Jacques Miranda de Oliveira 1a. Edição - 2010 Editora LCTE
(c) 2010 Jacques Miranda Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) _________________________________ Miranda de Oliveira, Jacques; Os 7 passos para falar bem e viver melhor /Jacques Miranda – São Paulo: LCTE Editora, 2010. ISBN 00.0000.000.0
Bibliografia: 1.Administração 2. Oratória 3. Auto-ajuda 4. Empresarial 5. Comunicação _________________________________
Índices para catálogo sistêmico: oratória, comunicação, entrevista, marketing pessoal Reservados todos os direitos de publicação à LCTE EDITORA Projeto Gráfico/Diagramação Neux Comunicação /ISOEditorial (11) 2464.9103 – 2447.1740 Capa Jackeline Janchk Revisão Izabel Barbosa 1a. Edição Agradeço: àquele cujo facho invisível ilumina o os meus passos;
às minhas companheiras de viagem: Ana, Cibele e Gabriele e meus pais, Shirley e José; aos alunos, em especial, a você que participou das aulas não somente com a mente, mas sobretudo com o coração; por fim, ao meu guru, José Augusto Pinheiro pelo incentivo no caminho das letras. Algumas coisas nesta vida não voltam atrás: o tempo perdido, a flecha lançada e a palavra proferida. Provérbio Hindu
SUMÁRIO Prefácio de José Augusto Pinheiro Introdução 1. O que é comunicação 2. A Oratória 3. A arte de falar bem 4. Você tem medo de falar em público? 5. Palavras encantadas ou boa oratória 6. Elementos lingüísticos e paralinguísticos 7. Qualidades de um bom orador 8. Passo número 1 - Controlando o medo e a timidez 8.1. O melhor computador do mundo 8.2. Inteligência emocional. Questão de
controle 8.3. Lei da atração 8.4. Vencendo o medo 8.5. Gravando um novo registro 9. Passo número 2 - Desenvolver a voz, teatralização e a musicalidade 9.1. Fonação diafragmática 10. Passo número 3 - Conhecer os meandros associados à memória e os motivos que causam o “branco” 11. Passo número 4 - Desenvolvimento de atributos para aprimoramento da capacidade postural e gestual 12. Passo número 5 - Livrar-se dos cacoetes, adaptar e ou ampliar o seu vocabulário 12.1. Cacoetes de pensamento 12.2 Cacoete de afirmação ou dúvida
12.3 Cacoetes de incerteza 13. Passo número 6 - Compreender o público, os tipos de discurso e o assunto 13.1. Tipos de pessoas 13.2. Contextualizando o evento ao público presente 13.3. Uma paranóia necessária 13.4. As quatro fases do discurso 13.4.1. Primeira fase - A saudação inicial 13.4.1. Por falar em protocolo 13.4.1. Cuidado com as desculpas 13.5. Segunda fase do discurso – A introdução 13.6. Terceira fase - O desenvolvimento ou o corpo do discurso 13.4.1. Gradações ou conjugações 13.4.1. Martirização ou vitimização
13.4.1. Metáforas 13.4.1. Parábolas ou fábulas 13.4.1. Hipérbole 13.4.1. Lítote 13.4.1. Antonomásia 13.7. Quarta fase - O encerramento ou finalização 14. Passo número sete - autoconhecer-se como forma de adaptar seu estilo e controlar seus pontos fracos; 15. Comunique-se e viva melhor 16. Materiais de apoio para todos os tipos de eventos 17. Tipos de Eventos 17.1. Reunião 17.2. Palestra 17.3. Seminário 17.4. Conferência
17.5. Simpósio 17.6. Brainstorming 17.7. Fórum 17.8. Mesa redonda 17.9. Debate 17.10.Congresso 18. Considerações finais 19. Referências bibliográficas 20. Anexos Anexo I – Relaxamento Anexo II – Exercícios de dicção Anexo III – Fábulas Anexo IV - Discursos memoráveis
*PREFÁCIO OCAMINHO PARA A FELICIDADE Para elaborar uma obra que faça diferença positiva, entre os milhões de novos títulos disponíveis no mercado mundial a cada ano novo, exige-se muitos dos atributos que você irá encontrar neste “Os Sete Passos para Falar Bem e Viver Melhor”. José Augusto Pinheiro Sete. Esse número sempre me foi muito expressivo. Para a natureza e a história da humanidade também. A semana, por
exemplo, tem sete dias. A origem da expressão vem do latim septimana, que significava sete manhãs. A semana foi uma evolução na orientação de espaço de tempo, cujo início ocorreu pela relação do homem com a natureza e, principalmente, com o que mais lhe chamava atenção e influenciava em sua vida: os astros lua e sol e os planetas que podiam visualizar. Na antiguidade a lua era, aos homens, muito mais significativa do que o sol, conceito que hoje não é bem compreendido. A origem do período de sete dias está vinculada com a duração das fases da lua, que acabaram gerando os primeiros calendários anuais,
conhecidos hoje como calendários lunares, e que também geraram os calendários semanais. Em Portugal, no Brasil e em todos os países de língua portuguesa existem duas formas para representação da semana. Uma forma de representação é derivada da sequência de dias dos eventos bíblicos, sendo sábado o sétimo e último dia da semana - dia de oração e de descanso. As expressões segunda-feira, terçafeira, quarta-feira, quinta-feira e sextafeira derivam de secunda feria, tertia feria, quarta feria, quinta feria e sexta feria do latim litúrgico, que
representavam o segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto dia seguintes ao Sabbatum, no qual os judeus fazem no sábado e os cristãos faziam suas orações de fé e descanso no domingo da ressurreição do Senhor. Isto desde o primeiro século. Portugal foi o único país do mundo que adotou os dias da semana derivados quase ipsis literis do latim litúrgico. Os outros países e povos acabaram seguindo uma evolução dos calendários de origem em astros, deuses e do relacionamento do homem com a natureza.
Mú si ca Sete é o número total de notas musicais. Os nomes das notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) têm a sua origem na música medieval. Foi Guido d'Arezzo, um monge italiano, que criou o sistema solmização. Seis das sílabas foram tiradas das primeiras seis frases do texto de um hino a São João Baptista, em que cada frase era cantada um grau acima na escala. As frases iniciais do texto, escrito por Paolo Diacono, eram: “Ut queant laxis, Resonare fibris, Mira gestorum,
Famuli tuorum, Solve polluti, Labii reatum.” Tradução: "Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus atos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros". Mais tarde ut foi substituído por do, sugestão feita por Giovanni Battista Doni, um músico italiano que entendia ser incômoda a sílaba para o solfejo; e foi adicionada a sílaba si, como abreviação de Sante Iohannes ("São João"). A sílaba sol chegou a ser mais tarde encurtada para so, para uniformizar todas as sílabas de modo a terminarem todas por uma vogal, mas a
mudança logo foi revertida.
Ar c o - ír is Sete são, também, as cores do arco-íris. Também chamado arco-celeste, arcodaaliança, arco-da-chuva, arco-davelha, o arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva. Ele é um arco multicolorido com o vermelho no seu exterior e o violeta em seu interior. A ordem completa é vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, indigo e violeta. Para ajudar a lembrar a sequência de cores do arco-íris, usa-se a mnemônica: “Vermelho lá vai violeta”, em que
l,a,v,a,i representam a sequência laranja, amarelo, verde, azul, indigo. O efeito do arco-íris pode ser observado sempre que existirem gotas de água no ar e a luz do sol estiver brilhando acima do observador em uma baixa altitude ou ângulo. O mais espetacular arco-íris aparece quando metade do céu ainda está escuro com nuvens de chuva e o observador está em um local com céu claro.
Ci ne m a O termo sétima arte para designar o cinema foi utilizado por Ricciotto Canudo no Manifesto das Sete Artes, em 1911 (mas publicado apenas em 1923). Essa referência é meramente indicativa; cada uma das artes é caracterizada pelos elementos básicos que formatam sua linguagem. As artes são assim classificadas: 1ª Arte - Música (som); 2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento); 3ª Arte - Pintura (cor); 4ª Arte - Escultura (volume);
5ª Arte - Teatro (representação); 6ª Arte - Literatura (palavra); 7ª Arte - Cinema (integra os elementos das artes anteriores).
Ma ra v i l h a s d o mu ndo As sete maravilhas do mundo são majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica, cuja origem atribui-se a um pequeno poema do poeta grego Antípatro de Sídon. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje praticamente intacta é a Pirâmide de Quéops, construída há quase cinco mil anos. É interessante que na Grécia se encontrava apenas a estátua de Zeus em Olímpia, construída em ouro e marfim com 12 metros de altura. A ideia que se tem dela vem das moedas de Elis onde
foi cunhada a figura da estátua de Zeus. As sete maravilhas do mundo antigo são: 1. Pirâmide de Quéops 2. Jardins suspensos da Babilônia 3. Estátua de Zeus em Olímpia 4. Templo de Ártemis em Éfeso 5. Mausoléu de Halicarnasso 6. Colosso de Rodes 7. Farol de Alexandria
Se t e m ar e s Os sete mares eram um conjunto de mares referidos durante a Idade Média na literatura ficcional árabe e europeia. Integram esse conjunto: Mar Adriático Mar Arábico Mar Cáspio Mar Mediterrâneo Mar Negro Golfo Pérsico Mar Vermelho
Vi rtu d es As sete virtudes são derivadas do poema épico Psychomachia, escrito por Prudêncio, intitulando a batalha das boas virtudes e dos vícios malignos. A grande popularidade deste trabalho na Idade Média ajudou a espalhar o conceito pela Europa. É alegado que a prática dessas virtudes protege a pessoa contra as tentações dos sete pecados capitais, com cada um tendo sua respectiva contraparte. Existem duas variações distintas das virtudes, reconhecidas por diferentes grupos. 1. Castidade (latim: castitas) — opõe
luxúria. Autossatisfação, simplicidade. Abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento por meio de educação e melhorias. 2. Generosidade (latim: liberalitas) — opõe avareza. Despreendimento, largueza. Dar sem esperar receber de volta, uma notabilidade de pensamentos ou ações. 3. Temperança (latim: temperantia) — opõe gula. Autocontrole, moderação, temperança. Constante demonstração de uma prática de abstenção. 4. Diligência (latim: diligentia) — opõe preguiça.
Presteza, ética, decisão, concisão e objetividade. Ações e trabalhos integrados com a própria fé. 5. Paciência (latim: patientia) — opõe ira. Serenidade, paz. Resistência a influências externas e vontade. 6. Caridade (latim: humanitas) — opõe inveja. Compaixão, amizade e simpatia sem causar prejuízos. 7. Humildade (latim: humilitas) — opõe soberba. Modéstia. Comportamento de total respeito ao próximo. moderação da própria
Passos p ara a f el i ci d ad e Assim como ocorre comigo, o brilhante e nobre docente Jacques Miranda de Oliveira, também é um entusiasta dos números. Começou sua carreira de escritor com a obra “Os 12 Mandamentos da Administração do Tempo”, que tive o prazer de ler, com grande alegria, em algumas horas de dois dias consecutivos no ano de 2008. Agora, Jacques nos brinda com esta importante contribuição, e a intitula, didaticamente, “Os Sete Passos para Falar Bem e Viver Melhor”. Sucintamente, aqui antecipados:
1º passo - Controlar o medo; 2º passo - Desenvolver a voz; 3º passo - Conhecer a memória; 4º passo – Valorizar os gestos; 5º passo - Ampliar o vocabulário; 6º passo - Compreender o público; 7º passo - Autoconhecer-se. Jacques Miranda escreve com toda a propriedade, pois pratica o que diz e escreve com seu coração. Eu o conheci em janeiro de 2001. Naquele tempo a sua empresa, Neux Comunicação, era a responsável pelas ferramentas que mantinham vivo o portal de notícias “Olhão.com”. Contratado para alimentar o site com informações sobre o município de Guarulhos, na Grande São Paulo, eu tive a felicidade de observar
as maneiras cordiais e atenciosas do ‘professor’ Jacques. Desde então, a nossa amizade só evoluiu. Para elaborar uma obra que faça diferença positiva, entre os milhões de novos títulos disponíveis no mercado mundial a cada ano novo, exige-se muitos dos atributos que você irá encontrar neste “Os Sete Passos para Falar Bem e Viver Melhor”. Jacques não somente os possui em profusão, como serve de rico modelo de sucesso para quem acredita – ou não! - em fórmulas préestabelecidas para a concretização de seus sonhos. Outro aspecto muito importante - entre os inúmeros conhecimentos, habilidades e atitudes desenvolvidos por Jacques Miranda
durante seus mais de 30 anos de vida profissional – é a comunicação eficaz. Há momentos em que sua mensagem soa simples, leve e até pragmática. Não se deve apostar na manutenção dessa trajetória por muito tempo, pois subitamente ele muda o tom da conversa, e a superficialidade cede lugar a relevantes reflexões sobre a arte de viver bem, utilizando-se as relações interpessoais como matéria-prima para a felicidade. Parabéns a você, que tem em suas mãos esta marcante obra sobre o caminho para comunicar-se mais e melhor. Aprecie-a sem moderação. Parabéns a você, amigo-irmão-confrade da Academia Guarulhense de Letras,
Jacques Miranda, pelo nascimento deste “filho”, que dá seus primeiros passos rumo à iluminação dos seus seguidores. Para concluir, reproduzo aqui, com singelas alterações, uma breve mensagem de sabedoria: Havia uma garota que gostava de passear pelos jardins. Um certo dia, ela viu uma borboleta espetada num espinho. Muito cuidadosamente, a menina soltou a borboleta, que começou a voar para longe. Logo depois, porém, a borboleta volta e diz à menina: - Por sua bondade, vou conceder-lhe seu maior desejo. A garota pensou por um momento e replicou: - Quero ser feliz!
A borboleta inclinou-se até ela e sussurrou algo em seu ouvido. Em seguida, desapareceu. A garota crescia, e ninguém na terra era mais feliz do que ela. Sempre que alguém lhe perguntava sobre o segredo de sua felicidade, ela sorria e, ato contínuo, respondia: - Soltei a borboleta e ela me fez ser feliz. Quando ficou idosa, os vizinhos começaram a temer que o fabuloso segredo pudesse morrer com ela. - Diga-nos, por caridade, o que a fada lhe transmitiu? A sempre feliz e amável velhinha simplesmente sorriu e revelou: - Ela me disse que todas as pessoas, por
mais seguras que pudessem parecer, precisavam de mim! Um forte e fraternal abraço. José Augusto Pinheiro Jornalista, mestre de cerimônias e escritor www.voxaugustus.com.br
INTRODUÇÃO Programe-se para ter novos pensamentos, sensações, sentimentos e você terá uma nova vida. Só depende de você. Steve Andreas Para um bom comunicador, meia palavra realmente basta? Quem de nós, quando criança não brincou de “faz-de-conta”? Aquela brincadeira em que cada um tem que falar uma bobagem qualquer para entrar no jogo. Tem aquele que fala assim: - Imagine se nós tivéssemos um monte de elefantes morando com a gente em
nossa casa. Já pensou? E aquele que fala assim... - Já pensou se a gente tivesse que dar comida para o nosso cachorro como se dá comida para gente grande, ou seja, colocando na mesa com refrigerante, talher etc. Quanta besteira, não é verdade? Enquanto o assunto é mentirinha, fazemos questão de dizer que se imaginássemos no mais profundo absurdo e “faz-de-conta” um mundo sem comunicação, este mundo não existiria, ou seja, não dá para imaginar um mundo sem que as pessoas transmitam informação entre si. Quando falamos em comunicação não é só dizer de um mundo de surdosmudos
ou de cegos (pois eles se comunicam!), mas um mundo em que as pessoas não trocam informação sobre nenhuma forma. Este mundo certamente não existe e não dá sequer para ser imaginado. Mesmo aquela criança com as mais férteis das imaginações seria incapaz de brincar com tamanha sandice. É de se lembrar que a sociedade tem tudo a ver com a comunicação. Se não houvesse comunicação não haveria sociedade. Mesmo que se diga na imaginação existir um mundo em que as pessoas não se falam, ainda sobram as demais formas de comunicação, como a escrita e ainda a postura e o gesto que são
atributos que complementam a comunicação, conforme veremos em capítulos adiante. Desta forma, a comunicação está presente na sociedade e com isso devemos pensar que ela é instrumento para o desenvolvimento da mesma. Muito mais do que desenvolver a sociedade é a capacidade de tornar as pessoas mais felizes. A comunicação traz o progresso da mesma forma que a desarmonia. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que traz a paz, acende a chama triste do fogo da guerra. Existe uma lenda árabe que diz que um determinado dia, um sultão acordou de um sonho horripilante: sonhou que havia
perdido todos os dentes. Logo que despertou, ordenou a um de seus súditos que lhe trouxesse um adivinho para que este interpretasse seu sonho. Ao tomar conhecimento do sonho, o adivinho logo bradou: -Que desgraça, senhor! Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade. O Sultão não se conformou e retrucou ferozmente: -Mas que insolente! Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui! Chamou os guardas e ordenou que dessem cem açoitadas no adivinho. Seguidamente, ordenou ao seu súdito que lhe trouxesse outro adivinho. Este,
ao ouvir a história com muita atenção, disse ao sultão: - Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. Este sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes. A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. Quando o adivinho estava saindo do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado: - Não é possível nobre senhor! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele castigou com cem açoitadas e a você com cem moedas de ouro?
-Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - tudo depende da maneira de dizer. A verdade é uma só! Assim, um dos grandes desafios da humanidade está em aprender a arte da comunicação. A comunicação é responsável, muitas vezes, pela felicidade ou pela desgraça, pela paz ou pela guerra. A verdade há que ser dita sob qualquer circunstância, não resta dúvida, a diferença está na maneira como ela é dita. Durante a trajetória profissional de muitas pessoas, pudemos verificar que a habilidade em comunicação é um atributo muito reconhecido. Entretanto, existem alguns que não consideram este
um atributo importante. Respeitamos. Por outro lado, ousamos dizer que estas pessoas na verdade tem uma relação não muito boa com a comunicação, quer pelo medo, quer pela falta de técnica. De qualquer forma, é possível afirmar que qualquer pessoa, descomplicadamente, pode evoluir passo a passo no mundo da comunicação eficaz. O argumento não reside somente em tornar-se uma pessoa “faladora”, mas entender que comunicar-se bem não é somente trocar conhecimento. Quando nos relacionamos utilizando-se abundantemente da comunicação, o resultado dessa interatividade vai além daquilo que se ouve e do que os lados
dizem. Certa vez, ouvi um ditado que dizia que a todo momento, enquanto nos comunicamos, estamos trocando emoções, ou seja, não ficamos somente nas frias palavras. Com base nisso, a tal da “meia palavra” vem a ser “uma meia comunicação”. Deve-se ter todo o cuidado para que o recado seja dado por completo porque a responsabilidade em relação a mensagem deve ser muito mais do que “despejar” frases. Enfim, esta singela obra é fruto de um trabalho construído ao longo dos anos em situações reais, num pseudolaboratório que envolveu diversas pessoas que tinham muito a dizer mas tinham dificuldade de fazê-lo. O título,
Os 7 Passos Para Falar Bem e Viver Melhor, vem ao encontro do provérbio chinês que diz: “uma grande caminhada começa com o primeiro passo”. Buscou-se técnicas para controlar o medo e a timidez. Desenvolver a voz, criando atributos de teatralização e musicalidade. Conhecimento acerca dos meandros associados à memória e os motivos que causam o “branco”, com técnicas para retenção e sistematização de informações. A busca de atributos para aprimoramento da capacidade postural e gestual. Livrar-se dos cacoetes, adaptar e ou ampliar o seu vocabulário. Compreender o público, os tipos de discurso e o assunto. E, por fim, autoconhecer-se como forma de adaptar
seu estilo e controlar seus pontos fracos. Algumas pessoas perguntarão o porquê do número sete. Para os numerólogos, o sete é o número perfeito. A perfeição é o que buscamos em termos de comunicação e você pode chegar lá, basta querer! Bem-vindo a uma nova visão do mundo da comunicação!
O q u e é co mu n i ca çã o ? Se a comunicação é primordial para os povos, responsável pela paz e pela guerra, o que dizem os filólogos a respeito? Para Aurélio Buarque de Holanda, comunicação é todo “ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens, métodos e ou processos falados ou escritos, sinais, signos ou símbolos, aparelhamento técnico sonoro ou visual”. Como acontece a comunicação do ser humano? Grosseiramente falando, há de um lado o
emissor da comunicação. Do outro o receptor da informação. Entre eles o ruído e consequentemente a informação e o feedback. Segundo estudos avançados na área da comunicação, o ser humano no momento em que pensa na mensagem, só consegue verbalizar 80% daquela idéia. Ao transmitir a informação, 20% dela se perde pelo caminho, quer por ruídos, quer pela fonética utilizada, ou até mesmo pelo ouvido do receptor. Em seguida, este receptor concebe a informação e só raciocina 40% dela. Assim, nem sempre conseguimos um bom resultado na comunicação, porque daquilo que pensamos, menos da metade chega ao seu destino como
desejaríamos. Por isso é que existem pessoas que falam algumas coisas e se esforçam por mais de uma vez para que a informação fixe. Os exemplos mais clássicos são as formas de comunicação utilizadas por grandes comunicadores, como o Silvio Santos ou o presidente Luis Inácio Lula da Silva. O presidente, neste caso, usa muito a metáfora uma figura de linguagem. Mais adiante falaremos sobre algumas das principais figuras de linguagem capazes da conferir um determinado brilho em todo o discurso. Assim, além do uso das figuras de linguagem, é importante complementar a língua falada, pois a palavra
corresponde a apenas 7% da informação que se pretende enviar. Por exemplo, seu eu pronunciar apenas e tão somente a palavra “banana”, você irá imaginar que eu estou falando da famosa fruta tropical. Entretanto, se eu der um pouco de brilho, musicalidade, ênfase e teatralidade na palavra, apenas com a voz, o significado ficará muito mais próximo do que eu quero dizer. Com isso, acrescentaríamos mais 38% do significado, chegando, portanto aos 45% da minha informação. Mas, ainda não está completa a mensagem, pois não era esta a informação que pretendo passar. Portanto, eu preciso pronunciar a palavra “banana” colocando ritmo, musicalidade, teatralidade, ênfase ao
mesmo tempo que faço um gesto característico de dobrar o braço direito até 90 graus, junto com o pulso do braço esquerdo batendo na parte de dentro do antebraço. Tudo isso de uma vez completa o que quero dizer, ou seja, “dar uma banana”! Comunicação é isto e mais alguma coisa, ou seja, união de voz e seus atributos e mais uma pitada de gesto, postura... Veremos mais adiante.
A O r at ór ia A Oratória é uma disciplina contemporânea preocupada em desenvolver técnicas para melhorar a expressão verbal, notadamente quando esta acontece diante do público. Esta disciplina flexibiliza elementos lingüísticos que envolvem “o que devemos falar” com elementos paralinguísticos, “como falar”. Isso diz respeito à forma e ao conteúdo. Para exemplificar, imagine a situação em que uma pessoa que está com sede pede água para você. Em seguida, você leva até ela o líquido precioso na sua
mão em formato de concha. A água é boa, filtrada, limpa, mas a pessoa olha e a rejeita. Nisso você diz para ela: qual o problema, não é água que você quer? Por outro lado, você pega uma taça de cristal, abre a torneira do jardim, coloca água e entrega para a pessoa beber. Como você acha que ela reagiria a isso? Certamente tomaria com muito gosto, embora exista uma grande diferença entre uma água e a outra, bem como uma diferença entre as embalagens. A comunicação funciona desta forma, ou seja, a união de forma e conteúdo, isto é “como falar” e “o que falar”. O ideal é a junção das duas situações, como deveria ser beber uma água limpa, cristalina em
uma taça igualmente adorável.
A ar t e de falar be m A Oratória, além do conceito expresso no dicionário, é também considerada “a arte de falar em público”. Quando falamos em arte, imaginamos logo que as pessoas deveriam nascer com este dom assim como nascem grandes desenhistas, pintores, escritores, enfim, pessoas das quais nos permitimos dizer “fulano nasceu para isso”. Por outro lado, entendemos que raramente as pessoas nascem com a capacidade de falar em público e alcançam este propósito sem ao menos utilizar um pouco de técnica. Desta forma, é razoável dizer que as técnicas estão
disponíveis para qualquer pessoa e o uso delas pode auxiliar tanto aqueles que já nascem com o dom da comunicação para aprimorar-se, quanto aqueles que são pouco eloqüentes para que possam alcançar seus propósitos e tornarem-se bons oradores. É importante deixar sublinhado que a oratória não é utilizada somente para fazer grandes discursos, falar em público para multidões, etc. Serve também para relacionar-se com outras pessoas, ter uma visão mais ampla da comunicação, conhecer melhor o seu semelhante de maneira que – ao conhecer o poder da comunicação – possa utilizá-la em benefício da
sociedade.
Vo cê tem med o d e f a l a r em p ú b l i co? Há alguns anos, foi feita uma pesquisa com o propósito de descobrir o grau de apreensão que o ato de falar em público gera perante a população. O projeto foi levado a efeito, à época, pela igreja católica em função da baixa adesão de seminaristas, ou seja, muitos deles até participavam de todas as tarefas afetas ao treinamento preparatório, mas no momento de “rezar a missa”, desistiam. Neste questionário constava o seguinte: -Informe qual das situações abaixo provocam mais medo? ( ) Sofrer um acidente e ficar defeituoso?
( ) Morte? ( ) Falar em público? ( ) Solidão? ( ) Outros. Especifique (.................................) O resultado foi o seguinte: Falar em público 44% Sofrer um acidente e ficar defeituoso 18% Morte 11% Solidão 9% Outros 18% Interessante que, em contato com esta pesquisa, em relação à morte, a maior parte das pessoas diz não temer a morte, mas sim a maneira como se chegará até ela, apontando para um dado
interessante que diz respeito à característica que todo ser humano tem de evitar a todo custo a dor. Esta característica dá um tom exato do quanto “falar em público” é complicado para várias pessoas. Esta complicação se dá em função da possibilidade de expor seu lado ruim, de sujeitar-se à dor, ao constrangimento. Como disse Platão (428-347 AC), filósofo grego discípulo de Sócrates, só é possível conhecer alguém verdadeiramente se este alguém comunicar-se. A famosa frase “fala para que eu te conheça” está verdadeiramente arraigada em nosso subconsciente e nos faz cuidadosos em função daquilo que
iremos falar, pois, em algum momento, podemos “escorregar” e provavelmente ficaremos conhecidos como uns fracassados. É exagero falar desta forma? Talvez. Mas, num mundo em que a aparência diz muito a seu respeito, investir em você para que seja possível demonstrar-se uma pessoa de sucesso, é algo que deve ser pensado com carinho. Vamos dizer que “falar”, é algo que você já faz. Você precisa mesmo é encantar! Vamos em frente!
Pal av ras en can tad as ou boa or at ór ia Não existe uma piada, frase, uma epígrafe, um tema por mais moderno, bem escrito, humorado ou curioso que seja que não possa ser melhorado por alguém que tem o “dom da palavra”. Mas, isso não é tarefa fácil, pois você deve construir todo o conteúdo dando determinada vivacidade a ele. Se assim não fizer, é bem provável que não empolgue, ao contrário, que o maravilhoso assunto abordado se torne um momento desagradável, enfadonho, impertinente, típico daquelas pessoas que começam a contar uma piada
dizendo “não sei contar piada”. Existem alguns políticos no Brasil que defendem teses que às vezes beiram absurdos. Muitos discordam dos argumentos ali apostos, mas todos, sem exceção, concordam com a habilidade (e porque não coragem) com que o orador coloca os tais argumentos. Uma destas figuras do cenário político nacional é Paulo Maluf (1931), engenheiro civil, foi deputado federal, duas vezes prefeito e uma vez governador do estado de São Paulo. Envolvido em escândalos por desvio de verba em sua gestão, tornouse folclórico ao afirmar peremptoriamente que não possuía dinheiro no exterior, mesmo quando a
justiça comprovou com documentos e extratos bancários a existência de tais contas com obscenas quantias em dólares americanos. Paulo Maluf, além da excelente capacidade de comunicação, ainda nutre uma admirável memória, fruto de treinamento e uso de técnicas que envolvem ligações mnemônicas. Era muito comum ele retornar de uma cidade que havia visitado há alguns anos e recordar o nome e algumas características familiares das pessoas as quais se relacionou brevemente. Maluf não é o único nessa lista. Some-se à qualidade de oratória de Pedro Simon,
Michel Temer, Gabriel Chalita, João Dória Júnior, dentre outros. Dizem que um dos maiores oradores do Brasil foi Joaquim Nabuco, pois utilizava uma grande variação sonora, tirando qualquer pessoa do seu lugar comum e fazendo-a viajar nas palavras. Essa variação de tom é importante, conforme veremos adiante.
Ele m e nt o s ling uís t ic o s e p aral i n gu í sti cos Conforme dissemos, os elementos linguísticos provém de conhecimentos a respeito do assunto que será tratado. É o que dissemos sobre o conteúdo; a água que iremos beber. Em todas as circunstâncias, é importante preparar-se para estar diante de um público. Esta preparação consiste na capacidade de buscar informações de diversos setores sobre o tema e assim municiar-se de argumentos de convencimento, preparando-se para eventuais objeções.
Se pensar desta forma, isto é, na importância de conhecer o assunto, certamente alcançará objetivos mínimos de comunicação. Por incrível que pareça, tem muita gente que ousa falar em público e sequer se prepara para este momento. Conclusão: acaba sendo bombardeado e fica à mercê de um achincalhe público. Já os elementos paralinguísticos dão conta das técnicas para melhor falar, tais como timbre e projeção de voz, expressão facial, gestual, teatralização, vestuário e outros. É aquilo que dissemos a respeito da “forma”, com o exemplo que passamos sobre o copo de cristal. Ousamos ir um pouco além e
dizer que muitas pessoas não têm o conhecimento sobre aquilo que vai falar mas tem a forma, tem habilidade para falar e até acabam atingindo parcialmente o objetivo da comunicação. Para você que pretende aprimorar sua capacidade, a melhor maneira está em desenvolver algumas técnicas para adequar seu conhecimento à sua atual forma de se expressar. Assim, com as ferramentas que iremos sugerir, será possível moldá-lo para que você disponha de elementos capazes de levar com muito estilo a informação para qualquer público. Ou seja, um copo belíssimo com uma
água saudável e cristalina. Quem não beberia?
Qu a l i d a d es d e u m b o m orador A oratória encarada como técnica define algumas das principais qualidades que um bom orador deve ter, dentre elas, destaquem-se: Memória Capacidade de conceber as informações, retê-las e utilizá-las no momento certo. Habilidade Falamos de um jogo de cintura, ou seja, a capacidade de sair-se de situações difíceis. Inspiração
Capacidade de automotivar-se sob qualquer pretexto e tirar de si o melhor para o público, podendo surpreendê-lo. Criatividade Ligada à maneira como você conduz um tema, adaptando-se à plateia e buscando exemplos cotidianos. Entusiasmo É a capacidade que você tem em contaminar as pessoas com bons fluidos. Como diziam os gregos é utilizar-se do seu “Deus Interior”. Determinação É uma característica daqueles que começam e terminam suas empreitadas, independente dos atropelos comuns. Observação Está diretamente ligado a interpretação
do feedback do público, como maneira de realimentar seu discurso. Teatralização A interpretação daquilo que se está falando, movimentando membros e adaptando a fala no sentido de aproximar o público daquela mensagem. Independente desses quesitos, depois de uma série de estudos envolvendo várias situações de apresentações em público, reuniões, congressos, fóruns, estudos de bibliografias, autores, constatou-se a possibilidade de se alcançar um bom nível de comunicação com um trabalho que possa abranger sete estágios ou passos, conforme abaixo:
1. Controlar o medo e a timidez; 2. Desenvolver a voz, teatralização e musicalidade; 3. Conhecer os meandros associados à memória e os motivos que causam o “branco”, com técnicas para retenção e sistematização de informações; 4. Desenvolvimento de atributos para aprimoramento da capacidade postural e gestual; 5. Livrar-se dos cacoetes, adaptar e ou ampliar o seu vocabulário; 6. Compreender o público, os tipos de discurso e o assunto; 7. Autoconhecer-se como forma de adaptar seu estilo e controlar seus pontos fracos. Veja que é possível perceber que cada
um dos passos mencionados já está presente nas características de qualquer pessoa, independente da sua atividade profissional. O importante disso tudo é aprimorar cada um deles, reconhecendo e tornando-os ferramentas para uma comunicação eficaz. Então vamos a eles!
PASSO NÚMERO1 CONTROLANDO O MEDO E A TIMIDEZ Para um único êxito, é necessária uma constelação de acontecimentos. Rainer Maria Rilke O medo é o maior de todos os problemas associados à comunicação, por isso começamos por aqui. O medo é um sentimento de inquietação, de apreensão em face de um perigo real ou imaginário. É também um sentido de apreensão, um receio, um temor que se reverte em um sofrimento. Quando
deparamos com tal sentimento, sofremos uma descarga de adrenalina que acaba por provocar a confusão que todos conhecemos: as pernas ficam trêmulas e muitas pessoas, às vezes, precisam se apoiar para não caírem; as mãos suam que chegam a pingar tal o descontrole do organismo. Pior ainda, em relação às mãos, quase sempre não sabemos o que iremos fazer com elas: ora no bolso, ora para trás, ora para frente. Este sentimento de medo faz mais uma vítima que é o nosso coração. Neste momento, ele começa a bater mais forte e conseqüentemente ocorre o aumento da sua pulsação sanguínea. A voz tende a dar uma enroscada na garganta, pois nos esquecemos de fazer algo que sequer
necessitamos pensar para fazer: respirar. Isso mesmo, as pessoas esquecem de respirar em face do nervosismo. Com o medo, também acontece a falta de reações químicas cerebrais, ou seja, seus neurônios deixam de fazer as tais sinapses, que são as trocas químicas que representam a comunicação orgânica. O medo associado à oratória é o modelo mental de uma reprimenda social, ou seja, é a possibilidade de expor para todos verem o quanto você é um fracassado. Em outras palavras, ninguém quer colocar numa vitrine a prova de sua incompetência. O medo é o verdadeiro ladrão da felicidade. As pessoas se sentem congeladas diante da possibilidade do fracasso, da rejeição,
da crítica, de – efetivamente – não estar à altura das outras pessoas. Todos nós fugimos da dor. Uma reprimenda social é uma forma de dor. Tanto não gostamos de ser agredidos fisicamente, quanto detestamos quando somos chamados à atenção. Quando você repreende uma pessoa, dependendo da forma como você faz, mesmo que você tenha razão, pode despertar no reprimido um sentimento animal, isto é, ele pode agir como agiria alguém que estivesse acuado. Certo dia, um amigo foi mordido por um cão que morreu alguns minutos depois. A cena foi muito curiosa, porque ele – este amigo - é daquelas pessoas que adoram animais e, por acaso, estava em
uma rodovia quando pode presenciar o animalzinho sendo atropelado. O motorista que estava à sua frente, tentou até desviar, mas o pouco que pegou foi o suficiente para jogar o cachorro há alguns metros de distância. Ele parou o carro imediatamente e pensou em socorrer o cachorro que estava no acostamento. Ao chegar perto, verificou que ele estava tentando se levantar, e num gesto de solidariedade, colocou uma mão no dorso do animal e outra na cabeça para consolá-lo. Neste momento, o cachorro mordeu-lhe a mão raivosamente, rosnou, abaixou a cabeça e desfaleceu. Este meu amigo, deixou o cachorro no local, já morto e foi providenciar auxílio médico para seu
ferimento. Portanto, todos os animais querem fugir da dor e o ser humano não é diferente. Quando está acuado, é capaz de ferir tanto o seu algoz como o seu salvador. O livro Conversando com Deus, de Neale Donald Walsch, trava um diálogo sobre os maiores problemas que afligem a humanidade, dentre eles, alguns casos de pessoas que dizem não admitir a existência do próprio Deus. Mas porque as pessoas fazem isso? Segundo o livro, todas as ações humanas são motivadas em seu nível mais profundo por uma entre duas emoções: medo ou amor. Ousamos dizer que as pessoas aprendem pelo amor ou pela dor. Todos os pensamentos e atos
humanos se baseiam nesta dualidade. E eis aqui como o comportamento produz experiência após experiência; é por isso que os seres humanos amam, depois destroem e então amam novamente: sempre existe a passagem de uma emoção para outra. O amor abona o medo, que abona o amor que abona o medo... A dor ou o medo tem o seu lado bom. Se não tivéssemos medo das coisas, certamente não estaríamos onde estamos, pois todos os nossos atos não teriam freio. Os exemplos abundam: morreríamos de frio, nos queimaríamos, para não dizer dos exemplos mais esdrúxulos como a possibilidade de pular do 22o. andar de um prédio,
afinal, sem medo não há dor. Toda essa argumentação é suficiente para passar a você o quanto é importante o medo e que ele é um elemento motivador para que alcancemos objetivos maiores em nossa vida. Com isso, imaginem alguém que não tenha receito de falar em público, pode ter um trabalho de péssima qualidade. Para superar o medo precisamos pensar um pouco como funciona o mecanismo que nos coloca naquela posição de defensiva em face de determinadas circunstâncias. É sabido que nosso cérebro reage a determinados acontecimentos baseados em várias situações. Duas das principais vertentes dizem respeito ao aspecto cultural
destes episódios e a outra pelo lado das gravações de informações. É a história de crianças que foram repreendidas na infância e neste momento tiveram gravadas em seu subconsciente este reprimenda social. Ali, portanto, está a informação negativa em relação àquela reprimenda que certamente não está acessível para busca imediata, pois o subconsciente é o subterrâneo do nosso conhecimento. Foi gravado um certo registro negativo e toda vez que se depara com um problema igual a este, o seu organismo mesmo que inconscientemente - irá defender-se do que comentamos: da dor. É muito complicado tirar da mente este padrão lá construído. A psicoterapia
pode colaborar para que este determinado padrão seja superado e não se converta mais em dor, ou seja, que se busque a superação dele. Existem muitas pessoas que sofrem determinados traumas e acabam superando-o pelo simples fato de encará-lo de frente. Esta é uma das linhas da própria psicoterapia, ou seja, fazê-lo superar aquele trauma. Com diz o ditado, um gato escaldado (que caiu numa panela de água quente) tem medo de água fria. A neurociência tem uma forma diferente de agir, pois é baseado na gravação de uma informação sobre aquela existente e não a descoberta de uma maneira de ignorá-la. Veja que são raciocínios diferentes.
Assim, se em algum momento da sua vida você foi achincalhado por algo que falou, esta mancha está no seu subconsciente e vai ficar, a não ser que você grave outra por cima. Se um carro passa na poça d’água e te espirra, você tem uma reação; se alguém te joga um esguicho de carnaval, a sua reação é aquela da poça d’água. As coisas na nossa mente funcionam como modelos mentais, algo que temos como padrão, embora não consigamos acessar facilmente esta informação. Os tais modelos mentais, são discutidos a todo momento. Acontece que o nosso cérebro vai acumulando informações aqui e ali e montando referidos modelos mentais. Eles servem como padrões e
toda a vez que buscamos a informação, ele procura se adequar àquele padrão. Nós temos o costume de chamar estes modelos de “pré-conceitos” e “préocupações”. Veja o exemplo: imagine você seguindo em frente por uma rua. É tarde da noite, você ouve passos de alguém a certa distância. Neste momento você lembra-se de ter ouvido falar a respeito de um maníaco que anda assombrando a região. Você continua andando, agora certamente menos relaxado, pois seu corpo neste momento envia o hormônio conhecido como adrenalina, fazendo com que seus músculos fiquem contraídos, sua respiração ofegante, seus batimentos cardíacos mais rápidos. Seu corpo
também recebe uma carga de “controle” de outro hormônio, a noradrenalina, Tudo isso acontece sem você se dar conta. Ainda assim, seu organismo, prevendo que você poderá utilizar seus músculos, manda outro hormônio, o cortisol, que é liberado quando o corpo se encontra em situações de alto estresse físico e mental e alta temperatura. Esta reação corpórea advém de uma situação meramente emocional. Num dado momento, você sente que alguém tocou em seu ombro, imediatamente vira-se para a pessoa e ouve: - Olá, como vai Fulano! – quem te cumprimenta era um velho amigo que estava passando por ali e você, por algum motivo, criou um modelo mental
desastrado. Essa resposta do emocional acontece – como já dissemos – baseado num padrão “lógico” que seu cérebro criou de acordo com sugestões existentes nele mesmo e com isso, passamos a acreditar em algo que não seja verdade. Você pode estar pensando que nosso organismo é burro, mas não é, ao contrário, ele é super inteligente! Convido você a acompanhar o seguinte raciocínio: Eventualmente você vai até a casa de um amigo e o ajuda a fazer o almoço. Algo muito moderno hoje em dia para aquelas casas ou apartamentos em que se instalam os tais “cook center”. Durante esta preparação você é convidado a
providenciar um suco de laranja para todos os presentes. Naquele momento, você entra pela cozinha do dono da casa e sai procurando os apetrechos para aquele suco. Procura a máquina de espremer laranjas, abrindo um por um dos armários até que encontra. A cozinha é grande e moderna. Passa a procurar a faca e, depois de revirar todos os lugares, encontra a gaveta de talheres, escondida dentro de uma porta de armário. Sua próxima tarefa é localizar uma tábua para cortar as laranjas e esta foi mais fácil, pois estava bem embaixo da pia. Faltavam, pois, as laranjas, o principal ingrediente do seu suco. Assim, ao vasculhar todas as portas da cozinha, percebeu que a
laranja não estava fácil ali não. Você se pergunta se não deve haver uma despensa por ali. Envergonhado por perguntar para o proprietário da casa, você passa a procurar sozinho para ver se consegue encontrar. Abre porta aqui, ali, até que encontra um saco de laranjas, muitas laranjas, em sua maioria com uma aparência de laranjas verdes. Na dúvida quanto ao quanto a utilidade daquelas para o suco e temeroso de que o suco – uma das poucas tarefas que lhe foram confiadas – viesse a ficar com o sabor comprometido, você pega uma única laranja e vai até a tábua para cortá-la. Primeiro você passa uma água sobre a laranja, e percebe que a fruta selecionada é perfeita, ou seja, não tem
nenhum furo, mas realmente está com uma cor muito esverdeada, parecendo estar azeda mesmo. Coloca sobre a tábua e aproxima a faca cortando-a na metade, deixando cair para os lados. Naquele momento, você admira sua polpa ao mesmo tempo em que sente o cheiro de fruta fresca, sem identificar o azedume. Com isso, você para tirar a dúvida de vez, leva a fruta até a boca, lambendo a polpa e até espremendo o suco em sua língua. Ora, se você, caro leitor, acompanhou detalhadamente o episódio, está com a boca cheia d’agua em função da laranja que não foi verdadeiramente espremida em sua boca, mas o que fizemos, foi criar um mapa mental; uma sugestão.
No momento em que a laranja foi espremida e poderia estar azeda, seu organismo já se defendeu. Ele colocou a saliva para recepcionar o suco e os demais órgãos internos já se prepararam para o ácido que poderia chegar até eles. Assim são as nossas reações, que podem ser explicadas pela neurociência e na maioria das vezes, reagimos às situações baseadas na sugestão que alguém faz ou que o nosso cérebro busca no armazém das experiências anteriores. Enfim, nossa vida é toda decidida nos andares de baixo, nos subterrâneos da emoção. Não conseguimos acesso fácil e existem coisas das quais não pedimos que aconteça. Elas vão acontecer por
programação. Estas informações que ficam gravadas neste subsolo, às vezes trazem consequências graves para o ser humano, como por exemplo, aquelas crianças que são humilhadas durante sua permanência na constrangimento é chamado de BULYING. Normalmente, são crianças ou ridicularizadas e, a exemplo dos instintos animais, acumulam uma grande fúria, causando – às vezes - uma grande tragédia. Em 2007, no Campus Virginia Tech EUA, o sul-coreano Cho Seung-Hui, enfurecido, matou 33 pessoas, em sua maioria alunos da faculdade. A análise do episódio demonstrou o quanto viver num ambiente altamente competitivo, no
qual o sucesso não é avaliado apenas pelo desempenho, mas também pelas conquistas de caráter social, como por exemplo, ser popular, dar-se bem nas atividades esportivas e, fundamentalmente, não ser tímido, pode fazer com que aqueles que não tem a capacidade de atingir tais objetivos, busquem como alternativa a fuga da realidade ou a vingança. Felizmente, nem todas as pessoas são iguais. Por outro lado, além do medo, temos a timidez que pode também ser um elemento de complicada administração. Um estudo recente, fruto de longas pesquisas, constatou que ¾ da população é tímida, isto é, a cada quatro pessoas, três são tímidas. Ser tímido não
significa necessariamente ser fechado, mas não ser eloqüente, muito falador, daqueles que passam falando e cumprimentando todo mundo, aquilo que podemos chamar de cara-de-pau; exímios vendedores. Os tímidos, portanto, são a regra e a maioria. Ser extrovertido é que é a exceção! Segundo Bernardo Carducci (Shyness: The New Solution, in Psychology Today, Janeiro de 2000), a timidez não é doença, mas pode trazer complicações de ordem social. Timidez em estágio muito exagerado é um “problema de comunicação” e assim, é possível até corrigir a timidez, trabalhando os detalhes relativos à comunicação. Este estudo demonstrou também que
grande parte das dificuldades no relacionamento humano diz respeito a possíveis falhas de aprendizagem, ou seja, a pessoa reage com timidez exagerada porque não aprendeu corretamente a se relacionar com a sociedade. Essa “falha” torna a pessoa vulnerável a preconceitos, que na verdade são crenças que interferem diretamente no processo decisório do indivíduo. Ele começa, escola. Hoje, este tipo de humilhação ou pessoas acanhadas e retraídas que são portanto, optando pela fuga buscando a ausência, silêncio ou, em estágios avançados, a submissão.
O que o medo tem a ver com a timidez? Tudo! Quando modificamos a imagem do tímido (substituindo um preconceito por um novo conceito) deixa de ter sentido. Assim, o preconceito é a imagem que você acha que as pessoas tem de você. É oportuno entender e compreender a diversidade. Existem pessoas altas, baixas, gordas, magras, carecas, faladeiras, cultas, displicentes, com piercing, sem... Usam terno, usam jeans, religiosas ou não, observadoras, extravagantes, tímidas, politizadas, ignorantes, discretas, indiscretas, gananciosas, curiosas, habilidosas, felizes, amarguradas, perdulárias, que
gostam de esportes, que gostam de música, que gostam de tudo, que não gostam de nada... Enfim, não existem duas iguais... Melhor do que isso: todas são especiais. O tímido tem sempre uma pergunta: “o que vão pensar de mim?”. Esta preocupação com “o que os outros vão pensar” é muito parecida com a sensação do medo comum, aquele medo que as pessoas têm de barata, quarto escuro, alma penada, etc. É a preocupação com o perigo, com o mal que pode acontecer, ou seja, o modelo mental que comentamos anteriormente. Desta forma, se você acredita que as pessoas vão pensar mal de você, isso se torna uma realidade, pois seu organismo
conspira neste sentido. É, portanto, o modelo mental negativo que foi criado baseado em uma repetição. Como resolver este problema? Parece simples, mas o que é necessário é a repetição de uma imagem associada ao “poder” para que isso acabe sendo gravado por cima e se torne uma crença. Mas a comunicação, ou seja, o ato de falar é uma forma de poder. Entretanto, comunicar-se não significa necessariamente ter que falar constantemente, pois é importante ouvir. Logo, se você é tímido, exerça sua capacidade de ouvir as pessoas. Fora isso, pratique a autosugestão para “corrigir” a timidez. Pratique diariamente o exercício de perguntar-se
sobre vários assuntos, colocando inicialmente a seguinte locução: - O que eu faria se... Exemplo: O que eu faria se estivesse numa entrevista de emprego, numa reunião importante, numa palestra para 100 pessoas... Anote aí mais uma dica importante: falar na frente do espelho. Aproveite e gesticule, dance, ria, pule..., pois na hora em que você estiver sentindo vergonha de si mesmo, ou dar aquele friozinho na barriga ou, ainda, aquela sensação de arrepio, você estará desinibindo-se e perdendo a “vergonha”. Vale tudo para driblar a timidez que tanto incomoda você, repito, só você, pois, conforme dissemos, 75%
das pessoas também são tímidas. Pratique! Certo dia, encontrei um amigo que há muito tempo não tinha contato e percebi nele uma diferença em sua maneira de ser, pois era especialmente inibido. Ele disse ter se tornado um sujeito extrovertido em função de sua nova atividade como vendedor. – Não existe outra maneira de vender senão falar, falar..., disse. Portanto, está aí o remédio: falar. Dentro do contexto paralinguístico, ao aprender técnicas do “como falar”, você se livra da timidez para sempre, ou seja, não precisa se considerar um “excluído”. Que tal algumas técnicas?
O mel h o r co mp u ta d o r d o mu n d o O nosso cérebro é um computador magnífico. Certamente você já ouviu falar por mais de uma vez que o nosso cérebro é igual a uma máquina, um computador, ou seja, é possível programá-lo. O detalhe – se é que é um mero detalhe é que não sabemos ao certo qual é a maneira de programá-lo, ou melhor, como dizem os especialistas em informática, não conhecemos perfeitamente a “linguagem” para conversar com o nosso magnífico
cérebro. Parece simples, mas não basta somente falar com o nosso cérebro pedindo que ele guarde determinada informação, ou que reaja a determinados acontecimentos da maneira que desejamos. O cérebro é um mecanismo arredio, um tanto complicado de ser domado e, às vezes, capaz de nos enganar. Se não sabemos como “ensinar” o nosso cérebro, ele reage espontaneamente, ou seja, por sua “própria” vontade e é difícil entender porque isso acontece. De toda forma, dá até para utilizar isso como aprendizado. É o mínimo que podemos fazer, ou seja, de acordo com sua reação a
determinadas situações, podemos então prever. Há alguns fatos que acontecem por obra do nosso indecifrável cérebro que são muito difíceis de compreender. Por acaso você já deparou ou conhece alguém que não tinha namorado e consequentemente muita dificuldade de encontrar um parceiro ou parceira mas, quando enfim encontra e começa um relacionamento, aparecem vários pretendentes? E quando você, depois de muita pesquisa, compra um carro e, ao sair com o carro da loja, percebe que tem várias pessoas com o mesmo carro? Tem mais, e este é bem pior, quando a pessoa tem dificuldade para engravidar,
faz todo o tipo de tratamento e quando decide adotar, vai até um orfanato, acompanha todo o complicado processo e chega até a levar o novo filho para a casa, adivinha o que acontece? Isso mesmo, a mulher engravida! Enfim, existem aqueles casos impossíveis de maridos que chegam a perder até os dentes em função da gravidez de sua esposa, pois as mulheres tem uma deficiência de cálcio e é comum ter problemas dentários nesta fase. Outros sentem náuseas, um volume na barriga, inchaço nas pernas, dentre outros sintomas. Vai entender! Dizem os especialistas em neurociência
que nosso cérebro precisa ser civilizado, ou seja, fazer algo para que ele responda aos seus estímulos, ou melhor, de acordo com a vontade de seu dono, e não necessariamente por conta de um impulso interno ou externo.
Int elig ência emocional. Qu estã o d e co n tro l e? Esta é uma tarefa para a disciplina denominada Inteligência Emocional, pois, segundo uma pesquisa feita em uma das universidades mais conceituadas do mundo, descobriu-se que o cidadão de alto QI (quociente de inteligência) não tem necessariamente o seu sucesso pessoal ou profissional garantido. Quem conduziu esta pesquisa foi um dos precursores da teoria da Inteligência
Emocional, Daniel Goleman, pois, para ele, é mais importante a maneira como você reage aos acontecimentos do que o próprio acontecimento. Ele argumentou que o bom resultado de uma empreitada não diz respeito ao ambiente que a pessoa está, pelo contrário. Existem pessoas que moraram em condições subhumanas que se tornaram juízes de direito, grandes empresários. Outros, nascidos em berços de ouro que se tornaram droga-dependentes. Desta forma, quando você pensar que não tem capacidade para falar bem em público, deve imaginar uma possível falta de técnica, de conhecimento que requer um aprendizado. Você nunca falta
deve atribuir a uma possível falta de inteligência, pois o mais importante é a maneira como você reage aos episódios que acontecem em sua vida e não necessariamente a sua capacidade de solucionar problemas.
Le i da at r aç ão Muito antes do sucesso do best seller “The Secret” de autoria de Rhonda Byrne, vários autores já preconizavam a necessidade de uma autosugestão para a formação de uma imagem que afaste as coisas ruins e a atraiam as coisas boas para você. A tônica central da tal da Lei da Atração reside no fato da existência de um imã em nosso cérebro que atrai para nossa vida o fruto de nosso desejo. Alguns dos argumentos constantes nesta importante obra demonstram o quanto é imprescindível que você escolha sempre o melhor para você, não deixando de
forma alguma se contaminar com os problemas das outras pessoas. Muitas pessoas tem a capacidade de derrubá-lo de tal forma que você acaba por sentirse culpado pela vida delas. Existem duas frases importantes gravadas no Evangelho. Uma delas é “orai e vigiai”, ou seja, faça seus pedidos, mas mantenha uma vigília constante em relação às coisas que acontecem. Outra frase é “ajuda-te que eu te ajudarei”, dizendo respeito à capacidade de ter a iniciativa em tudo o que faz, não ficar esperando que as coisas aconteçam. Ajudar a si próprio está diretamente proporcional a “querer de verdade” e não necessariamente a
apenas desejar. É fundamentalmente ir à luta e “fazer acontecer”!
Ven cen d o o med o É fato. Todos nó temos medo de falar em público. Você, eu e até o Presidente da República. A diferença é a reação que temos diante da possibilidade de falar em público. Você não percebe, é pouco aparente, mas, como dissemos em algumas linhas atrás, um dos maiores segredos da vida é a maneira como você reage àquilo que a vida lhe dá e neste caso, em especial, naquilo que você faz para controlar o seu medo de falar em público. O medo de falar em público surge da coexistência de dois oradores dentro da
mesma pessoa: o orador real e o orador imaginado. Quanto maior a distância entre eles, maior é o medo e, consequentemente, problemas de expressão verbal. O orador real é a verdadeira imagem do comunicador, aquela que é composta dos defeitos naturais que todo ser humano possui, bem como – obviamente - das qualidades visíveis ou potencialmente prontas para serem aproveitadas em todos os momentos. O orador real é o orador que aparece aos olhos da platéia, aquilo que os interlocutores vêem, mesmo sem qualquer brilho, empolgação, as pessoas assistem com um relativo interesse. Você não acredita que fala bem, embora muitas pessoas
acreditem. Por outro lado, você fala muito mal e acredita que fala bem. Neste caso está estabelecido uma distância problemática. O orador imaginado é a imagem que o comunicador pensa que transmite aos ouvintes, isto é, aquilo que ele acha que os outros acham dele. Dependendo, você pode acreditar que esteja “abafando” ou não. O que precisamos, é bem verdade, é manter o equilíbrio, não estabelecendo sob nenhuma hipótese o pré-conceito. Para que isso aconteça, precisamos seguir o caminho da mentalização e neutralização de fatores ruins que encontramos em nossa mente. Independente de utilizar-se de técnicas
de relaxamento, você pode praticar um exercício que depende de um determinado ritual, atente: Escolher um lugar tranqüilo de sua casa, preferencialmente um do qual você não ouça conversas de pessoas ou ruídos de TV ou rádio. Estando neste lugar tranqüilo, exercite uma faxina mental, ou seja, limpe sua mente anulando tudo que está nela. Não é algo fácil, mas você tem que se esforçar. Se não conseguir no primeiro dia, tente em outra ocasião. Procure não pensar em nada. Em seguida, mentalize o sonho, aquilo que deseja muito, seja os aplausos da platéia, o reconhecimento do seu público, do seu chefe, enfim, o alvo. Após o sonho mentalizado e preenchido
o seu cérebro, deguste este momento imaginário, aquele momento que você mentalizou e procure manter-se o maior tempo possível neste instante. Em seguida, é chegada a hora de ancorar-se mentalmente em um porto seguro, ou seja, buscar em sua mente um lugar que você tenha sentido uma grande satisfação. Vasculhe sua memória para encontrar uma praia, uma montanha, um rio, uma casa, enfim um lugar e um momento bom de recordar. Associe o este momento mágico, extraordinário, seu porto seguro, com aquele do qual você buscou com o sendo o seu alvo. Ao final, ao alcançar este momento de plenitude, de segurança, você terá gravada em sua mente uma imagem tão
forte que todos os obstáculos internos não serão maiores do que a capacidade de alcançar o alvo pretendido. Você pode, inclusive, dentro deste exercício, encarar uma pessoa que lhe faz mal, uma pessoa que você considera seu algoz, seja no aspecto pessoal, familiar ou social. Enfrente-o mentalmente naquele instante em que você estiver em busca do alvo. Verá o quanto é capaz de superar todos os obstáculos psicológicos. Por certo, este exercício não é algo muito simples e requer muito treino e determinação, aliás, atributos típicos de grandes atletas. O exercício foi extraído do livro A Semente da Vitória, cujo autor é Nuno Cobra, alguém que já
treinou vários esportistas, a exemplo de Ayrton Senna, Michael Schumacher dentre outros. Segundo Cobra, é possível controlar boa parte de suas sensações ruins, medos ou dores psicológicas, utilizando-se de um artifício que ele denominou de “meu cantinho”. No referido livro ele ensina que todas as pessoas possuem um lugar em seu cérebro capaz de lhe confortar em situações difíceis. Esse lugar, se associado a alguma decisão a ser tomada, tende a criar uma sinergia que direciona qualquer atividade ou atitude ao sucesso. Ele conta a história de Ayrton Senna que ficava durante quase dez minutos antes do warm-up (volta de
classificação) e da corrida em si, mentalizando curva por curva, troca por troca de marcha, independente se estivesse chovendo, com retardatário, ou qualquer obstáculo que aparecesse. Por alguns minutos, ele utilizava essa técnica que consistia em procurar este momento em sua mente, seja uma praia, uma montanha, um colo de mãe, enfim, um momento de acalanto e, ancorado neste momento, começava a traçar o seu roteiro rumo às voltas vitoriosas. Daí é possível explicar o quanto o nosso herói nacional era eficiente em qualquer situação. Existem muitas imagens em que ele está no cockpit do seu carro, dentro do box da equipe, como se estivesse dormindo sem que ninguém o
interrompesse. Muitos achavam aquela atitude tão estranha quanto a capacidade de vencer provas impossíveis. Para se ter uma ideia, até hoje a equipe Willians mantém uma espécie de talismã em todos os carros, bem pequeno, uma logomarca do nosso herói. Para dar sorte, se bem que não era bem isso, mas pura técnica. Por falar em talismã, é possível desenvolver uma âncora física, ou seja, um amuleto físico para utilizar no momento em que você é exigido e precisa apresentar-se em público ou em qualquer outra atividade intelectual. Consiste em fechar os olhos e apertar as suas mãos, uma conta a outra, entrelaçando os dedos na altura do
peito, inspirando e trazendo os ombros para cima, soltando o ar e pressionando os ombros para baixo e afrouxando um pouco as mãos, sempre mantendo um ritmo lento e olhos fechados. Faça isso por cinco vezes e depois mais cinco vezes com os braços esticados para baixo. Findo este movimento, solte seus braços paralelos ao corpo, balance-os e relaxe. Certamente, se sentirá melhor.
Grav ando um nov o regi stro Para livrar-se do medo de falar em público, existe um importante exercício que está no ANEXO I e que fará com que você grave uma nova imagem em sua mente em substituição àquela imagem que o incomoda, e o faz travá-lo no momento exato. Esta nova imagem a ser gravada será sobreposta à imagem que lhe fazia mal e, portanto, substituirá a anterior, trazendo-lhe força para aquele momento. Como um HD (hard disk ou Winchester, aquilo que os computadores tem que gravam as informações), é possível gravar uma
nova informação sobre a anterior, desde que você apague a atual. Apagar, não significa fazer com que este registro suma de vez, pois, no computador também acontece isso, ou seja, mesmo deletando os arquivos, é possível resgatá-lo com uns programas especiais. Também, é claro, isso não é tarefa fácil, aliás, quantas vezes nos deparamos com pessoas que fazem terapia para tentar esquecer fatos diversos, tais como traumas ou outros incidentes da infância? Portanto, não estamos buscando solução absoluta, mas na verdade, buscaremos fortalecê-lo. O que a terapia faz é buscar a superação deste fato. Superar significa gravar uma
imagem sobre ela capaz de suavizar o trauma, portanto gravar uma imagem sobre a outra é a maneira que devemos utilizar para superarmos o medo de falar em público, isso de maneira profissional. Mesmo de maneira superficial, durante treinamentos que ministramos em várias ocasiões para milhares de pessoas, é muito comum depararmos com situações curiosíssimas, pois, enfrentamos com tanto afinco essa busca de traumas no inconsciente das pessoas, principalmente ligados à dificuldade de falar em público que, em algumas situações, os resultados vão além da superação deste medo, deste pavor e
acabamos descobrindo fatos incríveis que estavam gerando alguns bloqueios. Existem várias linhas na psicoterapia em busca da superação de traumas. Algumas, utilizam métodos de regressão (TVP – Terapia de Vidas Passadas); outros, utilizam a hipnose como um caminho para “chegar” até o trauma, enfim, o exercício que iremos sugerir é parecido e é muito utilizado nos treinamentos. Trata-se de um relaxamento, algo muito útil seja para quando você está se preparando para um projeto, uma entrevista de emprego ou qualquer outra atividade que exija de você a superação, e o máximo possível desempenho.
O exercício é possível de ser feito sozinho, mas é aconselhável que você o faça com uma pessoa conduzindo, ou seja, lendo o script. Dependendo da “profundidade” do exercício, você é capaz de chegar bem próximo daquele momento desconfortável, que lhe incomoda em falar em público e lá chegando, irá encarar o problema de frente. Reforçamos que este exercício não é uma psicoterapia, ao contrário, é um elemento que irá trazer força para você superar o medo de falar em público. Pratique!
PASSO NÚMERO2 DESENVOLVER A VOZ, TEATRALIZAÇÃO E MUSICALIDADE Os únicos dias do ano que você não pode fazer nada são o ontem e o amanhã. Gandhi Para atingir objetivos de comunicação de massa são necessários atributos como memória, criatividade, entusiasmo, observação, teatralização, ritmo, vocabulário, expressão corporal,
naturalidade e conhecimento, dentre outros. A voz corresponde, por incrível que pareça, a pouco mais de 1/3 de uma boa comunicação. Depois de superado o medo de falar em público, é importante trabalhar a voz e tudo aquilo que envolve o brilho na comunicação, fazendo com o que o comunicador alcance seus objetivos. Juntamente com a voz, encontramos a teatralização e a musicalidade, elementos que fazem muita diferença no sucesso que tanto buscamos. Diferente da comunicação não verbal, que complementa o sentido daquilo que vamos comunicar, a voz é aquele
elemento de percepção imediata na comunicação e, por isso, merece um cuidado especial. A exemplo do músico, quem tem o violão, a bateria, o saxofone, como seus instrumentos de trabalho, aqueles que trabalham com comunicação tem a sua própria voz como seu principal instrumento. Portanto, desnecessário dizer o quanto é importante cuidar muito bem dela. Quando falamos de teatralização e musicalidade, devemos associar com a maneira que escrevemos, ou seja, quem escreve pontua; quem fala entona. O atributo “entonação” é o que dá cor, brilho, vida e significado à nossa comunicação. Existem algumas pessoas
que conversam ou se comunicam sem qualquer expressão, que causam até sonolência em seu interlocutor. É a comunicação a exemplo do “Samba de Uma Nota Só”, uma música de Tom Jobim em que ele tentou expressar algo tão simples, tão simples aos seus olhos, que era impossível de encantar. Aliás, quando o assunto é voz, você tem cuidado da sua voz a exemplo do que tem cuidado com seus dentes, seu corpo, sua mente, suas unhas, sua pele? A voz é produzida pela modulação e vibração das cordas vocais, elementos extremamente frágeis da anatomia humana, mas que raramente nos damos
conta da necessidade de cuidados especiais. A voz do dia-a-dia, aquela que utilizamos somente para tarefas corriqueiras, não sofre stress, ou seja, não é utilizada ao extremo. Entretanto, para os profissionais da voz, a exemplo de professores, palestrantes, padres, pastores, políticos, cantores, vendedores, atendentes, operadores de telemarketing, dentre outros, ela é altamente exigida. Mesmo assim, é comum encontrar pessoas disfônicas (com voz rouca e baixa) ou afônicas (completamente sem voz), imaginando que aquilo é algo normal. Ao contrário, como um atleta que sofre uma torção, uma lesão qualquer chamado de trauma, a variação da voz deve ser considerada
para o profissional da voz algo a ser tratado de maneira especial. Isso acontece em função das condições ambientais inadequadas em que eles trabalham. Algumas destas situações se encontram em ambientes com ar condicionado, absurdamente ruidosos, com poeira, etc. Ainda assim, nestes ambientes, a fala é exigida por muito tempo e em forte intensidade. Professores são um exemplo clássico das grandes dificuldades que tem com a sua voz, principalmente por estarem em situações em que se une o ar condicionado, que resseca o ambiente, o pó de giz, como também um ambiente
altamente ruidoso em que há uma disputa com outras pessoas falando. Muitos profissionais não fazem treinamento para falar sob muita demanda e, o pior, sofre com a falta de encaminhamento pelos médicos, que nem sempre detectam uma anomalia nas cordas vocais, sequer encaminhando a um profissional especializado, no caso, um fonoaudiólogo. Este profissional tende a rever a maneira com a pessoa fala, ajustando seu timbre à sua característica pessoal. Existem pessoas que acham normal uma voz rouca por vários dias. Aquela voz grave acompanhada de uma tosse
constante e umas quebras de freqüência que demonstram a falta de flexibilidade vocal, pois tudo isso é sintoma de que algo não está indo bem com a voz e é importante buscar auxílio. Independente do que consideramos um problema médico e deve ser tratado, o profissional deve fazer um treinamento e um acompanhamento de sua voz, passando a entender o mecanismo que dá o brilho na comunicação. Este é, portanto, o nosso propósito. Desta forma, caso o seu problema não seja patológico, isto é, que merece auxílio médico, algumas dicas simples o farão entender melhor como funciona o
principal instrumento do profissional da voz. A primeira dica é saber qual a altura ideal para falar. Neste caso, na realidade, não existe uma altura ideal, pois este nível deve ser adaptado em função de cada ambiente. Por outro lado, o que se deve prestar muita atenção e para o nível máximo, pois, uma gritaria qualquer, fará com que você fique pelo menos 48 horas sem utilizar sua voz, sem contar os danos permanentes que este ato causará. Sabe aquelas pessoas que vão para o estádio de futebol e voltam roucos? Muitos nem imaginam, mas chegam a ter febre em função do esforço que o organismo tem para se
recuperar do trauma. O profissional necessita estar atento em desenvolver uma boa plasticidade vocal, adaptando-a de acordo com a necessidade e isso é algo muito pessoal e que precisa ser estudado mais a fundo. Por outro lado, durante uma apresentação, o que deve variar não é a altura da voz, mas o seu tom, ou seja, você deve modular a tonalidade de acordo com o momento do seu discurso e aí, neste instante, é que entram outros elementos como a teatralização e a musicalidade, cuja boa plasticidade vocal é auxiliada por uma boa postura corporal. Em pé é a melhor maneira de
falar. Outras dicas importantes para proteger a voz ou até mesmo melhorá-la, são as seguintes: a) Descansar e dormir bem - Parece um tanto quanto óbvio, mas existem pessoas que não se preocupam com isso e mantém longas noitadas precedendo momentos importantes de uso da voz; b) Comer maçã - Esta fruta tem propriedades adstringentes, limpando o trato vocal até os pulmões e favorece uma voz mais saudável. Existem alguns profissionais, cantores, por exemplo, que levam consigo uma maçã para antes de suas apresentações.
Excluímos, por motivos óbvios o uso da água, até porque, ela não é uma dica, é elemento indispensável pois nossas cordas vocais precisam manter-se hidratadas. A água está para as cordas vocais como o óleo está para o veículo. Sem ele o motor funde. Algumas pessoas insistem em afirmar que a nossa saliva faz o papel de hidratante das cordas vocais, o que não deixa de ser uma verdade, mas isso é para as pessoas que não tem um esforço muito exagerado, ou seja, para os amadores. Para os profissionais, a água deve ser levada à boca e bebida em pequenos goles em intervalos de aproximadamente 10 minutos, como um
gotejamento. É importante lembrar que água não é só importante para aqueles que são profissionais da voz, mas para todo o ser humano. A OMS - Organização Mundial da Saúde, aconselha que nós, seres adultos, devemos beber durante o dia, no mínimo 2 litros de água, ou seja, 8 a 10 copos de água, desta forma você estará hidratando seu organismo. A água que será consumida deve estar no máximo um pouco abaixo da temperatura ambiente. Pode parecer preciosismo, mas o que se pretende evitar é o consumo de água gelada. Isso jamais deve acontecer, pois a água
gelada irá chocar-se com as cordas vocais totalmente aquecidas, fazendo com elas percam qualidade e sofram um trauma com a variação brusca de temperatura.
Fon ação d i af ragmáti ca Para a fala, utilizamos a vibração das pregas vocais e de ressonância, como também a participação dos órgãos a exemplo da língua, dentes, bochechas, lábios, palato (véu palatino), que são responsáveis pela articulação dos fonemas durante a fala. Estes fonemas dependem da vibração das pregas vocais. Mas, o que intriga muitas pessoas é a diferença entre uma fonação pulmonar e a diafragmática, esta última aconselhada para o profissional.
A respiração da fala, em regra, é diafragmática, pois já estamos tratando com pessoas que já adaptaram sua voz a diversas situações. Por outro lado, não é algo incomum encontrar professores do ciclo básico, no começo de sua carreira e que ainda não adaptaram sua voz e elevam o timbre de maneira em que todos os dias, eles estejam com a voz traumatizada. Estas pessoas têm a fonação pulmonar e precisam adaptá-la. Se você tem muita dúvida em relação ao tipo de fonação, verifique se você se cansa muito ao falar. É fácil, tente fazer a leitura em voz alta de uma página deste livro. Se você ficar muito cansado, é importante prestar atenção. Uma fonação pulmonar é aquela que
utilizamos quando sussurramos. Faça o teste e veja que ao sussurrarmos nos cansamos facilmente, sem contar que causamos traumas em nossas pregas vocais. Outra forma de constatar é a seguinte: assopre fortemente até esvaziar por completo os seus pulmões. Fazendo isso, está praticando uma respiração pulmonar comum. Em seguida, assopre fortemente novamente, pronunciando Ahhhhhhhhhhhhhh até esvaziar os pulmões. Verá que o diafragma (músculo bem abaixo dos pulmões) age de maneira a criar um determinado ritmo, agora mais lento do que o normal, evitando que o seu pulmão esvazie de uma vez. É o mesmo que o locutor
esportivo ao gritar gol fica muito mais tempo soltando o ar, do que teria tempo para soltá-lo sem usar a voz. Este é o exemplo clássico. Para treinar ampliando a sua fonação diafragmática, deite em uma superfície plana e coloque um livro sobre o abdômen. Em seguida, faça uma leitura qualquer e procure movimentar o livro o máximo possível. Este é um treinamento para a fonação diafragmática. Para uma boa saúde vocal, você deve evitar: - Ingestão de bebidas alcoólicas, pois estas atuam como anestésicos fazendo com que sua haja um mascaramento do abuso de sua voz.
- Sprays e pastilhas, que tendem a fazer o mesmo efeito da bebida, pois irá aliviar uma dor na garganta, fazendo-o abusar da voz e uma irreal sensação de cura. - Tossir ou pigarrear também causam traumas nas pregas vocais. O ato de tossir ou pigarrear é um impulso nem sempre evitável que é uma resposta à limpeza de eventuais secreções na garganta ou de acúmulo de outras partículas. Para tornar esta secreção menos viscosa e diminuir a vontade de pigarrear, recomenda-se evitar derivados do leite (queijo, por exemplo) e chocolate, este por conta da parafina que é utilizada na composição, pois cria
uma capa sobre as pregas vocais, fazendo com que você tenha que se esforçar mais ainda para alcançar timbres. Outra importante dica: quando estiver para pigarrear ou tossir (aquela tosse de limpeza), beba pequenos goles d´agua, forçando o engolimento. - Gritar, sussurrar ou falar durante muito tempo. Quando se usa o grito, o ar passa pelas pregas vocais a uma velocidade de aproximadamente 80 km/h; este ato poderá lesioná-las, causando um problema mais sério. Grite somente quando for muito necessário. - Intervalo e descanso. Intervalo de 10 minutos para cada hora falada é
importante e, porque não o descanso vocal, isto é, procurar abster-se de falar quando tiver um momento que exigirá demais a sua voz. Lembre-se, também, de não se expor a mudanças de temperatura ambiental, pois pode afetar o trato respiratório, favorecendo assim as inflamações respiratórias que impedem a livre função vocal. - Fumo e derivados, pois a fumaça quente agride todo o sistema respiratório e principalmente as pregas vocais podendo causar irritação, pigarro, edema, tosse e infecções, contribuindo também para o câncer de laringe e pulmão.
- Roupas apertadas, também devem ser evitadas, principalmente na região do pescoço (golas, colares, gravatas e lenços), onde se encontra a laringe com as pregas vocais, e na cintura (cintos, cintas elásticas e faixas), onde se encontra o músculo do diafragma, o qual é de grande importância para o apoio respiratório na fonação. - Descuidar da saúde, jamais, pois qualquer problema na sua saúde poderá influenciar na produção da voz. - Evite muita abertura da boca ao falar, pois muita entrada de ar pela boca, prejudica a garganta pois ela não tem o filtro que temos nas narinas. Reforçamos
sempre, porque existem cursos de teatro em que as pessoas são obrigadas a fazer treinos cansativos movimentando e abrindo demais a boca, visando melhorar o timbre da voz. Entretanto, ao palestrante, locutor, etc, existe o apoio do microfone, coisa que raramente acontece no teatro. Enfim, depois destas importantes dicas, nada é mais oportuno do que alguns treinos vocais para desenvolver uma boa plasticidade. Os exercícios são muito importantes, desde os articulatórios, trava-línguas, exercícios de aquecimento vocal, dentre outros. Ao praticá-los com disciplina, você irá desenvolver, além de uma melhor
dicção, um pouco de teatralização, comum no rádio e na TV, ou em locuções comerciais, a exemplo dos mestres de cerimônia. Reservamos o ANEXO II para a prática destes exercícios. Não deixe de fazê-los.
PASSO NÚMERO3 CONHECER OS MEANDROS ASSOCIADOS À MEMÓRIA E OS MOTIVOS QUE CAUSAM O “BRANCO”,COM TÉCNICAS PARA RETENÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO
DE INFORMAÇÕES Se eu ouço, eu esqueço. Se eu vejo, eu me lembro. Se eu faço, eu aprendo. Confúcio Para falar bem, é preciso, como visto, livrar-se do medo e ter uma boa plasticidade vocal. É importante também ter uma capacidade de organizar as idéias e lembrar quando preciso e, para isso, é necessário conhecer como funciona a memória e, por que não, saber porque acontece o famoso e temível branco. A memória é a capacidade de arquivamento e resgate de informações.
Existem algumas pessoas que dizem que nosso cérebro pode ficar abarrotado e cheio de informações de maneira que não caiba mais nada. Isso não é verdade. É sabido que ele tem uma capacidade infinita de arquivamento. O maior dos problemas do nosso cérebro está no resgate das informações que ali colocamos. Segundo neurocientistas, tudo que acontece em nossa volta é possível de ser captado pela nossa memória, sejam ruídos, cenas, enfim, é possível que qualquer destas informações cheguem à nossa memória temporária, denominada de límbico, localizada bem no centro de nossa cabeça. Simplificando o
movimento das informações que circulam pelo nosso cérebro, temos três locais distintos: o sistema límbico, composto principalmente pelo tálamo e hipotálamo, o córtex e o cerebelo. O límbico é localizado no centro da nossa caixa craniana e é nela que existe espaço para gravações simples, temporárias, ou seja, captamos tudo que existe em nosso redor, tanto as coisas mais importantes quanto as insignificantes. Neste local, ocorrem os descartes e as seleções. Como nos computadores, ele poderia ser a memória RAM (Random Acess Memory) ou seja, uma gravação temporária; se desligar, ou melhor,
dormirmos, ou até mesmo depois de um tempo, essa informação desaparece. Por outro lado, se a informação para nós tem uma determinada importância, ele é gravada no córtex cerebral, que é um sistema que tem a capacidade de armazenamento comparável ao de 15 mil computadores modernos. Além do límbico e do córtex existe ainda uma pequena parte do cérebro que é chamada de cerebelo e é nesta parte que estão guardadas as nossas lembranças mais profundas, bem como traumas e afins. É como se fosse gravado na pedra, um lugar muito difícil de ser esculpido tanto quanto é difícil de ser tirado de lá.
Neste local estão gravadas aquelas informações que tem significado emocional, certas lembranças bem associadas. Desta forma simplificada, já nos é possível entender como funciona o nosso cérebro e a necessidade de promovermos uma boa gravação, ou seja, precisamos estar atentos à qualidade da informação que queremos gravar em nossa memória, fazendo questão que ela esteja lá quando precisemos. É claro que o leitor atento deve estar se perguntando como faremos para que os fatos se tornem significativos a ponto de
ocupar um espaço precioso em nosso córtex cerebral. A resposta está na utilização de algumas técnicas, dentre elas a concentração, certamente, pois se estivermos dispersos, a informação, no popular, irá entrar por um ouvido e sair pelo outro. Existe um trabalho muitíssimo interessante, desenvolvido pelo professor Perluigi Piazzi (Professor Pier), em três volumes da coleção Neuropedagogia, em que ele trabalha critérios de desenvolvimento de inteligência, um de seus livros, o “Ensinando Inteligência”, ele não só discorre em detalhes o funcionamento do cérebro em função da capacidade de
memorização, como também ensina truques para que as crianças tornem-se mais inteligentes, e assim possam reter a maior quantidade possível de informações. Desta forma, podemos entender que a atenção ao tema com muito foco e a intenção (querer!), podem auxiliar na boa armazenagem da informação, em outras palavras, uma imagem em “bom estado” tem maiores chances de ser guardada. O educador Paulo Freire lembrou em um de seus livros que algumas das maneiras mais úteis de guardar a mensagem está em interpretar e entendê-la, algo que é
muito incomum, pois às vezes ouvimos uma informação e ela é para nós algo irreal. Dentro deste contexto, existem aquelas situações em que precisamos tornar a informação o mais real possível para poder arquivá-la. É como se nosso cérebro arquivasse mais facilmente imagens concretas do que símbolos abstratos. Esta técnica é chamada de mnemônica e consiste na associação de pretendemos memorizar. A técnica trabalha informação. Às vezes, a imagem é considerada esdrúxula e incomum fazendo com que a gravação seja mais eficiente. Na memorização de números, por exemplo, pode ser utilizada a técnica em que se
substitui cada número por um objeto, digamos, óbvio. O número 1 é representado por uma árvore, até porque o tronco de uma árvore aparenta o número. O 2 é um interruptor, que normalmente tem duas posições. O três é uma pirâmide. 4 uma mesa, imagens conhecidas, vivenciadas, associando àquilo que com imagem mental de grande impacto para fixar a 5, luva (cinco dedos), 6 selo (semelhança fonética), 7 sepultura, 8 autorama, 9 novena, e assim por diante. Desta forma, se quiser memorizar um número como, por exemplo, 2447, pode-
se associar, em sequência um interruptor sobre duas mesas dentro de uma sepultura. Veja que esta imagem é mais fácil de se memorizar por ser esdrúxulo mas real, do que o número, totalmente abstrato. Seja qual for a técnica, é muito importante o repasse das ideias memorizadas, pois, segundo neurocientistas, a memória perde 90% das informações, caso elas não sejam resgatadas em até 24 horas do seu registro. Desta forma, nas primeira oito horas, é muito comum perder de 40 a 50% de informações. Agora, se fizer um repasse dentro das primeiras oito horas, a mente traz a informação e ela acaba
procurando um lugar para guardar. Entretanto, não é útil vê-la no exato momento que antecede o seu uso, ou seja, um pouco antes de começar, porque, o momento é de relaxamento, de descontração, de manter a capacidade de concentração em dia e não forçando a memória. Costumamos sugerir aos alunos quando estão prestes a fazer a prova, do quanto não é muito produtivo rever toda a matéria em alguns instantes da prova, até porque, você não está trazendo à tona os conhecimentos, pois o que traz estas informações para mais próximo é o caminho livre, isto é, um corpo bem relaxado.
Outra forma de guardar um texto, está em encadear as informações, buscando por palavras-chaves dentro do mesmo pois elas são mais reais. Por exemplo, o texto utilizado na introdução, você se lembra? Reveja: Sultão – Sonho – Dentes – Súdito – Sábio – Açoite – Súdito – Sábio – Ouro – Diferente – Paz e Guerra. A criatividade é também um grande aliado na retenção das informações. Aconselha-se a usar recursos com sons, imagens e humor, pois tudo isso permite que várias áreas do cérebro trabalhem simultaneamente no resgate de informações, estimulando a memória.
Por fim, em referência a isso, o escritor Rubem Alves em uma de suas obras define que nós, seres humanos somos dotados de duas caixas, uma de brinquedos e outra de ferramentas. Quando uma informação chega até nós, de acordo como é passada, nosso cérebro tem a capacidade de discernir onde vamos encaixar este dado, se dentro da caixa de ferramentas ou na de brinquedos. Brinquedos são aquelas informações que nos dão prazer e que são lúdicas, seja uma piada, um momento de deleite, de prazer, satisfação, etc. Já, a caixa de ferramenta é aquela que pode ser útil para nossa vida pessoal, e que nos transforma em seres produtivos dentro da sociedade.
Quando a informação é considerada uma ferramenta, ela é guardada nesta caixa especial e será resgatada a exemplo do que acontece em uma oficina mecânica bem organizada: está tudo lá, ao alcance. Entretanto, se a informação não cabe em nenhuma destas opções, ela pode ser facilmente descartada, pois não servirá de nada. Este princípio é muito interessante e leva-nos a crer cada vez mais na responsabilidade que temos em fazer bons registros. Mais do que isso, na condição de comunicadores, devemos passar a informação de maneira a fazer com que o público guarde-a e que seja realmente útil. Este é o princípio da
comunicação assertiva. Ainda assim, outra dica é usar períodos de estudo relativamente curtos, com intervalos para o descanso, mais do que em longas e infindáveis sessões. Por isso é que estudos indicam que períodos de 50 minutos são melhores aproveitados do que sessões mais longas. É aquilo que os teóricos chamam de curva de aprendizado, ou seja, o aproveitamento vai caindo depois de 50 a 60 minutos ininterruptos até chegar ao momento em que o rendimento é pífio. Ainda no contexto dos registros das informações existem outras técnicas a serem utilizadas. Uma deles é o uso da
PNL – Programação Neuro Linguística, que consiste em descobrir em qual dos dois grandes grupos nos encaixamos, ou seja, se somos seres visuais (precisamos escrever, fazer resumos para gravar a informação) ou auditivos (carecemos que alguém nos “tome” a matéria ou falarmos em voz alta). Uma vez conhecendo em qual dos grupos você se encaixa, basta que você adapte seus momentos de estudo dentro da característica específica. Assim, se você é um ser “auditivo”, você precisa - obviamente –muito mais do que apenas lê-la. Por outro lado, se você é um cidadão “visual”, deve não só ouvir, mas também ler, escrever, fazer desenhos, por exemplo. Verifique: em
qual das duas situações você se encaixa? Para os auditivos, portanto, uma recitação rítmica ou formar músicas para gravar as informações a exemplo das maneiras que são usadas em cursinhos pré-vestibulares auxiliam bastante. Quando você escreve ou recita você mantém cada idéia na mente de cinco a quinze segundos necessários para consolidar a memória temporária em direção a uma memória permanente. Já em relação ao branco, podemos dizer que é a incapacidade momentânea de raciocinar ou lembrar-se de algo. Entretanto, se a incapacidade de
lembrar-se de algo demora mais do que um dia, o problema pode ser patológico, ou seja, depende de tratamento médico. É sabido que as informações circulam em nosso cérebro por conta de ligações químicas, as tais sinapses. O ser humano, em estado saudável, com todos os seus órgãos funcionando perfeitamente, bem como com a temperatura corporal controlada, pressão arterial, pulsação e afins, tem os seus hormônios correspondendo naturalmente a todos os estímulos de retenção e resgate de informações. Por outro lado, se você não está metabolicamente bem, ou seja, está passando por alguma anomalia,
psicossomática (que começa no cérebro e se expande para o corpo), certamente vai ter dificuldade para que o seu cérebro faça as tais sinapses. Assim, é possível deduzir que o momento de nervosismo faz com que o nosso organismo altere suas características e, é claro, não existe o transporte das informações. É como se o caminhão que busca a informação não tenha achado combustível para ir buscála, ou até mesmo está com problemas no motor. É o tal do branco de memória, ou seja, um momento em que não lembramos de nada do que devemos falar naquele momento.
Estatisticamente, uma das práticas que mais favorecem o branco da memória é a famosa decoreba, isto é, tentar gravar a informação do jeito que ela está escrita, sem qualquer técnica para guardá-la. Conclusão: o branco! Mas, independente da ausência momentânea do que você iria falar, há um fator muito interessante nisso, que é o fato de que o seu público nem percebeu que “havia algo para ser dito”. Costumamos reforçar muito isso com os aprendizes, ou seja, se você esqueceu do que iria dizer, não tem problema, porque só você sabe que realmente esqueceu. Portanto, leve para o túmulo! Ponto final!
Por outro lado, alguns oradores com habilidade, tem a capacidade de ironizar o momento dizendo, por exemplo, que “tinha algo para falar, mas agora fugiu ou...” até mesmo o direto e não menos irônico “esqueci!!!”. De qualquer forma, a solução para o branco é a tranqüilidade antes e durante. Se ocorrer, você pode ganhar tempo para recordar-se, repetindo as últimas informações, se possível com palavras diferentes, como se tivesse fazendo uma revisão para facilitar a compreensão dos ouvintes. Uma outra dica é dar uma pausa para beber água, caminhando tranquilamente
para o local onde ela está; isso também irá acalmá-lo. Ainda assim, em algumas situações de “branco”, você pode abrir para perguntas, se for o caso. Isso certamente o acalmará. Aí estão algumas importantes técnicas para você aprimorar sua capacidade de retenção de informações.
PASSO NÚMERO4 DESENVOLVIMENTO DE ATRIBUTOS PARA APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE POSTURAL E GESTUAL Dificuldades são como as montanhas. Só se aplainam quando avançamos sobre elas. Émile Zola
Depois de abordarmos a questão relativa a parte verbal da comunicação, isto é, aquilo que é ouvido pelo nosso interlocutor, passamos a dar um enfoque especial na parte da comunicação não verbal, ou seja, a postura e o gesto na comunicação. Mesmo que você não admita, o seu corpo tem a capacidade de falar. Para Weil e Tompakow, autores do livro "O Corpo Fala”, existe uma linguagem silenciosa que é expressada pela várias manifestações físicas dos seres humanos. Conhecê-las e trabalhá-las dão um excelente resultado na comunicação. Desta forma, mesmo em silêncio, ou
seja, sem pronunciar sequer uma palavra, já estamos nos comunicando. A linguagem corporal é, portanto, um conjunto de palavras ouvidas com os olhos, do qual, pelas expressões e movimentos corporais têm-se mais informações sobre a pessoa. Esse tipo de comunicação auxilia a oralidade e ajuda a prender a atenção dos ouvintes, principalmente porque dá mais ênfase às informações. Os gestos têm, também, a capacidade de auxiliar a desinibir as pessoas porque a expressão do corpo funciona como um todo. Portanto, se o gesto e a postura são partes integrantes e indissociáveis da comunicação, é de se imaginar que os movimentos vão além
dos braços, abrangendo também as mãos, o pescoço e a expressão facial (olhar, sorriso, movimentos de sobrancelhas). A postura, por sua vez, é um elemento importante em qualquer situação, inclusive durante uma conversa formal. Para uma postura capaz de causar uma boa impressão e transmitir perfeitamente a informação, bem como fazer uma apresentação elegante, é necessário que você mantenha as plantas dos pés no chão e o peso do corpo igualmente distribuído, a cabeça ereta com o queixo paralelo ao chão e procure, quando possível, caminhar tranquilamente e calmamente pelo ambiente, Isso faz com
que a sua retórica chegue até todas as pessoas. Por outro lado, existem algumas atitudes que devem ser evitadas, como por exemplo: - Ficar parado no mesmo ponto por muito tempo ou movimentar-se nervosamente de um lado ao outro; - Dar as costas para a audiência enquanto fala; - Passar uma imagem arrogante (cabeça e tórax muito erguidos) ou muito humilde (cabeça baixa, ombros caídos); - Balançar para os lados ou para frente, como se estivesse dançando; - Ficar encostado com as mãos no bolso;
- Pernas muito abertas ou cruzadas; - Falar por muito tempo sentado. Outras posturas abomináveis incluem mascar chicletes ou chupar balas, bem como olhar por cima dos óculos. Determinados autores aconselham o uso de uma caneta nas mãos como muleta para o nervosismo, pois muitos se perguntam o que fazer com as mãos. Modestamente, não achamos adequado este procedimento, pois o objeto na mão do orador desvia a atenção dos interlocutores. Nossa dica é a de que, no início da palestra, você coloque as mãos onde quiser (na frente, atrás...) menos no bolso, pois passados três minutos no máximo, você já estará utilizando-as
como parte de sua comunicação, sem maiores problemas. É automático. Consideramos, inclusive, isso como um vício mecânico, pois tais vícios gestuais incluem a caneta nas mãos, segurar os botões do paletó, uma folha de papel, fio do microfone, etc. Que fique claro que tais atitudes poderão tornar-se um péssimo vício e, conforme dissemos, desviará a atenção do auditório. Agora que você já sabe da importância da linguagem corporal, as atitudes básicas passam pela manutenção de uma postura elegante e prestar sempre a atenção em seu posicionamento perante o público, pois todos precisam enxergálo. Já, no aspecto dos gestos, o efeito causa
grande impacto na comunicação, pois ele acontece sempre alguns milissegundos antes da fala e já transmitem a informação que é complementada pela fala. Não existe uma regra de como deve ser o gestual de cada pessoa. O que deve acontecer é a adaptação de um estilo. Por outro lado, existem alguns comportamentos desaconselhados, como por exemplo: - Excesso de gestos (estilo italiano); - Colocar as mãos nos bolsos, segurando o pulso, nas costas ou na frente do corpo (estes são permitidos como exceção no começo, até que os gestos se tornem
automáticos); - Gesticular com o dedo em riste ou com as mãos fechadas; - Tocar o nariz, o pescoço, a orelha, várias vezes. Uma característica muito interessante para o desenvolvimento do estilo está na criação de um bordão gestual. Existem algumas pessoas que usam sempre o indicador para cima. Outros a palma da mão virada para cima; alguns um sinal de positivo, enfim, não importa, estes sinais, gestos, podem ser desenvolvidos e adaptados por você e contemplam a sua comunicação. Na televisão, além do bordão gestual, há
o bordão linguístico, que é uma forma de identificação. Alguns deles: -É uma vergonha! – Boris Casoy -Barbaridade! – Datena -Balança... - Geraldo Luis -Cacete neles - Alborguetti -Totalmente excelente – Paulo Bomfá -Gil Gomes lhes diz... –Gil Gomes -Lente da verdade - Clodovil -Seja feliz – Salomão Schwartzman Ainda assim, existem alguns casos de pessoas que falam de assuntos interessantes, alegres, com a fisionomia rígida, fechada, desanimada. O contrário também acontece e a situação é extremamente constrangedora. Isso é conhecido como Dissonância Real, que é o efeito que foi utilizado em um
desenho animado dos anos 70 chamado de “Quadrilha de Morte”. Acontece que um dos integrantes estava sempre rindo e falava: - Hahahahahaha, Penélope vai morrer, Hahahahaha ! E o outro que estava sempre chorando dizia: - Buaaaaaaá, Nós salvamos Penélope, Buaaaaaaá , Snif Quando falamos em postura e gesto, é bom lembrar que depois de alguns segundos da comunicação tudo ficará automático. É o exemplo do motorista iniciante, que não sabe se deve gesticular com o braço direito, com o esquerdo ou com os dois, se olha para o auditório, se pensa no que vai falar, ou
se fala sem pensar. Outra característica a se considerar é a necessidade de um olhar atento e respeitoso para o seu público, seja durante uma palestra, um seminário ou uma reunião. É imprescindível o contato visual com a platéia, fazendo um olhar de varredura no começo e, se for o caso, estabelecer um parâmetro, ou uma pessoa que você considera o seu feedback. É nele que você, de vez em quando, vai focar como maneira de usar a sua visão periférica. Se você for fazer leituras, lembre-se de olhar 50% para o papel, 50% para os ouvintes, ou seja, se o parágrafo tem quatro linhas, leia duas olhando para o papel e as outras duas memorize
olhando para o público. Há uma tendência errada de se olhar a maior parte do tempo para o texto, o que faz com que a plateia disperse. Um truquezinho, é colocar o dedo para marcar o local e escrever com fonte 14 ou 16. Assim, quanto maior a letra, menores as chances de “perder” o ponto em que estava, pois, por incrível que pareça, isso acontece frequentemente. Um grande auxílio no aprendizado está em falar um pouco diante do espelho ou utilizar uma filmadora, como são feitos nos cursos de oratória. Outra dica é fazer aulas de dança, teatro ou expressão corporal para desenvolver sua capacidade de comunicação gestual ou postural e a expressividade corporal.
Caminhar ou praticar esportes para diminuir as tensões do dia-a-dia e fazer uma respiração adequada são elementos auxiliares. Por fim, para aprimorar sua capacidade postural, você deve pedir para alguém fazer alguns comentários em relação à sua postura e seus gestos, visando corrigir eventuais falhas. Dentre algumas das perguntas que ele poderia responder para você estão as seguintes: -Arregalo ou pisco demais os olhos quando estou falando? - Tenho o costume de torcer a boca ou levantar demais as sobrancelhas? - Verificou se tenho alguns movimentos repetitivos? É importante que você tenha em mente
que o bom resultado dos gestos e posturas advém da prática. Desta forma, não deixe este conteúdo somente na teoria ou na leitura. Procure praticar.
PASSO NÚMERO5 LIVRAR-SE DOS CACOETES,ADAPTAR E OU AMPLIAR O SEU VOCABULÁRIO A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. Albert Einstein Um bom comunicador não precisa ser um cidadão inteligente, daqueles seres considerados acima da média, com QI´s altos. Também não é necessário que seja alguém excelentemente bem informado,
ou dotado de uma cultura social e acadêmica incomum. Na realidade, o bom comunicador é aquele que tem a capacidade de adaptar o seu vocabulário de acordo com o público que ele irá apresentar. Assim, imagine um advogado fazendo uma palestra sobre a nova lei do inquilinato para um grupo de pessoas recém despejadas de um conjunto residencial. “No advento da nova carta, extinguiuse o fenômeno da justificativa da denúncia vazia, dando lugar à possibilidade de uma única purgação de mora, desde que o contratante não tenha se beneficiado de tal atributo há
menos de seis meses. Caso contrário, ser-lhe-á indeferido o pedido in limine e compelido à desocupar o imóvel.” Independente do grau de conhecimento do douto causídico (advogado) ele utilizou palavras comuns ao seu meio acadêmico, deixando de “descer” ao nível do seu público que merecia ouvir o seguinte: “A nova lei acabou com a necessidade do dono do imóvel justificar o porque ele quer você desocupe a residência. Colocou, por outro lado, a possibilidade de depositar o valor da dívida, desde que não tenha já feito isso dentro dos seis meses. Se atrasar e
pedir para depositar dentro deste período, corre o risco de ter que entregar a casa, sem perdão”. Você foi capaz de perceber a diferença entre o vocabulário que ele apresentou e o que conseguimos decifrar com ajuda profissional? Assim, um amplo vocabulário não é só útil em uma palestra, reunião, enfim, ela é útil até nos relacionamentos, pois nos deparamos, em alguns momentos, com uma dependência tanto de um linguajar mais simples, quanto um mais sofisticado. Pergunto: como é possível ampliar o vocabulário? A resposta é simples:
leitura. Quanto mais leitura, mais vocabulário, aliás, a leitura não só aumenta o seu vocabulário, como também a sua inteligência e a sua memória, formando cidadãos críticos e com efetiva capacidade de influenciar nos caminhos da sociedade. Este estudo limita à leitura somente de livros impressos, pois, a leitura de livros eletrônicos, seja utilizando o computador ou até mesmo uma dessas novas parafernálias que simulam livros, não tem o mesmo valor. Segundo especialistas, a leitura feita na tela do computador consome parte da capacidade de processamento das
idéias, comprometendo a compreensão e a criticidade. O fenômeno é baseado no esforço que o nosso cérebro faz para decodificar as palavras. Parece simples, mas ler o texto no papel é diferente, ou seja, ele apenas decodifica as palavras. Para exemplificar, quem não se deu conta de revisar um texto na tela, consertar os erros e depois de impresso encontrar outros erros? Enfim, aconselhamos que você leia. Experimente, qualquer livro que esteja na sua casa. Se não gostar, pegue outro. Não se iluda pelo título, apenas comece a ler. Se não te agradar, pegue outro e mais outro, até encontrar o livro que se identifica com você, seja pelo
personagem, seja pelo texto. Você vai se apaixonar e longe de ser um hábito, pois hábito tem a ver com obrigação (tomar banho, escovar os dentes...), devemos sentir prazer e buscar este prazer constantemente. Dentro do argumento da leitura, também encontramos a capacidade de ampliar a memória. Desta forma, existem mais motivos para ler, do que o contrário. Que tal? Outra importante dica em relação ao vocabulário está em evitar o uso de gírias, principalmente quando elas aparecem em quase todas as frases, como: “tipo assim”, “vamos nessa”... Infelizmente, elas são um sinal de que
você não tem um vocabulário variado ou pior, que está desconsiderando a plateia, dirigindo-se a ela por meio de gírias. As gírias são diferentes dos maus hábitos de linguagem, chamados de cacoetes. Os cacoetes, que são frutos de situações atitudinais que remontam muito tempo, podem ser classificados – não por mero capricho, mas sim para tornar mais fácil de ser estudado. São eles:
C acoet es de pens ament o São aqueles maus hábitos que nós utilizamos quando estamos pausando para pensar. Alguns deles, são: - Annnnnnn... - Veja bem... - Na verdade... - É... - Hummmmm... - Assimmmmmm... - Tipo assim... - Olha só... - Então... Todos estes verbetes podem ser
substituídos pelo silêncio e não causará nenhum problema.
Cac oe t e de afir m aç ão ou dúvida Existem alguns oradores que tem o costume de, a cada instante, perguntar para o público buscando seu entendimento, ou até mesmo tentando tornar mais forte o seu argumento, utilizando um “é verdade, gente”, por exemplo, como se percebesse que a platéia está com dúvida em relação ao que está se falando. Dentre estas expressões, temos algumas, como: - Entendeu? - Isso é fato, gente! - Pode acreditar!
- Esteja certo disso! - Sem sombra de dúvida! - Com certeza! - Né? - Tá? - Compreende? Também você deve policiar-se e evitar utilizar estas locuções. Aconselhamos substituir por silêncio ou, em alguns casos, o “alguém tem alguma pergunta?” ou, ainda, “Podemos prosseguir?”
Cac oe t e s de inc e r t eza Existem algumas situações em que o orador tem o costume de utilizar cacoetes de incerteza. O público acaba deduzindo que o orador tem pouca capacidade para lidar com determinados assuntos e se defende com alguns argumentos, como “quem sabe", “talvez seja", “pode ser", “eu acho”, “não sei exatamente”, “não tenho certeza”, dentre outros. O interlocutor percebe isso e acaba criando uma imagem negativa ou até duvidosa do orador. Isso é bom evitar.
Em relação ainda ao seu vocabulário, é importante que preste atenção à pronúncia das palavras, pois o público também percebe várias situações e com isso cria uma imagem a seu respeito associada a uma possível falta de cultura. Uma destas práticas está em suprimir a pronúncia dos “erres” e dos “esses” no final das palavras: - Vamo precisá corre atrás dos obstáculo - Temo que procurá nos informá mais do que os outro. Outra prática abominável está em não pronunciar corretamente as sílabas finais das palavras como: entrando – entrano; conversando – conversano:
- Tem muita gente esperano lá fora! Outro caso para se evitar é o rotacismo que, em alguns casos, pode ser associada a algum problema que precisa de cuidados profissionais. Trata-se do hábito de trocar os “l” pelos “r” e viceversa: frauta, probrema, arface, armoço, frexa, dentre outros. De toda forma, para manter uma boa dicção aconselhamos não consumir balas ou chicletes, bem como corrigir eventuais falhas anatômicas na boca, que incluem posicionamento dos dentes ou eventual falta destes. Portanto, a regra é sempre policiar-se e não fazer uso destes maus hábitos.
PASSO NÚMERO6 COMPREENDER O PÚBLICO,OS TIPOS DE DISCURSO E O ASSUNTO Não conheço nenhuma fórmula infalível para obter o sucesso, mas conheço uma forma infalível de fracassar: tentar agradar a todos. John F. Kennedy O penúltimo passo para falar bem não é menos importante do que os demais, aliás, entendemos que ele é o que
comprova a força da comunicação. Conhecer e compreender as pessoas bem como os principais tipos de discurso é absolutamente necessário para dar uma direção, seja para precaver-se de possíveis investidas, seja para adaptar o vocabulário ou até mesmo para situações de convencimento. Vamos começar com os tipos de público e, logo de início, é bom que você saiba que, normalmente, em qualquer situação de público eles são divididos em três grupos. O primeiro grupo dos que concordam com você, o segundo são dos indiferentes e a terceira é o público hostil.
O primeiro grupo, ou seja 1/3 dos presentes que certamente irá concordar com você, são aquelas pessoas que fazem parte do seu círculo de relacionamento ou tem características ou uma índole que não lhe permite contestar os seus argumentos. São os tranquilos. O segundo grupo, ou o outro terço, são os indiferentes, aqueles que não lhe dão nenhum retorno com a cabeça. É composto de pessoas que não tem nada melhor para fazer e só querem que tudo acabe o mais rápido possível; não querem arrumar problemas, pois sabem que eventualmente, podem sair-se mal num possível enfrentamento com você, que está no comando.
O último terço, certamente, são os hostis, isto é, deixando bem claro, eles podem até criar problemas. São pessoas forçadas a assistir (funcionários “convidados”, alunos, etc.). Estão sofrendo, ou sem entender bem o que vieram fazer ali, ou até mesmo, sabem mas querem ver se você sabe. Gostam de exibir sua “cultura e sabedoria” discordando. É um pessoal da pesada e não se iluda pelas suas características. Uma vez consciente em relação a estes grupos que dividem os tipos de público, a sua tarefa como apresentador – domine o tema ou não – é conseguir arrebatar os corações e mentes do público indiferente, aqueles do segundo terço.
Se fizer um trabalho bem feito, conseguirá os 2/3, o que corresponde a 66% e isso é a maioria favorável, e certamente, será capaz de silenciar aqueles possíveis algozes (sabe-se lá o porquê), pessoas contrárias a você, ou melhor, ao o que você diz. Já, se você trabalhar muito bem e se superar, pode até conquistar os corações e as mentes dos contrários, mas é bom que se deixe bem claro que esse pessoal é muito difícil, apesar de não ser impossível! Claro, será necessário um trabalho mais minucioso e técnicas mais específicas para lidar com a questão, mesmo que no final do evento eles digam algo como “você leva jeito” ou “até que você foi
bem”.
Ti p o s d e p esso a s Agora que você já sabe o trabalho que tem que fazer com grupos de pessoas, é importante um trabalho mais voltado ao varejo, conhecendo os tipos de pessoas individualmente e trabalhando habilidades específicas para enfrentálos.
O mel a n ci a O melancia (isso mesmo, o cidadão “melancia”) é o ouvinte que faz de tudo para chamar a atenção e é chamado desta forma, porque adora fazer perguntas-teste e falar de si. Ele sempre quer aparecer, lembra aquele ditado que dizia “quer aparecer, coloque uma melancia no pescoço? Como resolver? Exponha o chato! Faça com que ele participe, não tente hostilizálo ou ignorá-lo nem fazer piadinhas com ele, porque ele pode surpreender você. Desta forma, chame-o para participar no palco ou dar
explicação sobre determinado assunto. Em alguns casos, se você for perguntado algo que não tem segurança em responder, pode tranquilamente dizer que responde depois, algo como “A resposta não é tão simples assim, então eu respondo para você depois”. Em outras situações, alguns perguntam para você visando testá-lo. Se perceber, peça que a pessoa dê mais detalhes ou explique-se melhor, pois na maioria das vezes ele mesmo responde a pergunta e você, neste caso, faz um breve elogio à sabedoria dele. Mas, fique esperto, porque é capaz que ele pergunte mais vezes, aí, coloque-se no comando e faça um gesto para ele, dizendo que depois
você passa a palavra. Sermos testados é algo muito normal e diz respeito a famosa Lei de Murphy, ou seja, “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Desta forma, é bom se precaver destes incidentes.
O p a ra rai o Este tipo de cidadão é aquele que polariza toda a reunião, trazendo para si a atenção do apresentador. Fica parecendo uma conversa privada em público, porque o ouvinte que perguntou, fica fazendo réplica e tréplica etc... Estes cidadãos são aqueles que dão um exemplo pessoal e ainda comparam. Você em seguida responde, faz uma pergunta e uma resposta direta e vai assim por diante. Como resolver? Vamos a um exemplo clássico onde o aluno pergunta:
- (...) no meu caso, eu participei de uma dinâmica de grupo, fui muito bem, mas não fui aprovado para a vaga. O que você acha que aconteceu? – ele pergunta. - É difícil saber, pois as empresas tem critérios específicos para cada caso – respondo. Mas, ele insatisfeito, continua: - No dia da entrevista tinha um cara que era gago, o outro que falava “nois vai, nois fui” e uma menina super tímida, eu era o que falava melhor mas não consegui a vaga. Como você falou, a comunicação abre portas, mas o que aconteceu comigo?
Veja que ele tem um problema e quer resolvê-lo e eu seria até grosseiro se não respondesse, mas não tem outra forma pois a conversa já foi para o lado do consultório, logo, a melhor forma, sendo elegante é perguntar o seu nome, personalizando e chamá-lo para uma conversa em particular, assim: - João, vamos combinar o seguinte, no final você me procura e me explica direitinho o que aconteceu. Eu quero entender para ajudar. Se alguém tiver um problema parecido, estarei à disposição, posso dar algumas dicas, OK? Certamente, ele se tranquilizará.
O S o ci a l O tipo Social é aquele que costuma ficar passeando na sala ou chegar atrasado e cumprimentando todas as pessoas. Para ajudar, ele ainda fica conversando com as pessoas que estão à sua volta, chega e distribui beijinhos, apertos de mão ensaiados, fazendo com que praticamente tudo pare em função dele. Como resolver? Olhe fixamente para ele ou chame a atenção para um exemplo naquele grupo. Em alguns casos, você pode parar a apresentação até que ele se acomode, mas pode ser que o cidadão seja alguém muito influente no grupo ou
até mesmo uma autoridade e você, com isso, pode cair num enfrentamento ou ser vítima de uma ironia por parte dele. Não se aborreça com este cidadão, pelo contrário, mantenha sua postura sempre elegante e sorria.
Os ra i v o so s São aqueles seres que vem com objeções exageradas, do tipo: “você falou uma coisa que eu não concordo”. Como resolver? Peça para ele explicar melhor e espere que ele termine totalmente o raciocínio. Não cruze os braços e não o interrompa. Em seguida, coloque o seu ponto de vista. Caso ele o interrompa, peça que aguarde você terminar caprichosamente: “eu esperei você falar até o final, agora aguarde eu falar”. Como você foi o último a falar, diga que o assunto está encerrado, pois você
ficará por cima. Não se esqueça que o problema está no argumento e não na pessoa. Não semeie a discórdia. Agora, a dica geral ao enfrentar todo tipo de público está em lembrar-se do seguinte: entre ter razão e ser feliz, prefira ser feliz!
Cont e xt ualiz ando o ev en to ao p ú b l i co pr e s e nt e Um dos itens mais interessantes em conhecer o tipos de público, diz respeito à necessidade de aprender a pronunciar corretamente os termos que são usados no contexto em que você está presente, quer sejam nomes de pessoas ou objetos. Por exemplo, recentemente, estava em um convenção de profissionais e entidades do segmento de eventos. O mestre de cerimônia começou a
pronunciar algumas palavras e, ao falar o nome de uma entidade chamada São Paulo Convention e Visitors Bureau, pronunciou esta última palavra como se escreve (bureau mesmo!), quando deveria ser “birô” (e não birrô), afrancesado. Ninguém ia lá para corrigir o profissional. Eu que estava como um ouvinte, saí da minha cadeira e fui até o púlpito corrigir o mestre que, infelizmente, deixou de colocar um ajuste manual na pronúncia, ou seja, o cuidado de escrever ao lado do nome a pronúncia. Outro episódio aconteceu quando fui participar de um evento de informática em que um americano estava
transmitindo em inglês algumas características de um programa de computador chamado “Flash Director”. Naquela oportunidade, havia tradução simultânea e o tradutor, pouco acostumado com a área de informática, traduzia tudo o que encontrava pela frente sem se importar que certas palavras são próprias e não pode ser traduzidas. Na oportunidade, ele disse o seguinte, traduzindo as palavras do palestrante: - Depois que iniciar a janela, vá até menu e dê dois cliques no “feixe de luz diretor” para começar o seu trabalho. Alguns riram, outros ficaram sem
entender absolutamente sem sentido. Aquela tradução foi do (Windows: janela) e do nome do programa de computador (Flash Director: feixe de luz diretor). Significa, em outras palavras, tentar traduzir o popular programa da Microsoft usado para editar textos, o Office em “escritório”. Que tal fazer uma carta usando o “escritório”? Não faz sentido! A dica é, portanto, conversar com as pessoas para confirmar as pronúncias exatas de termos que você irá utilizar na sua apresentação. Mais ainda, em relação a nomes próprios, pois, imagine se você tiver que pronunciar o nome do Sr. Manoel Sola de Sá Pato (existe
mesmo!) e no momento ter que ficar sério? Melhor se precaver. pois a fala do sujeito ficou nome do sistema operacional
Um a par anóia ne c e s s ár ia Antes de caminharmos no sentido do preparo do discurso, é importante preocupar-se com o material que irá trabalhar. Seja qual ele for, faça um check list de tudo aquilo que lhe será útil, desde os equipamentos de projeção, até os de apoio. Seja paranóico, teste várias vezes. Os materiais de projeção, slides em Power Point por exemplo, devem ser feitos cópia; além de levar em CD, ou pen drive, envie para o seu e-mail. Faça o teste no local um pouco antes e depois
teste novamente faltando alguns minutos. Mas, antes mesmo de iniciar sua apresentação, ou melhor, quando não você estiver testando os equipamentos, procure observar o ambiente e se há obstáculos. Se tiver escada, suba e desça evitando um acidente capaz de gerar uma “vídeo cassetada”. Claro, faça isso se você eventualmente vai caminhar pelo auditório. Se você vai usar um microfone “Com Fio”, verifique até onde ele vai. Idem com o “Sem Fio”, pois alguns deles tem baixo alcance. Faça o mesmo com o mouse sem fio (apresentador).
As quat r o fas e s do dis c ur s o Todas as apresentações comportam fases, desde um pequeno discurso de improviso, passando por uma festa de aniversário ou uma palestra devidamente preparada. Isso vem bem ao encontro do que sempre reforçamos em termos de comunicação, ou seja, as dicas não devem ser utilizadas somente para palestras, seminários, treinamentos, mas também nas reuniões e por que não nos relacionamentos. Esteja certo que utilizando os conceitos e as técnicas, você conhecerá o verdadeiro poder da comunicação.
É possível considerar que são quatro as principais fases de um discurso: a saudação inicial, introdução, desenvolvimento e o encerramento.
Pri mei ra f ase - A sa u d a çã o i n i ci a l A primeira fase é a saudação inicial, é o momento em que você se dirige aos presentes agradecendo e saudando tanto ao público quanto aquela pessoa, empresa ou instituição que lhe concedeu a oportunidade de falar, ao mesmo tempo em que faz uma pequena síntese do que será visto e estipula, quando for o caso, as regras da convivência, incluindo o tempo do encontro, o momento das perguntas, a sugestão para desligar os celulares, etc. Não é necessariamente um momento em que você deve se esforçar para surpreender,
nem ser brilhante, ao contrário, é um momento apenas instrutivo. Aqui vai um exemplo de abertura: Agradeço a direção da Faculdade São Oliver pela oportunidade, e o faço em nome da diretora acadêmica aqui presente, professora Maria de Fátima Campos. Agradeço, também, ao público presente e anseio para que nossa convivência nos próximos 35 minutos seja altamente produtiva. Assim espero! Muito obrigado! Na fase da saudação inicial, ao ser chamado ou anunciado, não precisa se apressar e, enquanto sentado, dê os
últimos retoques na roupa antes de caminhar como abotoar o paletó, endireitar a gravata, colocar as abas dos bolsos para fora, etc, afinal, tem que ficar bonito na foto. Às mulheres, peça para uma colega rever seu batom se está manchando os dentes, os detalhes do lenço ou arcos no cabelo se estão de acordo. Ao caminhar, demonstre pela sua postura um comportamento seguro e confiante. Não hesite; mostre respeito e ao chegar à tribuna, acomode as folhas com anotações, se tiver levado; acerte a posição do microfone, se existir. Para iniciar com silêncio, olhe rapidamente
para todas as pessoas que ouvirão suas palavras e, se o assunto permitir, esboce um sorriso sincero e amigo a todos. Já, se a situação exigir a composição de uma mesa solene, preste atenção às seguintes regras: - Aguarde em pé com as mãos na frente até que seja solicitado que se sente; - Antes de sentar-se, aguarde primeiro pelas mulheres, inclusive auxiliando-as movimentando a cadeira de quem estiver próximo, como sinal de cavalheirismo e gentileza; - Durante o hino nacional, vire seu corpo em direção a uma bandeira, caso não tenha, ao público. Cante o hino em
voz baixa. Caso seja um hino que você não conhece, não abaixe a cabeça nem tente balbuciá-lo, irá parecer afrontoso. As regras de etiqueta reforçam que você nunca deve aplaudir o hino nacional brasileiro. Apenas o faça caso o hino esteja sendo tocado por uma banda ou que seja totalmente vocalizado. Quando começar a falar, evite se apresentar, peça para alguém fazê-lo antes por você, pois é uma atitude muito impessoal. Enquanto está sendo apresentado, olhe para o apresentador com um olhar sério e sereno. Ao final, agradeça. Existem algumas pessoas que tem
dúvida em quando você deve usar a tribuna ou o púlpito. No nosso modesto ponto de vista, a tribuna é algo bem impessoal, pois ela impõe distância, elevação, torna-se uma barreira entre você e os ouvintes. Quando você está bem preparado e quiser maior interação com a plateia, não dê importância para a tribuna, mas lembre-se de pedir “licença” à maior autoridade da mesa para falar fora daquele local, porque a atitude é considerada quebra de protocolo.
Por f al ar em p rotocol o Protocolo é um conjunto de regras que devem ser seguidas em determinados eventos como formaturas, convenções, palestras, inaugurações, aulas-magnas, etc. Uma das regras mais complicadas nos protocolos está na composição das mesas solenes, isto é, um espaço único em que as autoridades ficarão juntas e poderão fazer uso da palavra, se for o caso. Assim, quando o ambiente está repleto de autoridades e você for um dos que irá falar, seja como palestrante ou
meramente como alguém que está compondo a mesa, não se esqueça de fazer a saudação inicial seguindo a sequência do maior para o menor, exemplo: - Sr. presidente, senhores diretores, senhoras e senhores muito boa noite. Ou, - Digníssimo senhor José Carlos Silva, presidente da Sociedade Amigos do Bairro do Jardim São Pedro; Sr. Sérgio Alencar, diretor administrativo; Amilcar Oliveira, gerente técnico; distinto público, senhoras e senhores muito boa noite. Quando há várias autoridades
importantes, persiga a seguinte sequência: Poder Executivo (prefeito, vice-prefeito, secretários, secretáriosadjuntos, diretores de divisão), Poder Legislativo (senador, deputado federal, deputado estadual, vereador), Poder Judiciário (ministro, desembargador, juiz), Eclesiástico (bispo, pastor, padre, diácono, obreiro). Você pode optar, se for o caso, por cumprimentar o mais importante e estender os cumprimentos aos demais, exemplo: - Cumprimento o excelentíssimo senhor Sebastião Almeida, prefeito de nossa cidade, em nome de quem, cumprimento os demais presentes na mesa.
Cuidado c om as de s c ulpas Quando você está se apresentando em público, é claro que você está nervoso, portanto, nem precisa dizer. Às vezes as pessoas que estão assistindo nem se dão conta disso, a não ser que você diga isso a eles. Desta forma não diga, nunca! Não é importante. Uma coisa que você também não deve fazer na abertura ou saudação inicial, (aliás em nenhum momento) é pedir desculpas por “não estar preparado”. Se o seu problema for físico e aparente, como uma voz rouca, por exemplo, até
pode... Quero pedir desculpas aos presentes em função da rouquidão de minha voz. Obrigado. Agora, se seu problema for uma febre ou alguma dor, não se manifeste. Caso você se atrase, também não deve dizer que chegou atrasado por conta do trânsito ou problemas com o carro, por exemplo. A plateia não tem nada a ver com isso e não irá aliviar a sua barra com um “coitado, que esforço ele está fazendo”. Por outro lado, para cada vez mais sentir firmeza no contato com o público, é importante que você se imponha. Impor-se não é ter postura arrogante,
mas iniciar seu discurso, sua convivência com o público começando pelo contato visual usando a técnica da varredura, que consiste em passar os olhos da esquerda para a direita e de cima para baixo de maneira que cubra todo o ambiente, silenciosamente. Procure neste público, as pessoas que lhe pareçam mais receptivas. Aqueles rostos que esbocem uma reação de serenidade. Seguramente, durante o evento, estas pessoas serão aquelas responsáveis por mantê-lo mais focado. Estas pessoas costumamos chamar de “nosso feedback”, ou seja eles são capazes de nos dar um “retorno” se o que estamos falando é algo importante ou estamos quebrando a cara.
Outra forma, se você se sentir melhor, é marcar um ponto para fixar seu olhar “solitário”, talvez no fundo do ambiente. Essa atitude descontrai. A saudosa intérprete da música popular brasileira, a “pimentinha” Elis Regina raramente olhava para a platéia durante suas apresentações. Normalmente, ela olhava para um ponto fixo no fundo do ambiente em que estava, e isso lhe trazia segurança pois ela afirmava ser tímida. Quando você se expõe ao público, é o centro das atenções e é comum ser indagado em certas ocasiões. A maior preocupação está em relação ao domínio do assunto. Lembre-se que você não tem obrigação de saber de tudo. Aliás, se não conhece, deixa pra lá, ou seja, fale
sobre assuntos que você conhece. Parece óbvio, mas é sempre bom reforçar, pois se você não tiver conhecimento sobre um determinado assunto jamais fale a respeito; é um risco desnecessário. Um certo dia, encontrei-me com um professor de inglês que me disse que ele era obrigado a saber de tudo como se fosse um dicionário. Aliás, é bem capaz de você já ter perguntado para o seu professor de inglês o que significa uma palavra. Enfim, em qualquer situação, nunca abaixe a cabeça. O orador deve respeito ao público; caso erre, seja humilde e peça desculpas. Se persistir o erro, não peça mais desculpas para não chamar a
atenção da plateia.
Se gu n d a f a se d o dis c ur s o – A int r oduç ão A segunda fase do discurso é a introdução e embora possa estar no seu script (material escrito), você deve memorizá-la. Ler um texto nesse momento é pouco recomendado, mesmo porque, agora é que começa o seu discurso e todas as estratégias devem ser utilizadas buscando surpreender a plateia dando o tom de toda a sua apresentação. Sugerimos, portanto, que você se utilize das técnicas de memorização mencionadas
anteriormente. Para este momento, você pode usar uma provocação, como por exemplo, dizer que vai provar que é possível alcançar determinado objetivo. Há diversos métodos e formas, o mais comum é o desafio, exemplo: Imaginem vocês, que daqui a 50 minutos, ao cruzarem aquela porta, seus conceitos a respeito de comunicação mudarão radicalmente e vocês passarão a ver o mundo de maneira diferente, melhor ainda, as pessoas passarão a vêlo de maneira diferente. Que tal a ideia? Vamos em frente... Dentro desta característica, um outro
método é o chamado de Lincoln, em alusão à característica da oratória do grande comunicador Abraham Lincoln, ex-presidente dos Estados Unidos. Esta técnica consiste em começar fazendo algumas perguntas e ao mesmo tempo respondendo-as. É uma maneira muito interessante, pois cria um suspense e não constrange. Vejamos: - Vocês sabem porquê estão aqui? (...) - Estão para adquirir conhecimento na arte de falar em público. - Vocês poderiam estar em outro lugar? (...) - Sim, poderiam. Poderiam estar
assistindo televisão, trabalhando, enfim... O outro método é utilizar uma epígrafe ou uma citação, pois causa uma relevante impressão de cultura... “Como já dizia Voltaire, filósofo suíço, autodidata e prodígio: ‘O homem nasce bom. A sociedade que o corrompe’. Assim emprestando-me desta sábia frase, vamos falar um pouco sobre corrupção. Mas, atenção: use com moderação, pois se a frase for muito piegas, você acaba alterando o objetivo do seu trabalho. Exemplo: “Uma andorinha só não faz verão” não é
verdade? “Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.” “Para morrer basta estar vivo” “Cada um com seus problemas” Por outro lado, existem alguns métodos criativos explorados por palestrantes pelo mundo afora. Alguns são muito perigosos, pois podem causar um clima de expectativa que não será cumprida. Dentre estes métodos existem alguns palestrantes que colocam uma banda tocando e chegam ao palco como se tivessem anunciando um astro. Outros iniciam contando uma história, seja ela real ou uma fábula. Tem também aquele que conta uma piada para iniciar,
enfim, cabe a você utilizar a criatividade e desenvolver um estilo para chamar a atenção do público.
Tercei ra f a se - O de s e nvolvim e nt o ou o corp o d o d i scu rso O corpo do discurso é a parte principal dele, pois é nele que está o recheio de tudo aquilo que vai ser apresentado. Nele você deve colocar em prática todas as suas técnicas para uma boa postura corporal, gestual, a memória, a voz, o controle do tempo. Por falar em tempo, toda a preparação do corpo do seu discurso deve – quando possível – seguir uma linha do tempo, ou seja, deve ter uma cronologia visando a
compreensão dos presentes. É claro que esta linha do tempo não pode sobrepor a necessidade de deixar o melhor ficar para o final, ou como dizem, o “gran finale” (grande final). Ao desenvolver o seu discurso, o orador pode desenvolver a história normalmente ou valer-se de elementos de retórica, aquilo que podemos chamar de “figuras de estilo” ou “figuras de linguagem”. Vamos ver alguns bons exemplos a serem explorados.
Gradações ou con j u gações São as locuções que forçam o público a seguir o raciocínio aos poucos, fazendo parte dele: “Eu quero, você quer, nós queremos.” ou “Por mais que eu pense diferente. Por mais que ela pense diferente, ou ele faça a mesma coisa, ou até mesmo todos juntos pensemos diferente, o que importa é que queremos mudar. E mudar agora!” ou “Não sou eu somente que penso assim;
ele pensa, ela pensa, o Obama pensa, todos pensamos desta forma.”
Ma rti ri za çã o o u vit im iz a ç ã o A martirização ou vitimização consiste em colocar um dado emocional (e porque não apelativo) associado à figura do apresentador. “Havia uma pessoa que sempre fazia as coisas e não dava certo. Essa pessoa era este que voz fala. Eu sempre fui assim, tive muitos problemas na vida; ninguém queria comprar meus produtos, não parava com uma namorada...” ou “Se existe alguém que será o primeiro a
tomar essa atitude esse alguém será eu. E se ninguém quiser me acompanhar, esta recusa será a senha para que minha atitude seja a última como um ser humano presente nesta terra.”
Metá f o ra s São analogias com a vida real para justificar alguns fatos ou comportamentos. O presidente Luis Inácio Lula da Silva utiliza muito este recurso. Em dezembro de 2008 pairava no Brasil o fantasma de uma crise. O chefe da nação, ávido utilizador de metáforas, precisava explicar o seu otimismo para toda a população brasileira e disparou sem maiores cerimônias: “Se você fosse médico e tivesse que cuidar de um paciente doente, o que diria a ele? Que a medicina está bem
avançada, e que você cuidará bem dele, e que ele (o paciente) iria se recuperar; ou chamaria ele de lado e diria: amigo, “você está fu...”? Não é preciso nem mencionar o furor que esta declaração causou à época, mas alcançou o efeito necessário. As metáforas podem ser usadas de várias formas, como por exemplo, tentando colocar no mesmo plano, sentimentos e sensações... “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente” — Luís de Camões, citado na música de Renato Russo, líder da banda Legião Urbana, morto em 1996.
Paráb ol as ou f áb u l as Um outro recurso muito interessante é o uso de parábolas ou fábulas. Existem muitas que descrevem situações interessantes e aplicáveis no nosso diaa-dia. Algumas das mais conhecidas são a Cigarra e Formiga, que descreve o exemplo de diferentes atitudes das pessoas: uns precavidos, outros esbanjadores. A Galinha e os Ovos de Ouro, da necessidade de não gastar os recursos que podem multiplicar. A Tartaruga e a Lebre, A Raposa e as
Uvas, A Serpente e a Lima, dentre outros. No ANEXO III, selecionamos algumas fábulas que você pode utilizá-las inclusive na saudação inicial.
Hi p érb ol e Usamos quando pretendemos exagerar nos exemplos: “Liguei para você um milhão de vezes!” “A maioria das vezes que nos encontramos, o trânsito da cidade para por uma semana.” “Seus olhos brilham como dois sóis.”
Lít ot e Consiste numa frase suavizada ou negativa. É o oposto da hipérbole e tem um pouco de ironia. “Tenho uma visão um pouco diferente” (discordo) “É razoável rever este conceito” (errado) “Mulher muito ajeitada” (bonita) “Homem bem apessoado” (bonito) “Isso é uma inverdade” (mentira) “Ele é pouco inteligente” (burro) "Seu primo não é nada burro“ (inteligente) "Ela não canta mal“ (canta bem)
Ant onom ás ia A antonomásia é a substituição de um nome por uma expressão que lembre uma qualidade. Exemplos: O filho de Deus (Jesus Cristo); A voz (Frank Sinatra); O Rei (Roberto Carlos); A Rainha do Pop (Madona); O Rei do Rock (Elvis Presley); O Rei do Futebol (Pelé); A Rainha dos Baixinhos (Xuxa). Se você deseja conhecer um pouco mais a respeito de discursos memoráveis, selecionamos, no ANEXO IV, alguns atribuídos a Chaplin, Luther King, dentre
outros.
Qu a rta f a se - O en cerramen to ou finaliz aç ão A quarta fase do discurso é o encerramento, que é o momento de concluir, fechar o raciocínio e terminar a sua fala. Jamais termine com expressões do tipo “É isso que eu tinha para dizer”, “Já terminou”, “Tá certo”, “Já era” ou “Acabou”. Você poderá terminar a sua fala com uma indagação para os ouvintes, deixandoos pensar:
“Quando entramos por aquela porta, imaginamos encontrar pessoas dispostas a receber as informações apenas com a mente. Me enganei: percebi que vocês não somente receberam o conhecimento transmitido aqui hoje com a mente, mas também com o coração. Sai daqui com uma energia boa, renovada e espero que vocês também sintam isso. Vocês são o máximo. Nota 10 para vocês. Muito obrigado!” Ou... “Estamos caminhando para o final do nosso encontro e eu quero agradecer imensamente a presença de todos as senhoras e senhores, valendo-me da seguinte frase atribuída ao maior de
todos os seres na terra: ‘Tudo é possível ao homem que crê’. Muito obrigado!” Algo muito interessante a registrar é a importância do controle do tempo. Nunca ultrapassar o que foi estipulado. A dica é pedir para alguém da platéia para avisá-lo quando faltar 5 minutos. Peça para sinalizar com a mão aberta. Na televisão, quem controla o tempo ainda faz um sinal de “cortar a cabeça” para aterrorizar o apresentador. Não precisa tanto! Sempre as pessoas perguntam qual é o tamanho ideal de um discurso ou uma palestra? Um discurso deve ser como
um biquini: não pode ser muito grande, pois esconde as partes interessantes nem muito pequeno a ponto de expor uma possível falta de conteúdo. Mario Covas, ex-governador do Estado de São Paulo e um político admirável, já dizia que existem dois tipos de discurso: o discurso bom e o discurso longo. Concordamos plenamente. Objetivamente, existem estudos que mostram uma curva de aprendizado favorável até o qüinquagésimo minuto de audição, ou seja, o ser humano comum consegue absorver grande quantidade de informação até aproximadamente 50 minutos. Depois
disso, pouca coisa é absorvida. Por isso que as escolas tem aulas de 45/50 minutos. Por isso que recomenda-se após este período fazer alguns exercícios de fixação. Logo, um discurso bom deve variar de 30 a 90 minutos com todas as fases. Para finalizar, é muito importante enfatizar que de nada adianta aprender todas as técnicas da boa expressão verbal: voz, vocabulário, postura, memorização, dicção etc., se continuar pensando e acreditando que ainda se expressa mal. O pensamento positivo e a atitude é tudo. Repita consigo mesmo: eu posso!
Com base nisso, que tal preparar um discurso para o mínimo de 5 minutos, como todas as fases? Desenvolva este discurso e apresente para alguém de sua família. Quanto ao tema, escolha algo que você gosta, pode ser uma coleção, algo sobre o seu hobby, enfim, mãos à obra! Como não poderia deixar de ser, deixo uma frase de Leon Nikolaievitch Tolstoi, um novelista, pacifista e pensador moral, notável por suas idéias de resistência a não violência, que cabe certinho neste momento, ou seja, no momento que você vai apresentar um mini-discurso para sua família. Atente para o que ele dizia:
“Para ser universal, basta cantar no seu quintal”. Vamos em frente!
PASSO NÚMERO7 AUTOCONHECERSE COMO FORMA DE ADAPTAR SEU ESTILO E CONTROLAR SEUS PONTOS FRACOS Todo mundo alardeia o aperfeiçoamento da sociedade, mas ninguém cuida de aperfeiçoar a si próprio Ralph Waldo Emerson
Depois de caminhar (isso mesmo, demos seis passos até aqui) sobre os vários aspectos da boa comunicação, inclusive livrando-se de um dos principais problemas que é o medo (passo número 1), é razoável dizer que falar em público é plenamente possível. Para todos! Além do medo, já mencionado, há outros motivos que estabelecem o receio de falar em público e um deles é a falta de conhecimento sobre o assunto, absolutamente aceitável, pois raramente temos consciência de saber tudo sobre a matéria que iremos abordar. A oratória é composta de elementos linguísticos (conteúdo) e
paralinguísticos (técnicos), assim só nos resta afirmar que a ampliação de sua técnica vai depender necessariamente de um pouco de treino e, é claro, a manutenção de sua auto-estima. Já não se pode deixar de lado que a falta de autoconhecimento pode ser um elemento que o torna inseguro diante de um público, seja pelas suas reações, seja pela capacidade de adaptar-se a qualquer situação. O autoconhecimento está diretamente ligado à capacidade que você tem de conhecer os seus pontos fortes e fracos. Os primeiros, magnificando-os e os segundos – é claro – jogando pra debaixo do tapete, isto é, escondendo-os.
A vida nos ensinou que pessoas de sucesso em comunicação, utilizaram uma única regra: a regra da simplicidade. Chacrinha (Abelardo Barboza), que mantinha um programa de auditório e utilizava bordões e linguagem simples, é um dos exemplos. O outro, mais contemporâneo, é o Silvio Santos, sem dúvida, o melhor de todos, cujo vocabulário não ultrapassa 200 palavras e, porque não, o Faustão, que repete semanalmente há mais de 20 anos o seu “ô loco meo”. Outros comunicadores de multidão como Fidel Castro, ditador cubano, Che Guevara, um revolucionário, Gandhi, pacifista, sempre deixaram marcas
voltadas à simplicidade, nunca em relação a arrogância. Portanto, é possível considerar que todo o seu estilo deve ser baseado na simplicidade, nunca em algo que seja extremamente rebuscado, em que as pessoas o considerem um membro da realeza. Ao contrário, as pessoas devem terminar o contato com você com a sensação de que você é um “ser humano admirável”, especial, e só. Não se iluda com a criação de qualidades inexistentes, pois isto o levaria a acreditar num comportamento enganoso e irreal. Como dizem os americanos “be yourself” (seja você mesmo!)
Outro ponto importantíssimo a considerar em suas audiências é o entusiasmo. Não queira que os outros gostem de você se você não se gosta. Os gregos chamavam o entusiasmo de “Deus Interior”, que é algo que as pessoas carregam dentro de si e apresentam aos outros, contagiando-os. Cada pessoa tem um “Deus” diferente, mas se Ele é cativante, esse é o Deus Entusiasmo. Ele é o responsável pelas grandes façanhas da humanidade. Diz-se que todas as obras que mudaram o mundo foram feitas por este Deus presente nos homens simples. Já aqueles que apresentam comportamento frio, insensível, apático, provocam o mesmo nas outras pessoas, ou seja, o
desinteresse dos ouvintes, porque ele mesmo parecerá desinteressado por aquilo que fala. É preciso apresentar cada mensagem como se estivéssemos protegendo um filho. O entusiasmo deve estar presente em várias situações, como por exemplo na expressão facial. Imagine uma conversa com cliente, subordinado, chefe, em público, relacionamento pessoal, afetivo com uma expressão abatida, sem nenhum tipo de propósito, não ajuda no alcance de metas. Alguém que fala molenga, sem qualquer entonação, como se estivesse cumprindo um ritual qualquer, também não alcança
objetivos, pelo contrário, atrapalha o desenvolvimento da empresa, seja no departamento financeiro, administrativo, recursos humanos. Imagine no departamento de vendas então? Portanto, desenvolva para você a capacidade de não criar conclusões precipitadas (modelos mentais) de fracasso em relação ao que vai fazer, ou apresentar. Enquanto estiver aguardando sua vez de falar, não imagine cenas pessimistas, ao contrário, mentalize o final da palestra e os aplausos, ou seja, o senso do dever cumprido. Ficar demasiadamente preocupado com erros que ainda não aconteceram, torná-lo-á inseguro e propenso a cometê-los.
Considere-se um vencedor. De nada adiantará a alguém aprender todas as técnicas da boa Expressão Verbal se continuar pensando que ainda se expressa mal. Se chegou até aqui é porque pode. Municie-se de informações básicas sobre o público, o bairro, a cidade, os participantes, a empresa, mas use tudo isso com cuidado, evitando gafes. Um certo dia, um palestrante desavisado estava fazendo uma palestra para funcionários do Hipermercado Carrefour, e demonstrou como um “case de insucesso” (experiência que não deu certo), uma estratégia do Supermercados Dia%. Infelizmente, ele não sabia que
esta rede fazia parte do grupo e ficou numa tremenda saia justa, principalmente porque, de certa maneira, falou mal da empresa que estava patrocinando o evento. Desta forma, autoconhecer-se é desenvolver o reflexo e isso vai acontecer com o tempo, se você guiar suas ações neste sentido. No início, você não saberá se deve gesticular com o braço direito, com o esquerdo, com os dois, se olha para o auditório, se pensa no que vai falar. Depois, você se sentirá confiante e natural. É isso que propomos, ou seja, você prestar atenção em si próprio, guardando para si o que tem de melhor, magnificando estes seus
trejeitos. Comece revendo seus detalhes pessoais. Parece exagero, mas a maneira como se apresenta deve ser algo que merece pelo menos ser admirado pelo público. É claro que às mulheres, a atenção deve ser a mesma. Isso tem tudo a ver com o Marketing Pessoal. Vamos a algumas dicas em relação a roupas e sapatos: a) Nunca lance moda numa palestra, bem como não se vista com um modelo da década passada; b) Não use nada que desvie a atenção de você, como cores muito fortes, a exemplo do amarelo, laranja, verde limão... Prefira, quando possível, duas
ou três cores na sua composição; c) Os especialistas dizem que as melhores combinações acontecem com contraste, isto é, divide-se a pessoa ao meio, preferencialmente claro na parte de cima e escuro embaixo. d) Durante sua apresentação, evite o efeito cebola, aquela mania de tirar peças de roupa, paletó, colete, cachecol... e) Para os homens, boas combinações acontecem com calça e paletó azulmarinho ou preto, camisa branca ou azul-clara, sapatos meias e cintos pretos; Especialistas recomendam, ainda o uso de marrom com bege, preto com
cinza e azul. Evitar, quando possível, a camisa e calça preta com sapato e cinto marrom. f) As meias devem combinar com os sapatos ou com a calça. Existem algumas pessoas que dizem que a meia deve combinar com a calça. Ousamos discordar, por exemplo, neste caso, como fica a calça branca? Meia branca? Fica estranho... g) Você pode optar, também, por apresentar-se de calça jeans com uma camisa social e paletó em contraste, ou seja, com cores preferencialmente diferentes. Lembre-se de não usar gravata para estes casos.
h) Algumas normas americanizadas costumam considerar a sexta-feira o “Casual Day” e assim a oportunidade de usar algo como camisa pólo, calça jeans, tênis ou sapatênis para os homens. Para as mulheres, camiseta polo, calça jeans, tênis, são uma opção. Nos finais de semana, não descuide de sua aparência, usando um short com uma camiseta machão, por exemplo, ou aquela bermuda jeans e a regata “desbeiçada” ou, para as mulheres, a tal “roupa de usar em casa”, pois você pode encontrar com alguém. Para as mulheres, além de algumas dicas comuns, como o abuso de cores e o
efeito cebola mencionado acima, atente para as seguintes: a) Use tailleur (terno e calça ou terno e saia femininos) com cores sóbrias. Evite o rosa choque ou azul celeste. b) Uma excelente opção são as saias retas que afunilam nos joelhos, com comprimento até uns quatro dedos acima ou abaixo do joelho. c) Pode-se usar também no lugar da saia, uma calça comprida de corte clássico (alfaiataria). d) No caso de vestido pode ser o tradicional tubinho e também o pretinho básico. e) Prefira os tecidos que não amassem, embora sejamos fãs do algodão pelo toque de maciez.
f) Os sapatos devem ser confortáveis para auditório. Tudo pode acontecer, principalmente se estiver usando salto. Muito cuidado. g) Maquiagem nunca deixar de usar. Sem exageros. h) Evite os decotes e fendas, alça de lingerie aparecendo, tomaraque-caia, frente única, calças de lycra ou cores muito claras. i) Um lenço no pescoço dá um toque especial e ele pode ser sobre tom, ou seja, destacando-se do conjunto escolhido, sem que seja uma cor muito chamativa. Enfim pergunte à você: quem eu sou? Como é o meu estilo? Tem uma socialite que tem o costume de dizer que existem
dois tipos de mulheres: as básicas e as peruas. Em qual dessas você se enquadra? Essa é uma pergunta primordial para todos e todas aquelas que pretendem tornar-se um ou uma grande comunicadora e quanto a indumentária, a dica maior é o equilíbrio. Lembre-se, por fim, que quanto mais sóbrio o ambiente, mais discreta a produção. Normalmente, as pessoas começam a criar seu estilo percebendo as principais características dos diversos comunicadores. Faça isso e desenvolva o seu lado crítico, buscando aqui o que cabe de melhor para você.
O recado final que deixamos é a frase de Kalil Gibran para quem “A simplicidade é o último degrau da sabedoria”. Materiais de apoio para todos os tipos de eventos É importante conhecer a maior parte dos materiais que dão apoio nos eventos de qualquer natureza. Vamos conhecer alguns deles:
Mi cro f o n e O microfone é um equipamento utilizado para transmitir o som para um sistema que amplifique a sua voz. Os microfones podem ser com ou sem fio (volante), de lapela, ou o também chamado de labiofone (estilo Madonna). Os microfones mais sensíveis são os de mesa, portanto, muito cuidado ao comentar algo entre os que estão na mesa, pois eles captam à distância. Uma importante preocupação em relação ao microfone é a maneira como você deve segurá-lo. O que se vê por ai é um “show de horror” na maneira como algumas pessoas seguram o microfone. É
claro que muitos casos expressam um determinado estilo. Roberto Carlos normalmente ou pega o microfone com as duas mãos ou usa no pedestal para movimentá-lo sempre para um lado e outro. Os rapper´s, que cantam músicas com influência afro e expressam protesto com fundo musical baseado em música instrumental adaptada, pegam o microfone virado para cima de maneira a encobrir o seu rosto. Mas, o uso do microfone requer um técnica, tanto em relação a sua distância como na maneira que você tem que pegá-lo. O ideal é que o microfone fique paralelo ao seu corpo, a cerca de 2 dedos do seu queixo, ou seja, um pouco abaixo da sua boca não ficando na frente
do rosto, o máximo que ele vai esconder é um pouco do seu queixo. Com isso, o seu braço ficará praticamente apoiado no seu peito. Pegue o microfone como se pega um copo escondendo as unhas. Trabalhe com o microfone de acordo com os seus movimentos, isto é, ao virar o seu rosto para um lado ou para o outro leve o microfone com ele. Quando o microfone fizer um barulho agudo, um apito desagradável que também chamado de “microfonia”, é sinal de que você está perto de alguma caixa acústica. Afastese dela. Em algumas situações, o operador da mesa de som deve retirar um pouco do agudo. Para testá-lo não dê tapinhas, diga: teste, 1,2,3, testando... shiiiii, bom dia...
Lous a, quadr o br anc o ou flip cha r t São auxiliares para o comunicador, principalmente quando vai utilizar de alguma palestra com características instrucionais, ou seja, precisa elucidar algum fato, dar uma aula, um treinamento ou um curso. A lousa é aquela que se escreve utilizando o giz. O quadro branco utiliza canetas coloridas. O flip chart é um móvel com um tripé que pode ser facilmente transportado e utiliza papéis.
Datas h ow (projet or mu l ti mí d i a) O projetor multimídia é largamente utilizado na atualidade. Ele tem uma lâmpada que reflete as informações passadas pelo computador, seja ele um PC ou um notebook (também conhecido como Laptop), normalmente com o apoio de uma apresentação multimídia (som e imagem), utilizando um programa chamado de Power Point. É um equipamento de alto custo por conta de sua lâmpada, cujo valor representa 80% do preço total do equipamento e tem uma vida útil de cerca de 2500 horas.
Retrop roj etor Trata-se de um projetor que transmite as informações constantes em papéis transparentes. O apresentador vai trocando as lâminas no momento que vai evoluindo a sua aula. Com o uso mais freqüente do Datashow, o retroprojetor, aos poucos foi caindo em desuso.
Mo u se sem f i o o u apres ent ador O comunicador, ao utilizar um projetor multimídia ou Datashow, a cada momento que vai pular uma lâmina projetada (slide), necessita deixar alguém próximo do computador ou ir até lá para fazê-lo. A opção, para estes casos, é o uso de um “mouse sem fio” ou um “apresentador”. Este pequeno artefato facilita muito a vida do comunicador e, hoje em dia, ele está cada vez mais completo. Alguns, além de contar com o avanço e o retrocesso das lâminas, também são capazes de mudar o programa que está sendo
apresentado e também controlar o volume do som. Este equipamento é encontrado no mercado com valores a partir de R$ 50,00.
O so f tw a re Powe r Point O Power Point, programa de computador da Microsoft, facilitou muito a vida do comunicador. Quanto se pretende fazer uma apresentação, podese desenvolver anteriormente tudo o que vai ser dito, seguindo uma linha do tempo e, com o uso do computador (PC ou notebook) e o Datashow, faz-se um excelente trabalho. É importante para aqueles que se utilizam do Power Point, atentar para alguns erros comuns que são cometidos no desenvolvimento de suas lâminas.
Muitos esquecem que ao projetá-las, o que irá aparecer é ligeiramente diferente do que aparece na tela, isto é, a apresentação na tela não tem muito contraste e fica difícil das pessoas virem. Desta forma as dicas, em geral, para desenvolver uma boa apresentação em Power Point, são as seguintes: a) Utilize contraste (claro com escuro ou escuro com claro) entre o fundo e as palavras; fundo preto escrito em branco ou fundo branco (recomendável) escrito em preto ou azul escuro. Qualquer variação desta pode atrapalhar a leitura; b) Coloque a menor quantidade possível de texto, ou seja, apenas as
palavraschave. Se tiver texto a mais, crie um script para ler. Uma das coisas mais complicadas que existem é ficar lendo o texto na tela. Tem aquele público mal educado que percebe que você está lendo e ainda diz “não precisa ler ou sou ‘alfabetizado’!” c) Pode inserir imagens, aliás, recomenda-se. Mas, por outro lado, evite colocar animações, aquelas que ficam trocando como, gifs animados ou animações em flash, pois roubam a atenção. d) Nunca coloque efeitos de áudio nas transições, ou seja aqueles barulhinhos de máquina de escrever, bomba, raio,
etc...
Pú l p i to ou p l en ári o Como equipamento de apoio ao comunicador, existe o púlpito ou plenário. Tratase de um móvel que pode ser feito de metal, madeira ou acrílico e que serve para que sirva de anteparo ou apoio dos scripts e do microfone do comunicador. Conforme dissemos anteriormente é um elemento que inibe os movimentos do orador, prejudicando sua performance. Se desejar, peça licença e saia detrás dele. Você se sentirá melhor.
Ti p o s d e E v en to s É muito importante ao comunicador conhecer um pouco a respeito dos diversos tipos de eventos existentes para enfim, poder ambientar-se com cada um deles. Vejamos:
Reu n i ão Encontro encaminhamentos, propostos. Infelizmente, podemos dizer que as reuniões se tornaram uma verdadeira praga em várias empresas, pois são convocadas aos montes. É claro que elas não deixam de ser um instrumento muito útil na evolução e no alinhamento dos colaboradores com as metas da empresa mas, nem sempre é isso que acontece. Os motivos são vários, mas fundamentalmente a falta de atenção a alguns critérios, conforme abaixo: formal ou informal para discussão de isto é, as ações que serão tomadas
visando temas e devidos atingir os objetivos a) Ausência de pauta e convocação prévia, bem como o conhecimento a respeito das pessoas que irão participar; b) Sem informação ou respeito ao horário de início e de término; c) Falta de um mediador, que é aquele indivíduo que manterá sempre o foco, podendo inclusive chamar a atenção dos presentes quando o assunto estiver diferente do que foi pactuado; d) O não desenvolvimento de uma ata, que deveria ser feita por um secretário que também escreve os encaminhamentos, ou seja, o que ficou
resolvido daquele encontro e quem serão os responsáveis. Seguindo este raciocínio, uma reunião será um instrumento eficaz e não uma enorme perda de tempo.
Pal estra É uma preleção feita por um orador que em seguida pode, se desejar, abrir um espaço para perguntas do auditório. A palestra dura no máximo 90 minutos e normalmente não é interrompida, pois pode fazer o palestrante perder o “fio da meada”. A palestra tem etapas, assim como o discurso, que se seguidas corrretamente, passam um importante recado para os participantes.
Se m inár io É um grupo de estudos cujos participantes apresentam cada um uma parte de um todo. Normalmente é um elemento auxiliar do desenvolvimento de uma matéria e tende a acelerar o processo de conhecimento daqueles que apresentam, principalmente em função das pesquisas. Alguns professores utilizam o seminário, dividindo a sala de aula em grupos e cada um deles apresenta uma parte da matéria ou do livro a ser estudado.
Confe r ê nc ia Uma conferência é um evento que acontece com a presença de uma ou mais autoridades formando uma mesa solene para debate de temas técnicos específicos. Uma conferência pode demorar de algumas horas até vários dias e no final é possível gerar um termo, uma carta-compromisso das conclusões que foram tiradas neste evento, fazendo com que esta material venha a gerar uma política pública.
Sim pós io Trata-se de uma reunião em que se mesclam autoridades que apresentam suas idéias contrastadas por pessoas que fazem perguntas passando por um moderador ou mediador. O simpósio, a exemplo da conferência, pode também durar de algumas horas até alguns dias.
Br ains t or m ing Diferentemente de ser um evento com auditório, trata-se de uma técnica que estimula a criatividade em meio a uma reunião em que participam diversas pessoas, mesmo aquelas que não são afetas ao assunto. Algumas regras devem ser seguidas para o bom resultado do brainstorming, tais como a ausência de censura a qualquer tipo de sugestão, o tempo predeterminado para a duração e anotação de tudo o que foi dito. Ao final, faz-se uma depuração dos assuntos e do que foi sugerido, excluindo os
exageros e aí tem-se enfim uma resposta normalmente criativa ao que foi proposto.
Fóru m Reunião de experts sobre determinado tema, sendo que, ao final – a exemplo de uma conferência - é gerado um determinado documento a respeito do encontro. Este documento também chama-se “carta”. É importante num fórum a presença de um mediador e um cuidado especial com o tema, que deve provocar uma discussão extremamente intelectualizada.
Mesa red o n d a É uma reunião em que se juntam grupos divergentes buscando uma conciliação. Normalmente, esse tipo de evento acontece em função de uma determinada discórdia, como por exemplo, entre patrões e empregados.
De bat e É uma discussão entre duas ou mais pessoas em torno de um assunto ou em torno de ideias próprias. O debate pode ter cunho político ou não. O debate mais conhecido é aquele que envolve candidatos a cargos eletivos, a exemplo de presidentes, governadores e prefeitos.
Cong r e s s o É o que se pode chamar de um evento de vários eventos, ou seja, várias sessões com debates, mesa redonda, conferências, palestras, etc. Os congressos mais comuns envolvem áreas específicas, a exemplo dos congressos da área de medicina. Estes eventos tendem a trazer algumas novidades importantes no dia-a-dia do profissional da saúde, ampliando o conhecimento a respeito do assunto, tomando contato com novas técnicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado. Roberto Shinyashiki Um certo dia, deparei com uma criança de 12 anos de idade lendo um pequeno livro que ensinava como ela deveria falar em público. Eu perguntei imediatamente o porquê daquele livro e ela respondeu prontamente, dizendo que a professora de sua escola sempre pede que eles façam a exposição dos seus trabalhos
para a sala de aula e ela sente muita dificuldade. Naquele momento, me dei conta de que este aluno, com tão pouca idade, já esta se preparando para um mundo em que a comunicação é primordial, ou seja, ninguém vive sem a capacidade de vender suas ideias. Por certo, é um exagero considerar que as crianças a partir desta idade necessitem de ferramentas para falar em público, mas podemos considerar que todas as pessoas, de alguma forma, precisam comunicar-se cada vez melhor. Espero que este livro faça-o alcançar seus objetivos de vida, principalmente utilizando a comunicação a seu favor, seja qual for a atividade escolhida.
Uma dica final para suas investidas em comunicação está em seguir o conselho de Walter Franco na música “Coração Tranqüilo”, para quem... “Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta, e o coração tranqüilo.” Os meus mais calorosos desejos de Sucesso!
COMUNIQUE-SE E VIVA MELHOR O mais importante mundo não é tanto onde estamos, mas em que direção estamos nos movendo. O.W. Holmes Quando o assunto é Oratória, muitas pessoas ficam questionando se o ato de “falar bem” pode ser importante na vida. Não há o que duvidar em relação a isso, pois saber expressar-se bem abre muitas portas, quer na vida profissional, quer na pessoal. No aspecto profissional, a comunicação
eficaz é símbolo de poder e autoridade. Cada vez mais em nosso mundo globalizado, a busca da excelência nas comunicações é um importante e imprescindível desafio para quem pretende atingir um alto nível de profissionalismo. Na vida pessoal, um estudo comprovou que mais de 80% dos conflitos familiares está centrada na dificuldade de comunicação. Os psicólogos aconselham muito diálogo para corrigir comportamentos das crianças, seja em sua fase formação ou até mesmo na adolescência. Não há remédio melhor do que a comunicação quando o assunto é educação familiar. Pergunte para quem
sofreu violência física na infância e irá comprovar o que estamos afirmando. Nos relacionamentos afetivos nem se fala, pois o início de um contato passa necessariamente pela comunicação verbal. Independente disso, acredito que você já tenha ouvido a seguinte frase atribuída para aquela pessoa que sabe falar bem, ou “tem um bom papo”: “fulano tem um lábia...”. Por falar em afetividade, imagine uma mulher apaixonada por um homem e que ele ainda não sabe disso. Imagine que o cidadão pega o telefone e começa a discar pensando nas palavras que dirá ao convidá-la para sair. Ele reflete e
fica imaginando que ela pode responder negativamente, isto é, negando-se. Ele titubeia e, faltando apenas um número para terminar efetuar a ligação, a dúvida aparece: “Mas... e se ela disser ‘não’?” Ele desliga o telefone e deixa para outro dia, quando tiver coragem. Esse dia não acontece e ele fica com aquilo na cabeça por muito tempo. O tempo passa e ela perde o interesse de esperar por aquela iniciativa. Com isso, acaba arrumando outro amor, alguém que falou o que sentia. Ele, por sua vez, fica sozinho... com a sua cruel dúvida: “será que ela iria aceitar o meu convite?” Tudo isso por falta da comunicação. Os otimistas tem a mania de dizer que
precisamos sair em busca do “sim”, porque o “não” já temos. Este argumento é muito utilizado em palestras motivacionais, principalmente aqueles encontros com forte apelo emocional cujo objetivo é “pilhar” os participantes, fazendo-os alcançar suas metas seja em vendas ou em seus projetos. A “palavra” ali lançada serve como um importante estímulo ao atingimento de resultados. Agora eu pergunto: tudo isso seria possível sem comunicação? Portanto, a comunicação é imprescindível em tudo. Com a comunicação é possível dizer que se consegue sorrisos, afagos, amores,
prazeres, tristezas... Um padre, um pastor, um líder religioso, auxilia as pessoas a buscarem o melhor de si utilizando apenas a comunicação. Estes profissionais são capazes de buscar elementos de auto-sugestão nas pessoas, que induzem à cura. Por falar em cura, é comprovado que muitas doenças que temos advém de problemas psicológicos, incluindo aí rancores, medos, receios, remorsos, temores. Louise Hay em sua obra “Você Pode Curar Sua Vida”, utiliza elementos de comunicação visando a auto-sugestão para curar vários tipos de doença. Ela enfatiza que a “doença vem do nada e
pode voltar do nada”, pois você deve trabalhar visando ignorá-la, mandando energia boa para ela, pois com isso será capaz de curar-se. A comunicação pode fazê-lo superar algumas dores, cativar seus amores, ser astuto o suficiente para obter ganhos financeiros, fazer as pessoas entenderem, ou em algumas vezes confortá-las daquilo que não é possível mudar. A comunicação está para a felicidade tal qual o amor. Sem amor não tratamos bem a nossa família. Nossas amizades ficam renegadas, principalmente aquelas que equivalem ao nosso convívio em sociedade. E as nossas paixões então, aquelas que alimentam nosso ego?
Desta forma, o que há que se fazer em comunicação no nosso dia-a-dia, principalmente para utilizá-lo em benefício do viver bem, é reconhecer nossos pontos fortes e aperfeiçoá-los, tratando toda a sua expressividade. Isso significa dizer estruturar de maneira mais positiva possível a imagem que você tem de si próprio. É o famoso “estar bem consigo mesmo”. Quer ferramenta melhor para a busca da felicidade do que estar bem consigo próprio? Isso, é claro, é bem pessoal, mas eu vou confessar: tenho o costume de colocar a palavra “felicidade” a conflitar com tudo aquilo que faço. Vivo me perguntando: será que isso me faz/fará
feliz? Às vezes, deixo de fazer isso ou aquilo por conta da dúvida. Essa dúvida acaba ali, até porque, se quero ser feliz e se este é o atributo maior de todas as pessoas, é justo que negocie minhas atitudes a todo instante para saber se estou no caminho certo. Durante a minha trajetória, me permito somente saborear aquilo que me dá prazer, ou seja, aquilo que me faz feliz. Qualquer coisa fora disso é peremptoriamente descartado. Tem gente, da qual eu convivo, que não entende porque eu, às vezes, jogo fora algumas coisas que são importantes para eles. Mas para mim, não me faz feliz: tchau! O processo da comunicação conforme já conhecido em linhas atrás neste livro,
fará com que você comece a ver o mundo de forma diferente, mas, o mais importante é acreditar que tem realmente o poder que o Ser supremo, criador de todas as coisas do céu e da terra Lhe concedeu. Viver bem é, portanto, ter a certeza de que pode comunicar-se e não ter medo e ultrapassar pseudobarreiras. Atente para importantes sugestões para a sua vida: 1- Capriche na primeira impressão Você nunca terá uma segunda chance para causar uma boa primeira impressão, portanto, capriche no momento que for apresentado a alguma
pessoa. Nunca se esqueça de, olhando nos olhos, apertar a mão de maneira bem firme sem demonstrar força, é claro. 2- Sorria sempre Dizem que o verdadeiro idioma universal é o sorriso. Um sorriso faz milagres! 3- Memorize sempre que possível o nome da pessoa. Se organizar um evento, não se esqueça de colocar um crachá nos participantes. O nome da pessoa é o melhor som que ela pode ouvir. 4 - Ouça as pessoas sempre Reflita se você não é aquela pessoa que fala muito. Deus já nos ensinou que devemos ouvir mais do que falar, afinal,
nos deu uma boca e dois ouvidos. 5 - Ouça o corpo das pessoas, eles falam Existem várias situações que lhe permitem “ler” as pessoas. Em alguns casos, os braços cruzados é um sinal de defesa. Quando a pessoa está olhando para a sua própria testa, está pensando ou duvidando daquilo que está falando. Se ela está torcendo ou cerrando os lábios, pode estar concordando ou preparando resposta. Alguns casos, quando a pessoa está tamborilando (movimentando os dedos das mãos), pode estar sem paciência. 6 - Olhe sempre nos olhos das pessoas
Comunicar-se olhando fixamente nos olhos das pessoas tende a passar honestidade e confiança. 7 - Elogie em público - Recrimine em particular Uma das coisas mais difíceis no relacionamento está em saber o momento certo de elogiar. Na verdade, o que sempre deve ser feito é procurar fazê-lo enquanto existam várias pessoas no ambiente. Isso certamente potencializará a sua ação. Por outro lado, ao chamar a atenção, nunca o faça em público. Chame a pessoa reservadamente e dê-lhe a reprimenda. Se fizer o contrário, ou seja, em público, poderá causar um constrangimento
exagerado, podendo estimular até um instinto animal no interlocutor, pois ninguém gosta de ser afrontado, mesmo que não tenha razão. 8 - Agradeça sempre Existem pessoas que esquecem da magia que tem a palavra “obrigado”. Esta simples palavra faz milagres. Use-a em abundância. 9 - Seja sempre “nós” Vivemos em sociedade e isso faz com que tudo que façamos seja feito em equipe. Isso é inevitável. Por outro lado, não podemos desmerecer que existem lideranças em todos os segmentos, o que nos faz, às vezes, achar que tudo é feito
por uma única pessoa, o líder. Pode ser que algo foi feito por você, mas na hora de falar a respeito, lembre-se de dizer “nós fizemos”. O egocentrismo não faz bem para a vida em sociedade. 10 - Comportamento gera comportamento Use o seu comportamento para determinar o comportamento dos outros. Mesmo que o outro tenha um comportamento diferente, doe sempre simpatia, mesmo que receba antipatia. Significa dizer que, ao ser abordado por alguém raivoso, alguém que está com uma atitude exageradamente grosseira, você deve agir com a maior calma
possível. Repita a operação quantas vezes o interlocutor for selvagem com você. Vá em frente, vai perceber o quanto dá certo. Não deixe que ele diga como você deve se comportar. Isso é muito covarde. Seja sempre o melhor em tudo, fale sempre. Aprimore-se constantemente. Não tenha dúvida naquilo que quer ser, nem aquilo que quer falar. Um único sopro de dúvida é capaz de derrubar uma montanha de sucesso. Meio segundo de dúvida pode causar um transtorno para o resto da vida. Você é o máximo, será feliz e viverá melhor. Obrigado e até a próxima.
Jacques Miranda
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Um livro aberto é um cérebro que fala. Fechado, um amigo que espera. Esquecido, uma alma que perdoa. Destruido, um coração que chora. Provérbio hindu Para chegar a algumas da conclusões apostas neste livro, foi necessário muita experimentação e a consulta a algumas fontes bibliográficas técnicas. Entretanto, procurei beber principalmente de fontes ligadas ao que mais intriga o ser humano: as reações cerebrais.
Quando o assunto é comunicação, temos uma ligação muito forte para ser trabalhada, principalmente porque atua no íntimo de cada um e isso exige muito mais do que técnica. Dentre estas dezenas de obras, ouso destacar algumas delas, como por exemplo “O Corpo Fala” do autor Pierre Weill que auxiliou para ilustrar o capítulo que diz respeito aos gestos utilizados pelos comunicadores. O livro “Conversando com Deus” de Neale D. Walsh, foi interessante para trabalhar a questão voltada ao autoconhecimento. O professor Perluigi Piazzi, emprestou-nos o “Ensinando
Inteligência”, para ilustrar todos os momentos em que precisei buscar muito mais do mero convencimento. Já, Nuno cobra, ajudou-nos luxuosamente em vários capítulos, em especial no que diz respeito ao medo de falar em público. Sua obra, “Semente da Vitória”, é algo que não pode faltar em qualquer biblioteca. Do educador Rubem Alves, servimo-nos da maravilhosa obra “Ostra Feliz Não Faz Pérola”, e buscamos um recheio para tudo aquilo que diz respeito ao aprendizado. O mestre Covey e seus “7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes” apoiou-nos
em todos detalhes do livro, inclusive no número de passos. Como não poderia deixar de ser, Daniel Goleman estruturou toda a parte das reações do ser humano para alcançar seus objetivos, na sua obra “Inteligência Emocional”. Quando o assunto é persuasão, nada melhor do que o “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” de Dale Carnegie. Do mesmo mestre, utilizei o “Como Livrar-se da Preocupações e Começar a Viver”, afinal, de nada vale ter amigos e viver preocupado. Em momentos dos quais precisa valer-se de argumentos para alcançar propósitos, por assim dizer, nem tanto ortodoxos, utilizei dos ensinamento de Sun Tzu, na
obra “Arte da Guerra” e regados ao bom e velho “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel. Duas outras obras ajudaram a pavimentar o caminho do Viver Melhor. Dentre elas, destaque-se a obra da autora Louise Hay em Você pode curar sua vida e o do brasileiro Roberto Shiniashiki com o “Sem Medo de Vencer”. Evidentemente, outros livros inspiraram, bem como serviram de referência, mas valho-me destes destaques. Por outro lado, não é possível deixar de considerar como referência bibliográficas os nossos próprios alunos, que nos fazem rever constantemente nossas práticas, pois,
como enciclopédias ambulantes inspiram-nos cada vez mais.
ANEXOS Seja para Deus como o pássaro que sente o galho tremer e continua a cantar, mesmo sabendo que tem asas. Dom Bosco
ANEXOI EXERCÍCIO DE RELAXAMENTO O exercício de relaxamento é muito importante para baixar as tensões do cotidiano e condicionar o profissional a viver em períodos de alto stress. O exercício completo leva em média 20 minutos para ser feito. Para fazê-lo, aconselha-se que você tenha uma pessoa para conduzir o exercício e que tome conhecimento
prévio do roteiro. Aconselha-se, também, que outras pessoas participem. A energia no ambiente fica melhor com várias pessoas. Para iniciar, procure um ambiente escuro em sua casa. Para acompanhar, busque músicas clássicas e bem lentas, que não progridam durante o exercício. Você pode também colocar barulhos de água, de cachoeira, se for o caso. As pessoas que irão fazer o exercício devem sentar-se tranquila e sossegadamente na cadeira. Caso estejam de gravata, afrouxem. Pode tirar os sapatos de desejaram e não esquecer de desligar o telefone.
Desta maneira, o condutor do relaxamento irá ler o texto abaixo lentamente e com uma voz calma e com fundo musical... •Feche os olhos, não pressione apenas feche-os, serenamente; •Concentrem-se na sua respiração, inspire, solte, inspire, solte. Livre-se de todas as tensões, elas devem ficar do lado de fora; •Deixe de lado de fora todo o ruído que ouvir, apenas concentre-se na sua respiração. Esqueça do tempo, esqueça dos compromissos; •Limpe seus pensamentos, esvazie por completo sua mente. •Nós vamos começar alguns movimentos
corporais com o propósito de desligar suas terminações nervosas e fazer com que sua mente fique focada em nosso propósito. Pode ser que você cochile, não se preocupe, você ainda estará no exercício. •Vamos começar... •Você vai agora franzir a testa. Volte, devagar. Novamente... •Mantenha os olhos fechados e olhe para sua testa, como se quisesse ler seus pensamentos. Mantenha por alguns instantes. •Volte o seu olhar e olhe para a esquerda. Agora para a direita, para baixo, agora para cima. Volte para o centro. •Inspire e solte. Novamente, inspire e
solte. Relaxe... •Movimente seu nariz para a esquerda. Para a direita. Para cima, para baixo. Mexa a boca junto. Volte. •Agora movimente sua boca para a esquerda, para direita, para cima e para baixo, volte. Dê um bocejo. •Concentre-se na sua respiração. Inspire, solte. •Canalize a atenção agora para a região do seu pescoço. Movimente sua cabeça para a esquerda, direita, para frente e para trás. Volte. •Agora na região dos ombros, puxe o ar trazendo o ombro para cima e solte-o levando para baixo. Novamente. Mais uma vez. Relaxe. •Solte os braços ao lado da cadeira,
dobre, movimente os pulsos de maneira circular. •Concentre-se no seu pulmão, leve a mão até ele inspire e solte. Novamente. •Agora, leve suas mãos até o ventre. Inspire e solte. Novamente. •Concentre-se no seu coração, sinta os seus próprios batimentos cardíacos e sinta que você é uma máquina perfeita. Repita para si: Eu sou perfeito e iluminado. •Siga mentalmente as demais partes do seu corpo. Sinta sua região pélvica, agora suas coxas, joelho, pernas, pés, movimente os dedos dentro dos sapatos •Neste momento, você está completamente relaxado e livre de suas tensões. Sinta a sua respiração.
•Com a mente limpa, pense num momento muito feliz da sua vida, reveja os detalhes o local, as pessoas a paisagem, não se preocupe se elas não estão entre nós agora, apenas pense neste momento, neste aconchego, nesta paz de espírito. •Sua mente está em altíssima frequência cerebral, você é único, capaz e está seguro de suas atitudes. Sinta-se seguro e forte. •Imagine agora um enorme mar. Se sentir-se melhor, imagine-se no topo de uma montanha, enfim, escolha um lugar que você se sinta bem, que você possa sentir o seu corpo, que você pode mandar nos seus pensamentos. Este é o seu lugar seguro, estando nesse lugar,
nada lhe fará mal. •Você está completamente seguro. Diga para si com sua voz interior; •EU ESTOU SEGURO. •EU COMANDO A MINHA VIDA •EU COMANDO AS MINHAS ATITUDES •EU ESCOLHI SER FELIZ. SORRIA. •EU COMANDO AS MINHAS ATITUDES •EU SOU FELIZ. •Quando você voltar, será uma pessoa diferente, uma pessoa mais forte, uma pessoa poderosa. •Você será assim porque escolheu a felicidade. A felicidade lhe pertence. •Vamos iniciar uma contagem de 5 até 1 e você irá voltar lentamente. Acompanhe
5, inspire e solte, 4 inspire e solte, 3 inspire e solte, 2 inspire e solte, 1 pronto. Abra os olhos, inspire bem fundo, solte e SORRIA!
ANEXO II EXERCÍCIOS DE DICÇÃO Os exercícios inseridos neste anexo visam fazer com que o comunicador melhore sua postura vocal, incluindo um pouco de teatralização, dando o brilho, ênfase e amplie a articulação das palavras. Os exercícios são úteis para àqueles que tem a língua presa, que tem o sotaque nordestino acentuado, também. Vamos iniciar com alguns dos trava-
línguas:
O RA TO E A ROS A RI TA O rato roeu a roupa do rei de Roma. O rato roeu a roupa do rei da Rússia. O rato roeu o rabo do Rodovalho. O rato roeu a rolha da garrafa da rainha. O rato a roer roia. E a rosa Rita Ramalho Do rato a roer se ria. PINTOR PORTUGUÊS Paulo Pereira Pinto Peixoto. Pobre pintor português. Pinta perfeitamente. Portas, paredes e pias. Por parco preço, patrão.
PADRE PEDRO - Pedreiro da Catedral está aqui o padre Pedro? - Qual padre Pedro? - O padre Pedro Pires Pisco Pascoal. - Aqui na catedral tem três padres Pedros Pires Piscos Pas-coais como em outras catedrais. PEDRO Se o Pedro é preto, o peito do Pedro é preto e o peito do pé do Pedro é preto. O padre Pedro pega o prato, E papa que papa. E quando o padre Pedro Papa,
Não para nem pro Papa. E dizem que praga do padre Pedro pega e prega. Mas quem pega a praga do padre Pedro no prego e prega, A praga não pega. TATÚ -Alô, o tatu ta aí? - Não, o tatu num tá. - Mas a mulher do tatu tando, é o mesmo que o tatu tá. O SAPO NO SACO Olha o sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro. O sapo batendo papo. E o papo soltando vento. TEMPO O tempo perguntou pro tempo quanto
tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem. LILI E LALÁ Lili e Lalá Lavam louça Levam lixo e levam lenha, sempre lado a lado. E nesse leva-que-leva e nesse lava-que-lava, Levam a vida e levam vida pra vila. DIVERSOS Menino que muda muito, Muda muito de repente. Pois sempre que a gente muda, O mundo muda com a gente.
O prefeito moço prometeu ovo, Muito ovo pro povo. E quando ganhou, O prefeito novo deu banana pro povo.
Ex e r c íc io s art iculat órios Os exercícios articulatórios servem para melhorar as características de pronúncia das palavras. PA TA KA PRA TRA KRA PE TE KE PRE TRE KRE PI TI KI PRI TRI KRI PLI TLI KLI PO TO KO PRO TRO KRO PU TU KU PRU TRU KRU BA DA GA BRA DRA GRA BE DE GUE BRE DRE GRE BI DI GUI BRI DRI GRI BLI DLI GLI BO DO GO BRO DRO GRO BU DU GU BRU DRU GRU FA SA XA FRA SRA XRA FE SE XE FRE SRE XRE FI SI XI FRI SRI XRI
FLI SLI XLI FO SO XO FRO SRO XRO FLO SLO XLO FU SU XU FRU SRU XRU FLU SLU XLU PLA TLA KLA PLE TLE KLE PLO TLO KLO PLU TLU KLU BLA DLA GLA BLE DLE GLE BLO DLO GLO BLU DLU GLU FLA SLA XLA FLE SLE XLE Depois de praticar os exercícios, procure pronunciar as palavras abaixo esforçando-se para movimentar bem a boca. JÁ- CA- RÉ- PA -GUA I- TA –PE- CI RI -CA Continue movimentando pronunciando todas as palavras... bem a boca, dando
um colorido especial à voz, Chequei faz pouco tempo Cheguei faz pouco tempo de uma viagem Cheguei faz pouco tempo de uma viagem longa com minha família Cheguei faz pouco tempo de uma viagem longa com minha família e estamos exaustos Cheguei faz pouco tempo de uma viagem longa com minha família, estamos exaustos e não podemos ir à festa Capriche agora... Olá meu amigo telespectador. Ontem o São Paulo Futebol Clube desencantou contra um time argentino, e você sabe que o São Paulo é o Brasil na
Libertadores. Você acompanha os gols deste e de outros campeonatos pelo mundo afora, daqui a pouco em nosso Globo Esporte. Globo e você, tudo a ver! Este exercício fará com que você determine algumas palavras que você deve colocar uma ênfase... Fiquei esperando um tempão até você chegar. Perdi quase toda a manhã e você sequer ligou no meu celular Fiquei esperando um tempão até você chegar. Perdi quase toda a manhã e você sequer ligou no meu celular Fiquei esperando um tempão até você chegar. Perdi quase toda a manhã e você sequer ligou no meu celular
Fiquei esperando um tempão até você chegar. Perdi quase toda a manhã e você sequer ligou no meu celular Fiquei esperando um tempão até você chegar. Perdi quase toda a manhã e você sequer ligou no meu celular
Ex e r c íc io s pa r a aqueciment o e de s aque c im e nt o voc al. Às vezes, pela manhã, as pessoas tem compromissos com a voz e não se preocupam com a necessidade de aquecê-la. Isso tende a causar alguns problemas, principalmente na quebra de qualidade vocal (voz muito grave ou aguda) e de problemas associados a lesões nas cordas. Os exercícios abaixo foram extraídos de materiais de ensino de técnicas vocais para profissionais da música.
Aquecimento: Para aquecer a voz, você pode vibrar a língua, fazendo um movimento de “brrrrrrrrrr...” aumentando e diminuindo, com a boca fechada. Você irá sentir os lábios vibrarem. Em seguida, faça um “hummmmmm”, também com a boca fechada. Agora, pronuncie as vogais com a boca fechada: A, E, I, O, U. Sinta o nariz e os lábios vibrarem. Para desaquecer: Quando terminar a sua apresentação, dê um bocejo com a boca bem aberta. Capriche. Em seguida, em vez de pronunciar as vogais (como fez no aquecimento), você irá suspirá-las com
a boca fechada, A, E, I, O, U. Em seguida, faça um “hummmmmmmmmmmm” diminuindo a intensidade. Exercício para treinamento de articulação. Um exercício muito interessante para o treinamento da articulação é aquele em que se coloca ou se provoca uma interrupção no movimento da boca forçando uma pronúncia apenas com as cordas vocais. Algumas pessoas chamam este exercício de “Exercício do Cachorro Louco”, porque normalmente, que o faz adequadamente costuma salivar para fora da boca.
Ele consiste em fazer com que se leia um texto em voz alta com uma caneta atravessada na boca. Com isso, ao final, você irá melhorar em muito a capacidade de articulação das palavras. Faça o exercício. Verá a diferença.
ANEXO III FÁBULAS As fábulas de Esopo são uma coleção de fábulas creditadas a Esopo (620—560 a.C.), um escravo e contador de histórias que viveu na Grécia Antiga. As fábulas são uma chance popular para educação moral de todas as pessoas. Há muitas histórias incluídas nas fábulas de Esopo. Selecionamos algumas das fábulas mais conhecidas e que foram reescritas por Jean de La Fontaine e que podem ser
úteis para ilustrar um discurso:
A Cig ar r a e a F or m ig a Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: - Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir! - Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo, passeando e cantando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha e então a aconselhou: - Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a
vidinha boa. A rainha das formigas falou então para a cigarra: - Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: - Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para a cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer.
Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxoua para dentro, agasalhou-a e deulhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e para as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
A R apos a e as Uvas Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse: - Estão verdes ... É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.
A Le br e e a T ar t ar ug a Há muitos e muitos anos, no reino da bicharada, vinha uma lebre correndo pelo campo em disparada. - Eu corro pra lá eu corro pra cá, eu corro pra lá eu corro pra cá, ninguém na floresta me pode vencer, pois igual a mim ninguém pode correr! No entanto, nesse momento, andando bem sossegada, surgiu dona Tartaruga, caminhando pela estrada. - Tralalá lá lá lá lá, lá vou eu devagarinho, carregando a minha casa, pelas curvas do caminho! Mas a lebre era matreira, zombava da
tartaruga, cantando dessa maneira: Lá vem dona tartaruga, vem andando sossegada, vou sair da frente dela pra não ser atropelada! Porém dona Tartaruga, não gostou da cantoria, pôs a cabeça de fora e berrou com valentia: - Ora, deixe de ser prosa! Aposto a minha vida como hei de vencê-la numa corrida! - Aceito o desafio. Amanhã bem cedinho, prometo vir encontrá-la, na curva do caminho. E saiu em disparada, pra avisar a bicharada. E assim, na manhã seguinte, bem cedo ao nascer do dia, lá estavam todos os bichos, a torcer com alegria! O tigre de guarda-chuva, o macaco de
cartola, a cobra de saia e blusa e o sapo de camisola. E em meio do entusiasmo e da alegria geral, rompeu a famosa banda do maestro pica-pau! E a bicharada gritava numa incontida alegria, quando o macaco apitou, dando início a correria. A lebre saiu correndo em tamanha disparada e ao fim de poucos instantes, sumiu na curva da estrada. Entretanto a tartaruga, andava tão devagar, que os bichos em zombaria, começaram a cantar: Lá vem dona tartaruga, vem andando sossegada, vou sair da frente dela pra não ser atropelada! E a lebre, onde andará? Ela que tanto correu, já devia estar de
volta! Que foi que lhe aconteceu! - Puxa, como estou cansada, porque fui correr assim. A tartaruga a essa hora, deve estar longe de mim. Sabem que mais? - Vou dormir enquanto espero por ela. Depois de correr um pouco, e passar a frente dela. E a lebre adormeceu, tranquilamente a sonhar. Enquanto isso a tartaruga, foi passando devagar. Todavia, horas mais tarde, a pobre lebre acordou e vendo a noite cair, apavorada ficou! - Céus, já está anoitecendo, preciso sair correndo. E sem pensar em outra coisa, foi saindo em disparada, quando ouviu soar ao longe, o canto da bicharada!
Salve a dona tartaruga, tartaruga destemida, deixou a lebre para trás e venceu a corrida! Dona lebre só vivia a correr o dia inteiro, porém dona tartaruga, andando chegou primeiro! Pesquise outras fábulas a exemplo de “As Árvores e o Machado”, “O Cachorro e sua Sombra”.
ANEXO IV DISCURSOS MEMORÁVEIS Grande dit ador – Chaplin Em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, judeus estavam sendo esmagados pelo preconceito alemão. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história: o ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e
atrevido, este filme lhe causou sua expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma obra-prima única com uma das melhores mensagens anti-guerra já transmitidas ao homem: "Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns
aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e temnos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do
que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A
desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam
como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos! Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre
e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de
razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos! ( segue o estrondoso aplauso da multidão ).
Eu t e nho um s o nho Ma rti n L u th er K i n g “Eu Tenho Um Sonho” (título original em inglês: “I Have a Dream”) é o nome popular dado ao histórico discurso público feito pelo ativista político norte americano. Martin Luther King, Jr., no qual falava da necessidade de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. O discurso, realizado no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade,
foi um momento decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis. Feito em frente a uma platéia de mais de duzentas mil pessoas que apoiavam a causa, o discurso é considerado um dos maiores na história. “Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que
tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra.
Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para
o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com “fundos insuficientes”. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse amamento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar
aos negócios de sempre. Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à
comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, “Quando vocês estarão satisfeitos?” Nós nunca estaremos satisfeitos
enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram
recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero. Eu digo a você hoje, meus amigos, que
embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um
estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta. Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia
livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!” E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro. E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado. Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee. Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade. E quando isto acontecer, quando nós
permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro: Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.”
SOBRE O AUTOR Jacques Miranda, já foi docente de várias instituições e é professor universitário das disciplinas de empreendedorismo e marketing, bem como coordenador de trabalhos de conclusão de curso. É palestrante, consultor, empresário há mais de 30 anos e atualmente dirige empresas no segmento de comunicação, treinamento e uma editora na grande São Paulo. Bacharel em Direito, graduado em Gestão Empresarial, pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas
e Mestrando em Semiótica, Tecnologia da Informação e Educação, tem centenas de artigos publicados em revistas, jornais e portais especializados desde o ano de 1987. É autor do livro “Os 12 Mandamentos da Administração do Tempo”, com milhares de exemplares vendidos, cuja palestra sobre o tema já foi apresentada para mais de 5000 pessoas em instituições diversas. O autor foi diretor de várias entidades de classe tais como ABEOC, Associação Comercial de Guarulhos e Guarulhos Convention Bureau. É membro da Academia Guarulhense de
Letras, ocupante da Cadeira de número 12, cujo patrono é Octávio Augusto Langaard Filho. Para acompanhar o trabalho do autor, acesse www.jacquesmiranda.com.br. Tantas vezes pensamos ter chegado. Tantas vezes é preciso ir além Fernando Pessoa