AS ESFERAS DO CORAÇÃO Kun Tu Bzang Po’i Snying Tig Shardza Tashi Gyaltsen Ensinamento Ensinamento Dzogchen da Tradição Bön Traduzido e comentado por Lopön Tenzin Namdak
INTRODUÇÃO Este texto compreende três subdivisões que correspondem ao grau de inteligência do estudante. Por estas práticas, o estudante inteligente realizará a Budeidade em uma vida, o estudante mediano durante o estado intermediário e o estudante pouco brilhante após várias vidas utilizando os métodos do Dzogchen.
I PRÁTICAS PRELIMINARES No iníc início io,, vem vem uma uma prát prátic ica a prel prelim imin inar ar descrita em duas seções. O propósito da primeira prátic prática a é de distin distingui guirr o samsara do nirvana; o propós propósito ito da segund segunda a é interr interromp omper er todo todo desejo desejo pelo corpo, a palavra e a mente.
O PRIMEIRO CICLO DE PRÁTICAS PRELIMINARES: DISTINGUIR O SAMSARA DO NIRVANA. NIRVANA . A primeira prática é em si mesma subdividida em prática exterior e prática interior.
Prática Exterior Ir para um lugar calmo, totalmente isolado e permanecer aí. Começando por fazer oferendas aos deuses deuses das montan montanhas has ou àquele àqueless que tenham tenham poder espiritual na região de modo que eles não se seja jam m pert pertur urba bado dos. s. Deve Devemo moss faze fazerr isso isso onde onde praticamos de modo que não haja obstáculos. Em seguida, pensando que devemos por um fim ao samsara, perguntemo-nos: qual é o objetivo de tant tanto o apeg apego? o? Temo Temoss nece necess ssid idad ade e de nos nos perguntar porque temos esse desejo. Imaginemonos nus e nascidos no inferno, berrando e sofrendo como se aí estivéssemos. Em seguida, imaginem que nascer nasceram am no reino reino dos fantas fantasmas mas famint famintos os ( pretas pretas) com uma fome e uma avareza infinitas. Imaginemos que nascemos no mundo animal, nos comp compor orta tand ndo o como como um anim animal al.. Depo Depois is diss disso, o, pensemos pensemos que tomamos um nascimento nascimento humano com com em empr preg egad ados os – imag imagin inem emos os esta esta vida vida;; em seguid seguida, a, consid considere eremomo-nos nos como como um sem semide ideuse usess (asura) preso sem cessar em combates – qual é o objetivo dessa existência? existência? Finalmente, imaginemoimaginemonos sob a forma de um deus ( deva) esbanjando nossa vida em ócios sem pensar na próxima vida. – qual ual é então o objetivo de uma tal vida?
Imagin Imaginemo emo-no -noss circul circuland ando o de um reino reino a outro. outro. Façam tudo o que vier à mente – visualizando ou em imaginação. Após isso, imaginemos o que é ser um Ydam (deidade tutelar); ou então, pensamos que estamos em Shambhala e que ensinamos aos bodisatvas ; ou, ainda, ainda, nos reinos reinos tântricos com com os sidas como disc discíp ípul ulos os;; ou entã então o em Sukhavati ou Olmo Lungring, ensinando o Dzogchenpo. Coloquemo-nos nessa situação. situação. No final, final, integremos integremos nossas visões visões todas odas no esta estad do natu natura ral. l. Que rest resta a então ntão?? Integremos em seguida nosso próprio pensamento de tal modo que não reste nada. Realizemos então que tudo é fabricado por nosso pensamento, que tudo vem dele. Devemos realizar a natureza das coisas. Devemos fazer este exercício com aplicação, ao menos durante três meses, ou no mínimo um mês5.
Prática Interior A segunda parte rte da primeira prática preliminar permite frear o desejo pelo emprego de visualiza visualização ção interna interna e de recitações recitações.. Esta prática deveria ser feita durante pelo menos sete semanas. Porém, a verdadeira prática não é descrita aqui. Dizemo Dizemoss brevem brevement ente e que há um mantra e que projetamos luminosidades para os seis reinos para purificar todos os obscurecimentos. Esta prática é, sobretudo ligada ao sistema tântrico7.
O SEGUNDO CICLO DA PRÁTICA PRELIMINAR: PRELIMINAR: PARAR O DESEJO PELO CORPO, A FALA, E A MENTE 8 A Prática do Corpo Nos Nos colo coloca camo moss inic inicia ialm lmen ente te,, com com os pés pés juntos (calcanhar contra calcanhar) com os joelhos separados e as mãos juntas acima da cabeça, sem a tocar. A nuca está ligeiramente inclinada para o peito, o tronco está reto. Essa é a postura do corpo. Nos visualizamos sob a forma de um dordje de três pontas, flamejante e de cor azul 9. Insp Inspir irem em e rete retenh nham am sua sua res respira piraçção. ão. Mantenham esta postura até o momento em que não não a pode odemos mos mante anterr mais ais temp tempo. o. Ne Ness sse e momento, deixem-se cair para frente expirando e pronunciando HAH fortemente. Repitam isso muitas vezes. Esta prática tem três objetivos: em primeiro lugar, ela purifica o corpo físico; em segundo lugar, os demô demôni nios os veem veem o dordje flam flamej ejan ante te e nos nos deixam deixam tranqu tranquilo ilos; s; enfim, enfim, ela suprim suprime e o desejo desejo corporal. A prática da Fala – em quatro subdivisões: O segundo tipo de exercícios concerne à fala. Ele compr compreen eende de quatro quatro subdiv subdivisõ isões: es: Gyedapa (rgyas gdab pa , a aposição do Selo), Tsel Jongpa (rtsal sbyong pa , a prática), Nyen Tselpa (mnyen btsal pa , o treinamento) e Lamdu Zhug (lam du gzhug, a entrada na via).
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A Aposição do Selo (Gyedapa) em três partes:
a) O Selo Exterior. O HUM é um selo para a mente impura. Ele é usado na medida em que ele exprime a mente de um Buda. A prática consiste em se sentar de pernas cruza ruzad das, as, coloc olocan and do seu olha olharr no esp espaço. Visualizamos nossa mente como um HUM azul ao nível do coração e pronunciamos longamente HUM várias várias vezes vezes.. Ao mes mesmo mo tempo, tempo, visual visualiza izamos mos o HUM azul emitin emitindo do raios raios de pequeno pequenoss HUM que saem pela narina direita e enchem o universo de HUM. Tudo o que esses HUM tocam são transformados em um outro HUM azul, exte exteri rior orme ment nte e e inte interi rior orme ment nte. e. Noss Nossa a me ment nte e é completamente absorvida no HUM – nada diferente acontece. Pronunciamos sempre um HUM suave e longo. b) O Selo Interior. Agora, gritamos HUM com um ritmo rápido (quer dizer pronunciando fortemente HUM curtos) e imaginamos que todos os HUM se fundem uns nos outros e voltam ao nível do coração passando pela narina esquerda. Quando eles estão no interior do corpo, a carne e o sangue se transformam em HUM de tal modo modo que o corp orpo se enche nche de HUM. UM. Mantenham longamente essa visão. c) O objetivo do Selo. Assim, realizamos que nenhum objeto, nem mesmo nosso corpo, podem existir por si mesmos. Nada, nem mesmo o nosso corpo tem existência mate ma teri rial al inde indepe pend nden ente te – tudo tudo pode pode faci facilm lmen ente te mudar. mudar. Quando Quando tiverm tivermos os durant durante e longo longo tempo, tempo, praticado praticado suficiente suficientemente mente,, por exemplo, exemplo, a visão visão rep repent entina ina dum HUM faz faz com que sint intam amos os rapidamente que nosso corpo está cheio de HUM. Isso Isso é um sina sinall indi indica cand ndo o que que nós nós prat pratic icam amos os Gyedapa suficientemente. (2)
A prática das visões como reflexos (Tsel Jongpa)
Quai Quaisq sque uerr que que se seja ja a visã visão o que que venh venha a à mente, se trata de Tsel (reflexo), de modo que esta prática consiste em destruir tudo o que aparece dissolvendo na mente. A prática é similar ao que já foi explicado. Sentemo-nos adotando a postura em cinco pontos10. Visualizamos a HUM azul escura no interior do coração. Desta vez devemos pronunciar a HUM HUM de ma mane neir ira a muit muito o fort forte, e, muit muito o agud aguda, a, e visualizá-la como um fogo muito forte em forma de lâminas de espada, projetando fagulhas como raios. Essa HUM sai através da narina direita sob a forma de numerosas HUM que destroem tudo o que elas tocam. tocam. Ao final deste exercício, exercício, elas atravessam atravessam toda todass as cois coisas as e dest destro roem em tudo tudo,, em toda todass as direções. Tudo é destruído destruído por essa HUM poderosa. poderosa. Depois Depois,, novame novamente nte,, ela volta volta atravé atravéss da narina narina esquerda e destrói toda a materialidade do nosso corp corpo. o. Isso Isso ajud ajuda a tamb também ém a aniq aniqui uila larr toda todass as
doen doença çass assi assim m como como os obst obstác ácul ulos os.. Isso Isso pode pode mesmo mes mo ajuda ajudarr à formaç formação ão do corpo corpo de arco-í arco-íris ris ( Jalu Jalu, o corpo de luz) paralisando qualquer desejo pelo corpo. Quando nos dermos conta que o universo é uma simples ilusão, e que tenhamos a sensação que nos nosso corp orpo é tênue ênue como omo um fio fio, sem sem substância, é o sinal que praticamos suficientemente este exercício.
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O Treinamento (Nyen Tselpa)
O obje objeti tivo vo é aqui aqui doma domarr noss nossa a me ment nte e e cond conduz uzii-la la sobr sobre e noss nosso o cont contro role le.. Prat Pratic icam amos os colocando um bastão diante de nós e pronunciamos HUM, de maneira continua e ritmada. Em seguida imaginamos que numerosas HUM saem do coração como um rosário de pérolas, e que elas deixam o corpo passando pelas narinas, e se dirigem para a base do bastão. Elas sobem pouco a pouco, em torno do bastão, como formigas. Quando a primeira HUM chega ao cume do bastão, ela para diante de nós; as outras cercam o bastão em espiral. No caso de nos distrairmos pelos pensamentos, imaginamos que todos as HUM voltam para a primeira HUM no coraç coração. ão. A ass assim im em seguid seguida. a. Devemo Devemoss passar passar algum algum tempo tempo fazend fazendo o ess esse e exercí exercício cio porque porque ele perm permit ite e cont contro rola larr as dist distra raçõ ções es de modo modo que que podemo podemoss medita meditarr ass assim im durant durante e quanto quanto tempo tempo desejarmos.
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A entrada na Via (Lamdu Zhug)
Isso significa significa que conduzimo conduzimoss o corpo, corpo, fala e mente na boa via – para a clara luz natural. A prátic prática a consis consiste te em visual visualiza izarr um HUM azul azul do tamanho tamanho correspond correspondente ente à distancia distancia do cotovelo cotovelo até a ponta dos dedos. Essa HUM representa nosso corpo, nossa fala, e nossa mente – quer dizer, tudo. Quando pronunciamos HUM, ela move-se à direita e à esquerda, depois ela escapa, viajando através do campo, até que finalmente, atinge países que nós jamais vimos. Durante todo esse tempo, pronunciamos “HUM, HUM” continuamente. Depois, paramos e dizemos de repente bem forte “pHAT!”, a visão visão desapa desaparec rece e e ficamo ficamoss tal como somos somos – permanecemos em nossa natureza. Essa HUM pode ir aos paraísos ou à Shambala; de repente, paramos e gritamos pHAT. Pronunciando pHAT, interrompemos nossos pensamentos e permanecemos no estado natural. Conduzindo bem es essa sa prát prátic ica, a, come começa çamo moss a ter ter expe experi riên ênci cias as (nyams) de beatitude, de vazio e de claridade. O sinal que temos conduzido bem esta prática é que seremos capazes de permanecer no estado natural sem a menor dúvida nem o menor esforço.
A prática da mente (Sem Jongpa) Trata-se dos métodos diretos de introdução ao estado natural. Os métodos descritos acima são todos meios materiais para nos conduzir ao estado natural. natural. Seguem Seguem nove métodos métodos para nos conduzir conduzir diretamente a este estado 11.
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1-3. 1-3. Os três três prim primei eiro ros s méto método dos s são são dados sob o título de “D’aonde vem a mente, onde permanece ela e para onde vai?”. Cons Conser erva vand ndo o a post postur ura a em cinc cinco o pont pontos os,, busquemos a origem do pensamento e tentemos saber saber se o estado estado natural natural é materi material, al, visível visível ou invi invisí síve vel. l. Deve Devemo moss veri verifi fica carr ma mais is e ma mais is.. Não Não podemos encontrar onde está esse objeto, ou quem o proc procur ura. a. Quan Quando do tent tentam amos os,, perd perdem emos os tudo tudo.. Começaremos assim a realizar que a mente é vazia, como a imagem do céu. 4. Verifiquemos a visão mundana normal. Quando Quando rea realiz lizamo amoss isso, isso, podemo podemoss tentar tentar destru destruir ir a mente mente vazia, vazia, mas não encont encontrar raremo emoss nada. Embora tentemos, é impossível fazer o que quer que seja com a natureza vazia. Mesmo quando todos os pensamentos estão parados, há sempre uma presença muito brilhante e clara que é vazia. É isso que chamamos a Mente Natural Clara 12. Se as cois coisas as foss fossem em inde indepe pend nden ente tess e se bastas bastassem sem a ela elass mes mesmas mas,, poder poderíam íamos os adquiri adquirirr certeza certeza verificand verificando o todas as nossas nossas visões visões como descri descritas tas acima, acima, e descob descobrir rir sua nature natureza. za. Mas, Mas, quando praticamos este método, mesmo se a visão parece parece normal normal,, nossa nossa compre compreens ensão ão é difere diferente nte.. Vemos que todas as visões são ilusões. Realizaremos a natureza da ilusão incessante. 5. Busquemos de onde provêm os reflexos. As visõ visões es vêm vêm à me ment nte, e, ma mass como como elas elas aparecem e quem as compreende? Quem experimenta a tristeza e a felicidade? Se reconsiderarmos a situação da mente, veremos que tudo é fabricado pela mente. Mas, se observamos a mente, descobriremos que ela também, parece não ter nenhuma existência independente13. Entretanto, se a mente não está presente, então quem deu nomes e quem produziu as causas da existência? A mente deve então existir, e tudo existe em função da mente. Nada pode existir independente dela 14. Nada existe fora do estado natural. A terra não é se sepa para rada da do esta estado do natu natura ral; l; uma uma pedr pedra a não não é independente do estado natural; as visões não são visões independentes. Tudo é uma visão do estado natural. O estado natural é como um ponto único; ele é como o espaço onde os pássaros voam – não deixam deixam traços traços atrás. atrás. Se compre compreend enderm ermos os esta esta característica, realizaremos que o estado natural é de onde nde surg urgem tod todas as cois oisas – o rei rei das criaturas. 6. A reali alização sem palavra nem pensamento . Poderí Poderíamo amoss dizer dizer que se o estad estado o natura naturall existe, ele deve poder aparecer em qualquer lugar, mas de fato nada aparece. Concluímos então que ele não existe existe.. O estado estado natural natural é sem sempre pre sem vestígio no passado no presente e no futuro. Ainda que o estado natural não apareça, ele está sempre presente. Esta consciência é tal que não podemos
jamais capturá-la pelo pensamento, e não a podemos nomear ou descrevê-la com palavras. Se tentarmos revelá-la com sons ou com sinais, não atingiremos jamais a natureza dessa consciência. O que quer que façamo façamoss para para estuda estudarr ou verifi verificar car desta maneira, seremos como um mudo que come açúcar! Ele o experimenta, mas não pode descrever o sabo sabor. r. Assi Assim, m, esta esta natu nature reza za não não pode pode ser ser pensada, pensada, nem ser captada por palavras. palavras. Quando compreendermos isso, então realizaremos o estado natural sem palavra nem pensamento15.
7. O estado natural não existe porque ele não é material. O estado natural não existe, porque não há métodos para eliminá-lo. Ele não pode ao mesmo tempo existir e não existir; o estado natural não está está nem nem além além da exis existê tênc ncia ia nem nem além além da não não existência. Ele não tem morada; pois, a natureza da mente está além dos limites. Se compreendermos isso isso,, comp compre reen ende dere remo moss a “Gra “Grand nde e Ment Mente e Sem Sem Limites que está além dos Quatro Limites 16”. Assim, não há nada que possamos agarrar. Se agarrarmos as coisas coisas,, devemo devemoss pegá-l pegá-las as por um dos quatro quatro limites.
8. A realizaçã ação que está alé além do pensamento é sem nome. Em prim primei eiro ro luga lugar, r, o esta estado do natu natura rall está está totalmente além dos pensamentos e dos objetos do pensamento. Ele não é em nenhum caso um objeto do pensamento. Não podemos mostrá-lo com um exemplo. Qualquer que seja nossa ação, não há nada nada que que poss possam amos os faze fazer. r. Entr Entret etan anto to,, quan quando do olhamos a fonte dos pensamentos, não podemos enco encont ntra rarr nada nada.. – volt voltam amos os simp simple lesm smen ente te à nat naturez ureza a da me ment nte e em si me messma ma.. Ele Ele não não é separado do objeto e do sujeito, nem dos nomes, e nenhum pensamento pode apreender sua natureza. Quando Quando isso isso é compre compreend endido ido,, sem ter pensad pensado, o, realizaremos a mente sem nome que está além dos pensamentos. 9. A reali realizaç zação ão da mente mente espont espontâne ânea a sem ação. Mesmo se não buscamos ou não estudamos nada, o estado natural está sempre conosco desde o começo dos tempos. Não há nada à perder e nada à enco encont ntra rar. r. Se busc buscar armo moss em nós nós me mesm smos os,, podemos encontrá-lo? Assim, não deveríamos falar da procura da natureza da mente. Desde o início, ela está sempre conosco e jamais se separou de nós nós. Nã Não o há outr outro os sere seress que possa ossam m ver a natu nature reza za da noss nossa a me ment nte. e. Ela Ela é nasc nascid ida a dela dela mesma. Quando realizarmos isso, teremos realizado a “Base Nua do Dharmakaya”. A VISÃO DZOGCHEN Olhar de onde o estado natural provém, onde ele se encontra e para onde ele vai.
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Nesta seção verificaremos desde o início de onde provém o estado natural e o que aparece? O méto mé todo do de veri verifi fica caçã ção o cons consis iste te,, quan quando do um pensamento vem espontaneamente, colocarmos a questão de saber se ele provém da existência ou da não-existência. Olhem de onde ele vem: qual a sua origem? Se pensarmos que ele vem da existência e dos domíni domínios os exteri exteriore ores, s, digamo digamoss da terra, terra, das montanhas ou das casas, ou dos domínios interiores tendo lugar no corpo, ou no cérebro, verifiquemos cada possibilidade uma por uma. Verifiquemos e repitamos. Se fizermos isso, poderemos encontrar a fonte dos pensamentos? Segundo, Segundo, poderíamo poderíamoss pensar pensar que provenha provenha do céu vazio – mas, se tal fosse o caso, então onde está origem no céu? Esta fonte deve ser um dos elementos, mas se olhamos o ar, o fogo, a terra ou a água água,, não não pode podemo moss ai enco ncontra ntrarr nos nossos sos pensa ensame ment ntos os.. Se verif erific icar arm mos ass ssim im,, não não poderemos nunca encontrar a fonte dos pensamentos. O estado natural é como um vento que vem repentinamente de nenhum lugar. Entã Então, o, olhe olhemo moss simp simple lesm smen ente te o esta estado do natural e vejamos se ele é alguma coisa material, colorida e com que ele se parece? Nada pode ser encont encontrad rado. o. Então, Então, rapida rapidamen mente, te, perdem perdemos os ao 17 mesmo tempo sujeito e objeto ; isso é chamado a “Vis “Visão ão se sem m fim” fim”.. Tem Tem por por Base Base,, o Dharmakaya fundamental; o Dharmakaya da Via, para a Via; e para o Fruto, o Dharmakaya fina final. l. Quan Quando do compreendemos isso, compreendemos a natureza do Dharmakaya.
Onde permanece ele e quem ai reside? Devemos Devemos verificar verificar tudo isso isso.. Se pensarmos pensarmos que o estado natural existe, então onde ele está agora? Se tomarmos todas todas as coisas materiais materiais e se verificarmos sua natureza, as coisas se resumem aos átomos e, finalmente, desaparecem à imagem do céu. Não podemos encontrar o lugar onde eles reside res idem. m. E, se nós não podem podemos os encont encontrar rar ess esse e lugar, quem, pois, ai reside? O que permanece é uma claridade muito brilhante que permanecerá em nós. Se tentarmos reconhecer quem habita nesses dois domínios, não encontraremos nada – nem do ponto ponto de vista vista do objeto, objeto, nem do sujeito sujeito.. Sem pensamento nem palavra, é a presença do brilho e da claridade. A presença é muito clara. Segundo a Via, é “Claridad “Claridade e natural natural da prática”, prática”, e, segundo segundo o Fruto, “O Sambhogakaya sem entrave”. Aonde vai ele e quem vai? Pouco Pouco depois depois,, dever deveríam íamos os repens repensar ar e nos perguntar aonde vão os pensamentos. Se olharmos exte exteri rior orme ment nte, e, não não pode podere remo moss enco encont ntra rarr se seu u destino. Tudo desaparece simplesmente. Mesmo se enco encont ntra rarm rmos os algu alguma ma cois coisa, a, deve deverí ríam amos os nos nos perguntar perguntar quais são as caracter característic ísticas as do agente agente que preten pretende de conhec conhecer er este este desapa desaparec recime imento nto.. Quando Quando tentam tentamos os encont encontrar rar alguma alguma coisa, coisa, tudo tudo desaparece em si mesmo e é autopurificado. Não fize fizemo moss nada nada,, ma mass a ilus ilusão ão foi foi puri purifi fica cada da.. Não Não tentamos purificar nem fazer o que quer que seja com as percepções puras. Tudo aparece
espont espontane aneame amente nte e se autoli autoliber bera a na vacuid vacuidade ade.. Segund Segundo o a Via, Via, chamam chamamos os isso isso “a Condut Conduta a sem traç raço”, o”, e seg segund undo o Frut Fruto, o, “o Inse Insepa pará ráv vel Nirmanakaya”. Deve Devemo moss busc buscar ar inte intens nsam amen ente te aonde vão os pensamentos. Semelhante ao vento que desaparece, eles desaparecem no espaço. Eles são são libe libera rado doss em si me mesm smos os e se auto autoli libe bera ram. m. Quand uando o temo temoss esta esta exp experiê eriênc ncia ia,, vem emo os “o Inapreensível Nirmanakaya”. Temos Temos o habi habito to de crer que é sempre nossa mente que pensa. Mas quando perguntamos de onde ela vem, aonde ela vai e onde ela permanece, não podemos encontrar lugar nenhum. É isso que chamamos a “Destruição da Morada Morada da Mente” Mente”.. Quando Quando rea realiz lizarm armos os isso, isso, atin atingi gire remo moss a “Gra “Grand nde e natu nature reza za e o NãoNão-eu eu infinito”, Tadrel Chenpo (mtha’ brel chen po). Quando chegamos à esta natureza, não há necessidade de verificar ou de fazer o que quer que seja – não há ação e nem há a nada à fazer. É a unif unific icaç ação ão da clar clarid idad ade e e da vacu vacuid idad ade, e, e é a grande natureza do Dzogpachenpo. Cham Chamam amos os esta esta real realiz izaç ação ão “che “chega gada da ao Conhecimento do Estado Natural”. Assim, acabamos a prática preliminar 18.
II A PRÁTICA DE TREKCHÖD O ENSINAMENTO ESSENCIAL PARA A PRÁTICA No iníc início io,, deve deverí ríam amos os enco encont ntra rar-n r-nos os no estado requerido para o amadurecimento essencial da me ment nte. e. Para Para isso isso é nece necess ssár ário io rece recebe berr a inicia iniciação ção.. Entret Entretant anto, o, se aplica aplicamos mos esta esta prátic prática a preliminar, receberemos a iniciação pela prática em si19. Exis Existe tem m duas duas subd subdiv ivis isõe õess cond conduz uzin indo do às instruções essenciais. A primeira divisão explica o contexto do ensinamento e a segunda expõe em detalhe a prática.
O CONTEXTO DO ENSINAMENTO OS TRÊS TIPOS DE ENSINAMENTOS ERRÔNEOS No Namkha Trudzö, é dito que o dzogchen reconhece três tipos de ensinamento errôneos. Os primeiros são os ensinamentos errôneos que foram incorporados ao dzogchen, os segundos são as más interpretações do ensinamento, os terceiros são os ensin nsinam amen ento toss errôn rrôneo eoss que desap esapar are ecem automaticamente20.
1. Ensinamentos errôneos incorporados ao dzogchen. Isso consiste, por exemplo, em introduzir as visões dos oito veículos inferiores n os ensinamentos21. Mas, segundo a visão do dzogchen, não temos necessidade de ver as outras oito visões como negativas – elas se dissolvem espontaneamente na sua22. Segundo o Yetri Tasel: “Na visão última do dzogchen, não temos necessidade de elevar o que quer que seja. Não temos necessidade de agarrar, porque o dzogchen não segue as marcas das etapas
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do cami caminh nho o e do frut fruto. o. Toda Toda apre apreen ensã são o com com respeito à via externa ou interna se libera por si mesma. Esta via está além do sujeito, do objeto, da obtenção do fruto ou da purificação dos defeitos. Ela Ela é o objet bjeto o do me melh lhor or conhe onheccime imento nto do praticante”.
2. Más interpretações interpretações do ensinamento. A segunda visão errônea é constantemente desejar e esperar obter uma claridade brilhante ou a vacuidade – apegando-se fortemente às coisas, cheios de esperança e de desejos. Esta visão é limitada pelos desejos. Não é a verdadeira prática do dzogchen. 3. Ensinamentos errôneos que desaparecem automaticamente. automaticamente. Se pergun rgunta tarm rmos os qual qual é nos nossa visã isão, responderemos: “Nem negativas, nem positivas – as coisas devem ser deixadas tais quais são. Então, todos os apegos e obscurecimentos se liberam por si mesmos”. Esta visão está além da decisão de praticar e de meditar. Sem fazer o que quer que seja – sem a meno me norr tent tentat ativ iva a para para muda mudarr noss nossa a natu nature reza za – deixai deixai-a -a contin continuam uament ente e seguir seguir seu curso. curso. Então, Então, todos todos os aspectos aspectos negativos negativos e todos todos os aspectos aspectos positivos se dissolverão em nossa natureza. Não há então visão falsa. Por exemplo, se uma avalanche se abate de uma montanha, ela arrasta os arbustos e as árvores até a parte mais baixa do vale. Esta visão é semelhante a uma avalanche. OS TRÊS SISTEMAS DE ENSINAMENTO NESTE TEXTO O primeiro é chamado “o sistema de ensina ensinamen mento” to”,, o segund segundo o se chama chama “siste “sistema ma de introd introduçã ução o direta direta”” e o tercei terceiro ro o “viaja “viajante nte que, que, tendo errado o caminho na montanha, recebe uma ajuda para encontrar a boa via”. Se nos nos perg pergun unta tarm rmos os qual qual o sist sistem ema a é ensi ensina nado do aqui aqui,, trat trataa-se se do prim primei eiro ro.. Qual Qual é o segundo sistema? É introduzir Trekchöd e Thögal dire direta tame ment nte. e. O terc tercei eiro ro sist sistem ema a sign signif ific ica a que que damos ensinamentos graduais23. Este ensinamento é do primeiro tipo porque todos os ensinamentos estão contidos nele. Damos gradualmente os ensinamentos sobre o conhecimento (do estado natural) aos praticantes que não possuem as mais altas capacidades, a fim de dissipar, pouco a pouco, os obscurecimentos dos pens pensam amen ento toss e afas afasta tarr assi assim m o samsara. Este Este Dzogpachenpo npo Kusum méto mé todo do,, eu já ensi ensine neii no Dzogpache Rang Rangsh shar ar (rdz (rdzog ogss pa chen chen pó sku sku gsum gsum rang rang shar)24. O ensinamento que achamos aqui é destin destinado ado aos pratic praticant antes es que possue possuem m as mais mais altas capacidades. Como ele é ensinado? É preciso introduzir tudo de um golpe, como um raio. A Base (deste (deste ensinamento ensinamento)) está naturalment naturalmente e liberada liberada desde o início. A esta Base, não agregamos mais nada, mas fomos introduzidos diretamente de modo que compreendemos totalmente25.
OS DETALHES DA PRÁTICA DE TREKCHÖD O praticante de capacidade superior não tem necessidade de meditar ou de contemplar, ele tem simplesmente necessidade de tomar uma decisão. Por esta decisão, ele é liberado. Tal é o método do sistema de Trekchöd. Graç Graça as aos ensi ensina nam mento entoss do Thögal, chegamos à obtenção das visões dos três Kayas e adquirimos assim o corpo de arco-íris ao fim da vida. Há duas subdivisões em função das capa capaci cida dade dess dos dos alun alunos os.. Na divi divisã são o infe inferi rior or,, encontramos uma citação do livro intermediário do Zhang Zhung Nyengyu26, o Dringpo Dringpo Sorzhag Sorzhag: “As visões visões são todas todas confrontad confrontadas as27 com a mente, a mente ente é confr onfron onta tad da com a vacui acuid dade ade e a vacuidade com a clara luz; a clara luz é confrontada com a unificação unificação e a unificação unificação é confrontad confrontada a com a grande beatitude”. Quan Quando do conf confro ront ntam amos os as visõ visões es com com a mente, colocamos um fim na ilusão em virtude da qual as aparências parecem existir por si mesmas. Quando confrontamos a mente com a vacuidade, para parali lisa samo moss os pens pensam amen ento toss igno ignora rant ntes es que que proc rocuram uram se agarra arrarr à verd erdade. de. Quan Quand do mostramos diretamente nte a clara luz com a vacu vacuid idad ade, e, isso isso põe põe fim fim à má comp compre reen ensã são o de nossa natureza. E quando mostramos a unificação com a clara luz, isso é a unificação da consciência clara e da natureza. Quando mostramos diretamente a grande beatitude com a unificação, real realiz izam amos os a natu nature reza za nua nua da vacu vacuid idad ade e e a cons consci ciên ênci cia a não não nasc nascid ida, a, sem sem mora morada da e sem sem limite28. Agor Agora a, para ara esse sse prim rimeiro eiro sist sistem ema a de ensinament ensinamento, o, “mostrar “mostrar diretament diretamente”, e”, se requer requer a revelação direta do mestre. A visão em si mesma não é a mente. E a mente não é nem forma nem visão. Se pergunt untarmos o que é a mente, deve deverí ríam amos os comp compre reen ende derr que que toda todass as visõ visões es provêm provêm das marcas marcas cármicas29. Porq Porque ue a me ment nte e conservou os traços cármicos variados, eles podem ser revela revelados dos,, e, ass assim, im, as visões visões aparec aparecem em em razão razão dos traços traços da ação ação anterior anterior.. Mesmo Mesmo que essas ess as visões visões apare apareçam çam,, ela elass não têm existê existênci ncia a 30 inerente .
A INTRODUÇÃO DIRETA SEGUNDO O SEMDE (SEMS SDE) A nature natureza za fundam fundament ental al do estado estado natura naturall (bodhichita) é a base de todos os reflexos. Ela é se seme melh lhan ante te ao ocea oceano no;; toda todass as espé espéci cies es de reflexos podem aí aparecer. Assim o oceano reflete, de maneira igual, todas as imagens – o sol, a lua e as estrelas. Deveríamos compreender isso 31. Do ponto de vista da bodhichita (quer dizer O não podem odemo os exp explic licar a ESTADO ESTADO NATURA NATURALL), não diferença entre a Base, a energia ou os reflexos. Porque a natureza do estado natural é vacuidade e, na vacuidade, não pode haver distinção entre elas.
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Por Por exem exempl plo, o, no ocea oceano no,, a clar clarid idad ade e da água água (energ (energia) ia) e seus seus reflex reflexos os não são difere diferente ntess da água – eles aparecem, mas eles não existem fora d’água. Se olharmos do ponto de vista dos reflexos (quer dizer das aparências individuais), não há mais contradiç contradição. ão. Com essa perspecti perspectiva, va, podemos podemos ver que o oceano, sua claridade e seus reflexos são distin distintos tos uns dos outros outros.. Entret Entretant anto, o, no estado estado natural, nenhum reflexo tem base real. Elas não possuem uma existência inerente. Segund Segundo o o Lugyud Lugyudang ang Drawai Drawai Dampa Dampa (lus (lus “sobre bre ess esse e rgyu rgyud d dang dang ‘dra ‘dra ba’i ba’i gdam gdamss pa): pa): “so assunto, não falamos nem de vacuidade nem de visão. Nem a vacuidade nem a visão têm base”. Assim o sistema do Semde serve somente somente para guiar os discípulos de capacidade inferior ao dzogc dzogchen hen,, o chamam chamamos os també também m o Grande Grande Selo Selo (Mahamudra) 32. O texto do Chagtri (phyag khrid ) por Trugel Yungdrung (Brurgyal gyng drung) e seus discípulos o ace aceita itaram ram como como o ensina ensinamen mento to mais mais ele elevad vado, o, mas esse não é o caso. Ele não pode ser comparado ao ensinamento mais elevado, como a terra não pode ser como o céu 33.
A INTRODUÇÃO DIRETA SEGUNDO O MENGAGDE em duas subdivisões: Para Para os me melh lho ores res pra pratic ticant antes, es, há uma uma se segu gund nda a intr introd oduç ução ão dire direta ta;; eles eles pode podem m se serr libe libera rado doss just justam amen ente te após após have havere rem m rece recebi bido do diretamente esta introdução. Esta introdução comporta duas subdivisões: a prim primei eira ra é a intr introd oduç ução ão dire direta ta,, e a se segu gund nda a concerne à decisão de entrar na grande não ação.
A INTRODUÇÃO DIRETA. No que concerne concerne a introduçã introdução o direta, direta, há três mane ma neir iras as de ensi ensina nar. r. A prim primei eira ra cons consis iste te em comentar os pontos importantes, a segunda a ligar e a terceira em adquirir determinação.
O primei primeiro ro métod método: o: o coment comentári ário o dos pontos importantes Aqui, dois métodos estão presentes: mostrar direta diretamen mente te a consc consciên iência cia clara clara fundame fundamenta ntall e mostrar a visão, a prática, a ação e o fruto. 1. Mostra Mostrarr direta diretame mente nte a consci consciênc ência ia clara-raiz. Há três descrições da consciência clara (rig pa). A primeira é a consciência clara da mente toda penetr penetrant ante; e; a segund segunda a é a consci consciênc ência ia clara clara da mente pensante e a terceira, a consciência clara primordia primordial. l. A primeira primeira correspond corresponde e à consciênci consciência a clar clara a do Buda Buda.. que que abra abraça ça todo todoss os se sere res. s. A segunda é aquela de algumas escolas de meditação como como na Vipassana (visã (visão o penetr penetrant ante) e) onde onde a consciência clara clara é praticada na meditação. Nesse caso, se não praticarmos, não não veremos a
consciência clara; às vezes ela é clara, e às vezes ela não é. A terc tercei eira ra corr corres espo pond nde e a esta esta visã visão: o: é a verdadei verdadeira ra consciênci consciência a clara do dzogchenpo. Ela está sempre aí, quer pratiquemos a meditação ou não, quer a realizemos realizemos ou não. Que a conheçamos conheçamos ou não, não tem importância. O que se segue nos expõe diretamente esta consciência clara 34.
2. A visão, a Prática, a Ação e o Fruto. No início, sentemo-nos na postura dos sete pontos35. Depois, o mestre interpela o estudante e diz: “Oh! Nobre filho, há um observador ou uma coisa que seja observada? Aonde esta coisa vai? E aonde aonde ela não vai?” vai?” Não podem podemos os encont encontrar rar o objeto à observar ou o observador. Nesse momento, tudo se torna como o céu. Não mudamos nada, não fazemos nada. Esta natureza é inexprimível. Nesse inst instan ante te,, não não há ma mais is nome nomess ou conc concei eito toss de claridade, de vacuidade ou de unificação. un ificação. “Não podemos mostrar isso por um exemplo: não a podemo podemoss verifi verificar car ou reconh reconhecê ecê-la -la pelos pelos pens pensam amen ento tos” s”.. Somo Somoss inca incapa paze zess de fazê fazê-l -la a desapare desaparecer, cer, e, entretanto entretanto isso não parte parte jamais. jamais. Ela não tem raiz – é vazia. Quando estivermos neste estado estado a claridade claridade está presente presente continuame continuamente, nte, pura e sem entraves. A claridade se manifesta por si mesma, ela não tem antídotos. Ela estará sempre na felic felicid idad ade. e. Semp Sempre re nua, nua, ela não pode pode ser ser iludida. Não podemos descrever o que vemos, se bem que sej seja a sem sempre pre brilha brilhante nte.. Sua nature natureza za é incessante. É a natureza inexprimível e a sabedoria ince incess ssan ante te.. Não Não há moti motivo vo para para que que as visõ visões es estejam presentes; sem pensamentos, a claridade está aí. “Sem “Sem dist distin ingu guir ir o suje sujeit ito o do obje objeto to,, a sabedo sabedoria ria está está presen presente. te. Quer Quer dizer dizer a sabedo sabedoria ria se sem m obje objeto to nem nem suje sujeit ito, o, sem sem subs substâ tânc ncia ia.. É o caminho do grande segredo da Grande Perfeição – o sangue sangue do coraçã coração o das Dakinis – é o d o m d e Drenpa Namkha (drag pa nam mkha’) . E é também o ensina ensinamen mento to ess essenc encial ial de Rigpa Rigpa Rangshar Rangshar 36 (rigpa rang shar)”. “Compreenderam? Realizaram? Maravilhoso!” O segundo método: Unir. Este método é descrito em quatro seções: a visão, a prática as atividades e o fruto.
1. A visão consistente em unir. Esta expressão significa que todas as visões estão ligadas na vacuidade porque todas as visões e a me ment nte e perm perman anec ecem em sem sem muda mudanç nça a e sem sem vontade de as modificar. Tudo surge tal qual. Sem nada nada faze fazerr e sem sem dist distra raçã ção, o, pode podere remo moss ver ver claramente. A visão vem repentinamente, como um raio raio.. Ela Ela é cham chamad ada a “a visã visão o rápi rápida da,, como como o aparecimento do relâmpago”. Segund Segundo o o Namkha Namkha Trlgy Trlgyii Dzöche Dzöchen n (nam (nam mkha’ ‘phrul gyi mdzod chen): “então essas visões e essas mentes são todas vistas sem véus, muito brilhantes e claras. As visões surgem sem prevenir e são, por conseguinte rápidas. Elas nascem delas
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mesmas e são assim chamadas “raios”. Todas as visões visões são sem entrav entraves es e sem invençõe invenções. s. Elas Elas aparecem espontaneamente e todas as coisas se mani ma nife fest stam am por por elas elas me mesm smas as.. É por por isso isso que que dizemos que elas são como relâmpagos”. Aí está está o prim primei eiro ro das das quat quatro ro mé méto todo doss consistindo em se ligar (à Visão).
2. A prática consistente em unir. Toda prática tem por objetivo ver diretament diretamente e com plena consciência. consciência. Isso porque, quando quando os pensam pensament entos os surgem surgem rapida rapidamen mente, te, ness nesse e inst instan ante te me mesm smo, o, eles eles se libe libera ram m por por si mesmos (se estivermos conscientes [em RIGPA]). É isso que chamamos “atingir diretamente 37”. Segundo o texto precedente: “Os pens pensam amen ento toss apar aparec ecem em rapi rapida dame ment nte. e. Não Não há certe erteza za quant uanto o à sua sua orig origem em;; á assi assim m que que atingi atingimos mos direta diretamen mente. te. Tudo Tudo o que apare aparece ce se manifesta por si mesmo. Pois, a ignorância não tem lugar onde se ocultar e é isso que chamamos atingir diretamente”. Vemos claramente como a consciência clara e a visão isão norm normal al est estão lig ligadas das e é iss sso o que chama hamamo moss: ating tingir ir diret iretam ame ente. nte. Quan Quand do a consciência clara e a visão são deixadas como são – sem nenhuma modificação – é isso que chamamos: atingi atingirr direta diretamen mente. te. Quando Quando comp compree reende ndemos mos esses métodos, não há nada além, nada sobre o que meditar: é atingir diretamente. 3. As atividades consistentes em unir Agora, Agora, todas todas as ativid atividade adess estão estão ligada ligadass à sabe sabedo dori ria a que que nasc nasce e por por si me mesm sma a e que que vem vem naturalment naturalmente. e. Qualquer Qualquer que seja o momento momento onde real realiz izam amos os uma uma das das quat quatro ro ativ ativid idad ades es38, não tentamos planificar ou mudar qualquer coisa, mas permanecer simplesmente deixando tudo tal qual, é isso isso que chamam chamamos: os: a “Sabe “Sabedor doria ia manife manifesta stada da espontaneamente”. Segundo o mesmo texto: “Nada é obstruído e tudo tudo apar aparec ece e natu natura ralm lmen ente te.. Isso Isso se prod produz uz automaticamente. Não fazemos nada de particular. É por isso que é dito que tudo aparece espontanea espontaneamente. mente. Se agirmos agirmos ‘normalmen ‘normalmente’[n te’[no o estado de rigpa], não há nada de errado. O que quer que façamos tudo é reflexo da vacuidade, e é, pois “a aparência aparência manifestada manifestada espontaneamente”. espontaneamente”. Não há nada à modificar, à reunir ou à desejar – assim assi m tudo se manifesta manifesta espontanea espontaneamente mente.. Tudo vem da vacuidade não é questão de estar ou não de acor acord do com com isso isso.. – tud tudo é manif anifes esta tad do espontaneamente. À todo momento, nosso corpo, nossa fala e nossa mente são deixados tal como são – não existem antídotos. É a facilidade sem constrangimento e sem rigidez”. unir
4. O Frut Fruto o da prát prátic ica a cons consis iste tent nte e em
Todos os frutos estão ligados aos três corpos que são nascidos deles mesmos porque tudo o que vem ou aparece, bom ou mau, não tem import importânc ância. ia. Isso Isso porque porque o pensam pensament ento o provém provém espontaneamente do estado natural e é a isso que
chamamos: o “Fruto naturalmente nascido dos Três Corpos”. Segundo o mesmo texto: “O Dharmakaya que aparece dele mesmo é como o céu. O aparec ece e de si me mesm smo o como como os Sambhogakaya apar quatro elementos que são a terra, a água, o fogo, e os ventos. O Nirmanakaya aparece de si mesmo como os seis destinos dos seres. As sabedorias se manifestam todas por si mesmas como os 5 [ou 6] venenos das emoções. Todas as coisas aparecem naturalmen naturalmente te da consciência consciência clara e todas todas estão unidas à consciência clara. Assim, não há nada que reste a modificar ou a unir quando praticamos”. Agora, poderíamos nos perguntar: Se tudo se manifesta de si mesmo e retorna ao estado natural, então o que é esse samsara no qual nós vivemos? Acreditamos que existe a verdade última e que não há obscurecimentos? O que dizemos é contraditório! A visão do dzogchen replica que não há nada de contra contradit ditóri ório o neste neste enunci enunciado ado porque porque,, para para o praticante dzogchen, tudo é nascido de si mesmo. No esta estado do natu natura ral, l, não não há nenhu nenhum m antí antído doto to a aplicar porque não há negatividades – não há nada a modi modifi fica car. r. Isso Isso é demo demons nstr trad ado o na situ situaç ação ão seguinte do Melong Gudu Öselgyi Gyu (me long dgu ‘dus ‘od gsal gyi rgyud): “A visão é como um raio que vem do céu – ninguém pode pará-lo. A prática da meditação é como um sol brilhante no céu – toda obscuridade desaparece naturalmente. Quando se produz produz uma avalan avalanche che na montan montanha, ha, ela arrast arrasta a todas as pedras, as árvores, os arbustos até em baixo no vale – é o efeito da atividade. Quando encontramos a joia que realiza todos os desejos, os desejos são completamente atendidos atendidos – é o Fruto”.
O terceiro método: a determinação. determinação. A descriç rição deste método se efetua igualmente em quatro seções – a visão, a meditação, a ação e o fruto – ligados à visão normal que não tem base. Tudo é simplesmente deixado tal qual – é a determinação. O RESUMO EM CONCLUSÃO. A conclusão é que tudo é consciência clara e vacuidade. É o ponto único: tudo está aí. Não há nada à fazer com o corpo, a fala e a mente. Esta visão transcende todo limite. Todo o samsara e o libera ram m sem sem nada nada faze fazer. r. É a uniã união o nirvana se libe natural que é não nascida e sem fim, sem nada fazer – nós a deixamos simplesmente tal qual. É então isso que é preciso entender para ligar com os cinco pontos39.
A DECISÃO DE ENTRAR NA GRANDE NÃOAÇÃO. As decisões sem agir são explicadas em três partes: a primeira é geralmente empregada para afastar toda falta; a segunda consiste em explicar o que a decisão sem ação significa; e a terceira é de decidir praticar sem práticas.
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a. Afas Afasta tarr toda todas s as fal falta tas. s. Como Como intr introd oduç ução ão gera geral, l, algu alguns ns pode poderi riam am desafi desafiar ar a visão visão pergu pergunta ntando ndo:: se, como como dizem, dizem, toda todass cois oisas são são natu natura ralm lmen entte livr livre es, quer uer comp compre reen enda damo moss ou não, não, e que que o samsara e o nirvana sejam naturalmente liberados de todos os temp tempos os,, pass passad ado, o, pres presen ente te e futu futuro ro,, entã então, o, segurament seguramente, e, não temos temos necessidad necessidade e de fazer o que quer que seja. Parece que somos detentores da visão errônea segundo a qual não há nada à fazer. Em resp respos osta ta,, dize dizemo moss que que se deci decidi dimo moss entrar na grande ação sem ação, então, há doze métodos de ação. Se fizermos mais, ou fizermos muit muito o erra errare remo moss no samsara aind ainda a mais ais profundamente40. Uma citação do Trödel Namkhadang Nyampai Gyu Gyu (spr (spros os bral bral nam nam mkha mkha’’ dang dang mnya mnyam m pa’i pa’i rgyud) desenvolve esse ponto: “ Se nos entregamos à muitas atividades, isso significa que seguimos um cam amiinho nho errôn rrôneo eo.. Por Por iss isso, perma ermane neça çamo moss desco descontr ntraíd aídos os e sem distra distração ção no “cami “caminho nho que libera naturalmente sem ação”. Mas então, alguns podem dizer: não é essa ainda a visão errônea segundo a qual não temos nada à fazer porque tudo está liberado em si? Respondemos então: sim, esse é o caso, mas isso isso não é nem errône errôneo o nem contra contradit ditóri ório. o. Não tenho tenho necess necessida idade de de fazer fazer mais. mais. No presen presente, te, todas as visões são úteis e sem erro. Na verdade, desde que permaneçamos no estado natural, cada ação ação é como como uma uma prát prátic ica a de acum acumul ulaç ação ão de méritos. b. A Dec Decis isão ão sem sem Ação Ação.. A se segu gund nda a divi divisã são o expl explic ica a em deta detalh lhe e a natu nature reza za se sem m ação ação e comp compre reen ende de três três part partes es.. Inicialmente, existem as quatro realizações, depois as três capacidades de compreensão e finalmente, a decisão sem ação, que comporta cinco pontos 41. As quatro realizações. 1. Ser Ser capaz capaz de faze fazerr o opos oposto to daqu daquil ilo o que pensamos ser a boa ação 42. 2. Quan Quando do obte obtemo moss a capa capaci cida dade de de agir agir sem nenhum conceito de bem ou de mal, pouco pouco nos import importa a de ser critic criticado ado ou não: todas as coisas são iguais. 3. A pesso pessoa a que atin atinge ge esta esta capa capacid cidade ade não não é mais mais de maneir maneira a nenhum nenhuma a envolv envolvida ida nas ações ou nos pensamentos. 4. Se uma pessoa que atingiu esta capacidade é criticada, ela não modifica seu ponto de vista e não será enganada pelos outros. 1.
As três capacidades de compreensão. Bem Bem ente entend ndid ido, o, os os prat pratic ican ante tess que que atin atingi gira ram m esta capacidade serão clarividentes. Mas eles não atribu atribuirã irão o import importânc ância ia à ess esses es sinais sinais,, messmo se o Dharmakaya apareça me apareça muito claramente diante deles. E l es compre compreend endera eram m comple completam tament ente e que toda toda coisa faz parte de sua natureza, e por isso eles não estão nem felizes, nem aflitos por
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ver isso. Esse é o primeiro sinal que ninguém poderá distrair o praticante de sua natureza. E, me mesmo se se as doe doenç nças as ou ou infe infeli liccidad idades es se se produzam, os praticantes não se preocupam mais. Se o rei do inferno vem e verte metal fundido em sua boca, se os demônios vem carreg carregá-l á-lo o para para longe, longe, sabemo sabemoss que ess essas as aparências não são separadas de sua própria natureza. natureza. Assim, Assim, ninguém ninguém pode apavorar apavorar o praticante. É o sinal que ele não sucumbirá mais. Bem entendido, os praticantes podem espontane espontaneamente amente dar muitos muitos ensinament ensinamentos os sem estudar, pois os ensinamentos lhes serão espontaneamente conhecidos devido ao fato mesm me smo o de sua sua comp compre reen ensã são. o. Assi Assim, m, eles eles terão erão uma boa boa rep reputaç utação ão e adq adquiri uirirã rão o pode podere ress e conhe conheci cime ment ntos os para para venc vencer er os detr detrat ator ores es.. Eles Eles não não atri atribu buir irão ão nenh nenhum uma a importância as coisas – mesmo se eles vêm o Sambhogakaya ou Tonpa Tonpa Sherab Sherab ensina ensinado do sob sua sombrinha – eles não estarão nunca separados de sua natureza. Eles sabem que nada nada é dife difere rent nte e de sua sua natu nature reza za e não não seguem, pois o bem ou o mal. Isso é o sinal da apti aptidã dão o à prát prátic ica a – os prat pratic ican ante tess não não serão entravados, nem se desviarão de sua natureza.
Os praticantes não têm esperança de atingir o nirvana nem temem temem tombar tombar no samsara. Não desejam fazer boas coisas 44. Os praticantes que têm essa capacidade não duvidam mais. Mas, se um prat ratican icante te está está ainda inda cheio heio de dúvid úvida as, se perguntando se tratar da maneira correta ou não, ou se ele obteve o sinal correto, então, esta pessoa ainda não atingiu esta capacidade e continuará a circular no samsara.
A decisão sem ação. Chegamos agora à terceira parte, a decisão sem ação, que compreende cinco subdivisões: 1. A atividade não pode trazer a Budeidade porque porque todas todas as ativid atividad ades es são materi materiais ais e pois pois impermanentes. A Natureza e a verdade última são como como o céu; céu; nenh nenhum uma a ativ ativid idad ade e pode pode leva levarr à vacuidade. Assim, decidamos simplesmente entrar na “Grande Natureza Sem Ação”. Segundo uma citação do Trödel Namkhadang Nyem Nyempa paii Gyu Gyu: “Qualquer um que entre na “Natureza Sem Ação”, quer este ser seja um deus, um humano ou qualquer outro dos seis reinos ao qual qual pert perten ença çam, m, a natu nature reza za da me ment nte e esta estará rá sempre sempre purificada purificada espontane espontaneament amente e na verdade verdade natu natura ral. l. E quem quem quer quer que que quei queira ra entr entrar ar nest nesta a natureza não deverá realizar nenhuma espécie de ação – somente permanecer na verdade última”. 2. Não há obstru obstruçõe çõess ou negati negativid vidade adess no estado natural. Desde a origem, tudo está liberado na dimensão da “a Grande Felicidade da Claridade em si”. Então, não é necessário aplicar antídotos. Segu Segund ndo o uma uma cita citaçã ção o do Kunzang Kunzang Dewai Dewai Lung: “Os mais altos mandalas dos Budas até o sol, incluindo incluindo todas as coisas coisas existentes existentes exteriores exteriores e
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interiores interiores,, nada está além da Grande Grande Felicidad Felicidade. e. Então, nada está afastado da Budeidade”. 3. Tudo o que surge ou aparece são reflexos da sabedoria, como ornamentos do estado natural e naturalmente liberados. Todas as visões aparecem como sabedoria. Então, devemos decidir entrar no “o Caminho do Sabor Único”. Segund Segundo o uma citaçã citação o do Desheg Desheg Gongpa Gongpa que quer quer que que faça façam m noss nossos os Dupai Dupai Gyu 45: “O que pensamentos, surgindo ou se deslocando, o estado natura naturall e a consci consciênc ência ia clara clara não foram foram jamais jamais prejudicados por eles. Tudo existe espo espont ntan anea eame ment nte. e. Esse Esse é o gran grande de frut fruto o da “Lib “Liber eraç ação ão Natu Natura ralm lmen ente te Pura Pura”, ”, ou aind ainda a “a Sabedoria da Pura Claridade”. Todas as visões, em sua diversidade, são como os reflexos do estado natural”. 4. Todas as existências sejam do samsara ou do nirvana são reflex reflexos os prove provenie niente ntess do estado estado natural. natural. Elas serão liberadas liberadas no estado estado natural. No momento mesmo em que elas aparecem, estão já pronta prontass para para ser serem em libera liberadas das,, não há nenhum nenhuma a necessidade de tentar liberá-las. Decidamos, pois entrar na “Liberação Natural”. Em uma passag passagem em do décim décimo o capít capítulo ulo do texto precedente, é dito: “Eis o corte automático dos erros e dos obscurecimentos. Desde a origem, ela está além das visões do niilismo e do eternalism eternalismo. o. Aqui, nada é dito sobre esse assunto, assunto, porque todas são liberadas naturalmente na “pura e grande Liberação Natural”. 5. Do ponto de vista do estado natural, quer compre compreend endamo amoss ou não esta esta consc consciênc iência ia clara clara natural isso não a afeta. Ela está completamente além das limitações do samsara e do nirvana 46. Se não realizarmos o estado natural, ele não se torna pior; pois sua natureza está além do samsara; ele está liberado além das limitações do samsara. Se tentarmos tentarmos buscar ou olhar, olhar, não compreend compreendemos emos senão uma pequena parte. Nesta natureza, não há lados que possamos agarrar; assim, ela é “liberada das limitações dos oito veículos”. O que quer que façamos, tudo está naturalmente autoliberado. Não há nada nada a busc buscar ar,, nada nada a enco encont ntra rar. r. E não não há alguma alguma ação particular. particular. Podemos Podemos viver agora sem preocupaç preocupações ões porque porque nós realizamos realizamos a natureza natureza espaçosa de nossa mente.
c. Decidir praticar sem praticar. Quan Quando do comp compre reen ende demo moss plen plenam amen ente te o estado natural, então todas as dúvidas desaparecem. Poderíamos Poderíamos nos perguntar: perguntar: então, então, se todo todo mundo age sem ação, as práticas dos oito veículos inferiores devem ser inúteis? O dzogchen responde não sigam jamais esses veículos, mas todas as suas realizações, tais como o Sambhogakaya, o Dharmakaya ou as purificações do conhecimento, estão naturalmente presentes na Budeidade do dzogchen. A razão é que todas as coisas existentes são como ilusões provenientes do estado natural. Daí, não há nenhuma visão errônea, pois que tudo está liberado no estado natural 47. Segundo uma citação do mesmo texto: “As práticas dos oito veículos são ocultadas como as
estrelas o são pelo sol levante. No dzogchen, não há necessidade de plano para realizar a Budeidade; tudo acontece pelo fato de permanecer no estado natural – por existir espontaneamente48”. Assim, Assim, na nature natureza za da visão visão do dzogc dzogchen hen,, não não há nada nada a faze fazerr com com a ação ação.. Dia Dia e noit noite, e, permaneçamos no estado natural – sem nenhuma ação, ão, sem plan planos os,, sem sem pensa ensame ment ntos os,, sem sem expectativas, sem recitações, sem visualizações – mesmo mes mo durant durante e o sono. sono. O pratic praticant ante e perman permanece ece durante dias, meses, e anos no estado natural. As quatro ações são processadas sem distrações. O pratic praticant ante e é a contem contempla plação ção.. Tudo Tudo é “A Açã Ação sem sem Entr Entrav ave e”. Qualq ualque uerr que que seja seja a experiência do praticante, tudo o que surge é uma experiência para a prática – alegria, felicidade, não importa o que. Ele não dá nenhuma importância ao fato de que os pensamentos se acotovelam – ele não não tem esp esperan erançça, nem nem cam amin inho ho – pois ois os pensamentos são deixados tais quais. Eis a maneira de praticar. praticar. Existem as vezes vezes intensas intensas emoções, emoções, como a raiva, a tristeza ou outras mas o praticante não se preocupa mais. Elas são deixadas como elas são. Tal é o ensinamento. Quer Quer o prat pratic ican ante te cole coleci cion one e mé méri rito toss ou peca pecado doss não não tem tem impo import rtân ânci cia, a, as cois coisas as são são deixad deixadas as simples simplesmen mente te tais quais. quais. Próxim Próximo o do estado estado natura natural, l, o pratic praticant ante e não deixa deixa nenhum nenhum traço atrás49. Não há uma base que conserva as ações passadas. É a prática do dzogchenpa. O fato que não seja sej a necess necessári ário o tentar tentar antído antídotos tos ou se livrar livrar das nega negati tivi vida dade dess cont contin inua ua o frut fruto o e não não proc procur urar ar antídotos constitui o engajamento. Tudo deve ser deix deixad ado o tal tal qual qual50. Não é questão de ter compreendido ou de não ter compreendido – é o sinal do conhecimento do praticante. Uma outra crítica poderia se exprimir desta maneira: dizemos que a visão do dzogchen não é limitada; entretanto, agora, dizemos que a não-ação é nossa visão. Não é contraditório? A resposta a isso repousa sobre o não-agir. Na visão do dzogchen esse termo significa não-ação mas, do ponto de vista do praticante, isso não é uma escolha. - não fazemos senão o que se produz na continuida continuidade de do estado estado natural. natural. Para explicar explicar,, um termo deve utilizado. utilizado. Quer se trate de olhar ou de não olhar, de agir ou de não agir, tudo está liberado em si; então, não há visão falsa nem visão correta – não lhes prestamos nenhuma importância51.
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NOTAS: 5. É necessário praticar dessa maneira as preliminares à prática principal; a menção ao tempo necessário é pois séria e deliberada. Saibam que é muito muito import important ante e de rea realiz lizar ar um tal períod período o de prep prepar araç ação ão e que que não não é razo razoáv ável el por por algu alguns ns instan instantes tes apenas apenas.. Então, Então, prepar preparemo emo-no -noss tanto tanto quanto pudermos. Com Com exce exceçã ção o de come comerr e dorm dormir ir,, esta esta prát prátic ica a deveria deveria ser realizada realizada todo dia sem interrupçã interrupção. o. Se partirmos para praticar num vale deserto ou numa gruta, que outra coisa coisa há para fazer? É uma prática séria, não é como o ngöndro (preliminares comuns). É uma uma prát prátic ica a que que se dest destin ina a à um indi indiví vídu duo o completamente desgostoso do samsara. Senão, é muito difícil de abandonar tudo. Não é absolutamente fundamental ir para um lugar deserto para fazer essa prática. Se não pudermos, deverí deveríamo amoss ao menos menos manter manter ses sessõe sõess regula regulares res fazendo seriamente de maneira a ter resultados. O ritmo da vida ocidental deixa muito tempo livre que podemos utilizar para praticar. Então, é às vezes talvez mesmo melhor que ser monge, porque um monge tem muitas obrigações e rituais a celebrar. A visualização dos seis reinos é um meio, mas há também a realização do samsara enquanto tal. Esta é feita de maneira exclusiva. Se tentarmos praticar tudo continuando continuando nossas nossas atividad atividades es mundanas, mundanas, é muito difícil de não nos distrairmos. E, se nós não fizermos o ngöndro (quer dizer essas preliminares) seriam ser iament ente, e, então então as outras outras prátic práticas as parece parecerão rão somente lazeres. 6. Mesmo se s e os o s h um umanos, o ollhando a água veem água, os seres dos outros seres da existência olham a mesma coisa e a percebem diferentemente. Quando os animais olham a água, eles não veem senão alguma coisa para beber, eles não não conh conhec ecem em a água água.. Os se sere ress do infe infern rno o a percebem como fogo ou como gelo; os pretas como algu alguma ma cois coisa a salg salgad ada. a. O que que vemo vemoss é se semp mpre re condicion condicionado ado por nossas nossas ações ações precedent precedentes. es. Não vemo vemoss se senã não o o noss nosso o próp própri rio o carma; o que podemos verificar por um exemplo simples segundo o qual qual se duas duas ou três três pess pessoa oass vão vão junt juntas as ver ver qualqu qualquer er coisa, coisa, elas veem veem e sentem sentem todas todas uma realidade diferente. Isso nos dá uma ideia do que são são as visõ isões cármicas. Tomemos a mente individual, por exemplo. Uma pessoa pode pensar de uma outra que ela é boa, ainda que outras a
consi consider derem em má; uma mãe pode ver um homem homem como seu filho, mas sua mulher o vê como seu marido. Tudo isso é criado pela mente individual – as pess pessoa oass veem veem as outr outras as atra atravé véss de seus seus prejulgamentos. Tudo é criado. Compreender isso permit permite e nos desenv desenvolv olver er de maneir maneira a positi positiva va ou neg negativ tiva. Mas Mas somos mos pri prision sione eiros iros de noss nossa a ignorância, porque sempre nos enganamos. Se as coisa coisass existe existem m como como nossa nossa mente mente ávida ávida os vê, enquanto objetos que são reais e fixos, então nada poderá poderá mudar mudar nesse nesse mundo. mundo. Entret Entretant anto, o, nada nada é fixo. Eis como estamos iludidos. O objetivo desta prática é de quebrar esta percepção ilusória. 7. Shardza co compôs su suas pr próprias co coleções de de textos que são descritas no texto principal. Elas são originárias do Zhang Zhung Nyengyu (Zhang Zhung foram public publicada adass em Delhi. Delhi. É snyan snyan rgyud) rgyud) que foram pref prefer erív ível el real realiz izar ar essa essass prát prátic icas as inte interi rior ores es ao mesm me smo o temp tempo o em que que as prát prátic icas as exte exteri rior ores es durante a mesma sessão. 8. É pr p referível em e mpregar es e sses tr três tipos da prática durante a mesma sessão, uma após outra. 9. As três pontas do dordje são formadas pelos cotovelos e as mãos juntas. 10. Quer dizer se sentar com as pernas cruzad cruzadas, as, o dorso dorso ere ereto, to, o pescoç pescoço o ligeir ligeirame amente nte incl inclin inad ado, o, os olho olhoss olha olhand ndo o o peit peito, o, e a boca boca ligeiramente aberta. 11. Esta parte da prática preliminar realiza-se em sessões – de início, uma sessão para o corpo, depois para a palavra e, finalmente, para a mente, tudo de uma só vez. Como adiante, isso é um proces processo so intens intenso; o; nós podemo podemoss esc escapa aparr às vezes, mas pratiquemos a maior parte do tempo. 12. Nós ve vemos to todas as as cco oisas cco omo objeto objetoss indepe independe ndente ntes; s; não vemos vemos que ela elass são todas todas reflex reflexos os do estad estado o natura natural. l. O que vemos vemos consiste em ilusões que, de fato, não têm existência independente. Elas são como visões que aparecem nos sonhos. Porque, se essas visões fossem todas independentes e se sustentassem por si mesmas, poderíamos ser capazes de verificar isso através de um processo de investigação. Tomemos uma mesa, por exemplo. Se perguntarmos se a mesa pode ser encontrada sobre o tampo, sobre os lados, nos pés ou na base, não pode podere remo moss enco encont ntrá rá-l -la. a. Se uma uma cois coisa a foss fosse e independente e se bastasse a si mesma (quer dizer tivess tivesse e uma existê existênci ncia a ineren inerente) te),, sua rea realid lidade ade permaneceria após uma tal análise. É um mé méttodo odo de análi nálise se muit muito o util utiliz iza ado no budismo; ver Jeffrey Hopkins, Meditation on Emptiness (Londres; Wisdom Books, 1983 ). Verificar o objeto desta maneira é um procedimento simples e sem grande grande dificu dificulda ldade; de; o proble problema ma res reside ide na reconstrução da percepção. 13. A filosofia pode ser útil para intr introd oduz uzir ir a visã visão o dzog dzogch chen en.. Aind Ainda a que que não não possamos explicar a natureza da mente, podemos apontar para o lugar onde ela pode ser achada – como uma criança que mostra a lua com o dedo. Habitualm Habitualmente, ente, os dzogchenpas não não disc discut utem em a visão em uma ótica lógica ou analítica, porque eles não estão treinados à fazer isso. Esse não é o caso
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na tradição Bön, onde uma escola filosófica única no dzogchen se desenvolveu. Qualquer que seja o caso, o mínimo que um dzogchenpa pode fazer é explicar isso que ele ou ela está a caminho de fazer e de pensar. 14. Esta utilização do termo mente não tem o sentido de consciência; é a mente enquanto “natureza da mente”. Isso não é como a visão do nte única). Esta Cittamatra (a visão da mente referência referência ao Cittamatra concerne concerne a consciênci consciência a reservató reservatório rio ou Kunzhi nesta a visã visão, o, Kunzhi (kun (kun gzhi) gzhi); nest todas as marcas cármicas são conservadas, e, se nós nós a puri purific ficar armo mos, s, atin atingi gire remo moss a bude budeid idad ade. e. Mesmo se esse termo é utilizado no dzogchen, ele corresponde ao estado natural, a Base, e ele não tem conceito de purificação. A Base é primordia primordialment lmente e pura – kadak pura kadak (ka dag) dag) – pura desd desde e o iníc início io.. Assi Assim, m, esta esta prát prátic ica a não não é uma uma purificação, mas um reconhecimento deste estado. Tomemos o mundo exterior, por exemplo. No Cittamatra, esse mundo é explicado como as duas metades de um ovo duro cortado ao meio, de modo que o lado objeto e o lado sujeito duma existência individual coincidem. Mas o dzogchen diz que tudo é envolvido pelo estado natural, que tem o poder de prod produz uzir ir e de rece recebe berr os refl reflex exos os.. O que que é refletido na mente não existe independentemente; o inte interi rior or e o exte exteri rior or são, são, os dois dois,, refl reflex exos os espontâneos no estado natural. Essa produção é uma qualidade natural do estado primordia primordial, l, mas isso não significa significa que tais reflexos sejam sej am sól sólido idos, s, indepe independe ndente ntess e com existê existênci ncia a inerente. Eles provêm do estado natural e voltam à ele ele; é noss nossa a igno ignorâ rânc ncia ia que que as tom toma como omo independen independentes. tes. Também, Também, a filosofia filosofia Cittamatra é seguid seguidame amente nte confund confundida ida com o dzogc dzogchen hen.. No ito que que os mund undos objeti jetivo voss e Cittamatra, é dito subjetivos se manifestam, todos, a partir de causas cármicas. No dzogchen, entretanto, o mundo existe espontaneamente; ele é condicionado pelo carma, mas sua fonte é o estado natural. A filosofia filosofia Madhyamika não aceit aceita a totalm totalment ente e o conceito conceito de kunzhi, ela não aceita senão os seis tipos de consciência (os sentidos e a mente) de preferência às oito do Cittamatra e do dzogchen. Nesses sistemas, após os seis sentidos, o sétimo é nyonnyi (nyon yid, emoções) e o oitavo kunzhi. Uma analogia é às vezes utilizada: a mente é o marido e mulher er;; kunzhi é o mercado e os nyonyi é a mulh sentid sentidos os condu conduzem zem as mercad mercadori orias as que vem do exterior e são estocadas no mercado. Assi Assim, m, o dzog dzogch chen en poss possui ui muit muitos os aspe aspect ctos os em comum com o Cittamatra, e o sujeito e o objeto são inseparáveis nos dois sistemas. De maneira crucial, entretanto, no dzogchen, o estado natural é puro desde o início e permanece sempre presente. Não há nada a purificar e nada a atingir. 15. A cr crítica de de Ts Tsongkhapa so sobre o dzog dzogch chen en era era base basead ada a sobr sobre e a noçã noção o que que os não faze fazem m ma mais is que que ques questi tion onar ar à dzogchenpas não propósito da natureza da mente e encontram que ela não tem nem cor, tamanho, nem matéria. É essa segundo ele, a visão do dzogchen. Mas esta crítica é errônea porque esta é a visão das escolas Como mencionamos na nota Vipassana.
preceden precedente, te, o dzogchen dzogchen sublinha a diferença diferença entre mente e a natureza da mente. Mas natureza da mente e nossa natureza da mente são diferentes. Há tant tantas as natu nature reza zass da me ment nte e como como há sere seress sensíveis. Quando alguém revela seu corpo de arcoíris, todos os outros permanecem inalterados. Do mesmo mes mo modo modo que todos os ser seres es sensív sensíveis eis têm corp corpos os dife difere rent ntes es,, eles eles tamb também ém têm têm me ment ntes es dife difere rent ntes es.. Mas Mas a qual qualid idad ade e de toda todass as suas suas mentes é a mesma; a mente é totalmente indi indivi vidu dual al,, ma mass suas suas qual qualid idad ades es são são comu comuns ns a todos. Não podemos estudar nossa própria natureza mesma mesma se as qualidade qualidadess que nós descobrim descobrimos os são as mesmas para todos os seres. 16. A e ex xistência, a não-existência, a conjunção ou a ausência dos dois. [E, ~E, E ^ ~E, ~E ^ ~ ~E] 17. Isso significa que o realizamos sem nos nos agar agarra rar. r. É um mé méto todo do de inst instru ruçã ção o – um método preliminar, não a visão final do dzogchen. 18. Não de devemos ir ir al além de desse po ponto senão quando a realização descrita for atingida – sem verifica verificaçã ção, o, objeto objeto ou o menor menor apego apego.. Esta Esta realiz rea lizaçã ação o é a clarid claridade ade brilha brilhante nte e a vacuid vacuidade ade unid unidas as.. Nã Não o deve evemos mos me messmo nos nos apeg apegar ar a unificação em si. É unicamente nesse estágio que as práticas que seguem podem trazer seus frutos. Deve haver uma presença clara sem apego; é o fruto das práticas preliminares. 19. Quando re recebemos a in i niciação, é para nos mostrar o estado natural. Posteriormente, podemo podemoss verifi verificar car se recebe recebemos mos algo algo vendo vendo se compr compreen eendem demos os então, então, perfei perfeitam tament ente, e, o estado estado natura natural. l. Entret Entretant anto, o, se rea realiz lizarm armos os as prátic práticas as prel prelim imin inar ares es,, vere veremo moss o esta estado do natu natura ral. l. Isso Isso constitui então em si mesmo a iniciação. 20. Esse texto pertence à terceira categori categoria: a: se ele é ensinado ensinado corretamente, corretamente, as más interpretações desaparecem automaticamente e os exemplos serão dados no texto que segue. 21. Essas visões devem ser aban abando dona nada das. s. A visã visão o do dzog dzogch chen en está está além além dessas Vias; ela é o que há de melhor e deve ser pratic praticada ada.. Mas esta visão visão é ela mes mesma ma errône errônea a porque, ao pensar que as outras vias são negativas e que o dzogchen é a melhor visão, conservamos a dualidade – o lado negativo e o lado positivo: ora, o dzogchen não tem extremidades. Se escolhermos se semp mpre re um lado lado não não enco encont ntra rare remo moss a visã visão o dzogchen. 22. Se permanecermos no estado liberado, não teremos necessidade de guardar ou de rejeitar o que quer que seja. 23. Particularmente os ensinamentos do Bardo e do Phowa, que são dados no livro quatro abaixo. 24. Nessa obra Shardza reuniu nume numero rosa sass cita citaçõ ções es prov proven enie ient ntes es de font fontes es diferentes diferentes sobre Trekchö, retiro ross na Trekchö, Thögal, Thögal, os reti escuridão, etc. 25. A budeidade. é então naturalmente realizada. Durante esta via, realizaremos a Base e nos nos sent sentir irem emos os em segu segura ranç nça. a. Vive Vivemo moss com com a confiança dum tulku, que não teme mais o samsara.
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26. O livro da coleção das experiências dos praticantes chamado geralmente o Nyamgyu . 27. “Confrontadas” significa aqui “mostradas diretamente”. 28. Se buscarmos agarrar a vacuidade, isso não é bom, se buscarmos agarrar a consciência clar clara, a, não não é corr corret eto o e, me mesm smo o se busc buscar armo moss agarrar a unificação, também não é bom. 29. Como no no si sistema do do Cittamatra (Mente única). 30. Isso se refere à visão do Cittamatra concernente a visão dos elementos. Mesmo se as cois coisas as pare pareça çam m se prod produz uzir ir,, quan quando do esta estamo moss despe desperto rtos, s, como como se ela elass fossem fossem perman permanent entes es e reais rea is altera alteraçõe çõess do mundo, mundo, elas não são senão marcas cármicas; nad nada é prod roduzid uzido o no nív nível absoluto. Toda visão é como um sonho. Num sonho, uma visão visão é simple simplesme smente nte uma visão visão apare aparecen cendo do a ment me nte, e, me mesm smo o se o que que apar aparec ece e pare pareça ça uma uma maté ma téri ria a tang tangív ível el ao sonh sonhad ador or.. É exat exatam amen ente te a mesma coisa quando estamos acordados. Todas as aparên aparência ciass provêm provêm das marcas marcas cármicas – elas elas chegam chegam todas à mente. mente. Fora da mente, nada mais exis existe te.. A dife difere renç nça a entr entre e o sonho sonho e a vigí vigíli lia a é simplesmente de ordem temporal – é tudo. 31. A capacidade de refletir (rtsal) é uma propriedade do oceano; pois, os reflexos (rol pa) e a energia estão unificadas na sua natureza (gzhi). Às vezes, somente dois termos são utilizados: gzhi, a Base, e rtsal, os reflexos, fazendo respectivamente referencia à capacidade de manifestar os reflexos (o aspecto sujeito) e os reflexos em si mesmos (o aspecto objeto). 32. Nã Não o podemo demoss dizer izer que que o est estado ado nat natural ural é vazio ou possui reflexos ou o que quer que seja. Como a água que é também úmida, esses dois aspectos não são mais que um – nenhum termo capta esta realidade, que está além das palavras. Não poderemos dizer que é vazio porque isso não é apreensível – se dissermos que é vazio, tentamos entrar no estado enquanto agarramos o conceito de vazio. O fato real está além dos conceitos. Isso faz referência ao sistema do Mahamudra. O Semde é o aspe aspeccto do dzogc zogche hen n que sub sublinh linha a muito uito a vacu vacuid idad ade e e entã então, o, o auto autorr diz, diz, aqui aqui,, que que ele ele é simila similarr ao Mahamudra. O Maha Mahamu mudr dra a acen acentu tua a sobre o apreender o vazio, mas aqui, a natureza é deixada tal qual, sem tentar agir sobre ela, sem meditar, visualizar ou contemplar. O Sende, o Longde, o Mengagde, são tod todos aspectos do dzogchen porque eles reconhecem a verdade final como a união da consciência clara e da vacuidade. O Semde sublinha mais o aspecto vacuidade e o Longde coloca mais o acento sobre o aspecto consciência clara. Mas os dois estão unidos, o que é a essência da via do dzogchen (a união da vacuidade e da consciência clara). O Mahamudra é a união da vacuidade e da felicidade e, assim como exp explic licou Tson Tsong gkhap khapa a muit muito o clara larame ment nte, e, a vacuidade à qual ele faz referencia é a visão do Madhyamika; essa não é a visão da vacuidade a qual nos referimos no dzogchen. Muitas escolas escolas usam termos termos e expressõe expressõess que são muito semelhantes àquelas do dzogchen e isso tem
ocas ocasio iona nado do algu alguma mass conf confus usõe õess quan quando do esta esta denominação tem sido aplicada a outros sistemas. Por exemplo, Sakya Pandita é muito explícito ao condenar o dzogchen como não sendo completamente uma visão budista. Todos os textos dzogchen insistem particularmente sobre a necessidade de colocar de lado todos as outras visões afim de tornar clara o significado dos termos no contexto do dzogchen. No início, devemos conhecer as outras visões, mas elas devem ser descartadas em razão do fato de que o dzogchen é o melhor e o mais elevado dos veículos. Numerosos professores dzogchen de hoje ensi nsinam que as visões do Mahamudra, do diferentes.. Madhyamika e do Dzogchen não são diferentes Mas não encont encontram ramos os isso isso comple completam tament ente e nos textos. 33. Trugel Yungdrung é o autor do A-tri em Quinze sessões, que foi escrito no séc. XIII, Shardza crit critic ica a esse esse text texto o porq porque ue é prin princi cipa palm lmen ente te do Semde. 34. 34. Esse Esse terc tercei eiro ro tipo tipo de cons consci ciên ênci cia a clar clara a está está cono conosc sco, o, quer quer saib saibam amos os ou não. não. Mas Mas os sere seress comun comunss não estão estão consc conscien ientes tes deste deste aspect aspecto o de sua natureza. Isso pode ser melhor explicado por uma pequena historia. Era uma vez vez uma velha velha que tinha um monte de ouro espalhado pelo chão de sua cabana. Um dia, um príncipe chegou, viu o ouro e perg pergun unto tou u a velh velha: a: “Por “Porqu que e está estáss assi assim m tão tão pobre?” a velha respondeu que ela era simplesmente uma pobre caseira. O príncipe lhe fez notar que um tesouro estava ali, perto dela. Até aquele dia, a velha não tinha reconhecido a riqueza que que era era sua. sua. Foi Foi some soment nte e quan quando do o prín prínci cipe pe (o ensinamento) apareceu que a velha (ser sensível) viu a riqueza (o estado natural). Seguramente, o ouro não foi em nada afetado pelo fato de que a velha não o tenha reconhecido ou não. 35. 35. A post postura ura em em sete sete pon ponto toss cons consis iste te em sen senta tarrse com as pernas cruzadas, as mãos uma sobre a outra utra,, colun oluna a reta reta,, o pesc escoço lige igeiram iramen ente te inclin inclinado ado,, os olhos olhos aberto abertos, s, a boca boca ligeir ligeirame amente nte aberta, a língua contra o palato. 36. Drenpa Namkha era era um mahasidha que foi pai de Guru Guru Padmas Padmasamb ambhav hava a segund segundo o a histor historia ia Bön. Era um grande reformador, assim como autor de numero numerosos sos comen comentár tários ios.. Rigpa Rigpa Rangsh Rangshar ar é o nome nome sec secret reto o de Shardz Shardza a Tas Tashi hi Gyalts Gyaltsen: en: ele é conhecido também com o nome de Drime Nyingpo (dri med snying po). 37. 37. Quan Quando do esta estamo moss na consc consciê iênc ncia ia clar clara a e os pensamentos surgem, então eles se liberam por si mesmos mes mos.. Se não estamo estamoss na consci consciênc ência ia clara, clara, então são os pensamentos que nos guiam. 38. As quatr uatro o ativ tividad idades es são: ão: come mer, r, dor dormir, mir, se sent ntar ar-s -se, e, defe defeca carr – em todo todoss os mome moment ntos os,, devemos ficar no estado natural! N.T. 39. 39. Os cin cinco co pon ponto toss são: são: 1) para parar, r, 2) 2) reun reunir ir em um ponto único, 3) religar não fazendo nada, 4) liberar todo o samsara e o nirvana, 5) tudo está unido sem fim no estado naturalmente unido. 40. esse doze métodos estão descritos nas seções que seguem, como as quatro realizações, as
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três três capa capaci cida dade dess de comp compre reen ensã são, o, e os cinc cinco o pontos da decisão sem ação. 41. Essa Essass desc escriç rições conv onvém a um prat ratican icante te que tem a capacidade de realizar o estado de Buda. 42. 42. Se não comp compre reen ende derm rmos os comp comple leta tame ment nte e o estado natural, então todas as práticas como recitar mantras etc. são vistas como esforços necessários. Mas, Mas, quando quando compr compreen eendem demos os totalm totalment ente e este este estado, então nenhuma dessas ações continuará a ter importância. Assim, seremos capazes de fazer as coisas coisas de maneir maneira a oposta oposta.. Uma observ observaçã ação o simi simila larr foi foi feit feita a por por Long Longch chen enpa pa:: “Qua “Quand ndo o não não compreendemos o estado natural, devemos tentar acumular méritos, praticar bodhichita, a confissão etc.” Mas Mas a oposi posiçção da qua qual fala falam mos não não é uma uma oposição significando que adotemos as visões das esco escola lass heré heréti tica cass ou me mesm smo o aque aquela lass de um opon oponen entte. Ela Ela quer uer dizer izer que uma vez que permaneçam permaneçamos os continuame continuamente nte no estado estado natural, natural, não podemos estar errados. errados. Então, quer recitemos, recitemos, quer pratiquemos visualização ou o que quer que seja, isso não tem importância. É como estar no espa espaço ço.. Quer Quer pint pintem emos os de bran branco co ou de negr negro o sobre o espaço, isso não deixará nenhum traço. Quando começarmos a entender esses ensina ensinamen mentos tos,, isso isso pode pode nos condu conduzir zir ao erro, erro, porque eles não são válidos senão para aqueles que podem podem perman permanece ecerr estáve estáveis is e não distra distraído ídoss no estado natural. Uma tal liberdade é o resultado. 43. Se não fizermos nada, isso não tem impo import rtân ânci cia a do pont ponto o de vist vista a da vacu vacuid idad ade; e; cert certam amen ente te,, é dife difere rent nte e do pont ponto o de vist vista a do praticante. Essas distinções não são diferentes de sua fonte, pois não há duas verdades; o praticante não é afinal afinal a fonte? fonte? Há somente somente uma fonte, fonte, mas para aquele que agarra, existe um ponto de vista limitado. Muitos ensinamentos parecem muito similares ao dzog dzogch chen en,, ma mass todo todoss os ensi ensina name ment ntos os estã estão o ligados pelos pensamentos. Se nos voltamos para sua origem há sempre preceitos dizendo que essa é a boa maneira e essa não é a boa maneira. Uma vez que nos estabe estabelec lecemo emoss sobre sobre ess essas as bases, bases, estamos ligados aos pensamentos. Mas o dzogchen não tem nenhuma base; isso é difícil de compreender porque tudo o que o dzogchen diz se dirige dirige a um pratic praticant ante e que tenha aptidõ aptidões. es. Esta Esta difer iferen ençça de visão isão é muit uito import portan antte de compreender. 44. No passado, quando as outras escolas budistas ouviram esses ensinamentos, elas ficaram colé coléri rica cass e diss disser eram am que que o dzog dzogch chen en não não era era absolu absolutam tament ente e budism budismo. o. Mas o dzogch dzogchen en não é como a visão das filosofias materialistas indianas e ocid ociden enta tais is nas nas quai quaiss as açõe açõess da vida vida não não têm têm nenhuma consequência última porque o corpo e a mente têm a mesma natureza - a visão que mostra que eles nasceram ao mesmo tempo – e onde então importa pouco fazer boas ou más ações porque elas acabarão as duas em cinzas e que nada subsistirá. O estado natural não é completamente material – depois depois de tudo, tudo, como como dissem dissemos os conti continua nuamen mente te nesse texto, onde poderemos, pois encontrá-lo?
45. Esse texto foi perdido infelizmente na destruição maciça que se seguiu a invasão chinesa no Tibet. 46. 46. Isso Isso ssig igni nifi fica ca que que não não há ext extre remo moss e que est está á além dos conceitos. A natureza do dzogchen não tem início nem fim. Entretanto do ponto de vista do indivíduo, o nirvana pode ser visto como tendo um começ começo, o, porque porque o pratic praticant ante e deve deve tornar tornar-se -se um Buda. Mas, neste ensinamento, todas as coisas são iguais – elas estão plenamente despertas. 47. Porq Porque ue criti riticcam está stá visão isão?? Porq Porque ue ess essas es esco cola lass toda todas, s, me mesm smo o as esco escola lass tântricas, dependem da visualização, duma postura do corpo, da respiração etc. 48. 48. Dura Durant nte e uma uma corr corrid ida a de cav caval alos os,, o cava cavalo lo não não tem tempo de olhar o campo nem colher flores ou ervas; ervas; da mes mesma ma maneir maneira, a, quando quando pratic praticamo amoss o estado natural, todos os pensamentos e atividades são naturalmente liberadas no estado natural sem planos nem ações. 49. 49. Quan Quando do o pra prati tica cant nte e não est está á distr distraí aído do,, mas mas perman permanece ece conti continua nuamen mente te no estad estado o natura natural, l, é como se estivesse no espaço – o que quer que ele faça, nenhum traço subsiste. Como temos dito, se pintamos o espaço de branco ou de negro, nada permanece. A base que conserva todos os traços está perdida; ela é vazia. Bem Bem ente entend ndid ido, o, isso isso não não se apli aplica ca senã senão o a um pratic praticant ante e que rea realiz liza a a contem contempla plação ção contín contínua. ua. Para as outras pessoas que continuam a se prender em seus seus traç traços os cármicos, isso isso não não se apli aplica ca. Quando Lopön foi ao Nepal em 1944 em Swayabhu, ele encontrou tibetanos com os quais viajou durante alguns dias. Um deles era um monge ancião, que tinha uma mulher e filhos, e carregava uma enorme carga de bagagens sobre suas costas. Quando era mong monge, e, havi havia a enco encont ntra rado do Dega Dega Rinp Rinpoc oche he,, um célebre dzogchenpa, na montanha. Em seguida, ele havia tirado seu manto porque ele se sentia muito limita limitado do pelos pelos votos votos do Vinaya. Mas Mas Lopö Lopön n lhe lhe mostr mostrou ou que ele estava estava igualm igualment ente e limita limitado do por seus filhos. O homem respondeu que no dzogchen, é dito que o que fazemos não tem importância – então ele era livre de fazer o que quer que seja e que estava bem assim. Mas essa é uma incompreensão completa do dzogchen, o ensinamento não se aplica senão quando estamos tota totalm lmen ente te abso absorv rvid idos os no esta estado do natu natura ral. l. Isso Isso depende de nossa prática, e, então, somente nós mesmos podemos julgar. Então, é um paradoxo - que os iniciantes tenham que empreender ações mesmo se a visão última do dzogchen não comporta ação. O iniciante deve ter uma grande determinação – uma decisão – de outro modo terá dúvidas e hesitações. Todos os métodos prep prepar arat atór ório ioss nos nos ajud ajudam am a real realiz izar ar o esta estado do natural, mas uma vez que este é visto e compreendido, a situação, desde então é diferente. O dzogchenpa experimentado não terá necessidade de práticas preparatórias. 50 Isso significa sem hesitações nem medi me dita taçã ção, o, e é por por isso isso que que muito uitoss me mest stre ress budi budist stas as crit critic icar aram am o dzog dzogch chen en,, é como como ser ser inconsciente. Está longe de ser o caso, porque esta consciência clara é muito brilhante e muito clara.
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Mas os comentadores indianos do Prajnaparamita, tal tal como como Nagarjuna, não não comp compre reen ende dem m esta esta consci consciênc ência ia clara clara que está está presen presente te quando quando os pensam pensament entos os ces cessam sam [se torna torna explic explicita ita]. ]. Eles Eles reconhecem alguma uma coisa semelhante nte, o conh conhec ecim imen ento to dire direto to se sem m ilus ilusão ão de shunyata (vacuidad (vacuidade). e). Este conhecime conhecimento nto é inseparáv inseparável el de seu objeto e desprovido de ilusão; mas não é a mesma coisa. Isso poderia parecer idêntico porque aqui o objeto é shunyata e o sujeito é o conhecimento direto; mas a diferença é que este conhecimento é frut fruto o da prát rática ica do pensa ensame ment nto. o. No iníc início io,, praticamos, depois temos a experiência. Proc Procur uram amos os esse esse dese desenv nvol olvi vime ment nto o até até que que os pens pensam amen ento toss dimi diminu nuem em grad gradua ualm lmen ente te e que que o objeto se torna mais e mais claro. Finalmente o objeto é percebido diretamente; então é o resultado do pensamento. Mesmo que haja um abismo da prog progre ress ssão ão até até a etap etapa a fina finall do conh conhec ecim imen ento to direto, a ligação entre o pensamento nto e o conhecimento direto não pode ser refutada. Se não há nenhuma ligação entre os dois, então ninguém poder oderia ia uniuni-lo loss. Mas Mas, do pont onto de vist vista a do dzogchen, a natureza está já unida; ela não está lig ligada ada aos aos pens pensam amen ento toss porq porque ue ela já está está presente. Ela sempre esteve presente. Não é uma inve invenç nção ão.. Tudo Tudo o que que está está em nós, nós, pode podemo moss realizar. A purificação é, entretanto necessária no dzogchen, esta esta é a razão razão das prátic práticas as prelimi preliminar nares. es. É um grande erro tentar aplicar esses ensinamentos sem esse ess e perío período do de prepar preparaçã ação. o. Devemo Devemoss sem sempre pre compreender a intenção de um comentário – quer se trate do estado natural ou do indivíduo. De outro modo, caímos no niilismo. 51 Na base base filo filosó sófic fica a do do dzo dzogc gche hen n há nume numero rosa sass visõ visões es errô errône neas as que que são são desc descri rita tass no Namkha Truldzö, um texto maior da filosofia do dzogchen ensina ensinada da em Dolanji: “A visã visão o se segu gund ndo o a qual qual devemos ou não devemos meditar; a visão que diz que não há fonte de existência ou que o samsara não tem fim; que o dzogchen deve ser aprendido afim de conhecê-lo ou que não há ligação com a mente; que não há nada à fazer com o que quer que seja de outro, ou que a visão do dzogchen não é certa, que tudo pode se ir; que todas as coisas são são nad nada e que podemo demoss faze fazerr tud tudo o que desejarmos, ou que todas coisas não são erradas. Essas visões são visões ignorantes. “As visões visões melhor melhores es mas sem sempre pre errône errôneas as são são;; – a visão é pura desde o início; kadag (ka dag) quer dize dizerr que que toda todass as lhundrub lhundrub (lhun grub) – quer coisas existem espontaneamente; ou ainda, que a visão não é certa – pois, ela pode ser isso ou aquilo; ou bem, que o estado natural real é natureza e reflex reflexos. os. Essas Essas última últimass são visões visões parcia parcialme lmente nte completas. “Alg Alguns uns me mest stre ress do dzogc ogchen hen intr intro oduz duzem diretamente a visão com um cristal ou um espelho; alguns dizem que devemos ir meditar num lugar tranquilo; alguns dizem que devemos enfrentar as provas e outros que devemos nos nos tornar nar mendicantes. Outros mestres dizem que é preciso abandonar nossos bens e ir viver em um cemitério
ou nas montanhas; outros, ainda, dizem: “Partam e vão viver como um demente!”. Alguns dizem: “Não desejem nada, partam e vivam como uma criança”. Outr Outros os dize dizem: m: “Dev “Devem emos os vive viverr o opos oposto to dos dos ensinamentos”; outros dizem: dizem: “Devemos “Devemos evitar evitar os obje objeto toss que que caus causam am o ódio ódio e o dese desejo jo e não não esperemos ter uma boa reputação!”. Outros dizem: “Mesmo se as pessoas disserem coisas boas ou más sobre sobre nós, não devemos devemos lhes dar atenção”. atenção”. Esses são ditos de mestres dzogchen. “Mas “Mas,, se segu gund ndo o esse esse sist sistem ema, a, não não acei aceita tamo moss nenhum nenhum ensina ensinamen mento to deles, deles, não pensam pensamos os que esses ensinamentos sejam bons ou maus - não lhes damo damoss impo import rtân ânci cia. a. Porq Porque ue?? Porq Porque ue esta estamo moss comp comple leta tame ment nte e de fora fora do julg julgam amen ento to dess dessas as instruções. Não há razão para argumentar ou para julgar: não lhe damos nenhuma importância. Como o elef elefan ante te:: se ele ele tem tem sede sede,, ning ningué uém m o pode pode impedi impedirr de chegar chegar à água! água! Todas Todas as difere diferente ntess visões estão aprisionadas pelo pensamento e, pois pelo agarrar”. Esse Esse proc proces esso so tem tem por por obje objeti tivo vo faze fazerr surg surgir ir às dúvidas para esclarecê-las – como lavar as manchas de uma vestimenta de maneira que possamos ver claramente o tecido.
III A PRÁTICA DO THÖGAL A sessão de Thögal comporta duas partes: a primeira consiste em uma uma explicaçã ação da superiorid superioridade ade de Thögal sobr sobre e o Trekchöd; a segunda é o ensinamento propriamente dito da Via do Thögal.
SUPERIORIDADE DO THÖGAL SOBRE O TREKCHÖD Em prim primei eiro ro luga lugar, r, no Yetr Yetrii (ye (ye khri khri)) são são indicados dez pontos que distinguem Trekchöd do Thögal; vejamos um resumo em sete pontos 52.
(1) As maneiras maneiras de purificar purificar o apego. apego. No Trekchöd, absol bsolut utam ame ente nte tud tudo, as montanhas, os rochedos, as regiões... devem ser vistos como uma ilusão. Senão, este ensinamento não pode liberar diretamente. Thögal depende das cinco cinco luzes luzes graça graçass as quais quais todos todos os objeto objetoss da existê existênci ncia a são integr integralm alment ente e libera liberados dos em luz. luz. Segun egund do o Yetri: “Tud “Tudo o está está orig origin inal alme ment nte e purificado; não há apego. Esta natureza é chamada a “Grande Budeidade”. (2) A visão natura naturall do corpo. corpo. No Trekchöd, o corp corpo o físi físico co não não pode pode se tornar tornar corpo corpo de luz – podem podemos os soment somente e fazê-l fazê-lo o desaparecer no estado de átomos 53. há numerosos sistemas para fazer desaparecer o corpo físico, tal como o corpo ilusório temporário. Mesmo na prática de shamata, o corpo físico pode desaparecer. Mas essa essass prát prátic icas as não não são são verd verdad adei eira rass ou finai finais. s.
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entretanto, transforma transforma completam completamente ente o Thögal, entretanto, corpo físico em luz pura. Se não realizarmos o corpo de arco-íris, então não não real realiz izar arem emos os o corp corpo o fina final. l. Assi Assim, m, se não não real realiz izar armo moss o Gran Grande de Corp Corpo o de Arco Arco-í -íri ris, s, não não teremos atingido a Budeidade final. No Thögal, o conjunto de nosso corpo físico e os objetos com os quais partilhamos a visão se tornam o corpo de arco-íris54. Se atin atingi girm rmos os o corp corpo o de arco arco-í -íri ris, s, noss nosso o corpo de luz não tem defeitos; ele está totalmente purifi purifica cado do e as marcas marcas cármicas se evaporaram evaporaram tota totalm lmen ente te.. Prec Preced eden ente teme ment nte, e, prat pratic icam amos os a bodhichita; agora, obtivemos o resultado, então até que o samsara seja extinto ajudaremos os seres animados55. Segundo uma citação do Yetri: “As visões dos cinco agregados ( skandas) não desaparecem mas são purificadas nas visões naturais 56”.
(3) A Purificação da consciência. No Trekchöd não vemos senão a vacuidade, mas não vemos as visões da luminosidade pura, a visão ilusória não pode então ser abandonada ou purificada. Devemos compreender o que é kadag, quer dizer puro desde o início, se bem que isso não aparec aparece e ass assim. im. Então Então estamo estamoss sem sempre pre ligado ligadoss à igno ignorâ rânc ncia ia,, as visõ visões es não não são são comp comple leta tame ment nte e pura puras. s. É por por isso isso que que pode podemo moss se serr faci facilm lmen ente te distraídos e é difícil atingir a liberação. liberação. No Thögal, entretanto, utilizamos métodos para compreender diret iretam amen entte a ilus ilusã ão, isso isso perm ermite ite atin ating gir rapidamente a liberdade natural. Após a liberdade natural, a visão ilusória não aparece mais e, então, não causa mais distrações. As visões do Thögal conduzem muito rapidamente à compreensão. Segundo o Yetri: “Existem os oito objetos das oito consciências (os cinco sentidos, as emoções, a mente e kunzhi [alaya]). Essas são as Dakinis da visão natural e elas existem espontaneamente sem nenh nenhum uma a afet afetaç ação ão.. Isso Isso é cham chamad ado o a “Gra “Grand nde e Visão Detentora da Sabedoria”. (4) O método método para ajudar ajudar os outros outros do ponto de vista que aceita que nada exista em si O estado estado natura naturall existe existe espont espontane aneame amente nte sob sob a form forma a de sons ons, de raio raioss de luzes uzes que aparec aparecem em todos todos comple completam tament ente. e. Nós os vemos vemos pelo método do Thögal; então, tudo é purificado rapi rapida dame ment nte. e. Embo Embora ra no Trekchöd, não haja método direto para ver isso. Trekchöd é gradual – isso leva tempo. Enquanto Thögal é muito direto e pode ode lib libera erar por si me messmo de tal modo odo que pode podemo moss muit muito o rapi rapida dame ment nte e ajud ajudar ar os outr outros os.. Segund Segundo o o mes mesmo mo texto: texto: “To “Toda dass as visões visões vem delas mesmas e são vistas por elas mesmas. Tudo é seu próprio reflexo. Não há objetos que existam por si mesmos. Tudo é a “Grande Visão”; então não há nenhuma maneira de ajudar os outros”. Pergunta: Se realizarmos que tudo é nossa próp própri ria a visã visão, o, entã então o como como pode podemo moss ajud ajudar ar os outros outros?? A res respos posta ta é que não podemo podemoss os ajudar ajudar
porq porque ue eles eles são são a visã visão o nasc nascid ida a dela dela-m -mes esma ma57. Ajudá-los em si não é possível.
(5) A maneira maneira de não buscar buscar o fruto. Nesses Nes ses método métodos, s, não buscam buscamos os obter obter um fruto. fruto. Enquanto Enquanto não praticam praticamos os senão Trekchöd, todas as visões mantêm uma existência inerente, mesmo esmo que comp ompreen reend dam amo os que que ela elas não não tenham58. permite e o desenv desenvolv olvime imento nto duma duma Thögal permit visão especial que se mistura à visão comum de modo que esta se transforme facilmente na visão da realidade. É um caminho rápido e prático para desenvolver a visão que se libera ela mesma. Não temos mais necessidade de rezar. Por este método, realizamos rapidamente a budeidade59. Segundo uma citação do Yetri: “É em si um grande fruto; então, não há nada a buscar. Se não buscarmos esse fruto, tudo existirá espontaneamente; então, é excelente”. (6) (6) A manei aneira ra de ver ver dire direta tame ment nte e as visões naturais. No Thög Thögal al, vemos vemos direta diretamen mente te as visões visões naturais. No Trekchöd, os seis órgãos dos sentidos não não são são puri purifi fica cado dos; s; deve devemo moss entã então o busc buscar ar as visões purificadas. No Thögal , as portas da clara luz são abertas pelo sopro da sabedoria. Daí, as quatro lâmpadas aparecem. Elas purificam todas as visões da ilusão. Segundo este método, compreendemos que todas as visões são visões que se liberam nelas mesmas enquanto que ao mesmo tempo desenvolvemos a visão do Trekchöd60. Segundo o Yetri: “É preciso compreender o significado das visões naturais de modo que não haja nada que possamos separar; tudo acontece junto”.
(7) Os bhumis (terras61) No Trek Trekch chöd öd,, tudo tudo está está liga ligado do ao esta estado do natural, mas a visão e o corpo não são capazes de se elevar ao nível final (porque o método deixa escapa esc apar). r). No Thögal, não há antídotos para descartar os obscurecimentos – somos conduzidos naturalmente ao nível final. Thögal permite assim atingir a “Grande Bhumi do Svastika 62”. A MANEIRA DE PRATICAR THÖGAL O TEXTO RAIZ No Rigpa Khuj hujug (rig pa khu byug) 63 encontramos a seguinte passagem concernente a prática do Thögal , que é seguida de um comentário. Existe uma alegoria sobre os quarenta e dois métodos do Thögal: “Quand “Quando o o Rei da Consc Consciên iência cia Clara Clara viaja viaja magi magica came ment nte e para para os sere seres, s, ele ele cava cavalg lga a um pássaro vermelho de bico longo, que vem do rochedo vermelho em marcha lenta, e, cavalgando este este páss pássar aro, o, ele ele vai vai a dife difere rent ntes es luga lugare res. s. Ao mesmo tempo, quatro reis o servem, e o elevam do
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fundo. As quatro rainhas das estações o sustentam. Quatro Quatro ventos ventos mágico mágicoss o desloc deslocam am e elevam elevam,, e quat quatro ro gran grande dess rios rios espa espalh lham am a maré maré de seus seus mérito méritos. s. Quatro Quatro fogos fogos equali equalizam zam seu calor calor;; eles eles permanecem sobre a terra de ouro, e os oito espelhos de claridade ornam seu corpo. Três letras secr secret etas as estã estão o inscr inscrit itas as em sua sua ment mente; e; cinc cinco o lâmp lâmpad adas as de clar clarid idad ade e nasc nascem em no alto alto de sua sua cabeça cabeça;; estrel estrelas as e conste constelaç lações ões respla resplande ndecem cem desde seu tamanho. Quatro servidores obedecem a suas ordens. Ele trabalha sem cessar para o bem dos seres animados: tais são as qualidades deste equipamento”.
Nesta Nes ta ale alegor goria ia estão estão combin combinad ados os todos todos os método méto doss das das prát prátic icas as do Thög Thögal al.. Eles Eles fora foram m ensinadas ensinadas pelo Dharmakaya às Dakinis que que os guar uardaram secretamente nte no meio dessas metáforas. Os antigos sidas e eruditos não fizeram nenhum comentário, mas pensaram em deixar esse cuidado a Shardza Tashi Gyalten.
O COMENTÁRIO “Qua “Quand ndo o o Rei Rei da Cons Consci ciên ênci cia a Clar Clara a viaja magicamente para os seres, ele cavalga um pássaro vermelho de longo bico, que vem do roched rochedo o verme vermelho lho em march marcha a lenta, lenta, e, cavalgando este pássaro, ele vai a diferentes lugares”. O pássaro de longo bico significa a fonte da visão (os cinco raios de luz coloridos, desde o início) no centro centro do coraçã coração, o, perman permanec ece e a consci consciênc ência ia clara, e um canal do tamanho duma palha, partindo do coração, liga a consciência clara aos pulmões. Através desse canal, os ventos vão e vem, e as visões se apegam a eles. É isso que produz os pensamentos. Quando os ventos tocam a fonte das visões, é a isso que chamamos mente. O vento é como um cavalo cego cavalgado pela mente como a imagem de um homem prejudicado, mas vidente. Quan Quando do os vent ventos os para param, m, toda todass as visõ visões es se diss issolv olvem na consc onsciê iênc ncia ia clara lara e todos odos os pensamentos desaparecem e se dissolvem em sua natureza. Esta Esta nat naturez ureza a tem trê três qua qualid lidades ades – a vacuidade, a consciência clara e a unificação (ou insepa inseparab rabili ilidad dade). e). É a Base Base de onde onde surgem surgem os reflex reflexos. os. Se utiliz utilizarm armos os os métod métodos os do Thögal, esse essess refl reflex exos os,, cont contid idos os na Base Base,, apar aparec ecem em espo espont ntan anea eame ment nte e atra atravé véss do cana canall de luz luz que que desemboca nos olhos. Cada olho tem dois canais que lhe estão ligados 64. Isso purifica as visões impuras e veremos as visõ visões es da Sabe Sabedo dori ria. a. Exis Existe tem m quar quaren enta ta e dois dois métodos métodos no Thögal e, aqui, aqui, os ensina ensinarem remos os por etapas. “Ao mesmo tempo, quatro reis o servem, e o elevam do fundo”. Os quatro reis são os quatro métodos – o prim primei eiro ro mé méto todo do conc concer erne ne ao corp corpo, o, a fala fala e a
mente; o segundo concerne ao órgão dos olhos que se situam na porta de emergência; a terceira é o objeto objeto da visão; visão; a quarta quarta consiste consiste a modera moderarr os ventos e a consciência clara. Por exemplo, Tonpa Shenra Shenrab b se dirige dirige aos quatro quatro Grande Grandess Rei Reiss para para convidá-los respeitosamente e ele controla os três rein reinos os da exis existê tênc ncia ia.. Assi Assim, m, exis existe tem m quat quatro ro métod métodos os a utiliz utilizar ar e a consci consciênc ência ia clara clara contro controla la todas as visões.
O primeiro método: o Corpo, a Fala e a Mente a.1. Os métodos do Corpo O primeiro método tem três subdivisões. O corpo é mantido em uma postura afim de controlar os canais e os ventos. O fato de controlar a postura ajuda o praticante a ver a clara luz diretamente; por isso a postura é importante. Segund Segundo o o “Marav “Maravilh ilhosa osass Perola Perolass de Ouro” Ouro” (gser ser gyi phre phreng ng ba mdze mdzess ): “A postura do Dharmakaya é como um leão sentado, a postura do Sambhogakaya é como um elefante sentado, e a post postur ura a do Nirmanakaya é como um rishi sentado”. a.1.1. A postura do Dharmakaya A post postur ura a do leão leão sent sentad ado o cons consis iste te em colocar as plantas dos pés sobre o solo, contrair as nádegas, manter o tronco ereto e fechar a porta infe inferi rior or [con [contr trai airr os esfí esfínc ncte tere ress anai anais] s].. A test testa a ligeiramente inclinada para trás. As duas mãos são colocadas sobre o chão entre as pernas. A posição é como se estivesse agachado. Alguns ensinamentos dize dizem m que que os pés pés deve devem m esta estarr inte inteir iram amen ente te colocados sobre o chão, mas, em nossa tradição, somente a frente dos pés é pousada. O objetivo é elim elimin inar ar o vent vento o que que prod produz uz os pens pensam amen ento toss perturbadores e abrir o canal central de modo que as visõe isõess apareç areçam am.. Isso Isso ajud ajuda a tamb também ém a estabilizar o estado natural. a.1.2. A postura do Sambhogakaya Na postur postura a do ele elefan fante te alo alonga ngado, do, ficamo ficamoss agachados com as plantas dos pés sobre o chão, os joelhos não tocam o solo, mas tocam o peito, e o queixo é seguro pelas mãos, os cotovelos no chão. Isso acalma os ventos que engendram a distração, para para os pens pensam amen ento toss de dese desejo jo ou de raiv raiva a e reforça a saúde. Esta postura ajuda a desenvolver exteriormente visões completas, e a estabilizar o estado natural. a.1.3. A postura do Nirmanakaya Na posição do rishi, as plantas dos pés estão colo coloca cada dass sobr sobre e o chão chão,, o braç braço o em torn torno o dos dos joelhos que tocam o peito. A nuca ligeiramente pendida para trás. O objetivo desta postura é de trazer calor e de parar gradualmente os pensamentos. Ela nos permite também desenvolver as visões visões exteriore exteriores, s, enquanto enquanto que interiorme interiormente nte surgem grandes experiências. As post postur uras as não não deve devem m ser ser ma mant ntid idas as de maneira muito estrita, nem mantidas de maneira tão rígida que se tornem desconfortáveis. Elas não devem, nunca, ser mantidas com muita
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descontração. Muito rígida, a postura será dolorosa e perturbara a meditação; muito frouxa, ela não trará nenhuma ajuda. Há em seguida a postura da gansa que se desl desloc oca a sobr sobre e os lado ladoss que que é muit muito o útil útil aos aos iniciantes para começar a ter visões. O praticante deverá se estender sobre o lado direito, o cotovelo dire direit ito o colo coloca cado do no chão chão e a mã mão o se segu gura rand ndo o o queixo. A mão esquerda é colocada sobre a coxa esquerda. As duas pernas repousam sobre o chão, uma sobre sobre a outra, outra, ligeir ligeirame amente nte dobrad dobradas. as. Esta Esta postur postura a permit permite e a inserç inserção ão dos ventos ventos no canal canal central de modo que as visões extraordinárias se desenvolvam. Enfim, há a postura de antílope que não é descrita aqui65.
a.2. Os métodos da fala Segundo o Taktse Dronma (rtags tsahd sgron ma) do Zhang Zhubg Nyengyu : “Se não pararmos de falar, não poderemos ver a natureza inex inexpr prim imív ível el e a natu nature reza za do pont ponto o únic único o não não aparec aparecerá erá direta diretamen mente” te”.. Shardz Shardza a precisa precisa que devemos falar menos e menos e, por por fim, parar de falar permanecendo na nossa natureza. a.3. Os métodos da mente A mente significa a essência da Consciência Clara em função do modo de ver do olho. Focalizar o espaço permite aos movimentos dos ventos se acal acalma marr ma mais is e ma mais is.. Quan Quando do os vent ventos os estã estão o esta estabi bili liza zado dos, s, a unif unific icaç ação ão se será rá ma mais is e ma mais is profunda. Seg Segund undo o Takt Taktse se Dron Dronma ma: “Se não aplicarmos os modos de olhar de maneira estrita, a consciência clara não aparecerá diretamente”. O segundo método: o olho que se mantém à Porta de Emergência. Emergência. O segundo método trata agora dos olhos. Na visão comum, o olhar não ajuda na emergência da sabed sabedori oria. a. Então, Então, devemo devemoss utiliz utilizar ar método métodoss de olhar especiais com as posturas do corpo. Segundo Segundo as “Maravilh “Maravilhosas osas Perolas Perolas d’Ouro”: d’Ouro”: “Na postura do Dharmakaya, os olhos devem olhar firmemente para cima, para a postura Nirmanakaya o olhar deve ser para baixo e para a postura do Sambhogakaya o olhar deve ser do lado direito ou esquerdo” – existem então três espécies de olhares mas a coisa mais importante é o surgimento das visões66. Segundo o mesmo texto: - “Os olhos semi cerr cerrad ados os e se sem m perm perman anec ecer er na ilus ilusão ão67, olha olharr lig ligeira eirame ment nte e sob sob o sol à uma uma dista istanc ncia ia que corre orresspond onde àque quela entre ntre o coto cotove velo lo e os dedos[???]. Tal é o método”. Prat Pratiiquem quemos os isso isso ma mais is e mais ais até até que possamos olhar o sol desta maneira continuamente. [isso pode cegar!!!]
O terceiro método: o objeto da visão. O terceiro método concerne à mente. Em um lugar elevado absolutamente calmo, olhemos o céu
claro e puro. Dirijamos nosso olhar para o céu puro sem nuvens; aí aparecerão as diversas visões da Clara Luz. Os iniciantes deverão fazer isso ao nascer e ao pôr-do-sol. De manhã, de frente para oeste, e à tarde, permanecer voltado para leste olhando para o céu céu puro puro.. Segu Segund ndo o uma uma cita citaçã ção o do Tingshok olhar a oeste; e, à tarde, (mthing shog): “De manhã olhar olhar a leste...”.
O quarto método: moderar a respiração [sopro, vento] e a consciência. O quarto quarto métod método o descre descreve ve quatro quatro etapas etapas para a respiração – inalar, acrescentar um pouco, reter e expirar. Alguns mestres dizem isso mas eles não conhecem o método de respiração que falamos aqui; aqui; no presen presente te caso, caso, não devem devemos os mudar mudar a nossa respiração mas deixá-la como de hábito. Quer seja seja atra atravé véss do nari narizz ou da boca boca,, ma mant nten enha ha a mesma respiração enquanto ela permanecer suave. Se manti antiv vermos rmos ess essa res respiraç iração ão suav suave, e, os pensamentos e a mente se acalmarão e a mente será ser á mantid mantida a como como uma prisio prisionei neira, ra, porque porque os ventos não se deslocarão mais. A mente é mantida prisioneira pela consciênc consciência ia clara. clara. Se guardarmos guardarmos o sopro sopro suave, suave, então, a respiração que vai e vem entre a boca e o nariz se torna calma e, quando está calma, a mente e o sopro[vento] encontram-se no canal do coração. Como não há perturbação, nenhum pensamento é produzido, e a mente é naturalmente absorvida em sua natureza nua. “Qu Quat atro ro vento ventos s mágic mágicos os o desloc deslocam am e elevam”. Há quat quatro ro cana canais is espe especi ciai ais. s. Da me mesm sma a mane ma neir ira a que que todo todoss os vent ventos os faze fazem m vibr vibrar ar o universo e o elevam, todas as visões de claridade são são prod produz uzid idas as e se dese desenv nvol olve vem m em quat quatro ro grandes canais. Segundo Segundo o Tigle Tigle Drugp Drugpa a (thig (thig lê drug drug pa): pa): “Em geral, quatro coisas se combinam para fabricar o corpo. Os canais ou as veias são como fios. No corpo , há quatro canais especiais de atividades. O primeiro é chamado “o grande canal dourado” (ka ti gser gyi rtsa chen), o segundo “o filamento de seda branca” (dar dkar snal ma) , o terceiro terceiro o “filamento “filamento finamente enrolado” (phra la ‘khrul) e o quar quarto to “o tubo de cristal” (shel bug can) . 1.
2.
O primeiro liga o coração ao canal central no nível do coração. No interior exis existe te a clar clara a luz luz esse essenc ncia ial, l, e aí todo todoss os reflexos coexistem espontaneamente com as divindades pacíficas. Daí esse canal se reúne ao cére cérebr bro, o, onde onde as divi divind ndad ades es irad iradas as residem espontaneamente nte. Existem igualmente igualmente ramificaç ramificações ões as quais suportam cada uma as visões dos tigles 68. O interior do segundo canal, “o filamento de seda branca” é fino e branco. Esse canal começa no nível do coração no cana canall cent centra rall e sobe sobe ao long longo o da colu coluna na vertebral, deixando o canal central no nível do pescoço. Daí, ele caminha pelo exterior do cérebro onde ele se separa em dois braços.
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Um lado lado está está cone conect ctad ado o ao cana canall do olho olho direito onde ele suporta o que vemos como visões exteriores; o outro lado está ligado ao alto alto da cabe cabeça ça onde onde ele ele é o supo suport rte e do surg surgim imen ento to da gran grande de cons consci ciên ênci cia a se sem m pensamentos. Quando a visão é completada, ele ele suste ustent nta a os nov nove tigles que que estã estão o empilhados uns sobre os outros no interior do canal. 3. O terceiro canal, o “filamento finamen finamente te enrola enrolado” do”,, tem origem origem no canal canal central no nível do coração, depois desce à sua sua base base ante antess de ress ressurg urgir ir nova novame ment nte e através o centro das quatro rodas (os chacras do coração, da garganta, das sobrancelhas, e do alto alto da cabe cabeça ça)) para para cami caminh nhar ar pelo pelo exterior do cérebro até a porta de emergência do olho esquerdo. Esse canal é o supo suport rte e de toda todass as visõ visões es da clar clara a luz luz natural que brilham diretamente. 4. Finalmente, o tubo de cristal vai vai do cora coraçã ção o aos aos olho olhos; s; ele ele cons consti titu tuii o supo suport rte e da diss dissol oluç ução ão das das visõ visões es em sua sua própria natureza. Os pens pensam amen ento toss são são gera gerado doss quan quando do a unificação ao nível do coração reencontra os ventos do canal que vem dos pulmões.
“Quatro fogos equalizam seu calor”. Esta frase faz referência às quatro lâmpadas: a lâmpad lâmpada a d’águ d’água a chamad chamada a Gyangzhag Gyangzhag (rgyang (rgyang zhags chu’i sgron ma); a lâmpada do tigle vazio lâmpad ada a da (thi (thig g le ston stong g pa’i pa’i sgro sgron n ma); a lâmp vacuidade pura (dbyings rham dag gi sgrom ma) e a lâmpada do conhecimento nascido dele mesmo (shes rab rang byung gi sgron ma ). Essas quatro lâmpadas produzem as visões dos mandalas e as formas formas das deida deidades des e, quaisq quaisquer uer que sej sejam am as visões visões que apareçam, apareçam, elas são claras. claras. Quaisquer Quaisquer que sejam as visões que surjam, elas são plenas de sabedoria e do amadurecimento dos três Kayas. É por isso que dizemos alegoricamente que o grande fog fogo da exis existtênc ência faz faz com que tud tudo est esteja eja igualmente quente, produzindo os frutos e as folhas das árvores. Este ensinamento é importante para uma visão profunda do estado natural. Segund Segundo o o Rigpa Rigpa Tselwang Tselwang69 (rig (rig pa rtsa rtsall dbeng): “As quatro lâmpadas são, todas, ensinamentos interiores essenciais”. Detalharem Detalharemos os agora as quatro quatro lâmpadas: lâmpadas: de iníc início io,, guar guarde demo moss as post postur uras as do corp corpo o e as posições dos olhos como precedentemente. lâmpada a d’águ d’água, a, A primeira primeira lâmpada, lâmpada, a lâmpad aparece aparece quando quando os olhos olham através do espaço espaço claro e que uma cor azul-escuro se manifesta70. A partir daí, se desdobram as cores das cinco luzes e dos raios de formas diferentes semelhantes aos motivos das cores que aparecem no azul-escuro do fund fundo o dum dum broc brocad ado o de se seda da.. É o iníc início io dos dos surgimentos das visões que existem espontaneamente no interior do coração. Segundo Segundo o “Ouro Refinado” Refinado” (gser gyi zhun ma): “No céu vazio exterior, veremos diretamente as luzes luzes claras claras do coraç coração ão que são todas todas azuis, azuis,
verde verdes, s, verme vermelha lhas, s, amarel amarelas, as, branca brancas, s, e cor de fumaça. Esse Esse text texto o faz faz refe referê rênc ncia ia ao céu céu – algu alguns ns comentadores pensam que isso faz referência ao céu comum sem nuvens, mas porque o céu comum nada tem a ver com o praticante 71. O céu é somente a base base da visã visão; o; o azul azul-e -esc scur uro o que que apar aparec ece e espont espontane aneame amente nte existe existe na nature natureza za mes mesma ma do praticante quando este método de posturas e de olhares é utilizado. Segundo “Os Maravilhosos grãos d’ouro”: “No céu exterior, emerge a lâmpada do espaço interior”. Aqui Aqui,, apre aprese sent ntam amos os o céu céu exte exteri rior or e o espa espaço ço interior de maneira diferente. Normalmente, o céu não é a base da visão do arco-íris do Thögal; ele não se transf transform orma a em arco-í arco-íris ris senão senão graças graças às visões visões do pratic praticant ante. e. Entret Entretant anto, o, não devem devemos os concluir a propósito desta distinção que o espaço inte interi rior or e o es espa paço ço exte exteri rior or são são duas duas cois coisas as 72 separadas .
As segund segunda a e tercei terceira ra lâmpad lâmpadas as são a lâmpad lâmpada a do tigle vazi vazio o e a lâmp lâmpad ada a da pura pura vacuidad vacuidade. e. Elas podem ser ilustradas ilustradas por um lago. Se jogarmos uma pedra nesse lago, as ondas se formar formarão ão em volta. volta. Da mes mesma ma maneir maneira, a, círcul círculos os aparecem em torno da visão. No início, eles são desprovidos de cores, mas, finalmente, aparecem de um modo pentacolorido. Isso vem da purificação do vent vento o gros grosse seir iro. o. Se olha olharm rmos os nest nesta a visã visão, o, veremo veremoss o interi interior. or. A consci consciênc ência ia clara clara se torna torna mais clara e, repentinamente, não há mais objeto nem sujeito – nenhum apego – e isso aparece de maneira maneira despojad despojada. a. É a lâmpada lâmpada do conhecime conhecimento nto nascido dele mesmo73. A quarta lâmpada é chamada “lâmpada da sabedo sabedoria ria nascid nascida a dela dela mes mesma” ma”.. Ela é também também aprese apresenta ntada da como como nua, nua, sem nenhum nenhum apego apego aos objetos – ela é simplesmente deixada tal qual 74. Se estabilizarmos as luzes, permanecendo no estado natural, então um conhecimento muito preciso e claro se desenvolverá. Este conhecimento é muito mais claro que o que se adquire estudando. Com efeito, o que quer que digamos ou ensinemos, isso sem pensar, sem estudar – isso vem automaticamente. Tudo é perfeito e preciso. É isso que chamamos Tsel (energia) desta natureza. A claridade aparece sob a forma de pérolas e de filamentos dourados; a natureza é sabedoria e as form formas as que que apar aparec ecem em assi assim m são são o Tsel da sabe sabedo dori ria. a. Quai Quaisq sque uerr que que seja sejam m as visõ visões es que que possamos ter, elas são todas da mesma da mesma nature natureza za e retorn retornam am à me mesma sma verdade. verdade. Não as distinguimos senão pelos nomes. “Ele “Eles s perm perman anec ecem em sobr sobre e a terr terra a de ouro, e os oito espelhos de claridade ornam seu corpo”. Isso significa que a natureza fund fundam amen enta talm lmen ente te vazi vazia a é o lugar lugar de onde onde as visões provêm e desaparecem; os dois estão em unificação. O espaço é azul escuro. Deste espaço azul azul esc escuro uro,, aparec aparecem em e se desenv desenvolv olvem em cinco cinco cores. A essência real da consciência clara está no
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inte interi rior or do cora coraçã ção o ma mass as form formas as e as core coress aparecem como um mala de perolas através dos olhos75. Quando estamos a ponto de nos focalizar sobre a luz do sol, veremos filamentos, inicialmente brancos e negros. Os dois tipos de consciência clara são são a cons consci ciênc ência ia clar clara a da natu nature reza za (o esta estado do natu natura ral) l) e a cons consci ciênc ência ia clar clara a da clar clarid idad ade e (as (as visões)76. Assi Assim m sobr sobre e a terr terra a tudo tudo é ouro ouro;; não não podemos aí encontrar pedras comuns. Da mesma mane ma neir ira, a, se toda todass as cois coisas as são são vist vistas as como como reflex reflexos os proven provenient ientes es ou res result ultand ando o do estado estado natura natural, l, então então as visões visões ser serão ão vistas vistas rea realme lmente nte como a natureza vazia, a unificação77. As visões são tud tudo o que exist xiste e espon sponttanea aneame ment nte e com a unificação. Quando esses métodos são praticados, as visões aparecem ao praticante.
“Quatro grandes rios espalham a maré de seus méritos”. Os quatro grandes rios são as quatro visões. Segundo o Trödel Rigpai Tselwang (spros bral rig pa ‘i rtsl dbang) , o texto inicial do Zhang Zhung Nyengyu: “A primeira é a visão direta que vem da vacu vacuid idad ade. e. Em se segu guid ida, a, há uma uma visã visão o que que se desenvolve, depois uma visão que se completa e, finalmente, a visão que se dissolve na vacuidade 78”. É soment somente e uma medida medida da intens intensida idade de de nossa prática; não podemos comparar isso com os nho da acumulação é como bhumis. O caminho caminhar, porém aqui, é como voar no céu. A Prim Primei eira ra Visã Visão o – a visã visão o dire direta ta qu que e vem da vacuidade. Se utilizarmos os quatro métodos da prática (co (corpo rpo, fal fala, mente ente,, olha lhares res) me menc ncio iona nad dos anteriormente, então do chacra do coração onde a essência Buda. permanece (o estado natural), as visões aparecerão. Quando começarmos a aplicar esses quatro métodos, veremos os arco-íris e os tigles, e é a partir daí que as visões aparecerão. No início, haverá muitos tigles, às vezes empilhado empilhadoss como omo pérola rolass e algum lgumas as vezes zes lad lado a lad lado, mexendo sem cessar; às vezes as visões são claras e às vezes elas não são completamente. A razão da existência dessas visões é comparável ao fenômeno do sol e de seus raios – a unificação é a natureza real real,, ma mass iss sso o é inex inexp primí rimív vel. As visõe isõess são são semelhantes aos raios que aparecem ao praticante, mass se ma sem m a me medi diaç ação ão dos dos órgã órgãos os comu comuns ns da percep percepção ção dos sentid sentidos. os. Eles Eles são chamad chamados os os tigles Svastika . Eles são como o espelho e nosso rosto – nosso rosto é refletido no espelho, mas não podemos fazer distinção entre o espelho e nosso refl reflex exo o – eles eles não não são são ma mais is que que um. um. Da mesma mesma maneira, quando temos as visões, não as podemos separar da unificação. Devemos compreender isso. Se não não comp ompree reende ndermos rmos,, vere eremos mos os reflexos como objetos e nós nos compreenderemos como como o suje sujeit ito o obse observ rvad ador. or. Aque Aquele le que que olha olha e aquilo que é olhado estão ligados pelo pensamento, o que é um erro erro do pens pensam amen ento to que agar agarra ra.. Conser Conservan vando do este este método método de prátic prática, a, todas todas as visões se liberam delas mesmas. O sinal é que elas se ass asseme emelha lharão rão a grãos grãos muito muito finos finos (tigles) se deslocand deslocando o em numerosas numerosas formas formas angulares. angulares. No
cant canto o dess desses es ângu ângulo los, s, have haverá rá pequ pequen enos os tigles delicados. Essas visões estão ligadas aos ventos e é por isso isso que que elas elas estã estão o semp sempre re em movi movime ment nto. o. Entretanto, não devemos seguir essas visões, nem lhes lhes presta prestarr muitas muitas atençã atenção o nem cuidad cuidados. os. Isso Isso significa que quaisquer que sejam os tigles ou as visões visões que apareçam, apareçam, devemos devemos estar atentos atentos ao obse observ rvar ar as visõ visões es sem sem as segu seguir ir.. Deve Devemo moss permanecer no estado natural e não nos preocupar com as visões que aparecem Segundo o Togbep “Há dois dois Togbep (thog (thog ‘bebs) ‘bebs): “Há méto mé todo doss para para sere serem m util utiliz izad ados os em conj conjun unto to durante o dia, à luz do dia, utilizamos o sol e o cris crista tall de fogo fogo (uma (uma lupa lupa), ), e dura durant nte e a noit noite, e, util utiliz izam amos os a lua lua e o cris crista tall d’ág d’água ua (um (um cris crista tall natural). Muito cedo pela manhã, ou tarde à noite, util utiliz izam amos os a luz luz das das lâmp lâmpad adas as de ma mant ntei eiga ga.. Quai Quaisq sque uerr que que seja seja a luz luz que que util utiliz izem emos os,, não não a olhemos olhemos diretament diretamente. e. as visões visões aparecerã aparecerão o mais brilhantes, claras e estáveis. Nossa contemplação se tornará mais e mais estável; o que significa que os ventos e a nossa mente se tornarão mais e mais calmas. calmas. Então, Então, as experiênci experiências as se desenvolv desenvolverão. erão. Rapidamente, obteremos diversos conhecimentos, sem estudar. Um terço da Sabedoria será nossa. Durante esse período, se morrermos, renasceremos no Rangzhin Trulpa (rang bzhin sprul pa ), os reinos que se manifestam de maneira mágica durante o estado intermediário” Segundo o Tagdronma (rtags sgrom ma) . “O chamado vazio provêm do nível das sobrancelhas; se estivermos mortos, iremos aos reinos manifestados de maneira mágica”. Esses métodos métodos não concernem somente às visõe isõess do esta estado do natu natura ral, l, ma mass se aplic licam igualmente à prática da contemplação; é assim que aparecerão sinais desse tipo. Segundo o Tagdronbu (rtags sgrong bu) : “não diss dissoc ocia iado do da cons consci ciênc ência ia clar clara a e do espa espaço ço,, renasc renascere eremos mos nos campos campos puros puros das apariç aparições ões naturais”.
A Segunda Visão – a visão que se desenvolve. Na primeira visão, desde que a visão apareça, continuamos a praticar e, assim, a unificação da natu nature reza za se prod produz uz.. Nest Nesta a prim primei eira ra etap etapa, a, se praticamos desta maneira, as visões se manifestam, mas elas não são iguais – às vezes brilhantes e claras, e às vezes sem brilho; mas elas se estabilizam progressivamente. progressivamente. Agora nesta segunda etapa, a unificação se prod produz uz.. É a isso isso que que cham chamam amos os:: “sep “separ arar ar da sobrancelha”. Simb Simbol oliz izam amos os assi assim m as cinc cinco o sabe sabedo dori rias as aparecendo sob a forma de cinco cores jorrando em raios diretamente das sobrancelhas em direção ao alto. Elas vão assim sobre os lados, e, às vezes, podem eventualmente aparecer sob a forma de um triangulo. Elas são muito mais desenvolvidas que antes e podem mesmo parecer tão vastas como um país. Elas são diáfanas como fios e tem guirlandas de flores, flores, swastikas, joias, joias, palácios palácios e mandalas. Muitas formas podem aparecer. Chamamos isto: “as
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Visõ Visões es do Espa Espaço ço cheg chegan ando do no céu” céu”.. Pode Podemo moss também ver aparecerem chorten, flechas e muitas outras outras formas. formas. É a rea realiz lizaçã ação o das visões visões quase quase perf perfei eita tas. s. Entr Entre e essa essass visõ visões es,, exis existe tem m muit muito o gran grande des. s. Seu Seu tama tamanh nho o é de escu escudo doss redo redond ndos os pent penta a colo colori rido doss79. É isso que chamamos: “compondo a essência da consciência clara”.
“Estrelas “Estrelas e constela constelações ções respland resplandece ecem m desde o seu tamanho”. A explicaçã explicação o é fornecida fornecida pelos comentário comentárioss prec preced eden ente tess sobr sobre e as visõ visões es.. Essa Essass visõ visões es se torna tornam m toda todass está estáve veis is se segu gund ndo o a dura duraçã ção o da prática. De início, elas voam e se deslocam como um falcão voando através do céu; em uma segunda etapa, elas têm a rapidez dum cervo que corre nas montanhas; na terceira etapa, elas evoluem como um sharana (anima (animall mitoló mitológic gico o de movime movimento ntoss muito lentos); na quarta, elas são lentas e suaves como as abelhas em seu trabalho de colher nas flores. Sua estabilidade depende da intensidade de nossa nossa prátic prática a da contem contempla plação ção - as visões visões são também estáveis como nossa contemplação. Na etapa etapa final, final, as visões visões são tão grandes grandes como o universo e estáveis, do mesmo modo que a contemplação. Quando as começamos a desenvolver, há também técnicas para modificar os olha olhare ress em funç função ão da ma mane neir ira a como como as visõ visões es aparecem. Segundo o Zhang Zhung Nyengyu: “Quando as visões visões apare aparecem cem como como sem semicí icírcu rculos los branco brancos, s, deverí deveríamo amoss olhar olhar no ar tão intens intensame amente nte como como possível. Quando as cores são vermelhas, dirigidas para o alto e a direita, deveríamos olhar para baixo. Quando as visões aparecem como formas iradas de cor amarela, amarela, o olhar olhar deverá deverá ser dirigi dirigido do para para a direita. Quando elas são redondas e verdes, olhar para a esquerda. Se as formas são triangulares e as cores azuis, o olho deverá olhar direto para frente.”. Tais são as instruções gerais, mas as visões mudam muito; é pôr isso que devemos aprender por nossa própria experiência. Se, Se, me messmo prat ratican icand do, as visõ isões não não aparecerem, às vezes é útil pressionar os olhos e prender a respiração. Abram então rapidamente os olhos e expirem, as visões aparecerão temp tempor orar aria iame ment nte. e. Est Esta prá prátic tica pode oderá se serr necessária no início80. Após seu desapare desaparecimen cimento, to, permaneça permaneçamos mos simple simplesme smente nte no estado estado natura naturall sem nenhum nenhuma a dist distra raçã ção. o. Às veze vezes, s, se não não somo somoss capa capaze zess de controlar controlar nossos nossos pensamento pensamentos, s, deveríamo deveríamoss parar um pouquinho e acalmar a respiração docemente. Os olhare olharess ajudam ajudam,, também também,, a acalm acalmar ar os pensam pensament entos. os. Nos Nossa sa conte contempl mplaç ação ão jamais jamais ser será á errône errônea a se estive estivermo rmoss no estado estado natura natural. l. Então, Então, quer as visões se desenvolvam ou não, a mente deverá deverá sempre sempre permanece permanecerr na contempla contemplação ção do estado natural. Os olhares podem ajudar a entrar no estado natural, mas a mente é o ponto crucial 81. É impo import rtan ante te que que noss nossos os olha olhare ress se seja jam m sempre conduzidos ao espaço e que permaneçamos na consciência clara sem distração e com uma respiração calma 82.
No início, as visões se manifestam a partir do interior do tigle; também somente a parte superior ou inferior aparecerá e não será muito clara. Neste instante, instante, deveríamo deveríamoss sempre sempre conduzir conduzir nosso olhar direto diante do estado natural83. Isso é geralmente verdadeiro mas há outras especificidades. Se morrermos quando estivermos ao níve nívell da “uni “unifi fica caçã ção o das das quat quatro ro visõ visões es da sabedoria”, então, da mesma maneira, no estado intermedi intermediário ário haverá haverá quatro quatro visões visões de sabedoria. sabedoria. Nest Neste e mome moment nto, o, nos nos real realiz izar arem emos os e sere seremo moss liberados. Se, no instante de nossa morte, virmos form formas as de triâ triâng ngul ulos os em suas suas visõ visões es,, sere seremo moss libertados no estado intermediário. Se as visões são redondas e semelhantes a flores de quatro pétalas no momento de nossa passagem, realizaremos a visão clara no primeiro bardo do estado inte interm rmed ediá iári rio. o. Conc Conclu luin indo do,, se toda todass as core coress e for formas são são comple mplettas no mom momento ento em que morremos, morremos, então, quando quando estivermos estivermos no estrado estrado interm intermedi ediári ário, o, rea realiz lizare aremos mos todas todas ess essas as visões visões ante antess do bard bardo o do nasc nascim imen ento to (sipai (sipai bardo) bardo) e seremos liberados84. Quando Quando os tigles atin atinge gem m o tama tamanh nho o de escudos redondos, as visões estão praticamente no seu paroxismo. Elas não se tornam maiores que isso. Cada uma possui cinco cores em sua periferia, assim como os mandalas das divindades com suas consortes e diversos assistentes no interior. Essa constitui quase a visão final. A Terceira Visão. Agora, Agora, aparec aparece e a visão visão comple completa. ta. Essas Essas visões são todas espontâneas no estado natural e nós utiliz utilizamo amoss método métodoss para para desenv desenvolv olvê-l ê-las, as, de modo modo que que as visõ visões es apar aparec ecem em.. As visõ visões es não não provêm provêm do exterior. exterior. Quando as visões visões estiverem estiverem todas todas completa completas, s, então as divindade divindadess pacíficas pacíficas e irad iradas as apar aparec ecer erão ão – não não como como está estátu tuas as,, ma mass dire direta tame ment nte e do esta estado do natu natura rall sob sob form formas as do Cada uma uma Sambhogakaya ou do Nirmanakaya. Cada delas possuirá as trinta e duas marcas especiais e os oite oitent nta a sign signos os secu secund ndár ário ios. s. Elas Elas apar aparec ecem em quan quando do o prat pratic ican ante te ating atingiu iu a visã visão o comp comple leta ta.. Utilizando simplesmente os métodos do Thögal e do Trekchö, sem nenhuma visualização ou mantra, as divindades aparecem; é então excelente. Quaisquer que sejam os nomes que possamos dar as visões, sua natureza é não dual (unificação). Elas aparecem ainda que elas existam espont espontane aneame amente nte.. Somos Somos nós que ace acessa ssamos mos o estado natural, não elas. Quaisquer que sejam as visõ visões es que que apar apareç eçam am,, não não deve deverí ríam amos os fica ficarr limitados por elas. Quer se trate de corpos com ou sem consorte, consorte, Dakinis pacífi pacíficas cas ou iradas iradas – ela elass aparecem estáveis e claras, porque praticamos na não dualidade (unificação). Desta Desta maneir maneira, a, ess essas as visões visões surgem surgem.. Pode Pode haver ambientes, assistentes, mandalas e assim por diante, cada um com as decorações e ornamentos. Elas surgem naturalmente porque cada coisa existe espontaneamente. Não fizemos nada de particular; simplesmente utilizamos os métodos. Segundo o Togbep : “Os sinais são os raios de claridade e as decorações das imagens”.
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“Cinco “Cinco lâmpada lâmpadas s de claridad claridade e nascem nascem no alto de sua cabeça”. Quan Quand do as visõe isõess fina finaiis apar aparec ecem em ao praticante, as cinco sabedorias surgem diretamente. Ao mesmo tempo, todas as visões se misturam à visão exterior. A visão real se mistura à visão exterior, ela é para nós a mesma visão – as coisas coisas materi materiais ais,, se mistur misturam am agora agora com com nossa nossa visã visão. o. Ao me mesm smo o temp tempo, o, as visõ visões es são são toda todass liberadas por si mesmas. Então a “Sabedoria Vazia” nos nos apar aparec ece e – e, o que que quer quer que que veja vejamo mos, s, a sabedoria sabedoria aparecerá. aparecerá. Pouco importa que vejamos vejamos amigos ou inimigos – todos são liberados em nossa visão. visão. As visões visões são totalmente totalmente misturada misturadas, s, sem nenhuma parcialidade. Todas as visões normais da vida são vistas como reinos do Buda. e das cinco famílias de Budas. Podemos ver de nosso peito os cinc cinco o raio raioss colo colori rido doss que que nos nos unem unem a essa essass divi divind ndad ades es.. De noss nossas as sobr sobran ance celh lhas as,, os raio raioss surgem; em seu seio aparecem os tigles que se tornam como mandalas das oitenta e seis deidades iradas e, no interior do coração, se manifestam as quarenta e cinco deidades pacíficas. Os canai nais se tornam completamente purifi purifica cados dos e, atravé atravéss deles, deles, as divind divindade adess e os se sere ress apar aparec ece em. Ne Nessse mom momento ento,, todos odos os pensam pensament entos os comuns comuns que se confun confundem dem com a ignorância são totalmente purificados e liberados. A cons consci ciên ênci cia a clar clara a e as sabe sabedo dori rias as apar aparec ecem em diretamente. Nesse momento, podemos nos focalizar sobre as pedras e as deslocar se quisermos. Nossa mente pode fazer marcas em um rochedo; não há nenhum apeg apego o ao corpo rpo físi físicco. O pra pratic ticante nte poss possui ui igualmente as seis espécies de falas claras e pode ver ver toda todass as mont montan anha hass como como para paraís ísos os das das divind divindade ades. s. Podemo Podemoss recebe receberr ensina ensinamen mentos tos da parte delas, e obtermos muitos conhecimentos, que receberemos sem nenhuma aprendizagem. O corpo físico e os canais são naturalmente lib liberad erado os, as cois oisas mate ateriai riaiss come meççam a desa esaparec arecer er.. A mente ente e o corp orpo fís físico ico são são se sepa para rado dos; s; tamb também ém o corp corpo o físi físico co come começa ça a desaparecer. Podemos ver o samsara e o nirvana. Podemos ver o samsara e descobrir que ele não é mais nossa causa cármica. Podemos ver o nirvana e ver que ele está ligado a nós. Todas as causas e as marcas cármicas desap desapare arecem cem como como as estrel estrelas as caden cadentes tes que se desfazem no espaço. Os três Kayas são realizados nesse instante. “Três “Três letras letras secretas secretas são inscrita inscritas s em nossa mente”. Todas as visões, os Nirmakayas portadores de conhecimento conhecimento e de purificações purificações aparecem aparecem ao praticante. É o resultado da prática do Dzogchen. Nenhuma outra escola pode fazer isso. Praticar, ver e utilizar os três Kayas é único do Dzogchen; Dzogchen; é por isso que o Dzogchen é o caminho mais esotérico. Na prática dos Oito Veículos, a realização dos três três Corp Corpos os se prod produz uz após após o fina finall do cami caminho nho (dur (duran ante te o esta estado do inte interm rmed ediá iári rio) o).. Aqui Aqui,, eles eles aparec aparecem em durant durante e esta esta vida vida e, então, então, podemo podemoss
prat pratic icar ar e rece recebe berr ensi ensina name ment ntos os prov proven enie ient ntes es diretamente deles. Alguns mestres dizem que essas visões não são mais que uma ilusão, e outros que se trata da últi última ma verd verdad ade. e. Segu Segund ndo o este este text texto o e minh minha a intenção, não poderemos dizer que se trata de uma ilusão ou de uma verdade. O que aparece é o que exis existe te es espo pont ntan anea eame ment nte e – nós nós não não pode podemo moss afirmar que é verdadeiro ou falso. O estado natural aparece aparece espontane espontaneamente amente ao praticante praticante,, mas as visões não são nem exteriores nem materiais. Na experiência do praticante que atingiu este estado, todas as visões são liberadas no estado natural.
A Quarta Visão. A quarta visão é o acabamento das visões natu natura rais is.. Aqui Aqui,, em funç função ão dos dos mé méto todo doss que que util utiliz izam amos os,, as visõ visões es do esta estado do natu natura rall estã estão o plenam plenament ente e desenv desenvolv olvida idas. s. Elas Elas são como como a lua cheia. Igualmente, quando a lua está cheia, e ela come meçça a decre ecresc scer er,, as visõe isõess decre ecresc scem em igualmente. Elas regressam até o tamanho de um tigle e o tigle se dissolve no estado natural de modo que o que subsiste é a unificação, nada mais. Por esta razão, dizemos que está “terminado”. A visão permanece no estado natural, é a verdade final, como quando do 30º dia do mês lunar do calendário tibetano não podemos ver a lua 85. As visões são maiores ou menores em função do praticante. O estado natural não é nem grande nem pequeno – ele tem sempre a mesma natureza sem tamanho nem cor. Este acabamento tem duas maneiras de se manifestar - gradualmente e rapidamente. No caso gradual, as visões se exibem totalmente e depois elas las dim diminue inuem m grad radualm ualmen ente te:: o prati raticcante nte dese desenv nvol olve ve as quat quatro ro lâmp lâmpad adas as de ma mane neir ira a progressiva e as visões desaparecem gradualmente. Se bem que isso seja extremamente extremamente raro, há pratic praticant antes es que foram foram purifi purificad cados os pela pela prátic prática a realizada em uma vida precedente e, para eles, as visõe isõess se desfa esfaze zem m e se rea reabsor bsorv vem muit muito o rapidamen rapidamente. te. Após o completam completamento ento das visões, visões, todos os aspectos da experiência se absorvem ao mesmo esmo tem emp po - não não some omente nte as visõe isõess que tivemos, mas também a visão comum, o corpo e a mente, mente, os órgãos órgãos dos sentid sentidos os e a consci consciênc ência. ia. Tudo se dissolve na nossa natureza porque todos todos os aspectos foram purificados 86. Porq Porque ue toda todass as visõ visões es exte exteri rior ores es fora foram m dissolvidas? A razão disso se prende ao processo da consciência clara gerada no coração pela chegada dos ventos ventos proven provenien ientes tes do canal canal que vem dos pulmõ ulmões es.. No fina finall das visõe isõess, est este canal nal é completamente desconectado e o estado natural se torna completamente puro87. Assim, todas as visões são dissolvidas e esta natureza volta à verdadeira fonte final 88. Se não chegarmos a natureza final, então um pequen pequeno o corpo corpo é deixad deixado o porque porque as visões visões não puderam ser todas dissolvidas. OS DOIS RESULTADOS
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Nesse Nes se moment momento, o, o pratic praticant ante e recebe recebe duas duas espé espéccies ies de cois oisas. as. No iníc início io ele ele rec recebe ebe o “nascimento livre” (isto é explicado mais adiante) e ajuda os seres. As visões começam a se dissolver e quando o praticante olha os dedos de sua mão, ele os vê cerc cercad ados os de luz. luz. Quan Quando do o prat pratic ican ante te se foca focali liza za sobr sobre e essa essass luze luzess e perm perman anec ece e em meditação, o corpo desaparece e, nesse momento, ele vê o universo como o reflexo da lua na água. O prat pratic ican ante te pode pode tamb também ém olha olharr o se seu u próp própri rio o corp corpo o e desc descob obri rirr que que ele ele é como como um reflexo em um espelho. Esse momento é chamado a “Grand “Grande e Transf Transferê erênci ncia”. a”. O pratic praticant ante e se torna torna entã então o um me memb mbro ro da linh linhag agem em daqu daquel eles es que que realizaram a “Grande Transferência” como os vinte quatro primeiros mestres da linhagem dzogchen 89. Eles pertencem então a sua comunidade. Quando ele possui um tal corpo, os olhares impuros vêm o praticante como uma pessoa comum, de fato, ele tem um corpo de luz (do onde a expressão o “livre e nascim nasciment ento”) o”).. Em seu corpo, corpo, não há nada de material, o copo pode completamente desaparecer ou atrav trave ess ssa ar muro muross sólid ólidos os ou voar oar no ar. ar. Tapihritsa é um exemplo: após ter atingido o corpo de arco-íris ele era capaz de aparecer sob todas as formas e a qualquer momento. No Chang Chung Nyengyu, se fala dele aparecendo a um homem rico sob o aspecto de um servidor; foi porque o homem era o benfeitor de Nangzer Löpo que meditava nas proximidades. Mais tarde, eles descobriram que o servidor era uma forma manifestada, e Tapihritsa ensi ensino nou u ao me mesm smo o temp tempo o ao rico rico doad doador or e a Nangzer Löpo, para finalmente aparecer sob uma forma cristalina e colorida do Dharmakaya. Um outro exemplo foi Lungbon Lanyen, que viveu no décimo século na província de Tsong, e que rezou durante um período bastante longo a fim de ver Tserwang Rigdzin. Um dia, Tserwang Rigdzin lhe apareceu e aceitou lhe dar ensinamentos. Na verd verdad ade, e, ma mais is de uma uma pess pessoa oa rece recebe beu u se seus us ensinamento ensinamentoss que incluem dzogchen dzogchen do Namkha Truldzö citado aqui. O praticante praticante pode reencontrar reencontrar uma pessoa comum, lhe falar, depois desaparecer e reaparecer a qualqu qualquer er moment momento. o. Ele pode, pode, também também,, ajudar ajudar todos os seres dos seis reinos. Se suas ligações já estã estão o pres presen ente tes, s, o prat pratic ican ante te pode pode inse inseri rirr sua sua mente na de um de seus discípulos e mudar assim a me ment nte e dest deste. e. Grad Gradua ualm lmen ente te os estu estuda dant ntes es praticarão e obterão seus próprios corpos de arcoíris íris.. Este Este é o prim primei eiro ro resu result ltad ado o 90. O se segu gund ndo o resultado é chamado: “obter a livre entrada”. Isso quer dizer que, se o praticante possui uma forma corpor corporal al que não é impres impressio sionan nante te ou podero poderosa sa para ajudar os seres, então, quando ele vir seus dedos rodeados de luz, não terá mais necessidade de se focalizar sobre eles. O praticante permanecer permanecerá á simplesme simplesmente nte na unificação, unificação, depois depois desaparecerá inteiramente e tudo se esvaecerá por si mesmo. Sozinha, a unificação permanece. É isso que que cham chamam amos os:: “tod “todas as as visõ visões es reto retorn rnam am ao estado natural” 91.
OS QUATRO SUPORTES
“As “As qu quat atro ro rain rainha has s das das esta estaçõ ções es o sustentam” Isso significa que existem, juntos, os quatro suportes. Segundo o texto do Ouro Refinado: “Existem quatro quatro suport suportes. es. O primei primeiro ro corres correspon ponde de as três três bases ases móve móveis is;; a seg segund unda se refe refere re às três três es esta tabi bili lida dade des; s; o terc tercei eiro ro supo suport rte e é como como se selá seláss ssem emos os com com crav cravos os as três três obte obtenç nçõe ões; s; e o quar quarto to é most mostra rarr os sign signos os da libe libera raçã ção o e das das quatro satisfações”. O prim primei eiro ro supo suport rte e – as três três base bases s imóveis. É, inicialmente, manter a postura do corpo tão estável quanto possível, a fim que nossos canais e nossos ventos se tornem calmos. A segunda base é manter o olhar imóvel, isso acelera o desenvolv desenvolviment imento o das visões. A terceira terceira é manter manter a mente sem falar, no estado natural, o que permite a unificação ser mais estável. O segundo suporte – as três estabilidades. A prim primei eira ra esta estabi bili lida dade de é a ausê ausênc ncia ia de ativ tividad idade e do corp orpo; a seg segund unda consi onsisste em perm perman anec ecer er tran tranqu quil ilo, o, sem sem nada nada faze fazer: r: noss nossos os ventos, então, se acalmarão e se liberarão por si mesm me smos os;; e, quan quando do os vent ventos os estã estão o calm calmos os,, a mente não será mais perturbada pelos pensamentos. A terceira se obtêm, se os ventos não são agitados pelos pensamentos, então as visões esta estarã rão o toda todass está estáve veis is e, se dese desenv nvol olve verão rão e atingirão sua forma final muito rapidamente. O terceiro suporte – selar as três obtenções. É como como se fixássem fixássemos os com cravos cravos as três três obtenç obtenções ões.. Durant Durante e este este períod período, o, os signos signos da intensidade de nossa prática se manifestam pelas três portas do corpo, da fala e da mente. O que realizamos se vê também através dos sonhos. Os primeiros sinais aparecem à porta de emergência do corpo. Temos a impressão de ser uma tartaruga colocada sobre um prato, imóvel em sua carapaça. Se fizermos isso com o corpo, os canais e os ventos se acal acalma marã rão o - é o sist sistem ema a natu natura ral. l. Quan Quando do a 93 Gra Grande nde Perf Perfei eiçção não não para ara a sua ação ação , as lâmpadas são fixadas como que com cravos. Todas as atividades corporais são, então, liberadas, e, sem nenhuma nenhuma atividad atividade, e, a unificação unificação e a consciênci consciência a clara se intensificam. Essa é a parte consagrada ao corpo. A segunda porta de emergência é a fala; ela é como uma batida ininterrupta de um tambor. Se não pararmos de falar, a mente irá para os canais e perturbar perturbará á nossa permanência permanência no estado estado natural. natural. Se pararmos de falar, nenhum vento irá para os cana canais is e a me ment nte e inal inalte terá ráve vell será será ma mais is clar clara a e estável. Seremos mais estáveis na unificação e na consciência clara. A terceira porta de emergência é a mente: a imagem é a de um pássaro preso em uma armadi armadilha lha.. Quando Quando todos todos os pensam pensament entos os e as
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ativid atividad ades es se tornam tornam natura naturalme lmente nte libera liberadas das,, a unificação e a consciência clara se tornam límpidas e está estáve veis is.. E é isso isso que que torna torna todas todas as visõ visões es homogêneas e pura uras. As visões impuras desa desapa pare rece cem m e as visõ visões es pura purass são são está estáve veis is e claras. Dura Durant nte e o perí períod odo o no qual qual as visõ visões es se dese desenv nvol olva vam, m, o prat pratic ican ante te é como como um home homem m muito doente, ele não tem o menor constrangimento com os outros. O praticante que manifesta esses sinais não se preocupa mais de estar limpo ou não - ele não se preocupa mais com sua aparência. Assim, para o praticante, nada mais tem importância. A razão é que os ventos entraram no canal central e que tudo está controlado pelo estado natural. O mundo das convenções ligadas aos pensam pensament entos os não tem a menor menor pertin pertinênc ência. ia. Todos os pensamentos estão imersos no estado natural. Isso é chamado: “conduzido ao corpo sem proc rocedim edime entos ntos”. ”. Pouc Pouco o depoi epoiss, o corp orpo do praticante será liberado no estado natural e os três aparecerã erão o em sua totali totalidad dade e atravé atravéss da Kayas aparec sabedoria do estado natural. Em se segu gund ndo o luga lugar, r, a fala fala do prat pratic ican ante te parecerá a de um homem louco para o qual nada mais ma is tem tem impo import rtân ânci cia. a. Ele Ele libe libero rou u todo todoss os pensam pensament entos, os, ele não está está mais mais preso preso por seus pens pensam amen ento toss e entã então o sua sua pala palavr vra a não não é ma mais is restringida. Ass Assim, im, o crav ravo do ind indizív izível el é apos aposto to a palavra. Para um tal praticante, a consciência clara e a unificação são muito brilhantes e é isso que o contr ontro ola. la. Ele Ele não não se apeg apega a ma mais is ao menor enor pensamento e ao que os outros podem pensar. Enfim, a mente do praticante praticante é como aquela aquela de um homem que tivesse sido envenenado: ela não tem mais censura. O praticante é comple completam tament ente e contro controlad lado o por sua consci consciênc ência ia clara e todas as coisas aparecem espontaneamente sem nenhum planejamento. Todos os pensamentos se liberam por si mesmos. Este é o cravo sem pensamento que fixa todos os pensamentos.
O quarto suporte – os sinais da liberação. Os sinais da liberação são apresentados em duas partes. No início, há um tempo de completamento, durante o qual as visões se tornam completas. Todas as coisas são liberadas e todas as visões se tornam perfeitas. É como o elefante que se banha na lama no meio de um arrozal. Ele sairá por si mesmo! O praticante não terá necessidade de prát prátic ica a part partic icul ular ar.. Isso Isso é cham chamad ado: o: “sem “sem nenhum entrave”. O resultado é que a sabedoria das atividades estará controlada; de maneira que, qualquer que seja a fala fala do prat ratican icante te,, ela ela se será rá doce oce a quem uem a entender. A fala será controlada pela consciência clara e a compaixão surgirá automaticamente. Tudo o que ele possa dizer se tornará ensinamento e este ensinamento será profundo e límpido. A mente é compa comparáv rável el ao homem homem que contra contraiu iu a peque pequena na varíola - uma vez curado ele não pega mais. Do mesmo mes mo modo, modo, quando quando o pratic praticant ante e libero liberou u todo todo pensamento, os pensamentos obscurecedores não
aparec aparecem em mais. mais. O pratic praticant ante e é contro controlad lado o pela pela sabe sabedo dori ria a e a cons consci ciên ênci cia a clar clara. a. Esse Esse sina sinall é chamado: “os cravos sem pensamentos que fixam os pensamentos que ressurgem” 94. O segund segundo o sinal sinal da libera liberação ção está está presen presente te em quatro divisões. É, aqui, a realização total. Todas as visões visões são rea realiz lizada adass e, durant durante e este este períod período, o, o corpo do praticante é semelhante a um cadáver. O que quer quer que ele ele coma, oma, ou o que quer uer que aconteça, ele não dá mais importância - tal é a sensação do corpo. Isso significa que a mente está comp comple leta tame ment nte e libe libera rada da na unif unific icaç ação ão e na claridade. O praticante não tem medo; assim, “Sem medo, o cravo fixa sem se focalizar”. Por exemplo, se o praticante está cercado de inimigos, ele não ficar icará á apav apavo orad rado. É o sina sinall de que todos odos os pens pensam amen ento toss estã estão o libe libera rado doss na unif unific icaç ação ão imutável. A fala fala do prat pratic ican ante te é como como um eco eco nos nos rochedos: o que quer que possam dizer os outros, ele o repetirá, porque ele não tem a intenção de dizer qualquer coisa. Esse sinal mostra que todas as sílabas que existem normalmente nos canais estão libe libera rad das na unif unific icaç ação ão;; assi assim m o “crav ravo do inex inexpr prim imív ível el fixa fixa os pens pensam amen ento tos” s”,, e tudo tudo é brilhante, límpido e natural. A mente do praticante é comparável à bruma que se dissolveu no espaço – não há marcas nem do lugar onde se produziu sua liberação nem de seu destino. Tudo o que resta é a unificação e a sabedoria liberadas além da ilusão. A sabedoria de aparece brilhante com estrondo. Esses sinais vêm ao praticante que concluiu as visões. O praticante recebeu quatro iniciações: para para os quat quatro ro sina sinais is do corp corpo, o, ele ele rece recebe beu u as quatro iniciações da base; ele recebeu as quatro inic inicia iaçõ ções es do cami caminh nho; o; na me ment nte, e, enfi enfim, m, ele ele recebeu as quatro iniciações do fruto. Tal é o sinal da liberação.
Reconhecer o grau de perfeição através dos sonhos. A perfeição vem em função da determinação do meditante em praticar. O melhor praticante põe um fim a visão onírica e não se preocupa mais de aprender pelos sonhos, estes são liberados na clara luz. É o sinal que ele atingirá o corpo de arco-íris dura durant nte e es esta ta vida vida.. O prat pratic ican ante te de segu segund nda a capacidade conhecerá as visões do sonho como um sonh sonho o e as cont contro rola lará rá;; quan quando do ele ele é capa capaz, z, a liberação será atingi ngida durante o estado intermediário. O praticante de terceira capacidade deteve as más causas cármicas dos sonhos e só tem sonhos agradáveis. agradáveis. Ele renascerá renascerá nos reinos manifestados de maneira mágica 95. Segundo o Ouro Refinado: “O praticante recebeu as transmissões de poder das visões. Graças a isso, todas as visões de causas secundárias são o suporte da prática. Ele igualmente recebeu as transmissões de poder do corpo corpo.. Graça Graçass a isso, isso, todas todas as coisas coisas materi materiais ais desaparecem e somente as claras luzes permanecem. Ele recebeu as transmissões de poder da mente e do vento secretas. Graças a isso, todos os pensamentos estão liberados no estado natural”.
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AS QUATRO SATISFAÇÕES SATISFAÇÕES A prim primei eira ra sati satisf sfaç ação ão é se segu guin inte te:: que que o pratic praticant ante e entend entenda a todos todos os ensina ensinamen mentos tos dos Budas, ou não, ele não fica nem alegre nem triste. O praticante não busca jamais os entender nem a vê-los vê-los porqu porque e ele rea realiz liza a comple completam tament ente e que o Buda não está afastado de sua unificação. A segunda é que o praticante não tem mais dúvida e não necessita de mais nada. A terc tercei eira ra satis atisfa façção é que, ue, quand uando o o prat pratic ican ante te vê a inte intens nsid idad ade e do sofr sofrim imen ento to dos dos reinos inferiores da existência, ele não tem medo. Ele não necessita rezar para não renascer nesses reinos porque o estado natural foi realizado. A quarta é que o praticante não se perderá jamais no samsara. Ele não tem nada em sua visão que que poss possa a cond conduz uzii-lo lo ao rena renasc scim imen ento to ou ao sofrimento.
AS QUATRO SABEDORIAS “Quatr “Quatro o servid servidore ores s obedec obedecem em a suas suas ordens”. Essas são as quatro quatro sabedori sabedorias: as: a primeira primeira é a faculdade de distinguir claramente (o intelecto). Todas as existências não se misturam. O praticante as distingue, pois claramente. A segunda é a capacidade de saber como as coisas estão unidas. O praticante vê a que ponto toda existência está unida à consciência clara. A terc tercei eira ra é de sabe saberr como como as coisas coisas são são liberadas. O praticante vê como as existências são liberadas no estado natural. A quarta é chamada a natureza última das coisas. O praticante vê que tudo o que existe é conduz conduzido ido inteir inteirame amente nte ao puro puro estado estado natura natural; l; nada existe além desta natureza. Isso Isso conc conclu luii os 42 mé méto todo doss da prát prátic ica a de Thögal. Todas as visões impuras são liberadas na natureza pura. O praticante atingiu o estado sem regresso.
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NOTAS 52. 52. As dis disti tinç nçõe õess são feit feitas as ent entre re e as duas duas técnicas a fim de as clarificar uma com relação a outra, e por não sugerir que uma ou outra possa funcionar sozinha. sem a prática fundamental da visão do trekchöd, o thögal não terá nenhuma significação, mesmo se isso possa funcionar. Sem o trekchöd, a base não é estabelecida para o thögal. Muitas Muitas pessoa pessoass desej desejam am fazer fazer retiro retiross no esc escuro uro diretamente. Mas sem o trekchöd, não há base para que as visões apareçam. Se espera esperarmo rmoss ver coisa coisass estran estranhas has,, é possív possível, el, mas isso não terá significado. A explicação é dada posteriormente.
53. 53. O corp corpo o se torn torna a tão sut sutil il que que não pod podem emos os vê-lo a olho nu, como se ele estivesse transformado em partículas muito finas. Há muitos outros efeitos da prátic prática a nas outras outras tradições tradições.. No mahamudra, por exemplo, o corpo desaparece e o corpo ilusório é realizado. Não é que o corpo físico se torne o corpo ilusório, o corpo físico morre normalmente mas a mente realiza o corpo ilusório. 54. As ca causas cármicas produzem o mundo das experi experiênc ências ias,, cada cada pesso pessoa a indivi individua duall possui possui sua parte parte dessa dessa visão visão comum. comum. Por exempl exemplo, o, pessoa pessoa chamada João, faz parte da visão comum, mas sua mãe o verá como seu filho, e sua mulher o verá como seu marido. É a sua parte pessoal. Então,com o corpo físico, tudo o que é parte pessoal se integra no corpo de arco-íris quando da transição final; o corpo de arco-íris é tudo que permanece após a purificação de toda visão cármica. O corpo inteiro se transforma em luz, mas as coisas materiais e as propri proprieda edades des – perman permanece ecem m uma parte parte da visão visão comum. 55. 55. Quan Quando do um um home homem m morre morre,, ele ele deix deixa a poss posses es,, móveis, casas, mas o: “isso é meu” ou “isso me perten pertence” ce” morre morre com ele ele.. Ningué Ninguém m pensar pensará: á: “é meu” de uma de suas posses anteriores a menos que isso tenha sido dado ou comprado. Portanto, Portanto, as ligações ligações cármicas se aplicam a todas as coisas, mas é preciso distinguir dois aspectos, o aspec spectto soc social ial e o aspec spectto pessoa ssoal. l. Não é, entr entret etan anto to,, como como na visã visão o Hinayana, onde se acred redita ita que que após o Buda. ter ent entrad rado em Parinirvana não restou mais traços, porque se tenha ido inteiramente – não-existente. É o corpo final do Dharmakaya, permanente porque não-manifestado. O corp corpo o de arco arco-í -íri riss é o corp corpo o ma mani nife fest sto o da budeidade, a forma do Sambhogakaya, na qual o corpo rpo, fala fala e mente ente estã stão comple mplettam ame ente nte purificados de todos os traços cármicos. Como ele é uma forma do Sambhogakaya, esse corpo corpo é imperm impermane anente nte;; entret entretant anto, o, alguém alguém que adquiriu o jalu (‘já’ lus) realizou os três Kayas dos pode ser ser vist visto o pelo peloss Budas. O Dharmakaya só pode Buda Budas; s; o Sambhogakaya pode pode ser ser vist visto o pelo peloss grandes grandes Bodisatva Bodisatvass; as form formas as do Nirmanakaya podem ser vistas pelos seres comuns, mas somente se eles tem causas cármicas necessárias. Todos os corpos manifestados são impermanentes, mesmo o Dharmakaya tem duas formas – o Dharmakaya da Sabedoria (o aspecto consciência), que é impermanente e o Dharmakaya natural (o aspecto vazio), que é permanente. 56. No trekchöd, não é fácil de ter visões puras, mas no thögal onde fazemos a experiência da fonte das visões, de sua natureza e da maneira como elas se libera liberam. m. É, pois, pois, mais fácil fácil purifi purificar car todos os objetos objetos e sujeitos sujeitos comuns. comuns. Trekchöd é como ler uma uma desc descri riçã ção o da visã visão o sem sem ver ver a visã visão o em si mesma. 57. 57. É dito dito as vez vezes es que que não não perc perceb ebem emos os senã senão o nosso próprio carma. Se nos detemos em ajudar os seres, isso significa que os outros seres têm uma realid rea lidade ade intrín intrínsec seca. a. Portan Portanto, to, mes mesmo mo se temos temos essa convicção, não podemos, de fato, realmente ajudar ajudar os outros outros.. Ajudar Ajudar os outros outros faz parte parte de
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nossa própria visão nascida de si mesmo no estado natural da espontaneidade nascida de si mesma. 58. 58. As visõe visõess apar aparec ecem em sempr sempre e como como exist existin indo do em si no trekchöd, mesmo se compreend compreendemos emos plen plenam amen ente te que que elas elas são são refl reflex exos os que que vem vem do estado natural. Então, no trekchöd as visões não mudam mudam mais mais – e ela elass são autolibe autoliberad radas as mas as visões não mudam. 59. Mesmo se, no n o trekchöd, compreendermos que que a visã visão o é auto autocr cria iada da,, noss nossas as visõ visões es estã estão o sempre sem pre mistur misturad adas as com nossa nossa visão visão ignora ignorante nte;; então, deveríamos praticar thögal para misturar as visões do thögal com as visões comuns. Quando praticamos trekchöd, nos resta sempre as visões para purificar; atingir a budeidade por este método levará levará tempo tempo.. É muito muito mais mais rápido rápido com thögal; thögal; trekchöd é gradual. 60. 60. Esta Esta vis visão ão é aqu aquel ela a da vis visão ão e da da unif unific icaç ação ão.. Não podemos separar a visão pura da unificação – elas se desenvolvem ao mesmo tempo. 61. Literalmente “bhumi” significa “terra” mas, aqui, falamos dos níveis da mente. Os dez bhumis representam a capacidade crescente nte do desenvolvimento do conhecimento. 62. O Svastika é o antigo símbolo do Yungdrung (eterno) Bön. Os bhumis dos quais falamos aqui são níveis níveis segund segundo o o Prajnaparam Prajnaparamita ita Bönpo. S e o s estudarmos globalmente, elas parecerão todas se refletir uma na outra. Cada uma tem seu próprio início, um objeto a purificar e um conhecimento a atingir. A cada etapa, há diferentes visões e cada tem suas suas próp própri rias as deid deidad ades es.. Quan Quando do bhumi tem realizamos uma bhumi, veremos as divindades e elass nos ensinarão ela ensinarão como como ir mais mais longe. longe. Quando Quando realizamos a primeira bhumi, veremos a deidade benevolente do Don ( dana), o Sambhogakaya da deusa da generosidade. Ela nos ensinará o antídoto dos dos obsc obscur urec ecim imen ento toss e como como os desc descar arta tar. r. A segunda é o componente moral ou shila; e assim em seguida pelos níveis os mais elevados. A filoso filosofia fia Bönpo tem uma origem origem totalm totalment ente e indepe independe ndente nte daquel daquela a da Índia Índia e é mais mais antiga antiga.. Mais tarde, ela encontra seu caminho para a Índia e os indianos aceitaram alguns dos seus conceitos. Um exemplo interessante é o sistema cosmológico de Vasubandhu. Esse sistema não tem nada em comu comum m com com os outr outros os sist sistem emas as cosm cosmol ológ ógic icos os budistas. Os budistas tinham o habito de dizer que esse sistema tinha sua própria especificidade. De fato, ele é quase idêntico ao sistema Bönpo. Na tradição Bönpo, o texto raiz é chamado o Dzöpu (mdzod (mdzod pug), pug), ele foi escrito na língua de Shang Shung com uma tradução tibetana em baixo. Ele é usado até hoje. 63. Löpon o traduziu por “consciência do Cuco”, mas trata-se de um texto diferente do famoso de Tun Huang, que leva o mesmo mesmo nome. 64. Um dos cana anais corre orresp spon ond de a consc onsciê iênc nciia normal do olho, o outro é aquele do qual falamos aqui: pois, a passagem é idêntica, mesmo se as visões visões de Thögal são geradas geradas interiormen interiormente. te. Na medi me dici cina na tibe tibeta tana na,, esse esse cami caminh nho o inte interi rior or é chamado o Yangje Karpo (yang rje dkar pó). Ele viaja entre o globo globo ocular ocular e os pulmões pulmões através da cavidade occipital sobre a periferia do cérebro, e é
por aí que vem as visões do Thögal. Normalmente, ele ele não não é util utiliz izad ado o até até que que ele ele se abre abre pelo peloss métodos do Thögal. No trekchöd, utilizamos sempre os canais normais do olho. 65. É uma uma posi posiçção muit muito o difíc ifícil il com com as perna ernass dobr dobrad adas as e as mã mãos os sobr sobre e a part parte e detr detrás ás do pescoço olhando para o alto. 66. Como para as posições do corpo, esses modo modoss de olha olharr não não deve devem m ser ser ma mant ntid idos os fort forte e demais, de outro modo isso perturbará a medi me dita taçã ção. o. A cois coisa a esse essenc ncia iall é de cont contro rola larr a mente. 67. 67. quer quer diz dizer er que que a me ment nte e não não segu segue e a vis visão ão.. 68. No q que ue conce ncerne rne ao aos tigles, existem os tigles materiais e os tigles naturais; o tibetano para os “tigles naturais” significa “vazio” “gota”. 69. Um capítulo do Shang Shung Nyengyu , seção dos ensinamentos e das iniciações. 70. 70. Esta Esta cor cor é a que que vemo vemoss quan quando do fix fixam amos os o céu céu e que notamos uma cor escura entre as montanhas e o céu. No início, veremos veremos a cor azul escura ainda mais escura que em outros lugares; isso quer dizer que as visões visões começara começaram. m. É como como no momen momento to quando começa um filme e que a tela está escura. 71. 71. A apar apariç ição ão ou não não dest desta a visã visão o – a prim primei eira ra visão azul escura – depende da qualidade de nossa prát prátic ica. a. Ela Ela pode pode apar aparec ecer er no céu, céu, ma mass isso isso depende muito do praticante. 72. Quan Quand do prati ratica camo moss, parec rece que o esp espaço aço está mudando, mas o espaço exterior não é a base dessas visões. Elas vem do interior. 73. 73. Aqui Aqui,, não não há apre apreen ensã são o ou foca focali liza zaçã ção o – para para nós é claro é muito brilhante. É a natureza da visão de trekchöd, a nat naturez ureza a ins insepar eparáv áve el, a nãonãodualidade. É a visão trekchöd da natureza nua. Sem trekchöd, a prática de Thögal não caminha; sem trekchöd , Thögal não é eficaz. Também não deveríamos praticar Thögal somente – ele deve ser prat raticad icado o para aralela lelam mente ente à Se trekchöd. abandonarmos a visão de trekchöd, as visões do terão nenhuma nenhuma signifi significaç cação ão é como como Thögal não terão olhar a televisão – melhor ir ao cinema! As visões podem surgir, mas se não há nenhuma comp compre reen ensã são o da ilus ilusão ão,, as visõ visões es não não terã terão o nenhum valor. Todo mundo pode olhar para o sol e ter visões, e assim por diante, mas isso não quer dizer nada. 74. É ai ainda a vi visão do do trekchöd. Mesmo se na visão do dzogchen, os sons, os raios e as luzes exista existam m espont espontane aneame amente nte,, se não pratic praticarm armos os senão o trekchöd, o que existe espontaneamente não terá a possibilidade de nos aparecer. É porque Thögal permite um processo de liberação de ilusão muito mais rápido, pois o que existe espontane espontaneament amente e nos aparecerá aparecerá.. Mas esta visão não é diferente daquela de trekchöd. 75. No Nova vame ment nte, e, o olho lho norma normall não não vê nad nada; a visão vem da unificação. 76. 76. Essas Essas duas duas cons consciê ciênci ncias as clar claras as são são da mes mesma ma nature natureza, za, mas mas,, quando quando estamo estamoss na unific unificaçã ação, o, a consciência clara é chamada a consciência clara da natureza, natureza, e quando quando praticamo praticamoss Thögal e que as visões se exibem, chamamos a consciência de a claridade – somente os nomes diferem.
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77. 77. Não Não há nad nada a a pega pegarr ou a reti retira rar; r; tud tudo o é da mesma natureza. 78. 78. As quat quatro ro etap etapas as não não são pro progr gres essi siva vass como como no Prajnaparamita ou nos ensinamentos tântricos com com os quat quatro ro cami caminho nhos, s, que que come começa çam m com com a purificaç purificação ão dos obscureci obscurecimento mentoss etc. Aqui, essas visões não são mais que um reflexo da intensidade de nossa prática; não há a noção de purificação ou desenvolvimento de antídotos para os obscurecimentos. 79. 79. Essa Essass visõe visõess pode podem m apare aparece cerr no inter interio iorr dos exteri rior or;; os tigles podem podem aparecer aparecer tigles ou no exte também por si mesmos. 80. Esta Esta téc técnic nica é simple mplessme ment nte e uma medid edida a temporária. Se não desenvolvermos essas visões, mas permanecemos somente no estado natural não as desenvolv desenvolveremos eremos rapidament rapidamente; e; inversame inversamente, nte, se não praticarmos o estado natural, poderemos ter algumas visões mas elas não serão nunca livres. Mas entã ntão, se as visões nos distrae raem da manutenção do estado natural, isso não é bom. Se perm perman anec ecer ermo moss cont contin inua uame ment nte e no esta estado do natu natura rall se sem m visõ visões es,, não não comp compre reen ende dere remo moss o aspecto ilusório da visão, temos então necessidade de duas técnicas. Isso não é como um jogo no qual jogaríamos por interesse; não devemos nos apegar à essas visões nem as agarrar. As visões estão aí para praticar. O mesmo serve para os retiros no escuro: poderemos ter experiências interessantes, mas elas não tem nenhum sentido em si mesmas. 81. Deveríamos praticar e descobrir o que funciona para nós – antes de tudo, somos nós que entraremos no estado natural. 82. 82. Trat Trataa-se se aqui, aqui, de de uma inst instru ruçã ção o fundam fundamen enta tall valiosa a qualquer tempo. Se permanecermos no estado estado natura natural, l, então então as visões visões se manife manifesta stam. m. Entretanto, não sigamos a s visões, não sejamos distraídos por elas. Existem três técnicas no Shang Shung Nyengyu – os olhares no escuro, no espaço e na luz. A primeira não é descrita neste texto que menciona somente os do espa espaço ço e da luz. luz. A prát prátic ica a no escu escuro ro é utilizada para estabilizar a contemplação e para o desenvolvimento inicial das visões. 83. 83. Se pro procu cura rarm rmos os a out outra ra met metad ade e da ima image gem, m, nada subsistirá – as visões partirão todas. O melhor é não tentar ver o que quer que seja. Se perm perman anec ecer ermo moss no esta estado do natu natura ral, l, elas elas virã virão o natu natura ralm lmen ente te porq porque ue este este é sua sua font fonte. e. Mas Mas se tentar tentarmos mos ver mais mais e tentar tentarmos mos focali focalizar zar nelas, nelas, elas desaparecerão; esses não são objetos da visão. 84. Este é um comentário do Shang Shang Shung Shung Nyengyu em um texto chamado As Seis Lâmpadas. Se, durant durante e este este períod período, o, morre morrermo rmos, s, ser seremo emoss liberados no estado intermediário, porque no início do bardo, as visões começam como nesta prática. Se rea realiza lizarm rmos os que ess ssas as visõe isõess em eme erge rgem espo espont ntan anea eame ment nte e do esta estado do natu natura ral, l, entã então o seremos seremos liberad liberados, os, porque porque não as agarra agarraremos remos como uma realidade. Isso é explicado no livro IV desse texto. 85. 85. Elas Elas prov provêm êm do do esta estado do nat natur ural al e reto retorn rnam am a mesma fonte. 86. 86. Isso Isso por porqu que, e, apó apóss have haverr atin atingi gido do o cor corpo po de de luz (‘já’ lus), as unhas e os cabelos permanecem –
nós podemos cortá-los, mas isso não faz mal, isso indi indica ca que que eles eles estã estão o fora fora da liga ligaçã ção o com com a natureza. Vinte unhas e alguns cabelos ficam. Um dos mestres de Shardza chamado Dawa Dragpa realizou a reabsorção completa de seu corpo em 1932 1932.. Ele pediu pediu a seus seus alunos alunos para para constr construír uírem em uma cabana, afim de que ele pudesse realizar o corpo de arco-íris, e pediu para manter o seu lugar secreto, particularmente diante de seu irmão muito podero poderoso so que vivia vivia à uma jornad jornada a de distan distancia cia,, porque senão ele iria perturbá-lo. Construíram uma caban cabana a fechad fechada, a, deixan deixando do apenas apenas um pequen pequeno o bura buraco co dura durant nte e algu alguns ns dias dias,, depo depois is fech fechar aram am compl completa etamen mente. te. Antes Antes de entrar entrar na caban cabana, a, ele tomou um pouco de leite depois mais nada. É dito que, que, dura durant nte e este este perí períod odo, o, pouc pouco o ante antess de sua sua entrada, ele desaparecia às vezes completamente aos olhos de seus estudantes. Depois, ele entrou na cabana e, em torno dela, se ouviram palavras e canções e foram vistos arco-íris no céu de formas extr extrao aord rdin inár ária iass reto retoss e alin alinha hado dos. s. Após Após uma uma semana, eles informaram a seu irmão, que foi muito raiv raivos oso o de não não ter ter sid sido avis avisad ado. o. Ele Ele viajo iajou u rapida rapidamen mente te até ess esse e lugar, lugar, ele briga briga com seus seus alunos e demole a cabana. Fazia nove dias que Dawa Dragpa havia sido ai encerrado. Quando o irmã irmão o olho olhou u o inte interi rior or pare pareci cia a que que Dawa Dawa aind ainda a estava estava lá e ele exclam exclamou ou ruidos ruidosame amente nte,, “To “Todo do mund mundo o diss disse e que que tu está estáss mort morto, o, ma mass tu não não estás...” então ele sacode as roupas, mas ali não havia mais nada. – somente vestimentas vazias que Dawa awa vesti estia a e que tomb tombar aram am sob sobre o solo solo.. Procurando as relíquias, ele encontra os cabelos e as dezenove dezenove unhas, mas não encontra encontra a vigésima. vigésima. Nest Neste e inst instan ante te,, o aluno aluno prin princi cipa pall de Dawa Dawa não não estav stava a ali, ali, e quand uando o ele apar apare eceu, eu, ele fez fez prosternações ao longo de todo o caminho que o conduziam ao lugar. Ele chega a cabana onde Dawa havia desaparecido, e, buscando os restos de seu mestre, ele encontra a unha que faltava. Ela pode ser vista ainda hoje em Deg. Quando Shardza morreu, em 1935, ele deixou atrás um corpo não maior que um prato; uma reabsorção parc parcia iall do corp corpo o foi foi tamb também ém real realiz izad ada a por por seu seu sobrinho e seu sucessor. O caso mais recente foi o caso de quatro estudantes. Um deles era amigo pessoal de Löpon, que começou a praticar com um estudante principal de Shardza nos anos cinquenta. Quando adveio a revolu revolução ção cultur cultural, al, ele eless foram foram brutal brutaliza izados dos com com todos os monges; um morreu nesse período e teve a absorção parcial dos elementos de seu corpo. Os dois dois sobrev sobrevive ivente ntess vivera viveram m até pouco pouco antes antes da morte de Mão. Um deles deu muitos ensinamentos a num numeros erosas as pess pessoa oass duran urante te o perí eríodo odo de libera liberação ção religi religiosa osa que se seguiu seguiu,, e quando quando ele morr morreu eu em 1983 1983,, ele ele este este muit muito o próx próxim imo o de desap esapar are ecer. er. Dois Dois mong monges es res residen idente tess em Kathma Kathmandu ndu estava estavam m presen presentes tes nesse nesse moment momento, o, como é descrito no apêndice I desse livro. Uma reabsorção parcial do corpo é simplesmente o result res ultad ado o do nível nível de prátic prática a atingi atingido do ao fim da existência. 87. O início desse processo poderia ser comp compar arad ado o à trav traves essi sia a de um ma mar: r: Esta Esta etap etapa a
AS ESFERAS DO CORAÇÃO Kun Tu Bzang Po’i Snying Tig
Shardza Tashi Gyaltsen
corresponde ao momento em que o viajante atinge o mar alto e não vê mais a costa. 88. Iss Isso não não é como se toda a visão exterior houvesse desaparecido e que o praticante não é capaz de ver o que quer que seja ou o que quer que isso seja. A visão que se dissolve é a visão que está ligada a nossas próprias marcas cármicas; de fato, o praticante pode ver os outros seres e tudo que faz parte das marcas cármicas que ele partilha com eles eles,, ma mass ele ele não não vê ma mais is as suas suas.. Nenh Nenhum um pensamento pode nos distrair; se nos olhamos em um espelho, somos invisíveis. O praticante pode ser percebido e as vezes desaparece. Isso depende da profundidade da absorção no estado natural. 89. 89. Isso Isso faz faz ref refer erên ênci cia a a linh linhag agem em Shang Shung Nyengyu que foi transmitida oralmente de mestre a discípulos: durante vinte e quatro gerações, todos os detent detentore oress da linhag linhagem em rea realiz lizara aram m a Grande Grande Transferência; o vigésimo quinto Mestre Tapihritsa, perguntou a seu discípulo Nangzher Löpo (snang zher lod pó) no VIII séc. de colocar o ensinamento por esc escrit rito, o, e muitos muitos outros outros corpos corpos de arco-í arco-íris ris fora foram m regi regist stra rado doss na linh linhag agem em escr escrit ita a que que daí daí surgiu. E ela permaneceu ininterrupta até hoje. 90. 90. tais tais mani manife fest staç açõe õess são rar raras as em em nosso nossoss dias. dias. Hoje, as pessoas não estão mais religadas, o que quer dizer que o praticante deve ter uma causa cármica e o mestre um engajamento para que uma tal manifestação chegue a se produzir. 91. 91. Algu Alguma mass veze vezess é expli explica cado do por por anal analog ogia ia com com uma estátua colocada no interior de um vaso de oferendas; não podemos ver a estátua do exterior exterior do obje objeto to,, se bem bem que que no inte interi rior or ela ela este esteja ja presente. Da mesma maneira, mesmo se as visões sejam dissolvidas, alguma coisa está presente; o praticante existe espontaneamente na unificação. Mes Mesmo se esta sta analo nalog gia é freq freque uent ntem eme ente nte utilizada, utilizada, ela pode causar confusão – devemos devemos nos lemb lembra rarr que que a unif unific icaç ação ão não não tem tem inter interio iorr nem nem exterior. 92. Shardza Shardza é o autor prolífic prolífico o de mais de quatorze quatorze volume volumess compor comportan tando do cada cada um centen centenas as de páginas. 93. Se nosso corpo é estável e não se move, naturalmente as lâmpadas não se deslocarão mais. 94. Isso Isso signi ignifi ficca que tod todos os pensa ensam mento entoss desaparecem. 95. 95. Esse Essess rein reinos os e ema mana nam m dele dele dur duran ante te o est estad ado o intermediário.
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