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ESTRELA DE SORRISO N.º 40
SOB OS AUSPÍCIOS DA G L E M T CNPJ/MF: 06.068.114/0001-50 Av. Noêmia Tonelo Dal Molin, 2001. Sorriso/MT – Sorriso/MT – 78890-000 78890-000
TELHAMENTO E TROLHAMENTO Ap M Evandro Machado Ap M Gelson Betemps Bauer Ap M Rafael Esteves Stellato C M Daniel Fedrizzi C M Fábio Tibes C M Flávio Alexandrino Litvinski C M Jonas Meier
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Sessões as terças-feiras na Av. Noêmia Tonelo Dal Molin, 2001 – Sorriso/MT. Sorriso/MT.
9º. ERAC – ERAC – Lucas Lucas do Rio Verde/MT
INTRODUÇÃO Apesar de traduções literais bem distintas, percebe-se isto quando avaliamos diferentes Ritos e/ou Potências, ambas as expressões tem o mesmo objetivo, ou seja, o ato de examinar um Ir desconhecido, certificar-se de sua condição de Maçom e também comprovar o grau deste, ou ainda a ação de examinar os visitantes desconhecidos, de forma a impedir a entrada de profanos em Loja. Ou quem sabe de uma forma ainda mais genérica, o exame das credenciais de quem, sendo desconhecido da Loja (visitante), pretende participar de uma reunião maçônica, pode e terá termos diferentes. Isto porque as Grandes Lojas Brasileiras ad otam o termo “Trolhamento”, enquanto GOB e GOE utilizam o termo “Telhamento”. Entende-se que a palavra “Trolhamento” vem de “Trolha”, nome da colher que o pedreiro usa para misturar e espalhar o cimento sobre a superfície a ser trabalhada. Do outro lado, entende-se por “Telhamento” o ato ou ação “Telhar”, cobrir de telhas. O objetivo deste trabalho foi baseado única e exclusivamente na busca do entendimento dos dois termos, ou seja, entendermos os reais motivos da utilização de uma, e de outra expressão. Analisarmos que, apesar de não serem sinônimos, são utilizados como tal. Mas principalmente gostaríamos de entender a origem destas palavras tão usadas em nossos rituais maçônicos. Vale ressaltar que em hipótese alguma almejamos confrontar as duas expressões no intuito de encontrarmos a mais correta, ou ainda pior, a expressão incorreta, mas principalmente que não tomaremos partido por uma ou outra Potência e expressão.
DESENVOLVIMENTO S M? Já de imediato vem à indagação que nos faz pensar muito profundamente antes de prosseguirmos. Qualquer iniciado saberia responder automaticamente esta pergunta, e no automático a mesma acaba tornando-se até simplória, porém se nos aprofundarmos nela, veremos o “peso” a que esta sentença se refere. Partiremos de um princípio em que acreditamos que ninguém vira Maçom, e sim nasce! Logo, aquele que estiver entre CCol , respondendo de coração M I C T M R , inicia comprovando tamanha sua humildade, visto que o mesmo não se acha Maçom, mas sim, e somente é R como T por seus IIr . Tal humildade demonstrada em palavras deve tocar profundamente o coração de quem as profere. D O V? Quando respondemos está segunda pergunta, tenhamos certeza que de onde viemos não é um lugar comum, mas sim um local especial e sagrado, abençoado e purificado pelos elementos. Q T? Costume antigo ao visitar algum ente querido ou pessoa distante era presenteá-lo com o que havia de melhor. Hoje ainda, utilizamos este costume nas comemorações dos aniversários. Sempre com nossa bolsa repleta de bons fluídos e vibrações positivas, nos encaminhamos à porta de um T, com intenção real de encontrarmos após estas portas, IIr verdadeiros em busca da mesma e hegemônica senda. Afirmando assim a máxima: “É dando que se recebe”. O Q M T? A saudação de seu superior imediato, lembrando porém, que o Ir quando Vis é o representante legal de sua Loj naquela Of , cabendo ônus e bônus caso intervenha de qualquer forma
na cerimônia. É a afirmação da responsabilidade para com que veio. É o comprometimento com a Ord e principalmente com sua própria Loj . Q S F E V L? Percebe-se aqui que o Trabalho é fundamentalmente o mais importante dentro da Loja. Não só o Desb da P, mas a labuta em busca da fé. Sois livre para fazer o que desejais, mas sem esquecer que a liberdade é o direito de fazer aquilo que a Lei permite. Q F A? Como ousas interferir em nossos TTrab ? Sabeis porventura o seguimento desta união de homens livres e de bons costumes reunidos aqui? Se, em Loja regular, tranquilize-se, pois o propósito é o mesmo, devendo encontrar dentro de si próprio a melhor resposta, mesmo que seja exatamente a mesma descrita no ritual de Ap . Q D? Nada mais que o merecido. O lugar que almejas é seu por direito. Voltando a busca do tema original, Telhamento ou Trolhamento? Muitos intelectuais IIr já dissertaram sobre o assunto, e sobre qual seria o termo correto. Isto porque como foi citado anteriormente, Grandes Lojas, GOB e GOE utilizam termos distintos. Estudiosos como José Castellani, Rizzardo de Camino, e outros, concordam que o tema correto é “telhamento”, justificando que “telhamento” tem relação com telhado, cobertura, que simboliza a proteção da Loja. Assim acredita-se que a Loja esteja protegida, evitando que caia água dentro do Templo, ou imune a possíveis “goteiras” . Ou seja, as Lojas Maçônicas reúnem “a coberto”, isto é, em privado, sem a presença de quem não é maçom. Outra teoria que comprova o termo “Telhamento” é oriunda da língua inglesa, visto que o cobridor de uma Loja Maçônica é conhecido como Tyler. Etimologicamente, o termo vem do substantivo “tyle”, cujo significado em português é telha. No inglês, para identificarmos o agente de uma ação ligada a este, coloca-se a letra “r”, ou seja, “tyle” (telha), “tyler” (telhador). Na vida comum, o telhador é o profissional encarregado de cobrir de telhas ou azulejos uma estrutura qualquer. Trolhar por sua vez significa outra coisa: como a Trolha é a colher de pedreiro responsável por aparar as rugosidades, estas representam as divergências entre IIr , logo o Trolhamento é responsável pelo apaziguamento de Obreiros. Porém, quando consultamos o Dicionário Priberiam da Língua Portuguesa, o dicionário do chamado “português europeu”, lembrando somente que o R E A A praticado no Brasil tem suas raízes na França e em Portugal, devido também a muitos IIr brasileiros terem iniciado na Maçonaria durante intercâmbios em Lisboa nos meados do século XIX, o significado da palavra Trolha como sendo o “operário que assenta e conserta telhados”. Já o termo “telhador” significa no mesmo dicionário “aquele que telha”, e o verbo “telhar” significa “cobrir com telha”. Logo, em Lisboa quando temos uma goteira em casa, deveremos chamar “o trolha” para consertar o telhado, e este faz um “trolhamento”, ou seja, um exame para verificar se não há uma telha quebrada, fora do lugar ou defeituosa, de forma a evitar uma possível “goteira”. Partindo deste princípio, “telhamento” se caracteriza pela construção de um telhado, enquanto que “Trolhamento” vem a ser o conserto do mesmo. Iremos além então, pois o Templo já está construído, o verificador irá tão somente verificar se não há a existência de uma “telha” fora do lugar ou defeituosa, para assim evitar a presença de “goteiras”.
CONCLUSÃO Após nossa pesquisa em cima do tema, entendemos e chegamos a conclusão de que aceitamos como verdadeira ambas as expressões, visto que a língua é um coisa viva, evoluí, e por muitas vezes passa por variáveis culturais e também, na maioria das vezes, variações populares. Isto comprova-se com a teoria de que se não houvesse evolução, quem sabe, ainda estaríamos no latim. Acreditamos que está “evolução”, acabou fazendo duas expressões que não são sinônimos, passarem a serem utilizadas como tais, “Telhar” e “Trolhar”, “Telhamento” e “Trolhamento”. Isto basicamente em função desta característica típica da língua portuguesa, aceitar as adaptações, tanto regionais quanto culturais. Logo, fica impossível de julgarmos uma ou outra expressão como sendo verdadeira ou falsa, pois ambas consagraram-se pelo uso, mas principalmente por tamanha importância, a de proteger nosso Templo e Loja das chamadas “goteiras”, tanto de profanos curiosos, como IIr de graus divergentes da Sessão em questão. Concluímos ao final que, mais uma vez nossa sublime Ordem, prova sua grandiosidade, comprovada por nossa evolução, pois aprendemos com o Pavimento Mosaico a conviver com as diferenças, ou seja, sabemos da diferença das expressões, sabemos também que apesar de não se tratarem de sinônimos, são usados como tais, e mesmo assim entendemos e aceitamos as diferenças, sabemos do valor em nossa ritualística, além da importância para conservação de nossa discrição, e é claro da perpetuação da Ordem.
BIBLIOGRAFIA - www.noesquadro.com.br. - Constituição de Anderson, 1723, Introdução, Comentário e Notas de Cipriano de Oliveira, Edições Cosmos, 2011. - www.focoartereal.blogspot.com.br/2013/08/o-trolhamento.html - https://www.blogger.com/comment.g?blogID=29267133&postID=5086955243113124760 - http://a-partir-pedra.blogspot.com.br/2012/07/regras-gerais-dos-macons-de-1723-xi.html