O Narrador – Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov [ Resenha]
Olá, Esta é uma resenha do ensaio de Walter Benjamin a respeito da obra de Nikolai Leskov. Benjamin, pertencente à escola de Frankfurt, teorizou a respeito da Comunicação Social, e nos deixou grandes questões para pensarmos o Jornalismo atual. Até a próxima,
O Narrador – Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov Walter Benjamin inicia o referido texto ao afirmar a extinção da narrativa.
“É a experiência de que a arte de narrar está em vias de extinção.” p 197. Ao longo do discurso o autor elenca dois fatores fundamentais para que esta extinção se torne cada vez mais latente: O Romance e a Informação. Novamente observamos a visão pessimista de Benjamim ao se referir à tecn tecnol olog ogia ia dos dos meio meios s de comu comuni nica caçã ção. o. Ao relem relembr bram amos os o seu seu famoso famoso texto texto “A obra obra de arte arte na era era de sua sua repr reprod odut utib ibil ilid idad ade e técnica” , observamos o quanto Benjamin se opõe a técnica. técnica. Técnica esta esta,, que que é gran grande de resp respon onsá sáve vell pela pela prod produç ução ão e divu divulg lgaç ação ão de informações, antes destinadas somente a uma parcela da sociedade. Benjamin ao comparar a narrativa ao ato de dar conselhos conclui que o lado épico da verdade está em extinção devido à evolução das forças produtivas.
“Na realidade, esse processo, que expulsa gradualmente a narrativa da esfera do discurso vivo e ao mesmo tempo dá uma nova beleza ao que está desaparecendo, tem se devolvido concomitantemente concomitantemente com toda evolução secular das forças produtivas”. p 201 Portanto é possível perceber claramente a posição de Benjamim no que que diz diz resp respei eito to à recé recém m surg surgid ida a impr impren ensa sa.. Ao esta estabe bele lece cerr o aparecimento do livro como um dos fatores essenciais para morte da narrat narrativa iva subten subtendede-se se a crític crítica a do autor autor direci direciona onada da à burgue burguesia sia crescente, que se tornou terreno fértil para o desenvolvimento do Romance. Dent Dentre re outr outros os pont pontos os,, o elem elemen ento to que que real realme ment nte e dist distin ingu gue e o Romance da Narrativa é forma de produção. No Romance existe o isol isolam amen ento to por por part parte e do escr escrit itor or,, já a Narr Narrat ativ iva a é um proc proces esso so coletivo de produção, por envolver o narrador e os seus relatos.
“A origem do Romance é o indivíduo isolado, que não pode mais falar exemplarmente sobre suas preocupações mais importantes e que não recebe conselhos nem sabe dálos.”p201 Outro aspecto importante do mencionado ensaio, seria a abordagem do conceito de Informação.
“Ela é tão estranha à narrativa como o romance, mas é mais ameaçadora e, de resto, provoca uma crise no próprio romance. Essa nova forma de comunicação é a informação.” p. 202 Benjamim responsabiliza a informação como o ponto derradeiro para a morte da narrativa.
“Se a arte de narrativa é hoje rara, a difusão da informação é decisivamente responsável por esse declínio.” p 203
Mas apesar de todo ceticismo em relação à eficácia do surgimento da imprensa , Benjamin deixa lições essenciais para o Jornalismo atual. Ao comparar a narrativa que Benjamim cita, como na redação jornalística presente, percebese a falta de “histórias surpreendentes”. O jornalismo gira em torno dos fatos já acompanhados de explicações.
“Em outras palavras: quase nada do que acontece está a serviço da narrativa, e quase tudo está a serviço da informação.” p 203
Os anônimos que anteriormente eram contados através da narrativa , perderam força. O jornalismo altamente consumível se faz presente. E como o próprio Benjamim diz: “A informação só tem valor no momento em que é nova.” p 204 O que se pretende não é de forma alguma a exclusão da informação do Jornalismo, mas sim a maior inserção de histórias do povo. Como o próprio conceito de narrativa exposto no texto, a produção e memória coletiva é algo fundamental. A tradição da oralidade observada na narrativa é primordial para transmissão de experiências cotidianas. E é desta forma que teremos um Jornalismo mais humanizado, mais próximo das pessoas.