M e em ó m r ó r i i a s a s d e e u m m S e e g u ui i d do r o r d e e T i ia N a N e e i iv a v a
ha n u C . oR c s i c n Fra
M e em ó m ór r i ia s a s d e e u m m S e e g u ui i d do r o r d e e T i i a a N N e ei i v va a
M e e m mó r ó ri i a as s d e e u m m S e e g u ui i d do r o r d e e T i i a a N N e ei i v v a a
a h n u C . R o c s i c n 2008 Fra e r t s e em F, 1º S D a i l í s Bra
Dedicatória
A Deus Pai Todo-Poderoso, à Tia Neiva, nossa eterna mentora e mãe espiritual, e a minha família, que tanta paciência e força me deram durante toda esta longa jornada.
Agradecimentos especiais... Gostaria de colocar na lista de meus agradecimentos vários amigos que foram importantíssimos em minha vida, mas se fizesse isso, este pequeno livro se transformaria numa enciclopédia de pelo menos três volumes... Mas não posso deixar que citar que: - Devo especial agradecimento a minha amada esposa Ivette e meus queridos filhos Marco e Márcia, sem eles não chegaria aqui; - A Deus que me deu saúde e bons caminhos para poder viver e aprender com todos os que partilharam comigo as experiências desta vida; - Mestre José Roberto (SP), Adj. Kaliro; - Mestre Antonio Renato de Azevedo (Jaraguá-GO);
- E a um amigo muito especial que tornou possível esta pequena publicação, ajudando a tornar o meu sonho realidade. Esse amigo simplesmente tomou em suas mãos minhas anotações, escritas a mão, às vezes meio confusas, e colocando tudo em ordem, resultou neste livro. Nunca me pediu nada em troca. O fez pelo simples ato de doação e generosidade. Obrigado meu amigo RICARDO LIBERAL que com sua boa vontade e profissionalismo, me ajudou tanto nessa empreitada. Um abraço de seu sempre amigo, Mestre Francisco.
ÍNDICE • Nota do Autor ........................................................ 09 • Pequena homenagem .............................................. 11 • Apresentação .......................................................... 13 • Introdução ............................................................. 15 • Datas comemorativas ............................................. 17 • Brasília amanhecia ................................................. 19 • Minha permanência no Vale do Amanhecer......... 22 • Meu encontro com Chico Xavier e Dalai Lama ... 28 • O dia-a-dia no Vale do Amanhecer........................ 30 • Dando espaço para sentimentos ........................... 37 • Brasil, o País do Futuro! ... se os homens do presente deixarem................. 38 • Carta de Tia Neiva para mim ................................... 48 • Cidadão “Brasiliense”............................................ 50 • José Mandão ............................................................ 54 • Datilógrafa da história ........................................ 55 • Vila Velha – ES ......................................................... 55 • Assistente da Clarividente ................................... 55 • Estrela Candente ................................................... 56 • Terezinha e as telhas ............................................. 58 • Adjunto Aluxã ........................................................ 59 • Dr. Elvércio Marques ............................................ 59 • General Uchôa ....................................................... 59 • General Figueiredo ............................................... 60 • Brito ........................................................................ 60 • Depoimento relevante ........................................... 60 • Desencarne de Tia Neiva ........................................ 62 • Outros fatos e memórias....................................... 63 • Caminheiro - Mestre Francisco autorizado ...... 64
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 9
1972
• Nota do Autor Salve Deus! Este livro segue minhas memórias, meus dias mais importantes aqui neste plano físico. Talvez para muitos possa não ter interesse algum. Porém, sei que muitos irão se interessar, pois se trata de uma obra, um trabalho de amor realizado junto a Nossa Mãe Clarividente. É com muito orgulho que redijo estas memórias, para que muitos tenham acesso ao acervo doutrinário que ajudei a construir e, também, para que tomem conhecimento da importância desta doutrina. Com muito amor... Mestre Francisco Ribeiro da Cunha (Mestre Jaguar)
1 97 6
10 • Francisco R. Cunha
i g o i r a t n a , 1 9 7 2 o d e m a d e l T e m p
T i a N e i va
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 11
• Pequena homenagem Durante minhas idas e vindas, trabalhos e aprendizados no Vale do Amanhecer, tive a oportunidade e a bênção de conhecer pessoas muito especiais. Todas têm seus méritos, valores, etc. Mas até mesmo entre os especiais há sempre alguém que acaba nos chamando mais atenção. Sabe aquelas pessoas que despertam admiração, que transmitem em simples gestos aquele toque que acaba nos contagiando com sua generosidade e altruísmo? Pois é para essa pessoa que eu gostaria de prestar uma homenagem de uma maneira simples, porém sincera. Mestre Guilherme Stuckert, Adjunto Amayã, grande colaborador, que desde seu início na doutrada do amanhecer registrou com suas belíssimas fotos toda a trajetória e luta de nossa mãe Tia Neiva e do próprio Vale do Amanhecer, contribuindo para a construção também de nosso acervo histórico, onde os veteranos, visitantes e o iniciantes possam também compartilhar das origem desta tribo. Como Adjunto, sempre presente nas consagrações, querido por todos e ao lado de Tia Neiva, conduziu de forma impar seu povo, sempre na lei do auxílio levando a conduta doutrinária e os ensinamentos de Tia Neiva a todos aqueles que estivessem prontos a ouvi-los e receber o conhecimento de nossas missões. Meu conterrâneo da Paraíba de família tradicional de João Pessoa, deixo aqui o meu registro de amizade e admiração, e que tanta saudade deixou em todos nós quando desencarnou deixando-nos órfãos deste enorme coração. Um grande abraço de seu eterno amigo, Mestre Francisco
12 • Francisco R. Cunha
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 13
• Apresentação É muito gratificante para mim atender ao convite que Francisco me fez para apresentar este trabalho, trazendo interessantes passagens de sua jornada no atendimento que fez a Tia Neiva, no Vale do Amanhecer. Para quem não é da Doutrina do Amanhecer, pode parecer que se trata de apenas mais uma simples história de um homem modesto, que sentiu a alegria de poder ser útil e servir a muitos interesses que envolveram o princípio de nossa Corrente. Para nós, todavia, quando vemos a memória de quase meio século ir-se apagando pela falta de registros e da partida dos mais antigos, temos a preocupação de deixar os registros dos aspectos mais marcantes dessa nossa jornada. E Francisco viveu intensamente aquela fase, em que se tornou o responsável pelo fornecimento do material variado que Tia Neiva encomendava, tais como distintivos metálicos, gravuras coloridas, chaveiros, etc., e que, de modo geral, era para ser entregue em tempo curtíssimo. Mas ele nunca se deixou levar pela desarmonia nem pelo cansaço, já que isso requeria constantes viagens entre Brasília e São Paulo, e sempre buscou atender à nossa Mãe Clarividente com todo o amor e dedicação. Buscando sempre os melhores artistas para atender às encomendas, foi ele quem conseguiu os escultores que fizeram os trabalhos representando Pai Seta Branca, nosso Divino Condutor, e Jesus, não o Jesus crucificado e sofrido, mas um Jesus tranqüilo, nos mostrando, sorridente, o caminho para a Nova Estrada. E esse trabalho tem sido reproduzido,
14 • Francisco R. Cunha
através de Francisco, para ser colocado nos diversos templos por este Brasil! E esse é o exemplo do verdadeiro Jaguar, do homem que abriu mão de seu conforto e de sua vida particular para, com muito amor, tolerância e humildade, atender Tia Neiva, sempre harmonizado, distante das situações que criaram, em algumas ocasiões, pessoas que estavam movidas apenas pela inveja e pela maldade, mas que não conseguiram desequilibrá-lo e nem mesmo arrancar dele uma palavra mais forte de descontentamento. Assim, fazer esta apresentação significa uma grande honra, porque temos, com esse distanciamento no tempo e no espaço, melhor idéia das dimensões do trabalho que realizou e vem realizando o Mestre Francisco. Esta história é contada de forma simples, mas nós sabemos o quanto envolveram os mestres e os dirigentes da Doutrina, e o que representou para a maioria de nós. Parabéns, Francisco, pela sua humildade e competência, pelo seu amor e por sua harmonia. Para concluir, creio que, se lhe digo “Salve Deus, e boa sorte!” por tudo que nos ofereceu nessa jornada de mais de 33 anos, estaria, apenas, fazendo eco ao que lhe diria nossa querida Mãe Clarividente! Vale do Amanhecer, abril de 2007 Trino Triada TUMARÃ, Mestre José Carlos
Estrela Candente
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 15
• Introdução Antes de tudo, achei por melhor contar um pouco sobre mim, até para que estas memórias façam mais sentido, tanto para mim como para meus amigos leitores. Aos que não me conhecem, apresento-me pelo nome que me foi dado no batismo, Francisco Ribeiro da Cunha. Nascido aos 3 dias do mês de abril de 1932, em Guarabira, na Paraíba. Minha infância foi comum, estudei, conheci os lados bons e ruins de moleque, adolescente e adulto. Mas nada que possa acrescentar e ser tão importante relatar. Permaneci em minha terra natal até os meus 18 anos e, como todo nordestino, tratei de ir para a “Cidade Grande” para ganhar a vida. Tornei-me adulto. E, como a grande maioria dos homens, conheci a mulher da minha vida. Em São Paulo, conheci Ivette em 1955, namoramos e, em l958, nos casamos, com muito amor e alegria, apesar das dificuldades. Estamos juntos ainda, vivendo em paz e harmonia. Em 15 de fevereiro do ano de 2008 faremos 50 anos de casados, Graças a Deus, temos 2 filhos e 5 netos. Quando ainda jovem, minha família e eu tivemos alguns desajustes. Entretanto, com muito amor
0 1 / 0 5 / 1 9 8 2
16 • Francisco R. Cunha
em família, estes problemas foram resolvidos. Sempre fui um homem muito sociável, e sempre gostei de reunir os amigos em minha casa. A todos que tenham acesso a estas linhas, disponho este breve relato, para que, na essência, este livro transmita a todos a possibilidade de desfrutar, como eu, das razões da vida para nos colocar em situações determinantes. É como se elas dissessem pacientemente: — Olha aqui meu filho, mais uma oportunidade lhe está sendo mostrada! Faça a sua escolha... Espero que meu livro possa contribuir na sua decisão na hora de sua escolha. Salve Deus! Francisco Ribeiro da Cunha (Mestre Jaguar)
ço 1975 r a M , s o n 15 a M e u Filho
F ra n c i s c o , L a c e rd a Y p u e n a , 1 9 7 4
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 17
• Datas Comemorativas Na Doutrina do Amanhecer não é usada, de modo geral, a comemoração das datas marcantes, convencionais, exceto o 1° de Maio, Dia do Doutrinador; o 30 de Outubro, Dia do Apará, aniversário natalício de Tia Neiva, quando se realiza o ritual da Troca de Rosas; e o 15 de Novembro, quando se rememora o aniversário do desencarne de Tia Neiva. São relembradas, com carinho mas sem nenhum ritual especial, as datas de 14 de Fevereiro, aniversário do desencarne de Pai Seta Branca; 13 de Maio, Dia dos Pretos Velhos; 4 de Outubro, aniversário de Francisco de Assis; e 25 de Dezembro, que, além do Natal, é o aniversário do desencarne do Trino Tumuchy, Mestre Mário Sassi. Com base no “Manual Muruaicy”, relacionamos as seguintes datas históricas: 01/Mai/58 : Juramento de Tia Neiva; Nov/59 : Chegada de Tia Neiva à União Espiritualista Seta Branca – UESB; 10/Fev/64 : Chegada de Tia Neiva à Taguatinga, onde construiu um Templo; 09/Nov/69 : Chegada de Tia Neiva ao Vale do Amanhecer, em Planaltina-DF; 30/Set/73 : Primeira Iniciação Dharman-Oxinto; 01/Mai/74 : Entrega dos Diplomas de Doutrinadores; Jul/74 : Inauguração do Templo de Pedras e da Escultura de Pai Seta Branca no Templo;
18 • Francisco R. Cunha
30/Out/75 : Primeira Elevação de Espadas – O Mestrado – Inauguração da Estrela Candente, consagrando o Mestrado; 01/Mai/76 : Chegada da Falange Missionária de Zíngara; 01/Mai/78 : Consagração dos Trinos e Adjuntos Koatay 108 rama; inauguração do Lago de Yemanjá. Chegada das Falanges Missionárias DharmanOxinto e Gregas; 01/Mai/79 : Inauguração da Pirâmide e da Cabala de Delfos. Consagração das Muruaicys e chegada das Falanges Missionárias das Mayas e Yuricys; 01/Mai/80 : Consagração das Yuricys e chegada das Madalenas, Jaçanãs e dos Príncipes Mayas; Out/80 : Implantação do Trabalho de Turigano; 01/Mai/81 : Novas emissões. Chegada das Estrelas. Chegada das Falanges Missionárias das Franciscanas, Narayamas e Arianas; Jul/81 : Tia Neiva é consagrada Agla Koatay 108; 01/Mai/82 : Consagração das Falanges Missionárias Tupinambás, Ciganas Aganaras, Rochanas, Cayçaras e Yuricys Luas. Consagração da Falange das Nyatras e chegadas das Agulhas Ismênias; 17/Mai/84 : Implantação da Lei DharmanOxinto;
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 19
15/Nov/85 : Desencarne da nossa querida mãe Tia Neiva para o Além; 20/Set/98 : Consagração da Falange Missionária de Aponaras; 10/Out/99 : Consagração dos Povos em Continentes por Adjuntos Arcanos de Origem; Set/2000 : Consagração de novos Arcanos no Templo-Mãe 04/Fev/03 : 1ª Etapa da Unificação dos Templos do Amanhecer; 1º Encontro Doutrinário dos Presidentes de Templos do Amanhecer; 30/Abr/03 : 2ª Etapa da Unificação dos Trabalhos de consagrações
• Brasília amanhecia Em minhas viagens a Brasília no ano de 1957, no começo da construção da cidade, como representante comercial no Planalto Central, dando seguimento às representações de materiais de “metalurgia e papelaria”, onde formava uma clientela em vários seguimentos de brindes comerciais e souvenires, fui o primeiro a fazer as lembranças de Brasília em 1958. Canetas, chaveiros, flâmulas e vários cartões-postais, álbuns, adesivos de Brasília sempre com motivos, onde preparei vários símbolos deste seguimento, todos como lembranças para 21 de abril de 1960. Estava presente, no dia da inauguração, no mesmo palanque que JK. A festividade foi na Torre, onde
20 • Francisco R. Cunha
havia o ponto de transmissão. Às 5 horas da manhã, fui ao Palácio da Alvorada participar das festividades. Vendo à minha frente o raiar do sol, aproveitei para lavar o rosto no canal de água que fica em frente ao Palácio; que divide o portão de entrada da casa da qual criei modelos como lembranças de Brasília. O principal cliente foi o Sr. Agenor – “Foto Agenor” – Souvenires Brasília, o primeiro a comercializar no ramo com meus seguimentos. Cheguei a fazer souvenires de JK 65. Houve vários, como jornais, flâmulas com a assinatura de Juscelino (foto abaixo).
d e o i 1 c í 6 9 m 1 o o C j u n h e d 26
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 21
Em 1970, mudei com a família para Brasília, a fim de resolver meus negócios com meus clientes. Em 1971, em Taguatinga, tive um acidente de carro, quando estava regressando para meu lar. Enquanto eu era socorrido, tive a visão de um semblante feminino que jamais havia visto antes. Levaram-me para o Hospital de Base com várias fraturas, já em estado de coma. Fiquei meses nesse estado até estar em boas condições e começar a andar. Então, em 1972, resolvi voltar a residir em São Paulo; dentro de minhas atividades comerciais. Sempre, a cada mês, tinha que voltar a Brasília por conta dos negócios, quando, em uma dessas viagens, uma pessoa amiga, falando de minhas necessidades espirituais, me indicou o Vale do Amanhecer. Fui levado ao Vale pelo meu amigo Dr. Aloísio, que já conhecia Tia Neiva. Ao sermos apresentados, ela disse ao meu amigo que queria falar comigo. Ela estava jantando na “Casa Grande” e disse que às 21 horas estaria no Templo, trabalhando na lei do auxílio. Quando chegou minha vez, pediu que eu me sentasse em frente à mesa onde havia os quadros espirituais. Olhou para mim e disse: — “Salve Deus! Meu filho, eu já estava aguardando por você, graças a Deus.” Ela me disse para eu ficar oito dias no Vale, para melhor apreciação do meu quadro espiritual. Eu já estava voltando para São Paulo, mas antes resolvi passar nos trabalhos que a própria Tia Neiva havia me recomendado. Meu amigo, Dr. Aluísio estava me esperando, já passava das 22 horas. Fui para o hotel onde estava hospedado no Plano Piloto e ao deitar fiquei pensando se valia a pena ficar oito dias no Vale do Amanhecer, sem conhecer ninguém e sem conforto.
22 • Francisco R. Cunha
Diante desse impasse, lembrei-me do acidente que tive, e a pessoa que vi enquanto era socorrido foi Tia Neiva. Resolvi ficar os oito dias como me havia sido pedido. Assim, procurei resolver os negócios que tinha realizado em Brasília, dando ciência às empresas que representava de que deveria ficar mais 8 dias e que, ao ficar, tomei conhecimento da razão da minha permanência no Vale. Foi no dia 27 de junho de 1972 que me locomovi ao Vale e procurei me identificar.
• Minha permanência no Vale do Amanhecer Devido à minha permanência no Vale, procurei falar com Mário Sassi, o qual me atendeu e chamou o Sr. Eurípides para me acomodar. Eu via e ouvia muita coisa, e devido a isso cheguei a pegar minhas malas várias vezes para ir embora, mas sempre elas pesavam muito. Acabei ficando, e me colocaram num quarto com outro mestre. Seu nome era Paulo, e ele estava sob a orientação de que não poderia sair do Vale. Por volta das 21 horas chegou a Sra. Gertrudes, que me trouxe agasalhos, cobertores, lençóis e um colchão. No dia seguinte, às 7 horas da manhã, verifiquei que não havia banheiro ao lado do quarto, mas apenas uma divisória rústica em madeira. Era onde fazíamos as nossas necessidades fisiológicas. Um lugar sem acomodações normais para aquele momento: uma abertura que se encontrava no chão, onde eu deveria me acomodar. Então, apesar do frio que fazia, resolvi tomar banho. E o banho foi um alívio muito grande, foi uma espe-
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 23
rança, já não sentia mais preocupações, mas mesmo assim minha vontade era ir embora. Na segunda-feira, dia 30 de julho de 1972, às 11 horas, Tia Neiva já havia tomado o seu café e estava dando uma volta para ver sua loja, onde vendia tamancos, bolsas, cintos e outros objetos para angariar fundos para o Lar Mãe Tildes, que era de seu costume. Quando ela me viu, Olhou para mim e me disse algo muito agradável. Disse-me que estava pedindo a Jesus por mim, então, abaixei a cabeça sem mais falar. Meu pensamento naquela hora era falar para ela que eu não queria ficar. Um pouco depois Mário Sassi me convidou para fazer as refeições na “Casa Grande”. Foi conversando com ele que me conformei, mesmo sabendo das dificuldades. O tempo foi passando e, junto com ele, os dias que Tia Neiva havia pedido para eu ficar. Fui ao seu encontro dizer que já estava na hora de ir embora, quando ela me disse que eu já estava pronto para ir. Assim foi a minha permanência durante aqueles oito dias no Vale do Amanhecer, e, ao sair, eu disse a mim mesmo que não voltaria mais. E assim transcorreu um pequeno espaço de tempo quando, das minhas viagens a Brasília a negócios, vencido pela minha consciência, resolvi novamente voltar ao Vale do Amanhecer. Chegando lá, através de outra roupagem, fui convidado a iniciar, preparando-me para as aulas de desenvolvimento doutrinário. Fiz a minha Iniciação no dia 20 de abril de 1973, pela nossa mãe Tia Neiva, sendo consagrado e elevado por ela. Eu já tinha mais a sua presença, então ofereci os meus serviços, já que possuía o conhecimento da Ordem Espiritualista, e me propus a fazer tudo sobre os acervos do Vale para o Mestrado. Ela me disse
24 • Francisco R. Cunha
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 25
que não possuía verba necessária para executar os compromissos que queria. Mesmo assim, como representante das firmas, ofereci meus serviços. Comecei a fazer os pedidos sob minha responsabilidade. Mandava confeccionar, conforme seu pedido, as medalhas, as fitas, os chaveiros, os coletes, os tecidos. Tudo referente à doutrina do Vale, incluindo os discos “Tia Neiva – III Milênio”, fitas K7 QBD, e assim tudo foi elaborado por mim. No início tudo foi feito com dificuldade e, depois de algum tempo, tive que me afastar das representações comerciais para servir em missão junto a Tia Neiva. Houve situações em que precisei fazer três viagens mensais de Brasília a São Paulo e viceversa, para poder fazer as encomendas de talismãs, broches com emblemas dos adjuntos, guias missionárias, coletes, Kathimoches, Suriês, Placas de identificação dos Adjuntos rama, 3º Sétimo cursos, Radares, Princesas, Gravuras, 1º Canto, 2º Canto, fotos de Tia Neiva, Fitas Doutrinárias, Pôster do “Mundinho”, Histórias, Chaveiros, Pulseiras, Anéis, fitas k7, Discos em vinil. Para realizar esses serviços eu possuía uma carta de Tia Neiva me autorizando a fazer tais compras em nome da Ordem, e, em meus trabalhos, cumpri a minha missão, até o momento de sua passagem para o Além.
26 • Francisco R. Cunha
e i v a N a i r T r m a s o p a d a d o d a s a o ã ç i z a o n f e c ç ã r o t u A c p a r a
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 27
Enquanto Tia Neiva estava viva, continuei meus trabalhos de forma ativa, sempre atento à qualidade e aos descontos que cada fornecedor oferecia. Consegui a confecção da imagem de Jesus, o caminheiro, com 1,80 m, para ser colocado nos templos, e a de 30 cm para os Aledás domésticos. Minhas atividades, perante Tia Neiva, sempre foram por ela acompanhadas, mas não eram entendidas por muitos, inclusive pelos mais próximos, que achavam que eu explorava as situações e estava ganhando muito com as encomendas constantes. Com o desencarne de Tia Neiva, fui procurado pelo Mestre Carmênio, encarregado da lojinha do Vale, que, dizendo agir em nome dos filhos da clarividente, me pediu a entrega de todas as matrizes originais dos trabalhos que eu fizera, pois eles iriam cuidar das novas encomendas. Prontamente atendi, mas a situação não prosperou, porque eles não tinham o conhecimento que eu adquiri em tantos anos, não só de qualificação dos fornecedores como a confiança deles nos pagamentos integrais das encomendas, embora parcelados, de comum acordo. Após o período de dificuldades para novas encomendas, meus serviços foram restabelecidos pelo Trino Mestre Raul Zelaya, durante uma consagração da Estrela Candente, em 15 de novembro 2004. Ele reconheceu, publicamente, minhas atividades para manutenção do acervo doutrinário.
28 • Francisco R. Cunha
• Meu encontro com Chico Xavier e Dalai Lama No ano de 1974, estava em casa ouvindo a rádio Bandeirantes, quando ouvi um anúncio sobre a presença do grande espiritualista Chico Xavier. Ele iria inaugurar um Templo em São Paulo, na Avenida Alencar Castelo Branco. Despertou-me um súbito interesse. Então fui ao local com minha esposa e cunhada. Tinha muitos médiuns Kardecistas. Depois da prece, em nome de sua mãe falecida, Maria João de Deus, nome dado ao local, todos os presentes queriam abraçá-lo. De repente, percebi que ele vinha ao meu encontro. Olhou-me e perguntou meu nome. Eu respondi: “Francisco”. Então, olhando em meus olhos ele disse: “Oh! Chicão! Eu sou Chiquinho.” Nisso exalou um perfume, cuja fragrância não sei descrever, mas era um perfume maravilhoso. Depois disso, me perguntou se eu residia em São Paulo. Respondi que sim e que eu fazia parte da Ordem Espiritualista Cristã do Vale do Amanhecer, de Tia Neiva. Ele me disse: “Graças a Deus! Meu filho, você está bem acompanhado.” Pediu que eu transmitisse a Tia Neiva sua benção, abraçou a mim e minha família. Depois de alguns dias fui ao Vale do Amanhecer. Ao chegar disse a Tia que estivera com Chico Xavier e transmiti seu recado a ela. Ela agradeceu com um Salve Deus! Foi somente após transmitir o recado que analisei o encontro que tive com Chico Xavier. Quanta grandeza! Ainda sinto o perfume agradável daquele dia.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 29
Tempos depois, no dia 11 de junho de 1992, minha família” e eu tivemos outro encontro no Ibirapuera, em São Paulo, na ECO. O Presidente da República era Fernando Collor de Melo, e estava presente ao encontro com a presença do Grande Tenzin Gyatso, sua santidade o Dalai Lama. No ginásio de esportes do Ibirapuera havia aproximadamente 3.000 pessoas. Eu estava na arquibancada e Dalai Lama ao se aproximar dela, parou em minha direção e fez uma pequena reverência. Eu estava lá, com minhas armas doutrinárias e meu pensamento voltado à doutrina.
30 • Francisco R. Cunha
• O dia-a-dia no Vale do Amanhecer Os dias no Templo do Amanhecer nunca eram os mesmos. Os trabalhos, que eu participava junto a Tia Neiva, me mostravam que, a cada dia, eu evoluía espiritualmente. Sempre que eu viajava de volta a São Paulo, ao retornar, a primeira coisa que fazia era ir ao encontro de Tia Neiva e pegar sua benção. Muitas foram as vezes que cheguei à Casa Grande e a encontrei arrumando seu penteado. E quão feliz ficava quando ela dirigia a mim e dizia: “Meu filho, seja bem-vindo”. Lembro-me de uma vez que cheguei de São Paulo e Tia Neiva aguardava minha chegada com as armas de guia missionária e dos cavaleiros, mas o fabricante não conseguiu entregar no prazo, e eu sem saber como dizer a ela. Mas ela compreendeu e pediu que eu voltasse a São Paulo. A Casa Grande era muito movimentada, sempre havia pessoas à procura de Tia Neiva, e ela, sempre disposta a atender aos pacientes com humildade, amor e tolerância. a n d e r G a s a C a Pois, foi isso, meu amigo leitor, que d e t F r e n Tia Neiva sempre quis que aprendêssemos: Humildade, Tolerância e Amor ao nosso próximo. E uma pena! Às vezes reparo em alguns mestres que se dirigem com suas armas ao Templo a fim de realizar algum trabalho e por pequenos descuidos acabam perdendo seu trabalho por não
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 31
saberem o que é ser humilde, tolerante e amoroso com seu próximo. Infelizmente temos muitas coisas a aprender ainda no decorrer desta jornada terrena. Temos muitos obstáculos a superar numa estrada que é longa. Mas, se buscarmos fazer tudo com amor dentro dos ensinamentos doutrinários, esses obstáculos poderão ser superados de forma mais branda. Quando Tia Neiva estava na Casa Grande trabalhando na lei do auxílio, sempre estavam junto a ela mestres e ninfas que buscavam aprender com a Tia a evolução espiritual. Eu sempre me reunia com a Tia depois do almoço para tratarmos dos assuntos doutrinários, da confecção das armas e também para receber conselhos a respeito de minha vida material e espiritual. Ela sempre muito prestativa e atenciosa, sempre me ajudando e me encorajando a buscar o melhor para mim e minha família. Tia Neiva nunca deixou de atender quem a procurava. É claro que, algumas vezes, havia quem tivesse que esperar um pouco, outros um pouco mais e também aqueles sem paciência que acabavam indo embora e não se davam conta de que estavam perdendo a melhor oportunidade de suas vidas. As conversas com Tia Neiva sobre os trabalhos às vezes duravam o dia todo e se estendiam até a madrugada, algumas vezes o dia amanhecia e íamos tomar café. O incrível é que não nos sentíamos cansados e, sim, mais motivados do que nunca. Quando pensávamos que Tia ia dormir; ela estava bem des-
32 • Francisco R. Cunha
perta para atender a quem dela precisasse. Ela era 24 horas na lei do auxílio. Grandes foram às experiências que tive ao lado de nossa mãe clarividente. Lembro-me de certa vez estar sentado na sala, onde ela atendia aos pacientes, e a Primeira representante Samaritana Vera Lúcia, sua amada filha, me chamou e disse que Tia Neiva estava querendo
d a m e g a l i a í n e m a m H o c i a e F ú T i a L
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 33
falar-me. Ao chegar ao quarto de Tia, ela estava incorporada. Mãe Tildes estava presente. A emoção foi muito grande ao receber uma mensagem de Mãe Tildes por intermédio de Tia Neiva. Foram palavras das quais não esquecerei e que, infelizmente, não posso revelar neste plano. Muitos que freqüentavam a Casa Grande pensavam que meu interesse lá era totalmente comercial, com o intuito de ganhar dinheiro e muitas vezes eu sentia a vibração negativa de alguns. Lo ri va l - E s p i rr o c om Contudo, meu interesse em estar perto c ha m a o v am e s ua N i n de Tia Neiva era para o cumprimento de A p ar á I nc f a , 1 ª o r p o ra ç uma missão que tenho buscado realizar P ai Z é ã o d e P e dr o , 1 97 com muito amor, assim como me ensinou 2 minha mãe clarividente. Certa vez, por conta desses irmãos, eu cheguei a falar com a Tia que iria embora e nunca mais voltar. Ela, porém, me disse: “Meu filho, sua missão é junto daqui comigo, preparando esse acervo doutrinário para os que aqui estão e aqueles que ainda virão”. Muitos acharam que, quando Tia Neiva desencarnasse, eu iria realmente embora e jamais regressaria ao Vale do Amanhecer. Mas se enganaram, aqui estou cumprindo minha missão honrosamente. Durante meus dias ao lado de nossa mãe clarividente, tive a oportunidade de conviver com seus amados filhos adotivos, dos quais não me esqueço. São eles Guto, Ione 1ª Tupinambá, Sueli, Roberto (Betinho), Brito, Preu, Marivania, Melo, Moacir, Lúcia, Vitória, Chiquinha, Tita (filha da 1ª Tupinambá Ione) e muitos que contribuíram para o enriquecimento de minhas memórias. A eles transmito o meu muito obrigado. Salve Deus!
34 • Francisco R. Cunha
1 9 7 5
De 1977 a 1982 tivemos a Livraria do Vale, cuja responsabilidade era do Sr. Guedes. Ele cuidava do acervo. Sempre muito educado, organizado e prestativo, me ajudava nos pedidos de material doutrinário que Tia Neiva fazia às firmas. Ele também fazia as vendas dos livros do Amanhecer. O Sr. Guedes chegou ao Vale do Amanhecer por intermédio de Mário Sassi e ficou hospedado na casa dele por um tempo. A Livraria do Vale ficava onde é hoje a lojinha de Raul e Terezinha Zelaya. Também tinha, se me lembro, uma senhora que sempre levava frutas para Tia Neiva. Recordo-me tê-la visto chegar com uma cesta de frutas na cabeça, manga, goiaba, banana, frutas que a Tia gostava. Era “Preta Velha”, como chamavam. “Preta Velha” morava em Planaltina com seus gatos e cachorros e sempre participava da Escalada na Estrela Candente com o mestre João do salão de costura, sempre alegre. Tia Neiva sempre gostava de sentar-se em frente à Casa Grande, de onde ficava observando as pessoas que por ali passavam. Os que moravam no Vale e os pacientes que vinham ao Templo para suas consultas espirituais. Todas as sextas-feiras, depois das 22 horas, Tia reunia-se com Robertinho do violão e cantava música sertaneja para alegrar a todos. Devido à minha missão no físico – produzir o que Tia Neiva visualizava nos planos espirituais – convivia muito tempo com a rotina da
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 35
Casa Grande. O tempo todo era gente entrando e saindo. Pessoas com problemas, Mestres com dúvidas, etc. Aguardando os pedidos de Tia, passava até quinze dias... De uma hora para outra, ela me orientava e eu tinha que sair correndo para São Paulo, procurar um fornecedor, para produzir sua inspiração. Não existia rotina, ora pacientes, ora mestres, ora planos... E não acabava ai. No final dos trabalhos, nos reuníamos na Casa Grande para conversar e receber a Doutrina, mais palavras de Tia Neiva. Momento conhecido como Corujão. Ali ficávamos ouvindo Tia e tomando o chá de capim cidreira e sua famosa coalhada. O mestre mais assíduo era um jaguar chamado Joaquim Salustiano. Era conhecido por apreciar muito um caldinho de feijão. Sem dúvida meu trabalho mais gratificante se refletiu na cuidadosa busca de profissionais competentes para a construção da Imagem do Nosso Pai Seta Branca, obra do escultor Antonio Miguel de Almeida, executada em São Paulo, em 1974, que fez com que Tia Neiva e Mário Sassi fossem, de avião, fazer a aprovação do trabalho. Essa imagem se encontra instalada no Templo-Mãe em Brasília. A busca pelos fornecedores ideais não foi tarefa muito fácil, precisava fazer muitas viagens entre São Paulo e Brasília. No início foi muito sacrificante, mas missão é pra ser tratada com muito amor. O que mais me agrada é que Tia colocou esta tarefa em minhas mãos – a “tarefa” seria produzir/confeccionar “talismãs” e distintivos
36 • Francisco R. Cunha
metálicos, gravuras coloridas, fitas... (todo o acervo que representasse os propósitos do Vale do Amanhecer) –, sendo eu o único (naquela época) autorizado a formar este acervo.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 37
• Dando espaço para sentimentos Numa aproximação constate com Tia Neiva, recebendo seus conselhos, passei a compreender que os obstáculos me purificavam. Cada dia vivido com a Tia fez com que eu me tornasse mais confiante da força espiritual desta Ordem Espiritualista Cristã. Com um firme propósito, e quase sem querer, me tornei um de seus “braços direitos”, sendo o protetor natural do acervo do Mestrado. Manifesto aqui grande alegria e gratidão a Minha Mãe Espiritual projetando estes versos... Oh! Cruz que pesa tanto derramo pranto em vez de suor, traz-me ódio, em vez de amor. Oh! Cruz que pesa tanto, sem que eu deixe explicação, seu peso me comprime tanto, que amargo coração, embora tenho a semelhança de Cristo de Redenção, sou covarde, impuro como pagão que blasfema contra o peso da cruz de salvação.
Essa poesia vem ao encontro deste importante relato, quando me senti órfão, mas fiel aos princípios, e da dedicação na confecção do acervo do Mestrado, que só encontrei paz na meiguice e força moral de Tia Neiva.
38 • Francisco R. Cunha
• Brasil, o País do Futuro! ... se os homens do presente deixarem
Esta mensagem, psicografada por uma médium chamada Susy, foi entregue na Presidência da República quando se discutia a inundação do Vale do Amanhecer pelas águas da projetada represa São Bartolomeu e repassada ao Governo do Distrito Federal.
“O homem, cego para o oculto de tudo, olhando não o futuro, mas sim o imediatismo de um presente, limitando o tempo a seu tempo, poderá destruir a obra de seres excelsos e, com isso, vir a prejudicar toda a humanidade com atitudes imediatistas, movido mais pelo orgulho, pela vaidade e pela vã sabedoria. Mostro o futuro a partir do presente, não para alarmar, e sim para alertar. E se assim posso proceder, isso se deve a que pertenço a uma outra dimensão espaço-tempo, e desejo atirar uma semente em terra fértil, para que, amanhã, este canal não tenha o peso de dizer: ‘Poderia ter divulgado, e não divulguei!’ Eu vos alerto que um canal é sempre um emissário, e o emissário escolhido para entregar uma determinada mensagem o foi por confiança, e não tem o direito de ocultá-la ou desviá-la. Que isso fique claro. Entretanto, haverá sempre seu Livre Arbítrio! Partiremos do ponto em que o Brasil estava em seus dias de paraíso terrestre e do qual só restou, nos dias de hoje, a Amazônia. Aqui outras civilizações vinham com regularidade, porque não tinha
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 39
havido, ainda, o grande cataclismo que iria separar a América do Sul do resto da superfície terrestre. E quando ocorreu essa separação, não foi por acaso mas, sim, por uma cirurgia dolorosa e terrível – porém necessária para o momento atual. Aqui o rei Salomão tinha suas famosas minas, que gerou o nome do rio Solimões, que, originalmente, era rio Salomão. Aqui vieram os Sumérios e, antes deles, os Atlantes deixaram suas marcas. Uma delas, segundo os estudiosos, a Pedra da Gávea. Porém, ninguém sequer intuiu o que realmente representa a Pedra da Gávea! Também, ninguém se preocupa com as Sete Cidades. Muitos minérios preciosos foram destruídos. Quase nenhuma das tantas cavernas e grutas foi estudada com profundidade, o que seja contra o Plano Maior será severamente punido! Por isso, aqueles que se postam nos quadros negros serão movimentados pela mão forte, experiente e decidida do Anjo do Karma. E não poderá escapar desta mão! Toda a humanidade, em 1986 resgatou, queimou Karmas contraídos em outras vidas passadas, e não escapará de, neste 1987, resgatar Karmas contraídos nesta vida presente, e terá que queimá-los. Para isso, todos serão manipulados no grande jogo pela mão poderosa, firme, resoluta e implacável do Anjo do Karma. Aqueles que se posicionarem nos quadros brancos obviamente deverão enfrentar os que estão nos quadros negros, vindo em direção – e vice-versa. Mas serão movimentados pelas Mãos de Deus, tendo toda a proteção neste enfrentamento de situações difíceis gerada pelas forças negras de criaturas adversas, já que se posicionam, há muito, nos quadros da Luz, abrindo mão de estar nos quadros das Trevas. Vencerão, com força e amparo da Mão
40 • Francisco R. Cunha
de Deus, que os guiará por desvios, evitando que se defronte com aquelas outras criaturas, mesmo que estas as perturbem e busquem atravessar em seus caminhos. Nada poderá mudar a posição daqueles que se colocam no quadro das trevas, bem como não há qualquer risco, agora, para aqueles que se posicionam nos quadros da luz, de retrocederem da sua posição de branco e negro. Será um grande jogo, em que as peças serão manipuladas por grandes jogadores... Veremos aumento de incidência de AIDS, veremos grandes fortunas construídas com as lágrimas do desespero de muitos, com tóxico, com agiotagem a vigarice, rolarem, ruírem, para espanto daqueles que acham que grandes fortunas não acabam. Ao ruírem, seus donos sentirão a própria insignificância de suas pessoas, sem dinheiro para esmagar aqueles que não têm: verão o quanto o orgulho de seu poder era infantil e tolo, pois nada mais serão do que criaturas mais infelizes do que o ser humano comum, privados de tantas regalias, de tanto luxo, e tanta opulência conquistada à custa de tanta miséria! Isto vos digo: No plano mundial, será um ano duro, difícil para todo aquele que roubou, matou, caluniou, oprimiu, humilhou, traiu, teve enriquecimento ilícito, prejudicou, etc. Será um ano áureo para todo aquele que viveu em paz, ligado à sintonia cósmica, seja para intelectuais, artistas ou cientistas dedicados ao estudo das curas. Todo aquele que deseja – sempre desejou – erguer, construir e criar será estupendamente favorecido. Todo aquele que viveu do prejuízo dos outros, enganado, mistificando, traindo, roubando, prejudicando, terá um ano desastrosamente mau, por que resgatarão todos os Karmas contraídos.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 41
1987 será o ano em que será desfeita a grande inversão de valores e só prosseguirá sua caminhada quem realmente quiser contribuir para a estabilização da Paz e a preservação do que seja elevado e puro. Principalmente, aqueles que agredirem a Mãe Natureza serão tremendamente castigados e receberão retorno. Viveis o momento mais importante do planeta! Sois testemunha da luta das forças do bem contra as forças do mal, que determinará o futuro, que poderá ser um alvorecer de uma nova era ou fim de todas as eras! A cada um de vós cabe um grau enorme de conscientização daquilo que representa, em termos de amanhã, um mundo melhor. E, para isso, Deus nos deu o Livre Arbítrio, como se fosse um cheque especial do qual lançareis mão de forma tão pródiga que, às vezes, vos surpreendereis com os juros que vos serão cobrados por esses tantos saques da confiança de Deus em nós, suas criaturas. Por isso, se um médium não quiser dar meu recado, não o dará. Fica por conta exclusiva de seu livre arbítrio, e será creditado na sua conta corrente com Deus... Os juros terão que ser pagos. Não é este o idioma que vós, terráqueos, mais conheceis, depois que elegeram o Dinheiro como vosso Deus e Senhor, ergueram a ele templos em todas as partes – bancos – para cultuá-lo, multiplicá-lo e adorá-lo? Por isso estou me comunicando usando esse tipo de linguagem. E viver este momento é uma dádiva dupla para cada ser humano. E viver este momento no Brasil é uma dádiva dupla para cada brasileiro ou estrangeiro. Por isso, todo estrangeiro que age contra a hospitalidade desse povo, prejudicando com seu tra-
42 • Francisco R. Cunha
balho ou negócios a evolução, saúde, alimentação, o equilíbrio ecológico do país e a estabilidade social, terá que pagar um preço alto, pois adquiriu uma dívida para si e seu país de origem. Cada brasileiro omisso, que age em desacordo com o futuro do seu país, também terá que pagar por isso. Não se trata de uma maldição, porém, entendam-me, do efeito incontrolável e implacável da Lei de Causa e Efeito. Brasil! Fonte inesgotável de riquezas, de belezas naturais, de terra fértil e rica, dos grandes volumes de água, com rios caudalosos, cataratas, praias de areia alvíssimas, com fauna e flora tão exuberante e grandes florestas... Tudo o que germina em outros países, no Brasil também, em se plantando, germina, desde tâmaras a bananas, desde cerejas a maçãs. Clima ameno, povo bom e hospitaleiro, puro por sua origem índia e negra, que faz com que receba, por esta origem, todos os golpes com humildade, paciência e bondade, acatando, com resignação, a vontade de Deus, mas que nem sempre é Deus e sim de homens agindo contra sua vontade. Não é à toa que o Cruzeiro do Sul está protegendo este país! Desde a cruz traçada para a abertura das estradas em Belém-Brasília e a Transamazônica; da cruz diante da qual foi foram celebradas a primeira missa no Brasil e a missa de inauguração de Brasília; do traçado urbanístico de Lúcio Costa, que tanto pode representar um pássaro de assas abertas como também uma cruz; da moeda que foi o cruzeiro e, agora, é cruzado, chega-se ao pentagrama invisível que forma o Brasil. Quem tiver olhos que veja, e não só a crucificação do brasileiro mas, também, a sua ressurreição para uma Nova Era.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 43
E surge uma trindade: Juscelino, Niemeyer e Lúcio Costa. E dessa trindade surgiu BRASÍLIA! Para que um corpo exista, se mova, viva é necessário que tenha uma alma e, para que isso ocorra, são necessárias duas polaridades: a de um homem e a de uma mulher. A mulher desta união cósmica, para o surgimento físico de Brasília foi TIA NEIVA, que ouviu o chamado e intuiu aquilo que lhe tinha sido destinado como missão maior; seguiu o que foi traçado, obedeceu àquilo que lhe foi orientado e materializou o VALE DO AMANHECER, que viria a ser corpo etérico, a alma de Brasília, e trouxe para ali toda uma energia cósmica fortíssima. Loucura, dirão muitos! Ela era uma louca visionária, e fez ali um grande manicômio, dirão outros... Não é dado, porém, a qualquer homem fundar uma cidade... imagine-se, então, uma mulher! Uma cidade é o micro no macro, um pequeno universo dentro do grande universo, um pequeno planeta dentro do planeta. Daí, aquele que constrói uma cidade não é alguém comum e sim, quase um semideus, que materializa aquilo que projetou, implanta e cria algo onde nada havia e ali reúne criaturas para viverem. Com este gesto, torna-se responsável por tudo o que, a partir daquela cidade, passe a ocorrer de bom e de mau... E se Juscelino sabia perfeitamente disso, porque era altamente iniciado e iluminado, o mesmo ocorreu com Tia Neiva. Antigamente, para erigir-se uma cidade, era chamado o Mago Sacerdote, e ele era que escolhia, através de diversas artes ocultas, principalmente a radiestesia, a astrologia e a geomancia, o local certo para a implantação da cidade, consagrando-a e, também, delimitando-a dentro da área de ação da corrente energética positiva. Ali eram feitas preces
44 • Francisco R. Cunha
e rituais, e colocado um marco. Geralmente as cidades eram divididas em cruz, como o próprio planeta é dividido em norte e sul, leste e oeste. Brasília e o Vale do Amanhecer foram cidades erguidas de forma mágica e mística, obedecendo à orientação de um plano superior. Destruir o Vale do Amanhecer será como destruir a alma de Brasília, que se tornaria uma cidade negativa que seria emanada para todo o Brasil, comprometendo o glorioso futuro do mesmo. Enquanto grandes seres fundam cidades, criaturas insignificantes vêm com a triste missão de destruíIa, afundá-las... Que coisa triste! Porque irão inundar o Vale do Amanhecer? Porque seria necessária mais uma usina hidroelétrica, como Itaipu, que proporcionou todo esse endividamento do país, acrescido pelo endividamento da implantação de usinas atômicas, visando a utilização do átomo para fins pacíficos... Segundo o então Presidente da República, isso era preciso para iluminar o Brasil de 2000, sem colocar em risco a saúde de grande parte da população e sem criar mais lixo atômico, o que acontece com a utilização pacífica do átomo. Entretanto, para gerar luz para o Brasil é preciso consciência de tantos crimes ecológicos para implantação de usinas hidroelétricas. Não bastou o crime cometido em Sete Quedas? Valeram, porém, meus alertas! Itaipu trabalha com o mínimo de sua capacidade. Se estivesse com sua capacidade total, poderia gerar luz para toda a América do Sul. Porém, todos estão alheios a isso, e apenas os que conhecem eletrotécnica e sabem de todos os detalhes concordam que não mais seriam necessárias novas hidroelétricas no Brasil. Que não é mais necessária, um jogo de interesses pessoais, a distribuição de extensos
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 45
ares e do equilíbrio ecológico do país, como fizeram com Itaipu. Agora, não satisfeito – e pode, até mesmo, ser uma vingança por preconceitos religiosos – resolveram inundar o Vale do Amanhecer, destruindo assim a alma de Brasília. O alerta foi dado: é urgente manter o Vale do Amanhecer e conservar Brasília. Será um desastre total para o Brasil se o Vale do Amanhecer for inundado e forem dispersas, com esse gesto irracional, todas as energias cósmicas ali contidas. Nada ocorrerá com aqueles que por ali viveram por tantos anos, pois cumpriram com suas missões. Porém, alem do grande compromisso cármico de deixar tantas criaturas sem ter para onde ir, há o terrível compromisso de se ter destruído uma obra da mais alta importância, conhecida mundialmente, e que é o ponto energético-cósmico-magnético que faz com que o Brasil ainda esteja se agüentando. Quando da inundação de Sete Quedas, já os havia advertido de que, se assim fosse feito, o Brasil teria sete vezes sete de problemas e contratempos devido a isso, que me parece ter acontecido em número bem superior à marca por mim estabelecida. Agora, advirto-vos que, se o Vale do Amanhecer for inundado, o desastre, para o Brasil, será total! Nada mais poderá ser feito para que o Brasil cumpra sua missão gloriosa na história da Humanidade. Os que forem responsáveis por isso sofrerão conseqüências terríveis, para si próprios, e por certo, irão lembrar minha advertência. Querem retirar, inundar a alma de Brasília. Mas, vos digo: é urgente preservar intacto o Vale do Amanhecer, para que Brasília não se torne uma cidade sem alma.
46 • Francisco R. Cunha
Há urgência de serem concertados alguns desvios energéticos de Brasília, cuja energia-forma foi desvirtuada depois de quase concluída a obra de Niemeyer, e só ele poderá fazê-lo, a fim de que aquela sintonia arquitetônica, composta por ele, deixe de estar vibrando de forma dissonante e volte a emitir sons harmônicos, que reverberarão por todo o Brasil. As horríveis pirâmides construídas pós-Niemeyer estão destruindo tudo o que existia de energia positiva. Há um prédio em Brasília que é um verdadeiro imã e catalisador de forças negativas para o Brasil, um horror! Brasília, que se tornara, através da obra de Niemeyer, um dínamo catalisador de forças cósmicas solares, passou a ser um dínamo gerador de forças altamente negativas para o Brasil e que só não atingiram seu clímax devido às vibrações, rituais e energias-forma do Vale do Amanhecer. Vide, atentai para o elo Vale do Amanhecer - Palácio da Alvorada! Devemos lembrar àqueles que desejam inundar o Vale do Amanhecer que quem destrói nunca saberá construir!(...) Quando afundarem o Vale do Amanhecer é que o Brasil e os brasilienses sentirão o erro cometido e a carga pesadíssima da energia invertida de Brasília sobre o Brasil e os brasileiros. Se alguém duvida do elo espiritual e cósmico existente entre a obra de Juscelino e a de Tia Neiva, basta ver que a cidade criada por Tia Neiva ficou no lugar onde, originalmente, deveria ser a capital do Brasil, e que Juscelino não quis, porque sabia que não era o ponto magnético exato para a criação de sua cidade. Assim, ali em Planaltina, Tia Neiva criou
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 47
o Vale do Amanhecer, que tem uma ligação cósmica e etérica com o Palácio da Alvorada (...). Que a paz se faça em cada coração! Que cada brasileiro seja um soldado empunhando, como arma, o Evangelho; como escudo a Cruz, e tenha como armadura o Amor por toda a Humanidade.” Essa mensagem faz parte do acervo Trino Tumarã, Mestre José Carlos. Obs. Foram suprimidos alguns trechos sobre a devastação da Amazônia (TRTT)
48 • Francisco R. Cunha
• Carta de Tia Neiva para mim Vale do Amanhecer, 12 de março de 1977 Querido filho, Francisco. Salve Deus! Meu filho, você é um espírito espartano que se destacou pela força e coragem. Percorreu as Planícies Macedônicas, na conquista de novos mundos e civilizações. Em Roma foi centurião, e impunha respeito pela força, fez muitas desordens no Egito provocando a queda da Rainha e exterminando com a civilização Egípcia. Na França participou ativamente nas batalhas da queda da Bastilha. Quando Cigano, acompanhava Natacha, era, então, inteligente, astuto e muito dinâmico. Foi deportado do Império de D. Pedro quando se perdeu nas desapropriações de direitos, desviando-se de suas obrigações e responsabilidades no Império. Veio então em Angical, onde foi severo senhor de escravos, homem de grande fortuna e inteiramente voltado para vícios e prazeres mundanos, jogos, bebidas, danças e roubos. Gostava de conquistar sendo causador de desajustes em lares e a cada dia destruía seu próprio lar. Teve que fugir e abandonar toda a sua riqueza porque na abolição os negros se revoltaram, e queriam matá-lo. Sempre foi um espírito de fortuna e até hoje não se conforma com a riqueza perdida e o que possui é concedido pela Providência. Procura não fazer inimigos para não aumentar sua bagagem cármica. Destruiu toda a sua família, por isso sua principal missão hoje é recuperar-se e reajustar-se com seus familiares, que são os mesmos do passado. Procure cultivar e conservar tudo aquilo que Deus lhe concede a cada instante e, com a força de seu amor, vencerá mais esta batalha difícil de seu carma.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 49
Pai Seta Branca está lhe dando especial assistência e proteção para que possa sempre em seu íntimo a tranqüilidade e a paz mesmo em meio às dificuldades, que são comuns a nós que peregrinamos na terra. A Mãe em Cristo, Divino Mestre, Tia Neiva
50 • Francisco R. Cunha
• Cidadão “Brasiliense” “Brasiliense” Francisco Ribeiro da Cunha, nascido em Guarabira, PB, a 03/04/1932, representante comercial em São Paulo. Representei várias indústrias nessa cidade, como autônomo e promotor de vendas. Comecei atuando no ramo de papelaria e brindes promocionais, artigos para presentes, bijuterias, flâmulas etc. Meu desenvolvimento de trabalho era conquistar clientes e para isso viajava pelas principais capitais do Brasil: entretanto ao chegar a Goiânia, visitei alguns clientes com os quais mantinha contatos comerciais. Esta referência se deu exatamente em junho de 1957, quando tive a oportunidad oportunidadee de ter ter o contato com Brasília e sua magnífica construção. Ao chegar a Brasília hospedei-me no Hotel “Jurema”, que se localizava na avenida central Cidade Livre. Iniciando o dia de trabalho fui visitar o meu primeiro cliente, clie nte, Sr. Sr. Agenor Gomes de Faria – empresa de cartões-postais, fotos, presentes e souvenires –, com quem mantive vários contatos comerciais entre 1957 e 1961. Nesta “Cidade Livre”, como era conhecida, promovi vários lançamentos dos produtos que representei, trazidos da megalópole, dentre os quais o lançamento do Álbum Lembrança de Brasília, em conjunto com os cartões-postais coloridos (novidade na época), chaveiros, medalhas comemorativas, flâmulas e adesivos para a campanha JK 65. Fui o primeiro a confeccionar souvenires com motivos de lembranças de Brasília. Costumava freqüentar a galeria do Hotel Nacional, onde tive a oportunidade de conhecer várias personalidades que compuseram a história da formação de Brasília, como a Rainha Elisabeth em visita a essa nova
52 • Francisco R. Cunha
cidade, assim como o Príncipe Philip. Ao saírem do Hotel Nacional, onde estas ilustres personalidades estavam hospedadas, dirigindo-se para o Congresso Nacional, acenaram para o público presente que os aguardavam, e eu me encontrava bem próximo do acontecimento aconteciment o histórico. Na galeria do Hotel Nacional, situava-se a loja “Souvenir Brasília” do Sr. João Neto, que era meu amigo e cliente, assim como o Sr. Manoel, dono da livraria Encontro. Foi por intermédio deles que cheguei a conhecer outras personalidades, como o ex-presidente da República José Sarney, que na época era Deputado Federal, cujos encontros também aconteciam na “Livraria Encontro”, por onde passavam vários políticos. Outros pioneiros nesta história são o Sr. Anazi Vieira da Silva, proprietário da Banca de Revistas 506, na Avenida W3, 506 – atual rodoviária central de Brasília –, o Sr. Manuel, proprietário da “Livraria da Rodoviária”, e o Sr. Augusto, proprietário da Loja de Presentes da Rodoferroviária. Tudo isso ocorreu em 1958. Já na lanchonete do Sr. Antonio, onde costumava tomar café toda vez que ali passava, o ambiente proporcionava vários amigos que conquistei nesta minha caminhada. E a partir desses encontros surgiu a grande iniciativa de minha parte de confeccionar os adesivos da candidatura de JK, pois atuava como cidadão convicto da política do Brasil. JK foi o símbolo da emancipação econômica e industrial já vista no Brasil: “50 anos em 5”. Brasília era a representatividade desta democracia cujo ob jetivo era tornar o povo mais participativo das decisões nacionais. Em sua campanha JK 65, Juscelino atuava como Senador da República, representando o Estado de
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 53
Goiás. A 7 de maio de 1961, em Goiânia, tive a oportunidade de abraçar o Senador e ex-presidente em campanha para presidência, onde solicitei sua assinatura em meu documento, conforme foto abaixo.
Entretanto minha atuação neste processo se interrompe quando o nosso país, no ano de 1964, passa por um grande momento de transformação política; sendo que Juscelino é exilado e a minha atuação ao lado desse grande Presidente se rompe com a mudança da nossa História Democrática. Entretanto, meus sentimentos como cidadão brasileiro continuam com o mesmo espírito democrático e participativo pela luta dos nossos ideais do grande povo brasileiro que somos. Minha história com Brasília ainda continua participativa, sempre estou presente nas grandes comemorações, como, por exemplo, a grandiosa visita do Papa João Paulo II, que em junho de 1980 esteve na capital brasileira.
54 • Francisco R. Cunha
Contudo, esta significativa caminhada, trouxe para minha vida a grande felicidade a qual nem tenho como expressar: foi o meu encontro, no Vale do Amanhecer, casa da grandiosa espiritualista cristã Tia Neiva, no ano de 1972, e a minha história e caminhada com Brasília continua viva na expressão do meu amor e respeito a essa Doutrina. (Texto extraído do Correio Brasilienze de 05/08/04, matéria “IDOSOS SEM VEZ”, que chegou ao conhecimento do Presidente Lula para que assim fossem concedidas passa gens gratuitas aos idosos.)
• José Mandão Outro grande seguidor de Tia Neiva, conhecido pelo nome de José Mandão, acompanhou Tia Neiva desde a Serra do Ouro, em Goiás, até TaguatingaDF. Ele plantava hortaliças, verduras, arroz, milho e mandioca para o sustento até esta data, e encontra-se morando no Vale do Amanhecer, Jaguar Sol. Foi ele que Tia Neiva pediu para localizar uma área para o templo, saiu com o carro de Tia, uma Kombi, ano 1972, nas imediações de Planaltina, ao passar na ponte Rio Pipiripau, o carro quebrou e ele teve que retornar. Ele voltou a Taguatinga, foi quando Tia Neiva disse “Meu filho encontrou o local que pedi?”, “Tia eu parei no Rio Pipiripau, foi quando a Kombi enguiçou, tive que voltar”, “Meu filho, então é lá que vou acampar, em frente ao portão de entrada do Vale do Amanhecer, a Terra Sagrada, Salve Deus!” Palavras de Raul Zelaya no comando da Estrela Candente 15/11/2004 às 14 horas, Salve Deus!
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 55
• Datilógrafa da história Não posso deixar de citar e comentar uma pessoa muito importante, que acompanhava Tia para datilografar as cartas que ditava para os mestres, com seus quadros espirituais de suas encarnações anteriores, Salve Deus!, conforme modelo anexo FRANCISCO R. CUNHA, datada de 1977, com a assinatura de Tia Neiva: MARLENE, esposa e ninfa do MESTRE VALDECK, ADJ. APOIO YURICY, TRINO ARATUZO. Salve Deus!
• Vila Velha - ES Em 1981 Tia Neiva foi ao templo de Vila Velha, Espírito Santo, para consagração. Acompanharam MÁRIO KIOSHY ADJ. ALUXÃ, JOSÉ LUIZ ADJ. JANATÃ, LACERDA ADJ. YPUENA e vários outros Adjuntos. Depois da consagração, à noite, por volta das 23 horas, fomos a um restaurante, uma deliciosa peixada na Barra do Jucu, assim ficou na memória de todos os presentes. Então Tia Neiva e os mestres seguiram para a praia de Prado, na Bahia, onde a família tem casa de veraneio, onde Tia recebeu Mãe Iemanjá. Salve Deus!
• Assistente da Clarividente Alvina, ninfa Avagana juntamente com outras ninfas foram grandes colaboradoras de Tia Neiva, deixo aqui registrado minha homenagem.
56 • Francisco R. Cunha
• Estrela Candente 1974, eu estava na pensão Vovô Indu, do Manoel Careca, acordei com o ruído do trator esteira, fazendo muito barulho. Eu disse para mim que seria terraplanagem da rua, não foi assim, estavam tirando terra do lago, que hoje é chamado Lago de Iemanjá – Estrela Candente e o Quadrante. Quando terminou, tia começou sua engenharia espacial, com pedaços de madeira ou cipó nas mãos dando os detalhes de como seria ao Mestre Martins e outros, da Estrela, assim não, é assim, às vezes falava em outros tons, às vezes xingava quando fazia errado. Salve Deus. Assim foi inaugurados a Estrela Candente e o Lago de Iemanjá, com Quadrante, 1º de maio de 1976, onde eu estava presente, ver fotos da construção e inauguração, Salve Deus!
ã o ç a r g u e n t e. u a n i n d , a 6 7 C 1 9 t r e l a s E a d
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 57
1 9 7 3
1973, Festa para construção da Estrela Candente - famoso banho na cachoeira 1 97 6
1 97 5 F ra n c i s co - 19 7 7
58 • Francisco R. Cunha
• Terezinha e as telhas 1974, inauguração do Templo, os principais colaboradores na construção, Mário Sassi, Michel, Gravia, Brito, grande colaborador nas festas e eventos que Tia fazia em datas comemorativas, Roberto Penteado, Raul Zelaya, Coronel Albuquerque, outro grande colaborador, uma pessoa que ajudou bastante no transporte e carregamento de pedras para a construção com seu Chevrolet ano 1972, Sr. Gilberto, morando no Vale do Amanhecer, Mestre Sol, que trabalharam nas obras, Martins, Joaquim Marabá, Azulão, Antônio Maria, Henrique e outros, Salve Deus, uma ninfa que mais colaborou nas telhas do Templo colocando o nome dos contribuintes nas telhas, Ninfa Lua Terezinha, a primeira que cantava os mantras do Vale, Salve Deus!
1 9 77 , F r a nc i s co , c om T i a N ei v
a e fi l ho
1973
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 59
• Adjunto Aluxã 1978, quando ingressei no contingente do ADJUNTO ALUXÃ. Até hoje sou membro deste grandioso ADJUNTO ALUXÃ, meu grande mestre ADJUNTO MARIO KIOSHY. Até esta data tenho verdadeira admiração pela sua missão.
• Dr. Elvércio Marques Dr. Elvércio Marques, advogado dos Matarazzo, sempre visitava Tia Neiva e nunca deixava de trazer presentes para ela. Ele colaborou muito na divulgação dos livros “No limiar do III Milênio”, “Sob os olhos da clarividente”, “Conjunção de dois planos”, entre outros, nas livrarias de São Paulo. Nestor e Yvone, quando vinham a São Paulo, hospedavam-se na casa dele, assim também Tia Neiva e Mário Sassi, pois eram de fato, muito amigos. Tivemos vários encontros no Vale e em São Paulo.
General Uchôa Assíduo freqüentador da Casa Grande, ele observava OVNI’s (Objetos Voadores Não Identificados). As reuniões com Tia Neiva e Mario Sassi eram constantes, sempre após as 22h, e lá discutiam suas observações destes objetos e pesquisavam matérias a respeito. Todos assuntos já muito conhecidos pela família.
60 • Francisco R. Cunha
• General Figueiredo Quando Presidente da República, o General João Baptista Figueiredo, comunicava-se constantemente com Tia Neiva, através de nosso representante, o Adjunto Alufã, Mestre Barros, que na ocasião, era assessor do Presidente.
• Brito Grande colaborador de Tia Neiva foi o Brito. Quando Tia organizava os eventos no Vale do Amanhecer, principalmente os ligados ao orfanato “Lar Mãe Tildes”, estava ele fazendo o seu melhor. Paraibano de Campina Grande, carinhosamente, distribuía presentes para todos, principalmente no Natal. Deixo aqui uma homenagem a esse grande amigo, que muito colaborou em nossa missão.
• Depoimento relevante O Sr. Francisco chegou ao Vale do Amanhecer através de amigo. Conheceu Tia Neiva e passou um tempo em sua companhia e aprendeu a trabalhar. Enquanto Tia Neiva observava seu quadro, o Sr. Francisco foi se dando conta de como sua estada no Vale do Amanhecer fazia bem, Lembro-me que ele comentou que mesmo quando estava em São Paulo, fisicamente distante do Vale, ele sentia a presença de nossa mentora Tia Neiva, dando auxílio e segurança para o firme propósito de sua vida material.
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 61
Aos poucos ele sentia uma enorme mudança no seu modo de ver as coisas e ficava mais confiante na superação de obstáculos naturais. Percebeu que lhe são de direito. Ele teve uma imensa colaboração no acervo doutrinário que temos na doutrina. Ele foi, e tem sido ainda, fiel à nossa mãe clarividente. Percebo que a Casa Grande era pequena para tanta alegria, tantos suspiros e tantas lágrimas acompanhadas de saudade. As fotos da Casa Grande são a história de nossa doutrina, na qual o Sr. Francisco, ao lado de Tia Neiva, teve sua contribuição. O Sr. Francisco tem uma saudade e gratidão muito grande pelo que pôde viver ao lado de Nossa Mãe Neiva. E, embora se entristeça por não ter o reconhecimento devido pelo seu trabalho, sabe que tem o reconhecimento fiel de nossa mentora, e segue firme no propósito em defesa deste grande projeto de força que é o Grande Vale do Amanhecer. Felizmente, ainda há, assim como Sr. Francisco, mestres e ninfas nesta doutrina que lutam para manter acesa a chama viva e resplandecente deste amanhecer de Humildade, Tolerância e Amor. Quando percorri os salões da Casa Grande juntamente com o Sr. Francisco, vi como ele se emociona ao relembrar a importância que Tia Neiva teve na vida dele e quão grato é por ter tido o privilégio de ter estado ao lado dela. Apesar das dificuldades, muitas materiais, o Sr. Francisco segue firme em seu propósito. No dia 23 de março deste ano de 2007, presenciei no Templo Mãe um fato inédito. Vi o Sr. Raul Zelaya pegar na mão do Sr. Francisco e conduzi-lo ao lugar onde Nossa Mãe Clarividente ficava sentada. Ela tinha um lugarzinho especial atrás do Caminheiro, e por ser um lugar de respeito e mantido imacu-
62 • Francisco R. Cunha
lado por seus filhos, não é permitido a ninguém que entre lá. Porém o próprio Raul Zelava, filho de Tia Neiva, conduziu o Sr. Francisco pela mão e o colocou sentado lá, onde se sentava nossa mãe. E lá o Sr. Francisco ficou até que terminasse a Contagem. Vi nos olhos dele o quão feliz e grato ficou. Sentiase honrado em ocupar o assento que Tia Neiva ocupou e, desde seu desencarne, ninguém havia estado lá. São por estas pequenas coisas na vida da gente que notamos o quanto é importante o que fazemos. Às vezes um pequeno gesto é o que equivale a uma grande fortuna. Salve Deus!
• Desencarne de Tia Neiva d e o p c o r i t é r i o o d a d e m c a g o e a C h e i v a T i a N
Em 1985, sempre quando ia ao vale, visitava primeiramente Tia Neiva na Casa Grande. No dia 30 de outubro de 1985, dia de seu aniversário, ela estava completando 59 anos ao cumprimentar como de costume todos os médiuns do Vale, mais próximo, ao me despedir ao meu retorno para São Paulo – todas as vezes falava com ela – ao me olhar com seus olhos com a visão para o alto me abençoou desejando boa viagem, vai com Deus! Ali eu senti e chorei naquele momento. No dia 14 de novembro, eu estava em minha casa, em São Paulo, tive uma intuição de ir ao Vale, falei para minha esposa que ia viajar ao Vale. Ela me respondeu: “Como se você acabou de chegar do Vale há dez dias?” Fui à rodoviária do Tietê, comprei as passagens, 6ª feira
Memórias de um Seguidor de Tia Neiva • 63
às 14h30, no dia 14 de novembro. Na última parada antes de chegar a Brasília, às 5 horas da manhã, ao descer do ônibus para tomar café, um senhor moreno que embarcou em Campinas perguntou se eu pertencia ao Vale, eu falei Salve Deus! Quando ele me falou se eu já sabia do desencarne de Tia Neiva, o choque foi grande, Salve Deus!, ao saber por esse mestre cujo nome eu nem sei, Salve Deus! Ao chegar ao Vale o quadro era desolador! Ao passar no Aledá vi o corpo dela no templo e pela primeira vez desmaiei. Me levaram para a Cura, Salve Deus!, por orientação da ninfa Teresinha Tavares, mãe do Ajanã Munir. No domingo, 15 de novembro de 1985, às 13 horas foi o enterro, milhares de pessoas do Vale do Amanhecer estavam presentes. Todos acenavam com lágrimas e houve uma grande homenagem do corpo mediúnico no cemitério, Salve Deus! O corpo foi levado pelo carro do copo de bombeiros ao cemitério em Planaltina por 10 quilômetros, percurso de muitas lágrimas e saudade no decorrer do cortejo, com corpo mediúnico presente, Salve Deus!
• Outros fatos e memórias Em janeiro de 1961, estava presente no Palácio quando Juscelino Kubitschek passa a faixa presidencial ao eleito Jânio Quadros. 1954: como nordestino morava no Rio de Janeiro, trabalhava em uma empresa cinematográfica, a Universal Pictures, na Rua Salvador, da Cinelândia, como auxiliar de programação. Era solteiro, morava no Flamengo, na Rua Paissandu. No dia 24 de agosto, às 7h30 da manhã estava no bonde indo para o trabalho quando o condutor parou em frente
64 • Francisco R. Cunha
ao Palácio do Catete, pediu para todos descerem do bonde e anunciou que o grande estadista Getúlio Vargas acabara de se suicidar. Grande aparato político formou-se pela cidade comovendo o Brasil. Marta Rocha foi eleita Miss Universo patrocinada pela companhia onde eu trabalhava no Rio de Janeiro. Estive no auditório da mais linda do Brasil, na Universal Pictures, depois vim morar na megalópole São Paulo, onde me casei em 15 de fevereiro de 1958, constitui família e atualmente tenho cinco netos – três mulheres e dois homens – e completarei 50 anos de casado em 15 de fevereiro de 2008. Um colaborador que serviu sempre Tia Neiva desde o tempo que ela precisava arrumar as instalações elétricas da Casa Grande e do Templo foi o mestre eletricista conhecido como Raimundo Eletricista com suas “gambiarras”. Salve Deus! A Ninfa Lúcia Pimentel, assistente direta da Tia Neiva, nas encomendas da loja, responsável por controle das lojas, Salve Deus!
• Caminheiro – Mestre Francisco autorizado Enviado por: André Luis, Adj. Ajuvano
[email protected] O TRINO AJARÃ, mestre GILBERTO ZELAYA, autorizou o MESTRE SOL FRANCISCO RIBEIRO DA CUNHA a providenciar para todos os TEMPLOS DO VALE DO AMANHECER a imagem OFICIAL DO CAMINHEIRO. Quem se interessar entrar em contato com ele pelo telefone: (11) 8582-0939 ou (11) 3441-9054 e por e-mail, para
[email protected]. O Caminheiro Oficial (Jesus), conforme Templo-Mãe, mede 1,80m e para o Aledá o tamanho é 30 cm.