Investigação Exegética
%
Investigação Exegética Relativa ao Pentateuco 1. Breve Breve histó história ria da inve investig stigaçã ação o
Analisaremos alguns termos técnicos e fundamentais para a compreensão deste ponto do estudo. 1.1 Tradição, Redação e Co!osição
Tradição: este termo pode designar, no estudo bíblico, um conteúdo oral ou ou escrito que se transmite de uma geração outra, de um grupo a outro grupo ou de uma pessoa a outra pessoa !cf. "# $,%&' (l )),*' +,&' "l %,&' Est ),%+lm. /ma tradição pode pertencer ao g0nero narrativo, legislativo, hínico etc. “tradidi enim vobis in primis quod et accepi quoniam Christus mortuus est pro peccatis nostris secundum secundum scripturas et quia sepultus est et quia resurrexit tertia die secundum scripturas”. 1porque, primeiramente, eu vos transmiti, como eu mesmo 2avia recebido, que 3risto morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras e que foi sepultado e que foi ressuscitado ao terceiro dia segundo as Escrituras4 !%3or %5,&-).
Redação: é a formulação literária de uma tradição tradi ção ou um conjunto de tradições t radições. /m autor, ao receber uma tradição oral ou escrita, a redige, caso se6a oral, ou a reescreve, atuali#ando-a, antes de transmiti-la novamente. 7ortanto, uma mesma tradição pode con2ecer redaç8es diferentes e sucessivas. 7or exemplo, o relato da idolatria sobre o be#erro de ouro con2eceu uma redação sacerdotal !cf. !cf. Ex &*,%-$ e uma redação deuteronomista !cf. 9t :,%%-*%. ; o mesmo epis
s autores das composições não criam o material narrativo ou legislativo que re?nem. > trabal2o consiste em ordenar e dar forma a esse material segundo uma perspectiva teol
Investigação Exegética
%%
ter=ria !tradição Elo2istaB, onde os elementos formam um !uiasmo e Ex &*@&) encontra-se no centro desta estrutura%. " *),%5b-%C a nuvem sobre o (inai B *5,%-&%,%%C normas para construir o santu=rio C &%,%*-%+C normas relativas ao s=bado # $1,1%&$',$() ru!tura e renovação da aliança C* &5,%-&C normas relativas ao s=bado B* &5,)-)-&&C construção do santu=rio "* ),&)-&C a nuvem sobre a Dorada 1.+
#ocuentos, Co!leentos e ragentos
a 2ist modelo dos docuentos&-ontes pode ser esquemati#ado da seguinte maneiraC Tradiçes /orais ou escritas0
T1
#ocuentos /de é!ocas di-erentes0
T+
T$
#1 #+ #$
#a fusão de documentos surge o
Te$to final #1 2 #+ 2 #$
ComlementosC a partir de tradiç8es antigas, orais ou escritas, teria sido composto um documento antigo, que foi recebendo sucessivos complementos. esta teoria, os complementos se diferenciam dos documentos pelo fato de não terem autonomia liter=ria, pois v=rias mãos nele trabal2aram. /m complemento pressup8e a exist0ncia do documento antigo que ele com%
%uiasmoC um texto se reparte de modo simétrico em relação ao seu centro.
7entateuco
%*
pleta eou corrige. Esta teoria pode ser esquemati#ada da seguinte maneiraC Tradiçes
T1
T+
#ocuento "ntigo
Co!leentos
T$
T'
#
C1 &&&&&&&&&&&&&&&& C+ &&&&&&&&&&&&&&&& C$ &&&&&&&&&&&&&&&&
Texto inal
&ragmentosC nesta teoria, as tradiç8es teriam sido veiculadas independentemente durante muito tempo umas das outras e somente mais tarde foram reunidas em torno de temas narrativos específicos, originando os fragmentos. /ma composição liter=ria !ou v=rias composiç8es liter=rias sucessivas teria!am re-agrupado essas tradiç8es e fragmentos. Esta teoria não aceita a 2ip
T1
fragmentos de temas narrativos co!osição/es0 tardia/as0 a !artir de tradiçes antigas e dos -ragentos
T+
f'
T$
f(
T'
f)
C1
C+
Texto inal Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
%& *.
Investigação Exegética "3ordage 4istórica) das 5rigens 6 teoria docuent7ria*
A tradição 6udaica, seguida pela tradição cristã, ensinou que Doisés era o autor dos cinco primeiros livros da Híblia. Essa tradição levou, naturalmente, designação da Gora27entateuco como sendo os cinco livros de 8oisés. Esta concepção tem um fundamento bíblico, pois em alguns textos encontrase a atividade legislativa de Doisés. as f Antigo Gestamento, além disso, atribui expressamente a Doisés a redação por escrito de certas passagensC a vit ponto de partida é a tradição em torno da autoria de Doisés, levando-se em consideração uma questãoC erá !ue ois+s oderia ter sido insirado a onto de oder rever e descrever anteciadamente a sua r.ria morte/ !cf. 9t &) o final do século MLI algumas vo#es surgiram e certo n?mero de observaç8es críticas fragili#avam, progressivamente, a tese cl=ssica, oriunda da tradição 6udaico-cristã, que considerava Doisés como o autor do 7entateucoC ) > almud di# que 9t &),5-%* são da autoria de "osué. (obre esta questão, cf. A. de 7urN, ! "entateuco em quest#o, 7etr
7entateuco
%)
A( &( )arlstadt !%)$-%5)% partindo da diversidade de estilos que se encontra nos cinco livros, indaga se as aç8es pertencem realmente a Doisés ou devem ser atribuídas a outros. (egundo ele, existe um bom fundamento para pensar que o narrador nestes textos não se6a o pr
A palavra talmud significa estudo, ensino, mas também a doutrina tradicional ou o estudo da tradição, e neste sentido designou o coment=rio /ishná. ishná vem da rai# 2ebraica , que significa repetir. A repetição era o sistema de ensino e de aprendi#agem na transmissão oral. 7or isto, o verbo, em época rabínica, adquire o significado de estudar, memori#ar, ensinar pela repetição, com refer0ncia tradição oral. A ishná passar= a designar um livro, cu6a reconpilação remonta ao início do século III d.3. na Raliléia. Geve por base a autoridade de Pabbi Se2uda2 2a-asi, que é considerado seu editor ou respons=vel. A obra adquiriu imediatamente uma autoridade can0nica dentro do 6udaísmo, pois viu-se nela a formulação da Jei >ral que, na compreensão 6udaica da revelação, acompan2a a Jei Escrita !cf. Diguel 7;PEO KEPT9EO, 12iteratura rab'nica1 , in R. APA9A 7;PEO, 2iteratura .udaica $ntertestamentária, (ão 7aulo, Ave-Daria, *, &:-)*$. )
Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
Investigação Exegética
%5
Este período da investigação interessar-se-=, particularmente, pelo problema da unidade liter=ria dos cinco primeiros livros da Híblia. (urgirão algumas 2ip conte?do legislativo de 9t %* é muito pr
•
7entateuco
%$
relato que se apresenta de uma forma continuada, isto é, uma história da 2ei de $srael . " 4i!ótese dos "ocumentosC na base do nosso 7entateuco se percebem duas, tr0s ou mais tramas narrativas contínuas !fontes ou documentos que, redigidas em épocas diferentes e com ideologias diferentes, teriam sido 6ustapostas ou imbricadas umas s outras por redatores sucessivos. " 4i!ótese dos &ragmentosC é uma reação 2ip
1ulius 2ellhausen !%))-%:% sistemati#ou, no final do séc. MIM, os dados dos estudos anteriores e prop8e uma teoria que, mesmo con2ecendo retoques nos dec0nios posteriores, ser= aceita em suas lin2as gerais até %:+5. 3ellhausen distingue tr0s documentos sucessivos. A fusão destes est= na origem do 7entateucoC um documento .eho7ista !"E é o mais antigo, pré-exílico !fins do séc. LIII a.3., o Deuteron0mio !9t relacionado com a época de "osias e um documento sacerdotal !7 W "riestercodex de época exílicapbs %C o .ah7ista !" e o 6lohista !E, segundo 3ellhausen, não são fontes de f=cil reconstrução. Elas passaram por muitas 4ases e m#os antes de assumir a sua forma atual. > 13 é o resultado final da fusão do > e do E, mas separ=-las não é possível. >bs *C > ,acerdotal !7 é uma compilação de documentosC Ph *eilig8eitsgeset ou lei da santidade !cf. Jv %+@*$, Pg 5rundschri4t ou escrito 4undamental !narrativa da criação Rn %,%@*,)a' 2ist primeiro !>E e o terceiro ! P abarcam de R0nesis até o final do Getrateuco !m, o segundo é o 9euteronFmio. 3ellhausen prop8e que se fale de um Uexateuco ao invés de um 7entateuco, pois 2= um pro6eto 2istoriogr=fico até "osué. Esta opinião ser= seguida por R. von Pad e não ser= contestada até os trabal2os de Dartin ot2. Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
%+
Investigação Exegética
A 2ips documentos 1ah4ista 516 e 3lohista 536 passam a ser distinguíveis. o pr+. 7or outro lado, mesmo que a teoria de Vell2ausen não inclua dados relativos ao período pré-liter=rio ou s tradiç8es orais de Israel da época pré-mon=rquica, a investigação da primeira metade do séc. MM se desenvolver= neste sentido, com as pesquisas de *ermann 5un8el !%$*-%:&*5, Albrecht Alt !%&-%:5$, e, mais tarde, com os trabal2os de 5erhard von +ad !%:%-%:+% e /artin 9oth !%:*-%:$. >s dois ?ltimos elaborarão a 2ip 1credo 2istral. $ Era celebrada sete semanas depois da festa da 7=scoa !cf. m *,*$' 9t %$,:-%. >riginalmente era a festa da col2eita !cf. Ex *&,%$ na qual se ofereciam as primícias do pão feito com o novo grão. o 6udaísmo posterior conquista de Alexandre Dagno, começou a ser c2amada de 7entecostes, isto é, cinq\enta dias ap
7entateuco
%
aos fatos do (inai e denota que o esquema tradicional ou fundamental não permitia uma mudança essencial. A primeira alusão ao (inai neste esquema aparecer= em e :,$-%5, mas este é obra do 3ronista e se inspira na narrativa sacerdotal !Ex *)@ ). 7ara von Pad, existem quatro grandes tradiç8es ou ciclos tradicionais que se desenvolveram em torno do credo cultual e para o qual convergem v=rios outros temas subordinados. >s quatro ciclos sãoC a tradiç#o do :xodo e da conquista , a tradiç#o do ,inai, a história dos patriarcas e a história das origens . > ,it im 2eben destas tradiç8es é o culto. A empresa liter=ria, que reuniu num escrito as tradiç8es dispersas do povo, aconteceu no início da monarquia, quando 6= se verificam sinais de crise em certas pr=ticas cultuais que coincidia, de certo modo, com o surgimento do dese6o de maior estabilidade estatal. (ão os indícios de amadurecimento dos tempos em que se dar= a passagem de um sistema tribal para o sistema mon=rquico. Em ?ltima an=lise, o .ah7ista, do século M a.3., foi o primeiro grande compilador das tradiç8es, e incluiu na sua obra as novas tend0ncias. > 6lohista, que vem dois séculos depois, é mais apegado s antigas tradiç8es que o .ah7ista, principalmente devido atividade dos profetas Elias e Eliseu. > Deuteronomista é um retocador de índole barroca, que deve a sua forma liter=ria singular ao culto. > ,acerdotal não é uma simples obra narrativa, mas um complexo teol Uexateuco é o resultado da conflu0ncia destes quatro documentos-fontes que buscou conservar as características de cada um. ; preciso levar em consideração e não esquecer que o Uexateuco é uma obra con6unta, fruto de v=rias épocas e autores, com muitas tradiç8es e teologias que confluíram na sua elaboração final. A base do Uexateuco são as festas religiosas e os credos históricos que as ritmava, centrada nos temas da conquista e do (inai. As profiss8es de fé serviram de moldura para que as diversas tradiç8es fossem sendo inseridas. As obras redacionais que foram surgindo mantiveram e delinearam o Uexateuco como um documento de fé. 7ara 8 #oth, diversas tradiç8es geram v=rias fontes. As tradiç8es orais, antes de serem consignadas por escrito, tiveram uma longa 2ist
%:
Investigação Exegética
dois temas principaisC =$odo do 3gito e entrada na terra de Canaã ' depois, a romessa feita aos atriarcas !para explicar o sentido dado conquista ; a condução do ovo atrav+s do deserto !luta pela sobreviv0nciaC aqui se encaixa a sua teoria "n-iccionista+, isto é, a con-ederação das 1+ tri3os e a revelação no inai . (egundo D. ot2, o tema da conquista desapareceu por ocasião da redação final. A estes temas fundamentais foram sendo enriquecidos com outras tradiç8es secund=riasC as pragas do 6gito e a celebraç#o da páscoa ' episódios da conquista, a presença de .acó em ,iqu específico dos diferentes documentos, as relaç8es de depend0ncia que alguns mantiveram entre si e os processos que condu#iram sua fusão liter=ria podem ser esquemati#ados, na teoria document=ria cl=ssica, da seguinte maneiraC A > documento 1ah4ista />0 data dos inícios da monarquia !séc. M a.3.. > 1ah4ista é um escritorredator do sul !"erusalém que desenvolve uma ideologia mon=rquica. 7ode-se atribuir ao 1>4 textos como Ex *,%-% ou Rn %. Doisés e Abraão @ mediadores eleitos por 9eus @ representam nestes relatos a futura e em blem=tica figura do rei. H > documento 3lohista /E0 vem do reino do norte !séc. IM-LIII a.3.. Esta tradição é mais reservada no que di# respeito monarquia e retoma teses teols documentos 1ah4ista e 3lohista foram fundidos provavelmente depois da queda do reino da (amaria !+*%a.3. e de israelitas em fuga para "ud=. /nidos, formarão o documento 1eho4ista />E0.
+
"n-iccioniaC D. ot2 e von Pad tentaram identificar o contexto vital ! ,it im 2eben no qual se
produ#iu o nascimento e o desenvolvimento das tradiç8es orais do Israel pré-mon=rquico. A liturgia constitui, para estes autores, o marco específico da proclamação das tradiç8es orais. > relato da aliança de (iquém !cf. "s *), seria o reflexo de uma pr=tica lit?rgica pela qual as tribos de Israel proclamam sua 2ists limites desta teoria estão no fato de trans!lantar para o Israel pré-mon=rquico uma pr=tica s reino unido se dividiuC o norte ficou com "eroboão !Israel com capital em (amaria e o (ul com Poboão !"ud= com capital em "erusalém ap reino do norte foi destruído por (argão II em +**+*%a.3. !cf. *Ps %+.
7entateuco
*
9 > deuteronomista /#0 fa# sua aparição durante o reinado de "osias, no final
do século LII a.3., por ocasião da descoberta do livro da Jei. A sua inspiração vem deste livro que pautar= toda a reforma empreendida por "osias. E > documento sacerdotal /P, de "riesterschri4t , escrito sacerdotal, ou mel2or, Pg, "riesterschri4t 5eschichte , 2ist P Geria sido redigido durante os anos do exílio em HabilFnia pelos círculos sacerdotais deportados de "ud= !5:+ a.3.. K > documento sacerdotal recebeu, ap documento sacerdotal e o documento >E foram fundidos para formar o etrateuco />EP0. U > Getrateuco e o 9euteronFmio se fundem e formam o "entateuco />E#P0. Eis o prospecto esquem=ticoC 5@TEA 5R"IA e EACRIT"A
++ a.C. D > D E
F++ a.C. D >E D# 2
2 DP
($% a.C.
D > E P # 'GG a.C.
*.&.* @a orige das novas hi!óteses
Até mesmo os que ainda defendiam o modelo de Vell2ausen começaram a ver, com uma clare#a cada ve# maior, as dificuldades e aporias !conflito de opini8es que tal modelo tin2a na aplicação de seus princípios. > modelo foi criado, inicialmente, para explicar a composição de R0nesis e Ex %@%5 e depois foi aplicado a todo 7entateuco, porque era aceito, por 2ipormgeschichte !2ist
*%
Investigação Exegética
origem do 7entateuco, c2egaram a tr0s interessantes observaç8es com seus estudosC a o começo da formação das tradiç8es existem pequenas narrativas com diferentes ,it im 2eben !contribuição de U. Run[el' b >s diferentes temas de tradiç8es !Abraão, ]xodo, (inai etc tiveram uma origem regional e 2ist_, teria sido uma construção liter=ria dessas tradiç8es c?lticas !contribuição de von Pad. +.$.$ ?iites a!ontados so3re a teoria dos docuentos
> modelo de Vell2ausen foi aceito até os anos +, apesar de todos os problemas que tin2a para explicar e determinar a posição e enquadramento dos diversos textos dentro das fontes. os ?ltimos trinta anos, a teoria dos documentos-4ontes deixou de ser o orgul2o da exegese moderna e começou a receber diversos questionamentos e ataques que tornaram patentes as fraque#as metodolutros exegetas preferiram abandonar totalmente a teoria dos documentos-4ontes e reassumir o modelo dos ciclos de tradiç8es ! 4ragmentos ou o modelo de um escrito b=sico !complementos. A teoria dos documentos recebera em %:& os seus primeiros e fortes ataques. 7ara certos estudiosos, a dificuldade para se distinguir os documentos ^ >_ e ^E_ fe# com que se questionasse a necessidade de se admitir a exist0ncia da fonte ^E_ como sendo um documento separado e autFnomo. 7or exemplo, V. P/9>J7U e 7. Lol# constataram que os elementos classicamente reunidos debaixo da designação 3lohista não constituíam uma trama narrativa contínua, coerente e 2omog0nea. Eles começaram, então, a negar a exist0ncia de um documento que corresponda fonte 3lohista. >utros estudiosos afirmam que a teoria dos documentos ou modelo das fontes na pr=tica funciona 1bem4, como m+todo, no livro de R0nesis e na primeira metade do livro do ]xodo !cf. Ex %@%5, mas fracassa quando aplicado ao restante dos textos. Ao lado disto, mais da metade do material contido no livro dos ?meros não poderia ser estudado segundo o modelo de Vell2ausen. > pr
7entateuco
**
recon2ece que o livro dos ?meros é uma composição a partir de tradiç8es diferentes. Ao compararmos o estudo de dois exegetas sobre o material atribuído s fontes ^>_, ^E_ e ^P_, percebe-se, claramente, que não existe entre eles uma correspond0ncia. >s credos históricos !cf. 9t $,*%-*&' *$,5-:' "s *),*-%&, considerados como sendo os antigos n?cleos de tradiç8es orais por von Pad, se tornam ob6etos de uma nova avaliação crítica e passam a ser atribuídos aos autores deuteronomistas. Isto leva a supor uma datação muito mais tardia para estas passagens. >utra crítica feita teoria dos documentos di# respeito delimitação e datação do documento 1ah4ista. ão parece possível alcançar nen2um consenso quanto delimitação exata deste documento. >s séculos M-IM a.3. não ofereceriam as condiç8es necess=rias para que surgisse uma teologia da 2ist_ veio depois do ^#t_ e compFs a sua 2istoriografia andando para tr=s. > ^>_ reconstr ^ >_ atuou e escreveu de pois do 9euteronFmio o que aconteceu antes dele, isto é, antes da conquista. 7ara D. Pose, o ^>_ seria uma síntese e ele seria o ^ !ai_ da teologia da 2ist_ ^E_ ^#_ ^P_ é demasiada simpl .ah7ista, p_ t<, co e-eito, u !arentesco estreito co a literatura dtHdtr. Além disso, ele apresenta como argumento, que a maior parte das tradiç8es, aparentemente fundamentais no 7entateuco, não são nunca mencionadas nos textos pré-exílicos, especialmente entre os profetas dos séculos LIII-LII a.3. Godavia, (c2mid não conseguiu apresentar um modelo explicativo que fosse realmente novo e capa# de substituir o modelo dos documentos-fontes !cf. :
%
Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
*&
Investigação Exegética
7ara D. Pose, a questão da redaç#o do 7entateuco sempre ficou por conta da determinação quanto s 4ontes, fa#endo com que os crit mesmo poder-se-ia di#er a prop sumario 2istnico e sincr>nico. o tipo diacrnico utili#a-se o método exegético da +eda8tionsgeschichte !2istnico e hist.rico . o tipo sincrnico se utili#a, em ve# da crítica de tipo 2istnico e literário .
7entateuco
*)
sacerdotal, deve-se dar uma certa prioridade na pesquisa do 7entateuco a esse consenso e distinguir uma camada (acerdotal e uma camada não-sacerdotal. /ma futura teoria sobre a composição do 7entateuco deve considerar, mais do que se fe# até 2o6e, o processo de composição das diferentes camadas do 7entateuco dentro do con6unto do AG, especialmente dos livros "s@*Ps e dos Jivros 7roféticos. Ao mesmo tempo, uma nova teoria deve dar uma atenção maior ao processo de composição das diferentes coleç8es legais !3 car=ter limitado desta eleição pode condu#ir a subestimar a complexidade do processo de composição do 7entateuco e a recair nas mesmas dificuldades e críticas que foram feitas teoria document=ria.
3f. P. PE9G>PKK, $ntroduction % lBAncien estament , 7aris, 3erf, %::, *$+-*+.
%&
Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
Investigação Exegética
*5
7or outro lado, Hlum recon2ece a exist0ncia dum escrito sacerdotal independente, o que parece contradi#er os dados da an=lise liter=ria de alguns textos. Enfim, mesmo incluindo o manifesto interesse liter=rio e teol
&. Estado atual da investigação e Kuestes e de3ate >s estudiosos concordam e recon2ecem a exist0ncia plausível de antigas tradições escritas r+-e$ílicas, que proporcionaram o surgimento das fontes, a partir das quais foram compostos os escritos mais tardios, de época exílica e ps textos sacerdotais formaram um documento independente ou seria mel2or falar em comosição sacerdotal B & ue abarca, exatamente, o ad6etivo deuteronomistaB ) 3omo se processou afinal a formação do texto definitivo do *entateucoB $.1 4i!óteses ais !recisas so3re os textos ais antigosL
; difícil di#er se as antigas tradiç8es narrativas circularam independentemente umas das outras ou foram re-agrupadas em uma ou v=rias coleç8es !ou documentos. Estas tradiç8es expressam teologias diferentes !mon=rquicas e antimon=rquicas e, por isso, prov0m de ambientes e meios diversificados !cortesãos, proféticos, laicos, cultuais etc. Eric2 Oenger acredita que, inicialmente, v=rias tradiç8es foram re-agrupadas no seio de um ?nico documento 6= no final do séc. LIII a.3., denominado ?ra 1erusalimitana de @ist.ria%). o que di# respeito aos textos de cun2o legislativo, a coleção mais antiga est= representada pelo C.digo da mio. /tili#a como fonte liter=ria as leis do Código da A 2ip
%)
7entateuco
*$
Aliança e poderia ser contemporXneo do reinado de E#equias, rei de "ud= entre +%$-$+ a.3. &.* Textos sacerdotais) docuentos ou co!osiçãoL
A an=lise diacrnica do Getrateuco !Rn @ Jv, por um lado, permite aceitar a exist0ncia de relatos sacerdotais independentes ou autFnomos. > con6unto destes relatos parece formar uma trama narrativa muito coerenteC 2ists resultados obtidos para uma perícope determinada não podem ser generali#ados. 3oncluindo, parece legítimo ficar com a 2ip
. Jo2fin[ pergunta pelos critérios que permitem atribuir um texto a autores deuteronomistas. A teologia #tr é específica de uma época limitadaC durante e de pois do exílio babilFnico. >s #tr acrescentam alguns complementos ao n?cleo antigo do 9euteronFmio !9t %*-*$ e dão forma 2istoria deuteronomista !"s a *Ps. A sigla P designa as seç8es sacerdotais da perícope indicada. 3f. . J>UKIQ, 1El escrito sacerdotal N la 2istoria4, en 2as tradiciones del "entateuco en la
Copyright © 2011 Leonardo Agostini Fernandes – Todos os direitos reservados.
*+
Investigação Exegética
Godavia, não é possível atribuir-l2es, na base de simples critérios de semel2ança de vocabul=rio e estilo com o 9euteronFmio, textos mais tardios do Getrateuco. a an=lise, é importante distinguir entre literatura deuteronomista propriamente dita !#tr e releituras tardias que pressup8em semel2ante literatura !releituras posteriores. Algo parecido pode ser dito também a respeito da literatura sacerdotal. $.'" -oração do texto de-initivo
; difícil de se determinar, com precisão, a maneira como se articularam, por um lado, as intervenç8es dos autores sacerdotais, e, por outro lado, a ação dos autores deuteronomistas depois do exílio. uanto a isto, pergunta-seC teriam 1tais autores4 trabal2ado de forma simultXnea ou um ap