Materiais Estruturais: Cerâmicas Dandara Cristina Cembranel, Douglas Junior Hemeque, Leo Sordi Mirela Tavares. Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC 89813-000, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Curso Superior de Engenharia de Controle e Automação Ciência e Tecnologia dos Materiais E-mail:
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Resumo: Propriedades tais como a facilidade de conformação, baixo custo e densidade, resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, fizeram com que q ue os materiais cerâmicos tradicionais conquistassem posições de relevo r elevo em diferentes sectores industriais e artísticos. Algumas destas propriedades, nomeadamente, a resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, cedo fascinaram muitos industriais, no sentido de pr oduzirem peças técnicas nestes materiais, os cerâmicos de Engenharia. Contudo, todos os esforços desenvolvidos sempre depararam com o mesmo problema, a fragilidade destes materiais. Neste texto, referem-se aplicações de cerâmicos tradicionais e de Engenharia, em função das suas microestruturas e propriedades e como é fabricada. Palavras Chaves: cerâmicas, vidros, argila, refratários, tratamento térmico.
I. INTRODUÇÃO Os materiais cerâmicos são materiais inorgânicos e não-metálicos, e são compostos formados entre elementos metálicos e não metálicos, as ligações interatômicas são total ou predominantemente iônicas, porem tendo algum caráter covalente. O termo cerâmica vem do grego
keramikos,
que significa “matéria queimada”, indicando que suas propriedades
desejáveis são adquiridas através de um tratamento térmico de alta temperatura chamado cozimento.
II. DESENVOLVIMENTO 1. ESTRUTURAS As cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, e suas estruturas cristalinas são geralmente mais complexas que a dos metais. A ligação nesses tipos de materiais varia de iônica a covalente, sendo que o nível do caráter iônico depende da eletronegatividade dos átomos.
1.1. Estruturas Cristalinas Para os materiais cerâmicos predominantemente iônicos, as estruturas cristalinas são compostas por íons eletricamente carregados. As características dos íons que influenciam a
estrutura do cristal são: a magnitude da carga elétrica em cada um dos íons componentes, e os tamanhos relativos de cátions e ânions. Referente à primeira característica o cristal deve ser eletricamente neutro. O segundo critério critér io envolve envolve os raios ra ios iônicos dos cátions (r c) e ânions ( r a), onde o valor da razão
r c /r a
está diretamente ligado ao número e geometria de coordenação da
estrutura. O número de coordenação é o número de ânions que são vizinhos mais próximos próximos de um cátion.
1.1.1 Estrutura Cristalina Cristalina Tipo AX Os compostos AX são aqueles em que o número de cátions é igual ao número de ânions. Existem diferentes estruturas para esses compostos e são denominados em referencia a um material comum que assume a estrutura estrut ura específica. A estrutura cristalina AX mais comum é a do cloreto de sódio (NaCl) ou sal-gema. O número de coordenação para ambos os íons é 6. E a estrutura é gerada a partir de um arranjo CFC dos ânions, com um cátion no centro do cubo e no centro das 12 arestas do cubo. Materiais cerâmicos comuns que possuem essa estrutura est rutura são o NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO. Na estrutura cristalina do cloreto de césio (CsCl) o número de coordenação para ambos os tipos de íons é 8. Os ânions estão localizados nos vértices do cubo enquanto no centro do cubo existe um único cátion, ou vice-versa. A estrutura da blenda de zinco (ou esfalerita) possui o número de coordenação 4, e todos os íons possuem conexão tetraédrica. Na maioria das vezes, a ligação atômica dos compostos que possuem essa estrutura é altamente covalente.
1.1.2 Estrutura cristalina cristalina do tipo AmXp Se os cátions e ânions apresentarem cargas diferentes, poderá existir um composto com fórmula AmXp, onde m e/ou p são diferentes de 1. Um exemplo é o composto CaF2, onde o número de coordenação é 8, os íons do cálcio estão posicionados nos centros de cubos, enquanto os íons de flúor estão nos vértices. A estrutura cristalina é semelhante a do CsCl, exceto pelo fato de somente metade das posições no centro dos cubos estão ocupadas.
1.1.3 Estrutura cristalina Tipo AmBnXp Este é o tipo de estrutura de compostos cerâmicos com mais de um cátion. No caso do titanato de bário (BaTiO3), possui dois cátions o Ba2+ e o Ti4+. Esse composto possui a estrutura cristalina d perovskita. Os íons Ba2+ estão localizados em todos os oito vértices enquanto um íon Ti4+ se encontra no centro do cubo, com os íons O2- no centro das seis faces do cubo.
1.1.4 Estruturas cristalinas a partir de ânions com arranjo compacto Os planos compactos são compostos normalmente pelos ânions (dimensões maiores), e na medidas que os planos são empilhados pequenos interstícios onde os cátions (dimensões menores) podem se alojar são criados. Existem dois tipos de posições intersticiais: a posição tetraédrica (envolvendo quatro átomos) e a posição octaédrica (envolvendo seis átomos), onde os números de coordenação são 4 e 6 respectivamente.
1.2 Cerâmicas a Base de Silicatos São compostos principalmente por silício e oxigênio. A maior parte dos solos, rochas, argila e areia se enquadra nessa classificação.
1.2.1 Sílica O silicato mais simples é o dióxido de silício, ou sílica (SiO 2), ele consiste em uma estrutura tridimensional gerada quando quando os átomos de oxigênio oxigênio localizado nos vértices de cada tetraedro são compartilhados por tetraedros adjacentes. Com o arranjamento dos tetraedros de forma regular e ordenada é formada uma estrutura cristalina. A sílica possui três formas cristalinas polimórficas principais que são quartzo, cristobalita e tridimita. As estruturas cristalinas da sílica são relativamente complicadas e abertas, e por isso apresentam massas específicas baixas. A sílica pode existir como um sólido ou vidro não-cristalino, que possui alto nível de aleatoriedade atômica, e é chamado de sílica fundida ou vítrea. Apesar de a unidade básica ser o tetraedro SiO4 não existe uma ordem no arrajamento das estruturas. Nos vidros comuns inorgânicos comuns são adicionados óxidos como Na 2O e CaO, e seus cátions são incorporados e modificam a rede SiO 4, são conhecidos como modificadores de rede. Existem também os intermediários que substituem o silício e se tornam parte da rede e a estabilizam, TiO2 e o Al2O3, são exemplos de óxidos intermediários. Esses óxidos quando adicionados reduzem o ponto de fusão e viscosidade de um vidro. Nos minerais a base de silicatos um, dois, ou três átomos de oxigênio são compartilhados com outros tetraedros para formar estruturas mais complexas. Alguns possuem a fórmula
i
, i -, i -. Os cátions como Ca 2+, Mg 2+ e Al3+ servem para compensar as cargas
negativas i- de modo a alcançar a neutralidade das cargas, eles também ligam ionicamente entre si os tetraedros tetr aedros de SiO4.
1.3 Carbono O carbono existe em várias formas polimórficas assim as sim como no estado amorfo.
O diamante é um polimorfo metaestável do carbono, à temperatura e pressão ambientes, e sua estrutura cristalina é uma variação da blenda de zinco, dessa forma cada carbono está ligado a outros quatro carbonos sendo as ligações totalmente covalentes. O diamante é extremamente duro, possui condutividade elétrica muito baixa e alto índice de refração, é usado no polimento e corte de outros materiais. A grafita é outro polimorfo do carbono, que possui estrutura cristalina diferente e mais estável que a do diamante em condições ambientes. A grafita possui uma estrutura hexagonal, onde cada carbono se conecta a três carbonos vizinhos coplanares através de ligações covalentes. Ela possui excelentes propriedades lubrificantes, elevada resistência e boa estabilidade em temperaturas elevadas, e levadas, alta condutibilidade térmica, boa usinabilidade. Outro polimorfo é o fulereno, que é um aglomerado esférico e oco composto de 60 átomos de carbono, e são formados por grupos de carbono com formas geométricas hexagonais e pentagonais. As unidades de C 60 formam uma estrutura cristalina e se compactam em um arranjo CFC. Como um sólido cristalino puro, o composto é isolante, porém com adições adequadas de impurezas se torna altamente alta mente condutor e semicondutor.
2. PROPRIEDADES MECÂNICAS Materiais cerâmicos têm a sua aplicabilidade limitada em certos aspectos devido às suas propriedades mecânicas, que em muitos aspectos são inferiores àquelas apresentadas pelos metais. A principal desvantagem é uma fratura catastrófica de uma maneira frágil, com muito pouca absorção de energia.
2.1 Fratura frágil das cerâmicas Na temperatura ambiente, tantos as cerâmicas cristalinas quanto às cerâmicas nãocristalinas quase sempre fraturam antes de qualquer deformação plástica possa ocorrer em resposta à aplicação de uma carga de tração. O processo de fratura frágil consiste na formação e na propagação de trincas através da seção reta do material em uma direção perpendicular à carga aplicada. Uma concentração de tensões na extremidade de um defeito causar a formação de uma trinca, a qual pode se propagar até ma fratura real. A medida da habilidade de um material cerâmico em resistir à fratura quando uma trinca está presente é especificada em termos de tenacidade à fratura. Sob algumas circunstâncias, a fratura dos materiais cerâmicos irá ocorrer pela propagação lenta de trincas, quando as tensões forem de natureza estática. Esse fenômeno é chamado fadiga estática, ou fratura retardada. Exemplos: os vidros à base de
silicato são especialmente suscetíveis a esse tipo de fratura, o qual também foi observado em outros materiais cerâmicos, incluindo a porcelana, o cimento Portland, cerâmicas com altos teores de alumina, o titanato de bário e o nitreto de silício. Ainda, a resistência à fratura de uma cerâmica frágil pode ser melhorada substancialmente pela imposição de tensões residuais de compressão na sua superfície. Uma maneira segundo a qual isso pode ser realizado é através do revestimento térmico.
2.2 Comportamento Tensão – Deformação Não é avaliado por ensaio de tração, por três razoes. É difícil preparar e testar amostras que possuam a geometria exigida; É difícil prender e segurar materiais frágeis; As cerâmicas falham após uma deformação de apenas 0,1%, o que exige que os corpos de prova estejam perfeitamente alinhados.
2.3 Resistência a Flexão A tensão no momento da fratura quando se emprega esse ensaio de flexão é conhecida por resistência a flexão, modulo de ruptura, resistência à fratura ou resistência dobra, e consiste em um importante parâmetro mecânico para os materiais mater iais cerâmicos frágeis.
2.4 Comportamento Comportamento Elástico O comportamento elástico tensão-deformação para os materiais cerâmicos quando se utilizam esses testes de flexão é semelhante aos resultados apresentados pelos ensaios de tração realizados com os metais.
2.5 Mecanismos da Deformação Plástica Embora a temperatura ambiente a maioria dos materiais cerâmicos sofra fratura antes do surgimento de qualquer deformação plástica, vale a pena fazer uma rápida exploração dos possíveis mecanismos. A deformação plástica é diferente no caso das cerâmicas cristalinas e das cerâmicas não-cristalinas; entretanto os dois casos serão discutidos.
2.6 Tipos de cerâmicas 2.6.1 Cristalinas A deformação plástica ocorre como nos metais, pelo movimento de discordâncias. Uma razão para a dureza é a dificuldade de escorregamento. Nos materiais cerâmicos cristalinos a ligação predominante iônica, isso é conseqüência da natureza eletricamente carregada dos íons. Devido à repulsão eletrostática, essa modalidade de escorregamento é muito restringida, ao nível em que a deformação plástica nos materiais cerâmicos é raramente mensurável à temperatura ambiente. Para as cerâmicas nas quais a ligação é altamente covalente, o
escorregamento também é difícil e elas são frágeis pelas seguintes razões: as ligações covalentes são relativamente fortes; existe também um número limitado de sistemas de escorregamento; e as estruturas estr uturas das discordâncias são complexas.
2.6.1 Não-Cristalinas A deformação plástica não ocorre pelo movimento de discordâncias, uma vez que não existe uma estrutura atômica regular. Esses materiais se deformam por escoamento viscoso, que é a mesma maneira pela qual os líquidos se deformam; a taxa de deformação é proporcional à tensão aplicada de uma tensão de cisalhamento, os átomos ou íons deslizam uns sobre os outros pela quebra e a reconstrução de ligações interatômicas. No entanto, não existe uma maneira ou uma direção predeterminada para que isso ocorra, como acontece para as discordâncias. A propriedade característica de um escoamento viscoso, a viscosidade, é uma medida da resistência de um material não-cristalino à deformação.
2.7 Considerações Mecânicas Diversas 2.7.1 Influência da porosidade O tratamento térmico visa retirar os poros. Age negativamente na resistência e nas propriedades elásticas, resistência a flexão diminui exponencialmente em função da fração volumétrica da porosidade. poro sidade.
2.7.2 Dureza Uma propriedade mecânica utilizada quando exige uma ação de cisalhamento ou abrasão. De fato os materiais mais duros são os cerâmicos.
2.7.3 Fluência Os materiais cerâmicos sofrem deformação por fluência como resultado de sua exposição a tensões (geralmente de compressão) em temperaturas elevadas. O comportamento tempodeformação em fluência dos cerâmicos cerâ micos é semelhante a dos metais.
3 TIPOS E APLICAÇÕES DE CERÂMICAS. 3.1 Vidros Os vidros são silicatos não cristalinos e que também contem outros óxidos em sua composição especialmente: CaO
Na2O
K2O
Al2O3
Os principais exemplos são as lentes e a fibra de vidro.
3.2 Vidrocerâmicas É um material policristalino com grãos finos, esse material é resultado de um processo de cristalização. Esta cristalização se da por um tratamento térmico apropriado a altas temperaturas, pegamos um vidro inorgânico e através desse processo ele transforma-se em vidrocerâmica. A formação desses pequenos grãos vidrocerâmicas é uma transformação de fases, a qual envolve os estágios de nucleação e crescimento. Esses materiais foram projetados para possuir as seguintes características: resistência mecânica relativamente elevada, baixo coeficiente de expansão térmica, boa propriedade elétrica, boa compatibilidade biológica e capacidade de utilização em temperaturas relativamente elevadas. As vidrocerâmicas podem ser transparentes e outras opacas. As principais aplicações são: tampas de fogão, janelas de forno, entre outras aplicações.
3.3 Produtos à base de argila É um dos materiais mais utilizados é a argila, pois possui uma grande abundância e também por causa da facilidade com quais os produtos podem ser conformados. A maioria dos produtos enquadra-se em duas classes: os produtos estruturais a base de argila e as louças brancas. Os produtos estruturais a base de argila são representados por tijolos de construção telhas e tubulações de esgoto, já as louças brancas são representadas pelas louças vitrificadas, lousas de mesa e louças sanitárias, as louças brancas se tornam brancas após um cozimento em alta temperatura.
3.4 Refratários O termo refratário é atribuído a um grupo de materiais, capazes de suportar altas temperaturas sem perder suas propriedades físico-químicas, que são:
Resistência,
Alta condutividade térmica.
Condutividade Condutividade elétrica. elétr ica. Usualmente são encontrados em fornos industriais, de laboratórios de pesquisa e
ensino, caldeiras, fornos domésticos e churrasqueiras, entre outras aplicações.
3.5 Abrasivos São utilizadas para desgastar, polir ou cortar outros materiais que obrigatoriamente são mais moles. Com isso esses materiais possuem dureza, um alto grau de tenacidade e é desejável que possua alguma característica refrataria.
Os cerâmicos abrasivos mais comuns incluem o carboneto de silício, o carboneto de tungstênio, o oxido de alumínio e a areia de sílica. O diamante também é um cerâmico abrasivo tanto o natural quanto o sintético, entretanto são caros para comprar.
3.6 Cimentos Esses materiais são classificados como cimentos inorgânicos, cimentos, gesso-de-paris e cal. A principal característica desse material é que quando misturado com água vira uma pasta que subsequente pega e endurece. É utilizado para estruturas sólidas e rígidas, por isso este material é produzido em larga escala.
3.7 Cerâmicas avançadas Novas cerâmicas ao logo do desenvolvimento tecnológico estão sendo descobertas e aprimoradas e com isso vamos estabelecer um nicho proeminente em nossas tecnologias de ponta. As cerâmicas avançadas estão sendo utilizadas em sistema de comunicação por fibras ópticas, em sistemas microeletromecânicos (MEMS). As principais propriedades delas são as elétricas, magnéticas e ópticas e a combinação das propriedades exclusivas das cerâmicas tem te m sido explorada em uma gama de novos produtos.
MEMS: são sistemas inteligentes em miniatura, possuem um grande numero de dispositivos mecânicos que são integrados a grande quantidade de elementos elétricos em um substrato de silício.
Fibra Óptica: é feita e sílica com pureza extremamente elevada , que deve estra isenta de contaminantes e de outros defeitos que absorvam, espalhem ou atenuem um feixe de luz.
Rolamentos de Esferas Cerâmicas: outra aplicação é nos rolamentos, o rolamento consiste em esferas e pistas que estão em contato entre si. Há tempos atrás os componentes das esferas e da pista eram feitas de feitos de aço para mancais, com o tempo o aço foi substituído pelas esferas de silício em diversas aplicações, pois as propriedades do silício tornam o material mais desejável. A combinação de esferas cerâmicas e pistas em e m aço denomina-se rolamento-híbrido.
As principais áreas de aplicações são aeroespacial, eletroeletrônica, indústria química, metalúrgica, mecânica,
automobilística, automobilística, têxtil, nuclear, biomédica.
4 FABRICAÇÃO DE CERÂMICAS A cerâmica com suas particularidades causam preocupações com base nas suas características para a fabricação, como: as temperaturas elevadas de fundição praticamente inviabilizando o processo de fundição e fragilidade elástica que em muitos casos impede sua
deformação, sua conformação é normalmente realizada na forma de pós que são secos e cozidos, assim, com o tratamento térmico adequado ao material requerido pode-se obter resultados muito satisfatórios em questão a resistência comparando com metais muitas vezes o resultado é melhor, por este e outros motivos que a cerâmica tem evoluído muito e sua utilização é cada vez mais presente. Outro quesito é a utilização em circuitos impressos com menos peso e um percentual de intensidade melhor tem-se componentes de melhor qualidade e menos peso, nesta área a utilização em componentes magnéticos, como o neodímio esta substituindo muitos materiais eletromagnéticos e tem uma prospectiva muito grande. Com base em todas estas características tem-se então um leque diferenciado de fabricação de acordo com o produto desejado, na gama de produtos cerâmicos para uma melhor organização foi dividido em grupos de acordo com suas características os grupos mais genéricos são: Vidros, Base de argila, Prensagem de pós e Fundição de fitas. De forma mais abrangente tem-se as ditas cerâmicas tradicionais que são ladrilhos, azulejos, potes, vasos, tijolos, etc. e as cerâmicas avançadas ou de engenharia com matéria prima mais pura, são abstratos motivos, usados como ferramentas de usinagem, tijolos refratários e material eletroeletrônico. Geralmente uma cerâmica é um óxido metálico, boreto, carbeto, nitreto, ou uma mistura que pode incluir aniões, os processos de fabricação dos grupos e de alguns materiais afins esta detalhado abaixo.
4.1 Vidros O vidro comum se obtém por fusão em torno de 1.250 ºC de dióxido de silício, (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de cálcio (CaCO (CaCO3). O vidro é um material que não se pode determinar o tempo de permanência no meio ambiente sem se degradar, e também não é nocivo diretamente ao meio ambiente, por isso é um dos materiais mais recicláveis que existe no consumo humano. Para minimizar as emissões gasosas dos fornos a gás, as indústrias utilizam gás natural, que provoca menor impacto no meio ambiente.
1.1.1.Fabricação 1.1.1. Fabricação A fabricação é feita no interior de um forno, onde se encontram os panelões. Quando o material está quase fundido, é esxtraido e comformado por prensagem, sopro, estiramento ou conformação de fibra de uma forma mais artesanal o operário imerge um canudo de ferro e retira-o rapidamente, após dar-lhe umas voltas trazendo na sua extremidade uma bola de
matéria incandescente e assim trabalha com bastoes ate a peça tomar forma, depois vai para a seção de resfriamento gradativo, e assim ass im ficará pronta para ser usada. Os vidros têm suas temperaturas de trabalho aproximadas, mas os pontos, mas importantes na sua conformação são os pontos de viscosidade que encontran-se na faixa de transformação vitrea, nestas etapas e de acordo com a composição defini-se as caracteristicas dos materias requeridos os pontos mais expressivos de viscosidade são: (100P).
Ponto de fusão, “Fluido suficiente para ser conciderado liquido”
Ponto de trabalho, “Deformação com co m facilidade” (104P).
Ponto de amolecimento, “em alteração nas dimenções” (4.107P).
Ponto de recozimento, “tensão residual r esidual pode ser removida rapidamente” (1013P).
Ponto de deformação, “abaixo disto fratura antes da deformação” (3.10 14P).
4.2 Argila Normalmente extraídos cru e triturados, em mistura com água tem-se uma massa pastosa, processada em conformação hidroplástica ou fundição em suspensão, após secos e cozidos, estes processos são variados conforme o material requerido, alguns exemplos estão expostos abaixo.
4.2.1 Tipos Caulinos, bentonitas, argilas refratárias, terra fuler são tipos especiais de argilas que têm definições
particulares
decorrentes
de
aplicações
tecnológicas,
composição
química/mineralógica ou or origem igem geológica. 4.2.1.1 Argila 4.2.1.1 Argila natural
É uma argila que foi extraída e limpa, e que pode ser utilizada em seu estado natural, sem a necessidade de adicionar outras substâncias. 4.2.1.2 Argila 4.2.1.2 Argila refratária refratária
Argila que adquire este nome em função de sua qualidade de resistência ao calor. Suas características físicas variam, umas são muito plásticas finas, outras não. Apresentam geralmente alguma proporção de ferro e se encontram associadas com os depósitos de carvão. São utilizadas nas massas cerâmicas dando maior plasticidade e resistência em altas temperaturas, bastante utilizadas na produção de placas refratárias que atuam como isolantes e revestimentos para fornos.
4.2.1.3 Caulim ou Caulim ou argila argila da china china
Argila primária, utilizada na fabricação de massas para porcelanas. É de coloração branca e funde a 1800 °C - pouco plástica, deve ser moldada em moldes ou formas pois com a mão é impossível. 4.2.1.4 Argilas 4.2.1.4 Argilas de bola (Ball-Clay): (Ball-Clay):
São argilas secundárias muito plásticas, de cor azulada ou negra, apresenta alto grau de contração tanto na secagem quanto na queima. Sua grande plasticidade impede que seja trabalhada sozinha, fica pegajosa com a água. É adicionada em massas cerâmicas para proporcionar maior plasticidade e tenacidade à massa. Vitrifica V itrifica aos 1300 °C. 4.2.1.5 Argilas 4.2.1.5 Argilas para para grês
Argila de grão fino, plástica, sedimentária e refratária - que suporta altas temperaturas. Vitrificam entre 1250 - 1300 °C. Nelas o feldspato atua como material fundente. Após a queima sua coloração é variável, vai do vermelho escuro ao rosado e até mesmo acinzentado do claro ao escuro. 4.2.1.6 Argilas Argilas vermelhas vermelhas
São plásticas com alto teor de ferro resistem a temperaturas de até 1100 °C, porém fundem em uma temperatura maior e podem ser utilizadas com vidrados para grês. Sua coloração é avermelhada escura quando úmida chegando quase ao marrom, quando biscoitada a coloração se intensifica para o escuro de acordo com seu limite de temperatura de queima. 4.2.1.7 Bentonite Bentonite
Argila vulcânica muito plástica contém mais sílica do que alumínio. Origina-se das cinzas vulcânicas. Apresenta uma aparência e tato gorduroso, pode aumentar entre 10 e 15 vezes seu volume ao entrar em contato com a água. Adicionada a argilas para aumentar sua plasticidade. Funde por volta de 1200 °C. 4.2.1.8 Argilas 4.2.1.8 Argilas expandidas expandidas
A argila expandida é produzida em grandes fornos rotativos, utilizando argilas especiais que se expandem a altas temperaturas (1100 °C), transformando-as em um produto leve, de elevada resistência mecânica, ao fogo e aos principais ambientes ácidos e alcalinos, como os outros materiais cerâmicos. Suas principais características são: leveza, resistência, inércia química, estabilidade dimensional, incombustibilidade, além de excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico. Desde o início das pesquisas, a argila expandida apresentou excelentes qualidades, equivalentes aos melhores agregados citados na literatura
internacional, sendo aplicada em obras de vulto e projeção como na pavimentação da ponte Rio - Niterói, na reconstrução do elevado Paulo de Frontin, dentre outras. outr as.
4.3 Prensagem de pós São argilosos e não argilosos (material eletrônico, magnético e refratário), a prensagem pode ser feita de forma:
Prensagem uniaxial onde em uma matriz metálica a força é aplicada em uma direção, altas produções e peças baratas.
Prensagem isostática a matriz é de borracha em fluido comprime o molde para todos os lados.
Prensagem a quente matriz e molde aquecido tem uma massa maior e o molde tem de ser resfriado a cada processo tornand tor nandoo o material com valor agregado alto.
4.4 Fundição em fita Usado com substrato da indústria eletrônica, deriva da prensagem dos pós. III. CONCLUSÃO Os materiais cerâmicos são materiais em que vale a pena pensar. Por um lado, os cerâmicos tradicionais atingiram um elevado estado de amadurecimento, prevendo-se que o futuro lhes reserve aplicações com designs cada vez mais arrojados e sistemas de distribuição do produto mais rentáveis. Por outro lado, os cerâmicos técnicos têm vindo a ser aplicados em situações cada vez mais exigentes, graças aos avanços tecnológicos que têm permitido a obtenção de propriedades mecânicas superiores. Os materiais cerâmicos têm a sua aplicabilidade limitada em certos aspectos devido às suas propriedades mecânicas, mas essas propriedades podem ser tratadas termicamente e podem ser alteradas, aumentando sua aplicabilidade. A principal limitação das cerâmicas é a alta dureza, pois com isso ela é muito frágil. Com o trabalho percebemos que existem varias aplicações a este material, mas a área que esta em constante expansão é as cerâmicas avançadas onde novos estudos estão sendo feitos, e que esta abrindo novas aplicações a este material. As principais áreas de aplicações das cerâmicas avançadas são: aeroespacial, eletroeletrônica, indústria química, metalúrgica, mecânica, automobilística, têxtil, nuclear, biomédica.
Podemos concluir que as cerâmicas estão constantemente presentes na área da engenharia, tanto civil, mecânica, elétrica e controle, isso se da pela variedade de propriedades que nela existe.
IV. REFERENCIAS 1. ↑ Hans Thurnauer: "Ceramics"; in: "Dielectric Materials and Applications", edited by A. R. von Hippel, published jointly by The Technology Press of M.I.T. and John Wiley & Sons, 1954 2. ↑ Callister, Jr William D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Quinta edição (2002 pp 266) 3. ↑ W.W Perkins, American Ceramic Society's Ceramic Glossary (1984, pp 13-4) 4. ↑ Redd, James Stalford, Principles of ceramics processing 2nd ed. (1988) 5. ↑ David W. Richerson, Modern Ceramic Engineering (1992) 6. ↑ Shigeyuki Somiya, Advanced technical ceramics (1989 pp 11-25) 7. ↑ Lima, Cláudia. Tachos e panelas: historiografia da alimentação brasileira. Recife: Ed. da autora, 1999. 2ª Ed. 310p. ISBN 8590103218 8. ↑ Elliott, S.R. (1994) Amorphous Solids: An Introduction. In: Catlow, C. R. A. (eds.), "Defects and Disorder in Crystalline and Amorphous Solids", NATO Advanced Studies Institutes Series; Series C, Mathematical and Physical Sciences, 418, Kluwer Academic Publishers, Dordrecht: 73-86. ISBN 0792326105. 9. ↑ Plumb, R. C. (1989) Antique windowpanes and the flow of supercooled liquids. Journal of Chemical Education, 66(12): 994-996. 10. ↑ "Do cathedral glasses flow?" Edgar D. Zanotto & Prabhat K. Gupta - American Journal of Physics - March 1999 - Volume 67, Issue 3, pp. 260-262 March 1999 11. ↑ Viminas 12. ↑ http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-o-acido-nao-corroi-vidro 13. ↑ www.techmat.com.br 14. ↑ www.inovacaotecnologica.com.br 15. ↑ http://www.ufrgs.br/propesq/livro2/artigo_hugo.htm 16. ↑ www.ceramicacertec.com.br 17. ↑ www.materiais.ufsc.br