Centro de Formação Associação de Escolas Beira Serra - "CFAE Beira Serra" Ano Lectivo 2010/2011 Formação realizada em Tábua Formador: Dr. Jorge Rocha
Formanda: Ana Cristina Carvalho Agrupamento de Escolas de Góis
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Conteúdo NOTA INTRODUTÓRIA ....................................................................................................................................................... 3 DINAMISMO DA COMUNICAÇÃO ..................................................................................................................................... 4 AS ESPECIFICIDADES DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS ........................................................ 6 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, TIPOS DE ACESSIBILIDADES E TIC ..................................................................... 7 AS POTENCIALIDADES DO RECURSO AO SOFTWARE COMUNICAR POR SÍMBOLOS WIDGET .......................................... 9 CONCLUSÃO .................................................................................................................................................................... 10 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................. 12
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NOTA INTRODUTÓRIA Se na verdade esta reflexão crítica deveria incidir no tema proposto para a formação: "Necessidades Educativas Especiais e TIC", pessoalmente, considero que se pode afirmar que esta reflectiu sobre as potencialidades da Comunicação, enquanto forma do Emissor tentar interagir com o Receptor de forma perceptível, aliadas às novas Tecnologias de Comunicação, como processo facilitador, especialmente, para Pessoas com Necessidades Educativas Especiais. A meu ver, é de salutar que esta Acção tenha valorizado o poder da Comunicação incentivando vivências positivas de partilha de saberes, confirmando desta forma, as sábias palavras de Antoine de Saint-Exupéry: “Não Há Comunicação Sem Envolvimento”. 1
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Não Há Comunicação Sem Envolvimento Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"
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DINAMISMO DA COMUNICAÇÃO
Comunicação é um termo de sentido lato que não se restringe, como vulgarmente se pressupõe, à fala (“capacidade de exprimir o pensamento pela voz”) ou à aptidão de se poder aceder à Linguagem (“ expressão do pensamento pela palavra, pela escrita ou por meio de sinais”). Como tal, a Comunicação abre um leque de possibilidades em vários segmentos. Duma forma simplista, poder-se-á afirmar que Comunicar tem como finalidade transmitir algo, por forma a ser inteligível com quem se interage. Assim, para haver Comunicação é imprescindível existir um emissor - o que emite a mensagem, e um receptor - o que recebe essa mensagem, sendo estes dois elementos necessários, mas contudo não os únicos elementos envolvidos neste processo.
O Homem é um ser social. Interage com os outros e comunica de diferentes formas. Sendo imperativo que a Comunicação se processe com eficácia. Caso a mensagem enviada não for recebida em boas condições, não estiver contextualizada ou emitida numa
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linguagem perceptível pelo receptor, deixa de haver Comunicação - pior, há desentendimento.
“A comunicação confunde-se com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que respiramos ou andamos. A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do Homem social”.2 Numa fase inicial, do desenvolvimento da Comunicação humana não existe intencionalidade. No entanto, a criança recorre ao olhar, à expressão facial, o choro e a gestos não convencionais (como o apontar) para comunicar com os outros. É à medida que as relações de causa-efeito se vão estabelecendo que nasce a “arte” de Comunicar. Ex: Quando um bebé chora, a mãe levanta diversas hipóteses que motivam o choro (fome, dor, sono, procura de afecto, etc. ). Gradualmente, nas inter-relações que se estabelece com a criança, começa-se a distinguir os diferentes tipos de choro, isto porque simultaneamente a criança também passa a compreender os efeitos das suas reacções sobre os outros, dando assim Intencionalidade ao seu acto de Comunicação. Ainda, mesmo muito antes de começar a falar, a maioria das crianças conseguem discriminar precocemente os sons da fala.
A aprendizagem do código linguístico assenta no conhecimento que se vai adquirindo nas relações que se estabelecem no contacto com os objectos, locais, acções, etc. Estas relações de interacções complexas são o resultado de capacidades biológicas e a
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Bordenave, Juan E. Díaz O que é Comunicar?
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estimulação ambiental, assim como, a evolução progressiva do desenvolvimento neuropsicomotor.
AS ESPECIFICIDADES DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS Todavia, muitas crianças estão impossibilitadas de acederem de uma forma natural à Comunicação. Contudo, seja quais forem as circunstâncias que dificultam o recurso destas crianças a à Comunicação e de simultaneamente acederem e compreenderem a Informação do meio que as rodeia, se lhes forem proporcionadas condições adequadas, atendendo às necessidades, características e potencialidades individuais de cada uma, automaticamente se está a criar igualdade de oportunidades, similares ao dos seus pares que à partida não apresentam Necessidades Educativas Especiais (NEE). É claro que proporcionar as referidas condições implica necessariamente uma Avaliação Diagnóstica precisa, na qual obviamente devam estar envolvidos todos os intervenientes educativos e acima de tudo a própria criança para a selecção do meio alternativo e/ou aumentativo de Comunicação (AAC) que mais se ajuste às especificidades individuais de cada criança com NEE. Centrar o uso de meios de AAC só com o envolvimento de técnicos; resumir o uso dos recursos meramente ao meio escolar; não contrapor a relutância que algumas famílias e até crianças revelam na utilização de meios AAC e ter como pressuposto que só os meios AAC de custos elevados são passíveis de utilização, na minha opinião, é contraproducente. Inconscientemente, ao tomar esta postura segrega-se a criança com NEE ao impedi-la assim
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de conviver e vivenciar experiências para além da redoma da escola à qual passa a ficar confinada para poder Comunicar e Aprender.
NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, TIPOS DE ACESSIBILIDADES E TIC Esta formação também elucidou de uma forma clara alguns tipos de acessibilidades existentes que podem melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas com limitações, tendo porém sido dado maior ênfase às acessibilidades digitais. De uma forma sucinta algumas das acessibilidades apresentadas consistem em:
ACESSIBILIDADES FÍSICAS
Cadeiras (de rodas e de transporte)
Acesso a Edifícios (cadeiras-elevador e tratorinos)
Acesso a veículos
Acesso a praias e piscinas
Posicionamento
Ajudas para a Vida diária (Home Craft e Tumble Forms)
Sistemas de Transferências (Elevadores de Transferência e Sistemas de tecto)
DIGITAIS Interface de Acesso ao computador (Alternativas ao rato e/ou teclado, manípulos, Acesso pelo Olhar e Apoios) Brinquedos Adaptados Comunicação Aumentativa ( Símbolos de Comunicação, BoardMaker, invento) (Comunicadores simples, com e sem varrimento) Software Educativo (Literacia, Numeracia, jogos adaptados, Causa-efeito e Estimulação Multisensorial)
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Também outro aspecto positivo desta formação foi o facto de se ter descompilado o mito que só o uso de software específico de custos elevados, poderia facilitar o acesso da criança com NEE ao uso do computador. Não há computador que não possua nos seus programas Ferramentas de FACILIDADE DE ACESSO; isto é, formas de adaptar o acesso ao computador enquanto Tecnológica de
Informação e Comunicação (TIC’s) simplesmente adequando as funcionalidades do computador àquilo que cada criança com NEE necessita, tornado as suas limitações diluídas e potencializando assim a sua autonomia, tanto no contexto sala de aula, como no seu meio, pois até um simples “Magalhães”é de fácil transporte, podendo ser utilizado neste sentido.
Ex. de Definições da Ferramenta de Facilidade de Acesso que se encontra no Programa Acessórios de qualquer computador
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AS POTENCIALIDADES DO RECURSO AO SOFTWARE COMUNICAR POR SÍMBOLOS WIDGET
É uma vantagem não ser infofóbica, correm-se riscos, erra-se, mas aprende-se, mesmo que nem sempre seja da forma mais correcta… E visando ampliar as competências comunicativas de alunos, principalmente, os que tive que estavam privados de fala ou linguagem, fui forçada a ser autodidacta na investigação e exploração ao nível das TIC.’s Como tal, e longe de tencionar ser pretensiosa, admito que o Programa “Comunicar por Símbolos” não é uma novidade para mim….Pessoalmente, até ingressar nesta Formação, preferia recorrer ao “inVento”, no trabalho com os alunos que apoio actualmente, uma vez que todos já possuem algumas competências de literacia, nem que seja ao nível da descodificação simbólica. Já tinha assistido a algumas sessões sobre como trabalhar com este programa, mas ao dar um carácter meramente teórico sobre as suas funcionalidades e potencialidades, confesso que saía destas mais confusa e desmotivada face às expectativas iniciais. Nesta Formação não. As actividades com instruções claras, sucintas e precisas ocasionaram diversos momentos de partilha de perspectivas diferentes face à construção 9
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de ambientes que facilitassem e acelerassem o processo de comunicação de alunos com NEE (pois a lentidão com que às vezes se comunica é o suficiente para desencorajar o receptor a retribuir o devido feed-back) incrementou a minha curiosidade e uma maior compreensão no uso deste programa.
CONCLUSÃO Um docente que se preze necessita de conseguir estabelecer uma relação simbiótica com os alunos com que trabalha. Se não os compreende; não conseguir reconhecer os seus pontos fortes e estar sensível às suas limitações e necessidades, como poderá comunicar com eles? Como pessoa pragmática que sou, considero que os pontos fortes desta Formação breve, pois 15 horas são mesmo insuficientes quando se aborda tantas temáticas, consistiram precisamente na existência de um ambiente de à vontade onde todos puderam expor dúvidas, opinar, clarear conceitos e principalmente estarem envolvidos de forma activa. Tenho a certeza que todos que estiveram presentes acabaram por conseguir:
Elaborar actividades simples de aprendizagem com símbolos para a comunicação aumentativa e alternativa;
Desenvolver capacidades críticas e competências técnicas com vista a criar intervenções adequadas a uma prática pedagógica personalizada e adaptada a cada realidade educativa e
Dominar minimamente o software Comunicar com Símbolos.
Na minha perspectiva, não posso finalizar sem sugerir que este módulo passe a ser contemplado num sistema de partilha como Moodle, uma vez que partilhando as
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vivências aumentamos significativamente os conhecimentos pessoais passíveis de serem transferidos para as nossas vivências enquanto profissionais de educação.
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BIBLIOGRAFIA
Bibliografia fornecida pelo formador
Bordenave, Juan E. Díaz. (1993). O que é Comunicar? Colecção Primeiros Passos Editora: Brasiliense,.
TETZCHNER, Stephen von; BREKKE, Kari Merete; SJATHUN, Bente et GRINDHEIM, Elisabeth. Inclusão de crianças em educação pré-escolar regular utilizando comunicação suplementar e alternativa. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2005, vol.11, n.2, pp. 151-184.
Http://milrazoes.blogs.sapo.pt/15903.html
http://www.anditec.pt/catalogo.html
http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx
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