Fisiologia do recém-nascido e adaptação perinatal. DOCENTE: SILVIA MANFRIN ALVES CORREIA. CORREIA.
Circulação sanguínea fetal
CIRCULAÇÃO FETAL
O sistema circulatório fetal é especial, diferente adulto onde os pulmões e outros sistemas orgânicos funcionam. É através da PLACENTA que são transportados O2 e nutrientes, retirados da circulação materna para o feto; ocorre também a eliminação de CO2 e substâncias do catabolismo fetal para a circulação materna. A circulação fetal só é possível através de estruturas
PLACENTA ;VEIA UMBILICAL ARTÉRIAS UMBILICAIS (2) FORAME OVAL – abertura comunicando diretamente os átrios direito e esquerdo. DUCTO ARTERIAL – vaso fetal ligando a veia umbilical à veia cava inferior (VCI).
O início da circulação ocorre a partir da terceira semana da fecundação, na quarta semana as estruturas já estão definidas: átrio primitivo, bulbo cardíaco e ventrículo
CIRCULAÇÃO FETAL Circulação fetal( CF) converte-se para neonatal, Na CF, tem estruturas que desviam o sangue para fora do fígado e pulmões; O ducto venoso liga a veia cava inferior à veia umbilical, permitindo que a maior parte do sangue da placenta contorne o fígado; O forame oval e o ducto arterioso dirigem a maior parte do sangue para fora do pulmão, levando para a aorta onde será suprido de circulação ( oxigênio e nutrientes) o
Cont. CIRCULAÇÃO FETAL
Um outro órgão deve substituir os pulmões para que o feto receba adequado suprimento de sangue oxigenado; este órgão é a placenta. O cordão umbilical normal é formado por duas artérias e uma veia. O sangue oxigenado da placenta chega pela veia umbilical até o fígado, entra na circulação hepática e atinge a veia cava
Conversão da circulação fetal para neonatal Quando o cordão é clampeado, o neonato tem sua 1ª respiração, sendo o pulmão suprido de circulação, reduzindo o retorno sanguíneo para o ducto arterioso, há um aumento da pressão atrial esquerda, resultando em fechamento funcional do forame oval. Com a instalação do esforço respiratório, o ducto arterioso se fecha em torno de 15 a 24 horas após o nascimento.No ato do clampeamento o cordão cessa o fluxo sanguíneo através do ducto venoso, fechando funcionalmente essa estrutura.
CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS DO RN.
Sistema respiratório Entre 24 e 30 semanas gestacionais, os pneumócitos começam a secreção limitada de surfactante. Os pulmões fetais contém líquidos que serão forçados a sair pela boca e nariz na compressão torácica do nascimento, sendo o restante absorvido pela circulação pulmonar e sistema linfático. Haverá a respiração, em média 20 segundos após o parto devido a asfixia (hipoxemia, hipercapnia e acidose), que deve ser suprida pelos estímulos tácteis, ambientais entre outros.
Sistema hematopoiético
Hemácias: a eritropoiese é estimulada pelo hormônio renal, a eritropoietina. Ao nascimento, a saturação de O2 aumenta, inibindo a liberação da eritropoietina, reduzindo assim a produção de hemácias, podendo levar a anemia fisiológica. Hemoglobina: as hemácias fetais produzem hemoglobina fetal que tem mais afinidade com o O2, ajudando a manter um equilíbrio intra-útero. Leucócitos: ainda insuficientes deixando o RN sujeito a
Sistema hepático
Liberação da bilirrubina: a bilirrubina é um produto do heme após a degradação das hemácias, ligando-se a albumina plasmática, e não solúvel em água, ela é chamada de bilirrubina indireta. No RN há um acúmulo de bilirrubina indireta, sendo tóxica e levando ao quadro de icterícia Coagulação sanguínea: nos primeiros dias após o nascimento, o trato gastrointestinal não tem atividade bacteriana para sintetizar vit K suficiente, levando o RN a sangramentos, se não houver profilaxia. Metabolismo dos carboidratos: no RN a maior fonte de energia é a glicose, com as atividade neonatais essa reserva esgota-se levando a quadros de hipoglicemia.
Sistema renal Filtração glomerular: os rins deficientes, acumulam solutos e não conseguem realizar o equilíbrio corporal de água. O neonato urina dentro de 24 horas após o nascimento, podendo apresentar urina vermelho escura e nebulosa ( uratos e muco). Em geral torna-se inodora e clara. O RN amamentado ao peito tem de 10 a 12 trocas de fraldas e o amamentado artificialmente 6 trocas.
Sistema digestório
A capacidade gástrica é de 40 a 60ml no 1º dia de nascido, aumentando posteriormente. A peristalse é rápida, fazendo o estômago esvaziar-se entre 2 a 4 horas.A regurgitação está presente devido ao esfíncter da cárdia estar imaturo. Enzimas gastrointestinais: a amilase e lipase começam sua função após o 3º mês de vida. A digestão então começa no estômago e termina no intestino. Fezes: está presente o mecônio, substância fecal espessa,
Sistema imunológico
IgG materna: é transferida da mãe para o feto e confere a imunidade passiva adquirida. IgG fetal aparece em torno da 12ª semana gestacional. É ativa contra cocos Gram + (pneumococos e estreptococos) e não protege contra Gram – como escherichia coli e enterobacter. IgM: produzida pela estimulação antigênica, produzida na 20ª sem de gestação IgA: anticorpo do revestimento intestinal e brônquico, presente no leite materno. Confere imunidade passiva ao
Sistema neurológico
Todos os nervos estão desenvolvidos, porém não totalmente cobertos por mielina, dificultando os impulsos nervosos. O cérebro necessita de glicose e O2 em alta concentração, para manter suas funções. Os reflexos de flexão, extensão, deglutição, sucção e apreensão estão evidentes.
Termorregulação No nascimento a temperatura central diminui, perdendo 0,3ºC por minuto. O RN faz ajustes vasomotores – vasoconstrição para manter o calor e vasodilatação para liberar. Alguns fatores que levam a hipotermia: Uma grande superfícia corporal em relação a massa, Deposição limitada de gordura, Instabilidade vasomotora,
Sistema musculoesquelético
A ossificação é incompleta ao nascer. Seis ossos finos e desunidos formam o crânio, dando origem as fontanelas. Os músculos são definidos e ganham força, massa e tamanho, sendo crucial para o desenvolvimento da postura e mobilidade.
Sistema reprodutor Os ovários contém todos os óvulos. Os testículos descem para a bolsa escrotal, embora o esperma só apareça na puberdade. Os efeitos hormonais imperam e o RN pode apresentar leite no broto mamário, pseudomenstruação na menina. No menino há aderência no prepúcio, levando a fimose.