PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CURSO DE DIREITO 1º semestre de 2014 Linguagem Linguagem Jurídica Profª. Drª. Estela Farsoni Aluno: Lucas Nassar Tonelli R.A.: 14000616 Sala: 217 Data de Entrega: 08/03/2014
FICHAMENTO Referência bibliográfica: ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. Traduzido por: Ferreira, Heitor Aquino. São Paulo: Companhia das Letras, 156 páginas, 1945. No livro A Revolução dos Bichos escrito pelo inglês George Orwell e traduzido originalmente por Heitor Aquino Ferreira, Orwell busca discorrer de maneira crítica sobre o totalitarismo stalinista ao qual vivia a URSS em sua época. Nascido na Índia, o autor esquerdista acreditava que aquilo que vinha sendo aplicado na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não era o socialismo real proposto por Karl Marx em sua extensa obra, e por isso cria ser necessário o alerta aos trabalhadores pertencentes ao proletariado russo por meio de uma história simples simples e de fácil entendimento sobre o que era o socialismo soviético que viviam e fazer uma clara crítica a tal sistema. Na simples fábula narrada por por Orwell, os animais da granja Solar de propriedade propriedade do Senhor Jones que viviam entre as décadas de 1930 e 1940 em uma cidade da Inglaterra realizam uma rebelião pela sua insatisfação com o incessante trabalho que realizavam no local. Major, um porco da granja, reúne os animais no celeiro do local e, através de uma profunda reflexão sobre a miséria em que viviam além de o tanto que trabalhavam, a falta de liberdade que possuíam no local e a curta vida deles, explica que seria necessário realizar uma rebelião para se libertarem de tais males, quando então poderiam trabalhar para si mesmos. Com isso, é explicitado que o homem é o verdadeiro inimigo dos animais, e que sua tirania era a real responsável por tudo aquilo de ruim que acontecia em suas vidas, sendo necessária uma rebelião para que os humanos deixassem de ser a espécie dominante e o poder fosse dividido entre todos. A imagem do homem posta no livro pode ser analisada como sendo o líder totalitário dotado de aspectos negativos em sua liderança que necessitariam ser exterminados para um regime mais justo e igualitário ser alcançado (fazendo clara referência ao socialismo marxista). Pouco tempo depois da reunião, Major morre durante seu sono e repassa seus sonhos e inspirações aos outros animais mais novos da granja, que passam a ter a liderança de outros dois porcos, Napoleão e Bola de Neve. Com personalidades diferentes, os dois porcos passaram a comandar as reuniões traçando planos para levar à frente o sonho revolucionário e assumir o poder bem como queriam e os interessava. Não demorando muito, ocorreu a revolução que os animais tanto sonhavam, apesar de uma resistência de alguns animais por ignorância, mostrando claramente a alienação deles. O proprietário da granja, Senhor Jones, passou então a controlar os alimentos dos animais e fez disso o estopim para o estouro da revolução. Com fome, os bichos rebentaram a porta dos celeiros e foram e foram em busca de alimentos. O Sr. Jones com a ajuda de auxiliares, buscou resistência contra o motim dos animais, porém foi
inútil. Depois de certo tempo, a resistência teve um fim e o Sr. Jones se retirou do local, dando a vitória aos animais. Após a enforia que acompanhara o fim da revolução e sua consequente vitória, os animais que lideravam a revolução tomaram medidas para mostrar as mudanças que viriam. Passaram a realizar um regime que a priori era efetivo e de fato mostrava o sucesso do princípio de igualdade buscado desde o início por Major. Porém, pouco tempo depois Napoleão entrou em conflito com Bola-de-Neve e expulsou-o da granja, assumindo controle totalitarista e absoluto da granja. Napoleão mostrou então que o poder subira-lhe a cabeça e passou a desempenhar o papel que antes o Senhor Jones representava na granja, submetendo os outros animais a suas ordens e vontades. O novo líder, por exemplo, chegou a mudar os mandamentos aplicados pouco tempo depois da tomada de poder pelos animais, mudando a regra “Todos os animais são iguais” para “Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros”, instaurando a
supremacia dos porcos diante dos outros animais. O livro então termina exatamente da forma a qual começou: com uma liderança totalitarista absoluta apesar de todo o esforço dos animais para mudarem a vida na granja nesse sentido. Por fim, o livro de Orwell mostra de uma forma rasa um tema absolutamente complexo e cabível de análise. O livro continua sendo atual e aplicável a temas vividos ainda nos dias de hoje na sociedade e com crítica social completamente interessante e profunda, mas sem deixar de lado a facilidade de leitura e de interpretação oferecida.