SUMÁRIO
/ 2017
JANEIRO
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CARTA DO EDITOR ONLINE GRANDESIDEIAS 15 SORRIA, VOCÊESTÁ
SENDO ANALISADO 16 NOTAS FISCAIS QUE “FALAM” 18 LIVROSEMFORMADEAPP 19 OS MELHORESDE 2016 20 ENTREVISTA: ANA MARIA DINIZ 22 NEGÓCIOSA FAVOR DA INCLUSÃO 23 O PESADOCUSTO DA LOGÍSTICA 28 MEU PLANO VENCE COMPETIÇÃO DE STARTUPS 30 PREPARE-SE 32
ENTREVISTA EDUARDO GIANNETTI
Um dos mais prestigiados economistas do Brasil faz um panorama da situação políticoeconômicado país e aponta os caminhos para sair da crise 32
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40 CAPA
100IDEIAS PARA MONTAR O SEU NEGÓCIO EM 2017
Os mercados maispromissores para abrir umaempresa em 2017, com investimentos a partir de R$ 4.500 42 Alimentação 45 Comércio eletrônico 48 Comunicação e marketing 50 Econegócio 52 Economiacolaborativa 54 Economiacriativa 57 Educação 58 Gestão e finanças 60 Mobile 62 Modae beleza 64 Negócios sociais 66 Pet 68 Saúdee bem-estar 70 Turismo e diversão 72 50 tendênciaspara
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ficar de olho
84 PELO MUNDO
REFRIGERAÇÃO GLOBAL A FullGauge,fabricante de controladores pararefrigeração comsede em Canoas (RS), exporta para mais de 60 países
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COMOFAZER 88 GESTÃO 94 COMOEUFIZ
ILUSTRAÇÃO: CARLOGIOVANI
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
WW W . REVISTAPEGN . CO M . BR
98 FAÇAOQUE
VOCÊGOSTA
PARTNER
apresenta
VIDA NO INTERIOR A Peugeot Partner tornou-se parte da história de sucesso do casal Rosana e Sergio Martins quando eles decidiram abrir uma pousada nos arredores da cidade de São Paulo
O
casal Rosana e Sergio Martins tem faro para bons negócios. Ex-proprietários de uma loja de material para serralheria, em São Paulo, eles estavam em busca de novas oportunidades quando perceberam que perto da chácara da família, em Mairiporã, município localizado a 44 km de São Paulo, havia uma procura especial por hospedagens para o público de turismo religioso. Foi assim que surgiu a ideia de abrir a pousada de 5 mil metros quadrados que hoje, quatro anos depois, anda de vento em popa. A Peugeot Partner do casal também faz partedessahistória de empreendedorismo. “Compramos o utilitário quando inauguramos o local”, diz a proprietária, feliz com a empreitada. “Temos 32 apartamentos com boa taxa de ocupaçãodurante o ano todo”, orgulha-se Rosana. O local também tem piscina para adulto e infantil, salão de jogos, salas de eventos, quadras e estacionamento. “Também atendemos confraternizações de empresas e de famílias”, diz.
PONTOS ALTOS
Questionada sobre os itens que mais gosta no veículo, Rosana responde rapidamente: “Como utilizamos o carro para compras em geral, aprecio a porta lateral, que facilita a descarga caso tenha algum obstáculo que impeça a abertura da porta traseira. Esta última, aliás, também é ótima, pois tem abertura de 90 a 180 graus”. Já Sergio elenca outros atrativos do carro, a saber: os assentos ergonômicos e a regulagem do volante – que considera bastante leve. Ele ressalta que o compartimento de carga, com 3 metros quadrados de espaço útil, é bastante generoso. O empresário também destaca o motor 1.6, que leva o máximo de peso sem perder a performance. “A Peugeot Partner é potente, econômica. De quebra, roda bem na cidade e na estrada”, afirma ele, que se considera satisfeito com o carro, o novo negócio e a qualidade de vida conquistada. “Empenho e dedicação são a chave do sucesso”, conclui Rosana. PRODUZIDOPOR
EXPEDIENTE
NOSSOS VALORES Fundada há 28 anos, a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios tem por missão ajudar pessoas inovadoras a transformar ideias em grandes realizações. As reportagens da revista apresentam oportunidades de negócios para micro, pequenas e médias empresas e têmo compromisso de informar o quehá de mais moderno em conceitos de gestão, marketing, estratégia, finanças e tecnologia. Acreditamos que é possível fazer aquilo que você gosta. E lucrar com isso Acreditamos que é possível terlucro criando um ambiente de trabalho saudável, inspirador e causando um impacto positivo na sociedade Acreditamos na inovação e na forçacriativa que vemdas novas empresas Acreditamos no empreendedorismo como pilar essencial para uma economia equilibrada e parauma melhordistribuição de riquezas Acreditamos que o empreendedorismo pode e deve serpromovido e ensinado nas escolas detodoo país, para despertar talentos e habilitaros cidadãos a administrar seus negócios Acreditamos no empreendedorismo como chave para a realização de sonhos Acreditamos que o empreendedorismo está alinhado com a visão de mundo (trabalho com diversão e senso de propósito) das novas gerações Acreditamos que compartilharconhecimento produz experiências mais ricas Acreditamos que a informação precisa, clara e de qualidade seja um instrumento capaz de transformar e aperfeiçoar empreendedores, empresas e relações de trabalho Acreditamos que todas as empresas, independentemente do tamanho, devem adotar práticas ambientalmente corretas e gerar lucro de modo sustentável
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O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2011, da Editora Globo S.A., é p reciso, confiável e livre de erro ou distorção e é uma repr esentação equitativa dos dados e informações de GEE sobre o período de referência, par a o escopo definido; foi elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileir o GHG Protocol.
DIRETORGERAL: Frederic Zoghaib Kachar DIRETORDEAUDIÊNCIA: Lucia no Touguinha de Castro DIRETORDEMERCADOANUNCIANTE: Virginia Any
DIRETORDEGRUPOAUTOESPORTE,ÉPOCANEGÓCIOS,GLOBORURAL EPEQUENASEMPRESAS&GRANDESNEGÓCIOS: Ricardo Cianciaruso DIRETORADEREDAÇÃO: Sandra Boccia EDITORESEXECUTIVOS: Marisa Adán Gil e Robson Viturino EDITORES: Fabiano Candido, Mariana Iwakura, Bruno Vieira Feijó e Thomaz Gomes REPÓRTER: Adriano Lira ESTAGIÁRIAS: Nicole Wey e Tamires Lietti (texto) EDITORDEARTE: Jairo Rodrigues COLABORADORES: Fabiana Pires, Gabriel Ferreira, Igor dos Santos, Lara Silbiger e Michele Loureiro (texto); Maria do Rosário Sousa (revisão); Carlo Giovani, Bárbara Malagoli, Guilherme Henrique, Rodrigo Fortes e Wiliam Mur (ilustração); Anna Carolina Negri, Alexandre Battibugli, Erick Mem, Fabiano Accorsi, Marcelo Correa, Omar Paixão, Rafael Jota e Ricardo Jaeger (fotografia) ASSISTENTEDEREDAÇÃO: Sabrina dos Santos Bezerra
ESTÚDIODECRIAÇÃO DIRETORADEARTE: Cristiane Monteiro; DESIGNERS: Alexandre Ribeiro Zanardo, Clayton Rodrigues, Danilo Dos Santos Bandeira, Felipe Hideki Yatabe, Marcelo Massao Serikaku; ESTAGIÁRIA: Cristina Ayumi Kashima INOVAÇÃODIGITAL DIRETORDEINOVAÇÃODIGITAL: Alexandre Maron; GERENTEDEESTRATÉGIADECONTEÚDODIGITAL: Silvia Balieiro TECNOLOGIADAINFORMAÇÃO DIRETORDETECNOLOGIA: Rodrigo Gosling; DESENVOLVEDORES: Everton Ribeiro, Fabio Alessandro Marciano, Jeferson Mendonça, Leandro Paixão, Marcelo Amendola, Marcio Costa, Murilo Amendola e William Antunes; OPECONLINE: Rodrigo Santana Oliveira, Danilo Panzarini, Higor Daniel Chabes, Rodrigo Pecoschi, Thiago Previero
MERCADOANUNCIANTE GERENTEDEEVENTOS: Daniela Valente; COORDENADOROPECOFFLINE: José Soares
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SEGMENTOS—MODA,BELEZAEHIGIENEPESSOAL DIRETORDENEGÓCIOSMULTIPLATAFORMA: Cesar Bergamo; EXECUTIVOSMULTIPLATAFORMA:Adriana Pinesi Martins, Eliana Lima Fagundes, Juliana Vieira, Selma Teixeira da Costa, Soraya Mazerino Sobral e Ana Paula Boulos
SEGMENTOS—CASA,CONSTRUÇÃO,ALIMENTOSEBEBIDAS,HIGIENEDOMÉSTICAESAÚDE DIRETORADENEGÓCIOSMULTIPLATAFORMA: Luciana Menezes; EXECUTIVOSMULTIPLATAFORMA: Giovanna Sellan Perez, Paula Santos, Rodrigo Girodo Andrade, Valeria Glanzmann e Fatima Ottaviani
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P EQUENAS E MPRESAS & G RANDES N EGÓCIOS é uma publicação mensal da EDITO RA GLOBO S.A. – Av. 9 de Julho, 5229, Jardim Paul ista, São Paul o (SP),
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 7
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Trending topics Notícias, novidades e pessoas que dão o que falar
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I V O E X C L U S
A rede de mercados Hirota testaem São Paulo três lojasde conveniência no estilo japonês, conhecido como Konbini, que oferece comida e produtos para odiaadia.Seomodeloder certo, mais 50 unidades serão abertas em cinco anos. glo.bo/2i4W4eF
ESPECIAL | STARTUPS
EM DIA COM A LEI A empreiteira Odebrecht é o epicentro da crise política pela qual o Brasilpassa. A empresa é acusada pela Justiça de pagar propinas para políticos e fazer doações ilegais para campanhas e partidos. Por praticar atividades ilícitasassociadas ao poder público, alguns sócios e executivos da empresa foram processados pela Justiça e presos – o herdeiro da construtora, Marcelo Odebrecht, é um deles. Empreendedores que praticam atos ilícitos relacionados à administração pública podem ser punidos, de acordo com a Lei nº 12.846. Conhecida como Lei Anticorrupção, ela foi criada para regulamentar a responsabilidadecivil e administrativa das pessoas jurídicas, como donos de empresas e executivos, quando há o pagamento de propina para obter vantagem numa licitação, por exemplo. Mas a Lei Anticorrupção também prevê julgamento em outras situações. O site de Pequenas Empresas & Grandes Negócios elaborou um guia mostrando quais crimes podem colocaros empreendedores nas garras da Justiça. E elaborou um passo a passo para deixar sua empresalivre de riscos.
MERCADÃO NA WEB O e-commercede eletrônicos KaBum!, do empreendedor Leandro Ramos, diversificou sua atuação. A empresa, especializada em eletrônicos, lançou o To Goe passou a vender produtos de supermercados em São Paulo. glo.bo/2hgJER1
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Banco de ideias
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No site, você encontra 300 sugestões Quentinha gelada
Os administradores Gustavo Brunello, 29 anos, e DanielLuco, 25, deixaram trajetórias de sucessoem multinacionais para abrir a Lucco Fit. A empresafaz 36tipos de refeições saudáveis ultracongeladas e entrega na casa do cliente. glo.bo/2hPfHIE
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
WW W . REVISTAPEGN . CO M . BR
A startup brasileira Entourage Phytolabimportou plantas do gênero Cannabis como objetivo de desenvolver remédios para diversas doenças. As drogas serão testadasjá em 2017em animaise humanos. glo.bo/2i4Y5HW
FOTOS: DIVULGAÇÃOE THINKSTOCK
O QUE ACONTECE NA PEGN DIGITAL COMUNIDADEPEGN | O QUEBOMBANAMAIORE MAISIMPORTANTECOMUNIDADEDEEMPREENDEDORESDO PAÍS
Startups Tudo o que você precisa saber sobre empresas inovadoras e com potencial de crescimento
facebook.com/revistapegn
twitter.com/peqempresas
“
O Simples é um sucesso. É bom para o empreendedor e para o país: o regime tributário mostrou que, quando todo mundo paga menos imposto, o governo arrecada mais”
google.com/+RevistaPEGN
pinterest.com/revistapegn
– GuilhermeAfif Domingos, presidentedo Sebrae Nacional, duranteo evento “10anosdo Simples Nacional”, emmeados de dezembrono Riode Janeiro
Joias impressas
A designer americana Diana Law usa uma impressora 3D e um softwareespecial para criar joias modernase cheias de estilo. As peças, feitas com materiais reciclados,têm preçosentre US$ 147 e US$ 582. glo.bo/2h4z0g3
“
Se você prestar atenção no que seus amigos e familiares dizem sobre a sua ideia de negócio, vai acabar desistindo. Porque o que eles vão falar é: ‘Você é um louco!’”
instagram.com/revistapegn
– WilsonPoit, empreendedore o atual secretáriode
Desestatizaçãoe Parceriasdo municípiode SãoPaulo, durantea cerimôniade entrega do Prêmio Empreendedor deSucesso,em dezembro,em SãoPaulo
OUTROSCANAIS | NOS TABLETSE CELULARES
stayfilm.com/pegn
ERRATA Na edição 335 de PEGN (dezembro), ocorreu um erro na seção Ao Leitor . O texto publicado foi o mesmo da edição anterior, de novembro. O texto corretoda seção Ao Leitor de dezembro pode ser encontrado no link goo.gl/HiklyU.
Vídeos para investidores No tablet,você confere todos os vídeos produzidos pelas empresas finalistas do Encontre um Anjo.É mais uma oportunidade para conhecer as sete startups que se apresentaram diante de uma banca de investidores em dezembro, no auditório do Insper, em São Paulo: COIOTInternet dasCoisas, Elletro II,Mapix, Taturana Mobilização Social,MeuPlano,Top Rider e Vitat. Acompanhe os destaques da semana
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Novo app
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Nas livrarias e em e-book
12 bilhões
é o número de notas eletrônicas emitidas nos últimos dez anos. Se todas fossem impressas, elas gerariam uma pilha de 1.100 quilômetros de altura e gastariam 5 milhões de litros de tinta FONTE: Ministério da fazenda
NOVOS NEGÓCIOS
CONTABILIDADE
NOTAS FISCAIS QUE “FALAM” Startup cria sistema que extrai relatórios e gráficos a partir de documentos fiscais eletrônicos Bruno Vieira Feijó
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS
WW W . REVISTAPEGN . CO M . BR
As empresas brasileiras geram cerca de
com dados como valor mensal gasto com 4 milhões de notas fiscais eletrônicas por fretes e curva ABC de estoque”, diz Chrisdia. Quanto maior é o negócio, mais com- tian de Cico, 30 anos ( na foto, de paletó ), plicado fica administrar tantos arquivos que fundou o negócio em 2015 com mais (a lei obriga que eles sejam guardados quatro sócios (Vitor de Araújo, Isis Abbud, por pelo menos cinco anos). Isso sem Bruno Oliveira e Filipe Grillo). Os planos contar as notas recebidas de fornecedo- custam a partir de R$ 20 por mês (o preço res. A Arquivei, de São Carlos, interior varia de acordo com o número de CNPJs de São Paulo, encontrou nessa burocracia e de notas). A Arquivei já conquistou cenum mercado promissor. Seu sistema cap- tenas de empresas de diversos portes, ta automaticamente todas as notas emi- entre os quais McDonald’s, Riachuelo e tidas para um CNPJ na Receita Federal e Grupo Fleury. Em 2016, o negócio faturou em mais de 160 prefeituras, eliminando R$ 5 milhões. A estratégia agora é crescer a troca manual de e-mails entre empre- com o desenvolvimento de aplicativos exsas. “Além de arquivar as notas na nuvem, tras, que serão cobrados à parte. Um denosso algoritmo faz um ‘escaneamento’ les ajuda farmácias a controlar a data de dos arquivos e gera relatórios e gráficos validade dos produtos adquiridos. JANEIRO, 2017
FOTO:GLAUBER OLIVEIRA/Divulgação
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5 mil
é o número estimado de hospitais onde os equipamentos médicos da catarinense Hi Technologies devem ser instalados nos próximos cinco anos
NOVOS PREMIAÇÃO NEGÓCIOS
NOITE DE F ESTA Os vencedores recebem seus troféus em evento no Unibes Cultural
OS MELHORES DE 2016
OS ELEITOS
A Hi Technologies foi a grande vencedora do prêmio Empreendedor de Sucesso, de PEGN. A festa homenageou mais seis negócios que se destacaram no ano passado
Sete negócios foram e scolhidos em quatro categorias, além do prêmio principal
Bruno Vieira Feijó
DESTAQUE DO ANO
Pequenas Empresas & Gran-
des Negócios consagrou os empreendedores de destaque em 2016 na décima edição do prêmio Empreendedor de Sucesso. Os troféus foram entregues numa cerimônia realizada no dia 7 de dezembro, no Unibes Cultural, em São Paulo. A grande vencedora foi a Hi Technologies, criadora de um aparelho médico do tamanho de um celular que monitora sinais vitais do paciente. O dispositivo funciona com a instalação de aplicativos que permitem mudar sua função. Um dos apps, por exemplo, permite identificar problemas cardiopatas em recémnascidos. “Queremos ajudar na humanização da medicina crianSONHO GRANDE do equipamentos amigáveis”, diz Marcus Figueredo e Sérgio Rogal, sócios da Hi Technologies: Marcus Figueredo, cofundador. vontade de revolucionar o mercado de equipamentos médicos FOTOS: RAFAEL JOTA / Editora Globo
JANEIRO, 2017
NEGÓCIO DE ALTO IMPACTO — INDÚSTRIA: HI TECHNOLOGIES
NEGÓCIO DE ALTO IMPACTO — SERVIÇO: LABSOFT
MENÇÃO HONROSA: BR MED
STARTUP EDOOLS
MENÇÃO HONROSA: 33E34
NEGÓCIO DE IMPACTO SOCIAL WISEWASTE
MENÇÃO HONROSA: PLAYMOVE
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 1 9
NEGÓCIOS BILIONÁRIOS
R$
10 bilhões
é o valor administrado pela Península Participações, que concentra o patrimônio da família Diniz. Os maiores investimentos estão nas empresas Carrefour, BRF e Anima Educacional
ENTREVISTA
“É O NEGÓCIO ONDE MAIS ME DIVIRTO ” Filha primogênita de Abílio Diniz, a administradora Ana Maria Diniz conta como encontrou satisfação no mundo dos negócios ao criar uma escola de dança que faturou em torno de R$ 5,5 milhões em 2016 Michele Loureiro
Aos 4 anos de idade, a empresária Ana Maria Diniz foi apresentada ao balé clássico. A paixão pela dança atravessou a adolescência e, aos 16 anos, ela já ministrava aulas em São Paulo. Por seis anos, essa foi sua principal ocupação. Porém, a neta do imigrante português Valentim Diniz e filha primogênita de Abílio Diniz [empreendedor que impulsionou a ex pansão do varejista Pão de Açúcar], logo foi chamada para trabalhar nos negócios da família. “Recusei convites para dançar profissionalmente em Nova York. Meu foco passou a ser provar que era muito maisdo que apenas a filha do ‘dono’”, afirma Ana Maria. Sua carreira no Pão de Açúcar perdurou por quase duas décadas em áreas como RH e marketing, até chegar à vice-presidência, em 2001. Em 2010, a família criou o Instituto Península, braço de investimentos sociais dos Diniz, comandado por Ana. Dois anos depois, a família se afastou dos cargos executivos no Pão de Açúcar e ficou restrita ao conselho de administração. Atualmente, Ana também é sócia da Sykué Bioenergya, empresa de geração de energia sustentável, e é membro do conselho de administração do Anima, grupoeducacionaldono de faculdadescomo São Judas Tadeu e Unibh. Apesar da agenda atribulada, em 2010 a empresária decidiu reviver uma antigapaixão: a dança. Nascia assim mais um negócio tocado por ela, o Estúdio Anacã,que faturou cerca de R$ 5,5 milhões em 2016. A seguir, a empreendedora conta sua trajetória.
Quando a dança virou um negócio? O sonhode ser bailarina profissional foi adiado quando comecei a ajudar a família no Pão de Açúcar. Foram anos de aprendizado, mas confesso que sentia vontade de voltar ao universo da dança. Depois 20
de um encontro com uma antiga professora de jazz, Helô Gouvêa, percebi quepoderia fazer desse hobby um novo negócio. Na mesma época, havia visitado uma academia de dança em Londres, na Inglaterra, onde as pessoas faziam aulas engravatadas e com roupas sociais depois do trabalho. Aquilo me chamou a atenção. Notei que não existia um formato que juntava várias modalidades com horários flexíveis em SãoPaulo. Então, comecei a pensarem um empreendimento para incentivar as pessoas a terem uma vida mais saudável através dos movimentos da dança, um espaço onde o corpo fosse tratado com carinho. Usei a experiência das minhas sócias Helô e Cláudia Pirani para tirar a ideia do papel. O que era um sonho distante virou um negócio promissor. Você consegue acompanhar de perto a gestão do estúdio? Tenho uma rotina muito atribulada. Passo o dia falando sobre educação, investimentos e energia. Mas sempre há tempo para aquilo que me inspira. O Estúdio Anacã é o negócio onde eu mais me divirto pois, além de lidar com números, relaxo, faço aulas de dança e me sinto feliz
por ter conseguido levantar a empresa do zero. Nem tudo foi fácil, porém. Em 2012, por exemplo, tivemos que fazer uma troca na diretoria, quando o professor Leandro Sampaulo assumiu o lugar de Cláudia Pirani, que optou por sair da gestão. Naquele momento, precisávamos atrair mais alunospara dar escalaà operação. Foi quandocriamosomodelo free pass dedança. Crianças e adultos pagam umamensalidadefixa(osvaloresvariamentreR$499e R$ 800) e podem frequentar quantas modalidades quiserem, desde balé clássico e jazz até walk dance, sapateado, funk, zumba e flamenco. São 30 tipos de dança. Es-
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“ Além de lidar com números, o Anacã é um lugar onde relaxo, faço aulas e me sinto realizada por levantar um negócio do zero”
TABLET TÁTIL
A startup austríaca Blitab apresentou recentemente o primeiro tablet em braile. O dispositivo usa uma tecnologia que cria relevo tátil para mostrar gráficos e mapas para deficientes visuais. As vendas devem começar em 2017.
INOVAÇÃO
NEGÓCIOS A FAVOR DA INCLUSÃO Empreendedores utilizam tecnologias como tela sensível ao toque e algoritmos inteligentes para criar soluções que facilitam o dia a dia dos portadores de deficiência Gabriel Ferreira U m a n o v a leva
de startups está lançando mão de tecnologias como algoritmos inteligentes, telas touchs c r e e n , r e c o nh e c i mento de voz e gadgets vestíveis para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. A suíça Eyra, por exemplo, desenvolveu recentemente um fone de ouvido com câmera acoplada que ajuda deficientes visuais a compreender o que está escrito na embalagens de produtos. Outro caso é o da israelense Sesame Phone, que inventou um smartphone que pode ser usado sem as mãos, indicado para pessoas sem movimentos ou com braços e dedos amputados. Além do caráter nobre desse tipo de iniciativa, há um nicho de mercado a ser explorado por empreendedores. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), uma em cada sete pessoas no mundo possui algum tipo de deficiência. No Brasil, o IBGE calcula que 6,2% da população tem deficiência física ou intelectual. 22
APLICATIVOS DO BEM Conheça três empresas brasileiras que crescem ao atender às necessidades de deficient es
HAND TALK
LIVOX
LIVRIT
O alagoano Ronaldo Tenório, de 31 anos, foi escolhido em 2016 pelo MIT como um dos 35 jovens mais inovadores do mundo. Ele é o fundador da Hand Talk, startup que desenvolveu um aplicativo que faz a tradução em tempo real de conteúdos do português para Libras (língua de sinais). O sistema funciona com um intérprete virtual, o Hugo, que reage a comandos de voz, texto e imagem. Desde que foi lançado, em 2012, o Hand Talk já foi baixado mais de 1 milhão de vezes. A empresa ganha dinheiro vendendo para 4 mil sites uma tecnologia que traduz o conteúdo para Libras. “O faturamento da Hand Talk dobrou entre 2015 e 2016”, diz Tenório. O valor não é revelado.
Em 2016, a pernambucana Livox foi uma das selecionadas pelo Desafio de Impacto do Google.org (braço de filantropia do Google) para receber US$ 550 mil. O prêmio se juntou a outros já recebidos pela Livox, como a indicação pela ONU de melhor aplicativo de inclusão social do mundo em 2015. O app substitui os cartões com figuras que eram dispostas à frente das pessoas com deficiência para que elas apontassem o que queriam falar. Um algoritmo se adapta aos hábitos de digitação e ao vocabulário mais usado pelo usuário, que deve selecionar no tablet as palavras a serem ditas pelo app. O analista de sistemas Carlos Edmar Pereira, 38 anos, criou o Livox em 2013, para se comunicar com a filha, que tem paralisia cerebral. O software é vendido para governos, empresas, escolas e fundações. Ele já foi usado por mais de 20 mil pessoas.
Durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os atletas e turistas com mobilidade reduzida puderam evitar obstáculos como calçadas mal acabadas e ausência de guias rebaixadas na região do Porto Maravilha. Isso porque o aplicativo Livrit — um mapa que reúne informações sobre a acessibilidade dos trajetos — foi escolhido pela Cisco, uma das patrocinadoras dos jogos, para demonstrar sua tecnologia durante a competição. “Já existia uma porção de aplicativos com mapas, mas nenhum mostrava se o caminho é acessível”, diz Francisco Viniegra, 36 anos, criador do Livrit. Alimentado pelos próprios usuários, o Livrit reúne informações que nem o poder público dispõe. “Compartilhar esses dados com as prefeituras é um dos caminhos para monetizar o negócio”, diz Viniegra. Em 2017, o plano é levar o app para mais cidades brasileiras.
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ILUSTRAÇÃO:BÁRBARA MALAGOLI
SIMPLES MUDA A ECONOMIA DO PAÍS Após uma década de vigência, regime diferenciado acumula R$ 555 bilhões em arrecadação e é apontado como modelo para a reforma tributária
S
aulo Ventura e Alexandre Ferreira são dois empreendedores com trajetórias bem diferentes. Enquanto Saulo planejava abrir uma agência de viagens desde a época em que cursava a faculdade de turismo, Alexandre seguia carreira como jogador de futebol, até que se deparou com a ideia de empreender por acaso, depois de aprender a fazer chocolate. Saulo, por sua vez, trabalhou um tempo como freelancer, até abrir sua própria empresa, em 2012. Os chocolates de Alexandre faziam sucesso, mas ele não demorou a descobrir o custo da informalidade. Padarias e restaurantes demonstravam interesse por seu produto, só que frequentemente condicionavam a compra à existência de um CNPJ. Além disso, ele pagava mais caro pela matéria-prima, já que não conseguia adquiri-la no atacado. Saulo também enfrentava problemas como empreendedor. Sua agência seguia o regime de Lucro Presumido, que ele dene como um modelo “complicado, com uma carga tributária alta e injusta”.
A partir desses desaos, a história de ambos começa a con vergir para um ponto em comum: o Simples – regime tributário voltado especicamente para microempresas e empresas de pequeno porte, que acaba de completar dez anos. Empreendedores formalizados ganham três vezes mais, segundo pesquisa do Sebrae, com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística). O levanta- mento mostrou que donos de negócios formais têm remuneração média de R$ 4.101, enquanto a dos informais é de R$ 1.320. Hoje, a Aguimar Ferreira Bombons Finos não só acumula prêmios como traz no currículo o fato de ter sido uma das empresas fornecedoras ociais dos Jogos Olímpicos no Rio. Saulo optou por transferir a JDC Turismo & Viagens do Lucro Pre- Alexandre Ferreira, da Aguimar Ferreira Bombons Finos
SIMPLES NACIONAL EM 5 MARCOS
2006 2009
2011
LEI GE A I E PEQUENA EMPRESA
MICRO R E INDIVIDUAL (MEI)
ATUALIZA DO I I ES DE FATURAMENTO DO SIMPLES
Conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, regulamentou o tratamento simplicado ao setor. O Simples tem como critério único o teto de faturamento e engloba o recolhimento de impostos em uma única guia.
Legalizou como pequeno empresrio a pessoa que trabalha por conta própria. O MEI também possui teto de faturamento xado em R$ 60 mil e o optante pode ter apenas um funcionrio, além de não poder ser sócio de outra empresa.
Reajustou em 50% o teto de receita bruta anual, deniu que empresas exportadoras poderiam obter receitas de até R$ 3,6 milhões no mercado externo, e abrangeu o parcelamento das dívidas tributrias em até 60 meses.
sumido para o Simples. “Fora do Simples, eu dicilmente teria condições de expandir o negócio. A carga tributária para empresas enquadradas fora desse regime é altíssima. Isso diculta investimentos e contratações, e pode até inviabilizar o negócio.” Quem adere ao regime também ganha com a redução de burocracia ao receber um boleto unicado que abrange oito impostos. “Isso ajuda demais na hora de montar o uxo de caixa e o planejamento nanceiro”, conta Saulo. Um estudo realizado pelo Sebrae com 5.835 pessoas optantes pelo Simples apontou quais são os principais benefícios do regime na opinião dos empreendedores. No topo do ranking está a redução do peso dos impostos (90%), seguida por conhecimento de que a empresa está em dia com suas obrigações (88%), redução da burocracia (86%) e ciência do quanto a empresa paga de imposto (86%). Além disso, 25% dos optantes sentem impacto positivo na produção, e 11% sentem impacto no lucro. Embora o momento econômico não seja dos mais favoráveis no país, a meta de Alexandre é expandir a linha de chocolates e começar a exportar. Já Saulo quer aumentar o faturamento adicionando à carteira novos clientes corporativos. Por isso, consideram bem-vindas as mudanças que constam da Lei Crescer sem Medo (LC 155/2016), que atualiza o Simples, sancionada recentemente. Uma das novidades é a ampliação do teto do regime de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. Para MEI (microempreendedor individual), o limite de R$ 60 mil anuais foi ampliado para R$ 81 mil. Outras mudanças se referem à inclusão de startups e aos aportes oriundos de investidor-anjo. Até agora, uma empresa não podia se beneciar do Simples se recebesse esse tipo de capital, e o investidor-anjo podia ser responsabilizado como sócio do empreendimento. “Permitir regulamentar o investimento em uma startup via investidor-anjo é um grande avanço. Os incentivos tributários para startups, que normalmente iniciam com pouco capital e recursos limitados, embora comgrande potencial de crescimen-
2014 2016 E A I A DO SUPERSIMPLES
SEM MEDO
Estendeu os benefícios da tributação diferenciada para 140 novas categorias, alcançando mais de 450 mil empreendimentos.
Sancionada a lei que permitiu a renegociação de débitos em 120 parcelas e ampliou o teto de faturamento da MPE para até R$ 4,8 milhões.
“O QUE NÓS PRECISAMOS É DE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA. MAS, ENQUANTO ELA NÃO VEM, VAMOS AVANÇANDO COM O SIMPLES” GUILHERME AFIF
to, favorecerão o aumento do ecossistema no Brasil”, arma Clariana Guimarães, CFO da aceleradora Start You Up. Pequenos empreendedores que atuam no setor de bebidas alcoólicas (vinho, cerveja, licor e cachaça) também terão a oportunidade de aderir ao Simples a partir de 2018, quando a nova lei entra em vigor. Mas Rafael Michelsohn, sócio-fundador da cervejaria Júpiter e presidente da Apacerva (Associação Paulista de Cerveja Artesanal), faz uma ponderação. A seu ver, o teto de faturamento ainda é baixo para esse tipo de negócio. “Pelos meus cálculos, para se enquadrar no Simples, uma microcervejaria terá de produzir apenas 25 mil litros por mês – umvolume muito fácil de ultrapassar. Então ele vai atender momentaneamente quem está no primeiro ou segundo ano de operação”, diz. O teto originalmente pleiteado no projeto de lei era de R$ 7,2 milhões, segundo Guilherme Af Domingos, presidente do Sebrae. Outras medidas também foram vetadas na versão nal, como a criação da ESC (Empresa Simples de Crédito), que permitiria que um cidadão aplicasse seus próprios recursos junto a empresários de sua região. Essa reivindicação permanece na agenda do Sebrae para o próximo ano. “O que nós precisamos é de uma reforma tributária. Mas, enquanto ela não vem, vamos avançando com o Simples, que vai servir de modelo para a própria reforma”, arma Af.
VANTAGENS DE QUEM ADERE AO SIMPLES NACIONAL • FORMALIZAÇÃO DA MICRO OU PEQUENA EMPRESA • SIMPLIFICAÇÃO E REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA • DESBUROC ATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONTABILIDADE • REDUÇÃO DE CUSTOS TRABALHISTAS E FORMALIZAÇÃO DOS EMPREGADOS • AMPLIAÇÃO DO FATURAMENTO
produzido por
PASSADO E FUTURO DO PROJETO CRESCER SEM MEDO
Lei que atualiza o Simples amplia o teto do regime, inclui microcervejarias e benefcia startups e salões de beleza
Plenrio da Câmara aprovou o PLC 25/2007 SETEMBRO 2015
O projeto retornou à Câmara dos Deputados. O documento substitutivo do Senado foi aprovado por unanimidade no Plenrio, por 380 votos favorveis e nenhum contrrio. Depois de sancionado pelo presidente da República, o Crescer sem Medo virou lei.
OUTUBRO 2016
MPE com débito no Simples puderam solicitar o parcelamento das dívidas com prazo ampliado – de 60 para 120 meses. Cerca de 600 mil empresas foram beneciadas.
MARÇO 2007 DEZEMBRO 2016
Apresentado o Projeto de Lei Complementar nº 25, cujo plano de ações incluía a renegociação de dívidas tributrias de MPE, a ampliação de limites de faturamento e a regulamentação da gura dos investidores-anjo.
2018
JUNHO 2016
Após catalogado, o Projeto de Lei foi aprovado no Senado.
2017
Começar a valer o aporte para investidoresanjo, beneciando startups de todo o país.
Entrarão em vigor as novas taxas de transição para ME e EPP, que saltar de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. J o MEI ter o teto de faturamento anual elevado de R$ 60 mil para R$ 81 mil.
VANTAGENS DA NOVA LEI CRESCER SEM MEDO • ESTIMULA A FORMALIZAÇÃO INTEG AL DAS ATIVIDADES DAS EMPRESAS • FACILITA A RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS • PERMITE NOVOS INVESTIMENTOS
• AJUDA NA CRIAÇÃO DE NOVAS VAGAS DE EMPREGO • PROMOVE A DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA • CONTRIBUI PA A A ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente: Guilherme Af Domingos. DiretoraTécnica: Heloisa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças: Vinicius Lages. Gerente de Gestão de Marketing: Fernando Bandeira. Edição: Larissa Meira. 0800 570 0800
SEMINÁRIO 10 ANOS DO SIMPLES NACIONAL CONQUITAS E PERSPECTIVAS
Evento realizado pelo Sebrae e pela FGV Projetos no Rio reuniu pesquisadores, empresários e representantes políticos
O sistema tributário brasileiro conta com uma distorO ganho de empregabilidade promovido pelo Simples foi ção difícil de ignorar. Apenas 3% das pessoas jurídicas são outra conquista destacada. Dados mostram que, entre outusubmetidas ao regime normal de tributação – 97% adotam bro de 2006 e setembro de 2016, as MPE geraram 10,9 miregimes diferenciados. Em 2014, a Receita Federal recebeu a lhões de novos empregos. No mesmo período, as médias e declaração de 4.508.255 Pessoas Jurídicas. Destas, 3% estavam grandes perderam 779 mil vagas. enquadradas no regime do Lucro Real. A maioria (74,5%) O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), relator era optante do Simples – regime tributário voltado a MPE. da Comissão Especial da Reforma Tributária, destacou que a Em segundo lugar, com 21,2% do total, estavam os adeptos simplicação do sistema tributário poderia gerar para o país do regime de Lucro Presumido. um ganho de 2 a 3% do PIB. “A analogia que faço hoje é que O dado foi apresentado pelo economista José Rober- o mesmo processo de negociação e de simplicação que foi to Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Econo- adotado para a criação do Simples pode ser adotado para a mia (IBRE) da FGV e membro do Conselho de Desen- reforma tributária”, disse Hauly. volvimento Econômico, no seminário 10 anos do Simples A reforma se torna ainda mais urgente quando se levam Nacional: no Caminho da Reforma Tributária. O evento, em conta dois fatores: a crise pela qual o país passa e as murealizado no Rio pelo Sebrae e pela FGV Projetos, reuniu danças que a digitalização vem promovendo no ambiente ecopesquisadores, empresários e representantes políticos para nômico global. “No mundo dos negócios, a tecnologia contridiscutir não só os efeitos do Simples sobre a economia ao bui para inovações signicativas – o ritmo de crescimento das longo da última década, como para apresentar as novas empresas está intimamente ligado a inovações”, destacou Hemudanças instituídas pela Lei Complementar 155/2016, loisa Menezes, diretora técnica do Sebrae. Ela apontou como batizada de Crescer sem Medo, e as perspectivas para os o Crescer sem Medo buscou contemplar essas questões, gapróximos anos. rantindo maior segurança jurídica aos investidores-anjo. “Vamos analisar a ecácia da simplicação como base O seminário marcou ainda o lançamento da 29ª edipara a futura reforma tributária. Isso é uma forma de co- ção do Cadernos FGV Projetos, publicação com foco memorar os 10 anos do Simples e contestar a falácia de em economia, políticas públicas e gestão. Com artigos que ele é uma renúncia tributária”, disse Guilherme Af de especialistas como Felipe Shöntag e Sergio Gustavo da Costa, coordenadores de projetos da FGV ProDomingos, presidente do Sebrae. O Simples já gerou R$ 555 bilhões para os cofres pú- jetos, além de uma entrevista blicos (valores corrigidos pelo IPCA). A arrecadação anu- com o presidente do Sebrae, al passou de R$ 15 bilhões, em 2007, para R$ 77 bilhões o periódico será disponibiliem 2015, um aumento de mais de 400% no recolhimento zado para download no site de impostos em oito anos. da FGV Projetos.
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017 2017
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Depressão não é frescura Em Mentes depressivas, a dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra e escritora, disseca a depressão de forma inovadora ao abordar a doença do século por meio de suas três dimensões: física, mental e espiritual.
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CAPA
100 IDEIAS
I D E I A S
PARA MONTAR O SEU NEGÓCIO EM 2017 Thomaz Gomes
40
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
WW W . REVISTAPEGN . CO M . BR
C
erca de 1,5 milhão de empresas foram criadas entre janeiro e setembro* do ano passado, segundo a Serasa Experian — um recorde histórico para o período. O número mostra que, mesmo em tempos de incerteza na economia, o empreendedorismo segue como uma das principais forças motoras do país.Seja por necessidade, seja por oportunidade, são muitos os empreendedores que se dispõem a lançar novos negócios, aproveitando as lacunas abertas pela crise. A retração da economia abriu espaços em segmentos afetados pelo fechamento de empresas, como indústria e comércio, ou que ainda necessitam de investimentos para se consolidar, comoo setor logístico e o mercado digital. Nesta edição especial, PequenasEmpresas & Grandes Negócios apresenta um guia completo para mapear oportunidades, tanto em setores consagrados quanto em nichos emergentes. Do tradicional mercado de alimentação às tecnologias de inteligência artificial, a reportagem reúne histórias e estratégias de 50 empreendedores quecriaram modelos de negócios bem-sucedidos, com investimentos entre R$ 4.500 e R$ 3,5 milhões. A reportagem também consultou especialistas, aceleradoras, bureaus de tendências e institutos de pesquisa para compor um mapa das 50 tendências queestão moldando os hábitos de consumidores em diversas partes do mundo — e mostra quais são as empresas que converteram esses movimentos em novos produtos. Um material indispensável para quem sonha em empreender no ano que começa.
MAPA DE OPORTUNIDADES Confira os modelos de negócio que apresentam alto potencial de crescimento em setores da economia tradicional e em novos nichos de consumo, e descubra qual deles se encaixa no seu orçamento inicial
* Último dado disponível; o próximo relatório será divulgado neste mês
ALIMENTAÇÃO Por valores entre R$ 180.000 e R$ 2,1milhões, é possível abrir negócios como sorveterias artesanais e importadoras de vinhos Pág.42
COMÉRCIO ELETRÔNICO Com R$ 120.000 o empreendedorpode fundaruma empresa em umadas áreas mais popularesdo mercado digital Pág.45
COMUNICAÇÃO E MARKETING Dosguias de serviços aossistemas de BigData, saiba como apostar no setor cominvestimentosa partirde R$ 56.000 Pág.48
ECONEGÓCIO Como ajudaro planeta — e fazerbons negócios — com projetos de R$ 200.000 a R$ 1,7 milhão Pág.50
ECONOMIA COLABORATIVA Oportunidades de R$ 280.000 a R$ 1,3milhão parastartups que conectem profissionais e consumidores Pág.52
ECONOMIA CRIATIVA Cadavez maisprofissionalizados,nichos comoarte,música e design apresentam modelos de negócioa partir de R$55.000 Pág.54
EDUCAÇÃO Plataformasde ensino a distânciae escolas de programação podem sercriadascom recursosde R$ 40.000 e R$ 210.000 Pág.56
GESTÃO E FINANÇAS Soluçõesque ajudam empresasa organizarem equipes e fluxo de caixa.É possível começar com R$90.000 Pág.58
MOBILE Ideiasde negócio para os segmentosde aplicativos e acessórios. Investimentosde R$ 150.000 a R$ 275.000 Pág.60
MODA E BELEZA Roupas e serviçosde estética continuamem alta no país.Veja como entrar no setor comapenas R$ 4.500 Pág.62
NEGÓCIOS SOCIAIS Com investimentomínimo de R$ 80.000, conheça ideias de negócio quefazem do mundo um lugar melhor Pág.64
PET Por valoresentre R$ 12.500 e R$1milhão, explore projetos como cervejarias paracães e marketplaces de serviços Pág.66
SAÚDE E BEM-ESTAR Tecnologias quemelhoram a gestão de hospitaise a qualidadede vida de consumidores. A partirde R$ 60.000 Pág.68
TURISMO E DIVERSÃO Quando o hobby vira negócio. As ideias incluem agências de viagem e casas de surfe. De R$ 40.000 a R$ 360.000 Pág.70
JANEIRO, 2017
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 4 1
ALEGRIA DO PAULISTANO
ThomasZander e Fernanda Bastos, da Frida& Mina: a vendade sorvetes com ingredientes locaisrendeu R$1,8 milhãoem 2016
tal paulista. A pequena casa queabriga a Frida & Mina está localizada em uma movimentada esquina do bairro de PiFRIDA & MINA nheiros, zona oeste da cidade, em meio a dezenas de hamburguerias, bistrôs e restaurantes voltados para o público SORVETERIA ARTESANAL jovem. “Não havia muitos concorrentes no nosso raio de Lançada em 2013 pelo casal Thomas Zander, 37 anos, e Fer- atuação. As pessoas que frequentam a região terminaram nandaBastos, 38, a Frida & Mina tornou-se uma das sorve- abraçando a nossa proposta naturalmente”, diz Zander. terias mais procuradas da capital paulista. A popularidade Em 2016, as vendas de sorvetes renderam aos fundadores pode ser constatada nas longas filas que se formam ao re- um faturamento de R$ 1,8 milhão. dor do local durante finais de semana ensolarados. O motivo do alvoroço são os sabores inusitados criados e proESTIMATIVA PARAO 1º ANO duzidos pelos proprietários, como tangerina com chocola- ESTRUTURA: R$ 400.000 (cozinha de 25 m 2, máquina te, morango com vinagre balsâmico e açúcar mascavo com de sorvete, pasteurizadora, torres de resfriamento, noz pecan. “Trabalhamos apenas com ingredientes locais e mixer de mão,freezers, geladeiras, máquinas receitas próprias. Esse apelo artesanal termina sendo um de casquinha e vitrine para sorvetes) CAPITALDEGIRO: R$ 60.000 diferencial para o público”, afirma Zander. FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 140.000 Segundo o empreendedor, a escolha do ponto foi outro FUNCIONÁRIOS: 6 (2 na produção de sorvetes e 4 atendentes) fator essencial para entrar no mapa gastronômico da capi- PRAZODERETORNO:de18 a 24meses R$ 460.000
FOTO: FABIANOACCORSI/Editora Globo
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 4 3
CAPA
100 IDEIAS
R$ 550.000 PRONTO LIGHT
SETOR EM BANHO-MARIA
MARMITAS SAUDÁVEIS
Rentabilidade média dosbares e restaurantes do país(em %)
Preocupados com a aparência e o bem-estar, os consumidores estão mais atentos a opções de alimentação saudável. De olho nessa tendência, Pedro Pandolpho, 36 anos, e Eduardo Dimand, 34, criaram a Pronto Light, serviço de assinatura de marmitas naturais. Produzidos com ingredientes de baixo teor calórico, como carnesmagras, vegetais e quinoa, os kits daempresa paulistanapodem seradquiridos separadamente ou dentro de programas de reeducaçãoalimentar. “O Eduardo malhava bastante e começou a fazer as receitas na casa dele. Percebemos que existia umaoportunidade quando outras pessoas começaram a perguntar onde ele comprava as refeições”, diz Pandolpho. Fundadacomoumserviçodedeliveryparafrequentadores de academiaspaulistanas,a ProntoLightampliouasuaáreadeatuaçãoem2009, após o lançamento da primeira plataforma de e-commerce. Ao apostar na assinatura de kits para consumo doméstico, a empresa também passou a operar no Rio de Janeiro, em Curitiba, Brasília,BeloHorizonteenointeriordeSãoPaulo. Os valores dos planos variam entre R$ 140 e R$1,7mil,deacordocomositensdocardápioe a duração do programa de alimentação. A base atualé de 40 mil clientes e o faturamento anual está na casa dos R$ 12milhões. “Lançamos cardápios infantis e opções de entrega noturna no ano passado”, diz Pandolpho. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 500.000(cozinha com fogão, ultracongelador, câmara fria e freezers) CAPITALDEGIRO: R$ 50.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 15 (5 na cozinha,3 na montagem, 2 na expedição e 5 na área administrativa) PRAZODERETORNO:24 meses
Mais de 10% 17
5% a 0% 15
33
35
5% a10%
0% a 5%
FONTE:Abrasel (Associação Brasil eirade Barese Restaurantes)
R$ 2,1 MILHÕES PREMIUM DRINKS
IMPORTADORA DE VINHOS ROSÉ Após voltar de uma série de viagens pelo balneário de Saint-Tropez, no sul da França, o empresário carioca Ruy Belchior, 31 anos, identificou um segmento pouco explorado pelas grandes importadoras de vinhos: os rótulos rosé. “Percebi que a bebida era extremamente popular entre os turistas que frequentavam a região. Aí comecei a me perguntar por que esse hábito não era replicado nas praias brasileiras”, afirma Belchior. Para tornar a bebida mais conhecida entre os consumidores nacionais, o empreendedor fundou a Premium Drinks no final de 2010. Especializada em vinícolas europeias, a importadora trabalha com apenas 12 produtores do sul da França e da Espan ha. O carro-chefe é o vinho Minuty, rosé francês que contabilizou mais de 80 mil garrafas vendidas em 2016. Segundo Belchior, o portfólio restrito tem como objetivo manter a qualidade das opções oferecidas para o mercado de bares e restaurantes, que são atualmente o centro da estratégia comercial da Premium Drinks. “Trata-se de um mercado que apresenta taxas de retorno mais atrati vas para operações de pequeno porte. Por isso, é muito importante estar bem posicionado nesses estabelecimentos”, afirma o empreendedor, que atingiu a marca de R$ 6 milhões de vendas no ano passado. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 100.000 (escritório com espaço para degustação e 2 carros de entrega)* CAPITALDEGIRO:R$ 2.000.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 75.000 FUNCIONÁRIOS: 11 (1 marketing, 1 financeiro, 1 gerente, 4 comerciais, 2 estoquistas e 2 motoristas) PRAZODERETORNO:24 meses *valoresparanegócio scom armazéme logís tica terceirizados
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CAPA
100 IDEIAS
DENTRO DA CAIXA
Thiago Speranzini e Julia Sanches,da FoundIt!, apostam em parcerias com grandes marcas para conquistar consumidores
R$ 170.000
FOUND IT!
E-COMMERCE DE PRESENTES COM CURADORIA O Found It! é um e-commerce que oferece kits de presentes para diversos públicos e ocasiões. As ofertas do site incluem sugestões para agradar a cônjuges, colegas de trabalho e pais de primeira viagem. Para se destacar em segmentos dominados por grandes varejistas (como moda, beleza e alimentação), a startup paulistana estabeleceu parcerias com marcas consagradas entre os consumidores nacionais — a lista de fornecedores reúne nomes como Victorinox, Johnnie Walker e Granado. “A curadoria dos produtos é o nosso diferencial. Trabalhar com nomes estabelecidos no mercado foi essencial para ganhar credibilidade e reforçar a proposta de qualidade do serviço”, afirma o economista Thiago Speranzini, 29 anos, que fundoua empresaem 2009, ao lado de sua mulher, a administradora Julia Sanches, 30. 46
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A eficiência logística foi outro fator determinante para fidelizar os consumidores do site. Os clientes de São Paulo, por exemplo, têm a opção de receber os pedidos em até quatro horas. Para manter a estrutura enxuta, Speranzini desenvolveu um sistema híbrido de estoque. Apenas os produtos não perecíveis e com alto potencial de giro são armazenados na empresa. O restante é encomendado aos parceiros conforme a demanda. “Fazemos questão de finalizar a produção dos kits internamente. Erros de pedidos são muito mais graves no segmento de presentes”, diz Speranzini. Voltados aos consumidores finais e ao público corporativo, os kits de presentes resultaram em um faturamento estimado de mais de R$ 3 milhões em 2016. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório com espaço para montagem dos kits) CAPITALDEGIRO: R$ 150.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 17.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 marketing, 1 produção e 1 logística) PRAZODERETORNO: 30 meses
FOTO: FABIANO ACCORSI/EditoraGlobo
CAMPEÕESDE VENDA As categorias mais populares do e-commercenacional (volumede pedidos – em%)
14 13 11 10 9
Modae acessórios Eletrodomésticos Telefonia Cosméticos
51
R$
BILHÕES
foi o faturamento aproximado do varejo eletrônico brasileiro no anopassado
Casae Decoração
FONTE:EBIT
R$ 180.000
R$ 550.000
BRASIL COWBOY
XTECH
LOJA DE MODA COUNTRY
PLATAFORMA PARA LOJAS VIRTUAIS
Noanopassado,a BrasilCowboyfaturoumais de R$ 6 milhões com a venda de acessórios como botas de couro, chapéus de vaqueiro e fivelas de rodeio. O e-commerce de moda country surgiu em 2009, quando o empresário Oscar Tenuta, 38 anos, decidiu inves-
Em apenas três anos de operação, a Xtech já deu
parte do varejoeletrônico nacional.“Eu comprava e vendia diversos tipos de produtos no MercadoLivre. As margens eram muito baixas, então procurei me especializar em um
oferecidas pela plataforma. “Sistemas básicos para a criação de lojas não resolvem todos os proble-
tir em um nicho até então ignorado por boa
segmento queainda nãoestivessesendo ex-
plorado por grandes lojistas”, afirma Tenuta. Sediada em CampoGrande(MS), a empresa tem como público-alvo jovens fãs de mú-
sica sertaneja do interior do Paraná e de São Paulo. Para divulgar os produtos entreesses consumidores, Tenuta desenvolveu uma es-
origem a mais de 25 mil sites de comércio eletrônico.Composta pornegócios de diversos segmentos,
a base de clientes é formada por empresas de pequeno e médio portes. Segundo o fundador Alfredo Soares, 29 anos, a adesão desses lojistas é justificada pelas ferramentas de gestão e marketing masdosvarejistas iniciantes. Nãobasta colocar o site no ar — esse público precisa de ferramentas que o ajude a levantar bases de clientes e aumentar a conversão de vendas”, diz Soares. Entre as funcionalidades adicionais oferecidas pela Xtech, estão sistemas de gestão de clientes (CRM),ferramentasde e-mail marketing,gateways
de pagamento e soluções para canais mobile e redes sociais. “Nossa tecnologia é focada na perfor-
tratégia de marketing com base em publicaçõesno Instagram,ações de posicionamento em sitesde buscae anúncios em redessociais — o gasto mensal com campanhas online é de aproximadamente R$ 60 mil. “Muitos dos clientesdosegmentoaindasãoavessosacom-
mance de vendas. A ideia é oferecer uma solução que automatizetodos os processos em apenas um
de engajamentopara alcançar bons índices de
riamentreR$59eR$799.Noanopassado,ofaturamento do negócio foi de R$ 5 milhões.
prar na internet. É preciso investir em ações conversão de vendas”, diz o empreendedor. ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 30.000 (escritório, impressoras e galpão comercial) CAPITALDEGIRO: R$ 150.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 150.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 financeiro, 1 marketing, 1 gerente de produtose 1 estoquista) PRAZODERETORNO: de36a 60meses
canal”, afirma Soares. Diferentemente do modelo
adotadopor outrasempresas queatuam nesse seg-
mento, a Xtechnão cobra comissões pelas vendas transacionadas na plataforma — o modelo de negócio é baseado em planos de assinatura que va-
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 50.000 (escritório e servidores na nuvem) CAPITALDEGIRO: R$ 500.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 9 (2 comercial, 1 marketing, 1 gestor de produtos,2 suporte, 1 administrativo, 2 desenvolvedores) PRAZODERETORNO: 36 meses
JANEIRO, 2017
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 4 7
R$ 1,7 MILHÃO
O foco atual da Wier está na venda de equipamentos de plasma frio para indústrias dos setores têxtil e energético. WIER As máquinas custam a partir de R$ 250 mil. A startup também possui uma linha de equipamentos voltada para a puTECNOLOGIAS DE PLASMA FRIO rificação do ar de ambientes fechados, como hotéis, escolas Nascido em Nova Trento, uma das principais cidades do e hospitais. Nesse caso, os preços variam entre R$ 1.790 e polo têxtil catarinense, o químico Bruno Mena Cadorin, R$ 3.990. Em 2016, quando completou dois anos de opera29 anos, cresceu incomodado com os constantes despejos ção comercial, a empresa faturou mais de R$ 1 milhão. “O de poluentes nos rios da região. Para combater esse pro- aumento de conscientização faz com que mais empresas blema, ele criou a Wier, startup especializada em soluções passem a procurar soluções para lidar com a poluição”, diz. de tratamento de resíduos industriais líquidos. As tecnologias desenvolvidas pela empresa são baseadas no uso de ESTIMATIVA PARAO 1º ANO descargas de gás ionizadas (chamadas de plasma frio) pa- ESTRUTURA: R$ 700.000(espaço de 70 m² equipado ra quebrar moléculas químicas, incluindo a eliminação de com laboratório de química, mecânica e eletrônica) bactérias, fungos e microrganismos nocivos ao meio am- CAPITALDEGIRO: R$ 1.000.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 100.000 biente. “A técnica permite a limpeza de águas de maneira FUNCIONÁRIOS: 6 (1 químico, 1 engenheiro mecatrônico, completamente sustentável. O processo não usa produtos 1 engenheiro mecânico, 2 técnicos e 1 administrativo) artificiais nem gera resíduos secundários”, afirma Cadorin. PRAZODERETORNO:48 meses ILUSTRAÇÃO: GUILHERMEHENRIQUE
JANEIRO, 2017
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 5 1
TUDONOSSO A relaçãodos brasileiros commodelos de negócios colaborativos
TEMPO DE COMPARTILHAR Os segmentos mais populares entre os consumidores nacionais (em %)
73 Empréstimo de bensde consumo Transportes
20
% DOS BRASILEIROS estão familiarizados com princípios e serviços da economia colaborativa
15 13
Contratação de serviços
12
Hospedagem
8
FONTE: MARKETANALYSIS
R$ 310.000
R$ 1,3 MILHÃO
WORKANA
EASY CARROS
COMUNIDADE DE FREELANCERS
CENTRO DE SERVIÇOS AUTOMOTIVOS
Assim como muitas empresas da economia colaborativa, a Workana tem como missão conectar legiões de freelancers a ofertas de trabalho apresentadas por clientes em potencial. Fundada em 2012 pelo argent ino Tomás O’Farrel, 37 anos, a startup oferece um marketplace voltado para as áreas de design, comunicação e tecnologia. Com mais de 450 mil usuários cadastrados, o serviço está atualmente disponível no Brasil, no México e na Argentina. “O conceito de emprego está mudando, as pessoas estão dando mais valor a fatores como independência e horários flexíveis. Queremos criar um ambiente no qual esse novo perfil de profissional possa oferecer a sua força de trabalho de forma rápida e segura”, diz O’Farrel. Com base em um sistema de recomendações e avaliações feitas pelos próprios usuários, a plataforma da Workana acumula mais de 100 mil projetos e concorrências publicados até o momento. O cadastro para clientes e freelancers é gratuito — a receita vem de comissões de 15% sobre os contratos e dos planos de assinatura para ganhar visibilidade no site. No início do ano passado, a startup recebeu um aporte de R$ 8 milhões do Seek, grupo australiano de soluções de recrutamento, para ampliar a sua atuação pela América Latina. “Queremos aumentar o alcance das ofertas de clientes internacionais entre bases de profissionais locais”, afirma o empreendedor.
A falta de tempo para cuidar do carro foi o que incentivou o administrador Fernando Saddi, 27 anos, a criar uma comunidade online de serviços para o setor automotivo. Ex-CEO da Airu, marketplace de moda do grupo alemão Rocket Internet, o empreendedor decidiu aplicar a sua experiência com plataformas colaborativas para criar um negócio voltado para proprietários de veículos. No final de 2015, com o sócio Fernando Barcelini, 31, ele fundou a Easy Carros, startup que reúne 800 profissionais especializados em serviços como cristalização de vidros, lavagem de bancos e enceramento de latarias. “A experiência em outro marketplace me ajudou a formar a base inicial de usuários. Já conhecia os mecanismos necessários para estruturar o negócio”, diz Saddi. Para testar o potencial da ideia, Saddi e Barcelini passaram dois meses estudando o comportamento dos usuários em grupos fechados de WhatsApp — os clientes entravam em contato pelo aplicativo e os sócios enviavam um profissional para executar o serviço. Em troca, recebiam uma comissão de 15%. Ao atingir uma média de 50 pedidos mensais, a dupla lançou a primeira versão da plataforma oficial, incluindo funcionalidades como ferramentas de pagamento e sistemas de atendimento automatizados. Cerca de um ano após o seu lançamento, a startup já le vantou cerca de R$ 2,5 milhões entre investidores-anjo e fundos de capital de risco. Em 2016, com uma base espalhada por 32 cidades, a Easy Carros movimentou um total de R$ 7 milhões.
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 10.000 (escritório, computadores, softwares) CAPITALDEGIRO: R$ 300.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 100.000 FUNCIONÁRIOS: 10 (3 desenvolvedores, 2 designers, 1 gerentede comunidades, 1 atendimento, 1 administrativo e 2 na área de marketing e conteúdo) PRAZODERETORNO: 60 meses
ESTIMATIVA PARA O 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 300.000 (escritório, equipamentos e estrutura de tecnologia) CAPITALDEGIRO: R$ 1.000.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 200.000 FUNCIONÁRIOS: 4 (1 executivo de marketing e vendas, 1 executivo de tecnologia,1 executivo de operações e 1 especialista em experiência do usuário) PRAZODERETORNO: 24a 36meses
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 5 3
NEGÓCIO AFINADO
A BananasMusic, de Rafael Achutti, criaplaylists para marcas como Philips,Chevrolet e MaryKay
R$ 480.000
MR. PLOT
ESTÚDIO DE ANIMAÇÕES INFANTIS O sucesso de séries como “Galinha Pintadinha” e “Show da Luna” abriu caminho para que dezenas de estúdios independentes emplacassem projetos de animação para o públicoinfantil. A pernambucana Mr. Plot é umadas empresas que vêm explorando oportunidades nessenovo segmento. Inicialmente concebida como uma produtora de conteúdo para dispositivos móveis, a startup ganhoufama pela série musical “Mundo Bita”, na qual um simpático personagem de bigode laranja ensina crianças sobre higiene, boas maneiras e meio ambiente. “Os desenhos foram criados como vinhetas de games e e-books interativos. Lançamos os vídeos no YouTube como parte de uma ação promocional para divulgar os apps”, diz o sócio-fundador João Henrique SouFOTO: RICARDOJAEGER/EditoraGlobo
za, 38 anos. Impulsionada pela veiculação em plataformas de streaming de vídeos e em canais de televisão por assinatura, a popularidade dos vídeos levou a uma estratégia de monetização centrada na figura de Bita. Nos últimos dois anos, período em que começou a ganhar projeção nacional, a série deu origem a frentes comerciais que envolvem produtos licenciados, eventos de entretenimento,cenários de shoppings e vendas de DVDs em livrarias. Após faturar R$ 1,2 milhão em 2016, a startup tem como próximo desafio levar a série a outros países da América Latina. ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 80.000 (computadores, mesas digitalizadoras e softwares de ediçãode arte, músicae animação) CAPITALDEGIRO: R$ 400.000 FATURAMENTOMÉDIOMENSAL: nãohá (faturamentoa partirdo segundo ano) FUNCIONÁRIOS: 7 (2 ilustradores,2 animadores, 1 roteirista, 1 diretor de criação e 1 produtor) PRAZODERETORNO: 60 meses
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 5 5
UMANOVA FORMA DELER O MUNDO
Rodrigo Santos, da Happy Code:cursos de programação para crianças e adolescentes geram R$11 milhões aoano
R$ 210.000
HAPPY CODE
ESCOLA DE CURSOS DE PROGRAMAÇÃO Inspirada em um modelo popular nos Estados Unidos, a Happy Code oferece cursos de programação para crianças e adolescentes. A rede de franquias paulista tem como base a metodologia STEAM, linha de ensino que aplica conceitos de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática para resolver problemas do dia a dia. As aulas são direcionadas para alunos de 5 a 17 anos. Eles podem escolher entre módulos que incluem desde princípios de construção de drones, passando pela criação de aplicati vos até técnicas de desenvolvimento de games. “Existia uma demanda reprimida por esse tipo de curso no Brasil. Registramos 120 matrículas em menos de dois meses de operação”, afirma o fundador Rodrigo Santos, 33 anos. Dois anos após o lançamento da escola piloto, em Campinas (SP), a Happy Code contabiliza 21 franquias em ati vidade. Distribuídas entre os estados de São Paulo, Rio de FOTO: ALEXANDREBATTIBUGLI/EditoraGlobo
Janeiro, Ceará, Minas Gerais e Bahia, as unidades fecharam 2016 com 2,5 mil alunos matriculados e um faturamento acumulado de R$ 11 milhões. O plano de expansão prevê a abertura de pelo menos mais 20 unidades e o início de um projeto de internacionalização. “A valorização da educação infantil tem levado pais de diversos países a investirem em novos formatos de aprendizado para seus filhos. Já recebemos contatos de parceiros interessados em levar o modelo para países como Alemanha, Portugal, Chile e Argentina”, afirma Santos. ESTIMATIVA PARA OS FRANQUEADOS
INVESTIMENTOEMESTRUTURA: R$ 130.000 TAXADEFRANQUIA: R$ 30.000 CAPITALDEGIRO: R$ 50.000 TAXADEROYALTIES: 2% TAXADEPUBLICIDADE: 2% FATURAMENTOMÉDIOMENSAL: R$ 45.000 LUCROMÉDIOMENSAL: R$ 13.500 PRAZODERETORNO: 18 meses FUNCIONÁRIOS: 4 por unidade ÁREADAUNIDADE: 120 m2 PRAZODECONTRATO: 60 meses
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 5 7
R$ 220.000
SANTO DIGITAL CONSULTORIA DE TI
incluem comercialização dos programas, treinamento dos funcionários, suporte técnico e integração a outros sistemas de gestão. O valor dos contratos varia de acordo com
o número de licenças de software e com a complexidade da implantação do sistema. A maior demanda vem das
A ampliação da oferta de serviços na nuvem abriu oportu-
nidades para consultorias de TI especializadas em sistemas de gestão. É o caso da Santo Digital, empresa paulistana que faturou R$ 12 milhões em 2016 com projetos de integração tecnológica para empresas de médio porte. A
base da operação é o Google Apps, conjunto de ferramentas do Google que integra diversos processos corporati vos (como compartilhamento de arquivos e provedores
de e-mail) em apenas uma plataforma digital. “A maioria das empresas ainda trabalha com tecnologias da década de 1990. O objetivo é ajudar esses negócios a cortarem custos e aumentarem a eficiência, usando as ferramentas
do Google”, afirma o fundador Cláudio Santos, 45 anos.
Seis anos após a sua fundação, a Santo Digital reúne
uma base ativa de 1,3 mil clientes. Os serviços oferecidos ILUSTRAÇÃO: GUILHERMEHENRIQUE
áreas de varejo, saúde e Direito. “Soluções na nuvem são mais atraentes para empresas que precisam compartilhar
grandes volumes de dados com segurança e velocidade”, diz Santos. No ano passado, o empreendimento recebeu o selo Google Global Rising Star, certificação de excelên-
cia concedida pelo Google, tornando-se o principal reven-
dedor dos produtos da companhia no país. ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 20.000 (escritório e notebooks) CAPITALDEGIRO: R$ 200.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 3 (1 no departamento comercial,
1 naárea deoperaçõese 1 emTI) PRAZODERETORNO: 48 meses
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 5 9
DIVERSÕES ELETRÔNICAS LeandroTomasi, da iDream: ambiente lúdico e acessórios originais para tablets e smartphones
FOTO: MARCELO CORREA/EditoraGlobo
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 6 1
CORTE, CHOPE E FEIJOADA Fábio Ferreira, da Bravus (de camiseta rosa): barbearia,bar e restaurante no mesmoespaço
R$ 310.000
BRAVUS BARBEARIA GOURMET Enquanto fazem a barba ou cortam o cabelo, os clientes da Bravus podem degustar chopes artesanais e charutos importados. Inaugurada em 2015 na zona leste paulistana, a barbearia foi criada para ser um “clube de cavalheiros”, nome dado aos espaços de lazer e confraternização voltados ao público masculino. “Conheci o modelo durante uma viagem aos Estados Unidos com a minha família. Como não havia nada parecido na zona leste, decidi abrir um negócio desse tipo na minha vizinhança”, afirma o fundador Fábio Ferreira, 38 anos. Com o tempo, o empreendedor percebeu que muitos clientes chegavam à barbearia acompanhados pela família. “Eles viram que era possível fazer a barba, tomar um chope e comer uma feijoada no mesmo local. Então, por que
CORTE, COSTURA E BATOM Os números damodae beleza
R$
133
BILHÕES
foi quanto faturou a indústriatêxtil brasileira em 2015
6,7
BILHÕES
peçasforam produzidas durante o período
R$
não trazer também a mulher e os filhos?” Para aumentar o tempo de permanência no estabelecimento e aumentar os índices de fidelização, Ferreira passou a oferecer cortes de cabelo infantis e servir almoços para as famílias. A estratégia fez com que a Bravus atingisse uma média de recorrênciade 60%. O trabalho de divulgação para os moradores da redondeza — que correspondem a 80% dos frequentadores — também ajudou a impulsionar o negócio. No ano passado, a barbearia registrou um fluxo de 1,5 mil clientes por mês e faturamento anual de R$ 1,4 milhão. ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 240.000 (barbearia equipada com cozinha industrial, geladeiras verticais, computadores,sistemas de gestão, televisões, cadeiras hidráulicas, chopeiras e acessórios de estética) CAPITALDEGIRO: R$ 70.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 80.000 FUNCIONÁRIOS: 8 (5 barbeiros, 1 recepcionista, 1 faxineiro e 1 atendente de bar) PRAZODERETORNO: 25 meses
42,6
BILHÕES
Entre os negócios do setor:
é o faturamentoanual do segmentode higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
46
são
MIL microempresas são
482 microempreendedores MIL individuais
FONTE:ABIHPEC– Panoramado setor deHPPC2016
FOTO: FABIANOACCORSI/EditoraGlobo
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 6 3
FESTA CANINA
Lucas Marques, da DogBeer: bebida para cachorros tem extratos de carne e fórmula patenteada no Brasil
R$1 MILHÃO PET ANJO
SITE DE SERVIÇOS CERTIFICADOS Na plataforma da Pet Anjo, é possível encontrar serviços de estética, passeio e hospedagem para diversos tipos de animais de estimação. Mas o site é mais do que um simples marketplace. “Não queria apenas intermediar os pagamentos. A nossa proposta é oferecer ao usuário um ser viço de qualidade, com profissionais certificados”, diz a fundadora Carolina Rocha, 28 anos. Para se cadastrar no site, os profissionais passam por um processo seletivo que inclui a checagem de antecedentes e participação em programas de certificação. Lançada em 2014, a startup paulista contabiliza uma base de mil parceiros — e mais de 13 mil serviços — até o momento. FOTO: FABIANOACCORSI/Editora Globo
Seguindo o modeloadotado pela maioria dos marketplaces, a Pet Anjo cobra comissões sobre os contratos fechados pela plataforma. O valor é de 25% — a fundadora não revela o faturamento atual. Depois de receber um aporte de R$ 1 milhãode investidores-anjo, a empresa incorporou a concorrente Pet Hub em setembro do ano passado. Com a aquisição, expandiu a operação para mais de 40 cidades brasileiras. “Já temos uma boa presença nas principais capitais. Agora queremos ganhar capilaridade em municípios de pequeno porte”, afirma a empreendedora. ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 300.000 (escritório e plataforma de tecnologia) CAPITALDEGIRO: R$ 700.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 30.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (1de TI, 1 no departamentofinanceiro,1 no atendimento, 1 na área de marketing e 1 no suporte) PRAZODERETORNO: 48 meses
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 6 7
RAIOX Aevoluçãodo mercado nacional desaúde CRESCIMENTO CONSTANTE Faturamento do setor (emR$ bilhões) 2011
310 2012
350 2013
425 2014
450 FONTE:KPMG – RELATÓRIO DESAÚDENO BRASIL
NAREDE PÚBLICA A maioriada populaçãonão tem acessoa planosde saúde(em%)
72,1
Nãopossuem
27,9
Possuem
ALIMENTAÇÃO MONITORADA Gustavo Silva, da Nutrisoft: aplicativo para popularizar tratamentos nutricionais
R$ 1,4 MILHÃO
NUTRISOFT APLICATIVO PARA NUTRICIONISTAS Depois da primeira consulta com o nutricionista, muitos pacientes acabam abandonando o tratamento no meio do caminho, por falta de acompanhamento e de incentivo. Para tentar solucionar o problema, a Nutrisoft criou em 2013 um aplicativo que reúne conteúdos sobre hábitos saudá veis, tipos de dietas e painéis interativos de controle de calorias. “Nossa missão é popularizar a adesão de programas nutricionais entre os consumidores brasileiros”, diz o CEO Gustavo Silva, 23 anos. Com o app, o paciente pode acompanhar a evolução do tratamento em tempo real, mesmo que não consiga voltar tão cedo ao consultório. A mensalidade premium para usuários finais custa R$ 12. Disponível para computadores e dispositivos móveis, a plataforma também oferece ferramentas para clínicas de FOTO: ALEXANDREBATTIBUGLI/EditoraGlobo
FONTES:IBGEE ANS(AGÊNCIA NACIONALDE SAÚDE)
nutrição. A versão para profissionais inclui sistemas de gestão, agendamento de consultas e captação de pacientes. Nesse caso, o valor da assinatura é de R$ 60 mensais. Com mais de1 milhão de downloads até o momento,a Nutrisoft registra média de 250 mil visitantes por mês. Depois de passar por um processo de aceleração da Artemisia, em 2016, a startup começou a estudar estratégias para aumentar sua presença entre usuários de baixa renda. “Boa parte dos nossos usuários vem da base da pirâmide. Queremos nos conectar com esse público”, diz Silva. ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 800.000 (escritório equipado com computadores de alta performance, servidores em nuvem e laboratóriode testes para smartphones) CAPITALDEGIRO: R$ 600.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 40.000 FUNCIONÁRIOS: 5 (3 desenvolvedores, 1 no departamento de marketing e 1 nutricionista) PRAZODERETORNO: 28 meses
JANEIRO, 2017
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 6 9
NA ONDA CERTA EduardoMarini, Marcelo Cabrero, Marcelo Mocatelli e Felipe Cabeza, do Estaleiro Shape Clube: aulas de produção de pranchas
R$ 360.000
pranchas. Os cursos são divididos em oito módulos e cus-
ESTALEIRO SHAPE CLUBE
tam de R$ 2.600 e R$ 3.500. Por assinaturas de R$ 90 mensais, é possível acessar os espaços fora do horário de aula e obter descontos nos produtos. O faturamento mensal é de até R$ 30 mil. Para reforçar o senso de comunidade entre os
ESPAÇO PARA SURFISTAS Instalado em uma casa no bairro da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, o Estaleiro Shape Clube permite que surfistas amadores produzam a própria prancha. A ideia tos surgiu a partir dos encontros que os amigos Marcelo
frequentadores, o Estaleiro também promove eventos em parceria commarcas e produtoras ligadas ao esporte. “Acasa virou um ponto de encontro para amantes do esporte. As pessoas vêmaqui para fazer um reparo naprancha e acabam se inscrevendo numa aula, tomando umacerveja e se conec-
Cabrero, 20 anos, Eduardo Marini, 36, e Felipe Cabeza, 34,
tando com outros frequentadores.”
de criar um espaço dedicado à confecção dos equipamenpromoviam no estúdio do shaper Marcello Mocatelli, 48. “O Marcello sempre foi muito aberto a ensinar técnicas e a emprestar seus equipamentos para os amigos”, diz Cabe-
za. “Enxergamos ali uma oportunidade. E se pudéssemos levar essa experiência para outros surfistas?” Cerca de um ano após o início da operação,o espaço abriga um bar, uma loja de acessórios e três salas de confecção, onde são realizadas aulas de produção e de acabamento de
DEMALAS PRONTAS As intenções deviagemdos consumidores
ESTIMATIVA PARAO 1º ANO
ESTRUTURA: R$ 240.000(espaço com loja,bar, home theater e três salas de shape equipadas) CAPITALDEGIRO: R$ 120.000 FATURAMENTOMÉDIO MENSAL: R$ 20.000 FUNCIONÁRIOS: 7 (1 administrativo, 1 shaper, 1 vendedor, 1 barman, 1 marketing, 1 produtor e 1 no setor de limpeza) PRAZODERETORNO:de36 meses a 48meses
24,3 % 80,3% dos brasileiros pretendem fazer pelomenosuma viagem nospróximosseis meses
FOTO: ALEXANDREBATTIBUGLI/EditoraGlobo
dos viajantes dizem que querem desbravar destinosnacionais
REGIÕES MAIS DESEJADAS
4
3,5
Sudeste
Sul
19,2
48
CentroOeste
Nordeste
25,3 Norte
JANEIRO, 2017
FONTE:Ministériodo Turismo
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 7 1
CAPA
100 IDEIAS
TENDÊNCIAS PARA FICAR DE OLHO Das novas escolas gastronômicas à busca pelo equilíbrio entre corpo e mente, conheça quais são os movimentos sociais, culturais e econômicos que estão moldando os hábitos dos consumidores brasileiros Thomaz Gomes
72
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
WW W . REVISTAPEGN . CO M . BR
William Mur
1
ALIMENTAÇÃO
FUNCIONAIS NA ACADEMIA
nadasartesanaisproduzidascom ingredientes orgânicos. O preço
dosalgadoéR$7,50.Atualmente, acasapaulistanavendeumamédia de 40 mil unidades mensais.
NA TEORIA
no país. O desdobramento dessa tendência é a busca poralimentos quemelhorem a performance na academia e possam ser consumidos no dia a dia. “Ain-
da existem poucas empresas especializadas no segmento”, diz
Fabio Mariano, professorde CiênciasdoConsumoAplicadasda ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). NA PRÁTICA
A curitibana Fit Cookies produz sobremesas com alto nível proteico e baixos índices calóricos. As linhas de doces são preparadas com Whey Protein (suple-
mento à base de soro de leite) e incluem brigadeiros, mousses e biscoitos. O faturamento mensal é de R$ 100 mil.
VEGANISMO DESCOMPLICADO NA TEORIA
A popularização dos suplementos alimentares deu origem a uma indústria que movimenta mais de R$ 2,6 bilhões por ano
4
A popularização da tendência
vegana abriu oportunidades pa-
3
MESA COLORIDA NA TEORIA
Segundoapesquisa“Tendências Globais de Alimentos e Bebidas”, da consultoria britânica Mintel,a cordosalimentoséumdosprincipaisfatoresdedecisãodecompranosetor.Acombinaçãoentre saboreestímulosvisuaiséespecialmente atraente para um novo
ra empreendedores que ofereçam linhas de alimentos produzidas sem insumos animais. Conveniência e praticidade estão entre os principais apelos para engajar esse público. NA PRÁTICA
O Armazém Veganinha é um “açougue” curitibano que ven-
deitenscomohambúrgueresdefumadosdesojaeespetinhosde
carne vegetal com maionese de
perfil de consumidor, que gosta tofu.Oobjetivoélevaraopúblico de compartilhar imagens de co- vegano o mesmo tipo de preparooferecidopelascasasdecarne mida nas redes sociais.
tradicionais.Inaugurado no ano passado,o estabelecimento aten-
NA PRÁTICA
Disponível na cor azul-turquesa, o Gik é um vinho produzido com uvas da região da Rioja e
de cerca de 50 clientes por dia.
pigmentosnaturais. No ano passado, o rótuloespanhol contabi-
lizou 70 mil garrafas vendidas. O preço sugerido é de 33 euros.
2
GOURMETIZAÇÃO DE MASSA NA TEORIA
Alternativas de alimentação mais sofisticadas estão em alta entre o público brasileiro. A recomendação é investir em pro-
dutosqueofereçamexperiências sensoriais a preçosacessíveis. É o que aponta a última edição do
relatório BrasilFood Trends,realizada pela Fiesp (Federação das IndústriasdoEstadodeSãoPaulo) e pelo Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos). NA PRÁTICA
Fundada pela chef Paola Carosella, o La Guapa oferece empa JANEIRO, 2017
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 7 3
CAPA
5
100 IDEIAS
COMÉRCIO ELETRÔNICO
didos online. Um ano após o seu lançamento, o sistema já processoumais de 100mil comentários.
MOBILE FIRST NA TEORIA
Nãobastadisponibilizarplataformas para celulares: os varejistas precisam pensar nos smartphones como seu principal canal de
EM ALTA NA CRISE
vimentos tendem a se intensifia procura por sites de comCEOdaconsultoriaEbit,especia- car: paração de preços e a busca por lizada em e-commerce. itens de decoração. “As pessoNA PRÁTICA as não querem gastar e acabam Para incentivar a compra em dis- passandomais tempo dentro de positivos móveis,a Netshoesofe- casa. Porisso, querem produtos rece acesso gratuito (sem con- que deixem os ambientes mais sumo de dados) aos clientes que acolhedores”, diz Pedro Guasti, usam o aplicativo da marca. Com CEO da consultoria Ebit.
o usuário”, afirma Pedro Guasti,
um aumento de 267% nos pedidos feitos via smartphones.Hoje,
NA PRÁTICA
Voltadapara arquitetos e consu-
osusuáriosdecelularesrepresen- midores finais, a Hometeka fatam 40%do tráfego da empresa.
tura cerca de R$ 1,2 milhão por ano com objetos de decoração criados por designers indepen-
dentes. O objetivoé popularizar acompradeacessóriosemóveis autorais.Noanopassado,astar-
6
tup mineira recebeu um apor-
LOJAS AUTOMATIZADAS
Viviéumaassistentevirtualque responde a dúvidas de assinantes da Vivo. No ano passado, o chatbot realizou uma média de 600 mil atendimentos por mês.
7
vendas. “Éprecisoiralémdas ver- NA TEORIA sõesbásicas.Oempreendedorde- Com a perspectiva do prolonga ve oferecer experiências especímentodacriseem2017,doismoficas de navegação para engajar
aestratégia,alojavirtualregistrou
NA PRÁTICA
tedeR$2,3milhõesdosfundos Performa e Polaris.
9
EXPERIÊNCIAS VIRTUAIS NA TEORIA
A evolução das plataformas que conectam mundos reais e digi-
taisfoitemadaúltimaediçãodo
relatório de tendências globais da TrendWatching, consultoria
britânica especializada em hábitosde consumo.Entre os pilares dessanovaindústria, estão aplicativos de realidade aumentada
edispositivosdeóculosvirtuais. NA PRÁTICA
No ano passado, Pikachus pipocaram nas telas de celulares do
mundo inteiro. Ao integraresses personagensàspaisagensdeparques e praças, o jogo Pokémon
GOregistroumaisde100milhões de downloads em apenas quatro meses—aestimativadevendas nas app stores no ano passado foi de US$ 3 bilhões.
NA TEORIA
A inteligência artificial chegou ao varejo. Os algoritmos utilizados nesse tipo de tecnologia estão
entre as principais ferramentas
8
COMUNICAÇÃO E MARKETING
de automatização das lojas vir-
tuais. Os recursos são especial- ROBÔS NO ATENDIMENTO mente úteis nas áreas de atendimento, análise de fraudes e captação de clientes. NA PRÁTICA
NA TEORIA
Dovarejoàsinstituiçõesfinanceiras,os chatbots setornarampartedarotinadeempresaseconsumidores. Segundo levantamento
AFeltSoéumastartupindianaque feito pela Tractica, consultoria usatecnologiasdeinteligênciaar- americana especializada em intificialparaconverterresenhasde teligência artificial, cerca de 390 produtosem estratégiasde negó- milhões de pessoas já interagem cios. A partir de opiniões de con- comrobôseassistentesvirtuais sumidores, a plataforma gera re- regularmente — a expectativa é latóriosdeexperiênciadecompra queonúmerocheguea1,8bilhão e de popularidade dos itens ven74
de usuários até 2021.
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
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10
PUBLICIDADE DE DADOS NA TEORIA
Tecnologias de segmentação de
públicoedeanálisededadossão
cada vez mais procuradas por
empresas que querem ganhar visibilidade em sites de busca e redes sociais. “Startups que oferecerem essasferramentasterão boas chances de atrair clientes”, diz Camila Costa, CEO da agência ID\TBWA. NA PRÁTICA
Em 2015, a agência Proximity London desenvolveu uma estratégia de mídia programática para ampliar o número de assinantes da revista The Economist . Baseado no uso de algoritmos de identificação de nichos de interesse (como política, economia e comportamento), o pro jeto resultou em mais de 64 mil novos assinantes.
11
CONEXÃO COLETIVA NA TEORIA
Antes restritas à elaboração de pesquisas de mercado, as ferramentas de crowdsourcing também passaram a ser usadas para fortalecerconexões entre consumidores. “O modeloé atraente para marcas que oferecem espaços de troca de informações entre as pessoas”, diz Luciana Stein, diretora para Américas do Sul e Central da Trendwatching. NA PRÁTICA
A marca de cosméticos americana CoverFX cria campanhas de hashtags que promovem a troca de dicas e tutoriais de beleza entre os fãs. O conteúdo gerado pelos usuários é anexado a listas de produtos no site da empresa.
12 ECONEGÓCIO
PRODUTOS CERTIFICADOS
sólidos— comoplásticos, madeiras e metais —, a empresa reduz despesas com descartes e oferece matéria-prima de baixo custo paranovos processos industriais.
NA TEORIA
O aumentodaconscientizaçãosobre temas ambientais pressiona as corporaçõesa adotarem políticas sustentáveis. Segundo Mônica Gregori, sócia da Cause, agênciaespecializadaemcausasdeimpacto, o cenário é favorável para startups ligadas à certificação de produtos. “Rastrear a procedênciade serviços e insumos tornouse uma maneira de agregar valor ao negócio”, diz Mônica. NA PRÁTICA
Presenteem41países,oSistemaB é uma iniciativa que reconhece empresasengajadasemaçõessocioambientais.Para recebero selo decertificação,osfundadoresprecisam criar contratossociaiscom cláusulasligadas à geração de benefícios para a natureza. Mais de 60 empresas brasileiras já aderiram ao movimento — entre elas, a Natura, uma das maiores fabricantes de cosméticos do país.
14
MORADIA VERDE NA TEORIA
Jardins verticais e hortas domésticas tornaram-se mais frequentesnas cidades. A criação desses espaços verdes tende a ganhar ainda mais força com a concentração da população em edifícios — e o desejo desses moradores em melhorar a qualidade de vida. NA PRÁTICA
AUrbanGreenParistemumtime de paisagistas que projetam floreirasfeitassobmedidaparacada ambiente. Os serviçosda startup francesa incluem a manutenção dos jardins domésticos durante todas as estações do ano.
15 13
SOLUÇÕES HÍDRICAS
EFICIÊNCIA SUSTENTÁVEL NA TEORIA
Elaborado pelo Instituo Akatu, o relatório “Consumo Consciente para o Futuro” aponta a racionalização de custos e o aumento de eficiência como duas tendências de sustentabilidade. No mundo dos negócios, o movimento se traduz no crescimento de setores ligados à energia limpa. NA PRÁTICA
AB2Blueéumastartuppaulistana que fatura mais de R$ 2 milhões poranocomacompraevendade resíduos industriais. Ao oferecer umcanaldevendaspararesíduos JANEIRO, 2017
NA TEORIA
Apesardascrisesdefaltadeágua que assolam diversas cidades brasileiras, 37% do líquido tratado pelas companhias de saneamento ainda é desperdiçadoem vazamentos. A falta de reparos nas redes de distribuição e nas tubulações caseiras está entre as principais causas da escassez. NA PRÁTICA
A paulistana Yamatec desenvol veuum geofonequeidentificavazamentosdomésticos.O aparelho permite queo técnico identifique os pontos da tubulação que precisam de reparo. O faturamento anualestánacasadoR$1milhão. PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 7 5
CAPA
100 IDEIAS
ECONOMIA 16 COLABORATIVA
UBERIZAÇÃO DAS COISAS NA TEORIA
O prolongamento da crise econômica favorece o surgimento de plataformas colaborativas voltadaspara a redução de gastos. Segundo a pesquisa“Aberturapara a Colaboração e Oportunidades de Negócios”, realizadapela consultoria Ernst & Young (EY), o modelo — tradicionalmente fortenosetordeserviços—devese tornar mais frequente em segmentos como eletrodomésticos, vestuário e acessórios. NA PRÁTICA
Em vez de comprar malas caras para uma viagem — e depois guardá-las no armário durante meses —, que tal alugar o aces-
sório? Essa é a proposta da Rent a Bag. O serviço está disponível para moradores de São Paulo e rende um faturamento de aproximadamente R$ 15 mil por mês.
17
PROFISSIONAIS EM REDE NA TEORIA
recer umaestrutura virtualde salão de beleza para cabeleireiros, maquiadores e manicures independentes, a startup paulistana levantou uma base de mais de 300 profissionais cadastrados.
18
DEMOCRACIA COLABORATIVA NA TEORIA
As manifestações constantes no país criaram uma demanda por soluções que aproximem o cidadãocomum da vida política.Para Rodolfo Guttilla, sócio da agênciaCause,omomentoéoportuno para empreendedores que consigam amplificar a representatividade de grupos sociais. “As pessoas estão em busca de soluções que facilitem o exercício da democracia de maneira descentralizada e colaborativa”, diz. NA PRÁTICA
O Colab é um aplicativo que permite aos usuários relatarem problemas urbanos (como buracos em vias) em tempo real. As notificações podem ser acessadas por gestores públicos dentro de um painel atualizado em tempo real. A solução da startup pernambucana já foiadotada por 40 municípios brasileiros.
A transformação de profissionais autônomos em pequenos empreendedores é outra ten ECONOMIA 19 dência colaborativa apontada CRIATIVA pelo estudo da consultoria Ernst & Young (EY). Nesse caso, as oportunidades estão na pro- CREATIVE TECH fissionalização de cadeias de neNA TEORIA gócios marcadas pela informalidade, como os serviços de es- A integração entre mundos digitais e analógicos gera novos fortética e de limpeza doméstica. matosemáreascomodesignepuNA PRÁTICA blicidade.Atendênciaéqueouso Criado por Tallis Gomes, funda- de ferramentas tecnológicas em dor do Easy Taxi, o Singu é um processos criativosse torne mais aplicativoque reúne serviços de frequente, seja na criação de proprofissionais de estética. Ao ofe- dutos,seja emações publicitárias. 76
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NA PRÁTICA
Para educar crianças a respeito dos efeitos da exposição ao sol, a Nivea desenvolveu uma boneca sensível aos raios ultravioletas. A tecnologia fazia com que o brinquedo ficasse vermelho casonão fosse cobertocom protetor solar.
20
INTERVENÇÕES URBANAS NA TEORIA
Movimentos de ocupação de espaços públicos têm inspirado muitos artistas a transformarem cidades em museusa céuaberto. A tendência foirapidamenteassimilada por grandes marcas, que passaram a explorar as chances de engajamento criadas poressas manifestações culturais.
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21
ENVOLVIMENTO FAMILIAR
FEITO À MÃO
NA TEORIA
NA TEORIA
Cansados das propostas massificadas de grandes corporações, muitos consumidores — especialmente os millenials — estão preferindo produtos artesanais, autorais e únicos. A tendência é particularmente forte nos setores de moda e design.
Tecnologias e serviços que engajem famílias na vida escolar de crianças e adolescentes começam a despontar como modelos de negócios promissores. As plataformas de acompanhamento dos alunos estão entre as soluções mais exploradas pelas startups brasileiras.
NA PRÁTICA NA PRÁTICA A Louloux é uma empresa gaúcha especializada em coleções A startup paulista Educacross de sapatos artesanais, feitos usagames para avaliar o desemcom materiais reutilizados. As penho de estudantes do ensitiragens limitadas conferem ex- no fundamental. Os pontos fraclusividade aos produtos. O fa- cos e fortes são compartilhados turamento mensal é de aproxi- compais e professores, que podem usar as informações para madamente R$ 180 mil. melhorar o aprendizado.
NA PRÁTICA
No ano passado, a Home Refill, startup paulistana de compras de produtosdomésticos, contratouo artista plástico Eduardo Srur para instalar carrinhos de compras gigantes em avenidas movimentadas de São Paulo. A ação tinha como objetivo divulgar o conceito de supermercado virtual oferecido pela empresa.
22 EDUCAÇÃO
SMARTPHONE NA MOCHILA NA TEORIA
O uso dos smartphones na sala de aula ganhou força com a adoção de leis estaduais que regulamentam o uso dos aparelhos nas escolas. “Os dispositivos podem ser ótimas ferramentas de apoio”, diz Helena Velloso, coordenadora de parceiras e novos negócios da Fundação Lemann. NA PRÁTICA
Voltada para professores do ensino fundamental e também de universidades, a Eduapps transforma materiais didáticos tradicionais em conteúdos interati vos para smartphones. Em 2015, a startup paranaense conquistou o terceiro lugar da competição Reimagine Education, organizada pela Wharton School.
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DA FACULDADE EM DIANTE NA TEORIA
Cursos para vestibulares, concursos públicos e formação técnica são boas apostas para empreendedores iniciantes em 2017 — seja em aulas presenciais, seja em módulos de educação a distância. “Diferentemente das soluções para o público infantil, aqui quem decide pagar pelo serviço é o próprio usuário”, afirma Helena Velloso, da Fundação Lemann. NA PRÁTICA
A Eadbox é uma plataforma com ferramentas de criação e monetização de aulas virtuais. Em quatroanos de operação,a startup curitibana já abrigou mais de 23 mil cursos a distância.
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 7 7
CAPA
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100 IDEIAS
GESTÃO E FINANÇAS
brasileirasBetalabs,NiboeConta Azul estão entre as startups mais conhecidas do segmento.
FINANÇASSIMPLIFICADAS
LUXOACESSÍVEL
NA TEORIA
2016 foi o ano das fintechs.A conscientizaçãofinanceiradapopulação eapopularizaçãodosaplicativosde controle de despesas estão entre osmotivosquelevaramàascensão do segmento. “Startups financeirasoferecem soluções simples paraproblemascomplexos. Essassoluçõesvãodeencontroàtendência deusartecnologiacomoferramenta de facilitação do dia a dia”, afirma Alexandre de Saint-Léon, CEO da consultoria Ipsos Brasil. NA PRÁTICA
Apartirdomapeamentodedados bancários,o GuiaBolsotraçarelatórios de gastos e planos de gestãode despesas para os usuários. Lançado em 2014, o aplicativo de finanças pessoais já foi baixado mais de 3 milhões de vezes.
27
SEGURANÇADIGITAL NA TEORIA
SegundooGartnerGroup,consultoria americana de TI, os investimentosemsegurançadainformação somaram aproximadamente US$ 81 bilhões em 2016. Entre ossegmentosem ascensão, estão os serviços de proteção de dados hospedados na nuvem. NA PRÁTICA
Localizado no Cantão de Zug, na Suíça,oCriptoValleyvemsedestacando como um dos principais centrosmundiaisdesegurançada informação. Atualmente,a região abriga cerca de 15 startups especializadas em áreas como criptografiadedadoseregistrosdetransações financeiras.
26
TRANSPARÊNCIACORPORATIVA NA TEORIA
Os escândalos de corrupção que continuam a atordoar o país fizeram com que muitas corporações adotassem novaspolíticas de prestações decontas. Paramanter obrigações fiscais e burocráticas em dia, essas empresas começaramabuscarnovastecnologias.“A transparência passoua serum fatorcrucialpara engajarconsumidoresecolaboradoresemestratégiascorporativas”,diz Saint-Léon. NA PRÁTICA
APAIXONADOSPORFOTOGRAFIA
NA PRÁTICA
Noanopassado,oReidoiPhone, quiosquepaulistanode manutençãode celulares,ganhou fama na web ao receber centenas de depoimentos sobre a honestidade dos atendentes e o custo dos ser viços. Apoiada em uma base de 90 mil seguidores no Facebook, a empresa atende uma média de 150 clientes por dia.
30
NA TEORIA
Acessóriose aplicativos quefacilitam a captação e a edição de imagens continuamem alta entredonosde smartphones. “Existeuma forte procura por aparelhos com câmeras de alta resolução. Mais de40%dostelefonesvendidosno país têm capacidade de produzir fotoscommaisde13megapixels”, dizDiegoSilva,analistadaconsultoria IDC Brasil.
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NA TEORIA
A consolidação do mercado de smartphones fezcomque os brasileiros ficassem mais exigentes em relação aos aparelhos. O cenário é propício para negócios que ofereçam soluções de custo-benefíciopara o segmento premium (smartphones acima de R$ 2 mil). “Muitos consumidores já estãona compra de seuterceiro smartphone.Esseperfil de usuário acumulouconhecimento técnico e ficou mais criterioso”, afirma Silva da IDC Brasil.
28 MOBILE
Cada vez mais populares entre NA PRÁTICA empreendedores, os sistemas Eleito como melhor aplicativo de de gestão integrada reúnem fer- 2015 pelo Facebook, o Momentramentas que facilitam tarefas Cam transforma retratos digitais como gestão e fluxo de caixa, emdesenhose caricaturas.O app relacionamento com fornecedo- chinês já foi baixado por mais de res e pagamentos de tributos. As 300 milhões de pessoas. 78
29
INTERNETDASCOISAS NA TEORIA
Segundo o último relatório da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, existem cercade20milhõesdeobjetosconectados no Brasil— a expectati va é que cheguem a 200 milhões até 2025. Soluçõesde automação residencial e automotivas estão entre os setores em ascensão.
NA PRÁTICA
O Juno é um espelho inteligente que usa sensores de luz para definir a intensidade de iluminação para diferentes estilos de maquiagem. O sistema também permite o envio de selfies automáticas para redes sociais. Em fase de captaçãode recursos no Kickstarter,o aparelho deve chegaraomercadoamericanonoinício do segundo semestre.
está relacionada ao desejo de se vestirbem sem gastar muito tempo na frente do espelho. NA PRÁTICA
Voltado para o público masculino, o Suitsy reúne paletó, camiseta e calças em apenas uma peça — a aparência de um modelo tradicional é obtida por meio de mangas falsase zíperes internos. O preço final é de US$ 378. Por trás do projeto, está a Betabrands, plataforma californiana de moda colaborativa.
31 MOBILIDADE URBANA
33
NA TEORIA
Aplicativos que facilitam o deslocamento — de carro, de transporte público, a pé ou de bicicleta — surgiram em todas as grandes cidades. “Aconcentração da população em centros urbanos posicionou as soluções de mobilidade entre as principais demandas dos usuários de smartphones”, diz Fabio Mariano, da ESPM. NA PRÁTICA
Em uma dinâmica similar a do Waze, o Woole traz rotas personalizadas e mapas paraciclistas. Em fase de pré-lançamento, oappjácaptouR$40milnaBenfeitoria,site de crowdfundingpara projetos de impacto social.
tas da marca. No ano passado, a empresa californiana faturou US$ 600 milhões.
CONSUMO CONSCIENTE NA TEORIA
O reaproveitamento de tecidos e a reparação de peças antigas estão em alta entre fabricantes de roupas e amantes de moda. “Existe nesse segmentoumabusca por fazer mais com menos e por aproveitar recursos de maneira mais eficiente”, afirma Luciana, do Trendwatching.
34 BELEZA NATURAL NA TEORIA
Cosméticos produzidos com ingredientes naturais e processos artesanais vêm ganhando adeptosem diversas partesdo mundo. Também conhecida como Farm to Face (da fazenda ao rosto), a tendência foi um dos destaques do último relatório do setor de beleza divulgado pela Mintel. NA PRÁTICA
Para preservar o frescore as propriedades estéticas de vitaminas e sais minerais,os cosméticosda Body Deli sãoproduzidosemtiragens limitadase armazenadosem geladeiras. Os produtosda marca americanasãoatualmente encontrados em centenasde spas americanosenasededaempresa,em Palm Desert, na Califórnia.
NA PRÁTICA
Para incentivar o consumoconsciente entre seus clientes, a Patagonia faz campanhas anti-Black Friday e oferece serviços de conserto gratuitos para jaque-
35 CORPOE MENTE NA TEORIA
Os benefícios estéticos de uma noite bem dormida ou de uma sessão de massagem passaram a ser mais valorizados por clientesdesalõesdebeleza.Atendênciaabreespaçosparaserviçosque combinemtratamentos estéticos com técnicas de relaxamento.
32 MODA E BELEZA PRONTOS PARA VESTIR NA TEORIA
Conveniência e praticidade são algumas das características mais procuradas porconsumidoresde moda online.Linhas de peça única, como macacões de festa e lycras de ginástica, sãoalguns dos exemplos dessa tendência. De acordo com o relatório Fashion Trends, do Google, a demanda
NA PRÁTICA
A clínica inglesa Face Gym oferece massagens faciais queestimulam a musculatura e tonificam a pele das clientes. As sessões são feitascomóleosecremesnaturais ecustam35libraspor30minutos. JANEIRO, 2017
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CAPA
100 IDEIAS
36 NEGÓCIOS SOCIAIS
PRIMEIRO EMPREGO NA TEORIA
O aumento de jovens com diploma universitário intensificou a procura por empregos de entrada em setores qualificados. Para aliviar esse gargalo, startups do mundo inteiro apostam em soluções que potencializam o conhecimento acadêmico por meio de programas de capacitação para o mercado profissional. NA PRÁTICA
O Bloc é uma plataforma de cursos de programação que combina aulas de formação técnica com módulos de gestão e de plane jamento de carreira. Os programas duram 12 semanas e incluem o desenvolvimento de projetos comerciais. Em quatro anos de operação,a startupamericana recebeu mais de US$ 8 milhões de fundos de capital de risco.
37
presa paulistana conta com cinco unidades em operação.
38
QUALIDADE DE VIDA NA TEORIA
O Brasil é atualmente o segundo maior mercado de academias de ginástica do mundo — são mais de 32 mil unidades espalhadas pelo país. O tamanho do setor mostra a preocupação dos brasileiros com estética e qualidade de vida, revelando um mercado potencial para os negócios queajudema democratizar o segmento. “Atividades fitness deixaram de ser um nicho de luxo e passaram a ser procuradas por pessoas de diferentes faixas de renda”,diz Renan Costa Rego, gerente de aceleração da Artemisia. NA PRÁTICA
Em parceria com prefeituras e instituições privadas, a MUDE desenvolve estações de ginástica públicas em vias movimentadas de grandes cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, onde
SAÚDE ACESSÍVEL NA TEORIA
A desaceleração da economia e o aumento do desemprego fizeram com que muitos brasileiros voltassem a buscar serviços de saúde na rede pública. O resultado é uma forte demanda por soluções que aumentem a eficiência do SUS ou que ofereçam alternativas de atendimento privado para a população de baixa renda. NA PRÁTICA
Seguindo o conceito de faster , better , cheaper (mais rápido, melhor e mais barato, em inglês), a rede de clínicas Dr. Agora oferece consul tas médicas de baixa complexidade a preços acessíveis (R$ 80 em média). Fundada em 2015, a em80
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está sediada, a empresa já instalou mais de 80 unidades de mobiliário esportivo.
39
PRIMEIRA INFÂNCIA NA TEORIA
Segundo um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, existem 2,7 milhões de crianças à espera de vagas em creches brasileiras. A alta demanda e a baixa oferta do setor público impulsionam um mercado informal de cuidados para a primeira infância — e abre espaço para empreendedores que ofereçam soluções acessíveis a famílias de baixa renda. NA PRÁTICA
A Kidogooferece serviços de cuidado e educaçãoparacrianças de até5 anos de comunidades carentes. O modelo é baseado na venda de microfranquias para as próprias mães dosalunos. Atualmente, a empresa possui centros de formação nas cidades de Nairobi e Kangemi, no Quênia.
hospedageme de passeio. Lança-
40 PET
HUMANIZAÇÃO DOS BICHOS
daem2011,astartupreúneuma
base de 65 mil profissionais es-
palhados por cerca de 10 mil cidades dos Estados Unidos.
NA TEORIA
O aumento da população de cães e gatos domésticos resultou na criação de produtos e serviçosli-
gados à inclusão dos animais na rotina das famílias. É o caso dos petiscos premium e das linhas de roupas queimitam os estilos dos
donos dos bichos. “Muitos des-
ses produtosaindasão relacionados ao mercado de luxo. Existe
umafortedemandaporalternativas voltadas para a classe média”, afirma José Edson Galvão França, presidente da Abinpet (Associação Brasileira de Produtos para Animais de Estimação). NA PRÁTICA
A Dog Likers é uma startup paulistana especializada em tecnologias que promovem a aproxi-
mação entre cães e donos. Fun-
dada em 2014, a empresa reúne um serviço de assinatura de brinquedos e um app de adoção de
cachorros. O faturamento mensal está na casa dos R$ 40 mil.
42
PETS MONITORADOS NA TEORIA
Tecnologias de monitoramento são outro segmento que começa a se consolidar no mercado de animais de estimação. Coleiras inteligentes e pulseiras para atividades físicas são alguns dos exemplos de wearables já dispo-
níveis no mercado brasileiro. NA PRÁTICA
Fixado à coleira de cães e gatos, o Easepet mapeia dados relacionados à localização e às atividades realizadas pelos animais. As informações podem ser acessadas pelos donos em computadores, tablets e smartphones. No
ano passado, a empresa paulistana recebeu um investimento-anjo de R$ 1 milhão para escalar a sua operação.
41
ANIMAIS DE APARTAMENTO NA TEORIA
Entre os seus múltiplos desdobramentos, os movimentos de migração urbana deram origem a uma nova legião de pets de apartamento. Pressionados por uma rotina atribulada e compoucoespaço para atividades de lazer, os donos desses animais estão em busca de novas soluções de cuidado e entretenimento. NA PRÁTICA
A partir de uma dinâmica inspirada no Airbnb, a Rover conecta donos de cachorros a serviços de
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PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS 8 1
CAPA
100 IDEIAS
43 SAÚDE E BEM-ESTAR
CONSULTÓRIO EM CASA NA TEORIA
Os avanços no campo da telemedicina abriram novos caminhos paraplataformas de consultasremotas. “A adoção de novas tecnologias passa por regulamenta-
ções complexas. É preciso estar bemcapitalizadopara lidar com
um painel de acompanhamento a distância, no qualprofissionais e pacientes podem compartilhar rotinas de tratamento comfami-
liares e amigos. Em três anos de operação, a startup americana já levantou US$ 11 milhões em rodadas de investimento.
45
o ciclo de pesquisas e homolo-
gações”, afirma Fernando Cem- HOSPITAIS CONECTADOS branelli, sócio da Berrini Ventu- NA TEORIA res, aceleradora especializada no
mercado de saúde. NA PRÁTICA
Com a ajuda das câmeras de tablets e smartphones, o Teladoc permite a realização de consultas virtuais para problemasde baixa complexidade, comoalergias, inflamações de ouvidoe resfriados. Caso seja necessária, a prescrição de medicamentos pode ser feita na própria plataforma. Nos Estados Unidos, onde está disponível, o serviço recebe mais de
100 mil visitas mensais.
44
TERCEIRA IDADE NA TEORIA
Tecnologias de análise de dados devem se tornar cada vez mais frequentes na gestão de hospitais. “A adoção de prontuários eletrônicos e sistemas de triagem fez comque as instituições ficassem mais informatizadas. Existe uma forte demanda porsoluções que convertam esse volume de informações em inteligência de
negócios”, afirma Cembranelli. NA PRÁTICA
A Anestech é uma startup catarinenseespecializada no desenvol vimento de aplicativos paraanestesistas. A partir de dados coletados de prontuários eletrônicos
e manuais de medicina, os apps
fazem projeções automáticas de doses necessárias para sedarpa-
cientes. Quatro anos após a sua
fundação, a empresa contabili-
za uma base de 32 mil usuários.
Atualmente, a expectativa de vida do brasileiro é de 74,9 anos
— um aumento de 12,4 anos em relação à realidade de 1980. O crescimento do contingente de idososdo país resultou em novas demandas de serviçospara o público da terceira idade — que está mais exigente e disposto a pa-
gar por soluções que melhorem a sua qualidade de vida. NA PRÁTICA
Lançada em 2013, a Hometeamé umaplataformaqueconecta idosose cuidadores.O sistema inclui 82
dagens inovadoras para transtornos neurológicos, como au-
46
TECNOLOGIAS NEUROBIOLÓGICAS NA TEORIA
Soluções de biotecnologia para o tratamento de enfermidades mentais sãooutronichode saúde quemerecea atenção dosempreendedores. O destaque vai para startups que apresentem abor-
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tismo, Parkinson e Alzheimer. NA PRÁTICA
Lançadanoiníciodoanopassado, a Tismoo usa tecnologias de sequenciamento genético para casos deautismo.O métodoé baseado na reprodução de padrões
cerebrais quelevam à formação dos quadros clínicos específicos de cada paciente. Lançada em 2016, a startup paulistana faturouR$600milnosseisprimeiros
meses de operação comercial.
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CIDADESNAPALMADAMÃO NA TEORIA
Aplicativos de viagem se transformaram em ferramentas indispensáveis para turistas de todas as idades. A precisão das tecnologias de geolocalização e o valor das informações compartilhadas por outros viajantes ajudam a explicar o engajamento de turistas nesse tipo de plataforma. NA PRÁTICA
TURISMO 47 E DIVERSÃO
GLOBALIZAÇÃO RESSIGNIFICADA
experiência já foi visto por mais de 15 milhões de pessoas.
50 48
BIGBROTHERESPORTIVO
NA TEORIA
As reviravoltas no cenário geopolítico internacional — com destaque para o Brexit e as eleições americanas — levaram a umareflexão coletiva sobre o significado de identidades nacionais. Entre suas diversas variáveis, o processo de reconstrução cultural passa por soluções que conectem experiências locais ao novo contexto de globalização. NA PRÁTICA
Para promover a integraçãoentre viajantes de diversas culturas, a Momondo, marketplace dinamarquês de passagens aéreas, pediu que 67 voluntários falassem sobre as heranças culturaisde seus países — e depois os confrontou com um teste de DNA que comprovava suas origens em diversas partes do mundo. Batizado de The DNA Journey, o vídeo da
Lançado em setembro, o Google Trips reúne ferramentas de planejamento de viagem, guias de atrações e mapas de exploração interativos. O aplicativo é integrado a contas de Gmail e reúne roteiros de mais 200 cidades.
MINDFULNESS
NA TEORIA
NA TEORIA
O termo em inglês é referente ao estado de consciência plena em relação ao presente. Cada vez mais popular entre moradoresde grandes centros urbanos, o conceito pode ser observado na busca poratividadesfísicas que contemplem o bem-estarfísico, mental e espiritual dos participantes.
Cerca de 30%dos brasileiros que praticam atividadesfísicas já usaramalgumatecnologia de monitoramentoesportivo.“Fabricantese varejistas esportivos podemusar essas percepções para entender quem são seus usuários no dia a dia”, afirma Eliana Lemos, diretora de mercados e inovação da consultoria alemã GfK. NA PRÁTICA
NA PRÁTICA Um dos aplicativos esportivos No início do ano passado, a rede mais populares do mundo, o Strade academias americana Crunch va ajuda os usuários a acompaGympassouaoferecersessõesde nhar o seu desempenho em sesmeditação antigravidade. As au- sões de ciclismo e corrida. Para las são realizadas em casulos de incentivar a prática de atividades tecido, nos quais os alunos rea- físicas, os resultados podem ser lizam exercícios abdominais in- compartilhadosemredessociaise tercalados por sessões de medi- comparados entre grupos de amitação. O preço da atividade varia gos.Oappéusadoporpessoasde entre US$ 75 e US$ 150. mais de 200 países.
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MEUS NEGÓCIOS NO MUNDO
INDÚSTRIA
ONDE ESTÁ
Na sededa empresa,instalada em Canoas (RS), trabalham 310 funcionários. São três prédios, distribuídos em uma área de cerca de 6.000m². Há ainda um escritório em SãoPaulo (SP)
PARAONDE VAI
Para 60 países, incluindo África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, China, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Índia, México, Paquistão, Turquia e Uruguai
REFRIGERAÇÃO GLOBAL Edson Valente
ARGENTINA
CANADÁ
COLÔMBIA
EMIRADOS ÁRABES
ESTADOS UNIDOS
ÍNDIA
MÉXICO
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Produtos inovadores e certificações internacionais estão entre as estratégias da Full Gauge Controls, fabricante de controladores de refrigeração comsede em Canoas (RS),para conquistar um lugar de destaque no mercado externo
Quando os amigos Antonio ComessesdiferenciaiscomGobbi, 59 anos, e Flávio Per- petitivos, a Full Gauge não teguer, 62, fundaram a Full Gau- ve dificuldades para se estabege Controls em 1985, em Ca- lecernomercadointerno.Mas, noas (RS), seu objetivo era desde o início, os sócios decifabricarcontroladoresparasis- diram que não dependeriam temas de refrigeração e clima- apenas dos clientes brasileitização mais eficientes do que ros para garantir a sustentaoscomercializadosnaépoca— bilidade do negócio. Por isso, equepudessemservendidosa no início dos a nos 1990, coumpreçocompetitivo.“Oster- meçaram a participar de feimostatosque existiam no Bra- ras internacionais do setor de sil eram mecân icos, importa- refrigeração.Asprimeirasviados e com poucos recursos”, gens para negociar com clienafirma Antonio Gobbi. Ao la- tes estrangeiros foram para a dodosócioPerguer,quehavia Argentina, em 1992. “Acreditatrabalhado com ele na Varig e mosqueseriamaisfácilcomenaPetrobras,elecriouumcon- çar pela América Latina”, diz trolador eletrônico, com pre- Gobbi.AlémdaArgentina,Cocisão superior e faixa de tem- lômbia e Uruguai logo entraperaturamaisampladoqueos ramnalistadedestinosinterexistentes no mercado. “Des- nacionais da Full Gauge. samaneira,oaparelhopoderia Nosanos2000,adecisãofoi ser usado em diferentes tipos ampliaraindamaisoshorizonde operação, como refrigera- tes,comaprospecçãodeclienção industrial, câmaras de la- tes europeus. “Foi uma época boratórios e hospitais, ar-con- de muito aprendizado, tanto dicionadoeaquecimentosolar.” emrelaçãoaoprodutoquanto
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RicardoJaeger
à forma de trabalhar.” A principal lição foi que seria necessária uma atenção maior ao design e ao acabamento para competir com os fabricantes italianos, principais concorrentes da Full Gauge na Europa. Também foi preciso aumentar a diversidade dos modelos,ampliandoasfuncio-
nalidades. “Atualmente trabalhamos com mais de 130 tipos diferentes,masnaépocaeram apenas 70”, afirma Gobbi. De-
poisdaEuropa,seguiramcon-
quistando clientes em países como Estados Unidos, Méxi-
co, Dubai e China.
Uma estratégia fundamental para consolidar a presença da empresa no exterior foi investir em certi ficações. Em 2005, a Full Gauge obte ve o cert if ica do inter nacional UL, que avalia a conformidade dos produtos com padrões canadenses e norte-americanos. Na mesma époILUSTRAÇÕES:BRUNO ALGARVE
MADE IN BRAZIL
Antonio Gobbi, da Full Gauge Controls: metade da receita vem do exterior
inclui África do Sul, Argentina, Canadá, Colômbia, Chile, Emicertificado ISO 9001. Mais re- centro de distribuição, mas o rados Árabes Unidos, Estados centemente, em 2011, conquis- objetivo é inaugurar uma fábri- Unidos, Índia, México, Paquis-
ca,aempresasealinhouàsnor- Texas (Estados Unidos). A filial mas europeias e conquistou o americana hojese resumea um tou o ISO 14001, relativo à reduçãode impactono meio ambiente. “Embora o custo tenha sido elevado, as certificações foram fundamentais para nos colocar emumnovopatamarnomercado global”, diz Gobbi. Em 2015, a Full Gauge estabe-
leceu uma base em Austin, no
canolocal.“Issonosdariauma
tão, Turquia e Uruguai. As ven vantagem em relação aos con- das para o exterior já equivalem
correntes, que costumam pro- a 50% de seu faturamento, que duzir em território chinês”, diz deve ser de R$ 63 milhões em Gobby. Na sequência, os sócios 2016. A meta é que esse percenabriram filiais em Miami (Esta- tualseaproximede90%nospródos Unidos) e Zhongshan (Chi- ximos anos. Em 2016, a empresa na). Hoje, a empresa de Canoas cresceu8%nomercadoexterno, exporta para 60 países: a lista em relação ao ano anterior. JANEIRO, 2017
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PROPRIEDADE INTELECTUAL
10 PERGUNTAS E RESPOSTAS
SOBRE MARCAS E PATENTES Conheça as soluções para as dúvidas mais frequentes dos empreendedores que querem proteger suas criações — e saiba como se precaver da concorrência desleal Lara Silbiger
Rodrigo Fortes
Registrarmarcas, patentese desenhosindustriaisé um procedimento fundamental para o empreendedor.Nenhumnegócio es-
táasalvodapirataria:oquenãofaltamno mercado são exemplos de contravenções que ferema propriedadeintelectual. Além disso, teruma marca registradaouumpro-
duto patenteado no InstitutoNacional da Propriedade Industrial (Inpi) pode fazer
toda a diferença na hora de negociar com
investidores e parceiros. Muitos empreendedores preferem concentrar seus recursosemvendasefluxodecaixa,porque acreditamque o registro só interessa para grandes corporações.Mas essavisãopode
limitar o crescimento do negócio. O sistema de proteção à propriedade industrial noBrasilgaranteao empreendedor
segurança paraexplorar, comexclusividade,suasmarcas e invenções. “Registrá-las no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) é tão importante quanto
ter o nome empresarialaprovadona Junta Comercial”, diz Ana Maria Pardini, especialista em marcas e patentes do Peixoto e Cury Advogados. Apesar de não ser obrigatório, é recomendável ter a marca registrada desde o início das operações,
paracoibir eventuais imitadores no futuro. “A ideia é correr e depositar a patente antes queoutro se adiante”,diz AnaMaria.
Mais do que respaldo jurídico, o que está em jogo é o patrimônio intangível da empresa. “É preciso atenção constante para manter esse ativo da empresa a salvo da concorrência oportunista”, diz Elaine do Prado,diretora da Solmark Assessoria em
Propriedade Intelectual. Confira a seguir um guia completo para registrar a marca e a patente do seu negócio. 88
PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS JANEIRO, 2017
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COMO EU FIZ
EXPANSÃO
UM NOVO MODELO PARA O MARKETING DIGITAL Criada em 1997 por José Rubens Oliva Rodrigues , 43 anos, a Guia-se começou como um guia online de empresas B2B. Com o tempo, transformou-se em uma produtora de sites corporativos e, mais tarde, numa agência de m arketing digital. Mas o segredo para ganhar escala foi adotar o modelo de franquias Bruno VieiraFeijó
Alexandre Battibugli
NOS PRIMÓRDIOS DA INTERNET “Em 1997, fui convidado por dois colegas para empreender num projeto relacionado à internet. Fazia apenasdoisanos que a web havia ultrapassadoas fronteiras acadêmicas no país e começava a ser mais conhecida pelos brasileiros. Eu não tinha noção alguma sobre como a internet funcionava nem sequer tinha e-mail, mas sabia que era uma evolução sem volta para pessoas e empresas. Na época, eu era representante comercial de uma indústria metalúrgica, trabalho que conciliei com o novo negócio até meados de 2006. Para entender mais sobre a empresa em queestava entrando,eu me matriculei em cursos de computação e de programação. Ainda em 1997, entrou no ar o Guia-se,uma espécie de “páginas amarelas”da internet. A ideia era que existisse uma versão local doguiacom prestadores deserviçoscadastrados em cada uma das cidades em que os sócios moravam: Indaiatuba, AmericanaeSãoBernardodoCampo,todasnoestado de São Paulo. Mas apenas a área de Indaiatuba, que estava comigo, foi para a frente. Usando minha experiência como vendedor, consegui cerca de cem anunciantes no primeiro ano. Os outros dois sócios, com perfil mais técnico, acabaram desistindo e continuei sozinho.”
A PRIMEIRA VIRADA “Em1999, coma sociedadedesfeita, resol vi diversificara atuação do Guia-se.Até então, a empresa só vendiaanúncios,masos 94
clientes viviam me perguntando se eu poderia desenvolver sites.Em 1999,comecei a criar homepagescom layouts diferenciados, uma inovação para a época. Cobra va um valor pelo desenvolvimento e uma mensalidadede manutenção. As “páginas amarelas”foramdescontinuadas. Fizemos mais de 300 sites para pizzarias, lojas de móveis, petshopse outrostiposde varejo. No entanto, com o passar do tempo, percebi queestavaficandodifícil crescer com aquele modelo de negócios. Em meados de 2006, enfrentávamos dois problemas. Um era o perfil de clientes, de todos os tipos e tamanhos. Não dava mais para atender a expectativas e demandas tão distintas ao mesmo tempo. Outra questão era o alto índice de cancelamento de contratos. As empresas encomendavam o site, masnão queriam pagar pelamanutenção.A gente precisava fazer um esforço descomunal paracorrer atrás de novos clientese tapar o buraco daquelesque saíam.Para tentar elevaros níveis de rentabilidade e de qualidade, decidi ficar só com os maiores clientes. Foi um processo delicado, que levou meses. Em um ano, saímos de uma carteira fixa de 200 empresas para apenas cem.”
DISCIPLINA E DEDICAÇÃO “O foco em uma quantidade restrita de clientes nos permitiu entender melhor as suas necessidades. Com a popularização da internet, eles passarama demandar um pacote completo de soluções atreladas às
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SEM MEDO DE MUDAR JoséRubens Oliva Rodrigues, da Guia-se: três grandes viradas no modelo de negócios até conseguir fazê-lo crescer de forma sustentável
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FA Ç A O Q U E V O C Ê G O S TA
Nicole Wey com Marisa Adán Gil Erick Mem Editora Globo
TEMPERO TAILANDÊS Durante uma temporada na Austrália, Mill Dellatore, 30 anos, entrou em contato com a cultura tailandesa. De volta ao Brasil, escolheu a cidade de São José do Rio Preto,no interior paulista, para abrir o restaurante Khae Thai ao lado da amiga MaluPontes, 39 anos. Hoje, faturam R$ 85 mil por mês e negociam a abertura de duasfranquias
Quando fui morar na Austrália, aos 17 anos, passei a trabalhar em restaurantes para me manter. Acabei me apaixonando pelo negócio e fui cursar gastronomia na TafeUniversity, em Sydney. Por conta da proximidade com a Ásia, viajei muito para a Tailândia e me encantei com a cultura local. Em 2011, de volta ao Brasil, comecei a fazer pratos típicos tailandeses e vender para os amigos. Três anos depois, eu e a minha amiga Malu Pontes investimos R$ 450 mil para abrir um restaurante em São José do Rio Preto. Escolhemos essa cidade pois havia uma carência de alta gastronomia na região. A casa segue de perto os valores tailandeses: fazemos questão de agradecer aos clientes por virem ao restaurante, por passarem seu tempo conosco, por trazerem os amigos. É esse ambiente acolhedor, aliado aos sabores agridoces e apimentados, que faz o sucesso da casa. Em 2016, iniciamos a expansão, com duas unidades, uma em Maringá (PR) e outra no Rio de Janeiro. Em 2017, queremos expandir ainda mais, mas sem perder a essência do negócio.” 98
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