Seminário Adventista Latino Americano de Teologia Instituto Adventista de Ensino do Nordeste
JOÃO 3:16
Exegese Apresentada em cumprimento parcial dos requisitos da matéria de Evangelhos
Por:
Adriel Barreto Sales Maio de 1996
INTRODUÇÃO Este trabalho procuraremos descobrir as diferentes aplicações do texto de João 3:16, visando uma melhor compreensão do referido. Nossa intenção não é buscar comentários no que outros já disseram, mas, a partir de um estudo exaustivo do texto, usando a Bíblia e ela só, mediante estudo e reflexão dos termos ali utilizados, exaurir o máximo de lições ali contidas. Caso se faça necessário para clarificar melhor as nossas conclusões, mencionaremos algum comentarista bíblico, mas, esta não é nossa intenção.
EXEGESE DE JOÃO 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça mais tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Dentro do contexto, vemos a Nicodemos, um fariseu numa entrevista com Jesus. Jesus, introduzindo a questão do novo nascimento, trata da questão da vida eterna mediante a fé nEle após Nicodemos lançar-lhe uma pergunta sobre a impossibilidade do novo nascimento. Neste verso o evangelista não tem a intenção de satisfazer nossa curiosidade quanto à resposta de Nicodemos às palavras de Jesus. Sua intenção é expor, em termo de aplicação universal, a lição ensinada a Nicodemos. Se há uma sentença que resume melhor a mensagem do quarto evangelho, aqui esta ela. O amor de Deus não tem limites; ele engloba toda a humanidade. Nenhum sacrifício foi grande demais para trazer sua intensidade sem medidas e homens e mulheres; o melhor que Deus tinha para dar, ele deu - Seu único Filho, tão amado. Também não foi só para um grupo ou povo que ele foi dado, ele foi dado para que todos, sem exceção ou distinção, os que põem sua fé nEle (εισ αυτον aqui, e não εν αυτο, como no versículo anterior), possa ser
resgatados da destruição e abençoados com vida e fé verdadeira. O evangelho da salvação e da vida tem sua origem no amor de Deus. A essência da mensagem da salvação é deixada tão clara que não
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permite mais dúvidas, em uma linguagem que pessoas de todas as raças, culturas e épocas podem compreender, e é exposta nestas palavras de maneira tão eficaz que, provavelmente, muitos acharam a vida mais através delas do que por meio de qualquer outro texto bíblico. O mundo dos homens, alienado e condenado recebe no dom do amor ( αγαπε) de Deus a vida eterna. Este mundo, em vista da grandiosidade do universo, de todas as criações de Deus, do cosmo celeste, é como nada. No diagrama abaixo podemos ter uma idéia de uma partícula do Universo de Deus, a via Láctea.
O profeta Isaias, comentando a grandiosidade de Deus em comparação com a nossa pequenez, diz: Eis que as nações são considerada por ele como um pingo que cai dum balde, e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. Nem
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todo Líbano basta para queimar, nem os seus animais para um holocausto. Todas as nações são perante ele como causa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo. (Isaias 40:15-17). Tal insignificância pode ser observada ainda no gráfico abaixo:
Pode este insignificante homem obter a salvação? Não, a não ser em Deus, a opção da vida eterna, que come seu incomparável amor enviou seu Filho a este mundo, esta partícula cósmica, a fim de morrer para salvar um ser menor ainda - o homem. Esta salvação é movida pelo amor, iniciada por Deus tendo a Cristo, Seu Filho Unigênito, como seu Mediador. Todo aquele que salva, salva alguém, e este destinatário é o mundo, beneficiando todo aquele que nEle crê com a recompensa
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galardoadora - a vida eterna. Temas secundários podem ser extraídos deste verso. O texto diz: ... para que todo aquele que nEle crê, não pereça... O verbo “perecer” aqui mencionado possui, em seu original, o sentido de desaparecer; ser destruído completamente. A palavra de Deus nos diz que os mortos não sabem coisa alguma, não tem conhecimento do que vai em cima nos céus e nem embaixo na terra. Na Bíblia encontramos alguns termos para expressar os mortos: 1. Cadáveres - I Rs. 19:35; Na. 3:3 2. Carcassas - Nm. 14:29,32,33; I Rs. 13:24 3. Os que não mais existem - Mt. 2:18 4. Falecidos - Isa. 26:14; Mt. 22:25 São caracterizados por: 1. Estarem sem o Espírito - Tg. 2:26 2. Serem incapazes de movimento - Mt. 28:4; Ap. 1:17 3. Ausência de todas as paixões humanas - Ecl. 9:6 4. Incapacidade de glorificarem a Deus - Sl. 115:17 Deus enviou o Seu Filho a este mundo para que não pereçamos, mas tenhamos a vida eterna em Sua companhia.