5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
II
III sft· 'hu' surpr ndentes, 'quivoco, i ll Vt 'I 'h J 1llJ )('ls , p e r o na q n Inu itado • r O l c l r l r i 'OS
com o
R orn uald o,
°
mentlro
0
"d
1IIIt
II
I I c ll
lill
ca rtv trtn hn ":
J ua re z;» o vin a: R ein ald o, 0 g olp i ta : o " ha bllld os u" w ild .d or d e queijos e m uttos o u tro s - c l l:S I 1 l U lI I p clas eron tcas reun id as n esta obra d e A lexan d n I\ z v e da . Com muita agilidade e ba m humor, dlve rsa sltua coe s e tipos humanos com p oe m um a v i ~o p a no r a m i c a da realidade brasileira atual,
G TUAL EDITORA
r""~'rT'
788535707793 http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic as
1/50
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
o
AUTOR
Nome completo A le xa nd re
A ze ve do
Local e data de nascimento B e lo H o r iz on te , M G , lO de
abril de
1965
Cidade em que reside Ribeir:tlo
r-e».
SP
Estado civil C asa do (c om E lisa )
Filhos
~
o
vendedor de queijos
3 (Fernanda,
Clarissa e Pedro)
Profissao P ro fe ss or e e sc ri to r
.~
outras cronicas llustracoes: Ricardo Dantas
Forma~ao academica Filosofia
lvro p ub lic d o 71 http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
2/50
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Ill!
nllll'lllIhl_ II
(!lIdo I Val r io P r o n co
(11'1
'Ill
d
arte
>
JII
lnthn
N a ir d e M e de ir os B a rb o sa
I l ln n l 'a l l 1 a ~ O o • S e lm a C a p ar ro z
P I ' Q l c t o gl'(\flco d e c ap a e miolo • Homem de Melo
a Troia Design
'oordena<;ao eletr6nica • Silvia Regina E. Almeida
u pl m en to d e le itu ra e projeto de trabalho interdisciplinar D ad os I nt er na ci on ai s ( Ca ma ra
d e C at al og ac ao
Br as il ei ra
• Maria Sylvia Correa
n a P ub li ca ca o
( CI P)
d o L iv ro , S P, Br asi l)
Azevedo, Alexandre
o vende dor
de que ij os e out ra s c roni ca s
I Alexandre
A ze ve do; i lust ra coes R ic ardo D anta s. - 14. e d, reform, S ao P au lo : A tu al , 2 00 7. - ( En tr e l in ha s : c ot id ia no ) ISB N 978-85-357-0778-6
(al uno)
ISB N 978-85-357-0779-3
(profes sor)
1. Cronicas - Literatura infanto-juvenil 2, Lit erat ura i nfanto-j uvenil I. D anta s, R ic ardo. II. Titulo. III. Serie, 07-5819
CDD-028.5
i ndic es
para c at al ogo
1. literatura
inf anto- juven il
2 . L iteratur ajuven il Copyright
©
s is te ma ti co: 0 28 .5
0 28.5
Alexandre Azevedo, 1991.
SARAIVASA t:ivreiros
Editores
Av.Marques de Sao Vicente, 16 97 - Barra Funda 01139-904 - Sao Paulo - SP - Fone: (11) 3613-3000
Fax: [11)3611-3308 - Faxvendas:
[11) 3611-3268
www.editorasaraiva.com.br Todos os direitos reservados. ana: tiragem:
2010
4
2009
2008
3
2
2007
I
Visite nosso site: www.atualeditora.com.br Central de atendimento ao professor: (11) 3613-3030 Grande Sao Paulo 0800-0117875 Demais localidades Impresso na grafica das Escolas Profissionais
Salesianas
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
3/50
,
5/13/2018
.
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
an o
U'
Prefacio
A I orm iga e a Aranha 37
7
Pega ladrao! 39
Seu Sol, dona Lua 9
o
Sede propria 41
contador de vantagens
o
casamento do Juarez
o
11
13
Morreu de gaiato 43
o vizinho do Luisinho 44
cartao de visita 15 A gravata
Na praca 46
17
Urn furo furado! 48
A festa 19
Uma chata de galocha
A televisao 21
50
A cura 52
Vida facil 23
Triste fim da vaca Gertrudes Cale a boca, Jorge! Que pobreza!
o
58
60
pecado 61
Os sapatos da freguesa
o o o vendedor o novo
de queijos 25
substit uto
o
do bilheteiro carro 33
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
galo e
31
63
baile 65
binoculo
o
sindico 27
Bons tempos, aqueles! 29
o
o
55
0
67
despert ador
69
a ssalto 71
A patroa do Souza 73 Papai Noel duma figa! 74 Quem matou Abel? 75
4/50
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
o
1 1 1 In
IH
'/'I
78
o
que esta acontecendo? Bancando
0
80
coronel 82
Pai e filho 84
o cachorro do Gumercindo 86 A nova vida do seu Joaquim
88
Grand Circo Holandes 89
o
autor 92
Entrevi sta
94
A p ri me ir a cr ti ni ca d es ta co iec ii o de cronicas divertidas ja da uma boa ideia da capacidade do autor. Ele sabe quais siio o s inqredientes necessaries
do genero e - coisa surpreendente
em quem ja niio esta
c om eca ndo - c ont in ua sa be nd o c om o m ist ur a- lo s Isso
raro. Muitas uezes se tem a ideia (no caso,
e
Sol e a Lua) e niio se sabe que todo
0
aprendizado
0
xandre sabe. 0
Jrustra
0
dialoqo entre
0
q ue J az er co m et a. P od e- se me smo d iz er
da cronica
boas ideias, como desenuolue-las, E
n a d osa gem ce rt a.
e
descobrir
0
que fazer com as
como niio desperdicd-las.
0 Ale-
.
maior eloqio que se pode Jazer a este livro a expectativa
provocada
pela primeira
e
que ele niio
crimica. Todas, ou
quase todas, estiio no mesmo nivel. A unica c oi sa q ue me intrigou neste livro
e
que, se ele se chama 0 vendedor de queijos e outras
cronicas, a p rimeira
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
crtmica deveria ser a do queijo. Ou
0 Alexandre
5/50
5/13/2018
/tIl/dll
o
S'
d u » I'/' 1'1/('(/,'
I IJl'ilt'/N
enamor:
U
0 1 , d o na
liN t11l/lltl
LUH,
do
III
II. U I / '
1 1 1 1 \flltll
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
liuro do Alexandre
- qUIl n i l u
ni io a e scr eu er c ron ic as m as a p ub li car l io ros
e i gu al ao d o V eri ss imo [s e e que p ref dc ios ]. N iio s e a ssu st e: e que nos dois temos a mesma
-, voce vera que voce li:
1(lufo
etc., tc .
Du tr a co is a: s e v o c e leu 0 primeiro e le e sta va co me ca nd o,
(I
0
meu prefacio
op in iii o so br e es te n os so n ov el c ol eq a r ad ic ad o er n R ibe ir ii o P re to . Ele leva jeito, muito jeito. Se vivesse no Rio, estaria fazendo tuosissimos
espiri-
prefdcios para o s jouens escritores. Ziraldo
Dialogo interessante
aconteceu
entre
0
Sol e a Lua. E isso se deu em
pleno sol do rneio-dia: - Ora, ora, que surpresa
mais agradavel!
A senhora
por aqui,
d ona Lu a? - Pois e, seu Sol, eu ... - Mas que aparencia veio to m ar um solzinho,
a sua, dona Lua! Esta tao palidal Ja sei, ne?
- Quem me dera, seu Sol, quem me dera! J us ti fi ca ti va do au to r: Ziraldo me suqeriu que
trocasse
0
titulo do liuro
ou que mudasse
a ordem
En t r e ta n t o, s e e u f iz es se 0
sentido
de seu prefacio.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
0
que esta acontecendo.
Por que essa cara
- Ah, seu Sol! Parece ate que eu vivo no mundo da lua ... - Ih! La vem a senhora
com esse papo lunatico!
- E verdade, seu Sol. Desde que invadiram
das cronicas. isso, perderia
- Entao conte-me d e l ua?
a minha privacidade
que eu nao tenho mais aquele brilho de sempre. E nao parou por ai, Se mp re e st a c heg an do
g en te n ov a pa ra p er tu rb ar
0 me u
s os se go , J a
estou cheia! Cheia, seu Sol! 56 me falta mesmo virar Iua-de-mel
I
6/50
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
\
~
fogo I U r a, 'I ;I ' a D e u s ,
'1,1
tl
o
I
111111 I
o rn o ja dtzia 0 velho ditado: p e d e vir qu n t
pr'I()('UP I~ o . < 'I I
l. ,'0
I 1 7 ., 0,
'1 '( I II
II
ntador d e vanta gens
'Ill'
tou f rv ndo!
- E por
isso mesmo que eu estou aqui, seu SoL Quero prop or-
Ih u m n e go c io . - Negoclor!
Com a senhora?
- Calma, calma, nao se esquente!
Vou the explicar. .. Puxa, que
.alor faz aqui, hein? Born, eu so quero lhe prop or uma troca de turnos, - Troca de turnos?
Que papo e esse, dona Lua?
- Nao precisa ficar vermelho, fico durante
0
dia, enquanto
0
seu Sol! 0 negocio e simples. Eu
senhor fica durante
a noite, enten-
deu? - Humm, sei nao ... Acho qu
isso vai dar bode! A senhora
nao
e notivaga? - Xi, e mesmo! Esqueci que sofro de insonial durante
0
So consigo dormir
dia.
- E eu nao posso dormir d - dla, sabe como e, ne? 0 calor ... - 0 senhor tern razao. A proposlt , que horas sao? - Meio-dia,
pontualmente!
- Ai, meu Sao Jorge! Estou atra ada! Ja era para eu estar no Japao! Qualquer
dia eu apareco
pa n
f ic ar m ai s t em po .
- Talvez num eclipse! - Talvez. Boa noite, seu Sol! - Born dia, dona Lua!
- Ta venda esse mundao meu. Tudinho, tudinho.
de terra ai, seu Tavares? Pois e, so, e tudo Ate onde as vistas nao podem mais alcan-
cart Ninguem seu Tavares. impressionado
acreditava
nas historias
Mas, para nao magoar
do Romualdo, 0
amigo,
muito menos
ele fazia urn ar de
e soltava:
- E m esm o, s o? Q ue b el ez ura , h ei n?! E , a ssi m, R omu al do vi vi a s e g aba nd o, Qualquer urn que se aproximasse
c ont an do
do Romualdo
s ua s v ant ag ens . nao saia sem pri-
meiro ouvir uma das suas: - Ih, rapaz! Olha la a carreta estacionada - Vai me dizer que e sua tambem? deboche,
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
no posto. Ta vendo?
- perguntou,
num tom de
seu Almerindo .
7/50
5/13/2018
(I 1111
'!
1\
I\h, hom I Ja - Qu n
0,
11
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
''luI' N 0, n 0, qu m m d c r a . . . t av a i m ag in a nd o que ...
'III'!'
ada, seu Almerindo,
que nada! A carreta nao
menta
e minha,
d o Juare z
s nhor. Mas aqueles carros que estao em cima dela sao. Tudo
zcrinho, zerinho! E foi assim por muito tempo. Ate que resolveram Romualdo.
Recapitularam
0
que fica perto da fazenda
- Tern certeza d
Romualdo la pras bandas
da
do meu tio.
qu - 1· nao conhece
- Nunca foi pra la, ja m g en te d a u ma p ar adi nh a
0
tudo pra nao haver erro nenhum:
- Entao fica assim. A gente leva cachoeirinha
desmascarar
0
lugar?
informei. Chegando perto da fazenda, a
p1'8
tirar agua do joelho e espera
0 Romual-
do se gabar das terras. Ai a r nt acaba com ele, entenderam? Tudo ficou mais d o qu mualdo pro passeio. - E ai, gente, vamo - perguntou
ent ndido. No outro dia, levaram
hcgando
0
Ro-
perto da fazenda, pararam:
d ar um a p sr ad in ha p ra t ir ar a gua d o j oe lh o?
seu Ana I .to,
Todos desceram da Romualdo lascou:
amlnhonct
- Nada melhor do q ue r nl] - Pera la, compadre I E
H'
nu s
SI I j '11"
foram pro matinho.
Na volta,
oi sa s d a g enr e, h ei n, p es so al? tf nao e sua, nao l Isso tudo
e
do
se u C lod oa ldo , t io d o Gu mcr cl ndu l R omu al do tangente:
de u u rn t ap lnh u
Ate que nao aguentou
nil, costas do compadre
e saiu pela
Eu estou me referindo
ao sovina do Juarez.
i mpo II·
s gurar!
E quando falatorio
a noticia se espalhou,
- Tern certeza, s6? - Olha, nao brinque - Se for verdade,
acreditou.
Foi
eu faco questao de conhecer 0
0
que aquele mao-de-vaca
fosse
proeza. 56 venda mesmo!
tempo tudo foi se clareando
besta nem nada - come\ou
a corajosa!
Juarez! Conta outra, vail
era dificil de acreditar
capaz de realizar tamanha Mas com
Duvido!
com coisa seria, rapaz!
- Ora, onde ja se viu, Realmente
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
entao? Ninguem
pra mais de mes:
- 0 que? Aquele unha-de-forne?
Sujeito mais pao-
duro que essa cidade ja viu.
- Uai, s6! Quem e que falou I..0/ .u mijei foi na calca m smo.
o ziper enguicou e nao deu
mais e resolveu casar.
a desconfiar
e
0
povo - que nao e
do casamento .
8/50
5/13/2018
I rill! 'Ira o Juar
"apar
onvidou os ami os mat s 'h 'g \(10
'Z
II
II I
'-la-p las-sets", pra nao ter que gastar com essas b
c l convites,
como
qu
depois, pra festelar
ousou perguntar
- Qual
qu I D o J < .'lt o qu ~ a s coisas andam . ..
de tiraro
time de campo:
lm 1I~lmt0 .usto que foi pra ele abrir as maos e receber
os cumprimentos
do, convtdados
Era gente saindo 1 ' < : 1 0 Iu dr 0 1 1 u fazll
que ta, Deus M de E f oi a e mp re ga da ,
~o, 1 0 II
t'()lll'Ol'd
. U ma se ma na depnlx,
0
0
que compareceram porque
0
pessoal daqui
\H I .,
e
asar na Igreja, mas com
q ue n em
0
preco
11'1
II(, oul ficou sabendo de toda a verdade.
qu e II ivln sldo despedida
botar a
ao cartorio.
\ foi so no cartorio mesmo:
Iv c n r l o .
Sao Tome, so a r I l l !
que resolveu
ta o d e visita
,j • I I
a ontecido.
0
0 JlHlr(~Z tratou
- Bern qu
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
se nao iria ter festanca
Ma s l og o E ninguem
II,
1 pr6prio dizia.
E teve g nt at
0
I
IIIl
- Ele casou meSI110 " 0 1 P ' ,
logo apos
0
casorio,
trombone: II
0 t er q ue pa ga r e mp re ga da l
o marido, pondo em duvida a fidelidade da mulher,contratou
urn
detetive para segui-la: - Perfeitamente,
doutor - disse odetetive,
fazendo ar de Sherlock
Holmes -, pode ficar tranquilo l
o marido, tranquilo, nao podia ficar. A cada dia que passava, e le f ic av a a in da ma is d es co nf ia do. 0 detetive, ao final de todas as tardes, entregava mulher durante
0 r el at or io 0
co mp le te d as a ti vid ad es
r eal iz ada s pe la
dia.
- Hoje ela fez isso, isso e aquilo! - dizia, confiante de se mp en ho
d o s eu t ra ba lh o.
o marido ouvia atenciosamente sem tirar a ideia de traicao
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
no born
0
relato do investigador,
mas
por parte da mulher.
9/50
5/13/2018
-
I I 0 .1 t· 1 0 : 1 1 1
S mpt
fi t
f
7.
181'10,
lsso e aqullo I
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
g r K vata
m sma ladainha. Nao havia nada que pudesse '0111"
pro m eter a idoneidade
da esposa. E
0
marido sempre com aquela
m an ia d e t ra ic ao. Ta lv ez f os se m el hor p roc ur ar u m p si ca nal is ta , o p ro bl em a
p en sou el e. T al ve z
e st ive ss e n el e me sm o.
E procurou,
Conversa vai, conversa
vem, tudo normal. Um mes
de sessoes e nada que pudesse comprometer
a sanidade
mental do
analisado. Enquanto
0
marido fazia suas sessoezinhas,
0
detetive cuidava
da sua obrigacao: - Hoje ela fez isso, isso e aquilo! Quando
0
marido ia para
0
se u t rat am ent o,
a vis av a
a
mulher:
- Chegarei mais tarde, querida. Tenho sessao, Sem perder tempo, a mulher corria para
0
telefone:
- Pode vir, ele ja foil Foi assim durante
muito tempo:
- Chegarei mais tarde, querida. Tenho sessao, Foi dessa vez que, ao chegar ao consultorio, um imprevisto
qualquer e cancelado
em casa. A mulher ouviu - Meu Deus! E
0
0
barulho
escapar
doutor havia tido
o marido tinha sido despedido havia algum tempo. A mulher resol-
do carro e gritou:
veu que iria trabalhar
meu marido!
o marido entrou no quarto quando Conseguiu
0
a sessao. 0 marido chegou cedo
para ajudar nas despesas, pois as economias
estavam no fim. Saiu cedo para a cidade 0
sujeito pulava
a janela.
por pouco, mas deixou cair algo no chao. Era
um cartao. Um cartao de visita com os seguintes
dizeres:
numa banca e cornprou umjomal.
DETE~I':E PARTICULAR sIgdo absoluto
procura de emprego. Parou
as si na lo u c om c an e ta a s of er tas d e t ra bal ho . Q ua ndo f ec hou reparou na data. Dia 15. Era
a
versas lojas
(Bartofomeu ccr: . vltvetra
a
Abriu na secao de classificados
encontrou
0
aniversario
e
0jomal,
do marido. Entrou em di-
p ro cu ra d e u m pr es ent e qu e p ud es se p aga r, Fo i q uan do
uma liquidacao
de gravatas.
Nao teve duvida, comprou
a mais discreta e mandou embrulhar para presente. Ao entardecer, depois de ser rejeitada nos varies empregos que havia assinalado no jomal,
voltou para casa.
o marido estava na sala, lendo uma revista. A mulher deu com
0
presente. Ele ficou por algum tempo tentando
o que havia quando
dentro
ele viu
0
daquele
pacote,
A surpresa
0 surpreen-
adivinhar
foi ainda
maior
que era. 0 que iria fazer com aquilo, se nem ao
menos um temo decente possuia? A unica vez que vestira um temo
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
10/50
5/13/2018
ro n
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
(lI'6prlo 'tI~:llIl(.·Il'lO. Mas, para n o d ~ pclonur I Illulit 'I, ' u " flngiu f li idade. Quando foi s e d e it ar , a g rav ata TIt 0 0
11 0
u g ra d
d . ixou dormir. A noite inteira ficou pensando Por que a mulher dera a ele uma gravata? o no aprendera
no bendito presente.
Onde iria usa-la?
a dar!
No outro dia, a mulher saiu novamente marido, desgostoso
a
procura de emprego, G
com a vida, ficou em casa. Comecon a pensar
nas contas que estavam para veneer, no aluguel atrasado, fone cortado,
Nem
nas mensalidades
pela hora da morte.
escolares
G carro, a televisao,
no tele-
dos filhos, que estavam ate
0
relogio
de pulso
foram vendidos. Quando a mulher voltou da cidade, gritou seu nome: - Raul! Raul! Onde voce esta? Consegui um emprego!
Conse-
gui! A mulher
0
encontrou
no banheiro
com a gravata
no pescoco.
Eram tres horas da madrugada mento estritamente dancava
com a empregada
No apartamento sonhava
e a festa corria solta no 709, aparta-
familiar. A musica estava tao alta que
0
porteiro
do 601 dentro do elevador.
809, a mulher chamou
0
ma ri do qu e, pe la c ar a,
com a Miss Universo:
- Clodomiro! Clodomiro! Clodomiro resmungou alguma coisa, virou-se para 0 outro lado e continuou a sonhar. A mulher, irritada, desferiu-lhe um cutucao que
0
fez rolar na cama, caindo no chao.
- Ha?! Que foi? Vai dormir, mulher! A mulher, de bobes na cabeca, levantou-se, c in tu ra
colocou as maos na
e f al ou :
- Como e que alguem pode dormir com essa barulhada apartamento
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
de baixo?
toda no
Como?!
11/50
II rrulho ?
(jill
5/13/2018
- N
o
(~S
til,
fa9a. d
I I
,
tro • ~
tal V a hi
b
Il1dO ,
Iclo.
(;) FnB
te rm ine
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
A t 1
com essa algazarral
marldo bo ejou mais uma vez e olhou para
0
relogio. A mulher
fo i decisiva: - Vai la, homeml Vai la! Voce e ou nao
0
si nd ieo de st a po rc a-
ria?
o
m ari do , c om o s o lh os se mi ce rr ado s,
f oi c at eg or ic o:
- Renunciol A mulher acendeu xando
0
quarto,
0
a luz, colocou
0
penhoar,
e, quando
ia dei-
marido gritou:
- Zoraidel Aonde voce vai? - Ja que nao tem homem nesta casa, eu mesma vou terminar c om e ss a f es ta l A mulher deixou
q ua rt o. 0 m ar id o g ri tou n ov ame nt e:
0
- Z or ai de l A mulher voItou, fazendo ar de vitoriosa: - Que e? - Apaga a luzl A mulher, indignada, isso,
0
saiu como se fosse para a guerra. Enquanto
marido dormia profundamente.
E ra m ei o- di a qu an do te-lo chamado nenhuma
0
Pericles, durante meses, economizou
marido acordou. Estranhou
antes. Estranhou
ainda mais ao ve-la dormindo
roupa. Porem, nao quis acorda-la.
p ar a c om pr ar j or na l.
a esposa nao
Na p or tar ia ,
0
sem
Tomou seu cafe e saiu
p or tei ro , co m o lh os d e r es sa ca ,
chamou-o:
gos numa televisao de 42 polegadas, com a novel a das oito e com
0
gala quase em tamanho
Chegou a copa e Pericles ainda nao possuia sem poder ver os gols como gostaria.
- Sim? - perguntou
ele.
por alguns
- 0 seu Marcos, do 709, pediu para entregar
este pacote
0
p aco te e f ieo u i ma gi na nd o
a li d ent ro . N ao e on se gu in do q ue e st av a f aze nd o
0
penhoar
ficou tentando
e a ca1cinha cor-de-rosa
d en tro d aq ue le p ac ot e.
natural.
dinheiro suficiente
seus jogos, e Pericles
Resolveu,
dias. Falou com a mulher e explicou
entao, nao comer que era por uma
eausa justa, por amor a Patria. Dona Consuelo concordou, p or qu e es ta va p re cis an do pe rd er a lg uns q ui li nh os . 0
que teria
s e c on te r, de se mb ru lho u- o.
ate a banca de jornal,
0
aqui
para a dona Zoraide. 0 senhor faz esse favor? S eu Cl od om ir o p eg ou
na poupanca
A noite, dona Consuelo sonhava
para a aquisicao do aparelho. 0 Brasil ganhava
- Seu Clodomiro I
No caminho
um dinheirinho
pa ra q ue, q uan do c he gas se a Co pa d o M un do , pu de ss e as si st ir ao sj o-
o
0
da mulher
a
loja e comprou a televisao,
a copa inteirinha,
mas, pelo menos, iria ver
tao esperado dia chegou. Pericles foi
Nao pudera acompanhar entender
mesmo
a decisao com classe. Quando apareceu em casa com a caixa de pap el ao, e ne on tr ou P er icl es es tr anh ou
a m ul he r s en tad a n o s ofa , c om m ai s ci nc o v iz in has . t oda a que la g ent e a li pa ra da e pe rg un to u:
- Vieram ver a final tambem?
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
12/50
5/13/2018
v lz ln h m - Vi m s
s " fr l. J' t· o lh JrIlIYl. D o n n istir 0 final, slm, mas
Iv
Foi ai que Pericles se enfureceu. poderia
deixar
0
a no ve la, e le q ue re ndo
se formou.
mordidas,
puxoes
s ei s co nt ra u m. P or f im , a s m ul he res v en ce ra m. 0
t: O ve nde dor
nao
Era um
de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Vida
q uer en do
futebol. As oito horas, a discussao
Chutes, beliscoes,
saiu de campo e foi para
IIIVI
Depois de tanto sacrificio,
t roc a- de- ca na l- pra -l a.Ela s
0
, II
da novel a I
passar por menos. A confusao
ta l d e t ro ca -d e- ca na l-p ra -ca , pancadaria.
o n su 1 0 tom ou
virou
de cabelo. Eram
P er ic le s, d er ro tad o,
chuveiro.
Na hora de cornecar a novel a, apareceu aquele sujeito que fala sob re e sp or tes : " Po r m ot iv o da d ec is ao d a Co pa d o Mu nd o, de ix ar em os de apresentar
0
ultimo capitulo
neste mesmo horario. Assistam
da novela ... , que ira ao ar amanha agora a: Italia versus Franca".
P er icl es , a o ou vi r d o b anh ei ro, s ai u v ibr an do , c om o se e le p rop ri o tivesse marcado s e t ive ss em
0
gol da decisao. As mulheres sairam da sala como
l eva do c ar ta o v er me lh o.
Pericles pegou sua bacia de pipoca, ajeitou-se ap it o i ni cia l, a t ele vi sao
na poltrona
e, ao
p ifo u.
A simpatica
senhora esperava pacientemente,
sua vez de telefonar. d ona -d e- ca sa, Ao chegar
Bem vestida,
aparentava
na fila do orelhao, a ser uma respeitada
bo a ma e, e sp os a e xem pl ar . a vez, um rapaz pobremente
vestido,
com feicoes
aflitas, interrompeu-a: - Perdao, minha senhora.
Sera que eu posso usar
0
telefone?
:E
u rg en te l P or f av or ! A simpatica senhora, notanda que 0 rapaz estava mesmo com a lgu m p ro bl em a s er io, c ede u- lh e a v ez . En ta o, el e e nc ai xo u 0 cartao no aparelho c omp le to u
e, sempre apresentando a l ig ac ao :
- Ala! Seu Juarez?
:E
0
Reinaldo.
onze, lembra? A camisa e a gravata o paleto.
sinais visiveis de nervosismo,
0 senhor arrumou?
0 senhor mandou eu tenho.
Nao l Puxa vida,
eu ligar as
So faltam a calca e 0
senhor prometeu.
Tem que ser.de terno, senao eles nao aceitam .. . Droga, desligou!
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
13/50
5/13/2018
o rap az, d e P ionado,rol
s cn ta r-s c n um a m ur 'ta 1 ; 1 0 ludo d o orelhao, A simpati ca senhora, que ouviut oda a c on v er sa , r ep a ro u que ele chorava
por nao ter conseguido
com
ela foi ao seu encontro:
0
ocorrido,
- Desculpe,
0
o
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
seu terno. Sensibilizada
r de do r d e queijos
V
mas eu nao pude deixar de ouvir a sua conversa.
Voce precis a muito desse terno?
o
rapaz explicou toda a situacao.
Disse que estava desemprega-
do havia algum tempo e que nao tinha dinheiro de um terno que usaria para se apresentar empresa.
Comovida
resolveu
presentea-lo
com lagrimas
com a historia
do rapaz, a simpatica
com um terno novinho.
escorrendo
para a aquisicao
a vaga de determinada senhora
0 rapaz agradeceu
pelo rosto.
No outro dia, no mesmo orelhao, um simpatico
senhor pegou
0
fone para fazer a ligacao. 0 rapaz interrompeu-o: - Perdao, u rg en te!
o
meu senhor.
Sera que eu posso usar
senhor cedeu-lhe
E
0
a vez:
Reinaldo.
onze, lembra? A camisa, a gravata, 0
telefone?
P or f av or !
simpatico
- Ala! Seu Juarez? E falta
0
sapato.
0 senhor arrumou?
0 senhor mandou a calca e
0
eu ligar as
paleto eu tenho. 56
Nao l Puxa vida .. .
Saiu
0
vendedor
de queijos a vender seus queijos pelas ruas da ci-
dade. Na primeira casa que encontrou, bater palmas. A empregada,
arriou sua sacola e pas-se a
pobremente
vestida, saiu a porta para
atende-Io: - Pois nao? ~. A patroa nao deseja comprar um queijinho? A empregada mandou-o esperar um instante e foi para dentro da casa perguntar
a patroa
Alguns minutos
depois, a empregada
- A patroa mandou - Nao, senhora, A empregada
se ela nao queria queijo.
perguntar
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
e
mineiro.
sou paraibano!
foi novamente
- A patroa quer saber se
se
voltou:
0
falar com a patroa. Depois: queijo
e de Minas .
14/50
.'.
5/13/2018
II 0"
-n ho rn , A dlO q uo
til!."
~U
aqul rn srn o. Q u'
dll'IIl'11
'I O
n
ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
m in 'in> o u .a r n ? Q u U o e qu ijo! - M a s a p atr oa d is se que 56 compra se e le for mineiro! E mineiro
1 '1 i'.. ( ' ..
sindico
o u nao e ?
o
vendedor,
para nao perder a freguesa,
V
falou que era.
- Entao, prova! - disse a empregada. - Olha, dona, eu nao tenho
aqui comigo a certidao
mento dele, nao, Mas so tern umjeito
de nasci-
de descobrir se ele e mineiro
ou n ao. - Equal
e? - quis saber a empregada,
- Eacil - respondeu
ele. - A senhora
da uma apertadinha
nele.
S e e le di ss er uai, e mineiro! - E se nao disser? - indagou
a empregada.
- Nao tern erro. E mineiro mudo!
No auge da reuniao, quando os condominos Guilhermino
estavam exaltados, seu
apareceu:
- Com licenca, eu vim substituir. .. Ninguem deu a minima importancia
a sua presenca, quanta mais
as suas palavras. o sindico, ao centro da mesa, relatava o predio apresentava. que
0
sindico prestasse
- E
0
dinheiro
- Pagamos - 0 senhor exclamou
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
0
Os moradores,
os muitos problemas
sentados
que
a sua frente, exigiam
contas:
do condominio?
uma fortuna
- perguntou
por mes! - exclamou
0
207. 0
307.
nao fez nada ate agora, por que"! - perguntou
e
407 .
15/50
5/13/2018
niul: .onh .ldo om o 0 .tentava salr p .la ta n IIll',O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om I I n q u cm t o l s so , U ullhermino, parado a porta, pedia licenca p a r a entrar: l) . Indl 'U,
- Me mandaram controlar
aqueles!
aqui para ...
A confusao aumentava
n t mpos,
a cada palavra do 509, que nao conseguia
a situacao:
- Silencio l Calma, calma! Vamos tratar do caso com diplomacia! De tanto momenta
pedir silencio,
em que
0
os moradores
resolveram
s al ao se ca lo u, se u Gu il her mi no
ouvi-Io.
No
a pr ov eit ou:
- Seu sindico, eu vim substituir. .. Nem mesmo seu Guilhermino
terminara
de falar,
0
605, la do
fundo, gritou: - Apo iad o! Ap oia do! V am os su bs ti tu ir Seu Guilhermino
0
509!
tentou explicar:
- Nao, gente, perai!
- E isso rnesmo - falou Vamos usar de democracia! o salao todo concordou. sabia parado
0
0
304 -, nao e assim que se procede!
0 509, totalmente
desorientado,
que dizer. Muito menos seu Guilhermino,
a
nao
que continuava
porta do salao.
A eleicao foi feita diretamente, - Quem vota nele levanta
na base do "levanta
a mao direita!
a mao".
d em oc ra tic ame nt e,
a 70 1, ap on tan do
p ar a se u Gui lh er mi no .
Os condominos
foram unanimes.
Seu Guilhermino
no vo si ndi co. Os mo ra do res menta-lo,
Uma velhinha
- disse, euf6rica
e
"Fliperama do Osmar", ajeitou os 6culos e leu: "Panorama
foi eleito
0
co rre ram a o s eu en con tr o pa ra c um pr i-
A euforia era tao grande, que ele nem teve oportunidade
de falar. Quando
todos
estavam
Guilhermino
aproveitou
rapidamente
a torneira
comemorando
a "deixa"
0
aeontecimento,
e foi ao banheiro.
seu
Substituiu
da pia que estava com defeito e deu no pe
o m ai s d ep res s a p os siv el . - A gente eneontra sem se esqueeer
Entrou.
a notinha
do eonserto.
Olhou a sua volta,
mocinha, quando eostumava
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
0
Bar".
dos seus tempos
freqiientar lanchonetes, acionadas
de
com as amigas,
a fiehas - aquelas
do tempo do Cafungal Dirigiu-se ao rapaz do eaixa e, com um rosto nostalgico,
fa-
lou: - Por favor, mocinho,
en-
uma fieha! 0 rapaz, maquinalmente,
sem pereeber que se tratava
- Obrigada! - agradeceu Ao dar eonta de si,
0
- Ei, vov6, a senhora
lembrando-se
para ouvir musicas naquelas maquinas
tregou-a,
cada um nessa vida! - falou ao porteiro,
de the entregar
de oitenta anos andava pelas mas da cidade. Com
calor que fazia, resolveu parar e deseansar um poueo. Em frente ao
de uma simpatica
velhinha.
ela.
rapaz estranhou: sabe jogar?!
16/50
5/13/2018
B lu s o v lro u
p ld J' €I 0
- Sim, ur n guarana! Na maquina,
.onftrrnou:
r ap az
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Urn guarana!
ela depositou
a ficha e esperou
ouvir a musica.
Mas nada de ela to c ar. - Sera que esta com defeito? Ja nao se fazem mais vitro las como a nti ga me nt e! Resolveu,
- fa lo u, r el emb ra nd o
0
entao,
dar alguns
se funcionava. esquisito
discretamente,
E nada de funcionar.
acontecia
dentro
u
tituto d o b ilh eteir o
passado. cutucoes
para ver
Reparou, porem, que algo de
da maquina
e, curiosa,
perguntou
ao
r ap az d o ca ix a: - Mocinho,
que e que essa bolinha
- Ora, e assim mesmo - respondeu
esta fazendo aqui dentro? ele. - Aperte
0
botao, que
funciona! Ela apertou.
Gastou
todas
as bolinhas
e nao quis repetir
a
dose. - Essa juventude!
- falou ao rapaz do caixa. - Antigamente
nao era assim! - Como era, entao? - indagou, interessado, 0 rapaz. - Ah! Bons tempos, aqueles, que a gente colocava a ficha na vitrola
e ela tocava
sozinha,
sem ficar apertando
aquele botaozi-
nho. Parou urn instante tempo. Comecon
de falar e ficou com os olhos perdidos
a cantarolar
seus olhos se encherem
d'agua.
no
uma musica da sua epoca, que fez 0 rapaz nao entendeu
nada:
Antes de ele completar,
meu filho! Hoje, alem de ficar apertando
aquele botaozinho, as music as nao sao as mesmas. Hoje e so blim! bl om ! bl im ! bl om . Isso que e 0 tal do rock, nao e?
o rapaz tentou explicar:
chama por ai de disfuncao
0
pessoal mais entendido
Havia somente urn cidadao,
a musica
tempos de mocinha.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
ansioso pelo
a
situacao
dramatica,
0
bilheteiro
nao teve outra esco-
- Por favor, venha
ca l
o cidadao olhou para os lados, a fim de verificar realmente se referia a ele. 0 senhor
mesmo!
-
confirmou
de quem nao consegue 0
0
se
bilheteiro,
0
bilheteiro
fazendo
uma
mais segurar. c ida da o p ro nt if ic ou -s e
a a jud a- lo.
o b il he tei ro s ai u e m d isp ar ad a, de ix and o- o r es pon sa ve l p el a bi lh e-
guarana! que costumava
ninguem
i ni ci o do f il me .
E xp li cad a t oda a s itu ac ao , 0
do entero.
suando frio, olhou a sua volta e nao encontrou
que pudesse substitui-lo,
expressao
Ela pegou a ficha e falou:
que
Apertado,
-
- Nao, vovo l Aqui e uma casa para se jogar!
E saiu cantarolando
teve uma forte dor de barriga - dessas
lha:
ela falou:
- Nao, nao. Nao quero mais
0 bilheteiro
qu an do
do Cine Ema, repentinamente,
Devido
- Mas vovo ... - Esta tudo mudado,
E ra m d ua s h or as d a t ar de da qu el a s eg un da -f ei ra ,
ouvir nos seus
t eri a e p el a po rt ari a. Quando ja estava acomodado
atras da roleta, urn sujeito, desses
17/50
5/13/2018
d o lI J } o r o l u t lo , n p u r o c
P In r ol ta ,
0
- Aonde
N o m or n .n to
'U .
.m q u . < .: s 't·
II
II h
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
s ub stitu te d o b ilh t ir o engrossou:
0
o
111110
senhor pensa que vail
rro
- Ora, vou assistir ao filme! - E onde esta a sua entrada? - Ah, vejo que voce e novato por aqui, hein? Pois fiquesabendo que sou urn dos socios desta espelunca! - Eu nao perguntei
quem
0
senhor e! Esta claro no regulamento:
" So p od er a a ssi st ir , q ue m co mp ra r e nt ra da" . - Acho que voce nao entendeu bern. Eu sou
o
d on o! En te nde u, -
Sinto muito.
Eu so estou cumprindo
senhor pensa que este trabalho ter muita responsabilidade! infringindo
0
dono deste cinema.
a gor a? com
0
meu dever. 0
e facil? Pois nao e, nao l Tern que
Se eu deixar
senhor entrar, vou estar
0
as normas da casa. 0 senhor compreende?
- Nao, nao compreendo,
nao l Sabia que eu posso despedi-lo
a
qualquer momento? - Eu so cumpro ordens! E ordens sao ordens! Nao tendo c om pr ou
outro jeito,
0
sujeito
retirou
do bolso uma nota e
a e ntr ad a.
- Satisfeito?
Posso entrar?
- Urn minutinho
Quando
so. A sua identidade,
por favor.
0
Admirada,
- Esta claro no regulamento:
"Filmes pomograficos,
porta da casa, a mulher saiu em dispara-
da para a rua. Nem se lembrou da camisola e dos bobes na cabeca,
- 0 que?! c om a a pr es ent ac ao
a
carro buzinou
somente
d a i den ti dad e" .
ficou por algum momenta
boquiaberta,
pr im ei ra v ez q ue ol ha va ur n a ut om ov el ,
o ma ri do, s or ri den te , a br iu a po rt a, d es ce u l en ta me nt e e fe ch ou- a
- Olhe bern para a minha carat Eu pareco algum moleque?
como se fecha a porta de uma geladeira.
- Sei nao, esse bigode ai po d e ser postico l
balancando
- Tenha a santa paciencia, rapaz! Fique sabendo que isso nao vai ficar assim! Vou providenciar a sua demissao agora mesmo! E saiu resmungando, voltava
ao local
0
fulo da vida. Naquele
bilheteiro
mesmo momento,
titular:
- Tudo bern por aqui? Nenhum problema? - Nenhum.
So urn sujeito que quis criar urn casinho, mas nada
de especial. No outro dia,
bilheteiro
titular recebia seu aviso previo .
Caminhou
para a mulher,
as chaves com a mao, e disse:
- Que tal, querida, gostou? A mulher respondeu com urn largo sorriso.
0 marido
conti-
nuou: - Va chamar os meninos! - Meu Deus! Olhe so
0
Vamos dar urn passeio!
meu estado! - disse a mulher, voltando
a si, olhando para a velha camisola e colocando - Preciso me arrumar!
0
como se fosse a
Enquanto
as maos na cabeca,
Preciso me arrumar!
a mulher se trocava,
0
marido resolveu
dar uma jo-
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
18/50
,11111111 5/13/2018
durant
I
rl 0
~ u
I II I
b 'I~I~1'1,
tra je to a te a rua
m as a v on tad e
d - lava-lo
-Ildo
Ip
'8 'a .
e le c o l o e n u
que
N a v rd a d
0
1 1( 1 V I " lI lt l O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
.arro .sravu I I I l I P O ,
foi tao grande que e le n em reparou
n
e ss
detalhe. Algum tempo
depois, a mulher ja estava
tambem, Todos vestidos Entraram s or ri de nt es .
como se fossem
no carro e partiram D e v ez e m q ua nd o,
para 0
0
a
pronta.
Os meninos
miss a de domingo.
passeio. Estavam
pai chamava
- Tira 0 pe do banco, menino! Vai sujar A mae tambern nao deixava por menos:
0
alegres e
a atencao: estofado!
- Coloque os braces pra dentro, Toninho! Aquela manha ensolarada almoco,
0
foi de pura felicidade. Em casa, apos
marido deu urn beijo na mulher e partiu para
Chegou em cima da hora. Doutor Anibal ja do seu escritorio, Quando
0
olhando
carro parou,
aflito para
0
ele desceu,
0
e spe ra va
0
0
trabalho.
na c al ca da
seu Rolex de pulso. abriu a porta traseira,
por
o nde d out or A ni ba l en tr ou: - Corra, larbas!
Estou atrasado!
- Sim, doutor!
- disse, olhando
no retrovisor
para colocar
0
quepe.
o
xerife daquela pacata cidade do Oeste voltava,
ausencia,
orgulhoso
de ter cumprido
de homem da lei. Arriou saloon, e s e d ir igi u
a
0
cavalo, deixando-o
barbearia
apos tres dias de
com brilhantismo
seu papel
parado na frente do
para fazer uma limpeza geral. Nesse
me io -t em po , ur n ti ro tei o a co nt ec ia n a r ua p rin ci pal d a c id ade . 0 x er if e c ol oc ou r ap id ame nt e
s ua s r ou pa s e p art iu pa ra av er igu ar
0
ocorrido.
0
Nisso, ti ro tei o h av ia t er mi na do . Na r ua d es ert a, s om en te s eu c av al o, com sangue escorrendo pelo lombo. 0 pobre coitado estava morto.
o
xerife, venda aquela triste cena, nao se conteve. Fez uma imitacao
barata de John Wayne e se encaminhou
ao saloon, onde as pessoas,
refeitas do susto, tomavam seus uisques. 0 xerife abriu violentamente a porta, colocou a mao no coldre, onde reluzia seu revolver de prata. E, com voz de trovao, disse: - Quem foi
0
d es gra ca do
q ue ma to u a qu el e c av al o? !
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
19/50
' l'o tl o: ," UII,' lullall' irn, 5/13/2018
IIJIIl'dl'OfilUdU'
'rod os, m n os urn brutam on t absorto
de tudo
tranquilidade
0
s qu
que estava
daquele
'o m
I
n slo no mln
do
'1'1',
stava sen tad o m ats ao t u n d o ,
acontecendo.
sujeito, caminhou
0 xerife,
ao notar
rrmqa e a A ra n ha
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
a
em sua direcao, parando
a p ou co s m et ro s d e d is ta nc ia : - Parece
que
0
cidadao
ai nao ouviu
a minha
pergunta.
Ou
se sentiu of en d ido. No momenta
em
ouviu? Foi ai que
0
brutamontes
qu e e le se l ev ant ou , em que tinha monstruosa
0
xerife se deu conta da tamanha
se metido.
0 xerife ja ia dar meia-volta,
enrascada mas uma
mao tocou em seu ombro:
- Fui eu, por que?
o
xerife sentiu urn calafrio percorrer
i a r ep eti r a p er gu nt a, de notas que recebera
q uan do
0 x er ife
da sua missao e entregou-as
- Pois fez muito bern! - disse f or a- da -l ei ,
seu corpo. 0 brutamontes
r et ir ou d o b ol so u rn c hum aco
0
a de.
xerife. - Aquele cavalo era urn
A qu i e sta a s ua r ec omp en sa!
A Formiguinha,
cheia de si, acordou, respirou fundo e concluiu:
- Nao ha ser menor que eu neste quintal! Mas, para confirmar uma pequena - Sabia,
pesquisa
sua conclusao, no quintal
dona Aranha,
Sabia? A Aranha respondeu
interrompendo
0 que esta me dizendo? Bern sei
que a senhora!
- Se ha - disse a Formiguinha 0
da casa onde residia:
que nao ha ser vivo menor do que eu?
- Ora, ora, dona Formiguinha!
A Formiguinha
para
ironicamente:
que ha outros seres menores - B or n, v eja mo s:
saiu a Formiguinha
-, diga-me:
seu Piolho, a senhorita
balancou
Pois sim, pois simI
a cabeca
quem? Pulga . ..
de urn lade para
0
outro,
a Aranha .
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
20/50
5/13/2018
N t 0, II 0, II o. lI u .O lJ 1 11 '1 10 1' acaso, a s .n hora ja p r b u qu 0
n~o mais ap ar ece ra m A Aranha,
- E
(Ill'
S
d on u
/\1'111111
a senhorlta
II 1'01 Pull).
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
1 draa!
po r a qu i?
num tom de curiosidade,
mesmo? Por onde andarao
A F or mi gu inh a
l u ciu s,
u P io lh o perguntou:
eles?!
f oi c ate go ric a:
- Eu mesma os matei! Diga-me agora, dona Aranha, sou ou nao sou
0
m en or s er d es te q ui nt al ?
A Aranha,
indignada
com a atitude
malvada
da Formiguinha,
falou: - Nao! E
0
senhor Mosquito
- 0 Mosquito?! se
vi:
- estranhou
m eno r s er d es te q ui nt al !
0
a Formiguinha.
- Mas como? Logo
que ele e bern maior do que eu! Nem se compara! A senhora
acha mesmo? A Ar an ha
f oi d eci si va:
- Acho! Descrente,
a Formiguinha
mo u- se d a Fo rmi gu inh a, cabeca, fazendo-a Mosquito,
quis tirar a prova. A Aranha
c err ou
desgrudar
0
punho e tacou-lhe
aproxi-
urn sopapo na
do corpo e cair em cima do pobre do
que tirava uma soneca despreocupada.
A Aranha voltou
para sua teia dizendo em voz alta:
- E , a Formiguinha tinha razao l 0 Mosquito nao e nao. E a do na J oa ni nh al
0
me nor s er ,
A mulher saiu do supermercado
carregando
uma sacola. 0 menino
comecou a segui-la. Era negro, devia ter onze, doze anos. A mulher, u ma q ua dr a a p6 s, n ot ou q ue e le a s eg ui a. C om m ed o, a pr ess ou
MORAL: EM BOCA FECHADA, MOSQUITO NAo ENTRA.
0 passo.
o menino tambem, Ao dobrar a esquina, cornecou a correr. Ele, para nao perde-la
de vista, fez
0
mesmo. Enquanto corria, gritava:
- Dona, espera, dona! A mulher, amedrontada, tentava ciar do pivete. Mas ele era rapido.
de todas as maneiras
se distan-
Cans ada de tanto correr, nao aguentou e parou. Com uma garrafa e mp un ha da ,
d is se c om vo z o fe ga nt e:
- Nao se atreva a chegar perto!
o
menino
nao entendeu
- A senhora
e se atreveu:
nao quer ...
Antes mesmo de ele completar
a frase, ela gritou:
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
21/50
So
'OITO!
Uma multld
5/13/2018
'0<.'01'1'0, 0
lndr
s· forrnou rapidamente
m e n i n o , mais apavorado -
ropna
em volta da mulh ir. 0O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
do que ela, saiu em disparada.
E ele! E ele! - gritava,
.
,
o!
com
0
dedo apontado
para
0
fugiti-
yo. A lg um as p es so as c orr er am
a tr as:
- Pega ladrao l Pega ladrao l
o garoto nao conseguiu escapar. Formou-se
urn circulo ao seu
redor. 0 guri, encolhido no centro, era acusado por todos. Comecaram os pontapes, Cada pessoa que se aproximava deixava a sua marca na indefesa criaturinha. Foi levado
agonizante
para
0
hospital.
No caminho
ainda se
pede ouvir: - Eu so queria carregar
a sacola! Eu so queria ...
A AB B ( Ass oc iac ao do s B on s B ebe do re sl , ma is c onh ec id a po r a i co mo a "Bebe", teve a feliz ideia de promover uma festa com a finalidade de angariar
fund os para a sede propria.
o dia da festa estava chegando e vendido
tudo quanta
associacao sociedade
alcancou adquiriu
era ingresso. grande
0
0
pessoal da "Bebe" ja havia
A propaganda
do pessoal
da
exito, pois ate mesmo a fina flor da
se u bi lh et e d e e nt ra da.
Enfim, pra encurtar a historia, 0 dia chegou. A noite, la pelas tantas, uma confusao se formou na porta do Clube Social. Era gente s ai nd o p el o l ad ra o l Po rem, sem ninguem havia nenhuma
festa programada
furado da turma da Associacao Os convidados, s ati sf aca o
c om
0
principalmente presidente
titular estava se tratando
poder entrar, ja que nao
pra mais de meso Era tudo papo dos Bons Bebedores,
a "Bebe".
aqueles da fina flor, foram tirar
em exercicio
da "Bebe"
de uma cirrose hepatica).
(0
presidente
E la foram eles
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
22/50
1 1 0 b tu ' d o MUll \ borcco 5/13/2018
I'
strltarnentc
fam iliar,
tuado do lugar, foi quem tomou as primeiras - E
0
ond
a 'o n te < .: ln n l
II.
U rn sujeito mai s exaltado, c id a da o c on ce i-
u nie > s d os a sso cia do s, diabo da festal
gaiata
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
dores.
- gritou ele ao presidente
em exercicio.
- Nao ia ser hoje? - Ia nao, e! Nao esta vendo? - indagou
0 presidente
em exercicio
com urn copo de cachaca na mao. - E st amo s t odo s a qui c ome mo ran do! - Comemorando 0 que?! - estranhou - CaM a festal Cade 0 nosso dinheiro? - Ora essa! - exclamou esta sendo empregado Ele,
0
tesoureiro,
0
tesoureiro
urn outro conceituado. da "Bebe". - 0 dinheiro
na sede propria!
levantou-se,
ergueu
0
copo de cerveja e falou
aos associados: - Tamos com sede ou nao tamos, pessoal? E, n um a s o v oz , t od os re spo nde ram : - Taaammmoooossss!!!! Depois dessa,
0
tesoureiro
brindou:
- Enrao vamos beber pra matar nossa sede propria!
E sta e da que le su je it o q ue t inh a p avo r d e av ia o. N a ho ra do em ba rq ue , a mulher tentou tranquiliza-lo mais seguro do mundo",
com frases do tipo:
"Dificilmente
"£
0
transporte
urn aviao cai", "0 onibus e
ma is pe rig os o" , en fim , " es sa s bo ss as '' (s eg un do
0
grande Stanislaw
Ponte Preta). A mulher deu um ultimo adeus quando tro (do aviao),
0
haveria historia],
o comandante
0
a vi ao d eco lou . La d en -
sujeito suava frio. Como era de esperar (senao nao 0
av iao a pre sen to u
tentou
acalmar
u rn d efe it o nu ma d as t ur bi na s.
os passageiros,
mas nao adiantou.
Urn outro problema fez parar outra turbina. o aviao cornecou a perder altitude. Enquanto
isso,
go, desesperado,
ao Superior que
apelou para a oracao, Implorou
salvasse daquela tragic a situacao. Comovido, palavras
0
0
nosso ami0
Supremo dirigiu-lhe
de consolo.
- Nao se preocupe,
meu filho - disse
quilo que ainda nao chegou Dito isso,
0
0
0
su je it o ne m p are ci a
0
mesmo. Abriu
aviao caindo) e pos-se a le-lo calmamente, a co nte cen do,
e nqu ant o
seguida. Nem mesmo a caixa-preta 0
0
jornal
(e
0
como se nada estivesse
o s o ut ros p as sag ei ro s
esperneavam. Mas nao deu outra. 0 aviao chocou-se N o c eu,
Maioral. - Fique tran-
s eu d ia l
g ri tav am ,
ch ora vam ,
ao solo, explodindo
em
sobrou pra contar a historia.
sujeito foi tirar satisfacao
com
- 0 Senhor disse que nada aconteceria
0
Chefe:
a mimI Que nao era
0
meu dia ainda! Como se explica isso?! - Ora, meu filho - respondeu se era
0
0
Grande -, que culpa tenho eu
dia do piloto?!
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
23/50
o
5/13/2018
vizinho
I I
( ) 1 11 1'1 11 11 0 1 '0 ,
hi
r 'P'tll~', I
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c 'V om • 1 1 I1 1I
- QUt' C , p al'? -
d o L uisin ho
- E verdad vidraca
IV I pm n tn
I
prn I
'V Ol'
q u a n d o , el l '
L Im I surra
n al,
,
p r un tou,
calmamente,
0 Carlinhos.
qu estao dizendo por ail Que voce quebrou a
0
do seu Frederico
da farmacia?
- quis saber
0
pai.
- Ue, quem contou isso pro senhor, pail - perguntou, mente,
0
Carlinhos. E, sem remorso nenhum,
mundo sabendo
que foi
- 0 vi zi nho ?!
vai apanhar -
0
pai. - Se voce estiver mentindo,
ouviu?
E se nao tiver? 0
cinica-
- Ta todo
vizinho, pail
- e st ra nho u
dobrado,
- perguntou
0
continuou:
0 senhor
pro m ete que nao vai me bater?
Carlinhos.
- Ora, se foi mesmo
0
vizinho,
nao poderei fazer nada.
- 0 senhor pro mete? - perguntou
novamente,
s6 para confir-
mar.
o
pai prometeu.
E la foram os dois
prova. 0 pai dirigiu-se - 0 Carlinhos
a
ao filho do vizinho:
me disse que foi voce quem quebrou a vidraca da
o vizinhozinho,
seu nome
era Luisinho,
que nao tinha sido ele. Que quem quebrara Carlinhos.
o
garotinho tava batendo bola na calcada, quando soltou uma bicu-
da na redondinha,
que atravessou
a rua para, finalmente,
quebrar a
Desesperado,
0
garotinho
correu, com a bola debaixo do brace,
Que qualquer
Que ate mesmo
D ep oi s d es sa l ada in ha
negou a vidraca
de pe junto tinha sido
um da rua podia provar. Testemunha 0
0
nao
s eu Fr ed er ic o t inh a v ist o. t oda ,
0
Carlinhos falou:
- Ora, pai, eu nao menti. Eu falei que quem quebrou o vizinho,
vidraca da farrnacia.
tirar a
e verdade?
farmacia,
faltava.
casa do vizinho
0 v idr o
f oi
nao foil
- Foi - respondeu
0
pai.
- Entao, pronto! Quem e
0
vizinho
do Luisinho?!
p ara ca sa , e sco nd en do -s e d en tr o do g uar da -ro up a. Em pouco tempo, toda a vizinhanca ja estava sabendo do ocorrido.
o
garotinho,
trancado
seu nome era Carlinhos,
passou
0
resto do dia
dentro de casa.
N o f in al d a t ard e, foi ter uma conversa - Carlinhos,
0
pai do Carlinhos chegou, E, ja ciente do fato,
com
0
filho.
venha cal - chamou
0
pai.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
24/50
5/13/2018
Ill!
N a praca
P I,
1,1,
"I I
-ontluuou 11111101'IfHlo O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
- Born, ill d
i', Mil , i1i'pol, qiu II III mh
"
\'
0
de b ilxo cia
D epots qu . a
cnte
,
-uh.u
arvor
asa,
Ott.
uu,
Uilldll
'1 0
n gocio muda
fi ura. - Como assim? - A genre namora, mas nao como antigamente.
corneco
e
como se nao tivesse mudado,
vern outras responsabilidades
e a gente acaba namorando
Deu pra entender? - Mais ou menos - respondeu - Como, mais ou menos?
- E que namora
0
senhor
A vida muda. No
mas depois vern os filhos,
0
em casa.
guri.
- perguntou
0
pai.
disse que, depois que a gente casa, a gente
dentro de casa, nao
e assim?
- : E , mais ou menos isso. - Entao, por que a mamae ta n amo ra nd o
Eram nove horas da noite. recia ter visto urn fantasma assistindo
a
- Pai,
0
- Visto
° filho
chegou assustado
la n a pr ac inh a? !
em casa. Pa-
ou coisa assim. 0, pai estava sentado,
novela. senhor precisava
0
ter visto! - disse
que? - perguntou,
curioso,
0
0
menino.
pai.
- L a na praca, pai, e1es t avam se beijando debaixo da arvore e ... 0
- Ora, filho, mas isso normal - interrompeu pai. - Sao apenas namorados. Quando e voce ficar maior, tambem vai ter a sua namorada.
E as si m me smo , n ao p re ci sa fi ca r es pa nt ad o.
- Mas, pai... - Vou te dizer uma coisa, filho - interrompeu - Quando
0
papai era jovem
e namorava
assim. A gente ia passear na pracinha
0 pai
novamente.
a mamae, tambem
e ficava debaixo
era
da arvore
se beijando. E saudavel!
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
25/50
5/13/2018
N III l't I
U rn furo
- N u llnh
I
II ul II
(I i
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
cnt '7
- 'I'lnhn multu
fur ado !
- lh, rapaz! T av a asslm , 6 1 E ra g en te sa in do p el o ladrao! - E nao perguntou
pra mais ninguem?
- Claro! - E entao?
- Rapaz, voce me conhece, vou ate
0
fim! E
0
ne? Quando saio pra trabalhar,
eu
meu dever ou nao e?
- E! E! E dai? - Dai, eu sai na batalha, - Entendo,
entendo!
voce entende?
Nao enrola, rapaz!
- Ta bem, ta bem. Como tinha gente pra burro, eu sai perguntando de boca em boca, tipo detetive! - C ons eg uiu
a i nfo rm ac ao ?
- Assim, assim ... - Caramba!
Como assim?! Conseguiu
- Bem, conseguir
ou nao conseguiu?
mesmo, eu nao consegui,
mas ...
- Ai, meu Deus! - Calma, calma! - Como, calma?! Voce saiu pruma missao importante
e me volta
de maos abanando? - Mas consegui
algo importantissimo
que eu nao sabia!
- 0 que? 0 que?
- E entao, conseguiu ver alguma coisa?
- Descobri que tava no lugar errado!
- Assim, assim ... - Como assim? Viu ou nao viu? - Bem, na verdade, ver mesmo, eu nao vi. Mas perguntei
prum
sujeito que estava do meu lado. - Ah, bom! E como foil Que e que ele disse? - Nada. Ele nem sabia do que eu estava falando. - E agora? Como e que fica? 0 que vamos fazer? - Calma, calma! Eu nao sou bobo, rapaz! Perguntei
pra outro
sujeito. - Beleza! Realmente
de bobo voce nao tem nada, hein? E ail
- 0 cara tinha chegado aquela hora tambem, E nada!
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
26/50
5/13/2018
V ,II ()
U m a chata
tv ]
0,
.1 \ Il '0
"I
iIIII
1 '. ( (I
II ' 'lilt lido
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
mrlu til'
t'i'lIO\l
\'111
t'1.
I to
m c d o l 1)01. lm a In
O\l\'O 1, 1
urn h rrulho d e
torn, 'n l
07
- lm a 1 M . - U vlrcl 0 r os to p a ra 0 lado. na o ad ian tou. L v ium c ut uc ao que quase me fez Ie -
d e ga loch a
Tambem
vantar da poltrona: - Imagina
nada! 0 senhor tern eara de quem nao tem medo de
aviao, ne? Eu tenho. E muito! Prefiro viajar de onibus. 0 senhor nao a ch a ma is s egu ro ? - Aeho, mas ... Na o d eu t emp o d e c om pl et ar : - Mas
0 .sen ho r
p ref er e a vi ao , n e? P re fe re?
- P re fi ro , e mais confortavel., - 0 senhor tem bala de hortela ail To ficando meio enjoada ... - Ja? Mas a senhora nao viu nada ainda!
- Ta quase na hora, ne? - Ta. - Ai, meu Deus! Para aumentar
0
meu sofrimento,
deseontar, ironieamente E st av a e on fo rt av elm en te
a co mo da do
e m m inh a po lt ron a q ua nd o e la
veio se sentar ao meu lado. Devia pesar - assim a olho nu - uns e ent o e d ez es se te qu il os , n ov ee en to s e t ri nt a e s ei s gr ama s. Ap os u ma breve luta para se "encaixar"
na poltrona,
e
soltei:
L a v amo s n os!
A mulher deu um grito, levantou-se
e saiu em disparada
porta
afora. Nao queria fazer isso. Mas so assim pude assistir, eonfortavelmente
disse:
aeomodado
- 1 3 abafado aqui, hein? Acho que to um poueo nervosa! - 13,
- Prepare-sel
ela comecou a rezar. E, so para
em minha poltrona,
ao filme
Voo
United
93.
assim mesmo - respondi sem dar muita atencao,
Mas ela nao se deu por satisfeita: - 0 senhor sabe como e, ne ? E u na o e sto u mu it o a eo st um ad a. - Sei - respondi friamente, para ver se ela se mancava. Nao se maneou: - 0 senhor fuma? - Nao. E
e proibido.
- Ah, bom! 1 3 que eu fieo um poueo enjoada ... - Fez uma pausa, eoloeou a mao na boea (do jeito que a gente eoloea quando arrotar e nao pode) e eontinuou:
- Veja
0
quer
senhor ...
Nao quis ver, mas nao adiantou:
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
27/50
5/13/2018
N·III.
A
- I l u rn n u u ... O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
- M
' U (,II S0"
- T ire a
I' IVe,
doutor? u poder examinar
a m ls a pa ra
melhor. Fuma?
- Nao. - Bebe?
- A gu a , s uco n at ur al , v it am in as ... - Pratica algum esporte? Natacao, por exemplo? - S im, p ei to , co st as , b or bo let a,
c la ssi co ...
- F ut ebo l? Vo le i? Ba sq ue te ? - Futebol, volei, basquete, judo .. .
- E , seu
case
e grave!
- Muito? - Muito. - Tern cura? - As vezes ... S6 depende do senhor! - 0 q ue t en ho q ue f az er , do ut or ?
- Suas ferias, onde costuma passa-las? - Campos do Jordao. - P es sim o. No consultorio - 0 que
0
- Por favor, doutor,
medico: senhor sente? - pergunta
- Nada - responde
0
0
s en ho r p rec is a m e a ju dar ! Sinto-me hor-
rivel!
doutor.
-
paciente.
Calma, calma. Primeiro
tera que mudar
alguns
habitos,
se-
nao ...
- Nada?! - Pois e, doutor, nada. Nadinha de nada. Eu estou otimo. F az d ez anos que nao sinto coisa alguma, Estou apavorado,
0
doutor!
- Ne nh um a d or zi nha ?
- Senao "!
- Senao teremos que interna-Io.
Como disse, so depende do se-
nhor. - Farei tudo
0
que
0
s enh or d is se r, m as me c ure , d ou tor !
- Nenhuma. - Dor de cabeca?
- Bom, primeiro tera que comecar a fumar.
- Nada.
- Cinco por dia, ta born?
- Tosse?
- Vinte!
- Nao.
- E depois?
- Gripe?
- Beber. Nada de sucos sem acucar, nem vitaminas ...
- Ah, quem me dera . ..
- Ce rv eja ?
- Nem uma dorzinha de barriga de vez em quando?
- Cachaca. Cerveja so enche barrigal
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
28/50
5/13/2018
rnuls?
-
(lllC
-
N ad a d
e sp orte s. A nao se r baralho, porrinha
e bo zo ,
rl
'L a
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
entendendo?
-To. - F er ias e m Cu ba tao . P ro cu re s em pr e, ao e nt ar dec er , r esp ir ar be rn
t f im da va ca G er tr udes
fundo aquele ar. - Pode deixar, doutor! Seguirei
a
risca suas recomendacoes.
Dois anos depois: - D out or , s int o- rne p erf ei to! - Otimo, 6timo! Conte-me tudo. - Bern, em dois meses fiquei gripado.
Peguei pneumonia
logo
ap6s. Estou com uma tosse dos diabos! Acho que e tuberculose.
Sinto
d or es n os r ins . D ev e s er a s ag ra da c ac ha ci nh a! - Vai ver e cirrose hepatica! - T oma ra , d ou to r, t oma ra ! - P ul ma o? - Manchado,
doutor!
- Otimo l - En fi m, s in to -r ne m ara vi lho sa me nt e
b er n! Ag or a s ou u ma p ess oa
normal! Muito obrigado, doutor!
- E - diz
0
medico, colo cando a mao no queixo -, pra quem
e st av a p ra tic am en te
d es en ga na do ...
- A Gertrudes
rnorreu! - gritou desesperadamente
Durvalino
pela
casa adentro. - A Gertrudes morreul - 0 quer l Voce esta assim por causa daquela vaca? - estranhou sua filha. - Nao fale assim da pobrezinha,
minha filha! - retrucou
Dur-
valino, ja com os olhos cheios d'agua. - Ah, pail - continuou nao passava
a filha. - Voce sabe muito bern que ela
de uma vaca! Vaca, simI
Dona Conceicao,
com a fisionomia
tristonha,
tentava
acalmar
os nervos da filha:
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
- Illu rln h a u rn
h01 1 1 I'Ora ~
0,
mlnha I"llhtl.
29/50
1\1(11'l1
do
II I
\I, ,
pili
1111
I)
1 '1 1 1 1 '1 ', I " 1 1 1 1 1 1 1 1 ,
I
ajudou por multo 5/13/2018
t
J reey .I'/'.
mpo aqui na faz nda, foi ou nao foi?
Q ue f oi , f oi. S eu Du rv al in o,
i nc on for mad o
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
-
co m a p erd a i ns ub sti -
N o o u tro
tuivel - pois a Gertrudes ja fazia parte da familia -, foi tratar do
- O nd
velorio da falecida.
- Mas
Colocaram
a pobrezinha
velas iluminavam
0
estirada
seu redondo
foram levar uma palavra
no centro
sta a fa l e id a ? 0
velorio foi ontem, seu padre! - disse seu Durvalino.
ao ouvido
- quis saber uma outra tapando
0
- Nao tern importancia, f iq ue pa ra 0 almoco.
o
0
padre. - Mas so recebi
0
recado hoje
f ort e! - r es po nd eu
marido
0
padre. Esta tudo resolvido. Aproveite
e
padre ficou:
- Realmente cheiro ta f ic an do
0
A mulher interveio:
nariz com a mao. - Sei nao, mas
p ad r \
pela manha!
a familia.
- Puxa, como ta gorda, hein? - falou uma senhora da outra. - Quero ver na hora de colocar no caixao! - A que horas ela morreu?
0
- Ontem? - estranhou
da sala. Algumas
corpo. Os amigos mais chegados
de conforto
din,
estou morto de fome! 0 que temos para hoje?
Com os olhos cheios de lagrimas
e
0
coracao partido,
seu Dur-
valine falou:
dela.
o c he ir o f oi a um ent an do.
As pe ss oas co rn ec ar am
da f al ec ida . Ou tr as, p or em , t ent av am - Ta ficando
brabo
Ma s s eu D ur va li no
0
co nv en ce r
0
- Churrasco!
a s e d is ta nci ar dono da casa:
n eg oc io , ho me m. A ch o m el ho r e nt er rar .
f oi c ate go ric o:
- So enterro quando 0 padre chegar! E n ada de 0 p adr e a par ec er . De vi a e st ar oc up ad o c om o ut ra c o is a, uma extrema-uncao, o cheiro aumentando,
urn batizado, aumentando
uma miss a ou coisa parecida.
E
...
- Que fedo, meu Deus! Ta catinga
pura! - reclamava
urn co-
nhecido. Pouco a pouco os amigos foram deixando alguma desculpa,
que
0
Inventavam
cheiro ja era insuportavel.
Ate que nao ficou ninguem Durvalino,
0 velorio.
na cas a, a nao ser a familia:
seu
a mulher e a filha.
- E agora, como vamos enterrar? - Sei nao - respondeu
- disse
0
marido
a mulher.
ela -, mas eu e que nao fico mais nem
urn minuto aqui! A mulher saiu levando consign a filha. Somente Durvalino velando
0
ficou
c or po d a i nf el iz .
Vendo que mais nada poderia fazer, foi faca e carneou
a c ozi nh a, p ego u d uma
a pobre da Gertrudes .
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
30/50
I ! .1 0 1 \ I I I I
I II~ IV I I 1'l Ih t:'~ , ~tlIIIPI'IIlIl\111 u u l o
() 'o n l w l'l d o .
No
5/13/2018
C ale a b oc a,
-'S T
UM
0, 0
pt'.'.
0
t l,
.l nr o , e s tr n h o u , N C ' 1 l 1 sequ
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
d s e Jo L l < l O S '01' a s no ch -aar. O s
Jorge!
- Que
e
qu
houv
om
0
r urn b o m - d t a
I
o m nt ar io s f or ar n muitos:
Jorge, gente?
- Ih, ai tern coisa! - Que cara mais sem educacao,
isso, sim!
- Deve estar com algum problema serio, ne?
o
pior
e
q ue n ao e st av a.
So
nao queria mais falar, nunca mais,
apenas isso. E, no outro dia, Jorge continuou
calado. E no outro tambem. E
no outro, no outro, no outro ... 0 certo
e
que nunca mais, nunqui-
nha mesmo, Jorge falou. A nao ser certa vez, apos muitos e muitos anos, quando ja estava com 87 anos e se esqueceu da promessa que fizera: - Querida . .. Ra pi da men te
a ve lh a e me ndo u:
- Cale a boca, Jorge!
Prometeu a si mesmo nunca mais falar. - Isso
e ridiculo, Jorge! - espantou-se
a mulher, apos ter lido
0
b il he te e ntr eg ue p or el e. Ele deu de ombros e saiu. Ainda era cedo para ir ao escritorio, por isso resolveu caminhar. - 0 senhor tern horas? - interpelou quem realmente esta atrasado.
urn transeunte,
com cara de
J or ge b ala nc ou a c abe ca n um a n eg at iva . 0 o utr o ai nd a ag ra de ce u, mas Jorge nada respondeu
e continuou
Ve z p or ou tr a, u rn c onh ec id o
0
cal a do em sua caminhada.
cumprimentava:
- Como vai, Jorge? Apenas ia. Calado, carrancudo,
casmurro.
- Tudo bern, Jorge?
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
31/50
do
Q ue p ob r eza ! 5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
o
Como a gente escuta por ai, pobre nasceu pra levar fumo. E qu e n em cachimbo! Es ta hi st ori az inh a
e po br e d e t ud o. E pobre de espirito (0 a ut or ], e
pobre de gente (os personagens), Entao, pra encurtar
e pobre de conteudo
toda essa pobreza,
YOU
(a historia).
relatar so
0
supra-
sumo da coisa. Vejamos:
a familia Silva (quase todo Silva e pobre) estava na
sala pobre do barraco
(desculpem-me
o s a mi go s p obr es , ve la ndo
0
a redundancia],
uma boca a menos), enfim, levaram hein?) pro cemiterio.
(tern diferenca
com
corpo pobre de urn pobre Silva. Choro
vai, choro vern [tarnbem nem precisava covardia,
reunida
0
chorar
tanto, ja que era
pobre infeliz (pobre in f eliz e
Nisso, urn cidadao chamado
pra Silva?) nao sabia
0
motivo
pobre Silva e, curio so (todo pobre e curioso),
Souza
do falecimento perguntou
do
pra urn
- Desculpe, mas de que morreu
ra,
0
0
aviao cal. - E continuou:
tomando
0
0
s eu u is qu ez in ho,
- Voce a viu novamente,
nao e?
- Eu nao consegui resistir, padre ... Ela estava deitada nuazinha,
Souza. - Quando voce menos espe-
- S6 com
h ei n?
pobre. - Ele tava e trabalhando
s em n ad a ... - Sem nada?
- Ele devia estar tranquilamente
- Que uisque, que nada! - esbravejou quando urn maldito teco-teco
- Eu sei, padre, mas e que . ..
- Tambemr l
falecido?
ele -, foi desastre de aviao l
- E , e triste! ~ lamentou
- De novo?! Ah, meu filho, mas e a quinta vez nesta semana!
- Sim. E nao so a vi como tambern ...
co nh ec id o p ob re d a f am il ia : - Coitado - respondeu
- Padre, pequei de novo!
0
po br e a mi go da f ami li a
na construcao,
de picareta
e tudo,
0
travesseiro
a parte mais ...
- Mas voce prometeu que nao iria acontecer de novo, meu filho. - Nao consegui, padre. Eu fiquei possuido pelo .. . - Demonic! E
caiu bern em cima dele!
tapando
0
demonic, meu filho. Voce tern que evitar as ten-
tacoes de Lucifer!
Que pobreza!!!
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
Nt 0
1 1 1 1 It Ii Oil, P 1111'(', l\ u
(l'iJll'l,
( '!lil,l,
32/50
rnus
j 'o l m uls
furll.'
do
qu 5/13/2018
to
u...
- V oce
t
m que p ensar em o utra s co isa s, m u filh o, Feche o s o lh o s
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
d a fr egu esa
e pense em coisas bel a s, em . .. - Eu j a fiz isso, padre! Mas aquela imagem sempre volta em meu pensamento. - Ela te provoca? - Sim! Sim! - Como? Quero dizer, com palavras? - Nem precisa! 0 seu olhar diz tudo! - Isso egrave,
meu filho! Tente nao olhar para ela ...
- E pior, padre. Eu nao sei mais
0
que fazer!
- S6 ha uma said a, meu filho. - Qual e, padre? Qual e?
- E dificil para mim dizer isso, meu filho, mas ... - Mas
0
q ue, pa dr e? Ma s
0
que?
- Nem sei como te dizer, filho, mas ... - Diga, padre! Pelo amor de Deus, diga! - S6 the resta uma unica saida, meu filho, eo ...
- E
0
que, padre?
- 0 divorcio, meu filho!
Isso aconteceu
numa loja de calcados no centro da cidade. Eram tres
h or as d aqu el a t ar de e ns ol ar ad a, - Pois nao? - perguntou
0
q ua nd o e la en tr ou: v end ed or
c om
0
rosto vermelho
de
suor. - Em que posso servi-la? A freguesa, com seus noventa e poucos quilos, um metro e oitenta no minimo,
respondeu:
- Gostaria
de olhar alguns pares de sapatos.
o vendedor ja ia para numero
0
deposito
41, quando se lembrou
d el ic ad ez a
da loja buscar
alguns
de que estava cometendo
pares
uma in-
e v ol to u p ar a p er gu nt ar :
- Que numero?
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
A 'I'rC g \ H'Stl I ' t1 io u c condcr S U I I S I1l1fll1nl:ln ' 11' ~ d~ l b o ls a , m ur ch o u
33/50
•
° ro sto
a barrlga e , com
v tr ad o p ar a
0
5/13/2018
ball
o
l ad o , d is se timidamente:
- 36.
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
- 0 que?! - deixou escapar
0
vendedor.
,•
- Perdao - redimiu-se
ele -, nao escutei. - 36 - falou novamente,
sem encarar
- 36? A senhora tem certeza?
0
vendedor.
- quis se certificar.
- Por que? 0 senhor acha que eu calco mais do que isso? - Nao l E que eu imaginei... - I mag in ou 0 que? - irritou-se - A senhora
a freguesa.
disse 36, nao e? Um momentinho
so,
yOU
•
busca-
los.
o vendedor foi ao dep6sito com a nitida certeza de que aquilo
,
ia dar galho na certa. A lg un s mi nu tos
de po is:
- Pronto, minha senhora. Aqui estao: numero 36!
o
vendedor
a
retirou os sapatos da caixa e os entregou
freguesa.
- 0 senhor poderia me ajudar? - pediu ela. Era 0 que ele temia ouvir. Foi ai que 0 vendedor suou de verdade. Nao havia santo que fizesse os sapatos entrarem nos pes dela. Receoso, ele falou: - Sinto muito, mas acho que estes sao um pouquinho para a senhora,
pequeninos
nao acha? Quem sabe e a forma ...
0
377 41. ..
a
fantasia.
- disse
0
amigo, esfregando
0
a mi go i ri a f az er p ar a c omp ar ec er 0
de sapatao"!
tentou
se desculpar
de todas as formas.
esfarrapadas
sobre os formatos
convencer
De pe de Inventou
dos sapatos
a freguesa,
uma risadinha de convencer
ironica: - Se for, me avise, tal a mulher. Ao chegar,
43!
0
no final de semana.
de manha.
A mulher aceitou com toda a naturalidade do marido. Logo ao amanhecer, desejou-lhe
uma maneira
plano ja estava arquitetado:
- E isso ai, Susana! Reuniao extraordinaria Parto amanha
- Ah, bom! ~ disse ela. - Se e a ssi m, n ao a di ant a ne mb us ca r 0
festa.
amigo. - Com a Te-
No caminho ate sua casa, Pompeu ficou matutando
da sua loja, ate conseguir
a
resa nao teve problema. Ela caiu direitinho, meu carol - E soltando
um monte de hist6rias
o 41. Traz logo
baile
- Ora essa, invente qualquer coisa - disse
of e nd ida, a freguesa nao se conteve:
- 0 que?! 0 senhor esta me chamando vendedor
0
- 56 gente final Todas selecionadas!
sem saber como 0
anjo?!
o
Pompeu para
- Mas como? E a minha mulher? E a sua? - indagou Pompeu,
- Humm, sei nao, essas formas ... Diria eu que Sentindo-se
0
uma mao na outra.
A freguesa foi forcada a concordar: - Talvez
• •
Um amigo convidou
beijou-lhe
do mundo. Fez as mal as carinhosamente
a face e
boa viagem.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
P()ltlp~U S t' l i n xmtrou
' 01 11 0 If il l
() n o
b u'z nho de s c m pr
'. IkIH'-
34/50
ri a ra rn algum a 5/13/2018
oi a
com bin aram
E f ora m. P om pe u d e B at ma n,
0
qu trlam jun tos ao ba il . a mi go d e Ro bi n. L a pelas tantas,
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
o Batman estava atracado com a Mulher Maravilha. Depois dos atos heroicos,
chegou a hora de retirarem
as mascaras.
Pompeu
estava
a pre en siv o. 0 d on o d a f est a, f an ta si a do d e M ar yl in M on ro e, de sl igo u o som e acendeu as luzes. Todos reunidos no centro da sala, retirou a peruca loura e gritou: "Ja!" Num so momento, os outros retiraram suas mascaras. Pompeu ficou perplexo ao ver a identidade secreta da hero ina. Ela, por sua v ez , n ao ag ue nt ou , D e s ust o, d esm ai ou . No outro dia, os advogados ja estavam tratando
da papelada
do
divorcio.
A mulher saiu para fazer compras. 0 marido ficou em casa len d o j or na l.
0
0 t el ef one t oc ou :
- AW? - Sua mulher se mandou, - 0 que?! - disse
0
seu otario l
marido, ja com
0
telefone
do outro lade da
linha desligado. Algumas horas depois, a mulher chegava em casa com os pacotes nas maos. Naquele
condominio,
nao havia
apartamento
tivesse passado esse tipo de trote. De binoculo, janela
os moradores
em que ele nao
ficava olhando pela
de outros blocos. Todas as vezes que alguma
mulher saia de casa, ele pegava - Sua mulher se mandou, Ate que descobriram da! Pois, se nao bastasse
0
telefone:
seu otario l
de quem se tratava. a humilhacao
Foi um deus-nos-acu-
por que passou, quase foi
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
lln .h ud o , A su
I
m ulh '" n o
''IlIV
1vm
'tl. tl,
n s6
1 '1
ou
SU U
'lid o d o
35/50
ocorrido 5/13/2018
alguns dias depots, atraves da vizinha
- Quase mataram
o
ao l a d e :
eie, menina!
1 0 despertador
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Furiosa, a mulher nao se conteve: - 0 que?! Entao era pra isso A mulher
0
humilhou
0
m al di to bi no cu lo , he in ?
ainda mais. 0 marido ja estava com a ore-
lha quente de tanto ouvir sermao. Acaboujogando
fora
0
binoculo,
que caiu na sacada do apartamento
de baixo.
A mulher nem assim da sua vida.
Fez suas malas e desapareceu
0
perdoou.
Qu an do a mu lh er ha vi a d eix ad o
0
0 telefone
apartamento,
tocou.
o marido, desesperado, foi atende-lo: - Ala? - Sua mulher se mandou,
seu otario I
A s se is h ora s d a m an ha ,
g al o c ant ou n o q ui nt al . J oa o T ot o ac or do u.
0
Olhou no relogio de pulso e confirmou: C on fi ava p iam en te n a p on tu ali da de
seis em ponto! d o g al o, Er a s eu de sp er ta dor .
Podia dormir a qualquer hora da noite que, as seis da manha, ele acordava para
0
trabalho.
Ravia muito que
0
0
galo estava com ele e
vice-versa. Tomava
0
seu cafe e, antes de sair, passava no quintal e desejava-
l he u rn b or n d ia . S eg ui a p ar a
0 trabalho
Chegando em casa, passava novamente e st ava p re ci san do
e so retornava
de tardezinha.
no quintal para ver se
0
galo
d e a lg um a c oi sa .
Ate que, certa vez,
0
galo falhou. Eram nove horas quando ele
cantou. Joao Toto acordou, olhou para
0
relogio, e:
- 0 que"! Nove horas?
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
P o i a o q uin ta l,
'Ie
C S 'l D V O 0
1 1 0d s mpre, N
36/50
0
apr's
n ta v n n e -
nhu m sinal d p er tu rb ac ao 5/13/2018
o
( ele ra profundo con he c d or d gatos).
"Quem sabe foi um descuido do galo", pensou ele. Talvez, no diaO ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
alto
s eg ui nt e v ol tas se a o no rm al . Nao voltou. Na manha seguinte,
0
galo piorou. S6 foi cantar as
dez.
- E,
0
galo ta velho! - disse com voz entristecida.
R es ol veu , en ta o, c om pr ar u m d es pe rt ad or solucao. Acertou Ao am an he ce r, grande
0
de v er da de . E ra a u ni ca
rel6gio para as seis e foi dormir. q ua nd o 0 rel6gio despertou, levou um susto tao
que quase bateu as botas. Nao estava
acostumado
com
0
ruido do rel6gio. E nem se acostumou.
Toda manha levava urn susto como se fosse
o da primeira vez. F oi d ai qu e te ve u ma i de ia g en ial . F oi ao q ui nta l, c ol oco u perto do galo e acertou-o
0 rel6gio
para as seis da manha,
o plano deu certo no primeiro dia. 0 galo, com
0 susto
que levou,
cantou mais alto do que de costume. Mas, no segundo, nao deu outra, o galo nao aguentou,
Bateu as botas.
P ro met er a a o n et inh o u ma f es ta d e an iv ers ar io.
F oi a o s up er me rc ad o
m ai s p ro xi mo e co mpr ou o s i ngr ed ien te s n ec es sa rie s p ar a a c on fe cca o d o b ol o, do s d oc es , s al gad os e t ud o m ai s. N a h or a d e p ag ar , p ree nc he u um cheque e entregou-o
ao caixa.
No caminho de volta, lembrou-se
de passar no banco e verificar
0
sa ld o. Ve ri fic ou ... Na o e ra s uf ici en te p ar a c ob ri r a s d es pe sa s d a f es ta . Preocupada,
caminhou
em direcao a saida. Alguem a observava
lado de fora. Saiu do banco levando
do
em cada mao um pacote de
compras.
Numa rua menos movimentada,
elemento
de oculos escuros, barba por fazer.
- Maos ao alto! - falou calmamente
foi interceptada
0
por um
rapaz, empunhando
um
rev6lver. A velha, assustada,
tentou
erguer os bracos.isem
deixar cair os
pacotes.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
-
U u e ll
\ m
0'
a o IIH o,
tl () to
('ul,oU't
tUSS
0
I. I-! 0
I!II 11 (
37/50 j
A P C )troa d o S o u z a
impaciente. 5/13/2018
A assaltada
tentou explicar
assaltante,
fingindo
- A senhora
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
as maos se estao ocupadas?
- Como posso levantar
o
a situacao:
ter experiencia
no ramo, falou:
nunca foi assaltada?
- Nao - respondeu
ela.
- Pois bem - continuou
0 criminoso
-,
e
facil.A senhora coloque
os pacotes no chao e_erga os braces, entendeu? A mulher fez que nao entendeu. E pediu para
0
rapaz demons-
trar: - Paca
o
0
senhor primeiro,
a ssa lt ant e,
n ova to
que ai eu aprendo,
ta bom?
Se
q ue e ra , d emo nst ro u:
0
am igo n ao
mostrou
- Ta bem, mas preste ~ten<;ao, tal
0
0 j or na l
segurasse,
- Leia isto. - E indicou
- Ta.
ele cairia no chao. com
0
dedo um pequeno
anuncio
na
secao dos dassificados.
- Me de ai esses pacotes - Piediu
0
assaltante.
A mulher deu.
- Agora, segure minha arma urn instantinho
s6.
o amigo leu, achou um pouco estranho, mas falou: - Por que essa cara? Isso nao tem nada a ver com voce, Souza.
A mulher segurou,
- Como nao?! Voce nao esta vendo?
- E as si m, 6! T a v en do ? A pre nde u? - Aprendi. Quer ver? - perguntou a velhinha. - Quero - respondeu
0
conhecer
a minha
patroa.
esse Souza do jornal
- Maos ao alto! - dissea>velha,\~pontando
a arma para
0
as-
o
ele.··
havia no anuncio.
es ta ri am , n es se ex at o m ome nt o,
o assaltante passoutudo
dinheiro! 0
0
banco fechar, ela fez
0
ma la nd ro
0
pa ra c or re r.
dep6sito em sua conta e ga-
rahtru a festa do netinho..
que algum pego
outro
l en do
Souza tenha
0
0 outro
tinha
0
endereco nem
0 telefone
Souzas nao
mesmo anuncio?
- teimava
uma patroa
0
Souza. - Duvido
tao ... tao ... Ah, se eu
0...
No momenta safado
em que ele ia soltar um palavrao,
que havia feito aquela brincadeira
campainha 0 jornal
maldizendo
0
de muito mau gosto, a
tocou:
- Pois nao? - disse com
Souza". E
c am inh ao d el e, m as ... Ma s
E, alem do mais, quantos e quantos
- Esse Souza sou eu, homem!
que ele havia roubado de outras pes-
soas. A velha, espert4q\i,ti_era, pas
0
a qu il o e ra b ri nc ade ir a de a lgu em, p oi s n em
o sujeito levantou as maos. A velha continuou: 0
0
comigo?! Ta na cara que
amigo do Souza conhecia muito bem a mulher que
- Eu disse maos ao alto, nao escutou? - Agora, passe tod?
com
ai: "Venha
sou eu! Ta na carat
e m c as a. R eal men te e ra m uit a a rei a p ara
- 0 que?! - espantou-se
Esta escrito
Tratar pessoalmente
voce ainda diz que nao tem nada aver
assaltante.
saltante.
Antes de
Meio tonto ainda,
a o a mi go :
0
Souza, ainda furioso. E
0
outro
a
porta,
na mao:
- Vim por causa do anuncio ...
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
38/50
5/13/2018
P a pa i N oel dum a figa !
Quem m a t o u O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Abel?
Antes de tudo, quero deixar bem claro que nao acredito em Papai Noel nem faco xixi na cama! Mas, para tirar um grande peso da minha consciencia, meu unico par de sapatos (cromo alemao) najanela Era vespera de Natal. Posto, fui deitar-me.
coloquei
do meu quarto.
Dormi tranquilamente.
0
que? Nao dormi? Ora . .. Ta bem! Nao dormi. Passei a noite inteira espera do bom velhinho. perguntando
0
Estava ansioso para conhece-lo.
a
Fiquei me
q ue e le ir ia t ra zer p ar a m im . Q ue p re sen te g anh ar ia?
Parecia uma crianca Ou vi u m b ar ul ho
a espera dum carrinho ou duma bola de futebol.
e sq ui si to . Pe ns ei: " De ve s er el e! ". Po si ci on ei -me
a um canto para que nao me visse e fiquei a espia-lo. Pe ante pe, um vulto
se aproximava
algo nas costas. Seria aproximava, ver
0
0
da minha janela.
Notei que carregava
seu saco de brinquedos?
mais eu ficava apreensivo.
Quanto mais se
Estava muito escuro para
seu rosto. Mas eu nao tinha duvida, era ele mesmo. Quando
o inspetor escolar, para verificar
0
entra na sala de aula. Interrompe
co nh eci me nt o
a professora
g er al d os al un os,
de Ensino Religioso
e pergunta: - Alguem sabe me dizer quem matou Abel? A sala permanece
em silencio, Ninguem se atreve a responder.
inspetor insiste na pergunta, - Pedrinho,
agora dirigindo-se
0
a um aluno:
quem matou Abel?
o Pedrinho, suando frio, responde: - Juro pro senhor que eu nao fui. Nao ando nem com estilete no
chegou perto dajanela, tremi de emocao e felicidade. Pude reparar que usava barba. Retirou meus sapatos da janela. Pensei: "Agora vai colocar
0
me u pr es ent e d en tr o d os s ap at os !" . N ao co lo cou , a li as ,
pas os meus sapatos "Desgracado",
minha raiva, novamente
gritei:
perigoso!
i ns pe to r, s urp re so c om a r esp os ta d o a lu no , d ir ig e- se
- Dona Marlene, a senhora ouviu
eu nunca acreditei mesmo! Fui deitar-me,
da vida. Para descarregar
o
e
a
profes-
sora:
dentro do seu saco e saiu em disparada.
gritei. "Volta aqui, Papai Noel duma figa!"
Bom, na verdade
estojo porque
fulo
"Papai
Noel duma figa!". Quando acordei, minha cama estava ensopada!
-
0
q ue e le d iss e?
Ouvi, sim, senhor, seu Percival, mas eu conheco
desde que nasceu. Se ele disse que nao matou,
0
Pedrinho
e p or qu e n ao m at ou!
Esse guri ai nao mente, pode ter certeza.
ln d l n a d o , o I n S]>l'1 01 ' ,'a l d
s c e n m m ln hn II d il' to r!u :
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
1
('Il,\'{.
\
39/50
- Dona G rtrudes, eu
xijo uma
A diretora, estranhando 5/13/2018
- 0 que aconteceu,
a
- Eu fui
0
0
do inspetor, pergunta: O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
seu Percival?
s al a da p ro fe sso ra M ar le ne e pe rg un te i a u rn a lu no qu em
tinha matado Abel. E sabe sido ele. E
xpli 'a~ao I
procedimento
0
que ele me respondeu?
pior de tudo e que a professora
A diretora
concordou!
coloca a mao no ombro do inspetor, tentando
ma-Io: - Olha, inspetor, eu nao conheco muito bern professora
Que nao havia
disse que nao foi ele,
0
0
acal-
menino, mas se a
senhor pode ficar tranquilo,
E, no
mais, aquele menino e uma crianca, ele nao faria uma coisa dessas. Enfurecido,
0
inspetor vai
a
Secretaria de Educacao. No gabinete
do secretario, relata, tintim por tintim, toda a historia: - E foi isso
o
secretario,
0
0
acontecido,
l ic ia, Te nh o c ert ez a d e qu e necessarias. Desesperado,
0
0
caso
a
po-
delegado tornara todas as providencias
inspetor invade a sala do governador.
Ele, por sua
senhor Percival. Nos acharemos
terror ou suspense que suas noites de sono tranquilo se transformavam
verda-
d ei ro cu lp ado . A ju st ic a f al ha, m as na o ta rd a! Q ue ro di ze r, t ar da , m as
que a incomodava,
s ua me nt e du ra nt e Na madrugada
eu prometo!
tornou-se transtornado:
incomoda
- Pe lo a mor de De us ! E u n ao p oss o a cre di tar no qu e es to u o uv ind o! Sem se preocupar -
com
0
local, ele grita:
0
m ari do , q ue ro nc av a d es pr eo 0 b aru lh o
q ue e le f azi a. Fo ra m
0 r on co
d o m ari do . Pa ra
pesadelo que tivera. E nao era so
tambem a sua fisionomia,
0
a nenhum
seguinte,
os seus modos,
blia?!
0
filme de suspense,
0
0
seu
mais
nao saiu da
do marido. Pesadelos 0 me smo
0 d ia,
durante
a noite, quando
0
dormia.
Re so lv eu p ro -
seu problema.
rapidamente
achar
Sua vida
p or ca us a d a pr es en ca
pe sa de lo a p er seg ui a.
Talvez resolvesse
e conversou
Nao conseguia
que estava acontecendo.
urn inferno. Pesadelos durante
consultorio
ronco
porern, de
quanta
entao? Essa pergunta
outro pesadelo.
coerente para
E, n oi te a po s n oi te , para
0
r est o d a no it e.
curar urn psicanalista.
Cairn e Abel eram filhos de Eva! 0 senhor nunca leu a Bi-
Telefonou
com a secretaria
para
m ar ca r u ma se ss ao:
o go ve rna do r, a liv ia do, d a um a b ro nc a no i ns pe tor : - Ah! Esta na Biblia, e? Ora, entao ja devem ter arquivado p ro ces so ! E u t en ho ma is
0
que nao havia assistido
uma explicacao
inspetor esta agora totalmente
p ar a
Chegava a ser irritante
ela aquilo era pior que
nao falha! Pode ter certeza de que quem matou Abel sera punido,
o
Era sempre assim, nao podia ver urn filme de
de terror. Por que teria sonhado, 0
acordou no
c orp o gr an de e d esa je it ad o, a s ua v oz e sg an ic ad a. E naquela noite ela tivera urn pesadelo! Lembrou-se,
ve z, o uv e t od a a h ist or ia , N o f ina l, t en ta t ra nq ui li za -I o: - Pode ficar tranquilo,
meio da madrugada,
varias noites em claro, ate se acostumar com
- 0 senhor tern certeza? E m ui to di fl cil a cr ed it ar q ue u ma cr ia nca 0
suor escorrendo pelo rosto e os olhos arregalados,
cupadamente.
nao quis acreditar:
t en ha c om et ido t al cr im e! T al ve z fo ss e m el ho r en tr ega r
0
e m pe sa de lo . Ol ho u a ss us ta da
q ue ac on tec eu . D a p ra a cr ed it ar ?
abismado com
Com
0
qu e f aze r, p as sa r b er n!
- Seis horas, ta born? - perguntou 0
a secretaria,
- As seis eu nao posso - respondeu fazendo
urn programa
novo na televisao
ela -, meu marido
esta
e eu tenho que assistir a
ele todas as tardes.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
A f , (1 1 1 I , r', t n v n
Ac o r r to u
,O bl'W I
'1 ll ll io
1 1 1 1 1 1 1 II
1 11 1(1 )1
('01 11 ()
1 1 1 1 1 1 1 1 ttl l id I I I, 1l101'1't'lldtllWIi POlll'O,. s u o r scorr ndo p 1 0 ro to . N o mats
40/50
Pena de m o r te ... len ta
5/13/2018
'om ;
ulu d orm lr. .orn os olhos flxos n o n ad a, com ecou a lembrar a s
barbaridades
que
om tiam naquela salinha. A morte era lenta, cada
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
ve z ma is d ol or os a, a te
0
po nt o d e t or na r- se
cada parte do corpo ia sendo devorada
i ns upo rt av el .
P ar ec ia q ue
aos poucos.
No outro dia, as tres da tarde, ele ja estava pronto. 0 padre veio t raz er -lh e u ma p al av ra d e c on for to : - Acreditas em Deus? - Em Deus acredito; nele, naol - disse, visivelmente Colocaram-no n ad a a dia nt ava
na poltrona. c ont or cer -s e.
cadeira. Uma televisao
Amarraram
E st ava t ota lm en te
im ov el , pr es o a qu el a
estava a sua frente. Abaixo,
T odo s s ai ra m c or re nd o d a s al in ha qu an do
0
perturbado.
as maos e os pes. De
0
DVD player.
carrasco colocou
0 DVD
e ligou a teve. Comecou a tremer, como se estivesse levando tensao,
quando
ouviu as primeiras
palavras
choques
pronunciadas
de alta por um
c er to s en hor de c ert a b ar ba g ri sa lh a: - Companheiras
e companheiros ...
"ESTA E UMA OBRA DE Flq;:Ao. QUALQUERSEMELHAN~A COM PAisES, PESSOAS, DISCURSOS OU ACONTECIMENTOS REArS Em Lisarb, certo rico pais pobre do Terceiro Mundo, mais precisamente
TEM SIDO MERA COINCIDENCIA."
n uma c er ta c ap it al , ac on te ci a u m ce rt o ju lg ame nt o. - Condeno com
0
0
reu a pena de morte! - sentenciou
0
Juiz, batendo
ma rt elo n a me sa .
- Ufa! - respirou,
aliviado,
0
reu, abrindo um largo sorriso de
satisfacao. o Juiz complementou: - Morte lenta! - 0 que"! - gritou Aos berros, marcada para
0
reu. - Isso, nao l M or te Ie nt a, na o!
0 c on de na do 0
fo i r ec on du zi do a s ua c el a. A ex ec uc ao f oi
di a s eg ui nt e, Ne ss a n oi te, s on hou qu e e st av a s en ta do
n um a c ade ir a e le tri ca , o ra c an ta nd o,
o ra a ss ov ian do .
Fo i u m so nh o l in do . Ma s, de r epe nt e,
0 sonho
tornou-se
pesadelo.
q u e esta
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
o
lil'll11
,('i('
qu
111,',
quundo
- M 1I D e u: , l~ hO.ll' que P
0 I' '0
n lh u , P 0
l I' Il L I 1 1 0
m pr go :
punto:
41/50
acontecendo?
5/13/2018
I \
al un s m in nos, r p aro u qu
D p ols d m nt
o onibus
vazio, Seis au sete pessoas se espalhavam
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
lendo jornal,
outras apreciando
- Santo Deus, Quando
0
saltou,
reparticao.
stava pratica-
pelo veiculo. Umas
a paisagem.
que esta acontecendo? andou
Algumas
por mais dois quarteiroes
pessoas
passavam
a
ate chegar
por ele com fisionomias
a leg re s, s em a que la pr es sa c ost um ei ra . - Que pessoal estranho! N a re pa rt ic ao,
u ma su rp res a:
Bateu na porta,
esperando
nada. Nao havia vivalma
f ech ad a? ! que alguem
que pudesse
viesse
informa-lo
atende-lo,
Mas
do que estava
acontecendo. - Sera que estou sonhando? Tudo estava fechado, a s l an cho ne te s - Sera
0
ate mesmo os bancos.
e s or ve te ri as
e st av am
Somente
os bares,
a te nd en do .
fim do mundo?
o sol queimava-lhe 0 rosto. Afrouxou o paleto e carregou-o nas costas.
0
no da gravata,
retirou
Eram onze horas da manha quando voltou para casa. No quarto, a m ul he r a ind a d or mi a. D es or ien ta do ,
s ac ud iu- a
n erv os am en te :
- 0 que foi, homem de Deus? - Esta acontecendo Eram seis e meia da manha quando ele acordou. Olhou para a mulh er , q ue d or mi a d es pr eoc up ad ame nt e.
V ir ou -se , a ss us tad o,
p ara
0
- Droga, nao se pode confiar nesta porcaria! a parede. A mulher continuou 0
esta fazendo
dormindo.
- Ejogou-o
contra
Mais do que depressa, levantou
terno, nao dando tempo para tomar
0
sagrado
banho
as pressas para
que? - estranhou da reparticao.
r eq uen to u 0
0
cafe, tomando-o
ponto de onibus, levando
pao dormido.
num so gole. Saiu
consigo um pedaco de
a mulher,
- E
0
q ue v oc e
A cidade esta total mente vazia!
- 0 que voce foi fazer na reparticao,
posso saber?
- Ora, querida, fui trabalhar! A mulher virou-se de lado e, sem dar grande
importancia
ao
marido, falou: - Acho melhor voce procurar
matinal. N a c oz in ha,
0
de terno a uma hora dessa?!
- Estou voltando
despertador:
e colocou
- Acontecendo
algo esquisito la fora, querida!
um medico, meu bem!
- Tambem acho. You marcar uma consulta
agora mesmo!
Foi ai que a mulher caiu na risada: - Acho melhor voce ligar amanha,
que e segunda-feiral
Bancando
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
HIHll11111ini
0
' 1 1 ' 1 ' lVIII'
j
II I
IVI,
d loti
n r n iu r ( ) I m ll \, ! rl , III'IH'III lu do u o v a m tlt
I
Hl [1,
t tl U 1 I '1 I I ,' p O , sl v 'I.,
n o: b clso s d o pa l "to e d ll
42/50
tll~'fJ, N e m u s lm
o co r o n el
5/13/2018
(J
M lItlt'( 11 1pe rd
alma:
u a
- P or fav or, s n ho r, e s d ocum e ntos:
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
V en do q ue na o t in ha c om o e sca par d aqu ela e mb ar ac osa se u T ava res , co m u ma f is io nom ia
si tu ac ao,
s er ia, o rd eno u:
- Posicao de sentido ao se dirigir a um superior, soldado! Com quem voce pensa que esta falando?
Saiba que sou coronel!
o guarda nao apresentou sinais de surpresa. Mas, por via das duvidas, prostrou-se em posicao de sentido, batendo, ate mesmo, uma continencia,
Seu Tavares abriu um discreto sorriso, pensando
l iv re d a e nc ren ca. Ma s, a po s a c ont in en ci a, - Por favor, os documentos, procedimento
0
estar
guarda continuou:
senhor! Seu Tavares nao entendeu
0
do policial:
- Parece que voce nao ouviu bem
0
que eu disse. Vou repetir: eu
sou coronel! Entendeu?
o
p oli ci al f ic ou n ov ame nt e
e m p os ic ao de se nt id o:
- Entendi, sim, senhor! Se u T ava res g iro u a ch ave da i gn i<;ao p ar a f aze r fu nci ona r culo, quando 0 p ol ic ia l to cou e m se u b ra ce:
0
vei-
- P or f avo r, s enh or, s eus d oc ume nto s! Foi ai que seu Tavares se irritou. Falou algumas bobagens como: punicao, rebaixamento, Seu Tavares trafegava quando
0
tranquilamente
guarda de transite
0
com seu carro pela avenida
mandou encostar:
- Po r fa vor , s enh or, o s d ocu me nt os ! Seu Tavares quis saber
0
ver, nao estava transgredindo
porque da atitude do guarda, pois, a seu nenhuma
- Blitz - respondeu calmamente
policial. Seu Tavares enfiou a mao no bolso interno do paleto, onde cos0
os bolsos da roupa que vestia, inclusive
Procurou por todos
no porta-luvas
exclusao, enfim, essas bossas.
seu Tavares continuava gu ard a ap rov eit ou
tagarelando
p ar a c ha ma r
com intuito
de
guincho que estava
intimida-lo,
0
e st ac ion ado
l ogo n a es qui na . E na o pe rd eu t em po, l evo u-o g ui nc ha -
d o p ar a
0
patio do Detran, sem se importar
ainda permanecia
lei.
tumava guardar sua carteira, e nao a encontrou.
Enquanto
transferencia,
dentro do veiculo,
asneiras. Pois e, isso e para talhao e nao bancar
0 brasileiro 0
0
com seu Tavares, que
gesticulando
e resmungando
parar com essa mania de ser esper-
"c oro nel " em t oda en ra sc ada
q ue e nt ra r.
do carro,
mas nada.
o guarda, pacientemente, aguardava a apresentacao do documento do veiculo e da carteira de habilitacao .
P a i e filho
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
PII'tI,
1 11 0 .. .
1 11 '1 10
Ilru t'k't
qu
II "
Oil,
b tl. M
J;
d o v l n IN I II l
I 1 1 I' 1 ld l il O
dol;
43/50
- P ISSQU, slm , , 140 ktn/h, c l m ar ha a r I Qu guri, h .in ?! E 0 p at, im p a r en te , mandava-os para aquele lugar,
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
Resolveu,
entao,
acionar
a policia.
Mas nada
de encontrar
0
menino. E quem poderia imaginar
que um garoto de seis anos soubesse
dirigir? "S6 po d e ter sido a mae dele! Aquela irresponsavel.;", o p ai .
pensou
La pelas tantas, cansado de tanto procurar, voltou exausto para casa. A mulher estava na varanda,
regando
as plantas,
quando
0
marido chegou. - Que cara e essa, homem p reo cup ada
c om
0
de Deus?! - perguntou
es ta do la st im ave l
Ele mal conseguia
a mulher,
d o m ar id o.
falar de tao nervoso
A m ul he r t en to u a cal ma- lo , d ize ndo qu e
que estava. 0
filho estava no quarto,
e de castigo! - Castigo?! - estranhou do carro e ...
o
pai estava
lendo
0 jo rna l
q uan do
0
garotinho
entrou
na sa-
- Em cima da televisao
- respondeu
ele, sem tirar os olhos do
o
garoto pegou a chave e saiu para a rua. Algum tempo depois,
a
ga ra ge m.
T ar de d ema is,
0
carro ja nao estava
m ai s la o Desorientado,
saiu
a
procura
bairro. A todos que encontrava
do filho, correndo
pelas ruas do
pela frente perguntava
se nao tinha
visto um carro de tal marca, de tal cor, com urn garotinho mais ou menos desse tamanho com a mao), ao volante
vi pegando 0
a chave
carro do vizinho,
marido se lembrou de que seu carro estava estacio-
0
por falta de combustivel,
pai apertou fortemente
0
menino contra
0
seu peito
e deu um beijo demorado em sua bochecha rosada.
o f il ho , m al and ri nh o,
o pai se deu conta da asneira que tinha cometido. Aflito, correu
0
nado numa rua do bairro vizinho Aliviado,
jornal.
0
abrir a porta!
Foi ai que
- Pai, cad€- a chave do carro?
pai. - Mas eu
- E por isso mesmo! 0 danadinho riscou todo tentando
la e perguntou:
0
a br iu u rn p equ eno so rr is o, pe nsa ndo
livre do castigo. E, antes de mais rapido: - Vai ficar ai de castigo
0
0
m en ino f ala r a lg uma c oi sa ,
resto do dia, viu?! -
com um largo sorriso estampado
0
e st ar pai foi
E saiu do quarto
no rosto.
loirinho,
assim (ele indicava altura do me n ino
do veiculo. E, pensando
que
0
pai estivesse
de gozacao, alguns respondiam:
o
cachor r o
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
() ,l'ldllll'
vlu?
- T a v n ch 1
1 11 < 10 I I J
44/50
lion, d o u t o rl ' lu d ln h n d c l u . . .
d o G um er cin do
5/13/2018
- Q u m ats? - N o o utro d ia foi a m in ha ftlha l
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
- 0 senhor tern certeza?
- Eu vi, doutor, eu vi! - E ail - E nao ficou por isso ... - Tern mais? - A minha sogra, doutor! - A sogra tambem? - Nem ela, doutor, ele perdoou!
- E urn cachorro mesmo, hein, seu Alcebiades?! - Se e, doutor, se e! Ate que a sogra, eu nao me importei muito, o senhor sabe como e, ne?
- E , sogra e sempre sogra .. . - Pois e, doutor,
0
senhor tern que fazer alguma coisa! Isso nao
pode continuar! - Sei, sei. Fique tranquilo,
que nos vamos tomar algumas pro-
videncias ...
- E born mesmo, doutor! Senao, eu acabo com a raca daquele cachorro! - Foi aquele cachorro do meu vizinho, doutor! - disse, exaltado, seu Al ce bi ade s a o de leg ado d e p ol ici a, - Explique-se
melhor - falou
de tao grave assim para
0
- Nao faca isso, seu Alcebiadesl Nos daremos umjeito
0
delegado. - 0 que ele cometeu
s en hor p ro cur ar
a p oli ci a?
- Ah! Doutor delegado! Se eu relatar tudo safado me aprontou, vamos ficar aqui
0
0
providencia,
se
0
senhor
que aquele cachorro fez para
c and o, i med iat ame nt e,
casa do seu Gumercindo:
delegado ao escrivao.
- Born, seu delegado, pra encurtar a historia, ele pegou a minha
- ordenou
0
delegado, colo-
a s a lg ema s n o in fel iz . 0
- T eje p re so, se u c ac hor ro! Seu Gumercindo nao entendeu
d ele gad o n ao t ev e o utr o je it o: nada. Nem seu Alcebiades,
nem
as vitimas, En qua nto
0
a
De poi s de ou vid as as vi ti ma s,
a mi nha fa mi li a, d ou tor ! - Assim e melhor! Anote ai - pediu
No outro dia, a policia foi
- 0 senhor queira me acompanhar!
que aquele cachorro
dia inteiro!
- So que eu nao posso to mar nenhuma nao me der urn motivo justo. - Esta bern. Vou the contar tudo
0
A lei existe para ser cumprida!
no desgracado l
is so , n o qu int al d o G um er cin do,
sesperadamente,
com saudades
0
c ac hor ro l at ia , d e-
das mordidas que dera nas nadegas
da sogra, mulher e filha do seu Alcebiades.
mulher e....
A n ova vida do
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
G r. n
irco
45/50
seu Joa qu im
5/13/2018
Esta historiazinha
comeca a fazer sentido depois que
Holandes
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
0
seu Joaquim
resolveu fazer uma operacao nos olhos. Apos insistentes
pedidos da
f ami li a, e le na o t ev e o utr a a lt er nat iv a: - Ta bern, ta bern! Eu faco. A familia ja havia programado quando E
0
saisse do hospital, pobre do Joaquim
hospital,
uma festa na chacara para que,
pudesse festejar sua nova vida. partiu descrente,
a fim de fazer a tao esperada
quase ceguinho,
para
0
operacao.
- Pior que isso nao pode ficar, pail - falou a filha mais velha, tentando
convence-Io
de que seria uma boa ideia,
- Vai dar certo, tio! Vai dar certo! - incentivou
-
E isso mesmo,
meu velho!
- concordou
urn sobrinho.
dona Vandermira,
m ul he r do s eu J oaq ui m. o prato preferido do velho era carneiro. E nao deu outra. Quem iria pagar
0
pato era
0
carneirinho
que ha muito vivia na chacara Todos os moradores
do seu Joaquim. Enfim,
0
voltou a pequena
velho foi operado:
- Podem ficar calmos! Tudo correu as mil maravilhas, Deus! - tranquilizou Mal seu Joaquim organizou Joaquim,
0
medico responsavel
havia retirado
as vendas
querendo
mostrar
service,
0
carneiro.
do
infeliz:
num pequeno tinha
- Ta debaixo
0
0
a me-
cortejo.
0
terreno
da prefeitura.
De grande mesmo,
0
circo so
n om e: Gr an d C ir co H ol an de s.
D oi s d ias d ep oi s,
0
Grand Circo ja estava armado,
pronto para
re ce be r a po pu la ca o d e S ao S inf ro ni o, m ai s co nh ec id a c omo F onf om
c om a si tu aca o.
- Passou e? - disse
enquanto
o ci rc o fi co u n o me smo l oca l de o utr or a, a ven id a T er en ci o Vi le la,
- Pega ele, vo l Pega! Passou perto do senhor! - gritou urn net in ho, d iv er ti ndo -s e
0 publico,
n ina da s e d iv er ti a co rr end o a tr as d ele s, a co mpa nh an do
E seu
foi ajudar na perseguicao
Grand Circo Holandes
cidade de Sao Sinfronio da Serrinha.
c ant av am , p ula va m, f az ia m pi ru et as p ara
dos olhos, a familia
0
A c he ga da f oi bo ni ta . P al ha co s, a cro ba ta s, d oma do re s, ba il ar in as
gracas a
pela operacao.
a festa. 0 dificil mesmo foi capturar
sairam a rua quando
avo. - Pra onde ele foil Pra onde?
pelos seus moradores. Era a segunda vez que
da carroca, pail Bern ai na sua frente! - indicou
do circo, havia proibido
- Carroca? Mas que carrocar l
circo se apresentava
em Fonfom. E foi
da primeira. E que Lutecerio Mendonca,
bern diferente
o filho mais novo.
0
a entrada
de Jao Pacoca
proprietario
e Ze Branca de
N 'V'.
QUHl
(j
t1lOUVO
d
I
prolb Ii o ? A hl Y e w
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
sofrim en to
d o ho m
m qua n d o
0
ir
'0
h
H
ne m
o u a qut
lm \ p'I9
1III1Itl
I.l,' I • I.
o
_ t'l till
prlme ln
qu
J
,1 1 1 '1 1 ,
I!lO ,
I
I l id o
1-'1111'II II \lIt!
II~, pOI' I'll
0 I U\'OI.'1\ (" Zt\
Brnn
11'111,0,
'11
de N
I I I, II!\
e u .. (Ill 'V '
se
('
l~tI
pt ' '1',' III't
II' dl~ 'r
mUdAI'HffI
pr
p IO ,
1 111 10 1
b e m lo n : •
46/50
Mas, para que saibam melhor 5/13/2018
relatar
0
0
porque
da proibicao,
YOU lhes
daqui l
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
- Mesmo? Ainda bern, seu prefeito,
acontecido.
Se nao me falha a memoria,
foi no comecinho
precisarei
do ana passado.
A alegria do povo foi a mesma, Uma lindeza de desfile! E dois dias de po is, la e st av a e le, a rm ad in ho
da si lv a na av en id a T er en cio V il el a.
mais de toda aquela seguranca.
todo mundo. E dispensou
o
Coisa linda de se vert
ainda beml Assim eu nao Hoje mesmo eu dispenso
mesmo. Mas ainda bern que tudo andou direitinho.
Grand Circo flCOUuma semana aqui em Sao Sinfronio
pela frente
rinha - Fonfom
para os moradores.
lao Pacoca e Ze Branca de Neve, logo na noite de estreia. Eu estava
final de semana,
Lutecerio
lao A te a metade do espetaculo
poeira. A chegada em Santa Ana da Cachoeirinha,
Vai dai que Lutecerio teve a infelicidade
dava gosto de assistir! circo estava pegando Nunca vi tamanha rasgacao Ze Branca
tudo corria bern, uma boniteza
Se lao Pacoca
fogo,
0
correria.
de encontrar
espetaculo
nao tivesse gritado
que
que
0
ia ser uma coisa de louco.
Era uma quebracao
de cadeira,
uma
Mendonca
da Ser-
E sempre de casa cheia. No e sua comitiva
levantaram
mais conhecida
como
Sa nt an in ha
p el os m ora do res , fo i u ma c oi sa l ou ca d e s e v er t P al ha co s,
domadores,
bailarinas ...
de lona. Mas ate ai tudo bern. 0 feio mesmo foi quando de Neve teve a in f eliz ideia de soltar os animaizinhos
das jaulas. Nao sobrou nada, tudo saiu em disparada.
0 velho leao,
0
ourso pardo, os macaquinhos, ate mesmo cansado e maltratado elefante, 0 orgulho do circo. Lutecerio Mendonca nao acreditava no que estava vendo. 0 velho ficou desesperado. depois e que conseguiram caquinho
capturar
So uma semana
ultimo bichinho.
Era
0
rna-
Beleleu, que estava em cima da arvore, la no quintal
da
c as a do d el ega do A ni ve rs ar in o
0
V ie ir a.
E foi coberto de razao que Lutecerio Mendonca
proibiua
entrada
dos dois no Grand Circo. E nao e que
0
homem
armou urn forte esquema
ao redor do circo? Ficou praticamente
impossivel
de seguranca
a entrada
de lao
Pacoca e Ze Branca de Neve. Mas 0 que Lutecerio nao sabia e que os dois haviam se mudado para Santa Ana da Cachoeirinha,
cidade grande, la pras bandas
da
Serra Comprida. E YOU dizer urn negocio para voces. Desta vez
0
e spe ta cul o
f oi
uma lindeza que nao tinha fim! Tudo correu nos seus conformes. Lutecerio tava que tava feliz:
o
autor
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
N Il Il l' !
\ '1 11
Ih'ln llurlzunt«,
S & \ O 1 f ! l : l I u l o , \ "l tl bn
IIIUH 1'~IOI't'1e rn
( lU i I'tll'll'
IlIlt
lis,
('01110
(' C H i ll pO Onfld,~.Iiiojc S O U u m bortl 'm d o I I I l l ' ' '
47/50
d ot, m e ro ha m a i s d quinze a ! ll G S e m Ribeirao Plleto. S o u e a sa d e 5/13/2018
a ,'
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
C0ip;\
III
Cllari$$a e
,
0 '
Pedso,
-
-
Entrevista
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
• A
II
1II'Ii'lI11 II
It'l
h!slnrlut,(I'nfko, A
1111'1"
110.,
I
1IIIIIIn IlIit'rt'SNlllIll. prlmelru
l'I'()tllt'lI
< "A
HIli
1111,
1'1'11' 1 1 1 1 1 1 1
('111111 II "
1'1'1'0
lI'xl"
Vll~ d \'
48/50
C a ml .n ha ". N o s a 'u,lo X J X " Jose!:de A t e n e a e
e MacbadQ
d
I
A s s J s dO o a
e la 1 il.m an ov a r ou pa ge :m " i st o e , p as sa a se r ( hi st 6ti a c ru lt ita ,p lt6p;ria pa;r:a
5/13/2018
O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
• G o sto d o Q intlarIJ2l c om o g os tio d o B an d lru, d o D ru mm o ud , rlo Jn ()
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
C a br al, d e M ia l; t< ;> eEe J Ba rr os , d o F er re ir a
G ul la r, Ii lo A 'f ff on so R an na n a
de'
49/50
. secu l o 5/13/2018
xx. 0 humOf
m i st u ra do O ve nde dor de que ijos e outra s c rônic a s - slide pdf.c om
INIlU
IINIII\~
T iiu lo s d a ('()Ir~ ' 0 :
o
~I()
vendedor
de qu
Alexandre'
AZ('I'"till
P ra vo ce eu cnnto M o ac yr S ella r
Aquele estranhn colega, 0 m e u P II M o ac yr S clia r
Manual de sobrevivencia famlll ir Ivan Ja! Projetos postumos d • Bras Cubas Ivan Ja! Diarlo do Dutro R o n a l d Claver
http://slide pdf.c om/re a de r/full/o-ve nde dor-de -que ijos-e -outra s-c ronic a s
50/50