FICHAMENTO HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, 5ª edição, 2003. CAPÍTULO 2 – A origem da Revolução Industrial Conceito: “Origem e definição”. “Em primeiro lugar, a Revolução Industrial não foi mera aceleração aceleração do crescimento crescimento econômico, mas uma aceleração aceleração de crescimento crescimento em virtude da transformação econômica e social.” (p.33). De fato, tais transformações ocorreram em uma economia capitalista, em um período específico e com causas específicas. “a revo revolu luçã çãoo brit britân ânic icaa foi foi prec preced edid idaa por, por, pelo pelo meno menos, s, 200 200 anos anos de desenvolvimento econômico razoavelmente contínuo, que lançou seus alicerces. Ao contrário, por exemplo, da Rússia dos sécs. XIX ou XX, a Grã-Bretanha ingressou preparada na industrialização e não praticamente praticamente despreparada.” (p.34). Conceito: “Causas da revolução industrial”: Podemos enumerar 3 condições básic básicas as para para a ind indust ustria riali lizaç zação ão origin originári áriaa ingle inglesa: sa: 1) merca mercado do inter interno no robust robustoo e constante, que alimentava a produção industrial; 2) mercado externo extremamente grande grande,, forma formado do princi principa palme lmente nte pelas pelas colôni colônias as ingle inglesas sas e os demai demaiss paíse paísess nãonãoindustrializados; e 3) governo, entidade que garantia a luta em prol dos industriais ingleses. “Podemos, pois, resumir o papel dos três principais setores da demanda na gênese do industrialismo. As exportações, apoiadas pelo auxílio sistemático e agressivo do governo, proporcionaram a centelha e constituíram – juntamente com a produção têxt têxtil il de algo algodã dãoo – o “set “setor or bási básico co”” da indu indust stri rial aliz izaç ação ão.....O .O merc mercad adoo inte intern rnoo proporcionou a base geral para uma economia industrializada em grande escala e (atrav (através és do proce processo sso de urbani urbanizaç zação ão)) incen incentiv tivou ou grande grandess melho melhoria riass no transp transport ortee terrestre, uma importante base para o carvão e para algumas importantes inovações tecnológicas. O governo dava apoio sistemático a comerciantes e manufatureiros, além de ince incent ntiv ivos os de mo modo do algu algum m desp despre rezí zíve veis is para para a inov inovaç ação ão técn técnic icaa e para para o desenvolvimento de indústrias de bens de capital.” (p.48). “Os vínculos econômicos, sociais e ideológicos que imobilizam a maioria dos povo povoss pré-in pré-indus dustri triai aiss em situa situaçõe çõess e ocupa ocupaçõ ções es tradi tradicio cionai naiss já eram eram fraco fracoss (na Inglaterra Inglaterra), ), e podiam podiam ser comprado compradoss com facilida facilidade.” de.”(p.37 (p.37). ). Muitos Muitos historia historiadore doress concordam com a afirmação de que não era provável que existissem trabalhadores agrícolas (camponeses) donos de terras na Inglaterra por volta de 1750. Sendo assim, aqui temos uma importante vantagem inglesa em relação às demais nações européias. Possívei Possíveiss rivais rivais e empecilh empecilhos os à industri industriali alizaçã zaçãoo originár originária: ia: 1) Holanda Holanda – estavam mais preocupados com a exploração comercial e financeira e de suas colônias; 2) França – ainda se ressentia da grande depressão econômica do século XVII e, por
isso, estava atrasada comercialmente e manufatureiramente à Inglaterra; 3) Impérios Ibéricos – podemos enumerar uma espécie de “doença holandesa”, oriunda da extração de ouro e prata e plantação de cana-de-açúcar de suas colônias americanas. Além disso, nessa época, Espanha e Portugal já passavam por sérios problemas econômicos e políticos, ao contrário da Inglaterra. “Os novos centros de expansão (comercial) eram os Estados marítimos à margem do Mar do Norte e do Atlântico Norte. O deslocamento não foi apenas geográfico, mas também estrutural...A poderosa, crescente e cada vez mais rápida corrente de comércio ultramarino, que arrasava consigo as manufaturas da Europa – e que, na verdade, às vezes as criava – não era sequer imaginável sem essa mudança.” (p.49). CAPÍTULO 6 – A industrialização: a segunda fase (1840-1895) Conceito: “Origem e definição”. “A primeira fase da industrialização britânica, baseada nos têxteis, chegara a seus limites ou parecia estar prestes a fazê-lo. Felizmente, estava iminente o advento de uma nova fase do industrialismo, que proporcionaria alicerces muito mais firmes para o crescimento econômico: a baseada nas indústrias de bens de capital, no carvão, no ferro e no aço. A era da crise do industrialismo têxtil foi a era da chegada do carvão e do ferro, a era da construção ferroviária.” (p. 101). O período entre 1830 e 1850 foi marcado pela explosão ferroviária britânica tanto internamente quanto externamente, tratando de uma transformação revolucionária no processo de industrialização até aquele momento. Tal transformação resultaria posteriormente em redução dos custos de transporte e produção. “Evidentemente, foram necessidades de transporte que deram origem à estrada de ferro.” (p. 103). O período em questão representa a fase onde a produção de aço e ferro da Inglaterra foi às alturas, conforme podemos observar nas tabelas das páginas 106 e 107. Sem dúvidas, “podemos alinhar três conseqüências dessa mudança na orientação da economia britânica. A primeira é a Revolução Industrial na indústria pesada, que pela primeira vez supriu a economia com ferro em abundância e, mais importante ainda, com aço (que até então tinha sido produzido através de métodos um tanto antiquados e em quantidades insignificantes).” (p. 107). “É evidente, pois, que a segunda conseqüência dessa nova era foi uma sensível melhoria do nível de emprego em geral, e uma transferência em grande escala de mãode-obra para ocupações mais bem remuneradas....Uma terceira conseqüência foi o notável aumento da exportação de capital britânico para o exterior. Em 1870 ao redor de £ 700 milhões estavam investidos em países estrangeiros.” (p. 109). Muitos capitalistas britânicos não consideravam mais a classe trabalhadora como revolucionária, mas sim em uma classe de proletários desorganizados e com capacidade
política ineficiente (p. 116). Sendo assim, concessões trabalhistas como a Lei das Dez Horas e a “semana inglesa” uma característica desse período. Uma outra característica do período referente à segunda fase de industrialização diz respeito à “transformação do mercado de capitais na era das ferrovias – as bolsas de Manchester, Liverpool e Glasgow foram todas elas produtos “da mania ferroviária” da década de 1840 – constituem um meio valioso, embora decerto não essencial, para mobilizar capital para grandes empreendimentos fora da possibilidade de sociedades ou para empresas em partes remotas do mundo.” (p. 110). Conceito: “A Grande Depressão”. O cenário de intenso progresso sentido pela maioria dos empresários britânicos deu lugar à conhecida Grande Depressão, datada entre 1873 e 1896. A substancial queda nos custos - propiciada pelo desenvolvimento técnicocientífico do período – e a expansão das áreas de produção capitalista para a Europa central e os EUA refletiria, também, em deflação. Através da deflação, sentiu-se um longo período de redução nos lucros capitalistas, contrastando com o que se vinha observando desde a primeira fase de industrialização. “A Grã-Bretanha achava-se por demais comprometida com a tecnologia e a organização comercial da primeira fase da industrialização, que lhe haviam servido tão bem, para avançar com entusiasmo e embrenhar-se no campo das novas e revolucionárias tecnologia e organização industrial, que ganharam o primeiro plano na década de 1890. Isso lhe deixou apenas uma saída... a conquista econômica (e cada vez mais, política) de áreas do mundo até então inexploradas. Em outras palavras, o imperialismo.” (p. 121). “Cabe apontar ainda outra conseqüência da era da Grande Depressão, ou seja, o surgimento de um grupo competidor de potências adiantadas do ponto de vista industrial e econômico.” (p. 121). No âmbito da Grã-Bretanha, a Grande Depressão marcou também a derrocada da característica liberal principalmente de sua política externa. Tal mudança de visão política seria fundamental para a consolidação do Império Colonial Britânico de finais do século XIX.