"Tambor-de-Mina e Tambor-de-Crioulo" 60 anos depois1[1] Com nota introdutória após a realização do trabalho Mundicarmo Ferretti (Dra. Antropologia) 2[2] IT!#$%& No ano de 1938 938 So So !u"# rece rece$e $eu u a %i#i %i#ita ta da Missão Missão de Pesquisas Folclóricas, criada por M&rio de Andrade' no Departamento de ultura de So aulo. De *e%ereiro a +ul,o da-uele ano a Mi##o percorreu %&ria# cidade# do Norde#te e do Norte documentando o *olclore mu#ical de##a# regie#. A# gra%a/e# originai# *oram *eita# em di#co de acetato com $a#e de alum"nio. 0m *in# de 19 a Di#coteca $lica Municipal come/ou a regra%&4lo# em cera e em de5em$ro do ano #eguinte +& ,a%iam #ido regra%ado# 11 di#co# de 126. A primeira #7rie organi5ada *oi a do# 6canto# de *eiti/aria6 4 m#ica de religio a*ro4$ra#ileira etnocentricamente cla##i*icada como 6*eiti/aria ou como 6culto# *etic,i#ta#6. A ela pertencem o# di#co# 0M.1 a 284A' com regi#tro# *eito# em So !u"# do Maran,o de am$or4de4Mina am$or4de4Mina (no Terreiro Terreiro Fé em Deus, de Ma:imiana) e 6a 6am$or4 de4rioulo6 (am$or4de4rioula) . 0m 198 a Di#coteca pu$licou um li%ro com o# te:to# da# m#ica# gra%ada# na-uele# di#co# com gra*ia e nota nota## de ;ne< ;ne0N?A' 198) Nune# ereira e#ta%a come/ando a *alar a re#p re#pei eito to da a#a a#a da# da# Mina ina# em reu reunie nie## da A##o A##oci ciaa/o /o de Antropologia e o am$or4de4Mina era -ua#e totalmente de#con,ecido na $i$l $i$lio iogr gra* a*ia ia.. Ma Ma## ;ne< ;ne0N?A'198)' *alar do# e#tudo# -ue *oram *eito# po#teriormente' dar uma %i#o a re#peito do am$or4de4Mina ,o+e e 1[1]
Apresentado na VI Reunião Regional de Antropólogos do Norte e Nordeste, Belém, 7Folclórica de Mario de Andrade. Andrade. 10111!!!, 10111!!!, na "esa-Redonda# A Missão de Folclórica $[$] %ro&essora 'itular da ()"A* %es+uisadora do N%+
mo#trar a# rela/e# entre o am$or4de4Mina do terreiro de Ma:imiana e o Terecô ou Mata 4 denomina/o da religio a*ro4$ra#ileira t"pica de od' interior do Maran,o' tam$7m con,ecido por Encantaria de Barba Sora ou Tambor de Santa B!rbara (F0>>0B'M.198C1988). omo nada a mai# *oi pu$licado #o$re o terreiro pe#-ui#ado pela Mi##o Folclrica' na reali5a/o de#te tra$al,o ou%imo# -uatro pe##oa -ue con,eceram Ma:imiana $em de perto e -ue cuidaram dela no *im de #ua %idaE Antonina @n#en' -ue a con,eceu em meado# do# ano# G' e a -uem ela deu %&ria# imagen# de #anto# (So !u"#' So edro' So Henedito) e ere5in,a @n#en' a -uem ela en#inou %&ria# re5a# Maria do# Santo# e Dorin,a' -ue dirigem um terreiro de Mina a$erto com a orienta/o e a+uda *inanceira de Ma:imiana (terreiro Boa Es"eran#a do $ei Sebastião, regi#trado na ol"cia em 1981)' onde podem #er encontrado# algun# do# in#trumento# mu#icai# e o$+eto# de culto do terreiro Fé em Deus% Hu#camo# tam$7m apoio em in*orma/e# rece$ida# em di*erente# 7poca# de ai 0uclide# (da a#a Fanti4A#,anti' em So !u"#)' Seu Bn&cio (do terreiro de 0u#7$io @n#en' em od)4 -ue con,eceram Ma:imiana' e de Maria do >o#&rio ar%al,o -ue reali5a uma pe#-ui#a #o$re terreiro# e:tinto# de So !u"#3[3]. T'M(!-#)-MI' T)M ) *+) Tambor-de-Mina, ou #imple#mente Mina' 7 uma denomina/o da religio a*ro4$ra#ileira #urgida na capital maran,en#e' onde continua ,egemInica' -ue *oi muito di*undida no ar& e 7 encontrada em outro# 0#tado# do Norte e do Norde#te' e -ue pode #er tam$7m encontrada em grande# cidade# $ra#ileira# (como >io de aneiro' So aulo' Hra#"lia) para onde *oi geralmente le%ada por migrante# do Maran,o ou do ar&. Na Mina a# entidade# e#pirituai# a*ricana# #o genericamente denominada# 6%odun#6' o -ue mo#tra a in*luJncia rece$ida da cultura +e+e. omo e#clareceu ;ne0N?A'198) *oi e#crito no e:i#tia $i$liogra*ia #o$re Tambor-de-Mina, Tambor-de-Crioulo (rioula) e nem #o$re o Babassu, documentado# pela Mi##o de e#-ui#a# Folclrica# no Maran,o e no ar&. om e*eito' a# pe#-ui#a# mai# antiga# #o$re religio a*ro4$ra#ileira ,a%iam #ido reali5ada# em Sal%ador e >io de aneiro e a# denomina/e# mai# con,ecida# eram o Candomblé e a Macumba% 0##a realidade mudou $a#tante no# ltimo# KG ano# e ,o+e +& #e di#pe de ra5o&%el $i$liogra*ia #o$re a Mina do Maran,o e tam$7m #o$re a Mina de Hel7m do ar&. s estudos sobre Tambor-de-Mina do Maranhão .[.]
Ainda /i/em em ão u2s pelo menos duas pessoas de terreiro 3e em 4eus +ue não 5onseguimos entre/istar, mas +ue pare5e não terem parti5ipado da gra/a6ão da "issão 3ol5lóri5a# "anuelão, um dos seus to5adores, e "aria dos Reis
No *inal do# ano# G e inicio do# ano# G *oram di%ulgada# -uatro o$ra# -ue pa##aram a #er re*erJncia# o$rigatria# #o$re o am$or4de4Mina do Maran,oE 1) o li%ro de ;ne0N?A' 198) 2) o li%ro de Nune# ereira #o$re a a#a da# Mina#' -ue trata da 6#o$re%i%Jncia6 do culto ao# %odun# Daomeano# no Maran,o (0>0B>A' 198) 3) uma te#e #o$re a acultura/o do negro no Maran,o' de*endida no# 0#tado# Lnido# por ;ct&%io da o#ta 0duardo' onde #e *ala a re#peito de terreiro# de So !u"#E da ca#a daomeana (a#a da# Mina#4e+e)' da ioru$ana (a#a de NagI) e de %&rio# terreiro# do #u$r$io e da &rea rural de So !u"# (6nagI4deri%ado#6 ou a$erto# por curadore# ou pa+7#)' em$ora #em identi*ic&4lo# nominalmente' e onde #o *ornecida# a$undante# in*orma/e# #o$re um terreiro de Santo AntInio 4po%oado negro do munic"pio de od' no interior do Maran,o (0DLA>D;' 198) ) e um artigo de ierre =erger' -ue e#ti%era em 19C na# ca#a# da# Mina# e de NagI' onde ele le%anta%a a ,ipte#e de -ue a primeira teria #ido *undada por uma rain,a do Da,om7' %endida como e#cra%a (=0>?0>' 192). 0m$ora a-uele# autore# no ten,am tratado apena# da Mina4 e+e' at7 $em pouco tempo' *alar em religio a*ro4$ra#ileira do Maran,o era *alar da a#a da# Mina# de So !u"#' o -ue parece ter #ido tam$7m in*luenciado por >oger Ha#tide. Ape#ar de con,ecer a a#a da# Mina#4e+e mai# pela literatura' Ha#tide te%e oportunidade de con%er#ar com Me Andre5a (-ue dirigiu a ca#a entre 191 e 19 e -ue con,ecia pro*undamente o# *undamento# da Mina4e+e) . po##"%el -ue a# pala%ra# elogio#a# dirigida# a ela em &s reli'i(es &)ricanas (HASBD0' 19C1) e rati*icada# em #eu# ltimo# tra$al,o# (HASBD0' 19C)' ten,am contri$u"do para direcionar para ela a# aten/e# do# pe#-ui#adore#. 0 $om lem$rar -ue *oi lendo Ha#tide -ue Sergio Ferretti c,egou a ela e -ue a elegeu como #eu principal o$+eto de pe#-ui#a. Sergio Ferretti em *uerentã de +omadonu (monogra*ia de me#trado de*endida em K1983) reuniu a# in*orma/e# *ornecida# por outro# pe#-ui#adore# e ampliou' em muito' o con,ecimento di#pon"%el #o$re a Mina4e+e (F0>>0B' . 199K). No# ano# KG' o m7dico e pro*e##or de Antropologia da Lni%er#idade Federal do Maran,o4LFMA' ;la%o orreia !ima' reali5ou e#tudo# #o$re a a#a de NagI' cu+o# re#ultado# *oram reunido# em um *ol,eto pu$licado %inte ano# depoi# (!BMA';' 1981).
0m meado# do# ano# CG' Maria Am&lia Harretto' reali5ando um tra$al,o #o$re o# %odun# do Maran,o para #ua monogra*ia de me#trado (HA>>0;' 19CC)' %oltou a pe#-ui#ar a# a#a# da# Mina# e de NagI e come/ou a e#tudar a a#a Fanti4A#,anti' -ue %eio a #er tema de #ua te#e de doutorado' de*endida em 198C (HA>>0;' 198C). A a#a Fanti4A#,anti *oi tam$7m no##o o$+eto da pe#-ui#a de 198 a 1992' de no##a te#e de doutorado (F0>>0B'M. 1993) e de outro# tra$al,o# por n# pu$licado# (F0>>0B' M. 1991). A partir do# ano# CG outro# terreiro# da capital maran,en#e come/aram tam$7m a aparecer na literatura #o$re religio a*ro4 $ra#ileira no Maran,o' gra/a# a di%ulga/o de tra$al,o# de outro# pe#-ui#adore# e de pai#4de4#anto. Lm le%antamento completo de##a $i$liogra*ia pode #er encontrado em Desceu na uma (F0>>0B' M.' 1993) e em *uerebentã de +omadonu (F0>>0B' .' 199K). Merecem de#ta-ueE 1) o# le%antamento# de terreiro# da capital reali5ado# por >o#&rio ar%al,o' a# in*orma/e# dada# por ela #o$re terreiro# 6de rai511 e #o$re alguma# importante# ca#a# de Mina de So !u"#E NagI' ur-uia' 0l5ita e orge (SAN;S'M.> e SAN;S N0;'M. 1989) 2) e o# li%ro# do# pai#4de4#antoE 0uclide# M. Ferreira (F0>>0>A'198' 198' 198C)' orge Btaci ;li%eira (;!B=0B>A' 1989) e Se$a#tio do oroado (;SA' 198) No# ano# 9G *oram reali5ado# %&rio# documento# #onoro# e %i#uai# #o$re o erreiro# de Mina de So !u"#' e#pecialmente #o$re a a#a Fanti4A#,anti' entre o# -uai# um long4pla< por n# produ5ido' com m#ica de Mina' ura e Haio (F0>>0B'1991) um compact4 di#c (D) produ5ido por ;t&%io >odrigue# (199C)' com m#ica de andom$l7 da-uele terreiro e um %"deo de Sergio Ferretti (F0>>0B'S.199) #o$re *e#ta# da cultura popular em terreiro# maran,en#e#. No# ltimo# ano#' o rograma de Bnicia/o ient"*ica do N- e a o$rigatoriedade da monogra*ia para a conclu#o de gradua/o na LFMA e na L0MA tJm contri$u"do para o con,ecimento de mai# algun# terreiro# da capital (F7 em Deu#' orta# =erde#' Halan/o ?rande' ote' oncei/o Moura' !eopoldo' Oolanda) e da religio a*ro4$ra#ileira do interior (od' a:ia#) . Ma#' ape#ar de##e a%an/o' o con,ecimento da religio a*ro4$ra#ileira do Maran,o continua #endo maior #o$re a Mina4e+e e a a#a Fanti4A#,anti da capital. Ape#ar de algun# tra$al,o# pu$licado# #o$re o am$or4de4 Mina da capital *a5em re*erJncia P lina de Codó (F0>>0B'M. 1993' p.2G34218 ;!B=0B>A' 1989)' at7 $em pouco tempo o li%ro de o#ta 0duardo continua%a #endo a o$ra mai# in*ormati%a in*orma/e# #o$re
religio a*ro4$ra#ileira no interior do Maran,o []. 0m 199C e 1998' retomando o #eu tra$al,o de o#ta 0duardo e apoiando4no# em dado# coletado# em cinco %iagen# reali5ada# a od no# on5e ltimo# ano#' apre#entamo# em reunie# cient"*ica# doi# te:to# #o$re o erecI' e#peculando #o$re #ua# origen# a*ricana#' #o$re a integra/o ali reali5ada entre religio e curandeiri#mo e #o$re a in*luJncia atual da Lm$anda e da Quim$anda em od (F0>>0B'M' 199C' l998) []. ' Mina tradi,ional do Maranhão e seus ,ruzamentos ,om outras linhas ; am$or4de4Mina do Maran,o e:i$ia em 1938 alguma# caracter"#tica# -ue continuam #endo o$#er%ada# em no##o# dia#. Ape#ar de e:i#tir em So !u"# doi# terreiro# -ue *oram *undado# por a*ricano#' um +e+e e outro nagI' a maioria do# terreiro# de Mina' alem de no terem uma a#cendJncia a*ricana' rece$em principalmente entidade# ca$ocla# e cantam mai# em portuguJ# do -ue em l"ngua a*ricana' tal como ocorria no de Ma:imiana. ; terreiro mai# antigo' a a#a da# Mina#' de -ue tanto *alam Nune# ereira e Sergio Ferretti (0>0B>A'198 F0>>0B'199K)' 7 de origem daomeana. Nele #o tocado# trJ# tam$ore# de uma # mem$rana' # #e rece$e %odum e #e canta a noite toda em l"ngua *on ; outro' tam$7m *undado por a*ricano#' 7 a a#a de NagI. Nele #o tocado# doi# tam$ore# de dua# mem$rana# #u#pen#o# #o$re ca%alete# 4 o# a$at 4' #o rece$ido# ecultuado# %odun# ou ori:' genti# (entidade# no$re#' como Dom !ui5) e ca$oclo#' e #e canta principalmente em l"ngua a*ricana. ;# demai# terreiro# de So !u"# tocam a$at (tam$ore# da Mina4NagI) e' na maioria dele#' #e dan/a principalmente com entidade# ca$ocla# e #e canta mai# em portuguJ# (como +& acontecia em 1938 no terreiro Fé em Deus.% 0m algun# de##e# terreiro# co#tuma #er tocado' alem do# a$at' um tam$or de uma # mem$rana' denominado 6tam$or da mata6' -ue *oi tam$7m encontrado na ca#a de Ma:imiana. 0##e tam$or 7 origin&rio do erecI (religio a*ro t"pica de od 4 interior do Maran,o) e lem$ra tanto o# da Mina4e+e -uanto o# do am$or4de4rioula 4 mani*e#ta/o *olclrica maran,en#e 4R -ue *oi tam$7m documentado em So !u"# pela Mi##o Folclrica. udo indica -ue o erecI 7 de origem $anto (angola ou cam$inda) e -ue o in#trumento mu#ical con,ecido como tambor da mata come/ou a #er tocado em terreiro# de Mina da capital []
4epois da o8ra de 5osta )duardo 9)4(AR4:, 1!;<, &oi di/ulgado um relatório de pes+uisa so8re a %rela=ia de %in>eiro 9Bai?ada maran>ense<, reali=ada em 1!7$ so8 a 5oordena6ão de Ro8erto da "atta 9"A''A, 1!7<, onde a2s @, tratando so8re a 5lassi&i5a6ão de entidades so8renaturais, &ala em "ãe-dgua e 5urupira, e Regina %rado, tratando so8re C&un5ion@rio religiosoC, &ala em paDés +ue tEm liga6ão 5om a "ina F[F] 1 %odem ser tam8ém en5ontradas algumas in&orma6Ges so8re H lin>a de odó em tra8al>os reali=ados em Belém do %ar@ 9)A:, 1!7F* V)RJ:IN: ) IVA, 1!7K* 3(R(LA, 1!!.<
maran,en#e na ca#a de Ma:imiana (F0>>0B'M.199Ca 199C$ 1998). 0m od o tam$or da mata 7 acompan,ado por marac e' no pa##ado' era tam$7m acompan,ado por p"*aro# e $erim$au (ali denominado marim$a) . No# terreiro# de erecI e:i#te mai# entidade# e#pirituai# com nome# nacionai#' c@ntico# em portuguJ#' e pouca a*irma/o de identidade a*ricana. Na organi5a/o do -ue #e denomina am$or4de4Mina *oi *undamental a tradi/o +e+e' da a#a da# Mina# a tradi/o nagI' da a#a de NagI (to antiga -uanto a-uela ma# pouco e#tudada) e a tradi/o cam$inda' ainda meno# con,ecida' identi*icada com um terreiro de um po%oado de od e com o do utim (de So !u"#) +& de#aparecido#. 0lemento# da tradi/o cam$inda podem #er encontrado# na a#a de NagI e demai# terreiro# de Mina de So !u"#. ; terreiro do utim era *re-entado por importante me4de4#anto codoen#e' con,ecida como Maria iau" e nele *oi preparado o #eu primeiro #uce##or (ri#pim) . ; primeiro co#tuma%a %i#itar a a#a da# Mina# na *e#ta de So Se$a#tio' -uando ainda ,o+e 7 ali ,omenageado pelo# +e+e# com algun# c@ntico# aprendido# com ele# (F0>>0B'S.1998) . 0:i#te ainda na Mina maran,en#e a tradi/o Fanti4A#,anti' #i#temati5ada pelo terreiro de 0uclide# Mene5e# Ferreira' -ue' ape#ar de mai# recente' 7 $a#tante con,ecida (HA>>0;'19CC 1982' 198C F0>>0B>A'198' 198' 198C F0>>0B'1989' 1991' 1993 F0>>0B>A'199'1998) . A a#a Fanti4 A#,anti' tam$7m reali5a' de#de o# ano# 8G' rituai# e inicia/e# de andom$l7 de e#tilo $aiano. Muito# terreiro# de Mina de So !u"# reali5am rituai# de ura (pa+elan/a) eou #e##e# e#p"rita# denominada# 6me#a $ranca. 0:i#te tam$7m em So !u"# terreiro# con,ecido# como 6de curador6 ou de 6Mata6 -ue introdu5iram muito# elemento# da Mina na urapa+elan/a' no erecI' ou na Lm$anda (atualmente muito di*undida no Maran,o)' ou -ue 6cru5aram6 a Mina com uma da-uela# tradi/e#. odem #er ainda encontrado# na capital e no interior do Maran,o terreiro# onde a Mina' ura ou erecI *oi cru5ada com a lin,a de -uim$anda onde' ao contr&rio do -ue ocorre na Mina e no erecI tradicionai#' #e cultua e rece$e 0:u e #o reali5ado# rituai# con,ecido# como 6de e#-uerda6 ou de 6magia negra6. 0##a lin,a 7 ,o+e repre#entada no Maran,o principalmente pelo pai4de4#anto codoen#e Hita do Haro. )ntidades espirituais do Tambor-de-Mina on*orme ;ne
No am$or4de4Mina #o cultuado# entidade# com nome# a*ricano# e entidade# com nome# nacionai# 4 e#ta# rece$ida# em todo# o# terreiro# com e:ce/o da a#a da# Mina#4e+e. De modo geral o termo %odum 7 u#ado para de#ignar entidade# a*ricana# (+e+e' nagI' cam$inda)' ma# pode tam$7m #er utili5ado para de#ignar entidade# no$re# (genti#) com nome# em portuguJ# (como >ei Se$a#tio' >ain,a >o#a' Dom edro Anga##u) e outra# rece$ida# como #en,ore# (6dona# da ca$e/a6)' como a$oclo =el,o (o "ndio Sape-uara) no terreiro de Me 0l5ita (-ue' tal como o de Ma:imiana' 7 denominado Fé em Deus. % ; termo ca$oclo' ao contr&rio do -ue #e poderia pen#ar' no de#igna na Mina apena# entidade# de origem amer"ndia' ma# tam$7m muita# outra# -ue P# %e5e# adotam nome# ind"gena# ma# #o turca#' *rance#a# ou parecem ter alguma rela/o com etnia# a*ricana#' como 7 o ca#o de Surrupira do ?ang& (F0>>0B'M.1993). ;neoger Ha#tide em um de #eu# li%ro# recomendou cautela em rela/o P# conclu#e# da pe#-ui#a da Mi##o Folclrica (HASBD0'19C1E2Cn). Ape#ar da-uela a##ocia/o do li%ro 0istória do im"erador Carlos Ma'no e os do/e Pares de Fran#a com o am$or4de4Mina ter #ido le%ada a #7rio pelo ca#al !0A;U (19C) ao interpretar a pre#en/a de turco# entre a# entidade# e#pirituai# do# terreiro# de Hel7m de ar&' e##a -ue#to # come/ou a #er mai# e#clarecida no *inal da d7cada de 8G e in"cio do# ano# 9G' -uando apre#entando re#ultado# de pe#-ui#a na a#a Fanti4A#,anti' di%ulgamo# algun# tra$al,o# #o$re a# entidade# ca$ocla# do am$or4de4Mina do Maran,o (F0>>0B 1989' 1991' 1993). omo ti%emo# oportunidade de mo#trar' muito# encantado# rece$ido# ou lem$rado# em 6doutrina#6 do am$or4de4Mina #o per#onagen# da-uela o$ra liter&ria (cri#to# ou turco#) E Almirante Halo' Ferra$r de Ale:andria' rince#a Floripe#' uliana' ?aliana' >oldo' ;li%eiro#' ?ui de Horgon,a' ?uarim e outro#.
Na Mina a# entidade# e#pirituai# #o agrupada# em *am"lia# e -ue pertencem a categoria# -ue podem %ariar con*orme a #ua po#i/o no terreiro ou 6na ca$e/a6 do# *il,o#4de4#anto (como %odum) . 0m$ora a cla##i*ica/o em *am"lia# #e+a mai# e#t&%el' ,& entidade# -ue #o cla##i*icada# ora em uma *am"lia e ora em outra' poi# aparecem na mitologia como *il,o# de uma entidade -ue *oram adotada# por outra' como 7 o ca#o de arina *il,a do >ei da ur-uia' -ue *oi integrada P *am"lia do >ei Se$a#tio. Mai# in#t&%el ainda 7 a cla##i*ica/o de uma entidade e#piritual pela #ua origem (a*ricana ou $ra#ileira) ou como %odum ou ca$oclo. A##im' no terreiro de Me 0l5ita' a$oclo =el,o no 7 ca$oclo' 7 %odum no de ai 0uclide#' Me Maria no 7 uma preta4%el,a ou uma entidade da ura (pa+elan/a) como 7 rece$ida em %&rio# outro#' 7 uma ;:um !7gua Ho+i' -ue 7 para un# um %odum cam$inda' da mata ou um pr"ncipe guerreiro' *il,o de Dom edro Anga##u' e para outro# um empregado ou 6cria6 da-uele' -ue c,e*ia a lin,a de ca$oclo# 6da mata6' ou de od e 7 ainda para outro# o prprio !7g$a (ou 0:u) e tem 6uma $anda $ranca e outra preta' uma de Deu# e outra do dia$o6. terreiro de Maimiana e a pes.uisa da Missão de /es.uisa ol,lóri,a 0m #ua pa##agem pelo Maran,o em 1938' a Mi##o de e#-ui#a Folclrica documentou em So !u"# um to-ue de Mina e um de am$or4de4rioula. ; to-ue de Mina *oi reali5ado no terreiro Fé em Deus, de Ma:imiana Sil%a' ,& muito de#aparecido' -ue na 7poca *unciona%a no $airro do oo aulo. A-uele terreiro *oi tran#*erido depoi# para um #"tio no Angelim' onde *oi muito *re-entado' e *oi praticamente de#ati%ado por Ma:imiana no *im de #ua %ida K[K]. No Angelim ela *a5ia grande# *e#ta#' como a de So edro' com proci##o no rio -ue pa##a%a no local' leilo de $oi' e rece$ia muita# %i#ita# de od (MA)' de ampo Maior (B) e de pe##oa# da 6alta #ociedade6 de So !u"#. on*orme Dorin,a' ela *a5ia *e#ta de So Se$a#tio' Hancada (na 3V *eira de arna%al)' So edro' So !ui5' Ano No%o e Di%ino 0#p"rito Santo. >ece$ia Dom !ui5 >ei de Fran/a' da" por-ue a capela -ue ela con#truiu era de So !ui5 !7gua Ho+i' -ue %in,a nela +o%em e 5angado 0#meraldina' #ua #en,ora e Marin,eiro (c,e*e e#piritual do #alo de 0u#7$io @n#en em od). Ao e#cre%er Tambor-de-Mina e Tambor de Crioulo, ;ne0N?A'198) en*rentou grande# di*iculdade#E al7m de no ter integrado a e-uipe -ue %eio ao Maran,o e de ter tra$al,ado com regi#tro# e anota/e# reali5ada# cerca de de5 ano# K[K]
Alem de ter /i/ido mais de 100 anos e de so&rer de mau de %arMison, "a?imiana te/e um a5idente 5ardio/as5ular 9C5ongestãoC< +ue a dei?ou &alando e andando 5om di&i5uldade, em8ora ten>a 5ontinuado espertaO e lP5ida até +uase o &im de sua /ida 9ensinou muitas re=as a 'ere=in>a Qnsen, 5om +uem passou dois meses pou5o antes do seu &ale5imento, o5orrido na 5asa de 4orin>a<
atr' no encontrou $i$liogra*ia onde pude##e #e apoiar. Al%arenga tam$7m tra$al,ou com gra%a/e# -ue +& ,a%iam perdido #ua -ualidade t7cnica e tran#cre%eu letra# de m#ica# com pala%ra# e#tran,a# e' %e5e#' mal pronunciada#. on*orme no# in*ormou dona ere5in,a @n#en' Ma:imiana tin,a a %o5 gro##a e pro$lema# de dic/o. B##o de%e ter di*icultado ainda mai# o tra$al,o de tran#cri/o da# m#ica#. No #a$emo# #e *oi por i##o ou por erro na# anota/e# de campo -ue ;ne
Saia' -ue *a5em parte do acer%o da Di#coteca ;neo#&rio ar%al,o o terreiro de Ma:imiana era ligado ao de = Se%era me4de4#anto -ue #a"ra da a#a de NagI (SAN;S e SAN;S' 1989) e ela na#cera na regio do Mearim (MA). 0ntre%i#ta# por n# reali5ada# com pai#4de4#anto e 5eladore# de terreiro de So !u"# (como ai 0uclide#) e de od (como Seu Bn&cio' atual 5elador do terreiro de 0u#7$io @n#en) ate#tam tam$7m uma grande liga/o de Ma:imiana com um terreiro# antigo de od' o de 0u#7$io @n#en' -ue co#tuma%a %i#it&4la em So !u"# e participar de #ua# *e#ta#. Dorin,a no# in*ormou -ue ela tam$7m co#tuma%a ia a od e -ue' -uando %in,a de l&' Wtra5ia muito din,eiro. 0m rela/o & Mina do terreiro de Ma:imiana' onde *oram *eita# a# gra%a/e#' ;ne
l"ngua nacional e o# demai# eram em portuguJ# com pala%ra# a*ricana#. Sugeriu tam$7m -ue ali a Mina +& ,a%ia #ido #increti5ada com religie# in#pirada# em remini#cJncia# amer"ndia#E catim$' pa+elan/a' candom$l74de4ca$oclo' etc. No incluiu entre e#ta# o erecI ou Har$a SoJra4 tradi/o a*ro4$ra#ileira #incr7tica de od (interior do Maran,o)' ma#' de certo modo' a##ociou a Mina do terreiro de Ma:imiana ao Ha$a##uJ documentado pela Mi##o Folclrica em Hel7m do ar&' -uando a*irmou -ue o# c@ntico# na Mina eram denominado# 6doutrina# 4 nome por ela # encontrado no Ha$a##uJ (A!=A>0N?A' 198E). No ,& in*orma/o no li%ro de Al%arenga #o$re o ano de *unda/o do terreiro Fé em Deus, ma#' como Ma:imiana in*ormou ao# pe#-ui#adore# -ue aprendeu Mina em 192 e como do# *il,o4de4 #anto entre%i#tado# o mai# antigo na ca#a e#ta%a ligado a ela de#de 192C' 7 po##"%el -ue o terreiro ten,a #ido a$erto logo ap# 192. De acordo com o# dado# *ornecido# na o$ra' o terreiro de Ma:imiana apre#enta%a algun# elemento# da Mina e+e e da Mina NagI' ma# no era muito apegado nem ao modelo da a#a da# Mina#4e+e e nem ao da a#a de NagI. omparando o terreiro Fé em Deus com outro# da capital maran,en#e um do# tocadore# de tam$or (a$at&) da ca#a a*irmou #er ele #emel,ante ao de ,ica (X) e uma da# dan/ante# a*irmou -ue ele era #emel,ante ao erreiro da ur-uia' onde ela *ora iniciada em 192K (A!=A>0N?A'1938E141). Segundo Dorin,a' Ma:imiana co#tuma%a ir a to-ue# na a#a da# Mina#4e+e' na ur-uia e parece -ue tam$7m *re-enta%a o terreiro do 0gito (no #e re*eriu ao terreiro de = Se%era e nem P a#a de NagI entre o# %i#itado# por ela). ;# in#trumento# mu#icai# tocado# no ritual o$#er%ado no terreiro Fé em Deus pela e-uipe de pe#-ui#adore# da Mi##o Folclrica *oramE um tri@ngulo' denominado *erro (tal como o g6 da# ca#a# da# Mina# e de NagI)' muito u#ado no erecI e em terreiro# da peri*eria de So !u"# doi# tam$ore# *eito# de $arril' com couro do# doi# lado# e di#po#to# #o$re ca%alete (como o# a$at da a#a de NagI) um tam$or maior' de um couro #' tocado em p7 e di#po#to entre o# outro# doi#' denominado ali meião ou mané (,o+e con,ecido por tambor da mata e con#iderado origin&rio de od) e uma ca$a/a -ue' em$ora no ten,a #ido e#clarecido' de%eria #er grande e co$erta por mal,a de conta# (como a da a#a de NagI). ela# in*orma/e# *ornecida# no li%ro de ;ne
0m$ora de5eno%e pe##oa# ten,am participado da gra%a/o # #ete 6pu:aram o# c@ntico# e o coro *oi *ormado por #ei# a de5 %o5e#. Foi o$#er%ado por um do# pe#-ui#adore# -ue uma da# dan/ante# no canta%aE a piauien#e Maria ?ra5iela do# Santo#' -ue +& dan/a%a na-uele terreiro ,& trJ# ano#. ; to-ue *oi a$erto com um do# a$ata5eiro# cantando para 0Y& 4 %odum da *am"lia de Dam$ir&' c,e*iada por Aco##i Sapat& na a#a da# Mina#' in%ocada na a$ertura da Mina em muito# terreiro# de So !u"#. $om a##inalar -ue na Mina maran,en#e o# tocadore# raramente 6pu:am6 o canto e -ue na a#a de NagI o# primeiro# c@ntico# #o geralmente 6pu:ado#6 pela me4de4#anto ou por dan/ante de#ignada para #u$#titui4la. Depoi# do tam$or a$erto alguma# dan/ante# de n"%el ,ier&r-uico alto (6guia6me4pe-uena e outra#) podem 6doutrinar6. No# terreiro# pouco a*ricani5ado# e meno# pre#o# ao modelo da a#a de NagI' pr:imo ao encerramento do ritual' depoi# -ue 6o tam$or %ira para a mata6 (para ca$oclo)' -ua#e toda# a# pe##oa# incorporada# podem 6doutrinar6. Ape#ar da# primeira# doutrina# gra%ada# na ca#a de Ma:imiana terem #ido Wpu:ada# por um tocador de tam$or (o#7 de >i$amar)' cerca de cin-enta por cento da# m#ica# cantada# *oram tirada# por Ma:imiana e a# outra# *oram pu:ada# principalmente por Maria o#7 (a mai# antiga na ca#a)' por ?regria e por Maria ereira -ue' #egundo *oi in*ormado ao# pe#-ui#adore#' era a 6#u$#tituta da guia6 (portanto' a contra4guia 4' a terceira pe##oa na ,ierar-uia da Mina) . No ,& indica/o de -uem era a 6guia6me4pe-uena do terreiro -ue' #egundo >o#&rio ar%al,o' era Dominga#' de a$oclo =el,o (irm de Ma:imiana)' dona do terreiro onde Me 0l5ita 6caiu6 na lin,a de ura. po##"%el -ue em 1938 a 6guia6 *o##e outra (tal%e5 Maria o#7)' poi# a Dominga# -ue participou da gra%a/o (in*. n Z 38) e#ta%a na ca#a dela apena# ,& trJ# ano#. Segundo dona Antonina @n#en' Ma:imiana era *e#teira' macum$eira' m7dica' re5adeira e con#el,eira. in,a tam$or (Mina) e tam$7m marac& (urapa+elan/a)' ma# no #e di5ia curadeira e #im 6e:periente6. 6ru5a%a menino com er%a' c,eiro (ori#a' +ardineira' pau dRAngola)' %ela' copo dR&gua' em$ira' n e re5a . Ape#ar de Al%arenga no ter *alado em curandeiri#mo e em magia no terreiro de Ma:imiana' como ela parece ter #ido a introdutora (ou uma da# introdutora#) da 6lin,a da mata de od6 no am$or4de4Mina e a-uela# ati%idade #o mai# de#en%ol%ida# no erecI do -ue na Mina' era de #e e#perar -ue ela *o##e tam$7m e#peciali#ta de medicina popular. udo indica -ue Ma:imiana tin,a uma grande clientela e -ue *a5ia muito 6tra$al,o6' poi# #ua ca#a era *re-entada por 6$are#6 e em alguma# 7poca# gan,ou muito din,eiro. Segundo Dona Antonina' Ma:imiana tin,a ca%alo' +eep com motori#ta' um #itio com grande e:ten#o de terra' muita +ia' lou/a# *ina#' e a# imagen# do# #anto# da capela dela (-ue de taipa) eram grande# e $onita#. 0ra ca#ada com um portuguJ# po$re. No te%e
*il,o#' ma# adotou uma #o$rin,a (H&r$ara' +& *alecida)' um menino (oo' -ue mora em Macap&) e criou muito# *il,o# do# outro#. =i%eu mai# de cem ano# e morreu po$re' em torno de 19C (con*orme Dorin,a) . Segundo a >o#&rio ar%al,o' Ma:imiana #e entregou P religio a*ro +& adulta. De#de crian/a te%e mani*e#ta/e# medinica#' ma# e#ta# *oram #u#pen#a# em um terreiro do Mearim. No *inal de #ua %ida di#tri$uiu #eu# pertence# com pe##oa amiga# e #u#pendeu a# ati%idade# do #eu terreiro. Ma:imiana a+udou a a$rir mai# tarde o terreiro Boa Es"eran#a do $ei Sebastião, de Dorin,a e Maria do# An+o#' pouco tempo ante# de *alecer' e o entregou ao# encantado# dela#E Dalera (turco) e oo5in,o (*am"lia de !7gua)' ape#ar dela# no #erem #ua# *il,a#4de4 #anto 4 a primeira era *il,a do terreiro da ur-uia e +& #e apro:imara dela -uando ela e#ta%a %el,a' e a #egunda *oi morar com ela ao# 1 ano# (em torno de 193)' -uando ela ainda e#ta%a no $airro do oo aulo. A me de Dorin,a' na 7poca' toca%a cai:a na *e#ta do 0#p"rito Santo de Ma:imiana. ome/ara a rece$er entidade# e#pirituai# em =iana (MA)' ma# depoi# pa##ou a dan/ar no terreiro Fé em Deus, +& no Angelim' onde pa##ou a rece$er #ua #en,ora. Dorin,a' -ue mora no Angelim de#de 19KK' e#clareceu -ue ali # e:i#tia mato' -uando Ma:imiana tan#*eriu4#e para l&. Segundo a me#ma *onte' depoi# -ue Ma:imiana +& e#ta%a ,& algun# ano# no Angelim' %endeu a parte mai# a*a#tada do #eu terreno' onde con#tru"ra #ua re#idJncia' e *oi morar na &rea onde con#tru"ra o terreiro' ,o+e ocupada por um motel. omo o terreiro Boa Es"eran#a do $ei Sebastião *oi a$erto com a orienta/o de Ma:imiana e ,erdou algun# do# #eu# o$+eto# rituai#' pode #er con#iderado um prolongamento do terreiro Fé em Deus, em$ora no ten,a #ido *ormado pela irmandade6 do terreiro de Ma:imiana' depoi# de #ua morte. Ma#' ape#ar dele no #er o terreiro de Ma:imiana' Dorin,a e Maria do# An+o# con#eguiram recuperar o# tam$ore# da-uele (-ue ,a%iam #ido dado# por Ma:imiana) rece$eram dela algun# o$+eto# de culto (como uma pedra grande' -ue rece$e &gua' cac,a/a e -ue 7 cuidado#amente limpa por ela# e -uatro dado#' guardado# por ela no pe+i) C[C] e Maria do# An+o# a*irma *a5er ali tudo o -ue aprendeu com Ma:imiana. A ca#a *a5 dua# *e#ta# por anoE So Se$a#tio' em +aneiro' e Di%ino 0#p"rito Santo' em +ul,o. No tem *il,o#' ma#' como Dorin,a 7 madrin,a de um pai4de4 #anto de >o#&rio (MA)' ele participa de #ua# *e#ta# tra5endo %&ria# pe##oa# de #eu terreiro. CI#)!'%2) I'I ) CC3$& ara uma $oa compreen#o da Mina do terreiro Fé em Deus, de Ma:imiana 4 -ue *oi documentado em So !u"# pela Mi##o de 7[7]
egundo %ai )u5lides, mãe Anast@5ia, &undadora do terreiro da 'ur+uia tam8ém Doga/a dados 93)RR)IRA,1!;7< "aria dos AnDos es5lare5e +ue re5e8eu os dados de "a?imiana, mas não sa8e Doga-los
e#-ui#a Folclrica no ano de 1938 (A!=A>0N?A'198) 4' 7 nece##&rio o con,ecimento do am$or4de4Mina de So !u"# (capital maran,en#e) e do erecI de od' munic"pio do interior do Maran,o' onde ;ct&%io da o#ta 0duardo reali5ou uma pe#-ui#a algun# ano# depoi#' -ue te%e tam$7m #eu# re#ultado pu$licado# em 198 (0DLA>D;'198). ; Terreiro Fé em Deus, em$ora po##a #er con#iderado repre#entati%o da Mina maran,en#e' era $em di*erente da# dua# ca#a# de Mina mai# antiga#' -ue #er%iram de modelo para a# demai# 4 a a#a da# Mina#4e+e (daomeana)' de -ue *alam principalmente Nune# ereira (0>0B>A'198) e Sergio Ferretti (F0>>0B'S.199K)' e da a#a de NagI (ioru$ana)' meno# e#tudada por antroplogo# do -ue a-uela' de -ue *alam mai# detal,adamente ;ct&%io da o#ta 0duardo (0DLA>D;'198) e Maria Am&lia Harreto (HA>>0;' 19C2). A partir da# in*orma/e# di#pon"%ei# na literatura antropolgica e produ5ida por outro# pro*i##ionai# e de entre%i#ta# com pe##oa# -ue con,eceram o terreiro Fé em Deus (de Ma:imiana)' poder"amo# cla##i*ic&4lo como nagI4deri%ado (e:pre##o u#ada por o#ta 0DLA>D;)' apoiando4no# na #ua po##"%el liga/o a = Se%era (-ue *oi da a#a de NagI) ate#tada por Maria do >o#&rio ar%al,o (SAN;S e SAN;S N0;'1989). Ma#' pelo# tra/o# -ue aparecem no document&rio reali5ado em 1938' poderia #er cla##i*icada tanto como WnagI4deri%ado como WMina cru5ada com o erecI. on#ider&4lo 6nagI4degenerado6' como *oi rotulado por Ha#tide (HASBD0'19C1E2Cn)' alem de etnocJntrico' 7 de#con,ecer a di%er#idade da Mina maran,en#e e ignorar a po#i/o de %anguarda e a lideran/a -ue ele te%e +unto a terreiro# de Mina cla##i*icado# por #eu# 5eladore# e pai#4de4#anto como 6de mata6 ou 6de ca$oclo6' e como 6$eta6 na a#a da# Mina#4e+e8[8]. Ma:imiana 7 lem$rada em So !u"# como me de terreiro antigo e re#peitado' ape#ar de $a#tante di*erente da a#a da# Mina#4 e+e e da a#a de NagI' tal como o# de = Se%era' N,& Alice' do 0gito' do 0ngen,o' do utim e outro#' ape#ar de terem #ido a$erto# por %odun#i# na#cida# no Hra#il (crioula# e outra# a*ro4de#cendente#) e -ue nem #empre *oram preparada# na Mina por a*ricana#. A orienta/o de Ma:imiana continua #endo adotada no terreiro Boa Es"eran#a do $ei Sebastião (no $airro do Angelin)' #eu# en#inamento# #o #eguido# em muito# outro# terreiro# de Mina de So !u"#' o repertrio mu#ical regi#trado em #eu terreiro' pela Mi##o de e#-ui#a Folclrica' continua a #er cantado no am$or4de4Mina do ;[;]
Na 5asa das "inas-QeDe os terreiros +ue não são nem DeDe e nem nagS 95omo o da 'ur+uia, 5itado por uma das dan6antes de "a?imiana 5omo semel>ante ao Fé em Deus) são 5lassi&i5ados 5omo C8etaC ou Cda mataC :s terreiros C8etaC tEm em 5omum /@rias 5ara5ter2sti5as# 1< são de 5rioulos ou de 8rasileiros 9a8ertos por a&ro-des5endentes, mulatos e 5a8o5los< e de peri&eria ou da @rea rural* $< não se identi&i5am por Cna6ãoC a&ri5ana - apresentam maior sin5retismo DeDenagS-5am8inda e integram elementos do 'ere5S 9denomina6ão de religião a&ro-8rasileira de odó<* .< possuem mais prati5as terapEuti5as e reali=am mais Ctra8al>osC atendendo a soli5ita6ão de 5lientes
Maran,o e muito# to-ue# reali5ado# em terreiro# da capital #o a$erto com a me#ma Wdoutrina -ue *oi cantada ali no inicio do ritual E 1E2! mandou sal3ar, E2! mandou sal3ar, Ela mesmo )icou de 3ir, E2! mandou sal3ar1%%% (I(3I4!'I' A!=A>0N?A' ;ne0N?A' ;neAD0' M&rio de. M#ica de *eiti/aria no Hra#il. Helo ori5onteE Btatiaia Hra#iliaE BN!>;M0M\>BA' 1983 (0d. ;riginal de 1933). HA>>0;' Maria Am&lia ereira. ;# %odun# do Maran,o. So !u"#E FLN' 19CC A a#a Fanti4A#,antiE um grupo 7tnicoX. Mar"liaE LN0S' 1982 (u$lica/o A%ul#a n. 9' Antropologia43). HA>>0;' Maria Am&lia ereira. & Casa Fanti-&santi em São 5u6s no Maranão% >io de aneiroE Mu#eu Nacional' %ol.1 e 2' 198C. e#e de doutoramento em Antropologia. HASBD0' >oger. A# religie# a*ricana# no Hra#ilE contri$ui/o a uma Sociologia da# interpreta/e# de ci%ili5a/e#. =ol.142. So auloE 0d. i%ili5a/e#' 19C1. (0di/o original de 19KG). Estudos a)robrasileiros% So auloE 0d. er#pecti%a' 19C3. HASBD0' >oger. !a rencontre de# dieu: a*ricain# et de# e#prit# indien#. BnE D0S>;0' enri. >oger Ha#itideE ultima #cripta. &rqui3es de Sciences Sociales des $eli'ions, ari#' n. 38' p. 19428' 19C (u$licado tam$7m em HAS0D0' >oger. 5e sacré sau3a'e, ari#E 19C). A>!BNB' l%aro. Cacimbo e Marac!4 o Catimbó da Missão 789:;.% So auloE entro ultural So aulo' 1993 AA!;?; BS\>B;4F;N;?>AFB;E Di#coteca ;ne)rica no Brasil% >io de aneiroE ?raal' 1988. 0DLA>D;' ;ct&%io da o#ta. Te ne'ro in ?ortern Bra/il, a stud@ in acculturation% NeY OorTE.. Augu#tin u$li#,er' 198. 0DLA>D;' ;ct&%io da o#ta. A#pecto# do *olclore de uma comunidade rural. Separata da $e3ista do &rqui3o Munici"al, So aulo' Departamento de ultura' n. ^!B=' 191' pp.124K1 (1Z rJmio do 2Z oncur#o de Monogra*ia# #o$re o Folclore Nacional 4 19C).
F0>>0B>A' 0uclide#. ; andom$l7 no Maran,o. So !u"#E 0d. Alc@ntara' 198. ;ri: e %odun# em c@ntico# a##ociado#. So !u"#E 0d. Alc@ntara' 198. F0>>0B>A' 0uclide#. & Casa Fanti-&santi e seu alaAé% So !u"#E 0d. Alc@ntara' 198C. F0>>0B' Mundicarmo. >ei da ur-uia' o Ferra$r de Ale:andriaXE a import@ncia de um li%ro na mitologia do tam$or de Mina. Bn. M;L>A' arlo# 0ugJnio Marconde# de (;rg.). Meu sinal est! no teu cor"o% So auloE 0DB;N0DLS' 1989. .2G24218. ap.8. Desceu na 'uma% So !u"#E SB;?0' 1993. F0>>0B' Mundicarmo. Terra de Caboclo% So !u"#E S0MA' 199. F0>>0B' Mundicarmo. >eligio e Magia no erecI de od4MA. &ntro"oló'icas% LF04>eci*e' ano 2' agode5'199C' pKC48G (S7rie >eligie# opulare#). F0>>0B' Mundicarmo. Plantas e Comidas no Terecô de Codó-M&% Holetim nZ G8' omi##o Maran,en#e de Folclore' 1G199C. F0>>0B' Mundicarmo. am$or4de4Mina e erecI no Maran,o. Pesquisa em Foco, %.K' nC' +an+un.' 1998' p.12412. F0>>0B' Sergio. *uerebentã de +omadonu4 etnogra*ia da a#a da# Mina# do Maran,o. So !u"#E 0DLFMA' 199K (lV ed. 198). FL>LOA' Oo#,iaTi. 0ntre nagoi5a/oR e Rum$andi5a/oR uma anali#e no culto Mina4NagI de Hel7m 4 Hra#il. &??&5S, n.K' p.1343' 198K. oTBA D; BM0>AD;> A>!;S MA?N; 0 ;S D;_0 A>0S D0 F>AN`A. radu/o de erImimo M. de ar%al,o. >io de aneiroE !i%. Bmp7rio' #.d. !0A;U' Set, and >ut,. S"irits o) te Dee"4 a #tud< o) an &)roBra/ilian Cult% NeY OorTE Anc,or' 19C. u$licado originalmente em NeY OorTE ,e American Mu#eum o* Natural i#tor<' 19C2. MA??B0' O%onne. Medo de )eiti#o4 rela#(es entre ma'ia e "oder no Brasil% >io de aneiroE Ar-ui%o Nacional' 1992. MAA' >o$erto da e outro#. Pesquisa Polidisci"linar 1"rela/ia de Pineiros% So !u"#E B0B0N!A' 19C. =. 3E A#pecto# antropolgico# ;!B=0B>A' orge Btaci. riA!s e 3oduns nos terreiros de Mina% So !u"#E => rodu/e# e u$licidade#' 1989. 0>0B>A' Manoel Nune#. & Casa das minas4 contribui#ão ao estudo das sobre3i3ncias do culto dos 3oduns, do "anteão Daomeano, no Estado do Maranão-Brasil% >io de aneiro' Sociedade Hra#ileira de Antropologia e 0tnologia' 198 SAN;S' Maria do >o#&rio . e SAN;S N0;' Manoel do#. Boboromina4 erreiro# de So !u"#' uma interpreta/o #cio4 cultural. So !u"#E S0MASB;?0' 1989 =0>?;!BN; e SB!=A' Ana"5a. Tambor das Flores% ampina#' 19CK (Di##erta/o Me#trado em Antropologia) 4 Lni%er#idade de ampina#4LNBAM
#IC4!'I' F0>>0B' Mundicarmo. Tambor-de-Mina, Cura e Baião na Casa Fanti-&santi% ?ra%a/e# 0l7trica# S.AE ! 99.G.931' 1991 MBSS; D0 0SQLBSA F;!!\>BA. ,e !i$rar< o* ongre## 4 0ndangered Mu#uc ro+et. 199C >;D>B?L0S' ;t&%io. Candomblé do Maranão4 Casa Fanti-&santi% S;N;>0SSE LNBD 2123' 199C 5I#) F0>>0B' Sergio. >eligio e cultura popularE *e#ta# da cultura popular na religio a*ro4$ra#ileira do Maran,o' =S4NS41994 1C T' IT!#$I#' '/7 ' '/!))T'%& # T!'('3* A documenta/o da pe#-ui#a reali5ada pela Mi##o Folclrica encontra4#e na Di#coteca ;neida Al%arenga' do entro ultural So aulo' rgo da re*eitura Municipal. 0m no%em$ro de 199C' o #ocilogo o#7 0duardo A5e%edo' editou o %"deo WM!rio de &ndrade e os "rimeiros )ilmes etno'r!)icos' de 2b' mo#trado no S por oca#io do W0ncontro da ultura Hra#ileira' po##i$ilitando o contato de maior nmero de intere##ado# com a-uele material. ; %"deo' -ue *oi mo#trado pela =4ultura no *inal de 1999 (depoi# da AHA4 N;N0)' de%er& #er editado comercialmente. ; S po##ui outro# tra$al,o# #o$re o acer%o da Mi##o Folclrica entre o# -uai# um cat&logo de *otogra*ia#' produ5ido por o#7 0uardo A5e%edo.
5I !eunião !e8ional de 'ntropólo8os do orte e ordeste #i9erenças e #esi8ualdades: ;uest 0?10@11@1AAA Mesa !edonda: A Mi##o de Folclore de M&rio de Andrade Coordenador: arlo# Sandroni (LF0) !)$M 6AMH;>4D04MBNA 0 AMH;>4D04>B;L!;6 KG AN;S D0;BS. F0>>0B' Mundicarmo Ferretti (Dra. Antropologia) 4 L0MA 0m 1938 So !u"# rece$eu a %i#ita da Missão de Pesquisas Folclóricas, criada por M&rio de Andrade' -ue percorreu %&ria# cidade# documentando o *olclore mu#ical. A Mi##o regi#trou na capital maran,en#e o Tambor-de-Mina (no Terreiro Fé em Deus, de Ma:imiana) e o 6Tambor-de-Crioulo6. De5 ano# depoi# a Di#coteca $lica Municipal de So aulo pu$licou o# te:to# da# m#ica# gra%ada# no Maran,o com gra*ia e nota# de ;ne
![1]
Apresentado na VI Reunião Regional de Antropólogos do Norte e Nordeste, Belém, 710111!!!, na "esa-Redonda# A Missão de Folclórica de Mario de Andrade. 10[$] %ro&essora 'itular da ()"A* %es+uisadora do N%+ 11[.] Ainda /i/em em ão u2s pelo menos duas pessoas de terreiro 3e em 4eus +ue não 5onseguimos entre/istar, mas +ue pare5e não terem parti5ipado da gra/a6ão da "issão 3ol5lóri5a# "anuelão, um dos seus to5adores, e "aria dos Reis 1$[] 4epois da o8ra de 5osta )duardo 9)4(AR4:, 1!;<, &oi di/ulgado um relatório de pes+uisa so8re a %rela=ia de %in>eiro 9Bai?ada maran>ense<, reali=ada em 1!7$ so8 a 5oordena6ão de Ro8erto da "atta 9"A''A, 1!7<, onde a2s @, tratando so8re a 5lassi&i5a6ão ! 10 11 1$
de entidades so8renaturais, &ala em "ãe-dgua e 5urupira, e Regina %rado, tratando so8re C&un5ion@rio religiosoC, &ala em paDés +ue tEm liga6ão 5om a "ina 1.[F] 1 %odem ser tam8ém en5ontradas algumas in&orma6Ges so8re H lin>a de odó em tra8al>os reali=ados em Belém do %ar@ 9)A:, 1!7F* V)RJ:IN: ) IVA, 1!7K* 3(R(LA, 1!!.< 1[K] Alem de ter /i/ido mais de 100 anos e de so&rer de mau de %arMison, "a?imiana te/e um a5idente 5ardio/as5ular 9C5ongestãoC< +ue a dei?ou &alando e andando 5om di&i5uldade, em8ora ten>a 5ontinuado espertaO e lP5ida até +uase o &im de sua /ida 9ensinou muitas re=as a 'ere=in>a Qnsen, 5om +uem passou dois meses pou5o antes do seu &ale5imento, o5orrido na 5asa de 4orin>a< 1F[7] egundo %ai )u5lides, mãe Anast@5ia, &undadora do terreiro da 'ur+uia tam8ém Doga/a dados 93)RR)IRA,1!;7< "aria dos AnDos es5lare5e +ue re5e8eu os dados de "a?imiana, mas não sa8e Doga-los 1K[;] Na 5asa das "inas-QeDe os terreiros +ue não são nem DeDe e nem nagS 95omo o da 'ur+uia, 5itado por uma das dan6antes de "a?imiana 5omo semel>ante ao Fé em Deus) são 5lassi&i5ados 5omo C8etaC ou Cda mataC :s terreiros C8etaC tEm em 5omum /@rias 5ara5ter2sti5as# 1< são de 5rioulos ou de 8rasileiros 9a8ertos por a&ro-des5endentes, mulatos e 5a8o5los< e de peri&eria ou da @rea rural* $< não se identi&i5am por Cna6ãoC a&ri5ana - apresentam maior sin5retismo DeDenagS-5am8inda e integram elementos do 'ere5S 9denomina6ão de religião a&ro-8rasileira de odó<* .< possuem mais prati5as terapEuti5as e reali=am mais Ctra8al>osC atendendo a soli5ita6ão de 5lientes
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