FICHAMENTO:
VILLAÇA, F. São Paulo, segregação urbana e desigualdade. In: Reflexões sobre as cidades Brasileiras. São Paulo: Studio Nobel, 2012, . !"#$1. No te%to, o autor ro&ura 'ostrar u'a abordage' do d o esaço urbano &o'o u' roduto so&ial'ente rodu(ido, tendo a segregação &o'o a 'ais i'ortante 'ani)estação esa&ial# urbana da desigualdade *ue e%iste na so&iedade brasileira. Segundo o autor, o 'aior roble'a do +rasil não a obre(a, 'as a desigualdade - olti&a e e&on/'i&a # e a inustiça a *ue est asso&iada. u' enor'e desn3el entre o esaço urbano dos 'ais ri&os e dos 'ais obres, *ue são &ondi(e &ondi(ente ntess &o' essa desigua desigualda ldade. de. 4 esaço esaço urbano urbano segregad segregadoo est est 3in&ula 3in&ulado do &o' a e&ono'ia, &o' a olti&a e &o' a ideologia, or 'eio das *uais oera a do'inação. “Nenhum aspecto da sociedade brasileira poderá ser jamais explicado/compreendido se não for considerada a enorme desigualdade econômica e de poder político ue ocorre em nossa sociedade! "página #$%&
As re)l re)le% e%5e 5ess res resent entes es no te%to te%to ret reten ende de' ' nega negarr a )or' )or'aa &ls &lssi si&a &a de segr segreg egaç ação ão 'ostrando 'ostrando sua relação relação &o' a totalidade totalidade da estrutura estrutura so&ial e urbana, urbana, 6istori&i(# 6istori&i(#la la e e%li&#la. e%li&#la. As abordagens tradi&ionais se li'ita' e' tratar de u'a segregação &on&7ntri&a - &entro 'ersus eri)eria - não &onseguindo e%li&ar a segregação ne' arti&ul#la ao restante da estrutura urbana. 8studos da segregação 'oderna se desta&a' na anlise dos &ondo'nios )e&6ados *ue, no entanto, não e%li&a' esse tio de segregação, li'itando#se a rela&ion#la ao ad3ento da segurança, da 3iol7n&ia urbana, dos interesses 'obilirios, da &ultura e dos no3os 3alores &riados e9ou e9ou di3ul di3ulga gado dos. s. 8ssa 8ssa anli anlise se )eit )eitaa sobre sobre u' estudo estudo 'ora 'oral, l, ti& ti&o, o, )a(e )a(end ndoo &o' &o' *u *uee a segregação sea 3ista sob a ti&a da ustiça e assi' 'oral'ente &onden3el. ; (uando destacam a opressão ou a domina)ão* fa+em,no sobre a -ptica da injusti)a& Nessa base .tica está o maior perigo de ualuer ualuer análise social! "página #%&
Para anlise, o autor utili(a u'a abordage' da segregação or região - ideia *ue surgiu a artir de u'a si'li)i&ação do ;lado so&ial< e do ;lado esa&ial< da &idade. Segundo ele, no &aso das &idades brasileiras, re&iso rela&ionar a rodução da desigualdade e da do'inação so&ial ao ael da segregação urbana, sendo *ue nen6u' estudo do esaço urbano ser satis)atrio se não entender essa relação. e' São Paulo u'a região da &idade onde est &on&entrada a 'aioria da oulação de alta renda, o =uadrante Sudoeste - ri3ilegiado tanto elo siste'a de transortes *uanto ela lo&ali(ação dos aarel6os do 8stado, e' u'a região onde a ati3idade 'obiliria 'ais din>'i&a e a terra 'ais &ara. 4 autor &ita 3rias es*uisas )eitas ela 0olha de 1ão 2aulo *ue &o'ro3a' os ri3ilgios dados a essa rea. ?'a ?'a es*uis es*uisaa sobre sobre Vulnera Vulnerabili bilidad dadee So&ial So&ial "0olha de 1& 2aulo* 3#&3&3443* p& 5,#% 'ostra *ue no =uadrante Sudoeste &on&entra'#se as reas &o' ;nen6u'a ri3ação so&ial<. @ nesta 'es'a região *ue se &on&entra' os distritos &o' 'enor oulação negra "0olha de 1& 2aulo* 36&&346#* p& 5,7%, e onde estão lo&ali(ados os de( distritos &onsiderados os ;'el6ores lo&ais ara o3e'<. 4 &li'a no =uadrante Sudoeste 'ais a'eno - a te'eratura &6ega a ser graus 'enor *ue na Bona Leste - ro3a3el'ente ao )ato de ser 'ais arbori(ado "0olha de 1& 2aulo* 68&3&3447* p &5,9%. Na região estão &on&entrados todos os seis distritos &o' 'ais alto Cndi&e de Desen3ol3i'ento u'ano de São Paulo - *ue ossue' aenas 1",E" da oulação do 'uni&io - e todos os distritos &o' as 'ais altas rendas 'dias do'i&iliares - segundo u'a es*uisa reali(ada elo Getr/ e' 1$. Segundo o autor, a &lasse do'inante rodu( e di)unde ideias a )i' de es&onder os ro&essos reais de rodução do esaço urbano desigual a artir de ro&essos ideolgi&os, algo 'uito ou&o abordado. Para e%e'li)i&ar essa ideia, &ita dois e%e'los, sendo o ri'eiro a
identi)i&ação de ;&idade< se re)erindo so'ente H*uela arte de interesse da &lasse do'inante, e o segundo tratando da ;naturali(ação dos ro&essos so&iais<. 4 segundo e%e'lo se re)lete na ideia de ;deterioração< do &entro da &idade, *ue es&onde u' ro&esso real *ue a&onte&eu &o' a sada dessa &lasse de tal região, retirando, or e%e'lo, suas loas e es&ritrios. 4 deslo&a'ento do &entro de São Paulo, *ue a&onte&eu na direção de &res&i'ento dos bairros residen&iais dos 'ais ri&os, ode ser traçado elo deslo&a'ento das ruas *ue rene' o &o'r&io e os ser3iços dessa ar&ela da oulação. ;A artir do 'o'ento e' *ue o &entro dei%a de ser atro&inado elas elites e assa a ser atro&inado ela 'aioria oular, &ria#se a ideia de *ue ele est se deteriorando. Gais ainda. Justa'ente *uando a 'aioria to'a &onta do &entro, &ria#se a ideia de *ue esse não 'ais o &entro da cidade, e *ue essa teria u' no'o &entro. K... A realidade *ue a &lasse do'inante &onsidera *ue &entro *ue )or Mseu e não o da 'aioria ser o &entro da cidade.< Kgina !O.
8' outro 'o'ento do te%to, o autor ro&ura le3antar a i'ort>n&ia da segregação or região ara &o'reender a estrutura urbana, &o'eçando ela segregação dos e'regos. Segundo ele, toda &idade brasileira a&i'a da 'dia te' u'a região geral segregada tal &o'o a des&rita anterior'ente ara São Paulo. A 'aioria dos e'regos nas 'etroles brasileiras &onstituda or e'regos do setor ter&irio, onde trabal6a a 'aioria da oulação 'ais ri&a - ese&ial'ente e' reas &o'o es&ritrios, 'ultina&ionais, ban&os, e'resas de grande e e*ueno orte # e *ue se &on&entra' na 'es'a rea de &on&entração da 'oradia dos 'ais ri&os. 4s 'ais obres, no entanto, ossue' 'ais e'regos tanto no setor se&undrio *uanto no ter&irio, sendo os estabele&i'entos do setor ter&irio 'uito esal6ados ela &idade. A rea de &on&entração da 'oradia dos 'ais ri&os , ta'b', u'a rea de &on&entração de e'rego dos 'ais obres - &o'o essoal de li'e(a, garçons, 3endedores, et&. - assi' &o'o os &entros rin&iais da 'etrole, os sub&entros de &o'r&io oular e ser3iços, al' dos &entros dos 'uni&ios da egião Getroolitana. A rea industrial 'ais u'a rea de &on&entração dos e'regos dos 'ais obres - *ue disuta' as 'oradias r%i'as a essa rea. A di)erença na &on&entração de 'oradia e de e'regos )a( &o' *ue os 'ais obres - *ue não ossue' u'a &on&entração de 'oradia ne' de e'regos de)inida # tenda' a se deslo&ar 'uito 'ais *ue os 'ais ri&os - *ue tende' a 'orar erto não s do trabal6o &o'o de &o'r&ios e ser3iços a eles destinados. “"&&&% a otimi+a)ão dos tempos gastos no deslocamento espacial "tempo% dos moradores das cidades . o mais importante fator explicati'o da organi+a)ão do espa)o urbano e do papel desse na domina)ão social ue se processa por meio dele& : classe dominante manipula a produ)ão desse espa)o priori+ando sempre a otimi+a)ão dos seus tempos de deslocamento! "página 8#%&
4 deslo&a'ento 'oradia#e'rego en3ol3e o deslo&a'ento do 'arido, da 'ul6er, e - no &aso dos 'ais obres - dos )il6os adoles&entes. 4 deslo&a'ento da )a'lia de bai%a renda tende a ser não s 'uito 'aior &o'o ta'b' 'ais enoso, &onsiderando *ue 'arido, 'ul6er e adoles&entes - *ue e' )a'lias de rendas 'ais altas e' geral não trabal6a' - rara'ente trabal6arão nu'a 'es'a região. J e' )a'lias de rendas 'ais altas, &o'o 6 a &on&entração de e'rego e 'oradia nu'a 'es'a região, o deslo&a'ento ara ir ao trabal6o tende a ser 'enor. , no entanto, ao &ontrrio das )a'lias 'ais obres, grande n'ero de deslo&a'ento a la(er e de &o'ro'issos dos )il6os. 4s 'ais obres são enali(ados ainda não s ela estrutura esa&ial urbana, 'as ta'b' elos )atores do deslo&a'ento esa&ial. 4s 'ais ri&os são ri3ilegiados não s &o' a roriedade e uso de 3e&ulos ri3ados &o'o elos siste'as 3irio e de transortes. Pre3ale&e nas &idades brasileiras a 'anutenção e &riação no3as de estruturas 3oltadas ao transorte
indi3idual ri3ado - &o'o rodoanis tneis e 3ias e%ressas # e' detri'ento do &oleti3o, sendo *ue estas estruturas são 'el6ores nos bairros dos 'ais ri&os do *ue no restante da &idade. ;Não odendo atuar direta'ente sobre o te'o, os 6o'ens atua' sobre o esaço &o'o 'eio de atuar sobre o te'o. Da de&orre a grande disuta so&ial e' torno da rodução do esaço urbano e a i'ort>n&ia do siste'a de transorte &o'o ele'ento da estrutura urbana< Kgina EQ.
@ i'ortante entender a )or'a de organi(ação da &idade, suas estruturas e 'a(elas so&iais ara, a artir de u'a 3isão &rti&a da estrutura urbana, analisar o 'odo &o'o ela )un&iona e 3er &o'o ode'os trabal6#la. 4 te%to de Fl3io Villaça analisa ontos i'ortantes da estrutura urbana e 'ostra &o'o esta in)luen&ia e in)luen&iada ela segregação so&ial e esa&ial de )or'a obeti3a. A anlise te' or base a &idade de São Paulo. No entanto, as re)le%5es )eitas oderia' ser ali&adas, no geral, a di3ersas outras &idades do +rasil.