A linguagem se torna quântica de certa orma, com um mesmo signo tendo vários ou nenhum signicado ou unção77”. Nesse contexto, a discussão de nomes é improdutiva; inelizmente, parece servir apenas na busca por nanciamento, já que tanto em editais públicos quanto em incentivos de empresas privadas a necessidade de explicação por rótulos echados é imperativa. Ao deixar de lado a discussão “dos nomes para as coisas”, podemos captar um outro ponto do questionamento da alcunha “teatro digital”. Esta nomenclatura está longe de ser unânime também porque, em primeira instância, apresenta-se como um paradoxo: paradoxo: se a orça constituinte do teatro é a presença, como alar em teatro sem presença? É então que voltamos ao debate, justamente, sobre os regimes de presença – que, talvez, seja aquele que mais se instaura nos corredores corredores da teoria quando se ala ala de teatro e tecnologia digital. Mesmo Hans-Thies Lehmann em seu “Teatro pós-dramático”, livro que não trata especicamente de um teatro digital, se pergunta: “no que consiste a presença? O que se oerece ao público se não uma presença que se espalha?”. Ele mesmo mes mo trata de elaborar uma resposta: “ a presença não é o eeito simplesmente si mplesmente da percepção, mas do desejo de ver. A percepção do corpo presente também é: não percepção de presença, mas consciência de presença, conrmação sensorial no undo não necessitada nem capaz citada78”. Se a presença tem muito do desejo de presença, podemos deduzir que a vontade de se sentir presente pode ser tão importante quanto o estar presente sicamente, lado a lado com uma ou mais pessoas em um mesmo local num dado espaço de tempo. tempo. Quem já se sentiu sozinho diante de uma multidão de pessoas, ou conortado diante de um computador com diversas janelas de bate-bapo e conversas via voz e imagem, sabe que, cada vez mais, as ormas de presença estão a se misturar, complementar e se relacionar num continuum de possibilidades tão poderosas quanto desconhecidas. Nesse sentido, é via redes telemáticas que parece estar o caminho de experimentação natural para as artes questionarem e trabalharem com as ormas de presença. Como disse Azevedo no 77 SANTAELLA (2003, p.24). 78 LEHMANN (2007, p. 387).