. Quando a porta se fechou, disse em tom — O que ele nos trouxe não foi muita coisa. Não avançamos um passo. Ao que parecia, isso não preocupava Rhodan. — Espero que o próximo vôo da Teodorico represente um bom progre verdade que talvez possa levar-nos para o além... depende das circunstânci
2
O vôo da Teodorico, que fora anunciado por Rhodan, demorou mais alguns pois houve necessidade de esperar a chegada de vários aparelhos especiais en na Terra. Os swoons que se haviam fixado em Marte ainda estavam trabalha Nos últimos decênios os pequenos homens-pepino, nome que Bell lhes der uma falta de respeito total, se haviam transformado nos melhores microtécnic Galáxia. Ou melhor, sempre haviam sido, mas sob a direção de Rhodan passar trabalhar para o lado certo. Quando o Major Salzburger recebeu ordens para buscar em Marte os absorção mental recém-fabricados, Rhodan mandou chamar Gucky. Antes que Rhodan fechasse a boca, o rato-castor apareceu. Como telepata captara os pensamentos de Rhodan e não aguardara a ordem verbal. E, como possuía o dom da teleportação, materializou-se na sala de comando da Teodor frente de Salzburger, que se assustou. — O que houve? — piou o rato-castor, dirigindo-se ao major. — Nunc teleportador? — Nunca vi tão de repente — retrucou prontamente o major e cum Rhodan com um gesto. Acabara de receber as últimas ordens e retirou-se da sala de comando. o com uma expressão de perplexidade. — Quanta pressa — comentou em tom decepcionado. Exibiu o dente-roedo sorriso. — Sinto muito, mas você terá de esclarecer melhor o que deseja de mi ouvi tudo. Rhodan fez um gesto ameaçador com o dedo, enquanto Bell ainda se quieto. — Você andou espiando; vamos, confesse logo. Pois bem. Você irá para Manila e... — Terra? — gritou Gucky com a voz estridente e profundamente decepcion Agora que as coisas começarão a esquentar por aqui terei de ir à Terra? O que por lá? Será que virei babá? — Não me interrompa! — disse Rhodan, um tanto impaciente. — Vo Terrânia e... — Não! — disse Gucky; parecia ofendido. — Não vou! Ficarei aqui! — l olhar para Bell. — Se o gorducho ficar, também ficarei. Rhodan ergueu as sobrancelhas. — Salzburger irá buscar os aparelhos de absorção mental em Marte e v antes para cá. Você também voltará, Gucky. Quem disse que você vai ficar e O dente-roedor voltou a brilhar. — Quer dizer que voltarei? Bem, nesse caso as coisas são diferentes. Mas n compreendo o que irei fazer em Terrânia se a Manila voará para Marte — seu n parecia ter desaparecido. — Gostaria de cumprimentar os pepininhos. Sempre costumava chamar os swoons de pepininhos. — Não há problema. Agora preste atenção e não me interrompa mais, perderá a hora da partida e terá de saltar atrás da Manila. Vocês irão a Ma
os novos aparelhos e depois farão uma escala em Terrânia para pegar Putz Entendido? A boca de Gucky fechou-se. Parecia estupefato. Até parecia que alguém sugerido que fosse roubar o cofre da General Cosmic. — Putzi? — piou em tom de espanto. — O gatão gigante? — Isso mesmo, Gucky. Precisaremos dele em Mecânica, a fim de testar a robôs, que provavelmente aparecerão por lá. Você há de reconhecer que diferenças entre um tigre e um ser humano... — Existem diferenças externas — confessou Gucky, prontamente. — Existem certas diferenças do ponto de vista mental. Além disso Putzi nã receberá nenhum aparelho de absorção mental, a fim de que seus impulsos ce possam ser captados pelos robôs. Vamos ver se os mesmos só caçam gente, ou também estão interessados em tigres. — Quer dizer que Putzi será transformado numa cobaia para suas exper — Não; será um “tigre-experimental” — disse Bell, com um sorriso. Gucky não parecia entusiasmar-se com a idéia. Há tempos encontrara o an semitelepático durante uma missão e passara a gostar dele. Fora obrigado a e zoológico, onde estavam expostos outros animais extraterrenos. Putzi gostava Passava dias agradáveis em seu grande cercado. Gucky visitava-o sempre que oportunidade. Havia até uma espécie de palestra telepática entre os dois. — Ai de vocês se alguma coisa acontecer a ele! — disse em tom ameaçador cerrando a pata direita. Teve a precaução de só sacudi-la na direção de B ell. — trarei se quiser vir espontaneamente. — Está bem — concordou Rhodan. — Mas quero que ande depressa. Prete decolar dentro de três dias no máximo. Por aqui teremos muito que fazer para Teodorico para a missão. A Manila logo decolará. Você não terá tempo para despedir-se de Iltu. Gucky fez uma careta, mas não formulou nenhuma objeção. Desmateria Ninguém saberia dizer se retornaria à terceira dimensão na Manila, ou de sua amiga Iltu. Dali a cinco minutos a Manila decolou. Gucky estava a bordo. ***
Pouco antes da decolagem ocorrera uma atividade tremenda a bordo da O Major Salzburger regressara são e salvo da Terra, trazendo os aparelho haviam sido encomendados. Também trouxera Gucky com o felino Putzi. Era u inofensivo, que foi colocado num camarote vizinho ao de Gucky. A Teodorico tinha um quilômetro e meio de diâmetro. Seu formato era esfé estava equipada com o sistema de propulsão linear. Além disso fora montado e interior o único transmissor fictício de matéria que ainda existia. O mesmo desempenharia um papel importante na missão que se aproximava. Além do T bordo da nave um transmissor comum, que só podia enviar os objetos, e també humanos, para uma estação receptora previamente preparada. De Marte, Salzburger trouxe os novos aparelhos de absorção mental. Eram minúsculos, capazes de absorver as vibrações celulares e cerebrais dos home ponto que um telepata não reconheceria neles a qualidade, ou talvez espécim orgânicos. Os aparelhos de absorção mental estavam acoplados com micro-rá
ajustados para a freqüência irradiada pelas misteriosas naves robotizadas. D indagação que os robôs costumavam formular — Vocês são vivos de verdade? ficaria sem resposta. Mais do que isso, pretendia-se dirigir essa pergunta aos desconhecidos, a fim de obter uma resposta adequada e matar qualquer susp nascedouro. Os aparelhos de absorção mental com os microrrádios montados em seu in foram distribuídos aos tripulantes, aos quais foi ministrada uma ligeira aula, a familiarizá-los com o equipamento. Naquele momento Rhodan encontrava-se companhia de Atlan, com o qual discutia os últimos detalhes do cinturão de de cósmica que se pretendia criar. — Na periferia da Via Láctea existe um número suficiente de estações esp para detectar imediatamente um eventual ataque — disse Atlan. — Além disso disposto a destacar alguns milhares de naves para o patrulhamento. Não poss mais que isso, pois no império há muito trabalho acumulado. Cada nave retira mesmo enfraquece minha posição. — Compreendo perfeitamente — disse Rhodan com um sorriso. — Acontec você se preocupa demais com os saltadores e os aras e sei lá quem mais. É clar todos têm vontade de revoltar-se, mas falta-lhes a coragem de chegar às últim conseqüências. Dificilmente arriscarão uma revolução declarada. E, um belo compreenderão que, se não ajudarem o império, estarão perdidos. Isso aconte o perigo vindo do cosmos se tornar mais grave — de repente seu rosto assumiu expressão séria. — O perigo vindo do cosmos, é este o nome que quero dar ao r enfrentamos. Os invisíveis e os robôs representam um perigo para toda a Via L onde vêm eles? Vieram realmente do espaço intergaláctico? Onde fica seu m Será que eles realmente se combatem, ou apenas pretendem enganar-nos com que abandonemos a atitude de reserva? Temos de encontrar uma respost perguntas, pois do contrário não poderemos sobreviver por muito tempo. É es motivos por que irei a Mecânica. É que continuo a acreditar que os robôs vêm do grande abismo. Quanto aos invisíveis, não tenho a menor dúvida de que ele outra galáxia. Naquele momento Rhodan nem desconfiava de que estava muito engan desses dois pontos. E por pouco o engano não se tornaria fatal. Atlan concordou com ele. — Acho que você está com a razão. Farei o que estiver ao meu alcance par lo. Minhas fábricas robotizadas constroem um número cada vez maior de esta espaciais que poderão ser colocadas na periferia da Via Láctea. E essas estaç avisar-nos assim que qualquer inimigo se aproxime. Há mais alguma coisa qu feita? — Muita coisa, Atlan — disse Rhodan. — Precisamos descobrir quem é nosso inimigo. São os invisíveis? Por que s invisíveis? Será que existem em outra dimensão? São por natureza conforme s apresentam, ou precisam de equipamentos especiais para tornarem-se invisív robôs? Você assistiu aos debates dos cientistas, dos técnicos e dos oficiais. C tem uma opinião diferente. Qual delas será correta? Pretendo ir a Mecânica p descobrir isso. — Será que você não está enganado? É bem possível que não venham d Rhodan hesitou.
— Quer esteja enganado, quer não, o fato é que precisamos adquirir a cert disse, encerrando o assunto. — Quer dizer que você construirá novas estações Atlan? Na Lua estão sendo construídas outras. Nossos estaleiros trabalham a Não podemos permitir nenhuma brecha em nosso sistema de defesa. Um sorriso matreiro apareceu no rosto de Atlan. — Como mudam os tempos! Antigamente procurávamos defender nossos dos ataques vindos de fora. E o que significava a expressão “de fora”? A mesm sistemas estelares situados no interior da Via Láctea, que em sua maioria perm inexplorados até hoje. Até mesmo sua Terra era abrangida pela expressão “de que acontece hoje? Hoje toda a Via Láctea, tanto a parte conhecida como a des procura proteger-se contra o que vem de fora. E desta vez o “de fora” correspo terrível vazio situado entre as galáxias, ao grande abismo interestelar, ao terr nos separa da eternidade. De repente os habitantes da Via Láctea têm de unirqueiram, quer não, por ter aparecido um inimigo que nem sequer conhecemos de saber se isso representa um retrocesso ou um progresso. Rhodan fitou Atlan. Seu rosto estava sério. — Isso só se verá mais tarde, amigo. Talvez vivamos bastante para ass Afinal, não somos imortais? — Somos, desde que ninguém nos mate — num movimento inconsciente A a mão no ativador celular, um aparelho do tamanho de um ovo que trazia sobre qual Rhodan. — A morte natural não poderá levar-nos mais... — de repente inc corpo para a frente. — O que estará fazendo nosso amigo do planeta Peregr — Faz tempo que não o vejo — confessou Rhodan. — Meus mutantes e os elementos mais importantes de minha equipe vão regularmente para lá a fim d ducha celular, cuja aplicação lhes garante mais seis decênios de vida. Mas Ele Imortal, nunca mais tem aparecido. Por isso suponho que esteja passando bem precisa de nosso auxílio. Talvez precise quando o planeta dos barcônidas ating Via Láctea. Conversaram mais meia hora, até que o comodoro Jefe Claudrin avisou que a Teodorico estava pronta para decolar. Levantou-se e apertou a mão de Atlan. — Passe bem, velho amigo. Se tiver tempo, torça por mim. — Boa sorte, Perry — disse Atlan, comovido. Desconfiava de que o realmente precisaria de muita sorte. Desta vez, quando Rhodan regressou à sua nave capitânia, não houve nen militar. O fato era que além de algumas poucas pessoas muito bem informadas sabia que Rhodan estava saindo do sistema de Árcon. Quando Rhodan entrou na sala de comando, Jefe Claudrin estava ca nervosamente de um lado para outro. Soltou um suspiro de alívio. — Até que enfim — disse sua voz trovejante. — Detesto esperar, chefe. — Eu também — disse Bell, que se encontrava de pé junto à mesa de onde estivera conversando com um homem louro, o imediato Reg Thomas. Rhodan fitou-o demoradamente. — Quem sabe se um dia vocês não vão preferir estar esperando por aq serem obrigados a sair com a nave? Tudo preparado, Claudrin? — A nave está pronta para decolar, sir. — Disse Claudrin em tom milita sorriu, virou-se para Rhodan e perguntou: — O que quis dizer com isso, sir?
— Eu mesmo não sei dizer — disse Rhodan, esquivando-se. — Bem, vamos decolar. As coordenadas são conhecidas, O destino é a estrela Outside. Voarem velocidade máxima. Estarei no meu camarote. Saiu da sala de comando, caminhou pelo corredor e entrou no elevador. N momento, a Teodorico decolou. Não se ouvia o uivo trepidante dos propulsore na protuberância equatorial da nave e a força da aceleração era imperceptíve ação dos campos de absorção da gravitação. No momento em que Rhodan abr de seu camarote e entrou, Árcon III já se havia transformado numa estrela cin diminuía a olhos vistos e logo desapareceu de vez. Parte do Exército de Mutantes e os membros do Destacamento de Operaç Especiais também estavam a bordo. Nas proximidades do camarote de Rhoda Iltu e Putzi ocupavam três aposentos. Iltu fizera questão de participar da operação. Baseou seu pedido no fato de descoberto os invisíveis, juntamente com Gucky. Suas faculdades de teleporta haviam desenvolvido, e além disso dominava a telecinese e a telepatia quase c mesmo desembaraço de Gucky. Por isso Rhodan não tivera nenhuma dúvida e sua participação na expedição. Enquanto o sistema de Árcon mergulhava no infinito e a Teodorico acelera proporção incrível, tanto que já ultrapassava a velocidade da luz, Iltu e Gucky uma visita a Putzi, o gigantesco felino. O enorme animal estava enrodilhado numa cama cheia de cobertores. Ao v os dois ratos-castores, espreguiçou-se e piscou preguiçosamente com os olho chicoteou várias vezes contra a parede do camarote. Iltu, que nunca vira Putzi, segurou-se medrosamente ao uniforme de Gu — Santo Deus! Que gatão! Estou com medo... — Não tenha receio, pequenina. Quando vi Putzi pela primeira vez, també medo. Basta ver que é um gato e eu sou um rato-castor. Mas acabamos por tor bons amigos — fez um gesto para o animal. — Não é verdade, Putzi? Nós somos amigos. O gato — ou tigre — bocejou e pôs-se a ronronar. Face ao seu tamanho parecia o ronco de um estômago de elefante. — Veja só como nós nos entendemos bem, Iltu — disse Gucky e de um salto colocou-se em cima da cama. Deitou ao lado de Putzi e apoiou o cotovelo sobre do animal, como se quisesse tirar uma fotografia encantadora. O gato começo seu rosto. Gucky deu uma risadinha tola e procurou defender-se com os braço pernas. Depois Gucky forçou-o a ficar deitado e obrigou-o a receber seus ca Iltu ficou estupefata ao ver o amigo desaparecer sob o corpo do animal debatia inutilmente. — Está machucando você? — piou em tom indeciso. — Quer que e telecinese para... — Não se atreva — disse uma voz abafada saída da confusão de braços se debatia na cama. — Estamos brincando. Iltu, uma moça pertencente à raça dos ratos-castores, que era um pouco m mais delicada que Gucky, acalmou-se e contemplou o espetáculo. Valia a pena e mais assustador que pudesse parecer Putzi — mesmo para um homem — naq momento era um animal totalmente inofensivo. Dali a dez minutos, quando Gucky conseguiu libertar-se e se despediu d uma palmadinha nas costas do mesmo, Iltu disse com a voz triste:
— Bem que você poderia brincar assim comigo... Gucky cuspiu alguns pêlos de gato e piou: — Ora, não sou nenhuma criança. Iltu suspirou e seguiu-o depois de ter lançado mais um olhar para Putzi. — Eu também não sou — disse e foi ao seu camarote. Gucky ficou sentado mais uma hora na cama, mergulhado em pensamento sombrios. Refletia sobre a observação de Iltu. Finalmente, depois de uma med prolongada, a compreensão amadureceu em sua mente. E essa compreensão numa única palavra, que pronunciou com a tranqüilidade de um filósofo, enqu realmente tinha a impressão de ser um sábio: Depois disso encolheu-se e adormeceu. ***
A Teodorico não estava só nas amplidões incomensuráveis da zona perifér Esquadrilha da Frota Espacial Terrana seguia-a a pequena distância. A mesm formada por cem couraçados e supercouraçados com os respectivos cruzador de reconhecimento. A esquadrilha era comandada pelo Almirante Serge Wass provara seu valor em várias missões. Wassilow recebera ordem para manter contato de rádio ininterrupto com Teodorico. Só deveria entrar em ação quando recebesse ordens expressas par Rhodan tomara essa medida para ficar com as costas protegidas e trabalhar à Não se podia brincar com o inimigo desconhecido. Uma grande força de cober costas representava maior segurança e auto-confiança para os terranos. Os últimos sistemas solares da Galáxia, cujos planetas na maior parte eram desabitados, foram passando e se confundiram com o quadro da Via Láctea, cu brancura reluzente cobria a tela de popa. Havia apenas alguns sóis periféricos espalhavam uma débil luminosidade. As galáxias distantes pareciam nebulosa situadas no nada. Entre elas havia um sol avermelhado que parecia formular u chamejante. Era Outside. A Teodorico reduziu a vertiginosa velocidade e, sem adotar cautelas aproximou-se do sol moribundo e de seus três planetas. O primeiro desses planetas era feito de matéria derretida, enquanto o passava de um gigante gasoso. O segundo planeta era Mecânica. Rhodan encontrava-se na sala de comando, juntamente com Bell, Jefe Reg Thomas. — Há uma cadeia de montanhas perto do centro de controle destruído — d Rhodan, enquanto contemplava a tela na qual se viam projetadas cada vez ma nitidamente as estranhas formações encontradas na superfície do misterioso Ao pé dessas montanhas ficavam os canhões automáticos que conseguimos de tempos atrás. O topo da montanha é achatado, formando um platô. É lá que in nossa base. Mas não pousaremos. Jefe Claudrin parecia espantar-se com aquilo. — Não vamos pousar, sir? Por quê? — É preferível que os robôs não saibam que participamos daquilo. Apenas examinar a montanha. Parece apropriada aos nossos fins — voltou a olhar par gigantesca cratera que se abria no lugar em que antigamente ficava o centro d de Mecânica. — Inverta a rota, Claudrin. Vamos voltar para a Via Láctea.
Claudrin parecia perplexo, mas logo manipulou os respectivos controles. A Teodorico descreveu uma curva muito ampla e aumentou de velocidade. O pla Mecânica e o sol Outside mergulharam nas profundezas do espaço. A Teodoric prosseguia em velocidade vertiginosa em direção à faixa branca formada pela Naquele instante foi expedida uma ordem destinada ao Almirante Wassilow, p este se mantivesse à espera nas coordenadas 011-17-111, a cerca de mil anosOutside. Claudrin não conseguiu dominar mais a curiosidade. — O senhor pretende arriscar o salto com o transmissor fictício a um dessas, sir? Rhodan fez um gesto afirmativo. — O alcance do aparelho é praticamente ilimitado, comodoro, desde que a coordenadas do ponto de destino estejam bem fixadas. O computador positrôn posicionamento determinou a situação do campo de pouso e registrou a rota q percorremos. Não existe o menor risco — apontou para alguns instrumentos q no quadro de comando colocado à frente de Claudrin. — Pare a Teodorico daq horas, Claudrin. A mil anos-luz de Mecânica — bateu no ombro do comodoro e as costas. — Bell, você irá comigo. Temos que fazer nossos preparativos. No momento em que a escotilha se fechou ruidosamente, Claudrin profundamente e lançou um olhar curioso para seu imediato. — Entendeu alguma coisa, Thomas? — Para dizer a verdade, sir, não entendi nada. Claudrin sorriu; parecia satisfeito. — Ótimo! Até parecia que eu era o único idiota a bordo desta nave. Às veze chefe guarda mistério em torno do que faz, mas geralmente sua atitude não é queira fazer-nos uma surpresa. Na verdade, houve uma surpresa. Menos para Claudrin que para Gu alguns mutantes, e especialmente para cinco técnicos-oficiais do comando. Enquanto a Teodorico ainda corria em direção ao ponto imaginário em que parar, Rhodan mandou que os mutantes e os técnicos se dirigissem à sala em q instalado o transmissor fictício. Os terranos nunca haviam conseguido construir outro aparelho igual ao qu fora dado pelo grande desconhecido, pelo Ser imortal que habitava o planeta a Peregrino. Seu funcionamento era desconhecido, mas o resultado era claro e e transmissor era capaz de atirar qualquer objeto, fosse este de natureza orgân inorgânica, para qualquer ponto que se escolhesse, fazendo-o surgir de novo a processo de desmaterialização. Havia uma diferença tremenda em relação ao transmissores comuns: não havia necessidade de uma estação receptora. Era que Rhodan usava o transmissor fictício muito raramente, em casos de emerg desejava proteger o precioso instrumento ao máximo, O mesmo era insubstitu valor inestimável. Era por isso que pretendia instalar em Mecânica uma estação recep transmissores comuns. Os mutantes e técnicos reuniram-se na sala do transmissor meia hora ant chegarem ao ponto de espera. Gucky segurava o gato-tigre pela coleira. Um q esquisito: Putzi era um pouco mais alto que o rato-castor. Ao lado deles viam-s Ras, o teleportador africano, que também formavam um par muito heterogên tinha o dobro do tamanho da moça da raça dos ratos-castores, que parecia um
assustada; colocava a patinha sobre a mão enorme de Tschubai, como se prec proteção do mesmo. Os cinco técnicos pareciam um tanto indecisos. Contemp inúmeras caixas e pacotes jogados ao lado do transmissor. Bell acabara de sair do recinto, a fim de dirigir-se à sala de comando d Forneceu alguns esclarecimentos a Claudrin, a fim de libertá-lo de seus tem Rhodan apontou para o transmissor fictício. — Naturalmente os senhores querem que eu lhes explique por que devem um salto tão longo, que os transportará a uma distância de exatamente mil ano bem. Vou explicar, a fim de que se convençam de que a medida é necessária. S realmente vêm de Mecânica, os mesmos nunca mais voltaram ao seu planeta n andam vagando pelo espaço, onde atacam tudo que é orgânico e, ao que parec seus atos por uma programação ultrapassada, que já não preenche a menor fi Pretendo construir em Mecânica uma base que não permita qualquer conclus quem a construiu. Ninguém pensará que a Teodorico tem alguma coisa com a desde que se encontra a mil anos-luz de distância. Não sabemos quais os recu dispõem os robôs para realizar suas observações. Os senhores usarão os apar absorção que não permitirão que alguém os identifique como formas de vida o com exceção de Putzi. Também para isso existe um motivo específico. Precisam descobrir se os robôs também se interessam por seres vivos semi-inteligentes eles as estruturas mecânicas representam as únicas formas de vida verdade — O que faremos — perguntou Gucky, em tom de ceticismo — se aparecerem e nos atacarem? Não teremos meios de defender-nos contra os — Uma vez montado o conteúdo destas caixas e pacotes, vocês disporão d estação completa de transmissão e recepção, que permitirá um contato ininte Teodorico. Por isso poderei enviar a qualquer instante reforços, armas e materiais, se depender dos cálculos demorados para determinação da posição da nave, de q dependemos. Assim que a estação esteja em condições de entrar em funciona enviarei cem homens do comando especial. A cadeia de montanhas que se erg Mecânica será transformada numa verdadeira fortaleza, desde que os robôs n tempo para isso. — Será que os mesmos iriam aparecer agora? Pois estiveram fora dura — conjeturou um dos técnicos. Um sorriso fugaz surgiu no rosto de Rhodan. — Poderão aparecer, pois pela primeira vez se movimentarão em Mecânic que não irradiam impulsos cerebrais orgânicos, e que por isso mesmo serão co representantes da vida verdadeira. Mais alguma pergunta? Rhodan dirigira-se principalmente aos técnicos. Um deles adiantou-se. — Sir, essas caixas contêm uma estação receptora facilmente montáve pergunta porque tenho a impressão de que o volume do material é muito re — São apenas as peças essenciais, Mr. R andet. O restante seguirá assim q mesmas estiverem montadas — lançou um olhar indagador para outro homem não, Mr. Polski. — Existe alguma possibilidade de entrarmos em contato com o sen sejamos atacados antes que a montagem da estação tenha sido concluída? — Naturalmente — disse Rhodan. — Os senhores levarão um hiperco portátil. Já conhecem o código de sinais. Infelizmente não podemos estabe
verbal direto, mas em caso de emergência um sinal bastará. Mais alguma olhou para o relógio. — Faltam cinco minutos. Discutiram os últimos detalhes. A Teodorico desacelerou e imobilizou-se no espaço. Rhodan colocou a mão no ombro de Gucky. — Cuide bem de Putzi, sim? Só ele será reconhecível como ser orgânico Gucky exibiu o dente-roedor e fez um sinal para que Rhodan chegasse m Rhodan abaixou-se. — Você é muito esperto — principiou o rato-castor. — Por que não nos verdadeiro motivo por que precisamos de uma estação de transmissor em M Rhodan ficou realmente perplexo. — Como? O que foi que eu deixei de contar? Qual é, na sua opinião... o motivo? Gucky ainda estava sorrindo, enquanto Ras Tschubai, Iltu e os técnicos no recinto fechado pelas grades. — Pois é muito simples, Perry. Se não tivéssemos uma estação dessas, não poderíamos voltar à Teodorico quando a situação se tornasse crítica. O transm fictício é uma via de mão única. Não se preocupe; não contarei nada aos outro para tranqüilizar Rhodan e deu um empurrão em Putzi. — Senão acabarão fica medo e se afastarão do negócio. Rhodan sorriu. Realmente, deixara de mencionar esse motivo evidente pa assustar os homens sem necessidade. Era claro que todos sabiam, mas não ha necessidade de lembrar-lhes que, se as coisas não dessem certo, não haveria c Fez um sinal para o Major Slide Narco, que funcionava como engenheir O homem natural de Marte, com seu gigantesco tórax, resultante de um pr adaptação ao ambiente, respondeu ao sinal e aproximou-se do quadro de com Colocou as mãos sobre uma chave. Baixou-a violentamente. Rhodan fitou as grades do transmissor fictício. Gucky, Iltu, Putzi, Ras e os cinco técnicos desapareceram.
3
O ar era frio e rarefeito. O gigantesco sol vermelho estava a pino, mas não tinha forças para f calor saudável, O mesmo fornecia luz e evitava o congelamento da atmosfer Junto ao horizonte viam-se os restos da central de comando junto à cratera. Depois da destruição da mesma, os canhões automáticos do sistema de de planeta robotizado passaram a silenciar. Os habitantes primitivos há muito ha mergulhado na torrente do tempo. Ninguém saberia dizer quem eram eles e c A cadeia de montanhas, que não era muito alta nem muito extensa, levanta meio a desertos arenosos infinitos, que já deviam ter formado extensões de ter cultivável. Mas isso devia fazer muito tempo. As “ Naves da Colheita” construí antiga civilização do planeta continuavam a circular ininterruptamente por ci desertos, onde procuravam em vão pelos fungos que antigamente costumavam transformados numa pasta nutritiva que alimentava seus criadores. Seis homens, dois ratos-castores e Putzi rematerializaram-se. Viram-se no bem acima da solidão do planeta sem vida. Não se notava o menor movimento amplidão da planície. Se a suposição do Major Salzburger era correta, aquela deviam ser os únicos seres vivos que se encontravam no planeta morto. — Abandonar o setor de rematerialização — gritou Hal R andex, chefe dos que deveriam montar o transmissor. — Senão uma das caixas acabará caindo cabeça. Afastaram-se uns cinqüenta metros do lugar em que se haviam rematerial puseram-se a esperar. O prazo de segurança previamente combinado custou a Finalmente aconteceu uma coisa medonha, que não os assustou, porque já era As diversas peças do transmissor começaram a surgir do nada e formaram de altura apreciável. O compensador fez com que nenhuma das caixas se mate antes da hora e caísse de uma altura excessiva. Inácio Polski transmitiu o sinal combinado, para confirmar que as pe chegado em boa ordem. Isso significava que a montagem seria iniciada ime — Dispomos de algumas horas — disse Gucky, dirigindo-se a Ras. — Ser deveríamos aproveitar o tempo para examinar o terreno? — Que terreno? — perguntou Ras Tschubai, olhando em torno. — Não que valha a pena ser examinado. — Será que você está interessado em ficar parado para congelar as pernas essa gente. A montagem demorará pelo menos cinco horas. Bem — acrescento o gesto do africano — é verdade que poderíamos ligar a calefação, mas assim m morro de tédio se ficar parado por aqui. Se você não quiser vir comigo, irei só c Não, Iltu. Você ficará com R as. — Não posso proibir que faça isso — disse Ras, que não pareci entusiasmado. — Mas não me lembro que o chefe tenha ordenado alguma e — Será que ele proibiu que a fizéssemos? — perguntou Gucky em tom saltou para cima das costas de Putzi, que já conhecia esse tipo de brincade
coisa alguma! Não se preocupem; não demoraremos. Iltu, não se atreva a mim! Agarrando-se fortemente ao pêlo da nuca de Putzi, concentrou-se sobre o local de destruição, situado na linha do horizonte, e teleportou-se. O peso do gato-tigre não era excessivo para permitir um salto de teleporta Bastou o contato físico para que Putzi fosse transportado para a quinta dimen juntamente com Gucky. Os dois materializaram-se junto a uma grande cratera. O fundo da mesma estava coberto por uma massa vitrificada, formada pelo derretidos e endurecidos do antigo centro de controle. Antigamente todos os c sistema de defesa do planeta eram dirigidos a partir dali. Atualmente estavam e esperavam que alguém os despertasse para nova vida em seus esconderijos. centro de controle o planeta Mecânica estava indefeso diante de qualquer ata espaço. — A culpa é deles — disse Gucky, esquecido de que eles já não existi ninguém jamais os havia visto. Gucky não demorou muito. Montado nas costas do grande gato-tigre, cont cratera e teleportou-se para o leste. Depois do terceiro salto materializaram-s uma cidade. A característica típica das cidades abandonadas de Mecânica eram as con redondas abobadadas, onde os habitantes do planeta costumavam tomar seus nutrientes, isso até o dia em que as “Naves da Colheita” deixaram de apare — Vamos dar uma olhada na cidade — disse o rato-castor com sua voz fina uma palmadinha nas costas de Putzi. — Talvez encontremos algum elemento q esclarecer-nos. Perry ficaria muito contente se visse sua teoria confirmada — risadinha. — Para dizer a verdade, não acredito que esteja com a razão. Putzi ronronou e pôs-se a correr. Suas gigantescas patas tocavam suavem pavimento de concreto intacto das ruas. De ambos os lados erguiam-se as estr construções, que antigamente deveriam ter servido de residência a uma raça desconhecida. Não se via um único veículo abandonado, um utensílio domésti sinal dos construtores da cidade. Era o que Gucky esperava. Não se sentiu decepcionado. Não queria esper cinco horas sem fazer nada. Por isso resolvera fazer a excursão. Partiu para el destino certo e sem uma intenção definida. Sentiu-se feliz em andar montado n do gato-tigre e dirigir o animal a seu gosto. Putzi não teve dúvida em fazer-lhe o favor. Sentia, apenas, os pensamento desejos de seu pequeno amigo, em vez de analisá-los e compreendê-los. Sua in e capacidade telepática eram muito reduzidas para isso. Atravessaram várias ruas. O sol ia descendo e as sombras se alongavam. H estranho crepúsculo entre as paredes das casas. Os contornos dos objetos par indefinidos. A ampla praça, situada bem no centro da cidade, era mais ilumina últimos raios expelidos pelo sol conseguiam clareá-la. De repente Putzi parou. — O que houve, companheiro? — perguntou Gucky, espantado. — Já vontade de passear? Naturalmente Putzi não pôde dar-lhe uma resposta clara, mas seu com fez com que o rato-castor desconfiasse. O gato-tigre pôs as orelhas em pé
pernas traseiras para o salto. O pêlo da nuca estava eriçado, O rabo nervosamente, enquanto as narinas aspiravam ruidosamente o ar. Gucky não viu nada. Não se sentiu muito à vontade, mas logo disse a si me poderia dar o fora numa questão de segundos se surgisse algum perigo. No en solução não seria esta. Se houvesse algum perigo, deveria permanecer ali me identificá-lo. Putzi ronronou. Continuou a caminhar lentamente em direção ao centro d Por lá não estariam expostos a surpresas desagradáveis, pois a praça estava v oferecia nenhum esconderijo. Não se via o menor movimento. Os movimentos do gato voltaram a tornar-se mais rápidos e seguros. O ele farejado devia ter desaparecido. Ou será que Putzi vira alguma coisa? A única vida que pode ser farejada é a orgânica. Acontece que esse tipo de existia em Mecânica. Quando muito, poderia haver robôs. E um robô não deixa pista que possa ser localizada pelo olfato. Putzi devia ter visto alguma coisa; não havia outra explicação. Depois de ter chegado a essa conclusão, Gucky concentrou-se nas im praça. Não viu nada. Sem dúvida a vista do gato era mais penetrante que a De repente notou o movimento. Putzi parou e olhou para todos os lados. Seu pêlo continuava arrepiado. Chiou baixinho. Gucky notou que o movimento fora feito obliquamente à sua frente. U saindo da escuridão que se estendia junto a uma casa e foi se aproximando. Era um vulto humano. Gucky sabia que por ali não havia seres humanos. Nunca houvera. O rato-castor achou que não deveria fugir sem mais nem menos. Poderia c em segurança por meio de uma teleportação, mas isso não adiantaria nada. Q relatasse sua experiência, todo mundo caçoaria dele. Não seria capaz de calar deixando de relatar o misterioso encontro. Além disso estava muito curioso. O vulto foi se aproximando lentamente. Putzi chiou mais forte e olhou em outra direção. Gucky olhou na mesma d viu outro vulto igual ao primeiro, que também se aproximava lentamente do c praça. E outros dois vultos vieram de direções diferentes. Putzi e Gucky estavam cercados. ***
— Só falta a antena — respondeu Hal Randex. — Quanto tempo demorará? — perguntou Ras Tschubai, olhando ner para o relógio. — Uma hora no máximo. Estamos fazendo o mais depressa possível. Mas não era isso que inquietava R as. Já fazia quatro horas que Gucky saír Putzi. O que diria Rhodan quando aparecesse com seu comando e não encontr castor? — Está bem, Randex. Temos tempo. Não se apresse. O técnico lançou um olhar de espanto para o teleportador. Fez um sin homens e voltou ao trabalho.
Iltu saltitava nervosamente de um lado para outro. Não gostava de fica fazer nada. — Deveríamos fazer alguma coisa, Ras. Gucky desapareceu! Se nã acontecido nada, já estaria de volta. Sinto que está em perigo. — Tolice, pequena Iltu — respondeu R as e abaixou-se para colocar a moça castora em seus braços. — Não se preocupe com Gucky. Ele é um moleque. De aparecer no último instante antes da chegada de Rhodan, e então dirá que só q prova a nossa paciência. Iltu continuou séria. Não acreditava na teoria de Tschubai. — Afinal, somos teleportadores — piou, choramingando baixinho. — Par um de nós seria fácil encontrá-lo. Podemos saltar para qualquer lugar neste — E daí? — perguntou Ras. — Será que isso adiantaria alguma coisa, se nã a menor indicação sobre o lugar em que estão Gucky e Putzi? Se houvesse con telepático, poderíamos falar sobre isso. E você vem mantendo esse tipo de con A rata-castora sacudiu a cabeça. — Não tenho a menor dúvida de que sou uma boa telepata, mas faz tempo Gucky. Da última vez que ele se comunicou comigo, estava numa cidade juntam Putzi. De repente os impulsos cessaram. — Provavelmente ele bloqueou sua mente, mocinha. Sempre costumava — Mas não tão repentinamente. Ras também começou a inquietar-se, mas procurou não demonstrá-lo dian Mas isso não adiantava nada, pois ela sabia ler seus pensamentos, já que não t capacidade de bloqueá-los. — O que vamos fazer? — perguntou Iltu, em tom obstinado. — Será qu sair à procura deles? — Nem sei por onde começar. Temos de aguardar a chegada de Rhodan. Ta encontre alguma solução. Além disso é possível que Gucky retorne antes disso caso evitaremos muitos aborrecimentos. Voltaram a olhar para os cinco técnicos que estavam concluindo seu traba era a primeira vez que montavam um transmissor. As pequenas estações rece naturalmente permitiam a volta ao transmissor central, já eram fabricadas na base nas plantas acônidas, e podiam ser montadas em qualquer lugar. Inácio Polski transmitiu o sinal combinado. Dali a alguns segundos confirmou o recebimento. Logo materializou-se juntamente com cinco homens pertencentes ao com especial. Saiu imediatamente do recinto gradeado para dar lugar aos homens depois dele. Enquanto os materiais e as pessoas da Teodorico estavam sendo trazidos p planeta Mecânica, situado a mil anos-luz, R as Tschubai informou Rhodan sobr desaparecimento de Gucky. O rosto do administrador assumia uma expressão mais séria. Por mais de uma vez lançou um olhar para Iltu, que se mantinha de aos dois homens, saltitando nervosamente de um pé para o outro. Usando sua vivacidade, Rhodan logo compreendeu um fato que pareci Importante. — Quer dizer que, segundo diz Iltu, o contato telepático foi interrompido d instante para outro? Dai só se pode concluir que o cérebro de Gucky deixou de de repente, ou que seus impulsos foram bloqueados. Ele nunca ficaria fora espontaneamente por tanto tempo, sem dar uma notícia. Por isso não há dúvid
encontrou com alguém. Vou excluir a possibilidade da morte de Gucky, que rep uma das possíveis explicações — notou que Iltu estremecera. — Acredito que entrado num campo de bloqueio eletromagnético sem que o percebesse. De q maneira, a esta hora já deveria ter voltado, pois sabe que a montagem do trans demoraria mais de cinco horas. Quer dizer que alguma coisa o mantém pre Lançou um olhar para Iltu. — Você foi a última pessoa que manteve contato telepático com ele, O Deve haver alguma indicação sobre o lugar em que se encontra. A moça rata-castora sacudiu a cabeça. — Foi um contato unilateral, Perry. Gucky pensava e eu captava seus im Não houve nenhuma resposta. Entrou numa cidade juntamente com Putzi construções abobadadas, ruas vazias, uma praça. Ah, sim. De repente um vult aproximou-se dele. — Um vulto? — Rhodan teve sua curiosidade aguçada. — Faça um esf lembrar-se, Iltu. É muito importante. Como era o vulto? — Gucky só teve um pensamento instantâneo sobre o aspecto do vulto engano tinha uma aparência humana. — Acontece que em Mecânica não existe nenhuma criatura humana; não h qualquer forma de vida — Rhodan sacudiu a cabeça. Parecia espantado. — Ser houve algum engano, Iltu? — Não acredito. Quase cheguei a ver através dos olhos de Gucky, pois o co telepático direto permite isso. O mesmo encontrava-se numa grande praça re torno dela havia casas altas. O centro da praça estava vazio; não havia nenhum construção. Subitamente Putzi sentiu que um vulto se aproximava lentamente segundos, Gucky viu o segundo vulto, e logo o terceiro e o quarto. — Então foram quatro...? — Isso mesmo. Gucky refletiu sobre se deveria teleportar-se, mas acabou Disse a si mesmo que precisava descobrir de qualquer maneira qual era a form que ainda existia em Mecânica... se é que havia alguma. Dentro de alguns seg todos os impulsos se apagaram. Depois disso não consegui mais nenhum co Rhodan refletiu. — Neste planeta existe mais de uma dezena de cidades do tipo que você ac descrever. Se quiséssemos revistar todas elas à procura de Gucky e Putzi, terí trabalho. Mas receio que dificilmente teremos outra alternativa. Por enquanto que façam nada. Saltarei de volta para a Teodorico e providenciarei os reforço precisamos. Necessitamos de maior quantidade de armas e de alguns planado Esperem por aqui. Não se afastem. Rhodan entrou no recinto gradeado do transmissor e desapareceu den segundos. Dali a três minutos voltou e trouxe um aparelho chamado de minicomu era um hipercomunicador de tamanho reduzidíssimo. — Polski, fique com o aparelho e mantenha contato ininterrupto com o com Claudrin e o Almirante Wassilow, pertencentes à frota que participa da operaç informarão imediatamente se alguma espaçonave se aproximar de Mecânica para o transmissor. — Daqui a pouco deverão chegar alguns planadores antigravitacionais. R as Tschubai, Iltu e eu pegaremos um deles para revistar a do planeta. Precisamos encontrar Gucky.
Os planadores chegaram desmontados. Os técnicos levaram pouco tempo a montagem e colocá-los em condições de uso. Rhodan, o teleportador e Iltu en num dos veículos, que se ergueu silenciosamente e saiu voando a pequena a Levaram meia hora para chegar a primeira cidade. A mesma parec abandonada sob a luz do sol no poente. Contrariamente ao que fizera Gucky, Rhodan tomara a direção oeste e sol que já se pusera no platô. O planador pousou na praça central, que parecia existir em todas as cid — Gucky deve ter ficado mais ou menos aqui — disse Iltu em tom de dúvida apontando para o centro da praça. — Neste lugar pode ter tido a visão que me transmitida por seu cérebro. Os vultos devem ter aparecido ali, na periferia da dirigiram-se para cá. Rhodan examinou a arma portátil de radiações e voltou a guardá-la no c — Fique nos controles, R as. Iltu, você também ficará aqui. Se houver algum chamarei. Se o contato telepático for interrompido, um movimento da mão ser Se isso acontecer, vá buscar-me imediatamente. Entendido? — O senhor pretende ir só? — perguntou Ras, que não parecia sentir-se com a idéia. — Isso mesmo. Só assim poderei garantir a retirada — abriu a porta saltou para a superfície concreta e lisa da praça. — Terei cuidado. Rhodan já visitara muitos mundos, mas aqui a coisa era diferente, pois en se num planeta que há tempos imemoriais abrigara uma civilização altament desenvolvida e, de repente, parecia não ter mais nenhuma vida. Se ainda hou alguma forma de vida, esta só poderia ser mecânica. Tão mecânica como as “ Colheita” que circulavam em vão pela atmosfera. Rhodan deu alguns passos, olhando atentamente para todos os lados. O sol poente projetava uma penumbra sobre as fachadas das casas, que ab todas as sombras. Janelas e portas transformaram-se em manchas de contorn indefinidos, O céu adquirira uma coloração rubra, oferecendo uma despedida sol moribundo. — Venha para cá, Iltu! — disse Rhodan em voz alta, a fim de dar maior seus pensamentos. Era um telepata de pequena potência, mas entendeu a resposta de Iltu. A m castora materializou-se a seu lado. Transpusera a pequena distância num salt ganhar tempo. — Será que a praça foi esta? Iltu lançou os olhos para o céu. — Não sei, Perry. Gucky viu o sol no poente da mesma maneira que nó neste instante, mas... bem, não sei. Uma praça é parecida com a outra... De repente Rhodan percebeu que omitira algo importante. — Ora, o sol...! Você tem certeza de que o mesmo se punha na cidad Gucky se encontrava? Isso mesmo. O primeiro vulto que apareceu foi atingido pelos raios vermel Lembro-me perfeitamente. No primeiro instante Gucky admirou-se com isso, compreendeu o motivo. — Se é assim, estamos procurando onde não devíamos — concluiu Rhodan encontro de Gucky aconteceu há cerca de quinze horas. Quer dizer que no lug encontro o sol já se deve ter se posto. Pelos meus cálculos, encontramo-nos a p
oito mil quilômetros da cidade em que Gucky se encontra neste momento para o leste. Vamos voltar para o planador, Iltu. Não podemos perder tempo A máquina voadora deslocou-se velozmente para o leste, voando a grande Corria ao encontro da noite que já irrompera por lá, penetrou na mesma e, dal horas, voltou a sair dela. Quando pousaram na quarta cidade que encontraram pelo caminho, o raiando. Mais uma vez Rhodan saiu do planador e dirigiu-se ao centro da praça. Um chegado lá, parou, examinou demoradamente o chão liso e lançou os olhos par fachadas das casas que, em tempos bem remotos, eram habitadas pelos const desconhecidos, cuja herança, representada por robôs inteiramente automatiz representava um perigo para o Universo. Rhodan olhou calmamente em torno. Não viu nada de suspeito. Não havia nenhum vulto estranho, nem movimento. A praça banhada pela luz do sol nascente parecia deserta. Rhodan deu alguns passos e refletiu sobre se o solo do pavimento, fe material desconhecido, realmente era tão compacto como parecia. Qual era mesmo a finalidade da praça? Parecia uma inutilidade coloca da cidade. E em todas as cidades era igual. Ao que tudo indicava, as cidade construídas segundo um plano uniforme. Abaixou-se, pois viu alguma coisa que parecia ser estranha ao lugar. Levantou-a e logo reconheceu do que se tratava. — Iltu! — disse. A moça rata-castora materializou-se a seu lado. — Olhe só! O que será isto? Iltu segurou o pequenino feixe de pêlos longos e espessos e disse em to — Isto é de Putzi! Rhodan fez que sim. — Isso mesmo. São pêlos de Putzi. A cor é inconfundível. Quer dizer aqui. Encontramos o lugar. Tomara que isso nos sirva para alguma coisa. Iltu olhou para os lados. Até parecia que esperava ver surgir a qualquer m terríveis vultos que Gucky lhe descrevera sem que o soubesse. Mas tudo conti silêncio. — Putzi não permite que ninguém toque nele — piou Iltu, em tom preoc — Já pensei nisso. Como é que o tigre pode ter perdido os pêlos? Só encont explicação. Por certo estava morto ou inconsciente e alguém o carregou. Aqui sido tão repentino que Gucky não teve tempo de irradiar o respectivo impulso Rhodan apontou para o chão. — Vamos continuar a procurar. Talvez encontrem alguma indicação. Guardou o feixe de pêlos no bolso, ajeitou a arma de radiações e saiu devagar. Não encontraram mais pêlos, mas em compensação viram uma co interessante. Iltu parou de repente. — Perry, aqui há uma fresta. E fina que nem um fio de cabelo. Rhodan aproximou-se e abaixou-se. Era mesmo! Até então a fresta escapara aos seus olhos, embora tivesse de uma vez pelo lugar. Iltu enxergava melhor que ele.
A fresta era tão fina que dificilmente uma partícula de pó poderia passar p mesma! Só depois que a pessoa se aproximasse, tornava-se reconhecível a olh interior da fresta havia três pêlos, que só poderiam ser de Putzi. No interior da fresta! Dali se concluía que em certa oportunidade a fresta fora alargada para dar a Putzi e... provavelmente também a Gucky. Se era assim, ambos deveriam enc embaixo da praça. — Os contatos telepáticos acabaram — disse Rhodan, comprimindo um ligava o aparelho de absorção mental. — Daqui em diante seremos robôs para os outros robôs. Iltu seguiu seu exemplo e perguntou: — Você acha que os seqüestradores de Gucky são robôs? Rhodan fez um gesto afirmativo e examinou a fresta. — Temos que nos teleportar, a não ser que você consiga movimentar o mec por meio da telecinese. É claro que, neste caso, não correríamos tamanho per estaríamos em condições de seguir o caminho tomado por nossos amigos. — Farei o possível — prometeu Iltu. O tom de sua voz revelava o orgulho de finalmente poder desempenh decisivo e possivelmente salvar Gucky, que estava preso. A moça rata-castora concentrou-se sobre o que ficava sob a superfície do p Seus fluxos mentais tatearam todos os obstáculos e tentaram analisar as form outra aplicava cautelosamente as faculdades telecinéticas em determinado lu nada se mexesse, continuava a procurar. Rhodan voltou ao planador e informou Ras Tschubai. O africano se sent mais nervoso, ao acompanhar os acontecimentos que não compreendia. — Espere aqui, Ras, caso consigamos entrar nas regiões inferiores da cida voltarmos dentro de duas horas, volte imediatamente à base e traga reforços. cobertura por meio de radiações e tire-nos de lá. Não recue diante de nada. De maneira, espere que passem as duas horas. Se pudermos sobreviver até lá, tam sobreviveremos por dez horas. Se tivermos de morrer, isso acontecerá dentro de um minuto do mom entrarmos lá embaixo. Ras parecia confuso. — Será que não deveríamos trazer logo alguns homens do comando esp Seria mais seguro. — Não sei se temos tempo para isso, R as. Faz oito horas que Gucky e Putzi desapareceram. Se Iltu conseguir abrir neste momento a entrada que dá para profundezas, não perderemos mais tempo... — Iltu está chamando, sir — interrompeu Ras, olhando para o relógio. — contar as duas horas a partir de agora. Rhodan também olhou para o relógio. — Está bem. Afastou-se sem dizer mais nada. Num gesto de triunfo Iltu apontou para a fresta que se abria lentamente — Foi fácil — disse. Rhodan viu os degraus que levavam para baixo. No segundo havia um pano verde-oliva, que sem dúvida saíra do uniforme de Gucky. Por certo os
haviam sido tratados de forma bastante grosseira, pois, do contrário, seu teria sido rasgado. Rhodan pegou o pedaço de pano e enfiou-o no bolso. Já tinha certeza absoluta de que estavam na pista certa e encontrariam Mas não sabia o que os esperaria quando chegassem ao fim da pista...
4
Gucky comprimiu um botão e ligou o aparelho de absorção mental, a fim d os impulsos cerebrais e as vibrações celulares de seu corpo. Nem mesmo um t seria capaz de identificá-lo como ser pensante. Por isso não era de admirar qu repente perdesse o contato com ele. Putzi continuou a pensar. Seus impulsos cerebrais até se reforçaram, iden tigre como uma forma de vida orgânica. Quanto a Gucky, este poderia perfeita um robô. O rato-castor resolvera tomar essa medida assim que teve certeza de que vultos que os cercavam eram robôs. Restava saber se só atacariam Putzi, ou in contra os dois. Na primeira hipótese, a teoria de Rhodan estaria confirmada De início não aconteceu nada. Os quatro vultos aproximaram-se lentamente, e, ao que parecia, segundo coordenado. Provavelmente mantinham contato de rádio entre si. Mantinham mesma distância e deslocavam-se de tal forma que seus caminhos se cruzaria onde Gucky e Putzi os aguardavam. O gato-tigre soltou um chiado nervoso quando Gucky desceu cautelosame suas costas, permanecendo de pé a seu lado. Não tirou a arma de radiações do nem pensava na possibilidade de um ataque. No momento em que o rato-castor saiu de cima de Putzi, os pêlos, que seriam encontrados por Rhodan, caíram. Os quatro robôs pararam quando se encontravam exatamente a dez met também aconteceu ao mesmo tempo, como se estivessem obedecendo a um único. As máquinas ficaram de pé, fitando Gucky com seus olhos multifaceta cintilantes. Como não acontecesse nada, Gucky teve a idéia de entrar em contato c Afinal, a experiência demonstrara que eles estavam à procura da vida verda Com um movimento cauteloso, Gucky ligou o microtransmissor, que imed passou a irradiar na faixa adequada o impulso que dizia “nós somos a vida de v pedia a quem recebesse a mensagem que confirmasse sua qualidade de vida v O resultado dessa providência foi tão surpreendente, que Gucky oportunidade de esboçar o menor gesto. Um campo luminoso verde precipitou-se sobre Gucky e Putzi. Vinha de qu lados ao mesmo tempo. Assim que os atingiu, paralisou todos os centros nervo cérebro, O tigre caiu como se tivesse sido atingido por um raio. Gucky levou mais meio segundo, mas também não teve oportunidade de d se. Caiu pesadamente ao chão, mas não sentiu a dor produzida pelo impacto. N os nervos foram colocados fora de funcionamento, pois seus olhos continuava transmitiam as impressões à parte consciente da mente. Os quatro vultos aproximaram-se ainda mais. O campo luminoso verde co brilhar, mas o mesmo não era ofuscante, de modo que Gucky via perfeitament inimigos.
Eram robôs; quanto a isso não havia dúvida. Mas seu comportamento não conclusão de que eram do mesmo tipo das máquinas que destruíam impiedosa todas as formas de vida orgânica. Dali a poucos segundos, Gucky notou outra diferença. Os quatro robôs pararam e se abaixaram para levantá-lo juntamente com Agiram com certa cautela e consideração, que nem de longe lembrava o bruta destrutivo dos robôs que tripulavam as naves fragmentárias. Era bem verdade tratamento não mudava o fato de que a paralisia continuava, mesmo depois qu luminoso verde se apagou de repente. Os robôs pararam, segurando Putzi e Gucky sobre os braços de aço. A p em que se encontravam começou a descer. Gucky viu degraus que não foram usados. A chapa sobre a qual se encontr robô balançou levemente e Gucky quase caiu dos braços do mesmo, mas a má começou a segurá-lo mais fortemente. Nessa oportunidade perdeu um farrap uniforme. A plataforma parou a uns dez metros de profundidade. Os robôs entraram corredor largo, profusamente iluminado. A plataforma subiu lentamente, volt fechar a abertura. Uma porta deslizou para o lado e os robôs levaram sua carga para um gran em cujas paredes brancas a luz lançava reflexos ofuscantes. Por ali tudo era br mesmo as máquinas e os blocos dos geradores, que se enfileiravam junto às Gucky viu mais de uma dezena de mesas, colocadas sob uma série de com aparelhos. Algumas cadeiras e quadros de comando formavam o restante do equipamento. Gucky e Putzi foram colocados sobre duas mesas que encontravam-se a un metros. Imediatamente uma luz branca acendeu-se em cima de suas cabeças. fecharam os olhos. O rato-castor já podia mexer a cabeça, mas não o bastante tudo que havia em redor dele. Seu campo de visão apenas abrangia o teto, a pa oposta, a mesa sobre a qual estava deitado Putzi e dois robôs. E mais uma mesa que ficava ao lado da sua. Estremeceu, pois viu um esqueleto esbranquiçado, que sem dúvida humanóide, talvez mesmo de um terrano. Estava bem estendido na mesa. O ser humano — se é que o esqueleto alguma criatura dessa espécie — devia ter morrido ali mesmo. Será que o mesmo destino estava reservado a ele e Putzi? Se fosse assim, n compreendia por que os robôs se davam ao trabalho de trazê-lo para cá. Poder matado lá em cima, na praça. De repente os robôs viraram-se e saíram para o corredor pelo qual haviam porta voltou a fechar-se atrás deles. As luzes do teto apagaram-se, mas os apa ficavam em cima das mesas continuavam a espalhar sua luminosidade ofuscan reconheceu uma tonalidade esverdeada na torrente luminosa branca. Concluiu que a luz só permanecia acesa para que o efeito paralisante n E, enquanto estivesse paralisado, permaneceria indefeso. Putzi movia-se bem pouquinho. Se não fosse o movimento causado pela re poder-se-ia pensar que estava morto. A paralisia só atingia os centros nervoso importantes, deixando intactos os sistemas automáticos. A circulação sangüín interrompida, e o processo respiratório e digestivo também continuava.
De repente Gucky sentiu fome. Estremeceu ao dar-se conta de que o esqu continuava na mesa contígua à sua. Viu que o esqueleto ainda estava iluminad branco-esverdeada. Estaria essa luz acesa há seis, há cinqüenta ou há mil anos? Gucky concentrou-se cautelosamente sobre a lâmpada que se encontrava dele. Procurou deslocá-la por meio da sua faculdade telecinética. Logo viu que esforços eram inúteis. Desistiu e compreendeu que não poderia libertar-se. Se ninguém vie auxílio, ele e Putzi morreriam de fome naquela sala de cirurgia subterrânea Mecânica era um mundo amaldiçoado. A herança deixada por seus habita dera muito trabalho aos terranos. Além das “Naves da Colheita” havia os robô sentinelas, que capturavam qualquer astronauta que se aventurasse sobre o p reduziam-no á impotência e o levavam ao laboratório abandonado onde, segun indicava, seria examinado pelos cientistas da raça há muito extinta. Os robôs continuavam a cumprir seu dever, tal qual as “ Naves da Colheita” que continu circular em vão sobre a superfície do planeta, transformada num deserto ar Gucky tentou a telepatia. Rhodan já devia ter chegado há tempo ao planet Mecânica e sem dúvida dera início às buscas. Iltu não deixaria de informá-lo d contato fora interrompido de repente, e sem dúvida isso daria que pensar a O que aconteceria, porém, se Rhodan também caísse na armadilha traiç parar sobre uma das mesas? Quando estava entretendo esse pensamento, Gucky viu um movimento. A porta do salão deslizou de lado, desaparecendo no interior da parede. ***
Rhodan ainda não havia dado dois passos quando Iltu, que o seguia, solt — Olhe, Perry! Junto às casas. Há alguma coisa. Rhodan deu um passo para trás e olhou para fora da galeria. Um caminhando lentamente em direção ao centro da praça. Não estava só. De cada cant — Quando ainda mantinha contato com Gucky, era a mesma coisa — Iltu em tom assustado. — E de repente... — Vamos logo! Não podemos perder tempo — disse Rhodan, em tom apr — Salte para junto de Ras e peça-lhe que decole. Deve parar dez quilôm da praça. Diga-lhe que fique esperando. Iltu voltou dentro de dez segundos. O planador decolou e desapareceu no céu límpido. — Vamos andando! — disse Rhodan. — Devemos dar o fora antes que possam chegar aqui. Você é capaz de fechar a entrada? Iltu esforçou-se, mas sua concentração foi diminuída em virtude do aparec dos robôs. A entrada da galeria continuou aberta. Rhodan, que notou o desesp disse em tom amável: — Não se preocupe, Iltu. Afinal, isso não tem muita importância. Não há dú que os robôs têm uma possibilidade de seguir-nos, quer a entrada esteja abert esteja fechada.
Desceram uns trinta ou quarenta degraus e chegaram ao fundo da galeria paredes emitiram uma luminosidade fosca, e aos poucos os olhos foram se aco luz crepuscular. — Não há o menor sinal de Gucky, telepaticamente? — perguntou Rhoda Iltu sacudiu a cabeça sem dizer uma palavra. Desligara o aparelho de abso mental por um instante, mas logo voltou a pô-lo a funcionar. Por um momento fitou-a com uma expressão de perplexidade. Finalmente disse: — Espere aqui, Iltu. Ainda não esgotamos todas as possibilidades. Vou sub novo para estabelecer contato com os robôs. Preciso saber se a reação deles a alguma diferença. Se não conseguir nada, ainda voltarei em tempo. Subiu a escada aos saltos e pôs a cabeça cautelosamente para fora da abe dava entrada para a galeria. Os robôs ainda se encontravam a cinqüenta met Caminhando lentamente, dirigiam-se ao centro da praça, vindos de quatro di diferentes. Rhodan acionou o controle automático do microtransmissor e enviou um — Vocês são vivos de verdade? Logo ligou para a recepção. Não houve resposta. Num gesto resoluto Rhodan desligou o aparelho de absorção mental. Ainda desta vez não houve a menor reação. Uma experiência amarga ensinara a Rhodan que, se os robôs que se aprox fossem idênticos aos da nave fragmentária, os mesmos passariam a atacar fur Não teriam a menor dificuldade em identificá-lo como uma forma de vida or Mas não aconteceu nada. Prosseguiram no seu avanço com uma precis sem demonstrar muita pressa. Rhodan voltou a correr para baixo. Estava muito decepcionado. Sua te confirmara. Pelo menos por enquanto. A civilização de robôs inimigos não provinha de Mecânica. Mas essa decepção estava ligada a certo alívio. Se Gucky tivesse ca mãos dos verdadeiros inimigos, não haveria como salvá-lo. Da forma que estav coisas, ainda havia esperanças, desde que conseguisse encontrá-lo em temp Caso o tivessem levado para baixo, não teria havido muitas possibilidades transportá-lo a uma distância maior, pois havia apenas um corredor largo que na luz crepuscular. Iltu mantinha-se encostada à parede. Perguntou com a voz ligeiramente trêmula: — E agora, Perry? Não consigo localizar Gucky. — Vamos por aqui — respondeu Rhodan, segurando a mão da moça rata-ca Nós o encontraremos. Os robôs nos estão seguindo. Mais tarde teremos de pô ação, pois, do contrário, não poderemos voltar para o ar livre. Não demoraram a chegar ao fim do corredor: Uma parede metálica repres obstáculo intransponível. Enquanto Iltu começava a tatear o mecanismo de ab meio de suas faculdades telecinéticas, Rhodan prestou atenção aos ruídos vin Teve a impressão de ouvir passos firmes ao longe, mas não teve certeza. Pelos cálculos, naquele instante os robôs estavam chegando ao fim da praça. — São rolos — disse Iltu de repente, apontando para a parede que se frente. — Isto é uma porta que desliza para o lado, sobre rolos. Acho que co Rhodan manteve-se num ponto mais afastado, a fim de não perturbar Ilt
De repente a parede começou a mover-se. Uma luz ofuscante vinda de uma sala branca precipitou-se sobre eles. ***
Quando viu Perry Rhodan, Gucky gostaria de soltar um assobio estridente alegria, mas infelizmente isso era impossível. A paralisia continuava. Por isso quieto, observando o que faziam seus libertadores. Rhodan e Iltu logo viram os dois prisioneiros. Aproximaram-se rapidam pararam a uma distância segura das mesas. Uma sensação indefinida advertiu Rhodan para que não chegasse mais pe quando viu Gucky imobilizado. O rato-castor mexia com os olhos, mas não fazi qualquer outro movimento. E não estava amarrado. A situação de Putzi, que se encontrava a seu lado, era a mesma. Rhodan fez um sinal para Iltu e avançou mais um passo. A luz ofuscante, vi aparelhagem que se via acima da mesa, perturbava-o. Além disso começou a s cansaço vago e inexplicável, que começou a paralisar seus nervos. Dobrou o c no canto, pois os pés já não suportavam o peso do corpo. Gucky voltou a revirar os olhos e dirigiu-os para a luz angustiante da l se encontrava acima de seu rosto. Rhodan compreendeu imediatamente. — Iltu...! — disse num gemido, tentando rastejar para trás. — A lâmpad a! São raios paralisantes. Iltu agiu prontamente. Teve o cuidado de não entrar na área iluminada pel lâmpadas. Usou suas faculdades telecinéticas a uma distância segura. O braç que segurava a lâmpada foi vergando lentamente. O feixe de luz tomou outra d Gucky logo começou a mexer-se. Escorregou da mesa para baixo e pôs-se bem à frente de Rhodan. Este também se levantou. Tirou a arma de radiações com um disparo destruiu a lâmpada que se encontrava acima da mesa de Guck segundo tiro libertou Putzi. O tigre soltou um terrível chiado, saltou para o chã em direção à porta larga, atrás da qual se ouviam passos. — São os robôs! — piou Iltu em tom assustado e apalpou Gucky de todos os como se quisesse verificar se este não estava machucado. — Se eles conseguir aqui, estaremos perdidos. Rhodan examinou o esqueleto que se encontrava sobre a mesa. Gucky e — Os robôs devem ter recebido ordens de trazer todos os prisioneiros aí foi esquecido. — Vocês também teriam sido esquecidos — disse Rhodan, com um gesto ameaçador. — Aliás, tenho a impressão de que você ainda me deve uma explic Gucky. Procure fazer com que a explicação seja convincente. Você ainda dispõ alguns minutos. Vocês foram presos por robôs? — Isso mesmo. Eles usaram raios paralisantes. — Muito bem. Vamos liquidá-los antes que possam causar-nos algum pr venha para cá. Gucky, quando eles aparecerem, use a telecinese, a não ser que você ac outro caminho que leve para cima. Putzi reapareceu. Fungava fortemente. O tigre havia avançado alguns me corredor, vira os robôs que lhe lembravam a experiência pela qual acabara de batera em retirada.
— Por ali há uma porta — disse Iltu, apontando para a parede oposta à corredor. — É claro que não sei para onde leva. — Desliguem os aparelhos de absorção mental — ordenou Rhodan. — Já nã necessidade dos mesmos. Pegamos a pista errada. Ao que parece, os robôs qu Mecânica não têm nada que ver com nossos terríveis inimigos vindos da perife Láctea. Vamos dar o fora. Não estou com vontade de ser colocado numa destas para ser esquecido. Finalmente Iltu e Gucky conseguiram abrir a porta. Naquele instante, os q robôs apareceram do lado oposto da sala. Hesitaram por um instante, orientar prosseguiram em sua caminhada. Haviam avistado o inimigo e seguiam-no, a lo fora de ação, conforme seus senhores lhes haviam ordenado. — Você não acha que seria preferível que eu os jogasse contra a parede? — perguntou Gucky. — Com isso ficaremos livres deles. Afinal, nem sabemos par leva o outro corredor. Rhodan demorou um pouco a responder. Sabia que Gucky não deixava de t razão, mas não gostaria de destruir os robôs, se bem que os mesmos represen perigo constante, enquanto houvesse seres humanos em Mecânica. — Com isso, Iltu também teria uma possibilidade de mostrar o que a insistiu Gucky. Os robôs já se haviam aproximado a uns trinta metros, e atacariam num segundos. — Está bem — decidiu Rhodan. — Não queremos perder tempo, and necessidade por corredores desconhecidos. Liquide-os. Putzi parecia ter medo. Ronronando fortemente, recuou um pedaço pa corredor recém-descoberto e ficou sentado. Rhodan ficou de pé alguns metros atrás dos dois ratos-castores, que se concentravam no seu trabalho. Segurava a arma de radiações engatilhada. In acontecimentos assim que isso se tornasse necessário. Os robôs, que já se haviam aproximado a quinze metros, pararam. De repente aconteceu uma coisa medonha e estranha!... Dois dos robôs pareceram perder o peso. Ergueram-se lentamente e fo ao teto. Rhodan já havia contemplado o quadro inúmeras vezes. Os fluxos mentais telecinetas atingiram os robôs e levantaram-nos. Não era necessário arremes a parede, conforme dissera Gucky. Bastaria que ficassem privados do apoio a u suficiente para que seu cérebro positrônico fosse destruído. E foi exatamente o que aconteceu. Os corpos metálicos dos dois robôs tocaram o teto. Pararam um mom caíram. Depois de uma queda de cinco metros, bateram ruidosamente no ch Ouviu-se um rangido. Alguma coisa esfacelou-se. Depois passou a reina As duas vítimas dos telecinetas não se moviam mais. O destino dos outros dois robôs não foi melhor. É bem verdade que antes d conseguiram lançar os raios paralisantes, mas os mesmos não chegaram a pro Mal a luz verde se acendeu, ela voltou a apagar-se no momento do impacto for arrasador. Gucky acenou com a cabeça para Iltu. — Excelente, pequena. Vejo que aprendeu muita coisa comigo.
— Eu já conhecia a telecinese quando ainda era um bebê, velhote — re em tom petulante. Gucky estremeceu, como se estas palavras lhe causassem uma dor gostava que Iltu o chamasse de velhote quando ele dizia que ela era muito pequena”. — Talvez soubesse melhor que você — concluiu Iltu. Rhodan guardou a arma de radiações portátil. — Deixem para mais tarde as discussões sobre as faculdades ou suas id nos teleportar para a superfície? Iltu saltou só, enquanto Gucky levou primeiro Rhodan e depois Putzi, co na praça. A abertura da galeria voltara a fechar-se, impedindo a saída. Ras Tschubai pousou e abriu a porta da cabina. — Duas horas já se passaram — disse, lançando um olhar para o relógio hora. Rhodan foi o último a entrar. A pequena cabina não oferecia muito lugar. A escotilha fechou-se. O planador foi subindo lentamente para o céu límpido ban sol matutino e seguiu na direção oeste. — O senhor entrou em contato com a base, Ras? — Entrei, sir. Polski diz que está tudo em ordem. Por lá ainda é noite. Não havia mais nada a dizer. R as não formulou nenhuma pergunta, mas R contou-lhe em ligeiras palavras o que havia acontecido. Fez apenas uma breve fato de que sua teoria, segundo a qual os robôs assassinos vinham de Mecânic superada. Ao dizer isto, o tom de voz de Rhodan não parecia muito convicto. P ainda era roído pelas dúvidas. Dali a três horas pousaram no platô. Ao leste já ia raiando o dia. Clareou rapidamente. A estação transmissora e pronta para entrar em funcionamento. Fora colocada num lugar em que era pr algumas rochas. Jefe Claudrin informou que as naves de reconhecimento não haviam notad presença de qualquer outro veículo espacial, num raio de cinco mil anos-luz. O de Outside ficava só e abandonado nas regiões desérticas, situadas entre as Depois de dormir algumas horas, Rhodan pegou um planador e, com R saiu num vôo de reconhecimento. Pousou em todas as cidades e procurou descobrir qualquer paralelo com a civilização desconhecida de robôs que espalhava a insegurança na periferia d Em todos os lugares encontrava máquinas inofensivas, que ainda funcionavam descobriu o menor paralelo. Finalmente, depois de doze horas de buscas, Rhodan certificou-se de que pista errada. Convenceu-se de que os robôs inimigos vinham das profundezas desconhecidas do espaço, onde ficava seu mundo de origem. Mas o fato de ata implacavelmente todas as formas de vida orgânica, enquanto poupavam outro continuava a ser um mistério. Quando Rhodan e Ras Tschubai voltaram à base, o sol já descia na linha do horizonte. O dia escureceu tão rapidamente quanto clareara. Rhodan quis obt minucioso. Por isso usou o transmissor para ir a bordo da Teodorico, onde se c de que a frota comandada pelo Almirante Wassilow estava de prontidão, e ape aguardava ordens. Jefe Claudrin mostrou-lhe os filmes produzidos pelas nave reconhecimento de longa distância.
Rhodan deu mais algumas instruções e regressou para Mecânica. anoiteceu, distribuíram-se as sentinelas. Mas o merecido repouso dos membros do comando não foi perturbado.
5
Pelas doze horas do dia seguinte, Inácio Polski saiu do posto de rádio pr — Sir! O comodoro Claudrin está chamando! Rhodan, que estava conversando com R as Tschubai e alguns técnicos, afa correu para a cabina em que se achava instalado o equipamento de rádio. O ro Claudrin fitou-o da tela. Nos fundos via-se parte da sala de comando da Teo — Sir, cinco espaçonaves não identificadas aproximam-se de Mecâ presença só pôde ser constatada por meio de rastreadores especiais. O sen significa isso? Rhodan acenou calmamente com a cabeça. — Já esperava por isso, Claudrin. São os invisíveis? — Invisíveis?! — Quer dizer que mais uma vez temos pela frente as terríveis criaturas vin espaço Intergaláctico. Vieram porque a reflexão lógica fez com que chegassem conclusão que eu. Também acreditam que Mecânica é o mundo de origem dos me admirarei nem um pouco se atacarem o planeta. — O senhor vai voltar, não vai? Quais são as ordens? Rhodan refletiu um pouco. — Voltar, Claudrin? Para onde? Para a Teodorico? Nada disso. Vamos ficar Cuide para que Wassilow não faça nenhuma tolice e se mantenha à espera na p lhe foi indicada. Não deverá intervir! Os invisíveis não devem saber que nossa mantêm à espreita nas proximidades do sistema. Eles são invisíveis, enquanto visíveis; a vantagem é deles. São inimigos tão perigosos quanto os robôs. Aind lutam uns contra os outros. Mas nem por isso estamos livres dos seus ataqu — Por aí o senhor estará totalmente indefeso — respondeu Claudrin preocupado. — Como poderia defender-se contra os agentes? — Agentes...? — Rhodan soltou uma risadinha. — Acho que o senhor est aos invisíveis. Vamos chamá-los de “laurins”. O senhor deve estar lembrado do legendár anão que sabia tornar-se invisível. Quer dizer que passarão a ser chamados de eles resolverem atacar Mecânica, dirigirão seus ataques contra as cidades e a controle, mas não contra uma cadeia de montanhas desabitadas. Ficaremos q que não notem nossa presença. Segundo meu plano, os laurins não devem des nossa presença, enquanto nós ficamos nas imediações para observar o que es — O que acontecerá se o transmissor for destruído durante o ataque? Rhodan soltou um suspiro. — É claro que, apesar de meu ativador celular, poderei morrer de pneumo essa, Claudrin. Se sempre incluíssemos todos os “se” e os “mas” em nossos cá esta hora nem teríamos chegado a Marte. Claudrin desistiu. — Manterei contato de rádio permanente com o senhor — disse em tom — O senhor não vai manter contato coisa alguma — respondeu Rhodan, em sério. — Fique em recepção. Se precisarmos de auxílio, entraremos em contat senhor. Entendido?
Jefe Claudrin enfrentou o olhar de Rhodan com o rosto impassível. — Sim, senhor. A tela apagou-se. Gucky, que entrara sem que ninguém o percebesse, observou em tom in — Ele não gostou nem um pouco, Perry. — Claudrin só quer fazer o bem, Gucky. Preocupa-se conosco, e receio que motivo de sobra para isso. Os seres invisíveis, os laurins, estão atacando. Suas devem estar nas imediações do planeta. Poderão aparecer a qualquer momen devemos procurar um bom abrigo. Se descobrirem a estação de transmissão, liquidados. — Você os batizou com o nome de laurins? Sei o que significa. Trata-se do misterioso rei anão que sabia tornar-se invisível. Acredito que eles ainda nos c muito aborrecimentos. — Pois desta vez são nossos chamarizes — respondeu Rhodan e, depois de algumas instruções a Polski, saiu da cabina juntamente com Gucky. — Tenho c que só se dirigem a Mecânica porque supõem que aqui se encontra uma base o mesmo o mundo natal dos robôs. É bem possível que os robôs também acabem aparecendo, caso os laurins chamem a atenção pelo seu comportamento, mes sejam daqui. Assim mataremos dois coelhos de uma só cajadada, pois poderem os dois inimigos. Gucky fez um gesto afirmativo. — Você não é nada bobo — reconheceu em tom generoso e foi caminhando direção ao abrigo subterrâneo que os homens do comando haviam fundido na Acontece que eu também não sou. Desaparecerei assim que os laurins cheg Rhodan seguiu-o com os olhos. Sorriu. Depois disso deu a alguns dos oficia instruções minuciosas sobre como deveriam agir caso houvesse um ataque di laurins. Todos voltariam à Teodorico em sucessivas levas. Dali a dez minutos, o platô parecia deserto. Não havia o menor sinal da bas instalada pelos terranos. Os transmissores e a estação de rádio foram camufla de se tornarem irreconhecíveis por quem se encontrasse no ar. O abrigo subte ficava bem embaixo da rocha e oferecia proteção contra o bombardeio de radi poderia acontecer a Rhodan e seus homens, a não ser que os laurins atacassem bombas nucleares. “Mais um se”, pensou Rhodan, enquanto se dirigia a Polski, a fim de pe Claudrin lhe fornecesse um relato da situação. ***
As cinco naves dos laurins eram invisíveis. Só podiam ser reconhecid especiais da Teodorico. Ninguém sabia por que esses veículos espaciais e seus tripulantes eram in Havia várias teorias; a mais provável era aquela que os situava em outra dime laurins tornavam-se visíveis sob o efeito de raios energéticos concentrados qu cruzassem. Ao morrerem assumiam contornos humanos por alguns segundos quando estavam mortos voltavam a desaparecer imediatamente. Quem quise agarrava o vazio. Ninguém sabia de onde vinham. As cinco naves aproximaram-se a alta velocidade do sistema Outside e pas circular em torno do mesmo. Aproximaram-se cada vez mais do segundo plane este ficasse literalmente cercado.
— O ataque pode começar a qualquer momento — disse Claudrin. Rhodan examinava ininterruptamente a tela que retratava perfeit acontecimentos. A Teodorico servia de estação retransmissora. As c destacavam-se sob a forma de sombras escuras, cujo formato lembrava o de “É como em Bárcon”, pensou Rhodan. As naves desceram, afastando-se da órbita. Claudrin fez um comentário — Isso constitui sinal evidente da iminência do pouso ou de um ataque c O senhor não acha que seria preferível voltar? Rhodan fez que não. Ficou de olho na tela. Reconhecia perfeitamente o platô em que se encontrava. Não se via o do transmissor. A camuflagem era perfeita. Uma das naves estava parada acima da cidade. Um pequeno objeto cintila separou-se da mesma e caiu lentamente como se fosse um pingo prateado. Ad maior velocidade e, de repente, transformou-se num sol chamejante. O infern espalhou-se rapidamente. Não subiu, mas continuou a descer em direção à cid cogumelo cinzento de fumaça foi aumentando rapidamente e assumiu o forma Rhodan empalideceu. — Uma bomba arcônida... ou coisa parecida! — exclamou em tom ass Não pensei que isso pudesse acontecer. — O quê? — perguntou Claudrin, apavorado. — Será que o senhor quer — Isso mesmo, Claudrin. Eles pretendem destruir totalmente o planeta M bomba que acaba de ser lançada desencadeará um incêndio atômico que ning apagar. Dentro de alguns dias, este planeta estará transformado numa tocha a percorrerá uma órbita em torno do sol Outside. Estão convencidos de terem d vez o mundo dos robôs. — Entre imediatamente no transmissor, sir. Rhodan sacudiu a cabeça. — Por quê, Claudrin? O incêndio leva alguns dias para espalhar-se. Mesmo lancem uma bomba desse tipo sobre cada cidade que encontrem não correrem perigo nas próximas vinte e quatro horas. Vamos ficar mais algum tempo. — A segunda nave também lançou uma bomba a menos de cem quilô lugar em que o senhor se encontra. Qual é a velocidade da reação em cadei — Cinco quilômetros por hora — disse Rhodan, em tom tranqüilizador. — S houver um ataque direto contra nós, poderemos ficar pelo menos até amanhã pausa. — Mande que a equipe de observação preste muita atenção. Se não est enganado, os vingadores não demorarão a aparecer. — Quer dizer que o senhor ainda acredita...? — Em absoluto, Claudrin. Mas os laurins acreditarão, desde que tenham isso. Na próxima hora foram lançadas mais vinte bombas arcônidas. Ou me que Rhodan acreditava serem bombas arcônidas. O incêndio atômico começ Destruiria Mecânica. E juntamente com o planeta morreria definitivamen civilização que já fora grande, mas estava extinta. O único remanescente da m a “Nave da Colheita” capturada por Rhodan, que daria um testemunho vivo d de todas as formas de vida orgânica. Além disso provaria que as raças cujo co feito de metal e cujo aparelho pensante consiste num dispositivo positrônico s imorredouras.
Rhodan estremeceu. Lá fora o sol estava a pino. Continuava a ser vermelh parecia encoberto, mas num dia como aquele a impressão não poderia engana Na verdade, o sol Outside estava envolto numa névoa. A atmosfera de Mecâni impregnada de poeira. De uma poeira mortífera, que emitia radiações. Gucky materializou-se na sala de rádio. — Perry, você sabe perfeitamente que não costumo espionar seus pensa o fato é que está na hora de abandonarmos Mecânica. Rhodan virou-se para encará-lo de frente. — Para que viemos, afinal? Não, meu caro; vamos agüentar mais um po espera do inevitável, daquilo que não pode deixar de acontecer. — Os robôs? Rhodan limitou-se a acenar com a cabeça. Voltou a olhar para a tela. Já se viam muitos pontos incandescentes na superfície de Mecânica, ponto que cresciam lenta mas constantemente. As cidades haviam sido apagadas. Pa mares de fogo. Os oceanos pareciam receber novo alimento e cobriam as m Claudrin voltou a chamar. — O Almirante Wassilow aguarda suas ordens para atacar os laurins, pode dar conta do recado dentro de alguns minutos. — Ele não vai fazer nada disso — disse Rhodan em tom ameaçador, embora compreendesse perfeitamente a impaciência do oficial. — Wassilow terá que e que chegue sua vez. Por enquanto isso não aconteceu. — Estamos submetendo nossa paciência a uma prova muito dura — dis — Vemos cinco naves destruírem totalmente um planeta e mantemo-nos ina — Temos de interromper o contato pelo rádio, Claudrin. Temos de ev laurins captem algum impulso. Bem, no momento eles têm outras preocupaç Cumprimentou Claudrin e Polski com um gesto, virou-se e saiu do pequen juntamente com Gucky. Uma vez lá fora, parou no platô e lançou os olhos para sol já não aparecia tão nitidamente como antes. Parecia escondido atrás de um de névoa, que envolvia todo o planeta a mais de dez quilômetros de altura. Qu orgânico que permanecesse por alguns dias no planeta sofreria graves danos chovesse. — Olá, sir — disse Polski, em tom exaltado. — Há um chamado de C laud — De novo? — perguntou Rhodan, espantado. — Até parece que o com mais preocupado com nossa segurança que nós mesmos. Dirigiu-se à cabina de rádio e viu o rosto de Claudrin, que estava desfi nervosismo. — O que houve, Claudrin? — São os robôs. Estão chegando. Rhodan estremeceu. — Já? Quantos são? — São três naves fragmentárias, sir. Aproximam-se a alta velocidade do si Outside. Estarão aí dentro de duas horas — lançou um olhar indagador para R Será que com isso o senhor vai voltar? Posso dar ordem para que Wassilow int nos acontecimentos? Dificilmente teremos outra oportunidade como esta par cinco naves dos laurins e três naves dos robôs. Rhodan suspirou.
— Não acontecerá nada, Claudrin. Vamos ficar aqui. Wassilow deve es que o senhor realmente acredita que deixarei escapar esta oportunidade d luta entre os laurins e os robôs? Sabe lá quanta coisa poderemos aprender — Quer dizer que o senhor ainda vai continuar aí? — Isso mesmo, Claudrin. Ficaremos até o último minuto. — Aguardo suas instruções, sir — disse Claudrin. A tela apagou-se. Quando Rhodan fitou Polski, achou-o um tanto pálido. — Fique junto ao rádio e chame-me assim que Wassilow ou Claudrin qu comigo. Receio que as coisas comecem a ficar sérias. Saiu a fim de informar os homens. As três naves fragmentárias se pareciam com o sonho de um psicopata. Talvez se poderia dizer que tinham formato cúbico, mas não era bem assim examiná-las detidamente para descobrir nas faces dos cubos uma série de exc reentrâncias e protuberâncias bizarras, que deviam ter alguma finalidade. A a cubo tinha pelo menos dois mil metros. As naves fragmentárias dos robôs eram que os supercouraçados da frota terrana e arcônida. Pelo que ensinava a experiência, as naves desse tipo eram comandadas po que controlava pelo menos mais mil construções robotizadas. Cada uma dessa construções preenchia uma função específica, mas sempre obedecia ao robô-s A nave fragmentária era inexpugnável. Pelo menos por enquanto. O bomb dessas misteriosas unidades fazia desmoronar os campos defensivos até entã conhecidos. Mas Rhodan tinha a intenção de, por ocasião do próximo confront robôs, utilizar sua arma definitiva: a bomba gravitacional. Sua detonação arra nave inimiga juntamente com seus campos defensivos da estrutura energética dimensão e a destruiria. Os campos defensivos não valeriam de nada. A arma e da quinta dimensão era disparada para o alvo por meio de campos em espiral q desenvolviam a velocidade da luz. Era ao menos o que Rhodan esperava. Os pesadelos corporificados aproximaram-se rapidamente do sistema e at cinco naves dos laurins sem aviso prévio. Rhodan acompanhou os acontecime tela. A imagem era transmitida pela Teodorico. Mecânica era uma enorme bol muitos pontos apresentava manchas incandescentes. Os laurins circulavam e Eram cinco pontos minúsculos, nitidamente perceptíveis. Tudo não demorou mais de dez segundos. As cinco naves dos laurins, que eram invisíveis ao olho humano, desmanch no inferno chamejante dos torpedos nucleares, antes que seus comandantes t tempo de ativar os campos defensivos com que as naves deviam estar equipad entanto, tiveram a necessária presença de espírito para responder imediatam Uma das naves fragmentárias sofreu um impacto atômico que rompe defensivo. Enquanto os cinco laurins se desmanchavam em chamas, a nave fr começou a cair. O espetáculo projetado na tela fascinava Rhodan. Jefe Claudrin, que conti mil anos-luz de distância, ligou o sistema amplificador. A minúscula sonda esp equipada com um hipertransmissor de grande alcance, circulava em torno de menos de um segundo-luz de distância, sem que ninguém a percebesse. Trans imagens para a Teodorico, onde estas eram interpretadas e retransmitidas pa
Não se via muita coisa. — Claudrin! — disse Rhodan numa súbita resolução, quando os destroços fragmentária se aproximavam das camadas superiores da atmosfera. — Leve a dois minutos-luz de Mecânica. Não ataque. Determine o ponto exato em que a nave fragmentária tocar Transmita esta ordem ao Almirante Wassilow: as duas naves fragmentárias q restam deverão ser atacadas e destruídas imediatamente por meio de bomba gravitacionais. O rosto de Claudrin iluminou-se. — Até que enfim! — disse em tom de alivio e desapareceu da tela. Rhodan voltou a ter diante de si a visão dos destroços da nave fragm continuava a cair. Os detalhes não eram muito nítidos. Grandes peças desprendiam-se nave e desciam à superfície. As chamas saiam de uma abertura gigantesca no casco d trilha de fumaça negra marcava a trajetória da queda. A nave tocou o solo entre três mares chamejantes que ficavam nos lugares ocupados por cidades. Demoraria pelo menos dois dias até que os destroços fo atingidos pelo furioso incêndio atômico. Rhodan sentiu-se aliviado ao registra circunstância feliz. O fato de a nave não ter explodido com o impacto também alegre. Além disso a queda fora mais lenta na fase final; até parecia que algun propulsores voltaram a entrar em funcionamento. Dali se concluía que o robô comandante ainda não fora posto fora de ação conseguira frear a queda, evitando a destruição total. E tudo isso combinava perfeitamente com os planos de Rhodan. ***
O Almirante Wassilow ficou com o rosto impassível ao receber a ordem de Claudrin. Levou apenas alguns minutos para transmitir as coordenadas do sal unidades. A frota colocou-se em movimento. Acelerando ao máximo, corria em ao sistema Outside. As duas naves robotizadas não fizeram menção de correr em auxílio do col derrubado. Por certo os robôs já haviam notado que o planeta Mecânica estav à destruição, e que não haveria tempo para reparar a nave, se é que pudesse s consertada. Para os robôs, que não tinham nenhum sentimento, os colegas co morte eram totalmente indiferentes. Será que os robôs realmente não conheciam sentimentos? Rhodan ficou refletindo sobre a teoria do cientista que afirmara o contrári parecia, a experiência estava refutando sua teoria. Os robôs abandonavam ou Será que dali se concluía que não conheciam os sentimentos, as emoções...? A Teodorico, que acelerara ao máximo assim que recebera as ordens de R chegou a Mecânica muito antes da frota. Parou a dois minutos-luz de distância circular em torno do sistema. De inicio as naves fragmentárias não tomaram conhecimento da presença do supercouraçado. Revistavam a superfície do pla Rhodan não sabia o que estavam procurando. Só lhe restava fazer votos de qu descobrissem durante as buscas. De repente mudaram de rumo e, acelerando ligeiramente, avançaram Teodorico.
— Parece que querem atacar-nos, sir. Quais são as ordens? Rhodan olhou para o relógio. — Quando deverá chegar Wassilow? — Levará no mínimo mais trinta minutos, sir. — Está bem, Claudrin. Fuja e volte daqui a quarenta minutos. Em hipótese podemos arriscar a destruição da nave capitânia. Os robôs só podem ser venc superioridade de forças. Pela frota! Dê o fora. Mas não deixe de voltar. — O senhor não quer que eu...? — Não quero, não — respondeu Rhodan, em tom áspero. — Faça o favo depressa! Claudrin ficou furioso, mas obedeceu. Não gostava nem um pouco da missão em que estavam empenhados. Era o ficar constantemente em plano secundário, sem participar dos acontecimento justamente ele, que era conhecido como um homem impetuoso. Rhodan realm azedar a vida das pessoas. Dali a alguns segundos, a Teodorico desapareceu nas profundezas do espa deixando para trás duas naves fragmentárias hesitantes. Rhodan suspirou ali Acabara de perder o contato audiovisual com a Teodorico, mas as naves fragm dificilmente voltariam para Mecânica. Afinal, não tinham nada a fazer por lá Rhodan saiu da cabina de rádio e mandou que os planadores fossem pre O transmissor tinha que ser deixado no lugar, pois não havia tempo pa lo. Havia coisa mais importante a fazer. Uma coisa muito importante... O aparelho de hiper-rádio foi colocado no planador. Permaneceu em condi entrar em funcionamento a qualquer momento, para que Rhodan pudesse ent prontamente em contato com a Teodorico. Finalmente os dez planadores leva e, deslocando-se a pequena altura, tomaram a direção do leste. A manobra foi difícil. Tiveram que desviar-se constantemente dos mares incandescentes, que nas últimas horas se haviam ampliado bastante. Quase m superfície do planeta Mecânica já fora atingida pelo incêndio atômico, O mesmo avanç rapidamente do que Rhodan supusera. Claudrin comunicou a Rhodan que as duas naves fragmentárias continuav avançar pelo espaço. Isso era bom, pois quando houvessem penetrado no hipe haveria mais como localizá-las. Ao contrário das formas de transição até então conhecidas, as que eram realizadas pelas naves dos robôs não deixavam nenh causado pelos abalos. Desapareciam na quinta dimensão sem afetar a estrutura espaço-tempora voltarem a emergir em outro ponto. Tratava-se de um novo processo, que os te ainda não conheciam. Os robôs estavam com azar, pois voaram bem ao encontro da frota de Quando notaram a presença do inimigo, já era tarde. A reação do almirante foi muito rápida. As bombas gravitacionais já h preparadas. Foram disparadas em trajetórias concêntricas, para que cada uma da fragmentárias fosse atingida por pelo menos dez bombas. Depois disso aconteceu uma coisa surpreendente. Normalmente qualquer porção de matéria atingida por uma bomba dimensão desaparece. É atirada para o hiperespaço, onde permanece para
Com as naves fragmentárias não aconteceu nada disso. As mesmas detonaram e transformaram-se numa forma normal de ener Perplexo, Wassilow observou o fenômeno inesperado e imediatamente resultado de suas observações a Rhodan. — Não existe a menor dúvida de que as bombas rompem um campo energé concluiu. — Mas por que a matéria de que eram feitas as naves fragmentárias permaneceu em nosso espaço? É uma coisa nunca vista. Rhodan refletiu por um instante e disse: — Existe uma explicação, almirante, mas a mesma parece fantástica. As n fragmentárias possuem um campo defensivo feito de energia, que não conseg romper. Acontece que as bombas gravitacionais conseguem. Por quê? Porque defensivo dos robôs também se situa na quinta dimensão. Durante a detonaçã bombas provocou um efeito neutralizador, evitando o arremesso. As naves for destruídas, mas permaneceram em nossa dimensão. Wassilow fez um gesto afirmativo. — Talvez o senhor tenha razão. De qualquer maneira, já me sinto melho Quais são suas ordens, sir? — Fique por perto. Circule com a frota em torno do planeta e aguarde nova instruções. Vigie o espaço situado fora do sistema. Envie naves de reconhecim que ninguém perturbe o trabalho que realizaremos aqui embaixo. Confio no — Está bem, sir. Rhodan fitou a superfície do planeta condenado á morte. Mecânica só dois ou três dias de existência. Se andasse depressa, isso seria suficiente. Os planadores não eram muito rápidos. Levaram quase seis horas para planeta e atingir o local em que a nave fragmentária caíra. Os destroços já não irradiavam nenhum calor. Havia uma explicação para isso. Os robôs tinham conseguido pôr em funci o equipamento de extinção de incêndio, evitando a destruição total da nave. Po animador que fosse o fato, o problema que acarretava era bastante perigoso. T proteger-se contra os ataques dos robôs. — Todos ligarão os aparelhos de absorção mental — ordenou Rhodan, no m em que a flotilha pousava a menos de cem metros dos destroços. — Os pilotos nos planadores, para que tenhamos uma possibilidade de retirar-nos rapidam outros descerão. Os técnicos irão comigo. Os membros do comando deverão fi armas preparadas. Gucky e Iltu ficaram perto de Rhodan. Putzi ficou no planador. R as Tschub aproximou-se e, seguindo o exemplo dos outros, contemplou a enorme massa que se erguia que nem uma grande montanha. A elevação artificial erguia-se q mil metros em direção ao céu vermelho. O sol já havia descido abaixo da linha horizonte, mas ainda havia luz. Não demoraria, e o próprio planeta Mecânica transformaria num sol. — Fiquem aqui — disse Rhodan. — Caminharei sozinho um pedaço. — Mas... — Nada de objeções, Gucky. Os robôs não podem captar qualquer tipo de v celulares ou de pensamentos, pois as mesmas são neutralizadas pelo aparelho mental. Verão em mim um dos seus. Mas temos de contar com todas as possibi inclusive a de que os aparelhos de absorção não preencham cem por cento as finalidades. Portanto, prestem atenção. Só ajam quando eu der sinal para is
Rhodan deu as costas aos homens e foi caminhando devagar em direção ao destroços. Sua voz parecera calma e tranqüila, mas teve de fazer um grande e reprimir a tensão interna. Avaliava perfeitamente o risco que estava assumind destroços da nave fragmentária o perigo o espreitava sob mil formas divers Parou quando se encontrava a cem metros da nave. Havia uma abertura situada pouco acima do solo. Era o lugar em que a arm laurins havia rompido o campo defensivo e a blindagem. Provavelmente tratav projétil que agia na quinta dimensão, tal qual a bomba gravitacional. A abertu entrecortada e suas bordas estavam queimadas. A parte inferior ficava menos metros acima do chão revolto. Uma antena e uma torre que saía da face do cubo facilitariam a entrada Rhodan prosseguiu na caminhada. Não hesitaria em entrar na nave fragm entanto, Gucky também ligara o aparelho de absorção mental, e por isso não p estabelecer contato telepático com ele para pedir auxílio em caso de necess “Devo arriscar”, pensou Rhodan. Ficou parado junto à nave. Ainda hesitava. Finalmente fez um sinal tranqü para seus companheiros e subiu em direção à entrada aberta à força. Puxou-se Uma vez no interior da nave destroçada, viu uma sala totalmente destruída re instalações demolidas, cuja finalidade se tornara irreconhecível. Nos fundos u havia sido arrancada, permitindo que olhasse para o corredor. Rhodan ligou o microtransmissor e passou a irradiar o sinal. Os robôs s o captariam a intervalos regulares. — Vocês são vivos de verdade? Rhodan entrou na nave e foi caminhando pelo corredor. Viu uma sombra m sua frente e permaneceu imóvel. Devia contar com a possibilidade de que nem robôs tinham sido destruídos no impacto, mas a confirmação dessa suposição de surpreendê-lo. — Vocês são vivos de verdade? A mensagem era irradiada ininterruptamente por seu transmissor recepção. O sangue parecia afluir ao coração de Rhodan quando ele ouviu nitidam alto-falante: — Sim, somos vivos de verdade. Você também é vivo de verdade? — Sou vivo de verdade — respondeu Rhodan. Essas palavras pareciam ser as únicas do vocabulário dos robôs, mas bast aceitar um desconhecido como amigo ou atacá-lo como inimigo. Para os robôs forma de vida orgânica representava um inimigo normal, e todo robô automat era considerado um amigo. Rhodan prosseguiu em direção à sombra que se movia. Era um robô, mas o mesmo parecia avariado. Movia-se pesadamente. Sua era humanóide. Lembrava um refrigerador antiquado cheio de complicados tu Rhodan não conseguiu descobrir à primeira vista qual era a finalidade que ess preenchia na nave. Voltou a confirmar que também era vivo de verdade, fez meia-volta e, d minutos, voltou a aparecer no buraco aberto no casco. Fez um sinal para seus homens, que logo se aproximaram. Gucky apenas arrastou os pés por alguns metros e teleportou-se. — Qual é a reação deles? — perguntou.
— A que esperávamos — respondeu Rhodan. Sabia que os robôs não podiam ouvi-lo, já que os respectivos órgãos senso incapazes de absorver as ondas sonoras comuns. Era ao menos o que se supun me aceitaram. Comece a trabalhar, Hal R andex. Leve para fora todos os robôs pareçam intactos. Não tenha medo. Acreditarão que viemos para salvá-los e n oferecerão nenhuma resistência. Faça como se tudo isso fosse muito natural. A conseguiremos blefar. Os homens entraram na nave destroçada e puseram-se a trabalhar. A Teodorico pousou perto da nave destroçada, enquanto a frota de Wassilo continuava empenhada na vigilância espacial. As naves de reconhecimento de distância penetravam profundamente no espaço em que rareavam as estrelas que o equipamento de observação trabalhasse. Apenas localizariam as naves encontrassem no hiperespaço, mas era perfeitamente possível que algumas n fragmentárias tentassem aproximar-se em vôo normal do sistema em que três robotizadas haviam desaparecido sem deixar o menor vestígio. Bell e alguns oficiais com seus comandos de trabalho juntaram-se a R técnicos. — Vistas de cima, as coisas não parecem muito boas — observou Bell, que examinara detidamente a nave destroçada. — Logo ali, abaixo da linha do hori inferno está à solta. A superfície do planeta vem se desmanchando numa fusão permanente. Dentro de duas ou três horas não agüentaremos mais por aqui — É verdade; a coisa é muito rápida — disse Rhodan, em tom sério. — Tere apressar-nos, se quisermos recolher as coisas mais importantes antes que sej Como vai a base no platô, inclusive o transmissor? — Isso você pode dar por perdido, Perry. O platô já se transformou num blo lava liquefeita que vaga num imenso oceano. O planeta está sendo fustigado p tormentas. Admiro-me de ver que por aqui as coisas ainda não estejam tão — Isto é apenas um acaso, Bell. Nesta face do planeta não foram lançadas bombas. Apesar disso não demorará muito que também aqui se comece a nota refletiu intensamente. — Diga a Wassilow que mande imediatamente algumas salvamento. Bell saiu apressadamente. Chegando à sala de comando da Teodorico, ent contato com Wassilow para transmitir a ordem de Rhodan. Dali a dez minutos espaçonaves de formato tosco pousaram junto à nave fragmentária destroç Os comandos de trabalho carregaram ininterruptamente robôs de tamanh deixando-os ao ar livre, onde foram colocados de pé ou empilhados. Na sua ma davam o menor sinal de vida, mas muitos deles tiveram o cuidado de pergunta salvadores eram vivos de verdade, o que sempre foi confirmado expressamen do transmissor especial. Depois disso a conversa cessava abruptamente. Bell voltou para junto de Rhodan. — Será que posso examinar essa caixa de robôs pelo lado de dentro? — per num momento em que Rhodan estava apressando seus homens. — Por que est pressa? Temos tempo de sobra. — Não temos coisa alguma! — respondeu Rhodan, em tom contrariado. — estou interessado nos pequenos robôs. Quero carregar tudo que puder desta n naquele momento os guindastes pegavam dez dos pequenos robôs de cada vez colocavam nos compartimentos de carga das naves de resgate. — Nesta nave comandante; quero levá-lo.
— Ele ainda não foi encontrado? — Infelizmente não. Tenho de cortar a nave fragmentária em pedaços nas nossas naves. E para isso só disponho de uma hora. — Isso deveria ter sido feito logo. — Nesse caso os robôs pequenos teriam sido destruídos, ou não?... Está be uma olhada por dentro dessa canoa, mas tenha cuidado. Se os robôs pedirem a responda; dessa forma não será atacado. É uma turma estranha. — Por quê? — Porque se deixam enganar pelas nossas mensagens sobre a vida ve disse Rhodan, com um sorriso. Bell passou por alguns técnicos e entrou na nave destroçada, que já estav vazia. Os elevadores antigravitacionais continuavam a funcionar. Os homens comando, que procuravam robôs pouco danificados e os carregavam, estavam parte. Dali a pouco, Bell chegou a um setor da nave que ainda não fora atingi operação de limpeza. As salas estavam vazias; apenas havia alguns aparelhos que pareciam tão absurdos e confusos como o resto da nave. Eram figuras abs quais não se sabia se estavam ali por enfeite ou se preenchiam alguma finalida Um pequeno robô, formado por tronco e por dez membros, arrastou-se pelo corredor no qual Bell se encontrava. — Você é vivo de verdade? O impulso foi muito débil. Parecia ter sido transmitido com as últimas restavam ao robô. Bell fez com que seu transmissor respondesse. O robô ficou satisfeito. Continuou a arrastar-se e desapareceu numa corredor. Alguns andares abaixo desse lugar Bell encontrou um robô de guerra que intacto. Seus membros eram formados por armas de radiações; não havia a m Suas formas eram humanóides. Por enquanto nenhum robô desse tipo fora retirado da nave. Bell acionou o minúsculo transmissor de pulso e chamou Rhodan. Avisou-o que acabara de encontrar. Rhodan prometeu enviar imediatamente alguns té mesmo tempo avisou que, dentro de dez minutos, todos os homens deveriam s destroçada. Bell esperou até que os homens chegassem e apressou-se em voltar par Sentia-se angustiado. Foi ao encontro de Rhodan. — Até onde chegou o incêndio atômico? — perguntou, enquanto resisti que se tornara muito mais forte. — Onde está a Teodorico? — Já decolou. Está aguardando ordens para cortar a nave fragmentária Naquele momento, o robô de guerra estava sendo tirado da nave e coloc Um veículo aproximou-se para carregá-lo. Foi então que aconteceu... Os dez planadores que Rhodan e seus homens haviam usado para abandon encontravam-se a uma boa distância. Putzi, o gato-tigre, saltou da cabina. Pou segurança sobre as pernas e espreguiçou-se, ávido por entrar em ação. Gucky assustou-se. Saltou para junto de Rhodan. — Perry, Putzi saiu do planador. Quer que eu o leve de volta?
— Espere um pouco — respondeu Rhodan enquanto observava o tigre, que cautelosamente o ar e foi caminhando lentamente em direção à nave fragmen aqui Putzi é o único ser que não está usando aparelho de absorção mental. Pre saber como os robôs reagem a isso. — Será que isso não é muito perigoso? — Fique perto dele e coloque-o em lugar seguro caso queira faze leviandade. Bell, preparar as armas. Rhodan colocou a mão direita sobre o coldre da arma de radiações e obser tigre, cujas orelhas enormes tremiam nervosamente. A cauda chicoteava furio chão empoeirado. Um pequeno robô de trabalho cujos membros eram formados por ferrame começou a movimentar-se. Fez um grande esforço, pôs-se de pé e caminhou ca em direção a Putzi. Outros robôs, que estavam empilhados, mexeram-se, mas conseguiram pôr-se de pé, porque se embaraçavam uns aos outros. Putzi parou. Seus olhos cintilantes fitaram o pequeno robô, que levantou num gesto ameaçador. O braço terminava num garfo de três pontas. Caminha destemidamente em direção ao felino. Não apressou seus movimentos. Era ev Putzi acabara de ser identificado como uma forma de vida orgânica e, portant inimigo. Rhodan colocou a mão sobre o ombro esquerdo de Gucky: — Espere mais um pouco, pequeno. Temos de saber exatamente. De repente Putzi deu um enorme salto sobre o pequeno robô e golpeou-o c pata. A estrutura metálica foi literalmente atirada no pó, deu algumas cambal permaneceu imóvel. Putzi não se interessou mais pelo inimigo que acabara de ser abatido, pois não cheirava a nada, e por isso não poderia ser uma boa presa. Com alguns sa aproximou-se do buraco que fora aberto no casco da nave fragmentária e disp saltar. Ninguém deu a menor atenção ao robô de guerra que já estava grud magnética do guindaste para ser levantado. Putzi passou a menos de dois m De repente o monstro metálico movimentou-se. Não conseguiu escapar à potentes campos magnéticos, mas o dispositivo positrônico que havia em seu devia estar protegido por algum isolamento, pois funcionava perfeitamente Dois feixes de raios ofuscantes estenderam-se em direção a Putzi. Atingiram-no em meio ao salto. Foi tão rápido que Rhodan e Gucky não tiveram tempo para tomar providência. Bell parecia paralisado; não fazia o menor movimento. Putzi, que se encontrava no ponto de interseção dos dois feixes de raios, transformou-se de um instante para outro numa nuvem de cinzas, O animal nã nada; morrera antes de desconfiar do perigo. Gucky soltou um grito agudo e precipitou-se sobre o robô de guerra, sendo solto pelo guindaste e foi colocado no veículo que o transportaria até — Gucky! — gritou Rhodan. — Não faça tolices. Gucky não o ouviu. Estacou em meio ao movimento, não para obedecer ao conselho de Rhoda apenas porque reconheceu a inutilidade de seu procedimento. Suas mãos não fazer nada contra o robô, que já suspendera as hostilidades e esperava calma carregassem.
Para o robô, o único inimigo existente neste mundo fora destruído. De repente o robô entrou em levitação. Gucky atingiu-o com seus fluxos telecinéticos e levantou-o. Deixou-o subir a uma altura de cinqüenta metros e arremessou-o com toda força contra uma rocha arredondada. O robô bateu na pedra com um baque surdo e esfacelou-se totalmente. Nem chegara a defender-se, pois confiava na vida verdadeira. Quando as peças de metal retorcido caíram ao chão, seguiu-se um terrível Ninguém se atreveu a fazer o menor movimento. Os homens do comando olha Rhodan, cujas ordens acabavam de ser desprezadas por Gucky. Sabiam que ju exame desse robô era muito importante. E esse robô deixara de existir. Rhodan manteve-se imóvel. Seu rosto parecia petrificado. Nenhum m movia. Um soluço interrompeu o silêncio. — Putzi! Era Gucky, que parecia perdido em meio aos outros. Seus braços molemente junto ao corpo. Nunca parecera tão abandonado como naquele m Rhodan não fazia o menor movimento. Bell parecia grudado ao solo. Sem olhar para os dois homens, Iltu cochichou: — Vocês poderiam ter evitado que isso acontecesse. São os únicos culpa Não obteve resposta; talvez nem esperasse obter. Caminhou a passos salti direção a Gucky, parou a seu lado e colocou o braço sobre seu ombro. Teve de e corpo, pois era mais baixa que o rato-castor. — Ele não sentiu nada, Gucky — disse num cochicho, segurando a mão do companheiro. — Quanto à história do robô, você agiu bem. Se você não o tives quebrado, eu o teria feito. Gucky parecia despertar de um sonho. Fitou Iltu. — Obrigado, Iltu — disse, falando tão baixo que os outros dificilmente conseguiriam ouvi-lo. — Gostei mais de Putzi que de muitos homens. Foi meu não merecia uma morte estúpida como esta. E, o que é pior, foi sacrificado conscientemente. Iltu sacudiu a cabeça. — Não diga isso, Gucky. Acho que a morte de Putzi poderia ter sido evitada ninguém quis sacrificá-lo. Afinal, você pode ter a certeza de ter vingado a mor se é que isso lhe dá algum alívio. — Sim, eu a vinguei num pedaço de metal — disse Gucky, em tom amargur Lançou um olhar desesperado em direção ao lugar em que estavam Rhodan e até isso eles queriam proibir; sem dúvida estão zangados porque eu o fiz. Mas agir de outra maneira. Tive que destruir esse robô. Senão não teria agüenta Os homens prosseguiram no seu trabalho, pois o tempo era escasso. Mas n disseram mais nada. Até parecia que se sentiam envergonhados. Manobravam máquinas com gestos que quase chegavam a ser cautelosos. As cargas foram c silenciosamente nas naves que deveriam transportá-las. Pequenos e abandonados, os dois ratos-castores permaneceram de pé em robôs empilhados, às naves transportadoras, aos guindastes e aos homens qu lado para outro. Ninguém parecia interessar-se por eles. — Vamos andando — disse Iltu, puxando Gucky pela mão.
Não olharam para Rhodan e Bell; passaram silenciosamente pelos mesm Bell parecia embaraçado. Engolia em seco. Estava pálido e suas mãos trem quase imperceptivelmente. A única parte do seu corpo que se movimentou foi que girava lentamente para acompanhar os dois ratos-castores com os olho Rhodan entesou-se. Interpôs-se no caminho de Gucky e Iltu. Com o rosto impassível oferec Gucky. — Sinto muito, Gucky. Perdoe-me, se puder. Por favor. Gucky parou. Lançou um olhar quase espantado para Rhodan e fitou a era oferecida. Hesitou. Via-se que travava uma pesada luta Íntima. Finalmente falou: — Está bem, Perry. Ignorou a mão que Rhodan lhe estendia e prosseguiu em sua caminha Iltu. Rhodan seguiu-o com os olhos. Havia uma expressão indefinível em seu ro Mantinha os lábios firmemente cerrados. Sua mão foi descendo lentamente. V num movimento que quase chegava a ser cansado e voltou para junto de Bell, olhá-lo. De repente os dois homens mais poderosos do Império Solar parec abandonados. Cercados pelos homens do comando, que se dedicavam ao trabalho, solitários. Os últimos robôs foram carregados e levados às naves d desaparecendo nos porões de carga das mesmas. Hal Randex aproximou-se. — Operação de carga concluída, sir — disse em tom formal. Rhodan parecia ter despertado de um sonho. — Entrem nos planadores e afastem-se cinco quilômetros — disse automático. — As naves de resgate decolarão e voltarão para junto da frota Não aguardou resposta. Virou-se e caminhou em direção aos p estacionados nas proximidades. Bell seguiu-o sem dizer uma palavra. Ainda estava muito pálido. Enfiaram-se num planador. Enquanto a flotilha ganhava altitude, Rhoda contato com a Teodorico. — É Claudrin? O senhor já sabe o que deve fazer. Faça a regulagem menor As peças deverão ser muito pequenas, pois, do contrário, não poderão ser tran Procure concluir o trabalho dentro de trinta minutos. Não dispomos de mui — Está bem, sir. Será fácil... — Não fale; comece logo! — interrompeu Rhodan, em tom áspero. Por um instante Claudrin pareceu perplexo. Finalmente ergueu as sob tela colocada junto ao painel de instrumentos do planador apagou-se. Rhodan lançou os olhos para a paisagem abandonada. Mesmo a alguns qu de distância, os destroços da nave fragmentária ainda pareciam gigantescos e Se conseguissem carregar metade da mesma já teriam ganho muita coisa. Os planadores pousaram numa colina. Seus ocupantes tiveram trinta minu andar um pouco. Enquanto isso, a Teodorico descia do céu e as serras energét cortaram a nave destroçada em pedaços carregáveis.
Rhodan, que também saíra do planador, caminhou, só, para o topo da colin ficava bem próxima. Passou pelo planador no qual se encontravam Gucky e Iltu ratos-castores não desceram. Rhodan passou muito devagar, mas aquilo que e não aconteceu. Não apareceu ninguém para estender-lhe a mão. Rhodan prosseguiu só, até chegar ao topo da colina, onde teve boa visão p os lados. A Teodorico estava parada acima da nave destroçada e realizou um t precisão. Claudrin fez um serviço bem-feito. Na direção oposta via-se um brilho vermelho na linha do horizonte. E chamejante que se aproximava, O incêndio atômico já se encontrava próxim Se a tormenta não soprasse em direção contrária, a essa hora o calo tornado insuportável. O deslocamento do ar provocava a necessária refrige Parado sobre o topo da colina, Rhodan era uma figura solitária que se dest contra o horizonte rubro. Nunca mais qualquer ser ficaria nesse topo, que só t algumas horas de existência. Era mais um mundo que morria. Morria da mesm que Putzi morrera. Seria uma inutilidade...? Um absurdo...? Por que a morte tinha de golpear vezes sem-fim, por que destruía vida inteiros? Será que nunca haveria uma resposta a esta indagação? Seria a morte necessário, sem o qual não poderia existir a vida? Rhodan sentiu-se satisfeito porque o aparelho de absorção mental neutral impulsos cerebrais. Naquele instante ninguém seria capaz de ler seus pensam mesmo Gucky. Gucky...? Será que a morte de Putzi, que ele não desejara, fizera com que perdesse p sempre seu pequeno amigo? Estaria realmente livre de toda culpa? Era bem v trouxera Putzi para estudar as reações dos robôs. E conseguira provocar a rea robôs também atacavam seres semi-inteligentes. Era um dado importante, pe pagara um preço muito elevado. Olhou para o relógio. Faltavam quinze minutos. A Teodorico concluíra seu trabalho mais cedo do que se esperava. Volt permaneceu em posição de espera. Os destroços da nave fragmentária fora Estavam bastante deformados, pois o veículo espacial era formado po distintas. Rhodan viu os homens reunidos em torno dos planadores. Formavam grup pequenos e conversavam. Bell manteve-se num lugar um pouco afastado e con céu. Estava só. Tão só quanto Rhodan. “Tudo isso por causa de um animal”, pensou Rhodan, amargurado. Logo se arrependeu do primeiro pensamento. “Gucky não é também um animal, sob o ponto d vista humano?! E não é ele um amigo muito mais fiel que muitos subordinados?” Rhodan rangeu os dentes. Naquele momento odiava-se a si mesmo. A mais desejava neste mundo era um aperto de mão do rato-castor. Deu alguns passos em direção aos planadores, mas parou indeciso e vo de onde viera. O chão tremeu levemente sob seus pés.
Rhodan lançou um olhar espantado. Examinou o chão rochoso, coberto de Seria uma espécie de terremoto? Era bem possível, pois o interior do planeta s alterações tectônicas muito importantes. Subitamente aconteceu. Tudo foi tão repentino que Rhodan não teve esboçar qualquer gesto de defesa. Uma abertura redonda surgiu na rocha. Tinha pouco menos de dois diâmetro e dava para um poço que se estendia para as profundezas. Rhodan caiu imediatamente. Precipitou-se pelo poço, que levava diretam centro do planeta Mecânica... Para o centro de um planeta condenado à morte. Bell tirou os olhos do céu e procurou Rhodan, mas não o encontrou mais. S amigo descera pela face oposta da colina? Talvez estivesse dando um passeio e pretendesse regressar ao local em que estavam pousados os planadores, vind lado. Dali a cinco minutos o prazo de espera chegaria ao fim. Os cinco minutos passaram-se sem que Rhodan voltasse. Os homens já haviam entrado nos planadores e aguardavam ordens. Ni o desaparecimento de Rhodan. De repente Bell sentiu o peso da responsabilidade. Se Rhodan não v tempo, teria de substituí-lo e dar ordem para entrar em ação. Onde estaria Rhodan? Fez um sinal para que o piloto esperasse mais um instante. Correu pa colina e olhou em torno. Via toda a área, mas não descobriu o menor sinal de Rhodan. Sentiu-se perplexo. O pavor do desconhecido apoderou-se dele. O que teri acontecido? Onde estava Rhodan? Não era possível que se tivesse desmancha tivesse afundado no chão. Afundado no chão...? Bell olhou para baixo, mas viu apenas a rocha nua e alguns restos de poeira tormenta carregara quase toda a camada de pó de alguns centímetros de espe via nenhum rasto. Bell correu de volta para os planadores. — O incêndio atômico está se aproximando. Não podemos perder mais tem Rhodan há de voltar. Talvez tenha descoberto alguma coisa importante. — Dep ligeira hesitação, acrescentou: — Tschubai, fique aqui com seu planador. Era o mesmo planador em que estavam Gucky e Iltu. ***
Rhodan continuava a cair pelo negrume do poço. Por várias vezes os cotovelos e os tornozelos arranharam ruidosamente poço, mas não encontrou nenhum lugar em que pudesse segurar-se. Deveria ter acionado sem que o soubesse um contato que abria o poço encontrava num dos inúmeros sistemas defensivos da raça desaparecida...? Rhodan não sabia. Continuou a cair, indefeso, sem apoio. De repente teve um contato mais prolongado com a parede do poço. Teve a impressão de estar sendo comprimido contra a mesma, primeiro debilmente e com mais força. A velocidade da queda foi diminuindo. Rhodan compreendeu.
O poço vertical descrevia uma curva para entrar na horizontal. Era infinitamente longa. A queda foi amortecida aos poucos e a energia cinética O movimento cessou. Rhodan não tinha a menor idéia da distância pela qual penetrara na cro Mecânica. Tinha certeza de que eram alguns quilômetros. A temperatu ar estava morno e sufocante. Aqui embaixo a ventilação deixava a desejar. Aos poucos seus olhos foram-se acostumando à penumbra. A escurid completa, conforme acreditara de inicio. Continuava sentado no chão do grande tubo, que agora corria na vertical. mais alto que antes. Bem à sua frente, a menos de dez metros, havia um projét de torpedo, cuja ponta se dirigia exatamente na direção em que ele se enco De repente Rhodan compreendeu onde havia caído. Fora parar no cano supergrande de um canhão cósmico, O projétil esta frente. E ele, Rhodan, obstruí a o cano. Num gesto instintivo levantou-se e saltou por cima da calha achatada dest orientar e acelerar o projétil. Pôs os pés num chão muito duro. O projétil contin imóvel. Metade dele estava enfiada num bloco metálico, que devia abrigar o m de disparo. Tudo permaneceu imóvel. Rhodan começou a desconfiar de que a posição em que se encontrava fora abandonada há muito tempo. Será que seu funcion automático? Não, não era possível, pois nesse caso teria reagido diante da qued fragmentária ou do pouso da Teodorico. Era uma posição de artilharia abandonada, de dimensões inconcebíveis. isso. Rhodan sabia que só mesmo a sorte poderia salvá-lo. Ninguém o vira desa Supunha-se que estivesse na superfície e o procurariam por lá. Seus homens n muito tempo, pois o incêndio atômico avançava implacavelmente e não demor atingir o lugar em que se encontravam os destroços da nave fragmentária. Mas, uma hora antes, a posição de defesa em que se encontrava se transformando-se no núcleo de um sol artificial. De repente Rhodan se deu conta de que, nos últimos cinco minutos, o calo aumentara. De um dos corredores saía uma torrente de ar aquecida. Trazia co cheiro da terra calcinada. Num movimento instintivo Rhodan desligou o aparelho de absorção menta Gucky tivesse a mesma idéia, descobririam ao menos onde Rhodan se encontr o rato-castor se ativesse às instruções que lhe haviam sido ministradas, os imp mentais de Rhodan não seriam captados por ninguém. Nesse caso não haveria salvação. Um corredor largo afastava-se da rampa de disparo subterrânea. Também afastava da direção em que, pelo que supunha Rhodan, rugia o incêndio atômi não perdeu tempo. Correu por esse corredor. Teve a impressão de que o ar que era mais fresco. Mas o ganho de tempo era ilusório. A fogueira atômica avança rapidamente do que ele poderia correr. E o corredor haveria de ter um fim.. Rhodan teve uma surpresa desagradável. Seus receios confirmara depressa do que esperava. O corredor alargou-se, dando lugar a um salão repleto de máquinas e pa Não havia outra saída.
Respirando violentamente, Rhodan encostou-se à parede oposta e olh corredor pelo qual viera. De lá viria a morte. E ela viria primeiro sob a forma de um ar cada vez e irrespirável, e finalmente como uma massa de pedra liquefeita. Estava irremediavelmente perdido, a não ser que seus telepatas — especi Gucky — não se ativessem estritamente às suas instruções e desligassem o ne mental... ***
Lá embaixo, na planície, os pedaços dos destroços da nave fragmentária fo carregados. O tempo era escasso. O horizonte já estava transformado num ma e a tormenta que rugia estava ficando insuportável. Bell entrou na cabina do planador depois de Ras Tschubai. Sentados n Gucky e Iltu mantinham-se em atitude indiferente. Não lhe deram a menor Contemplavam a paisagem desolada com as colinas nuas e arenosas maldito, em que seu amigo encontrara a morte. — Perry desapareceu — disse Bell, com a voz rouca. Gucky nem sequer levantou a cabeça. Iltu limitou-se a lançar-lhe um olhar indiferente. Ras Tschubai parecia embaraçado. — Se conhecêssemos a direção em que se encontra, eu poderia me telepo buscá-lo. Acontece que infelizmente não sou telepata. Não tenho condições d lo. Gucky teve sua atenção despertada pela conversa, mas continuava a evi Bell. — De que serve a telepatia se os neutralizadores mentais estão ligados? — Pois desligue-o! — gritou o africano. Bell manteve-se em silêncio. — Desligá-lo? — cochichou Gucky, numa raiva contida. — Você quer que eu desobedeça a uma ordem de Rhodan? Deveria ter feito isso antes que ele reso transformar Putzi em cobaia. Desobedeci à segunda ordem dele ao vingar Putzi e destruir o robô. E quer que eu desobedeça outra vez, para salvar Rhodan? Voltou a lançar os olhos para a planície. — Sei lá se realmente devo fazer uma coisa dessas. — Para nós não existe nenhum perigo em desligarmos os neutralizadores — Ras Tschubai, numa súplica. — Você e Iltu são os únicos telepatas por aqui. Se conseguirem localizá-lo, poderíamos fazer a determinação precisa das coorde buscá-lo. Sinto que está em perigo. Gucky fitou Bell com uma expressão pouco amistosa. — Então, o que diz? Não foi você que descobriu o robô de guerra no interio nave destroçada e mandou buscá-lo? Se você tivesse ficado na Teodorico, Putz estaria vivo. — Houve um encadeamento infeliz de uma série de acontecimentos de cau independentes; em outras palavras, um acaso — respondeu Bell, em tom de de Ninguém teve essa intenção, Gucky. Procure ser razoável, homem. Se você ab Perry, nem por isso Putzi será ressuscitado.
— Não me chame de homem! — disse Gucky, com a voz estridente. Olhand janela, viu a frente vermelha na linha do horizonte. — Está bem. Iltu e eu vamo os neutralizadores. É a única coisa que faremos. Dali a alguns segundos, o rosto de Gucky sofreu uma modificação qu Bell, e também Ras Tschubai. — O que houve, Gucky? — Rhodan! É inacreditável. Ele está bem embaixo de nós, mas muito longe pelo menos cinco quilômetros. Está mais ou menos ali — disse, apontando par Bell. — Como é que ele foi parar lá? — Vamos logo! Forneça os dados exatos, para que eu possa saltar — africano, em tom insistente. Gucky fitou-o. Olhava através dele. Finalmente sacudiu a cabeça. — Eu mesmo irei, R as. Qualquer tipo de cálculo seria demorado demais. P determinar a direção em que está Rhodan e saltar ao mesmo tempo. Não, Iltu, Você ficará aqui. Ainda bem que desligou o neutralizador. Esperem aqui. Não Concentrou-se, mas não saltou logo. — Bell, será que você pensou que eu o deixaria morrer neste mundo am Você tem uma fantasia imunda. Ditas estas palavras, desapareceu. O rosto de Bell não parecia muito enquanto ele fitava o vazio deixado por Gucky. Admirou-se de que es adivinhado seus pensamentos com o neutralizador ligado. Dali a vinte segundos Iltu disse: — Gucky acaba de encontrar Rhodan. Está fora de perigo. Quer que nós saiamos nos planadores. Eles irão dep ***
Rhodan abriu a jaqueta do uniforme, pois o calor começava a tornar-se i Torrentes de suor corriam pela testa e ardiam nos olhos. Quando Gucky materializou-se bem à sua frente, ele não o viu imediatame Levou alguns segundos para ver o vulto pequeno do rato-castor como que atra véu. De início acreditou que estivesse sofrendo uma alucinação, mas quando e cair e as mãos de Gucky o seguraram, sentiu a pele sedosa do mesmo. — É você, Gucky? Acabou vindo? As palavras que Gucky pretendera dizer não chegaram a ser pronun últimos quinze minutos, Rhodan sofrera mais do que merecia, na opinião do A dúvida que vibrava na voz de Rhodan deixou o rato-castor entristecido — Será que você me conhece tão pouco? — perguntou em voz baixa. — acreditava que seria capaz de abandoná-lo? Afinal, há dois dias você me s situação parecida. Rhodan ergueu-se. — E Putzi...? Gucky parecia olhar para além dele. — Todos temos de morrer um dia, Perry. Ninguém vive para sempre. mais cedo, outro mais tarde. A culpa não foi sua. Rhodan encostou-se à parede. — Obrigado, Gucky. Entreolharam-se. Quando voltou a estender a mão para o rato-castor, o havia desaparecido do rosto de Rhodan. Desta vez Gucky apertou-a.
— A morte de Putzi não foi em vão, Perry. Já sabemos o que queríamos sabe morte de Putzi selou o destino dos robôs. Já conhecemos seu segredo. E sabem teremos que derrotá-los, se quisermos continuar a viver. Os robôs atacarão qu mundo em que exista um ser orgânico. Rhodan fez que sim. — É isso mesmo. Mas existe mais uma coisa que você e eu devemos aprend Gucky. A vingança lhe adiantou alguma coisa? Você destruiu um robô de guerr exame teria representado um bom progresso para nós. A vingança seria muito se a análise do robô de guerra nos proporcionasse um meio de enfrentarmos s semelhantes. — Quem de nós vive sem pecar? — perguntou Gucky, lançando um olha Rhodan. Rhodan retribuiu o olhar e sorriu. Depois disso teleportaram-se de volta As gigantescas naves de resgate estavam dispostas em semicírculo em tor destroçada. Os guindastes reunidos colocavam as partes ainda gigantescas no compartimentos de carga, e as serras energéticas móveis as cortavam quando grandes. A frente chamejante do incêndio atômico estava a quinze quilômetros. O c começava a tornar-se insuportável. A Teodorico, que voltara a pousar, expelia de ar frio em direção às equipes de trabalho. Os planadores já haviam sido guardados no hangar da nave capitânia. Jefe Bell, Rhodan e o Major Narco estavam reunidos. Discutiam as perspectivas proporcionadas pela operação que estava chegando ao fim. — Conseguimos apoderar-nos de uma nave praticamente intacta — engenheiro-chefe Narco. — Com isso poderemos fazer muita coisa. — Intacta! Essa é boa — disse a voz trovejante de Claudrin, que apont destroços cortados em pedaços. — Muita coisa está quebrada. — O que sobra será suficiente — disse Narco, em tom otimista. — Os espec que trabalham em nossos laboratórios sabem fazer alguma coisa com uma sim partícula de pó. E o que está ali é muito mais que uma partícula de pó. B asta le conseguimos carregar perto de mil robôs. Claudrin fez que sim, mas deixou que Rhodan respondesse. — É verdade, major. O senhor notou que esses robôs foram desativados no momento em que confirmamos que também éramos vivos de verdade? Em out palavras: desse momento em diante passaram a confiar em nós e entregaramcompleto. Fizemos com eles o que quisemos. Enquanto estivermos lidando co teremos que deixar os neutralizadores ligados. Gucky e Iltu, um tanto afastados do grupo, mantinham-se em silêncio enqu acompanhavam os trabalhos de carregamento. Vez por outra diziam uma pala geralmente mantinham atitude passiva. Os ouvidos sensíveis de Iltu captaram fragmentos da conversa que se entre Rhodan e seus oficiais. Um setor de sua memória chamou sua atenção, mas demorou uns cinco que se lembrasse realmente do que se tratava. — Acho que tenho que dar mais uma informação a Rhodan — cochic Gucky. — Espere-me aqui mesmo. — É muito importante?
— Acredito que sim — fez um sinal para Gucky e saltitou em direção Puxou a manga do uniforme de Rhodan. — Será que você me pode dar um i Rhodan virou-se, perplexo. — Ah, é você? Pois não. O que houve? — Acabo de lembrar neste instante, Perry. Por pouco não esqueço. Você es lembrado do momento em que Gucky foi buscá-lo? Estávamos ambos com os neutralizadores mentais desligados. Bem, quando voamos da colina para junt destroçada, eu me esqueci de ligá-lo de novo. Pousamos junto às naves de resg carregaram os pedaços da nave fragmentária. E foi então que captei os imp Os homens aguçaram o ouvido. Rhodan fitou Iltu. — Impulsos? Que impulsos são estes? — São impulsos vindos do interior da nave destroçada. Não consegui decif Também foram irradiados pelos robôs pequenos. Não foi a pergunta costumei vida verdadeira; foi outra coisa. Sentimentos, emoções, ou coisa que o valha — Isso é impossível! — disse Rhodan, sacudindo a cabeça. Parecia espant Um robô não pode ser telepata, e muito menos é capaz de ter sentimentos. C cientistas afirmam de mãos juntas que têm, mas por enquanto não ofereceram prova. Inclinando-se ligeiramente para Iltu, perguntou: — Você tem certeza de que não está enganada? — Certeza absoluta — asseverou Iltu, prontamente. — Foram impulsos for inconfundíveis, mas indefiníveis. Chegaram de todos os lados e acabaram por hostis e maus. — Maus? O que quer dizer com isso? Claudrin, Bell e Narco aguçaram o ouvido para não perder uma palavra Seus rostos retratavam a tensão. — Consegui identificar alguns pensamentos fragmentados — prosseguiu I Talvez se possa extrair algum sentido dos mesmos, se forem colocados em ord cronológica. De início apenas captei uma indagação. Foi quando pousamos. Quero que você me compreenda bem, Perry. Todos impulsos foram indagações, certas indagações. O impulso em si significava in Depois disso os impulsos múltiplos, que representavam uma indagação, sofre transformação coletiva, passando a ser de espanto e nervosismo. Isso acontec menos no momento em que R as e eu saímos do planador, e Bell também. Lemb que deveria ligar novamente o neutralizador, mas preferi não fazê-lo. Fiquei c desconfiei de que acabara de fazer uma descoberta. Por isso continuei a “ouvir”. Rhodan fez um gesto afirmativo; compreendera. — Finalmente a indagação e o espanto transformaram-se em raiva hostilidade. Não foi isso, Iltu? — Sim, foi isso mesmo. Como foi que você soube? — Pude imaginar, Iltu. Você voltou a ligar o neutralizador, não voltou? Iltu voltou a fazer que sim. Um sorriso distraído surgiu no rosto de Rhoda parecia ter feito uma grande descoberta, com a qual não estava satisfeito. De continuou: — O homem que formulou a teoria segundo a qual nossos inimigos capazes de entreter emoções estava com a razão. Sabem lá o que signifi
senhores? Não sabem? Pois eu lhes direi. Vemo-nos diante de uma forma de in que nunca existiu em nossa Galáxia. Nesse momento estou sem coragem de ex as conclusões da observação que Iltu acaba de fazer, mas um dia teremos de c coragem para isso. Só me resta fazer votos de que até então nossos técnicos co desvendar alguns dos mistérios ligados aos destroços da nave. Ninguém teve o que dizer. Iltu voltou para junto de Gucky. Os últimos pedaços da nave destroçada foram removidos por meio de plat antigravitacionais. Os guindastes especiais foram recolhidos. As naves de res anunciaram que estavam prontas para decolar. — Vamos para bordo — sugeriu Rhodan. Quando já se encontravam na sala de comando da Teodorico, assistira ato do drama de Mecânica. O planeta morreu. Havia apenas umas poucas manchas escuras em sua superfície. As áreas intermediárias entre as partes escuras e claras emitiam um brilho vermelho, m em decadência já predominava. A luminosidade de Mecânica era mais forte qu sol. — Os laurins devem conhecer os robôs há mais tempo que nós, e souberam corretamente o perigo que os mesmos representam. Não tiveram a menor dúv destruir o planeta que acreditam ser seu mundo de origem. Gostaria de saber, como descobriram Mecânica e por que a destruição não foi realizada mais ced foi por nossa culpa? Será que chamamos sua atenção para o planeta? — É bem possível — conjeturou Jefe Claudrin. — Os laurins aparecem em t parte onde há naves terranas. São difíceis de localizar, e isso facilita sua atuaç Manila circulou durante uma semana em torno de Mecânica. Talvez o Major S tenha sido observado pelos laurins. — É bem possível — disse Rhodan. — É uma situação estranha. Três raças totalmente diferentes, os humanos, os invisíveis e os robôs, encontram-se nas infinitas do cosmos e combatem-se encarniçadamente. Cada um é inimigo dos Ninguém é aliado de ninguém, a não ser contra a vontade, como aconteceu de laurins ajudaram-nos a apresar uma nave fragmentária. Quem sabe se um dia ajudarão a encontrar o misterioso mundo natal dos robôs? A Teodorico continuava a acelerar, mas o amplificador do sistema de obser visual fez com que a distância de Mecânica parecesse a mesma. O planeta tinh tamanho de uma bola de futebol e já não apresentava nenhuma mancha escura transformou-se em energia. Isso não aconteceu de repente, de um instante pa aos poucos. Um novo sol acabara de nascer. E um novo fenômeno cósmico. Na periferia da Via Láctea surgira um sistema com dois sóis e dois planeta dos sóis percorria a órbita normal de um planeta em vez de circular juntament outro sol em torno de um centro de gravidade comum. Quando a nave se encontrava a cinco minutos-luz de Mecânica, o planet A reação em cadeia não estava sendo retardada, mas desenvolvia-se livrem Mecânica apresentava-se que nem um sol novo. Era uma bola feita de matéria e incandescente. Foi tudo tão rápido que os homens não tiraram os olhos da te oferecia o espetáculo terrível e grandioso de um mundo moribundo. Nem se le do perigo que os perseguia à velocidade da luz.
Uma voz saída do alto-falante fê-los estremecer. Era o Almirante W comandante da frota de guerra. — Sir, temos um sol novo. Quais são suas ordens? Rhodan teve a impressão de que acabara de despertar de um sonho. A tirou os olhos da tela, O rosto preocupado de Wassilow contemplava-o de ou — Qual é sua posição, almirante? — Estou a cinco minutos-luz de Mecânica, sir. Temos de passar imediatam velocidade da luz, do contrário estaremos perdidos. O novo sol expande-se à v da luz. Rhodan, que continuava mergulhado em suas reflexões, levou algum compreender. — Nesse caso ainda temos tempo. Com a aceleração que estamos manten poderemos atingir a velocidade da luz dentro de dois minutos. Ainda dispomo minutos. Wassilow lançou um olhar assustado para Rhodan. — Ora, sir... não podemos perder nem um minuto. Dê logo a ordem... — Wassilow está com a razão! — gritou Claudrin de repente e, com um repentino, fez avançar a alavanca de aceleração. As vibrações que sacudiam as profundezas da nave tornaram-se ma Alguns ponteiros deram um salto nas escalas. — Aceleração máxima. — Aceleração máxima, sir! — confirmou Wassilow em tom de alivio e tr ordem à sua frota. Nem se deu conta de que a ordem não fora dada por Rhodan, mas por C Rhodan voltou a olhar para a tela que mostrava Mecânica. Parecia ter incidente. Num instante reconheceu o erro que esteve por cometer. Ainda não estavam livres do perigo. O planeta incandescente expandia-se à velocidade da luz, enviando as par mortíferas em todas as direções. A luz levara cinco minutos para atingir as tel Teodorico, já que não fora colocado em órbita nenhum satélite de observaçã Quando o movimento de expansão foi projetado na tela, cinco minutos passado. Caso naquele instante a Teodorico se encontrasse parada no espaço, a na irremediavelmente perdida. É que o início da aparente expansão coincidiu ex com o segundo em que a incandescência destruidora atingia a nave, juntame imagem. Acontece que a Teodorico já desenvolvia setenta e cinco por cento da v luz. A morte aproximava-se a apenas setenta e cinco mil quilômetros por seg A morte de Mecânica foi muito mais rápida na tela que na realidade. O p “inchou” até ocupar todo o sistema e finalmente todo o campo de visão. As o luminosas sobrepuseram-se em virtude do reflexo duplo invertido. À medida Teodorico aumentava de velocidade, o quadro de superposição ótica tornouconfuso. — Quanto tempo? — perguntou. Rhodan em meio ao silêncio. — Em vinte segundos de velocidade da luz — informou Claudrin.
Seu rosto ainda parecia preocupado. O imediato Reg Thomas apontou n para a tela. Claudrin fez que sim. — Desenvolvemos quase a velocidade da luz e das irradiações expelidas po Mecânica. Assistimos a uma série de efeitos óticos condensados. Vemos num s uma série de acontecimentos que se desenvolveram no curso de vários minuto passado e o futuro ao mesmo tempo. A tela estava branca. O planeta já se tornara irreconhecível com superposição das ondas luminosas apagava todos os contornos. Claudrin acionou alguns controles. — Liguei os campos defensivos, sir — disse diante do olhar indagador d — O espaço lá fora já não está frio. Por ali reina um calor insuportável de ser atingidos pelos primeiros raios do novo sol — lançou um olha instrumentos. — A Teodorico acaba de atingir a velocidade do sol, sir. — Escapamos ao perigo — disse Rhodan em tom de alívio. — Wassilow t — Foi por pouco, sir — disse Claudrin, e não fez outros comentários. Bell soltou um suspiro de alívio. — Desta vez ainda tivemos sorte, Perry. Voltou a olhar para a tela. Seus olhos arregalaram-se num tremendo espanto. — O que é isso? Rhodan não respondeu logo. A Teodorico já havia ultrapassado a velocidade da luz e ia alcançand luminosas que corriam à sua frente. Mecânica começou a encolher-se, embora o amplificador continuasse dando a impressão de que a distância permanecia constante. Os gases incandescentes caíram em direção ao novo sol. Um sorriso de alívio aflorou ao rosto de Rhodan quando este respondeu de Bell. — Estamos realizando uma espécie de viagem pelo tempo, Bell. Vamos pas pelas ondas luminosas através das quais tomamos conhecimento dos acontec acontecimento já ocorrido fica para trás. O que vemos neste instante na tela é do planeta Mecânica que existia há dez ou quinze minutos. E, daqui por diante no passado será cada vez mais rápida. Perplexos, os homens fitaram a tela. Mecânica continuava a encolher. Transformou-se num sol do tamanho d As manchas escuras ainda não atingidas pelo incêndio atômico foram cr mares brancos diminuíram, separaram-se e transformaram-se em manchas Finalmente apagaram-se. — Que coisa! — exclamou Bell num sopro. Rhodan não lhe deu atenção. — Qual é nossa velocidade? — perguntou, dirigindo-se a Claudrin. O comodoro examinou os instrumentos. — Cem vezes a velocidade da luz. — Nesse caso, a projeção invertida correrá a uma rapidez cem vezes maio real. Daqui a pouco nós deveremos aparecer. Será que a amplificação não pod aumentada, para que possamos reconhecer os detalhes da superfície do pla — O quadro será pouco nítido — ponderou Claudrin, mas logo moveu os
Mecânica tornou-se maior e mais confuso. Até parecia que a Teodorico se precipitava sobre o planeta. Os detalhes tornaram-se perceptíveis. Viu-se a im confusa e distorcida de uma cidade. De repente viram alguns pontinhos minúsculos num platô. Moviam-se tão rapidamente que se tornaram quase imperceptíveis. A estação do transmissor de um instante para outro. O platô voltou a ficar vazio. Dali a pouco apareceu a Teodorico, que circulou vertiginosamente em torno do planeta e voltou a desa Rhodan respirou profundamente e afastou-se da tela. — Poderíamos prosseguir no jogo, mas não indefinidamente. Quando a amplificação não produzir mais efeito, perderemos Mecânica. O sistema prop dito permanecerá em sua forma primitiva. A explosão de Mecânica será obser Árcon dentro de cinqüenta mil anos. — Ainda vemos o planeta, embora, na verdade, já se tenha transformado n de fogo, num sol — disse Bell. — Quem sabe quantas estrelas vemos que nem e mais? Rhodan apontou para a tela que oferecia uma visão global do espaço. nebulosas mantinham-se imóveis em meio ao negrume do infinito. Eram ou que ficavam a milhões de anos-luz. — É possível que, quando planejamos fazer uma visita a essas galáxias, as não mais existiam!? É possível que se tenham extinto há milênios. Quem sabe aparecimento dos laurins e dos robôs não tem algo com isso? É possível que te vindo para junto de nós porque sua galáxia morreu. — Quer dizer que quem se desloca á velocidade da luz pode realizar v tempo? — perguntou Bell, em tom de curiosidade. — Por que nunca fizemos Rhodan sorriu. — Isso não seria tão fácil, Bell. A uma distância de alguns segundos-luz a amplificação deixa de funcionar, e assim não podemos reconhecer os detalhe superfície do planeta. Se conseguíssemos um meio de captar as ondas lumin correm pelo espaço e uni-las num quadro coerente, poderíamos realizar uma viagem pelo tempo. A idéia não é nova. Os escritores de uns duzentos anos a tiveram. — E isso seria possível? — Seria possível — confirmou Rhodan. — Quando não tivermos problemas mais urgentes, tentaremos. Qu acontecer, você poderá contemplar a Terra do tempo dos sáurios. — Mas não poderei permanecer na mesma, não é? — Isso infelizmente será impossível. Você apenas vê uma reconstrução passado. Acha que isso não basta? — Para começar basta — disse Bell, dando-se por satisfeito. Os homens fitaram a tela por mais algum tempo. Finalmente os contornos Mecânica tornaram-se tão confusos que Claudrin desligou a amplificação. O s transformou-se numa estrela igual a qualquer outra. — Distância de cem horas-luz — disse. Rhodan foi saindo. — O senhor conhece a rota, comodoro. Se precisarem de mim, esta camarote. Saiu da sala de comando e passou pelo corredor largo. Andava mais de costume.
Um elevador antigravitacional levou-o a um ponto mais próximo do gigantesco veículo espacial esférico. Pouco antes de chegar ao lugar a que pretendia ir, hesitou. Num gesto qua inconsciente parou à frente da porta de um camarote e olhou-a. Era igual às ou do mesmo tipo. Não havia a menor diferença da que ficava à direita e à esq A porta deslizou para o lado. — Você não nos incomoda, Perry. Entre. Naturalmente. Bem que Rhodan poderia ter imaginado. Os neutralizadore haviam sido desligados há tempo no interior da Teodorico. Gucky acabara de c impulsos cerebrais e sabia quem se encontrava no corredor. Rhodan sorriu Iltu estava sentada num canto do sofá. Parecia um tanto desgrenhada. S trazia uma expressão de teimosia e revolta. Quando reconheceu Rhodan, su iluminaram-se. — Caramba! O que houve por aqui? — perguntou Rhodan assim que Gu a porta atrás dele. — Até parece que vocês andaram brigando. — Talvez tenha sido isso mesmo — disse Gucky, sentando na borda Rhodan acomodou-se numa cadeira. — Eu lhe disse umas boas. — Pelo que vejo, você “reforçou” suas palavras. — Ele me bateu! — gritou Iltu, com a voz estridente. Rhodan teve a impressão de que a crise que por algumas horas turbara su com Gucky já havia passado. Se os dois ratos-castores brigaram, é porque pra haviam esquecido a morte de Putzi. — Por quê? Gucky achou que a pergunta fora dirigida a ele. — Ninguém bateu em ninguém, Perry. Foi o seguinte: todo mundo esp dia.., bem, que um dia Iltu e eu nos casemos. Não é isso? Rhodan ficou tão perplexo que de início não soube o que responder. — Casar? Quem lhe deu essa idéia? — Iltu já não é nenhuma criança, não é mesmo? — Bem... ninguém afirmou que era. — Pois então. Vamos casar. E Iltu quer. — Eu não quero coisa alguma — gritou Iltu. — É Gucky que quer. Ele qu Rhodan ergueu as sobrancelhas. — Ah, é? Isso é uma novidade para mim. Então você quer casar? Gucky lançou um olhar furioso para Iltu. — Não é bem o que eu queria. Receio que eu tenha de casar. — Você tem de casar? Rhodan ficou tão pasmo que não soube mais o que dizer. Fitou os dois rato castores com uma expressão de perplexidade. Gucky leu seus pensamentos, s risadinha boba e bateu com as mãos nas perninhas curtas. — Não é nada do que você pensa. É só por causa da moral. Iltu e eu ficamo por muito tempo. Por isso seria melhor que fôssemos um casal legalizado. Voc acha? — Sem dúvida... — Pois é. Foi o que pensamos. Mas, como sou o mais velho, e além disso masculino, mandarei no casamento planejado. Não é isso? — Prefiro não intervir nisso — disse Rhodan, em tom discreto.
— Ele quer mandar sozinho — piou Iltu, em tom queixoso. — Quer que eu fi bem quieta. Até me surrou para provar sua superioridade. Não quero casar co monstro como este. Nunca! Gucky esticou o braço em direção ao teto. — Que calúnia! — gritou em meio a um gesto dramático. — Apenas pr ato educativo. Rhodan levantou-se. — Acho que é preferível deixá-los a sós. Vocês ainda dispõem de alguns dia chegar a um acordo. Talvez seja preferível que vocês abandonem a idéia de um matrimonial. Não vale a pena pensar nisso se vocês já começam brigando. Cumprimentou os dois com um gesto e retirou-se. Antes de fechar a p Gucky dizer: — Acho que você está com a razão. Não devemos meter-nos com as mu só traz aborrecimentos. Rhodan ficou parado no corredor. Sorriu. De repente ouviu alguma coisa. Atrás da porta do camarote ouviu-se um assobio agudo, seguido de um Alguma coisa bateu contra a parede e alguém gritou furiosamente. Ao que parecia, Gucky resolvera praticar outros atos educativos. Rhodan abriu a porta e olhou para dentro do camarote. Gucky estava deitado no chão. Iltu, que se mantinha agachada sobre ele, a uma bofetada. Depois ergueu-se num gesto triunfante. Seus olhos inteligente para Rhodan. — Que malvado! — esbravejou, contemplando Gucky que procurava levan — Quer fugir ao casamento. Diz que é preferível esperar mais um pouco. Que p vergonha! Será que ele quer transformar-me numa “virgem deslumbrada”? Rhodan sacudiu a cabeça. Lançou um olhar compreensivo para Gucky e — Há pouco você era de outra opinião, Iltu — sorriu. — Gucky queria c não queria. — Sim, ele queria — esfregou o punho embaixo do nariz de Gucky. — que agora ele tem de casar. Rhodan abriu a porta para sair. Passando por baixo de seu braço, Guck para a liberdade. Uma vez no corredor; sua postura tornou-se mais máscula — Quem decide quando se casa por aqui sou eu! — disse em tom co desapareceu numa curva do corredor. — Um homem sempre gosta de acreditar que ele manda — disse R consolar Iltu. Deu uma palmadinha em seu ombro e seguiu Gucky.
*** ** *
Rhodan conseguiu recolher os destroços de uma nave fragmentária caída no planeta Mecânica, pouco antes que o mesmo se transformasse num sol. Os especialistas terranos examinam os objetos achados durante sete semanas e fazem uma descoberta decisiva, que dá origem a uma nova operação. Desta vez trata-se de uma operação suicida entre as estrelas, que deve ser executada exclusivamente por voluntários... No próximo volume da série, intitulado Voluntários Para Frago, tal fato será narrado.