A ressenha falasobre o texto: BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura…Descrição completa
Descripción: ejemplos de t ipo de narradores
excelente guia para auxiliar narradores novatosFull description
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Zequinha de Abreu
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Descrição: O Maravilhoso Livro Das Permissões - Paula Abreu
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Fichamento Narrador w. Benjamim
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O narrador contemporâneo Considerações a partir de O narrador, de Walter Benjamin Luís Alberto de Abreu, Dramaturgo e roteirista
Walter alter Benjam Benjamin, in, em seu precio precioso so ensai ensaioo O narrador: considerações sobre a obra de Nicolai Leskov (1934),
investiga os elementos constitutivos da narrativa, sua importância, bem
como a da igura do narrador, para a coes!o e o desenvolvimento cultural das comunidades rurais no período pr"#industrial$ %espons&vel pela manutenç!o das tradições culturais da comunidade e, ao mesmo tempo, pela introduç!o de novas imagens e valores, o narrador era a igura central no dinâmico movimento de tradiç!o e ruptura 'ue caracteri(ava o imagin&rio da'uelas comunidades$ comunidades$ )mbora o g*nero utili(ado seja o masculino, tamb"m as mul+eres cumpriam a unç!o narrativa$ oram elas as principais respons&veis pela introduç!o e disseminaç!o na )uropa das lendas celtas, de car&ter ortemente matriarcal, a partir do s"culo -.$ ) mesmo anteriormente, visto 'ue oram respons&veis pela transmiss!o desde sempre dos c+amados /contos maravil+osos0$ 1 de se crer 'ue se a mul+er narradora n!o oi a igura principal na transmiss!o de imagens e valores por meio das narrativas orais, pelo menos, estava em p" de igualdade com narradores do se2o masculino$ 3omemos, pois, o termo narrador para para indicar o universo de homens e mulheres 'ue desempen+avam a inestim&vel unç!o de transmissores da e2peri*ncia e do con+ecimento +umano nas comunidades pr"#industriais$ O ensaio de Walter Benjamin, ao mesmo tempo em 'ue elucida de orma bril+ante a unç!o e a igura do narrador, dei2a em n4s um travo de melancolia 'uando descreve o acentuado processo de decad*ncia dessa igura sob o impacto da sociedade industrial$ O e2ercício da narrativa, segundo ele, desenvolveu#se no ambiente privilegiado dos serões de trabal+o coletivo e artesanal, 'uan 'uando do as m!os m!os iav iavam am e a ment mentee vaga vagava va livr livree para para icc iccio iona narr sobr sobree as e2pe e2peri ri*n *nci cias as e acontecimentos da vida$ )ra aí 'ue, sob a atenç!o da'uela 5comunidade de ouvintes5, o narrador relatava +ist4rias e personagens j& depurados e sedimentados pela tradiç!o e introdu(ia novos acontecimentos, iguras e valores no imagin&rio da'uela comunidade$ 3udo 3udo isso desabou com o advento do trabal+o industrial 'uando, numa jornada de trabal+o tr abal+o de at" de(esseis +oras, n!o mais e2istia o tempo ocioso e precioso para a criaç!o das coisas do espírito$ 6em a 5comunidade de ouvintes5 o narrador perdeu muito de sua unç!o$ O esmaecimento
da igura igura do narra narrador dor coinc coincidi idiuu tamb"m tamb"m com um ato ato igualm igualmen ente te grave7 grave7 a substi substitui tuiç! ç!oo da transmiss!o oral da e2peri*ncia +umana pela inormaç!o, 'ue ser& a regra geral da nova sociedade industrial $ 8 A percepç!o +oje " 'ue estamos numa "poca sem narradores$ Ou pelo menos, estes est!o dispersos, diminuídos em n9mero e e2ilados de sua unç!o mais importante$ 6em o ambiente propício para o seu desenvolvimento, desenvolvimento, e sem a comunidade de ouvintes 'ue l+e dava e2ist*ncia, legitimidade e impulso para novas criações, o narrador se mant"m restrito a longín'uas e pe'uenas comunida comunidades des rurais, ou aos círculos círculos amiliares amiliares 'ue ainda mant*m mant*m o +&bito +&bito secular secular de se reunir : volta de uma mesa para recordar vel+os acontecimentos e e2peri*ncias e comunicar novos$ O ato " 'ue sua importância social e cultural diminuiu 'uase por completo por'ue, mais 'ue um título, o narrador " uma unç!o, e a ine2ist*ncia dessa unç!o decretou seu im$ 6endo assim, os narradores remanescentes, 'ue porventura e2istam em pe'uenos centros, perderam sua importância como valor cultural$ .sso reorça a airmaç!o de 'ue vivemos uma "poca sem narradores, a n!o ser 'ue os reinventemos$ ;uando Benjamim escreveu seu ensaio, as perspectivas de re#instaurar a igura do narrador pareciam decididamente comprometidas em meio ao desenvolvimento da sociedade industrial$ A luta pela sobreviv*ncia consumia signiicativa parcela de tempo do ser +umano, e o trabal+o artesanal e coletivo como pr&ticas sociais parecia estar adado : e2tinç!o$
6e +& 'uantidade de tempo a ser transormado em 'ualidade n!o +& a natural coes!o cultural 'ue caracteri(ou as antigas comunidades$ mas preciosos? con+ecimentos sobre a construç!o do narrador e da narrativa$ Alguns, importantes, est!o na rele2!o de Benjamin, 'ue deve ser e2pandida e complementada$ Outros dever!o ser garimpados em outras rele2ões 'ue começam a gan+ar lu(, em antigas narrativas, em narradores populares remanescentes e mesmo na rele2!o e no e2ercício di&rio para a reconstruç!o dessa antiga arte da milenar cultura oral$ %ecriar um narrador para os tempos 'ue correm " um trabal+o n!o s4 de investigaç!o sobre a unç!o e o papel representado pelo narrador tradicional, mas, sobretudo, de rele2!o e estudo sobre 'uais necessidades um narrador contemporâneo dever& preenc+er$ )m outras palavras, um narrador para os dias de +oje ser& resultado de empen+o, estudo e arte, muito mais do 'ue de lenta e natural evoluç!o no tempo, como se deu com a ormaç!o do narrador tradicional$ ) " sobre esse narrador tradicional pensado por Walter Benjamim 'ue nossa rele2!o sobre um possível narrador contemporâneo se inicia$ 6abemos 'ue a'uele narrador era uma autoridade em sua comunidade por ser reposit4rio e veiculador das +ist4rias tradicionais 'ue reairmavam a coes!o cultural do grupo$ )ra um guardi!o do con+ecimento de seu grupo e de seu tempo$ 6uas +ist4rias transmitiam e2peri*ncia +umana, valores, consel+os sobre trabal+o e vida, crenças, inormações t"cnicas, todo um arsenal de con+ecimento necess&rio : vida material e espiritual da comunidade$ )mbora respons&vel pela manutenç!o dos valores e imagens tradicionais da cultura, a'uele n!o era o 9nico tipo de narrador$ @avia tamb"m o 'ue se ausentava da comunidade e retornava tempos depois tra(endo um novo con+ecimento, novas +ist4rias, novos valores, relatos de mundo, de pessoas e de e2peri*ncias descon+ecidas$ A interaç!o entre esses dois tipos de narrador, um da tradiç!o e outro da ruptura, tornavam o imagin&rio da comunidade rural dinâmico, atuando na conservaç!o de valores tradicionais e, ao mesmo tempo, perme&vel a novos valores e con+ecimentos$ 1 bom destacar 'ue o narrador n!o era alguma esp"cie de s&bio, sacerdote ou pessoa especial 'ue detin+a o con+ecimento e o distribuía para a comunidade$ O con+ecimento pertencia : comunidade, ao imagin&rio comum, e o narrador era um elemento inserido na comunidade$ 6ua unç!o era preservar esse con+ecimento ou propor novos, 'ue entrariam ou n!o no imagin&rio grupal, dependendo do interesse e da necessidade da comunidade em preservlo $ O 'ue o dierenciava dos demais +abitantes era apenas a capacidade singular de criar narrativas, icções construídas a partir de acontecimentos e e2peri*ncias reais, e comuniclas, transormando#as em material comum a todos$
importantes acontecimentos passados, e introdutor de novos con+ecimentos, imagens e valores no imagin&rio$ 8 O narrador tradicional era uma igura emblem&tica$
menestrel medieval, ou de v&rias linguagens ao mesmo tempo #