A teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas
Titulo
Boron, Atilio A. - Compilador/a o Editor/a; Amadeo, Javier - Compilador/a o Editor/a;
Autor(es)
Gonzalez, Sabrina - Compilador/a o Editor/a; Buenos Aires
Lugar
CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales
Editorial/Editor
2007
Fecha
Campus Virtual
Colección
Estado; Colonialismo; Eurocentrismo; Historia Social; Filosofia Politica; Teoria
Temas
Politica; Karl Marx; Democracia; Teoria Marxista; Imperialismo; Libro
Tipo de documento
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/formacion-virtual/20100715073000/boron.p
URL
df Reconocimiento-No comercial-Sin obras derivadas 2.0 Genérica
Licencia
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/deed.es
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A teoria marxista hoje Problemas e perspectivas Atilio A. Boron Javier Amadeo Sabrina González [organizadores]
A !ole"#o !amp$s %irt$al & o res$ltado de $ma iniciativa dirigida ' (orma"#o ' dist)ncia e ' promo"#o e di($s#o dos programas e projetos acad*micos regionais e internacionais +$e !,A!S- imp$lsiona atrav&s de s$a plata(orma virt$al. ste livro apresenta $ma vers#o re(orm$lada das a$las do c$rso de (orma"#o ' distancia sobre A teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas/ +$e se desenvolve$ gra"as ao patroc0nio da Agencia S$eca de 1esenvolvimento 2nternacional 3AS124.
-$tras palavras chave selecionadas peal Biblioteca %irt$al de !,A!S-5 6eoria 7arxista8 9arl 7arx8 6eoria Pol0tica8 (iloso(ia Pol0tica8 :ist;ria Social8 $rocentrismo8 !olonialismo8 stado 8 1emocracia8 2mperialismo
<
!ole"#o !amp$s %irt$al
A teoria marxista hoje Problemas e perspectivas Atilio Boron Javier A. Amadeo Sabrina González [organizadores] lmar Altvater Javier Amadeo Perr= Anderson John Bellam= >oster 1aniel Bensa?d Atilio A. Boron Alex !allinicos
Pablo González !asanova d$ardo Gr@ner >rigga :a$g >ranz :inelammert >ran"ois :o$tart dgardo ,ander 7icael ,C=
7arilena !ha$i 6err= agleton >rancisco >ernández B$e= Sabrina González
llen 7eisins 7ar0a Eosa Palaz;nDood 7a=oral Adol(o Sánchez %áz+$ez
F
ndice Agradecimentos
Sabrina González 2ntrod$"#o5 crHnicas marxianas de $ma morte an$nciada Atilio A. Boron A$la ina$g$ral5 pelo necessário 3e demorado4 retorno ao marximo Javier Amadeo 7apeando o marxismo
Parte Um Sobre a teoria e sua relação com a práxis Eduardo Grner ,eit$ras c$lpadas. 7arx3ismos4 e a práxis dos conhecimento !arilena "#aui A hist;ria no pensamento de 7arx Atilio Boronmarxista o$ teoria marxista da pol0tica 6eoriaA. pol0tica $rancisco $ernández Bue% 7arx e os marxismos. Ima re(lex#o para o s&c$lo 2 Ed&ardo 'ander 7arxismo/ e$rocentrismo e colonialismo Parte (ois Atualidade e renovação dos temas clássicos (aniel Bensa)d Im olhar sobre a hist;ria e sobre a l$ta de classes Alex "allinicos 2g$aldade e capitalismo !ic#ael '*+% 7arxismo e religi#o5 ;pio do povoK Adol,o Sánc#ez -ázuez Ltica e marxismo M
María Rosa Palazón Mayoral
A (iloso(ia da práxis seg$ndo Adol(o Sánchez %áz+$ez
Parte /r0s 1ovos temas de re,lexão no capitalismo contempor2neo $ri&&a 3au& Para $ma teoria das rela"Nes de g*nero Elmar Altvater xiste $m marxismo ecol;gico $ranz 3in4elammer A globalidade da terra e a estrat&gia da globaliza"#o Perr% Anderson As id&ias e a a"#o pol0tica na m$dan"a hist;rica Parte 5uatro (emocracia e imperialismo em tempos de &lobalização Ellen !ei4sins 6ood !apitalismo e democracia Pablo González "asanova !olonialismo interno 3$ma rede(ini"#o4 $rançois 3outart -s movimentos sociais e a constr$"#o de $m novo s$jeito hist;rico Jo#n Bellam% $oster - redescobrimento do imperialismo /err% Ea&leton Im ($t$ro para o socialismoK Atilio A. Boron A +$est#o do imperialismo
O
Agradecimentos ste novo vol$me +$e se soma ' !ole"#o do !amp$s %irt$al de !,A!S- & o res$ltado de $m es(or"o instit$cional dirigido a constr$ir $m )mbito de (orma"#o interdisciplinar +$e/ n$trido nas distintas variantes do pensamento cr0tico/ (acilite o sempre inacabado processo (ormativo dos pes+$isadores sociais. !om esta iniciativa se pretende ainda potencializar a div$lga"#o da melhor prod$"#o das ci*ncias sociais deste continente o mais desig$al e inj$sto do planeta/ como & sabido entre a dire"#o e milit)ncia de organiza"Nes sociais empenhadas na constr$"#o de $m m$ndo melhor e o pQblico geral interessado nestas - c$rso RAmat&rias. teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas/ realizado d$rante o ano de
rancisco >ernández B$e=/ Pablo González !asanova/ d$ardo Gr@ner/ >rigga :a$g/ dgardo ,ander/ 7icael ,C=/ llen 7eisins Dood/ 7an$el 7onereo/ mir Sader/ Adol(o Sánchez %ás+$ez e :$go Uemelman. - ano rancisco de -liveira/ John Bellam= >oster/ >ranz :inelammert/ >ran"ois :o$tart/ 7aria Eosa Palaz;n 7a=oral e Gabriel %argas ,ozano. V#o encontramos palavras s$(icientemente expressivas para agradecer a todos e cada $m deles o tempo e a entrega o(erecida a esta iniciativa ao longo desses dois anos. A p$blica"#o +$e o leitor temnoante se$s1iz0amos olhos reQne mas n#o s;$ma isso/ +$e nossos convidados ministraram c$rso. +$e as n#oa$las/ s; isso por+$e boa a$la ministrada no !amp$s %irt$al n#o necessariamente se trad$z em bom artigo. Portanto/ nos vimos na necessidade de solicitar a nosso corpo de pro(essores a renova"#o do compromisso ass$mido ao pedirWlhes $m es(or"o adicional5 trans(ormar s$as a$las em artigos/ revisando s$as contrib$i"Nes srcinais/ agregando a bibliogra(ia pertinente/ em m$itos casos/ introd$zindo m$dan"as importantes no estilo disc$rsivo. !omplica"Nes de agenda e sobrecarga de trabalho impediram/ em alg$ns po$cos casos/ c$mprir com estas novas exig*ncias. 1e todos modos/ a todos a+$eles +$e compartilharam esta iniciativa +$eremos expressarWlhes nossa gratid#o por s$a inestimável colabora"#o/ concretizada o$ n#o nesta p$blica"#o. !om este livro/ de a$toria coletiva/ pretendemos transcender o espa"o das a$las virt$ais de !,A!S- para alcan"ar $m pQblico m$ito mais amplo. 7oveWnos o desejo de revitalizar e enri+$ecer o debate entorno do marxismo como imprescind0vel aporte te;rico ao pensamento cr0tico de nosso tempo e como n#o menos indispensável Rg$ia para a a"#o5 como (iloso(ia prática +$e nos permite n#o s; entender o m$ndo/ mas tamb&m trans(ormáWlo. 7inha d0vida pessoal como organizador dessa notável obra coletiva/ na +$al se reQnem as contrib$i"Nes de alg$mas das mais (ec$ndas mentes do marxismo contempor)neo/ n#o se esgota no m$ito +$e devo aos +$e aceitaram com ent$siasmo o desa(io de reinstalar a disc$ss#o te;rica marxista no campo das ci*ncias sociais. Por isso +$ero mani(estar $m especial reconhecimento ' (ormidável e+$ipe de trabalho da Secretaria xec$tiva de !,A!S-/ +$e contrib$i$ decisivamente para possibilitar a realiza"#o deste c$rso/ en(rentando com ent$siasmo a árd$a tare(a acad*mica e a X
interminável gest#o administrativa re+$erida. m primeiro l$gar/ desejo agradecer a Gabriela Amenta/ !oordenadora do !amp$s %irt$al. Sem se$ e(iciente trabalho e sem s$a total identi(ica"#o com este projeto/ esta atividade acad*mica n#o teria chegado a $m bom porto. A ela/ pois/ me mais sincero agradecimento. >a"o extensiva minha gratid#o aos t$tores do c$rso Javier Amadeo e Sabrina González/ sobre os +$ais recai$ $ma (enomenal carga de trabalho/ tanto d$rante os dois anos do c$rso nas complicadas tare(as de coordena"#o com/ assist*ncia a/ os pro(essores convidados/ e na aten"#o/ e acompanhamentos dos al$nos como no trabalho/ aparentemente digno de S0si(o/ de organizar os trabalhos re$nidos nesse livro e/ ademais/ escrever s$as pr;prias contrib$i"Nes. ent$siasmo e a em generosidade de por s$aver entrega/ $nidos a s$a in+$ebrantável Se$ vontade de n#o cessar se$ empenho esta obra p$blicada/ res$ltaram por momentos comovedores/ e me convenceram de +$e dev0amos seg$ir adiante +$ando minhas (or"as des(aleciam e minha paci*ncia havia aparentemente chegado a $m limite intranspon0vel. Por isso po$cas palavras poderiam expressar cabalmente a magnit$de de minha d0vida para como eles. Ima especial men"#o tamb&m merece 7ar0a 2nes G;mez c$ja paci*ncia e valioso trabalho em todo o processo de inscri"#o dos al$nos e na gest#o cotidiana das atividades e nas a$las virt$ais (oi de vital import)ncia ao longo dos dois anos. V#o & demais agregar +$e todo este trabalho ela o realizo$ sem +$e/ a pesar das circ$nst)ncias m$itas vezes desa(oráveis/ nada conseg$is se modi(icar se$ ag$do senso de h$mor/ $m bálsamo os envolvidos neste projeto. 6ampo$co +$eiro deixar de agradecer a colabora"#o Alejandro Gambina/ lo0sa dos Santos e !arlos ,$d$eYa/ +$e tornaram poss0vel a pronta e e(icaz digitaliza"#o do c$rso. L $m ato elementar de j$sti"a mani(estar ainda me$ agradecimento ao trabalho realizado por Jorge >raga/ !oordenador da Zrea de 1i($s#o deGiardino/ !,A!S-/aose +$ais s$a e+$ipe. a 7ig$elde Santángelo/ ,orena 6aibo e 7arcelo co$be aAgrade"o responsabilidade desenhar e diagramar os cartazes e em Qltima etapa compor este livro. Agrade"o tamb&m a verdadeira milit)ncia no projeto editorial de !,A!S- de 7arcelo Eodrig$ez/ 1aniel Aranda e Sebastián Amenta/ os +$ais t*m a responsabilidade da div$lga"#o/ ($ndamental para +$e nossos livros sejam hoje conhecidos e acess0veis por toda Am&rica ,atina e !aribe. >lorencia ngel/ 2vana Brighenti e 7ariana ngel/ por s$a vez/ tiveram a responsabilidade de realizar com dedica"#o o min$cioso trabalho de edi"#o/ e revis#o dos materiais +$e o leitor tem em s$as m#os/ e o (izeram com a seriedade e e(ici*ncia +$e as caracteriza. A elas m$ito obrigado. >inalmente/ esta iniciativa no teria sido poss0vel sim o apoio s$stentável +$e a Agencia S$eca para o 1esenvolvimento 2nternacional 3AS124 o(erece ao !amp$s %irt$al de !,A!S- desde \. Pela con(ian"a depositada nas iniciativas desta instit$i"#o/ assim como pelos se$s aportes ' tare(a levada adiante por esta Secretaria xec$tiva/ +$ero expressar nestas l0neas minha gratid#o mais sincera. Atilio A. Boron Secretario xec$tivo B$enos Aires/ de j$lho de
Sabrina González
∗
"r7nicas marxianas de uma morte anunciada ∗
∗∗
,icenciada em !i*ncia Pol0tica/ Iniversidade de B$enos Aires 3IBA4. !oordenadora
t$torial do c$rso a dist)ncia A teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas. Assistente acad*mica do Programa de st$dos de P;sWgrad$a"#o do !,A!S-. 1ocente de 6eoria Pol0tica e Social/ !i*ncia Pol0tica/ IBA. ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva. Rumors of my demise have been greatly exaggerated 7ar 6Cain
Ima prece5 o ade$s ao marxismo
6alvez a persist*ncia em $ma convic"#o deva ser considerada $m tra"o de caráter. Se (or este o caso/ a nobreza nos obriga a reconhecer tal +$alidade nos di(amadores de 7arx e/ por extens#o/ do marxismo. !onse+@entes/ os opositores do pensador de 6r&veris an$nciaram com veem*ncia e con(irmaram at& ao cansa"o s$a morte e/ j$nto com ele/ o desaparecimento de todo o se$ legado do$trinário. V#o devemos retirarWlhes +$al+$er m&rito nisto +$e a toda prova apresentaWse como $ma empreitada tit)nica5 dar a Qltima e emocionada despedida a $m a$tor +$e contin$a dando assistencia ao trabalho de est$dantes e pes+$isadores/ +$e pinta consignas por $m m$ndo mais j$sto nas bandeiras e nos cartazes de militantes e ativistas/ +$e aparece como interloc$tor nas polemicas disc$rsivas assim como nas mis&rias cotidianas dos homens e m$lheres concretos/ n#o pode ter res$ltado $ma tare(a simples. At& a+$i/ nosso reconhecimento para com eles/ os adversários. Vo entanto/ tamb&m existe o$tra possibilidade. 6alvez a+$eles +$e adotem a op"#o anterior s; estejam incorrendo no erro de (azer do v0cio $ma virt$de. xpressemos melhor do seg$inte modo5 a perseveran"a seria apenas $m e$(emismo para oc$ltar $ma pro($nda obstina"#o^ a tare(a cicl;pea daria conta de $ma energia
\
desmedida esbanjada em $m trabalho absol$tamente inQtil^ e/ (inalmente/ a d$rabilidade no tempo encobriria disp$tas n#o saldadas e $ma in(lamada e cega resist*ncia pr;pria de +$em pre(ere morrer na obstina"#o a aceitar alg$m re(lexo de raz#o e veracidade nos arg$mentos do opositor. 7arx poderia assinar as palavras atrib$0das a 7ar 6Cain e s$stentar +$e os r$mores sobre s$a morte (oram exagerados. 1esta (orma/ tal exagero n#o (oi ing*n$o nem ocioso. J$stamente o contrário/ +$em se perg$ntar como conseg$iram os escritores do obit$ário do marxismo persistir em se$s diagn;sticos sem chegarem a d$vidar de se$s pr;prios discernimentos diante de cada novo gesto de elo+@*ncia do pres$mido de($nto/ encontrará a resposta na crise do pr;prio capitalismo. !erto & +$e n#o (az m$ito tempo/ depois da +$eda do m$ro do Berlim e a conse+@ente re$ni(ica"#o das d$as Alemanhas/ da implos#o da Ini#o Sovi&tica 3IESS4/ do (inal do Pacto de %ars;via e do con(lito b&lico +$e balcanizaria a antiga 2$goslávia/ t$do parecia indicar +$e o pensamento nascido da lQcida mente de 7arx tinha (icado (inalmente desacreditado. A contraWo(ensiva do neoconservadorismo norteWamericano e da ortodoxia neoliberal (oi/ certamente/ br$tal. Vas retinas da h$manidade/ m$ltiplicaramWse os brindes/ os abra"os e os golpes contra o monstr$oso m$ro emblemático do stalinismo. ra de se esperar +$e/ con(orme decrescesse a e$(oria inicial/ 7arx e se$ legado passassem a (ormar parte do baQ das lembran"as. 2n$sitadamente/ ocorre$ precisamente o oposto. 7arx e se$ legado estavam de(initivamente mortos e enterrados e/ entretanto/ ambos contin$avam sendo o principal e pre(erido alvo de ata+$e. Por +$e res$ltava necessário seg$ir lapidando a pedra de s$a lápideK Por+$e o desassossego/ longe de dimin$ir/ incrementavaWse. - sistema social +$e tinha res$ltado vitorioso (icava exposto/ diante da a$s*ncia de +$em (ora se$ principal oponente/ em toda s$a obscena imp$dic0cia e mis&ria. 2g$al aos ring$es de p$gilismo/ a+$i tamb&m se necessitava ao menos de dois opositores +$e medissem s$as (or"as5 de $m lado/ a crise do marxismo^ no setor oposto/
a crise da economia de mercado . ntre eles/ a dist)ncia entre teoria e prática era $tilizada em sentidos diametralmente opostos. n+$anto o arsenal te;rico do marxismo s$postamente se esgoto$ no real 3o +$e abre a perg$nta a respeito de se o socialismo
Para $ma cr0tica sobre a concep"#o hipostasiada do mercado recomendamos a obra clássica de 9arl Polan=i/ A grande transformação. Crítica do liberalismo econmico 3<4. Veste livro/ o reconhecido antrop;logo identi(ica as +$atro instit$i"Nes sobre as +$ais repo$sava o capitalismo do s&c$lo 25 o balan"o de poder^ o padr#o o$ro^ o mercado a$toWreg$lado/ e o estado liberal. Polan=i asseg$ra +$e $ma estr$t$ra capaz de organizar toda a vida econHmica sem aj$da o$ inter(er*ncia externa como a +$e s$pNe o conceito de mercado a$toWreg$lado jamais se concretizo$ na realidade.
real era realmente socialismo_4/ e neste sentido o colapso dos socialismos existentes (oi identi(icado visW'Wvis com a obsolesc*ncia do materialismo hist;rico/ o capitalismo j$sti(ica s$as ins$(ici*ncias concretas apostando no horizonte de per(ectibilidade ao +$al apelam se$s post$lados te;ricos ainda n#o realizados. Seg$indo este crit&rio/ o desmoronamento do m$ro do Berlim tro$xe consigo o come"o do (im do marxismo. ntretanto/ o desabamento das 6orres G*meas novaWior+$inas 3WS4 n#o sac$di$ $ma gota das teorias do establishment5 s; mostro$ o abismo +$e pode signi(icar +$e $ma parte do planeta ainda n#o em$le os princ0pios e interesses do bal$arte da livre empresa e da democracia liberal ocidental. - capitalismo n#o pode se dar ao l$xo de tomar por saldada a disp$ta com o marxismo. Sempre & pre(er0vel oc$parWse da iminente derrota do oponente +$e dar conta da pr;pria podrid#o interna. V#o se trata de proclamar o iminente colapso do capitalismo/ mas sim de compreender +$e os tempos por vir s#o desgra"ados. 2ndependentemente das pessoas aceitarem o$ recha"arem as id&ias de 7arx e/ se assim se +$iser/ das leit$ras +$e ele inspiro$ $m conhecimento rigoroso de s$as teorias & condi"#o necessária/ embora n#o s$(iciente/ para +$em deseja compreender os acontecimentos ($ndamentais do s&c$lo 2 at& nossos dias. As crHnicas marxianas organizadas nesta p$blica"#o o(erecer#o ao leitor m$itas razNes para encarar com renovado brio a consec$"#o de $m dos projetos marxistas por antonomásia5 a cr0tica do capitalismo 37eisins Dood/
em R7apeando o marxismo/ Javier Amadeo/ pes+$isador da Iniversidade de S#o Pa$lo e $m dos coordenadores t$toriais deste c$rso/ o(erece $ma análise cr0tica da trajet;ria do marxismo/ c$jos marcos e personalidades transcenderam as (ronteiras e$rop&ias srcinárias com a mesma rapidez e vivacidade com a +$al se aviva a chama +$ando recebe $ma boa ba(orada de oxig*nio. m s$as páginas/ con(l$em nomes de homens e m$lheres +$e (oram feitos por e +$e contribuíram para fa!er a hist"ria . 6odos eles part0cipes de $m marxismo +$e so$be de tempos de vit;rias e derrotas/ $m pensamento vivo e tenazmente re(ratário a ser classi(icado monoliticamente/ $ma corrente ' +$al n#o ser#o alheias tampo$co as mortais aversNes.
Sobre a teoria e s$a rela"#o com a práxis S$btrairWse ' idealiza"#o do saber cient0(ico como conhecimento t&cnico/ perito e excl$sivo de $m gr$po de sábios (oi desde as srcens do pensamento (ilos;(ico $ma empreitada extremamente complexa<. Vesse sentido/ cost$maWse invocar palavra ci#ncia toda vez +$e se deseja ser pers$asivo na de(esa de $ma arg$menta"#o e/ especialmente/ n#o dar l$gar a obje"Nes. 1izer de $m conhecimento +$e & cient0(ico & dar por assentado se$ caráter objetivo e verdadeiro principalmente por+$e respeita d$as dimensNes importantes em se$ processo prod$tivo5 a dist)ncia entre o s$jeito e o objeto de est$do central partic$larmente para os debates em volta da ne$tralidade valorativaF/ e a prod$"#o de conhecimento emp0rico objetivo (alseável e aWhist;rico. V#o & este o l$gar para disc$tir o papel decisivo +$e desempenha a ci*ncia no ciclo prod$tivo 3e reprod$tivo4 do acionar h$mano individ$al e8o$ coletivo/ e s$a legitima"#o <
Por s; tomar $m exemplo/ Plat#o criticará a democracia ateniense por ser $m regime composto por homens +$e praticavam diversos o(0cio s sem +$e este (ato (osse ;bice para s$a participa"#o pol0tica no marco da com$nidade c0vica +$e os continha 3Plat#o/
nas sociedades contempor)neas 39limovs=/ O4. m troca/ & este o espa"o para re$nir $ma s&rie de arg$mentos epist*micoWmetodol;gicos marxistas +$e proc$ram +$estionar especi(icamente o cienti(icismo positivista. A interpreta"#o +$e medeia toda aproxima"#o ' realidade/ a nat$raliza"#o das constr$"Nes (eitas pela raz#o h$mana e/ (inalmente/ a (ragmenta"#o e coloniza"#o do saber cient0(ico receber#o s$a devida aten"#o nos artigos +$e se apresentam na primeira parte desta obra. m correlato com o anterior/ d$ardo Gr@ner/ pro(essor da Iniversidade de B$enos Aires/ propNeWnos/ em R,eit$ras c$lpadas. 7arx3ismos4 e a práxis do conhecimento/ trabalhar a problemática da interpreta"#o no marco de $ma teoria do conhecimento. RV#o há leit$ra inocente a(irma Gr@ner já +$e Rtoda (orma de conhecimento do real está inevitavelmente situada. A separa"#o epistemol;gica entre o s$jeito cognoscente e o objeto conhecido se mostra como constr$"#o s;cioW historicamente sit$ada e/ neste sentido/ prod$to de $ma concep"#o do conhecimento c$ja divis#o do trabalho intelect$al está ($ndada na domina"#o sobre a nat$reza e nas classes s$balternas. -s achados da psicanálise/ da ling@0stica e da hermen*$tica do s&c$lo pareciam pincelar $m panorama desolador irreversivelmente arrasado pelo tri$n(o do relativismo/ do partic$larismo e do s$bjetivismo radicalizado. Se o posicionamento de classe/ a perspectiva pol0ticoWideol;gica/ os interesses materiais e os condicionamentos c$lt$rais do s$jeito +$e est$da condicionam todo conhecimento/ isto signi(ica +$e n#o pode haver conhecimento cient0(ico objetivo com pretens#o $niversalistaK Gr@ner resgata a celebre $ese %& sobre 'euerbach das garras do antiintelect$alismo e do vol$ntarismo estreito para inscrever ao intelect$al cr0tico em se$ trabalho demolidor. Eeconhecer +$e toda leit$ra sobre esta realidade sit$ada n#o & o mesmo +$e a(irmar +$e toda leit$ra & ig$almente válida e poss0vel. Vo artigo seg$inte intit$lado RA hist;ria no pensamento de 7arx/ 7arilena !ha$i/ Pro(essora da Iniversidade de S#o Pa$lo/ parte do conceito de modo de prod$"#o para desenvolver a distin"#o entre (ormas pr&Wcapitalistas e capitalistas seg$ndo as rela"Nes di(erenciais entre nat$reza e hist;ria +$e s$bjazem em cada caso. A (orma capitalista & a Qnica em +$e n#o (ica res0d$o alg$m do nat$ral/ explica !ha$i/ e em conse+@*ncia a ideologia pr;pria deste modo de prod$"#o det&m $ma pot*ncia sing$lar e in&dita en+$anto s$a ($n"#o & nada menos +$e nat$ralizar a+$ilo +$e & hist;rico. por +$e & necessário garantir +$e os s$jeitos representem algo hist;rico <
como nat$ralK A resposta & simples. Por+$e $m modo de prod$"#o no +$al t$do & hist;rico entrega ' raz#o h$mana e aos acontecimentos e (atores circ$nstanciais $m poder sem precedentes/ chegando ao limite de depositar em s$as m#os a possibilidade de trocar a partic$lar (orma de historicidade vigente. Eaz#o esta Qltima mais +$e cont$ndente para asseg$rar ' h$manidade em se$ conj$nto +$e o capitalismo & a meta de chegada e n#o o ponto de partida. 2ronias da hist;ria/ o (im da hist;ria
M
&
ins$stentável sem $ma volta ' pr&Whist;ria do capital/ nat$ralizando o caminho elaborado pela raz#o at& este preciso lance da hist;ria no +$al o capitalismo & n#o somente correto e necessário/ mas tamb&m racional e im$tável. - pr;ximo artigo já desde se$ t0t$lo convoca ' pol*mica. R6eoria pol0tica marxista o$ teoria marxista da pol0tica & a alternativa da +$al parte Atilio A. Boron para examinar a aparente nega"#o e o po$co so(isticado desenvolvimento +$e as análises pol0ticas parecem ter incitado em 7arx. - 7arx economista o$ o soci;logo/ incl$sive o historiador/ n#o cost$mam ser objetados. ntretanto e isto provavelmente baseado na Rlenda dos dois 7arx pop$lari zada a partir da tese alth$sseriana/ +$ando do 7arx (ilos;(icoWpol0tico se trata/ as vozes n#o cost$mam ser alentadoras. Boron rec$pera as pioneiras pes+$isas (ilos;(icoWpol0ticas de 7arx para orientar o eixo da disp$ta para a rei(ica"#o e (ragmenta"#o do saber. Se existir $ma empreitada +$im&rica neste roteiro/ & a+$ela +$e se propNe encontrar $ma teoria pol0tica marxista. Boron explica esta a$s*ncia a partir da coer*ncia derivada da mesma aplica"#o das premissas epistemol;gicas ($ndantes do materialismo hist;rico. Vo marxismo encontraremos $ma Rteoria marxista +$e re(lete sobre a totalidade dos aspectos +$e constit$em a vida social/ s$perando a compartimentaliza"#o Rpol0tica/ Reconomia/ Rsociologia caracter0stica da cosmovis#o b$rg$esa. 1eve a ci*ncia es+$ecer se$s pais ($ndadores o$/ ao contrário/ deve lhes render c$lto eterno e acr0ticoK Vo R7arx e os marxismos. Ima re(lex#o para o s&c$lo 2/ >rancisco >ernández B$e=/ pro(essor da Iniversidade Pompe$ >abra de Barcelona/ responde negativamente a ambas as op"Nes. >ernández B$e= considera +$e 7arx & $m a$tor c$ja obra envelhece$ com alt$ra e dignidade/ +$alidade +$e o (az $m clássico com todas a letras e n#o po$cas honras. Veste sentido/ de(ender a centralidade deste clássico M
>rente ' simpli(ica"#o nada p$eril da >$$=ama/ convidamos o leitor a internarWse nos trabalhos de d$ardo Gr@ner 3
F
implica considerar a rela"#o inextricável entre os interesses te;ricos de nossos coet)neos e as investiga"Nes tendentes a rec$perar o signi(icado dos textos hist;ricos 3Alexander/ T5 XX4. A proposta do >ernández B$e= re+$er em primeir0ssimo l$gar $ma leit$ra do 7arx despojada dos ismos. Podemos antecipar brevemente a inten"#o +$e imp$lsiona esta proposta. 6rataWse de ir reconstr$indo o 7arx +$e (oi capaz de d$vidar de t$do/ +$e n#o concebe$ de modo alg$m $m com$nismo nivelador de talentos e pobre em necessidades/ +$e desprezo$ todo dogmatismo ao ponto de a(irmarW se como Rn#o marxista/ +$e n$nca abandono$ como princ0pio a valoriza"#o das l$tas entre as classes sociais. 2nd$bitavelmente/ concl$i >ernández B$e=/ para a+$eles +$e contin$am padecendo os escravos/ os proletários/ h$milhados R7arx contin$a t#o vigente como Shaespeare para os amantes da literat$ra. !omo (echamento desta primeira parte do livro/ o texto de dgardo ,ander/ pro(essor da Iniversidade !entral da %enez$ela/ permiteWnos navegar nas tensNes e desa(ios de $ma trilogia com imbrica"Nes nada singelas. m R7arxismo/ e$rocentrismo e colonialismo/ ,ander orienta s$a cr0tica contra o metarrelato colonial8e$roc*ntrico com$m 's di(erentes vertentes do pensamento dogmático/ +$e (oi historicamente hegemHnico sobre e a partir da Am&rica ,atina. A tens#o entre (ontes te;ricas pr;pria s o$ etnoc*ntricas/ o l$gar da b$rg$esia nacional nas l$ta antiimperialistas/ a invisibiliza"#o do R-$tro c$lt$ral/ as pa$tas de moderniza"#o e desenvolvimento/ a constr$"#o do s$jeito pol0tico e social de m$dan"a/ o economicismo e o essencialismo s#o alg$ns dos temas mais controvertidos das análises em rela"#o 's realidades latinoW americanas aos +$ais al$de ,ander neste artigo. (etivamente/ o co+$etel & explosivo e/ em conj$n"#o com os artigos precede ntes/ constit$i $ma prova inapelável de por +$e & necessário conceber a ci*ncia como $ma iniciativa Rcoletiva/ interpretativa e context$alizada 3Sch$ster/ 4.
At$alidade e renova"#o dos temas clássicos A grande Qltima narrativa da hist;ria & a+$ela +$e a(irma +$e o capitalismo chego$ para (icar. Veste sentido/ o valor do materialismo hist;rico radica em s$a contrib$i"#o de chaves cr0ticas tanto em rela"#o ' l;gica sist*mica como da historicidade +$e & pr;pria a este modo de prod$"#o 37eisins Dood/
vergonhoso es+$ema res$lto$ na pol*mica metá(ora da estr$t$ra e da s$perestr$t$ra. >oram correntes dentro do mesmo marxismo +$e apostaram em $ma concep"#o mecanicista e $nilinear da hist;ria seg$ndo a +$al as sociedades passavam por $ma s&rie de etapas civilizadoras pr&Westabelecidas. >inalmente (oram os ac;litos deste marxismo +$e identi(icaram nos princ0pios e leis capitalistas o (iltro aplicável $niversalmente a toda (orma"#o social/ prescindindo de toda especi(icidade conj$nt$ral. 1este tipo de interpreta"Nes & poss0vel aprender m$ito^ se$s arg$mentos s#o $m bom catálogo da+$ilo +$e n#o dever0amos repetir5 as leis $niversais transWhist;ricas/ o determinismo tecnol;gico e o vol$ntarismo divorciado de toda condi"#o material de exist*ncia. !omo n#o poderia deixar de ser/ os artigos +$e con(or mam esta seg$nda parte al$dem a estes e+$0vocos e proc$ram propostas s$peradoras dos mesmos. - artigo +$e abre a seg$nda parte deste livro corresponde a 1aniel Bensa?d/ pro(essor da Iniversidade de Paris %222 Saint 1enis. m RIm olhar sobre a hist;ria e sobre a l$ta de classes/ Bensa?d disc$te com o marxismo anal0tico na (ig$ra de $m de se$s mais esclarecidos expoentes/ Jon lster. 2g$al a o$tros a$tores/ lster encontra em 7arx $ma atit$de teleol;gica e $ma teoria da hist"ria universal $nilinear e ascendente +$e Bensa?d nos convida a s$perar. L certo +$e em tempos de resta$ra"#o o mercado irradia toda s$a sed$"#o/ en+$anto as l$tas de classes se tornam opacas no s$ceder hist;rico. ntretanto/ a hist;ria n#o pode ser pensada como $m jogo de soma zero/ e comete $m grave e+$0voco +$em pensa +$e a $m velho modelo o s$cederá como destino inexorável o$tro +$e o s$pere positivamente. 1a0 a j$steza da (;rm$la Rsocialismo o$ barbárie. A dial&tica dos poss0veis/ seg$ndo Bensa?d a entende/ & tamb&m ac$m$lativa/ o +$e a move a prop$gnar $ma d$pla ren$ncia ' il$s#o/ o$ seja5 a+$ela +$e sonha em retrospectiva e entende +$e nada tivesse podido ser mais do +$e &^ e tamb&m a +$e imagina a m$dan"a como prod$to grad$al/ e aposta incessantemente na re(orma permanente. Ambas conectamWse com os dois espectros +$e/ asseg$ra lster/ atormentam a revol$"#o com$nista. 6rataWse dos (antasmas de $ma revol$"#o premat$ra o$ de $ma revol$"#o conj$rada. ntretanto/ será poss0vel $ma revol$"#o just in timeK 6al e como partic$lariza Bensa?d/ a necessidade hist;rica en$ncia o +$e deve e pode ser/ n#o o +$e será5 Rat$alizando $ma possibilidade/ a revol$"#o &/ por ess*ncia/ inoport$na e/ em certa medida/ [] $ma impr$d*ncia criadora.
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A l$ta de classes e os h$manos con(litos pela sobreviv*ncia ad+$irem o$tro matiz em R2g$aldade e capitalismo de Alex !allinicos/ pro(essor no 9ings !ollege de ,ondres. !allinicos propNe conectar o marxismo 's teorias da j$sti"a do liberalismo ig$alitárioO. stas teorias desenvolveramWse partic$larmente d$rante o Qltimo +$arto do s&c$lo / tempo d$rante o +$al con(l$i$ com o crescimento inexorável da pobreza e da desig$aldade em escala global. - paradoxo n#o deixa de ser notável. ntretanto/ em palavras de !allinicos/ a aparente contradi"#o nos termos +$e s$pNe a mesma no"#o de liberalismo ig$alitário n#o impede reconhecer a Rde(iciente resposta contrária ' espec$la"#o (ilos;(ica abstrata +$e existe na tradi"#o marxista. Veste sentido/ o marxismo & desa(iado a s$perar a+$ela convic"#o +$e o (ez acreditar +$e o est$do de temas normativos re+$eria o abandono da teoria social explicativa e cr0tica 3e vice versa4. - legado ig$alitário +$e em s$as aspira"Nes instalaram as revol$"Nes b$rg$esas tri$n(antes tem por ancoragem social a demanda vivencial de trabalhadores/ escravos/ m$lheres/ sQditos coloniais/ negros/ l&sbicas/ ga=s/ e tantos o$tros +$e desde ent#o l$tam a (im de constr$ir $ma sociedade mais j$sta. !allinicos s$stenta +$e/ embora a temática da ig$aldade seja $ma preoc$pa"#o +$e ganha vida em tempos de capitalismo/ Ren+$anto ideal somente poderá realizarWse al&m de s$as (ronteiras. m R7arxismo e religi#o5 ;pio do povoK/ 7ichael ,C=/ diretor de pes+$isas do !entro Vacional de Pes+$isa !ient0(ica 3!VES/ >ran"a4/ retoma a tradicional cren"a +$e (az da religi#o $m bal$arte da rea"#o e da +$intess*ncia da aliena"#o h$mana para inscrev*Wla no capitalismo contempor)neo. m se$ texto/ ,C= apresenta $ma pro($sa lista de marxistas +$e na linha ($ndada por 7arx e ngels deram conta do caráter d$al do (enHmeno religioso. Sob certas condi"Nes hist;ricas/ a religi#o pode de (ato jogar $m papel dominante na vida de $ma sociedade/ +$e n#o necessariamente corresponde com a oposi"#o entre revol$"#o e contraWrevol$"#o/ progresso e invol$"#o/ dominados e opressores. As contrib$i"Nes de ,C= permitem avaliar d$as dimensNes extremamente caras ' sensibilidade latinoWamericana5 por $m lado/ os componentes protestantes e p$ritanos do c$lto ao dinheiro/ e se$ correlato com a crescente amplia"#o da brecha entre ricos e pobres^ por o$tro/ a inesperada irr$p"#o da teologia da libera"#o com a O
Eecomendamos m$ito especialmente a leit$ra do trabalho seminal de >ernando ,izárraga 3
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conse+@ente a(l$*ncia de crentes e cl&rigos +$e apostaram s$as vidas e se$s rec$rsos materiais e espirit$ais pela ca$sa dos +$e menos t*m na l$ta por $ma nova e melhor sociedade. Adol(o Sánchez %áz+$ez/ pro(essor em&rito da Iniversidade Vacional A$tHnoma do 7&xico/ propNeWnos re(letir sobre o Rimoralismo de 7arx. - problema de pensar $ma &tica de inspira"#o marxiana/ como bem assinala o a$tor de RLtica e marxismo/ & a d$pla e assim&trica signi(ica"#o de d$as dimensNes inseparáveis da +$est#o5 a explicativa e a normativa. Apesar da aWsistematicidade da obra marxiana a respeito/ nenh$m marxista negaria +$e 7arx concebe a moral como objeto de conhecimento no contexto de s$a concep"#o da hist;ria e da sociedade. S$a contrib$i"#o & prescrit0vel em ao menos tr*s planos signi(icativos5 a cr0tica do capitalismo/ o projeto de nova sociedade e a prática pol0tica revol$cionária/ sendo este Qltimo aspecto o +$e apresenta as arestas mais r0spidas. Se 7arx era s; e acima de t$do $m descobridor/ e o marxismo s; $ma ci*ncia/ n#o haveria raz#o de ser para $ma moral normativa. 1iante de $m panorama t#o restritivo/ o desassossego n#o demoraria em chegar. ntretanto/ por sorte/ Sánchez %áz+$ez nos o(erece $m 7arx di(erente da+$ele reivindicado pelos pragmáticos/ o academicismo objetivista o$ o determinismo v$lgar. Gra"as a s$a pl$ma/ o (il;so(o vi$ as ro$pagens de +$em se atreve ' imbricada tare(a de interpretar e trans(ormar o m$ndo. S$a concl$s#o & cont$ndente. !laro +$e há $m l$gar para a moral no marxismo/ mas sempre +$e se tenha o valor de encaráWlo como R(iloso(ia da práxis/ o +$al implica o compromisso com $ma cr0tica do existente/ $m projeto
alternativo
de
emancipa"#o/
$m
conhecimento
da
realidade
e/
($ndamentalmente/ com $ma voca"#o prática trans(ormadora 3Sánchez %áz+$ez/ e$erbach com as lentes de se$ ed$cador e/ no transc$rso deste movimento/ vai desvendando o pr;prio cora"#o da convic"#o emancipadora +$e s$bjaz coincidentemente em 7arx e em Sánchez %áz+$ez. videntemente/ seria completamente ing*n$o acreditar +$e a m$dan"a s; & atingida ' (or"a de prática5 se (osse assim/ s; dever0amos ser obstinadamente constantes e repetir
$ma e o$tra vez os mesmos (eitos/ at& +$e ganhássemos da realidade por cansa"o. Eetomar o conceito de práxis remete a $ma cr0tica te;rica +$e incl$i (ins e táticas. 1esta maneira/ a atividade prática revela as ($n"Nes mentais de s0ntese e previs#o +$e a compNem. - materialismo ing*n$o e o idealismo solipsista (oram desarmados. mbora os res$ltados da práxis revol$cionária s#o imprevis0veis/ homens e m$lheres t*m em se$ poder a esperan"a de l$tar pela chegada do desejável e poss0vel. A mensagem com +$e concl$i Palaz;n 7a=oral a leit$ra marxiana de Sánchez %áz+$ez n#o & absol$tamente desdenhável5 em tempos de niilismos Rn#o se pode viver sem metas/ sonhos/ il$sNes/ ideais 3Sánchez %áz+$ez/
Vovos temas de re(lex#o no capitalismo contempor)neo 7$ito dano tem (eito o pensamento dogmático +$e converte$ o marxismo em $m corpo te;rico acabado e a$toWs$(iciente/ com respostas ine+$0vocas para todo tempo e l$gar. 6al tipo de atit$de parece mais pr;pria dos livros de a$toWaj$da +$e da tradi"#o de pensamento vivo +$e 7arx aj$do$ a ($ndar. As l$tas em torno das contradi"Nes de classe n#o podem ser ade+$adamente compreendidas em s$a trajet;ria e em s$a complexidade se s#o analisadas divorciadas dos problemas de g*nero e op"#o sex$al/ ecol;gicoWmeioWambientais e nacionalistas &tnicos/ raciais e religiosos/ +$e marcam nossos tempos. V#o se trata de dizer a 7arx a+$ilo +$e n#o poderia ter pensado em se$ contexto biográ(ico X. 6rataWse de dialogar com ele/ talvez com certo tom de
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xtremamente interessante & o cap0t$lo sobre o (anifesto Comunista de Atilio A. Boron 3
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irrever*ncia/ para (orm$lar perg$ntas +$e +$estionem se$s press$postos e ponham em andamento as engrenagens do esp0rito cr0tico pr;prio de s$a (iloso(ia da práxis. m correlato com o anterior/ o primeiro dos artigos desta terceira parte relacionaWse com o (lanco mais (raco do marxismo clássico5 a explora"#o da m$lher. m RPara $ma teoria das rela"Nes de g*nero/ >rigga :a$g/ pro(essora e pes+$isadora no 2nstit$t (@r 9ritische 6heorie/ Alemanha/ expNe $ma ag$da cr0tica da economia pol0tica marxista dos g*neros. Partindo de alg$mas observa"Nes de 7arx e ngels as +$ais considera extremamente Rimprecisas/ propNe $ma releit$ra sintomática devedora do m&todo alth$sseriano +$e recorrerá tamb&m a contrib$i"Nes de Antonio Gramsci e Vicos Po$lantzas para dar devida conta da transcend*ncia e complexidade do t;pico em +$est#o. - problema det&m como $m de se$s lados mais espinhosos a dire"#o se+@encial das l$tas emancipat;rias +$e tradicionalmente privilegiam a ins0gnia libertária dos trabalhadores/ resignando ' liberta"#o das m$lheres/ no melhor dos casos/ $m sec$ndário Qltimo posto. sta/ seg$ndo a perspectiva de :a$g/ & $ma se+@ela esperável pr;pria das post$ras +$e optam por omitirWse em rela"#o ' (or"a das rela"Nes de g*nero na determina"#o da (orma espec0(ica das rela"Nes sociais em se$ conj$nto. A a$tora concl$i +$e as rela"Nes de g*nero s#o rela"Nes de prod$"#o/ e $ma cabal compreens#o deste (ato permitirá (inalmente invalidar a tend*ncia convencional de pensáWlas p$ramente como rela"Nes entre homens e m$lheres. Rxiste $m marxismo ecol;gicoK/ perg$ntaWse lmar Altvater/ catedrático da Iniversidade ,ivre de Berlim. Veste artigo/ Altvater proc$ra mostrar como a sing$lar concep"#o da nat$reza elaborada por 7arx a partir de s$a cr0tica ' economia pol0tica permite $ma melhor compreens#o dos problemas ecol;gicos at$ais. A resposta a s$a +$est#o &/ portanto/ a(irmativa. Altvater propNe $ma leit$ra +$e se inicia em $m 7arx conse+@ente com a 2l$stra"#o e +$e acredita +$e o homem constr;i s$a hist;ria ao
Sob o personagem (iccional do Annette 1evere$x/ Sheila EoCbotham escreve ao a$tor do (anifesto Comunista (azendo gala de $m delicioso gracejo. Vo R1ear 1r. 7arx5 Ao ,etter (rom ao Socialist >eminist/ EoCbotham se dirige a se$ R$erido 1r. 7arx nos seg$intes termos5 R6eria lido o artigo em re(er*ncia ao (anifesto Comunista +$e escreve$ com o Sr. ngels se n#o tivesse estado correndo das barricadas aos escrit;r ios do )oix d# 'emmes e dali ' associa"#o de m$lheres [] Pa$line Eoland/ 1esir&e %&ret/ S$zanne %oil+$in e !laire 1&mar/ para mencionar $mas po$cas/ mostrar amWnos +$e as m$lheres devem proc$rar por si mesmas s$a emancipa"#o. 1estas m$lheres (ortes e de >lora 6ristán/ aprendemos +$e a m$lher +$e n#o se pertence a si mesma n#o se pertence no absol$to. ntretanto/ n#o es+$ecemos +$e nossa ca$sa estava conectada com a da classe operária. S$rpreendeWme n#o encontrar men"#o em se$ 7ani(esto ' proposta de >lora 6ristán e s$a indica"#o a respeito da impossibilidade de realizar a emancipa"#o dos varNes trabalhadores en+$anto as m$lheres permane"am oprimidas na (am0lia 3EoCbotham/ \4.
trans(ormar a sociedade/ a nat$reza e a si mesmo. ntretanto/ m$ito em breve 7arx irá per(ilando $ma leit$ra m$ito mais complexa. Va observa"#o dos ciclos de crise dos anos cin+@enta do s&c$lo 2/ terá oport$nidade de veri(icar as primeiras di(ic$ldades ecossociais +$e an$nciam +$e a nat$reza tem se$s pr;prios limites e +$e se$s rec$rsos (initos por#o alg$m dia em xe+$e a prod$"#o capitalista tal como hoje a conhecemos. sistema energ&tico (;ssil e a extrema desig$aldade e inj$sti"a imperantes no sistema capitalista do in0cio do s&c$lo 2 corroboram a+$eles presságios. !ontrariamente 's opiniNes R+$ali(icadas de certos ecologistas e alg$ns peritos do Banco 7$ndial +$e s; identi(icavam na pobreza a ca$sa dos males ecoambientais/ Altvater s$stentará +$e o conl$io entre pobreza e ri+$eza & $ma das principais ca$sas da destr$i"#o ecol;gica. 6amb&m preoc$pado pelos aspectos relativos ' implos#o ecol;gica planetária/ >ranz :inelammert/ pro(essor do 1epartamento c$m*nico de 2nvestiga"Nes de S#o Jos&/ !osta Eica/ o(ereceWnos se$ artigo RA globalidade da terra e a estrat&gia de globaliza"#o. Seg$ndo :inelammert/ ' con+$ista impr$dente e violadora do ecossistema/ (oi somada como Qltima grande cr$zada a elimina"#o de toda resist*ncia h$mana ao status *uo. - mercado e a racionalidade cient0(ica meiosW(ins s$stentamWse na invisibiliza"#o dos riscos globais +$e ambos geram. Paradoxalmente/ (azWse abstra"#o da globalidade cada vez +$e se decide (azer t$do a+$ilo +$e se pode (azer5 a energia n$clear/ os avan"os em biogen&tica/ a implos#o dos sistemas h0dricos e (lorestais/ etc./ caem sobre as consci*ncias da h$manidade. A conversa"#o +$e :inelammert reconstr;i entre o cientista ingl*s e o grande in+$isidor espanhol 6or+$emada & claramente il$strativa. L l0cito tort$rar ao herege/ ' nat$reza/ aos homens e m$lheres +$e resistemK A resposta & sim/ seja +$al (or o caso/ se o tormento se j$sti(ica em nome da e(icácia. ntretanto/ :inelammert adverte/ a rela"#o entre tort$ra/ e(icácia e limite do s$portável está estabe lecida/ embora s; a conhe"amos ex post / +$ando todos os limites já (oram $ltrapassados de(initivamente. As rela"Nes h$manas (oram conv$lsionadas ao extremo de eliminar toda ne$tralidade como op"#o poss0vel. m o$tras palavras/ concl$i o a$tor/ Rpodemos escolher entre responsabilidade e irresponsabilidade/ mas n#o podemos nos ($rtar da alternativa. - tema central de RAs id&ias e a a"#o pol0tica na m$dan"a hist;rica de Perr= Anderson/ da Iniversidade da !ali(;rnia/ ,os Angeles/ n#o poderia ser mais apaixonante. !ontrariamente '+$ilo +$e $m materialismo v$lgar e med0ocre s$stentaria/
as id&ias e os valores desdobramWse na hist;ria mostrando s$a vivacidade e incid*ncia concretas nas m$dan"as s;cioWhist;ricas promovidas pelos atores tanto da es+$erda como da direita. - itinerário proposto por Anderson n#o pretende ser enciclopedista nem aned;tico^ ao contrário/ tem $ma signi(ica"#o +$e se projeta no ($t$ro. Vos tr*s grandes casos analisados de impacto ideol;gico moderno a 2l$stra"#o/ o marxismo e o neoliberalismo o a$tor encontra a repeti"#o de $m mesmo padr#o. -s tr*s (oram sistemas de id&ias com $m alto gra$ de so(istica"#o/ +$e se desenvolveram inicialmente em condi"Nes adversa s e de isolamento/ e obtiveram $ma (or"a br$tal como ideolo gias ao prod$zirem o estalo de $ma crise objetiva de signi(ica"#o radical. A es+$erda deve aprender esta li"#o para en(rentar sem arrog)ncia/ mas com persist*ncia $ma ideologia dominante +$e at$almente s$stentaWse sobre a a$toWa(irma"#o do capitalismo como Qnica (orma de organiza"#o da vida moderna e sobre a an$la"#o da soberania nacional em nome da de(esa dos direitos h$manos $niversais 3Anderson/
1emocracia e imperialismo em tempos de globaliza"#o :á +$em a(irme sem ind0cio de dQvida +$e n#o existem alternativas +$e desa(iem a hegemonia do capital 3capitalismo4 e o tri$n(o do governo do povo 3democracia4. Para eles/ o ($t$ro +$e se atenta & $ma repeti"#o do presente/ embora com mais op"Nes em altares de $m pl$ralismo bem entendido. ste Qltimo & +$ali(icado como tal pelo poder hegemHnico vigente con(orme este se sinta mais o$ menos amea"ado pelas diversas e pl$rais demandas de se$s governados. $em ainda recorda os s$cessos da primavera e=nesiana\ e de $m capitalismo de p;sWg$erra +$e prometia reconstr$irWse democrática 1$rante os anos do$rados do capital ismo/ como os denomina ric :obs baCm em s$a +ist"ria do s,culo %% / a exist*ncia de $m stado de BemWestar o$ planejador coincide com $m contexto de generaliza"#o de m&todos de trabalho como o ta=lorismo e o (ordismo/ +$e s$portaram $m importante incremento da prod$tividade. ste estado de BemWestar permiti$ a ac$m$la"#o de capital e a con(orma"#o de $ma norma de cons$mo de massas. / as m#os dos governos socialWdemocratas/ ganharam (or"a com a insta$ra"#o de $ma (;rm$la pol0tica de compromisso entre Ro capital e Ro trabalho/ sendo a pr;pria estr$t$ra estatal o principal ente reg$lador do con(lito. Veste trabalho/ :obsbaCm artic$la a dimens#o econHmicoWtecnol;gica com as pro($ndas m$dan"as pol0ticas e sociais +$e a sociedade de cons$mo de massas impHs n#o s; nos pa0ses avan"ados do ocidente no contexto da a(ian"amento da hegemonia pol0tica e econHmica dos stados Inidos/ mas tamb&m nos pa0ses do terceiro m$ndo crescentemente $rbanizados. -s anos setenta encontraram $m m$ndo +$alitativa e +$antitativamente distinto/ tendo meio \
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e ig$alitariamente/ corrobora diariamente n#o sem certa cota de melancolia e m$ito desalento como seg$imos nos a(astando da possibilidade de c$mprir a+$ela velha il$s#o. -s cenários de con(lito m$ltiplicamWse em espa"os locais/ nacionais/ internacionais e regionais/ trans(ormando o m$ndo Rliteralmente em $m globo a ponto de explodir. -s diagn;sti cos +$e se esc$tam com maior (or"a e estrid*ncia s#o a+$eles +$e assinalam como ca$sa do problema os excessos das democracias. - diagn;stico precedente/ como o assinala llen 7eisins Dood/ pro(essora da Iniversidade de or 36oronto/ !anadá4/ mostra $ma $ni#o pro($ndamente contraW int$itiva5 a vit;ria do capital e do povo. m se$ artigo Rstado/ democracia e globaliza"#o/ a a$tora nos convida a d$vidar do caráter evidente/ nat$ral e ec$m*nico deste encontro/ lan"ando l$z sobre os arte(atos $tilizados pelo novo imperialismo norteW americano. -bjeto de s$cessivas rede(ini"Nes/ +$e 7eisins Dood percorre com detalhe/ a democracia & cam$(lada para +$e o capitalismo possa toleráWla. `s margens do caminho (oram lan"ados se$s aspectos mais sed$tores5 +$e os nascidos livres e pobres tenham inger*ncia e(etiva nas rela"Nes de poder pol0ticoWeconHmicas & coisa do passado. - povo & convocado a cons$mir/ mas & reprimido +$ando pretende s$bverter. Periodicamente este acerto marital de conveni*ncia $nilateral (az sintoma e/ contrariamente 's opiniNes +$e an$nciaram o (alecimento do stado na era global/ o imperialismo e a presen"a polic0aca dos estadosWna"#o com s$a correspondente interdepend*ncia assim&trica se (azem sentir na avan"ada repressiva contra os povos. m R!olonialismo interno 3Ima rede(ini"#o4/ Pablo González !asanova/ pro(essor da Iniversidade Vacional A$tHnoma do 7&xico/ dá conta desta categoria srcinalmente ligada a (enHmenos de con+$ista/ em +$e as pop$la"Nes de nativos n#o s#o exterminadas e (ormam parte/ primeiro/ do stado colonizador e/ depois/ do stado +$e ad+$ire $ma independ*ncia (ormal o$ +$e inicia $m processo de liberta"#o/ de transi"#o ao socialismo o$ de recoloniza"#o e volta ao capitalismo neoliberal. m primeiro l$gar/ (az (alta precisar +$e o colonialismo interno se dá no terreno econHmico/ pol0tico/ social e c$lt$ral. m seg$ndo l$gar/ deve o analista internarWse nos roteiros da evol$"#o do dito colonialismo ao longo da ($nda"#o e consolida"#o do estadoWna"#o e do capitalismo. >inalmente/ & preciso estabelecer a exist*ncia o$ a$s*ncia de v0nc$los as m$dan"as sociai s re(eridas d$rante os anos de bonan"a. Eevol$"#o c$lt$ral e social mediante/ os Qltimos anos do s&c$lo tro$xe consigo $m crescente +$estionamento e reclama"#o (rente 's (ormas do stado intervencionista. As novas gera"Nes en(rentar#o s$a primeira experi*ncia tra$mática/ e o (ar#o com a intensidade de +$em tem sido criados em $m modelo societal de ab$nd)ncia 3:obsbaCm/ O4.
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entre a+$ele e as alternativas emerge ntes/ sist*micas e antiWsist*mic as/ em partic$lar as +$e concernem ' Rresist*ncia e Ra constr$"#o de a$tonomias dentro do estadoWna"#o/ com os movimentos e (or"as nacionais e internacionais da democracia/ da liberta"#o e do socialismo. Se/ como a(irmo$ 7arx/ R$m pa0s se enri+$ece ' c$sta de o$tro pa0s/ González !asanova tenta salvar a (al*ncia pr;pria de certo marxismo no +$al prevalece$ a análise da domina"#o e explora"#o dos trabalhadores pela b$rg$esia (rente
' análise da domina"#o e explora"#o de $ns pa0ses por o$tros / e navegar nos terrenos +$e (azem a hist;ria desta categoria sens0vel e t#o signi(icativ a para as l$tas dos povos por s$a emancipa"#o. m correlato com este Qltimo aspecto/ >ran"ois :o$tart/ diretor do !entro 6ricontinental da Iniversidade de ,ovainaWaWVova/ B&lgica/ opto$ por re(letir sobre R-s movimentos sociais e a constr$"#o de $m novo s$jeito hist;rico. - crescimento dos n0veis de desig$aldade e polariza"#o social/ a intensi(ica"#o do protesto social e s$a criminaliza"#o e repress#o d#o conta dos limites do capitalismo democrático. `s (ormas tradicionais paralisa"Nes/ greves de (ome/ concentra"Nes os protestos sociais incorporaram $m repert;rio de novas modalidades +$e incl$em encontros como os >;r$ns Sociais 7$ndiais 3+$e percorreram vários continentes4/ marchas prolongadas/ panela"os/ pi+$etes e blo+$eios de rodovias. :o$tart aposta em est$dar criticamente o acionar destes novos s$jeitos contestatários e se$ impacto nos processos coletivos. Se$ objetivo & (ixar as condi"Nes de possibilidade para a constit$i"#o de $m novo s$jeito social capaz de $ma cr0tica interna aos (ins de instit$cionalizar as m$dan"as desejadas e asseg$rar $ma re(er*ncia permanente 's metas proc$radas. 2sto re+$ererá deste s$jeito hist;rico a capacidade nada desdenhável de captar os desa(ios da globaliza"#o e integrar as v0timas do neoliberalismo globalizado. - imperialismo & o t;pico +$e atravessa os artigos precedentes e +$e retoma John Bellam= >oster/ $m dos editores da (onthly Revie-/ em se$ artigo tit$lado Rredescobrimento do imperialismo. >oster come"a assinalando +$e d$rante +$ase todo o
e (arx al marxismo en Am,rica latina/ de Adol(o Sánchez %áz+$ez/ e (arx en su /$ercer0 (undo. +acia un socialismo no coloni!ado/ de V&stor 9ohan/ s#o escritos inescapáveis para +$em pretende disc$tir com solv*ncia os arg$mentos da+$eles +$e a(irmam +$e/ na Am&rica ,atina/ 7arx e ngels s; despertaram $m interesse sec$ndário pr;prio dos (enHmenos de raiz imigrat;ria. - compromisso e a +$alidade h$mana do reconhecido pensador hispanoWmexicano e o paix#o e a pl$ma assertiva de 9ohan s#o amostras ine+$0vocas de $m pensamento latinoWamericano marxista +$e pNe em xe+$e o capitalismo ao prop$gnar a análise te;rica e a práxis emancipat;ria como aspectos inseparáveis de $ma m$dan"a imprescind0vel em sociedades t#o pro($ndamente hierar+$izadas e ine+@itativas como as existentes na regi#o.
s&c$lo o conceito de Rimperialismo (oi considerado $m termo de ma$ gosto e/ conse+@entemente/ eliminado da agenda e dos disc$rsos das mais in(l$entes (ig$ras pol0ticas e intelect$ais do mainstream. A g$erra contra o terrorismo empreendida pela administra"#o B$sh (oi/ em boa medida/ a promotora das calorosas boasWvindas dadas ao imperialismo e ao ardor imperialista desatado entre essa mesma elite de intelect$ais e dirigentes pol0ticos norteWamericanos. 1espojado de toda (ilia"#o +$e o associe ao marxismo o$ ' explora"#o/ o imperialismo encarna a grande tare(a civilizadora do 2mp&rio VorteWamericano. ntretanto/ assinala >oster/ existem regras para esta reapropria"#o dos conceitos de Rimp&rio e Rimperialismo. As motiva"Nes excepcionalmente ben&volas devem ser en(atizadas/ e & imperativo inscrever a j$sti(ica"#o do dom0nio pol0tico e militar no contexto da de(esa dos direitos h$manos e dos princ0pios democráticos. >inalmente/ do imperialismo econHmico diretament e n#o se (ala. - redescobrimento do imperialismo no seio do mainstream s; signi(ica a nat$raliza"#o dos interesses das corpora"Nes e do estado norteWamericano como prioritário para o capitalismo global. m RIm ($t$ro para o socialismoK/ 6err= agleton/ pro(essor da Iniversidade de 7anchester/ ass$me $ma post$ra mordazmente contestatária em rela"#o ao Rsentido com$m globalizado a (im de re(rasear alg$ns slogans pr;prios de nossos dias. agleton s$stenta +$e existe po$ca evid*ncia sobre a t#o memorada apatia cidad#. 6odavia/ a sit$a"#o parece ser exatamente oposta5 as pessoas est#o preoc$padas com $m nQmero crescentemente importante de ass$ntos +$e as a(etam como res$ltado de pol0ticas +$e lhes s#o lesivas. -s objetivos da es+$erda at$al n#o parecem ser/ seg$ndo agleton/ estritamente revol$cionários/ +$ando exigem como denominador com$m +$e todos os habitantes do planeta possam comer/ trabalhar/ exercer s$a liberdade e viver dignamente. $e aspectos t#o básicos da vida cotidiana re+$eiram ser demandados res$lta $m (ato cr0vel apenas en+$anto prod$to de $ma sociedade +$e se s$stenta sobre o incremento dos excl$0dos do e pelo sistema +$e pa$ta o$ estr$t$ra s$a organiza"#o. capitalismo dá mostras concl$dentes de ser art0(ice plenamente a$tHnomo de se$ destino. Por si s; conseg$e (azer desnat$ralizar todo ciclo vital conhecido e n#o necessita aj$da alg$ma para atacar se$ hara+$iri. sta obra chega a se$ (im. Atilio A. Boron o(erece/ a modo de (echamento provis;rio/ eixos para a disc$ss#o do imperialismo na hist;ria recente da Am&rica
,atina. m se$ texto/ RA +$est#o do imperialismo se cr$za com a depend*ncia externa/ a eros#o da soberania nacional dos estados e com a s$bmiss#o sem precedentes da regi#o aos ditados dos centros +$e respondem ao dom0nio imperial. As pol*micas teses desenvolvidas por 7ichael :ardt e Antonio Vegri em 2mp&rio 3oi concebida como convite a compartilhar alg$mas das +$estNes/ desa(ios e problemas +$e os homens e m$lheres deste s&c$lo en(rentamos diariamente. A h$mana mortalidade &/ por excel*ncia/ o princ0pio antropol;gico ig$alitário +$e transcende (ronteiras territoriais e temporárias. Veste estrito sentido/ a morte de 9arl 7arx/ como a de todo ser mortal/ era $ma morte an$nciada. ntretanto/ o ade$s a 7arx/ di(erentemente das despedidas recebidas pela imensa maioria dos mortais/ renovaWse periodicamente $ma e o$tra vez. - +$e terá (eito este mortal para ter $ma exist*ncia imortalK A resposta apresenta várias arestas e a partir de todas elas n#o deixa de ser paradoxal5 7arx bebe$ das ini+@ida des do capitalismo. Para s$rpresa de $ns po$cos/ o capitalismo contin$a exigindo vidas em escala planetária. nesse processo/ hoje m$ito mais +$e no s&c$lo 2/ converteWse no elixir da eterna j$vent$d e +$e vivi(ica 7arx e se$ legado como $m de se$s mais ag$dos e (ec$ndos cr0ticos. - poeta n#o se e+$ivocava +$ando a(irmava +$e a vida & sonho5 de (ato/ desde s$a apari"#o/ o marxismo (oi o eterno pesadelo da+$eles +$e ainda acreditam nas virt$des do capitalismo.
Bibliogra(ia Alexander/ Je((re= T R,a centralidad de los clásicos em Giddens/ Anthon=^ 6$rner/ Jonathan et al. 1a teoría social hoy 37adri5 Alianza4.
Anderson/ Perr= ondo de !$lt$ra con;mica4. !allinicos/ Alex $$=ama/ >rancis < 5l fin de la historia y el 4ltimo hombre 3B$enos Aires5 Planeta4. Gr@ner/ d$ardo ernando e$erbach em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich 1a ideología alemana 37ontevideo5 P$eblos Inidos4.
7arx/ 9arl \X 5l Capital. Crítica de la 5conomía Política 37&xico5 >ondo de !$lt$ra con;mica4 6omos 2/ 22 e 222. 7eisins Dood/ llen ondo de !$lt$ra con;mica4. EoCbotham/ Sheila \ R1ear 1r. 7arx5 A ,etter (rom a Socialist >eminist em 8ocialist Register 9::; 3Vova 2or+$e5 6he 7erlin Press4. Sánchez %áz+$ez/ Adol(o e (arx al marxismo en Am,rica latina 37&xico5 2taca4. Sánchez %áz+$ez/ Adol(o ondo de !$lt$ra con;mica4. Sánchez %áz+$ez/ Adol(o &lix G$stavo R,os laberintos de la context$alizaci;n en ciencia em Althabe/ G&rard e Sch$ster/ >&lix G$stavo 3orgs.4 Antropología del presente 3B$enos Aires5 dicial4.
<
Atilio A. Boron∗
Aula inau&ural Pelo necessário 8e demorado9 retorno ao marxismo ∗
∗∗
Secretário xec$tivo do !onselho ,atino Americano de !i*ncias Sociais 3!,A!S-4 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva
∗∗
Advert*ncia preliminar !ome"ar $m tema como este re+$er alg$mas po$cas/ mas necessárias palavras iniciais. Ao (im e ao cabo/ como entender o signi(icado deste regresso a $ma (onte t#o ($ndamental e ins$bstit$0vel do pensamento cr0tico como o marxismoK Se se (ala de regresso/ por +$al motivo m$itos se alijaram/ e agora retornamK Ademais/ regressaWse ao mesmo/ o$ a o$tra coisaK -$/ ainda/ do +$e nos alijamosK n(im/ as perg$ntas poderiam s$cederWse em $ma se+@*ncia interminável/ na +$al se entrela"ariam re(lexNes +$e transcendem o campo meramente intelect$al/ o$ da mal chamada Rhist;ria das id&ias mal chamada por+$e as id&ias n#o t*m $ma hist;ria pr;pria independente das condi"Nes sociais +$e lhes deram srcem e as s$stentam ao longo do tempo para adentrarWse na hist;ria contempor)nea em s$as mQltiplas dimensNes. - destino do marxismo como teoria cr0tica o$/ para(raseando JeanWPa$l Sartre/ como o necessário e imprescind0vel horizonte cr0tico de nosso tempo n#o (oi indi(erente (rente 's (ases das revol$"Nes socialistas do s&c$lo vinte e dos a$ges e re(l$xos das l$tas pop$lares d$rante se$s conv$lsionados anos. xaminar o ocorrido em toda s$a pro($ndidade entranharia/ pois/ $ma tare(a +$e excede em m$ito os prop;sitos desta breve introd$"#o geral. Basta/ por agora/ deixar marcada a import)ncia desta 0ntima conex#o entre id&ias e processos hist;ricos. Ima explora"#o detalhada do ass$nto o leitor poderá encontrar no cap0t$lo de Perr= Anderson/ incl$0do neste livro. m todo caso/ e al&m destas considera"Nes preliminares/ estamos convencidos de +$e a sobreviv*ncia do marxismo como tradi"#o intelect$al e pol0tica & explicada por
<\
dois (atores +$e/ sem serem os Qnicos/ aparecem como os mais importantes. m primeiro l$gar/ pela reiterada incapaci dade do capitalismo de en(rentar e resolver os problemas e desa(ios originados em se$ pr;prio ($ncionamento. Va medida em +$e o sistema prosseg$e condenando segmentos crescentes das sociedades contempor)neas ' explora"#o e a todas as (ormas de opress#o com s$as se+@elas de pobreza/ marginalidade e excl$s#o social e agredindo sem pa$sa a nat$reza mediante a br$tal mercantiliza"#o da ág$a/ do ar e da terra/ as condi"Nes de base +$e exigem $ma vis#o alternativa da sociedade e $ma metodologia prática para pHr (im a esta ordem de coisas seg$iram estando presentes/ todo o +$al n#o (az sen#o rati(icar a renovada vig*ncia do marxismo. sta & $ma das razNes +$e explica/ ao menos em parte/ s$a permanente Rat$alidade. A o$tra & a n#o $s$al capacidade +$e este corpus te;rico demonstro$ para enri+$ecerWse em correspond*ncia com o desenvolvimento hist;rico das sociedades e das l$tas pela emancipa"#o dos explorados e oprimidos pelo sistema. L devido a isto +$e o regresso a 7arx s$pNe como ponto de partida a aceita"#o de $m permanente Rir e vir a merc* do +$al as teorias e os conceitos da tradi"#o marxista s#o apli cados para interpretar e m$dar a realidade e/ sim$ltaneamente/ reWsigni(icados ' l$z da experi*ncia prática das l$tas pop$lares e das estr$t$ras e processos +$e t*m l$gar no contexto do capitalismo contempor)neo. >eito o devido esclarecimento com todo o anterior/ a reintrod$"#o do marxismo em $m programa de (orma"#o te;rica e metodol;gica como o +$e o !,A!S- o(erece constit$i $ma sa$dável novidade nas ci*ncias sociais latinoWamericanas/ dominadas d$rante mais de trinta anos por distintas vertentes do pensamento con(ormista e escapista pr;prio de $m tempo de derrotas como (oi o do (inal do s&c$lo vinte. Ee(erimosWnos/ & claro/ ao neoconservadorismo imposto na academia norteWamericana com s$as teorias da Relei"#o racional/ do individ$alismo metodol;gico/ do (also rigor da hipermatematiza"#o e da ins$perável (ragmenta"#o do conhecimento pr;pria do positivismo e das diversas expressNes do p;sWmodernismo +$e/ primeiro e principalmente na $ropa/ a(ian"aramWse no pensamento (ilos;(ico e nas orienta"Nes te;ricas gerais das ci*ncias sociais. Já em $m texto j$ve nil re(erimoWnos a A 8agrada 'amília 7arx e ngels diziam +$e +$ando a (iloso(ia ren$nciava a toda pretens#o cr0tica e trans(ormadora degenerava na Rexpress#o abstrata e transcendente do estado de coisas existente 3O\5 <
\T4. Po$cas advert*ncias s#o mais oport$nas +$e esta no momento de j$lgar a sit$a"#o das ci*ncias sociais. Ao abandonar toda cr0tica da ordem social vigente e ao desentenderW se da necessidade de trans(ormar o m$ndo/ apartando se$s olhos da contempla"#o da escandalosa inj$sti"a +$e nos rodeia/ as (orm$la"Nes do mainstream das ci*ncias sociais terminam por converterWse em $ma secreta apologia da sociedade capitalista.
- marxismo como tradi"#o te;ricoWprática Veste contexto/ $m marxismo dep$rado dos v0cios do dogmatismo e do sectarismo escolástico parece melhor dotado +$e ning$&m para impedir t#o deplorável (inal. >ica claro/ ent#o/ +$e o marxismo a +$e nos estamos re(erindo n#o se esgota nos estreitos limites da biogra(ia de se$ ($ndador. Por mais extraordinária +$e tenha sido o labor ($ndacional de 7arx/ ao ri+$0ssimo legado +$e nos deixasse s$a obra devemos somarW lhe os aportes da+$eles +$e seg$iram se$s passos como >riedrich ngels/ %ladimir 2. ,*nin/ Eosa ,$xemb$rgo/ ,e;n 6rots=/ Vicolai B$jarin/ G=org/ ,Qacs/ Antonio Gramsci/ entre tantos o$trosW e o (oram desenvolvendo em $m processo inacabado +$e chega at& nossos dias. Eetornar ao marxismo/ ent#o/ & regressar a $m determinado espa"o depois de haver ac$m$lado experi*ncias/ tri$n(os e derrotas e 's vezes em alg$ns casos a(ort$nados regressar com o bene(icio de $ma (ec$nda e enri+$ecedora assimila"#o dos ensinamentos da hist;ria. !hegaWse de regresso/ & certo/ mas +$em volta n#o & o mesmo/ assim como tampo$co & o mesmo o l$gar ao +$al se retorna. Por+$ e a obra de 7arx e a tradi"#o +$e se remete a se$ nome n#o (l$t$am impávidas acima da hist;ria. marxismo/ em s$ma/ & $ma tradi"#o vivente +$e reanima se$ (ogo na incessante dial&tica entre o passado e o presente. V#o se trata de $m s0tio ar+$eol;gico no +$al descansa $ma teoria +$e somente pode despertar a c$riosidade de (il;logos e pro(essores de (iloso(ia. 2sso pode valer para o$tros sistemas te;ricos/ desde a astronomia ptolemaica at& a teoria das mHnadas de ,eibnitz. 7as/ como metá(ora/ a imagem de $m s0tio 3l$gar onde se encontram restos (;sseis de animais/ plantas o$ id&ias4 n#o poderia ser mais inapropriada na hora de compreender a nat$reza do marxismo como teoria e como prática social. L +$e longe de ser $m livro (echado o$ $m edi(0cio concl$0do +$e encerra atrás de s$as portas todas as respostas e toda a verdade/ o marxismo & o +$e Sheldon Dolin de(ini$ FT
como $ma Rtradi"#o de disc$rso/ na +$al as perg$ntas s#o t#o importantes como as respostas 3Dolin/ F4. ntendeWse/ portanto/ +$e se n#o se rec$pera a teoria marxista esse corp$s altamente din)mico/ historicamente simples/ de perg$ntas e de certezas n#o haverá reconstr$"#o poss0vel da ci*ncia social. V#o obstante/ a rec$pera"#o sozinha n#o basta. Se tamb&m devemos recorrer ' psicanálise/ o$ aos est$dos c$lt$rais/ o$ ' ling@0stica o$ ' teoria da complexidade & $ma disc$ss#o +$e ainda n#o está (echada. A+$ilo +$e n#o deixa l$gar para dQvidas & a obsolesc*ncia da abs$rda pretens#o do Rmarxismo sovi&tico/ de sintetizar em $m da+$eles pat&ticos man$ais 3Rantimarxistas e Rantileninistas por excel*ncia_4 as respostas +$e o marxismo s$postamente o(erecia ' totalidade dos desa(ios te;ricos e práticos do m$ndo at$al e +$e se desvanece$/ sem deixar rastros/ com a desintegra"#o da Ini#o Sovi&tica. 2mre ,aatos aporta $ma vis#o pol*mica sobre a teoria marxista ao dizer +$e se trata de $m programa de investiga"#o c$jo nQcleo d$ro digamos/ por exemplo/ a maisWvalia como o segredo da explora"#o capitalista/ a l$ta de classes como motor da hist;ria/ o caráter de classe do estado/ a necessidade objetiva da revol$"#o/ etc. & irre($tável en+$anto +$e as Rteorias laterais o$ tangenciais +$e se artic$lam em torno do nQcleo d$ro 3como a teoria do partido/ a da consci*ncia re(lete/ a da Raristocracia trabalhadora/ etc.4 podem ser re($tadas sem +$e o mesmo se veja a(etado. 1iz0amos +$e/ al&m de s$a e(icácia didática/ esta imagem & altamente controversa por+$e red$zir o marxismo a $m programa de pes+$isa & tornáWlo grat$itamente pe+$eno e sem ($ndamento/ dado +$e como teoria cient0(ica e como Rg$ia para a a"#o & m$ito mais do +$e $ma simples agenda de pes+$isa. L por isso +$e/ independentemente das cr0ticas +$e mere"a a (orm$la"#o de ,aatos/ parece oport$no recordar se$ racioc0nio em momentos como o at$al/ +$ando se agravam as des+$ali(ica"Nes para o marxismo como teoria da sociedade e se pretende demonstrar se$ erro a partir da invalida"#o prática de alg$ns de se$s componentes mais tangenciais/ como/ por exemplo/ a debilidade da consci*ncia anticapitalista nas classes exploradas/ o$ a bancarrota do modelo clássico do partido revol$cionário. :á m$ito tempo/ vemWse dizendo +$e $ma das razNes pelas +$ais as ci*ncias sociais n#o progridem na Am&rica ,atina & devido ' debilidade de se$s es(or"os em mat&ria de pes+$isa emp0rica. - caráter (ortemente conservador deste arg$mento salta ' vista5 s$tilmente se asseg$ra +$e as teorias hegemHni cas s#o corretas e +$e o +$e ocorre & +$e n#o há s$(icientes pes+$isas para respaldáWlas ade+$adamente. 7as $ma simples F
olhada ao acontecido em nossa regi#o nos Qltimos vinte anos comprova/ contrariamente ao +$e dita o saber convencional/ a exist*ncia de $m impressionante acQm$lo de pes+$isas/ est$dos e monogra(ias nas +$ais se examinam 's vezes com grande detalhe os mais diversos aspectos de nossas sociedades. Vo entanto/ de (orma geral/ tamanha extraordinária ac$m$la"#o de in(orma"#o emp0rica n#o transcende$ o plano descritivo nem abri$ as portas a novas e mais (ec$ndas interpreta"Nes te;ricas. Por ca$sa de t$do isso/ & bem (ácil de entender5 as debilidades de $ma teoria n#o se resolvem com a ac$m$la"#o de dados emp0ricos nem com a c$idadosa compila"#o de res$ltados de pes+$isaT. As (alhas da teoria somente se resolvem concebendo novas teorias/ de di(erentes n0veis de complexidade e extens#o/ e propondo novos arg$mentos +$e en(ocam/ a partir de o$tra perspectiva/ a realidade +$e se pretende explicar e/ event$almente/ trans(ormar. 1evemos/ por essa raz#o/ propiciar $ma renova"#o te;rica por+$e as (al*ncias dos modelos tradicionais para explicar a prolongada e pro($nda crise pela +$al atravessa a regi#o n#o se srcinam na debilidade de s$a base emp0rica sen#o nas (alhas de s$as premissas te;ricas ($ndamentais. !remos/ em conse+@*ncia/ +$e $m marxismo racional e aberto pode contrib$ir decisivamente para s$perar esta sit$a"#o/ dotandoWnos de instr$mentos idHneos para interpretar e m$dar o m$ndo. Somente com o marxismo n#o o conseg$iremos/ mas sem o marxismo tampo$co.
- paradoxo de ,Qacs 1esta (orma/ se as anteriores n#o parecem ser razNes s$(icientes/ b$s+$emos o$tro caminho. S$ponhamos/ apesar de t$do já dito/ +$e $m conj$nto de recentes pes+$isas ho$vesse re($tado todas e cada $ma das teses de 9arl 7arx/ tal e como o conjet$rava ,Qacs em s$a brilhante +ist"ria e Consci#ncia de Classe. m tais circ$nst)ncias/ $m marxista Rortodoxo poderia aceitar tais descobrimentos sem maiores problemas e abandonar as teses de 7arx sem +$e essa atit$de +$estionasse s$a identidade te;rica. !omo explicar semelhante paradoxo conhecido como Ro paradoxo de ,QacsK A resposta +$e nos o(erece o te;rico hQngaro & a seg$inte5 o marxismo Rortodoxo 3express#o +$e ele $tiliza sem as aspas +$e nos parece conveniente agregar4 n#o s$pNe a aceita"#o acr0tica dos res$ltados das pes+$isas de 7arx/ nem a de tal o$ +$al tese de s$a T
Im excelente corretivo para a (alácia positivista +$e a(irma +$e as debilidades da teoria corrigemWse ac$m$lando Rdados e evid*ncia emp0rica encontraWse no excelente livro/ prod$to do c$rso o(erecido no !amp$s %irt$al do !onselho pelos pro(essores E$th Sa$t$/ Pa$la Boniolo/ Pablo 1alle e Eodol(o lbert 3
F<
obra/ nem m$ito menos a el$cida"#o de $m livro Rsagrado 3a+$i as aspas s#o de ,Qacs4. Pelo contrário/ a ortodoxia marxista re(ereWse excl$sivamente ' concep"#o epistemol;gica geral de 7arx/ o materialismo dial&tico^ e n#o aos res$ltados de $ma indaga"#o partic$larmente g$iada pela metodologia. Para ,Qacs/ esta concep"#o expressada por meio de n$merosos e variados m&todos +$e podem ser desenvolvidos/ expandidos/
apro($ndados em
conson)ncia
com
os grandes delineamentos
epistemol;gicos esbo"ados por se$s ($ndadores. Vo nosso entender/ da arg$menta"#o precedente podeWse in(erir a possibilidade de pensar o marxismo como $ma proposta +$e consiste de dois componentes/ separáveis e independentes5 a teoria e o m&todo. Vo entanto/ como o pr;prio ,Qacs demonstra com s$a obra/ n#o há tal cis#o e sim/ ao contrário/ $ma estreita $nidade entre teoria e m&todo. 1e onde se seg$e +$e/ a re($ta"#o das teses centrais da teoria di(icilmente poderia deixar intacta a concep"#o epistemol;gica e metodol;gica +$e lhe & pr;pria^ e +$e a demonstra"#o da inade+$a"#o desta Qltima a(etaria gravemente a validade da primeira. :oje/ podemos dizer +$e o capitalismo en+$anto sistema altamente din)mico apresenta mecanismos de explora"#o e/ portanto/ de extra"#o de maisWvalia mais complexos e diversi(icados +$e os existentes no tempo de 7arx e ngels. 7as t$do isto signi(ica +$e os capitalistas n#o compram mais (or"a de trabalho 3se bem +$e de caracter0sticas bem di(erentes 's de antes/ e mediante processos n#o exatamente ig$ais4K -$/ se o (azem/ pagam $m pre"o distinto ao +$e dita a reprod$"#o da mesma/ pondo deste modo (im ' rela"#o salar ial examin ada critic amente por 7arx em < CapitalK Ademais/ o +$e (az o capitalista +$ando ad+$ire essa (or"a de trabalhoK Eetrib$i ao trabalhador a totalidade do prod$zido em s$a jornada de trabalho/ o$ (ica com $ma parteK 1esaparece a explora"#o/ o$ persiste sob renovadas (ormasK Se a teoria da maisWvalia (osse re($tada/ a constr$"#o metodol;gica do marxismo se veria irreparavelmente dani(icada^ se se chegasse a demonstrar +$e o m&todo dial&tico & $m mero rec$rso ret;rico e n#o $ma estrat&gia válida de reconstr$"#o do real no plano do pensamento/ as teses centrais da teoria marxista di(icilmente poderiam sobreviver. ntretanto/ ainda n#o ocorre$ nada disso. V#o podemos dizer5 a explora"#o morre$_^ Antes/ devemos trabalhar d$ro em (avor de $m marxismo racional e aberto para interpretar e abarcar acabadamente a complexidade at$al. Veste sentido/ o livro de Ealph 7iliband 34 constit$i $m aporte de ri+$eza incalc$lável pela (orma com +$e FF
redisc$te as teses centrais da teoria marxista e por s$a abert$ra ' considera"#o da nova agenda +$e propNe a crise do capitalismo e os movimentos sociais e (or"as pol0ticas +$e em l$ta por s$a aboli"#o.
- marxismo e a reconstr$"#o sobre novas bases da heran"a hegeliana $em se proponha examinar a validade do marxismo como instr$mento de análise e trans(orma"#o do m$ndo contempor)neo/ n#o pode prescindir do exame do v0nc$lo entre :egel e 7arx. !onv&m/ por isso mesmo/ come"ar retomando alg$mas coloca"Nes metodol;gicas de 7arx n#o sempre devidamente recordadas e/ no entanto/ s$mamente esclarecedoras. Vo ep0logo ' seg$nda edi"#o de < Capital/ p$blicado em \F/ 7arx al$de explicitamente ' s$a rela"#o com :egel e ' s$a concep"#o do m&todo dial&tico. m $ma passagem desse texto/ de +$e citamos a contin$a"#o de maneira abreviada/ 7arx a(irma +$e5 374e$ m&todo dial&tico n#o somente di(ere do de :egel [...] mas tamb&m & s$a ant0tese direta. Para :egel o processo do pensar/ ao +$al converte incl$sive/ sob o nome de id&ia/ em $m s$jeito a$tHnomo/ & o demi$rgo do real 3aclaremos/ pelas dQvidas/ +$e a express#o Rdemi$rgo signi(ica Rprinc0pio ativo do m$ndo4. prosseg$e 7arx dizendo/ para marcar s$as di(eren"as/ +$e5 Para mim/ ao contrário/ o ideal n#o & sen#o o material transposto e trad$zido na mente h$mana. :á +$ase trinta anos s$bmeti ' cr0tica o aspecto misti(icador da dial&tica hegeliana/ em tempos em +$e ainda estava em moda. 7ais precisamente +$ando trabalhava na prepara"#o do primeiro tomo de < Capital os irasc0veis/ pres$n"osos e med0ocres ep0gonos +$e levam hoje a voz cantante na Alemanha c$lta trataram :egel [...] como a $m cachorro morto. 1eclareiW me abertamente/ pois/ disc0p$lo da+$ele grande pensador e cheg$ei incl$sive a co+$etear a+$i e lá/ no cap0t$lo acerca da teoria do valor [noteWse_ Vada menos +$e nesse cap0t$lo_]/ com o modo de express#o +$e lhe & pec$liar. A misti(ica"#o +$e so(re a dial&tica nas m#os de :egel de modo alg$m obsta para +$e tenha sido ele +$e/ pela primeira vez/ tenha exposto de maneira ampla e consciente as (ormas gerais do movimen to da+$ela. Vele a dial&tica está posta ao rev&s. L necessário darWlhe volta/ para descobrir assim o nQcleo racional +$e se oc$lta sob a envolt$ra m0stica 37arx/ O5 W
7arx concl$i essa l$minosa passagem dizendo +$e5 34m s$a (orma misti(icada a dial&tica esteve em voga [...] por+$e parecia glori(icar o existente. m s$a (ig$ra racional/ & esc)ndalo e abomina"#o para a b$rg$esia e se$s portaWvozes do$trinários/ por*ue na intelecção positiva do existente inclui= tamb,m= o pr"prio tempo = a intelig#ncia de sua negação= de sua necess3ria ruína^ por+$e concebe toda (orma desenvo lvida no (l$ir de se$ movimento e/ portanto/ sem perder de vista se$ lado perec0vel^ por+$e nada a (az retroceder e &/ por ess*ncia/ cr0tica e revol$cionária 37arx/ O5 W
As (ormas da dial&tica
7arx nos diz +$e esta se apresenta sob d$as (ormas. Ima Rmisti(icada/ +$e marcha sobre s$a cabe"a/ e +$e concebe a realidade como $ma proje"#o (antasmag;rica da id&ia 3assim/ com *n(ase/ como o colocava :egel4. A id&ia/ misti(icada/ converteWse conse+@entemente/ no Rdemi$rgo do real/ o princ0pio motor de toda a hist;ria. 7arx s$stenta/ entretanto/ +$e há o$tra (orma da dial&tica. Ima (orma racional/ e sob a +$al a+$ela marcha sobre se$s p&s. 6rataWse da dial&tica +$e expressa as contradi"Nes sociais em se$s di(erentes planos5 $m/ mais geral/ +$e contrap Ne o desenvolvimento das (or"as prod$tivas com as rela"Nes sociais de prod$"#o^ o$tro/ mais partic$lar/ con(ig$rado pelo desenvolvimento concreto das l$tas de classe. Sob esta perspectiva/ as id&ias aparecem como a proje"#o mais o$ menos mediatizada/ mais o$ menos de(ormada das contradi"Nes sociais +$e s#o as verdadeiras (azedoras da hist;ria. V#o se trata de +$e para o marxismo as id&ias Rn#o contam/ como rotineiramente ac$sa o saber convencional das ci*ncias sociais/ mas sim +$e elas Rcontam en+$anto s#o expressNes/ r$dimentares o$ excelsas/ (ragmentárias o$ sistemáticas das contradi"Nes sociais.
FO
As premissas do m&todo dial&tico ste m&todo propNe reprod$zir/ no plano do intelecto/ o desenvolvimento +$e tem l$gar no processo hist;rico. !o$be a :egel o m&rito de ter descoberto as (ormas gerais de movimento da dial&tica. S; +$e/ ao plasmar s$as descobertas/ o +$e (ez (oi cristalizar $ma vis#o misti(icada e (etichizada da dial&tica. Eec$perada s$a R(ig$ra racional/ como dizia 7arx/ a dial&tica deixa/ ent#o/ de ser $m ino(ensivo rec$rso ret;rico para tornarWse Resc)ndalo e abomina"#o para a b$rg$esia/ e isso por m$itas ($ndadas razNes5 Por*ue sustenta *ue o conflito social , onipresente A dial&tica/ em s$a R(ig$ra racional diz +$e a hist;ria n#o & o$tra coisa sen#o a interminável demonstra"#o das contradi"Nes sociais. Se em :egel estas (icam encaps$ladas no plano das id&ias/ em 7arx o Rlar das mesmas se sit$a na sociedade civil. Ali trope"amos com as classes e se$s irreconciliáveis antagonismos e com as contradi"Nes entre as (or"as prod$tivas e as rela"Nes sociais de prod$"#o. sta vis#o +$e nos o(erece a dial&tica +$estiona (rontalmente tanto os ($ndamentos ideol;gicos do pensamento medieval8(e$dal com se$ axioma +$e post$la a $nidade e organicidade do corpo social como os do pensamento b$rg$*s +$e se constr;i a partir da premissa da harmonia de interesses +$e se compensam no )mbito do mercado e do stado. m $m caso temos a grande constr$"#o de 6omás de A+$ino e/ no o$tro/ a de Adam Smith. Al&m de se$s di(erenciais/ tanto $m como o$tro aderem a $ma perspectiva 3a ordem nat$ral do $niverso +$e c$lmina na (ig$ra de 1e$s no primeiro/ a Rm#o invis0vel no seg$ndo4 +$e considera as contradi"Nes e con(litos sociais como desaj$stes temporais e (ric"Nes marginais/ atrib$0veis a (atores circ$nstanciais o$ alheios ' l;gica do sistema. >olga esclarecer +$e tais visNes terminam por rati(icar o caráter Rnat$ral/ eterno e im$tável do status *uo.
Por*ue a l"gica na hist"ria não , de identidade senão de contradição A hist;ria n#o & $ma caprichosa e azarada ac$m$la"#o de acontecimentos sen#o +$e/ al&m de se$s tra"os idiossincrásicos e se$s ocasionais desvios/ existe $m sentido discern0vel para o observador +$e concentre se$ olhar nas correntes pro($ndas do processo. A partir dessa perspectiva/ a hist;ria & sempre hist;ria de $m modo de prod$"#o/ verdade element ar negada pelo pensamento b$rg$*s +$e assimila a hist;ria ' FX
crHnica de acontecimentos. A hist;ria contempor)nea tem $m sentido (ortemente condicionado pelas necessidades e contradi"Nes geradas pela ac$m$la"#o capitalista. Im corolário do anterior & +$e a l;gica +$e preside se$ movimento n#o & de identidade/ mas sim de contradi"#o. - +$e parece 's vezes n#o &^ o contrário tamb&m & válido/ e cont&m em se$ seio s$a pr;pria nega"#o. R- concreto & o concreto por+$e & a s0ntese de mQltiplas determina"Nes/ portanto/ $nidade do diverso/ diz 7arx/ em linha com esta tese/ em s$a &ntrodução de 9;>? 3M5 O\4. ssa $nidade do diverso expressa o caráter inevitavelmente contradit;rio de todo o social/ negado sistematicamente por todas as variantes do pensamento b$rg$*s. !onceber a hist;ria a partir da perspectiva da l;gica da identidade/ como o (az a ideologia dominante/ signi(ica ass$mir/ m$itas vezes sem se dar conta disso/ +$e a+$ela se move a merc* do in(l$xo de m$dan"as ac$m$lativas constit$0das por s$a vez por $ma s$cess#o de pe+$enos incrementos +$antitativos +$e/ em se$ conj$nto/ motorizam a evol$"#o do sistema. 1essa perspectiva/ resolvidamente linear e evol$cionista/ n#o há l$gar para descontin$idades/ +$ebras o$ r$pt$ras. processo hist;rico & visto/ sob esta l$z/ como $ma grad$al ac$m$la"#o de s$cessos o$/ no máximo/ como $ma se+@*ncia ordenada de etapas. Para esta vis#o/ pro($ndamente conservadora/ a revol$"#o & somente conceb0vel como $ma aberrante patologia +$e/ por ca$sas ex;genas a a"#o de agentes perversos empenhados em s$bverter Ra ordem nat$ral do $niverso/ viria interromper o c$rso Rnormal da hist;ria. Vo pensamento marxista/ ao contrário/ o processo hist;rico está precisamente imp$lsionado pela incessante din)mica +$e geram as contradi"Nes e os con(litos sociais e as revol$"Nes sociais/ longe de ser extravios do bom caminho da hist;ria/ n#o s#o sen#o os grandes momentos +$e/ ao de(inirem o provis;rio res$ltado dos antagonismos sociais/ marcam os momentos ($ndantes de se$ deterioramento. !laro está +$e/ chegados a este ponto/ & preciso record ar a diversidade das contradi"Nes e antagonismos +$e se geram nas sociedades capitalistas e/ por isso mesmo/ a grande variedade dos s$jeitos +$e as encarnam. Por*ue ao consagrar a provisoriedade e historicidade de todo o existente= , socialmente corrosiva e radical Ees$ltam evidentes/ a esta alt$ra da arg$menta"#o/ as razNes pelas +$ais $ma metodologia como a dial&tica provoca avers#o nas (ilas da b$rg$esia e se$s F
representantes ideol;gicos. tamb&m para a+$eles +$e/ sem o ser/ coincidem com a+$eles em condenar inapelavelmente o valor da metodologia dial&tica para a análise da realidade social. 2sso se percebe claramente como $m dos tra"os distintivos da corrente mal chamada Rp;sWmarxista/ melhor caracterizada como RexWmarxista/ e +$e incl$i (ig$ras como rnesto ,acla$/ !hantal 7o$((e/ E&gis 1ebra=/ ,$dol(o Paramio e os ine(áveis 7ichael :ardt e Antonio Vegri 3os +$ais/ em &mp,rio= se consolam toscamente em $ma cr0tica v$lgar e s$per(icial ' dial&tica4/ +$e terminam prod$zindo disc$rsos te;ricos +$e/ sem exce"#o/ acabam respaldando as teses ($ndamentais do pensamento da direita. 6al & o caso da (amosa Rradicaliza"#o da democracia de ,acla$ e 7o$((e +$ando estes a$tores propNem/ em +egemony and 8ocialist 8trategy / radicalizar nada menos +$e a democracia b$rg$esa como se esta tivesse $ma maleabilidade in(inita +$e permitisse transcender se$s limites de classe
. -$ a $til0ssima e oport$n0ssima 3para a
direita/ & claro4 Rnova teoriza"#o sobre o imperialismo/ desenvolvida por :ardt e Vegri no livro &mp,rio/ +$e n#o por cas$alidade (oi j$bilosamente recebido pelos mandarins imperiais como $ma brilhante contrib$i"#o ao est$do do capitalismo contempor)neo <. nexo s$bterr)neo +$e $ni(ica estes representantes do pensamento convencional/ mesmo +$e eles pensem o contrário/ & se$ com$m recha"o ' dial&tica^ a mesma +$e/ Rem s$a (ig$ra racional/ provoca as mais ($riosas rea"Nes das classes dominantes e se$s ep0gonos. Por +$*K Por+$e/ como o arg$mentava 7arx/ j$nto ' Rintelec"#o positiva do existente incl$i/ tamb&m/ o pr;prio tempo/ a intelig*ncia de s$a nega"#o/ de s$a necessária r$0na 37arx/ M5 F4. 2sto &/ a dial&tica proclama a inevitável historicidade de todo o social e/ ao (az*Wlo/ condena as instit$i"Nes e práticas sociais ($ndame ntais da
Sobre o remate (ortem ente conservador de alg$mas teoriza"Nes/ como as de ,acla$ e 7o$((e/ s$postamente interessadas em Rs$perar os v0cios do marxismo/ remetemos ao leitor a nosso A Coruja de (inerva 3!(. Boron/
F\
sociedade b$rg$esa a se$ irremiss0vel desaparecimento/ algo +$e o pensamento imperialista da decad*ncia/ tanto em s$a vertente neoconservadora como em s$a linhagem Rex Wmarxista/ considera totalmente inadmiss0v el. A metodologia dial&tica &/ pois/ irreconciliável com a aspira"#o capitalista de Reternizar s$a sociedade e s$as instit$i"Nes/ de (az*Wlas aparecer/ como diria >rancis >$$=ama/ como Ro (im da hist;ria 34. Sob s$a l$z a propriedade privada dos meios de prod$"#o/ o capitalismo democrático e a rela"#o salarial tanto como o caráter mercantil de toda a vida social aparecem como o +$e realmente s#o5 (enHmenos hist;ricos e/ portanto/ passageiros/ +$e podem e devem ser transcendidos pela a"#o das classes e camadas s$balternas. As contradi"Nes +$e se agitam em se$ seio provocar#o/ cedo o$ tarde/ se$ decl0nio de(initivo. Por isso/ como recordava 7arx/ Ra dial&tica &/ por ess*ncia/ cr0tica e revol$cionária. / por isso mesmo/ nas ci*ncias sociais dominadas pelas concep"Nes (ilos;(icas pr;prias da b$rg$esia o economicismo/ o nihilismo p;sWmoderno/ etc. a batalha contra da epistemologia dial&tica & $ma l$ta sem +$artel e sem concess#o alg$ma. V#o há o$tra concep"#o +$e contenha premissas semelhantes/ e +$e +$estione t#o radical e intransigentemente a ordem social existente. Por isso mesmo/ podemos concl$ir/ sem temor de exagerar/ +$e sem pensamento dial&tico n#o há pensamento cr0tico. Sem $m esbo"o +$e obrig$e a identi(ica"#o permanentemente das contradi"Nes e das tensNes de $m sistema/ e +$e (a"a desta opera"#o o princ0pio metodol;gico ($ndamental de +$al+$er análise social/ n#o há possibilidades de alimentar o pensamento cr0tico.
A (alácia do determinismo economicista Já nos tempos em +$e 7arx (azia s$a apari"#o no cenário pol0tico e intelect$al e$rop e$ 3seg$nda metade do s&c$lo 24/ ac$savaWse o materialismo hist;rico de pretender explicar a complexidade da vida social pela red$"#o aos (atores econHmicos. !om rela"#o a essa obje"#o/ conv&m recordar o expresso por ngels em $ma carta a J.Bloch/ no m*s de setembro de \T. - amigo de 7arx nela s$stentava +$e seg$ndo a concep"#o mater ialista da hist;ria/ o (ator +$e em 4ltima inst@ncia [tomar nota da *n(ase posta por ngels nisso da RQltima inst)ncia] determina a hist;ria & a prod$"#o e a reprod$"#o da vida real. Vem 7arx nem e$ n$nca F
a(irmamos mais +$e isto. Se alg$&m o distorce dizen do +$e o (ator econHmico & o 4nico determinante [a c$rsiva tamb&m & de ngels] converterá a+$ela tese em $ma (rase vác$a/ abstrata e abs$rda. A sit$a"#o econHmica & a base/ mas os diversos (atores da s$perestr$t$ra +$e sobre ela se levantam as (ormas pol0ticas da l$ta de classes e se$s res$ltados/ as !onstit$i"Nes/ [...]/ as (ormas j$r0dicas/ [...]/ as teorias pol0ticas/ j$r0dicas/ (ilos;(icas/ as id&ias religiosas [...] exercem tamb&m s$a in(l$*ncia sobre o c$rso das l$tas hist;ricas e determinam/ em m$itos casos/ s$a (orma 3ngels/ XXa5 MM4. po$co mais adiante/ nessa mesma carta/ concl$i5 o +$e os disc0p$los (a"am 's vezes mais p& (irme do devido no aspecto econHmico & coisa da +$al/ em parte/ temos a c$lpa 7arx e e$ mesmo. >rente aos adversár ios t0nhamos de s$blinhar este princ0pio cardinal +$e se negava/ e nem sempre dispQnhamos de tempo/ espa"o e ocasi#o para dar a devida import)ncia aos demais (atores +$e interv*m no jogo das a"Nes e rea"Nes 3ngels/ XXa5 MM4. m o$tra carta/ dirigida nessa ocasi#o a 9. Schmidt po$cas semanas mais tarde/ em o$t$bro de \T/ ngels rati(icava o dito anteriormente e assinalava5 1o +$e adoecem todos estes senhores 3se$s cr0ticos/ obviamente4 & de (alta de dial&tica. V#o v*em mais +$e ca$sas a+$i e e(eitos ali. $e isto & $ma abstra"#o vazia/ +$e no m$ndo real estas ant0teses polares meta(0sicas n#o existem mais +$e em momentos de crise e +$e a grande trajet;ria das coisas discorre toda ela sob (ormas de a"Nes e rea"Nes ainda +$e de (or"as m$ito desig$ais/ a mais (orte/ mais primaria e mais decisiva das +$ais & o movimento econHmico/ +$e a+$i n#o há nada absol$to e t$do & relativo/ & coisa +$e eles n#o v*em^ para eles/ :egel n#o existi$ 3ngels/ XXb5 OT4. V#o obstante/ se$s cr0ticos persistiram em den$nciar o Rdeterminismo econHmico +$e/ seg$ndo eles/ caracterizava irremediavelmente o materialismo hist;rico. Vo c&lebre RPr;logo ' Contribuição Crítica da 5conomia Política/ de \O/ lemos +$e5 MT
6anto as rela"Nes j$r0dicas como as (ormas de stado n#o podem ser compreendidas por si mesmas nem pela chamada evol$"#o geral do esp0rito h$mano/ sen#o +$e radicam/ pelo contrário/ nas condi"Nes materiais de vida c$jo conj$nto res$me :egel/ seg$indo o precedente dos ingleses e (ranceses do s&c$lo %222/ sob o nome de sociedade civil/ e +$e a anatomia da sociedade civil tem +$e ser b$scada na economia pol0tica 37arx Mb5 X4. Primeiro comentário5 mesmo +$e hoje nos pare"a estranho/ de (ato antes da verdadeira revol$"#o copernicana levada a cabo por 7arx nas ci*ncias sociais e nas h$manidades as Rrela"Nes j$r0dicas e as (ormas de stado/ para n#o (alar da c$lt$ra e da ideologia/ eram de (ato compreendidas como prod$to da evol$"#o geral do esp0rito h$mano e sem conex#o alg$ma com as l$tas sociais e com as condi"Nes materiais de vida das sociedades. L certo +$e/ como há tempos o observara Jac+$es Barz$m/ depois de 7arx as ci*ncias sociais jamais voltar #o a ser as mesmas. Por&m/ em momento s em +$e 7arx e ngels davam a conhecer s$as id&ias/ o Rsentido com$m de se$ tempo/ constr$0do sobre as premissas silenciosas do pensamento b$rg$*s/ era irred$tivelmente antagHnico ' s$as concep"Nes e necessitava/ portanto/ do esclarecimento +$e estamos comentando. Prossigamos. 7arx diz explicitamente +$e todo a+$ele +$e se s$bs$me sob o nome de Rs$perestr$t$ra a($nda s$as ra0zes nas condi"Nes materiais de exist*ncia dos homens. 2sso +$er dizer +$e todo esse conj$nto de elementos/ desde a ideologia/ (iloso(ia e religi#o at& a pol0tica e o direito/ remetem a $ma base material sobre a +$al inevitavelmente devem apoiarWse. Se o direito romano a(irma taxativamente a propriedade privada e o direito chin*s/ como o observara 7ax Deber em
5conomia e
8ociedade/ lhe destina apenas $m caráter precário e circ$nstancial/ isto n#o se deve a o$tra coisa +$e ao vigoroso desenvolvimento de práticas de apropria"#o privada existentes desde os tempos da repQblica/ no caso de Eoma/ e ' extraordinária (ortaleza +$e a propriedade com$nal exibia na !hina no alvorecer do s&c$lo . !ont$do/ 7arx de nenh$ma maneira dizia +$e o complexo $niverso da s$perestr$t$ra era $m simples re(lexo das condi"Nes materiais de exist*ncia de $ma sociedade. Por isso prosseg$e/ na cita"#o +$e estamos analisando/ dizendo +$e5
M
o conj$nto destas rela"Nes de prod$"#o (orma a estr$t$ra econHmica da sociedade/ a base real sobre a +$al se eleva $m edi(0cio [Iberba$] j$r0dico e pol0tico e a +$al correspondem determinadas (ormas de consci*ncia social. modo de prod$"#o da vida material determina [R bedingen/ em alem#o] o processo da vida social/ pol0tica e espirit$al em geral. V#o & a consci*ncia do homem +$e determina se$ ser/ mas sim/ ao contrário/ o ser social & o +$e determina s$a consci*ncia 37arx/ Mb5 4. Ima mostra signi(icativa da ligeireza com +$e amiQde ($ndamentaWse a ac$sa"#o de Rdeterminismo economicista prov*/ por exemplo/ a reprod$"#o da extensa cita"#o de 7arx +$e acabamos de colocar e +$e se reprod$z em $m dos textos de rnesto ,acla$/ 2uevas Reflexiones sobre la Revoluci"n de nuestro tiempo= assim como em n$merosos trabalhos de o$tros a$tores dedicados a examinar este tema/ no +$al o a$tor diz text$almente +$e Ro modelo base8s$perestr$t$ra a(irma +$e a base n#o somente limita/ mas tamb&m determina a s$perestr$t$ra/ do mesmo modo +$e os movimentos de $ma m#o determinam os de s$a sombra em $ma parede 3,acla$/ F5 <\4. %ejamos $m po$co disso5 essa passagem de 7arx (oi tomada de $ma trad$"#o para o espanhol de $m texto srcinalmente escrito em alem#o e a partir da +$al se Rcerti(icaria cienti(icamente o caráter determinista do marxismo com as provas +$e o(ereceriam a $tiliza"#o de $m verbo bedingen desastradamente trad$zido/ por várias razNes e acerca das +$ais & pre(er0vel n#o nos determos/ como Rdeterminar. Vo entanto/ de acordo com 1icionário ,angenscheidts Alem#oWspanhol o verbo bedingen tem $m signi(icado m$ito preciso5 Rcondicionar/ ainda +$ando admita tamb&m o$tras acep"Nes como Rre+$erer/ Rpress$por e Rimplicar. A palavra bestimmen di(erentemente/ & $m verbo c$ja trad$"#o exata & Rdeterminar/ Rdecidir/ o$ Rdispor. - certo & +$e/ na (amosa passagem do RPr;logo/ 7arx $tilizo$ o primeiro vocáb$lo/ bedingen/ e n#o o seg$ndo/ pese ao +$al a cr0tica tradicional ao s$posto Rred$cionismo economicista de 7arx insisti$ em s$blinhar a a(inidade do pensamento te;rico de 7arx com $ma palavra/ Rdeterminar/ +$e este pre(eri$ omitir $tilizando o$tra/ Rcondicionar/ em se$ l$gar. :avido conta da destreza com +$e 7arx expressavaWse e escrevia em s$a l0ng$a materna e do c$idado +$e p$nha no manejo de se$s termos/ a s$bstit$i"#o de $m vocáb$lo por o$tro di(icilmente
M<
poderia ser considerada como $ma inocente travess$ra do trad$tor o$ como $m desinteressado deslize dos cr0ticos de s$a teoria. Para n#o estender esta disc$ss#o/ digamos em res$mo +$e/ tal como vimos acima/ 7arx emprego$ a palavra Rcondicionar e n#o Rdeterminar. Portanto/ n#o estamos a+$i em presen"a de $ma disc$ss#o hermen*$tica acerca da Rinterpreta"#o correta do +$e 7arx realmente disse/ mas sim de algo m$ito mais elementar5 da distor"#o do +$e (ora explicitamente escrito por 7arx/ da resist*ncia em admitir +$e $tilizo$ a palavra Rcondicionar em vez de Rdeterminar/ e +$e esta op"#o terminol;gica n#o (oi $m mero desc$ido nem $m capricho/ e sim prod$to de $ma elei"#o teoricamente ($ndada. Seja por ignor)ncia o$ por $m arraigado preconceito/ o certo & +$e a (lagrante de(orma"#o do +$e 7arx deixo $ prolixamente escrito em bom alem#o potencializo$ os grossos erros interpretativos de $ma legi#o de cr0ticos da teoria marxista. !oncl$0mos/ ent#o/ com $ma nova cita"#o do livro de ,Qacs/ neste caso extra0da de se$ cap0t$lo dedicado ao marxismo de Eosa ,$xemb$rg. Ali o te;rico hQngaro diz/ com raz#o/ +$e5
n#o & a primazia dos motivos econHmicos na explica"#o hist;rica o +$e constit$i a di(eren"a decisiva entre o marxismo e o pensamento b$rg$*s/ e sim o ponto de vista da totalidade. A categoria de totalidade/ a penetrante s$premacia do todo sobre as partes/ & a ess*ncia do m&todo +$e 7arx tomo$ de :egel e brilhantemente o trans(ormo$ nos alicerces de $ma nova ci*ncia 3,$ács/ 5 <4. ssa primazia do princ0pio da totalidade & tanto mais relevante se recordadas a (ragmenta"#o e rei(ica"#o das rela"Nes sociais caracter0sticas do pensamento b$rg$*s. (etichismo pr;prio da sociedade capitalista tem como res$ltado/ no plano te;rico/ a constr$"#o de $m conj$nto de Rsaberes disciplinares como a economia/ a sociologia/ a ci*ncia pol0tica/ a antropologia c$lt$ral e a sociedade +$e pretendem dar conta/ em se$ esplendido isolamento/ da s$posta separa"#o e (ragmenta"#o +$e existe/ na sociedade b$rg$esa/ entre a vida econHmica/ a sociedade/ a pol0tica e a c$lt$ra/ concebidas como es(eras separadas e distintas da vida social/ cada $ma reclamando $m saber pr;prio e espec0(ico e independente dos demais. !ontra esta opera"#o/ s$stenta ,$ács/ Ra MF
dial&tica a(irma a $nidade concreta do todo/ o +$al n#o signi(ica/ no entanto/ (azer tabula rasa com se$s componentes o red$zir Rse$s vários elementos a $ma $ni(ormidade indi(erenciada/ ' identidade 3,$ács/ 4. ,$ács está certo +$ando a(irma +$e os determinantes sociais e os elementos em opera"#o em +$al+$er (orma"#o social concreta s#o m$itos/ mas a independ*ncia e a$tonomia +$e aparentam ter & $ma il$s#o/ posto +$e todos se encontram dialeticamente relacionados entre si. Por isso/ nosso a$tor concl$i +$e tais elementos Rs; podem ser ade+$adamente pensados como os aspectos din)micos e dial&ticos de $m todo ig$almente din)mico e dial&tico 39osi/ X5
6r*s aportes centrais do marxismo $er0amos concl$ir indicando os tr*s aportes ($ndamentais do marxismo ao est$do da sociedade. m primeiro l$gar/ a import)ncia decisiva +$e 7arx destina ao est$do da totalidade social/ por contraposi"#o ' esterilidade das visNes (ragmentadoras e rei(icadoras das rela"Nes sociais caracter0sticas do pensamento b$rg$*s tanto em s$a vers#o convencional como em s$as correntes Rcient0(icas/ como a sociologia/ a economia/ a ci*ncia pol0tica e o disperso campo das ci*ncias sociais em geral. !ontra tais en(o+$es/ recordar/ como (izemos acima/ +$e o m&todo de análise de 7arx mostrado em s$a (amosa &ntrodução de 9;>? s$stenta +$e5 Ro concreto & o concreto por+$e & a s0ntese de mQltiplas determina"Nes/ portanto/ $nidade do diverso. V#o se trata/ em conse+@*ncia/ de po$sar os olhos sobre a totalidade ao pre"o de s$primir o$ negar a exist*ncia do Rdiverso. sta totalidade indi(erenciada daria l$gar ao +$e $m (il;so(o como 9arel 9osi apropriadamente descrevia como $ma Rtotalidade abstrata/ $m todo (ormal carente de conteQdo e privado de toda e(icácia he$r0stica. 6rataWse/ ao contrário/ & de encontrar os termos exato s da relação dos elemen tos m4lti plos e diversos *ue constituem a totalidade social entre si e com o todo do *ual formam parte . Somente desse modo será poss0vel reconstr$ir/ no pensamento/ a totalidade concreta +$e existe na realidade. ` vis#o marxista da totalidade somamos $m seg$ndo aporte5 $ma construção te"rica *ue recupera a complexidade e historicidade do social. Ante $m clima de &poca propenso a exitismos b$rg$eses de todo tipo s$as proclama"Nes do (im da hist;ria e o tri$n(o da economia de mercado e da democracia liberal/ sem ir mais longe conv&m tomar devida nota das cr0ticas do materialismo hist;rico ' tradi"#o positivista nas MM
ci*ncias sociais e +$e hoje reaparecem/ sob $ma nova ro$pagem/ como orienta"Nes s$postamente inovadoras do pensamento cient0(ico avan"ado. 1e (ato/ nos re(erimos/ entre o$tras/ 's cr0ticas marxianas/ ' linearidade da l;gica positivista/ ' simpli(ica"#o das análises tradicionais +$e red$ziam a enorme complexidade das (orma"Nes sociais a alg$mas po$cas variáveis +$antitativamente de(inidas e mens$radas/ e ' insensata pretens#o empirista de $m observador completamente separado do objeto de est$do. !omo m$ito bem se observa no &nforme Bulbenian= coordenado por 2mman$el Dallerstein 3X4/ as novas tend*ncias imperantes s$blinharam a n#oWlinearidade sobre a linearidade/ a complexidade sobre a simpli(ica"#o/ a impossibilidade de remover o observador do processo de medi"#o e da s$perioridade das interpreta"Nes +$alitativas sobre a pse$doprecis#o das análises +$antitativas. Por t$do isso deveria celebrarWse tamb&m a (avorável recep"#o +$e teve a insist*ncia de 2l=a Prigogine/ $m dos redatores do mencionado in(orme/ em marcar o caráter aberto e n#o pr&Wdeterminado da hist;ria. Se$ reclamo & $ma Qtil recorda"#o para os dogmáticos de distinto signo5 tanto para os +$e a partir de $ma post$ra Rs$postamente marxista na realidade antimarxista e n#o dial&tica cr*em na inexorabilidade da revol$"#o e o advento do socialismo/ como para os +$e com a mesma obstina"#o celebram Ro (im da hist;ria e o tri$n(o dos mercados e da democracia liberal. Seg$ndo o marxismo/ a hist;ria implica a s$cessiva constit$i" #o de conj$nt$ras. !laro +$e/ di(erentemente do +$e propNem os p;sWmodernos/ estas n#o s#o o prod$to da ilimitada capacidade de combina"#o Rcontingente +$e t*m os in(initos (ragmentos do real. xiste $ma rela"#o dial&tica e n#o mec)nica entre agentes sociais/ estr$t$ra e conj$nt$ra5 o caráter e as possibilidades desta Qltima encontramWse condicionados por certos limites hist;rico Westr$t$rais +$e possibilitam a abert$ra de certas oport$nidades ' vez +$e encla$s$ram o$tras. 7arx sintetizo$ s$a vis#o n#o determinista do processo hist;rico +$ando prognostico$ +$e/ em alg$m momento de se$ devir/ as sociedades capitalistas deveriam en(rentar o dilema de (erro engendrado por elas mesmas5 Rsocialismo o$ barbárie. V#o há l$gar em s$a teoria para R(atalidades hist;ricas o$ Rnecessidades inel$táveis portadoras do socialismo com independ*ncia da vontade e da e(icácia das iniciativas dos homens e m$lheres +$e constit$em $ma sociedade. >inalmente/ a relação entre a teoria e a pr3xis oc$pa $m terceiro l$garWchave na rec$pera"#o da vitalidade +$e o marxismo pode ins$(lar 's l)ng$idas ci*ncias sociais. MO
V#o desconhecemos a+$ilo +$e Perr= Anderson denominara Ro marxismo ocidental caracterizado precisamente pelo Rdiv;rcio estr$t$ral entre este marxismo e a prática pol0tica. ste div;rcio entre teoria e prática e entre re(lex#o te;rica e ins$rg*ncia pop$lar/ c$ja integra"#o (oi t#o importante no marxismo clássico/ teve conse+@*ncias +$e nos res$ltam demasiado (amiliares em nosso tempo. - golpe decisivo para voltar a reconstit$ir o nexo teoria8práxis somente poderá aportáWlo a contrib$i"#o de $m marxismo já rec$perado de se$ extravio Rocidental e reencontrado com o melhor de s$a grande tradi"#o te;rica. As ca$sas da deser"#o dos intelect$ais do campo da cr0tica e da revol$"#o s#o m$itas/ e n#o podem ser exploradas em s$a complexidade nos limites de $m artigo. m todo caso/ digamos +$e dos dois (atores mais importantes +$e a explicam relacionamWse com a (ormidável hegemonia ideol;gicaWpol0tica do neoliberalismo e o a(ian"amento da Rsensibilidade p;sWmoderna. Ante os estragos (eitos por ambas as ideologias/ devemos recordar/ +$antas vezes necessário (or/ +$e 7arx n#o estava interessado em desvendar os mais recHnditos secretos do regime capitalista por mera c$riosidade intelect$al/ mas sim sentiaWse $rgido pela necessidade de transcend*Wlo/ dada a radical impossibilidade de constr$ir/ dentro de s$as estr$t$ras/ $m m$ndo mais j$sto/ h$mano e s$stentável. essa impossibilidade & ainda mais patente e in(lex0vel hoje/ no come"o do s&c$lo 2 do +$e (oi no (inal do 2. 1a0 +$e a reintrod$"#o do marxismo no debate (ilos;(icoWpol0tico contempor)neo assim como na agenda dos grandes movimentos sociais e (or"as pol0ticas de nosso tempo seja $ma das tare(as mais $rgentes e prod$tivas da hora.
Biblio&ra,:a Boron/ Atilio A. ondo de !$lt$ra con;mica4. Boron/ Atilio A. riedrich XXa R!arta a J. Bloch/ <W<< de Septiembre de \T em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich/ riedrich XXb R!arta a 9. Schmidt/ < de -ct$bre de \T em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich/
MX
>$$=ama/ >. 5l fin de la historia y el 4ltimo hombre 3B$enos Aires5 ditorial Paid;s4. :ardt/ 7ichael e Vegri/ Antonio . ngels O\ 1a 8agrada 'amilia y otros escritos filos"ficos de la primera ,poca 37&xico5 Grijalbo4. 7arx/ 9arl Ma &ntroducci"n Beneral a la Crítica de la 5conomía PolíticaE9;>? y otros escritos sobre problemas metodol"gicos 3!;rdoba5 diciones Pasado = Presente4. 7arx/ 9arl Mb RPr;logo a !ontrib$ci;n cr0tica de la econom0a pol0tica em &ntroducci"n Beneral a la Crítica de la 5conomía PolíticaE9;>? y otros escritos sobre problemas metodol"gicos 3!;rdoba5 diciones Pasado = Presente4. 7arx/ 9arl O 5l Capital 37&xico5 Siglo 24 6omo 2. 7iliban/ Ealph 8ocialismo para una ,poca de esc,pticos 37&xico5 Siglo 24. Sa$t$/ E$th^ Boniolo/ Pa$la^ 1alle/ Pablo e lbert/ Eodol(o
(anual de
metodología. Construcci"n del marco te"rico= formulaci"n de los objetivos y elecci"n de la metodología 3B$enos Aires5 !,A!S-4. Dallerstein/ 2. X
M
Javier Amadeo
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!apeando o marxismo
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,icenciado em !i*ncia Pol0tica/ Iniversidade de B$enos Aires. 1o$tor em !i*ncia
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Pol0tica/ Iniversidade de S#o Pa$lo. ditor acad*mico do Programa de P$blica"Nes em Port$g$*s do !onselho ,atinoWAmericano de !i*ncias Sociais 3!,A!S-4.
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6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
2a ci#ncia não h3 calçadas reais= e *uem aspire alcançar seus luminosos cumes= tem *ue estar disposto a escalar a montanha por caminhos acidentados 9arl 7arx Pr;logo 3\<4 ' edi"#o (rancesa de < Capital
!omo a(irma Perr= Anderson 3\\4/ o caracter0stico do tipo de cr0tica representada pelo marxismo & +$e incl$i $ma concep"#o a$tocr0tica^ o marxismo & $ma teoria da hist;ria +$e/ por s$a vez/ pretende o(erecer $ma hist;ria da teoria. 1esde o come"o/ em se$s estat$tos/ inscreve$Wse $m marxismo do marxismo5 7arx e ngels de(iniram as condi"Nes de s$as descobertas intelect$ais como a apari"#o de determinadas contradi"Nes de classe da sociedade capitalista^ n#o simplesmente como $m Restado ideal de coisas/ mas sim como algo srcinado pelo Rmovimento real das coisas. Assim/ o marxismo/ como teoria cr0tica +$e aspira proporcionar $ma inteligibilidade re(lexiva de se$ pr;prio desenvolvimento/ o$torga prioridade/ a princ0pio/ 's explica"Nes extr0nsecas de se$s *xitos/ (racassos o$ estancamentos. ntretanto/ n$nca se trata de $ma primazia absol$ta o$ excl$siva/ +$e n#o (aria mais +$e eximir a teoria de s$as responsabilidades ($ndamentais. Ao contrário/ a necessidade de $ma hist;ria interna complementar da teoria/ +$e me"a s$a vitalidade en+$anto programa de pes+$isa M\
g$iado pela b$sca da verdade/ & o +$e separa o marxismo de +$al+$er variante do pragmatismo o$ do relativismo. G$iados por estas re(er*ncias +$e nos proporciona Anderson/ tentaremos realizar $ma breve análise da trajet;ria do marxismo/ (azendo re(er*ncia ' rela"#o entre a hist;ria interna da teoria e a hist;ria pol0tica de se$ desenvolvimento externo.
A experi*ncia hist;rica5 da tradi"#o clássica ao marxismo ocidental
A tradi"#o clássica do marxismo se (ormo$ a partir de 7arx e ngels/ ($ndadores do materialismo hist;rico/ e da gera"#o +$e os s$cede$/ tanto do ponto de vista cronol;gico/ como da prod$"#o intelect$al. -s membros da gera"#o posterior a 7arx e ngels ,abriola/ 7ehring/ 9a$ts=/ Plejánov / provenientes de regiNes orientais e meridionais da $ropa/ estiveram intimamente vinc$lados ' vida pol0tica e ideol;gica dos partidos operários de se$s pa0ses/ e s$as obras (oram $ma esp&cie de contin$a"#o dos trabalhos de ngels/ +$e proc$ravam sistematizar o marxismo hist;rico como teoria geral do homem e da nat$reza para dar ao movimento operário $ma vis#o ampla e coerente do m$ndo +$e seria necessário trans(ormar. A gera"#o seg$inte/ mais n$merosa +$e a anterior/ chego$ a s$a mat$ridade em $m ambiente mais tenso +$e se$s predecessores/ e con(irmo$ $ma m$dan"a +$e come"ava a ser percebida5 o deslocamento do eixo geográ(ico da c$lt$ra marxista clássica para a $ropa oriental e central. 6odos os membros desta gera"#o (ormada/ entre o$tros/ por ,*nin/ ,$xemb$rgo/ :il(erding/ 6rots=/ Ba$er/ Preobrazhensi/ B$jarin desempenharam $m papel destacado na dire"#o dos partidos operários de se$s respectivos pa0ses. desenvolvimento temático do marxismo desta &poca se dirigi$ a d$as problemáticas centrais5 a necessidade de explica"Nes e análise das evidentes trans(orm a"Nes do modo de prod$"#o capitalista +$e tinham sido desenvolvidas pelo capital monopolista e pelo imperialismoF^ e o s$rgimento de $ma teoria pol0tica marxista apoiada diretamente na l$ta de massas do proletariado/ e integrada na organiza"#o dos partidos M^ a (or"a central destes desenvolvimentos vinc$lavaWse/ sem dQvida/ com as enormes energias revol$cionárias das massas r$ssas. Se o tri$n(o da Eevol$"#o E$ssa havia deslocado o F
9a$ts=/ 1a cuesti"n agraria^ :il(erding/ 5l capital financiero^ ,*nin/ 5l desarrollo capitalista en Rusia^ ,$xemb$rgo/ 1a acumulaci"n de capital. M - grande te;rico neste aspecto (oi ,*nin5 $& hacerK^ ,as lecciones del levantamiento de 7oscQ^ In paso adelante/ dos pasos atrás^ 1os tácticas de la socialdemocracia^ l derecho de las naciones a s$ a$todeterminaci;n.
M
centro de gravidade internacional da er$di"#o hist;rica do marxismo para EQssia/ a morte de ,*nin e a consolida"#o de $m estrato b$rocrático privilegiado/ destr$i$ a $nidade revol$cionária entre teoria e prática obtida pela revol$"#o de o$t$bro. 6odo o trabalho te;rico s&rio cesso$/ e o pa0s mais avan"ado do ponto de vista intelect$al se converte$ rapidamente em $m páramo. !om o estalo da Seg$nda G$erra 7$ndial/ o panorama do m$ndo so(re$ $ma pro($nda trans(orma"#o. A Ini#o Sovi&tica/ comandada por Stalin/ asseg$ro$ a liberta"#o da $ropa do dom0nio alem#o e/ ao mesmo tempo/ estabelece$ regimes com$nistas nos pa0ses do leste e$rope$. Va >ran"a e 2tália/ o papel dos partidos com$nistas na resist*ncia os converte$ nas organiza"Nes mais importantes da classe operária de se$s pa0ses^ en+$anto +$e na Alemanha/ a oc$pa"#o americana elimino$ a tradi"#o com$nista anterior. Vos FT anos seg$intes/ prod$zi$Wse $m per0odo de prosperidade econHmica como n$nca antes tinha conhecido o capitalismo/ j$nto com a consolida"#o de sistemas parlamentares +$e/ pela primeira vez/ voltaram ao capitalismo estável no m$ndo ind$strial e$rope$ e americano. n+$anto +$e nos pa0ses sob t$tela da Ini#o Sovi&tica prod$ziramWse crises e aj$stes depois da morte de Stalin/ mas sem modi(ica"Nes ($ndamentais em se$ ($ncionamento. >oi neste contexto econHmico no +$al a teoria marxista prod$zi$ $ma m$dan" a pro($nda/ dando srcem ao +$e se de$ a chamar Rmarxismo ocidental. sta tradi"#o se estr$t$ro$ a partir dos trabalhos de $ma s&rie de destacados intelect$ais provenientes das regiNes ocidentais da $ropa5 ,$ács/ 9orsch/ Gramsci/ Benjamin/ 7arc$se/ :orheimer/ Adorno/ 1ella %olpe/ !olletti/ ,e(ebvre/ Sartre e Alth$sser. !omo a(irma Anderson 3\4/ $ma s&rie de caracter0sticas de(ine e delimita o Rmarxismo ocidental como $ma tradi"#o integrada. A ($ndamental & o progressivo e lento distanciamento entre este marxismo e a prática pol0tica. A $nidade org)nica entre prática e teoria/ caracter0stica da gera"#o clássica de marxistas/ +$e desempenho$ $ma ($n"#o intelect$al org)nica e pol0tica dentro de se$s respectivos partidos/ iria perderWse po$co a po$co em meados do s&c$lo posterior ' Primeira G$erra 7$ndial O. ntre meados da d&cada de vinte e os levantamentos de X\/ o marxismo ocidental se desenvolve$ de maneira vigorosa/ mas longe de toda prática pol0tica de O
xcepcionais neste sentido (oram os casos de ,$ács/ 9orsch e Gramsci/ c$jo labor te;rico s; pode ser compreendido em rela"#o com se$s compromissos pol0ticos. -s tr*s (oram destacados dirigentes pol0ticos de se$s respectivos partidos/ e ademais participantes e organizadores de levantamentos revol$cionários de massas.
OT
massas. ste div;rcio vinc$lavaWse com o per0odo hist;rico +$e se corresponde$ com o a$ge deste marxismo ^ o destino do marxismo na $ropa (oi o res$ltado da a$s*ncia de grandes levantamentos revol$cionários depois de ran($rt no (inal dos anos ria. sta m$dan"a de terreno na instit$cionaliza"#o do marxismo se re(leti$ em $ma m$dan"a de en(o+$e. -s determinantes externos +$e imp$lsionaram o deslocamento dos principais (ocos da teoria marxista da economia e da pol0tica para a (iloso(ia/ e se$ traslado dos partido s 's $niversidades/ inscreviamWse na pr;pria hist;ria pol0tica do per0odo. sta m$dan"a/ entretanto/ complementavaWse com o$tro elemento importante/ neste caso interno ' pr;pria teoria5 a revela"#o tardia dos mais importantes trabalhos do jovem 7arx em especial dos (anuscritos econmicosFfilos"ficos de \MM. Apesar de terem sido p$blicados pela primeira vez em F (oi no p;sWg$erra +$e se (izeram sentir dentro do marxismo os e(eitos do descobrimento destas obras do pensamento do 7arx.
X
Gramsci/ novamente/ constit$i $ma exce"#o neste campo.
O
Assim/ o marxismo ocidental em se$ conj$nto invertia/ paradoxalmente/ a trajet;ria do desenvolvimento do pr;prio 7arx. n+$anto +$e o ($ndador do materialismo hist;rico se desloco$ progressivamente da (iloso(ia ' pol0tica/ e em seg$ida ' economia/ como terreno central de se$ pensamento/ os s$cessores da tradi"#o +$e s$rgiram depois de
prod$ziram grandes s0nteses/ en(ocadas essencialmente em problemas de cogni"#o
.
Im elemento adicional/ na ordem do disc$rso/ (oi +$e a ling$agem em +$e estavam escritas as obras ad+$iri$ $m caráter cada vez mais especializado. -$tra das caracter0sticas do marxismo ocidental (oi +$e/ al&m das +$estNes de m&todo/ concentro$Wse no est$do da c$lt$ra/ em $m sentido amplo \. As s$cessivas inova"Nes em temas essenciais dentro do marxismo ocidental re(letiam/ de (ato/ problemas reais +$e a hist;ria tinha exposto. Basta recordar as análises de Gramsci sobre a hegemonia^ as preoc$pa"Nes da scola de >ran($rt sobre os desdobramentos da raz#o instr$mental^ 7arc$se e s$a análise da sex$alidade^ as obras de Alth$sser sobre a ideologia^ e o tratamento de Sartre sobre a escassez. Im tra"o ($ndamental com$m e latente em toda esta análise era o pessimismo das concl$sNes. PodeWse res$mir/ es+$ematicamente/ o conj$nto de caracter0sticas +$e de(inem o marxismo ocidental/ da seg$inte maneira. Vascido ap;s do (racasso das revol$"Nes proletárias nas zonas avan"adas do capitalismo e$rope$ depois da Eevol$"#o E$ssa/ desenvolve$Wse em $ma crescente cis#o entre teoria e prática pol0tica/ +$e (oi ampliada pela b$rocratiza"#o da IESS. Assim/ o div;rcio estr$t$ral entre a teoria e a prática/ inerente 's condi"Nes pol0ticas da &poca/ impedi$ $m trabalho pol0ticoWintelect$al
9orsch/ (arxismo y filosofía^ Sartre/ GuestHes de m,todo e Crítica da ra!ão dial,tica ^ Adorno/ ial,tica negativa^ Alth$sser/ 1er < Capital e Pour (arx^ 7arc$se/ Ra!ão e revolução^ 1ella %olpe/ 1a l"gica como ciencia positiva^ ,$ács/ +ist"ria e consci#ncia de classe e 5l asalto a la ra!"n^ !olleti/ +egel y el marxismo. \ Gramsci/
O<
$nitário do tipo +$e de(inia o marxismo clássico. - res$ltado (oi o traslado da prod$"#o te;rica 's $niversidades/ longe da vida do proletariado/ e $m deslocamento da teoria da economia e da pol0tica ' (iloso(ia^ esta especializa"#o (oi acompanhada por $ma crescente complexidade na ling$agem. Por s$a vez/ a prod$"#o te;rica marxista proc$ro$ inspira"#o nos sistemas de pensamento contempor)neos n#o marxistas/ em rela"#o aos +$ais se desenvolve$ de (orma complexa e contradit;ria. Ao mesmo tempo/ a concentra"#o dos te;ricos marxistas no )mbito da (iloso(ia/ j$nto com o descobrimento dos primeiros escritos do 7arx/ levo$ a $ma b$sca geral retrospectiva dos antecessores (ilos;(icos/ e a $ma reinterpreta"#o do materialismo hist;rico ' l$z deles. -s res$ltados (oram mQltiplos5 ho$ve $m marcado predom0nio do trabalho epistemol;gico/ en(ocado essencialment e em problemas de m&todo^ o principal campo em +$e se aplico$ o m&todo (oi o da est&tica/ o$ da c$lt$ra em $m sentido mais amplo^ as principais prod$"Nes te;ricas +$e desenvolveram novos temas a$sentes do marxismo clássico revelaram $m persistente pessimismo. - determinante desta tradi"#o (oi s$a (orma"#o a partir da derrota/ as longas d&cadas de retrocesso e estancamento +$e atravesso$ a classe operária ocidental depois de
- marxismo continental !omo a(irma 6osel 3
se de propostas de re(orma intelect$al/ moral e pol0tica/ (orm$ladas por te;ricos ligados aos partidos com$nistas. A obra dos grandes com$nistas (il;so(os her&ticos conhece$ se$ Qltimo brilho. ,$ács 3\\OW4 escreve s$a Qltima grande obra
cadernos do c3rcere 3O4 do Antonio Gramsci 3\WF4/ +$e permite avaliar de maneira mais interessante a (iloso(ia da práxis/ ao di(erenciáWla da interpreta"#o de Palmiro 6ogliatti. Va >ran"a/ ,o$is Alth$sser 3\WT4 contin$a (azendo da pol*mica sobre $ma nova expans#o/ e sobre as (ormas da ci*ncia materialista da hist;ria/ $m elemento ($ndamental da Qltima disc$ss#o (ilos;(icoWpol0tica internacional centrada no marxismo/ 'ilosofia e filosofia espont@nea dos cientistas e 5lementos de autocrítica 3M4. A sombra projetada por X\ coloco$ na ordem do dia as perspectivas de s$pera"#o da velha ortodoxia e da b$sca de $ma sa0da ' es+$erda do stalinismo/ e tamb&m coloco$ em +$est#o a possibilidade de $m re(ormismo revol$cionário +$e centrava s$a estrat&gia de poder em $ma democratiza"#o radical. ntretanto/ estas esperan"as logo se viram (r$stradas 36osel/ ran"a e spanha4/ ' trans(orma"#o socialWliberal 32tália4/ o$ ' implos#o 3,este $rope$4 dos partidos com$nistas. A retra"#o do marxismo continental vinc$lavaWse ' evol$"#o pol0tica do movimento com$nista. !omo a(irma Anderson 3\\4/ o marxismo ocidental havia estado marcado por $ma rela"#o contradit;ria em rela"#o ' Ini#o Sovi&tica. Apesar do processo de staliniza"#o +$e se desencadeo$ na IESS logo depois da d&cada de trinta/ as esperan"as de constr$ir $ma ordem social s$perior ao capitalismo contin$aram sendo parte do movimento com$nista internacional. 1a0 a dist)ncia permanentemente cr0tica da tradi"#o do marxismo ocidental com rela"#o ' IESS. ntre OM e XT/ a sociedade sovi&tica vive$ $m per0odo de m$dan"as/ liberalizo$Wse a vida c$lt$ral/ adotaramWse re(ormas econHmicas e se proclamo$ $ma nova pol0tica externa. ntretanto/ os (racassos dos Qltimos anos do 9r$schev levaram a $m processo de rea"#o encarnado pelo conservadorismo brezhnevista. A Qltima tentativa de re(orma nos pa0ses do ,este (oi a Primavera de Praga. ste projeto de constr$ir $ma democracia dos trabalhadores/ em OM
$m pa0s com (ortes tradi"Nes parlamentares de pr&Wg$erra e $ma c$lt$ra parecida com a dos pa0ses ocidentais/ (oi s$(ocada pelos tan+$es sovi&ticos. A invas#o de %ars;via em X\ encla$s$ro$ as Qltimas esperan"as de desestaliniza"#o do bloco sovi&tico. Veste contexto/ $ma nova (or"a atrai$ interesses no movimento com$nista/ a Eevol$"#o !$lt$ral !hinesa/ +$e chego$ a parecer $ma (orma s$perior de r$pt$ra com a heran"a instit$cionalizada da ind$strializa"#o e b$rocratiza"#o stalinista. A Eevol$"#o !$lt$ral proclamo$ como meta a s$pera"#o da divis#o entre trabalho man$al e intelect$al/ e entre campo e cidade. 6$do isto devia realizarWse por meio da administra"#o pop$lar direta. ntretanto/ a dire"#o da experi*ncia mao0sta res$lto$ bem di(erente das promessas proclamadas. Já no come"o da d&cada de setenta/ (ezWse evidente o signi(icado da Eevol$"#o !$lt$ral5 a repress#o de milhNes de pessoas/ o estancamento econHmico e o obsc$rantismo ideol;gico/ simbolizado no c$lto a 7ao. - repQdio ' Eevol$"#o !$lt$ral/ logo depois da morte do l0der chin*s/ abri$ o caminho para $ma nova pol0tica em $m sentido m$ito mais liberal e pragmático. A (r$stra"#o em rela"#o ' experi*ncia !hinesa/ +$e seria central no desenvolvimento do marxismo ocidental/ e prod$ziria $m e(eito de divis#o intelect$al similar ao do advento do e$rocom$nismo. A experi*ncia e$rocom$nista parti$ tamb&m da cr0tica da experi*ncia sovi&tica/ e s$a verdadeira g*nese (oi a invas#o de 6checoslová+$ia. A alternativa e$rocom$nista (ez p& (irme na necessidade de preservar as liberdades pol0ticas/ e na de(esa de $ma ordem pol0tica +$e mantivesse as instit$i"Nes parlamentares e rep$diasse a r$pt$ra violenta da ordem capitalista. - +$e se proc$rava era/ em o$tras palavras/ $ma via pac0(ica/ grad$al e constit$cional/ sit$ada nas ant0podas do modelo da revol$"#o de o$t$bro. A ado"#o do e$rocom$nismo por parte das dire"Nes dos partidos com$nistas pode ser considerada como $ma aceita"#o tardia da preoc$pa"#o heterodoxa pela democracia socialista na +$al se apoio$ desde o come"o grande parte da tradi"#o do marxismo ocidental. -$tro (ator decisivo para a ades#o geral ao e$rocom$nismo (oi a sit$a"#o pol0tica do s$l da $ropa. m meados da d&cada de setenta/ a regi#o parecia estar preparada para $ma m$dan"a pro($nda na ordem social. Va >ran"a/ a direita cai$ em descr&dito depois de
com$nista. ntretanto/ as expectativas colocadas no e$rocom$nismo viramWse rapidamente (r$stradas. -s grandes partidos com$nistas do continente (oram derrotados em s$as aspira"Nes pol0ticas. - Partido !om$nista 2taliano se desgasto$ na b$sca de $ma alian"a com a 1emocracia !rist#/ decepcionando se$s seg$idores e sem conseg$ir chegar ao governo. - Partido !om$nista >ranc*s rompe$ s$a alian"a com a socialW democracia +$ando ainda era $ma organiza"#o (orte/ precipitando se$ (racasso em \/ e retornando mais tarde ao governo/ por&m debilitado e derrotado. Por s$a vez/ o Partido !om$nista Port$g$*s/ +$e tinha recha"ado o e$rocom$nismo/ tento$ sem *xito tomar o poder mediante $m golpe b$rocrático e/ com isso/ termino$ com a revol$"#o port$g$esa. Assim/ o per0odo de alta aberto em X\ (oi de(initivamente (echado na $ropa em X/ e a +$est#o do com$nismo na $ropa ocidental (oi inteiramente resolvida com a derrota da revol$"#o port$g$esa e o decl0nio do P!2 depois das elei"Nes de X na 2tália. sta s&rie de (racassos (oi $m golpe demolidor para a+$eles +$e tinham visl$mbrado $ma nova era do movimento operário no desaparecimento da velha ordem do s$l. >oi neste ponto no +$al a chamada Rcrise do marxismo teve s$a srcem e signi(icado. - +$e a desencadeo$ (oi $ma d$pla decep"#o5 a primeira se prod$zi$ ante o desenvolvimento da alternativa !hinesa^ a seg$nda/ ante o porvir da sit$a"#o na $ropa ocidental. !ada $ma destas alternativas se apresento$ como $ma nova sol$"#o hist;rica/ capaz de s$perar os dilemas da experi*ncia sovi&tica. Vo entanto/ res$ltaram incapazes de resolver os problemas pol0ticos do momento. A decep"#o cr$cial esteve marcada pela trans(orma"#o do e$rocom$nismo em $ma vers#o de seg$nda classe da social democracia. 2sto a(eto$ as perspectivas do socialismo na+$eles pa0ses avan"ados +$e pareciam o(erecer as maiores oport$nidades para $m progresso do proletariado no ocidente. Veste ponto se pode ver por +$e a Rcrise do marxismo (oi $m (enHmeno essencialmente latino5 por+$e na >ran"a/ 2tália e spanha a aposta pelo e$rocom$nismo era mais (orte e/ portanto/ onde se$ (racasso gero$ $m golpe mais d$ro. Veste contexto/ o marxismo perde$ de maneira rápida s$a relativa hegemonia. 7$itos (il;so(os e intelect$ais abj$raram com grande estrondo/ o$ se distanciaram discretamente em ($n"#o de s$a pr;pria &tica 3Anderson/ \\4. Sob o e(eito deste desaparecimento espetac$lar/ entretanto/ manteveWse $ma pes+$isa livre e pl$ral/ embora tenha perdido $m de se$s tra"os ($ndamentais5 s$a rela"#o com as (or"as pol0ticas e com os atores sociais +$e a moderniza"#o capitalista OX
tinha trans(ormado violentamente. 7as o desaparecimento do intelect$al do partido/ o eclipse do intelect$al consciente e cr0tico/ n#o constit$i$ $m epis;dio do (im da hist;ria. 7arx contin$o$ sendo objeto de pes+$isa e de tentativas de renova"#o com o objetivo de re(orm$lar $ma teoria cr0tica ' alt$ra da &poca/ embora di(erente das opera"Nes de reconstr$"#o s$rgidas das grandes heresias do com$nismo do per0odo anterior. 7ais +$e ao (im do marxismo/ assistimos a $m (lorescimento disperso de vários marxismos. s$rgimento de vários marxismos se deve$ ' pr;pria din)mica do capitalismo m$ndial e ' apari"#o de novas contradi"Nes.
>ran"a5 alth$sserianismo/ desconstr$"#o e renascimento 1$rante as tr*s d&cadas posteriores ' liberta"#o/ a >ran"a chego$ a des(r$tar de $ma primazia cosmopol0tica no $niverso marxista. - decl0nio desta tradi"#o n#o (oi/ como vimos/ $m ass$nto meramente nacional. !omo a(irma Anderson 3\\4/ o tema central do debate (ranc*s d$rante os anos +$arenta e cin+@enta passava por entender a nat$reza das rela"Nes entre estr$t$ra e s$jeito na sociedade e na hist;ria. A in(l$*ncia (ilos;(ica mais importante do per0odo era o existencialismo/ c$jas ra0zes encontravamWse no 9ojve/ :$sserl e :eidegger/ com s$a ontologia acent$ada do s$jeito. Apesar de s$as srcens/ o existencialismo (ranc*s alinhavaWse com a es+$erda e/ em $m momento em +$e a >ran"a debatiaWse em t$rb$lentas l$tas de classe/ tentava conciliarWse com a realidade estr$t$ral do partido com$nista. - res$ltado (oi $ma tentativa de recolocar as rela"Nes entre s$jeito e estr$t$ra como $ma esp&cie de s0ntese entre marxismo e existencialismo/ proposto por Sartre/ 1e Bea$voir/ 7erlea$WPont=. -s debates (oram de $ma +$alidade e intensidade po$co com$m/ constit$indo $m dos epis;dios mais ricos da hist;ria intelect$al do p;sW g$erra. A c$lmina"#o deste debate (oi a p$blica"#o da
Crítica da ra!ão dial,tica de
Sartre/ c$jo tema eram as intera"Nes entre práxis e processo hist;rico/ entre indiv0d$os e gr$pos/ e entre gr$pos e o práticoWinerte/ em $ma hist;ria desencadeada pela escassez. m Guestão de m,todo p$blicado como pre (ácio ' Crítica Sartre re(ereWse essencialmente aos instr$mentos te;ricos necessários para compreender o signi(icado total da vida do indiv0d$o/ concebido como R$niversal sing$ lar. Va Crítica tenta o(erecer $ma exposi"#o (ilos;(ica das Restr$t$ras (ormais elementares de +$al+$er
O
hist;ria poss0vel/ o$ $ma teoria dos mecanismos gerais de constr$"#o e s$bvers#o de todos os gr$pos sociais. A hist;ria em si mesma/ a Rtotaliza"#o diacrHnica de todas estas Rm$ltiplicidades práticas e de todas s$as l$tas/ devia ser o objeto de $m seg$ndo vol$me. - horizonte era compreender a verdade da h$manidade como $m todo +$e tinha $ma contin$idade epistemol;gica com a verdade de $ma pessoa. - projeto proc$rava elaborar $ma hist;ria global c$jo (im seria $ma compreens#o totalizadora do signi(icado da &poca contempor)nea/ $m projeto por certo mon$mental. ntretanto/ o seg$ndo vol$me escrito por Sartre (oi abandonado/ (icando inacabado. Veste ato de desist*ncia/ e no sil*ncio s$bse+@ente/ decidi$Wse grande parte do destino da es+$erda (rancesa e do marxismo. 1oze anos depois/ Sartre termino$ s$a carreira com $m mon$mental est$do sobre >la$bert/ +$e parecia an$nciar a volta ao projeto biográ(ico/ m$ito mais modesto/ esbo"ado em GuestHes de m,todo. !ont$do/ todo o terreno de resposta te;rica tinha (icado vazio. m X ,&viW Stra$ss p$b lica < pensamento selvagem/ d$ro ata+$e contra a Crítica da ra!ão dial,tica/ +$e continha $ma antropologia completamente alternativa/ e concl$0a com $m ata+$e direto ao historicismo de Sartre/ em nome das propriedades invariáveis da mente h$mana e da ig$al dignidade de todas as sociedades h$manas. 1esta (orma/ lan"ava por terra as pretensNes da raz#o dial&tica e da diacronia hist;rica constr$0das por Sartre/ red$zindoWas a $ma mitologia do civilizado contraposto ao pensamento selvagem. R(im Qltimo das ci*ncias h$manas n#o & constr$ir o homem/ e sim dissolv*Wlo 3
<
pensamento selvagem4. $ando em XO aparece$ a r&plica marxista/ esta n#o (oi $m repQdio e sim $ma con(irma"#o da proposta estr$t$ralista. m 1er < Capital 3X4 e Pour (arx 3\O4/ Alth$sser incorpora ao marxismo a cr0tica de ,&viWStra$ss ' hist;ria e o h$manismo/ reinterpretado agora como $m antiW h$manismo te;rico para o +$al a diacronia n#o era mais +$e $m Rdesenvolvimento das (ormas do conhecimento sincrHnico. A inova"#o te;rica +$e provoco$ Alth$sser exerce$ grande in(l$*ncia na (orma"#o de $ma nova gera"#o de jovens marxistas/ deslocando os te;ricos anteriores como Sartre/ mas tamb&m ,e(ebvre e Goldmann/ entre o$tros. Alth$sser/ retomando a vis#o de ,&viWStra$ss/ tento$ resolver a complexa rela"#o entre estr$t$ra e s$jeito/ (azendo deste Qltimo $m mero e(eito il$s;rio das estr$t$ras ideol;gicas. - 7aio >ranc*s/ entretanto/ colocaria o marxismo alth$sseriano O\
em $ma di(0cil encr$zilhada5 como explicar a irr$p"#o espetac$lar de est$dantes/ operários e o$tros s$jeitos coletivos. Alth$sser era o candidato para responder teoricamente ' explos#o pol0tica da l$ta de classes. mbora com di(ic$ldades para explicar a m$dan"a/ a elabora"#o do Alth$sser ao menos contava com $ma teoria da contradi"#o e a sobredetermina"#o e/ portanto/ do tipo de R$nidade de r$pt$ra +$e podia dar srcem a $ma sit$a"#o revol$cionária em $ma sociedade dividida em classes. ntretanto/ o res$ltado (oi o$tro. Alth$sser tento$ aj$star s$a teoria concedendo $m espa"o ao papel das massas +$e/ con(orm e reconhecia/ R(aziam a hist;ria/ embora Ros homens e m$lheres n#o a (izessem. 6odavia/ a dire"#o geral da obra alth$sseriana n#o (oi reproblematizada. A introd$"#o do problema do s$jeito hist;rico na ma+$inaria da cas$alidade estr$t$ral/ iniciada em 1er < Capital/ n#o cond$zi$ a $ma reelabora"#o te;rica dos ($ndamentos do marxismo alth$sseriano/ e sim ' incoer*ncia. A conse+@*ncia disto (oi o desaparecimento progressivo do marxismo alth$sseriano como corrente te;rica de import)ncia em meados da d&cada de setenta 3Anderson/ \\4. Ao longo dessa d&cada/ Paris (oi (inalmente normalizada depois dos levantes do 7aio >ranc*s/ e m$itos dos membros mais estridentes da gera"#o de X\/ de 9risteva ao Gl$csmann/ passaram para a $ltradireita dos nouveaux philosophes. >oi ent#o +$e as vozes de ,=otard/ 1errida/ >o$ca$lt/ Ba$drillard/ 1ele$ze e G$attari passaram a dominar a vida intelect$al (rancesa/ e decretaram a Rmorte do s$jeito e o R(im do social. 1e todas as (ormas/ alg$ns debates sobre o h$manismo contin$aram por $m certo tempo/ e deram l$gar a interessantes pes+$isas/ como as de ,$cien Sve em (arxisme et th,orie da personnalit,. A pr;pria cr0tica do estr$t$ralismo como ideologia da eternidade/ de $ma hist;ria +$e s$cede im;vel/ coloco$ a +$est#o da historicidade em s$a sing$laridade/ sem recorrer a improváveis leis da hist;ria/ e evidencio$ a import)ncia das (ormas como l;gicas materiais 3,$cien Sve/ 8tructuralisme et dialecti*ue4. ntretanto/ a estr$t$ra (inalista e as garantias do (inal com$nista mantiveram de maneira dogmática as (ec$ndas int$i"Nes da pl$ralidade das dial&ticas. A partir de o$tras inst)ncias/ mais sens0veis aos impasses do marxismo/ b$sco$Wse $ma rec$pera"#o (rancesa da (iloso(ia da práxis^ em $m momento paradoxal da cr0tica alth$sseriana/ Gramsci alcan"o$ na >ran"a certa import)ncia para pensar $ma análise hegemHnica nas condi"Nes do capitalismo moderno em s$a (ase (ordista 3ver os O
trabalhos de Jac+$es 6exier/ !hrist ine B$ciWGl$csmann e Andr& 6osel em Praxis. )ers une refondation en philosophie marxiste 4. A partir de o$tras inst)ncias reconstr$tivas/ (ortemente te;ricas/ (oram tentadas análises mais pro($ndas/ +$e proc$ravam ampliar o conhecimento da sociedade/ mas sem conseg$ir sair de $m certo isolamento/ apesar de s$a vitalidade. 6al & o caso de :enri ,e(ebvre/ +$e ao analisar as (ormas concretas da modernidade capitalista 3 < direito cidade e A produção do espaço4 indico$/ dentro do modo de prod$"#o estatal/ os maiores obstác$los ' emancipa"#o/ e mostro$ a debilidade do marxismo ao tentar resolver o problema 3 e lKLtat4 36osel/
dogmático para praticar $m tipo de experimentalismo te;rico de $so apor&tico/ e problematizar as incertezas da teoria marxista do estado/ o partido e a ideologia 3R Ltat= Parti= id,ologie en (arx et sa criti*ue de la politi*ue4. A partir desta leit$ra de 7arx/ e depois de ter assimilado as teses do sistemaWm$ndo de Dallerstein/ Balibar mostra como a l$ta de classes relacionaWse com a gest#o internacional da (or"a de trabalho^ como ela está d$plamente s$bordinada pela prod$"#o de identidades imaginárias nacionais e &tnicas^ como o potencial de resist*ncia das classes operárias está at$almente em perigo de ser trans(ormado e alterado pelas (ormas nacionais e raciais^ e/ (inalmente/ como nacionalismo e racismo implicamWse $m com o o$tro 3Balibar e Dallerstein/ Race= nation= classe. 1es identit,s ambiguMs4. 6amb&m (oram de import)ncia os trabalhos do Vicos Po$lantzas/ +$em/ a partir de $ma concep "#o extremamente abstrata/ proc$ro$ (ixar as linhas gerais de $ma teoria estr$t$ral da prática pol0tica 3Pouvoir politi*ue et classes sociales4/ e repensar as ($n"Nes do estado de $ma concep"#o relacional do poder 3 1KLtat= le pouvoir= le socialisme4 36osel/ = 9;:9= 9;:> e R,volution et d,mocratie che! (arx et 5ngels4. Por s$a vez/ Bidet/ em s$a obra $h,orie de la modernit, 3T4/ propNeWse integrar o aporte de 7arx no contexto mais amplo da (iloso(ia pol0tica e das teorias sociais modernas. Para Bidet/ & pr;prio da modernidade +$e a domina"#o artic$leWse de modo espec0(ico com $ma (orma de contrat$alidade +$e n#o pode deixar de a(irmar s$as exig*ncias. PropNeWse assim a estabelecer a exist*ncia de $m piso metaWestr$t$ral com$m/ a Rmodernidade/ a partir do +$al se possam pensar as condi"Nes de constit$i"#o de sistemas polarmente opostos/ e as condi"Nes da passagem de $ma a o$tra o interior das condi"Nes limite do m$ndo moderno. A este en(o+$e de modernidade corresponde $ma de(ini"#o de Rliberdade dos modernos +$e s$pera os limites liberais. Se$ projeto consiste em levar as s$as Qltimas conse+@*ncias o
- primeiro dos col;+$ios (oi organizado na Sorbonne em T sob o t0t$lo R>im do com$nismoK At$alidade do marxismoK.
X
elemento democrático da tradi"#o liberal/ re(orm$lando/ sob $ma (orma mais radical/ o projeto socialista de 7arx. 6oda $ma s&rie de trabalhos te;ricos e acad*micos demonstra o retorno do marxismo ao centro da vida intelect$al (rancesa. -s trabalhos de Ltienne Balibar propNem $ma prática experimental +$e lhe permite reWcolocar $m 7arx rico em tensNes apor&ticas e prod$tivas 3 1a philosophie de (arx4/ e artic$lar $ma análise dos (enHmenos de identidade e $ma reapropria"#o do direito nat$ral revol$cionário/ mas sem ($ndáWlo em $m neocontrat$alismo socialWliberal 3 1es frontiNres de la d,mocratie4. stes projetos de reconstr$"#o ($ndamWse com base nas teorias da a"#o/ consideradas/ por s$a vez/ como $ma análise cr0tica e (ec$nda de 7arx/ e imp$lsionam como contrapartida $ma cr0tica marxista dessas teorias 3por exemplo/ Andr& 6osel/
1Kesprit
de scission4. A +$est#o &tica reaparece nas obras do ,$cien Sve 3 Pour une criti*ue de la raison bio,thi*ue4 e von $inio$ 3 'igures de la d,raison politi*ue4. 7ani(estaWse tamb&m na renova"#o/ no est$do de 7arx sobre a problemática $t;pica/ com os trabalhos de 7ichel %adeie 3 (arx penseur du possible4/ 1aniel Bensa?d 3 (arx lKintempestif. Brandeur et misNres dKune aventure criti*ue O%&%F%%e siNcle4 e 7ig$el Abenso$r/ o +$al explora o +$estionamento de 7arx sobre o pol0tico e sobre a vontade prática da emancipa"#o 31a d,mocratie contre lKLtat. (arx et le moment machiav,lien4. Vo mesmo sentido se dirige ' de(esa de 7arx por Jac+$es 1errid a 3 8pectres de (arx4/ +$e prev* o provir de $m Resp0rito do marxismo irred$t0vel ' necessária desconstr$"#o da meta(0sica ocidental/ e pleno de $m novo internacionalismo 36osel/
A crise da (iloso(ia da práxis na 2tália A vigorosa tradi"#o do marxismo italiano/ de grande originalidade e (ortemente vinc$lada 's l$tas sociais/ remonta a (ins do s&c$lo 2. ,abriola/ (il;so(o de srcem hegeliana/ aderi$ ao marxismo em \T/ e s$a in(l$*ncia (oi ($ndamental para o desenvolvimento posterior do marxismo. A obra da ,abriola (oi herdada e contin$ada por 7ondol(o/ o$tro (il;so(o de srcem hegeliana/ de grande import)ncia para a gera"#o de Gramsci. ,ogo depois da experi*ncia (ascista/ p$blicamWse pela primeira vez os escritos prod$zidos por Gramsci d$rante se$ con(inamento. A presen"a desta heran"a marxista nativa/ +$e c$lmino$ na grande obra empreendida por Gramsci/ aj$do$ a im$nizar o X<
marxismo italiano do pior do stalinismo sovi&tico. 7as/ por o$tro lado/ a canoniza"#o p;st$ma de Gramsci servi$/ paradoxalmente/ para esterilizar a pr;pria vitalidade da tradi"#o italiana. A (ig$ra de Gramsci (oi convertida em $m 0cone o(icial/ en+$anto se$s escritos eram es+$ecidos. !omo res$ltado/ a principal tend*ncia te;rica +$e se desenvolve$ dentro do marxismo depois da Seg$nda G$erra 7$ndial (oi $ma rea"#o contra a ascend*ncia (ilos;(ica representada por ,abriola e Gramsci. - ($ndador da nova escola (oi Galvano 1ella %olpe/ (il;so(o a(iliado ao P!2 em MM. A in(l$*ncia de 1ella %olpe (oi escassa d$rante grande parte de s$a vida/ at& depois da d&cada de sessenta. Veste per0odo/ os temas (ilos;(icos da escola come"aram a ad+$irir resson)ncia entre membros mais jovens. m partic$lar/ podiaWse interpretar +$e a insist*ncia (ilos;(ica na import)ncia da Rabstra"#o cient0(ica determinada caracter0stica da obra de 1ella %olpe implicava a necessidade de $ma análise da sociedade italiana em termos das categorias Rp$ras do capitalismo desenvolvido/ com alg$ns objetivos pol0ticos correspondentemente Ravan"ados a serem perseg$ido s pela classe operária. 2sto estava em oposi"#o ' ortodoxia do P!2/ +$e s$blinhava o caráter atrasado e h0brido da sociedade italiana/ o +$al exigia reivindica"Nes mais limitadas/ de tipo Rdemocrático mais +$e socialistas. 1ella %olpe e s$a escola (oram resol$tamente antiWhegelianos/ negativos em s$a avalia"#o da (iloso(ia de :egel/ e positivos em s$a a(irma"#o de +$e o pensamento do 7arx represento$ $ma r$pt$ra completa com :egel 3ver 1ogica come scien!a positiva4. !olletti/ disc0p$lo de 1ella %olpe/ escreve$ o principal ata+$e contra o hegelianismo em +egel e il marxismo/ obra concebida como $ma demonstra"#o de +$e :egel era $m (il;so(o crist#o int$itivo c$jo prop;sito te;rico era o ani+$ilamento da realidade objetiva e da desvaloriza"#o do intelecto/ a servi"o da religi#o/ e +$e isso estava nas ant0podas de 7arx 3Anderson/ \4. - caso da 2tália/ nas d&cadas de setenta e oitenta/ & sing$lar^ pa0s do mais importante e liberal partido com$nista e$rope$/ rico em $ma tradi"#o marxista pr;pria e (orte/ a da (iloso(ia da práxis/ conhece$ $ma dissol$"#o rápida dessa tradi"#o. A estrat&gia proclamada de constr$"#o contraWhegemHnica se trans(ormo$/ po$co a po$co/ em $ma simples pol0tica democrática de alian"as eleitorais. - historicismo/ mais togliatiano do +$e gramsciano/ entro$ em $ma crise irrevers0vel. At& esse momento/ este tinha conseg$ido artic$lar a perspectiva geral/ abstrata/ de $ma trans(orma"#o do modo de prod$"#o capitalista e a determina"#o de $ma pol0tica de re(ormas XF
s$postamente para alcan"ar este (im/ assim como brindar s$a con(irma"#o no movimento real/ +$er dizer/ na (or"a do partido e na realidade das massas. Se este historicismo evito$ +$e o marxismo italiano conhecesse o 1iamat sovi&tico/ e d$rante longo tempo evito$ a rever*ncia 's leis hist;ricas gerais/ a previs#o das condi"Nes de possibilidade do deslocamento revol$cionário hegemHnico acabo$ por dil$irWse em $ma tática sem o$tra perspectiva +$e a man$ten"#o de $m v0nc$lo com o campo socialista/ j$sti(icando a id&ia de $ma estrat&gica d$pla. As s$bse+@entes pes+$isas de inspira"#o gramsciana estiveram g$iadas por $ma at$aliza"#o cada vez mais democráticaWliberal. >oram de import)ncia as obras de especialistas c$jo trabalho (oi ($ndamental para a edi"#o de rancioni^ ,o Piparo^ Paggi e %acca/ entre o$tros4. -$tras pes+$isas tamb&m se centraram na análise dos textos de j$vent$de de 7arx/ e nos man$scritos de \XW\XF. 7as/ de (ato/ a (iloso(ia da práxis perde$ o v0nc$lo com o programa de análise +$e o tinha (eito espec0(ico/ e este (oi tendencialmente recond$zido pelas incertezas com respeito a s$as srcens/ em o$tras (iloso(ias anteriores a Gramsci. A esta dil$i"#o corresponde o desaparecimento de o$tra via alternativa +$e existia nestes anos/ a elabora"#o de Galvano 1ella %olpe. A apela"#o metodol;gica dellavolpiana ao pensar o galileismo moral de 7arx a$tor de $ma teoria cient0(ica h$meanaWantiana da abstra"#o determinada termina por abandonar a dial&tica hegelianaWmarxiana por consideráWla $ma p$ra espec$la"#o meta(0sica/ incapaz de pensar a l;gica determinada do objeto determinado. !ertos contin$adores da obra de 1ella %olpe contin$am trabalhando/ mas o cienti(icismo deste (oi trad$zido ' ling$agem do empirismo de Popper/ e retorna em pol*mica antiW7arx. xemplar neste sentido & a parábola de ,$cio !olletti. S$a obra marxista se concentra em :egel e no marxismo5 rec$sando a dial&tica hegeliana entre entendimento anal0tico e raz#o dial&tica/ s$stenta a $niversalidade do m&todo cient0(ico por meio da hip;tese experimental. 7arx ($ndo$ $ma sociologi a +$e explicita as leis do sistema capitalista/ ao as vinc$lar ' generaliza"#o do trabalho abstrato e ' rei(ica"#o +$e esta implica. A teoria tem como horizonte a l$ta contra a realiza"#o dessa abstra"#o/ contra essa aliena"#oWrei(ica"#o. A libera"#o deve desembocar sobre o$tra legalidade. 7as/ rapidamente/ !olletti recha"a a cienti(icidade desta sociologia apoiada na teoria do valor XM
trabalho/ e separa cr0tica rom)ntica da aliena"#o e análise objetivo. Partic$larmente/ o a$tor disc$te a teoria da contradi"#o dial&tica/ +$e ele s$bstit$i pela oposi"#o real. As coisas aceleramWse/ e a teoria do valor trabalho & recha"ada a partir do problema clássico da trans(orma"#o de valores em pre"os. Assim/ partindo de $m marxismo antiW revisionista e cient0(ico/ !olletti sai por etapas do marxismo para alinharWse com a epistemologia de(endida por Popper e as op"Nes pol0ticas a (avor de $ma engenharia social para re(ormar a sociedade 3 &ntervista filosoficaFpoliticaQ $ra marxisme e no/ e $ramonto dellKideologia4 36osel/
com o socialWliberalismo e aceitar o liberalismo de te;ricos da j$sti"a ao estilo de EaCls/ sem se+$er conservar o sentido das aporias expostas por Bobbio. xemplo desta evol$"#o & o caminho de Salvatore %eca/ d$rante m$ito tempo diretor da >$nda"#o >eltrinelli/ +$e/ partindo de $ma de(esa da cienti(icidade de 7arx/ em $m estilo dellavolpiano 38aggio sul programma scientifico di (arx4/ trans(ormaWse no introd$tor de EaCls e do liberalismo de es+$erda 3 1a societ giusta^ 7na filosofia pubblica 4/ desenvolvendo $ma cr0tica de 7arx ($ndada na denQncia da a$s*ncia de $ma verdadeira teoria da j$sti"a 36osel/
partic$larmente importantes. A primeira & a de Gi$seppe Prestipino +$e re(orm$la depois de vários anos $ma reconstr$"#o da teoria dos modos de prod$"#o pensados em termos de blocos l;gicoWhist;ricos5 em toda sociedade h$mana se press$pNe a exist*ncia de $m patrimHnio antropol;gicoWhist;rico constit$0do por $ma s&rie de sistemas5 prod$tivo/ social/ c$lt$ral e instit$cional. stes sistemas podem ser combinados no c$rso da hist;ria em estr$t$ras di(erentes/ o$ em ($n"#o do sistema dominante no modelo te;rico de $ma (orma"#o dada. A tese de $ma domin)ncia invariável da base prod$tiva sobre a s$perestr$t$ra c$lt$ral & pr;pria de $m bloco da primeira modernidade. Va at$alidade/ est#o em concorr*ncia o bloco moderno e o p;sWmoderno. - primeiro/ dominado pelo elemento c$lt$ral sob a (orma de $ma racionaliza"#o omnicomprensiva. - bloco p;sWmoderno estaria dominado pela instit$i"#o pQblica/ no estado mais elevado do sistema &ticoWj$r0dico s$praWestatal e s$pranacional/ +$e teria por tare(a g$iar hegemonicamente os o$tros elementos 3 a Bramsci a (arx. &l blocco logicoFstorico^ Per una antropologia filosofica^ (odelli di strutture storiche. &l primato etico nel postmoderno4. A seg$nda tentativa de reconstr$"#o sistemática & a de !onstanzo Preve +$e/ partindo de $m programa de re(orm$la"#o sistemática da (iloso(ia marxista sobre a base l$cacsiana da ontologia do ser social/ integrando a temática da $topia &tica/ e centrandoWse sobre a temática de $ma ci*ncia alth$sseriana do modo de prod$"#o 3&l filo di Arianna4/ con(rontaWse com as di(ic$ldades de $m certo ecletismo. S$as Qltimas pes+$isas o (azem ren$nciar ao programa de $ma ontologia do ser social/ e rede(inir $ma (iloso(ia com$nista/ criticando as no"Nes de classeWs$jeito/ paradigma do trabalho e necessidades/ em $ma con(ronta"#o com os te;ricos da p;sWmodernidade 3 &l tempo della ricerca. 8aggio sul moderno= il postFmoderno e la fine della storia4 36osel/
A teoria cr0tica da scola de >ran($rt 1esde se$ in0cio em ran($rt proc$ro$ $m modelo de organiza"#o do trabalho cient0(ico +$e/ partindo do conceito de R(iloso(ia social 3 8o!ialphilosophie4/ tentasse elaborar $ma teoria do conj$nto da sociedade mediante a integra"#o das pes+$isas m$ltidisciplinares 3economia/ sociologia e (iloso(ia4/ de (orma tal a explicar as novas condi"Nes de reprod$"#o do capitalismo5 s$a capacidade de s$perar as crises e as novas (ormas de ideologia e c$lt$ra. X
A evol$"#o do programa de pes+$isas do 2nstit$to se relaciono$ com $ma s&rie de m$dan"as nas experi*ncias hist;ricas do con(lit$oso per0odo5 a análise da sit$a"#o na Ini#o Sovi&tica a partir da consolida"#o do stalinismo/ a derrota do movimento operário na EepQblica de Deimar/ e a ascens#o do nazismo. stes s$cessos levaram a teoria cr0tica a re(orm$lar a compress#o +$e tinha de si mesma/ rede(inin do as rela"Nes entre teoria e prática/ e entre teoria e s$jeito revol$cionário. 6amb&m (oi
reconceit$alizada a rela"#o entre teoria cr0tica e marxismo . sta re(orm$la"#o da rela"#o entre teoria e práxis/ ' l$z da derrota da classe trabalhadora na Alemanha e do terror stalinista/ já pode ser rastreada no ensaio do :orheimer/ $eoria tradicional e teoria crítica / de F. Veste trabalho/ o a$tor en(atiza o poss0vel con(lito da teoria da sociedade/ com $m prop;sito emancipador/ e a consci*ncia emp0rica da classe social +$e seria o agente da trans(orma"#o emancipadora. A rela"#o entre o te;rico e as (or"as sociais de trans(orma"#o seria con(lit$osa por nat$reza. :orheimer percebe +$e a economia & a ca$sa ($ndamental da in(elicidade h$mana. ntretanto/ tamb&m se dá conta de +$e a teoria das crises econHmicas já n#o & s$(iciente para analisar as contradi"Nes do per0odo entreWg$erras^ e/ como a trans(orma"#o hist;rica tem $ma dimens#o c$lt$ral/ os (enHmenos de crise n#o s#o experimentados s; como dis($ncionalidades econHmicas/ tamb&m o s#o como crises vividas. :orheimer tenta resolver teoricamente $ma s&rie de tensNes +$e aparecem. Por $m lado/ reconhece +$e n#o s; n#o há converg*ncia entre o ponto de vista te;rico e dos movimentos emancipadores/ mas tamb&m/ $ma dist)ncia cada vez maior. Por o$tro lado/ o a$tor alem#o a(erraWse (irmemente ' cr0tica da economia pol0tica como modelo de pes+$isa/ e insiste nas in(l$*ncias emancipadoras inerentes a este tipo de cr0tica. ste e+$il0brio s$stentado por :orheimer em se$ ensaio de F (oi pert$rbado pelo estalo da Seg$nda G$erra 7$ndial/ momento a partir do +$al se prod$z $m +$estionamento pro($ndo do modelo marxista. A passagem do modelo da Rteoria cr0tica para a Rcr0tica da raz#o instr$mental se prod$zi$ +$ando esta divis#o crescente entre teoria e prática levo$ a $m +$estionamento da pr;pria cr0tica da economia pol0tica. A trans(orma"#o da nat$reza do capitalismo entre as d$as g$erras/ e as conse+@*ncias disto para a cr0tica marxista da economia pol0tica/ (oram o ponto central no desenvolvimento anal0tico da scola de >ran($rt 3Benhabib/ 4.
Para $ma análise da evol$"#o do pensamento do 2nstit$to entre comien"o da d&cada de trinta e meados da d&cada seg$iente/ ver o excelente trabalho de Se=la Benhabib 34.
X\
As ($n"Nes do mercado (oram trans(ormadas pelo capitalismo de estado. A estatiza"#o crescente da sociedade e as novas ($n"Nes do estado criaram estr$t$ras instit$cionais +$e re+$eriam novas categorias de análise. A cr0tica marxista da economia pol0tica (oi tamb&m $ma cr0tica da (orma"#o social capitalista como $m t$do. Va (ase do capitalismo liberal/ era poss0vel $ma cr0tica da (orma"#o social por meio da cr0tica da economia pol0tica/ por+$e as rela"Nes sociais de prod$"#o de(iniam o elemento instit$cional ($ndamental do capitalismo liberal/ ao legitimar $m certo padr#o de distrib$i"#o de ri+$eza/ poder e a$toridade^ e/ por s$a vez/ por+$e as rela"Nes de interc)mbio no mercado capitalista davam legitimidad e normativa a essa sociedade/ na medida em +$e os di(erenciais res$ltantes de poder e privil&gio sociais eram vistos como conse+@*ncias das atividades de indiv0d$os +$e negociavam livremente. !om o desaparecimento do mercado a$tHnomo/ a cr0tica da economia pol0tica já n#o podia servir de base para $ma cr0tica da nova (orma"#o social. 1ito de o$tra maneira/ $ma teoria cr0tica do capitalismo de estado n#o pode ser $ma cr0tica da economia pol0tica do capitalismo de estado. !om o desaparecimento do mercado a$tHnomo em $m sistema de controles estatais diretos/ a distrib$i"#o da ri+$eza/ o poder e a a$toridade politizamWse. ssa distrib$i"#o já n#o & mais conse+@*ncia das leis do mercado/ mas sim de diretrizes pol0ticas. Para analisar a estr$t$ra social do capitalismo n#o se necessita $ma economia pol0tica/ mas sim $ma sociologia pol0tica. !om a politiza"#o do mercado/ os ideais normativos e as bases ideol;gicas do capitalismo liberal trans(ormaramWse. As normas de legitima"#o do capitalismo de estado precisavam ser novamente analisadas. !om a decad*ncia do mercado a$tHnomo/ a Rlegalidade tamb&m declino$^ o liberalismo se trans(ormo$ em a$toritarismo pol0tico e/ event$almente/ em totalitarismo. - nQcleo do +$e será conhecido como Ra teoria social cr0tica da scola de >ran($rt será a análise da trans(orma"#o do capitalismo liberal do s&c$lo 2 em democracias de massas/ e tamb&m em sociedades totalitárias do tipo (ascista e nazista. - texto em +$e o novo paradigma da teoria cr0tica & melhor desenvolvido & ial,tica do esclarecimento 3MM4. Veste texto/ Adorno e :orheimer a(irmam +$e a promessa il$minista de liberar o homem da t$tela a +$e ele mesmo se expNe n#o pode ser c$mprida por meio da raz#o/ +$e & $m mero instr$mento de a$topreserva"#o. A hist;ria do -disse$ < revela a marca esc$ra na constit$i"#o da s$bjetividade ocidental5 o medo <
%er Adorno e :orheimer/ \.
X
+$e e$ tenho do Ro$tro identi(icado com a nat$reza (oi s$perado/ no decorrer da civiliza"#o/ pela domina"#o do o$tro. Assim/ como o o$tro n#o & completamente estranho/ a domina"#o da nat$reza s; pode signi(icar a$todomina"#o. ntretanto/ como mostrava a regress#o civilizat;ria mani(esta na barbárie do nacionalWsocialismo/ a raz#o ocidental n#o tinha conseg$ido s$perar o temor original +$e a h$manidade experimentava com respeito ao o$tro o j$de$ & o o$tro/ o estranho/ h$mano e n#o h$mano ao mesmo tempo. - interesse na hist;ria s$bterr)nea da civiliza"#o ocidental/ +$e o corpo do texto desvenda/ & o princ0pio metodol;gico +$e norteia a hist;ria da raz#o ocidental. A hist;ria do -disse$ e a do holoca$sto/ o mito +$e & o 2l$minismo e o 2l$minismo +$e se trans(orma em mitologia/ s#o os marcos da hist;ria ocidental5 a g*nese da civiliza"#o e s$a trans(orma"#o em barbárie. Adorno e :orheimer rastreiam a irracionalidade e o racionalismo c$lt$ral at& s$as srcens/ +$er dizer/ at& o
princípio
de identidade/ +$e & a estr$t$ra pro($nda da raz#o ocidental. A estr$t$ra apor&tica de $ma teoria cr0tica da sociedade/ tal como concebida pelos a$tores/ tornaWse evidente. Se a promessa do 2l$minismo e da racionalidade c$lt$ral revela apenas a c$lmina"#o da l;gica identi(icat;ria constit$tiva da raz#o/ a teoria da dial&tica do 2l$minismo/ (eita com os instr$mentos dessa mesma raz#o/ perpet$a a pr;pria estr$t$ra de domina"#o +$e condena. A cr0tica do 2l$minismo cai na mesma aporia +$e o pr;prio 2l$minismo. Assim/ a conse+@*ncia mais ampla do projeto de cr0tica do 2l$minismo & a pr;pria trans(orma"#o do conceito de cr0tica. A trans(orma"#o da cr0tica da economia pol0tica em cr0tica da raz#o instr$mental marca $ma m$dan"a no objeto da cr0tica/ assim como em s$a l;gica. -s tr*s aspectos da cr0tica s#o postos em +$est#o5 cr0tica imanente/ cr0tica des(etichizada e cr0tica como diagn;stico da crise. A cr0tica imanente trans(ormaW se em dial&tica negativa^ a cr0tica des(etichizada tornaWse cr0tica da c$lt$ra/ e o diagn;stico da crise & convertido em $ma (iloso(ia retrospectiva da hist;ria/ com prop;sitos $t;picos 3Benhabib/ 4<<. A obra posterior de Adorno/ at& s$a ial,tica negativa/ pode ser entendida como $ma elabora"#o das teses básicas de ial,tica do esclarecimento. Adorno trans(orma a cr0tica imanente em diáletica negativa/ precisamente para minar a identidade espec$lativa entre conceito e objeto/ es*ncia e aparencia/ possibilidade e necessidade/ post$lada por :egel. A dial&tica & $ma interminável trans(orma"#o dos conceitos em se$s opostos/ da+$ilo +$e & na+$ilo +$e poderia ser mas n#o &. - pr;posito de Adorno & mostrar a s$per(icialidade da+$ilo +$e &^ mostrar +$e o objeto desa(ia se$ conceito e +$e o conceito está condenado ao (racasso em s$a b$sca da es*ncia. Adorno debilita os pr;prios pres$postos conceit$ais da cr0tica imanente +$e pratica. A dial&tica negativa converteWse em $ma dial&tica da negatividade p$ra/ da contesta"#o do real. - disc$rso da negatividade recha"a a+$ilo +$e 7arx era capaz de pres$por5 +$e a compreens#o da necessidade do +$e & tamb&m levaria ' compreens#o do +$e podia ser/ e o +$e podia ser era algo pelo +$al valia a pena l$tar. A dial&tica negativa/ em contraste/ nega +$e haja $ma l;gica <<
T
m s$ma/ para Adorno e :orheimer a s$jei"#o ao m$ndo tal como aparece n#o & mais $ma il$s#o real +$e pode ser s$perada pelo comportamento cr0tico e pela a"#o trans(ormadora5 & $ma s$jei"#o sem alternativas/ por+$e a racionalidade pr;pria da teoria cr0tica n#o encontra bases concretas na realidade social do capitalismo administrado/ dado +$e já n#o s#o discern0veis as tend*ncias reais da emancipa"#o. Assim/ o pr;prio projeto cr0tico encontraWse em $ma aporia5 se a raz#o instr$mental (or a Qnica racionalidade do capitalismo administrado/ ent#o como & poss0vel a cr0tica ' racionalidade instr$mentalK. Adorno e :orheimer ass$mem essa aporia dizendo +$e ela &/ no capitalismo administrado/ a condi"#o de $ma cr0tica c$ja possibilidade se torno$ extremamente precária 3Vobre/ ran($rt. A teoria de :abermas signi(ico$/ por $m lado/ $m retorno ao programa srcinal de $ma teoria cr0tica da sociedade. Por o$tro/ mediante s$a recep"#o da (iloso(ia anal0tica da ling$agem/ s$a sociologia ($ncionalista e s$a teoria Ceberiana do processo de racionaliza"#o/ :abermas (ez valer distin"Nes categoriais/ tanto (rente ' primeira teoria cr0tica/ como ' tradi"#o marxista em conj$nto/ por meio das +$ais (ico$ aberto para a teoria cr0tica $m modo de escapar do beco sem sa0da do negativismo dial&tico/ sem necessidade de retornar ao positivismo pse$dodial&tico. Para :abermas/ apoiar conscientemente a possibilidade da cr0tica em $ma aporia como no caso de Adorno e :orheimer signi(ica pHr em risco o pr;prio projeto cr0tico. 2sto (ragiliza tanto a possibilidade de $m comportamento cr0tico em rela"#o ao conhecimento/ como a orienta"#o para a emancipa"#o. :abermas propNe $m diagn;stico divergente em rela"#o '+$ele apresentado na ial,tica do esclarecimento. Veste sentido/ para :abermas trataWse de constatar +$e o en(rentamento das tare(as clássicas +$e a pr;pria teoria cr0tica coloco$Wse desde s$as srcens re+$eria $ma amplia"#o de se$s temas e a b$sca de $m novo paradigma explicativo. Já +$e/ se os par)metros srcinais da teoria cr0tica levavam a +$e (osse posta em risco a pr;pria possibilidade da cr0tica da emancipa"#o/ s#o esses par)metros os +$e t*m +$e ser emancipadora +$e seja imanente ao real. Apesar de a cr0tica da economia pol0tica n#o servir de modelo/ ainda há normas e valores +$e t*m $m conteQdo emancipador^ estes t*m de ser b$scados nas promessas $t;picas n#o c$mpridas da c$lt$ra/ a arte e a (iloso(ia como & o caso de Adorno/ o$ nas estr$t$ras pro($ndas da s$bjetividade h$mana +$e se rebelam contra a sociedade opressora para tomar o caso de 7arc$se 3Benhabib/ 4.
revisados/ sob pena de perder exatamente essa tradi"#o de pensamento. Para o :abermas/ s#o as pr;prias (orm$la"Nes originais de 7arx as +$e t*m +$e ser abandonadas. isso n#o por+$e pretenda abrir m#o da cr0tica/ mas sim por+$e/ para ele/ os conceitos originais da teoria cr0tica n#o s#o s$(icientemente cr0ticos (rente ' realidade/ por+$e ignoram aspectos decisivos das rela"Nes sociais. m $eoria da ação comunicativa/ :abermas pretende reconstit$ ir a $nidade da raz#o dissociada pela modernidade. Para isso/ parte do diagn;stico seg$ndo o +$al a racionalidade instr$mental & $ma racionalidade tr$ncada. A moderniza"#o (ez tri$n(ar a racionalidade do entendimento da ci*ncia e da t&cnica/ $m dos aspectos da raz#o do s&c$lo %222. Para :orheimer/ a racionalidade ind$strial encarnava esta raz#o tr$ncada. 7as a $eoria da ação comunicativa n#o compartilha as conse+@*ncias de ial,tica do esclarecimento. Para escapar das aporias desta obra/ :abermas (orm$la $m novo conceito de racionalidade. Para o a$tor/ a Rracionalidade instr$mental/ +$e & identi(icada por Adorno e :orheimer como a racionalidade dominante e/ por isso/ objeto por excel*ncia da cr0tica/ pode ser controlada. Para resolver este problema/ :abermas (orm$la $ma teoria da racionalidade d$pla/ $ma racionalidade instr$mental e $ma racionalidade com$nicativa 3ver :abermas/ rente 's aporias +$e s$rgem na análise do 2l$minismo/ existe $ma alternativa ainda inexplorada do projeto moderno 3Vobre/ ran($rt/ s$cede hoje a terceira/ composta pelos al$nos de :abermas 3Axel :onneth4/ Schmidt 37atthias ,$tzWBachmann/ <
G$nzelin Schmid Voerr4 e Dellmer 37artin Seel4/ os +$ais (izeram s$as primeiras armas nos debates na d&cada de oitenta. Axel :onneth/ talvez o membro mais importante da teoria cr0tica desta gera"#o/ (oi assistente de :abermas no 2nstit$to de >iloso(ia da Iniversidade de >ran($rt/ s$cede$Wo em se$ posto na Iniversidade/ e logo se trans(ormo$ em diretor do 2nstit$to de Pes+$isas Sociais. :onneth contin$o$ com o trabalho de :abermas/ de $ma posi"#o cr0tica. Assim como :aberma s apresento$ s$a teoria como $ma sol$"#o 's aporias dos trabalhos de Adorno e :orheimer/ :onneth tenta demonstrar +$e a sol$"#o habermasiana expNe novos problemas +$e precisam ser resolvidos (iloso(icamente. Im dos elementos centrais da cr0tica a :abermas & o +$e :onneth chama d&(icit sociol;gico^ d&(icit +$e (ica demonstrado na distin"#o d$al/ carregada de ambig@idades/ entre sistema e m$ndo da vida/ e no entendimento habermasiano da inters$bjetividade com$nicativa/ +$e n#o & estr$t$rada pela l$ta e pelo con(lito social. sta distin"#o proc$ro$ garantir tanto a possibilidade de $ma limita"#o da raz#o instr$ment al como a perspectiva da a"#o emancipat;ria/ tentando escapar 's aporias +$e en(rentaram Adorno e :orheimer. Assim/ :abermas j$sti(ico$ tamb&m a necessidade da racionalidade instr$mental como elemento de coordena"#o da a"#o/ indispensável para a reprod$"#o material da sociedade. Para isso (oi obrigado/ seg$ndo :onneth/ a ne$tralizar normativamente o sistema/ de modo a tornáWlo contrário ' l;gica com$nicativa. !om isto/ torno$Wse incapaz de pensar como o pr;prio sistema e s$a l;gica instr$men tal s#o res$ltados de con(litos permanentes/ capazes de moldáWlo con(orme as correla"Nes de (or"as sociais. Se concorda com :abermas na necessidade de constr$ir $ma teoria cr0tica em bases inters$bjetivas/ distanciaWse dele ao de(ender a tese de +$e a base da intera"#o social & o con(lito/ e s$a gramática/ a l$ta pelo reconhecimento. :onneth coloca o con(lito social como objeto central da teoria cr0tica/ e b$sca extrair deste con(lito os crit&rios normativos de s$a teoria 3Vobre/ rente ' id&ia de :abermas de $ma reconcilia"#o da modernidade consigo mesma/ Dellmer desenvolve $ma imagem distinta/ in(l$enciado pelo pensamento de Adorno/ Dittgenstein e :eidegger/ e projeta a F
imagem de $ma modernidade n#o s; n#o reconciliada consigo mesma/ mas tamb&m de $ma Rmodernidade irreconciliável como aparece no s$bt0t$lo do livro. A dial&tica do desgarramento e reconcilia"#o/ em c$ja perspectiva normativa a tradi"#o hegelianaWmarxiana de pensamento cr0tico en(oco$ desde $m princ0pio o desenvolvimento da modernidade/ já n#o pode resolver mediante a $topia apoiada na id&ia de $ma reconcilia"#o radical +$e a modernidade tivesse +$e projetar desde si mesma [...] $ma id&ia de liberdade racional no m$ndo moderno s; & poss0vel sobre a id&ia de $ma constante libera"#o o$ prod$"#o de desgarramentos e dissocia"Nes [...] isto constit$i a intranspon0vel negatividade das sociedades modernas5 as tentativas de transbordar essa negatividade em $ma (orma existente o$ ($t$ra de liberdade com$nal s; & poss0vel ao pre"o da destr$i"#o da liberdade individ$al e com$nal 3Dellmer/ X4. Para Dellmer esta modernidade como projeto inacabado signi(ica o (inal da $topia/ entendida como cons$ma"#o do telos da hist;ria/ mas este (inal deve entenderWse/ tamb&m/ como princ0pio de a$toWre(lex#o da modernidade/ de $ma nova compreens#o e libera"#o dos imp$lsos radicais do esp0rito moderno/ em s$a (ase p;sWmeta(0sica.
A scola de B$dapeste 6oda $ma s&rie de obras tento$ impor ' ortodoxia esgotada do marxismoWleninismo $ma cr0tica de se$s press$postos/ e responder s$a pretens#o de ser a verdade Qnica. ntre estas obras/ destacamWse partic$larmente as de ,$ács/ e logo as de se$s disc0p$los/ +$e tentaram assentar as bases te;ricas de $m relan"amento democrático do socialismo real. +ist"ria e consci#ncia de classe &/ sem dQvida/ $m dos eventos mais importantes na hist;ria do marxismo/ e $m texto ($ndador de toda $ma corrente de pensamento ao interior do marxismo ocidental
Para $ma análise do pensamento de ,$ács/ ver Arato e Breines 3\X4/ ,C= 3\4/ Eees 3
M
no"Nes de 7arx de aliena"#o e (etichismo da mercadoria/ ,$ács denomina este processo Rrei(ica"#o/ a trans(orma"#o de $ma instit$i"#o o$ ideologia criada pelo homem em $ma (or"a +$e controla os seres h$manos. A partir desta sensa"#o de debilidade/ crescem a de(er*ncia ' hierar+$ia/ a aceita"#o da b$rocracia/ a il$s#o na religi#o/ +$e o$tros relatos da consci*ncia operária já tinham mostrado. ntretanto/ nas m#os de ,$ács/ estes elementos recebem $m ($ndamento real na experi*ncia diária dos trabalhadores sob o capitalismo 3Eees/
cr0tica l$acsiana dirigeWse tanto para o capitalismo como para o socialismo^ o modo de prod$"#o capitalista prod$z estranhamentos espec0(icos a partir da coa"#o +$e prod$z a b$sca de maisWvalia relativa^ a sociedade socialista/ por s$a vez/ repo$sa sobre objetiva"Nes espec0(icas +$e impedem a realiza"#o de $ma práxis +$e artic$le objetiva"#o das capacidades de trabalho e conex#o das (ormas do ser social em se$s diversos n0veis. ,$ács critica o economicismo do materialismo hist;rico stalinista retornando a 7arx e $tilizando/ de maneira cr0tica/ as categorias hegelianas o$ Rdetermina"Nes re(lexivas +$e constit$em a práxis h$mana como a$toWrealiza"#o das capacidades h$manas na $nidade da apropria"#o da nat$reza e a objetiva"#o nas rela"Nes sociais. Assim/ a l$ta contra a manip$la"#o ontol;gica radical artic$la a cr0tica do capitalismo estendido ' es(era de reprod$"#o da s$bjetividade e o combate contra as (ormas degeneradas do socialismo/ con(iando ainda na capacidade de a$toWre(orma do partidoWestado 36osel/ erenc >eh&r/ G=rg= 7ár$s e 2stván 7&száros/ cr0ticos do regime com$nista/ (oram/ em di(erentes per0odos/ deslocados da Iniversidade de B$dapeste. stes (il;so(os/ +$e seg$iram caminhos di(erentes/ tinham em com$m a vontade de participar da+$ilo +$e devia ser $ma cr0tica/ o$ a$tocr0tica/ da ortodoxia marxista/ e $ma tentativa de re(ormáWla. !omo a(irma 6osel 3
(iloso(ia contempor)nea +$e se distancia da ontologia l$acsiana/ vista como m$ito dominada por $m paradigma da prod$"#o incapaz de integrar a diversidade da poiesisW práxis h$mana/ mantendo a import)ncia da vida cotidiana como o l$gar onde se realizam as empresas h$manas 36osel/ eh&r p$blicaram ictatorship over needs/ obra +$e pode ser considerada como o ponto c$lminante da cr0tica das sociedades socialistas irremediavelmente blo+$eadas. - socialismo real seria irre(ormável/ contrariamente ao +$e pensava ,$ács. A s$press#o do mercado tinha coincidido com a s$press#o da a$tonomia da sociedade civil em (avor do estado/ e o plano de prod$"#o e distrib$i"#o/ considerado pela ortodoxia marxistaWleninista como o ($ndamento econHmico do socialismo/ era organicamente incompat0vel com o pl$ralismo/ a democracia e as liberdades. A s$bstit$i"#o da propriedade privada pela propriedade do estado s; podia desembocar na ditad$ra sobre as necessidades/ +$e & a nova antropologia das sociedades socialistas. -s prod$tores s#o assim s$bmetidos pelos mecanismos desta ditad$ra a $ma nova classe/ a b$rocracia do partido. sta cr0tica retoma alg$ns dos elementos da cr0tica liberal/ e $ma concl$s#o nat$ral leva a de(esa do
mercado e da espontaneidade da sociedade civil. ntretanto/ n#o terá +$e es+$ecer +$e/ para :eller/ a exig*ncia de $ma democratiza"#o radical constit$i a o$tra l;gica ativa da modernidade/ e +$e está na ordem do dia o imperativo categ;ricoW$t;pico de satis(azer/ prioritariamente/ as necessidades dos mais pobres em todos os pa0ses 36osel/
imp&rio do capital. - marxismo da terceira &poca/ b$sca entend er a (orma do processo pelo +$al o capitalismo/ como (orma mais recente de prod$"#o do capital/ s$cede integra"#o global e leva a se$ limite o capital como modo de controle/ reg$lando a totalidade das rela"Nes sociais 36osel/
condi"#o negativa de $ma renova"#o do marxismo. - marxismo tem/ a partir desta crise estr$t$ral/ $ma nova j$sti(ica"#o hist;rica/ $m objeto para s$a análise e a ocasi#o para $ma a$tocr0tica radical +$e &/ ao mesmo tempo/ a cr0tica da ordem capitalista. xiste tamb&m o terreno para pensar em $ma alternativa global necessária e em $m novo s$jeito da emancipa"#o^ a emerg*ncia de novos movimentos sociais e novas práticas parece mostrar o caminho para s$perar os impasses monstr$osos da organiza"#o do partidoWestado. Ali se joga a possibilidade de estabelecer $m novo v0nc$lo entre teoria e prática na b$sca de constr$ir o$tro m$ndo poss0vel.
- marxismo angloWsax#o At& a d&cada de sessenta/ o marxismo oc$pava $m l$gar marginal na c$lt$ra intelect$al angloWsax#. Ima das preoc$pa"Nes principais de alg$ns a$tores marxistas era a de(asagem +$e existia entre o marxismo continental representado por Adorno/ :orheimer/ 7arc$se/ ,$ács/ 9orsch/ Gramsci/ 1ella %olpe/ !olletti/ Sartre e Alth$sser e o s$bdesenvolvimento do marxismo brit)nico. 1$rante as d&cadas de sessenta e setenta/ prod$zi$Wse $ma intensa disc$ss#o sobre as ca$sas da (alta de $ma tradi"#o revol$cionária dentro da c$lt$ra inglesa. - debate sobre a sit$a"#o inglesa se prod$zi$/ entre o$tros/ em $ma s&rie de trabalhos de Perr= Anderson 3XM^ X\4 e dCard 6hompson 3\4. Anderson arg$mentava +$e a 2nglaterra era a sociedade mais conservadora da $ropa/ e s$a c$lt$ra tinha a imagem da+$ela5 med0ocre e inerte. capitalismo ingl*s se desenvolve$ de $ma (orma anHmala/ e a aristocracia parcialmente modernizada tinha conseg$ido manter s$a hegemonia sobre a b$rg$esia e o proletariado^ este Qltimo/ por s$a vez/ tampo$co tinha conseg$ido hegemonezar as l$tas das classes s$balternas. A c$lt$ra inglesa se organizo$ sem $ma análise totalizante da sociedade e sem $ma cr0tica marxista revol$cionária. A estr$t$ra social inglesa especialmente a a$s*ncia de $m movimento revol$cionário da classe operária era a explica"#o deste desenvolvimento anHmalo. sta interpreta"#o/ entretanto/ (oi objeto de $ma (orte cr0tica por parte de 6hompson 3!allinicos/
ca$sas (oi pol0tica. A crise do movimento com$nista desencadeada em OX pela crise hQngara e o !ongresso do P!IS crio$ $m espa"o pol0tico para $ma es+$erda independente em rela"#o ao Partido 6rabalhista/ assim como do com$nismo o(icial. A 2e- 1eft Revie- (oi $m dos prod$tos intelect$ais desta nova es+$erda/ c$ja base se posicionava consideravelmente a (avor de toda $ma s&rie de movimentos pelo desarmamento n$clear/ contra o apartheid na Z(rica do S$l/ a (avor da l$ta do povo vietnamita +$e a (ins da d&cada de sessenta inscreviamWse em $ma atmos(era geral de contesta"#o. 2sto res$lto$ em $m crescente interesse pelo marxismo e/ tamb&m/ em $ma crescente prod$"#o intelect$al. 1o ponto de vista intelect$al/ a hegemonia do m$ndo de (ala inglesa no materialismo hist;rico (oi conse+@*ncia da ascens#o da historiogra(ia marxista dentro do pensamento socialista. - dom0nio dos especialistas angl;(onos nesta área tinha sido importante na d&cada de cin+@enta^ o marxismo como (or"a intelect$al era/ virt$almente/ sinHnimo de trabalho de historiadores. sta ascens#o se prod$zi$ a partir da in(l$*ncia exercida por $m gr$po de jovens historiadores com$nistas do (inal da d&cada de +$arenta e princ0pio da de cin+@enta/ +$e com o tempo trans(ormaram as interpreta"Nes aceitas do passado ingl*s e e$rope$5 !hristopher :ill/ ric :obsbaCm/ . P. 6hompson/ George E$d&/ Geo((re= de Ste. !roix/ entre o$tros. %ários vinham p$blicando desde o in0cio dos anos sessenta/ mas a consolida"#o de s$a obra coletiva como $m modelo de peso se desenvolve$ verdadeiramente d$rante os anos setenta/ d&cada em +$e se p$blico$ $ma s&rie de obras importantes para a historiogra(ia marxista. A gera"#o dos anos sessenta o(erece$ $ma grande parte dos leitores das grandes obras de mat$ridade dos historiadores marxistas 3 $he (aing of the 5nglish oring Class e higs and +unters de dCard P. 6hompson^ $he orld $urned 7pside o-n de !hristopher :ill/ e a trilogia de ric :obsbaCm sobre o longo s&c$lo 24. Ima das conse+@*ncias importantes destes trabalhos (oi se$ papel de modelo para os jovens intelect$ais radicais +$e ent#o ingressavam nas instit$i"Nes $niversitárias 3Anderson/ \\^ !allinicos/
p$blicaram trad$"Nes dos escritos do Alth$sser 3X^ T4 e de se$s colaboradores^ ao mesmo tempo +$e toda $ma s&rie de a$tores marxistas (ranceses e italianos/ e de di(erentes escolas de pensamento do marxismo ocidental/ apresentaram s$as obras ao pQblico ingl*s5 estr$t$ralismo/ (ormalismo e psicanálise oram principalme nte
Para $m balan"o da experi*ncia intelect$al da 2e- 1eft Revie-/ ver Anderson 3
\<
1e$tscher e 7andel +$e in(l$enciaram Anderson e a e+$ipe da 2e- 1eft Revie- embora ho$vesse tamb&m o$tros sinais da vitalidade do movimento trotsista 3!allinicos/ ran"a depois de +$e os novos (il;so(os procedentes da gera"#o de X\ aderiram ao mao0smo o$ ao liberalismo. ntretanto/ no (inal da d&cada de setenta e come"o da de oitenta/ prod$zWse no m$ndo angloWsax#o o s$rgimento do neoliberalismo/ com a chegada ao poder de 7argaret 6hatcher na 2nglaterra e Eonald Eeagan nos stados Inidos. - advento de 6hatcher e Eeagan se trad$zi$ em $ma ampla o(ensiva contra os movimentos operários nos dois pa0ses/ +$e n#o se conta s; pelas grandes derrotas 3como a dos mineiros ingleses em \M e \O4 mas tamb&m esteve na srcem do conj$nto de pol0ticas neoliberais +$e se imp$seram nos anos noventa como modelo para o capitalismo em se$ conj$nto. Se por si pr;prios esses reversos eram s$(icientes para criar $m clima de pessimismo e dQvida no seio da es+$erda intelect$al/ os problemas especi(icamente te;ricos tamb&m contrib$0ram com este clima. n+$anto +$e/ na cQp$la da radicaliza"#o de (ins dos anos sessenta e come"o dos setenta/ a ado"#o do estr$t$ralismo (ranc*s e do +$e mais tarde se chamaria de p;sWestr$t$ralismo tinha contrib$0do para o renascimento do marxismo/ a (ins dos anos setenta podiaWse considerar como $m dos maiores desa(ios ao marxismo. -s trabalhos de >o$ca$lt (oram partic$larmente importantes neste sentido/ pois deram $ma base (ilos;(ica ' id&ia de +$e todas as (ormas de marxismo apresentavam limites ins$peráveis. L nesta conj$nt$ra po$co (avorável dos anos oitenta +$e aparece pela primeira vez $ma (orma de pensamento +$e merece o nome de corrente te;rica marxista especi(icamente angloWsax#/ o marxismo anal0tico. A obra Sarl (arxKs $heory of +istory. A defence/ de G. A. !ohen/ pode ser considerada a ata de ($nda"#o do marxismo anal0tico. Vesta obra/ !ohen canade nse/ membro do Partido !om$nista de $&bec/ mas (ormado em -x(ord nas t&cnicas da (iloso(ia da ling$agem proc$ra el$cidar as teses do materialismo hist;rico a partir das t&cnicas da (iloso(ia anal0tica. -s marxistas/ at& esse momento/ dividiramWse entre $ma s&rie de campos (ilos;(icos/ os hegelianos e os alth$sserianos ($ndamentalmente/ e coincidiam no (ato de +$e a \F
(iloso(ia anal0tica/ ensinada nas principais $niversidades angloWsax#s/ era politicamente conservadora e estreitamente provinciana. Por o$tro lado/ o recha"o do marxismo por parte da (iloso(ia anal0tica tinha sido total. !ohen/ por s$a vez/ considero$ poss0vel $tilizar as t&cnicas da (iloso(ia da ling$agem para compreender e (orm$lar de (orma clara as teses essenciais do materialismo hist;rico e apreciar s$a validade. As teses de !ohen op$nhamWse (rontalmente '+$elas s$stentadas pelos marxistas/ e recha"avam especialmente a id&ia de +$e existia $ma di(eren"a ($ndamental de m&todo entre a teoria marxista e as ci*ncias sociais b$rg$esas tradicionais. Para !ohen/ as teses de 7arx sobre o capitalismo/ a hist;ria/ as classes sociais/ e a revol$"#o deviam ser compreendidas pelos mesmos m&todos +$e toda o$tra (orma de teoria social/ $ma id&ia exatamente contrária ' s$stentada/ por exemplo/ por ,$ács
!(. ,$ács/ \M.
\M
desenvolveremWse. Ao invocar $ma explica"#o ($ncional/ !ohen desencadeia no seio do marxismo anal0tico o primeiro grande debate
:á $na s&rie de vol$mes +$e reprod$zem os debates no seio deo marxismo anal0tico5 !arver e 6homas 3O4/ 7arc$s 3X4/ 7a=er 34 e Eoemer 3\X4. < Im dos aspe ctos mais criticados do marxismo anal0tico & exatamente s$a posi" #o a (avor do individ$alismo metodol;gico e dos modelos de intera"#o social de atores racionais. Seg$ndo esta tese/ todas as práticas sociais e todas as instit$i"Nes s#o/ em princ0pio/ explicáveis pelo comportamento dos indiv0d$os. - modelo de atores racionais $tiliza a teoria econHmica para modelizar o comportamento dos indiv0d$os em ($n"#o de se$s desejos e interesses. - individ$alismo metodol;gico se opNe assim ao estr$t$ralismo e ao holismo. -s pensadores marxistas cr0ticos da vertente anal0tica mostram +$e as análises em termos de elei"#o racional tomam como dadas as circ$nst)ncias +$e s$scitam a elei"#o e delibera"#o/ e +$e estas mesmas caracter0sticas estr$t$rais s#o as +$e o marxismo tem por tare(a explicar. m o$tras palavras/ o marxismo anal0tico considera como dado a+$ilo +$e necessita ser explicado. llen 7eisins Dood 3\4 insiste partic$larmente neste ponto.
\O
!ertos marxistas anal0ticos/ como John Eoemer e Philippe %#o Parijs/ participaram de $ma s&rie de debates +$e tentavam desenvolver a tradi"#o marxista da economia pol0tica para explicar as razNes do (im da era de o$ro do capitalismo. A partir de velhas controv&rsias sobre a trans(orma"#o de valores em pre"os de prod$"#o/ e sobre a +$eda tendencial da taxa de l$cro/ economistas de es+$erda como Piero Sra((a a(irmaram +$e a teoria do valor trabalho n#o permitia determinar a evol$"#o dos pre"os e constit$0a $m obstác$lo para a compreens#o das economias capitalistas. Sobre a base desta preoc$pa"#o/ Eoemer (oi $m po$co mais longe e aderi$ 's tese neoclássicas. m A Beneral $heory of 5xploitation and Class 3\<4/ Eoemer se es(or"a para desvinc$lar a teoria marxista da explora"#o da teoria do valor trabalho/ e re(orm$la a primeira $tilizando a teoria do e+$il0brio geral e da teoria dos jogos 3!allinicos/
Reconomia tradicional para $ma economia relativamente a$toWs$(iciente de desenvolvimento econHmico era previs0vel/ dada a emerg*ncia de $ma disposi"#o espec0(ica de rela"Nes sociais de propriedade no campo. - res$ltado depende$ do precedente s$cesso de $m d$plo processo de desenvolvimento de classes e de con(lito de classes^ por $m lado/ a s$press#o da servid#o e/ por o$tro/ o a(ogamento da emerg*ncia da pe+$ena propriedade camponesa. A interpreta"#o do Brenner sobre a srcem do capitalismo e$rope$ en(atiza o papel dos agentes/ insistindo na l$ta de classes entre senhores e camponeses no campo no (im da 2dade 7&dia/ assim a a"#o dos indiv0d$os dependeria das regras da reprod$"#o 3ver Brenner/ 4. sta releit$ra de Brenner de$ l$gar/ por $m lado/ ao +$e se de$ em chamar o debate Brenner 3ver Alson e Philpin/ O4 e/ por o$tro lado/ ao s$rgimento do Rmarxismo pol0tico. - marxismo pol0tico/ no +$al se inscreve al&m de Eobert Brenner llen 7eisins Dood/ tem d$as caracter0sticas distintivas5 em primeiro l$gar/ recha"a o modelo marxista clássico de m$dan"a hist;rica/ como (oi esbo"ado no pre(ácio da Contribuição crítica da economia política ^ em seg$ndo l$gar/ o marxismo pol0tico s$stenta +$e a primazia explicativa na hist;ria deve estar de acordo com as m$dan"as nas rela"Nes de <\
prod$"#o . Por s$a vez/ seg$indo a linha de pes+$isa proposta por Eoemer/ ri -lin Dright 3\O4 propNe $ma análise de corte transversal da estr$t$ra de classes das sociedades modernas ($ndadas sobre os di(erentes tipos de dota"Nes 3(or"a de trabalho/ propriedade do capital/ +$ali(ica"Nes t&cnicas/ etc.4 +$e possibilitem diversas coalizNes de agentes potenciais. A análise de Dright apresenta a vantagem de tratar/ de $ma abordagem nova e mais rigorosa/ o problema da posi"#o de classe contradit;ria/ +$e já tinha sido abordado a partir de $ma perspectiva metodol;gica alth$sseriana. Se os interesses tanto de Eoemer como de Dright dirigemWse a problemas especi(icamente marxistas/ se$ m&todo e s$as sol$"Nes parecem pro($ndamente alheios ao marxismo. A análise de Eoemer/ aplicada ' sociologia/ parece estar mais em linha com $ma análise Ceberiana/ na medida em +$e coloca em cena di(erentes gr$pos +$e exploram se$s rec$rsos partic$lares no mercado/ em l$gar de levar a cabo $ma aproxima"#o propriamente marxista/ ($ndada sobre o con(lito em torno da explora"#o e da maisW <\
Seg$ndo 7eisins Dood/ o marxismo pol0tico tenta combinar as cr0ticas +$e 6hompson dirigi$ ' $tiliza"#o grosseira da metá(ora baseWestr$t$ra/ com a tentativa de Brenner +$e b$sca/ ao contrário/ expor o desenvolvimento capitalista em $m +$adro n#o teleol;gico da hist;ria 3Dood/ 4. Para $ma análise do marxismo pol0tico ver Blacledge 3
\
valia. Se !ohen e Eoemer contrib$0ram com aportes interessantes e srcinais/ podeWse mencionar tamb&m neste gr$po Adam PrzeCorsi 3T4/ +$e representa a tentativa de ($ndar $ma sociologia pol0tica a partir do marxismo anal0tico. Se$s trabalhos problematizam o dilema +$e os partidos socialistas en(rentam +$ando t*m +$e proc$rar o poder em democracias parlamentares. PrzeCorsi s$stenta +$e a b$sca racional de $ma maioria eleitoral cond$z os partidos socialistas a minimizar a import)ncia da no"#o de classe/ en+$anto eixo da organiza"#o pol0tica/ e +$e isto/ por s$a vez/ tem como e(eito a aliena"#o de s$a base eleitoral 3Bertram/
Sarl (arxKs
$heory of +istory/ elaboro$ n$merosos artigos dirigidos ' cr0tica da obra de EaCls. primeiro/ +istory= 1abour and 'reedom= representa $ma contin$a"#o de s$a obra anterior Sarl (arxKs $heory of +istory/ e $ma resposta 's cr0ticas +$e esse livro havia s$scitado. Se$ seg$ndo trabal ho/ 8elfFo-nership= 'reedom and 5*uality/ & $m livro de (iloso(ia pol0tica normativa +$e ataca essencialmente os trabalhos do (il;so(o libertariano americano Eobert Vozic <. Va vis#o de !allinicos 3
- marxismo nos stados Inidos 2negavelmente/ os marxistas angl;(onos prod$ziram as maiores obras d$rante as Qltimas d$as d&cadas. PodeWse citar o grande cláss ico de G. . 7. de Ste. !roix/ $he Class 8truggle in the Ancient Bree orld 3\4/ +$e & a obra de $m historiad or da mesma gera"#o de :ill e :obsbaCm/ mas (ormado em o$tro meio intelect$al e pol0tico5 os est$dos clássicos de -x(ord e o Partido 6rabalhista/ respectivamente. :istoriadores mais jovens tamb&m prod$ziram obras importantes por exemplo/ $he 1ondon +anged/ de Peter ,ineba$gh 34^ (erchants and Revolutions/ de Brenner 3F4/ e Dy!antium in the 8eventh Century/ de John :aldon 34. Brenner tamb&m contrib$i$ <
Para $ma análise cr0tica das disc$ssNes em torno dos princ0pios e modelos ig$alitários/ ver o artigo de Alex !allinicos neste vol$me.
\\
' análise do capitalismo contempor)neo 3Brenner/
\
anal0tica. - (ato de +$e a teoria marxista tenha seg$ido o mesmo movimento & $m sintoma de s$a integra"#o ' vida $niversitária 3!allinicos/ redric Jameson/ +$e ganho$ reconhecimento gra"as a se$s ensaios sobre o p;sWmodernismo 3Jameson/ \M4
FT
. - marxismo de
Jameson & sem dQvida de $ma grande srcinalidade. m se$s trabalhos/ o a$tor tenta reconciliar Alth$sser e ,$ács ao analisar os lapsos/ cens$ras e n#o ditos +$e caracterizam os disc$rsos ideol;gicos. - projeto intelect$al de Jameson dirigeWse em $m sentido oposto ao dos principais debates sobre o p;sWmodernismo/ +$e privilegiam a (ragmenta"#o e a incerteza. Jameson propNe $ma interpreta"#o totalizante da arte p;sW moderna como a (orma c$lt$ral +$e adota $ma nova era do capitalismo m$ndial. ntretanto/ s$as análises s;cioWhist;rica s#o rec$peradas en+$anto tentativas de descri"#o das caracter0stic as da c$lt$ra contempor)nea por tradi"Nes $niversitárias +$e est#o nas ant0podas do materialismo de Jameson e de se$ anticapitalismo radical. 1e $ma certa maneira/ podeWse aplicar ao marxismo contempor)neo de l0ng$a inglesa o mesmo diagn;stico de Anderson sobre o marxismo ocidental5 tratarWseWia de $m idealismo +$e se re($gia nas $niversidades para ($gir da hostilidade do m$ndo exterior.
- marxismo da teologia da liberta"#oF A teologia da liberta"#o pode ser compreendida como a artic$la"#o entre $m conj$nto de escritosF< prod$zidos a partir da d&cada de setenta e $m amplo movimento social +$e (ez s$a apari"#o nos anos sessenta. ste movimento compreendia setores da igreja/ movimentos religiosos laicos e com$nidades eclesiais de base. A teologia da liberta"#o & $ma teologia concreta e hist;rica. !omo teologia concreta/ insereWse na sociedade latinoWamericana/ e & a partir desta sit$a"#o hist;rica concreta +$e desenvolve s$a teologia. S$as análises concretas est#o vinc$ladas de Para $ma análise da obra de Jameson sobre o p;sWmodernismo ver Anderson 3\4. Ima análise do marxismo na Am&rica ,atina escaparia 's possibilidades deste trabalho/ no entanto consideramos ($ndamental a incorpora"#o de $ma perspectiva latinoWamericana neste mapeamento do marxismo/ por essa raz#o decidimos incorporar $ma breve análise da teologia da liberta"#o/ $ma das correntes te;ricas mais importantes de nosso continente/ mas +$e sem dQvida n#o esgota os aportes latinoWamericanos. Para $ma análise do marxismo latinoWamericano ver ,C= 34. Baseamos esta se"#o no interesante arigo de 7ichel ,C= 3ranz :inelammert 3O4. F< ntre os principais a$tores podemos mencionar G$stavo G$ti&rrez/ 2gnacio llac$ria/ ,eonardo e !lodovis Bo((/ :$go Assman/ >ranz :inelammert e nri+$e 1$ssel/ entre m$itos o$tros. FT F
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maneira estreita com as teorias das ci*ncias sociais. V#o pode ded$zir s$as análises concretas de s$as posi"Nes teol;gicas/ mas/ por s$a vez/ s$as posi"Nes teol;gicas n#o podem ser independentes de s$as análises concretas. n+$anto teologia/ antecede ' práxis^ mas ao anteceder ' práxis constit$i $m conj$nto de cren"as vazias5 a exist*ncia de 1e$s/ se$ caráter triádico/ a reden"#o/ etc. Ao serem pro(essadas como atos de $ma (& independente de s$a inser"#o hist;rica e concreta/ estas cren"as n#o s#o mais +$e abstra"Nes vazias +$e compNem $m dogma sem conteQdo. - problema da teologia da liberta"#o n#o & negar tais cren"as/ mas sim perg$ntar por se$ signi(icado concreto. Portanto/ perg$nta n#o & se 1e$s existe/ mas sim onde está presente e como at$a. ponto de partida da teologia da liberta"#o & a perg$nta pelo l$gar concreto e hist;rico no +$al 1e$s se revela. A teologia da liberta"#o nasce da resposta +$e ela mesma dá a esta perg$nta. sta resposta se dá por meio do +$e estes te;logos chamam Ra op"#o pelos pobres. sta op"#o pelo pobre & a op"#o por 1e$s/ mas deste modo & $ma op"#o dos seres h$manos en+$anto eles persigam a b$sca da liberta"#o. A liberta"#o/ portanto/ & a liberta"#o do pobre. 1e$s n#o diz o +$e terá +$e (azer. S$a vontade & libertar o pobre/ mas o caminho da liberta"#o deve ser encontrado 3:inelammert/ O4. - descobrimento do marxismo pelos crist#os progressistas e pela teologia da liberta"#o n#o (oi $m processo p$ramente intelect$al o$ $niversitário. Se$ ponto de partida (oi $m (ato social incontrovert0vel/ $ma realidade maci"a e br$tal na Am&rica ,atina5 a pobre!a. Im nQmero de crentes escolhe$ o marxismo por+$e este parecia o(erecer a explica"#o mais sistemática / coerente e global das ca$sas da pobreza^ e para l$tar e(icazmente contra a pobreza/ era necessário compreender s$as ca$sas. - interesse +$e os te;logos da liberta"#o mani(estaram pelo marxismo & mais amplo +$e a+$ele re(erido aos conceitos anal0tico s do marxismo^ concern e ig$almente aos valores do marxismo/ s$as opiniNes &ticoWpol0ticas/ s$a op"#o por $ma práxis trans(ormadora do m$ndo e pela antecipa"#o de $ma $topia ($t$ra. -s rec$rsos marxistas nos +$ais se inspiraram os te;logos da liberta"#o s#o variados. nri+$e 1$ssel/ por exemplo/ & sem dQvida +$em poss$i o conhecimento mais pro($ndo da obra de 7arx/ sobre a +$al p$blico$ $ma s&rie de obras de enorme er$di"#o e srcinalidade 31$ssel/ \O^ \\4. 6amb&m existem re(er*ncias diretas a 7arx nas obras de G$ti&rrez/ os irm#os Bo(( e Assmann. -$tra re(er*ncia importante da teologia da liberta"#o s#o as obras de Bloch/ Alth$sser/ 7arc$se/ ,$ács/ ,e(ebvre e 7andel.
-$tras re(er*ncias importantes/ talvez mais +$e as e$rop&ias/ s#o as in(l$*ncias latinoW americanas5 o pensamento de Jos& !arlos 7ariáteg$i^ a teoria da depend*ncia/ de Andr& G$nder >ran/ 6heotonio dos Santos/ >ernando :enri+$e !ardoso/ e tamb&m An0bal $ijano/ para citar apenas alg$ns. As categorias marxistas (oram inovadas e re(orm$ladas pela teologia da liberta"#o ' l$z de s$a c$lt$ra religiosa/ assim como de s$a experi*ncia social. stas inova"Nes deram ao pensamento marxista novas in(lexNes/ perspectivas in&ditas e aportes srcinais/ por exemplo na re(orm$la"#o do conceito de pobre. A preoc$pa"#o pelos pobres (oi $ma tradi"#o milenar da igreja/ retomando as ra0zes evang&licas do cristianismo. -s te;logos latinoWamericanos representam $ma contin$idade com esta tradi"#o/ +$e lhes serve constantemente de re(er*ncia e inspira"#o. 7as há $ma di(eren"a radical +$e os separa desta tradi"#o5 para a teologia da liberta"#o/ os pobres n#o s#o essencialmente objetos de caridade/ e sim objetos de s$a pr;pria liberta"#o. A aj$da paternalista dá l$gar a $ma atit$de solidária com a l$ta dos pobres por s$a pr;pria liberta"#o. L a+$i +$e se opera a $ni#o com $m conceito ($ndamental do marxismo/ o$ seja5 Ra liberta"#o dos trabalhadores será obra dos pr;prios trabalhadores. sta m$dan"a & possivelmente a novidade pol0tica mais importante/ e a mais rica em conse+@*ncias/ aportada pelos te;logos da liberta"#o ao conj$nto da do$trina social da igreja. 6rará tamb&m as conse+@*ncias mais importantes no campo da práxis social. A s$bstit$i"#o da categoria proletari ado pela de pobre/ em parte/ relacionavaWse com as caracter0sticas estr$t$rais da sit$a"#o latinoWamericana/ onde tanto nas cidades como no campo existia $ma enorme massa de desempregados/ semiWdesempregados/ trabalhadores sazonais/ vendedores amb$lantes/ marginais/ prostit$tas todos excl$0dos do sistema de prod$"#o (ormal. -$tro aspecto distintivo do marxismo da teologia da liberta"#o & a cr0tica moral do capitalismo. - cristianismo da liberta"#o mani(esta $m anticapitalismo mais radical/ intransigente e categ;rico cheio de rep$ls#o moral +$e a maioria dos partidos com$nistas do continente/ +$e acreditam nas virt$des progressistas da b$rg$esia ind$strial e no papel hist;rico RantiW(e$dal do desenvolvimento capitalista. A cr0tica do sistema de domina"#o econHmica e social existente na Am&rica ,atina como (orma de idolatria será esbo"ada/ pela primeira vez/ em $ma cole"#o de textos do 1epartamento c$m*nico de 2nvestiga"Nes 3124 de S#o Jos& da !osta Eica/ <
p$blicada com o t0t$lo 1a lucha de los dioses. 1os ídolos de la opresi"n y la b4s*ueda del ios liberador 3\T4. m s$a introd$"#o a(irmaWse $ma r$pt$ra decisiva com a tradi"#o conservadora e retr;grada da igreja/ +$e depois de s&c$los apresenta o ate0smo c$ja (orma moderna & o marxismo como o ar+$iinimigo do cristianismoFF. Para os te;logos da liberta"#o/ o problema n#o & a alternativa entre te0smo o$ ate0smo/ o$ seja/ n#o partem de $ma meta(0sica abstrata/ mas sim da alternativa entre idolatria e 1e$s da vida/ onde o crit&rio & dado pela vida e pela morte. ste crit& rio/ da vida e da morte/ encontraWse com a op"#o pelo pobre/ agora com $ma nova dimens#o. pobre n#o & $nicamente pobre/ & deste modo v0tima. A partir da análise da idolatria e de s$a v0tima/ a teologia da liberta"#o analisa os processos de vitimiza"#o. A teologia o(icial & con(rontada como $ma teologia da sacri(icialidade/ do 1e$s +$e +$er sacri(0cios. A teologia da liberta"#o desenvolve $ma (orte cr0tica da sacri(icialidade teol;gica/ a partir da análise da sacri(icialid ade do sistema econHmico e social imposto na Am&rica ,atina. 1escobreWse toda $ma hist;ria da sacri(icialidade da pr;pria con+$ista da Am&rica/ e das rea"Nes em apoio dos ind0genas. G$stavo G$ti&rrez retoma a disc$ss#o sobre a teologia da con+$ista/ e rec$pera a (ig$ra de Bartolom& de ,as !asas como $m antepassado chave da teologia da liberta"#o 3:inelammert/ O4. Para o ,C= 3
A g$isa de concl$s#o !omo a(irmamos no in0cio deste artigo/ a necessidade de $ma hist;ria interna da teoria & ($ndamental para o marxismo a (im de medir a vitalidade de se$ programa de pes+$isa. ntretanto/ as condi"Nes dos descobrimentos intelect$ais do marxismo s#o/ FF
%er Assman e :inelammert 3\4.
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($ndamentalmente/ res$ltados da apari"#o de determinadas contradi"Nes da sociedade capitalista/ +$er dizer/ do movimento real das coisas. Assim/ a crise aberta pela m$ndializa"#o neoliberal/ e por s$as conse+@*ncias econHmicas/ pol0ticas sociais e ideol;gicas/ constit$i como a(irma 7&száros/ ran^ as pes+$isas sobre a l;gica da m$ndializa"#o levadas adiante por >ran"ois !hesnais e 2saac Josh$a^ e as análises do desenvolvimento do capitalismo a partir da Seg$nda g$erra m$ndial realizados por Eobert Brenner. As contrib$i"Nes para $ma cr0tica da ecologia pol0tica/ de a$tores como John Bellam= >oster/ nri+$e ,e((/ 7artin -!onnor e lmar Altvater/ (oram de grande import)ncia para o desenvolvimento do marxismo. A explora"#o de $m Rmaterialismo hist;ricoWgeográ(ico +$e apro($nda as pistas abertas por :enr= ,e(ebvre sobre a prod$"#o do espa"o levo$ 1avid :arve= a explorar os processos de ac$m$la"#o em n0vel internacional/ dando l$gar a $m debate M
($ndamental para nossa &poca sobre o novo imperialismo^ debate no +$al os trabalhos do Giovanni Arrighi/ ,eio Panitch e Sam Gindin/ entre o$tros/ (oram centrais. -s est$dos c$lt$rais/ il$strados especialmente pelos trabalhos de >redric Jameson sobre a p;sWmodernidade talvez a melhor análise c$lt$ral de nossa &poca/ 6err= agleton no campo da literat$ra/ e Aijaz Ahmad na cr0tica da c$lt$ra da peri(eria do capitalismo/ abrem novas perspectiv as ' cr0tica das representa"Nes/ das ideologias e das (ormas est&ticas. -s est$dos (eministas/ por s$a vez/ relan"am a re(lex#o sobre as rela"Nes entre classes sociais/ g*nero e identidades com$nitárias. A cr0tica da (iloso(ia pol0tica encontro$ $m novo (Hlego nos ensaios de 1omenico ,os$rdo e llen 7eisins Dood sobre o liberalismo/ os trabalhos de Jac+$es 6exier e 7ig$el Abenso$r sobre o l$gar da pol0tica no pensamento de 7arx/ e as elabora"Nes da (iloso(ia pol0tica angloWsax#/ com os trabalhos de Eoemer/ Geras e !ohen e as obras de !allinicos/ +$e mostram a vitalidade do marxismo militante. -$tros importantes desenvolvimentos est#o constit$0dos por trabalhos marxol;gicos como os de 1aniel Bensa?d/ nri+$e 1$ssel/ $stache 9o$v&lais e Jac+$es Bidet^ a releit$ra cr0tica de grandes (ig$ras como Georg= ,$ács o$ Dalter Bejamin^ as interroga"Nes de j$ristas sobre as metamor(oses e incertezas do direito^ as controv&rsias sobre o papel da ci*ncia e da t&cnica/ e sobre se$ controle democrático^ e a interpreta"#o srcinal da psicanálise lacaniana por Slavoj ike. !omo a(irma 1aniel Bensa?d 34/ este (lorescimento do pensamento marxista & o res$ltado de $ma pes+$isa rigorosa/ a(astada das modas acad*micas/ e mostra at& +$e ponto os espectros de 7arx in+$ietam nosso presente. Seria errHneo opor $ma imaginária idade de o$ro do marxismo dos anos sessenta ' esterilidade dos marxismo s contempor)neos/ apesar de +$e os oitenta (oram anos relativamente des&rticos. - novo s&c$lo promete ser $m per0odo de criatividade para esta tradi"#o te;rica. - trabalho molec$lar da teoria/ menos vis0vel +$e ontem/ n#o tem provavelmente o bene(0cio de contar com novos pensadores/ de notoriedade comparável a dos antecessores. 6amb&m adoece da (alta de diálogo estrat&gico com $m projeto pol0tico capaz de $nir e combinar as energias $m problema central +$e o marxismo deverá resolver se +$er voltar a converterWse em $ma (iloso(ia da práxis. Provavelmente/ entretanto/ o marxismo do s&c$lo 2 será mais denso/ mais coletivo/ mais livre/ e estará pleno de novas promessas no per0odo +$e come"a. O
Para terminar/ n;s gostar0amos de rec$perar a análise +$e realizava Sartre sobre o marxismo há alg$mas d&cadas/ mas +$e contin$a tendo a mesma vig*ncia de ent#o. m Guestão de m,todo / o (il;so(o (ranc*s a(irmava +$e $ma (iloso(ia seg$irá sendo e(icaz en+$anto viva a práxis +$e a engendro$ e +$e a s$stenta. $ando existir/ para todos/ $ma margem de liberdade real al&m da prod$"#o da vida/ o marxismo desaparecerá e se$ l$gar será oc$pado por $ma (iloso(ia da liberdade. 7as estamos desprovidos de +$al+$er meio/ de +$al+$er instr$mento intelect$al o$ de +$al+$er experi*ncia concreta +$e nos permitam conceber essa liberdade o$ essa (iloso(ia. Por essas razNes/ o marxismo continua sendo a filosofia insuper3vel de nosso tempo= por*ue as circunst@ncias *ue o engendraram ainda não foram superadas.
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Parte Im Sobre a teoria e s$a rela"#o com a práxis
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Eduardo Grner
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'eituras culpadas marx8ismos9 e a práxis do con#ecimento ∗
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Pro(essor 6it$lar de 6eoria Pol0tica/ >ac$ldade de !i*ncias Sociais/ Iniversidade de
B$enos Aires/ e Pro(essor 6it$lar de Antropologia da Arte/ >ac$ldade de >iloso(ia e ,etras/ IBA. 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva
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Posto *ue não h3 leituras inocentes= comecemos por confessar de *ue leituras somos culpados ,o$is Alth$sser
A (rase de Alth$sser +$e preside este texto & para diz*Wla com $ma express#o cara ao (il;so(o (ranc*s sintom3tica5 revela $m problema cons$bstancial a algo +$e p$desse ser chamada de $ma teoria do conhecimento 3o$ $ma Rgnoseologia/ o$ $ma Repistemologia4 +$e tamb&m p$d&ssemos chamar Rmarxista 3$ma denomina"#o por s$a vez problemática/ posto +$e já s#o incontáveis os Rmarxismos +$e t*m visto a l$z e m$itas sombras desde o pr;prio 7arx at& a+$i4. sse problema & de di(0cil/ se n#o imposs0vel/ sol$"#o/ mas se$ en$nciado & relativamente simples5 n#o há leit$ra inocente/ isto &/ toda interpreta"#o do m$ndo/ toda (orma de conhecimento do real está inevitavelmente situada pelo posicionamento de classe/ a perspectiva pol0ticoW ideol;gica/ os interesses materiais/ os condicionamentos c$lt$rais o$ a s$bjetividade 3consciente o$ inconsciente4 do Rint&rprete. ssa constata"#o já & a de 7arx/ e at& certo ponto ainda +$e desde perspectivas bem di(erentes entre si e a do pr;prio 7arx havia sido tamb &m a dos philosophes TF
materialistas do s&c$lo %222/ e o será nas primeiras Rsociologias do saber do s&c$lo / a partir de 7ax Scheler o$ 9arl 7annheim/ e o contin$ará sendo nas (enomenologias Rsociol;gicas do conhecimento no estilo de Al(red Sch$tz o$ :arold Gar(inel. m 7arx & $ma constata"#o inseparável de s$a concep"#o 3melhor dizendo/ concepçHes/ já +$e s#o mQl tiplas e m$táveis4 da ideologia/ seja entendida/ $m tanto es+$ematicamente/ como R(alsa consci*ncia da realidade/ já como 3na so(isticada vers#o alth$sseriana/ atravessada pela leit$ra lacaniana de >re$d4 consci#ncia Zverdadeira[ de uma realidade Zfalsa[/ $m aparentemente escandaloso paradoxo sobre a +$e teremos +$e voltar. Por&m/ seja como (or/ se & verdade +$e toda Rleit$ra do complexo $niverso do real & Rc$lpada de ser $ma leit$ra em situação/ isso n#o signi(ica +$e n#o pode haver $ma leit$ra Robjetiva/ Rcient0(ica/ R$niversal dos (enHmenos da realidade 3e m$ito em partic$lar da realidade social e hist;rica/ t#o constit$tivamente atravessada por a+$eles interesses e posicionamentos4/ e +$e nosso conhecimento/ em conse+@*ncia/ está necessariamente condenado ao relativismo/ ao partic$larismo/ ao s$bjetivismo mais radicalK Al&m de t$do/ a partir dos chamados Rgiro ling@0stico/ Rgiro hermen*$tico/ Rgiro est&ticoWc$lt$ral/ etc./ do s&c$lo 3embora seja $m debate +$ase t#o antigo como a pr;pria c$lt$ra ocidental5 já podem ser encontradas s$as premissas no Cratilo de Plat#o/ por exemplo/ e s$a contin$a"#o nas pol*micas entre Rrealistas e Rnominalistas na 2dade 7&dia^ por&m & claro/ & no s&c$lo +$ando se torna dominante en+$anto debate sobre os ($ndamentos de $ma (iloso(ia da c$lt$ra4/ temos tido +$e nos acost$mar ainda +$e para alg$ns ainda c$ste ceder a ela ' id&ia de +$e os s$jeitos chamados Rh$manos disting$emWse de +$al+$er o$tra esp&cie/ mesmo as mais Ravan"adas do reino animal/ pelo (ato de +$e n#o tem $m v0nc$lo direto e imediato com a realidade/ mas sim s$a rela"#o com o m$ndo está Rmediatizada por $m complexo aparato de compet#ncia ling\ística 3o conceito & de Voam !homs=4 e Rsimb;lica em geral^ de tal modo +$e/ incl$sive partindo de $m ponto de vista irred$tivelmente materialista cremos na exist#ncia autnoma do real com rela"#o 's nossas representa"Nes convic"#o +$e/ como veremos/ insta$ra $ma di(eren"a radical com as epistemologias Rp;sWmodernas/ nossa Rrealidade h$mana n#o pode menos +$e ser $ma construção de nossa 3maior o$ menor4 compet*ncia ling@0sticoWsimb;lica. Seja Rconstr$tivista o$ RdeWconstr$tivista/ TM
a premissa & inapelável5 a Rrealidade do ser h$mano &/ em $ma medida decisiva/ a prod$"#o de $m aparato simb;lico +$e n#o & de modo alg$m Rindivid$al 3n#o se trata de nenh$m Rs$bjetivismo at& as Qltimas conse+@*ncias4/ mas sim o res$ltado de $m complexo processo c$lt$ral/ social e hist;rico. !omo já haviam s$speitado o pr;prio 7ax Deber e a escola do interacionismo simb;lico/ e como o mostro$ $m extraordinariamente s$til (il;so(o e ling@ista marxista 37ihail Bahtin4/ a linguagem e/ por extens#o/ todo o campo h$mano do simb;licoWrepresentacional & $m espa"o dial"gico/ vale dizer/ prod$zido na interação social 3incl$sive con(lit$osa4/ e n#o na solid#o das Rconsci*ncias individ$ais. esta nova constata"#o/ sem nenh$ma dQvida/ & $m enorme avan"o sobre as ingen$idades empiristas/ positivistas o$ materialistas v$lgares. Por&m +$e nos torna a colocar no centro de nossa +$est#o5 o conhecimento objetivo da realidade & imposs0velK - pr;prio 7arx em s$a oposi"#o ao idealismo/ cai$ na armadilha do positivismo/ de $m Robjetivismo t#o ing*n$o como o dos materialistas v$lgaresK 1esta (orma/ n#o5 ainda +$e os problemas a+$i apresentados sejam in$meravelmente mais complexos do +$e poderemos abarcar nesta exposi"#o/ s$stentamos +$e/ mesmo sendo algo es+$ematicamente 3para $m maior apro($ndamento n#o restará rem&dio sen#o remeter ' bibliogra(ia4/ sim h3 em 7arx e desde o in0cio em m$itos dos Rmarxistas ocidentais posteriores elementos s$(icientes a partir dos *uais abrir $m le+$e de hip;teses de trabalho/ novamente/ n#o para resolver de(initivamente/ mas sim para colocar em se$s j$stos termos/ essa problemática. 2sso sim/ com d$as condi"Nes5 ] A partir das *uais/ acabamos de s$blinhar5 & inQtil/ al&m de danoso/ pretender encontrar já acabados de $ma vez para sempre esses elementos no pr;prio 7arx^ semelhante pretens#o somente pode cond$zir/ no melhor dos casos/ a preg$i"a intelect$al/ e no pior/ a mais grosseira rigidez dogmática^ <] para compreender a verdadeira import)ncia e a l"gica de ($ncionamento desses elementos/ & necessário deslocar o +$e poder0amos chamar $m disc$rso Rbinário 3e pro($ndamente Rideol;gico no mal sentido do termo4/ +$e pensa a +$est#o do conhecimento sobre o eixo dos Rpares de oposi"#o m$t$amente excl$dentes 3exemplo5 s$jeito8objeto^ material8simb;lico^ pensamento8a"#o^ TO
indiv0d$o8sociedade^ estr$t$ra8hist;ria/ etc.45 melhor se trataria de pensar em cada caso a tensão dial,tica/ o conflito entre esses Rp;los/ +$e somente podem ser percebidos como tais precisamen te por*ue a rela"#o entre eles & o +$e os constit$i/ o +$e lhes destina se$ l$gar. 6endo em conta essas d$as premissas básicas/ podemos come"ar a abordar a +$est#o.
Im crit&rio ($ndante5 a pr3xis RAt& agora os (il;so(os limitaramWse a interpretar o m$ndo^ trataWse agora & de trans(ormáWlo. A (amos0ssima tese 2 sobre >e$erbach pode ser tomada/ entre o$tras coisas/ como $m en$nciado de epistemologia radical/ o$ como $m $ltra condensado Rdisc$rso do m&todo de 7arx. 1emasiado amiQde/ por desgra"a/ tem sido lido $nilateralmente/ no esp0rito de $m materialismo v$lgar o$ $m hiperativismo mais o$ menos espontane0sta +$e des(az todo trabalho R(ilos;(ico de interpretação 3vale dizer/ ao menos em certo sentido do +$e já (alamos sobre prod$"#o de conhecimento4 a (avor da p$ra Rtrans(orma"#o social e pol0tica. V#o (az (alta en(atizar +$#o alijada das inten"Nes de 7arx $m dos homens mais c$ltos e mais teoricamente so(isticados da modernidade ocidental pode estar este tipo de antiintelect$alismo estreito. !ont$do/ o +$e a+$i nos importa & o$tra coisa. Va verdade/ 7arx está dizendo em s$a tese algo in(initamente mais radical/ mais pro($ndo/ incl$sive mais Rescandaloso +$e a idiotice de abandonar a Rinterpreta"#o do m$ndo5 está dizendo +$e5 ]
a trans(orma"#o do m$ndo & a
condição de $ma interpreta"#o correta e
Robjetiva^ e <] viceWversa/ dada essa condi"#o/ a interpreta"#o já &/ de certa (orma/ $ma trans(orma"#o da realidade/ +$e implica/ em $m sentido amplo/ mas estrito/ $m ato político/ e n#o meramente Rte;rico. 1e o$tra maneira/ & o +$e encerra o conceito de pr3xis 3+$e 7arx toma/ obviamente/ dos antigos gregos4. A pr3xis não & simplesmente/ como se cost$ma dizer/ a R$nidade da teoria e a prática5 dito assim/ isto s$poria +$e Rteoria e Rprática s#o d$as entidades srcinais e a$tHnomas/ preexistentes/ +$e logo a
pr3xis 3inspirada pelo g*nio de 7arx/
por exemplo4 viria Rj$ntar de alg$ma (orma e com certos prop;sitos. Por&m/ s$a l;gica TX
& exatamente a inversa5 & por+$e sempre h3 pr3xis por+$e a a"#o & a condi"#o do conhecimento e viceWversa/ por+$e ambos p;los est#o constit$tivamente coWimplicados +$e podemos di(erenciar Rmomentos 3l;gicos/ e n#o cronol;gicos nem ontol;gicos4/ com s$a pr;pria especi(icidade e Ra$tonomia relativa/ mas ambos no
interior de $m
mesmo movimento. este movimento & o movimento 3na maior parte das vezes Rinconsciente4 da pr;pria realidade 3social e hist;rica4/ n#o o movimento/ nem do p$ro pensamento Rte;rico 3ainda +$e (osse na cabe"a de $m 7arx4 nem da p$ra a"#o Rprática 3ainda +$e (osse a dos mais radicais Rtrans(ormadores do m$ndo4. - +$e 7arx (az essa & s$a Rgenialidade & simplesmente mostrar +$e esse & o movimento da realidade/ e denunciar +$e certo pensamento hegemHnico 3a Rideologia dominante/ para simpli(icar4 tende a ocultar essa $nidade pro($nda/ a manter separados os Rmomentos/ promovendo $ma Rdivis#o social do trabalho 3Rman$al versus Rintelect$al/ para dizer o básico4/ com o objetivo de legitimar o $niverso te;rico da p$ra Rinterpreta"# o como patrimHnio do Amo/ e o $niverso prático da p$ra Ra"#o como patrimHnio do scravo/ já +$e a classe dominant e sabe perfeitamente mesmo +$i"á n#o sempre o saiba conscientem ente +$e nem a p$ra abstra"#o da teoria/ nem o p$ro Rativismo da prática/ tem realmente conse*\#ncias materiais sobre o estado de coisas do m$ndo. -$/ em o$tras palavras/ +$e n#o prod$z verdadeiro conhecimento da realidade/ no sentido de 7arx. V$nca melhor il$strada esta tese +$e na (amosa alegoria +$e constroem Adorn o e :orheimer/ em s$a ial,tica do esclarecimento/ a prop;sito do epis ;dio das Sereias na
reali!ação da (iloso(ia/ isto &/ em $m triplo T
sentido5 4 & s$a culminação^ <4 & s$a ($s#o com a realidade material^ F4 & s$a 3paradoxal4 dissolução/ ao menos em s$a (orma tradicional/ Rclássica/ +$e em s$a &poca e na pr;pria biogra(ia intelect$al do primeiro 7arx n#o & o$tra +$e a da 3ri+$0ssima e complexa4 tradi"#o idealista alem# +$e vai para apenas mencionar os nomes mais paradigmáticos de 9ant a :egel/ passando por >ichte e Schelling. 6rataWse & claro de a$tores complexos e m$ito di(erentes entre si/ +$e de modo alg$m podem ser postos Rno mesmo saco/ como se diz v$lgarmente. 6ampo$co todos t*m o mesmo signi(icado na+$ela biogra(ia intelect$al de 7arx5 sem dQvida o pensador 3dever0amos dizer5 o RpensadorWatorK4 de 6reveris Raprende$ de :egel m$ito mais +$e dos o$tros/ cont$do/ esse Raprendizado reali!ouFse plenamente no sentido antes de(inido somente +$ando 7arx/ por assim dizer/ fundiu :egel com a realidade material 3socialWhist;rica4 +$e ' parte de Rativista +$e havia nele lhe impor tava trans(ormar. Por&m/ em todo caso/ o +$e todos esses gigantes da (iloso(ia ocidental t*m em com$m/ al&m de 3mas vinc$lado com4 se$ Ridealismo/ & s$a impossibilidade de superar 3tamb&m no sentido da Aufhebung hegeliana4 essa cis#o entre Rteoria e Rprática/ o$/ dito mais R(iloso(icamente/ a separa"#o radical entre sujeito e objeto. se dizemos Ral&m de 3ainda +$e no caso partic$lar dos alem#es/ vinc$lado com4 se$ idealismo/ & por+$e na verdade essa Rimpot*ncia n#o (az mais +$e recolher/ condensar e levar 's Qltimas conse+@*ncias toda a tradi"#o dominante com po$cas exce"Nes/ como seriam os casos de $m 7a+$iavel o$ $m Giambattista %ico e/ em o$tro sentido/ de $m spinosa da (iloso(ia e da teoria do conhecimento ocidental e moderna/ ao menos a partir do Eenascimento. isso inclui n#o somente o Ridealismo/ mas tamb&m 3e talvez especialmente4 o empirismo/ o materialismo $nilateral/ e logo o positivismo. 1e (ato/ a Rdivis#o do trabalho pr;pria do modo de prod$"#o capitalista 3a R(ragmenta"#o das es(eras da experi*ncia as +$ais se re(eria 7ax Deber/ +$e estava longe de ser marxista o$ Rantib$rg$*s/ mas m$ito perto de ser $m dos intelect$ais mais lQcidos da modernidade4 impHe necessariamente essa separa"#o. n#o & ;bvio +$e antes do capitalismo ela n#o existisse5 s; +$e agora res$lta m$ito mais evidente/ e mais dramaticamente percebida/ já +$e nenh$m ec$menismo teol;gico res$lta por si mesmo s$(iciente para oc$ltáWla sob o manto piedoso da vontade de 1e$s. - paradoxo & +$e essa separa"#o se apro($nda e se (az/ como diz0amos/ mais evidente e dramático precisamente por*ue a nova era Rb$rg$esa necessita promover T\
$m conhecimento mais acabado/ preciso e Robjetivo da realidade. Ao contrário do +$e s$cedia no modo de prod$"#o (e$dal/ por exemplo/ a ci*ncia e s$a aplica"#o ' t&cnica & agora $ma (or"a produtiva decisiva para o ciclo prod$tivo 3e reWprod$tivo4 do sistema. Para conseg$ir esse melhor conhecimento da Rma+$inaria do Iniverso já a partir do s&c$lo %22/ com 1escartes/ ,eibniz/ e m$itos o$tros/ impNeWse esta s$gestiva metá(ora Rmec)nica & +$e se torna imprescind0vel a distin"#o entre o s$jeito
cognoscente e o
objeto conhecido 3o$/ em todo caso/ o objeto a conhecer/ isto &/ a construir4. - imp$lso o$tra vez/ necessário para a l;gica do ($ncionamento prod$tivo da Rma+$inaria capitalista de $ma dominação da nature!a5 esse imp$lso para o +$e Deber chamará racionalidade formal/ o$ a scola de >ran($rt racionalidade instrumental/ re+$ererá +$e o s$jeito dominante separeWse do objet o dominado. $e o indiv0d$o/ portanto/ separeWse da nat$reza/ d* $m passo atrás para observ3Fla/ para estud3Fla. n#o somente da nat$reza5 $ma vez insta$rada e trans(ormada em dominante esta l;gica/ toda a nova Rrealidade n#o importa +$#o (ragmentada apare"a na experi*ncia dos s$jeitos partic$lares (icará s$jeita ' cis#o. 6amb&m a social/ a pol0tica/ a c$lt$ral5 & nesta &poca +$e pode aparecer a id&ia liberal de $m Rindiv0d$o separado da 3+$ando n#o en(rentado com a4 com$nidade social o$ o stado/ +$ando nas &pocas pr&Wmodernas os s$jeitos eram $m componente indissoci3vel da com$nidade pol0tica/ da ecclesia/ do socius/ chameWse polis/ o$ Cidade de eus/ o$ o +$e corresponda a cada momento. L tamb&m nesta &poca +$e pode aparecer na arte/ para citar $m exemplo il$strativo/ a perspectiva/ esse Rdescobrimento t&cnico da pint$ra renascentista +$e permite retratar o indiv0d$o em primeiro plano/ separado de8dominando se$ entorno. L nesta &poca +$e/ na literat$ra/ pode aparecer e ser $m tema central desse novo g*nero literário da modernidade +$e se chama Rnovela a subjetividade individual/ com todos os desgarramentos e con(litos +$e prod$z/ precisamente/ s$a separa"#o/ se$ isolamento/ s$a Raliena"#o da nat$reza e da com$nidade h$mana. 3 a prop;sito destes exemplos vale a pena recordar +$e para 7arx ig$almente para todo o idealismo alem#o a partir de 9an t e dos rom)nticos a Arte & tamb,m $ma (orma de conhecimento/ como o demonstram se$s permanentes re(er*ncias a/ +$e n#o s#o meramente decorativos o$ exempli(icadores/ :omero e os trágicos gregos/ a 1ante/ Shaespeare/ !ervantes/ Goethe/ Schiller/ :eine/ 1e(oe/ etc.4. L nessa &poca/ para dizer t$do/ +$e pHde 3e deve4
T
inventarFse a no"#o de Rindiv0d$o/ como $ma entidade distinta do resto do $niverso/ e c$ja miss#o & conhecer e dominar esse $niverso. L claro +$e/ repetimos/ esta separa"#o epistemol;gica 3n#o Rreal4 entre o s$jeito e o objeto & necessária para $ma concep"#o do conhecimento +$e passa pela domina"#o da nat$reza e/ a fortiori / dos membros das classes s$balternas. n#o & +$est#o de negar +$e/ ainda tendo em conta os limites +$e a divis#o do trabalho no capitalismo impNe ' expans#o do conhecimento/ o movimento do saber na modernidade tem $m grande valor5 n#o somente pelo o +$e signi(ico$/ na hist;ria da c$lt$ra/ como (rente de combate contra o obsc$rantismo e a s$persti"#o/ mas tamb&m por+$e esse movimento 3insistimos5 ainda descontando a (ict0cia cis#o s$jeito8objeto4 & o +$e (ez poss0vel a ci*ncia moderna/ tal como a conhecemos. Por&m/ n#o & +$est#o de negar +$e essa possibilidade da ci*ncia moderna & a contrapartida 3Rdial&tica/ por assim dizer4 da l;gica mais ainda5 da concreta
pr3xis
da domina"#o5 as duas coisas s#o verdadeiras/ e sob as estr$t$ras de $ma sociedad e de classes desig$al/ est#o necessariamente em con(lito. $ando esse con(lito n#o se resolver 3e en+$anto as estr$t$ras de domina"#o permanecerem em se$ l$gar o con(lito n#o pode resolverWse4/ a+$ele Robsc$rantismo n#o poderá ser de(initivamente eliminado/ e retorna inde(ectivelmente/ inclusive encaixado nas novas (ormas do conhecimento cient0(ico. 1a0 +$e a lQcida advert*ncia de Adorno e :orheimer/ no mesmo texto +$e já citamos/ a prop;sito da mesma raz#o c$jo objetivo era dissipar as n&voas dos mitos obsc$rantistas/ corre o risco de trans(ormarWse em $m mito ig$almente tenebroso 3e/ em certo sentido/ no mais perigoso de todos/ posto +$e aparenta ser o$tra coisa4.
- problema da Rinvers#o da dial&tica hegeliana !onse+$entemente5 trataWse de $m con(lito +$e/ certamente/ n#o escapava aos honestos (il;so(os do idealismo alem#o5 novamente/ de 9ant a :egel há $ma ag$da percepção do pro($ndo problema 3n#o somente epistemol;gico/ mas tamb&m antropol;gico e incl$sive Rmeta(0sico4 +$e lhe apresenta ' realidade h$mana/ hist;rica/ a separa"#o s$jeito8objeto. 2ncl$sive/ ao menos em certo sentido/ pode se dizer +$e tanto a
Crítica
da ra!ão Pura de 9ant como a 1"gica de :egel s#o tentativas mon$mentais de resolver esta +$est#o. já sabemos +$al pode ser a raz#o/ para 7arx/ do caráter parcialmente T
falido destes mon$mentos da (iloso(ia moderna5 se$ idealismo. 1e (ato5 para estes grandes idealistas o con(lito pertence ao p$ro e abstrato plano do pensamento/ en+$anto para 7arx encontra s$a Rbase material no plano da realidade social e hist;rica/ e/ portanto n#o pode ser Rs$perado por nenh$ma Aufhebung +$e n#o provenha da pr3xis/ de $ma trans(orma"#o conjunta da realidade e do pensamento. 2sto n#o signi(ica de maneira alguma +$e para 7arx os con(litos do Rpensamento sejam $m mero Rre(lexo dos da Rrealidade como +$iseram entender m$itos Rmarxistas +$e/ neste registro/ (icam re(&ns do materialismo mais v$lgar5 isso e+$ivaleria/ precisamente/ a li+$idar o conceito de pr3xis. J$stamente/ entre m$itas coisas +$e 7arx resgata do idealismo alem#o/ $m l$gar central está oc$pado pela grande import)ncia +$e esse idealismo alem#o e/ em partic$lar/ :egel o$torga a $ma subjetividade ativa/ +$e n#o se resigna simplesmente em registrar os dados imediatos dos sentidos 3como & o caso do empirismo o$ do Rsens$alismo materialista v$lgar4/ mas tamb&m opera sobre eles para trans(ormáWlos. ssa opera"#o & a +$e está de alg$ma maneira Rescondida na celeb&rrima consigna de :egel/ t#o (re+@entemente mal entendida/ +$e reza5 R6odo o real & racional/ e todo o racional & real5 vale dizer/ o real n#o consiste simplesmente na percep"#o acr0tica do atualmente existente/ mas tamb&m nas potencialidades de se$ desenvolvimento futuro/ +$e a raz#o Rs$bjetiva & capaz de trazer ' l$z. sse & o momento da negatividade crítica na dial&tica hegeliana5 o da negação do Rreal tal como se apresenta em s$a br$tal imediaticidade/ e a (avor da prod$"#o do pensamento do Rnovo/ da+$ele +$e o real oc$lta em se$ seio / e +$e pode ser mediati!ado 3arrancado de s$a Rimediaticidade4 pela raz#o. -$ seja/ para abreviar/ a (avor da hist;ria +$e/ em $ma concep"#o semelhante/ n#o recobre $nicamente a dimens#o do passado/ mas sobret$do/ a do futuro. Eepetimos5 essa Rnegatividade cr0tica opNeWse ' aceita"#o passiva do Rrealmente existente/ a $m empirismo cr$ +$e n#o cas$almente por+$e a ling$agem & sábia adotará/ em s$a (orma Rreativa 3e reacionária4 contra esta concep"#o criticamente negativa o nome de positivismo. / neste sentido/ a Rteoria do conhecimento impl0cita na dial&tica hegeliana/ bem merece +$ali(icarWse de potencialmente revolucion3ria. !ont$do/ a at$aliza"#o desta Rpot*ncia choca/ o$tra vez/ com os limites de se$ idealismo5 a Rrevol$"#o hegeliana limitaWse ao plano do pensamento p$ro/ já +$e parte da premissa de +$e & ele 3sob a (orma da 2d&ia/
do sp0rito Absol$to4 o verdadeiro/ sen#o Qnico/ protagonista da :ist;ria. - Rreal +$e o pensamento ativo pode contrib$ir para trans(ormar & algo já prod$zido pelo pr;prio pensamento/ sob a (orma Robjetiva do sp0rito. & por este limite +$e/ paradoxalmente/ o mon$mental sistema (ilos;(ico e hist"rico de :egel/ indo incl$sive contra s$as pr;prias premissas/ (ica Rcongelado no stado Ltico/ encarna"#o do sp0rito na hist;ria terrestre/ e transposi"#o Respirit$alizada do m$ito real stado Pr$ssiano de \FT. >azia (alta/ pois/ +$e viesse $m 7arx introd$zir o já disc$tido crit&rio da pr3xis material 3social e hist;rica4 para extrair desse nQcleo potencial todas s$as possibilidades n#o realizadas. 2sso signi(icava resgatar o Rm&todo dial&tico hegeliano
tanto como o
materialismo v$lgar do d$plo impasse no +$al estavam encerrados5 p$ra 2d&ia sem a$t*ntica materialidade s;cio hist;rica de $m lado/ p$ra 7at&ria inerte sem movimento da s$bjetividade cr0tica do o$tro. A pr3xis era a Rterceira excl$0da entre estes dois p;los/ +$e agora vem totali!ar 3já teremos ocasi#o de disc$tir esta no"#o +$e devemos a Sartre4 essas perspectivas tr$ncadas. A opera"#o realizada por 7arx passo$ para a hist;ria sob a (amosa r$brica da inversão de :egel r$brica sem dQvida a$torizada pela n#o menos (amosa express#o de 7arx acerca da necessidad e de RpHr a dial&tica sob se$s p&s. Por&m/ a+$i & necessário sermos extremamente c$idadosos. - en$nciado de 7arx &/ antes t$do/ $ma met3fora/ solidária da+$ela o$tra seg$ndo a +$al os Ratrasados alem#es/ incapazes de levar a cabo na realidade a revol$"#o b$rg$esa +$e os (ranceses haviam (eito em s$a pr;pria materialidade hist;rica de \/ a haviam Rrealizado na cabe"a de se$s (il;so(os/ e m$ito especialmente na de :egel. Por&m/ se esta metá(ora & tomada com excessiva literalidade/ corremos o risco de n#o perceber a enorme pro($ndidade e radicalidade da opera"#o/ +$e n#o consiste em $ma mera Rs0ntese 3no sentido v$lgarizado do termo4/ em $ma Rterceira via o$ $m acerto ecl&tico entre a dial&tica idealista e o materialismo v$lgar/ sen#o em outra coisa/ radicalmente di(erente5 intro d$zir a pr3xis na dial&tica n#o & inverter :egel em $ma rela"#o de simetricamente/ mas sim deslocar completamente a +$est#o/ para m$dar diretamente as regras do jogo. L certo +$e Alth$sser sem dQvida exagera ao (alar de s$a c&lebre Rr$pt$ra epistemol;gica 3de 7arx com :egel4 como de $m corte pro($ndo e absol$to a partir do +$al temos o$tros 3o Rmad$ro4 7arx/ +$e n#o teria a ver com se$ antigo mestre^ <
depois de t$do e poderWseWia mostrar +$e a
pr"pria teoria alth$sseriana avaliza esta
considera"#o/ a Rr$pt$ra seria por de(ini"#o imposs0vel sem a pr&via exist*ncia do sistema hegeliano5 em certo sentido/ podeWse dizer +$e o c&lebre Rcorte &
interior
dial&tica/ como $ma dobra da mesma sobre si mesma. ntretanto/ por o$tro lado e a0 tem raz#o Alth$sser/ com as preven"Nes expostas tamb&m & verdade +$e essa Rdobra desartic$la todo o sistema e o Rrearma em $m sentido m$ito distinto. Por $ma simples raz#o5 m$d ar o objeto da dial &tica pe la pr3xis material em l$gar da 2d&ia/ para simpli(icar & m$dar toda a estrutura do sistema/ já +$e seria/ precisamente/ antidial,tico pretender +$e o Rm&todo dial&tico (osse $m tipo de p$ra (orma o$ de casca vazia +$e p$des se ser aplicado a *ual*uer objeto 3e neste sentido/ $m po$co provocativamente/ poderWseWia dizer +$e 7arx/ estritamente (alando/ & mais
hegeliano
*ue +egel/ já +$e s$a opera"#o Rdescongela a pr;pria dial&tica hegeliana/ retirando o obstác$lo idealista tanto como o do materialismo v$lgar4. V#o se trata/ pois/ de $ma simples Rinvers#o do objeto o$ da rela"#o ca$sa8e(eito na +$al a 2d&ia (osse $ma conse*\#ncia da 7at&ria/ como +$iseram os materialistas v$lgares mas tamb&m do Rm&todo em se$ conj$nto/ para passar a o$tro sistema de Rca$salidade/ c$jo ($ndamento/ reiteremos/ & a pr3xis. m $ma palavra/ e para res$mir este n; de +$estNes5 7arx tenta resolver/ mediante a introd$"#o da pr3xis da hist;ria material como crit&rio básico do Rcomplexo conhecimento trans(ormador8trans(orma"#o conhecedora/ o (also 3o$/ melhor5 Rideol;gico4 dilema entre a 2d&ia sem mat&ria e a 7at&ria sem id&ia. Por&m/ & claro/ esta constata"#o está ainda longe de resolver o$ se+$er de colocar ade+$adamente todos nossos problemas para determinar a possibilidade de chegar a $ma verdade Robjetiva +$e tem esta nova teoria do conhecimento. 6eremos na contin$a"#o +$e desenvolver ao menos alg$mas destas +$estNes.
1a Rconsci*ncia de classe ' Rconting*ncia Acima insistimos sobre o modo como 7arx resgata do idealismo alem#o 3e m$ito especialmente de :egel4 o papel de $ma subjetividade ativa e cr0tica na pr3xis da trans(orma"#o8conhecimento. 7as/ de +$e classe de sujeito trataWse +$ando (alamos desta Rs$bjetividadeK Guem oc$pa/ nesta Rrevol$"#o te;rica/ o l$gar do sp0rito Ra$tocognoscente hegelianoK Im marxista responderia/ imediatamente e sem vacilar5 o F
proletariado/ essa classe universal da +$al 7arx (ala. V#o & $ma má resposta/ na medida em +$e ao menos lan"a $ma primeira pista sobre o car3ter geral deste s$jeito5 n#o se trata de $ma s$bjetividade individual e sim coletiva. 7arx sai da perspectiva estritamente Rindivid$alista +$e v* o s$jeito como $ma mHnada encerrada em si mesma da +$al (alamos anteriormente. 6odavia/ por +$e precisamente o proletariado e n#o/ por exemplo/ a (ra"#o intelect$al mais teoricamente avan"ada o$ il$strada da b$rg$esia o$ pe+$ena b$rg$esia 3a +$al pertencia o pr;prio 7arx/ e a imensa maioria dos (il;so(os e pensadores modernos/ incl$indo os mais Rrevol$cionários4K Acaso n#o sabemos/ pelo mesmo 7arx/ +$e em virt$de de s$a pr;pria explora"#o o proletariado & $ma classe Ralienada/ e em conse+@*ncia incapacitada para alcan"ar por si mesma o Saber $niversalK / para pHrWnos $m po$co mais R(ilos;(icos5 por +$e/ em virt$de de +$e privil&gio especial teria $ma parte da sociedade a capacidade Rinata de atingir o todo do conhecimentoK Sendo $ma categoria particular como pode o proletariado ser a classe universalK stas perg$ntas s#o s$(icientemente complexas e provocativas para +$e avancemos com c$idado em $m terreno movedi"o. Primeira +$est#o5 & necessário di(erenciar/ analiticamente/ o proletariado como categoria te"rica do proletariado como realidade sociol"gica/ como coletivo h$mano Rrealmente existente. Vo primeiro caso/ de(ineWse 3o de(ine 7arx/ classicamente4 como a+$ela Rclasse de homens e m$lheres desposs$0dos de todo meio de prod$"#o/ e t#o somente proprietários de s$a (or"a de trabalho/ essa mercadoria +$e est#o obrigados a vender ao capitalista/ e em conse+@*ncia prod$zir $ma cota de mais valia para o dito capitalista/ etc. Vo seg$ndo/ trataWse de $ma realidade emp0rica extraordinariamente complexa e m$tável/ com $m alto gra$ de determina"Nes concretas +$e variam de sociedade para sociedade/ artic$landoWse com ig$almente variáveis condi"Nes s;cioWeconHmicas/ pol0ticas/ c$lt$rais e ainda psicol;gicas. A di(eren"a entre ambos os registros & hom;loga ' +$e (az o pr;prio 7arx entre $m modo de produção e $ma formação econmicoFsocial. modo de prod$"#o/ assim como o proletariado en+$anto categoria/ s#o abstra"Nes do pensamento^ a (orma"#o econHmicoWsocial/ assim como cada proletariado partic$lar/ s#o realidades hist;ricoWconcretas. V#o &/ obviamente/ +$e n#o exista $ma relação entre a abstra"#o intelect$al e o objeto hist;rico5 s#o/ por assim dizer/ m$t$amente incl$dentes/ Rcoextensivas/ por&m/ em di(erentes registros do real. A con($s#o entre ambas as M
(ormas s; poderia cond$zir aos mais aberrantes e+$0vocos. 3!omo se compreenderá/ n#o vamos nos meter a+$i na bizantina disc$ss#o sobre se o proletariado contin$a existindo/ em nosso Rcapitalismo tardio e Rglobalizado/ tal como o penso$ 7arx/ o$ se & necessário rede(iniWlo totalmente o$ incl$sive dizer lhe Rade$s como (izeram alg$ns^ já se verá +$e/ aos e(eitos do +$e nos interessam agora/ esse debate & ocioso.4 1esta (orma5 re(erirWse ao proletariado como classe universal & re(erirWse ' primeira destas d$as (ormas/ como deveria res$ltar ;bvio5 mal se poderia (alar de $ma $niversalidade/ digamos/ existencial o$ emp0rica/ m$ito menos de $ma Re+$ival*ncia/ entre o proletariado de ,ondres o$ !openhag$e e o de Addis Abebba o$ Bogotá. 6rataW se de determinar o lugar estrutural +$e o proletariado oc$pa na configuração l"gica do modo de prod$"#o capitalista. sse l$gar/ para diz*Wlo rapidamente/ & o da prod$"#o do m$ndo das mercadorias/ +$e & o m$ndo da Rrealidade capitalista. -$/ melhor dito 3e a+$i seg$iremos de perto a c&lebre análise de 7arx no cap0t$lo 2 de < Capital45 o m$ndo das mercadorias o de s$a exist*ncia acabada como objetos de circ$la"#o e cons$mo & o m$ndo imediatamente visível do capitalismo/ mas ele n#o & tudo +$e há5 ele & somente o resultado de $m processo pr&vio +$e/ em s$a (orma essencial/ permanece Rinvis0vel aos olhos. A saber5 o processo de produção propriamente dito (ez poss0vel a exist*ncia do m$ndo vis0vel. Para (azer o$tra compara"#o simples5 o +$e se v* & a obra +$e se representa no palco/ por&m essa pe"a teatral n#o existiria se n#o tivesse existido todo $m complexo processo pr&vio 3a escrit$ra do texto/ o desenho da cenogra(ia e do vest$ário/ a Rposta em cena/ a dire"#o e marca"#o dos atores/ os ensaios/ etc.4/ essa es(era das relaçHes de produção da +$al 7arx (ala/ +$e & onde verdadeiramente prod$ziramWse as condi"Nes de exist*ncia do capitalismo Rvis0vel 3come"ando pela mais valia/ +$e somente será reali!ada na es(era da circ$la"#o5 por&m/ n#o (oi a0 gerada4. %ale dizer5 a totalidade do rea l visível somente pode aparecer como tal totalidade precisamente por+$e está incompleta/ por+$e deixa R(ora da cena a+$ele Rtrabalho +$e lhe dá exist*ncia. - conhecimento da totalidade implicaria/ pois/ na restituição ao R6odo dessa RParte +$e &/ como diz0amos/ imediatamente n#oWvis0vel. !ont$do/ precisamente/ como essa parte não , percept0vel pelos sentidos/ somente pode ser reposta por media"#o da raz#o 3da mesma maneira/ digamos/ +$e !op&rnico o$ O
Galile$ tiveram de ac$dir ' raz#o/ ao cálc$lo matemático/ para demonstrar a verdade cosmol;gica contra a (alsa evid#ncia empírica de +$e o sol Rnasce no leste e se RpNe no oeste4. 2sso & precisamente o +$e signi(ica a enigmática (rase de Alth$sser +$e citávamos no come"o5 & a realidade +$e & R(alsa/ n#o no sentido de +$e seja (also o +$e vemos 3o sol efetivamente Rnasce no leste/ o capitalismo efetivamente cont&m as es(eras de circ$la"#o e cons$mo4/ mas sim no sentido de +$e isso +$e vemos & apenas $ma parte da realidade & $m efeito/ mas n#o a ca$sa em si mesma/ do processo completo em +$e consiste a realidade. Vossos sentidos n#o nos Renganam/ entretanto n#o s#o suficientes. Por&m/ se (icássemos simplesmente com isto/ estar0amos de volta ao l$gar em +$e hav0amos deixado :egel5 o de $ma REaz#o a$toWs$(iciente e plenamente a$tHnoma/ capaz por si mesma de Rdespejar/ no p$ro plano das id&ias/ os enigmas do m$ndo. Vovamente/ para entender a especificidade do conhecimento na teoria de 7arx & necessário reintrod$zir o crit&rio da pr3xis. Somente a atividade transformadora/ em $m sentido m$ito amplo do termo/ pode gerar o tipo de racioc0nio +$e seja capaz de captar a rela"#o de tensão o$ d e conflito n#o resolvido entre a 3(alsa4 totalidade aparente apresentada pelo capitalismo e o 3invis0vel aos olhos4 processo de produção do real. Somente essa atividade trans(ormadora/ +$e inclui a Rs$bjetividade cr0tica/ pode realizar o processo de totali!ação do real. 1esta (orma/ +$em/ +$e coletivo social dos existentes no capitalismo/ realiza/ por de(ini"#o/ essa atividade trans(ormadora/ esse trabalho prod$tor do Rnovo/ +$e pode post$larWse como modelo R$niver sal de $m conhecimento baseado na pr3xisK proletariado/ obviamente. L ele +$e está diretamente vinc$lado/ de maneira protagHnica/ ao processo de produção do real/ e +$em/ portanto/ está em condi"Nes de conseg$ir $m potencial conhecimento do 6odo. ntretant o/ aten"#o5 o$tra vez/ estamos (alando a+$i do proletariado en+$anto categoria te"rica. - proletariado Rrealmente existente/ já sabemos/ está alienado/ prisioneiro da cis#o s$jeito8objeto/ etc. L para retomar $ma terminologia +$e 7arx herda tamb&m de :egel $ma classe em si/ mas n#o ainda para si. 1e maneira +$e +$ando (alamos do Rproletariado como s$jeito da
pr3xis
trans(ormadora8conhecedora/ estamos (alando n#o de $m coletivo emp0rico/ mas sim de $ma classe/ +$e & 3como se$ nome indica4/ $ma
construção te;rica. - Rproletariado
real trans(orma o m$ndo/ (az/ sem Rsaber +$e o (az. Por s$a vez/ o Rintelect$al cr0tico X
incl$sive $m como 7arx Rsabe o +$e o proletariado (az/ mas n#o pode oc$par se$ l$gar como s$jeito da trans(orma"#o5 ao cabo pode/ meta(oricamente/ imitar em s$a cabe"a o trabalho de trans(orma"#o +$e o proletariado realiza sobre a mat&ria 3Rimitar/ no sentido aristot&lico da mimesis5 reprod$zir a l;gica do trabalho da Rnat$reza/ +$e seg$ndo Arist;teles & o +$e (az o artista^ por&m/ & claro/ a obra de arte não ,/ n#o pode con($ndirWse com/ a nat$reza4. 2sto & de grande import)ncia +$e (i+$e claro/ em primeiro l$gar por razNes pol0ticas/ já +$e a s$press#o da diferença entre a pr3xis do proletariado e o Rsaber intelect$al prod$zi$ as de(orma"Nes de $m vang$ardismo Rs$bstit$0sta +$e em se$ momento de$ no stalinismo e similares. m $ma palavra5 o Rintelect$al cr0tico tem/ sem dQvida/ o importante papel de antecipar no plano das id&ias a passagem do em si ao para si/ colocandoWse no ponto de vista do Rproletariado 3+$e &/ j$stamente/ o da pr3xis4/ e essa & s$a di(eren"a radical com o intelect$al Rb$rg$*s/ no +$al Rb$rg$*s n#o se re(ere necessariamente a $m pertencimento empírico ' dita classe social ainda +$e seja a mais provável e sim ' posição Rb$rg$esa (rente ao conhecimento/ da +$e em seg$ida (alaremos. Por&m/ antes & necessário esclarecer algo ($ndamental/ sob risco de cair em excessivo red$cionismo o$ incl$sive Rsectarismo5 o Rintelect$al cr0tico n#o necessita indispensavelmente ser consciente de +$e está realizando esse traba lho mim,tico +$e reprod$z a l;gica da pr3xis^ obviamente/ & pre(er0vel +$e o seja/ mas o +$e realmente importa & o +$e (az do ponto de vista intelect$al. !omo 7arx cost$mava dizer/ os homens devem ser j$lgados pelo +$e (azem e n#o pelo +$e pensam de si mesmos5 isso vale tanto para os a$toproclamados Rintelect$ais cr0ticos +$e inconscientemente ass$mem/ em s$a pr;pria prática intelect$al/ o Rponto de vista da Rb$rg$esia/ como viceWversa. Assim/ nada disto signi(ica +$e o intelect$al Rb$rg$*s n#o possa prod$zir conhecimentos aut#nticos5 somente o +$e n#o & po$co signi(ica +$e esses conhecimentos ser#o $m momento/ e n#o a Rtotalidade/ de $m conhecimento Rtotalizador do real. a+$i & imprescind0vel adiantar s$cintamente $ma +$est#o +$e nos tornará a oc$par mais adiante5 totali!ador n#o signi(ica de modo alg$m/ totali!ante. V#o se trata da il$s#o hip erer$dita de saber tudo sobre os RconteQdos da realidade 3aspira"#o $t;pica se as há4/ mas sim do estabelecimento de $ma l;gica baseada na práxis de prod$"#o dos mecanismos de saber.
Assim/ proc$ramos estabelecer/ ainda +$e es+$ematicamente/ a diferença específica 3assentada sempre sobre o crit&rio da pr3xis4 do m&todo de 7arx com rela"#o ao de :egel e da teoria do conhecimento Rb$rg$esa em geral. 1eve (icar claro/ mais $ma vez/ +$e esta Qltima n#o , Rb$rg$esa por s$a srcem empírica de classe 3nesse sentido/ tamb&m o era 7arx4/ e sim por s$a posição Robjetiva (rente ao conhecimento. speramos ter esclarecido tamb&m +$e o +$e o Rintelect$al cr0tico pode (azer & t#o somente 3ainda +$e m$ito import ante4 antecipar a passagem do em si ao para si 3a passagem da exist#ncia Rconsci#ncia de classe/ ainda +$e logo devamos disc$tir esta Qltima no"#o4/ passagem +$e n#o pode Rs$bstit$ir/ sen#o +$e o proletariado deverá realizar por meio de s$a pr;pria pr3xis coletiva e a$tHnoma. / (inalmente/ +$e & o proletariado +$e/ por meio dessa pr3xis e gra"as a ela/ está potencialmente em condi"Nes de alcan"ar esse conhecimento R$niversal/ ainda +$e n#o possa atualmente (az*Wlo^ por&m isso/ obvi amente/ n#o & $ma condena"#o in aeternum / e sim $ma situação hist;ricoWconcreta. Ao cabo/ na mais pessimista das hip;teses/ se poderá pensar +$e esse conhecimento Rtotalizador n#o & poss0vel^ mas/ se fosse poss0vel/ somente o seria desta maneira/ ao menos na hip;tese 3bastante menos pessimista/ por certo4 de 7arx. / em todo caso/ a hip;tese pessimista como pode ser/ por exemplo/ o caso da scola de >ran($rt e partic$larmente de Adorno/ +$e com plena consci*ncia de s$a (orm$la"#o paradoxal (ala de $m Rmarxismo sem proletariado parte da base de +$e esta & a Qnica possibilidade5 da0 s$a en&rgica pol*mica com toda (orma de positivismo/ para o +$al 3ainda em s$as variantes mais so(isticadas4 a Rrealidade somente & o *ue ,/ e n#o o +$e pode ser +$ando & s$bmetida ao Rj$0zo da pr3xis/ mediatizada e antecipada pela raz#o cr0tica. (inalmente/ antes de prosseg$ir/ aclaremos tamb&m 3logo teremos +$e avan"ar sobre o tema4 +$e o (ato de +$e o Rintelect$al cr0tico n#o possa s$bstit$ir a pr3xis do Rproletário n#o signi(ica +$e se$ trabalho de interpreta"#o do real esse momento relativamente a$tHnomo do conhecimento cr0tico n#o possa prod$zir conhecimento por si mesmo. Im a$tor marxista +$e vi$ ag$damente a +$est#o & o ,$ács de +ist"ria e consci#ncia de classe . Por +$e perg$ntaWse ,$ács essencialmente n#o & capaz o Rb$rg$*s de atingir este plano Rtotalizador de conhecimentoK VoteWse +$e a perg$nta & por +$e n#o pode/ e n#o por +$e n#o *uer. is a+$i onde se reintrod$ zir o problema/ nada simples/ da ideologia +$e obstac$lariza esse acesso ao R$niversal. 2deologia +$e/ \
por de(ini"#o/ & Rinconsciente. V#o se trata de nenh$ma conspira"#o/ nem de nenh$m planejado engano. 6rataWse/ novamente/ da posição de classe/ do Rponto de vista condicionado n#o tanto por $m pertencimento ' classe Rb$rg$esa e s$as concep"Nes do m$ndo/ mas sim por $ma identificação 3n#o necessariamen te Rinteressada4 com elas. ste Rponto de vista &/ por assim dizer/ impessoal5 está determinado Rem Qltima inst)ncia pela pr;pria estrutura l"gica do ($ncionamento da sociedade capitalista e pelo tipo de conhecimento +$e ela implica/ e +$e como vimos/ & necessariamente fragmentado5 o Rb$rg$*s n#o necessita saber nada sobre a pr3xis/ no sentido amplo +$e a+$i vimos tratando. 7ais ainda5 necessita n#o saber sobre ela/ desFconhec#Fla 3+$e n#o & o mesmo +$e RignoráWla4/ posto +$e tomar plena Rconsci*ncia do processo de prod$"#o em sentido gen&rico 3isto &/ de(initivamente/ da hist;ria/ +$e/ como dissemos/ & antes de t$do o movimento/ Rin(ormado pelo passado/ da trans(orma"#o para o futuro4 o obrigaria a admitir/ a rigor de honestidade intelect$al/ +$e essa trans(orma"#o indet0vel e a prod$"#o de conhecimento baseado nela pode event$almente varrer com se$ pr;prio l$gar de Rclasse dominante/ o +$al res$lta s$bjetivamente intolerável e objetivamente dis($ncional ao sistema/ da0 +$e n#o possa saber nada com isso 3como disse ironicamente 7arx/ a b$rg$esia sempre so$be per(eitamente +$e havia tido :ist;ria... at& +$e ela chego$4. Portanto/ no racioc0nio de ,$ács a Rc$lt$ra b$rg$esa sit$aWse (rente ao m$ndo em $ma pos i"#o est3tica e contemplativa 3o +$e mais tarde 7arc$se chamará $ma c$lt$ra afirmativa do real45 em posi"#o/ por assim dizer/ consumidora e n#o produtora do real. Vo ($ndo/ o +$e a Rb$rg$esia/ para poder s$stentar com convic"#o se$ l$gar de classe dominante/ n#o pode saber/ & como o Rreal chegou a ser o +$e & 3dito mais Rtecnicamente desde o cap0t$lo 2 de < Capital/ o +$e a Rb$rg$esia n#o pode saber & +$e coisa &... a mais valia^ por&m a+$i/ ent#o/ podemos apreciar toda a dimens#o (ilos;(ica +$e tem o descobrimento por 7arx desse sintoma como o chama ,acan do capitalismo4. 1a0 ,$ács extrai s$a cr0tica ao nQcleo da teoria do conhecimento de 9ant/ o Rpai ($ndador da grande tradi"#o idealista alem#. !omo se recordará sem dQvida teremos +$e simpli(icarnessa teoria os a priori do entendimento 3categorias Rinatas como as de tempo e espa"o/ por exemplo4 (azem com +$e o S$jeito 6ranscendental antiano 3o R:omem abstrato como tal/ sem determina"#o hist;ricoWconcreta alg$ma4
seja per(e itamente capaz de conhecer todos os fenmenos do Iniverso/ mas n#o de conhecer por +$e há (enHmenos/ +$al s$a srcem Qltima/ +$al & o
noumeno o$ Rcoisa
em si +$e prod$zi$ a exist*ncia do real/ e +$e em si mesmo permanece estritamente Rincognosc0vel/ & $m limite absol$to para o entendimento. Assim/ ,$ács/ sem dQvida de maneira provocativamente red$tora/ mas n#o por isso menos grá(ica/ responde simplesmente5 a Rcoisa em si &... o capitalismo. -bviamente o Rb$rg$*s +$e n#o & nenh$m S$jeito R6ranscendental e sim $m s$jeito hist"rico/ condicionado pela sit$a"#o ig$almente hist;rica da posi"#o +$e oc$pa na estr$t$ra de domina"#o n#o pode conhecer acabadamente essa Rcoisa em si por+$e/ con(orme já vimos/ isso signi(icaria/ ao menos como possibilidade/ o +$estionamento de s$a pr;pria Rpartic$laridade hist;rica/ +$e ele pre(ere crer +$e & R$niversal/ e/ portanto eterna. Assim5 o +$e vale para o Rb$rg$*s/ n#o vale tamb&m para o Rproletário/ ao menos en+$anto d$re s$a aliena"#oK L claro +$e sim. Por&m/ com esta di(eren"a decisiva/ +$e já mencionamos5 ao estar
diretamente 3ainda +$e tamb&m
Rinconscientemente/ por assim dizer4 vinc$lado ' pr3xis= o Rproletário n#o pode n#o perceber 3mesmo +$e possa momentaneamente RdesWconhecer4 +$e o m$ndo do real & o res$ltado de $m processo de produção/ e n#o de $ma enigmática Rcoisa em si. L s$a posição de sujeito 3s$jeito e(eito de $m processo hist;rico/ e n#o Rtranscendental4 o +$e potencial e tendencialmente lhe permitirá ao contrário do +$e ocorre com o Rb$rg$*s sair dessa aliena"#o. !omoK 'a!endoFse/ a si mesmo/ Rproletário. A+$i & onde & necessário reintrod$zir a dial&tica do em siEpara si com o objetivo de explicar $m aparente paradoxo. - proletário/ disse ,$ács/ en+$anto s$a sit$a"#o hist;ricoWconcreta o red$z a p$ra (or"a de trabalho isto &/ a Rmercadoria come"a por viver a si mesmo como objeto 3como $m p$ro RemWsi4/ e tem +$e transformarFse em s$jeito 3em RparaWsi4. %ale dizer +$e/ na mesma medida e pelo mesmo movimento da pr3xis pela +$al o Rproletário conhece a mat&ria +$e está trans(ormando/ se conhece a si mesmo / aplicando o crit&rio de +$e somente a transformação 3da mat&ria8de si mesmo4 permite atingir o verdadeiro conhecimento^ en+$anto +$e o Rb$rg$*s/ +$e vive$ sempre j3 como s$jeito Rdi(erenciado do m$ndo do real 3como Rindiv0d$o4/ n#o pode transformarFse em nenh$ma o$tra coisa. 2ronicamente se aceitamos o +$e dissemos a prop;sito de +$e a hist;ria & ($ndamentalmente imp$lso para o ($t$ro se poderia dizer +$e o Rb$rg$*s tem razNes +$ando diz +$e a hist;ria Racabo$. S; +$e &
necessário espec i(icar5 (oi a sua hist;ria +$e termino$/ posto +$e já n#o pode ir a nenh$m ($t$ro. Ademais dito de passagem/ esse racioc0nio demonstra +$e 7arx 3ao menos nesta leit$ra l$ácsiana4 & $m pensador m$ito mais radical +$e os assim chamados Rp;sWestr$t$ralistas contempor)neos. 1e (ato/ estes criticam no marxismo $m Rred$cionismo de classe seg$ndo o +$al o s$jeito Rproletário seria $ma esp&cie de ess#ncia ontol"gica pr& constit$0da/ de(inida por se$ l$gar estr$t$ral nas rela"Nes de prod$"#o. sem dQvida/ tem raz#o em rela"#o a m$itos dos marxismos economicistas o$ Rtranscendentalistas +$e proli(eraram. Por&m/ e+$ivocamWse de ponta a ponta no +$e diz respeito ao pr;prio 7arx. Se o Rproletário come"a por estar constit$0do como objeto 3emWsi4/ e logo tem +$e constit$irWse a si pr;prio como s$jeito 3paraWsi4 em $m processo de /auto0produção +$e somente pode estar Rcompleto no momento do Rcom$nismo vale dizer da Rsociedade sem classes/ na +$al portanto a Rs$bjetividade di(erencial do Rproletário dissolveFse como tal/ n#o está claro ent#o +$e o Rproletário nunca , $m s$jeito Rpleno/ e sim $m s$jeito +$e está sempre em processo inacabado 3RinW(inito4 de constit$i"#o/ satis(azendo assim as mais rigorosas normas do antiessencialismo p;sWestr$t$ralistaK V#o +$e este debate importe m$ito/ entretanto valia a pena $ma re(er*ncia marginal para despejar certos 3's vezes interessados4 e+$0vocos. 1a mesma maneira/ a l;gica da mediação da +$al (alamos (az $m instante 3e da +$al a passagem do emWsi ao paraWsi & $m novo exemplo4 n#o & necessariamente oposta ' articulação pela Zconting#ncia/ como tende a s$stentar 's vezes ,acla$/ entre o$tros. - segredo a0 & a no"#o alth$sseriana de sobredeterminação 3+$e o pr;prio ,acla$ cita elogiosamente4/ extra0da da psicanálise de >re$d/ e seg$ndo a +$al $m elemento n#o predeterminado da sit$a"#o 3pol0tica/ social/ hist;rica4 pode aparecer Rinesperadamente para articular o processo de media"#o Rtotalizadora. 6odavia/ isto t#o somente signi(ica +$e5 a4 esse elemento Rcontingente poderia n#o aparecer^ b4 +$e/ +$ando aparece/ n#o , por+$e $ma Rnecessidade pr&via o (ez aparecer5 s$a emerg*ncia pode ser per(eitamente cas$al^ e c4 +$e a articulação específica prod$zida por esse elemento/ e se$s res$ltados ($t$ros/ n#o podem ser previstos matematicamente5 a artic$la"#o abre $m campo mQltiplo 3ainda +$e n#o ilimitado4 de possibilidades.
<
Por&m/ n#o se trata de $m jogo de p$ro a!ar 3Rconting*ncia/ neste sentido/ +$er dizer simplesmente +$e n#o estamos (alando de $m (&rreo princ0pi o da nat$reza como/ digamos/ a lei da gravidade5 a +$al/ se estamos tratando do campo da pr3xis h$mana/ & $ma obviedade45 o elemento Rcontingente +$e conseg$e artic$lar $ma Rtotaliza"#o pode n#o aparecer/ mas +$ando aparece/ n#o & *ual*uer/ nem se Rengancha de *ual*uer maneira na artic$la"#o. 5xistem leis Rtendenciais da hist;ria +$e por assim dizer convocam certas Rconting*ncias e n#o o$tras/ al&m de +$e elas apare"am o$ n#o. $e na cabe"a de VeCton ca0sse $ma ma"# +$ando estava tirando s$a sesta &/ obviamente/ $ma conting*ncia +$e poderia n#o ter s$cedido. Por&m/ +$e VeCton associasse esse (ato com $ma s&rie de leis (0sicas +$e lhe (izeram descobrir o princ0pio da gravidade dos corpos n#o & $ma ocorr*ncia cas$al5 as leis (0sicas existem independentemente de +$e na+$ele dia e hora ca0sse a ma"#. $e ,*nin encontrasse $m trem blindado +$e o cond$zisse de volta a EQssia para se pHr ' (rente da revol$"#o & $ma conting*ncia. Sem dQvida/ podeWse s$por +$e o desenvolvimento da revol$"#o tivesse sido distinto se ,*nin n#o tivesse chegado/ mas as Rleis 3m$ito mais Rtendenciais +$e as de VeCton/ o admitimos4 da sit$a"#o pol0tica +$e cond$zi$ ' revol$"#o n#o dependiam da viagem de ,*nin. m $ma palavra5 a l;gica da Rmedia"#o n#o & +$e se oponha ' Rconting*ncia/ e sim +$e pode haver $ma l"gica da mediação da conting#ncia. Precisamente por isso o marxismo 3o de 7arx/ para come"ar4 n#o , $m determinismo5 por+$e ao contrário do +$e ocorre na dial&tica idealista de :egel n#o há $ma 6otalidade determinada de antem#o pelo !onceito/ e sim +$e a materialidade dos (atos hist;ricos pode artic$lar di(erentes 3por&m n#o +$al+$er4 processos de media"#o totalizadora.
1a Rhermen*$tica da s$speita ' interpreta"#o cr0tica 6endo admitido +$e o Rmodelo marxista para a prod$"#o de conhecimento & o da pr3xis do Rproletário/ procedamos agora a descrever como & o ($ncionamento l"gico desse modelo transposto ' práxis espec0(ica do Rintelect$al cr0tico. - pano de ($ndo R(ilos;(ico dessa l;gica & o +$e Pa$l Eicoe$r/ celebrem ente/ chamo$ a Rhermen*$tica da s$speita 3Eicoe$r/ ig$al a >o$ca$lt/ Alth$sser/ Eoland Barthes e o$tros/ colocam sob essa r$brica Rintelect$ais cr0ticos paradigmáticos como 7arx/ >re$d o$ Vietzsche4. %ale dizer5 a atit$de sob a +$al como explicamos acima e$ s$speito +$e a <<
Rtotalidade do real n#o & o +$e posso perceber dela a simples vista/ e +$e as explicaçHes sobre o real sempre podem ser s$bmetidas a $ma nova interroga"#o/ já +$e elas n#o Rcaem por se$ pr;prio peso 3como a ma"# de VeCton4/ e sim s#o construçHes hist;ricoWconcretas +$e est#o consciente o$ inconscientemente sobredeterminadas pela ideologia/ os interesses dos gr$pos de poder 3e tamb&m/ como n#o/ a identi(ica"#o Ralienada dos gr$pos oprimidos com a ideologia dominante4/ etc. Ima das ($n"Nes objetivas centrais dessas explica"Nes Rnat$ralizadas & a de constr$ir consenso 3essencial para a Rhegemonia/ em sentido gramsciano4 em torno a/ no limite/ da estr$t$ra pr;pria do real. A tare(a do Rintelect$al cr0tico &/ portanto
desmontar essas
constr$"Nes para demonstrar +$e nada tem de Rnat$rais/ mas sim +$e s#o parciais e Rcontingentes/ no sentido antes al$dido. 2sso s$pNe/ por o$tr o lado/ certa teori a do simb"lico. Já dissemos +$e o ser h$mano relacionaWse com 3e organiza a4 s$a realidade por meio da media"#o simb;lica 3come"ando pela pr;pria ling$agem4. Por&m/ podem existir simpli(icando m$ito d$as grandes teorias do simb;lico 3e/ portanto/ da interpreta"#o da realidade45
] $ posso pensar +$e o s0mb olo no sentido mais am plo poss0vel do ter mo & $m Rv&$/ $ma Rmáscara/ $m Rdis(arce +$e oc$lta o$ obstac$lariza a vis#o pr0stina de $ma verdade Ressencial/ Rsrcinária/ Rnat$ral/ eterna e incomov0vel/ chamada a palavra de 1e$s/ a Rcoisa em si antiana/ o$ o +$e se +$eira. Veste caso/ a interpreta"#o consistirá simplesmente e n#o +$e seja $m processo simples/ por certo em retirar o v&$ oc$ltador para revelar 3vale a express#o4 esse Robjeto srcinário +$e me era oc$ltado. A %erdade imporWseWá ent#o com toda s$a R(or"a de ,ei/ e nada poderei (azer para +$estionáWla. A este estilo de interpreta"#o 3caracter0stico/ por exemplo/ da hermen*$tica b0blica tradicional4 chamaremos interpretação passiva/ já +$e ao +$e ela cond$z n#o & a prod$"#o de $m novo conhecimento/ mas sim a resta$ra"#o de $ma Rrealidade +$e na verdade sempre Resteve ali/ s; +$e deformada pela máscara simb;lica. <] $ posso pensar 3como o (azem 7arx/ >re$d o$ Vietzsche/ para citar somente esses paradigmas modernos4 +$e n#o há tal verdade eterna e srcinária/ sen#o +$e o +$e aparece como $m Robjeto nat$ral & o prod$to de $m
processo de produção/ o$/
para nosso caso/ de $ma construção simb;lica e hist;ricoWconcreta. Atrás do
Rs0mbolo/ portanto/ n#o encontrarei o objeto p$ro e d$ro e sim o$tro Rs0mbolo/ e logo o$tros e o$tros inde(inidamente. V#o & +$e n#o haja Robjetos 3trataWse de $ma perspectiva materialista4/ e sim de +$e esses objetos tenham sido $tilizados como Rconting*ncias para a constr$"#o de con(ig$ra"Nes simb;licas +$e servem para explicar de certa maneira o m$ndo do real. S#o/ em $ma palavra/ o res$ltado de $ma pr3xis/ e n#o ess*ncias eternas. A Rinterpreta"#o/ neste caso/ consiste em interrogar criticamente essas constr$"Nes simb;licas para mostrar incl$sive para prod$zir se$s va!ios/ se$s Rb$racos de sentido 3posto +$e n#o s#o %erdades eternas/ n$nca est#o plenamente completas/ n#o podem/ ao contrário da Rteologia/ explicar tudo4/ e ent#o/ constr$ir/ prod$zir um sentido novo sobre esses Rbrancos o$ a$s*ncias. L claro +$e esse novo sentido poderá por s$a vez ser s$bmetido a interroga"#o/ precisamente por+$e o conhecimento assim constr$0do & $ma Rverdade hist"rica / e n#o Rnat$ral 3e isso vale tamb&m para o marxismo/ +$e n#o & $ma verdade eterna/ e sim corresponde a determinadas condi"Nes hist;ricas5 principalmente/ a exist*ncia do modo de prod$"#o capitalista/ do +$al o marxismo & se$ conhecimento crítico4. ste estilo de interpreta"#o/ ent#o/ o chamaremos interpretação ativa/ já +$e nela n#o se trata de restaurar $m objeto +$e preexistia ' interpreta"#o/ mas sim de produ!iFlo como objeto da pr3xis do conhecimento8trans(orma"#o 3como já dissemos/ o marxismo produ! o Robjeto modo de prod$"#o capitalista pelo mesmo movimento pelo +$al briga para transform3Flo5 o$tra vez/ estamos no nQcleo da tese 2 sobre >e$erbach4. !omo disse >o$ca$lt gra(icamente/ se este Rm&todo & como o descrevemos/ toda interpreta"#o 3cr0tica e ativa4 n#o & $ma interpreta"#o da Rrealidade 3no sentido v$lgar/ n#o dial&tico/ do termo4 e sim $ma interpretação de uma interpretação5 os Robjetos da realidade +$e se apresentam a nossa consci*ncia j3 s#o prod$tos de Rinterpreta"Nes hist;ricas. Por exemplo5 >re$d 3o$ +$al+$er psicanal ista4 n#o interpreta o sonho do paciente 3como poderia o psicanalista ter acesso a $m sonho alheioK -nde poderia Rv*W loK45 o +$e interpret a & o relato +$e o paciente (az de se$ sonho/ relato +$e já constit$i certa Rinterpreta"#o pr&via. 1a mesma maneira/ 7arx n#o interpreta a Rsociedade b$rg$esa5 o +$e 7arx interpreta & a interpretação Rburguesa da sociedade 3por isso o s$bt0t$lo do Capital & Crítica da 5conomia Política4/ isto &/ a construção simb"lica 3e
obviamente/ ideol;gica4 +$e a Rb$rg$esia prod$zi$ sobre s$a pr;pria pr3xis. +$al & o tensor/ a alavanca Qltima desta interpreta"#o cr0ticaK Já o adiantamos5 a interrogação da s$posta R%erdade eterna en+$ant o ela & Rs$speita de ser por s$a vez $ma constr$"#o hist;ricoWideol;gica. - +$e signi(ica +$e 7arx n#o vem/ digamos/ de 7arte/ com $ma teoria completamente distinta e alheia ' da 3neste caso4 economia Rb$rg$esa/ e se limita a ch$tar (ora do tab$leiro $ma interpreta"#o e s$bstit$0Wla por o$tra. 2sso seria $m mero ato de (or"a/ e n#o $ma pr3xis cr0ticoWhermen*$tica. - +$e (az 7arx & come"ar por aceitar o Rtexto da economia b$rg$esa como verdade parcial e logo a interrogar se$s Rsil*ncios o$ s$as inconsist*ncias. Por exemplo5 7arx n#o disse +$e a teoria do valor 3essa teoria +$e n#o & inventada por 7arx/ mas +$e já está em Smith o$ Eicardo4 seja (alsa5 ao contrário/ j$stamente por*ue & Rverdadeira no sentido já dito de +$e corresponde a certa condi"#o hist;rica a interroga at& as Qltimas conse+@*ncias 3lhe perg$nta/ por exemplo/ de onde sai o l$cro do capitalista/ como & poss0vel o processo de ac$m$la"#o8reprod$"#o do capital4 e descobre +$e n#o pode responder satis(atoriamente todas as perg$ntas +$e as pr;prias premissas da teoria desperta. !onstr$indo sobre esses Rvazios da economia clássica & +$e 7arx prod$z s$a pr;pria teoria/ s$a pr;pria interpretação crítica do capitalismo/ baseada no descobrimento de/ entre o$tras coisas/ a mais valia. - +$e 7arx (az & pois o +$e Alth$sser chama $ma leitura sintom3tica do Rtexto da economia b$rg$esa clássica5 com $ma l;gica de leit$ra semelhante ' da psicanálises 3+$e &/ certamente/ de onde Alth$sser extrai a express#o Rsintomática4/ 7arx interpreta/ por assim diz er/ os lapsos/ os Ratos (alhos/ as inconsist*ncias da economia clássica/ e & essa pr;pria pr3xis hermen*$tica a +$e lan"a como res$ltado $ma nova teoria mais acabadamente explicativa do ($ncionamento do capitalismo. ntretanto/ aten"#o5 +$ando dizemos +$e 7arx interpreta o Rtexto 3em $m sentido meta(;rico m$ito amplo do termo4 da economia clássica/ n#o estamos de modo alg$m caindo nessas concep"Nes Rtext$alistas mais o$ menos p;sWmodernas +$e pretendem +$e toda a realidade seja $ma esp&cie de text$alidade sem Rlado de (ora/ e in(initamente Rdesconstr$0vel. Vo limite/ esta concep"#o cond$z a $ma nova e so(isticada (orma de idealismo +$e pNe todo o peso da interpreta"#o em $ma subjetividade cr0tica trabalhando sobre $m m$ndo p$ramente R(ict0cio/ sem re(erentes materiais. sta posi"#o/ +$e já seria disc$t0vel ainda +$e tolerável no campo/ por
exemplo/ da teoria literária e est&tica/ & a nosso ver inde(ensável no das estr$t$ras e processos sociais e hist;ricos. -bviamente/ a interpreta"#o cr0tica & tamb&m/ e antes de t$do/ $ma opera" #o intelect$al e te;rica/ com $m importante gra$ de a$tonomia 3Rrelativa4/ por&m os objetos de s$a leit$ra sintomática sobre os +$e em seg$ida diremos algo mais n#o podem ser considerados/ nem se+$er de maneira meta(;rica/ como excl$sivamente R(ict0cio. V#o nos & oc$lto +$e na passagem ' escritura 3incl$0da a mais complexa Rteoriza"#o4 da análise desses objetos há sempre $ma cota/ de peso variável seg$ndo os casos/ de R(iccionali dade5 as hip;teses das +$ais se parte s#o/ em $m sentido lato/ R(ic"Nes te;ricas/ e ademais as estr$t$ras ret;ricas/ estil0sticas e incl$sive sintáticas da exposi"#o de $ma teoria compartilham m$itos de se$s tra"os mais básicos com as obras de (ic"#o. Por&m/ a di(eren"a ($ndamental & +$e $ma obra de (ic"#o/ mesmo a mais Rrealista das novelas/ parte da constr$"#o de $m Rcenário de en$ncia"#o imagin3ria/ en+$anto +$e o tratado te;rico deve come"ar por supor/ ao menos/ $ma materiali dade Rindependente sobre a +$al opero$ o simb;lico em geral/ e as Rinterpreta"Nes +$e se est#o s$bmetendo a leit$ra cr0tica em partic$lar/ al&m de +$e como diz0amos acima nenh$m objeto Qltimo e srcinário seja realmente alcan"ável 3j$stamente por+$e (oi s$bmetido desde sempre 's transformaçHes da interpreta"#o4. Precisamente/ $ma tare(a central da Rleit$ra sintomática 3e da cr0tica ideol;gica4 consiste em discriminar/ at& onde (or poss0vel/ as rela"Nes entre realidade e (ic"#o nas teorias. 2sto & o +$e marca o limite da interpreta"#o5 de o$tra maneira/ *ual*uer interpreta"#o/ n#o importa +$#o arbitrária o$ caprichosa/ seria ig$almente leg0tima. 2sto n#o & assim para 7arx5 t$do o +$e dissemos at& a+$i aponta para mostrar +$e se h3 interpreta"Nes melhores +$e o$tras/ mais Rtotalizadoras/ no sentido de +$e permitem reconstruir com maior precis#o o$ ($ncionamento de $ma Rrealidade 3para nosso caso/ a das estr$t$ras do capitalismo4/ descartando as interpreta"Nes consciente o$ inconscientemente R(alseadas/ interessadas/ ideol;gicas/ etc. 6$do isso tem conse+@*ncias da máxima import)ncia. Para come"ar/ a leit$ra sintom3tica tal como Alth$sser a identi(ica em 7arx constit$i em si mesma $m m&todo de prod$"#o de conhecimento/ na medida em +$e descobre $ma partic$lar l"gica da pr3xis interpretativa. ,evado ao se$ extremo/ isto signi(ica +$e ainda +$ando se descobrisse 3como alg$ns v*m tentando (az*Wlo há m$ito tempo4 +$e n#o há tal coisa como a Rlei do valor o$ a Rmais valia c$ja análise por parte de 7arx &/ como vimos/
o paradigma de leit$ra sintomática a dita l;gica seg$iria sendo a mais e(icaz para interpretar criticamente a realidade e se$s Rtextos seg$ndo o modelo da pr3xis . Por&m/ a+$i poderia interporWse $ma obje"#o5 n#o hav0amos dito/ em nossa disc$ss#o da di(eren"a de 7arx com :egel/ +$e $ma m$dan"a de objeto cond$zia inde(ectivelmente a $ma trans(orma"#o no Rm&todoK Sem dQvida/ mas o +$e s$cede & +$e há di(erentes n0veis de definição do Robjeto5 a análise de $m objeto Rpartic$lar 3ponhamos5 a mais valia4 permite/ por assim dizer/ o descobrimento de $m Robjeto conceit$al mais abarcador 3ponhamos/ a no"#o de +$e & restit$indo a contradi"#o entre o partic$larWconcreto Rmais valia gerada pela (or"a de trabalho e o $niversalWabstrato Re+$ival*ncia geral +$e se descobrirá o Rsegredo escamoteado da l;gica do capitalismo4 +$e cond$z ' (orm$la"#o de $ma hip;tese $niversalWconcreta 3s$ponhamos +$e a+$ele +$e aparec e como $ma R6otal idade ideol;gica extrai s$a e(icácia da opera"#o +$e escamoteia o Rpartic$lar +$e lhe permite ($ncionar/ mas +$e & irredutível e a R6otalidade/ de tal maneira +$e & den$nciando essa opera"#o como a interpreta"#o cr0tica pode prod$zir novo conhecimento sobre a realidade4. Por&m/ ao (inal deste recorrido inevitável/ & este Qltimo $niversalWconcreto +$e se trans(ormo$ no verdadeiro objeto da interpreta"#o/ no sentido de +$e a partir dele pode constr$irWse $ma cr0ticoWhermen*$tica para ler Rsintomaticamente a realidade.
posição
o (ato 3sobre o +$al nos permitiremos insistir4 de +$e o modelo desta metodologia seja a pr3xis socialWhist;rica do Rproletariado tem $ma seg$nda conse+@*ncia decisiva +$e excede/ como estrita l"gica do conhecimento/ ' exist*ncia o$ n#o de $m proletariado Remp0rico 5 trataWse de $m m&todo +$e/ al&m de +$e seja Raplicado pelo intelect$al cr0tico individual/ tem $m s$bstrato socialWhist;rico/ Rcoletivo/ mediatizado por a+$ela pr3xis. ainda assim/ a interpreta"#o cr0tica Rindivid$al & somente $m momento do processo de conhecimento8trans(orma"#o do m$ndo. Po$cas vezes (oi posto o acento/ +$e seja de nosso conhecimento/ em +$e $ma semelhan"a l"gica ($ndamental entre o marxismo e a psicanálise seja o (ato evidente de +$e ambos s#o modos de prod$"#o de conhecimento nos +$ais a a"#o trans(ormadora se realiza sempre na intera"#o com $m R-$tro 3o proletariado para 7arx/ o paciente para o psicanalista4. Por&m/ incl$sive sem necessidade de apelar a esta compara"#o/ recordeW se a id&ia gramsciana de +$e os homens/ potencialmente/ s#o todos R(il;so(os5 & a
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reorganiza"#o de se$ Rsentido com$m pela pr3xis e n#o a inc$lca"#o exterior de $ma teoria por melhor +$e seja a +$e Rat$alizará essa pot*ncia. 6$do o +$e acabamos de dizer deveria ent#o permitir $ma leit$ra mais aj$stada desse ensaio Rmetodol;gico do marxismo por excel*ncia +$e & a (amosa &ntrodução de 9;>? aos Bundrisse. 1e (ato/ no apartado intit$lado R- m&todo da economia pol0tica diz claramente 7arx5 Se come"asse/ pois/ pela pop$la"#o/ teria $ma representa"#o ca;tica do conj$nto e/ precisando cada vez mais/ chegaria analiticamente a conceitos cada vez mais simples^ do concreto representado chegaria a abstra"Nes cada vez mais s$tis at& alcan"ar as determina"Nes mais simples. !hegado a este ponto/ haveria +$e empreender a viagem de retorno/ at& dar de novo com a pop$la"#o/ por&m desta vez n#o teria $ma representa"#o ca;tica de $m conj$nto sen#o $ma rica totalidade com mQltipla s determina"Nes e rela"Nes [...] ste Qltimo &/ mani(estamente/ o m&todo cient0(ico correto. - concreto & concreto por+$e & a s0ntese de mQltiplas determina"N es/ portanto/ unidade do diverso. Aparece no pensamento como processo de s0ntese/ como res$ltado/ n#o como ponto de partida/ ainda +$e seja o e(etivo ponto de partida/ e/ em conse+@*ncia/ o ponto de partida tamb&m da int$i"#o e da representa"#o. Vo primeiro caminho/ a representa"#o plena & volatilizada em $ma determina"#o abstrata^ no seg$ndo/ as determina"Nes abstratas cond$zem ' reprodução do concreto pelo caminho do pensamento 37arx/ X/ parte 2/ parágra(o F4. Pois bem5 observeWse/ em primeiro l$gar/ +$e 7arx termina o parágra(o anterior (alando de $ma reFprodução do concreto no processo do pensamento5 sem nenh$ma dQvida/ está al$dindo ' maneira pela +$al a interpreta"#o cr0tica reFprodu! 3volta a prod$zir/ em o$tro plano4 a pr3xis socialWhist;rica/ +$e & se$ modelo. - resultado desse processo & $ma Rs0ntese de mQltiplas determin a"Nes/ $ma R$nidade do diverso5 cont$do/ n#o se trata de $ma s0ntese puramente Rabstrata/ no sentido de +$e esteja vazia de Rpartic$laresWconcretos^ & $ma abstração 3posto +$e n#o & o Robjeto en+$anto Qnico e sing$lar4 mas +$e conserva as determina"Nes partic$lares do objeto/ +$e entram em tensão com a R$niversalidade do conceito. Ademais/ s$perado o Rcaos das <\
representa"Nes8int$i"Nes iniciais 3p$ra ac$m$la"#o de Rpartic$lares concretos sem organiza"#o nem sentido4 tanto como o mero R$niversalWabstrato 3p$ro pensamento gen&rico sem determina"Nes concretas4. >inalmente/ devemos chamar a aten"#o sobre o (ato de +$e 7arx n#o se priva de $tilizar o conceito de totalidade. 2sto & de capital import)ncia hoje/ na disc$ss#o com os Rp;sWestr$t$ralistas e8o$ Rp;sWmodernos 3por&m tamb&m/ no mesmo lado da barricada por assim dizer/ com certas (ormas dos est$dos c$lt$rais/ p;sWcoloniais/ m$ltic$lt$ralistas e ainda do (eminismo4 +$e rec$sam de cheio e sem matizes essa no"#o/ con($ndindoWa com o Ressencialismo e incl$sive com o Rtotalitarismo o$ o R($ndamentalismo de $m pensamento do Absol$to. 1esgra"adamente/ nesta rec$sa cost$maWse cair em $m relativismo extremo o$ em $m Rpartic$larismo +$e &/ no ($ndo/ $ma (orma mais elaborada desse Rcaos de representa"Nes p$ramente sing$lares e j$stapostas sem hierar+$ia/ o +$al cost$ma ser tanto te;rico como politicamente ine(icaz 3+$ando n#o diretamente daninho para a pr;pria ca$sa +$e se pretende de(ender4. Por&m/ a Rtotalidade marxista n#o pode de modo alg$m con($ndirWse com a+$ela caricat$ra/ +$e melhor corresponde ' falsa totalidade adorniana/ vale dizer $ma abstra"#o vazia/ $m Re+$ivalente geral +$e esconde a determina"#o partic$larWconcreta +$e mostraria a contradi"#o/ o conflito interno ' s$posta Rtotalidade. 1o +$al (ala 7arx & precisamente desta Rtotalidade aberta e/ portanto/ sempre provis;ria/ +$e & $ma totalidade pensada 3mais ainda5 inevitável para pensar4 +$e reprodu! esse con(lito/ essa tens#o/ entre s$a Rabstra"#o e s$as determina"Nes concretas. - processo de conhecimento +$e lan"a como resultado essa Rtotalidade & o +$e varias vezes apontamos sob o conceito de totali!ação. L agora oport$no/ pois/ abordáWlo de cheio.
A Rtotaliza"#o e o m&todo progressivo8regressivo - termo/ já o dissemos/ prov&m de Sartre 3+$e o expNe em R$estNes de 7&todo/ incl$0do como introd$"#o ' Crítica da ra!ão ial,tica4 e/ ainda +$e tenha sido c$nhado no (inal da d&cada de OT em $m contexto c$lt$ral m$ito di(erente do nosso/ torno$Wse novamente at$al/ j$stamente por s$a import)ncia no debate com correntes como o p;sW estr$t$ralismo e o Rdeconstr$tivismo. m se$ momento/ o debate mais (orte +$e s$stentava Sartre era contra o stalinismo e8o$ o marxismo v$lgar da diamat/ +$e incorriam em $ma polariza"#o 3o$/ com (re+@*ncia/ $ma combina"#o4 entre por $m <
lado/ receitas abstratas/ estas sim Ressencialistas e Rtotalizantes/ e por o$tros $m empirismo o$ neopositivismo antidial&tico/ em ambos os casos com conse+@*ncias ne(astas para a pr3xis do conhecimento8trans(orma"#o da realidade. 3V#o pode ser por azar/ em e(eito/ +$e Sartre escreva s$a R$estNes de 7&todo po$co tempo depois da invas#o sovi&tica a :$ngria/ contrapartida pol0ticoWmilitar dessa ne(asta combina"#o R(ilos;(ica4. !ontra isso/ Sartre opNe $m Rexistencialismo marxista +$e briga para conservar as partic$laridades 3e ainda as sing$laridades irrepet0veis4 concretas dos s$jeitos de carne e osso/ por&m sem perder a capacidade de artic$la"#o e diálogo con(lit$oso entre o abstrato e o concreto/ +$e & inerente ao pr;prio processo de prod$"#o de conhecimento. Se$ m&todo passo$ para a hist;ria com o nome de progressivoEregressivo o +$e já dá $ma pa$ta/ a partir da pr;pria denomina"#o/ de $ma post$ra +$e recha"a o evol$cionismo v$lgar aplicado ao processo de conhecimento. A base (ilos;(ica de s$a teoria do conhecimento & ine+$0voca5 o +$e (az $ma (iloso(ia & Rdar express#o ao movimento geral da sociedade. 2sto &5 o modelo da prod$"#o de conhecimento & a pr3xis socialWhist;rica. esta &/ entre o$tras coisas/ $ma (orma na +$al Ra classe em ascens#o ad+$ire consci*ncia de si. Va primeira (ase do capitalismo/ a b$rg$esia de comerciantes/ j$ristas e ban+$eiros alcan"o$ certa percep"#o de si mesma no cartesianismo^ $m s&c$lo depois/ na (ase de protoWind$strializa"#o/ a b$rg$esia de (abricantes/ t&cnicos e homens de ci*ncia descobreWse Robsc$ramente no s$jeito transcendental antiano. Assim5 este Rdar express#o ao movimento da sociedade/ esta Rconsci*ncia de si das novas classes não , $m mero re(lexo Respec$lar. Por $m lado/ para ser verdadeiramente R(ilos;(ico/ o processo de conhecimento deve apresentarWse como totali!ação de todo o saber contempor)neo. Pelo o$tro/ essa ac$m$la"#o de saber n#o & $m objeto inerte / passivo5 nascida do movimento da pr3xis/ R& movimento em si/ e morde no ($t$ro [...] toda (iloso(ia & prática/ incl$sive a +$e parece ser mais p$ramente contemplativa [...] $ma (iloso(ia mant&m s$a e(icácia somente en+$anto tem vida a pr3xis +$e a prod$zi$ 3Sartre/ O4. $ando o movimento (ilos;(ico se interrompe/ & por+$e s$a Rcrise (ilos;(ica está expressando 3de maneira complexa e mediatizada/ claro está4 $ma crise da pr3xis socialWhist;rica5 como disse/ entre n;s/ ,e;n Eozitchner/ R+$ando a sociedade n#o sabe o +$e (azer a (iloso(ia n#o sabe o +$e pensar. Veste FT
sentido preciso/ o pensamento marxista encontraWse Rem estado de crise^ como diz0amos/ isto/ (echado em O/ volta a cobrar at$alidade hoje5 s; +$e Sartre n#o extrai dessa evid*ncia a concl$s#o de +$e o marxismo deve ser abandonado^ (iel a s$a pr;pria premissa/ en+$anto a pr3xis socialWhist;rica/ +$e lhe de$ l$gar/ contin$e at$ando 3isto &/ en+$anto exista o capitalismo e s$as contradi"Nes/ e portanto a necessidade de s$a crítica4 o marxismo seg$irá sendo Ro horizonte ins$perável de nossa &poca. At& a+$i/ Sartre parece manterWse 3com se$ estilo partic$lar/ desde o in0cio4 na linha da Rs$pera"#o 3a Aufhebung4 de :egel por 7arx/ incorporando geralmente de maneira impl0cita as contrib$i"Nes do ,$ács de +ist"ria e consci#ncia de classe 3com +$em/ de todos modos/ s$stentam $ma d$ra pol*mica a prop;sito do existencialismo4. Por&m/ a di(eren"a espec0(ica sartreana está na incorpora"#o/ dentro do marxismo/ do Rmomento existencialista +$e prov&m da etapa do < ser e o nada . Ali onde ,$ács havia prod$zido $m debate inclusive com :egel/ Sartre (az o mesmo com 9ieregaard5 RPara :egel o Signi(icante [...] & o movimento do sp0rito/ o Signi(icado & o homem vivo e s$a objetiva"#o^ para 9ieregaard/ o homem vivo & o Signi(icante5 ele mesmo prod$z as signi(ica"Nes/ e nenh$ma signi(ica"#o lhe alcan"a desde (ora 3Sartre/ O4. - Rh$manismo sartreano em n0tida oposi"#o ao $niversalismo abstrato hegeliano tanto como ao objetivismo elementar do positivismo/ mas/ tamb&m do marxismo v$lgar/ e +$i"á ao estr$t$ralismo +$e já come"a a assomar signi(ica simplesmente +$e Ra dor/ a necessidade e o so(rimento s#o realidades h$manas brutais +$e n#o podem ser s$peradas o$ m$dadas somente pelo conhecer. As id&ias/ por si s;/ n#o podem trans(ormar a realidade. Sartre n#o nega a+$ele caráte r de antecipação +$e as id&ias podem ter e do +$al (alávamos anteriormente/ sempre +$e se inscrevam no modelo de $ma pr3xis trans(ormadora/ e na perspectiva da l$ta contra a alienação/ vale dizer/ em termos (ilos;(icos gerais/ a separa"#o entre s$jeito e objeto. ntretanto/ ig$al a 7arx/ s$blinha a prioridade da pr3xis com rela"#o ao pensamento Rp$ro. ig$al a 9ieregaard/ s$stenta +$e a pr3xis n#o pode ser red$zida a $m conhecimento abstrato5 deve ser vivida e produ!ida. V#o se trata de descartar completamente :egel/ mas sim de RdialetizaWlo5 como :egel/ ele se preoc$pa com a objetividade do Rreal e da hist;ria/ mas a(irmando ao mesmo tempo a singularidade concreta da experi*ncia h$mana. sta dial&tica & a +$e cr* poder encontrar no marxismo 3o de 7arx4. ntretanto/ por +$e a necessidade do existencialismo 3o de Sartre4K Já o adiantamos/ indiretamente. F
- marxismo está atrav essando $ma crise5 está/ por assim dizer / detido/ congelado5 R1epois de haver li+$idado todas nossas categorias b$rg$esas de pensamento e trans(ormado todas nossas id&ias/ o marxismo nos deixa br$scamente estacados/ incapazes de satis(a zer nossa necess idade de entender o m$ndo a partir da situação particular em +$e nos encontramos 3como diz0amos/ a cr0tica aponta ao marxismo Rstalinista de s$a &poca^ por&m & o s$(icientemente geral e pro($nda para +$e hoje/ novamente/ nos sintamos concernidos por ela/ sobret$do depois da +$eda dos socialismos Rrealmente existentes4. - marxismo Rdominante já n#o encara totalidades vivas 3Rs0ntese de mQltiplas determina"Nes concretas4/ como o (azia 7arx/ e sim Rentidades (ixas singularidades gerais/ as chama Sartre/ para(raseando o universalF singular de 9ieregaard. As R$nidades (ormais destas no"Nes abstratas parecem ent#o (icar dotadas de poderes reais 3o marxismo Rcongelado &/ neste sentido/ $ma express#o objetivamente cQmplice da aliena"#o/ na +$al o Rreal aparece n#o como prod$to da pr3xis/ mas sim como tendo $m peso pr;prio/ a$tHnomo e exterior ' a"#o h$mana5 mais tarde/ na Crítica da ra!ão dial,tica / Sartre chamará isto o pr3ticoFinerte4. Assim/ o marxismo s$cede $ma Rtotalidade encerrada/ $m conhecimento morto^ o marxismo vivo/ ao contrário/ &/ repitamos/ aberto5 se$ Rmodo de prod$"#o de conhecimento & $m movimento regulador/ com se$s Robjetos em permanente m$dan"a e rede(ini"#o. $al & a estr$t$ra e a l;gica desse movimentoK Para explicáWlo/ devemos retomar o +$e come"amos a dizer sobre o m&todo progressivoEregressivo 3Sartre inspiraWse a+$i/ parcialmente/ em :enri ,e(ebvre/ +$e já desde o princ0pio da d&cada de cin+@enta vinha tentando/ nos Cahiers de 8ociologie/ $ma artic$la"#o entre sociologia e hist;ria em $ma perspectiva marxista4. Ao est$dar/ por exemplo/ a realidade complexa de $m gr$po 3o$ de $ma classe4 social ,e(ebvre re(ereWse concretamente ao campesinato (ranc*s há/ em primeiro l$gar/ $ma complexidade hori!ontal +$e remete ao gr$po h$mano/ com s$as t&cnicas prod$tivas espec0(icas/ s$a rela"#o com essas t&cnicas/ e a estr$t$ra social correspondente/ +$e por s$a vez condiciona o comportamento do gr$po/ +$e por s$a vez tamb&m depende dos o$tros gr$pos nacionais e internacionais/ etc.^ por o$tro lado/ há $ma complexidade vertical +$e & hist;rica5 a coexist*ncia Rdesig$al e combinada/ no Rm$ndo espec0(ic o em est$do 3o r$ral/ neste caso4/ de (orma"Nes provenientes de distintas &pocas e d$ra"Nes/ de s$as trans(orma"Nes at$ais ainda +$e mantendo in&rcias do passado/ etc. Ambas Rcomplexidades F<
con(ormam $ma Rtotalidade complexa e aberta/ com a"Nes e rea"Nes entre elas. m&todo para est$dar essa Rtotalidade seg$ndo o delineia Sartre/ reelaborando ,e(ebvre & $m processo em tr*s Rmomentos 3l;gicos45 a] $ma (ase de descri"#o R(enomenol;gica/ de observa"#o sobre a base da experi*ncia e de $ma teoria 3o$ $ma s&rie artic$lada de hip;teses4 geral^ b] $m momento Ranal0ticoWregressivo/ +$e retorna sobre a hist;ria do gr$po em +$est#o para de(inir/ (echar e periodizar as etapas e trans(orma"Nes dessa hist;ria^ c] $m momento RprogressivoWsint&tico/ +$e contin$a sendo hist;ricoWgen&tico/ mas +$ e volta do passado ao presente em $ma tentativa para reFdefinir este Qltimo de maneira mais determinada e complexa +$e na (ase inicial/ (orm$lando al&m de t$do hip;teses tendenciais para o desenvolvimento ($t$ro. >ica/ assim/ completo o movimento progressivoEregressivo. Por&m/ obviamente/ trataWse de $ma Rcomplet$de provis;ria/ já +$e a hist;ria do gr$po contin$a 3salvo/ completa extin"#o do mesmo^ mas/ na verdade/ nem se+$er assim5 tomemos/ por exemplo/ $ma sociedade Rextinta c$lt$ralmente por con+$ista o$ coloniza"#o^ s$a hist;ria/ ainda +$e radicalmente trans(ormada/ contin$ará em s$bterr)neo con(lito com a hist;ria dos con+$istadores e/ portanto/ o m&todo progressivo8regressivo deverá reconstr$0Wla a partir de s$a Rsrcinalidade pr&via/ para dar conta de toda a concreta complexidade de se$ presente4. -s tr*s Rmomentos +$e acabamos de descrever con(ormam a se+@*ncia +$e Sartre/ celebremente/ chama totali!açãoEdestotali!açãoEretotali!ação. Se$ movimento l;gico/ como terá observado o leitor/ & notoriamente semelhante ao de(endido por 7arx na &ntrodução de 9;>? 3embora agora se incorpore o componente Rexist*ncia pronta/ sobre o +$e ainda teremos algo para dizer4. - +$e s$cede & +$e/ como vimos/ esse movimento (ico$ congelado pelo tri$n(o de $m Rmarxismo v$lgar/ antidial&tico/ por s$a vez idealista e positivista. Veste marxismo/ diz Sartre5 a análise encontraWse red$zid a a $ma simples cerimHnia [...] consiste em eliminar detalhes/ em introd$zir (or"adamente signi(icado em certos acontecimentos e em FF
desnat$ralizar os (atos a (im de extrair/ como s$bst)ncia disso/ no"Nes (alsamente sint&ticas/ im$táveis e (etichizadas. -s conceitos abertos do marxismo se encontram agora cerrados/ já n#o s#o claves/ es+$emas interpretativos/ sino +$e aparecem como $m conhecimento já totali!ado. m l$gar de b$scar o todo por meio das partes/ e desse modo enri+$ecer a especi(icidade das partes mediante o exame de s$as signi(ica"Nes polivalentes/ +$e & o princ0pio he$r0stico/ encontramos a li*uidação da particularidade 3Sartre/ O4. L a+$i onde o Rexistencialismo/ o$tra vez/ pode ser Qtil para $ma imprescind0vel renovação desse marxismo paralisado/ e para retomar 3aplicando ao pr;prio marxismo o m&todo progressivo8regressivo4 a ri+$0ssima complexidade de s$a hist;ria/ +$e incl$i o permanente di3logo 3n#o importa +$#o con(lit$oso4 com a totalidade do saber de $ma &poca. A Rs0ntese 3 Aufhebung4 do conhecimento n#o pode ser concebida como $ma Rtotalidade acabada5 somen te pode ser pensada no interior de $ma totali!ação sempre em c$rso/ em movimento/ +$e se homologa ao modelo da pr3xis socialWhist;rica5 +$e/ em cer to mo do/ & essa pr3xis socialWhist;rica constr$indo s$as Rverdades em se$ pr;prio movimento. A verdade res$lta/ diz Sartre5 $ma totaliza"#o +$e incessantemente se 3des8re4totaliza a si mesma. -s (atos partic$lares devem ser resgatados em toda s$a sing$laridade complexa/ mas isso n#o signi(ica +$e tenham em si mesmos $m sentido completo5 n#o s#o verdadeiros nem (alsos/ salvo Rna medida em +$e se encontram relacionados/ pela media"#o de di(erentes totalidades parciais/ com a totali!açãoFemF progresso. A renQncia a este movimento complexo 3+$e em boa medida explicaWse pelo pr;prio estancamento da pr3xis socialWhist;rica dos Rsocialismos reais4 constit$ i para Sartre o calcanhar de A+$iles da teoria do conhecimento do marxismo v$lgar. Por&m/ n#o & +$e n#o possam ser encontrados alg$ns germens +$e logo se desenvolv er#o at& serem dominantes/ por razNes hist;ricas nos pr;prios clássicos. Sartre tem a in$sitada coragem 3+$e & a de todo Rheterodoxo +$e verdadeiramente *uer resgatar o melhor da tradi"#o da +$al prov&m4 de n#o calar sobre o +$e v* como os pontos d&beis/ ainda dentro do pr;prio pensamento srcinário. $ando/ por exemplo/ 7arx escreve +$e Ra concep"#o materialista do m$ndo signi(ica simplesmente a concep"#o da nat$reza tal como &/ sem nenh$m aditamento externo/ está e+$ivocado/ posto +$e isso press$pNe FM
$m ponto de vista Rexterior/ trib$tário da aliena"#o do s$jeito com rela"#o ao objeto/ e nada neste en$nciado tem a ver com a l;gica +$e podemos identi(icar na &ntrodução de 9;>? o$ no primeiro cap0t$lo de < Capital. Por se$ lado/ +$ando ,*nin escreve +$e Ra consci*ncia & somente o re(lexo do ser/ e no melhor dos casos/ $m re(lexo somente aproximadamente exato/ tamb&m pareceria como o 7arx da cita"#o anterior eliminar toda pr3xis da s$bjetividade cr0tica a (avor do RpráticoWinerte. 2sso constit$i $m Rdesvio positivista do esp0rito pro($ndo do marxismo 3+$e/ & claro/ tanto 7arx como ,*nin seg$em (ielmente em s$a pr;pria a"#o hist;rica4. Positivista e idealista/ o +$al n#o & em absol$to contradit;rio. !omo diz Sartre5 PodeWse cair no idealismo/ n#o somente pela dissol$"#o da realidade na s$bjetividade/ mas tamb&m pela negação da s$bjetividade real em nome da objetividade. A verdade & +$e a s$bjetividade n#o & t$do nem nada5 & $m momento do processo objetivo 3o da interiori!ação da exterioridade 4/ e este momento eliminaWse perpet$amente a si mesmo/ e renasce perpet$amente 3Sartre/ O4. sta Qltima a(irma"#o & extraordinariamente importante5 a Aufhebung dial&tica da oposi"#o s$jeito8objeto na pr3xis do conhecimento8trans(orma"#o do real não , $ma Rdissol$"#o da s$bjetividade na objetividade/ nem viceWversa. L $ma tensão criadora +$e participa plenamente do processo de prod$"#o de conhecimento na se+@*ncia totaliza"#o8destotaliza"#o8retotaliza"#o. 1a mesma maneira/ nesse processo/ o momento Rdestotalizador de rec$pera"#o da particularidade concreta e complexa do Robjeto n#o se Rdissolve completamente no conceito da Rretotaliza"#o/ e sim lan"a/ por assim dizer/ $m resto inassimilável pelo conceito +$e/ precisamente/ servirá de ponto de apoio para reiniciar o moviment o. / já +$e estamos/ vale a pena indicar +$e nesse momento Rdestotalizador sartreano/ em +$e pese 's similit$des s$per(iciais/ nada tem +$e ver com a Rdesconstr$"#o p;sWestr$t$ralista 3ao menos em s$a vers#o mais v$lgarizada4/ +$e em todo caso fica nesse momento/ e termina/ como já s$gerimos antes/ red$zindo a Rtotalidade complexa a $m conj$nto ca;tico de partic$laridades +$e perdem no caminho se$ diálogo con(lit$oso/ tensionado/ com a (ase de 3re4totaliza"#o. 2sto &/ (inalmente/ perde o movimento da :ist;ria. FO
1a dial&tica negativa ao inconsciente pol0tico %ale a pena tamb&m apontar/ a+$i/ a similit$de deste racioc0nio com o de Adorno em s$a ial,ctica negativa/ +$ando combate o +$e ele cham a pensamento Ridentit3rio/ vale dizer dessa (orma de pensamento +$e s$bs$me totalmente a partic$laridade na generalidade/ o concreto no abstrato/ em de(initivo o objeto no conceito Rtotalizado. %ale dizer/ citando de mem;ria s$as pr;prias palavras/ a tirania do abstrato sobre o concreto. 6ampo$co para ele trataWse/ nesta Rtirania/ de $m mero Rerro epistemol;gico/ e sim da já mencionada racionalidade instrumental +$e & a +$e corresponde ' l;gica e ' pr3xis de ($ncionamento e reprod$"#o da modernidade tecnocrática 3c$jo paradigma & o capitalismo/ por&m +$e se expressa tamb&m no Rsocialismo b$rocrático4. - nQcleo desta Rtirania &/ novamente/ a positividade de $ma Rdial&tica +$e acent $a o momento da afirmação Rs$peradora do con(lito entre o partic$lar e o $niversal 3a Aufhebung4/ oc$ltando +$e para o pr;prio :egel n#o importa +$ais (oram s$as Rinconsist*ncias posteriores/ e desde pelo menos a 'enomenologia do
espírito/ o momento verdadeiramente
crítico
da dial&tica & o da
negaçãoEnegatividade. / portanto oc$ltando/ al&m de t$do/ +$e no interior da Aufhebung essa nega tividade do con(lito está conservada/ se bem +$e Rmediatizada pelo conceito/ e n#o Rs$perada 3no sentido v$lgar de $ma dissol$"#o o$ $m Rdeixar atrás o con(lito4. A conse+@*ncia +$e extrai Adorno & ine+$0voca5 a dial&tica/ para s*W lo verdadeiramente/ deve ser negativa. 2sto &5 deve (icar tensamente Rem s$spenso 3a express#o & tomada por Adorno de Dalter Benjamin4 no momento negativoFcrítico do con(lito/ desestimando e den$nciando a il$s#o ideol;gica 3a Rinstr$mentalidade de $ma raz#o tir)nica +$e tenta dissolver o concreto no abstrato4 de $ma falsa totalidade +$e/ mediante a opera"#o Ridentitária +$e s$bs$me o objeto no conceito/ pretende apresentar a imagem de $ma realidade Rreconciliada/ dissim$lando s$as (rat$ras/ s$as inj$sti"as/ se$s desgarramentos/ s$a condi"#o de Rcampo de batalha. stamos (rente a $m estilo de pensamento +$e bem poder0amos chamar tr3gico/ no sentido extenso de +$e na trag&dia/ precisamente/ n#o há Rreconcilia"#o/ não h3 Rresol$"#o (inal do con(lito5 o$ propriamente trágico & +$e essa tens#o entre os p;los n#o tenha possibilidade de Rs$pera"#o^ a mediação conceit$al/ longe de Rreconciliar aos p;los con(lit$osos/ os projeta/ por assim dizer/ aos extremos da Aufhebung/ em $ma FX
Rconstela"#o de opostos em tens#o. Visso consiste/ j$stamente/ a :ist;ria5 em $ma permanente reWpolariza"#o e Rretotaliza"#o 3não Rtotalidade5 o R6odo/ na+$ele sentido de $ma realidade acabada e reconciliada consigo mesma & para Adorno o nãoF verdadeiro por excel*ncia4 de constela"Nes con(lit$osas +$e nunca alcan"am $ma plena reconcilia"#o. Visto consiste/ o verdadeiro processo de conhecimento cr0tico5 na produção de $ma Rconsci*ncia do real como estr$t$ralmente con(lit$oso/ contra a ($n"#o central da ideologia instr$mentalista dominante/ +$e & a de (az*Wlo aparecer como reconciliado e harmHnico. 7$itas vezes (oi dito +$e o pensamento de 7arx/ precisamente/ participa desta imago de reconcilia"#o e harmonia / se bem +$e projetada para o ($t$ro/ o R(im da historia no Rcom$nismo 3recentemente :a=dem Dhite/ por exemplo/ +$ali(icado este s$posto estilo de pensamento marxiano como dram3tico/ em contraposi"#o ao pensamento tr3gico de/ colo+$emos/ $m Vietzsche4. V#o estamos de acordo. Para come"ar/ as imagens +$e em alg$ma m$ito escassaocasi#o desenha 7arx do +$e poderia ser o ($t$ro Rcom$nismo s#o signi(icativamente di($sas e meta(;ricas5 7arx n#o tinha a si pr;prio como $m pro(eta 3recordeWse se$ indissim$lado (astio para os disc$rsos R$t;picos4 e sim como $m cr0tico revol$cionário e Rcient0(ico da realidade. Ao cabo/ o +$e podia prever como Rreconcilia"#o no ($t$ro Rcom$nismo baseandoWse nessa cr0tica cient0(ica estava vinc$lada ao desaparecimento de $m motivo de con(lito 3& certo +$e central e constit$tivo da pr;pria estr$t$ra l;gica do capitalismo45 o colocado pela propriedade privada dos meios de prod$"#o e todas s$as complexas deriva"Nes pol0ticoWideol;gicas. Por&m/ de nenh$ma maneira isto pode ser con($ndido com a pro(ecia de $m Rnovo m$ndo (eliz no +$al desapareceriam magicamente os con(litos entre os homens5 ao contrário/ poderWseWia dizer +$e somente ent#o estar0amos em condi"Nes de conhecer exa$stivamente os verdadeiros con(litos h$manos/ +$e n#o estariam atravessados o$ determinados Rem Qltima inst)ncia pela estr$t$ra s;cioWeconHmica. !ont$do/ a bem da verdade/ t$do isso & p$ra espec$la"#o. +$e os pensadores heterodoxos e cr0ticos & o caso +$e agora estamos tratando de Adornorec$peram de 7arx 3ainda +$e n#o somente dele/ claro está4 & j$stamente/ como n#o nos cansaremos de repetir/ essa negatividade crítica para a análise da realidade s;cioWeconHmica/ pol0tica/ c$lt$ral. -$tra vez/ ent#o/ a prod$"#o de saber cr0tico & a+$i inseparável/ por $m lado/ da pr3xis/ e pelo o$tro +$e em verdade & o
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mesmo/ abordado por o$tro lado da hist"ria e da arte. 1eixemos por $m momento esta Qltima Rentrada pelo lado do est&tico/ e nos perg$ntemos pela +$est#o da hist;ria. ntendida ' maneira Radorniana 3+$e &/ em rigor/ a maneira Rbenjaminiana5 (oi de Dalter Benjamin +$e Adorno retomo$ a inspira"#o4 a hist;ria &/ como diria o pr;prio Benjamin/ a hist;ria dos vencidos a o$tra hist;ria/ a dos vencedores/ & a +$e encerra a id&ia de Rprogresso. ssa hist;ria n#o & linear nem evol$tiva5 & intermitente/ s$bterr)nea/ descont0n$a/ espasm;dica. Somente cada tanto por exemplo/ nos momentos de Rcrise de hegemonia/ como diria Gramsci/ o$ desde o in0cio de crise abertamente revol$cionária/ o$ mais geralmente de catástro(e social e c$lt$ral essa hist;ria emerge ' s$per(0cie/ e ent#o toda a hist;ria se v* conv$lsionada e rede(inida. n+$anto isso permanece soterrada/ transcorre R(ora da cena/ mas n#o por isso im;vel e sem conse+@*ncias5 ao contrário/ & em se$ pr;prio n0vel o Rdeterminante em Qltima inst)ncia do +$e ocorre na s$per(0cie/ & o inconsciente político 3em seg$ida voltaremos sobre este conceito4 da imago de Rprogresso dos vencedores/ sobre a +$al insistentemente retorna desde o reprimido para pHr em +$est#o a falsa totalidade com c$ja imagem apresentaWse a hist;ria dos vencedores. R2nconsciente8R2mago8Rretorno do reprimido5 & ind$bitável a srcem (re$diano destes conceitos/ e sem dQvida $m dos achados te;ricoWcr0ticos centrais de Benjamin e Adorno 3e da scola de >ran($rt em se$ conj$nto4 & o do paralelismo/ o$ pelo menos a homologia/ +$e pode encontrarWse/ ainda +$e em campos t#o distintos/ entre os modos de produção de conhecimento de 7arx e >re$d. Vo +$e diz respeito a +$est#o partic$lar +$e estamos tratando/ essa homologia pode ser sintetizados nos dois pontos seg$intes5 a] A Rhist;ria dos vencidos pode tomarWse como $ma metá( ora do inconsciente (re$diano5 ig$al a ela/ as (orma"Nes do inconsciente 3lapsos/ atos R(alhos/ es+$ecimentos/ sonhos/ recorda"Nes Rencobridores/ R(antasmas/ etc.4 insistem em aparecer s$rpreendentemente/ desartic$lando a R(alsa totalidade das id&ias Rclaras e distintas do assim chamado Rsistema percep"#o8consci*ncia/ e entrando em con(lito irresolQvel com dito sistema. 6rataWse de $m ;bvio paralelismo com a dial,tica negativa adorniana/ +$e pNe em evid*ncia o con(lito ig$almente irresolQvel entre o partic$lar concreto e o $niversal abstrato de $m Re+$ivalente geral
F\
conceit$al +$e pretende apresentar o m$ndo do real como $ma estr$t$ra harmHnica/ consistente/ completa e reconciliada. <] 7esmo +$e a Rorigem do con(l ito possa (echarWse no pass ado/ a prod$"#o de se$ conhecimento necessariamente parte de 3e se interessa em4 se$s e(eitos sobre o presente. - trabalho de reconstr$"#o Rar+$eol;gica já (osse o +$e realiza o psicanalista junto com se$ paciente/ como o Rhistoriador materialista ao +$e al$de Benjam0n n#o consiste seg$ndo o en$ncia celebremente o pr;prio Benjamin em s$as R6eses de (iloso(ia da hist;ria na reconstr$"#o dos (atos Rtal +$al realmente ocorreram/ e sim na prod$"#o de se$s e(eitos Rtal como relampag$eam neste instante de perigo. - +$e (az o Rhistoriador materialista n#o & 3para contin$ar com a metá(ora ar+$eol;gica4 reconstr$ir o edi(0cio do passado/ a partir de s$as r$0nas encontradas/ na exatid#o +$e e(etivamente tinha nesse passado/ e sim precisamente ao re v&s/ transformar em ruínas a imagem +$e dele temos/ para/ sobre estas Rr$0nas/ constr$ir algo novo. sse trabalho de Rtrans(orma"#o em r$0nas apresenta/ assim mesmo/ $m ;bvio paralelo tanto com a pr3xis psicanal0tica como com a cr0tica da ideologia dominante/ como com a Rinsist*ncia de $ma pr3xis social +$e por si mesma demonstra o inacabamento do m$ndo do real/ da hist;ria/ da constit$i"#o s$bjetiva/ e & claro/ da prod$"#o de conhecimento. !omo se pode observar/ esses paralelismos he$r0sticos s$pNem $ma concep"#o do tempo hist;rico m$ito alijada dos prej$0zos evol$cionistas/ positivistas o$ Rprogressistas dominantes desde o s&c$lo %222 e 2. A hist;ria n#o & linear nem teleol;gica/ e sim está Rdeterminada retroativamente pelas necessidades de $ma pr3xis do presente/ +$e Rretroat$a sobre o pr3ticoFinerte das pr3xis Rcongeladas do passado. - presente/ dessa maneira/ condensa e desloca 3Rcondensa"#o e Rdeslocamento/ como se sabe/ s#o as d$as opera"Nes básicas da l;gica do inconsciente seg$ndo >re$d4 di(erentes Rtempos hist;ricos +$e convivem con(lit$osamente sob a domina"#o de $m deles/ como na c&lebre teoria marxista do desenvolvimento desigual e combinado. Assim5 estes elementos de Rparalelismo 3o$ de analogia8homologia/ se se pre(ere4 s#o os +$e permitiram >redric Jameson (alar de $m inconsciente político at$ando Rpor baixo da hist;ria/ das rela"Nes sociais/ da c$lt$ra em geral. RPol0tico no sentido amplo/ mas estri to e fundante +$e/ em $ma sociedade dividida em classes na F
+$al o rea l & conformado pelas rela"Nes de domina"#o/ por detrás das estr$t$ras e Rtotalidades da c$lt$ra se encontrará sempre ainda +$e/ como dissemos/ somente intermitentemente isso venha a emergir ' Rconsci*ncia a dimensão conflituosa do socialWhist;rico/ +$e & ao mesmo tempo produ!ida e ocultada pelo Rpensamento identitário. m certo sentido/ a c$lt$ra dominante & $ma gigantesca empresa de elabora"#o do +$e o pr;prio Jameson chama estrat,gias de contenção +$e impe"am o pleno a(loramento do inconsciente pol0tico ' s$per(0cie. s#o ind$bitáveis o$tros paralelismo +$e poder0amos encontrar a+$i/ desta vez com/ novamente/ a no"#o gramsciana de hegemonia/ +$e entre o$tras ($n"Nes tem a de organi!ar as percep"Nes do real por parte das grandes massas. Por s$a vez/ no capitalismo tardio 3e mais ainda na sim chamada Rp;sWmodernidade/ +$e na ling$agem jamesoniana & s$a l;gica c$lt$ral4 esta tare(a (ica destinada n#o somente aos Aparatos 2deol;gicos do stado 3A24 de Alth$sser/ mas tamb&m/ e com crescente import)ncia dado o processo dominante de privatiza"#o globalizada/ ' industria cultural de Adorno e :orheimer/ +$e n#o se limita a ser $m (enHmeno s;cioWeconHmico e c$lt$ral parcial deste capitalismo tardio5 &/ em certo modo / s$a pr;pria l"gica de ($ncionamento/ en+$anto s$bmiss#o plena da partic$laridade concreta na $niversalidade abstrata de $m Re+$ivalente geral 3c$ja matriz & o pleno (etichismo da mercadoria na sociedade chamada Rde cons$mo4. sta l;gica de ($ncionamento proporciona o modelo de $m pensamento +$e tende inevitavelmente a Rnat$ralizar a imagem de $m m$ndo Ressencialmente reconciliado/ no +$al as Rpartic$laridades +$e pareceriam desmentir essa imagem 3digamos/ para simpli(icar5 a inj$sta distrib$i"#o m$ndial da ri+$eza e a dramática polariza"#o social global/ assim como as g$erras imperiais de todo tipo4 aparecem como meros e e(*meros desvios de $m sistema +$e em s$as estr$t$ras básicas está Rreconciliado/ e n#o para insistir com o jarg#o psicanal0tico com o +$e poder0amos chamar assaltos do real +$e (oi R(orcl$ido pelo pensamento identitário. - conhecimento cr0tico baseado na pr3xis/ tal como o representam os Rmarxismos complexos e abertos dos +$ais vimos (alando/ &/ pois nesse plano/ $m processo de constr$"#o das condi"Nes +$e permitam (azer Rvis0vel o inconsciente político da c$lt$ra. 6emos insistido á exa$st#o e acabamos de (az*Wlo $ma vez mais +$e essa constr$"#o & em si mesma $ma pr3xis. - +$e signi(ica5 $ma trans(orma"#o do real +$e/ no entanto/ parte do pr;prio real a trans(ormar. 6emos dito tamb&m +$e/ MT
portanto/ n#o se trata a+$i de nenh$ma onipot*ncia il$minista +$e chega desde fora com $ma teoria per(eitamente acabada para s$bstit$ir os Rerros da ideologia o$ do pensamento identitário. - +$e (az o conhecimento cr0tic o & interrogar as aparentes evid*ncias desse pensamento identitário 3do Rsentido com$m em s$a acep"#o gramsciana4 para reorientar a l;gica sob a +$al (oram historicamente constr$0das/ na dire"#o de $ma reFtotali!ação 3sempre provis;ria4 +$e come"a por pHr de (orma clara +$e se trata/ precisamente/ de $ma constr$"#o hist;rica e n#o de $m dato Rnat$ral. Para colocar ao desn$do 3(azer o stripFtease/ dizia celebremente Sartre4 o con(lito n#o resolvido entre o partic$lar e o $niversal/ entre o objeto e o conceito. Para s$btra0Wlo/ em de(initivo/ ' Rtirania do abstrato. L evidente se nos atemos a $ma R(iloso(ia da pr3xis +$ e somente a ação coletiva 3teoricamente Rin(ormad a4 dos Rvencidos poderá levar 's Qltimas conse+@*ncias essa trans(orma"#o/ posto +$e o pensamento identitário tampo$co & ele pr;prio $ma abstra"#o/ mas sim a Rteoria de s$as pr;prias bases materiais. Por&m/ o conhecimento cr0tico/ incl$sive em se$s aspectos mais a$tonomamente Rte;ricos/ & $m momento indispensável desse processo. !omo tal momento/ entretanto/ e se pretendemos ser conse+@entes com a Rins$bordina"#o do concreto contra a+$ela Rtirania do abstrato/ n#o pode estar s$jeito aos Re+$ivalentes gerais de $m receit$ário $niversal mente aplicável/ com demasiada (re+@*nci a 3e com e(eitos +$e m$itas vezes podem ser +$ali(icados de trágicos4 tem pretendido (az*Wlo a es+$erda Rclássica.
!onhecimento cr0tico e inconsciente pol0tico na8a partir da peri(eria Para (inalizar5 este modo de produção de conhecimento / representado por estes marxismos complexos/ & Qtil o$ se pre(erir necessário para a elabora"#o de $ma teoria cr0tica Rperi(&rica em nossas sociedades semi8neo8p;sWcolonizadasK Serve como input de $ma filosofia da libertação Rperi(&rica como a post$lada/ entre o$tros/ por nri+$e 1$sselK 1$rante m$ito tempo 3e com renovados brios na Qltima d&cada e meia/ a partir da emerg*ncia da chamada teoria p;sWcolon ial4 se veio marcando os Rerros de 7arx e de m$itos Rmarxismos na análise do +$e mais tarde (oi batizado como 6erceiro 7$ndo. - 3compreens0vel e desc$lpável/ mas n#o menos existente4 Re$rocentrismo de 7arx e ngels este Qltimo chego$ a (alar dos Rpovos sem hist;ria/ em $ma m$ito disc$t0vel reca0da no pior do hegelianismo/ assim como se$ Rproletariadocentrismo M
3tamb&m compreens0vel para a sit$a"#o e$rop&ia/ por&m di(icilmente aplicável ' realidade latinoWamericana/ a(ricana o$ asiática de ent#o4 e se$ Rinternacionalcentrismo 3conse+@*ncia dos dois Rcentrismos anteriores4 lhes haviam limitado seriamente a perspectiva de $ma conse+@ente análise e conhecimento cr0tico das complexas realidades extraWe$rop&ias/ conse+@*ncia da coloniza"#o e da Rperi(eriza"#o de boa parte do m$ndo como e(eito da expans#o protoWb$rg$esa o$ li+$idamen te b$rg$esa a partir do s&c$lo %222. stas coloca"Nes n#o est#o totalmente e+$ivocadas/ especialmente +$ando se restringem aos (amosos artigos de 7arx na d&cada de \OT a prop;sito da coloniza"#o brit)nica na ndia nos +$ais certamente/ (azendo gala de $m certo es+$ematismo evol$cionista/ exagera o$ mal entende os bene(0cios de $ma Rtransla"#o do capitalismo desenvolvido para $ma sociedade Ratrasada/ o$ mais ainda/ aos breves e apress$rados artigos jornal0sticos sobre Am&rica ,atina nos +$ais há +$e reconhecer +$e demonstra $ma considerável ignor)ncia sobre se$s processos de descoloniza"#o e constr$"#o nacional/ chegando a tratar Simon Bol0var de Ravent$reiro e o$tros disparates semelhantes. L certo tamb&m +$e ao menos depois de ,*nin o$ 6rots=/ provenientes eles mesmos da peri(eria o$ semiWperi(eria somente $m po$co Re$rop&ia po$co o$ nada tiveram para dizer os heterodoxos marxistas ocidentais sobre a +$est#o 3ao menos at& passada a primeira metade do s&c$lo 4. 1$as honrad0ssimas exce"Nes a isto s#o/ & claro/ os casos de Gramsci 3+$e embora n#o se tenha re(erido estritamente ao 6erceiro 7$ndo/ est$do$ pro($ndamente a sit$a"#o peri(&rica em s$as c&lebres análises da R+$est#o meridional4 e Sartre 3+$e já desde a d&cada de MT realizo$ implacáveis análises do colonialismo (ranc*s na Z(rica5 e c$riosamente/ seg$ndo m$itos de se$s bi;gra(os/ (oi este compromisso com as l$tas anticoloniais +$e termino$ cond$zindoWo a $m marxismo ao +$al antes somente se havia aproximado de maneira t0mida e lateral4. Por&m/ & verdade +$e/ com exce"Nes escassas e marginais/ n#o se encontrar#o textos importantes sobre o tema em ,$ács/ Bloch/ Benjamin/ Adorno/ :orheimer o$ Alth$sser. Assim/ e para regressar a nossa perg$nta srcinária5 bastam estas coloca"Nes para ind$zirWnos a desancar por inoperantes as categorias e m$ito menos a l"gica de pensamento +$e vimos analisando nas páginas anterioresK V#o cremos. m primeiro l$gar/ por razNes hist;ricas5 al&m das sempre poss0veis e pertinentes cr0ticas parciais +$e M<
se podem (azer/ m$ito para n#o dizer a enorme maioria do pensamento cr0tico Rperi(&rico do s&c$lo +$e se propHs/ j$stamente/ pensar criticamente a condi"#o colonial e Rneocolonial do o$trora chamado 6erceiro 7$ndo/ se reivindico$ diretamente Rmarxista/ o$ pelo menos ac$so$ (orte recibo das categorias centrais do3s4 marxismo3s45 de 7ariáteg$i ' teoria da depend*ncia/ de >rantz >anon ' teoria p;sW colonial/ de 1arc= Eibeiro a Samir Amin/ de Andr& G$nder >ran ' teologia da liberta"#o/ de 7ela a Aijaz Ahmad/ etc. 3e haveria +$e agregar/ incl$sive/ certas teorias Rprimeiro m$ndistas de grande $tilidade para o pensamento cr0tico peri(&rico/ como por exemplo a teoria do sistemaWm$ndo de Dallerstein o$ as cr0ticas ao p;sW modernismo Rglobalizado do já citado Jameson4/ nenh$m deles teria conseg$ido s$a reconhecida pro($ndidade e complexidade de análise sem o conc$rso central de certas categorias marxianas básicas. Por&m/ mais importante/ trataWse novamente da l"gica e d o m,todo de pensamento. speramos +$e/ de todo o anterior/ tenham (icado claros ao menos os seg$intes pontos5
] A prod$"#o de conhe cimento cr0tico parte do reco nhecimento de $m con(lito/ de $ma dial,tica negativa 3irresolQvel no p$ro plano das id&ias4 entre a particularidade e o +$e aparece/ o$ pretende post$larWse como/ totalidade. A op"#o Rbinária entre partic$larismo e $niversalismos & (alsa e ideol;gica5 o aut#ntico R$niversalismo cr0tico & o con(lito entre a parte e o todo/ entre o partic$lar concreto e o $niversal abstrato. & a perman#ncia desse con(lito +$e n#o permite +$e o $niversal (echeWse sobre si mesmo. <] Se isso & assim/ ent#o & poss0vel desn$dar as Rbases materiais do +$e em principio estaria impedindo a prod$"#o de conhecimento cr0tico de8na peri(eria5 a saber/ o triunfo da falsa totalidade colonial8neocolonial8imperialista. A partir de M< 3para $tilizar $ma data emblemática4/ uma civiliza"#o 3q partic$lar concreto4/ a e$rop&ia ocidental/ conseg$i$/ gra"as ' e(icácia t&cnicoWmaterial de s$a racionalidade instrumental/ aparecer como a civiliza"#o/ como sinHnimo da Eaz#o e do Progresso como tais 3q $niversal abstrato4/ oc$ltando 3o forcluindo/ para retornar ao ling$agem psicanal0tica4 o con(lito com se$ pr;prio partic$la rismo. L tare(a do conhecimento
MF
cr0tico/ como acabamos de dizer/ a de prod$zir/ para a consci*ncia/ o saber sobre esse con(lito. F] Por&m/ isso signi(ica ent#o/ +$e/ a rigor da verdade/ essa civiliza"#o +$e chamamos o R-cidente moderno & $ma 3a$to4representação da Rtotalidade constit$0da sobre a base da exclusão da totalidade dessa mesma Rperi(eria +$e atrav&s da con+$ista violenta e da coloniza"#o (ez poss0vel/ transformou= o R-cidente na c$lt$ra dominante. L tamb&m tare(a do conhecimen to cr0tico/ ent#o/ restit$ir e reFconstruir o con(lito entre a Rparte e o Rtodo dessa dial&tica de opress#o8(agocita"#o8exp$ls#o. stas s#o as condiçHes mínimas de prod$"#o de $m conhecimento cr0tico Rperi(&rico capaz de combater a partir de nossa pr;pria
situação/ como diria Sartre o
Re$rocentrismo e a colonialidade do saber ' +$al al$di$ An0bal $ijano/ $m (enHmeno de longa data hist;rica mas +$e/ longe de dissolverWse/ se v* na at$alidade
reforçado
com a m$ndializa"#o capitalista 3e$(emisticamente chamada Rglobaliza"#o45 Rre(or"ado/ dizemos/ no sentido de +$e aparece d$plamente dis(ar"ad o nas apela"Nes Rpoliticamente corretas do Rm$ltic$lt$ralismo e o$tros ideologemas de $ma s$posta coexist*ncia pac0(ica dos Rpartic$larismos +$e +$ando s#o celebrados como 0ndice do tri$n(o de $ma globaliza"#o Rdemocrática n#o (azem mais +$e s$bstit$ir a aten"#o da poderosa $nidade s$bterr)nea do poder global/ em o$tra 3por&m ainda mais s$til4 t0pica opera"#o de pars pro toto (etichizada. A essa Rnovidade da globaliza"#o 3c$ja l;gica pro($nda de poder/ no entanto/ está bem longe de ser Rnova4 corresponde $ma imagem da prod$"#o de conhecimento +$e (az deste o$ $ma
universalidade abstrata
Rdesterritorializada 3q a !i*ncia4/ o$ $ma completa Rpartic$laridade n#o menos abstrata 3q o Rconhecimento local4 ao +$al n#o a(etaria a domina"#o do R$niversal. L claro/ ambos extremos complementares s#o ig$almente (alsos e (etichistas. - +$e se re+$er & $ma constr$"#o de conhecimento +$e den$ncie/ novamente/ o conflito inerente ao +$e Dalter 7ignolo chama o lugar geopoliticamente marcado do conhecimento. 6odavia/ se há $m con(lito/ ent#o o conhecimento cr0tico deve levar em conta as duas partes desse con(lito. 1eve insta larWse no centro mesmo dessa
tensão/ desse
Rcampo de batalha. $eremos dizer5 (ar0amos po$co (avor ' R(iloso(ia da liberta"#o renunciando ao melhor desses modos de prod$"#o de conhecimento cr0tico prod$zidos MM
tamb&m dentro da modernidade e$rop&ia/ e em primeiro l$gar o8os marxismo8s. 2sso poderia e+$ivaler/ paradoxalmente/ a colocarWnos precisamente nesse l$gar de exterioridade/ de Ro$tredade radical e absol$ta na +$al o pensamento dominante 3incl$indo/ e +$i"á principalmente/ a certo pensamento Rprogressista4 +$isesse encla$strarWnos/ como $m re(or"o da opera"#o (etichista mediante a +$al se nos excl$i do )mbito da prod$"#o de conhecimento 3já se sabe5 mesmo para as ideologias Rprogressistas/ a peri(eria & o espa"o do sentimento/ da arte/ da express#o po&tica/ e n#o o da racionalidade cr0ticoWcient0(ica4. Pelo contrário/ & imprescind0vel reapropriarF se/ desde nossa pr;pr ia e con(lit$osa situação/ da contestação epistemol"gica +$e o marxismo so$be levantar contra os modos hegemHnicos de prod$"#o do saber/ desde o in0cio Rcorrigindo t$do o +$e nele seja Rcorrig0vel / mas n#o abdicando de antem#o a situarFnos/ com nosso pr;prio olhar/ nesse Rhorizonte de nosso tempo.
- conhecimento cr0tico em Restado de emerg*ncia Vas Qltimas tr*s o$ +$atro d&cadas/ no )mbito acad*mico das sociedades centrais/ mQltiplas (ormas de $m Rpensamento cr0tico n#o diretamente 3e/ por vezes/ nem se+$er indiretamente4 inspiradas no marxismo/ o$ separandoWse progressivamente dele/ emergiram com o objetivo (re+@entemente expl0cito de s$bstit$ir esse Rmodo de prod$"#o de conhecimento sem por isso perder se$ posicionamento cr0tico. 1esde a Rmicro(0sica do poder de $m >o$ca$lt ' Rrizomática dos (l$xos desejosos de 1ele$ze8G$attari/ desde o Rdeconstr$cionismo de 1errida ' Rteoria das m$ltidNes de Vegri8:ardt o$ Paolo %irno/ desde a R(iloso(ia do acontecimento de Alain Badio$ ' Rdemocracia radical p;sWmarxista de ,acla$87o$((e para somente nomear alg$mas das mais importantes Rinova"Nes na teoria cr0tica das d&cadas recentes/ b$sco$Wse $ma s$bstit$i"#o n#oWmarxista/ p;sWmarxista o$ incl$sive antimarxista da teoria cr0tica. esta tend*ncia encontro$ (orte eco nos est$dos c$lt$rais n#o somente provenientes das academias Rcentrais/ mas tamb&m prod$zidos na pr;pria peri(eria. Sem dQvida/ este imp$lso obedece a razNes amb0g$as e at& contradit;rias5 por $m lado para come"ar pelo aspecto Ra$tocr0tico da +$est#o/ & $m sintoma de certa e inegável crise alcan"ada pelo marxismo no contexto da chamada Rp;sWmodernidade^ crise te"rica 3a ortodoxia rit$alista de $m marxismo sectário incapacitado para dar conta das novas problemáticas colocadas em todos os planos pelas trans(orma"Nes globais MO
depois da seg$nda p;sWg$erra4 tanto como políticoFpr3tica 3a pro($nda r$0na dos assim chamados Rsocialismos reais da $ropa do ,este/ +$e já come"o$ a evidenciarWse há meio s&c$lo com o reexame das pol0ticas t#o br$tais como ine(icientes do stalinismo e s$a in(l$*ncia negativa sobre as promessas emancipat;rias do marxismo srcinário4. Por o$tro lado/ & necessário reconhecer +$e a+$elas Rnovidades te;ricas/ tentando n#o abandonar o imp$lso +$estion ador do +$al em o$tra parte chamamo s o modernismo /auto0crítico representado por 7arx o$ >re$d 3e depois por (ig$ras como Gramsci/ ,$ács/ Bloch/ a scola de >ran($rt em se$ conj$nto/ Sartre/ 7erlea$WPont=/ Alth$sser/ Jameson/ etc.4/ proc$raram rede(inir temas e m&todos de investiga"#o e análise cr0tica +$e necessariamente haviam (icado (ora do alcance da+$eles grandes Rclássicos do pensamento cr0tico. -s mQltiplos Rgiros 3ling@0stico/ semi;tico/ hermen*$tico/ est&ticoWc$lt$ral4 prod$zidos ao longo do s&c$lo / mas progressivamente protagHnicos na teoria a partir dos anos sessenta e setenta/ sem nenh$ma dQvida projetaram (rente da cena $ma s&rie de +$estNes 3a ling$agem/ a s$bjetividade/ os Rimaginários/ a Rtext$alidade/ os limites do Rlogocentrismo/ as Rnovas (ormas de identidade &tnica e sex$al/ mais tarde o Rc$lt$ralismo/ a Rp;sW colonialidade/ e assim seg$indo4/ +$e os clássicos/ insistimos/ n#o podiam haver tomado em conta em virt$de de +$e s#o problemáticas emergidas e visibilizadas a partir da+$elas trans(orma"Nes relativamente m$ito recentes na economia/ na pol0tica/ na sociedade e na c$lt$ra m$ndiais. Veste sentido/ trataWse/ na maioria dos casos +$e citamos e em m$itos o$tros/ de (ormas de pensamento irren$nciáveis ao menos/ repetimos/ pelos novos campos de interesse +$e t*m aberto para +$al+$er Rintelect$al cr0tico. Vo entanto/ (azWse mister advertir sobre os riscos +$e para esse mesmo pensamento cr0tico entranha o abandono irre(lexivo do modo de produção de conhecimento marxiano. Ao longo deste ensaio tentamos mostrar +$e ele vai m$ito al&m de $m mero repert;rio de Rtemas de &poca +$e obrigariam a desancar o Rm&todo j$nto com os Robjetos para c$jo conhecimento cr0tico deste Rm&todo havia sido criado. Para come"ar/ temos reiterado at& ' exa$st#o +$e $ma teoria do conhecimento inspirada no crit&rio central da pr3xis/ como & a de 7arx e se$s heterog*neos s$cessores/ n#o pode ser assimilada aos par)metros positivistas de $ma distin"#o r0gida entre Rm&todo e Robjeto. V#o estamos (rente ' +$est#o de alg$ns Robjetos (ixos e MX
preexistentes ' espera do Rm&todo +$e mais ade+$adamente permita est$dáWlos 3como a gravidade ante a ci*ncia neCtoniana/ digamos4/ e sim +$e a pr3xis +$e ($ndamenta o Rm&todo de 7arx constr;i e produ! se$s pr;prios Robjetos / ademais de reconstr$ir e reprod$zir os Robjetos +$e s#o prod$to da práxis socialWhist;rica em s$a complexa Rtotaliza"#o. Por o$tro lado/ esses Robjetos prod$zidos pelo modo de conhecimento marxista 3o capitalismo/ a explora"#o/ a mais valia/ a l$ta de classes/ o imperialismo/ para somente en$merar os mais gen&ricos4/ embora ind$bitável +$e so(reram trans(orma"Nes radicais desde os tempos de 7arx 3incl$sive desde os da scola de >ran($rt/ por exemplo4 est#o m$ito longe de haver desaparecido como tais. Ao contrário/ em m$itos sentidos profundamente em n0veis in&ditos/ +$e o pr;prio 7arx e se$s s$cessores Rclássicos n#o podiam tampo$co ter previsto. L por isso +$e/ ao menos nesse sentido/ o marxismo contin$a sendo para citar o$tra vez Sartre Ro horizonte inevitável de nosso tempo. -bviamente5 o horizonte amplio$Wse espetac$larmente/ e tamb&m (ico$ mais complexo de maneira abr$madora. 2ncl$sive poder0amos dizer/ insistindo com a metá(ora/ +$e se multiplicou5 talvez já n#o possamos ter um s" horizonte. Por&m/ precisamente/ o Rtri$n(o global do capitalismo 3+$e vai estreitamente ligado com se$ completo e mais +$e evidente fracasso como/ a$to denominado/ projeto Rcivilizat;rio4/ torno$Wse imperativo a necessidade de contar com cada vez mais consistente teoria do conhecimento crítico do sistema. L j$stamente essa consist#ncia +$e vem perdendo/ em bene(0cio do +$e em alg$m momento de$ em chamarWse Rpensamento d&bil5 algo +$e/ por mais so(istica"#o (ilos;(ica com a +$al possa teorizarWse/ em Qltima inst)ncia representa $m tipo de relativismo ecl&tico +$e ren$ncia a adotar posi"Nes (irmes (rente ' materialidade dos con(litos hist;ricos +$e est#o no nQcleo de toda (orma de pensamento/ ainda +$e por s$posto nenh$ma (orma de pensamento possa redu!irFse excl$sivamente a isso. Por&m/ n#o & red$cionismo constatar +$e/ em m$itos sentidos/ a emerg*ncia deste Rpensamento d&bil prod$zida entre o (im dos anos setenta e princ0pio dos anos oitenta coincide com a crise simult@nea dos Rsocialismos reais 3assim como das experi*ncias de Rnacionalismo b$rg$*s nas sociedades ex coloniais4 e do capitalismo Rreal/ crise esta Qltima +$e res$lto$ em $ma reconvers#o 3t&cnicoWeconHmica/ mas tamb&m pol0ticoW ideol;gica4 pro($ndamente retr;grada e reacionária/ res$ltando em $ma verdadeira M
catástro(e para os imp$lsos trans(ormadores e cr0ticos do per0odo anterior 3o +$e vai do (im da 22 G$erra 7$ndial at& princ0pio da d&cada de setenta4. Vo plano da teoria/ o abandono do projeto socialista tanto como do Rterceiro m$ndismo clássico/ res$lto$ por s$a vez em $ma s$bstit$i"#o dos v0nc$los do Rtexto com a Rrealidade 3n#o importa +$#o complexa e mediatizada (osse essa rela"#o4/ pela pura Rtext$alidade e o encerramento dos intelect$ais Rcr0ticos em $m espa"o abstratamente acad*micoW espec$lativo. Sobre isto & necessário ser claro/ mesmo com risco de parecer algo dogmático5 como bem disse Aijaz Ahmad/ $ma posi"#o te;rica +$e despacha a hist"ria material como simples Rgrande relato teleol;gico do modoWdeWprod$"#o/ a pr;pria a"#o hist;rica como Rmito das srcens/ as na"Nes e estados como inde(ectivelmente coercitivos/ as classes como meros Rconstr$tos disc$rsivos [...] $ma posi"#o te;rica semelhante &/ no mais preciso sentido destas palavras/ repressiva e burguesa. S$prime as pr;prias condiçHes de inteligibilidade dentro das +$ais podem ser teorizados os (atos ($ndamentais de nossa &poca 3Ahmad/ <4. !omo acabamos de dizer/ de modo alg$m se pode rec$sar os novos Robjetos prod$zidos pelo pensamento cr0tico p;sWmarxista. As materialidades hist;ricas/ as na"Nes/ os estados o$ as classes/ como vimos/ s#o tamb,m/ sem dQvida/ Rconstr$"Nes disc$rsivas. Por&m / & necessário conta r com $ma teoria de s$a articulação 3e se$s n0veis de Rsobredetermina"#o/ para diz*Wlo ' maneira alth$sseriana4 com as realidades persistentes +$e implicam $ma contin$idade na l"gica n#o importa +$ais sejam as descontin$idades nas formas da domina"#o/ da explora"#o o$ da inj$sti"a. Im po$co excessivamente
desl$mbradas
pelas
Rnovidades
da
p;sWmodernidade
$m
desl$mbramento +$e em boa medida pode ser explicado pela pr;pria a"#o da indQstria c$lt$ral e da globaliza"#o c$lt$ral8com$nicacional/ as teorias p;sWmarxistas precipitaramWse no proverbial erro de jogar o beb* j$nto com a ág$a s$ja. 2sso provoco$ o paradoxo de +$e/ em boa medida/ as teorias cr0ticas p;sWmarxistas tenham terminado por repetir a+$ilo +$e ,$ács/ ironicamente/ imp$tava a 9ant5 deteve s$a )nsia de conhecimento (rente 's portas da coisa em si do capitalismo. 1e (ato/ $ma das conse+@*ncias do Rabandono do crit&r io da pr3xis como central para o modo de M\
prod$"#o de conhecimento cr0tico & s$a s$bstit$i"#o pelo +$e poder0amos chamar o crit&rio da p$ra
leitura de $ma Rrealidade considerada e n#o sempre
meta(oricamente como mera Rtext$alidade. !om o risco de res$ltar tedioso/ +$eremos +$e (i+$e claro o seg$inte5 de nenh$ma maneira estamos rec$sando per se a id&ia de leitura crítica dos textos/ nem se+$er da id&ia de +$e/ a certo nível/ a Rrealidade pode considerarWse como constit$0da tamb,m pelos Rtextos 3ling@0sticos/ vis$ais/ massmediáticos o$ o +$e seja4 sob os +$ais os s$jeitos a percebem e interpretam5 depois dos achados da psicanálise/ a ling@0stica o$ a hermen*$tica do s&c$lo / semelhante pretens#o seria $ma necessidade. - +$e estamos rec$sando & a id&ia 3o$ melhor5 o ideologema4 de $ma Rexcl$sividade text$al +$e neg$e $ma autonomia relativa do real sem a +$al/ por o$tra parte/ a categoria de Rtexto careceria de sentido/ pois ent#o/ de
*ue coisa se di(erenciaria o Rtexto para
reclamar sua pr"pria Ra$tonomiaK +$e no limite recai no +$e anteriormente chamamos $ma interpreta"#o 3o$ $ma Rleit$ra4 passiva da realidade/ portanto sempre j3 constit$0da. Paradoxalmente/ isto poderia estar li+$idando calmamente os aspectos mais a$tenticamente cr0ticos do mesmo Rp;sWestr$t$ralismo +$e nos ensino$ 3depois de 7arx e >re$d/ desde já4 a Rler a realidade/ como construção hist"rica e n#o como Rsrcinariedade incomov0vel. Vo entanto/ há sinais de +$e esta tend*ncia poderia estar come"ando a reverterW se/ ao calor dos acontecimentos m$ndiais dos Qltimos anos/ +$e desn$daram por completo os limites literalmente mortais da realidade do s$posto projeto da Rciviliza"#o do capital5 nenh$m pensador cr0tico com $m m0nimo de l$cidez e honestidade intelect$al/ Rseja o$ n#o marxista/ pode já abrigar dQvida alg$ma sobre o verdadeiro caráter de $ma Rglobaliza"#o 3$ma mundiali!ação da lei do valor/ como a chama Samir Amin com maior precis#o te;rica e pol0tica4 +$e em m$ito po$co tempo mais poderia precipitar o m$ndo para $ma verdadeira e (inal catástro(e social/ c$lt$ral e ecol;gica/ e +$e já o precipito$ 3sobret$do depois dos disparatados atentados de 84 a $m schmittiano estado de guerra civil permanente e de estado de exceção e emerg#ncia contínuo/ na +$al tr*s +$artas partes da h$manidade ao menos tem sido red$zidas ' sit$a"#o de ref,ns da concentra"#o econHmicaWpol0ticaWmilitarWtecnol;gica/ assim como de re(&ns das pin"as (atais de dois 3e n#o $m4 ($ndamentalismos genocidas. Va +$al todas as il$sNes de $ma democracia m$ndial Rextensa o$ de $m Rm$ltic$lt$ralismo M
rigorosamente respeitoso/ o$ incl$sive promotor/ das di(eren"as a$t*nticas estalaram em mil peda"os sob os imp$lsos militarist as/ neo(ascistas o$ neoWracistas emergido s como Rsol$"#o desesperada ' crise m$ndializada do esgotado projeto capitalista. A todo o +$al poderia agregarWse/ repitamos/ $ma verdadeira catástro(e ecol;gica prod$to/ em boa medida/ dos ab$sos da domina"#o instr$mental da nat$reza +$e a scola de >ran($rt já den$nciava em s$as primeiras re(lexNes +$e a n#o m$ito longo prazo pNe em perigo a mera sobreviv*ncia biol;gica da esp&cie. Ima vez mais/ esta sit$a"#o +$e bem pode voltar a +$ali(icarWse de tr3gica/ torna da máxima urg#ncia 3pol0tica/ social/ c$lt$ral/ &tica/ e já n#o simplesmente Repistemol;gica4 a reconstr$"#o de nossos modos de prod$"#o de $m saber cr0tico complexo/ aberto e heterodoxo/ mas (irmemente comprometido.
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OT
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O
Marilena Chauí*
A história no pensamento de Marx Pro(essora tit$lar do 1epartamento de >iloso(ia da Iniversidade de S#o Pa$lo/ com especializa"#o em hist;ria da (iloso(ia moderna/ (iloso(ia pol0tica e (iloso(ia contempor)nea.
1esenvolvimento e devir Ao evidenciar +$e a distrib$i"#o dos constit$intes do processo de trabalho FM determina a (orma da prod$"#o/ isto &/ as rela"Nes de prod$"#o determinam as (or"as prod$tivas/ e +$e a distrib$i"#o/ press$posto do processo de prod$"#o/ & reposta por este como $m momento +$e lhe & imanente/ 7arx pode elaborar o conceito de modo de produção. ste se de(ine como a determina"#o das (or"as prod$tivas pelas rela"Nes de prod$"#o e pela capacidade do processo prod$tivo de repor como $m momento interno necessário a+$ilo +$e/ de in0cio/ lhe era externo. - conceito de modo de prod$"#o esclarece $ma distin"#o +$e opera no tratamento dado por 7arx ' hist;ria5 a distin"#o entre devir e desenvolvimento. - devir & a s$cess#o temporal dos modos de prod$"#o o$ o movimento pelo +$al os press$postos de $m novo modo de prod$"#o s#o condi"Nes sociais +$e (oram postas pelo modo de prod$"#o anterior e ser#o repostas pelo o novo modo. desenvolvimento & o movimento interno de $m modo de prod$"#o para repor se$ press$posto/ trans(ormandoWo em algo posto^ re(ereWse/ portanto/ a $ma (orma hist;rica partic$lar/ o$ melhor/ & a hist;ria partic$lar de $m modo de prod$"#o/ c$jo FM
1e acordo com 7arx/ o processo do trabalho poss$i tr*s componentes5 o trabalho/ atividade orientada para s$perar $ma car*ncia/ o material ou objeto do trabalho/ a mat&ria a ser trabalhada/ e os instrumentos de trabalho/ o$ seja/ os meios de prod$"#o. :á processo por+$e os tr*s componentes s#o momentos de $m todo/ o trabalho. O<
desenvolvimento & dito completo +$ando o sistema tem a capacidade para repor internamente e por inteiro o se$ press$posto. Ima (orma hist;rica está desenvolvida +$ando se torno$ capaz de trans(ormar n$m momento interior a si a+$ilo +$e/ no in0cio/ lhe era exterior/ proveniente de $ma (orma hist;rica anterior/ o$ seja/ +$ando realiza $ma reflexão/ de tal maneira +$e a exterioridade & negada como exterioridade para ser posta como interioridade na nova (orma"#o social. - devir temporal se re(ere ao s$rgimento das (or"as prod$tivas/ portanto/ 's m$dan"as nas rela"Nes dos homens com a nat$reza/ podendo ser pensado como linear/ s$cessivo e cont0n$o. - desenvolvimento imanente de $ma (orma hist;rica se re(ere ' re(lex#o realizada pelo modo de prod$"#o o$ o movimento c0clico pelo +$al retoma se$ ponto de partida para repor se$s press$postos. Vo entanto/ j$stamente por+$e se trata de $ma reflexão realizada pela (orma hist;rica/ o retorno ao ponto de partida o altera/ de maneira +$e o desenvolvimento n#o & $m eterno retorno do mesmo e sim dial&tico/ atividade imanente trans(ormadora +$e nega a exterioridade do ponto de partida ao interiorizáWlo para poder conservarWse e/ ao (az*Wlo/ pNe $ma nova contradi"#o no sistema. A distin"#o entre devir e desenvolvimento n#o signi(ica +$e 7arx n#o os tenha pensado j$ntos/ pois o devir depende do desenvolvimento/ o$ seja/ do +$e acontece ' (orma completa de $m modo de prod$"#o para +$e ela possa colocar os press$postos do modo de prod$"#o seg$inte5 a (orma completa termina +$ando/ ao repor completamente se$s press$postos/ ela pNe $ma contradi"#o interna nova +$e ela n#o pode resolver sem se destr$ir. ssa contradi"#o insolQvel & posta por ela e se torna pressuposta na (orma social seg$inte. - desenvolvimento completo revela a finitude da (orma hist;rica e a expNe ' infinitude do devir. m o$tras palavras/ & imposs0vel pensar o devir sem o desenvolvimento e este sem a+$ele/ pois a s$cess#o temporal das (ormas hist;ricas o$ dos modos de prod$"#o depende da re(lex#o de cada $ma
OF
delas o$ de se$ desenvolvimento completoFO. - entrecr$zamento necessário do devir e do desenvolvimento explica a a(irma"#o Ro novo nasce dos escombros do velho.
>ormas pr&Wcapitalistas e (orma capitalista m $rabalho e Reflexão/ J. A. Giannotti 3\F4 acompanha a exposi"#o sobre as (ormas hist;ricas pr&Wcapitalistas e a (orma capitalista/ apresentada de 7arx nos Brundrisse/ en(atizando +$e s$a principal li"#o está em mostrar +$e n#o podemos encontrar $ma matriz Qnica para o social. Va medida em +$e a prod$"#o press$pNe a distrib$i"#o dos componentes do processo de trabalho/ veri(icaWse +$e $m modo de prod$"#o tem d$as (aces/ constit$0das pelo processo de trabalho5 a (ace ativa do processo/ isto &/ a divis#o social do trabalho/ e a (ace passiva do processo/ isto &/ a (orma da propriedade/ determinada pelo modo de apropria"#o de $m dos componentes do processo de trabalho. Vos Brundrisse; 7arx denomina situação hist"rica 9 a+$ela em +$e a propriedade & a do objeto de trabalho/ da mat&ria do trabalho. ssa sit$a"#o hist;rica ocorre nas (orma"Nes sociais mais antigas/ nas +$ais a propriedade & a propriedade da terra/ ainda +$e em cada (orma"#o social varie a maneira como essa propriedade se realiza 3donde a di(eren"a entre a (orma"#o asiática/ a grecoWromana e a germ)nica4. Va situação hist"rica Y/ a propriedade & a do instrumento de trabalho/ como & o caso/ por exemplo/ das corpora"Nes medievais/ pois embora os artes#os n#o tenham a propriedade da terra/ +$e pertence aos senhores (e$dais/ entretanto/ no FO
Por exemplo/ n#o pode haver modo de prod$"#o capitalista se dois press$postos n#o estiverem realizados5 o trabalho livre/ isto &/ $ma propriedade do trabalhador +$e pode ser vendida por ele/ e a separação entre o trabalho e a propriedade dos meios de prod$"#o. -ra/ esses dois press$postos do capitalismo (oram postos pela Qltima volta do desenvolvimento do modo de prod$"#o (e$dal e o modo de prod$"#o capitalista/ +$e parte de algo +$ese$ n#omodo (oi posto porde ele/ pois & condi"#o para$m ele processo venha a existir/ os os incorpora como mesmo exist*ncia/ realizando pelo +$al repNe^ e/ a cada volta do se$ desenvolvimento/ essa reposi"#o pNe contradi"Nes novas at& +$e seja posta a+$ela +$e o sistema n#o terá condi"#o o$ capacidade para interiorizar em se$ movimento e +$e o destr$irá/ ao mesmo tempo em +$e será o press$posto de $m novo modo de prod$"#o/ o com$nismo. A (or"a de $m modo de prod$"#o n#o vem apenas da s$a capacidade econHmica para repor se$s press$postos/ mas tamb&m de s$a (or"a para manter nos membros da (orma"#o social o sentimento da nat$ralidade desses press$postos at& +$e as novas contradi"Nes destr$am tal sentimento e exibam a viol*ncia hist;rica do sistema. OM
interior do processo de trabalho/ s#o proprietários dos instr$mentos de trabalho. Va situação hist"rica W/ a propriedade & o trabalho/ o$ seja/ o trabalhador & escravo. ssas (ormas de propriedade n#o s#o excl$dentes/ mas podem combinarWse de várias maneiras sendo por isso mais importante determinar +$al & a propriedade +$e/ embora coWexistindo com as o$tras/ predomina e de(ine a (orma"#o social/ decidindo todo o restante do processo de trabalho e determinando as rela"Nes sociais. As sit$a"Nes hist;ricas / < e F constit$em o +$e 7arx chama de formas pr,Fcapitalistas da economia. !omo observa Giannotti 3\F4/ ao apresentáWlas como sit$a"Nes hist;ricas poss0veis/ 7arx evidencia a impossibilidade objetiva de s$bordinar o social a $ma Qnica matriz/ pois esta matriz variará dependendo da (orma da propriedade dos componentes do processo de trabalho. Por esse motivo/ Giannotti considera +$e a apresenta"#o das (ormas hist;ricas poss0veis n#o & a apresenta"#o do devir dos modos de prod$zir 3n#o & a s$cess#o temporal dessas (ormas45 o emprego do termo Rhist;rica para re(erirWse a cada $ma das sit$a"Nes tem o signi(icado amplo de oposi"#o ao +$e & nat$ral/ pois cada sit$a"#o está re(erida aos componentes do processo de trabalho e/ por conseg$inte/ ' di(eren"a entre o propriamente h$mano e a nat$reza. Assim sendo/ a express#o pr,Fcapitalista n#o & tomada no sentido de antecedente do capitalismo/ mas o Rpr& signi(ica Rt$do o +$e n#o & capitalista. L bem verdade/ escreve Giannotti/ +$e 7arx poderia ter s$bstit$0do Rpr&Wcapitalista por Rn#oWcapitalista/ e se n#o o (ez n#o podemos eximiWlo da responsabilidade te;rica de n#o haver explicado o emprego dessa express#o amb0g$a. $al a di(eren"a entre pr&Wcapitalista e capitalista/ e como 7arx (orm$la a passagem de $ma (orma"#o pr&Wcapitalista a $ma capitalistaK 6odo modo de prod$"#o/ do ponto de vista de s$a emerg*ncia/ signi(ica sempre a passagem do nat$ral para o hist;rico/ portanto/ a separa"#o entre nat$reza e hist;ria o$ a nega"#o da nat$reza pelo processo de trabalho. Vo entanto/ 7arx observa +$e nas (ormas +$e denomina de pr&Wcapitalistas a nat$reza & o press$posto a liga"#o do corpo dos homens com a terra como se$ Rcorpo inorg)nico / en+$anto no caso do capitalismo o press$posto & inteiramente hist;rico o trabalho livre e a separa"#o entre o trabalhador e os meios de prod$"#o. Al&m disso e sobret$do/ & caracter0stica
OO
pr;pria das (ormas pr&Wcapitalistas +$e nelas o movimento do desenvolvimento o$ da reposi"#o dos press$postos n$nca possa ser completo/ sobrando sempre $m resto +$e o sistema n#o repNe e +$e permanece como press$posto. :á $m res0d$o de nat$reza +$e as (ormas pr&Wcapitalistas n$nca conseg$em negar inteiramente e trans(ormar em hist;ria. Ao contrário/ a (orma capitalista o$ o modo de prod$"#o capitalista & o Qnico hist;rico de ponta a ponta/ nele n#o sobrando nada +$e seja nat$ral. is por+$e nele a ideologia tem $ma (or"a imensa/ pois s$a ($n"#o & introd$zir o nat$ral na hist;ria/ nat$ralizar o +$e & hist;rico. !om e(eito/ se t$do & hist;rico/ ent#o t$do depende da a"#o h$mana e das circ$nst)ncias/ de maneira +$e a conting#ncia desse modo de prod$"#o & $m dado inarredável/ s$rgindo/ assim/ a possibilidade de destr$0Wlo pela a"#o h$mana. Para impedir essa possibilidade/ & preciso asseg$rar na representa"#o dos s$jeitos sociais +$e esse modo de prod$"#o & necessário/ racional/ im$tável e $niversal/ o$ seja/ nat$ral. $atro dissoluçHes s#o necessárias para +$e o modo de prod$"#o capitalista possa emergir no devir temporal5 primeiro/ dissol$"#o do relacionamento com a terra en+$anto corpo inorg)nico do trabalho/ o$ seja/ dissol$"#o da rela"#o do s$jeito com a condi"Nes nat$rais da prod$"#o^ seg$ndo/ dissol$"#o da+$elas rela"Nes sociais e econHmicas em +$e o trabalhador & proprietário dos instr$mentos de trabalho^ terceiro/ dissol$"#o do ($ndo de cons$mo com +$e a com$nidade garantia a sobreviv*ncia do trabalhador d$rante o processo de trabalho^ +$arto/ dissol$"#o das rela"Nes econHmicas em +$e o trabalhador/ como escravo o$ servo/ pertence 's condi"Nes da prod$"#o. -ra/ cada $ma dessas dissol$"Nes indica a dissol$"#o de $ma das (ormas pr&Wcapitalistas/ de sorte +$e o aparecimento temporal do modo de prod$"#o capitalista & a dissol$"#o de todas as (ormas pr&Wcapitalistas. Vo entanto/ & signi(icativo observar +$e a di(eren"a entre $m modo de prod$"#o pr&Wcapitalista e o capitalista/ se acompanharmos a Crítica da filosofia do direito de +egel e A &deologia Alemã/ n#o se dá apenas como presen"a/ no primeiro/ e a$s*ncia/ no seg$ndo/ de $m res0d$o de nat$reza na hist;ria/ como s$gerem alg$ns textos dos Brundrisse. Vessas obras/ 7arx a(irma +$e o modo de prod$"#o da vida material está sempre cindido pela contradi"#o entre as (or"as prod$tivas e as rela"Nes sociais de prod$"#o o$ as (ormas da propriedade/ +$e determinam as opera"Nes da prod$"#o/ a distrib$i"#o/ a troca e o cons$mo. As (or"as prod$tivas con(ig$ram o OX
conteQdo dos relacionamentos dos homens com a nat$reza e consigo mesmos/ isto &/ con(ig$ram o conteQdo dessa rela"#o/ o$ seja/ o trabalho^ em contrapartida/ as rela"Nes sociais de prod$"#o con(ig$ram as (ormas do processo prod$tivo/ o$ seja/ a propriedade. m s$ma/ o conte4do do modo de prod$"#o & determinado pelo trabalho e a forma do modo de prod$"#o & determinada pela propriedade. 6erminado o com$nismo primitivo/ o e+$il0brio entre as (or"as prod$tivas e as rela"Nes sociais de prod$"#o cede l$gar ' contradi"#o por+$e come"a a haver l$ta pela apropria"#o do excedente. Vessa l$ta/ as (or"as prod$tivas se desenvolvem ao máximo e (azem explodir as rela"Nes sociais de prod$"#o. Portanto/ nessas d$as obras/ o desenvolvimento da contradi"#o & o desenvolvimento da luta de classes e esse desenvolvimento explica o devir temporal dos modos de prod$"#o. Sob esta perspectiva/ podemos dizer +$e o modo de prod$"#o capitalista/ como +$al+$er o$tro modo de prod$"#o/ s$rge historicamente +$ando se completam a contradi"#o e a l$ta de classes do modo de prod$"#o anterior. L essa análise hist;rica do devir/ (eita nessas d$as obras/ +$e leva 7arx a abrir o (anifesto do Partido Comunista com a a(irma"#o de +$e a hist;ria das sociedades +$e existiram at& nossos dias tem sido a hist;ria da l$ta de classes. m o$tras palavras/ na perspectiva da Crítica da 'ilosofia do ireito de +egel= de A &deologia Alemã e do (anifesto; o (io +$e tece a hist;ria & o desenvolvimento das (or"as prod$tivas/ desenvolvimento +$e & contradit;rio com as rela"Nes sociais de prod$"#o e por isso o (io & rompido pela l$ta de classes. sse (io prod$z o movimento imanente o$ o desenvolvimento de $ma (orma sing$lar/ $m modo de prod$"#o determinado/ e a r$pt$ra desse (io pela l$ta de classes engendra o devir hist;rico dos modos de prod$"#o. A di(eren"a entre essas obras e os Brundrisse no +$e respeita ' descri"#o do processo hist;rico indica +$e a concep"#o de hist;ria em 7arx está longe de ser cristalina/ transparente e $n0voca/ s$scitando controv&rsias e cr0ticas.
Eacionalismo determinista V$m ensaio intit$lado R- marxismo5 balan"o provis;rio/ !orneli$s !astoriadis 3O4 critica a teoria marxista da hist;ria +$e/ por n#o ter conseg$ido $ltrapassar o racionalismo objetivo de :egel/ &/ a(inal/ apenas mais $ma (iloso(ia da hist;ria. A obje"#o central de !astoriadis ' teoria da hist;ria de 7arx & a a$s*ncia da a"#o O
consciente e a$tHnoma dos homens n$ma hist;ria c$jo motor & a contradi"#o entre o desenvolvimento das (or"as prod$tivas e as rela"Nes de prod$"#o +$e simplesmente os instr$mentaliza para realizarWse ás c$stas deles. $anto ' filosofia da hist;ria marxista/ a obje"#o se volta contra o determinismo/ +$e perde de vista a hist;ria como cria"#o.
Para Marx, escreve Castoriadis, a análise econômica do capitalismo é o ponto no qual deve concentrar-se o ncleo da teoria da história, mostrando que esta é capa! de "a!er coincidir sua dialética com a dialética do real histórico e que os "undamentos e a orienta#$o da revolu#$o sur%em do movimento do próprio real& ' ncleo da análise econômica de Marx s$o as contradi#(es do capitalismo em cu)o centro se encontra uma contradi#$o determinada, aquela entre o desenvolvimento das "or#as produtivas e as rela#(es de produ#$o ou a "orma da propriedade capitalista& 'ra, ho)e sae-se que a análise econômica de Marx n$o pode ser mantida nem em suas premissas nem em seu método nem em sua estrutura, pois sua teoria econômica enquanto tal i%nora a a#$o das classes sociais e, portanto, o e"eito das lutas operárias sore o "uncionamento da economia capitalista, em como o e"eito da or%ani!a#$o da classe capitalista para dominar as tend+ncias espontneas. da economia& A ne%li%+ncia sore tais e"eitos decor re da própria teoria, visto que nela o capitalismo rei"ica completamente os homens ao trans"ormá-los em coisas e os sumete a leis econômicas que n$o di"erem das leis naturais, salvo pelo "ato de que usam as a#(es conscientes dos homens como instrumento inconsciente de sua reali!a#$o& /em dvida, a rei"ica#$o existe, mas n$o pode ser completa, pois se o "osse, o sistema desaaria instantaneamente 0a contradi#$o ltima do capitalismo está na necessidade que o sistema tem, a um só tempo, da atividade propriamente humana e de sumet+-la e redu!i-la ao mínimo possível& ssas primeiras considera"Nes levam !astoriadis a en$merar os aspectos inaceitáveis da teoria da hist;ria marxista5 4 n#o se pode dar ' economia o l$gar central +$e 7arx lhe dava e ela n#o pode ser considerada a$tHnoma/ com leis pr;prias independentes das o$tras rela"Nes sociais^ <4 & preciso re(orm$lar a categoria de O\
rei(ica"#o e com isso toda a teoria da hist;ria de 7arx^ F4 n#o & verdade +$e/ a $m certo estágio do desenvolvimento/ as (or"as prod$tivas cessam de se desenvolver por+$e entram em contradi"#o com as rela"Nes de prod$"#o existentes o$ as rela"Nes de propriedade isso n#o & $ma contradi"#o e sim/ no máximo/ $ma tens#o +$e pode ser/ e tem sido/ resolvida pelo sistema^ M4 n#o se pode passar da a(irma"#o da determina"#o material da exist*ncia h$mana ' red$"#o da prod$"#o o$ do trabalho 's (or"as prod$tivas e/ portanto/ ' t&cnica 3s$postamente dotada de desenvolvimento a$tHnomo4/ deixando as demais atividades h$manas na condi"#o de Rs$perestr$t$ras^ O4 na (ase presente do capitalismo/ o desenvolvimento das (or"as prod$tivas o$ da t&cnica n#o & a$tHnomo/ e sim planejado/ orientado e dirigido explicitamente para os (ins +$e as classes dominantes determinam^ n#o há passividade social/ pois o desenvolvimento da t&cnica n#o & o motor da hist;ria nem poss$i $m signi(icado $nivoco e (echado^ X4 n#o se pode estender para todas as sociedades categorias +$e s; t*m sentido no capitalismo desenvolvido/ a menos +$e a teoria se baseie no post$lado escondido de $ma nat$reza h$mana inalterável c$ja motiva"#o predominante & econHmica^ 4 & imposs0vel negligenciar +$e a consci*ncia h$mana sempre (oi e & $m agente trans(ormador e criador/ $ma consci#ncia pr3tica= $ma raz#o operante +$e n#o se red$z a $ma modi(ica"#o do m$ndo material^ & preciso/ portanto/ rec$sar a Rideologia marxista o$ o Ridealismo t&cnico/ no +$al as id&ias t&cnicas (azem a hist;ria e a consci*ncia h$mana está sempre enganada e il$dida.
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1sse con)unto de aspectos aponta para o ncleo da teoria da história de Marx como um determinismo econômico no qual, apesar das declara#(es do próprio Marx, a luta de classes n$o é o motor da história, mas um anel numa cadeia causal estaelecida na in"ra-estrutura técnico-econômica, visto que as classes s$o instrumentos nos quais se encarna a a#$o das "or#as produtivas& As classes s$o atores no sentido teatral do termo2 s$o a%entes inconscientes do processo histórico, mesmo quando t+m consci+ncia de classe, pois, n$o é a consci+ncia dos homens que determina seu ser social, mas seu ser social que determina sua consci+ncia.& ' conservadorismo da classe no poder e o revolucionarismo da classe ascendente est$o predeterminados por sua situa#$o na produ#$o, de maneira que n$o há lu%ar para a a#$o autônoma das massas& ' "undamento da teoria da história de Marx, de sua concep#$o política e do pro%rama revolucionário é uma "iloso"ia da história racionalista& 3isto que o racionalismo "ilosó"ico pressup(e e demonstra que a totalidade da experi+ncia é exaustivamente redutível a determina#(es racionais, a "iloso"ia da história marxista o"erece de antem$o a solu#$o dos prolemas que coloca, ou, como escreve Marx, os homens só colocam os prolemas que podem resolver& ' marxismo, portanto, n$o ultrapassa a "iloso"ia da história, mas é apenas mais uma "iloso"ia da história que n$o examina a racionalidade do mundo 4natural e histórico5 porque se dá previamente um mundo racional por constru#$o&
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' racionalismo de Marx n$o é su)etivo 46 maneira de 7escartes ou 8ant5 e sim o)etivo 46 maneira de 9e%el5, ou se)a, o real é racional e o racional é real& A história é racional em tr+s sentidos& ' o)eto da história passada é racional porque um o)eto cu)o modelo é o das ci+ncias naturais: "or#as a%indo sore pontos de aplica#$o de"inidos produ!em os resultados predeterminados se%undo um %rande esquema causal que deve explicar a estática e a dinmica da história, a constitui#$o e o "uncionamento de cada sociedade, em como o desequilírio e a pertura#$o que devem condu!ir a uma "orma nova& ' o)eto da história "utura é i%ualmente racional e reali!ará a ra!$o num se%undo sentido: n$o apenas como "ato 4passado5, mas tamém como valor& A história por vir será o que ela deve ser, verá nascer uma sociedade racional que encarnará as aspira#(es da humanidade e onde o homem será en"im humano 4isto é, sua exist+ncia e sua ess+ncia coincidir$o2 seu ser e"etivo reali!ará seu conceito5& 1n"im, a história é racional num terceiro sentido: da li%a#$o do passado com o "uturo, da passa%em do "ato ao valor, as leis quase-naturais ce%as arem caminho para uma humanidade livre, a lierdade emer%indo do seio da pura necessidade2 há uma ra!$o imanente 6s coisas que "ará sur%ir uma sociedade miraculosamente con"orme 6 nossa ra!$o&
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' racionalismo o)etivista só pode ser um determinismo, pois a"irmar que o passado e o "uturo s$o inte%ralmente compreensíveis é o mesmo que a"irmar a exist+ncia de uma causalidade sem "alhas& Mas isso é inaceitável& ; verdade que n$o podemos pensar a história sem a causalidade e que é na história que melhor compreendemos o sentido da causalidade 4na história, o ponto de partida é uma motiva#$o que podemos compreender, enquanto n$o podemos compreender, mas apenas constatar, o encadeamento causal dos "enômenos naturais5& ; verdade que há o causal na vida social e histórica porque há o racional su)etivo 0motiva#$o, plano e pro)eto0 e há tamém o racional o)etivo porque as rela#(es causais naturais e as necessidades puramente ló%icas est$o constantemente presentes nas rela#(es históricas2 e além disso, há ainda o causal ruto., que constatamos sem poder dedu!ir de rela#(es racionais su)etivas ou o)etivas, correla#(es de que i%noramos o "undamentos, re%ularidades de comportamento que permanecem como puro "ato& ?@: =5& A "iloso"ia da história marxista é incapa! de alcan#ar o ncleo criador da história porque incapa! de lidar com as significações históricas&
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1n%els a"irma que a história é o campo das a#(es inconscientes e dos "ins n$o dese)ados&
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'ra, do ponto de vista da causalidade, essa si%ni"ica#$o é, de al%uma maneira, como que dada de antem$o, predetermiando e soredeterminando os encadeamentos causais, a servi#o de uma inten#$o que n$o é de nin%uém& Assim, todo o prolema da história está nessa si%ni"ica#$o, diversa daquela que é vivida pelos atos determinados dos indivíduos, irredutível 6 causa#$o, mas tamém construindo uma ordem de encadeamentos que, emora diversa da causal, está inextrincavelmente li%ada aos encadeamentos de causa#$o& 1m outras palavras, todo o prolema está na di"eren#a e na rela#$o entre a si%ni"ica#$o vivida pelos a%entes históricos e a si%ni"ica#$o posta por processos de causa#$o desprovidos daquela si%ni"ica#$o& 1sse prolema está na ori%em dos mitos, da tra%édia e da cren#a na Provid+ncia& 1 o marxismo n$o dá conta dele porque procura redu!ir inte%ralmente o nível das si%ni"ica#(es ao nível das causa#(es, emora, mais do que qualquer outra teoria, mantenha a idéia de si%ni"ica#$o dos acontecimentos e das "ases históricas, a"irme a ló%ica interna do processo e totali!e as si%ni"ica#(es numa si%ni"ica#$o do con)unto da história 4a produ#$o necessária do comunismo5& Assim, conclui Castoriadis, ao a"irmar que tudo deve ser apreendido em termos de causa#$o, ao mesmo tempo em que deve ser pensado em termos de si%ni"ica#$o, de sorte que o imenso encadeamento causal é tamém um encadeamento de sentido, Marx exacera de tal modo os dois pólos que torna impossível pensar racionalmente o eni%ma da história&
7uas histórias
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?D5 examina as di"eren#as no tratamento dado por Marx 6 história, comparando o Manifesto Comunista, os Grundrisse, O Capital e O Dezoito Brumário& Eodavia,
a interpreta#$o en"ati!a a di"eren#a entre essas oras para melhor ressaltar a identidade secreta que as percorre, pois, a"irma e"ort, em todas elas est$o presentes duas vis(es opostas da história, que oscila entre a muta#$o e a repeti#$o: Marx se es"or#a para evidenciar a história como produ#$o de um sentido no qual o destino da humanidade está posto em )o%o, porém, ao mesmo tempo, n$o cessa de descrever as "or#as moili!adas para desarmar os e"eitos do novo&
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mostra a oposi#$o %loal entre elas e o modo de produ#$o nascido da divis$o entre capital e traalho& ' pré-capitalismo, escreve e"ort, é apreendido a partir do capitalismo como seu outro e o capitalismo n$o é a conclus$o de um processo histórico contínuo comandado por uma contradi#$o "undamental, mas a descontinuidade radical da e na história, uma muta#$o da humanidade.& /omente as condi#(es de "orma#$o do capitalismo s$o capa!es de "a!er sur%ir a "i%ura do traalhador& 7e "ato, nas "ormas pré-capitalistas, o traalhador propriamente dito n$o existe, sua condi#$o é estar li%ado 6 terra., tanto no quadro da pequena propriedade como no da propriedade comunal2 a terra n$o é exterior ao homem e ele é proprietário das condi#(es o)etivas de seu traalho& 1m oposi#$o 6 "orma capitalista, nas "ormas pré-capitalistas o traalho n$o se encontra na ori%em da propriedade, esta n$o é resultado dele e sim sua condi#$o& Assim, é somente enquanto participam da comunidade ou da propriedade comum que os homens traalham& A comunidade trial está na ori%em das tr+s "orma#(es pré-capitalistas complexas 4asiática, anti%a, %ermnica ou "eudal5 e a "orma comunitária é preservada so as modi"ica#(es que cada uma delas introdu!, de maneira que em todas elas o estatuto de proprietário permanece condicionado ao pertencimento 6 comunidade 4cu)os limites s$o mantidos "ixos5, mesmo que esta apare#a como uma entidade transcendente 4encarnada no déspota asiático, na "i%ura do 1stado anti%o ou na assemléia dos ar(es "eudais5& ' estudo do pré-capitalismo é o estudo da e"icácia permanente dessa "orma: nas tr+s "orma#(es, a manuten#$o do limite "ixo da comunidade %arante a auto-conserva#$o e, ao contrário, a perda desse limite leva 6 destrui#$o, esta, porém, n$o decorre de uma a#$o interna 6 "orma#$o social e sim de acidentes externos 4%uerras, mi%ra#(es, urani!a#$o, dispers$o5& A mudan#a vem de "ora e n$o de uma contradi#$o imanente&
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7e um lado, Marx visa uma história evolutiva, de outro, uma história repetitiva& A primeira parece re%ida, em inmeros textos, pelo desenvolvimento das "or#as produtivas, o qual esarra nos limites das rela#(es de produ#$o e, ao "im e ao cao, se dissolve& Eodavia, )á desse ponto de vista, a autonomia outor%ada a esse "ator 0exatamente quando está encarre%ado de incluir a expans$o demo%rá"ica0 parece em contradi#$o com a idéia chave que a produ#$o permanece suordinada a condi#(es socio-naturais, 6 exist+ncia da comunidade mediadora da rela#$o com a terra, ou melhor di!endo, com a idéia de que os e"eitos da produ#$o s$o condicionados pela "orma comunitária 4e"ort, =>?D: FGH5&
A história é repetitiva 0a e"icácia da "orma comunitária "a! com que ela se repita
em
todas
as
"orma#(es
pré-capitalistas
e
que
permane#a
inde"inidamente se n$o "or destruída por "ator es externos0 e evolutiva 0há passa%em da "orma pré-capitalista 6 capitalista& Por isso mesmo Marx oscila na usca do "ator da mudan#a: "ala no desenvolvimento das "or#as produtivas, mas tem que reconhecer que, emora esse desenvolvimento modi"ique o arran)o das rela#(es sociais, n$o modi"ica a "orma comunitária e por isso "ala na mi%ra#$o e na %uerra, oscilando entre um tempo endó%eno e um tempo exó%eno&
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's dois esquemas interpretativos 0repeti#$o, evolu#$o0 servir$o para distin%uir entre as "orma#(es pré-capitalistas e o capitalismo, ou o aparecimento inédito de um tipo de devir social no qual se dá a separa#$o entre a exist+ncia humana ativa e as condi#(es n$o or%nicas de exist+ncia& A exposi#$o das "ormas précapitalistas indica que a divis$o social 4homem livreIescravo, patrícioIpleeu, ar$oIservo5 n$o é comandada pelo mesmo princípio que re%e a divis$o traalhoIcapital, pois, nas primeiras, a divis$o n$o implica uma separa#$o entre o homem e as condi#(es or%nicas de sua exist+ncia, como ocorre na se%unda& Portanto, entre o Manifesto e o s Grundrisse há uma di"eren#a que impede de dar universalidade 6 luta de classes 4ou a"irmar sua continuidade5, pois a "i%ura histórica do traalhador é resultado de uma separa#$o que inexiste nas "ormas pré-capitalistas& 1m suma, a idéia de separação só tem sentido no capitalismo e somente nele ela instaura um princípio de autotrans"orma#$o do social. 4e"ort, =>?D: FG5, ou a in"initude imanente que inau%ura uma história revolucionária, em oposi#$o 6 história conservadora, que caracteri!a o pré-capitalismo& 7e "ato, se%undo Marx, nas "orma#(es pré-capitalistas, )ustamente porque n$o há a separa#$o entre o corpo or%nico dos homens e o corpo inor%nico da terra, a evolu#$o é re%ida pela destrui#$o 4lenta ou rápida5 do estaelecimento humano como índice da contradi#$o inelutável entre a rela#$o dos homens com sua humanidade finita, ancorada numa terra que possuem e os possui, e com sua humanidade infinita, em excesso sore toda determina#$o real, associada ao Jelemento ilimitado da terraK L&&& ' in"inito se assinala apenas na ne%a#$o imediata do "inito, o ilimitado na ne%a#$o imediata do limite. 4e"ort, =>?D: FG5& A comunidade pré-capitalista é a imagem de um corpo que an ula a exterioridade e por isso mesmo o eni%ma da história se concentra no momento de desapari#$o dessa ima%em, com o advento da "orma capitalista ou da separa#$o& 'ra, a interpreta#$o de e"ort toma, a%ora, uma dire#$o precisa: usca a permanncia dessa ima%em em textos de O Capital nos quais ela é o centro das descri#(es econômicas de Marx&
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corporal do traalhador& Mas com essa descri#$o, a manu"atura cessa de aparecer como institui#$o radicalmente nova, que conteria o princípio de uma revolu#$o continuada, sur%indo, em vários textos, como muito semelhante ao modelo das sociedades anti%as, e soretudo operando como estas, ou se)a, a partir de um certo %rau de desenvolvimento, seu nico "im é sua própria conserva#$o& Assim, no exato momento em que Marx está 6 procura de uma "orma nova, de uma di"eren#a de "orma no plano econômico e histórico, sua análise da manu"atura revela a perman+ncia do "antasma do corpo. 4e"ort, =>?D: F=O5, de tal maneira que uma história revolucionária tende a restaurar uma estrutura imoili!ada&
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1ssa perman+ncia "antasmática do corpo e a presen#a da repeti#$o no interior da inova#$o reaparecem na análise da %rande indstria&
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<$o é apenas nessas análises que o esquema de duas histórias se "a! presente& A sociedade ur%uesa é contraditória: a um só tempo, e"etua a interdependncia de todas as atividades e comunica#$o de todos os a%entes
sociais e a e#terioridade recíproca de todas as atividades ou a aliena#$o de todos os a%entes& A autonomia da ordem das rela#(es puramente econômicas vai )unto com a separa#$o das es"eras do político, do )urídico, do reli%ioso, do cientí"ico, do peda%ó%ico, do estético& A sociedade ur%uesa dissolve todas as "ormas tradicionais de produ#$o e de representa#$o, mas ao mesmo tempo, por meio da ideolo%ia, "a! acreditar na racionalidade e na universalidade, dissimulando para si mesma sua própria história& Assim, a história da sociedade ur%uesa n$o se resume ao movimento "eril da destrui#$oIcria#$o, mas Marx descore nela um princípio de petri"ica#$o do social. 4e"ort, =>?D: F=?5 quando aponta os e"eitos da autonomi!a#$o de cada setor da produ#$o, do dis"arce do presente pelo passado e do ocultamento do real pela ideolo%ia& ' capital n$o é uma coisa, n$o é a soma de meios de produ#$o materiais e "aricados, e sim um sistema social de produ#$o.& Porém, visto como coisa, ele se produ! a si mesmo& ; isso o mundo invertido o universo en"eiti#ado.& Nsso si%ni"ica que o princípio o)etivo, a moderna tecnolo%ia, a impessoalidade da produ#$o, o desaparecimento dos mistérios s$o simultneos ao aparecimento de um mundo "antasmático e misterioso& ' reaparecimento dos "antasmas e dos "etiches revela que a repetição $ o duplo do progresso e dá a chave da eni%mática di"eren#a entre o Manifesto e o Dezoito Brumário&
' Manifesto narra a história ur%uesa como epopéia2 o Dezoito Brumário como dan#a macara.& ' Manifesto distin%ue a sociedade capitalista de todas as outras pela simpli"ica#$o da divis$o social e transpar+ncia de sua determina#$o econômica& ' Dezoito Brumário esmi#a a complica#$o dos anta%onismos sociais, o entrela#amento de várias histórias, cada uma ancorada numa classe social particular 4o proletariado como classe em devir e imatura2 a ur%uesia como classe cindida e oposta a si mesma, com várias "ra#(es adversárias2 a pequena ur%uesia como classe média ou intermediária2 o campesinato como n$o-classe que é o verdadeiro suporte do poder onapartista2 o lumpenproletariat como n$o-classe ou classe-lixo2 a urocracia e o exército
como classes parasitárias, pois emora instrumentos da classe dominante, tornam-se independentes, so o se%undo onaparte e instituem o 1stado acima da sociedade5&
1ssa história imóvel, porém, é simultnea a uma outra, e"etiva, a história da uni"ica#$o da ur%uesia como classe, da apari#$o política do proletariado e da cis$o entre 1stado e sociedade civil& Como conseqQ+ncia, o ltimo capítulo inverte o que é dito no primeiro: em lu%ar da dan#a macara "antasmática, o poder onapartista aparece como um produto imaginário de mitos con)u%ados e a revolu#$o está em curso, acumulando "or#as com método para concentrar seu poder de destrui#$o& ' "inal esclarece o início: diante do novo, diante de um "uturo criador, diante de tare"as inéditas, os a%entes invocam os mortos e o passado ressur%e ima%inariamente, uma representa#$o contra a verti%em da mortalidade& A passa%em da tra%édia 6 "arsa, com que se are o livro, é inerente a uma sociedade que se "ormou desconhecendo sua própria realidade e que, quando a ordem social é posta em quest$o, precisa do recurso 6 repeti#$o& Para interromper a repeti#$o é preciso um a%ente novo: o proletariado, que n$o tira sua poesia do passado e sim do "uturo& A sociedade ur%uesa, enquanto tal, n$o pode en%endrar verdadeiros acontecimentos, só pode repetir e sua insi%ni"icncia histórica prepara a ló%ica da contra-revolu#$o: a ur%uesia precisa da regressão para manter a domina#$o, caso contrário, a <
oposi#$o do proletariado terá que ser en"rentada2 no entanto, porque n$o poder en"rentar a contradi#$o real, ruma para o "antasma& 1 n$o apenas ela& Com exce#$o do proletariado imaturo, todas as outras classes e n$o-classes operam no re%istro ima%inário ou na ilus$o& Por que essa presen#a t$o poderosa do "antasmático na economia, nas rela#(es sociais, na política, na históriaR Por que Marx "oi t$o sensível 6 ilus$o e ao ima%inárioR Porque, desli%ada da terra e da "orma comunitária do traalho e da propriedade, a sociedade capitalista opera a total asor#$o da nature!a no histórico e é o advento de uma sociedade sem corpo e sem sustncia& A desincorpora#$o e a dessusstanciali!a#$o, índices de uma "orma#$o social que é histórica de ponta a ponta, a"etam por inteiro o social e o histórico 0tudo o que é sólido se desmancha no ar.& Porém, simultaneamente, o impulso 6 petri"ica#$o, sustanciali!a e naturali!a o social e o histórico, trans"ormando-os em entidades "antasmáticas& <$o é por acaso que O Capital se inicia com o "etiche da mercadoria e termina com a "antasma%oria da "órmula trinitária 36& ?D: FFO5&
A apresenta"#o da historia FX
A (;rm$la trinitária aparece em tr*s pares de rela"Nes entre as categorias econHmicas5 terra8renda/ trabalho8salário/ capital8l$cro/ oc$ltando sob a di(eren"a aparente o (ato de +$e nada mais s#o do +$e o pr;prio capital. Por isso s# o fantasma5 s#o trabalho materializado e est#o separadas por+$e (oram trans(ormadas em valor total/ mas a totalidade & invis0vel e n#o se v* +$e o capital (az aparecer como separadas e independentes as tr*s categorias econHmicas.
F
E$= >a$sto 3a$sto/ a teoria cr0tica do capitalis mo o$ a cr0tica da economia pol0tica &/ do ponto de vista l;gico e n#o cronol;gico/ anterior ' apresenta"#o da hist;ria e por esse motivo/ sendo essa cr0tica o centro do pensamento de 7arx/ & dela +$e s$rge $ma apresenta"#o sobre a hist;ria como $m es+$ema para organizar a dispers#o temporal dos modos de prod$"#o. 1essa maneira/ sem re(er*ncias expl0citas/ o est$do de E$= >a$sto des(az as perspectivas adotadas por !astoriadis e ,e(ort e as aporias apontadas por ambos. A hist;ria & $m pressuposto do disc$rso marxiano5 7arx (ala dela/ mas n#o diz o +$e ela &/ pois o conceito de hist;ria n#o & objeto da investiga"#o. J$stamente por+$e n#o há teoria nem (iloso(ia da hist;ria/ 7arx elabora tr*s modelos de exposi"#o da hist;ria os +$ais t*m em com$m metapress$posi"Nes 3isto &/ a distin"#o entre pr&W hist;ria e hist;ria e entre desenvolvimento e devir4 e as mesmas press$posi"Nes 3propriedade/ ri+$eza/ liberdade/ ig$aldade e satis(a"#o4. mbora todas as press$posi"Nes estejam presentes nos tr*s modelos/ somente $ma delas/ em cada caso/ & determinante. < (anifesto e A &deologia Alemã (ormam o modelo da hist"ria da liberdade/ pois a hist;ria & apresentada a partir da l$ta dos explorados. - seg$ndo modelo/ realizado pelos Brundrisse e por < Capital/ & o da hist"ria da ri*ue!a/ pois a hist;rica & apresentada a partir desse conceito. >inalmente/ os (anuscritos 5conmicoF 'ilos"ficos de 9;]] s#o o terceiro modelo/ o da hist"ria da satisfação . !omo as metapress$posi"Nes e as press$posi"Nes s#o as mesmas nos tr*s casos/ 7arx pode apresentar cada $ma dessas hist;rias como $m progresso o$ $ma con+$ista e/ ao mesmo tempo/ mostrar +$e o modo de prod$"#o capitalista &/ do ponto de vista do desenvolvimento/ $ma regressão nessas hist;rias 3há nele menos liberdade e menos satis(a"#o4 e/ do ponto de vista do devir/ $ma
progressão/ pois nele est#o os
press$postos da sociedade com$nista/ na +$al liberdade/ ri+$eza e satis(a"#o ser#o reais o$ concretas. A apresenta"#o da hist;ria tem d$as camadas5 a da s$cess#o dos modos de prod$"#o e a da distin"#o entre pr&Whist;ria e hist;ria. Para entender essas camadas/ >a$sto resigni(ica a distin"#o entre devir e desenvolvimento/ entendendo o primeiro como $m movimento com dois termos/ nascimento e morte/ aparecimento e M
desaparecimento 3$m come"o e $m t&rmino4/ en+$anto o desenvolvimento & inteiramente l;gico 3ainda +$e essa l;gica transcorra no tempo4/ isto &/ a nega"#o do s$jeito +$ando passa pelo interior de se$ o$tro e a nega"#o da nega"#o do s$jeito +$ando o se$ o$tro passa no s$jeito. - desenvolvimento & a l;gica da nega"#o da nega"#o/ movimento pelo +$al a+$ilo +$e era inessencial n$ma (orma anterior se torna $m press$posto da (orma seg$inte e ao ser posto por ele tornaWse essencial a ela/ o desenvolvimento/ ao inv&s de a(irmar $ma contin$idade temporal/ a(irma a descontin$idade/ pois +$ando o inessencial se torna essencial & posta a di(eren"a intr0nseca entre a (orma anterior e a seg$inte. Al&m dessa distin"#o/ >a$sto propNe $ma o$tra/ entre devir e g#nese. A g*nese corresponde mais o$ menos '+$ilo +$e os bi;logos chamam de ontog*nese/ $m processo de passagem da pot*ncia ao ato/ em +$e a (orma anterior n#o desaparece e sim at$aliza s$as potencialidades na (orma nova. Va g*nese/ há $ma conserva"#o das determina"Nes anteriores na (orma nova sem nenh$ma interven"#o externa^ & por $m movimento imanente ' pr;pria (orma +$e ela dá srcem ' seg$inte/ isto &/ ela at$aliza algo +$e já está nela em pot*ncia. :á/ portanto/ $ma iman*ncia entre o come"o e o (im do processo/ a (orma (inal n#o destr;i t$do +$e veio antes/ e sim determina o indeterminado +$e a antecede$. - devir corresponde mais o$ menos ao +$e os bi;logos chamam de (ilog*nese/ o s$rgimento de $ma esp&cie nova e o desaparecimento de $ma esp&cie anterior. Vo devir há desapari"#o/ perecimento/ morte de $ma (orma com o nascimento da o$tra e n#o excl$i inter(er*ncias externas. A srcinalidade de 7arx & lidar sim$ltaneamente com a g#nese e o devir dando $m aspecto contradit;rio ao disc$rso hist;rico. ssa contradi"#o/ por&m/ & dial&tica/ pois a (or"a do disc$rso hist;rico de 7arx está j$stamente em tomar a reflexão de $ma (orma hist;rica tanto como devir +$anto como g*nese. Vos Brundrisse e nos textos hist;ricos de < Capital; a g*nese n#o coincide com o t&rmino de $ma hist;ria anterior 3como ocorre na ontog#nese biol;gica4 e o devir n#o & a desapari"#o completa das determina"Nes anteriores 3como ocorre na filog#nese biol;gica4/ por+$e devir e g*nese operam sim$lt)nea e contraditoriamente/ nenh$m deles & inteiramente interno nem externo. Por esse motivo/ nessas d$as obras/ o conceito de press$posto tem dois sentidos5 +$ando re(erido ' g*nese o$ +$ando se encontra no interior de $ma g*nese/ 7arx (ala na perman*ncia de restos o$ r$0nas/ O
havendo assim contin$idade temporal^ por&m/ +$ando re(erido ao devir/ 7arx (ala em destr$i"#o da (orma anterior e no s$rgimento da nova (orma. - entercr$zamento entre devir e g*nese permite dizer/ ao mesmo tempo/ +$e $ma (orma nasce no interior da o$tra +$ando esta o$tra já está destro"ada e +$e ao nascer a nova (orma destr;i completamente a anterior. V#o seria isso/ a(inal/ $ma teoria o$ $ma (iloso(ia da hist;riaK A resposta & negativa5 essa generalidade do processo n#o & a $ni(ica"#o o$ a totaliza"#o de $ma diversidade dispersa. Se +$isermos 3' maneira do marxismo v$lgar4 $ni(icar e totalizar a dispers#o das (ormas e considerar +$e a determina"#o econHmica está presente do come"o ao (im da hist;ria/ n#o entenderemos a ling$agem do 7arx nos Brundrisse; nem s$as análises do m$ndo antigo e medieval. Por exemplo/ +$ando (ala da propriedade na antig@idade grecoWromana/ al&m de dizer +$e essa propriedade era a propriedade com$m da terra/ diz tamb&m +$e ela n#o tinha como (inalidade a prod$"#o da ri+$eza/ mas ser prop0cia ' cria"#o de melhores cidad#os. -$ seja/ o conteQdo da economia antiga n#o & econHmico. 1a mesma maneira/ n#o & cas$al +$e (ale em modo de dominação asi3tico e modo de dominação feudal e n#o em modo de prod$"#o asiático o$ (e$dal/ pois s#o (orma"Nes em +$e n#o se pode (alar em modo de produção. ssas observa"Nes indicam +$e a distin"#o entre estr$t$ra econHmica e s$perestr$t$ra pol0tica/ j$r0dica e c$lt$ral n#o & $niversalizável F. !om e(eito/ nas chamadas (ormas pr&Wcapitalistas/ a prod$"#o tem como (inalidade prod$zir valor de $so/ mas no capitalismo s$a (inalidade & a valoriza"#o do valor. Vas (ormas pr&Wcapitalistas/ j$stamente por+$e a (inalidade da prod$"#o & o valor de $so/ n#o se pode separar o econHmico da+$ilo +$e o determina/ e o econHmico & determinado pelo religioso/ pelo pol0tico/ pelo sistema de parentesco etc./ portanto/ & determinado pelo +$e no capitalismo será s$perestr$t$ra. Va (orma pr&Wcapitalista/ & imposs0vel separar os conteQdos das categorias j$r0dicas e econHmicas por+$e a propriedade da terra está ligada o$ ' condi"#o do soberano o$ ' condi"#o do cidad#o/ isto &/ a propriedade da terra & pol0tica e de(ine $ma rela"#o extraWeconHmica^ no modo de prod$"#o capitalista a condi"#o de cidad#o e a de proprietário est#o separadas e a economia determina a pol0tica. Va (orma pr&Wcapitalista/ para se obter o F
Ao examinar os vários aspectos n#o $niversalizáveis das (ormas pr&Wcapitalista e capitalista/ >a$sto deixa claro +$e n#o há/ como j$lga !astoriadis/ determinismo econHmico nem economicista.
X
excedente/ & preciso repress#o/ coer"#o/ viol*ncia (0sica/ isto &/ a"Nes extraW econHmicas^ na (orma capitalista/ o excedente & retirado diretamente do prod$tor por vias excl$sivamente econHmicas. Portanto/ nas (ormas pr&Wcapitalistas/ as s$perestr$t$ras entram necessariamente na constit$i"#o do modo de prod$"#o/ e na (orma capitalista a separa"#o da economia com rela"#o aos o$tros dom0nios & ($ndamental/ o$ seja/ as s$perestr$t$ras s#o pr&Wcondi"Nes externas ' economia. Vas (ormas pr&Wcapitalistas/ as rela"Nes de prod$"#o est#o press$postas/ mas s#o algo abstrato por+$e o ($ndamental & a com$nidade^ no modo de prod$"#o capitalista dáW se exatamente o contrário/ a com$nidade & abstrata e a rela"#o de prod$"#o & o ($ndamental e concreto. 2sso signi(ica/ portanto/ +$e tamb&m a express#o relaçHes de produção tem $m sentido completamente di(erente nas (ormas pr&Wcapitalista e capitalista/ o$ melhor/ rigorosamente & apenas no capitalismo +$e há relaçHes de produção^ essa express#o n#o tem sentido no m$ndo antigo e no (e$dal. 6amb&m n#o pode ser $niversalizada a rela"#o entre mat,ria e forma/ +$e se re(ere ao progresso t&cnico o$ ao +$e se passa nas (or"as prod$tivas. Vas (ormas antigas/ há/ evidentemente/ o emprego da t&cnica/ mas & red$zido/ aleat;rio/ intermitente/ e/ sobret$do/ a prod$"#o econHmica n#o impNe a cria"#o de novas t&cnicas/ n#o impNe novos saberes para o desenvolvimento das (or"as prod$tivas^ há $ma esp&cie de exterioridade entre a mat&ria e a (orma. Ao contrário/ no modo de prod$"#o capitalista/ a mat&ria & impregnada pela (orma/ isto &/ o capital 3a (orma4 se apossa de todas as mani(esta"Nes da base material/ impondoWlhe m$dan"a incessante e permanente/ e por isso as t&cnicas e as condi"Nes das (or"as prod$tivas n#o cessam de m$dar. - sistema pNe constantemente o dese+$il0brio entre a mat&ria e a (orma para +$e esta possa se impor sobre a mat&ria/ pois isso & a condi"#o do desenvolvimento do sistema/ mas & tamb&m condi"#o das crises do sistema e +$e lhe s#o constit$tivas. A no"#o de crise permite apresentar $ma o$tra di(eren"a entre as (ormas pr&W capitalistas e o modo de prod$"#o capitalista. Vos dois casos/ a crise & analisada por 7arx a partir da rela"#o entre o (inito e o in(inito. >a$sto parte da di(eren"a entre limite e barreira/ proposta em alg$ns textos de 7arx. A no"#o de limite & empregada em sentido espinosano 3omnis determinatio negatio est/ toda determina"#o & $ma
nega"#o4F\5 limite & a+$ilo +$e na pr;pria coisa con(ig$ra o ser +$e ela tem/ & se$ interior o$ s$a con(ig$ra"#o interna/ com a +$al estabelece s$a rela"#o com o exterior. A barreira & a+$ilo +$e/ vindo de (ora/ se achega ao limite/ encostaWse nele e/ dependendo da (or"a/ a barreira pode dobrarWse grad$almente at& se tornar o limite/ isto &/ penetrar no interior da coisa e recon(ig$ráWla. Va antig@idade/ o sistema se de(ine como (inito/ marcando o ponto al&m do +$al ele n#o pode ir sem se destr$ir5 a a$toWconserva"#o do sistema & se$ limite/ al&m do +$al o sistema se perde. 1essa maneira/ nas (ormas antigas/ o limite se torna uma barreira +$e protege o sistema e +$e/ se (or transposta/ o destr;i. - capitalismo/ pelo contrário/ se de(ine como in(inito^ nesse sentido/ podeWse dizer +$e/ no in0cio/ n#o poss$i barreira externa/ mas somente limites internos o$ imanentes/ pois +$ando o capital come"a a se ac$m$lar derr$ba todas as barreiras externas +$e prendem o se$ desenvolvimento colocandoWas no se$ pr;prio interior o$ as convertendo em limites internos. Por&m/ como & in(inito/ o capital & a nega"#o de +$al+$er limite/ de maneira +$e a interioriza"#o da barreira trans(ormada em limite signi(ica +$e não h3 mais barreiras nem limites. A (init$de das (ormas pr&Wcapitalistas se expressa no conj$nto de se$s limites5 t*m o limite da propriedade n#o & de todos/ o limite da liberdade & de $m s;/ no despotismo oriental/ e de alg$ns na Gr&cia e em Eoma/ o limite da ig$aldade & de alg$ns e n#o de todos/ e o limite da satis(a"#o & para alg$ns e n#o para todos. A (init$de signi(ica +$e a (orma está organizada de tal maneira +$e n#o pode ir al&m do se$ limite/ pois este a de(ine de dentro para (ora/ & se$ pr;prio ser^ portanto/ $ltrapassar o limite signi(ica perder o ser/ destr$irWse. A destr$i"#o ocorre no instante em +$e $ma barreira externa se cola no limite e vai emp$rrando a (orma/ +$e b$sca +$ebráWla. Para en(rentar a barreira externa/ a (orma b$sca emp$rrar o limite/ ampliáW lo/ mas como a barreira se colo$ no limite/ o es(or"o para +$ebrar a barreira tamb&m +$ebra o limite e (orma & destr$0da F. Va (orma capitalista/ como nas o$tras/ o limite & imanente/ entretanto/ o capital tem a pec$liaridade de incorporar no se$ interior as barreiras externas s$ga por inteiro a exterioridade. - capital & o in(inito. A F\
Va Parte 2 da Ltica= spinosa de(ine o (inito dizendo5 RL (inita a coisa limitada por o$tra de mesma nat$reza. V$ma carta a $m de se$s correspondentes/ spinosa explica a (init$de como $m limite +$e marca a di(eren"a entre $ma coisa e as demais e $sa a express#o +$e :egel e 7arx ir#o tornar c&lebre5 omnis determinatio negatio est/ Rtoda determina"#o & nega"#o. F %*Wse/ assim/ como >a$sto torna intelig0vel o +$e aparecia a ,e(ort como $ma aporia o$ $ma d$pla hist;ria/ isto &/ $m tempo end;geno e $m tempo ex;geno.
\
di(eren"a entre o modo de prod$"#o capitalista e as (ormas pr&Wcapitalistas está em +$e/ nele/ depois de interiorizadas as antigas barreiras/ incorporadas como limites internos/ novas barreiras v#o emergir como limita"Nes decorrentes de se$ desenvolvimento interno. Vas (ormas pr&Wcapitalistas as barreiras s#o posteriores ao limite e n#o podem ser $ltrapassadas/ na (orma capitalista/ as barreiras s#o interiores e podem ser $ltrapassadas/ isto &/ absorvidas pelo limite/ mas em cada $ltrapassagem s$rgem novas barreiras/ de sorte +$e a morte do sistema n#o vem/ como nas (ormas pr&Wcapitalistas/ do (ato de $ltrapassar as barreiras e sim de +$e ele n#o pode $ltrapassáWlas sem prod$zir o$tras. - capital & o ma$ in(initoMT. Vas (ormas pr&Wcapitalistas/ a hist;ria & da com$nidade o$ da identidade/ amea"ada pela perda do limite interno e pela exist*ncia de $ma barreira externa. A crise das (orma"Nes pr&Wcapitalistas & $ma crise da s$a identidade. Vo capitalismo/ dáWse exatamente o contrário5 como ele & o s$gamento de toda exterioridade/ nada exterior pode destr$ir s$a realidade e esta não , a identidade e sim a contradição. capitalismo se de(ine pela impossibilidade da identidade por+$e se$ press$posto incessantemente reposto & a separação5 separa"#o de todos os momentos do processo de trabalho/ separa"#o entre indiv0d$o e sociedade^ separa"#o entre estr$t$ra e s$perestr$t$ra separa"#o entre as es(eras da s$perestr$t$ra. sse modo de prod$"#o & o modo da nãoFidentidade no +$al Rt$do +$e & s;lido se desmancha no ar. As (ormas pr&Wcapitalistas terminam +$ando perdem a identidade^ a (orma capitalista terminará +$ando $ma identidade aparecer/ +$ando a contradi"#o (or levada ao se$ ponto extremo e o processo da nega"#o da nega"#o/ a revol$"#o/ concl$ir a contradi"#o e p$ser a identidade. A distin"#o e o entrecr$zamento entre g*nese/ devir e desenvolvimento permitem a 7arx disc$tir as rela"Nes entre necessidade e conting*ncia/ necessidade e liberdade. A temporalidade interna de $ma (orma hist;rica & obviamente necessária/ pois & o movimento de re(lex#o e constit$i"#o do s$jeito. A temporalidade externa & contingente/ pois depende de mQltiplos acontecimentos externos ao sistema. Vo MT
>a$sto está a(irmando por isso ele &/ em termos hegelianos/ o mau infinito/ pelo (ato de +$e impNe al$cinadamente o desenvolvimento das (or"as prod$tivas por+$e & isso +$e valoriza o valor/ s; +$e esse desenvolvimento das (or"as prod$tivas vai minando com crises o pr;prio modo de prod$"#o. A crise & a+$ilo pelo +$al o sistema ($nciona/ a crise (az com +$e ele possa desenvolver ainda mais as (or"as prod$tivas/ mas a crise & tamb&m a prova de +$e o sistema & finito/ por+$e a cada grande crise ele precisa come"ar praticamente t$do de novo para +$e a crise seja resolvida. le n#o & verdadeiramente in(inito/ & o mau infinito por+$e tem dentro de si a (init$de5 a crise & a presen"a da barreira e a presen"a do limite.
entanto/ 7arx considera os per0odos de transi"#o necessários. 2sso signi(ica +$e a temporalidade externa ad+$ire necessidade e +$e o tempo interno se torna contingente/ o$ seja/ n#o existe garantia nenh$ma de +$al (orma vai s$ceder a o$tra^ n#o existe garantia de +$e apenas a necessidade interna do desenvolvimento & s$(iciente para alcan"ar o devir. A conting*ncia & a(etada de necessidade por+$e a (orma +$e vai desaparecer o(erece os press$postos necessários para a (orma seg$inte^ o desaparecimento & contingente/ mas essa conting*ncia & necessária por+$e os destro"os s#o os press$postos da (orma seg$inte. 7as a necessidade tamb&m & a(etada de conting*ncia/ por+$e a (orma anterior desaparece contingentemente. A no"#o de transi"#o n#o pretende estabelecer $ma contin$idade etapista na hist;ria/ mas tem a ($n"#o de mostrar o cr$zamento do necessário e do contingente em cada passagem de $ma (orma para o$tra.
-s modelos da apresenta"#o da hist;ria Vo (anifesto; o nQcleo & a mera s$cess#o do +$e era at& a+$i/ do +$e & agora e do +$e será amanh#/ gra"as ' l$ta de classes/ sem nenh$m movimento dial&tico. m A &deologia Alemã; o nQcleo & a divis#o social do trabalho^ n#o s; a hist;ria & narrada tendo como se$ (ato ina$g$ral a divis#o social do trabalho como tamb&m a emerg*ncia da ideologia/ decorrente da divis#o do trabalho em material e intelect$al. Vessas d$as obras/ a revol$"#o & a destr$i"#o (inal da exist*ncia de classes oprimidas^ e em ambos/ o capitalismo desenvolve as (or"as prod$tivas at& se tornarem (or"as destr$tivas +$e o esgotam. Vos dois textos/ a revol$"#o & $m ato de (or"a +$e depende de certas condi"Nes objetivas gerais +$e se encontram na sociedade b$rg$esa levam o proletariado a tomar consci*ncia de si como classe explorada/ passando de classe em si ' classe para si/ passagem +$e & o nQcleo da historicidade em ambas as obras. Vo (anifesto; a revol$"#o (az com +$e o com$nismo seja o (im da propriedade b$rg$esa e o in0cio do trabalho livre. m A &deologia Alemã; a revol$"#o pNe o com$nismo como (im da divis#o do trabalho e asseg$ra a s$press#o do trabalho/ por isso nessa obra/ o trabalho +$e existirá na sociedade com$nista n#o será o trabalho livre tal como aparece no (anifesto; e sim $ma atividade criadora/ express#o de liberdade em todos os campos da exist*ncia h$mana. \T
m < Capital e nos Brundrisse; há dois disc$rsos dialeticamente contradit;rios5 o disc$rso posto da apresenta"#o da hist;ria e $m disc$rso pressuposto da apresenta"#o da hist;ria. Agora/ as metapress$posi"Nes s#o e(etivamente postas e as press$posi"Nes ser#o integradas no es+$ema do bom e ma$ in(initos. A liberdade/ a ig$aldade/ a ri+$eza/ a propriedade e a satis(a"#o s#o (initas o$ limitadas na antig@idade/ s#o $niversalizadas e negadas pela má in(init$de do capitalismo e s#o postas na s$a concreticidade no com$nismo/ o$ bom in(inito. A antig@idade & a posi"#o da (init$de/ o capitalismo/ a nega"#o da (init$de no ma$ in(inito e o com$nismo/ nega"#o do ma$ in(inito capitalista no bom in(inito com$nista. Vessas d$as obras/ di(erentemente de A &deologia Alemã/ a ideologia deixa de ser $m conteQdo (also e sem sentido e passa a ser $ma verdade negativa. Para marcar a di(eren"a entre a hist;ria n#o dial&tica do (anifesto e da &deologia Alemã e a hist;ria dial&tica dos Brundrisse e de < Capital/ >a$sto propNe o +$e chama de silogismo dial,tico= com o +$al entenderemos a re(lex#o e(et$ada pela man$(at$ra e s$a di(eren"a com respeito ' re(lex#o realizada pela grande indQstria. V$m silogismo/ há tr*s proposi"Nes 3d$as premissas e $ma concl$s#o4 e dois termos extremos ligados por $m termo m&dio para se obter $ma concl$s#o. Va man$(at$ra/ o termo m&dio & o instr$mento/ os termos extremos s#o o trabalhador e a mat&ria prima. - silogismo dial&tico da man$(at$ra &5 o instr$mento age sobre a mat&ria prima 3primeira premissa4/ mas o trabalhador coletivo maneja o instr$mento 3seg$nda premissa4/ ent#o/ na verdade/ o trabalhador coletivo age sobre a mat&ria prima/ portanto 3concl$s#o4/ na man$(at$ra o s$jeito & o trabalhador coletivo/ constit$0do pela media"#o do instr$mento. Va primeira premissa/ o instr$mento & o s$jeito/ na concl$s#o o trabalhador & o s$jeito/ & ele e n#o o instr$mento +$em age sobre a mat&ria prima. - silogismo da grande indQstria & di(erente por+$e/ agora/ o termo m&dio & o trabalhador/ os termos extremos s#o a mat&ria prima e a má+$ina/ e/ na concl$s#o/ o s$jeito & a má+$ina. A má+$ina age sobre a mat&ria prima e o trabalhador apenas vigia o trabalho da má+$ina e a protege de pert$rba"Nes. Va grande indQstria/ o trabalho vivo 3a atividade do trabalhador4 & apropriado pelo trabalho objetivado o$ morto 3a má+$ina4/ por+$e a rela"#o do capital como valor +$e se apropria da atividade de valoriza"#o & posta no capital (ixo/ +$e existe como ma+$inaria. - trabalhador & (ormalmente o s$porte do capital e materialmente o \
ap*ndice do capital. Va passagem da man$(at$ra para a grande indQstria/ o corpo inorg)nico do homem & perdido (ormalmente e materialmente/ isto &/ na man$(at$ra/ há $ma com$nidade de trabalhadores parciais/ na grande indQstria/ a com$nidade & a com$nidade das má+$inas. A s$bordina"#o real do trabalhador ao capital se (az pela ade+$a"#o plena entre a (orma e a mat&ria/ isto &/ pela apropria"#o da ci*ncia pelo capital. A ci*ncia &/ portanto/ a alma do capitalismo e o trabalhador perde s$a alma^ a ci*ncia tamb&m & o corpo inorg)nico do capital e o trabalhador se torna o corpo org)nico do capital. - trabalho morto/ +$e a ci*ncia traz com as má+$inas/ vampiriza o trabalho vivo do trabalhador. Se re$nirmos o silogismo da man$(at$ra e o da grande indQstria/ percebermos +$e a passagem da man$(at$ra para a grande indQstria & a s$press#o de(initiva da (ig$ra do trabalhador como s$jeito e/ dessa maneira/ obteremos o silogismo dial,tico geral do capitalismo. sse silogismo & a análise +$e 7arx (az da passagem da (;rm$la 7W1W7 3mercadoriadinheiromercadoria4 para a (;rm$la 1W7W1 3dinheiromercadoria dinheiro4/ o$ seja/ o silogismo do modo de prod$"#o capitalista & a+$ele no +$al e(etivamente n#o há ning$&m/ s; há dinheiro e por isso há o (etichismo do capital. m < Capital e nos Brundrisse; o capitalismo & a+$ela (orma"#o +$e/ pela primeira vez/ totaliza o processo hist;rico. V#o totaliza a hist;ria inteira e sim se totaliza e ao se totalizar torna compreens0vel o restante da hist;ria 3a estr$t$ra do homem explica a do macaco4. - capitalismo se totaliza no espa"o/ oc$pando o planeta inteiro/ e se totaliza no tempo por+$e ele & a transi"#o da pr&Whist;ria para a hist;ria/ e/ (inalmente/ e(et$a $ma totaliza"#o interna da s$a pr;pria estr$t$ra social/ n$ma totaliza"#o vertical. Por $m lado/ há $ma descontin$idade entre capitalismo e com$nismo/ como em toda passagem de $m modo de prod$"#o para o$tro/ na medida em +$e o capitalismo s; o(erece para o ($t$ro os press$postos e mais nada. ntretanto/ por o$tro lado/ a passagem & di(erente de todos os casos anteriores por+$e & a passagem da pr&W hist;ria ' hist;ria/ n#o & $ma m$ta"#o como o$tras/ & $ma revol$"#o no sentido pleno. - (im do capitalismo deixa como press$posto para o com$nismo o máximo desenvolvimento das (or"as prod$tivas na (ase p;s ind$strial/ gra"as ' ci*ncia e ' tecnologia/ pois & esse press$posto a condi"#o para +$e na sociedade com$nista n#o haja trabalho nem divis#o social do trabalho/ mas liberdade/ criatividade e ig$aldade. \<
m < Capital; o trabalho s$rge como $ma necessidade nat$ral e/ portanto/ & o l$gar da n#o liberdade^ nessa obra/ 7arx acredita +$e ainda haverá trabalho na sociedade com$nista/ será $m aspecto de n#o liberdade +$e permanece como $m ($ndo irremov0vel. 7as/ nos Brundrisse; gra"as ' id&ia de p;sWindQstria e de desenvolvimento da ci*ncia/ desaparece a id&ia de +$e o trabalho material contin$aria sendo necessário^ os homens n#o precisar#o realizar trabalho material por+$e os a$tHmatos ir#o (az*Wlo. 7$da/ assim/ o signi(icado do trabalho5 & cria"#o/ a$tomani(esta"#o do homem no saber e nas artes. Vos Brundrisse; portanto/ a (;rm$la c&lebre/ Rde cada $m seg$ndo s$as capacidade/ a cada $m seg$ndo s$as necessidades/ se torna e(etivamente libertária.
Bibliografia !astoriadis !. O R,* marxisme5 bilan provisoire em 1Kinstitution imaginaire de la soci,t, 3Paris5 Se$il4. >a$sto/ E. \F (arx. 1"gica e Política & 3S#o Pa$lo5 Brasiliense4. >a$sto/ E. \ (arx. 1"gica e Política && 3S#o Pa$lo5 Brasiliense4. >a$sto/ E. ,4. Giannotti/ J. A. \F $rabalho e Reflexão. 5nsaios para uma dial,tica da sociabilidade 3S#o Pa$lo/ Brasiliense4. ,e(ort/ !. \ R7arx5 d$ne vision de lhistoire ' la$tre em 1es formes de lKhistoire. 3Paris5 Gallimard4. 7arx/ 9arl 9:?W Brundrisse 3B$enos Aires5 Siglo 24. 7arx/ 9arl \ < e!oito Drum3rio de 1ui! Donaparte 3S#o Pa$lo5 7oraes4. 7arx/ 9arl riedrich \M A &deologia Alemã 3S#o Pa$lo5 7oraes4.
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7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich \ (anifesto do Partido Comunista 3S#o Pa$lo5 Boitempo4.
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Atilio A. Boron
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/eoria pol:tica marxista ou teoria marxista da pol:tica
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Secretário xec$tivo do !onselho ,atino Americano de !i*ncias Sociais 3!,A!S-4. 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
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A re(lex#o pol0tica marxiana deve/ por direito pr;prio e legitimamente/ oc$par $m l$gar destacado na hist;ria das id&ias pol0ticas e/ mais ainda/ constit$irWse em $m dos re(erentes do$trinários primordiais para a imprescind0vel re($nda"#o da (iloso(ia pol0tica em nossa &poca.
:$ntington e Bobbio A opini#o mais di($ndida considera 7arx $m economista pol0tico/ talvez como o Rgrande rebelde entre os economistas pol0ticos clássicos. -$tros/ entretanto/ o consideram $m soci;logo/ en+$anto +$e n#o po$cos dir#o +$e (oi $m historiador. $ase todos/ ademais/ coincidem em caracterizáWlo como o maior pro(eta da revol$"#o. A$tores t#o di(erentes como Joseph Sch$mpeter e Ea=mond Aron/ por exemplo/ mostram reiteradamente este caráter m$lti(acetário do ($ndador do materialismo hist;rico. 1e (ato/ 7arx navego$ em cada $m destes campos/ mas como es+$ecer +$e primeiro/ e antes de t$do/ (oi $m brilhante (il;so(o pol0ticoK M. Vo entanto/ (oi necessário esperar po$co mais de $m s&c$lo de s$a morte para +$e o nome de 7arx come"asse a ressonar nos ran"osos cla$stros da (iloso(ia pol0tica. Eesenhar as ca$sas deste lamentável extravio excederia os objetivos deste artigo. BastaWnos recordar a opini#o de $m intelect$al sit$ado nas ant0podas da tradi"#o marxista^ re(erimoWnos ao te;rico neoconservador Sam$el P. :$ntington/ +$e em se$ (amoso livro Political
6rabalhei em pro($ndidade estas id&ias nos artigos organizados em Boron 3
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asseg$ra +$e/ se (orem levados em conta os aportes realizados pelo primeiro para a compreens#o da e da a"#o sobre vida pol0tica/ 7arx & apenas $m r$dimentar predecessor de ,*nin/ o grande sistematizador de $ma teoria do stado/ inventor de $ma teoria de partido e grande te;rico 3e prático4 das revol$"Nes. :$ntington re(lete/ assim/ a partir da direita/ $ma opini#o amplamente compartilhada incl$sive nos meios de es+$erda 3:$ntington/
$m ápice o legado te;rico do ($ndador do marxismo no terreno da pol0tica o$ de aportar alg$mas novas id&ias no caso de +$e 7arx n#o tivesse prod$zido absol$tamente nada neste terreno n#o & mais +$e $m sintoma do arraigo +$e certos preconceitos antimarxistas t*m na (iloso(ia pol0t ica e nas ci*ncias sociais em se$ conj$nto / e ante os +$ais nem se+$er $m talento s$perior como o de Bobbio se encontrava ade+$adamente im$nizado. Im seg$ndo aspecto +$e deve ser considerado ao analisar a resposta bobbiana remete ao $so indistinto +$e (az o a$tor +$ando con($nde Rnegatividade com Rinexist*ncia. -s termos n#o s#o sinHnimos e/ portanto/ dizer +$e $ma teoria sobre alg$m tema em partic$lar & Rnegativa n#o signi(ica +$e a mesma seja inexistente/ e sim +$e a valora"#o +$e em dita teoria se (az de se$ objeto de indaga"#o & negativa. S$stentaremos no s$cessivo +$e $m arg$mento +$e s$blinhe a negatividade de certos aspectos da realidade de nenh$ma maneira a$toriza des+$ali(icáWlo como teoria. / nesse sentido/ em +$e pese ' s$a concep"#o Rnegativa da pol0tica e do stado/ 7arx escreve$ coisas s$mamente interessantes sobre o tema. PodeWse estar o$ n#o de acordo com elas/ mas s$a estat$ra intelect$al as coloca em $m plano n#o in(erior das teorias +$e prod$ziram as maiores cabe"as da hist;ria da (iloso(ia pol0tica no s&c$lo 2. Por +$e in(erir +$e essas id&ias de 7arx n#o constit$em $ma teoriaK Bobbio n#o nos o(erece $ma arg$menta"#o convincente a respeito. PareceWnos +$e al&m dos m&ritos +$e ind$bitavelmente tem o diagn;stico bobbiano sobre a paralisia te;rica +$e a(etasse o marxismo d$rante boa parte do s&c$lo vinte/ s$a concl$s#o n#o (az j$sti"a ' amplit$de e pro($ndidade do legado te;ricoWpol0tico de 7arxM<. >inalmente/ & preciso demonstrar +$e res$lta inadmiss0vel b$scar $ma Rteoria pol0tica marxista sem +$e tal pretens#o entre em con(lito com as premissas epistemol;gicas ($ndantes do materialismo hist;rico. 2sto &/ a perg$nta pela exist*ncia de $ma teoria Rpol0tica marxista somente tem sentido +$ando constr$0da a partir dos s$postos básicos da epistemologia positivista das ci*ncias sociais/ irred$tivelmente antagHnicos com os +$e presidem a constr$"#o te;rica do marxismo. Seg$ndo essa vis#o/ dominante nas ci*ncias sociais/ a teoria pol0tica se encarregaria de est$dar/ em se$ espl*ndido isolamento/ a vida pol0tica/ ao passo +$e a sociologia est$daria a sociedade^ a economia est$daria a estr$t$ra e din)mica dos mercados/ deixando de lado M<
Sobre esta paralisia cons$ltar a obra de Perr= Anderson 3\^ \X4 e o artigo de Javier Amadeo/ R7apeando o marxismo/ incl$0do neste vol$me.
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toda considera"#o de R(atores ex;genos como a pol0tica e a vida social. ssa bárbara cis#o da realidade pr;pria do pensamento (ragmentador e rei(icador do modo de prod$"#o capitalista/ e no +$al o (etichismo da mercadoria in(ecciona todas s$as representa"Nes mentais & incompat0vel com as premissas ($ndantes da tradi"#o marxista. %ejamos/ ent#o/ como se pode conceber a re(lex#o sobre a pol0tica e sobre o pol0tico a partir do marxismo.
Sobre a s$posta Rdeser"#o do 7arx (ilos;(icoWpol0tico !omo mostra Imberto !erroni/ a Rlenda dos dois 7arx iniciaWse com a pop$lariza"#o das teses de ,o$is Alth$sser +$e/ em s$a obra/ disting$e entre o 7arx Rh$manista e ideol;gico da j$vent$de e o 7arx Rcient0(ico da mat$ridade 3!erroni/ X5
desenvolvedores da obra te;rica de 7arx/ mas sim partidários de $m modelo te;rico desenvolvido depois de 7arx e em oposi"#o a ele. L evidente +$e/ para esta corrente/ a Rs$pera"#o do marxismo & $m ass$nto de engenho ret;rico e +$e se resolve no terreno da arte do bem dizer. V#o cabem dQvidas de +$e o marxismo terá alg$m dia de ser s$perado/ mas esse n#o & $m problema +$e se resolva no plano das controv&rsias te;ricas/ e sim no terreno m$ito mais concreto da prática hist;rica das sociedades. Para +$e tal s$pera"#o se prod$za/ será necessário sep$ltar primeiro a sociedade de classes/ tare(a por certo nada simples. L preciso/ por conseg$inte/ destacar a $nicidade do trabalho (ilos;(icoWpol0tico de 7arx e/ a partir desse ponto/ retomar o diálogo com Bobbio. 1iz nosso a$tor +$e 7arx sabia m$ito bem o +$e aparentemente ignoram certos marxistas5 +$e a (iloso(ia da b$rg$esia como classe em ascens#o n#o era n#o podia ser o idealismo alem#o/ e sim o $tilitarismo ingl*s. m +$e pese a isso s$a re(lex#o (ilos;(icoWpol0tica/ 7arx opto$ por dedicarWse +$ase excl$sivamente a :egel/ (il;so(o exc*ntrico seg$ndo Bobbi o/ e c$jas laboriosas el$c$bra"Nes po$co o$ nenh$ma relev)ncia poss$0am no momento de pretender deci(rar a cosmo vis#o da b$rg$esia e s$as $rg*ncias pol0ticas. 1ois s#o os erros +$e encontramos na a(irma"#o do a$tor italiano. L certo +$e a (iloso(ia pol0tica b$rg$esa de meados do s&c$lo 2 (ora da Alemanha/ e principalmente na 2nglaterra/ tinha como prioritários os temas +$e obcecavam s$a Rclasse de re(er*ncia/ isto &/ a b$rg$esia. 1a0 +$e ass$ntos tais como o individ$alismo/ a identi(ica"#o do bem com o Qtil/ o prazer e a dor como m;veis da cond$ta h$mana/ e a +$est#o da disciplina social oc$passem $m l$gar t#o proeminente na agenda do $tilitarismo ingl*s. 1a0/ tamb&m/ a 0ntima conex#o existente entre esta corrente (ilos;(ica e o pensamento de dois dos pais ($ndadores da economia pol0tica5 1avid Eicardo e 6homas 7alth$s. 7as isso n#o a$toriza a sentenciar a irrelev)ncia da obra (ilos;(icoWpol0tica de :egel. Por o$tro lado/ n#o & verdade +$e 7arx dedicasse +$ase excl$sivamente se$ tempo ao exame do sistema (ilos;(ico hegeliano. -s pais ($ndadores da economia clássica tamb&m (oram objeto de metic$loso est$do e n#o t#oWsomente de se$s componentes econHmicos5 7arx presto$ m$ita aten"#o/ por exemplo/ ' considera"Nes &ticas e morais de a$tores como Adam Smith 3c$ja $eoria dos sentimentos morais era conhecida por 7arx4/ o já mencionado 7alth$s e/ em menor medida/ Jerem= Bentham e \
os 7ill/ pai e (ilho. 7arx entendia +$e era imposs0vel compreender as atividades econHmicas ' margem das complexas media"Nes pol0ticas/ simb;licas e c$lt$rais. 1esenvolvamos ambos os pontos por partes. m primeiro l$gar/ & correto dizer +$e a teoria hegeliana n#o prod$z $ma radiogra(ia ade+$ada da ontologia dos estados capitalistas. Vo entanto/ n#o por isso deixa de c$mprir $ma cr$cial ($n"#o ideol;gica5 nada menos +$e mostrar ao estado b$rg$*s como a es(era s$perior da eticidade e da racionalidade da sociedade moderna/ como o )mbito no +$al se resolvem civilizadamente as contradi"Nes da sociedade civil. m o$tras palavras/ mostrar ao estado como este deseja ser visto pelas classes s$bordinadas. Se bem a cr0tica marxiana se concentro$ pre(erencialmente na obra de :egel/ (altaria ' verdade +$em ad$zisse +$e a re(lex#o te;ricoWpol0tica de 7arx apenas se circ$nscreve$ em realizar $m Raj$ste de contas com se$ passado hegeliano. 2ncl$sive nos primeiros anos de s$a vida 7arx inc$rsiono$ em $ma cr0tica +$e/ sobrepassando :egel/ tinha como alvo os preceitos ($ndantes do liberalismo pol0tico/ mas n#o como eles se plasmavam em tal o$ +$al livro/ mas sim em s$a ($lg$rante concre"#o na Eevol$"#o >rancesa e na 1eclara"#o dos 1ireitos do :omem e do !idad#o. m $m texto contempor)neo aos dedicado s ' cr0tica a :egel re(erimoWnos ' já citada A *uestão ^udaica 7arx desn$da sem contempla"Nes os ins$peráveis limites do liberalismo como (iloso(ia pol0tica. m termos gramscianos/ poder0amos dizer +$e en+$anto o $tilitarismo ministrava os ($ndamentos (ilos;(icos de +$e a b$rg$esia necessitava en+$anto classe dominante/ o hegelianismo (ez o pr;prio +$ando essa mesma b$rg$esia se lan"o$ a constr$ir s$a hegemonia. Por conseg$inte/ n#o & po$ca coisa +$e 7arx tenha tido a o$sadia de desmascarar esta estrat&gica ($n"#o ideol;gica e legitimadora c$mprida pelo hegelianismo e os alcances da (iloso(ia pol0tica liberal. m +$e pese ' s$a alegada Rexcentricidade/ a re(lex#o de :egel constit$0a $m aporte m$ito mais importante +$e o dos $tilitaristas para a j$sti(ica"#o do stado b$rg$*s. ste mal podia legitimarWse apelando aos cálc$los di(erenciais de prazer e desprazer o(erecidos por Jerem= Bentham/ en+$anto +$e a concep"#o do stado de $m stado de classe/ recordemos como express#o e garante dois interesses $niversais da sociedade e como árbitro ne$tro no con(lito de classes o(ereciam/ e ainda o(erecem/ $m arg$mento m$ito mais convincente para dita empresa. m s$ma5 7arx n#o se e+$ivoco$ ao eleger :egel como alvo pre(erencial de s$as cr0ticas. T
Por o$tro lado/ & preciso +$e tenhamos em conta o clima de &poca. A lenta descomposi"#o da (orma"#o social (e$dal havia aberto $m per0odo de incertezas ideol;gicas +$e come"o$ a ser (echado por novas teoriza"Nes s$rgidas no campo da b$rg$esia. Assim/ o (il;so(o pol0tico holand*s/ nascido em Eoterd# e residente a maior parte de s$a vida na 2nglaterra/ Bernard de 7andeville/ p$blicaria em M $m livro de excepcional import)ncia5 A f3bula das abelhasT ou vícios privados= benefícios p4blicos 3\<4/ texto no +$al o interesse ego0sta & reWsigni(icado/ em aberta oposi"#o 's do$trinas e cost$mes medievais/ como cond$cente ' (elicidade coletiva. Vo entanto/ a (;rm$la ind$bitavelmente mais aclamada do exacerbado individ$alismo da &poca se res$me na (amos0ssima metá(ora da Rm#o invis0vel +$e pop$larizaria/ mais de meio s&c$lo depois/ Adam Smith. - impacto da mesma (oi t#o (orte +$e permeo$ o conj$nto das teorias econHmicas/ sociol;gicas e (ilos;(icas de se$ a$tor/ (icando indissol$velmente $nida ao nome de se$ criador como se nela se esgotasse toda a ri+$eza de s$a análise. !abe marcar +$e Smith proble matiza em n#o po$cas ocasiNes a s$posta mec)nica da Rm#o invis0vel al$dindo explicitamente 's contradi"Nes e con(litos sociais +$e atravessam a nova sociedade. Smith menciona repetidamente/ e com $m claro caráter cr0tico/ a tend*ncia praticamente irresist0vel dos lati($ndiários/ patrNes e mercadores a conspirar para exten$ar os cons$midores e os trabalhadores ante a a$s*ncia de $ma e(etiva reg$la"#o governamental 3Smith/ \5 MO4. V#o obstante/ a id&ia da Rm#o invis0vel encontra $ma j$sti(ica"#o de ultima ratio na certeza de +$e s$a opera"#o terá de cond$zir a $ma ordem social na +$al os atores/ todos eles/ se ver#o bene(iciados. Para o (il;so(o moral da 2l$stra"#o escocesa era evidente +$e/ sob $m sistema predominantemente livre cambista/ os indiv0d$os ascenderiam a $ma vida melhor por compara"#o '+$ela +$e lhes o(erecia $m sistema de reg$la"Nes mercantilistas como o +$e prevalecia na 2nglaterra d$rante o s&c$lo %222. A meridiana clareza de a$tores como Adam Smith/ John ,oce/ 1avid Eicardo e s$as contrib$i"Nes s$peradoras das visNes predominantes em s$a &poca se desvanecem +$ando se$s declarados disc0p$los apresentam esse instr$mental te;rico sob a (orma de $m con($so manto de conceitos e categorias +$e os entronizam como pro(etas de $m capitalismo cada vez mais selvagem. 7as/ deixando isso de lado/ digamos +$e com a p$blica"#o de A Ri*ue!a das 2açHes (echaWse/ com $ma s;lida e majestosa arg$menta"#o (ilos;(ica/
econHmica e hist;rica/ o hiato aberto pela crise das (iloso(ias medievais para o$torgar ao novo Rsentido com$m da nascente sociedade capitalista $m (ormidável stat$s te;rico. 6omando o anterior em considera"#o/ as razNes pelas +$ais o jovem 7arx concebe a pol0tica da sociedade b$rg$esa na realidade/ a pol0tica de toda sociedade de classes como $ma es(era alienante e alienada/ e como algo Rnegativo/ pareceriam agora ser s$(icientemente claras. S$a re(orm$la"#o da dial&tica hegeliana e s$a cr0tica ao sistema de :egel lhe permite descobrir $ma (alha ($ndamental na re(lex#o (ilos;(icoW pol0tica do pro(essor de Berlim5 s$a renQncia a elaborar teoricamente a densa malha de media"Nes existentes entre a pol0tica/ o estado e o resto da vida social. Sit$ar a originalidade do marxismo/ portanto/ no campo da análise s;cioW econHmica como o (izera Bobbio/ leva a incorrer em e+$0voco similar ao cometido pelo te;rico marxista italiano ,$cio !olletti 3lastimosamente depois Rreconvertido 's hostes do neo(ascismo liderado por Silvio Berl$sconi4 ao a(irmar +$e/ incl$sive na teoria do stado/ a contrib$i"#o realmente decisiva do marxismo limitaWse excl$sivamente ' exposi"#o das condi"Nes econHmicas necessárias para a extin"#o da ordem estatal 3!olletti/ 4. A apenas coloca"#o da +$est#o a partir de $ma perspectiva +$e cinde radicalmente o econHmico do pol0tico/ como (az !olletti/ instala este a$tor conceit$almente na Rja$la de (erro da tradi"#o liberal. V#o s$rpreende/ em conse+@*ncia/ +$e arremate s$a arg$menta"#o s$stentando +$e todo disc$rso acerca das vinc$la"Nes entre domina"#o e explora"#o/ o$ entre o pol0tico e o econHmico/ cai (ora do campo da teoria pol0tica Rem sentido estrito 3!olletti/ 5 MXWM4. ntretanto/ e já para (inalizar este ponto/ n#o & demais esclarecer +$e nosso recha"o da desvaloriza"#o do legado marxiano na teoria pol0tica/ na chave +$e propNem Bobbio o$ !olletti/ n#o nos pode levar t#o longe para aderir a $ma tese +$e se sit$a em s$as ant0podas. Ee(erimosWnos ' colocada pelo historiador ingl*s Eobin Blacb$rn para +$em o verdadeiramente srcinal da teoria marxista n#o se encontra na (iloso(ia/ nem na economia/ mas sim no campo da pol0tica. 3Blacb$rn/ \T4 Sem menosprezar o aporte da obra te;ricoWpo l0tica de 7arx/ cremos +$e a teoriza"#o +$e se plasma em < Capital 3a teoria da mais valia^ a do (etichismo da mercadoria e/ em geral/ da economia capitalista^ a da ac$m$la"#o srcinária/ etc.4 encontraWse m$ito mais desenvolvida e sistematizada +$e a +$e advertimos em s$as re(lexNes pol0ticas. Se a estas 7arx dedico$
<
os t$rb$lentos anos de s$a j$vent$de e alg$ns momentos de s$a vida ad$lta/ ' economia pol0tica cede$ os vinte e cinco anos mais criativos de s$a mat$ridade intelect$al.
- esc)ndalo da pol0tica - ponto de partida de nossa re(lex#o sobre o caráter Rnegativo da pol0tica em 7arx exige repensar se$ signi(icado como $ma atividade prática no conj$nto da vida social. !om rela"#o a isso/ identi(icaremos tr*s teses ($ndamentais do (il;so(o de 6r&veris +$e ainda hoje conservam s$a capacidade para escandalizar a (iloso(ia pol0tica. W A cr0tica radical da religi#o e do Rc&$ dos cidad#os isto &/ do estado e da vida pol0tica em geral somente pode ser tal a condi"#o de ir acompanhada de $ma sim$lt)nea cr0tica do Rvale de lágrimas terreno no +$al (atigam prod$tores e trabalhadores. Seria di(0cil exagerar a import)ncia e a at$alidade desta tese/ toda vez +$e o saber convencional da (iloso(ia pol0tica em s$as distintas variantes o neocontrat$alismo/ o com$nitarismo/ o rep$blicanismo e o libertarianismo persiste em voltar se$s olhos para a pol0tica e para o c&$ da vida pQblica com total prescind*ncia do +$e ocorre no barroso solo da sociedade b$rg$esa e nas estr$t$ras opressiv as e exploradoras da economia capitalist a. ar de irrealidade e de (antasia +$e preside s$as arg$menta"Nes encontra nesta omiss#o s$a raz#o de ($ndo. W 1e acordo com o estabelecido na d&cima primeira tese sobre >e$erbach/ a (iloso(ia n#o pode ser $m saber meramente espec$lativo. 6em $ma tare(a prática inesc$sável e da +$al n#o deve s$btrairWse5 trans(ormar o m$ndo em +$e vivemos/ desmascarando e pondo (im ' a$toaliena"#o h$mana em todas s$as (ormas/ sagradas e sec$lares. Para c$mprir com s$a miss#o/ a teoria deve ser Rradical/ isto &/ ir ao ($ndo das coisas/ ao homem como prod$to social e ' estr$t$ra da sociedade b$rg$esa +$e o constit$i como s$jeito alienado. A teoria deve Rdizer +$al & a verdade e den$nciar todas as mentiras da ordem social prevalecente. W Vas sociedades classistas/ a pol0tica & a principal embor a n#o a Qnica es(era da aliena"#o e en+$anto tal espa"o privilegiado da il$s#o e do engano. - estado Rrealmente existente n#o o post$lado teoricamente por :egel/ e sim a+$ele F
contra o +$al 7arx teve de haverWse em se$s escritos j$venis & na realidade $m complexo dispositivo instit$cional posto a servi"o de interesses econHmicos bem partic$lares e garante o (inal de $ma estr$t$ra de domina"#o e explora"#o +$e a pol0tica convencional jamais pNe em +$est#o. Ima vez comprovado o caráter irremissivelmente classista dos estados e certi(icada a radical invalida"#o do modelo hegeliano do Restado &tico/ representante do interesse $niversal da sociedade/ o jovem 7arx se aboco$ ' tare(a de explicar as razNes do extravio te;rico de :egel. - +$e (ez com +$e $ma das mentes mais lQcidas da hist;ria da (iloso(ia incorresse em semelhante erroK Simpli(icando $m racioc0nio bem mais complexo/ diremos +$e a resposta de 7arx se constr;i em torno desta linha de racioc0nio5 +$e se em :egel a rela"#o Restado8sociedade civil aparece invertida/ isso n#o ocorre por ca$sa de $m v0cio de racioc0nio do (il;so(o/ e sim por+$e obedece a compromissos epistemol;gicos mais pro($ndos c$jas ra0zes se a($ndam no seio da pr;pria sociedade b$rg$esa/ como anos mais tarde 7arx teria ocasi#o de arg$mentar ao examinar o problema do (etichismo da mercadoria. m o$tras palavras/ se :egel inverte$ a rela"#o Restado8sociedade civil (azendo desta $m mero epi(enHmeno da+$ele (oi por+$e/ no modo de prod$"#o capitalista/ t$do aparece invertido5 as mercadorias aparecem perante os olhos da pop$la"#o como se concorressem por si mesmas ao mercado/ e a sociedade civil aparece ante os olhos dos com$ns como $ma simples emana"#o do estado. :egel n#o (oi im$ne ao processo de (etichiza"#o $niversal +$e caracteriza a sociedade b$rg$esa. 7as/ al&m destas cr0ticas/ & preciso mostrar $m m&rito ($ndamental da obra de :egel5 (oi ele +$em coloco$ pela primeira vez de maneira sistemática e n#o somente na 'ilosofia do direito mas tamb&m em o$tros escritos/ como a 'ilosofía Real a tens#o entre a din)mica polarizante e excl$dente da sociedade civil/ na realidade da economia capitalista/ e das pretensNes integra doras e $niversalistas do estado b$rg$*s. V#o pHde resolver essa contradi"#o/ mas se$ encaminhamento abri$ a porta pela +$al/ tempo depois/ internarWseWia o jovem 7arx. PareceWnos/ ent#o/ +$e Bobbio n#o pondera em se$s j$stos termos o valor deste aporte hegeliano. Por isso/ n#o obstante seja correta s$a observa"#o de +$e no s&c$lo 2 o Rcentro de gravidade da (iloso(ia pol0tica n#o estava na Alemanha e sim na 2nglaterra/ s$a s$bestima"#o da contrib$i"#o de :egel ' M
(iloso(ia pol0tica n#o o &. mais/ poderia a(irmarWse/ sem temor de exagerar/ +$e :egel & o primeiro te;rico pol0tico da sociedade b$rg$esa +$e expNe $ma vis#o realista e descarnada da sociedade civil estr$t$ralmente cindida em classes sociais e c$ja incessante din)mica arremata em $ma irresolQvel polariza"#o. :egel observo$ com ag$deza e preoc$pa"#o esse tra"o ao ponto tal +$e/ s$perando as estreitezas do $tilitarismo e do laisse!Ffaire predominantes na 2nglaterra/ advogo$ premonitoriamente por $ma esclarecida interven"#o estatal para contraporWse ' crescente polariza"#o +$e gerava a sociedade b$rg$esa. Para :egel/ o abismo +$e separava ricos de pobres colocava $m grave problema econHmico/ pol0tico e moral toda vez +$e debilitava irreparavelmente os ($ndamentos da pr;pria vida estatal/ (onte de toda &tica e j$sti"a. S#o estas considera"Nes +$e/ (inalmente/ convertem :egel em $m tipo de precoce antecessor (ilos;(ico do e=nesianismo. A atenta leit$ra +$e o jovem 7arx realiza do texto hegeliano colocavaWo em $ma regi#o te;rica inexplorada/ de contornos m$ito po$co conhecidos5 nas bordas da (iloso(ia pol0tica e 's portas da economia pol0tica. Vas bordas/ por+$e a re(lex#o do pro(essor da Iniversidade de Berlim havia demonstrado d$as coisas5 a 0ntima conex#o existente entre a pol0tica e o estado e/ por o$tro lado/ esse t$m$lt$ado reino do privado +$e se s$bs$mia sob o e+$0voco nome de Rsociedade civil^ e a ($tilidade de teorizar sobre a+$eles temas ' margem de $ma c$idadosa teoriza"#o sobre a sociedade em se$ conj$nto e/ m$ito especialmente/ sobre os ($ndamentos materiais da ordem social. nas portas da economia pol0tica/ por+$e se se +$eria transcender a mera en$ncia"#o da rela"#o/ ponto at& o +$al havia chegado :egel/ era preciso avan"ar na explora"#o da anatomia da sociedade civil^ e para essa empresa o arsenal conceit$al e metodol;gico dispon0vel na (iloso(ia pol0tica era claramente ins$(iciente. Eestava indispensável lan"ar m#o de $ma nova Rcaixa de (erramentas te;ricas/ de $m nov0ssimo instr$mental +$e n#o por cas$alidade havia desenvolvido $ma nova ci*ncia/ a economia pol0tica/ no pa0s no +$al as rela"Nes b$rg$esas de prod$"#o haviam alcan"ado s$a (orma mais p$ra e desenvolvida5 2nglaterra. Para lá dirigi$Wse 7arx.
xiste $ma teoria pol0tica marxistaK stamos em condi"Nes/ agora/ de retornar ao nosso ponto de partida5 a perg$nta bobbiana acerca da exist*ncia de $ma teoria pol0tica marxista. 6al como antecipamos/ O
seg$ndo Bobbio n#o existe tal teoria no marxismo/ e isto por tr*s razNes básicas5 pelo interesse excl$dente dos te;ricos marxistas em el$cidar as +$estNes imediatas relacionadas com o +$e se s$p$nha seria $ma iminente con+$ista do poder/ o +$e relegava a $m seg$ndo plano o exame das temáticas mais gerais do estado capitalista^ pelo caráter transit;rio e/ sobre t$do/ breve +$e se pres$mia teria o estado socialista^ e pelos e(eitos do +$e Bobbio denominara Ro modo de ser marxista no per0odo hist;rico posterior ' Eevol$"#o r$ssa e/ sobre t$do/ a Seg$nda G$erra 7$ndial. - res$ltado desta combina"#o sit$a Bobbio em $ma posi"#o n#o demasiado distante do diagn;stico +$e Perr= Ander son propNe em s$as ConsideraçHes sobre o marxismo ocidental . Seg$ndo Anderson/ o (racasso da revol$"#o no -cidente e a consolida"#o do stalinismo na Ini#o Sovi&tica imp$lsionaram a re(lex#o te;rica marxista a alijarWse rapidamente do campo da economia e da pol0tica para re($giarWse nos intrincados labirintos da (iloso(ia/ a est&tica e a epistemologia/ a mais notável exce"#o do per0odo sendo a de Antonio Gramsci. 1esta (orma5 a pr;pria (orma em +$e Bobbio se coloca a perg$nta remete ine+$ivocamente a $ma perspectiva incompat0vel com as premissas epistemol;gicas ($ndamentais do materialismo hist;rico. m ($n"#o de tais premissas/ redobramos a aposta do (il;so(o italiano ao s$stentar +$e n#o somente n#o há/ mas +$e tamb&m n#o pode haver/ $ma teoria Rpol0tica marxista. Por +$*K Por+$e para o marxismo nenh$m aspecto o$ dimens#o da realidade social pode teorizarWse ' margem o$ com independ*ncia da totalidade na +$al a+$ele se constit$i. L imposs0vel teorizar sobre Ra pol0tica/ como o (azem a ci*ncia pol0tica e o saber convencional das ci*ncias sociais/ ass$mindo +$e a+$ela existe em $ma esp&cie de limbo posto a salvo das prosaicas realidades da vida econHmica. A Rsociedade/ por s$a vez/ & $ma enganosa abstra"#o sem ter em conta o ($ndamento material sobre o +$al se ap;ia. A Rc$lt$ra entendida como a ideologia/ o disc$rso/ a ling$agem/ as tradi"Nes e mentalidades/ os valores e o Rsentido com$m somente pode s$stentarWse gra"as a s$a complexa artic$la"#o com a sociedade/ a economia e a pol0tica. !omo o recordava reiteradamente Antonio Gramsci/ as separa"Nes precedentes somente podem ter $ma ($n"#o Ranal0tica/ ser recortes conceit$ais +$e permitam delimitar $m campo de re(lex#o a ser explorado de $m modo sistemático e rigoroso/ mas +$e de maneira nenh$ma podem ser pensados como realidades a$tHnomas e independentes. !onverteWse R$ma distin"#o metodol;gica X
como a +$e separa economia de pol0tica/ adverte Gramsci/ Rem $ma distin"#o org)nica e apresentada como tal 3Gramsci/ 5 M4. L por isso +$e os bene(0cios desta separa"#o anal0tica das Rpartes +$e constit$em o todo social cancelamWse +$ando o analista Rrei(ica essas distin"Nes e cr*/ o$ post$la/ como na tradi"#o liberalWpositivista/ +$e os res$ltados de s$as premissas metodol;gicas ad+$irem vida pr;pria e se constit$em em Rpartes separadas da realidade/ Rsistemas 3como em Parsons o ,$hman4 o$ Rordens 3como em Deber4 compreens0veis em si mesmos com independ*ncia da totalidade +$e os integra e somente na +$al ad+$irem se$ signi(icado e ($n"#o. Ao proceder desta maneira a vida social termina teoricamente es+$artejada em $ma pl$ralidade de sectores a$to s$stentáveis5 a economia/ a sociedade/ a pol0tica e a c$lt$ra s#o hipostasiadas e convertidas em realidades a$tHnomas/ cada $ma das +$ais re+$er $ma disciplina especializada para se$ est$do. ste (oi o caminho seg$ido pela evol$"#o das distintas Rci*ncias sociais5 a economia est$da a vida econHmica (azendo abstra"#o de se$s conteQdos sociais e pol0ticos^ a sociologia est$da a sociedade despreoc$pada das distintas mani(esta"Nes do social nos terrenos da economia e a pol0tica^ e os polit;logos se entret*m elaborando engenhosos jogos conceit$ais nos +$ais a pol0tica & explicada por $m conj$nto de variáveis pol0ticas. !oncl$s#o5 ning$&m entende nada e as ci*ncias sociais hoje se de(rontam/ em se$ abs$rdo isolamento/ com $ma crise terminal MF. !omo sabemos/ a desintegra"#o da Rci*ncia social +$e instalava/ por exemplo/ em $m mesmo territ;rio Adam Smith e 9arl 7arx/ en+$anto poss$idores de $ma vis#o integrada e m$lti(acetária do social incompat0vel com +$al+$er red$cionismo de$ l$gar a n$merosas disciplinas especiais/ todas as +$ais hoje encontramWse s$midas em graves crise te;ricas/ e n#o precisamente por obra do azar. >rente a $ma realidade como esta/ a express#o teoria Rpol0tica marxista n#o (aria o$tra coisa +$e convalidar/ a partir da tradi"#o do materialismo hist;rico/ o (r$strado empenho por constr$ir teorias (ragmentadas e saberes disciplinares +$e desde se$ $nilateralismo de(ormam a Rrealidade +$e pretendem explicar. V#o há/ nem pode haver/ $ma Rteoria econHmica do mercado o$ do capitalismo em 7arx^ tampo$co há/ nem pode haver/ $ma Rteoria sociol;gica da sociedade b$rg$esa. - +$e deve haver/ e a(ort$nadamente há/ & $m corpus te;rico totalizante +$e $ni(i+$e diversas perspectivas de análise sobre a MF
xaminamos in extenso esta sit$a"#o em Boron 3
sociedade contempor)nea/ nenh$ma das +$ais pode/ por si s;/ il$minar satis(atoriamente $m aspecto isolado da realidade. L este/ precisamente/ o tra"o distintivo do materialismo hist;rico.
Pol0tica/ sociedade de classes e aliena"#o Ees$mindo5 a concep"#o Rnegativa da pol0tica em 7arx tem como $m de se$s ($ndamentos a teoria da aliena"#o. 1e (ato/ este identi(ico$ a exist*ncia de $m conj$nto de práticas/ instit$i"Nes/ cren"as e processos mediante os +$ais a domina"#o de classe coag$lavaWse/ reprod$ziaWse e apro($ndavaWse. 1escoberta ($ndamental +$e por si s; asseg$ra a 7arx $m l$gar privilegiado na hist;ria da (iloso(ia pol0tica. - corolário de s$a indaga"#o cond$zi$ nosso a$tor ' concl$s#o de +$e a pol0tica e o estado/ longe de serem o +$e :egel dizia/ eram ao contrário/ estrat&gicas inst)ncias da aliena"#o +$e contrib$0am para encobrir a explora"#o do trabalho assalariado e/ desse modo/ para preservar $ma sociedade radicalmente inj$sta. A análise marxiana despojo$ o estado e a vida pol0tica de todos os ornamentos sagrados o$ s$blimes +$e os enobreciam ante os olhos de se$s contempor)neos e os mostro$ em s$a n$dez de classe. L por isso +$e a l$ta pol0tica n#o & para 7arx $m con(lito +$e se esgota nas ambi"Nes pessoais o$ motivaWse nos mais elevados princ0pios do$trinários/ mas sim tem $ma raiz pro($nda +$e se alonga/ atrav&s de $ma cadeia mais o$ menos extensa de media"Nes/ n#o s; da sociedade de classes. 1esaparecida esta/ a pol0tica passa a ser o$tra coisa e necessariamente ad+$ire $ma conota"#o di(erente. - +$e signi(icaria/ ent#o/ o R(im da pol0tica em 7arxK Para responder a esta +$est#o & preciso s$blinhar +$e s$a vis#o da ($t$ra sociedade sem classes n#o & 3como ainda hoje asseg$ram se$s detratores4 algo cinza/ $ni(orme e indi(erenciado. sta & a paisagem +$e pintam os adversários de 7arx/ o$ os (il;so(os +$e celebram a eternidade do capitalismo. Aos olhos do marxista/ a sociedade sem classes revelaWse/ ao contrário/ como $ma vistosa a+$arela na +$al as identidades e as di(eren"as &tnicas/ c$lt$rais/ ling@0sticas/ religiosas/ de g*nero/ de op"#o sex$al/ est&ticas/ etc./ ser#o potencializadas $ma vez +$e tenham desaparecido as restri"Nes +$e impedem se$ (lorescimento5 a sociedade de classes e a explora"#o classista. 6rataWse/ portanto/ & de potencializar estas di(eren"as c$idando para +$e estas n#o se convertam em renovadas (ontes de desig$aldades e8o$ de opress#o social. m o$tras palavras/ há $ma di(eren"a estrat&gica \
+$e n#o se deve potencializar/ nem (avorecer5 a di(eren"a de classe. 6odas as demais s#o bemWvindas. - Rprogressismo b$rg$*s/ di(erentemente/ desenvolve $ma (alácia/ por ser indiscriminado e abstrato/ arg$mento a (avor das di(eren"as +$e alenta a crescente polariza"#o classista de nossas sociedades. m o$tras palavras5 deve haver limites ao (lorescimento das di(eren"as. :á $ma esp&cie de di(eren"a +$e & socialmente daninha e deve ser eliminada5 a di(eren"a classista. 6rataWse/ em s0ntese/ de a+$ilatar as contrib$i"Nes +$e as coloca"Nes epistemol;gicas marxistas est#o em condi"Nes de e(et$ar para o desenvolvimento da (iloso(ia pol0tica. A perspectiva totalizadora do marxismo e s$a exig*ncia de transpassar as est&reis (ronteiras disciplinares em prol de $m saber $nitário e integrado/ +$e artic$le em $m s; corpo te;rico a vis#o das distintas ci*ncias sociais/ encerram a promessa de $ma compreens#o mais acabada da problemática pol0tica da cena contempor)nea. Veste sentido/ $m aporte decisivo de 7arx ' (iloso(ia pol0tica encontraWse em s$a reivindica"#o da $topia. A conse+@*ncia desta imprescind0vel rec$pera"#o da $topia & d$pla5 por $m lado/ coloca os (il;so(os pol0ticos (rente ' necessidade n#o somente de serem cr0ticos implacáveis de todo o existente/ mas tamb&m de propor novos horizontes para os +$ais a h$manidade possa avan"ar. Por o$tro lado/ deixa ' mostra a raiz pro($ndamente conservadora de todos a+$eles +$e ren$nciam a (alar da boa sociedade. Sem este horizonte $t;pico a (iloso(ia pol0tica converteWse em $m saber ino(ensivo e irrelevante/ em $ma lastimosa j$sti(ica"#o da ordem social existente. !omo concl$s#o/ ent#o/ devemos recha"ar a perg$nta acerca da exist*ncia de $ma teoria Rpol0tica marxista/ s$blinhando s$a incompatibilidade com as premissas da concep"#o epistemol;gica do marxismo. ssa perg$nta pode ser (orm$lada em rela"#o ' teoriza"#o Ceberiana/ o$ da escola da Relei"#o racional/ o$ neoinstit$cionalista/ por+$e & congr$ente com se$s press$postos epistemol;gicos. 2sto &/ a perg$nta de Bobbio & n#o condizente errHnea no caso do marxismo/ mas & válida para as o$tras tradi"Nes de pensamento. AceitaWla no caso do marxismo signi(icaria nada menos +$e admitir $m red$cionismo pelo +$al a pol0tica se explicaria mediante $m conj$nto de Rvariáveis pol0ticas tal e como se v* na ci*ncia pol0tica conservadora. 1e todos os pontos de vista isto constit$i $ma op"#o completamente inaceitável.
!ontrariamente ao +$e s$stentam tanto os Rv$lgomarxistas como se$s n#o menos v$lgares cr0ticos de hoje/ o +$e disting$e o marxismo de o$tras correntes te;ricas nas ci*ncias sociais recordar ,Qacs n#o & a primazia dos (atores econHmicos/ nem os pol0ticos/ e sim o ponto de vista da totalidade. Se alg$ma srcinalidade a tradi"#o marxista pode reclamar/ com j$stos t0t$los/ & s$a pretens#o de constr$ir $ma teoria integrada do social na +$al a pol0tica seja concebida como a res$ltante de $m conj$nto dial&tico estr$t$rado/ hierar+$izado e em permanente trans(orma"#o de (atores cas$ais/ somente alg$ns dos +$ais s#o de nat$reza pol0tica en+$anto +$e m$itos o$tros s#o de caráter econHmico/ social/ ideol;gico e c$lt$ral. - +$e há no marxismo/ na realidade/ & algo epistemologicamente m$ito di(erente5 $ma Rteoria marxista isto &/ totalizante e integradora da pol0tica/ +$e integra em se$ seio $ma diversidade de (atores explicativos +$e transcendem as (ronteiras da pol0tica e +$e combina $ma ampla variedade de elementos procedentes de todas as es(eras analiticamente disting$0veis da vida social. Assim como desde o marxismo n#o há/ nem pode haver/ $ma teoria ReconHmica do capitalismo o$ $ma teoria Rsociol;gica da sociedade b$rg$esa/ tampo$co há/ nem pode haver/ $ma teoria Rpol0tica da pol0tica. - +$e há & $ma teoria +$e coloca $ma re(lex#o integral sobre a totalidade dos aspectos +$e constit$em a vida social/ s$peradora da (ragmenta"#o caracter0stica do cosmo vis#o b$rg$esa. $e a dita teoria n#o tenha alcan"ado os n0veis de so(istica"#o +$e se encontra em < Capital/ o$ +$e n#o poss$a $m gra$ de desenvolvimento análogo ao +$e encontramos na obra de 7arx em rela"#o com o ($ncionamento da economia capitalista/ n#o signi(ica +$e n#o exista $ma teoria marxista sobre a pol0tica. xiste/ e s$a sit$a"#o at$al mal poderia ser j$lgada como r$dimentar. L ind$bitável +$e $m es(or"o m$ito s&rio deverá ser (eito a (im de contar com $ma teoriza"#o mais ade+$ada e satis(at;ria sobre os distintos aspectos +$e (azem a vida pol0tica e a ordem estatal nas sociedades capitalistas. 7as este reconhecimento n#o poderia jamais arrematar na lisa e plana nega"#o das premissas e das perspectivas anal0ticas +$e sobre a vida pol0tica das sociedades capitalistas se (oram ac$m$lando ao longo do Qltimo s&c$lo e meio a partir das pioneiras pes+$isas de 7arx sobre o tema. B2B,2-GEA>2A Alth$sser/ ,o$is O 1a revoluci"n te"rica de (arx 37&xico5 Siglo 24.
Anderson/ Perr= X Considerations on estern (arxism 3,ondres5 VeC ,e(t EevieC4. Anderson/ Perr= \X $ras las huellas del materialismo hist"rico 37&xico5 Siglo 24. Blacb$rn/ Eobin \T R,a teor0a marxista de la revol$ci;n proletaria em Blacb$rn/ Eobin e Johnson/ !arol 5l pensamiento político de Sarl (arx 3Barcelona5 >ontamara4. Bobbio/ Vorberto X Rsiste $na scienza politica marxistaK/ em Bobbio Vorberto/ et al. &l (arxismo e lo 8tato 3Eoma5 7ondoperaio4. Boron Atilio A. ondo de !$lt$ra con;mica4. Boron/ Atilio A. ondo de !$lt$ra con;mica4. 7arx/ 9arl \F 3\X4 5l Capital 37&xico5 Siglo 24. Smith/ Adam \ 3X4 An in*uiry into the 2ature and Causes of the ealth of 2ations 32ndianapolis5 ,ibert= Press4. Deber/ 7ax 3<<4 5conomía y sociedad 37&xico5 >ondo de !$lt$ra con;mica4.
$rancisco $ernández Bue%
!arx e os marxismos. Uma re,lexão para o s
∗∗
!atedrático de >iloso(ia do 1ireito/ 7oral e Pol0tica da Iniversidade Pompe$ >abra/ Barcelona 3spanha4. ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva
9arl 7arx (oi/ sem dQvida/ $m dos (ar;is intelect$ais do s&c$lo . 7$itos trabalhadores chegaram a entender/ por meio da palavra de 7arx/ pelo menos $ma parte de se$s so(rimentos cotidianos/ a+$ela +$e tem rela"#o com a vida social do assalariado. 7$itos operários/ +$e apenas sabiam ler/ o adoraram. m se$ nome (izeramWse +$ase todas as revol$"Nes pol0ticoWsociais de nosso s&c$lo. m nome de s$a do$trina elevo$W se tamb&m a barbárie do stalinismo. contra a do$trina +$e se crio$ em se$ nome apoiaramWse +$ase todos os movimentos reacionários do s&c$lo . Praticamente toda (orma de poder +$e tenha navegado d$rante estes cem anos sob a bandeira do com$nismo já morre$. Seria pres$n"oso antecipar o +$e será dito no s&c$lo 2 sobre esta parte da hist;ria do s&c$lo . Por&m/ $ma coisa parece certa5 +$ando se ler 7arx/ lerWseWá como se l* $m clássico. `s vezes se diz5 os clássicos n#o envelhecem. ntretanto/ isso & $ma impertin*ncia5 os clássicos tamb&m envelhecem. Ainda +$e/ certamente/ de o$tra maneira. Im clássico & $m a$tor c$ja obra/ ao cabo do tempo/ envelhece$ bem 3incl$sive apesar de se$s devotos/ dos templos levantados em se$ nome o$ dos embalsamamentos acad*micos4. 7arx & $m clássico. Im clássico interdisciplinar. Im clássico da (iloso(ia m$ndanizada/ da historiogra(ia com id&ias/ da sociologia cr0tica/ da teoria pol0tica com ponto de vista^ e/ sobret$do/ $m clássico da economia. !ontra o +$e 's vezes & dito/ 7arx n#o (oi +$em exalto$ o papel essencial do econHmico no m$ndo moderno. le tomo$ nota do +$e estava ocorrendo diante de se$s olhos no capitalismo do s&c$lo 2. >oi ele +$e escreve$ +$e era necessário rebelarWse contra as determina"Nes do econHmico. >oi ele +$e chamo$ a aten"#o dos contempor)neos
sobre as aliena"Nes implicadas na mercantiliza"#o de todo o h$mano. ,*em 7arx ao rev&s os +$e red$zem s$as obras ao determinismo econHmico. !omo leram 7a+$iavel ao rev&s os +$e somente viram em s$a obra desprezo da &tica em (avor da raz#o de stado. 7arx n#o cabe em nenh$ma das gavetas nas +$ais o saber $niversitário se dividi$ neste (im de s&c$lo. ntretanto/ está sempre a0/ ao ($ndo/ como o clássico com o +$al & necessário dialogar e disc$tir cada vez +$e se abre $ma destas gavetas do saber classi(icado5 economia/ sociologia/ hist;ria/ (iloso(ia. $ando alg$&m entra na biblioteca de 7arx a imagem com +$e sai & de +$e ali vive$ e trabalho$ $m Rhomem do Eenascimento. 6al & a diversidade de temas e ass$ntos +$e o interessaram. isso & o +$e ele chamava Ra ci*ncia/ s$a pes+$isa s;cio econHmica das leis o$ tend*ncias do desenvolvimento do capitalismo/ (oi (eita/ +$ase toda/ em $ma biblioteca +$e n#o era a s$a5 a do 7$se$ Brit)nico. Ima obra +$e n#o cabe nas gavetas classi(icat;rias de nossos saberes & sempre $ma obra incHmoda e problemática. ante ela há d$as atit$des t#o t0picas +$anto (re+@entes. Ima & a dos devotos. !onsiste em proclamar +$e o %erdadeiro e A$t*ntico Saber &/ contra as classi(ica"Nes estabelecidas pela Academia/ o de nosso :er;i. A o$tra atit$de consiste em agarrarWse 's gavetas e desprezar o saber incHmodo/ como dizendo5 Rse alg$&m n#o (oi (il;so(o pro(issional/ nem economista matemático/ nem soci;logo do ramo/ nem historiador de ar+$ivos/ nem ne$tro teorizador do pol0tico/ n#o (oi nada/ o$ +$ase nada. A primeira atit$de converte o clássico em $m santo^ a seg$nda atit$de menospreza o clássico e recomenda aos jovens +$e n#o percam tempo lendoWo 3ainda +$e logo estes acabem revisitandoWo +$ase 's escondidas4. Se o clássico tem rela"#o/ ademais/ com a l$ta de classes e tomo$ partido nela/ como & o caso/ a coisa complicaWse. Pois os hagi;gra(os converter#o a !i*ncia de nosso :er;i em 6emplo e os acad*micos lhe imp$tar#o a responsabilidade por toda vilania cometida em se$ nome desde o dia de s$a morte. Por isso/ e contra isso/ Bertolt Brecht/ +$e era dos +$e (azem pedagogia a partir da !ompanhia ,aica da Solid#o/ pHde dizer com raz#o5 Rscreve$Wse tanto sobre 7arx +$e este acabo$ sendo $m desconhecido.
o +$e dizer de $m conhecido t#o desconhecido sobre o +$al já se disse de t$do e t$do contrárioK Pois/ $ma vez mais/ o melhor & l*Wlo. !omo se n#o (osse dos nossos/ como se n#o (osse dos se$s. !omo se l* +$al+$er o$tro clássico c$jo amor o pr;prio 7arx compartilho$ com o$tros +$e n#o compartilhavam s$as id&ias5 Shaespeare/ 1iderot/ Goethe/ ,essing/ Spinoza/ :egel. 6ratandoWse de 7arx conv&m especi(icar5 l*Wlo/ n#o Rrel*Wlo/ como se pretende tantas vezes +$ando se (ala dos clássicos. Por+$e para reler de verdade $m clássico & necessário partir de certa tradi"#o na leit$ra. no caso de 7arx/ a+$i/ entre n;s e na spanha/ n#o há apenas tradi"#o. Somente ho$ve $m esbo"o/ prod$zido por 7an$el Sacristán/ (az agora trinta anos. / na spanha/ esse esbo"o de tradi"#o (ico$ tr$ncado. >alando de 7arx/ +$ase t$do (oram leit$ras (ragmentadas e intermitentes/ leit$ras instr$mentais/ leit$ras ' proc$ra de cita"Nes convenientes/ leit$ras trazidas o$ levadas pelos cabelos para degolar com ismos os o$tros o$ para demonstrar ao pr;ximo/ com o$tros ismos/ +$e tem +$e arrependerWse e pHrWse de joelhos ante isso +$e agora se chama pensamento Qnico. 2sto +$e digo da spanha vale tamb&m/ +$i"á/ para Am&rica ,atina. 7arx sem ismos/ pois. L preciso entender 7arx sem os ismos +$e se criaram em se$ nome e contra se$ nome.
2 9arl 7arx (oi $m revol$cionário +$e +$is pensar radicalmente/ indo ' raiz das coisas. >oi $m il$strado crep$sc$lar5 $m il$strado oposto a toda (orma de despotismo/ +$e sendo/ como era/ leitor ass0d$o de Goethe e de ,essing/ n$nca pHde s$portar o ditado tudo para o povo= mas sem o povo 9arl 7arx (oi/ +$ando jovem/ $m liberal +$e/ com a .
idade e vendo o +$e acontecia ao se$ redor 3na Alemanha pr$ssiana/ na >ran"a liberal e na 2nglaterra/ o lar clássico do capitalismo4/ propHsWse dar (orma ' mais importante das heresias do liberalismo pol0tico do s&c$lo 25 o socialismo. - jovem de 6r&veris (ezWse socialista e desejo$ e tento$ convencer os trabalhadores de +$e o m$ndo podia m$dar/ de +$e o ($t$ro seria socialista/ por+$e no m$ndo +$e lhe co$be viver 3o das revol$"Nes e$rop&ias de \M\/ o da liberta"#o dos servos na EQssia/ o das l$tas contra o escravismo/ o da g$erra (rancoWpr$ssiana/ o da
!om$na de Paris/ o da convers#o dos stados Inidos em pot*ncia econHmica m$ndial4 n#o havia mais rem&dio +$e ser pensava ele algo mais +$e liberal. A partir dessa convic"#o/ a id&ia central +$e 7arx lego$ ao s&c$lo pode ser expressa da seg$inte (orma5 o crescimento espont)neo/ s$postamente Rlivre/ das (or"as do mercado capitalista desemboca em concentra"#o de capitais^ esta cai no oligop;lio e no monop;lio^ e este Qltimo acaba sendo nega"#o n#o somente da liberdade de mercado mas tamb&m de todas as o$tras liberdades. - +$e se chama Rmercado livre leva em se$ seio a serpente da contradi"#o5 $ma nova (orma de barbárie. Eosa ,$xemb$rgo trad$zi$ plasticamente esta id&ia a disj$ntiva5 socialismo o$ barbárie. !omo 7arx era m$ito racionalista/ como aspirava sempre ' coer*ncia l;gica e como se mani(estava +$ase sempre com m$ita cont$nd*ncia apaixonada/ n#o & de estranhar +$e s$a obra esteja cheia de contradi"Nes e de paradoxos. como $sava m$ito em se$s escritos a metá(ora esclarecedora e ab$sava dos exemplos/ tampo$co & de estranhar +$e alg$ns dos exemplos +$e $so$ para il$strar s$as id&ias vingaramWse dele e +$e n#o po$cas de s$as metá(oras tenham se tornado contrárias a ele. Assim & o m$ndo das id&ias. - pr;prio 7arx chego$ a ver alg$mas dessas contradi"Nes. le/ +$e n#o pretende$ constr$ir $ma (iloso(ia da hist;ria/ e +$e assim o escreve$ em \M/ teve +$e ver como a (orma e a cont$nd*ncia +$e havia dado a s$as a(irma"Nes sobre a hist;ria dos homens (izeram com +$e/ já em vida/ (osse considerado por se$s seg$idores sobret$do como $m (il;so(o da hist;ria. le/ +$e desprezava todo dogmatismo/ +$e tinha como máxima +$e & necessário duvidar de tudo e +$e apresentava a cr0tica precisamente como (orma de trazer ' raz#o os dogmáticos/ ainda teve tempo de ver como se constr$0a $m sistema (ilos;(ico para os +$e n#o tinham dQvida de nada e exaltavam se$ m&todo como chave mestra para abrir as portas da explica"#o de t$do. ste 7arx 3sem ismos4 tem algo de paradoxal grandeza e de con(lito interior n#o ass$mido. Acredito$ +$e a raz#o de s$a vida era dar (orma ar+$itetHnica ' investiga"#o cient0(ica da sociedade/ por&m dedico$ meses e meses a polemizar com o$tros sobre ass$ntos pol0ticos +$e hoje nos parecem menores. Acredito$ +$e a hist;ria avan"a dialeticamente por se$ lado ma$ 3e incl$sive por se$ lado pior4/ e talvez tenha acertado em geral/ mas n#o pHde o$ n#o so$be prever +$e a verdade concreta/ imediata/ dessa
raz#o (osse ser o$tra (orma de barbárie. Acaso podemos/ entre h$manos/ (alar de progresso t#o geralmenteK 9arl 7arx amo$ tanto a raz#o il$strada +$e se propHs/ e propHs aos demais/ o imposs0vel5 (azer do socialismo 3o$ seja/ de $m movimento/ de $m ideal4 $ma ci*ncia. :oje nos perg$ntamos se n#o teria sido melhor conservar para isso o velho nome de $topia/ contin$ar chamando o socialismo como o chamavam o pr;prio 7arx e se$s amigos +$ando eram joven s5 paixão racional o$ raz#o apaixonada. !ont$do/ em $m s&c$lo t#o positivista e t#o cienti(icista como o +$e 7arx mad$ro ina$g$rava/ tampo$co podia res$ltar estranho identi(icar a ci*ncia com a esperan"a dos +$e nada tinham. At& & poss0vel +$e por isso mesmo/ por essa identi(ica"#o/ os de baixo lhe amaram tanto. & certo +$e por isso +$ase todos os poderosos lhe odiaram e ainda lhe odeiam 3+$ando n#o (icam com s$a ci*ncia e recha"am s$a pol0tica4. 7arx +$eria o com$nismo/ está claro/ por&m n#o o +$eria cr$/ nivelador de talentos/ pobre em necessidades^ ainda +$e se$ tom/ 's vezes pro(&tico como o do trov#o/ parecesse negar o epicQreo +$e havia nele. Será o esc)ndalo moral +$e prod$z a observa"#o das desig$aldades sociais o +$e torna pro(&ticos os epicQreosK Seja como (or/ 7arx estabelece$ sem pestanejar +$e a viol*ncia & a parteira da hist;ria em tempos de crise^ mas ao mesmo tempo critico$ sem contempla"Nes a pena de morte e o$tras viol*ncias. 7arx post$lo$ +$e a liberdade consiste em +$e o stado deixe de ser $m ;rg#o s$perposto ' sociedade para converterWse em ;rg#o s$bordinado a ela/ ainda +$e ao mesmo tempo acreditasse necessária a ditad$ra do proletariado para chegar ao com$nismo/ ' sociedade de ig$ais. 7arx/ o 7arx +$e se lerá no s&c$lo 2/ n$nca teria imaginado +$e $m dia/ em $m pa0s distante c$ja l0ng$a +$is aprender já velho seria objeto de c$lto +$aseWreligioso em nome do com$nismo/ o$ +$e em o$tro pa0s/ ainda mais distante/ e do +$al +$ase nada so$be/ lhe compararia com o sol vermelho *ue a*uece nossos coraçHes. Por&m/ a+$ele tom com o +$al em alg$mas ocasiNes tento$ com$nicar s$a ci*ncia aos de baixo talvez implicasse isso. -$ talvez n#o. 6alvez isso tenha ocorrido somente por conse+@*ncia da trad$"#o de se$ pensamento para o$tras l0ng$as/ para o$tras c$lt$ras. 6oda trad$"#o & trai"#o. +$em trad$z para m$itos trai mais. 22
7arx sem ismos/ digo. !ont$do/ isso & poss0velK isso n#o será desvirt$ar a inten"#o Qltima da obra de 7arxK L poss0vel separar 7arx do +$e (oi o marxismo e o com$nismo modernosK Por acaso se pode escrever sobre 7arx sem ter em conta o +$e (oram os marxismos neste s&c$loK V#o (oi precisamente a inten"#o de 7arx ($ndar $m ismo= esse movim ento o +$al chamamos com$nismoK n#o & precisamente esta inten"#o/ t#o explicitamente declarada/ o +$e di(erencio$ 7arx de o$tros cientistas sociais do s&c$lo 2K Para responder essas perg$ntas & necessário ir por partes. 7arx (oi crítico do marxismo. Assim o deixo$ escrito 7aximilien E$bel 34 no t0t$lo de $ma obra importante ainda +$e n#o m$ito lida. E$bel tinha raz#o. $e 7arx tenha pretendido ($ndar $ma coisa chamada marxismo & mais +$e d$vidoso. 7arx tinha se$ ego/ mas n#o era Varciso. L certo +$e en+$anto 7arx vive$ havia +$em lhe apreciasse o bastante para chamar a si mesmo marxista. Por&m/ tamb&m & verdade +$e ele mesmo disse Re$ n#o so$ marxista. !om o passar do tempo e da correspondente descontext$aliza"#o/ esta (rase/ tantas vezes citada/ (oi perdendo o signi(icado +$e teve na boca de +$em a pron$ncio$. screver sobre 7arx sem ismos &/ pois/ para come"ar/ resta$rar o sentido srcinário da+$ele dizer de 7arx. Eesta$rar o sentido de $ma (rase & como voltar a dar ' pint$ra as cores +$e srcinalmente teve5 l*Wla em se$ contexto. $ando 7arx disse para ngels/ ao aparecer $m par de vezes entre \\T e \\/ já em s$a velhice/ Re$ n#o so$ marxista/ estava protestando contra a leit$ra e aproveitamento +$e (aziam de s$a obra econHmica e pol0tica pessoas como os Rpossibilistas e g$esdistas (ranceses/ intelect$ais e est$dantes do partido operário alem#o e Ramigos r$ssos +$e interpretavam mecanicamente < Capital. Pelo o +$e se sabe desse momento/ por ngels/ 7arx disse a+$ilo rindo. Por&m/ al&m da brincadeira resta $m ass$nto s&rio5 7arx n#o gostava nada do +$e come"ava a navegar com o nome de marxismo. L claro/ n#o podemos saber o +$e teria pensado de o$tras navega"Nes posteriores. 7as/ o +$e sabemos dá p& a resta$rar o +$adro de o$tra maneira. V#o +$eria enganar ning$&m5 (azerWse resta$rador tem alg$ns perigos/ o principal deles & +$e/ 's vezes/ inventamWse cores por demasiado vivas +$e talvez n#o (ossem os da paleta do pintor/ e sim as +$e nossos olhos amam. 6ratandoWse de texto escrito ocorre algo parecido. ntretanto en(rentar esse risco vale a pena. en(rentáWlo
n#o implica necessariamente declararWse marxista. ssa & o$tra +$est#o. V#o há por +$e entrar nela a+$i. 1a s&ria brincadeira do velho 7arx somente podem ded$zirWse razoavelmente d$as coisas. Primeira5 +$e ao dizer Re$ n#o so$ marxista o a$tor da (rase n#o pretendia des+$ali(icar a totalidade de se$s seg$idores nem/ menos ainda/ ren$nciar 's s$as id&ias o$ in(l$ir em o$tros. Seg$nda5 +$e para ler bem 7arx n#o & necessário ser marxista. $em +$eira s*Wlo hoje terá +$e s*Wlo/ como pretendia o dramat$rgo alem#o :eine 7@ller/ necessariame nte por compara"#o com o$tras coisas. com se$s pr;prios arg$mentos. 222 >ica ainda o$tra perg$nta5 podeWse escrever hoje em dia sobre 7arx sem entrar no tema de s$a heran"a pol0tica / isto &/ (azendo po$co caso do +$e (oi a hist;ria do com$nismo no s&c$lo K 7inha resposta a essa perg$nta &5 n#o somente se pode 3pois/ obviamente/ há +$em o (a"a4/ e sim se deve. Se deve disting$ir entre o +$e 7arx (ez e disse como com$nista e o +$e disseram e (izeram o$tros/ ao longo do tempo/ em se$ nome. Gostaria de arg$mentar $m po$co sobre isto. A prostit$i"#o do nome da coisa de 7arx/ o com$nismo moderno/ n#o & responsabilidade de 7arx. 7$ita gente pensa +$e sim e ironiza dizendo +$e 7arx deveria pedir perd#o aos trabalhadores. Penso +$e n#o. 1irei por +$e. As tradi"Nes/ como as (am0lias/ criam v0nc$los m$ito (ortes entre as pessoas +$e vivem nelas. A exist*ncia destes (ortes v0nc$los tem +$ase sempre como conse+@*ncia o es+$ecimento de +$em & cada +$al nessa tradi"#o5 as pessoas (icam somente com o sobrenome da (am0lia/ +$e & o +$e se transmite/ e perdem o nome pr;prio. 2sto tamb&m ocorre$ na hist;ria do com$nismo. Por&m/ da mesma maneira +$e & inj$sto c$lpar os (ilhos +$e levam $m mesmo sobrenome de delitos cometidos por se$s pais/ o$ viceWversa/ assim tamb&m seria $ma inj$sti"a hist;r ica c$lpar o a$tor do (anifesto comunista com os erros e delitos dos +$e contin$aram $tilizando/ com boa o$ má (&/ se$ sobrenome. Sejamos sensatos $ma vez. A ning$&m ocorreria hoje em dia jogar sobre os ombros de Jes$s de Vazar& a responsabilidade dos delitos cometidos ao longo da hist;ria por todos a+$eles +$e levaram o sobrenome de crist#os/ desde 6or+$emada ao geral Pinochet passando pelo general >ranco. / com toda certeza/ taxar0amos de sectário o$ insensato a +$em pretendesse estabelecer $ma rela"#o ca$sal entre o Serm#o
da 7ontanha e a 2n+$isi"#o romana o$ espanhola. V#o sei se no s&c$lo %2 alg$&m penso$ +$e Jes$s de Vazar& tinha +$e pedir perd#o aos 0ndios das Am&ricas pelas barbaridades +$e os crist#os e$rope$s (izeram com eles em nome de !risto. Somente conhe"o $m +$e/ com valentia/ escreve$ algo parecido a isto. Por&m esse alg$&m n#o disse +$e +$em tinha +$e pedir perd#o (osse Jes$s de Vazar&^ disse +$e deveriam ser perdoados por se$s crimes eram os crist#os mandatários contempor)neos. / postas as compara"Nes/ acrescen tarei +$e tamb&m há algo a ser aprendido da resta$ra"#o historiográ(ica recente da vida e os (eitos de Jes$s de Vazar&/ a saber5 +$e existiram o$tros evangelhos/ ademais dos canHnicos/ e +$e o est$do da doc$menta"#o descoberta com rela"#o aos Qltimos tempos 3desde os evangelhos gn;sticos a alg$ns dos 7an$scritos do 7ar 7orto4 mostra +$e talvez essas o$tras hist;rias da hist;ria sagrada estavam mais pr;ximas da verdade +$e a verdade canonizada. Vessa odiosa compara"#o me inspirei para ler 7arx atrav&s dos olhos de tr*s a$tores +$e n#o (oram nem com$nistas ortodoxos/ nem marxistas canHnicos/ nem evangelistas5 9orsch/ E$bel e Sacristán. :á várias coisas +$e di(erenciam as leit$ras de 7arx (eitas por esses tr*s. Por&m/ há o$tras/ s$bstanciais para mim/ nas +$ais coincidem5 o rigor (ilol;gico/ a aten"#o aos contextos hist;ricos e a total a$s*ncia de beataria n#o somente no +$e diz respeito a 7arx/ mas tamb&m no +$e tange a hist;ria do com$nismo. 6amb&m eles teriam podido dizer 3e/ de (ato/ o disseram a s$a maneira4 +$e n#o eram marxistas. / no entanto/ po$cas leit$ras de 7arx contin$am sendo t#o estim$lantes como a deles.
2% Eec$pero/ ent#o/ a rela"#o entre 7arx e o com$nismo moderno para mostrar +$e n#o somente me parece pres$n"oso/ mas tamb&m mani(estamente (also/ ded$zir da desapari"#o do com$nismo como Poder a morte de toda (orma de com$nismo. !oncl$ir tal coisa & $ma a(irma"#o contra os (atos5 no m$ndo contin$am existindo com$nistas/ pessoas/ partidos e movimentos +$e se chamam assim. ncon tramoWlos na $ropa e na Am&rica/ na Z(rica e na Zsia. Vossos meios de com$nica"#o/ +$e p$blicaram n$meros0ssimas resenhas do 1ivro negro do comunismo/ apenas se (ixaram nele/ mas/ com motivo do OT aniversario da apari"#o do (anifesto Comunista/ nesse mesmo ano re$niramWse em Paris mil seiscentas pessoas/ chegadas da Zsia e da Z(rica/ das Am&ricas e de todos os rincNes da $ropa/ +$e coincidiam nisto5 a id&ia de com$nismo
contin$a viva no m$ndo. 6ampo$co & habit$al agora ter em conta a opini#o de historiadores/ (il;so(os e literatos +$e/ como o r$sso Alexander Uinoviev o$ o italiano Giorgio Galli/ (azem hoje a de(esa do com$nismo/ do o$tro comunismo= sem ser com$nistas e depois de haver (eito a(irma"Nes em d&cadas passadas/ +$e lhes valeram a ac$sa"#o de anticom$nistas. S#o os o$tros exW/ dos +$ais +$ase n$nca se (ala/ os +$e m$daram de o$tra maneira por+$e atenderam/ contra a corrente/ 's o$tras verdades. Antes de se o(erecer como (iscal para a prática dos j$lgamentos s$mários nos +$ais/ por simpli(ica"#o/ meteWse em $m mesmo saco as v0timas com os algozes/ conv&m pHr a m#o no cora"#o e perg$ntarWse/ sem preconceitos/ por +$e/ como dizia o t0t$lo de $ma pel0c$la irHnica/ há pessoas +$e n#o se envergonham de haver tido pais com$nistas/ por+$e/ apesar de t$do/ contin$a havendo com$nistas em $m m$ndo como o nosso. Se contin$a havendo com$nistas neste m$ndo & por+$e o com$nismo dos s&c$los 2 e / o$ dos tataravHs/ bisav;s/ av;s e pais dos jovens de hoje/ n#o (oram somente poder e despotismo. >oi tamb&m ideário e movimento de libera"#o dos anHnimos por antonomásia. :á $m 1ivro branco do comunismo +$e se está por reW escrever. 7$itas das páginas desse ,ivro/ hoje +$ase desconhecido para os mais jovens/ as rasc$nharam pessoas anHnimas +$e deram o melhor de s$as vidas na l$ta pela liberdade em pa0ses nos +$ais n#o havia liberdade^ na l$ta pela $niversaliza"#o do s$(rágio em pa0ses nos +$ais o s$(rágio era limitado^ na l$ta em (avor da democracia em pa0ses nos +$ais n#o havia democracia^ na l$ta em (avor dos direitos sociais da maioria onde os direitos sociais eram ignorados o$ o$torgados somente a $ma minoria. 7$itas dessas pessoas anHn imas/ na spanha e na Gr&cia/ na 2tália e na >ran"a/ na 2nglaterr a e em Port$gal/ e em tantas o$tras partes do m$ndo/ n#o tiveram n$nca nenh$m poder nem tiveram nada a ver com o stalinismo/ nem oprimiram despoticamente se$s semelhantes/ nem j$sti(icaram a raz#o do stado/ nem mancharam as m#os com a apropria"#o privada do dinheiro pQblico. Ao dizer +$e o 1ivro branco do comunismo está por ser reWescrito n#o esto$ propondo a resta$ra"#o de $ma velha lenda para deixar de escanteio o$ (azer es+$ecer o$tras verdades amargas contidas nos ,ivros Vegros. V#o & isso. Vem se+$er esto$ (alando de inoc*ncia. !omo s$geri$ Brecht em $m poema c&lebre/ tampo$co o melhor do com$nismo do s&c$lo / o$ da+$eles +$e +$eriam ser amistosos com o pr;ximo/ <T
pHde/ na+$elas circ$nst)ncias/ ser amável. A hist;ria do com$nismo do s&c$lo deve ser vista como o +$e &/ como $ma trag&dia. - s&c$lo aprende$ demasiado sobre o (r$to da árvore do Bem e do 7al para +$e alg$&m se atreva a empregar a palavra Rinoc*ncia sem mais. >alo/ pois/ de j$sti"a. a j$sti"a/ como ensino$ Dalter Benjamin/ & tamb&m coisa da historiogra(ia.
% $e historiogra(ia se pode propor aos mais jovensK !omo enla"ar a biogra(ia intelect$al de 9arl 7arx com as imprescind0veis preoc$pa"Nes do presenteK stas s#o perg$ntas +$e podem ser tomadas hoje em dia como $m tra"o intelect$al. V#o creio +$e haja $ma resposta Qnica a essas perg$ntas. :á várias e talvez sejam complementares. Ima resposta poss0vel nasce do assombro da consci*ncia hist;rica ante a escassa aten"#o +$e se presta a 7arx em $m m$ndo bárbar o como o nosso. -s velhos tempos de 7arx n#o voltaram. !ont$do/ poderiam voltar ao menos alg$mas de s$as id&ias para nos aj$dar a sair do assombro. Para os novos escravos da &poca da economia global 3+$e/ seg$ndo disse o pro(essor de S$rre=/ 9evin Bales/ andar#o rondando os trinta milhNes4/ para os novos servos do 2 3+$e/ seg$ndo os in(ormes de várias organiza"Nes internacionais s#o mais de trezen tos milhN es4/ para tanto s e tantos imigrantes sem pap,is os +$ais o capitalismo explora diariamente sem consideráWlos cidad#os/ para os proletários +$e est#o obrigados a ver o m$ndo desde baixo 3$m ter"o da h$manidade4 e para alg$ns +$antos milhares de pessoas sens0veis +$e decidiram olhar o m$ndo com os olhos destes o$tros 3e so(r*Wlo com eles4/ o velho 7arx ainda tem alg$mas coisas a dizer. 2ncl$sive depois +$e se$ b$sto ca0sse dos pedestais +$e para se$ c$lto constr$0ram os adoradores de o$tros tempos. $e coisas s#o essasK - +$e pode contin$ar vigente na obra do velho 7arx depois +$e o renegaram at& a+$eles +$e haviam constr$0do stados em se$ nome e de +$e chegara a nova era das bandeiras e das religiNes globalizadasK Ainda +$e 7arx seja já $m clássico do pensamento s;cio econHmico e do pensamento pol0tico/ ainda n#o & poss0vel responder essas perg$ntas ao gosto de todos/ como as responder0amos/ talvez/ no caso de alg$m o$tro clássico dos +$e cabem no c)non. n#o & poss0vel/ por+$e 7arx (oi $m clássico com $m ponto de vista m$ito <
expl0cito em $ma das coisas +$e mais dividem os mortais5 a valoriza"#o das l$tas entre as classes sociais. 2sto obriga a $ma restri"#o +$ando se +$er (alar do +$e ainda está vigente em 7arx. a restri"#o & grande. >alaremos de vig*ncia somente para os assombrados/ para os +$e contin$am vendo o m$ndo a partir de baixo/ com os olhos dos desgra"ados/ dos escravos/ dos proletários/ dos h$milhados e o(endidos da 6erra. V#o & necessário ser marxista para ter esse olhar/ mas sim & necessário algo +$e n#o andamos m$ito sobrados $ltimamente5 compaix#o para com as v0timas da globaliza"#o neoliberal 3+$e & por s$a vez/ capitalista/ pr&Wcapitalista e p;sWmoderna4. o$tra coisa5 & necessário (ixarWse em como vivem e em como lhes explora/ independentemente de +$e tenham nascido em pa0ses de c$lt$ra isl)mica/ crist#/ b$dista o$ con($ciana. Para estes/ 7arx seg$e t#o vigente como Shaespeare para os amantes da literat$ra. t*m s$as razNes. %o$ dar alg$mas +$e poderiam ad$zir estes seres anHnimos +$e somente apare cem nos meios de comunicação nas estat0sticas e nas páginas de s$cessos/ se deixassem de acreditar no velho conto das religiNes instit$cionalizadas/ dos de$ses salvadores/ dos trib$nos +$e n$nca v#o 's g$erras e das bandeiras bordadas para +$e morram sob elas os pobres da terra. 7arx disse 3no primeiro vol$me de < capital e em o$tros l$gares4 +$e ainda +$e o capitalismo tenha criado pela primeira vez na hist;ria a base t&cnica para a liberta"#o da h$manidade/ j$stamente por s$a l;gica interna/ este sistema amea"a trans(ormar as (or"as de prod$"#o em (or"as de destr$i"#o. A amea"a (ezWse realidade. a0 seg$imos. 7arx disse 3no primeiro vol$me de < Capital e em o$tros l$gares4 +$e todo progresso da agric$lt$ra capitalista & $m Rprogresso n#o somente na arte de depredar o trabalhador/ mas tamb&m/ e ao mesmo tempo/ na arte de depredar o solo^ e +$e todo progresso no a$mento da (ec$ndidade da terra para $m prazo determinado & ao mesmo tempo $m Rprogresso na r$0na das (ontes d$rado$ras dessa (ec$ndidade. Agora/ gra"as ' ecologia e ao ecologismo/ sabemos mais sobre essa ambival*ncia. Por&m os milhNes de camponeses proletarizados +$e so(rem por ela na Am&rica ,atina/ na Zsia e na Z(rica t*m a$mentado. 7arx disse 3no (anifesto comunista e em o$tros l$gares4 +$e a ca$sa principal da amea"a +$e trans(orma as (or"as prod$tivas em (or"as destr$tivas e destr;i assim as (ontes de toda ri+$eza & a l;gica do bene(icio privado/ a tend*ncia da c$lt$ra b$rg$esa a <<
valoráWlo todo em dinheiro/ o$ viver nas Rg&lidas ág$as do cálc$lo ego0sta. 7ilhNes de seres h$manos/ na Z(rica/ Zsia e Am&rica/ experimentam hoje +$e essas ág$as s#o piores/ em todos os sentidos 3n#o somente meta(;rico4 +$e as +$e tiveram há anos. con(irmam os in(ormes an$ais da -VI e de várias organiza"Nes internacionais independentes. 7arx disse 3em $m c&lebre disc$rso aos operários londrinos4 +$e o caráter ambivalente do progresso tecnocient0(ico acent$aWse de tal maneira sob o capitalismo +$e o($sca as consci*ncias dos homens/ aliena o trabalhador em primeira inst)ncia e a grande parte da esp&cie h$mana por deriva"#o^ e +$e neste sistema Ras vit;rias da ci*ncia parecem ser pagas com a perda de caráter e com a s$bmiss#o dos homens por o$tros homens o$ por s$a pr;pria vilania. - disse com pesar/ por+$e ele era $m amante da ci*ncia e da t&cnica. Por&m/ visto o ocorrido no s&c$lo e o +$e levamos de s&c$lo 2/ tamb&m nisto acerto$. 7arx disse 3nos Brundrisse e em o$tros l$gares4 +$e o o($scamento da consci*ncia e da extens#o das aliena"Nes prod$z a cristaliza"#o repetitiva das (ormas ideol;gicas da c$lt$ra/ em partic$lar de d$as de s$as (ormas5 a legitima"#o positivista do existente e o sa$dosismo rom)ntico e religioso. -lho os jornais desse in0cio de s&c$lo e me vejo/ e vejo os pobres desgra"ados do m$ndo / a0 mesmo/ no mesmo l$gar/ entre essas d$as (ormas de o($scamento da consci*ncia5 apla$dindo por milhNes a Papas o$ a mires +$e condenam os anticoncepcionais na &poca da A21S/ matandoWse em nome de de$ses +$e deixaram de existir depois de A$schCitz e cons$mindo por milhNes a Qltima in$tilidade n#o necessária en+$anto o$tros m$itos mais milhNes morrem de (ome. 7arx disse 3jovem/ mas tamb&m velho4 +$e para acabar com essa sit$a"#o exasperante das (ormas repetitivas da c$lt$ra b$rg$esa era necessária $ma revol$"#o e o$tra c$lt$ra. V#o disse isto por amor ' viol*ncia em si nem por desprezo da alta c$lt$ra b$rg$esa/ mas simplesmente com a convic"#o de +$e os de cima n#o ceder#o graciosamente os privil&gios alcan"ados e com o convencimento de +$e os de abaixo tamb&m t*m direito ' c$lt$ra. PassaramWse cento cin+@enta anos. 2n$tilmente tento$Wse/ por várias vias/ +$e os de cima cedessem se$s privil&gios/ mas todas essas tentativas (racassaram e +$ando os de abaixo tornaram realidade se$ direito ' c$lt$ra os de cima
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come"aram a chamar de c$lt$ra o$tra coisa. 1essa constata"#o nasce o ($ndamento da revol$"#o. !omo 7arx somente conhece$ o come"o da globaliza"#o e como era/ ademais/ $m tanto e$roc*ntrico/ +$ando (alava de revol$"#o pensava na $ropa. +$ando (alava de c$lt$ra pensava na proletariza"#o da c$lt$ra il$strada. Agora/ no s&c$lo 2/ para (alar com propriedade/ deveria (alar da necessidade de $ma revol$"#o m$ndial. para (alar de c$lt$ra/ deveria valorizar o +$e ho$ve de bom nas c$lt$ras dos Rpovos sem hist;ria. !omo de momento n#o se pode (alar seriamente disto/ por+$e a+$eles +$e poderiam (az*Wlo n#o t*m se+$er as prote0nas necessárias para isso/ as pessoas/ em geral/ voltam se$s olhos novamente para as religiNes. - +$e n#o se disse & +$e as religiNes contin$am sendo/ como +$ando vivia 7arx/ Ro s$spiro da criat$ra abr$mada/ Ro sentimento de $m m$ndo sem cora"#o/ Ro esp0rito dos tempos sem esp0rito. A esse olhar sobre o m$ndo desde baixo 7arx chamo$ Rmaterialismo hist;rico. V#o há dQvida de +$e desde ent#o se prod$ziram o$tros olhares/ talvez mais (inamente expressos. A perg$nta +$e dever0amos nos (azer/ ao menos os +$e estamos assombrados pelo +$e vemos agora/ & esta5 vamos prod$zir algo +$e d* mais esperan"a aos +$e n#o t*m nada o$/ no assombro/ vamos acabar aceitando este ros3rio da aurora da ra!ão laica ao +$al nos convocam os neoconservadores do imp&rio e passamos todos 's religiNes Rn#oW($ndamentalistas en+$anto o m$ndo a($ndaWse na nova barbárieK %2 -$tra (orma poss0vel de praticar o marxismo hoje/ com 7arx/ mas Ral&m de 7arx/ & prolongar o projeto historicista e cr0tico de Antonio Gramsci. !omo recordo$ %alentino Gerratana/ +$e (oi se$ melhor conhecedor/ Gramsci escreve$ $ma vez nos Cadernos do c3rcere +$e o socialismo & a principal heresia do liberalismo. $ acredito +$e já na &poca de 7arx $m socialista/ $m com$nista o$ $m libertário tinham +$e ser Ralgo mais +$e liberais. sta era $ma opini#o geralmente compartilhada no movimento operário desde \M\. completamente consolidada depois de \/ como conse+@*ncia da Rbarbárie liberal contra a !om$na de Paris e os com$neiros de toda $ropa. 6anto & assim +$e/ nesse contexto/ incl$sive os liberais s&rios/ como J. S. 7ill/ d$vidam e d#o $m tom socialista a se$ liberalismo.
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1esta (orma/ ser Ralgo mais +$e liberais pode +$erer dizer/ neste contexto/ d$as coisas distintas5 antiliberais o$ libertários. -$ movimento socialista inspirado por 7arx oscilo$ entre essas d$as coisas e no pr;prio 7arx há essa oscila"#o. $ando se sabe +$e eram os Rliberais objeto do sarcasmo de 7arx 3em partic$lar o Rliberalismo alem#o o$ os ide;logos do livrecamb ismo4 se compreende bem a passagem do Ralgo mais +$e liberais ao Rantiliberais. Por&m/ compreender n#o & a+$i j$sti(icar. Penso +$e o diálogo com a tradi"#o liberal 3com J. S. 7ill para come"ar4 & bom hoje em dia para os socialistas. Precisamente por+$e esse diálogo pode servir para acent$ar a vertente libertária do socialismo/ +$e/ em minha opini#o/ & a sa$dável. !ont$do/ ademais/ este diálogo pode servir para esclarecer o tremendo e+$0voco +$e há na aceita"#o de +$e o chamado Rneoliberalismo at$al & o herdeiro da tradi"#o liberal. sta aceita"#o 3por ativa o$ por passiva4 me parece $m erro catastr;(ico derivado da ignor)ncia. A heran"a do liberalismo hist;rico n#o deve ser b$scada nos +$e hoje se chamam neoliberais^ na c$lt$ra hisp)nica está em Bergam0n/ em 7arichal e em se$s herdeiros libertários. A partir da tradi"#o socialista se pode (azer $m exerc0cio +$e/ sem dQvida/ res$ltará divertido aos amantes da hist;ria das id&ias5 ler Piero Gobetti o$
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socialismo liberal de !arlo Eoselli/ +$e (oi $ma obra desprezada por ser Rliberal nos anos trinta/ e comparáWla com a maioria dos programas Rsocialistas de agora/ se verá/ nessa compara"#o/ como o liberalismo hist;rico +$e se abria ao socialismo estava m$ito mais ' es+$erda/ por assim dizer/ +$e o socialismo +$e agora se abre ao Rneoliberalismo/ +$e as Rterceiras vias e todo esse palavr;rio sem conceito. ste diálogo pode servir para (echar/ de passagem/ a (rat$ra hist;rica entre a tradi"#o marxista e a tradi"#o anar+$ista o$ libertária +$e/ em minha opini#o/ já n#o tem raz#o de ser. 6anto se pensamos no debate hist;rico sobre a melhor (orma de organiza"#o dos de abaixo para s$a liberta"#o 3o$ seja/ sobre se esta deve ser predominantemente pol0tica o$ predominantemente s;cioWsindical4 como se pensamos na controv&rsia sobre centralismo democrático e con(edera"#o/ o$ no debate entre espontaneidade vol$ntarista e dire"#o consciente 3+$e chega desde (ora das classes trabalhadoras4/ o$ no debate acerca da extin"#o o$ aboli"#o do stado/ o$ na controv&rsia entre 7arx e Ba$nin sobre a (orma de entender a hist;ria e a nat$reza h$mana 3+$e & o +$e está por baixo da controv&rsia sobre domina"#o de classe4/ em todos os casos a concl$s#o a +$al me parece necessário chegar & a mesma5 (az m$ito <O
tempo +$e as posi"Nes sobre estes temas (izeramWse transversais e n#o correspondem propriamente 's posi"Nes excl$sivas de organiza"Nes marxistas e de organiza"Nes anar+$istas. -nde os velhos debates contin$am estando em primeiro plano n#o há apenas realidade social com +$e enla"ar. onde há realidade social com $ma inten"#o trans(ormadora 3em alg$ns dos movimentos sociais cr0ticos e alternativos do m$ndo at$al4 o +$e (oi o ideário marxista e o +$e (oi o ideário anar+$ista 3o$ libertá rio4 (oram a($ndandoWse o$ +$ase. Por isso em linhas gerais/ há várias d&cadas +$e nem os meios de com$nica"#o nem o +$e se cost$ma chamar Ropini#o pQblica disting$em com clareza entre id&ias e at$a"Nes anar+$istas e id&ias e at$a"Nes marxistas. 7elhor dito/ as con($ndem/ con($ndem constantemente marxismo e anar+$ismo. 2sto +$e digo já era m$ito patente nos anos setenta do s&c$lo passado/ d$ran te o ciclo em +$e concl$em as mobiliza"Nes de X\. $ase todas as coisas interessantes para $m ponto de vista revol$cionário +$e tomaram corpo por volta de X\/ tanto na $ropa como nos IA/ s#o o res$ltado da integra"#o de id&ias marxistas e anar+$istas^ esta integra"#o o$ complementa"#o prod$zi$Wse a partir da reconsidera"#o cr0tica/ ent#o em c$rso/ das ortodoxias tradicionais correspondentes. sta reconsidera"#o cr0tica a(eto$ n#o somente ' vers#o stalinista e p;sWstalinista do com$nismo marxista/ mas tamb&m alg$mas das id&iasW(or"a do pr;prio 7arx 3por exemplo/ a no"#o de R(or"as prod$tivas4 e de Ba$nin 3por exemplo/ a id&ia de Ra"#o direta4. A coisa se (az ainda mais patente +$ando se tenta pensar em $ma pol0tica c$lt$ral alternativa para o presente/ +$e & o +$e alg$ns est#o (azendo já no seio do at$al movimento de movimentos o$ movimento alterglobali!ador= pois tal pol0tica deveria ter $ma agenda pr;pria/ a$tHnoma/ n#o determinada pela imposi"#o das modas c$lt$rais nem pelo politicismo eleitoreiro dos partidos pol0ticos. para essa tare(a po$co importa +$e/ ao iniciáWla/ alg$ns (alem de con+$ista da hegemonia c$lt$ral e o$tros de aspira"#o ' c$lt$ra libertária omnicompreensiva. - +$e na verdade importa & pHrWse de acordo sobre o +$e pode ser $ma c$lt$ra alternativa dos +$e est#o socialmente em pior sit$a"#o/ $ma c$lt$ra a$tHnoma +$e d* resposta ao modelo chamado Rneoliberal e ao +$e se chama habit$almente Rpensamento Qnico. Por desgra"a/ a tradi"#o politicista de alg$ns e a tradi"#o ativista de o$tros n#o deixa m$ito tempo nem se+$er para pensar no <X
+$e deveria ser a agenda de $ma c$lt$ra alternativa. 1edicaWse m$ito mais tempo ' cr0tica/ por demais (ácil/ do cons$mismo e dos programas televisivos mais vistos. 1everWseWia perg$ntar/ ao contrário/ como se sai em nossas sociedades do Rmal estar c$lt$ral e como se constr;i $ma nova c$lt$ra da solidariedade internacionalista/ +$e redes de com$nica"#o 3mais o$ menos s$bterr)neas o$ minoritárias4 existem e +$e redes seriam necessário criar para $m $so alternativo dos meios de com$nica"#o existentes. Para isso seg$ramente necessitamWse Rgr$pos de a(inidade distintos dos existentes. stes/ na maioria dos casos/ (oram ind$zidos pela c$lt$ra dominante5 por razNes t&cnicas 3+$ando a a(inidade (ica red$zida ao $so de tais o$ +$ais tecnologias da in(orma"#o e da com$nica"#o em constante expans#o4/ o$ por motiva"Nes estreitamente pol0ticas 3derivadas/ ademais/ da agenda eleitoral dos partidos pol0ticos majoritários4. -s Rgr$pos de a(inidade +$e mais (azem (alta agora teriam de arrancar j$stamente da experi*ncia libertária/ a +$al pNe o acento n#o no pol0tico/ nem no $so de tal o$ +$al t&cnica/ nem na limita"#o das atividades a $m s; ass$nto/ mas sim no social e no c$lt$ral 3em $m sentido amplo4^ e +$e/ de passagem/ entende o pl$ralismo como pl$ralidade de id&ias/ como m&todo para (acilitar a inventiva e garantir a descentraliza"#o a partir de baixo/ n#o como permanente cristaliza" #o da s$perposi"#o de correntes. %22 A consci*ncia hist;rica &/ sem dQvida/ $ma via +$e n#o pode ser deixada de lado para tornar a enla"ar 7arx. Por&m/ como diss e antes/ n#o & a Qnica. Vem se+$er & certo +$e seja s$(iciente para entab$lar o diálogo intergeneracional +$e hoje se necessita. A tradi"#o +$ebro$Wse/ e +$ando $ma tradi"#o se rompe n#o basta rec$perar os conceitos +$e $m dia serviram para ($ndáWla5 & necessário encontrar novas (ormas de express#o/ novas ling$agens para a com$nica"#o das id&ias. Por isso a melhor maneira de entender 7arx/ a partir das preoc$pa"Nes deste come"o de s&c$lo/ sobret$do se se +$er atender 's preoc$pa"Nes dos mais jovens/ talvez n#o possa ser a simples reprod$"#o de $m grande relato linear +$e siga cronologicamente os momentos chaves da hist;ria da $ropa e do m$ndo no s&c$lo como em $ma novela de Balzac o$ de 6olstoi. 1$rante m$ito tempo essa (oi/ e(etivamente/ a (orma/ vamos dizer/ Rnat$ral/ de compreens#o das coisas^ $ma (orma +$e +$adrava bem com a import)ncia <
coletivamente concedida 's tradi"Nes c$lt$rais e/ sobret$do/ ' transmiss#o das id&ias básicas de gera"#o em gera"#o. !ont$do seg$ramente n#o & mais a (orma ade+$ada. Por a0 apontava Pier Paolo Pasolini 3O4 +$ando escreve$ a+$ilo de +$e por b$rg$esia n#o há +$e entender somente $ma classe social/ mas sim $ma
enfermidade propriamente
ditaQ $ma en(ermidade +$e &/ ademais m$ito contagiosa. - grande relato linear n#o &/ desde logo/ o habit$al no )mbito da narrativa. & d$vidoso +$e possa seg$ir sendoWo no campo da historiogra(ia +$ando a c$lt$ra das imagens (ragmentadas +$e o(erecem o cinema/ a televis#o e o v0deo calo$ t#o pro($ndamente em nossas sociedades. - p;sWmodernismo & a etapa s$perior do capitalismo e/ como escreve$ John Berger com toda a raz#o/ Ro papel hist;rico do capitalismo & destr$ir a hist;ria/ cortar todo v0nc$lo com o passado e orientar todos os es(or"os e toda a imagina"#o para o +$e está a ponto de ocorrer 3Berger/ <5 FX<4. Assim (oi. assim &. se assim (oi e assim &/ ent#o aos +$e se (ormaram na c$lt$ra das imagens (ragmentadas há +$e (azerWlhes $ma proposta distinta do grande relato cronol;gico para +$e se interessem pelo +$e 7arx (oi e (ez^ $ma proposta +$e resta$re/ mediante imagens (ragmentarias tamb&m/ a persist*ncia da centralidade da l$ta de classes em nossa &poca entre os claros esc$ros da trag&dia do s&c$lo . 2maginemos $m (ilme sem fim +$e projeta ininterr$ptamente imagens sobre $ma tela. Vo momento em +$e chegamos ' proje"#o $ma voz em off l* as palavras do ep0logo hist;rico a Porca terra de John Berger. S#o palavras +$e (alam de tradi"#o/ sobreviv*ncia e resist*ncia/ da lenta passagem do m$ndo r$ral ao m$ndo da indQstria/ da destr$i"#o de c$lt$ras pelo ind$strialismo e da resist*ncia social a essa destr$i"#o. stas palavras introd$zem a imagem da t$mba de 7arx no cemit&rio londrino presidida pela grande cabe"a de 9arl/ seg$ndo $ma se+@*ncia do (ilme de 7ie ,eigh
Brandes
ambiçHes= na +$al o protagonista explica/ na 2nglaterra thatcheriana/ R+$ando os operários ap$nhalavamWse a si mesmos pelas costas/ por +$e (oi Rgrande a+$ela cabe"a. A se+@*ncia acaba com $m plano +$e vai dos olhos do protagonista ao alto do b$sto marm;reo de 7arx en+$anto a protagonista/ a +$em vai dirigida ' explica"#o/ se interessa pelas sempre vivas do cemit&rio 3Re tivemos +$e olhar a nat$reza com impaci*ncia/ diz Brecht aos por nascer^ Rem casa sempre tenho sempre vivas/ diz a protagonista do (ilme de ,eigh4. <\
A explica"#o da grandeza de 7arx pelo protagonista de Brandes ambiçHes casaW se bem com a re(lex#o de Berger e permite passar diretamente ' se+@*ncia (inal de
A
terra da grande promessa de A. Dajda/ a da greve dos trabalhadores do t*xtil em ,odz/ +$e sintetiza em toda s$a cr$eza as contradi"Nes do tr)nsito s;cioWc$lt$ral do m$ndo r$ral ao m$ndo da indQstria na &poca do primeiro capitalismo selvagem. ntre o ,odz de Dajda e o ,ondres de ,eigh há cem anos de selvagerismo capitalista. %olta a imagem de 7arx no cemit&rio londrino. Por&m no (ilme sem (im montamos/ sem sol$"#o de contin$idade/ o$tra imagem5 a +$e inicia a longa se+@*ncia de (irada de 7lisses de Angelopo$los com o translado de $ma gigantesca estat$a de ,*nin em barca"a pelo 1anQbio. sta & $ma das se+@*ncias mais interessantes do cinema e$rope$ da Qltima d&cada/ pelo +$e diz e pelo +$e s$gere. Presenciamos/ e(etivamente/ o (inal de $m m$ndo/ $ma hist;ria +$e se acaba5 o s0mbolo do grande mito do s&c$lo navega agora deste -este pelo 1anQbio para ser vendido pelos restos da nomenclat$ra aos colecionadores do capitalismo vencedor na terceira g$erra m$ndial. L $ma se+@*ncia lenta e longa/ de (inal incerto/ +$e (ica para sempre na retina de +$em a contempla. A cortamos/ de momento/ para introd$zir o$tra. stamos vendo agora a se+@*ncia chave de 7nderground de mir 9$st$rica5 a resta$ra"#o do velho mito platHnico da caverna como parábola do +$e $m dia se chamo$ Rsocialismo real. - intelect$al b$rocrata conseg$i$ (azer crer ao her;i da resist*ncia antinazista/ no s$bterr)neo/ +$e a vida seg$e ig$al/ +$e a resist*ncia antinazista contin$a/ e maneja os (ios da hist;ria como em $m grande teatro en+$anto $m personagem sec$ndário/ mas essencial/ repete $ma s; palavra5 Ra catástro(e. Venh$ma o$tra imagem explico$ melhor/ e com mais verdade/ +$e esta de 9$st$rica/ a srcem da catástro(e do Rsocialismo real. :á m$itas coisas importantes neste (ilme no +$al os simpl;rios somente v*em ideologia proWservia. Por&m/ (ragmentamos 7nderground para voltar ' (irada de 7lisses/ agora com o$tra verdade/ a do pecado srcinal do Rsocialismo real. A barca"a seg$e deslizando pelo 1anQbio com a gigantesca estat$a de ,*nin tamb&m (ragmentada. - (az lentamente/ m$ito lentamente. 1esde a margem do grande rio as pessoas a acompanham/ expectantes $ns/ em atit$de de respeito religioso o$tros/ seg$ramente assombrados o$tros. 1á tempo para pensar5 o m$ndo da grande pol0tica m$do$^ $ma &poca termina^ mas n#o & o (inal da <
hist;ria5 os velhos cost$mes persistem no cora"#o da $ropa. 6alvez n#o t$do era caverna na+$ele m$ndo. !ai a noite e a grande barca"a com s$a estat$a de ,*nin montada para ser vendida entra no porto (l$vial. !ortamos a se+@*ncia ao cair da noite. -nde antes estava o 1anQbio está agora o Adriático/ há agora o$tro barco/ o Partizani5 & a se+@*ncia (inal de 1america de Gianni Amelio com a imagem/ impressionante/ do barco repleto de albaneses pobres +$e (ogem para a 2tália en+$anto o capitalismo torna/ gozoso/ a se$s neg;cios e nosso protagonista conhece$ $m novo cora"#o da noite. Premoni"#o do +$e n#o havia de ser o hegeliano >inal da :ist;ria sen#o o come"o de o$tra hist;ria/ pelo demais m$ito parecida 's o$tras hist;rias da :ist;ria. >ita sem fim. -$tra vez as palavras de Berger/ a cabe"a de 7arx no cemit&rio londrino/ a grande estát$a de ,*nin navegando/ lenta/ m$ito lentamente/ pelo 1anQbio. !hega realmente a se$ destinoK Pode haver pensamento na (ragmenta"#o5 a explica"#o de ,eigh em Brandes ambiçHes/ +$e se repete5 Rra $m gigante. - +$e ele [7arx] (ez (oi pHr por escrito a verdade. - povo estava sendo explorado. Sem ele n#o teriam existido sindicatos/ nem estado do bem estar/ nem indQstrias nacionalizadas. - diz $m trabalhador ingl*s de hoje +$e/ ademais 3e isso importa4 n#o +$er pap&is ideol;gicos nem ama os sermNes. tampo$co & a s$a a Qltima palavra. A (ita seg$e. >ita sem fim. Vessa (ita está 7arx. :o$ve m$itas coisas no m$ndo +$e n#o co$beram na cabe"a de 7arx. !oisas +$e n#o tem a ver com a l$ta de classes. !erto. !ont$do/ da mesma maneira +$e n$nca se entenderá o +$e há no 7$se$ do Prado sem a resta$ra"#o historiográ(ica da c$lt$ra crist# tampo$co se entenderá o grande cinema de nossa &poca/ o cinema +$e (ala dos grandes problemas dos homens anHnimos/ sem ter lido 7arx. 8em ismos/ & claro. B2B,2-GEA>2A Benjamin/ Dalter F R6esis sobre el concepto de historia em
iscursos
interrumpidos & 37adri5 6a$r$s4. Berger/ John < Puerca tierra 37adri5 Al(ag$ara4. Boron/ Atilio A. ondo de !$lt$ra con;mica4. Brecht/ Bertold \T iarios y 2otas autobiogr3ficas 3Barcelona5 !r0tica4. Brecht/ Bertold \ (3s de cien poemas 37adri5 :ipari;n4. <
!ohen/ Gerald. A. \X 1a teoría de la historia en (arx. 7na defensa 37adri5 Siglo 24. nzensberger/ :ans 7agn$s M Conversaciones con (arx y 5ngels 3Barcelona5 Anagrama4. >ernández B$e=/ >rancisco F iscursos para insumisos discretos 37adri5 diciones ,ibertarias4. >ernández B$e=/ >rancisco ?F 9;>; 3Barcelona5 Grijalbo4 -7 V < = <<. 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich F (anifiesto Comunista y otros escritos de 9;]?F 9;]; 3Barcelona5 Grijalbo4 -7 V . 7oraes/ 1*nis de 3org.4
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Ed&ardo 'ander
∗
!arxismo; eurocentrismo e colonialismo
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MM
∗∗
Pro(essor e pes+$isador da >ac$ldade de !i*ncias conHmicas e Sociais da
Iniversidade !entral da %enez$ela ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva
-s saberes modernos hegemHnicos do -cidente (oram s$bmetidos a $ma ampla cr0tica nas Qltimas d&cadas den$nciando se$ caráter e$rocentrico e colonial 3,ander/
Veste texto citei livremente vários materiais de minha a$toria/ ,ander 3Ta4 e 3
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somente se realizará $ma apresenta"#o es+$emática de cada $m deles. >orm$lamWse proposi"Nes grosseiras +$e obviamente n#o d#o conta do marxismo em se$ conj$nto/ de toda a rica gama de s$as vertentes. As caracteriza"Nes +$e se realizam a contin$a"#o re(eremWse 's (ormas hegemHnicas/ intelect$al e politicamente/ do +$e tem sido o marxismo realmente existente 3,ander/ Ta4.
$rocentrismo e colonialismo no pensamento social moderno
As principais vertentes do pensamento +$e (oram historicamente hegemHnicas sobre e a partir da Am&rica ,atina podem ser caracterizadas como colonialWe$rocentricas. xiste $ma contin$idade básica desde as !rHnicas das ndias/ o pensamento liberal da independ*ncia/ o positivismo e o pensamento conservador do s&c$lo 2/ a sociologia da moderniza"#o/ o desenvolvimentismo em s$as diversas versNes d$rante o s&c$lo / o neoliberalismo e as disciplinas acad*micas instit$cionalizadas nas $niversidades do continente. Al&m da diversidade de s$as orienta"Nes e de se$s variados contextos hist;ricos/ & poss0vel identi(icar nestas correntes hegemHnicas $m s$bstrato colonial +$e se expressa na leit$ra destas sociedades a partir da cosmovis#o e$rop&ia e se$ prop;sito de trans(ormáWlas ' imagem e semelhan"a das sociedades do Vorte/ +$e em s$cessivos momentos hist;ricos serviram de modelo a ser imitado. Vo entanto/ prod$ziram Wse ig$almente o$tras correntes de pensamento e o$tras op"Nes de conhecimento sobre a realidade do continente/ a partir das margens/ na de(esa de (ormas ancestrais/ alternativas/ de conhecimento/ express#o da resist*ncia c$lt$ral/ o$ associadas 's l$tas pol0ticas e8o$ processos de mobiliza"#o pop$lar. Para esta pl$ralidade heterog*nea de perspectivas/ o saber/ o conhecimento/ o m&todo/ o imaginário sobre o +$al (oi/ se & e se pode chegar a ser como povo/ longe de ser re(inado ass$nto pr;prio de especialistas em epistemologia/ s#o pensadas como +$estNes de med$lar import)ncia pol0tica e c$lt$ral. !onsideraWse +$e as (ormas hegemHnicas do conhecimento sobre estas sociedades operaram como e(icazes arte(atos de legitima"#o e nat$raliza"#o da hierar+$iza"#o e excl$s#o social +$e prevalece$ historicamente nestas sociedades. A descoloni!ação do imagin3rio e a desuniversali!ação das formas coloniais do saber aparecem assim como condi"Nes de toda trans(orma"#o democrática radical destas sociedades. stes t*m sido ass$ntos presentes no debate pelo menos desde
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as contrib$i"Nes de 7art0 e 7ariáteg$i nas Qltimas d&cadas do s&c$lo 2 e primeiras do s&c$lo . Alg$ns dos ass$ntos principais destas explora"Nes anteriores (oram retomados mais recentemente a partir de novas e (ec$ndas perspectivas na (orma de $m +$estionamento global e sistemático aos s$postos coloniais e e$rocentricos dos saberes sociais de e sobre o continente. L este $m rico debate +$e expressa as condi"Nes nas +$ais se dá a prod$"#o pol0tica intelect$al latinoWamericana na at$alidade. S#o vários os eixos +$e artic$lam este debate em $ma perspectiva aberta/ por&m ig$almente crescentemente coerente em s$as linhas de +$estionamento aos saberes hegemHnicos/ e incipientemente/ na proposta de alternativas. AbordamWse temas cr$ciais para a compreens#o das sociedades contempor)neas em partic$lar do m$ndo peri(&rico como a cr0tica 's pretensNes $niversais da hist;ria local/ paro+$ial e$rop&ia^ a polemica sobre a srcem e tra"os essenciais da modernidade^ as rela"Nes entre modernidade e ordem colonial^ as condi"Nes hist;ricas do s$rgimento dos saberes modernos nos centros do processo da constit$i"#o do sistemaWm$ndo moderno8colonial^ a separa"#o hierár+$ica entre os saberes abstratos/ cient0(icos/ (ormais e os saberes locais e8o$ tradicionais^ e o papel +$e desempenharam os saberes modernos hegemHnicos na nat$raliza"#o e legitima"#o do contin$ado processo de coloniza"#o e neoWcoloniza"#o tanto externa como interna dos povos do S$l. ste amplo debate será il$strado a+$i com a apresenta"#o de contrib$i"Nes chaves de nri+$e 1$ssel e An0bal $ijano MO. Para nri+$e 1$ssel $m ponto de partida necessário desta disc$ss#o & constit$ido pela tare(a de desmontar o mito e$rocentrico da modernidade/ a(irmando para isso +$e & necessário reconhecer +$e existem dois conceitos de modernidade. - primeiro & e$rocentrico/ provinciano/ regional. A 7odernidade & $ma emancipa"#o/ $ma Rsa0da da imat$ridade por $m es(or"o da raz#o como processo cr0tico/ +$e abre a h$manidade a $m novo desenvolvimento do ser h$mano. ste processo se c$mpriria na $ropa/ essencialmente no s&c$lo %222. - tempo e o espa"o deste (enHmeno & descrito por :egel/ e & comentado por :abermas em s$a
MO
-$tros importantes aportes a este debate podem ser encontrados em 7ignolo 3
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conhecida obra sobre o tema e & $nanimemente aceito por toda a tradi"#o e$rop&ia at$al. [...] se contin$a $ma se+@*ncia espa"oWtemporal5 +$ase sempre se aceita tamb&m o Eenascimento italiano/ a Ee(orma e a 2l$stra"#o alem#s e a Eevol$"#o (rancesa [...] o Parlamento ingl*s. 2sto &5 2tália 3s&c$lo %4/ Alemanha 3s&c$los %2W %2224/ >ran"a 3s&c$lo %2224/ 2nglaterra 3s&c$lo %224. 1enominamos esta vis#o Re$rocentrica por+$e indica como ponto de partida da R7odernidade (enHmenos intraWe$rope$s/ e o desenvolvimento posterior n#o necessita mais do +$e a $ropa para explicar o processo. sta & aproximadamente a vis#o provinciana e regional desde 7ax Deber com s$a análise sobre a Rracionaliza"#o e o Rdesencanto at& :abermas. Para m$itos $m Galile$ 3condenado em XX4/ Bacon 3
2ovum
1a ampla prod$"#o do a$tor sobre estes temas/ ver ig$almente de 1$ssel 3<^ \4. <
W A s$perioridade obriga a desenvolver os mais primitivos/ r$des/ bárbaros/ como exig*ncia moral. W - caminho deste processo ed$cativo de desenvolvimento deve ser o seg$ido pela $ropa. W !omo o bárbaro se opNe ao processo civilizador/ a práxis moderna deve exercer em Qltimo caso a viol*ncia se (osse necessário/ para destr$ir os obstác$los a tal moderniza"#o 3a g$erra j$sta colonial4. W sta domina"#o prod$z v0timas 3de variadas maneiras4/ viol*ncia +$e & interpretada como $m ato inevitável/ e com o sentido +$aseWrit$al de sacri(0cio^ o her;i civilizador investe s$as pr;prias v0timas do caráter de serem holoca$stos de $m sacri(0cio salvador 3o 0ndio colonizado/ o escravo a(ricano/ a m$lher/ a destr$i"#o ecol;gica da terra/ etc.4. W Para o moderno/ o bárbaro tem $ma Rc$lpa 3oporWse ao processo civilizador4 +$e permite ' R7odernidade apresentarWse n#o somente como inocente/ mas tamb&m como Remancipadora dessa Rc$lpa de s$as pr;prias v0timas. W Por Qltimo/ e pelo caráter Rcivilizat;rio da R7odernidade/ se interpretam como inevitáveis os so(rimentos o$ sacri(0cios 3os c$stos4 da Rmoderniza"#o dos o$tros povos Ratrasados 3imat$ros4/ das o$tras ra"as escravizáveis/ do o$tro sexo por d&bil/ etc. 31$ssel/
An0bal $ijano coincide com 1$ssel no crit&rio de acordo ao +$al a modernidade iniciaWse com Am&rica/ com a constit$i"#o do novo padr#o de poder global/ o +$e Dallerstein chamo$ de sistemaWm$ndo capitalista. V#o se trata de m$dan"as dentro do m$ndo conhecido/ +$e n#o alteram sen#o alg$ns de se$s tra"os. $rataFse da mudança do mundo como tal. ste &/ sem dQvida/ o elemento ($ndante da nova s$bjetividade T a percepção da mudança hist"rica. L esse elemento o +$e desencadeia o processo de constit$i"#o de $ma nova perspectiva sobre o tempo e sobre a hist;ria. A percep"#o da m$dan"a leva ' id&ia do ($t$ro/ posto +$e & o Qnico territ;rio do tempo onde podem ocorrer as m$dan"as [...] com a Am&rica iniciaWse/ pois/ $m inteiro $niverso de novas rela"Nes materiais e inters$bjetivas. [...] as m$dan"as ocorrem em todos os )mbitos da exist*ncia social dos povos e/ portanto de se$s membros individ$ais/ o mesmo na dimens#o material e na dimens#o s$bjetiva dessas rela"Nes. posto +$e se trata de processos +$e se iniciam com a constit$i"#o de Am&rica/ de $m novo padr#o de poder m$ndial e da integra"#o dos povos de todo o m$ndo nesse processo/ de $m inteiro e complexo sistemaWm$ndo/ & tamb&m imprescind0vel admitir +$e se trata de todo $m per0odo hist;rico. m o$tros termos/ a partir da Am&rica $m novo espa"o8tempo se constit$i/ material e s$bjetivamente5 isso & o +$e altera o conceito de modernidade 3$ijano/
-s aportes mais importantes de Anibal $ijano a este debate est#o nos seg$intes textos5 R7odernidad = democracia5 intereses = con(lictos 3
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s$jeito8raz#o em rela"#o com o corpo está na base das pretensNes objetivistas e $niversalizantes de $m saber 3cient0(ico4 +$e reivindica s$a separa"#o dos condicionamentos s$bjetivos 3corporais4/ espaciais e temporaisM\. m seg$ndo l$gar/ se prod$z na perspectiva e$rocentrica do conhecimento $ma Rartic$la"#o pec$liar entre o d$alismo +$e estabelece contrastes radicais entre pr&W capital e capital/ entre o n#o e$rope$ e o e$rope$/ entre o primitivo e o civilizado/ entre o tradicional e o moderno/ por $m lado/ e a concep"#o evol$cionista/ linear/ $nidirecional da hist;ria +$e avan"a inexoravelmente desde $m m0tico estado de nat$reza at& a moderna sociedade e$rop&ia. m terceiro l$gar/ a partir das estr$t$ras coloniais do poder/ nat$ralizamWse as di(eren"as c$lt$rais entre os gr$pos h$manos mediante $m sistemático regime de codi(ica"#o e classi(ica"#o destas di(eren"as como di(eren"as raciais. RA id&ia de
raça
[+$e] &/ literalmente/ $m invento [e +$e n#o] tem rela"#o com a estr$t$ra biol;gica da esp&cie h$mana converte$Wse em $m dispositivo extraordinariamente potente de classi(ica"#o e hierar+$iza"#o mediante o +$al conseg$i$Wse dar a apar*ncia de natural 3e portanto sem rela"#o alg$ma com a ordem social4 's pro($ndas desig$aldades e M
hierar+$ias existentes nas sociedades modernas . M\
sta s0ntese e as cita"Nes +$e nesta se incorporam (oram tomadas de $ijano 3
M
RA (orma"#o de rela"Nes sociais ($ndadas nesta id&ia/ prod$zi$ na Am&rica identidades sociais historicamente novas5 índios/ negros e mestiços e rede(ini$ o$tras. Assim termos como espanhol e portugu#s/ mais tarde europeu/ +$e at& ent#o indicavam somente proced*ncia geográ(ica o$ pa0s de srcem/ desde ent#o ad+$iriram tamb&m/ em re(er*ncia 's novas identidades/ $ma conota"#o racial. na medida em +$e as rela"Nes sociais +$e estavam se con(ig$rando eram rela"Nes de domina"#o/ tais identidades (oram associadas 's hierar+$ias/ l$gares e pap&is sociais correspondentes/ como constit$tivas delas e/ em conse+@*ncia/ ao padr#o de domina"#o colonial +$e se imp$nha. m o$tros termos/ ra"a e identidade racial (oram estabelecidas como instr$mentos de classi(ica"#o social básica da pop$la"#o [] Va Am&rica/ a id&ia de ra"a (oi $m modo de o$torgar legitimidade 's rela"Nes de domina"#o impostas pela con+$ista. A posterior constit$i"#o da $ropa como nova identidade depois da Am&rica eperspectiva a expans#oe$rocentrica do colonialismo e$rope$ sobree com o resto m$ndo/ levo$ ' elabora"#o da de conhecimento elado' elabora"#o te;rica da id&ia de ra"a como nat$raliza"#o dessas rela"Nes coloniais de domina"#o entre e$rope$s e n#oW e$rope$s. :istoricamente/ isso signi(ico$ $ma nova maneira de legitimar as já antigas id&ias e práticas de rela"Nes de s$perioridade8in(erioridade entre dominados e dominantes. 1esde ent#o demonstro$ ser o mais e(icaz e perd$rável instr$mento de domina"#o social $niversal/ pois dele passo$ a depender incl$sive o$tros ig$almente $niversais/ por&m mais antigo/ o interWsex$al o$ de g*nero5 os povos con+$istados e dominados (oram sit$ados em $ma posi"#o nat$ral de in(erioridade e/ em conse+@*ncia/ tamb&m se$s (en;tipos/ assim como se$s descobrimentos mentais e c$lt$rais. 1esse <<\
m +$arto l$gar/ a partir do d$alismo e do evol$cionismo acima mencionados/ e a partir da essencializa"#o das di(eren"as entre os povos como di(eren"as hierár+$icas de capacidade h$mana/ Ros e$rope$s imaginaram [] ser n#o somente criadores excl$sivos da [a] modernidade/ mas ig$almente se$s protagonistas. 1esta maneira se constr;i $ma +ist"ria 7niversal na +$al todos os aportes signi(icativos das artes/ das ci*ncias/ da tecnologia/ da moral e dos regimes pol0ticos s#o prod$tos internos da sociedade e$rop&ia/ res$ltado s s$periores a serem levados ao resto/ in(erior/ dos povos do m$ndo. m +$into l$gar/ como conse+@*ncia da sit$a"#o das di(eren"as entre os distintos povos em $ma escala temporal/ t$do +$e & n#oWe$rope$ & percebido como passado. R-s povos colonizados eram ra"as inferiores e/ por isso/ anteriores aos e$rope$s 3$ijano/
7arxismo/ e$rocentrismo e colonialismo - marxismo/ a cr0tica mais radical ' sociedade capitalista n#o escapa do e$rocentrismo e do colonialismo caracter0stico dos saberes modernos hegemHnicos. / no entanto/ como (oi mostrado anteriormente/ di(icilmente estar0amos em capacidade de compreender a at$al din)mica expansiva do capitalismo m$ndial conhecido como processo de globaliza"#o neoliberal deixa de lado as (erramentas te;ricas e perspectivas de análise do capital aportado pelo marxismo. Precisam ente para explorar a medida na +$al estas (erramentas te;ricas e o para *ue do conhecimento 3a trans(orma"#o social4 nos permite dar conta dos problemas +$e hoje con(rontamos na b$sca de $ma sociedade mais e+@itativa/ democrática e ambientalmente s$stentável/ se (az necessária $ma cr0tica ao marxismo a partir dos debates epistemol;gicos e pol0ticos at$ais e dos problemas e desa(ios +$e hoje en(rentamos. Somente assim teremos capacidade de rec$perar/ modo/ ra"a se converte$ no primeiro crit&rio ($ndamental para a distrib$i"#o da pop$la"#o m$ndial nas classes/ l$gares e pap&is na estr$t$ra de poder da nova sociedade. m o$tros termos/ no modo básico de classi(ica"#o social $niversal da pop$la"#o m$ndial 3$ijano/
re(orm$lar/ enri+$ecer/ trans(ormar a+$eles aportes do marxismo +$e podem ser instr$mentos te;ricos e pol0ticos cr0ticos e trans(ormadores/ e deixar para trás todas a+$elas (orm$la"Nes/ propostas e perspectivas +$e est#o inevitavelmente marcadas por/ e ancoradas em/ os res+$0cios pr;prios do pensamento colonial e$rocentrico e$rope$ hegemHnico do s&c$lo 2. A cr0tica ao marxismo s$pNe em primeiro l$gar a precis#o de +$e & o +$e entendemos por marxismo/ e sobret$do ass$mir a complexidade e diversidade do +$e conhecemos por tradi"#o marxista. Ima coisa & re(erirWse a $m conj$nto de problemas +$e (oram deixados abertos na obra de 7arx/ o$ em torno dos +$ais (orm$lo$ explora"Nes alternativas/ n#o sempre coerentes entre si 3e n#o sempre ass$midas em s$a tens#o4/ e o$tra di(erente & a codi(ica"#o dogmática do marxismo no +$e termino$ sendo o chamado materialismo hist"rico nos man$ais sovi&ticos/ +$e (oi a via principal de acesso ao marxismo por parte de tantas gera"Nes de est$dantes e militantes pol0ticos e sociais em todo o planeta. V#o & poss0vel se+$er (orm$lar $ma cr0tica epistemo l;gica ao marxismo se n#o come"amos por reconhecer a diversidade de post$ras e (ontes epistemol;gicas presentes com pro($ndas e com (re+@*ncia (r$t0(eras tensNes no pensamento de 7arx. A extraordinária e(icácia simb;lica do marxismo/ s$a ins;lita capacidade de sobreviv*ncia/ ainda depois da experi*ncia do G$lag/ deveWse em grande parte ao (ato de +$e 7arx conseg$i$ incorporar em apenas $m grande sistema te;rico o +$e (oram tradi"Nes/ desenvolvimentos e correntes de pensamento de srcens m$ito dispares/ mas todas pro($ndamente arraigadas na c$lt$ra -cidental dos Qltimos s&c$los. S#o estas as tradi"Nes as +$ais se re(ere ,*nin 3X5 XWXO4 +$ando (ala das tr*s (ontes do marxismo. ,*nin identi(ica as principais in(l$*ncias te;ricas na obra de 7arx como o socialismo ut"pico franc#s/ a filosofia cl3ssica alemã 3especialmente por meio de :egel4 e a economia cl3ssica inglesa . !om *n(ase di(erente/ Andr& Gorz 3\4 re(erindoWse ao +$e ele considera o aspecto mais signi(icativo da teoria marxista a teoria do proletariado coloca estes antecedentes em termos mais amplamente c$lt$rais5 RA teoria marxista do proletariado & $ma s$rpreendente condensa"#o sincr&tica das tr*s correntes dominantes do pensamento ocidental da &poca da b$rg$esia her;ica5 o cristianismo/ o hegelianismo e o cienti(icismo 3Gorz/ \5
2nteressa destacar as modalidades de explica"#o/ as (ormas de constit$i"#o do conhecimento e da verdade +$e est#o implicadas em cada $ma destas diversas correntes/ e a (orma na +$al se resolve o$ n#o esta diversidade epistemol;gica na obra de 7arx. Podemos a(irmar +$e estes tr*s campos de(inem tr*s modalidades alternativas de aproxima"#o ao conhecimento.
- pensamento $t;pico m primeiro l$gar/ podemos identi(icar o campo do pensamento $t;pico/ +$e se aparenta com o messianismo crist#o. L o terreno do dever ser^ no +$al se debatem os valores/ a &tica/ a moral/ os proble mas do bem e do mal^ no +$al se constit$i a id&ia da liberdade/ e o ser h$mano & capaz de transcender s$a realidade imediat a para imaginar +$e as coisas poderiam ser di(erentes. L o terreno do diálogo/ do consenso/ da compet*ncia entre valores encontrados. L o terreno do vol$ntari smo/ da pol0tica como de(ini"#o de (ins. A+$i encontramos toda a heran"a c$lt$ral do cristianismo/ do socialismo $t;pico/ das o(ertas de $m ($t$ro melhor como algo +$e os seres h$manos podem alcan"ar mediante s$a a"#o. L o terreno da responsabilidade. -s (ins e os valores +$e se de(inem neste campo encontram s$a legitima" #o em si mesmos. A liberdade e a ig$aldade s#o op"Nes h$manas. S#o valores +$e se b$sca alcan"ar/ portanto/ podem o$ n#o serem prioritários sobre o$tros valores. $ando 7arx post$la a possibilidade do desenvolvimento m$lti(acetário das potencialidades do ser h$mano/ +$ando (ala da possibilidade de $m trabalho livre/ n#o alienado/ +$ando mostra a necessidade da a"#o consciente e organizada do proletariado para a aboli"#o da propriedade privada e a constr$"#o do com$nismo como a sociedade sem classes/ o (az sit$ado neste terreno. stá optando por determinados valores e excl$indo o$tros/ está priorizando alg$ns sobre o$tros/ e está tomando partido a (avor dos interesses de alg$ns setores sociais e contra o$tros. A (iloso(ia da hist;ria Im seg$ndo terreno de constit$i"#o do conhecimento no +$al se ($nda a obra de 7arx & o da explica"#o (ilos;(ica/ em partic$lar/ a (iloso(ia da hist;ria retomada de :egel. B$scaWse o signi(icado e o sentido do c$rso da hist;ria/ a dire"#o para a +$al marcha a sociedade h$mana. A+$i/ di(erentemente do campo +$e de(inimos genericamente como
pol0tico/ n#o se trata a princ0pio de $ma op"#o valorativa/ e sim do desentranhamento de $m sentido da hist;ria +$e aparece como independente da vontade e do saber h$mano. 6rataWse de $m sentido transcendente +$e pertence ' ess*ncia mesma do devir hist;rico e +$e pode ser conhecido se pode chegar a esta verdade mediante a re(lex#o (ilos;(ica mais complexa. sta indaga"#o do sentido da hist;ria & a b$sca de $ma verdade +$e existe em si mesma e +$e pode ser alcan"ada pelo entendimento h$mano. stá claro +$e +$ando 7arx (ala da inevitabilidade hist;rica do com$nismo como a sociedade sem classes/ o$ do papel +$e por s$a pr;pria ess*ncia tem o proletariado na constit$i"#o desta sociedade sem classes 3independentemente da con(orma"#o emp0rica do proletariado como classe em alg$m momento hist;rico da sociedade capitalista o$ de s$a a$toconsci*ncia sobre esta miss#o hist;rica4/ s$a modalidade de explica"#o da realidade está sit$ada neste campo. - conhecimento cient0(ico - terceiro terreno de constit$i"#o do conhecer sobre o +$al se ($ndamenta a obra de 7arx & o do conhecimento cient0(ico. A+$i o paradigma do conhecimento válido/ o modelo de b$sca da verdade está tomado das ci*ncias nat$rais/ c$ja in(l$*ncia & +$ase onipresente na vida intelect$al ocidental e$rop&ia da seg$nda metade do s&c$lo 2/ e +$e termino$ por ter $ma poderosa incid*ncia na concep"#o do m$ndo de 7arx. L o terreno da b$sca da verdade mediante os m&todos de indaga"#o emp0rica e de demonstra"#o rigorosa +$e aporta como modelo/ a ci*ncia nat$ral. sta tripla (onte de ($ndamenta"#o o$ de legitima"#o +$e está na base do sistema te;rico de 7arx explica m$itos dos problemas +$e o marxismo encontro$ em se$ desenvolvimento/ m$itas de s$as limita"Nes/ mas/ paradoxalmente/ constit$i a raz#o de se$ perd$rável valor. - marxismo & a s0ntese mais acabada tanto dos valores como das (ormas de conhecer dominantes no -cidente dos Qltimos s&c$los. V#o há em 7arx no entanto$ma clara nem permanente a$toconsci*ncia epistemol;gica com rela"#o 's implica"Nes +$e para se$ sistema te;rico tem o (ato de +$e as (ontes de s$stenta"#o de s$as proposi"Nes encontremWse sit$adas em terrenos +$e apresentam op"Nes epistemol;gicas em m$itos sentidos con(rontadas. - com$nismo & para 7arx a sociedade +$e +$eremos 3terreno dos valores/ das op"Nes &ticas/ da constr$"#o em $ma importante medida vol$ntária do ($t$ro por parte dos seres h$manos4. L ademais o
(im/ e o sentido da hist;ria/ & a dire"#o para a +$al vem caminhando a h$manidade desde sempre/ & o +$e dá sentido a todo o acontecimento anterior/ & a+$ele do +$al os seres h$manos s#o portadores 3o saibam o$ n#o4. Por Qltimo/ para 7arx o com$nismo & algo +$e está inscrito na din)mica das contradi"Nes da sociedade capitalista. As contradi"Nes de classe/ as contradi"Nes entre (or"as prod$tivas e rela"Nes de prod$"#o/ o processo de constit$i"#o do proletariado como classe revol$cionária/ a apropria"#o crescente das (or"as prod$tivas do trabalho social por parte desta classe t$do isso demonstrado cienti(icamente & a constata"#o irre($tável de +$e se est#o gestando no interior da sociedade capitalista as condi"Nes para s$a trans(orma"#o em $ma sociedade com$nista. 7aravilhosa coincid*ncia entre os sonhos de liberdade e (elicidade/ o sentido pro($ndo e imanente da hist;ria/ e o +$e a análise cient0(ica das tend*ncias da sociedade capitalista nos demonstra_ As tensNes no pensamento de 7arx m di(erentes momentos de s$a vida/ nas várias etapas de amad$recimento de se$ pensamento/ de acordo com os acontecimentos hist;ricos +$e o (oram impactando/ e de acordo com o caráter e o objetivo de se$s di(erentes trabalhos 3*n(ase mais te;rica o$ mais permanente o$/ pelo contrário/ $ma *n(ase maior na conj$nt$ra pol0tica4/ 7arx constr;i s$a elabora"#o te;rica apelando preponderantemente para alg$ma das tr*s (ontes de ($ndamenta"#o +$e (oram mostradas. stes modelos de explica"#o do real coexistem incomodamente no seio de se$ pensamento. Vo entanto/ a cristaliza"#o do sistema de interpreta"#o do m$ndo de 7arx se dá em $ma primeira inst)ncia sobre $ma base (ilos;(ica. As proposi"Nes te;ricas centrais da obra de 7arx registram a marca de s$a (iloso(ia da hist;ria. 2sto pode ser visto com partic$lar clareza +$ando examinamos $m aspecto t#o central para a obra de 7arx como a proposi"#o do caráter revol$cionário do proletariadoWclasseWportadoraWdoW($t$ro. Vas palavras de Gorz5 Para o jovem 7arx/ n#o era a exist*ncia de $m proletariado revol$cionário +$e j$sti(icava s$a teoria. Pelo contrário/ s$a teoria +$e permitia predizer a apari"#o do proletariado revol$cionário e estabeleceria s$a necessidade. A primazia pertencia ' (iloso(ia. A (iloso(ia antecipava o c$rso das coisas/ estabelecia +$e a hist;ria
tinha por sentido (azer s$rgir/ com o proletariado/ $ma classe $niversal Qnica capaz de emancipar toda a h$manidade 3Gorz/ \5 <\4. Se identi(icarmos as proposi"Nes ($ndamentais do sistema te;rico desenvolvido por 7arx 3s$a concep"#o da hist;ria e se$ sentido/ o papel das classes na hist;ria/ o papel do proletariado/ a inevitável derrota do capitalismo/ o papel das (or"as prod$tivas no desenvolvimento hist;rico/ o advento da sociedade sem classes/ etc.4 poderemos ver +$e e(etivamente todas estas proposi"Nes encontramWse desenvolvidas em obras da j$vent$de como A ideologia Alemã 3\MO4/ A sagrada família 3\MO4 e o (anifesto do Partido Comunista 3\M\4. - (ato de +$e 7arx dedicasse a maior parte de se$ es(or"o intelect$al para demonstrar cienti(icamente essas teses principais especialmente no imenso es(or"o de investiga"#o +$e represento$ o trabalho realizado para a elabora"#o de < Capital tem rela"#o com o predom0nio do cienti(icismo no clima intelect$al e$rope$ ocidental da seg$nda parte do s&c$lo 2. L tal a preemin*ncia dos paradigmas do conhecimento das ci*ncias nat$rais nesse ambiente intelect$al/ +$e se (az +$ase obrigat;rio demonstrar +$e as teses +$e se de(endem n#o s#o meras opiniNes o$ espec$la"Nes (ilos;(icas/ mas sim proposi"Nes cient0(icas respaldadas por $ma ampla doc$menta"#o emp0rica. Ima e o$tra vez 7arx de(ende a validade de s$a teoria apelando para se$ caráter cient0(ico. Por&m/ para 7arx/ n#o se trata somente de div$lgar s$as teses pol0ticas o$ (ilos;(icas/ sob $ma (orma +$e garantisse o maior gra$ de aceita"#o no ambiente intelect$al de s$a &poca. 7arx está (irmemente convencido do caráter cient0(ico de se$ trabalho. Acredita haver doc$mentado/ constatado/ demonstrado cienti(icamente a validade das teses +$e havia (orm$lado pela primeira vez m$itos anos antes. A m$ltiplicidade de interpreta"Nes e desenvolvimentos hist;ricos/ a variedade de Rmarxismos tem s$a raiz n#o somente nesta diversidade de ($ndamenta"Nes epistemol;gicas/ nesta partic$lar s0ntese de teorias e tradi"Nes c$lt$rais^ mas tamb&m na (orma como esta diversidade epistemol;gica se expressa nas tensNes existentes nas (orm$la"Nes te;ricas de 7arx em rela"#o com problemas te;ricos e pol0ticos centrais colocados em s$a obra. L tal a complexidade presente na obra de 7arx +$e (oi poss0vel constr$ir interpreta"Nes di(erentes 3e 's vezes radicalmente opostas4 de se$s principais proposi"Nes te;ricas/ apelando em cada caso ' sele"#o de determinados textos 3e
s$primindo o$tros4. Por s$a import)ncia tanto para o sistema te;rico desenvolvido por 7arx/ como para o +$e (oi o desenvolvimento posterior dos Rmarxismos/ s#o de especial interesse as tensNes em torno dos seg$intes problemas5 ] :á $ma tens#o n#o resolvida entre
necessidade e liberdade/ entre
determinismo e voluntarismo. sta n#o & $ma tens#o partic$lar da obra de 7arx/ mas sim a express#o de $ma importante tradi"# o da c$lt$ra do -cidente/ +$e se encontra ig$almente presente na teologia crist# na tens#o entre Rlei nat$ral e Rlivre arb0trio. Por $m lado/ os seres h$manos na sociedade capitalista aparecem como prod$to inexor ável das leis do movimento do capital/ incl$sive s$as opiniNes/ se$s gostos/ s#o ditados por estas leis. / no entanto/ o ser h$mano & capaz de at$ar conscientemente para trans(ormar estas circ$nst)ncias e alcan"ar s$a liberdade. <] m 7arx encontramos $ma cr0tica radical/ assim como $ma admira"#o sem limite das (or"as prod$tivas desenvolvidas pela b$rg$esia na sociedade capitalista. F] m 7arx podemos encontrar desde $ma epistemologia centrada no ser h$mano/ na +$al a a"#o social/ s$bjetiva/ c$lt$ral/ & o ($ndamento do conhecimento 3chegando at& a Rantropologiza"#o da nat$reza4/ at& proposi"Nes +$e servem de base para o realismo epistemol"gico e a teoria do reflexo desenvolvidas por ngels e ,*nin. M] !omo bem coloca Alvin Go$ldner/ encontramos em 7arx $m recha"o ao idealismo com d$as implica"Nes di(erentes. Por $m lado/ está o recha"o ao idealismo por $nilateral/ por dar preemin*ncia aos (atores ideol;gicos e ignorar a import)ncia dos (atores materiais e/ por o$tra parte/ está o recha"o ao idealismo atrav&s da a(irma"#o de se$ contrário/ a prioridade absol$ta e permanente dos (atores materiais sobre todo o resto. L esta a(irma"#o do contrario do idealismo a +$e leva impl0cita o determinismo econHmico/ determinismo +$e n#o recorre de nenh$ma maneira toda a obra de 7arx. Assim/ o marxismo/ a partir da obra do pr;prio 7arx/ longe de ter sido $ma resposta taxativa e precisa com rela"#o aos principais problemas (ilos;(icos/ te;ricos e pol0ticos
da tradi"#o c$lt$ral da +$al (orma parte/ incorpora em grande medida estes problemas5 as polemicas em torno destes problemas n#o se d#o somente no en(rentamento das posi"Nes n#o marxistas/ mas tamb&m com (re+@*ncia com maior intensidadeW ao interior do pr;prio marxismo.
!rise do marxismo e crise da sociedade ind$strial A chamada crise do marxismo n#o pode ser explicada somente a partir do colapso do socialismo real/ o$ das derrotas dos movimentos e organiza"Nes +$e $tilizaram em todo o planeta o marxismo como bandeira de l$ta. L tamb&m diretamente conse+@*ncia da crise do imaginário do ($t$ro +$e se consolido$ como hegemHnico no pensamento ocidental do s&c$lo 2. 7$itas das id&ias +$e res$ltaram brilhantes/ sintetizadoras/ sed$toras no s&c$lo 2 e boa parte do s&c$lo / t*m hoje o caráter de carga demasiado pesada/ o odor do mo(o/ o desencanto de $ma promessa +$e n#o (oi. 7$itas das principais id&iasW(or"a sobre as +$ais se constr;i o edi(0cio te;rico de 7arx/ as id&ias mais signi(icantes e apaixonantes do s&c$lo 2 3 progresso^ ci#ncia^ desenvolvimento progressivo das forças produtivasQ industrialismoQ verdade e felicidade atrav,s da abundancia 4 (oram por ág$a abaixo. A+$elas id&ias +$e sintetizadas e artic$ladas constit$0ram os pilares de $m assombroso edi(0cio te;rico/ a+$elas (orm$la"Nes +$e constit$0am a (or"a ($ndamental dessa extraordinária obra de s0ntese/ converteramWse hoje em se$ contrário. - +$e ontem era (onte de (or"a/ & hoje (onte de debilidade.
-s principais eixos do debate em torno ao e$rocentrismo e o colonialismo no marxismo A partir do ponto de vista dos at$ais debates cr0ticos do e$rocentrismo e do colonialismo dos saberes modernos hegemHnicos/ mostramWse a seg$ir o +$e constit$em as expressNes mais importantes de ($ndamenta"Nes e$rocentricas e coloniais presentes no marxismo. !omo se mostro$ acima/ dada a diversidade e heterogeneidade do +$e historicamente passo$ a (ormar parte do campo pol0tico8intelect$al chamado marxismo/ estas cr0ticas s#o mais pertinentes para alg$mas correntes do +$e para o$tras/ por&m o s#o partic$larmente para as expressNes mais (ormalizadas do chamado materialismo hist;rico tanto em s$a vertente acad*mica como em s$a vers#o pol0tico partidária.
- marxismo como ci*ncia positiva m primeiro l$gar interessa explorar as implica"Nes da tens#o já exposta entre o marxismo como cr0tica trans(ormadora da sociedade capitalista e o marxismo como ci*ncia positiva. A cr0tica ' sociedade capitalista passa necessariamente pela cr0tica a s$as (ormas de conhecimento. S$pNeWse +$e
A Crítica da economia política b$sca
precisamente isso/ a cr0tica ao conhecimento da sociedade b$rg$esa en+$anto nat$ralizadora e legitimadora das rela"Nes de domina"#o desta sociedade. Vo entanto/ o pr;prio 7arx n#o conseg$e s$perar nem ass$mir plenamente em s$as dimensNes epistemol;gicas a tens#o entre a cr0tica ao conhecimento da sociedade capitalista como dimens#o med$lar da cr0tica ao capitalismo/ e a b$sca da constr$"#o de $m edi(0cio cient0(ico a partir dos moldes epistemol;gicos e crit&rios de cienti(icidade pr;prios da sociedade capitalista/ isto &5 a ci*ncia positiva. sta tens#o corresponde grosso modo na di(eren"a entre as perspectivas epistemol;gicas impl0citas o$ expl0citas +$e se encontram por $m lado nos textos mais pessoais/ mais explorat;rios/ mais (ilos;(icos de 7arx co mo (anuscritos de Paris de \MM 3-bras de 7arx e ngels/ \4/ os Brundrisse 37arx/ b/ < e X4/ o cap0t$lo %2 in&dito de < Capital 37arx/ a4/ e a apresenta"#o mais (ormalizada/ mais cient0(ica de se$ trabalho em boa parte de < Capital= pelo o$tro. sta b$sca de legitima"#o da cr0tica/ a partir dos pr;prios crit&rios de valida"#o do conhecimento da sociedade +$e se cr0tica e b$sca s$perar radicalmente/ constit$i $m limite severo ' cr0tica marxista da sociedade capitalista. sta vertente epistemol;gica cienti(icista/ já presente em 7arx/ & a base da constr$"#o de todo o imenso andaime do chamado socialismo científico/ +$e incorpora em (orma n#o +$estionada o modelo de prod$"#o de conhecimento caracter0stico da ci*ncia positiva 3d$alidade raz#oWs$jeito8 objeto/ privil&gio de $m s$jeito hist;rico partic$lar e a constr$"#o de todos os Ro$tros como objetos do conhecimento/ como incapazes de prod$zir conhecimento válido/ a perspectiva e$rocentrica da hist;ria $niversal/ etc.4. A b$sca de $ma sa0da ' reprod$"#o das modalidad es de conhecimento pr;prias da ci*ncia da sociedade capitalista pela via de $ma perspectiva epistemol"gica prolet3ria= em contraposi"#o ' ci#ncia burguesa/ sem sair do molde da cienti(icidade da ci*ncia positiva por parte da Academia das !i*ncias da IESS levo$ ao beco sem sa0da
da biologia proletária de ,=seno 3,ander/ Tb e A situação das ci#ncias biol"gicas/ M4. ,*nin/ verdade e socialismo cient0(ico A base epistemol;gica do +$e constit$i a express#o mais radicalizada/ e in(l$ente do marxismo como ci*ncia/ o chamado socialismo científico/ o$ materialismo hist"rico/ encontraWse na teoria leninista da verdade. - ponto de partida desta interpreta"#o leninista está na no"#o de acordo a +$al & poss0vel alcan"ar a verdade absol$ta. RSer materialista signi(ica reconhecer a verdade objetiva/ +$e nos & descoberta pelos ;rg#os dos sentidos. Eeconhecer a verdade objetiva/ isto &/ independente do homem e da h$manidade/ signi(ica admitir de $ma maneira o$ de o$tra a verdade absol$ta 3,*nin/ T\5 FM4. ,*nin entende o desenvolvimento hist;rico como $m Rprocesso nat$ral e o socialismo como prod$to de $ma análise Restritamente cient0(ico das tend*ncias da sociedade capitalista. Ee(erindoWse ao caráter cient0(ico da obra de 7arx/ a(irma5
A análise das rela"Nes sociais materiais 3isto &/ das +$e se estabelecem sem passar pela consci*ncia dos homens5 ao intercambiar prod$tos/ os homens estabelecem rela"Nes de prod$"#o/ incl$sive sem ter consci*ncia de +$e existe nisso $ma rela"#o social de prod$"#o4 permiti$ no ato observar a repeti"#o e a reg$laridade e sintetizar os regimes dos distintos pa0ses em $m s; conceito ($ndamental de formação social. sta s0ntese & a Qnica +$e (ez poss0vel passar da descri"#o dos (enHmenos sociais 3e de s$a valora"#o desde o ponto de vista do ideal4 a s$a análise estritamente cient0(ica/ +$e destaca/ ponhamos por caso/ o +$e di(erencia $m pa0s capitalista de o$tros e est$da o +$e tem de com$m todos esses [] esta hip;tese brindo$ pela primeira vez a possibilidade de $ma sociologia científica= por+$e somente red$zindo as rela"Nes sociais 's de prod$"#o/ e estas Qltimas no n0vel das (or"as prod$tivas/ conseg$i$Wse $ma base (irme para conceber o desenvolvimento das (orma"Nes sociais como $m processo nat$ral. compreendeW se por si s; +$e sem semelhante concep"#o n#o pode haver tampo$co ci*ncia social 3,*nin/ \5 M4.
Para en(atizar ainda mais o caráter cient0(ico da obra de 7arx/ ,*nin compara a contrib$i"#o desta ao conhecimento da hist;ria h$mana/ com o aporte de 1arCin ' biologia cient0(ica nos seg$intes termos5 1a mesma maneira +$e 1arCin pHs (im ' opini#o de +$e as esp&cies animais e plantas n#o t*m nenh$ma liga"#o/ de +$e s#o cas$ais/ Robra de 1e$s e im$táveis/ e de$ pela primeira vez ' biologia $ma base completamente cient0(ica ao descobrir a m$tabilidade das esp&cies e s$a contin$idade^ dessa mesma maneira/ 7arx pHs (im ' concep"#o +$e se tinha de +$e a sociedade & $m agregado mec)nico de indiv0d$os +$e admite toda classe de m$dan"a por vontade dos che(es 3o$/ o +$e & ig$al/ por vontade da sociedade e do governo4/ agregado +$e s$rge e modi(icaWse cas$almente/ e de$ pela primeira vez ' sociologia $ma base cient0(ica/ ao (orm$lar o conceito de (orma"#o socioeconHmica como conj$nto de determinadas rela"Nes de prod$"#o e deixar assentado +$e o desenvolvimento destas (orma"Nes constit$i $m processo nat$ral.[] agora/ desde +$e apare ce$ < capital= a concep"#o materialista da hist;ria deixo$ de ser $ma hip;tese para converterWse em $ma tese demonstrada com arg$mentos cient0(icos 3,*nin/ T\5 O4. A+$i se leva at& as Qltimas conse+@*ncias a seg$ran"a em rela"#o a possibilidade do conhecimento objetivo do real. 1esaparece toda dQvida/ a verdade como tal parece situarFse no terreno ontol"gico= no terreno do ser mesmo das coisasT existe com independ#ncia dos seres humanos= da humanidade.
A partir do ponto de vista do materialismo moderno/ isto &/ do marxismo/ s#o historicamente condicionais os limites da aproxima"#o de nossos conhecimentos ' verdade objetiva / absol$ta/ mas a exist*ncia desta verdade/ assim como o (ato +$e nos aproximamos a ela n#o obedece a condi"Nes. S#o historicamente condicionais os contornos do +$adro/ cont$do/ este +$adro representa sem condi"Nes $m modelo objetivamente existente. L historicamente condicional +$ando e em +$e condi"Nes progredimos em nosso conhecimento da ess*ncia das coisas at& descobrir o corante no alcatr#o o$ at& descobrir os el&trons no átomo/ mas cada $m desses descobrimentos & sem condi"Nes $m progresso do Rconhecimento incondicionalmente objetivo. m po$cas palavras/ toda ideologia & historicamente condicional/ por&m toda ideologia cient0(ica [di(erentemente/
por
exemplo/
da
ideologia
religiosa]
corresponde
incondicionalmente a $ma verdade objetiva/ a $ma nat$reza absol$ta 3,*nin/ T\5 FWF\4. xcl$0da toda dQvida epistemol;gica/ a realidade existe (ora de n;s/ podemos chegar a conhecer em s$a ess*ncia em $ma (orma objetiva. A ci*ncia avan"a inexoravelmente para a verdade absol$ta. - marxismo/ en+$anto Qnica ci*ncia do conhecimento objetivo da sociedade e da hist;ria nos garante esse tr)nsito para a verdade objetiva5 A Qnica concl$s#o +$e se pode tirar da opini#o/ compartilhada pelos marxistas/ de +$e a teoria de 7arx & $ma verdade objetiva/ & a seg$inte5 indo pela
senda da
teoria de 7arx/ nos aproximamos cada vez mais ' verdade objetiva [sem chegar n$nca a se$ (im]^ indo por *ual*uer outra senda= não podemos chegar mais +$e ' con($s#o e ' (arsa 3,*nin/ T\5 MO4.
Somente o marxismo nos garante aproximarmos ' verdade absol$ta. As o$tras sendas do conhecimento o$ +$e nos garantem & o erro/ a n#oWverdade. A partir destas proposi"Nes ,*nin tira s$as concl$sNes pol0ticas. Se a marcha da hist;ria dáWse de acordo 's leis objetivas/ c$ja nat$reza e ess*ncia podem ser conhecidas e s#o de (ato conhecidas objetivamente somente pelo marxismo/ toda a"#o pol0tica +$e se ($ndamente na verdade do marxismo será $ma a"#o pol0tica montada sobre a dire"#o da
hist;ria e estará j$sti(icada por isso. 6oda a"#o pol0tica +$e se ($ndamente em
outra
concep"#o de sociedade e de hist;ria/ estará baseada necessariamente no engano e na (arsa/ estará contraposta e desviada com rela"#o ' dire"#o do desenvolvimento objetivo dos acontecimentos hist;ricos. - desentranhamento do sentido pro($ndo das leis da hist;ria/ a verdade absol$ta/ & poss0vel/ mas somente para a+$eles c$ja posi"#o nas rela"Nes de prod$"#o capitalista lhe o$torga $m partic$lar privil,gio epistemol"gico +$e lhes dá acesso a dita verdade/ isto &5 o proletariado da sociedade capitalista/ e em partic$lar/ s$a vang$arda organizada em partido revol$cionário. stas proposi"Nes leninistas reprod$zem 3em (orma radicalizada4 as post$ras coloniais e$rocentricas do conhecimento moderno hegemHnico com s$a constr$"#o de $ma cis#o entre objeto e s$jeito/ e na cria"#o da raz#o como s$jeito abstrato do conhecimento objetivo e $niversal. :á/ no entanto/ $ma importante di(eren"a. A ci*ncia positiva post$la a exist*ncia de $m s$jeito abstrato 3a raz#o4 capaz de $m conhecimento objetivo e $niversal. 6rataWse na realidade de $m dispositivo epistemol;gico mediante o +$al se oc$lta ao s$jeito do conhecimento dominante do m$ndo colonialWmoderno^ $m s$jeito europeu= branco= masculino= de classe alta/ e pelo menos em s$a apresenta"#o pQblica/ heterossexual. 6odos os o$tros/ 3m$lheres/ negros/ 0ndios/ n#o e$rope$s4 s#o convertidos mediante este dispositivo em objetos de conhecimento/ em n#oWs$jeitos/ em seres incapazes de criar $m conhecimento válido. Va radicaliza"#o +$e ,*nin (az desta post$ra colonial e$rocentrica de nega"#o de o$tro s$jeito capaz de conhecer/ n#o aparece este dispositivo de oc$ltamento. - s$jeito privilegiado do conhecimento objetivo e $niversal & post$lado abertamente5 a vanguarda do proletariado. A partir da verdade/ objetiva e $niversal ' +$al tem acesso privilegiado esta vang$arda/ & poss0vel imp$lsionar e legitimar o processo civilizat;rio +$e leve ao Ratrasado povo r$sso a saltar etapas para avan"ar aceleradamente na dire"#o da :ist;ria/ da ind$strializa"#o/ do desenvolvimento do mercado capitalista e da revol$"#o socialista. 1esta maneira em polemica com os pop$listas r$ssos +$e pretendiam enraizar os processos de m$dan"a nas partic$laridades hist;ricas e c$lt$rais da sociedade r$ssa legitimaWse a coloniza"#o da sociedade r$ssa pelo modelo de sociedade ind$strial/ da mesma (orma como as pot*ncias coloniais no resto do m$ndo
est#o c$mprindo com a Rcarga do homem branco levando s$a civiliza"#o aos povos primitivos 3,*nin/ O4. A trans(orma"#o tanto da pol0tica/ como da gest#o do stado em $m ass$nto baseado na verdade/ teve/ & claro/ extraordinárias conse+@*ncias. ntre estas/ a prática nega"#o da pr;pria id&ia de política. >oi ig$almente a base de rela"Nes a$toritárias com os pr;prios trabalhadores 3Ratrasados4 aos +$ais havia +$e cond$zir sobre a base da verdade hist;rica/ ainda +$e estes n#o estivessem ao tanto de dita verdade hist;rica/ o estivessem em desacordo com s$as implica"Nes. A apela"#o ' verdade por parte do stado socialista radicaliza o pensamento tecnocrático cienti(icista liberal/ constit$indoW se em ($ndamento epistemol;gico legitimador do a$toritarismo das sociedades do socialismo real. - desenvolvimento progressivo e ascendente das (or"as prod$tivas m 7arx est#o presentes d$as visNes contradit;rias das (or"as prod$tivas. m alg$ns textos/ como & o caso dos Brundrisse e no cap0t$lo %2 3in&dito de < Capital4 há $ma rica explora"#o do caráter hist;rico e socialmente condicionado da ci*ncia e da tecnologia na sociedade capitalista. A+$i se analisa a tecnologia capitalista como resposta 's exig*ncias n#o somente econHmicas/ mas tamb&m pol0ticas da b$rg$esia. A tecnologia capitalista & caracterizada n#o somente como instr$mento de valoriza"#o do capital e de controle sobre a nat$reza/ mas tamb&m como $m dispositivo pol0tico do processo de concentra"#o do capital e da desvaloriza"#o da (or"a de trabalho. L neste sentido o prod$to das exig*ncias de $ma sociedade hierár+ $ica/ e n#o democrática +$e tem em se$ modelo tecnol;gico $m meio de reprod$"#o de s$as rela"Nes de domina"#o e explora"#o. Ser conse+@ente com esta post$ra implicaria ass$mir +$e de nenh$ma maneira pode pensarWse na tecnolog ia da sociedade capital ista como base material para $ma sociedade democrática. 6rataWse de $ma cr0tica ag$da +$e volta a aparecer nos debates marxistas $ma e o$tra vez/ n#o chegando no entanto a converterWse em interpreta"#o hegemHnica. V#o & essa a vis#o da tecnologia +$e termina por converterWse em dominante no pensamento do pr;prio 7arx/ a vis#o da tecnologia de se$s textos mais acabados/ mais Rrigorosos/ mais Rsistemáticos/ mais Rcient0(icos.
- marxismo cient0(ico compartilha os valores do progresso e da con(ian"a in(inita nas potencialidades ben&(icas do desenvolvimento das (or"as prod$tivas caracter0sticos do ambiente intelect$al e$rope$ do s&c$lo 2. %* a tecnologia como politicamente ne$tra/ e considera +$e a base tecnol;gica do capitalismo avan"ad o e do socialismo & similar. !ompartilhando o imaginário liberal de possibilidade do crescimento sem limite da (elicidade e liberdade h$mana sobre a base de $ma ab$ndancia material sempre ascendente/ ass$me esta perspectiva a d$alidade radical entre c$lt$ra e nat$reza pr;pria do pensamento e$rocentrico/ e constr;i a nat$reza em $m objeto externo a ser controlado e manip$lado sem limita"#o alg$ma. 2sto constit$i/ no chamado marxismo cient0(ico/ e na maior parte do pensamento marxista do s&c$lo / $m ponto cego com rela"#o ao caráter pol0tico da tecnologia e em rela"#o ' inviabilidade ambiental do modelo ind$strialista. >oram extraordinárias as conse+@*ncias desta interpreta"#o como limite do olhar cr0tico da sociedade capitalista. >oi ig$almente a base das tentativas de constr$"#o de $ma sociedade alternativa a partir dos mesmos modelos tecnol;gicos centralizados/ n#o democráticos/ $s$rpadores do conhecimento dos trabalhadores/ depredador da nat$reza. Va experi*ncia sovi&tica e na a$s*ncia de contra balan"os democráticos aos excessos deste modelo tecnol;gico/ este (oi levado a extremos desconhecidos nas sociedades capitalistas centrais 3,ander/ M4. - marxismo e a (iloso(ia da hist;ria. 7etarrelato hist;rico e$rocentrico - marxismo/ na medida em +$e ass$me $ma (iloso(ia da hist;ria/ constr;i $m metarrelato de +ist"ria 7niversal nitidamente e$rocentrico. A s$cess#o hist;rica de modos de prod$"#o 3sociedade sem classes/ sociedade escravista/ sociedade (e$dal/ sociedade capitalista/ sociedade socialista4 post$la $ma vers#o da +ist"ria 7niversal/ a partir de s$a interpreta"#o da hist;ria paro+$ial e$rop&ia. A vis#o dos o$tros/ de todas as o$tras experi*ncias da h$manidade ' l$z da vers#o do metarrelato derivado da hist;ria e$rop&ia/ tem como expressNes paradigmáticas os textos de 7arx sobre a ndia 37arx e ngels/ F4 e a pol*mica de ,*nin contra os pop$listas r$ssos 3,*nin/ O4. stes dois exemplos podem ser caracterizados como a aplica"#o $nilateral de $ma vis#o progressista da hist;ria/ na +$al/ como & o caso do pensamento neoliberal contempor)neo/ as especi(icidades hist;ricas/ c$lt$rais sociais das sociedades e das práticas de vida de s$as pop$la"Nes
podem ser obviadas. V#o há potencialidades nem (ontes Ro$tras da constr$"#o de $ma ordem social mais e+@itativa e democrática. As Qnicas (or"as din)micas da trans(orma"#o social est#o nas rela"Nes de prod$"#o capitalistas/ em s$as (or"as prod$tivas e em se$s s$jeitos hist;ricos. 6$do o mais/ está destinado a ser varrido pela inexorável din)mica progressiva da hist;ria. A partir da perspectiva dessa (iloso(ia da hist;ria $niversal/ o socialismo e o com$nismo como sociedades +$e s$cedem historicamente o capitalismo/ ad+$irem $m caráter de inexorabilidade inscrito nas leis da hist;ria. A Eevol$"#o E$ssa/ e a posterior cria"#o do campo socialista depois da Seg$nda G$erra 7$ndial/ parecem con(irmar esta predi"#o. - capitalismo n#o somente tem $m extra na hist;ria/ mas tamb&m $m extra geopol0tico e territorial em $m m$ndo bipolar. sta d$pla seg$ran"a & derr$bada j$ntamente com o 7$ro de Berlim. V#o somente desaparece +$ase todo o chamado socialismo realmente existente/ mas tamb&m a con(ian"a teleol;gica em +$e apesar das g$erras/ dos so(rimentos e dos con(litos da sociedade capitalista/ no ($t$ro se realizará a sociedade sem stado e sem classes. A partir do ponto de vista da cr0tica e da l$ta contra a sociedade capitalista/ isto de(ine $m novo momento hist;rico. Já n#o & poss0vel pensar em $m ($t$ro garantido/ a id&ia de +$e Ro ($t$ro nos pertence. >oi necessário reconhecer algo +$e sempre (oi certo/ o futuro est3 aberto / n#o existe tal coisa como $m roteiro da hist;ria +$e os s$jeitos t*m +$e desenvolver no terreno de s$as práticas coletivas. 2sto prod$z trans(orma"Nes radicais no +$e se entende por prática pol0tica trans(ormadora. 1esaparece toda possibilidade de apelar para $m s$jeito ontol;gico transcendente. 7$ltiplicamWse de (orma abr$madora os temas e s$jeitos da a"#o pol0tica +$e d$rante mais de $m s&c$lo estiveram s$bordinados ' principal contradi"#o na pol0tica socialista 3g*nero/ c$lt$ra/ identidade/ ambiente/ orienta"#o sex$al4. 2g$almente está negada toda possibilidade de (alar desde $m ancoramento epistemol;gico e pol0tico privilegiado com capacidade de determinar de antem#o/ a partir da verdade do roteiro da hist"ria/ +$ais s#o as a"Nes/ post$ras/ l$tas e s$jeitos Rcorretos e +$ais est#o/ para $tilizar $ma palavra com$m nos velhos debates entre socialistas/ Rdesviacionistas 3,ander/ X4. !omo arg$menta 2mman$el Dallerstein/ nada garante +$e o ($t$ro será melhor/ poderia ser incl$sive m$ito pior. - ($t$ro & $ma constr$"#o +$e depende das a"Nes/ l$tas e (or"as relativas dos seres h$manos no presente. As (erramentas te;ricas herdadas
do marxismo/ neste contexto/ ainda t*m m$ito a aportar ' compreensão e crítica das relaçHes de produção capitalistas/ po$co nos pode dizer sobre o desenho do futuro. - desaparecimento da nat$reza na teoria social 1e acordo com >ernando !oronil nenh$ma generaliza"#o pode (azer j$sti"a ' diversidade e complexidade do tratamento da nat$reza na teoria social ocidental. Vo entanto/ considera +$e5 os paradigmas dominantes tendem a reprod$zir os s$postos +$e atravessam a c$lt$ra moderna nos +$ais a nat$reza & $m s$posto a mais . As visNes do progresso hist;rico posteriores ' 2l$stra"#o a(irmam a primazia do tempo sobre o espa"o e da c$lt$ra sobre a nat$reza. m termos destas polaridades/ a nat$reza está t#o pro($ndamente associada com espa"o e geogra(ia +$e estas categorias com (re+@*ncia apresentamWse como metá(oras $ma da o$tra. Ao di(erenciáWlas/ os historiadores e os cientistas sociais $s$almente apresentam o espa"o o$ a geogra(ia como $m cenário inerte no +$al t*m l$gar os eventos hist;ricos/ e a nat$reza como o material passivo com o +$al os h$manos (azem se$ m$ndo. A separa"#o da hist;ria da geogra(ia e o dom0nio do tempo sobre o espa"o t*m o e(eito de prod$zir imagens de sociedades tiradas de se$ ambiente material/ como s$rgidas do nada 3!oronil/ 5
RA concep"#o estritamente social da cria"#o da explora"#o em 7arx b$sca evitar a (etichiza"#o do capital/ do dinheiro e da terra como (ontes de valor. Por&m/ termina por excl$ir a explora"#o da nat$reza da análise da prod$"#o capitalista/ e apaga se$ papel na (orma"#o da ri+$eza 3!oronil/ 5 O4.
abstra"#o da nat$reza/ dos rec$rsos/ do espa"o/ e dos territ;rios/ o desenvolvimento hist;rico da sociedade moderna e do capitalismo aparece como $m processo
interno/
a$toWgerado/ da sociedade e$rop&ia/ +$e posteriormente expandeWse para regiNes Ratrasadas. Vesta constr$"#o e$rocentrica/ desaparece do campo de vis#o o colonialismo como dimens#o constit$tiva destas experi*ncias hist;ricas. st#o a$sentes as rela"Nes de s$bordina"#o de territ;rios/ rec$rsos e pop$la"Nes do espa"o n#o e$rope$. 1esaparece assim do campo de visibilidade a presencia do m$ndo peri(&rico e se$s rec$rsos na constit$i"#o do capitalismo/ com o +$al se rea(irma a id&ia de $ropa como Qnico s$jeito hist;rico. A reintrod$"#o do espa"o e por essa via a dial&tica dos tr*s elementos da trindade de 7arx 3trabalho/ capital e terra4 permite ver o capitalismo como processo global/ mais +$e como $m proces so autoFgerado na $ropa/ e permite incorporar o campo de vis#o 's modernidades subalternas 3!oronil/ 5 \4. 1a separa"#o hierár+$ica dos )mbitos da vida social e do determinismo econHmico Rem Qltima inst)ncia Ima das constr$"Nes mais potentes da cosmo vis#o liberal (oi a post$la"#o da exist*ncia de )mbitos separados da vida hist;ricoWsocial. 3- Rpassado e o Rpresente/ as sociedades Rmodernas/ as sociedades Ratrasadas/ e nas sociedades Rmodern as/ Ro social/ Ro econHmico/ Ro pol0tico4 O. sta arte liberal da separação / com s$a extraordinária e(icácia tanto (racionadora como nat$ralizadora das rela"Nes da sociedade capitalista/ n#o (oi s$perada plenamente pela cr0tica marxista. A cr0tica da economia pol0tica parte do reconhecimento expresso de +$e n#o há $m )mbito separado com l;gica e leis pr;prias de ($ncionamento +$e possa chamarWse prod$"#o o$ mercado/ já +$e este opera no contexto de $ma instit$cionalidade pol0tica e de determinadas rela"Nes de poder. Vo entanto/ com as categorias de infraFestrutura e superFestrutura/ e s$a artic$la"#o dentro de $m modelo explicativo de determinação em 4ltima inst@ncia da s$perWestr$t$ra pela in(raWestr$t$ra especialmente no marxismo sovi&tico e no trabalho da escola de Alth$sser/ introd$zWse $m es+$ematismo simpli(icador +$e amp$ta severamente a O
2sto como mostra Dallerstein 3X4/ expressaWse no s&c$lo 2 na constr$"#o de disciplinas especializadas mo est$do de cada $m destes )mbitos da vida coletiva.
possibilidade de explorar as mQltiplas determina"Nes rec0procas entre di(erentes )mbitos da vida hist;rica social. 2sto está estritamente associado aos $sos da categoria de totalidade na tradi"#o marxista. Im conceito de totalidade com (re+@*ncia extraordinariamente estr$t$rado/ homogeneizante e sint&tico 3derivado da totalidade hegeliana/ Rposta sobre se$s p&s4/ levo$ em m$itas post$ras marxistas a $m esencialismo dogmatizante +$e o$torgo$ $m privil&gio a priori a determinados ass$ntos 3a prod$"#o4 e a determinados s$jeitos sociais 3b$rg$esia e proletariado4 sobre o$tros temas/ o$tras preoc$pa"Nes/ o$tros s$jeitos sociais. 2sto contrib$i tanto ' invisibilidade de s$jeitos e experi*ncias de vida 3por exemplo/ as pop$la"Nes ind0genas da Am&rica ,atina4/ como ' invisibilidade de temas e problemas como os ass$ntos de g*nero/ sex$alidade/ ambiente/ l0ng$a/ imaginário/ c$lt$ra/ conside rados como derivados dos temas e ass$ntos centrais/ o +$e em alg$mas vertentes marxistas/ como as análises de orienta"#o mao0sta/ (oi caracterizado como a contradição principal. A totalidade & $ma categoria de análise sem a +$al di(icilmente podemos pretender a compreens#o da realidade em s$as mQltiplas determina"Nes/ por&m $ma categoria de totalidade +$e ignora o caráter necessariamente heterog*neo da realidade hist;ricoWsocial castra severamente a ri+$eza da categoria e a converte em ($ndamento de $ma vis#o dogmaticamente totalizante +$e red$z severamente a ampla gama da experi*ncia h$mana a alg$ns po$cos eixos centrais/ pois +$e converte a pes+$isa hist;rico social em $m exerc0cio (ormal mediante o +$al somente se b$sca $ma nova constata"#o emp0rica de verdades objetivas e $niversais já conhecidas.
- marxismo na Am&rica ,atina5 alg$mas +$estNes A partir das propostas anteriores/ & poss0vel deixar abertas $ma s&rie de +$estNes relativas ao +$e (oi a experi*ncia do marxismo e da l$ta pelo socialismo na Am&rica ,atina. ]
$ais (oram as (ontes te;ricas do longo e est&ril debate latinoWamericano sobre o caráter (e$dal o$ capitalista destas sociedadesK >oi este o res$ltado da aplica"#o mec)nica da lista das etapas $niversais do desenvolvimento hist;rico e a s$cess#o dos modos de prod$"#oK Apesar dos extraordinariamente ricos aportes
de Sergio BagQ para desmontar estes (alsos dilemas e$rocentricos da interpreta"#o das sociedades latinoWamericanas/ estes debates contin$aram tendo incid*ncia te;rica e pol0tica por várias d&cadas. <]
Por +$e a ins ist*ncia do ma rxismo latinoWamericano sobret$do dos partidos com$nistas de todo o continente na b$sca da b$rg$esia nacional como aliados na l$ta antiimperialistaK
F]
Por +$e/ no contexto da extraordinária heterogeneidade estr$t$ral das sociedades latinoWamericanas/ os projetos de trans(orma"#o socialista o$torgam $m papel hist;rico t#o transcendente a $m sector da pop$la"#o +$e na maior parte dos pa0ses n#o era/ nem podia chegar a ser/ sen#o minoritário5 o proletariado (abrilK
M]
Por +$e e como (oram invisibilizados temas essenciais da heterogeneidade c$lt$ral e da constr$"#o Rracial das di(eren"as/ ass$ntos med$lares constit$tivos das sociedades latinoWamericanasK !omo (oi poss0vel ignorar o$ oc$ltar o ;bvioK !omo (oi poss0vel tornar opacos ao olhar/ o$ simplesmente invis0veis/ para milhNes de pessoas das pop$la"Nes ind0genas e a(roWamericanas 3negandoWlhes assim se$ caráter de s$jeitos4K Por +$e (oi deixado de lado as expressNes c$lt$rais di(erentes ' at$a"#o 3repeti"#o4 em territ;rio americano do roteiro da hist;ria e$rop&iaK
O]
Por +$e +$ando estes s$jeitos e expressNes c$lt$rais e de modos de vida Ro$tros s#o incorporados ' re(lex#o sobre o caráter destas sociedades/ se as considera como express#o de $m Ratraso pr&Wcapitalista destinado a trans(ormarWse 3modernizarWse4 o$ desaparecer com o avan"o hist;ricoK Por +$e se de$ em torno a estes ass$ntos $ma coincid*ncia t#o notável entre m$itas análises marxistas e da sociologia da moderniza"#oKO<.
X]
Por +$e na tradi"#o do pensamento marxista (oi t#o (r e+@ente a reiterada di(ic$ldade/ sen#o a impossibilidade/ de pensar o ($t$ro deste continente a partir de s$a pr;pria realidade hist;rica/ a partir de s$as pr;prias tradi"Nes c$lt$rais/ a partir da pot*ncia trans(ormadora de se$s pr;prios s$jeitos hist;ricoWsociaisK
]
Por +$e na m$ltiplicidade de novos s$jeitos e novas expressNes de l$ta social e pol0tica em torno a g*nero/ direitos pol0ticos e c$lt$rais dos povos ind0genas/ ambiente/ camponeses sem terra/ cooperativas/ l$tas ambientais/ diversidade
O<
A sensibilidade especial de Jos& !arlos 7ariáteg$i marcho$ na contracorrente e por isso mesmo/ n#o atingi$ $ma in(l$*ncia decisiva no debate marxista latinoWamericano.
sex$al na at$alidade latinoWamericana & t#o com$m encontrar $ma rela"#o distante com o marxismoK \]
Por +$e alg$mas das trans(orma"Nes e acontecimentos pol0ticos recentes mais ressaltantes da Am&rica ,atina como os levantamentos ind0genas do +$ador/ o zapatismo/ as s$cessivas +$edas de presidentes neoliberais/ o$ o processo de m$dan"a na %enez$ela (oram todos s$rpreendentes para a maior parte dos
]
analistas marxistasK $al a rela"#o entre a presen"a do e$rocentrismo/ do economicismo e das visNes teleol;gicas com estas car*ncias nas análises da realidade latinoWamericanaK
-s dois marxismos5 marxismo cient0(ico e marxismo cr0tico. A b$sca do Rverdadeiro 7arx OF Ima (orma de nos aproximarmos desta diversidade de (ontes de ($ndamenta"#o e de modelos de interpreta"#o do real presente na teoria marxista/ & pela via da disc$ss#o a +$al Alvin Go$ldner chama o marxismo crítico e o marxismo científico 3\<4. Go$ldner (az $ma contrib$i"#o ($ndamental ' hist;ria e ' compreens#o do marxismo com s$a tese de +$e a diversidade de post$ras te;ricas e pol0ticas do marxismo desde a obra de 7arx s#o expressNes de dois paradigmas o$ sistemas te;ricoWpol0ticos +$e recorrem toda esta tradi"#o. Go$ld ner de(ine estes dois paradigmas a partir da seg$inte caracteriza"#o5 ]
n+$anto +$e no marxismo cient0(ico predomina a análise estr$t$ral/ determinista/ o ser h$mano como prod$to de s$as condi"Nes hist;ricoWsociais/ análise na +$al as estr$t$ras s;cioWeconHmicas s#o os verdadeiros agentes da m$dan"a hist;rica/ no marxismo cr0tico a a"#o consciente/ vol$ntária/ o ser h$mano tem $m papel central. -s seres h$manos s#o os agentes da m$dan"a hist;rica.
<]
m conse+@*ncia/ para o marxismo cient0(ico/ o ($ndamental no desenvolvimento hist;rico/ em partic$lar para a transi"#o do capitalismo ao socialismo/ & o amad$recimento das condi"Nes objetivas^ di(erentemente/ para o marxismo cr0tico ad+$irem prioridade as condi"Nes s$bjetivas/ a ideologia/ a consci*ncia de classe/ a organiza"#o pol0tica.
OF
ste ponto (oi tomado de ,ander 3Ta4.
F]
n+$anto +$e o marxismo cient0(ico tem a expectativa de +$e a revol$"#o socialista se dará nos pa0ses capitalistas mais desenvolvidos 3a+$eles pa0ses +$e alcan"aram o n0vel máximo de desenvolvimento das (or"as prod$tivas4/ o marxismo cr0tico chega ' concl$s#o de +$e o atraso/ longe de ser $m obstác$lo/ pode pelo contrário brindar a oport$nidade para a tomada revol$cionária do poder. - capitalismo avan"ado/ com se$ potencial para satis(azer as demandas de cons$mo da classe trabalhadora/ e com s$a capacidade ideol;gica de controle das classes dominadas & visto assim/ pelo marxismo cr0tico como impedimen to/ mais +$e como $ma pr&Wcondi"#o para a revol$"#o.
M]
Para o marxismo cient0(ico/ o amad$recimento do proletariado como classe de vang$arda & considerada como condi"#o necessária para a revol$"#o socialista. marxismo cr0tico n#o estabelece $ma rela"#o necessária entre revol$"#o socialista e proletariado como agente hist;rico.
O]
- marxismo cient0(ico/ na medida em +$e co n(ia +$e o ama d$recimento das condi"Nes objetivas levará inevitavelmente ' +$eda do capitalismo e ao tri$n(o do socialismo/ tem $ma Restr$t$ra de sentimentos basicamente otimista. 6em a hist;ria ao se$ lado. Ao contrário/ o marxismo cr0tico carece dessa seg$ran"a/ n#o con(ia no inevitável desenlace positivo dos acontecimentos hist;ricos^ tem/ portanto $ma Restr$t$ra de sentimentos mais inclinado ao pessimismo.
X]
- marxismo cient0(ico/ em se$ determinismo/ en(atiza o caráter necessário do desenvolvimento hist;rico e dos processos sociais. - marxismo cr0tico recha"a a id&ia do marxismo cient0(ico seg$ndo a +$al Ra liberdade & o reconhecimento da necessidade. Pelo contrário/ a(irma +$e a liberdade & a disposi"#o a pagar o pre"o necessário para a consec$"#o dos valores desejados.
]
- marxismo cient0(ico compartilha os valores do progresso e da con(ian"a in(inita nas potencialidades ben&(icas do desenvolvimento das (or"as prod$tivas caracter0sticos do ambiente intelect$al e$rope$ do s&c$lo 2. %* a tecnologia como politicamente ne$tra/ e considera +$e a base tecnol;gica do capitalismo avan"ado e do socialismo & similar. Para o marxismo cr0tico/ a tecnologia desenvolvida pela sociedade capitalista incorpora as rela"Nes de domina"#o pr;prias desta sociedade/ a cr0tica ao capitalismo passa assim necessariamente pela cr0tica ' tecnologia capitalista.
\]
-
marxismo
cient0(ico
sem
ambig@idade
avalia
positivamente
o
desenvolvimento cient0(ico/ ao +$al v* n#o somente como $m grande poder/ mas tamb&m como representante do bem. Eecha"a as cr0ticas ' ci*ncia como $m sentimentalismo rom)ntico/ e comparte as premissas ($ndamentais das ci*ncias nat$rais e s$a con(ian"a na capacidade dos seres h$manos para controlar a nat$reza. - marxismo cr0tico tende a ter $ma atit$de mais amb0g$a com rela"#o ' ci*ncia. Por $m lado/ a v* como $m aspecto instit$cional inseparável do resto da sociedade capitalista. V#o limita s$a cr0tica da ci*ncia a esses $sos o$ 's rela"Nes de propriedade dentro das +$ais se desenvolve no capitalismo. Vo entanto/ dada a valora"#o +$e desta (az o conj$nto da sociedade moderna/ tende a colocar a cr0tica em termos mais parciais como/ por exemplo/ re(eridos a se$ Rpositivismo. ]
- marxismo cient0(ico & ($ndamentalmente anti(ilos;(ico/ no sentido de +$e v* na ci*ncia a possibilidade da s$pera"#o da (iloso(ia. - marxismo cr0tico se identi(ica mais estreitamente com a tradi"#o (ilos;(ica/ especialmente com a tradi"#o hegeliana.
T] 2ncorporando ambos paradigmas do marxismo/ tradi"Nes centrais da c$lt$ra do -cidente/ o marxismo cient0(ico identi(icaWse mais diretamente com a ci*ncia e tecnologia/ com os aspectos instr$mentais desta c$lt$ra/ en+$anto o marxismo cr0tico identi(icaWse com os aspectos mais h$man0sticos/ (ilos;(icos e literários da tradi"#o e$rop&ia. ] 1esde o ponto de vista metodol;gico/ o marxismo cient0(ico en(atiza a separa"#o entre estr$t$ra econHmica e s$perestr$t$ra/ insistindo na determina"#o/ ainda +$e seja em Qltima inst)ncia/ de todos os aspectos s$perestr$t$rais 3ideologia/ pol0tica/ c$lt$ra4 pelas condi"Nes da base econHmica. - marxismo cr0tico por s$a vez recha"a esta vis#o dicotHmica da realidade social como $ma v$lgar simpli(ica"#o e en(atiza a nat$reza da sociedade como $ma totalidade na +$al n#o & poss0vel introd$zir tais parti"Nes absol$tas. <] A partir do ponto de vista epistemol;gico/ o marxismo cient0(ico v* o processo do conhecimento como o Rre(lexo da realidade objetiva na mente. L a epistemologia da mente como espelho. Por s$a vez/ o marxismo cr0tico/ en(atiza os aspectos práticos/ s$bjetivos/ h$manos/ do processo de conhecimento. L a epistemologia da mente como (arol.
F] Para o marxismo cient0(ico/ a moral & $m sentimentalismo n#o necess ário. A j$sti(icativa do socialismo n#o re+$er $ma ($ndamenta"#o de nat$reza moral/ este depende das leis impessoais da hist;ria. - marxismo cr0tico tem por objetivo ($ndamental a preserva"#o da c$lt$ra h$mana/ e determinados valores transcendentes. M] A cr0tica do marxismo cient0(ico ao sistem a capitalista en(atiza a explora"#o econHmica/ as rela"Nes de propriedade. Para o marxismo cr0tico/ a *n(ase está na desh$maniza"#o da vida/ na cr0tica ao (etichismo e ' aliena"#o. L/ neste sentido/ mais $ma cr0tica de nat$reza c$lt$ral. O] Aos dois paradigmas correspondem/ (inalmente/ di(erentes estilos pol0ticos. Para o marxismo cient0(ico/ a *n(ase está no partido e em s$as organiza"Nes pol0ticas/ nos meios em si mesmos^ en+$anto +$e para o marxismo cr0tico a *n(ase está nos valores/ na consci*ncia/ nos (ins da revol$"#o. !om esta caracteriza"#o dos dois marxismos/ Go$ldner n#o pretende identi(icar determinados a$tores o$ gr$pos pol0ticos com alg$ma destas d$as tend*ncias. Pelo contrário/ a(irma +$e se trata somente de $ma distin"#o de nat$reza anal0tica. stas combina"Nes de tra"os/ claro está/ n#o se d#o todas j$ntas na (orma na +$al aparecem na (orm$la"#o dos tipos ideais apresentados por Go$ldner. 1i(erentes marxistas o$ tend*ncias dentro do marxismo aproximamWse mais a $m o$ o$tro dos paradigmas mostrados.
m b$sca do verdadeiro 7arx A compreens#o das tensNes presentes em toda a tradi"#o marxista/ a partir da obra do pr;prio 7arx/ & partic$larmente Qtil para abordar alg$ns problemas centrais da hist;ria do marxismo/ temas recorrentes c$jo debate tem se caracterizado por s$a pobreza te;rica. Im destes problemas/ de import)ncia pol0tica persistente/ & a b$sca do Rverdadeiro 7arx/ o +$e R7arx verdadeiramente +$is dizer/ especialmente nos debates em torno 's rela"Nes entre a teoria marxista e o socialismo realmente existente. A tentativa obsessiva para salvar a teoria marxista de toda responsabilidade por se$ res$ltado hist;rico nas sociedades +$e se organizaram sob a t$tela do marxismo levo$
por vezes a de(ender o Rverdadeiro marxismo das mQltiplas distor"N es e de(orma"Nes as +$ais este havia sido s$bmetido. !om rela"#o ' caracteriza"#o +$e (az Go$ldner dos dois marxismos/ o (ato de +$e seja poss0vel encontrar apoio expl0cito a cada $ma das proposi"Nes ($ndamentais destes dois paradigmas te;ricoWpol0ticos do marxismo em alg$ns textos de 7arx & s$(iciente evidencia para negar a possibilidade de +$e o verdadeiro 7arx seja o cient0(ico o$ o cr0tico. A b$sca do verdadeiro 7arx converteWse assim n#o somente em $m exerc0cio escolástico inQtil/ sen#o/ na medida em +$e pretende negar alg$ns aspectos/ para destacar o$tros/ o +$e (az & $nilateralizar o pensamento de 7arx/ distorcendoWo. - pensamento de 7arx incorpora estas tensNes e esta complexidade/ n#o há o$tro Rverdadeiro 7arx. sta b$sca do R7arx verdadeiro oriento$Wse em separar/ na obra de 7arx/ os aspectos +$e re(letiam s$a Rverdadeira post$ra/ da+$eles +$e por diversas razNes corresponderiam a $m imat$ro/ em $m caso/ e em o$tro/ aos +$e obedeceriam ' in(l$encia negativa do cienti(icismo dominante na c$lt$ra de s$a &poca. >azemWse assim leit$ras coerentemente cr0ticas/ o$ coerentemente cient0(icas da obra de 7arx. xemplos clássicos s#o o marxismo cient0(ico da 22 2nternacional/ e o marxismo cr0tico de a$tores como 9arl 9orsch e Georg ,$acs. A tentativa mais recente e sistemática nesta b$sca de $ma separa"#o5 do bom e o ma$ da obra de 7arx & a r$pt$ra epistemol;gica post$lada por Alth$sser 3X\4 OM. Seg$ndo esta interpreta"#o/ o h$manismo/ o historicismo/ a ideologia/ os valores/ a preoc$pa"#o pelos problemas da aliena"#o/ s#o res0d$os (ilos;(icos hegelianos de $m jovem 7arx imat$ro/ +$e ainda n#o prod$zi$ a r$pt$ra +$e permitirá o desenvolvimento de s$a verdadeira contrib$i"#o te;rica5 o marxismo cient0(ico. Por esta via/ e(etivamente se resolvem alg$mas das contradi"Nes +$e disc$timos/ mas ao c$sto de amp$tar o aspecto da contradi "#o com o +$al Alth$sser n#o está de acordo/ o +$e prod$z $m radical empobrecimento do campo te;rico do marxismo. -$tra vers#o desta tentati va de separa"#o do bom do ma$ consisti$ em converter as contradi"Nes e tensNes internas do pensamento de 7arx/ em contradi"Nes entre 7arx e ngels. 1e acordo a esta interpreta"#o t#o estendida/ en+$anto o pensamento de 7arx seria $ma elabora"#o complexa/ so(isticada/ cheia de s$tilezas/ +$e em nenh$m
OM
6amb&m cons$ltar Alth$sser e Balibar 3X4.
momento cai em armadilhas $nilateralistas/ o trabalho de ngels seria responsável por $m red$cionismo nat$ralista da obra de 7arx. ste tema (oi recolocado por ,esze 9olaoCsi em As principais correntes do marxismo 3\T^ \<4. Seg$ndo este a$tor/ existe $ma di(eren"a radical entre a (iloso(ia de ngels e a (iloso(ia de 7arx. 9olaoCsi s$stenta +$e o ponto de vista de ngels pode +$ali(icarWse s$mariamente como nat$ralista e antimecanicista. ngels apresenta ao $niverso em evol$"#o din)mica para (ormas s$periores/ pl$rais em s$a di(erencia"#o e enri+$ecidas pelo con(lito interno. staria pr;ximo ao positivismo e ao cienti(icismo por s$a con(ian"a na ci*ncia nat$ral e s$a descon(ian"a na (iloso(ia/ concebida meramente como $m conj$nto de regras intelect$ais^ tamb&m estaria pr;ximo ao empirismo e ao determinismo. 1e acordo com esta interpreta"#o/ n#o parece +$e as bases (ilos;(icas do marxismo de 7arx sejam compat0veis com a cren"a em +$e as leis gerais da nat$reza t*m/ como aplica"Nes partic$lares/ a hist;ria da h$manidade e tamb&m as regras do pensamento/ identi(icadas com as reg$laridades psicol;gicas o (isiol;gicas do c&rebro. n+$anto +$e ngels/ (alando em t&rminos gerais/ acreditava +$e o ser h$mano podia explicarWse em t&rminos de hist;ria nat$ral e das leis de evol$"#o 's +$e estava s$bmetido/ e +$e era capaz de conhecer em si/ a id&ia de 7arx (oi +$e a nat$reza +$e conhecemos & $ma extens#o do ser h$mano/ $m ;rg#o de atividade prática. A interpreta"#o materialista da consci*ncia em 7arx/ de acordo a 9olaoCsi/ & +$e o conhecimento e t$do o mais relacionado com a mente sentimentos/ desejos/ imagina"Nes e id&ias & prod$to da vida social e da hist;ria. Por isso os seres h$manos n#o podem adotar $m ponto de vista c;smico o$ divino/ deixando de lado s$a pr;pria h$manidade e abarcando a realidade em si e n#o como objeto da práxis h$mana. :averia de acordo a isto/ $ma clara di(eren"a entre o transcendentalismo latente da dial&tica da nat$reza de ngels e o antropocentrismo dominante na id&ia de 7arx. :á e(etivamente $ma di(eren"a radical entre as proposi"Nes epistemol;gicas antropoc*ntricas presentes no 7arx dos (anuscritos de Paris de \MM e o +$e & o nat$ralismo cienti(icista de toda a obra de ngels. Vo entanto a epistemologia +$e post$la 7arx cada vez +$e se re(ere ' contrib$i"#o representada por < Capital/ aproximaWse m$ito mais do cienti(icismo de ngels/ +$e do antropocentrismo de alg$mas de s$as primeiras obras. sta separa"#o absol$ta entre as proposi"Nes
epistemol;gicas de 7arx e as de ngels somente & poss0vel a partir de $ma interpreta"#o $nilateral do pensamento de 7arx/ interpreta"#o +$e incorpora somente $m dos p;los em tens#o em se$ pensamento. ntretanto/ os elementos para a caracteriza"#o +$e 9olaoCsi (az est#o presentes em alg$ns textos de 7arx/ mas tamb&m o est#o e com maior pesoW proposi"Nes +$e s$stentariam $ma interpreta"#o mais nat$ralista e cienti(icista de s$as concep"Nes (ilos;(icas e epistemol;gicas. V#o se pode desconhecer/ para esta disc$ss#o/ a vis#o +$e 7arx tem de s$a pr;pria obra/ a (orma na +$al de(ine s$a contrib$i"#o nos pr;logos e apresenta"Nes de se$s textos mais importantes/ nas cartas nas +$ais se re(ere ao +$e (oi o conj$nto de se$ aporte te;rico. Vas re(er*ncias deste tipo nos Qltimos anos de vida de 7arx/ a *n(ase está no caráter cient0(ico de s$a obra/ no determinismo dos processos sociais. paradigma do conhecimento das ci*ncias nat$rais está cada vez mais presente como re(er*ncia expl0cita em rela"#o a +$al 7arx avalia a import)ncia e a nat$reza de s$a pr;pria obra. 2g$almente importante para a interpreta"#o da opini#o +$e tinha 7arx de s$a pr;pria obra/ &/ como diz Go$ldner/ o (ato de se os textos (oram p$blicados o$ n#o d$rante a vida de 7arx. -s principais textos a partir dos +$ais se desenvolvem as interpreta"Nes de 7arx como orientado por $ma epistemologia antropoc*ntrica e antiW cienti(icista/ s#o precisamente os textos n#o p$blicados d$rante a vida de 7arx % ngels/ A &deologia Alemã e os (anuscritos de Paris de 9;]] (oram editados em F e somente anos depois se p$blicaram trad$"Nes completas. A primeira p$blica"#o e(etiva dos Brundrisse & no ano OF^ a trad$"#o aos principais idiomas levo$ at&
partic$lar com rela"#o ao socialismo realmente existente/ & evidente a import)ncia cardinal dos textos sobre a base dos +$ais se (ormo$ a concep"#o do m$ndo/ da pol0tica/ da revol$"#o e do socialismo +$e servi$ de g$ia para a constr$"#o das sociedades socialistas. -s principais movimentos pol0ticos do s&c$lo +$e se identi(icam com o marxismo já tinham $ma concep"#o do m$ndo e do marxismo claramente cristalizadas antes +$e se conhecessem alg$ns dos textos de 7arx mais diretamente identi(icados com o marxismo cr0tico. Vo ano F +$ando (oi p$blicado pela primeira vez [em alem#o]/ tanto A &deologia Alemã como os (anuscritos de Paris de 9;]]/ o partido bolchevi+$e tinha O anos no poder/ ,*nin tinha +$ase $ma d&cada de morto/ 6rots= estava nos Qltimos anos de s$a vida/ o stalinismo estava em pleno apoge$/ e o Partido !om$nista !hin*s já tinha onze anos de ($ndado. Ees$lta assim +$e/ encontrando o sentido pro($ndo da obra de 7arx precisamente na+$eles textos +$e po$co t*m rela"#o com a experi*ncia hist;rica do socialismo/ liberaWse a a+$ela de toda Rc$lpa. verdadeiro socialismo/ o socialismo post$lado por 7arx estaria ainda por realizarWse. Eegressando agora ' pretendida oposi"#o radical entre as concep"Nes de 7arx e ngels/ res$lta pelo menos c$riosa essa concl$s#o se tomamos em conta o (ato de +$e (oram 0ntimos amigos e colaboradores d$rante a maior parte de s$as vidas/ +$e trabalharam e assinaram conj$ntamente alg$mas de s$as principais obras/ +$e d$rante d&cadas desenvolveram $m constante intercambio de correspond*ncia sobre o +$e cada +$al estava escrevendo 3nos jornais nos +$ais estavam separados4/ +$e disc$tiam se$s man$scritos entre si antes de s$a p$blica"#o. >oi t#o estreita esta colabora"#o +$e recentemente descobri$Wse +$e alg$ns artigos jornal0sticos assinados por 7arx/ na realidade (oram escritos por ngels. 2g$almente limitados res$ltam as tentativas de estabelecer $ma r$pt$ra radical entre o marxismo de 7arx e o marxismo de ,*nin^ o marxismo +$e (oi codi(icado posteriormente como o marxismoWleninismo. Vas Qltimas d&cadas/ (oi com$m a re(lex#o cr0tica em torno 's sociedades socialistas at$ais o$ chegar ' concl$s#o 3inevitável4 de +$e o socialismo realmente existente está intimamente ligado 's concep"Nes te;ricas e pol0ticas do leninismo/ e +$e a id&ia de $m socialismo democrático implica necessariamente $ma r$pt$ra com o leninismo. Vo entanto/ no n#oWreconhecimento de +$e a obra de ,*nin & a contin$a"#o de alg$mas tend*ncias
med$lares inscritas no pensamento de 7arx/ o +$e se repete & o apego religioso ' perman*ncia da contrib$i"#o de 7arx/ impedindo por essa via $ma re(lex#o cr0tica sobre a obra do pr;prio 7arx. xemplo desta modalidade de separa"#o radical entre o bom atrib$0do a 7arx e o ma$ atrib$0do a ,*nin & a r$pt$ra do e$rocom$nismo com o leninismo. stas interpreta"Nes red$cionista/ altamente seletivas 3t#o (re+@entes na hist;ria do marxismo4 serviram tanto para s$stentar e legitimar as mais diversas post$ras pol0ticas sit$adas no campo do marxismo/ como para escamotear a possibilidade mesma de $ma disc$ss#o cr0tica em torno ' rela"#o entre as experi*ncias de constr$"#o socialista e as proposi"Nes te;ricas e pol0ticas básicas do marxismo. Somente a partir do reconhecimento do conj$nto de problemas/ tensNes e contradi"Nes presentes na obra de 7arx/ e da diversidade das potenciais orienta"Nes de se$ desenvolvimento posterior/ & poss0vel $ma aproxima"#o cr0tica (r$t0(era ao conj$nto de s$a obra e aos e(eitos +$e esta teve na experi*ncia hist;rica do socialismo realmente existente.
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9olaoCsi/ ,esze \< 1as principales corrientes del marxismo 37adri5 Alianza ditorial4 6omo 22. 1a situaci"n de las ciencias biol"gicas M 37osco$5 diciones en leng$as extranjeras4 Atas ta+$igrá(icas da Academia ,*nin de !i*ncias Agr0colas F de j$lioW de agosto de M\. ,ander/ dgardo Ta Contribuci"n a la crítica del marxismo realmente existenteT verdad= ciencia y tecnología 3!aracas5 Iniversidad !entral de %enez$ela4. ,ander/ dgardo Tb R!iencia sovi&tica = ciencia occidental em dgardo ,ander Contribuci"n a la crítica del marxismo realmente existenteT verdad= ciencia y tecnología 3!aracas5 I!%4. ,ander/ dgardo M 1a ciencia y la tecnología como asuntos políticos. 1ímites de la democracia en la sociedad tecnol"gica 3!aracas5 ditorial V$eva Sociedad8>ondo ditorial de la Asociaci;n de Pro(esoresWI!%8P$blicaciones da >ac$ltad de !iencias con;micas = SocialesWI!%4. ,ander/ dgardo X R,as trans(ormaciones postmodernas de la pol0tica em Revista )ene!olana de 5conomía y Ciencias 8ociales 3!aracas5 I!%4 V
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'amilia y cambio social 3,ima5
!S-SA74. $ijano/ An0bal b R!olonialit= o( poCer and its instit$tions. 1oc$mento apresentado no Simp;sio sobre !olonialidad del poder = s$s ámbitos sociales/ Binghamton Iniversit=/ Binghamton/ Vova 2or+$e/ abril. $ijano/ An0bal
Anuario
(ariateguiano 3,ima4 %ol. 22/ V <.
$ijano/ An0bal
Parte (ois Atualidade e renovação dos temas clássicos
(aniel Bensa)d
Um ol#ar sobre a #ist?ria e sobre a luta de classes
∗∗
Pro(essor de >iloso(ia na Iniversidade de Paris %222 Saint 1enis. >$ndador e dirigente da ,iga !om$nista Eevol$cionária da >ran"a. 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva - presente artigo & $ma vers#o preliminar do cap0t$lo tit$lado R-s tempos em discord)ncia 3A pro;sito do marxismo anal0tico4 +$e o a$tor p$blico$ em s$a obra (arx= o intempestivo. Brande!as e mis,rias de uma aventura crítica 3S#o Pa$lo5 !iviliza"#o Brasileira4. %ivemos em tempos de resta$ra"#o. - s$rpreendente & +$e essa resta$ra"#o está (eita sob medida das desordens. 1e progresso K !abe a dQvida. - obsc$recimento da l$ta de classes & prop0cio para as sed$"Nes do mercado e para a escalada dos con(litos localistas. A renova"#o na análise destes (enHmenos parece proceder da corrente chamada Rmarxismo anal0tico o$ da Relei"#o racional. m nossa exposi"#o examinaremos criticamente as teses colocadas por $m de se$s principais te;ricos/ Jon lster. m se$ (arx= une interpr,tation analyti*ue= lster 3\4 s$stenta +$e 7arx n#o previ$ +$e o advento do com$nismo p$desse ser prematuro e +$e/ a semelhan"a do modo de prod$"#o asiático/ se convertesse em $m beco sem sa0da da hist;ria. RPremat$ro5 a palavra está dita. -s debates sobre o ritmo j$sto da hist;ria remetem geralmente a alg$mas passagens conhe cidas do Pr;logo de \O ' Contribuição crítica da economia política5 Va prod$"#o social de s$a exist*ncia/ os homens entram em rela"Nes determinadas/ necessárias/ independentes de s$a vontade/ rela"Nes de prod$"#o +$e correspondem a $m gra$ de desenvolvimento determinado de s$as (or"as prod$tivas materiais []. m certo estágio de se$ desenvolvimento/ as (or"as prod$tivas materiais da sociedade entram em contradi"#o com as rela"Nes de
prod$"#o existentes/ o$/ o +$e pode ser a express#o j$r0dica disso/ com as rela"Nes de propriedade em c$jo seio se mantinham caladas at& ent#o. 1e (ormas de desenvolvimento das (or"as prod$tivas +$e eram/ tais rela"Nes tornaramWse entraves. AbreWse ent#o $ma &poca de revol$"#o social [] Ima (orma"#o social n$nca desaparece antes +$e se tenham desenvolvido todas as (or"as prod$tivas +$e ela seja bastante ampla para conter/ n$nca rela"Nes de prod$"#o novas e s$periores tomam o l$gar das antigas antes +$e as condi"Nes de exist*ncia materiais dessas rela"Nes tenham eclodido no pr;prio seio da velha sociedade. ssa & a raz#o por+$e a h$manidade n$nca se propNe sen#o as tare(as +$e pode c$mprir/ pois/ olhandoWse isso de mais perto/ observarWseWá sempre +$e a pr;pria tare(a n#o s$rge sen#o onde as condi"Nes materiais para c$mpriWla já existam o$ pelo menos estejam em vias de existir 37arx/ a5 F4. Apesar 3o$ por ca$sa4 de s$as inten"Nes didáticas/ este texto coloca mais problemas do +$e os resolve. >iel ao t0t$lo de se$ livro maior/ 7arx (az $ma Rde(esa resol$ta desta teoria. 1e A ideologia alemã 's $eorias da mais valia / en$mera os ind0cios de $ma rigorosa determina"#o das rela"Nes de prod$"#o pelo n0vel de desenvolvimento das (or"as prod$tivas/ por+$e Rnenh$ma revol$"#o tri$n(ará antes +$e a prod$"#o capitalista tenha elevado a prod$tividade do trabalho ao n0vel necessário 37arx/ \Ta4. Ima vez expropriada a classe dominante/ a classe trabalhadora n#o seria capaz de ($ndar $ma com$nidade socialista sem Ra premissa prática/ absol$tamente necessária/ de $ma prod$tividade elevada/ pois sem ela a socializa"#o (or"ada somente cond$ziria ' generaliza"#o da escassez. ,onge de levar ' emancipa"#o real do assalariado/ a apropria"#o estatal dos meios de prod$"#o pode signi(icar a generaliza"#o do trabalho assalariado sob a (orma do Rcom$nismo tosco 3+$e poder0amo s trad$zir/ hoje em dia/ por Rcoletivismo b$rocrático4. As tentativas Rpremat$ras de m$dar as rela"Nes sociais estariam assim condenadas/ portanto/ ' resta$ra"#o capitalista sob as piores condi"Nes. A+$i várias +$estNes con($ndemWse. 7arx insiste nas condi"Nes de possibilidade do socialismo contra o s$stentado pelos com$nistas $t;picos. A socializa"#o da escassez somente poderia Rtrazer de novo todo o velho lixo. A cr0tica do prod$tivismo amiQde prestaWse ' ingen$idade. Se se trata de den$nciar a (alsa inoc*ncia das (or"as prod$tivas
e de s$blinhar s$a ambival*ncia (ator de progresso tanto como de destr$i"Nes potenciais os desastres deste s&c$lo estabelecem s$(icientem ente s$a pertin*ncia sem +$e tenha necessidade de lan"ar m#o das robinsonadas do crescimento zero e da economia de arrecada"#o. V#o há apenas $m Qnico desenvolvimento poss0vel/ socialmente ne$tro/ das (or"as prod$tivas. %árias vias/ de conse+@*ncias sociais e ecol;gicas di(erentes/ s#o sempre conceb0veis. Vo entanto/ a satis(a"#o das necessidades sociais novas e diversi(icadas sobre a base de $m menor tempo de trabalho da0 a emancipa"#o da h$manidade do trabalho (or"ado_ passa necessariamente pelo desenvolvimento das (or"as prod$tivas. !onsideraWse +$e o proletariado está +$ali(icado para ter $m papel chave nesta trans(orma"#o/ sobret$do por+$e a divis#o t&cnica e social do trabalho cria as condi"Nes para $ma organiza"#o consciente 3pol0tica4 da economia a servi"o das necessidades sociais. Ima socializa"#o e(icaz da prod$"#o re+$er/ ent#o/ $m n0vel determinado de desenvolvimento. m $ma economia cada vez mais m$ndializada/ este $mbral m0nimo n#o está (ixado pa0s por pa0s. Eelativo e m;vel/ ele varia em ($n"#o dos la"os de depend*ncia e de solidariedade n#o seio da economiaWm$ndo. $anto menos desenvolvido esteja $m pa0s/ mais trib$tário será da rela"#o de (or"as no n0vel internacional. !omo conciliar a hist;ria como desenvolvimento das (or"as prod$tivas com a hist;ria como hist;ria l$ta de classesK lster v* a0 R$ma di(ic$ldade capital do marxismo5 RV#o se encontra vest0gio de $m mecanismo pelo +$al a l$ta de classes encoraje o imp$lso das (or"as prod$tivas. xistiria em 7arx R$ma rela"#o m$ito estreita entre a (iloso(ia da hist;ria e a predile"#o pela explica"#o ($ncional. L/ certamente/ por+$e ele acreditava na hist;ria dirigida a $m objetivo +$e sentia j$sti(icado explicar n#o somente os padrNes de comportamento/ mas tamb&m incl$sive os acontecimentos sing$lares em ($n"#o de s$a contrib$i"#o a este (im 3lster/ \5 M<4. Ao res$mir a teoria de 7arx como R$ma mist$ra de coletivismo metodol;gico/ explica"#o ($ncional e ded$"#o dial&tica/ lster n#o observa matizes. R6odas estas abordagens deixamWse talvez s$bs$mir sob a r$brica mais geral da teleologia. A m#o invis0vel +$e s$stenta o capital & $ma das d$as grandes (ormas de teleologia em 7arx/ a o$tra sendo a necessidade de +$e o processo acabe/ no (im das contas/ por se destr$ir 3lster/ \5 X\4.
Va verdade/ al&m das misti(ica"Nes e dos prod0gios do (etichismo/ 7arx revela a realidade pro(ana das rela"Nes objetivadas +$e os homens mant*m entre si. ($ncionalismo +$e lster golpeia/ n#o & mais +$e $ma sombra projetada da clássica intencionalidade re($giada em se$ pr;prio Rindivid$alismo metodol;gico. 2ncapaz de compreender as ins;litas Rleis tendenciais de 7arx com s$a necessidade semeada de acaso/ desarma e rearma tristemente o tedioso 7eccano das (or"as e das rela"Nes/ da in(raWestr$t$ra e da s$perestr$t$ra. ,onge de representa"Nes tri$n(alistas/ a hist;ria n#o se red$z a $m jogo de soma zero. Se$ desenvolvimento ac$m$lativo está marcado pelo das ci*ncias e das t&cnicas. A apari"#o de $m novo modo de prod$"#o n#o & a Qnica sa0da poss0vel do precedente. L errHneo pensar +$e a Qnica alternativa conceb0vel a $m velho modo de prod$"#o & s$a inexorável s$pera"#o. 6al desenlace apenas se inscreve em $m campo determinado de possibilidades reais. Ima avalia"#o do progresso hist;rico em termos de avan"os e retrocessos sobre $m eixo cronol;gico imagina o desastre sob a (orma do regresso a $m passado cad$co/ em l$gar de alertar contra as (ormas in&ditas/ srcinais e per(eitamente contempor)neas de $ma barbárie +$e & sempre a de $m presente partic$lar. !ompreendidas desta (orma/ as (or"as prod$tivas reencontram a+$i se$ papel. >or"as prod$tivas e rela"Nes de prod$"#o s#o os dois aspectos do processo pelo +$al os seres h$manos prod$zem e reprod$zem s$as condi"Nes de vida. Salvo $m ani+$ilamento sempre poss0vel/ o desenvolvimento das (or"as prod$tivas & ac$m$lativo e irrevers0vel. 7as disso n#o res$lta $m progresso social e c$lt$ral a$tomático/ e sim apenas s$a possibilidade. 1e o$tro modo/ todo projeto de emancipa"#o derivaria do p$ro vol$ntarismo &tico o$ da p$ra arbitrariedade $t;pica. 1izer +$e o desenvolvimento das (or"as prod$tivas tem direcionalidade/ +$e se$ (ilme n#o pode ser rebobinado/ signi(ica +$e n#o se regressa do capitalismo ao (e$dalismo e do (e$dalismo ' cidade antiga. A hist;ria n#o volta atrás. Sob velhos trapos enganosos/ pode/ entretanto/ inc$bar as piores novidades. 1a0 a j$steza da (;rm$la Rsocialismo o$ barbárie/ e o e+$0voco de consignas tais como5 Rsocialismo o$ status *uo/ Rsocialismo o$ mal menor/ Rsocialismo o$ regress#o. V#o se trata/ pois/ de avan"os o$ retrocessos/ mas sim de $ma verdadeira bi($rca"#o. A dial&tica dos poss0veis tamb&m & ac$m$lativa. - ani+$ilamento das virt$alidades libertadoras inventa amea"as desconhecidas e n#o menos aterradoras.
2ntermit*ncias e contratempos Passando por alto n$merosos textos expl0citos sobre o ponto/ lster/ ig$al a tantos o$tros/ obstinaWse em encontrar em 7arx R$ma teoria da hist;ria $niversal/ da ordem/ na +$al os modos de prod$"#o se s$cedem sobre a cena hist;rica. Atrib$iWlhe/ incl$sive/ R$ma atit$de teleol;gica per(eitamente coerente/ a risco de n#o poder explicar o contraste entre A &deologia Alemã e os grandes textos $lteriores/ Rsen#o talvez pela in(l$*ncia de ngels 34. xplica"#o t#o cHmoda como inconsistente. Pois os textos de \MX n#o t*m nada de treslo$cares j$venis +$e invalidariam a coer*ncia geral/ e se inscrevem em $ma rigorosa contin$idade com A 8agrada 'amília. Vos Brundrisse e na Contribuição de \O ressoa o eco (iel da+$eles textos5 R- +$e chamamos de desenvolvimento hist;rico repo$sa sobre o (ato de +$e a (orma derradeira considera as (ormas passadas como etapas +$e cond$zem a si mesma^ como/ al&m disso/ raramente & capaz de (azer s$a pr;pria cr0tica/ ela as concebe sempre de maneira $nilatera l 37arx/ a54. V#o se poderia recha"ar mais (irmemente toda il$s#o retrospectiva sobre o sentido de $ma hist;ria c$jo desenvolvimento conspiraria para o coroamento de $m presente inel$tável e/ em conse+@*ncia/ leg0timo. !orrespond*ncia das (or"as prod$tivas e das rela"Nes de prod$"#o/ necessidade e possibilidade hist;ricas5 estamos a+$i de volta ante a +$est#o da trans(orma"#o das sociedades/ das revol$"Nes Rpremat$ras e das transi"Nes (alidas. V#o contente em atrib$ir a 7arx o Res+$ema s$praWhist;rico +$e este t#o claramente condeno$/ lster cens$raWlhe ter imaginado $m com$nismo chegando a tempo/ em l$gar de apontar as conse+@*ncias desastrosas de s$a chegada premat$ra. Vo entanto/ n#o tem sentido (alar de $ma chegada premat$ra o$ antecipada. Im acontecimento +$e se inseriria como $m elo d;cil no encadeamento ordenado dos trabalhos e dos dias já n#o seria acontecimento/ e sim p$ra rotina. A hist;ria está (eita de sing$laridades circ$nstanciais. - acontecimento pode ser chamado premat$ro em rela"#o com $m encontro imaginário/ mas n#o no horizonte vacilante da possibilidade e(etiva. -s +$e ac$sam 7arx de ser determinista s#o/ amiQde/ os mesmos +$e lhe ac$sam s*Wlo ins$(icientemente_ Para o marxista Rlegal Str$ve/ como para os menchevi+$es/ $ma revol$"#o socialista na EQssia em parecia monstr$osamente premat$ra. A +$est#o ress$rge hoje em dia na
hora dos balan"os. V#o teria sido mais pr$dente e pre(er0vel respeitar os ritmos da hist;ria/ deixar +$e as condi"Nes objetivas e o capitalismo r$sso amad$recessem/ dando ' sociedade tempo s$(iciente para modernizarWseK $em escreve a partit$ra e +$em marca o compassoK Seg$ndo lster/ Rdois espectros atormentam a revol$"#o com$nista5
Im & o perigo de $ma revol$"#o premat$ra em (avor de $ma mist$ra de id&ias revol$cionárias avan"adas e sit$a"Nes miseráveis/ n$m pa0s +$e ainda n#o se acha amad$recido para o com$nismo. -$tro & o risco de revol$"Nes conj$radas/ de re(ormas preventivas introd$zidas pelo alto para prevenir contra $ma sit$a"#o perigosa 3lster/ 5 T4. Se há revol$"Nes premat$ras/ devem encontrarWse tamb&m/ de (ato/ revol$"Nes passadas. Eesolvido a n#o ceder aos acalantos de ($t$ros radiantes/ Gerald !ohen em Analytical (arxism pre(ere assentar +$e $m capitalismo debilitado torna somente poss0vel R$ma s$bvers#o potencialmente revers0vel do sistema capitalista e n#o $ma constr$"#o do socialismo 3!ohen/ \X4. !ohen contin$a sem conseg$ir escapar 's armadilhas (ormais do Pr;logo de \O5 RA revol$"#o anticapitalista pode ser premat$ra e/ por conseg$inte/ (racassar em se$ objetivo socialista 3!ohen/ \X4. Assim/ $ma explica"#o do stalinismo red$zida ' imat$ridade das condi"Nes hist;ricas desmente
a
priori/ em bene(icio de $m (atalismo mec)nico/ todo debate estrat&gico sobre a tomada do poder em / sobre as oport$nidades da revol$"#o alem# em
($n"#o do desenvolvimento das (or"as prod$tivas. Pelo contrário/ a resposta de 7arx a %era Uas$lich sobre a at$alidade do socialismo na EQssia/ insiste em dois elementos5 a exist*ncia de $ma (orma de propriedade agrária +$e permanece sendo coletiva e a combina"#o do desenvolvimento capitalista r$sso com o desenvolvimento m$ndial das (or"as prod$tivasOO. A Rmat$ridade da revol$"#o n#o se decide em apenas $m pa0s seg$ndo $m tempo $ni(icado e homog*neo. At$aWse na discord)ncia dos tempos. desenvolvimento desig$al e combinado torna e(etiva s$a possibilidade. A corrente pode ser rompida por se$ elo d&bil. A transi"#o socialista somente & conceb0vel/ ao contrário/ em $ma perspectiva/ antes de t$do/ internacional. A teoria da revol$"#o permanente/ +$e sistematiza estas int$i"Nes/ sempre (oi combatida em nome de $ma vis#o rigorosamente determinista da hist;ria/ e a ortodoxia staliniana red$zi$ precisament e a teoria de 7arx ao es+$eleto de $m es+$ema Rs$praWhist;rico/ no +$al o modo de prod$"#o asiático já n#o encontra l$gar. A sorte da Eevol$"#o E$ssa depois de / o 6ermidor b$rocrático/ o terror staliniano e a trag&dia dos campos n#o s#o res$ltados mec)nicos de s$a pretendida antecipa"#o. As circ$nst)ncias econHmicas/ sociais e c$lt$rais tiveram $m papel determinante. V#o constit$0am/ no entanto/ $m destino inel$tável/ independente da hist;ria concreta/ do estado do m$ndo/ das vit;rias e as derrotas pol0ticas. A revol$"#o alem# de \W
Sobre este ponto/ conv&m examinar as cartas de 7arx para %era Uas$lich. %er tamb&m 6rots=/ A revolução permanente^ ,*nin/ < desenvolvimento do capitalismo na R4ssia e as $eses de abril ^ Alain Brossat/ 1a th,orie de la r,volution permanente che! le jeune $rotsy= assim como os trabalhos hist;ricos de 1. :. !arr e 6heodor Shanin.
trans(orma"#o social e a emancipa"#o c$lt$ral/ o come"o & sempre $m salto perigoso/ possivelmente mortal. Se$ tempo s$spendido & prop0cio para as $s$rpa"Nes b$rocráticas e para as con(isca"Nes totalitárias. Para lster/ Ro capitalismo era $ma etapa incontornável em dire"#o ao com$nismo/ seg$ndo Ra (iloso(ia marxiana da hist;ria. Va medida em +$e o com$nismo se torna possibilidade real somente a partir de certo n0vel de desenvolvimento/ o capitalismo contrib$i para re$nir as condi"Nes para isso. sta trivial evid*ncia n#o a$toriza em nada a proposi"#o rec0proca de $m capitalismo +$e sempre e em todas as partes seria a etapa necessária 3inevitável4 para o (im predeterminado do com$nismo. V#o & o mesmo dizer +$e o com$nismo press$pNe $m gra$ determinado das (or"as prod$tivas 3prod$tividade do trabalho/ +$ali(ica"#o da (or"a de trabalho/ desenvolvimento das ci*ncias e das t&cnicas4 ao +$e contrib$i o crescimento capitalista^ +$e o capitalismo constit$i $ma etapa e $ma prepara"#o inevitável sobre a via tra"ada da marcha do com$nismo. A seg$nda (;rm$la cai na il$s#o t#o amiQde motivo de piada por parte de 7arx/ seg$ndo a +$al Ra (orma derradeira considera as (ormas passadas como etapas +$e cond$zem a ela mesma.
Vecessidade hist;rica e possibilidades e(etivas Ima revol$"#o Rno tempo certo/ sem riscos nem s$rpresas/ seria $m acontecimento sem acontecimento/ $ma esp&cie de revol$"#o sem revol$"#o. At$alizando $ma possibilidade/ a revol$"#o &/ por ess*ncia/ intempestiva e/ em certa medida/ sempre Rpremat$ra. Ima impr$d*ncia criadora. Se a h$manidade somente se coloca os problemas +$e pode resolver/ como & +$e nem t$do chega no momento esperadoK Se $ma (orma"#o social n$nca desaparece antes +$e se tenham desenvolvido todas as (or"as prod$tivas +$e cabem dentro dela/ por +$e (or"ar o destino e a +$e pre"oK ra premat$ro o$ patol;gico proclamar/ desde F/ a primazia do direito ' exist*ncia sobre o direito de propriedade/ o$ exigir a ig$aldade social no mesmo n0vel +$e a ig$aldade pol0ticaK 7arx diz claramente +$e a apari"#o de $m direito novo expressa a at$alidade do con(lito. As revol$"Nes s#o signos do +$e a h$manidade pode historicamente resolver. Va incon(orme con(ormidade da &poca/ s#o $m poder e $ma virt$alidade do presente/ por vezes de se$ tempo e a contratempo/
demasiado cedo e demasiado tarde/ entre o jáWn#o e o aindaWn#o. Im talvez c$ja Qltima palavra n#o (oi dita. 6omar o partido do oprimido +$ando as condi"Nes objetivas de s$a liberta"#o n#o est#o mad$ras revelaria $ma vis#o teleol;gicaK -s combates RanacrHnicos de spartaco/ 7@nzer/ Dinstantle= e Babe$(/ ent#o/ seriam desesperadamente datas em vista de $m (im an$nciado. A interpreta"#o inversa parece mais con(orme ao pensamento de 7arx5 nenh$m sentido pr&Westabelecido da hist;ria/ nenh$ma predestina"#o j$sti(icam a resigna"#o ' opress#o. 2nat$ais/ intempestivas/ descontempor)neas/ as revol$"Nes n#o se integram aos es+$emas pr&Westabelecidos da Rs$praWhist;ria o$ aos Rpálidos modelos s$pratemporais. Se$ acontecimento n#o obedece ao programa de $ma hist;ria $niversal. Vascem rente ao solo/ do so(rimento e a h$milha"#o. Sempre há raz#o para rebelarWse. - presente & a categoria temporal central de $ma hist;ria aberta. L o tempo da pol0tica +$e Rs$pera doravante a hist;ria como pensamento estrat&gico da l$ta e da decis#o5 RA+$ele +$e pro(essa o materialismo hist;rico n#o teria como ren$nciar ' id&ia de $m presente +$e de modo alg$m & passagem/ mas +$e se conserva im;vel no limiar do tempo 3Benjamin/ 4. ` ig$aldade Rlogicamente imposs0vel das classes/ 7arx opNe s$a aboli"#o Rhistoricamente necessária. sta necessidade hist;rica n#o tem nada de (atalidade mec)nica. A especi(icidade da economia pol0tica impNe ver de novo os conceitos de acaso e de lei/ disting$ir a necessidade Rno sentido espec$lativoWabstrato da necessidade Rno sentido hist;ricoWconcreto. :á necessidade diz Gramsc i em se$s Cadernos do c3rcere +$ando há $ma premissa e(iciente e ativa/ c$ja consci*ncia entre os homens torno$Wse ativa/ colocando (ins concretos ' consci*ncia coletiva/ e constit$indo $m conj$nto de convic"Nes e de cren"as poderosamente at$ante como as Rcren"as pop$lares 35 <FW<4. 2manente/ a Rnecessidade hist;rica en$ncia o +$e deve e pode ser/ n#o o +$e será5 RV#o existe entre a possibilidade e a necessidade sen#o $ma di(eren"a aparente. sta necessidade & ao mesmo tempo relativa. A possibilidade real tornaWse necessidad e. A <T
necessidade come"a pela $nidade. RV#o ainda re(letida sobre si/ do poss0vel e do real. Ainda n#o se determino$ ela mesma como conting*ncia. Por+$e a necessidade/ acrescenta :egel/ real em si/ & ig$almente conting*ncia/ Ro +$e signi(ica dizer já de sa0da +$e o necessário real & mesmo/ por s$a (orma/ $m necess ário/ mas +$e &/ por se$ conteQdo/ limitado e +$e & a essa limita"#o +$e ele deve s$a conting*ncia. [...] A $nidade da necessidade e da conting*ncia existe portanto a+$i em si^ e designaWse essa $nidade em termos de necessidade absol$ta 3:egel/ M5 M\XW/ 6omo 224. 1esde s$a tese sobre a (iloso(ia da nat$reza em 1em;crito e pic$ro/ 7arx maneja per(eitamente esta dial&tica5 - acaso & $ma realidade +$e n#o tem o$tro valor sen#o a possibilidade. -ra/ a possibilidade abstrata & precisamente o ant0poda da possibilidade real. sta achaW se encerrada/ como o entendimento/ dentro dos limites precisos^ a+$ela/ tal como a imagina"#o/ n#o conhece limites. A possibilidade real b$sca demonstrar a necessidade e a realidade de se$ objeto^ a possibilidade abstrata +$ase n#o se preoc$pa com o objeto +$e pede explica"#o/ mas com o s$jeito +$e explica. Basta +$e o objeto seja poss0vel/ conceb0vel. - +$e & poss0vel abstratamente/ o +$e pode ser pensado n#o constit$i para o s$jeito pensante nem obstác$lo/ nem limite/ nem estorvo. Po$co importa ent#o +$e essa possibilidade seja aliás real/ pois o interesse n#o se entende a+$i ao objeto como tal [...] A necessidade aparece com e(eito na nat$reza acabada como necessidade relativa/ como determinismo. A necessidade relativa somente pode ded$zida dessa possibilidade real. A possibilidade real & a explica"#o da necessidade relativa 37arx/ X\4OX. A possibilidade se inscreve nesse jogo do necessário e do contingente/ no movimento da necessidade (ormal para a necessidade absol$ta/ via a necessidade relativa. 1isting$eWse tanto da simples possibilidade (ormal 3o$ n#o contradi"#o4 como da possibilidade abstrata o$ geral. !omo possibilidade determinada/ leva em si $ma Rimper(ei"#o/ da +$al res$lta +$e Ra possibilidade &/ ao mesmo tempo/ $ma contradi"#o o $ma impossibilidade.
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Sobre a categoria de poss0vel em 7arx cons$ltar 7ichel %ad&e 3<4 e :enri 7aler 3M4.
<
RPensador do poss0vel/ 7arx at$a/ assim/ de vários modos5 o poss0vel contingente/ c$jo la"o com a realidade determina 3seg$ndo :egel4 a conting*ncia^ Ro ser em potencial como capacidade determinada para receber 3seg$ndo Arist;teles4 $ma (orma dada 3a passagem da pot*ncia ao ato seria/ ent#o/ o momento $nitário por excel*ncia do acaso e da necessidade4^ o poss0vel hist;rico (inalm ente 3real o$ e(etivo/ -irlich4/ +$e seria a $nidade do poss0vel contingente e do ser em potencial. Aparecendo de entrada como possibilidade em < Capital / a crise tornaWse e(etiva atrav&s do jogo da l$ta e das circ$ nstancialidades. < Capital n#o diz o$tra coisa5 nenh$ma necessidade absol$ta/ nenh$m demHnio de ,aplace. Acaso e necessidade n#o se excl$em. A conting*ncia determinada do acontecimento n#o & arbitrária nem caprichosa^ somente deriva de $ma ca$salidade n#o (ormal5 RAproximamoWnos mais da verdade dizendo +$e (oi o pr;prio evento +$e se servi$ de tal o$ +$al ca$sa/ pe+$ena e ocasional/ como de $m pretexto 3:egel/ M5 <
ani+$ila no (ormalismo da nega"#o da nega"#o. !omo se/ por apenas se$ transc$rso/ o tempo p$desse garant ir +$e a hora esperada soará pont$alm ente no rel;gio da hist;ria. 6odavia/Ra hist;ria n#o (az nada5 os homens a (azem/ e em circ$nst)ncias +$e n#o escolheram. ste controverso apartado do livro primeiro oc$pa $m l$gar demasiado eminente para nos permitir ver nele $m simples desc$ido. 7ostra/ antes/ $ma contradi"#o n#o resolvida entre a in(l$*ncia de $m modelo cient0(ico nat$ralista 3Ra necessidade de $m processo nat$ral4 e a l;gica dial&tica de $ma hist;ria aberta. ngels se es(or"o$ no AntiF\hring em combater a interpreta"#o trivial +$e (az da Rnega"#o da nega"#o $ma má+$ina abstrata e o pretexto (ormal para (alsas predi"Nes $e papel desempenha em 7arx a nega"#o da nega"#oK [] Ao caracterizar o processo como nega"#o da nega"#o/ (arx não pensa em demonstrar por aí a necessidade hist"rica. Ao contrário5 & depois de ter demonstrado pela hist;ria como/ de (ato/ o processo realizo$Wse em parte/ e em parte deve (or"osamente realizarWse ainda/ +$e 7arx o designa/ al&m disso/ como $m processo +$e se cons$ma de acordo com $ma lei dial&tica determinada. L t$do. stamos/ portanto/ 's voltas de novo com $ma s$posi"#o grat$ita do Sr. 1@hring/ +$ando ele pretende +$e a nega"#o da nega"#o deve (azer a+$i profissão de parteira ao tirar o futuro do seio do passado/ o +$e 7arx nos pede & +$e confiemos na negação da negação para convencerWnos de +$e a propriedade com$m da terra e do capital & $ma necessidade. L já $ma (alta de compreens#o da nat$reza da dial&tica consideráWla/ como & o caso do Sr. 1@hring/ $m instr$mento de mera demonstra"#o/ do mesmo modo como se pode ter $ma id&ia limitada/ digamos/ da l;gica (ormal o$ das matemáticas elementares 3ngels/ X^ *n(ase no srcinal4.
para +$e assim conste5 a nega"#o da nega"#o n#o & $m novo deus ex machina nem $ma parteira da hist;ria^ e n#o se deveria dar cr&dito e tirar letras de m$dan"a sobre o ($t$ro (iandoWse em $ma s;. A Rnecessidade hist;rica n#o permite tirar as cartas e (azer predi"Nes. -pera em $m campo de possibilidades/ na +$al a lei geral se aplica por meio de $m desenvolvimento particular. ,;gica dial&tica e l;gica (ormal n#o (azem/ decididamente/ boas migalhas. Alcan"ado este ponto cr0tico/ a lei Rextremadamente <F
geral & m$da. 1eve passar as r&deas ' pol0tica o$ ' historia. Para pHr os pontos nos Ris/ ngels volta ' carga5 $e &/ portanto/ a nega"#o da nega"#oK Ima lei extraordinariamente geral e/ por isso mesmo/ extraordinariamente e(icaz e importante/ +$e rege o desenvolvimento da nat$reza/ da hist;ria e do pensamento^ $ma lei +$e/ como vimos/ se impNe no m$ndo animal e vegetal/ na geologia/ na matemática/ na hist;ria e na (iloso(ia [] 8e subentende *ue +$ando digo +$e o processo +$e recorre/ por exemplo/ o gr#o de cevada desde a germina"#o at& a morte da planta & $ma nega"#o da nega"#o/ não digo nada do processo especial de desenvolvimento pelo +$al passa o gr#o 3ngels/ X^ *n(ase no srcinal4. Sabendo somente +$e o gr#o de cevada deriva da nega"#o da nega"#o/ n#o se pode ter s$cesso em Rc$ltivar (r$ti(eramente cevada [] do mesmo modo +$e n#o basta conhecer as leis +$e regem a determina"#o do som pelas dimensNes das cordas para tocar violino. Se a nega"#o da nega"#o Rconsiste nesse passatempo in(antil de escrever na lo$sa $ma letra a para logo depois apagáWla/ o$ de dizer alternadamente de $ma rosa +$e ela & $ma rosa e +$e ela n#o & $ma rosa/ n#o res$lta nada mais +$e tolice para a+$ele +$e se entrega a tais exerc0cios tediosos 3ngels/ X5 X
desenvolvimento Rnormal e monstr$osidades marginais . 57
rnest 7andel (ala com (re+@*ncia de Rrodeios e Rdesvios hist;ricos. 7ostra/ no entanto/ +$e o problema &/ de normalidade mais do +$e de determinismo hist;rico. R1eveWse destacar/ no entanto/ +$e a +$est#o de se o capitalismo pode sobreviver inde(inidamente o$ está condenado ' derrocada n#o deve con($ndirWse com a id&ia de s$a inevitável s$bstit$i"#o por $ma (orma mais alta de organiza"#o social/ isto &/ com a inevitabilidade do socialismo. L per(eitamente poss0vel post$lar a inevitável derrota do capitalismo o$ se post$lar a inevitável vit;ria do socialismo. [] o sistema n#o pode sobreviver/ mas pode ser s$cedido pelo socialismo como pela barbárie 37andel/ \O5
<M
1ez anos depois da p$blica"#o do livro primeiro/ o comentário de ngels sobre RA tend*ncia hist;rica da ac$m$la"#o capitalista esclarece/ assim/ ambig@idades bem compreens0veis no contexto intelect$al da &poca. L s$rpreendente +$e tenha sentido a necessidade de intervir neste ponto e +$e o tenha (eito nesse sentido. Principalmente por+$e o AntiF\hring foi redigido em estreita coniv*ncia com 7arx. - apartado +$e ca$sa controv&rsia em < Capital já n#o &/ ent#o/ dissociável do comentário +$e o esclarece e corrige. A necessidade determinada n#o & o contrario do acaso/ e sim o corolário da possibilidade determinada. A nega"#o da nega"#o diz o +$e deve desaparecer. V#o dita o +$e deve ocorrer.
Progresso com reserva de inventário A hist;ria social/ assim como a hist;ria dos organismos vivos/ está (eita de $m Rconj$nto de eventos/ extraordinariamente improváveis/ per(eitamente l;gicos em termos retrospect ivos/ mas absol$tamente imposs0veis de predizer 3Go$ld/ F4. m T/ Dalcott descobri$ nas Eochosas canadenses os (;sseis conhecidos como xistos de B$rgess. le +$is (or"ar a entrada desses organismos no +$adro de $ma evol$"#o +$e vai do mais simples ao mais complexo. Vos anos setenta/ a reabert$ra do expediente por $ma e+$ipe de pes+$isadores levo$/ por meio de $ma s&rie de est$dos monográ(icos +$e aceitavam a pec$liaridade anatHmica como o$tra norma poss0vel/ a R$ma revol$"#o tran+@ila. -s animais de B$rgess 3
objetivo de
$ma vez4^ e sem recorrer ao coringa do progresso. Va medida em +$e a $niversaliza"#o & $m processo/ o progresso n#o se conj$ga em presente indicativo/ mas somente em ($t$ro anterior5 sob reserva e sob condi"#o. 7as se o progresso cotidiano consiste em ganhar mais +$e em perder/ s$a avalia"#o está condenada ' v$lgar compatibilidade de ganhos e perdas. - +$e e+$ivale a (azer po$co caso da temporalidade da pr;pria medida/ ao (ato de +$e os l$cros do dia (azem as perdas do amanh#/ e viceWversa. A no"#o corrente de progresso s$pNe/ de (ato/ $ma escala de compara"#o (ixa e $m estado recapit$lativo (inal. Para o otimismo liberal de ontem e de hoje/ Rtoda m$dan"a toma o sentido de $m progresso em rela"#o com o +$al n#o deveria haver regress#o. m o$tros termos/ a cren"a no progresso hist;rico Rexcl$i a conting*ncia 3Simmel/ M4. V$nca se dirá s$(icientemente at& +$e ponto os pol0ticos socialWdemocratas e stalinianos do per0odo entre g$erras com$ngaram neste +$ietismo/ e o +$e acabo$ por c$star em se ver nisso/ na recorr*ncia das catástro(es/ mais +$e Ratrasos e Rdimin$i"Nes.
Bibliogra(ia Balibar/ Ltienne 1a philosophie de (arx 3Paris 5 ,a 1&co$verte4. Benjam0n/ Dalter \ 1e libre dNs passages= Paris capitale du %&%Nme siNcle 3Paris5 !er(4. Benjam0n/ Dalter Lcrits français 3Paris5Gallimard4. !ohen/ Gerald A. R>orces and Eelation s o( Prod$ctions em Eoemer/ J. . 3org.4 \X Analytical (arxism 3!ambridge5 Iniversit= Press4. lster/ Jon \X An &ntroduction to Sarl (arx 3!ambridge 5 !ambridge Iniversit= Press4. lster/ Jon \ Sarl (arx= une interpr,tation analyti*ue 3Paris5 PI>4. ngels/ >. X AntiF\hring 3Paris5 Lditions Sociales4. Go$ld/ Stephen Ja= 1a vie est belle 3Paris5 Se$el4. Go$ld/ Stephen Ja= F 1a foire aux dinosaures= r,flexions sur lIhistoire naturelle 3Paris5 Se$el4. Gramsci/ Antonio Cahier de prison 3Paris5 Gallimard4 :egel/ G.D. > M 8cience de la logi*ue 3Paris5 A$bier4. <
7aler/ :enri M Convoiter lKutopie. 1Iutopie selon Sarl (arx 3Par0s5 ,:armattan4. 7andel/ rnst \O l capital= cien a6os de controversias 37&xico5 s&c$lo 24. 7arx/ 9arl X\ 3\M4 R1i((&rence de la philosophie de la nat$re chez 1&mocrite et Lpic$re em 4/ 6omo 2. 7arx/ 9. e >. ngels XT 1I&de"logie allemande 3Paris5 Lditions Sociales4. 7arx/ 9. e >. ngels T 1a sainte famille 3Paris5 Lditions Sociales4. Eoemer/ J. . 3org.4 \X Analytical (arxism 3!ambridge5 Iniversit= Press4. Simmel/ Georg \M 1es problNmes de la philosophie de (arx 3Paris5 PI>4. %ad&e/ 7ichel < (arx penseur du posible 3Paris5 9lincsiec4.
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Alex "allinicos
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>&ualdade e capitalismo
∗
∗∗
Pro(essor de 6eoria Pol0tica e Social da Iniversidade de or/ 2nglaterra e membro
do Socialist Dorers Part=. At$almente & tit$lar da cátedra de st$dos $rope$s em 9ings !ollege/ ,ondres. ∗∗
ste texto teve srcem em $ma con(erencia +$e pron$ncie em (evereiro de
tempo +$e me desempenhava como Benjamin 7eaer %isiting Pro(essor do 1epartamento de Sociologia da Iniversidade de Bristol. Agrade"o a Greg 7c,ennan e se$s colegas por s$a generosa hospitalidade e s$as interessantes disc$ssNes. 6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es.
$al+$er pessoa +$e re(lita sobre a ig$aldade possivelmente irá se ver (rente a $m notável paradoxo. m primeiro l$gar/ depararWseWá com $m inexorável crescimento da pobreza e da desig$aldade/ tanto em escala global como nacional. - (il;so(o Alem#o 6homas Pogge re$ni$ em se$ livro/ Pobre!a (undial e ireitos +umanos= evid*ncia estat0stica para o ano de \ +$e provoca ná$seas5 de $m total de O/\ria. Assinala o (il;so(o alem#o5 RSe (ossem listadas ao estilo do )ietnam ar (emorial/ os nomes destas pessoas oc$pariam $ma parede de FOT milhas de comprimento 3Pogge/
desig$aldade. Seg$ndo $m relat;rio do Programa de 1esenvolvimento das Va"Nes Inidas de / a propor"#o da renda da +$inta parte mais rica da pop$la"#o m$ndial cresce$ de FT5 em XT para XT5 em T e M5 em 3IV1P/ 5 F4. sse (ato pNe em evid*ncia o (racasso do !onsenso de Dashington/ o +$al ad$zia +$e a liberaliza"#o dos mercados poderia alargar a brecha de desig$aldade econHmica devido ' din)mica de crescimento gerada/ mas esta red$ndaria de(initivamente em $m a$mento dos ganhos dos pobres. Ima premissa dessa re(lex#o tinha sido re($tada5 a era neoliberal observo$ $ma +$eda nas taxas de crescimento. Vesse sentido/ já em / Dilliam asterl=/ do Banco 7$ndial/ reconhece$ tal paradoxo em se$ artigo RAs d&cadas perdidas5 a estagna"#o dos pa0ses desenvolvidos apesar da re(orma pol0tica p$blicado no ^ournal of 5conomic Bro-th. !ontra todas as previsNes/ as re(ormas pol0ticas neoliberais/ +$e deveriam ter cond$zido a $m a$mento das taxas de crescimento da economia/ registravam se$ decl0nio. A m&dia do crescimento per capita nos pa0ses desenvolvidos cai$ de
sanitária geral. A resposta ao mencionado paradoxo está ($ndada no reconhecimento de +$e o valor de nossa renda relativa a o$tros & mais signi(icativa para nossa saQde +$e nosso padr#o de vida medido em termos absol$tos. -s ganhos relativos importam devido ao (ato de +$e a saQde & in(l$enciada notavelmente tanto por (atores RpsicoWsociais como por (atores materiais. Ima vez +$e se tenha alcan"ado $m determinado padr#o de vida/ as pessoas cost$mam ser mais sa$dáveis +$ando se veri(icam as seg$intes condi"Nes5 consideramWse valorizadas e respeitadas pelos o$tros^ sentemWse no Rcontrole de se$ trabalho e de s$a vida caseira^ e/ por (im/ des(r$tam de $ma densa e extensa rede de contatos o$ v0nc$los sociais. As sociedades economicamente desig$ais tendem a empobrecerWse nos tr*s aspectos en$merados/ caracterizandoWse por5 importantes di(eren"as de status/ grandes di(eren"as em rela"#o ao sentido do controle sobre a pr;pria vida^ baixos n0veis de participa"#o c0vica 3ProCse/
,iberalismo ig$alitário A desig$aldade e se$s males est#o a$mentando. 7as/ sim$ltaneamente/ o Qltimo +$arto do s&c$lo presencio$ o desenvolvimento de $m tipo de liberalismo ig$alitário +$e (ez s$a apari"#o na mesma Rsala de má+$inas do neoliberalismo os stados Inidos. 6rataWse de teorias (ilos;(icas sobre a j$sti"a nas +$ais a ig$aldade econHmica e social & O
concebida como $m dos valores constit$tivos das sociedades capitalistas liberais
.
Antes de considerar esta vers#o do liberalismo angloWamericano/ & necessária $ma el$cida"#o conceit$al. Va $ropa continental e na Am&rica ,atina o termo Rliberalismo & (re+@entemente identi(icado com a ideologia do livreWmercado desreg$lado +$e legitima as pol0ticas neoliberais do !onsenso de Dashington. Vesse sentido/ (alar de Rliberalismo ig$alitário implica $ma contradi"#o em termos. !omo tradi"#o hist;rica de pensamento/ o liberalismo (oi compreendido a partir da id&ia +$e a(irma +$e os valores das grandes revol$"Nes b$rg$esas s; poder#o ser realizados no contexto (ornecido por $m capitalismo de mercado e $m governo constit$cional/ e isso & O\
%er a disc$ss#o sobre a desig$aldade no Vorte em !allinicos 3
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compat0vel a perspectivas signi(icativamente di(erentes com rela"#o 's condi"Nes sociais e econHmicas. John 7a=nard 9e=nes e >riedrich von :a=e (oram d$as das (ig$ras mais importantes do liberalismo do s&c$lo . - primeiro/ reconhecido ap;stolo do capitalismo reg$lado e padrinho intelect$al do moderno estado de bemW estar/ o seg$ndo/ se$ (eroz oponente antiig$alitarista e antiintervencionista. A re(er*ncia obrigat;ria do liberalismo ig$alitário &/ em nossos dias/ o livro de John EaCls5 $eoria da justiça de . Vele se de(ine a j$sti"a como e+@idade seg$ndo dois princ0pios5 34 a ig$al distrib$i"#o de $ma lista bem conhecida de liberdades civis e pol0ticas^ e 3<4 o (amoso RPrinc0pio da 1i(eren"a/ de acordo com o +$al as desig$aldades sociais e econHmicas s; s#o j$sti(icáveis +$ando red$ndam em bene(0cio dos setores mais desposs$0dos da sociedade. A concep"#o de EaCls sobre a j$sti"a ig$alitária & mais radical do +$e pode parecer ' primeira vista. 1ois exemplos servir#o para explicar esta a(irma"#o. m primeiro l$gar/ en+$anto se debate
a (avor do +$e
EaCls denomina Ra e+@itativa ig$aldade de oport$nidades/ o mencionado a$tor recha"a a meritocracia +$e consiste em legitimar as desig$aldades s;cioWeconHmicas arg$mentando +$e elas s#o o res$ltado de di(eren"as devidas ao talento e ao es(or"o. A perg$nta seria5 por +$e a constit$i"#o gen&tica indevidamente acidental de $m indiv0d$o deveria ser $ma raz#o válida para +$e este tivesse $ma melhor o$ pior posi"#o na sociedadeK !omo o expressa EaCls/ Ra dota"#o inicial das vantagens nat$rais e as conting*ncias de se$ crescimento e desenvolvimento nas etapas iniciais da vida s#o arbitrárias de $m ponto de vista moral 3EaCls/ 5 <M4. - Princ0pio da 1i(eren"a implica +$e os mais bem dotados deveriam ter a permiss#o de obter $m bene(0cio em virt$de de se$s talentos +$e des(r$tam sem m&rito pr;prio somente se/ ao mesmo tempo em +$e se $tilizam de se$s talentos/ prod$zem o maior bene(0cio poss0vel aos menos dotados. 1este modo/ os talentos partic$lare s n#o s#o propriedade privada das pessoas +$e os det*m/ mas sim posses sociais. Im seg$ndo exemplo do radicalismo de EaCls & encontrado no modo com +$e este a$tor proc$ra asseg$rar Ro acesso ig$alitário a todas as liberdades pol0ticas. Para +$e o primeiro princ0pio de j$sti"a +$e garante a todos $m ig$al exerc0cio das liberdades ($ndamentais seja operativo/ indicaWse +$e Ras pessoas dotadas e motivadas similarmente deveriam ter a mesma possibilidade de acesso a cargos de tomada de decisNes 3a$toridade pol0tica4 independentemente de s$a srcem de classe econHmica e <\<
social 3EaCls/ 5 4. -bviam ente/ o problema consiste em +$e essas di(eren"as na ri+$eza e ganhos solapam constantemente a ig$aldade (ormal legalmente des(r$tada pelos cidad#os das democracias liberais. EaCls/ na verdade/ admiti$ +$e R:egel/ os marxistas e escritores socialistas estavam certos ao (azerem esta obje"#o. m Political 1iberalism/ EaCls assinala +$e s#o necessárias certas condi"Nes instit$cionais para asseg$rar Ro j$sto valor das liberdades constit$cionais. Veste sentido/ en$mera as seg$intes5 a] o (inanciamento pQblico das elei"Nes e dos modos +$e asseg$rem o acesso pQblico ' in(orma"#o sobre as pol0ticas pQblicas 3public policies4^ b] $ma certa ig$aldade de oport$nidades/ especialmente em rela"#o ' ed$ca"#o e ' prepara"#o pro(issional^ c] $ma distrib$i"#o Rdecente da ri+$eza +$e permita c$mprir com a terceira condi"#o do liberalismo ig$alitário/ isto &/ +$e todos os cidad#os devem ter o acesso asseg$rado ' m$ltiplicidade de meios necessários/ seg$ndo se$s prop;sitos/ +$e lhes permitam (azer $m $so inteligente e e(etivo das vantagens providas por s$as liberdades básicas^ d] a sociedade como empregadora de Qltimo rec$rso por via do governo local o$ nacional/ e o$tras pol0ticas sociais e econHmicas necessárias^ e] $m seg$ro básico de saQde asseg$rado para todos os cidad#os 3EaCls/ X4. stes re+$isitos essenciais seg$ndo EaCls para +$e as liberdades tradicionais do liberalismo possam ($ncionar corretamente representam/ por compara"#o com as realidades das democracias liberais contempor)neas/ $ma completa $topia. Sob o reinado do neoliberalismo/ o processo eleitoral & cada vez mais dominado pelas corpora"Nes midiáticas e por pol0ticos (inanciados pelas empresas^ o acesso ' ri+$eza e ' ed$ca"#o está distrib$0do m$ito desig$almente^ a instabilidade econHmica e a cont0n$a reestr$t$ra"#o das corpora"Nes imprimem inseg$ran"a permanentemente ao ($ncionamento do mercado. Vo pa0s em +$e EaCls nasce$/ dezenas de milhNes de cidad#os n#o contam com seg$ro saQde. As condi"Nes m0nimas de EaCls para $ma pol0tica liberal constit$em $ma (lagrante recrimina"#o ao Rliberalismo realmente existente e/ implicitamente/ $ma demanda +$e clama por $ma trans(orma"#o social
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radicalXT. -$tros (il;so(os angloWsaxNes (orm$laram concep"Nes similares de j$sti"a ig$alitária de amplo alcance por exemplo/ Eonald 1Corin/ Amart=a Sen/ G. A. !ohen e Brian Barr= X. ntretanto/ existem di(eren"as signi(icativas entre estas concep"Nes. Im dos t;picos chave se sit$a em torno da perg$nta/ (orm$lada por Sen5 R2g$aldade de +$*K 3Sen/ \<4. !om rela"#o a +$* as pessoas deveriam ser tratadas como ig$aisK 7ais especi(icamente/ lembrando +$e a todos devem asseg$rarWse liberdades ig$ais/ no +$e deveria consistir a ig$aldade econmicaK Simplesmente o$torgando a todos a mesma renda monetária n#o se obteria tal ig$aldade/ na medida em +$e as pessoas poss$em distintas necessidades e habilidades. Se $ma pessoa incapacitada poss$i a mesma renda +$e $m atleta ol0mpico/ logo n#o está sendo tratada como ig$al. nt#o/ a sociedade deveria dirigirWse para a ig$aldade de bemWestarK m o$tras palavras/ dever0amos tentar (azer com +$e todos estejam satis(eitos de ig$al maneiraK ssas interroga"Nes a$mentam ao se chocar contra a+$ilo +$e se denomina o problema dos gostos caros. Se desejo me comprometer em $ma viagem espacial 3coisa +$e poderia comercialmente converterWse em algo poss0vel em $ns po$cos anos4/ a sociedade deveria pagar minha viagemK A maioria das pessoas diria Rn#o/ mas/ ent#o/ estarei m$ito menos satis(eito +$e o resto. sta problemática ressalta a rela"#o entre ig$aldade e responsabilidade. m partic$lar/ 1Corin 3
As tensNes na teoria de j$sti"a de EaCls s#o exploradas s$tilmente/ desde a es+$erda/ por G. A. !ohen 3<4/ e Jac+$es Bidet 3O4. X %er 1Corin 3
<\M
ste ideal de ig$aldade de rec$rsos (oi criticado por várias razNes. Veste texto mencionarei apenas tr*s. m primeira inst)ncia/ 1Corin (oi criticado por $ma concep"#o excessivamente individ$alista de j$sti"a. Se (or incapacitado de nascimento/ ent#o/ so(ro evidentemente de $ma Rmá e br$tal sorte. 7as/ o +$e acontece se/ por ca$sa de minha pr;pria irresponsabilidade ao dirigir/ bato me$ a$tom;vel e (ico aleijado para toda a vidaK -bservando esta cena so$ responsável por minha sit$a"#o. 2sso +$er dizer +$e devo me ajeitar por conta pr;priaK 3ver Anderson/ 4. m o$tras palavras/ a estrat&gia de 1Corin 3
a capacidade de obter a mais ampla variedade de ($n"Nes poss0veis. sta post$ra tem como vantagem o (ato de nos o(erecer $m crit&rio de avalia"#o da (elicidade individ$al mais complexo e s$til +$e as cr$as estat0sticas da renda nacional di($ndidas pelo pensamento econHmico convencional. Sen in(l$encio$ o trabalho do Programa das Va"Nes Inidas para o 1esenvolvimento no sentido de elaborar $m 0ndice de desenvolvimento h$mano +$e contrib$0sse para (ornecer $ma medida de progresso mais X<
precisa . !omo 1Corin/ embora de maneira distinta/ Sen conecta ig$aldade e liberdade. S$blinha +$e dever0amos proc$rar ig$alar Ra liberdade s$bstantiva para obter combina"Nes de ($ncionamento alternativas 3o$ dito menos (ormalmente/ a liberdade de exercer vários e di(erentes estilos de vida 3Sen/ 5 O4. Gerald A. !ohen 3X4 expresso$ +$e essas id&ias implicam $ma $ni#o (or"ada entre liberdade e ig$aldade. a$tor s$gere +$e constit$i realmente $ma tergiversa"#o/ por exemplo/ descrever o ser sa$dável como ser livre o$ ser capaz5 trataWse simplesmente de $ma condi"#o o$ $m estado de exist*ncia. Vo 5*uality of hatJ/ !ohen propNe $ma concep"#o de ig$aldade mais ampla e ne$tra5 ig$aldade de acesso 's vantagens/ onde a no"#o de Rvantagem & entendida como R$ma cole"#o heterog*nea de estados da pessoa +$e n#o & poss0vel red$zir nem o conj$nto dos rec$rsos +$e poss$i/ nem o se$ bemWestar 3!ohen/ X5 <\4. $al+$er +$e seja a opini#o +$e alg$&m s$stente com rela"#o a essas di(erentes concep"Nes de ig$aldade/ assim como os arg$mentos a (avor e contra as mesmas/ o debate em torno da +$est#o Rig$aldade de +$*K rede(ini$ in+$estionavelmente nossa compreens#o sobre o +$e implica $ma concep"#o ig$alitária de j$sti"a. m partic$lar/ $ma das obje"Nes clássicas ao ig$alitarismo deveria ser s$primida. Ee(iroWme ' ig$aldade entendida como a imposi"#o de $ma condi"#o de $ni(ormidade. Ima sociedade como a !hina de 7ao/ na +$al todos $sam a mesma vestimenta/ comem a mesma comida e assim s$cessivamente seria hoje $m pesadelo. - problema das di(eren"as nas necessidades e capacidades individ$ais (oi partic$larmente ressaltado por Sen. m nossos dias/ s$blinhaWse como $m dos temas centrais no ig$alitarismo contempor)neo j$stamente a dire"#o contrária ' exposta5 o ig$alitarismo s$pNe atender por ig$al ao desenvolvimento das di(eren"as de todos e já n#o impor o mesmo padr#o X<
%eja de maneira mais geral Sen 34.
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de vida a cada $m. S#o amplas as +$estNes (ilos;(icas impl0citas no debate/ das +$ais mencionarei somente d$as. Primeiro/ +$ero assinalar a enorme in(l$*ncia do $tilitarismo nos (il;so(os de l0ng$a inglesa. Veste sentido/ o $tilitarismo de(ine o bem +$e dever0amos proc$rar seg$ndo a maximiza"#o do bemWestar geral/ de(inido este como $m estado de prazer mental o$ 3em termos do debate moderno4 como a satis(a"#o dos desejos. A ig$aldade de bemWestar como ideal ($ndamentaWse em $ma concep"#o s$bjetivista da (elicidade individ$al. - debate em torno da perg$nta Rig$aldade de +$*K contrib$i$ para ressaltar os limites desta concep"#o. !omo vimos/ m$itas vezes as pre(er*ncias individ$ais adaptamWse 's circ$nst)ncias. 6odos os desejos de $m escravo podem ser satis(eitos mas s; por+$e este ren$ncio$ a +$al+$er desejo incompat0vel com s$a desvent$rada e opressiva sit$a"#o. 2sso s$gere +$e/ se +$isermos aceder a certa no"#o de (elicidade pessoal/ precisamos ir mais ' (rente do bemWestar entendido em termos s$bjetivos. Por exemplo/ poder0amos estabelecer como ponto de re(er*ncia n#o os desejos at$ais de $ma pessoa/ mas sim os desejos +$e esta tivesse podido desejar se tivesse sido capaz de re(letir sobre s$a condi"#o espec0 (ica sem mencionar a aboli"#o da escravid#o como instit$i"#o. 7as essa reti(ica"#o pode n#o ser s$(iciente. $e acontece se n#o existir $ma perspectiva de ($ga para o escravo de nosso exemplo/ o$ de $ma rebeli#o bemWs$cedidaK L a resigna"#o experimentada por tal escravo $m g$ia preciso para avaliar s$a (elicidadeK stas considera"Nes/ portanto/ parecem nos levar a $ma concep"#o mais objetiva de bemWestar/ a +$al EaCls denomina Rper(eccio nismo. Por exemplo/ poder0amos tentar ($ndar a ig$aldade no ideal de a$toWrealiza"#o individ$al de(endido por Arist;teles/ 7arx/ e John St$art 7ill. 7as tal movimento corta $ma das mais pro($ndas motiva"Nes do tipo de liberalismo +$e EaCls de(ende/ isto &/ +$e propNe $ma (orma social +$e permite a indiv0d$os e gr$pos perseg$irem s$as pr;prias concep"Nes do bemXF. m seg$nda inst)ncia/ o debate sobre Rig$aldade de +$*K gira em torno de como & melhor conceber a ig$aldade. A+$i n#o se o(erece j$sti(icativa alg$ma +$e indi+$e por +$e a ig$aldade em si mesma & valiosa como ideal. m $he (orality of 'reedom 3\X4/ Joseph Eaz a partir de $m ponto de vista liberal per(eccionista/ s$stento$ com veem*ncia +$e a ig$aldade & mais $m ve0c$lo para o$tras preoc$pa"Nes XF
James Gri((in (az $ma tentativa interessante no sentido de reconciliar o $tilitarismo e o per(eccionismo em ellFDeing 3\X4.
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morais +$e $m ideal coerente a ser de(endido em si mesmo. nt#o/ seg$ndo Eaz/ nossa preoc$pa"#o n#o tem rela"#o com a desig$aldade/ mas sim com a viola"#o de princ0pios s$bjacentes. Preoc$paWnos a (ome do (aminto/ a necessidade do carente/ o so(rimento do doente e assim s$cessivamente. - (ato de eles estarem piores com rela"#o a se$s vizinhos & relevante. Por&m/ & importante n#o en+$anto pervers#o independente da desig$aldade^ s$a import)ncia reside em demonstrar +$e s$a (ome & maior/ s$a necessidade & mais premente/ se$ so(rimento & mais doloroso e/ por este motivo/ nossa preoc$pa"#o & pelos (amintos/ os necessitados/ e os so(redores^ e n#o pela ig$aldade. L isto o +$e nos leva a lhes dar prioridade 3Eaz/\X5
2g$aldade e marxismo 1eixemos de lado as s$tilezas (ilos;(icas. As concep"Nes ig$alitárias de j$sti"a XM
%eja/ a respeito desses ass$ntos/ Scanlon 3
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apresentadas na se"#o anterior n#o s#o cr0ticas em rela"#o ao capitalismo. Va verdade/ tais perspectivas em geral concebem a realiza"#o da ig$aldade sobre a pr&Wcondi"#o de $ma economia de mercado. 1Corin constr;i s$a teoria da j$sti"a tendo como base o mercado. A partir de $m leil#o hipot&tico +$e atrib$a $m conj$nto de rec$rsos ig$almente valorizados pelos indiv0d$os recorreWse aos mercados para permitir 's pessoas a(ian"arWse e constr$iremWse seg$ros contra event$ais desvantagens/ tais como5 ser o$ (icar incapacitado/ carecer de talentos nat$rais/ padecer de alg$ma en(ermidade o$ (icar desempregado. stes (il;so(os s#o conhecidos como ig$alitários liberais j$stamente pela centralidade +$e atrib$em ao mercado. ntretanto/ o +$e demandam todas as respostas o(erecidas ' perg$nta de Sen/ Rig$aldade de +$*K 3ig$aldade de bemW estar/ de rec$rsos/ de capacidades o$ de acesso a vantagens4 vai m$ito al&m do +$e pode ser considerado como aceitável na era neoliberalXO. !omo deveriam/ pois/ responder os marxistas ante este contraste entre a teoria normativa ig$alitária e o inexorável crescimento da desig$aldade/ partic$larmente nos pa0ses de (ala inglesa dos +$ais se srcinam as (ig$ras +$e lideram estas post$ras te;ricasK xiste $ma resposta (amiliar enraizada pro($ndamente na tradi"#o marxista. m textos ($ndantes do materialismo hist;rico/ especialmente em A &deologia Alemã/ 7arx desenvolve$ $ma esmagadora cr0tica contra a espec$la"#o (ilos;(ica abstrata. Ima das principais cr0ticas dirigi$Wse contra a (iloso(ia moral^ tratavaWse da (orma do imperativo categ;rico de 9ant o$ do $tilitarismo de Bentham. !on(orme arg$menta 7arx/ os princ0pios e concep"Nes normativas expressam simplesmente os interesses hist;ricos de classe. S$a demanda por $niversalidade & (alsa e/ na verdade/ enganosa/ a partir do momento em +$e tais princ0pios contrib$0ram para oc$ltar o antagonismo de classe sob a (achada do bemWestar geral o$ da com$nidade moral. - movimento socialista/ concl$i$ 7arx/ deveria evitar (alar de j$sti"a o$ direitosXX. 7as tal resposta seria inade+$ada por d$as razNes. m primeira inst)ncia/ poderW seWia indicar +$e o pr;prio marxismo so(re de $m Rd&(icit &tico^ na verdade/ de $ma (lagrante contradi"#o. Vorman Geras 3\O4/ em se$ min$cioso analises dos escritos econHmicos de 7arx/ revela a tens#o entre s$a interpreta"#o relativista do disc$rso &tico XO
m textos como evelopment as 'reedom/ Sen 34 proc$ra en+$adrar a ig$aldade de capacidade em termos pr;ximos ' ideologia do Rempoderamento adotada correntemente pelo Banco 7$ndial. Vo entanto disc$t0vel/ este exerc0cio envolve o abandono radical da vers#o do ideal de ig$aldade desenvolvido por Sen em se$s escritos mais te;ricos. XX Steven ,$es apresenta o problema de modo lQcido em (arxism and (orality 3\X4.
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3os +$ais s#o todos expressNes classistas4 e s$a con(ian"a tácita com rela"#o aos conceitos e princ0pios normativos medianamente invertebrados em s$a cr0tica da explora"#o capitalista. !onsidere/ por exemplo/ a seg$inte passagem do tomo 222 de < Capital/ onde 7arx/ na verdade/ trata a propriedade coletiva 3e intergeneracional4 da terra como $m princ0pio $niversal moral5
1o ponto de vista de $ma (orma"#o s;cioWeconHmica s$perior/ a propriedade privada da terra pelos indiv0d$os partic$lares parecerá simplesmente t#o abs$rda como a propriedade privada de $m homem por o$tro homem. Ainda considerando $ma sociedade total/ $ma na"#o/ o$ todas as sociedades existentes tomadas em conj$nto sim$ltaneamente/ ainda nestes casos n#o s#o proprietárias da terra. S#o simplesmente se$s poss$idores/ se$s bene(iciários/ e devem/ portanto/ legáWla em $m estado melhorado ao +$e a receberam para as gera"Nes s$bse+@entes/ como boni patres famíl ias [como bons pais de (am0lia] 37arx/ \5 4.
6rataWse de $ma passagem notável/ na +$al podemos observar $m 7arx sens0vel ' mesma classe de considera"Nes contempor)neas em rela"#o ao desenvolvimento s$stentável. ntretanto/ na cr0tica contempor)nea das (ormas de propriedade em nome de $ma sociedade ($t$ra/ 7arx parece m$ito pr;ximo ao tipo de exorta"Nes +$e apelam aos princ0pios normativos transWhist;ricos +$e condena em o$tros. ste vazio entre s$a do$trina o(icial e as implic)ncias de se$ compromisso te;rico contrib$i$ para criar $ma tend*ncia contradit;ria no interior do marxismo clássico/ com s$a *n(ase na explica"#o de estr$t$ras sociais antagHnicas e l$ta de classes em a$mento/ e s$a teoria pol0tica normativa com os ideais e concep"Ne s aos +$ais al$de. A concl$s#o & +$e se n#o pode seg$ir ambos os caminhos/ optar por $m implica abandonar o o$tro. Veste sentido/ essa atit$de & expressa n#o s; por m$itos marxistas ortodoxos/ mas tamb&m por te;ricos +$e consideram ter transcendido o marxismo/ tais como Gerald A. !ohen e J@rgen :abermasX. ntretanto/ n#o vejo necessidade de escolher5 tomandoWse emprestada $ma antiga (ig$ra do ingl*s antigo/ podeWse ter $m bolo e com*Wlo. -$ para expressáWlo mais X
%eja/ por exemplo/ !ohen 3O^
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(irmemente5 $ma conse+@*ncia te;rica da cr0tica marxista do capitalismo exigirá da artic$la"#o de princ0pios &ticos seg$ndo os +$ais este possa ser cens$rado como inj$sto. 1e +$e o$tro modo poderia ser bemW s$cedida $ma críticaK Perseg$indoWse estas demandas podeWse estabelecer $m diálogo gen$0no entre o marxismo clássico e o liberalismo ig$alitário/ em o$tras palavras5 $m compromisso mQt$o +$e n#o implica +$e alg$&m absorva de (orma imperialista o o$tro. $er dizer/ a b$sca de princ0pios normativos n#o re+$er +$e alg$&m abandone a teoria social explicativa +$e (oi a grande (or"a intelect$al do marxismo. Paralelamente/ o marxismo pode expor alg$mas +$estNes desa(iantes 's liberais ig$alitárias a respeito de como s$as concep"Nes de j$sti"a podem ser e(etivamente realizadas na at$alidadeX\.
6rans(ormando o capitalismo 2sso nos cond$z ' seg$nda raz#o pela +$al os marxistas deveriam levar o liberalismo ig$alitário a s&rio. !omo vimos/ as concep"Nes sobre j$sti"a +$e este Qltimo desenvolve$ jogam l$z sobre o m$ndo social contempor)neo. 7esmo as mais modestas aproxima"Nes desa(iam o status *uo. Por isso & +$e Pogge calc$la +$e a desig$aldade especialmente entre o Vorte e o S$l & at$almente t#o grande +$e s; u da renda global e+$ivalente a IS F< bilhNes ao anoW seria s$(iciente para erradicar a pobreza extrema no m$ndo inteiro 3Pogge/
%er !allinicos 3
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de mercado trataWse de $ma economia de mercado (ormada por cooperativas de trabalhadores +$e poss$em a propriedade coletiva das mesmas e competem entre si. 3ntretanto/ !ohen opta por $m socialismo de mercado faute de mieux= a contragosto e s; como $ma seg$nda alternativa/ dado +$e s$a primeira pre(er*ncia já n#o lhe parece viável4 X. 6odavia/ & di(0cil ver como alg$ma destas versNes de $ma economia de mercado pode ser consistent e com $ma j$sti"a ig$alitári a. ntendo/ a economia de mercado nos termos +$e (oram expostos por 9arl 7arx e 9arl Polan=i o$ seja/ como $m sistema econHmico no +$al a distrib$i"#o de rec$rsos & o res$ltado da competi"#o entre prod$tores a$tHnomos embora interdependentes/ e no +$al a (or"a de trabalho (oi trans(ormada em $ma mercadoria 3Polan=i denomina o trabalho/ j$nto com o dinheiro e a terra/ Rmercadorias (ict0cias4 T. Eecordemos/ em primeiro l$gar/ +$e $m dos principais imp$lsos do ig$alitarismo contempor)neo & o es(or"o para eliminar as conse+@*ncias negativas da+$ilo +$e 1Corin denomina como Rsorte br$tal o$ má sorte. 7as a economia de mercado necessária e constantemente gera casos de Rmá sorte. As (ort$nas se constroem e se perdem/ os trabalhadores perdem se$s trabalhos/ pa0ses inteiros est#o se empobrecendo/ n#o por ca$sa das elei"Nes das pessoas a(etadas/ mas sim como res$ltado das (l$t$a"Nes do mercado +$e escapam ao controle individ$al e coletivo. 7arx toma emprestada a id&ia hegeliana de $ma Rseg$nda nat$reza para descrever como o capitalismo $m sistema de rela"Nes sociais dependentes para s$a exist*ncia da a"#o h$mana parece operar como se (ora parte do m$ndo (0sico e estivesse s$jeito a leis nat$rais +$e est#o (ora do controle h$mano. !omo podem os seres h$manos ser j$lgados como responsáveis por se$s destinos individ$ais em $m m$ndo com tais caracter0sticasK Se tri$n(am o$ (racassam & mais provável +$e tal circ$nst)ncia tenha rela"#o nem tanto com s$as pr;prias escolhas e es(or"os/ mas sim com conting*ncias +$e est#o al&m de s$a compreens#o. m seg$ndo l$gar/ dever0amos considerar +$al seria o impacto das re(ormas ig$alitárias no ($ncionamento do capitalismo. Por exemplo/ os ig$alitaristas com (re+@*ncia ap;iam a id&ia de $m salário básico $niversal e incondicional. ntendem +$e cada cidad#o deveria receber como $m direito $ma renda +$e lhe permitisse satis(azer s$as necessidades de s$bsist*ncia mais básicas sem ter de participar do mercado de X T
%er !ohen 3O5 cap0t$lo O4. !omparar 7arx 3X5 cap0t$lo 4 e Polan=i 3O4.
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trabalho. Ima re(orma desta 0ndole res$ltaria extremam ente atrativa/ dado +$e evitaria as (re+@entes conse+@*ncias irracionais +$e os impostos e o estado de bemWestar geram em s$a intera"#o^ e tamb&m asseg$raria a independ*ncia econHmica de certos gr$pos +$e/ pelas razNes +$e sejam/ s#o e(etivamente excl$0dos do mercado de trabalho o$ s; podem obter acesso ao mesmo em termos extremamente des(avoráveis. nt#o/ isso poderia ser $m passo para $ma trans(orma"#o social mais compreensiva
. Por razNes
;bvias/ esta op"#o gera $ma enorme resist*ncia entre os capitalistas. Im dos press$postos básicos do capitalismo como sistema econHmico & +$e a maioria da pop$la"#o n#o poss$i nenh$ma alternativa aceitável ' op"#o de vender s$a (or"a de trabalho em termos s$(icientemente des(avoráveis para cond$ziWlos a s$a explora"#o. A independ*ncia econHmica +$e $m tipo de salário básico como direito ig$alitário a obter por (ora do mercado (ornecido 's pessoas alteraria de modo signi(icativo o e+$il0brio de poder capitalista5 negociar $m contrato salarial se converteria em $ma transa"#o vol$ntária m$ito mais gen$0na e/ destarte/ os capitalistas seriam compelidos a o(erecer melhores condi"Nes de trabalho +$e poderiam (atalmente comprometer se$ l$cro o$ bene(0cio. V#o há l$gar para dQvidas. $al+$er pa0s +$e tente por meio de $m salário básico como o descrito trocar a marcha de s$a sociedade em $ma dire"#o signi(icativamente ig$alitária en(rentaria certamente $m processo de ($ga em massa de capitais e o$tras (ormas de resist*ncia por parte dos gr$pos privilegiados e poderosos. A press#o imposta sobre ,$la pelos mercados (inanceiros +$e o (or"aram a dil$ir $m programa de governo m$ito mais modesto ainda antes de chegar a se converter em presidente do Brasil & $ma vers#o modesta do tipo de rea"Nes +$e provocaria $ma tentativa s&ria de converter $m salário básico $niversal em $ma realidade e(etiva. sta n#o & raz#o para abandonar a tentativa de levar adiante re(ormas tais como a proposta de $m salário básico/ mas sim para apoiáWlas/ entendendo +$e este tipo de proposta s; poderá ser e(etivamente alcan"ada em $m contexto de l$ta +$e exponha $m desa(io mais extenso e intenso em rela"#o ao controle capitalista sobre a economia em se$ conj$nto. m o$tras palavras/ $m anticapitalismo conse+@ente n#o pode evitar $m tema básico da tradi"#o socialista. Ee(iro Wme ' propriedade e ao controle dos meios de prod$"#o. V#o obstante/ existe $ma veda"#o virt$al em torno desta disc$ss#o do (im da G$erra >ria. Ainda no movimento contra a globaliza"#o capitalista tendeWse a (alar em
%er/ por exemplo/ %an Parijs e %an 1er %een 3F4 e Barr= 34.
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termos de reg$la"#o do capitalismo o$ de $m retorno ao m$ndo Rdesglobalizado (ormado por capitalismos nacionais a$tHnomos<. ste tipo de c$idado re(lete a cren"a/ disseminada ainda na es+$erda do cataclismo de \W/ +$e o colapso da Ini#o Sovi&tica demonstro$ +$e o planejamento n#o pode ($ncionar. Im dos cr0ticos do planejamento/ Alec Vove/ expHs o seg$inte desa(io5 Rxistem v0nc$los horizontais 3o mercado4 e há enlaces verticais 3rela"Nes de hierar+$ia4. $e o$tra dimens#o existeK 3citado em 1evine/ \\5 TW T4. m o$tras palavras/ a coordena"#o econHmica & necessariamente o horizontal/ em c$jo caso s; pode tomar a (orma de mercado^ o$ vertical/ caso no +$al se pensa em $ma dire"#o centralizada e de cima seg$ndo o modelo stalinista da economia. 7as/ neste caso/ existe ao menos $ma terceira via5 redes democraticamente organizadas de prod$tores e cons$midores +$e possam coletivamente negociar/ em primeira inst)ncia/ seriam v0nc$los de horizontalidade/ $m plano sobre os rec$rsos a serem atrib$0dos. xistem dois modelos concretos deste tipo de planejamento democrático o$ participativo. - primeiro/ desenvolvido pelo economista socialista brit)nico Pat 1evine/ implica a+$ilo +$e o a$tor denomina Rcoordena"#o negociada/ na +$al os representantes dos gr$pos a(etados negociariam sobre a atrib$i"#o de rec$rsos at& obter $ma s&rie consistente de pre"os +$e re(lita as prioridades s$rgidas de $m acordo coletivamente obtidoF. - intelect$al anar+$ista americano 7ichael Albert o(erece $ma vers#o mais descentralizada/ ainda partindo da mesma id&ia básica. Vas economias de participa"#o coletiva/ o$ parecons/ os indiv0d$os o$ gr$pos exporiam s$as pr;prias propostas de cons$mo e prod$"#o c$ja con(ormidade geraria $m plano total mediante $m processo interativo de aj$stes s$cessivos de negocia"#o. Ambos os modelos encarnam o mesmo princ0pio básico/ +$e Albert denomina a norma do Ra$togerenciamento5 Rna medida em +$e possamos arr$máWlo / cada ator da economia deveria in(l$enciar nos res$ltados o$ s$cessos econHmicos em ig$al propor"#o a como M
eles mesmos s#o a(etados por estes acontecimentos 3Albert/
%er !allinicos 3
<M
detalhadas ao capitalismo no contexto do socialismo do s&c$lo 2/ esta post$ra n#o & mais de(ensável hoje depois do colapso do stalinismo em (ace de $ma hegemonia neoliberal +$e permanentemente reitera o slogan de 7argaret 6hatcher5 RV#o há Alternativa ao capitalismo de mercado. As análises realistas das din)micas do capitalismo e das estrat&gias e(icazes contra o mesmo devem combinarWse com modelos de planejamento democrático normativamente in(ormados e s$(icientemente (ocalizados capazes de demonstrar +$e 6hatcher está e+$ivocada (rente ' vis#o de (ormas concretas e m$ito mais de(inidas de alternativas ao capitalismo. A disc$ss#o dos princ0pios e modelos ig$alitários em nenh$m caso carece de ancoragem social. A aspira"#o ' ig$aldade (oi $m dos ideais constr$0dos pela moderna sociedade capitalista tri$n(ante depois das grandes revol$"Nes b$rg$esas. 1e di(erentes maneiras as revol$"Nes inglesa/ americana e (rancesa artic$laram $m imp$lso ig$alitário na medida em +$e desa(iavam as hierar+$ias do antigo regime. Ao proceder de tal maneira/ desataram $ma din)mica +$e persiste at& o presente/ con(orme novos gr$pos de trabalhadores/ escravos/ m$lheres/ sQditos coloniais/ negros/ l&sbicas e ga=s/ entre m$itos o$tros rea(irmaram s$as demandas de ig$aldade. Por&m embora o capitalismo seja o ch#o sobre o +$al o ideal da ig$aldade ganho$ (orma pela primeira vez/ esse ideal somente pode realizarWse al&m de s$as (ronteiras. Bibliogra(ia Albert/ 7. ranlin/ Jane 3ed.4 5*uality 3,ondres5 2nstit$te (or P$blic Polic= Eesearch4. Bidet/ Jac+$es O ^ohn Ra-ls et la th,orie de la justice 3Paris5 PI>4. !allinicos/ Alex
!ohen/ Gerald A. \ R-n the !$rrenc= o( galitarian J$stice em 5thics/ %ol. . !ohen Gerald A. < R2ncentives/ 2ne+$alit=/ and !omm$nit= em Peterson/ Grethe B. 3ed.4 $he $anner 1ectures on +uman )alues 3Salt ,ae !it=5 Iniversit= o( Itah Press4 %ol. 222. !ohen/ Gerald A. F R+$alit= o( DhatK -n Del(are/ Goods/ and !apabilities em V$ssba$m/ 7artha e Sen/ Amart=a 3eds.4 $he Guality of 1ife 3-x(ord5 -x(ord Iniversit= Press4. !ohen/ Gerald A. O 8elfF<-nership= 'reedom= and 5*uality 3!ambridge5 !ambridge Iniversit= Press4. !ohen/ Gerald A.
orld Poverty and +uman Rights. Cosmopolitan
responsibilities and Reforms 3!ambridge5 Polit=4. Polan=i/ 9arl O $he Breat $ransformationT $he political and 5conomic
Eaz/ Joseph \X $he (orality of 'reedom 3-x(ord5 !larendon4. Eoemer/ John X $heories of istributive ^ustice 3!ambridge/ 7ass.5 :arvard Iniversit= Press4. Scanlon/ 6. 7.
<
7ichael ,C=
∗
!arxismo e reli&ião@ ?pio do povo
∗∗
>il;so(o e diretor de pes+$isa do !entro Vacional de Pes+$isa !ient0(ica da >ran"a 3!VES4. ∗∗
6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es.
A religi#o ainda & tal como 7arx e ngels a entendiam no s&c$lo 2/ $m bal$arte de rea"#o/ obsc$rantismo e conservadorismoK Brevemente/ sim/ &. Se$ ponto de vista se aplica ainda a m$itas instit$i"Nes cat;licas 3a -p$s 1ei & s; o exemplo mais claro4/ ao $so ($ndamentalista corrente das principais con(issNes 3crist#/ j$dia/ m$"$lmana4/ ' maioria dos gr$pos evang&licos 3e s$a express#o na denominada Rigreja eletrHnica4/ e ' maioria das novas seitas religiosas/ alg$mas das +$ais/ como a not;ria 2greja do reverendo 7oon/ s#o nada mais +$e $ma hábil combina"#o de manip$la"Nes (inanceiras/ lavagem cerebral e anticom$nismo (anático. ntretanto/ a emerg*ncia do cristianismo revol$cionário e da teologia da liberta"#o na Am&rica ,atina 3e em o$tras partes4 abre $m cap0t$lo hist;rico e eleva novas e excitantes +$estNes +$e n#o podem ser respondidas sem $ma renova"#o da análise marxista da religi#o. 2nicialmente/ con(rontados com tal (enHmeno/ os marxistas recorreriam a $m modelo tradicional de interpreta"#o con(rontando trabalhadores crist#os e camponeses/ +$e poderiam ser considerados como s$portes da revol$"#o/ com a 2greja considerada como corpo reacionário. 2ncl$sive m$ito tempo depois/ a morte do Padre !amilo 6orres/ +$e tinha se $nido ' g$errilha colombiana (oi considerada $m caso excepcional/ ocorrida no ano de XX. 7as o crescente compromisso de crist#os incl$sive m$itos religiosos e padres com as l$tas pop$lares e s$a massiva inser"#o na revol$"#o sandinista claramente mostro$ a necessidade de $m novo en(o+$e. -s marxistas desconcertados o$ con($sos por estes desenvolvimentos ainda recorrem ' distin"#o $s$al entre as práticas sociais vigentes destes crist#os/ e s$a <\
ideologia religiosa/ de(inida como necessariamente regressiva e idealista. ntretanto/ com a teologia da libera"#o vemos a apari"#o de pensadores religiosos +$e $tilizam conceitos marxistas e convocavam para l$tas pela emancipa"#o social. 1e (ato/ algo novo acontece$ no cenário religioso da Am&rica ,atina d$rante as Qltimas d&cadas/ de import)ncia hist;rica a n0vel m$ndial. Im setor signi(icativo da 2greja crentes e cl&rigo na Am&rica ,atina troco$ s$a posi"#o no campo da l$ta social/ pondo se$s rec$rsos materiais e espirit$ais ao servi"o dos pobres e de s$a l$ta por $ma nova sociedade. - marxismo pode nos aj$dar a explicar estes eventos inesperadosK A conhecida (rase Ra religi#o & o ;pio do povo & considerada como a +$intess*ncia da concep"#o marxista do (enHmeno religioso pela maioria de se$s partidários e oponentes. - +$#o acertado & este $m ponto de vistaK Antes de +$al+$er coisa/ as pessoas deveriam en(atizar +$e esta a(irma"#o n#o & de todo especi(icamente marxista. A mesma (rase pode ser encontrada/ em diversos contextos/ nos escritos de 2mman$el 9ant/ J. G. :erder/ ,$dCig >e$erbach/ Br$no Ba$er/ 7oses :ess e :einrich :eine. Por exemplo/ em se$ ensaio sobre ,$dCig Brne 3\MT4/ :eine já a $sava de $ma maneira positiva 3embora irHnica45 RBemWvinda seja $ma religi#o +$e derrama no amargo cálice da so(redora esp&cie h$mana alg$mas doces/ son0(eras gotas de ;pio espirit$al/ alg$mas gotas de amor/ esperan"a e cren"a. 7oses :ess/ em se$ ensaio p$blicado na S$0"a em \MF/ toma $ma post$ra mais cr0tica 3mas ainda amb0g$a45 RA religi#o pode tornar s$portável [...] a in(eliz consci*ncia de servid#o [] de ig$al (orma o ;pio & de boa aj$da em ang$stiosas doen"as 3citado em GollCitzer/ X<5 OWX4 O. A express#o aparece$ po$co depois no artigo de 7arx 8obre a Crítica da 'ilosofia do ireito de +egel 3\MM4. Ima leit$ra atenta do parágra(o marxista onde aparece esta (rase/ revela +$e & mais complexo +$e $s$almente se acredita. mbora obviamente cr0tico da religi#o/ 7arx leva em conta o caráter d$al do (enHmeno e expressa5 RA angQstia religiosa & ao mesmo tempo a express#o da dor real e o protesto contra ela. A religi#o & o s$spiro da criat$ra oprimida/ o cora"#o de $m m$ndo sem O
-$tras re(er*ncias destas expressNes podem encontrarWse neste artigo.
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cora"#o/ tal como o & o esp0rito de $ma sit$a"#o sem esp0rito. L o ;pio do povo 37arx/ Xa5 FTM4. Se nos p$sermos a ler o ensaio completo/ aparece claramente +$e o ponto de vista de 7arx & devedor mais da post$ra de es+$erda neoWhegeliana +$e via a religi#o como a aliena"#o da ess*ncia h$mana +$e da (iloso(ia da 2l$stra"#o +$e simplesmente a den$nciava como $ma conspira"#o clerical. 1e (ato/ +$ando 7arx escreve$ a passagem mencionada era ainda $m disc0p$lo de >e$erbach/ e $m neoWhegeliano. S$a análise da religi#o era/ por conseg$inte/ Rpr&Wmarxista/ sem re(er*ncia a classes e aW hist;rico. 7as tinha $ma +$alidade dial&tica/ cobi"ando o caráter contradit;rio da RangQstia religiosa5 ambas $ma legitima"#o de condi"Nes existentes e $m protesto contra estas. >oi s; depois/ partic$larmente em A &deologia Alemã 3\MX4/ +$e o caracter0stico est$do marxista da religi#o como $ma realidade social e hist;rica come"o$. - elemento chave deste novo m&todo para a análise da religi#o & aproximarW se dela como $ma das diversas (ormas de ideologia o$ seja/ da prod$"#o espirit$al de $m povo/ da prod$"#o de id&ias/ representa"Nes e consci*ncia/ necessariamente condicionadas pela prod$"#o material e as correspondentes rela"Nes sociais. mbora ele esteja acost$mado a $tilizar o conceito de Rre(lexo o +$al cond$zirá a várias gera"Nes de marxistas para $m beco sem sa0da a id&ia chave do livro & a necessidade de explicar a g*nese e desenvolvimento das distintas (ormas de consci*ncia 3religiosa/ &tica/ (ilos;(ica/ etc.4 pelas rela"Nes sociais/ Ro +$e signi(ica/ & obvio/ +$e a +$est#o pode ser representada em s$a totalidade 37arx/ Xb5 OM/ XM4. Ima escola Rdissiden te da sociologia da c$lt$ra marxista 3,$ács/ Goldmann4 estará a (avor do conceito dial&tico de totalidade em l$gar da teoria do re(lexo. ,ogo depois de escrever com ngels A &deologia Alemã/ 7arx presto$ po$ca aten"#o ' +$est#o da religi#o como tal/ o$ seja/ como $m $niverso espec0(ico de signi(icados c$lt$rais e ideol;gicos. Podemos encontrar/ entretanto/ no primeiro vol$me de < Capital/ alg$mas observa"Nes metodol;gicas interessantes. Por exemplo/ a bem conhecida nota de rodap& em +$e responde ao arg$mento sobre a import)ncia da pol0tica na Antig@idade e da religi#o na 2dade 7&dia/ revela $ma concep"#o ampla da interpreta"#o materialista da hist;ria5 RVem a 2dade 7&dia pHde viver do !atolicismo nem a Antig@idade da pol0tica. As respectivas condi"Nes econHmicas explicam/ de (ato/ FTT
por +$e o !atolicismo lá e a pol0tica a+$i desempenham o papel dominante 37arx/ X\5 X/ 6omo 24. 7arx n$nca se tomaria a mol&stia de de(ender as razNes econHmicas acima da import)ncia da religi#o na 2dade 7&dia/ mas esta passagem & importante por+$e reconhece +$e/ sob certas condi"Nes hist;ricas/ a religi#o pode de (ato desempenhar $m papel dominante na vida de $ma sociedade. Apesar de se$ po$co interesse pela religi#o/ 7arx presto$ aten"#o ' rela"#o entre protestantismo e capitalismo. 1iversas passagens de < Capital (azem re(er*ncia ' contrib$i"#o do protestantismo ' ac$m$la"#o primitiva de capital por exemplo/ por meio do estim$lo ' expropria"#o de propriedades da 2greja e campos com$nais. Vos Brundrisse/ (orm$la meio s&c$lo antes do (amoso ensaio de 7ax Deber_ o seg$inte comentário signi(icativo e revelador sobre a 0ntima associa"#o entre protestantismo e capitalismo5 R- c$lto do dinheiro tem se$ ascetismo/ se$ a$toWabnega"#o/ se$ a$toW sacri(0cio a economia e a (r$galidade/ desprezo pelo m$ndano/ prazeres temporários/ e(*meros e ($gazes^ o correr atrás do eterno teso$ro. 1a+$i a conex#o entre o P$ritanismo ingl*s o$ o Protestantismo holand*s e o (azer dinheiro 37arx/ X\5 MW OT/ 6omo 2^ F5
%ol. riedrich ngels apresento$ 3provavelmente por s$a ed$ca"#o pietista4 $m interesse m$ito maior +$e o de 7arx pelo (enHmeno religioso e se$ papel hist;rico. A contrib$i"#o principal de ngels ao est$do marxista da religi#o & s$a análise da rela"#o de representa"Nes religiosas com as l$tas de classes. Al&m da pol*mica (ilos;(ica de X
Alg$ns te;logos da libera"#o 3por exemplo/ nri+$e 1$ssel/ :$go Assmann4 (ar#o extensivo o $so destas re(er*ncias a s$a de(ini"#o de capitalismo como idolatria.
FT
Rmaterialismo contra idealismo / ele estava interessado em entender e explicar (ormas hist;ricas e sociais concretas de religi#o. A cristandade n#o aparec e$ 3como em >e$erbach4 como $ma Ress*ncia atemporal/ mas sim como $m sistema c$lt$ral experimentando trans(orma"Nes em di(erentes per0odos hist;ricos. Primeiro a cristandade (oi $ma religi#o dos escravos/ depois a ideologia estatal do 2mp&rio Eomano/ depois vestimenta da hierar+$ia (e$dal e (inalmente se adapta ' sociedade b$rg$esa. Assim aparece como $m espa"o simb;lico no +$e se en(rentam (or"as sociais antagHnicas por exemplo no s&c$lo %25 a teologia (e$dal/ o protestantismo b$rg$*s e os plebe$s hereges. -casionalmente/ s$a análise trope"a em $m $tilitarismo estreito/ interpreta"#o instr$mental de moviment os religiosos. m 1ud-ing 'euerbach e o fim da filosofia cl3ssica alemã escreve5 Rcada $ma das distintas classes $sa s$a pr;pria religi#o apropriada [...] e (az po$ca di(eren"a se estes cavalheiros acreditarem em s$as respectivas religiNes o$ n#o 3ngels/ Xa5 <\4. ngels parece n#o encontrar nada mais +$e o Rdis(arce religioso de interesses de classes nas di(erentes (ormas de cren"as. ntretant o/ gra"as a se$ m&todo de análise em termos de l$ta de clas ses/ ngels se dá cont a/ e assim expr essa em A guerra camponesa na Alemanha +$e o clero n#o era $m corpo socialmente homog*neo5 em certas conj$nt$ras hist;ricas/ dividiaWse internamente seg$ndo s$a composi"#o social. L desta (orma +$e d$rante a Ee(orma/ temos por $m lado o alto clero/ cQp$la da hierar+$ia (e$dal/ e pelo o$tro/ o baixo clero/ +$e dá s$stento aos ide;logos da Ee(orma e do movimento revol$cionário campon*s 3ngels/ Xb5 M<
expondo +$e5 3a4 ambos os movimentos (oram criados pelas massas n#o por l0deres nem pro(etas^ 3b4 se$s membros (oram oprimidos/ perseg$idos/ e proscritos pelas a$toridades dominantes e^ 3c4 pregaram por $ma iminente libera"#o e elimina"#o da mis&ria e da escravid#o. Para adornar s$a compara"#o/ $m tanto provocativamente/ ngels cito$ $m dito do historiador (ranc*s Eenan5 Rse +$er ter $ma id&ia de como (oram as primeiras com$nidades crist#s/ olhe o ramo local da Associa"#o 2nternacional de 6rabalhadores 3ngels/ Xc4. Seg$ndo ngels/ o paralelismo entre socialismo e cristandade precoce está presente em todos os movimentos +$e sonham/ desde todos os tempos/ resta$rar a primitiva religi#o crist# dos tabories de John Uiza 3Rde gloriosa mem;ria4 e dos anabatistas de 6homas 7@nzer at& 3logo depois de \FT4 os com$nistas revol$cionários (ranceses e os partidários do com$nista $t;pico alem#o Dilhelm Deitling. ntretanto/ e con(orme deixa re(er*ncia constante em s$as ContribuiçHes hist"ria da cristandade primitiva= ngels acredita +$e se mant&m $ma di(eren"a essencial entre os dois movimentos5 os crist#os primitivos escolheram deixar s$a libera"#o para depois desta vida en+$anto +$e o socialismo localiza s$a emancipa"#o no ($t$ro pr;ximo deste m$ndo 3ngels/ XT5 cap.
ngels/ mas será trabalhada de maneira intensa e rica por rnst Bloch. - Qltimo movimento s$bversivo sob o estandarte da religi#o (oi/ seg$ndo ngels/ o movimento p$ritano ingl*s do s&c$lo %22. Se a religi#o/ e n#o o materialismo ministro$ a ideologia desta revol$"#o/ & pela nat$reza politicamente reacionária da (iloso(ia materialista na 2nglaterra/ representada por :obbes e o$tros partidários do absol$tismo real. m contraste com este materialismo e de0smo conservador/ as seitas protestantes deram ' g$erra contra a monar+$ia dos St$arts s$a bandeira religiosa e se$s combatentes 3ngels/ Xd5 4. sta análise & interessante5 rompendo com a vis#o linear da hist;ria herdada da 2l$stra"#o/ ngels reconhece +$e a l$ta entre materialismo e religi#o n#o necessariamente corresponde ' g$erra entre revol$"#o e contraWrevol$"#o/ progresso e regress#o/ liberdade e despotismo/ classes oprimidas e dominantes. Veste preciso caso/ a rela"#o & exatamente a oposta5 religi#o revol$cionária contra materialismo absol$tista. ngels estava convencido +$e da Eevol$"#o >rancesa/ a religi#o n#o podia ($ncionar mais como $ma ideologia revol$cionária/ e se s$rpreende$ +$ando com$nistas (ranceses e alem#es tais como !abet o$ Deitling proclamariam +$e Rcristandade & com$nismo. ste desacordo sobre a religi#o (oi $ma das principais razNes da n#o participa"#o de com$nistas (rance ses no Anu3rio 'rancoFAlemão em \MM e da r$pt$ra de 7arx e ngels com Deitling em \MX. ngels n#o podia antecipar a teologia da libera"#o/ mas/ gra"as a s$a análise do (enHmeno religioso do ponto de vista da l$ta de classes/ tro$xe ' l$z o potencial de protesto da religi#o e abri$ caminho para $ma nova aproxima"#o distinta tanto da (iloso(ia da 2l$stra"#o +$anto do neoWhegelianismo alem#o da rela"#o entre religi#o e sociedade. A maioria dos est$dos realizados sobre religi#o no s&c$lo se limitam a comentar/ desenvolver o$ aplicar as id&ias esbo"adas por 7arx e ngels. 6ais (oram os casos/ por exemplo/ dos ensaios de 9arl 9a$ts= sobre o $topista 6omas 7ore o$ sobre 6homas 7@nzer. 9a$ts= considerava todas estas correntes religiosas como movimentos Rprec$rsores do socialismo moderno/ c$jo objetivo era $m estilo de com$nismo FTM
distrib$tivo oposto ao com$nismo prod$tivo do movimento operário moderno. n+$anto 9a$ts= nos (ornece interessante s revela"Nes e detalhes a respeito das bases sociais e econHmicas destes movimentos e s$as aspira"Nes com$nistas/ $s$almente red$z s$as cren"as religiosas a $m simples Rpacote o$ Rro$pagem +$e Roc$lta e dissim$la se$ conteQdo social. As mani(esta"Nes m0sticas e apocal0pticas das heresias medievais s#o/ a partir de se$ ponto de vista/ expressNes de desespero/ res$ltantes da impossibilidade de cons$mar se$s ideais com$nistas 39a$ts=/ F5 T/ \/ $eses de ,$tero/ seg$ndo 9a$ts=/ n#o re(letiram tanto $m con(lito sobre o dogma/ como $m con(lito em torno de temas econHmicos5 o dinheiro +$e Eoma extra0a da Alemanha sob a (orma de impostos eclesiásticos 39a$ts=/ <5 F/O4. Se$ livro sobre 6omas 7ore & mais srcinal5 o(erece $ma imagem candente e id0lica do cristianism o pop$lar medieval/ como $ma j$bilosa e alegre religi#o/ cheia de vitalidade e belas celebra"Nes e (estas. - a$tor de 7topia= 6omas 7ore/ & apresentado como o Qltimo representante deste catolicismo pop$lar/ velho e (e$dal completamente di(erente do jes$0tico moderno. Seg$ndo 9a$ts=/ 7ore escolhe$ como religi#o o catolicismo em l$gar do protestantismo por+$e estava contra a br$tal proletariza"#o do gr$po de camponeses res$ltante da destr$i"#o da 2greja tradicional e da expropria"#o de terras com$nitárias pela Ee(orma Protestante na 2nglaterra. Por o$tro lado/ as instit$i"Nes religiosas da ilha 7topia mostram +$e estava longe de ser $m partidário do a$toritarismo cat;lico estabelecido5 de(endia a toler)ncia religiosa/ a aboli"#o do celibato clerical/ a elei"#o de padres por s$as com$nidades e a ordena"#o de m$lheres 39a$ts=/ \T5 T/
se$ artigo Z8ocialismo e religião[ 3TO4 +$e o ate0smo n#o deveria ser parte do programa do Partido por+$e a R$nidade na real l$ta revol$cionária das classes oprimidas por $m para0so na terra & mais importante +$e a $nidade na opini#o proletária sobre o para0so no c&$ 3,*nin/ <5 \X/ %ol. T4. Eosa ,$xemb$rgo compartilho$ esta estrat&gia/ mas desenvolve$ $m arg$mento di(erente e srcinal. mbora ela mesma tenha sido $ma (ervente at&ia/ em se$s escritos ataco$ menos a religi#o como tal +$e as pol0ticas e programas reacionários da 2greja/ em nome de s$a pr;pria tradi"#o. m $m ensaio escrito em TO 3R2greja e socialismo4/ insisti$ +$e os socialistas modernos s#o mais leais aos princ0pios originais da cristandade +$e o clero conservador de hoje. 1esde +$e os socialistas l$tam por $ma ordem social de ig$aldade/ liberdade e (raternidade/ os padres/ se honestamente +$eriam implementar na vida da h$manidade o princ0pio crist#o Rama ao pr;ximo como a ti/ deveriam dar as boasWvindas ao movimento socialista. $ando o clero ap;ia o rico/ e a+$eles +$e exploram e oprimem o pobre/ est#o em contradi"#o expl0cita com os ensinamentos crist#os5 servem n#o a !risto/ mas sim ao Bezerro de o$ro. -s primeiros ap;stolos da cristandade eram com$nistas apaixonados e os Padres da 2greja 3como Bas0lio e Jo#o !hr=sostomo4 den$nciaram as inj$sti"as sociais. :oje esta ca$sa & levada adiante pelo movimento socialista +$e aproxima o evangelho da (raternidade e a ig$aldade do pobre/ e chama 's pessoas a estabelecer na terra o Eeino da liberdade e do amor ao pr;ximo 3,$xemb$rgo/ 5 MOWM/ XWO4. m l$gar de levantar $ma batalha (ilos;(ica em nome do materialismo/ Eosa ,$xemb$rgo tento$ resgatar a dimens#o social da tradi"#o crist# para o movimento dos trabalhadores. A$stroWmarxistas/ como -tto Ba$er e 7ax Adler/ eram m$ito menos hostis ' religi#o +$e se$s camaradas alem#es o$ r$ssos. Pareceram considerar o marxismo como compat0vel com alg$ma (orma de religi#o/ mas isto re(erido principalmente ' religi#o como $ma Rcren"a (ilos;(ica 3de inspira"#o neoWantiana4 mais +$e como tradi"Nes
religiosas hist;ricas concretas . Va 2nternacional !om$nista se presto$ po$ca aten"#o ' religi#o/ embora $m nQmero signi(icativo de crist#os tenha se $nido ao movimento/ e $m exWpastor protestante s$0"o/ J$les :$mbertW1roz/ trans(ormo$Wse nos anos
Im livro m$ito Qtil e extremamente interessante sobre este tema & o escrito pelo 1avid 7c!lellan 3\4.
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era +$e $m crist#o +$e se convertesse em socialista o$ com$nista necessariamente abandonaria s$a pr&via cren"a religiosa RantiWcient0(ica e Ridealista. A pe"a teatral de Bertolt Brecht 8anta ^oana dos (atadouros 3F<4 & $m bom exemplo deste tipo de coloca"#o a respeito da convers#o de crist#os ' l$ta pela emancipa"#o proletária. Brecht descreve com m$ita percep"#o o processo pelo +$al Joana/ $ma l0der do x&rcito de Salva"#o/ descobre a verdade sobre a explora"#o e a inj$sti"a social e morre den$nciando s$as primeiras e antigas id&ias. 7as para ele deve haver $m total e absol$to rompimento entre a antiga cren"a religiosa do personagem e se$ novo credo de l$ta revol$cionária. Po$co antes de morrer Joana diz aos operários5 Se alg$ma vez alg$&m vier a te dizer +$e existe $m 1e$s/ invis0vel entretanto/ de +$em pode esperar aj$da/ golpeiaWo d$ro com $ma pedra na cabe"a at& +$e morra.
A int$i"#o de Eosa ,$xemb$rgo/ +$e se pode l$tar pelo socialismo tamb&m em nome dos verdadeiros valores da cristandade srcinal/ perde$Wse neste tipo cr$ e $m po$co intolerante de perspectiva materialista. Po$cos anos depois +$e Brecht escreve$ esta pe"a/ aparece$ na >ran"a 3FXWF\4 $m movimento de crist#os revol$cionários/ alcan"ando vários milhares de seg$idores/ +$e apoiavam ativamente o movimento operário/ em partic$lar s$as mais radicais tend*ncias 3a ala es+$erda do Partido Socialista4. Se$ principal slogan era5 RSomos socialistas por+$e somos crist#os\. ntre os l0deres e pensadores do movimento com$nista/ Gramsci & provavelmente +$em mostro$ a maior aten"#o a temáticas religiosas. 1istintamente de ngels o$ 9a$ts= n#o estava interessado no cristianismo primitivo o$ nos hereges com$nistas da 2dade 7&dia/ mas sim na ($n"#o da 2greja !at;lica na sociedade capitalista moderna5 & $m dos primeiros marxistas +$e tento$ entender o papel contempor)neo da 2greja e o peso da c$lt$ra religiosa entre as massas pop$lares. m se$s escritos j$venis/ Gramsci mostra simpatia por (ormas progressistas de religiosidade. Por exemplo/ está (ascinado pelo socialista crist#o (ranc*s !harles P&g$=5 \
%er a excelente investiga"#o de Agns Eoche(ortW6$r+$in 3\X4.
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Ra mais ;bvia caracter0stica da personalidade de P&g$= & s$a religiosidade/ a intensa cren"a [] se$s livros est#o cheios deste misticismo inspirado pelo mais p$ro e pers$asivo ent$siasmo/ +$e leva a (orma de $ma prosa m$ito pessoal/ de entona"#o b0blica. ,endo 2ossa ^uventude/ de P&g$=/ RembebedamoWnos com esse sentimento m0stico religioso do socialismo/ de j$sti"a +$e impregna t$do [] sentimos em n;s $ma nova vida/ $ma cren"a mais (orte/ a(astada das ordinárias e miseráveis pol*micas dos
pe+$enos e v$lgares pol0ticos materialistas 3Gramsci/ O\5 FFWFM^ <5 \W4 . 7as se$s escritos mais importantes sobre religi#o se encontram nos Cadernos do C3rcere. Apesar de s$a nat$reza (ragmentária/ po$co sist*mica e al$siva/ estes cont*m observa"Nes penetrantes. S$a irHnica cr0tica 's (ormas conservadoras de religi#o partic$larmente o ramo jes$0tico do catolicismo/ pela +$al sente sincera avers#o n#o lhe impedi$ de perceber tamb&m a dimens#o $t;pica das id&ias religiosas5 a religi#o & a $topia mais gigante/ a mais meta(0sica +$e a hist;ria jamais conhece$/ desde +$e & a tentativa mais grandiosa de reconciliar/ em (orma mitol;gica/ as reais contradi"Nes da vida hist;rica. A(irma/ de (ato/ +$e o g*nero h$mano tem a mesma nat$reza/ +$e o homem [] como criado por 1e$s/ (ilho de 1e$s/ & portanto irm#o de o$tros homens/ ig$al a o$tros e livre entre e como o$tros homens [...]^ mas tamb&m a(irma +$e t$do isto n#o pertence a este m$ndo mas sim a o$tro 3a $topia4. 1esta (orma/ as id&ias de ig$aldade/ (raternidade e liberdade entre os homens [] estiveram sempre presentes em cada a"#o radical da m$ltid#o/ de $ma o$ o$tra maneira/ sob (ormas e ideologias partic$lares 3Gramsci/ 4. Gramsci tamb&m insisti$ nas di(erencia"Nes internas da 2greja seg$ndo orienta"Nes ideol;gicas liberal/ moderna/ jes$0tica e correntes ($ndamentalistas dentro da c$lt$ra cat;lica e seg$ndo as di(erentes classes sociais5 Rtoda religi#o [...] & realmente $ma m$ltiplicidade de distintas e 's vezes contradit;rias religiNes5 há $m catolicismo para os camponeses/ $m para a pe+$ena b$rg$esia e trabalhadores $rbanos/ $m para a m$lher/ e $m catolicismo para intelect$ais. Al&m disso/ acredita +$e o cristianismo &/ sob certas
Gramsci parece estar tamb&m interessado/ no come"o da d&cada de
FT\
condi"Nes hist;ricas/ R$ma (orma necessária de desejo das massas pop$lares/ $ma (orma espec0(ica de racionalidade no m$ndo e na vida^ mas isto se aplica s; a inocente religi#o das pessoas/ n#o ao cristianismo jes$itizado/ o +$al & Rp$ro narc;tico para as massas pop$lares 3Gramsci/ 5 F<\/ F/ MTO^ 5 4. A maior parte de s$as notas re(eremWse ao papel hist;rico e presente da 2greja !at;lica na 2tália5 s$a express#o pol0 tica e social atrav&s da A"#o !at;lica e do Partido do Povo/ s$a rela"#o com o stado e as classes s$bordinadas/ etc. n+$anto se concentra nas divisNes de classes dentro da 2greja/ Gramsci adverte a relativa a$tonomia da instit$i"#o/ como $m corpo composto de Rintelect$ais tradicionais 3o clero e os intelect$ais cat;licos sec$lares4 +$er dizer/ intelect$ai s ligados a $m passado (e$dal e n#o organicamente conectados a nenh$ma classe social moderna. 2sto & o motivo principal para a a"#o pol0tica da 2greja e para s$a rela"#o con(litiva com a b$rg$esia italiana5 a de(esa de se$s interesses corporativos/ se$ poder e privil&gios. Gramsci está m$ito interessado pela Ee(orma Protestante/ mas distintamente de ngels e 9a$ts=/ n#o se centra em 6homas 7@nzer e nos anabatistas/ mas sim em ,$tero e !alvino. !omo leitor atento do ensaio de 7ax Deber/ acredita +$e a trans(orma"#o da do$trina calvinista da predestina"#o em R$m dos maiores imp$lsos para a iniciativa prática +$e teve l$gar na hist;ria do m$ndo/ & $m exemplo clássico da passagem de $m ponto de vista do m$ndo a $ma norma prática de comport amento. 1e certa (orma/ as pessoas poderiam considerar +$e Gramsci $tiliza Deber para s$plantar a coloca"#o economicista do marxismo v$lgar/ insistindo no papel historicamente prod$tivo de id&ias e representa"Nes 3Gramsci/ 5 W\/ OT/ T^ 7ontanari/ \5 O\4. Para ele/ a Ee(orma Protestante/ como $m movimento nacionalWpop$lar a$t*ntico capaz de mobilizar as massas/ & $m tipo de paradigma para a grande Rre(orma moral e intelect$al +$e o marxismo +$er implementar5 a (iloso(ia da práxis Rcorresponde ' conex#o Ee(orma Protestante w Eevol$"#o >rancesa5 & $ma (iloso(ia +$e & tamb&m pol0tica e $ma pol0tica +$e & de $ma vez (iloso(ia. n+$anto 9a$ts=/ vivendo na Alemanha protestante/ idealizo$ o Eenascimento italiano e desprezo$ a Ee(orma como Rbárbara/ Gramsci/ o marxista italiano/ elogio$ ,$tero e !alvino e den$ncio$ o Eenascimento por consideráWlo $m movimento aristocrático e reacionário 3Gramsci/ 5 TO^ 9a$ts=/ \T5 X4. FT
As observa"Nes de Gramsci s#o ricas e estim$lantes/ mas em Qltima análise seg$em o padr#o clássico marxista de analisar a religi#o. rnst Bloch & o primeiro a$tor marxista +$e troco$ radicalmente a estr$t$ra te;rica sem abandonar a perspectiva marxista e revol$cionária. 1e (orma similar a ngels/ disting$i$ d$as correntes sociais opostas5 por $m lado/ a religi#o teocrática das 2grejas o(iciais/ ;pio dos povos/ $m aparelho misti(icador a servi"o dos capitalistas^ pelo o$tro/ a secreta/ s$bversiva e her&tica religi#o dos albigenses/ h$sitas/ de Joa+$im de >lores/ 6homas 7@nzer/ >ranz von Baader/ Dilhelm Deitling e ,eon 6olstoi. ntretanto/ distintamente de ngels/ Bloch nego$Wse a ver a religi#o $nicamente como $m Rmanto de interesses de classe5 critico$ expressamente esta concep"#o/ en+$anto a atrib$0a somente a 9a$ts=. m s$as mani(esta"Nes contestadoras e rebeldes/ a religi#o & $ma das (ormas mais signi(icativas de consci*ncia $t;p ica/ $ma das expressNes mais ricas de < Principio 5sperança. Atrav&s de s$a capacidade de antecipa"#o criativa/ a escatologia j$daicoWcrist# $niverso religioso (avorito de Bloch contrib$i a dar (orma ao espa"o imaginário do ainda n#oexistente 3Bloch/ O^ X\4. ApoiandoWse nestas press$posi"Nes (ilos;(icas/ Bloch desenvolve $ma interpreta"#o iconoclasta e heterodoxa da B0blia ambos/ o Antigo e Vovo 6estamento marcando o pa$perismo/ +$e den$ncia os (ara;s e pede +$e cada $m escolha entre !&sar e !risto. Im ate$ religioso para ele s; $m ate$ pode ser $m bom crist#o e viceWversa e $m te;logo da revol$"#o/ Bloch n#o s; prod$zi$ $ma leit$ra marxista do milenarismo 3seg$indo ngels4 mas sim tamb&m e isto era novo $ma interpreta"#o milenarista do marxismo/ atrav&s da +$al a l$ta socialista pelo Eeino da ,iberdade & percebida como a heran"a direta das heresias escatol;gicas e coletivistas do passado. L obvio Bloch/ como o jovem 7arx da (amosa (rase de \MM/ reconhece$ o caráter d$al do (enHmeno religioso/ se$ aspecto opressivo e se$ potencial para a s$bleva"#o. - primeiro re+$er do $so da+$ilo +$e ele denomina Ra corrente (ria do marxismo5 a implacável análise materialista das ideologias/ dos 0dolos e das idolatrias. - seg$ndo/ entretanto/ necessita da Rcorrente +$ente do marxismo a+$ela +$e ambiciona resgatar o excedente c$lt$ral $t;pico da religi#o/ s$a (or"a cr0tica e antecipadora. Al&m de +$al+$er Rdiálogo/ Bloch sonho$ com $ma a$t*ntica $ni#o entre cristandade e revol$"#o/ como a+$ela +$e teve l$gar d$rante as g$erras FT
camponesas do s&c$lo %2. As id&ias de Bloch eram/ em certo ponto/ compartilhadas por alg$ns dos membros da scola de >ran($rt. 7ax :orheimer considero$ +$e Ra religi#o & o registro dos desejos/ nostalgias 3 sehnsuchte4 e ac$sa"Nes de in$meráveis gera"Nes 3:orheimer/ <5 FM4. rich >romm/ em se$ livro < dogma de Cristo 3FT4/ $so$ o marxismo e a psicanálise para il$minar a ess*ncia messi)nica/ pleb&ia/ ig$alitária e antia$toritária do cristianismo primitivo. Dalter Benjamin trato$ de combinar em $ma srcinal s0ntese/ teologia e marxismo/ messianismo j$de$ e materialismo hist;rico/ l$ta de classes e reden"#o\T. A obra de ,$cien Goldmann & o$tra tentativa de abrir o caminho para a renova"#o do est$do marxista da religi#o. mbora de $ma inspira"#o m$ito distinta da de Bloch/ estava tamb&m interessado no valor moral e h$mano da tradi"#o religiosa. m se$ livro < eus oculto 3OO4 desenv olve$ $ma m$ito s$til e criativa análise sociol;gica da heresia jansenista 3incl$indo o teatro de Eacine e a (iloso(ia de Pascal4 como $ma vis#o trágica do m$ndo/ expressando a pec$liar sit$a"#o de $m estrato social 3a nobreza togada4 na >ran"a do s&c$lo %22. Ima de s$as inova"Nes metodol;gicas & relacionar a religi#o n#o s; aos interesses da classe/ mas tamb&m a s$a total condi"#o existencial5 examina/ portanto/ como este estrato legal e administrativo/ entre s$a depend*ncia de e s$a oposi"#o ' monar+$ia absol$ta/ de$ $ma express#o religiosa a se$s dilemas na vis#o trágica do m$ndo do jansenismo. 1e acordo com 1avid 7c,ellan/ esta & a Ranálise espec0(ica mais impressionante da religi#o prod$zida pelo marxismo ocidental 37c,ellan/ \5 <\4. A parte mais s$rpreendente e srcinal do trabalho &/ entretanto/ a tentativa de comparar sem assimilar $m ao o$tro cren"a religiosa e cren"a marxista5 ambas t*m em com$m o recha"o do p$ro indivi d$alismo 3racionalista o$ empirista4 e a cren"a em valores transWindivid$ais 1e$s para a religi#o/ a com$nidade h$mana para o socialismo. m ambos os casos/ a cren"a está apoiada em $ma aposta a aposta pascaliana na exist*ncia de 1e$s e a marxista na liberta"#o da h$manidade +$e press$pNe o perigo do (racasso e a esperan"a do *xito. Ambos implicam alg$mas cren"as ($ndamentais +$e n#o s#o demonstráveis no n0vel excl$sivo de j$lgamentos \T
%er/ de minha a$toria/ os artigos REevol$tion against Progress5 Dalter Benjamins Eomantic Anarchism 3\O4 e REeligion/ Itopia and !o$ntermodernit=5 6he Allegor= o( the Angel o( :istor= in Dalter Benjamin 3F4.
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objetivos. - +$e os separa & obviamente o caráter s$praWhist;rico da transcend*ncia religiosa5 A cren"a marxista & $ma cren"a no ($t$ro hist;rico +$e o ser h$mano cria por si mesmo/ o$ melhor dizendo/ +$e devemos (azer com nossa atividade/ $ma Raposta no *xito de nossas a"Nes^ a transcend*ncia da +$e & objeto esta cren"a n#o & nem sobrenat$ral nem transWhist;rica mas sim s$praWindivid$al/ nada mais mas tampo$co nada menos 3Goldmann/ OO5 4. Sem pretender de maneira nenh$ma Rcristianizar o marxismo/ ,$cien Goldmann introd$zi$/ gra"as ao conceito de crença/ $ma nova maneira de ver a rela"#o con(litiva entre convic"#o religiosa e ate0smo marxista. A id&ia de +$e existe $m campo com$m entre o esp0rito revol$cionário e a religi#o já (oi s$gerida/ em $ma (orma menos sistemática/ pelo per$ano Jos& !arlos 7ariáteg$i/ o marxista latinoWamericano mais srcinal e criativo. Vo ensaio R- :omem e o mito 3
Bergson e nas id&ias pragmáticas +$e (ortaleceram o pensamento marxista/ restabelecendo s$a miss#o revol$cionária. A teoria dos mitos revol$cionários/ ao aplicar a experi*ncia dos movimentos religiosos ao movimento socialista/ estabelece$ as bases para $ma (iloso(ia da revol$"#o 37ariáteg$i5 b5 <4. 6ais (orm$la"Nes express#o de $ma rebeli#o rom)nticaWmarxista contra a interpreta"#o dominante 3semiWpositivista4 de materialismo hist;rico podem parecer m$ito radicais. m +$al+$er caso/ deve estar claro +$e 7ariáteg$i n#o +$is (azer do socialismo $ma igreja o$ $ma seita religiosa/ mas sim tento$ resta$rar a dimens#o espirit$al e &tica da l$ta revol$cionária5 a cren"a 3Rm0stica4/ a solidariedade/ a indigna"#o moral/ o total compromisso/ a disposi"#o em arriscar a pr;pria vida 3o +$e chama Rher;ico4. socialismo para o 7ariáteg$i era inseparável de $ma tentativa de reWencantar o m$ndo atrav&s da a"#o revol$cionária. 6rans(ormo$Wse em $ma das re(er*ncias marxistas mais importantes para o ($ndador da teologia da libera"#o/ o per$ano G$stavo G$ti&rrez. 7arx e ngels pensaram +$e o papel s$bversivo da religi#o era coisa do passado/ sem signi(ica"#o na &poca moderna da l$ta de classes. ste progn;stico (oi mais o$ menos historicamente con(irmado por $m s&c$lo com $mas po$cas importantes exce"Nes 3partic$larmente na >ran"a45 os socialistas crist#os dos anos FT/ os sacerdotes operários dos MT/ a ala es+$erda do sindicalismo crist#o nos OT/ etc. 7as para entender +$e (oi acontecendo nos Qltimos FT anos na Am&rica ,atina 3e em menor extens#o tamb&m em o$tros continentes4 ao redor da temática da teologia da libera"#o/ precisamos integrar ' nossa análise as coloca"Nes de Bloch e Goldmann sobre o potencial $t;pico da tradi"#o j$daicoWcrist#.
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(arx and
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FO
Adol,o Sánc#ez -ázuez
tica e marxismo
∗
∗
∗∗
!atedrático de st&tica e >iloso(ia Pol0tica na >ac$ldade de >iloso(ia e ,etras e
Pro(essor m&rito da Iniversidade Vacional A$tHnoma do 7&xico 3IVA74. ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
PropomosWnos examinar as rela"Nes entre &tica e marxismo. Por&m/ ao abordáWlas/ necessitamos partir de $ma distin"#o entre &tica e moral +$e n#o sempre pode (azerWse com a conseg$inte con($s#o de termos. Pois bem/ por moral entendemos $ma (orma espec0(ica do comportamento h$mano/ individ $al o$ coletivo/ +$e se dá realmente/ o$ +$e se propNe +$e deveria darWse. por &tica entendemos a aten"#o re(lexiva/ te;rica ' moral em $m o$ o$tro plano o (ático o$ o ideal +$e n#o s#o para ela excl$dentes. %ale dizer5 ' &tica interessa a moral/ seja para entender/ interpretar o$ explicar a moral hist;rica o$ social realmente existente/ seja para post$lar e j$sti(icar $ma moral/ +$e n#o se dando e(etivamente/ consideraWse +$e deveria darWse. 6emos/ pois/ (rente a n;s/ a moral em $m d$plo sentido5 como objeto de re(lex#o o$ conhecimento e como conj$nto de princ0pios/ valores o$ normas 's +$ais se considera +$e deveriam aj$starWse as rela"Nes/ em sociedade/ entre os indiv0d$os o$ dos indiv0d$os com determinados gr$pos sociais o$ com a com$nidade. !ont$do/ este sentido normativo n#o somente & pr;prio da moral +$e se propNe/ como tamb&m da cr0tica da moral existente/ assim como da cr0tica ' +$al podem s$bmeterWse o$tros tipos de comportamento h$mano como o pol0tico/ o est&tico/ o religioso/ o lQdico o$ o econHmico. A partir deste en(o+$e/ cabe $ma cr0tica moral de certos atos como os de $ma pol0tica +$e recorre a certos meios aberrantes/ o$ os de certa economia +$e rebaixa o$ an$la a dignidade do trabalhador ao (azer dele $m simples instr$mento o$ mercadoria. m casos como estes/ a moral j$stamente por se$ caráter normativo com s$a cr0tica a partir de certos princ0pios/ valores o$ normas/ en(rentaWse com o$tras FX
(ormas de comportamento h$mano +$e/ por s$a nat$reza espec0(ica n#o t*m $ma conota"#o moral. ntretanto/ ao marcar a presen"a da moral em o$tras (ormas de comportamento h$mano/ & necessário tomar c$idado para n#o acent$ar esta presen"a at& o ponto de dissolver nela o comportamento espec0(ico de +$e se trate^ isto &/ n#o se pode cair no extremo +$e o dissolve5 o moralismo. !omo tamb&m será necessário tomar c$idado com o$tro extremo +$e tamb&m dissolve a moral5 o sociologismo/ na teoria o$ no pragmatismo o$ Rrealismo na prática [pol0tica]. !om estas preca$"Nes/ abordemos o problema das rela"Nes entre o marxismo como &tica e a moral/ entendidos ambos os termos no d$plo plano antes en$nciado5 explicativo e normativo.
> >eitas estas observa"Nes pr&vias/ respondamos de antem#o +$e tais rela"Nes apresentamWse com $m caráter problemático/ pois incl$sive alg$ns marxistas/ para n#o (alar dos +$e abordam estas +$estNes de (ora do marxismo/ s$stentam +$e essas rela"Nes/ ao serem consideradas te;rica e praticamente/ s#o mais de div;rcio +$e de bom entendimento. !hegaWse incl$sive a negar +$e haja l$gar na teoria e na prática5 $m l$gar para a &tica e para a moral no marxismo. Vo me$ modo de ver e para ir despejando o caminho inseg$ro +$e temos +$e recorrer a problematicidade de $ma &tica marxista/ o$ mais exatamente de inspira"#o marxiana/ n#o se coloca com a mesma (or"a nos dois sentidos +$e atrib$0mos. Vo +$e tange o explicativo/ o$ seja5 o +$e (az da moral objeto de re(lex#o o$ conhecimento/ & di(0cil deixar de admitir +$e/ embora encontremos em 7arx $ma &tica em sentido estrito/ como $m corpo de verdades/ sistematicamente artic$lado/ n#o se pode ignorar +$e/ ao longo de s$a obra/ encontramW se expl0citas men"Nes para n#o (alar das impl0citas mais ab$ndant es sobre a nat$reza ideol;gica da moral/ acerca de se$ caráter hist;rico e social/ sobre s$a vinc$la"# o com as rela"Nes de prod$"#o e os interesses de classe/ assim como sobre s$a ($n"#o na sociedade e/ partic$larmente/ na sociedade socialista. 2sso +$er dizer +$e/ n#o obstante a escassa presen"a aberta e da (alta de sistematicidade dessas id&ias na obra de 7arx/ a moral n#o deixa de estar presente nela como objeto de conhecimento e com s$(iciente alt$ra te;rica para inspirar a &tica +$e alg$ns marxistas tentamos constr$ir. F
1esta (orma/ a problematicidade das rela"Nes entre &tica e marxismo/ o$ entre marxismo e moral/ ganha (or"a sobret$do +$ando/ nessas rela"Nes/ a moral & entendida em $m sentido normativo5 como a moral +$e impregna a cr0tica do capitalismo/ o projeto da nova sociedade socialista com$nista e/ (inalmente/ o comportamento prático/ revol$cionário para converter esse projeto em realidade/ tanto na (ase pr&via para destr$ir o velho sistema social como para constr$ir o$tro novo.
>> Pois bem/ voltemos ' perg$nta cr$cial5 há l$gar para a moral nessa cr0tica/ nesse projeto de nova sociedade e nesse comportamento prático/ pol0tico revol$cionárioK / se há/ +$e alcance tem5 aleat;rio o$ necessário/ negativo o$ positivo/ irrelevante o$ importante sem ser determinante o$ decisivoK 6ais s#o as +$estNes em jogo. As respostas dos marxistas a elas oscilam sem nos determos agora em se$s matizes entre d$as posi"Nes diametralmente opostas5 uma= a +$e nega +$e haja $m l$gar necessário e relevante para a moral em 7arx e no marxismo nos tr*s planos expostos5 a cr0tica do capitalismo/ o projeto de nova sociedade e a prática pol0tica revol$cionaria^ e outra/ a posi"#o +$e s$stenta +$e sim/ +$e há $m l$gar necessário e relevante para a moral em 7arx e no marxismo/ mas $m alcance +$e n#o & determinante e decisivo nos tr*s planos mencionados j$stamente o +$e atrib$i certo Rmoralismo/ recha"ado (irmemente por 7arx. !omo inclinarWse por $ma o$ o$tra posi"#o +$e/ na verdade/ s#o contradit;riasK - mais aconselhável seria ac$dir aos textos de 7arx/ desde os j$venis at& aos tardios/ passando pelos de s$a mat$ridade. Por&m/ ao nos determos neles/ encontramos passagens +$e v*m alimentar/ em desig$al propor"#o/ $ma e o$tra posi"#o contradit;ria. !om rela"#o ' primeira/ vemos +$e 7arx 3e ngels4 disse em A &deologia alemãT Ros com$nistas n#o predicam nenh$ma moral e n#o a predicam s$stenta por+$e toda moral/ por s$a nat$reza ideol;gica/ & (alsa o$ encobre os interesses da classe dominante a +$al serve. Im recha"o t#o categ;rico como este & encontrado no
(anifesto
Comunista. / em < Capital achamos a id&ia de +$e a transa"#o entre (or"a de trabalho e capital & j$sta por corresponder 's rela"Nes de prod$"#o capitalistas/ id&ia +$e (oi interpretada/ 's vezes/ como se implicasse a improced*ncia da cr0tica moral do F\
capitalismo. Passagens como estas s#o as +$e levaram a incl$ir 7arx/ j$nto com Vieztsche e >re$d/ no trio dos R(il;so(os da s$speita/ dada s$a cr0tica da moral/ o$ a endossar o Rimoralismo +$e lhe atrib$em incl$sive alg$ns marxistas. 1esta (orma/ em contraste com as passagens de textos de 7arx +$e abonam essa posi"#o/ encontramos em $m de se$s escritos mais antigos o imperativo de s$bverter o m$ndo social no +$al o homem & h$milhado. m$itas s#o as passagens de se$s textos j$venis +$e condenam a imoralidade do capitalismo. Im claro conteQdo moral adverteW se/ em s$a teoria de aliena"#o do trab alho nos (anuscritos de 9;]] e já em s$a mat$ridade/ nos Brundrisse 3escritos preparat;rios de < Capital4 ao criticar a $s$rpa"#o pelo capitalista/ do tempo livre +$e cria o trabalhador. - mesmo conteQdo impregna em $m de se$s Qltimos escritos/ a Crítica do Programa de Botha s$a vis#o da sociedade desalienada/ com$nista/ artic$lada no +$e tange ' distrib$i"#o dos bens prod$zidos/ entorno de dois princ0pios5 con(orme o trabalho aportado/ na primeira (ase dessa sociedade e 's necessidades de cada indiv0d$o na (ase s$perior/ propriamente com$nista. Vo entanto/ ainda +$e ao longo da obra de 7arx predominem as passagens +$e permitam asseg$rar ' moral $m l$gar/ n#o se pode negar +$e existam o$tras +$e a negam pondoWse assim a contradi"#o exposta. / 's vezes/ esta se dá em $m mesmo texto5 por exemplo/ no mesmo (anifesto Comunista +$e des+$ali(ica a moral como preconceito b$rg$*s/ criticaWse moralmente a b$rg$esia por ter convertido a Rdignidade pessoal +$e obviamente & $m valor moral em $m valor de troca. Assim/ pois/ & necessário reconhecer +$e existem posi"Nes contradit;rias sobre a moral na obra de 7arx. Por&m/ este reconhecimento n#o nos a$toriza a dar por acabado/ o problema de se há o$ n#o l$gar para a moral em 7arx e no marxismo. Ao contrário/ nos obriga a abordáWlo/ al&m desta o$ da+$ela passagem/ no contexto geral da nat$reza e do sentido de toda a obra te;rica e prática de 7arx.
>>> Pois bem/ de acordo com essa nat$reza e esse sentido/ está certo deixar a moral (ora da teoria e da prática de 7arx e do marxismo/ o$ ao contrário & necessário sit$áWla como $m componente necessário de $ma e o$traK 7as/ ao colocarmos a +$est#o nestes F
termos/ n#o se pode passar por alto $ma realidade/ a saber5 +$e/ 's vistas das diversas interpreta"Nes do legado de 7arx/ n#o há somente $m 7arx com$mente aceito pelos marxistas/ o +$e leva conse+$entemente a aceitar +$e se dá $ma pl$ralidade de marxismos. Eecordemos/ por exemplo/ como emergiam as r$idosas pol*micas de alg$ns anos entre marxistas/ $m 7arx Rcient0(ico e o$tro Rideol;gico/ assim como o 7arx sem Rcortes epistemol;gicos no +$al se integravam $m e o$tro5 o 7arx R(rio e o R+$ente/ dos +$ais (alava Bloch. 6amb&m se (alava do 7arx objetivista/ determinista e do 7arx no +$al conj$gam s$bjetividade e objetividade/ determina"#o e liberdade. assim poder0amos en$merar/ emergindo nessas pol*micas o$tros 7arx distintos e opostos entre si. nt#o/ do modo como se interprete o legado de 7arx e se conceba o marxismo +$e se remete a ele/ dependerá de(initivamente/ o l$gar +$e/ $m e o$tro/ destina ' moral. Eecordemos +$e nos re(erimos ' moral em sentido normativo/ pois nenh$m marxista poderia negar +$e/ como já dissemos anteriormente/ 7arx (az objeto de conhecimento a moral no contexto de s$a concep"#o da hist;ria e da sociedade. Por&m/ voltemos ' +$est#o da moral pondoWa em rela"#o com a vis#o +$e se tenha de 7arx. !ertamente/ se 7arx & somente/ o$ antes de t$do/ $m cientista o$ descobridor de conteQdos te;ricos 3da economia/ da hist;ria o$ da sociedade4 e/ conse+$entemente/ o marxismo inspirado por este 7arx & somente $ma nova prática o$ $ma nova ci*ncia 3Alth$sser4/ a moral em $m sentido normativo n#o teria/ na verdade nada +$e (azer a0. PodeWse compreender ent#o/ +$e se (ale do Rimoralismo de 7arx/ assim como da incompatibilidade entre marxismo e moral. Vada novo/ por certo/ pois já em tempos mais distantes (alavam assim :il(erding e 9a$ts=/ depois de haver red$zido o marxismo ' ci*ncia econHmica e social/ o +$e levo$ o$tros contempor)neos se$s/ como %rlander/ a b$scar (ora do marxismo/ na &tica de 9ant/ a moral necessária para inspirar $m comportamento prático/ socialista. essa mesma red$"#o do marxismo ' ci*ncia/ com s$a conseg$inte incompatibilidade com a moral/ & a +$e reaparece no Rantih$manismo te;rico de 7arx/ seg$ndo a interpreta"#o alth$sseriana/ e no ins0pido marxismo anal0tico angloWsax#o de nossos dias. m ambos os casos/ a moral se es($ma"a/ seja ao (icar enc$rralada no s;t#o da ideologia Rh$manista 3Alth$sser4/ seja ao ceder se$ l$gar aos bens e valores morais/ na l$ta pelo socialismo/ aos n#o morais 3Dood/ \4. Por&m/ 7arx & somente $m
F
cientistaK o marxismo & somente $ma ci*nciaK a moral/ para $m e o$tro/ & somente objeto de conhecimentoK
>Para n;s/ 7arx & antes t$do o +$e encontramos cedo em s$as (amosas $eses sobre 'euerbach/ especialmente na tese 2. Ainda +$e m$ito citada/ vale a pena recordáWla/ pois nem sempre (oi devidamente compreendida. 1isse assim5 R-s (il;so(os t*m apenas interpretado o m$ndo de maneiras di(erentes^ a +$est#o/ por&m/ & transform3Flo. !omo vemos/ a tese tem d$as partes claramente delimitadas/ mas 's vezes estreitamente vinc$ladas entre si. m ambas as partes/ encontramos o mesmo re(erente5 o m$ndo 3certamente o m$ndo h$mano/ social4/ por&m/ em d$as perspectivas distintas e n#o contrapostas5 como objeto de interpreta"#o na primeira parte e como objeto de trans(orma"#o na seg$nda. A $ma e o$tra perspectiva correspondem/ respectivamente/ dois modos de rela"#o com o m$ndo/ o$ de comportamento h$mano5 o te;rico e o prático. Ambas as rela"Nes 3interpreta"#o e trans(orma"#o4/ longe de serem excl$dentes/ imbricamWse (or"osamen te. 7arx n#o está prescindindo/ de modo alg$m como cr*em os pragmáticos/ taticistas o$ praticistas da necessidade de interpretar o$ pensar o m$ndo. - +$e está criticando & o limitarWse a interpretáWlo/ o$ seja5 o pensar +$e se encerra em si mesmo ' margem da prática para trans(ormáWlo. !ont$do/ 7arx o considera indispensável/ pois para poder m$dar o m$ndo & necessário pensáWlo/ mas n#o obstante esta rela"#o +$e n#o pode ser posta de lado/ o prioritário e determinante nela & o momento da trans(orma"#o/ como se estabelece ine+$ivocamente na seg$nda parte da 6ese5 Ra +$est#o/ por &m/ & transform3Flo. j$stamente trataWse disso/ por+$e a trans(orma"#o do m$ndo & prioritária e determinante/ 7arx critica os (il;so(os 3o$ te;ricos em geral4 +$e se limitam a interpretáWlo. V#o se aponta/ portanto/ toda teoria/ mas sim a +$e se limita a interpretar^ vale dizer/ a +$e ao n#o integrarWse no processo de trans(orma"#o/ deixa o m$ndo como está. :á/ pois/ em 7arx $ma centralidade da práxis/ entendida de acordo com a primeira $ese sobre 'euerbach como $ma atividade s$bjet iva e objetiva/ por s$a vez/ te;rica e prática. a práxis & central para 7arx j$stamente por+$e se trata de trans(ormar o m$ndo. Por conseg$inte/ o marxismo +$e se remete a este 7arx/ +$e nele F<
se inspire e +$e dele se n$tra sem canonizáWlo pode caracterizarWse como $ma R(iloso(ia da práxis. tal caracteriza"#o & a +$e pretendi ($ndamentar e desenvolver em minha 'ilosofia da pr3xis 3edi"#o srcinal de X/ revisada e ampliada/ em \T4.
-
1esta (orma/ tendo sempre como eixo esta centralidade da práxis/ destacamos no marxismo assim entendido +$atro aspectos essenciais +$e passamos brevemente a mostrar. - marxismo &/ em primeiro l$gar/ $ma cr0tica do existente e/ em partic$lar/ do capitalismo5 cr0tica de se$s males sociais/ engendrados necessariamente o$ estr$t$ralmente por ele/ +$e como toda cr0tica press$pNe certos valores desde os +$ais se exerce. >alar dos males sociais +$e se critica/ signi(ica por s$a vez press$por os bens sociais os +$ais encarnam esses valores morais e n#o morais +$e o capitalismo limita/ as(ixia o$ nega realmente. - marxismo &/ em seg$ndo l$gar/ $m projeto/ id&ia o$ $topia de emancipa"#o social/ h$mana/ o$ de nova sociedade como alternativa social na +$al desaparecem os males sociais criticados. 6rataWse de $m projeto de nova sociedade 3socialistaW com$nista4/ na +$al os homens livres da opress#o e da explora"#o/ em condi"Nes de liberdade/ ig$aldade e dignidade h$mana/ dominem s$as condi"Nes de exist*ncia^ $m projeto por s$a vez/ desejável/ poss0v el e realizável/ mas n#o inevitável s$a realiza"#o. esej3velT pela s$perioridade de se$s valores sobre os +$e regem o capitalismo/ e por responder ao interesse e 's necessidades de toda a sociedade^ possível= se na realidade d#oWse as condi"Nes hist;r icas e sociais necessárias para s$a realiza"#o. reali!3vel/ se dadas essas condi"Nes/ os homens tomam consci*ncia da necessidade e possibilidade da nova sociedade e se organizam e at$am para insta$ráWla. Portanto/ nem o capitalismo & eterno/ nem o socialismo & inevitável. ntretanto/ se o projeto de nova sociedade n#o se realiza o$ a desapari"#o do capitalismo chega demasiada mente tarde/ o (amoso dilema de Eosa ,$xemb$rgo poderia resolverWse em $ma barbárie +$e nem ela e m$ito menos 7arx teriam podido s$speitar. - marxismo &/ em terceiro l$gar/ conhecimento da realidade 3capitalista4 a trans(ormar e das possibilidades de trans(orma"#o inscritas nela/ assim como das F<<
condi"Nes necessárias/ das (or"as sociais e dos meios ade+$ados para levar a cabo essa trans(orma"#o. Ainda +$e o conhecimento por si n#o garanta +$e esta se c$mpra/ garanteWse ao inserirWse no correspondente processo prático +$e o projeto n#o se converta em $m simples sonho/ imposs0vel de realizar/ o$ em $ma avent$ra/ condenada ao (racasso. >inalmente/ o marxismo disting$ eWse por s$a vontade de realizar o projeto^ isto &/ por s$a vinc$la"#o com a prática/ pois n#o basta criticar o existente/ nem projetar $ma alternativa a ele/ como tampo$co basta o conhecimento da realidade a ser trans(ormada. L necessário todo $m conj$nto destes atos e(etivos +$e constit$em a prática e/ em especial/ a prática pol0tica destinada a realizar o projeto de emancipa"#o. Venh$m dos +$atro aspectos mencionados pode ser separado dos demais/ ainda +$e haja $m deles a prática +$e sendo determinante e mant&m todos em s$a $nidade. !onsiderado assim o marxismo/ como (iloso(ia da práxis/ com os di(erentes aspectos marcados/ voltemos ' +$est#o central/ já colocada5 a das rela"Nes entre &tica e marxismo/ o$ tamb&m entre marxismo e moral. A abordaremos/ em cada $m dos +$atro aspectos mostrados do marxismo. -$ seja/ tentaremos ver como a moral entra em s$a cr0tica do existente/ em se$ projeto de nova sociedade/ como objeto de conhecimento e/ por Qltimo/ na prática pol0tica trans(ormadora. 2sso nos permitirá determinar/ de(initivamente/ se no marxismo há $m vazio o$ $m l$gar para a moral.
-> A cr0tica do marxismo ao capitalismo tem $m signi(icado moral/ ainda +$e certamente n#o se red$za a ele/ pois o capitalismo & criticável tamb&m por n#o satis(azer as necessidades vitais da imensa maioria da h$manidade. Va verdade/ este sistema n#o conseg$i$ o(erecer os bens materiais e sociais e para levar n#o a Rboa vida da +$al des(r$ta a minoria privilegiada/ mas sim para viver nas condi"Nes h$manas indispensáveis/ no +$e tange ' alimenta"#o/ moradia/ saQde/ seg$ran"a o$ prote"#o social. !ont$do/ o capitalismo de ontem e de hoje pode e deve ser criticado pela pro($nda desig$aldade no acesso ' ri+$eza social e 's inj$sti"as +$e derivam dela^ pela nega"#o o$ limita"#o das liberdades individ$ais e coletivas o$ por s$a red$"#o +$ando as reconhece a $m plano ret;rico o$ (ormal^ por se$ tratamento dos homens na F
prod$"#o e no cons$mo como simples meios o$ instr$mentos. 6$do isso entranha a as(ixia o$ limita"#o dos valores morais correspondentes5 a ig$aldade/ a j$sti"a/ a liberdade e a dignidade h$mana. - capitalismo pode e deve ser criticado moralmente pela aliena"#o a +$al s$bmete o trabalhador ao des$manizáWlo/ convertendoWo em simples objeto o$ mercadoria/ como critica 7arx em se$s trabalhos de j$vent$de/ o$ pela explora"#o +$e impNe o capitalista ao (or"arWlhe a vender s$a (or"a de trabalho e apropriarWse da mais valia +$e cria/ como critica 7arx em s$as obras de mat$ridade. :á/ pois/ em 7arx e no marxismo $ma cr0tica moral do capitalismo +$e press$pNe os valores morais a partir dos +$ais ela & (eita/ valores negados no sistema social +$e se critica/ mas pr;prios da sociedade alternativa +$e propNe para s$bstit$0Wlo. !om o +$al estamos a(irmando a presen"a da moral no projeto de nova sociedade +$e/ livre da aliena"#o e da explora"#o do homem pelo homem/ asseg$re liberdades individ$ais e coletivas e(etivas a se$s membros5 a ig$aldade social deles^ a j$sti"a +$e/ no plano distrib$tivo/ caracterizaWse pela distrib$i"#o dos bens prod$zidos con(orme o trabalho aportado pelos prod$tores/ na primeira (ase/ e de acordo com as necessidades dos indiv0d$os na seg$nda (ase/ s$perior/ com$nista. stamos/ ent#o/ (rente a $ma sociedade livre/ j$sta/ ig$alitária em s$a primeira (ase e desig$al na seg$nda/ +$e permitirá realizar o valor moral mais alto post$lado por 9ant5 a a$torealiza"#o do homem como (im. Assim/ pois/ para o marxismo/ a moral & $m componente essencial de se$ projeto de emancipa"#o social/ h$mana. $anto ao marxismo como conhecimento o$ com voca"#o cient0(ica/ já mostramos +$e a moral entra nele como objeto de re(lex#o de s$a &tica em $m sentido explicativo/ o$ seja5 como teoria deste comportamento espec0(ico individ$al e coletivo +$e se dá hist;rica e socialmente. A+$i se colocam os problemas determinados por s$a nat$reza ideol;gica/ hist;rica e social. j$stamente pela nat$reza desta (orma especi(ica de comportamento h$mano/ a &tica marxista/ o$ de inspira"#o marxiana/ disting$eWse das &ticas individ$alistas/ (ormais o$ espec$lativas +$e pretendem explicar a moral ' margem da hist;ria e da sociedade/ o$ dos interesses dos gr$pos o$ classes sociais. 6odavia/ a moral n#o s; entra no marxismo como objeto a ser explicado/ mas tamb&m em $m sentido normativo como moral 3socialista4 de $ma nova sociedade/ j$sti(icando s$a necessidade/ desejabilidade e possibilidade/ ap;s a cr0tica da moral dominante sob o capitalismo. :á ent#o/ l$gar no marxismo tanto para $ma Ltica F
+$e tente explicar a moral realmente existente/ como para $ma &tica normativa +$e post$le $ma nova moral/ necessária/ desejável e poss0vel +$ando se d*em as bases econHmicas e sociais necessárias para constr$ir a nova sociedade na +$al essa moral há de prevalecer. >inalmente/ se o marxismo como R(iloso(ia da práxis caracterizaWse ($ndamentalmente por s$a voca"#o prática/ e/ partic$larmente/ por s$a vinc$la"#o com a prática pol0tica necessária para trans(ormar o m$ndo presente em $ma dire"#o emancipadora/ & necessário esclarecer o l$gar da moral nessa prática na +$al se conj$gam indissol$velmente os (ins e valores +$e perseg$e e aspira realizar com os meios necessários e ade+$ados para alcan"áWlos. Assim entendida/ a prática pol0tica tem rela"#o com a moral por estas razNes5 W Pelo conteQdo moral dos (ins e valores5 ig$aldade e desig$aldade 3respectivamente/ nas d$as (ases da nova sociedade/ antes mostradas4/ liberdades individ$ais e coletivas e(etivas/ j$sti"a/ dignidade h$mana e a$toWrealiza"#o do homem como (im. 6rataWse de (ins e valores propriamente morais/ ainda +$e a prática pol0tica persiga tamb&m o$tros/ n#o propriamente estes/ vinc$lados com $ma Rboa vida/ como os +$e tamb&m mostramos. W Pelo conteQdo moral do $so dos meios necessários para alcan"ar esses (ins e valores/ se os meios (orem considerados instr$mentalmente/ o$ seja/ por s$a e(icácia/ devem ser j$lgados tamb&m por crit&rios +$e impNem limites a se$ $so/ mesmo sendo e(icazes. W Pelos valores morais como os da lealdade/ da solidariedade/ da sinceridade/ o$ do altr$0smo/ etc. +$e h#o de reger a participa"#o dos indiv0d$os nas a"Nes propriamente pol0ticas/ descartando/ portanto/ t$do a+$ilo +$e os nega5 deslealdade/ trai"#o/ ego0smo/ etc. W / por (im/ pelo peso do (ator moral na motiva"#o da prática pol0tica. !ertamente/ a participa"#o de indiv0d$os e gr$pos nos atos coletivos correspondentes/ pode estar motivada legitimamen te pelo cálc$lo das vantagens o$ bene(0cios +$e a dita participa"#o pode acarretar/ sobret$do +$ando se trata de obter melhores condi"Nes de vida. ssa motiva"#o inspiro$ e contin$a inspirando as l$tas sindicais na sociedade capitalista. Agora +$ando se trata de l$tas pol0ticas destinadas a trans(ormar o pr;prio sistema social/ já n#o basta o F
cálc$lo dos bene(0cios sobret$do/ dos imediatos +$e possam aportar/ mas +$e tamb&m entranham riscos +$e em sit$a"Nes limites/ possam signi(icar o sacri(0cio da liberdade e incl$sive da pr;pria vida. Vestes casos/ somente $ma motiva"#o moral/ o$ seja/ n#o s; a consci*ncia da necessidade de realizar certos (ins o$ valores/ mas tamb&m do dever de contrib$ir para realizáWlos pode imp$lsionar a at$ar/ sem esperar vantagens o$ bene(0cios/ correndo riscos e sacri(0cios/ em alg$mas sit$a"Nes extremas.
->> !hegamos/ assim/ ao (inal de nossa exposi"#o/ respondendo ' +$est#o central +$e nos hav0amos colocado5 a de se há $m l$gar o$ $m vazio para a moral no marxismo. nossa resposta/ a modo de concl$s#o/ & +$e sim/ +$e há $m l$gar para a moral no marxismo/ mas precisando imediatamente +$e existe se o marxismo se interpreta n#o em $m sentido cienti(icista/ determinista o$ objetivista/ mas como R(iloso(ia da práxis. 2sto &/ se (or concebido com os +$atro aspectos mostrado s5 cr0tica do existente/ projeto alternativo de emancipa"#o/ conhecimento da realidade e voca"#o prática/ em s$a $nidade indissolQvel e artic$lados em torno de se$ eixo central5 a prática trans(ormadora/ pois $ma vez mais como disse 7arx5 RtrataWse & de trans(ormar o m$ndo. Bibliogra(ia Alth$sser/ ,o$is X\ 1a revoluci"n te"rica de (arx 37&xico5 Siglo 24. Bloch/ rnst 5l principio esperan!a 37adri5 Ag$ilar4 %ol. 2/ 22 e 222. 7arx/ 9arl X< R7an$scritos econ;micoW(ilos;(icos de \MM em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich 5scritos econ"micos varios 37&xico5 Grijalbo4. 7arx/ 9arl X R6esis sobre >e$erbach em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich 1a ideología alemana 37ontevid&$5 P$eblos Inidos4. 7arx/ 9arl M R!r0tica del Programa de Gotha em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich ?F9;>; 37&xico5 Siglo 24 %ol. 2/ 22 e 222. F
7arx/ 9arl \X 5l Capital. Crítica de la economía política 37&xico5 >ondo de !$lt$ra con;mica4 %ol. 2/ 22 e 222. 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich OX 1a ideología alemana 37&xico5 Grijalbo4. 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich M R7ani(iesto del Partido !om$nista em 7arx/ 9arl e ngels/ >riedrich ondo de !$lt$ra con;mica4. Dood/ Allen D. \ Sarl (arx 3,ondres5 Eo$tledge and 9egan Pa$l4.
F<
María Rosa Palazón Mayoral
A filosofia da práxis segundo Adolfo Sánchez Vázquez∗∗
1o$tora em >iloso(ia e licenciada em ,etras :isp)nicas pela Iniversidade Vacional A$tHnoma do 7&xico 3IVA74. Pro(essora e pes+$isadora da >ac$ldade de >iloso(ia e ,etras da mencionada $nidade acad*mica. ∗
∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
Adol(o Sánchez %áz+$ez & $m (il;so(o prol0(ico +$e re(ino$ s$as arg$menta"Nes ao longo de m$itos anos. >iel a s$a convic"#o libertária/ elevo$ constantemente s$a voz de protesto por+$e/ disse5 Ro importante & como se está na terra. m X/ apresento$ como tese de do$torado/ a +$al considera s$a obra maior/ 'ilosofia da pr3xis. 1esde ent#o/ $ma de s$as ambi"Nes tem sido +$e se s$pere Ro dogmatismo e a esclerose +$e d$rante longos anos havia s$avizado o vi&s cr0tico e revol$cionário do marxismo 3\O5 4. dito$ a 'ilosofia da pr3xis em X^ depois de n$merosas reimpressNes/ tal R(io cr0tico o obrigo$ a eliminar na reedi"#o 3\T4 coloca"Nes +$e já n#o compartilhava sobre a ess*ncia e a aliena"#o h$manas para adentrar nas propostas (ilos;(icas e econHmicas do jovem 7arx. este processo de revis#o n#o termina at& a Qltima edi"#o em
!omo se isso n#o (osse po$co/ o divisor de ág$as da invas#o de 6checoslová+$ia pelo Pacto de %ars;via/ aparelhado com os movimentos est$dantis democratizadores/ +$e em X\ rep$diaram o marxismoWleninista dogmático/ lhe ensinaram a d$vidar/ a criticar 3Sánchez %áz+$ez/
Por&m/ +$al+$er teoria completa re+$er observar o (act$al5 & mister +$e repare na $nicidade hist;rica concreta. - marxismo/ $ma (iloso(ia para a m$dan"a/ tem +$e se alijar de abstra"Nes ontologizantes +$e nada explicam da vida e das viv*ncias +$e t*m ocorrido o$ podem ocorrer em $m espa"oWtempo/ e saber +$e cada (enHmeno hist;rico tem $m caráter sing$lar/ irrepet0vel. Por exemplo/ se os stados s#o instr$mentos das classes dominantes/ devemos dizer +$e no capitalismo t*m existido os bonapartistas/ c$ja tend*ncia & mediar entre as classes +$e existem sob s$a j$risdi"#o. Vo caso de nossa Am&rica/ sempre com $ma voca"#o antiimperialista/ temos a5 ,ázaro !árdenas no 7&xico^ Arbenz na G$atemala^ o primeiro !heddi Jagam na G$iana^ 6orrijos no Panamá/ Go$lart no Brasil. - marxismo n$treWse com a hist;ria para enri+$ecer as teorias +$e perd$ram e descartar a+$elas +$e n#o est#o na ordem do dia. Sánchez %áz+$ez s$stenta s$a perspectiva da práxis como categoria central do marxismo5 Rcontin$amos pensando +$e o marxismo & antes de t$do e srcinariamente $ma (iloso(ia da práxis/ n#o s; por+$e brinda a re(lex#o (ilos;(ica com $m novo objeto/ mas sim especialmente por +$ando do +$e se trata & de trans(ormar o m$ndo (orma parte como teoria/ do processo de trans(orma"#o do real 3Sánchez %áz+$ez/ \T5 <4/ processo interminável. m s$ma/ para nosso (il;so(o/ nascido em Algeciras/ spanha/ e nacionalizado mexicano/ o marxismo & $ma nova práxis da (iloso(ia e $ma (iloso(ia da práxis. - livro +$e nos interessa consta de d$as partes. Ima/ as (ontes (ilos;(icas ($ndamentais para o est$do da práxis/ s$bdividida em +$atro cap0t$los sobre a concep"#o da práxis em5 :egel/ >e$erbach/ 7arx e ,*nin. A seg$nda consta de sete cap0t$los acerca de problemas entorno da práxis5 +$e &^ s$a $nidade com a teoria^ a práxis criadora e a reiterativa^ a espont)nea e a re(lexiva e s$a mescla para alcan"ar *xito. !ost$ma ocorrer +$e a práxis revol$cionária espont)nea tem $ma baixa o$ 0n(ima consci*ncia do +$e socialmente +$er e deve ser/ o$ & t#o reiterativa +$e pode derrocarW se com relativa (acilidade. A práxis & cr0tica da realidade/ e a$tocr0tica/ por+$e n#o existem privilegiados j$izes do conhecimento/ e a cr0tica trabalha em conj$n"#o com o comportamento preventivo cheio de valores e consci*ncia de classe.
Analogias da práxis com a atividade prática
FFT
m primeira inst)ncia/ o conceito de práxis &/ con(orme a(irma Sánchez %áz+$ez/ $ma atividade prática +$e (az e re(az coisas/ isto &/ transm$ta $ma mat&ria o$ $ma sit$a"#o. Seg$ndo s$as etimologias gregas/ expl0citas em Arist;teles/ práxis no (enHmeno +$e se esgota em si mesmo^ se engendra $ma obra/ & poiesis/ o$ cria"#o. 6al distin"#o & abandonada por nosso a$tor/ por+$e o $so de poiesis restringi$Wse ao art0stico/ en+$anto +$e no termo Rpráxis cabem todos os campos o$ áreas c$lt$rais e as obras/ por+$e & Ro ato o$ conj$nto de atos em virt$de dos +$ais o s$jeito ativo 3agente4 modi(ica $ma mat&ria prima dada 3Sánchez %áz+$ez/ \T5
consci*ncia n#o s; se projeta em s$a obra/ mas tamb&m se sabe projetada al&m de s$as pr;prias expectativas. A práxis &/ pois/ s$bjetiva e coletiva^ revela conhecimentos te;ricos e práticos 3s$pera $nilate ridades4. Al&m do mais/ e isto & básico/ o trabalho de cada ser h$mano entra nas rela"Nes de prod$"#o relativas a $m )mbito s;cioWhist;rico. A m#o e a criatividade $ando nossos ancestrais p$seramWse em p&/ liberaram as m#os/ +$e de alg$ma maneira (ormamWse e de(ormamWse gra"as ' intelig*ncia. m trabalhos como os artesanais/ persiste a simbiose de m#o e consci*ncia/ +$e se divorciam/ na prod$"#o em bando. A grandeza das m#os (oi menosprezada desde a perspectiva soberba das classes dominantes/ +$ando es+$eceram +$e as m#os vencem a resist*ncia de $m material/ tocam/ exploram/ escrevem/ expressam com desenhos o$ sons/ criam objetos e s#o o in0cio dos instr$mentos e das tecnologias e má+$inas mais so(isticadas. Va sociedade grega/ rigorosamente dividida em classes/ as Rman$alidades (oram colocadas em $m n0vel in(erior ' teoria. !onse+$entemente dividi$Wse o trabalho em5 livre/ pr;prio de senhores detentores do ;cio +$e s$postamente lhes permite meditar e enri+$ecer s$a alma/ e no pr;prio de banausus os encarregados de trabalhar com s$as m#os para satis(azer as necessidades imediatas. -s escravos/ +$ase sempre estrangeiros o$ Rbárbaros/ e os o(0cios man$ais (oram degradados/ j$sti(icandoWse deste modo a explora"#o reinante. So(istas e c0nicos como Ant0stenes e Pr;dico/ l*Wse nos escritos de 1i;genes ,aercio e no Carmínedes 3XF a.!.4/ atacaram a divis#o da h$manidade em bárbaros o$ s$bWh$manos escravizados e em pensantes/ e den$nciaram o desprezo dos atenienses 3n#o dos jHnicos4 pelas artes Rmec)nicas. Vo Eenascimento/ a esp&cie h$mana (oi de(inida como ativa. Por&m/ as antigas cren"as persistiram5 ,eonardo l$to$ para elevar a pint$ra/ man$al por excel*ncia/ a ci*ncia para assim liberáWla de in()mias. Giordano Br$no/ s$stenta Sánchez %áz+$ez/ condeno$ o ;cio/ ainda +$e tenha acrescentado +$e o trabalho red$z o nQmero de sábios +$e/ por de(ini"#o/ s#o contemplativos. ste giro +$e engrandece as Rman$alidades n#o pode liberáWlas/ pois/ de s$a coloca"#o em $m plano in(erior. 7a+$iavel destampo$ o +$e se mantinha encoberto e se agravo$ com a Eevol$"#o 2nd$strial5 a celebra"#o da t&cnica acompanhadas do (orte desprezo pelo trabalhador man$al deveWse a razNes pol0ticoWeconHmicas5 n#o s; se paga o trabalhador FF<
salários m0seros/ mas tamb&m na pol0tica 3+$e n#o tem sido es(era da moralidade e sim dos interesses de $ma expansiva b$rg$esia +$e $ni(ica os mercados violentamente4 agl$tinaWse em $m centralizado e dominante estado +$e serve 's ambi"Nes das classes dominantes. m o$tra ordem de coisas/ >rancis Bacon/ 1escartes/ enciclopedistas e os clássicos economistas ingleses (oram admitindo a import)ncia da energia +$e/ mediante o intelecto +$e cria a ci*ncia e a t&cnica/ (acilitam +$e a h$manidade domine/ poss$a/ $tilize e maltrate nosso acolhedor lar nat$ral +$e nos alimenta e protege. Eo$ssea$/ antes +$e 7arx/ esclarece$ +$e esta vis#o $tilitária (oi positiva e tamb&m m$ito negativa5 as práticas dominantes lentamente t*m degradado o ambiente e at& o potencial criativo da m#o h$mana. Ao capitalista em nada importa a amea"a da vida na terra/ e/ pelo mesmo/ incrementa as calamidades +$e tem desatado. 1a mesma (orma/ se Adam Smith e 1avid Eicardo descobriram +$e o trabalho & a (onte da ri+$eza e do valor/ por +$e/ perg$nt aWse 7arx/ n#o levaram at& s$as Qltimas conse+@*ncias classistas este achado 3s$a adora"#o da Rracional o(erta e demanda lhes impedi$ descobrir a mais valia +$e (az crescer pa$latinamente a sit$a"#o mais desvantajosa dos trabalhadores comparados com os donos do capital4^ (echaram os olhos ante a aliena"#o do assalariado/ +$e desde a ind$strializa"#o n#o se reconhece em se$s prod$tos/ se$ salário & tratado como $ma mercadoria e at& lhe res$lta estranha a id&ia de +$e pertence a $ma esp&cie com $m grande potencial criativo. :egel sim contemplo$ tais inj$sti"as^ reconhece$ +$e a prática s;cioWpol0tica e o trabalho s#o atividades alienadas. V#o obstante/ a misti(ica"#o idealista deste (il;so(o avalio$ +$e os mais eram indispensáveis para o progresso hist;rico do sp0rito. Asseg$ro$ +$e a RastQcia da raz#o/ em se$ caminho invariável para o Rprogresso/ aproveitaWse das tend*ncias destr$tivas e dominantes dos indiv0d$os. >e$erbach encaro$ esta cosmovis#o religiosa5 em l$gar do Absol$to como s$jeito por excel*ncia da práxis/ coloco$ o s$jeito h$mano real/ dandoWlhe $m conteQdo e(etivo/ terreno5 a atividade cria o objeto/ e o objeto tem o poder de sinalizar m$itos aspectos de se$ prod$tor. S$a antropologia & incompat0vel com a teologia e a religi#o. ntretanto/ >e$erbach deixa em p& o pior lado de nossa esp&cie ego0sta e trai"oeira5 per(ila a práxis Rem s$a (orma s$ja e s;rdida de mani(estarWse 3Sánchez %áz+$ez/ \O5 T4/ mais $tilitária +$e Qtil/ evaporandoWa como prática com$nitária. Assim tamb&m/ >e$erbach s$btrai$ import)ncia do s$jeito FFF
at& convert*Wlo em predicado dos objetos o$ prod$tos sociais +$e o determinam5 divinizo$ a h$manidade/ desarraigando os indiv0d$os do m$ndo 3n#o jogam nenh$m papel determinante/ sempre s#o determinados4 o toma lá dá cá hist;rico +$e destr;i a realidade anterior para por em cena o$tra nova/ no capitalismo torno$Wse mec)nico e Rs;rdido 3Sánchez %áz+$ez/ e$erbach/ Smith e Eicardo/ mas tamb&m desataram $ma cadeia epis;dica de arg$mentos +$e v#o desde os de B$jarin/ ,$ács/ 9orsch/ >ogarasi/ Gramsci/ Alth$sser/ Adam Scha((/ 9arel 9os0 e ,e(ebvre/ at& chegar ao Gr$po i$goslavo da RPráxis/ encabe"ado por Petrovic. Sánchez %áz+$ez (iliaWse a Gramsci/
FFM
Scha(( 3n#o em s$a tese do trabalho como algo meramente $tilitário4/ 9os0 e ao gr$po RPráxis. A práxis & mais +$e prática/ o$ s$a $nidade com a teoria L mais/ por+$e há práticas habit$ais/ com $m conhecimento limitado a certo no-Fho-. A práxis tenta ade+$ar os e(eitos aos ideais antecipat;r ios/ partindo do press$post o de +$e a realidade n$nca d$plica o modelo pensado^ al&m disso/ a prática & s$bjetiva/ coletiva o$ de classe5 constit$iWse de R$ma esp&cie de corte transversal 3Sánchez %áz+$ez/ arto da (iloso(ia +$e operava como meio ideol;gico de conserva"#o de $m statu *uo ne(asto/ em Anais 'rancoF Alemães/ introd$"#o a s$a Crítica da filosofia do direito de +egel= 7arx na+$ela ocasi#o parte da es+$erda hegeliana/ disse +$e $m partido revol$cionário exerce a prática5 s$stento$ +$e a cr0tica idealista da realidade/ $ma vez (orm$lada/ teria de s$primirWse por+$e o m$ndo m$da sem a (iloso(ia o$ tal (iloso(ia n#o passa pelo m$ndo. ,ogo/ o arraigo do racioc0nio (ilos;(ico no +$al ocorre historicamente re+$er +$e se neg$e como arg$menta"#o p$ra/ e/ voltando o olhar para a realidade/ aceite a in(l$*ncia
FFO
da práxis5 s; se possibilita s$a aceita"#o como cr0tica radical en(ocada a $ma realidade inj$stamente opressiva. 1e acordo com Sánchez %áz+$ez/ as primeiras $eses sobre 'euerbach s#o as +$e per(ilam s$a no"#o emancipadora da práxis 37arx a aplica globalmente ' prod$"#o/ 's artes/ +$e satis(azem a express#o e o desejo de com$nicarWse/ e 's revol$"Nes4. Sob a perspectiva marxiana/ o m$ndo n#o m$da somente pela prática5 re+$er $ma cr0tica te;rica 3+$e incl$i (ins e táticas4 tampo$co a teoria p$ra conseg$e (az*Wlo. L indispensável a 0ntima conj$ga"#o de ambos (atores. 1esta (orma/ s#o os (atos os +$e provam os alcances da teoria mesma. A prática & ($ndamento e limite do conhecimento emp0rico5 direito e avesso Rde $m mesmo pano 3Sánchez %áz+$ez/
A práxis e os (ins Se a práxis & a atividade prática ade+$ ada a (ins algo deseja m$dar e algo conservar / ostenta $m caráter teleol;gico. !omo a hist;ria n#o & explicável mediante a combina"#o de condi"Nes invariáveis 3+$e mant&m em e+$il0brio o$ dese+$ilibram as sociedades4/ nem se desenvolve $niversalmente pelas mesmas (ases/ (azWse mister +$e a a"#o se s$stente em teorias com $ma orienta"#o o$ (inalidade 3+$e jamais deve alienarWse das necessidades primárias e imediatas/ por+$e ent#o operaria como espec$la"#o parasitária4. Se se alcan"a $m certo n0vel de *xito/ os press$postos te;ricos n#o ter#o sido de todo (alsos 3n#o con($ndir a práxis com o sentido pragmático do *xito o$ do (racasso dentro de $mas e mesmas condi"Nes insociáveis o$ anticom$nitárias4. marxismo & distorcido +$ando se red$z a $ma mani(esta"#o do pragmatismo/ o$ seja/ o destinado a obter/ sem importar os meios/ alg$mas metas pessoais dentro de regras negativas. FFX
A ade+$a"#o relativa entre pensamento e (atos re+$er certo planejamento. Sánchez %áz+$ez a(irma o Qltimo no entendimento de +$e em longo prazo/ a a"#o coletiva chega a res$ltados imprevistos5 a atrib$i"#o dos atos a alg$ns s$jeitos +$ase n$nca leva s$a imp$ta"#o moral pelos e(eitos indesejados +$e prod$zam em longo prazo 3ponto de vista da hist;ria (act$al4. 7esmo assim/ a a"#o coletiva e individ$al & intencional em $m plano e n#oWintencional em o$tro. >inalmente/ destaca Sánchez %áz+$ez/ a a"#o intencional obt&m e(eitos intencionais mais o$ menos em c$rto prazo 3a tomada do poder obedece a $ma estrat&gia intencional^ por&m episodicamente/ ao longo de $m tempo +$e se cr$za com botas de sete l&g$as/ obterá (r$tos n#oW intencionais4 com o tempo/ a at$a"#o prática se enri+$ece o$ de(orma/ mas sempre se$s e(eitos n#o s#o previs0veis. m s$a acep"#o revol$cionária/ a práxis & $ma prática +$e aspira melhorar radicalmente $ma sociedade5 tem $m caráter ($t$rista^ trabalha a (avor de $m melhor porvir h$mano. A práxis revol$cionária aspira $ma &tica/ aspira viver bem com e para os o$tros em instit$i"Nes j$stas. 2sto s$pNe a m$dan"a das circ$nst)ncias sociais e do pr;prio ser h$mano. -s indiv0d$os s#o condicionados pela sit$a"#o social em +$e se encontram. ste serWestar em $ma sit$a"#o provoca s$as rea"Nes mais o$ menos revol$cionárias o$/ ao contrário/ adaptadas a $m statu *uo . Se o comportamento hist;rico n#o & previs0vel/ deve sim explicar por +$e e como arraigam os projetos coletivos.
- ed$cador ed$cado A terceira $ese sobre 'euerbach/ anota Sánchez %áz+$ez/ observa +$e a vida descobre +$e +$em joga inicialmente o papel de ed$cador tamb&m necessita ser ed$cado. 1esde a 2l$stra"#o/ Goethe e :erder/ as $topias (oram concebidas como $ma vasta empresa ed$cativa +$e dissipa prej$0zos5 o ed$cador & o (il;so(o +$e assessora o d&spota il$strado/ o$ o eterno cond$tor das massas partidistas o$ mat&ria passiva. Para 7arx/ ao contrário/ os pap&is m$dam5 s#o prod$tos de circ$nst)ncias/ e as circ$nst)ncias m$dam/ e tamb&m s#o prod$to deles mesmos. stes saltos sociais e a práxis ensinam +$e os pap&is de mestreWdisc0p$lo variam 3todos os agentes hist;ricos s#o ativoWpassivos/ e a m$dan"a de normas tamb&m m$da o s$jeito4. Aceitar estas premissas & indispensável para a prática revol$cionária/ nascida da contradi"#o entre as (or"as prod$tivas e as FF
rela"Nes de prod$"#o/ nas +$ais as primeiras oc$pam o l$gar s$bordinado en+$anto classe social. Se se desata a revol$"#o com$nista/ se encarregará de abolir a organiza"#o classista mediante a s$press#o da propriedade privada dos meios de prod$"#o. A teoriaWprática desejável da revol$"#o vai sinalizando os objetivos sociais e os participantes ativos +$e aspiram $ma vida coletiva em instit$i"Nes mais j$stas. A miss#o do resto +$e se cr*em s$postos l0deres & Rnada. -$ seja/ +$e a criatividade social o$ práxis Restá impregnada de $m pro($ndo conteQdo moral 3Sánchez %áz+$ez/
de primeira necessidade/ assim como dos tipos de (or"as prod$tivas^ observar os condicionamentos do stado e as (ormas ideol;gicas prevalecentes/ assim como as rela"Nes dial&ticas o$ sist*micas. 7arx entrevi$ o com$nismo 3Rproj&til lan"ado na cabe"a da b$rg$esia4 3Sánchez %áz+$ez/
ideologia/ as ci*ncias sociais destinamWse ao desenvolvimento/ man$ten"#o e reprod$"#o das rela"Nes sociais de prod$"#o/ o$ a s$a destr$i"#o5 s#o terrenos de post$ras opostas. Vo entanto de R+$e $ma ideologia pode ser $ma consci*ncia (alsa/ n#o toda consci*ncia (alsa de por si & ideologia 3Sánchez %áz+$ez/
-s obstác$los da práxis revol$cionária. - amo e o escravo As l$tas o$ con(litos excl$dentes n#o chegam ' destr$i"#o do contrário/ e sim o dominam para +$e se s$bestime. A servid#o do escravo o$ oprimido/ a(ian"ada mediante pr&dicas manip$ladoras/ conseg$e +$e se identi(i+$e com o amo^ +$e assimile e (a"a s$as as id&ias +$e mant&m s$a explora"#o5 & $m alienado +$e estabiliza o poder de dom0nio 3tamb&m o dom0nio $tiliza o terror4. Por&m/ a s$bmiss#o externa nem sempre signi(ica esp0rito de escravid#o.
A b$rocratiza"#o Por manter se$ a(# de poder/ a b$rocracia divorciaWse das necessidades +$e s$postamente deve cobrir. S$a at$al (orma de at$ar/ herdada de processos anteriores/ congela o$ mata a criativa vida social5 o corpo de ($ncionários do estado/ da c$lt$ra/ da ed$ca"#o e da saQde degrada a capacidade criativa do ser h$mano mediante (orm$lismos inQteis/ contrários ' avent$ra revol$cionária. As vang$ardas/ o partido pol0tico e a práxis m A sagrada família/ 7arx combate Ba$er e demais (il;so(os +$e red$ziram a prática ' teoria o$ cr0tica/ descon heceram o real papel do s$jeito nas m$dan"as/ e ignoraram a atividade real das massas5 a a$toconsci*ncia em Ba$er & $ma caricat$ra sem conteQdo por+$e a separa dos condicionamentos sociais exteriores 3a localiza (ora da hist;ria4. stando hipoteticamente a$tocentrada/ a per(ila como os racioc0nios da vang$arda +$e ed$cam a massas passivas. As categorias opostas +$e maneja Ba$er s#o5 esp0ritoWmassa^ id&iaW interesse e cria"#oWpassividade/ todas ' margem das condi"Nes materiais e de s$a
FMT
m$dan"a^ todas ignoram o papel ativo do povo/ como elemento gerador da evol$"#o hist;rica. Im partido pol0tico expressa interesses de classe e deseja a emancipa"#o desta 3o$ +$e prolong$e se$ dom0nio4. S$a declara"#o de princ0pios e planos de a"#o servem para +$e se a(iliem se$s membros. S$a sobreviv*ncia e poder dependerá in(alivelmente de +$e os primeiros l0deres te;ricos esc$tem os o$tros/ e todos aceitem renovarWse constantemente/ permanecendo (i&is aos se$s (ins Qltimos libertadores. Ima organiza"#o pol0tica tem sentido por se$s ideais e Rpela base 3Sánchez %áz+$ez/
FM
Sánchez %áz+$ez repete +$e os res$ltados da práxis revol$cionária s#o imprevis0veis5 se$s agentes n#o t*m sob se$ poder o porvir/ sen#o a esperan"a de +$e cheg$e o desejável e poss0vel 3esta antecipa"#o a(eta se$s atos no presente4. - imprevis0vel deveW se a +$e a a"#o revol$cionária en(renta resist*ncias +$e tornam os planos individ$ais5 n#o há $ma contin$idade entre a gesta"#o s$bjetiva de projetos e s$a realiza"#o e(etiva/ o +$al impele a +$e os at$antes peregrinem do ideal ao real/ e viceWversa/ dependendo de sit$a"Nes n#o previstas. A práxis &/ pois/ criativa em se$ c$rso5 so(re m$dan"as em s$as realiza"Nes epis;dicas/ e isto engendra a inade+$a"#o entre inten"Nes conscientes e res$ltado. !omo os seres h$manos s#o complexos/ n#o robHs/ em s$as táticas/ a práxis revol$cionária tem +$e ser t#o criativa +$e s$rpreenda o inimigo. A práxis deixa +$e o espont)neo mani(esteWse. - extremo de pensar at& o m0nimo detalhe/ sem dar cabida ' inova"#o/ (alha. 6amb&m (alha a espontaneidade ignorante o$ cega. Assim/ 1om $ixote/ o +$e apaixona as telas de nosso cora"#o/ pHs em andamento s$a $topia sem pensar em gente destr$tiva +$e aspira somente dominar. !omo tais aspira"Nes destr$tivas s#o t#o minQsc$las 3social e moralmente4/ +$em as tem carece de l$gar coletivo no +$al chegar e n#o disting$em meios 3seja o dinheiro o$ os cargos pol0ticos4 de (ins. A impot*ncia +$ixotesca radica em como exec$ta s$a $topia5 havendo perdido o princ0pio de realidade/ o$ invertendoWo/ n#o s$speita da maldade. Ao contrário/ as il$sNes prospectivas devem analisar criticam ente a realidade/ n#o ser ná$(ragos em $m mar tempest$oso/ mas sim marinheiro +$e/ bQssola em m#os/ en(oca a proa para $m destino. As $topias (alham por+$e o res$ltado n#o se deve a $m s; indiv0d$o/ mas sim a $ma coletividade com a +$al originalmente cada $m contrai v0nc$los independentemente de s$a vontade. >alham por+$e a práxis desenvolve potencialidades individ$ais e coletivas +$e permaneciam adormecidas/ e (alham por+$e os agentes se v*em obrigados a m$dar se$s (ins imediatos. !ont$do/ n#o t$do & (racasso5 a práxis inovadora Rcria tamb&m o modo de criar 3Sánchez %áz+$ez/
!oncl$irei dizendo +$e Sánchez %áz+$ez aspira derrotar o capitalismo para insta$rar o$tra organiza"#o socialista e/ mais precisamente/ com$nista. Sabe +$e as inten"Nes da es+$erda (orm$ladas por s$jeitos em condi"Nes partic$lares o$ (eitas pela hist;ria/ +$i"á degeneram. 1o +$e está seg$ro & +$e se as pessoas s#o (eitas pela hist;ria/ tamb&m a (azem5 se a h$manidade se tivesse se mantido alijada da práxis revol$cionária/ há tempos teria desaparecido. Portanto/ Ro bem n#o está condenado a ser s$bstit$0do (atalmente pelo mal/ nem a j$sti"a pela inj$sti"a/ o$ a verdade pelo engano o$ (ra$de 3Sánchez %áz+$ez/
Bibliogra(ia González/ J$liana^ Pere=ra/ !arlos e %argas ,ozano/ Gabriel \X Praxis y filosofía. 5nsayos en homenaje a Adolfo 83nche! )3!*ue! 37&xico5 Grijalbo4. Sánchez %ás+$ez/ Adol(o \T 3X 4 'ilosofía de la praxis 37&xico5 >ondo de !$lt$ra con;mica4. Sánchez %ás+$ez/ Adol(o \O 5nsayos de marxistas sobre historia y política 37&xico5 diciones -c&ano4. Sánchez %ás+$ez/ Adol(o ondo de !$lt$ra con;mica4.
FMF
Parte /r0s 1ovos temas de re,lexão no capitalismo contempor2neo
FMM
$ri&&a 3au&
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Para uma teoria das relaçCes de &0nero
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Pro(essora e pes+$isadora do 2nstit$t (@r 9ritische 6heorie/ Alemanha.
∗
∗∗
6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es.
7e$ prop;sito & apresentar $ma cr0tica da economia pol0tica dos g*neros partindo do desenvolvimento de $ma teoria das rela"Nes de g*nero 3masc$linoW(eminino4. m primeiro l$gar/ proponho mostrar +$e elementos e como ($ndamentam tal teoria 7arx e ngels. 1epois relerei se$s trabalhos tomando o m&todo proposto por ,o$is Alth$sser a (im de mostrar a a$s*ncia de $ma teoria da incl$s#o das rela"Nes de g*neros nestes a$tores. m $m terceiro l$gar/ passarei 's contrib$i"Nes de Antonio Gramsci +$e integra $ma teoria das rela"Nes de g*nero em s$as notas sobre (ordismo. >inalmente/ ponho em considera"#o $ma breve resenha do desenvolvimento at$al das rela"Nes de g*nero e como estas s#o percebidas no contexto da globaliza"#o neoliberal.
Ee+$isitos para $m conceito das rela"Nes de g*nero - conceito de rela"Nes de g*nero deve permitirWnos est$dar criticamente como os sexos servem para reprod$zir o conj$nto das rela"Nes sociais. m alg$m sentido/ ent#o/ tem +$e press$por o +$e & $m res$ltado das rela"Nes sociais/ o$ seja/ a exist*ncia dos g*neros no sentido reconhecido historicamente como homem e m$lher. Sobre a base de $ma complementaridade na procria"#o/ 3$ma base nat$ral4/ o +$e & ass$mido como ser nat$ral & tamb&m (ormado historicamente. A partir disso/ os sexos saem do processo social como n#o ig$ais/ e s$a n#oWig$aldade se converte no ($ndamento o$ base de ($t$ras (orma"Nes. 1esta maneira/ as rela"Nes de g*nero se convertem em rela"Nes reg$ladoras ($ndamentais em todas as (orma"Nes sociais +$e conhecemos e s#o absol$tamente centrais para perg$ntas re(eridas ' divis#o trabalhista/ domina"#o/ explora"#o/ ideologia/ pol0tica/ lei/ religi#o/ moral/ sex$alidade/ corposWsentidos/ e ling$agem etc./ ao mesmo tempo em +$e transcendem cada $m destes )mbitos. m FMO
breve/ nenh$ma área poderá ser est$dada de maneira insensata sem pes+$isar como as rela"Nes de g*nero a moldam e s#o por s$a vez moldadas. As rela"Nes de g*nero s; podem ser ignoradas ass$mindo como de (ato o (az a ci*ncia b$rg$esa tradicional +$e há somente $m sexo/ o masc$lino/ em c$jo caso todas as rela"Nes devem ser representadas como masc$linas. Ima das con+$istas do (eminismo nas Qltimas tr*s d&cadas (oi come"ar a reescrever a hist;ria da teoria social/ adicionando a m$lher es+$ecida at& esse momento. 7$ito (re+@entemente/ entretanto/ esta revela"#o & obsc$recida pela (enomenologia do homem e a m$lher +$e existe em $ma rela"#o espec0(ic a na sociedade/ em $ma constela"#o +$e & $m e(eito das rela"Nes de g*nero/ mas +$e/ tomadas em si mesmas/ concentram a análise nas rela"Nes entre indiv0d$os partic$lares. !ome"ar da0 torna di(0cil s$bverter $ma pres$mida realidade (ixa dos sexos. m l$gar disso/ os conceitos devem ser constr$0dos de maneira tal +$e permita reconhecer +$e a +$est#o está em movimento e/ portanto/ s$jeita em trocas. Vesse sentido/ considero +$e $m conceito deve incitar e (omentar s$a pr;pria disc$ss#o. - conceito das rela"Nes de g*nero/ como a+$ele das rela"Nes de prod$"#o/ deve re(letir a m$ltiplicidade de rela"Nes práticas e/ desse modo responder ' (orma"#o de atores assim como ' reprod$"#o do conj$nto social. L por isso +$e n#o se ap;ia em no"Nes de $ma rela"#o (ixa o$ de atores nat$rais (ixos.
7arx e ngels m se$s primeiros textos econHmicos/ 7arx $tiliza $ma (;rm$la +$e pode ser $tilizada para rela"Nes de g*nero. Ee(iro a seg$inte express#o5 Ros sexos em s$as rela"Nes sociais. ngels (ala das rela"Nes entre g*neros/ mas perde a oport$nidade de analisar as rela"Nes de g*nero j$nto 's rela"Nes de prod$"#o como aspectos da prática social. m ambos os casos a problemática da rela"#o entre os sexos aparecia repetidamente em se$s escritos como parte integrante de se$ projeto de libera"#o. m A sagrada família pode lerWse5 A m$dan"a de $ma &poca hist;rica pode determin arWse sempre pela atit$de de progresso da m$lher diante da liberdade/ já +$e & a+$i/ na rela"#o entre a m$lher e o homem/ entre o (raco e o (orte/ onde com major evidenc ia se ac$sa a vit;ria da nat$reza h$mana sobre a br$talidade. - gra$ da emancipa"#o FMX
(eminina constit$i a pa$ta nat$ral da emancipa"#o geral 37arx e ngels/ X<5
primeira (orma na (am0lia na +$al as m$lheres e os meninos s#o os escravos do homem. Veste sentido/ 7arx e ngels assinalam +$e5 Ra escravid#o/ ainda m$ito r$dimentar/ certamente/ latente na (am0lia/ & a primeira (orma de propriedade/ +$e/ pelo resto/ já a+$i corresponde per(eitamente ' de(ini"#o dos modernos economistas/ seg$ndo a +$al & o direito a dispor da (or"a de trabalho dos o$tros 37arx e ngels/ \<5 F<4. A divis#o do trabalho & poss0vel sobre o excedente de prod$"#o +$e por s$a vez contrib$i para prod$zir. 1e maneira similar/ o a$mento da pop$la"#o promove o incremento da prod$"#o dos meios de vida e estes contrib$em para incentivar a primeira. 1este modo/ & precondi"#o a $m tempo de domina"#o e desenvolvimento. Assim & +$e dois coincidentes modos de domina"#o +$e se determinam $m a o$tro determinam o processo da hist;ria5 o controle sobre a (or"a de trabalho na prod$"#o dos meios de vida/ e o controle do homem sobre a (or"a trabalhista da m$lher/ s$a capacidade reprod$tiva e se$s corpos sex$ais. ste v0nc$lo ca$sa +$e o desenvolvimento seja de $ma vez/ parte da destr$i"#o de se$ pr;prio ($ndamento. ,ogo depois destas imprecisas observa"Nes/ 7arx e ngels abandonam a área das rela"Nes de g*nero em s$a cr0tica da economia pol0tica e se voltam para as rela"Nes de capital/ trabalho na indQstria e interc)mbio.
,eit$ra sintomática m se$ livro 1er o Capital 3<4/ ,o$is Alth$s ser centraWse na maneira em +$e 7arx elaboro$ s$a cr0tica ao conceito de valor de Adam Smith/ embora este em si mesmo estivesse a$sente do texto. A id&ia de Alth$sser & +$e en+$anto desenvolvemos perg$ntas nascidas de $ma problemática/ podemos descobrir algo como a ($gaz presen"a de $m aspecto do invis0vel. R- invis0vel se revela em s$a categoria como $m engano te;rico/ como a$sente o$ sintoma. Para (azer vis0vel o invis0vel/ necessitam os algo como $m ardiloso olhar de $m di(erente ponto de vista/ +$e & desenvolvido no texto em +$est#o e o transcende ao mesmo tempo. !ontin$ ando/ relerei 7arx e ngels desta maneira sintomática/ mantendo em mente a perg$nta sobre as rela"Nes masc$linoW (eminino/ +$e percorrem de (orma ligeira se$s textos como $ma pert$rba"#o o$ distQrbio. !omecemos por < Capital 37arx/ \X5 6omo 24. 7arx aponta +$e a conserva"#o e reprod$"#o da classe trabalhadora constit$em condi"#o necessária para a FM\
reprod$"#o do capital. ntretanto/ os capitalistas podem deixar este aspecto em m#os dos trabalhadores já +$e se trata de s$a pr;pria a$topreserva"#o e reprod$"#o. L por isso +$e as bases para $m incremento da pop$la"#o operária/ necessário para a reprod$"#o capitalista/ (ormam parte do )mbito do privado e n#o re+$er aten"#o $ma vez +$e aparece como $m mero obs&+$i o da nat$reza. - controle do homem sobre a m$lher na (am0lia (az da organiza"#o das rela"Nes de g*nero algo apenas percept0vel. Im exemplo disto & j$stamente a menor valora"#o do trabalho da m$lher por compara"#o com o trabalho do homem/ condi"#o esta +$e torna a m$lher partic$larm ente mais propensa ' explora"#o capitalista5 o trabalho da m$lher e da crian"a & mais barato. m se$s (anuscritos econmicos e filos"ficos de 9;]]/ 7arx 3F4 dá ci(ras exatas sobre a composi"#o de g*neros da nova (or"a trabalhista da (ábrica para cada condado. Por s$a vez/ ngels avalia n$merosas estat0sticas +$e mostram +$e na indQstria brit)nica ao menos dois ter"os dos trabalhadores eram m$lheres concl$indo +$e isto prova Ro deslocamento do trabalhador masc$lino. !onsidera isto $m Rinvestimento da ordem social +$e cond$z ' dissol$"#o da (am0lia. Veste estágio n#o re(lete na divis#o do trabalho entre g*neros o +$e (ez +$e visse a classe trabalhadora como excl$sivamente masc$lina. 1epois descobre +$e a divis#o social e dom&stica do trabalho & historicamente espec0(ica e/ al&m disso/ +$e o +$e realiza trabalho dom&stico & sempre dominado por +$em tem se$ papel (ora do lar/ e +$e/ portanto a divis#o entre trabalho assalariado e trabalho dom&stico promove $m padr#o de domina"#o nas rela"Nes de g*nero. ngels descreve as terr0veis conse+@*ncias para os meninos +$e tem o trabalho da m$lher na (ábrica/ mas o (az no marco das categorias morais/ deixando oc$lto o caráter constit$inte pr;prio das rela"Nes de g*nero sob o capitalismo. m
<
Capital= 7arx 3\X5 6omo 224 adota estas observa"Ne s ao conceit$alizar o trabalhador espontaneamente como homem +$e vende s$a (or"a de trabalho com o objetivo de reprod$zirWse e manter a s$a (am0lia. - valor da (or"a de trabalho incl$i o valor das mercadorias necessárias para a prod$"#o do trabalhador o$ a propaga"#o da classe trabalhadora. ngels retoma o mesmo ponto em AntiFuhring 3X4. Ao mesmo tempo/ ambos est#o con(rontados com a contradi"#o em rela"#o ' +$al o trabalhador masc$lino & s$bstit$0do pela m$lher e o menino. 1ada a existente rela"#o de g*neros/ isto ca$sa a destr$i"#o dos ($ndamentos nat$rais da classe operária/ se$ Resgotamento e morte. 1esde +$e a hip;tese da masc$linidade do proletariado & encarada no texto mais FM
o$ menos irre(letidamente/ 7arx e ngels n#o explicam +$e a (orma de trabalho assalariado s$pNe o salário pelo trabalho masc$lino/ o$ $m sistema de rela"Nes de g*nero nas +$ais a prod$"#o dos meios de vida & socializada/ en+$anto +$e a reprod$"#o dos trabalhadores e s$a s$bstit$i"#o & a responsabilidade privada de (am0lias individ$ais/ e assim & +$e parece n#o ser $m ass$nto social. - entrela"ado da explora"#o capitalista e $ma espec0(ica divis#o do trabalho em rela"Nes de g*nero hist;ricas mostram +$e entre o$tros tipos de opress#o/ a prod$"#o capitalista se ap;ia na opress#o da m$lher. 7arx se aproxima disto/ como em $m instante de reconhecimento/ +$ando em < Capital arg$menta +$e os trabalhadores devam ser s$bstit$0dos (azem s$a reprod$"#o necessária e/ portanto/ o modo de prod$"#o capitalista & condicionado por o$tros modos de prod$"#o exteriores a s$a (ase relativa de desenvolvimento 37arx/ \X5 6omo 224. Seg$idamente/ 7arx observa Ra pec$liar composi"#o do gr$po operário/ (ormado por indiv0d$os de ambos os sexos e (inalmente a atrib$i"#o de $ma parte importante dos processos de prod$"#o socialmente organizados ' es(era da economia dom&stica como $m novo ($ndamento econHmico para $ma (orma s$perior da (am0lia e das rela"Nes entre os sexos. L bastante ;bvio +$e esta mani(esta"#o se re(ere ' rela"#o entre os sexos e n#o ao conj$nto do complexo social e s$a reg$la"#o. 7arx descreve 's condi"Nes de trabalho em rela"#o aos sexos 3na prod$"#o4 como $ma Rpestilenta (onte de corr$p"#o e escravid#o e ad$z +$e s; sob condi"Nes apropr iadas para o operário/ o processo de trabalho se converterá em $ma (onte de desenvolvimento h$mano. sta esperan"a & a base para a perspectiva de incl$ir ' m$lher no processo de trabalho. 1esde +$e o conj$nto total de trabalho necessário para a reprod$"#o da sociedade/ tanto como a distrib$i"#o deste trabalho 3pagamento e d0vida4 entre os g*neros e o apoio para o total acordo em rela"#o ' lei/ ' moral/ ' pol0tica e ' ideologia/ n#o entram nesta análise/ esta il$s#o por liberar ' m$lher mediante s; s$a incl$s#o no processo de trabalho/ passa por cima a onipresente e enganosa rela"#o entre os g*neros. sta estreiteza de visNes cond$zi$ ao movimento de trabalhadores a post$lar $ma dire"#o se+@encial de l$tas de libera"#o 3em primeiro l$gar/ os trabalhadores depois as m$lheres4/ $ma cren"a +$e ignora o (ato de +$e as rela"Nes de prod$"#o s#o de (ato sempre rela"Nes de g*nero/ e tamb&m ignora a (or"a das rela"Nes de g*nero em determinar a (orma espec0(ica das rela"Nes sociais em se$ conj$nto. FOT
Postscriptum a ngels m s$a ent$siasta recep"#o dos escritos de Bacho(en e 7organ/ ngels assimilo$ $m tipo de ling$agem no +$al a opress#o da m$lher devia ser entendida/ con(irmando/ desse modo/ $ma leit$ra +$e colocava 's rela"Nes de g*nero como algo adicional e exterior 's rela"Nes de prod$"#o id&ia +$e ainda conserva $ma enorme in(l$encia. m A
prod$tos aliment0cios/ de ro$pa/ de moradia e dos instr$mentos +$e s#o necessários para prod$zir t$do isso^ de o$tro/ a prod$"#o do pr;prio homem/ a propaga"#o da esp&cie 3ngels/ <5 <\4. Ao $tilizar Rprod$"# o em ambos os casos/ ngels (ornece $m ponto de partida para $ma teoria da opress#o da m$lher/ elabora"#o +$e blo+$eo$/ entretanto/ ao (orm$lar as d$as (ormas de prod$"#o como Rpor $m lado [...] trabalho/ pelo o$tro [...] (am0lia. ` (am0lia cabe o trabalho de prod$zir os mantimentos/ a vestimenta/ o re(Qgio e demais/ separa"#o +$e (az de +$al+$er teoria da opress#o da m$lher +$e p$desse desenvolverWse/
$ma
+$est#o
excl$sivamente
de
processos
biol;gicos.
!onse+@entemente/ examina a organiza"#o da procria"#o/ mas n#o ' maneira em +$e o trabalho realizado dentro da (am0lia se relaciona ' totalidade do trabalho e ' reprod$"#o da sociedade. Podemos ler se$ trabalho/ ent#o/ como $ma contrib$i"#o ' hist;ria das rela"Nes de g*nero no n0vel da sex$alidade e da moral embora com motivos p$ritanos mas ao mesmo tempo como $m (racasso na hora de escrever esta hist;ria como parte das rela"Nes de prod$"#o. m se$ l$gar/ reQne grande +$antidade de material para provar a h$milha"#o da m$lher. V#o v* o alcance de como as rela"Nes de g*nero impregnam o modo de prod$"#o em se$ conj$nto. A m$lher parecia ser mera v0tima5 A derrocada do direito materno foi a grande derrota hist"rica do sexo feminino em todo mundo. - homem emp$nho$ tamb&m as r&deas na casa^ a m$lher se vi$ degradada/ convertida na servidora/ na escrava da l$xQria do homem/ em $m simples instr$mento de reprod$"#o 3ngels/ <5 TW^ itálicos no srcinal4. m alg$ma o$tra parte menciona o trabalho na (am0lia/ mas s; como ponto de partida para s$a observa"#o +$e & a prod$"#o mais ' (rente do n0vel de s$bsist*ncia +$e permite a prod$"#o dos meios de prod$"#o. Vovamente omite as rela"Nes de g*nero neste desenvolvimento. Para ele/ a (am0lia está +$ieta em $ma (ase de n#oWdesenvolvimento/ considerando +$e o progresso social res$lta do excedente do prod$to trabalhista sobre o c$sto de manter o trabalho como base Rde todo progresso social/ pol0tico e intelect$al. sta separa"#o torna tamb&m imposs0vel pensar em rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o e por essa raz#o reconhecer o emprego de rela"Nes de g*nero no n0vel do FO<
conj$nto total como $m ($ndamento de ac$m$la"#o capitalista. A perspectiva de ngels em rela"#o 's rela"Nes de g*nero liberadas & a incl$s#o da m$lher na indQstria/ $m movimento +$e já descobre na prod$"#o capitalista organizada/ onde as pessoas ent#o necessitam somente prevenir as conse+@*ncias prej$diciais.
A mesma ca$sa +$e tinha asseg$rado ' m$lher s$a anterior s$premacia na casa s$a oc$pa"#o excl$siva nos trabalhos dom&sticos asseg$rava agora a preponder)ncia do homem do lar [...] A emancipa"#o da m$lher n#o se (az poss0vel sen#o +$ando esta pode participa r de grande escala/ em escala social/ na prod$"#o e o trabalho dom&stico n#o lhe oc$pa sen#o $m tempo insigni(icante. sta condi"#o s; pode realizarWse com a grande indQstria moderna/ +$e n#o somente permite o trabalho da m$lher em vasta escala/ mas sim at& o exige e tende mais e mais a trans(ormar o trabalho dom&stico privado em $ma indQstria pQblica 3ngels/ <5 <XW<4.
- erro hist;rico desta perspectiva tamb&m in(l$i$ sobre o projeto socialista de estado/ ap;iaWse na red$"#o das rela"Nes de g*nero a $ma rela"#o entre homem e m$lher/ em l$gar das ler como rela"Nes de prod$"#o +$e impregnam todas as es(eras da vida e a sociedade. m As condiçHes da Classe
vis$aliza como totalmente privada em $ma ordem social com$nista.
Ee(lexNes cr0ticas A revis#o cr0tica de 7arx e ngels res$lta na seg$inte tese5 as rela"Nes de g*nero s#o rela"Nes de prod$"#o. 2sto inval ida a tend*ncia de pensar nelas p$ramente como rela"Nes entre homem e m$lher. Pelo contrário/ os di(erentes modos de prod$"#o na hist;ria devem ser sempre est$dados como moldados por rela"Nes de g*nero/ isto &/ em termos de como a prod$"#o da vida & reg$lada na totalidade das rela"Nes de prod$"#o/ e como s$a rela"#o com a prod$"#o dos meios de vida & organizada. 2sto incl$i a constr$"#o dos g*neros (eminilidade8masc$linidade^ as perg$ntas re(eridas ' divis#o do trabalho e ' domina"#o s$a legitimidade ideol;gica^ a pol0tica sobre a sex$alidade e a nat$raliza"#o do mercado. ` l$z desta Qltima/ tamb&m critico o conceito de rela"Nes de prod$"#o como & com$mente $tilizado por 7arx. Pensar em rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o pode parecer pres$n"oso/ já +$e estamos acost$mados a pensar recentemente como a organiza"#o da prod$"#o dos meios de vida. Assim & +$e entendemos as rela"Nes capitalistas de prod$"#o como a organiza"#o de prod$"#o proveitosa e rentável para o mercado. !onceitos centrais para a análise destas rela"Nes/ tais como o caráter d$al do trabalho/ trabalho alienado o$ assalariado/ e (or"as prod$tivas/ todos v*m da economia e da pol0tica. sta aproxima"#o s$pNe +$e todas estas determina"Nes s#o g*neroWne$tro e/ portanto/ +$e todas as práticas +$e s#o g*neroWespec0(ico est#o n#o relacionadas 's rela"Nes de prod$"#o/ e s#o m$ito a(etadas por elas peri(ericamente. S$stento +$e todas as práticas na sociedade est#o determinadas por rela"Nes de g*nero t*m $m s$btexto de g*nero s#o/ por isso/ colocadas em chave de domina"#o e +$e/ portanto/ devemos incl$0Wlas em +$al+$er análise e compreens#o da sociedade. 2sto se ($ndamenta em $ma prod$"#o social d$pla/ na medida em +$e prod$z a vida e os meios de vida. Já sabemos +$e a prod$"#o da vida se re(ere ' pr;pria vida como tamb&m ' procria"#o^ chamamos estas d$as prod$"Nes de reprod$"#o/ embora este seja $m conceito errHneo já +$e a prod$"#o dos meios de vida deve tamb&m ser reprod$zida/ na (orma de capital/ mat&rias primas/ (or"a de trabalho/ etc. Por conseg$inte a di(eren"a n#o & entre prod$"#o e reprod$"#o/ mas sim entre vida e meios de vida/ e pre(eriria dizer n#o de reprod$"#o/ mas sim de s$stento de vida 3s$bsist*ncia4 e desenvolvimento de FOM
atividades vitais. !omo est#o dispostas estas d$as es(eras/ a dos meios de vida e a da vida em si mesmaK $e papel t*m os g*nerosK !omo ocorre a domina"#oK Podemos logo ass$mir +$e o desenvolvimento das (or"as prod$tivas/ do progresso/ e da ac$m$la"#o de ri+$ezas se relaciona com a es(era da prod$"#o dos meios de vida/ +$e em tanto parece ter prioridade/ s$bordina a es(era de vida como $ma press$posi"#o e $m res$ltado. At$almente/ chegamos a $m ponto no +$al o desenvolvimento das (or"as prod$tivas se introd$zi$ na prod$"#o da vida em si mesma. - desenvolvimento da tecnologia do gene em conex#o com a reprod$"#o h$mana está tendo e(eito t#o decisivo nas rela"Nes de g*nero +$e devem ser ($ndamentalmente repensadas. At& agora podemos ass$mir +$e/ apesar da tend*ncia do capital de incorporar constantemente novos meios de prod$"#o/ a reprod$"#o e a$mento de meninos n#o se incl$0am/ posto +$e estas atividades n#o se organizam e se orientam para $m bene(0cio. mbora o amparo e repress#o da m$lher já aparecessem como dois aspectos das rela"Nes de prod$"#o/ o corpo da m$lher at& agora n#o constit$i$ por si mesmo mat&riaWprima para a prod$"#o. !om o advento da reprod$"#o de vida como $ma (orma de mercadoria/ entramos em $ma nova era/ apesar do (ato de o incremento de meninos como indiv0d$os na sociedade h$mana n#o ter sido por essa raz#o resolvido. A di(ic$ldade de pensar esta nova sit$a"#o & agravada pelos es(or"os +$e majoritariamente se limitam a $ma avalia"#o da es(era moral/ em vez de concentrarWse nas rela"Nes de prod$"#o em se$ modo capitalista de orienta"#o $tilitária.
Eecorrendo 's revela"Nes de Gramsci/ Alth$sser e Po$lantzas Gra"as a Gramsci/ Alth$sser e Po$lantzas/ podemos deixar para trás a concep"#o da sociedade apoiada em p$ros termos econHmicos/ com $ma domina"#o exercida como $m ato $nilateral de acima e sendo recebida a partir de mera passividade. Gramsci desenvolve$/ em s$as notas sobre o (ordismo/ $ma análise exemplar das rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o. Se$ ponto de partida (oi a m$dan"a no modo de prod$"#o 3prod$"#o em massa e cadeia de montagem4 e a cria"#o de $m novo tipo de homem para o novo trabalho e a reg$la"#o deste processo. Gramsci n#o pensa na economia como base e no estado como s$perestr$t$ra/ (orma mec)nica de pensar +$e perde de vista (or"as decisivas/ entre elas as rela"Nes de g*nero. Gramsci FOO
desdobra a s$perestr$t$ra em $ma s&rie de s$perestr$t$ras rivais com $m e(eito em com$m^ desta maneira $m pode entender estrat&gias e táticas. Al&m disso/ propNe dois n0veis5 sociedade civil e sociedade pol0tica. 6rataWse de $ma di(eren"a metodol;gica^ Rna vida hist;rica concreta/ sociedade pol0tica e civil s#o o mesmo 3Gramsci/ 4. 2sso lhe permite di(erenciar entre coer"#o e consenso/ a$toridade e hegemonia/ viol*ncia e c$lt$ra. - objetivo & analisar a maneira em +$e as (orma"Nes sociais/ os disc$rsos/ e os meios de com$nica"#o relevantes para a hegemonia operam no n0vel da sociedade civil onde os cidad#os participam/ o$ seja/ como & organizado o consenso. Im conceito adicional Qtil & o de bloco hist;rico/ +$e admite reconciliar as (or"as em con(lito neste caso/ a intera"#o do modo de prod$"# o em massa e as campanhas do estado em rela"#o ' moral 3por exemplo/ p$ritanismo4 para criar o novo tipo de homem. Veste contexto/ as rela"Nes de g*nero se apresentam como a especial s$jei"#o do homem em se$ caráter de assalariado como trabalhador na linha de montagem atrav&s do $so de poder mec)nico e maiores salários/ o +$e permite mais cons$mo/ manter $ma (am0lia/ e tempo livre/ +$e se torna necessário para a man$ten"#o do trabalho masc$lino escravizado. S$a explora"#o re+$er $ma moralidade especial e certo estilo de vida5 monogamia em l$gar de sexo vagab$ndo 3o +$al exige m$ito tempo4/ menor cons$mo de álcool e $ma donaW deWcasa +$e vigia a disciplina/ o estilo de vida/ a saQde e alimenta ' (am0lia. compromisso dos sexos/ s$a constr$"#o/ s$as a"Nes s$bjetivas/ a reg$la"#o por campanhas morais e as pol0ticas de saQde pQblicas se mani(estam plenamente. L ;bvio +$e esta disposi"#o dos g*neros deve ser alterada assim +$e m$de o modo de prod$"#o. L t#o assim +$e/ por exemplo/ $ma sociedade em +$e as (or"as prod$tivas s#o de alta tecnologia/ onde as rela"Nes do trabalho intelect$al e (0sico se inverteram/ onde as necessidades dos trabalhadores s#o menores e de tipo distinto deve ser mantida em $ma (orma hegemonicamente di(erente/ necessita di(erentes tipos de interven"Nes por parte do estado e prod$z e(eitos di(erentes no n0vel civil. Im est$do dos novos ass$ntos do trabalho deve incl$ir a nova determina"#o das rela"Nes de g*nero por+$e a vida/ s$as (ormas/ e a conserva"#o e desenvolvimento da mesma est#o sempre em +$est#o. Vesse sentido/ con(rontamos o paradoxo em rela"#o ao +$al as rela"Nes de g*nero s#o $ma (orma de rela"Nes sociais. Ima rica resposta a este desa(io & s$gerida pelas propostas do ,o$is Alth$sser. FOX
Seg$indo 7arx/ Alth$sser examina a estr$t$ra da sociedade em di(erentes n0veis e di(eren"as dentro da s$perestr$t$ra entre a pol0ticaWj$r0dica 3estado e lei4 e a ideol;gica 3com moral e religi#o4. 2sto lhe permite considerar a relativa e(ici*ncia e a$tonomia de cada $ma/ levando em conta a domina"#o e as m$dan"as. Se$ ponto de vista & a reprod$"#o da sociedade como $m todo. Vesta aproxima"#o da hist;ria dos modos de prod$"#o/ propNe conceitos como n#oWsim$ltaneidade/ desenvolvimento desig$al/ atraso/ obsoleto. Para a análise das rela"Nes de prod$"#o/ temos +$e est$dar a con(ig$ra"#o at$al com sobredetermina"Nes/ depend*ncias e rela"Nes de artic$la"#o. Seg$indo 7arx e Alth$sser em nosso est$do de rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o/ podemos descobrir +$ebras e (enHmenos de n#oWsim$ltaneidade nas rela"Nes de g*nero dentro da con(ig$ra"#o neoliberal espec0(ica de nossa &poca desde os anos setenta. %emos o tipo (ordista de homem ao mesmo tempo em +$e o Rnovo empresário/ disc$rsos hegemHnicos sobre responsabilidade individ$al/ e $m bloco hist;rico de socialWdemocratas e economia neoliberal global/ exibida/ por exemplo/ nos meios de com$nica"#o +$e propagam $ma nova (orma de vida do estado (0sico/ de j$vent$de/ saQde/ e pol0ticas sex$ais para $m indiv0d$o/ apoiando/ en+$anto isso/ $ma moral conservadora para o o$tro. Ambos mant*m s$a coer*ncia em virt$de do disc$rso sobre a responsabilidade individ$al. Eespeito ao novo empresário/ experimentamos $ma intensi(icada individ$aliza"#o +$e pode em parte prescindir das rela"Nes de g*nero hierár+$icas a s$jei"#o da m$lher e incl$sive da norma da heterossex$alidade na nova (orma de vida. 1este modo/ as velhas rela"Nes de domina"#o podem contin$ar existindo como $m tipo de atraso dentro das novas rela"Nes. >inalmente/ Vicos Po$lantzas nos aj$da a evitar $ma aproxima"#o mec)nica +$e ainda prevalece na id&ia da depend*ncia da es(era pol0tica no modo de prod$"#o. PropNe ver o pol0tico como $m terreno de l$ta com contradi"Nes +$e podemos observar na con(ronta"#o entre/ de $m lado/ o disc$rso o(icial da responsabilidade individ$al e/ por o$tro/ as n#o sim$ltaneidades experimentadas por a+$eles de ambos os sexos +$e tentam dirigir s$as vidas individ$almente en+$anto ao mesmo tempo permanecem incr$stados nos velhos ideais de c$idado das rela"Nes de g*nero do (ordismo 3levadas adiante pelo bloco hegemHnico da igreja/ os partidos/ o estado e a pop$la"#o correspondente4. Veste marco/ devemos ser completamente (lex0veis no pol0tico. V#o FO
podemos $tilizar religiosamente arg$mentos como con(issNes/ mas devemos (ormáWlos/ como diz Brecht/ como bola de neve s;lidos e notáveis/ mas capazes de ser ($ndidos e (ormados de novo em con(ig$ra"Nes cambiantes. Ees$mindo/ proponho liberar o conceito das rela"Nes de prod$"#o de s$a red$"#o ' prod$"#o dos meios de vida/ o$ melhor/ pensar o anterior como inserido na pol0tica e a ideologia/ j$ridicamente constit$0do/ moralmente (ormado/ e con(ig$rado em rela"Nes de g*nero em todo n0vel. Assim/ podemos (alar de rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o em $ma (orma tripla5 W como $m n0vel no +$al os cidad#os est#o especi(icamente e historicamente posicionados em organizar e prod$zir s$as vidas^ W como $m momento decisivo na prod$"#o dos meios de vida e s$a rela"#o de W prod$"#o e man$ten"#o da pr;pria vida^ e como $m campo com contradi"Nes nele e entre os modos de prod$"#o. Para ent#o (inalizar/ s$stentamos +$e pensar em rela"Nes de g*nero como rela"Nes de prod$"#o signi(ica criticar como ins$(iciente a id&ia tradicional das rela"Nes de prod$"#o.
Bibliogra(ia Alth$sser/ ,o$is X Positions /9:V]F9:?>0 3Paris5 Lditions Sociales4. Alth$sser/ ,o$is < as Sapital lesen 3:amb$rgo4. ngels/ >riedrich X< RAnti 1@hring em (arxF5ngels ere 3Berlim5 1ietz %erlag Berlin4 %ol. riedrich < R,age der arbeit enden 9lasse in ngland em (arxF5ngels ere 3Berlim5 1ietz %erlag Berlin4 %ol. <. ngels/ >riedrich \X $he
Berlin4 %ol. riedrich X R1ie de$tsche 2deolog ie em (arxF5ngels ere 3Berlim5 1ietz %erlag Berlin4 %ol. F. 7arx/ 9arl e ngels/ >ried rich < R1ie :eilige >amil ie em (arxF5ngels ere 3Berlim5 1ietz %erlag Berlin4 %ol. <. Po$lantzas/ V. M Politische (acht und gesellschaftliche Slassen 3>ran($rt4.
FO
Elmar Altvater
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!atedrático de conomia Pol0tica/ Iniversidade ,ivre de Berlim/ Alemanha.
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6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es
Veste escrito pretendo mostrar +$e as a(irma"Nes marxistas acerca das rela"Nes sociais do homem com a nat$reza podem ser $sadas para $ma melhor compreens#o dos problemas ecol;gicos contempor)neos. - pr;prio 7arx & ambivalente com respeito ' concep"#o da nat$reza em s$a cr0tica ' economia pol0tica. Por $m lado/ s$a teoria está relacionada com os en(o+$es tradicionais da economia e a teoria pol0tica^ 7arx n#o abandona o Rcampo te;rico arg$menta"#o tradicional da economia pol0tica para abrir $m novo campo. Permanecem os sinais do il$minismo racional e $ma l;gica +$e n#o leva em conta os limites da nat$reza. - arg$mento principal & o seg$inte5 o homem constr;i s$a hist;ria ao trans(ormar a sociedade/ a nat$reza e a si mesmo/ mas n#o existem limites impostos pela nat$reza. Por conseg$inte/ a nat$reza & concebida como $m conj$nto de rec$rsos +$e podem ser $tilizados. Podemos encontrar esta concep"#o já nas id&ias de Bacon/ na deriva"#o de John ,oce dos direitos de propriedade 3da capacidade do trabalho h$mano de apropriarWse dos (r$tos da terra4 assim como tamb&m no conceito de divis#o do trabalho de Adam Smith como (onte constantemente crescente de prod$tividade/ e por (im/ de ri+$eza para as na"Nes. ste campo te;rico tamb&m incl$i a concep"#o de 1avid Eicardo sobre a terra como (ator limitant e da ac$m$la"#o capitalista devido aos e(eitos +$e tem a exist*ncia de terra de menor +$alidade e (ertilidade sobre a reprod$"#o dos c$stos do trabalho +$e levam a $ma taxa de ganho decrescente. A id&ia de 7arx & $m progresso em compara"#o com a de Eicardo por+$e apresenta a interpreta"#o ($ndamental das Rleis de movimento da ac$m$la"#o capitalista como moldadas pelas contradi"Nes sociais e n#o pelos limites impostos pela nat$reza. A+$elas +$e 7arx chamava Rinterpreta"Nes v$lgares da diverg*ncia entre a o(erta de rec$rsos nat$rais e a demanda do homem de prod$tos da nat$reza/ FXT
partic$larmente acent$adas na teoria de 6homas 7alth$s/ exibem $m nat$ralismo des$mano/ +$e 7arx recha"ava já em se$s primeiros trabalhos contra o idealismo alem#o. Vas interpreta"Nes clássicas e/ sobret$do/ nas neoclássicas da rela"#o homemW nat$reza/ a racionalidade individ$al na tomada de decisNes com rela"#o aos rec$rsos escassos & o ponto central/ contrariamente ao +$e ocorre com o pensamento malth$siano/ no +$al o excesso de demanda & a categoria decisiva. Va teoria clássica e na neoclássica/ a categoria de escassez aparece como a pe"a central do racioc0nio econHmico. - Rindivid$alismo metodol;gico 3Sch$mpeter/ T\4 nasce$/ e com ele $ma racionalidade +$e separa em $m primeiro momento rec$rsos nat$rais de o$tras partes n#o valiosas da nat$reza +$e n#o servem como (ontes de valoriza"#o capitalista/ e +$e em $m passo seg$inte separa $m rec$rso nat$ral do o$tro. 1e o$tra maneira/ $ma tomada de decis#o racional n#o seria poss0vel sob as precondi"Nes do individ$alismo metodol;gico. Por (im/ a totalidade hol0stica da nat$reza o$ s$a respectiva integridade/ dissolvemWse em $m conj$nto de rec$rsos nat$rais individ$ais e em $m resto +$e n#o pode ser valorizado o$ validado. A nat$reza &/ deste modo/ trans(ormada de $ma entidade ecol;gica em $ma entidade econHmica^ mas al&m disto/ a nat$reza permanece Rexterna ao disc$rso econHmico e ' s$a racionalidade. Va corrente dominante dentro da economia/ este s$posto tem por $m lado a vantagem de ser apropriado para a aplica"#o de modelos altamente (ormalizados. Por o$tro lado/ $m racioc0nio te;rico deste tipo tem +$e levar em conta a exist*ncia de externalidades/ como por exemplo/ as (alhas de mercado. Assim & como a teoria de economias e Rdeseconomias externas (oi desenvolvida por a$tores desde A. 7arshall 3XM4 at& A. !. Pigo$ 3XT4 e E. !oase 3\\4. A economia dos rec$rsos 3:otelling/ F4 prometia (ornecer regras sobre como lidar com rec$rsos nat$rais escassos sem prej$dicar a nat$reza/ por exemplo/ sem prod$zir excessos de demanda. Paradoxalmente/ as regras sobre como lidar com a escassez s#o concebidas como $m rem&dio para evitar excessos de demanda 3Altvater/ F4. :oje/ a aplica"#o de regras racionais de decis#o sob condi"Nes de escassez como (orma de s$stentar $ma sit$a"#o de real excesso de demanda & altamente d$vidosa/ dados os Rlimites ao crescimento/ o esgotamento de rec$rsos e os con(litos militares sobre rec$rsos 3Rnovas g$erras sobre rec$rsos4 na Z(rica/ Am&rica ,atina e no -riente FX
7&dio. %árias g$erras (oram declaradas pela domina"#o de territ;rios nos +$ais ab$nda o petr;leo e pela in(l$*ncia sobre os pre"os do mesmo. stes eventos mostram claramente os limites da economia p$ra para explicar a realidade/ e a necessidade de adotar $m en(o+$e pol0tico econHmico para compreender as contradi"Nes de nosso tempo. JeanWPa$l 1el&age concl$i5 R7overWse para al&m dos limites [] adotando a post$ra da totalidade & a Qnica op"#o metodol;gica +$e pode servir como $ma base s;lida para a análise da rela"#o entre a sociedade e a nat$reza 31el&age/ \5 O4. A dissol$"#o da nat$reza inteira em $ma aglomera"#o de rec$rsos nat$rais individ$ais e depois a aplica"#o de $m conj$nto de instr$mentos anal0ticos apoiados no individ$alismo metodol;gico para assim g$iar racionalme nte o manejo dos rec$rsos/ & alheio ao conceito marxista de economia ecol;gica. A principal e ($ndamental raz#o & o conceito m$ito di(erente de socializa"#o 3 vergesellschaftung4. -s indiv0d$os atom0sticos/ chamados homines oeconomici +$e operam (ora do tempo e do espa"o e/ por (im/ em $m m$ndo n#o nat$ral de individ$alismo racional s#o $ma constr$"#o idealista sem relev)ncia social. S$a constr$"#o & $m res$ltado do Rindivid$alismo metodol;gico da economia moderna. m troca/ os indiv0d$os sociais encontramWse inseridos em $m sistema social hist;rico e dependem da nat$reza e s$as (ronteiras. Por (im/ a racionalidade s; pode ser $ma racionalidade restringida pelo social/ e a perspectiva & a totalidade sociedadeWhomemWnat$reza. As categorias básicas da cr0tica marxista da economia pol0tica com respeito ' rela"#o da sociedade com a nat$reza est#o orientadas para a compreens#o do metabolism o/ isto & das trans(orma"Nes da mat&ria e da energia/ o papel cr$cial das necessidades h$manas/ o caráter d$al do trabalho e da prod$"#o/ a din)mica das crises econHmicas e sociais/ a valoriza"#o do capital/ a ac$m$la"#o e expans#o 3globaliza"#o4/ a entropia e a irreversibilidade. Vas páginas seg$intes/ analiso estas categorias antes de chegar a $ma concl$s#o em rela"#o com a $tilidade da ecologia marxista para entender os problemas ambientais contempor)neos.
7etabolismo/ necessidades e o caráter d$al do trabalho Já em se$s primeiros trabalhos/ 7arx entendia a prática h$mana como parte de $m metabolismo homemWnat$reza. -s seres h$manos t*m +$e satis(azer s$as necessidades e o (azem de maneira social/ de (orma tal +$e as necessidades de $ns s#o satis(eitas pelo trabalho de o$tros e viceWversa5 as necessidades destes o$tros pelo trabalho e a FX<
prod$"#o dos primeiros. - conceito de necessidades & $ma categoria central no pensamento 7arxista +$e assinala o caráter mQt$o das atividades de prod$"#o e cons$mo do homem em $ma sociedade determinada. m A &deologia Alemã 37arx e ngels/ M4 o$vir/ ver/ sent ir/ +$erer/ amar/ todos estes R;rg#os da individ$alidade h$mana s#o entendidos como Rapropria"#o e at& a consci*ncia & prod$zida socialmente. As necessidades e as (ormas de satis(azer essas necessidades s#o a base da divis#o do trabalho +$e tamb&m tem como pr&Wre+$isito o reconhecimento mQt$o dos indiv0d$os sociais como tais. Vos Brundrisse= 7arx diz +$e & necessário levar em conta o Rsistema de necessidades e o Rsistema de trabalho^ mas n#o está seg$ro sobre onde deve se localizar $ma disc$ss#o a respeito deles 37arx/ M5 M<4. 1ada s$a m$t$alidade/ o conceito de necessidade deve disting$irWse claramente do de avareza/ +$e & necessidade sem m$t$alidade/ $m es(or"o individ$alista +$e apresenta $ma alta potencialidade para a a$todestr$i"#o da sociedade. Para 7arx/ a raz#o da avareza & a exist*ncia de propriedade privada. Por+$e a propriedade privada converte$ os homens em indiv0d$os t#o estQpidos e enviesados/ +$e apenas v*em $m objeto como Rse$ +$ando o poss$em/ +$ando existe para eles como capital 37arx e ngels/ M4. dinheiro & introd$zido como mediador entre o prod$tor e o homem com necessidades. dinheiro & Ro v0nc$lo entre o trabalhador e as necessidades individ$ais/ entre as necessidades e os objetos/ entre a vida e os meios de vida/ +$er dizer/ o alimento 3 1eben und 1ebensmittel4. - dinheiro & ao mesmo tempo deidade e prostit$ta 37arx e ngels/ M4. - trabalho tem $m d$plo caráter/ prod$z valores de $so/ +$e satis(azem as necessidades de o$tros/ e prod$z valor 3de troca4/ +$e está apoiado no interc)mbio de mercadorias no mercado em $ma sociedade monetária o$ capitalista. A+$i/ novamente/ as necessidades entram no horizonte do racioc0nio/ por+$e o trabalho & socialmente Qtil e necessário somente na medida em +$e satis(az necessidades. - trabalho social/ n#o está somente determinado por s$a capacidade de prod$zir valores de troca/ mas sim tamb&m deve prod$zir valores de $so/ isto &/ prod$tos +$e satis(a"am necessidades sociais. - caráter social do trabal ho pode ser concept$alizado como $ma $nidade de prod$"#o de valor de troca e valor de $so. !omo as necessidades h$manas pertencem ' exist*ncia dos seres h$manos como indiv0d$os sociais e nat$rais/ o processo de prod$"#o de valor pode ser somente entendido ao mesmo tempo como moldado por e FXF
moldando rela"#o da sociedade com a nat$reza. n+$anto 7arx/ em se$s primeiros trabalhos/ seg$indo a tradi"#o hegeliana/ leva em conta as necessidades/ em trabalhos s$bse+@entes/ come"ando pelos (anuscritos de 9;]]/ o a$tor detecta a no"#o do trabalho e a maneira em +$e o trabalho está organizado em $ma sociedade capitalista. A raz#o & bastante clara5 devemos entender como o trabalho n#o s; prod$z valor/ mas tamb&m maisWvalia e desta (orma reprod$z o capital e a explora"#o do trabalho como $ma rela"#o social a n0veis cada vez mais altos. - processo de prod$"#o e reprod$"#o capitalista & $m processo em espiral 3interrompido por crise peri;dicas4 de crescimento e a Rescada sobre a nat$reza como 7arx a chama tornaWse cada vez mais expansiva. :á m$itas perg$ntas envoltas no processo de prod$"#o de valores. - valor & sempre $ma rela"#o social entre mercadorias e entre se$s proprietários. A rela"#o social mercadoriasWproprietários n#o cont&m por"#o alg$ma de nat$reza^ a nat$reza está completamente excl$0da dessa rela"#o social. At& o dinheiro/ +$e 7arx concebe como dinheiro do$rado/ representa somente $ma rela"#o social. - caráter metálico do o$ro & completamente irrelevante para o o$ro em s$a (orma de dinheiro. $er dizer/ & poss0vel s$bstit$ir dinheiro papel e/ em nosso tempo bits e b=tes eletrHnicos por dinheiro metálico na (orma de o$ro e prata. L importante entender o caráter imaterial e antinat$ral da rela"#o social do interc)mbio/ embora o interc)mbio de mercadorias tenha $ma +$alidade material e energ&tica. sta d$alidade & tamb&m a srcem do (etichismo da mercadoria/ +$e 7arx descreve ao (inal do primeiro cap0t$lo do primeiro vol$me de < Capital 3\X4. A mensagem & m$ito clara5 n#o & (ácil entender as rela"Nes sociais entre os homens e entre os homens e a nat$reza/ por+$e re+$er $m trabalho intelect$al para s$perar o (etichismo inerente a tais rela"Nes. A (ig$ra anal0tica do d$plo caráter o$ da d$alidade do trabalho na análise de 7arx do processo de prod$"#o capitalista/ levaWo a disting$ir entre prod$"#o como $m processo de trabalho e como $m processo de prod$"#o de valores 3valoriza"#o4. processo de trabalho pode ser entendido de melhor maneira como $ma trans(orma"#o de mat&ria nat$ral e energia em valores de $so +$e servem para satis(azer necessidades h$manas. :á tr*s advert*ncias +$e devem ser introd$zidas a+$i. A primeira se re(ere a certo antropocentrismo na análise do caráter metab;lico do processo de prod$"#o/ por+$e está relacionado com as necessidades h$manas^ o$tros e(eitos do metabolismo/ por s$a vez/ revistam ser (re+@entemente ignorados. m FXM
conse+@*ncia/ do ponto de vista da análise da energia/ o processo de prod$"#o se v* de maneira m$ito di(erente comparado com o ponto de vista da análise da mercadoria e do valor. J$an 7artinezWAlier diz com respeito 's di(erentes perspectivas5 RA prod$tividade da agric$lt$ra n#o a$mento$/ mas sim decresce$/ do ponto de vista da análise da energia 3\5 F4^ mas em termos da prod$"#o mercantil da agric$lt$ra e em termos do retorno do capital investido a prod$tividade cresce$. A seg$nda advert*ncia tem rela"#o com $m certo trabalhoWcentrismo no conceito e $m sistemático es+$ecimento da nat$reza. Alg$ns ecologistas atrib$em a 7arx certa desaten"#o do Rvalor da nat$reza no processo de gera"#o de valores 3por exemplo5 2mmler e SchmiedW9oCarzi/ \M^ B$ner/ \O^ 1el&age/ \4. 7as esta cr0tica & somente relevante com rela"#o ao processo de trabalho. L obvio/ a nat$reza & t#o importante como o trabalho na hora de converter mat&ria e energia em valores de $so necessários. A+$i as leis da termodin)mica s#o validas/ e os inp$ts e o$tp$ts n#o s#o +$antitativamente di(erentes em rela"#o 's $nidades de energia e mat&ria/ mas no aspecto +$alitativo s#o trans(ormados em valores por $m lado e em detritos por o$tro. Vo c$rso do processo de inp$t a o$tp$t= o homem e a nat$reza trabalham j$ntos^ ambos s#o ig$almente importantes. 7as como processo de prod$"#o de valor de troca & s; o trabalho +$e cria valor e maisWvalia. A raz#o +$e cost$ma ser malWinterpretada pelos cr0ticos do conceito marxista de nat$reza & a seg$inte5 a nat$reza & maravilhosamente prod$tiva/ a evol$"#o das esp&cies na hist;ria do planeta e s$a tremenda diversidade e variedade demonstram isso. 7as a nat$reza n#o prod$z mercadorias para vender no mercado. V#o há mercado na nat$reza. - mercado & $ma constr$"#o social e econHmica. - mais (ormoso dos pássaros o$ $ma velha árvore em $ma selva tropical o$ o (erro em $ma mina n#o s#o mercadorias^ somente se convertem em mercadorias por meio de $m processo de valoriza"#o /&n-ertset!ungQ miseFemFvaleur0. L o trabalho o +$e obt&m a metamor(ose da nat$reza em mercadoria. 7as n#o & o trabalho em si mesmo/ o trabalho sans phrase/ mas sim a força de trabalho consumida sob a forma social do capitalismo e sob a condição social de estar subjugada ao processo capitalista de produção de valor e maisFvalia 3Alvater/ <5
em poder a+$isitivo monetário/ de n#o ser assim n#o s#o reconhecidas. Por+$e o dinheiro constit$i/ como disse 7arx sarcasticamente/ a real e verdadeira com$nidade. dinheiro & +$em serve como elo nas rela"Nes sociais e concomitantemente na rela"#o da sociedade com a nat$reza. - mecanismo de mercado tem +$e encher $m vazio entre o trabalho e as necessidades e $ma análise das necessidades deve tomar as din)micas capitalistas em considera"#o. A (orma social está sempre presente/ incl$sive em processos +$e parecem excl$sivamente nat$rais. ntretanto/ as condi"Nes nat$rais do processo de trabalho s#o trans(ormadas pelo trabalho. 7arx escreve +$e5 !omo criador de valores de $so/ +$er dizer como trabalho 4til/ o trabalho &/ portanto/ condi"#o de vida do homem/ e condi"#o independente de todas as (ormas de sociedade/ $ma necessidade perene e nat$ral sem a +$e n#o se conceberia o interc)mbio org)nico entre o homem e a nat$reza nem/ por conseg$inte/ a vida h$mana [] m s$a prod$"#o/ o homem s; pode proceder como procede a pr;pria nat$reza/ +$er dizer/ fa!endo *ue a mat,ria tro*ue de forma 37arx/ \X5 T/ 6omo 2^ #nfase no srcinal 4. 7arx com essas palavras responde ao economista pol0tico Pietro %erri/ +$e em F escreve$5 -s (enHmenos do $niverso/ sejam provocados pela m#o do homem/ sejam regidos pelas leis gerais da nat$reza/ n#o representam n$nca $ma verdadeira cria"#o de $m nada/ mas sim $ma simples trans(orma"#o da mat&ria. $ando o esp0rito h$mano analisa a id&ia de reprod$"#o/ deparaWse sempre/ constantemente/ como Qnicos elementos/ com as opera"Nes de associa"#o e dissocia"#o^ exatamente o mesmo acontece com a reprod$"#o do valor 34 e da ri+$eza/ +$ando a terra/ o ar e a ág$a se trans(ormam em trigo sobre o campo o$ +$ando/ sob a m#o do homem/ a secre"#o viscosa de $m inseto se converte em seda o$ $mas +$antas pe"as de metal se montam para (ormar $m rel;gio de repeti"#o 3citado em 7arx/ \X5 T/ 6omo 24.
FXX
A din)mica capitalista pode ser descrita como s$jeita 's leis da nat$reza e aos limites impostos pela nat$reza visFFvis +$al+$er atividade h$mana. sta & a raz#o pela +$al 7arx concl$i +$e5 Ro trabalho n#o &/ pois/ a (onte Qnica e excl$siva dos valores de $so +$e prod$z/ da ri+$eza material. - trabalho &/ como o há dito Dilliam Pett=/ o pai da ri+$eza/ e a terra a m#e 37arx/ \X5 T/ 6omo 24. 7as ao aplicar as leis da nat$reza ao processo de trabalho/ o homem trans(orma a nat$reza em $ma nat$reza (eita pelo homem/ Rh$manizada/ +$e ao princ0pio de cada processo prod$tivo & $tilizada e terminado o cons$mo do prod$to recebe os desperd0cios prod$zidos. A o$tra (ace do processo de prod$"#o/ entretanto/ & a cria"#o de valor e maisW valia/ isto &/ a ac$m$la"#o capitalista e o crescimento econHmico. 1evido ao caráter a$toWre(erenciado do capital/ esta (ace do processo prod$tivo n#o conhece nem aceita limites externos a s$a din)mica. A id&ia de crescimento sem limites & $ma conse+@*ncia direta da iman*ncia do (etichismo nas (ormas sociais +$e dirigem as rela"Nes sociais dos homens. Im bom exemplo deste (etichismo do crescimento & o livro
Bro-th
$riumphant de Eichard A. asterlin 3\4. A contradi"#o entre $ma nat$reza limitada convivendo com necessidades limitadas 37arx está acost$mado a re(erirWse ao entendimento aristot&lico das necessidades como re(letindo a medida h$mana4 e a ilimitada ac$m$la"#o de capital está inscrita na rela"#o dinheiro dado +$e o metalW dinheiro/ aparentemente Rnat$ral/ m$ito em breve encontra limites nat$rais comparado com a demanda econHmica. - o$ro circ$lante em $ma determinada economia & +$antitativamente ins$(iciente para a crescente demanda do com&rcio e para as interven"Nes dos bancos centrais em s$a ($n"#o de Rcredores de Qltima inst)ncia. 1esta maneira/ & l;gico s$bstit$ir meros s0mbolos de dinheiro 3papel4 como rela"#o social entre compradorWvendedor e entre credorWdevedor por o$ro como Rcara nat$ral do dinheiro. - dinheiroWpapel o$ dinheiro imaterial como bits e b=tes pode ser criado em +$antidades necessárias para a circ$la"#o da moeda no mercado m$ndial. - o$ro & nat$ral/ por&m o o$ro na (orma dinheiro & social. Vesta ($n"#o pode ser s$bstit$0do por meros s0mbolos. ste & $m aspecto da separa"#o da es(era econHmica dos limites sociais e nat$rais 3Polan=i/ \^ Altvater e 7ahnop(/
prod$tivo no +$al n#o s; se prod$zem valores de troca e maisWvalia/ mas sim tamb&m se trans(ormam mat&ria e energia/ a entropia necessariamen te cresce. Va interpreta"#o da 2l=a Prigogine/ $m crescimento da entropia & a express#o inevitável da trans(orma"#o de mat&ria e energia no processo da evol$"#o nat$ral e dever0amos adicionar social 3Prigogine e Stenger/ \X4. 7arx interpretava o desenvolvimento das (or"as prod$tivas como positivo para a h$manidade/ por+$e constit$em a base de $ma sociedade com$nista na +$al o princ0pio reinante &5 a cada $m de acordo a s$as necessidades. A limitada restri"#o nesta sociedade n#o & a valoriza"#o a$toWre(erencial do capital/ mas sim a medida h$mana em $ma sociedade h$manizada. 1ado +$e os homens e s$as necessidades s#o partes do ciclo de reprod$"#o nat$ral/ a nova (orma"#o social +$e distrib$i ri+$eza de acordo 's necessidades h$manas & tamb&m pensada como $ma sociedade de reconcilia"#o do homem com a nat$reza. - processo de prod$"#o de entropia/ entretanto/ & destr$tivo por+$e escava os meios de a$toWreprod$"#o social e nat$ral. Ao prod$zir valores de $so +$e potencialmente satis(azem necessidades h$manas/ prod$z tamb&m indevidamente dejetos. !ada processo prod$tivo esta ligado a o$tp$ts necessários como assim tamb&m a o$tp$ts desnecessários o$ incl$sive prej$diciais. L (isicamente imposs0vel trans(ormar mat&ria e energia sem prod$zir desperd0cios e em conse+@*ncia externalidades. 7arx & consciente do poder de destr$i"#o prod$zido pela ac$m$la"#o capitalista. Vo (inal do longo cap0t$lo 222 do primeiro vol$me de < Capital sobre a RGrande 2ndQstria/ 7arx tamb&m menciona a tend*ncia da ind$strializa"#o da agric$lt$ra ao concl$ir +$e em $m sistema agr0cola s$jeito ao regime de racionalidade ind$strial5 cada passo +$e se dá na intensi(ica"#o da (ertilidade do solo dentro de $m per0odo de tempo determinado/ & por s$a vez $m passo dado no esgotamento das (ontes perenes +$e alimentam tal (ertilidade. ste processo de ani+$ila"#o & t#o mais rápida +$anto mais se ap;ia $m pa0s/ como ocorre por exemplo com os stados Inidos/ sobre a grande indQstria/ como base de se$ desenvolvimento. Portanto/ a prod$"#o capitalista s; sabe desenvolver a t&cnica e a combina"#o do processo social de prod$"#o solapando ao mesmo tempo as d$as (ontes srcinais de toda ri+$eza5 a terra e o homem 37arx/ \X5 M
A s$bstit$i"#o de ciclos e regimes de tempoWespa"o nat$rais por ciclos e regimes de tempoWespa"o ind$striais na agric$lt$ra/ tem $m impacto prej$dicial sobre o meioW ambiente/ o nat$ral bem como o constr$0do/ e sobre o sistema social. ste & $m (ator ($ndamental para o agravamento da crise ecol;gica do capitalismo e para os movimentos contrários a ele.
!rise :á vários e(eitos indiretos da prod$"#o capitalista de valores sobre a nat$reza/ dado +$e a ac$m$la"#o capitalista & $m processo imp$lsionado por processos de crise. 7arx analisa as crises peri;dicas de se$ tempo/ primeiro com respeito a se$s e(eitos sobre as condi"Nes de vida e de trabalho da classe trabalhadora. m s$a &poca/ as crises econHmicas c0clicas eram experi*ncias novas/ mencionadas pela primeira vez por Sismondi no in0cio do s&c$lo 2. Sit$a"Nes de extrema emerg*ncia/ como as (omes ca$sadas por $ma má colheita o$ $ma catástro(e nat$ral/ estavam pro($ndamente gravadas na mem;ria dos povos. Sempre havia estado claro +$e as ca$sas destas crises est#o al&m da in(l$*ncia h$mana/ embora em tempos pr&Wcapitalistas e pr&Wind$striais estas crises tenham sido/ em alg$ma medida/ ca$sadas por a"Nes h$manas tais como o $so excessivo da terra e dos rec$rsos 3a extin"#o de bos+$es e$rope$s na idade 7&dia4 o$ as g$erras. 7as desde o nascimento do capitalismo ind$st rial/ as crises econHmicas come"aram a s$rgir periodicamente/ a$mentando a inseg$ran"a de amplos setores da pop$la"#o devido ' perda de postos de trabalho e renda. 7arx observava m$ito c$idadosamente o desenvolvimento de ciclos de crise dos anos OT do s&c$lo 2/ esperando +$e a instabilidade social e econHmica d$rante tais crises provocasse agita"#o social e m$dan"a pol0tica revol$cionário. 7as 7arx sabia +$e as crises capitalistas operam como R(ontes da j$vent$de onde o sistema capitalista encontra rem&dios para s$a recria"#o/ estabiliza"#o/ e novas din)micas em $m novo vaiv&m positivo da economia5 Rdestr$i"#o criadora/ como a chamo$ Sch$mpeter mais adiante. 7ais tarde/ Antonio Gramsci analisaria a crise como $m processo de transi"#o +$e permitia estabilizar a hegemonia da b$rg$esia. m nosso tempo temos +$e levar em conta o caráter global das crises. 7ais +$e n$nca na hist;ria/ hoje as crises tomam a (orma de $m colapso (inanceiro antes de a(etar FX
os sistemas pol0tico/ social e econHmico. !omo crises (inanceiras t*m $m alcance global por+$e os mercados (inanceiros est#o liberalizados e desreg$lados/ propagandoWse de $m l$gar a o$tro. A primeira raz#o & o Re(eito manada. -s investidores estrangeiros tiram se$s cr&ditos e vendem se$s ativos para trocáWlos por moedas mais seg$ras. 1epois aparece o Re(eito contágio^ a crise de $ma moeda a(eta o$tras. m s$a (orma de crise econHmica/ a(eta necessariamente áreas regionais o$ nacionais e/ neste sentido/ & $s$al +$e as denomine seg$ndo o pa0s mais a(etado5 por exemplo/ a crise mexicana/ brasileira/ argentina. 2sto parece converter a crise (inanceira em $m evento remoto/ entretanto/ estas crises econHmicas locais n#o s; t*m o nome/ do pa0s ao +$e a(etam em $ma primeira inst)ncia e com maior intensidade/ mas sim tamb&m s$porta e(eitos m$ito concretos na economia e a sociedade Rreal. Por s$a aparente +$alidade virt$al/ as crises tamb&m parecem n#o ter e(eitos realmente prej$dici ais sobre a nat$reza. Por +$e ent#o (alar de crise do capitalismoK Vo pensamento p;sWmoderno/ isso n#o (az sentido. ntendida apenas como $ma crise real esta tem conse+@*ncias vis0veis/ +$e s#o interpretadas como o res$ltado de enganos pol0ticos de governos irresponsáveis +$e nada t*m +$e ver com o ($ncionamento dos mercados globais. - en(o+$e marxista/ contrário a esses s$postos/ tem sempre presente +$e o dinheiro e o capital/ aparecem como entidades a$toWre(erenciais/ mas +$e/ na verdade/ a a$tonomia da es(era (inanceira global visFFvis a es(era real & (ict0cia. A +$ebra pNe (im a esta (ic"#o e dá in0cio ' realidade da destr$i"#o da ri+$eza. V#o & necessário dizer +$e con(orme transcorrem estas crises (inanceiras/ a pobreza avan"a na Zsia/ Z(rica/ EQssia e Am&rica ,atina. ntretanto/ a ri+$eza tamb&m cresce por+$e a expropria"#o de devedores & a o$tra (ace da/ m$itas vezes des$mana/ apropria"#o de ri+$eza por parte dos credores. 7$itas vezes os ecologistas cost$mam dizer +$e a pobreza & $ma das principais ca$sa da destr$i"#o ecol;gica/ o Banco 7$ndial em partic$lar trabalha com este s$posto. 7as n#o & certo. L a desig$aldade e a inj$sti"a as +$e se tornam prej$diciais n#o s; para a coes#o social mas tamb&m para a nat$reza. -s pobres s#o relegados ' satis(a"#o das chamadas necessidades básicas/ en+$anto os ricos ac$m$laram tantas reclama"Nes sobre a nat$reza +$e podem se expandir ambiciosamente sobre o RmeioWambiente +$e dominam e excl$ir a o$tros de se$ $so ordenado/ por isso desenvolvem práticas destr$tivas de $so excessivo dos rec$rsos +$e est#o ao se$ dispor. - Rrastro ecol;gico dos ricos & m$ito maior +$e o dos pobres. A emiss#o do !- < de $m cidad#o m&dio dos FT
stados Inidos em era de
tempo e o espa"o/ +$er dizer/ a dimens#o da nat$reza de se$ corpo te;rico 3Altvater/ \4. L necessário conceber a economia como $m empreendimento mais ' (rente do tempo e do espa"o hist;ricos \/ por+$e de o$tra maneira a teoria deve admitir +$e as trans(orma"Nes econHmicas 3o cons$mo de energia e mat&ria4 t*m $m e(eito irrevers0vel na nat$reza seja pelo (ato das externalidades serem internalizadas o$ n#o. A internaliza"#o s; & relevante para cálc$los econHmicos e para +$em toma decisNes/ mas n#o para o sistema nat$ral. - en(o+$e marxista n#o tem estes problemas por+$e/ primeiro/ o tempo e o espa"o s#o categorias centrais na cr0tica da economia pol0tica 3tempo de circ$la"#o^ transporte em espa"o4. Seg$ndo/ por+$e a nat$reza como nat$reza h$manizada/ +$er dizer/ como nat$reza prod$zida/ & parte das condi"Nes gerais de prod$"#o. A viola"#o de s$a integridade por meio da degrada"#o o$/ incl$sive/ da destr$i"#o das condi"Nes nat$rais de prod$"#o e reprod$"#o/ portanto/ n#o & algo externo ' economia/ mas sim pertence a se$ desenvolvimento contradit;rio. -s e(eitos negativos da contamina"#o do ar e da ág$a/ da viola"#o das leis de seg$ran"a alimentar o$ do $so excessivo dos oceanos e da eros#o da terra t*m $m e(eito direto 3negativo4 sobre os c$stos de reprod$"#o e a capacidade prod$tiva da (or"a de trabalho e/ em conse+@*ncia/ no processo de prod$"#o de maisWvalia. - c$sto do ar limpo e a ág$a limpa pertencem ao gasto do capital e/ por conseg$inte/ incrementam o montante de capital (ixo constante no processo de prod$"#o gerando o e(eito de $m a$mento na composi"#o org)nica do capital. Porta nto/ a taxa de ganho cairá 3& ;bvio/ ceteris paribus4. -s e(eitos negativo s s; podem ser ignorados sob o s$posto de +$e a nat$reza tem $ma capacidade in(inita de absorv*Wlos. ntretanto/ o processo de ac$m$la"#o capitalista tende a transgredir o limite das condi"Nes nat$rais de reprod$"#o e/ conse+@entemente/ a teoria tem +$e levar a nat$reza em considera"#o. Aparentemente/ isto era desnecessário en+$anto se desconheciam Ros limites do crescimento o$ os problemas do meioWambiente e/ portanto/ estes n#o eram temas no disc$rso pol0tico o$ cient0(ico. - meioWambiente aparece majoritariamente como Ro meioWambiente constr$0do/ prod$zido pelo homem. L concebido como a provis#o de bens pQblicos/ +$e incl$em n#o s; os bens c$lt$rais e nat$rais/ mas tamb&m a in(raWestr$t$ra material e imaterial prod$zida. 1avid :arve= explica com respeito ' prod$"#o e o cons$mo5 \
Para a distin"#o entre tempo e espa"o hist;rico e (0sico ver Georgesc$WEoegen/ .
F<
Podemos [] realizar $ma distin"#o Qtil entre o capital (ixo incl$0do no processo de prod$"#o 3por exemplo/ os instr$mentos de prod$"#o4 e o capital (ixo +$e ($nciona como marco (0sico da prod$"#o 3por exemplo5 (ábricas4. A este Qltimo/ chamoWo meioWambiente constr$0do para a prod$"#o. Pelo lado do cons$mo p$demos ter $ma estr$t$ra paralela. - ($ndo de cons$mo está (ormado por mercadorias +$e ($ncionam como aj$das mais +$e como ins$mos diretos do cons$mo. Alg$ns artigos est#o diretamente incl$0dos nos processos de cons$mo 3por exemplo5 artigos d$ráveis como cozinhas/ má+$inas de lavar ro$pa etc.4/ en+$anto o$tros ($ncionam como estr$t$ras (0sicas para o cons$mo 3casas/ estradas/ etc.4. A estes Qltimos denomino meioWambiente constr$0do para o cons$mo 3:arve=/ \5 XM4. - +$e :arve= chama de RmeioWambiente constr$0do/ hoje & disc$tido sob o r;t$lo mais extenso e abrangente de Rbens pQblicos. V#o & ade+$ado entrar nos detalhes dos disc$rsos sobre bens pQblicos a+$i 39a$l et al.
din)mica capitalista de ac$m$la"#o +$e o$ ignoram completamente estes temas/ o$ os tratam como $m epi(enHmeno 3:arve=/
encontre o sistema capitalista em +$est#o 37arx/ M4. - disc$rso sobre as condi"Nes gerais de prod$"#o/ +$er dizer/ sobre os bens pQblicos/ & $m tema de caráter politizado em ess*ncia por+$e o estado/ o sistema pol0tico e a estr$t$ra de poder de $ma determinada sociedade est#o envoltos desde se$ come"o. James -!onnor & m$ito claro com respeito ' politiza"#o dos disc$rsos sobre as condi"Nes gerais de prod$"#o5 Precisamente por+$e eles [os bens pQblicos] n#o s#o prod$zidos o$ reprod$zidos em (orma capitalista/ mas dado +$e s#o comprados e vendidos e $tilizados como se (ossem mercadorias/ as condi"Nes de (ornecimento 3+$antidade e +$alidade/ l$gar e tempo4 devem ser reg$ladas pelo estado o$ pelos atores capitalistas como se eles (ossem o estado. mbora a capitaliza"#o da nat$reza implica o a$mento da penetra"#o do capital nas condi"Nes de prod$"#o 3por exemplo5 as árvores das planta"Nes/ as esp&cies geneticamente alteradas/ os servi"os postais privados/ o vo$cher ed$cativo/ etc.4/ o estado se instala entre o capital e a nat$reza/ o$ m&dia entre o capital e a nat$reza/ com o res$ltado imediato de +$e as condi"Nes de prod$"#o capitalistas se politizam 3-!onnor/ \\5
relativos 's condi"Nes de prod$"#o s#o temas de classe/ embora eles sejam mais +$e +$estNes de classe 3-!onnor/ \\5 F4. A seg$nda contradi"#o/ em conse+@*ncia/ desencadeia novos movimentos sociais e s$as atividades 3ver tamb&m ,e((/ \4^ a crise das Rcondi"Nes de prod$"#o o$ sobre a provis#o de bens pQblicos está politizada 3ver tamb&m 9a$l et al. inalmente/ ent#o/ podemos estabelecer $ma crise de s$perprod$"#o o$ sobre ac$m$la"#o em termos do Rmarxismo clássico e $ma crise de s$bprod$"#o de acordo ao Rmarxismo ecol;gico/ respectivamente. FX
sta distin"#o/ entretanto/ n#o & completamente convincente. A categoria de s$bprod$"#o está apoiada no s$posto de $ma reprod$tibilidade das condi"Nes nat$rais de prod$"#o e signi(ica nada mais nem nada menos +$e a degrada"#o ecol;gica e o c$sto 3social4 +$e derivam da resta$ra"#o do meioWambiente constr$0do5 -s exemplos incl$em os c$stos da saQde re+$eridos pelo trabalho capitalista e as rela"Nes (amiliares^ os c$stos de medicamentos e os tratamentos por reabilita"#o em v0cios^ das grandes somas gastas como res$ltado da deteriora"#o do meioWambiente social 3a conta da pol0cia e os div;rcios4^ dos enormes ganhos investidos em evitar maior destr$i"#o ambiental e em limpar o$ reparar a destr$i"#o ecol;gica passada^ do dinheiro re+$erido para inventar/ desenvolver e prod$zir s$bstit$tos sint&ticos como m&dios e objetos de prod$"#o e cons$mo^ as enormes somas re+$eridas para pagar 's companhias de petr;leo e energia [] os gastos com coleta de lixo^ os c$stos extras derivados da congest#o do espa"o $rbano^ os c$stos +$e caem sobre os governos/ os camponeses e trabalhadores do 6erceiro 7$ndo como res$ltado de $ma crise conj$nta da ecologia e do desenvolvimento. assim s$cessivamente 3-!onnor/ \\5
ser $tilizadas pelo homem e/ portanto/ devem ser respeitadas. m rela"#o 's leis nat$rais/ o s$posto de $ma s$bprod$"#o n#o & m$ito convincente dado +$e re+$er a possibilidade de reprod$"#o e circ$laridade dos processos/ +$ando na nat$reza todos os processos se caracterizam por s$a irreversibilidade. 2sto contrasta com o caráter a$topoi&tico e por (im a$toWre(erencial do capital/ +$e n#o pode respeitar os limites da nat$reza. - modo de prod$"#o capitalista conse+@entemente & prej$dicial para a nat$reza e/ portanto/ para o homem. As reperc$ssNes sobre o capital mesmo/ $m dos principais arg$mentos do James -!onnor/ s#o sem dQvida $m ponto cr$cial 37artinezW Alier/ \5 24.
%aloriza"#o - processo de ac$m$la"#o capitalista tem l$gar nas coordenadas de tempo e espa"o. !om o tempo/ s$a l;gica & a acelera"#o. - a$mento da prod$tividade para a prod$"#o de maisWvalia relativa n#o & o$tra coisa +$e a acelera"#o da prod$"#o e circ$la"#o em todos os processos para poder prod$zir mais prod$tos na mesma $nidade de tempo. Ao acelerar todos os processos & poss0vel estender o alcance da prod$"#o e reprod$"#o capitalista no espa"o. 1este modo/ a expans#o espacial do capital pertence ' din)mica da ac$m$la"#o capitalista. A expans#o s; & poss0vel se se eliminarem os limites e (ronteiras/ seja por+$e tenham origem em condi"Nes nat$rais o$ +$e tenham sido estabelecidos pelas instit$i"Nes pol0ticas. Por isso/ 7arx escreve nos Brundrisse sobre o mercado m$ndial como incl$0do na categoria de Rcapital desde o come"o 37arx/ M5 F4. :oje podemos interpretar esta tend*ncia mencionada por 7arx como a globaliza"#o moderna. A globaliza"#o se converte$ em realidade por+$e & a emana"#o real das potencialidades imanentes da ac$m$la"#o capitalista. A globaliza"#o & o processo de valoriza"#o interminável de todas a+$elas partes da nat$reza +$e antes estavam para (ora da l;gica de valoriza"#o do sistema capitalista. A tend*ncia expansionista no espa"o e o tempo & $m tema importante no Brundrisse 3M5 MOW MFO4. >oi descrita por teorias clássicas do imperialismo +$e abrangem de ,$xemb$rgo a ,*nin/ passando por B$harin e 9a$ts=. 7as a valoriza"#o n#o pode ser somente entendida como $m processo de con+$ista territorial. -s espa"os a descobrir/ investigar/ con+$istar e integrar no sistema capitalista de prod$"#o de valor incl$em tamb&m os c0rc$los polares/ o ($ndo dos oceanos/ as zonas de selva mais remotas das selvas F\
tropicais/ o espa"o exterior e/ mais importante at&/ os nanoWespa"os dos genes das plantas/ dos animais e dos seres h$manos. - capitalismo & $m sistema expansionista onde t$do & interpretado como mat&riaWprima para o processo de prod$"#o de valor e maisWvalia. Se n#o & Qtil e como n#o pode satis(azer necessidade/ a mat&riaWprima será considerada inQtil/ sem valor e/ portanto/ $m objeto inade+$ado da valoriza"#o capitalista. Ao separar os rec$rsos +$e poss$em valor da+$eles +$e s#o inQteis/ a integridade da nat$reza será indevidamente desintegrada e a desintegra"#o da nat$reza & s$a destr$i"#o. A valoriza"#o & em princ0pio $m processo in(inito/ +$e n$nca termina/ a menos +$e o capitalismo cheg$e a $ma barreira ins$perável. - aspecto mais destr$tivo da valoriza"#o & a sele"#o entre rec$rsos avaliáveis e n#o avaliáveis. Por exemplo/ na selva amazHnica pode verWse +$e a valoriza"#o da madeira da selva como ecossistema & destr$tiva. Ao (inal n#o há mais madeira por+$e se impede a reprod$"#o da selva. ste & obviamente $m caso de s$bprod$"#o no sentido de James -!onnor. A conse+@*ncia & +$e a selva/ $ma vez destr$0da devido ' sobreWexplora"#o de madeira/ n#o pode reprod$zirWse em $m tempo semelhante ao +$e leva 's pessoas explorar e destr$ir o ecossistema. Ao menos isto & o +$e acontece nas selvas tropicais/ onde a recria"#o de $m ecossistema degradado está levando mais tempo +$e s$a destr$i"#o. A explora"#o & (re+@entemente $ma +$est#o de dias/ en+$anto +$e a recrea"#o & $ma +$est#o de d&cadas o$ s&c$los. A desig$aldade do regime de tempos em $ma sociedade dada & $ma das principais razNes da destr$i"#o ecol;gica/ da Rs$bprod$"#o no sentido de -!onnor.
ntropia 1e (ato/ a irreversibilidade & $ma categoria decisiva para compreender o desenvolvimento da nat$reza. 1ado +$e o capital obedece a $ma l;gica de irreversibilidade e circ$laridade/ o nat$ral e o regime do tempo capitalista n#o s#o compat0veis. - capital deve apropriarWse da maisWvalia e investiWla novamente no processo de prod$"#o +$e ao (inal res$ltará novamente na apropria"#o de $ma maisW valia maior. A comp$ls#o de apontar para a maisWvalia & inevitável se os processos de prod$"#o (oram (inanciado s com cr&ditos e j$ros +$e devem ser pagos. -s indicadores de desempenho do capital assinalam m$ito claramente a circ$laridade e a F
reversibilidade do (l$xo do capital dentro da rela"#o entre res$ltados e gasto. - ganho/ a e(ici*ncia marginal do capital/ o retorno do capital/ a rentabilidade e o$tros indicadores demonstram claramente +$e a racionalidade está apoiada em $ma compara"#o entre meios/ +$er dizer/ investimento/ e objetivos/ o$ seja/ ganho o$ maisWvalia. Pelo contrário/ tanto os processos nat$rais de trans(orma"#o de mat&ria e energia como o processo nat$ral de crescimento de seres viventes tais como as plantas e os animais se caracterizam pela irreversibilidade. 2sto se ded$z/ em Qltima inst)ncia/ da lei de entropia. Ao (inal do processo há algo +$alitativamente novo 3na racionalidade da reversibilidade/ a +$alidade se mant&m ig$al en+$anto +$e a +$antidade da mesma +$alidade m$da4. ste prod$to +$alitativamente novo n#o pode ser reprod$zido com a mesma energia o$ mat&ria/ portanto/ os esto+$es de energia e mat&ria s#o $sados at& se$ esgotamento/ salvo +$e o sistema seja aberto e +$e nova energia e mat&ria sejam providas para trans(ormarWse em valores de $so. 7as novamente a+$i/ o problema & +$e cada processo de prod$"#o & prod$"#o encadeada. 1e acordo com :erman 1al=/ n#o s; existe o processo direto de entradas e sa0das/ mas tamb&m a prod$"#o de prod$tos interm&dios 31al=/ 4. L lei nat$ral +$e & imposs0vel trans(ormar cem por cento da renda de energia e mat&ria em prod$tos desenhados para a satis(a"#o das necessidades h$manas. Portanto/ Rdes(r$tamos nossas vidas 3Gorgesc$WEoegen/ 4 incrementado a entropia de todo o sistema. 7arx era totalmente consciente desta tend*ncia de d$pla (ace. Por $m lado/ está a trans(orma"#o antropoc*ntrica de mat&ria e energia da nat$reza vivente e n#o vivente nessas coisas/ +$er dizer/ mercadorias
= +$e s#o capazes de
satis(azer nossas necessidades sociais e individ$ais. Por o$tro lado/ está a conse+@*ncia amarga da deteriora"#o e a degrada"#o da nat$reza/ precisamente por+$e a satis(a"#o de necessidades está garantida o$ as necessidades da valoriza"#o capitalista s#o satis(eitas. Vicholas Georgesc$WEoegen introd$zi$ o conceito de Rrevol$"#o promet&ica em se$ racioc0nio para demonstrar +$e o a$mento da entropia depende categoricamente do regime de energia. 6anto a revol$"#o ind$strial como a revol$"#o neol0tica trocaram o regime de energia^ a primeira/ desenvolvendo dispositivos +$e capt$ram a energia solar e a trans(ormam em energia Qtil para o homem 3principalmente/ em comest0veis4. A o$tra s$bstit$indo a energia dos (;sseis trans(ormandoWos em energia Qtil por meio de $ma s&rie de in(raWestr$t$ras ind$striais para obter a trans(orma"#o de energia solar/ principalmente/ no sistema agr0cola. V#o s$rpreende +$e ric :obsbaCm na
5ra dos F\T
extremos detecte s; $ma revol$"#o no c$rso do s&c$lo 5 essa primeira vez na hist;ria da h$manidade em +$e/ a come"os dos anos cin+@enta/ o nQmero de pessoas +$e vivem no campo e trabalham como camponeses & menor +$e o nQmero de pessoas +$e dependem da indQstria $rbana. A transi"#o de $ma rela"#o social agr0cola com a nat$reza a $ma rela"#o ind$strial & $ma m$dan"a radical/ $ma revol$"#o +$e s; tem $ma perspectiva c$rta de vida. A revol$"#o neol0tica $tilizo$ o eterno (l$xo da energia solar e/ portanto/ o modo de prod$"#o agr0cola n#o conhece limites energ&ticos/ embora haja limites de (ertilidade do ch#o/ de t&cnicas agr0colas/ etc. A revol$"#o (;ssil e ind$strial/ entretanto/ está apoiada no cons$mo do esto+$e limitado de (;sseis energ&ticos. Primeiro/ esgotarWseW#o em $mas po$cas d&cadas e/ seg$ndo/ s$a comb$st#o está prod$zindo tal +$antidade de emissNes daninhas para o clima +$e as condi"Nes de vida na terra trocar#o com conse+@*ncias +$e ning$&m pode prever/ exceto +$e s#o prej$diciais para a vida na terra. m termos da economia termodin)mica/ a transi"#o para sistemas capitalistas ind$striais apoiados em comb$st0veis (;sseis signi(ica +$e o planeta 6erra/ primeiro/ & Rglobalizado e/ seg$ndo/ & tratado como $m sistema (echado por+$e a energia solar armazenada ao longo de milhNes de anos em po"os de petr;leo e minas de carv#o & s$bstit$0da pela radia"#o solar do presente. A 6erra & $m planeta limitado e/ portanto/ $m sistema de energia s$stentável s; se apoiaria na abert$ra de se$ sistema de energia ' radia"#o solar 3Geo$rgesc$WEoegen/ ^ 1al=/ ^ Altvater/ O4. A comb$st#o incrementa indevidamente a entropia global e/ ao tratar de evitar este res$ltado desagradável/ novas partes do planeta 3+$e/ centenas de anos atrás/ ainda eram partes virgens do planeta4 (oram incl$0das nas estr$t$ras de valoriza"#o capitalistas. sta & a raz#o ecol;gica pela +$al hoje a 6erra está globalizada e pela +$al devemos l$tar com problemas globais do meioWambiente e n#o principalmente com problemas locais o$ regionais.
!oncl$s#o - conceito marxista de rela"#o nat$rezaWhomem & m$ito mais apropriado +$e o$tros conceitos para compreender as contradi"Nes e a din)mica da rela"#o social entre ser h$mano e nat$reza/ +$er dizer/ da rela"#o entre a economia/ a sociedade e o meioW ambiente. A principal raz#o consiste em ver o ser h$mano trabalhador como alg$&m +$e F\
trans(orma a nat$reza e/ portanto/ está incl$0do em $m metabolismo de nat$rezaWhomem +$e/ por $m lado/ obedece 's leis da nat$reza +$aseWeternas e/ por o$tro/ está reg$lado pela din)mica da (orma"#o social capitalista. A R(orma"#o representa o conj$nto de (ormas sociais/ come"ando pela (orma mercadoria/ a (orma dinheiro/ a (orma pol0tica at& a (orma do cr&dito moderno . A ac$m$la"#o capitalista tamb&m obedece ' l;gica de Rdesencaixe +$e 9arl Polan=i descreve t#o convincentemente em s$a obra
A grande
transformação 3Polan=i/ \^ tamb&m5 Altvater e 7ahnop(/
+$est#o5 como distrib$ir j$stamente os rec$rsos escassos de $ma maneira pac0(ica e como organizar a transi"#o a $m regime s$stentável de energia. A teoria marxista pode servir de aj$da para compreender a din)mica das rela"Nes sociais com a nat$reza no capitalismo moderno. 7as a +$est#o tamb&m marca a transi"#o de considera"Nes te;ricas a práticas pol0ticas.
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F\O
$ranz 3in4elammer
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A &lobalidade da terra e a estrat<&ia d a &lobalização
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1o$tor em conomia pela Iniversidade ,ivre de Berlim/ (il;so(o e te;logo da liberta"#o. Pro(essor de conomia no 1epartamento c$m*nico de 2nvestiga"Nes na !osta Eica 3124. 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva. ∗
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1o rei Pirro/ rei da antig@idade grega/ contaWse +$e depois de $ma grande batalha e s$a vit;ria exclamo$5 R-$tra vit;ria assim/ e esto$ perdido. Sabia +$e n#o devia ter $ma seg$nda vit;ria deste tipo/ por+$e esta seria se$ (im. %ivemos em $m sistema +$e/ em \/ teve s$a primeira vit;ria de Pirro. Vo entanto/ o sistema está empenhandoWse em $ma seg$nda vit;ria total. 6rataWse agora de vencer toda resist*ncia h$mana +$e o en(rente. Se o conseg$e/ esta será a seg$nda vit;ria de Pirro/ e por isso o (im. Por&m/ n#o somente o (im do sistema/ mas tamb&m o (im da h$manidade. V#o obstante/ o sistema so(re a vertigem da seg$nda vit;ria de Pirro.
- contexto da globaliza"#o A palavra globaliza"#o converte$Wse em $ma palavra da moda. !ont$do/ essa n#o & raz#o para nos des(azermos dela. stamos at$ando em $m novo contexto de globaliza"#o +$e se impHs no Qltimo meio s&c$lo. Globaliza"#o nos diz +$e o m$ndo & $m globo/ e +$e o & cada vez mais. :á m$ito tempo sabeWse +$e o m$ndo & redondo. !op&rnico sabia/ e !rist;v#o !olombo tiro$ da tese astronHmica copernicana concl$sNes +$e trans(ormaram esta terra. - m$ndo globalizo$Wse e (ezWse mais redondo do +$e já era para !op&rnico. 6oda a hist;ria posterior pHde ser escrita como $ma hist;ria de globaliza"Nes s$bse+@entes/ +$e (izeram mais redonda a terra na medida em +$e revelaram novas dimensNes desta redondeza. $ando Alexandre o Grande con+$isto$ se$ imp&rio/ diziaWse +$e com cada novo pa0s apenas con+$istava $ma nova (ronteira. - processo de con+$ista era $m F\X
processo +$e aspirava $ma má in(init$de imposs0vel de ser alcan"ada. A terra parecia in(inita/ sem nenh$ma possibilidade o$ vis#o de ser con+$istada inteira. V#o obstante/ +$ando a terra res$lta redonda s$a con+$ista parece poss0vel. Portanto/ a pr;pria terra trans(ormo$Wse em $m objeto a ser con+$istada. Aparece a perspectiva de con+$istáWla inteira. Já o rei da spanha gabavaWse de se$ imp&rio/ no +$al o sol n#o se p$nha. o colonialismo já se re(eria ' terra inteira/ +$e era agora o objeto de coloniza"#o por parte do colonizador. -s s&c$los %222 e 2 (oram s&c$los de corrida pela coloniza"#o do m$ndo por parte da $ropa colonizadora. Se$ mapa mundi tinha manchas brancas +$e a con+$ista eliminaria. Vo (inal do s&c$lo 2 todo o m$ndo estava colonizado e repartido entre $m p$nhado de pa0ses colonizadores/ os +$ais eram pe+$enos ao lado da extens#o do m$ndo con+$istado. V#o se con+$istava já com cada novo pa0s $ma nova (ronteira/ por+$e n#o havia novos pa0ses. A terra estava repartida. ntretanto havia vários colonizadores. les agora tinham +$e en(rentar $m ao o$tro para poder con+$istar novos pa0ses. !ome"ava a l$ta pela reparti"#o do sa+$e. !om isso s$rgi$ a l$ta pelo poder m$ndial. Se $m eliminasse todos os o$tros/ podia aspirar ser o dono total e global. 2sso de$ 's g$erras +$e se seg$iram o caráter de g$erras m$ndiais/ +$e se (aziam pelo dom0nio do m$ndo por parte de $m s; poder. A terra como objeto da con+$ista era agora disp$tada entre os con+$istadores. sta con+$ista tem como conditio sine *ua non o saber da redondeza da terra. 2sto n#o aparece mais +$e como $m (ato da astronomia. 7as tem como res$ltado a tomada de consci*ncia decorrente da redondeza da terra/ o +$e vai al&m de $m (ato astronHmico. A globaliza"#o era/ melhor dito/ $ma palavra marginal. V#o obstante/ em nosso tempo designa $ma nova etapa desta redondeza da terra +$e se disting$e das anteriores de $ma maneira completamente nova. 1esta vez de (orma comp$lsiva/ estamos tomando de novo consci*ncia do (ato de +$e a terra & $m globo. sta nova experi*ncia da redondeza da terra ocorre$ em MO/ com a explos#o da primeira bomba atHmica. sta res$lto$ ser a primeira arma global/ por+$e se$ $so ($t$ro comprometia a exist*ncia da pr;pria vida h$mana na terra. - acesso de vários poderes ' bomba atHmica n#o deixava dQvida de +$e a terra havia se trans(ormado em rela"#o ' h$manidade. Se n#o m$dasse se$ modo de at$ar/ a h$manidade n#o poderia F\
contin$ar vivendo na terra. - globo estava prestes a arrebentar. sta terra já n#o podia ser tratada simplesmente como $m objeto por con+$istar com exist*ncia independ ente do (ato da con+$ista. Se persistisse a mesma atit$de de con+$ista do objeto terra/ esta seria destr$0da. !on+$istáWla desemboco$ no perigo de destr$0Wla. Vesse momento come"o$ $ma nova consci*ncia da globalidade da vida h$mana e da mesma exist*ncia do planeta/ +$e se havia globalizado de $ma maneira nova. Se a h$manidade +$eria contin$ar vivendo/ tinha +$e ass$mir $ma responsabilidade +$e at& agora somente se poderia ter sonhado. ra a responsabilidade pela terra. sta responsabilidade aparece$ ent#o como obriga"#o &tica/ por&m ao mesmo tempo como condi"#o de possibilidade da vida ($t$ra. A exig*ncia &tica e a condi"#o de possibilidade da vida $niramWse em $ma Qnica exig*ncia. - Qtil e o &tico $niramWse n#o obstante toda $ma tradi"#o positivista +$e por m$ito tempo as havia separado. !ont$do/ em certo sentido/ a bomba atHmica parecia ainda algo externo ' a"#o h$mana cotidiana. Parecia +$e $ma vez conseg$indoWse evitar s$a aplica"#o por meios +$e correspondiam ' pol0tica dos stados/ seria poss0vel prosseg$ir vivendo como sempre. Vo entanto/ a nova globaliza"#o bate$ de novo ' porta. sta vez com o in(orme do !l$be de Eoma sobre os limites do crescimento/ +$e aparece$ em <. -s limites do crescimento expressaram de $ma maneira nova a redondeza da terra/ se$ caráter de globo. -$tra vez a terra (aziaWse mais redonda. S; +$e agora a amea"a provinha da a"#o h$mana cotidiana/ n#o de nenh$m instr$ment o espec0(ico +$e se poderia controlar por meios aparentemente externos. 6oda a a"#o h$mana desde as empresas/ os stados/ e a a"#o de cada $m/ estavam envolvidas em se$ (azer cotidiano. Aparecia de novo a responsabilidade h$mana pelo globo. Ainda +$e desta vez com m$ito mais intensidade. A h$manidade tinha +$e dar resposta a e(eitos cotidianos de s$a pr;pria a"#o diária. 6oda a canaliza"#o da a"#o h$mana pelo cálc$lo de $tilidade 3interesse pr;prio4 e a maximiza"#o dos l$cros nos mercados/ estava agora em +$est#o. sta cr0tica converte$W se ent#o em condi"#o de possibilidade da pr;pria vida h$mana/ e tamb&m em exig*ncia &tica. 1e novo/ o Qtil e o &tico $niramWse em $ma Qnica experi*ncia. Seg$iram novas experi*ncias da redondeza da terra/ como por exemp lo a experi*ncia de limites de crescimento poss0vel da pop$la"#o. V#o obstante/ nos anos oitenta ho$ve o$tra vez $m grande impacto +$ando aparece$ a biotecnologia. A vida mesma havia sido trans(ormada em objeto de $ma nova a"#o h$mana/ $ma vez mais de F\\
presen"a cotidiana. Eeaparecia a amea"a do globo/ e voltava a aparecer a exig*ncia da responsabilidade pelo globo/ s; +$e desta vez s$rgia diretamente a partir do m&todo das ci*ncias emp0ricas. Ao desenvolver o conhecimento de elementos básicos da vida/ o m&todo tradicional da ci*ncia emp0rica o tratamento de se$ objeto mediante s$a parcializa"#o (ez aparecer $ma amea"a ao globo +$e vai de novo ' raiz da modernidade. Já n#o & poss0vel (azer $ma distin"#o n0tida entre o desenvolvimento de conhecimentos e s$a aplica"#o. Va ci*ncia da vida/ e portanto na biotecnologia/ o desenvolvimento do conhecimento já & s$a aplica"#o. V#o se pode desenvolver o conhecimento sobre clones h$manos sem os (azer. - +$e agora se +$estiona va n#o era tanto a maximiza"#o do l$cro nos mercados/ mas sim a pr;pria percep"#o da cienti(icidade. Vovamente aparece a necessidade da responsabilidade h$mana (rente ' terra redonda. Por&m desta vez trataWse de $ma responsabilidade (rente aos e(eitos do pr;prio m&todo cient0(ico.
A br$taliza"#o das rela"Nes h$manas 6odo o anterior desemboco$ em $ma crise geral da conviv*ncia h$mana. desmoronamento das rela"Nes h$manas +$e está em c$rso/ a(eta a pr;pria possibilidade da conviv*ncia. $anto mais aparece a excl$s#o crescente de setores da pop$la"#o h$mana/ o comportamento in$mano inevitável em rela"#o a estes excl$0dos generalizaW se e & assimilado no comportamento mQt$o entre os incl$0dos. V#o aparece $ma polariza"#o entre incl$0dos/ +$e mant&m a capacidade de conviv*ncia/ (rente aos excl$0dos/ +$e a perdem/ mas sim +$e a perda trans(ormaWse em perda geral. - p;lo dos incl$0dos dissolve s$a capacidade de conviv*ncia em $m gra$ +$i"á maior +$e o p;lo dos excl$0dos. 6rataWse da Qltima amea"a global/ +$e ao (inal pode res$ltar pior/ por+$e incapacita (rente ' necessidade de en(rentar as o$tras. Aparece/ por conseg$inte/ a responsabilidade (rente ' pr;pria capacidade de conviv*ncia h$mana. sta responsabilidade tem algo de comp$lsivo/ pese +$e n#o & algo +$e se dá de (orma a$tomática. %ivemos $m tempo de recha"o desta responsabilidade. V#o obstante/ trataWse de $ma responsabilidade (rente a +$al n#o existe ne$tralidade. $ando $m amigo viaja nos entrega $m objeto valioso para g$ardáWlo/ podemos recha"ar esta responsabilidade alegando razNes. - amigo/ ent#o/ tem de proc$rar o$tros +$e o possam F\
g$ardar. Vossa atit$de neste caso n#o & irresponsável/ e sim pode at& ser $ma express#o de responsabilidade. A responsabilidade pelas condi"Nes de possibilidade/ ao contrário/ n#o & deste tipo. Somos responsáveis ainda +$e n#o +$eiramos. Se recha"amos esta responsabilidade/ n#o a tiramos de cima de nossos ombros. Somos ent#o irresponsáveis. Podemos escolher entre responsabilidade e irresponsabilidade/ mas n#o podemos nos ($rtar ' escolha. -$ nos (azemos responsáveis do globo globalizado/ o$ estamos envolvidos em s$a destr$i"#o.
A irresponsabilidade globalizada videntemente nossa vida globalizo$Wse de $ma maneira nova/ como n$nca havia ocorrido na hist;ria h$mana. A h$manidade já n#o pode viver sem aceitar esta responsabilidade pelo globo. 2sto se re(lete na vida de cada $m/ en+$anto sabe +$e vive em $ma cadeia de gera"Nes. Para +$e n;s o$ nossos (ilhos e (ilhas possam viver/ & necessário aceitar esta responsabilidade. stamos globalizados/ +$eiramos o$ n#o. A mesma a$toWrealiza"#o como s$jeitos nos compromete agora com a responsabilidade pelo globo/ isto &/ trataWse de $ma responsabilidade global. A o$tra (ace da a$toWrealiza"#o res$lta ser a a(irma"#o do o$tro/ e incl$0da nele/ tamb&m a da nat$reza. V#o podemos asseg$rar nossa vida destr$indo a vida do o$tro. 6emos +$e a(irmar tamb&m a vida do o$tro. 2sto nos permite res$mir esta globaliza"#o em po$cas palavras5 o assassinato & $m s$ic0dio. - assassinato/ agora empiricamente/ deixa de ser $ma sa0da. ntretanto/ n#o & (or"oso aceitar esta sit$a"#o. - s$ic0dio & poss0vel. Se esconde atrás do arg$mento da op"#o c0nica5 RPor +$e vo$ ren$nciarK Vo tempo de vida +$e provavelmente ainda tenho/ posso seg$ir. S; +$e se me entendo como $ma parte da h$manidade o$ como s$jeito em $ma cadeia de gera"Nes/ n#o tenho esta sa0da do c0nico. 6enho ent#o +$e ass$mir a responsabilidade. - &tico e o Qtil $nemWse e entram em contradi"#o com o cálc$lo de $tilidade e do interesse pr;prio. - processo de globaliza"#o do m$ndo/ como o temos descrito at& agora/ & $m processo do m$ndo real c$jo res$ltado & a experi*ncia de $ma amea"a global +$e solicita $ma responsabilidade global. mbora criada pela pr;pria a"#o h$mana/ tal globaliza"#o está presente na realidad e tal como esta se en(renta ao ser h$mano/ isto &/ como condi"#o da possibilidade de viver. - ser h$mano está envolvido nesta realidade FT
por+$e s$a vida depende dela. Se esta realidade a($nda/ tamb&m o ser h$mano a($ndaW se. - ser h$mano vive em $ma autopoiesis com a realidade externa/ como a chama :$mberto 7at$rana.
A s$bmiss#o das ci*ncias ao cálc$lo meioW(im Ao lado da con+$ista pol0tica da terra havia aparecido o$tra con+$ista/ +$e desta vez re(eriaWse a cada $m dos componentes da terra ainda por con+$istar. A a"#o mercantil/ por $m lado/ e o m&todo das ci*ncias emp0ricas/ por o$tro/ incl$0ram todos os (atos e processos parciais para s$bmet*Wlos tamb&m ' con+$ista h$mana. Por isso/ passam a $m conceito de e(ici*ncia +$e consiste precisamente na abstra"#o desta globaliza"#o da vida real/ isto &/ abstra"#o das condi"Nes de possibilidade da vida h$mana. - mercado e o laborat;rio (azem abstra"#o da globalidade da vida h$mana/ para e(et$ar s$a a"#o. >azem abstra"#o da redondeza da terra/ do (ato de +$e nosso planeta & $m globo. S$a imagem da terra & a de $ma plan0cie in(inita na +$al se destr;i $ma parte para passar a o$tra/ sem ter n$nca $m problema do globo. L $ma imagem pr&Wptolomeica. Somente por isso pode desenvolver $ma a"#o seja cient0(ica/ seja mercantil +$e j$lga sobre o m$ndo sob o Qnico aspecto de s$a racionalidade meioW(im/ entendendo os meios e os (ins como elementos parcializados de $ma a"#o a ser calc$lada. Abstraem o (ato de +$e a realidade & condi"#o de possibilidade da vida h$mana. ,ogo/ o s$jeito deste m&todo cient0(ico & $m observador res cogitans (rente ' res extensa e o s$jeito da a"#o mercantil & $m ator red$zido ao cálc$lo das $tilidades a partir de (ins espec0(icos. Vestas teorias da a"#o n#o cabe $ma (inalidade como a condi"#o da possibilidade da vida h$mana. >alam da prod$"#o de prod$tos seg$ndo a racionalidade meioW(im/ sem (alar nem da reprod$"#o do prod$tor +$e prod$z estes prod$tos/ nem da nat$reza/ da +$al se extraem as mat&rias primas para s$a prod$"#o. 1a0 +$e em nossa ling$agem at$al se (ale $nicamente da globaliza"#o dos mercados e da e(ici*ncia/ entendendo a e(ici*ncia como $ma a"#o meioW(im restrita. 6rataWse de $ma extens#o global da abstra"#o da amea"a global existente. - m&todo cient0(ico $s$al en+$adraWse com per(ei"#o nesta globaliza"#o. V#o proporciona nada a n#o ser conhecimentos aproveitáveis no )mbito comercial. V#o pode proporcionar o$tros conhecimentos/ por+$e se$ pr;prio m&todo n#o lhe permite se+$er conhec*Wlos. !onsiste em (azer abstra"#o da globaliza"#o do m$ndo real/ e em conse+@*ncia da F
realidade como condi"#o de possibilidade da vida h$mana/ e portanto o conhecimento do m$ndo globalizado real lhe escapa. A teoria da a"#o mais conhecida ainda hoje & a de 7ax Deber/ a +$al considera tais conhecimentos como Rj$0zos de valor/ dos +$e s$stentam +$e a ci*ncia n#o os pode e n#o os deve e(et$ar. $ando Deber (ala da &tica da responsabilidade/ post$la a responsabilidade do cientista e do homem do mercado de n#o deixarWse levar por considera"Nes do tipo das +$e (izemos acerca da globaliza"#o do m$ndo real. Por isso o +$e Deber chama &tica da responsabilidade &/ de (ato/ $ma &tica da irresponsabilidade mais absol$ta. Agora/ se tanto o mercado como o laborat;rio vivem da abstra"#o da globaliza"#o do m$ndo real/ en+$anto m$ndo globalmente amea"ado/ por +$e se (ala tanto da globaliza"#o dos mercadosK
- ab$so da Rglobaliza"#o real em nome do mercado :á o$tros aspectos da globaliza"#o dos +$ais at& agora n#o (alei/ e +$e s#o destacados de modo $nilateral pela tese da globaliza"#o dos mercados. 6rataWse da globaliza"#o das mensagens/ dos cálc$los/ dos transportes/ e a conseg$inte disponibilidade do globo. Veste sentido/ (alaWse da Raldeia global. As mensagens e os cálc$los podem ser (eitos praticamente instantaneamente/ e a partir de +$al+$er l$gar do globo & poss0vel alcan"ar +$al+$er o$tro l$gar em menos de $m dia de tempo de transporte. - globo (oi posto em disponibilidade. 2sso de$ possibilidade de constit$ir mercados globais/ sobre t$do mercados (inanceiros. Por&m/ agora tamb&m & poss0vel constit$ir redes de divis#o social do trabalho plani(icadas por empresas m$ltinacionais +$e dispNem globalmente. aproveitamento desta globaliza"#o das mensagens levo$ a $ma pol0tica econHmica chamada pol0tica de globaliza"#o. Va Am&rica ,atina trataWse do +$e m$itas vezes se chama pol0tica neoliberal dos aj$stes estr$t$rais. les s#o a condi"#o imposta ao m$ndo para o ($ncionamento desta economia global\<. 6odavia se partimos de nossa análise anterior do processo de globaliza"#o real/ podemos voltar a insistir em +$e este processo de globaliza"#o dos mercados baseiaWs e na abstra"#o da globaliza"#o real. >az po$co caso dela/ e tem de (az*Wlo. A globaliza"#o dos mercados arrasa globalmente com o m$ndo. 1e (ato/ trataWse melhor dizendo de \<
%er a análise de 1iercxsens 34. F<
$ma totaliza"#o dos mercados. Im m$ndo globalizado & s$bmetido de (orma global a $ma a"#o mercantil de cálc$lo linear meioW(im/ +$e hoje se trans(orma +$i"á no maior perigo para a sobreviv*ncia h$mana. - pr;prio (ato da possibilidade de mensagens instant)neas n#o obriga a este tipo de totaliza"#o dos mercados/ ainda +$e seja a condi"#o sem a +$al n#o seria poss0vel. S#o determinados poderes os +$e impNem esta pol0tica/ +$e de nenh$ma maneira está predeterminada pelas tecnologias da com$nica"#o.
>azendo t$do o +$e dá l$cros5 o mito da e(ici*ncia Ambos/ tanto o m&todo cient0(ico como a a"#o meioW(im mercantil/ n#o podem se realizar sen#o (azendo abstra"#o da globaliza"#o no n0vel da realidade. Por conseg$inte/ (azem abstra"#o dos riscos para as condi"Nes de possibilidade da vida h$mana +$e aparecem a partir desta globaliza"#o. Ainda +$e se (ale da globaliza"#o dos mercados/ trataWse de $ma abstra"#o global da globaliza"#o no n0vel da realidade. Por&m/ ao (azer abstra"#o disso/ os e(eitos e os riscos +$e s$rgem da globaliza"#o no n0vel da realidade s#o invisibilizados. A abstra"#o n#o os (az desaparecer/ na realidade contin$am ig$ais. V#o obstante parecem sem import)ncia e podem ser apagados com (acilidade em nome de promessas vazias de progresso t&cnico. m conse+@*ncia/ n#o há $ma raz#o vis0vel para n#o seg$ir com o desenvolvimento t&cnico/ e tampo$co para colocar em dQvida s$a aplica"#o comerci al. A a"#o meioW(im do mercado e o m&todo cient0(ico $s$al conj$ramWse. L a conspira"#o do mercado e do laborat;rio. 2ncl$sive agora aparecem os mitos do progresso t&cnico em (orma nova/ como $m mito de $m progresso t#o vigoroso +$e seja capaz/ com s$as con+$istas/ de s$perar com crescimento as destr$i"Nes +$e prod$z. Aparece o princ0pio5 o +$e & e(icaz/ por isso & necessário e bom. - +$e se pode (azer/ se deve (azer. Ademais/ para saber o +$e se pode (azer há +$e (az*Wlo. Ao n#o re(letir para al&m da a"#o meioW(im/ apenas aparecem limites aceitáveis para a a"#o. A m0stica do progresso apaga todos os limites. 6rans(ormaWse no portador da e(icácia. Vo entanto/ os limites aparecem. 7as/ desde o ponto de vista da e(icácia aparecem como distor"Nes para a a"#o racional/ red$zida ' a"#o meioW(im. Portanto/ a partir desta l;gica s#o percebidas como simples Rinterr$ptores da (l$idez do mercado e a teoria das expectativas racionais as en(oca desta maneira 3,$cas Jr. e Sargent/ \4. FF
Somente a resist*ncia tra"a os limites m e(eito/ os limites n#o aparecem na l;gica desta a"#o racional red$zida/ sen#o excl$sivamente a partir da resist*ncia de seres h$manos e de movimentos de resist*ncia +$e se opNem ao processo destr$tivo res$ltante do cálc$lo meioW(im. A a"#o meioW(im n#o os descobre de por si. Por isso parecem ser o res$ltado de irracionalidades dos o$tros/ +$e n#o se s$bmetem ao +$e & a a"#o racional. Parecem os res$ltados da má vontade/ da inveja/ do Rpop$lismo. por isso tamb&m aparece como ideal da l;gica do mercado global/ a $topia de $ma sit$a"#o na +$al se conseg$e desreg$lar o$ eliminar tais Rinterr$ptores em s$a totalidade/ por+$e em apar*ncia pNe obstác$los ao ($ncionamento do livre mercado. - mercado total parece ser o máximo da racionalidade econHmica. 7esmo +$e a pr;pria a"#o meioW(im n#o desc$bra os limites/ de (ato lhe s#o opostos limites a partir da resist*ncia de pessoas a(etadas. Portanto/ esta a"#o desenvolve $m crit&rio seg$ndo o +$al & necessário estender os limites o mais poss0vel. 6oda a"#o tem +$e ser levada ao limite do poss0vel para +$e todo o poss0vel seja realizado. 6odo )mbito h$mano & s$bmetido a este pensamento da e(icácia e do aproveitamento do conhecimento at& o limite. A $ni#o do mercado e do laborat;rio trans(ormaWse em $ma (or"a totalizadora +$e chega a dominar globalmente. S$as diretrizes aparecem em todos os planos.
- limite do s$portável - general (ranc*s 7assis dizia d$rante a g$erra da Arg&lia5 a tort$ra & e(icaz^ por conseg$inte/ & necessária. 1o e(icaz passaWse ' a(irma"#o da necessidade. ntretanto/ a e(icácia implica passar ao limite. A tort$ra somente & e(icaz se leva o tort$rado at& o limite do s$portável. L como +$ando (azemos a prova de $m material. ,evaWse o objeto ao limite antes +$e se +$ebre /(aterial!erreiprobe0. V#o obstante/ o problema deste limite/ & +$e n#o se pode conhecer ex ante. $ando o material & +$ebrado sabeWse +$e se$ limite (oi $ltrapassado/ o$ seja/ ex post. Vo caso do material sabeWse ent#o at& onde ele ag@enta. Vo caso do tort$rador & di(erente. 7$itas vezes passa o limite. Por&m/ ent#o o tort$rado está morto. A e(icácia/ entretanto/ necessita deste conceito de limite/ levar a prova at& o limite. FM
1esde o come"o da ci*ncia emp0rica moderna/ a imagem do tort$rador está em se$ ber"o. :á mais de trezentos anos/ Bacon an$ncio$ as ci*ncias da nat$reza com esta imagem5 & necessário tort$rar a nat$reza para +$e solte se$s segredos. An$ncio$ as ci*ncias nat$rais como vivisse"#o cont0n$a. Poderia ter dito o mesmo +$e o general 7assis5 a tort$ra & e(icaz^ por conseg$inte/ & necessária. 1este modo Bacon responde$ ao Grande 2n+$isidor espanhol 6or+$emada/ +$e no (inal do s&c$lo % (aziaWse a seg$inte perg$nta5 L l0cito não tort$rar $m heregeK S$a perg$nta era negativa. V#o perg$ntava se era l0cito tort$rar o herege/ mas sim se era l0cito n#o o tort$rar. - mesmo dava a resposta5 n#o & l0cito n#o o tort$rar/ por+ $e desta maneira lhe ro$bar0amos a Qltima oport$nidade para salvar s$a alma eterna. - herege tinha o direito irren$nciável de ser tort$rado. Bacon $nicamente sec$larizo$ esta posi"#o pondo no l$gar da alma eterna do herege o progresso t&cnico in(inito. 1esta maneira (azWse vis0vel o (ato de +$e a 2n+$isi"#o (oi a revol$"#o c$lt$ral da +$al nasce$ a modernidade. 6amb&m 9ant se inscreve nesta tradi"#o expressa por Bacon. 1iz no Pr;logo ' seg$nda edi"#o 3\4 da Crítica da ra!ão puraT A raz#o deve ac$dir ' Vat$reza levando em $ma m#o se$s princ0pios/ seg$ndo os +$ais t#o somente os (enHmenos concordantes podem ter o valor de leis/ e na o$tra o experimento/ pensado seg$ndo a+$eles princ0pios^ assim conseg$irá ser instr$0da pela Vat$reza/ mas n#o em +$alidade de disc0p$lo +$e esc$ta t$do o +$e o 7estre +$er/ mas sim na de j$iz a$torizado +$e obriga as testem$nhas a responder 's perg$ntas +$e lhes (azem 39ant/ \4 \F. A palavra Robriga 3em alem#o ntigt4 implica o signi(icado de tort$ra. Bacon/ entretanto/ pensava na tort$ra da nat$reza incl$sive como passagem para realizar o sonho h$mano. !ont$do/ a rela"#o tort$ra/ e(icácia e o limite do s$portável estava estabelecida. ste conj$nto cont&m segredos +$e o ser h$mano tem de revelar. !omo cálc$lo de $tilidade se acha presente em toda nossa consci*ncia moderna/ na ci*ncia emp0rica e em nossas teorias. A vivisse"#o & se$ princ0pio ($ndante.
\F
%er tamb&m A$g$sto Serrano 3\F4. FO
:oje parece +$e está sendo preparado $m consenso sobre a amplia"#o deste en(o+$e da tort$ra at& ao pr;prio ser h$mano. :á alg$ns anos o Primeiro 7inistro do stado da Baixa SaxHnia 3Viedersachen4 da Alemanha/ Albrecht/ p$blico$ $m livro no +$al expHs +$e pode haver sit$a"Nes por exemplo a chantagem amea"adora para a vida por parte de $m terrorista preso nas +$ais se pode j$sti(icar a tort$ra. m X o jornal espanhol 5l País p$blico$ a seg$inte not0cia5 R- S$premo israelense a$toriza a tort$ra contra $m prisioneiro pol0tico5 Se ainda n#o o (izeram/ agentes do servi"o secreto israelense come"aram a tort$rar legalmente $m est$dante palestino/ s$bmetendoWo/ entre o$tros m&todos/ a violentas descargas como as +$e há $m ano ca$saram a morte de $m prisioneiro palestino. - (ar#o com o amparo pleno da lei israelense por meio da controvertida decis#o do S$premo 6rib$nal do stado j$de$ +$e/ revogando $ma decis#o anterior/ a$toriza os servi"os de seg$ran"a interior 3Shin Bet4 a $sar Rpress#o (0sica moderada no interrogat;rio de 7ohamed Abdel Aziz :amdán/ ac$sado de atividades terroristas 35l País= X de novembro de X5 \4. Vo mesmo jornal comentaWse5 RPress#o (0sica moderada n#o & mais +$e $m e$(emismo para a tort$ra +$e se pratica em 2srael/ s$postamente a Qnica democracia no -riente Pr;ximo. A tort$ra massiva incl$sive & apresentada como $m dar morte para +$e haja vida. Veste sentido pode servir $ma cita"#o de $m tort$rador proeminente de !amp 1elta no campo de concentra"#o em G$ant)namo. %anVatta termino$ s$a tare(a de s$perintendente de !amp 1elta em setembro/ dizia +$e hoje estava org$lhoso do +$e ele e s$as tropas conseg$iram5 R6rataWse do ano mais importante +$e jamais vivi/ por+$e esto$ convencido de +$e salvamos vidas/. 1e regresso aos stados Inidos/ para dirigir a pris#o de seg$ran"a máxima ao norte de 2ndianápolis/ dizia5 Se res$lta assim como creio +$e res$ltará/ [!amp 1elta] será considerada $ma pris#o Qnica no se estilo. Se e(etivamente +$e a in(orma"#o +$e coletamos salvo$ vidas/ será considerad o como $m dos mais ade+$ados jamais (eitos. Vo entanto/ se se comprova +$e n#o ho$ve intelig*ncia 3in(orma"#o e(icaz4/ ent#o FX
t$do será visto como a"#o de $m s$perpoder +$e $so$ se$ poder arbitrariamente 3ashington Post/ X de j$nho de
suport3vel. Guando a nature!a , destruída irreversivelmente= sabemos *ue passamos do limite. S; +$e/ ao contrário da prova do material/ $ma vez passado o limite n#o há volta atrás. Sabemos o limite ex post= Por&m este saber já n#o nos serve. L inQtil. Ving$&m pode ress$scitar a os mortos. A+$i reside o problema5 passar o limite & $m s$ic0dio coletivo da h$manidade. - cálc$lo de $tilidade devora a todos. Passado o limite do s$portável/ passo$Wse o ponto de n#oWretorno. 7eadoC/ o responsável principal do in(orme do !l$be de Eoma do ano R-s limites do crescimento= responde$ em $ma entrevista ' perg$nta de se n#o +$eria realizar hoje $m est$do de reperc$ssNes parecidas5 RPor s$(iciente tempo tratei de ser $m evangelista global/ e tive +$e aprender +$e n#o posso m$dar o m$ndo. Ademais/ a h$manidade comportaWse como $m s$icida/ e n#o tem sentido arg$ment ar com $m s$icida $ma vez se salto$ da janela 37eadoC/ \5 \4. 2sso signi(ica +$e/ seg$ndo 7eadoC/ passo$Wse o ponto de n#oWretorno +$anto ' destr$i"#o do meio ambiente. A concl$s#o correspo ndente &/ ent#o/ +$e já n#o se pode (azer nada. Por&m isso signi(ica/ por s$a vez/ +$e se pode seg$ir sem preoc$pa"Nes por+$e o res$ltado & o mesmo/ sigaWse com a destr$i"#o at$al o$ n#o. V#o obstante/ o ponto de n#oWretorno & t#o po$co calc$lável como os pr;prios limites do s$portável (rente ao processo do crescimento econHmico. Somente a morte indica haver chegado ao ponto de n#oWretorno. Por&m/ a l;gica desta arg$menta"#o & aparentemente implacável e/ portanto/ desesperante. Ao b$scar o aproveitamento do processo at& o limite do s$portável/ se o contin$a sem maiores preoc$pa"Nes. Ima vez en(rentado as cr0ticas concl$intes/ se pode s$stentar +$e se passo$ do ponto de n#oWretorno. - +$e seg$e/ &/ +$e se pode contin$ar o mesmo processo sem maiores preoc$pa"Nes. As espec$la"Nes sobre o limite do s$portável apagamWse e aparece $m processo de destr$i"#o sem nenh$m limite/ adornado pelas espec$la"Nes sobre os limites do s$portável e sobre o ponto de n#oW retorno.
F\
Vecessitamos de o$tro conceito do Qtil Ees$lta/ pois/ +$e & Qtil oporWse ao cálc$lo de $tilidade. A responsabilidade & Qtil ao oporWse a esta totaliza"#o do cálc$lo de $tilidade . L Qtil/ e por s$a vez & $ma exig*ncia &tica. A &tica e a $tilidade aparecem agora na mesma dimens#o. sta dimens#o & ao mesmo tempo a dimens#o da globaliza"#o do m$ndo real/ na +$al o assassinato & $m s$ic0dio. Seg$ndo o cálc$lo de $tilidade & Qtil arrasar as (lorestas da AmazHnia. Vo entanto/ & Qtil/ n#o (az*Wlo. 6rataWse desta $tilidade. sta parece ser a resposta. - n#o tort$rar & Qtil/ ainda +$e n#o se obtenha a in(orma"#o +$e a tort$ra poderia propiciar. L Qtil manter as rela"Nes sociais vivas/ ainda +$e haja menos l$cros. L Qtil conservar a nat$reza/ ainda +$e as taxas de crescimento sejam mais baixas. 7as realizar o +$e & Qtil &/ por s$a vez/ $ma exig*ncia da &tica. A &tica & Qtil/ entretanto encontraWse em $m con(lito constante com a maximiza"#o da $tilidade mediante o cálc$lo da $tilidade. - responsável & basearWse nesta &tica. sta posi"#o tem $m press$posto básico5 o press$posto do reconhecimento do o$tro como s$jeito al&m de +$al+$er cálc$lo de $tilidade. Eeconhecimento n#o somente do o$tro ser h$mano/ mas tamb&m de +$al+$er ser nat$ral do m$ndo +$e nos rodeia. L necessária $ma constante relativiza"#o do cálc$lo de $tilidade para asseg$rar a condi"#o de possibilidade da vida h$mana. A c$lt$ra da seg$ran"a/ da +$al hoje se (ala tanto/ n#o pode at$ar sen#o com base neste reconhecimento do o$tro. - medo & $m mal g$ia. V#o leva de nenh$ma (orma a$tomaticamente ' op"#o da seg$ran"a. !om m$ito mais probabilidade leva ao hero0smo do s$ic0dio coletivo da h$manidade/ ' marcha dos Vibel$ngos. 6emos +$e nos basear na a(irma"#o do o$tro al&m do cálc$lo da $tilidade. isso & ao mesmo tempo Qtil e responsável. Inicamente assim podem ser ($ndamentados os direitos h$manos. 2ncl$sive o reconhecimento da nat$reza al&m de +$al+$er cálc$lo de $tilidade e de n#o ser destr$0da/ & $m direito h$mano.
Bibliogra(ia Alleg/ :enri M 1a tortura 3B$enos Aires5 ditorial l $n+$e4. Assmann/ :$go e :inelammert/ >ranz J. \ A idolatria do (ercado. 5nsaio sobre 5conomia e $eologia 3S#o Pa$lo5 %ozes4. Benedetti/ 7ario Pedro y el Capit3n 37&xico5 V$eva 2magen4. F
Benjamin/ Dalter F R,a obra de arte en la &poca de reprod$cibilidad t&cnica em iscursos interrumpidos & 37adri5 6a$r$s4. Bloch/ rnst \F 5l ateismo en el cristianismo. 1a religi"n del ,xodo y del Reino 37adri5 6a$r$s4. B$chanan/ James 7. e 6$lloc/ Gordon X< $he Calculus of Consent 37ichigan5 ,ogical >o$ndations o( !onstit$tional 1emocrac=4. 1iercxsens/ Dim 1os límites de un capitalismo sin ciudadanía 3S#o Jos&5 124. Girard/ Een& \< 5l misterio de nuestro mundo. Claves para una interpretaci"n antropol"gica. i3logos con ^. (. ranz J. 8acrificios humanos y sociedad occidentalT 1ucifer y la bestia 3S#o Jos&5 124. :inelammert/ >ranz J. ,A!S-4. ,$cas/ Eobert . Jr. e Sargent/ 6homas J. \ Rational 5xpectations and the 5conometric Practice 37inneapolis5 Iniversit= o( 7innesota Press4. ,$xemb$rgo/ Eosa X 1a acumulaci"n del capital 37&xico5 Grijalbo4. 7eadoC/ 1ennos \ Rntrevista/ em er 8piegel V <. Vietzsche/ >riedrich < 1a genealogía de la moral 37adri5 Alianza4. Serrano/ A$g$sto 3\F4 $extos cl3sicos del pensamiento filos"fico y científico 36eg$cigalpa5 ditorial Iniversitaria4. S$ng/ J$ng 7o
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MTT
Perr% Anderson
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As idéias e a a#$o política na mudan#a histórica
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Pro(essor de hist;ria na Iniversidade da !ali(;rnia/ ,os Angeles 3I!,A4.
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6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
$#o importante (oi o papel das id&ias nas conv$lsNes pol0ticas +$e marcaram grandes m$dan"as hist;ricasK S#o elas meros epi(enHmenos de material de grande pro($ndidade e processos sociais/ o$ poss$em $m poder a$tHnomo decisivo como (or"as de mobiliza"#o pol0ticaK !ontrariamente 's apar*ncias/ as respostas dadas a estas perg$ntas n#o dividem (ortemente a es+$erda da direita. 7$itos conservadores e liberais exaltaram/ nat$ralmente/ a signi(ica"#o sobressalen te de nobres ideais e valores morais na hist;ria/ den$nciando a+$eles radicais +$e insistem +$e as contradi"Nes econHmicas s#o o motor da m$dan"a hist;rica/ como s$stentam os materialistas. xemplares modernos e (amosos de tal idealismo da direita incl$em (ig$ras como >riedrich 7einece/ Benedetto !roce o 9arl Popper. Para tais pensadores/ 7einece $tiliza $ma metá(ora pict;rica ao dizer +$e as id&ias/ levadas e trans(ormadas por personalidades vivas/ constit$em a tela da vida hist;rica. 7as podemos encontrar o$tras (ig$ras notáveis da direita +$e atacam as il$sNes racionalistas acerca da import)ncia de do$trinas arti(iciais esgrimindo contra elas como instancia m$ito mais d$rado$ra e signi(icativa do +$e a destinada pelos cost$mes tradicionai s o$ os instintos biol;gicos. >riedrich Vietzsche/ ,eCis Vamier/ Gar= Becer (oram todos a partir de distintos pontos de vista te;ricos de interesses materiais/ resolvidos a desacreditar ironicamente as reivindica"Nes de valores &ticos o$ pol0ticos. A teoria contempor)nea da elei"#o racional/ hegemHnica sobre extensas áreas da ci*ncia social angloWsaxHnica/ & o paradigma contempor)neo mais conhecido deste tipo. A mesma bi($rca"#o/ no entanto/ pode ser encontrada na es+$erda. Se observarmos grandes historiadores modernos da es+$erda/ encontraremos $ma completa
MT
indi(eren"a ao papel das id&ias em >ernand Bra$del/ contrastada com $m apego apaixonado a elas em E. :. 6aCne=. ntre os mesmos marxistas brit)nicos/ ning$&m con($ndiria a posi"#o de dCard 6hompson c$jo trabalho ao longo de toda s$a vida (oi $ma polemica contra o +$e via como $m red$cionismo econHmico com a+$ela de ric :obsbaCm/ +$e em s$a hist;r ia do s&c$lo n#o dedic a nenh$m cap0t$lo ao papel das id&ias. Se prestarmos aten"#o a l0deres pol0ticos/ vemos +$e a mesma oposi"#o repeteWse ainda mais en(aticamente. R- movimento & t$do/ o (im & nada/ an$ncio$ Bernstein. Poderia haver $ma desvaloriza"#o mais drástica de princ0pios o$ id&ias/ em (avor de processos objetivos absol$tosK Bernstein acreditava +$e era leal a 7arx +$ando pron$ncio$ este ditame. Vo mesmo per0odo/ ,*nin declaro$ em $ma máxima ig$almente (amosa/ de e(eito exatamente antit&tico algo +$e todo marxista deve saber5 Rsem $ma teoria revol$cionária n#o pode haver movimento revol$cionário. - contraste a+$i n#o era simplesmente entre o re(ormista e o revol$cionário. Vas (ilas da pr;pria es+$erda revol$cionária/ encontramos a mesma d$alidade. Para Eosa ,$xemb$rgo/ Rno come"o (oi a"#o^ nenh$ma id&ia preconcebida/ sen#o simplesmente a a"#o espont)nea das massas (oi o ponto de partida de toda m$dan"a hist;rica principal. -s anar+$istas n$nca deixaram de concordar com ela. Para Antonio Gramsci/ por o$tro lado/ o movimento operário n$nca poderia conseg$ir vit;rias d$rado$ras a menos +$e alcan"asse $ma ascend*ncia no plano das id&ias o +$e chamo$ $ma hegemonia c$lt$ral sobre a sociedade em se$ conj$nto/ incl$indo se$s inimigos. ` (rente de se$s respec tivos estados/ Stalin con(io$ a constr$"#o do socialismo ao desenvolvimento material de (or"as prod$tivas^ 7ao a $ma revol$"#o c$lt$ral capaz de trans(ormar mentalidades e cost$mes. !omo pode ser resolvida esta antiga oposi"#oK As id&ias v*m em di(erentes (ormas e tamanhos. As pertinentes a m$dan"as hist;ricas principa is (oram tipicamente ideologias sistemáticas. Vosso colega Gram 6herborn o(erece$ $ma elegante e penetrante taxonomia disto em $m livro c$jo mesmo t0t$lo/ A ideologia do poder e o poder da ideologia propNe $ma agenda para nosso tema. le divide as ideologias em existenciais e hist;ricas/ de tipo incl$sivo e posicional. 1estas (ormas/ a+$elas +$e tiveram o maior alcance/ espacial o$ temporal/ (oram caracterizadas por $m tra"o +$e para nosso prop;si to (oi talvez melhor captado pelo conservador ingl*s 6. S. liot/ em se$ livro 2otas para uma definição da cultura. Podemos s$bstit$ir (acilmente a palavra MT<
cultura pelo termo ideologia/ a observa"#o chave de liot (oi +$e todo grande sistema de cren"as constit$i $ma hierar+$ia de di(erentes n0veis de complexidade conceit$al/ desde constr$"Nes intelect$ais s$mamente so(isticadas acess0veis somente para $ma elite ed$cada em $m n0vel alto/ versNes mais amplas e menos re(inadas em n0veis intermediários/ at& as simpli(ica"Nes mais cr$as e elementares em $m n0vel pop$lar. 6$do isso $nido/ no entanto/ por $ma ling$agem Qnica e apoiada por $ma s&rie correspondente de práticas simb;licas. Somente $m sistema totalizador como este/ arg$mento$ liot/ merecia a denomina"#o de c$lt$ra real e era capaz de gerar grandes mani(esta"Nes art0sticas. liot pensava/ & claro/ na !ristandad e como o principal exemplo de tal sistema/ $nindo as espec$la"Nes teol;gicas mais arcanas com prescri"Nes &ticas (amiliares e ing*n$as s$persti"Nes pop$lares em $ma Qnica cren"a +$e abarcava t$do/ s$stentada por hist;rias e imagens sagradas de $m acervo com$m de (ontes b0blicas. As religiNes m$ndiais +$e emergiram na denominada Rra Axial o(erecem certamente $ma s$rpreendente primeira prova de +$al+$er hip;tese sobre o papel das id&ias nas grandes m$dan"as hist;ricas. Po$cos poderiam d$vidar do enorme impacto destes sistemas de cren"as sobre vastas áreas do m$ndo/ e ao longo do mil*nio. Vem se+$er & (ácil identi(icar s$as srcens em agita"Nes materiais o$ sociais precedentes/ em +$al+$er escala comparável/ com s$a pr;pria in(l$*ncia trans(ormadora e di($s#o. !omo m$ito podemos dizer +$e a $ni(ica"#o do m$ndo 7editerr)neo pelo imp&rio Eomano proporciono$ $m (avorável marco instit$cional para a propaga"#o de $m monote0smo $niversalista/ tal como a !ristandade/ o +$e $m nomadismo militarizado em $m entorno des&rtico sob press#o demográ(ica era provável +$e cedo o$ tarde encontrasse $ma express#o religiosa distintiva/ como o 2sl#. A despropor"#o entre ca$sas imp$táveis e conse+@*ncias comprováveis apresentaWse como $m arg$mento (orte a (avor de o$torgar $m sing$lar e ainda extraordinário poder a$tHnomo 's id&ias nas civiliza"Nes da+$ela &poca. - impacto pol0tico destas religiNes n#o era exatamente comparável. A !ristandade trans(ormo$ a partir do interior e grad$almente o $niverso imperial existente/ sem nenh$ma altera"#o signi(icativa de s$a estr$t$ra social. 7as ao criar na 2greja $m complexo instit$cional paralelo ao estado/ +$e sobrevive$ ao colapso de(initivo do imp&rio/ asseg$ro$ contin$idades c$lt$rais e pol0ticas m0nimas para o s$bse+@ente s$rgimento do (e$dalismo. - 2sl#/ por contraste/ redesenho$ de golpe o MTF
mapa pol0tico do 7editerr)neo e do -riente 7&dio em se$ conj$nto/ mediante $m ata+$e militar rel)mpago . stamos ainda na Antig@idade/ entretanto. m +$al+$er dos dois casos/ as id&ias +$e con+$istaram a regi#o o (izeram sem a+$ilo +$e logo descrever0amos como batalha de id&ias. V#o se manteve nenh$ma batalha ideol;gica s$stentada entre pag#os e crist#os/ o$ crist#os e m$"$lmanos/ posto +$e as condi"Nes de (& deram $ma volta de campana em Eoma o l !airo. A convers#o procede$ essencialmente por osmose o$ por a (or"a/ sem $m cho+$e ideol;gico artic$lado. Ao nos movermos r$mo ' &poca moderna/ as coisas s#o di(erentes. A Ee(orma Protestante/ di(erentemente dos ensinamentos de !risto o$ 7aom&/ (oi $m sistema do$trinal escrito o$ melhor dito/ $m conj$nto deles desde o princ0pio/ desenvolvido nos pol*micos textos de ,$tero/ UCinglio o$ !alvino/ antes de +$e se convertesse em $ma grande (or"a o$ em $m poder instit$cional. 7enos distantes no tempo as condi"Nes sociais e materiais de se$ s$rgimento s#o mais (áceis de serem rastreadas5 a corr$p"#o do !atolicismo Eenascentista/ o a$mento de sentimento nacional/ acesso di(erencial de estados e$rope$s ao %aticano/ a chegada da imprensa/ e etc. - impactante & agora algo di(erente5 a apari"#o da !ontraWre(orma dentro da 2greja !at;lica/ e com isto $ma acirrada l$ta ideol;gica entre os dois credos/ s$stentada nos n0veis mais altos do debate meta(0sico e intelect$al/ assim como todo meio conhecido de propaganda pop$lar devemos o termo a esta &poca/ e desatando $ma s&rie tit)nica de rebeliNes/ g$erras e g$erras civis por toda $ropa. A+$i/ se alg$ma vez/ as id&ias aparecem para desencadear e dar (orma ' m$dan"a hist;rica. 1e (ato/ nenh$ma revol$"#o s$bse+@ente seria posta em marcha t#o diretamente por +$estNes de cren"a intelect$al como o primeiro grande cataclismo na cadeia da cria"#o do estado moderno na $ropa5 a s$bleva"#o dos Pa0ses Baixos contra spanha no s&c$lo %2/ e a grande rebeli#o e a Eevol$"#o Gloriosa na 2nglaterra no s&c$lo %22. Vos tr*s casos/ o precipitante imediato da revol$"#o (oi $ma explos#o de paix#o teol;gica5 a r$pt$ra de imagens sagradas em nome da p$reza b0blica nos Pa0ses Baixos/ a imposi"#o de $ma nova devo"#o na sc;cia/ a amea"a de toler)ncia para os cat;licos na 2nglaterra. Por compara"#o/ os estalos da Eevol$"#o Americana e >rancesa no s&c$lo %222 (oram m$ito mais materialmen te determinados. m nenh$m caso $m sistema de id&ias desenvolvido motivo$ o assalto inicial sobre a velha colonial o$ monár+$ica ordem. Vas colHnias da Am&rica do Vorte estreitos interesses econHmicos antipatia pela MTM
exig*ncia de impostos para pagar os c$stos da prote"#o contra os 0ndios e (ranceses p$seram em andamento $ma rebeli#o contra a monar+$ia brit)nica^ en+$anto na >ran"a/ $ma crise (iscal disparada pelo c$sto de aj$dar os rebeldes americanos (or"o$ a convocat;ria de $ma conhecida instit$i"#o (e$dal/ os stadosWGerais/ c$jas re(ormas (oram rapidamente descartadas pela er$p"#o do descontentamento da massa no campo e nas cidades/ sob a press#o de $ma má colheita e altos pre"os de gr#os. m ambos os casos/ o colapso da velha ordem (oi $m processo n#o premeditado/ em +$e predominaram +$eixas de tipo material mais +$e ideol;gicas. Vo ($ndo/ no entanto/ jaz a c$lt$ra cr0tica da 2l$stra"#o $m enorme dep;sito de id&ias e disc$rsos potencialmente explosivos/ ag$ardando para serem ativados j$sto em tais condi"Nes de emerg*ncia. >oi este arsenal de iconoclastia preexistente +$e converte$ $ma desintegra"#o da ordem estabelecida na revol$cionária cria"#o de $m novo/ e a de $m imaginário ideol;gico com o +$al ainda vivemos hoje. -s ideais da Eevol$"#o Americana e sobret$do os da Eevol$"#o >rancesa permaneceram como ativos inspiradores para a a"#o pol0tica m$ito tempo depois de +$e as instit$i"Nes +$e cada $ma levanto$ (ossem (ossilizadas o$ es+$ecidas. Se o principal legado das religiNes m$ndiais (oi s$a introd$"#o de $ma id&ia meta(0sica de $niversalismo/ e a principal heran"a da Ee(orma a introd$"#o do individ$alismo/ o legado ideol;gico +$e deixaram as revol$"Nes no s&c$lo das ,$zes descansa essencialmente nas no"Nes de soberania pop$lar e direitos civis. stas eram ainda t#o somente os meios (ormais para a livre determina"#o da (orma de $ma sociedade/ algo +$e estava por acontecer pela primeira vez na hist;ria. A +$e devia assemelharWse essa (orma +$e estabelecia os conteQdos do bem estar coletivoK sta (oi a perg$nta +$e o advento da revol$"#o ind$strial coloco$ ao s&c$lo 2. 6r*s tipos de respostas di(erentes o(ereceramWse a ela. Para \M\/ os grandes campos de batalha da era haviam sido lan"ados. !om o (anifesto Comunista/ a $ropa (oi con(rontada com a alternativa +$e logo (oi colocada ao planeta5 capitalismo o$ socialismoK Pela primeira vez a h$manidade en(rento$Wse com princ0pios de organiza"#o social bem de(inidos e radicalmente antit&ticos. !ont$do/ existia $ma assimetria em s$a (orm$la"#o. socialismo recebe$ $ma estendida/ con($sa e a$todeclarada teoria +$e o de(inia como $m movimento pol0tico e $m objetivo hist;rico. - capitalismo/ no s&c$lo 2 e na maior parte do / raras vezes e se & +$e alg$ma vez o (ez/ menciono$ se$ pr;prio MTO
nome o termo (oi $m invento de se$s oponentes. 1e(ensores da propriedade privada/ do status *uo/ apelaram para concep"Nes mais parciais o$ tradicionais/ invocando princ0pios conservadores o$ liberais antes +$e a +$al+$er ideologia expressamente capitalista. stes estavam longe de serem $m s$bstit$to (idedigno. V#o po$cos pensadores conservadores !arl=le o 7a$rras expressaram $ma (eroz antipatia ao capitalismo^ en+$anto alg$ns te;ricos liberais 7ill o Dalras olharam com aprova"#o as versNes mais moderadas de socialismo. Se observarmos o papel das id&ias no s&c$lo 2 & claro +$e o socialismo especialmente em s$a vers#o marxista e/ portanto na vers#o materialista mais intransigente lan"o$ $ma capacidade m$ito mais mobilizadora e expansiva na a"#o pol0tica +$e se$ oponente. V#o & cas$alidade +$e ning$&m (alasse de $m movimento capitalista. - poder da ordem estabeleci da ainda descansava em $m alto gra$ na tradi"#o/ cost$me/ e (or"a mais +$e em +$al+$er conj$nto de id&ias te;ricas. m meados do s&c$lo / por o$tro lado/ o socialismo como id&ia encontrava aderentes em $m )mbito geográ(ico mais extenso +$e o alcan"ado por +$al+$er religi#o m$ndial. Vo entanto/ o $niverso ideol;gico n#o se esgoto$ por estes opostos. :avia o$tra (or"a motora importante em andamento nesta &poca/ di(erente de +$al+$er das d$as. m \M\ o nacionalismo demonstro$ ser $m movimento mobilizacionista ainda mais poderoso +$e o socialismo na $ropa. 1$as pec$liaridades o de(iniram como $ma id&ia pol0tica/ desde o princ0pio/ m$ito antes +$e se propagasse tri$n(almente ao resto do m$ndo. Por $m lado/ prod$zi$ po$cos pensadores importantes o$ srcinais/ com $ma rara exce"#o ocasional como >ichte. !omo do$trina artic$lada/ era incomparavelmente mais pobre e leviana +$e se$s dois contempor)neos. Por o$tro lado/ por se$ relativo vazio conceit$al/ era s$mamente plástica/ e podia entrar em $ma grande variedade de combina"Nes tanto com o capitalismo como com o socialismo prod$zindo ambos o chovinismo +$e desato$ a g$erra interWimperialista de M e o (ascismo +$e desencadeo$ se$ desenlace em F/ por $m lado/ e os movimentos revol$cionários de liberta"#o nacional no 6erceiro 7$ndo/ por o$tro. - tri$n(o do ideal nacional atrav&s do m$ndo demonstro$ a a$s*ncia de +$al+$er correspond*ncia necessária entre sistema e impacto^ entre a pro($ndidade intelect$al e alcance de $ma ideologia e se$ poder de mobiliza"#o no m$ndo moderno. - in0cio do s&c$lo vi$ $m gr$po de revol$"Nes importantes em estados MTX
chave na peri(eria do m$ndo imperialist a5 em ordem/ 7&xico/ !hina/ EQssia/ 6$r+$ia. las (ormam $ma signi(icativa s&rie de contrastes. - papel das id&ias em moldar a dire"#o e o res$ltado do processo revol$cionário (oi de maior import)ncia na EQssia e !hina/ a mobiliza"#o pop$lar mais (orte no 7&xico e na EQssia/ e o chamamento nacionalista mais poderoso na 6$r+$ia. A revol$"#o rep$blicana de (racasso$ na !hina/ mas o intenso (ermento intelect$al por trás dela permanece$ vivo^ tal & assim +$e trib$tários da+$ela desembocam ao (inal na revol$"#o com$nista +$e tri$n(o$ em M. A rec$pera"#o emalista na 6$r+$ia s$pHs m$ito po$cas id&ias al&m da salva"#o nacional/ antes de importar $ma variedade ecl&tica $ma vez +$e o novo regime (oi estabelecido. A Eevol$"#o E$ssa e a Eevol$"#o 7exicana de longe as maiores ins$rrei"Nes deste per0odo s#o as +$e o(erecem o contraste mais impactante. Vo 7&xico/ exploro$ $ma massiva conv$ls#o social e se estende$ pelo c$rso de $ma d&cada sem nenh$m sistema importante de id&ias nem +$e a iniciasse nem +$e emergisse dela. -bservado em termos p$ramente do$trinais/ a Qnica ideologia desenvolvida no per0odo pertence$ n#o aos revol$cionários/ mas sim ao regime +$e eles derrotaram o positivismo dos Rcientistas do Por(iriato. A+$i os atos pol0ticos em escala gigantesca (oram levados a cabo somente com no"Nes elementares de j$sti"a instit$cional o$ social5 $ma li"#o enorme a +$al+$er vis#o demasiado intelect$alista de $ma m$dan"a hist;rica dramática. Somente os mexicanos podem dizer +$e pre"o se pago$ ao (inal para a concretiza"#o da Eevol$"#o/ já +$e o estado do PE2 tomo$ (orma a partir de -breg;n em diante. A Eevol$"#o E$ssa seg$i$ $m padr#o m$ito di(erente. - zarismo (oi derrocado por $m espont)neo descontentamento de massa/ provocado pela (ome e pelas priva"Nes de g$erra $m come"o de id&ias m$ito mais inocente +$e a rebeli#o de 7adero no 7&xico. m $m prazo de po$cos meses/ os bolchevi+$es haviam chegado ao poder por agita"#o pop$lar em +$estNes n#o menos elementares +$e a+$elas +$e moveram Uapata o$ %illa5 p#o/ terra e paz. Ima vez no poder/ n#o obstante/ ,*nin e se$ partido tiveram ' s$a disposi"#o a ideologia pol0tica mais sistemática e exa$stiva da &poca. A+$i a rela"#o entre as ca$sas e a nat$reza da revol$"#o a tors#o entre srcens materiais e objetivos ideais n#o era di(erente da+$ela +$e prod$zi$ o regime jacobino do ano 22 na >ran"a/ mas era m$ito mais extrema. Ambos/ as (a"anhas e crimes do estado sovi&tico criados pelos bolchevi+$es tornaram pe+$enos a+$eles do estado do PE2/ terminando MT
sete d&cadas mais tarde em $ma morte m$ito mais apocal0ptica o pre"o de $m hom&rico vol$ntarismo ideol;gico. -s e(eitos da Eevol$"#o de -$t$bro/ & claro/ n#o se limitaram ' EQssia. Para o (inal de s$a vida/ 7arx havia previsto a possibilidade de +$e a EQssia passasse longe do desenvolvimento capitalista completo/ em $ma rebeli#o pop$lar +$e p$sesse em marcha $ma rea"#o revol$cionária em cadeia na $ropa. ssa era essencialmente a concep"#o detrás da estrat&gia de ,*nin5 nenh$ma (& na possibilidade de constr$ir socialismo em $m estado isolado e atrasado como EQssia/ mas toda esperan"a de +$e o exemplo sovi&tico detonaria revol$"Nes proletárias ao redor da $ropa/ em sociedades nas +$ais as condi"Nes materiais para $ma livre associa"#o dos prod$tores/ a $m elevado n0vel de prod$tividade ind$strial/ existiram. A hist;ria tomo$ a dire"#o contrária5 obstr$"#o a +$al+$er possibilidade de revol$"#o no avan"ado -cidente/ propaga"#o da revol$"#o em sociedades ainda mais atrasadas do ,este. !om isto/ o enorme *xito pol0tico do marxismo parecia ser a melhor re($ta"#o de s$as pr;prias press$posi"Nes te;ricas. ,onge de s$perestr$t$ras seg$indo a determina"#o de in(raWestr$t$ras econHmicas sistemas ideais re(letindo práticas materiais a ideologia do marxismoWl*ninismo/ em (orma mais o$ menos stalinista/ apresento$Wse capaz de gerar/ em cenários sem capitalismo/ sociedades s$periores a ele. 2sso de$ srcem/ dentro do pr;prio marxismo/ ' no"#o pop$lar nos anos XT e T de +$e as rela"Nes de prod$"#o de (ato tinham a primazia sobre as (or"as de prod$"#o/ ainda de(inindoWas. Por&m/ os arg$mentos de 7arx n#o seriam t#o (acilmente revertidos5 (inalmente/ as (or"as prod$tivas saborearam s$a vingan"a com o colapso da IESS/ posto +$e a maior prod$tividade econHmica das terras onde a revol$"#o deveria ter ocorrido/ mas n#o ocorre$/ termino$ por esmagar a+$elas onde sim ocorre$. $al era o l$gar das id&ias do o$tro lado da l$taK - d&(icit ideol;gico do capitalismo como ordem declarada n$nca (oi realmente remediada em s$a batalha contra o com$nismo. - termo em si mesmo contin$o$ pertencendo essencialmente ao inimigo/ como $ma arma contra o sistema antes +$e s$a pr;pria a$todescri"#o. m meados do s&c$lo/ no entanto/ o come"o da G$erra (ria coloco$ $ma batalha (rontal e terminal entre dois blocos antagHnicos/ o +$e re+$eria $ma disposi"#o ideol;gica a $m n0vel completamente novo de e(icácia e intensidade. - res$ltado (oi a rede(ini"#o Rstandard no -cidente dos termos do con(lito5 n#o se tratava de capitalismo vers$s MT\
socialismo/ mas sim de democracia contra totalitarismo/ o$ o 7$ndo livre contra a+$ele pre(ig$rado no livro de George -rCell/ 9:;]. $ais+$er +$e (ossem as maiores hipocrisias desta constr$"#o o assim chamado R7$ndo ,ivre incl$i$/ & claro/ m$itas ditad$ras militares e estados policiais elas se correspondiam com vantagens reais do -cidente VorteWatl)ntico sobre o -riente stalinista. Va compet*ncia entre os blocos/ a bandeira da democracia (oi $m ativo decisivo ali onde menos a necessitava/ entre as pop$la"Nes de sociedades de capitalismo avan"ado/ +$e necessitavam po$ca pers$as#o em rela"#o ' pre(er*ncia das condi"Nes sob as +$ais viviam. 6eve $m e(eito m$ito menor/ por ;bvias razNes/ no m$ndo exWcolonial/ semiWcolonial/ at& há po$co dominado de (orma desp;tica pelas mesmas democracias ocidentais. Va $ropa -riental/ e e(etivamente em $m gra$ menor na Ini#o Sovi&tica/ as imagens de -rCell tiveram mais resson)ncia/ e as emissNes de Radio 'ree 5urope o$ Radio 1iberty/ predicando os m&ritos da democracia norteWamericana/ contrib$0ram desde o in0cio ' vit;ria (inal na G$erra >ria. !ont$do/ a raz#o central do tri$n(o do capitalismo sobre o com$nismo descansa mais pr;ximo do lar/ no magnetismo de $m cons$mo material de n0veis m$ito mais elevados +$e ao (inal arrasto$ n#o somente as massas desvalidas mas tamb&m as elites b$rocráticas do bloco sovi&tico os privilegiados tanto como/ o$ talvez mais/ +$e os indigentes irresistivelmente ' ;rbita do -cidente. Para diz*Wlo simplesmente5 a vantagem comparativa do R7$ndo ,ivre +$e determino$ o res$ltado do con(lito (ica no dom0nio do shopping mais do +$e na vota"#o. - (inal da G$erra (ria tro$xe $ma con(ig$ra"#o totalmente nova. Pela primeira vez na hist;ria/ o capitalismo proclamaWse como tal/ em $ma ideologia +$e an$ncia a chegada a $m ponto (inal no desenvolvimento social/ com a constr$"#o de $ma ordem ideal baseada no livre mercado al&m do +$al n#o se pode imaginar nenh$ma melhora s$bstancial. 6al & a mensagem central do neoliberalismo/ o sistema de cren"as hegemHnicas +$e domino$ o m$ndo d$rante a d&cada passada. S$as srcens encontramW se na &poca imediata ao p;sWg$erra. Va+$ele momento a ordem estabelecida no -cidente estava ainda obcecada pelo shoc da grande 1epress#o e en(rentado com os (ortalecidos movimentos laborais +$e s$rgiam depois da Seg$nda G$erra 7$ndial. Para evitar o perigo de +$al+$er retorno ' Primeira/ e para integrar as pressNes ac$m$ladas d$rante a Seg$nda/ os governos adotaram por todas as partes pol0ticas econHmicas e sociais desenhadas para controlar o ciclo econHmico/ s$stentar o emprego/ e o(erecer MT
alg$ma seg$ran"a material aos menos pr;speros. - controle da demanda e=nesiana e do bem estar socialWdemocrata eram o selo da &poca/ asseg$rando maiores n0veis de interven"#o estatal e redistrib$i"#o (iscal +$e a+$eles jamais vistos no m$ndo capitalista. Blas(emando contra esta ortodoxia governante/ $ma minoria de pensadores radicais den$ncio$ todo tipo de dirigismo como (atal no longo prazo para o dinamismo econHmico e para a liberdade pol0tica. >riedrich %on :a=e (oi o l0der intelect$al e o principal organizador deste dissenso neoliberal/ re$nindo esp0ritos companheiros de todo o m$ndo em $ma rede de in(l$*ncia semiclandestina/ a Sociedade de 7ont Pelerin. Por $m +$arto de s&c$lo/ esse agr$pamento permanece$ ' margem de $ma opini#o respeitável e se$s pontos de vista desatendidos o$ ridic$larizados. !om o come"o da crise estag(lacionária no princ0pio dos anos T/ e o deslize da economia capitalista m$ndial ' prolongada recess#o das s$bse+@entes d&cadas/ entretanto/ esta rigorosa e intransigente do$trina ad+$iri$ $ma extraordinária gravita"#o. Para os anos oitenta/ a direita radical havia tomado o poder nos stados Inidos e na Gr# Bretanha/ e por todas as partes os governos estavam adotando prescri"Nes neoliberais para (azer (rente ' crise5 corte de impostos diretos/ desreg$la"#o de mercados laborais e (inanceiros/ debilita"#o de sindicatos/ privatiza"#o de servi"os pQblicos. :a=e/ $m pro(eta sem honras em s$a pr;pria terra d$rante os anos cin+@enta e sessenta/ era agora consagrado por Eeagan/ 6hatcher e o$tros che(es de estado como o visionário prático da &poca. - colapso do com$nismo sovi&tico ao (inal da d&cada aparece$ como a reivindica"#o ade+$ada de s$a cren"a s$stentada por longo tempo de +$e o socialismo n#o era mais +$e $m Rpr&Wconceito otimista/ mas (atal. Por&m/ (oi nos anos noventa/ +$ando a Ini#o Sovi&tica já havia desaparecido e Eeagan e 6hatcher haviam abandonado a cena/ +$e o dom0nio neoliberal alcan"o$ se$ apoge$. Por hora/ sem o campo de (or"a RamigoWinimigo da G$erra (ria e sem nenh$ma necessidade da direita radical estar no poder/ (oram governos de centroWes+$erda no m$ndo capitalista avan"ado +$e impert$rbavelmente perseg$iram as pol0ticas neoliberais de se$s predecessores/ com $m abrandamento da ret;rica e o$torgando concessNes sec$ndárias/ mas ainda assim com $ma tend*ncia pol0tica consistente tanto na $ropa como nos stados Inidos. A prova de $ma verdadeira hegemonia como oposta a $ma mera domina"#o & s$a habilidade para dar (orma a id&ias e a"Nes/ n#o tanto de se$s de(ensores declarados/ mas sim de se$s adversários nominais. Aparentemente/ os MT
regimes de !linton e Blair/ de Schroeder e 1Alema/ sem (alar de !ardoso e 1e la EQa/ chegaram ao poder rep$diando as d$ras do$trinas de ac$m$la"#o e ini+@idade +$e reinaram nos anos oitenta. Va prática/ eles as preservaram. Al&m da trans(ig$ra"#o da centroWes+$erda na zona do Atl)ntico Vorte/ a hegemonia neoliberal estende$Wse no mesmo per0odo aos rincNes mais distantes do planeta. PodemWse encontrar (ervorosos admiradores de :a=e o$ >riedmam em minist&rios da (azenda em +$al+$er l$gar de ,a Paz a Beijing/ de A$cland a Vova 1elhi/ de 7osco$ a Pretoria/ de :elsin+$e a 9ingston. - recente livro de 1aniel ergin $he Commanding +eights/ o(erece $ma recorrida panor)mica da Rgrande trans(orma"#o de nosso tempo/ t#o radical e 's vezes de alcances in(initamente maiores a +$e 9arl Polan=i descrevesse ao escrever acerca do advento do liberalismo clássico na &poca %itoriana. 1i(erentemente de Polan=i/ o relato de ergin sobre a vit;ria m$ndial do neoliberalismo está carregado de ent$siasmo pela m$dan"a libertadora +$e trazem os mercados livres. J$nto a eles aparece o seg$ndo principal s$cesso da d&cada passada5 a cr$zada pelos direitos h$manos cond$zida pelos stados Inidos e pela Ini#o $rop&ia. V#o todo intervencionismo & desaprovado pela ordem neoliberal5 se o tipo de economia & reprovado/ a esp&cie militar & praticada e apla$dida como n$nca antes. Se a G$erra do Gol(o/ evidentemente levada a cabo para asseg$rar os interesses do -cidente no petr;leo respondia ainda a $m padr#o mais velho/ se$ desenlace estabelece$ novos par)metros. - blo+$eio ao 2ra+$e/ com $ma inacreditável intensi(ica"#o de bombardeios por parte de !linton e Blair/ (oi $ma iniciativa Rh$manitária p$ramente p$nitiva. desencadeamento em grande escala da g$erra nos Bálc#s com $m bombardeio a&reo rel)mpago sobre a 2$goslávia n#o necessito$ das Va"Nes Inidas nem se+$er para dissim$lar a a"#o da -6AV/ at& depois do evento. m nome dos direitos h$manos/ a lei internacional (oi rede(inida $nilateralmente para ignorar a soberania de +$al+$er estado menor +$e incorresse no desgosto de Dashington o$ Br$xelas. L a vers#o do neoliberalismo de centroWes+$erda +$e pHs em marcha esta escalada de prepot*ncia militar. !ont$do/ a vis#o essencial do poder imperial estava ali na pr;pria do$trina srcinal. :a=e/ depois de t$do/ (oi pioneiro no conceito do bombardeio a pa0ses contrários ' vontade angloWamericana/ exigindo ata+$es a&reos rel)mpago sobre o 2r# em e Argentina em \<. A concep"#o de hegemonia gramsciana poder de pers$as#o ideol;gica en(atizo$ o consentimento +$e ($ncionava M
para garantir a estabilidade e previsibilidade de $ma ordem social. Por&m/ n#o (oi n$nca s$a inten"#o minimizar/ m$ito menos es+$ecer/ se$ necessário respaldo na repress#o armada. m s$a opini#o consentimento mais coer"#o era a (;rm$la plena de $ma ordem hegemHnica. - $niverso neoliberal da d&cada passada re$ni$ amplamente ambos os re+$isitos. :oje n#o há alternativa a isto/ como $m sistema governante de id&ias de alcance planetário. stamos nos re(erindo ' ideologia pol0tica mais exitosa na hist;ria m$ndial. :á a+$eles +$e com paix#o imp$gnariam semelhante opini#o. As s$postas obje"Nes contra esta dizem mais o$ menos o +$e seg$e. 1evemos estar alertas/ se diz/ contra os perigos de s$perestimar a in(l$*ncia de do$trinas neoliberais como tais. 1esde o in0cio/ os tempos m$daram a partir dos anos cin+@enta e sessenta. -s mercados ad+$iriram mais poder ' c$sta dos estados/ e a classe trabalhadora n#o & mais a (or"a +$e alg$ma vez (oi. ntretanto/ nos pa0ses avan"ados/ ao menos/ o gasto pQblico contin$a sendo elevado e os sistemas de assist*ncia permanecem mais o$ menos intactos. AlteraramWse m$ito menos do +$e pode parecer na s$per(0cie. L $m erro pensar +$e as id&ias neoliberais marcaram $ma di(eren"a signi(icativa5 constantes sociol;gicas de grande pro($ndidade mantiveram o consenso do p;sWg$erra em se$ l$gar. 1e (ato/ ainda no reino das id&ias/ m$itos mais pol0ticos hoje recha"am mais +$e rati(icam a cr$el e estreita medicina do neoliberalismo/ c$jo raio de atra"#o at$al & m$ito estreito. 1epois de t$do/ n#o deixaram isto claro !linton e Blair +$e tentaram inventar $ma R6erceira %ia/ expressamente e+@idistante de ambos/ do neoliberalismo e do antigo estilo estatistaK 1esta (orma/ o +$e há do (irme compromisso de Gerhard Schroeder por $m 2eue (itte $m novo !entro o$ a (orte declara"#o de princ0pios por parte de ,ionel Jospin a (avor de $ma economia de mercado/ mas n#o/ en(aticamente n#o/ de $ma sociedade de mercadoK 2ncl$sive na EQssia/ n#o de$ o Presidente P$tin signos alentadores de $ma criativa combina"#o de liberdades de mercado com as melhores tradi"Nes E$ssas de $m estado (orteK 6al &/ mais o$ menos/ a mensagem de consolo pr;ximo a n;s por bem intencionados experts de es+$erda. - recente livro de John Gra= 'alse a-n o(erece $m exemplo elo+@ente ao respeito. 1estas obje"Nes/ alg$mas t*m mais peso +$e o$tras. L per(eitamente certo/ obviamente/ +$e n#o se deve atrib$ir 's id&ias neoliberais $m poder mágico de pers$as#o pol0tica em si mesmo. !omo todas as grandes ideologias/ esta tamb&m re+$er M<
$ma s&rie de práticas materiais instr$mentais e rit$ais como se$ ($ndamento social. A base prática da hegemonia neoliberal encontraWse hoje na primazia do cons$mo de bens e servi"os mercantilizados na vida diária de sociedades capitalistas contempor)neas/ alcan"ando novos n0veis de intensidade nos passados vinte anos^ e no a$mento da espec$la"#o como $m eixo central de atividade econHmica em mercados (inanceiros em n0vel m$ndial/ penetrando nos poros do tecido social com a prática do mareting massivo de ($ndos m$t$alistas e de pensNes $m desenvolvimento do +$e somente estamos testem$nhando o come"o en+$anto iniciaWse a propagar da Am&rica do Vorte a $ropa e ao hemis(&rio S$l. Se o gasto pQblico nos estados capitalistas avan"ados permanece alto/ tornaWse agora crescentemente h0brido e dil$0do por imbrica"Nes com capital privado +$e se estendem a todo tipo de servi"o de hospitais a prisNes e a arrecada"#o de impostos/ a+$eles +$e alg$ma vez haviam sido/ seg$ndo o pa0s em +$est#o/ considerados campos invioláveis de a$toridade pQblica o$ provis#o coletiva. A hegemonia neoliberal n#o prescreve $m programa espec0(ico de inova"Nes/ +$e podem variar signi(icativamente de $ma sociedade a o$tra/ como determinar os limites do +$e & poss0vel em +$al+$er $ma delas. A melhor medida de se$ dom0nio e in(l$*ncia geral & a con(ormidade de todos os governos do Vorte/ independentemente de s$a cor pol0tica at$am com reg$laridade como $m chacal +$e acompanha os maiores animais de rapina do -cidente. Por isso/ a Vor$ega aj$da a consolidar o dom0nio israelense na Palestina^ a >inl)ndia negociando o bombardeio da 2$goslávia^ a S$&cia Rcombatendo a (ome no 2ra+$e^ a 1inamarca instalando $m viceWrei em 9osovo. vazio absol$to da ret;rica da R6erceira %ia/ como $ma s$posta alternativa ao neoliberalismo/ & a prova mais nominal/ de imperativos do blo+$eio militar/ da oc$pa"#o e interven"#o no 7eio -riente o$ nos Bálc#s5 os regimes socialWdemocratas da scandinávia/ por exemplo/ +$e $ma vez teve $ma rep$ta"#o de certa independ*ncia em pol0tica exterior/ agora seg$ra de s$a contin$ada ascend*ncia. $ais s#o as li"Nes desta hist;ria para a es+$erdaK Primeiro e principal/ +$e as id&ias contam no balan"o da a"#o pol0tica e dos res$ltados da m$dan"a hist;rica. Vos tr*s grandes casos de impacto ideol;gico moderno5 2l$stra"#o/ marxismo/ neoliberalismo/ o padr#o (oi o mesmo. m cada caso desenvolve$Wse $m sistema de id&ias/ com $m alto gra$ de so(istica"#o/ em condi"Nes de isolamento inicial do e tens#o com entorno pol0tico circ$ndante e com po$ca o$ sem nenh$ma esperan"a de MF
in(l$*ncia imediata. >oi somente ao prod$zirWse o estalido de $ma crise objetiva m$ito importante/ da +$al nenh$m destes sistemas (oi responsável/ +$e rec$rsos intelect$ais s$bjetivos ac$m$lados grad$almente nas margens de calmas condi"Nes ad+$iriram s$bitamente $ma (or"a intensa como ideologias capazes de ingerir diretamente sobre o c$rso dos acontecimentos. 6al (oi o padr#o nos anos de T/ T e \T. $anto mais radical e intransigente era o corpo de id&ias/ tanto mais impet$osos eram se$s e(eitos no contexto das t$rb$lentas condi"Nes da &poca. :oje estamos em $ma sit$a"#o na +$al $ma Qnica ideologia dominante governa a maior parte do m$ndo. A resist*ncia e o dissenso est#o longe de estar mortos/ mas carecem ainda de +$al+$er artic$la"#o pol0tica sistemática e intransigente. Po$co virá/ s$gere a experi*ncia/ de m$dan"as d&beis o$ acordos e$(em0sticos com rela"#o ao estado de coisas existente/ como os +$e hoje poderiam imp$lsionar m$itas (or"as pol0ticas +$e aparecem representando $ma c$lt$ra aggiornada da es+$erda. - +$e & necessário/ e +$e n#o ocorrerá de noite ' manh#/ & $m esp0rito totalmente di(erente5 $ma análise cá$stica/ resolvida/ se & necessário br$tal do m$ndo tal +$al &/ sem concess#o 's arrogantes demandas da direita/ os mitos con(ormistas do centro/ o$ tampo$co ' devo"#o bem pensante de m$itos na es+$erda. As id&ias incapazes de comover o m$ndo tamb&m s#o incapazes de sac$diWlo. 2sso n#o signi(ica $m (echamento sectário/ incl$sive perante tentativas limitadas de (azer estalar o presente consenso. A R6erceira %ia de Blair/ !linton o$ !ardoso & $m conceito em bancarrota/ con(eccionado por ad$ladores e redatores de disc$rsos no Primeiro 7$ndo e adotados como $ma servil imita"#o no 6erceiro 7$ndo. Brasil está provavelmente preparado para o(erecer ao m$ndo $m laborat;rio para provar a viabilidade de dissidentes em condi"Nes contempor)neas/ +$ando a depend*ncia econHmica com stados Inidos & m$ito mais pro($nda +$e no passado. 7as & po$co provável +$e a presid*ncia e o parlamento sejam o Qnico o$ incl$sive o principal recipiente de id&ias novas e radicais neste pa0s. V#o como $m programa desde cima/ mas sim como $ma (or"a desde baixo/ o desa(io do movimento zapatista iniciando novas (ormas de a"#o e com$nica"#o $ma radical reorganiza"#o de atos/ palavras e s0mbolos dese+$ilibro$ o sistema nas (ormas mais inesperadas e criativas +$e em +$al+$er o$tra parte do continente. S$as limita"Nes s#o bastante evidentes. 7as/ se estamos atrás de $m ponto de partida para $ma reinven"#o de id&ias da es+$erda/ s#o em (or"as nacionais como estas/ e movimentos internacionais como o >;r$m Social MM
7$ndial/ +$e elas podem ser b$scadas.
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&deology of Po-er and the Po-er of &deology
3,ondres5 %erso4. ergin/ 1aniel e StanislaC/ Joseph \ $he Comma nding +eights 3Vova 2or+$e5 Touchstone4.
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PAD/E 5UA/D (E!"DA">A E >!PED>A'>S! E! /E!PS (E G'BA'>AHI
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Ellen !ei4sins 6ood
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"apitalismo e democracia
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Pro(essora de !i*ncia Pol0tica na Iniversidade de or/ 6oronto.
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6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es
Eecentemente ministrei $ma con(er*ncia sobre o novo imperialismo e se$s e(eitos negativos para a democracia na medida em +$e os stados Inidos contin$am tentando consolidar s$a hegemonia global $nilateral. Vessa ocasi#o/ concl$0 s$gerindo +$e a democracia estava se convertendo/ como n#o (azia há m$ito tempo/ em $ma amea"a para o capitalismo. Apesar de t$do o +$e nos disseram sobre a Rglobaliza"#o e a decad*ncia do stadoWna"#o/ o capital global depende mais do +$e n$nca de $m sistema global de mQltiplos stados locais. 1e modo +$e as l$tas locais e nacionais por $ma democracia real e $ma verdadeira m$dan"a do poder de classe tanto no interior como (ora do estado podem o(erecer $ma amea"a real ao capital imperialista. Alg$&m na plat&ia perg$nto$5 por +$e o capitalismo n#o pode contin$ar tolerando este tipo de democracia (ormal com a +$al esteve convivendo d$rante $m longo tempo no m$ndo do capitalismo avan"adoK Por +$e esta deveria o(erecer alg$m perigo real ao capitalismo globalK A +$est#o n#o era/ de (ato/ irrelevante. Pelo contrário/ a hist;ria da democracia moderna/ especialmente na $ropa -cidental e stados Inidos/ (oi inseparável do capitalismo. ntretanto/ isto (oi assim somente por+$e o capitalismo crio$ $ma rela"#o inteiramente nova entre poder pol0tico e econHmico +$e torna imposs0vel +$e a domina"#o de classe se mantenha coexistindo com os direitos pol0ticos $niversais. L o capitalismo +$e torno$ poss0vel $ma democracia limitada/ R(ormal antes +$e Rs$bstantiva/ algo +$e n$nca (oi (act0vel antes. & por isso +$e o capital pHde tolerar alg$m tipo de democracia. 7e$ objetivo nessa con(er*ncia n#o era a(irmar +$e o capitalismo n#o pode tolerar a democracia (ormal embora n#o dev*ssemos desprezar os ata+$es sobre as liberdades civis +$e est#o tendo l$gar precisamente agora nos M
stados Inidos. A+$ilo +$e pretendia e pretendo s$blinhar a+$i & +$e nas condi"Nes do capitalismo global at$al e do novo imperialismo/ a democracia pode amea"ar converterW se em algo mais +$e $m regime meramente (ormal. Para me explicar/ retomarei brevemente $m arg$mento sobre a rela"#o entre o capitalismo e a democracia +$e aparece em me$ livro emocracia contra o capitalismo. 2nteressaWme deixar claro desde o come"o +$e para mim/ o capitalismo & em s$a análise (inal incompat0vel com a democracia/ se por Rdemocracia entendemos tal como o indica s$a signi(ica"#o literal/ o poder pop$lar o$ o governo do povo. V#o existe $m capitalismo governa do pelo poder pop$lar no +$al o desejo das pessoas seja privilegiado aos dos imperativos do ganho e da ac$m$la"#o e/ no +$al/ os re+$isitos da maximiza"#o do bene(0cio n#o ditem as condi"Nes mais básicas de vida. - capitalismo & estr$t$ralmente antit&tico em rela"#o ' democracia/ em princ0pio/ pela raz#o hist;rica mais ;bvia5 n#o existi$ n$nca $ma sociedade capitalista na +$al n#o tenha sido atrib$0do ' ri+$eza $m acesso privilegiado ao poder. !apitalismo e democracia s#o incompat0veis tamb&m/ e principalmente/ por+$e a exist*ncia do capitalismo depende da s$jei"#o aos ditames da ac$m$la"#o capitalista e 's Rleis do mercado das condi"Nes de vida mais básicas e dos re+$isitos de reprod$"#o social mais elementares/ e esta & $ma condi"#o irred$t0vel. 2sso signi(ica +$e o capitalismo necessariamente sit$a cada vez mais es(eras da vida cotidiana (ora do par)metro no +$al a democracia deve prestar conta de se$s atos e ass$mir responsabilidades. 6oda prática h$mana +$e possa ser convertida em mercadoria deixa de ser acess0vel ao poder democrático. 2sso +$er dizer +$e a democratiza"#o deve ir da m#o da Rdesmercantiliza"#o. 7as desmercantiliza"#o por de(ini"#o signi(ica o (inal do capitalismo. ssa & minha posi"#o e +$ero deixáWla a+$i assentada com clareza. ntretanto/ em nossos dias estamos acost$mados a $sar a palavra Rdemocracia em $m sentido di(erente ao at& a+$i expresso/ e o capitalismo & o +$e tem (eito esta rede(ini"#o poss0vel na teoria e na prática. 1e modo +$e me permitam $mas palavras sobre este processo de rede(ini"#o. m primeiro l$gar/ simplesmente direi $ma o$ d$as palavras sobre o tratamento mais $s$al do termo democracia. stamos todos (amiliarizados com os $sos mais de(eit$osos a+$ele +$e/ por exemplo/ admite +$e o governo dos stados Inidos considera o !hile de A$g$sto Pinochet como $m regime mais democrático +$e o !hile M\
presidido por Salvador Allende/ presidente pop$larmente eleito. $ero adicionar $m comentário a respeito das de(ini"Nes mais benignas sobre a democracia. A+$elas no"Nes convencionais +$e tendem a identi(icar democracia com constit$cionalismo/ prote"#o das liberdades civis/ e $m governo limitado a classe de no"Nes +$e (re+@entemente esc$tamos descritas como direitos democráticos. -ra/ essas s#o todas concep"Nes boas diante das +$ais n;s/ os socialistas/ dever0amos estar m$ito mais atentos do +$e (re+@entemente estivemos no passado. 7as as pessoas/ o demos/ como poder pop$lar esteve visivelmente a$sente desta de(ini"#o de democracia. Va verdade/ n#o existe inconsist*ncia ($ndamental alg$ma entre o governo constit$cional/ as normas do stado de direito e as regras das classes proprietárias. - ponto central desta de(ini"#o de democracia & limitar o poder arbitrário do stado a (im de proteger o indiv0d$o e a Rsociedade civil das interven"Nes indevidas de este. 7as nada se diz sobre a distrib$i"#o do poder social/ +$er dizer/ a distrib$i "#o de poder entre as classes. m realidade/ a *n(ase desta concep"#o de democracia n#o se encontra no poder do povo/ mas sim em se$s direitos passivos/ n#o assinala o poder pr;prio do povo como soberano/ mas sim no melhor dos casos aponta para a prote"#o de direitos individ$ais contra a inger*ncia do poder de o$tros. 1e tal modo/ esta concep"#o de democracia (ocaliza meramente o poder pol0tico/ abstraindoWo das rela"Nes sociais ao mesmo tempo em +$e apela a $m tipo de cidadania passiva na +$al o cidad#o & e(etivamente despolitizado. Por exemplo/ consid erem os disc$rsos dos governos das sociedades capitalistas avan"adas Gr#WBretanha/ stados Inidos/ sobre as re(ormas democráticas +$ando estas tendem a restringir os direitos dos sindicatos. -s representantes destes governos dizem estar de(endendo os direitos democráticos dos indiv0d$os contra a opress#o coletiva 3exercida pelo sindicato4. Veste sentido lembro vivamente/ como d$rante a greve de mineiros brit)nicos a meados dos anos oitenta/ o Partido 6rabalhista ataco$ os mineiros como se eles (ossem inimigos da democracia essencialmente por+$e s$as a"Nes eram Rexcessivamente pol0ticas. A pol0tica & algo +$e (azem os representantes eleitos no Parlamento. -s indiv0d$os privados se comprometem politicamente s; no momento em +$e votam. -s trabalhadores e os sindicatos deveriam apegarWse a s$as pr;prias es(eras de compet*ncia e a s$as l$tas Rind$striais em se$s l$gares de trabalho. Veste marco/ ainda o direito de votar n#o & concebido realmente como $m exerc0cio M
ativo do poder pop$lar/ mas sim como a exec$"#o de mais $m direito passivo. 1e $ma maneira o$ de o$tra/ ent#o/ as concep"Nes dominantes de democracia tendem a5 s$bstit$ir a a"#o pol0tica com cidadania passiva^ en(atizar os direitos passivos em l$gar dos poderes ativos^ evitar +$al+$er con(ronta"#o com concentra"Nes de poder social/ partic$larmente se (or com as classes dominantes/ e (inalmente/ despolitizar a pol0tica. Para contar como isto acontece$ tratarei de sintetizar o relato de $ma longa hist;ria. !omecemos/ por retomar a id&ia srcinal grega de Rdemocracia. 6omemos/ por exemplo/ a de(ini"#o do Arist;teles5 democracia & $ma constit$i"#o na +$al Ros nascidos livres e pobres controlam o governo sendo ao mesmo tempo $ma maioria. (il;so(o grego disting$i$ a democracia da oligar+$ia/ de(inindo a seg$nda como o regime de governo no +$al Ros ricos e bem nascidos controlam o governo sendo/ ao mesmo tempo/ $ma minoria. - crit&rio social pobreza em $m caso/ ri+$eza e nobreza no o$tro desempenham $m papel central em ambas as de(ini"Nes e preponderante ainda em rela"#o ao crit&rio n$m&rico. Im antigo historiador +$e conhe"o s$geri$ incl$sive +$e/ ao menos para se$s oponentes 3+$e podem ter sido a+$eles +$e inventaram o termo4/ a democracia signi(ico$ algo análogo ' Rditad$ra do proletariado/ em $m sentido pejorativo do termo. L obvio/ ele n#o +$is dizer +$e existia $m proletariado no sentido moderno na Gr&cia antiga. speci(icamente/ o +$e apontava era s$blinhar +$e para os oponentes da democracia esta (orma do poder do povo era $ma (orma de domina"#o/ o poder da gente com$m sobre os aristocratas. 2sto implicava a s$bmiss#o da elite ' massa. L obvio/ nesta trama/ +$e devemos dizer +$e & complexo aplicar a palavra democracia a $ma sociedade com escravid#o em grande escala e na +$al as m$lheres n#o tinham direitos pol0ticos. 7as & importante compreender +$e a maioria dos cidad#os atenienses trabalha va para viver^ e trabalhavam em oc$pa"Nes +$e os cr0ticos da democracia consideravam como v$lgares e servis. A id&ia de +$e a democracia consisti$ no imp&rio de $ma classe ociosa dominando $ma pop$la"#o de escravos & simplesmente errHnea. sse (oi o ponto central da oposi"#o antidemocrática. -s inimigos da democracia odiavam este regime sobre t$do por+$e o$torgava poder pol0tico ao povo (ormado por trabalhadores e pobres. Va verdade/ poder0a mos dizer +$e o t;pico +$e dividia os setores democráticos M
dos antidemocráticos era se a m$ltid#o o$ o povo trabalhador deviam ter direitos pol0ticos/ se tais pessoas seriam capazes de elaborar j$lgamentos pol0ticos. ste & $m tema recorrente n#o s; na Gr&cia antiga/ mas tamb&m nos debates sobre a democracia ao longo da maior parte da hist;ria ocidental. A perg$nta constante dos cr0ticos da democracia era basicamente a seg$inte5 se as pessoas +$e devem trabalhar para viver poss$em o tempo para re(letir sobre pol0tica^ mas/ al&m disso/ se a+$eles +$e nasceram com a necessidade de trabalhar para sobreviver podem ser o s$(icientemente livres de mente o$ independentes de esp0rito para realizar j$lgamentos pol0ticos. Para os atenienses democráticos/ por o$tro lado/ $m dos princ0pios primordiais da democracia se s$stentava na capacidade e no direito de tais pessoas de realizarem j$lgamentos pol0ticos e de (alarem sobre eles em assembl&ias pQblicas. les incl$sive tinham $ma palavra para isto/ isegoria/ +$e signi(ica Rig$aldade e Rliberdade de express#o 3e n#o s; esta Qltima no sentido em +$e n;s a entendemos na at$alidade4. sta id&ia distintiva +$e transcende$ da democracia grega/ entretanto/ n#o encontra paralelo em nosso pr;prio vocab$lário pol0tico. VoteWse/ por exemplo/ a di(eren"a entre a antiga id&ia de cidadania ativa e a at$al variante mais passiva +$e venho desenvolvendo. 2ncl$sive/ a no"#o de liberdade de express#o como n;s a conhecemos tem a ver com a a$s*ncia de inter(er*ncias em nosso direito de di($ndir nossas opiniNes. A no"#o de ig$aldade de express#o/ tal como a entendiam os atenienses/ relacionavaWse com o ideal de participa"#o pol0tica ativa de pobres e trabalhadores. 1e modo +$e a id&ia grega de ig$aldade de express#o sintetiza as principais caracter0sticas da democracia ateniense5 a *n(ase em $ma cidadania ativa^ e se$ en(o+$e sobre a distrib$i"#o do poder de classe. Agora bem/ as obje"Nes (eitas pelos antigos antidemocráticos (oram reiteradas $ma e o$tra vez nos Qltimos s&c$los. Veste sentido/ a democracia contin$o$ sendo simplesmente $ma má palavra entre as classes dominantes. A perg$nta & ent#o5 como a democracia deixo$ de ser $ma má palavra/ ainda entre as classes dominantesK seg$idamente5 como se torno$ poss0vel tanto como necessário/ ainda para essas classes dirigentes reivindicarWse como democráticasK -bviamente $ma das principais respostas se relaciona com as l$tas pop$lares +$e event$almente (izeram imposs0vel contin$ar negando direitos pol0ticos primitivos 's massas/ e partic$larmente ' classe trabalhadora. Ima vez +$e isto acontece$/ as M<
classes dominantes tiveram +$e adaptarWse 's novas condi"Nes/ tanto pol0tica como ideologicamente. !om o in0cio das campanhas eleitorais de massas no (inal do s&c$lo 2/ os antidemocráticos di(icilmente podiam ser abertamente honestos em rela"#o a se$s sentimentos antipop$lares. $e candidato podia dizer a se$s votantes +$e os considerava m$ito estQpidos e ignorantes para escolher por eles mesmos o +$e era o melhor em pol0tica e +$e s$as demandas eram t#o abs$rdas como perigosas para o ($t$ro do pa0sK Perg$ntavaWse ric :obsbaCm. Assim/ repentinamente/ todos eram democráticos. ntretanto/ há mais nesta hist;ria. 7$ito ocorre$ antes do s&c$lo 2 +$e habilito$ a possibilidade desta nova estrat&gia ideol;gica. xistiram m$dan"as materiais e estr$t$rais +$e modi(icaram o signi(icado e conse+@*ncias da democracia. Precisamente estas m$dan"as asseg$raram +$e/ +$ando a democratiza"#o moderna teve l$gar especialmente sob a (orma do s$(rágio $niversal n#o representasse tanta di(eren"a como a +$e poderia ter provocado previamente/ o$ como +$em l$to$ por ela tivessem esperado. !omo tratarei de explicar/ o capitalismo possibilito$ +$e os direitos pol0ticos se convertessem em $niversais sem a(etar ($ndamentalmente ' classe dominante. !onsideremos as implic)ncias da democracia no m$ndo antigo. m cada sociedade pr&via ao desenvolvimento do capitalismo/ onde +$er +$e a explora"#o tenha existido (oi alcan"ada pelo +$e 7arx chamo$ Rmeios extraWeconHmicos. m o$tras palavras/ a capacidade de extrair maisWvalia dos prod$tores diretos depende$ de $ma (orma o$ de o$tra da coer"#o direta exercida pela s$perioridade militar/ pol0tica e j$r0dica da classe exploradora. m m$itas destas sociedades/ os camponeses (oram os principais prod$tores diretos/ e contin$aram com a posse dos meios de prod$"#o/ como a terra. As classes dirigentes os exploravam essencialmente mediante a monopoliza"#o do poder pol0tico e militar/ 's vezes mediando alg$ma classe de estado centralizado +$e cobrava impostos aos camponeses^ o$ incl$sive mediante alg$ma o$tra classe de poder militar e j$risdicional +$e lhes permitia extrair maisWvalia destes por s$a condi"#o dependente de serventes o$ peNes +$e lhes imp$nha aceitar $m con(isco na (orma de renda para se$s senhores. m o$tras palavras/ o poder econHmico e pol0tico se ($ndiam/ e ho$ve sempre $ma divis#o/ mais o$ menos clara/ entre dirigent es e prod$tores/ entre +$em detinha o poder pol0tico e os +$e comp$nham a sociedade trabalhadora. M<<
7as na antiga democracia ateniense/ os camponeses e o$tros prod$tores diretores participavam do poder pol0tico/ e isto debilitava drasticamente o poder de explora"#o dos ricos o$ classes apropriad oras. Vesta democracia/ as classes prod$toras n#o s; tinham direitos pol0ticos sem precedentes/ mas tamb&m/ e pela mesma raz#o/ $m gra$ de liberdade ig$almente sem antecedentes em rela"#o ' explora"#o por meio de impostos e renda. nt#o/ a import)ncia da democracia era econHmica ao mesmo tempo em +$e pol0tica. 6$do isto m$do$ com o desenvolvimento do capitalismo. A capacidade de explora"#o dos capitalistas n#o depende diretamente de se$ poder pol0tico o$ militar. !ertamente/ os capitalistas necessitam do s$stento do stado/ mas se$s poderes de extra"#o de maisWvalia s#o p$ramente econHmicos. S$stentaWse em $m (ato básico5 os trabalhadores desposs$0dos da propriedade de se$s meios de prod$"#o est#o (or"ados a vender s$a (or"a de trabalho por $m salário para conseg$ir acessar a ditos m&dios e proc$rar s$a s$bsist*ncia. - poder pol0tico e o econHmico n#o est#o $nidos da mesma (orma em +$e estavam anteriormente. Ap;s e at& agora existe $ma es(era econHmica distintiva/ com se$ pr;prio sistema de comp$ls#o e coer"#o/ s$as pr;prias (ormas de domina"#o/ s$as pr;prias hierar+$ias. - capital/ por exemplo/ controla o l$gar de trabalho/ e tem $m manejo sem precedentes do processo de trabalho. / & obvio/ existem as (or"as do mercado/ mediante as +$ais o capital localiza o trabalho e os rec$rsos. Venh$m destes elementos está s$jeito ao controle democrático o$ rendi"#o de contas. A es(era pol0tica concebida como o espa"o onde as pessoas se comportam em se$ caráter de cidad#o antes +$e como trabalhadores o$ capitalistas está separada do )mbito econHmico. As pessoas podem exercitar se$s direitos como cidad#os sem a(etar m$ito o poder do capital no )mbito econHmico. Ainda em sociedades capitalistas com $ma (orte tradi"#o intervencionista do stado/ os poderes de explora"#o do capital cost$mam (icar intactos pela amplia"#o dos direitos pol0ticos. 1estarte/ & ;bvio +$e a democracia nas sociedades capitalistas signi(ica algo m$ito di(erente do +$e (oi srcinalmente n#o simplesmente por+$e o signi(icado da palavra m$do$ mas sim por+$e tamb&m o (ez o mapa social em s$a totalidade. As rela"Nes sociais/ a nat$reza do poder pol0tico e s$a rela"#o com o poder econHmico/ e a (orma da propriedad e m$daram. Agora & poss0vel ter $m novo tipo de democracia +$e M
está con(inada a $ma es(era p$ramente pol0tica e j$dicial a+$ilo +$e alg$ns denominam democracia (ormal sem destr$ir os alicerces do poder de classe. - poder social passo$ 's m#os do capital/ n#o s; em raz#o de s$a in(l$*ncia direta na pol0tica/ mas tamb&m por s$a incid*ncia na (abrica/ na distrib$i"#o do trabalho e dos rec$rsos/ assim como tamb&m via os ditames do mercado. 2sto signi(ica +$e a maioria das atividades da vida h$mana (ica (ora da es(era do poder democrático e da presta"#o de contas.
6odas estas trans(orma"Nes/ & obvio/ n#o aconteceram da noite para o dia/ e o
processo n#o teve $ma evol$"#o nat$ral e inevitável. >oi desa(iado a cada passo do caminho. Vos dias iniciais do capitalismo/ n#o era t#o claro +$e os e(eitos do poder pol0tico estariam ao (inal t#o limitados. Va+$eles anos iniciais/ no s&c$lo %22 e ainda no s&c$lo %222/ m$itos dos temas básicos/ especialmente vinc$lados com os direitos de propriedade/ ainda estavam irresol$tos o$ eram (erventemente desa(iados. A massa da pop$la"#o n#o era ainda $m proletariado desposs$0do s$jeito ao mero poder econHmico do capital. -s grandes proprietários ainda dependiam m$ito do controle do stado para s$stentar o processo de ac$m$la"#o da terra/ a expropria"#o dos pe+$enos prod$tores/ a extin"#o dos direitos cons$et$dinários das gentes e a mesma rede(ini"#o do direito de propriedade. Va+$eles dias/ a soberania pop$lar poderia ter marcado $ma di(eren"a m$ito mais ampla +$e a +$e pode obter na at$alidade. Va+$ele tempo/ ainda parecia e na verdade era essencial para a classe dirigente manter a antiga di(erencia"#o entre governantes e prod$tores/ entre exploradores/ politicamente privilegiados/ e classes exploradas/ sem direitos pol0ticos. 1e todas as (ormas/ em meados do s&c$lo 2/ +$ando o desenvolvimento do capitalismo (oi m$ito mais avan"ado na Gr#WBretanha/ a l$ta pelo voto (oi $ma parte importante das l$tas da classe trabalhadora especialmente para os !artistas na 2nglaterra. 7as o mais interessante (oi +$e depois da tentativa (r$strad a do !artismo/ a l$ta pelos direitos pol0ticos o$ democráticos deixo$ de ser central para as l$tas da classe trabalhadora. V#o +$er dizer +$e o povo abandono$ toda l$ta pol0tica/ mas os movimentos da classe trabalhadora cada vez em maior medida desviaram s$a aten"#o 's l$tas de caráter ind$strial. !ertamente em parte por motivo da repress#o exercida pelo stado. ntretanto/ no me$ entender/ existe $ma raz#o estr$t$ral mais pro($nda. Para a seg$nda metade do s&c$lo 2/ o mapa social tinha m$dado já o s$(iciente para M
trans(ormar as regras da pol0tica. Vesse contexto/ a +$est#o da propriedade tinha se resolvido a (avor do capital e existia na 2nglaterra $ma massa proletária de trabalhadores/ sem propriedade. Al&m disso/ o capitalismo ind$strial tinha avan"ado o s$(iciente para +$e o capital ganhasse controle no local de trabalho e no processo trabalhista. m o$tras palavras/ a con(orma"#o de $ma es(era econHmica mais o$ menos separada com se$ pr;prio sistema de poder se realizo$. 1e modo +$e o tema primordial para a classe trabalhadora parecia estar concentrado na prod$"#o. $ando (inalmente aparece$ o s$(rágio/ poder0amos dizer (oi $m momento de anticl0max. Por s$a vez/ cost$maWse dizer +$e as revol$"Nes modernas n#o aconteceram neste tipo de capitalismo ind$strial avan"ado/ onde o centro da oposi"#o se translado$ ao local do trabalho e o stado tem a apar*ncia de Rne$tralidade/ mas sim em l$gares onde o stado & ainda m$ito claramente $m instr$mento de explora"#o. At& a+$i descrevi principalmente o caso brit)nico/ como primeiro sistema de capitalismo ind$strial com $m proletariad o massivo. 7as o caso dos stados Inido s & especialmente sing$lar e importante para entender o +$e acontece$ com o conceito moderno de democracia. Vos stados Inidos/ por razNes hist;ricas m$ito espec0(icas/ os direitos pol0ticos (oram distrib$0 dos mais amplamente e m$ito antes no processo de desenvolvimento capitalista incl$sive com anteced*ncia ao s$rgimento de $m proletariado massivo. $ando a !onstit$i"#o dos stados Inidos (oi redigida/ as classes proprietárias eram conscientes dos perigos da extens#o dos direitos pol0ticos/ mas as velhas estrat&gias $sadas por o$tras classes dirigentes já n#o podiam ser $tilizadas. A exist*ncia de $m corpo cidad#o ativo s$rgido do per0odo colonial e da Eevol$"#o tornava imposs0vel a op"#o de lhes negar se$s direitos pol0ticos na nova !onstit$i"#o/ n#o podia manterWse nada parecido ' antiga separa"#o entre dirigentes e prod$tores/ entre $ma elite politicamente privilegiada e $ma massa sem op"#o ao voto. As classes proprietárias adotaram $ma estrat&gia di(erente/ $ma estrat&gia ideol;gica e constit$cional +$e tornasse m$ito mais (act0vel limitar o dano +$e ocasionaria a extens#o dos direitos pol0ticos. Precisamente esta estrat&gia teve pro($ndos e d$rado$ros e(eitos em nossa moderna de(ini"#o de democracia. -s pais ($ndadores 3 founding fathers4 dos stados Inidos rede(iniram a democracia. (etivamente rede(iniram se$s dois componentes essenciais o demos o$ o povo e o ratos o$ o poder. - demos perde$ se$ signi(icado de classe e se converte$ em M
$ma categoria pol0tica antes +$e $ma social. o ratos (oi tornado compat0vel com a alienação do poder pop$lar^ +$er dizer/ o oposto ao +$e signi(icava para os antigos atenienses. Ainda +$e deixemos de lado a excl$s#o de escravos e m$lheres/ a rede(ini"#o americana de democracia implico$ diluir o poder pop$lar/ incl$indo o poder dos cidad#os varNes +$e constit$0am o povo o$ a na"#o pol0tica. PermitamWme/ nesta inst)ncia/ deixar algo bem claro. Va verdade/ a democracia desagradava aos pais ($ndadores da !onstit$i"#o norteWamericana e estes n#o +$eriam constr$ir $ma. m rigor/ di(erenciavam claramente s$a RrepQblica da democracia como esta era entendida convencionalmente. ntretanto/ a inger*ncia de elementos mais democráticos pressiono$ o debate e eles (oram (or"ados a $ma m$ta"#o ret;rica/ assim em certas ocasiNes eles denominavam a s$a repQblica como $ma Rdemocracia representativa. Vesta nova concep"#o de democracia/ o demos o$ Rpov o era crescentemente despojado de se$ signi(icado social. As novas condi"Nes hist;ricas tornaram poss0vel dotar o Rpovo de $m signi(icado p$ramente pol0tico. - povo já n#o era a gente com$m/ os pobres/ mas sim $m corpo de cidad#os +$e gozam de certos direitos civis com$ns. S$a partic$lar concep"#o de representa"#o proc$ro$ expandir a dist)ncia entre as pessoas e o poder/ at$ar como (iltro entre as pessoas e o stado e incl$sive identi(icar a democracia com o governo o$ mandato dos ricos como por exemplo/ (ez Alexander :amilton +$ando arg$mento$ contra a representa"#o Rat$al e insisti$ em +$e os comerciantes eram os representantes nat$rais dos artes#os e trabalhadores. 1e modo +$e/ os pais ($ndadores norteWamericanos criaram $m cidadania passiva/ $ma cole"#o de cidad#os Ro povo concebido como $ma massa de indiv0d$os atomizados n#o como $ma categoria social como o demos ateniense mas sim como $m gr$po de indiv0d$os isolados com $ma identidade pol0tica divorciada de s$as condi"Nes sociais/ especialmente no +$e se re(ere a se$ pertencimento de classe. As elei"Nes trans(ormaramWse no Rtodo as elei"Nes aonde cada indiv0d$o at$a s;/ n#o $nicamente em termos de privacidade mas tamb&m em isolamento com rela"#o a todos os o$tros. m tal circ$nst)ncia/ o voto individ$al s$bstit$i +$al+$er tipo de poder coletivo. 2sso & tamb&m/ sem dQvida/ o +$e os governos trataram de obter com s$as propostas de re(ormas sindicais. Se os sindicatos devem existir/ & melhor +$e estejam (ormados por membros isolados/ sem contato entre si/ em vez de membros +$e exercem M
se$ poder como coletivo. 1e maneira +$e nos stados Inidos se invento$ $ma nova concep"#o de democracia (ormada por m$itos indiv0d$os partic$lares e isolados +$e ren$nciavam a se$ poder para delegáWlo em alg$&m mais e des(r$tar de (orma passiva de certos direitos c0vicos e liberdades básicas. m o$tras palavras/ eles inventaram $m conceito de cidadania passiva/ dissocializada e/ incl$sive/ despolitizada. 7as pelo menos a democracia era de(inida ainda como o governo do povo 3governo Rdo/ por e para o povo4/ ainda +$ando o povo se converte$ em $ma categoria social ne$tra e se$ governo era extremamente d&bil e indireto. Vo s&c$lo seg$inte/ haveria o$tros desenvolvimentos no conceito de democracia. - +$e observamos no s&c$lo 2 & a crescente identi(ica"#o da democracia com o liberalismo/ a crescente tend*ncia para m$dar o (oco de disc$ss#o sobre a democracia da id&ia de poder pop$lar para os tipos de limites constit$cionais e direitos passivos já mencionados. stes direitos e limites s#o/ como disse/ coisas boas em si mesmas/ mas n#o s#o por si mesmas necessariamente democráticos. Ao +$e me re(iro a+$i & ' estrat&gia ideol;gica de red$"#o e identi(ica"#o da democracia com tais limites e direitos liberais. Precisamente com esta estrat&gia aparece toda $ma nova hist;ria da democracia +$e em l$gar de tra"ar o progresso do poder pop$lar orienta e convoca nossa aten"#o para algo distinto. Vo s&c$lo 2/ a democracia (oi tratada como $ma amplia"#o dos princ0pios constit$cionais antes +$e como $ma expans#o do poder pop$lar. 6ratavaWse de $ma disp$ta entre dois princ0pios pol0ticos e n#o do res$ltado de $ma l$ta de classes o$ entre (or"as sociais senhores vers$s camponeses/ capital vers$s trabalho. Por exemplo/ o grande pensador liberal/ J. S. 7ill descreve$ o progresso pol0tico em termos do con(lito entre a$toridade e liberdade o$ bem a+$ilo +$e em ocasiNes ele denomino$ o imp&rio da viol*ncia vers$s o imp&rio da lei o$ a j$sti"a. V#o se tratava da disp$ta entre ricos e pobres o$ entre exploradores e classes exploradas. Vestas hist;rias/ a *n(ase n#o está posta na ascens#o da gente com$m/ o demos/ a altos n0veis de poder social. Pelo contrário/ o acento está posto na limita"#o do poder pol0tico e a prote"#o contra a tirania e sobre a crescente libera"#o do cidad#o individ$al em rela"#o ao stado/ das reg$la"Nes com$nais e das identidades e la"os tradicionais. -s her;is nestas hist;rias n#o s#o +$em tem l$tado pelo poder das pessoas 3os levellers/ os chartists/ os M<
sindicatos/ os socialistas/ etc.4. m se$ l$gar/ nossos her;is pertencem 's classes proprietárias +$e conceberam para n;s nossa !arta 7agna a t#o lembrada Eevol$"#o Gloriosa de X\\ na 2nglaterra e a !onstit$i"#o dos stados Inidos. L certo +$e/ especialmente desde a Seg$nda G$erra 7$ndial/ as sociedades capitalistas avan"adas alg$mas mais +$e o$tras adicionaram $ma nova dimens#o ' id&ia de democracia/ sob a (orma de assist*ncia social. Alg$mas pessoas ainda (alam sobre o desenvolvimento dos direitos sociais e de $ma Rcidadania social. Agora bem/ embora este (ato tenha sido de grande import)ncia para corrigir o dano ca$sado pelo capitalismo/ no (inal de nossa exposi"#o/ interessaWnos assinalar +$e incl$sive esta cidadania social & concebida em termos de direitos passivos. Vovamente/ todas estas m$dan"as no conceito de democracia (oram poss0veis devido 's caracter0sticas do capitalismo/ pela rela"#o partic$lar entre capital e trabalho e tamb&m pela espec0(ica rela"#o capitalista entre as es(eras econHmica e pol0tica. nt#o onde estamos sit$ados na at$alidadeK Pois bem/ os movimentos anticapitalistas at$ais instalaram a democracia no centro de se$s debates de $ma (orma +$e n#o (oi sempre verdadeiramente de es+$erda. esta identi(ica"#o do anticapitalismo com a democracia parece s$gerir +$e estes movimentos v*em $ma contradi"#o ($ndamental entre capitalismo e democracia/ mas isto n#o signi(ica o mesmo para todos. 1e $m lado/ por exemplo/ est#o a+$eles para +$em a democracia & compat0vel com $m capitalismo re(ormado/ no +$al as grandes corpora"Nes s#o socialmente mais conscientes e prestam contas ' vontade pop$lar/ e onde certos servi"os sociais s#o cobertos por instit$i"Nes pQblicas e n#o pelo mercado/ o$ pelo menos s#o reg$lados por alg$ma ag*ncia pQblica +$e deve prestar contas. ssa concep"#o pode ser menos anticapitalista +$e antineoliberal o$ antiglobaliza"#o. 1o o$tro lado/ há a+$eles +$e acreditam +$e/ ainda +$ando & sempre cr$cial l$tar por +$al+$er re(orma democrá tica poss0vel na sociedade capitalista/ o capitalismo & em ess*ncia incompat0vel com a democracia pessoalmente sit$oWme nesta Qltima perspectiva. xiste o$tro problema adicional. 7$itos da es+$erda anticapitalista acreditam +$e o velho terreno das l$tas pol0ticas já n#o está em jogo por ca$sa da globaliza"#o. stadoWna"#o/ +$e estava acost$mado a ser a arena principal das pol0ticas democráticas/ está abrindo caminho ' globaliza"#o/ de modo +$e ter0amos +$e encontrar alg$ma o$tra possibilidade de nos opor ao capital se & +$e cabe pensar nesta possibilidade. M<\
A varia"#o mais recente neste tema & a proposta (eita por :ardt e Vegri em se$ livro &mp,rio. les nos dizem +$e o poder do capital imperial está em todas partes e em nenh$ma. - 2mp&rio/ dizem/ & $m Rn#oWl$gar. devido ao (ato de n#o haver pontos tang0veis de concentra"#o do poder capitalista/ n#o pode existir realmente $m contrapoder. Veste sentido/ & +$e temos +$e pensar as pol0ticas de oposi"#o em termos di(erentes/ embora os a$tores n$nca deixem de todo claro o +$e isto possa signi(icar. :ardt e Vegri s#o m$ito mais espec0(icos sobre o tipo de l$tas +$e n#o acreditam poss0veis e entre elas incl$em os con(litos locais e nacionais/ as l$tas dos movimentos de trabalhadores e alg$mas o$tras. 7$ita gente no movimento anticapitalista v* em &mp,rio $m mani(esto otimista para s$as pol0ticas/ mas no me$ entender trataWse j$stamente do contrário. Va minha opini#o/ parece expressar $m pro($ndo pessimismo sobre a possibilidade de $ma l$ta democrática e anticapitalista. Acredito +$e est#o e+$ivocados. L simplesmente (also +$e n#o existam pontos tang0veis de concentra"#o do poder capitalista. V#o & verdade +$e o estado territorial +$e conhecemos encontreWse em decl0nio (rente ' economia global. Pelo contrário/ acredito +$e o capital depende mais do +$e n$nca de $m sistema de stados locais +$e administrem o capitalismo global.
- problema do stado no capitalismo internacional & mais complicado dado +$e
o capitalismo global n#o poss$i $m stado internacional +$e o s$stente e/ at& o momento tampo$co acredito +$e constr$a tal stado. A (orma pol0tica da globaliza"#o n#o & $m stado internacional/ mas sim $m sistema de vários stados nacionais^ de (ato/ considero +$e a ess*ncia da globaliza"#o & $ma crescente contradi"#o entre o alcance global do poder econHmico capitalista e o m$ito mais limitado alcance dos stados territoriais +$e o capitalismo necessita para s$stentar as condi"Nes de ac$m$la"#o. Precisamente esta contradi"#o tamb&m & poss0vel e necessária por a+$ela divis#o pr;pria do capitalismo entre economia e pol0tica. m res$mo/ me$ arg$mento s$stenta +$e o +$e estamos presenciando no novo imperialismo norteWamericano & $m es(or"o cont0n$o para lidar com a contradi"#o entre a es(era de a"#o do poder econHmico e a cont0n$a depend*ncia do capital de $m sistema global de stados territoriais. 2sto &/ sem dQvida $m perigo para o m$ndo em se$ conj$nto/ mas/ por s$a vez/ está nos dizendo algo mais. A+$i estive explicando o +$e torna o capitalismo compat0vel com certo tipo de democracia e o +$e torna poss0vel +$e M<
as classes dominantes aceitem esta circ$nst)ncia devido ' separa"#o das es(eras em pol0tica e econHmica. ssa sit$a"#o tem tornado poss0vel a toler)ncia dos partidos da classe trabalhadora na pol0tica/ incl$sive sem ter estado n$nca de acordo com esta id&ia. 7as/ al&m disso/ s$stentei +$e esta velha separa"#o (oi desbaratada por+$e o capital internacional necessita do stado mais +$e n$nca para organizar os circ$itos econHmicos +$e o capital n#o pode dirigir por si pr;prio. Por+$e o capital depende/ talvez hoje mais +$e n$nca/ de $m sistema global de stados^ as l$tas verdadeiramente democráticas entendidas como l$tas para trocar o e+$il0brio de poder de classe tanto dentro como (ora do stado podem chegar a ter $m e(eito m$ito maior +$e em &pocas anteriores.
Bibliogra(ia Aristotle F9:9] 3Eio de Janeiro5 Paz e 6erra4. Dood/ llen 7eisins
MFT
Pablo González "asanova
∗
"olonialismo interno 8uma rede,inição9 ∗
∗∗
Soci;logo e polit;logo mexicano. 1iretor do !entro de 2nvestiga"Nes
2nterdisciplinares em !i*ncias e :$manidades da Iniversidade Vacional A$tHnoma do 7&xico 3IVA74 e Pes+$isador m&rito da mencionada $nidade acad*mica. ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva.
Va hist;ria do capitalismo m $ma de(ini"#o concreta da categoria colonialismo interno/ t#o signi(icativa para as novas l$tas dos povos/ se re+$er precisar5 primeiro/ +$e o colonialismo interno dáWse no terreno econHmico/ pol0tico/ social e c$lt$ral^ seg$ndo/ como evol$i o colonialismo interno ao longo da hist;ria do stadoWna"#o e do capitalismo^ terceiro/ como se relaciona o colonialismo interno com as alternativas emergentes/ sist*micas e antiW sist*micas/ em partic$lar as +$e concernem ' Rresist*ncia e ' Rconstr$"#o de a$tonomias dentro do stadoWna"# o/ assim como ' cria"#o de v0nc$los 3o$ ' a$s*ncia de v0nc$los4 com os movimentos e (or"as nacionais e internacionais da democracia/ da libera"#o e do socialismo. - colonialismo interno (oi $ma categoria tab$ para distintas correntes ideol;gicas. Para os ide;logos do imperialismo por+$e n#o podem conceber +$e se d*em rela"Nes de com&rcio ine+@itativo desig$aldades e explora"#o nem em $m plano internacional nem em n0vel interno. Para os ide;logos +$e l$tam com os movimentos de liberta"#o nacional o$ pelo socialismo por+$e/ $ma vez no poder/ es+$ecidos do pensamento dial&tico o$ carentes do mesmo/ n#o aceitam reconhecer +$e o stadoWna"#o +$e dirigem o$ ao +$e servem/ mant&m e renova m$itas das estr$t$ras coloniais internas +$e prevaleciam d$rante o dom0nio colonial o$ b$rg$*s. mais/ estes ide;logos com raz#o advertem como o imperialismo o$ a b$rg$esia aproveitam as contradi"Nes entre o governo nacional e as nacionalidades neoWcolonizadas para debilitar e desestabilizar toda vez +$e podem os estados s$rgidos da revol$"#o o$ das l$tas de liberta"#o/ e esses arg$mentos/ +$e s#o válidos/ servemWlhes tamb&m como MF
pretexto para oporWse 's l$tas das Rminorias nacionais/ das Rnacionalidades/ o$ dos Rpovos srcinais sem +$e a correla"#o de (or"as s$bsistente seja alterada nem lhes permita modi(icáWla em $m sentido libertador +$e incl$a a desapari"#o das rela"Nes coloniais no interior do stadoWna"#o. A de(ini"#o do colonialismo interno está srcinalmente ligada a (enHmenos de con+$ista/ em +$e as pop$la"Nes de nativos n#o s#o exterminadas e (ormam parte/ primeiro do stado colonizador e depois do stado +$e ad+$ire $ma independ*ncia (ormal/ o$ +$e inicia $m processo de liberta"#o/ de transi"#o para o socialismo/ o$ de recoloniza"#o e regresso ao capitalismo neoliberal. -s povos/ minorias o$ na"Nes colonizadas pelo stadoWna"#o so(rem condi"Nes semelhantes 's +$e os caracterizam no colonialismo e no neocolonialismo em n0vel internacional5 4 habitam em $m territ;rio sem governo pr;prio^ <4 encontramWse em sit$a"#o de desig$aldade (rente 's elites das etnias dominantes e das classes +$e as integram^ F4 s$a administra"#o e responsabilidade j$r0dicoWpol0tica concernem 's etnias dominantes/ 's b$rg$esias e oligar+$ias do governo central o$ aos aliados e s$bordinados do mesmo^ M4 se$s habitantes n#o participam dos mais altos cargos pol0ticos e militares do governo central/ salvo em condi"#o de Rassimilados^ O4 os direitos de se$s habitantes/ s$a sit$a"#o econHmica/ pol0tica social e c$lt$ral s#o reg$lados e impostos pelo governo central^ X4 em geral os colonizados no interior de $m stadoWna"#o pertencem a $ma Rra"a distinta da +$e domina o governo nacional e +$e & considerada Rin(erior/ o$ ao cabo convertida em $m s0mbolo Rlibertador +$e (orma parte da demagogia estatal^ 4 a maioria dos colonizados pertence a $ma c$lt$ra distin ta e n#o (ala a l0ng$a Rnacional. Se como a(irmara 7arx R$m pa0s se enri+$ece 's c$stas de o$tro pa0s ig$al a R$ma classe se enri+$ece 's c$stas de o$tra classe/ em m$itos stadosWna"#o +$e prov*m da con+$ista de territ;rios/ chameWse 2mp&rios o$ EepQblicas/ a essas d$as (ormas de enri+$ecimento j$ntamWse as do colonialismo interno 37arx/ XF5 lOO/ 6omo 24. Va &poca moderna o colonialismo interno tem antecedentes na opress#o e explora"#o de alg$ns povos por o$tros/ desde +$e a artic$la"#o de distintos (e$dos e dom0nios caracter0stica da (orma"#o dos reinos/ somo$Wse no s&c$lo %22/ ' Eevol$"#o 2nglesa e ao poder das b$rg$esias. -s acordos mais o$ menos livres o$ (or"ados das velhas e novas classes dominantes criaram mist$ras das antigas e das novas (ormas de domina"#o e apropria"#o do excedente e deram l$gar a (orma"Nes sociais nas +$ais (oi MF<
prevalecendo cada vez mais o trabalho assalariado (rente ao trabalho servil/ sem +$e este e o escravo desaparecessem. A crescente import)ncia da l$ta entre d$as classes/ a b$rg$esia e o proletariado/ se de$ com toda clareza na primeira metade do s&c$lo 2. A partir de ent#o/ a l$ta de classes oc$po$ $m papel central para explicar os (enHmenos sociais. Por&m/ amiQde se extrapolo$ se$ comportamento/ seja por+$e pensava +$e a hist;ria h$mana cond$zia do escravismo/ ao (e$dalismo/ ao capitalismo/ seja por+$e n#o se reparava no (ato de +$e o capitalismo ind$strial somente permitia (azer generaliza"Nes sobre $ma parte da h$manidade/ seja por+$e n#o se advertia +$e o capitalismo clássico estava s$jeito a $m ($t$ro de media"Nes e reestr$t$ra"Nes da classe dominante e do sistema capitalista pelo +$al a+$ela b$scaria (ortalecerWse (rente aos trabalhadores. m todo caso/ no pr;prio pensamento clássico marxista/ prevalece$ a análise da domina"#o e explora"#o dos trabalhadores pela b$rg$esia (rente ' análise da domina"#o e explora"#o de alg$ns pa0ses por o$tros. !om a evol$"#o da socialWdemocracia e s$a coopta"#o pelos grandes poderes coloniais/ n#o somente se aten$o$ e at& se es+$ece$ a análise de classe/ mas tamb&m se acent$o$ o menosprezo pelas inj$sti"as do colonialismo. st$dos como o de J. A. :obson 3T<4 sobre o imperialismo (oram verdadeiramente excepcionais. Somente com a Eevol$"#o E$ssa coloco$Wse por s$a vez $ma l$ta contra o capitalismo e contra o colonialismo. Por parte dos povos coloniais o$ dependentes d$rante m$ito tempo s$rgiram movimentos de resist*ncia e rebeli#o com caracter0sticas predominantemente partic$laristas. Vo princ0pio do s&c$lo alg$mas revol$"Nes de independ*ncia e nacionalistas come"aram a ser exemplares/ como a !hinesa o$ a 7exicana. !ont$do/ os (enHmenos de colonialismo interno/ ligados ' l$ta pela liberta"#o/ pela democracia e pelo socialismo somente se deram mais tarde. Apareceram ligados ao s$rgimento da nova es+$erda dos anos sessenta e a s$a cr0tica mais o$ menos radical das contradi"Nes em +$e haviam incorrido os estados dirigidos pelos com$nistas e pelos nacionalistas do 6erceiro 7$ndo. Ainda assim/ podeWse dizer +$e n#o (oi sen#o at& (im do s&c$lo +$ando os movimentos de resist*ncia e pela a$tonomia das etnias e dos povos oprimidos ad+$iriram $ma import)ncia m$ndial. 7$itos dos movimentos de etnias/ povos e nacionalidades n#o somente s$peraram a l;gica de l$ta tribal 3de $ma tribo o$ etnia contra o$tra4/ e n#o somente (izeram $niNe s de etnias oprimidas/ mas tamb&m colocaram $m projeto sim$lt)neo de l$tas pela MFF
a$tonomia das etnias/ pela liberta"#o nacional/ pelo socialismo e pela democracia. A constr$"#o de $m estado m$ltiW&tnico se vinc$lo$ ' constr$"#o de R$m m$ndo (eito de m$itos m$ndos +$e teria como protagonistas os povos/ os trabalhadores e os cidad#os. Vesse projeto destacaramWse os conceitos de resist*ncia e de a$tonomia dos povos zapatistas do 7&xico 3González !asanova/ M e
-bstác$los e s$cessos na de(ini"#o
-s primeiros apontamentos do colonialismo interno encontramWse na pr;pria obra de ,*nin. m M/ ,*nin se interesso$ em expor a sol$"#o do problema das nacionalidades e das etnias oprimidas do stado zarista para o momento em +$e tri$n(asse a revol$"#o bolchevi+$e. Vesse ano escreve$ RSobre o direito das na"Nes ' a$todetermina"#o^ em X escreve$ especi(icamente sobre RA revol$"#o socialista e o direito das na"Nes ' a$todetermina"#o 3,*nin/ \O4. ,*nin tento$ Revitar a preponder)ncia da EQssia sobre as demais $nidades nacionais 3,*nin/ \O5 FXT/ 6omo %24. >ez ver +$e a 2nternacional Socialista devia Rden$nciar implacavelmente as cont0n$as viola"Nes da ig$aldade das na"Nes e garantir os direitos das minorias nacionais em todos os stados capitalistas 3,*nin/ \O5 <MW/ 6omo 2224. Vo (im da g$erra coloco$ a necessidade de $ma l$ta sim$lt)nea contra o panWeslavismo/ o nacionalismo e o patriotismo r$sso 3+$e constit$0am a ess*ncia do imperialismo r$sso4 e em
desc$idasse da análise de classe o$ +$e n#o s$bmetesse a l$ta dos povos e das na"Nes na l$ta de classes. 1e (ato/ (rente ' posi"#o do pr;prio ,*nin no 22 !ongresso do 9omintern/ a press#o (oi m$ito grande para pensar +$ais etnias e minorias se redimiriam pela revol$"#o proletária. S$ltanWGaliev +$is encontrar $ma sol$"#o +$e a$mento$ o emaranhado meta(0sico sobre colonialismo e classe. m \ s$stento$ +$e os povos oprimidos Rtinham o direito de serem chamados povos proletários e +$e ao so(rer a opress#o +$ase todas s$as classes Ra revol$"#o nacional teriam o caráter de revol$"#o socialista. ssas e o$tras a(irma"Nes carentes de $m m0nimo rigor para analisar as complexidades da l$ta de classes e para constr$ir a alternativa socialista end$receram as posi"Nes +$e s$stentavam direta o$ indiretamente +$e Ra +$est#o nacional 3como e$(emisticamente chamavam o colonialismo interno4 Rs; poderia resolverWse depois da revol$"#o socialista 3Gallissot/ \5 \OT/ 6omo 222/ Parte 224. -s pr;prios conceitos +$e tenderam a prevalecer no estado centralista en(rentado ao imperialismo e ao capitalismo complementaramWse com reprimendas a as reivindica"Nes concretas de croatas/ eslovenos/ macedHnios/ etc. S$as demandas (oram condenadas como partic$laristas/ em especial as +$e reivindicavam a independ*ncia. Assim/ encerro$Wse a disc$ss#o no % !ongresso da 2nternacional. A partir do %2 !ongresso RabandonaramWse as posi"Nes anal0ticas e concebe$Wse Ro $niversal ' margem dos (atos nacionais e &tnicos. 1esde ent#o prevalece$ a ditad$ra de Stalin no partido e no pa0s 3:áje/ \T5 M\FWM\X/ %ol. 2224. ncontrar a converg*ncia da Rrevol$"#o socialista e da Rrevol$"#o nacional sempre (oi di(0cil. A principal teoriza"#o (ezWse entorno 's classes/ en+$anto etnias o$ nacionalidades atenderamWse como sobredetermina"Nes circ$nstanciais. -s conceitos de etnias e nacionalidades/ assim como os de alian"as e (rentes oscilaram mais +$e os de l$ta de classes/ em ($n"#o de categorias abstratas e de posi"Nes táticas. !lasse e na"#o/ socialismo e direitos das etnias/ en(rentamentos e alian"as/ de(enderamWse separadamente o$ j$ntaramWse seg$ndo os j$0zos conj$nt$rais do partido sobre as Rsit$a"Nes concretas. - desc$ido do conceito de colonialismo interno no marxismo o(icial e no cr0tico obedece$ a interesses e preoc$pa"Nes m$ito di(0ceis de s$perar. A hegemonia da Ini#o de EepQblicas Socialistas Sovi&ticas 3IESS4 nos partidos com$nistas do m$ndo de$ 's s$as coloca"Nes sobre o problema $m caráter paradigmático. As l$tas das na"Nes contra MFO
o imperialismo/ e a l$ta de classes no interior de cada na"#o e em n0vel m$ndial/ obsc$receram as l$tas das etnias no interior dos stadosWna"#o. Somente se encontro$ o sentido das l$tas nacionais como parte da l$ta antiimperialista e da l$ta de classes o$ de estrat&gias variáveis como as R(rentes amplas. 1esde os anos trinta e +$arenta/ toda demanda de a$todetermina"#o na IESS (oi tachada de separatista e de nacionalista. A hegemonia da EQssia e dos r$ssos corresponde$ a $ma constante e crescente lideran"a. A participa"#o de o$tros povos nas es(eras pQblicas e sociais chego$ a ser praticamente an$lada. A pr;pria Rclasse trabalhadora +$e pertence$ ao Partido !om$nista da Ini#o Sovi&tica 3P!IS4 era sobret$do r$ssa. Va expans#o das grandes indQstrias no territ;rio da IESS/ os r$ssos (aziam RcolHnias aparte e eram m$ito po$cos os nativos +$e habitavam nelas. A administra"#o a$toritária dependia para s$as principais decisNes de 7osco$. Vos anos setenta acent$o$Wse a l$ta pela democraci a e pelas a$tonomias. As respostas do stado (oram in(lex0veis. A !onstit$i"#o de n#o incl$i$ nenh$m artigo sobre os direitos das minorias o$ das etnias. m $ma re(orma ' !onstit$i"#o em de dezembro de \\ (orm$lo$Wse $m artigo pelo +$al se pedia ao Soviet das Vacionalidades promover a ig$aldade entre as na"Nes/ respeitar os interesses das na"Nes e l$tar pelo Rinteresse com$m e as necessidades de $m stado sovi&tico m$ltinacional. - partido re(eri$Wse ' necessidade de legislar sobre os direitos de $sar mais a l0ng$a das nacionalidades/ de criar instit$i"Nes para a preserva"#o das c$lt$ras locais/ de (azer e(etivos e ampliar os direitos de ter representa"#o no governo central. 6$do (ico$ em bons desejos de $ma pol0tica +$e em parte de$Wse entre os anos vinte e sessenta/ per0odo em +$e (rente ' p$blica"#o de textos em vários idiomas das nacionalidades e ao imp$lso 's c$lt$ras locais/ corresponde$ $m processo de trans(er*ncia de excedente econHmico da EQssia para s$as peri(erias/ processo +$e se reverte$ desde ent#o. m +$al+$er caso/ incl$sive nos melhores tempos/ os r$ssos mantiveram s$a hegemonia na IESS e s$as EepQblicas. m meio de grandes trans(orma"Nes/ e de inegáveis m$dan"as c$lt$rais e sociais re(izeram a domina"#o colonial at& +$e a IESS torno$Wse $ma nova pris#o de nacionalidades 3-lga %or$nova/ T^ Istinova/ T4. 7ais +$e +$al+$er o$tra na"#o da IESS/ EQssia se Ridenti(ico$ com a Ini#o Sovi&tica e com o sistema socialista. - centralismo moscovita esmagava e explorava tanto as regiNes da EQssia como as siberianas. Assim/ o com$nismo de stado s$scito$ no interior da pr;pria MFX
EQssia ressentimentos nacionais e locais. - (enHmeno (ezWse patente com a dissol$"#o da IESS e com o novo governo r$sso. $ando se dissolve$ a IESS/ a !hech*nia (oi integrada 's (ronteiras da nova EQssia como $ma de s$as < EepQblicas/ apesar de n$nca ter +$erido assinar o 6ratado >ederal das EepQblicas/ 6errit;rios e Bairros A$tHnomos 3>erro e 7andrillon/ F5 XWX^ W\T4. 6odas as circ$nst)ncias anteriores e m$itas mais p$seram (reio intelect$al e o(icial/ inibit;rio e a$toritário ' re(lex#o sobre o Rcolonialismo interno. sse (reio de$W se especialmente nos pa0ses metropolitanos e imperialistas/ mas tamb&m nas Rnovas na"Nes. A l;gica da constr$"#o do stado e das alian"as pol0ticas/ consciente e inconscientemente (ez com +$e a categoria do colonialismo interno (osse objeto sistemático de recha"o. Va peri(eria do m$ndo >ranz >anon coloco$ o problema dos stados libertadores +$e s$bstit$em os exploradores estrangeiros pelos exploradores nativos/ mas n#o relaciono$ esse problema com as etnias exploradas e sim com as classes 3>anon/ X5 e ss.4. $ase todos os l0deres e ide;logos deram prioridade ' l$ta contra o imperi alismo e ' l$ta de classes como base para recha"ar a l$ta das etnias/ sem +$e estas p$dessem romper as barreiras epistemol;gicas e táticas +$e levavam a desconhecer s$as especi(icidades. Assim/ o problema do colonialismo interno se expresso$ de maneira (ragmentária e dispersa no pensamento marxista e revol$cionário. $ando a no"#o de colonialismo interno (oi (orm$lada de maneira mais sistemática na Am&rica ,atina/ s$a vinc$la"#o ' l$ta de classes e ao poder do stado aparece$ srcinalmente velada. m A democracia em (,xico s$stentei a tese de +$e no interior do pa0s davamWse rela"Nes sociais de tipo colonial. REecha"ando +$e o colonialismo somente deve contemplar a escala internacional/ a(irmei +$e este tamb&m Rse dá no interior de $ma mesma na"#o/ na medida em +$e há nela $ma heterogeneidade &tnica/ em +$e se ligam determinadas etnias com os gr$pos e classes dominantes/ e o$tras com os dominados 3González !asanova/ XO4. Já em $m artigo de XF havia analisado o conceito no n0vel interno e internacional +$e logo ampliei em X em ensaios sobre 8ociologia da exploração 3González !asanova/ \4. Vestes trabalhos precisaramWse os v0nc$los entre classes/ imperialismo/ colonialismo e colonialismo interno. 6amb&m se amplio$ o alcance do colonialismo interno e o relaciono$ com as di(eren"as regionais na explora"#o dos trabalhadores e com as trans(er*ncias de excedente das regiNes dominadas 's dominantes. A análise corresponde$ a es(or"os MF
semelhantes +$e (oram precedidos por !. Dright 7ills 3XF5 OM4/ +$em de (ato (oi o primeiro a $sar a express#o5 Rcolonialismo interno. Por esses anos/ o conceito come"o$ a ser (orm$lado sobret$do no marxismo acad*mico/ no pensamento cr0tico e nas pes+$isas emp0ricas da Am&rica ,atina/ stados Inidos/ Z(rica/ $ropa/ Zsia e -ceania. A literat$ra a respeito & ab$ndante e incl$i pes+$isas e trabalhos de campo/ entre os +$ais se sobressai$ como $m dos pioneiros o de Eodol(o Stavenhagen 3XF4. As disc$ssNes sobre o conceito passaram de debates mais o$ menos contidos entre especialistas a verdadeiros encontros e desencontros entre pol0ticos e dirigentes revol$cionários. G$atemala talvez seja o caso mais marcado de como se de$ o debate entorno do Rcolonialismo interno como categoria para a liberta"#o e pelo socialismo de 0ndios e n#o 0ndios. Ali tamb&m se de$ o caso mais ag$do de misti(ica"Nes +$e red$ziam essa categoria a $ma perspectiva &tnica e de RrepQblicas de 0ndios. ` viol*ncia (0sica agrego$Wse a viol*ncia verbal/ l;gica e hist;rica +$e (az so(rer Ros mais pobres entre os pobres 3González !asanova/
governantes das etnias oprimidas deixamWse cooptar pelas (or"as dominantes5 m$itos encabe"am a resist*ncia de se$s povos e incl$sive b$scam com eles novas alternativas de liberta"#o/ em $ma l$ta +$e na Am&rica leva mais de +$inhentos anos. As etnias o$ com$nidades de nativos o$ Rhabitantes originais res$ltam ser assim objetos de domina"#o e explora"#o e tamb&m importantes s$jeitos de resist*ncia e liberta"#o.
7isti(ica"Nes e esclarecimentos - colonialismo interno de$ l$gar a in$meráveis misti(ica"Nes +$e podem ser agr$padas em cinco principais5 Primeira5 ele desligaWse das classes sociais e incl$sive excl$iWse das rela"Nes de explora"#o. V#o se compreende como $m (enHmeno caracter0stic o do desenvolvimento do capitalismo/ nem v* +$em l$ta contra ele a partir das etnias colonizadas/ como parte do povo trabalhador e do movimento pela democracia/ pela liberta"#o e pelo socialismo. Seg$nda5 n#o se conecta com a l$ta pelo poder e(etivo de $m stadoWna"#o m$lti&tnico/ pelo poder de $m stado de todo o povo o$ de todos os povos/ o$ por $m poder alternativo socialista +$e se constr$a a partir dos movimentos de trabalhadores/ camponeses/ habitantes $rbanos. 6erceira5 em s$as versNes mais conservadoras o cond$z ao etnicismo e ' l$ta de etnias/ ao bat$stanismo e a o$tras (ormas de balcaniza"#o e tribaliza"#o +$e tanto aj$daram as pol0ticas colonialistas das grandes pot*ncias e dos stados peri(&ricos a acent$ar as di(eren"as e contradi"Nes internas dos stadosWna"#o o$ dos povos +$e se libertaram. Va interpreta"#o etnicista do colonialismo interno as etnias mais d&beis n#o s#o convocadas expressamente a $niremWse entre si nem a l$tar ao lado da etnia mais ampla e de s$as (or"as libertadoras/ o$ dentro do movimento de todo o povo e de todos os povos. V#o se ap;ia as etnias nas l$tas contra se$s Rmandantes e Rcaci+$es/ o$ contra os gr$pos de poder e interesse/ m$itos deles ligados 's classes dominantes do stadoWna"#o e das pot*ncias imperialistas. A vers#o conservadora do colonialismo interno nega o$ oc$lta a l$ta de classes e a l$ta antiimperialista/ isola cada etnia e exalta s$a identidade como $ma (orma de a$mentar se$ isolamento. $arta5 recha"aWse a exist*ncia do colonialismo interno em nome da l$ta de classes/ amiQde concebida de acordo com a experi*ncia e$rop&ia +$e (oi $ma verdadeira l$ta contra o (e$dalismo. Eecha"aWse a colonialismo interno em nome da Rnecessária descampesiniza"#o e de $ma s$posta tend*ncia ' proletariza"#o de caráter determinista/ +$e idealiza $ma l$ta de classes simples. Para esse e(eito invocaWse como ortodoxia marxista a linha de $ma revol$"#o anti(e$dal/ democráticoWb$rg$esa e antiimperialista. sta misti(ica"#o como alg$mas das anteriores $tiliza arg$mentos MF
revol$cionários para legitimar pol0ticas conservadoras e incl$sive reacionárias. $inta5 consiste em recha"ar o conceito de colonialismo interno com arg$mentos pr;prios da sociologia/ da antropologia o$ da ci*ncia pol0tica estr$t$ralW($ncionalista/ por exemplo/ ao a(irmar +$e se trata de $m problema eminentemente c$lt$ral da chamada Rsociedade tradicional/ o +$al se terá de resolver com $ma pol0tica de Rmoderniza"#o^ = +$e se trata de $m problema de Rintegra"#o nacional para constr$ir $m stado homog*neo +$e chegará a ter $ma mesma l0ng$a e $ma mesma c$lt$ra. stas posi"Nes s$stentam/ de $ma maneira o$ de o$tra/ +$e o colonialismo interno/ em caso de existir/ acabarWseWá mediante o Rprogresso/ o Rdesenvolvimento/ a Rmodernidade/ e +$e se há algo parecido ao Rcolonialismo interno a semelhan"a deveWse a +$e s$as v0timas/ o$ os habitantes +$e o padecem/ achamWse em etapas anteriores da h$manidade 3Rprimitivas/ Ratrasadas4. - darCinismo pol0tico e a s;ciobiologia da modernidade s#o $tilizados para re(eriremWse a $ma in(erioridade cong*nita dessas pop$la"Nes +$e s#o Rpobres de por si e +$e Rn#o est#o s$bmetidas ' explora"#o colonial nem ' explora"#o de classe. -s te;ricos do stado centralista s$stentam +$e o +$e & verdadeiramente progressista & +$e todos os cidad#os sejam ig$ais perante a lei e a(irmam +$e os problemas e as sol$"Nes para as minorias e as maiorias correspondem ao exerc0cio dos direitos individ$ais e n#o de s$postos direitos dos povos o$ das etnias de srcem colonial e neocolonial. -$tros invocam a necessidade de (ortalecer a Va"#oWestado (rente a o$tros stados e (rente 's pot*ncias neocoloniais acabando com as di(eren"as tribais +$e a+$elas aproveitam para debilitar o legado e o projeto do stadoWna"#o a +$al pertencem. Semelhantes arg$mentos acent$amWse na etapa do Rneoliberalismo e da Rglobaliza"#o por governos +$e colaboram no debilitamento do stadoWna"#o/ como os da G$atemala e 7&xico. As teses +$e distorcem o$ se negam a ver o colonialismo interno/ en(rentam as re(lexNes cada vez mais ricas vinc$ladas 's l$tas contra a agress#o/ explora"#o e coloniza"#o externa e interna. ntre as zonas o$ regiNes nas +$ais se disc$ti$ com mais pro($ndidade o problema do colonialismo interno encontramWse Z(rica do S$l e Am&rica !entral. - Partido !om$nista S$l A(ricano 3So$th A(rican !omm$nist Part=/ SA!P4 a(irmo$5 RA Z(rica do S$l da pop$la"#o n#o branca & a colHnia da pop$la"#o branca da Z(rica do S$l 3SA!P/ T4. >ez ver como o capital monop;lico e o imperialismo combinaramWse com o racismo e com o colonialismo para explorar e oprimir territ;rios +$e vivem sob $m regime colonial o$ neocolonial. A re(lex#o de$ l$gar a grandes debates/ m$itos deles (ormais/ nos +$ais negaWse o colonialismo interno a(irmando +$e Ra partir de $ma perspectiva marxista 3
per se4 a classe trabalhadora sob o MMT
capitalismo n#o pode bene(iciarWse da explora"#o colonial 3So$thhall/ \F4. - problema complico$Wse com a misti(ica"#o de b$scar a independ*ncia de Rs$bWestados o$ Restados &tnicos sem capacidade real para en(rentar o poder da b$rg$esia e do imperialismo. obsc$recimento (oi ainda mais grave com o $so do conceito de colonialismo interno pelo pensamento conservador e paternalista/ +$e pretende dar as boas vindas ' (ingida independ*ncia dos bat$stanes. m ocasiNes o debate (ezWse t#o complexo +$e m$itos a$tores progressistas e marxistas recorreram mais ao conceito de racismo como media"#o da l$ta de classes +$e ao conceito de colonialismo interno. -{7eara expresso$ este (ato da seg$inte maneira5 Ra pol0tica racial & $m prod$to hist;rico desenhado sobret$do para (acilitar a ac$m$la"#o de capital/ e (oi $sada assim por todas as classes com acesso ao poder do stado na Z(rica do S$l 3O5 M4. !om o racismo/ como observo$ Johnstone R-s nacionalistas e os trabalhadores brancos conseg$em a prosperidade e a (or"a material pela s$premacia branca 3T5 FX4. 6$do isso & certo/ mas apenas com o conceito de racismo perdeWse o dos direitos das Rminorias nacionais o$ Retnias dominadas e exploradas em condi"Nes coloniais o$ semicoloniais e +$e resistem de(endendo s$a c$lt$ra e s$a identidade. Apenas com o conceito de Rracismo perdeWse o direito +$e t*m as etnias a regimes a$tHnomos. A no"#o de etnia ligada ' revol$"#o de todo o povo e ao poder de $m stado +$e reconhe"a s$a a$tonomia & a sol$"#o +$e encontro$ o governo revol$cionário da Vicarág$a (inalmente derrotado pela Rcontra e pelas rendi"Nes de m$itos de se$s dirigentes. m \ (oi prom$lgada na Vicarág$a $ma nova !onstit$i"#o +$e no artigo T incl$i$ os direitos das etnias ' Ra$tonomia regional. - conceito de a$tonomia e s$a (orm$la"#o j$r0dica conseg$iram precisar com toda clareza a di(eren"a entre Ra$tonomia regional e soberania do stadoWna"#o. Para (ortalecer o stadoWna"#o e respeitar a identidade e os direitos das etnias b$sco$Wse resolver por s$a vez o Rproblema &tnicoWnacional 310az Polanco/ \5 OWX4. Se Rreconhece$ a especi(icidade ling@0stica/ c$lt$ral e s;cioWeconHmica das etnias o$ minorias nacionais as +$ais com (re+@*ncia tratam de ganhar para si a contra revol$"#o e o imperialismo 310az Polanco e ,;pez = Eivas/ \X4. V#o se conseg$i$/ no entanto/ vinc$lar s$(icientemente as l$tas das etnias com as das demais (or"as democráticas e libertadoras. A tend*ncia a expor a l$ta pela Ra$tonomia dos povos ind0genas sem vinc$láWlas 's l$tas pelas a$tonomias dos m$nic0pios/ e das organiza"Nes de povos/ trabalhadores e cidad#os/ (aria desse es(or"o $m exemplo +$e somente seria s$perado pelo movimento de liberta"#o da G$atemala e/ sobret$do/ pelos zapatistas do 7&xico. >rente ao Rindigenismo marxista +$e n#o contemplo$ MM
nenh$ma reivindica"#o &tnica 3Saladino Garc0a/ \F5 FO4 o$ (rente ao +$e pretende$ obsc$recer a l$ta de classes com as l$tas das etnias/ desde a d&cada de oitenta os revol$cionários centro americanos/ em partic$lar os da Vicarág$a e G$atemala esclareceram consideravelmente a dial&tica real da d$pla l$ta.
Para n;s [diz $m texto g$atemalteco] o caminho do tri$n(o da revol$"#o entrela"a a l$ta do povo em geral contra a explora"#o de classe e contra a domina"#o do imperialismo ian+$e/ com a l$ta pelos direitos dos gr$pos &tnicoWc$lt$rais +$e con(ormam nosso povo/ complementandoWos de maneira dial&tica e sem prod$zir antagonismos 3R,os p$eblos ind0genas = la revol$ci;n g$atemalteca/ \<4.
!onceitos da l$ta e dos espa"os da l$ta ` presen"a do colonialismo interno no conceito da l$ta de classes e pela liberta"#o nacional acrescentaWse a dos espa"os da l$ta de classes e da liberta"#o nacional. Se em $m caso o colonialismo interno enri+$ece a compreens#o e a a"#o das l$tas dos trabalhadores e dos povos oprimidos/ em o$tros coloca o problema das di(eren"as e semelhan"as dos campos de l$ta +$e n#o somente interessam aos trabalhadores o$ aos povos oprimidos/ mas a todas as (or"as oc$padas em constr$ir $m m$ndo alternativo a partir do local at& o global/ a partir do partic$lar at& ao $niversal. A di(eren"a entre precisar a l$ta e os campos de l$ta esclareceWse a partir de alg$ns textos de Jos& !arlos 7ariáteg$i/ Antonio Gramsci e :enri ,e(ebvre. Jos& !arlos 7ariáteg$i 3\MWFT4/ ($ndador do Partido Socialista do Per$/ +$e pertence$ ' 6erceira 2nternacional/ coloco$ os povos ind0genas no centro da problemática nacional. A srcinalidade de s$a re(lex#o e a di(ic$ldade de reconhec*Wla percebeWse melhor se se coloca o problema das etnias entre os problemas centrais da h$manidade. A id&ia res$lta politicamente chocante e epistemologicamente desdenhável. Para a maior parte das (or"as dominantes no Per$ e no m$ndo os problemas dos 0ndios/ das minorias/ das etnias s#o problemas Rpartic$laristas/ n#o $niversais. A concep"#o sobre o tema de 7ariáteg$i po$co tem a ver com boa parte da es+$erda de ontem e de hoje para as +$ais os 0ndios e as etnias s$bmetidas Rn#o s#o vistas/ n#o existem como atores nem na problemática da l$ta de classes nem na l$ta nacional contra o imperialismo/ nem no projeto de $ma revol$"#o democrática e socialista. Para este a$tor/ & imposs0vel +$e $ma pol0tica no Per$ n#o tenha como principal MM<
re(erente os povos ind0genas. Se generalizarmos s$a re(lex#o/ 7ariáteg$i coloca em cada pa0s o stadoWna"#o pl$ri&tnico a impossibilidade de $ma pol0tica alternativa +$e n#o tome em conta/ entre os atores centrais/ a s$as etnias/ o$ povos oprimidos/ aliados e integrados aos trabalhadores e 's demais (or"as democráticas e socialistas. 2ndo al&m das coloca"Nes pop$listas de se$ tempo e de se$ pa0s/ propNe $ma l$ta nacional e iberoWamericana em +$e o indonacional e o indoamericano inseremWse na realidade m$ndial da l$ta de liberta"#o e de classes. -pHsWse com raz#o ao projeto pop$lista de R(orma"#o das repQblicas independentes com os povos ind0genas. Ao mesmo tempo reconhece$ como ator central na l$ta nacional e de classes os 0ndios $nidos com os trabalhadores 37ariáteg$i/ <\4. isto n#o (oi apenas $m dizer/ o$ $ma re(lex#o +$ixotesca e dogmática de indigenismo e trabalhismo/ (oi realismo pol0tico e revol$cionário. 7ariáteg$i indigeanizo$ a l$ta de classes^ indigeanizo$ a l$ta antiimperialista e coloco$ a necessidade de (azer o$tro tanto em +$al+$er pa0s o$ regi#o onde ho$vesse pop$la"Nes colonizadas/ etnias/ povos oprimidos/ minorias o$ nacionalidades em condi"Nes dessa explora"#o/ discrimina"#o e domina"#o +$e disting$e os trabalhadores das etnias dominantes/ o$ Rassimilados/ (rente aos trabalhadores das etnias dominadas/ discriminadas/ excl$0das. m 7ariáteg$i os espa"os sociais e as partic$laridades da l$ta de classes e de liberta"#o apareceram com rela"#o a $m determinado pa0s/ a $m determinado stadoWna"#o/ sem +$e esse a$tor precisasse os di(erentes espa"os de domina"#o e explora"#o no pa0s nem as categorias coletiv as distintas +$e podiam e deviam integrarWse o$ associarWse ' classe trabalhadora e s$as (rentes de l$ta. Gramsci e ,e(ebvre preencheram alg$ns desses vazios a partir das pr;prias experi*ncias e$rop&ias. Vesse mesmo terreno os seg$iria Een& ,a(ont. ntre as contrib$i"Nes de Gramsci ao est$do dos campos de l$ta destacaWse sem dQvida se$ est$do sobre as rela"Nes entre o Vorte e o S$l da 2tália. Im parágra(o de se$s Cadernos do c3rcere sintetiza de (orma magistral se$ pensamento5
A mis&ria do 7ezzogiorno (oi Rinexplicável historicamente para as massas pop$lares do Vorte^ estas n#o compreendiam +$e a $nidade n#o se dava sobre $ma base de ig$aldade/ mas sim como hegemonia do Vorte sobre o 7ezzogiorno/ em $ma rela"#o territorial de cidadeWcampo/ isto &/ na +$al o Vorte era concretamente $ma Rsang$ess$ga +$e se enri+$ecia ' c$sta do S$l e +$e se$ enri+$ecimento econHmico tinha $ma rela"#o direta
MMF
com o empobrecimento da economia e da agric$lt$ra meridional. - povo da Alta 2tália pensava ao contrário/ +$e as ca$sas da mis&ria do 7ezzogiorno n#o eram externas/ mas sim somente internas e inatas ' pop$la"#o meridional/ e +$e dada a grande ri+$eza nat$ral da regi#o n#o havia sen#o $ma explica"#o/ a incapacidade org)nica de se$s habitantes/ s$a barbárie/ s$a interioridade biol;gica. stas opiniNes m$ito di($ndidas sobre Res(arrapada pobreza napolitana (oram consolidadas e teorizadas pelos soci;logos do positivismo +$e lhes deram a (or"a de Rverdade cient0(ica em $m tempo de s$persti"#o na ci*ncia 3Gramsci/ 4.
- texto & impecável. Permite compreender como em $m s; pa0s/ 2tália/ se coloco$ o problema do colonialismo interno. Por&m/ esse problema n#o se pensa entre Ros homens do povo nem entre os Rcientistas como colonialismo nem como interno. !om o habit$al oport$nismo epistemol;gico na manip$la"#o e m$tila"#o de categorias/ Ro colonialismo/ como explica"#o/ & s$bstit$0do pelos Rsoci;logos. Para eles Ra in(erioridade racial dos italianos do S$l e a s$perioridade dos do Vorte constit$i Ro (ator determinante. - interno do pa0s chamado 2tália & s$bstit$0do pelo interno in(erior pr;prio do S$l e pelo interno s$perior pr;prio do Vorte. -c$lta as rela"Nes entre Vorte e S$l. Gramsci $sa a metá(ora da sang$ess$g a para (alar da explora"#o regional. Aborda como contrapartida o problema da $nidade na diversidade para a (orma"#o de $m bloco hist;rico +$e compreenda a necessidade da $nidade com rela"#o 's a$tonomias. Eecha"a o temor dos reacionários +$e no passado viram na l$ta pela a$tonomia de Sardenha $m perigoso caminho para a m$tila"#o da 2tália e o regresso dos Bo$rbons. 1e(ende as l$tas pela a$tonomia do passado e do presente. m todo caso/ como observo$ com raz#o/ dCard D. Soja/ a explora"#o de alg$mas regiNes por o$tras somente se entende +$ando nas regiNes est$damWse as rela"Nes de prod$"#o e de domina"#o com s$as hierar+$ias e se$s bene(iciários 3Soja/ O5 e \M4. 1e levarWse a cabo essa análise aparecem/ entre o$tros (enHmenos/ os do colonialismo interno tanto na intensi(ica"#o da domina"#o do capital nacional e internacional como na oc$pa"#o dos espa"os territoriais e sociais de $m pa0s a o$tros o$ no interior de $m mesmo pa0s. A explora"#o/ domina"#o/ discrimina"#o e excl$s#o dos Rtrabalhadores coloniais/ pelo capital nacional e estrangeiro se dá no interior das (ronteiras pol0ticas nacionais/ o$ (ora delas. !oloca di(eren"as econHmicas/ pol0ticas e j$r0dicas signi(icativas entre os trabalhadores Rcoloniais o$ imigrantes
MMM
+$e vindo das peri(erias aos pa0ses o$ regiNes centrais competem com os trabalhadores residentes vendendo mais barata s$a (or"a de trabalho. As discrimina"Nes e oposi"Nes tamb&m se d#o entre os trabalhadores das etnias dominantes e os trabalhadores das etnias dominadas. S$perar essas di(eren"as em (rentes com$ns s; & poss0vel +$ando se reconhece a $nidade de interesses e valores em meio da diversidade de etnias e trabalhadores residentes e imigrantes. :enri ,e(ebvre e Vicos Po$lantzas criticam o marxismo +$e desc$ida a oc$pa"#o e a reestr$t$ra"#o do espa"o. Precisam o vago m&todo da análise concreta das sit$a"Nes concretas/ at$ais. Ee(eremWse/ mesmo sem diz*Wlo assim/ ' necessária considera"#o de distintas sit$a"Nes tanto ao longo dos tempos como ao largo dos espa"os de domina"#o e apropria"#o. ,e(ebvre (az ver +$e a oc$pa"#o do espa"o/ e a prod$"#o de espa"os pelo capitalismo & o +$e permite dimin$ir s$as contradi"Nes. Analisa a manip$la"#o (0sica e te;rica dos espa"os da classe trabalhadora/ a partir de :a$ssmann com se$s Rb$levares at& o at$al mercado m$ndial. acrescenta5 Rhá $m semicolonialismo metropolitano +$e s$bordina a se$s centros os elementos camponeses e de operários estrangeiros todos s$bmetidos a $ma explora"#o concentrada e +$e mant&m a segrega"#o racial 3,e(ebvre/ lX\5 XO4. -bserva +$e Ragr$pando os centros de decis#o a cidade moderna intensi(ica a explora"#o organizandoWa em toda a sociedade e n#o somente na classe trabalhadora/ mas tamb&m em o$tras classes sociais n#o domin antes 3,e(ebvre/ lX\5
A revolução regionalista 34.
,a(ont est$da o problema na >ran"a de 1e Ga$lle/ mas leva a análise m$ito al&m das (ronteiras desse pa0s centralizado/ c$jas di(eren"as &tnicas o$ regionais s#o amiQde es+$ecidas/ e de $m Rstado ben(eitor partic$larmente p$jante e avan"ado. S$as re(lexNes gerais se v*em amplamente con(irmadas em pa0ses com maiores di(eren"as regionais como spanha/ 2tália/ 2nglaterra/ 2$goslávia e EQssia na pr;pria $ropa/ isto para n#o mencionar a maioria dos pa0ses da peri(eria m$ndial. 6amb&m se v*em con(irmadas e acent$adas na maioria dos pa0ses p;sW socialistas/ +$e viveram sob regimes de socialismo de stado. Se$ peso alcan"a magnit$de sem precedente com a passagem do Rstado de bem estar o$ do RSocialismo de stado ao stado MMO
neoliberal +$e s$rgi$ no !hile desde o golpe de A$g$sto Pinochet/ e +$e se instalo$ nas metr;poles com os governos de 7argaret 6hatcher e de Eonald Eeagan. As pol0ticas neoliberais ad+$iriram per(is cada vez mais agressivos no desmantelamento do Restado social/ e desataram Rg$erras h$manitárias e Rj$sticeiras para a apropria"#o de posi"Nes militares/ de vastos territ;rios e de valiosos rec$rsos energ&ticos/ como as +$e ocorreram a partir das invasNes de 9osovo/ Palestina/ A(eganist#o/ at& as de 2ra+$e todas aproveitaram e manip$laram as l$tas entre etnias para invadir os stadosWna"#o e s$bmeter se$s povos. A declara"#o de $ma g$erra permanente o$ Rsem (im previs0vel pelo governo dos stados Inidos abri$ $ma nova &poca do Restado terrorista/ e $ma nova &poca de con+$istas e coloniza"Nes transnacionais/ internacionais e intranacionais. m todas elas o colonialismo interno tende a artic$larWse com o colonialismo internacional e com o transnacional/ com s$as redes de poderosas empresas oligop;licas e s$as empresas paramilitares o$ governamentais 3,arr=/ ran"a dos anos sessenta Eobert ,a(ont observo$ $m esmagamento em c$rso/ das estr$t$ras regionais s$bsistentes. A invas#o colonizadora/ nacionalW(rancesa o$ estrangeira/ & a concl$s#o l;gica do s$bdesenvolvimento mantido pela (orma do stado e pelo regime do grande capital +$e at$am conj$ntamente. ,a(ont n#o se re(ere somente ao colonialismo interno/ mas tamb&m ' coloniza"#o +$e se encontra em processo de trans(ormarW se em $m stadoWna"#o/ e +$e está a cargo tanto do capital nacional como do estrangeiro. per(il +$e dá do colonialismo se pode at$alizar e reposicionar. !olonializa"#o internacional e coloniza"#o interior tendem a realizar expropria"Nes e sa+$es de territ;rios e propriedades agrárias existentes/ e contrib$em ' proletariza"#o o$ empobrecimento por depreda"#o/ desemprego/ baixos salários/ da pop$la"#o e dos trabalhadores das zonas s$bj$gadas. Ao sa+$e de territ;rios acrescentaWse a cria"#o de territ;rios colonizados o$ de encraves coloniais^ ao sa+$e de circ$itos de distrib$i"#o acrescentaWse a artic$la"#o dos rec$rsos com +$e contam as megaempresas e os complexos^ ' as(ixia e abandono da prod$"#o e dos prod$tos locais se agrega o imp$lso dos Rtrusts estrangeiros $nidos ao grande capital privado e pQblico nativo. A redemarca"#o de territ;rios e regiNes rompe e re(az antigas divisa s geográ(icas e cria novos limites e (l$xos. Abre o pa0s. 7ove/ por distintos lados/ a R(rente de invas#o. limina boa parte dos m&dios e pe+$enos empresários e se en($rece com os artes#os e com as com$nidades. !ria $ma Rconsci*ncia colonizadora entre as distintas classes com perda de identidade dos nativos. leva a primeiro plano as indQstrias extrativas (rente 's indQstrias de trans(orma"#o/ e estas as red$z a Rma+$ilas em +$e os trabalhadores recebem baixos salários/ MMX
realizam grandes jornadas de trabalho/ s$bmetemWse a processos de prod$"#o intensiva/ t$do com baixas margens de seg$ran"a e sal$bridade/ car*ncia e(etiva de direitos de associa"#o/ e controle repressivo por sindicatos e pol0cias patronais. A debilidade dos trabalhadores a$menta ao mesmo tempo +$e as $nidades de prod$"#o sit$adas em $m mesmo l$gar elaboram Rpartes de aparelhos/ má+$inas e prod$tos +$e s#o prod$zidos e montados em l$gares distintos e distantes/ e +$ando as instala"Nes podem ser (acilmente desmontadas e removidas pelos gerentes e proprietários. Assim se criam regiNes inteiras +$e dependem de $ma s; companhia e +$e est#o s$bmetidas a se$s objetivos e a s$a domina"#o/ n#o somente corporativa/ econHmica/ paraWpolicial/ mas tamb&m psicol;gica/ c$lt$ral/ social/ pol0tica/ j$dicial. As companhias dominam (ábricas e dominam regiNes. ssa domina"#o & m$ito di(0cil de ser rompida/ cont$do/ se ocorrer tal r$pt$ra/ as companhias t*m m$itos rec$rsos/ incl$sive os da repress#o/ de pre(er*ncia seletiva/ com opera"Nes encobertas o$ com a"Nes legitimadas por $m estado privatizado. m todo caso/ a alternativa de Rs$bmiss#o com espolia"#o o$ de desemprego com excl$s#o colocaWse como Ra op"#o racional aos trabalhadores e a s$as (am0lias. Por o$tro lado as conexNes e circ$itos de distrib$i"#o (azemWse diretamente de alg$mas empresas a o$tras o$ em $ma mesma megaempresa com s$as s$c$rsais e se$s provedores/ sem +$e os (l$xos de importa"#oWexporta"#oWrealiza"#o sejam contabilizáveis em n0vel internacional o$ nacional/ e sem +$e possam ocorrer inter(er*ncias (iscais o$ trabalhistas. -s circ$itos internos das companhias bene(iciamWse da compra dos provedores locais/ com pre"os castigados/ +$e no caso das regiNes peri(&ricas est#o m$ito abaixo do valor +$e alcan"am os mesmos bens e servi"os no mercado (ormal nacional o$ internacional. As companhias s#o encraves territoriais e chegam a privatizar de tal modo o poder em regiNes e pa0ses inteiros +$e desaparece o monop;lio da viol*ncia legal do stado +$ando assim conv&m aos interesses das companhias o$ dos ($ncionários estatais associados e s$bordinados. m caso de con(lito com o governo local o$ com os trabalhadores e com movimentos sociais e pol0ticos/ as Rcompanhias invasoras recorrem ao estado provincial/ o$ ao nacional/ e se estes n#o atendem se$s interesses e demandas/ amparamWse nas Rpot*ncias invasoras. A l;gica de +$e o +$e conv&m 's companhias conv&m ' na"#o e ao m$ndo 3o slogan conhecido diz5 hat is good for Beneral (otors is good for the orld
4 impNeWse de cima para baixo entre
($ncionários/ diretores/ gerentes e empregados de con(ian"a/ o$ +$e aspiram s*Wlo. !orresponde
MM
ao sentido com$m de $ma coloniza"#o internacional +$e se combina com a coloniza"#o interna e com a transnacional. Vela dominam as megaempresas e os complexos empresariaisWmilitares. 6odos at$am de (orma Rrealista e pragmática sobre as bases anteriores e il$demWse o$ enganamWse pensando +$e a Qnica democracia viável e de(end0vel & a dos empresários/ para os empresários e com os empresários. ,a(ont (ala da R>ran"a das rela"Nes h$manas concretas. S$a contrib$i"#o ao est$do anal0tico do concreto n#o somente permite ver as di(eren"as entre o pa0s (ormal e o pa0s real/ mas tamb&m entre se$s e+$ivalentes m$ndiais e locais. Permite tamb&m ver o concreto em rela"#o a distintos tipos de organiza"Nes como os governos e as companhias/ e o concreto de categorias como as classes/ as pot*nc ias/ as na"Nes inviáveis e os complexos com s$as redes e hierar+$ias. A s$a & $ma análise partic$larmente Qtil para determinar as ca$sas o$ as srcens dos problemas em distintas etapas/ regiNes/ estr$t$ras e organiza"Nes. 6amb&m a & para colocar as alternativas/ as alian"as/ as (rentes/ os blocos e s$as artic$la"Nes em movimentos/ organiza"Nes/ redes e partidos o$ s$as combina"Nes e excl$sNes em contingentes de resist*ncia e liberta"#o na l$ta at$al contra o sistema de domina"#o/ ac$m$la"#o/ explora"#o/ excl$s#o/ opress#o e media"#o internacional/ intranacional e transnacional. ,a(ont expNe os problemas da Rrevol$"#o regionalista advertindo +$e as regiNes como o tempo hist;rico e o capitalismo t*m $m ponto de r$pt$ra. - mesmo esbo"a $m projeto de poder regional e de l$tas democráticas e revol$cionárias com a$tonomias. PropNe +$e os sindicatos e o$tras organiza"Nes constr$am $ma cidadania completa +$e incl$a $m h$manismo regional em $m m$ndo de povos 3,a(ont/ 4.
!olonialismo inter/ intra e transnacional !om o tri$n(o m$ndial do capitalismo sobre os projetos com$nistas/ socialWdemocratas e de liberta"#o nacional/ a pol0tica globalizadora e neoliberal das grandes empresas e dos grandes complexos pol0ticoWmilitares tende a $ma integra"#o da coloniza"#o inter/ intra e transnacional. ssa combina"#o permite a$mentar s$a domina"#o m$ndial dos mercados e dos trabalhadores/ assim como controlar em se$ (avor os processos de distrib$i"#o do excedente no interior de cada pa0s/ nas rela"Nes de $m pa0s com o$tro/ e em os (l$xos das grandes empresas transnacionais.
MM\
A pol0tica globalizadora e neoliberal rede(ine as empresas e os pa0ses com s$as redes internacionais/ intranacionais e transnacionais. - m$ndo n#o pode ser analisado se se pensa +$e $ma categoria excl$i as o$tras. n+$anto as rela"Nes de domina"#o e explora"#o regional/ as redes artic$lam os distintos tipos de com&rcio ine+@itativo e de colonialismo/ assim como os distintos tipos de explora"#o dos trabalhadores/ o$ as distintas pol0ticas de participa"#o e excl$s#o/ de distrib$i"#o e estrati(ica"#o por setores/ empregos/ regiNes. As categorias da ac$m$la"#o rede(inemWse historicamente. Processos iterativos ampliados consolidamWse com pol0ticas macro das (or"as dominantes. stas imp$lsionam as tend*ncias (avoráveis ao sistema. >reiam o$ desartic$lam as tend*ncias +$e lhes s#o des(avoráveis. Ainda +$e esse proceder esteja longe de acabar com as contradi"Nes do sistema/ e incl$sive em prazos relativamente c$rtos o$ colo+$e na ordem dos Rsistemas em extin"#o/ d$rante a etapa at$al/ c$ja d$ra"#o & di(0cil calc$lar/ lhe dá $ma (ortaleza inegável. la prov&m da desartic$la"#o de categorias sociais como Ra classe operária/ o$ RstadoWna"#o/ o$ Rstado Ben(eitor/ o$ Rstado 2ndependente s$rgido de condi"Nes coloniais e +$e se torna o$ res$lta ser dependente/ o$ Rstado Socialista o$ RVacionalista/ s$rgido dos movimentos revol$cionários e de liberta"#o nacional +$e se torna o$ res$lta ser capitalista e neoliberal e +$e at& se inscreve nos pa0ses endividados s$jeitos 's pol0ticas do Banco 7$ndial 3B74/ o$ >$ndo 7onetário 2nternacional 3>724/ e ' 6eso$raria do governo dos stados Inidos. A (or"a dos centros de poder m$ndial e dos antigos pa0ses imperiali stas tamb&m prov&m da estr$t$ra"#o e reestr$t$ra"#o de media"Nes nos sistemas sociais com re($ncionaliza"Nes Rnat$rais e ind$zidas das classes/ camadas e setores m&dios e de pol0ticas de distrib$i"#o +$e incl$em desde Rest0m$los especiais ao grande capital e se$s associados at& pol0ticas de marginaliza"#o/ excl$s#o e elimina"#o das pop$la"Nes mais discriminadas e des(avorecidas/ t$do combinado com pol0ticas de pr*mios e castigos +$e nos stados Ben(eitores correspondem a direitos sociais/ e nos neoliberais a donativos (ocalizados e a"Nes h$manitárias. A (ortaleza dos centros de poder do capitalismo m$ndial tamb&m se baseia na artic$la"#o e combina"#o de s$as pr;prias (or"as desde os complexos militaresWempresariais e cient0(icos/ passando por s$as redes (inanceiras/ tecnol;gicas e comerciais/ at& a organiza"#o de complexos empresariais das chamadas companhias transnacionais e m$ltinacionais +$e controlam a partir de se$s pr;prios bancos passando por se$s meios de p$blicidade at& se$s mercados de servi"os/ mercadorias/ territ;rios e Rconsci*ncias. Para a maximiza"#o do dom0nio e das $tilidades/ a artic$la"#o dos complexos militaresWempresariais e pol0ticos & ($ndamental. 6odos eles trabalham em (orma de MM
sistema a$toWreg$lado/ adaptativo e complexo +$e tende a dominar o sistemaWm$ndo sem dominar as imensas contradi"Nes +$e gera. 1entro de s$as pol0ticas cabem os distintos tipos de colonialismo organizado +$e se combinam/ complementam e artic$lam em projetos associados para a maximiza"#o de $tilidades e do poder das empresas e dos estados +$e as ap;iam. Vessas condi"Nes/ (enHmenos como o colonialismo operam em s$as (ormas internacionais clássicas^ nas intraWnacionais +$e aparecem com o s$rgimento dos stados Va"#o +$e (izeram objeto de con+$ista povos vizinhos como 2nglaterra (ez com 2rlanda/ o$ como spanha (ez com o Pa0s Basco o +$e vindo de $ma hist;ria colonial depois das g$erras de independ*ncia mant&m com as antigas pop$la"Nes nativas as mesmas o$ parecidas rela"Nes de explora"#o dos antigos colonizadores. a elas acrescentamWse as empresas transnacionais e as regiNes transnacionais controladas pela nova organiza"#o expansiva do complexo militarW empresarial dos stados Inidos e associados internos e externos. A estreita artic$la"#o dessas (or"as & percebida cada vez mais pelas etnias/ nacionalidades o$ povos +$e en(rentam as oligar+$ias e b$rg$esias locais/ nacionais/ internacionais e as empresas transnacionais. -s movimentos alternativos/ sist*micos e antiWsist*micos/ n#o podem ignorar as grandes m$dan"as +$e ocorreram nas categorias sociais do sistema de ac$m$la"#o e domina"#o capitalista/ hoje hegemHnico em n0vel m$ndial. se o reconhecimento dessas m$dan"as prestaW se ' (orm$la"Nes +$e d#o por mortas categorias anteriores como o imperialismo/ o stadoW na"#o/ o$ a l$ta de classes o +$al & completamente (also/ mais bem corresponde 's Ropera"Nes encobertas das ci*ncias sociais e ao $so de ling$agens Rpoliticamente corretas de +$e dizem representar $ma Res+$erda moderna/ sist*mica o$ antiWsist*mica/ o problema real consiste em ver como se reestr$t$ram as categorias da ac$m$la"#o e domina"#o/ e em +$e (orma aparecem s$as rede(ini"Nes at$ais e conceit$ais nos novos processos hist;ricos e nos distintos espa"os sociais. m meio 's grandes m$dan"as ocorridas desde o tri$n(o global do capitalismo/ o colonialismo interno/ o$ intracolonialismo/ e s$a rela"#o com o colonialismo internacional/ (ormal e in(ormal/ e com o transnacional/ & $ma categoria complexa +$e se reestr$t$ra em s$as rela"Nes com as demais/ e +$e reclama ser considerada em +$al+$er análise cr0tica do m$ndo +$e se inicie a partir do local o$ do global. Se os (enHmenos de coloniza"#o externa no in0cio do capitalismo (oram a srcem do imaginário e$rocentrista e antiimperialista +$e n#o de$ o peso +$e tinha ao colonialismo no MOT
interior dos stadosWna"#o estr$t$rados como reinos/ repQblicas o$ imp&rios/ hoje res$ltaria do todo (also $ma análise cr0tica e alternativa da sit$a"#o m$ndial o$ nacional +$e n#o incl$a o colonialismo interno artic$lado ao internacional e ao transnacional. ` necessidade de reconhecer a enorme import)ncia das l$tas dos cidad#os contra o stado trib$tário +$e (azia deles meros Rs$jeitos/ o$ ' necessidade de incl$ir as l$tas dos trabalhadores contra os sistemas de explora"#o e domina"#o do capital/ o$ as dos povos colonizados e oprimidos +$e l$tam pela independ*ncia soberana do stadoWna"#o (rente ao imperialismo e o colonialismo internacional/ acrescentaWse a crescente l$ta dos povos +$e dentro de $m stadoWna"#o/ en(rentam os tr*s tipos de colonialismo/ o internacional/ o intranacional e o transnacional. As novas l$tas +$e livram os povos rebeldes o$ em resist*ncia contrib$em para esclarecer a complexidade o$ interde(ini"#o +$e alcan"aram as categorias do capitalismo e (azem ato de presen"a em todas elas. 6amb&m registram as amargas experi*ncias de media"#o/ coopta"#o e corr$p"#o +$e as distintas revol$"Nes so(reram com a integra"#o dos movimentos revol$cionários e re(ormistas aos sistemas pol0ticos do stado/ (osse este liberal/ socialW democrata/ nacionalista/ socialista o$ com$nista. As novas (or"as emergentes/ tamb&m levam a repensar a democracia/ a liberta"#o e o socialismo dando $m novo peso ' l;gica da sociedade civil (rente ' do stado/ aos valores &ticoWpol0ticos das com$nidades e das organiza"Nes a$tHnomas da resist*ncia o$ da alternativa/ (rente a $m capitalismo +$e Rcolonizo$ o conj$nto da vida cotidiana. Vas coloca"Nes emergentes pNeWse o acento na (orm$la"#o moral e pol0tica do respeito a cada $m/ ' pr;pria dignidade e a$tonomia da pessoa e tamb&m da coletividade a +$e se pertence a (im de constr$ir $m poder alternativo in(lex0vel +$e baseado nas $nidades a$tHnomas e s$as redes/ redesc$bra/ por s$as recorda"Nes e experi*ncias/ a l$ta encoberta de classes/ hoje convertida em g$erra pelos Rricos e os poderosos/ e +$e os cidad#os/ os povos e os trabalhadores descobrem o$ redescobrem por experi*ncias pr;prias con(orme as crises se ag$dizam e os movimentos alternativos se (ortalecem. A presen"a do novo colonialismo internacional/ interno e transnacional/ encontro$ $ma importante con(irma"#o no terreno militar desde +$e ' g$erra internacional acrescento$Wse a Rg$erra interna at& converterWse no objetivo central te;ricoWprático das (or"as pol0ticoWmilitares hegemHnica. A Rg$erra interna (oi considerada desde os anos sessenta pelos complexos MO
militaresWempresariais das grandes pot*ncias como a (orma principal da g$erra m$ndial. A m$dan"a implico$ $ma importante inova"#o nas artes e nas tecnoci*ncias militares ao artic$lar os ex&rcitos de oc$pa"#o nacionais/ com os m$ltinacionais e transnacionais. A m$dan"a de$Wse nas g$erras abertas e encobertas/ e nas (or"as convencionais e n#o convencionais/ militares e paramilitares. m todos os tipos de g$erras e de g$erreiros/ de soldados e de agentes se artic$lo$ o nacional/ o internacional o m$ltinacional e o transnacional os povos oprimidos por $m colonialismo descobriram todos os colonialismos. S$a d$ra viv*ncia (oi parte de s$a imensa capacidade te;rica/ de $m sentido e $ma prática m$ito distante da Rsociedade tradicional. A g$erra interna aparece$ originalmente associada ' g$erra contra ins$rgente do chamado 6erceiro 7$ndo^ mas de (ato (ico$ incl$0da na nova teoria da Rg$erra de variada intensidade +$e se livra no m$ndo interno/ com previsNes de incl$s#o da mesma nos pa0ses metropolitanos/ (ato contemplado desde os anos sessenta e +$e se pHs em andamento a partir do de setembro de
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1$rante a nova etapa da con+$ista do m$ndo/ cada vez mais aberta e sem (reio/ em +$e o complexoWmilitar dos stados Inidos/ se$s associados e s$bordinados mostram dispor de $ma imensa (or"a para destr$ir/ intimidar/ discipl inar e comprometer +$ase todos os governos do m$ndo/ e para dividir e en(rentar os povos/ já n#o somente recebem especial relevo as l$tas e g$erras entre etnias +$e desde 9osovo at& o 2ra+$e tornaramWse instr$mentos do imperialismo/ mas tamb&m os novos movimentos sociais por $m m$ndo alternativo +$e apro($ndam s$as l$tas contra o imperialismo/ o neoliberalismo/ o capitalismo e contra as mais distintas (ormas de opress#o laica o$ religiosa/ +$e lhes impe"am de alcan"ar certos valores $niversais de democracia/ j$sti"a e liberdade. sses movimentos de nacionalidades/ povos e etnias constit$em a avan"ada do movimento hist;rico m$ndial desde o (im do stado de Bem star/ Socialista o$ Pop$lista/ e mani(estam em se$s chamados e com$nicados $m n0vel de consci*ncia sem precedente +$e n#o somente obedece ' leit$ra +$e (izeram das rebeliNes do (im do s&c$lo/ nem ' re(orm$la"#o dos legados de experi*ncias anteriores/ mas tamb&m a $ma contradi"#o necessária dos estados socialWdemocratas/ pop$listas o$ desenvolvimentistas e do socialismo de stado. m m$itos dos pa0ses peri(&ricos/ d$rante os governos pop$listas o$ socialistas/ de$Wse $ma pol0tica ed$cativa +$e incl$i$ entre se$s bene(iciários m$itos jovens das nacionalidades e minorias &tnicas 3Stavenhag$en/ lX5 TOWM4. ,igados a se$s povos srcinais/ $m bom nQmero de jovens das etnias o$ nacionalidades (oram capazes de captar o $niversal concreto em s$as variedades/ em s$as especi(icidades e em s$as novidades hist;ricas. 1escobriram o novo m$ndo sem encobrir o passado. 1escobriram o m$ndo at$al e as linhas de $m m$ndo alternativo emergente e por constr$ir. A m$dan"a ocorre$ nas regiNes peri(&ricas e centrais. 1e$Wse entre os habitantes $rbanos marginal izados/ entre os movimentos de jovens/ m$lheres/ homossex$ais/ desempregados/ endividados/ excl$0dos/ e em alg$ns dos velhos movimentos de camponeses e trabalhadores o$ de revol$cionários e re(ormistas/ mas entre todos esses destacaramWse os movimentos das etnias/ dos povos ind0genas +$e captaram a velha e nova dial&tica do m$ndo desde as (ormas de opress#o/ discrimina"#o e explora"#o local/ at& as transnacionais/ passando pelas nacionais e internacionais. A l$ta pela a$tonomia dos povos/ das nacionalidades o$ as etnias n#o somente $ni$ a as v0timas do colonialismo interno/ internacio nal e transnacional/ mas tamb&m se encontro$ com os interesses de $ma mesma classe dominante/ depredadora e exploradora/ +$e opera com se$s
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complexos e artic$la"Nes empresariais/ militares/ paramilitares e de civis estes organizados como s$as clientelas e agregados em $m paternalismo at$alizado e $m pop$lismo (ocalizado. m s$as (ormas mais avan"adas os novos movimentos colocam $ma alternativa distinta ' estatista revol$cionária o$ ' re(ormista/ e tamb&m ' anar+$ista e libertária. Vem l$tam para re(ormar o stado/ nem brigam para tomar o poder do stado em $ma g$erra de posi"Nes e movimentos/ nem pretendem criar aldeias o$ regiNes isoladas dirigidas por s$as com$nidades ao estilo da+$eles anar+$istas do Per$ o$ da !atal$nha +$e declararam +$e em se$ povoado havia desaparecido o stado/ e mais cedo +$e tarde o stado acabo$ com eles. A proposta dos zapatistas está combinando as antigas (ormas de resist*ncia das com$nidades com s$a artic$la"#o a maneira de redes m$ito variadas. As redes n#o somente incl$em distintos povos ind0genas +$e antes se en(rentavam entre si e +$e agora at$am conj$ntamente para resistir e governar/ mas tamb&m m$itas minorias/ etnias o$ povos das mesmas prov0ncias o$ pa0ses/ e de regiNes como mesoam&rica o$ indoam&rica/ e at& o$tras maiores e mais long0n+$as com as +$ais ao menos entram em com$nica"#o por via eletrHnica. As redes tamb&m incl$em os camponeses +$e n#o se identi(icam por $ma c$lt$ra o$ l0ng$a distinta da nacional. 2ncl$em os trabalhadores/ os est$dantes/ os intelect$ais/ as pop$la"Nes marginais $rbanas e o$tros chamados novos movimentos como os de g*nero/ os ecologistas/ os de devedores e aposentados/ e em geral os dos empobrecidos/ marginalizados/ excl$0dos/ desempregados/ e amea"ados de extin"#o. A (orma"#o de redes e organiza"Nes a$tHnomas coloca $ma nova alternativa de l$ta com crescentes capacidades de en(rentar o sistema dominante en+$anto artic$le e reestr$t$re as (or"as heterog*neas +$e n#o somente d#o $m valor primordial ' a$tonomia necessária/ mas tamb&m ' dignidade/ irren$nciável/ de pessoas e coletivos. ssas coloca"Nes n#o somente incl$em $m novo $so dos meios eletrHnicos e de massas/ mas tamb&m com$nica"Nes presenciais. Atrav&s de $ns e o$tros a leit$ra e o diálogo coletivos combinam os espa"os de re(lex#o/ cria"#o e at$a"#o de pe+$enos gr$pos com os atos de massas com disc$rsos dialogais. Ademais/ transmitem o projeto em distintas (ormas de raciocinar/ sentir e expressarWse/ isto &/ em $ma mist$ra de g*neros literários e de artes pedag;gicas e ret;ricas +$e n#o permite separar os disc$rsos hist;ricoWpol0ticos dos (ilos;(icoWcient0(icos $nidos/ sem perder m$ito do +$e se está vivendo e criando. - conj$nto de $m (enHmeno de diálogo integral/ o$ de pensarWsentirW (azer/ +$e desde sempre existi$/ ad+$ire $m relevo especial como se s$as artic$la"Nes (ossem em grande medida int$0das e deliberadas. A com$nica"#o interativa e interc$lt$ral tornaWse MOM
poss0vel por $m respeito ao diálogo das cren"as/ das ideologias/ e das (iloso(ias ligado ' descoloniza"#o da vida cotidiana e dos Rmomentos estelares da com$nidade crescente/ esbo"o de $ma h$manidade organizada. A b$sca do $niversal no partic$lar/ da $nidade na diversidade recorre e combina as experi*ncias revol$cionárias/ re(ormistas e libertadoras o$ libertárias anteriores/ en+$anto enla"a velhas e novas $topias/ mais acess0veis a $ma prática alternativ a e mais disposta a compreender s$as pr;prias contradi"Nes e alg$mas (ormas de s$peráWlas. ntre os zapatistas/ o projeto de redes como projeto de governo +$e artic$la a$tonomias/ materializo$Wse com a trans(orma"#o recente de zonas de solidariedade em Rm$nic0pios a$tHnomos em rebeldia/ +$e n#o somente se artic$lam entre si mas tamb&m com o exterior/ com a na"#o/ e $m po$co/ por agora/ com o m$ndo 3González !asanova/
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$rançois 3outart
s movimentos sociais e a construção de um novo sueito #ist?rico
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Soci;logo e 1iretor do !entro 6ricontinental/ ,ovainaWaWVova/ B&lgica e membro do >;r$m 7$ndial das Alternativas. ∗∗
6rad$"#o de Simone Eezende da Silva
-s protestos sistemáticos contra os centros de poder global m$ltiplicamWse. -s >;r$ns Sociais m$ndiais/ continentais/ nacionais e temáticos constit$0ramWse como l$gares de converg*ncia dos movimentos e organiza"Nes +$e est#o l$tando contra o neoliberalismo. 6rataWse de esbo"ar $m +$adro geral de re(lex#o sobre o andamento destes eventos.
Por +$e $m novo s$jeito hist;ricoK A hist;ria da h$manidade caracterizaWse por $ma m$ltiplicidade de s$jeitos coletivos/ portadores de valores de j$sti"a/ de ig$aldade/ de direitos e protagonistas de protestos e l$tas. Eecordemos por exemp lo/ a revolta dos escrav os/ as resist*ncias contra as invasNes na Z(rica e Zsia/ as l$tas camponesas da 2dade 7&dia na $ropa/ as n$merosas resist*ncias dos povos nativos da Am&rica/ os movimentos religiosos de protesto social no Brasil/ S$d#o e !hina. Im salto hist;rico dáWse +$ando o capitalismo constr;i/ depois de +$atro s&c$los de exist*ncia/ as bases materiais de s$a reprod$"#o +$e s#o a divis#o do trabalho e a ind$strializa"#o. Vasce o proletariado como s$jeito potencial/ a partir da contradi"#o entre capital e trabalho. -s trabalhadores est#o s$bmetidos ao capital dentro do pr;prio processo de prod$"#o (azendo com +$e a classe operária seja totalmente absorvida e ig$almente constit$0da pelo capital. L o +$e 9arl 7arx chamo$ a s$bs$n"#o real do trabalho pelo capital. A nova classe se trans(ormo$ em s$jeito hist;rico +$ando se constr$i$ no pr;prio seio das l$tas/ passando do estat$to de R$ma classe em si a $ma
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classe para si. V#o era o Qnico s$jeito/ mas sim/ o s$jeito hist;rico/ isto &/ o instr$mento privilegiado da l$ta de emancipa"#o da h$manidade/ em ($n"#o do papel jogado pelo capitalismo. ste Qltimo n#o se sit$ava somente no plano da economia/ mas tamb&m orientava a con(ig$ra"#o do stadoWna"#o/ as con+$istas coloniais/ as g$erras m$ndiais/ sem (alar de se$ papel como ve0c$lo privilegiado da modernidade. videntemente a hist;ria da classe operária como s$jeito hist;rico n#o (oi linear. :o$ve a passagem de movimento para partido pol0tico e do plano nacional ao plano internacional/ mas tamb&m *xitos e (racassos/ vit;rias e rec$pera"Nes. - capitalismo realiza $m novo salto. - s$jeito social ampli(icaWse. As novas tecnologias estendem a base material de s$a reprod$"#o5 a in(ormática e a com$nica"#o/ +$e lhe d#o $ma dimens#o realmente global. - capital necessita $ma ac$m$la"#o acelerada para responder ao tamanho dos investimentos em tecnologias cada vez mais so(isticadas/ para cobrir os gastos de $ma concen tra"#o crescente e encontrar as exig*ncias do capital (inanceiro +$e depois da (l$t$a"#o do d;lar em se trans(ormo$ massivamente em capital espec$lativo. Por estas razNes/ o conj$nto dos atores do sistema capitalista combate$ tanto o e=nesianismo e se$s pactos sociais entre capital/ trabalho e stado/ o desenvolvimento nacional do S$l 3o modelo de Band$ng/ seg$ndo Samir Amin4 como o desenvolvimentismo cepalino 3na Am&rica ,atina4 e os regimes socialistas. !ome"o$ a (ase neoliberal do desenvolvimento do capitalismo chamada tamb&m o !onsenso de Dashington. sta estrat&gia se trad$zi$ em $ma d$pla o(ensiva/ contra o trabalho 3dimin$i"#o do salário real/ desreg$la"#o/ deslocaliza"#o4 e contra o stado 3privatiza"Nes4. Assistimos tamb&m a $ma b$sca de novas (ronteiras de ac$m$la"#o/ (rente 's crises tanto do capital prod$tivo como do capital (inanceiro5 a agric$lt$ra camponesa +$e deve ser convertida em $ma agric$lt$ra prod$tivista capitalista/ os servi"os pQblicos +$e devem passar ao setor privado e a biodiversidade/ como base de novas (ontes de energia e de mat&ria prima. - res$ltado & +$e agora todos os gr$pos h$manos sem exce"#o est#o s$bmetidos ' lei do valor/ n#o somente a classe operária assalariada 3s$bs$n"#o real4/ mas tamb&m os povos nativos/ as m$lheres/ os setores in(ormais/ os pe+$enos camponeses/ sob o$tros mecanismos/ (inanceiros pre"o das mat&rias primas o$ dos prod$tos agr0colas/ servi"o da d0vida externa/ para0sos (iscais/ etc. o$ j$r0dicos as normas do >$ndo 7onetário 2nternacional 3>724/ do Banco 7$ndial 3B74 e da MXT
-rganiza"#o 7$ndial de !om&rcio 3-7!4/ t$do isso signi(icando $ma s$bs$n"#o (ormal. 7ais +$e n$nca/ o capitalismo destr;i/ como o notava 9arl 7arx há mais de $m s&c$lo e meio/ as d$as (ontes de s$a ri+$eza5 a nat$reza e os seres h$manos. Va verdade/ a destr$i"#o ambiental a(eta a todos e a lei do valor hoje incl$i a todos. A mercantiliza"#o domina a +$ase totalidade das rela"Nes sociais/ em campos cada vez mais n$merosos como o da saQde/ da ed$ca"#o/ da c$lt$ra/ do esporte o$ da religi#o. Al&m disso/ a l;gica capitalista tem s$a instit$cionalidade. Eecordemos primeiro +$e se trata de $ma l;gica e n#o de $m complH de alg$ns atores econHmicos 3sen#o bastaria convert*Wlos e corrigir ab$sos e excessos4. ,embroWme de $m empresário de Santo 1omingo/ testem$nha do Jeová/ +$e dizia a prop;sito de se$s operários aos +$ais amava com $m amor m$ito crist#o5 Rchamo me$s trabalhadores/ magos/ por+$e n#o sei como podem viver com o salário +$e lhes do$. A m$dan"a exige $ma a"#o estr$t$ral/ hoje globalizada/ de atores determinados com agendas precisas. - capitalismo globalizado tem s$as instit$i"Nes5 a -7!/ o B7/ o >72/ os bancos regionais e tamb&m se$s aparelhos ideol;gicos5 meios de com$nica"#o social/ cada vez mais concentrados em po$cas m#os. >inalmente/ goza do poder de $m imp&rio/ stados Inidos. - d;lar & a moeda internacional e a Am&rica do Vorte det&m o Qnico direito de veto no Banco 7$ndial e no >72/ e $m veto compartilhado no !onselho de Seg$ran"a. ste pa0s conserva/ al&m disso/ +$ase $m monop;lio no campo militar/ com m#o sobre a -6AV e a capacidade de come"ar g$erras preventivas. $ando se trata de intervir militarmente no 2ra+$e o$ A(eganist#o para controlar as (ontes de energia/ o (az sem olhares. S$as bases militares m$ltiplicamWse e estendemWse sobre o planeta e se$ governo se a$toWatrib$i a miss#o de reprimir as resist*ncias no m$ndo inteiro/ sem d$vidar em $tilizar a tort$ra e o terrorismo como mecanismos. ntretanto/ o imp&rio tem s$as debilidades. A nat$reza se está de(endendoWse e hoje a oposi"#o antiimperialista & m$ndial. 2man$el Dallenstein em virt$de das de(ici*ncias do sistema come"o$ a pensar +$e a+$ilo +$e ele chama Ro longo s&c$lo / dominado pelo capitalismo poderia encontrar se$ (im na metade deste s&c$lo. Por todas estas razNes/ o novo s$jeito hist;rico se estende ao conj$nto dos gr$pos sociais s$bmetidos/ tanto a+$eles +$e (ormam parte da s$bmiss#o real 3representados pelos chamados Rantigos movimentos sociais4 como os +$e integrariam MX
o gr$po dos s$bs$midos (ormalmente 3Rnovos movimentos sociais4. - novo s$jeito hist;rico a ser constr$0do será pop$lar e pl$ral/ isto &/ constit$0do por $ma m$ltiplicidade de atores e n#o pela Rm$ltid#o da +$al (alam 7ichael :ardt e Antonio Vegri. !onceito este t#o vago como perigoso por s$as conse+@*ncias desmobilizadoras. A classe operária terá $m papel importante/ mas compartilhado. ste s$jeito será democrático/ n#o somente por s$a meta/ mas tamb&m pelo pr;prio processo de s$a constr$"#o. le será m$ltipolar/ nos di(erentes continentes e nas diversas regiNes do m$ndo. 6ratarWseWá de $m s$jeito no sentido pleno da palavra/ incl$indo a s$bjetividade redescoberta/ abrangendo todos os seres h$manos/ constit$indo a h$manidade como s$jeito real +$e proclamado por >ranz :inelammert em se$ livro < 8ujeito e a 1ei . novo s$jeito hist;rico deve ser capaz de at$ar sobre a realidade +$e por s$a vez & mQltipla e global/ com o sentido de emerg*ncia exigido pelo genoc0dio e pelo ecoc0dio contempor)neos.
-s movimentos sociais -s movimentos sociais s#o os (r$tos de contradi"Nes +$e se globalizaram. Seg$ndo Alain 6o$raine 34/ para serem verdadeiros atores coletivos necessitam de certa inscri"#o na hist;ria/ de $ma vis#o da totalidade do campo dentro do +$al se inscrevem/ de $ma de(ini"#o clara do adversário e/ (inalmente/ de $ma organiza"#o. S#o mais +$e $ma simples revolta 3as jac*ueries camponesas4 mais +$e $m gr$po de interesses 3c)mara de com&rcio4/ mais +$e $ma iniciativa com a$tonomia do stado 3-VGs4. -s movimentos nascem da percep"#o de objetivos como metas de a"#o/ mas para existirem no tempo necessitam $m processo de instit$cionaliza"#o. !riamWse pap&is indispensáveis para s$a reprod$"#o social. Assim nasce $ma permanente dial&tica entre metas e organiza"#o c$jo perigo potencial sempre presente & a possibilidade de +$e a l;gica de reprod$"#o imponhaWse sobre as exig*ncias dos objetivos proc$rados. :á $m in(inito nQmero de exemplos desta dial&tica na hist;ria. 1esta (orma nasce$ o cristianismo/ como o diz o te;logo argentino E$ben 1ri/ como Ro movimento de Jes$s/ express#o religiosa de protesto social/ perigosa para o imp&rio romano e reprimida por este Qltimo. 6rans(ormo$Wse por s$a inser"#o na sociedade romana em $ma instit$i"#o eclesiástica/ seg$indo o modelo da organiza"#o pol0tica/ centralizada/ vertical e (re+@entemente aliada com os poderes de opress#o. - peso instit$cional n#o MX<
mato$ o esp0rito/ mas introd$zi$ $ma contradi"# o permanente. - !onc0lio %aticano 22 constit$i$ $m es(or"o de restabelecer o predom0nio dos valores da mensagem evang&lica sobre o caráter instit$cional/ mas nos anos seg$intes/ ele (oi bastante rec$perado por $ma corrente de resta$ra"#o. -$tro exemplo & o caso de m$itos sindicatos operários e partidos de es+$erda. >oram iniciativas dos trabalhadores em l$ta +$e com o tempo trans(ormaramWse em b$rocracias +$e de(iniam s$as tare(as em termos somente de(ensivos/ +$er dizer em ($n"#o da agenda do adversário e n#o do projeto de trans(orma"#o radical do sistema. Vo caso partic$lar dos partidos pol0ticos/ & a l;gica eleitoral +$e prepondera sobre o objetivo srcinal e +$e de(ine as práticas/ o +$e signi(ica $ma l;gica de reprod$"#o e n#o $ma perspectiva de m$dan"a pro($nda revol$cionária. 2sso n#o impede a presen"a de m$itos militantes a$t*nticos nestas organiza"Nes/ mas signi(ica +$e est#o encerrados em $ma l;gica +$e os $ltrapassa. ntretanto/ a realidade social n#o está predeterminada e podeWse at$ar sobre os processos coletivos. Para +$e os movimentos sociais estejam em posi"#o de constr$ir o novo s$jeito social há d$as condi"Nes preliminares. m primeiro l$gar/ ter a capacidade de $ma cr0tica interna com o (im de instit$cionalizar as m$dan"as e asseg$rar $ma re(er*ncia permanente aos objetivos. m seg$ndo l$gar/ captar os desa(ios da globaliza"#o/ +$e por s$a vez s#o gerais e espec0(icos ao campo de cada movimento5 operário/ campon*s/ de m$lheres/ pop$lares/ de povos nativos/ de j$vent$de/ e em breve de todos os +$e s#o v0timas do neoliberalismo globalizado. !oncorrem tamb&m o$tras exig*ncias. -s movimentos sociais +$e se de(inem como a sociedade civil t*m +$e precisar +$e se trata da sociedade civil de abaixo/ rec$perando assim o conceito do Antonio Gramsci +$e a considera como o l$gar das l$tas sociais. 2sso permite evitar cair na armadilha da o(ensiva sem)ntica dos gr$pos dominantes/ como o Banco 7$ndial/ para os +$ais ampliar o espa"o da sociedade civil signi(ica restringir o l$gar do stado/ o$ tamb&m na ingen$idade de m$itas -VGs para as +$ais a sociedade civil & o conj$nto de todos os +$e +$erem o bem da h$manidade. Vo plano global/ a sociedade civil de cima se reQne em 1avos e a sociedade civil de baixo em Porto Alegre. !onstr$ir o novo s$jeito hist;rico re+$er conceber e cimentar $m v0nc$lo com $m campo pol0tico renovado. Vos primeiros tempos dos >;r$ns Sociais existia $m medo real para com os ;rg#os da pol0tica tradicional em parte por razNes j$stas. Ao MXF
repQdio (rente ' instr$mentaliza"#o eleitoreira e 's ma+$inarias de partidos como mera (erramenta de poder somavaWse $ma atit$de de princ0pio antiWestatal/ especialmente em certas -VGs. 1a0/ o *xito das teses do John :olloCa= +$e se perg$ntava como m$dar o m$ndo sem tomar o poder. Se se tratar de a(irmar +$e a trans(orma"#o social exige m$ito mais +$e a tomada do poder pol0tico (ormal/ exec$tivo o$ legislativo/ esta perspectiva & plenamente aceitável/ mas se signi(icar +$e m$dan"as ($ndamentais como $ma re(orma agrária o$ $ma campanha de al(abetiza"#o podem ser realizadas sem o exerc0cio do poder/ & $ma total il$s#o. Assim/ os movimentos sociais devem contrib$ir para a renova"#o do campo pol0tico/ como o indica m$ito bem 2sabel Ea$b er em se$ livro 8ujeitos políticos. A perda de credibilidade dos partidos pol0ticos & $ma realidade m$ndial e & $rgente encontrar a maneira de realizar $ma reconstr$"#o do campo. Im exemplo interessante & o da EepQblica 1emocrática do !ongo 39inshasa4/ onde os movimentos e organiza"Nes de base mobilizaramWse para a organiza"#o das elei"Nes de j$lho inalmente/ será m$ito importante para as converg*ncias dos movimentos sociais encontrarem a maneira de agl$tinar as n$merosas iniciativas pop$lares locais +$e n#o se trans(ormam em movimentos organizados/ apesar do (ato de +$e representam $ma parte importante das resist*ncias 3em n0vel de povos o$ de regiNes/ MXM
contra $ma represa/ contra a privatiza"#o da ág$a/ da eletricidade/ da saQde/ contra a entrega de (lorestas a empresas transnacionais/ etc.4. xistem exemplos como o 7-V,AE/ no Sri ,ana/ a organiza"#o +$e l$ta pela re(orma agrária e +$e reagr$pa mais de TT iniciativas locais al&m de ser $m movimento campon*s nacional/ conseg$i$ ac$m$lar (or"as capazes de at$ar no n0vel do pa0s/ como ;rg#o de protesto 3mani(esta"Nes nacionais4 e tamb&m de diálogo e de con(ronta"#o com o Governo e com o Banco 7$ndial.
!omo constr$ir o novo s$jeito hist;rico Prod$zir $m novo s$jeito hist;rico re+$er alg$mas condi"Nes básicas. m primeiro l$gar/ & necessário elaborar $ma consci*ncia coletiva s$stentada em $ma análise apropriada da realidade e $ma &tica. $anto ' análise/ trataWse de $tilizar instr$mentos capazes de est$dar os mecanismos de ($ncionamento da sociedade e de entender s$as l;gicas/ com crit&rios +$e permitam disting$ir ca$sas e e(eitos/ disc$rsos e práticas. V#o se trata de +$al+$er tipo de análise/ mas sim da+$ela prod$zida com o aparelho te;rico cr0tico mais ade+$ado para responder ao grito dos de baixo. xige $m alto rigor metodol;gico e $ma abert$ra a todas as hip;teses Qteis para este (im. A op"#o em (avor dos oprimidos & $m passo pr&Wcient0(ico e ideol;gico/ +$e vai g$iar a elei"#o do tipo de análise/ entretanto este Qltimo pertence ' ordem cient0(ica sem concess#o poss0vel. L $m saber novo +$e aj$dará a criar a consci*ncia coletiva. 6omemos $m exemplo contempor)neo para dar conta da +$e nos re(erimos +$ando (azemos *n(ase sobre a análise da realidade. >alaWse m$ito dos objetivos do 7il*nio/ decididos pelos che(es de stado em Vova 2or+$e no ano
esta contradi"#o re+$er +$estionar o pr;prio conceito de desenvolvimento do +$al dependem os crit&rios adotados para de(inir os objetivos do 7il*nio. V#o entram em s$a de(ini"#o elementos +$alitativos como o bemWestar/ a ig$aldade/ a soberania alimentar e o$tros mais. L por isso +$e 7arta :arnecer no !entro 7iranda de !aracas/ trabalha para a cria"#o de (erramentas anal0ticas para medir os crit&rios do desenvolvimento. 1e (ato/ os conceitos $tilizados pelas Va"Nes Inidas s#o os do mercado e n#o os da vida dos seres h$manos. - seg$ndo elemento +$e contrib$i para a constr$"#o de $ma consci*ncia coletiva & a &tica. V#o se trata de $ma s&rie de normas elaboradas em abstrato/ mas sim de $ma constr$"#o constante pelo conj$nto dos atores sociais em re(er*ncia ' dignidade h$mana e ao bem de todos. As de(ini"Nes concretas podem trocar seg$ndo os l$gares e as &pocas e +$ando se trata da realidade globalizada/ a perspectiva &tica terá +$e ser elaborada pelo conj$nto das tradi"Nes c$lt$rais5 isto &/ o conceito real dos direitos h$manos. A &tica neste sentido n#o & $ma imposi"#o dogmática/ mas sim $ma obra coletiva +$e tem s$as re(er*ncias na de(esa da h$manidade. Podemos dizer +$e o l$cro principal dos >;r$ns Sociais/ como converg*ncias de movimentos e de organiza"Nes pop$lares/ (oi a elabora"#o progressiva de $ma consci*ncia coletiva/ com vários n0veis de análise e de compreens#o e com $ma &tica de protesto contra todo tipo de inj$sti"a e desig$aldade/ e de constr$"#o social democrática de R$m o$tro m$ndo poss0vel. A exist*ncia dos >;r$ns & em si mesmo $m (ato pol0tico/ al&m dos m$itos o$tros l$cros/ como a constit$i"#o de redes/ o interc)mbio de alternativas/ o ($ncionamento em se$ seio da Assembl&ia dos movimentos sociais e a contrib$i"#o de intelect$ais comprometidos. ,ogo ap;s ter elaborado $ma consci*ncia coletiva se impNe como passo seg$inte convocar ' mobiliza"#o dos atores pl$rais/ pop$lares/ democráticos e m$ltipolares. A+$i nos encontramos com o aspecto s$bjetivo da a"#o. -s atores h$manos s#o seres completos e n#o at$am somente em ($n"#o da racionalidade das l;gicas sociais. compromisso & $m ato social caracterizado por $m elemento a(etivo (orte e ainda central. 1a0/ a import)ncia da c$lt$ra como conj$nto das represent a"Nes da realidade e tamb&m dos in$meráveis canais de s$a di($s#o5 a arte/ a mQsica/ o teatro/ a poesia/ a literat$ra/ a dan"a. A c$lt$ra & $ma meta/ mas tamb&m $m meio de emancipa"#o h$mana. - mesmo se pode dizer do papel potencial das religiNes/ nas +$ais se MXX
encontram re(er*ncias h$manas existenciais ($ndamentais5 a vida/ a morte/ em rela"#o a $ma (& +$e se pode compartilhar o$ n#o/ mas +$e n#o se pode ignorar. 2sso (oi $m engano grave de $m certo tipo de socialismo. - potencial religioso libertador & real. Al&m disso/ as religiNes podem contrib$ir com espirit$alidade e &tica coletiva e pessoal indispensáveis para a reconstr$"#o social. Im terceiro elemento está constit$ 0do pelas estrat&gias para obter os tr*s n0veis de alternativas. - primeiro & a $topia/ no sentido do +$e n#o existe hoje/ mas +$e pode ser realidade amanh#/ +$er dizer $ma $topia n#o il$s;ria/ e sim necessária como dizia o (il;so(o (ranc*s Pa$l Eicoe$r. $e tipo de sociedade +$eremosK !omo de(inir o p;sW capitalismo o$ o socialismoK A $topia tamb&m & $ma constr$"#o coletiva e permanente/ n#o $ma coisa +$e vem do c&$. Vecessita para se$ c$mprimento $ma a"#o de longo prazo5 a m$dan"a de $m modo de prod$"#o n#o se (az com $ma revol$"#o pol0tica/ mesmo +$e ela possa signi(icar o in0cio de $m processo. - capitalismo levo$ +$atro s&c$los para constr$ir as bases materiais de s$a reprod$"#o5 a divis#o do trabalho e a ind$strializa"#o. As m$dan"as c$lt$rais +$e s#o partes essenciais do processo t*m $m ritmo di(erente das trans(orma"Nes pol0ticas e econHmicas. -s o$tros dois n0veis/ o meio e o c$rto prazo/ dependem das conj$nt$ras/ mas devem ser o objeto de estrat&gias acordadas e realizadas em converg*ncia/ entre atores sociais diversos. S#o o l$gar das alian"as. ntretanto/ n#o & a simples soma de alternativas nos setores econHmicos/ sociais/ c$lt$rais/ ecol;gicos e pol0ticos +$e permitirá $m novo s$jeito hist;rico sair adiante. VecessitaWse coer*ncia. sta Qltima tamb&m será obra coletiva e n#o o res$ltado de $m monop;lio do saber e do conhecimento por $ma vang$arda depositária da verdade. Será $m processo constante e n#o $m dogma. A partir deste ponto de vista & importante s$blinhar o caráter indispensável de alg$ns atos coletivos estrat&gicos/ ainda parciais/ mas +$e reagr$pam $m conj$nto de atores sociais diversos em $ma iniciativa signi(icante em rela"#o com a dimens#o $t;pica do projeto global. >elizmente existem vários exemplos neste sentido/ dos +$ais recordamos dois. A campanha contra o A,!A re$ni$ m$itos movimentos sociais/ dos sindicatos aos camponeses/ passando pelas m$lheres e pelos ind0genas. -VGs de diversas proced*ncias somaramWse incl$sive a esta iniciativa. m alg$ns pa0ses/ instit$i"Nes MX
religiosas tomaram posi"#o contra o tratado. ItilizaramWse m&todos m$ito variados de a"#o/ at& re(erendos pop$lares +$e recolheram milhNes de assinat$ras. -$tro exemplo & o plano alternativo pop$lar de reconstr$"#o depois do ts$nami no Sri ,ana. - plano o(icial administrado pelo Banco 7$ndial previa essencialmente o desenvolvimento do t$rismo internacional e n#o respondia 's necessidades de base da maioria da pop$la"#o. ra a maneira de acelerar a pol0tica neoliberal de alcance m$ndial. Por isso se constit$i$ $ma alian"a ampla de movimentos e organiza"Nes sociais/ incl$sive instit$i"Nes b$distas e crist#s/ para oporWse ao plano governamental e propor sol$"Nes alternativas. 1$as iniciativas complementares (izeram s$a contrib$i"#o (rente ' necessidade de $ma perspectiva de a"#o em n0vel m$ndial5 a rede Rm 1e(esa da :$manidade/ ($ndada no 7&xico sob o imp$lso de Pablo González !asanova e +$e tem cap0t$los de vários pa0ses/ especialmente latinoWamericanos e o R!hamamento do Bamao promovido pelo >;r$m 7$ndial de Alternativas 3iniciado na ,ovainaWaWVova em X por ocasi#o do ;r$m do 6erceiro 7$ndo 31aar4/ nda 3$ma -VG a(ricana4 e o >;r$m Social do 7al0. m 1e(esa da :$manidade propHs a constit$i"#o de $ma promotora destinada a re$nir e propor a"Nes com$ns e o R!hamamento de Bamao de(ini$ T áreas para pensar e propor atores coletivos e estrat&gias/ inspirandoWse em grande parte do 7ani(esto de Porto Alegre elaborado por $m gr$po de intelect$ais d$rante o >;r$m Social 7$ndial de ;r$m elabora $m doc$mento e propNe campanhas 3como a mani(esta"#o contra a g$erra no 2ra+$e/ +$e em inalmente a partir de $m panorama geral s#o necessárias alg$mas vit;rias/ embora parciais/ signi(icativas. 7anter a a"#o/ recrear a motiva"#o/ exige res$ltados. V#o se trata de +$al+$er con+$ista/ mas sim das +$e mobilizaram vários atores sociais em $ma a"#o com$m/ sobre objetivos relacionados a $ma vis#o de conj$nto e de dimens#o global. :á tamb&m neste aspecto vários exemplos importantes. 1e novo se pode citar a campanha latinoWamericana contra o A,!A. Va $ropa/ o V}- ao tratado constit$cional elaborado em $ma orienta"#o neoliberal e com $ma s$bmiss#o aos stados Inidos no campo militar/ & o$tro exemplo. - recha"o com *xito do contrato de primeiro emprego na >ran"a e o abandono da base naval norteWamericana de %ie+$es MX\
em Porto Eico/ depois de $ma longa mobiliza"#o pop$lar s#o o$tros casos not;rios. no )mbito pol0tico/ a elei"#o do primeiro presidente ind0gena na Bol0via tem tamb&m $m sentido m$ito amplo de vit;ria nos planos c$lt$rais/ sociais e econHmicos. ` g$isa de concl$s#o/ podemos dizer +$e já está tra"ado o caminho para passar da elabora"#o de $ma consci*ncia coletiva ' constr$"#o de atores coletivos e +$e todos estes (atos o an$nciam como pr;ximo prop;sito a c$mprir.
Bibliogra(ia 1ri/ E$b&n X Autoritarismo y democracia en la Diblia y en la &glesia 3B$enos Aires5 Biblos4. Gramsci/ Antonio Cuadernos de la c3rcel 37&xico5 diciones ra8Benem&rita Iniversidade A$tHnoma de P$ebla4. :ardt/ 7ichael e Antonio Vegri ranz
3B$enos Aires5
:erramienta4. Ea$ber/ 2sabel
MX
Jo#n Bellam% $oster
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redescobrimento do imperialismo
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!oWeditor da (onthly Revie-. Artigo p$blicado em (onthly Revie- 3Vova 2or+$e4
%ol. OM/ novembro de
6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es
1$rante +$ase todo o s&c$lo / o conceito de Rimperialismo (oi excl$0do do conj$nto dos disc$rsos pol0ticos aceitáveis para os c0rc$los dominantes do m$ndo capitalista. $al+$er re(er*ncia ao Rimperialismo d$rante a G$erra do %ietn#/ sem importar +$#o realista (osse/ +$ase sempre era tida como $m sinal de +$e o a$tor estava no lado es+$erdo do espectro pol0tico. m / no RPre(ácio ' edi"#o americana do &mperialism in the 8eventies [&mperialismo nos Anos 8etenta] de Pierre Anime/ :arr= 7agdo(( apontava5 R!omo regra/ os corteses acad*micos pre(erem n#o $sar o termo imperialismo. AchamWno de ma$ gosto e n#o cient0(ico. 1e repente/ isso já n#o & certo em nossos dias. 2ntelect$ais e membros da elite pol0tica norteWamericana est#o abra"ando calorosamente $ma aberta miss#o Rimperialista o$ RneoWimperialista dos stados Inidos/ reiteradamente en$nciada nos meios escritos mais in(l$entes como o 2e- _or $imes e o 'oreign Affairs. ste ardor imperialista & em m$ito devido ' g$erra contra o terrorismo empreendida pela administra"#o B$sh/ a +$al está tomando a (orma de con+$ista e oc$pa"#o do A(eganist#o e se s$as ambi"Nes se concretizarem tamb&m do 2ra+$e. Seg$ndo a strat&gia de Seg$ran"a Vacional da administra"#o B$sh/ n#o há limites o$ (ronteiras reconhec0veis ao $so do poder militar para promover os interesses dos stados Inidos. >rente a esta tentativa de estender o +$e s; pode ser denominado 2mp&rio VorteW americano/ intelect$ais e (ig$ras pol0ticas n#o s; est#o retornando ' id&ia de imperialismo/ mas tamb&m ' vis#o s$stentada por se$s imp$lsores do in0cio do s&c$lo 2/ o$ seja/ o imperialismo como grande miss#o civilizadora. As compara"Nes entre MT
os stados Inidos/ a Eoma 2mperial e o 2mp&rio Brit)nico s#o com$ns na imprensa reinante. 6$do de +$e se necessita para (azer deste conceito algo completamente Qtil & despojáWlo de s$as velhas associa"Nes marxistas com a hierar+$ia econHmica e a explora"#o/ por n#o mencionar o racismo. 7ichael 2gnatie((/ pro(essor de Pol0ticas de 1ireitos :$manos da 9enned= School o( Government/ da Iniversidade de :arvard/ escreve$ no 2e- _or $imes 3<\ de j$lho de or"as speciais n#o s#o trabalhadores sociais. S#o $m destacamento imperial +$e estende o poder e os interesses norteWamericanos na Zsia !entral. !hamemWno opera"Nes de paz= chamemWno constr$"#o de $ma na"#o/ chamemWno como +$eiram/ o +$e está ocorrendo em 7azar & $ma pol0tica imperial. m rigor/ toda a g$erra norteWamericana contra o terror & $m exerc0cio de imperialismo. 2sso pode pert$rbar aos norteWamericanos/ +$e n#o gostam de pensar +$e se$ pa0s & $m imp&rio. 7as de +$e o$tro modo se podem denominar as legiNes de soldados/ espiNes e >or"as speciais dos stados Inidos +$e marcham pelo globoK 32gnatie((/
Inidos se atrib$em o papel de (ixar os par)metros/ determinar as amea"as/ $sar a (or"a/ e administrar j$sti"a em escala global 32enberr=/
imperial/ e manter a ordem imperial. :enr= 9issinger come"a se$ oes America 2eed a 'oreing PolicyJ [
As bases econHmicas do imperialismo - ber"o da no"#o de imperialismo econHmico/ como algo oposto ao imperialismo em geral/ (oi nos stados Inidos/ po$co mais de $m s&c$lo atrás. m se$ ensaio R6he conomic Basis o( 2mperialism [RAs bases econHmicas do 2mperialismo]/ p$blicado pela primeira vez na 2orh American Revie-= em \\/ em tempos da g$erra :ispanoW VorteWAmericana/ !harles A. !onant concl$i$ +$e o imperialismo era necessário para absorver capital excedente (rente ' escassez de oport$nidades de investimentos rentáveis^ em o$tras palavras/ para aliviar o +$e ele denominava problema de Rcapital congestionado. Se os stados Inidos dever#o realmente ad+$irir posses territoriais/ estabelecer capitanias gerais e regimentos/ adotar $m ponto m&dio para proteger soberanias nominalmente independentes/ o$ contentarWse com esta"Nes navais e representantes diplomáticos como base para asseg$rar se$s direitos de livre com&rcio com o ,este/ & $ma +$est#o de detalhe [...] A partir de se$s sentimentos/ +$em a+$i escreve n#o & partidário do Rimperialismo/ mas n#o teme +$e esta palavra signi(i+$e somente +$e os stados Inidos dever#o a(irmar se$s direitos ao livre mercado em todos os velhos pa0ses +$e est#o sendo abertos aos rec$rsos excedentes dos pa0ses capitalistas e/ deste modo/ recebendo os bene(0cios da civiliza"#o moderna. PodeWse disc$tir se esta pol0tica s$porta o governo direto \M
As citas de Boot/ Brzezinsi/ 9aplan/ 9issinger/ 7allab=/ e Eosen est#o tomadas de Philip S. Gol$b 3
MF
sobre gr$pos de ilhas semiWselvagens/ mas do ponto de vista econHmico da +$est#o n#o há sen#o $ma op"#o5 o$ entrar por alg$m meio na competi"#o para o emprego de capital e empreendimentos americanos nesses pa0ses/ o$ contin$ar com a desnecessária d$plica"#o dos existentes meios de prod$"#o e com$nica"Nes/ com a conse+@ente s$perab$nd)ncia de prod$tos n#o cons$midos/ as conv$lsNes +$e se seg$em da paralisia do com&rcio/ e a constante +$eda dos l$cros sobre os investimentos +$e tal pol0tica negativa trará vinc$lada 3!onant/ TT5 <WFT4. Vo (inal do s&c$lo 2 e come"o do s&c$lo / os con(litos entre as grandes pot*ncias pela partilha da Z(rica/ a g$erra sinoWjaponesa 3\MW\O4/ a hispanoWnorteWamericana/ a s$lWa(ricana 3G$erra Boer4 e a r$ssoW japonesa/ assinalaram o come"o do novo imperialismo/ associado ao capitalismo monopolista/ o +$al era +$alitativamente di(erente do colonialismo +$e o tinha precedido. 2sso gero$ $ma teoria econHmica do imperialismo entre os imp$lsores do imperialismo/ +$e já n#o o viam como $m mero Rsentimento/ como en(atiza a análise de !onant. 1o mesmo modo/ as m$dan"as no imperialismo logo deram srcem a $ma análise mais exa$stiva/ +$e (oi ina$g$rada com o clássico do John A. :ob son/ &mperialismT A 8tudy [&mperialismoT um estudo]= p$blicado em T<. :obson era $m destacado cr0tico brit)nico da G$erra Boer/ e desde este ponto de partida desenvolve$ s$a cr0tica ao imperialismo. m $m (amoso cap0t$lo intit$lado R6he conomic 6aproot o( 2mperialism [RA raiz conHmica do 2mperialismo]/ :obson assinalava5 !ada melhora nos m&todos de prod$"#o/ cada concentra"#o da propriedade e do controle/ parece acent$ar a tend*ncia [' expans#o imperialista]. ` medida +$e $ma na"#o atrás de o$tra ingressa na economia das má+$inas e adota m&todos ind$striais avan"ados/ tornaWse mais di(0cil para se$s ind$striais/ mercaderes e (inancistas dispor rentavelmente de se$s rec$rsos econHmicos [...] m todas as partes aparecem poderes prod$tivos excessivos/ capital excessivo em b$sca de investimento. 6odos os homens de neg;cios admitem +$e o crescimento dos poderes prod$tivos em se$s pa0ses excede o crescimento do cons$mo/ +$e se podem prod$zir mais bens +$e os +$e podem ser vendidos MM
com l$cros/ e +$e existe mais capital +$e o +$e pode ser investido rentavelmente. sta sit$a"#o econHmica & a +$e (orma a raiz do 2mperialismo 3:obson/ F\4. - trabalho de :obson n#o era socialista. Acreditava +$e o imperialismo srcinavaWse na posi"#o dominante de certos interesses econHmicos e (inanceiros concentrados/ e +$e as re(ormas radicais +$e abordassem a má distrib$i"#o da renda e as necessidades da economia dom&stica podiam (rear o imp$lso imperialista. !ont$do/ se$ trabalho ad+$iriria m$ito mais signi(ica"#o por meio da in(l$*ncia +$e exerce$ sobre as análises marxistas do imperialismo +$e estavam s$rgindo nessa &poca. - mais importante deles (oi &mperialismo= fase superior do capitalismo= de ,*nin/ p$blicado em X. principal prop;sito da análise de ,*nin era explicar a rivalidade interimperialista entre as grandes pot*ncias/ as +$ais haviam cond$zido ' Primeira G$erra 7$ndial. 7as no c$rso de s$a análise/ ,*nin vinc$lo$ o imperialismo ao capitalismo monopolista/ arg$mentando +$e Rem s$a de(ini"#o o mais breve poss0vel [...] o imperialismo & a (ase monopolista do capitalismo. Vesse contexto/ exploro$ $m conj$nto de (atores econHmicos +$e (oram m$ito al&m da má distrib$i"#o da renda o$ dos objetivos de ganho de corpora"Nes monopolistas partic$lares. - capitalismo monopolista era visto como $ma nova (ase/ mais ' (rente do capitalismo competitivo/ na +$al o capital (inanceiro/ $ma alian"a entre as grandes empresas e o capital bancário/ dominava a economia e o stado. A competi"#o n#o era eliminada/ mas contin$ava principalmente entre $m gr$po relativamente pe+$eno de empresas gigantescas +$e tinham a capacidade de controlar grandes por"Nes da economia nacional e internacional. capitalismo monopolista/ neste sentido/ era inseparável da rivalidade interimperialista/ +$e se mani(estava basicamente sob a (orma de $ma l$ta pelos mercados globais. A res$ltante divis#o do m$ndo em es(eras imperiais e a l$ta +$e esta implicava/ cond$zi$ diretamente ' Primeira G$erra 7$ndial. A mais complexa perspectiva de ,*nin sobre o imperialismo s$perava o arg$mento +$e se centrava simplesmente na necessidade de achar pontos de investimento para o capital excedente. ,*nin tamb&m pHs *n(ase no 0mpeto para obter $m controle excl$sivo sobre as mat&riasWprimas e $m controle mais estrito sobre os mercados externos +$e s$rgi$ no marco das condi"Nes globalizantes da (ase monopolista do capitalismo. MO
Análises marxistas posteriores 3e radicais n#oWmarxistas4 (ocalizaramWse mais ainda +$e a de ,*nin em alg$ns dos tra"os mais gerais do imperialismo/ caracter0stico s do capitalismo em todas s$as (ases/ tais como a divis#o entre centro e peri(eria/ $m ass$nto +$e tinha sido abordado por 7arx. 7as o sentido +$e ,*nin lhe de$ como $ma (orma nova e mais desenvolvida de imperialismo/ associada ' concentra"#o e centraliza"#o do capital e ao nascimento da (ase monopolista/ manteve m$ita de s$a signi(ica"#o em nossa &poca/ +$e se caracteriza por $m capitalismo monopolista em $ma (ase avan"ada de globaliza"#o. Vesse sentido/ o pr;prio *xito das teorias marxistas do imperialismo/ +$e mostraram a explora"#o capitalista sistemática da peri(eria e as condi"Nes de rivalidade interimperialista com grande detalhe de modo +$e o imperador (oi visto em toda s$a n$dez (oi o +$e (ez com +$e o termo Rimperialismo s$perasse os limites toleráveis para o disc$rso dominante. n+$anto existi$ a Ini#o Sovi&tica e $ma poderosa onda de revol$"Nes antiimperialistas (oi evidente na peri(eria/ n#o ho$ve possibilidade de +$e o capitalismo abra"asse abertamente o conceito de imperialismo em nome da promo"#o da civiliza"#o. As interven"Nes militares norteWamericanas no 6erceiro 7$ndo para combater as revol$"Nes o$ para ganhar controle dos mercados eram/ invariavelmente/ apresentadas no disc$rso o(icial dos stados Inidos em termos associados 's motiva"Nes pr;prias da G$erra >ria/ e n#o em termos dos objetivos imperiais.
A ra do 2mperialismo $he Age of &mperialism [A 5ra do &mperialismo]= de :arr= 7agdo((/ p$blicado em X/ disting$i$Wse por ser a tentativa direta mais in(l$ente para rebater a vis#o dominante na pol0tica externa dos stados Inidos d$rante o per0odo da G$erra do %ietnam/ mediante $m tratamento emp0rico da economia do imperialismo norteW americano\O. - trabalho de 7agdo(( n#o podia ser e(etivamente des+$ali(icado como mera ideologia/ por+$e visava arrancar as ro$pagens do imperialismo norteWamericano/ observando s$a estr$t$ra econHmica do modo mais direto poss0vel/ $sando para isso estat0sticas econHmicas dos stados Inidos. Portanto/ atrai$ consideráveis ata+$es por \O
As obras de 7ag do(( $he Age of &mperialismT $he 5conomics of 7.8. 'oreign Policy 3X4 e/ &mperialismT 'rom the Colonial Age to the Present 3\4 (oram p$blicados pela 7onthl= EevieC Press. A disc$ss#o +$e se seg$e acerca do trabalho de 7agdo(( pode ser encontrada em John Bellam= >oster 3
MX
parte do establishment= ao mesmo tempo em +$e inspiro$ m$itos dos +$e protestavam contra a g$erra. A 5ra do &mperialismo represento$ o retorno da cr0tica ao imperialismo a $m l$gar de proemin*ncia no seio da es+$erda norteWamericana. Ao abordar o +$e era amplamente visto como $ma anomalia na rela"#o dos stados Inidos com o resto do m$ndo/ srcinada na exist*ncia de $ma pol0tica externa intervencionista acompanhada por $ma aparente Reconomia isolacionista/ 7agdo(( demonstro$ +$e a economia dos stados Inidos/ de (ato/ era algo menos isolaci onista. A esse respeito/ o a$tor p$nha o acento sobre o (l$xo de investimentos externos diretos no exterior e se$ e(eito na gera"#o de $m (l$xo de l$cros. Al&m disso/ criticava o erro com$m de comparar simplesmente as exporta"Nes o$ os investimentos externos das corpora"Nes m$ltinacionais com o P2B. Ao contrário/ a import)ncia destes (l$xos econHmicos s; podia ser estimada ao relacionáWlos com setores estrat&gicos da economia/ como as indQstrias de bens de capital^ o$ ao comparar os l$cros do investimento externo com os bene(0cios dos neg;cios n#oW(inancistas no n0vel dom&stico. Veste sentido/ 7agdo(( contrib$i$ com in(orma"#o +$e mostrava +$e/ em OT/ os l$cros dos investimentos externos representavam Tu dos l$cros totais 3descontados os impostos4 das corpora"Nes dom&sticas n#oW(inanceiras/ en+$anto +$e por volta de XM tais l$cros tinham crescido at& <oi assim +$e 7agdo(( desenvolve$ s$a primeira explica"#o do Rprocesso de (l$xo transbordado inerente ' cont0n$a depend*ncia em rela"#o ' d0vida externa. RSe $m pa0s toma emprestado/ digamos/ IS .TTT por ano/ escreve$/ Rem po$co tempo o pagamento de servi"os da d0vida será maior +$e o ingresso de dinheiro de cada ano 37agdo((/ X4. Se se tomar o singelo caso de $m empr&stimo an$al de IS .TTT a Ou de j$ros Ra ser devolvido em cotas ig$ais d$rante
pagando mais de IS .OT sobre a d0vida passada por cada IS de novo dinheiro +$e toma emprestado. V#o seria por acaso poss0vel/ perg$ntava 7agdo((/ +$e $m pa0s evitasse esta armadilha deixando de tomar dinheiro emprestado ano ap;s ano/ e em se$ l$gar $sasse o dinheiro pedido para desenvolver indQstrias +$e gerassem renda para prescindir dos cr&ditos e incl$sive cancelar a d0vidaK Ima boa parte da resposta podia acharWse no (ato de +$e/ como o pagamento tem +$e (azerWse na moeda do pa0s credor/ a d0vida s; poderia ser paga 3independentemente da taxa de crescimento4 se ho$vesse s$(icientes exporta"Nes +$e provessem as divisas necessárias. Já em X/ m$ito antes +$e a d0vida do 6erceiro 7$ndo (osse considerada $m problema cr0tico/ 7agdo(( observava +$e5 - crescimento de pagamento de servi"os da d0vida do m$ndo s$bdesenvolvido cresce$ m$ito mais rápido +$e s$as exporta"Nes. Assim/ o peso da d0vida tem se tornado mais opressivo e/ em conse+@*ncia/ cresce$ a depend*ncia (inanceira com rela"#o 's na"Nes ind$striais l0deres e s$as organiza"Nes internacionais como o Banco 7$ndial e o >$ndo 7onetário 2nternacional 37agdo((/ X4. Seg$ndo 7agdo((/ a ess*ncia do imperialismo tal como se mani(esto$ no (inal do s&c$lo radicava na globaliza"#o do capital monopolista sob as condi"Nes da hegemonia dos stados Inidos. Vas páginas (inais de A 5ra do &mperialismo= l*Wse5 A t0pica empresa internacional de neg;cios já n#o se limita a $ma gigantesca empresa petroleira. Pode ser tanto Beneral (otors o$ Beneral 5lectric= +$e t*m entre $m O e
the Present [&mperialismoT da Lpoca Colonial ao Presente]= p$blicado em \/ versa sobre as (alsas concep"Nes da hist;ria do imperialismo. A esse respeito/ (oi de grande import)ncia a resposta de 7agdo(( ' perg$nta5 R- 2mperialismo & necessárioK. !omo r&plica a a(irma"#o estendida de +$e o capitalismo e o imperialismo eram categorias completamente separadas/ e +$e este Qltimo n#o era necessariamente $m atrib$to do primeiro/ 7agdo(( arg$mento$ +$e o capitalismo (oi $m sistema m$ndial desde se$s prim;rdios/ e +$e a expans#o imperialista em $m sentido amplo (oi parte do sistema/ tanto como a b$sca de l$cros. 6amb&m polemizo $ com a+$eles expoentes da es+$erda +$e pretendiam gerar $ma análise do imperialismo moderno mediante $ma teoria partic$lar das crises econHmicas o$ da necessidade de exporta"#o de capital/ em vez de reconhecer +$e o imperialismo era intr0nseco 's tend*ncias globalizadoras do capitalismo desde se$ princ0pio. Apesar da import)ncia das leis econHmicas do movimento do capitalismo na gera"#o do imperialismo moderno/ devia evitarWse +$al+$er explica"#o simples/ mec)nica e estreitamente econHmica 3separada de (atores pol0ticos/ militares e c$lt$rais4. m troca/ as (ontes Qltimas deviam b$scarWse no desenvolvimento hist;rico do capitalismo a partir do s&c$lo %2. RA elimina"#o do imperialismo/ concl$0a 7agdo((/ Rre+$er a derrocada do capitalismo 37agdo((/ \4.
%igiando o conceito de imperialismo A resposta mais corrente a esses arg$mentos e a se$s derivados consisti $ em colocar o termo Rimperialismo 3na medida em +$e estava vinc$lado ao capitalismo4 cada vez mais por (ora do reino dos disc$rsos aceitáveis. Assim/ (oi caracterizado como $m termo p$ramente ideol;gico. Ao mesmo tempo/ ho$ve tentativas de isolar especi(icamente o termo Rimperialismo econHmico/ dissociandoWo mediante o m&todo estreito e compartimentalizador da ci*ncia social convencional/ do imperialismo pol0tico/ do imperialismo c$lt$ral/ etc./ para depois s$bmet*Wlo a $ma cr0tica especial \X. \X
- exemplo mais claro disto & Steven J. Eosen e James E. 9$rth/ $esting $heories of 5conomic &mperialism 3M4. m $m ensaio cr0tico nesse vol$me/ :arr= 7agdo(( concl$i$ +$e $m R+$adro anal0tico [+$e] p$sesse em compartimentos separados aspectos chave do problema do imperialismo/ +$e s#o na verdade inseparáveis [seria e+$ivocado]. A tentativa de estabelecer $ma di(erencia"#o clara entre temas militares/ pol0ticos e econHmicos leva a ignorar o mais essencial5 a interdepend*ncia e intera"#o mQt$a desses (atores. 6al modo de pensar incl$indo o $so da abstra"#o interesse nacional & bastante tradicional na ci*ncia social ortodoxa/ $m (ato +$e de m$ito apresenta inabilidade hist;rica de en(rentar tanto o crescimento e a signi(ic)ncia do imperialismo o$ das [novas] ra0zes imperialistas no capitalismo monopolista 37agdo(( em Eosen e 9$rth/ M5 \X4.
M
ste ata+$e contra as post$ras marxistas e radicais sobre o imperialismo (oi t#o e(icaz +$e/ em novembro de / Prabhat Patnai escreve$ $m artigo para o (onthly Revieintit$lado R- +$e ocorre$ com o 2mperialismoK/ no +$al expHs a +$est#o do +$ase completo desaparecimento do termo nas análises da es+$erda nos stados Inidos e $ropa. ra partic$larmente assombroso +$e isto tivesse ocorrido em (ace 's interven"Nes militares norteWamericanas 3t#o abertas como encobertas4 em pa0ses como Vicarág$a/ l Salvador/ G$atemala/ Granada/ e Panamá/ e apesar do papel predat;rio das m$lti nacionais em todo m$ndo 3por exemplo/ na ndia/ onde a 7nion Carbide mato$ milhares de pessoas4. 1izia Patnai5 R-s marxistas mais jovens mostramWse con($sos +$ando se menciona este termo. -s ass$ntos prementes de nossos dias [] disc$temWse sem re(er*ncia alg$ma ao imperialismo [] - tema virt$almente desaparece$ das páginas das p$blica"Nes marxistas/ especialmente na+$elas com menor tradi"#o. A hist;ria e a teoria do imperialismo/ assinalava Patnai/ já n#o s#o temas de disc$ss#o. L poss0vel observar o signi(icado hist;rico deste ass$nto na cis#o ideol;gica +$e ocorre$/ primeiro/ como resposta 's l$tas sobre a globaliza"#o e as novas G$erras Balc)nicas/ e mais tarde em rela"#o aos ata+$es de de setembro ao Dorld 6rade !enter de Vova 2or+$e e ao Pentágono/ e a s$bse+@ente g$erra contra o terrorismo. Por $m lado/ os intelect$ais inscritos nas correntes dominantes partic$larmente ante a amplia"#o das opera"Nes militares dos stados Inidos e da -6AV/ mas tamb&m em resposta a ass$ntos tais como o apoio norteWamericano ' -rganiza"#o 7$ndial do !om&rcio 3-7!4/ mostraramWse mais dispostos a se reapropriarem do conceito de imperialismo com a inten"#o de lhe o$torgar mais brilho ao +$e vinha sendo apresentado como a hegemonia ben&(ica o$ o Rimperialismo brando da Qnica s$perpot*ncia m$ndial. Por o$tro lado/ os pensadores p;sWmarxistas e exWradicais com (re+@*ncia ass$miram a tare(a de criticar +$al+$er $so do conceito de imperialismo no sentido marxista clássico/ desligandoWo do capitalismo/ da explora"#o global/ e do imperialismo econHmico/ e arg$mentando +$e/ dado +$e o termo era inaceitável no disc$rso elegante/ devia ser descartado. Im exemplo disto & o artigo de 6om Barr=/ intit$lado RA Eet$rn to 2nterventionism [RIm retorno ao intervencionismo]/ +$e aparece$ online no 'oreign Policy in 'ocus/ em de mar"o de
setembro e ' g$erra contra o terrorismo. Barr=/ +$e em se$s escritos pr&vios dos anos T n#o tinha vacilado em adotar o conceito de imperialismo/ s$stentava5 Para alg$ns/ especia lmente na nova e velha es+$erda/ esta [a era do %ietnam] (oi Rra do 2mperialismo/ $ma era na +$al os stados Inidos estiveram asseg$rando se$ controle sobre os rec$rsos e os estados do m$ndo Rem desenvolvimento. :avia debilidades anal0ticas nesta cr0tica antiimperialista/ especialmente por+$e n#o explicava m$ito bem por +$e os stados Inidos estavam t#o pro($ndamente envolvidos em l$gares de/ aparentemente/ t#o po$ca import)ncia econHmica/ como o %ietnam do S$l. 6ampo$co era de grande aj$da a cr0tica ' Am&rica do Vorte imperial para explicar o lado idealista do intervencionismo norteW americano/ a comp$ls#o Cilsoniana de levar a liberdade e a democracia ao resto do m$ndo. Se o objetivo era re(ormar a pol0tica externa dos stados Inidos/ criticando este pa0s como $m poder imperial mani(esto / isto n#o tinha e(eito nem sobre os (azedores de pol0ticas norteWam ericanos nem sobre o pQblico. - +$e sim parecia ($ncionar/ como modo de s$avizar as tend*ncias da pol0tica externa norteW americana +$e respaldavam a repress#o e a interven"#o militar no 6erceiro 7$ndo/ era a cr0tica a partir dos direitos h$manos 3Barr=/ ilipinas e o$tros l$gares. Ao mesmo tempo em +$e a no"#o de $ma Rra do 2mperialismo estava M\
sendo criticada pela es+$erda norteWamericana/ os comentaristas do sistema e as (ig$ras pol0ticas estavam elogiando a nova era do imperialismo liderada pelos stados Inidos. Ima cr0tica mais in(l$ente sobre a no"#o de imperialismo (oi lan"ada por 7ichael :ardt e Antonio Vegri no livr o 5mpire 3
A es+$erda norteWamericana [] teve s$a vers#o do $nilateralismo. A responsabilidade pelos ata+$es [de de setembro] devia/ de alg$m modo/ imp$tarWse ao imperialismo norteWameri cano/ por+$e toda responsabilidade deve imp$tarWse ao imperialismo norteWamericano/ o +$al constit$i $m per(eito eco da id&ia da direita de +$e todo o bem & e deveria ser de alg$m modo norteW \
Para $m tratamento mais detalhado do livro de :ardt e Vegri sobre esse tema/ veja John Bellam= >oster 3
M\<
americano. -s intelect$ais e ativistas da extrema es+$erda n#o podiam sentirWse m$ito a(ligidos com a compaix#o e a de(esa [] !omo sabiam po$co sobre a rede Al aeda/ classi(icaramWna sob o r;t$lo de antiimperialismo/ e aos ata+$es norteW americanos contra os talibans sob o r;t$lo do P)ntano do %ietnam. Para eles/ n#o agitar a bandeira se converte$ em $ma ca$sa premente [] -s liberais p;sW%ietn# agora t*m $ma oport$nidade/ livres como est#o de nossa ansiedade sessentista pela bandeira e de nossa re(lexividade negativa/ de abra"ar o patriotismo liberal +$e n#o pede desc$lpas e n#o se acovarda 3Gitlin/ inalmente/ n#o importa +$e os stados Inidos agora tenham bases militares na Zsia central e estejam dispostos a (icar. 1e alg$m modo/ apesar de t$do isto/ e apesar do (ato de +$e o Rs$posto imperialismo at$almente está sendo aclamado amplamente no mainstream/ a es+$erda n#o se permite tocar no tema do imperialismo norteWamericano como parte de $ma cr0tica ' pol0tica externa dos stados Inidos. Se o imperialismo está sendo redescob erto/ isso s; & (eito dentro de certos limites ideol;gicos circ$nscritos.
M\F
Eicos mais ricos e pobres mais pobres/ no n0vel global Im aspecto essencial da redescoberta do imperialismo nos setores predominantes consiste na j$sti(ica"#o do dom0nio pol0tico e militar dos stados Inidos/ separand oWo de +$al+$er no"#o sobre a crescente brecha em na"Nes ricas e pobres/ tal como o en(atizam as teorias marxistas e o destaca o novo movimento antiglobaliza"#o e anticapitalista. Im sinal do impacto deste novo movimento anticapitalista global está dado pela medida em +$e o establishment global e se$s aliados t*m sent ido a necessidade de de(ender se$s pr;prios antecedentes. Ima boa parte desta de(esa consiste em a(irmar +$e os militantes antiglobaliza"#o n#o sabem do +$e est#o (alando. 1izemWnos +$e se o imperium norteWamericano parecer mais dominante +$e n$nca/ isto n#o tem nada a ver com a explora"#o econHmica. Im exemplo il$strativo pode ser observado no artigo +$e escreve$ %irginia Postrel/ $ma das col$nistas estáveis em temas econHmicos do 2e- _or $imes/ em O de agosto de
1esta maneira/ os de(ensores neoliberais do sistema global mesclam e con($ndem d$as +$estNes separadas5 a brecha entre pa0ses e a desig$al distrib$i"#o da renda na pop$la"#o m$ndial. m rigor/ há $ma di(eren"a leg0tima entre ambos os ass$ntos. tamanho dos pa0ses & irrelevante +$ando se examina a brecha entre pa0ses. A economia m$ndial ($nciona atrav&s de di(erentes stados. A hist;ria do capitalismo se caracteriza por $ma crescente brecha em stados ricos e pobres/ $ma brecha +$e se disting$ e pelo (ato de +$e os stados ricos crescem/ em boa medida/ por meio da explora"#o de o$tras na"Nes. `s vezes/ $m stado grande & o +$e explora $m gr$po de stados menores. m o$tros casos/ trataWse de $m stado pe+$eno +$e extrai excedente de stados m$ito maiores. PenseWse no at$al 2mp&rio VorteWamericano e no antigo 2mp&rio Brit)nico. -s ide;logos do capitalismo global/ dedicados a demonstrar o caráter benigno do imperialismo norteWamericano/ insistem em +$e a globaliza"#o e a liberaliza"#o cond$zir#o ' ig$aldade econHmica entre na"Nes/ grandes e pe+$enas. -s dados +$e a -VI exibe/ entretanto / provam concl$sivamente +$e isto n#o ocorre$. Ao contrário/ a brecha entre stados se alargo$. Ainda assim/ o 2e- _or $imes n#o se importa. 2mportamWlhe as pessoas. Postrel assinala5 Vas tr*s Qltimas d&cadas [] os maiores pa0ses do m$ndo/ !hina e ndia/ avan"aram economicamente. 6amb&m o t*m (eito o$tros pa0ses asiáticos com pop$la"Nes relativamente grandes. - res$ltado & +$e
$e exemplos_ %ejamos a contrib$i"#o da ndia ' red$"#o da pobreza global. Seg$ndo o mais recente relat;rio do Banco 7$ndial/ ;V da população da kndia vive com menos de dois d"lares di3rios
\\
. m \F/ o Tu com maiores ingressos na ndia
representavam o
sta in(orma"#o & para o ano de o ano mais recente para este tipo de in(orma"#o +$e está dispon0vel. - limite de IS < está baseado na paridade do poder de compra. 2sto signi(ica +$e os dados (oram aj$stados para determinar +$e +$antidade de $m determinado encargo de mercadorias de cons$mo poderia ser comprada por IS eliminando os e(eitos das di(eren"as entre pre"os de pa0s em pa0s.
M\O
e em se elevo$ para FF/Ou. 1i(icilmente se pode dizer +$e isso & $m sinal de crescente ig$aldade_ 3Banco 7$ndial/ orld evelpment Report/ edi"Nes de T/ X e
Distribuição da renda nos Estados Unidos e China Participação percentual na renda ou no consumo 10
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%nidos &on$e' )orld Ban*" World Development Report !&&&+!&&', -s informaç.es dos Estados Unidos correspondem a '$$7/ as da China" a '$$(, Dependendo da informação dispon01el" os economistas do Banco 2undial calculam a distribuição da renda por meio da renda ou do consumo,
1e (ato/ existe $m rob$sto conj$nto de dados sobre a distrib$i"#o da renda em escala \
stes dados (oram extra0dos das tabelas do Banco 7$ndial sobre a distrib$i"#o de renda em edi"Nes recentes o Dorld 1evelopment Eeport intit$lado RPovert= and 2ncome 1istrib$tion. Ao calc$lar os percent$ais de distrib$i"#o de renda/ o Banco 7$ndial baseiaWse em pes+$isas em domic0lio de renda o$ despesas compiladas pelos vários pa0ses. Vo sentido de asseg$rar +$e os dados sejam compat0veis/ o pessoal do Banco 7$ndial $sa sempre +$ando poss0vel as despesas dom&sticas ao inv&s de dados de renda. Vo caso da ndia/ os dados re(eridos est#o baseados nos gastos dom&sticos per capita.
M\X
m$ndial. A in(orma"#o (oi desenvolvida mediante $m exa$stivo e m$ito competente est$do realizado pelo Branco 7ilanovic/ $m economista do Banco 7$ndial. 7ilanovic se interno$ na incr0vel +$antidade de in(orma"#o estat0stica dos comp$tadores do Banco 7$ndial e se$ est$do de$ srcem a $m panorama sobre a distrib$i"#o de renda da pop$la"#o m$ndial em \\ e F. 1emonstra +$e/ em rigor/ a desig$aldade a$mento$ d$rante esses anos 3veja a 6abela <4. Tabela 2
Distribuição da renda mundial3 porcentagens acumuladas de população e rendas Participação percentual na renda ou no consumo Percen$ual acu(ulado
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da popula)*o (undial
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-lone8" The Economic Journal " ''! 4>anuar= !&&!" pp, 5'?$!,
L notável +$e/ em F/ o u mais rico recebe$ $ma parte maior 3/Ou4 da renda m$ndial +$e os OTu mais pobre/ en+$anto +$e Ou mais rico/ nesse mesmo ano/ tinham $ma participa"#o na renda +$e excedia com acr&scimo a de Ou mais pobre e estava aproximandoWse da renda do \Ou mais pobre. 37ilanovic exploro$ a in(orma"#o com m$ito mais detalhe do +$e se apresenta a+$i/ e concl$i$ +$e u mais rico tinha a mesma renda +$e Ou mais pobre das pessoas deste planeta4. stes nQmeros s#o exatamente o +$e alg$&m poderia esperar da hist;ria completa do capitalismo/ o +$al prospera mediante $ma amplia"#o da brecha entre ricos e pobres/ $ma lei do sistema +$e agora opera sobre $m espa"o global. sta explora"#o global & o nQcleo do imperialismo/ +$e & t#o básico para o capitalismo/ e t#o inseparável/ como o & a pr;pria ac$m$la"#o. 7as isto n#o & t$do em rela"#o ao imperialismo/ o +$al representa $ma hist;ria complexa +$e cont&m (atores pol0ticos/ militares e c$lt$rais 3raciais4. A partir de $ma perspectiva marxista/ o imperialismo econHmico n#o está realmente separado destes o$tros elementos/ +$e s#o/ ig$almente/ parte do desenvolvimento capitalista global. 1o mes mo mod o +$e a b$sca de l$c ros & o mantra do imperium norteW americano/ se$ poder militar e pol0tico está apontado para estender esta b$sca e para ampliar se$ alcance em escala m$ndial/ colocando em todo momento e sempre em primeiro l$gar os interesses das corpora"Nes e do stado norteWamericanos. - redescobrimento do imperialismo no seio do mainstream s; signi(ica +$e na at$alidade estes processos est#o sendo apresentados/ especialmente por parte dos c0rc$los governantes nos stados Inidos/ como inevitáveis/ como $ma realidade da +$al n#o se pode escapar. ntretanto/ & claro +$e a revolta contra esta nova (ase do imperialismo apenas come"o$. A maior parte da pop$la"#o m$ndial conhece a+$ilo +$e os comentaristas norteWamericanos convenientemente es+$ecem/ isto &/ +$e o imperialismo dos stados Inidos se parece com o dos imp&rios exploradores do passado/ e provavelmente so(rerá o mesmo destino/ com revoltas internas e com os Rbárbaros a s$as portas.
Bibliogra(ia
M\\
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Daler/ 7artin
MT
/err% Ea&leton
∗
U! $U/UD PADA S">A'>S!
∗∗
∗
Pro(essor de ,iterat$ra 2nglesa na Iniversidade de -x(ord.
∗∗
6rad$"#o de Eodrigo Eodrig$es.
- a$g$re & a+$ele +$e proc$ra prever o ($t$ro para poder controláWlo. S$a tare(a & (arejar nas v0sceras do sistema social para deci(rar os presságios +$e asseg$rem a se$s governantes +$e o sistema perd$rará. m nossos dias/ & geralmente $m economista o$ $m exec$tivo dos neg;cios. - pro(eta/ em troca/ n#o tem interesse em prever o ($t$ro/ mas sim para nos advertir +$e/ a menos +$e tro+$emos de caminho/ & improvável +$e tenhamos $m ($t$ro. -$/ em todo caso/ se o tiv&ssemos/ seria $m ($t$ro pro($ndamente desagradável. S$a preoc$pa"#o & den$nciar a inj$sti"a do presente/ n#o sonhar com $ma per(ei"#o ($t$ra^ mas como n#o se pode identi(icar a inj$sti"a sem recorrer a $ma no"#o de j$sti"a/ alg$ma (orma de ($t$ro já está impl0cita nesta denQncia. Assim como o presente está (eito/ em grande medida/ pelo +$e n#o chego$ a ocorrer no passado/ assim tamb&m $ma imagem do ($t$ro pode ser espionada/ negativamente/ obli+$amente/ no +$e está (altando no presente. A melhor imagem do ($t$ro & o (racasso do presente. -$ de o$tro modo5 nas contradi"Nes do presente/ nos l$gares onde (racassa em ser id*ntico a si mesmo/ na+$ilo +$e & totalmente integral a ele e ainda assim & descartado como m$ito desperd0cio e excedente/ & ali onde os brilhos do ($t$ro podem ser discernidos como os resplendores atrav&s dos talhos em $m tecido. Im ($t$ro +$e de alg$m modo n#o estivesse em linha com o presente seria inintelig0vel/ tanto como seria indesejável $m ($t$ro +$e estivesse
somente em linha
com o presente. Im ($t$ro desejável deve ser $m ($t$ro poss0vel/ de o$tro modo chegaremos a desejar in$tilmente e/ por (im/ como o ne$r;tico descrito por >re$d/ adoecer0amos de nostalgia. Por o$tro lado/ se simplesmente eliminarmos o ($t$ro de nossa leit$ra do presente/ cancelamos a R($t$ridade do ($t$ro/ tal como o novo historicismo trata de apagar o passado do passado. - $topista seriamente bizarro/ +$e tem s$a cabe"a enterrada mais obstinadamente na areia/ & o pragmático cabe"aWd$ra +$e imagina +$e o ($t$ro será mais o$ menos como o presente/ s; +$e $m po$co mais.
M
!omo alg$&m recentemente descreve$ o ($t$ro p;sWmoderno5 o presente com mais op"Nes. A p$ra (antasia desta il$s#o pragmática apoiada na sabedoria da r$a/ isto &/ +$e o >$ndo 7onetário 2nternacional 3>724/ o 6imes S+$are/ Brad Pitt e os biscoitinhos com pedacinhos de chocolate ainda estar#o ali no ano OTTT/ (az +$e os apocal0pticos cabel$dos e de olhos selvagens pare"am $ns moderados insens0veis. V#o importa o +$e pense >rancis >$$=ama/ o problema n#o & +$e vamos ter m$ito po$co ($t$ro/ mas sim m$ito/ m$ito. 7á sorte^ nossos (ilhos provavelmente viver#o tempos m$ito interessantes. >alando de >$$=ama/ podeWse recordar +$e entre as coisas +$e se repetem historicamente está o anQncio da morte da pr;pria hist;ria/ a +$al (oi prom$lgada m$itas vezes/ do Vovo 6estamento at& :egel. !omo +$al+$er o$tra repeti"#o/ & $ma das coisas +$e (az com +$e a hist;ria contin$e andando como sem dQvida poderá j$lgar o pr;prio >$$=ama ao olhar s$a correspond*ncia. - (ato de an$nciar o (im da hist;ria/ o +$e simplesmente adiciona algo mais ' hist;ria/ coloca $m con(lito interessante com a pr;pria declara"#o/ e & $ma esp&cie de contradi"#o per(ormática. - Qltimo dos premat$ros obit$ários jogados sobre a hist;ria/ o$ possivelmente mais precisamente sobre a ideologia/ (oi o dos ide;logos do (im da hist;ria/ nos anos OT. !om o %ietnam/ o Poder Vegro/ e o movimento est$dantil a ponto de s$rgir/ tal obit$ário demonstro$ ser $ma pro(ecia sing$larm ente inepta. !omo poderia ter observado -scar Dilde/ e+$ivocarWse sobre o (im da hist;ria $ma vez & desa(ort$nado/ e+$ivocarWse d$as vezes & p$ra neglig*ncia. L m$ito provável/ por exemplo/ +$e se prod$za $ma grav0ssima crise do capitalismo nas pr;ximas d&cadas/ +$e n#o & o mesmo +$e dizer +$e isto será assim/ o$ +$e haverá socialismo. $e o ($t$ro esteja destinado a ser di(erente do presente/ & obvio/ n#o garante +$e será melhor. Bem poderia chegar a ser pior. 1e $m modo o$ o$tro/ n#o há nada +$e seja inevitável/ o +$e & excelente/ já +$e o inevitável & $s$almente desagradável. a menos +$e alg$&m se oponha ao inevitável/ as pessoas n$nca descobriram +$#o inevitável realmente era. 7as en+$anto -cidente cond$z s$as carretas em c0rc$los cada vez mais apertados/ re($giandoWse e (echando as portas a $ma crescente pop$la"#o alienada/ deslocada/ desposs$0da/ tanto a n0vel local como no exterior/ e en+$anto a sociedade c0vica & crescentemente arrancada de coalho/ n#o (az (alta $m Vostradam$s para antecipar t$rb$l*ncias no horizonte. Politicamente (alando/ M<
n#o se pode deixar +$e as (or"as do mercado se desdobrem em a$s*ncia de $ma boa rede de amparo social $ma vez +$e/ de o$tro modo/ correWse o risco de grande instabilidade e ressentimento^ mas economicamente (alando/ & exatamente esse tipo de prote"#o o +$e as (or"as do mercado destroem. Veste sentido/ o sistema se o(erece para minar s$a pr;pria hegemonia/ sem m$ita necessidade de aj$da da es+$erda. - +$e & de temer/ n#o & tanto +$e a hist;ria meramente se repita a si mesma/ mas sim a perspectiva de +$e comece a desembara"arWse pelas cost$ras/ en+$anto a es+$erda ainda está dispersa e desorganizada e/ portanto/ & incapaz de cond$zir as precárias e espont)neas revoltas por caminhos prod$tivos. nt#o/ o problema & +$e/ a menos +$e ocorra o contrário/ m$ita mais gente poderia sair mach$cada. 2sso & at& m$ito mais lamentável +$ando alg$&m considera a notavelmente m;dica proposta +$e está imp$lsionando a es+$erda. 6$do o +$e a es+$erda deseja ver s#o condi"Nes +$e permitam ' totalidade dos habitantes do planeta comer/ trabalhar/ exercer s$a liberdade/ viver dignamente/ e coisas do estilo. 2sso & escassamente revol$cionário. 7as & $m sinal das calamidades presentes o (ato de +$e/ na verdade/ necessitarWseWia de $ma revol$"#o para alcan"ar tais objetivos. 2sso & assim pelo extremismo do capitalismo/ n#o do socialismo. A prop;sito5 dizer +$e as coisas est#o m$ito mal & o tipo de a(irma"#o simplista +$e disting$e os radicais dos re(ormistas liberais/ embora n#o aconte"a do mesmo modo com os conservadores. S$rpreendentemente/ em $ma (orma de vida social +$e & incapaz de estar ' alt$ra incl$sive de se$s pr;prios ideais parciais/ os liberais/ os pragmáticos e os modernizadores/ a(erramWse ' s$a il$s#o extraordinariamente $t;pica de +$e nada está fundamentalmente mal. -s conservadores/ pelo contrário/ t*m m$ita raz#o ao ver +$e há algo mal nos pr;prios ($ndamentos do sistema/ mas cost$mam estar e+$ivocados com rela"#o ao +$e está ma$. A (orma mais ostensivamente nave do idealismo n#o & o socialismo/ mas sim a cren"a de +$e/ lhe dando o tempo s$(iciente/ o capitalismo alimentará o m$ndo. $anto tempo mais se permitirá +$e esta vis#o permane"a/ antes +$e seja j$lgada desacreditadaK Por t$do isto/ n$nca estive m$ito convencido de +$e termos como otimismo e pessimismo tenham m$ito sentido pol0tico. - +$e importa o +$e & na verdade condi"#o necessária para +$al+$er a"#o moral o$ pol0tica (r$t0(era & o realismo/ +$e 's vezes nos (az nos sentir desanimados e o$tras j$bilosos. PodeWse +$ali(icar $m disc$rso como MF
a$tenticamente realista se soa il$s;rio aos c0nicos e cr$ aos rom)nticos. m $ma recente con(erencia do 8ocialist orers Party 3SDP4 em ,ondres/ $m ent$siasta camarada (ico$ de p& para an$nciar +$e Rn$nca existiram tantas oport$nidades revol$cionárias como no presente. Possivelmente/ d$rante $ma d&cada/ este camarada tenha estado sentado em $m +$arto esc$ro/ com a cabe"a coberta por $m saco de papel. :á por certo socialistas +$e diriam isto incl$sive em meio de $ma terra devastada por $ma explos#o n$clear/ com pelo menos $m de se$s bra"os arrancados. !ont$do/ a +$est#o & estar a(ligidos pelas razNes corretas/ +$e & onde a es+$erda 's vezes se e+$ivoca. Por isso/ me permitam colocar alg$mas razNes para +$e a es+$erda não se sinta desalentada. m primeiro l$gar/ penso +$e & $m engano imaginar +$e a at$al crise da es+$erda tenha m$ito +$e ver com o colapso do !om$nismo. L obvio +$e n#o aj$da o (ato de +$e n#o haja at$almente +$ase nenh$m exemplo de rela"Nes sociais n#oW capitalistas para assinalar no m$ndo^ mas alg$ns na es+$erda acreditavam +$e as rela"Nes sociais n#oWcapitalistas n#o eram certas tampo$co no bloco Sovi&tico^ e po$cos socialistas se desencantaram ante os eventos de (inais dos anos \T/ $ma vez +$e para desil$dirWse primeiro terá +$e estar il$dido. A Qltima vez +$e a es+$erda ocidental esteve massivamente il$dida com o stalinismo (oi (az m$ito tempo/ nos anos FT. 1esse modo/ se se +$er observar a mais e(etiva cr0tica a esse sistema/ n#o terá +$e recorrer ao liberalismo ocidental/ mas sim 's maiores correntes do marxismo/ +$e sempre (oram m$ito mais radicais em s$as resist*ncias ao stalinismo +$e 2saiah Berlin. 1e +$al+$er maneira/ a es+$erda global já estava em $ma pro($nda crise antes +$e o primeiro tijolo (osse arrancado do 7$ro do Berlim. Se ho$ver raz#o para +$e a es+$erda se sinta desanimada pelo (inal do com$nismo/ & mais por+$e tal colapso demonst ro$ o (ormidável poder do capitalismo +$e na (orma de $ma deliberadamente r$inosa corrida armamentista de(ini$ em grande medida +$e o bloco sovi&tico se colocasse de joelhos e nem tanto pelo desmoronamento de $ma valiosa (orma de vida encarnada pelos !ea$cesc$s. Ainda assim/ com todas s$as horrendas conse+@*ncias/ os s$cessos dos (inais dos anos \T (oram $ma revol$"#o^ e n#o se s$p$nha/ ao menos de acordo com alg$ns te;ricos p;sWmodernos/ +$e existissem revol$"Nes por a+$eles anos já +$e n#o havia totalidade para ser revol$cionada nem nenh$m s$jeito coletivo para (azer a revol$"#o. L ent#o pro($ndamente irHnico +$e j$sto +$ando estas do$trinas estavam (ora de moda no -cidente/ tenham ganhado s$bst)ncia pol0tica na $ropa -riental. MM
6ampo$co a s$posta apatia da pop$la"#o & $ma raz#o s$(icientem ente boa para sentirWse abatidos/ em grande medida por+$e & $m mito. As pessoas +$e clamam contra os re($giados e exigem o direito a proteger s$a propriedade com $ma bomba de n*$trons podem ser de po$cas l$zes/ mas n#o s#o apáticas/ nem trogloditas drogados pela televis#o. :á m$itos bons cidad#os ao norte do l$gar onde vivo/ a 2rlanda/ +$e s#o totalmente n#oWapáticos. -s homens e as m$lheres cost$mam ser indi(erentes somente com rela"#o 's pol0ticas +$e s#o displicentes com eles. L poss0vel +$e as pessoas n#o pensem bem dos pol0ticos/ nem nas teorias da maisWvalia/ mas se alg$&m trata de constr$ir $ma a$toWestrada atrav&s de se$s pátios o$ de (echar as escolas de se$s (ilhos/ v#o protestar rapidamente. por +$e n#oK L racional resistir a $m poder inj$sto se as pessoas podem (az*Wlo sem m$ito risco e com $ma razoável probabilidade de *xito. 6ais protestos podem n#o ser e(etivos/ mas esse n#o & o ponto em disc$ss#o. 6amb&m & racional/ desde me$ ponto de vista/ rec$sar a alternativa de m$dan"a pol0tica radical sempre e +$ando o sistema (or capaz de dar alg$ma grati(ica"#o/ por magra +$e seja/ e en+$anto as alternativas contin$em sendo perigosas e obsc$ras. 1e +$al+$er modo/ a maioria das pessoas tem +$e investir m$ita energia simplesmente em sobreviver/ em ass$ntos materiais imediatos/ para ter m$ito tempo para a pol0tica. 6amb&m investimos $m bom gra$ de energia (0sica em $m amor maso+$ista pela lei/ $ma s$bmiss#o ao s$perWe$ pro($ndamente des(r$tável/ incl$sive +$ando tamb&m & verdade +$e obtemos deleite sádico ao ver tal a$toridade virWse abaixo. Por todas estas razNes/ & m$ito di(0cil pHr em marcha $ma m$dan"a radical. 7as en+$anto a demanda de ser razoáveis em nossos dias signi(ica Rtran+@ilizarWse/ nos anos T signi(icava levantar barricadas. 7ais ainda/ $ma vez +$e $m sistema pol0tico deixa de ser capaz de (ornecer s$(iciente grati(ica"#o para s$jeitar se$s cidad#os/ e $ma vez +$e alternativas de baixo risco e realistas emergem/ ent#o a revolta & t#o previs0vel como a palavra lie na conversa"#o de $m calo$ro de !ornell. A +$eda do apartheid seria $m bom exemplo em nossos dias. :á po$ca evid*ncia/ ent#o/ de +$e a cidadania seja em geral abQlica o$ complacente. Pelo contrário/ a evid*ncia s$gere +$e está grandemente alarmada a respeito de $m nQmero importante de ass$ntos/ incl$sive +$ando a maioria está t#o longe de virar para o socialismo em b$sca de sol$"Nes/ como o está da teoso(ia. ntretanto/ tampo$co terei +$e exagerar a (alta de resist*ncia de es+$erda/ se se observar o 7ovimento dos Sem 6erra no Brasil/ a milit)ncia da classe trabalhadora MO
(rancesa/ a agita"#o est$dantil contra os s-eatshops nos stados Inidos/ as inc$rsNes anar+$istas contra o capitalismo (inanceiro/ para dar alg$ns exemplos. A tese do desaparecimento da classe trabalhadora tampo$co pode s$portar $m escr$t0nio min$cioso. L verdade +$e nas sociedades capitalistas avan"adas o proletariado dimin$i$ em tamanho e signi(ica"#o^ mas o proletariado/ no sentido de trabalhadores man$ais ind$striais assalariados/ n#o & o mesmo +$e a classe trabalhadora. As pessoas n#o deixam de ser parte da classe trabalhadora por+$e se convertem em gar"om ao inv&s de trabalhador t*xtil. m termos gerais/ Rproletariado denota $m tipo de trabalho/ en+$anto +$e Rclasse trabalhadora denota $ma posi"#o dentro das rela"Nes sociais de prod$"#o. sta con($s#o s$rgi$/ em parte/ por+$e nos tempos de 7arx a classe trabalhadora era mais o$ menos id*ntica ao proletariado ind$strial. m +$al+$er caso/ o proletariado/ em $m sentido estritamente t&cnico/ cresce$ absol$tamente em termos globais. PodeWse arg$mentar +$e/ em termos globais/ declino$ em rela"#o com o$tras classes^ mas n$nca ho$ve $m re+$isito de +$e a classe trabalhadora seja a maioria para +$ali(icar como agente revol$cionário. 6ampo$co há nenh$m re+$isito +$e indi+$e +$e a classe trabalhadora deva ser a mais empobrecida e desgra"ada. :á m$ita gente vagab$ndos/ idosos/ desoc$pad os/ o +$e s$ponho hoje poder0am os chamar lumpenFintelligentsia +$e está m$it0ssimo pior. Alg$ns socialistas viram a classe trabalhadora como agente da m$dan"a revol$cionária n#o por+$e so(ra m$ito 's vezes o (az/ 's vezes n#o/ mas sim por+$e está sit$ada de tal maneira dentro do sistema capitalista para ser e(etivamente capaz de s$bstit$0Wlo. 1a mesma (orma o$tras (or"as radicais/ a classe trabalhadora está de $ma vez na raiz e nas pr;prias (ontes do sistema e ainda assim & incapaz de ser totalmente incl$0da nele^ & parte de s$a l;gica e tamb&m parte da s$bvers#o do sistema e/ portanto/ em $m sentido exato do termo/ & $ma (or"a desconstr$tiva. Se para o marxismo a classe trabalhadora tem $m papel especial/ n#o & por+$e seja especialmente miserável nem necessariamente n$merosa/ mas sim por+$e &/ no sentido (re$diano/ Rsintomática. !omo tal/ & a+$ilo +$e representa a contradi"#o/ a +$al/ como os limites de $m campo/ estando de $ma vez dentro e (ora exFtempo= como diz ,acan mani(esta algo da l;gica d$al o$ contradit;ria do sistema como $m todo. Se em alg$m sentido & $ma Rtotalizadora desse sistema/ o & por+$e represent a as contradi"Nes do regime como $m todo/ e deste modo escapa a +$al+$er totaliza"#o harmoniosa. MX
Podemos nos es+$ecer/ ent#o/ da id&ia de +$e os socialistas escolhem a classe trabalhadora como $ma (or"a trans(ormadora/ en+$anto +$e o$tros poderiam optar pelos palha"os de circo o$ os (armacologistas r$ivos. $em a n#o ser os homens e m$lheres +$e criam o sistema/ c$jas vistas dependem dele/ e +$e s#o capazes de (az*Wlo ($ncionar j$sta e coletivamente/ e +$e se bene(iciariam mais com semelhante m$dan"a/ deveriam s$bstit$0WloK -s o(talmologistas sardentosK -s +$e medem mais de .XT metros e vivem ao oeste de ShannonK A palavra Rproletariado proletarius em latim assinalava no m$ndo antigo a a+$eles +$e serviam ao stado prod$zindo (ilhos (abricando (or"a de trabalho por+$e eram m$ito pobres para serviWlo com s$as propriedades. - proletariado/ em o$tras palavras/ tem tanto a ver com a prod$"#o sex$al +$anto com a material^ e como a carga da reprod$"#o sex$al recai mais sobre as m$lheres +$e sobre os homens/ n#o & $ma hip&rbole dizer +$e no m$ndo antigo a classe trabalhadora era $ma m$lher. !omo/ em e(eito/ &Wo em (orma crescente na at$alidade. - ge;gra(o 1avid :arve= se re(ere 's (or"as opositoras do ($t$ro como Rproletariado (eminilizado. ssas tediosas velhas rixas entre socialistas e (eministas s#o cada vez mais s$p&r(l$as por ca$sa do avan"o do pr;prio capitalismo. L o capitalismo/ embora n#o creiam/ +$e está jogando os socialistas e as (eministas nos bra"os $ns dos o$tros 3(alo/ & obvio/ meta(orica mente4. !ertamente +$e estas (or"as opositoras podem (racassar. 7as isto & $m ass$nto di(erente/ o$ seja/ +$e tais (or"as n#o existam absol$tamente. A es+$erda deveria estar triste por+$e o marxismo (oi (inalmente desacreditadoK V#o/ por+$e n#o o (oi. >oi estrondosamente derrotadoQ mas isto & $m ass$nto di(erente. !onsideráWlo desacreditado seria como dizer +$e 7o"ambi+$e está desacreditado por+$e (oi dominado pelos port$g$eses. Se o marxismo tiver sido desacreditado pela +$eda do bloco sovi&tico por +$e n#o (oi desacreditado já nos XT e nos T/ +$ando sab0amos m$ito bem +$e tipo de grotesco socialismo travestido era o bloco socialistaK A teoria marxista n#o (oi declarada em bancarrota intelect$al/ em parte por+$e n#o ho$ve necessidade. V#o & +$e esteja sem respostas/ mas sim está (ora da disc$ss#o. V#o se trata tanto de se (or verdadeira o$ (alsa/ mas sim para $sar $ma (rase (o$ca$lti ana de +$e n#o está mais Rna verdade. Ima m$dan"a c$lt$ral e pol0tica total a deixo$ para trás como $ma (or"a prática/ mas di(icilmente a re($to$ como $ma descri"#o do m$ndo. Va verdade/ como $ma descri"#o do m$ndo o +$e poderia ser mais ade+$ado +$e $m M
doc$mento de \M\/ re(iroWme ao (anifesto Comunista/ +$e prognostica a expans#o da globaliza"#o/ a apro($ndamento das desig$aldades/ o crescente empobrecimento e a intensi(ica"#o da g$erraK ste escrito está/ atrevoWme a a(irmáWlo/ m$ito menos desat$alizado +$e as análises de 7a=nard 9e=nes. 1e todo modo/ +$ando alg$ns dizem +$e o marxismo está desacreditado o$ & irrelevante/ est#o implicando +$e sabem exatamente o +$e & o marxismo/ o +$al devo dizer & m$ito mais do +$e e$ sei. -s devotos antiessencialistas (alam do (racasso de marxismo/ como se p$d&ssemos isolar alg$ma ess*ncia do credo +$e agora se desintegro$. 7as descobrir o +$e & pec$liar ao marxismo como do$trina n#o & $ma +$est#o (ácil. A preoc$pa"#o pelas classesK !ertamente n#o5 7arx e ngels mesmos insistiram +$e isto n#o era novo para eles. A revol$"#o pol0tica/ a l$ta de classes/ a aboli"#o da propriedade privada/ a coopera"#o h$mana/ a ig$aldade social/ e o (im da aliena"#o e das (or"as do mercado K 6ampo$co5 m$itos es+$erdistas compartilharam estas visNes sem ser marxistas. Dilliam Blae/ por exemplo/ advogava por +$ase todas elas. A determina"#o econHmica da hist;riaK Bom/ possivelmente se está (icando $m po$co mais morno^ mas Sigm$nd >re$d/ ele mesmo nada amigo do marxismo/ s$stento$ +$e o motivo básico da vida social era econHmico/ e +$e sem esta s$rda comp$ls#o estar0amos atirados todos os dias em interessantes post$ras de gozo 3 jouissance4. As di(erentes (ases materiais da hist;ria como determinantes de di(erentes (ormas de vida socialK Bom/ isto era +$ase $m l$gar com$m para o 2l$minismo radical. - socialismo tampo$co so(re $ma bancarrota no sentido de estar carente de id&ias. Ainda há m$itas boas id&ias de es+$erda em todas as partes/ e $m n#o menos (&rtil e lhe s$giram corpus de trabalho sobre como poderia ser $ma economia socialista/ sobre at& +$e ponto os mercados ainda seriam necessários para certas ($n"Nes/ entre o$tros temas. As pessoas poderiam adicio nar/ tamb&m/ +$e os estertores do s&c$lo n#o presenciaram absol$tamente a derrota do imp$lso revol$cionário/ mas sim $ma m$dan"a de domic0lio. m s$as d&cadas centrais/ vive$Wse a vit;ria do anticolonialismo o movimento radical mais bemWs$cedido da &poca moderna +$e varre$ os velhos imp&rios de se$s escabelos de poder. - socialismo (oi descrito como o maior movimento de re(orma da hist;ria/ mas a l$ta anticolonial (oi de longe o mais bemW s$cedido. V#o^ nenh$ma destas con(ig$ra $ma boa raz#o para se sentirem tristes. M\
6ampo$co o & a cren"a de +$e o sistema capitalista & inv$lnerável. Alg$ns radicais desencantados podem s$stentar semelhante post$ra/ mas o >72 por certo n#o o (az. >72 & m$ito consciente da rep$gnante instabilidade de todo este neg;cio^ $ma instabilidade +$e/ ironicamente/ a globaliza"#o apro($nda. Por+$e se cada pedacinho do m$ndo está conectado com cada $m dos o$tros pedacinhos^ depois/ $ma oscila"#o em $m ponto pode signi(icar $ma sac$dida em o$tro/ e $ma crise em $m terceiro. Veste sentido/ a permanente oscila"#o do sistema & tamb&m $ma (onte de v$lnerabilidade. nt#o/ a es+$erda deve ter pena de +$*K A resposta & certamente ;bvia5 n#o & +$e o sistema seja mon$mentalmente estável/ mas sim de +$e & (ormidavelmente poderoso. 7$ito poderoso para n;s no presente o$/ diria e$/ em +$al+$er ($t$ro a c$rto o$ m&dio prazo. Signi(ica isto +$e o sistema simplesmente n#o se deterá e seg$irá nos incomodando como $ma pessoa chata em $m barK V#o. L per(eitamente capaz de deterW se abr$ptamente/ sem a aj$da de se$s opositores pol0t icos. Se isto (or $ma boa o$ $ma má not0cia para tais opositores & $ma +$est#o disc$t0vel. V#o (az (alta o socialismo para +$e paralise o capitalismo/ s; (az (alta o capitalismo mesmo. - sistema & certamente capaz de cometer $m hara*uiri. 7as sim= (az (alta socialismo o$ algo parecido/ para +$e o sistema possa ser derr$bado sem +$e nos jog$e todos na barbárie. & por isso +$e as (or"as de oposi"#o s#o t#o importantes5 para resistir tanto +$anto (or poss0vel ao (ascismo/ ao caos/ e ' selvageria +$e certamente s$rgir#o de $ma crise maiQsc$la do sistema. Dalter Benjamin sabiamente observo$ +$e a revol$"#o n#o & $m trem (ora de controle/ & a aplica"#o dos (reios de emerg*ncia. Bertolt Brecht acrescento$ +$e o capitalismo/ e n#o o com$nismo/ era radical. Veste sentido/ o papel das id&ias socialistas & o de proteger o ($t$ro +$e ainda n#o nasce$ o(erecer/ n#o $ma tormenta/ mas sim $m l$gar de re(Qgio nesta tempestade +$e & a hist;ria.
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Atilio A. Boron
A 5UES/I ( >!PED>A'>S!
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Secretário xec$tivo do !onselho ,atinoWAmericano de !i*ncias Sociais 3!,A!S-4. 6rad$"#o de Simone Eezende da Silva Veste artigo/ propomoWnos a examinar alg$mas +$estNes relativas ' teoriza"#o contempor)nea sobre o imperialismo/ tema +$e/ a(ort$nadamente/ tem recobrado nos Qltimos anos $ma centralidade +$e n$nca deveria ter perdido. Im dos grandes paradoxos da hist;ria recente da Am&rica ,atina havia sido a desapari"#o de $ma disc$ss#o s&ria sobre o imperialismo e sobre a depend*ncia precisamente em momentos em +$e as condi"Nes objetivas do capitalismo latinoWamericano exibiam $m agravamento sem precedentes da depend*ncia externa/ a impressionante eros#o da soberania nacional dos estados e $ma s$bmiss#o sem precedentes aos ditames do imperialismo. $e tal sit$a"#o n#o era privativa da Am&rica ,atina o testi(ica a observa"#o do marxista indiano Prabhat Patnai +$e/ em se$ breve ensaio na (onthly Revie- no come"o da d&cada de noventa/ comprovava/ com assombro/ +$e os termos Rimperialismo o$ Rimperialista haviam praticamente desaparecido da imprensa/ da literat$ra e dos disc$rsos de socialistas e com$nistas 3Patnai/ T5 WX4. V#o obstante/ tratavaWse mais de $m eclipse +$e de $ma desapari"#o por+$e/ como se dizia acima/ a sit$a"#o come"o$ a m$dar. 1epois de $ma prolongada a$s*ncia intelect$ al e pol0tica +$e se estende$ ao longo de +$ase trinta anos/ a problemática do imperialismo +$e havia s$scitado alg$ns dos mais importantes debates te;ricos e práticos das sociedades latinoWamericanas na d&cada de sessenta reaparece$ com (or"a na es(era pQblica em sintonia com o acelerado debilitamento da hegemonia ideol;gica e pol0tica do neoliberalismo. !onv&m s$blinhar o (ato de +$e tal irr$p"#o n#o tem l$gar somente nas disc$ssNes das (or"as pol0ticas o$ dos gr$pos intelect$ais. Aparece/ tamb&m/ na ling$agem com$m e corrente $tilizada pelos meios de com$nica"#o de massas/ prod$zindo $m certo deslocamento n#o total mas importante do e$(emismo +$e at& esse momento se havia empregado para al$dir ao (enHmeno do imperialismo sem ter +$e nomeáWlo5 globaliza"#o.
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Por +$e se prod$zi$ o retorno do reprimidoK V#o deixa de ser sintomático da sit$a"#o da c$lt$ra latinoWamericana +$e esta reapari"#o temática tenha sido Ra$torizada/ para $sar $m termo +$e pode soar grat$itamente provocativo/ por&m mais aj$stado 's circ$nst)ncias/ pelo ress$rgimento da disc$ss#o em torno ao imperialismo n#o apenas na peri(eria do sistema capitalista/ mas tamb&m em se$ pr;prio nQcleo ($ndamental5 stados Inidos. 1e (ato/ n#o & $m mist&rio para ning$&m +$e/ se o tema (oi reinstalado nos meios acad*micos e no espa"o pQblico da Am&rica ,atina/ isso (oi em grande medida poss0vel por+$e primeiro Rentro$ na moda nos stados Inidos. A ning$&m escapa +$e a din)mica social desencadeada nesse pa0s como conse+@*ncia das pol0ticas neoliberais 3+$e ad+$iriram resson)ncia $niversal com as grandes mobiliza"Nes de Seattle4 e as crescentes tensNes e contradi"Nes +$e a domina"#o imperialista desencadeo$ no cenário internacional no +$al o arrasamento do A(eganist#o e a invas#o e posterior oc$pa"#o militar do 2ra+$e sobressaem por s$a cr$eldade e dramatismoW jogaram $m papel decisivo na abert$ra de $m debate +$e/ n#o por cas$alidade/ n#o p$dera ser aberto pelas longas e her;icas l$tas da resist*ncia antiimp erialista da peri(eria. !om o colapso da ordem m$ndial do p;sWg$erra e o indissim$lado $nipolarismo +$e come"a a prevalecer desde os anos de Bill !linton/ e +$e alcan"aria in&ditas propor"Nes d$rante a presid*ncia de George B$sh Jr./ a disc$ss#o em torno ' nat$reza imperialista dos stados Inidos e do sistema internacional modelado ' s$a imagem e semelhan"a converteWse em $m tema imprescind0vel. !laro +$e/ tal como acontecera +$ando os colonialistas da 2nglaterra vitoriana (alavam da Rpesada carga do homem branco ao ter de levar s$a Rciviliza"#o aos con(ins da Z(rica negra 3e/ de passagem/ oc$ltar a bárbara pilhagem a +$e s$bmeteram os povos srcinários4/ os modernos te;ricos do imperialismo concebem as pol0ticas do governo de George D. B$sh como verdadeiras cr$zadas contra os n$merosos inimigos do bem disseminados por todo o planeta. Para os ide;logos do imp&rio/ sempre preoc$pados em oc$ltar s$a ess*ncia exploradora e predat;ria/ a nova realidade +$e se con(ig$ra com a desapari"#o da Ini#o Sovi&tica desata $ma ampla disc$ss#o sobre a nat$reza da nova ordem imperial c$ja exist*ncia e violentas caracter0sticas já n#o podem seg$ir oc$ltandoWse sob o manto do en(rentamento entre Rm$ndo livre e Rtotalitarismo com$nista pr;prio dos anos da G$erra >riaT. Vesta in&dita conj$nt$ra/ o imperialismo assoma com $m novo rosto/ envelhecido e T
Sobre este tema/ ver o cap0t$lo de Perr= Anderson neste mesmo livro.
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rej$venescido5 se antes a express#o era considerada como o(ensiva/ os novos desenvolvimentos hist;ricos teriam de resigni(icáWla/ dotandoWa de $ma carga (ortemente positiva. A transi"#o norteWamericana da repQblica ao imp&rio/ t#o temida pelos cr0ticos liberais e es+$erdistas dos anos sessenta e setenta do s&c$lo passado / se cons$mo$ em meio aos hinos tri$n(ais entoados por $ma legi#o de neoconservadores/ na +$al os ($ndamentalismos crist#os e j$daicos marcharam lado a lado com os grandes monop;lios do
complexo militar e ind$strial e os (alcNes de Dashington . Se antes os intelect$ais org)nicos do sistema insistiam em exaltar os valores rep$blicanos e democráticos/ agora ass$mem claramente/ e sem remorso alg$m/ s$a condi"#o de imperialistas e asseg$ram5 RSe somos $m imp&rio/ +$al o problemaK $e há de ma$ issoK - imp&rio deixa de ser $ma condi"#o cens$rável a partir de racioc0nios &ticos e pol0ticos para trans(ormarWse em $ma obriga"#o h$manitária. Somos $ma na"#o Rindispensável e Rins$bstit$0vel como diria mais de $ma vez 7adeleine Albrigh t/ a Secretária de stado do Rprogressista governo de Bill !linton/ $m tipo de imp&rio ben&volo +$e nem oprime nem explora/ mas sim corta os sete mares para libertar os povos das correntes do atraso e da opress#o e para semear o livre com&rcio e a democracia. A$tores tais como Sam$el P. :$ntington/ Ubignieb Brzezinsi/ !harles 9ra$thammer/ 6homas >riedman/ Eobert 9agan/ Vormam Podhoretz e 7ichael 2gnatie((/ entre tantos o$tros/ (oram pr;digos no momento de lan"ar/ já sem desnecessários e$(emismos/ o arg$mento imperialista de modo completamente descarado. 1e acordo com o mesmo/ os stados Inidos aparecem como $m ben&volo imp&rio c$ja ($n"#o messi)nica e redentora o imp$lsiona a de(lagar Rg$erras h$manitárias para derrotar os malvados/ levar a chama da democracia aos mais apartados rincNes do m$ndo e a consagrar a liberdade de com&rcio como a condi"#o indispensável para a con+$ista e o des(r$te de todas as liberdades e para o (ortalecimento da democracia. Por o$tra parte/ para os cr0ticos do imp&rio a sit$a"#o n#o estava isenta de s&rios desa(ios5 com a constit$i"#o de $ma Qnica s$perpot*ncia imperial/ deviam en(rentar $ma sit$a"#o in&dita/ m$ito distinta ' do passado/ +$ando as rivalidades entre várias pot*ncias imperialistas o(ereciam $m +$adro bem di(erente/ +$e re+$eria $ma c$idadosa revis#o e at$aliza"#o de alg$mas das teses centrais da teoria marxista do imperialismo. A aberta rea(irma"#o e de(esa da voca"#o imperiali sta dos stados Inidos tiveram/ se o anterior n#o
!(. Dallerstein 3
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(osse po$co/ $m enorme impacto ideol;gico sobre a es+$erda pol0tica e intelect$al. 6$do isso explica/ ao menos em parte/ o abandono em +$e cai$/ por $m per0odo de $ns vinte anos/ o emprego da palavra imperialismo. Se a literat$ra das Qltimas d$as d&cadas do s&c$lo passado (or revisitada/ comprovarWseWá +$e/ praticamente/ a palavra desaparece por completo e a+$eles +$e tinham a o$sadia de levantáWla eram rapidamente silenciados. 1iziaWse +$e a globaliza"#o havia acabado com t$do a+$ilo e +$e o imperialismo era $m (enHmeno do passado. Portanto/ n#o (oi cas$al +$e tenha sido precisamente no centro do imp&rio +$e veio ' l$z pQblica $ma obra p$blicada na alvorada do novo mil*nio e +$e/ da noite para o dia/ (osse aclamada como a nova s0ntese te;rica +$e condensava em s$as páginas toda a ri+$eza e complexidade da nova realidade. ssa obra &/ nat$ralmen te/ &mp,rio/ o livro de 7ichael :ardt e Antonio Vegri/ oport$namente p$blicado no ano
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. 1e (ato5 :ardt e Vegri constroem $m
silogismo em +$e/ ao conceber o imperialismo como $m re(lexo direto do nacionalismo/ concl$em +$e com a inel$tável desapari"#o do estadoWna"#o chega tamb&m a se$ (im o ciclo imperialista. %eri(icaWse/ devido ao anterior/ o tr)nsito para $ma nova l;gica global de dom0nio/ o 2mp&rio/ $ma estr$t$ra desterritorializada/ et&rea e descentrada paradoxalmente trazida ao m$ndo pela din)mica incessante de s$a pr;pria nega"#o/ a m$ltid#o. Por&m/ tamb&m havia o$tros (ermentos de m$dan"a +$e permitem $ma compreens#o mais acabada do ress$rgimento da disc$ss#o sobre o imperialismo. Vo passado as grandes l$tas desencadeadas na peri(eria do sistema ca$sadoras/ por exemplo/ da derrota dos stados Inidos no %ietn#/ o sim$lt)neo tri$n(o da revol$"#o iraniana e o sandinismo na Vicarág$a/ a +$eda de regimes marionetes dos stados Inidos na 2ndon&sia e >ilipinas/ entre <
S#o n$merosas as cr0ticas s$scitadas pelas teses de :ardt e Vegri. L sintomático +$e/ ante elas/ a resposta de ambos tenha sido o ins$lto e a des+$ali(ica"#o/ jamais o exame cr0tico do arg$mento de se$s opositores.
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o$tros n#o haviam conseg$ido per($rar a co$ra"a com a +$al a ideologia dominante protegia a agenda pQblica e a consci*ncia social $niversal da irr$p"#o de elementos s$bversivos. ntretanto/ esta sit$a"#o come"a a reverterWse na d&cada de noventa e no come"o do novo s&c$lo gra"as a $ma s&rie de acontecimentos a +$e $m pensador como :egel se tivesse podido ne$tralizar o e$rocentrismo de s$a teoria n#o teria d$vidado em destinar $ma signi(ica"#o Rhist;ricoW$niversal5 a irr$p"#o do zapatismo em M/ a grande mani(esta"#o de Seattle em e a organiza"#o do >;r$m Social 7$ndial de Porto Alegre em ernández Eetamar +$ando observa em $odo Caliban esse desl$mbrante OTO
retrato da c$lt$ra latinoWamericana +$e Ro colonialismo calo$ t#o ($ndamente em n;s/ +$e somente lemos com verdadeiro respeito os a$tores anticolonialistas difundidos a partir das metr"poles 3>ernández Eetamar/
,imites da teoriza"#o clássica As bases da con($s#o al$dida anteriormente revelam n#o somente a import)ncia e o papel distorcionante da hegemonia ideol;gica da direita sobre o pensamento da es+$erda/ mas tamb&m dizem respeito 's ins$(ici*ncias da teoriza"#o tradicion al do imperialismo (rente 's signi(icativas trans(orma"Nes experimentadas pelo modo de prod$"#o capitalista ao longo do s&c$lo vinte/ especialmente a partir da (inaliza"#o da Seg$nda G$erra 7$ndial/ as +$ais vinham pHr em +$est#o alg$mas das premissas centrais das teorias clássicas do imperialismo (orm$ladas nas d$as primeiras d&cadas do s&c$lo vinte por :obson/ :il(erding/ ,*nin/ B$jarin e Eosa ,$xemb$rgo/ para mencionar apenas s$as principais (ig$ras F. 7ostraremos/ para n#o nos estendermos demasiadamente neste ass$nto/ tr*s desa(ios principais. - primeiro/ +$estiona $ma premissa decisiva das teorias clássicas5 a estreita associa"#o existente entre imperialismo e crise do capitalismo metropolitano. Vesta (orm$la"#o/ a expans#o imperialista era a sol$"#o dos irresolQveis con(litos internos +$e srcinavam a crise capitalista nas metr;poles. As depressNes/ a (ome e o desemprego encontravam s$a ca$sa de resol$"#o mediante a exporta"#o de capitais e excedentes demográ(icos para regiNes atrasadas. - per0odo +$e se inicia no (inal da d&cada de +$arenta/ entretanto/ pNe seriamente em crise a dita premissa5 trataWse dos Rtrinta anos gloriosos do p;sWg$erra/ a &poca de maior crescimento jamais experimentado pelas economias capitalistas em se$ conj$nto. S#o os anos do capitalismo e=nesiano/ da insta$ra"#o do Restado de bem estar e da maior expans#o desse modo de prod$"#o em toda hist;ria. V$nca antes o capitalismo havia crescido sim$ltaneamente em tantos pa0ses/ por tanto tempo e a taxas t#o elevadas. !ont$do/ nesse contexto t#o din)mico prod$zWse a agressiva expans#o do imperialismo norteW americano por toda a (ace da terra. A clássica conex#o entre crise capitalista e expans#o imperialista (icava/ desse modo/ +$ebrada^ n#o somente na crise/ mas tamb&m na prosperidade o capitalismo embarcaWse em $ma desen(reada expans#o imperial/ desatando a
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6rans(orma"Nes +$e/ no entanto/ detiveramWse 's portas do +$e constit$i a ess*ncia do sistema5 a s$bs$n"#o (ormal e real dos trabalhadores ao despotismo do capital. L ($ndamental n#o se es+$ecer disso.
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perplexidade da+$eles +$e ainda agarravamWse 's (orm$la"Nes das teorias clássicas do imperialismoM. - seg$ndo desa(io ' teoriza"#o clássica brotada da constata"#o de +$e a rivalidade econHmica entre as grandes pot*ncias metropolitanas já n#o se trad$zia em con(litos armados como a Primeira e a Seg$nda G$erras 7$ndi ais. - +$e agora ocorria era $ma concorr*ncia econHmica/ por vezes de extrema (erocidad e/ mas +$e nos Qltimos cin+@en ta anos jamais se trad$zi$ em $m en(rentamento armado entre as mesmas. Processos de integra"#o econHmica s$pranacional e en(rentamento entre blocos comerciais (oram marcando os principais momentos da seg$nda metade do s&c$lo vinte. A vir$l*nci a do con(lito e a radicalidade dos interesses contrapostos prod$zi$ longas paralisias nos organismos +$e monitoravam e reg$lavam o ($ncionamento global do capitalismo/ como o GA66 3+$e seria de ser convertido na -rganiza"#o 7$ndial do !om&rcio4/ o Banco 7$ndial/ o >$ndo 7onetário 2nternacional/ para (alar apenas dos mais importantes. -s reiterados (racassos de s$as s$cessivas Rrodadas de acordos e a tenaz persist*ncia do protecionismo e de princ0pios mercantilistas/ apenas dissim$lados sob $ma oca ret;rica Rlivre mercadista/ encontramWse na base desta (r$stra"#o. m todo caso/ o +$e marca a di(eren"a entre o cenário dos tempos da primeira G$erra 7$ndial 3sobret$do4 e o acontecido nos Qltimos anos & +$e estes en(rentamentos econHmicos n#o desembocaram em $m con(lito armado. A recon(ig$ra"#o da estr$t$ra do sistema imperialista e o papel predominante +$e nele desempenha os stados Inidos/ di(erente do Rconcerto de na"Nes +$e se encontrava na cQp$la desse sistema no come"o do s&c$lo vinte/ expli ca em grande parte a a$s*ncia de $m desenlace militar. Já nos tempos da primeira G$erra 7$ndial/ 9a$ts= havia insistido sobre este ponto com s$a (amosa teoriza"#o sobre o R$ltraWimperialismo/ $ma tese s$mamente s$gestiva na medida em +$e al$dia a esta possibilidade de $ma col$s#o entre os grandes monop;lios/ mas n#o isenta de s&rios problemas interpretativos derivados da s$bestima"#o da intensidade e a radicalidade do con(lito +$e op$nha as pot*ncias imperialistas. Por&m/ em todo caso/ ' l$z dos desenvolvimentos do seg$ndo p;sWg$erra/ o ass$nto (icava exposto e re+$eria $ma $rgente revis#o. Por Qltimo/ o terceiro desa(io +$e contrib$i$ para pHr em crise as teoriza"Nes clássicas do imperialismo (oi/ nesta (ase de acelerada m$ndializa"#o da ac$m$la"#o capitalista/ a expans#o sem precedentes do capitalismo ao longo do planeta. mbora tenha sido desde o M
!(. ,eo Panitch e Sam Gindin 3
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in0cio $m regime social de prod$"#o caracteriza do por s$as tend*ncias expansivas/ tanto na geogra(ia (0sica como na social/ a acelera"#o deste processo a partir da +$eda do 7$ro de Berlin e da implos#o da exWIni#o Sovi&tica (oi vertiginosa. A partilha do m$ndo/ ($ndamento das intermináveis g$erras de anexa"#o colonial o$ neocolonial/ tinha $m s$posto na at$alidade ins$sten tável5 a exist*ncia de vastas regiNes peri(&ri cas/ tamb&m chamadas de Ratrasadas o$ Ragrárias na literat$ra da &poca/ introd$zidas na torrente da ac$m$la"#o capitalista por pot*ncias imperialistas rivais mediante a pilhagem colonial. 7as esse processo completaWse na seg$nda metade do s&c$lo vinte +$ando toda a s$per(0cie do globo terrestre (ico$ s$bmetida 's in(l$*ncias das rela"Nes capitalistas de prod$"#o/ as +$ais/ no entanto/ n#o detiveram a expans#o imperialista do sistema. !ost$maWse dizer +$e a implos#o da Ini#o Sovi&tica/ o desmembramento do campo socialista e as trans(orma"Nes +$e est#o ocorrendo na !hina abriram novos horizontes territoriais ' expans#o do capital/ o +$e & certo/ embora parcialmente. L preciso acrescentar/ como bem expNe >ran"ois :o$tart/ +$e as novas (ronteiras c$ja con+$ista o capital agora empreende s#o econHmicas. sgotados os espa"os de expans#o territorial o imperialismo voltaWse sobre a sociedade e desata $m selvagem processo de mercantiliza"#o $niversal5 tal & o caso dos servi"os pQblicos e da O
agric$lt$ra/ entre o$tros K. Va (ase at$al/ a partilha territorial (oi monopolizada pelos stados Inidos 3com a oc$pa"#o do 2ra+$e/ A(eganist#o/ se$ crescente controle sobre o espa"o da Zsia !entral e s$as indissim$ladas ambi"Nes de controlar a AmazHnia4/ mas/ ainda assim/ conserva toda s$a import)ncia na corrida para apoderarWse de preciosos rec$rsos nat$rais/ como petr;leo e ág$a. V#o obstante/ como n#o existem/ at& o momento/ pot*ncias rivais +$e se oponham aos des0gnios estad$nidenses/ esta pol0tica de anexa"#o e8o$ controle territorial n#o desencadeia novas g$erras interWimperialistas/ mas sim a (&rrea resist*ncia/ em alg$ns casos/ dos povos amea"ados. As (ronteiras imateriais/ ao contrário/ s#o cenários nos +$ais se travam batalhas sem +$artel na corrida para apropriarWse das empresas pQblic as dos pa0ses da peri(eria mediante privatiza"Nes^ e converter antigos direitos em rentáveis mercadorias. As privatiza"Nes e desreg$lariza"Nes dos servi"os pQblicos de saQde/ de ed$ca"#o e de assist*ncia social/ para citar apenas os mais importantes/ abrem $m enorme espa"o imaterial +$e s$bstit$i/ ainda +$e somente em parte/ a disp$ta territorial e ins$(la novos ares ao imperialismo. !omo bem mostra llen 7eisins Dood/ as teorias clássicas do imperialismo Rass$mem/ por de(ini"#o/ a exist*ncia de $m ambiente n#o capitalista O
%er >ran"ois :o$tart 3
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37eisins Dood/
Vovidades A teoriza"#o clássica entro$ em crise n#o somente pela obsolesc*ncia de tr*s de s$as premissas mais distintivas. :o$ve tamb&m o$tras ca$sas/ entre as +$ais vale mencionar a apari"#o de certas novidades prod$zidas no ($ncionamento do capitalismo contempor)neo +$e exigem $ma $rgente tare(a de at$aliza"#o. ntre os mais decisivos encontraWse/ em primeiro l$gar/ o (enHmeno da (inanciariza"#o da economia m$ndial/ o$ seja/ a (enomenal hipertro(ia do sistema (inanceiro internacional e +$e chega a extremos extraordinários. - vol$me at$al da circ$la"#o do capital (inanceiro internacional/ espec$lativo em mais de Tu/ sit$aWse nos F trilhNes de d;lares diários/ $ma ci(ra s$perior ' +$e lan"a o com&rcio de bens e servi"os no com&rcio m$ndial em $m ano. !abe acrescentar +$e t$do isto coloca $ma s&rie de problemas por s$a vez te;ricos e práticos de enorme import)ncia/ c$jo tratamento & imposs0vel nessas páginas. Basta/ por ora/ marcar +$e estamos na presen"a de $ma m$ta"#o signi(icativa do modo de prod$"#o capitalista/ na realidade $ma degenera"#o invol$tiva/ para o reinado da espec$la"#o. L devido a isso +$e o capital (inanceiro ass$me o posto de comando do processo de ac$m$la"#o em escala global/ em detrimento das demais (ra"Nes do capital 3ind$strial/ comercial/ servi"os/ etc.4 +$e devem s$bordinarWse a s$as estrat&gias/ prazos e pre(er*ncias. A seg$nda novidade está dada pelo papel dos stados Inidos como pot*ncia integradora e organizadora do sistema imperialista. ste (enHmeno/ ao +$al já nos re(erimos anteriormente/ acent$o$Wse dramaticamente a partir da desapari"#o da Ini#o Sovi&tica e do campo socialista e das trans(orma"Nes +$e sobrevieram com a crise da ordem bipolar do p;sW OT
g$erra. Por ca$sa disso/ o estado norteWamericano ad+$iri$ $m papel central e ins$bstit$0vel na estr$t$ra imperialista m$ndial. 1esta (orma/ hoje em dia o imperialismo & mais +$e n$nca o imperialismo norteWamericano/ devido ' capacidade mani(estada para s$bordinar sob s$a hegemonia/ de maneira clara e cont$ndente/ os poss0veis rivais +$e poderiam se interpor em se$ caminho. Vem a Ini#o $rop&ia nem o Jap#o podem aspirar o$tra coisa a n#o ser (ig$rarem como simples coadj$vantes +$e acompanham as decisNes tomadas em Dashington. - velho sistema imperialista/ ao contrário/ tinha mQltiplos rostos por ser res$ltado de $m balan"o de poder m$ito mais complexo no +$al o poder do primus inter pares/ desempenhado por longo tempo pelo Eeino Inido/ apenas sim se disting$ia do resto. Vada disso ocorre agora5 a crise da ordem m$ndial e do sistema das Va"Nes Inidas/ e a nova estrat&gia norteWamericana da g$erra preventiva pNem br$talmente de mani(esto +$e o imperialismo tem $ma carta de nacionalidade m$ito de(inida. Portanto/ as teses +$e (alam de $ma tr0ade imperial/ de $m sistema no +$al se acomodariam com $ma condi"#o e+$ivalente os stados Inidos/ a Ini#o $rop&ia e o Jap#o/ n#o t*m nenh$m ($ndamento emp0rico. 6anto o Jap#o como a Ini#o $rop&ia/ para os prop;sitos de $ma análise de $m imperialismo contempor)neo/ s#o palavras de Brzezinsi/ n#o nossas estados vassalos dos stados Inidos s$bmetidos por pressNes econHmicas/ pela chantagem militar e pela hábil manip$la"#o das amea"as do terrorismo 3Brzezinsi/ \5 MT4. - papel Qnico e indispensável +$e os stados Inidos ad+$iriram relacionaWse intimamente com s$a condi"#o de Qnica s$perpot*ncia militar do planeta/ c$jo gasto em armamentos e+$ivale praticamente ao do resto das na"Nes. -s stados Inidos disper saram po$co mais de OT bases e missNes militares em <\ pa0ses/ $ma má+$ina de g$erra sem paralelo na hist;ria da h$manidade e bal$arte (inal para a de(esa do sistema imperialista m$ndial. A terceira novidade relacionaWse com a exist*ncia de novos instr$mentos de domina"#o +$e s$bstit$em e8o$ complementam os dispositivos clássicos dispon0veis no come"o do s&c$lo vinte. 1ois deles s#o sing$larmente importantes. m primeiro l$gar/ o papel do >$ndo 7onetário 2nternacional e/ em geral/ das instit$i"Nes (inanceiras mal chamadas intergovernamentais/ posto +$e s$a depend*ncia do governo dos stados Inidos as converteram/ de (ato/ em extensNes da !asa Branca. A designa"#o de Pa$l Dol(oCitz ' (rente do Banco 7$ndial por parte de George D. B$sh/ apesar da rep$lsa $niversal +$e s$scitava se$ ($ndamentalismo sionista e se$ (anatismo b&lico/ e a in(l$*ncia decisiva +$e Dashington tem sobre o >$ndo 7onetário 2nternacional e a -7!/ s#o provas mais +$e OT
elo+@entes do +$e vimos dizendo. Aos pa0ses da peri(eria/ oprimidos pelo peso da d0vida externa/ s#o impostas pol0ticas econHmicas +$e realimentam o$ reprod$zem de maneira ampliada a primazia dos interesses norteWamericanos sobre os demais membros do sistema internacional. - >$ndo 7onetário 2nternacional/ o Banco 7$ndial e o B21/ no caso da Am&rica ,atina/ t*m $m papel estrat&gico na implementa"#o destas pol0ticas/ pressionando ora com br$talidade/ ora com l$va de pelica/ a (avor de pol0ticas governamentais +$e (acilitam o controle praticamente total das economias peri(&ricas pelo capital imperialista/ sobret$do norteWamericano. - o$tro novo instr$mento de domina"#o imperialista & o +$ase absol$to predom0nio +$e os stados Inidos ad+$iriram no cr$cial terreno da circ$la"#o das id&ias e da prod$"#o de imagens a$diovis$ais. - imperialismo hoje se re(or"a com $m imperialismo c$lt$ral/ +$e atrav&s do enorme desenvolvimento dos meios de com$nica"#o de massas torna poss0vel a imposi"#o das id&ias e dos valores da sociedade norteWamericana de (orma tal +$e nenh$ma das experi*ncias imperiais anteriores pHde se+$er sonhar. !erca de tr*s +$artos das imagens a$diovis$ais +$e circ$lam pelo planeta s#o prod$zidas nos stados Inidos/ projetando deste modo $ma imagem propagand0stica/ e (alsa at& a med$la/ do sistema e de s$as s$postamente ilimitadas capacidades para satis(azer todas as aspira"Nes materiais e espirit$ais da h$manidade. As conse+@*ncias pol0ticas desta realidade s#o pro($ndas e de longa vida. Sendo importantes/ essas novidades n#o podem oc$ltar a intensi(ica"#o da explora"#o dentro do m$ndo colonial e neocolonial e/ com caracter0sticas pec$liares/ dentro dos pr;prios pa0ses do capitalismo avan"ado nos +$ais a precariza"#o trabalhista/ a red$"#o das presta"Nes sociais e as tend*ncias regressivas do salário (azem estragos. Se a isso somamos +$e a depreda"#o ecol;gica do planeta chego$ a n0veis sem precedentes/ compreenderWseW#o as razNes pelas +$ais há +$em a(irme +$e as chances de +$e a esp&cie h$mana possa sobreviver ao (inal do s&c$lo vinte e $m s#o menores +$e OTu. - imperialismo & express#o de $m sistema inviável e ins$stentável^ se a ideologia norteWamericana da expans#o do cons$mo chegasse a ser ass$mida seriamente por chineses e indianos e se esses
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imperialismo & hoje/ simplesmente/ a l$ta pela sobreviv*ncia da esp&cie. Vada mais e nada menos +$e isso.
A dil$i"#o do imperialismo Já hav0amos mencionado $m primeiro paradoxo5 o eclipse da tradi"#o disc$rsiva antiimperialista em momentos em +$e a domina"#o imperialista acent$avaWse como n$nca antes. %ejamos agora o$tra/ +$e poder0amos (orm$lar nos seg$intes termos. !omo compreender o (ato de +$e tenha sido o pr;prio cora"#o do imp&rio +$e tenha di($ndido/ com (ervor militante/ $ma nova teoriza"#o sobre o imperialismo como a proposta por :ardt e VegriK Ima compara"#o se (az inevitável. $ando o ass$nto aparece$ com (or"a no cenário m$ndial/ nas v&speras da primeira G$erra 7$ndial/ se (ez pelas m#os de severos e intransigentes cr0ticos do imperialismo :il(erding/ ,*nin/ Eosa ,$xemb$rgo/ B$jarin/ etc. o$/ como no caso de J. A. :obson/ de +$em ainda a partir da perspectiva da ideologia dominante era capaz de lan"ar $m lQcido olhar aos problemas de se$ tempo e reconhecia a inj$sti"a e os horrores do imperialismo. Por essas razNes/ se$s escritos (oram excom$ngados e se$s a$tores perseg$idos/ condenados o$/ como no caso de Eosa ,$xemb$rgo/ simplesmente assassinados. Ao longo do s&c$lo vinte aparece$ a obra de John Strache=/ $he 5nd of 5mpire/ +$e passo$ completamente despercebida (ora dos estreitos c0rc$los da academia progressista e da milit)ncia de es+$erda do m$ndo angl;(ono. !omo explicar/ agora/ o (ormidável *xito de $ma obra como a de :ardt e Vegri/ di($ndida a partir dos grandes aparatos ideol;gicos do imperialismo como $ma contrib$i"#o essencial ' compreens#o da sociedade contempor)neaK Páginas e mais páginas do 2e- _or $imes/ do 1os Angeles $imes/ do $imes de ,ondres (oram dedicadas para comentar e exaltar as virt$des de &mp,rio. ntre n;s/ os grandes jornais da Am&rica ,atina n#o (icaram atrás/ e os s$plementos dominicais de c$lt$ra e economia p$blicaram extensas reportagens de se$s a$tores/ o$torgandoWlhes amplo espa"o para di($ndir s$as id&ias sobre o m$ndo at$al. ssa cond$ta contrasta chamativamente com a verdadeira conspira"#o de sil*ncio +$e rodeo$ a apari"#o de textos m$ito mais importantes/ como/ por exemplo/ ial,tica da epend#ncia/ de E$= 7a$ro 7arini^ 5l desarrollo del capitalismo en Am,rica 1atina/ de Ag$st0n !$eva^ 8ociología de la 5xplotaci"n / de Pablo González !asano va e/ incl$sive/ epend#ncia e esenvolvimento na Am,rica 1atina/ de >ernando :. !ardoso 3em se$s melhores tempos/ & claro4 e nzo >aletto. O<
A nosso ver/ o +$e explica a perseg$i"#o/ o silenciamento e o ostracismo em $m caso/ e a celebridade e o elogio no o$tro & +$e a proposta de :ardt e Vegri & completamente ino(ensiva e em nada lesa os interesses do bloco imperial dominante. 7elhor ainda/ s$a aprova"#o nos c0rc$los do establishment prova/ com a cont$nd*ncia dos (atos +$e a interpreta"#o +$e o(erecem esses a$tores & per(eitamente ($ncional a se$s planos de controle e domina"#o m$ndial X. A b$rg$esia n$nca comete erros t#o grosseiros para (avorecer a dissemina"#o de teorias o$ do$trinas contrárias ' perpet$a"#o de se$ dom0nio. %ejamos/ na contin$a"#o/ alg$mas das mais importantes cr0ticas +$e merece a pec$liar interpreta"#o do imperialismo +$e brota da pl$ma de nossos a$tores.
Vas análises de :ardt e Vegri o imperialismo n#o m$da/ mas sim desaparece sse & o e+$0voco ($ndamental +$e preside toda s$a obra/ e +$e decreta s$a irreparável invalida"#o. V#o há dQvidas de +$e o imperialismo em s$a (ase at$al s$a estr$t$ra/ s$a l;gica de ($ncionamento/ s$as conse+@*ncias e s$as contradi"Nes n#o & poss0vel de ser compreendido ade+$adamente procedendo a $ma releit$ra talmQdica dos textos clássicos. V#o por+$e eles estivessem e+$ivocados/ como o a(irma com insist*ncia a direita/ mas sim por+$e o capitalismo & $m sistema m$tável e altamente din)mico +$e/ como escreveram 7arx e ngels no (anifesto Comunista/ Rse revol$ciona incessantemente a si mesmo. Por conseg$inte/ mal se poderia entender o imperialismo do come"o do s&c$lo 2 armados apenas com o instr$mental te;rico e conceit$al +$e nos d#o os a$tores re(eridos mais acima. 7as o grande erro de :ardt e Vegri & o de ass$mir n#o somente +$e se pode compreender sem eles/ mas/ tamb&m/ apelando a $ma s&rie de a$tores +$e se sit$am nas ant0podas de +$al+$er vertente conhecida do pensamento cr0tico. V#o se trata/ ent#o/ de reiterar/ mas sim de re(orm$lar as velhas teses/ partindo desde a revol$"#o copernicana prod$zida pela obra de 7arx +$e/ ainda hoje/ nos ministra $ma chave interpretativa imprescind0vel e ins$bstit$0vel para explicar a sociedade capitalista e reelaborando com a$dácia e criatividade a heran"a X
!oncl$s#o +$e se re(or"a ainda mais ao examinar o mais recente trabalho de Antonio Vegri/ agora em colabora"#o com Gi$seppe !occo 3!occo e Vegri/
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clássica dos est$dos sobre o imperialismo ' l$z das grandes trans(orma"Nes +$e tiveram l$gar na seg$nda metade do s&c$lo e/ m$ito especialmente/ nos Qltimos vinte e cinco o$ trinta anos. - imperialismo de hoje n#o & ig$al ao de ontem. 7$do$/ e em alg$ns aspectos essa m$dan"a (oi m$ito importante^ em o$tros/ s$as velhas caracter0sticas belicosidade/ racismo/ pilhagem/ militarismo acent$aramWse consideravelmente. - +$e n#o entendem :ardt e Vegri/ e com eles m$itos o$tros +$e/ como eles/ s#o trib$tários do pensamento b$rg$*s sobre a globaliza"#o/ & +$e al&m destas m$dan"as o imperialismo não se transformou em seu contr3rio/ como nos propNe a misti(ica"#o neoliberal/ dando l$gar a $ma economia Rglobal na +$al todos somos Rinterdepen dentes. ssa velha tese +$e tem entre se c$ltores :enr= 9issinger/ a !omiss#o 6rilateral e as escolas de Radministra"#o de empresas estad$nidenses & a de +$e hoje/ s$rpreendentemente/ aparece com ro$pagens pse$doWes+$erdistas e com ling$agem p;sWmoderna na obra +$e estamos analisando. imperialismo seg$e existindo e oprimindo povos e na"Nes/ semeando dor/ destr$i"#o e morte. m +$e pese 's m$dan"as/ conserva s$a identidade e estr$t$ra/ e seg$e desempenhando s$a ($n"#o hist;rica na l;gica da ac$m$la"#o m$ndial do capital. S$as m$ta"Nes/ s$a volátil e perigosa mist$ra de persist*ncia e inova"#o/ re+$erem a constr$"#o de $ma nova abordagem
+$e nos permita captar s$a nat$reza at$al . Poder0amos dizer/ como conse+@*ncia/ +$e os atrib$tos ($ndamentais do imperialismo identi(icados pelos a$tores clássicos nos tempos da primeira G$erra 7$ndial contin$am vigentes toda vez +$e a+$ele n#o & $m tra"o acess;rio/ nem $ma pol0tica contingente/ perseg$ida por alg$ns estados sob alg$mas condi"Nes m$ito partic$lares/ mas sim $ma nova etapa no desenvolvimento do capitalismo estampada/ hoje com maior cont$nd*ncia +$e no passado/ pela concentra"#o do capital/ o abr$mador predom0nio dos monop;lios/ o acrescido papel do capital (inanceiro/ a exporta"#o de capitais e a partilha do m$ndo em distintas Res(eras de in(l$*ncia. A acelera"#o do processo de m$ndializa"#o acontecida no Qltimo +$arto de s&c$lo/ longe de aten$ar o$ dissolver as estr$t$ras imperialistas da economia m$ndial/ n#o (ez mais +$e potencializar extraordinariamente as assimetrias estr$t$rais +$e de(inem a inser"#o dos distintos pa0ses nela. n+$anto $m p$nhado de na"Nes do capitalismo desenvolvido re(or"o$ s$a capacidade para controlar/ ao menos parcialmente/ os processos prod$tivos em escala m$ndial/ a (inanciariza"#o da economia internacional e a crescente circ$la"#o de mercadorias e servi"os/ a enorme maioria
Sobre isto/ ver especialmente os art0gos de ,eo Panitch e Sam Gindin p$blicados em 8ocialist Register 3
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dos pa0ses vi$ apro($ndar s$a depend*ncia externa e alargar at& n0veis escandalosos o abismo +$e os separava das metr;poles. A globaliza"#o/ em s$ma/ consolido$ a domina"#o imperialista e apro($ndo$ a s$bmiss#o dos capitalismos peri(&ricos/ cada vez mais incapazes de exercer $m m0nimo de controle sobre se$s processos econHmicos dom&sticos. ssa contin$idade dos par)metros ($ndamentais do imperialismo se bem +$e n#o necessariamente de s$a (enomenologia & ignorada na obra de :ardt e Vegri/ e o nome de tal nega"#o & o +$e estes a$tores denominaram R2mp&rio. Im imp&rio +$e/ como a(irmam $ma e o$tra vez/ existe sem imperialismo^ $m imp&rio Rp;sWmoderno e virt$al +$e/ por $ma al+$imia do conceito/ pode s*Wlo sem ser imperialista. !$rioso animal_ - +$e tentamos demonstrar em &mp,rio U imperialismo & +$e assim como as m$ralhas de Jeric; n#o se derr$baram ante o som das trombetas de Jos$& e dos sacerdotes do templo/ a realidade do imperialismo tampo$co se desvanece ante as divaga"Nes de dois (il;so(os extraviados nos est&reis labirintos do niilismo p;sWmoderno 3Boron/ $ndo 7onetário 2nternacional/ o Banco 7$ndial/ a -rganiza"#o 7$ndial do !om&rcio e o$tras do estilo^ e +$e as regras do jogo do sistema internacional contin$am sendo as do neoliberalismo global/ ditadas principalmente pelos stados Inidos e impostas coercitivamente d$rante o apoge$ da contra revol$"#o neoliberal dos anos oitenta e OO
come"o dos noventa\. Por se$ desenho/ prop;sito e ($n"Nes/ estas regras do jogo n#o (azem o$tra coisa a n#o ser reprod$zir incessantemente a velha estr$t$ra imperialista sob $ma ro$pagem renovada. star0amos m$ito mais pr;ximos da verdade se/ para(raseando ,*nin/ diss&ssemos +$e o imp&rio & a Retapa s$perior do imperialism o e nada mais. S$a l;gica de ($ncionamento & a mesma/ como ig$ais s#o a ideologia +$e j$sti(ica s$a exist*ncia/ os atores +$e a dinamizam e os inj$stos res$ltados +$e revelam a pertinaz persist*ncia das rela"Nes de opress#o e explora"#o.
Ima concep"#o e+$ivocada do estado e da soberania no capitalismo contempor)neo Im dos problemas mais graves +$e en(renta o marco te;rico +$e o(erecem :ardt e Vegri e/ mais geralmente/ os distintos te;ricos da globaliza"#o/ s#o conse+@*ncia de se$s s&rios erros de aprecia"#o do (enHmeno estatal nos capitalismos contempor)neos. Seg$ndo nossos a$tores/ hoje as grandes companhias transnacionais s$peraram a j$risdi"#o e a a$toridade dos estadosWna"#o. - tom j$biloso com +$e celebram a s$posta desapari"#o destes Qltimos e o tri$n(o dos grandes monop;lios & assombroso/ sobret$do se se recorda a reiterada a$toproclama"#o de (& com$nista +$e permeia ao longo de toda s$a obra5 Rs#o as grandes empresas +$e hoje governam a 6erra 3:ardt e Vegri/
6al como o recordara o economista J. Schott em s$a a$di*ncia perante $m s$bcomit* do !ongresso dos stados Inidos 3Schott/ 4/ no marco da A,!A o$ de +$al+$er tratado bilateral de Rlivre com&rcio/ os pa0ses da Am&rica ,atina simplesmente ter#o de ade+$ar s$a legisla"#o ' Rnossa. A Rnossa/ & claro/ & a dos stados Inidos. Por isso/ este a$tor (ala de Rliberaliza"#o assim&trica para re(erirWse a estes processos.
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en+$anto +$e mais de \Ou de todos os desenvolvimentos tecnol;gicos das (irmas srcinamW se dentro de s$as R(ronteiras nacionais. Se bem +$e estas corpora"Nes t*m $m alcance global/ s$a propriedade/ por mais dispersa +$e se ache/ tem $ma clara base nacional. Ainda mais importante5 se$s l$cros (l$em de todo o m$ndo para o pa0s no +$al se encontra s$a casa matriz/ e os cr&ditos necessários para (inanciar s$as opera"Nes m$ndiais s#o obtidos por s$as casas centrais nos bancos de s$a sede nacional com taxas de j$ros imposs0veis de serem encontradas nos capitalismos peri(&ricos/ com o +$al podem deslocar (acilmente se$s competidores. m s$ma5 em +$e pese ao a(irmado pelos a$tores de &mp,rio= as grandes empresas contin$am sendo empresas nacionais/ e o respaldo de se$s respectivos estadosW na"#o contin$a sendo absol$tamente essencial em s$a e+$a"#o de competitividade. !omo conse+@*ncia/ os estados contin$am sendo atores cr$ciais da economia m$ndial. 1evido ' destorcida caracteriza"#o dos monop;lios/ n#o s$rpreende +$e os te;ricos do R2mp&rio sem imperialismo (a"am s$as as coloca"Nes ortodoxas dos neoliberais e apontem/ temerariamente/ +$e Ra decad*ncia do estadoWna"#o & $m processo estr$t$ral e irrevers0vel 3:ardt e Vegri/
soberania nacional tenha se ressentido. - +$e se observa & $m re(or"o/ ainda +$e de distinto tipo. Vos stados Inidos/ a presen"a do estado (oi re(or"ada consideravelmente a partir do (im da G$erra (ria e da implos#o da Ini#o Sovi&tica. ssa tend*ncia se agravo$ extraordinariamente depois do de setembro de ran"a tenham menos atrib$i"Nes estatais +$e nos anos do imediato p;sWg$erra/ mas s$a proje"#o at$al/ em Br$xelas/ & m$ito mais poderosa e in(l$ente do +$e as +$e +$al+$er estado e$rope$ teve/ em s$a individ$alidade/ no passado.
2mperialismo e/ crise o$ recomposi"#o da hegemonia norteWamericanaK V#o gostaria de encerrar este artigo sem al$dir a $m debate de crescente import)ncia em nossa regi#o/ centrado em $ma disc$ss#o acerca de se a at$al sit$a"#o internacional revela $m (ortalecimento o$ $m debilitamento da hegemonia norteWamericana. - imperialismo hoje/ seja +$al (or se$ nome/ se R2mp&rio para :ardt e Vegri/ o$ Rimperialismo sem adjetivos nem e$(emismos +$e dissim$lem s$a ess*ncia/ de$ mostras de $ma extraordinária agressividade. ste/ por o$tro lado/ cresce$ em propor"#o a s$a desorbitada e insaciável voracidade +$e já n#o repara em limite alg$m/ sejam estes de caráter O\
social/ ecol;gico/ j$r0dico o$ militar. !em mil mortos por dia devido ' (ome o$ a en(ermidades per(eitamente pass0veis de preven"#o e c$ra & a ci(ra +$e/ seg$ndo o PVI1/ c$sta s$stentar a globaliza"#o neoliberal^ e a acelerada destr$i"#o de bos+$es e (lorestas/ assim como a contamina"#o do ar e da ág$a e o esgotamento de estrat&gicos rec$rsos n#oW renováveis constit$em o saldo negativo do ecoc0dio +$e re+$er o capitalismo contempor)neo. A ordem j$r0dica internacional/ laboriosamente constr$0da depois da Seg$nda G$erra 7$ndial jaz despeda"ada ante a prepot*ncia imperialista/ e a militariza"#o da cena internacional prean$nciam novos e mais letais con(litos. ste & o necessário pano de ($ndo de +$al+$er disc$ss#o s&ria sobre o tema do imperialismo hoje. PareceWnos necessário mencionar +$e a imagem +$e projetam m$itas das teoriza"Nes correntes sobre o imperialismo/ sobret$do as +$e se gestam nos stados Inidos e entre as +$ais ainda as s$postamente de es+$erda n#o s#o a exce"#o/ & a de $ma constr$"#o hist;rica/ econHmica e social onipotente e invenc0vel/ $m poder esmagador de $m poderio sobreW h$mano +$e o converte em $m inimigo inexp$gnável e por isso mesmo imbat0ve l. m $ma passagem reveladora desta condi"#o derrotista :ardt e Vegri recordam 3em $m tom +$e n#o pode sen#o s$scitar o desalento e a desmobiliza"#o de se$s leitores4 +$e Dashington poss$i a bomba/ Vova 2or+$e o d;lar/ e ,os Angeles a ling$agem e a com$nica"#o/ isto &/ +$e os stados Inidos/ como centro imperialista/ controlam a (or"a/ o dinheiro e a c$lt$ra e a ling$agem. Ima vis#o t#o exagerada do poderio do imperialismo se alija da realidade na medida em +$e ignora as derrotas +$e so(re$ o imperialismo em e +$e a resist*ncia dos povos/ de %ietnam a !$ba/ passando por m$itas o$tras sit$a"Nes nacionais/ (oi capaz de pHr limites a m$itos de se$s projetos. - at$al re(l$xo das pol0ticas neoliberais na Am&rica ,atina/ por exemplo/ seria incompreens0vel ' l$z desta vis#o do imperialismo/ como tamb&m o seria a s$cess#o de derrotas pol0ticas +$e so(re$ e +$e obriga a se$s administradores globais cQp$las da -7!/ assembl&ias do B7 e o >72/ 1avos/ etc. a re$nirWse em cidades remotas o$ inacess0veis para evitar as grandes mani(esta"Nes de repQdio +$e s$scita s$a presen"a. !reio +$e este tipo de interpreta"Nes c$mpre/ em +$e pese aos mani(estos prop;sitos de se$s promotores/ $ma ($n"#o desmobilizadora e de desarme ideol;gico e pol0tico. 1e (ato/ ante $m inimigo t#o absol$to e todoWpoderoso/ a Qnica coisa +$e se pode (azer & evitar a batalha/ aceitar resignadamente o s$posto veredicto da hist;ria e b$scar consola"#o/ como (azem :ardt e Vegri/ imprimindo (;rm$las piedosas +$e s$blinham a nat$reza s$postamente benevolente do novo monstro imperial. O
V#o & demais recordar +$e esta vis#o/ paralisante pela onipot*ncia atrib$0da ao imp&rio/ & a +$e c$ltivam com c$idado se$s grandes mandarins. %ejamos o +$e/ por exemplo/ nos diz Ubigniev Brzezinsi em se$ livro $he Brand ChessboardT m res$mo/ os 5stados 7nidos t#m a supremacia nos *uatro @mbitos decisivos do poder globalT no militar/ se$ alcance global & inig$alável^ no econHmico/ contin$am sendo a principal locomotiva do crescimento global/ pese a +$e em alg$ns aspectos Jap#o e Alemanha 3+$e n#o des(r$tam do resto dos atrib$tos do poder global4 se aproximam^ no tecnol;gico/ mant*m $ma posi"#o de lideran"a global nos setores de ponta da inova"#o^ e no c$lt$ral/ em +$e pese a certo gra$ de r$sticidad e/ des(r$tam de $m atrativo +$e n#o tem rival/ especialmente entre a j$vent$de m$ndial. 6$do isso dá aos stados Inidos $ma in(l$*ncia pol0tica de +$e nenh$m o$tro stado se aproxima. A combinação dos *uatro @mbitos , o *ue fa! dos 5stados 7nidos a 4nica superpot#ncia global extensa 3Brzezinsi5 \5
33)
6odo o anterior s$gere a necessidade de distinguir entre
hegemonia e dominação
imperialistas. Não são a mesma coisa, e convém neste ponto não esquecer as penetrantes elaborações gramscianas referentes a situações nacionais mais pertinentes também para as análises na escala supranacional. e fato, o
+$e signi(ica Rhegemonia neste contexto globalK 6rataWse de $m conceito m$ltidimensional5 em primeiro l$gar/ signi(ica $ma Rdire"#o intelect$al e moral/ $m verdadeiro Rsentido com$m civilizat;rio +$e reverbera e se dissemina por todos os rincNes do sistema hegemHnico e impregna a ideologia e a c$lt$ra das sociedades nacionais ao longo do planeta. L nesta primeira dimens#o na +$al se estabelece o nQcleo ideol;gico essencial +$e identi(ica a $m sistema hegemHnico. Vo caso da pax americana= esta contemplava o laisse!Ffaire/ o anticom$nismo e todo esse conj$nto de cren"as/ normas e atit$des +$e 2mman$el Dallerstein 3M4 englobara sob a categoria de Rliberalismo global. 7ediante elas/ propiciaWse o livre (l$xo de (atores prod$tivos e m$ito especialmente dos capitais e das mat&rias primas/ n#o assim da (or"a de trabalho/ c$ja imobilidade garante ab$ndantes l$cros e o recha"o ret;rico/ mais no real/ do protecionismo e do mercantilismo. !abe ressaltar +$e estas condi"Nes reprod$zem o primado da pot*ncia hegemHnica e s$as empresas ao consagrar $ma sorte de Rlivre jogo das (or"as do mercado +$e as bene(icia abr$madoramente. sta capacidade de dire"#o ideol;gica & $m componente essencial da hegemonia internacional o (oi tamb&m O
d$rante o per0odo/ mais longo/ da pax brit3nnica e/ se nos remetemos ao exame do m$ndo do p;sWg$erra/ comprovamos +$e a rea(irma"#o da s$premacia norteWamericana signi(ico$/ sim$ltaneamente/ a $niversaliza"#o do American -ay of life como modelo ideal de sociedade/ consagrado tanto pelo cinema/ pela televis#o/ os massFmedia e pelas ci*ncias sociais norteWamericanas/ e como a ideologia global compartilhada/ em maior o$ menor medida/ pelos atores privados e pQblicos +$e (ormavam parte de se$ imp&rio. 2sto incl$0a desde a cren"a na bondade cong*nita dos mercados e a iniciativa privada at& a di($s#o $niversal dos blue jeans e $m tipo de mQsica c$ltivado pelos jovens brancos/ n#o os negros/ o roc/ passando pelo fastFfood e pela cren"a no destino mani(esto +$e consagrava os stados Inidos como a terra da liberdade e como a sociedade pro(&tica e messi)nica a +$em 1e$s havia encomendado a tare(a de semear a liberdade e a democracia por todo o m$ndo. m conse+@*ncia/ a s$perioridade americana era vista como $m desenlace Rnat$ral/ prod$to da Rverdade e(etiva das coisas/ e os con(litos e tensNes +$e o predom0nio norteWamericano ocasionava no sistema internacional (oram por isso mesmo concebidas como prod$to da resist*ncia de certas na"Nes^ e se$s l0deres/ a admitir a inexorável realidade da hegemonia estad$nidense. A tal ponto +$e a moderniza"#o e o desenvolvimento econHmico (oram concebidos como as mani(esta"Nes externas de $m processo de Ramericaniza"#o5 imitar o Rmodelo dos stados Inidos era/ neste denso entremeado ideol;gico/ o caminho seg$ro pelo +$al as arcaicas sociedades da peri(eria poderiam s$perar se$ atraso sec$lar. A hist;ria das ci*ncias sociais na d&cada dos cin+@enta e sessenta s#o/ em boa medida/ a crHnica do apoge$ e o derrocada dessa il$s#o. Im seg$ndo componente da hegemonia & constit$0do pela dire"#o pol0tica/ isto &/ pela capacidade da pot*ncia hegemHnica em asseg$rar a obedi*ncia e disciplina dentro do conj$nto de na"Nes integradas na s$a ;rbita de in(l$*ncia e para prevalecer (rente a se$s adversários. m o$tras palavras/ a domina"#o p$ramente ideol;gica & ins$stentável ' margem da capacidade do hegemon de tecer alian"as e coalizNes/ artic$lando $ma rede internacional +$e asseg$re o c$mprimento dos projetos estrat&gicos globais da+$ela o$/ ao menos/ o en+$adramento dos aliados dentro de limites toleráveis para s$as pol0ticas/ e sem +$e os estados Rclientes o$ os junior partners possam exercer $m veto e(etivo contra a primeira. Im terceiro componente/ t#o intimament e relacionado com a dire"#o pol0tica +$e praticamente se sobrepNe a ela/ & constit$0do pela capacidade coativa da +$al dispNe a pot*ncia hegemHnica5 n#o há hegemonia viável sem $ma esmagadora s$perioridade no O<
terreno militar. %alem a+$i as ag$das observa"Nes de 7a+$iavel sobre a astQcia e a (or"a no manejo dos estados. - pr0ncipe +$e somente pode apelar/ como as raposas/ ' s$a astQcia di(icilmente conseg$e manterWse no poder por m$ito tempo^ mas se e+$ivoca a+$ele +$e pensa +$e/ at$ando com a (or"a do le#o/ garante s$a perman*ncia no poder. Ee+$erWse/ pelo contrário/ $ma combina"#o variá vel seg$ndo as circ$nst)ncias de $ma e o$tra. 1a0 +$e a manhosa manip$la"#o de alian"as e coalizNes n#o baste para preservar a hegemonia imperial. Se bem +$e esta n#o s$pNe a cont0n$a at$aliza"#o do predom0nio da s$perpot*ncia no plano da (or"a^ sem a amea"a certa de s$a poss0vel aplica"#o n#o há hegemonia poss0vel. Vesse sentido/ cabe observar +$e a rela"#o entre dire"#o ideol;gica e pol0tica/ por $m lado/ e da (or"a pelo o$tro/ assemelhaWse ' +$e existe entre coer"#o e consenso no estado moderno. -$/ para diz*Wlo empregando a (eliz metá(ora concebida por 9arl 1e$tsch/ assemelhaWse ' existente entre o o$ro e o papel moeda. m &pocas normais/ o montante de dinheiro circ$lante em $ma economia & $ma propor"#o m$ito s$perior ao respaldo á$reo +$e o s$stenta 31e$tsch/ XX5
elementares preca$"Nes conceit$ais/ red$zindo desse modo a +$est#o da hegemonia a s$a dimens#o estritamente militar/ o +$al desnat$ralizava o verdadeiro signi(icado do conceito. estrepitoso colapso da antiga Ini#o Sovi&tica demonstra taxativamente os limites de $ma s$perpot*ncia n$clear incapaz de absorver as pro($ndas modi(ica"Nes prod$zidas pela revol$"#o cient0(icoWtecnol;gica e de organizar conse+@entemente s$a estr$t$ra prod$tiva. Por isso $m a$tor como Eobert D. !ox insiste tanto e/ a nosso ver/ com inteira raz#o em conceber a hegemonia como $m Raj$ste entre o poder material/ a ideologia e as instit$i"Nes +$e prevalecem no sistema m$ndial 3!ox/ \X5 <inalmente/ temos a tenta"#o hegemHnica estim$lada pela exist*ncia de disc$rsos/ projetos e des0gnios +$e percebem o m$ndo como Rmad$ro para ($ndar $ma nova hegemonia neste caso/ $ma nova -rdem 7$ndial o$ o del0rio imperialista dos gestores neoconserv adores do projeto do RVovo S&c$lo Americano e $m pa0s dado como já preparado para o(ereceWla. Se O
analisássemos o acontecido nos Qltimos anos/ dir0amos +$e os stados Inidos/ ainda +$e R+$isessem o$ Restivessem tentados/ já n#o dispNem do conj$nto de capacidades necessárias para retomar se$ papel de hegemHnico m$ndial o$ para c$mprir os d$vidosos pap&is do trabalhador social o$ o sheriff do m$ndo 3Eico/ \O5 FWO4. m $m trabalho recente/ Joseph V=e Jr. s$stentava/ a partir de $ma perspectiva te;rica parcialmente coincidente com a nossa/ +$e a pol0tica m$ndial n#o pode ser entendida a partir do modelo do tab$leiro de xadrez. - +$e diz V=e Jr. & +$e/ em realidade/ na pol0tica internacional há tr*s tab$leiros s$perpostos nos +$ais se jogam sim$ltaneamente diversas partidas 3V=e Jr./
- livro no +$al se recopila o trabalho de Eico/ organizado por ,$is 7aira no marco de $m (ec$ndo projeto
regional/ lamentavelmente descontin$ado/ o Programa de 5studios Conjuntos sobre las Relaciones &nternacionales de Am,rica 1atina 3E2A,4/ criado e dirigido por ,$ciano 6omassini/ contin$a sendo/ ainda hoje/ vinte anos depois de s$a p$blica"#o/ $m dos textos mais s$gestivos e penetrantes para o est$do da hegemonia norteWamericana e/ mais amplamente/ da problemática da hegemonia em geral.
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descansam sobre s$a capacidade para mobilizar rec$rsos di(erentes/ desde econHmicos at& simb;licos/ passando por ampla gama de sit$a"Nes intermediárias. Veste espa"o +$al+$er disc$rso de $nipolarismo carece por completo de sentido. ainda m$ito mais perigosa & a con($s#o +$e se srcina +$ando alg$ns atores do complexo jogo internacional n#o se d#o conta de +$e o jogo & tridimensional/ e +$e o res$ltado da partida n#o se decide t#oWsomente no tab$leiro s$perior/ esse +$e mostra a incontestável s$perioridade norteWamericana/ mas sim na complexa artic$la"#o do conj$nto dos tab$leiros nos +$ais se jogam partidas sim$lt)neas c$jos res$ltados est#o m$ito longe de estar predeterminados. !oncl$0mos/ ent#o/ estas re(lexNes sobre o imperialismo com a seg$inte recapit$la"#o. W - imperialismo norteWamericano potencializo$ se$ predom0nio sobre certas arenas cr$ciais do sistema internacional/ como a militar/ at& $m ponto no +$al n#o há precedentes na hist;ria. 7as isso n#o lhe asseg$ra a cria"#o de $ma Rordem internacional previs0vel e estável. W Por s$a vez/ acent$o$ se$ controle na es(era da economia internacional/ mas o conseg$i$ ' c$sta de exacerbar extraordinariamente s$as contradi"Nes +$e/ já no c$rto prazo/ constit$emW se como obstác$los (ormidáveis ' s$as pol0ticas. - (racasso da re$ni#o da -7! em !anc$n/ $m trope"o a mais em $ma longa lista de (r$stra"Nes/ & apenas $ma amostra do +$e vimos dizendo. W - imperialismo en(rentaWse com crescentes di(ic$ldades pol0ticas/ tanto em s$as rela"Nes com o S$l marginalizado e excl$0do mas em processo de crescente ativa"#o e resist*ncia ainda +$e em gra$ desig$al seg$ndo as regiNes do m$ndo como no tocante ' necessária harmoniza"#o de s$as pol0ticas com os o$tros expoentes do capitalismo metropolitano/ principalmente a Ini#o $rop&ia e Jap#o. W Vo terreno ideol;gico/ en(rentaWse $m rápido deterioramento de s$a capacidade para ser percebido/ como antes/ em s$a &poca de o$ro/ como a Rvang$arda intelect$al e moral da civiliza"#o. - c&lebre Americam -ay of life so(re$ $m (enomenal desprest0gio/ tanto dentro como (ora dos stados Inidos/ e isso (ere s$a capacidade de comando internacional. m po$cas palavras/ pareceWnos +$e/ em l$gar de (alar de Rhegemonia norteW americana o$ Rhegemonia imperial/ devemos (alar p$ra e simplesmente de Rdomina"#o norteWamericana/ entendendo por esta a capacidade de aplicar $nilateralmente a (or"a/ nada mais/ criando $ma sit$a"#o internacional crescentemente instável e potencialmente explosiva O
+$e acrescenta o poderio do +$e Dallerstein denomina de R(or"as e movimentos antiW sist*micos.
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Schott/ Je((re= J. RA$di*ncia ante o S$bcomit* de !om&rcio da !)mara de Eepresentantes do !ongresso dos stados Inidos/ << de j$lho/ mimeo. Dallerstein/ mman$el
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