CONTABILIDADE AuTOr: SÉrGIO BESSA
2ª edição
ROTEIRO DE CURSO 2010.1
Sumário do Curso Contabilidade
1 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - BALANÇO PATRIMONIAL 1.1Re 1.1 Resum sumod odaE aEstr strutu utura radas dasDe Demon monstr straçõ ações esFi Finan nancei ceiras rasBá Básic sicas as 1.2 Balanço Patrimonial 1.2.1 Ativo Circulante 1.2.2 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.2.3 Ativo Permanente 1.2.3.1 Investimentos 1.2.3.2 Imobilizado 1.2.3.3 Dierido 1.2.4 Passivo Exigível 1.2.5 Resultado de Exercícios Futuros 1.2.6 Patrimônio Líquido 1.3 1. 3Di Die ere renç nça aen entr tre eRe Rese serva rvas se ePPro rovi visõ sões es 1.3.1 Provisões 1.3.2 Reservas 1.4Cl 1.4 Class assic icaçã açãoC oCont ontábi ábild ldos osAd Adian iantam tament entos ospar paraA aAume umento ntode deCa Capi pital tal
04 04 04 05 05 05 05 07 07 07 07 08 08 08 08 09
2 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA -DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2.1 Introdução 2.2 2. 2Cr Crit itér ério ios sCo Cont ntáb ábei eis sBá Bási sico coss 2.2.1 Receitas de Vendas de Produtos e de Serviços 2.2.1.1 Data do Reconhecimento da Receita 2.2.1.2 Deduções das Vendas 2.2.1.3 Vendas Canceladas 2.2.1.4 Abatimentos 2.2.1.5 Impostos Incidentes sobre Vendas 2.2.2 Custo dos Produtos Vendidos e Serviços Prestados 2.2.3 Despesas Operacionais 2.2.3.1 Despesas de Vendas 2.2.3.2 Despesas Administrativas 2.2.3.3 Encargos Financeiros Líquidos 2.2.3.4 Outras Receitas e Despesas Operacionais 2.2.4 Resultados Não-Operacionais
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3 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3.1As 3.1 AsN Nota otasE sExpl xplica icativ tivas asse segun gundo doaL aLei eidas dasSo Socie ciedad dades esAnô Anônim nimas as 3.2AsNotasExplicativasRecomend 3.2AsNotasE xplicativasRecomendadaspelaComissã adaspelaComissãodeV odeValoresMobiliá aloresMobiliários-CVM rios-CVM
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4 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.1 Relevância 4.2 4. 2T Tra rata tame ment nto ope pela laL Lei ein n° °6. 6.40 4044 4.3 4. 3T Téc écnnic ica adde ePPrep epar araç ação ão
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Sumário do Curso Contabilidade
1 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - BALANÇO PATRIMONIAL 1.1Re 1.1 Resum sumod odaE aEstr strutu utura radas dasDe Demon monstr straçõ ações esFi Finan nancei ceiras rasBá Básic sicas as 1.2 Balanço Patrimonial 1.2.1 Ativo Circulante 1.2.2 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.2.3 Ativo Permanente 1.2.3.1 Investimentos 1.2.3.2 Imobilizado 1.2.3.3 Dierido 1.2.4 Passivo Exigível 1.2.5 Resultado de Exercícios Futuros 1.2.6 Patrimônio Líquido 1.3 1. 3Di Die ere renç nça aen entr tre eRe Rese serva rvas se ePPro rovi visõ sões es 1.3.1 Provisões 1.3.2 Reservas 1.4Cl 1.4 Class assic icaçã açãoC oCont ontábi ábild ldos osAd Adian iantam tament entos ospar paraA aAume umento ntode deCa Capi pital tal
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2 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA -DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2.1 Introdução 2.2 2. 2Cr Crit itér ério ios sCo Cont ntáb ábei eis sBá Bási sico coss 2.2.1 Receitas de Vendas de Produtos e de Serviços 2.2.1.1 Data do Reconhecimento da Receita 2.2.1.2 Deduções das Vendas 2.2.1.3 Vendas Canceladas 2.2.1.4 Abatimentos 2.2.1.5 Impostos Incidentes sobre Vendas 2.2.2 Custo dos Produtos Vendidos e Serviços Prestados 2.2.3 Despesas Operacionais 2.2.3.1 Despesas de Vendas 2.2.3.2 Despesas Administrativas 2.2.3.3 Encargos Financeiros Líquidos 2.2.3.4 Outras Receitas e Despesas Operacionais 2.2.4 Resultados Não-Operacionais
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3 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3.1As 3.1 AsN Nota otasE sExpl xplica icativ tivas asse segun gundo doaL aLei eidas dasSo Socie ciedad dades esAnô Anônim nimas as 3.2AsNotasExplicativasRecomend 3.2AsNotasE xplicativasRecomendadaspelaComissã adaspelaComissãodeV odeValoresMobiliá aloresMobiliários-CVM rios-CVM
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4 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.1 Relevância 4.2 4. 2T Tra rata tame ment nto ope pela laL Lei ein n° °6. 6.40 4044 4.3 4. 3T Téc écnnic ica adde ePPrep epar araç ação ão
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5 | ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 5.1 5. 1G Ger eraç ação ão da dassI In noorm rmaç açõe õess 5.2 5. 2An Anál ális ise eda das sDF DF’’s s– –o oqu que eé? é? 5.3 5. 3An Anál ális ise eda das sDF DF’’s s– –qu quai ais sos oso obj bjeti etivo vos? s? 5.4 5. 4An Anál ális ise eda das sDF DF’’s s– –co como mou uti tililiza zar? r? 5.5 Os Usuários 5.6 Formas de Análises 5.7 5. 7Ex Exem empl plos osd de eAn Anál ális ises esV Vert ertic icai ais se eHo Hori rizo zont ntai aiss 5.8 5. 8N Nec eces esssid idad ade ede deC Coomp mpar araç açõe õess 5.9 5. 9C Cui uida dado dos sno nou uso sod dos osÍ Índ ndic ices es 5.10 5. 10P Pri rinc ncip ipai ais sÍn Índi dice ces se eIn Indi dica cado dore res sU Uti tililiza zado doss 5.10.1 Capital Circulante Líquido 5.10.2 Liquidez Imediata 5.10.3 Liquidez Corrente 5.10.4 Liquidez Seca 5.10.5 Liquidez Geral 5.10.6 Endividamento (Debt Ratio) 5.10.7 Prazo Médio de Recebimentos 5.10.8 Prazo Médio de Pagamentos 5.10.9 Posicionamento Relativo 5.10.10 Giro do Ativo Operacional e do Ativo Total 5.10.11 Giro dos Estoques 5.10.12 Margem Operacional e Margem Líquida 5.10.13 Retorno Sobre Investimento 5.10.14 Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
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6 | BIBLIOGRAFIA
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1 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - BALANÇO PATRIMONIAL
1.1ResumodaEstruturadasDemonstraçõesFinanceirasBásicas Atualmente,asdemonstraçõescontábeisbrasileirassãobasicamenteregidaspelaLein°6.404/1976.Mesmo sendoumaleirelativaàssociedadesporações,suasregrasestendem-seàsdemaissociedadessujeitasàtributação doimpostoderendacombaseno“LucroReal”,pororçadoDecreto-lein°1.598/1977. Associedadesporaçõessãoobrigadasaelaborarepublicarasseguintesdemonstraçõesnanceiras(oudemonstraçõescontábeis): • BalançoPatrimonial; • DemonstraçãodasMutaçõesPatrimoniais; • DemonstraçãodoResultadodoExercício; • DemonstraçãodasOrigenseAplicaçõesdeRecursos. Alémdessesquadros,as NotasExplicativassãoobrigatóriase visamesclarecera situaçãopatrimonialeo resultadodoexercício. Ademais,essasdemonstraçõesdevemsercomparativascomasdoexercíciosocialanterior.
1.2BalançoPatrimonial NoBrasil,oBalançoédivididoemquatrograndesgrupos: 1.Ativo; 2.PassivoExigível; 3.ResultadodeExercíciosFuturos; 4.PatrimônioLíquido. OAtivoédivididoemtresgrupos:circulante,realizávelalongoprazoepermanente.Esteúltimoésubdivididoeminvestimentos,imobilizadoedierido. OPassivoExigívelétambémsubdivididoemdoisgrupos:circulanteeexigívelalongoprazo. OPatrimônioLíquidoécompostodaseguinteorma:capitalsocial,reservasdecapital,reservasdereavaliação,reservasdelucroselucrosouprejuízosacumulados. OBalançoPatrimonialpode,então,serassimresumido: ATIVO
PASSIVO
CIRCULANTE REALIZÁVELÀLONGOPRAZO PERMANENTE
CIRCULANTE EXIGÍVELÀLONGOPRAZO RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS PATRIMÔNIOLÍQUIDO
•Investimentos • Imobilizado • Dierido
• Capital • Reservas de Capital • Reservas de Reavaliação • Reservas de Lucros • Lucros ou Prejuízos acumulados
Quadro 1 – Balanço Patrimonial
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1.2.1AtivoCirculante OAtivoCirculanteenglobaosbens,direitoseasdespesaspagasantecipadamente,realizáveis noexercíciosocialsubseqüente.Oexercíciosocialéobrigatoriamentedeumano,anãoseroprimeiroapósaconstituiçãodasociedadeouquandohámudançasdadatadomdoexercício.
Nota 1: Asdemonstraçõesnanceirasdevemser elaboradas,obrigatoriamente,aonaldecadaexercíciosocial. Nota 2:Casoociclooperacionaldaempresasejasuperioradozemeses,o AtivoeoPassivoCirculantepassamaserdeterminadosporesseciclo(construçãodedeterminadosbensdecapital,comoporexemplonavios,azendas decriaçãodegadoparacorteeoutroscasosexcepcionais). Aexpressãorealizáveltemumconceitocontábilenãonanceiro.Realizartemoconceito de“transormar”,“converter”,“mudar”enãoapenasserconvertidoparadinheiro.Dessaorma,oscréditosrealizam-senãosópelorecebimentoemdinheiro,mastambémpelasbaixas comoincobráveis;osestoquesrealizam-sepelasvendasepelasbaixasemdecorrênciadeavariaseobsolescência.Asdespesasantecipadasrealizam-sepelatransormaçãoemdespesasdo exercício.Asdepreciações,vendasoubaixassãoormasderealizaçãodoativoimobilizado. Ascontasdoativocirculantesãoatualizadaspelos rendimentoscontratados,“pro-rata temporis”,ouseja,pelotempodecorridodesdeasuaaplicaçãoatéa datadobalançoou balancete,independentementedovalornalderesgatedeumaaplicaçãonanceira. Asaplicaçõesnanceirasemaçõesdevemestarregistradaspelovalordeaquisição,deduzidasasprovisõesparareduçãoaovalordemercado,seesteormenornadatadobalanço oubalancete,gerandoumprejuízo. Oscréditosjuntoaterceirosdevemestarajustadospelaprovisãoparaprováveisperdas nassuasrealizações. Osestoquesdevemserajustadosaovalordemercado,seesteormenor. Asdespesasantecipadasreerem-searecursosaplicadosemitensreerentesaserviçosou beneíciosqueserãousuruídosnoexercícioseguinte.Comoexemplo,podemoscitar:prêmiosdeseguros,anuidadesderevistasejornais,aluguéispagosantecipadamente,encargos deduplicatasdescontadasetc.
1.2.2AtivoRealizávelaLongoPrazo Nestegrupodecontasestãoclassicadososbensedireitosdaentidadequeserãorealizadosapósotérminodoexercíciosocialsubseqüente.Comexceçãoaestaregra,temosos créditosorigináriosdeoperaçõesnãonormaisdaempresa,comoosempréstimos,osadiantamentosetc.,juntoàscontroladas,coligadas,administradoresesócios,equedevemgurar comorealizávelalongoprazo,mesmoquevencíveisacurtoprazo.
1.2.3AtivoPermanente 1.2.3.1Investimentos Namaioriadasvezes,osinvestimentossãoparticipaçõessocietáriasqueobjetivamproduzirbeneíciosàinvestidoramedianteparticipaçãonosresultadosdasempresasinvestidas. Podemtambémsercompostosdeobrasdearte,terrenosouimóveisnãodestinadosauso. Quandoessesinvestimentossãorelevantes1erealizadosemcontroladasecoligadascuja participaçãosocietáriaéde20%oumais,ousobreelasainvestidoratenhapoderdeinfu-
Os investimentos são relevantes, quando um deles sozinho, somado aos créditos, chega a 10% ou mais do patrimônio líquido da investidora. São também considerados relevantes os investimentos em mais de uma empresa, se estes atingirem (somados aos créditos) a 1% do PL da investidora. 1
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ência,taisinvestimentossãoavaliadospelométododeequivalênciapatrimonial. Poressemétodo,osinvestimentos,nomomentodeaquisição,sãosegregadosemduas partes:(a)valor proporcional aopatrimôniolíquidoadquirido,combasenobalançoda investidae(b)ovaloremexcesso(ágio)oupagoamenor(deságio). Paraexemplicar,considerequeaempresa“A”adquiriu emabril,porR$ 50.000,00 (cinqüentamilreais),70%docapitalsocialdaempresa“B”.Opatrimôniolíquidode “B”em30demarçoeradeR$60.000,00(sessentamilreais)eoPLde“A”eradeR$ 480.000,00(quatrocentoseoitentamilreais). Nacontabilidadede“A”oinvestimentoéregistradodaseguinteorma: • Investimento R$ 42.000,00 • Ágio R$ 8.000,00 Apósaaquisição,ovalordoinvestimentoregistradonoAtivopassaa futuar,proporcionalmenteàsalteraçõesdoPatrimônioLíquidodaempresainvestida,emdecorrênciados resultadosdasoperaçõesdessaempresa.Essasfutuaçõessãocontabilizadascomoganhos ouperdasdeequivalênciapatrimonial,porregimedecompetência 2,independentementeda distribuiçãodedividendospelaempresainvestida. Ajuste por Equivalência Patrimonial Suponhamosqueemmaioacontroladorarecebeuobalancetedeabrildaempresa“B”e constatouumPLdeR$63.000,00(sessentaetrêsmilreais).Podemosobservarquehouve umlucrolíquidonomêsdeR$3.000,00.EsselucrogerouaumentodoPLde“B”etem queserrefetidoem“A”comoganhodeequivalênciapatrimonial.Oganhode70%sobre R$3.000,00,ouseja,R$2.100,00serácontabilizadonoAtivoInvestimentoseonovo saldoserádeR$44.100,00. Tratamento Contábil do Ágio Oágionaaquisiçãodeinvestimentospodeterváriasjusticativas.Vamossuporque,no casoespecícodoexemploacima,ainvestidoratenhaundamentadooágionaexpectativa delucrosuturosequeestimouamortizaroágiopagoemdezmeses. Acadamêsovaloraseramortizadoseráobtidopeladivisãodovalorpagoatítulode ágio,pelaquantidadeestimadademeses. Companhias Abertas e Instituições Financeiras Essas entidadesavaliamseusinvestimentosemempresas controladase coligadas pelo métododeequivalênciapatrimonial-mesmoquandoestesinvestimentosnãosãorelevantes-,pordeterminaçãodaComissãodeValoresMobiliários-CVMedoBancoCentraldo Brasil–BACEN. Outros Investimentos Paraosdemaisinvestimentosrepresentadosporparticipaçõessocietáriaseparaosrelativosaoutrositens,ocritériodeavaliaçãoéocustocomobasedevalor,deduzidodaprovisão paraperdasdenaturezapermanente,porserquaseimpossíveloumuitodiícilachancede recuperaçãodovaloraplicado.
“Este regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de Renda.[...]. As regras básicas para a contabilidade pelo regime de competência são: A receita será contabilizada no período em que or gerada, i ndependentemente do seu recebimento. [...]. A despesa será contabilizada como tal no período em que or consumida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento”(Iudícibus & Marion, 2000, p. 121). 2
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1.2.3.2Imobilizado Éavaliadopelocustodeaquisição.Soremperdasdevaloremunçãodedesgaste,por uso,obsolescênciaouexaustão,esãocontabilizadascomodepreciação,amortizaçãoou exaustão. Assim,essas perdasde valorsãoconsideradascomocustoquandodestinadasà produçãodebens/serviçosoudespesas. NoBrasil,porinfuênciascal,normalmenteessasdepreciaçõessãoeitasàsseguintestaxas: Edicações Veículos Máquinas e Equipamentos Computadores Equipamentos de escritório
% 4 20 10 20 10
1.2.3.3 Dierido Éconstituídodedespesasincorridasequevisambeneciarexercíciosuturos.Insere-se nessecasoasdespesaspré-operacionais,osgastoscompesquisasdeprodutosouprojetos novosequeaindanãoresultaramemmarcas,patentes,imobilizaçõesetc. Sãoavaliadospelocustoesoremamortizaçõespeloprazoqueseesperamtertaisbeneícios.Ébaixadointegralmentecasosedescubraqueosprojetosnãotrarãobeneícios.
1.2.4PassivoExigível OPassivoExigível,tantoo“circulante”quantoo“exigívelalongoprazo”,écompostode dívidas,obrigações,riscosecontingências;sóhádierenciaçãoemunçãodoprazo. Ospassivossujeitosaosencargos,asvariaçõesmonetáriasoucambiaisdevemestartotalmenteatualizadosnadatadobalanço;osjurosproporcionaistambémdevemestarcontabilizados. Agrandemaioriadasempresasnão-nanceirasapropria,paraosencargosprexados,emgeral, ométododosjurossimples.Àmedidaqueosempréstimostomadosalongoprazopassamaser vencíveisnoexercíciosocialsubseqüente,sãotranseridosparaoPassivoCirculante.
1.2.5ResultadodeExercíciosFuturos Emresultados deexercícios uturosdevemgurar tão-somenteosvaloreslíquidosrecebidosequenãorepresentamobrigaçõesporpartedaempresa,masque,porregimede competência,nãotenhamaindasidoincorporadosaoPatrimônioLíquido. Comoexemplo,podemoscitaraluguéisrecebidosantecipadamente,casoaempresalocadoranãosejaobrigadaadevolver. Nãodevemconstardessegrupodecontasosvaloresrecebidosporcontadeadiantamentoparauturaentregademercadoriasou serviços,devendoconstardoPassivoCirculante ouExigívelaLongoPrazo. Asempresascomatividadeimobiliária,porintererênciadalegislaçãoscal,devemregistrarnessegrupooslucrosobtidosemtransaçõesdessanaturezaequeaindanãotenham sidorecebidasnanceiramente. Trata-sedeumaaberraçãoporadotar-seo“RegimedeCaixa 3”.
“As regras básicas para a contabilidade por esse regime são: a receita será contabilizada no momento de seu recebimento, ou seja, quando entrar dinheiro no caixa (encaixe); a despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa (desembolso)”(Iudícibus & Marion, 2000, p. 122). 3
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Asempresasqueadotamesseprocedimentocontábiltêmavantagemscaldepagarimpostoderendasobre oslucrosnassuastransaçõesimobiliárias,proporcionalmenteaosrecebimentosocorridos.
1.2.6PatrimônioLíquido NoBalançoPatrimonial,adierençaentreovalordoAtivoedoPassivoeoresultadodeexercíciosuturos, representaoPatrimônioLíquido,queéovalorcontábilpertencenteaosacionistasousócios. OPatrimônioLíquidoéclassicadoem: •CapitalSocial,querepresentavaloresrecebidospelaempresa,pelossóciosouacionistas,ouporelagerados, equeestãoormalmenteincorporadosaoCapital; •ReservasdeCapital,querepresentamvaloresrecebidosquenãotransitarampeloseuResultadocomoreceitas; •ReservasdeReavaliação,querepresentamacréscimodevaloratribuídoaelementosdoativoacimadovalor decustocorrigidomonetariamente,emunçãodovalordemercado; •ReservasdeLucros,querepresentamlucrosobtidospelaempresaequeoramretidos,comnalidadeespecíca; •LucrosouPrejuízosAcumulados,quesãotambémresultadosobtidos,masretidossemnalidadeespecíca (quandolucros)ouàesperadeabsorçãoutura(quandoprejuízos).
1.3DierençaentreReservaseProvisões Épossívelazeraseguintedistinçãoentrereservaseprovisões:
1.3.1 Provisões Asprovisõessãoreduçõesdoativoouacréscimosdeexigíveisquereduzemopatrimôniolíquido.Representam expectativasdeperdasdeativosouestimativasdevaloresadesembolsar.Destaorma,apesardenanceiramente aindanãoeetivadas,asprovisõesderivamdeatosgeradorescontábeisjáocorridos,istoé,dizemrespeitoàsperdas economicamenteincorridas(comoadepreciação,aperdadevalordeinvestimentos,oprovávelnãorecebimento decréditos),ouaprováveisvaloresadesembolsaroriginadodeatosjáconhecidos(comooriscoporgarantias oerecidasemprodutosvendidos,estimativasdevaloresapagaratítulode13osalário,érias,entreoutros). Oregimedecompetênciaeanecessidadedeconrontaçãoentreasreceitaseasdespesasnecessáriasàobtençãodessasmesmasreceitas,representamaprincipalnecessidadedesecriaremprovisões. Aquasetotalidadedasprovisõesseoriginadeumadespesa;excepcionalmentepodeocorrerdeseoriginarde umacontadopatrimôniolíquidoenãodoresultado,comoéocasodeAjustesdeExercíciosAnteriores,quesão debitadosalucrosouprejuízosacumulados,ouaindadosdividendos. Àmedidaqueessasperdasdeativosouobrigaçõessetornamtotalmentedenidas,devemdeixardeserconsideradasprovisões.Assim,os“DividendosPropostos”,porexemplo,passamaser“DividendosaPagar”,após aprovaçãodaAssembléiaGeralOrdinária. Convémdestacarqueasobrigaçõeslíquidasecertas,quetenhamseusvaloresjádenidos,nãosãoprovisões. Logo,ICMSaRecolher,SaláriosaPagareoutrasnãosãoprovisões.
1.3.2 Reservas Asreservassãoparcelasgeradaspelosacionistas,comoporexemplo,oÁgionaEmissãodeAções,ouoriundasdasatividadesdaempresa,comoReservasdeReavaliaçãoouReservasdeLucros.
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1.4ClassifcaçãoContábildosAdiantamentosparaAumentodeCapital ALein°6.404éomissaquantoaotratamentoaserdadoaosvaloresrecebidosporcontadeuturosaumentos decapital;asinterpretaçõesdoscotêmsidonosentidodeconsiderá-los,sempre,emqualquercircunstância, comoexigíveis. Muitasvezespodemosadmitiressesadiantamentoscomopartedopatrimôniolíquido,oqueocorrequando sãorecebidoscomcláusuladeabsolutacondiçãodepermanêncianasociedade.Comoexemplo,temosascompanhiasteleônicasnoBrasilquerecebemvaloresdospromitentesusuáriosque,pordisposiçãocontratual,serão incorporadosaoCapitalSocial. Logicamente,quandohouverinjeçõesderecursosporpartedossóciosequepoderãoviraserreclamadasde volta,nãosedeve,naexistênciadetaldúvida,classicaremgrupodePatrimônioLíquidoesimdeExigíveis.
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2 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA -DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
2.1Introdução ADemonstraçãodoResultadodoExercícioéaapresentação,emormaresumida,dasoperaçõesrealizadas pelaempresa,duranteoexercíciosocial,demonstradasdeormaadestacaroresultadolíquidodoperíodo.
2.2CritériosContábeisBásicos Oart.187daLeidasSociedadesAnônimasestabeleceaordemdeapresentaçãodasreceitas,custosedespesas nessademonstração,paransdepublicação,conormemodeloabaixo:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO I.RECEITABRUTADEVENDASESERVIÇOS II.DEDUÇÕESDARECEITABRUTA III.ReceitaLíquidadeVendaseServiços IV.CUSTODOSPRODUTOSVENDIDOSEDOSSERVIÇOSPRESTADOS V.LucroBruto VI.DESPESASOPERACIONAIS • De Vendas • Administrativas • EncargosFinanceirosLíquidos • OutrasReceitaseDespesasOperacionais VII.Lucro(prejuízo)Operacional VIII.RESULTADOSNÃOOPERACIONAIS IX.PROVISÃOPARAIMPOSTODERENDAECONTRIBUIÇÃOSOCIAL X. PARTICIPAÇÕESECONTRIBUIÇÕES XI. Lucro(prejuízo)LíquidodoExercício XII.Lucro(prejuízo)Líquidoporação Quadro 2 – Demonstração do Resultado
Cabedestacarosprincípioscontábeisbásicosparaoreconhecimentocontábildasreceitas,custosedespesas, conormeart.187dareeridaLei,comosegue: “Nadeterminaçãodoresultadodoexercícioserãocomputados: a)asreceitaseosrendimentosganhosnoperíodo,independentementedesuarealizaçãoemmoeda; b)oscustos,despesas,encargoseperdas,pagosouincorridos,correspondentesaessasreceitaserendimentos.” EssasdeniçõesdaLeirefetemoprincípiodacompetência,queédecorrentedosprincípiosdarealizaçãoda receitaedoconrontodasdespesas. FGV DIREITO RIO
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Emdecorrênciadaaplicaçãodessesprincípios: •Areceitadevendaécontabilizadaporocasiãodavendaenãoquandodoseurecebimento; •Adespesadepessoal(salárioseencargos)éreconhecidanomêsemqueserecebeutalprestaçãodeserviços, mesmoquesejapaganomêsseguinte; •Umacompradematériaprimaécontabilizadaquandodorecebimentoenãoquandodopagamento; •Adespesadoimpostoderendaéregistradacomoprovisãonomesmoperíododoslucrosaquesereeree nãonoexercícioseguinte,quandoédeclaradaepaga.
2.2.1ReceitasdeVendasdeProdutosedeServiços ALein°6.404/1976estabelecequeasempresasdevam,naDemonstraçãodoResultadodoExercício,discriminar“areceitabrutadasvendaseserviços,asdeduçõesdasvendas,dosabatimentosedosimpostos”e“a receitalíquidadasvendaseserviços”. Dessaorma,acontabilizaçãodasvendasdeverásereitapeloseuvalorbruto,inclusiveosimpostos,sendo quetaisimpostoseasdevoluçõeseabatimentosdeverãoserregistradosemcontasdevedorasespecícas,asquais serãoclassicadascomocontasredutorasdasvendas. Emacedoexposto,seriamnecessáriasasseguintescontas:
RECEITAS DE VENDAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS I. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS VENDA DE PRODUTOS 1.1 Mercado Nacional 1.2 Exportação VENDA DE SERVIÇOS 2.1 Mercado Nacional 2.2 Exportação II. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 1. VENDASCANCELADASEDEVOLUÇÕES 2. ABATIMENTOS 3.IMPOSTOSINCIDENTESS/VENDAS 3.1 IPI 3.2 ICMS 3.3 ISS 3.4 PIS S/RECEITA BRUTA 3.5COFINSS/RECEITABRUTA III. Receita Líquida de Vendas e Serviços Quadro 3 - Receitas de Vendas de Produtos e Ser viços
2.2.1.1 Data do Reconhecimento da Receita Omomentodoreconhecimentodasreceitasdevendasdevecoincidir,normalmente,comodoornecimento detaisbensaocliente. Nasempresascomerciaisenasindustriais,acontabilizaçãodasvendaspodesereitaquandodaemissãodas notasscaisdevendas,jáqueaentregadosprodutosépraticamentesimultânea.Podeacontecer,entretanto, umapequenadierençaentreadatadaemissãodanotascaleadaentregadosprodutos,quandoacondiçãode vendaorpelaentreganoestabelecimentodocomprador. FGV DIREITO RIO
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Teoricamente,deveriamserregistradascomoreceitasdevendassomenteapósaentregadosprodutos.Essa dierença,emverdade,sógeraalgumproblemanadatadoBalanço,nocomponentereerenteàsvendasjáaturadas,masaindanãoentregues.
2.2.1.2 Deduções das Vendas Asdeduçõesdevendassãorepresentadaspelasvendascanceladas,abatimentosepelosimpostossobrevendas.
2.2.1.3 Vendas Canceladas AcontaVendasCanceladasédenaturezadevedoraeincluitodasasdevoluçõesdevendas.Nestesentido,tais devoluçõesnãodevemserdeduzidasdiretamentedacontadevendas,masregistradasemcontareticadora.
2.2.1.4 Abatimentos Acontaabatimentosregistraos descontosconcedidosaosclientes,posteriormenteàentrega dosprodutos, pordeeitosdequalidadeapresentadosemdecorrênciadeabricação,transporteetc.
2.2.1.5 Impostos Incidentes sobre Vendas Osimpostosincidentessobrevendasdevemserdeduzidosdareceitabrutadevendas.
2.2.2CustodosProdutosVendidoseServiçosPrestados Ocustodosprodutosvendidosoudosserviçosprestadosasercomputado,devesercorrespondenteàsreceitasdevendasdosprodutoseserviçosreconhecidosnomesmoperíodo. OCustodosProdutosVendidos-CPV A apuraçãodocustodos produtosvendidosestá diretamenterelacionadaaos estoquesdaempresa,pois representaa baixa eetuadanascontasdosestoquesporvendasrealizadas noperíodo.Daídecorreaórmula simplicadadesuaapuração,comovemosaseguir:
CPV = EI + C - EF CPV =CustodosProdutosVendidos EI =EstoqueInicial C =ComprasouEntradasnoperíodo EF =EstoqueFinal
2.2.3DespesasOperacionais Asdespesasoperacionaisconstituem-sedasdespesaspagasouincorridasparavenderprodutoseadministrar aempresa,sendoquedentrodoconceitodaLein°6.404,abrangetambém,asdespesaslíquidasparananciar suasoperaçõeseosresultadoslíquidosdasatividadesacessóriasdaempresa. Asdespesasoperacionaispodemserassimagrupadas:
DESPESAS OPERACIONAIS • De Vendas • Administrativas •EncargosFinanceirosLíquidos •OutrasReceitaseDespesasOperacionais Quadro – Despesas Operacionais
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2.2.3.1 Despesas de Vendas Asdespesasdevendasrepresentamosgastosdepromoção,colocaçãoedistribuiçãodosprodutosdaempresa, bemcomoosriscosassumidospelavenda,constandodessacategoriaasseguintesdespesas:comopessoaldaárea devendas,marketing,distribuição,comissõessobrevendas,propagandaepublicidade,gastosestimadoscom garantiadeprodutosvendidos,perdasestimadasdosvaloresareceber,provisãoparadevedoresduvidososetc.
2.2.3.2 Despesas Administrativas Asdespesasadministrativasrepresentamosgastospagosouincorridos,paradireçãoougestãodaempresa, eseconstituemdeváriasatividadesgeraisquebeneciamtodasasasesdonegócioouobjetosocial.Constam dessacategoriaitenscomohonoráriosdaadministração,salárioseencargosdopessoaladministrativo,despesas legais,materialdeescritório,aluguéisetc.
2.2.3.3 Encargos Financeiros Líquidos
Conceito Inicial e Legislação OtextodaLein°6.404nãoprevê,maspermiteumasegregaçãodolucrooperacionalemduassomas:antes edepoisdosencargosnanceiros. Receitas e Despesas Financeiras Nessetítulosãoincluídososjuros,odescontoeaatualizaçãomonetáriapré-xada,alémdeoutrostiposde receitasoudespesas,comoasresultantesdeaplicaçõestemporáriasemtítulosevaloresmobiliários. Variações Monetárias de Obrigações e Créditos Aleiscalconsideracomovariaçõesmonetárias,asvariaçõescambiaiseascorreçõesmonetárias(excetoaspré-xadas).
2.2.3.4 Outras Receitas e Despesas Operacionais Oconceitodelucrooperacionalenglobaosresultadosdasatividadesprincipaiseacessórias,sendoqueessas outrasreceitasedespesasoperacionaissãoatividadesacessóriasdoobjetodaempresa,comodenidoaseguir: Lucros e Prejuízos de Participações em Outras Sociedades Sãoregistradoscomooperacionaisoslucrosouprejuízosoriundosdosinvestimentosemoutrasempresas,normalmentedecaráterpermanente,poisrepresentamosinvestimentosderiscoenãoosdecaráterespeculativo. EmacedasormasprevistaspelaLeidasSociedadesAnônimas,paracontabilizaçãodeinvestimentos,podemexistirasseguintescontas: • Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas pelo Método de Equivalência Patrimonial OsacréscimosoudiminuiçõesnacontadeInvestimentosavaliadospelaequivalênciapatrimonial,procedentesdelucrosouprejuízosemcoligadasecontroladas,sãoregistradosnessaconta.Paransdepublicação,essa contadevesempreaparecer,emdestaque,naDemonstraçãodoResultadodoExercício. • Dividendos e Rendimentos de Outros Investimentos AsreceitasprovenientesdeoutrosinvestimentosnãoavaliadospelométododeEquivalênciaPatrimonial,são registradasnessegrupodecontas. Originam-sedosdividendosrecebidos.Essareceitatambémpoderáserregistradanadatadobalanço,quandoainvestidacontabilizarumaProvisãoparaDividendos,sendoqueainvestidoraregistrariaapartecorrespondenteàsuaparticipação,debitandoumacontadorealizável,queseria“DividendosPropostosaReceber”. • Amortização de Ágio ou Deságio de Investimentos Reere-seàparcelaperiodicamenteregistradaparaamortizaçãodacontadeInvestimentos. • Vendas Diversas Outrotipoderesultadooperacionalpoderiaseroriundodevendaesporádicadesucatasousobrasdeestoques,nessecaso,líquidodoICMScorrespondente. FGV DIREITO RIO
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CONTABILIDADE
Entretanto,casoasvendasoremdesucatasnormaiseinerentesaoprocessodeprodução,essareceitadeve serregistradacomoreduçãodocustodeprodução.
2.2.4ResultadosNão-Operacionais Ogrupoderesultadosnão-operacionaislimita-seaumpequenonúmerodeoperações. ALein°6.404,emverdade,nãoornecedetalhesdoseuconteúdo,somentemencionando,noseuartigo 187,queapósoresultadooperacionaldevemaparecer“asreceitasedespesasnão-operacionais”. Todavia,emacedo conteúdodos resultadosoperacionaise considerandoos conceitos complementares contidosnalegislaçãodeimpostoderendaaceitospelacontabilidade,temosconhecimentoque,emsuma,com exceçãodeumououtrotipoadicionalderesultado,somentearãopartedosresultadosnão-operacionais,os lucrosouprejuízosobtidosnavendaoubaixadebensdoAtivoPermanente. Sãoresultadosnão-operacionais,portanto,osresultadosnasbaixasoualienaçõesdeInvestimentos,deAtivo ImobilizadoouAtivoDierido.Parataisresultados,alegislaçãoscaldáonomedeGanhosePerdasdeCapital. Englobamosganhoseperdasdecapital“osresultadosnaalienação,inclusivepordesapropriação,nabaixapor perecimento,extinção,desgaste,obsolescênciaouexaustão,ounaliquidaçãodebensdoativopermanente”. Peloexposto,temosasseguintescontasdo Ativo Permanente, Ganhos e Perdas de Capital nos Investimentos: Aquisãocontabilizadostaisresultados,oriundosdeitensaseguir:
• Ganhos e Perdas na Alienação de Investimentos Ovalordoganhooudaperdaserádeterminadopelovalortotaldavenda,deduzidodovalortotallíquidopeloqual oinvestimentoestivercontabilizadonadatadatransação.Essevalortotallíquidoéosaldodocustocorrigidomaisoda eventualcontadeágionãoamortizadooumenosodedeságioededuzidodosaldodaprovisãoporperdas. • Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos Ovalordeperdaseetivasemvirtudedeeventosqueresultaramemperdasnãocontempladasnobalançopatrimonialoubalancetedevericaçãodacontroladaoucoligada,deverásercontabilizadoatítulodeprovisão. • Resultados Não-Operacionais em Investimentos Pela Equivalência Patrimonial A parteproporcionalquecabeaumaempresainvestidoranolucroouprejuízoapuradoemcoligadase controladaséregistradacomo“OutrosResultadosOperacionais”(EquivalênciaPatrimonial).Todavia,poderão ocorreracréscimosoureduçõesnacontadeInvestimento,devidoaalteraçõesdepercentagensdeparticipação resultantedemodicaçãodocapitalsocialcomdiluiçãodeparticipaçãodecertosacionistas.Essaalteraçãogeraráumareceitaouumadespesanaempresainvestidoraquedevemserregistradascomonão-operacionais. • Ganhos e Perdas de Capital no Imobilizado Reere-seaganhosouperdasapuradospelavendadebensaterceiros. • Ganhos e Perdas de Capital no Ativo Diferido Esseprocedimentoéprevistonoart.183daLein°6.404que,aotratardoAtivoDierido,estabelecequedeva “serregistradaaperdadocapitalaplicadoquandoabandonadososempreendimentosouatividadesaquesedestinavam,oucomprovadoqueessasatividadesnãopoderãoproduzirresultadossucientesparaamortizá-los.”
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CONTABILIDADE
3 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS UmdosgrandesdesaosdaContabilidadetemsidoodimensionamentodaquantidadeedaqualidadede inormações,queatendamaosusuáriosdasdemonstraçõesnanceiras. Comopartedoesorçoquevemsendodesenvolvidonessecampo,surgiramasnotasexplicativas,quesão inormaçõescomplementaresàsdemonstraçõesnanceirasrepresentandoparteintegrantedasmesmas.Podem estarexpressastantonaormadescritiva,quantonaormadequadrosanalíticos.
3.1AsNotasExplicativassegundoaLeidasSociedadesAnônimas Oart.176daLeidasSociedadesAnônimasestabeleceapublicaçãodasnotasexplicativas,comoseguinte texto:“asdemonstraçõesserãocomplementadasporNotasExplicativaseoutrosquadrosanalíticosoudemonstraçõescontábeisnecessáriosparaesclarecimentodasituaçãopatrimonialedosresultadosdoexercício.” ApartirdosrequisitosmínimosdedivulgaçãoexpressosnaLei,aCVMvembuscandooseuapereiçoamentonosentidodeatingirosobjetivosdemaiordetalhamentodasinormações. SegundoaLeidasSociedadesAnônimas,asNotasdeverãoindicar: •Osprincipaiscritériosdeavaliaçãodoselementospatrimoniais,especialmenteestoques,doscálculosde depreciação, amortizaçãoeexaustão,deconstituiçãodeprovisõesparaencargosouriscos, edosajustespara atenderasperdasprováveisnarealizaçãodeativos; •Osinvestimentosemoutrassociedades,quandorelevantes; •Oaumentodevalordeelementosdoativoresultantedenovasavaliações; •Osônusreaisconstituídossobreelementosdoativo,asgarantiasprestadasaterceiroseoutrasresponsabilidadeseventuaisecontingentes; •Ataxadejuros,asdatasdevencimentoeasgarantiasdasobrigaçõesalongoprazo; •Onúmero,espécieseclassesdasaçõesdocapitalsocial; •Asopçõesdecompradeaçõesoutorgadaseexercidasnoexercício; •Osajustesdeexercíciosanteriores; •Oseventossubseqüentesàdatadeencerramentodoexercícioquetenham,oupossamviratereeitosrelevantessobreasituaçãonanceiraeosresultadosuturosdacompanhia.
3.2AsNotasExplicativasRecomendadaspelaComissãodeValoresMobiliários-CVM EmcomplementoàsnotasprevistaspelaLei,aCVMvemapresentandorecomendaçõessobreadivulgação dediversos assuntosquesãoimportantesparaum melhorentendimentodas demonstraçõesnanceiras. Os assuntosabordadoscompreendemações emtesouraria,ágio/deságio,ajustesdeexercíciosanteriores,planos deaposentadoriasepensões,arrendamentomercantil-leasing,ativodierido,capacidadeociosa,capitalsocial autorizado,continuidadenormaldosnegócios,critériosdeavaliação,debêntures,demonstraçõesemmoedade capacidadeaquisitivaconstante,demonstraçõesnanceirasconsolidadas,destinaçãodelucrosconstantesem acordode acionistas,dividendoporação,dividendospropostos,empreendimentosemase deimplantação, equivalênciapatrimonial,eventossubseqüentes,investimentossocietáriosno exterior,lucroouprejuízopor ação,mudançadecritériocontábil,obrigaçõesalongoprazo,ônus,garantiaseresponsabilidadeseventuaise contingentes,partesrelacionadas,programadedesestatização,provisãoparacréditosdeliquidaçãoduvidosa, opçõesdecompradeações,reavaliação,remuneraçãodosadministradores,reservadelucrosarealizar,retenção delucrosevendasouserviçosarealizar.
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CONTABILIDADE
Nota sobre Operações ou Contexto Operacional Paraqueosanalistasedemaisusuáriosdasdemonstraçõesnanceiraspossammelhoravaliara situaçãodaempresaeosseusresultados,bemcomojulgararazoabilidadedeíndicesderentabilidade,deliquidezeoutros,émuitoimportantequeseconheçaqualéoobjetivosocialdaempresa, ouseja,qualéasuaatividade,quaissãoassuasbasesdeoperaçõesemercadoequaloestágiodo empreendimento,seestiveremimplantaçãoouseestiveremexpansão. Entendemosqueessadivulgaçãoérealmentenecessária,podendosertantoemNotaExplicativacomono RelatóriodaAdministração.Essadivulgaçãoétantomaisimportanteparaempresascujadenominaçãosocial nãoindiquesuasatividadesounãoasrefitaadequadamente.
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CONTABILIDADE
4 | CONTABILIDADE SOCIETÁRIA - MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
4.1Relevância EstademonstraçãonãoéobrigatóriapelaLein°6.404,massuapublicaçãoéexigidapelaCVM,paraascompanhiasabertas.Édemuitautilidade,poisorneceamovimentaçãoocorridaduranteoexercícionasdiversas contascomponentesdoPatrimônioLíquido,istoé;azclaraindicaçãodofuxodeumacontaparaoutraeindica aorigemeovalordecadaacréscimooudiminuiçãodoPatrimônioLíquidoduranteoexercício. Trata-se,portanto,deinormaçõesquecomplementamosdemaisdadosconstantesdoBalançoedaDemonstraçãodoResultadodoExercício;éparticularmenteimportanteparaasempresasquetenhamseuPatrimônioLíquidoormadopordiversascontasemantenhamcomelasinúmerastransações. Finalmente,paraasempresasqueavaliamseusinvestimentospermanentesemcoligadasecontroladaspelo métododeequivalênciapatrimonial,torna-sedemuitautilidadereceberdessasempresasinvestidastaldemonstração,parapermitirumadequadotratamentocontábildasvariaçõesdaequivalênciapatrimonialnoexercício.
4.2TratamentopelaLein°6.404 ReconhecendoaimportânciadessademonstraçãoéquealeidasSociedadesAnônimasamencionou,aceitando-acomoexpostonoart.186,estabelecendoquea“DemonstraçãodeLucrosouPrejuízosAcumuladospoderá serincluídanademonstraçãodasmutaçõesdopatrimôniolíquido,seelaboradaepublicadapelacompanhia.”
4.3TécnicadePreparação A preparaçãoda Demonstraçãodas Mutações doPatrimônioLíquidoé relativamentesimples, bastando representardeormasumáriaecoordenada,amovimentaçãoocorridaduranteoexercícionasdiversascontasdo PatrimônioLíquidodaempresa,conormemodeloabaixo: CONTABILIDADESOCIETÁRIA-MutaçõesdoPatrimônioLíquido
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CONTABILIDADE
Tabela 1
l a t o T s o d a l s u o m r c u u c L A a v r l e a s g e e R L
s o r c u L
o ã o s s n ã o ç r a e n c u p d e t L x e e e / R d p s a v r e s e R
s a i r s á a t v u r t e a s t e s R E
- a i a n o c v n r C ê e a g s r n e a i R p t s i e t l õ s e a ç v s t n n i o e I t p v a n a b r e C u a S p m
2 1 . 1 1
3 . 3
0 . 1
) 0 0 . 2 (
) 0 0 0 . 1 (
. 1
) 0 0 . 2 (
) 0 0 0 . 3 0 1 (
3 3 . 2
3 2 1 .
3
0 1 .
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0 1 .
1 . 1
0 0 0 . 2 2
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0 3 . 1 1
1 . 3
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0 0 0 .
0 3 .
0 . 2
0 .
) 0 0 3 . 1 (
2 .
-
) 0 2 3 . 3 1 (
-
0 0 1 . 0 2
0 . 2
) 0 0 1 . 0 2 (
0 . 2
e d o a ã n s s s e o i i õ g m ç Á E A
0 0 . 2
1 2
o l d a a z t i l i p a a e C R
0 0 0 .
a l i a o r i t ã á t e ç e p a e d r n C r o o o C M d s a v r e s e R
0 2 3 . 3 1
O X E D O R B M E Z E D E D 1 3 M E S O D L A S
0 0 0 .
S E R O I R E T N A S O I C Í C R E X E E D E T S U J A
s i e b á t n o c s o i r é t i r c e d a ç n a d u m e d s o t i e E
s e r o i r e t n a s o i c í c r e x e e d s o r r e e d o ã ç a c f i t e R
A I R Á T E N O M O Ã Ç E R R O C
: L A s T a I P v r A e C s E e r D e S s O o T r N c u E l M m U o A C
0 0 0 . 2
1 .
0 0 0 . 0 2
0 0 0 . 2 3 1
a d a z i l a e r o ã ç i r c s b u s r o P
O I C Í : C S R A E V X R E E S O E s D a R i E c O D n D I U S ê E g Q n Í Õ i L S t R n o O E C R V C E e U R D L
: O R C U L E D O : Ã s a Ç v A r e N I s T e R S / E p l D s a E a g e D i c L A n a T ê v S r e r O e P s s e O n R R a r P T -
o ã s n a p x E / a p i s r á r t o u c t u L a t e s E d a a v v r r e e s s e e R R -
) o ã ç a / p 0 , 0 $ ( r i u b i r t s i d a s o d n e d i v i D
1 X E D O R B M E Z E D E D 1 3 M E S O D L A S
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CONTABILIDADE
5 | ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 5.1GeraçãodasInormações Inormaçãoéoresultadodeumconjuntodedadosadequadamenteorganizadosequeazemsentidoao usuário,paraumadeterminadanalidade. Ográcoaseguir,apresenta,deormasimplicada,umsistemabásicodeinormaçõeseseusprincipais usuários:
SISTEMA CONVENCIONAL DE INFORMAÇÕES - ITENS AVALIÁVEIS EM $ USUÁRIOS EXTERNOS
ORGANIZAR COLETAR CLASSIFICAR
REGISTRAR CONFERIR CONCILIAR
INFORMAR • Demosntrações Finaceiras • Relatórios Gerenciais
• Acionistas • Governo • Clientes • Fornecedores
USUÁRIOS INTERNOS • Alta Administração • Gerência • Supervisão
Figura 1 – Sistema Convencional de Inormações
Valedestacar,noentanto,queomaisimportantedoqueterinormações(quenestemomentoaindase assemelhama,apenas,“dadosorganizados”),eaíestáagrandeimportânciadamatéria,ésabercomoequando utilizá-las.Queresultadosesperar?Queconclusõestirar?Quecaminhosseguir? Estasquestõesbásicaséqueomódulosepropõeadiscutircomosparticipantes.
5.2AnálisedasDF’s–oqueé? SignicaoentendimentoeaavaliaçãodasinormaçõescontidasnasDemonstraçõesFinanceiras.TalavaliaçãodeveserobtidanãoapenasnoBalançoPatrimonialeDemonstraçãodeResultadodoExercício,mastambém,nasdemaisdemonstraçõeseinormaçõesapresentadaspelaempresaa seranalisada,taiscomo;Relatórioda Administração,NotasExplicativas,DemonstraçãodasMutaçõesdoPatrimônioLíquido,OrigemeAplicações deRecursoseParecerdosAuditoresIndependentes.
5.3AnálisedasDF’s–quaisosobjetivos? PormeiodaanálisedasDemonstraçõesFinanceiraspodemosentenderassituaçõesEconômica,Financeira eOperacionaldeumaempresa.Estasinormaçõespodemnosauxiliaraembasarplanosdetrabalhocorretivos, FGV DIREITO RIO
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planosdeinvestimento,decisõesdecompraouvendadeempresasouunidadesdenegócios,avaliaçãodeplanos anteriormenteimplementados,entreoutrasnalidades. Ressalte-seaqui,queatécnicadeAnálisedasDemonstraçõesFinanceirasnãodeveserencaradacomoaúnica ouexclusivaormadeentendimentodeumaempresa.Eladeveser,semprequepossível,utilizadaemconjunto comoutrasormasdepesquisaeaeriçãodenúmeroseinormações.Entrevistascomexecutivosdaprópria empresa,comclienteseornecedores,combancos;einormaçõesobtidaspelaimprensa,sãooutrasormasrelevantesdeobtençãodeinormações. Ograndedierencial,noentanto,équeaAnálisedasDemonstraçõesFinanceiraspermitequenosorientemosnoquedeveestarsendoperguntadoouprocuradocomestasormasalternativasdepesquisa,alémde permitirqueasconsolidemoseatestemossuacorreçãoeveracidadepormeiodosresultadosedemaisnúmeros apresentadosnasDemonstraçõesFinanceiras.
5.4AnálisedasDF’s–comoutilizar? Aanálisedessasinormaçõesdeve sereitacommuitocritérioeatenção,paraextrairmoso melhorqueas DemonstraçõesFinanceiraspodemnosdar.CadasituaçãoqueseapresenterequerumtipodeAnálise. Imagine-seumbancoanalisandoumaempresa-cliente,paransdeconcessãodecréditopormeiodedescontode duplicatascomprazomédiode60dias.Estebancoestarápreocupado,provavelmente,comacapacidadedegeração decaixadaempresanumprazocurtíssimo,vistoqueaoperaçãoédeprazocurto;agora,omesmobancoanalisando amesmaempresa-cliente,paransdenanciamentodesuaprodução,comprazoprevistoderealizaçãoemdozemeses,comcerteza,teráos“olhos”voltadosparaalgunsoutrosatoresdemaislongoprazonaoperaçãodaempresa. Porém,seestivermosalandodomesmobancoedamesmaempresa-cliente,avaliandoonanciamentoda novaunidadeabril,queconsumirátrêsanosdeobrasemaisdoisanosparaatingirseupotencialdeprodução, asanálisestenderãoatomar,certamente,umterceirorumo,totalmentedierentedasanteriores. Esseéumexemplosimplesdasvariaçõesdeobjetivose,conseqüentemente,dosmecanismosaseremutilizados,quandoseanalisaalgumaDemonstraçãoFinanceira.
5.5OsUsuários Como mencionamosanteriormente, toda empresaoupessoaqueesteja envolvidacomumadeterminada empresaépotencialusuáriadeAnálisesdasDemonstraçõesFinanceiras. Cadaumcomseusobjetivos,cadaumutilizando-sedeíndiceseormasdeanálisesquemelhorsemoldem àssuasnecessidades,deornecedoresaclientes,deautoridadesa investidores, debancosa executivos,todos necessitamdestetipodeinormação,sobpenadeestarempondoemriscoseupatrimôniopróprio,oupior,o patrimôniodeterceirosemoperaçõesnãoadequadamenteanalisadas.
5.6FormasdeAnálises AAnálisedeDemonstraçõesFinanceiraspodeedevesereitacomautilizaçãodeíndiceseindicadoresque meçamdesempenhoeestratégias,avaliaçõesdesérieshistóricas(AnáliseHorizontal)e,também,deestruturas patrimoniais(AnáliseVertical). Quantoaosíndices,veremosemumitemmaisadiante. AsavaliaçõesdesérieshistóricasdeelementosdoBalançoPatrimonialedasDemonstraçõesdeResultados servemparamostrarorumoqueaempresavemtomandoaolongodotempo.Sãoinormaçõesimportantíssimasquenospermitemtraçargrácosdodesempenhopassadoepreveraspossibilidadesdedesempenhosuturos,semantidasascondiçõespré-existentes. FGV DIREITO RIO
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CONTABILIDADE
AsavaliaçõesdeestruturaspatrimoniaisservemparaavaliarmosopesoeaimportânciadecadagrupocontábilnoBalançoPatrimonialeDemonstraçãodeResultadosdaEmpresa.Contêm,também,inormaçõesquesão relevantesparaavaliarmosastrajetóriaspassadasetraçarmosastendênciasuturas.
5.7ExemplosdeAnálisesVerticaiseHorizontais
ATIVO
20X1 (A)
VERTICAL (%)
20X2(B)
VERTICAL (%)
HORIZONTAL (B/A)
Circulante
13.10
,3%
2.10
,3%
,3%
Realizável a L/Prazo
2.332
11,0%
321.122
11,0%
2,2%
Permanente
1.02.31
2,2%
2.1.22
,%
13,%
TOTAL
2.312.03
100,00%
2.3.
100,00%
1,%
PASSIVO
20X1(A)
VERTICAL (%)
20X2(B)
VERTICAL (%)
HORIZONTAL (B/A)
Circulante
310.20
13,2%
32.11
1,0%
1,1%
Exigível a L/ Prazo
32.1
1,0%
10.332
3,%
-,3%
Result. Exerc. Futuros
1.1
,%
1.02
,3%
-11,1%
Patrimônio Líquido
1..21
3,%
1.2.01
0,23%
30,3%
TOTAL
2.312.03
100,00%
2.3.
100,00%
1,%
Tabela 2
Tabela 3
5.8NecessidadedeComparações Aobservaçãodosíndiceseatentativadesetirarconclusõesdasinormaçõesapresentadas,semqueparaisto setenhaqualquertipodecomparação,poderesultaremerrosgravesdeinterpretação. Aobservaçãodeumdeterminadoíndice,isoladamente,temoseuvalorapenasemtermospontuais.Esteíndice,nestedeterminadomomento,épositivoounegativo.Entretanto,daíasetirarconclusões,queéoobjetivo maiordaAnálise,vaiumaenormedistância. FGV DIREITO RIO
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CONTABILIDADE
Poristo,quenaAnálisedasDemonstraçõesFinanceirastemosaoportunidadedenosorientarpelodesempenhodeumoudediversosíndices,relativosaumamesmaempresa,aolongodotempo.Podemos,comisso, começaratirarconclusõesdeperormancee/oudosresultadosdeaçõestomadasaolongodotempo.Podemos, ainda,perceberaaçãodaconcorrênciaouturbulênciasdemercado. Poroutrolado,temosmeiosdecompararváriasempresasdeummesmosegmentodemercado(concorrentes). Essaavaliaçãonospermiteconrontarosdesempenhossetoriais,asaúdedosconcorrenteseconcluirouinterpretarcomodeterminadasações,tomadasinternaouexternamente,serefetemnasdiversasempresasanalisadas. Omesmoéválidocomrelaçãoaavaliaçãododesempenhodeunidadesdeummesmogrupoeconômico localizadas,hipoteticamente,emcidadesouregiõesdistintas,detectando-sesuaspeculiaridadesemaneirasde reagiremadeterminadosestímulosdaAdministração.Oimportante,aqui,échamaràatençãoparaanecessidadedeusarmosalgumtipodecomparação,quenorteienossosestudos.
5.9CuidadosnousodosÍndices Emboratenhamosinsistidonanecessidadedecomparaçõesnousodeíndices,somosobrigados,agora,ainsistirna necessidadedetermosextremocuidadonousodessasmesmasinormações.Extremocuidadonascomparações. Portanto,aousarmossérieshistóricas,dadoscomparativosdaconcorrência,dadosregionais,devemostentarentender eexpurgarasdistorçõescontidasnasDemonstraçõesFinanceiras,ounosdadoseinormaçõesqueasgeraram. Issoimplicaemestarmosatentosapossíveisdistorçõesprovocadasourelacionadaspor: a.EeitosInfacionáriosaolongodotempo; b.PrincípioseConvençõesContábeis: • Conservadorismo; • ConsistênciadeProcedimentosContábeis; • AlteraçõesdeSistemasdeCusteios; • MudançasdeCritériosdeAvaliaçãodeAtivosetc.
5.10PrincipaisÍndiceseIndicadoresUtilizados Peladiversidadedeobjetivos,usuários,executores,empresasemercadosdeatuação,existemtambém,inúmerosíndicesdeAnálisedeDemonstraçõesFinanceiras. Apresentamos,aseguir,algunsíndices(ouquocientes),maiscomumenteutilizadosnodia-a-diadasempresas.
5.10.1CapitalCirculanteLíquido CCL = ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE Representaosrecursosqueaempresadispõeparaazerrenteaoscompromissosdecurtoprazo.Logicamente,quantoMAIORosaldo,melhorasituaçãodaEmpresa.Oidealéquesejapositivo.
5.10.2LiquidezImediata =
DISPONIBILIDADES PASSIVOCIRCULANTE
Representaoqueaempresadispõedeimediato,paraazerrenteaoscompromissosdecurtoprazo.Quanto MAIORoÍndice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1. FGV DIREITO RIO
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CONTABILIDADE
5.10.3 Liquidez Corrente
=
ATIVOCIRCULANTE PASSIVOCIRCULANTE
Representaoqueaempresadispõedeimediato,acrescidodosbensedireitosconversíveisemdinheirono curtoprazo,paraazerrenteaoscompromissostambémdecurtoprazo.QuantoMAIORoÍndice,melhora posiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1.
5.10.4 Liquidez Seca
=
ATIVOCIRCULANTE-ESTOQUES PASSIVOCIRCULANTE
Representa,deormaconservadora,asituaçãodeliquidezdecurtoprazodaempresa.QuantoMAIORo Índice,melhoraposiçãodaEmpresa.Oidealéquesejamaiorque1.
5.10.5LiquidezGeral
=
ATIVOCIRCULANTE+REAL.L/PRAZO PASSIVOCIRCULANTE+EXIG.L/PRAZO
Representaasituaçãodeliquidezdaempresanolongoprazo.QuantoMAIORoÍndice,melhoraposiçãoda Empresa.Oidealéquesejamaiorque1,emboraosresultadosuturoseauturageraçãodecaixadaoperação tendamamelhoraresteíndice.
5.10.6 Endividamento (Debt Ratio)
=
EXIGÍVELTOTAL(CURTOELONGOPRAZOS) PASSIVOTOTAL
RepresentaoEndividamentojuntoaterceirosemrelaçãoaototalderecursosaplicadosnaempresa.Quanto MENORoÍndice,menosendividadaestáaEmpresa.
5.10.7 Prazo Médio de Recebimentos
=
CONTASARECEBER(MÉDIA) VENDASMÉDIAS
RepresentaoprazomédioqueaempresademorapararecebersuasVendas.Possuiavarianteparasecalcularo“PrazodeRecebimentodasVendasaPrazo”,substituindo-seVendasMédiasporVendasMédiasaPrazo. QuantoMENORoíndice,maisrápidoaEmpresarecebesuasVendas.
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CONTABILIDADE
5.10.8 Prazo Médio de Pagamentos
= FORNECEDORES(MÉDIA) COMPRASMÉDIAS RepresentaoprazomédioqueaempresatemparapagarsuasCompras.Tambémpossuiavarianteparase calcularo“PrazodePagamentodasComprasaPrazo”,substituindo-seComprasMédiasporComprasMédiasa Prazo.QuantoMAIORoíndice,maislongoéoprazodepagamentosdequeaempresadispõe.
5.10.9 Posicionamento Relativo
=
PRAZOMÉDIODERECEBIMENTOS PRAZOMÉDIODEPAGAMENTOS
Representaodescasamento(dierencial)entreosprazosderecebimentosedepagamentos.Quanto MENORoíndice,maioréaolgadeliquidezqueaempresaapresenta.Oidealéquesejamantidoabaixode1.
5.10.10 Giro do Ativo Operacional e do Ativo Total
=
RECEITASOPERACIONAISLÍQUIDAS ATIVOOPERACIONALMÉDIO
=
RECEITASLÍQUIDAS ATIVOTOTALMÉDIO
RepresentamquantasvezesoAtivo(OperacionalouTotal)“gira”pelasReceitasgeradasnoperíodo.Quanto MAIORoíndice,melhoréaperormancedaempresa.
5.10.11 Giro dos Estoques
=
CMV ESTOQUEMÉDIO
RepresentaquantasvezesoEstoque“gira”pelasVendasrealizadasnoperíodo.QuantoMAIORoíndice, melhoréaperormancedaempresa,emenoréanecessidadederecursos“aplicados”emestoques. Deormainvertida,
=
ESTOQUEMÉDIO CMV
RepresentaquantosdiasdeEstoqueaEmpresamantémparaumdeterminadoníveldeVendas.Inversamente aoanterior,quantoMENORoÍndice,melhoréaperormancedaempresa.
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5.10.12 Margem Operacional e Margem Líquida
=
LUCROOPERACIONAL VENDASLÍQUIDAS
=
LUCROLÍQUIDO VENDASLÍQUIDAS
Representama rentabilidadeoperacionalelíquidasobreVendas.QuantoMAIORESos Índices,maior a rentabilidadedaempresa.
5.10.13 Retorno Sobre Investimento
=
LUCROLÍQUIDO ATIVOMÉDIO
RepresentaoretornoqueaEmpresaestáapresentandoem relaçãoaosinvestimentosrealizados. Quanto MAIORoresultado,maiororetornodasoperaçõesdaempresaemelhoroseudesempenho.
5.10.14 Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
=
LUCROLÍQUIDO PATRIMÔNIOLÍQUIDOAJUSTADO
RepresentaoretornoqueaEmpresaestádandoaosacionistas.QuantoMAIORoresultado,maiorarentabilidadedoacionista.
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CONTABILIDADE
6 | BIBLIOGRAFIA Título:IntroduçãoÀTeoriadaContabilidade-ParaoNíveldeGraduação-3ªEdição2002 Autor:Iudícibus,Sérgiode;Marion,JoséCarlos Editora:Atlas Edição:3/2002 Título:ManualdeContabilidadedasSociedadesPorAções(aplicávelÀsDemaisSociedades)-6ªEdição2003 Autor:Iudícibus,Sérgiode Editora:Atlas Edição:6/2003 Título:ContabilidadeIntrodutória-9ªEdição1998 Autor:Iudícibus,Sérgiode Editora:Atlas Edição:9/1998 Título:ContabilidadeBásica-7ªEdição2004 Autor:Marion,JoséCarlos Editora:Atlas Edição:7/2004
© Todos os direitos de conteúdo reservados ao autor Bessa, Sérgio. Fundamentos de Contabilidade. 1ª ed. R io de Janeiro; FGV Direito Rio – 45p.
Bibliografa 1. Contabilidade; 2. Sistema básico de inormações; 3. Análise de demonstrações fnanceiras.
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ANEXO
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SERGIO BESSA é administrador com MBA em Administração e Finanças e diversos cursos complementares em Administração de Empresas, no Brasil e no exterior. Mestre em Direito Empresarial com especialização em Concorrência e Regulação de Mercado. Superintendente do Banco Bozano, Simonsen, onde trabalhou por 1 anos, sendo um dos principais executores do processo de reengenharia que reposicionou o Banco no mercado. Atuou em diversos processos de privatização e de avaliação e compra de empresas pelo Banco Bozano Simonsen. Auditor da Price Waterhouse, Gerente de Auditoria do Banco Bozano Simonsen, e da G.S.I. (Grupo Gerdau + I.B.M.). Respondeu também pela Auditoria do Banco Meridional, reorganizando seu quadro e redirecionando sua atuação a partir da privatização do Banco. Atualmente presta consultorias na área Administrativa e Financeira a empresas de pequeno, médio e grande porte, em todo o Brasil. Proessor dos cursos da FGV nas cadeiras de Contabilidade, Administração e Finanças, de Custos e Formação de Preços, de Business Games para Gestão de Empresas nos cursos de MBA em Management, em Marketing, em Direito Empresarial, em Gestão em Saúde, em Gestão de Projetos e de Gestão Empresarial. Coordenador do módulo de Contabilidade nos cursos de Pós Graduação na FGV-PEC.
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