DIZ AÍ!
TRABALHO EM EQUIPE
~ NESTA EDIÇAO
ma das coisas mais bacanas da Mundo é que ninguém aqui faz as coisas só por fazer. Cada reportagem é uma missão executada com o maior capricho possível que, depois de editada e diagramada, vira um arquivo repassado para toda a equipe ler e dar pitacos. Daí surgem discussões deliciosas, desde a tradução correta de certos nomes passando por questionamentos da interpretação de fatos, datas e em que edição saiu tal história... Tudo feito na maior paz, sempre com o esforço de um colaborador ajudar na reportagem do outro.
7DESAFIO DOS HERÓIS UMA IMAGEM 9 PENEIRA POP 10 ENTREVISTA 16 DOSSIÊ 20 BASTIDORES 37 ACTION-FIGURES 40 GRANDES SAGAS 42 NOSTALGIA 46 VÁRIAS FACES 52 54HOMENAGEM 58GRANDES COMBATES 60RECEBEMOS 64NA PRANCHETA 66SUPERLEITORES 70UNIVERSO MARVEL/DC
U
Outra coisa bem legal na Mundo é a chance de trabalhar com caras que admiro Mundo
Teste seus conhecimentos
Simon Bisley
Guerras Secretas Blade
MANOEL DE SOUZA
[email protected]
100 anos de Kirby
E FOR O C ASO, RECL AME
Nosso objetivo é a Excelência!
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Resenhas de HQs Will Conrad
REVISTA MUNDO | 5
UM QUIZ PARA QUEM É SUPER
TESTE SEUS PODERES
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COM QUAL ITEM STRANGE VENCE DORMAMMU NO FILME DOUTOR ESTRANHO ?
GIGANTA É UMA TRADICIONAL INIMIGA DE QUAL HEROÍNA?
O ASTEROIDE M SERVIU DE BASE PARA QUAL PERSONAGEM?
NA SÉRIE JUSTIÇA JOVEM , QUAIS ERAM OS MEMBROS ORIGINAIS DA EQUIPE?
QUEM SE TORNOU O BATMAN QUANDO WAYNE FICOU PARAPLÉGICO?
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O QUE É O ADESIVO X?
QUEM É O VILÃO DO FILME HOMEM-FORMIGA?
O QUE É A FUNDAÇÃO FUTURO?
COMO SE CHAMAM OS PAIS BIOLÓGICOS DO SUPERMAN?
QUEM CRIOU ZODIAKO, UM DOS GRANDES HERÓIS DAS HQS BRASILEIRAS?
VIRE A PÁGINA E VEJA AS RESPOSTAS REVISTA MUNDO | 7
1
O Mago Supremo usa o Olho de Agamotto para derrotar o vilão. Nos quadrinhos, esse item foi apresentado em Strange Tales 127 (1964) e se tornou peça-chave do arsenal do herói. Com o Olho, Stephen pode ver além de ilusões, ler mentes e mais. O poder de controlar o tempo, por exemplo, foi muito bem explorado no cinema e permitiu Stephen Strange vencer Dormammu.
2
Capaz de atingir proporções colossais, Giganta é uma das maiores (mesmo) inimigas da MulherMaravilha. Ela estreou em Wonder Woman 9 (1944) e teve várias versões até a atual, em que ela é uma mulher que se curou de uma doença graças a uma droga experimental e ganhou a capacidade de ampliar seu tamanho ao custo de sua inteligência e do aumento de sua raiva.
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O M no nome não é à toa, pois a rocha em órbita da Terra abrigou o terrorista Magneto por anos. Desde sua estreia em X-Men 5 (1964), o covil foi palco de combates entre o vilão e a equipe de Xavier, além de virar o refúgio Avalon, que abrigou centenas de mutantes que desejavam deixar a Terra. Ao cair em nosso planeta, a rocha tornou-se Utopia, uma base dos X-Men.
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Nos primeiros episódios, o grupo é formado por Artemis, Aqualad, Miss Marte, Kid Flash, Robin e Superboy, os parceirosmirins dos membros da Liga da Justiça (MulherMaravilha, Aquaman, Caçador de Marte, Flash, Batman e Superman). Justiça Jovem teve duas temporadas entre 2010 e 2013 e a Warner já anunciou planos para a terceira em 2017.
5
O substituto foi Jean-Paul Valley, um cruzado da religiosa Ordem de São Dumas. A escolha de Wayne não foi das melhores, pois Valley não tardou em dar sinais de insanidade, fruto da programação mental a que foi submetido ainda bebê pela seita. Como Batman,
trabalho para devolver o manto do morcego a Wayne. Isso tudo saiu nas HQs dos anos 1990.
AGORA, VAMOS DESCOBRIR SEU NÍVEL DE PODER 0 a 3 ACERTOS
4 a 8 ACERTOS
9 a 10 ACERTOS
Talvez você tenha entrado na vida nerd por acidente e ainda apanha bastante, mas seu futuro é promissor. Isso é, desde que continue treinando. Não desista.
Você se tornou um vigilante respeitado e sobrepuja quase todos os obstáculos. Com mais acertos do que erros, você se garante e é capaz de ensinar quem está começando.
Foram necessários anos para você chegar ao topo. Sua luta deixou marcas, mas elas representam suas vitórias e são exibidas com orgulho. Só não vá se acomodar.
6
É uma supercola criada na 2a Guerra pelo nazista Barão Zemo, um dos maiores inimigos do Capitão América. O vilão foi surpreendido pelo Sentinela da Liberdade e teve o rosto deformado ao ser exposto à substância, que uniu permanentemente a máscara à sua face.
vilão caiu em um tonel de Adesivo X em uma luta com o herói e se tornou o novo Barão Zemo. 8 | REVISTA MUNDO
7
É o Jaqueta Amarela (interpretado por Corey Stoll), um inescrupuloso empresário e cientista que se vale de um traje especial para reduzir de tamanho. Seu nome é Darren Cross e ele roubou a tecnologia de seu antigo mentor Hank Pym (Michael Douglas), que atuou como o HomemFormiga décadas antes. No
de Pym, Scott Lang (Paul Rudd) deter o Jaqueta.
8
É uma organização
pelo Quarteto Fantástico para guiar jovens gênios e ajudá-los a criar um futuro melhor. A Fundação conta com prodígios de vários cantos do mundo, inclusive
de Reed e Sue Richards. O Quarteto e outros heróis, como o Homem-Aranha, zelam pelas crianças. A Fundação estreou em Fantastic Four 579 (2010).
9
Jor-El e Lara foram os kryptonianos que conceberam Kal-El, que na Terra se tornaria o Homem de Aço. O casal estreou nas tiras de jornal do herói em 1939 e foram desenvolvidos por vários autores desde então. Com o tempo, tornaram-se personagens aprofundados com direito a encarnações na TV e no cinema, como em Superman: O Filme (1978), que tem Marlon Brando como Jor-El.
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Foi o quadrinhista português Jayme Cortez, que se radicou no Brasil a partir
se como um dos expoentes das HQs nacionais. Zodiako foi criado na década de 1970 e possui dons recebidos de cada signo. As tramas do herói são repletas de simbologias psicológicas e sociais. Suas HQs foram relançadas em Zodiako Premium (Opera Graphica, 2015).
UMA IMAGEM CAPA REALISTA - Essa pintura
do norte-americano Bob Larkin foi capa do gibi Luke Cage and Iron Fist 75 (1981), em que o feiticeiro Mestre Khan incita um exército de criaturas vegetais contra Cage e Punho de Ferro. Trata-se de uma das poucas ilustrações de Larkin para um título de super-heróis, pois nos anos 1970 e 1980 sua arte era mais usada nas publicações da Marvel em formato magazine, voltadas para o público adulto, como The Savage Sword of Conan, The Deadly Hands of Kung Fu e Crazy.
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U M
A Q U E C I M E N T O
P A R A
S U A
L E I T U R A
Para lançar seus quadrinhos no Egito, Ayman Kandeel criou a editora AK Comics
Jalila defende as ruas da Cidade de Todas as Religiões, enquanto o guerreiro Rakan emprega tudo o que aprendeu no deserto
Heróis do Oriente Médio CONHEÇA OS PERSONAGENS DA EDITORA EGÍPCIA AK COMICS, QUE CONTA COM UM INSPIRADO E PECULIAR UNIVERSO DE SUPER-HERÓIS POR ADRIANO DE AVANCE MORENO s últimas décadas marcaram a estreia de super-heróis criados em vários cantos do mundo, como no Cairo, Egito, onde a editora AK Comics lançou séries no melhor estilo Marvel/DC. As iniciais da empresa vêm do nome Ayman Kandeel, um professor egípcio de Economia da Universidade do Cairo e fã de HQs. Ainda nos anos 1990, quando morava nos Estados Unidos, ele criou personagens inspirados no conceito dos super-heróis. Ao perceber que não conseguiria publicar suas criações no concorrido mercado norte-americano, Kandeel investiu em sua terra natal, onde fundou a AK, em 2003. Os títulos Aya, Jalila, Rakan e Zein saíram no ano seguinte, com miolo PB e tiragem de apenas 400 exemplares cada. Nessa tarefa, Kandeel foi auxiliado pelo
A
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editor Marwan Nashar, que compartilhava o idealismo do fundador da empresa de que o Oriente Médio também poderia ter seus próprios super-heróis. estava a falta de mão de obra no Egito. A solução foi recorrer a estrangeiros agenciados pela empresa G Studios, dos Estados Unidos, para trabalhar com os personagens de Kandeel, segundo suas prerrogativas. Durante a empreitada, entraram até alguns brasileiros do G Studios, como Rafael Albuquerque, Cris Peter, Felipe Ferreira e Cristiano Lopes, entre outros. Em suas criações, Ayman Kandeel da DC, dos quadrinhos britânicos e até dos mangás. Além disso, o autor queria que seus personagens fossem uma
e o modo de vida árabe”. E isso serviria para mostrar que nem todo árabe é uma ameaça, como os radicais islâmicos. Motivado pelo frágil balanço político e social da região, a AK não permitia que a religião tomasse parte das histórias. Até mesmo templos religiosos eram proibidos de aparecer nas HQs. As tramas situam-se em um futuro próximo, em que o Oriente Médio saiu de um longo e penoso confronto, conhecido como Guerra dos 55 Anos e que deixou marcas profundas. Na tentativa de reencontrar a paz, os povos da região têm de conviver com inúmeras ameaças e é aí que entram os heróis, para proteger os inocentes e combater quem se aproveita da situação. Os nomes de cidades e países,
Os heróis da AK Conheça os personagens do Oriente Médio que lutam pela verdade, justiça e o modo de vida árabe Aya, a princesa da escuridão A jovem argeliana Rania Moktar viu seu pai ser assassinado e a mãe condenada à prisão perpétua acusada injustamente pelo crime. Com sua família destroçada, Rania seguiu a vida até conhecer uma organização secreta que lhe ofereceu a oportunidade de mudar seu destino e o das pessoas ao seu redor. Após um rígido e extenso treinamento, a jovem Rania se transformou numa expert em disfarce e espionagem. Jalila, a salvadora da Cidade de Todas as Religiões Sobrevivente de um desastre nuclear em Dimondona, a Dra. Ansam Dajani adquiriu superpoderes e, utilizando um traje especial concebido por seus falecidos pais, utiliza suas habilidades para proteger a Cidade de Todas as Religiões das forças do mal. Como se não bastasse, Ansam precisa cuidar de seus irmãos mais jovens, tarefa complicada pois um deles é viciado em drogas e o outro está envolvido com um grupo terrorista.
Arte, roteiro, diagramação e vários outros elementos são influência direta das HQs da Marvel e da DC
real. Um exemplo é a Cidade de Todas as Religiões, uma alusão a Jerusalém, cidade sagrada tanto para cristãos, chamadas pelos seus nomes históricos, como Mesopotâmia, Pérsia... Mesmo com tanto cuidado editorial, não houve como escapar de certas revistas Aya e Jalila foram proibidas de circular na Arábia Saudita. O motivo? Terem mulheres como protagonistas. Mesmo assim, as outras publicações da AK conseguiram números bem expressivos levando-se em conta a pobreza do Oriente Médio, com vendas entre 15 mil e 20 mil exemplares por edição. Em 2006, a AK tentou conquistar o mercado norte-americano. Mas, como Kandeel
previra, o público não se interessou por seus heróis e as revistas mal venderam 5 mil exemplares por edição. Após seis números de cada título, todos foram descontinuados. Os planos da AK eram realmente ousados e a empresa chegou a veicular um pequeno trailer mostrando uma futura animação com seus heróis, mostrando que pretendia chegar à TV e, quem sabe, ao cinema. Infelizmente, as boas mercado. A venda nos Estados Unidos foi desanimadora e logo começaram a cair no próprio Oriente Médio, até que a operação da pequena editora se tornou inviável. Apesar de toda a paixão de Ayaman Kandeel, a AK não conseguiu seguir adiante com seu universo. Mas estamos sempre atentos, aguardando seu retorno.
Rakan, o guerreiro solitário Ele foi abandonado por sua tribo ainda criança e adotado por um mítico dentes-de-sabre do deserto, a quem passou a chamar de Arameh. Ao ajudar um velho nômade chamado Hakim, que morava em um oásis secreto, Rakan tornou-se seu discípulo e aprendeu com ele técnicas de combate, noções profundas de paz e sabedoria e as artes marciais de Sheba, tornando-se um guerreiro quase invencível. Zein, o último faraó Filho de um poderoso rei, Zein nasceu cerca de 16 mil anos atrás. Com a queda de um meteoro, seu pai colocou-o em uma incubadora, onde hibernou por quase 9 mil anos. Ao despertar, viu que havia desenvolvido poderes sobrenaturais e tornou-se quase imortal. A partir daí, Zein passou a viver diversas vidas ao longo do tempo e, no presente se radicou em Origin City, onde atua não só como super-herói, mas também é professor de filosofia.
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Recuperado de um grave quadro clínico, David assume HQs do universo do Aranha
Dos gibis para as telas A cada ano, mais e mais HQs são adaptadas para os cinemas. E em 2017 não será diferente, como confirma nosso calendário.
Logan estreia em 3 de março, com censura 18 anos e ambientado no futuro. Marca a despedida de Hugh Jackman do papel.
POR ONDE ANDA PETER DAVID POR LEONARDO VICENTE
Guardiões da Galáxia Vol. 2 chega em 4 de maio, ainda envolto em mistérios, sem confirmação oficial sobre o vilão. A equipe recebe apoio de Nebulosa, Yondu e Mantis.
Tido como a grande esperança dos filmes DC, Mulher-Maravilha estreia em 1o de junho, com Gal Gadot numa aventura na Primeira Guerra Mundial.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar será a primeira trama solo estrelada por Tom Holland, que encarna Peter Parker. Estreia em 6 de julho.
A ficção científica francesa Valerian e a Cidade dos Mil Planetas adapta uma HQ do mesmo país. Com direção de Luc Besson, estreia em 20 de julho.
Thor: Ragnarok, que estreia em 2 de novembro, é cheio de convidados especiais: Hulk, Valquíria e Doutor Estranho e adapta parcialmente a HQ Planeta Hulk.
Por fim, em 16 de novembro estreia Liga da Justiça, que pode ser a consagração da DC nos cinemas ou a confirmação das falhas do diretor Zack Snyder.
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onhecido por seus roteiros bem humorados, David fez muito sucesso nos anos 1990, nas revistas do Hulk (a fase cinza do herói é cultuada até hoje), Homem-Aranha 2099 (personagem futurista que criou em 1993) e nas diversas versões da equipe mutante X-Factor (que escreveu até 2015). Seu currículo tem bem mais trabalhos na Marvel graças a um contrato de exclusividade com a editora há mais de uma década. Mesmo assim, volta e meia David é liberado para outros trabalhos. Em 2006, por exemplo, o roteirista teve um ano extremamente produtivo: assumiu a revista do vampiro Spike (um Angel), pela IDW, lançou a minissérie Spike vs. Dracula e resgatou sua criação Fallen Angel, publicada antes mulher caído que tenta se redimir. No mesmo ano, também desenvolveu a aventura medieval Red Sonja vs. Thulsa Doom, para a Dynamite. Pouca gente sabe, mas David iniciou sua carreira em 1987 escrevendo envolveu-se com franquias como Star Trek e Babylon 5, escreveu novelizações Homem de Ferro (2008), Transformers: O Lado Escuro da Lua (2011) e Depois da Terra (2013). Essa faceta lhe foi útil ao assumir as HQs derivadas de A Torre Negra, a saga de Stephen King, a partir de 2007 pela Marvel. A série de livros também foi inspiração para David criar a sátira Sir Apropos of Nothing (2002), sobre um nômade trapaceiro em aventuras recheadas de citações de outras obras. Apropos teve
C
O mais recente trabalho de David envolve o Aranha Escarlate, um personagem para lá de polêmico
três livros, vários contos e também uma minissérie em HQ pela IDW em 2008, todas escritas por David. O roteirista passou por consecutivos problemas de saúde: em 2010 operou uma hérnia de disco e, em 2012, sofreu um derrame que o deixou bastante debilitado, com problemas de visão e com a perna e braço direito praticamente Em abril, assumirá o comando de um personagem polêmico, o Aranha Escarlate, clone do Homem-Aranha, na nova revista mensal Ben Reilly: The Scarlet Spider , com arte de Mark Bagley.
Nova aventura ançada em 2004, a HQ Shaolin Cowboy, do quadrinhista Geof Darrow, mostrou um monge que enfrenta zumbis, tubarões gigantes e até foge do inferno. Mais de uma década depois, o personagem voltará a estrelar uma HQ, na minissérie em quatro edições The Shaolin Cowboy: Who’ll Stop the Reign? , prevista para sair em abril nos Estados Unidos. O primeiro número da HQ lançada pela Dark Horse terá capa alternativa de Frank Miller, que colaborou com Darrow em Hard Boiled: À Queima-Roupa (1990) e Big Guy & Rusty, O Menino-Robô (1995). Na trama, o protagonista precisa lidar com vários inimigos do passado que retornaram com sede de vingança.
Renascido das trevas
L
OUTROS
Capa de Darrow para a primeira edição da nova minissérie. A capa alternativa será de Frank Miller.
O seriado Constantine, cancelado pela NBC em 2015, ganhou uma nova chance. O CW, lar de Arrow , Flash, Legends of Tomorrow e Supergirl, anunciou uma série animada do mago, no CW Seed, a versão digital do canal. Essa será a terceira série da DC nesse formato, após Vixen e da ainda inédita Freedom Fighters: The Ray . Matt Ryan, que interpretou John Constantine no seriado original volta ao personagem. Os produtoresexecutivos serão David Goyer (um dos desenvolvedores do programa original), Greg Berlanti e Sarah Schechter. Estreia prevista para 2018.
GIBIS QUE SE DESTACARAM NESSE MÊS EM… JANEIROS OS POR GUSTAVO VÍCOLA
) M O C . S O H N I R D A U
Q S O D A I U G . W W W ( S O H N I R D A U Q S O D A I U G E T I S O L E P S A D I D E C S A P A C
...1977 Os fãs de Jack Kirby tiveram
motivo para comemorar com Capitão América 20 (Bloch), pois ele esteve presente nas quatro HQs do gibi, sendo que em uma foi até personagem. Além de escrever e desenhar duas histórias do herói e seu parceiro Falcão e uma dos alienígenas Eternos, o quadrinhista estrelou a cômica A Origem do Rei Kirby .
...1987 Parte de uma trama em
que o Dr. Estranho viaja pelo tempo em perseguição a uma inimiga, a HQ Na Terra dos Faraós saiu em Heróis da TV 91 (Ed. Abril) e mostra a chegada do Mago Supremo ao Egito Antigo. A atração é o inusitado encontro com o Quarteto Fantástico, que também viajou para a época, mas por outro motivo.
...1997 Na edição especial Shazam: A Origem do Capitão Marvel (Ed.
Abril), o roteirista e desenhista Jerry Ordway reformulou os primórdios do herói. Bem detalhada, com personagens profundos e inspirada, a HQ estabeleceu-se como a origem do Capitão Marvel na era pós-Crise nas Infinitas Terras .
...2007 O mês teve muita coisa boa
nas bancas, incluindo o lançamento de especiais e novas séries mensais, mas nada brilhou mais do que Grandes Astros: Superman 1 (Panini). A HQ revela uma doença terminal do Homem de Aço e estabelece as bases de uma espetacular minissérie em 12 partes. Roteiro de Grant Morrison e arte de Frank Quitely. REVISTA MUNDO | 13
A roteirista das HQs de Harpia, Chelsea Cain, foi alvo de ataques na internet
UM NÚMERO
107...
...é a quantidade de edições (inclundo três anuais) da primeira série em quadrinhos de Star Wars , publicada pela Marvel entre 1977 e 1987. O material não ficou muito conhecido pela qualidade, mas ganhou fama por ter tirado a editora de um grande risco de falência no final dos anos 1970.
Premiação negativa Em 2016, os filmes da DC renderam muita discussão na internet. Com a divulgação da lista dos pré-indicados ao Framboesa de Ouro, que premia os piores do ano, as discussões prometem se aquecer. Batman vs Superman: A Origem da Justiça tem préindicações em seis categorias: Pior Filme, Pior Remake, Adaptação ou Sequência, Pior Diretor, Pior Roteiro, Pior Ator (dose dupla com Ben Affleck e Henry Cavill) e Pior Ator Coadjuvante (Jesse Eisenberg). Já Esquadrão Suicida se saiu um pouco melhor, indicado para quatro: Pior Filme, Pior Roteiro, Pior Ator (Will Smith) e Pior Ator Coadjuvante (Jared Leto). Essa é a lista de pré-indicações e a final ainda será divulgada.
“Calma que ainda podemos ganhar outras indicações...”
14 | REVISTA MUNDO
GIRL POWER POR GABI FRANCO
Reações agressivas m outubro de 2016, a revista Mockingbird, encabeçada pela heroína Harpia, foi cancelada nos Estados Unidos. Com as vendas em baixa e a saída da personagem do elenco do seriado Agents of Shield, a Marvel desistiu de manter um título exclusivo para ela. Com o último número perto de chegar às comics shops, a roteirista de Harpia, Chelsea Cain, convocou os fãs via Twitter e pediu para que eles se
trabalhou na recriação do soro do supersoldado, foi recrutada pela Shield e se destacou nos testes físicos e de espionagem. Tornou-se uma espécie de corregedoria da agência, monitorando
E
Tanto na TV como nas HQs, Harpia teve uma promissora carreira interrompida
Marvel substituiria o título por outro à altura: uma revista com protagonista feminina, empoderada e chutadora de bundas, como era sua Harpia. Isso bastou para que uma enxurrada de tuítes agressivos, a maioria dirigida à Chelsea, tomasse a rede social, levando a roteirista a cancelar sua conta. As mensagens acusavam a roteirista personagem e a Marvel, por ter dado suporte a feministas. Mas quem é Harpia? Barbara “Bobbi” Morse foi criada por Len Wein e Neal Adams em 1971, em Astonishing Tales 6 (inédita no Brasil), ainda sem seu alter-ego. Como Harpia, ela só foi aparecer em Marvel Team-Up 95, em 1980 (no Brasil em Os Heróis Mais Poderosos da Marvel, Salvat, 2016). Como bióloga
de diversas formações de Vingadores, sempre se destacando por sua habilidade de luta com seus bastões acopláveis. Além de ser mestre em artes marciais e combate armado, é PhD em Bioquímica e criou a AMC (Agência Mundial de Contraterrorismo), composta por ex-agentes da Shield que, como ela, foram sequestrados e substituídos pelos alienígenastransmorfos skrulls na saga Invasão Secreta (2008). Ferida mortalmente, recebeu uma mistura
- responsável pela longevidade de Nick Fury - e o soro do supersoldado (Os Poderosos Vingadores 103, Panini, 2012). Os efeitos dessa fórmula ainda são desconhecidos, o que dá aos roteiristas
Na TV, a heroína foi interpretada pela atriz Adrianne Palicki no seriado Agents of Shield e quase estrelou seu próprio
espiã, Harpia é mesmo uma personagem versátil. É inspiração para todas nós. Vamos torcer para que ela volte logo.
COSPLAY POR RICARDO QUARTIM
Felina caçadora Jaqueline Abrão, conhecida como Jack Abrão, tem 26 anos e mora em Bragança Paulista, SP. Seu interesse por games e animes a levou a fazer o primeiro cosplay em 2014, encarnando a personagem Celty Sturluson, do anime Durarara. Outros cosplays vieram na sequência, inspirados em HQs, filmes, séries e jogos. “Essa paixão foi acrescentada à minha rotina geek, o que me motivou a pesquisar e hoje o cosplay é um hobby que eu amo”, explica. Jack sempre busca personagens com os quais se identifica e pesquisa sobre suas origens para concluir o projeto com a máxima fidelidade possível. Sua inspiração para essa Mulher-Leopardo veio da ilustração de Alex Ross para a minissérie Justiça (2005 a 2007). “Fiquei fascinada com as características fortes dela e me identifiquei tanto que resolvi prestar essa homenagem. Ela estreou como vilã, em 1943, mas olhou no espelho e viu o reflexo de uma caçadora, traiçoeira e implacável. Adorei esse traço forte e marcante dela”, revela a cosplayer. Para mais detalhes, visite: www.facebook.com/jackiabrao
O Ã Ç A G L U V I D : S O T O F
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Alquimista das tintas O Ã Ç A G L U V I D
Simon Bisley fala de seus impactantes trabalhos com Lobo, Batman e sobre a arte pintada nas histórias em quadrinhos POR HEITOR PITOMBO
E
ntre os artistas estrangeiros presentes na Comic-Con Experience 2016, Bisley foi um dos mais solícitos e simpáticos. Sua enorme mesa no Artists’ Alley (Beco dos por fãs em busca de autógrafos e de caprichados sketches, os quais o astro britânico não cansou de produzir ao longo dos quatro dias do evento. A entrada de Simon Bisley no mercado de quadrinhos ocorreu de uma forma bem natural. Nascido em 4 de março de 1962,
anos e, apesar de ter passado um tempo numa escola de arte, pode-se dizer que Bisley é, essencialmente, um autodidata. Seus desenhos costumam ser feitos com tinta acrílica em cartolina e, apesar do que possa parecer, raramente ele se vale de aerógrafo. O quadrinhista também é conhecido por suas experiências, como usar tinta spray para automóveis e outros utensílios caseiros em seus trabalhos. Mesmo sem a menor experiência com quadrinhos, Bisley já estreou na prestigiada revista 2000 AD em 1987. Depois de trabalhar na volta dos ABC Warriors, de Pat Mills (dizem que foi a arte arrojada de Simon que inspirou o roteirista a retomar sua criação), ele também passou pelas populares séries Slaine e Juiz Dredd. A entrada do trabalho de Bisley nos Estados
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Exemplo do conhecido e vigoroso traço de Bisley e, abaixo, a revista inglesa que revelou o artista
Unidos ocorreu em 1991, quando produziu alguns títulos do czarniano Lobo, como Lobo vs. Papai Noel e O Último Czarniano. A parceria com a DC o levou a colaborar com outras revistas de peso da editora, como Swamp Thing, Doom Patrol, The Authority, Hellblazer e Sandman, entre outras. Mas o prestígio mundial veio mesmo em 1997, quando Bisley começou a publicar na revista Heavy Metal, para a qual continua colaborando até hoje. Apesar da sua grande dedicação aos quadrinhos, o ilustrador ainda consegue mostrar sua arte em livros, pôsteres de cinema, caixas de jogos, RPG e capas de discos. Já faturou e foi indicado para alguns dos prêmios mais prestigiados do meio, como o Eagle e o Eisner. Nesta entrevista, concedida durante um breve intervalo entre uma e outra sessão de autógrafos na CCXP, Simon fala sobre todas essas fases de sua carreira e de outras curiosidades.
SEU SITE MENCIONA FRANK FRAZETTA, GUSTAV KLIMT, SALVADOR DALI E RICHARD CORBEN COMO OS ARTISTAS QUE MAIS O INFLUENCIARAM. EM QUE MEDIDA ELES O AJUDARAM A DESENVOLVER SEU ESTILO? Fui inspirado pela força de seus trabalhos. Suas composições, suas texturas e o uso diferenciado que eles faziam das cores foram os aspectos que mais chamavam minha atenção. Da
Quando começou a colaborar na Heavy Metal , Bisley tornou-se conhecido mundialmente
Capa da revista Hellblazer 292 (2012):
a impressionante arte de Simon Bisley nunca passa desapercebida
Bisley desenhou o Juiz Dredd e conquistou os fãs de super-heróis com sua passagem pela revista do Lobo (esse especial de Natal é uma das HQs preferidas do artista) que eu me sentisse bem em relação a todo o por eles foi muito positiva.
VOCÊ COMEÇOU ILUSTRANDO CAPAS DE REVISTAS E DE DISCOS, CERTO? Antes capas de discos de amigos e das bandas dos amigos. Não só capas como pôsteres promocionais também. Fiz até alguns desenhos para a minha própria banda, Kaotica, na qual eu tocava bateria. O problema é que toda vez que a gente colava e expunha os cartazes por aí, sempre aparecia alguém para roubá-los,
de modo que nunca conseguimos divulgar direito os nossos shows (risos).
COMO VOCÊ FOI PARAR NOS QUADRINHOS? Antes mesmo de desenhar esses pôsteres, eu meio que já estava envolvido com as HQs, pois criava minhas próprias histórias desde a infância. Eu era vidrado nos heróis da Marvel e em artistas como Steve Ditko e Richard Corben, ídolos que eu cultivava desde a mais tenra infância.
QUAL FOI A IMPORTÂNCIA DA 2000 AD PARA A SUA CARREIRA?
foi a primeira revista na qual trabalhei. Engraçado que, quando eu era moleque, nunca a lia, pois, como já disse, preferia os gibis da Marvel. Mas, de uma certa forma, a 2000 AD serviu como uma ótima propaganda, pois foi ao ver o que eu fazia em suas páginas que os editores norte-americanos começaram a se interessar pelo meu trabalho e me levaram para seus títulos.
VOCÊ COMEÇOU UMA BOA RELAÇÃO COM A DC QUANDO PASSOU A DESENHAR DIVERSAS SÉRIES DO LOBO. QUEM EXATAMENTE O LEVOU PARA O MERCADO REVISTA MUNDO | 17
SIMON BISLEY
Eu não penso muito no que vou fazer, só deixo a pena correr solta enquanto desenho. São muitos estilos ao alcance” “
AMERICANO E TEVE A SENSIBILIDADE DE LHE DAR TANTOS FREELANCES RELACIONADOS AO PERSONAGEM? Realmente não me lembro, já faz tanto tempo...
ENTRE AS MUITAS HISTÓRIAS QUE PRODUZIU PARA O LOBO, VOCÊ TEM ALGUMA FAVORITA? Sem dúvida, o especial Lobo vs. Papai Noel [Paramilitary Christmas Special]. Simplesmente porque se trata de uma história muito engraçada e divertida. Foi uma das coisas mais doidas que eu já produzi.
VOCÊ TAMBÉM ILUSTROU UM CROSSOVER DE BATMAN COM O JUIZ DREDD, EM QUE TRABALHOU COM SEUS CAMARADAS ALAN GRANT E JOHN WAGNER. SUAS VERSÕES DO HOMEM-MORCEGO E DO JUIZ FORAM FIÉIS AOS ORIGINAIS, MAS VOCÊ ACABOU MUDANDO COMPLETAMENTE O VILÃO ESPANTALHO, QUE TAMBÉM APARECE NA HISTÓRIA. POR QUÊ? Eu achava que era melhor assim. Para mim, o visual original do Espantalho era meio enfadonho, de modo que minhas mudanças me pareceram procedentes e o deixaram mais interessante como personagem. Também mudei um pouco o Batman, pois o desenhei com orelhas um tanto mais longas do que o normal. Os dois personagens, efetivamente,
NA MINHA OPINIÃO, UM DOS SEUS MELHORES TRABALHOS PARA A DC É UMA HISTÓRIA CURTA QUE VOCÊ FEZ COM NEIL GAIMAN PARA A MINISSÉRIE BATMAN PRETO E BRANCO ... Tem muita gente que gosta desse trabalho, mas eu não acho que
ela seria em cores. É por isso que ela me parece tão seca, pois eu estava certo de que teria a oportunidade de terminá-la depois.
A IDEIA DA TRAMA FOI TOTALMENTE DE NEIL OU VOCÊ CHEGOU A DAR ALGUMA SUGESTÃO? Não lembro (risos). Era uma HQ curta, que já estava bem escrita e lapidada, de modo que não havia muito o que acrescentar.
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VOCÊ FEZ ALGUNS TRABALHOS PARA O SELO VEROTIK PRESS NOS ANOS 1990. COMO FOI DESENHAR AS PÁGINAS INTERNAS DE ALGUMAS REVISTAS CUJAS CAPAS FORAM FEITAS POR FRANK FRAZETTA, UM DE SEUS MESTRES? Foi maravilhoso. Um privilégio. Um sonho que virou realidade. Fiz uma boa leva de trabalhos para a Verotik, há coisa de 20, 25 anos, boa parte em parceria com Glen Danzig. E geralmente eram histórias bem doidas.
SUA PARCERIA COM KEVIN EASTMAN, ESPECIALMENTE EM SÉRIES COMO TARTARUGAS NINJAS E MELTING POT , FOI BASTANTE PRODUTIVA. EM QUE MEDIDA ELA CONTRIBUIU PARA A SUA CARREIRA? Creio que não fez muita diferença trabalhar com Kevin. Exceto pelo fato de que o contato com ele me serviu de passaporte para adentrar
nessa época que as portas da Heavy Metal se abriram para mim. Lá eu pude desenhar muitas mulheres interessantes, coisa que adorava fazer. Pensando melhor, eu de fato gostava de trabalhar com Kevin, pois havia muita pressão e muito trabalho o tempo todo. Acho que nunca produzi tantos quadrinhos pintados como nessa época.
QUAL ERA O GRANDE TRUNFO DE SER UM ARTISTA DA HEAVY METAL MAGAZINE ? Ela faz com que você seja um nome internacional. Olha quanta gente aqui no Brasil conhece o meu trabalho. Muito por conta dela é que estou conversando com você. E isso acontece no mundo inteiro. Os fãs da Heavy Metal formam uma espécie de irmandade.
VOCÊ CHEGOU A TRABALHAR COM FRANK MILLER NA GRAPHIC NOVEL BAD BOY PARA A ONI PRESS. QUE TIPO DE TRABALHO VOCÊ PRETENDIA FAZER COM ESSA HISTÓRIA, NA QUAL VOCÊ SE VALEU DE UM ESTILO BEM DIFERENTE DO QUE ADOTA NORMALMENTE? Creio que me valho de estilos diferentes o
O inusitado crossover entre Batman e Juiz Dredd teve a caprichada arte de Simon Bisley em 1991
Trabalhos diversos: parceria com Frank Miller em Bad Boy (1999), arte para a série 13 Coins , da Titan Comics (2015) e mais uma capa de Hellblazer (edição 270, de 2010)
trabalhos nada têm a ver com o estilo que adotei em Bad Boy. Acho que, nos quadrinhos, tudo que a gente faz depende do tipo de trabalho que nos é entregue. De fato, eu não penso muito no que vou fazer, só deixo a pena correr solta enquanto desenho. São muitos estilos que estão ao meu alcance, e sempre tenho muitas opções ao meu dispor.
FOI NATURAL PARA VOCÊ ADOTAR UM ESTILO BASTANTE DISTINTO NAS SUAS HISTÓRIAS EM HELLBLAZER , COMPLETAMENTE DIFERENTE DE TODOS QUE HAVIA USADO ANTES? Foi como eu disse, não penso muito
qualidade são muito caros e complicados de se fazer. Além disso, eles consomem muito o tempo do artista. Você ainda vê trabalhos pintados aqui ou acolá, mas HQs totalmente pintadas são uma raridade mesmo. De modo que os problemas desse estilo estão ligados ao tempo e ao dinheiro.
PARA TERMINAR NOSSA CONVERSA, CONTE NO QUE VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO NO MOMENTO E QUAIS SÃO SEUS PLANOS PARA O FUTURO. Bem... vou começar em breve um gibi estrelado pelo Lobo e pela Arlequina.
[da Legendary Comics], que engloba uma quantidade absurda de volumes. Além disso, vou produzir mais oito histórias da série ABC Warriors para a 2000 AD, escritas por Pat Mills, o que vai ser muito divertido. Não vejo a hora de começar esse trabalho. Também pretendo me dedicar um pouco à música, fazer uns shows como baixista da minha banda de death metal, e viver feliz e com saúde.
no estilo que vou usar em um trabalho e não consigo me coordenar para isso. Em outras coisas que desenhei, usei um estilo mais realista, e nelas conseguia me disciplinar mais. De mais a mais, não gosto muito de Hellblazer, pois quando me dedico apenas ao lápis eu costumo produzir muito mais texturas.
BOA PARTE DAS SUAS CAPAS DE DISCO SÃO PARA BANDAS DE HEAVY METAL. VOCÊ TEM ALGUMA LIGAÇÃO COM ESSE GÊNERO MUSICAL? Não sei. Creio que o meu estilo se adequa a qualquer tipo de trabalho. Posso fazer qualquer coisa. Mas, de repente, tenho muitos fãs que são músicos de metal, fazer o quê?
NOS ANOS 1990, OS QUADRINHOS PINTADOS ESTAVAM NA MODA. O QUE VOCÊ ACHA QUE OS LEVA A NÃO TER O MESMO APELO NOS DIAS DE HOJE? Bem, é claro que você se refere às artes pintadas no interior das revistas. Na minha opinião, quadrinhos pintados de
Capa da série inglesa ABC Warriors e Bisley posando com a Mundo ao lado de Heitor Pitombo na CCXP 2016
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A clássica equipe da DC na visão de José Luis GarcíaLópez, um dos artistas mais cultuados do mercado
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Que a justiça seja feita! ALÉM DE SER A MAIS FAMOSA EQUIPE DE SUPER-HERÓIS DOS QUADRINHOS, A LIGA DA JUSTIÇA TAMBÉM POSSUI UMA DAS MAIS INSPIRADAS TRAJETÓRIAS. CONHEÇA OS DETALHES POR ROBERTO GUEDES
A
ntes de conhecer a origem da Liga, e entender sua importância, é necessário contextualizar os anos 1950, que começaram bem irrelevantes para os quadrinhos de aventureiros fantasiados. À exceção de Superman, Batman e Mulher-Maravilha, que ainda desfrutavam de certa popularidade, quase todos os paladinos da Era de Ouro – período histórico que compreende os anos de 1938 a 1945 – haviam sido esquecidos. Tentativas de renovar o gênero com personagens como Marvel Boy (1950), pela Atlas Comics (futura Marvel); ou Capitão Cometa (1951) e J’onn J’onzz, o Caçador de Marte (1955), ambos pela DC Comics, não emplacaram. Mas o diretor da DC, Irwin Donenfeld, não era de desistir tão fácil. Ele ainda se lembrava com saudade da dinheirama que entrou nos cofres da editora no passado, com as primeiras edições de Actions Comics, Detective Comics e tantas outras, e logo convocou o editor Julius Schwartz para reformular o velho Flash dos anos
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LIGA DA JUSTIÇA
A PARTIR DE 1956, A DC RESGATOU SEUS ANTIGOS HERÓIS. ERA O PASSO INICIAL PARA A CRIAÇÃO DA LIGA DA JUSTIÇA dourados. “Isso está totalmente errado! Eu não gosto nem mesmo do uniforme do Flash”, reclamou o editor – conforme relatado no livro Superhero Comics of the Silver Age, de 1991. Mesmo assim, Schwartz encarou a empreitada, com a condição de criar uma nova identidade para o Velocista Escarlate. Foi assim que Jay Garrick, o Flash original dos anos 1940, deu lugar ao novato Barry Allen, após o editor conferenciar com o roteirista Robert Kanigher as premissas básicas da nova versão, que seria voltada para
preferido de Schwartz que, no passado, trabalhara como agente estreou em Showcase 4 (1956) e
Na estreia da Liga em 1960, o grupo enfrentou o estranho monstro Starro
foi um sucesso entre os leitores, motivando a editora a repaginar outros personagens da casa. Surgiram então Hal Jordan, o novo Lanterna Verde (1959), Carter Hall, o Gavião Negro (1961), e Ray Palmer, o Átomo (1961) – uma versão microscópica do Átomo da Era de Ouro. Gardner Fox era o roteirista de Gavião Negro e Átomo, enquanto John
Broome cuidava das aventuras do Lanterna Verde. Mais tarde,
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empreendido por Schwartz e seus colaboradores, seria
(estendendo-se de 1956 a 1969). Seguindo o embalo, a cúpula editorial da DC achou que era hora de relançar a Sociedade da Justiça da América, o primeiro
Os quadrinhistas que criaram a Liga: Julie Schwartz, Gardner Fox (em retrato do desenhista Gil Kane) e Mike Sekowsky
Na arte PB, aparece o jovem Snapper Carr. Abaixo dela, a revista-solo do grupo. Já nas capas acima, estão os pioneiros vilões Doutor Luz e Félix Fausto
agrupamento de super-heróis da história. “Ok”, disse Schwartz, mas a coisa seria do jeito dele...
Ligados na Liga Quando a revista The Brave and the Bold 28 chegou às bancas em março de 1960, muitos leitores veteranos devem ter era aquela tal de “Liga da Justiça da América”? Até onde podiam se lembrar, a equipe da Era de Ouro se chamava Sociedade da Justiça da América. A explicação para a mudança do nome é bem razoável: Schwartz achava o termo “sociedade” formal “liga” seria mais adequada e próxima aos garotos da década de 1960, associada às populares ligas de beisebol dos Estados Unidos. Por ironia, a Liga da Justiça tinha vários membros nãoamericanos, como Caçador de Marte e Superman (dois Aquaman (oriundo de Atlântida). O grupo era completado por Lanterna Verde, Flash e Batman, além de Snapper Carr, um jovem beatnik que cumpria o papel de do Johnny Trovoada, da antiga Sociedade da Justiça. Outro dado curioso, é que em suas HQs solo, J’onn J’onzz não podia ser visto pelos humanos quando estava
em sua forma marciana, mas assim que estreou na Liga seu poder de transformação recebeu um upgrade, para que pudesse interagir com o resto da equipe. Na HQ de estreia, escrita por Gardner Fox e desenhada por Mike Sekowsky, os justiceiros enfrentam Starro, um monstro estrela-do-mar, capaz de ler mentes e descarregar energia atômica de seus tentáculos. Após aparecer nas duas próximas sua própria revista em novembro de 1960, que logo se tornou uma das mais vendidas da editora. A razão era o aproveitamento máximo de personagens do rico panteão da DC na série. os leitores, Gardner e Schwartz aos poucos introduziram outros deixar Fox introduzir o Arqueiro Verde na equipe em JLA 4 (1961), Schwartz baixou uma regrinha: novos membros só seriam aceitos quando tivessem seu próprio nomeado membro no número 14 (1962), e Gavião Negro na edição 31 (1964). Teve até mesmo um caso inusitado em JLA 42 (1966), quando Metamorfo não aceitou o convite para se juntar ao grupo – tudo para conferir dramaticidade. Alguns outros, como Batgirl, Adam Strange,
BANDIDAGEM CRIATIVA Entre os inimigos mostrados no início da Liga estão o androide Amazo (criado pelo Professor Ivo, possuidor dos poderescombinados da Liga), Despero (o tirano do mundo de Kalanor) e Kanjar-Ro (um criminoso do planeta Dhor), além dos supervilões Doutor Luz, Lorde do Tempo, Félix Fausto e Doutor Destino (“Doctor Destiny” em inglês. Não confundir com o Doutor Destino da Marvel, que chama-se Doctor Doom). Não raras vezes, alguns inimigos de cada justiceiro juntavam forças, como aconteceu em Justice League of America 61, quando Pinguim e Lex Luthor se uniram a Jason Woodrue e Capitão Bumerangue. Esse era um truque bem explorado por Fox: os heróis se dividiam em times de dois ou três membros, que cuidavam das ameaças separadamente e, ao final, se reuniam de novo. Tal recurso narrativo se tornaria lugar-comum em diversas histórias de outrassuperequipes dali em diante.
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LIGA DA JUSTIÇA
COM O TEMPO, A DC JUNTOU SEUS HERÓIS ATUAIS E ANTIGOS EM VÁRIAS “CRISES”
E novos membros entraram no grupo, como o Arqueiro Verde em JLA 4. Meses depois, Metamorfo chocou a todos ao recusar o convite da equipe
Vigilante e Vingador Fantasma apareceriam como convidados esporádicos, ganhando o status de “membros honorários”. Outro fator preponderante para o sucesso da Liga da Justiça era a comunicação entre Schwartz e os fãs, a partir da criação de uma seção de cartas na revista. As missivas vinham seguidas dos endereços completos dos leitores, estimulando a troca de fanzines e encontros de adiante as badaladas convenções de de ser apenas um passatempo para se tornar objeto de coleção e de foi criado em 1962 o Alley Awards, e os vencedores nas categorias
ano anterior, não poderiam ser outros, senão Justice League of America e Julius Schwartz.
Crise no Multiverso Em The Flash 123 (1961), Barry Allen encontrou Jay Garrick, ao que separava seu mundo de outro lugar no tempo e no espaço, mas numa vibração diferente que os impediam de se chocarem e até de serem percebidos um pelo outro. Ficou assim estipulado que a Sociedade da Justiça pertencia à Terra 2, enquanto a Liga da Justiça habitava a Terra 1. Foi questão de tempo para que as duas superequipes se encontrassem, o que ocorreu numa HQ em duas partes (Crise na Terra 1 e Crise na Terra 2) publicada em Justice League of America 21 e 22 (1963). com todos aqueles heróis lutando lado a lado na mesma revista. “Quando criamos o primeiro encontro, nem pensávamos
Exemplos de bom contato com os leitores: arte do quadrinhista Murphy Anderson usada na seção de cartas da revista e diploma de filiação da Liga da Justiça da América 24 | REVISTA MUNDO
positivo de vendas nos motivou a promover mais encontros anuais entre os grupos”, explicou Schwartz, em entrevista à revista
como convidados na edição 137 (1976). Um grande momento também ocorreu quando a Liga e a Sociedade encontraram os Novos Deuses (criações de Jack Kirby), em Justice League of America 183 a 1985, de 1980.
The Amazing World of DC Comics
14 (1974). Assim, os crossovers tornaram-se eventos tradicionais nas edições de verão de Justice League of America, até 1984; e a palavra “crise”, uma espécie de mantra sagrado a ser repetido ad aeternum em várias HQs da Liga da Justiça, ou em grandes eventos da editora dali em diante, como (19851986), Crise de Identidade (20042005), (2005-2006), Crise Final (2008)... Os encontros também serviram para estabilizar o conceito de multiverso da DC, com a inserção de heróis mais obscuros, como os Sete Soldados da Vitória (LJA 100, de 1972), ou personagens que a DC havia adquirido de outras editoras.
Transição criativa
As HQs com a Liga ao lado da Sociedade apresentaram diversos heróis menos conhecidos, caso dos Sete Soldados da Vitória. Abaixo, arte rara de uma proposta de capa criada por Dick Dillin mas recusada por Schwartz
Os Combatentes da Liberdade, com os vigilantes da extinta Quality Comics, foram alocados inicialmente na Terra X ( LJA 107, de 1973), e os heróis da Fawcett (Capitão Marvel, Mary Marvel e Capitão Marvel Jr.), que passaram a habitar a Terra S, apareceram
Em 1968, após oito anos e mais de 60 edições, Fox e pelo roteirista Denny O’Neil (LJA 66), e pelo desenhista Dick Dillin (LJA 64). Enquanto a arte quase caricatural de Sekowsky não agradava a todo mundo, Dillin apresentava um traço bem promissor, seu desenho virou uma fórmula pronta repleta de de ação pouco inspiradas. Mesmo por 12 anos, até seu falecimento
Após tantas crises da Liga, a palavra virou uma constante no Universo DC
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LIGA DA JUSTIÇA JLA 200 ganhou uma capa dupla desenhada por George Pérez. Ao lado, o QG Santuário Secreto
A LIGA FOI BEM ATÉ O COMEÇO DOS ANOS 1980, ENTÃO PRECISOU SER REFORMULADA
O PRIMEIRO QG A GENTE NÃO ESQUECE
em 1980. Foi então que o criativo George Pérez assumiu a revista na edição 184, imprimindo vigor à série, com seu estilo detalhado e impactante. Len Wein e Steve Englehart estão entre os principais responsáveis pelas tramas dos anos 1970, e na transição para a década seguinte os enredos Liga já dava sinais de desgaste criativo. A nova formação da equipe, com tipos como Vibro, medalhões, contribuiu para isso. Combinou também com o fato de os leitores, na ocasião, estarem mais interessados nos jovens personagens da Legião dos SuperHeróis e dos Novos Titãs, cujas tramas pareciam mais maduras mais pessoal. Algo totalmente avesso aos justiceiros, que nunca perderam aquele aspecto de clube de heróis que só se reunia para descer a porrada nos supervilões. Isso só seria sanado a partir da minissérie Lendas (19861987), que preparou o terreno para o lançamento de Justice League 1 (1987). A nova Liga, sem a palavra “América”, tinha uma formação bem eclética mas
Ao longo do tempo, a Liga da Justiça teve várias bases, como o Bunker de Detroit na década de 1980, e a lunar Torre de Vigilância, criada em 1997. Contudo, os redutos mais marcantes na memória afetiva dos leitores continuam nos primórdios de suas HQs. O Santuário Secreto era uma caverna localizada em Rhode Island aos moldes da Batcaverna, apesar de ser bem menos estilosa. De lá, eles partiam em suas missões para salvar o mundo. Mas em
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o grande diferencial estava na caracterização realizada pelos autores J. M. DeMatteis e Keith (arte), que imprimiram um senso de humor contagiante à série, repleto de diálogos infames, em situações hilárias que beiravam o pastelão. Tudo isso embalado pelas caretas perfeitas delineadas pelo desenhista. Vilões e ameaças cósmicas eram só detalhes pitorescos. Por um tempo a palavra “Internacional” foi acrescida ao mesmo à criação de uma Liga da Justiça Europa. Essa nova fase fez bastante sucesso, reforçando o argumento dos autores, de que, razão para gostar da equipe. A farra durou um bom tempo, mas acabou sucumbindo à sisudez e mesmice que imperaram no mercado norte-americano em meados da década de 1990. A equipe passaria por inúmeras reformulações nos anos seguintes.
Altos e baixos Em 2003, DC e Marvel resgataram a ideia de um projeto abortado nos anos 1980: o épico
Justice League of America 77 (1969),
Snapper Carr traiu a equipe ao entregar a localização do esconderijo ao Coringa, obrigando a Liga a se mandar para um ambiente de aspecto futurista, o Satélite da Justiça. Para chegar ao satélite, os heróis recorriam a um tubo de teletransporte, algo bem condizente com o perfil sci-fi da equipe.
À esquerda, o maior dos crossovers: Liga versus Vingadores. Abaixo, arte original de Jim Lee para a equipe de Os Novos 52
O GRUPO NO BRASIL
À esquerda, a Liga da Justiça Internacional dos anos 1980. Acima, a versão atual do grupo encontro da Liga da Justiça com os Vingadores. Com isso, foi lançada uma minissérie em quatro edições intitulada LJA/ Avengers (ou Avengers/LJA para as edições pares), escrita por Kurt Busiek e desenhada por George Pérez que, de maneira alucinada, conseguiu colocar 203 personagens na capa do terceiro número. Busiek, por sua vez, escancarou os aspectos mais sutis dos personagens, geralmente não percebidos pelos fãs, denotando a principal diferença entre as editoras. Enquanto os heróis da DC são superpoderosos e amados pela população, os heróis da Marvel são guerreiros valentes, mas temidos pela humanidade.
Lee mostraram os heróis da Liga rejuvenescidos e com um visual ao estilo Image Comics, como parte da proposta de renovação editorial Os Novos 52. Os antigos fãs que ainda acompanhavam os personagens consideraram tudo um grande sacrilégio. Somente em 2016, uma nova reformulação escrita e ilustrada por Bryan Hitch, na esteira do evento Rebirth, arrancou elogios repaginadas dos últimos tempos podem ser vistas sob um prisma resistir a qualquer crise, inclusive às de criatividade editorial.
Em nosso país, a Liga estreou na revista Homem no Espaço 12 (1962), da editora O Cruzeiro, mas só viria a ganhar seu primeiro título-solo pela Ebal, a partir de setembro de 1967, quando foram curiosamente chamados de Os Justiceiros. A Liga da Justiça também teve histórias publicadas pela Ed. Abril entre 1984 e 2002 em revistas como Batman, Super Powers, Superamigos ou em série própria. Até que em 2002 os direitos de todos os heróis da DC passaram de vez para a Panini.
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LIGA DA JUSTIÇA
OS DESENHOS ANIMADOS DA LIGA DA JUSTIÇA ESTÃO ENTRE OS MELHORES JÁ LANÇADOS Desde sua origem, o grupo marcou presença em outras
interessantes, ora totalmente bizarros. Nos desenhos animados da TV, ele estreou sem muito alarde em 1967, como parte de The Superman/Aquaman Hour of Adventure, um programa
produzido pelo estúdio Filmation. Mas isso seria remediado em 1973, quando a Hanna-Barbera lançou Superamigos
animação que teve storyboards e design criados pelo talentoso quadrinhista Alex Toth. O desenho fez tanto sucesso que durou sete temporadas, veiculadas até 1986 e somando mais de 200 episódios. Superamigos ainda gerou um gibi pela DC, com desenhos da veterana Ramona Fradon e apresentou novos personagens de diferentes etnias, como Vulcão Negro, Chefe Apache e Samurai, que inspirariam, em 1982, a formação da equipe Guardiões Globais dentro da continuidade dos quadrinhos. Entre os Globais mais lembrados estão Seraph (Israel), Demônio da Tasmânia (Austrália), Fogo-Fátuo (Irlanda) e Flama Verde (Brasil), entre outros.
À direita, o pioneiro desenho da Filmation e a versão Animated da Liga. Abaixo, o popular Superamigos , o bizarro show do Sea World e o especial Legends of the Super-Heroes
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Em 2001, foi a vez de Liga da Justiça, uma animação produzida pela dupla Bruce Timm e Paul Dini (a mesma da bem-sucedida Batman: A Série Animada) ser exibida pelo Cartoon Network. de Superamigos, o desenho focava
na aventura, com caracterizações mais condizentes com as HQs. Atingiu 52 episódios e em 2004 foi sucedida por Liga da Justiça Sem Limites, que obteve 39 episódios e apresentou ao público um leque variado de personagens, incluindo Caçadora, Vigilante, Capitão Átomo e Etrigan. O desenho acabou em 2006 e só agora, mais de uma década depois, a Warner está lançando uma nova série animada, Justice League Action (veja os detalhes na página 30).
investiu em muitos longas animados da Liga para o mercado de homevideo. O primeiro foi Liga da Justiça - A Nova Fronteira (2008) , baseado na prestigiada minissérie de Darwyn Cooke. Em seguida,
A nova versão live-action da Liga para o cinema é a grande aposta da Warner. Mas muitas dúvidas ainda pairam no ar sobre o universo cinematográfico DC...
vieram Liga da Justiça: Crise em Duas Terras (2010), Liga da Justiça: A Legião do Mal (2012), Liga da Justiça: Ponto de Ignição (2013), Liga da Justiça: Guerra (2014), Liga da Justiça: Trono de Atlântida (2015), Liga da Justiça: Deuses e Monstros (2015), Liga da Justiça vs. Jovens Titãs (2016) e Liga da Justiça Sombria, que deve chegar ao
mercado em 2017.
INSPIRANDO A CONCORRÊNCIA
E
Em carne e osso Após o lançamento de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (2016), a Warner está investindo pesado na chegada da Liga aos Batman), Gal Gadot (na pele da Mulher-Maravilha) e Jason Momoa (atacando de Aquaman). Não se sabe qual será o resultado vergonha alheia em live-action. O primeiro data de 1976, quando o grupo foi transportado para um show aquático do Sea World, na Flórida. Em um espetáculo cafona de 45 minutos, escrito pelo produtor hollywoodiano Dan Kibble, performers trajados de Batman, Aquaman, Superman, Flash e Canário Negro, encantavam a plateia com encenações de luta e piruetas em seus jet skis. lançou um especial que até hoje é motivo de piada. Dividido em duas partes, Legends of the SuperHeroes trouxe o grupo correndo para desativar uma bomba armada pela Legião do Mal. Em 1997, uma nova tentativa de lançar um live-action da equipe pela rede CBS também fracassou, não passando do episódio piloto. Nessa versão, a Liga enfrenta as forças da natureza comandadas por um terrorista chamado Weatherman (Meteorologista). Além da premissa idiota, os efeitos
ssa é daquelas histórias que, de tanto ser repetida, virou uma lenda. Em 1961, durante uma partida de golfe, Martin Goodman, dono da Marvel, escutou o publisher da DC, Jack Liebowitz, gabando-se do sucesso da Liga da Justiça. Mais do que depressa, Goodman pediu para seu editor Stan Lee criar às pressas um grupo de super-heróis. Só que em
vez de usar antigos heróis da editora, como Capitão América e Namor, Lee e Jack Kirby bolaram novos personagens mais realistas, mesmo tinham trajes vistosos no gibi de estreia. Surgia o Quarteto Fantástico, um dos maiores sucessos da década e que catapultou o nascimento do Universo Marvel. O layout da capa do número 1, com os heróis enfrentando uma criatura horrenda remete diretamente à capa da Liga contra Starro. Dois anos depois, finalmente, Lee e Kirby criariam os Vingadores, um grupo formado aos moldes da Liga, ou seja, com heróis oriundos de séries distintas: Hulk, Thor, Homem de Ferro, Homem-Formiga e Vespa. Em 1968, a formação dos Vingadores havia mudado bastante, contando então com Capitão América, Pantera Negra, Gavião Arqueiro, Golias e Vespa. Muito inspirado pelos encontros da Liga com a Sociedade da Justiça, o roteirista Roy Thomas colocou essa equipe em rota de colisão com os Vingadores originais – na verdade, contrapartes de uma realidade alternativa – em Avengers Annual 2. Depois, em Avengers 69 (1969), Thomas introduziu o Esquadrão Sinistro, 83, o Esquadrão Supremo de uma Terra paralela. Embora visualmente semelhantes ao Esquadrão Sinistro, o Esquadrão Supremo era um grupo de heróis e tinha mais membros. Nos anos seguintes, o roteirista Steve Englehart promoveria novos confrontos dos Vingadores com o Esquadrão Supremo e com os Defensores, no mesmo estilo dos encontros anuais da Liga com a Sociedade da Justiça.
A primeira capa do Quarteto Fantástico foi bem calcada na estreia da Liga da Justiça. Abaixo, o Esquadrão Sinistro, a versão da Marvel baseada em um certo grupo da DC
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LIGA DA JUSTIÇA
Ação e justiça A ATUAL SÉRIE DA LIGA ENCERRA UM INTERVALO DE DEZ ANOS E TRAZ NOVAS AVENTURAS PARA OS FÃS POR LEONARDO VICENTE DI SESSA
N
ão tem como negar: a Warner manda muito bem quando o assunto são as animações do Universo DC. É por isso que Justice League Action, o novo projeto para a TV estrelado pela Liga da Justiça, deixou os fãs agitados nos últimos meses. Além da expectativa de ver mais uma produção com essa qualidade, trata-se da primeira série animada do grupo produzida desde 2006. Justice League Action já estreou no Reino Unido (em novembro de 2016) e nos Estados Unidos (em dezembro) e tem previsão de pelo Cartoon Network. Aos moldes de Liga da Justiça Sem Limites, o novo desenho reúne vários heróis da DC, mas o que poucos sabem é que a origem de tudo foi Batman: Os Bravos e Destemidos (2008 a 2011), a animação em parceria com um herói diferente a cada episódio. Isso porque a ideia original da Warner era criar
uma nova série do vigilante de Gotham, mas os produtores mudaram os planos rapidinho ao para novembro de 2017, vem ganhando cada vez mais força.
Bastidores A responsabilidade do novo desenho recaiu sobre uma equipe de veteranos. Um dos produtores é Alan Burnett, que atuou no cargo em diversos longas-metragens animados do grupo, além do elogiado Batman: A Série Animada (1992). Burnett divide a função com Butch Lukic (da série Batman do Futuro) e Jim Krieg (de Lanterna Verde: A Série Animada), enquanto Sam Register (Os Jovens Titãs em Ação! ) atua na produção executiva. Muitos roteiros são escritos por Paul Dini, conhecido por deixar sua marca em praticamente todos os seriados animados da DC. A equipe de dublagem também conta com grandes nomes, como Kevin Conroy e Mark Hamill, que fazem as
Abaixo, Mulher-Maravilha e Superman no novo traço e, ao lado, o primeiro pôster da animação
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vozes de Batman e Coringa, respectivamente, há quase 25 anos. Uma curiosidade é Conroy contracenar com outro dublador do Homem-Morcego, Diedrich Bader, que emprestou sua voz ao herói em Os Bravos e Destemidos. Em Action, Bader dubla o Gladiador Dourado. Outros dubladores escalados são James Woods, que será Lex Luthor e Sean Astin, que reprisa o papel de Shazam que interpretou nos recentes longas animados da Liga da Justiça.
Universo Ao contrário de Liga da Justiça Sem Limites, em que
cada episódio era estrelado por membros diferentes da equipe, Justice League Action conta com Batman, Mulher-Maravilha e do grupo. A cada trama, eles se unem a outros heróis para cumprir missões que vão desde por infestação de zumbis e viagens no tempo até as falcatruas de simples criminosos, Entre os heróis convidados, já Arqueiro Verde, Flash, Shazam e Supergirl, além de outros menos famosos entre o público geral, como Doutora Luz, Senhor
Nuclear é um dos personagens mais engraçados da série
MUITA AÇÃO E FIGURAS Os novos produtos licenciados já começaram a dar as caras e a Mattel tratou de apresentar as primeiras actionfigures em plena CCXP 2016. Brindes obtidos no McDonald’s e acompanhados do combo McLanche Feliz também estão na fila.
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LIGA DA JUSTIÇA
O NOVO DESENHO DA LIGA TEM EPISÓDIOS CURTOS E É BEM FIEL AOS QUADRINHOS Destino e Grande Barda. Um dos mais inusitados é o obscuro Taxista Espacial (dublado pelo comediante Patton Oswalt), inserido a pedido da própria DC. O mesmo acontece do lado do mal, representado por Coringa, Lex Luthor, Darkseid, além dos pouco conhecidos Senhor Nuclear, entre outros malfeitores. A primeira temporada terá cerca de 150 personagens, dos quais 60 são heróis, 40 são vilões e o restante são coadjuvantes, como Jimmy Olsen, Lois Lane, Comissário Gordon... A exemplo do que aconteceu nos quadrinhos em 2011, quando vários personagens da linha adulta da editora migraram para o universo mais juvenil dos superheróis, Justice League Action conta com a participação de heróis sombrios. Os casos mais evidentes são o Monstro do Pântano e o mago John Constantine, que chocaram muitos leitores na fase áurea de suas HQs nos anos 1980. Contudo, tal qual ocorreu nos gibis atuais, esses personagens ganharam uma abordagem mais branda na animação. Já a caracterização dos membros da equipe é bastante
um, como a Mulher-Maravilha valer-se de um senso de justiça bastante medieval, enquanto o Superman age como o tradicional escoteiro e Nuclear é pura empolgação. Mas algumas representações podem causar estranhamento aos fãs mais ferrenhos, como o Caçador de de maneira exagerada. Quase infantilizado, ele provavelmente é o único herói fora de contexto. A identidade visual de cada membro da Liga da Justiça é calcada em fontes bastante atuais, tanto dos gibis quanto da TV. A base é a fase editorial Rebirth (2016), que misturou elementos clássicos e mais modernos dos personagens. Assim, Batman e Superman não contam mais com suas famigeradas sungas sobre as calças e a MulherMaravilha aparece com uma saia feita de tiras de couro, como nas HQs. Já os espectadores que acompanham os programas Arrow e The Flash poderão dessas séries live-action no aspecto de personagens como
O Taxista Espacial é uma grande surpresa e a Trindade da DC comanda os heróis da Liga 32 | REVISTA MUNDO
O Caçador de Marte (no alto) virou alívio cômico, mas Batman mantém parte de sua personaliade sombria e enfrenta os inimigos de sempre, como o Coringa
Fase inicial Com 52 episódios, a primeira temporada de Justice League Action adapta muitas tramas clássicas dos quadrinhos. Entre elas, a preferida de Burnett, publicada em Justice League of America 11 (1962) em que os heróis valem-se do poder do Lanterna Verde para enganar os demônios Abnegazar, Ghast e Rath. No episódio, o trio
Irmãos D’Jinn. Os produtores também já prometeram uma trama longa e inédita com Darkseid como o grande vilão. A ideia dos produtores é capturar um público bem jovem
e para isso Burnett e equipe apostam não só na variedade de personagens, mas em episódios curtos. Para fazer o serviço nos parcos 11 minutos de cada episódio, a estratégia é criar tramas simples, focadas na ação e com toques sutis de humor, afastando-se do exagero cômico de Os Bravos e Destemidos. Ao mesmo tempo, Justice League Action pode conquistar muitos fãs antigos por respeitar o passado e homenagear diversas fases das HQs. É realmente um importante passo nessa bem-vinda retomada da DC Entertainment no mundo das animações televisivas.
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LIGA DA JUSTIÇA
Melhores times A LIGA JÁ TEVE VÁRIAS E MARCANTES FORMAÇÕES. SELECIONAMOS ALGUMAS DAS PRINCIPAIS POR ROBERTO GUEDES E EDUARDO MARCHIORI
Até o começo dos anos 1980, essa era a formação mais tradicional da Liga da Justiça
União clássica Estreia: The Brave and The Bold 28 (1960) // Equipe: Aquaman, Batman, Caçador de Marte, Flash, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e Superman
Quando a Liga surgiu, Batman e Superman eram os únicos que conheciam as
seus alteregos ao grupo, temendo alguma traição futura. Com o tempo, Schwartz imaginou que tal premissa não fazia muito sentido e pediu aos roteiristas que promovessem mais revelações nas páginas da Liga ou mesmo em outras revistas. Por exemplo: Flash e Lanterna Verde revelaram suas identidades em Green Lantern 13 (1962), enquanto que Arqueiro Verde e Caçador de Marte, em The Brave and the Bold 50 (1963), e assim sucessivamente, até chegar em um ponto em que todos os justiceiros sabiam quem era quem por trás dos disfarces. Mas nos bastidores da redação, não havia tanta camaradagem. Já que
da Justiça era uma superexposição que levaria ao desinteresse dos leitores. Uma
Gotham aparecessem nas capas de Justice League of America – e isso foi cumprido por mais de 20 edições. Porém, quando Irwin Donenfeld soube da pressão dos outros editores, foi categórico: “Superman e Batman são propriedades da DC
Outra curiosidade: já que o grupo já estava formado em sua estreia, os leitores começaram a questionar como eles se reuniram pela primeira vez. Em Justice League of America 9 (1962), o mistério foi solucionado: a história mostra os heróis
trama. Aos poucos, outros heróis se aliaram ao grupo, como o Arqueiro Verde, que tinha grande apelo entre os leitores, e o minúsculo Átomo. No entanto, a
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Volta às origens
Estreia: Justice League: A Midsummer’s Nightmare (1996) // Equipe: Aquaman, Batman, Caçador de Marte, Flash (Wally West), Lanterna Verde (Kyle Rayner), Mulher-Maravilha, Superman
foi retomada em 1996 pelos roteiristas Mark Waid e Fabian vinha enfrentando baixas vendas, fruto de histórias pouco inspiradas e irrelevantes. Assim, a DC resolveu fazer uma atualização no time e investir nos seus maiores heróis. O consagrado roteirista Grant Morrison relançou em 1997 a revista JLA e transformou-a em um grande sucesso futuro e seus maiores arqui-inimigos unidos, formando a Gangue da Injustiça, num resgate de conceitos das antigas HQs da década de 1970. A revista JLA constantemente Unidos e serviu de base para a criação do desenho animado Liga da Justiça (2001-2004).
Fase cômica
Estreia: Justice League 1 (1987) // Equipe: Batman, Besouro Azul, Caçador de Marte, Canário Negro, Capitão Marvel (atual Shazam), Lanterna Verde (Guy Gardner), Oberon, Senhor Destino, Senhor Milagre
Após 20 anos com praticamente a mesma formação, a Liga da Justiça teve uma mudança radical após a saga (1985). Com o universo da DC reorganizado, os heróis ganharam novas origens e a Liga também teve seu reboot, mostrado a partir da minissérie Lendas (1986). A ideia medalhões da equipe, mas como os personagens e terceiro escalão. Denny O’Neil, o editor do Batman, de J. M. DeMatteis exploravam as diferenças entre os membros e a arte de Kevin Maguire acentuava o
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LIGA DA JUSTIÇA
Tudo novo de novo
Estreia: Justice League 1 (2011) // Equipe: Aquaman, Batman, Cyborg, Flash, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e Superman
A revista Justice League inaugurou a fase Os Novos 52 Nessa nova fase, a formação do grupo também era fundamentada nos principais heróis da editora, apenas com a entrada de Cyborg no lugar do Caçador de Marte. Apesar da novidade, a presença do herói negro não foi nada revolucionária, pois ele já havia participado da Liga em outras ocasiões. Mas foi uma boa maneira de garantir a diversidade entre os membros. O arco inicial mostrava o primeiro encontro entre os heróis neste novo universo e Cyborg teve sua origem atrelada à formação do grupo, tornando-se um dos membros mais importantes nesta fase. Embora tenha sido inicial da Liga da Justiça foi o mais vendido do ano, atingindo a marca de 231 mil exemplares.
Liga renascida
Estreia: Justice League of America 1 (prevista para 2017) Equipe: Átomo (Ryan Choi), Batman, Canário Negro, Lobo, Nevasca, Ray e Víxen Dentro da proposta de atualização da fase Rebirth, a Liga da Justiça manteve uma formação semelhante à que vinha sendo mostrada, apenas com a inclusão dos novos Lanternas Verdes Simon Baz e Jessica Cruz. Mas esse grupo teve um confronto com o Esquadrão Suicida, que deu origem a uma segunda Liga. Assim, a revista Justice League of America reestreará em fevereiro de 2017 com roteiros de Steve Orlando e arte do brasileiro Ivan Reis. Os integrantes da nova equipe quebram a tradição de mais de 20 anos e investem em personagens de segundo escalão, mas com presença nas séries de TV, uma estratégia certamente criada com o objetivo de atrair lançadas edições-solo apresentando os novos integrantes.
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BASTIDORES Veja como foi concebida DE CRIAÇÃ CRIAÇÃOO nossa capa
C
riar uma cena épica com a Liga da Justiça não é para qualquer um. Por isso, escalamos Joe Bennett, um dos maiores parceiros da Mundo. Ele se entusiasmou com a ideia pois teria a chance de mostrar os personagens no estilo que mais gosta. “Fiz tudo naquele visual GarcíaLópez, que cresci lendo nos gibis”. Bennett é um dos mais importantes artistas nacionais e fez parte da primeira leva de brasileiros que começou a trabalhar para as editoras americanas a partir dos anos 1990. Aos 48 anos, ele mora no Pará.
Para a arte-final, chamamos o também paraense Márcio Loerzer, 38 anos, um costumeiro parceiro de Bennett. Loerzer entrou para o mercado há seis anos e, desde então, se especializou em arte-final. Atualmente trabalha com Bennett na revista X-O Man Manowa owar r , da Valiant Comics. A equipe da capa da Mundo foi completada pelo colorista manauara Rod Fernandes, 25 anos. Há pouco mais de dois anos no mercado, ele chamou nossa atenção após colorir um desenho de Joe Bennett para uma edição especial da Mundo sobre o Stan Lee. Ali ficou claro que o jovem Rod tinha talento.
JOE BENNETT / WWW.FACEBOOK.COM/JOE.BENNETT.98
MÁRCIO LOERZER
ROD FERNANDES
WWW.FACEBOOK.COM/ MARCIO.HENRIQUE.9843
HTTP://RF-COLORS. TUMBLR.COM
O PASSO A PASSO DA ILUSTRAÇÃO 1. Em seu primeiro estudo, Bennett precisou quebrar a cabeça para encaixar a trindade da DC à direita (a parte mais nobre da capa) e os outros membros da Liga distribuídos ao longo da cena. Foi de Bennett a ideia de cada membro aparecer enfrentando um de seus principais inimigos, inimigos, bem na linha do desenho Superamigos . Ao fundo, estaria Darkseid, o mentor maléfico de toda a batalha. 2. Assim que a posição do logo e das chamadas foi acertada, Bennett se concentrou em fazer o lápis. A ilustração original ficou com 60 cm x 45 cm e foi toda feita em lapiseira 0.3 além de lápis 3B e 6B.
3. Para a arte-final, Márcio Loerzer começou trabalhando os personagens com caneta 0.2 e 0.3. Depois partiu para as hachuras com caneta 00.5 e, por último, usou pincel para as áreas de preto.
Non ono on ono no on ono no on ono no no ono no no on ono no on ono no no ono no no ono no on on ono
4. Rod Fernandes fez toda a colorização no Photoshop, definindo primeiro os tons básicos com uma cor chapada. Depois foi adicionando os volumes, os tons de luz e, no final, muitos brilhos e pequenos efeitos. REVISTA MUNDO | 37
1
POR EDER PEGORARO
Peças em extinção coleção X-Men ARTFX+, da Kotobukiya, chama a atenção não só pela qualidade, mas por ser uma das poucas estreladas pelos mutantes que contam com o aval da Marvel. Nova Marvel e Totalmente Nova Marvel
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NOVO VISUAL (1) Uncanny X-Men
TELEPATIA ARDILOSA (2)
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3
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VILÃO MAGNÉTICO ARTFX+ (3) Magneto
ESTÁTUA DEMONÍACA (4)
HOMEM PRIMATA 6
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(5) X-Men ARTFX+
LADRA DE PODERES (6) Nova Marvel
TRAJE BLINDADO (7) Totalmente Nova Marvel Wolverine
Onde comprar Distribuída no Brasil pela Piziitoys, as peças são encontradas em lojas especializadas e em sites de leilão.
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GRANDESSAGA
Guerras Secretas COM A CONCLUSÃO DA SAGA NO BRASIL, O UNIVERSO MARVEL PASSOU POR GRANDES NOVIDADES. ENTENDA O QUE MUDOU NA CRONOLOGIA E NAS BANCAS POR VINÍCIUS SERPA 42 | REVISTA MUNDO
O
multiverso da Marvel rendeu ótimas histórias por muito tempo até começar a trazer mais problemas do que soluções. Linhas de revistas com baixas vendas, bons personagens perdidos no limbo editorial e outras questões
intrincada teia de realidades alternativas. Para aproveitar o melhor dessa diversidade, a Casa das Ideias escalou o roteirista Jonathan Hickman para resolver o problema com a saga Guerras Secretas (Secret Wars), criada em parceria com o artista Esad Ribic e publicada nos Estados Unidos em 2015 e 2016. No Brasil, a trama saiu entre julho e novembro de 2016 e, com sua conclusão, serão apresentadas novidades como o de personagens de outras realidades para o Universo Marvel tradicional, a chegada de novas séries mensais às bancas e mais. Totalmente Nova e Diferente Marvel - como a atual linha Mundo explica o que rolou de mais importante na saga e indica o que vem por aí.
Os heróis tentaram impedir as Incursões várias vezes, mas o Universo Marvel estava realmente condenado
No Brasil, Guerras Secretas saiu ao longo de 2016
Trama em construção Entre 2013 e 2015, Hickman escreveu a série mensal New Avengers
outros para deter o que eles denominavam de Incursão: uma anomalia do multiverso que leva uma realidade a se chocar com a
cadeia que, em pouco tempo, resultou na
Guerras Secretas Com isso, praticamente todas as séries
em junho de 2015 e a continuidade do Universo Marvel chegou ao que parecia
Guerras Secretas, de 2016). Nesse intervalo, dezenas de
também chegaram às comic shops, todas relacionadas à trama principal, abordando o destino de personagens conhecidos e produzidas por outras equipes criativas que não incluíam Hickman e Ribic.
Trama
A última Incursão mostrou a colisão das realidades do Universo Marvel oficial e do Universo Ultimate
Os únicos sobreviventes são um punhado
no vazio, encontram o Mundo Bélico, um planeta que surge inesperadamente. Trata-se de um local que passou a
Destino tomou o poder das criaturas e salvou o que restou de diversas realidades
No Mundo Bélico, Doom é um deus
pelo Dr. Destino durante acontecimentos ocorridos em New Avengers. Na extinta série, enquanto o multiverso era
A última Incursão é mostrada em Guerras Secretas 1, quando as duas realidades remanescentes – o Universo Marvel tradicional e o da linha Ultimate –
Doom aliou-se ao Dr. Estranho para
a ela. Com a ajuda de Stephen Strange,
os Beyonders, os seres que criaram toda
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Destino é tido como um deus, mas Stephen Strange conhece a verdade sobre o monarca
Heróis como Reed Richards e Pantera Negra e vilões como Cisne Negro, Thanos e Terrax ameaçam os planos de Destino e t êm de enfrentar uma tropa de Thors, a força armada do vilão
A saga originou um Universo Marvel repleto de inovações ilumina o planeta, o Coisa em uma grande criaturas e a Mulher Invisível em sua da Existência a bordo de uma das naves, o Dr. Estranho. Enquando todos os habitantes do Mundo Bélico acreditam que nada existia antes de Destino, Doom e Strange são os únicos que sabem o que aconteceu. Isso muda com a chegada das naves que escaparam da Incursão, pois seus tripulantes também se lembram da realidade anterior. São eles: Capitã Marvel,
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Pantera Negra, Reed Richards e Senhor Cisne Negro, Corvus Glaive, Terrax, e o maligno Reed Richards da realidade do Universo Ultimate–, além de Miles Morales, o Homem-Aranha daquela
Queda do reinado os recém-chegados unem-se para encerrar o reinado de Doom e cabe aos dois Reed Richards desenvolverem um plano para inicia uma rebelião, enquanto o inumano Maximus reúne uma horda de rebeldes em todo o Mundo Bélico, levando alguns ânimos exaltados resultam em um
e visitantes do planeta, com destaque rivalidades do Universo Marvel: Destino vs. Richards. O embate entre os dois é crescente, bem desenvolvido – provando o quanto Hickman conhece os personagens –
Consequências Guerras Secretas, os objetivos da editora são concluídos, principalmente Richards dedica-se a criar os novos universos e é acompanhado de sua esposa enquanto o Tocha Humana une-se aos
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Os gibis Doutor Estranho , O Espetacular Homem-Aranha , O Velho Logan e Os Vingadores são algumas das novidades que chegam ao Brasil após a conclusão da saga
Disney, a dona da editora. O Universo Ultimate também chegou Aranha Miles Morales, que passou a habitar o universo regular. Personagens consagrados de outras realidades também o envelhecido Wolverine do arco O Velho Logan, que torna-se membro dos X-Men. Para reiniciar sua cronologia, a Marvel criou a linha editorial Marvel cancelados no início de Guerras Secretas, mais de 40 novas séries mensais que – antes mesmo da saga terminar –, todos
de Guerras Secretas. Isso deu aos autores de cada série a oportunidade de explorar esse misterioso salto na cronologia e dar rumos totalmente inusitados aos personagens. No novo título The Amazing Spider-Man, por exemplo, Peter Parker como Homem-Aranha apenas quando é Miles Morales, como mostrado na série Spider-Man. Ao mesmo tempo, o idoso Logan estrela Old Man Logan, em que busca mutantes que desapareceram nesse intervalo de oito meses, enquanto a identidade de Wolverine é adotada pela adolescente Laura e as aventuras dela são mostradas na revista All-New Wolverine. parceiro no combate ao crime para o Demolidor, o arsenal do Dr. Estranho e
No Brasil Guerras Secretas também saiu em nosso país como uma minissérie em nove Unidos, todas os títulos de linha da Marvel minisséries, todos explorando bastante os Com a conclusão da trama, teve Totalmente Nova e Diferente Marvel, marcada pela estreia de 12 séries O Espetacular Homem-Aranha, que teve sua Con Experience 2016, em dezembro. No séries originais The Amazing Spider-Man e Spider-Man pela Panini são: Avante, Vingadores, Deadpool , Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro, Homem-Aranha: Aranhaverso, O Velho Logan, Os Vingadores, Thor , Universo Marvel e X-Men.
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O VAMPIRO PIONEIRO OS ATUAIS E MILIONÁRIOS FILMES DE SUPER-HERÓIS DEVEM MUITO AO MODESTO BLADE: O CAÇADOR DE VAMPIROS , QUE RESSUSCITOU O GÊNERO NO CINEMA POR JOTA SILVESTRE
S
tan Lee sempre teve a ambição de levar os heróis da Marvel para as telas grandes e não faltaram tentativas, todas provando-se de Blade: O Caçador de Vampiros , em 1998, 37 anos não foi de Lee, mas do produtor Peter Frankfurt, que de super-heróis negros e batalhou para o personagem mais assistido durante dois ajudar a Marvel, saída da
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Antes de Blade, produções da Marvel só chegaram ao cinema como matinê (o seriado Capitão América, 1944) ou com a distribuição restrita a poucas salas do circuito comercial ( O Justiceiro, 1989 e Capitão América, 1990) – fora as que nem foram lançadas (como o renegado Quarteto Fantástico contento, Howard, o Super-Herói (1986), foi um fracasso que mal se pagou. Nos anos 1990, como parte de licenciou vários personagens para grandes estúdios. Depois de Blade, produzido pela New Line, vieram três Fantástico, um do Demolidor e outro e um do Motoqueiro Fantasma, do Justiceiro (Lionsgate) – além de duas sequências de Blade. Tudo antes de 2008, quando a Marvel retomou o controle de alguns personagens e
Com visual inspirado e trama empolgante, Blade alavancou o então sofrido universo de super-heróis da Marvel no cinema
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O RENDIMENTO DO FILME BLADE FOI MODESTO, MAS O SUFICIENTE PARA EMPOLGAR OS ESTÚDIOS COMEÇO ATÍPICO para uma série televisiva do Blade, que She-Wolf of London, história de uma universitária mordida por um lobisomem e que passa a investigar casos sobrenaturais. A série da estranha para um seriado do vampiro da Marvel acabou também naufragando. Dois anos depois, em 1993, o produtor Peter Frankfurt ( Máquina Mortífera 2), que não era um leitor habitual de quadrinhos, adquiriu uma revista do Blade e teve oportunidade de conversar com Stan Lee e Avi Arad – na época, responsáveis pelo departamento de cinema da Marvel. Além de achar que Blade seria um bom representante negro, o produtor estava convencido de que renderia uma ótima Lee e Arad aconselharam o produtor a conversar com a New Line, que havia adquirido algumas licenças de outras e Spawn (da Image). Assim que ouviu a proposta de Frankfurt, o presidente do estúdio, Michael de Luca, comprou os direitos de Blade da Marvel e deu sinal verde para a produção. para escrever o roteiro. Os produtores de ação como Garantia de Morte (1990) e O Corvo: Cidade dos Anjos (1996) – esse também baseado nos quadrinhos – faziam do roteirista o candidato ideal para levar o tom que queriam dar a Blade, nova abordagem sobre os vampiros. Stan assustador, com uma surpresa a cada De Luca gostou tanto da trama que fez questão que fosse contratado um principal. Entre os candidatos estavam Wesley Snipes, Denzel Washington e famoso por trabalhos como New Jack City: A Gangue Brutal (1991), Passageiro 57 (1992)
e O Demolidor (1993, em que contracenou com Sylvester Stallone). Além disso, havia rumores de que o ator estava negociando com a Columbia Pictures para interpretar o Pantera Negra, também da Marvel. Praticante de artes marciais, Snipes viu no roteiro a oportunidade de prestar asiáticos. “Tem espadas, outras armas, cabos... Coisas que só vemos sendo feitas Para dirigir Blade, o produtor Peter Frankfurt queria alguém com uma “atitude britânico Stephen Norrington, que havia trabalhado na equipe de efeitos especiais de grandes produções, como O Enigma da Pirâmide (1985) e Aliens, o Resgate (1986), como diretor: Death Machine conglomerado industrial para construir armas de guerra meio homem, meio um dos melhores de todos os tempos, e deu o aval para a contratação de Norrington. O diretor, no entanto, não estava interessado em trabalhar em uma produção de vampiros e precisou ser convencido pelo astro. Assim que conheceu os detalhes, Norrington se entusiasmou pelo
O ator Kris Kristofferson era o membro mais experiente do elenco 48 | REVISTA MUNDO
A maquiagem dos vampiros e a coreografia das cenas de luta estão entre os acertos da produção Com um arsenal impressionante e um belo carro, a base de Blade era um dos cenários mais empolgantes do filme
A eletrizante cena inicial em que Blade enfrenta vários vampiros numa boate dá o tom do filme
Com seu exército de vampiros, Deacon Frost (Stephen Dorff) planeja libertar uma antiga divindade
desenvolvimento da produção, em especial nas cenas de ação. Em muitas delas, o ator dispensou o uso de dublês.
AÇÃO SOMBRIA é bastante feliz em amarrar drama, ação e que os vampiros estão presentes na sociedade, seguido de uma cena frenética em que Blade demonstra sua habilidade de origem: a mãe foi mordida por um vampiro pouco antes de dar à luz o pequeno Eric Brooks, nome verdadeiro de Blade. vampiros, mas não suas fraquezas. Por isso, ele é chamado de Andarilho do Dia Snipes e o diretor Stephen Norrington no set de filmagem
No tempo presente, Blade e seu amigo vampiros ao redor do mundo. de helicóptero, cantor e ator consagrado, em 1977 por Nasce uma Estrela, em que faz o par romântico de Barbra Streisand, e foi indicado ao Oscar em 1985 por Songwriter , em que atua com o músico Willie Nelson. criar um soro para saciar sua sede de sangue – uma herança da origem vampiresca.
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COMO O FINAL ORIGINAL ENVOLVIA EFEITOS ESPECIAIS QUE NÃO FICARAM BONS NA ÉPOCA, OS PRODUTORES OPTARAM PELA BOA E VELHA LUTA DE ESPADAS
NOS GIBIS Criação de Marv Wolfman (roteiro) e Gene Colan (arte), Blade estreou em Tomb of Dracula 10, em julho de 1973 e se uniu aos caçadores de vampiros da revista contra Drácula. Com o nome de Eric Brooks, o herói nasceu em 1929. Sua mãe, Vanessa, teve dificuldades no parto e recebeu a ajuda do médico Deacon Frost, um vampiro que bebeu o sangue da mulher, o que contaminou o recém-nascido, concedendo-lhe força sobre-humana. Órfão, o garoto foi encontrado nas ruas de Londres pelo caçador de vampiros Jamal Afari, foi treinado para enfrentar as criaturas do mal e adotou o nome de Blade. As semelhanças do filme com os gibis levaram Wolfman a processar a Marvel, pois ele alegava nunca ter cedido à editora o direito dos personagens que criou em seus dias como freelancer. Em 2000, o processo foi decidido em favor da Marvel.
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Armamento classudo como uma espada cheia de truques, e aliados leais, caso de Karen, são as maiores vantagens de Blade Whistler é quem confecciona o armamento com que Blade enfrenta os inimigos. detetive Bullock da série Gotham) sobrevive à chacina da boate na cena inicial e morde (N’Bushe Wright), que é salva por Blade e SANGUE RUIM
Deacon Frost é um ambicioso vampiro que quer dominar o mundo. O papel foi oferecido ao chinês Jet Li, mas acabou Para realizar seu plano de dominação, Frost precisa capturar Blade com vida, pois ele é a chave para um antigo ritual que vai liberar La Magra, o Deus Vampiro.
muitas cenas de ação – como a ótima luta recheado de efeitos especiais bastante Na avaliação do produtor Frankfurt, real, que leva a acreditar na possibilidade considera Blade fenomenal. “Ele tem de tudo: ótimas atuações, muita ação, música teste que assistiu à primeira versão do desastre. Muitas cenas tiveram que ser adiou a estreia em mais de seis meses. A mudança mais evidente é a batalha
Salva por Blade, a médica Karen (N’Bushe Wright) se torna uma importante aliada do caçador de vampiros
Acima, Frost fica superpoderoso ao invocar La Magra, o Deus Vampiro. Abaixo, os atores da série televisiva
os poderes de La Magra, ele vira uma gigantesca gosma de sangue. Mas os que Norrington queria, então a cena foi refeita com uma violenta luta de espadas entre Blade e Frost na sua forma humana. As imagens que não entraram na versão CARREIRA IMPULSIONADA
A partir de 1998, a Marvel publicou diversas edições especiais e minisséries (a primeira edição de Blood Alies teve capa alternativa com foto de Wesley Snipes). Em 2004, o caçador de vampiros apareceu na minissérie em quatro partes Tomb of Dracula homônimo em que Blade estreou, em 1973) e em 2006 ganhou revista própria, que durou 12 edições. Blade: O Caçador de Vampiros
comparado aos blockbusters que vieram depois, o faturamento representou mais milhões. O sucesso motivou a New Line a produzir Blade II (2002) e Blade: Trinity (2004), com bilheterias bem semelhantes Em 2006, Blade protagonizou sua cabo Spike TV. Com produção de David no papel principal, Blade: The Series se passava após os eventos de Trinity e durou apenas uma temporada de 13 episódios. Em 2011, o caçador de vampiros foi também um dos quatro heróis da Marvel Madhouse para uma série de animações – em inglês, o herói foi dublado pelo ator Lost).
Com o crescente sucesso do universo uma ocasião Snipes se mostrou disposto a universo com a TV abriram ainda mais oportunidades para a volta do personagem. entre Anjos da Noite vampiros e lobisomens protagonizados por ela – e Blade porque “eles estão fazendo alguma coisa Marvel tem planos em andamento para o caçador de vampiros. Semanas depois, em entrevista para o site Playlist, o presidente comprometer: “Vamos usar o Blade em Agents of Shield, há muitas oportunidades para o personagem. O quê e quando será, veremos. Até onde sei, não O problema é que, caso a Marvel use de perder Snipes, que parece não estar disposto a participar de alguma produção sem ser o protagonista. Por sua importância em ressuscitar o gênero de o caçador de vampiros bem que merecia uma nova chance.
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I TI VO VISUAL DEFIN
V iú va a r g e N
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Suspense esti lo e um uni forme ra ca ás m a um formato um broc he no capa presa por , seu nome B lac k Wido w” “ e (d B a tr le da curo e o preto e o azu l es varia va entre o rto ou com ta lmente co be to ia ec ar ap o corp a peruca s, e la usa va um vo i ru s lo be ca os ína. ro a para super- he espiã desertor
ARME CHEIA DE CHmpre bem vestida,
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TOM CER TO li ve-action no
ão Depois da vers da atriz Scar lett le e cinema, na p ários a marcou por v e qu ta tis n te se ão adiciona l macac anos, com o tr Black 2010 ), Origin (2009 y dl ea D : w do i W dos. am bientes ne va
LIS TRAS ARACNÍDEAS A vengers:
The Crossing e l has laterais com listras verm pernas de que simu la vam l to o tradiciona aran ha enquan o da cintura cinto foi mudad ita. A ideia para a co xa dire
A VERSÃO NINJan k Mi l ler
as Fr Os quadrin hist as ha a partir de o visua l de Nat Darede vil nza esti lizado um macacão ci ha an ito e outra ar esquerdo do pe stas. Naque le enorme nas co na dispensou período, a heroí te seus temporariamen ssou a depender acessórios e pa corpo a corpo. só do com bate de A vengers 305, Anos depois, em
TUDO A ZUL
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Anos de Jack Kirby DONO DE UM ESTILO IMPRESSIONANTE, O CHAMADO REI DOS QUADRINHOS FOI UM DOS MAIS INFLUENTES E REVOLUCIONÁRIOS ARTISTAS DE TODOS OS TEMPOS POR MAURÍCIO MUNIZ
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unca houve, nos quadrinhos, alguém como Jack Kirby. Desenhista, roteirista e editor, ele criou alguns dos personagens mais icônicos do mercado e foi um dos responsáveis pelo surgimento do Universo Marvel. Para comemorar o centenário de nascimento desse visionário da Nona Arte, a Mundo traz a partir desta edição uma série de 12 reportagens que detalham a obra do grande visionário. Para começar, listamos 10 motivos que tornaram a carreira de Kirby algo ímpar. Veja só. 54 | REVISTA MUNDO
Autorretrato de Kirby feito durante a 2a Guerra
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FORÇA CRIATIVA
Aos 18 anos, Kurtzberg conseguiu seus primeiros trabalhos, atuando na produção de tiras para jornais, desenhos animados e quadrinhos, um mercado que começava rapaz adotou o pseudônimo Jack Kirby e fez amizade com o editor Joe Simon, que o levou para trabalhar com ele na Timely Comics. Foi lá que, em 1941, a dupla criou o icônico Capitão América. A capa de estreia era impactante. No desenho dinâmico, que até parece se mover, o herói acerta um soco na cara do nazista Adolf Hitler, um quase escândalo na época, pois os Estados Unidos ainda não tinham entrado na guerra. A mesma energia era vista nas páginas internas e logo o Capitão se tornou um fenômeno, com vendas que muitas vezes ultrapassavam um milhão de exemplares. Isso lançou Simon e Kirby no seleto clube dos primeiros astros dos quadrinhos e o desenhista se tornou diretor de arte da Timely.
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TALENTO AUTODIDATA
Jacob Kurtzberg nasceu em Nova York em 28 de agosto de 1917 e, como muitos artistas do início dos quadrinhos, veio de família judia e teve uma infância difícil em um bairro barrapesada. A vida do garoto era uma batalha diária pois, ao mesmo tempo que fazia todo tipo de trabalho para conseguir dinheiro e ajudar a alimentar a família, precisava enfrentar os valentões da vizinhança. Esse período ajudou a formar o caráter de Kirby e deu a ele um espírito batalhador que guiaria seus passos por toda a vida. E foi na arte que o jovem encontrou um jeito de escapar daquele ambiente que via nas tiras de jornais, começou a desenhar, tentando imitar seus traços. formal, nem cursou escola de arte. Aprendeu tudo na prática.
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OUSADIA NO MERCADO
Mesmo com o sucesso do Capitão, Kirby e Simon não achavam que seu trabalho era valorizado na Timely, inclusive rusgas com o dono da empresa, Martin Goodman, a dupla se transferiu em 1942 para a National Comics (a futura DC), onde realizou um trabalho espetacular. Primeiro, os dois recriaram o justiceiro Sandman como um super-herói (e abriram caminho para a reinvenção imaginada por Neil Gaiman décadas mais tarde), depois bolaram o personagem Paul Kirk, o Caçador (que teve uma vida longa e várias versões). Fora isso, Simon e Kirby levaram as séries Boy Commandos e Newsboy Legion a vender milhões de exemplares. Ciente da importância que os artistas tinham para a National e do risco de serem convocados para a Segunda Guerra Mundial, o editor Jack Liebowitz pediu à dupla que adiantasse a produção e criasse muitos meses de histórias. Assim, a editora poderia lançar material inédito mesmo se Kirby e
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HERÓI DE GUERRA
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Dito e feito. Em 1944, Kirby foi convocado para lutar contra os alemães na França. Ao descobrir que tinha um desenhista quadrinhista como batedor para criar esboços das cidades ocupadas pelos nazistas, algo essencial para os planos das tropas norte-americanas. Eram missões arriscadas, nas quais Kirby certamente seria morto se algum alemão o avistasse. Mais tarde, diria que foi a única vez em sua vida que se arrependeu de saber desenhar. Durante o inverno rigoroso daquele 1944, o artista desenvolveu ulcerações causadas pelo frio e quase teve seus pés amputados. Mas conseguiu se
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VISÃO COMERCIAL
Após a guerra, Kirby realizou trabalhos variados para as editoras. Em 1947, de olho no sucesso das histórias de amor, criou Young Romance, o primeiro gibi romântico norteamericano. Ele e Simon negociaram bem com a editora Prize Comics, garantindo uma tanto: vendida como “quadrinhos para adultos”, a revista atraiu inclusive o público feminino que, naqueles tempos, ainda não era tão afeito aos gibis. Milhões de exemplar es foram vendidos e a revista, originalmente bimestral, se tornou mensal. Logo, Young Romance deu origem a outros derivados, todos coordenados pela dupla. Isso deu a Simon e Kirby, já um homem casado, dinheiro bastante para comprar sua própria casa. Motivados pelo sucesso, Kirby e Simon criaram em gibis de vários gêneros, incluindo os românticos. Mas a dupla não tinha o mesmo talento para administrar seu próprio material e os títulos não decolaram. Tanto que
TRAÇO DINÂMICO
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Sem educação formal em artes, Kirby desenvolveu um estilo dinâmico e arrojado, no qual a naturalidade por vezes intimista de movimentos e poses se unia a um tom narrativo épico e grandioso, adequado às aventuras que contava. A evolução de seu traço era notável. Se nas HQs do Capitão ele em Young Romance já aparece o estilo despojado que se tornaria mundialmente famoso na Marvel. Mesmo quando sua estilo marcante ainda se sobressaía. O mais impressionante era a velocidade com que Kirby desenhava. Hoje, a maioria dos desenhistas raramente consegue produzir mais do que uma página diária. No seu auge, Kirby desenhava até cinco ou seis páginas por dia. Era realmente uma produção fora do comum e não se sabe de outro desenhista que conseguiu igualar esse feito.
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papel de mero desenhista. A prática, porém, indica que não era bem assim. O próprio Lee, em diversas ocasiões, explicou que o sistema de trabalho (apelidado de Método Marvel) era o seguinte: ele, como editor, criava uma sinopse de poucas linhas sobre o que deveria acontecer numa revista e Kirby geralmente construía a estrutura da trama, as cenas de diálogos entre personagens, as sequências de
UNIVERSO DE HERÓIS
trabalhou em diversos títulos da DC e, entre outros, reformulou o Arqueiro Verde
Desconhecido, um grupo de aventureiros que tinha muitas semelhanças com o que viria a ser o Quarteto Fantástico. O quadrinhista também voltou a trabalhar para Martin Goodman, que se preparava para mudar o nome de sua editora para Marvel Comics e investir na criação de um universo de super-heróis em
resolvidos na edição seguinte. Há inúmeros exemplos de páginas originais desenhadas por Kirby que traziam, em suas margens, as indicações do que os personagens deveriam dizer em determinadas cenas ou indicavam a Lee o que estava acontecendo. Em resumo: Lee era o supervisor de todo o Universo Marvel, enquanto Kirby dava forma e grande detalhamento às narrativas.
é um dos períodos mais incríveis das HQs do gênero e Kirby foi essencial nisso. Muito já se discutiu sobre o quanto ele e Stan Lee contribuíram para a formação do Universo Marvel e quem teria sido o mais importante. Não há dúvida que os dois foram essenciais, mas a participação de Kirby foi um tanto menosprezada. Os créditos nas revistas davam destaque a Lee como criador das tramas e quase sempre relegavam Kirby ao
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À FRENTE DO SEU TEMPO Quando se afastou
Kirby foi para a DC iniciar uma narrativa épica, dividida entre quatro revistas, com incríveis personagens e mitologia própria. A Saga dos Novos Deuses infelizmente não fez o sucesso merecido, talvez porque trouxesse conceitos difíceis para os leitores da época. Mesmo assim, os personagens criados nela se tornariam parte importante da DC, caso do déspota intergalático Darkseid. Além disso, Kirby criou o aventureiro Kamandi, o demônio Etrigan e o guerreiro futurista Omac. Mais tarde, de volta à Marvel, investiu em interessantes conceitos na série Eternos, sobre seres vindos das estrelas que
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período surgiram personagens tão icônicos quanto o Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Homem-Formiga,
entre outros. Todos cocriados por Kirby.
VERSATILIDADE E INOVAÇÃO Mesmo antes de se tornar o principal desenhista da Marvel, Kirby tinha trabalhado em todos os gêneros: terror, policial, guerra, faroeste, super-heróis,
Como grande artista que foi, Kirby acrescentou muitas inovações na maneira de narrar histórias, com páginas duplas, colagens com fotos (imagem ao lado) e o uso inusitado de nanquim e lápis para criar diversos
Kirby trabalhou para o cinema e para a televisão no desenvolvimento de personagens e em storyboards. Foram dele, por exemplo, os desenhos de produção Argo.
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INFLUÊNCIA MÁXIMA É difícil resumir a importância de Kirby
foi. Heróis e vilões que criou se tornaram ícones pop. Seu estilo de desenho é cultuado até hoje. Cineastas como George Lucas e James Cameron são seus fãs confessos. Sem Kirby, as HQs não seriam as mesmas e, provavelmente, os super-heróis também
de 1994 mas, como seus heróis, será sempre eterno. O apelido de “Rei dos Quadrinhos” nunca caberá melhor a outro artista. Na próxima Mundo, conheça os bastidores de criação do Capitão América e as principais contribuições de Kirby para o grande herói
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GRANDES COMBATE
Homem-Aranha vs. Doutor Octopus OS DOIS INIMIGOS JÁ SE ENFRENTARAM DEZENAS DE VEZES, MAS ALGUMAS BATALHAS CONSAGRARAM-SE COMO AS MAIS TENSAS POR EDUARDO MARCHIORI
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SOBRE TRILHOS
VITÓRIA DEFINITIVA
Na incrível luta do filme Homem-Aranha 2 (2004), os adversários despencam de uma torre sobre um trem em alta velocidade. Ao se recuperar da queda, Octopus (Alfred Molina) desfere uma sequência de golpes que exige toda a agilidade do Aranha (Tobey Maguire) para ser evitada. O vilão tenta de tudo para derrubar seu rival e arremessa passageiros para fora do veículo, que são salvos pelo herói. A luta é tão frenética que os adversários chegam a lutar grudados na lateral do trem. Incapaz de vencer, Octopus quebra o controle de velocidade e foge, deixando o Aranha com a missão de parar um trem desgovernado no braço.
A árdua batalha mostrada em Amazing Spider-Man 698 a 700 (2013) gerou discussão por iniciar a polêmica fase Homem-Aranha Superior , mas é uma das mais tensas já mostradas nas HQs do Escalador de Paredes. Ao trocar de corpo com Parker, Octavius passa a contar com a saúde e os poderes do rival, enquanto o herói fica preso na forma debilitada e à beira da morte do vilão. Parker usa as últimas forças do frágil corpo de Octopus e cria brilhantes estratagemas para reverter a situação. Cada plano é mais engenhoso que o anterior, mas Otto frustra todos eles. Por fim, na angustiante batalha final, o corpo de Octopus não resiste e morre e a mente de Parker desaparece.
EMPATE
TOLERÂNCIA ZERO Na época em que o Aranha e a Gata Negra namoraram, a ladra o ajudou a frustrar um plano de Octopus. A vingança do vilão veio em Spectacular Spider-Man 75 (1983), quando ele espanca a Gata brutalmente na frente do Aranha. Descontrolado, o herói parte para cima do inimigo e arranca os tentáculos do corpo do vilão, mesmo sabendo que estavam conectados ao sistema nervoso de Octopus e que a dor seria equivalente a arrancar os verdadeiros braços do inimigo. Uma curiosidade: por um erro da Ed. Abril, os fãs demoraram quase um ano para ver a conclusão dessa HQ no Brasil.
VITÓRIA DO DOUTOR OCTOPUS
VITÓRIA DO HOMEM-ARANHA
BATALHA NO PARQUE O Dr. Octopus é um vilão recorrente nas animações do herói, em que protagonizou batalhas eletrizantes. Em O Espetacular Homem-Aranha (2008 a 2009), no episódio Reação (1a temporada, ep. 8), Octavius rouba uma fonte de energia alternativa para seus tentáculos, mas o item é recuperado pelo Cabeça de Teia, resultando em uma furiosa perseguição que chega a um parque de diversões. A luta rola em meio a centenas de visitantes e espalha-se pelas atrações do parque, da roda gigante a montanha-russa. Para proteger as pessoas, o Aranha arremessa o item desejado por Octopus em um rio, distraindo o vilão por tempo suficiente para levá-lo a nocaute. VITÓRIA DO HOMEM-ARANHA
SOB AS ÁGUAS Presença certa em qualquer ranking de melhores HQs do Aranha, a trama de Amazing Spider-Man 31 a 33 (1965 e 1966), de Stan Lee (roteiro) e Steve Ditko (arte), foca os esforços do herói em salvar sua tia May, que depende de um isótopo para recobrar-se de uma grave enfermidade. Como Octopus também deseja o composto, o confronto entre os adversários é inevitável e a árdua batalha se dá no covil submarino do vilão. A luta é tão violenta que o esconderijo começa a ruir, o que permite a Octopus derrubar o teto sobre o Aranha e fugir. Os minutos em que o herói fica soterrado por toneladas de escombros e a água invade o local estão entre os mais dramáticos de sua trajetória. Tanto que a cena já foi homenageada por vários autores. EMPATE
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O Q U E C H E G O U À R E D A Ç Ã O E PA S S O U P E L O N O S S O C R I V O A arte de Shamballa convida a uma leitura sem pressa e a apreciar cada detalhe
Magia exuberante OS LADOS HUMANO E FANTÁSTICO DE STEPHEN STRANGE SE ENCONTRAM NESSA HQ
S
ob os holofotes de seu primeiro
Shamballa De volta ao Himalaia para celebrar a vida de seu falecido mestre, o Dr. Estranho descobre ter sido encarregado por seu mentor de conjurar um feitiço que levará
a humanidade a uma era dourada, porém ao custo de um grande apocalipse, que eliminará boa parte da população mundial. Em sua jornada para criar o grande feitiço, o herói revela traços humanos de seu cirurgião arrogante e o mago humilde. Por não se tratar de uma história da cronologia regular, a liberdade dada aos autores facilitou certas ousadias. Com isso, o fardo carregado por Strange é sentido em cada quadro que mostra suas expressões, detalhadas na pintura de Green. As paisagens pintadas e os enquadramentos
são ricos em detalhes, o que faz a história revelar novas facetas a cada leitura. Já o e até mesmo as falas dos personagens são apresentadas de maneira inovadora para a época, fora dos tradicionais balões de fala. convida a pensar e, acima de tudo, a contemplar. Quer um conselho? Leia sem pressa de terminar. (Vinícius Serpa) Doutor Estranho: Shamballa ***** Panini // 68 páginas // R$ 23,90
PARA O PASSADO E AVANTE
Superman e sua família tentam se adaptar a uma nova e dura realidade
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Para quem ainda não se adaptou ao universo de Os Novos 52 , o encadernado Superman: Lois & Clark pode ser a salvação. Nesse arco de histórias, o roteirista Dan Jurgens foca o cotidiano do principal casal da DC, que tenta se adaptar a um universo reformulado e que conta com uma versão alternativa de ambos. Além da premissa inusitada, outro acerto é a excelente arte de
Lee Weeks nos primeiros capítulos, e mesmo sendo ramificação da grande reformulação que foi Os Novos 52 , a revista é amigável para quem não está acompanhando as atuais HQs da editora. Uma bela pedida para quem sente saudades do Superman “clássico” da década de 1990. (Fernando Caruso) Superman: Lois & Clark **** Panini // 196 páginas // R$ 25,90
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AS NOTAS DA MUNDO ***** ***** ***** ***** *****
IMPERDÍVEL MUITO BOM BOM RAZOÁVEL RUIM
HERÓIS NO PODER
DESMONTANDO ESQUEMAS Quem gostou de Parker: O Caçador , que traz para o universo das HQs a criação de Richard Stark (pseudônimo do autor Donald Westlake), vai se esbaldar com A Organização, continuação da graphic novel lançada no Brasil em 2015. A trama da nova história começa com Parker bem de vida, relaxando em hotéis elegantes acompanhado de uma mulher fatal, depois de acertar as contas com
Frank Quitely, nosso entrevistado da Mundo 82, dá um banho em O Legado de Júpiter , seu novo trabalho que chega ao Brasil. O roteiro do também craque Mark Millar foca super-heróis que, para salvar a humanidade, acham que o mais correto seria eles ocuparem os cargos de liderança das principais nações do planeta. Contudo, há seres dotados de grandes poderes que não acham que a solução dos problemas mundiais passa por tal empreitada, o que desencadeia os conflitos da trama. Talvez por conta do cuidadoso trabalho de Quitely, Millar tenha se esmerado para criar uma história mais instigante do que Nemesis ou Superior , mas com a categoria de Kick Ass ou Procurado. Há quem ache que o roteirista apenas recicla ideias já muito usadas ao criar personagens que emulam velhos conhecidos como Superman e Mulher-Maravilha, mas a habilidade com que ele as manipula é sempre garantia de uma boa leitura. (HP)
O Legado de Júpiter **** Panini // 136 páginas // R$ 45
antigos traidores. Mas logo ele é dedurado por um velho comparsa, que entrega seu paradeiro para a tal organização que dá nome ao novo livro. Richard Stark é tido como
No novo volume de Parker , a arte de Cooke continua espetacular
A dupla de quadrinhistas Millar/Quitely volta em boa forma
policial, mas grande parte do sucesso da série reside no trabalho de adaptação feito por Darwyn Cooke (19622016), que exibe aqui o talento de um autor em sua mais
Isso se percebe na economia e na exuberância da arte, primeira até a última página; e na qualidade excepcional do roteiro que, por mais intrincado que seja, não tem furos, embora exija uma grande concentração do leitor para ser absorvido em sua plenitude. a Devir não demore muito a lançar os dois livros que o artista ainda produziu com o personagem: The Score (2012) e Slayground (2013). quanto Cooke é hábil para mostrar em A Organização como se desmontam grandes esquemas de corrupção, coisa que determinados governos ter aprendido há bastante tempo. Embora Parker só ambicione o seu próprio bem estar, por certo ele teria muito usam togas como se faz para privilégios. (Heitor Pitombo) Parker: A Organização ***** Devir // 152 páginas // R$ 59,90
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CONTINUAÇÃO ÉPICA
VIOLÊNCIA GRATUITA Esgotado por anos, o álbum O Evangelho: Segundo Lobo
volta às livrarias e compila duas conhecidas histórias do violento caçador de recompensas. Os roteiros são
as ilustrações de Simon Bisley. Na primeira trama, Lobo faz um serviço que não é de seu feitio e escolta uma velhinha insuportável – sua antiga professora – para seu empregador sem deixar que ela seja morta. Na outra, Lobo é assassinado, mas é rejeitado
o que leva o brutamontes a iniciar uma jornada sangrenta para voltar à vida.
O segundo encadernado da Mulher-Maravilha na fase Os Novos 52 , da DC, já deu as caras e mostrou a que veio, mantendo o alto nível do primeiro volume. Acompanhada de Zola (a mortal raptada por Hades e que espera um filho de Zeus), Diana embarca numa jornada ao Inferno para salvar a menina. No caminho, se alia a deuses indignos de sua confiança... A história de Brian Azzarello é envolvente e cria ganchos que sinalizam ora um mistério a ser resolvido ora uma surpresa. A criatividade do autor vai além do comum, com paisagens exóticas e conceitos excêntricos, como o Inferno retratado bem diferente dos conhecidos clichês. O roteiro conta com personagens envolventes e traiçoeiros. A própria Diana, retratada de maneira bastante heroica, prova-se benevolente em alguns momentos e uma imponente guerreira em outros. As lutas da amazona são de arrepiar e figuram entre os pontos altos do álbum. Que venham logo os próximos volumes. (VS)
Mulher-Maravilha: Direito de Nascença **** Panini // 140 páginas // R$ 27,90
As histórias partem de boas premissas, mas o caráter raso e simplista do personagem, que só faz matar e reclamar, não acrescenta muito às tramas, tornando a proposta de diversão gratuita uma viagem enfadonha e repetitiva. A arte de Bisley, por outro lado, tão agressiva e cheia de energia, é bem mais interessante.
Essa fase escrita por Azzarello e desenhada por Chiang foi um dos poucos acertos da DC em Os Novos 52
Para não ser injusto com o personagem, vale notar que Lobo costuma dividir opiniões: uns amam, outros odeiam. Pode ser que você se
Comigo não funcionou. (VS) O Evangelho: Segundo Lobo *** Panini // 212 páginas // R$ 64
TRADUÇÃO POLÊMICA Depois do sucesso estrondoso de seu trabalho anterior no Brasil (a saga de Scott Pilgrim, também lançada pela Quadrinhos na Cia.), chega às livrarias o novo trabalho de Bryan Lee O’Malley, Seconds, que em português ganhou o nome de Repeteco. Ousadia do tradutor, que vai fazer com que muitos leitores torçam o nariz, mas que à luz da
A furiosa arte de Simon Bisley é uma das melhores coisas do encadernado do Lobo 62 | REVISTA MUNDO
A trama traz Katie, dona de um restaurante de sucesso, que vira e mexe acaba tendo um ou outro revés, e descobre uma maneira de remodelar os fatos, promovendo dessa forma verdadeiros “repetecos” em sua vida. A história, com isso, ganha tons
Na nova HQ do autor de Scott Pilgrim , uma garota descobre como remodelar sua vida meio lisérgicos, enfatizados pela arte de O’Malley, que melhorou bastante de Scott Pilgrim para cá e que, nesta edição, pode ser vislumbrada com as cores originais. É uma leitura que prende mesmo a atenção. (HP) Repeteco **** Quadrinhos na Cia. // 336 páginas // R$ 59,90
História do Brasil, Portugal e Espanha em
ROMANCES O Desbravador UMA AVENTURA EXTRAORDINÁRIA
Em O Desbravador , Aydano Roriz revela os bastidores da extraordinária Era dos Descobrimentos e dos primeiros anos da colonização do Brasil. Tempos heroicos, quando, em busca de vida melhor no Novo Mundo, as pessoas se metiam em embarcações de madeira, movidas a vento, para atravessar oceanos. Baseado em fatos reais, descobertos em profundas pesquisas; devidamente temperados com doses da melhor ficção; no seu peculiar estilo bem-humorado e de leitura agradável, o autor compôs este romance épico, fascinante e divertido.
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16cm x 23cm 360 páginas
A FASCINANTE HISTÓRIA DE DOM SEBASTIÃO
Autor: Aydano Roriz
Rei aos três anos de idade. Desaparecido em batalha aos 24. Descubra segredos reais, escondidos por quase 500 anos, que mudaram a História. Um livro tão excitante, que não se consegue parar de ler.
O Fundador
Autor: Aydano Roriz
Venturas e desventuras de Tomé de Sousa, Caramuru e Garcia d’Ávila para fundar, na Bahia, a primeira capital do Brasil.
R$ 39,00
O Desejado
R$ 39,90
16cm x 23cm 400 páginas
16cm x 23cm 384 páginas
Carlos Quinto
Autora: Linda Carlino
Ousado, divertido e apaixonante, Carlos V é um romance histórico que revela as memórias e inconfidências desse todo-poderoso imperador, depois de abdicar do trono.
R$ 39,90
16cm x 23cm 512 páginas
Joana, a Louca
Autora: Linda Carlino
Um olhar feminino sobre os bastidores do poder na Europa dos séculos 15 e 16.
R$ 39,90
Inv asão à Bahia, Jornada dos Vassalos e Invasão a Pernambuco Autor: Aydano Roriz
Por que eles vieram de tão longe para se apossar do Brasil. Três grandes romances, repletos de aventura, conhecimento e diversão, da primeira à última página.
R$ 39,90 cada ou R$ 89,90 trilogia
16cm x 23cm 416 páginas
Compre nas livrarias, pelos telefones 0800 8888 508 ou (11) 3038- 5050 (SP), e pelo site www.europanet.com.br/livraria
ALTERNATIVOS E AFINS
VISUALIZANDO CITAÇÕES VOL. 2 - MILENA AZEVEDO E OUTROS (INDEPENDENTE) O novo livro da série criada pela roteirista potiguar Milena Azevedo continua oferecendo o que propõe: narrativas em quadrinhos baseadas em citações tiradas de textos literários. Se no primeiro volume a coisa já funcionava, aqui a proposta atinge seu nível ideal, com histórias curtas de bastante expressividade, produzidas por feras como Shiko, Marcelo Lélis e Flávio Luiz. A R$ 12 pelo e-mail
[email protected].
UGRITO 9, DE PEDRO D’APREMONT (UGRA) Do mais recente pacote de lançamentos da Ugra, o destaque é a fábula apocalíptica de Pedro D’Apremont, que tem início citando justamente um fato real – o período que o artista passou morando na França e o seu retorno para o Brasil. Ao chegar aqui, ele se depara com uma metáfora social que fica ainda mais acachapante por conta do traço bem acabado do artista e da capacidade inventiva do roteirista. A R$ 7 em www.ugrapress.com.br.
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SENDERO LUMINOSO ALFREDO VILLAR, LUIS ROSSELL E JESUS COSSIO (VENETA) Não é toda hora que aparece uma HQ que espelha, com nitidez e crueza, uma guerra civil que durou quase uma década. No caso, a saga do grupo Sendero Luminoso, que entrou em conflito com o governo do Peru, em princípio por conta do fim do ensino gratuito no país. O relato deveras contundente está dentro da estética do comic journalism que tem no americano Joe Sacco uma de suas principais figuras. A R$ 64,90 em www.veneta.com.br.
A GAROTA BIPOLAR 1: O INÍCIO DE TUDO, DE OTA (MINO) Depois de conquistar milhares de leitores na internet, a Saga da Garota Bipolar do Ota finalmente ganha versão impressa. Em formato econômico, as tiras são cativantes e é impossível não cair na gargalhada com as tiradas do histórico editor da Mad , da linha de terror da Vecchi e de tantas publicações históricas brasileiras. E a segunda edição já está a caminho. A R$ 10 em www. facebook.com/ota.assuncao.
UMA LISTA DE HQS QUE REALMENTE CHAMARAM NOSSA ATENÇÃO NOS ÚLTIMOS MESES POR HEITOR PITOMBO
SOB OS OLHOS DA MORTE GONÇALO JUNIOR E FABIO CRUZ (INDEPENDENTE)
O SENHOR DOS PORCOS - ADRIANO LOYOLA (INDEPENDENTE)
ARMANDINHO NOVE ALEXANDRE BECK (INDEPENDENTE)
Depois de trabalhar em A Noiva Zumbi , a dupla Gonçalo e Fábio continua ousando em seu novo livro, baseado em fatos reais narrados por um piloto angolano que se envolveu na guerra civil em seu país. Doses de suspense ao longo de toda a narrativa se locupletam com o contexto histórico, especialidade do roteirista. A arte e o letreiramento de Cruz também se fundem de maneira orgânica. A R$ 35 nas livrarias especializadas.
Bancado pelo Catarse, o novo trabalho de Loyola abusa de uma narrativa rebuscada para contar uma história que se passa no final do período medieval. A imersão na trama exige bastante empenho, mas o que chama a atenção de cara é o capricho da arte, detalhista ao extremo; coisa rara de se ver no atual mercado de quadrinhos brasileiros. A R$ 30 em facebook.com/ adrianoloyolaquadrinhos.
O novo livro de Beck, autor relativamente novato que já conquistou um espaço diferenciado no quadrinho brasileiro, promove uma importante mudança no foco das aventuras de seu principal personagem. Neste volume, os coadjuvantes ganham nova luz e são explorados como nunca. Culpa do grande Ziraldo que, como diz a introdução do livro, fez essa sugestão, devidamente acolhida. A R$ 25 em www. tirasbeck.blogspot.com.br.
TUDO QUE EU POSSO TE DIZER SOBRE O MEU CABELO E ALGUMAS OUTRAS HISTÓRIAS, DE FILIPE WERNER (INDEPENDENTE)
A LEI DE MURPHY, DE FLAVIO SOARES (JUPATI)
SE MEU CÃO FALASSE TUDO SERIA POESIA, DE ANTONIO EDER, CAROL SAKURA E WALKIR FERNANDES (DOGZILLA)
Em sua estreia, Filipe investe nas experimentações. Com um traço que ainda pode evoluir muito, ele traz suas referências das artes plásticas e do cinema, mas principalmente do jazz e do blues, que moldam os cenários retratados nas suas HQs. Vale como um trabalho que demonstra as possibilidades da Nona Arte como forma de expressão. A R$ 26 em facebook.com/filipe.werner.
Conhecido pela série A Vida Com Logan , Flávio surpreende positivamente com A Lei de Murphy , uma trama envolvente passada em um mundo onde seres superpoderosos são uma realidade. Nesse cenário, o advogado Douglas Murphy chama a atenção com suas manobras jurídicas e resolve assumir um caso em que seu cliente tem tudo para ser condenado. O desfecho é surpreendente e a HQ imperdível. A R$ 36 em www. lojamarsupial.com.br.
Em um trabalho bem cuidado, com diversas histórias curtas, o trio de artistas paranaenses fala sobre como os cães podem ostentar sentimentos e comportamentos tão humanos quanto os de seus donos. Tratase de uma leitura fácil, que vê a realidade sob o ponto de vista dos caninos e/ou de seus donos. O traço de Antonio Eder funciona muito bem. A R$ 19,90 em www.dogzilla.com.br.
ZÉ DO CAIXÃO, DE LAUDO FERREIRA (JUPATI)
THE SPAGHETTI BROTHERS, DE CAIO MAJADO (SESI-SP)
O maior ícone do terror nacional está de volta. E, desta vez, pelas adaptações que o grande Laudo Ferreira fez dos dois primeiros filmes do Zé do Caixão criado por José Mojica Marins. Se a versão em quadrinhos para À Meia-Noite Levarei a Sua Alma é uma republicação, a de Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver é em sua maior parte inédita, e traz diversas participações especiais. Belo resgate da Jupati. A R$ 58 em www. lojamarsupial.com.br.
O novo trabalho de Caio, certamente o mais arrojado de sua carreira, é uma mistura de western spaghetti, Duro de Matar e Máquina Mortífera , com pitadas da picardia de Stan Lee nos diálogos. Trata-se de uma trama de aventura, com muitas perseguições, violência e mulheres fatais, que não deixa o leitor piscar o olho. A arte, mesmo por vezes caricata, serve perfeitamente ao enredo e não deixa o ritmo cair. A R$ 48 em www. sesispeditora.com.br.
ILHADO 1 E 2, DE VITOR COELHO E MARCELO SALAZA (INDEPENDENTE)
DIÁRIO DE UM SUPER: ESPECIAL DE NATAL, VÁRIOS (INDEPENDENTE)
O trabalho de Marcelo Salaza já pode ser visto como referência na atual cena independente. Com roteiro de Vitor Coelho, a arte de Salaza, mais do que nunca, serve à história, narrando a saga de Daniel, um gerente de banco que vive contundentes aventuras em uma dimensão onde riscos e flashbacks são uma constante. Que venha logo a terceira edição. A R$ 12,90 (cada edição) em www.metavirus.com.br.
Para promover sua série, que já rendeu um livro e um espaço diferenciado na plataforma digital Social Comics, Eric Peleias resolveu organizar essa edição especial, que contou com colaboradores de peso como Felipe Nunes, Leo Finocchi, Paulo Kielwagen, Catia Ana e muitos outros. A empreitada rende bons momentos e traz uma história que flui normalmente, sem atropelos. A R$ 20 em facebook.com/ eric.peleias.
NADA IMPORTA, DE HUGO NANNI E PACO STEINBERG (INDEPENDENTE) Falando de temas como a depressão e o racismo, este é o trabalho mais contundente da carreira da roteirista Paco. Narrando a ascensão e a queda de uma protagonista negra que sofre bullying no colégio, torna-se uma profissional de responsa e vê tudo ruir como um castelo de cartas, a HQ leva à reflexão sobre questões fundamentais da existência. E a arte de Nanni, mais uma vez, funciona muito bem. A R$ 10 em www.hugonanni.com.br.
ESCAPE 4, VÁRIOS (INDEPENDENTE) O coletivo que produz a revista Escape, em sua quinta edição (a primeira foi o número zero), está cada vez mais afinado. As piadas estão mais engraçadas, as tramas mais contundentes, e as artes mais arrojadas. Os destaques vão para o novo formato da revista (agora com cores), a tosquice charmosa de Thaiz Leão, a qualidade do traço de Sara Prado, e o texto apologético de Thomaz Ayres. A R$ 20 em www.facebook. com/escape.hq.
GUIA DE VIAGEM DO PERDIDO, VÁRIOS (BALÃO)
MODELO VIVO, DE LAERTE (BARRICADA/BOITEMPO)
Depois do bem-sucedido Guia Culinário do Falido, premiado no HQ Mix, os autores encararam uma nova empreitada. Essa HQ recém-lançada tem bons momentos, mas a temática, tão bem definida no trabalho anterior, foi abordada de forma meio dispersa em Guia de Viagem . Claro que toda liberdade é louvável, mas um pouquinho mais de coordenação editorial teria feito maravilhas a esse gibi cheio de autores de talento. A R$ 12 em www.balaoeditorial.com.br.
Já foram produzidas muitas antologias do trabalho de Laerte Coutinho, mas essa coordenada por Toninho Mendes tem um cuidado ímpar. Decerto que o destaque da edição são os desenhos baseados em modelos, mas a seleção de HQs (como Moto, Penas, Minotauro e Documento Original) mostra o quão profundo Laerte pode ser. E mais: a edição traz uma história inédita. A R$ 49 em www.boitempoeditorial. com.br.
ENTRE QUATRO CONTOS, DE FERNANDES & GILMAR (SESI-SP)
GALÍCIA: A CASA NA ÁRVORE, DE MARSAL BRANCO (AVEC)
Juntar artistas tarimbados é tiro e queda. E Fernandes & Gilmar arrebentam nas páginas desta bela edição, cujas quatro HQs se passam em um mesmo bairro, em um tempo indeterminado, e se entrelaçam de forma contundente. Cores, splash pages e referências a questões familiares e religiosas se harmonizam e fazem da leitura uma experiência salutar. A R$ 35 em www. sesispeditora.com.br.
A trama de Galícia , inspirada na peregrinação do autor pelo mítico Caminho de Santiago, pode até ser vista como meticulosa demais. Mas a arte da graphic novel, feita apenas com pincel, canetas e pena, é das mais detalhistas já vistas na história do quadrinho brasileiro. Mergulhar em cada página é uma viagem para o leitor. Todos precisam conferir essa abordagem visual absolutamente incrível e inovadora. A R$ 39,90 em www.aveceditora.com.br.
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Will Conrad Como o artista cria as capas dos livros da Marvel lançados no Brasil POR GUSTAVO VÍCOLA
O mineiro entrou para o mercado norte-americano em 1999 como arte-finalista. Seu primeiro trabalho de peso veio em 2001, ao finalizar as HQs da caçadora de vampiros Buffy, da Dark Horse. De lá para cá, ganhou espaço também como ilustrador e trabalhou com HQs da Elektra, do Wolverine e dos Vingadores, entre outros heróis. É autor das capas exclusivas da versão nacional dos romances da Marvel lançados no Brasil. PERFIL
ESCOLHA DIFÍCIL
Conrad foi escalado pela editora Novo Século para fazer a capa do livro Wolverine: Arma X , lançado no Brasil em 2016. O primeiro passo foi definir o layout. “Costumo apresentar duas ou três opções, que são feitas sem muitos detalhes e direto no computador para poupar tempo”. Entre as opções apresentadas, estavam um ameaçador Logan com as garras à mostra e o herói caído com sombras formando um “x” sobre ele.
OPÇÃO CAMPEÃ
“Os editores escolheram o layout em que Logan se lança para o ataque e foi este o que levei para a frente”, explicou Conrad à Mundo. Embora não se preocupe com os detalhes na fase dos layouts, o artista já definiu questões como o foco luminoso, o que o ajuda na fase de acabamento. Com a opção escolhida, a ilustração seguiu para a mesa de luz.
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LÁPIS SELVAGEM Sobre a mesa, o desenho foi aprimorado. Conrad limpou seu traço, acrescentou detalhes e realizou as alterações necessárias, mas não se preocupa em detalhar muito o lápis. Isso tem uma explicação: “Como finalizo meu próprio trabalho, me permito fazer o aprimoramento direto na tinta”.
ACABAMENTO CAPRICHADO Na finalização, Conrad se valeu do foco de luz definido no layout. Isso agilizou seu trabalho na etapa final, pois ele já tinha ideia da composição das sombras. Além disso, as capas desses livros da Marvel tinham uma característica bem particular: “A maioria é feita com nanquim e aguada, o que cria um efeito visual bem interessante e facilita na colorização”. PARA OUTROS TRABALHOS, VISITE O PERFIL DE WILL CONRAD NO FACEBOOK.
POR MANOEL DE SOUZA
DÚVIDAS, SUGESTÕES, ELOGIOS, CRÍTICAS... A reportagem sobre a CCXP e a história das Comic-Con gerou uma das edições mais controversas da
Mundo
personagens dos fumetti (os quadrinhos italianos) para a galera dos super-heróis conhecer um pouco mais. Mas se houver uma boa pauta podemos falar dos heróis bonellianos esporadicamente. Sobre o Tex, estamos em contagem regressiva para o 70o aniversário do famoso cowboy do universo Bonelli em setembro de 2018.
MUNDO JAPA
A FAVOR...
A CCXP é do Brasil e é atemporal porque ocorre todos os anos. Acho excelente explorar os bastidores do evento. Visitei as três edições e todas foram épicas. Recomendo. Wagner Armani Campinas, SP
... E CONTRA Capa da Comic-Con? Não gostei. Esperava algo mais atemporal e mais nacional.
Wagner e David, conforme escrevi em meu editorial na Mundo 84, tínhamos pronto o dossiê da Liga da Justiça mas mudamos a pauta diante da grandeza que foi essa CCXP, que passou em número de visitantes os principais eventos norte-americanos. Momentos históricos como esse não acontecem todo dia.
ARQUEOLOGIA NERD
A reportagem do Jota Silvestre sobre a história das Comic-Con na Mundo incluindo a escolha das fotos.
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O Jota mandou bem mesmo nessa empreitada, Peter, e descobriu muitas coisas que eu não conhecia. Aliás, todos os envolvidos nessa cobertura da CCXP 2016 estão de parabéns: Gustavo Vícola, Leonardo Vicente Di Sessa, Eder Pegoraro e Heitor Pitombo. Valeu, galera.
sempre renova seu estoque de boas entrevistas com os artistas material para soltar a cada edição. Aguarde outros ótimos bate-papos por aqui.
ONDE FOI PARAR?
Parabéns pela entrevista do Alan Davis. Ele e o John Byrne (na época dos X-Men) são meus artistas preferidos nos quadrinhos .
Sou leitor da Mundo há algum tempo e revendo as edições a seção Mundo Bonelli tem previsão de retorno? Seu principal personagem está para completar 70 anos...
Que bom que você curtiu, Danilo. O legal da CCXP é que nosso amigo Heitor Pitombo
Olá, Ivo. A Mundo Bonelli tinha um tempo previsto de vida pois nosso plano era apresentar os
ALTOS PAPOS
MUITAS SUGESTÕES DE MATÉRIAS Bom dia, Manoel, tudo bem? É uma honra conversar com o senhor. Como sou fã da Mundo, gostaria de sugerir algumas matérias para a revista. Uma delas seria sobre seriados antigos, como Manimal e Shazam . Outra seria sobre heróis do cartum, como Falcão Azul e Bionicão, entre outros. Marcos Gallo /
[email protected] Olá, Marcos. Pode dispensar o “senhor” ou vão começar a me chamar de Seu Manoel da Padaria (rs). Pautas anotadas. Para constar, já falamos dos heróis da Hanna-Barbera, incluindo Falcão Azul e Bionicão (olha eles aí do lado), na Mundo 1 (agosto de 2006) e da série televisiva do Capitão Marvel na Mundo 45 (julho/2013). Grande abraço.
Quero parabenizar a Mundo pelo excelente trabalho. Comecei a comprá-la há pouco tempo, mas já corri atrás das edições antigas para completar minha coleção. Só uma dica: vocês poderiam falar um pouco sobre o universo dos animes e dos mangás, uma área ainda a ser explorada na revista.
Olá, Lázaro. Não falamos muito de animes e mangás pois nosso foco principal são os comics norte-americanos. Mas chegamos a lançar o livro Heróis dos Animes (escrito pelo nosso amigo André Morelli), que está atualmente esgotado em nosso site. Com paciência, é possível encontrar o livro em algumas comic shops e livrarias.
PARTICIPE!
BASTA MANDAR SEU E-MAIL PARA
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CANDIDATO A CAPISTA
Sou artista plástico e desenhista em diversas áreas. Há anos leio a Mundo e sonho um dia desenhar uma capa para vocês. Aqui vão algumas artes em aquarela e uma homenagem especial a essa ótima revista. Paris
Valeu pela homenagem, Paris. Curti bastante. Sobre desenhar uma capa, recomendo você praticar um pouco mais para que seu traço quadrinhos de super-heróis. Isso é essencial para uma boa capa da Mundo. Mas vá em frente que uma hora as coisas acontecem. Boa sorte e obrigado pelo contato.
MUNDO DICAS DO PROFESSOR ROBERTO SOUZA
BRUNO ARAUTO
[email protected] http://brunoarauto.wix.com/ brunoarauto Comentários:
Olá, Bruno. Você precisa melhorar bastante a proporção das figuras. Para isso, uma dica é estudar o livro Figure Drawing For All It’s Worth, do ilustrador Andrew Loomis. Um grande quadrinhista que também merece ser estudado é José Luis García-López, criador de figuras com ótimas proporções. Os desenhos dele são facilmente encontrados pelo Google. Em relação à composição do seu desenho, eu deixaria as figuras de baixo levemente maiores.
DÉJÀ VU A maior Comic-Con do mundo é do Brasil e saiu na Mundo. Sandro Silva São Luís, MA
Sandro, que fez o maior sucesso na CCXP e até saiu no abre da reportagem da Mundo 84. Obrigado por nos acompanhar.
ROBERTO SOUZA é agenciado e professor de desenho do Instituto dos Quadrinhos (www. institutodosquadrinhos.com.br)
PEGADA NOSTÁLGICA
Queria muito uma reportagem sobre Johnny Cypher Na Dimensão Zero, um desenho que eu assistia quando era criança.
Gilton, eu também era fã do Cypher e até escrevi um artigo sobre nostalgia usando-o como exemplo ( Mundo 10, de 2008). reportagem só sobre ele. Para quem não sabe, Johnny Cypher foi uma série animada de 1967 que trazia um astronauta que viajava no espaço por meio de um ciclone acionado por um botão amarelo em seu peito.
ÍNDICE REMISSIVO
Nosso leitor Paris criou essa história que cita a Mundo, entre outras artes
Tenho 55 anos e passei por várias fases como colecionador. Já me vezes. Com o advento dos encadernados e capas duras, estou refazendo tudo mais uma vez e
passei de 500 volumes. Tenho quase todas as Mundo e gosto muito dos dossiês que abrangem toda a cronologia dos heróis. E é aí que quero chegar... Eu estava procurando um dossiê do Thor e não me lembrava em qual edição ele saiu. Tive algum trabalho até que isso deve acontecer com outros leitores. Porque vocês não criam no site da revista um índice remissivo das matérias já publicadas? De resto, parabéns pela qualidade da Mundo. Dá para perceber que é o sonho de uma vida realizado.
Olá, Alexandre. Tudo bem? Já mandei para seu e-mail um índice em Excel que usamos aqui na redação. Infelizmente, ele está meio defasado. Faz tempo que tenho essa ideia tudo já publicado. Vamos ver se consigo agora em 2017.
REVISTA MUNDO | 69
POR ROBERTO GUEDES
A Dupla Dinâmica de Kandor Ao longo dos anos, alguns personagens da DC usaram o codinome Asa Noturna e o mais famoso foi Dick Grayson, o Robin original. Insatisfeito por viver à sombra de Batman como o Garoto Prodígio, Grayson assumiu essa identidade em Tales of the Teen Titans 44 (1984), numa HQ que marcou sua transição para a vida adulta. Mas nem todo mundo sabe que o primeiro Asa Noturna dos gibis foi um certo Homem de Aço. A razão é bem curiosa... O conceito do Asa Noturna partiu de anos 1920, escrevendo para pulps como Weird Tales e Amazing Stories com a DC teve início em 1942 e se estendeu até mitologias de Superman e Batman, criando a heroína Batwoman, o legionário Lobo Cinzento dos Super-Heróis). Numa história publicada em Superman Swan contam como Superman e Jimmy Olsen visitam Kandor, a cidade kryptoniana pelos feitos de Batman e Robin, o Homem dupla de vigilantes mascarados Asa Noturna nomes de dois pássaros de Krypton. os heróis se valem dos punhos e cinturões com
SUPERMAN E JIMMY OLSEN FORMARAM UMA DAS MAIS INUSITADAS PARCERIAS JÁ MOSTRADAS NO UNIVERSO DC 70 | REVISTA MUNDO
E assim como a Dupla Dinâmica de Gotham retornariam em outras ocasiões, como em World’s Finest Comics Batman e Robin se unem a eles numa aventura se tornar Asa Noturna mais tarde. Como a tempo integral, em Superman Family Van-Zee e seu sobrinho Ak-Var se tornam os Terras centenas de anos antes de Kal-El nascer. Desde Kent). Surgiram ainda versões em realidades Tangent Comics, Batman do Futuro e Superman & Batman: Gerações. Contudo, nenhuma delas conseguiu
O primeiro contato de Dick Grayson com o Asa Noturna foi nos anos 1960
Van-Zee e Ak-Var viveram muitas aventuras em várias revistas da DC
BIBLIOTECA
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