Guirado , M. (2004). (2004). Psicologia Institucional. Institucional. EPU: São Paulo Paulo
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Georges Lapassade: Lapassade: Filósofo e sociólogo francês (1924-2008). Embora as contribuições de Lapassade não sejam nomeadas pelo auto autorr como como “Psicologia Ins sua prod produç ução ão te teór óric icaa é Institucional” – sua fundamental para compreendermos este campo de problemas. Lapa Lapassa ssade de busco buscou u comp compre reend ender er a dialé dialéti tica ca da dass rela relaçõ ções es entr entre e grupos, organizações e instituições e instituições e nomeou sua perspectiva como “Análise Institucional ”.
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No Brasil, Brasil, suas contribuições ganharam força a partir dos anos de 1970 – ress ressal alta tand ndo o o car caráter áter sociol sociológ ógic ico o e polí políti tico co do trab trabal alho ho institucional. “ A análise institucional é uma maneira singular de entender o que são as relações instituídas, bem como a forma de trabalha-las ou agir sobre elas como psicólogo [...]. Sua proposta busca estabelecer um método de compreensão das relações que os indivíduos e os grupos mantêm com as instituições”.
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A análise institucional busca articular diferentes campos do conhecimento, como a Psicologia Social, a sociologia e a Pedagogia.
Pedagogia Institucional: Crítica a uma pedagogia autoritária; Busca redimensionar o espaço, educador/educando. •
o
tempo
e
a
relação
Psicologia Social/Institucional: Compreensão das instâncias institucionais que impedem o desenvolvimento do sujeito ou a superação de situações de sofrimento. •
Psicossociologia: Estudo dos pequenos grupos. Dinâmica de grupos. •
A Análise institucional busca realizar uma CRÍTICA ÀS INSTITUIÇÕES. Seu objetivo não é questionar a eficácia ou a função das instituições – uma vez que elas realizam a mediação entre indivíduo e sociedade e, neste sentido, as instituições sempre cumprem uma função social específica. OBJETIVOS: Desvelar a instituição; explicitar suas estruturas; explicitar relações de poder;
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A Análise Institucional não especifica um tipo de instituição privilegiada em suas investigações. Assim, as consequências e implicações práticas da teoria são limitadas – uma vez que para cada instituição, as ações do psicólogo sofrerão alterações. A PROPOSTA DE LAPASSADE PARTE DA NECESSIDADE DE QUESTIONAR O INSTITUIDO E INDICA A AUTOGESTÃO COMO UMA FORMA DE SUPERAR CONFLITOS NO INTERIOR DAS INSTITUIÇÕES.
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Esta discussão encontra-se em uma obra clássica de Lapassade: “Grupos, organizações e instituições” e considera a realidade social em três diferentes níveis. INSTITUIÇÕES
ORGANIZAÇOES
GRUPOS
“Toda relação social se faz, sempre, nos grupos. Estes, por sua vez,
podem vir a configurar organizações e são, ambos, sobredeterminados pelas instituições” (Guirado, 2004, p. 55).
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É a base da vida cotidiana: Classe X Escola; Família X Sociedade; entre outros). O grupo guarda em si normas específicas – que relacionam-se com a instituição da qual fazem parte: Horários; ritmos de operação; normas; sistemas de controle; estatutos).
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Há sempre a mediação da instituição no grupo. É neste sentido que Lapassade indica que “o grupo é o primeiro nível institucional”. OBJETIVO DO GRUPO: Manutenção da ordem; organização de aprendizado e de produção.
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O segundo nível da realidade ou do sistema social é o da ORGANIZAÇÃO, com seus regimentos e regulamentos: estabelecimento
de ensino ou administrativo;
uma
fábrica, um clube; ONGs; •
A organização é o ‘equipamento’, considerado em suas condições materiais, espaciais
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No nível das organizações, as NORMAS JURÍDICAS fazem a ligação entre a sociedade civil e o estado. É a dimensão concreta da BUROCRACIA. As organizações estão excluídas da elaboração e prescrição de regimentos e normas de conduta – uma vez que tal papel cabe ao ESTADO. Assim, é neste nível que a direção dos estabelecimentos (organizações) representam o poder central e está em relação direta com ele.
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O terceiro nível da realidade social é o ESTADO – a instituição propriamente dita. ESTADO = Conjunto de leis que regem a conduta social. IMPORTANTE: Lapassade, ao definir os três níveis da realidade social, reformula o conceito de instituição. Na perspectiva do autor, a instituição se identifica com o instituído e pauta todas as relações sociais.
“O termo instituição NÃO designa as formas materiais do prédio, ou a
distribuição hierárquica mais imediata de uma empresa, escola ou hospital. [...]. A instituição é algo como ‘o insconsciente em Freud [...] não é localizável e [...] imediatamente problemático’. Ou seja, está presente nas ações aparentemente menos significativas e isso não nos é dado à consciência” (Guirado, 2004, p. 56). A instituição é uma forma geral de relações sociais.
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É fundamental não confundirmos os conceitos de instituição e organização – uma vez que, se tomarmos por instituição uma organização específica, estaremos realizando uma análise organizacional e não uma análise institucional propriamente dita. O conceito de instituição marca uma diferença fundamental entre as perspectivas de J. Bleger e Lapassade, uma vez que o último considera a instituição como uma realidade abstrata e não empírica.
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“No caso da loucura, por exemplo, o isolamento, a separação entre loucos e normais, a instituição da doença mental é que deve ser considerada a instituição, e não um hospital em particular. Este é apensas um dispositivo material para que a separação se dê. Neste nível se definirá o objeto da análise institucional. A análise organizacional implicaria na análise da situação de um hospital em particular. Os hospitais são as formas de se particularizar tal instituição; eles a instrumentam” (Guirado, 2004, p. 57).
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INSTITUÍDO: Aquilo que já está estabelecido; é o caráter fixo das normatizações e a cristalização das relações. INSTITUINTE: É a capacidade de inventar novas formas de relação. É o movimento das instituições, ou seja, é o que garante a possibilidade de mudança.
“O Brasil vivia uma delicada transição política envolvendo a crise
do populismo e a instalação de um regime ditatorial. Chegando ao poder no ano de 1964, os militares alegavam que o país era seriamente ameaçado por uma revolução que envolveria a ação de estudantes, movimentos sociais e sindicalistas influenciados pelo comunismo”.
“Já nessa época, alguns militantes
estudantis e outras lideranças de esquerda acreditavam que a via democrática e os partidos políticos não seriam capazes de ameaçar o governo militar. Desse modo, preferiram organizar guerrilhas rurais e urbanas que tentavam desestabilizar o regime através de assaltos, sequestros e ataques contra os possíveis representantes do regime”
“No dia 26 de junho, a Passeata
dos Cem Mil, ocorrida no Rio de Janeiro, reuniu trabalhadores, políticos, artistas, professores, religiosos e estudantes decididos a questionar a repressão daqueles tempos. Apesar de ter um clima pacífico, essa passeata serviu de exemplo para que eventos de semelhante natureza acontecessem em outros pontos do país, intensificando o repúdio ao governo militar”
O “Diretas Já” foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.
Após muitos anos de ditadura militar e eleições indiretas para presidente, uma campanha popular tomou as ruas para pedir o afastamento do cargo do presidente Fernando Collor de Melo. Acusado de corrupção e esquemas ilegais em seu governo, a campanha “Fora muitos Collor” mobilizou estudantes que saíram às ruas com as caras pintadas para protestar contra o presidente.
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Ao buscar novas formas de relação ou de institucionalização das relações sociais, aquilo que é instituinte acaba por se tornar o instituído – mas permanece sempre, ainda que sob controle, na condição de retornar como algo reprimido.
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Lapassade indica que a instituição primeira é o Estado – uma vez que é ele o responsável pela normatização e legitimação de todas as outras instituições. Em sua condição de instrumento privilegiado das classes dominantes, o estado é a Lei e – com ela – a repressão.
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ESTADO IDEOLOGIA: Tendo em vista que o estado tem se expressado na história como um instrumento privilegiado de exercício de poder, é fundamental considerarmos a IDEOLOGIA como um mecanismo que busca justificar as assimetrias da realidade. A IDEOLOGIA é um mecanismo coletivo de repressão – fundamental para o desconhecimento social acerca das determinações do indivíduo. É um desconhecimento provocado pela repressão social do sentido daquilo que fazemos, pensamos ou falamos na vida cotidiana.
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Ao controlar a educação e demais meios de apropriação cultural nos grupos e relações sociais, o estado instaura a autocensura – cristalizando e naturalizando desigualdades sociais, agindo em prol da manutenção do status quo, ou seja, o instituído. A rigidez do Estado, em seus mecanismos de manutenção de relações de poder, o torna uma instituição autônoma inversão meios e fins.
Sobre a inversão entre meios e fins: •
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O estado, instituição delimitada para assegurar participação social e apropriação de bens culturais de forma igualitária, ou seja, delimitado para possibilitar a formação/realização do indivíduo, torna-se um fim em si mesmo. Os indivíduos passam a atuar de modo a manter a lógica social vigente. Lapassade indica que a manutenção dos processos instituintes é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa. Os processos instituintes tem natureza dialógica – impõem dinâmica às estruturas sociais impedindo sua cristalização e automação.
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Embora o termo ‘burocracia’ traga à mente papéis, ofícios,
memorandos e o universo das organizações em geral, Lapassade também amplia este conceito indicando que: “Antes de tudo, a burocracia é uma questão política”
(Georges Lapassade)
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A burocracia é uma relação de poder que atravessa a vida social em todas as suas relações e dimensões.
Lazer:
Turismo X Férias/Excursões programadas; Trabalho: Controle externo da produção e dos modos de trabalho; Política: Partidos políticos; Controle do processo político e da participação social; Inversão meios e fins.