FRANCO JR, Hilário.A Idadde Média: Nascimento do Ocidente. São Palo: !rasiliense, "### $S%R&%&RAS M$N%AIS ' Há (oco tem(o (asso'se a estdar e entender )e a mentalidade in*li na Hist+ria, não s+ o traal-o e as erras. S+ estdando a mentalidade mentalidade (ode'se entender o resto tamém. Não se trata de adotar ma (ostra determinista, determinista, atriindo atriindo tdo / mentalidade0 mentalidade0 o / economia, o / (ol1tica, (ol1tica, etc.2, mas tem )e se considerar o ni3erso ni3erso mental, mental, )e sendo le 4o** é o n13el mais está3el e im+3el, -ist+ria de lona dra5ão."6# Hist+ria da mentalidade, o mel-or -ist+ria (sicossocial. Para o -omem medie3al, o referencial referencial de todas as
coisas era sagrado, fenômeno psicossocial típico de sociedades agrárias, muito dependentes da natureza e portanto à era3a, com(reensi3elme com(reensi3elmente, nte, m mercê de forças desconhecidas e não controlá3eis. Isso era3a, sentimento enerali7ado de inseran5a. %emia'se (ela *ome, e(idemia e, soretdo, (ela 3ida *tra: no séclo 8III m (reador *ranciscano estima3a a (roailidade de Sal3a5ão em " (or "99.99";"
Não havia propriamente propriamente aquilo que chamamos sobrenatural a pr!pria palavra c onte
natre7a. $<.: )ando o sorin-o de Carlos Mano morre, em toda a Fran5a c-o3e, 3enta tro3e=a0...2 o >sorenatral> se mostrando no >natral>, *en?meno de todas as relii@es, relii@es, mas es(ecialmente im(ortante no Cristianismo, em )e es se *e7 -omem";" esde o séc III crescia a im(ortBncia atri1da /s *or5as malé*icas, o )e a=da a e<(licar a (r+(ria 3it+ria da Ire=a, (ois os missio missionários nários trin*ara trin*aram m (rinci(al (rinci(almente mente de3ido de3ido / derrota dos dem?nios. e *ato, os (oderes neati3os se constit1am nma realidade (al(á3el (ara a)ela sociedade de tem(o riidamente di3idido entre dia e noite, sem l7 arti*icial e*iciente, na )al as tre3as eram (ortando *ortemente sentidas. sentidas. "; Prolonando antias tradi5@es (ré'cristãs, (ré'cristãs, os reis eram 3istos como dotados de (oderes sore'-manos, sore'-manos, (or e
um agente e'terno ao organismo, daí a necessidade de amuletos, filtros ou e'orcismos e'orcismos para obtenção da cura. Notros termos, a maia )e casa a doen5a de3e ser comatida (or otra
maia. esta *orma, os milares tera(Gticos, os )e mais *re)entemente se (ediam, eram ma es(écie de contramaia con tramaia.. Na mesma mesma lin-a lin-a de indi* indi*erenci erencia5ão a5ão entre maia di3i di3ina0m na0mila ilare2 re2 e maia maia dia+lica0*eiti5aria2, t1n-amos a )estão em torno do ordálio%% as atoridades ato ridades dei
não e assim a 3ida era ma rande lta )e en3ol3ia essa mlti(licidade de *ormas )e as *or5as demon1acas (odiam assmir. $ o clero desem(en-a3a desem(en-a3a o (a(el central. $ra comm a demoni7a5ão dos o(ositores o (ositores da Ire=a, =sti*ica =sti*icando ndo a
destri5ão dos -erees. $ isso não era mani(la5ão da Ire=a, o clero realmente 3ia a mani*esta5ão do mal. "9 0risto pregara o pacifismo e a não&violência, contdo, sendo a inter(reta5ão medie3al, essa (a7 s+ reinaria com a im(lanta5ão da nidade cristã, =sti*icando a elimina5ão dos -erees, in*iéis, (aãos. Fa7 a erra (ara c-ear na (a7. Assim o ato de Carolos Mano de mandar e
1ntende&se assim a concepção de 2uerra 3anta, tipicamente medieval, ine'istente no cristianismo primitivo e incompreensível para o contempor4neo 0ristianismo bizantino% 5 cristão medievo apenas levava às 6ltimas inst4ncias algumas palavras de cristo como & 7quem não " por mim " contra mim8 & 7toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo8 9uando a $gre+a pregou a paz de (eus apenas queria colocar os cavaleiros sob seu controle% :anto que no sermão papal de ;<., que deu origem à 0ruzada, nada mais foi que o reforço à =az de (eus na 1uropa cirstã e uma conclamação à guerra 3anta fora dela% 5 clero não s! +ustificafa a guerra contra os inimigos terrenos, e às vezes participava diretamente, como lutava contra os inimigos invisíveis% > batina era sua armadura simb!lica, sua armas sacramentos, e'orcismos, crucifi'o, a àgua benta% > missa era considerada um combate com o diabo% No conte'to das cruzadas surgiram as ordens militares religiosas, laicos vivendo no ideal monástico, como os hospitalários e os templários% >cima de tudo, fosse cl"rigo ou laico, a melhor maneira de enfrentar as forças negativas era se pondo contra o corpo, o que 2reg!rio ?agno no s"c @$ chamara de 7abominável roupagem da alma8% $nstigando uma repressão se'ual, que a $gre+a dos s"c @$& #$ procurou controlar% ?esmo no casamento uma vida se'ual muito ativa era pecaminosa% >ssim para muitos a forma privilegiada de luta contra si pr!prio era a peregrinação% No sofrimento do caminho realizava um e'ercício asc"tico e uma penitência% 5 que a+uda a entender porque as cruzadas mobilizaram tantos indivíduos por quase dois s"culos% 9ue tenham sido motivadas por motivos econômicos, sociais e políticos " inegável, por"m revelam a mentalidade da "poca% 5 belicismo das cruzadas " primeiramente mental, depois corporal% 1sse quadro de combate a si mesmo como forma de combate às forças malignas atingiu seu auge na bai'a idade m"dia com o movimento dos flagelantes% As di*icldades do séclo 8ID di*ndiram as (ráticas *laelantes (rinci(almente na $ro(a central e do Noroeste e loo a(+s a (este nera"6 Os *laelantes, enca(7ados e le3ando a cr7, se morti*ica3am com c-icotes de trGs correias e (ontas de *erro, acreditando assim se (ri*icarem e (ortanto se imni7arem / (este, *oram mitas 3e7es considerados mártires )e e<(ia3am os (ecados do mndo. Nesse clima de *anatismo ocorreram 3ários massacres de =des.
A$B$=C($> 5D(EF$5 é m ti(o de (ro3a =diciária sado (ara determinar a cl(a o a inocGncia do acsado (or meio da (artici(a5ão de elementos da natre7a e c=o resltado é
inter(retado como m =17o di3ino.L" %amém é con-ecido como +uízo de (eus 0 judicium Dei, em latim2.
>s práticas mais comuns do ordálio são as que envolvem submeter o acusado a uma prova dolorosa% 3e a prova " concluída sem ferimentos ou se as feridas são rapidamente curadas, o acusado " considerado inocente. Na $ro(a medie3al, este ti(o de (rocedimento *nda3a'se na (remissa de )e es (roteeria o inocente, (or meio de m milare )e o li3raria do mal casado (ela (ro3a. >pesar de haver sido amplamente praticado durante a $dade ?"dia na 1uropa, o ordálio possui raízes mais antigas, em culturas politeistas tão remotas )anto o 0!digo de Gamurábi e o C+dio de &r'Namm, em como em sociedades triais animistas, como o =lamento (ela inestão da >áa 3ermel-a> 0*a3a'de'calaar2 em Serra eoa. Nas sociedades (ré'modernas, o ordálio era m dos trGs (rinci(ais meios de (ro3a )e -ailita3am o =i7 a (ro*erir m 3eredito, =ntamente com o =ramento e o testemn-o. Na
1uropa, os ordálios em geral consistiam em testar o acusado no fogo )Hprova de fogoH* ou na água, emora a natre7a (recisa da (ro3a 3ariasse con*orme o lar e a é(oca. 5 fogo costumava ser reservado para testar acusados de origem nobre, enquanto que a água era mais usada para os plebeus%
1m -., no $@ 0oncílio de Fatrão, o =apa $nocêncio $$$ proibiu que o clero cooperasse com os +ulgamentos pelo fogo e pela água, substituindo&os pela compurgação )um misto de +uramento e testemunho*%I-J 5s +ulgamentos por ordálio escassearam no final da $dade ?"dia, em geral substituídos pela confissão mediante tortura, mas a (rática cai em desso a(enas no séclo 8DI.