Universidade de São Paulo Faculdade de Economia e Administração Departamento Departamento de Economia Prof. Dr. Juarez Alexandre Baldini Rizzieri Monitor José Carlos Domingos da Silva (
[email protected]) Lista 1 de Macroeconomia 1: Mercado de Bens GABARITO
Questão 01- Para cada afirmação abaixo indique se a mesmo é falsa ou verdadeira. Justifique sua resposta para cada item. a) Sobre o multiplicador, seu valor não pode ser menor do que zero. Verdadeira. Dada que a propensão a consumir é maior que zero (e menor que 1), neces nec essa sari riam ament entee o mu mult ltip ipli lica cado dorr te terá rá um val valor or po posi siti tivo. vo. Co Cons nsid ider erand ando oT =T o multiplicador será igual a 1
1 −
c1
.
b) se a propensão marginal a poupar for igual a 0,4, então o valor do multiplicador será de 2,5 (considere: T =T ). Verdadeira. Considerando que o consumo seja dado por C = C 0 + c1Y , onde c1 é a propensão marginal a consumir (a propensão marginal a poupar é dada por s =1 − c1 ). O D
multiplicador é igual a 1
1 −
1
, ou seja: 0,4 c1
=
2,5 .
c) quan quanto to me meno norr a prop propen ensã são o marg margin inal al a cons consum umir ir,, me meno norr será será o valo valorr do multiplicador d) seu valor não pode ser maior do que 10. Falsa. A primeira parte da afirmação está correta, porém o multiplicador pode ser maior que 10, por exemplo, se a propensão marginal a consumir for igual 0,95 o multiplicador 1
será igual a
1 −0,95
= 20.
e) numa economia fechada e sem governo, se a propensão marginal a consumir for igual a 1/2, então o valor do multiplicador será igual a 2. Verdadeira
1 1
−
0,5
=
para
T =T ,
pois neste caso, multi multipli plicad cador or é igu igual al a 1
1 −
c1
, logo se
2.
f) sobre o multiplicador, seu valor é necessariamente maior do que 0,5. Verdadeira. Seu valor é necess necessariam ariamente ente maior que 1, logo, é necess necessariam ariamente ente maior que 0,5.
1
g) na possibilidade de a propensão marginal a poupar ser igual à propensão marginal a consumir, o valor do multiplicador será igual a 1. Falsa . Temos que s + c1 = 1 . Caso os dois sejam iguais, s = c1 = 0,5 o multiplicador, considerando
T =T
, será igual a 1
1 −
0,5
=
2.
h) se a propensão marginal a consumir for menor do que a propensão marginal a poupar, então o multiplicador será necessariamente menor do que 2. Verdadeira . Vide resposta acima. i) sobre o multiplicador, seu valor tende a ser maior quanto menor for a propensão marginal a poupar. Verdadeira . Quanto menor a propensão marginal a poupar, maior será a propensão marginal a consumir, logo maior o valor numérico para 1
1 −
c1
.
Questão 02- Considere as seguintes equações comportamentais de uma economia: renda agregada: Y = C + I + G; onde: C = α + β.(Y – T); T = γ + δ.Y. Onde: α >0; 0 < β < 1; γ > 0; e 0 < δ < 1. Sendo ainda: gatos do governo (G) e investimentos (I) são exógenos. a- Resolva para o produto de equilíbrio. 1 → Y = α + β [Y − (γ + δ Y )] + I + G → Y = Y = C + I + G ( α + I + G − βγ ) 1 − β + βδ b- Qual o multiplicador? Essa economia responde mais a alterações dos gastos autônomos quando t=0 (trocar por δ=0) ou quando t>0(trocar por δ>0)? Explique.
1
1
Caso βδ > 0 , necessariamente temos 1 − β > 1 − β + βδ , c- Por que neste caso a política fiscal é chamada de ‘estabilizados automático’? No caso, mudanças no orçamento do governo atuam como estabilizadores automáticos. Dado que o nível de atividade econômica afeta diretamente uma das fontes de arrecadação do governo, onde T = γ + δ.Y, a parte do imposto relacionada à renda (δY) atuaria como um estabilizador automático para o nível de atividade econômica, ou seja, elevações ou reduções do impostos, nesta esfera, estão associados diretamente à variação da atividade econômica .
2
Questão 03- Tendo o Multiplicador do orçamento equilibrado, se G =G e T =T , mostre algebricamente que se observarmos, tudo o mais constante, ∆G = 10 e simultaneamente ∆T =10 , ou seja, G e T estão se elevando em $10, temos ∆Y =10 . Como o valor da propensão marginal a consumir afeta os resultados acima obtidos? Considere que: C = c 0 + c1Y ; D
Y D = Y − T ;
T =T
I = I G =G
→Y = c 0 Y = C + I + G
Y =
c0 1 − c1
+
I 1 − c1
+
1 + c1 (Y − T ) + G + I = G → Y = ( c 0 + I + G − c1T ) 1 − c 1
G 1 − c1
−
c1 1 − c1
T
Note que, tudo o mais constante, a renda é afetada pela elevação de uma do gasto do ∂Y
governo é dada por
∂G
. E, tudo o mais constante, a renda é afetada pela elevação de ∂Y
uma unidade de imposto (exógeno) por
∂T
. A soma dos dois efeitos é dada por
c 1 ∂Y ∂Y ∂Y ∂Y + = − 1 = 1 . Neste caso, uma elevação de uma + =1 , pois ∂G ∂T 1 − c1 1 − c1 ∂G ∂T
unidade de G e, simultaneamente, uma redução de uma unidade de T elevaria o produto em uma unidade. Se, tudo o mais constante, observarmos ∆G = 10 e ∆T =10 teremos
∆Y =10 .
10c1 10(1 − c1 ) ∂Y ∂Y 10 + = − = = 10 . 1 − c1 ∂G ∂T 1 − c1 1 − c1
3
Questão 04- Considere as seguintes equações comportamentais de uma economia: C = c 0 + c1Y ; D
Y D = Y − T ; T =T I = b0 + b1Y D
Onde os gastos do governo são constantes. a- Qual o valor do multiplicador? Qual a condição para que o seja positivo?
→Y = c 0 Y = C + I + G
+ c1 (Y − T ) + b0 + b1 (Y − T ) + G
1 Y = ( c 0 − c1T + b0 − b1T + G ) 1 − c1 − b1 1 Logo, o multiplicador é dado por 1 − c − b ,onde a condição para que o mesmo 1 1 seja positivo é dada por (c1 + b1 ) < 1 .
b- Suponha que o parâmetro b0, às vezes chamado de confiança dos negócios, aumente. Como o produto será afetado? O investimento mudará mais ou menos do que a mudança de b0? ∂Y 1 Note que para cada unidade adicional de b0 o produto variará em ∂b = 1 − c − b . 0 1 1
→ b0 + b1 y − b1T . Sendo o investimento dado por I = b0 + b1Y D 1 = Y ( c 0 − c1T + b0 − b1T + G ) , temos: Sendo 1 − c1 − b1 I = b0
1 c c T b b T G ( ) + b1 − + − + − b1T . Sabemos que a cada unidade 0 1 0 1 1 c b − − 1 1
adicional de b temos: 0
b1 ∂ I =1 + ∂b0 1 − c1 − b1
. Temos que
abaixo. b1 1 > 1+ → 1 > (1 − c1 − b1 ) + b1 → 1 > 1 − c1 , 1 − c1 − b1 1 − c1 − b1 consequentemente temos:
1 1 − c1
− b1
>1 +
b1 1 − c1
∂Y ∂ I > . Vide demonstração ∂b0 ∂b0
sendo
c1
positivo,
− b1 . Ou seja, o investimento mudará
menos que a renda em relação a variações, tudo o mais constante, de b0. 4
é
Questão 05- Considere o modelo de determinação da renda onde Y = produto agregado; C = consumo agregado; C0 = consumo autônomo; I = investimento agregado; Sabendo- se que Y = 1.600; C0 = 50; I = 250; G = 100. Pode-se afirmar que a propensão marginal a poupar é igual a? → Y = c0 Y = C + I + G
+ c1Y + I + G , onde é a propensão marginal a consumir.
1.600 = 50 + c1 (1.600) + 250 + 100 → c1
= 0,75
→ s = 0,25 Sendo a propensão marginal a poupar dada por s = 1 − c1
Questão 06- Considere as seguintes informações para uma economia fechada e com governo: Y = 1200; C = 100 + 0,7.Y; I = 200. onde: Y = produto agregado; C = consumo agregado; I = investimento agregado. Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do governo terão que sofrer um aumento de? A renda de equilíbrio é dada por:
Y = C + I + G → Y =
1 1 − c1
( C + I + G ) . Onde a variação da
renda em relação a uma unidade adicional de G é dada por: 1 1 ∆Y == = 1 − c1 1 − 0,7 ∆G
Fazendo um pequeno rearranjo dos termos, temos:
1 ∆Y = ∆G → 0,3∆Y = ∆G . 0,3
Para
elevar
→ ∆G . (0,3)(120 ) = ∆G
a
renda
em
10%
(12),
temos
Ou seja, para elevar a renda em 10% (120) é necessário que o gasto do governo se eleve em 36 (de zero para 36).
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Questão 7- Considere uma economia descrita pelas seguintes equações: C G I T
= = = =
15 + 0,8Yd; 20; 7 – 20i + 0,2Y; 0,25Y,
Sendo C o consumo agregado, Y a renda, Yd a renda disponível, I o investimento privado, i a taxa de juros, T a arrecadação e G os gastos do governo. Supondo que a taxa de juros seja de 10% (i = 0,1), determine: a- A renda de equilíbrio, Y
= C + I + G →Y =15 + 0,8(Y − 0,25Y ) + 7 − 20(0,10) + 0,2Y + 20
Y
=
1 0,2
( 40) = 200
b- O consumo, C = 15 + 0,8(Y − 0, 25Y ) = 15 + 0,6Y = 15 + 0,60 ( 200 ) = 135
c- O valor da poupança privada,
→Y − C − T + T − G = I Y = C + I + G Onde a poupança privada é dada por: Y − C − T →200 −135 − 0,25(200)
= 15 .
d- O valor do investimento. I
= 7 − 2i + 0,2Y = 7 − 20(0,10) + 0,25(200) = 45
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Referência Bibliográfica: BLANCHARD, O., Macroeconomia. São Paulo: Prentice-Hall, 2011. – Capítulo 3. (quinta edição).
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