Odó de Xangô ODÓ Um outro símbolo de SANGÒ, mostra claramente c laramente a importância e o grau de realeza dados a SANGÒ pelo negro africano. Este importante símbolo faz parte integrante tornando-se essencial a sua presença ao IGBÁ de SANGÒ, muitas das vezes o próprio assentamento desta divindade acaba sendo colocado sobre o símbolo. Este símbolo nada mais, nada menos é o PILÃO DE SANGÒ, chamado na cultura iyorubá de “ODÓ” , sendo na África esculpido em madeira extraída do “BAOBA” ou “JATOBA”, geralmente apresentando figuras de símbolos de reis ou Divindades, entalhada no corpo externo do pilão. O corpo do pilão de SANGÒ é formado por 2 bocas abertas, uma para baixo que se apoia sobre o chão e outra para cima onde as vezes é colocado o IGBÁ do ORISÁ. A formação do símbolo feitas pelas bocas opostas traduz na realidade uma explicação sobre uma das missões divinas de SANGÒ, haja vista, que a boca superior do pilão representa o ÓRUN, habitat dos ORISÁ (mundo imaterial paralelo ao plano físico), sendo s endo a boca inferior a representação do AYIÈ (mundo material – habitat dos seres e das coisas). Evidentemente o PILÃO DE SANGÒ é o inverso das cabaças do IGBÁ-ODÚ, meias cuias justapostas uma sobre a outra, guardando no interior do seu bôjo os segredos da vida dos ORISÁ e dos seres humanos inclusive os dos seus destinos. As aberturas opostas do “ODÓ” (pilão de SANGÒ), demonstram clara, precisa e ansisamente os poderes que OLODUMARE (Deus dos Destinos da Humanidade) – conferiu a Divindade chamada de SANGÒ, pois aberto e opostas significam que os poderes auferidos ao Deus dos raios e das pedras permitam o conhecimento desta divindade de todos os segredos vitais, concentrado no espaço imaterial (ÓRUN) que se tornam materializados no plano físico (AIYÈ – terra), já que o pilão confere a SANGÒ a magia de ir e de vir do ORUN para o AIYÈ todas as vezes que se tornem necessárias, o que representa uma das mais fortes e inúmeras razões deste ORISÁ ser o principal ocupante e dono das “CUMIEIRAS” das casas de candomblé, face a cumieira representar o ÓRUN (morada dos ORISÁ) onde se acham as energias TEÚRGICAS (poderes relativos as divindades), que são trazidas para baixo em direção ao centro do salão das roças de candomblé, onde no chão, interior, são feitos os assentamentos dos ancestrais que formam as raízes daquela nação e da própria casa de culto, sendo que desse local são expargidas para cima as energias TELURICAS (poderes energéticos do interior da terra) dando a fusão dessas duas energias a força mágica invisível produtora de poderes vitais que dentro do culto afro é chamada de ASÉ, sendo que sem o ASÉ tornaria-se impossível o poder de realização ou acontecer ou de vir. Na realidade o “PILÃO DE SANGÒ” e a representação simbólica da união entre o ÓRUN e o AIYÈ e dos poderes mágicos a existentes nos dois planos que se tornam do conhecimento dessa Divindade e acaba de certo modo descortinando o véu misterioso do ocultismo contidos nos dois mundos paralelos, para lelos, interligados entre si, que simbólicamente são representados pelas bocas opostas do PILÃO, o que quer dizer tudo que está em cima é igual ao que está em baixo (expressão usada pelo grande sábio da alquimia chamado Hermes Trimegisto). A mão do pilão (MONJOLÓ) simboliza o eixo imaginário central do globo terrestre ligado ao espaço imaterial, permitindo o equilíbrio entre as energias dos dois mundos, sendo este eixo explicado pelo negro africano através da expressão “OPÁ ÓRUN OUN AIYÈ, já explicado detalhadamente nos estudos relativos a ferramenta símbolo chamada de OSÉ.
Serve ainda o “MONJOLO” para triturar as sementes no pilão para produzir quitutes que são ofertados as Divindades da cultura negra. O LABÁ DE SANGO Existe ainda um outro símbolo do ORISÁ SANGÒ, este menos conhecido no Brasil chamado LABÁ, uma grande bolsa de couro que a Divindade na ocasião de suas aparições nas rodas de candomblé usa à tira colo que segundo os mitos africanos guarda no seu interior os EDUN ARÁ (pedras de raio), que o Deus do trovão atira sobre a Terra durante tempestades e contra seus inimigos nas batalhas, este ato é expressado no oriki “DJAKUTÁ” (atirar pedras). O Labá é todo ornamentado com búzios sendo entre eles (os símbolos), o menos significativo mas, de grande importância e fundamento. ADÈ de BAYANI (SANGO) SANGÒ usa uma CORÔA feita de cobre, enfeitada com muitos búzios chamada ADÈ de BAYANI, nome que dá origem a uma das grandes festividades deste ORISÁ no Brasil. O culto a BAYANI é mais realizado na região nordeste, principalmente no estado do Maranhão onde se concentram os negros MINA-JEJE. A cultura africana tem SANGÒ como irmão mais novo de DADÁ-AJAKÁ (um dos reis do OYÓ) e também como irmão mais novo de OBALUAIYÈ, sendo que nas cidades de SAKETÉ e IFANHIN são feitas oferendas a OBALUAIYÈ antes das festas de SANGÒ e antes de seu IJÓ JAKUTÁ (dia dedicado a SANGÒ na semana Yorubá que tem 4 dias), quando então seus adéptos fazem o AISUN (vigília – não dormem), sendo que no dia posterior os ELEGUN SANGÒ (filhos de SANGÒ) dançam até ao êxtase total, ao som dos BATÁ (pequenos atabaques feitos em terra kota, isto é argila pré-moldada e cozida), em um templo da EGBÉ-SANGÒ (sociedade dos filhos de SANGÒ) onde em uma sala especial reunem-se os padrinhos da sociedade chamados de MOGBÁ-SANGÒ, a IYÀ SANGÒ ou IYÀ EGBE (mãe da sociedade) e os OYÓ MESI (os 7 conselheiros do rei de OYÓ) que recebem os títulos de: CONSELHEIROS DE SANGÒ - BALÉ SANGÒ - ARUPÉ - SEKIRI - JAGUN JAGUN - BABÁ EGBÉ - ASOBU OBÁ e - ESINLÁ Dos, ORIKI (saudações) são os mais conhecidos de SANGÒ: - SANGÒ DE OBÁ KOSSÒ! KAÒ KABIESI! - (Sangò está chegando! Venham ver e admirar o rei de KASSÒ) - OBÁ NISÉ! KAÒ KABIESILÉ! - (Venham ver o rei descer sobre a Terra)
Conta uma antiga lenda (ITAN) que SANGÒ recebeu das mãos de OLUDUMÁRE um pilão feito por 2 meias cabaças de prata que repsenta a união do (AIYÈ), terra com o ÓRUN, plano paralelo a terra, onde moram os ORISÁ, sendo na ocasião elevado a categoria de OBÁ OYÓ (rei de OYÓ) ocupando o cargo de 3º ALAFIN OYÓ (governante do reino de OYÓ), ficando como único ser vivo com o privilégio de ir e vir do ÓRUN, poder lhe conferido pela posse do pilão de prata onde se comunicava com ORUNMILÁ; onde nas ocasiões recebia ordens daquela Divindade de modo a se orientar nas suas decisões na Terra, ordens essas recebidas após narrar os acontecimentos que existiam no AIYÈ. Entretanto SANGÒ como ser materializado foi possuído pelo pecado humano da ambição traindo OLORUN, o Deus Criador de tudo, não só tentando se apossar definitivamente do governo e poderes da Terra, mas também dos que existiam no ÓRUN, espaço imaterial de 9 camadas existentes ao redor do globo terrestre, habitação das forças elementares entre elas e os Deuses do panteão africano chamados dentro do culto de ORISÁ. OLODUMÁRE, sabedor dos fatos que desabonaram a conduta e a idoneidade do ORISÁ SANGÒ, impingiu-lhe um grande castigo tomando-lhe o PILÃO, que auferia aquela Divindade do fogo, raio e trovão o poder de transitar vivo para o ÓRUN, além do poder de governar os seres humanos conduzindo os destinos da terra. SANGÒ ficou muito desgostoso arrependido pelos atos por ele praticados e amedrontado entrou em completo desespero, subindo em um monte existente no reino de OYÒ enforcou-se em um pé de OBI, árvore que produz uma CAXOUPA cujas sementes em forma de frutos recebe o nome de OBI, o pão de OSALÁ, que não poderá faltar nas obrigações liturgicas no culto as Divindades africanas. O OBI cientificamente é conhecido como “noz de cola” , possuindo ainda o OBI propriedades fortificantes, sendo também um poderoso afrodizíaco. OLORUN sentindo imediatamente a ausência do seu principal porta-voz e mesmo sabedor de sua traição, determinou a OLODUMÁRE que o perdoasse. Sendo concedido o perdão, SANGÒ retornou ao AIYÈ (terra) alguns anos mais tarde, voltando como um puro ORISÁ, representando a ira do Deus OLORUN contra os seres que se portavam mau, passando a ostentar um ODÓ (pilão) de 2 (duas) bocas, de madeira esculpida, que também representam o ÓRUN e o AIYÈ, continuando a exercer seu governo embora sob a forma de ORISÁ, uma das principais razões de ser “assentado e cultuado nas CUMIEIRAS” das roças de Candomblé, entretanto, a partir de então ficou proibido como castigo o uso do OBI tanto para a Divindade como para seus ELEGUN (filhos do ORISÁ), que transformou-se para SANGÒ em uma grande kijila pois de certo modo acaba lembrando-lhe a sua passagem pela vida e morte na face da terra e ainda, o castigo a que foi submetido. O OBI lembra a SANGÒ a razão de sua morte e o culto de ORISÀ (LESSY ORISÁ) é um culto a vida, ao nascer ou renascer e não a morte. OBA TY SANGÒ SANGÒ como consta em pesquisas realizadas por famosos etnólogos, teria sido o 3º OLOFIN TY OYÓ (terceiro guardião do palácio de OYÓ – o rei), tendo fundado em sua dinastia um grupo de 12 OLOYÈ, também chamados de OJOYÈ ou IJOYÈ, que significa “aquele que porta um título honorífico, um cargo ou posto em uma comunidade (EGBÉ). Para melhor entendimento na hora da instalação de um OBÁ, o seu condutor ao apresentá-lo ao OLOFIN pronuncia o seguinte ORIKI: “OLOYÈ TAA FEE SO DI IJOYÈ NIYII”. SON – (OLOYÈ TÁ FÉ SÔ DI IDSOYÊ NII!
Tradução – Este é o candidato ao cargo a quem desejamos ver instalado como titular! Das palavras yorubá citadas acima nós observamos o radical OYÈ que significa posição oficial, cargo, título ou posto, porém também pode ser substituído pelos prefixos “AL” ou “ONI” todos usados para dar sentido a possessão, haja vista, significarem “aquele que possui ou dono” , portanto a palavra OLOYÈ quer dizer: “aquele que possui ou o dono do OYÈ (cargo, título, posição oficial, etc.). Como título de curiosidade os OLOYÈ (possuidores de cargos) ministros no Brasil, também são conhecidos na comunidade de SANGÒ (EGBE) como MANGBÁ (encarregados de zelarem pela dinastia e sua continuidade), isto em OYÒ (localidade nigeriana onde SANGÒ fundou um bairro chamado KOSSÒ em homenagem a cidade de surgimento do seu culto no território EMPÈ no país ELEMPÈ, onde os mitos narram ser de origem da princesa TOROSI (filha do rei daquela localidade, que segundo alguns etnólogos seria a verdadeira mãe de SANGÒ) já que no Brasil esta comunidade continuou existindo com a formação de uma instituição de OBÁ de SANGÒ, no centro Cruz Santa do ASÉ OPÓ AFONJÁ, que é um terreiro de candomble situado no alto de São Gonçalo, no bairro do Retiro em Salvador – Bahia, justo no ano, de 1910 , sob a direção naquela época de sua primeira mãe de Santo Eugênia Ana dos Santos, a famosa mãe Aninha de Sangò uma das figuras mais ilustres no Candomblé, não só da Bahia mas de todo o Brasil, falecida no dia 3 de fevereiro de 1938, entretanto no Brasil essa função honorífica de OBÁ (ministro) prende-se mais as funções de divulgadores, instituidores e defensores do culto, dando ao soberano Rei Congo, tornado ORISÁ segundo a concepção ANAGÒ, os hábitos celestiais idênticos as predileções que possuia na terra, iguarias, armas, cores, atributos, etc... Os OBÁ foram originariamente introduzidos em número de 12, divididos em 2 (duas) falanges ou grupos, 6 OBÁ a direita e 6 OBÁ a esquerda, conhecidos os primeiros no Brasil como OBÁ da direita de SANGÒ e os segundos como OBÁ da esquerda de SANGÒ, tendo cada OBÁ de cada grupo, funções próprias na estrutura da comunidade, bem como. implicações rituais e simbólicas desta polaridade, haja vista, que na cultura yorubá eram os mesmos chefes de povos sujeitos ao governo geral de oyó, a capital política do país dos yorubá, sendo no Brasil esses títulos honoríferos conferidos as pessoas que se destacam dentro da comunidade do candomblé, pelas virtudes, discernimento colaboração e outros atributos que permitem cada vez mais a solidificação da estrutura da cultura nagô (yorubá), a ser discriminada e evoluída, dando continuidade ao rito com a preservação das raízes afro. No Brasil estes títulos honoríferos, foram continuados não permitindo solução de continuidade na comunidade de SANGÒ. Graças a inteligência de MÃE ANINHA e as profundas pesquisas feitas pelo professor MARTINIANO DO BONFIN, renomado BABÁLAWÒ, que especializou-se no território Nigeriano tanto na linguagem como na cultura religiosa daquele povo. Para que possamos de certo modo homenagear a fundadora dessa dinastia no Brasil, através do território ASÉ OPÓ AFONJÁ, devemos saber alguns dados sobre a famosa MÃE ANINHA: foi iniciada para o ORISÁ SANGÒ, ainda jovem, sendo rapada à rua dos capitais na casa de culto de Maria Júlia Figueiredo, filha da 1ª OYÁ NASSÒ, fundadora de ILE IYÁ NASSÒ (IYÁ NASSÒ, negra africana legítima escravizada no Brasil, trouxe para a Bahia grande parte do ASÉ do alaketo na África, foi princesa de uma tribo. Juntamente com MARCELINA DA SILVA, chamada de OBÁ TOSSI e o tio RODOLFO MARTINS DE ANDRADE chamado dentro do culto de BAMBOSÈ, também conhecido por ÉSSA OBITIKÒ (BAMBOSÈ ou ÉSSA OBITIKÒ, em razão de sua enorme importância e profundos conhecimentos do culto afro, após sua morte passou a ser homenageado durante o ritual do PADÈ DE ESÚ da cultura KETU, chamado de PADÈ DE ONISSÁ.
O SANGÒ de mãe Aninha, deu o nome de “OBÁ BIYÍ” que quer dizer “aquele que nasce do Rei”, era SANGÒ AFONJÁ, uma das 12 (doze) qualidades de SANGÒ AFONJÁ, uma das 12 (doze) qualidades de SANGÒ conhecidas na Bahia, para quem o terreiro de São Gonçalo foi consagrado, sendo que até hoje as festividades daquele ORISÁ tem início a 29 de junho (data de feitura de mãe ANINHA) de cada ano, durante 12 (doze) dias consecutivos, sendo que cada dia de festa é consagrado a um dos 12 SANGÒ aqui conhecidos. Com o falecimento de MÃE ANINHA foi elevado ao cargo de IYÀLORISÁ a também famosa MÃE SENHORA, filha de santo da primata, tendo sido raspada para o ORISÁ ÓSUN – MÃE SENHORA sofreu uma série de pressões por parte dos OBÁ de SANGÒ, devido a uma série de divergências ocorridas naquele terreiro, o que deveu-se ao afastamento abrupto ou gradual de alguns OBÁ, o que obrigou a criação de outros OYÈ (cargos), para substituírem os possuidores dos cargos titulares que embora não tenham pedido os seus títulos deixavam de participar das obrigações litúrgicas e ritualísticas, ocasião em que seus substitutos assumiram as funções abandonadas pelos primeiros. Nessa época então, MÃE SENHORA criou os cargos de OTUN (da direita) e OSSI (da esquerda), para os OBÁ falecidos ou pouco freqüentes as reuniões, passando a indicar com a indispensável aprovação do ORISÁ da casa, o SANGÒ AGBÀ (SANGÒ mais velho), no caso o AFONJÁ de falecida MÃE ANINHA, pessoas seriamente selecionadas para o exercício do cargo. Os primeiros a serem indicados aos novos cargos ainda foram amigos da casa, alguns OGÃS do terreiro, ainda do tempo da finada MÃE ANINHA, o que permitiu a estabilização do terreiro na fase sucessória, justificando o ritual dessas indicações, enquadramento perfeito dentro da ideologia do candomblé, de modo que a corrente a sociedade dos OBÁ e sua força espiritual, deveria manter-se íntegra sem solução de continuidade, pois o substituto deveria estar sempre pronto e disponível, ritualmente preparado para ocupar a função do OBÁ ausente do grupo religioso. Entretanto, com a total e eficiente validade na criação dos novos títulos honoríficos, os mesmos acabaram criando uma pequena confusão reinante ainda nos tempos atuais quanto aos nomes dos cargos primitivos da cultura nagô, haja vista, que os prefixos “OTUN” e “OSSI”, foram introduzidos antes dos nomes primitivos, indicando respectivamente que aquele novo “OBÁ OTUN” ou “OBÁ OSSI”, representavam a mão direita (OTUN) ou a mão esquerda (OSSI) dos OBÁ titulares, embora não tenha de forma alguma abalado a estrutura na ocasião recém instituída na sociedade: Exemplo: - OBÁ TELÁ (primitivo) - OTUN TELÁ (derivado) – braço direito do titular Os primeiros OBÁ consagrados por MÃE ANINHA, receberam os nomes dos OYÈ (cargo) alusivos as personalidades ligadas a história da cultura YORUBÁ, sendo também em número de 12 (doze) seis da direita e seis da esquerda, como em OYÓ, na Nigéria. O princípio dos doze OBÁ, seis da direita e seis da esquerda, deixa transparecer claramente a preocupação nagô dentro do sistema da dualidade, que está inserido no complexo entendimento do sistema do equilíbrio, visto e entendido até na composição do mundo com o acoplamento do ÓRUN e AIYÈ, representado por 2 meias cabaças justapostas uma sobre a outra, permitindo assim os complexos antagônicos, bem e mau, certo e errado, doce e amargo, etc, que desenvolvem o trabalho de equilíbrio e harmonia UNIVERSAL, o que clara, precisa e concisamente dão continuidade ao ciclo vital e evolutivo de todos os seres. Podemos observar que essa princípio da dualidade, de certa forma está visível até no equilíbrio econlógico que permite a harmonia da natureza. Os etnólogos após brilhantes rebuscas na sabedoria do negro nagô, concluíram que os 12 OBÁ, também respeitavam esse princípio do equilíbrio e simbolicamente representam 6 que absorvem e 6 que condenam os atos impuros contra a estrutura da sociedade que compoem.
Vejamos pois os OBÁ de SANGÒ em sua ordem cronológica, com os nomes títulos que ostentam. OBÁ DA DIREITA 1 – OBÁ ABIODUN 2 – OBÁ ARÉ 3 – OBÁ AROLU 4 – OBÁ TELÁ 5 – OBÁ ODOFIN 6 – OBÁ KANKAFÒ OBÁ DA ESQUERDA 1 – OBÁ ONANSOKUN 2 – OBÁ ARESÁ 3 – OBÁ ELERIN 4 – OBÁ ONIKOYI 5 – OBÁ OLUGBON 6 – OBÁ SÓRUN Para que seja marcada uma distinção forte entre os OBÁ da direita e os OBÁ da esquerda, veremos que somente os OBÁ da direita possuem direito de “VOZ e VOTO” bem como, o privilégio de nas festas alusivas a SANGÒ, saudá-lo com o seu SÉRE (chocalho de SANGÒ – um de seus símbolos) que só é tocado ritualmente, não tendo os OBÁ OTUN e OBÁ OSSI (substitutos dos OBÁ principais), os direitos de votar ou tocar o SÉRE, cabendo ao OBÁ da esquerda somente o direito de “VOZ” para suas funções são apenas consultivas. No Brasil, no terreiro de São Gonçalo do Retiro, na Bahia, os 12 OBÁ possuem 12 OBÁ OTUN e 12 OBÁ OSSI (substitutos) formando assim um grupo de 36 (trinta e seis) OBÁ de SANGÒ. Estudaremos então os OBÁ separadamente para melhor entendê-los e definí-los. 1º OBÁ DA DIREITA OBÁ ABIODUN ABIODUN evoca a figura de um dos mais notáveis reis da cultura yorubá, chamado de ALAFIN OGBIODUN, que segundo profundas pesquisas feitas por famosos etnólogos, sociólogos e antropólogos, teria sido o 29º (vigésimo nono) ALAFIN e, teria reinado na segunda metade do século XVIII. Diz-se que o mesmo teve 660 filhos. O seu verdadeiro nome era “ADEGOLU” mas ele ficou glorificado com o nome que trouxe ao nascer que é ABIODUN, nome que as crianças da cultura yorubá quando nasce em um dia de festa, feriado ou no último dia da semana de 4 (quatro) dias chamado de “IJÓNLÁ” (o grande dia), relativo ao domingo do calendário romano.
O nome recebido pela criança naquelas datas importantes, tem o título de “AMUNTORUNWÁ” que deixa transmitir um aspecto de grandeza para o recém-nascido. ABIODUN foi o último dos reis yorubá que exerceu pleno poder sobre a terra e sobre o seu povo e, antes da sua morte justo quando começou a decadência do poderoso império nos fins do século XVIII, ele, ABIODUN, conseguiu descobrir e desfazer perniciosa influência de seu todo poderoso “1º MINISTRO”, o “BÁSORÙN GAÁ”, que morreu supliciado na fogueira em que se transformou sua própria casa queimada pelo povo, após trair seguidas vezes ao ABIODUN, que então, pode reinar sozinho sobre o vasto império que lhe fora confiado. Obs.: ABIODUN – A (aquele) BI (ao nascer) ODUN (dia festivo) “Aquele que nasce no dia festivo” Quando falamos de “OBÁ ABIODUN, encontramos a palavra “ALAFIN”, que é também um título nobre dado ao rei do povo yorubá. A palavra significa “ALA” – o que possui, o dono, aquele que usa e “AFIN” – palácio, portanto, a junção destas palavras formam um “ORIKI” (saudação) que quer dizer “Dono ou Senhor do Palácio”. Encontramos ainda sobre o “OBÁ ABIODUN”, uma referência quanto ao seu nome ao nascer, que os yorubá chamam de “AMUNTORUNWÁ”, isto quer dizer que o nome dado a criança é feito pelas circunstâncias do nascimento da mesma ou, por fatos marcantes ocorridos na mesma ocasião, na família ou na comunidade como um dia festivo, feriado ou de relevância social. A palavra “ABIODUN” tem origem na língua nagô, quer dizer: A (possuir) BI (NASCER) e ODUN (dia ou tempo de festa, feriado ou data marcante). 2º OBÁ DA DIREITA OBÁ ARÉ É o nome de um título oficial, entre o povo yorubá, indica pré eminência, o primeiro em precedência. O nome “ARÉ” é anteposto a uma série de outros títulos yorubá como exemplo, “ARÉ-ONAN-KANKANFÒ”, título este ocupado em vários e respeitados estágios da história yorubá, com grande destaque por seus portadores. Na corte do “ALAFIN OYÓ”, o ARÉ-ONAN-KANKANFÒ era confirmado ritualmente no seu posto com 201 incisões na região ............. . Aré tinha o direito pelo posto de usar um gorro especial vermelho chamado OJIJIKÒ, enfeitado com várias IKÓODIDÉ, penas vermelhas de um papagaio africano chamado AKAN e, nas suas aparições em público portava na mão uma cauda de porco que simbolizava o nobre cargo título que ocupava. A palavra KANKANFÒ, refere-se a um dos mais importantes cargos da cultura yorubá, é o primeiro e mais alto dos títulos militares na organização dessa cultura, correspondente no mundo ocidental do ministro chefe do exército. O título expressa vários poderes, entre eles o da decisão, que pode inclusive influenciar na queda de um rei. Podemos observar que “ARE” é um título de preeminência, podendo ser usado isoladamente na corte de “ALAFIN OYÓ” como acontece inclusive no Brasil pois, é para
os yorubá, um dos títulos mais altos usados por dignatários daquela corte, onde ocupa cargo de destaque na organização daquele império. OBÁ AROLÚ Este nome título é derivado de 2 outras palavras que dão formação a um “ORIKI”, “ARO” palavras que significam título honorífero de grande importância, altamente respeitável na comunidade, indica ainda numa assembléia é aquele que por direito foi eleito. e mais a palavra “ILÚ” (que quer dizer cidade) sendo que o nome título “AROLÚ” foi derivado de um antigo título de grandes mestres sacerdotais da sociedade secreta dos “OGBONI”. A sociedade santa e secreta dos OGBONI, é uma associação iniciática, progressista, que trata da sobrevivência do povo e da cultura, de grande penetração nas raízes da cultura de todo o povo yorubá. Os OGBONI versam sua principal ideologia no culto à terra, exercendo uma enorme influência política naquele povo, haja vista, que seus membros são conselheiros e dignatários dos OBÁ de SANGÒ. Sobre a ideologia, simbolismo e ritual, interditos e sanções (leis) dos OGBOMI, tornouse expandido que estudam a sociedade nos mesmos moldes ditados pelos imperadores, de então do antigo reino de OYÓ. Sabemos ainda que a sociedade secreta e iniciática dos EGBONI, possui um fundo místico onde em rituais profundamente secretos iniciam seus membros, com o principal propósito de torná-los grandes líderes dentro das comunidades que habitam, sempre com a intenção de pregar a liberdade e conservar as raízes de sua cultura. No Brasil ao tempo das grandes revoltas de escravos no século XIX, há fortes evidências de membros remanescentes da sociedade dos EGBONI comandando `a frente de organização libertárias entre os escravos Nagô, podemos dizer ainda, que foram eles os principais responsáveis pelas organizações de libertação, que acabaram dando origem aos famosos quilombos, dentre estes o de “Palmares” liderada por GANGA ZUMBA que tornou-se o mais conhecido. A sociedade dos OGBONI encerra na realidade uma complexa e bem estruturada hierarquia de importantes OLOYÈ (possuidores de nobres cargos títulos) entre eles reis de várias metrópoles da região do complexo yorubá. AROLÚ era sem dúvida, precisamente uma das mais importantes figuras do reino, sendo um dos mais nobres títulos só outorgados a pessoas de destaque na sociedade. 4º OBÁ DA DIREITA OBÁ TELÁ Este título conferido ao 4º OBÁ da direita de SANGÒ indica estar associado ao ORISÁ ÓSUN. Acaba sendo conferido a pessoa que apresenta uma grande relevância na conservação do culto àquela divindade, que apresenta uma grande ligação com o OSISÁ SANGÒ, pois os mitos africanos a mostram como esposa daquela divindade e, como uma importante deusa ninfa das águas doces, responsável pela sobrevivência dos nativos fornecendo a água potável que permite a subsistência de todos os reinos. O título “TELÁ” é um nome peculiar, porém de suma importância que só pode ser usado entre as famílias reais de OYÓ, haja vista, que o seu próprio contexto indica título e cargo de nobreza, bem como, os nomes títulos “AFONJÁ e AJUAN” usados para os
homens e, “OGBOJÉ, SIYÉ e AKERE”, usados somente para as mulheres. A história nagô conta que um dos “OBÁ TELA”, foi entretanto, um dos maiores “OLÚ”, isto é, rei de uma cidade yorubá, sendo o seu verdadeiro nome “ILARO”, tendo sido o maior responsável pela construção de sua cidade, depois das guerras com “IJEBÚ ODÉ” em meados do anos de 1857. 5º OBÁ DA DIREITA OBÁ ODOFIN A palavra “ODOFIN” representa um dos nobres títulos usados dentre da corte yorubá, que possui um total de 266 títulos de nobresa. ODOFIN é também um título cargo dado ao sacerdote mor dentro de uma ala da sociedade secreta dos OGBONI. O título “ODOFIN” também está relacionado a cidade do IBOLO, mais precisamente, ao rei daquela metrópole, que antes de ser agraciado com este título real, usou antes os títulos de OSÁ, ARO e EJEMU, passando a usar o título de ODOFIN depois de reconquistar sua cidade anteriormente tomada e destruída por invasões de tribos inimigas, construindo no centro da cidade um riquíssimo palácio onde instalou-se para dar continuidade ao seu governo. O título cargo ODOFIN encerra no seu contexto a figura de uma pessoa portadora de tenacidade, perspicácia e muita persistência, o que o torna um grande líder com destaque. 6º OBÁ DA DIREITA OBÁ KANKANFÒ O título KANKANFÒ indica um dos mais importantes cargos da corte de OYÓ, exatamente o correspondente ao de ministro chefe do exército, título cargo somente conferido aos grandes generais considerados exímios estrategistas, obstinados na prática da guerra que possuem vários trunfos nos embates das quais participava. O OBÁ SANKANFÒ remonta sua ascendência ao poderoso povo da cidade de “IBADAN” por sua linha paterna, de modo que existem referências a títulos conhecidos em IBADAN no começo de sua história como cidade no primeiro quartel do século XIX, títulos que encerram cargos de destaque e título de nobreza. ARÉ – ONO – KANKANFÒ OSI KANKANFÒ ASIPÁ KANKANFÒ EKERIN KANKANFÒ e EKEFÀ KANKANFÒ OBÁS DA ESQUERDA DE SANGÒ
1º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ ONANSOKUN É um título conferido ao pai do rei chamado de BABÁ OBÁ, podendo ser conferido não ao pai verdadeiro, mas sim, a um pai fictício, sendo o principal responsável pelas cerimônias preparatórias para a coroação do ALAFIN (dono do senhor do palácio). Esta coroação geralmente é indicada pelo pai do rei, que recebem os títulos de “ONÁISOKUN, ONÁ-ARA e OMO-OLÁ”. Justamente na casa de ONANSOKUN, que representa o mais importante dos BABÁ OBÁ, que o novo ALAFIN deverá dormir a sua 1ª noite antes de assumir o palácio depois de sua eleição para o trono e, na ocasião serão executados diversos sacrifícios animais às divindades de modo que além de investir ao novo ALAFIN uma autoridade material o investirá também com autoridade possuidora de dotes divino, garantindo-lhe a palavra decisiva dentro do seu governo. Na noite de dormida do novo rei na residência do ONANSOKUN, o BABÁ OBÁ, que na realidade não é só mestre de cerimônia mas também o principal sacerdote da corte de OYÓ, o único com autoridade para coroar o novo ALAFIN, irá executar do lado de fora do palácio na praça frontal, onde está instalado o templo de SANGÒ, práticas divinatórios como o jogo de OBI, extraído dali as oferendas propiciatórias as divindades, roçando orientação correta para o governo do novo rei. Face a importância das funções do BABÁ OBÁ ONANSOKUN representa um dos mais elevados títulos cargo do governo de OYÓ, a ligação direta, o porta voz entre o rei os OYÓ-MESI (conselheiros) e a própria comunidade. A autoridade dada ao novo ALAFIN, outorgada pelo importante ONANSOKUN, cessará com sua morte, quando então será escolhido um novo governo para o reinado. 2º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ ARESÁ O título ARESÁ, embora indique importância, não traduz nobreza, entretanto, atua como uma função de altos poderes políticos. OBÁ ARESÁ era um importante chefe de IREJÁ, sendo seu rei e ao mesmo tempo vassalo de ONIKOYI, chefe de uma outra metrópole, sendo diretamente subordinado ao ALAFIN, como os outros reis yorubá e alguns príncipes reinantes da imensa região sob os domínios do grande ALAFIN. IRESÁ é o nome dado a duas cidades, uma a leste e outra a sudeste de OGBUMOSÈ. A letra “A” da palavra ARESÁ, no caso o príncipe indica o poder de posse, aquele que tem, neste caso indica o chefe, o governante da cidade de IRESÁ, província metropolitana de oyó. 3º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ ELERIN
palavra ELERIN versa sobre um nome título que dá cargo de chefe de uma cidade yorubá, que fica situada, ao sul de OFÁ (uma importante metrópole nigeriana), de nome ERIN. A palavra ERIN está ligada ao grande volume de manganês que cobre o leito de alguns rios que cortam a cidade e ainda, em razão de que o manganês costuma ser encontrado em grande escala sobre o solo. ERIN torna-se uma importante cidade devido a sua riqueza mineral, não pelo que se poderia forjar com aquele minério, mas sim, pela ligação que mantém este mineral com o grande Deus ORISÁ OGUN, senhor do ferro, da agricultura e da guerra, haja vista, ser o manganês usado na forja do ferro como matéria prima. OBÁ ELERIN é considerado portanto um único chefe metropolitano, sendo subordinado somente ao ALAFIN, com o qual mantém estreita ligações de amizade. O prefixo “EL” da palavra ELERIN é o mesmo que “AL” ou “OL”, que quer dizer “aquele que possui”. 3º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ ELERIN palavra ELERIN versa sobre um nome título que dá cargo de chefe de uma cidade yorubá, que fica situada, ao sul de OFÁ (uma importante metrópole nigeriana), de nome ERIN. A palavra ERIN está ligada ao grande volume de manganês que cobre o leito de alguns rios que cortam a cidade e ainda, em razão de que o manganês costuma ser encontrado em grande escala sobre o solo. ERIN torna-se uma importante cidade devido a sua riqueza mineral, não pelo que se poderia forjar com aquele minério, mas sim, pela ligação que mantém este mineral com o grande Deus ORISÁ OGUN, senhor do ferro, da agricultura e da guerra, haja vista, ser o manganês usado na forja do ferro como matéria prima. OBÁ ELERIN é considerado portanto um único chefe metropolitano, sendo subordinado somente ao ALAFIN, com o qual mantém estreita ligações de amizade. O prefixo “EL” da palavra ELERIN é o mesmo que “AL” ou “OL”, que quer dizer “aquele que possui”. 4º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ ONIKOYI indica o chefe de uma promissora província metropolitana de oyó, chamada IKOYI. O prefixo “ONI” significa “REI”, embora em uma escala hierárquica menor, no caso, quer dizer “Rei de IKOYI”. Sua função governamental é de tamanha importância, dando ao mesmo um forte elo de ligação com o poderoso ALAFIN, devido aquela metrópole ser rica em ouro e outros minerais, como o cobre, que na antigüidade, principalmente no solo africano representava uma das maiores riquezas que subsequente/aumentavam as riquezas, e os poderes do grande ALAFIN. São vassalos do rei, o ONIKOYI, o OLOGBON.
o ORESÁ e um outro chamado TIMI, que no Brasil não foi instituído nem considerando como um dos OBÁ de SANGÒ, são na realidade os mais anciões de todos, portanto ................ profunda sabedoria nas respostas às suas ................. , haja vista, que na cultura yorubá os velhos são respeitados como possuidores de grandes sapiência, face as experiências conseguidas com as suas vivências, razão pela qual se tornam os grandes conselheiros. 5º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ OLOGBON Este é um título cargo de alta nobreza, conferido exclusivamente ao ONI (rei) de IGBON, outras das províncias metropolitanas de oyó, rica na agricultura, caça e pesca, servindo de elo de substância para as localidades circunvizinhas, abastecendo também o palácio ocupado pelo grande senhor ALAFIN. Embora o título de OLUGBON indique pré-eminência sobre inúmeros chefes de outras metrópolis, o OLUGBON ou AGBOMOSSÒ, chefe da cidade principal de IGBON, também é vassalo de ONIKOYI, chefe da província metropolitana de IKOYI e, consequentemente vassalo do ALAFIN daquela região, sendo ainda subordinado ao príncipe de OGBOMOSSÒ da mesma forma que o ARESÁ é subordinado ao rei de EMIR de ILORIN, importante metrópole de oyó, ligado diretamente ao ALAFIN da região em razão de sua importante posição política no reinado. O título de OLUGBON é conferido somente aos mais idosos que acabam sendo considerados grandes conselheiros, face a experiência devida obitida dos seus períodos de existência. 6º OBÁ DA ESQUERDA OBÁ SORUN É um dos mais importantes títulos cargos da cultura yorubá. O título de OBÁSÒRUN, correspondia em oyó ao cargo de 1º ministro, sendo portanto um poderoso personagem da estrutura da organização política do reinado. Era justamente ele que por suas funções também consideradas religiosas e sacerdotais, que no festival anual de ORUN, partia o OGBI, para em consulta as divindades, saber se as mesmas aceitaram os sacrifícios oferecidos pelo ALAFIN no festival de BERÉ. Os poderes que OBÁSÒRUN possuia eram considerados enormes e de vital importância, haja vista, que na ocasião da indicação de um novo ALAFIN, era justamente ela quem finalmente decidia se o candidato indicado pelos 3 BABÁ OBÁ (pais políticos do rei) era ou não aceitável, possuindo as condições e as virtudes estabelecidas para um ALAFIN. A importância política do ABÁSÒRUN é tão grande que na ocasião que tratamos dos estudos sobre OBÁ ABIODUN, vimos que a influência perniciosa de um poderoso BASORUN de oyó, de nome GAÁ, prejudicou de tamanho modo a política do reino que o OBÁ ABIODUN para poder terminar em paz o governo de seu reinado teve que descartar-se do BASORON GAÁ que acabou morto queimado. Uma das práticas divinatórias da cultura nagô é o jogo realizado com a semente da árvore chamada de COLA ACUMINATA (OGBI). Na cultura yorubá são conhecidas 2 qualidades destas sementes; uma chamada de OGBI BANJÁ (do yorubá GBANJÁ) e outra denominada de OGBI BATÁ (do yorubá ABATÁ), sendo esta última chamada de “OBI verdadeiro ou OBI da Costa”, enquanto
que a 1ª semente é considerada OBI nacional. O OBI BANJÁ possui 2 cotilédones, isto é, 2 bandas sendo usado em práticas religiosas restritas, como exemplo o “Ritual do OBORI”. O OGBI BATÁ possui 4 cotilídones, 4 bandas, sendo usado em práticas divinatívas que de acordo com a posição que caem as bandas permitirão a leitura e interpretação dos recados dados pelo ORISÁ na ocasião das consultas. Nos estudos sobre os OBÁ de SANGÓ existe ainda alusão sobre um OBÁ EKÒ, não conhecido aqui no Brasil mas que seria na Nigéria um nobre título conferido ao rei de LAGOS, metrópole litorânea da Nigéria, na cidade de EKÒ sendo em oyó o 6º OBÁ da direita pois, KANKANF`, apenas completa o nome de OBÁ-ONA-KANKANFÒ, na realidade o 2º OBÁ da direita. Os OBÁ deste modo, evocam com os seus títulos, os mitos e histórias de um povo que tanto contribuem para a formação étnica e cultural do Brasil, estruturando as relações de um grupo religioso em nossa sociedade de classes sócio econômicas, devido a própria mobilidade social e hierárquica existente entre seus membros e ainda sobre o próprio mecanismo de liderança que os OBÁ exercem dentro do contexto afro. ai esta para todos os integrantes desta comunidade um pouco do muito que representa esta divindade que é sango MENSAGEM UMA DIVINDADE NÃO SE MEDE APENAS PELAS SUAS ESTORIAS, MAIS PRINCIPALMENTE PELO SEU CONTEUDO, A SE INICIAR PELOS SEUS PERTENCES, POIS CADA OBJETO QUE FAZ PARTE DO CONTESTO DA DIVINDADE TEM SUMA IMPORTANCIA PARA SE CONHECER A FUNDO A DIVINDADE, ABRAÇOS A TODOS DOTE EDESIO DE JAGUN