Universidade Federal de Santa Catarina CCE/DLLE Disciplina: TCC 1 Professora: Cynthia Valente Aluno: Alexander Belivuk
Resenha do texto “Aula” de Roland Barthes
Ao começar este discurso inaugural da posse da cátedra de Semiologia no College de France France,, proferida proferida em 7 de Janeiro Janeiro de 1977, 1977, Barthes Barthes se coloca coloca
como como um “sujeit “sujeito o
impuro” entrando numa instituição onde reina o rigor científico e a disciplinariedade, ao mesmo tempo que o considera um lugar “fora do poder”, onde o pesquisador tem a possibilidade de “sonhar alto” sem necessidade de submeter-se a um “saber dirigido”. Mas será em torno do poder e sua pluralidade social e cultural enmarcada na linguagem que Barthes se debruçará nesta magistral palestra. Definindo o poder como o discurso da “arrogância” presente em todos os mecanismos de intercambio social, para Barthes o poder encontra-se incrustado na linguagem como subproduto da sua própria estrutura e dos dos sign signos os que que ele utili utiliza za e repet repete. e. A essa essa tiran tirania ia da lingu linguag agem em suste sustent ntad adaa na “autoridade da asserção” e no “gregarismo da repetição” Barthes a qualifica como “fascis “fascista”. ta”. Diante Diante da impossi impossibil bilida idade de de sair da lingua linguagem gem para para combate combaterr o poder poder autoritário nela incrustado, Barthes propõe a literatura como um trabalho da escritura sobre a língua, língua, com a finalidade finalidade de desviá-la dos canais “gregários” “gregários” e coletivos coletivos que o poder gera sobre os discursos, e deslocá-la, deslocá-la , numa “trapaça salutar”, para que comunique outr outros os “sab “saber eres es e sabo sabore res” s”.. Bart Barthe hess iden identi tifi fica ca três três forç forças as da lite litera ratu tura ra como como “responsabilidade da forma” centrada no Texto, que lhe permitem esse “deslocamento” sobre a língua: a) A literatura como conjunto dinâmico de diversos saberes “científicos”, culturais, históricos, sociais, etc. A literatura faz “girar” esses saberes diversos “nos seus distintos signos, sem se fixar em nenhum deles”, “a literatura trabalha nos interstícios da ciência”.b) A literatura como recusa diante da impossibilidade de “representação” da realidade pluridimensional através da linguagem unidimensional. Destaca assim a sua “funçã “função o utópica utópica”” como como uma projeçã projeção o “perve “perversa, rsa, portan portanto to feliz”, feliz”, da lingua linguagem gem em procura do seu limite capaz de apreender o “real” como objeto do desejo.c) A literatura como capacidade de “jogo” com os signos, de instalar no “próprio seio da linguagem servil” uma “maquinaria” capaz de subverte-los. A partir deste ponto Barthes caracterizará a sua concepção da semiologia como uma
“crítica dos signos” capaz de ativar uma “crítica social” centrada no Texto como objeto privilegiado de análise. ‘Indice do despoder”, o Texto concentra o movimento constante do signo na sua deriva pelos distintos discursos. Por encontrar-se nessa “encruzilhada” de saberes e fundamentar-se no Texto, a semiologia compartilha com a literatura o trabalho com a escritura, “a mais complexa das práticas significantes”, o que lhe impõe o mesmo antidogmatismo e a mesma mobilidade dentro do discurso “científico” sem nunca fixar ou pregar significados últimos e derradeiros. Nesse sentido Barthes propõe um método “ficcional” de abordagem pra semiología ao igual que na literatura, capaz de “baldar” ou “decepcionar” a tirania e homogeneidade do discurso, apontando a um saber “segundo um discurso que não é mais epistemológico mas dramático”, propondo uma semiologia ao mesmo tempo negativa e ativa, que possa
transitar
dentro da
linguagem dita “científica” para captar o propriamente fugidio do real, o seu vazio significante.