TEMPOS ESPECIAIS 2015-2016 Assistência de Formação
Comunidade de Aliança TEMPOS EPECIAIS 2015-2016 PÁSCOA A PENTECOSTES PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS MANUAL DO FORMANDO Assistência de Formação Setor Intracomunitário
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Comunidade de Aliança TEMPOS EPECIAIS 2015-2016 PÁSCOA A PENTECOSTES PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS MANUAL DO FORMANDO Assistência de Formação Setor Intracomunitário
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES – PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS CARTA INTRODUTÓRIA
Queridos irmãos, Com muito louvor e gratidão ao Senhor que nos conduz e conduzirá, sempre na sua vontade, iniciaremos este ano formativo tomando conhecimento, através da partilha do nosso fundador e moderador-geral Moysés Azevedo, do que Deus nos falou no retiro de escuta. Retiro que reuniu o Conselho Geral e os acompanhadores regionais das missões da Comunidade, de 01 a 04 de outubro, na Diaconia Geral, em Aquiraz. Este retiro é intitulado de “escuta “escuta” ” , justamente porque, para nós, “o planejamento da comunidade não é de qualquer forma, porque não queremos que seja fruto da carne e da boa vontade, mas planejar à luz da voz de Deus, pela escuta do Senhor. Esse é o 1º passo do planejamento da comunidade .” .” 1 Os participantes do retiro buscaram buscaram a “escuta humilde e sincera da voz de Deus, despojada, suplicando o auxílio de Deus .” 2
Esta voz de Deus, dirigida a toda a comunidade, precisará estar bem presente em toda a vida da comunidade durante este ano, em todas as dimensões. Por isso a importância de abrir o ano formativo de 2015 com este bloco. Moysés explica, no início da partilha, que Deus falou de vários modos, e que, no intuito de partilhar com a comunidade esses direcionamentos de Deus, organizou-os em sete pontos: 1) Prostração do nosso coração diante da glória de Deus; 2) A pequenez, 3) A
misericórdia. 4) A esperança, 5) Uma tríade de feridas, 6) Uma unidade inquebrantável e; 7) A consolação. Nós iremos, neste bloco, aprofundar o entendimento de cada ponto. Estes
serão os temas de cada semana, para que, ao final de sete semanas, tenhamos entendido, refletido e rezado com cada ponto, entendamos o que Deus nos diz de modo pessoal e comunitário. Que Deus nos acompanhe durante todo este ano formativo. Shalom.
Germana Perdigão Assistência de Formação Setor Intracomunitário Equipe dos Manuais Colaboração: Paulo Roberto Furtado (Correção Ortográfica)
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Moysés Azevedo, explicando o objetivo do retiro de escuta, durante a 1ª parte da sua partilha, realizada na Diaconia Geral, por ocasião do retiro de planejamento estratégico do Governo Geral, realizado de 13 a 24 de outubro de 2014. 2 Idem.
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES – PARTILHA DO RHEMA DA FORMAÇÃO
Queridos irmãos, Esta página do seu manual servirá como “DIÁRIO DE BORDO” para este Ano Formativo 2015-2016. Será o seu “companheiro de viagem”, onde você anotará todos os Rhemas e as graças recebidas através da formação neste tempo. É importante que você preencha, a cada formação, para ir percebendo o fio condutor da Obra de Deus na sua vida e poder, no final do ano formativo, testemunhar a grande e bela Obra que Deus terá realizado em sua vida. Maria seja Mãe e Mestra neste caminho formativo. Shalom!
DATA
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RHEMA
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DATA
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 1ª. SEMANA –
1º. TEMA A PROSTRAÇÃO DIANTE DA GLÓRIA DE DEUS OBJETIVO Buscar aprofundar a vivência da prostração diante da glória de Deus; Tomar consciência de que a prostração diante da glória de Deus é imprescindível para a conversão de cada um; Refletir de como estamos vivendo esta dimensão tão importante.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
PERGUNTAS PARA TRABALHO EM GRUPO a) O que você ganhou com a formação aplicada sobre A prostração diante da glória de Deus? b) Você ganhou ferramentas importantes para crescer em santidade? Quais? c) Como esta formação tem relação com o que você já sabe? d) Quais as dificuldades que você conseguirá superar com esta formação? Qual a origem da nossa vocação, conforme afirmada pelo Moysés? Como você tem vivido a sua vocação? e) Qual a maneira com que você tem feito a sua oração? Você pode afirmar que sua oração é uma rendição à Soberania de Deus, é uma rendição ao Senhorio de Cristo, é um dobrar do seu eu orgulhoso, prepotente, arrogante, que, amorosamente conquistado por Deus, se rende! Que, amorosamente conquistado por Deus, se prostra diante de tudo que é Deus? Este é o nosso chamado de contemplação. Este é o nosso chamado de adoração, e é por isso que nós adoramos, é por isso que nos submetemos. f) Deus se alegra em nos ver prostrados diante dEle. Porque Deus se alegra em nos ver assim? 6
g) O que aconteceu com Ezequiel, com o apostolo João, com Isaías? Eles praticamente morrem. Prostram-se, caem, ficam como que rendidos, quase como mortos, porque diante da presença de Deus tudo o que é puramente carnal, puramente humano, – e entendamos o que quero dizer: No seu sentido pecaminoso, no seu sentido mundano – Cai! Cai! Você consegue perceber, em sua vida, a queda do que é pecaminoso? h) A partir desta prostração diante da glória de Deus, desta rendição ao Senhorio de Cristo, desta confiança, o Senhor nos deu uma palavra que nos impressionou bastante. Ele nos deu uma visualização de que estávamos dentro de um carro numa estrada de alta velocidade, e esse carro se conduzia de uma forma muito, muito, muito veloz. E o Senhor dizia para nós: “Mantenham o foco. Mantenham o foco, porque qualquer dispersão de vocês nesta pista de alta velocidade, neste carro em alta velocidade, em que Eu mesmo coloquei vocês, qualquer movimento fora do foco pode provocar graves acidentes”. Você tem colocado sua atenção, seu foco inteiramente em Deus? Seja verdadeiro (a). Deixe o Espírito Santo lhe revelar a verdade da sua vida. i) Você detecta alguma vã distração em sua vida? j) O que significa o louvor? ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL A oração desta semana deve ser feita com o Anexo “ A prostração diante da glória de Deus” , por ser um texto denso e profundo, necessitando de um estudo oracional. Na próxima reunião da formação, deve ser feita uma partilha sobre o que este texto provocou em suas vidas. OBS.: Cada um preencha o quadro avaliativo (págs. 4 e 5) com o Rhema desta semana. Será muito útil para, ao final do bloco, cada formando perceber o que Deus realizou em sua vida e também o que Deus fez comunitariamente.
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ANEXO A PROSTRAÇÃO DIANTE DA GLÓRIA DE DEUS Moysés Azevedo3 Quando fomos rezando, colocamo-nos em escuta, a primeira coisa que Deus nos d eu foi uma passagem das Sagradas Escrituras, Apocalipse 4, 2-6.8-11. Diz a palavra de Deus: “Logo, fui arrebatado pelo espirito e vi um trono erguido no céu, e no trono alguém sentado. O que estava sentado tinha o aspecto de uma pedra de jaspe e de sardônica, uma glória envolvia o trono de reflexo de esmeralda. Ao redor do trono, 24 tronos, e sobre estes tronos sentavam-se 24 anciãos vestidos de branco com coroas de ouro sobre a cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões, sete lâmpadas de fogo ardiam diante do trono, são sete espíritos de Deus. Diante do trono, um como mar límpido, semelhante ao cristal. No meio do trono e cercando-o, quatro animais cobertos de olhos, pela frente e por trás. Os quatro animais tinham seis asas cada um, cheios de olhos ao redor e por dentro; eles não cessavam de proclamar dia e noite: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que vem, e cada vez que os animais davam glória, honra e ação de graças ao que estava sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos que se prostravam diante do que está sentado no trono, adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e depunham suas coroas diante do trono dizendo: tu és Digno, Senhor nosso Deus, de receber a glória, a honra, e o poder; pois tu criaste todas as coisas, quisestes que elas existissem e foram criadas”.
Esta passagem manifesta a glória de Deus, que se revela, de uma maneira, como um colocar-se na escatologia, é colocar-se diante da eternidade, diante da eternidade onde se manifesta a glória de Deus, e onde Deus é adorado, glorificado; diante de Deus todos se prostram, todos depõem a sua coroa e reconhecem que só Ele é santo. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus todo Poderoso, aquele que era, que é e que vem. Tu és digno, Senhor nosso Deus, de receber a glória, a honra e o poder, pois tu criaste todas as coisas, quisestes que elas existissem e foram criadas. A partir desta palavra, foram-nos dadas várias imagens, várias profecias, inspirações que Deus nos chama a viver e antecipar, na nossa vida, essa liturgia celeste, a viver e a antecipar na nossa vida, nós estarmos diante da glória de Deus e a viver assim. E viver assim, conforme a palavra que Deus nos inspirou, era: em prostração diante da glória de Deus, e esta seria uma primeira palavra para nós, um primeiro ponto para nós: a prostração diante de Deus, diante da Sua glória, do Seu poder, da Sua majestade, da Sua beleza, diante dEle que é! Que é tudo! É o primeiro convite que Deus nos faz, prostramo-nos a título pessoal e também comunitário. Estar em um estado de prostração diante de Deus, estar num estado continuo de prostração diante de Deus, e convido a comunidade a, continuamente, porque tudo o que ela fará, realizará, tudo o que ela falar, todas as suas ações, tudo o que ela realizar, todo seu apostolado, toda a sua vida deve ser um fruto desta prostração, desta submissão incondicional, dessa rendição incondicional a Deus, que nos inunda com a Sua glória. Prostração, o primeiro ponto. O Senhor nos dizia: “Alegra ao Senhor ver-nos prostrados aos Seus pés, rendidos, e pede que nos alegremos com esta posição, com este lugar, viver dependentes dEle, viver imersos na Sua glória. Esta é a nossa pérola maior, este é o nosso maior tesouro”. E, aí, fazemos uma referência, um pouco no ano passado, quando o Nosso Senhor nos dizia que a pérola preciosa, a pérola fundamental da nossa vocação é estar na comunhão com Ele, e Ele retoma este tema, convidando-nos a estar em prostração, na Sua presença, em adoração, na Sua presença. Tudo, tudo na nossa vida nasce desta adoração, desta prostração, desta contemplação, desta rendição ao Senhor. O Senhor nos recorda continuamente a origem e a fonte da nossa vocação, a origem e a fonte do nosso carisma. Sem oração, sem adoração, sem rendição, porque não é rezar por rezar, não é rezar para cumprir a tabela, não é rezar para dizer que estou ok com a minha vida de oração pessoal. Não é rezar para dizer que a comunidade é uma comunidade que reza e nos orgulharmos da nossa resposta! Não! É uma oração que é rendição à Soberania de Deus, que é uma rendição ao Senhorio de Cristo, que é um dobrar do nosso eu orgulhoso, prepotente, arrogante, que, amorosamente conquistado por Deus, se rende! Que, amorosamente conquistado por Deus, se prostra diante de tudo que é Deus. Este é o nosso chamado de contemplação. Este é o nosso chamado de adoração, e é por isso que nós adoramos, é por isso que nos submetemos. É por isso que nos prostramos para reconhecer que Ele é Deus, Ele é Senhor, e que a nossa vida, a vida da comunidade, tudo o que pensamos e fazemos deve nascer de uma rendição profunda ao Senhor. Não devemos ser somente homens e mulheres de boa vontade, que vão fazendo aquilo que dá na cabeça, pensando que estamos agradando a Deus, porque podemos desagradar profundamente a Deus e ferir o projeto 3
Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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de Deus. Mas, um homem e uma mulher de verdadeira boa vontade é aquele que se rende diante de Deus, é aquele que renuncia a fazer os seus planos e projetos, por melhores que sejam, cheios de boa vontade, cheios de certeza, de convicção, não! A nossa certeza deve ser aquela que nós tiramos do coração de Deus. A nossa convicção deve ser aquela que recebemos do coração de Deus, e, para receber do coração de Deus, precisamos estar prostrados. Alegra a Deus nos ver assim. Por que alegra Deus nos ver assim? Porque Ele quer que estejamos assim, totalmente aniquilados? Não, é porque Ele sabe que quando estamos assim é que realmente somos, e é a partir daí que tudo se faz, que tudo se opera na nossa vida e na vida da comunidade. Ele sabe que devemos e precisamos viver dependentes dEle, e por isso precisamos estar na Sua presença, contemplar a Sua glória. Quando estamos na presença de Deus, e todas as vezes que, nas Sagradas Escrituras, vemos esses homens e mulheres que são arrebatados ao sétimo céu, ou seja, à plenitude da eternidade, a primeira coisa que acontece com esses homens, o que é? O que aconteceu com Ezequiel, com o apostolo João, com Isaías, o que acontece? Eles praticamente como que morrem. Prostram-se, caem, ficam como que rendidos, quase que como mortos, porque, diante da presença de Deus, tudo o que é puramente carnal, puramente humano – e entendamos o que quero dizer! No seu sentido pecaminoso, no seu sentido mundano – Cai! Cai! O homem prostrado diante de Deus é que vai poder ficar de pé, é o homem vivente, porque a glória de Deus é o homem vivente, e quando o homem se coloca diante de Deus, é como ele morre. Sim, ele morre para si mesmo, morre para o seu pecado. Morre para viver em Cristo, para ser pleno da glória de Deus, para estar de pé, ressuscitado, diante de Deus. Então, este convite à prostração. Esta prostração significa submissão, rendição. Este convite à prostração é uma rendição ao Senhorio de Jesus Cristo e esta rendição se dá através do louvor e da adoração diante da glória de Deus. No retiro das autoridades recordamos e aqui voltamos a lembrar: o que é o louvor para nós? Para Deus é dar glória a Ele, e para nós? O louvor, lembram os padres e alguns importantes pregadores, é o anti -pecado. Qual é o pecado? É a autoglorificação. O pecado é quando vivemos nos autoglorificando, quando nós estamos no centro, é quando as razões estão sempre conosco, é quando somos os melhores, os maiores, os grandes, é a autoglorificação. O louvor é exatamente esta prostração, é o anti-pecado. Quando louvamos, saímos de nós mesmos, saímos das nossas ideias, saímos dos nossos pensamentos. Quando louvamos, saímos das nossas dores, saímos de nós mesmos e somos inseridos em Deus e O adoramos, e nos prostramos diante da Sua presença, e nos rendemos ao Seu Senhorio e à Sua vontade. Por isso Deus nos convidava: “Não vos canseis, não vos canseis de prostra-vos na minha presença. Não vos canseis de louvar, de entrar nesta glória de Deus. Não vos canseis de adorar, de vos render. Não vos canseis”. Ontem se falou aqui de guerra, de batalha espiritual, e Nosso Senhor nos lembrava: nesta guerra que nós travamos, tanto interior, dentro de nós, como exterior, é, na medida em que vamos louvando, adorando e nos prostrando; é na medida em que vamos reconhecendo o Senhorio de Jesus que não só nós, mas muitos outros, não só nós, mas a comunidade, mas aqueles que estão ao nosso redor, aqueles que estão longe de nós, mas toda a comunidade, toda a obra! Não só nós, mas também isso se irradia pelo mundo e pela humanidade, mas não só nós, mas muitos vão saindo vitoriosos desta batalha. Esta prostração também convida a uma confiança muito grande em Deus. Prostramo-nos porque contemplamos a glória de Deus, vemos a Sua beleza e vemos o Seu amor. O Seu amor para conosco, para com cada um de nós. O Seu amor para com a comunidade, para com a Igreja, o Seu amor para com a humanidade. E por isso nós nos prostramos e nos jogamos nos braços do Pai. Reconhecemos Deus na Sua glória e reconhecemos quem é este Deus na Sua glória, que é o nosso Pai. Deus é o nosso Pai, tanto no plano pessoal como no plano comunitário, tanto no plano eclesial, como no plano da humanidade. Deus é o nosso Pai. E Ele mesmo, na nossa oração, convidava-nos a esta confiança; dizia Ele: “Eu sou Deus, conheço todas as coisas. Eu conheço tudo. Tende confiança, confiai! Confiai! Seja qual for a circunstância que estejam vivendo, seja qual for a circunstância que, comunitariamente, possam estar vivendo, seja como obra, seja a que a Igreja esteja vivendo, seja qual for a circunstância que a humanidade esteja vivendo, Eu Sou Deus! Seu setor, sua missão, a Diaconia Geral, Eu Sou Deus! Eu conheço todas as coisas. Eu conheço tudo. Tende confiança. Confiai em mim”. Na verdade, Deus nos convidava a esta profunda confiança de um filho, no Pai. Esta adoração, esta rendição, este louvor, esta prostração nos braços do Pai geram uma profunda confiança, porque meu pai sabe de tudo! Esta foi uma frase que também permeou muito este nosso momento de inspiração, que Deus nos dava, um abandono profundo de confiança nos braços do Pai, porque meu Pai conhece tudo, meu Pai sabe de tudo, e como Ele sabe de tudo, como conhece tudo, como é Deus, é o Senhor, nós podemos confiadamente nos prostrar nos Seus braços. A partir dessa prostração, desta contemplação da glória de Deus, deste louvor e adoração diante da glória de Deus, desta rendição ao Senhorio de Cristo, desta confiança, o Senhor nos deu uma palavra que nos impressionou bastante. Ele nos deu uma visualização, e a visualização era que estávamos dentro de um carro numa estrada de alta velocidade, e esse carro se conduzia de uma forma muito, muito, muito veloz. E o Senhor dizia para nós: “Mantenham o foco. Mantenham o foco, porque qualquer dispersão de vocês nesta pista de alta velocidade, neste carro em alta velocidade em que eu mesmo coloquei vocês, porque qualquer dispersão, qualquer movimento fora do foco pode provocar graves acidentes”. Além de ser gasto de energia à toa, poderá nos ferir, nos distrair. E o Senhor pedia que este estado de prostração, este estado de contemplação, de 9
adoração, esta centralização no Senhor é um foco, um foco! E um foco que nos coloca em imensa velocidade em tudo o que somos e em tudo o que fazemos. Pessoal, comunitária e apostolicamente manter-se neste foco, e o Senhor vai gerando uma velocidade em nós, uma velocidade da ação da Sua graça, uma velocidade dos frutos que Ele vai realizando, uma velocidade da obra que Ele vai realizando em nós. Uma ação veloz de Deus dentro de nós, através de nós e junto conosco, e nós nos deixarmos levar por esta velocidade, mas atenção! Para estar nesta velocidade é indispensável manter o foco! Manter o foco nEle, manter toda a atenção nEle, não se distrair. Porque, na hora em que nos distraímos, seja conosco mesmos, seja com nossos planos, com nossos projetos, seja até com as coisas boas, agradáveis, interessantes! Seja com a conversa distratória com quem está do nosso lado, seja com a fantasia que nos envolve, seja com o que for! Seja com a paisagem! Imagine uma corrida de Fórmula 1, o que acontece com uma distração? Um acidente terrível, mortal. Assim também nós. Não podemos perder o foco, e o foco é Deus. E o Senhor nos convida: vocês não só estão em alta velocidade, Eu os porei ainda em mais alta velocidade! Eu quero que vocês estejam em alta velocidade. Quero que a obra que Eu faço em e através de vocês ganhe força e velocidade, mas mantenham o foco, porque senão vocês podem prejudicar a obra de Deus, prejudicar a vida de vocês, a vocação de vocês, e a obra de Deus. Mesmo em meio às correrias da vida, o foco nEle, na vontade dEle, no discernimento dEle, no projeto dEle, no plano dEle. E, na medida em que vamos nEle, a ação veloz de Deus vai ocorrendo na nossa vida e no corpo da comunidade. Para isso, o Senhor nos tira todo tipo de dispersão e de distração. Pense numa coisa que pode nos impedir de fazer a vontade de Deus! Às vezes pensamos que os graves pecados são impedimentos de Deus realizar a Sua obra. Sem dúvida os pecados são obstáculos para Deus realizar a Sua obra, mas se tem uma coisa que também é um grave obstáculo para Deus realizar a Sua obra é a nossa vã distração e dispersão. Dispersamo-nos facilmente da vontade de Deus, do plano de Deus e do projeto de Deus para nós. Qualquer coisa faz com que nós desviemos de rota, e este desvio de rota para nós pode ser fatal, seja na nossa vida pessoal, seja na nossa vida comum, seja na nossa vida apostólica. Por isso o Senhor nos convida, nos convida e quer tirar toda distração, toda dispersão, toda falta de foco, porque sem foco o que vai acontecer? Ele dá uma imagem: sem foco ou vocês gravemente se ferirão, mas esse é o resultado final! Mas a primeira coisa que pode acontecer entre nós é começar a caminhar em caminhos paralelos, o que não é da vontade de Deus. Desfocados, em alta velocidade, cada um por seu lado, prejuízo na obra de Deus e prejuízo para nós, porque fora da trilha da vontade de Deus o que pode nos esperar é um grave acidente. Hoje o Senhor pede e Ele quer nos conduzir a um só caminho, a um só foco, e este foco é a submissão a Ele, e isso é o que nos une. Isto é o que nos tira da dispersão, de caminhos contrários, conflitantes e até que faz com que barroemos uns nos outros. Por que nós nos barroamos uns nos outros? Porque que nós nos confrontamos uns nos outros? Porque que nós nos desafiamos mutuamente? Porque que continuamente parece que estamos em conflito entre nós, às vezes conflito não querido, nem desejado, pois nos amamos profundamente, mas quando entram os nossos interesses: barroada! Sabem o que é barroada, não é? Colisão! Desastre! Sem estar com o foco no Senhor, em alta velocidade, se vamos seguindo para os nossos trilhos, para os nossos interesses, os nossos projetos, para os nossos orgulhos, a nossa vontade, o que vai acontecer? Vai acontecer que não vamos trilhar a trilha do Senhor. Em alta velocidade cada um quer fazer a sua trilha. Ou vamos para caminhos totalmente estranhos e que inclusive vamos para a colisão, vamos para nos colidir, barroada, colidir uns nos outros, e acidentes trágicos, e desastres, sem esse foco no Senhor. E com a velocidade da ação da graça de Deus para nós, Ele deseja nos reunir, conduzir-nos em um só caminho, numa prostração profunda a Ele, diante dEle e diante da Sua glória e diante da Sua vontade soberana! Uma rendição profunda na Sua vontade soberana. Mantendo o foco nEle, mesmo diante de todos os desafios, e aí Ele nos une e nos faz trilhar numa estrada só, e nos dará os abundantes frutos. E aí, então, Ele nos chama, nesta prostração, nesse louvor e adoração da glória de Deus, nessa rendição ao Senhor, nessa confiança nos braços do Pai! Mantendo o foco sem distração, sem criar caminhos paralelos que nos levem à colisão entre nós ou contrários à vontade de Deus, Ele nos chama a nos reunir neste foco que, no fundo, no fundo é o primeiro amor a Ele. É aquela graça fundamental, que Ele nos chama, da intimidade, da esponsalidade com Ele. Dizia o Senhor: “Vós não sereis meus amigos porque já o sois, eu vos fiz amigos. Fracos, é verdade, mas eu vos faço meus amigos. Aproximai-vos de Mim como amigos. Aproximai-vos, abri vossos corações como amigos, acolhei de novo o dom da amizade que Eu já vos dei”. Prostrados diante de Deus voltamos ao primeiro amor e é renovado em nós o frescor espiritual e bebemos na fonte do carisma, como amigos, de forma esponsal, no amor esponsal. Ele nos concede de novo este dom de nos focar, de uma forma esponsal, nEle, como a esposa se foca no esposo, como o esposo se foca na esposa, a tal ponto de dar a sua vida por ela, na cruz. Também o Senhor nos chama a voltar a este primeiro amor e renovar o frescor espiritual que bebemos na fonte do carisma. E o Senhor encerrava para nós este primeiro tema da prostração recordando-nos, na oração, que, este ano que vamos viver é o V centenário de Santa Teresa D’Ávila, e Ele queria nos dar um presente. Durante esta escuta Deus nos quis dar vários presentes, e o primeiro presente que Ele quis nos dar neste V Centenário de Santa Teresa é uma renovação da vida contemplativa no interior da comunidade, da vida de contemplação no interior da comunidade. O Senhor nos pede para acolher este presente neste V Centenário de Santa Teresa, a 10
renovação da vida de contemplação em cada um de nós e a renovação da vida de contemplação na comunidade. Através da prostração diante da glória de Deus, do louvor e adoração, da rendição, da confiança, mantendo o foco, tirando toda distração e dispersão e nos unindo, de novo, na fonte do nosso carisma, que é o amor esponsal, o primeiro amor. Ponto 01: a prostração diante da glória de Deus.
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 2ª SEMANA –
2º. TEMA PEQUENEZ OBJETIVO Compreender que a Pequenez é a nossa condição. Ela, na verdade, é o que nós somos.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
ESTUDO BÍBLICO Liturgia Diária ORAÇÃO PESSOAL No tempo dedicado à oração, utilize o texto sobre a Pequenez. Leia com bastante atenção, dividindo o texto para orar com os sete dias de oração da semana. Não deixe de sublinhar as frases que se tornaram rhemas. Para ajudá-los, elencamos algumas frases do texto: Sempre ressaltar que, devemos nos tornar pequenos; Compreender que a Pequenez é uma característica do nosso carisma; A pequenez não é como uma meta a ser alcançada simplesmente, mas é um fato concreto. O Pai nos adverte: “Não queiram ser grandes”; Os anciãos do Apocalipse se prostravam diante de Deus e depunham sua coroa. Assim devemos fazer; Se formos pequenos, os conflitos desaparecerão do meio de nós; Ninguém é mestre: todos somos discípulos; Para um coração prostrado, focado em Deus, é revelado ainda mais a riqueza, o tesouro inestimável do carisma, do ser Shalom;
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Os desafios, as tribulações, a oposição que nos atacam, o caminho para ser vitoriosos é a pequenez; Quanto mais pequenos formos, mais forte, mais veloz é a ação divina em nossa vida. Ore também com esta frase de Santo Agostinho: “A primeira coisa para se chegar à verdadeira sabedoria é a humildade; a segunda é a humildade; a terceira é a humildade e tantas vezes quantas me fizésseis esta pergunta, tantas vezes vos daria a mesma resposta. Não, que não haja outros preceitos, mas se a humildade não preceder, não acompanhar e não seguir, o orgulho tirará de nossas mãos tudo o que fizermos de bem” (Vida dos Santos, Padre Rohbacher, Volume XV, p. 268 à 305).
NÃO DEIXEM DE ANOTAR TUDO O QUE O SENHOR REVELAR NO SEU CADERNO DE ORAÇÃO.
ANEXO A PEQUENEZ Moysés Azevedo4 Depois desta prostração, um convite à pequenez. Na Carta de São Paulo, 1 Cor 1,26, diz assim, e esta palavra nos foi dada durante a oração: “Vede, pois, quem sois, irmãos, vós que recebestes o chamado de Deus; não há entre vós muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de família prestigiosa. Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; e, o que no mundo é vil e desprezado, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura possa vangloriar-se diante de Deus. Ora, é por ele que vós sois em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria proveniente de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como diz a Escritura, ‘aquele que se glorie, glorie -s e no Senhor’”.
O Senhor nos dava, a partir desta palavra, Ele começou a desenvolver este chamado que Ele nos faz à pequenez. O Senhor nos chamava a este prostrar-se, a este render-se, a este fazer-se pequeno. A visão da pequenez, para nós, como comunidade, e é muito interessante isso! Ela não era um chamado a ser, ela é uma condição. Ela, na verdade, é o que nós somos. Veja se, ao seu lado, tem alguém muito grandioso, muito potente, muito capacitado, muito inteligente. Se você se achar assim, talvez não se olhou no espelho hoje, antes de acordar. Ao olhar para o espelho e ao olhar uns para os outros, vamos vendo quem Deus escolheu; a pequenez é uma condição, e quem se acha fora desta condição está se achando fora até da sua identidade, e esta é a grande arrogância nossa. Isto é o que estraga, quando nos achamos o que não somos. Achamos isso, aquilo, achamos tudo, e na verdade achamos o que não somos, e o que somos? Qual a nossa condição real? Temos de nos tornar pequenos. Torna-se pequeno quem é grande. Jesus se tornou pequeno. Ele sim, Ele, que era grande, Ele que não se apegou à sua igualdade com Deus, tornou-se pequeno. Nós somos pequenos. Engraçado que esta inspiração veio pelo “mais pequeno” do conselho, porque na verdade na própria natureza assim se manifestou, porque na verdade é o que nós somos: pequenos. Deus nos dava a visão de pequenez como sendo algo muito encarnado em nossa comunidade. Não temos ninguém que brilha, e se alguém pensa em brilhar demais sozinho, cuidado! Esta foi a inspiração de Lúcifer. Não temos ninguém que brilha, que se sobressai, mas temos e somos chamados todos a servir, humilhados pela poderosa e misericordiosa mão de Deus. Esta é a característica do nosso carisma. A pequenez não é como uma meta a ser alcançada simplesmente, mas é um fato concreto. Ninguém é grande, mas todos nós estamos rendidos diante da misericórdia divina que nos humilha. Santamente, de uma forma sadia, mostra quem somos: pequenos. Quanto mais pobres, fracos, abandonados nas mãos de Deus, confiantes nas mãos de Deus, mais forte, mais veloz, mais potente será a ação de Deus através de nós. Quanto mais reconhecermos esta condição que é nossa, pequenos, mais forte, mais poderosa e mais veloz será a ação de Deus em nós. E aí, como pequenos por condição, que somos, Deus nos fazia um convite assim, de um Pai amoroso, um Pai que olha para nós e vê os riscos que muitas vezes temos, os riscos de um mundanismo espiritual que pode entrar no nosso coração. Então Ele dizia: “Não queiram ser grandes. Não queiram ser grandes. Não queira ser grande, não queira ser maior do que o outro. Não queiram ser grandes, poderosos, magníficos. Queiram ser 4
Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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aquilo que vocês são, pequenos, como uma carta branca na minha mão. Não escrevam tantas coisas, não façam tantos projetos humanos, mas como uma carta branca em que Eu posso escrever, onde Eu posso realizar um projeto, onde Eu posso dar a inspiração. Se você já é uma carta toda escrita, por maior de boa vontade, não tem espaço para Deus poder colocar e escrever a Sua vontade”. É interessante porque no Apocalipse, quando os anciãos se prostravam faziam uma coisa, o que é? Depunham a coroa diante de Deus. Tiravam a coroa das suas cabeças e colocavam essa coroa diante de Deus. Este é o papel. Às vezes Deus vai nos enriquecendo com Seus dons, vai dando dons naturais, dons sobrenaturais a nós, vai nos enriquecendo, adornando-nos, e este é o grande risco, o adorno que Deus coloca sobre nós, nós confundimos como se fosse nosso. E por isso, para adorar e para nos prostrar, a primeira coisa que Deus pede é: deposite a sua coroa, tire a sua coroa, e coloque no lugar devido, porque tudo pertence a Mim, tudo Eu te dei, então deposite aos Meus pés. Se formos pequenos, os conflitos desaparecerão no meio de nós. Se formos pequenos, o desejo de sobrepor e submeter uns aos outros caem no meio de nós. Se formos pequenos, a glória de Deus nos une e a glória de Deus nos utiliza. Por isso o Nosso Senhor dizia: “Humilhai-vos filhos Meus, reconhecei a vossa pequenez, porque o reino pertence aos pequeninos. Reconhecei o vosso nada para que a minha graça possa fluir em vós por meio da humildade. Assim sereis uma carta branca nas minhas mãos. Sede pequenos. Não queirais ser grandes, para serdes uma carta branca em minhas mãos”, e assim, Deus vai poder realizar uma grande obra em nós e no meio de nós, não nos fazendo grandes, mas, sendo pequenos, a obra de Deus será grande. Esta equação é fundamental. Se nós formos pequenos, a obra de Deus é grande. Se nós formos grandes, a obra de Deus é pequena. Assumir a nossa condição, reconhecer a glória de Deus. Sendo pequenos, grande será a obra de Deus em nós e através de nós. Para isso então, sendo pequenos, esta pequenez, e este convite à pequenez é um convite também para ter um coração e um ouvido de discípulos. Faz parte desta pequenez ter um coração e ter ouvido de discípulos. Ninguém é mestre aqui, e quem disse assim: “Não, eu fiz um curso”, cuidado hein? Cuidado! Nós podemos ser e é bom que tenhamos os nossos cursos, mas diante de Deus quem é mestre? Quem ensina alguma coisa se não tirar do próprio Deus? Ninguém é mestre, todos somos discípulos. Nem os mestres dos discípulos o são. Neste campo, todos somos discípulos. E Deus nos pede este coração e ouvido de discípulo para poder ouvi-lO como Ele fala aos discípulos. Só assim a pequenez, só assim, como discípulos é que Jesus vai manifestar os seus segredos para nós. Deus nos dava, com clareza, essa noção de que Ele deseja manifestar os seus segredos para nós, mas Ele só revela os segredos aos discípulos. Só aos discípulos. E, para ser discípulo, precisamos estar no lugar certo: aos pés do Senhor, e ter um coração pequeno. Assim, se temos um coração e ouvido de discípulos, nós ouviremos o sussurro da Sua voz, nós conheceremos os seus segredos e poderemos revelar nos telhados aos corações da humanidade. Deus deseja nos dar este coração pequeno, Deus deseja que nós nos prostremos na Sua presença, e aos Seus pés; Ele gera em nós um coração pequeno, para quê? Para nos comunicar os Seus segredos. E qual é a revelação do grande segredo de Deus para nós? Que não ousemos pensar que já o temos por completo! Este segredo, Ele vai revelando para nós. Eis o segredo do coração de Deus para nós: o carisma, o ser Shalom. Não é num coração arrogante, num coração que acha que já sabe de tudo. Não é num coração de quem já se julga mestre, que já entende de tudo, mas é um coração que prostrado, focado em Deus, um coração pequeno, com coração e ouvido de discípulo, Ele vai revelar o que é ainda mais! A riqueza, o tesouro inestimável do carisma, do ser Shalom, e este ser Shalom é o segredo da Ressurreição de Cristo. O tesouro do ser Shalom reside no segredo da Ressurreição de Cristo, que os discípulos foram testemunhas. Só os discípulos, os apóstolos, foram testemunhas deste segredo de Deus, que renova o mundo, que renova a história, que recria e regenera todas as coisas. O segredo da Ressurreição, este é o tesouro. Cristo, o Ressuscitado que passou pela Cruz, que dá o dom da paz e que recria e faz novas todas as coisas. Ele nos comunica este segredo para proclamar para comunicar para o mundo. E esta revelação deste segredo é um sussurro, mas como lá no carro, em alta velocidade, ele produz em nós uma ação divina veloz, poderosa. Este coração pequeno, este coração que se coloca como discípulo e ouve o sussurro provoca uma ação poderosa, veloz de Deus na nossa vida e na vida da comunidade. Tão forte e tão veloz a ação de Deus e que também levanta oposições grandes, fortes também contra nós. Tudo aquilo que Deus vai revelando, que Deus vai fazendo, este poder da Ressurreição de Cristo, que Ele revela aos pequenos, opera uma ação forte, potente, veloz em nós, e esta ação desperta também na humanidade algo como que uma oposição forte a essa ação de Deus. E para esse entendimento Deus nos deu uma visualização. Ele dizia nessa visualização: “O Senhor me deu como que uma imagem, como que uma grande bola, muito grande e muito maior do que nós, que vinha rolando e vinha velozmente. Tão velozmente vinha na nossa direção e o seu impacto poderia ser tão grande que poderia nos destruir completamente, e a única maneira de não ser destruído era uma única: se abaixar. Quando nos abaixávamos e nos prostrávamos a grande bola passava por cima de nós e esbarrava no próprio Deus, que ia atr ás de nós, nós prostrados”. Podemos entender essa grande bola de duas formas. Tanto a grandeza da obra de Deus que velozmente vai agindo na nossa vida e é tão grande, tão gra nde que poderíamos dizer: “Vai nos esmagar completamente, não temos condição de tão grande”. Como também a oposição a esta obra de Deus, os desafios, as tribulações que a obra de Deus produz no mundo contra nós, que é tão grande, tão grande que 14
podemos dizer: “Vai nos esmagar”. Mas tanto para uma coisa como a outra, tanto para a velocidade da ação de Deus, a grandeza da ação de Deus, como para o desafio, a oposição, as tribulações que temos de enfrentar, para essa veloz obra de Deus acontecer na nossa vida o caminho é prostrar-se, a pequenez. Quando nos prostramos a grandiosa obra de Deus pode acontecer. Quanto mais pequenos, mais potentes. Quando nos prostramos também a oposição, as tribulações podem vir. Elas esbarrarão no próprio Deus. Não esbarrarão em nós. Estaremos prostrados, inseridos, mergulhados nEle, é o próprio Deus. E essa é a atitude que Deus nos convida. Ainda sobre esta velocidade da ação divina, o Senhor dava a visualização de um caminho que parecia muito estreito. Era como um caminho, mas vamos dar como outro exemplo. Era como uma mangueira muito estreita com um jato d’água muito forte, e o que acontece com aquela água que passa ali dentro? Uma mangueira estreita e um jato d’água muito forte, o que acontece? Água forte e veloz, uma forte pressão. E o Senhor dizia: “É assim a velocidade da ação divina na vida de vocês”. Quanto mais pequenos vocês forem, mais forte, mais veloz é a ação divina. E aí, de forma veloz, muitas graças podem passar e muitos podem passar. Este ser pequeno, estreito, produz uma pressão onde tudo, essa ação divina passa veloz. Em suma irmãos, existe uma grande, urgente e veloz ação de Deus. Para que esta grandiosa, urgente e veloz ação de Deus que, claro, enfrenta a oposição forte do mundo, para que ela possa realizar a sua missão, Ele nos convida a manter o nosso foco nEle e a ser pequenos, porque sendo pequenos, a velocidade da ação de Deus em nós poderá ser, poderá acontecer na nossa vida.
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES - PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 3ª SEMANA
TEMA A MISERICÓRDIA OBJETIVO Aprofundar a experiência com a Misericórdia divina para que cada um seja colocado na medida certa do que é; É a misericórdia que nos faz ver quem realmente somos.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL Fazer a oração utilizando o texto sobre a misericórdia. Para ajudá-los, destacamos algumas de suas frases; você pode rezar com elas, anotando o que Deus lhe revelar. A chave para ter um coração de discípulo é a misericórdia; A misericórdia é a fonte da pequenez; A misericórdia lava-nos, perdoa-nos, recria-nos; A experiência com a misericórdia é que nos coloca na medida certa de quem nós somos Somos assassinos, ladrões, adúlteros... É a misericórdia que nos faz ver quem realmente somos; Deus lida com o nosso pecado e com o nosso erro com misericórdia e assim Ele nos transforma, recriando-nos de dentro para fora, e assim também Ele nos ensina a lidar com a fraqueza e o pecado dos outros; A misericórdia nos dá um olhar pascal;
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“Onde nós vemos uma falta a condenar e a punir, Deus vê uma misericórdia a socorrer”. O olhar pascal: “Eu gostaria que tivéssemos olhos de páscoa, que fossem capazes de deslumbrar na morte, a vida, na culpa, o perdão, na divisão, a unidade, nas feridas, a glória, nos homens, Deus, em Deus, os homens, em seu eu e o tu, e assim, contemplaríamos toda a força da páscoa”.
ANEXO 1
A MISERICÓRDIA Moysés Azevedo5 A misericórdia. Prostrar-se diante da glória de Deus, focados nEle, e focados nEle deixando a velocidade da ação da Sua graça, não nos distraindo, fazendo-nos pequenos para que Deus possa agir livremente, o que Ele vai agir? O que Ele vai passar? O que Ele vai derramar? A Sua misericórdia. Deus mostrava-nos o grande e caudaloso rio da misericórdia divina, do sangue que brota do coração transpassado do Cordeiro, que continua a se derramar, continua sempre, sempre, sem parar, a se derramar sobre a Igreja, sobre a Comunidade, sobre a humanidade. Um grande e caudaloso rio de misericórdia, o sangue do Cordeiro imolado que continua a se derramar continuamente, continuamente. E Ele então faz uma ligação com a prostração, com a pequenez, com o discípulo, o coração e o ouvido de discípulo. Ele diz: “A chave para que tenhais um coração de discípulo é a Minha misericórdia. A Minha misericórdia é a chave para a vossa pobreza, a vossa pequenez. A Minha misericórdia é a chave para que vocês possam estar abandonados nas minhas mãos. A Minha misericórdia é a chave para que o coração de vocês possa ser um terreno fértil, para colher os abundantes tesouros do Meu coração. Para colher a paz que Vos quero dar, é a Minha misericórdia. A Minha misericórdia é a fonte da minoridade, da pequenez, do despojamento e no abandono”. E a palavra chave para entender a dimensão de misericórdia que Deus deseja nos dar nesta escuta: não são vossas dores nem os vossos pecados nem os vossos sofrimentos que vos fazem pobres, porque muitas vezes podemos pensar assim: “Ah meu Deus, sou tão pecador, sou pobre, pobre de maré, maré, maré. Sou ferido, a minha dor! Ai, ai, ai!”, não! Não são vossas dores nem vossos pecados nem vossos sofrimentos que vos fazem pobres, mas a experiência com a Minha misericórdia é que vos torna pobres diante de Mim, capazes de ter coração de discípulo para colher os tesouros que Eu quero dar. Até o nosso pecado, até o nosso sofrimento e até a nossa dor podem se constituir em tesouros de grandeza para nós. O que nos faz pobres não é ser pobres, pecadores, não é ser sofredores e nem carregar dores, mas é sim, na nossa dor, no nosso sofrimento, no nosso pecado, ser alcançados pela misericórdia. Essa misericórdia lava-nos, perdoa-nos, recria-nos! E, aí, nós temos a consciência do nosso nada, da grandeza, da bondade infinita, da beleza, da generosidade, da gratuidade, da misericórdia eterna de Deus! E esta misericórdia de Deus, experimentada, é que me faz concluir que realmente eu não sou nada, a não ser alguém visitado pela misericórdia de Deus. Não sou maior do que ninguém, não sou melhor do que ninguém, não, não sou, sou só alguém que foi visitado pela misericórdia! E a misericórdia produz em nós esta coerência profunda da minha pequenez. Diz Nossa Senhora: “Porque Ele olhou para a pequenez da Sua serva, por isso todas as gerações me chamarão bem aventurada, porque usou de misericórdia para com a Sua serva”. A misericórdia que produz em nós esta experiência com a misericórdia, esta experiência de ser perdoado, de ser lavado, de ser recriado, esta experiência de ser perdoado é que nos coloca na medida certa de quem nós somos. Atingidos pela misericórdia tomamos consciência profunda que não somos melhores do que ninguém. É aquilo um pouco que eu pregava nesse domingo quando eu dizia que não temos diferença nenhuma de ninguém. Assassinos? Todos somos, porque crucificamos, com os nossos pecados, o inocente Filho de Deus na Cruz. Pode ter culpa maior do que ser deicida? Homicida é fichinha para quem é deicida. Sabe o que é deicida? Homicida é quem mata um homem, deicida é quem mata Deus, e nós, todos nós, com os nossos pecados, traspassamos o coração de Cristo na cruz. Ladrões? Todas as vezes que nos apropriamos dos dons de Deus, não estamos sendo menos ladrões do que aqueles que se apropriam das coisas de Deus. O dinheiro? Nós mesmos o chamamos de vil metal, e o que é se apropriar do dom de Deus? Adúlteros? Trair a esposa e o esposo... E o que é trair o próprio Deus? Então, somos iguais a todos os outros. E o que nos faz verdadeiramente pobres é saber que, mesmo sendo assim, iguais a todos os outros, Deus nos escolheu, amou-nos, perdoou-nos, visitou-nos com a Sua misericórdia. E aí nós vamos ver como Deus é grande e como eu sou pequeno! É a misericórdia que me faz ver quem eu realmente sou, porque os nossos
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Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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pecados só nos fazem cegar. Não são vossas dores, pecados e sofrimentos que vos fazem pobres, mas é a experiência com a Minha misericórdia. Quando saímos de um momento de Sacramento de Reconciliação, em que choramos os nossos pecados, como saímos leves, sadiamente humilhados pela misericórdia de Deus, porque o nosso orgulho ainda quer, pelas nossas próprias forças, vencer as nossas dores, sofrimentos e pecados, e assim nos fazer sentir superiores aos outros. Mas quando somos perdoados, quando somos lavados por esse rio caudaloso da misericórdia de Deus, nós vemos que realmente só a misericórdia salva. Nós não nos salvamos a nós mesmos. É a misericórdia que nos perdoa, que cancela as nossas culpas e que nos transforma e nos santifica. É a misericórdia que salva. O que salva é a misericórdia e ela é o jeito divino de lidar com o pecado. Vocês sabem o episódio que contamos muitas vezes do Evangelho, quando Jesus vai entrar na cidade da Samaria e é rejeitado pelos habitantes daquela cidade, quando João e Tiago chegam e dizem: “Senhor, queres que nós mandemos que desça fogo do céu e destrua essa cidade?”, que aí diz que são os filhos do trovão, temperamento forte, não é? Na nossa escuta alguém recordava que a exegese mostra que aquilo dali na verdade, a postura deles era a postura do profeta do Antigo Testamento. Diante da rejeição, o profeta faz descer fogo do céu. É a visão veterotestamentária. E quando Jesus diz não, Jesus traz uma novidade, traz uma profecia nova. A resposta de Jesus é a novidade que Ele vem trazer no Novo Testamento, é a maneira divina de lidar com o pecado e com o erro humano: a misericórdia. João e Tiago até se assustam, porque a misericórdia é a forma com que Deus lida e com que Deus transforma. Deus lida com o nosso pecado e com o nosso erro com misericórdia e assim Ele nos transforma, nos recria de dentro para fora, e assim também Ele nos ensina a lidar com a fraqueza e o pecado dos outros. Ele nos ensina o jeito divino de lidar com a fraqueza e o pecado dos outros. É descendo fogo do céu? Se este fogo do céu não nos atingiu, que ira santa é essa que nos invade, que não tem nada de santa, a não ser de orgulhosa presunção. Porque, se for para descer fogo do céu, talvez o primeiro a ser atingido sejamos nós, eu, pelo menos eu, talvez vocês não, mas porque não desceu o fogo do céu que nos destrói, mas desceu a misericórdia divina que nos recria, Deus ensina como nós devemos lidar uns com os outros. Saber lidar com a fraqueza e o pecado do jeito de Deus, com misericórdia e esperança, sem baixar a guarda contra o pecado, lutando contra o pecado, mas com o olhar fixo no Senhor, Sua misericórdia é quem dá a vitória. Aí, o Senhor nos dá um olhar novo! Um olhar novo sobre nós mesmos, sobre a comunidade, sobre os irmãos, um olhar novo sobre a humanidade. Um olhar pascal. A misericórdia nos dá um olhar pascal, ainda é dentro da dimensão da misericórdia. Diz uma palavra de sabedoria: foi do agrado do Pai dar-nos um meio, diante da maré de pessimismo e desespero que se abate sobre a humanidade, que faz os homens sem Deus buscarem a esperança nas ideologias, nas coisas, nas pessoas; e o Senhor dizia: “Eu vos convido a renovar o olhar sobre a humanidade através do olhar que o carisma tem, e o olhar que o carisma tem é o olhar pascal, um olhar de Cristo que enxerga segundo os olhos de Jesus. Um olhar de cruz e um olhar de ressurreição, que dá a vitória ao poder de Deus, que não se deixa abater”. O Senhor quer renovar, em toda a Comunidade, este olhar pascal para vermos todas as realidades, sejam internas da Comunidade, todas as realidades, sejam dos nossos setores, todas as realidades! Sejam do nosso apostolado, todas as realidades deste mundo, não com um olhar puramente humano, mas com um olhar pascal, um olhar de esperança, onde, diante da culpa, vem o perdão. Onde, diante do pecado, enxerga a misericórdia. Onde, da morte, vê a vida e a ressurreição. Onde, diante da traição, vê a reconciliação. Um olhar pascal, onde, diante da dor, vê a consolação, vê sempre além. Olhar a minha própria história, olhar os outros, olhar a Comunidade, olhar os desafios que ela enfrenta com o olhar pascal, um olhar de misericórdia, um olhar de esperança. Para encerrar, duas citações. Uma de um autor anônimo e outra de um autor alemão que é difícil eu dizer, então se torna anônimo agora. A primeira diz, falando da misericórdia e do olhar pascal, particularmente a misericórdia: “Onde nós vemos uma falta a condenar e a punir, Deus vê uma misericórdia a socorrer”. O olhar pascal: “Eu gostaria que tivéssemos olhos de páscoa, que fossem capazes de deslumbrar , na morte, a vida, na culpa, o perdão, na divisão, a unidade, nas feridas, a glória, nos homens, Deus, em Deus, os homens, em seu eu, o tu, e assim, contemplaríamos toda a força da páscoa”. Que Deus nos dê estas três primeiras graças. À tarde vamos ver as outras 4, da prostração, da pequenez e da misericórdia.
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES - PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 4ª SEMANA
TEMA ESPERANÇA OBJETIVO Renovar a experiência com a misericórdia e, consequentemente, com a esperança.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL Fazer a oração utilizando o texto sobre a esperança. Abra 2 Macabeus 11,6-10. Leia várias vezes esta passagem, abrindo o coração para a ação de Deus em sua vida. Para ajudá-lo (a) dispomos abaixo as frases mais importantes: Diante do encontro com a misericórdia nós somos renovados em esperança, somos cheios de um ânimo novo, somos revigorados no nosso ânimo e nos tornamos prontos a traspassar qualquer inimigo; A experiência com a misericórdia nos diz: Não importa a nossa fraqueza, a nossa debilidade, os nossos limites. A graça, a misericórdia de Deus é maior. A esperança quer acordar os nossos corações. Nós, muitas vezes, estamos adormecidos e atormentados! Precisamos fazer a experiência da misericórdia que acorda, que desperta os nossos corações. Eis que acordo os vossos corações com a minha esperança, eis que vos coloco de pé e vos revisto com esperança.
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A misericórdia, ao nos visitar, anima-nos com a esperança, dá-nos um ânimo novo, e esse ânimo novo da esperança é que nos faz viver em paz, nos faz ter a paz. A esperança, ânimo e brilho nos olhos. Esperança como palavra forte que nos põe de pé, nos faz olhar para o alto com o olhar fixo em Deus, e ter o olhar de esperança em toda e qualquer circunstância da nossa vida. O Senhor nos convida a ter um olhar de esperança em toda e qualquer situação da nossa vida. A esperança nos põe de pé em qualquer batalha, seja no plano pessoal, no plano comunitário, no nosso apostolado, no plano da nossa ação no mundo. A esperança nos põe de pé em qualquer batalha. ANOTE OS FRUTOS DE SUA ORAÇÃO
ANEXO A ESPERANÇA Moysés Azevedo6 Ontem certamente vocês ouviram, na pregação da batalha espiritual, e com certeza a Emmir usou o texto de 2 Macabeus 11,6-10. E aqui também neste texto, na luz dEle, podemos entender um pouco o que Deus nos chama a viver a partir da experiência da misericórdia, a partir do ser consolados pela misericórdia, ser visitados pela esperança de Deus e nos tornar também arautos dessa esperança para o mundo. Diz em 2 Macabeus 11,6-10, num determinado momento daquela batalha, diz: “Encontravam-se ainda perto de Jerusalém quando apareceu-lhes à frente, revestido de branco, um cavaleiro, que brandia armas de ouro. Todos, então, unânimes, bendisseram o Deus misericordioso e sentiram-se revigorados em seus ânimos, achando-se prontos a traspassar não só a homens, mas também a feras das mais selvagens e até mesmo muralhas de ferro. Avançaram, pois, em ordem de batalha, tendo consigo esse aliado vindo do céu, graças à misericórdia que deles tivera o Senhor”. Vou repetir uma parte importante: “Todos, então, unânimes, bendisseram o Deus misericordioso”, o encontro com a misericórdia, o encontro com o Deus que auxilia. Diante do encontro com a misericórdia, eles são renovados em esperança, enchem-se de um ânimo novo, são revigorados no seu ânimo e se tornam prontos a traspassar qualquer inimigo: homens, animais selvagens, qualquer inimigo. A experiência com a misericórdia faz com que aqueles homens se encham com uma esperança totalmente sobrenatural, e estejam dispostos não mais a confiar simplesmente em suas armas, mas nas armas do anjo revestido de armas douradas. É ele quem vai ganhar a batalha. Um ânimo novo, uma potência nova, uma esperança! A partir da visita da misericórdia, uma esperança toma conta de todo o corpo de batalha, de todos os combatentes, e essa esperança é tal que os faz enfrentar todos os desafios e avançam, pois, em ordem de batalha, porque têm consigo um aliado vindo do céu. Esta esperança, este dom, esta graça da esperança é fruto da experiência com a misericórdia. A experiência da misericórdia nos diz: não importa a minha fraqueza, não importa a minha debilidade, os meus limites. A graça, a misericórdia de Deus é maior! E esta graça, esta misericórdia me perdoa, restaura, transforma, dá-me as forças que eu não tenho, dá-me a potência que eu não tenho! Esta misericórdia faz brilhar os meus olhos. Esta misericórdia me põe de pé e me faz enfrentar desafios muito maiores do que eu, faz-me enfrentar qualquer tipo de desafio, os inimigos, homens e animais selvagens. Graças a este auxilio do céu, a esta misericórdia, a esperança me dá um ânimo sobrenatural, que me faz marchar e ir em frente, e vencer. É a esperança. É a esperança que nos põe para frente. Mas não nos põe para frente empurrando não, nem com uma ilusão ou como um fio, um respiro, mas como uma forte potência, como um hálito divino, nos põe para frente. Põe-nos de pé na batalha. Na batalha interior, que travamos dentro de nós, e quantos de nós travamos grandes batalhas interiores, e na batalha exterior que travamos no mun do. Diz o Senhor em uma profecia nesses dias: “Eu renovo e renovo profundamente a vossa esperança. Eis que acordo os vossos corações com a minha esperança”. A esperança quer acordar os nossos corações. Nós muitas vezes estamos adormecidos e adormentados! Precisamos fazer a experiência da misericórdia que acorda, que desperta os nossos corações. Eis que acordo os vossos corações com a minha esperança, eis que vos coloco de pé e vos revisto com esperança. Continua o Senhor em profecia a nos dizer: “Eis que faço brilhar vossos olhos e o brilho nos vossos olhos é a minha esperança”. A esperança é o brilho. O que é o brilho nos nossos olhos? É a nossa vida, o nosso ânimo, é a nossa disposição. “Faço brilhar vossos olhos e o brilho nos vossos olhos é a minha esperança. Eis que vos concedo o dom da esperança, vos concedo a graça da esperança. Comunicai a minha esperança aos homens. Comunicai a minha esperança aos povos. Comunicai a minha esperança aos que não tem esperança. Comunicai a minha esperança onde o coração do homem é 6
Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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sucumbido pelo desespero. Comunicai a minha esperança ao coração dos homens e eles poderão viver em paz, na minha paz”. A misericórdia que nos visita, anima-nos com a esperança, dá-nos um ânimo novo, e este ânimo novo da esperança é que nos faz viver em paz, nos faz ter a paz. A esperança, ânimo e brilho nos olhos. A esperança nos anima a ter este brilho nos olhos que é este olhar pascal, de que falávamos. Dizia o Senhor: “Tende esperança! Espera!”. Esperança como palavra forte que nos põe de pé, faz-nos olhar para o alto com o olhar fixo em Deus, e ter o olhar de esperança em toda e qualquer circunstância na nossa vida. O Senhor nos convida a ter um olhar de esperança em toda e qualquer situação da nossa vida. No plano pessoal? Ter um olhar de esperança em toda e qualquer situação no nosso plano pessoal de vida. No plano comunitário? Um olhar de esperança. O olhar pascal é um olhar de esperança em toda e qualquer circunstância. Na dimensão da obra, nas circunstâncias, naquilo que vamos construindo, no nosso setor, naquilo que vamos percebendo e discernindo de Deus. Nunca, nunca, nunca um olhar pessimista, nem nunca um olhar ingênuo e otimista, mas um olhar de esperança, que é um olhar certo, é real. A esperança não é um alento ilusório para a nossa caminhada, a esperança é real, é real! Que a nossa esperança não decepcione. A esperança nos põe de pé em qualquer batalha. Em qualquer batalha: plano pessoal, plano comunitário, no nosso apostolado, no plano da nossa ação no mundo. A esperança nos põe de pé em qualquer batalha. O fruto da misericórdia: a esperança. Foi muito interessante ver que este retiro se deu nos primeiros dias de outubro, e, nestes dias, nós celebramos Santa Teresinha. Então a pequenez também muito nos foi falada, não só pelo menor membro do conselho no tamanho, mas também por Santa Teresinha.
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ANEXO 2 CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO SOBRE A ESPERANÇA CRISTÃ Catequese do Papa Francisco Praça São Pedro Vaticano Quarta-feira, 15 de outubro de 2014 –
Queridos irmãos e irmãs, bom dia. Durante este tempo, falamos da Igreja, da nossa santa mãe, Igreja hierárquica, o povo de Deus em caminho. Hoje queremos nos perguntar: no fim, o que será do povo de Deus? O que será de cada um de nós? O que devemos esperar? O apóstolo Paulo encorajava os cristãos da comunidade de Tessalônica, que se colocam estas perguntas, e depois de sua argumentação diziam estas palavras que estão entre as mais belas do Novo Testamento: “E assim para sempre estaremos com o Senhor!” (1 Ts 4,17). São palavras simples, mas com uma densidade de esperança tão grande! É emblemático como, no livro do Apocalipse, João, retomando a intuição dos Profetas, descreve a dimensão última, definitiva, nos termos da “nova Jerusalém, que desce do céu, de Deus, pronta como uma esposa ornada para seu esposo” (Ap 21,2). Eis o que nos espera! E, então, quem é a Igreja: é o povo de Deus que segue o Senhor Jesus e que se prepara, dia após dia, ao encontro com Ele, como uma esposa com o seu esposo. E não é só um modo de dizer: serão as verdadeiras e próprias núpcias! Sim, porque Cristo, fazendo-se homem como nós e fazendo de todos nós uma só coisa com Ele, com a sua morte e a sua ressurreição, esposou-se conosco e fez de nós, como povo, a sua esposa. E isto não é outra coisa que não o cumprimento do desígnio de comunhão e de amor, tecido por Deus, no curso de toda a história, a história do povo de Deus e também a história própria de cada um de nós. É o Senhor que leva isso adiante. Há um outro elemento, porém, que nos conforta mais e que nos abre o coração: João nos diz que, na Igreja, esposa de Cristo, torna-se visível a “nova Jerusalém”. Isto significa que a Igreja, além de esposa, é chamada a se tornar cidade, símbolo por excelência da convivência e do relacionamento humano. Que belo, então, poder já contemplar, segundo outra imagem sugestiva do Apocalipse, todos as pessoas e todos os povos reunidos juntos nesta cidade, como em uma tenda, “a tenda de Deus” (cf. Ap 21,3)”! E nesta situação gloriosa não haverá mais isolamentos, prevaricações e distinções de gênero algum – de natureza social, étnica ou religiosa – mas seremos todos uma só coisa em Cristo. Diante desse cenário inaudito e maravilhoso, o nosso coração não pode não se sentir confirmado de modo forte na esperança. Vejam, a esperança cristã não é simplesmente um desejo, não é otimismo: para um cristão, a esperança é espera, espera fervorosa, apaixonada pelo cumprimento último e definitivo de um mistério, o mistério do amor de Deus, no qual renascemos e já vivemos. E é espera por alguém que está para chegar: é o Cristo Senhor que se faz sempre mais próximo a nós, dia após dia, e que vem para nos introduzir finalmente na plenitude da sua comunhão e da sua paz. A Igreja tem, então, a tarefa de manter acesa e bem visível a lâmpada da esperança, para que possa continuar a resplender como sinal seguro de salvação e possa iluminar toda humanidade no caminho que leva ao encontro com a face misericordiosa de Deus. Queridos irmãos e irmãs, eis então o que esperamos: que Jesus volte! A Igreja esposa espera o seu esposo! Devemos nos perguntar, porém, com muita sinceridade: somos realmente testemunhas luminosas e credíveis desta espera, desta esperança? As nossas comunidades vivem ainda no sinal da presença do Senhor Jesus e na espera calorosa da sua vinda, ou parecem cansadas, entorpecidas, sob o peso do cansaço e da resignação? Corremos também nós o risco de exaurir o óleo da fé e o óleo da alegria? Estejamos atentos! Invoquemos a Virgem Maria, mãe da esperança e rainha do céu, para que nos mantenha sempre em uma atitude de escuta e de espera, de forma a poder estar, já agora, permeados pelo amor de Cristo e participar um dia da alegria sem fim, na plena comunhão de Deus e não se esqueçam, nunca esquecer: “E assim para sempre estaremos com o Senhor!” (1 Ts 4,17). Boletim da Santa Sé Tradução: Jéssica Marçal
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES - PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 5ª SEMANA
TEMA UMA TRÍADE DE FERIDAS OBJETIVO Compreender melhor sobre a Tríade de Feridas: O que compõe estas feridas? As feridas de Cristo, as nossas feridas e as feridas da humanidade. Tomar consciência que leva a conversão, sobre a misericórdia que une essas três feridas, e que, quando unidas estas três feridas, é gerada uma consolação.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
PERGUNTAS PARA TRABALHO EM GRUPO 1) O que compõe essas feridas? 2) O que une essas três feridas? 3) “Deixai que eu vos fira com as minhas próprias feridas”. O que é este deixar-se ferir? 4) O que é o cálice da Paixão de Cristo? 5) “Cristo assume a minha fraqueza, assume os meus pecados, e, assumindo nEle, no Seu corpo, na Sua carne, na Sua alma, no Seu corpo, a minha fraqueza, o meu pecado, Ele olha para mim e para ti e diz: “Agora, assumamos juntos a iniquidade, o pecado, a fraqueza de toda a humanidade. Participe deste mistério comigo. Participe com a minha misericórdia. Abrace e transforme a iniquidade do mundo com a minha misericórdia. Nas tuas chagas, nas tuas feridas que estão habitadas agora pelas minhas chagas, pelas minhas feridas”. Vamos ao encontro das chagas do mundo, da humanidade. O que estas palavras provocam em seu coração e em sua vida? 23
6) “Nenhuma ferida nossa, nenhum pecado nosso, nenhuma fragilidade nossa, nenhum sofrimento nosso, nenhuma dor nossa poderá ser limite, pelo contrário! Elas se transformarão em meio para nos unirmos às feridas de Cristo e assim, com misericórdia, nos unirmos às feridas do mundo. Então nada poderá ser, nem a minha debilidade, poderá ser uma desculpa para eu não participar do mistério salvífico de Cristo pelo mundo”. Lendo essas palavras do Moysés, qual a reação que elas provocam em você? 7) Você está disposto (a) a se deixar crucificar por amor a Deus e por amor aos irmãos? Estamos dispostos? É um convite. É um convite para participar do mistério salvífico de Deus, para participar da potência da Sua ressurreição pela união das nossas chagas com as chagas de Cristo, e das nossas chagas em Cristo com as chagas da humanidade. 8) O que o Moysés fala sobre intercessão, como oração e vida? TODOS DEVEM ANOTAR NA TABELA DO LADO DIREITO O PONTO REFLETIDO NESTA SEMANA ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL Utilizar o texto abaixo para rezar, sublinhando as frases mais impactantes e escutando a voz e as moções de Deus para a sua vida neste tempo. Anote tudo o que o Senhor lhe revelar.
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ANEXO UMA TRÍADE DE FERIDAS Moysés Azevedo7 Tríade são três coisas juntas, três coisas que se unem, e foi isso que Nosso Senhor nos falou nesses dias. Ele falava para nós sobre uma tríade de feridas, uma tríade de chagas. O que compõe essas feridas? As feridas de Cristo, as nossas feridas e as feridas da humanidade. As chagas de Cristo, as nossas chagas e as chagas da humanidade. E o Senhor, no nosso retiro, dizia: “Essas três feridas são unidas misteriosamente pela misericórdia divina”. A misericórdia une essas três feridas, e, quando une estas três feridas, é gerada uma consolação. Quando as nossas feridas são unidas às feridas de Cristo, e são unidas às feridas da humanidade, gera em nós e gera no mundo uma consolação. A consolação é o sinônimo da paz. Esta consolação nós recebemos e ao mesmo tempo nós damos para os outros. Esta união dessas feridas – e também muito nos falou, pois estávamos nos primeiros dias de outubro, e estávamos então também celebrando São Francisco, estávamos dentro da memória de São Francisco –. E o Senhor na nossa oração, na escuta, nos lembrava do episódio da estigmatização de São Francisco. O Senhor dava a imagem. Francisco foi estigmatizado no Monte Alverne pelo anjo, o Serafim crucificado, que era a mística do próprio Cristo, e imprimia nas mãos, nos pés e no lado de Francisco as chagas, as suas chagas, e o Senhor nos dava uma imagem similar. Ele dava a imagem do Cristo Eucarístico em chamas, de onde saiam raios. Os mesmos raios que feriram Francisco; dizia o Senhor, hoje eu vos quero ferir. Com esses mesmos raios eu quero vos ferir. E a profecia era: “Deixai-vos ferir por mim. Deixai-vos ferir pelo meu amor. Deixai-vos ferir pela minha misericórdia. Deixai que eu vos fira, para que assim possa manifestar a minha glória”. Deixai-vos ferir por mim era o apelo, e o apelo que o Senhor pede não só para nós que estávamos lá, mas para todos nós, cada um de nós e todos nós. Comunidade Shalom, deixai-vos ferir por mim! Obra Shalom, deixai-vos ferir por mim! (Seu nome), deixai-vos ferir por mim! “Deixai que eu vos fira com as minhas próprias feridas. Deixai que o vosso corpo e vossa alma tragam as marcas. Permiti que eu vos marque”. Permiti! O Senhor pede uma licença para nós. O Senhor não vai fazer de qualquer jeito, não vai fazer de qualquer forma. O Senhor pede um ato de liberdade da nossa parte. Ele pede licença para nos ferir. Ele diz: “Permiti que eu partilhe convosco o segredo do meu amor. Deixai-vos ferir e não ponhais resistência ao que o amor do Pai quer fazer em vocês”. E neste convite em deixai-nos ferir, o Senhor dava um passo a mais para entendermos o que é este deixar-se ferir. O Senhor nos faz um convite para deixar-se ferir, bebendo, com Cristo, o cálice da Sua Paixão. O Senhor, numa imagem, nos convidava, nos oferecia o cálice da Sua Paixão, e dizia: “Bebam comigo o cálice da minha Paixão”. Ou seja, o que é o cálice da Paixão de Cristo, se não o cálice da iniquidade do mundo inteiro, se não o cálice na minha, da sua iniquidade, dos meus pecados, dos nossos pecados e os do mundo inteiro! Jesus tomou sobre si a iniquidade do mundo. Cristo assumiu as feridas da humanidade e Ele nos pede também para assumir as Suas feridas, assumir as feridas da humanidade para, nEle, ser instrumentos da misericórdia e da ressurreição para os outros. Todos nós temos feridas. Todos nós temos chagas. Todos nós temos feridas e chagas purulentas. Todos nós temos iniquidade em nós. A iniquidade existe em nós, pelo menos em mim existe, e é quando eu uno a minha ferida à ferida de Cristo, quando uno a minha ferida à ferida misericordiosa de Cristo que a minha iniquidade vai sendo mergulhada, vai sendo perdoada, vai sendo transformada, Cristo assume a minha iniquidade. Cristo assume a minha fraqueza, assume os meus pecados, e, assumindo nEle, no Seu corpo, na Sua carne, na Sua alma, no Seu corpo a minha fraqueza, o meu pecado, Ele olha para mim e para ti e diz: “Agora, assumamos juntos a iniquidade, o pecado, a fraqueza de toda a humanidade. Participe desse mistério comigo. Participe com a minha misericórdia. Abrace e transforme a iniquidade do mundo com a minha misericórdia. Nas tuas chagas, nas tuas feridas, que estão habitadas agora pelas minhas chagas, pelas minhas feridas”. Vamos ao encontro das chagas do mundo, da humanidade. E aí diz o Senhor: “As tuas feridas unidas às minhas feridas e assumindo as feridas da humanidade, estas feridas vos farão mais fortes e vos darão um coração semel hante ao meu”. Nós não teremos um coração semelhante ao de Jesus só na medida em que deixamo-nos alcançar, na medida em que deixamos que a nossa ferida seja alcançada pela misericórdia, porque é sinal ainda que a nossa ferida ainda não foi alcançada na sua profundidade. Nós só vamos entender a profundidade da misericórdia de Deus quando aceitarmos que as nossas feridas unidas às feridas de Cristo, com Ele aceitarmos abraçar as feridas do outro, as feridas da humanidade. As feridas do outro, da minha casa, do meu setor. As feridas do outro, da humanidade ferida, enlameada, a iniquidade do mundo, o pecado do mundo, e usar os mesmos parâmetros que a misericórdia divina usou para nós. “Estas feridas vos farão mais fortes e vos darão um coração semelhante ao meu. Estas feridas vos darão os meus sentimentos”. 7
Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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Esta união, esta tríade de feridas unidas, produzirá força de ressurreição na nossa carne, na nossa vida, na nossa humanidade. É um convite a não temer a abraçar a fraqueza, o limite, a dor, o sofrimento, a iniquidade do mundo, porque Deus não teve medo de abraçar a minha dor, a minha ferida, a minha iniquidade. E este abraço junto, este abraço conjunto de Deus em mim, e de em mim com Deus, e, junto,s com a humanidade, gera uma potência transformadora da minha vida e do mundo inteiro. Enquanto esta profecia ia sendo proclamada o Senhor dava a visão de cada um de nós se deixando crucificar por amor a Deus e por amor aos irmãos. Estamos dispostos? É um convite. É um convite de participar do mistério salvífico de Deus, de participar da potência da Sua ressurreição, pela união das nossas chagas com as chagas de Cristo, e das nossas chagas em Cristo com as chagas da humanidade. E aí o Senhor diz: “Eu vo s dou a experimentar assim, desta forma, nesta união das chagas, eu vos dou a experimentar uma alegria, a alegria de participar da minha dor. As minhas chagas em vós serão a vossa alegria. As minhas chagas e as chagas da humanidade em vós serão fonte de alegria”. Isso significa, queridos irmãos, entre várias coisas, entre muitas coisas, uma das coisas é importante: nenhuma ferida nossa, nenhum pecado nosso, nenhuma fragilidade nossa, nenhum sofrimento nosso, nenhuma dor nossa poderá ser limite, pelo contrário! Elas se transformarão em meio para nos unir às feridas de Cristo e assim, com misericórdia, nos unir às feridas do mundo. Então nada poderá ser, nem a minha debilidade, poderá ser uma desculpa para eu não participar do mistério salvífico de Cristo pelo mundo. Que, se uno a minha fraqueza, a minha debilidade, e até o meu pecado às chagas de Cristo, nEle eu me jogo nas chagas do mundo, nas chagas da humanidade, nas chagas dos outros, eu uno, e essa tríade faz brotar uma força de ressurreição, uma vida sobrenatural. Esta é a vida sobrenatural que somos chamados a viver. A ressurreição brota daí. A ressurreição de Cristo, o Espírito do Ressuscitado se manifesta aí. E as nossas mortes, os nossos cansaços, e as nossas debilidades, os nossos desânimos ressuscitarão com Cristo, tomarão uma nova forma. A nossa dor será revestida de alegria e ali nós encontraremos a nossa alegria. Dizia o Senhor: “Não busquem outra glória senão a minha. Não se deixem iludir pelo que o mundo chama de glória, de avanço e de progresso, mas, deixando-se ferir por minhas feridas e abraçando as feridas da humanidade, vocês se deixarão alcançar pela glória que vem de mim, pela glória que o Pai me deu. Esta é a glória que eu quero vos dar. Este é o avanço e o progresso que vem de Deus”. O Senhor dava a imagem de Jesus no Horto das Oliveiras, onde tudo o que estava escondido se revelou, onde Ele se entregou mansamente, e onde Ele bebe o cálice que o Pai Lhe deu a beber. Nesta tríade, nesta união, nós temos o entendimento de um novo chamado de amor esponsal, um amor esponsal mais profundo, que ultrapassa todo o sentimento e compreensão. Não um amor esponsal no sentido romântico do termo, mas um amor esponsal no sentido cruento do termo. E aí também vem mais um presente! Tivemos o presente da renovação da nossa vida de contemplação e também na oração dizia que nos era dado um outro presente. Este amor esponsal, podemos dizer que ultrapassa todo sentimento e compreensão, que é esta união das chagas de Cristo com as nossas chagas e com as chagas da humanidade, é um presente de Francisco para nós. É um amor esponsal marcado pela estigmatização. Junto com isso vem o convite do Senhor de beber do cálice da iniquidade da humanidade, dos outros, que estão ao nosso redor desde a hora em que acordamos, que estão ao nosso redor quando trabalhamos, quando servimos, evangelizamos, que estão ao nosso redor em relação a nossa missão e no mundo inteiro. Beber do cálice da iniquidade usando da misericórdia que se deixa ferir, mas que se recusa a ferir o outro. A misericórdia que se deixa ferir, mas que se recusa a ferir o outro. A união das feridas, das feridas de Cristo, as nossas feridas, e as feridas da humanidade, é uma união das vontades. Nesta experiência mais profunda do amor esponsal, nós somos chamados a viver mais profundamente a união das vontades, a nossa frágil vontade com a vontade suprema e misericordiosa de Deus. Esta união das vontades vai se despojando do nosso querer e vai escolhendo o querer de Deus, e, escolhendo o querer de Deus, vai deixando a glória de Deus tomar posse de tudo. Feriadas de Cristo, nossas feridas, feridas da humanidade. Num determinado momento, quando Ele nos falava dessa tríade, o Senhor dizia: “Eu desejo rasgar o véu do templo, quero rasgar o véu do entendimento de vocês. Quero curar os olhos de vocês como curei os olhos de Bartimeu, para vocês entenderem qual é o segredo do mistério que eu vos chamo a participar”. Ele dava o entendimento de que, uma vez nossas feridas alcançadas pela misericórdia divina, o senhor nos convida na nossa humanidade, na nossa vida e com a nossa carne unida à carne de Cristo, a abraçar as feridas da humanidade e comunicar a elas a esperança que nasce da misericórdia. É isso que transforma. Só assim a humanidade terá a esperança de ser transformada e transfigurada em Cristo. Não há outro olhar, não há outra ação que transforme mais do que o olhar e a ação da misericórdia que comunica a esperança. A misericórdia que abraça a iniquidade. Não é a misericórdia que condena, mas que abraça a iniquidade e a transforma. Foi assim que a nossa iniquidade foi e é continuamente transformada. Como é que a sua iniquidade foi e é continuamente transformada se não é por este abraço da misericórdia divina, que age através de alguém que uniu as suas chagas às chagas de Cristo? Assim também a iniquidade da humanidade será transformada, salva e santificada pela misericórdia divina, através de alguém que deixou unir as suas chagas as chagas de Cristo. É assim, é abraçando o sofrimento, a dor, a iniquidade e até o pecado da humanidade com a força da chaga da misericórdia de Cristo que nó s podemos transformar esta humanidade. 26
Unir as chagas de Cristo com as nossas chagas e com as chagas da humanidade é a modalidade, é um modo, é a forma com que Deus quer que nós vivamos e realizemos este novo tempo. E para isto é indispensável uma dimensão nova que o Senhor nos chamou de intercessão. Ainda nesta tríade das feridas, João 17. Vou falar um pouquinho agora da intercessão como oração e vida. O Senhor nos deu a passagem de João 17 que mostra Jesus rezando ao Pai. Diz a passagem: “Não rogo somente por eles, mas também por todos aqueles que por sua palavra crerão em mim, para que todos sejam um assim como o pai está em mim, para que eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste”. Vejam! A intercessão de Cristo é uma intercessão de oração e é uma intercessão de vida. Pai, tu em mim, eu em ti, eles em mim, eles em ti. Nesta profunda comunhão de oração, ele intercede, e de vida ofertada na cruz, e tudo se transforma numa coisa só, e essa coisa só é salvífica. Na vida pública de Jesus, junto com Pedro, Jesus diz: “Simão, Simão, satanás vos reclamou para vos sacudir como se faz com o trigo, mas eu rezei por ti a fim de que tua fé não desapareça, e tu, quando tiveres voltado, confirmas teus irmãos”, veja o mistério da intercessão da oração! Jesus diz: “Simão, na tua fraqueza eu rezei por ti, eu intercedi por ti diante do Pai. Satanás quis te destruir, satanás ia te passar, ia te joeirar, mas eu rezei por ti, e a minha intercessão diante do Pai te salvou. Agora tu salvo vai e confirma os teus irmãos”. Simão, Jesus; Jesus, o pai; Jesus, Simão e os irmãos. Jesus intercede por mim, por ti, por nós, na Paixão. Oração sacerdotal. Na Sua morte na cruz: “Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem”. E na sua Ressurreição Ele está diante do Pai, com Seu corpo glorioso, apresentando as Suas chagas e dizendo: “Por eles, por eles Pai!”. Jesus é o intercessor na Sua vida, na Sua Paixão, na Sua Morte e na Sua Ressurreição. A Sua oração e a sua vida são uma intercessão contínua em favor de nós. Esta certeza de que Jesus intercede por nós é uma grande graça que nos liberta de todos os medos, de todos os temores. Invés da palavra “Simão” ouça o seu nome! Fulano(a), rezei por ti! Diz o Senhor! Rezei por ti! Satanás quis te joeirar! A ti, a mim, quis nos joeirar. Estávamos na boca do leão, íamos para a morte, mas Jesus disse: “Eu rezei por ti. Eu intercedi por ti. Na cruz, eu rezei por ti. Diante do Pai, Ressuscitado, eu rezo por ti. É por eles, é por eles, é por eles, meu Pai é por eles! Eu intercedi por ti”. E nós somos jogados, atraídos para estas chagas, unidos para, juntos, interceder na oração e na vida ofertada, doada, entregue, crucificada, ressuscitada. Intercedamos pelos outros, pela Comunidade, pela Igreja, pela humanidade, para enchê-las da consolação de Deus. Diante do Pai, Jesus nos tirou da boca do leão, intercedendo por nós com a Sua oração e com a Sua vida. Com a Sua morte, Ele nos tirou da nossa morte, Ele nos tirou da escravidão dos nossos pecados, gerando em nós profunda gratidão para com Ele, e nos convida para nEle interceder na oração e na vida, interceder, crucificados e ressuscitados com Ele, interceder em favor de cada um, cada pessoa humana. Cada pessoa humana é objeto da nossa intercessão e objeto da nossa oferta. Ninguém! Nada nem ninguém pode, simplesmente, passar como um vulto diante dos nossos olhos. Ninguém! Ninguém! Ninguém! Em favor de cada um e de todos, como um chamado do Senhor, para entender a nossa vocação, a oração e a vida ofertada unida ao mistério de Cristo que intercede e salva a humanidade. Foi nessa oração que Deus nos deu uma profecia onde Ele dizia: “Rogo por ti. Rogo”. Ele não dizia roguei ou rogarei, mas dizia eu rogo por ti! E Ele dizia em seguida: “Rogo por ti. Roga em mim. Roga em mim. Rogo por cada um, por todos. Rogo por ti. Roga em mim”. Jesus nos convida: “Vem, vem rezar em mim pela humanidade! Vem rezar em mim pelos outros! vem ofertar a tua vida com a Minha vida, vem unir as tuas chagas com as Minhas chagas em favor dos outros! não vive mais para ti mesmo, esquece-se de ti! Esquece dos teus limites, esquece das tuas chagas e se une a Mim em favor dos outros! em favor dos outros! rogo por ti, roga em Mim. Rogo por cada um e por todos. Rogo por ti, roga em mim, rogo por cada um e por todos”. O Senhor nos chama, no fundo, a participar da Sua grande oração sacerdotal, que culmina com a Sua Paixão e a Sua Ressurreição. Rezar, interceder e ofertar a nossa vida pelo corpo da comunidade e pelo corpo da humanidade. Quantos irmãos que passam por momentos de desafios podem ser sustentados pela nossa oração e pela nossa oferta de vida, e tu, que és um irmão que passas por desafios, une o teu desafio à chaga de Cristo, e tu também sustentará muitos, muitos pela tua oração e a tua oferta na oferta de Cristo. E eu, quando passo as minhas dores e os meus desafios, eu, tu, ele, nós, vós, eles, podemos nos unir a Cristo e sustentar, rezar pelos irmãos, pelos outros, pelos necessitados, não ficar tão preocupados conosco mesmos. Rezar. Intercessão e vida ofertada. É na fecundidade da nossa intercessão e da nossa vida ofertada em Cristo e da nossa ação evangelizadora que as súplicas e os gemidos da humanidade são respondidos. Costumamos dizer que a humanidade geme, sofre e espera a manifestação dos filhos de Deus, e como estes gritos de clamor da humanidade são respondidos? Pela nossa oração, pelo sacrifício da nossa vida, não tem outro nome, não tem nome mais bonito, é este, sacrifício! Da nossa vida ofertada no sacrifício de Cristo e pela nossa ação evangelizadora que brota da nossa oração e da nossa comunhão ofertada, da nossa união ofertada que gera vida, gera alegria, gera consolação para nós e para o mundo inteiro. De uma maneira muito particular, este ícone intercessor é a Virgem Maria. Nossa Senhora que, aos pés da Cruz, deixa sua alma, seu coração também de uma maneira misteriosa, mística, ser traspassado, e ao mesmo tempo usufrui de toda a potência da fecundidade da Ressurreição de Cristo em favor da humanidade, transformando-se em Mãe da humanidade, gerando a humanidade. 27
Intercessão na cruz que gera a Ressurreição. É neste espaço, o espaço da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Cristo. É neste mistério, neste espaço, onde o discípulo se encontra com o Mestre, é neste espaço onde o Senhor sofre, padece e ressuscita. É neste espaço que é habitado pelo amor misericordioso. É neste espaço que o Senhor pede que nós nos coloquemos, coloquemos a nossa vida, neste espaço, para viver a experiência completa, não parte dela! Mas a experiência completa, sem nada tirar da Paixão, sem nada tirar da Morte, para em tudo usufruir da Ressurreição para nós e para todos. O Senhor dá claramente uma inspiração de que Ele nos convida a uma nova intercessão nEle, nova intercessão no corpo da comunidade, por todos da comunidade, por todos da humanidade. Uma nova intercessão que é oração e uma nova intercessão que é oferta de vida. Uma intercessão em favor de cada um e em favor de todos. Uma intercessão orante, uma intercessão de cruz, que une o mistério da cruz, e uma intercessão que gera vida e ressurreição. Diz o Senhor: “Eu entreguei ao meu Pai a minha carne, e todos os dias eu entrego a vocês a minha carne para que vocês também possam entregar a carne de vocês ao Pai e da mesma forma à humanidade. Eu vos alimento com o Meu corpo, com a minha vida divina, com a minha carne, com o gastar-se, com o consumir-se. Eu entreguei ao Pai e todos os dias entrego a vocês, e vocês se alimentam para quê? Para também, da mesma forma, vocês se entregarem, se consumirem, a carne, a humanidade de vocês, se consumir a Deus e à humanidade”. E finalmente uma figura: o centurião com a sua lança fere o coração de Jesus e o que acontece? Jorra sangue e água, e o que o centurião diz? Este verdadeiramente é o Filho de Deus. E do outro lado, na Ressurreição de Cristo, nós temos Tomé, que diz: “Se eu não pôr a minha mão no Seu lado, se não colocar o meu dedo na sua chaga eu não crerei”. Tomé no seu encontro com o Ressuscitado ouve o convite: “Vem, põe a tua mão!”, e o que é que, diante do choque da Ressurreição de Cristo, em Tomé, o que ele diz? Meu Senhor e meu Deus! Existe relação entre o centurião pagão que traspassa Jesus e Tomé que recebe o choque da Ressurreição? Nos dois nos identificamos, nos dois se identifica a humanidade, nos dois somos visitados pela força potente da misericórdia divina que arranca dos nossos lábios a perfeita profissão de fé, a completa: este verdadeiramente é o Filho de Deus, meu Senhor e meu Deus! Nós nos encontramos neles e nós somos chamados a encontra-los na humanidade, a quem nós somos enviados, a quem nós servimos. Nós servimos à humanidade. Nós servimos a Deus e à humanidade. Nós servimos a Deus, à Igreja, claro, que é a união de Cristo e a humanidade. Nós somos servos dessa humanidade. Tudo o que fomos fazer, tudo o que fomos planejar é em função de nos unirmos profundamente a Cristo. Nenhum limite, nenhuma ferida, nada pode impedir, ao contrário! É meio para nos unir a Cristo, para, unidos a Cristo, poder nos derramar na humanidade. Tudo o que vamos fazer não é para a nossa glória, não é para nós mesmos, é para Deus, é para os outros! Tudo o que vamos fazer, e não é o que vamos fazer, mas o que Deus vai fazer em nós, e por isso temos de ficar pequenos porque a obra é grande, é muito maior, e não dá para ninguém querer ser grande, porque senão vai ser arrastado, vai ser destruído. Dobrar-se, prostrar-se, fazer-se pequeno, experimentar da misericórdia, se encher de esperança, se doar, unir-se à sua chaga, à chaga de Cristo, à chaga da humanidade, para poder assim derramar a consolação de Deus para o mundo. Esta unidade é inquebrantável e tem um nome!
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES - PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 6ª SEMANA
TEMA UMA UNIDADE INQUEBRANTÁVEL OBJETIVO Levar os membros da célula a abraçar a dimensão da Unidade Inquebrantável e a experimentar, na própria vida, a graça que Deus derrama sobre nós da unidade entre o Pai e o Filho, o amor do Pai e do Filho, único amor, perfeitíssimo, unidade perfeitíssima. Este amor é o amor de união, amor que nos faz um só.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
PERGUNTAS PARA TRABALHO EM GRUPO 1) 2) 3) 4) 5) 6)
O que Deus quer despertar em nós? Qual o dom que o Senhor nos concede com o nosso carisma? Qual o mandado que o Senhor nos dá em relação ao carisma de unidade? Por que nada poderá nos dividir? De quem é essa Unidade Inquebrantável que Jesus está derramando em nós? Em que criatura podemos contemplar mais a união da humanidade com o Filho de Deus que se faz carne e que é um com o Pai? 7) Clame, viva, respire este coração Mariano, porque é no coração compassivo de Maria aos pés da cruz que podemos contemplar e, por participação, nos unir ao coração do Filho e ao coração da humanidade que estão sendo transpassados. Ore com Maria. 8) Qual é a imagem que revela Maria como o território desta unidade do nosso coração, das nossas chagas unidas às chagas de Cristo e unidas às chagas da humanidade? 9) Onde Maria intercede por nós? 29
10) O que você entendeu sobre o território mariano? 11) A profecia de unidade inquebrantável que Deus quer nos dar, e tudo que devemos fazer, todos os nossos planos, todos os nossos discernimentos, todas as nossas ações têm que passar e pensar nessa unidade inquebrantável. Você está disposto (a) a se quebrar, mas não quebrar com o carisma, com a comunidade? 12) Qual a chave que Maria nos entregava, segundo o texto? ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL Utilizar o texto para orar todos os dias, sublinhando as frases que provocam uma reação positiva em seu coração. Anote tudo o que o Senhor lhe revelar.
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ANEXO UMA UNIDADE INQUEBRANTÁVEL Moysés Azevedo8 Unidos, aceitando o convite do Senhor para unir as nossas chagas às chagas de Cristo e juntos com Ele, unidos a Ele nos unir às chagas da humanidade, esta unidade na Paixão, na Morte e na Ressurreição de Cristo, esta unidade, unidas nossas debilidades, nossas chagas, tudo o que somos e tudo o que temos, as nossas chagas unidas às chagas de Cristo, e, em Cristo, unidos à humanidade, esta unidade é inquebrantável e tem um nome! E daqui a pouco vamos falar nesse nome. Essa unidade é inquebrantável e nasce dentro da nossa escuta em uma profecia em que o Senhor nos dizia: “Eu quero despertar em vocês um tempo novo, um tempo novo dentro do coração de vocês. Um tempo de uma fé nova, de uma fé forte, que crê no Meu senhorio e se submete a Ele. Quero despertar em vocês o primeiro amor. Quero despertar em vocês e dar, como dom, uma nova unidade, uma unidade nova ao redor de mim, ao redor do meu olhar, do meu coração, de onde flui o carisma. Quero dar a vocês um tempo novo de unidade tão forte, tão profunda, de unidade invencível. Assim revisto vocês da graça de uma unidade inquebrantável, de uma unidade invencível, e nada nem ninguém pode jamais quebrar esta unidade, pois ela vem do Meu coração e é feita com a Minha graça, e é muito superior a qualquer unidade humana que vocês possam imaginar”. Com essa profecia o Senhor nos dá, nos concede, como que, um dom. O nosso carisma é um carisma de unidade, e dentro desse carisma de unidade Ele diz: “Eu quero que vocês visitem, eu quero que vocês se deixem visitar e se abram, unindo as chagas de vocês às Minhas chagas e juntos às chagas da humanidade. Isso provocará uma unidade tão forte, tão forte, tão forte, tão forte em vocês que vocês vão estar na fonte do carisma pascal de vocês, desse carisma do Ressuscitado que passou pela Cruz que gera a paz. Tão forte, tão forte que será inquebrantável, nada poderá dividir vocês, nada! Porque esta unidade vai vir do Meu coração. Vai gerar um amor de união, uma esponsalidade. Um amor de união”. Outra profecia sobre essa unidade inquebrantável: “O que eu estou derramando sobre vocês é a unidade entre o Pai e o Filho, o amor do Pai e do Filho, único amor, perfeitíssimo, unidade perfeitíssima. Este amor é o amor de união, amor que faz um só. Este amor que derramo sobre vós, o amor esponsal que vos une, de uma maneira mais profunda, de tal maneira a mim, que vós como filhos permanecem em mim e eu em vós, e esta união, este matrimônio espiritual, que em muitos caminhos é fonte de muita labuta, eu derramo sobre vós, por pura misericórdia. Meu segredo: esta união que se faz por pura misericórdia, uma união profunda”. E onde é que podemos contemplar no mistério esta unidade? Em que criatura podemos contemplar a união mais perfeita de Deus com a humanidade? Em que criatura podemos contemplar mais a união da humanidade com o Filho de Deus que se faz carne e que é um com o Pai? Em que criatura podemos contemplar esta união perfeitíssima, onde a vontade do Pai se transforma em uma coisa absoluta e incondicional, inquebrantável? Em que criatura? Maria! Esta unidade inquebrantável tem um nome: Maria! No coração de Maria, este coração Mariano, e Deus deseja nos dar um coração Mariano! Nós devemos pedir esse coração mariano. Todos nós devemos pedir, viver, respirar este coração Mariano, porque é no coração compassivo de Maria aos pés da cruz que podemos contemplar e, por participação, nos unir ao coração do Filho e ao coração da humanidade que estão sendo transpassados. E o Senhor nos dava um entendimento que Maria era o território, era o espaço de manifestação da unidade de Cristo, e dava uma imagem que mostrava muito grande Maria como este território desta unidade do nosso coração, das nossas chagas unidas as chagas de Cristo e unidas às chagas da humanidade. Qual é a imagem? A imagem é a da Pietá. Maria com Jesus, o Corpo de Cristo nos seus braços. O Corpo Chagado de Cristo nos seus braços. Quando as nossas dores, as dores de Cristo e as dores da humanidade se juntam, Maria aí está. Este é o lugar Dela. Aos pés da Cruz Ela vai interceder. Assim como Ela ficou com Jesus nos Seus braços, diante do Corpo Chagado de Cristo, que não eram outras as chagas a não ser as nossas chagas e as chagas do mundo inteiro, é nos braços Dela, é este território Mariano, é com Ela que a nossa humanidade vai se unindo, vai sendo gestada. Quando Ela recebeu Jesus na Cruz todo ensanguentado, ferido, morto, neste território de Maria, Ela nos coloca. Este espaço da união das nossas chagas com as chagas de Cristo, com as chagas da humanidade, das feridas, é um território Mariano. Neste território Mariano Ela nos coloca no Seu coração e nos Seus braços, como colocou Jesus, e é esta a unidade do coração Mariano. Aí Nela e com Ela teremos uma unidade inquebrantável, porque é a unidade de Cristo. É a unidade que faz a Igreja, é a unidade que nos faz. A profecia de unidade inquebrantável que Deus quer nos dar, e tudo que devemos fazer, todos os nossos planos, todos os nossos discernimentos, todas as nossas ações têm que passar e pensar nessa unidade inquebrantável. Estou disposto a me quebrar, mas não quebrar com o carisma, com a comunidade? Se eu me quebrar, eu ressuscito, mas se eu não me quebrar, eu morro, eu divido. Nosso Senhor, em Maria, vai nos dar a 8
Pregação no Retiro Planejamento Estratégico 2014/2015 na Diaconia Geral.
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graça de nos curvar, para gerar a unidade inquebrantável, na comunhão da vontade de Deus, na união das vontades. Tudo o que devemos fazer, devemos pensar muito nesta unidade inquebrantável que é dom de Deus, e que Ele nos dá em Maria, nos dá em Cristo, que nos dá Maria. A profecia de unidade inquebrantável passa por Maria. Com Maria, nós nos prostramos diante de Deus. Com Maria, nós visitamos essa pobre e pequena serva do Senhor. Com Maria, cantaremos eternamente a misericórdia de Deus. Com Maria, teremos o coração e o ouvido dos discípulos. Com Maria, entraremos nos mistérios, nos segredos mais profundos do coração do Seu Filho. Com Maria, vamos nos unir profundamente ao mistério da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Cristo. Nenhuma criatura se uniu de tal forma como Ela. Maria vai, como que, decupando e vai traduzindo para nós os segredos do coração do Seu Filho. Este olhar Mariano ela nos comunica, e é um olhar pascal. Maria, como ninguém, contemplou o mistério pascal de Cristo, como ninguém, contemplou a Sua Paixão, a Sua Morte. Ela, com os olhos Dela, e a Sua Ressurreição. Ela é a chave para entrar nos mistérios de Cristo, no coração do seu Filho. Tinha uma imagem em que Maria passava com chaves, e dando uma chave para cada um de nós. A chave que Ela nos entregava era a chave própria do seu coração, a chave da humildade. A humildade que se abaixa para que Deus tome posse, para que a grandeza de Deus se manifeste. No coração de Maria. Recordamos um pouco do Retiro de Autoridades e lá nos foi recordado, na nossa partilha e no nosso discernimento, que lá Deus nos falava que teríamos um novo tempo Mariano, que se inaugurava um novo tempo Mariano na Comunidade, no meio de nós. A presença de Nossa Senhora traspassa tudo, tudo o que falamos até agora: prostração, rendição, foco, alegria da pequenez, nova unidade, olhar pascal, coração de discípulo, chagas, não se distrair, louvor, intercessão, e tudo isso, nesta comunhão profunda de corações, Ela vai tecendo, na unidade de Cristo em nós, e vai nos ensinando a viver e a comunicar. Ela é a chave para entrar no conhecimento deste segredo, que é o nosso carisma, e não há outra chave a não ser aquela que Suas mãos sabem usar por excelência, que é a humildade. Maria, uma unidade inquebrantável. Um tempo Mariano, um coração Mariano.
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MANUAL PARA OS TEMPOS ESPECIAIS 2015/2016 COMUNIDADE DE ALIANÇA PÁSCOA A PENTECOSTES - PARTILHA SOBRE O RETIRO DE ESCUTA EM SETE PONTOS 7ª SEMANA
TEMA CONSOLAÇÃO OBJETIVO Levar os membros da célula a abraçar a dimensão da Consolação no carisma Shalom, compreendendo que a consolação é um dom da Ressurreição de Cristo. A consolação é a paz. E todos nós devemos nos abrir a consolar o coração de Deus.
SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO SETE PONTOS MAIS IMPORTANTES DO RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL RETIRO DE ESCUTA DO CONSELHO GERAL DE 2014 DE 2015
TRABALHO INDIVIDUAL Utilizando suas anotações, desenhe uma corrente de consequências positivas e concretas que você alcançou a partir da formação dos sete pontos do Retiro de Escuta de 2014 e 2015. Com certeza sua tabela está toda preenchida. COMPROMISSO O que você pode fazer para colaborar com a célula para que estas formações não sejam esquecidas e perdidas. PERGUNTAS PARA TRABALHO EM GRUPO 1) “Felizes por sofrer com os que sofrem. Felizes por sofrer pelos homens. Isto consola o Meu coração. Consolai o Meu coração. Consolai o Meu coração”. Qual a repercussão dessa profecia do Senhor em seu coração? Você está aberto a consolar o coração do Senhor “sofrendo com os que sofrem? 33
2) “Ide! Eu vos envio a uma terra desolada. Eu vos envio a uma terra sem vida. Ide! E lembraivos que fui Eu que vos disse que eram belos os vossos pés de mensageiros da paz. Ide! Eu coloco sob os pés de vocês um caminho novo, uma estrada que fere, que fere os pés de quem caminha, mas traz a dor de amor do coração, que cada vez mais que aumenta a dor do coração aumenta o amor. Ide, e jogai os vossos dons, os grãos que eu coloco dentro de vossos cestos, distribuem prodigamente. Distribuam esses dons abundantemente, sem ter medo que eles faltem. Joguem os grãos, joguem os dons que eu vos dei. Com os vossos belos pés de mensageiro, joguem esses dons sobre esta terra devastada que chora e está deserta, e ela acolherá, ela será atraída por esses dons, por vossos dons, por vosso caminho aberto por vossos pés de mensageiros da paz. Ide! Apressai-vos! Apressai-vos! O tempo é curto. Ide, o tempo é curto! Apressai-vos”. Faça uma oração escrita em relação a essa bendita profecia do Senhor. 3) Percebemos uma urgência da parte de Deus. Nós não conhecemos o que se dá no mundo e o que se dá na história. É superior ao nosso entendimento o que acontece na história e na sociedade de uma maneira ampla. Temos de estar atentos à voz de Deus. Ele nos diz que o tempo é curto, apressai-vos! Existe uma urgência no coração de Deus. Por isso, em tudo o que formos fazer, discernir, em tudo que formos planejar, tenhamos atenção ao apelo de Deus de magnanimidade! Ao apelo de Deus de semear abundantemente, ao apelo de Deus da urgência dos tempos. 4) Qual o caminho que o Senhor nos concede para consolar a humanidade? 5) Como as nossas chagas são consoladas por Deus? Como as nossas chagas são visitadas pela consolação de Deus? 6) O que precisamos para, pela força do carisma, ser consolação, para comunicar a consolação de Cristo, a paz de Cristo? 7) Como o Moysés nos ensina a fazer um discernimento? 8) Como encontraremos o consolo e a alegria? 9) E quem são os que choram e os que sofrem? 10) O que acontece com os combatentes que se expõem ao perigo para socorrer os irmãos? 11) O que você entende pelo binômio consolação e missionariedade? Ao término, partilhem o que Deus mais falou aos seus corações.
ESTUDO BÍBLICO Liturgia diária ORAÇÃO PESSOAL Utilizar o texto, paulatinamente. Não leia todo em um só dia, vá rezando com ele aos poucos e aprofundando os ensinamentos de Deus para sua vida, neste tempo da última semana da páscoa próximo ao Pentecostes, do relacionamento com o Ressuscitado que passou pela cruz. Abra-se ao que Deus quiser revelar. Para ajudá-lo, elencamos algumas frases importantes, mas você é livre para abrir-se aos ensinamentos que Deus quiser lhe comunicar. O Senhor nos dizia: “Felizes por sofrer com os que sofrem. Felizes por sofrer pelos homens. Isto consola o Meu coração. Consolai o Meu coração. Ide, e jogai os vossos dons, os grãos que eu coloco dentro de vossos cestos, distribuem prodigamente. Distribuam esses dons abundantemente, sem ter medo que eles faltem. Joguem os grãos, joguem os dons que eu vos dei. Não fiquem medindo o que estão fazendo. Vão se dando, vão se consumindo, se entregando, vão unindo a chaga do coração de vocês com a chaga do Meu coração, com a chaga da humanidade, vão! Quando nós nos expomos, nos expomos para que os outros vivam. Nos expomos e nos consumimos para ser consolação e paz para os outros. Esta é a nossa missão, isso é ministrar a paz, e nós somos consolados, e nós temos a paz. Percebemos uma urgência da parte de Deus. Nós não conhecemos o que se dá no mundo e o que se dá na história. Este corpo da humanidade tem chagas, tem muitas chagas. Vão, vão ao encontro do corpo chagado da humanidade. Reveja tudo o que o Senhor lhe falou através da prostração, da pequenez, da misericórdia, da esperança, da tríade das chagas das feridas, desta humanidade inquebrantável para consolar
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e para ter também um olhar contemplativo para Deus e um olhar contemplativo para a humanidade. Eu sou a vossa consolação.
ANEXO A CONSOLAÇÃO Moysés Azevedo9 A consolação é um dom da Ressurreição de Cristo. A consolação que é a paz. O Senhor nos dizia: “Felizes por sofrer com os que sofrem. Felizes por sofrer pelos homens. Isto consola o Meu coração. Consolai o Meu coração. Consolai o Meu coração”. O Senhor nos dava uma imagem, uma visualização de uma pessoa que caminha com um grande cesto nas costas, e caminha em meio a uma terra desolada, no alvorecer de um dia onde tudo em volta está queimado, esturricado, destruído. No entanto, aquela pessoa pisa naquela terra desolada com muita tranquilidade, com muita tranquilidade vai pisando naquele chão. E o Senhor dá uma palavra junto com a visualização: “Ide! Eu vos envio a uma terra desolada. Eu vos envio a uma terra sem vida. Ide! E lembrai-vos que fui Eu que vos disse que eram belos os vossos pés de mensageiros da paz. Ide! Eu coloco sob os pés de vocês um caminho novo, uma estrada que fere, que fere os pés de quem caminha, mas traz a dor de amor do coração, que cada vez mais que aumenta a dor do coração aumenta o amor. Ide, e jogai os vossos dons, os grãos que eu coloco dentro de vossos cestos, distribuem prodigamente. Distribuam esses dons abundantemente, sem ter medo que eles faltem. Joguem os grãos, joguem os dons que eu vos dei. Com os vossos belos pés de mensageiro, joguem esses dons sobre esta terra devastada que chora e está deserta, e ela acolherá, ela será atraída por esses dons, por vossos dons, por vosso caminho aberto por vossos pés de mensageiros da paz. Ide! Apressai-vos! Apressai-vos! O tempo é curto. Ide, o tempo é curto! Apressai-vos”. A imagem clara que o Senhor dá é indo, enviando-nos como comunidade, como mensageiros da paz, no meio de uma terra desolada, que é o mundo de hoje, que são as circunstâncias de hoje, a situação de hoje, é a sociedade de hoje, é o mundo de hoje. Esse mundo para o qual nós somos vocacionados, esse mundo para o qual Deus nos enviou. E Ele nos convida com o cesto e os nossos pés, os pés de mensageiros da paz, ir distribuindo prodigamente. É como se Deus dissesse: Não fiquem medindo o que estão fazendo. Vão se dando, vão se consumindo, se entregando, vão unindo a chaga do coração de vocês com a chaga do Meu coração, com a chaga da humanidade, vão! E vão distribuindo, vão dando, consolem este mundo! Consolem este mundo! Abundantemente semeiem neste mundo, com magnanimidade, semeiem neste mundo, não meçam os esforços! Não meçam os esforços de vocês! Essa estrada poderá ferir os pés de vocês, mas isso só vai inflamar o coração de vocês, não tenham medo de ferir os pés! Porque na medida em que os pés de vocês forem feridos, o coração de vocês será inflamado. Distribuam prodigamente os dons porque não vai faltar, não retenham nada! Não retenham a vida de vocês, não retenham os dons que Eu lhes dei, não retenham nada! Prodigamente! Não vai faltar! Quanto mais vocês derem, mais eu providenciarei. Quanto mais vocês reterem, menos. Joguem os grãos, joguem os grãos, e atenção! Apressai-vos! Há uma pressa de Deus neste mandato missionário, evangelizador que Ele nos dá. Neste mandato de consolação que Ele nos dá. Apressai-vos! O tempo é curto. Apressai-vos. Percebemos uma urgência da parte de Deus. Nós não conhecemos o que se dá no mundo e o que se dá na história. É superior ao nosso entendimento o que acontece na história e na sociedade de uma maneira ampla, é superior. Temos de estar atentos é à voz de Deus. Ele nos diz que o tempo é curto, apressai-vos! Existe uma urgência no coração de Deus. Por isso, em tudo o que for fazer, discernir, em tudo que for planejar, tenhamos atenção ao apelo de Deus de magnanimidade! Ao apelo de Deus de semear abundantemente, ao apelo de Deus da urgência dos tempos. Também nessa mesma escuta, Deus nos convidava, dava uma imagem de um campo que se confunde com um corpo, e o Senhor nos enviava ao campo que é o corpo da humanidade, ao corpo da humanidade, e Ele pede: “Console. Este corpo da humanidade tem chagas, tem muitas chagas. Vão, vão ao encontro do corpo chagado da humanidade. E com as Minhas chagas unidas às vossas chagas consolem, consolem. Consolem pela oração esta humanidade. Consolem pela intercessão. Consolem pela evangelização. Consolem pelo serviço. Consolem as chagas da humanidade. É um mandato. Consolem as chagas da humanidade”. Este corpo possui chagas e o Senhor nos envia para descobrir estas chagas, e O descobrir nestas chagas. Ele não só nos faz ir ao encontro dessas chagas, mas Ele que que nós O descubramos nestas chagas, e levemos a consolação dEle. A palavra de sabedoria dizia: “Ao levarmos a consolação dEle às chagas da humanidade, as nossas chagas são consoladas, as nossas chagas são visitadas pela consolação de Deus”. E pedia para reconhecer 9
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nestas chagas os que sofrem, padecem e esperam a consolação de Deus. Deus pede para nós descobrir Ele e ter esse olhar de discernimento. E aqui estamos no planejamento, estamos em discernimento, ter esse olhar de discernimento para ver o corpo da comunidade, o corpo da obra, o corpo da humanidade, e onde padece, onde sofre, onde grita e geme buscando consolo, para ali nos encontrar e unir as nossas chagas as chagas, e ali consolar e ser consolados. Como obra, como Comunidade, dar o balsamo da consolação de Cristo. No Retiro das Autoridades, Deus nos convidava a fazer um discernimento, a encontrar Cristo nos lugares não óbvios, em que a nossa sensibilidade até resiste, e que Ele escolhe, como as estrebarias, que a nossa humanidade resiste, como as cruzes, e é ali que Ele está. Foi numa estrebaria que Ele escolheu para nascer. É na cruz que Ele conquistou a nossa salvação. Ter um discernimento para perceber as chagas da Comunidade que nós somos enviados, na força do carisma, para ser consolação, para comunicar a consolação de Cristo, a paz de Cristo. Para isso nós precisaremos de tudo aquilo, da prostração, da pequenez, da misericórdia, da esperança, da tríade das chagas das feridas, desta humanidade inquebrantável para consolar e para ter também um olhar contemplativo para Deus e um olhar contemplativo para a humanidade. Nós não vamos discernir se não tivermos esse também olhar contemplativo para o corpo, o corpo da comunidade e da humanidade. Ninguém discerne por genialidade. Ninguém discerne por capacidade. O discernimento é um dom de Deus que só os olhos contemplativos, um coração contemplativo pode fazer. Um coração , que tem um olhar em Deus e tem um olhar nos homens, pode discernir a vontade de Deus, o que Deus quer, onde Deus está gritando, para não agir desorientadamente, como uma manada que, a qualquer grito, segue uma direção diferente e às vezes oposta, e às vezes conflitiva, sem foco. Vamos seguindo e podemos até nos colidir. Não! O discernimento, um olhar contemplativo que discerne a necessidade da humanidade, do consolo de Cristo no corpo da humanidade, nos deixar interpelar por Deus que chora com, que sofre com e que grita com a humanidade. E seguir esta voz de Deus, discernir e seguir esta voz de Deus. E atenção! Não conseguiremos reconhecer as chagas se não as reconhecemos primeiro no próprio Cristo, na nossa vida, na Comunidade, na obra e assim as reconhecemos da humanidade. O Senhor nos dá um mandado forte, renovado, de ir ao encontro das chagas da humanidade para reconhecer Cristo ali, e ali dar o dom da Sua consolação. Mandado de intercessão, de oração, de evangelização, de serviço a esta humanidade sofrida. Mandado de, em Cristo, levar a consolação e a pacificação. Comunicar o dom da consolação. E aí o Senhor nos deu essa passagem de 2 Coríntios 1,1-3, que diz: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas aflições para que, pela consolação que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angustia. Com efeito, na medida em que em nós crescem os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo as nossas consolações”. Consolados por Cristo, consolemos o corpo chagado da humanidade. Profecia: “Eu sou a vossa consolação. Consolados por mim, eu vos envio a chorar com os que choram, a sofrer com os que sofrem, e a comunicar a eles a minha consolação. Sim, esta será a vossa alegria. Eu sou a vossa consolação. Eu vos envio. Consolados por mim eu vos envio a chorar com os que choram, sofrer com os que sofrem e consolá-los com a minha consolação. Sim, esta será a vossa alegria”. Deus nos convida, como comunidade, a realizar esse movimento de ir com todas as nossas formas, os nossos setores, as nossas estruturas, a nossa alma, coração, oração, dimensões, nossos ministérios, tudo, ir em um movimento de estado de saída ao encontro das chagas da humanidade. Chorai com os que choram, sofrei com os que sofrem. Neste movimento, é aí que nós encontraremos o consolo e a alegria. O consolo e a alegria estão na medida em que nós entramos nessa dinâmica, na medida em que cada um de nós entra nessa dinâmica. Não é voltados para si, introspectivos, não é o meu setor nem minhas coisas ou minha vida, mas a dinâmica. E quem são os que choram e os que sofrem? São os miseráveis, tanto no plano espiritual, como no moral e no material. Reconheçamos estes que sofrem. Para nós, particularmente, primeiro os jovens, e com eles toda a humanidade, mas reconheçamos essas categorias na hora do nosso discernimento, para dar a eles a prioridade do nosso coração. Os que sofrem espiritualmente, o desconhecimento de Cristo, o desconhecimento e a indiferença religiosa. Os miseráveis moralmente, que estão mergulhados no pecado, e os miseráveis materialmente, os pobres materialmente falando. O Senhor nos constitui mensageiros da paz e, portanto, ministros da consolação. No trecho de Macabeus, ele chama os combatentes a se expor ao perigo para socorrer os irmãos. Quando eles se expõem ao perigo, expõem a sua própria vida ao perigo, o anjo do Senhor vem e luta por eles, e eles bendizem a misericórdia de Deus e são revigorados, e aí estão prontos para ultrapassar qualquer coisa. É assim. Quando nós nos expomos, nos expomos para que os outros vivam. Nos expomos e nos consumimos para ser consolação e paz para os outros. Esta é a nossa missão, isso é ministrar a paz, e nós somos consolados, e nós temos a paz. Deus nos deu também aquela passagem da Carta aos Efésios, dando-nos as armas, não focando tanto no combate, mas nas armas para realizar esta missão: a verdade, a couraça da justiça, a prontidão para anunciar o evangelho da paz, o escudo da fé, a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, constantes na oração e na súplica, rezando com o Espírito, velando com perseverança e rezando por todos os consagrados. Como é importante rezar uns pelos outros! Como é importante! Às vezes damos por descontados aqueles que 36
estão ao nosso lado. Estamos tão, tão consumidos com a nossa dor que esquecemos a dor dos outros, e não descobrimos que é olhando a dor dos outros que a nossa será consolada. Rezando por todos os consagrados e também, diz Paulo, por mim. Entendamos! A própria comunidade para quê? Para que nos seja concedido o dom da palavra para expor, e o texto de Efésios é este, para expor livremente o segredo da boa nova. O segredo que é a força potente da Ressurreição de Cristo, o Ressuscitado que passou pela cruz e que nos dá a Sua paz. Consolação e missionariedade. Dentro do chamado à radicalidade evangélica, Ele nos faz perceber a beleza e preciosidade do dom da consolação. A consolação é um dom. Somos consolados por Deus para consolar o mundo. Este consolo que vem da cruz, que vem da nossa prostração, da pequenez, da misericórdia, da esperança, a tríade da união das nossas feridas com as feridas de Cristo, com as feridas da humanidade, e aí se cria naquele terreno aquela unidade inquebrantável que jorra consolação para o mundo, jorra paz para o mundo. Consolo que vem da passagem da cruz para a Ressurreição. Consolo, como se fosse uma graça muito especial, para este tempo. Dizia a inspiração que o Senhor nos dava: “Uma consolação como nunca vimos antes”, e a palavra forte: “Esta consolação não é outra a não ser Shalom”. E finalizamos dizendo 2 Coríntios 1,1-3: “Crescem em nós os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo nossas consolações, para que possamos consolar os que estão em qualquer angustia”. Com estes SETE PONTOS, na luz deles, a minha carne lhes dá o que o Senhor falou. A vocês caberá, no discernimento, aplicar. A discernir a vontade de Deus e a planejar essa vontade de Deus dentro do corpo da comunidade, dentro do corpo da obra, para realizar este mandato que Deus nos dá. Este mandato de ser instrumentos da consolação de Deus com a humanidade que geme, sofre e espera a manifestação dos filhos de Deus. Crescem em nós os sofrimentos de Cristo, crescem também por Cristo nossas consolações, para que possamos consolar os que estão em qualquer angustia.
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Ficha de Leitura
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