s o m u s e R e s a r t s e l a P
IV Simpósio Nacional do Morango III Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul
Carlos Reisser Jr. Luís Eduardo C. Antunes José Francisco M. Pereira Maria do Carmo B. Raseira Marcia Vizzotto Fabiano Simões
Empresa Brasileira de de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária Pecuária e Abastecimento Abastecimento
IV Simpósio Nacional do Morango III Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul
palestras & resumos
Organizadores Carlos Reisser Júnior Luis Eduardo Corrêa Antunes José Francisco Martins Pereira Maria do Carmo Bassols Raseira Marcia Vizzotto Fabiano Simões
Embrapa Clima Temperado Temperado Pelotas, RS 2008
INFORMAÇÃO EDITORIAL Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Clima Temperado Rodovia BR 392, km 78, CP: 403, CEP: 96001-970 Pelotas - RS - Brasil Telefone: +55 53 3278-8100 Editores Carlos Reisser Júnior Luis Eduardo Corrêa Antunes José Francisco Martins Pereira Maria do Carmo Bassols Raseira Marcia Vizzotto Fabiano Simões Comitê de Publicações da Unidade Presidente: Walkyria Bueno Scivittaro Secretária-Executiva: Joseane M. Lopes Garcia Membros: Cláudio Alberto Souza da Silva, Lígia Margareth Cantarelli Pegoraro, Isabel Helena Vernetti Azambuja, Luís Antônio Suita de Castro, Sadi Macedo Sapper, Regina das Graças V. V. dos Santos Suplentes: Daniela Lopes Leite e Luís Eduardo Corrêa Antunes Revisores de texto: Antônio Luiz Oliveira Eberlê Normalização bibliográfica: bib liográfica: Regina Regi na das Graças Vasconcelos Vasconcelos dos Santos Santo s Editoração eletrônica: Fabiano Simões Arte da capa: Miguel Ângelo Composição e impressão: Embrapa Clima Temperado 1ª edição 1ª impressão 2008: 400 exemplares A revisão gramatical e as informções contidas nas palestras e nos resumos apresentados nesta obra são de inteira responsabilidade dos autores. Todos os direitos reservados ao Comitê de Organização do IV Simpósio do Mor ango e III Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação Simpósio Nacional do Morango (4. : 2008 : Pelotas, RS) Palestras e resumos / IV Simpósio Nacional do Morango e III Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do MERCOSUL / Organizado por Carlos Reisser Júnior [et al.] ... -- Pelotas : Embrapa Clima Temperado, 2008. 173p. ISBN 978-85-85941-29-1 Amora-preta - Mirtilo - Fruticultura de clima temperado - Congresso - Brasil - Rio Grande do Sul. I. Reisser Júnior, Carlos. II. Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do MERCOSUL (3. : 2008 : Pelotas, RS). III. Título. CDD 634
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
COMITÊ CIENTIFÍCO
Ana Cláudia Barneche de Oliveira Ana Cristina Richter Krolow Bernardo Ueno Carlos Alberto Barbosa Medeiros Carlos Reisser Júnior Caroline Marques Castro César Bauer Gomes Dori Edson Nava Fabiano Simões João Carlos Medeiros Madail José Ernanni Schwengber José Franscisco Martins Pereira Luis Eduardo Corrêa Antunes Luis Fernando Wolff Marcia Vizzotto Marcio Magnani Maria do Carmo Bassols Raseira Maria Laura Turino Newton Alex Mayer Rosa Lia Barbieri Rufino Fernando Flores Cantillano
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PREFÁCIO Os pequenos frutos como morango, mirtilo, amora-preta, framboesa e espécies nativas como pitanga, araçá, goiaba serrana, uvaia, entre outras, podem ser uma excelente opção de cultivo e de rendimento econômico, em especial, às propriedades rurais de base familiar. A cultura do morango representa uma importante cadeia produtiva do ponto de vista econômico e social e está presente em quatro regiões brasileiras, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Apesar da importância e abrangência são poucos os grupos de pesquisa que se dedicam à cultura. A produção de morango é a base da economia de muitos municípios, em especial nas regiões Sul e Sudeste, as quais representam 80% da superfície cultivada no Brasil. Pesquisa, desenvolvimento e inovação são fatores preponderantes para a inserção e competitividade destas culturas, com qualidade, no mercado. Dado a importância deste grupo de pequenas frutas, a Embrapa Clima Temperado realizou o 4º Simpósio Nacional do Morango e o 3º Encontro sobre pequenas frutas e frutas nativas do Mercosul com a finalidade de proporcionar aos produtores e empresários, técnicos da extensão rural, estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e agentes de desenvolvimento os mais recentes resultados de pesquisa e informações produzidas no Brasil e no exterior.
COMISSÃO ORGANIZADORA
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APRESENTAÇÃO A Embrapa vem pesquisando, há mais de trinta anos, espécies frutíferas com potencial econômico de cultivo para a região de Clima Temperado do Brasil. Mirtilo, amora-preta, framboesa, pitanga, araçá, goiaba serrana, uvaia, cereja do Rio Grande, entre outras, podem ser uma opção de cultivo e de rendimento econômico, especialmente, em propriedades rurais de base familiar, devido à rusticidade de cultivo, às propriedades nutricionais dos frutos e ao valor dos produtos agregados obtidos desta produção. As mudanças econômicas e comportamentais nestas últimas décadas, a demanda por frutas de qualidade, com pomares com alta produtividade, cultivares adaptadas aos diferentes biomas, com frutas mais resistentes a pragas e doenças, com maior período de pós-colheita, e a geração de produtos transformados a partir desta matéria prima, aumentam a pressão por respostas da pesquisa agropecuária. Neste sentido a equipe de pesquisa em fruticultura da Embrapa Clima Temperado busca aumentar o volume projetos e, por conseqüência, a captação de recursos, para geração de informação técnicas que possam melhor orientar as tomadas de decisão do setor. Novas cultivares, métodos de propagação, recomendações de manejo de plantas, adubação, controle de pragas e doenças, conservação pós-colheita, determinação de compostos antioxidantes e desenvolvimento de novos produtos são focos destes projetos. O 4º Simpósio Nacional do Morango e 3º Encontro sobre pequenas frutas e frutas nativas do Mercosul , foi realizado com a proposta de que este evento possa contribuir com o desenvolvimento da fruticultura de clima temperado no Brasil
WALDYR STUMPF JUNIOR Chefe Geral Embrapa Clima Temperado
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SUMÁRIO
PALESTRAS
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RESUMOS
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PROGRAMAÇÃO
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ÍNDICE REMISSIVO POR AUTOR
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PALESTRAS 11
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PRODUCCIÓN Y MERCADOS DE BERRIES, PERSPECTIVAS PARA EL MERCOSUR ANÍBAL CAMINITI I.N.T.A. – Província del Neuquén. Mis. Mascardi 535, (8379) San Martín de los Andes, Tel: + 54 – 2972 427767. Patagonia Argentina. E mail:
[email protected] WEB: www.inta.gov.ar
La producción y consumo del conjunto de berries, experimenta en el contexto internacional un crecimiento constante a través de los últimos 15 años, constituyendo a este grupo de pequeños frutos en uno de los más dinámicos de la fruticultura mundial. La producción mundial de frutillas, arándanos, frambuesas, moras y grosellas representan casi 7 millones de toneladas al año (FAO, 2006), un volumen insignificante si se compara con la oferta global de frutas. Sin embargo, los berries se diferencian notoriamente del resto por ser frutos caros, y seguirán siendo caros en tanto continúe su expansión en torno a un creciente segmento de consumidores que se caracterizan por su elevado poder adquisitivo, su capacidad para valorar las bondades de sus propiedades y su disposición en seguir pagando por ellos. Esta expansión es básicamente atribuible al concepto de globalización de las producciones, los negocios y el consumo, quien hace posible disponer de berries frescos durante toda época del año en los mercados más importantes del mundo. Consumidos habitualmente en América del Norte y Europa, el desarrollo de estos mercados sigue un crecimiento en torno del 4 al 5% anual, su incrementando per capita (como fruta fresca y procesada) se entiende por una mayor participación de los consumidores tradicionales y la incorporación de nuevos consumidores, en definitiva, cada vez mas gente compra y consume berries. Programas de promoción y difusión colaboran en este sentido, vale citar el caso del arándano en los Estados Unidos de América, si consideramos que en 1997 su consumo por habitante ha sido de 386 grs, en el año 2006 se incrementó a 681 grs. y se espera alcanzar 1,3 kg. para el año 2013. El Reino Unido es otro ejemplo a tener en cuenta, quien aumentó en un 14% su consumo de berries y solo en los últimos 7 años duplicó las ventas, manteniendo su precio medio. Sin embargo, las posibilidades de desarrollo no limita su expansión a estos mercados tradicionales, en los últimos años su consumo se consolida en países como Japón, a la vez que se incrementa en otros países asiáticos como India, China y Corea, donde un significante segmento de su población ha adquirido niveles de vida equiparables al de otras comunidades desarrolladas, solamente en la India, este segmento representa una población similar al de Europa. Esta nueva sociedad asiática, adopta los modelos occidentales de consumo y el beneficio que desde hace 15 años significa la incorporación de los antioxidantes en la dieta tradicional, con el consumo de berries a la cabeza. El hemisferio sur a demostrado ser un oportuno operador de frutos perecederos de contra estación para el hemisferio norte, por el que obtiene un interesante retorno económico. Chile ha sabido capitalizar este desarrollo, constituyéndose en el 5º productor mundial de arándanos (Global Berries Congress, Londres 2008) y el principal productor y exportador de berries del hemisferio sur, pasando a ser en pocos años un importante y reconocido actor en el mercado internacional de estos frutos. Su estrategia se ha basado en la investigación (producción y mercados) y un importante desarrollo en todos los eslabones de la cadena, acompañado de una eficiente política comercial que ha beneficiado al crecimiento del sector con la firma de tratados de libre comercio (TLC) con importantes países y bloques económicos, como el NAFTA, Unión Europea, Canadá, China, India, Corea del Sur y más recientemente con Japón, constituyéndose así en el primer país sudamericano en firmar un acuerdo con esta última nación, y en donde los berries se ven sumamente favorecidos con arancel del 0%. También cuentan con beneficios arancelarios otros países del hemisferio sur, como lo son Sudáfrica, Australia y Nueva Zelanda, condiciones que ponen a los países del MERCOSUR con cierta desventaja para sus posibilidades de penetración y competitividad en ciertos mercados.
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Un párrafo aparte merece analizar los casos de California, México, España y Perú, como competidores directos de los berries frescos producidos desde el MERCOSUR. California, primera productora de frutillas a nivel mundial, ha desarrollado la expansión de su oferta de berries frescos a partir de una permanente innovación en tecnología y desarrollo de variedades, es así que en los últimos años amplió su oferta de frutillas, con frambuesas, moras y arándanos, bajo el concepto de extender y adelantar la producción, incrementando los meses de oferta habitualmente enmarcada entre los meses de mayo y agosto. México, con una importante trayectoria en la producción de frutillas, inició en la década de los años noventa la producción comercial de frambuesas y moras, desarrollada en la región central del país, zona de altura y excelente clima para la producción de berries durante el invierno boreal. Esto le permitió un explosivo desarrollo en el mercado de fruta fresca de los Estados Unidos y Canadá, favorecido por su cercanía y una distribución vía terrestre, por los TLC y la instalación en el país de importantes empresas americanas y chilenas. En los últimos años, México también ha iniciado la producción de arándanos, registra ser el primer productor mundial de moras y el principal proveedor de berries frescos de América del Norte, desplazando en gran medida a la fruta chilena. España es quien ha sabido explotar la posibilidad de producir frutillas bajo cubierta para comercializar frescas durante el invierno boreal y tener así la mayor distribución de este fruto en toda Europa. En los últimos 7 años, y dado el mayor valor de los otros berries por sobre las frutillas, los productores españoles han incorporado la producción de frambuesas, moras y arándanos en similar contexto productivo, siendo hoy el principal proveedor de todos estos berries frescos del Reino Unido. Una vez mas, un importante desarrollo tecnológico, una eficiente distribución y el beneficio adicional que le permite a España el comercio intracomunitario dentro de Europa, ha sido el camino para un excelente negocio. No se puede dejar de mencionar el pujante desarrollo que están teniendo los berries en el Perú, país que cuenta con significantes oportunidades, similares a las del MERCOSUR, a partir de una excelente capacidad productiva, disponibilidad de mano de obra y oportunidad de negocios. Inició el desarrollo comercial del sector a partir de las frutillas, continuó con las frambuesas, y más recientemente con la producción de moras y arándanos, estos últimos frutos ya se comercializ an frescos en el mercado de América del Norte desde el 2003. En los últimos años, este desarrollo se ve acompañado por una agresiva política de apertura comercial, por el cual ya ratificó su TLC con los Estados Unidos de Norteamérica, firmó acuerdos comerciales con Canadá y Singapur y actualmente negocia un acuerdo similar con China, sus principales clientes. Como consecuencia del incesante crecimiento del mercado de berries y su alta cotización en estos, respecto al de otros frutos, el sector ha adquirido un gran dinamismo y un alto nivel de sofisticación a lo largo de toda la cadena. Se convirtió en un sector sumamente competitivo, de alta inversión y desarrollo, por el que se requiere de rápidos reflejos para responder a sus cambios permanentes, si se quiere permanecer con éxito en este negocio. Los países miembros del MERCOSUR y sus asociados, tienen en este contexto internacional una inmejorable oportunidad, a partir de su capacidad productiva y abastecimiento de los diferentes mercados, en poder ofrecer toda la gama de berries con una oferta extendida, a partir de cultivos ubicados en latitudes que van del norte al sur de la región. Condición no menor, cuando la distribución en los mercados tiende a una mayor concentración, situación por la que toma valor ya no solo la calidad, sino el trato con una oferta única que garantice cantidad, diversidad de productos y mayor abastecimiento en el tiempo de la contra estación. En la región es viable la producción orgánica de berries, condición que incrementa valor al producto y de creciente demanda en los mercados. En este sentido Argentina, y particularmente la región
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patagónica, viene produciendo y exportando berries orgánicos con excelentes resultados. Este carácter de producto certificado, como el desarrollo agroindustrial de los frutos, genera una cadena de valor que motoriza la economía y la demanda de empleo. Un desarrollo conjunto del sector, requiere de instancias específicas. Una política común, acciones comerciales conjuntas y una fuerte inversión en investigación para el desarrollo de tecnologías y variedades apropiadas a nuestras necesidades. El desarrollo endógeno define un modelo propio para la producción y garantiza la independencia que hace posible la diferencia. Este desarrollo ha caracterizado a los países de punta en el mundo de los berries, como es el caso de los Estados Unidos, Polonia, Inglaterra, Serbia y Nueva Zelanda. En este sentido, es de destacar el trabajo que lleva adelante el EMBRAPA en Brasil, tarea que puede potenciarse con la colaboración e interacción con otras instituciones del MERCOSUR.
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PRODUÇÃO INTEGRADA DE MORANGO: OPORTUNIDADES DE MERCADO LUIS EDUARDO CORRÊA ANTUNES 1, CARLOS REISSER JUNIOR
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¹Eng. Agrônomo, Pesquisador. Embrapa - Centro de Pesquisa Agropecuário de Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP 96001-970. Pelotas-RS. E-mail:
[email protected] ²Eng. Agrícola, Pesquisador. Embrapa - Centro de Pesquisa Agropecuário de Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP 96001-970. Pelotas-RS. E-mail:
[email protected]
O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, entretanto apenas 1% da produção é destinada à exportação. Em função das demandas de mercado, se iniciou em 1996 a implementação do sistema de produção integrada de frutas (PIF), atualmente processo oficial de produção no Brasil, com as culturas da maçã, pêssego, manga, uva de mesa, banana, citros e melão. Além destas culturas, típicas de exportação brasileira, atualmente estão inseridas no projeto de PIF as culturas do caqui, batata, café, amendoim e morango, entre outras. Com o inicio do sistema de produção integrada de frutas no Brasil e com a oficialização do programa a partir da publicação da Instrução Normativa 20 (ANDRIGUETTO & KOSOSKI, 2002), houve a necessidade de expansão do programa para outras culturas e à produção animal. O primeiro programa de PI de morango foi iniciado no Estado do Espírito Santo, sob coordenação da Incaper, com apoio financeiro do governo local. A partir de 2004 foi iniciado outros dois programas de Produção Integrada de Morango (PIMo), com apoio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Conselho Nacional de desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), um destinado a produção de morangos em sistema fora de solo (hidropônico) e outro à implementação da PIMo no Rio Grande do Sul e Sul de Minas Gerais, Estado este que não possuía nenhuma ação em PI, apesar de ser um importante produtor de frutas destinados ao consumo in natura (ANTUNES & FADINI, 2001). Em 2006, o projeto dedicado ao sistema semi-hidropônico foi estendido ao cultivo convencional na tradicional região produtora de Atibaia e Jarinu, em São Paulo. Atendendo às demandas do mercado internacional, que sinaliza para a valorização do aspecto qualitativo e do respeito ao meio ambiente de qualquer produto, o Sistema Agropecuário de Produção Integrada (SAPI) vem se transformando no grande fiador dos produtores brasileiros na oferta de um alimento seguro, produzido sobre normas ambientais, econômicas e sociais. A Comunidade Européia é a principal importadora das frutas frescas brasileiras, em torno de 85% do total exportado (TEIXEIRA, 2006). Os princípios básicos do SAPI estão amparados basicamente na elaboração e desenvolvimento de normas e orientações de comum acordo entre os agentes da pesquisa, ensino e desenvolvimento; extensão rural e assistência técnica; associações de produtores; cadeia produtiva específica; empresários rurais, produtores, técnicos e outros, por meio multidisciplinar. Pelo sistema, garante-se que a fruta foi produzida seguindo o roteiro de um sistema adequado (ANDRIGUETO & KOSOSKI, 2002). O resultado é um produto garantido em toda sua cadeia, da fazenda à mesa do consumidor (TEIXEIRA, 2006). Este sistema vem sendo utilizado em vários países, especialmente aqueles essencialmente exportadores, como Espanha, Itália e Portugal, onde está oficialmente adotado há alguns anos. No Uruguai, a Produção Integrada de Morango (PIMo) define aspectos de produção e manejo do cultivo (CARREGA & TELIS, 2003). Com uma visão holística do sistema de produção (Figura 1), onde há necessidade de se observar vários aspectos, dos impactos ambientais envolvidos na exploração agrícola, passando pela qualidade de água, controle de pragas e plantas daninhas, manipulação de frutos em pré e póscolheita, à higiene dos empregados e instalações adotada na propriedade, embalagem, transporte e satisfação dos clientes, o sistema de PI necessita de constantes atualizações frente aos novos desafios do mercado consumidor. O modelo garante inovação e competitividade à fruticultura brasileira, atende às exigências dos mercados importadores, principalmente da Comunidade Européia, rigorosa em requisitos de qualidade e sustentabilidade, com ênfase na proteção ao meio ambiente, segurança alimentar, condições de trabalho, saúde humana e viabilidade econômica (TEIXEIRA, 2006).
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Para implementação da PIMo foram adotadas algumas estratégias que visaram a aglutinação de equipes de pesquisadores e extensionistas. Foi realizada uma primeira reunião em abril de 2005, em Pelotas-RS, com as equipes envolvidas no projeto, onde se pode definir estratégias para divulgação da filosofia da produção integrada, sendo a sensibilização da cadeia, o primeiro passo (Figura 2). O sistema de produção integrada possibilita uma relação de confiança entre produtor, comerciantes e consumidores, com a garantia de que o produto ofertado foi produzido segundo rígidas normas técnicas definidas pelo Ministério da Agricultura, que garantem a utilização de práticas modernas da produção, armazenagem, embalagem e comercialização (TEIXEIRA, 2006). A base para implementação é a capacitação de técnicos e produtores, e a adesão dos produtores, que quiserem aderir ao programa, é voluntária. A partir de uma base de produção “convencional”, as primeiras ações deverão ser relativas à mobilização e difusão da filosofia da PI, onde, a partir daí, os produtores, por livre adesão, inici am o processo de implementação do sistema baseado em Boas Práticas Agrícolas. A partir da aplicação deste conjunto de informações, contidas nas Normas Técnicas Especificas da Produção Integrada do Morango (NTE PIMo) (Ministério, 2008), o(s) produtor(es) poderá(ão) iniciar um processo de auditoria, que com base nas Normas poderá conceder ou não a certificação ao produtor, a qual permitirá a comercialização de seus produtos com o Selo da SAPI.
Figura 1: Visão holística do sistema de Produção Integrado do Morango. Com área estimada em 3.500 ha atualmente o Brasil produz cerca de 105.000.000 tonel adas, sendo o mercado de morangos frescos o principal destino da produção (90%) (ANTUNES & REISSER JÚNIOR, 2007). As exportações de pequenas frutas ainda são modestas (Figura 3). Portanto, o mercado interno e a qualificação do produto ofertado será a grande oportunidade para o produtor de morango aumentar a rentabilidade por área cultiva. A diferenciação do produto, através da certificação, garantirá a contínua presença de morangos na prateleira dos principais pontos de venda do País. Num ambiente cada vez mais competitivo a diferenciação de produtos e a visão do produtor em relação as demandas de produto nos diferentes meses do ano, são fatores obrigam a profissionalização da propriedade rural.
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Figura 2: Representação esquemática das etapas a serem seguidas para se atingir a Produção Integrada de Morangos.
Figura 3: Exportação brasileira de pequenas frutas. Fonte: Aliceweb. A qualidade do produto está extremamente relacionada ao sistema de produção adotado. O sistema de produção mais representativo é o protegido com túnel baixo, e com sistema de fertirrigação. Há regiões que cultivam morango a campo aberto sem proteção (Figura 4), pois não há significativa incidência de chuvas no período de colheita e baixo risco de geadas. Há nos últimos anos um crescimento da produção de morangos fora de solo, em sistemas horizontais e também em sistema vertical (Figura 5 e 6).
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Figura 4: Sistema de produção a campo aberto, variedade Oso Grande. Estiva-Minas Gerais.
Figura 5: Produção fora de solo, em sistema vertical, aos 20 meses, variedade Oso Grande. Pouso Alegre-Minas Gerais.
Figura 6: Produção fora de solo, em sistema horizontal, variedade Aromas. Bom Principio-RS.
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Com as novas variedades e sistemas de produção mais adequados, se produz morango nos 12 meses do ano. A produção de morangos é concentrada entre junho (inverno) a novembro (final da primavera), havendo redução dos preços pagos ao produtor (US$1,1/kg). Com produção fora de época, em regiões mais altas e frias, entre janeiro a março (verão brasileiro), e com a utilização de variedades de dias neutros (Aromas e Diamante), o produtor chega a receber US$ 5/kg, em cultivo a campo e fora de solo. No Sul de Minas Gerais há produtores que estão produzindo a variedade Oso Grande fora de solo, em sistema vertical, obtendo US$ 8/kg (Figura 5) neste período do ano. 60 ) 50 % ( l a 40 t e i r a 30 V o ã r 20 d a P 10
0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
Camarosa
Aromas
Os o grande
Dover
Campinas
Camino Real
Ventana
Saborosa
Festival
Outras
Figura 7: Padrão varietal de morango cultivado no Brasil.
Considerações Finais Não só para morango, mas também na exportação de mirtilo e amora-preta, há interesse de empresas européias, que já vem fazendo contatos com produtores brasileiros, com oportunidades reais de negócios entre Brasil e países do hemisfério norte, que num futuro próximo será mais intenso e a certificação dos produtos é uma etapa que não pode ser ignorada. Como dificuldades a serem superadas na cadeia produtiva de morangos, podemos citar a falta de estrutura aeroportuária para acondicionamento e transporte de frutos, uma vez que o Brasil não é um País com tradição em exportação de frutas; escala de produção para atender clientes em quantidade, em qualidade e no menor tempo possível; falta de tradição no sistema de cooperativismo e organizacional; falta de assistência técnica privada; cultivares adaptadas as diferentes condições de clima, solo e sistemas de produção adotados. Estes são os maiores gargalos da produção de morangos. REFERÊNCIAS ANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. Marco legal da produção integrada de frutas. Brasília: MAPA/SARC, 2002. 60 p. ANTUNES, L. E. C.; FADINI, M. A. M. Caracterização fruticola em Minas Gerais: situação e perspectivas da produção integrada de frutas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.22, p. 7274, 2001.
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ANTUNES, L.E.C.; REISSER JÚNIOR, C. Fragole, i produttori brasiliani mirano all´esportazione in Europa. Frutticoltura, Bologna, v. 69, n. 5, p. 60-64, 2007. CARVALHO, S. P. Histórico, importância socioeconômica e zoneamento da produção no Estado de Minas Gerais. In: CARVALHO, S.P.(Coord.). Boletim do morango: cultivo convencional, segurança alimentar, cultivo orgânico. Belo Horizonte: FAEMG, 2006. p. 9-14. LUNATI, F. Le fragole italiane in cerca di un posto al solo. Rivista di Frutticoltura, Bologna, v. 68, n. 4, p. 9-10, 2006. BRASIL Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 14. Normas técnicas especificas para produção integrada do moran go. Diário Oficial [da] República Federativa da União,. Brasília, DF, n. 64, p. 3-5, 2008. TEIXEIRA, J.M.A. Selo de qualidade expande exportações de frutas. Disponível em: (http:// catir.agricultura.gov.br/dotlrn/clubs/deprossistemaagropecuariodeproduointegrada/ comunidadedoscoordenadores/news/item?item_id=228262). Acesso em: 7 set 2006.
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THE UNIVERSITY OF FLORIDA STRAWBERRY BREEDING PROGRAM CRAIG K. CHANDLER Gulf Coast Research and Education Center University of Florida, 14625 CR 672, Wimauma, FL 33598
[email protected]
In Florida, there is one public strawberry breeding program, the University of Florida (UF) program located at Balm (in west central Florida). There are also public (university) strawberry breeding programs in North Carolina, New York, Michigan, Minnesota, Washington State, Wisconsin, and Maryland. Florida growers have been using the annual hill cultural system since they started growing strawberries in the late 1800s. Fruit was originally shipped by train to markets in the northeast U.S. It is now shipped by refrigerated truck to markets mostly east of the Mississippi River. Dr. Albert Brooks, working out of the Vegetable Lab at Springhead Florida (just to the southeast of Plant City [a town named for railroad developer Henry Plant]), was the first University of Florida researcher to conduct strawberry variety trials. He also evaluated some offspring of ‘Missionary’, the main cultivar used by the Florida industry during the first half of the 20 th century. The Springhead lab was in operation from 1927 until 1963, when the University opened the Strawberry Lab (later to be renamed the Gulf Coast Research and Education Center [GCREC] – Dover) on an 8 ha site 11 km to the west of Plant City. GCREC-Dover was UF’s main center for strawberry research and development until its operations were combined, in 2004, with those of GCREC-Bradenton, at a new state-of-the-art center on 192 ha in the Balm area (about 40 km southwest of Plant City). To date, the University of Florida has released 11 cultivars. Dr. Brooks released ‘Florida Ninety’ in 1952; Dr. Charles Howard released ‘Florida Belle’ in 1975 and ‘Dover’ in 1979; and Dr. Craig Chandler released ‘Sweet Charlie’ in 1992, ‘Rosa Linda’ in 1996, ‘Earlibrite’ and ‘Strawberry Festival’ in 2000, ‘Carmine’ in 2002, ‘Winter Dawn’ in 2005, and ‘Florida Radiance’ and ‘Florida Elyana’ in 2008. University of California cultivars that have been important to the Florida strawberry indust ry over the last 30 years include ‘Tioga’, ‘Tufts’, ‘Pajaro’, ‘Chandler’, ‘Selva’, ‘Oso Grande’, ‘Camarosa’, and ‘Camino Real’. Strawberries are currently grown on about 3,200 ha in Florida, and the industry is concentrated in eastern Hillsborough County (28° N latitude). The area planted in strawberries has expanded by about 60 ha per year over the last 20 years, and this trend is expected to continue over the next 5 to 10 years. In 2006-07, about 75% of the area planted in strawberries was planted in publicly developed cultivars, with 25% planted in cultivars developed by private companies. The breakdown was approximately 60% ‘Strawberry Festival’; 15% ‘Treasure’(a cultivar developed by Peggy Chang of J & P Research, Inc. of Naples, Florida); 10% Driscoll cultivars (developed by Driscoll Strawberry Associates, Inc.); and 15% other (‘Camino Real’, ‘Carmine’, ‘Winter Dawn’, and ‘Camarosa’). Florida growers currently use the annual hill production system with black plastic mulch and drip tape. Land is prepared in September, and planting is done in October (which is comparable to April in the southern hemisphere), predominantly with bare-root, leaf-on transplants from Ontario, Quebec, Nova Scotia, and North Carolina nurseries. Transplants are dug and immediately shipped by refrigerated truck to Florida. Fruit can be ready to harvest as early as mid November, but the peak harvest periods are in late December/early January, and late February/early March. A typical fruiting pattern for early fruiting cultivars (such as ‘Winter Dawn’ and ‘Carmine’) from Canadian nurseries would result in marketable yields per plant of about 150 g of fruit for November-December; 150 g of fruit for January; and 200 g of fruit for February. Plants are capable of producing another 500 g of fruit during March-April, but often harvest is terminated by mid March due to low prices. According to the National Agricultural Statistics Service (www.nass.usda.gov/fl), average commercial yields in recent years have been about 27,000 kg/ha. Cull rates (due to small, misshapen, and diseased fruit) have ranged from 8 to 25% (S.J. MacKenzie, unpublished data).
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Current breeding objectives of the UF strawberry breeding program include acceptable fruit quality (appearance, size, resistance to rain damage, and flavor); a desirable fruiting pattern (relatively steady production, starting in late November); ease of harvest; and resistance to Botrytis and anthracnose fruit rots. The majority of crosses made in the UF program have been short-day type x short-day type, because the day length under which most Florida growers operate is 14 hours or less. But the program has plans to use more day-neutral parents in the future, in an attempt to develop cultivars that will flower at higher temperatures. Starting with ‘Sweet Charlie’, U.S. plant patents have been obtained, or are pending, for all UF strawberry cultivars, and can be found at http://patft.uspto.gov. Royalties on patented UF strawberry cultivars have been the primary source of funds for operating the breeding progr am over the past decade. The Florida Strawberry Growers Association (FSGA; www.straw-berry.org) handles licensing and collection of royalties in the U.S. and Canada, while Ekland Marketing Company of California, Inc. (www.emcocal.com) is responsible for these duties in all other countries of the world. Prior to release, promising selections are sent to the University of Guelph’s agricultural unit at New Liskeard, in northern Ontario, where they are micropropagated and plants are indexed for known pathogens. The New Liskeard unit then makes disease-free plants available to licensed, cooperating nurseries for bulk-up: first in screenhouses, then in open fields. The most recently published release notice for a UF strawberry cultivar is the one for ‘Carmine’ (Chandler, et al., 2004). More information on the breeding and related programs can be found at http://strawberry.ifas.ufl.edu.
REFERENCES CHANDLER, C.K.; D.E. LEGARD, T.E.; CROCKER, C.A. SIMS ‘Carmine’ strawberry. HortScience, Alexandria , v. 39, p.1496-1497, 2004.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MORANGO DESENVOLVIDO NA SERRA GAÚCHA, MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL, TRANSIÇÃO PARA A PRODUÇÃO INTEGRADA JOÃO CARLOS MEDEIROS MADAIL Pesquisador M.Sc. Economia Rural Embrapa Clima Temperado - Brasil
Introdução O morango é uma espécie que se destaca no rol das pequenas frutas, pelo aspecto atraente e pelo sabor agradável. É consumido in natura ou industrializado, em múltiplas maneiras de processamento. É cultivado em vários países, especialmente naqueles que dispõe de condições naturais favoráveis, sobretudo o clima temperado o que contribui para a obtenção de frutas de qualidade com produtividade. No Brasil, é possível possív el produzir morango mor ango em escala comercial comerci al na maioria dos Estados. O Rio Grande do Sul, terceiro pólo produtor, é superado pelo Estado de Minas Gerais e São Paulo, concentra a produção em três regiões. (MADAIL et al 2003). * Região do Vale do Rio Caí, nos Municípios de Feliz, Bom Princípio, São Sebastião do Caí, Linha Nova, São João do Hortêncio, além de outros, em menor escala, onde pro duzem cerca de 5 mil toneladas a cada safra, destinados ao consumo fresco. * Região da Serra Gaúcha, com destaque para os Municípios de Farroupilha, Caxias, Fl ores da Cunha e Bento Gonçalves. * Região sul do Rio Grande do Sul, que tem, no Município de Pelotas, o principa l produtor e processador da fruta. Até 1999, chegou-se a processar mais de 2.000 toneladas de morango, reduzindo-se significativamente este volume a partir daí, em função do desinteresse de algumas indústrias e do fechamento de outras. outr as. Complementam a oferta do produto produ to os Municípios de Turuçu, São Lourenço do Sul e Canguçu. Segundo a EMATER (2001), no município de Pelotas na safra 2001/2002 foram plantados 330 ha, resultando numa produção de 1.800 toneladas, sendo 80% destinados ao processamento industrial. No mesmo período o município de Turuçu plantou 70 ha alcançando uma produção de 700 toneladas, São Lourenço do Sul 20 ha resultando numa produção de 200 toneladas e Canguçu 10 ha para 50 toneladas. A partir da queda da quantidade processada da fruta, as áreas de plantio nesses municípios foram reduzidas, havendo concentração maior na produção da fruta para o consumo fresco. Na safra 2007/2008 no município de Pelotas registrou-se área de plantio, em torno, de 100 ha, sendo 60% destinado ao processamento industrial e o restante para o mercado in natura. No âmbito da cadeia produtiva, tem proporcionado proporc ionado oportunidade oport unidade de negócio para todos os elos, principalmente para os agricultores de base familiar que o exploram com mais intensidade e conseguem comercializá-los de forma direta para os consumidores. Os produtores, tomadores de preço, que dependem de intermediários para a venda do produto se defrontam com um problema característicos das frutas perecíveis, perecívei s, a necessidade da comercialização rápida, sob pena de perdas do produto e prejuízos econômicos. Essa atividade tem caráter eminentemente eminentement e social, em função da necessidade de mão-de-obra em todas as operações, principalmente na colheita. Em função de uma nova ordem de mercado surgida a partir da exigência dos consumidores, outros sistemas de produção estão sendo praticados pelos produtores, onde o requisito maior é a ausência de resíduos tóxicos nos frutos. O sistema de produção integrado do morango, PIMO, é uma forma de racionalização do uso de agroquímicos, sem prejuízo da produção e da produtividade do morango. Experiência nesse sentido foi desenvolvida no município de Caxias do Sul, cujos aspectos econômicos foram analisados, avaliados e descritos nesse estudo.
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Método do estudo O estudo foi desenvolvido a partir das informações econômicas da produção de morangos da Fazenda do Raposo, na localidade de Água Azul, Distrito de Santa Lúcia do Piai, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, no período de maio de 2005 a dezembro de 2006. Trata-se, portanto de um estudo de caso, que pode ser generalizado para situações semelhantes, na própria região ou circunvizinhas. Utilizou-se o método de análise de perfil, que fornece os indicadores básicos para a cultura estudada. O método, em geral, é aplicado em análises estáticas comparativas de culturas ou ciclos de produção (Vilela e Madail, 2005). O estudo partiu dos coeficientes coef icientes técnicos levantados em todas as fases da produção até a colheita. De posse das informações, estas foram processadas, estrutur adas pelo método métod o da orçamentação orçame ntação parcial parcia l e posterior poster ior análise análi se econômica. econôm ica. As receitas receit as oriundas oriun das da comercialização da produção foram levantadas no mercado de destino. Neste sentido, elaboraramse planilhas para registro diários dos requerimentos das operações realizadas realizadas na lavoura, quantificadas quantificadas com valores transacionados na própria região. Informações complementares complementa res foram levantadas junto a pessoas ligadas ao segmento, formal ou informalmente. O sistema de produção desenvolvido na propriedade tem a participação de parceiros, encarregados do desenvolvimento das atividades que requerem a utilização de mão-de-obra. A funcionalidade do sistema foi levantada via informações do proprietário e dos parceiros com o uso de questionário constituído de questões abertas. Utilizou-se, também, de fontes secundários de informações publicadas sobre a produção, exportação e importação de morangos no mundo e no Brasil.
Resultados A decisão inicial do produtor em relação à questão do “quanto produzir” de morangos está intimamente ligada às possibilidades oferecidas pelo mercado, visto que o produtor tem mantido, ao longo dos anos, uma presença certa em vários pontos de comercialização comercialização do produto, nos principais centros consumidores do País. A inserção direta do produtor no mercado cada vez mais exigente, tem provocado mudanças nas técnicas de produção, onde são obedecidas as recomendações da pesquisa na passagem do sistema convencional para o integrado. Portanto, os resultados resultad os descritos a seguir são válidos para o sistema de produção de morangos em transição.
Local do estudo A área destinada à produção de morangos morang os na Fazenda do Raposo, no sistema proposto tem t em 27,4 ha aptos para o desenvolvimento da cultura; entretanto, no período estudado, foram explo rados apenas 16,5 ha. A fazenda é composta por outras áreas, exploradas com maçã, amora-preta, pêssego e suínos, atividades desenvolvidas com fins comerciais direcionadas quase que integralmente para o mercado interno. Conta ainda o local com estrutura de frio com capacidade para armazenar, ao redor de 2600 bins, utilizados para a maçã e morango e duas outras estruturas de armazenagem convencional, com capacidade para 16 pallets de 2000 caixas cada uma. O transporte da produção para o mercado é responsabilidade da fazenda, que conta com caminhões frigoríficos adequados às exigências técnicas. A administração das atividades desenvolvidas na Fazenda é dividida entre três irmãos: para um cabe a responsabilidade responsabilidade pela produção, ao outro a comercialização comercialização e ao terceiro a manutenção do maquinário, embalagens e transporte.
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Sistema de produção do morango. O sistema de produção dominante na fazenda é o chamado “convencional”, com a intenção do produtor de adaptá-lo a PIMo, PI Mo, em função das exigências do mercado mer cado e da necessidade de reduzir o custo de produção e se tornar mais competitivo, num contexto com muitos ofertantes. As operações que compõem o sistema, quantificadas e avaliadas, estão relacionadas na Tabela 2 e constituem-se no resultado econômico da d a produção de 1 ha de morango produzido pr oduzido nesse sistema. Colheita e comercialização O início da colheita ocorreu no mês de agosto de 2005 e foi concluída no final do mês de dezembro de 2006. Nesse período houve oscilações no preço do produto nos mercados de destino, (Figura 1).
Figura 1 – Comportamento da produção e preços do morango nos período de agosto de 2005 a dezembro de 2006. Fonte: Dados do estudo
Nos meses de agosto ag osto de 2005 e 2006, abril e dezembro de 2006 os preços alcançaram os maiores valores, face à queda na oferta do produto, (MADAIL et al 2007). Os principais mercados atendidos pelo produtor produt or estão localizados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e na cidade de Porto Alegre. Tratos culturais A relação de insumos utilizados do plantio à colheita, colheit a, exceto a participação da mão-de-obra, que é atribuição dos parceiros, representam 82,77% do custo de produção. Entretanto, apenas os fertilizantes, fungicidas, inseticidas e herbicidas variam na quantidade aplicada em todo o ciclo de colheita da cultura.
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Tratamentos fitossanitários Todos os tratamentos fitossanitários realizados obedecem as recomendações do sistema integrado de produção, monitorados pela pesquisa da Embrapa Clima Temperado. Essas práticas foram executadas com o uso de aparelho pulverizador costal manual no início do cultivo e por mangueiras acopladas ao trator, quando as plantas apresentavam maior desenvolvimento.
Exemplo de parceria no uso da força de trabalho A atividade produtiva do morango é bastante exigente na força de trabalho, com uma participação ao redor de 26% no custo de produção. As operações de plantio e montagem da estrutura de arcos e plásticos de cobertura, são realizadas de uma vez só, outras demandam mão-de-obra ao longo do ciclo produtivo , com maiores ou menores exigências. Especificamente, a operação de colheita exige a participação operária quase diariamente, durante todo o período de produção. A maneira comumente utilizada pelos produtores é a contratação de mão-de-obra pôr valores superiores ao salário mínimo acrescentado de encargos, definidos pôr lei, que praticamente duplicam o valor inicial acertado. Na Fazenda Raposo, desde 1998, foi firmada parceria entre os produtores proprietários com pessoas ligadas ao meio rural, advindas da própria região ou de outros locais, que lhes possibilita trabalhar como parceiros em todas as atividades que exigem força de trabal ho, no caso deste estudo, na produção de morangos. Cabem aos parceiros trabalhadores, as tarefas de atuar em todas as operações que exijam o uso de mão-de-obra durante todo o ciclo produtivo do morango, que inicia no preparo do solo, instalações de canteiros, plantio, limpeza, pulverizações e demais tratos culturais, colheita, classificação e embalagem. Como remuneração a esses serviços, os trabalhadores recebem 30% da produção colhida, embalada e classificada para o mercado, a partir de valor estabelecido em livre negociação. Cabe aos parceiros proprietários a cedência de moradia com água e energia elétrica, onde residirão durante a validade do contrato, podendo abrigar pessoas ou terceiros sem o prévio consentimento dos proprietários, devendo conservar e devolvê-la nas condições recebida. Ao proprietário, cabe, também, fornecer todos os insumos necessários à produção, tais como: adubos, mudas, sementes, sistemas de irrigação e demais produtos que forem necessários para a produção, como maquinários e os equipamentos para a proteção dos trabalhadores. O custo de produção foi de R$ 75.767,80 por hectare explorado e a receita com as vendas do produto, ao longo de 17 meses de colheita, R$ 135.000,00, resultado da produção de 30.000 caixas de 1,3 kg/caixa, ao preço médio de R$ 4,50 por caixa (Tabela 1). A rentabilidade do sistema, ou seja, o quociente da Renda Bruta pelos Custos Variáveis, foi de 1,78, o que significa que para cada R$ 1,00 aplicado na cultura o produtor recebeu como retorno R$ 1,78. A Margem de Lucro do sistema foi de 43,87%. A Taxa de Retorno foi de 78,17%.
Conclusões O estudo permitiu determinar que o custo de produção de um hectare de morangos foi de R$ 75.767,80, num período de colheita de 17 meses. A receita com as vendas do produto no mesmo período foi de R$ 135.000,00, operada diretamente pelo produtor nos principais mercados nacionais. Portanto, o resultado econômico da produção de morangos, obedecendo o sistema de transição para a PIMo, aponta a viabilidade do negócio. A manutenção da estrutura inicial de implantação da lavoura por duas safras, com gastos apenas de manutenção, trouxe benefícios econômicos para o produtor que estendeu o período de colheita, alcançando, em determinados meses, preços diferenciados nos mercados explorados.
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A parceria no uso da força de trabalho, que tem a participação de 26% no custo de produção, é benéfica para o produtor. Afora as inúmeras vantagens de contar com trabalhadores parceiros interessados num bom resultado econômico, sejam quantitativos ou qualitativos, o produtor tem ainda um retorno de aproximadamente 45% na renda líquida, o que não ocorreria caso tivesse de contratar operários para executar as mesmas tarefas. A inserção direta do produtor nos principais mercados nacional lhe proporciona retornos diferenciados. O preço médio de R$ 4,50 por caixa de 1,3 kg é superior à média alcançada pelos demais produtores que, em geral, entregam o produto para intermediários que se encarregam da classificação, embalagem e entrega do produto nos pontos de comercialização. A rentabilidade do sistema, ou seja, o quociente da Renda Bruta pelos Custos Variáveis, foi de 1,78 unidades monetárias, resultado positivo para o produtor que, para cada R$ 1,00 aplicado na cultura, recebeu como retorno R$ 1,78. A Margem de Lucro do sistema foi de 43,8%, considerada alta para o tipo de negócio que, em média, tem se mantido ao redor de 20 a 30%.
REFERÊNCIAS JOÃO, P.L. ROSA, J. I. da; FERRI, V.C.; MARTINELLO, M.D. Localização dos principais municípios produtores de morango . In: JOÃO, P. L. (Coord.). Levantamento da fruticultura comercial no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR, 2002. p.54. MADAIL, J.C.M.; ANTUNES, L.E.C.; REISSER JUNIOR, C.; BELARMINO, L.C.; NEUTZLING, D.M.; SILVA, B. A. da. Economia da produção de morango: estudo de caso de transição para produção integrada. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 24 p. (Embrapa Clima Temperado. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 53). REICHERT, L. J. ; MADAIL, J. C. de M. Aspectos socio-econômicos. In: SANTOS, A. M. dos.; MEDEIROS, A. R. M. de (Ed.). Morango: produção. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. p.12-13. (Frutas do Brasil, 40). SANTOS, A.M. dos.; MEDEIROS, A. R. M. de. Introdução. In: SANTOS, A.M. dos.; MEDEIROS, A. R. M. de (Ed.). Morango: produção. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. p. 9-11. (Frutas do Brasil, 40). VILELA, N.J.; MADAIL, J.C.M. Coeficientes técnicos, custos e rentabilidade. In: SILVA, C.; REIZ, G.P.; OLIVEIRA, S. (Coord.) . Cultivo de pimenta Capsicum Spp. no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. Cap. 15. No prelo.
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CONTROLE BIOLÓGICO APLICADO COM O USO DE ÁCAROS PREDADORES: UMA ESTRATÉGIA VIÁVEL PARA O MANEJO DE PRAGAS EM MORANGUEIRO MARCELO POLETTI PROMIP Piracicaba/SP –
[email protected]
1 Introdução O manejo de pragas é considerado um dos principais problemas associados à cultura do morango, sendo que para isso a estratégia mais empregada em campo é o controle químico. No entanto, o uso excessivo de agrotóxicos nessa cultura tem ocasionado uma série de problemas tais como a contaminação e desequilíbrio ambiental, excesso de resíduos nos frutos a serem comercializados e a resistência de insetos e ácaros-praga aos principais ingredientes ativos registrados para a cultura. Um fator que agrava esse quadro é que muitas vezes as pulverizações são realizadas desrespeitando-se o período de carência, e geralmente empregando-se produtos não registrados para o morangueiro. Além disso, o uso de produtos químicos nessa cultura é dificultado pelo fato da colheita do morango ser efetuada diariamente e seu consumo ser realizado in natura. Porém, a exigência do mercado consumidor por alimentos seguros, isentos de resíduos agrotóxicos e obtidos a partir de um processo que respeite a saúde do produtor, de seus funcionários e meio ambiente, tem impulsionado agricultores, professores, pesquisadores e técnicos de órgãos públicos e privados, na busca pelo uso racional de agrotóxicos, bem como outras estratégias de manejo de pragas em morangueiro. Nesse sentido alguns programas têm surgido, tal como a Produção Integrada do Morango (PIMo) (Fadini et al., 2004; Antunes et al., 2007), o que tem contribuído para mudanças nesse cenário. Os ácaros fitófagos são as principais pragas associadas à cultura do morango, destacandose o ácaro rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae). Devido ao restrito número de acaricidas registrados para o controle dessa praga em morangueiro, sucessivas pulverizações com um mesmo ingrediente ativo, ou com produtos pertencentes ao mesmo grupo químico, têm contribuído para a seleção de populações resistentes dessa praga em campo. Recentemente, estudos indicaram a presença de populações resistentes de T. urticae coletadas em várias culturas, tal como a do morango, a vários acaricidas como abamectina, fempiroximate, propargite, clorfenapir, enxofre e dimetoato (Sato et al. 2002, 2004, 2005; Sato 2006). Uma estratégia que contribui com o manejo da resistência do ácaro rajado a acaricidas, e o estabelecimento de um manejo mais racional e pró-ativo na cultura do morango, é o controle biológico aplicado mediante liberação de ácaros predadores. Nesse sentido, duas espécies de ácaros fitoseídeos (Acari: Phytoseiidae) têm demonstrado resultados satisfatórios no controle biológico aplicado do ácaro rajado em cultivo morango sendo Neose iulus cali forni cus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis (Banks). 2 Ácaro rajado O ácaro rajado é considerado uma das principais pragas em morangueiro no Brasil (Moraes e Flechtmann, 2008). Esse artrópode normalmente apresenta coloração esverdeada, com duas manchas dorsais escuras, devido ao acúmulo de massa alimentar nestes pontos. Possui cinco fases de desenvolvimento sendo ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto. Os ovos do ácaro rajado são esféricos e amarelados sendo postos entre fios de teia. Logo após a eclosão, as larvas são incolores, translúcidas e de tamanho igual ao do ovo, caracterizando-se por apresentar três pares de pernas, o que as diferencia dos demais estágios móveis imaturos (ninfas) os quais possuem quatro pares de pernas. As fêmeas adultas medem cerca de 0,50 mm de comprimento e os machos aproximadamente 0,25 mm, sendo facilmente diferenciado da fêmea por apresentar a parte posterior do corpo afilada. O período de desenvolvimento de ovo a adulto desse ácaro fitófago pode variar entre 5 e 50 dias, dependendo dos fatores ambientais. Esse ácaro é uma espécie polífaga, colonizando principalmente a face inferior das folhas. Ao se alimentar do conteúdo celular, causa o amarelecimento da folha reduzindo a capacidade
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fotossintética da planta. Mesmo preferindo a parte abaxial da folha, onde esse ácaro produz uma grande quantidade de teia, causando manchas branco-prateadas, seu dano direto também pode ser evidenciado com facilidade na face superior da folha, observando-se nesse caso puncturas cloróticas as quais evoluem até o secamendo da folha. Inicialmente a colonização do ácaro rajado ocorre nas folhas mais velhas, porém após seu estabelecimento na cultura a população distribui-se por toda planta (Jeppson et al., 1975). Geralmente, quando a densidade populacional dessa praga atinge um nível elevado, e durante as horas mais quentes do dia, os ácaros tendem a se dispersar para a parte superior da planta tecendo uma grande quantidade de teia, o que é facilmente visível. Climas quentes e secos favorecem as infestações dessa praga em campo. Em morangueiro, frequentemente observa-se um pronunciado crescimento populacional desse ácaro quando a irrigação por aspersão é interrompida e substituída pelo sistema de irrigação localizada (gotejamento), isso devido à redução da umidade relativa no micro-clima. Em áreas onde ocorrem rajadas freqüentes de ventos também observa-se elevadas infestações dessa praga, pois esse fator favorece sua dispersão, estabelecimento e consequentemente seu crescimento populacional na área.
3 Ácaros fitoseídeos Os ácaros predadores são considerados os inimigos naturais mais efetivos no controle biológico de pragas, sendo que aqueles pertencentes à família Phytoseiidae são os mais importantes. Hoje são conhecidas mais de 2.250 espécies de ácaros fitoseídeos, das quais cerca de 140 foram relatadas no Brasil (Moraes et al., 2004). Os fitoseídeos raramente são maiores que 0,5 mm quando adultos. Esses ácaros caracterizamse taxonomicamente por apresentar nos estágios de deutoninfa e adulto um único escudo dorsal o qual apresenta um número máximo de 20 pares de setas. Nas pernas podem ser observadas “macrosetas”, que apresentam um tamanho significativamente maior do que as demais setas presentes nesse apêndice (Chant, 1985). Movem-se mais rapidamente do que suas presas e comumente são brilhantes. Possuem um ciclo de vida curto, sendo que em condições climáticas favoráveis e com boa disponibilidade de alimento, completam o desenvolvimento de ovo a adulto em cerca de uma semana (Hoy, 1985). O período de oviposição geralmente varia entre 15 e 30 dias, sendo que as fêmeas ovipositam em média dois ovos por dia, dependendo da espécie e da fonte de alimento dentre outros fatores. No Brasil, o uso dos ácaros fitoseídeos N. californicus e P. macropilis tem sido promissor para o controle biológico aplicado do ácaro rajado em várias culturas, tais como: morango, crisântemo, gérbera, maçã e pêssego, dentre outras (Ferla et al., 2007; Poletti, 2007; Bellini et al., 2006; Sato et al., 2006; Monteiro, 2002; Watanabe et al., 1994). Geralmente adultos da primeira espécie apresentam coloração que varia de palha a amareloescuro, sendo diferenciada facilmente em campo de P. macropilis, cujos adultos apresentam coloração avermelhada. Apesar de N. californicus alimentar-se preferencialmente do ácaro rajado, na ausência desta presa pode consumir outras fontes de alimentos tais como pequenos insetos, outras espécies de ácaros fitófagos ou pólen de plantas. Já o ácaro P. macropilis é especialista quanto ao hábito alimentar consumindo exclusivamente ácaros pertencentes ao gênero Tetranychus (McMurtry e Croft, 1997). Os ácaros especialistas reproduzem-se mais rapidamente do que os generalistas quando a disponibilidade da presa é elevada. Quando a densidade populacional do ácaro rajado é baixa, P. macropilis deverá dispersar para fora da área de cultivo em busca de fonte de alimento. Por outro lado nestas condições, N. californicus poderá permanecer na cultura sobrevivendo com outras fontes de alimento tais como várias espécies de ácaros fitófagos, pequenos insetos e pólen de plantas. Ressalta-se que esses ácaros não se alimentam das plantas cultivadas, não ocasionando danos as mesmas. Outra diferença estabelecida entre os ácaros especialistas e generalistas é a preferência pelo estágio de desenvolvimento da presa. Apesar dos especialistas preferirem ovos, os generalistas não fazem distinção entre imaturos e ovos. Devido a diferenças quanto ao hábito alimentar e/ou comportamental desses ácaros, o emprego de liberações combinadas de N. californicus e P. macropilis pode surtir efeitos positivos no manejo integrado do ácaro rajado. Um estudo realizado em cultivo protegido de crisântemo revelou resultados positivos da liberação combinada dessas espécies quando a densidade populacional da praga estava em níveis elevados ( > 10 ácaros rajado/folíolo). A escassez
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de alimento, em condições de casa de vegetação, limita o sucesso do emprego conjunto de N. californicus e P. macropilis devido à dispersão do ácaro especialista para áreas adjacentes em busca de alimento (Poletti, 2007).
4 Emprego do controle biológico aplicado do ácaro rajado em morango Embora os predadores apresentem-se normalmente mais suscetíveis aos pesticidas que suas presas, algumas populações de ácaros fitoseídeos são mais tolerantes que os ácaros tetraniquídeos, podendo suportar concentrações elevadas de agrotóxicos. Uma população de N. californicus coletada de cultivo protegido de morangueiro mostrou-se 25,1; 4,7; 2,9 e 2,5 vezes mais tolerante que o ácaro rajado aos acaricidas propargite, clorfenapir, fempiroximate e cihexatin, respectivamente. No caso de propargite, a concentração letal média foi de 2.900 mg de i.a./L (Sato et al., 2002), que corresponde a aproximadamente 9,7 vezes a concentração recomendada desse acaricida para o controle de ácaro rajado em morangueiro no Brasil. Poletti & Omoto (2005) verificaram que essa mesma população apresentou resistência a deltametrina, sendo aproximadamente 24 vezes mais tolerante a esse inseticida do que outra população dessa mesma espécie coletada em um pomar comercial de maçã em Fraiburgo/SC. Um estudo realizado em condições de laboratório para comparar a suscetibilidade de N californicus e P. macropilis a vários agrotóxicos utilizados em cultivo protegido de hortaliças e plantas ornamentais revelou que dentre os 21 agrotóxicos testados, N. californicus foi tolerante a 12 produtos e P. macropilis a apenas seis produtos (Poletti et al., 2008). N. californicus é um inimigo natural bastante eficiente no controle de ácaro rajado em morangueiro, podendo manter a população dessa praga abaixo do nível de dano econômico, se liberado enquanto as populações de T. urticae são relativamente baixas (< 5 ácaros/folíolo). Quando as infestações de T. urticae são muito altas, há necessidade de liberação de um número muito grande de ácaros fitoseídeos por canteiro de morango, o que pode ser economicamente inviável. Quando N. californicus é liberado em quantidades baixas (< 1 ácaro predador para 100 fitófagos), o tempo necessário para a redução populacional do ácaro rajado pode ser muito longo, comprometendo a produção de morango. Quando as populações de T. urticae tornam-se muito elevadas, atingindo mais de 100 ácaros por folíolo, podem ocorrer intensa desfolha e morte das plantas de morangueiro. Em um estudo realizado em cultivo protegido de morango em Serra Negra, SP, ácaros N. californicus foram distribuídos em vinte pontos marcados por canteiro de 200 plantas de morango. Distribuiu-se uma quantidade de 20 ácaros predadores em cada ponto de liberação. Foram realizadas três liberações de N. californicus, com intervalos de aproximadamente sete dias. A infestação inicial média de T. urticae foi ao redor de 55 ácaros por folíolo para os pontos de liberação de N. californicus e de 25,5 ácaros T. urticae para as áreas fora dos pontos de liberação. Os ácaros predadores nessa taxa de liberação, não conseguiram impedir o aumento populacional de T. urticae nos canteiros até 28 dias após o início das liberações. A porcentagem de redução populacional de ácaro rajado alcançou 77,6%, em comparação com canteiros sem liberação, somente seis semanas após a primeira liberação. Observou-se que a migração de N. californicus entre plantas de morangueiro foi bastante lenta, em condições de alta infestação de T. urticae. Ácaros N. californicus foram observados em plantas fora dos pontos de liberação (60 a 70 cm das plantas que receberam N. californicus ) apenas aos 22 dias após o início das liberações (Sato et al., 2006a). Em altas populações de T. urticae, há formação de grande quantidade de teia, o que afeta a mobilidade dos ácaros N. californicus , prejudicando o controle biológico exercido por essa espécie. O excesso de disponibilidade de alimento é outro fator que contribui para essa baixa migração dos predadores. Para canteiros com altas infestações de ácaro rajado, é interessante a utilização de algum método de controle visando à redução populacional de T. urticae, antes da liberação de N. californicus. Nesse caso, a aplicação de um produto seletivo antes das liberações de predadores pode representar uma alternativa prática e viável para o manejo de ácaro rajado em morangueiro. Em uma pesquisa conduzida em cultivo protegido de morango, em Atibaia, SP, a população inicial de T. urticae foi de 87,1 ácaros/folíolo. Duas aplicações de propargite, a 216 mg de i.a./L, foram feitas com intervalo entre aplicações de sete dias. Aproximadamente duas horas após cada aplicação de propargite, adultos de N. californicus foram liberados a uma taxa de 3,2 e 1,9 ácaros/ planta, respectivamente, para a primeira e segunda liberação. A população T. urticae decresceu de
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87,1 para 2,8 ácaros/folíolo nas primeiras três semanas. Durante esse período, a população de N. californicus cresceu de zero a 1,64 ácaro/folíolo. Após esse período inicial, a população de T. urticae foi mantida em níveis iguais ou abaixo de 1,5 ácaro/folíolo, sem a necessidade qualquer aplicação de acaricidas, até o final do experimento (10ª semana). O tratamento com propargite (duas aplicações a 216 mg de i.a./L), sem a liberação de N. californicus , não foi eficiente para o controle de T. urticae . Apenas as aplicações do acaricida não foram capazes de reduzir o número de ácaros T. urticae para níveis abaixo de 15,9 ácaros/folíolo, durante todo o período do experimento (Sato et al., 2006b). Esses resultados indicam que a utilização de ácaros predadores em associação com acaricidas seletivos constitui-se em uma boa estratégia de manejo de ácaros-praga em morangueiro. A utilização de acaricidas seletivos torna-se quase obrigatória para os produtores que não fazem monitoramento da população de acaro rajado no campo e, portanto, não conseguem definir o momento adequado para a liberação dos predadores. A liberação de ácaros predadores em morangueiro e ornamentais também pode contribuir para a redução dos casos de resistência de ácaro rajado a acaricidas, devido à menor necessidade de uso de acaricidas e, portanto menor pressão de seleção por esses compostos. Ressalta-se que além de N. californicus outras espécies como Amblyseius idaeus Denmark & Muma e P. macropilis também apresentaram boa eficiência para o controle biológico do ácaro rajado em morango no Brasil, sendo agentes biológicos potenciais para o emprego em programas de manejo de pragas nesta cultura (Ferla et al., 2007; Watanabe et al. 1994). Com relação ao ácaro P. macropilis o maior problema relacionado à sua introdução em cultivos convencionais de morango é a sua elevada suscetibilidade a vários agrotóxicos registrados para essa cultura. Uma solução para esse problema é o emprego de linhagens resistentes desse predador a alguns dos principais ingredientes ativos utilizados para o controle de pragas em morangueiro. Nesse sentido, um trabalho de monitoramento da resistência de P. macropilis a deltametrina revelou variabilidade na suscetibilidade das populações desse predador coletadas em campo, sendo detectadas populações com razões de resistência (RR) de até 3.500 vezes (Poletti, 2007).
5 Controle biológico de fungus gnats com uso de ácaros predadores em morangueiro Uma praga de solo que atualmente tem causado sérios problemas em sistemas de cultivo protegido para produção de mudas é uma mosca pertencente à família Sciaridae. Esse inseto é conhecido como fungus gnats ou sciara, observando-se que o gênero mais encontrado é Bradysia spp. O termo fungus gnats é utilizado pois esse inseto normalmente se alimenta de fungos encontrados no solo. Os adultos são mosquinhas de pouco mais de 2 mm, que possuem asas escuras e antenas longas. Esses insetos possuem dificuldade em voar, permanecendo próximas dos substratos ou bancadas das casas-de-vegetação. Cada fêmea coloca cerca de 150 ovos no substrato, entre 3 e 4 dias eclodem as larvas, que são delgadas com a cabeça preta e corpo liso semi-transparente revelando o conteúdo do trato digestivo. O desenvolvimento dessas larvas é de aproximadamente 14 dias. Durante esse período além do dano direto nas raízes o ataque desse inseto pode deixar as mudas mais vulneráveis a doenças. As moscas adultas também podem causar prejuízos na produção de mudas atuando na disseminação de fungos fitopatogênicos entre as plantas. Um problema relacionado a essa praga é que os sintomas de seu ataque podem ser confundidos com a ocorrência de doenças, dificultando o seu controle. Em cultivo protegido de morango, Radin et al (2006) relataram que o crescimento do número de plantas atacadas por larvas dessa praga em casa de vegetação coincidiu com a verificação de ocorrência da antracnose do rizoma ( Colletotrichum fragariae) e também com sintomas de mofo cinzento ( Botrytis cinereai). Dessa forma os pesquisadores reportaram que as larvas desse inseto praga, além de causarem danos diretos nas raízes das mudas, ainda deixaram aberta a porta para o ataque de doenças, e que além disso a mosquinha adulta atuou na disseminação de fungos fitopatogênicos entre as plantas. Uma alternativa para o manejo dessas moscas é o uso dos ácaros predadores de solo, cuja principal família é Laelapidae. Dentre as espécies que apresentam potencial para o controle de fungus gnats, destaca-se Stratiolaelaps scimitus (Womersley), sendo que esse predador alimenta-se preferencialmente de larvas e ovos desse inseto-praga. Esse predador é comercializado em vários
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países da Europa e América do Norte. No Brasil, devido aos avanços científicos nos estudos com esses ácaros, o emprego prático para o controle dessa mosca tem se mostrado bastante promissor. Uma das recomendações é que a liberação inundativa desses ácaros seja realizada logo após o plantio das mudas, quando a densidade populacional da praga ainda é baixa, o que pode garantir o sucesso em programas de manejo. A utilização de armadilhas amarelas pode contribuir com o monitoramento de adultos dessa mosca, indicando sua presença no sistema de produção.
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MANUSEIO PÓS-COLHEITA, COMPOSTOS FUNCIONAIS E LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE MORANGOS CELSO L. MORETTI Eng. Agrônomo, Dr., Laboratório de Pós-colheita, Embrapa Hortaliças, Brasília, DF.
[email protected]
1.
Introdução O morango (Fragaria x ananassa Duch) é a única hortaliça da família das rosáceas (Filgueira, 2003). É um fruto amplamente apreciado e consumido em todo o mundo tanto em sua forma in natura quanto como ingrediente de produtos industrializados (Seeram et al., 2006). O início do cultivo do morangueiro no Brasil não é bem conhecido (Camargo & Passos, 1993). Carvalho (2006) descreve que a introdução da cultura deu-se por volta da década de 50 do século passado no sul do estado de Minas Gerais, no município de Estiva. Entretanto, a cultura começou a expandir-se a partir da década de 1960, com o lançamento da cultivar Campinas (Passos & Trani, 1997). Desde então tem se disseminado em várias regiões brasileiras, notadamente nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal, em regiões de solos e climas diversos. O cultivo é basicamente realizado por pequenos produtores rurais, que usam mão-de-obra familiar, durante todo o seu ciclo, sendo a maior parte da produção desti nada ao mercado in natura. Todavia, a cultura tem despertado interesse de empresários em diversos pontos do Brasil que têm montado estruturas maiores e mais complexas visando o atendimento com qualidade tanto de mercados locais quanto de mercados mais distantes como o nordeste brasileiro. Por ser um fruto bastante delicado e muito sensível ao manuseio, é extremamente importante que todos aqueles envolvidos na cadeia produtiva do morango tenham conhecimento acerca dos principais cuidados relativos ao manuseio desta hortaliça. O presente artigo aborda os principais aspectos do manuseio pré e pós-colheita, compostos funcionais e logística de distribuição de morangos. 2.
Colheita Como toda fruta e hortaliça, morangos devem ser colhidos nas horas mais frescas do dia, isto é, ao amanhecer ou no final da tarde. Após a colheita os frutos devem ser imediatamente retirados do contato direto da luz solar, sendo dado prosseguimento às demais etapas do processo de beneficiamento. a. Fatores pré-colheita A qualidade de morangos na pós-colheita está intimamente ligada aos cuidados que foram dispensados aos frutos durante a fase de pré-colheita. Assim, adequado manejo do solo e da água, controle integrado de pragas e doenças e nutrição mineral, dentre outros, devem ser conduzidos de forma criteriosa a fim de garantir frutos de excelente qualidade sensorial aos consumidores. b. Produção segura A inocuidade dos alimentos consumidos tem sido uma preocupação diária em todo o mundo. A cada dia que passa a população entende que sua saúde está diretamente relacionada com o alimento consumido. A produção segura de morangos envolve uma série de etapas, desde a escolha do material propagativo até sua comercialização na forma fresca ou processada. Em cada uma dessas etapas existe a possibilidade de contaminação química, física e microbiológica, que pode potencialmente fazer mal à saúde do consumidor. Em face desses desafios, a adoção de ferramentas de gestão da segurança e da qualidade de frutas e hortaliças vem crescendo significativamente em vários países, norteando diversos processos de comercialização, sendo utilizada, em alguns casos, como barreira não-tarifária para produtos exportados para os mercados europeu, americano e asiático. Dentre os processos adotados na busca pelos padrões exigidos de segurançae inocuidade destacam-se as Boas Práticas Agrícolas (BPA), a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e a Produção Integrada de Morango (PIMo), que recentemente teve as normas técnicas específicas para produção
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integrada divulgadas. É importante salientar também que a rastreabilidade é parte integrante e indispensável do processo de obtenção de morangos seguros (Moretti & Mattos, 2007). c. Cuidados na colheita A época de colheita de morangos depende, sobretudo, da cultivar em produção e da região de cultivo. De maneira geral, a colheita ocorre de abril e outubro em regiões mais quentes, podendo estender-se até dezembro em regiões mais frias, como o sul do Brasil. A colheita normalmente é feita entre 60 e 80 dias depois do plantio das mudas, dependendo da região de cultivo. A colheita é feita manualmente quando os frutos têm entre ½ e ¾ da superfície com predominância de cor vermelha brilhante, indicando estarem maduros (Cantillano, 2006). Com o incremento do transporte refrigerado, o ponto de colheita dependerá também da distância do mercado de destino. Frutos mais maduros devem ser enviados para mercados mais próximos assim como frutos com estádio de amadurecimento menos desenvolvido podem ser enviados para mercados mais distantes.
3.
Embalagem A colheita de morangos é feita em boa parte das regiões produtoras em cestas feitas de madeira ou taquara. Todavia, pela dificuldade de sua higienização, muitos produtores estão optando pela utilização de cestas plásticas, que possibilitam a desinfecção. Após a colheita os frutos são levados para casas de embalagem ou galpões de beneficiamento onde são selecionados, classificados e embalados em bandejas de poliestireno (isopor) envoltas em filme de cloreto de polivinila (PVC). Mais recentemente, morangos também têm sido embalados em embalagens de plástico rígido de tereftalato de polietileno (PET), com aberturas para trocas de calor e de gases. As embalagens plásticas são normalmente colocadas em bandejas de papelão que comportam 4 caixas de plástico (PET) com uma única camada, que são então empilhadas e armazenadas ou despachadas para o mercado de destino. Nos estados americanos da Flórida e Califórnia os frutos são colhidos diretamente em pequenas cestas plásticas que posteriormente são envoltas em filme de PVC ou em embalagens de PET perfuradas. Posteriormente, são colocados em bandejas de papelão com capacidade para 4 a 5 kg de morangos (Mitcham, 2004). 4.
Resfriamento rápido O resfriamento rápido é utilizado para remover o calor de campo do produto, contribuindo para prolongar a vida de prateleira, inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e reduzir a perda de água. Tal prática deve ser executada o mais rápido possível, tendo-se em vista que, em média, a cada 10 °C de elevação de temperatura de armazenamento de um produto, a taxa de deterioração aumenta de duas a três vezes. A principal preocupação em qualquer processo de resfriamento rápido reside na determinação do tempo necessário para que o produto atinja a temperatura de resfriamento completo. Assim, parâmetros como “tempo de meio resfriamento” e “tempo de 7/8 de resfriamento” devem ser calculados. O tempo de meio resfriamento corresponde ao tempo necessário para se resfriar o produto até a temperatura média entre a inicial e a temperatura do meio de resfriamento (Cortez et al., 2002). De maneira prática, se uma carga de morangos a 30 °C for colocada numa câmara a 10 °C e demorar 8 horas para chegar a 15 °C, ele levará outras 8 horas para atingir 7,5 °C, e assim por diante. Por serem extremamente perecíveis, morangos devem ser resfriados no máximo uma hora após a colheita a fim de evitar-se a perda de qualidade. O manejo da temperatura é o principal fator para a manutenção da qualidade e redução da deterioração de morangos. O resfriamento rápido com ar forçado é o mais indicado embora o método da câmara fria também seja empregado em alguns casos. Idealmente, morangos devem ser resfriados até próximo a 0 oC e assim devem ser mantidos durante todo o processo até o consumidor final (Talbot & Chau, 2002). Em termos práticos, sugere-se que os frutos sejam resfriados o mais rápido possível a temperaturas próximas da ideal e assim sejam mantidos.
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5.
Condições ótimas de armazenamento e vida de prateleira As condições ideais de armazenamento são temperatura de 0 oC e umidade relativa entre 90 e 95%. Nessas condições, morangos podem ser armazenados por até 7 dias dependendo da pressão de doenças existentes. Como os sistemas de refrigeração empregados em câmaras frias apresentam flutuação de até 1,5 ºC, recomenda-se que a temperatura mínima de segurança para o armazenamento de morangos seja de 2 a 2,5 ºC reduzindo-se assim o risco de congelamento dos frutos. a. Atmosfera modificada O uso de atmosfera modificada é bastante disseminado para a comercialização de morangos. Mitcham (2004) relata que morangos transportados sob atmosfera contendo entre 10 e 15% de CO 2 apresentaram redução do desenvolvimento do fungo Botrytis cinerea, além de reduzir a atividade respiratória, prolongando a vida de prateleira. É bastante comum envolver-se o pálete com as caixas de morango com filmes plásticos impermeáveis ao CO 2 e aplicar o gás no interior do pálete para aumentar a conservação dos frutos. 6.
Comportamento fisiológico a. Respiração Morangos são classificados como frutos não-climatéricos, isto é, apresentam diminuição gradativa da evolução de CO 2 durante o processo de desenvolvimento do fruto e não há uma elevação significativa da atividade respiratória com incremento da evolução de etileno durante o processo de amadurecimento do fruto, conforme verificado em frutos climatéricos. Em outras palavras, morangos não têm alterações significativas de qualidade no período de pós-colheita. b. Etileno Morangos produzem baixas quantidades de etileno (menores do que 0,1 μL . kg -1 . h-1) quando armazenados a 20 ºC e não respondem à fontes exógenas deste fitohormônio (Honório & Moretti, 202). A remoção do etileno presente em câmaras de armazenamento por meio da renov ação do ar ou por outro método pode contribuir para redução do desenvolvimento de algumas doenças. c. Desordens fisiológicas Tendo-se em vista o curto tempo de armazenamento e sua rápida comercialização morangos apresentam poucas desordens fisiológicas documentadas. A mais comumente observada é a causada por CO2 em sistemas que utilizam elevadas concentrações desse gás para estender a vida de prateleira. Ke et al. (1991) reportaram a ocorrência de aparecimento de coloração azulada na superfície do fruto e Gil et al. (1997) o esbranquecimento dos tecidos internos. 7.
Principais doenças pós-colheita O principal fungo que ataca os frutos tanto em condições de campo quanto na pós-colheita é o Botrytis cinerea, causador da doença conhecida como mofo cinzento. As maiores perdas ocorrem em lavouras com espaçamento reduzido, excesso de adubação nitrogenada, irrigação por aspersão e onde o controle da doença é deficiente. As maiores perdas causadas pelo mofo cinzento são observadas em frutos colhidos em épocas chuvosas (Costa & Ventura, 2006). Em pós-colheita é comum observar-se também a ocorrência do fungo Rhizopus stolonifer , causador da podridão mole. Outro fungo que também tem causado danos em lavouras é o Phythphthora cactorum que causa a podridão dos frutos. Além desses mencionados anteriormente, os fungos Sclerotinia sclerotiorum , Colletotrichum fragariae e C. acutatum, esses dois últimos causadores da antracnose, têm sido encontrados em qualquer fase do desenvolvimento dos frutos, inclusive na pós-colheita, no estado do Espírito Santo (Costa & Ventura, 2006). 8.
Processamento mínimo Produtos minimamente processados podem ser definidos como qualquer fruta ou hortaliça que tenha passado por alteração em sua constituição física todavia, assegur ando-se sua permanência em estado fresco. É uma interessante forma que agricultores familiares e empresários têm encontrado de agregar valor à sua matéria prima, gerando renda e emprego.
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O morango, por ser um fruto muito apreciado, tem sido minimamente processado por diversas agroindústrias familiares no Brasil, abrindo novas possibilidades de geração de renda junto à empresas de refeição coletiva, cozinhas industriais (hotéis, restaurantes, hospitais) e nos diferentes equipamentos de varejo (supermercados, sacolões, varejões). Morangos podem ser minimamente processados na forma de fatias ou em metades para uso em bebidas variadas (“caipifrutas”, batidas) ou em metades para aproveitamento em tortas e doces variados. As principais etapas no processamento mínimo do morango são seleção, retirada do pedúnculo e cálice, lavagem dos frutos em água limpa e corrente, sanitização com solução de cloro (150 mg.L-1), corte (fatias, metades, outros), enxágüe, drenagem do excesso de água e embalagem em bandejas plásticas (PET). Como existem diferentes cultivares disponíveis no mercado nacional é importante atentar para o fato de que alguns materiais, por possuírem miolo com traços de coloração branca, como é o caso da cultivar Oso Grande, podem ter menor aceitação em comparação com outras cultivares que têm polpa de coloração vermelha intensa, como é o caso da ‘Dover’. Produtores de morangos do DF têm optado por morangos dessa última cultivar para o processamento. Rosen & Kader (1989) e Wright & Kader (1997) reportaram vida útil de 7 dias para morangos minimamente processados armazenados a 2,5 °C e 5 dias para aqueles armazenados a 5 °C.
9.
Aspectos nutricionais e funcionais Diversos trabalhos abordam o fato de que uma dieta rica em frutas e hortaliças está intimamente relacionada com a redução do estresse oxidativo e de doenças correlatas (Hallinwell & Gutteridge, 1999) e que esses efeitos benéficos são atribuídos a compostos funcionais ou bioativos presentes. Os compostos funcionais ou substâncias bioativas são constituintes extra-nutricionais que ocorrem, tipicamente, em pequenas quantidades em produtos vegetais e alimentos ricos em lipídeos. Possuem estrutura química e função variável e nessa classe incluem-se os compostos fenólicos, incluindo suas subcategorias, como os flavonóides. Estão presentes também fitoestrógenos, carotenóides como o licopeno, compostos organossulfurados, fibras alimentares, isotiocianatos e monoterpenos (Kris-Etherton et al., 2002). Morangos são ricos em compostos fenólicos como o ácido elágico, as elagitaninas, as galatotaninas, as antocianinas, os flavonóides e o cumaroil glicosilado (Seeram et al. 2006). Investigações preliminares revelaram que a ingestão de alimentos contendo elagitaninas, como morangos e amoras, inibiram eventos associados com a iniciação e promoção ou progressão de câncer de cólon e oseofageal (Harris et al., 2001; Kresty et al., 2001; Stoner et al., 1999). O ácido elágico e algumas elagitaninas têm apresentado propriedades inibidoras contra replicação do vírus HIV transmissor da AIDS (Maas et al., 1991a). Estudos com ratos sugerem que a elagitanina oenoterina B pode ser usada por via oral para inibir o HIV e o vírus da herpes (Maas et al., 1991b). Yu et al. (2005), estudaram o efeito da ingestão do ácido elágico, em coelhos hiperlipidêmicos, na prevenção da arteriosclerose, e seus resultados indicaram o efeito protetor via supressão do estresse oxidativo e aumento da apoptose. Como visto acima, o morango é uma hortaliça riquíssima em compostos funcionais que podem contribuir para a prevenção de diversas doenças. Essas informações podem e devem ser utilizadas pelos diversos atores envolvidos na cadeia produtiva do morango de tal forma a maximizar as oportunidades de comercialização do produto. 10.
Transporte e logística de distribuição Um dos grandes entraves para um consistente aumento na comercialização e, por conseguinte, consumo de frutas e hortaliças no Brasil, com conseqüente redução no desperdício, está relacionado com a logística de distribuição e comercialização desses produtos. A ausência da “cultura do frio” em toda a cadeia pós-colheita contribui de forma significativa para a redução da qualidade final do produto. Como visto nos itens anteriormente apresentados, é de suma importância que morangos sejam manuseados com todo cuidado para que cheguem ao seu destino final com qualidade ótima.
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Nesse sentido, os envolvidos com os processos de beneficiamento e distribuição dos frutos devem estar atentos a alguns detalhes importantes. A manutenção da temperatura adequada deve ser observada em todo o processo. Desde logo após a colheita até o ponto de venda, morangos devem ser manuseados próximos à temperatura ideal. Para empresas que fazem transporte refrigerado do produto, é muito importante que os caminhões utilizados tenham compartimento de carga (baú) adequadamente preparado para o transporte de morangos. Os baús devem ser previamente lavados com água limpa e de boa qualidade entre uma carga e outra. Após a lavagem deve ser aplicada solução de água clorada (50 mg.L -1) a fim de eliminar qualquer contaminação que possa ainda existir. Evitar, a todo custo, o transporte de produtos de origem animal no mesmo baú que posteriormente transportará os morangos. Antes de carregar os frutos para o transporte o baú refrigerado deve ser ligado e a temperatura desejada deve ser atingida previamente ao carregamento. Em hipótese alguma o baú deve ser carregado antes de estar refrigerado. Por outro lado, por não possuir capacidade de retirar calor de forma eficiente dos frutos, mas sim, e tão somente, manter a temperatura dos frutos numa faixa ideal, o baú não deve ser carregado com frutos que não passaram por um processo prévio de resfriamento rápido, isto é, morangos a 20-25 ºC não devem ser colocados no baú refrigerado que está, por exemplo, a 5°C. É importante se certificar também que o assoalho do baú possua estrado ou ranhuras de tal forma a permitir a circulação adequada do ar frio pela carga. As caixas ou páletes não devem ser colocados encostados no chão ou nas paredes do baú refrigerado, com possibilidade de algumas partes da carga não manterem a temperatura adequada, causando prejuízos ao produtor. A manta de distribuição do frio, que vai no teto de muitos baús, deve também estar em bom estado de manutenção de tal forma a permitir uma distribuição uniforme do ar frio por toda a carga. A carga deve ser carregada de acordo com as entregas que serão realizadas, isto é, as que forem ser entregues primeiro devem vir no final do baú e as últimas a serem entregues mais próximas da cabine do motorista. Escolher também o estádio de amadurecimento dos frutos que serão transportados. Assim, para transportes a longas distâncias, como da região Sudeste para a Nordeste, frutos mais verdes, isto é, com pouca predominância de cor avermelhada na casca, devem ser os escolhidos. Para mercados mais próximos (regionais) é possível o transporte de frutos mais maduros. Finalmente, mas não menos importante, é desejável que o ponto de venda do morango tenha uma estrutura adequada para o recebimento do produto, incluindo câmaras frias limpas e em bom estado de conservação, mantidas à temperatura adequada. Morangos devem preferencialmente ser comercializados em balcões refrigerados no ponto de venda, assegurando-se que a cadeia do frio não seja quebrada. Sugere-se ainda, como estratégia de comercialização, que os pontos de venda disponham de informações nutricionais a respeito do fruto. Propriedades antioxidantes e de prevenção de doenças bem como receitas devem ser colocadas próximas ao produto, estimulando a compra. Além disso, a colocação de outros produtos ao lado dos morangos, como creme de leite ou ‘chantilly’, estimulam igualmente o desejo de compra dos morangos. Sem sombra de dúvida, aquele produtor ou empresário que atentar para esses pequenos, mas importantes detalhes de manuseio pós-colheita de morangos descritos no presente documento, terá mais chances de sucesso no competitivo e, cada vez mais, exigente mercado br asileiro de frutas e hortaliças.
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DOENÇAS EM MORANGUEIRO NA FLÓRIDA NATÁLIA A. PERES Gulf Coast Research and Education Center University of Florida 14625 CR 672 Wimauma, FL 33598
Entre as doenças mais importantes para a cultura de morangueiro na Flórida estão a Antracnose de fruto e a Flor Preta (causadas por Colletotrichum acutatum), a Antracnose do rizoma (causada por Colletotrichum gloeosporioides ou C. fragariae), o Mofo Cinzento (causado por Botrytis cinerea), o Oídio (causado por Sphaerotheca macularis ), e a Mancha Angular (causada por Xanthomonas fragariae). Outras podridões de fruto, além das já citadas, incluem a Podridão de Rhizopus (causada by Rhizopus stolonifer ) , assim como podridões causadas por Phomopsis obscurans e Gnomonia comari. Outras doenças encontradas são as manchas foliares, que podem ser causadas por Diplocarpon earlianum, Mycosphaerella fragariae, Phomopsis obscurans ou Gnomonia comari, e as podridões de rizoma ou raízes como a Podridão de Phytophthora (causada por Phytophthora cactorum ou P. citricola) e a Murcha de Verticillium (causada por Verticillium albo-atrum ou V. dahlia ). Recentemente, foram também reportadas a Podridão de rizoma causada por Macrophomina phaseolina (Mertely et al., 2005) e a podridão de raízes causada por Colletotrichum acutatum. Antracnose de fruto e Flor Preta Sintomas e agente causal. A antracnose é uma das doenças mais importantes para a cultura do
morangueiro na Flórida sendo que as perdas podem exceder 50% quando as condições estão favoráveis ao desenvolvimento da doença. Apesar de outras espécies de Colletotrichum também causarem a antracnose, C. acutatum é a espécie mais importante, podendo afetar praticamente todas as partes da planta como o rizoma, folhas, estolões, flores e frutos maturos e imaturos. Além disso, o fungo pode também afetar as raízes e o desenvolvimento das plantas. Os sintomas característicos em fruto aparecem como manchas deprimidas de coloração escura que, em condições favoráveis, são cobertas por uma massa de esporos de coloração alaranjada na superfície. As flores afetadas tornam-se escuras e geralmente permanecem aderidas a planta. Epidemiologia e ciclo da doença. As mudas contaminadas, sintomáticas ou não, são a mais importante fonte de inóculo para os campos de produção da Flórida. O fungo pode sobreviver e se reproduzir na superfície das folhas sem causar sintomas, o que pode ter sérias implicações no manejo da doença já que plantas infetadas podem escapar a detecção antes do plantio e o patógeno pode se reproduzir significativamente no campo sem ser detectado. Os conídios de C. acutatum são produzidos em acérvulos nos pecíolos ou frutos e são disseminados localmente através de água da chuva ou irrigação, ou ainda durante a colheita quando os colhedores entram em contato com fruto s contaminados e frutos sadios. Condições de alta umidade favorecem o desenvolvimento da doença. Controle. A utilização de mudas sadias é a melhor forma de evitar a introdução do patógeno no campo.Na Flórida, o controle químico atualmente recomendado é a aplicação preventiva de fungicidas na forma de calendário. Um dos objetivos do nosso programa de pesquisa tem sido o desenvolvimento ou validação de modelos de previsão onde fungicidas seriam aplicados somente quando as condições sejam favoráveis a doença. Em estudo de Wilson et al. (1990), os autores desenvolveram curvas de infecção para determinar a incidência da doença na variedade Midway em função da duração de molhamento do fruto e temperatura. Este modelo está sendo atualmente testado para determinar o
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momento de aplicação de fungicidas e os resultados preliminares indicam que o número de pulverizações pode ser reduzido até pela metade com a utilização do sistema. Entre os fungicidas recomendados para o controle da antracnose estão captan, azoxystrobin, pyraclostrobin e cyprodinil+fludioxonil. Antracnose de rizoma
A antracnose de rizoma pode ser causada por Colletotrichum gloeosporioides ou C. fragariae. Plantas infectadas inicialmente demonstram sinais de murcha e, posteriormente, entram em colapso, o que pode ocorrer dentro de 2 ou 3 dias em condições de alta temperatura, ou pode demorar várias semanas em temperaturas mais amenas. Os sintomas típicos da doença são manchas de coloracão marrom-alaranjada observadas no interior do rizoma. Normalmente, não ocorrem sintomas nas folhas ou pecíolos, porém no verão ou em condições de casa de vegetação podem ser observados sintomas nos estolões, folhas ou frutos. Os sintomas da antracnose de rizoma causados por Colletotrichum são idênticos aos sintomas da podridão de rizoma causada por Phytophthora e o fungo precisa ser isolado em laboratório para identificação. Epidemiologia e ciclo da doença. Devido as condições de alta temperatura e umidade, favoráveis a antracnose de rizoma, a doença se tornou um fator limitante a produção de mudas durante o verão na Flórida. A propagação de mudas em regiões frias como o Canadá reduziu significamente a incidência desta doença no estado Flórida e, atualmente, apenas uma baixa incidência da doença é observada no campo. Estudos efetuados pelo nosso grupo de pesquisa indicam que essa baixa incidência da doença, apesar da utilização de mudas sadias, é verificada porque outros hospedeiros, como algumas espécies de plantas nativas, podem também servir de fonte de inóculo para o morangueiro (Mackenzie et al., 2007). Controle. A utilização de mudas sadias é o método mais efetivo para o controle desta doença nos campos de produção. As práticas culturais que reduzem a presença de água nas folhas também ajudam a limitar a disseminação do patógeno. A aplicação preventiva de fungicidas ajuda a prevenir as infecções a partir do inóculo de outros hospedeiros, porém não evita o desenvolvimento da doença em plantas que já estão previamente infectadas. Entre os fungicidas recomendados para o controle da antracnose de rizoma estão captan, tiofanato metílico, azoxystrobin e pyraclostrobin. Estes não são efetivos para o controle podridão de rizoma causada por Phytophthora e por isso a importância de uma correta identificação do agente causal. Sintomas e agente causal.
Mofo cinzento
O mofo cinzento, causado pelo fungo Botrytis cinerea, é uma das doenças mais importantes da cultura do morangueiro. Os sintomas são observados em frutos verdes ou maduros. Porém, a infecção geralmente ocorre através das flores, que são altamente suscetíveis ao mofo cinzento e podem também ser diretamente afetadas. As lesões nos frutos inicialmente desenvolvem-se perto do cálice do fruto e estão associadas a infecção das pétalas. Durante períodos de muita chuva ou neblina, ou alta umidade relativa, as lesões são cobertas por esporos de coloração acinzentada que são disseminados pelo ar quando os frutos são manipulados. Epidemiologia e ciclo da doença. O fungo B. cinerea coloniza a folhagem de folhas senescentes das mudas de morangueiro assim como a vegetação senescente de outras espécies vegetais perto dos viveiros de morangueiro. Os esporos produzidos nas folhas velhas são disseminados pelo ar, água ou através do homem e colonizam as folhas novas ou flores sem causar sintomas visíveis. Em períodos de temperatura amena e alta umidade relative, os esporos germinam e infectam os estames e pétalas, mas a infecção normalmente apenas torna-se visível em frutos verdes ou maduros cerca de 2 a 4 semanas após a Sintomas e agente causal.
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infecção. Conforme a epidemia da doença avança, os frutos infectados e mumificados, assim como as flores e pecíolos senescentes tornam-se uma importante fonte de inóculo. O mofo cinzento é especialmente importante nos sistemas de produção anual, caracteri zados por prolongados períodos de florescimento e frutificação. Controle . Entre as práticas culturais, para o controle do mofo cinzento estão o uso de variedades
resistentes, quando disponíveis, e a remoção de frutos e folhas infectadas. Em geral, as variedades com cálices grandes são mais suscetíveis pois retém mais a umidade nessa parte do fruto. A remoção de folhas senescentes e de frutos sintomáticos ajuda a reduzir a fonte de inóculo. As aplicações de fungicidas devem ser efetuadas para inibir a esporulação e proteger as flores da infecção. Na Flórida, o controle químico é efetuado através da aplicação de fungicidas protetores durante a maior parte da estação e de fungicidas sistêmicos durante o pico de florescimento. Um dos objetivos do nosso programa de pesquisa é o desenvolvimento ou validação de modelos de previsão onde fungicidas seriam aplicados somente quando as condições climáticas sejam favoráveis a doença. Resultados preliminares indicam que o número de pulverizações pode ser reduzido significativamente com a utilização dos modelos de previsão sem reduzir o nível de controle da doença. Entre os fungicidas recomendados para o controle do mofo cinzento estão fenhexamid, pyrimethanil, thiram, boscalid+pyraclostrobin e cyprodinil+fludioxonil. Oídio
Oídio, causado por Sphaerotheca macularis, afeta folhas, flores e frutos. A infecção inicial é caracterizada por manchas esbranquiçadas na parte de baixo das folhas. Em condições favoráveis, essas manchas, que representam o micélio do fungo, expandem e coalescem podendo cobrir toda a parte de baixo da folha. Em algumas variedades, pouco micélio é produzido, mas uma reação avermelhada pode se desenvolver na parte de baixo da folha que eventualmente pode aparecer na superfície. Outro sintoma característico da doença é que as folhas infectadas tendem a se curvar para cima. O fungo também pode infectar as flores, que podem abortar os frutos ou produzir frutos deformados. Ciclo da doença. Sphaerotheca macularis é um parasita obrigatório que infecta as folhas nos viveiros de mudas e, portanto, as mudas são a principal fonte de inóculo para os campos de produção da Flórida. Quando as condições são favoráveis, os conídios são produzidos nas plantas infectadas e são dispersos pelo vento. A doença é favorecida por temperaturas amenas e alta umidade, mas chuva e irrigação inibem o fungo. Devido a alta umidade que é comum em condições de cultivo protegido, a doença é normalmente favorecida em condições de casas de vegetação e túneis plásticos. Controle. O uso de mudas sadias é uma boa medida cultural para controlar a doença, porém mesmo campos livres da doença podem ser infectados pelo inóculo dos campos adjacentes. Na Flórida, recomenda-se que o controle químico seja iniciado após os primeiros sinais da doença. O controle das infecções foliares ajuda a prevenir a infecção dos frutos. Entre os fungicidas recomendados para o controle do oídio estão myclobutanil, triflumazole, sulfur e quinoxyfen. Sintomas e agente causal.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
POLINIZAÇÃO DE PEQUENAS FRUTAS E FRUTEIRAS NATIVAS SIDIA WITTER Pesquisadora do Centro de Meteorologia Aplicada FEPAGRO – Gonçalves Dias, 570, Porto Alegre, RS. CEP:90130060 (
[email protected])
A polinização de culturas agrícolas é um claro exemplo de serviço do ecossistema, um benefício econômico que a natureza fornece ao homem (MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, 2005). Os serviços prestados pelos polinizadores beneficiam a sociedade pelo aumento da segurança alimentar e pelo papel que desempenham na conservação da diversidade nos ecossistemas agrícolas e naturais (EARDLEY et al. 2006). Bohart (1951, 1962 apud ROUBIK, 1995) foi um dos primeiros pesquisadores a reconhecer os efeitos prejudiciais para as abelhas, devido às perturbações no meio ambiente, causadas pelo homem bem como, os benefícios proporcionados por esses polinizadores. Recomendou o desenvolvimento de habitats programados para aumentar o número de espécies nativas em ecossistemas agrícolas e naturais. A polinização é um fenômeno natural que permite a reprodução das plantas, através da transferência de grãos de pólen da antera para o estigma da flor. Quando as estruturas reprodutivas (gineceu e androceu) estão presentes na mesma flor, pode ocorrer a autopolinização e a autofecundação, no entanto, a autopolinização não é o fenômeno mais comum (FREE, 1993). Na natureza, há uma tendência das plantas desenvolverem mecanismos que facilitam a polinização e a fecundação cruzada, isto é, a transferência de grãos de pólen de flores de uma planta, par a o estigma de outras flores, em plantas da mesma espécie. Dentre os mecanismos que impedem a autofecundação, pode ocorrer a separação dos órgãos reprodutivos masculinos e femininos em flores das diferentes plantas, além das barreiras físicas ou fisiológicas que impedem o contato dos grãos de pólen da flor com seu estigma (HUERTAS & SILVEIRA, 1983; JOLIVET, 1986). As plantas autoférteis podem produzir mais frutos ou sementes de melhor qualidade na ocorrência de polinização cruzada, quando comparadas com o processo de autopolinização (FREE, 1993). Tal fenômeno propicia o aumento da variabilidade genética em uma população de plantas resultando em indivíduos mais saudáveis, com uma maior produção de sementes (ROUBI K, 1995). As angiospermas possuem características diretamente associadas à morfologia, fisiologia e comportamento das abelhas polinizadoras. Quando somadas, definem a síndrome da melitofilia (HUERTAS & SILVEIRA, 1983; SIGRIST, 1995; FREITAS, 1998). As flores pertencentes a esta síndrome caracterizam-se por abrirem durante o dia, possuem cores vivas, odor agradável e fornecem recompensa ao polinizador importante para a alimentação, reprodução, construção e proteção dos ninhos (PIJL, 1961; SIGRIST, 1995). Há insetos que forrageiam para satisfazer somente suas próprias necessidades imediatas, nutrindo-se de uma variedade de alimentos, além dos recursos florais, assumindo dessa forma, um papel suplementar na polinização, contrariamente, as abelhas forrageiam de modo constante para alimentar suas proles (FREE, 1970), pois obtêm nas flores os açúcares de que necessitam para obter a energia calórica, e o pólen, que é sua fonte de proteínas. Visitantes florais não são necessariamente polinizadores. As abelhas polinizadoras devem ser atraídas pelas flores da cultura, apresentando “fidelidade” à determinada espécie de flor; “precisam” possuir tamanho e comportamento adequado para remover os grãos de pólen e depositálos nos estigmas; seu corpo deve ser capaz de transportar grandes quantidades de pólen viável e compatível com as outras flores; as visitas “devem” ocorrer quando os estigmas apresentarem receptividade (SCHLINDWEIN, 2004). As angiospermas e as abelhas evoluem e adaptam-se mutuamente desde o Cretáceo, cerca de 60 a 100 milhões de anos atrás, período em que os insetos passaram a coletar alimento a partir de recursos florais (polén, néctar), e as flores alcançaram sucesso reprodutivo, através do transporte de pólen entre flores em diferentes plantas da mesma espécie (polinização cruzada). Pelo menos 67% das angiospermas dependem de insetos para a polinização (GIORGINI & GUSMAN, 1972; TEPEDINO, 1979; 1983; KEARNS & INOUYE, 1997).
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O valor econômico e agronômico do efeito polinizador das abelhas em diferentes culturas tem sido destaque no mercado mundial financeiro e científico (RICHARDS, 1993). Segundo Klein et al. (2007) das 115 principais culturas agrícolas mundiais, 87 são beneficiadas significativamente pelos polinizadores e 35% dessas, são fontes de alimento para o homem. Atualmente os pesquisadores alertam para importância de pesquisas substanciais para identificar polinizadores, avaliar suas eficiências e desenvolver métodos de conservar, manejar e/ou introduzir polinizadores em áreas agrícolas e silvestres. Os estudos que abordam as exigências para polinização de culturas no Brasil e seus déficits ainda são escassos. De acordo com Freitas & Imperatriz-Fonseca (2005) as informações disponíveis no Brasil sobre a dependência de polinização de várias culturas agrícolas e plantas silvestres de importância econômica ou social, especialmente variedades locais e espécies nativas; polinizadores efetivos, eficiência de polinização e resposta econômica à polinização não permitem qualquer estimativa precisa do valor da polinização para as culturas agrícolas brasileiras, nem do que se perde com os possíveis níveis de polinização inadequados atuais. Segundo os mesmos autores a agricultura brasileira pode se beneficiar grandemente da polinização biótica e que nossos níveis de produtividade provavelmente são baixos devido à subpolinização como conseqüência da redução, inadequação e/ou ausência de polinizadores eficientes nas áreas agrícolas. É necessário iniciativas para esclarecer a população em geral sobre o papel e importância da polinização para os sistemas agrícolas e silvestres, focando principalmente nos agricultores, apicultores, profissionais das ciências agrárias, técnicos em geral, extensionistas, ONGs, formadores de políticas públicas e tomadores de decisões. Com o desenvolvimento da agricultura e a incorporação de modernas técnicas de cultivo, fertilização e irrigação do solo, utilização de sementes selecionadas, a polinização pode constituir um fator limitante na produção agrícola dos países tropicais (COUTO, 2006). Portanto, é importante que a mesma seja considerada como um fator de produção agrícola e que sua abordagem não se restrinja a conceitos acadêmicos e generalistas (FREITAS & IMPERATRIZ-FONSECA, 2005). A diminuição da disponibilidade de polinizadores para as plantas que deles necessitam pode causar limitações na quantidade de frutos (DE MARCO & COELHO, 2003), qualidade dos frutos (WALLACE & LEE, 1999) e número de sementes (KALINGANIRE et al., 2001), constituindo-se em um dos maiores problemas quando se trata de produção agrícola. Por outro lado, tem sido uma preocupação internacional a detecção de um declínio de populações de polinizadores (KEARNS et al., 1998; ROUBIK, 2001). Esse declínio tem sido causado principalmente pelo uso não-sustentável de ecossistemas para produção agrícola, pastagem, desflorestamento e crescimento de áreas urbanas (KEVAN, 1999) e alteração das paisagens com perda da vegetação nativa (AIZEN & FEINSINGER, 1994). Dentre os diversos aspectos relacionados ao uso não sustentável de agroecossistemas, o uso intensivo de agrotóxicos com certeza tem papel prioritário no risco para espécies de abelhas polinizadoras neste sistema. O desenvolvimento de boas práticas na agricultura que considerem a conservação dos polinizadores é fundamental para o aumento da polinização e produtividade de plantas cultivadas bem como para a manutenção dos ecossistemas naturais. No Rio Grande do Sul, a produção de pequenas frutas tem sido apontada como alternativa de diversificação, especialmente para pequenas e médias propriedades rurais, bem como da agroindustrialização, agregando valor ao produto e auxiliando na viabilização da agricultura e no aumento da renda do produtor. De acordo com Antunes (2002) a designação ‘pequenas frutas’ é utilizada na literatura internacional para referenciar diversas culturas como a do morangueiro, amoreira-preta, framboeseira, mirtilo, entre outras. O cultivo de pequenos frutos caracteriza-se pela elevada exigência de mão de obra e pela possibilidade de obtenção de alto retorno econômico (FACHINELLO et al., 1994). No Estado, o cultivo de grande parte das culturas de pequenas frutas tem sido conduzido através de boas práticas agrícolas que consideram a manutenção dos polinizadores. De acordo com Raseira & Antunes (2004) a cultura do mirtilo, por exemplo, não consta no rol das operações de produção e tratamentos preventivos ou curativos de doenças e pragas e pode ser considerada uma fruta agroecológica. Para Antunes (2002) a amoreira-preta é uma frutífera de grande potencial para regiões brasileiras com período de inverno marcante e propícia para pequenas propriedades rurais.
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Os frutos podem ser utilizados para consumo in natura e para produção de geleificados e doces caseiros, sendo assim potencial para as famílias que trabalham com ecoturismo regional. Segundo o mesmo autor além dessas características praticamente não necessita de insumos químicos, sendo uma ótima opção para o cultivo orgânico, além das propriedades nutricionais e medicinais dos frutos. A seguir trataremos de alguns casos de culturas de pequenas frutas e fruteiras nativas que podem ser beneficiadas com a polinização por abelhas:
Mirtilo - Vaccinium spp A polinização por insetos é essencial para a produção do mirtilo (McGREGOR, 1976). De acordo com Raseira (2004) para produção comercial satisfatória, o mirtilo necessit a que pelo menos 80% das flores frutifiquem e insetos polinizadores são indispensáveis, uma vez que, devido a sua morfologia floral, o pólen liberado das anteras cai fora da flor e não sobre o estigma. Quando as flores do mirtilo são autopolinizadas, os frutos obtidos são menores e apresentam maturação mais tardia quando comparados com frutos obtidos através de polinização cruzada (COVILE, 1921 apud FREE, 1970). Este autor observou também que algumas plantas eram quase completamente estéreis ao seu próprio pólen. Sezerino (2007) mostra a importância da polinização na frutificação das cultivares Misty e O’neal. Verificou a ocorrência de autopolinização em ambas as cultivares, porém inadequada para cultivo e produção comercial, devido a uma menor frutificação efetiva quando comparada aos testes de polinização livre e polinização cruzada manual. Para McGregor (1976) as flores do mirtilo são bem adaptadas para a entomofilia devido a sua fragrância, ao nectário na base da corola, ao período de receptividade do estigma e ao pólen pesado. De acordo com Sezerino (2007) a avaliação do volume e concentração de açúcares no néctar potencial em flores de mirtilo das cultivares Misty e O’neal sugere que estas são polinizadas especialmente por abelhas (síndrome de melitofilia). O néctar e o pólen do mirtilo são atrativos para as abelhas embora algumas cultivares sejam mais atrativas que outras (BREWER, 1970; WOOD et al. 1967 apud McGREGOR, 1976). O vento exerce pouca influência sobre a polinização do mirtilo (FREE, 1970; SEZERINO, 2007). Várias espécies de abelhas visitam flores de mirtilo (FREE, 1970; SILVEIRA et al. 2007) e Bombus sp, Plebeia sp e Apis mellifera são mencionados como polinizadores dessa cultura (FREE, 1970; CANE & PANE, 1990; SEZERINO, 2007). Willians (2006) considera as abelhas do gênero Bombus melhores polinizadores de ericáceas que Apis mellifera devido à sua habilidade de coletar o pólen por vibração (buzzpollination). Amora-preta Rubus sp A ocorrência de autopolinização em Rubus sp., é inadequada para cultivo e produção comercial e as flores frutificam preferencialmente na presença de um polinizador biótico. Os grãos de pólen não são transportados pelo vento o que confirma a necessidade de agentes bióticos para seu transporte (MELO JUNIOR, 2007). Segundo o mesmo autor A pis mellifera é o principal polinizador de Rubus sp. e desempenha um papel importante na frutificação da amoreira. A interação planta-polinizador envolvendo Rubus sp. e A. mellifera corrobora para a recomendação do uso integrado destas espécies, não somente para incrementar a produção de frutos. A apicultura, principalmente quanto voltada para a produção de mel, poderá ser beneficiada pela alocação de recursos florais por Rubus sp., que revelou-se uma planta com forte potencial apícola. Tanto os volumes de néctar secretado quanto a sua concentração de açúcares indicam ser esta planta de grande valor para a apicultura. A família Halictidae apresentou maior riqueza de espécies e abundância entre as abelhas nativas coletadas sobre as flores de Rubus sp. e contribuem efetivamente para a sua polinização (MELO JUNIOR, 2007). Como são oriundas de populações naturais, a conservação e a manutenção de suas populações podem contribuir para o incremento da produtividade na fruticultura. As abelhas Halictidae são relatadas como excelentes polinizadores em situação de campo, porém por serem muito sensíveis ao uso de produtos químicos, o manejo das áreas para produção de amora deve
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considerar à manutenção das abelhas silvestres e com isso, os serviços de polinização por elas fornecidos. Melo Junior (2007) introduziu na área de cultivo de amora-preta colônias de Meliponini e destaca-se Melipona marginata, como polinizador de Rubus sp. Conforme os autores, a atividade de meliponicultura em cultivo de amora, com o uso da espécie Melipona marginata , pode ser uma alternativa à introdução de Apis mellifera . Entretanto no Rio Grande do Sul, um dos entraves para utilização de espécies de Melipona para polinização de culturas é que seus ninhos são raramente encontrados a não ser em fragmentos conservados de florestas. A prática da meliponicultura é indicada para a recuperação das populações que se encontram na lista das espécies ameaçadas (BLOCHTEIN & HARTER, 2003) tanto para produção de mel quanto para produção de novos enxames destinados a polinização de culturas.
Morango (Fragaria x ananassa Duch.) A cultura do morangueiro tem um caráter eminentemente social, pois absorve um elevado contingente de mão-de-obra em praticamente todas as operações (RESENDE et al., 1999). Os três principais estados produtores são Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul os quais produzem 80% do morango brasileiro. A área cultivada é estimada em 3.500 ha, sendo que a maior parte das propriedades é de 0,5 a 1,0 ha, gerando emprego para três pessoas/ha/ano. Esses dados caracterizam a cultura do morangueiro como própria da agricultura familiar, visando atender ao mercado in natura e a industrialização (PAGOT & HOFFMANN, 2003). A maior parte da polinização ocorre devido à ação combinada da gravidade e do vento. Entretanto, de acordo com (PION et al. apud CHAGNON et al., 1993) a taxa de polinização dos aquênios raramente supera 60%, se não houver transporte de pólen pelos insetos. As abelhas domésticas ( Apis mellifera) são manejadas para polinização de flores de morango em diversos países de clima temperado. Segundo Free (1993) abelhas silvestres ( Osmia spp.; Halictus spp.; Andrena spp.) e certas moscas ( Eristalis spp.) são freqüentemente abundantes em flores de morangueiro.
Figura 1 – Espécies de abelhas em flores de morangueiro: A) Halictidae; B) Plebeia nigriceps; C) Tetragonisca angustula. (Fotos: Sidia Witter e Bernadete Radin). O morango geralmente produz boa colheita em áreas abertas, mas não sob cultivo fechado (estufa) devido a ausência de insetos polinizadores. Estudos utilizando-se abelhas sociais nativas sem ferrão (Meliponini) na cultura de morangueiro em de estufas foram realizados com sucesso no Japão utilizando-se iraí ( Nannotrigona testaceicornis ) (MAETA et al., 1992) e jataí (Tetragonisca angustula ) em São Paulo (MALAGODI-BRAGA, 2002) e no Rio Grande do Sul (CALVETE et al. 2005; WITTER et al. 2006). Em uma estufa com aproximadamente 1500 plantas de morango, uma colônia de jataí foi adequada à polinização de flores primárias para a produção de frutos da cultivar Oso Grande (MALAGODI-BRAGA, 2002). A contribuição no peso e formato dos frutos demonstra que essas abelhas são efetivas na polinização e podem promover um aumento significativo na produção de morangos (MALAGODI-BRAGA et al., 2004). De acordo com pesquisas realizadas no Rio Grande
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do Sul, a introdução de colméias de jataí em cultivo de morango em ambiente protegido aumenta a produtividade das cultivares Oso Grande, Tudla, Chandler, Camarosa (CALVETE et al., 2005; WITTER et al., 2006). Malagodi-Braga & Kleinert (2007) avaliaram o efeito do comportamento de Apis mellifera, T. spinipes e Dialictus sp na polinização de flores primárias e produção de morangos, das cultivares Oso Grande e Sweet Charlie . T. spinipes pode ser considerada uma polinizadora tão eficiente das flores de Oso Grande quanto A. mellifera, e ambas polinizaram de forma mais adequada à região apical dos frutos. Dial ictu s sp permaneceu mais tempo junto aos estames e polinizou mais adequadamente a região lateral do receptáculo. Segundo as autoras, o comportamento dessas três espécies de abelha indica que deve haver um efeito complementar na polinização natural da cultivar Oso Grande, que pode levar os frutos ao seu potencial máximo de desenvolvimento. Sugerem ainda que o produtor de morango não elimine os ninhos T. spinipes das proximidades, maneje as floradas do entorno e mantenha faixas de vegetação naturais próximas à cultura, visando obter uma maior variedade de espécies de abelhas, garantindo assim, uma melhora na polinização e, conseqüentemente, na produção de frutos. Outra espécie de Meliponini promissora para polinização morango cultivado em ambiente protegido é Plebeia nigriceps (estudo em andamento por pesquisadores da Fepagro e USP). Verificouse que os tratamentos com livre visita de insetos e naqueles só com visitas de P. nigriceps apresentaram maior peso de frutos e menor percentual de deformação nas cultivares Aromas e Diamante em relação aos testes de autopolinização. Os dados indicam que o cultivo de Aromas e Diamante em ambiente protegido necessita de agentes polinizadores e que, essa espécie se mostrou eficiente na polinização das duas cultivares em estufa. Assim sugerem-se mais estudos a fim de estabelecer protocolos para adequação do número de colméias para o número de plantas. No Rio Grande do Sul, P. nigriceps é bastante abundante em toda região de Pelotas no sul do Estado, contudo em função das colônias produzirem pouco mel e serem muito pequenas, é pouco valorizada pelos agricultores (WITTER et al. 2007). Atualmente cresce o número de trabalhos sobre a utilização das abelhas sem ferrão na polinização de diversas culturas, especialmente em ambientes protegidos, como estufas de hortaliças e pequenas frutas. À medida que os resultados dessas pesquisas apontarem as espécies eficientes para cada cultura e, os manejos adequados, vai crescer a demanda de enxames para a utilização nesse serviço. Assim, a exemplo de Plebeia spp. espécies de abelhas que, apesar de produzirem pouco mel, serão muito valorizadas para outros fins, tanto ambientalistas, quanto agrícolas.
Pitanga Eugenia uniflora Linnaeus De acordo com Pelacani et al. (2000) Eugenia uniflora possui xenogamia obrigatória e sua polinização deve ser realizada somente através da mediação de insetos. Os insetos visitantes são principalmente abelhas, especialmente Apis mellifera que pousam em várias flores tocando as anteras e os estigmas e, realizando visitas com maior freqüência no período matutino, entre 8h30min e 11h (PIRES, 2006). Durante as visitas de A. mellifera às flores de E. uniflora, E. neonitida, E. punicifolia e E. rotundifolia , é pouco comum à presença de outras espécies de visitantes florais, o que permite inferir que esta abelha, em função de seu comportamento agressivo, pode limitar o comportamento forrageiro de espécies nativas (SILVA & PINHEIRO, 2007). Documento sobre Plano de Ação para a Iniciativa Internacional de Polinizadores, produzido pela Conferência das Partes 6 da Convenção da Biodiversidade Biológica. Plano de Ação para Iniciativa Internacional para Conservação e uso Sustentável dos Polinizadores, objetivos e parte da abordagem: São conhecidas até o momento aproximadamente 25.000 espécies de abelhas, que diferem espantosamente em tamanho e na diversa gama de plantas que visitam e polinizam. Tanto a diversidade de plantas silvestres quanto a variedade de cultivos de alimentos depende desta diversidade. Apesar das abelhas formarem o grupo mais importante de polinizadores, outros insetos como Lepidoptera,Diptera e Coleoptera, além de vertebrados como morcegos, pássaros, também contribuem na polinização. Algumas plantas são visitadas por muitos polinizadores
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diferentes, enquanto outras possuem necessidades específicas. O mesmo se aplica aos polinizadores, alguns sendo generalistas e outros especialistas. Entretanto, a polinização como ciência requer investigação detalhada e a aplicação tecnológica de práticas de manejo é intrincada. Em muitos casos, há uma falta de conhecimento sobre as relações exatas entre uma espécie de planta e o seu polinizador, mas estudos neste campo demonstram que elas são freqüentemente bastante específicas. Para assegurar serviços sustentados de polinizadores associados com ecossistemas agrícolas, é preciso muito mais entendimento dos múltiplos benefícios e serviços fornecidos pela diversidade de polinizadores e os fatores que influenciam seu declínio e atividade. É necessário identificar práticas de manejo adaptativo que minimizem o impacto negativo dos humanos sobre os polinizadores, promover a conservação e a diversidade de polinizadores nativos, além de conservar e restaurar as áreas naturais necessárias para otimizar os serviços dos polinizadores em ecossistemas agrícolas e em outros ecossistemas terrestres. Considerando a necessidade urgente de tratar do problema do declínio mundial da diversidade de polinizadores, a Conferência das Partes para a Convenção e Uso Sustentável de Polinizadores em 2000 (decisão V/5, seção II) aprovou a criação da Iniciativa Internacional para a Conservação e uso Sustentável dos Polinizadores e requisitou o desenvolvimento de um plano de ação. A proposta para um plano de ação foi preparada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), de acordo com o parágrafo 16 da decisão V/15. O objetivo da Iniciativa Internacional para a Conservação e Uso Sustentável de Polinizadores é promover ações mundiais para: Monitorar o declínio dos polinizadores, suas causas e seu impacto nos serviços de polinização; Tratar da falta de informações taxonômicas sobre polinizadores; Medir o valor econômico da polinização e o impacto econômico do declínio dos serviços de polinização e; Promover a conservação, a restauração e o uso sustentável da diversidade de polinizadores na agricultura e ecossistemas relacionados. (www.webbee.org.br/.bpi/pdf/cop_6_port.pdf).
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A SUMMARY OF CURRENT AND PAST BLUEBERRY CULTIVARS GROWN IN GEORGIA D. SCOTT NESMITH, Professor 1109 Experiment Street Department of Horticulture University of Georgia- Griffin Campus Griffin,Ga. 30223
Species of Blueberries Grown in Georgia Two species of blueberries are predominately grown in Georgia: rabbiteye ( Vaccinium ashei) and southern highbush ( V. corymbosum hybrids). The major blueberry industry in Georgia is located in the southeastern region in the state, where chill hours received annually (October 1 through February 15) range from 400-700 hours below 7 C. Therefore, blueberries being bred and selected for the area are those that are considered to be low-to-medium chill cultivars. The rabbiteye blueberry is native to south Georgia, north Florida, and southeast Alabama. A breeding program initiated in Tifton in the 1940’s by Dr. Tom Brightwell, in cooperation with the USDA, has produced many high quality rabbiteye blueberry cultivars. These cultivars ripen from late May through late July in south Georgia. In general, the rabbiteye blueberry is the most productive and easiest to grow in Georgia. They grow well on many types of acidic, low organic matt er (< 2%) soils from sands to loams to sandy clay loams. Other advantages of rabbiteye varieties are they typically can be machined harvested, even for the fresh market, and they are more suitable for long distant shipping. Rabbiteye blueberry plantings generally remain productive for a long period of time. Some commercial plantings established in Georgia more than 35 years ago are still producing. Well-managed, mature rabbiteye fields typically yield 6000 to 8000 kg/ha of harvested berries and can be higher in some years. Some disadvantages of rabbiteye blueberries are: 1) some cultivars bloom relatively early in the spring, so spring freeze damage can be a problem; 2) most cultivars are self-unfruitful, so they are more susceptible to pollination problems than the more self-fertile southern highbush; 3) most cultivars ripen later than southern highbush in south Georgia. Southern highbush blueberries are hybrids derived from the highbush blueberry (northern type) and native southern blueberries such as Darrow=s evergreen blueberry ( V. darrowii). Southern highbush blueberries typically require a soil that is higher in organic matter (2.5% or more) and are typically more difficult to grow than rabbiteyes. Therefore, production of southern highbush is limited to sites naturally high in organic matter or to soils that have to be amended with organic matter such as pine bark. Some southern highbush blueberries are very early ripening and have commercial potential for the April and May market window in south Georgia. Most southern highbush cultivars have a low winter chilling requirement (400 hours or less) so they bloom early in south Georgia. Even though they are generally more difficult to grow than rabbiteyes, their fruit ripens very early and typically brings a good price. Since southern highbush have only been grown commercially for about 15 years in Georgia, it is not known how long each cultivar will remain profitable before they decline from pest problems and depletion of soil organic matter. The best estimate for the life of a productive field of southern highbush is around 10 to 12 years in south Georgia.
Rabbiteye Blueberries Cultivar selection is one of the most important aspects of establishing a new blueberry planting. Select rabbiteye cultivars based on your intended method of harvest, sale and location. Certain cultivars are not adaptable to machine-harvest, fresh market sales; however, these same cultivars may be excellent choices for processed berries. Rabbiteye blueberries are mostly selfunfruitful and require cross pollination for acceptable fruit set.
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Rabbiteye Cultivars The following is an extensive list of rabbiteye cutlivars, both old and new that have been trialed in Georgia over the years. The list contains cultivars from breeding programs in Georgia, Florida, and North Carolina. Rabbiteye cultivars are listed in approximate ripening order. Because most rabbiteye blueberries require cross-pollination for maximum fruit set, plant a minimum of two cultivars with a similar chilling requirement in an alternating row pattern in each field (A-B-A-B or A-A-B-A-A-B or A-A-B-B). Many of the cultivars listed are no longer recommended in Georgia. The newer and more promising cultivars for the commercial blueberry area in south Georgia are marked with an asterisk (*). Those marked (Pat.) have a U.S. Patent prohibiting propagation without an approved license. (Pat.) Windy has a chilling requirement of about 300 hours and blooms with Aliceblue and Beckyblue. Approximate ripening date in south Georgia is mid May to early June. Fruit of Windy appear to be sufficiently firm for the fresh market shipping with good weather conditions. Berry size is small and the flavor is good. Bushes are moderately vigorous and upright. Windy may have root rot problems so do not plant it on sites with poor drainage. Not recommended due to small fruit size. Overhead irrigation for freeze protection may be needed for consistent cropping. Released by Florida in 1991. (Pat.) Snowflake has a chilling requirement of about 400-500 hours and blooms with Climax and Woodard. Approximate ripening date in south Georgia is mid to late May. The fruit must be hand picked for the fresh market and is too soft for long distant shipping. The picking scar on Snowflake is satisfactory, but not excellent. The flavor is good to excellent, the fruit are medium in size and have good color. Bushes have a spreading growth habit and produce more sprouts from the base than most rabbiteye cultivars. These sprouts continually renew the bush, but more pruning than normal will be necessary if a narrow plant row is desired. Snowflake plants have shown poor resistance in the field to Phytophthora root rot, but have good resistance to stem blight. Good soil drainage and the use of root rot control chemicals may be necessary to grow Snowflake successfully. It has not been planted in Georgia because the fruit are so soft. Released by Florida in 1991. (Pat.) Savory has a chilling requirement of about 400 hours and blooms with Climax or earlier which subjects it to frost damage during flowering in many years. Season of ripening is late May to early June or about 3 – 7 days before Climax. Savory is reported to produce a large berry with light blue color and good scar, firmness, and flavor. Savory is more susceptible to Gleosporium leaf spot and powdery mildew than most rabbiteye blueberry cultivars, but this can be controlled by fungicides used to control other rabbiteye diseases. Winter pruning may be necessary to prevent overcropp ing. Savory is susceptible to gall midge and may need applications of insecticide to control this pest on the spring growth. Savory is reported to respond well to Dormex. It is only suggested for very limited trial at this time. Suggested pollinizers are Climax, Beckyblue, Bonita, Austin and Alapaha. Released from Florida in 2003.
Beckyblue has a chilling requirement of 300-400 hours. This cultivar blooms early most years, and as a result frequently suffers freeze damage if grown without frost protection. Approximate ripening date in south Georgia is late May to early June. The fruit have good color, size, firmness and a dry picking scar. Beckyblue can be mechanically harvested for the fresh market during good weather conditions. The bush is moderately vigorous. Beckyblue is rarely grown in Georgia anymore due to spring freeze problems. Released by Florida in 1978. Aliceblue has a chilling requirement is 300-400 chill hours. This cultivar blooms early most years, resulting in frequent freeze damage. Approximate ripening date in south Georgia is late May to early June. Bushes are vigorous and upright. Fruit are fairly firm, have good color and size, and have a fairly dry picking scar. Aliceblue is no longer recommended in Florida because of fruit set
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problems due to diseases and cross-incompatibility with Beckyblue. Information from Georgia is very limited. Released by Florida in1978.
*(Pat.) Alapaha has a chilling requirement of 450 to 550 hours. Plants of Alapaha are vigorous and upright with quite narrow crowns. The cultivar flowers 7 to 10 days after Climax, and produces high yields most years as it typically escapes severe freeze damage. Berries are medium size and have good firmness, color, flavor and small dry scars which contribute to good shelf life. Fruit of Alapaha ripens quickly beginning about the same time as Climax. Alapaha is recommended as an early ripening cultivar to replace Climax. Alapaha is partially self-fruitful, but it is recommended that it be planted with other rabbiteye blueberry cultivars with similar time of bloom, such as Vernon, Austin, and Premier. The outstanding characteristics of Alapaha are later flowering and similar ripening time to Climax. Released by Georgia in 2001. * (Pat.) Vernon has a chilling requirement of 500 to 550 hours. It is an early season rabbiteye blueberry, having favorable fruit attributes, large berry size, good yields and excellent plant vigor. Plants of Vernon flower relatively late (5 to 8 days after Climax in south Georgia), yet ripen early (same time as Climax and Premier). Berries of Vernon are large in size and have excellent firmness, color, flavor and dry scars which contribute to good shelf life. Vernon is recommended to replace Climax and/or Premier. It is recommended that Vernon be planted with other rabbiteye blueberry cultivars with a similar time of bloom, such as Alapaha and Brightwell. Released by Georgia in 2004. Premier has a chilling requirement of about 550 hours. Approximate ripening date in south Georgia is late May to mid June. The fruit are medium-large to large with good color, stem scar, and flavor. This cultivar can be harvested mechanically for the fresh market in some years, especially if harvested on a frequent basis. It is recommended for planting for the fresh market on farms that can be picked by hand or very regularly with mechanical harvesters. If the fruit is not picked frequently it may be too soft for the fresh market. The fruit detaches from the bush easily and is excellent for hand picking. The bushes are upright in growth habit and vigorous. Premier flowers are often malformed and open prematurely on the side of the bloom. This may allow flower thrips to enter the blooms earlier than normal. Fruit set on Premier has often been less than desired, but it is being widely planted since the fruit start ripening with or ahead of Climax. Premier is also susceptible to gall midge damage to flower buds and terminal vegetative buds in spring. Suggested pollinizers are Alapaha, Austin and Brightwell. Released by North Carolina in 1978. Climax has a chilling requirement of about 400 to 450 hours, blooms early most years, and frequently suffers freeze damage. Cropping history following the freezes of 1993, 1996, 1998 and 2002 was poor, so this cultivar has been declining in favor with many growers. Approximate time of ripening in south Georgia is early to mid June, lasting about 20 days. About 80% of Climax=s crop can be harvested in the first two pickings. Berries are small to medium size with good color, small scar and good flavor. Fruit firmness is excellent, making this cultivar very suitable for mechanical harvesting for the fresh market. Plants habit is upright and open. Climax does not produce many canes from ground level, so be careful not to remove too many canes during cane renewal pruning. Suggested pollinizers are Austin and Premier. Susceptible to gall midge damage to terminal vegetative buds in spring. Released by Georgia in 1974. Montgomery has a chilling requirement of about 550 hours and blooms with Premier. Cropping in N.C. has been better than Premier. Approximate season of ripening in south Georgia is very early to mid June, over lapping with and slightly later than Premier. Fruit size is medium-large. The fruit have good color, picking scar, and flavor. Fruit firmness is average. Montgomery is probably mechanically harvestable for the fresh market if picked on a frequent basis during good weather conditions. The bushes are moderately vigorous and semi-upright in habit. The cultivar has not
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gained popularity in Georgia. Suggested pollinizers are Alapaha, Austin, Vernon and Premier. Release by North Carolina in 1997.
Austin has a chilling requirement of about 450-500 hours. Peak time of flowering is about 5-7 days after Climax. Approximate time of ripening in south Georgia is early to mid June. The fruit ripen with Climax in some years and start just after Climax in other years. The fruit are medium to large in size with good color, stem scar, and flavor. Austin is moderately vigorous, productive, has an upright growth habit and adequate renewal cane production. The fruit are slightly softer than Climax, but can be mechanically harvested for the fresh market with good weather conditions. The seeds are large and can be abundant in some years. So far, this has not been a significant problem in commercial fields but in some small plantings with excellent pollination the size and number of seeds have been objectionable. For this reason it is recommended only for limited planting. Suggested pollinizers are Alapaha, Premier, and Vernon. Released from Georgia in 1996. Bonita has a chilling requirement of 350-400 chill hours, blooms very early most years, and frequently suffers freeze damage. Approximate time of ripening in south Georgia is early to late June. The fruit are large in size, with good firmness, color and a dry picking scar. The fruit can be mechanically harvested for the fresh market with good weather conditions. Bush habit is medium in spread and fairly vigorous. Bonita appears to be too susceptible to root rot for general planting and is no longer grown in Georgia. Released by Florida in 1985. Bluegem has a chilling requirement of 350-400 hours, blooms early most years, and frequently suffers freeze damage. Approximate date of ripening in south Georgia is mid June to early July. Harvest starts just after Climax most years. The berries are medium in size, are very firm, have a small, dry picking scar and have good color. Bluegem can be mechanically harvested for the fresh market with good weather conditions. Bush habit is moderately spreading and moderately vigor ous. Bluegem is very sensitive to wet soils and must be grown only on sites with excellent drainage. No longer recommended for planting in Georgia. Released by Florida in 1970. Ira has a chilling requirement of about 700-800 hours and blooms about two days after Tifblue in North Carolina. Approximate date of ripening in south Georgia is probably mid June to late July. The berries are medium in size with average or better firmness and picking scar. Berry color is medium to dark blue. Ira can probably be mechanically harvested for the fresh market with good weather conditions. Stems are usually not a problem, but in one year when the bushes where overcropped, 70% of the berries had stems. Currently not recommended for commercial plantings in south Georgia due to its high chill requirement. Released by North Carolina in 1997. * Brightwell has a reported chilling requirement of 350-400 hours but bloom date occurs with most 500-550 hour cultivars. Brightwell has been one of the most reliable cropping cultivars in Georgia during the past 10 years, especially after freeze events. Approximate date of ripening in south Georgia is early-mid June to mid July. The harvest period is about 35 days. The berries are mediumlarge in size, have small, dry stem scars, and have good flavor and color. Plants are vigorous and upright and can be mechanically harvested for the fresh market with good weather conditions. The berries are very firm and round, so they roll nicely on most packing lines. Frozen berries are reported to have a reddish cast in some years, but color sorters have largely eliminated this problem. Brightwell is subject to overcropping which can lead to much smaller berries than desired and cause protract ed ripening. Also, following a heavy crop year return bloom can be poor if the bushes are not pruned and given good post harvest care. Septoria and Gleosporium leaf spots have been a problem on some sites and Brightwell may need postharvest fungicide treatment to help with leaf retention. Fruit are susceptible to severe cracking under wet conditions during maturity. Brightwell is partially self-fertile. Suggested pollinizers are Alapaha, Austin, Vernon, and Premier. Released by Georgia in 1983. Woodard has a chilling requirement of 350-400 hours, blooms early, and frequently suffers freeze damage. Approximate date of ripening in south Georgia is early-mid June to late July. Berries are
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light blue, large (early in the season) and somewhat soft. The quality of the berries is good when they are fully ripe, but are very tart until ripe. Woodard is a poor choice for fresh market shipping because it is too soft and is not recommended for the process market because the skin toughens when frozen. The plants are shorter and more spreading in habit than most rabbiteyes. Survival on marginally wet sites has been good. No longer recommended in Georgia. Released by Georgia in 1960.
Chaucer has a chilling requirement of 350-400 hours. It is not recommended for mechanical harvesting or for fresh fruit shipments to distant markets due to a wet picking scar. Berries are medium in size. It was released from Florida for pick-your-own purposes but is rather low chilling for planting in Georgia for this purpose. Plants are vigorous and spreading. Released by Florida in 1985. Bluebelle has a chilling requirement of 450-500 chill hours, and early blooming often results in freeze damage and partial crop loss. Approximate date of ripening in south Georgia is mid June to late July. Berries are medium to very large, round, light blue and have excellent flavor. In years without spring freezes, the berries size well throughout the season and production is high. Fruit tend to tear when harvested, and ripe fruit float with green berries on a Awet line@ used in processing berries for the frozen market. Therefore, this cultivar is not recommended for shipping or processing in Georgia. Plants are upright in growth habit and are moderately vigorous. Released by Georgia in 1974. Columbus has an estimated chilling requirement of 700 hours or more. Time of ripening is from mid-late June through July, starting slightly ahead of Tifblue. Columbus can have very large fruit size, excellent fruit color, very good quality and shelf-life. However, the fruit are somewhat soft (similar to Premier) and not recommended for mechanical harvest for the fresh market. It may have potential for speciality markets where hand harvest is utilized. Columbus is less susceptible to rain splitting than many other cultivars. There are some problems with late flowering and fruit set in low chill situations (i.e., <500 hours). Suggested pollinizers are Ochlockonee, Tifblue and Powderblue. Released by North Carolina in 2002. Tifblue has a chilling requirement of 600-700 hours and normally blooms in mid to late March in south Georgia. Approximate date of ripening in south Georgia is late June to August 1. The fruit are small to medium size with average color and picking scar, and good firmness and flavor. The first picking of Tifblue can be mechanically harvested for the fresh market during good weather conditions. However, most years the fruit ripens too late to receive high fresh market prices. It also has a very serious problem with fruit cracking during wet weather. No longer recommended for commercial planting due to the fruit cracking problem. Plants have vigorous, upright growth. Cane numbers can be excessive and pruning costs for mechanical harvest are significant. It is common for a few of the bushes to die each year in mature plantings. Also, fruit set can be very low in some years. No longer recommended in Georgia. Released by Georgia in 1955. Yadkin has a chilling requirement of about 650-750 hours. Approximate date of ripening in south Georgia should be late June to early August. The fruit are medium in size with a medium to dark blue color, and have an average picking scar and firmness. Yadkin has good aromatic flavor. Fruit can be “pear-shaped” in some years. Bush size is smaller than Tifblue. Overcropping may result in poor return bloom the following year. Not recommended for commercial planting in Georgia. Released from North Carolina in 1997. * Powderblue has a chilling requirement of 550-650 hours. Approximate date of ripening in south Georgia is late June to early August. Berries are medium in size, are very light blue in color, have a small, dry stem scar, and have average firmness and flavor. Powderblue cracks less in wet weather and hangs on the bush better than Tifblue. It can be mechanically harvested for the fresh market in years with good weather. Bush habit it upright and spreading. Suggested pollinizers are Brightwell and Ocklockonee. Released by North Carolina in 1978.
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* (Pat.) Ochlockonee has a chilling requirement of 650-700 hours. The approximate date of ripening in south Georgia is late June through mid August (about 5 to 7 days later than Tifblue). Berries are larger than Tifblue, and have good color, scar, flavor, and firmness. This is a new release from UGA, that has shown high productivity when compared to Tifblue. Fruit cracking in response to rain is low, similar to Columbus and Powderblue. The bush habit is vigorous and upright . Fruit should be suitable for mechanical harvest, similar to Tifblue. Flowering time is similar to Tifblue, or 2 to 3 days later, so spring frost is seldom a problem. Suggested pollinizers are Powderblue and Brightwell. Released by Georgia in 2002. Centurion has a chilling requirement of 550-650 hours or more. It blooms late and is self-fertile to some degree. Approximate date of ripening in south Georgia is late June to mid August. Fruit are medium sized, medium to dark blue in color, have an average picking scar, and have good flavor. Fruit occasionally cracks following very heavy rains. Bushes are very vigorous, narrowly upright, and have limited suckering. Young plants may be poorly anchored (one-sided root systems) a nd can fall over in high winds. Not widely grown in Georgia. Released by North Carolina in 1978. Southern Highbush Blueberries General Information on Southern Highbush Blueberries Southern highbush blueberries have been a welcome addition to the cultivar options for Georgia. Many southern highbush blueberries ripen during the months of April and May in south Georgia, compared to ripening in June and July for most rabbiteye cultivars. In the last 10 years, many new early ripening Southern highbush blueberries have been released. These cultivars have a lower winter chilling requirement and more heat tolerance than northern highbush blueberries. Most southern highbush are currently harvested by hand, therefore, fruit size is an important consideration. Cultivars with medium size fruit generally take longer to pick than cultivars with large or very large fruit. Southern highbush blueberries are generally more difficult to grow compared to rabbiteyes. Low vigor and high mortality are serious problems when plants are grown on less than ideal sites. Also, most cultivars require overhead irrigation for frost protection due to their earlier flowering times.
Southern Highbush Cultivars The following is a list of Southern highbush blueberries and some information currently known about them. As with rabbiteyes, many of the cultivars listed are no longer recommended for Georgia. The most promising cultivars for the commercial blueberry area in south Georgia are marked with an asterisk (*). Cultivars are listed in relative ripening order for south Georgia. While many of the southern highbush cultivars are self-fruitful, it is recommended to plant two or more cultivars together to improve fruit set, fruit size, and earlier ripening that results from good cross pollination. (Pat.) Snowchaser has a chilling requirement of about 150 hours so it blooms extremely early. The cultivar is also subject to some autum flowering. Season of ripening is about 15 days before Star in California. Berries are medium to large, with good scar, flavor, firmness and medium blue color. The bush has a rounded form with medium to high vigor. This cultivar is being trialed on a very limited basis in Georgia due to its low chill requirement. Frost protection is required. It is possibly pollinator for Emerald. Released from Florida in 2006. (Pat.) Primadonna (formerly know as Princess) has a chilling requirement of about 200 hours so it blooms early, similar to Springhigh and Emerald. Ripening date has been about 12 days before Star in the Gainesville, Florida area, although it ripens only a few days earlier than Star in Georgia. The berries are large and have excellent scar, firmness, color and flavor. The berries pick and pack well. Primadonna bushes are vigorous and upright. It produces a medium to high number of flower buds.
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Primadonna tends to flower before leafing and may experience problems with poor spring leaf development. However, the flower buds are sensitive to Dormex, so caution must be used with this chemical. Good winter pruning is needed in the production of Primadonna. Frost protection is recommended. Released from Florida in 2006. (Pat.) Springhigh has a chilling requirement of about 200 hours. At Windsor, near Gainesville, Fla. 50% bloom date is about five days before Emerald. Harvest season is very early, about 4-8 days before Star. Berries are large with only medium firmness and some harvest problems have been encountered due to fruit softening. Springhigh has a good fruit scar and flavor but color is darker than most. Bush habit is vigorous and upright with limited suckering at the base. Leaf development is good, but can be improved with Dormex. Frost protection is recommended. Springhigh may be useful as a pollinator for Emerald. Released from Florida in 2005. (Pat.) Jewel has a chilling requirement of about 250 hours so it blooms extremely early in the spring. The harvest season in Gainesville, Florida has been mid April to early May. Fruit size is medium-large with excellent stem scar and firmness. Flavor is good, but slightly tart. The berry is medium blue in color. Jewel is moderately vigorous with a spreading bush habit. It produces a large number of flower buds, but still develops leaves well in the spring. It has performed well in Gainesville, FL, and may have potential in Georgia as a pollinizer for Emerald. It is suggested to plant it in an area with a good overhead irrigation system for freeze pro tection since the full bloom date will probably be in early to mid February and beginning of bloom in late January. Cross pollination with Sapphire and Emerald is suggested. Released by Florida in 1998.
* (Pat.) Rebel has a chill requirement of 400 to 450 hours. It is a new, very early season southern highbush with large fruit. Berries are medium to light blue in color, and have a small, dry picking scar, and good firmness. Flavor is bland to average. Some problems with attached stems where noted in 2006, but not in previous or subsequent years. Berries ripen 6 to 9 days before Star in south and middle Georgia. Plants are highly vigorous, very precocious and have a spreading bush habit with a medium crown. Rebel flowers 3 to 4 days before Star in south and middle Georgia. Yield has been similar to or greater than ‘Star’ in south Georgia. Leafing has been excellent, even following mild winters. Propagation is very easily accomplished using softwood cuttings. Frost protection is recommended. Plants are self-fertile to a degree, but should be planted with other southern highbush blueberry cultivars with a similar time of bloom for cross-pollination (Emerald and Star recommended). Released by Georgia in 2006. (Pat.) Sapphire has a chilling requirement of about 150 hours so it blooms extremely early in the spring. The harvest season in Gainesville, Florida has been mid April to mid May. Fruit size is medium-large with a dry stem scar and good berry firmness. Fruit color is medium blue. Sapphire has good flavor (the berry is sweet with a pleasant amount of tartness). The plant of Sapphire is slightly less vigorous that Sharpblue and requires very good blueberry soil or pine bark bed culture. It sets a large number of flower buds, and especially for the first two years, some or all of the flower buds should be removed in winter to promote more vegetative growth in the spring. Spring leaf development can be very poor. Like Jewel, its main use is expected to be in areas south of Gainesville, Fla. where cultivars such as Star and Santa Fe do not get enough chilling for good production. Frost protection is recommended. Cross pollination with Jewel is suggested. Released by Florida in 1998. (Pat.) Millennia has a chilling requirement of about 300 hours, so it blooms early in the spring. However, flowers on vigorous shoots may bloom much later in the spring. Approximate ripening date in lower south Georgia should be late April and early May. Millennia berry size is large to very large on well-leafed bushes that are not overloaded. The berries are grey-blue in color, but can become soft limiting its shelf life, especially for long distant shipping.Picking scar is good to excellent. Flavor is good, although it can be somewhat bland on overloaded bushes. Bush vigor is medium to high with a spreading bush habit. Millennia often sets an excessive number of flower buds so winter
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pruning may be needed for good leaf development in the spring. Leaf spot resistance is above average for southern highbush, but stem blight and root rot resistance is to poor. Because of fruit softnesss problems and disease problems it is not recommended for Georgia . Millennia is not selffertile, so at least two other southern highbush cultivars with a similar chilling requirement should be planted in alternate rows with Millennia. Frost protection recommended. Released from Florida in 2000.
* (Pat.) Star has a chilling requirement of about 400-500 hours so it blooms late enough to avoid some freezes. However, overhead irrigation is recommended for consistent production. Approximate ripening date in south Georgia is late April to mid May. Fruit are large to very large, with good firmness. Flavor is very good. Fruit may exhibit some cracking in wet weather. Bushes are fairly vigorous and upright-spreading in habit. Star usually has good spring leaf development. It requires cross pollination from other southern highbush cultivars for best production. O’Neal, Rebel, and Emerald should serve as good pollinizers. Star does not shed pollen well under high humidity conditions, so it should not be the sole pollinizer for other southern highbush cultivars. Star is susceptible to Septoria leaf spot and can have light crops in some years. Recommended for south Georgia. Released by Florida in 1996. (Pat.) Abundance has a chilling requirement of about 300 hours. Fruit has a medium blue color with good firmness and flavor. Fruit size is very large and the bushes are very productive. Harvest starts in late April about three days after Star. The picking scar is good, but some tears will occur when over-ripe berries are picked. Abundance has good spring leaf development and productivity can be very high. Abundance is a very vigorous bush with an upright growth habit. Cane diseases have caused some plant loss. Susceptible to bud mite. Frost protection recommended. May have potential as a pollinizer for Emerald. Released from Florida in 2006. (Pat.) Windsor has a chilling requirement of about 400 hours, so it blooms early. It is recommended for very limited trial in south Georgia with overhead irrigation for freeze protection. Approximate ripening time in lower south Georgia should be the last week in April to mid May. Berry size is the largest of any southern highbush. Berry color is a medium blue. It has good firmness and flavor, but a variable picking scar. On young plants, this can be problematic, since the skin can tear during picking. On older plants, the scar is medium, with only an occasional berry that tears. Picking in the morning also appears to reduce the degree of tearing. Spring leaf development is very good. Windsor is vigorous, with stout stems, and is semi-spreading in growth habit. Windsor appears to have above average leaf spot resistance, but only moderate root rot resistance. Stem blight resistance is only fair. Windsor is not self-fertile, so at least two other southern highbush cultivars with a similar chilling requirement should be planted in alternate rows with Windsor. Good choices may be Star, Rebel, and O=Neal. Check with your marketing organization before planting. Released from Florida in 2000. (Pat.) Southern Belle has a chilling requirement of about 400-500 hours, so it blooms late enough to avoid some freezes. However, overhead irrigation is recommended for consistent production. Southern Belle has been extensively tested in South Georgia. Berries are large to very large with excellent scar and firmness. Berry color is medium blue and flavor is normally good. Southern Belle is intermediate in growth habit, between upright and spreading. It produces numerous canes and lateral fruiting branches and forms a dense, wide bush. It has high flower bud numbers and very good yield potential if the bushes are healthy. Spring leaf development is fair and improv ed with the use of Dormex. Southern Belle is very susceptible to phytopthora root rot and has not performed well on many sites. Recommended only for very limited trial on extremely well drained sites. Treatment for root rot may be advised in excessively wet periods. Released from Florida in 2002.
* (Pat.) Emerald has a chilling requirement of about 200-300 hours, so it blooms very early. It is also subject to autum flowering. It is recommended in lower south Georgia only with overhead irrigation for freeze protection. Berries size is large to very large and moderately firm. Emerald
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berries maintain good size throughout the harvest season if the bushes are well cross-pollinated and the crop is not excessive. Berry color is medium to dark blue, similar to O=Neal. Berry shape is wider than tall. Emerald is a vigorous bush with a growth habit that is more spreading than upright. Spring leaf development is good. Flower bud production is medium to heavy, but again autum flowering may occur. The resulting fruit normally freeze during the winter and the tip should be pruned off to reduce problems with fruit diseases in the spring. Emerald appears to be average or above average in resistance to most diseases, but is susceptible to rust. Ripening can be protracted and usually begins with or after Star. Emerald needs cross pollination with another cultivar with similar chilling requirement. Good choices may be Rebel, O’Neal and Star. Released from Florida in 1999. (Pat.) Palmetto has a chilling requirement of 400 to 450 hours. It is an early season southern highbush blueberry, having concentrated ripening and good plant vigor cultivar. Fruit ripens early with Star in south Georgia, and 8 days before Georgiagem. More than 75% of the berries ripen in the first two weeks of May in south Georgia. Berry stem scar, firmness, and flavor are excellent. Berry size is small to medium and color is medium blue. Plants are vigorous, with an open, spreading bush habit and narrow crowns. Plants bloom in early March in south Georgia and will likely benefit from frost protection (similar to ‘Star’). Leafing can be slow in mild winters, so Dormex would likely be beneficial. Should be planted with other southern highbush blueberry cultivars with a similar time of bloom to provide optimum pollination (Star and O’Neal recommended). Palmetto is only recommended on a trial basis at this time. Released by Georgia in 2003.
O’Neal has an approximate chilling requirement of 400-500 hours for the flowers, and slightly more for leaves. The approximate ripening date in south Georgia is late April to mid May. The bulk of the crop ripens later than Star. O=Neal blooms over an extended period of time, starting very early in the spring. Often one or two flowers per cluster will emerge before the rest of the flowers. O’Neal is only moderately productive with medium to large, medium-blue fruit having good firmness, picking scar and flavor. O=Neal vigor can be poor, and plant growth is semi-upright. Spring leaf development is only fair. No longer highly recommended for in south Georgia unless needed as a pollinizer. Released by North Carolina in 1987. * (Pat.) Camellia has a chill requirement of 450 to 500 hours. It is a new early to mid-season southern highbush blueberry cultivar. Berries are large, have very light blue color, and have a small, dry picking scar. Firmness is good and flavor is excellent. Camellia ri pens a few days after Star, but generally before O’Neal. Plants are highly vigorous, with strong cane growth and an open, upright bush habit and a narrow crown. Camellia flowers 5 to 8 days after Star and O’Neal in south Georgia. Yields have been similar to Star and greater than O’Neal. Should be planted with other southern highbush blueberry cultivars with a similar time of bloom for cross-pollination (Star and O’Neal recommended). Released by Georgia in 2005. Sharpblue has a chilling requirement of about 150 hours. Approximate ripening date in south Georgia is early to late May. It is resistant to stem canker, but leaf diseases can be a problem. Sharpblue is no longer recommended for Georgia because it blooms too early, the scar is wetter than desired, and the old blooms often stick to the fruit. Bushes are moderately vigorous, semiupright, and moderately productive. Fruit are medium to large in size, light blue in color, are fairly firm, have a wet scar, and have good flavor. Released by Florida in 1976. (Pat.) Santa Fe has a chilling requirement of about 350 hours, and its approximate ripening date in south Georgia is early to late May. The berries of Santa Fe are medium to large in size, and have an excellent scar and firmness. Fruit color is blue to blue-black and flavor is good. Plants of Santa Fe are vigorous and upright. Spring leaf development is usually good, but is not as good as Sharpblue and Star. Santa Fe may have potential for south Georgia on sites with overhead irrigation for freeze protection and is recommended for limited trial. However, the cultivar is difficult to propagate from
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softwood cuttings, because cuttings tend to defoliate quickly when placed under mist. Best propagation results have been obtained by using very soft, softwood cuttings. Interplant Santa Fe with Star or O=Neal for cross pollination. Released by Florida in 1999.
Misty has a chilling requirement of about 200 hours, and its approximate ripening date in south Georgia is early to mid May. Fruit quality is good and fruit size is medium to large. Bushes are moderately vigorous and upright with dark green foliage. Misty can have a serious problem with stem blight ( Botryosphaeria dothedia ) when young plants are fruited too heavily. Also, Misty tends to leaf poorly if overloaded with fruit. Unless spring frost removes part of the crop load, pruning is required to thin heavy crop loads and alleviate plant stress, especially on young plants. Growers in Florida often have to thin the crop by clipping off one-half the tip of the small fruiting branches in late winter. Do not make pruning cuts near the soil surface when the plants are young, because disease can enter the pruning cut. Strip flower buds by hand on the lower twigs. Misty responds well to Dormex to improve leaf development. No longer recommended for Georgia. Released by Florida in 1989. Bladen has a chilling requirement of about 600 hours, and its approximate ripening date in south Georgia is early to mid May. Fruit ripens about five days ahead of O’Neal. The fruit is small to medium size, and has good quality, color, firmness, and picking scar. Bladen has better fruit color and less wet weather cracking than Reveille. This cultivar is probably adapted to mech anical harvest for the fresh market. Fruit size is a major limitation for hand picking speed. Bushes are upright and fairly vigorous with a slightly wider canopy than Reveille. Not recommended for Georgia due to its small berry size and high chill requirement. Released by North Carolina in 1992. (Pat.) Bluecrisp has a chilling requirement of about 400 hours and an approximate date of ripening of early to late May. The fruit are medium to large, light blue, have excellent f lavor and are unusually firm. The fruit scar is dry but medium deep, and the skin tears on some berries when they are picked. Bluecrisp produces a moderately vigorous plant that is more spreading than upright. Flower bud failure during the winter reduces the crop potential of this cultivar some years in the Gainesville, Florida area. There was also an problem with shoot die back experienced several years ago in south Georgia, but this has not been a serious problem recently. Subject to fruit set problems in many years. No longer widely grown in Georgia. Released by Florida in 1997.
Reveille has an approximate chilling requirement of about 700-800 hours and ripens in south Georgia in early to mid May during years with sufficient winter chilling. The fruit are small to medium sized, light blue in color, have an excellent picking scar and firmness, and have good flavor. Reveille is adapted to mechanical harvest for the fresh market, but hand harvest is slow because of small fruit size. Plants are fairly vigorous and productive with a very narrowly-upright bush habit. Fruit cracking has been a problem for Reveille in rainy years. No longer recommended in Georgia due to small fruit size and high chill requirement. Released by North Carolina in 1990. Pamlico has an estimated chill requirement of 600 to 700 hours. Fruit are small to medium size, have a good scar and very good color, firmness, and flavor. Ripening is late May to early June in middle Georgia. Plants are moderately vigorous and upright. Only limited information has been gathered for Pamlico in Georgia. It’s high chill requirement will likely keep it from wide spread usage in Georgia. Released by North Carolina in 2003. Lenoir has an estimated chill requirement of 600 to 700 hours. Fruit are small to medium size, have a very good scar and average color, firmness, and flavor. Ripening is late May to early June in middle Georgia. Plants are upright with average vigor. Only limited information has been gathered for Lenoir in Georgia. It’s high chill requirement will likely keep it from wide spread usage in Georgia. Released by North Carolina in 2003.
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Craven has an estimated chill requirement of 600 to 700 hours. Fruit are small to medium size, have a very good scar and color. Berry firmness and flavor are average. Ripening is late May to early June in middle Georgia. Plants are upright and vigor has been poor in Griffin, Ga. Only limited information has been gathered for Craven in Georgia. It’s high chill requirement will likely keep it from wide spread usage in Georgia. Released by North Carolina in 2003. (Pat.) Marimba has a chilling requirement of about 400 hours, but blooms over a protracted period of time. Its approximate ripening date in south Georgia, is early to mid-May. Fruit are firm and have a good scar; however, serious problems with over-cropping and fruit with stems occur in some years. Fruit are small to medium and difficult to pick compared to other Florida cultivars such as Star. Plants are fairly vigorous and bushy, but spring leaf development may be poor. Marimba is not recommended for planting in south Georgia. Released by Florida in 1991. (Pat.) Southmoon has a chilling requirement of about 400 hours and its approximate ripening date in south Georgia is early to late May. Berries are large, firm, and have a good picking scar. Plants in the nursery are vigorous, but plant survival in fields in south Georgia has been extremely poor. Southmoon is not recommended for planting in south Georgia. Released by Florida in 1996.
Georgiagem has an approximate chilling requirement of only 350 chilling hours, but it blooms in the 500 chilling hour time frame. Approximate ripening date in south Georgia is mid to late May. Georgiagem is only moderately vigorous, is upright in bush habit, and develops a poor root system on most soils. Overall, productivity is low to medium. Fruit are small to medium in size with good color, picking scar and flavor. Berry firmness is only average. Georgiagem is susceptible to stem bight and canker. No longer recommended in Georgia. Released by Georgia in 1986. Sampson has a chilling requirement of 700 to 800 hours. It is probably too high chilling for south Georgia, but may have potential for middle and north Georgia. It should ripen starting in late May in upper middle Georgia. Fruit size is large to very large with good color, picking scar, firmness, and flavor. Plants are semi-upright to upright with moderate vigor. Released by North Carolina in 1998. Biloxi has an approximate chilling requirement of 200 to 300 hours. Season of ripening is mid May in south Georgia. Fruit of Biloxi are medium in size with good color, flavor and firmness. Plant vigor and overall performance have not been good. The cultivar has not been popular in Georgia. Released by USDA Mississippi in 1998. Magnolia has a chilling requirement of about 500 hours and an approximate ripening date of mid to late May in south Georgia. Fruit of Magnolia are medium in size, with good flavor, color, firmness, and picking scar. Plants have a spreading growth habit, are medium in height, and are fairly productive and vigorous after field establishment. Small plants require good managemen t during establishment to ensure a stand. Winter flower bud failure has been a problem in Gainesville, Florida and Magnolia has not produced good crops most years on that site. Flower bud failure has also been observed in south Georgia. Magonlia could possibly be used as a cultivar ripening between most southern highbush and early rabbiteye cultivars. Recommended for limited trial in south Georgia. Released by Poplarville, MS (USDA Station) in 1995. Jubilee has a chilling requirement of about 500 hours and its approximate ripening date in south Georgia is mid to late May. Fruit of Jubilee are small to medium in size, and have good color, flavor, firmness, and small picking scar. Plants are upright, vigorous and productive. Not widely grown in Georgia due to its small fruit size and late ripening. Released by Poplarville, MS (USDA Station) in 1995. Summit has an approximate chilling requirement of 800 hours. Summit is a mid to late season southern highbush and should ripen starting about June 5 in upper middle Georgia. Fruit are large,
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with excellent color and flavor. Berries have a good picking scar and firmness. The bush is semiupright and moderately vigorous. Information on Summit in Georgia is very limited, but it is not expected to be widely grown due to its high chill requirement. Released in 1998 by North Carolina, Arkansas, and USDA. (Pat.) Ozarkblue has an approximate chilling requirement of 800-1000 hours. It usually blooms several days after Tifblue and several days before Bluecrop in Arkansas. It is probably too high chilling for south Georgia, but may have potential in middle and north Georgia. The fruit starts ripening about seven days before Climax in Arkansas. Fruit quality ratings including stem scar, color, firmness, and flavor are high, and fruit size is large. Ozarkblue plants are semi-upright and fairly vigorous, but heavy crop loads can cause canes to have a willow-like growth habit during the fruiting season. Plant survival has been a problem in Georgia. Not grown in Georgia due to its high chill requirement. Released by Arkansas in 1996.
Legacy has an approximate chilling requirement of 500-600 hours. Time of ripening is late May to mid-June in south Georgia. The fruit are medium to large, are moderately firm, and have a good stem scar and flavor. The bush is upright and productive. Legacy may have potential for the Piedmont and upper south Georgia, but it blooms early for a late ripening cultivar. Released by New Jersey (USDA) in 1993.
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PRODUCCIÓN DE ARÁNDANO: PUNTOS CLAVES DE MANEJO DEL CULTIVO MANUEL A. PARRA Presidente de CUINEX BIOTECNOLOGIA. - Argentina
Al tomar la decisión de iniciar un proyecto las preguntas que nos debemos hacer son las siguientes: Cuál es el mercado que me interesa cubrir? Mercado internacional, mercado nacional, o ambos mercados? Haré producción de fruta fresca o fruta para industria? Produciré fruta para los dos objetivos? De acuerdo a las respuestas, deberé elegir el lugar de producción y las variedades correspondientes, de la buena elección de lo uno y lo otro dependerá el éxito de mi proyecto.
Elección del lugar Donde se desarrollará el proyecto constituye uno de los pasos más importante. Debe ser un lugar de fácil acceso, con posibilidades de obtener energía eléctrica y agua para riego con opción de aplicarla en sistemas antiheladas. Es importante que sea alto tanto para defender con mayor facilidad de las heladas como así también para no correr riesgos de inundaciones, hay que pensar que estamos hablando de un cultivo perenne con un promedio de vida de 20 años, esto significa que soportara innumerables situaciones climatológicas. El tipo de agua que usaremos para riego constituye un factor que incidirá fuertemente en problemas sanitarios y de crecimiento de planta, por lo tanto estamos hablando también de menores rendimientos de fruta, si no tenemos agua adecuada para las exigencias del arándano, e inclusive mortandad de plantas. En el estudio previo de su localización hay que observar las posibilidades o no de mano de obra
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lugareña, esto terminará incidiendo en el tipo de instalaciones o infraestructura que se deberá llevar a cabo en el establecimiento. Su ubicación geográfica dependerá del objetivo de que tipo de fruta se desea producir, temprana, media y tardía.
Exigencias de tipo de suelo Suelo ácido Alta oxigenación Drenaje perfecto Materia Orgánica El arándano desarrolla bien en un rango de P.h. entre 4.0 a 5.5 el contenido alto de materia orgánica de un suelo permite que el límite superior de este rango sea ampliado, no teniendo problemas con P.h. del orden de 5.8 y en algunos cultivares hasta 6. Las raíces fibrosas, finas y débiles del arándano, necesitan un suelo suelto para poder desarrollarse y explorar nuevas zonas, el suelo suelto permite la fácil aireación del sistema radicular y el rápido crecimiento del mismo, al crecer en un suelo poroso la disponibilidad de oxígeno es mayor en profundidad, lo que permite el crecimiento de raíces más profundas, los suelos francos, franco-arenosos y franco-limosos son excelentes para lograr un buen crecimiento de plantas, no así aquellos donde el contenido de arcillas pesadas es muy alto colaborando para que no exista un drenaje bueno y ello atenta contra la oxigenación de las raíces dificultando el crecimiento y favoreciendo el ataque de patógenos al debilitarse la planta, es muy común en estos casos la aparición de Phytophthora, por la alta exigencia de oxigeno, en suelos pesados es muy importante elevar el sitio de plantación 30 a 40cm para facilitar el drenaje y evitar sobresaturación y asfixia radicular, un buen camellón de tamaño considerable no solo en altura, simplifica o evita muchos problemas. El contenido de materia orgánica favorece en distintos aspectos, además de aportar nutrientes, retiene mejor la humedad aumentando la disponibilidad de agua, el fertilizante químico utilizado es retenido y aprovechado mejor al no ser tan fácilmente lixiviado como ocurre en suelos muy arenosos típicos de la zona de Concordia, permite ser más elástica la exigencia de acides, siendo mas dificultoso la aparición de síntomas de clorosis férrica la cual normalmente aparece con P.h. fuera del rango normal de trabajo de planta. A pesar de la gran importancia del alto contenido de materia orgánica en el suelo la mayor concentración de plantaciones de arándano en Argentina se encuentra en suelos arenosos con muy bajo porcentaje, por lo tanto se recurre al aporte de la misma obteniendo un muy buen desarrollo de planta. En algunos suelos hemos encontrado zonas dentro del cultivo con un contenido de 400ppm de calcio (Dolores, Uruguay) y el desarrollo de las plantas es marcadamente deficiente por lo tanto hay que considerar en aquellos lotes a plantar el contenido de este mineral. También un exceso de fósforo en el terreno es perjudicial. El drenaje de los suelo debe ser perfecto, en cambio una napa de agua de buena calidad a 50/ 60cm de la superficie es deseable, esto ocurre en las planicies arenosas de la costa este de los E.E.U.U. de donde el arándano es originario.
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Calidad del agua de riego
VARIABLE pH CE - Sal (mmho/cm) RAS Bicarbonatos (ppm) Cloruros (ppm)
NIVEL EN EL AGUA ADECUADO PROBLEMA SEVERO < 6.5 > 8.5 < 0.25 > 1.5 < 1.0 > 3.0 < 92 > 153 < 142 > 355
- p.H: Aguas con p.H igual o superior a 8,5 contienen un exceso de bicarbonatos y otras sales. - Sales Solubles: Bicarbonato de sodio y cloruro de sodio son las más dañinas para los arándanos. - Una RAS alta indica que en el agua hay una gran cantidad de sodio en relación al calcio y al magnesio y atenta contra la estructura del suelo lo que disminuye el intercambio de gases alrededor de las raíces y también afecta la infiltración del agua.
Clima El arándano puede desarrollarse en diversos climas y en zonas tan variadas como disímiles, en su zona de origen (USA) existen en forma silvestre y en plantaciones desarrolladas por la mano del hombre, tanto en zonas húmedas de la costa este o en zonas secas costa oeste, regiones muy frías pasando el invierno con un metro de nieve o muy cálidas como las de Florida, en Argentina en zonas muy calientes como la provincia de Tucumán, o en la gélida Patagonia, en la humeda Buenos Aires o en zonas áridas como San Luis. Pero lo que nos permite llevar adelante satisfactoriamente el cultivo sea la zona que sea, es elegir la variedad que se adapte a ese lugar o región, existen más de 90 variedades, exigiendo desde 150 horas de frío a más de 1000. Las horas de frío del lugar (Sumatoria de temperaturas iguales o menores a 7,2ºC) constituyen la base para realizar la buena elección. El período de crecimiento mínimo es de 160 días, puede sobrevivir a temperaturas mayores a 50ºC si son cortas, las mínimas que soporta es de -32ºC. Las yemas florales se forman en el otoño tarde, si las temperaturas son aproximadas a 24ºC durante su formación es muy favorable. Durante la floración, temperaturas cálidas mejoran la germinación del polen y crecimiento del tubo polínico. Mejoran el cuaje. El viento, tiene una alta incidencia en varios aspectos, crecimiento/polinización. Cortinas forestales Precisamente para evitar los inconvenientes que provocan los vientos fuertes o a veces no son tan fuertes pero si constantes, es necesario recurrir a la instalación de cortinas forestales, deben ser de forma tal que protejan pero permitan la ventilación del cultivo. La elección de la especie dependerá de la región a plantar. Preparación del suelo Los laboreos de suelo dentro de los costos del proyecto productivo, están entre los pasos más económicos por lo tanto no hay que ahorrar "fierro" es preferible pasarse a quedarse corto, hay que pensar que se hace una sola vez en la vida del cultivo y nunca más, por lo tanto errar en este punto puede ser fatal según el tipo de suelo.
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I. Disqueado del lote. Dejarlo sin malezas en superficie. II. Nivelación del lote, preparar los drenajes que sean necesarios, no debe acumular agua en ningún sitio. III. Pasar subsolador. Dos pasadas derecho y cruzado. IV. Cincelar profundo. Dos pasadas derecho y cruzado. V. Disco y rastra. VI. Hacer los lomos de trasplante, los cuales estarán constituido por la tierra del lugar mezclados con materia orgánica. Se agregará en el último paso si es necesario azufre. VII. Instalación del equipo de riego por goteo. VIII. Colocación del mulching. Pasar una buena rastra de discos ya sea excéntrica o doble acción, lo importante es un buen trabajo de la misma, la cantidad de pasadas dependerá del tipo de suelo y la cantidad de malezas, estas últimas si tienen demasiada altura conviene previamente pasar una desmalezadota para ayudar a un mejor trabajo de la rastra de discos, pero se repetirán las pasadas que sean necesarias para dejar el suelo en las condiciones requeridas, para luego poder hacer un trabajo correcto con una hoja niveladora o un rabasto, al quedar el terreno nivelado el trabajo del resto de las herramientas será muy efectivo, de lo contrario el cincel y el subsolador tendrán una labor muy deficiente profundizando en forma muy despareja. La cantidad de materia orgánica a agregar a los camellones, dependerá de la textura del suelo, el tipo de materia orgánica esta relacionado a la zona donde se instala el proyecto y la facilidad de obtención, en Pcia de Buenos Aires y Entre Ríos, lo más fácil y económico de conseguir es la cama de pollo, en el norte guano de cabras, hay que considerar luego en la aplicación de azufre que cantidad extra colocar para contrarrestar no solo los puntos o décimas del suelo, sino también los de la materia orgánica que se utilice. Es muy común escuchar despotricar no solo a productores sino también a técnicos por no poder plantar en la fecha esperada debido al agregado del tipo de materia orgánica al suelo (Ej:cama de pollo), sin considerar que tanto la materia orgánica como el azufre necesitan de humedad y temperatura para transformarse, lo ideal es comenzar un año o como mínimo 8 meses antes de la fecha seleccionada. Hay que tener muy claro que las transformaciones del azufre y de la materia orgánica son principalmente biológicas y se necesita humedad y temperatura adecuadas, es por ello que hay que asegurarse la transformación del suelo no solo por tiempo transcurrido sino que hay que evaluar que condiciones se dieron en ese tiempo. Las transformaciones pueden indicarse de la siguiente forma general Azufre --> 'Productos de descomposición' Sulfitos ' Sulfatos SH2 y S2, formas simples SO3 SO4 Oxidación del azufre La última etapa de la oxidación del azufre, al igual quela nitrificación, se debe principalmente a ciertos tipos de bacterias, intervienen en primer lugar los organismos heterótrofos de funciones generales, pero finalmente el azufre es oxidado por bacterias especiales del genero thiobacillus, el calcio activo facilita mucho la transformación,las plantas utilizan el azufre de los compuestos sulfatados resultantes.
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El azufre presente originalmente en combinaciones complicadas, aparece luego como un producto simple; y es asimilable como ión sulfato, en el agua de drenaje se pierden cantidades importantes de sulfatos, lo que hace que debemos tener cierta consideración desde el punto de vista de la conservación de la fertilidad. He visto varias plantaciones comenzar muy mal, quedando desuniformes y con plantas muy débiles, el motivo fue adelantarse al momento oportuno porque en lugar de hacer un análisis de suelo y corroborar el estado de los camellones, le dieron prioridad a la fecha planificada sin considerar los niveles de P.h. y fundamentalmente conductividad (C.E.), esta última la falta de degradación del azufre la aumenta considerablemente. Las plantaciones realizadas en suelos inmaduros y en fechas primaverales, son las más golpeadas debido a que inmediatamente se comienzan a fertilizar, los fertilizantes continúan aumentando la C.E. y si el agua del lugar no es favorable la C.E. trepa a valores desastrosos, ocasionando muerte de plantas en forma directa o indirecta al debilitarlas entrando casi siempre pseudomonas y otros tipos de patógenos. El aserrín, la corteza o el chips de pino son muy usados para darle materia orgánica y esponjosidad a los camellones además de colocarlos como mulching, la turba es otro de los elementos comúnmente aplicado a los camellones, el uso de estos materiales hace que no se corra riesgo en aumentar la C.E. y plantar sin problemas en cualquier momento, simplemente que llegado el momento de fertilizar hay que considerar un consumo extra de nitrógeno debido a la descomposición de estos productos que requieren nitrógeno al transformarse. Ensayos realizados dieron como opción muy superadora, al uso de cama de pollo con gran contenido de guano, los resultados de rendimientos de fruta fueron netamente demoledores lo que hace que la espera de maduración de suelo quede más que compensada. No hay ninguna duda que esta respuesta comprueba la alta afinidad del arándano con contenidos fuertes del suelo en materia orgánica, no es casualidad el buen desarrollo del arándano en los suelos denominados "Trumaos"del sur Chileno donde tener 18% de materia orgánica es moneda corriente. En Michigan el uso de guano de ponedoras en altas cantidades aplicados en forma anual da excelentes resultados.
Plantación Antes de proceder a poner la planta en el terreno, nos tenemos que asegurar que hayamos eliminado malezas perennes, el ejemplo más concreto es el Cyperus sp. Además de asegurarnos de no tener malezas complicadas, un punto que hoy pasó a ser determinante en el éxito o fracaso del proyecto es el de iniciar la plantación con inexistencia o con una muy baja población de insectos de suelo, fundamentalmente gusano blanco Diloboderus abderus,"burritos" Otiorhynchus sulcatus, gusanos alambres Agriotes sp,Cabritos Aegorhinus sp, etc para luego continuar con mayor facilidad la lucha contra estas plagas. Tanto en Argentina como en Uruguay la declinación de las plantaciones de arándano comienza con serios problemas radiculares y los insectos de suelo constituyen la base del inicio continuando luego los hongos de suelo se introducen por las heridas ocasionadas por estos. Por lo general la labor de plantación es llevada a cabo con una serie de errores comunes a la mayoría de los campos. Los errores comienzan al retirar del vivero, intentando ahorrar dinero en el envase donde se colocaran las plantas, usando los contenedores más impensados e incorrectos, luego en el transporte desde el vivero hasta su destino, algo elemental, el vehículo no es cubierto con una lona para evitar el daño ocasionado por el viento, muy pocos contratan camiones térmicos, ni siquiera aún para viajes largos, ha veces quedan las plantas al sol durante más de una hora mientras el chofer almuerza e incluso luego descansa. De esta manera, llegan con deshidratación importante a su lugar definitivo, en el mismo momento de la labor de plantación continúan sufriendo el maltrato, los envases conteniendo las plantas se los deja al sol y al viento, este último es más agresivo que la acción del sol aún, nuevamente la gente que actúa en la operación de plantación,corta su trabajo al medio día y retornando luego de una
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mínima de dos horas, durante ese tiempo no solo estuvieron en sus contenedores expuestas, sino que muchas al costado de los hoyos donde serán luego implantadas y en peores condiciones para resistir. Hemos observado que la planta proveniente del vivero con raíces con sustrato (Mal llamada a raíz desnuda), reaccionan a campo mucho mejor que aquellas en macetas, el único riesgos de este tipo de plantas es que si se las trata sin cuidado se desprenden sectores de raíces, deben ser llevadas en cajones y al ser sacadas de los mismos colocar una mano soportando el sistema radicular, el "arranque" de estas plantas en primavera es muy agresivo y vigoroso, la explicación esta dada porque es mucho más rápida y fácil la expansión de las raíces , en maceta la raíz queda muy comprimida y la planta tarda en reaccionar. No esta demás reiterar que sol, altas temperaturas y viento son los enemigos de las plantas durante este proceso, al deshidratarlas, para contrarrestar se deben humedecer bien las raíces y luego hacer la distribución correspondiente, plantas sin sufrimientos previos reaccionan con vitalidad. Pulverizarlas antes de la distribución con un bactericida es conveniente y luego de finalizado el trasplante con un funguicida, repetir durante las tres primeras semanas ya que el stress de plantación debilita y provoca entrada de patógenos. Los hoyos de plantación no conviene abrirlos con mucho tiempo de anticipación, para que no pierdan en demasía la humedad, deben de tener un diámetro acorde al sistema radicular de la planta recibida, de manera que se puedan extender las raíces en forma perfecta, la planta no debe enterrarse más de dos a tres centímetros de la profundidad que tenía en vivero. Una vez finalizado, debemos regar abundantemente para eliminar los bolsones de aire que siempre quedan ya que los operarios no alcanzan siempre a compactar el suelo, alrededor de la corona, si los dejamos el aire alrededor de ese sector de raíces las secará. Luego, no solo después de la plantación si no durante toda la vida del cultivo, de deberá mantener una humedad permanente, justa y uniforme. Según el tamaño de planta recibida, se deberá podar o no, lo ideal es no podar para evitar heridas, sobretodo si la época de plantación coincide con un momento de mucho rocío, bruma, es decir alta humedad y si hay temperaturas templadas o cálidas los problemas fúngicos recrudecen, en el caso de plantas muy grandes donde se debe equilibrar la parte aérea con la falta de anclaje, ya que ese sistema radicular al no estar trabajando a pleno no puede bombear la cantidad de agua necesaria para irrigar la copa existente, se deberá podar al menos un tercio de la parte aérea o según necesidad la mitad de la misma, esto esta en relación directa al tamaño de planta, mayor tamaño más poda. La poda es imprescindible de todas aquellas ramillas o tallos quebrados durante el manipuleo de plantación. La época de plantación en las zonas productoras de arándano en nuestro país, se extiende desde Marzo a Noviembre, si no se posee agua de buena calidad es preferible hacerlo en otoño, como así también es preferible a corto plazo solucionar este problema para no ir perdiendo crecimiento, sanidad y ganando en inconvenientes. La plantación es conveniente que este compuesta al menos por tres a cuatro cultivares como mínimo, la experiencia nos indica que siempre uno de ellos se comporta mejor según el tipo de clima que acontece y es el que apuntala ese año económicamente hablando. Además mejoramos notablemente la polinización y con ella el tamaño y rendimiento de fruta, una distribución efectiva de los cultivares es imitar los casilleros de un tablero de ajedrez colocando uno diferente en cada uno de los casilleros, el tamaño de los mismos puede variar desde media a dos Has. según la dimensión de la plantación. El largo de los surcos no conviene que supere los cien metros, con esto evitamos movimientos falsos de los cosecheros que luego pasan a ser un problema importante relacionado con la perdida de tiempo y disciplina. La densidad de plantación en nuestro país a sido muy variable lo que hemos observado es que a mayor densidad se obtiene fruta más temprana. En un principio (1990) se impuso el marco de plantación de 1,5m x 3.0m es decir 2.222 plantas por Ha, luego lentamente el productor fue apostando a mayor densidad, 3.333 (3x1m)plantas/Ha, 4.444 (0,75x3m)plantas/Ha, alguna plantación a muy alta densidad de 6.666 (1.50x1) en la actualidad el marco más popular es el 3x1m, pero cada vez atrae más el de 4000 plantas/Ha (3,30x0,75m) predominando en Argentina los cultivares tempranos, lo que significa que estas variaciones de densidades se dieron permanentemente en los mismos.
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Fertilización Es una planta poco exigente, por lo general se comete el error de exceso de fertilización, observando el análisis de suelo y complementando con el foliar se hace el plan de fertilización correspondiente.
Riego El punto fundamental es conocer la evapotranspiración del lugar, el coeficiente de riego oscila según la época del año entre 0,7 y 1,0, tener un tanque tipo "A" en el lugar es muy importante para conocer el grado de evapotranspiración. El mulching tiene una notable función en facilitar el mantenimiento de la humedad, no dejar venir malezas y evita el daño en raíces superficiales por la deshidratación que ocasionan el viento, el sol y las heladas, Mantiene en forma más uniforme la humedad del suelo evitando cambios bruscos.
Poda El objetivo de la poda es conseguir altos rendimientos y de fruta de alta calidad. La poda regular ayuda a controlar el crecimiento de las plantas, permitiendo la penetración de luz, aumentando la fotosíntesis y la formación de yemas florales. En los southern highbush se poda inmediatamente terminada la cosecha y luego un repaso liviano en invierno. En los highbush solamente en invierno. En los dos primeros años se realiza poda de formación, donde se eliminan las ramitas débiles, fuera de lugar , bajas, muy abiertas y madera dañada o muerta. Como florece solo en madera del año anterior, la producción se produce anualmente más alejada de la zona de raíces y del centro del arbusto. Significa que los nutrientes deben viajar una distancia muy larga para llegar a la zona productiva y alimentar mucho tejido extra no productivo, es por eso que en tallos de mas de 4 años la producción disminuye bastante. La madera vieja además conduce agua y nutrientes de una manera mucho más lenta. La madera que se desarrolló tarde en la temporada tiende a ser plana angulosa y blanda, no es productiva y se debe eliminar. Para plantas o variedades muy productivas es aconsejable eliminar 1/3 de las yemas florales. La producción disminuye en arbustos con más de 10 tallos. Durante las dos primeras temporadas todas las flores deberían ser eliminadas para permitir un crecimiento vegetativo acelerado de ápices y raíces y favorecerá la longevidad de las plantas. En las plantas adultas se quita toda la madera vieja, dañada, las ramas que interfieren con las labores culturales, se eliminan las ramillas débiles, sobretodo de la base de las plantas y la madera de más de 4 años que dejan de ser productiva.
Polinización Es fundamental para altos rendimientos, se recomienda en una plantación a régimen pleno no menos de seis colmenas fuertes por hectárea (Cámara de cría y dos alzas)
Cosecha y Postcosecha El periodo de botón a fruto maduro varía de 45 a 60 días. El tamaño del fruto esta relacionado con el vigor de los brotes. Los frutos que maduran más tempranos son más grandes que los tardíos, presentan mayor firmeza y tienen mejor capacidad de almacenaje. Los frutos que se cosechan apenas alcanzan su coloración azul resisten mejor el almacenaje
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refrigerado que aquellos recolectados en estado de madurez más avanzados. Es una baya casi esférica, su diámetro es de 7 a 15 mm, peso es de 1.5 a 2.5 gramos,color característico es entre azul claro a azul negro, su sabor es dulce y ligeramente ácido. Presenta una buena consistencia para su manipuleo, fruto climatérico. Tasa respiratoria: moderadamente alta, de 2 a 10 mg./CO2/kg/Hs a 0ºC. Frutos sobremaduros con una relación SS/Ac mayor a 40 aumentan en forma importante la incidencia de infecciones fungosas, incluso a bajas temperaturas. Fruta para exportación debiera tener una relación SS/Ac no mayor a 20. La expresión del color en arándano está determinada tanto por el contenido de antocianinas (Cyanidin-arabinosida y cyanidin-galactosida principalmente) como por la cantidad de cera en su superficie, y ambos aumentan a medida que la fruta madura. Los diferentes cultivares varían en su contenido de antocianinas(Entre 85 a 270 mg/100grs peso fresco). Despues de cosechada la fruta los contenidos de este pigmento aumentan Un color azul claro es deseable porque mantienen mejor su apariencia y frescura aún después de varios días en el mercado. Casi todos los ataques fungosos en postcosecha se localizan en la cicatriz dejada por el pedicelo. El sabor esta dado por el balance que posee la variedad entre azucares y ácidos. Glucosa y fructosa son los principales azúcares y solo se han encontrado pequeñas cantidades de sacarosa. En general a medida que los frutos maduran, aumentan en peso seco, sólidos solubles y azúcares totales, y disminuyen en acidez.El aumento de la relación SS/Acidez, se debe fundamentalmente a un aumento en fructosa y a una disminución en ácido cítrico. Durante la cosecha el fruto se deteriora fácilmente, los cosecheros deben de tomar el fruto suavemente entre el pulgar y los otros dedos, si se sacan más de uno al mismo tiempo estos se dañan al ser apretados, el recipiente del recolector no debe pasar los 5cm de profundidad. La fruta se debe mantener lo más fresca posible desde que es cosechada hasta que llega al empaque. Cuando las temperaturas superan los 30°C los cosecheros deberían llenar y devolver de a una bandeja a la vez, para evitar que aumente el calor en la fruta cosechada. La fruta no se debe cosechar húmeda. Las bandejas deben de ser enviadas desde el campo hasta el empaque al menos cada 30 minutos. Con un manejo cuidadoso, la temperatura promedio de la fruta no debería ser mayor que la temperatura del aire. Los cosecheros deben de mantener la fruta a la sombra, mientras se llenan las bandejas. Tan pronto se llenan se debe enviar al lugar de concentración de fruta que puede ser un refugio con sombra móvil. La fruta debe de ser enfriada a menos de 15°C, con túneles de aire forzado, antes de empacar, en una sala de similar temperatura. El empaque debe de ser completado dentro de 4 horas despues de cosechada. Luego se enfría a temperatura de embarque -0,5°C a 0°C y 90-95H.R. A 4 y 5°C los arándanos tienen una tasa respiratoria considerada baja a moderada, pero la misma se eleva considerablemente a temperatura ambiente. Cuanto mayor es la tasa respiratoria, más rápido se producen los cambios involucrados en la maduración y en la pérdida de calidad. En comparación con otros "berries", los arándanos presentan menor tasa de deterioro. Son susceptibles a la deshidratación, siendo 3% el valor de pérdida de peso máximo admisible. Entre los procesos que ocurren durante la maduración, el más evidente es el cambio de color externo, desde el verde al rosa y finalmente al azul. A medida que el color cambia, se produce un aumento en el contenido de sólidos solubles (azúcares), y una disminución de la acidez. También se observa un progresivo ablandamiento de la pulpa, lo cual constituye una de las principales causas de descarte, pero es dependiente de la variedad utilizada.
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Reconociendo la importancia de las bajas temperaturas en la mantención de la calidad de la fruta en almacenaje, es indispensable evitar que la cadena de frío se rompa durante el transporte. Arándano:Argentina primer país en ingresar con fruta primicia al mercado de contraestación, vivencias de lo acontecido Hay dos zonas muy marcadas en la provincia de Buenos aires donde comienza a desarrollarse este cultivo en Argentina y luego aparece una tercera, ellas son Mercedes, Zarate y la tercera sobre la costa del Paraná fundamentalmente en los alrededores de Lima, Alsina, Baradero y San Pedro. Paralelamente crece el cultivo en los alrededores de Rosario en la provincia de Santa Fé, tanto en Mercedes en provincia de Buenos Aires como en Chabás, localidad cercana a Rosario predominan los pequeños productores que se aglutinan en cooperativas, dos en la zona Mercedina y una con asiento en Chabás aglutinando a los productores de los alrededores de Rosario en la provincia de Santa Fé. En el corredor del Paraná las explotaciones de superficies medias son las predominantes. En la provincia de Entre Ríos, en la zona de Gualeguaychú y Larroque se asientan empredimientos medianos para finalmente empezar a crecer en esta provincia el principal centro de plantaciones de argentina con emprendimientos grandes llegando a alcanzar 2000 hectáreas en los alrededores de Concordia, sobre las costas del río Uruguay, a diferencia de las anteriores zonas donde predominan los suelos Franco limosos, aquí se caracteriza por estar asentadas las plantaciones en suelos netamente arenosos y la calidad del agua de riego excelente, cosa que no ocurre en lo referente a este factor crítico para el desarrollo de las plantas en las zonas de provincia de Buenos Aires, Santa Fé e incluso en la misma provincia de Entre Ríos pero en los cultivos del sur, Gualeguaychú y Larroque. La zona más joven de fuerte crecimiento y alto potencial comienza a nacer en la provincia norteña de Tucumán, la misma tiene la ventaja de iniciar la cosecha a fines de agosto/principios de septiembre según las temperaturas del año en curso y que significa producir el primer fruto de arándano del hemisferio sur obteniendo así el mayor retorno económico por kilogramo o caja exportada de toda Argentina. Luego aparecen cultivos aislados en la provincia de Corrientes, San Luis, Salta, sur de la provincia de Buenos aires con las pocas plantaciones de escalas importantes destinadas a fruta media y tardía, a diferencia del grueso de Argentina decididamente apuntando a la fruta temprana de contraestación dividiendo el mercado con Chile cuyo fuerte es la fruta media y tardía, Argentina el grueso de su producción sale por vía aérea, algo por vía marítima ocurriendo lo contrario en el vecino país. En las últimas campañas la tendencia que se manifiesta debido a resultados de comercialización, Tucumán y Entre Ríos con el grueso de la fruta primicia exportan la totalidad en fresco industrializando su descarte, en cambio las provincias de Santa Fé y Buenos Aires empiezan a destinar el grueso de su fruta para exportarla industrializada. Otra característica fundamental de los últimos tiempos sobretodo en las últimas provincias nombradas es la venta de plantaciones, la gente comienza a extrañarse como lo que se consideraba "el oro azul" el productor quiere desprenderse de "su" mina de oro. La realidad que Argentina con aproximadamente 5000Has plantadas, empieza a sufrir el fenómeno de la decantación por múltiples factores productivos y comerciales, decantación de productores y de empresas comercializadoras. El fenómeno de la declinación de las plantaciones fundamentalmente iniciada por ataque de insectos y hongos que terminan con el resto de las raíces,problema clave que el productor y el técnico todavía no pueden entender que es lo que pasa, pero si se dan cuenta que la plantación no rinde lo esperado, los costos de mantenimiento son altos y el retorno económico no es el previsto en muchos casos ni siquiera alcanzando para cubrir los mismos, el espejo inconfundible lo afirmado lo constituye la lista de plantaciones que poseen las Inmobiliarias más importante de Buenos Aires, el golpe en los "cimientos" de las plantas, sus raíces,es implacable, la ignorancia agronómica generalizada de lo que ocurre en este relativo nuevo cultivo (Se inicia a comienzos de 1990) se esta pagando muy caro, con la destrucción del sueño de mucha gente que apostó a crecer financieramente con este cultivo,la mayoría de los productores en Argentina, esta representado por inversionistas y no por gente de
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campo.
Variedades La variedad mas plantada en Argentina es O'neal en los últimos dos años Misty avanzó lo suficiente como para ponerse en superficie muy cercana a la primera, luego le siguen Bluecuinex 2000 la primera variedad latinoamericana , Santa Fé, Reveille (Clón pampeano) en realidad es otra nueva variedad obtenida también por el laboratorio Cuinex Biotecnología y últimamente han comenzado a probarse las últimas variedades de la Universidad de Florida. Las variedades que tienen futuro no son solamente las que dan altos rendimientos, sino también de pulpa muy firme para soportar los envíos al exterior, esto ha provocado la caída de muchas variedades entre ellas una muy plantada como fue Santa Fé.
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MELHORAMENTO DA AMORA-PRETA: PROGRAMA DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO Maria do Carmo Bassols Raseira Embrapa Clima Temperado - Brasil
Histórico: Conforme relatos, foram encontradas no Brasil, cinco espécies de amora nativas , Rubus urticaefolius, Rubus erythroclados, Rubus brasiliensis, Rubus sellowii e Rubus imperialis, as quais produzem frutas pequenas com coloração branca, rosa, vermelha ou preta. Nenhuma destas espécies, entretanto, foi domesticada . Embora existissem alguns plantios em Campos do Jordão, São Paulo, considera-se como data de início do plantio comercial de amora-preta no Sul do Brasil, o final dos anos 70, como conseqüência da introdução, em 1972, pelo Centro Nacional de Pesquisas de Fruteiras de Clima Temperado (CNPFT), hoje Embrapa Clima Temperado, de uma pequena coleção de cultivares americanas entre as quais ´Brazos’, ´Cherokee’ e ´Comanche’. Após os primeiros testes, estas cultivares começaram a ser plantadas em escala comercial. O primeiro cultivo comercial na região foi implantado no município de Canguçu, e uma indústria local, elaborava na época, amoras-preta envasadas em vidros, em calda dietética, sendo o produto exportado, em pequena escala, para o Paraguai. Poucos anos mais tarde, esta atividade foi paralisada com a alegação de que era difícil e oneroso cumprir todas as exigências legais. Mas a pesquisa continuou. Pouco tempo depois foi adicionado à coleção um clone originário do Uruguai, cuja identidade era desconhecida. As plantas, com hastes prostradas e com espinhos, produziam frutas de cor mais clara (vermelhas) e muito suculentas. Acredita-se que se tratava de um “boysenberry”. Dois ou três anos após a primeira introdução de cultivares, foram trazidas sementes de cruzamentos realizados na Universidade de Arkansas, Estados Unidos, que originaram cerca de 12 mil “seedlings”, nos quais foram feitas as primeiras seleções. Começava aí, um modesto programa de melhoramento genético da amora-preta, do qual resultou o lançamento das cultivares: Ébano, em 1981; Negrita em 1983; Tupi e Guarani, em 1988 e Caingangue, em 1992. O programa foi desacelerado no período de 1996 a 2001, sendo reativado a partir de então, tendo sido lançada em 2004 a cultivar Xavante. Objetivos prioritários: Adaptação: Busca-se desenvolver cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas da região Sul do Brasil, além de cultivares com muito baixa necessidade em frio, que possam ser cultivadas, também no Sudeste e Centro do país. Qualidade das frutas: É atualmente um dos objetivos prioritários do programa, principalmente no que se refere ao sabor, buscando-se equilíbrio entre acidez e açúcar. Neste sentido, estão sendo introduzidas na coleção, espécies silvestres, as quais, apesar dos defeitos que apresentam em relação às plantas (espinhos nas hastes; em geral, plantas prostradas ou semi-eretas, com necessidade de suporte e condução e algumas com suscetibilidade a oídio) estão sendo utilizadas em hibridações. O sucesso das hibridações é baixo, principalmente, em virtude dos diferentes níveis de ploidia destas espécies, em relação às cultivares comerciais. Hibridações com “boysonberries” também estão sendo efetuadas. Mas não é apenas o sabor que se busca quando se trata de qualidade, ênfase é dada também ao tamanho das frutas, uniformidade , cor, brilho e tamanho das sementes. A firmeza das frutas é outra característica extremamente importante para que a fruta chegue, intacta, ao mercado. Produtividade: É também um atributo essencial. Considera-se boa, uma produtividade igual a 9-10 ton/ha. Época de maturação: O objetivo é estender a safra com cultivares mais precoces e mais tardias, que as atualmente plantadas, escalonando e prolongando a colheita.
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Plantas sem espinhos nas hastes: Essas facilitam a colheita e tratos culturais, em geral, principalmente poda e condução, contribuindo assim para a redução do custo de produção. Plantas vigorosas com hastes eretas: São desejáveis pela facilidade de trabalho e inclusive, em pequenas áreas, protegidas de ventos, dispensam suporte, se mantidas com porte mais baixo. Conservação pós-colheita: É importante que as frutas mantenham a cor escura, a integridade das frutícolas e o brilho externo. Neste sentido, testes preliminares estão sendo iniciados com seleções promissoras. Resistência a pragas e doenças: Por se adaptar bem a pequenas propriedades, com mãodeobra familiar e por ser um cultivo relativamente, recente no Sul do Brasil, a amoreira-preta, é cultivada praticamente sem nenhum tratamento com defensivos agrícolas. Assim, um dos objetivos do programa é que, com a seleção de genótipos resistentes, possa ser mantido este tipo de produção – sem agroquímicos – mesmo nas grandes plantações. Outros objetivos: Tolerância a altas temperaturas: A preocupação com o aquecimento global, bem como a expansão da cultura para áreas subtropicais ou mesmo, tropicais, fizeram com que o programa de melhoramento passasse a investigar também, a tolerância das flores e frutas de diversos genótipos de amoreira-preta às altas temperaturas. Perfilhamento das plantas: Esta característica é importante para facilitar a propagação das novas seleções e, também para fazer com que o espaço entre plantas, seja preenchido mais rapidamente, formando um renque, com conseqüente incremento de produtividade. Produção em hastes primárias, antes do inverno (primocanes): A produção em “primocanes”, um dos objetivos prioritários em alguns programas de melhoramento de amoreira preta, dos Estados Unidos, não ocupa o mesmo destaque entre as prioridades do programa da Embrapa Clima Temperado, embora também se atente para o mesmo. Isto é expl icado porque no atual estágio do programa de melhoramento, características ligadas à qualidade, produtividade e época de colheita têm muito ainda a ser melhoradas. A produção em hastes primárias é importante porque, dependendo do sistema de condução adotado, a poda manual pode ser dispensada. Além disso, permite uma colheita no outono, portanto, fora da estação e escapando às altas temperaturas de verão que ocorrem em algumas áreas. Cultivares oriundas do programa da Embrapa Clima Temperado Caingangue: Foi selecionada dentre os “seedlings” de segunda geração de um cruzamento entre “Cherokee” por Seleção Black 1. Esta por sua vez é oriunda de hibridação entre “Shaffer tree” x “Brazos”. As plantas desta cultivar têm hastes vigorosas, eretas, com espinhos e tem boa capacidade de multiplicação. A brotação ocorre na primeira dezena de agosto e a colheita esten de-se da segunda dezena de novembro a meados de dezembro (em alguns anos, até ofinal de dezembro). A produção média por planta varia de 1,5kg a 3kg e o peso médio das frutas está entre 5 e 6g. As frutas têm forma arredondada. O sabor é doce-ácido, com teor de sólidos solúveis, em média superior a 9°Brix podendo chegar próximo de 11°Brix. A firmeza. das frutas é média. É recomendada para consumo in natura por ter sabor mais equilibrado que as demais cultivares, semelhantemente à cv. Tupy. É uma cultivar de baixa necessidade em frio sendo recomendada mesmo para áreas com acúmulo de frio inferior à 200 horas. Ébano: Originária de Pelotas, de trabalho conjunto entre a Embrapa e a Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos. Foi selecionada dentre os “seedlings” de segunda geração de cruzamento entre “Comanche” e planta selecionada do cruzamento “Thornfree” x “Brazos”. As hastes são sem espinhos, prostradas, necessitando de suporte. Produz muito bem nas áreas mais frias. As frutas são recomendadas apenas para processamento uma vez que têm sabor predominantemente ácido e adstringente. Entretanto, são boas para uso em geléias, sucos, sorvetes, yogurtes. As frutas são de tamanho médio ( peso médio entre 4 e 6g). É de maturação tardia, aproximadamente 40 dias após a cultivar Brazos. A plena floração ocorre em meados de novembro e a colheita estende-se de meados de dezembro a meados ou final de janeiro.
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Guarani: originária de sementes introduzidas da Universidade de Arkansas, e selecionada na Embrapa Clima Temperado. Floresce ao final de agosto e durante todo o mês de setembro ou, em alguns anos, de setembro a início de outubro. As hastes são eretas e com espinhos. As frutas são de sabor doce-ácido, sendo um pouco mais ácido que doce. O teor de sólidos solúveis varia de 8 a cerca de 10°Brix, mas dependendo das condições do ano ou do local de cultivo, pode chegar até a 14°Brix. É inferior à “Tupy” em cor, sabor e tamanho das frutas. A colheita estende-se de meados de novembro a início de janeiro. É uma cultivar muito produtiva. Negrita: Obsoleta. De hastes vigorosas, bem eretas mas com grandes e numerosos espinhos, produzia frutas de sabor ácido, muito firmes e com peso médio entre 5 e 6g. Foi lançada como cultivar pela firmeza das frutas pois, havia na época, um interesse em envasar as frutas inteiras. Devido ao problema com a densidade e tamanho dos espinhos, não teve aceitação pelos produtores e hoje não é mais encontrada na região. Tupy: É atualmente a cultivar de amora-preta mais plantada no Brasil, além de ocupar uma posição de destaque no México onde é produzida principalmente, para exportação aos Estados Unidos. É resultante de cruzamento realizado em 1982, entre “Uruguai” e a cv. Comanche. ‘ Uruguai’ era um clone (de boysenberry ) originário daquele país e cuja identidade não era conhecida. Caracterizava-se por ter hastes de hábito prostrado, rasteiras, que necessitavam suporte e produziam frutas vermelho-claras e suculentas. As plantas da cv. Tupy são de porte ereto, com hastes vigorosas, com espinhos, perfilhamento médio. A floração ocorre em setembro e outubro. A colheita, nas condições de Pelotas, vai de meados de novembro a início de janeiro. As frutas tem 7 a 10g de peso médio, sabor equilibrado acidez/açúcar, com teor de sólidos solúveis entre 8 e 9°Brix, podendo em alguns anos, ficar entre 10 e 12°Brix. Assim como a cv. Caingangue é de baixa necessidade em frio. Xavante: Lançamento conjunto da Embrapa Clima Temperado e da Universidadede Arkansas. Resultante de sementes coletadas em Clarksville, AR, de uma população resultante de cruzamento entre as seleções A 1620 e A 1507, sendo, portanto, segunda geração deste cruzamento. As suas hastes são vigorosas, eretas e sem espinhos. É uma cultivar de baixa necessidade em frio e bastante produtiva. A floração inicia em setembro estendendo-se até outubro. A maturação é precoce e a colheita inicia em meados de novembro. As frutas têm forma alongada, firmeza média, sabor doce–ácido, predominando a acidez, com teor de sólidos solúveis em torno de 8°Brix. O tamanho das frutas é bom, com peso médio próximo a 6g. Necessidade em frio: Em testes preliminares, as cultivares Tupy e Guarani mostraram necessidade em frio muito semelhante, (entre 200 e 300 horas para obter uma boa brotação e cerca de 400 para atingir 100% de brotação). Já a cv. Caingangue não foi bem com 200 horas e necessitando um mínimo de 300 horas. A cultivar Xavante não fez parte do teste mas pelo comportamento a campo, estima-se que a necessidade em frio seja inferior à cv. Tupy. Cultivares introduzidas, testadas na Embrapa Clima Temperado: Arapaho - é considerada de maturação precoce, as hastes são eretas e não têem espinhos. As frutas tem muito boa qualidade. É originária de Arkansas, Em Pelotas, RS, esta cultivar produz frutas pequenas (4 g), firmes, alongadas e com sementes pequenas. A cor das mesmas é bem escura e uniforme. O sabor é doce ácido, com predominância de acidez. O teor de sólidos solúveis é levemente superior a 7ºBrix. De acordo com a literatura americana, as frutas se conservam bem e têm excelente sabor quando processada. Em Pelotas, falta frio hibernal para esta culti var e as plantas são muito fracas. Choctaw - Esta cultivar tem as hastes com espinhos. As frutas são médias, alongadas e com bom sabor, quando completamente maduras. As sementes são de tamanho pequeno. A adaptação é marginal nas condições de Pelotas. As duas cultivares acima citadas (Arapaho e Choctaw) são patenteadas, mas permissão para sua propagação por viveiristas, pode ser obtida junto à Universidade de Arkansas.
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Brazos: As plantas são muito produtivas, de baixa necessidade em frio, de porte semiereto e difíceis de manejar, devido ao hábito de crescimento, vigor e presença de espinh os. As frutas são de maturação precoce e de tamanho grande, no entanto, de sabor ácido e adstringente. Boa adaptação. Cherokee: Lançada pela Universidade de Arkansas em 1974, apresenta certa plasticidade em relação ao pH do solo. As plantas têm porte ereto e espinhos nas hastes. As frutas têm tamanho médio e sabor, razoavelmente, bom com eqilíbrio de acidez e açúcar. Boa adaptação. Comanche: Também desenvolvida pela Universidade de Arkansas. As plantas são vigorosas, eretas e muito produtivas. As frutas são menores que aquelas da cv. Cherokee e de sabor doce-ácido predominando a acidez. Amadurecem, aproximadamente, dez dias após a cv. Brazos. Boa adaptação. La Campeona: Introduzida do México, esta cultivar, muito produtiva e de baixa necessidade em frio, deverá ser utilizada em hibridações no corrente ano. Outras cultivares: Os programas de melhoramento, principalmente da Europa e Estados Unidos têm lançado excelentes cultivares que, entretanto, por várias razões não foram testadas na coleção da Embrapa. Algumas delas são de alta necessidade em frio, como “Chester thornless”; “Apache” e “Navaho”, todas sem espinhos nas hastes. Mas entre outras, seria interessante testar “Kiowa” e “Shawnee” (embora as duas tenham espinhos nas hastes), cujas frutas são de ótima aparência e principalmente as da cv. Shawnee tem muito bom sabor. Estas duas cultivares também são patenteadas. O problema da ausência de um maior número de cultivares na coleção da Embrapa e portanto, de maior variabilidade, tem sido atenuado pela cooperação da Universidade de Arkansas e de colegas de Instituições do México que enviam pólen, sempre que solicitados. Situação atual e perspectivas do programa da Embrapa Clima Temperado: O programa tem atualmente, em observação, 128 seleções, sendo 100 delas oriundas de hibridações realizadas a partir do ano 2001. Mil “seedlings” serão submetidos à uma segunda avaliação na safra 2008/2009 e cerca de outros 2 500 “seedlings”, já estão a campo para serem avaliados nos próximos anos. Entre 3 e 4 mil plântulas oriundas de hibridações realizadas em 2007, estão se desenvolvendo em casa de vegetação. Dentre as seleções que se destacaram por uma ou mais característica, podem ser mencionadas as citadas abaixo, salientando-se que os resultados são ainda muito preliminares: “Black 105”, oriunda de cruzamento entre as cvs Cherokee e Tupy, produziu frutas que se destacaram pela textura. “Black 118”, resultante de cruzamento realizado entre as cvs. Tupy e Apache destacou-se pelo sabor das frutas produzidas. “Black 152” e “Black153”, ambas obtidas de cruzamento entre Seleção 97 e Sel. 22/96, produziram frutas de tamanho médio e alto conteúdo de sólidos solúveis totais, 14 a 16°Brix podendo chegar a 16°Brix, dependendo das condições de clima. “Black 155”, “Black 156” e “Black 157”, todas oriundas de cruzamento entre as cultiv ares Caingangue e Xavante, destacaram-se pela firmeza das frutas. “Black 159”, resultante de cruzamento entre as cultivares Cherokee e Tupy, muito produtiva com frutas de bom tamanho e teor de sólidos solúveis totais entre 9 e 12°Brix. “Black 198”, foi selecionada dentre os “seedlings” da progênie obtida pelo cruzamento entre as Seleções . 2/96 e 16/96. Não tem espinhos nas hastes e produz frutas nas quais, no sabor, predomina a acidez mas que têm tamanho superior às demais seleções cujas plantas não têm espinhos nas hastes. “Black 200”, obtida pelo cruzamentre entre a Seleção 24/96 e a cv. Xavante. As plantas são de porte semi-ereto (pelo menos enquanto jovens), hastes com espinhos mas produtoras de frutas de ótimo tamanho. “Black 201”, obtida de cruzamento entre as Seleções .97 e 22/96, produziu frutas de cerca de 5cm de comprimento e 14g de massa. Dentre as seleções mais antigas, as Seleções 7, 9, 11 e 12 de 2001 não têm espinhos nas hastes, têm maturação tardia mas deixam a desejar em produtividade. Já a Seleção 6/96 – também
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sem espinhos - tem se destacado pela produtividade com produção de frutas de tamanho médio e massa igual a 5g, em média. O sabor é doce-ácido, mas ainda predomina a acidez. Apesar de até o momento não se haver conseguido uma cultivar superior a cv. Tupy ou, pelo menos, que se iguale à mesma em qualidade das frutas e conservação pós-colheita, e com época de colheita diferenciada, os resultados obtidos nestes últimos anos são promissores. As seleções foram propagadas e deverão ser observadas quanto à produtividade e características das frutas, por no mínimo três anos, antes de ser decidido pelo lançamento de uma ou outra. Entretanto, conforme se pode constatar, algumas características importantes foram obtidas nas progênies recentes, destacando-se firmeza das frutas e o incremento do tamanho.
REFERÊNCIAS RASEIRA, M. do C.B.; SANTOS, A.M. dos; MADAIL, J.C.M. Amora preta: cultivo e utilização. Pelotas: EMBRAPA-CNPFT, 1984. 20p. (EMBRAPA-CNPFT. Circular técnica,11). RASEIRA, M. DO C. B. ; SANTOS, A. M. E BARBIERI, R. M. Classificação botânica, origem e cultivares.In: ANTUNES, L.E.C. (Ed.). Aspectos técnicos da cultura da amora-preta. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. p. 17-28. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 122). STAFNE, E.T ; CLARK, J. R. History and breeding of blackberries at the University of Arkansas . In:SIMPÓSIO NACIONAL NACIONAL DO MORANGO, 2; ENCONTRO DE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL, 1., 2004, Pelotas. Palestras ... Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. p. 207-218. (Embrapa Clima Temperado. Documentos,124). BROOKS, R.M.;OLMO, H P. Register of fruit and nut varieties. 3.ed. Alexandria: ASHS Press, 1997. p.174-188.
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EFEITOS BENÉFICOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MIRTILO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: COMPARAÇÃO ENTRE RATOS ADULTOS E RATOS VELHOS MARIA ROSANA RAMIREZ, MARIA DO CARMO BASSOLS RASEIRA, DANIELA MARTÍ BARROS, AMÉLIA T. HENRIQUES. A conscientização da manutenção da saúde seja por meio de uma alimentação balanceada ou por um estilo de vida saudável (exercícios físicos, ausência de fumo e moderação nas bebidas alcoólicas), está cada vez mais presente na sociedade. A população está preocupada em evitar o consumo de alimentos prejudiciais à saúde, e ao mesmo tempo aumenta o consumo de alimentos que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Além dos consumidores, a indústria e a comunidade científica têm investido no setor dos alimentos, buscando maiores informações sobre substâncias e suplementos que contribuam para a melhoria da saúde. Neste contexto surgem os alimentos funcionais. Embora ainda não exista consenso mundial sobre os mesmos, de acordo com a ANVISA (1999), o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais, além de atuar em funções nutricionais básicas, deverá desencadear efeitos benéficos à saúde e também ser seguro para o consumo sem supervisão médica. Os alimentos funcionais podem assumir várias formas: alguns podem ser alimentos tradicionais nos quais se reconheceu um determinado componente útil para a saúde (fibras, antioxidantes), buscando reduzir certas doenças em determinados grupos populacionais (leite fermentado, biscoitos vitaminados, cereais ricos em fibras, etc). Contudo, o produto contendo a substância funcional não substitui, por completo, o alimento de onde foi retirado tal composto, uma vez que apresenta apenas uma característica deste (TAIPINA et al., 2002). Com o aumento da expectativa de vida houve um crescimento da incidência de doenças crônicas como diabetes, enfermidades cardiovasculares, neurodegenerativas, câncer, obesidade etc., Embora os alimentos não promovam a cura destas doenças, muitos deles colaboram para uma melhor qualidade de vida (TAIPINA et al., 2002). Entretanto, a capacidade desses alimentos de influenciar a saúde humana depende também de vários fatores como interações com outros componentes da dieta, estado físico, fatores comportamentais e genética individual. Deve ficar bem claro que um alimento funcional não possui um papel terapêutico e não pode ser usado como substituição de qualquer medicamento, visto que as doenças crônicas não-transmissíveis são multifatoriais e o controle de apenas um fator de risco, no caso a dieta, não é suficiente para o tratamento. O declínio cognitivo e a demência são os problemas mais relatados em relação ao envelhecimento e alterações neurodegenerativas. As funções cognitivas, por sua vez, podem ser agrupadas de maneira geral em linguagem, compreensão, memória, motricidade e orientação. Essas funções nos permitem avaliar, perceber, armazenar, controlar e usar informações provenientes de fontes externas (meio ambiente) e internas (experiências vividas, memória) para reagir a determinados estímulos. Para definirmos a memória de uma forma simples poderíamos dizer que esta é a aquisição, o armazenamento e a evocação de informações. Costuma-se classificar as memórias, em relação ao seu conteúdo, em dois grandes grupos: as memórias declarativas (aquelas para fatos ou eventos e qualquer informação que possa ser expressa conscientemente, por ex. guardar o nome e o telefone de alguém) e as memórias procedurais, as quais envolvem basicamente habilidades motoras e/ou sensoriais, também chamadas de hábitos (andar em bicicleta) (Barros, 2004). Do ponto de vista de duração, as memórias classificam-se em memória de curta duração, a qual dura de alguns minutos a poucas horas, e a memória de longa duração, que permanece dias, semanas e anos. Ambas possuem alterações (traços) bioquímicos. As memórias de curta e de longa duração são processos separados, mas interdependentes. Um teste utilizado para estudar a memória é a tarefa de esquiva inibitória, que se baseia no aprendizado associativo, onde um estímulo novo é pareado com outro “biologicamente significante” (doloroso ou prazeroso) o qual produz uma resposta (fuga ou salivação, por exemplo); a resposta ao primeiro muda, condicionada ao pareamento.
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Como sabemos, a memória explicita é a primeira a ser afetada com o envelhecimento, e esta alteração parece estar relacionada ao aumento de processos inflamatórios e o estresse oxidativo. Além disso, numerosos declínios cognitivos que ocorrem com a idade avançada podem ser manifestados por alteração no nível de neurotransmisores como, por exemplo: acetilcolina, noradrenalina, serotonina, dopamina. Essas aminas biogênicas são importantes nos mecanismos subjacentes às disfunções mentais e neurológicas como a depressão, a dependência a drogas, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, entre outras (Joseph et al., 2005). Entre os transtornos mais graves está a Doença de Alzheimer (DA), e uma das hipóteses possíveis é que a DA seja causada pela disfunção do sistema colinérgico central, o que justifica o emprega de drogas que inibem a degradação da acetilcolina. O efeito desses medicamentos é retardar o avanço da doença, e é com base nessa hipótese que se defende o emprego de alimentos funcionais e nutracêuticos. Os alimentos funcionais podem ser de origem animal ou vegetal. A maior parte concentrase nos alimentos de origem vegetal graças a seus fitoquimicos. Entre os primeiros alimentos considerados como funcionais se encontram as frutas do gênero Vaccinium, os membros deste gênero são conhecidos por conter uma grande diversidade de compostos químicos, muitos dos quais exibem significante atividade biológica. Investigações fitoquímicas revelaram numerosos compostos fenólicos em Vaccinium, os quais podem ser classificados em flavonóides e não-flavonóides. Do primeiro grupo fazem parte os flavanóis (catequina, epicatequina e epigalocatequina), flavonóis (caempferol, quercetina e miricetina) e antocianinas, e ao segundo grupo pertencem os ácidos fenólicos, hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos. Além destes compostos, pode-se encontrar também o resveratrol, polifenol pertencente à classe dos estilbenos (Rimando et al., 2005). Estudos epidemiológicos, in vitro e in vivo mostram vários efeitos benéficos à saúde relacionados aos compostos fenólicos citados, os quais são encontrados em alimentos de consumo cotidiano, tais como: atividades antiinflamatória, antimicrobiana, anticarcinogênica e antioxidante, bem como em diversos parâmetros neuronais vinculados ao envelhecimento (transdução de sinal alterações motoras, etc) (Joseph et al., 2005). Joseph e colaboradores demonstraram que (2005) a suplementação com mirtilo reverte os efeitos deletérios causados pelo envelhecimento e melhora a atividade locomotora em ratos velhos. Em estudo complementar, dos mesmos autores, foi evidenciado que a suplementação com mirtilo melhora a função cognitiva em um modelo animal para doença de Alzheimer. Recentemente, o nosso grupo de pesquisa demonstrou que extrato total de Vaccinium ashei favorece diversos parâmetros comportamentais, e apresenta importante atividade antinociceptiva e neuroprotetora em roedores (Ramirez et al., 2005; Barros et al., 2006). Para dar continuidade a este trabalho, e na busca de alimentos mais saudáveis de maneira geral, o presente estudo objetivou comparar os efeitos da suplementação prol ongada com Vaccinium ashei entre ratos velhos e ratos adultos, utilizando para isto a tarefa de reconhecimento de objetos, a qual está sendo largamente utilizada como um modelo para a investigação dos mecanismos neurobiológicos da aprendizagem e da memória. Visto que a maioria dos estudos de aprendizagem e a memória utilizam tarefas espaciais e/ ou aversivas, esta tarefa fornece uma ferramenta para avaliar a memória não-espacial, não-av ersiva, e é sensível às manipulações genéticas e farmacológicas (de Lima et al., 2005). Os resultados deste estudo demonstram que o extrato total de V. ashei facilita a memória de curta duração nos ratos velhos, enquanto de maneira contrastante, facilita a memória de longa duração em animais adultos (fig.1e2). Após suplementação prolongada com o extrato de Vaccinium, nós observamos um efeito ansiolítico em animais adultos. Entretanto, não foram observadas diferenças entre ratos velhos tratados e controles (tabela1).
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Figura 1. Efeito do tratamento prolongado (60 dias) de Vaccinium (2,6-3,2 mg/kg de antocianos) na tarefa de reconhecimento de objetos em ratos velhos. Latência medida 1:30 h (STM) e 24 h depois do treino (LTM). Valores expressos como mediana (rango interquartile), e as latências em segundos. n=15 por grupo. (*) indica diferencia significativa com relação ao grupo controle (preto) P<0,05.
Figura 2. Efeito do tratamento prolongado (60 dias) de Vaccinium ashei (2,6-3,2 mg/kg de antocianos) na tarefa de reconhecimento de objetos em ratos adultos. Latência medida 1:30 h (STM) e 24 h depois do treino (LTM). Valores expressos como mediana (rango interquartile), e as latências em segundos. n=15 por grupo(*) indica diferencia significativa com relação ao grupo controle (preto) P<0,05. (Mann–Whitney U-tests). Tabela 1. Efeito do tratamento prolongado (60 dias) de Vaccinium ashei (2,6-3.2 mg/kg de antocianos) em ratos adultos. Os resultados são expressos em médias ± EPM (n= 15). (*) diferente do controle p<0,05.
Também foi possível demonstrar pela primeira vez, que o extrato de V. ashei administrado por via oral interagiu com o sistema serotonérgico (via receptores 5-HT), no estriado e hipocampo de ratos adultos; porém, não foram observadas diferenças significativ as em outras regiões corticais.
Figura 3. Efeito do tratamento prolongado (60 dias) de Vaccinium ashei (2,6-3,2 mg/kg de antocianos) na concentração de 5-HT (serotonina) em hipocampo de ratos adultos. Os resultados são expressos em ng/g de tecido. As barras representam as médias ± EPM de 8 determinações. Controle (negra), tratados (cinza). (*) diferente do controle p< 0,05. 82
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Figura 4. Efeito do tratamento prolongado (60 dias) do extrato de Vaccinium ashei (2,6-3,2 mg/kg) na concentração de aminas (serotonina) em corpo estriado de ratos adultos. Os resultados são expressos em ng/g de tecido. As barras representam as médias ± EPM de 8 determinações. Controle (negra), tratados (cinza). (*) diferente do controle p< 0,05. Do mesmo modo foi possível observar que o pré-tratamento com o extrato produz neuroproteção basal no hipocampo e córtex cerebral nos animais adultos, porém não foram observadas diferenças significativas nos ratos velhos. Sugerimos que esses efeitos podem estar relacionados com a formação de um complexo entre os antocianos e o DNA, estabilizando, desta forma, a molécula frente ao ataque oxidativo. A atividade do extrato pode ainda ser atribuída à ação sinérgica e aditiva dos compostos presentes no extrato. Por outro lado, foi observado que antocianos isolados por cromatografia líquida de eficiência (CLAE), inibem a atividade da enzima acetilcolinesterase in vitro. Em consonância com a literatura (Joseph et al., 2005), os nossos resultados reforçam a hipótese de que este extrato é dotado de importante atividade sobre o SNC, e que este efeito poderia estar relacionado, pelo menos em parte, com uma modulação direta ou indireta das vias de sinalização neuronal. Tal inferência parte de evidências de que os sistemas colinérgico e serotonérgico participam na modulação da resposta nociceptiva, bem como nos processos de memória e aprendizado (Barros et al., 2005). Entretanto, os resultados observados nos ratos velhos podem ser decorrentes de alterações nas propriedades físicas da membrana plasmática durante o processo de envelhecimento (incremento da rigidez), o qual provavelmente afeta a distribuição intracelular dos compostos bioativos. Porém, estes animais começaram o tratamento com 18 meses de idade, sendo assim parece razoável sugerir que quanto mais cedo se inicia a suplementação mais efetivo será o tratamento. Neste sentido, foram obtidos avanços significativos acerca dos mecanismos de ação do Vaccinum Ashei, o que torna a fruta e seus princípios ativos interessantes para o aproveitamento como alimento com propriedades funcionais naturais, sendo desnecessária a aquisição de produtos funcionais industrializados, normalmente com custo mais elevado, para obter os nutrientes essenciais e os benefícios à saúde. Considerações finais: Os estudos com animais são promissores, mas as evidências clínicas sobre a eficiência desse tipo de tratamento ainda são incipientes e necessitam de mais estudos. É fundamental para a saúde do cérebro, a longo prazo, o consumo dos diversos nutrientes em quantidades adequadas. Contudo restam ainda muitas perguntas a serem respondidas. Como o desempenho cognitivo pode ser melhorado pela alimentação em seres humanos jovens, adultos e crianças, e quais compostos bioativos poderiam efetivamente afetar o desempenho cognitivo?
REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 16, de 30 de abril de 1999. Aprova o regulamento técnico de procedimentos para pegistro de alimentos e ou novos ingredientes. Brasília, 1999.
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MELHORAMENTO GENÉTICO E O MANEJO CULTURAL DA PITANGUEIRA EM PERNAMBUCO JOÃO EMMANOEL FERNANDES BEZERRA¹; JOSÉ SEVERINO DE LIRA JÚNIOR 1; ILDO ELIEZER LEDERMAN² ¹ Eng. Agr., Pesquisadores, Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Sede Administrativa Av. General San Martin, 1371, Bonji, Recife - PE - CEP 50761-000 E-mail:
[email protected],
[email protected] ² Eng. Agr., Pesquisador, Embrapa/IPA, Sede Administrativa Av. General San Martin, 1371, Bonji, Recife - PE - CEP 50761-000 E-mail:
[email protected]
INTRODUÇÃO A pitangueira pertence a família Myrtaceae, que reúne cerca de 102 gêneros e 3.024 espécies, distribuídas e cultivadas em diversos países tropical e subtropical. Todavia, somente quatro gêneros se destacam como os mais importantes entre as frutíferas – Feijoa, Eugenia, Myrciaria e Psidium (Manica et al., 2000). No gênero Eugenia, o principal representante é a pitangueira ( Eugen ia unifl ora L.), especialmente devido a algumas características específicas de seus frutos, como sabor exótico, teor elevado de vitamina A e boa aceitação pelos consumidores. Outras espécies do gênero também recebem a denominação de pitanga, como: E. pitanga Kiaersk, do Pantanal; e E. calycina Camb., do Cerrado. Contudo, essas não apresentam a mesma importância agroindustrial da E. uniflora . Apesar de vários tipos de aproveitamento que podem ser oferecidos pela espécie, a pitangueira ainda não possui expressão econômica no contexto da fruticultura nacional, onde poucos são os pomares comerciais encontrados. Assim, considerando que a pitangueira possa exercer um papel mais import ante que o atual na fruticultura nacional, são apresentadas algumas informações sobre os recursos genéticos, formas de propagação, cultivar e a experiência do manejo cultural no estado de Pernambuco. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS GENÉTICOS A região de origem da pitangueira se estende desde o Brasil Central até o Norte da Argentina (Fouqué, 1981). Segundo Giacometti (1993), ela está presente em muitos centros brasileiros de diversidade e domesticação, os quais abrangem diferentes ecossistemas tropicais, subtropicais e temperados. Entretanto, essa espécie apresenta sua mais ampla variabilidade nos Centros de Diversidade classificados como centros Nordeste/Caatinga, Sul-Sudeste, Brasil Central/Cerrado, e em todos os setores do centro Mata Atlântica, que engloba as regiões costeiras da Paraíba ao Rio Grande do Sul. Há uma ampla diversidade genética manifestada na cor do fruto maduro, variando do vermelho-claro até o quase negro. Mattos (1993) registrou a existência de uma variedade botânica denominada pitanga-preta (E. uniflora var. rubra Mattos), cujos frutos são de coloração atropurpúrea, ocorrendo nas mesmas regiões que a pitanga típica. Outros caracteres bastante variáveis são o tamanho do fruto (entre 1,5 e 5,0 cm de diâmetro), presença e ausência de sulcos, acidez, teor de sólidos solúveis totais e número de sementes (1 a 6), como encontrado em Pernambuco, ou até mesmo ausência, como foi detectado em uma planta no interior do Rio Grande do Sul, por Mattos (1993). Além desses, há diferenças na tolerância às geadas e à seca. Alguns genótipos selecionados pelo IPA são mais tolerantes ao estresse hídrico que outros (Nogueira et al., 2000). O Brasil detém o maior germoplasma de pitangueira conservado ex situ, embora nem todos os acessos estejam sendo caracterizados ou avaliados. Além disso, o país possui enorme variabilidade in situ ainda não coletada nos vários centros de diversidade e domesticação.
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BANCOS DE GERMOPLASMA O IPA possui a maior coleção com 117 acessos, no entanto outras instituições, como a Embrapa Clima Temperado e a Unesp-FCAV, têm enviados esforços para preservar e caracterizar o germoplasma de pitangueira, nas regiões Sul e Sudeste, com 42 e 23 acessos respectivamente. A maior parte das coleções no exterior possui reduzido número de acessos, sendo que vários deles são provenientes do Brasil, como é o caso de todo o germoplasma do Cirad, em Guadeloupe (Bettencourt et al., 1992).
O banco de germoplasma do IPA (Figura 1) foi instalado em 1988, a partir de prospecção realizada na Zona da Mata, no Agreste e no Sertão de Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, e de introduções da Bahia e de São Paulo (Bezerra et al., 1990). Todos os acessos foram propagados via semente e por isso apresentam grande variabilidade. A partir de avaliações da produção por planta, características físicas do fruto e físico-químicas da polpa, realizadas durante dezessete anos, foram selecionados as dez plantas matrizes mais promissoras (Tabela 1).
Figura 1 – Banco de germoplasma de pitangueira do IPA, Itambé, PE, 2006 Tabela 1. Produção, características físicas e físico-químicas de 10 plantas matrizes do banco de germoplasma de pitangueira ( E. uniflora L.) do IPA, Itambé-PE
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CULTIVAR TROPICANA No Brasil a única cultivar cultiv ar conhecida conheci da é a “Tropicana” “Tropican a” (Figura (Figur a 2), lançada pelo IPA e recomendada para plantio na Zona da Mata de Pernambuco. Essa cultivar originou-se de uma população coletada em Bonito-PE e selecionada no banco de germoplasma do IPA (IPA-2.2). (IPA-2.2). A planta é um arbusto arbust o com altura variando var iando de 2,0 a 2,5 2, 5 m, de copa arredondada arr edondada e diâmetro em torno de 3,9 m. O rendimento médio anual de plantas cultivadas sob condições de sequeiro é de 7.038 frutos/planta, o que corresponde a uma produção de 20,8 Kg.
Figura 2 - Pitangueira cultivar Tropicana em produção O fruto da Tropicana quando maduro, apresenta película de coloração vermelho-escuro brilhosa, peso médio variando de 3,0 a 4,5 g, com duas a três sementes. A polpa é avermelhada, com teor de sólidos solúveis totais de 9°Brix, acidez de 2,2% e relação °Brix/acidez de 4,1. As colheitas geralmente ocorrem em duas épocas — março a abril e agosto a outubro (IPA, 2000; Bezerra et al., 2002a).
MANEJO CULTURAL Propagação vegetativa por enxertia Considerando-se a expansão e o elevado potencial de cultivo agroindustrial da pitangueira, recomenda-se a substituição de pés-francos por mudas propagadas vegetativamente (Bezerra et al., 2000a). A propagação vegetativa possibilita a produção de mudas com características idênticas da planta matriz, matr iz, permitindo permit indo a formação de pomares homogêneos homo gêneos quanto à produtividade, produti vidade, qualidade quali dade do fruto, precocidade e tolerância às pragas e doenças, além da antecipação do início da produção comercial, a partir da redução da fase juvenil da planta. Segundo Bezerra et al (1999), os tipos de enxertias de garfagem no topo em fenda cheia e à inglesa simples são os mais eficientes na propagação da pitangueira. Com essas técnicas pode-se obter até 77,5% de pegamento dos enxertos, em porta-enxertos com 9 meses de idade (Tabela 2). Para ambos os tipos de enxertia recomendam-se garfos de 10 cm de comprimento e diâmetro semelhante ao do porta-enxerto a ser enxertado. Os garfos devem ser coletados na porção mediana de ramos anuais lignificados. Bezerra et al (2002b) avaliaram o pegamento da enxertia pelo processo de garfagem no topo em fenda cheia de dez genótipos de pitangueira, usados como copa, em porta-enxertos com nove meses de idade. Os genótipos de pitangueira comportam-se diferentemente quanto à capacidade de pegamento de enxertia. Os genótipos IPA-7.3; IPA-2.2; IPA-11.3; IPA-4.3; IPA-3.1; IPA-14.3; IPA-15.1 e IPA-3.2 apresentaram os melhores pegamento de enxertia. No entanto, os genótipos IPA-1.1 e IPA-1.3 obtiveram os menores percentuais de pegamento de enxertia (Tabela 3).
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enxer tos aos 60 dias em relação ao tipo de enxertia enxerti a e idade Tabela 2. Percentagem de pegamento de enxertos do porta-enxerto.
Tabela 3. Números e porcentagens de pegamento de enxertos aos 45 dias da enxertia em relação aos clones estudados. IPA Itambé-PE, 2000
Garfagem no topo em fenda cheia Na técnica técn ica de garfagem no topo t opo em fenda cheia, utiliza-se um canivete de enxertia enx ertia para cortar a parte apical do porta-enxerto a 20 cm de altura do colo da planta (Figura 3A). Em seguida, abre-se uma fenda longitudinal com 2,5 cm de comprimento, a partir da área central do corte apical (Figura 3B), que permitirá o encaixe do garfo.
Figura 3 - Garfagem no topo em fenda cheia: corte do porta-enxerto (A); abertura da fenda longitudinal (B); corte da base do enxerto (C); encaixe do enxerto no porta-enxerto (D); amarrio das partes (E); proteção do enxerto (F)
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Na extremidade inferior inferi or do garfo a ser enxertado, enxertad o, realiza-se um corte em forma fo rma de cunha, com dimensões que permitam o seu perfeito encaixe na fenda aberta no porta-enxerto (Figura 3C). Após encaixar o garfo no porta-enxerto (Figura 3D), deve-se amarrar uma fita plástica na região de união entre essas partes (Figura 3E), visando promover maior contato entre os tecidos do câmbio vascular. Cobre-se o garfo com saco plástico transparente, amarrando-o abaixo do ponto de enxertia (Figura 3F), evitando o ressecamento dos tecidos. Após o pegamento do enxerto, cerca de 45 dias após a enxertia, devem ser retirados a fita e o saco plástico. A muda enxertada estará pronta para plantio no campo em torno de 60 dias após a enxertia. enxe rtia.
Garfagem à inglesa simples Na técnica de garfagem à inglesa simples, corta-se o topo do porta-enxerto em bisel a uma altura de 20 cm do colo da planta. A extremidade inferior do enxerto deve ser cortada, também, em bisel, na mesma dimensão do porta-enxerto. Em seguida, realiza-se a união entre as superfícies em bisel do enxerto e do porta-enxerto. No local da enxertia, amarra-se amarr a-se o fitilho, de baixo para cima, e cobre-se o garfo com saco plástico transparente, amarrando-o abaixo do ponto da enxertia para evitar a desidratação dos tecidos.
Borbulhia A enxertia do tipo borbulhia de placa em janela aberta pode também ser utilizada na produção de mudas de pitangueira. Nesse procedimento devem ser utilizados porta-enxertos com 12 meses de idade. De acordo com Bezerra et al. (2000), em condições de viveiro, esse tipo de enxertia apresenta um razoável percentual de pegamento dos enxertos de 56,7%.
INSTALAÇÃO DO POMAR Escolha e preparo da área Apesar da pitangueira se adaptar às diferentes condições de solo e clima, deve-se levar em consideração as características edafoclimáticas favoráveis ao seu cultivo (Lira Júnior et al., 2007). Deve-se dar preferência aos solos férteis, profundos, permeáveis, bem drenados e de topografia favorável à mecanização. Recomenda-se que antes do preparo da área, sejam colet adas amostras de solo para análise de fertilidade, visando avaliar se há necessidade de aplicação de corretivos e fertilizantes e suas quantidades. A área escolhida para o cultivo, quando necessário, deve ser desmatada, destocada e livre de raízes, principalmente nos locais onde serão abertas as covas para plantio das mudas. Nesse caso, deve-se evitar a movimentação excessiva da camada superficial do solo, evitando assim, a sua desestruturação e, conseqüentemente, sua compactação. A área escolhida deve ser arada, gradeada e demarcada, levando-se em consideração sua topografia, para que sejam realizados os trabalhos de manejo e conservação do solo se necessário. Em seguida, realiza-se a medição da área, e marcam-se com piquetes os locais de abertura das covas, cujas dimensões são de 0,35 m x 0,35 m x 0,35 m. Logo depois, cavam-se as covas, tendo o cuidado de separar a camada de solo superior da inferior. À primeira camada mistura-se o calcário e após 30 dias adicionam-se os fertilizantes recomendados de acordo com análise de solo, estando a cova pronta para o plantio em aproximadamente 60 dias (Bezerra et al., 1997).
Espaçamento Para o plantio comercial recomendam-se os seguintes espaçamentos: a) Para áreas com declividades entre 10 e 40%, utilizar 4 m x 4m, em quincôncio (triangular), totalizando 721 plantas por hectare; b) Para declividades de 0-10%, utilizar 4 m x 5m, em retângulo, ou o de 4 m x 4m, em quadrado, totalizando 500 e 625 plantas por hectare, respectivamente (Bezerra et al., 2000). Uma
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outra opção seria utilizar, inicialmente, o espaçamento de 1 m x 1 m (10.000 plantas/ha), com desbastes progressivos. Quando as copas começarem a se tocar, elimina-se, alternadamente, uma linha no sentido norte-sul e uma no sentido leste-oeste, resultando em um espaçamento de 2 m x 2 m (2.500 plantas/ha). Novamente, quando as copas começarem a se entrelaçar, eliminam-se alternadamente uma linha no sentido norte-sul e uma no sentido leste-oeste, ficando, assim, o espaçamento definitivo de 4 m x 4 m. Adotando-se essa prática, a produtividade inicial e intermediária será bem maior, não havendo nenhuma redução na população do pomar a ser formado.
Plantio Recomenda-se que o plantio na região Nordeste seja realizado no início da estação chuvosa, de preferência em dias nublados, para evitar a desidratação das mudas, ou em qualquer época do ano sob irrigação. As covas deverão ser reabertas apenas o suficiente para plantio das mudas. Retira-se o saco plástico, com cuidado para não danificar o torrão e nem prejudicar o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular. A muda deve ser posicionada no centro da cova, de maneira que o colo fique um pouco acima da superfície solo. Em seguida deve-se firmar a muda com terra junto ao torrão, pressionando-os levemente. Logo após o plantio, recomenda-se fazer uma rega com 10 litros de água e, se possível, fazer cobertura morta com capim seco ou outro material disponível ao redor das mudas recém-plantadas, a fim de diminuir a evaporação no local.
Calagem e adubação De acordo com o resultado da análise de solo verificam-se as necessidades de aplicações de calcário e fertilizantes minerais e orgânicos. Caso haja necessidade da realização de calagem deve-se utilizar o calcário dolomítico, visando a correção do solo e ao fornecimento de cálcio e magnésio às plantas. As quantidades de fertilizantes minerais a serem utilizadas nas adubações de plantio, crescimento e produção devem ser calculadas de acordo com a recomendação (Tabela 4), levando-se em consideração os teores de nutrientes no solo.
Tabela 4 - Adubação para pitangueira no Estado de Pernambuco
Fonte: Bezerra et al. (1998) Na adubação de fundação, realizada de 30 a 60 dias antes do plantio, deve-se misturar, com a camada de solo superior de cada cova, todo o fósforo e 10 litros de esterco bovino curtido, ou a quantidade equivalente de outro fertilizante orgânico. Ainda no primeiro ano, na fase de crescimento das mudas, as quantidades de nitrogênio e potássio devem ser parceladas em duas vezes, durante a estação chuvosa. Em cultivos irrigados, as adubações nitrogenada e potássica devem ser parceladas em três ou quatro aplicações anuais.
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A partir do segundo ano, após o plantio, as quantidades de nitrogênio e potássio utilizadas nas adubações em cobertura devem ser parceladas em três aplicações, durante o período das chuvas. Todo o fertilizante fosfatado deve ser aplicado de uma só vez, juntamente com as primeiras doses de nitrogênio e potássio. Recomenda-se que as adubações posteriores ao plantio sejam realizadas na área sob a projeção da copa das pitangueiras, numa faixa circular afastada do caule cerca de 30 cm. A adubação orgânica deve ser praticada anualmente, no início da estação chuvosa, com a mesma dosagem aplicada no plantio. Ao final de cada adubação deve-se incorporar ao solo os adubos numa profundidade de 5 a 10 cm, evitando-se a perda de nutrientes por lixiviação.
Capinas e roçagens Desde o primeiro ano de cultivo deve-se manter a área limpa e livre de plantas daninhas, as quais concorrem diretamente com a pitangueira por nutrientes e umidade. O controle pode ser realizado por meio de capinas manuais, com o coroamento da área sob a projeção da copa das plantas. Nessa operação é necessário que haja bastante atenção na profundidade de corte da enxada, visando evitar danos mecânicos às raízes e caule e, conseqüentemente, aberturas que favoreçam a entrada de doenças. Durante a estação chuvosa deve-se efetuar a roçagem das plantas daninhas em toda área de cultivo. Outra opção é a utilização de herbicidas no controle das plantas daninhas, tanto nas operações de coroamento, quanto de limpeza da área total do pomar. Recomenda-se que o controle químico seja utilizado após o estabelecimento das plantas de pitangueira, tomando-se o cuidado de não dirigir o jato de aplicação em direção às plantas, pois ainda não existem herbicidas seletivos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Podas Estabelecidas as mudas no campo, ainda no primeiro ano após o plantio, deve-se executar uma poda de formação, assegurando o crescimento e desenvolvimento do caule e da copa com ramos bem distribuídos e conduzir a planta em haste única. Para isso, deve-se retirar os ramos laterais, desde a base do caule até à altura de 50 cm. A partir dessa altura, a planta é “decapitada” e inicia-se a formação da copa com três a quatro ramos principais ou pernadas, proporcionando um formato de taça para facilitar as atividades de manejo e colheita. Daí em diante deve-se permitir que as brotações das gemas laterais preencham os espaços vazios da copa. Quando necessária deverá ser realizada uma poda de limpeza e/ou rebaixamento de copa com a retirada de ramos doentes, atacados por pragas, quebrados, mal formados ou em locais indesejáveis que prejudiquem a adequada formação e crescimento da copa. As podas deverão ser efetuadas após a colheita e, preferencialmente, no início do período chuvoso no caso da impossibilidade de irrigação. Após a poda, em condições favoráveis de umidade no solo, ocorrerá a brotação em torno de 20 dias.
Irrigação Nas condições de clima e solo do Nordeste brasileiro, o uso da irrigação permite o prolongamento do período de produção, aumento da produtividade e de melhoria da qualidade dos frutos. A escolha e a implantação de um sistema de irrigação, adequado para a cultura crescer e se desenvolver, devem estar baseadas nas condições do local de cultivo. Em primeiro lugar, dentre outros fatores, devem ser consideradas as características do solo (textura, topograf ia, profundidade, drenagem e infiltração e permeabilidade) e clima (temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade), disponibilidade dos recursos hídricos em quantidade e qualidade. Diversos sistemas para irrigar a pitangueira podem ser utilizados, desde que o escolhido mantenha o nível de armazenamento de água no perfil do solo próximo da capacidade de campo, evitando que a planta seja submetida a estresses hídricos.
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Dentre os sistemas de aplicação de água localizada, a irrigação por microaspersão, gotejamento e xique-xique são as melhores opções, em função do fornecimento de umidade diretamente na zona radicular, promovendo maior economia de água e eficiência de irrigação. Os sistemas por sulcos e bacias também são outras opções de irrigação, porém apresentam as desvantagens de utilizarem maiores quantidades de água, maior contingente de mão-de-obra e favorecer o processo de erosão do solo. Em condições irrigadas, Lederman et al. (1992) citam produções de 9 t/ha em plantios comerciais com idade acima de seis anos. Bezerra et al. (2004) estudaram o comportamento de dez seleções de pitangueira sob irrigação localizada do tipo xique-xique (aplicação de água, através de tubos perfurados, com diâmetro de furo de no máximo 1,6 mm) com intervalos entre regas de dois a três dias, baseado em dados meteorológicos e visando atender as exigências hídricas da cultura. Observou-se que, de maneira geral, as produções médias (Tabela 5) das plantas originadas de pé-franco (33,1 kg de frutos/ano) foram 26,1% mais altas do que as enxertadas (24,5 kg de frutos/ano). A diferença da idade entre as plantas propagadas de formas distintas explica a maior produção das seleções de pé-franco. As dez matrizes apresentaram variabilidade na produção, com valores entre 29,3 e 40,1 kg de frutos/ano para as seleções de pé-franco, e entre 21,3 e 28,4 kg de frutos/ano nas enxertadas.
Tabela 5. Produção de dez seleções de pitangueiras oriundas de pé-franco e enxertadas no período de 1999 a 2001, IPA Ibimirim-PE
COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO A produção de frutos de pitanga, geralmente, inicia-se a partir do segundo ano após o plantio de mudas enxertadas. Porém a produção comercial ocorre a partir do terceiro ano, aumentando gradativamente até o sexto, quando se estabiliza. Em condições favoráveis de cultivo, a colheita concentra-se em duas épocas do ano, podendo haver alteração no período de produção em função de plantas precoces ou tardias, condições climáticas e manejo cultural. A maturação dos frutos ocorre cerca de 50 dias após a floração. Os frutos devem ser colhidos ainda na planta, cuidadosa e manualmente logo após adquirirem a coloração avermelhada Recomenda-se acondicioná-los em caixas plásticas próprias para colheita, revestidas com esponjas nas partes laterais internas, permitindo a formação de uma coluna de frutos de 15 cm. As colheitas devem ser realizadas periodicamente, pois a queda do fruto maduro ocasiona a ruptura da película e a polpa entra rapidamente em fermentação. A oferta da pitanga comercializada na Ceasa-PE (Comunicação pessoal obtida na CeasaPE em 06 de maio de 2008), no período de 2003 a 2007, é apresentada na Tabela 6. Destaca-se a elevada produção total comercializada em 2003, com diminuição nos anos de 2004 e 2005, voltando a crescer em 2006 e 2007. Provavelmente, esses aumentos, nos anos de 2003 e 2007, ocorreram devido às dificuldades de processamento da pitanga pelas indústrias de polpa da região, cujas produções foram destinadas diretamente para Ceasa-PE.
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Tabela 6. Oferta de pitanga (tonelada) comercializada na Ceasa-PE no período de 2003 a 2007
De acordo com o calendário da Ceasa-PE, a oferta de pitanga é forte nos meses de março, abril, setembro, outubro e novembro (período de safra), com tendência de preços mais baixos e melhor qualidade de fruto. Nos meses de junho e dezembro a disponibilidade é regular, cuja variação de preço ocorre pela procura dos próprios consumidores. Nos meses de janeiro, fevereiro, maio, julho e agosto, a pitanga fica escassa no mercado, com elevação de preços, pois o produto encontrase em início ou final de safra. Os principais municípios fornecedores de pitanga para a Ceasa-PE são: Bonito-PE e Alhandra-PB. Em Pernambuco, a região de Bonito-PE e municípios vizinhos, como Barra de Guabiraba-PE, possui cerca de 300 ha cultivados, formando o maior pólo produtor do Brasil. A maior área contínua plantada do país, em torno de 53 ha, pertence à Bonito Agrícola LTDA – Bonsuco.
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MAXIMIZING STRAWBERRY YIELD AND FRUIT QUALITY WITH IMPROVED CROP MANAGEMENT PRACTICES IN BRAZIL KIRK D. LARSON University of California, Davis Brazil is a major strawberry producing country with an advanced production technology, but the national prohibition on use of soil fumigants places Brazilian growers at a disadvantage relative to growers in other countries. In the absence of soil fumigation, weeds, nematodes and soilborne pathogens impair plant vigor and yield, and may even result in crop failure. While no technology can provide the disease, weed and pest control of a good soil fumigant, various techniques and strategies can be useful in overcoming some of the limitations imposed by lack of fumigation in Brazilian strawberry production systems. This paper will describe some of these techniques and strategies. Strawberry plant root morphology . Strawberry plant feeder roots have no secondary tissues such as
bark or cortex, thus rootlets have no physical barrier to prevent attack or infection by competitive microbes, soilborne pathogens and nematodes. This lack of secondary tissue in strawberry plant roots is one of the main reasons that strawberry growth and yield is so responsive to soil fumigation. Site selection. Where
soil fumigation is not possible, site selection becomes extremely important. Strawberry production sites should have medium- or light-textured soils with good internal drainage; low lying areas and heavy, poorly-drained soils should be avoided as they can provide excellent habitat for damaging soil fungi such as Phytophthora and Pythium. Soils should be tested for pH, salinity (Ec), and nutrient levels prior to planting, and this is particularly important for new sites. A soil pH much below 6.0 or above 7.5 should be corrected with additions of agricultural lime or sulfur, respectively. For new strawberry sites, knowledge of the previous cropping history is helpful , and can indicate the possible presence of pests and diseases or of herbicide residues that may be harmful to strawberry. Other factors related to site selection are the elevation, slope and aspect of a field. Very high or very low lying areas may be at greater risk of frost or freezing temperatures, and while a slight slope in elevation is helpful, a steep slope can result in severe erosion as well as difficulty with mechanized farming operations. On hillsides, planting beds should be formed to run perpendicular to the slope (“curvas a nivel”) to prevent soil erosion rather than running up and down the hillside. The aspect of a field refers to direction in which it slopes. In Rio Grande do Sul, fields with a northern aspect will be warmer then fields that have southern aspects, and will have earlier production, while fields with a southern aspect will be cooler and will generally have greater yields late in the season. Use of various fields with different aspects can be useful for extending the fruit harvest season. Site preparation. In relatively flat areas, leveling fields with a landplane before planting will eliminate low areas that can become waterlogged or flooded during irrigation and rainfall; level fields should have a 0.5 – 1.0 % gradient to ensure good surface drainage. After leveling a field, a large (1 meter deep) chisel implement should be used to open the subsoil, thereby enhancing internal drainage and aeration. Leveling and chiseling are operations that are best done in dry soil. After leveling, and prior to forming planting beds, fields should be irrigated with sprinklers (or rainfall) to moisten the soil and germinate weeds prior to forming planting beds. Any germinated weeds are disked under to reduce weed populations, this operation can be repeated several times. Planting beds should be formed when soil moisture allows the soil particles to adhere and form a well-shaped bed,but care must be taken not to work soil that is too wet or dry,as this will damage the soil structure. Planting beds should be 30-40 cm high to ensure good drainage, and to facilitate fruit
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harvest. Tall beds have better drainage and warmer soil temperatures than low beds, and in cool climates this helps plants grow faster and fruit earlier. Crop rotation. In the absence of soil fumigation, strawberry should be rotated with other crops on a
3-5 year cycle, taking care to select rotation crops that are not hosts of strawberry pathogens. Solanaceous crops (tomato, potato, pepper, eggplant, etc.) are poor rotational crops as they are susceptible to the same pests and diseases as strawberry (i.e., Verticillium, Phytophthora, Pythium, Rhizoctonia , and nematodes). Vegetables of the genus Brassica are generally good rotational crops, although cauliflower is a Verticillium host. Many farmers rotate with small grains such as barley (Hordeum vulagre), rye or wheat. For strawberry, green manure crop rotations can be helpful for controlling weeds and improving soil structure, and for increasing water and air penetration and soil organic matter content, but rotation crops must not be hosts of strawberry pathogens. Biofumigation. Biofumigation is the use of rotational crops (usually Brassica spp. such as B. campestris) that have a high content of cyanogenic glucosides (the active ingredient in soil fumigants
such as metam sodium and Basamid). Mowing these crops at a mature green stage and then incorporating the residue into the soil and covering it with polyethylene mulch can result in a modest soil fumigation effect that may reduce pathogen populations, but will not eliminate them completely. Soil solarization. This process involves the use of clear polyethylene tarps placed on planting beds
to sterilize the soil by means of solar radiation. While this process can be effective in controlling weeds, it is much less effective in controlling soilborne pathogens. Clear polyethylene tarps must be in place for 6 weeks and the soil maintained moist for maximum heat transfer. Obviously, soil solarization only works where high irradiance conditions and limited cloud cover prevail during a 6-week period. Solarization can be enhanced by placing clear polyethylene tunnels over the clear plastic that covers the planting beds; this creates a very hot environment immediately above the beds and helps retain heat in the soil during 24 hours a day. Nursery transplants. Annual plantings that rely on use of fresh-dug transplants obtained from certified (i.e., pest- and disease-free) nurseries generally have fewer pest and disease problems compared to perennial or multiple-year plantings. Regardless of planting system, a sound nursery management program is critical for producing pest- and disease-free plants that are conditioned for rapid vegetative growth and early fruiting. Fruit growers should visit nursery growers to observe and evaluate nursery management practices and plant health, as well as plant harvesting and postharvest handling and shipping. In California, and with use of methyl bromide/chloropicrin soil fumigation, strawberry nurseries rely on a three-year rotation with small grains such as rye or wheat, and the State of California Strawberry Nursery Certification Program inspects all nurseries and regulates shipments of all plants to ensure that they are free of harmful pests and diseases. The failure to prevent shipments of infected nursery transplants can have disastrous consequences for an agricultural industry that cannot use soil fumigants to clean up infected fields. Pre-plant fungicide dips. Pre-plant fungicide dips are helpful for controlling plant diseases such as Phytophthora , Botrytis and Colletotrichum , and are a standard component of transplant operations.
Various fungicides are registered for use as pre-plant dips of strawberry including Aliette and Quadris. In using these materials, it is imperative to follow the manufacturers’ instructions very carefully. Bare-root transplants. Fresh-dug,
bare-root transplants must be handled with care, and roots must not be allowed to dry out during transport or planting. The position of the plant in the soil is critical for growth and development of roots and crowns. Planting too deep can result in crown rot while planting too shallowly prevents the adventitious root formation of at the base of the crown thereby inhibiting the development of a strong root system (Figure1). Transplant root systems should not be longer than 10-12 cm to enable rapid planting, proper placement of the roots in the soil, and roots
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should never be twisted or doubled up during the planting process. Trimming of roots can be done in the field but is most easily done in the nursery trim shed at the time of selecting and grading transplants. Bare-root transplants harvested with leaves left on the plants should be sprinkler-irrigated as often as possible (at least several times a day) during the 2-3 week establishment phase. Bare-root transplants harvested without leaves should be sprinkler-irrigated daily during the establishment phase, but will require less irrigation than plants with leaves left on. Plug plants. Containerized transplants (plug plants) are expensive but have intact root systems and
thus will need relatively little irrigation to get established. With good management practices and proper planting date, plug plants can fruit 3-4 weeks before similar bare-root plants. As plug plants are produced in sterile potting media and their roots are not damaged during nursery harvest and transplanting, pathogen infection may occur more slowly in non-fumigated soils. Out-of-soil production systems. Soilless
(substrate) culture has increased dramatically in Europe and the Mediterranean Basin in recent years, but it is not clear that such systems are always economically viable. Most typically, substrate culture is used in combination with multi-span tunnels or greenhouses that enhance temperatures and enable season extension, and these structures are expensive. In these systems, strawberry plants are most-commonly grown in substrate-filled boxes or bags placed on elevated tables, benches or gutters (canals) about one meter off the ground. While elevated platforms can facilitate fruit harvest, they also require wide alleyways (0.75 m) between benches. To compensate for wide between-row spacings, plants are often established at very high in-row planting densities, often 10-12 cm apart, but close in-row spacings limit plant growth and can result in smaller than average fruit size and lower than average per-plant yields. A more advanced system uses gutters suspended from the roof of a greenhouse, creating an overhead hanging system that has no alleyways; the gutters form a ceiling of plants with fruit hanging down and fruit is harvested from below (Fig. 2). The absence of alleyways makes for a highly efficient system and enables growers to use more plants per unit area. One of the main advantages of out-of-soil culture is the ability to use sterile (disease-free) substrate such as peat moss, coconut fiber, etc. Although expensive, these materials are excellent substrates for strawberry production, with good water and nutrient holding capacities. Out-of-soil strawberry production systems may require 3-fold greater irrigation and 2-3 times more fertilizer than standard, in-soil production. For ecological reasons, it is important that the large amounts of water and fertilizers used in these systems be recycled rather than allowed to run-off into ground and surface waters. Fertility management. Nitrogen
(N) fertility management is a key component of any strawberry production program, but plant N needs vary through the season. Relatively high amounts of N are required during the early plant establishment phase, with lesser but non-limiting amounts during periods of heavy fruiting. Excessive use of N often results in soft fruit with reduced postharvest life and poor flavor. Nitrogen fertility management programs are cultivar and region-specific, and may vary annually due to differences in weather and plant growth. Pest and disease control. Good growers are in the field everyday assessing plant vigor, fruit quality
and maturity and the presence of pests and diseases. Fungal and bacterial diseases require preventative treatment, that is, fungicides should be applied before infections occur, or, at the latest, at the first sign of infection. Botrytis cinerea (grey mold) is the most prevalent disease of strawberry and is responsible for huge crop losses worldwide in each year. Sphaerotheca macularis (powdey mildew) is common in all production regions, infecting leaves and fruit and rendering fruit unmarketable. Colletotrichum acutatum and C. , gleosporioides (anthracnose) infect fruit as well as plant tissues and can kill plants. Xanthomonas fragariae is a bacteria that causes angular leaf spot, and is very
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difficult to control due to lack of available bactericides. Various other leaf spot diseases can be problematic, but are usually not serious issues. As with Phytophthora and other soilborne pathogens, infections caused by powdery mildew, anthracnose, and Xanthomonas often occur initially in the nurseries; shipping infected plants brings these problems directly to the growers’ fields. When possible, growers should inspect nursery fields before purchasing plants, and, as in any business, it is important to have a strong, personal relationship with the nursery grower. Arthropod pests also require constant vigilance, as Lepidoptera worms and spider mites can cause significant damage in a short period of time. However, unlike fungal and bacterial diseases, threshold levels of pest incidence, not calendar date, indicate when appropriate control measures are needed. Summary. Modern strawberry production systems integrate a wide range of techniques and practices
to ensure high yields of high quality fruit while conserving natural resources. While modern systems are highly variable, they all rely on high-quality transplants, absence of soil pests and pathogens, and the use of best management practices by conscientious growers who are always in the field.
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RESUMOS APRESENTAÇÕES ORAIS PÔSTERES
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A PRODUÇÃO DE MORANGOS EM SANTA CATARINA NO ANO DE 2006 NESI, C.N. 1; VERONA, L.A.F.1; GROSSI, R. 1 1
Epagri/Cepaf. Servidão Ferdinando Tusset, s.n., 89801 970, Chapecó, SC. E-mail:
[email protected]
O Estado de Santa Catarina, com área em torno de 95000km 2, caracteriza-se por uma agricultura essencialmente familiar. Entretanto, o cultivo de pequenas frutas é pouco expressivo e o mercado interno é suprido por frutas provenientes de outros Estados. Com a cultura do morangueiro a situação não é diferente, pois grande parte do que é consumido no Estado provém de pólos produtores como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Neste contexto, realizou-se em 2006 um levantamento para quantificar a área de produção de morangos em Santa Catarina, os principais municípios produtores, o número de produtores envolvidos, as principais cultivares utilizadas, além da produtividade média. A pesquisa foi executada através da aplicação de questionários pelos extensionistas rurais da Epagri, em todos os municípios de Santa Catarina. Observou-se que, comercialmente, a cultura está distribuída em 29 municípios, que somam 363 produtores e cultivam 128,6 ha. A produtividade média de frutos no Estado varia entre 12 e 60 t/ha, com média de 28,4 t/ ha, variando em função do clima das regiões e do sistema de cultivo adotado. Verificou-se que os municípios de Rancho Queimado (210 produtores e 55ha) e Águas Mornas (80 produtores e 25ha) no Leste, e Água Doce (01 produtor e 21ha) no Noroeste, respondem por 78,5% da área com morangos no estado, com uma produtividade média de frutos acima de 45 t/ha. Produtores com áreas inferiores a 1ha totalizam menos de 5ha, correspondem a 14,3% do total e estão distribuídos em 19 municípios. A época de plantio varia de março a junho, dependendo do clima de cada região. A colheita é de junho a setembro, prolongando-se até dezembro/janeiro. As principais cultivares exploradas no Estado são a Camarosa, Diamante e Oso Grande, cultivadas nos três municípios com maiores áreas. Outras cultivares utilizadas são Aroma, Camino Real, Tudla, Seascape e Ventana. Nos três municípios com maiores áreas, as mudas são importadas do Chile, Argentina e Minas Gerais, além da utilização de mudas provenientes do Rio Grande do Sul. Em produção de menor escala é prática rotineira a produção de mudas na própria região, a partir de matrizes oriundas do Rio Grande do Sul. Em todo o Estado, o cultivo é predominantemente convencional, com aplicações de defensivos químicos, cultivo protegido com túnel baixo e irrigação por gotejamento. Em alguns municípios há iniciativas de cultivo orgânico.
ANÁLISE DE VITAMINA C POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA EM FRUTAS COMERCIALIZADAS EM PELOTAS, RS SGANZERLA, M.1; ZAMBIAZI, R.3; CHIM, J.F.3; BORGES, G.2 Curso de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial – UFPEL, CEP 96010-900. Pelotas-RS Brasil. e-mail:
[email protected] 2 Curso de Pós Graduação em Ciência de Alimentos – UFSC 3 Departamento de Ciência dos Alimentos – UFPEL 1
As frutas conquistam cada vez mais o mercado consumidor, sendo o Brasil um dos principais produtores. As frutas e vegetais são responsáveis por 95% das fontes de ácido ascórbico da alimentação humana. O termo vitamina C é designado para os compostos que exibem atividade vitamínica do ácido L-ascórbico (AA). O AA é um antioxidante usado como parâmetro de qualidade em frutas quando mantido em um nível apropriado, porém seus níveis tendem a reduzir durante o armazenamento. Compostos antioxidantes são substâncias que retardam a velocidade da oxidação, através de mecanismos como inibição de radicais livres e complexação de metais. O objetivo deste trabalho foi a determinação de vitamina C em frutos tropicais comumente consumidos no Brasil, através de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A determinação de vitamina C nas frutas amora-preta ( Morus nigra), goiaba (Psidium guajava), acerola ( Malpighia glabra Linn.),
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manga ( Mangifera indica L.), maracujá (Passiflora edulis) e morango ( Fragaria x ananassa Duch) provenientes do comércio local, Pelotas-RS foi baseada na técnica de extração com ácido metafosfórico 4,5% e quantificação por análise cromatográfica em HPLC (Shimadzu, modelo 10Avp com bomba quaternária e detector UV-visível), utilizando coluna de fase reversa C18 Shim-pack CLC-ODS (M) (4,6 x 150 mm) e fases móveis metanol e solução de ácido acético 0,1% em água ultrapura, com fluxo de 0,8 mL/min., e comprimento de onda para detecção de 254 nm. O volume de amostra injetado foi de 40 μL. A quantificação de vitamina C foi realizada com curva de calibração do padrão externo ácido L-ascórbico. A vitamina C foi quantificada na forma de ácido L-ascórbico apresentando os seguintes resultados: acerola (411,47mg/100g), amora preta (2 ,44 mg/100g) goiaba vermelha (91,21mg/100g), manga (4,66mg/100g) maracujá (3,66mg/100g), morango (22,17mg/ 100g). Assim, verifica-se que estas frutas apresentaram teores de vitamina C próximos aos encontrados na literatura, com exceção da acerola que apresentou teor significativamente menor, essa variação pode ser justificada pelos métodos culturais, a fertilidade e disponibilidade de nutrientes do solo e o clima do local de cultivo, bem como pelas condições de transporte e armazenamento. Quantitativamente a segunda melhor fonte desta vitamina, encontra-se na goiaba vermelha com 91,21mg/100g. Conclui-se, portanto, que estas frutas disponíveis no comércio local constituem em opções de fonte de vitamina C, suprindo a ingestão diária recomendada (IDR) de 60mg. Agradecimento pelo apoio financeiro à FAPERGS e CAPES.
ARMAZENAMENTO SOB ATMOSFERA CONTROLADA DE MORANGOS ‘CAMAROSA’ PRODUZIDOS EM SISTEMA CONVENCIONAL E ORGÂNICO SCHÜNEMANN, A.P.P.1; CANTILLANO, R.F.F.2 ¹ Departamento de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM)/Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Caixa Postal 354, CEP 96.010-900, Pelotas, RS. E-mail:
[email protected] ² Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa Clima Temperado, BR392 Km78, Pelotas, RS, Brasil.
Algumas tecnologias estão sendo estudadas com o objetivo de prolongar a vida útil auxiliando na manutenção da qualidade de frutas, dentre as quais está o uso da Atmosfera Controlada (AC). O fato de o morango ser consumido na forma “in natura”, e a preocupação com a saúde dos consumidores devido à possibilidade de resíduos de defensivos, vem causando um aumento na procura por morango orgânico. Entretanto, existem controvérsias sobre os alimentos orgânicos, devido à escassez de dados científicos comparando tais vantagens em relação ao convencional. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de condições de atmosfera controlada sobre a qualidade físico-química de morangos ‘Camarosa’, produzidos em sistema convencional e orgânico, durante o período de armazenamento. As frutas foram armazenadas durante 3, 6 e 9 dias a 1,5ºC e 90 a 95% de umidade relativa (UR), sob AR (testemunha) e em AC, nas seguintes concentrações de gases: 3% O2 e 5% de CO 2; 3% O2 e 10% CO 2. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições (15 frutos/repetição), seguindo um esquema fatorial 2x3x3 (sistemas, dias e concentrações de gases). As avaliações foram realizadas na colheita e após cada período de armazenamento. Foram avaliadas: vitamina C (VC), Antocianinas (AN), Perda de Peso (PP), pH, Sólidos Solúveis (SS) e Acidez. Foi observado que os morangos, de ambos sistem as, submetidos às duas concentrações de AC apresentaram menor PP e maior conteúdo de VC, quando comparados aos morangos em AR. Durante o armazenamento, os morangos produzidos em sistema orgânico apresentaram maior conteúdo de VC, maior acidez e maior PP eme relação ao convencional. Os morangos apresentaram diminuição da VC ao longo do armazenamento além de apresentarem menor PP com o aumento da concentração de CO 2 e diminuição de O 2 (AC). Aos 9 dias de armazenamento a concentração de gases 3% de O 2 e 10% de CO 2 apresentou menor concentração de AN e SS e menor PP. Os resultados permitem concluir que a AC com 3% de O 2 e 10% de CO 2 foi eficiente na preservação da qualidade das frutas em até 9 dias em morangos ‘Camarosa’ produzidos em sistema orgânico e convencional.
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AVALIAÇÃO DA ADUBAÇÃO MINERAL (NPK) EM PLANTAS DE PHYSALIS MOURA, G.C. 1; COUTO, M.2; CARPENEDO, S.1; VIGNOLO, G.K.1; HARDTKE, L.1; ANTUNES, L.E.C.2 . Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O gênero Physalis, pertence à família Solanácea, possui aproximadamente 100 espécies. Physalis é uma das mais importantes espécies do gênero, cuja fruta é uma baga suculenta e carnosa de cor amarelo-laranja quando madura, coberta por um cálice formado por cinco sépalas finas. É uma planta pouco cultivada no Brasil mas vem despertando o interesse de produtores ligados a cadeia das pequenas frutas. O objetivo desse experimento foi avaliar a resposta de diferentes doses de nitrogênio, fósforo e potássio, no crescimento vegetativo das plantas de physalis. O experimento foi conduzido na Embrapa Clima Temperado, em estufa telada entre os meses de outubro e fevereiro de 2007. Foram utilizados seedlings de physalis, com altura de aproximadamente 30 cm, transplantadas para vasos de 4,5 L, utilizando-se Plantmaxâ como substrato. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco tratamentos (T1: testemunha, sem aplicação de adubo; T2: 20 g de sulfato de amônio + 25 g de superfosfato triplo + 8,5 g de cloreto de potássio; T3: 40 g de sulfato de amônio + 50 g de superfosfato triplo + 17 g de cloreto de potássio; T4: 60 g de sulfato de amônio + 75 g de superfosfato triplo + 25,5 g de cloreto de potássio; aplicados por vaso) e quatro repetições, sendo cada unidade experimental composta por três plantas. A adubação foi realizada a partir de misturas de sulfato de amônio (21% de N), superfosfato triplo (42% de P2O5) e cloreto de potássio (60% de K 2O). Após 30 dias em casa de vegetação, as plantas receberam os tratamentos, quando foi mensurada a altura da parte aérea das mesmas. As avaliações de comprimento da parte aérea foram realizadas mensalmente, medindo-se da superfície do substrato até o ápice da planta, com trena métrica. Na terceira avaliação as plantas foram retiradas dos vasos eliminando-se o excesso de substrato aderido ao sistema radicular, para pesagem da massa fresca da parte aérea e da raiz (g). Posteriormente, os materiais foram colocados em sacos de papel e levados a estufa a 55°C (± 2°C) por 72 horas, para determinação da massa seca. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Duncan (á= 0,05). Não houve diferença estatística significativa para o comprimento médio da parte aérea entre os diferentes tratamentos, independentemente da data de avaliação. No tratamento 2 foi observado, respectivamente, o maior valor médio de massa seca da parte aérea (699 g) e do sistema radicular (181,3 g). A physalis não responde a doses de NPK, nos limites estudados, quanto ao seu crescimento vegetativo. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Embrapa Clima Temperado. peruviana (L.)
AVALIAÇÃO DA PROCEDÊNCIA DE MUDAS E DIFERENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO NO CULTIVO DE MORANGUEIRO MALGARIM, M.B.1; AFINOVICZ, A.P. 2; PIERIN, F.F.3; DIAS, J.S. 4; EULEUTERIO, M.D.5; BORSZOWSKEI, P.R.6 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 2 Engenheira Agrônoma Bolsista, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI/PR). 3 Engenheiro Agrônomo Bolsista, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI/PR). 4 Graduanda do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR. 5 Graduanda do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR. 6 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pe squisa e ao desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected] 1
A produção do morango ( Fragaria x Ananassa) é de grande importância para as regiões Sul e Sudeste, onde se encontra 80% da área cultivada com a cultura no Brasil. Além disso, emprega
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mão-de-obra familiar por se tratar de uma cultura de cultivo intensivo e predominante em propriedade de regime familiar. O objetivo desse trabalho foi avaliar mudas com diferentes procedências e adubações na cultura do morangueiro. O experimento foi conduzido no município de Ipiranga-PR. Em cada parcela foram plantadas 150 mudas, em espaçamento de 0,30 m x 0,30 m, em canteiros de 25 m x 0,60 m, cobertos com filme de polietileno preto (mulching). Dividiu-se em duas épocas de contagem: a primeira realizada em 20/11/2007 e a segunda em 10/01/2008. Os fatores estudados foram: procedência das mudas (Chilena, Argentina Tipo 1 e Argentina Tipo 2) e adubação (testemunha, esterco de peru na base + fertirrigação e super-adubação, realizada com dosagem de nutrientes na fertirrigação 50% superior à utilizada na propriedade). Foram avaliados: produtividade, número de plantas falhas e número de plantas vegetativas. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em fatorial 3 x 3 (procedência de mudas x adubação). Os dados obtidos em cada parcela foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade. Como resultado foi possível observar que a maior produção por planta foi obtida quando se utilizou adubação com esterco de peru na base + fertirrigação nas mudas Chilenas (614,88 g). As mudas Argentinas Tipo 2, apresentaram as menores produções e maior número de mudas vegetativas, tanto na testemunha, quanto na super-adubação. Na segunda época de contagem, as mudas Argentinas Tipo 2 tiveram maior número de mudas vegetativas quando submetidas à maior dosagem de nutrientes na fertirrigação. Independente da procedência das mudas e da adubação, não houve diferença no número de falhas de mudas transplantadas. Isso se deve ao manejo adequado na propriedade. Podese afirmar que as mudas Chilenas, quando adubadas com esterco de peru na base, tiveram a maior produção entre as mudas testadas. As mudas Argentinas tipo 2 tiveram maior porcentagem de plantas vegetativas, principalmente quando utilizada maior dosagem de nutrientes na fertirrigação.
AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE MORANGO E MIRTILO SEVERO, J.1; MONTE, F.G.2; CASARIL, J.2; SCHREINERT, R.S.2; ZANATTA, O.2; ROMBALDI, C.V. 3; SILVA, J.A.3 1. Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]. 2. Acadêmico (a) do curso de Agronomia - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 3. Professor do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. - UFPel, Pelotas, RS, Brasil.
A crescente busca por alimentos que apresentem benefícios à saúde tem colocado os frutos in natura entre os alimentos mais procurados pelos consumidores que desejam uma boa fonte de antioxidantes naturais. Os compostos fenólicos são apontados como substâncias com alta atividade antioxidante. Dentre os compostos fenólicos presentes em expressivas quantidades nas pequenas frutas, estão as antocianinas, que têm expressiva presença na casca dos frutos. Frutos de morango, cv. Camarosa, e mirtilo, cv. Bluegem, provenientes do município de Pelotas, região sul do Rio Grande do Sul, da safra 2008, foram avaliados quanto aos teores de fenóis totais, utilizando o reagente de FolinCiocalteau, antocianinas totais, realizando extração com etanol acidificado, e capacidade antioxidante, utilizando o radical ABTS. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e à comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey (p>0,05). Todas as avaliações foram realizadas com três repetições. O mirtilo apresentou maior conteúdo de fenóis totais, com média de 2.014,89 mgGAE/100g, e o morango, média 1.916,73 mgGAE/100g, mas estes valores não se diferenciaram ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. Quanto às antocianinas totais, o mirtilo apresentou um teor médio superior, 1.432,62 mg/100g de fruta, diferenciando-se estatisticamente quando comparado ao morango 30,72 mg/100g de fruta. A porcentagem de inibição do radical ABTS do mirtilo 26,38%, se diferenciou estatisticamente do morango que apresentou 20,23% de inibição do radical ABTS. Através dos resultados encontrados, pode-se concluir que estes frutos são ricos em compostos fenólicos e em antocianinas, que possuem capacidade antioxidante, com destaque ao mirtilo. Apoio financeiro e bolsas de estudo e de IC: CAPES, CNPq e FAPERGS.
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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE PHYSALIS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO NO PLANALTO CATARINENSE MACHADO, M.M.; NASCIFICO, R.A.; RUFATO, L.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, A. De R.; BRIGHENTI, A.F.; SCHLEMPER, C.; FILHO, J.L.M. Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias. Av. Luis de Camões 2090. Lages, SC, Brasil. E-mail:
[email protected]
A cultura do Physalis é ainda pouco explorada no Brasil e pode ser uma nova opção de diversificação para pequenos produtores de maneira rentável. O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento do Physalis sp. no planalto catarinense, o experimento foi implantado no pomar experimental na Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC no Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV em Lages, com diferentes sistemas de condução, confrontando a produção e a produtividade entre os sistemas. Os tratamentos consistiam em: sistema “X”, sistema “Y” e a testemunha sem condução. No sistema “X” quatro ramos principais eram definidos e então conduzidos em bambus, o espaçamento utilizado foi de 1 metro entre plantas e 3 metros entre filas, neste sistema há uma variação onde o material utilizado para condução eram fitilhos degradáveis. O sistema “Y” consistia em conduzir dois ramos principais com espaçamento entre filas de 3 metros, tendo variações no espaçamento entre plantas de 0,5 e 1 metros e no material utilizado para condução: bambus e fit ilhos degradáveis. Na testemunha as plantas não eram conduzidas e cresciam livres e o espaçamento entre plantas era de 1 metro e 3 metros entre filas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, os dados foram submetidos a analise estatística pelo teste F e confronta do com o teste Tukey com 5% de probabilidade de erro. A colheita dos frutos iniciou na segunda quinzena do mês de Janeiro e teve termino no final do mês de maio de 2008 com as primeiras geadas. Os tratamentos que obtiveram as maiores produtividades foram o sistema “Y” com espaçamento 3,0 x 0,5 metros conduzidos em bambus com 8,7ton.ha -¹ e o sistema “X” conduzindo com fitilhos degradáveis e espaçamento 3,0 x 1,0 metros com 8,0ton.ha -¹, diferiram estatisticamente dos demais tratamentos.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE Plebeia nigriceps (APIDAE, MELIPONINI) PARA POLINIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE MORANGUEIRO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO GALASCHI, J.1; WITTER, S. 1; RADIN, B.1; LISBOA, B.B. 1; IMPERATRIZ-FONSECA, V.L.2 1 2
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO), Gonçalves Dias 570, Menino Deus, CEP: Porto Alegre, RS. Universidade de São Paulo (USP-RP), Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP. CEP: 14040-901.
As abelhas Meliponini, mais do que produtoras de mel, são importantes na polinização da vegetação nativa, de muitas espécies, e são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema e ao mesmo tempo dependentes da integridade do mesmo. Além disso, várias dessas espécies são também polinizadoras eficientes de culturas agrícolas, especialmente em ambientes protegidos. Plebeia nigriceps (Friese, 1901) é uma espécie abundante na região sul do Rio Grande do Sul e sua utilização para polinização pode contribuir para o aumento da produção de pequenas frutas em ambiente protegido. O objetivo desse trabalho foi avaliar a contribuição de P. nigriceps para polinização e produção de morangueiro cultivado em estufa. Os experimentos foram conduzidos em estufa plástica pampeana, com as cortinas abertas permanentemente, em sacolas de polietileno com substrato dispostas em bancadas a 1,20m da superfície com um total de 1344 plantas, no Instituto de Pesquisas Veterinárias da FEPAGRO/ Eldorado do Sul, RS. Os dados foram coletados de agosto a setembro/2007, durante a primeira floração do morangueiro utilizando-se 3 tratamentos: autopolinização (gravidade G), uso de P. negriceps (gravidade+abelha GA) como polinizador e polinização aberta (gravidade+vento+insetos GVI). Foram utilizadas 168 plantas das cultivares Aromas, Diamante e Cegnidarem para cada
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tratamento. As plantas nos experimentos de G e GA foram cobertas com tela, 1m acima das bancada. As flores primárias das cultivares, ainda em botão, foram marcadas. Duas colônias de P. nigriceps foram colocadas no início da floração em área coberta (GA). Os frutos primários foram colhidos quando apresentavam 70% de cor avermelhada até completamente maduros, pesados e classificados com e sem deformação. Analisando-se os dados através do teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade verificou-se que os tratamentos GVI e GA apresentaram maiores peso de frutos e menor percentual de deformação nas cultivares Aromas e Diamante. Na cultivar Cegnidarem não houve diferença entre os tratamentos com relação ao peso de frutos e pouca variação no percentual de frutos deformados. Os dados indicam que o cultivo de Aromas e Diamante em ambiente protegido necessita de agentes polinizadores e Cegnidarem não é dependente de polinização entomófila em ambiente protegido. De acordo com os resultados P. nigriceps se mostrou eficiente na polinização das cultivares Aromas e Diamante quando cultivadas em estufa. Assim, sugerem-se mais estudos a fim de estabelecer protocolos para adequação do número de colméias para o número de plantas.
AVALIAÇÃO DO TEOR DE VITAMINA C PELO MÉTODO TITULOMÉTRICO EM FRUTAS PRODUZIDAS EM PELOTAS SGANZERLA, M.1; ZAMBIAZI, R. 2; PESTANA, V.R. 1; BRUSCATTO, M.H.1; RUTZ, J.K.3; BRASIL, C.L.4 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – UFPEL, CEP 96010-900. Pelotas-RS Brasil. e-mail:
[email protected] 2 Departamento de Ciência dos Alimentos- UFPEL 3 Acadêmica do Curso de Química de Alimentos- UFPEL 4 Acadêmica do Curso de Química- UFPEL
Vitamina C é a mais importante vitamina para a nutrição humana, sendo suplementada através de frutas e vegetais (Hernandez et al, 2006), e necessária para a prevenção do escorbuto e manutenção da pele e vasos sangüíneos saudáveis. Também é conhecida por desempenhar funções biológicas como a de formação do colágeno, absorção de ferro inorgânico, redução do nível de colesterol, inibição da formação da nitrosamina, fortalecimento do sistema imunológico e pela reação com o O2 e outros radicais livres. Na condição de antioxidante atua na redução do risco de arterosclerose, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer. As frutas exóticas despertam curiosidades entre os consumidores e grande interesse comercial. O aumento do consumo destas frutas é resultante também do conhecimento das suas propriedades nutricionais e da busca da alimentação como fator determinante de para a manutenção da saúde, visando o equilíbrio da relação alimentação-saúdedoença. A quantificação da vitamina C é dificultada pela instabilidade do composto, sendo que normalmente sua quantificação se dá através de agentes redutores (Fontann az et al., 2006). Diversos métodos analíticos são reportados para a determinação de vitamina C. Neste trabalho foram realizadas análises em triplicata de quantificação de vitamina C através do método titulométrico segundo a metodologia iodométrica descrita pelo IAL (Instituto Adolfo Lutz, 1985) no método 31.6.1, que é baseado na ação redutora do ácido ascórbico, fazendo uso solução de amido como indicador. As amostras utilizadas foram araticum (Rollinia exalbida), carambola ( Averrhoa carambola ) e romã (Punica granatum), colhidas em propriedades rurais da cidade de Pelotas-RS. Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico.100g -1 de amostra, usando a relação 1mL de solução de iodato de potássio 0,01N equivalente a 0,8806mg de ácido ascórbico. O conteúdo de vitamina C encontrado foi: araticum 2,79; carambola 9,64; e romã 1,92 mg de ácido ascórbico.100g -1 de fruta. O maior teor de ácido ascórbico foi encontrado na carambola, no entanto este conteúdo é um pouco inferior aos valores encontrados por Teixeira, G. (2001) para diferentes variedades desta fruta (12,54 a 26,28mg de ácido ascórbico.100g -1). Estes dados suportam relatos da literatura que ressaltam que o conteúdo de vitamina C encontrada nas frutas apresenta diferenças de acordo com a variedade (aspecto genético), o estádio de maturação do fruto, a época do ano da colheita, os métodos culturais, a fertilidade e disponibilidade de nutrientes do solo e o clima do local de cultivo (Matsuura et. al., 2001). Fonte finaciadora: Capes, Fapergs
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AVALIAÇÃO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS E ÁCIDO ASCÓRBICO EM FRUTOS DE MORANGO cv. CAMINO REAL ADUBADAS COM TORTA DE MAMONA ARAUJO V.F. 1; MESSIAS, R.2; MOURA, G.C. 1; PAGEL, I.A.1; DOS ANJOS, S.D. 3, ANTUNES, L.E.C.3 Graduanda da Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Pelotas, RS. E-mail:
[email protected] MSc. Pesquisador Visitante da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS. 3 Dr. Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS 1 2
O morango (Fragaria x ananassa Duch.) é produzido e apreciado nas mais variadas regiões do mundo, sendo a espécie de maior expressão econômica entre as pequenas frutas. Conjuntamente com sua importância econômica encontra-se, atualmente, bastante estabelecido o fato de que uma dieta rica em frutas e vegetais está associada com a redução no risco de desenvolvimento de doenças mediadas por estresse oxidativo. Os compostos fenólicos são apontados como principais substâncias com atividade antioxidante nos frutos de morango, estando relacionados com o retardo do envelhecimento e a prevenção de certas doenças, como o efeito inibitório na proliferação de células cancerígenas humanas e problemas cardíacos. A torta de mamona, composto gerado após extração do óleo das sementes desta oleaginosa, é utilizada mundialmente como adubo orgânico de boa qualidade, sendo o mais tradicional e importante subproduto da cadeia produtiva da mamona e podendo vir a contribuir no incremento de características nutricionais e funcionais por ser um composto ricamente nitrogenado, cuja liberação não é tão rápida quanto a de fertilizantes químicos, nem tão lenta quanto a de esterco animal, apresenta ainda propriedades inseticida e nematicida. O experimento foi realizado com a cultivar Camino Real na sede da Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS em túneis plásticos de 20 metros com irrigação efetuada por gotejamento, sendo o delineamento utilizado em blocos casualizados, com quatro repetições e 12 pantas por parcela. Os tratamentos testados no experimento foram com diferentes dosagens de torta de mamona em substituição a adubação química, bem como uma adubação de controle com as doses técnicas recomendadas, sendo estes: T1 - 0,5TM (Torta de Mamona) + SPT (Super Fosfato Triplo) + KCl Cloreto de potássio); T2 - TM + SPT + KCl; T3 - 2TM + SPT + KCl; T4 - Recomendado - Uréia + SPT + KCl; T5 - 2TM). Objetivou-se avaliar o efeito dos tratamentos de adubação com torta de mamona na cultura do morangueiro em relação a seus teores de compostos fenólicos determinados por método espectrofotométrico e ácido ascórbico determinado por titulometria. Os resultados indicam uma tendência de incremento nos teores de compostos fenólicos e de ácido ascórbico (13,5% e 8,62% respectivamente) no tratamento com utilização da torta de mamona isolada em relação a adubação química recomendada, o que pressupõe a necessidade de maiores estudos para uma melhor compreensão dos efeitos da adubação com matéria orgânica isolada sobre estes compostos.
AVALIAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS POR FR AN KL IN IE LL A OC CI DE NTA LI S (PERGANDE) (THYSANOPTERA: THRIPIDAE) EM FLORES E FRUTOS DE MORANGUEIRO NONDILLO, A.1; REDAELLI, L.R.2; PINENT, S.M.J.3; BOTTON, M.4 Bióloga, Mestre em Fitotecnia. Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia- UFRGS, Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dra., Professora Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 3 Bióloga, Dra., Bolsista de Pós-Doutorado CNPq. Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador, Embrapa Uva e Vinho, Rua Livramento 515, Caixa Postal 130, 95.700-000, Bento Gonçalves, RS,
[email protected] 1
Frankliniella occidentalis tem
sido relatada como uma das principais pragas associadas à cultura do morangueiro. No entanto, os sintomas do ataque do inseto não estão caracterizados, sendo que geralmente atribui-se ao ataque do inseto a presença de frutos deformados. Este trabalho objetivou 106
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caracterizar os danos provocados por F. occidentalis em flores e frutos de morangueiro. Para tal, um cultivo de morangueiro, cultivar Aromas foi estabelecido na área experimental da Faculdade de Agronomia da UFRGS. No período de novembro a dezembro de 2007, botões florais foram protegidos por gaiolas confeccionadas com copo plástico transparente de 250 mL e polinizados com auxílio de um pincel. Foram inoculados 20 adultos por estrutura vegetal em três estágios fenológicos de desenvolvimento do morangueiro: flor, fruto verde e fruto maduro. Os insetos permaneceram confinados por cinco dias. Um quarto tratamento, denominado como desenvolvimento completo, foi realizado com a introdução de 20 adultos a cada cinco dias, desde o estágio de flor até a colheita do fruto, mantendo-se presentes os indivíduos da infestação anterior. Os insetos utilizados tinham idade desconhecida e foram coletados em cultivo de morangueiro. Para cada repetição, uma testemunha sem infestação foi mantida nas mesmas condições e período de tempo. A avaliação consistiu da quantificação do número de frutos deformados e do percentual médio de área danificada por flor/fruto com base em notas individuais de três avaliadores. No tratamento flor, foram constatados sinais de alimentação nos estames e receptáculo floral caracterizados por áreas de coloração amarronzada, acompanhadas por pequenos pontos pretos. No tratamento fruto verde, foi observado bronzeamento na base, sob o cálice, e ao redor dos aquênios, sendo que 76% dos frutos apresentaram entre 1 e 20% de sua área danificada. Neste tratamento, em apenas 4% dos frutos a área com bronzeamento foi superior a 50% em relação à superfície total. No tratamento fruto maduro, os bronzeamentos concentraram-se ao redor dos aquênios, além dos frutos tornarem-se opacos. Nenhum dos frutos evidenciou mais do que 50% da área danificada sendo que 56,25% apresentou de 1 a 20% da superfície com bronzeamento. No tratamento desenvolvimento completo, em 10% dos frutos constatou-se mais de 50% da superfície com bronzeamento e em 55% a área danificada foi de até 20%. Frutos deformados foram constatados tanto nos tratamentos com tripes quanto em suas respectivas testemunhas, não apresentando diferenças significativas entre eles. Conclui-se que F. occidentalis causa bronzeamentos em flores e frutos, não sendo responsável por deformações de frutos.
AVALIAÇÃO in vitro DO EFEITO DE ÓLEO ESSENCIAL DE CAMOMILA NO CRESCIMENTO MICELIAL de Gnomonia comari RISTOW, N.C.1; BOSENBECKER, V.K. 1; GOMES, C.B.1; ANTUNES, L.E.C.1; STÖCKER, C.M.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
A mancha gnomônia ( Gnomonia comari), é uma doença foliar existente no Brasil que tem limitado a produção de morango, entretanto, até o momento, muito pouco se sabe sobre o manejo desta doença em nossas condições. Buscando-se métodos alternativos no controle da mancha de gnomônia, foi objetivo deste trabalho, avaliar o efeito fungitóxico do óleo essencial de camomila por contato e seu efeito volátil sobre o crescimento micelial in vitro de G. comari. Para avaliar o efeito do óleo por contato, em placas de Petri contendo 20mL de meio de cultura BDA e óleo de camomila (500 μL/L meio), foi adicionado ao centro da placa, um disco de micélio de G. comari (5mm Ø). Na avaliação de metabólitos voláteis, o meio BDA foi vertido sobre a placa, colocando-se, ao centro, um disco de micélio do fungo e no centro da tampa da placa, um pequeno pedaço de papel celofane com 500 μL da suspensão do óleo essencial. Nas testemunhas do teste por contato, o fungo foi plantado em meio BDA sem o óleo essencial de camomila, e, no teste de metabólitos voláteis, apenas água destilada foi adicionada ao disco de papel celofane. Logo após, as placas foram incubadas a 18 ºC com fotoperíodo de 12h por oito dias. A seguir, avaliou-se o crescimento do fungo medindo-se o diâmetro (cm) das colônias em cada repetição. O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2 (tratamento x condição de avaliação) com seis repetições por tratamento. Verificou-se interação significativa entre a forma de ação do óleo (contato/voláteis) e os tratamentos no crescimento micelial de G. comari. Observou-se marcado efeito do óleo de camomila na redução no crescimento de G. comari tanto pela sua ação por contato como pelo efeito volátil, sendo esta inibição mais pronunciada quando o crescimento do fungo foi avaliado no meio de cultura acrescido do óleo.
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AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE PHYSALIS NA REGIÃO DE LAGES-SC NASCIFICO, R.A.; MACHADO, M.M.; RUFATO, L.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, A. De .R.; BRIGHENTI, A.F.; SCHLEMPER, C.; FILHO, J.L.M. Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias. Av. Luis de Camões 2090. Lages, SC, Brasil. E-mail:
[email protected]
Conduziu-se o presente trabalho com objetivo de avaliar a qualidade final dos frutos de physalis produzidos na cidade de Lages-SC no pomar experimental da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC no Centro de Ciências Agroveterinárias, sob três sistemas de condução: “X”, “Y” e livre. A primeira avaliação dos frutos iniciou-se na colheita, quando as frutas apresentavam coloração alaranjada e quando capa ou cálice que cobre a fruta apresentou uma cor amarela (aspecto seco). Em seguida foram avaliadas propriedades físico-químicas dos frutos, peso com cálice, peso sem cálice, ºBrix, pH, acidez total e diâmetro dos frutos. As avaliações foram feitas em dez frutos coletados por tratamento, ao acaso com três repetições. O delineamento foi de blocos ao acaso com três repetições de dez plantas por tratamento. Os dados foram analisados pelo teste Tukey a 5% de significância. As variáveis diâmetro de fruto e pH não apresentaram diferenças significativas. Os sistemas “X” e “Y” não diferiram para as variáveis peso de fruto, ºBrix e acidez, mas foram estatisticamente superiores a testemunha. Com a obtenção destes dados e comparando com dados obtidos na bibliografia pode-se afirmar que a região de Lages esta apta a produção de physalis .
BIOLOGIA DE FRANKLINIELL A OCCIDENTALIS (PERGANDE) (THYSANOPTERA: THRIPIDAE) EM MORANGUEIRO NONDILLO, A.1; REDAELLI, L.R.2; PINENT, S.M.J.3; BOTTON, M.4 Bióloga, Mestre em Fitotecnia. Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia- UFRGS, Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dra., Professora Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 3 Bióloga, Dra., Bolsista de Pós-Doutorado CNPq. Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Av. Bento Gonçalves 7.712, CEP 91540-000 - Porto Alegre, RS,
[email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador, Embrapa Uva e Vinho, Rua Livramento 515, Caixa Postal 130, 95.700-000, Bento Gonçalves, RS,
[email protected] 1
Frankliniella occidentalis é considerada importante praga do morangueiro devido à alta freqüência
com que ocorre e aos danos que pode ocasionar em flores e frutos. Entretanto, poucas informações estão disponíveis sobre a biologia da espécie associada à cultura. Neste trabalho, larvas recémeclodidas foram individualizadas em placas de vidro, contendo uma flor ou um folíolo de morangueiro da cultivar Aromas, mantidas em câmara climatizada (25 ± 1ºC; 60 ± 10% U.R.; fotofase de 12 horas) e acompanhadas diariamente até a morte. Os parâmetros biológicos avaliad os foram: duração e viabilidade dos estágios de ovo, larva e pupa, longevidade e fecundidade dos adultos. O período embrionário da prole de indivíduos alimentados com flores foi menor (3,7 ± 0,03 dias) do que os mantidos em folíolos (4,4 ± 0,09 dias). A duração média (dias) do 1º instar larval foi menor nos insetos alimentados em flores (1,6 ± 0,07) do que os mantidos em folíolos (2,0 ± 0,06). A duração média (dias) do 2º instar, pré-pupa e pupa em flores foi de 3,3 ± 0,15, 1,1 ± 0,05 e 2,4 ± 0,11, respectivamente, enquanto que em folíolo foi de 3,5 ± 0,20, 1,0 ± 0,02 e 2,4 ± 0,09, não diferindo entre eles. A duração média (dias), e a viabilidade do ciclo biológico (larva-adulto), não diferiu entre insetos mantidos em flores (8,49 ± 0,18 e 68,52%) e folíolos (8,85 ± 0,15, e 75,47%). Os diferentes órgãos vegetais não afetaram a longevidade de machos e fêmeas. Machos e fêmeas mantidos em folíolos tiveram longevidade semelhante (11,8 ± 1,73 e 12,8 ± 0,93 dias, respectivamente), porém, as fêmeas mantidas em flores (14,8 ± 1,62) foram mais longevas que os machos (7,1 ± 1,64). A fecundidade média diária e total foram mais elevadas em flores (7,4 ±?? 0,69 e 70,0 ±? 9,18 ovos/fêmea, respectivamente) do que em folíolos (2,4 ± ?0,35 e 8,5 ±? 1,13, respectivamente). A viabilidade dos ovos depositados sobre flores e folíolos foi de 65,5 ± 0,01 e
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
74,3 ± 0,03%, respectivamente. A alimentação sobre flores aumentou a duração em dias de uma geração (T), a taxa líquida de reprodução (Ro), a razão infinitesimal de aumento populacional (Rm) e a razão finita de aumento (ë) de F. occidentalis em comparação com a observada sobre folíolos. Os resultados demonstram que a flor do morangueiro é mais adequada ao desenvolvimento de F. occidentalis e que uma geração (ovo-adulto) pode ocorrer a cada 20,92 dias, a 25°C.
CALIBRAÇÃO DE RT-PCR PARA TRANSCRITOS DO GENE 18S EM MIRTILO SEVERO, J. 1 ; SCHREINERT, R.S. 2; MONTE, F.G. 2 ; CASARIL, J. 2; AZEVEDO, M.L. 3 ; ROMBALDI, C.V.4; SILVA, J.A.4 1. Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]. 2. Acadêmico (a) do curso de Agronomia - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 3. Doutoranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 4. Professor do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. - UFPel, Pelotas, RS, Brasil.
Na condução de experimentos moleculares, torna-se imprescindível a calibração dos insumos utilizados nas reações de amplificação de transcritos, neste caso oligonucleotídeos relacionados com a expressão do gene 18S em mirtilo. O 18S é um gene constitutivo utilizado como controle de reação, sendo de fundamental importância na confirmação da qualidade de transcrito s em estudo de expressão gênica. O objetivo deste trabalho foi calibrar a técnica de RT- PC R para os oligonucleotídeos: 5´ TGACGGAGAATT 3´ Forward e 5´ AGGGTTCG 3´ Reverse para transcritos de mirtilo. Frutos de mirtilo ‘BlueGem’ provenientes de pomar localizada em Pelotas-RS, em estádio de maturação comercial, foram utilizados neste experimento. A extração dos RNAs totais foi realizada utilizando o protocolo do reagente comercial Concert™ Plant RNA Reagent (Invitrogen) . A verificação do rendimento e da pureza da extração foi realizada através espectrofotometria com leituras a A 260nm/A 280nm e a integridade das moléculas de RNA foi observada com migração eletroforética em gel de agarose (1,5%), corado com brometo de etídio e visualizado em transiluminador-UV. Após foi realizada a síntese de cDNA utilizando o kit comercial First-Strand cDNA Synthesis Kit ® (Invitrogen). A extração de RNA apresentou bons resultados: ratio de 2,0, concentração de 2,4 e bandas definidas em gel de agarose 1,5%. A seguir, foi realizada síntese de cDNA e uma PCR em termociclador, testando diferentes temperaturas para reação com oligonucleotídeos para o gene 18S, obtendo o melhor resultado com os seguintes ciclos: desnaturação 95°C/1:50min.; 35 ciclos [95°C/1:30 min.; 53°C/1 min.; 72°C/1:45 min.] e extensão final 72°C/10 min.. O produto da amplificação de 18S foi submetido à eletroforese em gel de agarose 1,5%, que permitiu visualização de fragmentos de aproximadamente 400pb, correspondente a amplificação do gene 18S. A definição de leitura de bandas em gel de agarose permitiu concluir calibradas as reações para uso nos ensaios de RT-PCR em estudos de expressão transcricional a serem empreendidas com mirtilo. Apoio financeiro e bolsas de estudo, de PDJ e de IC: CAPES, CNPq e FAPERGS.
CARACTERIZAÇÃO DE FONTES DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA USADAS PARA IRRIGAÇÃO DE CULTIVOS DE MORANGUEIRO, NO MUNICÍPIO DE TURUÇU, RS ESTRELA, C.C.1; TAVARES, V.E.Q. 1; TIMM, L.C.1; REISSER JÚNIOR, C. 2; MATTOS, M.L.T.2; PEREIRA, G.C.3; VENZKE, C.D.3 . Universidade Federal de Pelotas – DER/FAEM, Caixa Postal 354, CEP 96010-900 Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 3 . Bolsista ITI/CNPq/CEFET-RS 1
Este trabalho teve como objetivo identificar as fontes de captação de água e caracterizar sua origem em 15 propriedades do pólo produtivo de morangos, no município de Turuçu-RS. Nestas propriedades foram realizadas as seguintes atividades: a) visitas e aplicação de questionários utilizando roteiros
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previamente definidos e; b) georreferenciamento e levantamentos fotográficos das fontes de captação de água. No caso dos reservatórios, foram identificadas características semelhantes de acordo com a origem de abastecimento ou recarga dos açudes relacionada às condições naturais do local, anteriormente à sua construção. A Resolução CONAMA Nº 303/2002, foi utilizada como f erramenta na caracterização das fontes de captação de água para irrigação através da descrição de espaços territoriais e das definições que adota. Baseado nesta resolução foi elaborada uma proposta de caracterização das fontes de captação de água: Tipo 1 - reservatórios artificiais originados por nascentes e abastecidos por água subterrânea; Tipo 2 - reservatórios artificiais originados por veredas, abastecidos por nascentes ou cabeceiras de cursos d’água; Tipo 3 - reservatórios artificiais construídos a partir de barramentos, utilizando a declividade natural do terreno, abastecidos por escoamento superficial; Tipo 4 - curso de água natural. O levantamento fotográfico foi realizad o de maneira que todas as informações obtidas através dos questionários e das observações “in loco” fossem registradas de forma a permitir sua comprovação visual. Os dados obtidos através destas ações resultaram que em um total de quinze propriedades percorridas, somente um corpo d´água corrente é utilizado como fonte de captação de água para a irrigação (7%), sendo que nos demais a captação de água é realizada através de reservatórios artificiais (93%). A caracterização das fontes de captação de água para irrigação resultou em: a) seis fontes de captação (40%) relacionadas ao tipo 1; b) cinco fontes de captação (33%) ao tipo 2; c) três fontes de captação (20%) ao tipo 3; d) uma fonte de captação (7%) ao tipo 4. As características das fontes de água para irrigação, dos produtores de morango de Turuçu, em relação à origem de abastecimento ou recarga, indicam que em 93% das propriedades as ações antrópicas locais, possuem um alto potencial de impacto sobre a qualidade da água. Esta situação indica que ações de pesquisa e extensão voltadas à preservação e/ou conservação e melhoria da qualidade da água de irrigação no cultivo de morangueiro da região devem ter como foco principal os próprios produtores e suas ações nas propriedades. Apoio financeiro: CNPq
CARACTERIZAÇÃO DE TOCOFERÓIS EM SEMENTES DE ROMÃ ( Punica L.)
granatum,
BRUSCATTO, H. M.¹; ZAMBIAZI, R.C.²; PESTANA, R. V.¹; SGANZERLA, M. 1 Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial; 2Departamento de Ciência dos Alimentos – Caixa Postal 354, Cep 96010-900, UFPel – Pelotas, RS, Brasil. E-mail:
[email protected] 1
A romã (Punica granatum, L.) é uma fruta originária da região do Oriente Médio. A árvore cresce em regiões áridas e a produção do fruto ocorre no período de setembro a fevereiro. A romã apresenta em sua composição compostos fenólicos, ácidos fenólicos e taninos. Dentre alguns derivados fenólicos encontram-se os tocoferóis, os quais apresentam atividade antioxidativa. O objetivo deste trabalho foi quantificar o á-,ã- e ä- tocoferóis nas sementes de romã. O óleo foi extraído das sementes em um Extrator Soxhlet, utilizando como solvente éter de petróleo. As amostras de romã foram cedidas por um produtor da cidade de Pelotas RS. A identificação e quantificação dos tocoferóis foi realizada através de cromatografia líquida HPLC de fase reversa, composto de bomba, injetor automático, forno com temperatura controlada e detectores de fluorescência com excitação 290nm e emissão a 330nm; durante a análise o fluxo se manteve constante de 1mL.min-1. A fase móvel inicial foi acetonitrila:metanol:isopropanol (50:40:10, v/v/v) por 10min., alterando-se linearmente para acetonitrila:metanol:isopropanol (30:65:5, v/v/v) mantendo-se até 12min e retornando linearmente para a fase móvel inicial, totalizando 15min de análise. O valor total do conteúdo de tocoferóis na semente de romã foi de 7,03 mg.100g-1, distribuído entre á-,(ã+â)- e ä- tocoferol, respectivamente 6,53 mg.100g-1, 0,37mg.100g-1 e 0,13mg.100g-1. Conclui-se que o á-tocoferol apresenta maior conteúdo na semente de romã sendo responsável por 92,9% do total de tocoferóis. Apoio financeiro: Capes.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MORANGOS CULTIVAR FESTIVAL SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO PEREIRA, M.C.1; GULARTE, J.P. do A. 2; ANTUNES, L.E.C.3; VIZZOTTO, M.3 Nutricionista, Centro Federal de Educação Pedagógica de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. Química Ambiental, Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. 1 2
Os fitoquímicos, em frutas e hortaliças, estão relacionados à prevenção de diversas doenças crônicas não-transmissíveis. Os teores destes compostos secundários podem variar consideravelmente, seja por ordem genética ou ambiental. Objetivando avaliar a variação dos teores de fitoquímicos em morangos da cultivar Festival submetidos a diferentes níveis de adubação, foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, antocianinas totais e atividade antioxidante. Os níveis de adubação aplicados foram (T1) ½ do valor recomendado pela ROLAS (Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solos); (T2) recomendação ROLAS; (T3) 1 ½ vezes o valor recomendado pela ROLAS; (T4) 2 vezes o valor recomendado pela ROLAS. Os teores de compostos fenólicos totais foram medidos pela utilização do Folin-Ciocalteau, a atividade antioxidante foi determinada através do radical estável DPPH. Todos os resultados foram repetidos três vezes e em dois períodos de colheita. Quanto aos resultados, observou-se diferenças estatísticas entre as épocas de colheita, sendo que antocianinas totais foram superiores na primeira colheita; no entanto, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante foram superiores na segunda época de colheita. Na primeira época de colheita, embora os valores para compostos fenólicos totais e atividade antioxidante tenham apresentado níveis superiores quando utilizadas 2 vezes o valor recomendado pela ROLAS, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos de adubação para estas duas variáveis. Já os teores de antocianinas foram estatisticamente superiores no tratamento que utilizou 2 vezes o valor recomendado pela ROLAS. Na segunda época de colheita não foi observada diferença entre os tratamentos de adubação para nenhuma das variáveis estudadas. Apesar dos resultados indicarem para uma influência dos níveis de adubação no que se refere a antocianinas, recomenda-se que este experimento seja repetido em outros anos para maior clareza destes resultados.
COLEÇÃO DEMONSTRATIVA DE FRUTEIRAS NATIVAS DO RIO GRANDE DO SUL NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA CASCATA – EMBRAPA CLIMA TEMPERADO GOMES, G.C. 1; RODRIGUES, W.F. 2; BARBIERI, R.L. 2; HENZ, T.A. 1; CARDOSO, J.C. 2 ; MONTEIRO, R.M.1 1. 2.
Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Email:
[email protected] Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil.
As frutíferas nativas possuem grande importância ambiental além de um enorme potencial econômico, ainda que muitas vezes não devidamente conhecido nem explorado. Devido ao acelerado processo de degradação dos ecossistemas naturais a conservação ex situ se torna essencial para que esse patrimônio genético possa ser pesquisado e conhecido pela população. Este trabalho tem o objetivo de relatar a implantação e o manejo de uma coleção demonstrativa de espécies arbóreas frutíferas nativas do Rio Grande do Sul, instalada na Estação Experimental da Cascata na Embrapa Clima Temperado. As sementes foram coletadas em ambientes de ocorrência natural das espécies e na arborização urbana de Pelotas-RS, de matrizes e populações catalogadas e georreferenciadas. As mudas foram produzidas em ambiente protegido e transplantadas para uma área de aproximadamente 0,5 Ha em setembro de 2005. A coleção conta com 20 acessos de Araçá ( Psidium cattleyanum Sabine), sendo 10 com frutos de coloração vermelha e 10 amarelos, 20 acessos de pitanga (Eugenia uniflora L), 20 de cereja-do-mato (Eugenia involucrata DC.), 10 de jabuticaba (Plinia trunciflora (Berg) Kaus.), 10 de pêssego-da-praia (Hexaclamis edulis (Berg) Kaus.& Legr.), 10 de uvaia (Eugenia
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pyriformis Camb.), 10 de guabiju (Myrcianthes pungens (Berg) Legr.), 10 de araticum-liso (Rollinia rugulosa Schlecht.) e 10 de mamãozinho-do-mato (Carica quercifolia (St. Hil.) Hieron.). Em maio de 2008 foram acrescentados 10 indivíduos de guabiroba ( Campomanesia xanthocarpa Berg) e 10 de goiabeira-serrana (Acca sellowiana (Berg) Burret). O espaçamento usado foi 1x3m para o araçá
e 2,5x3m para as demais espécies. Anualmente são realizados dois plantio de cobertura, com Feijãomiúdo (Vigna unguiculata (L.) Walp) no verão e aveia ( Avena strigosa Schreb.) no inverno. Ao final do ciclo das plantas de cobertura o pomar é roçado, sendo feito o coroamento das mudas e capina entre as plantas, que são adubadas com vermicomposto. Periodicamente realiza-se a reposição das mudas que morreram, e, quando necessário as plantas são irrigadas. As espécies araçá, pitanga e mamãozinho-do-mato já produziram frutos. O pomar atualmente conta com 140 acessos de 11 espécies pertencentes a três famílias botânicas (Myrtaceae, Annonaceae e Caricaceae), podendo futuramente ser complementado com outras espécies. Além do caráter conservacionista a coleção cumpre função de vitrine tecnológica servindo de apoio para dias de campo, capacitação de produtores, e ainda a valorização das espécies, já que muitas delas não são nem mesmo conhecidas pela população.
COMPARAÇÃO DOS TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS, CAROTENÓIDES, ANTOCIANINAS E DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM ARAÇÁ VERMELHO E ARAÇÁ AMARELO ( Psidium cattleyanum Sabine) PEREIRA, M.C.1; CASTILHO, P.M.2; VIZZOTTO, M.3 Nutr ic ionist a, Cent ro Fe dera l de Ed ucaç ão Tecnológica de Pelota s – CEFE T, Pe lota s, RS, Bras il . Em ail:
[email protected] 2 Licenciada em matemárica, cursando Técnico em Análise de Processos Industriais Químicos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas - CEFET, Pelotas, RS Email:
[email protected] 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O araçá ( Psidium cattleyanum Sabine) apresenta grande potencial para exploração econômica, por ser uma fruta nativa de alta produtividade com baixo custo de implantação e manutenção, assim como a pouca utilização de agrotóxicos, sendo apresentado como uma alternativa dentro da agricultura familiar, e como ótima opção para o cultivo orgânico, em virtude das caracter ísticas dos seus frutos, da boa aceitação para consumo e pelo teor de vitamina C. O objetivo deste trabalho foi comparar os teores de compostos fenólicos totais, carotenóides, antocianinas e atividade antioxidante do araçá vermelho e do araçá amarelo, com a finalidade de incentivar a produção, comercialização e consumo dos mesmos. Os araçás foram coletados na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, e congelados a -20ºC até o momento das análises. Foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, atividade antioxidante, carotenóides totais e antocianinas. A determinação de compostos fenólicos totais foi através do reagente Folin-Ciocalteau, da ativi dade antioxidante através do radical estável DPPH. Para determinar carotenóides totais utilizou-se a solução de acetona/etanol contendo o antioxidante BHT para evitar a oxidação destes compostos e para antocianinas utilizou-se o solvente etanol acidificado. Para todas as análises utilizou-se a porção equatorial dos frutos (polpa e casca), em triplicata e os resultados foram obtidos em espectrofotômetro. O teor de compostos fenólicos totais em araçá vermelho foi estatisticamente superior ao do araçá amarelo. O mesmo ocorreu para atividade antioxidante, onde o araçá vermelho apresentou um resultado duas vezes maior do que o amarelo. O teor de carotenóides não diferiu estatisticamente entre os dois. Também foi observado uma forte correlação positiva entre o teor de compostos fenólicos totai s e atividade antioxidante em araçás com R 2 de 0,9327. O teor de antocianas encontrados em araçá vermelho foi de 30,4 mg de equivalente cianidina-3-glicosídeo/100 g de amostra fresca, no entanto, este flavonóide não foi detectado em araçá amarelo. Em conclusão, o araçá vermelho apresenta características funcionais superiores ao araçá amarelo e o seu consumo pode ser indicado como parte de uma dieta equilibrada para manutenção da saúde.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
COMPARAÇÃO PRODUTIVA ENTRE DUAS CULTIVARES DE AMOREIRA-PRETA “TUPI ” X “ BRAZOS”, REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ BORSZOWSKEI, P.R.1; MALGARIM, M.B.2; AHRENS, D.C. 3 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pesquisa e desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Produção Vegetal, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 1
O cultivo de amoreira-preta no Brasil tem-se destacado nos últimos anos, devido à difusão da informação sobre características e propriedades dessas espécies e, também devido ao incentivo dado atualmente para hábitos alimentares saudáveis, nos quais se incluem as frutas. Na Região Centro-Sul do Paraná, alguns agricultores cultivam amoreira-preta como alternativa de renda e diversificação de culturas. As cultivares inicialmente testadas na região foram: Brazos, Comanche, Cherokee e Tupi, sob sistema orgânico de cultivo, destacando-se a última como cultivar mais produtiva e resistente a pragas e doenças da região. O trabalho teve como objetivo comparar a produção média entre as cultivares Tupi e Brazos na Região Centro-Sul do Paraná. O experimento foi realizado no Município de Rio Azul, localizado na microrregião colonial de Irati-PR e, integra o segundo planalto paranaense. O clima é do tipo Cfb (temperado), temperatura média alta anual de 23,9 graus e média baixa anual de 12,8 graus, precipitação média anual de 1700 mm, solo classificado como alissolo. O plantio das cultivares de amoreira-preta foi realizado em sistema de plantio direto na palha de centeio. As mudas foram plantadas no mês de outubro de 2005, utilizando espaçamento de 0,7 metros entre plantas por 2,5 metros entre linhas. O delineamento experimental adotado foi o de blocos inteiramente casualizados, com 10 repetições totalizando 20 parcelas. Cada parcela foi composta de 1 linha de 100 metros de comprimento, perfazendo uma área total de 5.500 m 2. Cada linha comportava aproximadamente 140 plantas, sendo que destas foram avaliadas 70 plantas de cada linha. Avaliou-se as seguintes variáveis: Número de frutos por planta (NFP) expresso por unidade (unid), peso médio dos frutos (PMF) expresso em gramas (g), produção média de frutos por planta (PMFP) expresso em gramas e produtividade (P) expressa em quilogramas por hectare (Kg.ha-1). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey 5% (Pr<0,05). Os frutos da cultivar Brazos são menores, conseqüentemente mais leves. A variável PMF da cultivar Tupi obteve uma média entre as duas safras de 5,96g e para a cultivar Brazos 4,32g. Essa variável pode ser comparada à produzida no Rio Grande do Sul, onde a cultivar Tupi produz frutos grandes (6 gramas). Conclui-se que a cultivar Tupi apresenta melhores resultados nas variáveis agronômicas avaliadas.
COMPORTAMENTO DE FORRAGEAMENTO DE Ple be ia nig ri ce ps (APIDAE: MELIPONINI) EM FLORES DE MORANGUEIRO Fragaria x ananassa (ROSACEAE) EM CASA DE VEGETAÇÃO TEIXEIRA, J.S.G.¹; WITTER, S.¹; LISBOA, B.B.¹; RADIN, B.¹; LORSCHEITER, R.¹ ¹Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária. Rua Gonçalves Dias, 570, CEP 90130-060, Porto Alegre, RS.
A eficiência do polinizador pode ser atestada pelo seu comportamento nas flores, isso depende principalmente do seu contato com os órgãos reprodutivos da flor, alta freqüência de visitas e de sua fidelidade às flores. No morangueiro, o fruto resulta do desenvolvimento do receptáculo da flor e, não há o crescimento do morango sem que o óvulo contido nos pistilos tenha sido fertilizado. A fertilização de parte dos óvulos resulta em morangos com diferentes padrões de deformação e, flores completamente fertilizadas produzem frutos bem formados, de bom tamanho e de maturação
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precoce. Espécies de meliponíneos têm sido testadas com sucesso para polinização e produção de morangueiro em ambiente protegido já, que uma das desvantagens desse sistema é a redução da polinização (vento e insetos). O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento de P. nigriceps em flores de morangueiro cultivado em estufa. O estudo foi realizado na FEPAGRO/Eldorado do Sul, RS, em morangueiro (1344 plantas) cultivado em estufa plástica, em sacolas de polietileno com substrato, dispostas em bancadas a 1,20m da superfície. Duas áreas com 84 plantas de morangueiro (cv. Aromas, Diamante e Cegnidarem) foram cobertas com tela, 1m acima das bancadas com uma colônia de P. nigriceps cada. No período de agosto a novembro de 2007 realizou-se 60 observações individuais e diretas do comportamento das abelhas nas flores registrando-se: tempo de permanência na flor, recurso floral coletado, percentuais de contatos com as anteras e estigmas bem como, a região do receptáculo contactada durante os deslocamentos nas flores. O tempo médio de visita às flores foi 50s. Em 95% das visitas os recursos coletados foram néctar, e 5% néctar e pólen. Em 20% das observações as abelhas apresentavam pólen nas corbículas e tocaram os pistilos (53%) e as anteras (24%) durante as visitas nas flores. Um percentual de 58% das abelhas visitou todas as regiões do receptáculo. A literatura refere que abelhas menores que 1cm visitam predominantemente a região basal do receptáculo ocasionando frutos com deformação na área apical, embora permaneçam mais tempo na flor em relação às abelhas maiores que visitam a região apical. P. nigriceps embora de porte pequeno (3,5mm) pode ser considerada potencial polinizador de flores de morangueiro. Entretanto, acredita-se que em função de seu tamanho diminuto em relação ao receptáculo e por apresentarem colônias pequenas, o aumento no número de colônias na área proposta para estudo seja necessário para obter melhores níveis de polinização e produção de frutos. Apoio financeiro: Fepagro orçamentária.
COMPORTAMENTO PRODUTIVO DE GENÓTIPOS DE MORANGUEIRO NA REGIÃO SERRANA DO ESPÍRITO SANTO COSTA, A.F. 1; LEAL, N.R.2; COSTA, H. 1; TARDIN, F.D. 3; DAHER, R.F. 2; ROSSI, D.A. 2; VENTURA, J.A.1; BARBARA, W.P.F.1 INCAPER, CRDR-CS, Rodovia BR 262, Km 94, CEP: 29278-000, Domingos Martins, ES, Brasil, E-mail:
[email protected] 2 UENF, CCTA, AV. Alberto Lamego, 2000, CEP 28013-600, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil 3 EMBRAPA Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, CEP 35701-970, Sete Lagoas, MG, Brasil 1
Na busca por genótipos superiores em distintos ambientes, a interação entre genótipo e ambiente (IGA) é determinante para o sucesso do cultivo. Para indicar com segurança a utilização de uma cultivar para plantio numa determinada região, faz-se necessário avaliações em diferentes ambientes, anos e/ou épocas de plantio, visando identificar os efeitos da IGA. Na Região Serrana do ES, no período de inverno, a cultura do morangueiro se destaca como uma atividade de importância sócioeconômica, uma vez que absorve grande contingente de mão-de-obra. O objetivo deste trabalho foi de conhecer o comportamento produtivo e estabilidade de sete genótipos de morangueiro, pelo método da Ecovalência. Os genótipos (‘Dover ’, ‘Camino Real’, ‘Ventana’, ‘Camarosa’, ‘Seascape’, ‘Diamante’ e ‘Aromas’) foram avaliados em cinco ambientes, nos anos de 2006 e 2007, no Delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições, onde as parcelas foram compostas por 15 plantas, espaçadas em 0,40 m, conduzidas em três linhas, cobertos por mulching preto, sob túnel baixo. De acordo com a análise de variância por ambiente, a relação entre o maior e o menor Quadrado Médio de Resíduo observado foi de 2.2788, demonstrando homogeneidade das variâncias e possibilitando a realização da análise conjunta dos experimentos. Nesta, foi significativa a IGA (P<0,01), evidenciando uma resposta diferenciada dos genótipos com a modificação dos ambientes. De acordo com a análise de estabilidade, o genótipo que menos contribuiu para a IGA foi ‘Diamante’ sendo considerado como mais estável ou o mais previsível, e o que mais contribuiu para a IGA foi ‘Camarosa’, sendo, portanto o mais instável. A produtividade média foi traduzida como indicativo de adaptabilidade, quanto maior sua produtividade em termos de média maior sua adaptabilidade. ‘Diamante’ teve sua produtividade (31.916 Kg/ha) entre as três melhores. ‘Aromas’ apresentou alta produtividade (36.648 Kg/ha) e uma estabilidade média. Assim, estes dois genótipos são passíveis de serem indicados ao cultivo na Região de estudo. Apoio financeiro: FAPES 114
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
COMPOSIÇÃO DE TOCOFERÓIS EM ÓLEOS DE FRUTAS PESTANA, V.R. 1; ZAMBIAZI, R.C.2; BRUSCATTO, M.H.1 Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial; 2Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
Uma alternativa de aproveitamento dos subprodutos da industrialização de frutas é a utilização na alimentação humana. As sementes são consideradas como boa fonte de óleo que pode ser utilizado nas indústrias alimentícias e, principalmente, nas indústrias de perfumes e aromas. Tais circunstâncias explicam a importância de conduzir estudos no Brasil sobre óleos extraídos das sementes de frutos que são geralmente descartadas ou ainda não foram exploradas A finalidade deste estudo foi avaliar o conteúdo de tocoferóis (antioxidante natural) nos óleos extraídos de sementes de araticum, goiaba e romã. As sementes foram previamente secas em estufa (65-70°C), trituradas, pesadas e colocadas no Soxhlet com éter de petróleo para a extração da fração lipídica, por 6h. Procedeu-se a análise de tocoferóis do óleo obtido segundo técnica descrita por Pestana (2007). Utilizou-se comatografia líquida de alta eficiência (SHIMADZU) com coluna de separação analítica de fase reversa, ShimPak CLC-ODS (3,9cm x 150mm x 4 μm), e detector de fluorescência RF-10A XL (excitação de 290nm e emissão a 330nm). A análise dos tocoferóis foi baseada na metodologia descrita por Pestana (2007). O óleo de romã apresentou conteúdo superior de tocoferóis com 100,30 mg.100g -1, distribuído em á-tocoferol, (ã+â)-tocoferol e ä-tocoferol, com 93,17 mg.100g-1, 5,31 mg.100g-1e 1,81 mg.100g 1, respectivamente. Os óleos de araticum e de goiaba apresentaram conteúdo de tocoferóis de 30,00 mg.100g-1 e 23,46 mg.100g-1, apresentando respectivamente para á-tocoferol, 26,21 e 16,47 mg.100g 1, para (ã+â)-tocoferol o conteúdo de 2,98 e 16,47 mg.100g -1 e para ä-tocoferol 0,81 e ,94 mg.100g 1 no óleo da semente de araticum e romã. Apoio financeiro: CNPq, Capes.
COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE DUAS SELEÇÕES DE UVAIA ( Eugenia pyriformis Cambess) CASTILHO, P.M.1; PEREIRA, M.C.2; VIZZOTTO, M.3 Licenciada em Matemática, cursando Técnico em Análise de Processos Industriais Químicos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas-CEFET, Pelotas,RS Email:
[email protected] 2 Nutr ic ionist a, Ce ntro Federa l de Educaç ão Tecnológica de Pelo tas – CEFE T, Pe lota s, RS, Bras il . Emai l:
[email protected] 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
A uvaia ( Eugenia pyriformis Cambess) é uma Mirtácea nativa do Brasil, podendo ocorrer nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Esta planta pode ser utilizada em programas de reflorestamento e em áreas urbanas; seus frutos apresentam potencialidade de uso industrial, sendo muito apreciados para o consumo na forma de sucos, razão pela qual é cultivada em pomares domésticos. O objetivo desse trabalho consistiu em comparar duas seleções de uvaias (F1 e F2) provenientes do Programa de Melhoramento de Frutas Nativas da Embrapa Clima Temperado quanto às suas propriedades funcionais tendo como propósito valorizar esta fruta e incentivar seu consumo. Os frutos foram coletados na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, e congelados a -20ºC até o momento das análises. Foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, atividade antioxidante e carotenóides totais. A determinação de compostos fenólicos totais foi através do reagente Folin-Ciocalteau. Para a atividade antioxidante foi utilizado a solução do radical estável DPPH e para determinar carotenóides totais foi utilizado a solução de acetona/etanol contendo o antioxidante BHT para evitar a oxidação destes compostos. Todas as avaliações foram realizadas em triplicata através de espectrofotômetro. A uvaia F1 apresentou teores de compostos fenólicos totais e de carotenóides superiores ao da uvaia F2. Em relação à atividade antioxidante, apesar do valor para F1 ter sido superior, não houve diferença estatisticamente significativa. Foi observada correlação positiva entre o teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante; e também, entre o teor de carotenóides totais e a atividade antioxidante em uvaias. Portanto, pode-se 115
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observar que existe diversidade genética entre as seleções de uvaias. Sob o ponto de vista do melhoramento, plantas com alto potencial relacionados as características de interesse podem ser lançadas comercialmente, ou utilizadas em cruzamentos para melhorar estas características em outros genótipos considerados agronomicamente superiores.
COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS, ANTOCIANINAS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MORANGOS CULTIVAR CAMAROSA SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO. PEREIRA, M.C.1; GULARTE, J.P. do A. 2; ANTUNES, L.E.C.3; VIZZOTTO, M.3 Nutricionista, Centro Federal de Educação Pedagógica de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. Química Ambiental, Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. 1 2
O morango é uma fruta atrativa ao consumidor devido às suas características visuais, como coloração e tamanho. No entanto, outros fatores igualmente importantes relacionados à qualidade da fruta nem sempre são visíveis e observados pelos consumidores, como algumas características funcionais. Com o objetivo de observar a influência de diferentes níveis de adubação sobre os teores de fitoquímicos em morangos da cultivar Camarosa, foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, antocianinas totais e atividade antioxidante. Os níveis de adubação foram (T1) ½ do valor recomendado pela ROLAS (Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solos); (T2) recomendação ROLAS; (T3) 1 ½ vezes o valor recomendado pela ROLAS; (T4) 2 vezes o valor recomendado pela ROLAS. Os teores de compostos fenólicos totais foram medidos pela utilização do Folin-Ciocalteau, a atividade antioxidante foi determinada através do radical estável DPPH. Todos os resultados foram obtidos em três repetições e em dois períodos de colheita. Quanto aos resultados foram observadas diferenças estatísticas entre as épocas de colheita, sendo que antocianinas totais foram superiores na primeira colheita. Entretanto, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante foram superiores na segunda época de colheita. Na primeira época de colheita não foram observadas difer enças entre os tratamentos de adubação para nenhuma das variáveis analisadas, apesar dos teores de compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante terem sido superiores quando utilizadas 1 ½ vezes a adubação recomendado pela ROLAS. Na segunda época de colheita foi observado que o conteúdo de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante foram superiores nos tratamentos que utilizaram a recomendação da ROLAS e a ROLAS mais 50%. No entanto, quando utilizado o dobro do valor recomendado pela ROLAS, tanto o conteúdo de compostos fenólicos quanto a atividade antioxidante foram inferiores. Não foram observadas diferenças entre os tratamentos de adubação para o conteúdo de antocianinas totais na segunda época de colheita. Em conclusão, os resultados obtidos neste experimento mostram a tendência de que o morango cultivar Camarosa responde, em relação ao teor de fitoquímicos antioxidantes, à adubação de base, sendo possível estabelecer o limite nos níveis de aplicação da adubação, o qual não deve exceder 1 ½ vezes o valor recomendado pela ROLAS, no entanto, recomenda-se que este experimento seja repetidos em outros anos para confirmação dos resultados.
CONSERVAÇÃO DE PÓLEN DE AMOREIRA-PRETA ( Rubus sp .) EINHARDT, P.M.1; SILVEIRA, T.M.T. da 1; COUTO, M.1; RASEIRA, M. do C.B. 1 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]. 1
A Embrapa Clima Temperado desenvolve trabalhos com amoreira- preta desde o final da década de 70, os quais foram intensificados nos últimos anos. Um dos aspectos prioritários é o desenvolvimento de cultivares e, para isso, são realizadas hibridações controladas. Com o objetivo de verificar se, após armazenados em “freezer” por período superior a um ano, os grãos de pólen da amoreira-preta
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
ainda conservam-se viáveis, foram realizados, anualmente, entre 2003 e 2007, testes de germinação in vitro. O pólen foi coletado de anteras de flores em estádio de balão e recolhido para pequenos frascos de vidro, tampados com algodão e colocados em dessecador, com sílica-gel (substância higroscópica). Os frascos foram mantidos em “freezer” com temperatura em torno de -18ºC . Para realização do teste, o pólen foi aspergido sobre meio de cultura constituído de 1 g de ágar, 10 g de açúcar e 100 ml de água, e incubado por três horas à temperatura de 25°C. Decorrido este tempo, fez-se a contagem da porcentagem de pólens germinados, isto é, aqueles que emitiram tubo polínico de comprimento igual ou maior que seu diâmetro. Foram testados, anualmente, pólens colhidos em 2003 das seleções 02/96, 04/96, 21/96 e 5/96 e da cultivar Choctaw e colhidos em 2004, das seleções 14/96, 16/96, 787, 6/96 e 22/96 e da cultivar Guarani. As maiores perdas do potencial de germinação foram observados em pólen da cv Choctaw e da seleção 4/96, com 37% e 34%, armazenados de 2004 a 2007 e da seleção 22/96, com 47% de 2005 a 2007. Os demais apresentaram perdas entre 10% e 20 %, após 3 anos de armazenamento. Portanto, o método de conservação de pólen se mostrou adequado para as seleções e cultivares estudadas.
CONSERVAÇÃO IN VITRO DE ARAÇAZEIRO ( Psidium cattleyanum Sabine) CULTIVAR IRAPUÃ DONINI, L.P.1; HIPÓLITO, J.A. de S.1; RIBEIRO, M. de F. 1; SCHUCH, M.W. 1 1
Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel.
A conservação de germoplasma in vitro apresenta vantagens, como a manutenção de um grande número de acessos num pequeno espaço físico e livres dos riscos que existem no campo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes locais de manutenção dos explantes, na conservação in vitro de araçazeiro cv. Irapuã. Segmentos nodais com duas gemas foram transferidos para meio WPM , acrescido de BAP (7,5 μM), mio-inositol (100 mg.L-1) e agar (6g.L -1). Testaram-se dois locais de manutenção dos frascos, em geladeira com temperatura de ±4ºC e sala de crescimento com 25±2ºC, fotoperíodo de 16 horas e radiação de 27 mmol m -2 s-1. O experimento foi inteiramente casualizado com quatro repetições por tratamento e cinco explantes por frasco.Foram avaliados, mensalmente, até o sexto mês as variáveis número de brotações, número de folhas e comprimento das brotações, tanto do material mantido desde a instalação do experimento quanto do material regenerado da avaliação anterior. Para número de folhas, as maiores médias foram obtidas entre 90 e 120 dias de cultivo em sala de crescimento, não houve diferença entre as datas para número de brotos, sendo as maiores médias obtidas também quando o material foi cultivado em sala de crescimento. Para comprimento médio das brotações, as maiores médias foram observadas a partir dos 120 dias de cultivo. Para o material regenerado, as maiores médias de brotações foram observadas quando o material foi oriundo de sala de crescimento a partir dos 120 dias, para número médio de brotos e comprimento médio das brotações observou-se que a partir dos 90 dias de cultivo em geladeira o material não regenera mais. Conclui-se que é possível manter explantes de araçazeiro em sala de crescimento por um período maior de 120 dias e na geladeira por um período de no máximo três meses.
CONSERVAÇÃO IN VITRO DE GERMOPLASMA DE AMOREIRA-PRETA ( Rubus sp.) SOB REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO ANDRADE, M.T.1; BALZON, T.A. 1; CARDOSO, L.D. 2; MENDES, R.A.2; SCHERWINSKIPEREIRA, J.E.2 Bolsista PIBIC/CNPq/Embrapa Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Caixa Postal 2372, 70770-900, Brasília, DF, Brasil. E-mail:
[email protected] 1 2
A amora-preta ( Rubus sp.) é uma espécie frutífera de clima temperado que apresenta boas perspectivas de comercialização. Nos últimos anos, têm apresentado notável crescimento, principalmente em 117
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algumas regiões do Sul e Sudeste do país, devido ao seu baixo custo de implantação e produção. As frutas podem ser utilizadas tanto para consumo in natura como para industrialização. A conservação in vitro dessa cultura é de relevante importância para a preservação do germoplasma da espécie e para facilitar o intercâmbio científico de materiais entre instituições nacionais e internacionais. O trabalho foi realizado na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, no Laboratório de Cultura de Tecidos e Conservação de Germoplasma Vegetal. Foram utilizadas para o experimento, quatro cultivares de amoreira-preta: ‘Caingang’, ‘Ébano’, ‘Guarani’ e ‘Xavante’. De cada cultivar, dez explantes com aproximadamente 1 cm de comprimento foram inoculados em tubos de ensaio contendo o meio de MS 1/2 e posteriormente colocados em câmara de conservação à 20ºC por 15 meses. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com dez repetições. Após esse período, as plantas foram avaliadas quanto à altura, taxa de multiplicação (número de gemas), número de folhas, números de raízes formadas e número de folhas mortas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey ( p<0,05). Ao final de 15 meses de avaliação, constatou-se que as cultivares ‘Ébano’, ‘Guarani’ e ‘Caingang’ foram as que apresentaram as maiores médias de altura (4,2; 3,5 e 3,3 cm, respectivamente). Contudo, a ‘Xavante’ não diferiu estatisticamente da ‘Caingang’ e ‘Guarani’. Verificou-se que a cv. ‘Ébano’ e ‘Guarani’ foram as com as maiores taxa de multiplicação (17,3 e 17,2, respectivamente) e também se destacaram pela quantidade de folhas formadas (17 em média). As quatro cultivares analisadas não diferiram significativamente quanto ao número de raízes (2,9 em média). Finalmente, a cv. ‘Caingang’ e ‘Guarani’ foram as que apresentaram o menor número de folhas mortas (4,8 e 4,7, respecti vamente). Com esse trabalho, pôde-se verificar que germoplasma de amoreira-preta pode ser conservado sob condições de crescimento in vitro, na temperatura de 20ºC por um período de tempo superior a um ano, sem apresentar problemas de morte dos materiais conservados. Apoio Financeiro: CNPq
CONTEÚDO DE CAROTENÓIDES TOTAIS E INDIVIDUAIS NA CASCA E POLPA DE MIRTILO (Vaccinium ashei Reade ) cv. POWDER BLUE PERTUZATTI, P.B.1; BARCIA, M.T.1; JACQUES, A.C. 1; SANT’ANNA, L.A.2; ZAMBIAZI, R.C.3 . Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial UFPel. Email:
[email protected] 2. Acadêmica da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. UFPel 3 . Professor Orientador, Departamento de Ciência dos Alimentos UFPel 1
Os carotenóides são substâncias bioativas presentes em frutas e hortaliças, com atividade antioxidante, capaz de exercer ação protetora em certas doenças. Devido as poucas referências sobre o teor de carotenóides em pequenas frutas como mirtilo o presente estudo teve por objetivo quantificar os teores de carotenóides totais e individuais como Luteína, Zeaxantina, â-criptoxantina, licopeno e â -caroteno na casca, polpa e mirtilo inteiro da cultivar Powder Blue, safra de 2007-2008, cedida pela Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS. Para isso as análises foram realizadas no Laboratório de Cromatografia da Universidade Federal de Pelotas-UFPel. A análise de carotenóides totais foi realizada espectrofotométricamente através do método de Rodriguez-Amaya, 1999, que consiste na extração do pigmento com acetona gelada e armazenamento em éter de petróleo com leitura em cubeta de quartzo a um comprimento de onda de 450nm, para a determinação de carotenóides individuais foi utilizada Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE) em coluna C 18 com detector UV a um comprimento de onda de 450nm, o método de extração foi segundo RodriguezAmaya, 1999 seguido por uma saponificação segundo Zambiazi, 1997. Tanto na análise de carotenóides totais quanto individuais, constatou-se que a casca possui um maior teor deste pigmento sendo que na análise espectrofotométrica a casca obteve um teor cerca de catorze vezes superior que a fruta inteira, respectivamente 756,6 + 19,3 μg de â-caroteno*100g -1 de fruta fresca e 54,6 + 6,6 μg de â-caroteno* 100g-1 de fruta fresca e na análise cromatográfica a diferença foi de três vezes obtendo-se um teor de 507,5 μg de carotenóides*100g -1 de fruta fresca para casca e 193,8 μg de carotenóides* 100g -1 de fruta fresca no mirtilo inteiro. A polpa apresentou um menor teor de carotenóides quando analisada espectrofotometricamente do que cromatograficamente, respectivamente 46,9 + 5,6 μg de â-caroteno*100g -1 de fruta fresca e 113,68 μg de carotenóides*
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100g-1 de fruta fresca. A diferença na concentração de carotenóides na fruta se deve ao efeito protetor que este composto exerce na planta, deste modo a parte mais exposta do fruto, a casca, provavelmente produz quantidades maiores do pigmento para se proteger de fatores externos. Apoio financeiro: CAPES, FAPERGS
CONTEÚDO DE CAROTENÓIDES, ÁCIDO ASCÓRBICO E FENÓIS TOTAIS EM PHYSALLIS ( Physalis peruviana L.) PERTUZATTI, P.B.1; BARCIA, M.T.1; JACQUES, A.C. 1; SANT’ANNA, L.A. 2; ZAMBIAZI, R.C. 3 . Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial UFPel. Email:
[email protected] 2. Acadêmica da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. UFPel 3 . Professor Orientador, Departamento de Ciência dos Alimentos. UFPel 1
O physallis é uma pequena fruta nativa da América do Sul, devido a sua polpa macia, aroma exótico e elevados níveis de vitamina A, C e minerais esta fruta é muito apreciada nos países da Europa. O objetivo do estudo foi quantificar os teores de carotenóides, ácido L-ascórbico e fenóis totais no physallis proveniente de uma propriedade rural da cidade de Pelotas. O estudo foi realizado no Laboratório de Cromatografia da Universidade Federal de Pelotas. As análises de carotenóides e ácido L-ascórbico foram realizadas através de Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE) em coluna C 18 com detector UV a 450nm para carotenóides e 254nm para vitamina C, sendo que para a primeira análise foi utilizado o método de extração segundo Rodriguez –Amaya, 1999 e saponificação e quantificação por Zambiazi, 1997, através da utilização dos padrões cromatográficos: luteína, zeaxantina, â-criptoxantina, licopeno e â-caroteno; e na segunda foi utilizado o método de Vinci et. al, 1995, com utilização do padrão cromatográfico ácido L-ascórbico, o conteúdo de fenóis totais foi medido espectrofotometricamente com Folin-Ciocalteau, através do método de Badialefurlong et. al., 2003, utilizando uma curva padrão de ácido gálico, com leitura no comprimento de onda de 765nm. O physallis apresentou um teor de 529,5 μg de carotenóides*g -1 fruta fresca, valor esse superior aos resultados encontrados por Marinova e Ribarova, 2007, os quais trabalharam com pequenas frutas como morango, framboesa, mirtilo e amora, encontrando na amora os maiores teores de carotenóides, 4,4 μg de carotenóides*g -1 fruta fresca. O carotenóide majoritariamente presente no physallis foi a â-criptoxantina, seguida pelo â-caroteno e licopeno, carotenóide esse ausente em todas as pequenas frutas analisadas por Marinova e Ribarova, 2007. Com relação aos teores de vitamina C o physallis apresentou 7,6 + 1,4 mg de ácido L-ascórbico*100g -1 fruta fresca, valor esse três vezes inferior ao encontrado por Pantelidis et. al, 2007, trabalhando com esta mesma fruta, mas quando comparado com Pilleco et.al., 2006 que trabalharam com amora o physallis obteve teores dez vezes maiores. O teor de fenóis totais foi de 44,7 + 1,9 mg de ácido gálico*g-1 fruta fresca, valor também inferior ao encontrado por Pantelidis et. al, 2007. Conclui-se que o physallis é uma das pequenas frutas com maior teor de carotenóides apresentando inclusive licopeno, seu teor de vitamina C também é superior a outras pequenas frutas e apresenta baixa quantidade de compostos fenólicos. Apoio financeiro: CAPES, FAPERGS
CONTEÚDO DE TOCOFERÓIS EM SEMENTES DE ARATICUM PESTANA, V.R. 1; ZAMBIAZI, R.C.; BRUSCATTO, M.H. Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial; 2Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O araticum é da família das anonáceas ( Rollinea sp.). As plantas frutíferas desta família caracterizamse por apresentarem folhas simples, dispostas alternadamente em um mesmo plano, ao longo dos ramos e pela semelhança entre seus frutos. O araticum é uma fruta encontrada no sul do Brasil, onde
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é consumida em pequena escala e pouco comercializada. As anonáceas são empregadas na etnofarmacologia devido às suas diferentes propriedades farmacológicas atribuídas a constituintes bioativos. Sabe-se hoje das inúmeras propriedades que possuem os compostos bioativos, como por exemplo a vitamina E, que é constituído por tocoferóis e tocotrienóis, sendo que o α-tocoferol é o mais largamente distribuído na natureza e o que apresenta maior atividade biológica como vitamina E. Os tocoferóis são potentes antioxidantes naturais, agindo na interrupção da cadeia de propagação de radicais livres impedindo de iniciar a carcinogênese, que leva ao câncer e promove também o desenvolvimento de tumores, mutagênese e transformação da divisão celular, impedindo ainda ocorrência de doenças cardiovasculares e de catarata (danos oxidativos às membranas oculares). O objetivo deste trabalho foi avaliar o conteúdo de tocoferóis na semente de araticum. As sementes foram previamente secas em estufa (65-70°C), pesadas e colocadas no Soxhlet com éter de petróleo para a extração da fração lipídica (contem vitamina E: lipossolúvel). Procedeu-se a análise de tocoferóis da semente de araticum a partir do óleo obtido segundo técnica descrita por Pestana (2007). Utilizou-se comatografia líquida de alta eficiência (SHIMADZU) com coluna de separação analítica de fase reversa, Shim-Pak CLC-ODS (3,9cm x 150mm x 4 μm), e detector de fluorescência RF-10AXL (excitação de 290nm e emissão a 330nm). A análise dos tocoferóis foi baseada na metodologia descrita por Pestana (2007). Observou-se que dentre os tocoferóis houve diferença significativa, apresentando conteúdo em ordem crescente para ä-tocoferol, (ã+â)-tocoferol e átocoferol, com a seguinte distribuição relativa, 2,70%, 9,92% e 87,37% do total dos tocoferóis, respectivamente. Contém na semente 91 μg.100g-1 de ä-tocoferol, 334 μg.100g-1 de (ã+â)-tocoferol, e 2943 μg.100g-1 de á-tocoferol, totalizando um conteúdo de tocoferóis de 3369 μg.100g -1 na semente de araticum. Apoio financeiro: CNPq, Capes.
CONTEÚDO DE TOCOFERÓIS NA CASCA E POLPA DE MIRTILO Cv. DELITE PERTUZATTI, P.B.1; BARCIA, M.T.1; JACQUES, A.C.1, PLADA, G.M.2; ZAMBIAZI, R.C.3 . Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial UFPel. Email:
[email protected] 2. Acadêmico de Química de Alimentos. UFPel 3 . Professor Orientador, Departamento de Ciência dos Alimentos UFPel 1
Os tocoferóis são um grupo de compostos biologicamente ativos, que possuem atividade de vitamina E, onde os compostos deste grupo variam somente no número e posições de radicais metila (-CH3) na sua molécula. Estas mudanças estruturais influenciam na atividade biológica destas moléculas, sendo o á-tocoferol o mais ativo biologicamente seguido pelo γ e δ−tocoferóis. Deste modo o presente estudo teve por objetivo quantificar os teores de á , δ, γ -tocoferóis presentes na casca e polpa do mirtilo da cultivar Delite, safra de 2007-2008, cedido pela Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS. A análise de tocoferóis foi realizada no laboratório de Cromatografia da Universidade Federal de Pelotas, segundo o método de extração para carotenóides descrito por Rodriguez –Amaya, 1999, que consiste na extração do pigmento com acetona gelada e armazenamento em éter de petróleo, após o extrato etéreo é colocado em tubos de eppendorf e centrifugado para posterior quantificação por Cromatografia Liquida de Alta Eficiência ( CLAE) em coluna C18 com detector de fluorescência a um comprimento de excitação de 290nm e emissão de 330nm, segundo o método de Zambiazi, 1997. A casca do mirtilo apresentou teores de tocoferóis 1,48 vezes superior à fruta inteira, 1,67mg de tocoferóis*100g-1 casca de mirtilo e 1,12mg de tocoferóis*100g -1 de mirtilo , sendo o γ −tocoferol o composto majoritário, com 1,19mg de γ − tocoferol*100g -1 casca de mirtilo. Estes teores podem ser comparados com o teor de γ −tocoferol em fontes ricas de tocoferóis, como o azeite de oliva, que segundo Zambiazi (1997), apresenta teores de 1,2-1,6mg de γ −tocoferol*100g -1azeite; no entanto o total de tocoferóis no azeite de oliva pode chegar a 253mg de tocoferóis*100g -1. A polpa de mirtilo apresentou 0,3mg de tocoferóis*100g -1.e não foi encontrado α−tocoferol nesta parte do fruto .Apoio financeiro: CAPES, FAPERGS
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
CORRECÃO E ADUBAÇÃO NA CULTURA DO MORANGUEIRO, MORANGU EIRO, NA REGIÃO CENTROSUL DO PARANÁ VAARWERK, L.A. 1 ; KAMIKOGA, A.T.M. 2 ; MALGARIM, M.B. 3 ; GIOPPO, M. 4 ; BORSZOWSKEI, P.R.5 1
Graduanda do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa - PR. E-mail:
[email protected] 2 Bioquímica, Dra, Produção Vegetal, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR. E – mail:
[email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 4 Graduanda do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR. 5 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pesquisa e desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected]
O morangueiro (Fragaria x ananassa) é cultivado em todos os continentes, sendo seu cultivo bastante desenvolvido em países como Estados Unidos, Espanha, Japão, Itália, Coréia do Sul e Polônia, e apreciado em todo mundo, com uma produção de 3,1 milhões de toneladas por ano. Dentre os fatores de produção do morangueiro, a adubação destaca-se entre os fatores menos estudados no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção média por planta e a massa de morangos cujas plantas foram submetidas a diferentes tipos tip os de adubação associados com diferentes tipos de correção. O experimento foi conduzido em duas propriedades agrícolas ( A e B) no município de Imbituva - PR, entre os meses de maio de 2007 a janeiro janeir o de 2008, utilizando-se a cultivar cultiv ar Camino Real. O solo na propriedade A apresentava-se com bons níveis de fertilidade e pH 5,5; na propriedade B o solo também apresentava níveis bons de teores de nutrientes e pH 6,5. Os fatores analisados foram: correção de solo ( C1 - calcário, C2 - calxisto e C3 - sem correção ) e adubações ( T1 produtos da empresa empresa 1, T2 - produtos da empresa empresa 2, T3 – timbó e T4- recomendação técnica baseada baseada em experiência prática do próprio técnico ). O delineamento experimental utilizado foi de blocos
ao acaso com fatorial 3 x 4 (correção x adubação), com quatro repetições por tratamento. Os dados médios por parcela foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas por teste de Tukey à 1% de probabilidade. As variáveis analisadas foram massa de frutos e produção média por planta. Para a variável massa de frutos, o melhor resultado obtido foi na propriedade A na adubação recomendada pelo técnico corrigida com calcário. E na propriedade B, para essa mesma variável, o timbó sem a utilização de calcário foi o que apresentou melhor desempenho. Para a produção média por planta, na propriedade A, melhores resultados foram obtidos na adubação recomendada pelo técnico associada à correção realizada com calxisto e calcário. O calxisto mostrouse como alternativa promissora para a correção do solo na cultura do morangueiro. Na propriedade B, os melhores resultados para produção média por planta ocorreram na adubação com timbó sem correção. A adubação realizada somente com a incorporação das folhas e ramos de timbó mostrouse como alternativa eficaz na adubação na cultura do morangueiro, obtendo, nas condições deste experimento, melhores resultados quando não se realizou correção de solo. Mais pesquisas devem ser realizadas para a recomendação dos produtos das empresas 1 e 2.
CORRELAÇÃO ENTRE DENSIDADE DENSID ADE DE HASTES E PRODUTIVIDADE DA AMOREIRAPRETA PEREIRA, I.S.1; ANTUNES, L.E.C.2; SILVEIRA, C.A.P.2; GARDIN, J.P.P.2; PILLON, C.N.2 1 2
FAEM/UFPel, Dept° Fitotecnia, Campus Universitário, CEP. 96010-900, Pelotas, RS, Brasil.
[email protected] Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, CEP. CEP. 96001-970, Pelotas, RS, Brasil.
O interesse na cultura da amora-preta ( Rubus sp.) tem aumentado nos últimos anos, com aumentos significativos de produção. É uma espécie de baixa exigência em fertilidade, embora responda a adubação e alta tolerância a pragas e doenças. Por tanto seu sistema de produção alcança alta
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produtividade sem a necessidade de grandes investimentos invest imentos em tecnologia, tecn ologia, principalmente princi palmente quando não se visa o mercado in natura. Devido a essas características de rusticidade e boa produtividade, aliado a possibilidade de retorno econômico em um curto espaço de tempo, pode ser considerada uma espécie frutífera apropriada para pequenos produtores familiares, sendo uma cultura com grande potencial econômico-social econômico -social para esses produtores. produt ores. Porém ainda se faz f az necessário, maiores estudos est udos visando melhor desenvolver seus aspectos de manejo para as condições edafoclimáticas do Brasil. Estudar o crescimento e o desenvolvimento desta cultura possibilita a implementação de estratégias de manejo que favoreçam a obtenção de maiores rendimentos. Este experimento foi realizado durante os anos de 2006 e 2007 em pomar implantado em agosto de 2005 no município de São Mateus do Sul-PR e teve como objetivo, verificar a possível correlação entre a densidade de hastes por metro linear (até o máximo de 12 hastes.m -1) e a produtividade das cultivares de amoreira-preta Tupy e Xavante. Foi verificado verificad o para a densidade média de hastes, para as duas cultivares em conjunto, conj unto, uma correlação positiva de 78% entre en tre o número de hastes e produtividade. produtivid ade. Para a cv. Tupy Tupy isoladamente a correlação foi de 93% e para a cv. Xavante foi de 84%. Podendo-se concluir que a densidade de hastes está altamente correlacionada com o desempenho produtivo da amoreira-preta, sugerindo a utilização de práticas de manejo que favoreçam o aumento da densidade de hastes por metro linear e por conseqüência, proporcionando incrementos de produtividade.
CRESCIMENTO VEGETATIVO VEGETATIVO DE MUDAS MICROPROP MICROP ROPAGADAS AGADAS DE MIRTILO FERRI, J.1; MOURA, MOURA , G.C. G.C.1; RISTOW, N.C. 1; COUTO, M.1; CARPENEDO, S.¹ ANTUNES, L.E.C. 2 . Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
Para o cultivo comercial do mirtilo há necessidade de uma muda de qualidade, com um bom sistema radicular, para um adequado desenvolvimento inicial da planta e, conseqüentemente, a formação de pomares uniformes e vigorosos. v igorosos. Tendo em vista v ista esse e sse fato, fato , os substratos na fase fa se de formação das mudas, são importantes para a obtenção de mudas vigorosas e bem enraizadas. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a influência de diferentes substratos no crescimento de mudas micropropagadas de mirtilo. O experimento foi desenvolvido na Embrapa Clima Temperado no período de maio a novembro de 2007. Testaram-se quatro diferentes substratos: su bstratos: S1 (Plantmax®); S2 (70% serragem + 20% fibra de coco + 10% esterco bovino); S3 (70% fibra de coco + 20% serragem + 10% esterco bovino); S4 (70% serragem + 20% casca de arroz carbonizada + 10% esterco bovino) v/v, sendo que a composição da fibra de coco foi 2:1 v/v (mista: fibrosa) e duas cultivares do grupo Rabbiteye, Alice Blue e Climax. Utilizou-se delineamento experimental em blocos completos casualizados, em esquema fatorial 4 x 2 (substratos x genótipos), com quatro repetições. A unidade experimental foi composta por três plantas, totalizando 96 plantas. Foram utilizadas plantas de oriundas de cultivo in vitro, as quais foram transplantas para sacolas plásticas com capacidade de 1 litro. Foram realizadas aplicações quinzenais de 100 mL da solução nutritiva composta por 0,3 g.L -1de sulfato de amônio + 1,0 g.L -1 de uréia + 0,5 g.L -1de sulfato de potássio + 0,5 g.L-1 de ácido fosfórico. Avaliou-se comprimento da maior brotação, número de brotações primárias, primá rias, secundá secundárias rias e terciá terciárias, rias, massa seca de parte área e do sistema radicu radicular. lar. O maior comprimento de brotação foi observado nas plantas cultivadas nos substratos S3 e S4 (36,87 cm). Entretanto para as plantas cultivadas no substrato S2 se observou o maior acúmulo de massa seca do sistema radicular (11,92 g). A cultivar Climax apresentou maior número de brotações primárias, secundárias e terciárias (4,63; 10,8 e 4,83). De modo geral, pode-se afirmar que a utilização dos substratos com maior porcentagem de serragem (S2 e S4) para a cultivar Climax apresentaram melhores resultados para as características de crescimento avaliadas. Apoio financeiro: CNPq, Fapergs e Embrapa Clima Temperado
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CRESCIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS MICROPROPAGADAS DE MIRTILO DO GRUPO HIGHBUSH, EM DIFERENTES SUBSTRATOS FERRI, J.1; MOURA, G.C.1; RISTOW, N.C.1; COUTO, M.1; CARPENEDO, S.¹; ANTUNES, L.E.C.2 . Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O mirtilo é uma cultura de recente exploração econômica no Brasil. Uma das principais demandas do setor produtivo diz respeito à disponibilidade de mudas de qualidade. Cultivares do grupo highbush estão sendo introduzidas no Brasil e o conhecimento sobre o crescimento e desenvolvimento de mudas e formação de plantas é fundamental para o sucesso do empreendimento comercial. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de mudas de mirtilo cultivares O´Neal e Georgiagem, em diferentes composições de substrato. O experimento foi desenvolvido na Embrapa Clima Temperado no período de maio a novembro de 2007. Testaram-se quatro substratos: S1 (Plantmax®); S2 (70% casca de arroz carbonizada + 20% serragem + 10 % esterco bovino); S3 (70% fibra de coco + 20% casca de arroz carbonizada + 10 % esterco bovino); S4 (70% casca de arroz carbonizada + 20% fibra de coco + 10 % esterco ester co bovino), sendo que a composição da fibra fibr a de coco foi 2:1 v/v (mista fibrosa) e duas cultivares do grupo highbush, (O´Neal e Georgiagem). UtilizouUtil izouse delineamento experimental em blocos completos casualizados, em esquema fatorial 4 x 2, com quatro repetições. A unidade experimental foi composta por três plantas, totalizando 96 plantas. Foram utilizadas plantas de oriundas de cultivo in vitro, as quais foram transplantas para sacolas plásticas com capacidade de 1 litro. Foram For am realizadas aplicações quinzenais de 100 mL da solução sol ução -1 -1 -1 nutritiva composta por 0,3 g.L de sulfato de amônio + 1,0 g.L de uréia + 0,5 g.L de sulfato de potássio + 0,5 g.L -1 de ácido fosfórico. Avaliou-se comprimento da maior brotação, número de brotações primárias, secundárias e terciárias, massa seca de parte área e do sistema radicular. A cultivar O´Neal apresentou maior comprimento de brotação (24,27 cm). Tanto o maior número de brotações primárias e secundárias secundárias (2,5 e 5,5) como a maior massa da matéria seca do sistema sistema radicular e da parte aérea (2,50 g e 7,53 g) foram observadas nas plantas cultivadas no substrato S2. De acordo esses resultados seria interessante, em se tratando de crescimento vegetativo de cultivares do grupo highbush, utilizar a cultivar O´Neal e o substrato com maior porcentagem de casca de arroz carbonizada (S2 e S4) para p ara obtenção de mudas de melhor qualidade. quali dade. Apoio financeiro: CNPq, Fapergs e Embrapa Clima Temperado
DESEMPENHO AGRONÔMICO DAS CULTIVARES DE MORANGUEIRO “CAMAROSA” E “CAMINO REAL” SOB SOB CULTIVO ORGÂNICO NA REGIÃO CENTRO-SUL CE NTRO-SUL DO PARANÁ BORSZOWSKEI, P.R.1; MALGARIM, M.B.2; AHRENS, D.C. 3 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pesquisa e desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Produção Vegetal, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 1
O morangueiro é a principal espécie cultivada no Brasil pertencente ao grupo das pequenas frutas, constituindo-se em atividade econômica de grande importância. No entanto, a produção do morango geralmente está aliada ao uso abusivo de agrotóxicos, causando danos ao ambiente e à saúde humana. Com o objetivo de avaliar o desempenho agronômico das cultivares de morango “Camarosa” e “Camino Real” em sistema de cultivo orgânico, elaborou-se um ensaio na Região Centro-Sul do
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Paraná. O experimento foi conduzido a céu aberto, no município de Rio Azul, sendo a irrigação realizada pelo sistema de gotejamento. Foram utilizados dois tratamentos, correspondentes a dois cultivares ( Camarosa e Camino Real ). O delineamento experimental adotado foi o de blocos inteiramente casualizados, com três repetições. As parcelas foram compostas de três linhas com 25 plantas cada, em um espaçamento de 0,4 x 0,3 m, perfazendo uma área de 3 m 2. O plantio foi realizado em 20/04/07 em canteiros de 1,2 m de largura e 0,2 m de altura. Como adubação foram utilizados adubos orgânicos. A cobertura dos canteiros (sistema mulching) foi feita no di a 01/05/07, após o pegamento das mudas. Os tratamentos fitossanitários consistiram na retirada de folhas senescentes e/ou com sintomas de doença e na pulverização de calda sulfocálcica, 1,5 L de calda em 100 L de água, após o primeiro mês do plantio, calda bordalesa a 0,5% e supermagro 4%. Avaliaramse as seguintes variáveis: Florescimento (contagem do número de plantas em florescimento/parcela), Produção (a cada colheita) em número de duas por semana. Selecionaram-se os frutos em: comerciais (peso > 4g), não comerciais (peso < 4g) e danificado/parcela, os quais foram contados e pesados. O número de frutos totais (comerciais + não comerciais + danificados) por planta (NFT), produção comercial por planta, em gramas (PCP) e o peso médio dos frutos comerciais, em gramas (PMFC) também foram avaliados. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey 5% (Pr<0,05). O pleno florescimento foi verificado inicialmente nas parcelas com a cultivar Camarosa aos 51 dias após o plantio seguido da cultivar Camino Real 53 dias. A cultivar Camarosa apresentou melhor desempenho produtivo, com maior NFT (53,72 por planta), PMFC (12,87 g) e maior PCP (529,34). Conclui-se que a cultivar Camarosa obteve resultados mais satisfatórios nas variáveis agronômicas avaliadas.
DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MORANGUEIRO EM CULTIVO ORGÂNICO NO OESTE CATARINENSE NESI, C.N. 1; GROSSI, R. 1; VERONA, L.A.F.1 1
Epagri/Cepaf. Servidão Ferdinando Tusset, s.n., 89801 970, Chapecó, SC. E-mail:
[email protected]
A região oeste de Santa Catarina se caracteriza pela predominância de pequenas propriedades rurai s com produção diversificada, mão-de-obra familiar e disponibilidade de dejetos animais, condições fundamentais para implantação de sistemas orgânicos de produção. Nestes sistemas, a escolha das cultivares é essencial, pois as suas características quando submetidas às condições ecológicas da área e região, somadas ao manejo adotado, determinarão a produtividade e a qualidade do produto final. O objetivo do trabalho foi avaliar a produtividade e o dano causado por pragas e por doenças nos frutos das cultivares de morangueiro Aroma, Camarosa, Festival e Saborosa, em cultivo protegido, com adubação orgânica e sem uso de agroquímicos. A adubação foi realizada de acordo com a análise de solo, utilizando cama de aviário (3L.m -2), fosfato natural (25g.m -2) e calcário (500g.m -2). Os canteiros (1,20m de largura e 0,20m de altura) foram cobertos com polietileno preto e túneis baixos (altura de 0,70m) e a irrigação por gotejamento. O espaçamento entre plantas foi de 0,30m x 0,30m, parcelas com 4 filas de 7 plantas cada (28 plantas) e área útil com 10 plantas centrais. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste t a 5% de probabilidade de erro. O controle fitossanitário foi feito pela retirada de folhas e frutos com sintomas de doenças ou danificados por pragas. A produção de morangos esteve distribuída nos meses de agosto a dezembro, período em que foram realizadas 40 colheitas, com maior concentração no mês de outubro para todas as cultivares. A produtividade média foi alta para todas as cultivares, o que se deve à sanidade das mudas, às características do manejo e às condições climáticas favoráveis. A produtividade da cultivar Camarosa (7,4 kg/m2) diferiu significativamente das demais, que formaram um grupo com média de 4,8 kg/m 2. Para peso de frutos, as cultivares Saborosa (14,98g) e Camarosa (14,60g) diferiram das cultivares Festival (12,45g) e Aroma (12,44g). A porcentagem de frutos danificados por podridões foi de 4,96% na cultivar Camarosa, diferindo das demais. As cultivares Saborosa (2,77%) e Festival (1,80%) não diferiram entre si, porém a ‘Saborosa’ diferiu da ‘Aroma’
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(0,95%). Ressalta-se que as podridões incidiram apenas em frutos excessivamente maduros. Os danos em frutos causados por pragas foram em média de 1,64% sem diferença entre as cultivares. As cultivares avaliadas apresentaram bom desempenho, o que indica potencial para cultivo orgânico.
DESENVOLVIMENTO DA AMOREIRA-PRETA MEDIANTE A APLICAÇÃO DE GESSO AGRÍCOLA HAWERROTH, F.J.1; LEITZKE, L.N.1; ANTUNES, L.E.C.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
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O desenvolvimento de plantas frutíferas e a adequada produção de frutos estão diretamente relacionados ao adequado suprimento de nutrientes as plantas, dentre os quais pode destacar-se o cálcio. Em espécies frutíferas, como a amoreira-preta, o aumento da absorção de cálcio pode ser favorecido pelo aumento dos teores de deste na solução do solo, podendo contribuir com o maior desenvolvimento radicular e da parte aérea das plantas. O aumento da disponibilidade deste nutriente nos solos pode ser obtido através da calagem ou pelo uso de corretivos como o gesso agrícola. Neste sentido, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar desenvolvimento da amoreira-preta frente a diferentes doses de gesso agrícola aplicadas no solo e verificar a existência de correlações entre variáveis relacionadas ao desenvolvimento das raízes e da parte aérea vegetal. O experimento foi conduzido em casa de vegetação pertencente ao Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (CPACT), em Pelotas/RS, durante o período de setembro a dezembro de 2007. Mudas de amoreira-preta da cultivar Tupy foram transplantadas em vasos contendo substrato a base de terra e areia com diferentes doses de gesso agrícola, equivalentes a 0, 1500, 3000, 6000 e 9000 kg.ha-1. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo cada repetição foi composta por três plantas. Aos 90 dias após o transplante foi avaliado o índice de área foliar, matéria seca da parte aérea, fracionada em lenho e folha, área foliar específica e matéria seca das raízes. Foi verificada a existência de relação direta da massa seca de raízes com o índice de área foliar e a massa seca de folhas, com coeficientes de correlação de 0,49 e 0,47, respectivamente, porém não foi verificada correlação significativa entre a massa seca de raízes e a massa seca de parte aérea. Entretanto, a existência de tais correlações não pode ser associada ao efeito do gesso agrícola, visto que não foram evidenciadas diferenças significativas entre os tratamentos em relação às variáveis analisadas, o que pode ser atribuído ao curto período de exposição das plantas a ação do gesso agrícola.
EFEITO DA 6-BENZILAMINOPURINA (BAP) E DA QUALIDADE DA LUZ NA MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE AMOREIRA-PRETA ‘XAVANTE’ FIGUEIREDO, G.S.1; GARCIA, M.M.1; SCHUCH, M.W.1; DAMIANI, C.R 1; DONINI, L.P.1 . Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas do Departamento de Fitotecnia da FAEM / UFPel, Pelotas, RS, Brasil. E-mail:
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Devido à facilidade de multiplicação vegetativa da amoreira-preta ( Rubus spp.) há probabilidade de disseminação de doenças a partir das plantas matrizes. Assim, a micropropagação pode ser uma ferramenta importante para produção de plantas livres de patógenos. Os fatores que auxiliam na multiplicação das gemas são as citocininas, como a 6-Benzilaminopurina (BAP), e a qualidade de luz que influência na eficiência biológica dos fitorreguladores e no balanço hormonal. O trabalho objetivou avaliar o efeito do BAP e da qualidade da luz na multiplicação in vitro de amoreira-preta ‘Xavante’. Os tratamentos constituíram-se de cinco concentrações de BAP (0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1 mg.L-1) e de quatro faixas de espectro de luz (branca, azul, verde e vermelha), totalizando 20 tratamentos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco
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repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída por um frasco com cinco explantes. Os diferentes tipos de luz foram fornecidos pela modificação do espectro luminoso das lâmpadas fluorescentes brancas-frias, com a utilização de filtros de acetato de celulose do tipo Lee filters. O meio de cultura utilizado constitui-se dos sais e vitaminas do MS, acrescido de 100 mg.L -1 de mioinositol e 30g.L -1 de sacarose e adicionados de BAP conforme o tratamento, o pH foi ajustado para 5,8 antes da inclusão do ágar na concentração de 7g.L -1 e, posteriormente, autoclavado a 121°C, por 20 minutos. Ao final de 45 dias foi realizada avaliação quanto ao número de brotos, número de gemas, comprimento das brotações, massa fresca e massa seca. Para as variáveis número de gemas e número de brotações somente o fator BAP foi significativo, sendo as maiores médias para a concentração 0,75 mg.L -1 na primeira variável, e na segunda as concentrações 0,25; 0,50 e 0,75 mg.L-1 não diferindo estatisticamente. Para a variável comprimento de brotações houve interação significativa entre os fatores sendo a luz verde na ausência de citocinina que proporcionou melhor resultado. Para a variável massa fresca a luz branca e a luz azul promoveram as melhores médias não diferindo estatisticamente, já para a variável massa seca a luz branca proporcionou melhores resultados. Para o fator BAP as concentrações 0,25; 0,50 e 0,75 mg.L -1 promoveram as melhores médias, não diferindo estatisticamente para ambas variáveis. A obtenção de maior número de brotações de amoreira-preta ‘Xavante’ se dá com concentrações de BAP entre 0,25 e 0,75 mg.L -1, e a luz verde na ausência de BAP promove aumento no comprimento das brotações.
EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PROPAGAÇÃO DE MUDAS DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MORANGUEIRO DIAS, J.P.T.1; COSTA, R.I.F. da2; COSTA, N. de F.P.¹; DUARTE FILHO, J.¹; PÁDUA, J.G. de¹ 1 2
Agrônomo, bolsista CNPq – EPAMIG, CEP 37550-000 – Pouso Alegre-Minas Gerais, Brasil , Email:
[email protected] Agr.º, D. Sc.; Professor/CESEP; 3 Acadêmica Agronomia/CESEP; 4 Agr.º, D. Sc., Pesq. EPAMIG
O cultivo do morangueiro se destaca em Minas Gerais. O ciclo inicia-se em outubro com plantio de matrizes que produzirão mudas utilizadas no ano seguinte. A maioria dos agricultores produz suas próprias mudas com uma tecnologia ineficiente, com adubação sem nenhum critério técnico, aplicando quantidades inadequadas e prejudicando o potencial produtivo das cultivares. O trabalho objetivou verificar os efeitos da adubação nitrogenada na produção de mudas de diferentes genótipos de morangueiro. O experimento foi conduzido de novembro à maio de 2007, na horta do Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado (CESEP), no esquema fatorial 3 x 5 e delineadas em blocos casualizados com 3 repetições, no espaçamento 2 x 2 metros. Os tratamentos consistiram de cinco doses de nitrogênio, aplicados em cobertura e na forma de uréia: 50, 75, 100, 125 e 150% da dose usualmente recomendada de 220 kg.ha -1, parceladas em cinco vezes, e três cultivares: Dover, Oso Grande e Ventana. Realizou-se a primeira adubação em cobertura 15 dias após o plantio e as demais com intervalos de um mês. As variáveis avaliadas foram: a) número total de mudas produzidas; b) número total de mudas com coroa de diâmetros: < 5mm; de 5,1 à 10 mm e > 10,1 mm; c) ocorrência de pragas ou doenças. Não foi observada interação entre doses e cultivares, mas verificouse o efeito pronunciado da cultivar e dos níveis de nitrogênio na propagação, destacando Dover como mais produtiva que Oso Grande e Ventana. A dose de nitrogênio de 75%, não diferenciou significativamente das doses de 100 e 150%, e portanto, representa a dose mais econômica para o produtor. Observou-se ainda que a dose de nitrogênio de 150% promoveu um vigoroso crescimento vegetativo, favorecendo, desta forma, à ocorrência de pragas e doenças como: Diabrotica speciosa, Dendrofoma obscurans, Mycospharella fragarie e Colletotrichum sp., demonstrando que esse nutriente interfere na qualidade sanitária das mudas. “Oso Grande” e “Dover” se destacaram na produção de mudas com maior diâmetro de coroa, ou seja, com maior reserva. Apoio: CNPq, CESEP, EPAMIG, MULTIPLANTA.
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EFEITO DA BENZILAMINOPURINA (BAP) NA PROLIFERAÇÃO DE MORANGUEIRO ( Fragaria x ananassa Duch.) Cv. DOVER.
in vitro
DE BROTOS
PORTELA, I.P.1; COSTA, L.C.1; NASCIMENTO, D.C.1; VELEDA, F.B.1; MOREIRA, R.M.1 URCAMP, Instituto Biotecnológico de Reprodução Vegetal (INTEC), Flores da Cunha, 310, Centro, Cep. 96400-350, Bagé, RS. Email:
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A adição de citocininas como o BAP (benzil amino purina) é amplamente utilizada em programas de melhoramento ou de produção de mudas de morangueiro, afim de maximizar a proliferação de explantes e ampliar a produção de material propagativo. Entretanto, para a produção de mudas matrizes de morangueiro, explantes de diferentes cultivares in vitro respondem de maneira distinta aos tratamentos com os reguladores de crescimento adicionados ao meio de cultivo. O fator idade do explante também pode estar relacionado com a futura produção de mudas. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de BAP na proliferação de explantes da cultivar Dover, com diferentes idades de cultivo in vitro. O experimento foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Urcamp – Bagé, RS, conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratam entos e quatro repetições de quatro frascos, contendo cinco explantes por frasco. Explantes de primeira multiplicação e explantes com dois anos de cultivo in vitro foram inoculados em meio de cultivo MS, acrescido de 30 mgL -1 de sacarose e duas concentrações do regulador de crescimento benzilaminopurina (BAP). Os tratamentos foram explantes novos (EN, 1ª multiplicação) + 0,5 mgL 1 BAP; EN + 1,0 mgL -1 BAP; explantes velhos (EV, explantes com dois anos de cultivo in vitro) + 0,5 mgL-1 BAP, EV + 1,0 mgL -1 BAP. Após 30 dias de cultivo in vitro foram avaliados o número e altura (cm), massa fresca e massa seca (g) das brotações formadas. O maior número de brotações formadas e brotos mais altos foram encontradas nos tratamentos contendo BAP na concentração de 0,5mgL-1. Explantes velhos, crescidos em meio de cultivo com 0,5 mgL -1 de BAP, seguidos da concentração de 1,0mgL -1, apresentaram maior massa fresca das brotações. Os valores inferiores de massa fresca encontrado nos tratamentos contendo explantes novos podem ter resultado de uma maior ocorrência de oxidação dos tecidos, visto que são explantes de primeira multiplicação in vitro. Observou-se que, em explantes de morangueiro, a oxidação na primeira multiplicação foi maior em relação às multiplicações subsequentes. Os valores encontrados para massa seca de brotações não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos. Para a cultivar Dover, a utilização de explantes já pré estabelecidos in vitro e concentração de BAP de 0,5mgL -1 promoveu maior formação de brotos, podendo ser uma combinação utilizada para a propagação in vitro de mudas matrizes.
EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO SOBRE MUDAS DE ARAÇAZEIRO CULTIVADOS EM VASO BETEMPS, D.L.1; TOMAZ, Z.F.P1; LIMA, C.S.M1; GALARAÇA, S.P. 1; RUFATO, A. De R.1 . Departamento de Fitotecnia – Universidade Federal de Pelotas – CEP: 96010-900 – Pelotas - RS – Brasil, Telefone: 53 3275-7460 – Fax: 53 3275-7460 – e-mail:
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O araçazeiro (Psidium cattleyanum Sabine) é uma espécie frutífera pertencente à família Mirtácea. No Brasil, pode ser encontrada como planta nativa desde o Estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Demonstra um grande potencial para exploração econômica, devido às características de seus frutos, que apresentam boa aceitação para consumo in natura e um teor de vitamina C quatro vezes maior que as frutas cítricas, além da alta capacidade de frutificação e da pouca incidência de doenças e pragas, com exceção da mosca-das-frutas. A obtenção de boa produtividade e qualidade de frutas está diretamente ligada a uma nutrição balanceada. A máxima eficiência econômica no uso de fertilizantes requer considerações quanto à probabilidade de resposta econômica. Assim, o melhor método de diagnose e de recomendação de adubação e de corretivos é aquele que prevê o uso
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desses insumos somente quando a resposta econômica for viável. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de mudas de araçazeiro sob diferentes níveis de adubação. O experimento foi desenvolvido no Pomar Didático da Fazenda da Palma, campo experimental do Departamento de Fitotecnia, FAEM-UFPEL. Foram utilizadas mudas de araçazeiro plantadas dentro de vasos de 10 L com solo peneirado em novembro de 2007 e submetidas aos seguintes tratamentos: adubação convencional NPK 25-15-25, 25% acima da recomendação e 25% abaixo desta recomendação. Foram avaliados altura das plantas (cm), número de ramificações laterais e comprimento de 3 ramificações laterais (cm), durante os meses de fevereiro, março e abril de 2008. O delineamento experimental foi completamente casualizado com três repetições por tratamento em três épocas de avaliação. Segundo os resultados obtidos não houve interação entre os fatores tratamentos e épocas de avaliação. Nas condições em que o trabalho foi realizado, conclui-se até o momento, que a variável altura de planta obteve as maiores médias no tratamento 25% abaixo da dose recomendada, não diferindo dos tratamentos 25% acima e convencional, no crescimento inicial de mudas de araçazeiro cultivadas em vasos.
EFEITO DO ÁCIDO GIBERÉLICO SOBRE AS SEMENTES DE PITANGUEIRA DUARTE, D.B1; MILECH, R.1; COUTO, M.1; RASEIRA, M. do C.B. 1 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. e-mail:
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A pitangueira ( Eugenia uniflora ) é nativa do Brasil e devido à aparência e sabor de seus frutos, aliado às propriedades funcionais e época de colheita, têm despertado o interesse da pesquisa. Entretanto, embora sejam encontrados clones produtores de frutos de ótimo tamanho, estes em geral têm também sementes muito grandes e o rendimento em polpa é muito pequeno. Com o intuito de verificar se a relação polpa/semente poderia ser aumentada com a aplicação de ácido giberélico foi realizado um experimento utilizando-se plantas de quatro seleções: Pit. 52, Pit. 55, Pit. 62 e Pit. 135 (todas oriundas da mesma planta mãe). As dosagens de ácido testadas foram 0ppm; 100ppm e 500ppm, aplicados ou na floração ou logo após a queda das pétalas, totalizando seis tratamentos. Cada planta recebeu todos os tratamentos, em diferentes ramos, sendo contadas todas as flores e botões florais dos mesmos e posteriormente, os frutos. O efeito do erro por repetição está confundido com as possíveis diferenças entre seleções. Para cada fruta foram calculadas respectivamente, a porcentagem do peso e do diâmetro da semente em relação ao peso e ao diâmetro total da fruta. Não foi observada diferença estatística significativa entre os tratamentos testados quanto à relação polpa/semente. Os tratamentos não tiveram efeito negativo sobre a frutificação efetiva. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Embrapa Clima Temperado.
EFEITO DO ATRASO NA ENTRADA DE REFRIGERAÇÃO NA PERDA DE MASSA DE FRUTOS DE MORANGO CULTIVAR CAMAROSA LIMA, C.S.M.1; GALARÇA, S.P.2; CANTILLANO, R.F.F. 2; SCHÜNEMANN, A.P.P.2 .Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
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O morango é a uma fruta altamente perecível, tendo sua respiração aumentada significativamente em condições de altas temperaturas, levando a um consumo das substâncias de reserva e, conseqüentemente, a senescência da fruta é acelerada. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a perda massa de morangos após um período de atraso na entrada de refrigeração. Este experimento foi conduzido no período de dezembro de 2007, nas dependências da Embrapa Clima
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Temperado nos Laboratórios de Pós-colheita e Tecnologia de Alimentos. Foram utilizados morangos da cultivar Camarosa, e as frutas foram submetidas aos seguintes tratamentos: resfriamento realizado 2, 4, 6 e 8 horas após a colheita. Os frutos foram armazenados por 3, 6 e 9 dias à temperatura de 1°C sendo a temperatura e a umidade monitoradas por um sistema computadorizado da empresa Climasul. Foram verificadas as perdas de massa na espera do armazenamento (diferenças de massa entre a colheita e o momento da entrada na câmara de armazenamento), perda de armazenamento (diferenças de massa entre o momento da entrada na câmara de armazenamento e da saída), perda de comercialização (diferenças de massa entre o momento de saída da câmara de armazenamento e período de espera para comercialização,de 24 h) perdas subtotais (diferenças de massa entre o momento de espera de armazenamento e o período antes de comercializar) e perdas totais, sendo os resultados expressos em percentagens. O delineamento experimental foi totalmente casualizado com esquema fatorial 4x3, (período de entrada de câmara x períodos de armazenamento). A unidade experimental foi composta de vinte frutas, sendo cada tratamento repetido três vezes. Os dados foram submetidos à análise de variância das características avaliadas, aplicando-se o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Houve interação significativa entre os fatores para todas as variáveis. Para os parâmetros perdas de armazenamento e total as maiores médias foram obtidas com 3 dias de armazenamento e ingresso na refrigeração 6 h após a colheita. Os percentuais de perdas de espera do armazenamento e subtotais foram elevados na combinação de 3 dias de armazenamento e refrigeração após 8 h da colheita. A percentagem de perda de massa na comercialização foi acentuada no armazenamento por 6 dias e ingresso no frio após 2 h da colheita. Conclui-se que após a colheita a refrigeração deve ser realizada o mais breve possível para que o armazenamento refrigerado possa retardar a perda de massa de frutos de morango. Apoio financeiro: CAPES.
EFEITO DO COMPOSTO ORIUNDO DA AGROINDÚSTRIA CONSERVEIRA NAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE AMOREIRA TOMAZ, Z.F.P.1; BERTO, R.M.1; LIMA, C.S.M.1; GALARÇA, S.P. 1; BETEMPS, D.L.1; RUFATO, A. De R.1 Departamento de Fitotecnia – Universidade Federal de Pelotas – CEP: 96010-900 – Pelotas - RS – Brasil, Telefone: 53 3275-7460 – Fax: 3275-7460– e-mail:
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O uso de composto oriundo da agroindústria conserveira como substrato tem papel fundamental na produção de mudas de qualidade, já que exerce influência marcante na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas. Os melhores substratos devem apresentar, entre outras características, ausência de patógenos, riqueza de nutrientes essenciais, textura, estrutura e pH adequados, além de fácil aquisição e transporte. Além disso, um bom substrato deve ter retenção de água e porosidade para propiciar difusão de oxigênio necessária para germinação e respiração radicular. Nesse contexto, este experimento foi conduzido no pomar didático da Fazenda da Palma, campo experimental do Departamento de Fitotecnia, FAEM-UFPEL, instalado em 08/11/2007, com o objetivo de estudar o efeito do composto oriundo da agroindústria conserveira nas características morfológicas e no desenvolvimento inicial de amoreira. Os tratamentos (5 ton/ha; 20 ton/ha; 40 ton/ha e adubação convencional) foram realizados em vasos de 10 L com solo peneirado. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições e uma planta por vaso. Após dois meses, avaliaram-se as seguintes variáveis mensalmente: altura das plantas, número de ramificações e comprimento de três ramificações. Para número de ramificações o maior desenvolvimento foi nos últimos dois meses, exceto para 40 ton/ha de composto. Tanto para altura, como para comprimento de ramificações, obtiveram maior crescimento nas duas últimas avaliações, a adubação convencional e 5 ton/ha de composto. Nas condições em que o trabalho foi realizado, conclui-se que, até o momento, a adubação convencional e 5 ton/ha de composto são as mais indicadas no desenvolvimento inicial de amoreira cultivadas em vasos. Apoio: CAPES
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EFEITO DO SUBSTRATO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMILENHOSAS DE MIRTILEIRO FISCHER, D.L. de O.1; TIMM, C.R.F.2; FISCHER, C.3; GIACOBBO, C.L. 4 Eng. Agr. Mestre em Agronomia pelo PPGA - Fruticultura de Clima Temperado - Frutplan mudas Ltda - Cx. P. 623 96001-970 - Pelotas - RS
[email protected] 2 Eng. Agr. - Estrada da Colônia Osório - 96105 000- Pelotas, RS.
[email protected] 3 Eng. Agr. - Frutplan mudas Ltda - Cx. P. 623 - 96001-970 - Pelotas – RS
[email protected] 4 Eng. Agr. Dr. Prof. Agronomia, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Campus de Itaqui, 97650-000, Itaqui/RS.
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Dentre as alternativas de propagação para a cultura do mirtileiro, a estaquia é uma técnica de baixo custo que pode proporcionar resultados diversos de acordo com o substrato utilizado. Objetivou-se com esse trabalho avaliar o efeito do substrato, composto de areia de granulometria média e Turfa fértil®, com pH corrigido para 4,5, no enraizamento de estacas semilenhosas de mirtilo da cultivar Climax. O material vegetativo utilizado foi coletado no final novembro de 2007, e constituiu segmentos de ramos laterais, com quatro a cinco gemas e diâmetro aproximado de 4 mm, contendo uma folha inteira na extremidade superior. Após o preparo das estacas, as bases das mesmas foram imersas, por 15 segundos, em uma solução com fitorregulador (AIB), na concentração 2.000 mg.L 1, sendo colocadas para enraizar em uma mistura de areia e turfa nas seguintes proporções (1:1 (v/ v) e 1:3 (v/v), respectivamente), e somente turfa. Após o plantio, as estacas foram regadas com Captan (3 g. L-1 de água), e posteriormente foram realizadas aplicações de Curzate (2,5 g. L -1 de água) uma vez por semana. O material propagativo foi mantido em ambiente protegido (estufa agrícola), sob sistema de irrigação intermitente por microaspersão acionada a cada 30 minutos, com o pH da água corrigido para aproximadamente 5,0. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, e 8 estacas por parcela. Avaliaram-se a porcentagem de estacas enraizadas e o crescimento do sistema radicular; o comprimento médio da maior raiz; a porcentagem de brotação; de folhas persistentes e de estacas sobreviventes. De acordo com os resultados, observouse que não houve diferença estatística significativa em nenhuma das variáveis analisadas, concluíndose que, também é possível obter uma boa porcentagem de enraizamento (84%), utilizando apenas areia e turfa na proporção de 1:1 (v/v), resultando em uma grande economia no custo de produção de mudas.
EFEITO DO TIPO DE MULCHING NA PRODUÇÃO DE FRUTOS E NO CRESCIMENTO DE RAMOS DE MIRTILO CV. BLUEGEM MOURA, G.C. 1; FERRI, J.1; COUTO, M.2; ANTUNES, L.E.C.2; HERTER, F.G. 2; FACHINELLO, J.C.1; REISSER JÚNIOR, C. 2 . Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
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Na cultura do mirtilo, a cobertura do solo é importante para o adequado crescimento e desenvolvimento das plantas. O mulching acumula matéria orgânica e nutrientes na camada superficial do solo, promove maior atividade microbiana, melhora a estrutura do solo, a porosidade e a capacidade de armazenamento de água. Os materiais mais utilizados são as palhas, as folhas, as serragens, e materiais sintéticos como o plástico, papéis e metais. A utilização destes materiais como cobertura do solo vai depender da disponibilidade em cada propriedade, procurando desta forma, minimizar os custos. Este trabalho teve como objetivo, verificar a influência de diferentes tipos de cobertura morta no cultivo de mirtilo nas condições edafoclimáticas da Metade Sul do Rio Grande do Sul. O experimento foi conduzido em um pomar comercial, localizado no município de Morro Redondo – RS. O solo da área é um Argissolo acinzentado eutotrófico típico. Foram utilizadas
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plantas de mirtilo da cultivar Bluegem, com 4 anos de idade, com espaçamento de 1 m entre plantas por 3 m entre filas. O experimento foi arranjado num delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições e cinco tratamentos de cobertura (T1: sem nenhuma cobertura (capina); T2: cobertura natural (espécies vegetais nativas e exóticas comumente encontradas em áreas de cultivo de espécies frutíferas); T3: serragem de eucalipto; T4: acícula de pínus e T5: casca de arroz). O material foi colocado na superfície do solo, na faixa de cultivo, com largura de 1 m e com altura de aproximadamente 10 cm. Avaliou-se o crescimento das plantas, através de medidas dos ramos com trena métrica e a produção foi avaliada através da colheita total. O monitoramento da tensão da água no solo foi realizado por tensiometria. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias efetuada pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Não houve diferença estatística significativa, para as variáveis analisadas. Emb ora a técnica do mulching não tenha proporcionado variações significativas nas plantas estudadas, observou-se a eficiência de alguns materiais como a serragem em manter a cultura sem plantas daninhas durante cultivo. A tensão da água no solo foi afetada pela cobertura do solo, sendo que as parcelas cobertas com mulching mantiveram a tensão mais baixa durante o período de seca, quando comparadas às parcelas descobertas. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Fapergs, Embrapa Clima Temperado. Agradecimento: Kaster Berry – Jacira Herter
EFEITO DO TIPO DE MULCHING NA PRODUÇÃO DE FRUTOS E NO CRESCIMENTO DE RAMOS DE MIRTILO CV. CLIMAX MOURA, G.C.1; FERRI, J.1; COUTO, M.2; ANTUNES, L.E.C.2; HERTER, F.G.2; FACHINELLO, J.C.1; REISSER JÚNIOR, C. 2 . Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
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‘Mulching’ é a aplicação de qualquer cobertura na superfície do solo e que constitui uma barreira física à transferência de energia e vapor d’água entre o solo e a atmosfera. A cobertura morta do solo protege o mesmo das adversidades do clima. Os materiais mais utilizados são as palhas, folhas, serragens, e materiais sintéticos como o plástico, papéis e metais. A cobertura proporciona efeitos na infiltração e retenção de água, estabilização de temperaturas, controle de erosão. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência de diferentes tipos de cobertura morta no cultivo de mirtilo. O experimento foi conduzido em um pomar comercial, localizado no município de Morro Redondo – RS. O solo da área é um Argissolo acinzentado eutotrófico típico. Foram utilizadas plantas de mirtilo da cultivar Climax, com 4 anos de idade, com espaçamento de 1 m entre plantas por 3 m entre filas. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com 4 repetições, com três plantas por parcela e cinco tratamentos (T1: manutenção da parcela sem nenhuma cobertura (capina); T2: cobertura natural (espécies vegetais nativas e exóticas comumente encontradas em áreas de cultivo de espécies frutíferas); T3: serragem de eucalipto; T4: acícula de pínus e T5: casca de arroz). A aplicação dos diferentes tipos de ‘mulching’ foi realizada em julho de 2007, colocado-as na superfície do solo, na faixa de cultivo, com largura de 1 m e com altura de aproximadamente 10 cm. Avaliou-se o crescimento das plantas, através de medidas de crescimento dos ramos, e a produção de frutos, através dos dados de colheita total. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias efetuada pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Não houve diferença estatística significativa para as variáveis analisadas, embora para crescimento de ramos o tratamento com cobertura natural apresentou o maior valor, 27 cm. O tratamento com casca de arroz obteve o menor crescimento, 12,6 cm. Para produção de frutos, o tratamento com casa de arroz produziu 607,6 g/planta e o tratamento com cobertura natural, 456,6 g/planta. A cobertura do solo não influi na produtividade e no crescimento de mirtilo cultivar Climax nas condições estudadas e avaliadas no primeiro ano após a implantação dos tratamentos. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Fapergs, Embrapa Clima Temperado. Agradecimento: Kaster Berry – Jacira Herter
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ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMILENHOSAS DE CINCO CULTIVARES DE MIRTILO SOB O EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE AIB FISCHER, D. L. DE O. 1; FISCHER, C. 2; GIACOBBO, C. L. 3; TIMM, C. R. F.4 Eng. Agr. Mestre em Agronomia pelo PPGA – Fruticultura de Clima Temperado – Frutplan mudas Ltda – Caixa. Postal, 623 – 96001-970 – Pelotas – RS.
[email protected]. 2 Eng. Agr. – Frutplan mudas Ltda – Caixa Postal, 623 – 96001-970 – Pelotas – RS.
[email protected]. 3 Eng. Agr. Dr. Prof. Agronomia, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Campus de Itaqui, 97650-000, Itaqui/ RS.
[email protected]. 4 Eng. Agr. – Estrada da Colônia Osório – 96105 000- Pelotas, RS.
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Objetivou-se com esse trabalho verificar o efeito de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) no enraizamento de estacas semilenhosas de mirtilo das cultivares Bluebelle, Clim ax, Delite, Powderblue e Woodard. O trabalho foi conduzido na empresa Frutplan Mudas Ltda, Pelotas, P elotas, RS, no período perí odo de janeiro/2 janei ro/2006 006 a abril/2007 abril /2007.. Utilizou-s Utili zou-see estacas estaca s contendo conte ndo quatro quatr o gemas e diâmetro diâme tro aproximado de 6 mm, contendo duas folhas fol has na extremidade superior, cortadas pela metade. Na base das estacas fez-se duas lesões superficiais que posteriormente, foram imersas por 15 segundos em uma solução com AIB nas concentrações de 0, 500, 1000, 2000 e 4000 mg.L -1. Sendo colocadas para enraizar em areia de granulometria média, após o plantio as estacas foram regadas com Captan 500 PM (3 g. L-1 de água), sendo esta operação repetida quinzenalmente na forma de pulverização. O material propagativo foi mantido em ambiente ambi ente protegido (estufa agrícola) sob sistema de irrigação intermitente por microaspersão, com o pH da água corrigido para aproximadamente 5,0. O delineado experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com cinco cultivares e cinco concentrações de AIB, com quatro repetições, sendo cada repetição constituída constituí da de dez estacas. Após três meses, avaliou-se a porcentagem de sobrevivência e de enraizamento, número médio e comprimento da maior raiz e persistência das folhas. f olhas. Em todas as variáveis analisadas, anali sadas, as cultivares Delite e Powderblue Powderbl ue foram significativamente superiores superio res às cultivares Bluebelle, Climax e Woodard, Woodard, com um percentual médio de enraizamento de 79,5% e 64,5 %, respectivamente. Pelos resultados obtidos, conclui-se que as cultivares Powderblue e Delite apresentam boas características de propagação por estaquia, nas condições em que foi realizado este experimento.
ENRAIZAMENTO DE MICROESTACAS DE MIRTILEIRO COM O USO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS E SUBSTRATOS SUBSTRATOS PELIZZA, T.R.1; DAMIANI, C.R. 1; RUFATO, A. De R.1; SCHUCH, M.W M.W..1 Eng. Agrª, Doutoranda em Fruticultura de Clima Temperado, Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas, Universidade Federal de Pelotas, UFPEL/FAEM – Pelotas, RS, Brasil. E-mail:
[email protected] 2 Bióloga, Bolsista Pós Doutorado, Universidade Federal de Pelotas, UFPEL/FAEM – Pelotas, RS, Brasil. 3 Eng. Agrª, Dra., Professora do Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Pelotas, UFPEL/FAEM – Pelotas, RS, Brasil 1
A cultura do mirtileiro tem despertado o interesse de produtores e pesquisadores, principalmente por ser uma nova opção de cultivo para regiões reg iões de clima temperado t emperado e com potencial mercado de exportação. No entanto, um dos entraves para a expansão da cultura é a dificuldade de propagação vegetativa da espécie. Esse trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a capacidade de enraizamento através de microestacas retiradas de diferentes porções dos ramos de mirtileiro (Vaccinium ashey Reade) cv. Climax provenientes de mudas micropropagadas. O experimento foi conduzido em telado, equipado com nebulização intermitente, acionado a cada hora hor a por 2,5 minutos, durante os meses de janeiro a maio de 2008. Foram utilizados dois tipos de microestacas (mediana e apical) e três substratos (Plantmax ® + casca de arroz carbonizada (1:1); Húmus Fértil ® e Vermicomposto Bovino). Nas microestacas microe stacas apicais, manteve-se a gema apical com primórdio foliar fo liar e duas gemas laterais com 1/3 de folha. Para P ara as estacas medianas, manteve-se 3 gemas e 1/3 de duas
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folhas. Depois de efetuada a lesão basal, em ambos os tipos de microestacas, realizou-se a imersão da base em 2000 mg.L -1 de ácido indolbutírico (AIB), por 5 minutos. Após o tratamento em AIB as microestacas foram transferidas para o substrato em bandejas de poliestireno expandido com 72 células. Foram utilizadas 4 repetições de 12 estacas cada, em delineamento inteiramente casualizado. Aos 110 dias após a instalação do experimento foram avaliadas a porcentagem de enraizamento, a sobrevivência e a formação de calo; o número médio de raízes; o comprimento médio de raízes e comprimento da maior raiz; o número médio de folhas e de brotações. Através dos resultados obtidos verificou-se que não houve interação significativa signi ficativa entre tipo de estaca e substrato utilizado. Estacas Esta cas da porção mediana apresentaram maior porcentagem de estacas sobreviventes (83%) e maior número de brotações (1,2), porém, as mesmas desenvolveram maior porcentagem de calo (32%). Quanto à porcentagem porcen tagem de enrai enraizament zamento, o, não houve difer diferença ença estat estatística ística signi significat ficativa iva entre os tipos de microestacas. O substrato Plantmax ® + casca de arroz carbonizada apresentou melhores resultados quanto à porcentagem de enraizamento (80 %), número de raízes (4,9), comprimento médio de raízes (3,8 cm), raiz com maior comprimento (5,9 cm), número de folhas (6,6) e brotações (1,4). Concluiu-se que, o tipo de microestaca, nestas condições experimentais, não influencia a capacidade de enraizamento. A combinação de Plantmax ® + casca de arroz carbonizada mostrou ser o melhor substrato para enraizamento de microestacas de mirtileiro. Apoio financeiro: CNPq, CAPES e FAPERGS.
ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS DE MIRTILO: INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO E DIÂMETRO DAS EST ESTACAS ACAS RISTOW, N.C.1; CARPENEDO, S. 1; ANTUNES, L.E.C.1; MOURA, G.C. 1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O cultivo do mirtilo tem apresentado na última década grande crescimento mundial, tanto em consumo quanto em produção. No Brasil entre os fatores que reduzem a sua expansão, está a dificuldade de propagação vegetativa de algumas al gumas cultivares, cu ltivares, restringindo a oferta of erta de mudas mu das pelos pelo s viveiristas. vive iristas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a técnica de miniestaquia em ambiente fechado e a influência de diferentes substratos e do diâmetro das estacas. O experimento foi conduzido nos meses de dezembro e janeiro, utilizando miniestacas da cultivar Georgeagem, com 3 gemas, 4-5 centímetros de comprimento e mantidas uma folha cortada cortad a ao meio. Após as estacas foram separadas conforme seu diâmetro (1,0 – 2,0; 2,0 – 3,0; 3,0 – 4,0 mm), imersas durante 10 segundos em solução AIB (2000 mg.L-1) e distribuídas nos diferentes substratos, sendo eles: areia, turfa de musgo sphagnum e areia + turfa de musgo sphagnum (1 : 2). As estacas foram colocadas em cumbucas plásticas, as quais foram ensacadas com saco plástico e fechadas para a formação de câmara úmida e mantidas durant e 45 dias em câmara de crescimento regulada para 18 horas de luz a 25ºC. O delineamento experimental experimental foi blocos casualizados em arranjo fatorial 3 x 3 (diâmetro x substrato), com quatro repetições e 15 estacas por parcela. Foram avaliadas as variáveis, enraizamento, enraizamento , formação de calo, morte de estacas, necrose na base e desfolhamento das estacas. As estacas com 1,0 – 2,0 mm de diâmetro no substrato turfa, obtiveram os valores estatisticamente maiores de enraizamento, com 88,88%, seguido das estacas com 2,0 – 3,0 e 3,0 – 4,0 mm de diâmetro no substrato turfa, obtiveram 70,27 e 58,45% de enraizamento, respectivamente. O substrato areia apresentou índices significativamente maiores de formação de calo (58,23%), já o substrato turfa que não apresenta a formação de calo. As maiores percentagem desfolhamento das estacas foram f oram observadas no substrato sub strato areia, porém com apenas ap enas 3,15%. Nas condições em que o trabalho trab alho foi realizado, conclui-se concl ui-se que as estacas com 1,0 – 2,0 e 2,0 – 3,0 mm de diâmetro apresentam maior percentagem de enraizamento e os substratos turfa e a mistura de areia + turfa de musgo sphagnum apresentaram os melhores m elhores resultados. Apoio financeiro: CNPq, Embrapa clima Temperado.
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ENRAIZAMENTO EX VI TR O DE MIRTILO: EFEITO DO SUBSTRATO E CONCENTRAÇÃO DE AIB SOB LUMINOSIDADE NATURAL DAMIANI, C.R.1; PELIZZA, T.R.2; CHISTÉ, É.3; SCHUCH, M.W. 4 Bolsista PDJ/CNPq Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas. E-mail:
[email protected] Doutoranda em Fruticultura de Clima Temperado. 3 Aluno do curso de Engenharia Agronômica, Bolsista de Apoio Técnico/CNPq. 4 Prof. Dra., Depto. de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Agronomia Eliseu Maciel (FAEM)/Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas, RS, Brasil. Caixa Postal 354, CEP 96.010-900. 1 2
O enraizamento ex vitro e o uso de materiais suporte, alternativos ao ágar, têm demonstrado resultados positivos na formação form ação de raízes adventícias adve ntícias e maiores porcentagens p orcentagens de sobrevivência sobrevi vência das plantas enraizadas durante a fase de aclimatização, além de apresentar uma redução de custos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de enraizamento ex vitro em casa de vegetação, bem como, determinar a melhor concentração de ácido indolbutírico – AIB (0; 250; 500 mg L -1) e o substrato (Plantmax ® e Plantmax® + Perlita expandida, proporção 1:1) além de confrontar a capacidade de enraizamento de três cultivares de mirtilo ( Vaccinium ashei Reade): Delite, Bluebelle e Bluegem pertencentes ao grupo Rabbiteye . Após a instalação do experimento o material foi mantido em casa de vegetação coberta com sombrite, sob luminosidade natural e temperatura controlada (± 25ºC) com o uso de condicionador de ar. A irrigação foi realizada manualmente ajustando o pH da água paraa 5,0, com fer par fertil tilizan izante te mine mineral ral SOL SOL-P3 -P30. 0. O deli delineam neamento ento expe experim riment ental al foi int inteir eiramen amente te casualisado, com fatorial 3x2x3, com quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída de oito plantas. A partir dor resultados obtidos verificou-se que independentemente da cultivar, o percentual de enraizamento enraizament o é bastante elevado em todas as concentrações de AIB estudadas. Na ausência de AIB, o uso de Plantmax ® + Perlita causou redução da porcentagem de enraizamento enraizament o e maior formação de calo na base da microestaca. Observou-se também que o número de raízes formadas é menor quando utilizado a mistura de substratos, substrat os, no entanto, este favorece o alongamento radicular (maior comprimento de raízes) e, para as cultivares Delite e Bluebelle, o aumento da massa fresca radicular, o que provavelmente está relacionado à maior aeração permitida através do uso de perlita. Também, com relação à massa fresca do sistema radicular, verificou-se que o aumento da quantidade é proporcional ao aumento da concentração de AIB. Quanto à massa fresca da parte aérea, verificou-se que esta variável é dependente da cultivar e da concentração de AIB. Na ausência de regulador e com o uso de 250 mg L -1 destaca-se a cultivar Bluebelle com maiores quantidades. Com a aplicação de 500 mg L -1 de AIB, ocorre uma diminuição acentuada da massa ma ssa fresca em todas as cultivares estudas, não ocorrendo diferenças significativas entre elas. Conclui-se que, para o enraizamento ex vitro das cultivares estudadas, Plantmax ® é um bom substrato e a aplicação de 250 mg L-1 é suficiente para promover um bom índice de enraizamento, sem causar a formação de calo. Apoio financeiro: CNPq, CAPES E FAPERGS.
ENRAIZAMENTO IN VITRO DE MIRTILO: EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE AIB EM SUBSTRATO ALTERNATIVO E LUMINOSIDADE NATURAL DAMIANI, C.R.1; PELIZZA, T.R.2; CARVALHO, G.L. 3; SCHUCH, M.W M.W..4 Bolsista PDJ/CNPq Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas. E-mail:
[email protected] Doutoranda em Fruticultura de Clima Temperado 3 Aluna do curso de Engenharia Agronômica, Bolsista de Iniciação Científica/CNPq 4 Prof. Dra., Depto. de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Agronomia Eliseu Maciel (FAEM)/Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas, RS, Brasil. Caixa Postal 354, CEP 96.010-900. 1 2
O uso de materiais alternativos ao ágar, como suporte em meios de cultura para enraizamento in vitro, tem demonstrado resultados positivos na formação de raízes adventícias e maiores porcentagens de sobrevivência das plantas enraizadas durante a fase de aclimatação, além de apresentar uma redução de custos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes
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concentrações de ácido indolbutírico – AIB (0; 2,5; 5,0 e 7,5 mg L -1) no enraizamento in vitro de mirtilo ( Vaccinium ashei Reade) cultivares Delite, Bluebelle e Bluegem, em condições fotoautotróficas (ausência de sacarose e luminosidade natural) e utilizando perlita expandida como substrato alternativo ao ágar, adicionados ao meio de cultura WPM. O pH do meio de cultivo foi ajustado para pH 5,0 antes da inclusão da perlita. Através dos resultados obtidos, verificou-se interação significativa entre cultivar e concentração de AIB para as variáveis, porcentagem de enraizamento, matéria fresca da parte aérea e do sistema radicular. O uso de 7,5 mg L -1 de AIB reduziu a formação de calo, promoveu maior porcentagem de enraizamento, maior número de raízes e, para a cv. Bluebelle, maior quantidade de massa fresca do sistema radicular. No entanto, a aplicação de 7,5 mg L -1 de AIB causou a redução do comprimento das raízes. Dentre as cultivares estudadas Delite apresentou a menor capacidade de enraizamento, menor quantidade de massa fresca e maior formação de calo. Para a massa fresca da parte aérea, verificou-se uma relação inversamente proporcional com massa do sistema radicular, ocorrendo uma acentuada redução da mesma com o uso de 7,5 mg L-1 de AIB. Este resultado pode ser justificado pela competição entre estes dois drenos, na qual o sistema radicular por desenvolver-se mais nesta concentração, atua como um for te dreno. Através dos resultados obtidos, concluiu-se que, para o enraizamento in vitro das cultivares estudadas, sob condições de luminosidade natural e ausência de sacarose, utilizando como substrato perlita expandida, juntamente com o uso de 7,5 mg L -1 de AIB no meio de cultura, favorecem o processo de enraizamento. Apoio financeiro: CNPq, CAPES E FAPERGS.
ESTUDIO DE LA DIVERSIDAD GENÉTICA DE UNA COLECCIÓN DE Acca sellowiana (Berg.) Burret CON ALTO POTENCIAL AGRONÓMICO MEDIANTE EL USO DE MARCADORES MOLECULARES RAPD. PRITSCH, C.1; QUEZADA, M.1; VIGNALE, B. 2; FRANCO, J. 3 Depto de Biología Vegetal, Garzón 780, CP 12900, Montevideo. Depto de Producción Vegetal-Estación Experimental Salto, Ruta 31, Km. 21,5, Salto. 3 Depto de Estadística y Cómputos-Estación Experimental Mario Cassinoni, Ruta 3, Km. 363, Paysandú. Email:
[email protected] 1 2
Acca sellowiana (Berg.) Burret, presenta su centro primario de diversidad en el sur de Brasil y norte
de Uruguay en donde se distinguen los grupos “tipo Brasil” y “tipo Uruguay”. La producción comercial de esta especie se desarrolla fuera de su centro de origen en Nueva Zelanda, Colombia, Italia y USA, utilizando cultivares desarrollados a partir de pocas colectas de material silvestre “tipo Uruguay”. Aunque el desarrollo comercial del cultivo es aún muy incipiente en Uruguay, se han iniciado esfuerzos de domesticación y mejoramiento. Una colección de germoplasma con más de 50 accesiones del “tipo Uruguay” y que presentan buena calidad de fruta, se ha organizado por Facultad de Agronomía (FA-UdelaR) en coordinación con INIA. La colección incluye variedades locales, accesiones de poblaciones sub-espontáneas y materiales silvestres. El objetivo del presente trabajo es describir la diversidad genética entre los materiales más promisorios de la colección de germoplasma de guayabo de FA-UdelaR utilizando marcadores RAPDs. Treinta y tres accesiones de la colección de diferente origen geográfico, grado de domesticación y conocida variabilidad morfológica fueron evaluados. Como materiales de referencia se incluyeron seis genotipos adicionales de Brasil pertenecientes a la colección de EPAGRI (cuatro “tipo Brasil” y dos “tipo Uruguay” provenientes de Nueva Zelanda). Las reacciones de amplificación de ADN utilizando diez iniciadores de secuencia aleatoria generaron un total de 123 productos (79% polimórficos). Las distancias genéticas detectadas entre las 33 accesiones de la colección FA-UdelaR fueron altas (mediana 0.74). Estos valores no se modificaron significativamente al incluir en el análisis los seis materiales del exterior y fueron sensiblemente superiores a los reportados para 25 accesiones y cultivares en producción en USA, Europa y Nueva Zelanda (mediana 0.36). El Análisis de Conglomerados (dendrograma) y el Análisis de Coordenadas Principales, reveló un ordenamiento de los materiales según su origen geográfico y/o grado de domesticación. Los 39 materiales analizados se asignaron a cinco grupos definidos a priori según su origen y grado de domesticación. El análisis de los componentes de varianza mediante AMOVA reveló que el cerca del 80% de la variación total se
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explica por diversidad dentro de cada grupo. Pese a la baja diferenciación global observada entre los grupos se distingue claramente el grupo de origen Brasil (FST=0.236) de los grupos de origen Uruguay. Este trabajo es la primera contribución de evaluación de diversidad genética dentro una colección de germoplasma de guayabo “tipo Uruguay”, de alto potencial agronómico, utilizando marcadores moleculares.
ESTUDO DA CURVA DE REDUÇÃO DA POPULAÇÃO DE COLIFORMES FECAIS EM BIOFERTILIZANTE DURANTE O PERÍODO FERMENTATIVO SILVA, V.C. da1; GEBLER, L.1; BERNARDI, J. 1 Embrapa Uva e Vinho. Endereço: Estação Experimental de Frutas Temperadas, Caixa Postal 1513, CEP 95.200-000, Vacaria, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
A aplicação de Biofertilizante na produção orgânica de morangos para o equilíbrio nutricional das plantas é uma prática consolidada, porém, pode acarretar riscos, devido ser consumida in-natura. Neste caso pode haver a presença de bactérias patogênicas fecais, a Escherichia coli, utilizada como indicador da não estabilização do biofertilizante. Deve-se analisar a qualidade do biofertilizante, quanto a presença da E. coli, para não expor o consumidor a riscos biológicos. Foi avaliado, na Estação Experimental de Fruticultura Temperada da Embrapa Uva e Vinho, Vacaria - RS, a curva de redução da E. coli em Biofertilizante, composto de, 20 kg de esterco bovino fresco, 1 maço de folhas de vegetação diversa (macega, picão, dentre outras), 20 L de melaço de cana, 100 L de água, 4 kg de cinza, 100 g de enxofre, 100 g de sulfato de zinco e 1 L de leite, segundo formulação fornecida pelo centro ecológico de Ipê – RS. O composto foi preparado em um recipiente plástico de 200 L, tampado e acondicionado para fermentação, em ambiente protegido das variações climáticas nos meses de maio a julho durante 88 dias, cuja, temperatura média de 12,33 º C, conforme dados climatológicos da estação. Para quantificar as bactérias de origem fecal no biofertilizante, utilizouse o sistema de substrato definido ONP-MUG (Número Mais Provável). Após 22; 39; 56 e 72 dias de fermentação obteve-se 300; 23; 23 e 04 col./100 ml de água respectivamente. As amostras analisadas foram retiradas em uma profundidade de aproximadamente 10 cm a partir da superfície. Com 74 dias de fermentação, deu-se seqüência a avaliação de coliformes fecais em diferentes profundidades dentro do tambor, sendo coletadas amostras da superfície, sem remover o biofertilizante; removida até o meio, e até o fundo do tambor, obteve-se 4, 2 e 23 col.100 ml -1 de água respectivamente. Aos 88 dias em todas as amostras removidas até o fundo do tambor não houve presença de coliformes fecais. O declínio da população da Escherichia coli acompanhou o nível da fermentação, observado visualmente pela intensidade das bolhas originadas pelo processo fermentativo. Conclusão: O processo de fermentação quando bem conduzido é suficiente para a eliminação dos coliformes fecais do composto.
ESTUDO DA EXPRESSÃO TRANSCRICIONAL DA ENZIMA Alcool Acetil Transferase EM MORANGOS CV. CAMAROSA VERDES E MADUROS SEVERO, J. 1 ; MONTE, F.G. 2; SCHREINERT, R.S. 2; CASARIL, J. 2; LUCCHETTA, L. 3; ROMBALDI, C.V.4; SILVA, J.A4 . 1. Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]. 2. Acadêmico (a) do curso de Agronomia - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 3. Pós-Doutor - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 4. Professor do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. - UFPel, Pelotas, RS, Brasil.
A enzima álcool acetil transferase (AAT) é considerada uma das enzimas chave na rota dos compostos aromáticos em diversos frutos, entre eles o morango. A AAT é uma enzima que catalisa a transferência de um acetil do acetil-CoA e um acil do acil-CoA, respectivamente, para o correspondente álcool, formando um éster e CoA livre. Morangos cv. Camarosa, provenientes da cidade de Pelotas – RS,
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em dois diferentes estádios de maturação, verde (100% da epiderme com coloração verde) e maduro (100% da epiderme com coloração vermelha), foram avaliados quanto à expressão da enzima por RT-PCR. Para isso, foi realizada a extração dos RNAs totais deste fruto com reagente comercial Concert™ Plant RNA Reagent ( Invitrogen) e verificado sua concentração e qualidade através de espectrofotometria (Ultrospect ® 2000 Pharmacia) – absorbância a 260nm e 280nm - e em gel de agarose 1,5% (corado com brometo de etídio) visualizado em transiluminador-UV. A divisão ( ratio) das leituras a 260/280nm foi de 2,1 e a concentração de 3,2 ug RNAs.mL -1. Os extratos sofreram digestão com DNAse e foram submetidos a síntese de cDNA, utilizando o Kit Superscript First Strand Synthesis® (Invitrogen), seguidos de PCR com primers do gene AAT e do gene 18S (gene constitutivo que serve como parâmetro de qualidade da reação). Foi realizada PCR com o cDNA construído. Após o termino da reação, foi verificado os produtos das amplificações dos primers em gel de agarose a 1,5%, a 604pb do gene da AAT e a 400pb do gene do 18S. Os primers do gene 18S amplificaram em mesma intensidade nos dois cDNAs de morango, verde e maduro. Já o gene da AAT no cDNA de morango verde apresentou uma fraca amplificação e no morango maduro apresentou uma forte amplificação em gel de agarose. Pode-se relacionar estes resultados com o fato de que morangos verdes não apresentam quase aroma e maduros são bem mais aromáticos. Conclui-se que os transcritos para a enzima AAT estão presentes em maior quantidade em morangos maduros do que em verdes. Apoio financeiro e bolsas de estudo, de PDJ e de IC: CAPES, CNPq e FAPERGS.
ESTUDO DAS QUALIDADES AROMÁTICAS DOS FRUTOS NATIVOS DO URUGUAI MARTINEZ, N.1; VIGNALE, B.2; MONTES, F.3, DELLACASSA, E.1 Cátedra de Farmacognosia e Produtos Naturais, Departamento de Química Orgânica, Faculdade de Química, UdelaR, Gral. Flores 2124, 11800, Montevidéu, Uruguai. E-mail:
[email protected] 2 Faculdade de Agronomía, Estacão Experimental Salto (EE FAS), Departamento de Producão Vegetal, UdelaR, Rota 31, km 21.5, Salto, Uruguai. E-mail:
[email protected] 3 AGRISUR C.A.R.L., Misiones 1537, Of. 502, Montevidéu, Uruguai. Email:
[email protected] 1
Os atributos que mais condicionam a aceitabilidade do alimento por parte do consumidor são os relacionados com a qualidade sensorial ou organoléptica, que inclui a aparência, a textura, o aroma e o sabor. Neste sentido, uma das características organolépticas mais complexas e determin antes da qualidade sensorial é o aroma do alimento. Portanto a estratégia de trabalho utilizada pela nossa equipe de pesquisa para a introdução e aproveitamento de uma espécie produtora de frutas nativas precisa, de entre outros elementos, da caracterização dos diferentes compostos voláteis vinculados a cada cultivar. Com este marco de referência, neste trabalho apresentam-se os resultados obtidos do estudo do perfil de composição aromático da “pitanga” ( Eugenia uniflora ), da “goiaba serrana” ( Acca sellowiana ) e do “araçá” ( Psidium cattleianum). Os compostos voláteis livres e glicosidados presentes na fruta foram obtidos por extração com solventes e posterior extração em fase sólida (SPE), no caso dos compostos glicosidados foi necessário um tratamento enzimatico. A identificação dos compostos voláteis foi feita mediante ferramentas cromatográfi cas (GC e GC-MS) bem como o acoplamento cromatográfico a uma detecção olfatométrica (GC-O). De entre as atividades que se propuseram, foi estabelecida a importância de avaliar o uso tradicional para estas frutas em misturas com bebidas alcoólicas. A partir de uma grappa neutra como solvente (álcool de graduação média), foram modeladas maceraçoes com diferentes frutas nativas (goiaba serrana e araçá). Podem-se avançar algumas interpretações dos resultados, considerando que a composição da fracção volátil livre deve estar mais relacionada com o processo de maduração da fruta. No caso da fração glicosidada, sua composição deveria-se vincular mais diretamente com a expressão gênica da planta. Os resultados também indicam globalmente a importância desta informação no manejo da fruta, segundo seu destino final, para uma correta apreciação sensorial por parte dos consumidores. Apoio financeiro: CSIC, Programa de Vinculo com o Setor Produtivo (Modalidade 2); ANII, Programa de Jovens pesquisadores no setor produtivo.
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ESTUDO FITOQUÍMICO E DETERMINAÇÃO DO TEOR DE SUCO DE MORANGO MÜLLER, N.T.G.1; FASOLO, D.1; MÜLLER, F.C.1; BERTÊ, R.1 . Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Santo Ângelo, Avenida Universidade das Missões, 464, CEP 98 802–470, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail:
[email protected] 1
O morango é um fruto de clima temperado, com gosto e aroma agradáveis e textura suculenta, sendo por isso muito apreciado e valorizado. Em conjunto com as excelentes características organolépticas, os frutos apresentam efeitos terapêuticos por conter diferentes fitoquím icos, porém, estudos como este na região foliar da planta ainda são escassos. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi verificar a presença de metabólitos secundários nas folhas e o teor de suco em frutos maduros de cinco cultivares de morango: Dower, Camarosa, Camino Real, Tudla e Oso Grande. As amostras foram retiradas em diversos exemplares situados ao longo da área de cultivo na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Após a coleta, as mesmas foram depositadas em sacos de papel Kraf, devidamente etiquetadas e identificadas. As exsicatas foram fixadas e depositadas no Herbara – Herbário Balduíno Rambo da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Erechim. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de farmacognosia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Santo Ângelo, no período entre novembro de 2007 a fevereiro de 2008. Em nenhuma das cultivares foi verificada a presença de óleo essencial na região das folhas. O teste de verificação de alcalóides mostrou-se ausente para todas as cultivares e os heterosídeos cardiotônicos embora presentes em determinadas espécies, nenhuma das cultivares pesquisadas apresentou esse metabólito em sua massa verde. Para cumarinas os resultados foram presentes em todas as amostras analisadas e o rendimento de suco foi superado pela cultivar Dower, seguida por Camino Real, Tudla, Oso Grande e Camarosa, respectivamente. Também se julga necessário que haja novos experimentos fitoquímicos especificamente na região foliar com frutíferas, como o morango, por exemplo, pois poucas informações sobre determinadas espécies são encontradas na literatura disponível. Apoio financeiro: CNPq, PIIC/URI
EVALUACIÓN DE DIFERENTES TÉCNICAS DE PROPAGACIÓN VEGETATIVA EN “GUAYABO DEL PAÍS” ( Acca sellowiana (Berg) Burret.) SALVARREY, M.J.¹; FAVRETTO, G.²; VIGNALE, B.¹; CABRERA, D.² ¹. Facultad de Agronomía. Estación Experimental Salto. UDELAR. Ruta 31, km 21.5. Salto, Uruguay. C.P. 50000. E-mail:
[email protected] ². Programa Nacional de Investigación en Producción Frutícola, INIA Las Brujas, INIA – Uruguay.
[email protected]
El “guayabo del país” es una especie nativa del Sur de Brasil y Norte de Uruguay que presenta buena potencialidad agronómica y comercial como planta frutal. La limitante hasta el presente ha sido la gran variabilidad de genotipos en cultivo, que implica necesariamente la selección de individuos superiores, para ser considerados a escala comercial. Es una especie predominantemente alógama y se verifica la necesidad de su propagación vegetativa ya que condiciona la expansión comercial del cultivo y la producción de mudas, a partir de un genotipo con buenas características agronómicas. En este trabajo se planteó el objetivo de evaluar diferentes técnicas; estaquillado, acodado en cepada e injertación. Para el caso del estaquillado, el diseño experimental fue en bloq ues al azar, con un factorial de 2x4; 2 concentraciones de AIB (0 y 2000 ppm) y 4 materiales a evaluar, determinando 8 tratamientos. Las evaluaciones permitieron concluir que la técnica es viable a partir de estacas semileñosas de 12 cm de longitud colectadas a principios de otoño, utilizándose una cámara de propagación con neblina intermitente y ácido indolbutírico como hormona de enraizamiento a 2.000 ppm, se tuvieron en cuenta dos fuentes de variación; el material genético y la juvenilidad de la planta madre, que determinaron la capacidad de enraizamiento. En cuanto al acodo en cepada, se confirmó su viabilidad, aunque no se denoten claramente las variantes que determinan la técnica. Con respecto a la injertación, se evidenció que la época más favorable es la primavera, obteniéndose un 50% de prendimiento, mientras que en otoño se obtuvo un 24% de prendimiento y utilizándose injertos de doble lengüeta; manifestándose también diferencias respecto a los genotipos utilizados. 138
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FENÓIS E ANTOCIANINAS PRESENTES EM SUBPRODUTO DE AMORA-PRETA JACQUES, A.C. 1; PERTUZATTI, P.B.1; BARCIA, M.T.1; SANT’ANNA, L.A. 2; ZAMBIAZI, R.C. 3 Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel,
[email protected] Estudante de Agronomia, 3 Professor PhD do Departamento de Ciência dos Alimentos Campus Universitário – Caixa Postal 354 – Pelotas/RS – CEP 96010-900 – Fone 53 32757258 ramal 204 1 2
O consumo de pequenas frutas tem aumentado principalmente em decorrência do seu valor nutr itivo e efeitos terapêuticos. Estes alimentos contêm diferentes fitoquímicos, muitos dos quais possuem propriedade antioxidante, que pode estar relacionada com o retardo do envelhecimento e a prevenção de certas doenças. Entretanto, devido à estrutura frágil e alta atividade respiratória da amora-preta, sua vida pós-colheita é relativamente curta, sendo os frutos comercializados preferencialmente na forma industrializada, como na forma de suco. Porém o subproduto obtido após a extração de suco também pode ser utilizado para a elaboração de geléia, doce em massa dentre outros. Devido ao exposto, o objetivo desse trabalho foi comparar o teor de fenóis e antocianinas do fruto amora-preta e do subproduto obtido através da elaboração de um suco. A amora-preta da cultivar Tupy foi proveniente da Embrapa Clima temperado da safra de 2007/2008. Os fenóis totais foram determinados através do método descrito por Badiale-Furlong (2003) e Antocianinas Totais por Lees e Francis (1972). Os resultados obtidos para o fruto antes do processamento foram: fenóis totais: 645,5 mg de ácido gálico/100g de fruto e antocianinas totais: 90,5 mg de cianidina-3-glicosídeo/100 g de fruto. Já para o subproduto, estes resultados foram respectivamente 70 mg de ácido gálico/100g e 38,8 mg de cianidina-3-glicosídeo/100g. Observa-se que a perda de compostos fenólicos foi bem significativa, sendo que para os fenóis totais essa perda foi de aproximadamente 90% e para as antocianinas a perda foi em torno de 45%. Porém mesmo com essa perda significativa, o subproduto ainda é uma alternativa viável para ser utilizado na fabricação de outros produtos por ainda apresentar quantidades mais elevadas de fenóis e antocianinas do que outros frutos. De acordo com Kuskoski (2006) os teores de fenóis para polpa de cupuaçu, maracujá e abacaxi é respectivamente 20,5; 20,0 e 21,7 mg de ácido gálico/100g e de acordo com o mesmo autor, para antocianinas para as frutas acerola, morango e goiaba é de respectivamente 16,0; 23,7 e 2,7 mg de cianidina-3-glicosídeo/100g, demonstrando que esses frutos possuem uma menor quantidade de compostos fenólicos e de antocianinas do que o subproduto obtido através da elaboração de um suco de amora-preta. Apoio: Fapergs.
FENÓIS TOTAIS EM FRUTOS PROVENIENTES DA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL: ARAÇÁ AMARELO E BUTIÁ SEVERO, J.1; MONTE, F.G.2; SCHREINERT, R.S.2; COELHO, M.T.3; MANICA, R.4; ROMBALDI, C.V. 5; SILVA, J.A.5 1. Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]. 2. Acadêmico (a) do curso de Agronomia - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 3. Acadêmico do curso de Química de Alimentos - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 4. Doutoranda em Fitotecnia - UFPel, Pelotas, RS, Brasil. 5. Professor do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. - UFPel, Pelotas, RS, Brasil.
Frutas e hortaliças contêm diferentes fitoquímicos, muitos dos quais possuem propriedades antioxidantes que podem estar relacionadas com o retardo do envelhecimento e com a prevenção de certas doenças, como câncer e cardíacas. Os compostos fenólicos são metabólitos secundários, naturalmente presentes nas plantas e podem ser encontrados nas frutas sob as mais variadas formas, como derivados de ácidos hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos, antocianinas, flavonóis, flavanóis, taninos condensados e taninos de hidrolisados. Frutos de araçá amarelo e butiá provenientes de pomares localizados no município de Pelotas, região sul do Rio Grande do Sul, safra 2008, foram avaliados quanto aos teores de fenóis totais, utilizando reagente de Folin-Ciocalteau. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e a comparação das médias foi realizada pelo 139
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teste de Tukey p?0,05. Todas as avaliações foram realizadas com três repetições. Quanto ao conteúdo de fenóis totais houve diferença significativa ao nível de 5% quando comparados os frutos de araçá amarelo e de butiá. O butiá apresentou maior conteúdo de fenóis totais, com média de 4.617 mgGAE/ 100g fruta e o araçá amarelo com média de 3.601 mgGAE/100g fruta. Conclui-se que frutos de araçá amarelo e butiá possuem altos teores de compostos fenólicos, com destaque para o araçá amarelo. Apoio financeiro e bolsas de estudo, de PDJ e de IC: CAPES, CNPq e FAPERGS.
FIDELIDADE DE Apis ARAMBARÉ, RS
mell ifera EM
FLORES DE Buti a
capi tata (ARECACEAE)
EM
TEIXEIRA, J.S.G.¹; LORSCHEITER, R.¹; WITTER, S.¹; LOPES, L. 2; LISBOA, B.¹; TONIETTO, A.¹; SCHLINDWEIN, G.¹ ¹Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária. Rua Gonçalves Dias, 570, CEP 90130-060, Porto Alegre, RS. 2 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP. Av. Bandeirantes, 3900, CEP 14040-901, Ribeirão Preto, SP.
O butiazeiro, Butia capitata (Mart) Becc, é uma palmeira nativa do Estado do Rio Grande do Sul, com potenciais econômico, ecológico e ornamental, no entanto pouco explorado, necessitando de estudo. Frutifica, preferencialmente, através de polinização cruzada dependendo basicamente dos insetos para o transporte do pólen. O pólen tem duas funções principais nos ecossistemas: é essencial para a reprodução das plantas e é utilizado como recompensa para visitantes florais ou polinizadores. Abelhas fêmeas coletam grandes quantidades de pólen das flores e servem como alimento para suas larvas. A composição das cargas polínicas de abelhas fêmeas é como a impressão digital de seus hábitos de forrageamento e, analisando a qualidade do conteúdo polínico encontrado nas corbículas e/ou escopas dessas abelhas podemos inferir suas eficiências como polinizadoras de certas espécies de plantas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a fidelidade de Apis mellifera na visitação de flores de B. capitata. Operárias campeiras de A. mellifera com pólen nas corbículas foram coletados com rede entomológica sobre as flores durante o período de floração (06/12/07, 17/12/07 e 09/01/ 08), em dois horários (10 e 14 horas). O pólen da corbícula de duas abelhas por horário foi diluído em álcool 70%. Dessa solução se retirou duas gotas para preparação de cada lâmina de pólen, com gelatina corada com fucsina. As lâminas foram analisadas em microscópio óptico em aumento de 400x, onde foram contados mil grãos de pólen, registrando-se a quantidade de grãos de pólen de butiazeiro e outros tipos polínicos. O percentual médio de grãos de pólen de flores de Butia capitata transportados por A. mellifera foi de 99,3 e não diferiu nos dois horários analisados. Os resultados indicam que essa espécie de abelha não misturou os recursos polínicos durante o vôo para a coleta de pólen, apresentando fidelidade às flores de B. capitata. A.mellifera pode ser considerado um potencial polinizador dessa palmeira na área de estudo, entretanto é necessário avaliar seu comportamento nas flores bem como a freqüência de visitas. Financiado pelo CNPQ – Edital CTAgronegócio, Fruticultura – 04/2006
FITOQUÍMICOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS FRUTOS DA GUABIROBEIRA (Campomanesia xanthocarpa O. Berg) EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE COLHEITA CASTILHO, P.M.1; PEREIRA, M.C.2; VIZZOTTO, M.3 Licenciada em matemárica, cursando Técnico em Análise de Processos Industriais Químicos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas – CEFET, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 Nutricionista, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas – CEFET, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
Pertencente à família Myrtaceae, a guabirobeira é uma frutífera nativa do Brasil cultivada em quintais. Seus frutos são muito apreciados para consumo in natura e usados no preparo de geléias, sucos, doces, sorvetes, pudins, licores, batidas ou curtidos na cachaça. Entretanto, há risco de que, em 140
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médio prazo, os estoques naturais deste fruto se esgotem, caso não sejam desenvolvidos trabalhos de conscientização e incentivo ao plantio comercial desta planta. O objetivo deste trabalho foi determinar o teor de alguns fitoquímicos e a atividade antioxidante da guabiroba, fazendo uma comparação entre os frutos recolhidos do chão (sobremaduros) e os frutos colhidos diretamente da planta (maduros). Os frutos foram coletados na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, e congelados a – 20ºC até o momento das análises. Foram realizadas as análises de compostos fenólicos totais, atividade antioxidante e carotenóides totais. A determinação de compostos fenólicos totais foi através do reagente Folin-Ciocalteau, a atividade antioxidante a partir da solução do radical estável DPPH e carotenóides totais utilizando a solução de acetona/etanol contendo o antioxidante BHT. Para todas as análises foi utilizada a porção equatorial dos frutos (polpa e casca), em triplicata. As frutas da guabirobeira quando recolhidas do chão, apresentaram os maiores teores de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante se comparadas as frutas que foram coletadas diretamente das plantas. O conteúdo de carotenóides totais não diferiu significativamente entre as frutas recolhidas do chão ou coletadas da planta. Há uma forte correlação entre o teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante em guabirobas com R 2 de 0.8967. Pode-se concluir que o ponto de maturação está diretamente relacionado ao conteúdo de compostos fenólicos totais em guabiroba, pois as frutas que foram recolhidas do chão estavam sobremaduras se comparadas àquelas que estavam na planta.
FLORAÇÃO E PERÍODO DE COLHEITA DE SEIS CULTIVARES DE MIRTILO EM AMBIENTE PROTEGIDO NIENOW, A.A.1; COLETTI, R.2; CALVETE, E.O.1; CECCHETTI, D.1 Professores da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), Universidade de Passo Fundo (UPF), Rodovia BR 285, km 171, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail:
[email protected] 2 Eng.-Agr., mestrando do Programa de Pós-graduação em Agronomia da FAMV/UPF. E-mail: coletti.fiorini@ter ra.com.br 1
Estudos em ambiente protegido com o mirtilo vêm sendo conduzidos visando propor cultivos consorciados que otimizem a estrutura instalada, como o morangueiro, com períodos de safra complementares. Também objetiva a antecipação do início da safra, com mercado a melhores preços para o produtor. A fenologia e a produção de seis cultivares de mirtilo foi acompanhada com o objetivo de identificar genótipos com maior potencial para as condições de ambiente protegido. O trabalho foi conduzido em uma estufa instalada no sentido nordeste-sudeste (200 m 2), com irrigação por gotejamento. A implantação do cultivo foi em dezembro de 2005, no espaçamento adensado de 0,7 m x 2,0 m. Foram avaliadas, no terceiro ciclo vegetativo, as cultivares Georgiagem, Clímax, Alice Blue, Elliotte, Brigitta Blue e Bluecrop, sem tratamentos de quebra de dormência. Considerando o espaço restrito do ambiente protegido e a condução de outros experimentos na área, foram avaliadas duas plantas nas três primeiras cultivares, com quatro repetições e, para as demais cultivares, uma planta por repetição. Considerando que não foi adotado um delineamento experimental clássico, o tratamento estatístico dos dados de porcentagem de brotação, de floração e número de frutos foi realizado por análise de agrupamento (Cluster), por distâncias Euclidianas. As cultivares Georgiagem e Alice Blue iniciaram a floração mais precocemente, entre 09 e 14/08, seguido de Clímax (21 e 31/ 08). O início da colheita foi pouco mais precoce na Georgiagem (13 a 22/11), enquanto na Clímax e Alice Blue se deu entre 22 e 29/11. O término da colheita ocorreu na seguinte seqüência: Georgiagem (18 a 20/12), Alice Blue (20 a 27/12) e Clímax (10 a 15/01). As cvs. Elliotte, Brigitta Blue e Bluecrop, mais tardias, iniciaram a florescer entre 12 e 19/10, com o início de colheita entre 27/12 e 03/01, e término entre 14 e 21/02. A porcentagem de brotação foi pouco maior na cv. Alice Blue (37,1%), seguida de Clímax e Georgiagem, e mais baixa em Bluecrop (17,4%). Também a porcentagem de floração foi superior em Georgiagem, Clímax e Alice Blue, variando entre 90,4% e 94,4%, enquanto as demais cultivares não diferiram entre si, com 65,8% a 79,4% de florescimento. O número de frutos por planta foi maior nas cvs. Clímax, Bluecrop e Elliotte, e mais baixa em Gerogiagem. Apoio financeiro: Fapergs.
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INFLUÊNCIA DA ANTRACNOSE ( Colletotrichum gloeosporioides) E FONTES DE PÓLEN NA TAXA DE GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE GOIABA SERRANA ( Acca selowiana ) BIZZOCCHI, L.¹; VIEIRA, P.M.1; VILPERTE, J.2; SCHMITZ, D.1; GONÇALVES, R.B.2; FINATTO, T.1; NODARI, R.O.1 Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal, CCA/UFSC, CP 476, CEP 88040-900, Florianópolis, SC, email:
[email protected]. 2 CCA/UFSC, CP 476, CEP 88040-900, Florianópolis, SC 1
A goiabeira-serrana ( Acca seloviana ) é uma Myrtaceae nativa do sul do Brasil e norte do Uruguai. Embora esta espécie apresente auto-incompatibilidade, são encontradas plantas auto-compatíveis em populações naturais. Dentre os principais problemas da cultura destaca-se a antracnose causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, que é transmitido por sementes, cujo efeito no poder germinativo das mesmas e na formação de mudas é desconhecido. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da antracnose na taxa de germinação e no vigor de sementes da goiabeiraserrana a partir de sêmenes extraídas de frutos gerados de polinizações natural, cruzada e de pólen de mesma classe de Distância Estigma Antera (DEA). Foram testadas sementes oriundas de frutos com antracnose e polinização natural (APN), polinização cruzada (APC) e polinização de mesma classe de DEA (APMC) e frutos sem antracnose e polinização natural (S/APN), polinização cruzada (S/APC) e polinização de mesma classe de DEA (S/APMC). Os frutos foram coletados na estação experimental da EPAGRI de São Joaquim/SC. As sementes foram extraídas dos frutos e mantidas em BOD por 28 dias a 25°±1 e fotoperíodo de 12 h para germinar. As variáveis analisadas foram taxa de germinação (TXG), velocidade de germinação (VG), comprimento de radícula (CR) e peso fresco (PF) das plântulas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições por tratamento, sendo que a unidade experimental foi uma caixa “gerbox” contendo 50 sementes. A análise da variância revelou a existência de diferenças estatísticas (P<0,05) entre fontes de pólen para TXG, VG e CR. Os tratamentos com polinização de mesma classe de DEA (PMC) e polinização cruzada (PC) produziram médias estatisticamente superiores para as variáveis TXG, VG e CR independente da presença da antracnose. Os tratamentos com antracnose geraram os maiores valores de peso fresco (g) independente da fonte de pólen. A interação entre a presença de antracnose e a fonte de pólen não foi estatisticamente significativa (P>0,05).
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE GESSO AGRÍCOLA SOBRE PARAMETROS DE QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE AMORA- PRETA MESSIAS R.1; ARAUJO V.F. 2; HAWERROTH F.J. 3; PEREIRA I.S.4; TREVISAN, R.5; HERTER F.G.6; ANTUNES L.E.C.6 Msc. Pesquisador Visitante da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, 96001-970, Pelotas, RS. E-mail:
[email protected] 2 Graduanda da Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Pelotas, RS. 3 Mestrando em Fruticultura de Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 CP 403, 96001-970, Pelotas, RS 4 Doutorando em Fruticultura de Clima Temperado, UFPel/FAEM, Dept° Fitotecnia, 96010-900, Pelotas-RS 5 Dr. Profesor UFSM-CAFW, Linha Sete de Setembro s/n - BR 386 Km 40 CP 54, 98400-000 - Frederico Westphalen, RS 6 Dr. Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, 96001-970, Pelotas, RS 1
A amora-preta tem produção recente no Brasil, sendo os primeiros acessos introduzidos, em 1974, pela Embrapa Clima Temperado, atualmente a cultura encontra-se difundida em Estados do Sul e Sudeste. Por ser um fruto de estrutura frágil e alta taxa respiratória a amora-preta possui vida póscolheita relativamente curta, sendo, por isso, a qualidade dos frutos relacionada à minimização da taxa de deterioração e manutenção das características normais do produto como textura, cor, sabor e aroma, de forma a mantê-los atraentes ao consumidor pelo maior tempo possível, uma vez que podem ser facilmente danificados no manuseio o que também facilita a infecção por patógenos.
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Algumas das propriedades nutracêuticas atribuídas à amoreira-preta tem relação com o controle da pressão arterial e efeito sedativo, complexação com metais e função antioxidante, tendo como um de seus componente fenólicos o ácido elágico, que juntamente com alguns elagitaninos têm mostrado propriedades inibidoras como por exemplo contra replicação do vírus HIV. Durante o armazenamento dos frutos uma série de modificações químicas podem ocorrer, sendo sua velocidade dependente da forma como se acondicionam estes frutos. As substâncias pécticas responsáveis pela textura dos frutos encontram-se ligados ao cálcio, formando o pectato de cálcio, predominante em frutos imaturos. Com o amadurecimento, há liberação de cálcio e solubilização de protopectina das paredes celulares, por ação enzimática. Há então modificação da textura, que se torna gradualmente macia. Essas transformações ocorrem não só durante o amadurecimento, como também no armazenamento dos frutos acarretando alteração na concentração e disponibilidade de diversos outros compostos. O experimento foi implantado no inverno de 2007, em pomar comercial no município de Morro Redondo-RS, com a cv Tupy. Os tratamentos consistiram na aplicação de doses cr escentes de gesso agrícola incorporado ao solo (T1=sem aplicação de gesso; T2=750; T3=1500; T4=3000 e T5=6000 kg ha-1), objetivando avaliar a influência do cálcio em parâmetros de qualidade pós-colheita dos frutos de amora-preta. As análises foram realizadas no dia da colheita e repetidas após 7 e 10 dias de armazenamento em câmara fria a 4°C. Os resultados mostram uma tendência de aumento na textura dos frutos avaliados, quando da coleta, para o tratamento T5 (38,64 N) em relação aos demais, sendo que o mesmo tratamento apresentou tendência de redução da acidez (0,75%) na data de coleta e de aumento no teor de açúcares solúveis (11,2 °Brix) e antocianinas totais (104,7 mg 100g 1) após armazenamento em câmara fria por 7 dias em relação aos demais tratamentos.
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE FRUTOS E NO CRESCIMENTO DA PLANTA DE MIRTILO MOURA, G.C. 1; FERRI, J. 1; COUTO, M.2; ANTUNES, L.E.C.2; HERTER, F. G.2; FACHINELLO, J.C.1; REISSER JÚNIOR, C. 2 .Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 2 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O nitrogênio é o nutriente mineral mais abundante no tecido vegetal, refletindo em uma elevada exigência pelas culturas. A recomendação de nitrogênio para plantas adultas de mirtilo, deve ser corrigida de acordo com os níveis nutricionais de cada local e demanda de cada grupo a que pertence a variedade utilizada. O trabalho teve por objetivo avaliar a influencia de diferentes doses de nitrogênio no crescimento vegetativo e produção de mirtilo. O experimento foi conduzido em um pomar comercial, localizada no município de Morro Redondo – RS. O solo da área é um Cambissolo húmico eutotrófico típico. Foram utilizadas plantas de mirtilo da cultivar Powderblue, com 4 anos de idade, com espaçamento de 1 m entre plantas e 3 m entre filas. O delineamento experimental foi de blocos casualizados com 3 repetições, perfazendo 15 parcelas, com três plantas por parcela. Os tratamentos foram cinco doses de nitrogênio, utilizando como fonte, o sulfato de amônio (NH 4)2SO4, com 21% de nitrogênio. Foram aplicados, 0, 5, 10, 15, 20 gramas de nitrogênio por planta, parcelados em doses mensais de 5 g, sendo que o tratamento testemunha não recebeu nitrogênio. O sulfato de amônio foi aplicado manualmente a uma distância de 10 cm ao redor do caule da planta, numa faixa de aproximadamente 1 cm de largura. Avaliou-se o crescimento das plantas, através de medidas do s ramos com trena métrica e avaliou-se a produção através da colheita total. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias efetuada pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O efeito das doses de nitrogênio foi avaliado por análise de regressão polinomial. Não houve diferença estatística significativa na produção de frutos, em função dos diferentes tratamentos. Entretanto com relação ao crescimento médio de ramos foi observado comportamento linear crescente, em função das diferentes doses de nitrogênio, a melhor dose foi 20
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g de nitrogênio, atingindo 25,23 cm. O mirtilo responde mais às doses de nitrogênio em seu crescimento vegetativo do que na produção de frutos. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Fapergs, Embrapa Clima Temperado. Agradecimento: Kaster Berry – Jacira Herter
INFLUÊNCIA DA ATMOSFERA CONTROLADA NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE MIRTILO CULTIVAR BLUEGEM GALARÇA, S.P.1; CANTILLANO, R.F.F.1; SCHÜNEMANN, A.P.P.¹; LIMA, C.S.M.2 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected];
[email protected] 2 Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
O tempo de armazenamento e o transporte do mirtilo são limitados pela alteração de sua qualidade pós-colheita. O CO2 e a temperatura baixa são de grande utilidade na conservação, pela sua capacidade de diminuir o metabolismo das frutas, retardando sua senescência. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade pós-colheita do mirtilo Bluegem armazenado por 42 dias em atmosfera controlada. O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2007, nas dependências da Embrapa Clima Temperado. Na colheita, foi realizada uma avaliação de parâmetros de qualidade de 100 frutas. Após, as frutas foram armazenadas à temperatura de 1,5ºC, controle (T1), e em mesma temperatura sob atmosfera controlada em microcâmaras utilizando: 5% CO 2 (T2) e 10% CO2 (T3), com 4% O2 por um período de 14, 28 e 42 dias mais 1 dia de simulação de comercialização. As variáveis analisadas foram pH, acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais (SST) e SST/ ATT. O delineamento experimental foi o completamente casualizado com esquema fatorial 3x3 (3 tratamentos e 3 períodos de armazenamento) A unidade experimental foi composta de 100 frutas, com 3 repetições cada tratamento. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), aplicando-se o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro, para comparação das médias. Para as variáveis SST e pH, tratamentos e dias de armazenamento não apresentaram interação. Havendo efeito individual. O controle (T1) apresentou maior teor de SST (14,7) que os demais tratamentos. Os valores ficaram entre 14,11 e 14,70. Já durante o período de armazenamento houve uma queda linear até os 42+1 dias no teor de SST. O controle apresentou maior pH (3,49). Os valores ficaram entre 3,38 e 3,49. Já durante o período de armazenamento o pH foi diminuindo até os 42+1 dias de armazenamento. Para as variáveis ATT e SST/ATT houve interação entre tratamentos e períodos de armazenamento. O percentual de ATT diminuiu aos 14+1 dias em todos os tratamentos. Até os 42+1 dias o T2 e o T3 se mantiveram constantes, apenas T1 diminuiu o percentual de ATT. SST/ATT diminuiu ao final do período de 42+1 dias no T2 e permaneceu constante nos demais tratamentos. Conclui-se que durante o período de armazenamento houve uma pequena redução nos SST e pH, a ATT se manteve constante após os 14 dias, a relação SST/ATT também se manteve constante com exceção do T2. Apoio financeiro: CAPES.
INFLUÊNCIA DA COR DO MULCHING SOBRE A PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE MORANGUEIRO COSTA, A.F.1; LEAL, N.R.2; COSTA, H.1; BALBINO, J.M.1; DAHER, R.F.2; VENTURA, J.A. 1; MODOLO, E.P.3; MANZOLI, R.3; BARBARA, W.P.F.1 INCAPER, CRDR-CS, Rodovia BR 262, Km 94, CEP: 29278-000, Domingos Martins, ES, Brasil, E-mail:
[email protected] 2 UENF, CCTA, AV. Alberto Lamego, 2000, CEP 28013-600, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil 3 CCAUFES, caixa postal 16, Centro , 29500-000 , Alegre, ES, Brasil. 1
O cultivo do morangueiro exige a cobertura do canteiro, evitando que os frutos fiquem em contato com o solo. Esta prática ainda visa reduzir a infestação por plantas invasoras e diminuir a perda de umidade do solo. Alguns trabalhos evidenciam o aumento do rendimento de algumas culturas devido
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à utilização do mulching com diferentes cores. O objetivo deste trabalho foi de comparar a produção de nove cultivares de morango, sobre mulching preto (MP) e branco de dupla face (MB). O experimento foi montado no município de Domingos Martins, na Região Serrana do Espírito Santo em 2007, para os dois tipos de mulching foi utilizado o delineamento em Blocos ao Acaso, com três repetições, onde a unidade experimental foi composta por 15 plantas. As cultivares utilizadas foram Dover, Camino Real, Ventana, Camarosa, Seascape, Diamante, Aromas, Oso Grande e Tudla, com espaçamento de 0,40 x 0,40 m, conduzidas em três linhas, sob túnel baixo coberto por lona leitosa. De acordo com a análise de variância a relação Quadrado Médio do Resíduo maior/menor foi 2.41341, mostrando homogeneidade das variâncias. Foram detectadas diferenças significativas (P<0,0 1) para cultivares e ambientes, entretanto, não foi detectada interação cultivares x ambiente, ou seja, as cultivares se comportaram de forma parecida nos dois ambientes. As cultivares que obtiveram os melhores desempenho no MP, foram as melhores no MB. Conforme teste de Duncan (P<0,01), o ambiente MB proporcionou as melhores médias de produção para todas as cultivares, apenas as médias de Aromas e Tudla não diferiram estatisticamente nos dois ambientes. A média de produção estimada no MB foi de 66 t/ha, destacando-se Camarosa (78 t/ha) e Diamante (76 t/ha), enquanto no MP a média foi de 37 t/ha destacando-se Aromas (54 t/ha) e Camarosa (53 t/ha). Assim, pode-se observar a superioridade do MB sobre o MP. Apoio financeiro: FAPES
INFLUÊNCIA DO DANO NA FLOR DE MIRTILO CAUSADO PELA ABELHA IRAPUÁ SOBRE A FRUTIFICAÇÃO EFETIVA E QUALIDADE DA FRUTA SILVEIRA, T.M.T¹; RASEIRA, M. do C.B²; COUTO, M. 3 Mestrando em Fruticultura de Clima Temperado, FAEM, UFPel, Pelotas-RS. Pelotas, RS, Brasil. e-mail:
[email protected] 2 Dra. Pesquisadora Embrapa Clima Temperado , Pelotas, RS, Brasil. e-mail:
[email protected] 3 Eng. Agr. D.S. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, Brasil. e-mail:
[email protected] 1
A Trigona spinipes, também conhecida como irapuá, arapuá, arapuã é uma espécie de abelha sem ferrão pertencente ao grupo dos meliponídeos encontrada desde o Ceará até o Rio Grande do Sul, Paraguai e Província de Missiones (Argentina). São considerados insetos daninhos devido ao hábito de cortar, com suas mandíbulas, flores, folhas e cortiça para conseguir material necessário para a construção de seus ninhos ou para penetrar nos nectários de algumas flores prejudicando a floração. O inseto já foi encontrado danificando plantas de diferentes culturas, como o feijão-guandu, a acerola e a laranjeira. Nas flores de mirtilo o ataque do irapuá ocorre principalmente na corola das flores, o inseto faz um pequeno orifício na parte inferior da corola, para posterior coleta do néctar, podendo dificultar a polinização por outros insetos e expondo as partes florais a intempéries, principalmente chuvas, fazendo com que a pétala se grude aos estames e pistilos podendo prejudicar a frutificação. O objetivo desse trabalho foi verificar a influência do dano provocado pelo irapuá, na frutificação efetiva, no diâmetro da fruta, no teor de sólidos solúveis totais (SST) e no número de sementes nas frutas mirtilo ( Vaccinium ashei Read). O experimento foi conduzido no pomar experimental de mirtilo, da Embrapa Clima Temperado em Pelotas, RS. Foram marcadas 200 flores de uma planta de mirtilo seleção 103, sendo 100 flores com dano feito pelo irapuá e 100 flores sem o dano. Após o período de frutificação foi feita a contagem da frutificação efetiva e após o amadurecimento das mesmas, foi determinado o teor de SST, medido o diâmetro e contado o número de sementes das frutas em ambos os casos. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema unifatorial. Os tratamentos foram compostos por 20 frutas oriundas de flores com dano do inseto irapuá e por 32 frutas oriundas de flores sem dano (T1 e T2, respectivamente). Não foi observada diferença estatística no teor de SST das frutas de mirtilo oriundas tanto das flores com ou sem dano. Entretanto, na percentagem de frutificação efetiva, no diâmetro e no número de sementes por fruta os melhores resultados obtidos foram das frutas oriundas de flores sem dano. Esses resultados sugerem que se deve fazer um controle da população do irapuá, principalmente na época de floração do mirtilo, pois o dano provocou baixa frutificação, reduziu o diâmetro e o número de sementes. Apoio financeiro: Capes, Embrapa Clima Temperado e CNPq.
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INFLUÊNCIA DO HÚMUS DE MINHOCA SOBRE O CRESCIMENTO DE MUDAS DE MIRTILO RISTOW, N.C.1; CARPENEDO, S. 1; ANTUNES, L.E.C.1; FERRI, J.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] O cultivo do mirtilo (Vaccinium spp.), nativo da América do Norte, apresenta grande importância 1
comercial e está em franca expansão no mundo. O crescimento das áreas plantad as se deve em parte ao aumento do consumo de produtos saudáveis e com um alto potencial antioxidante. Uma das principais dificuldades para a implantação da cultura, é a dificuldade de desenvolvimento das mudas quando levadas para o campo. Para diminuir as perdas a campo, é necessário a obtenção de mudas com boas condições sanitárias e bom desenvolvimento. Visando obter um substrato adequado para garantir o estabelecimento do plantio e reduzir o tempo de formação da muda, o objetivo do trabalho foi avaliar o húmus de minhoca no crescimento de mudas de mirtilo. Foram utilizadas mudas da cultivar Georgiagem do grupo highbush, oriundas de multiplicação in vitro. Foi utilizado para a formação das mudas, o substrato Plantmax ® HT e os tratamentos foram: T1 – Testemunha sem aplicação de solução nutritiva; T2 – Testemunha com aplicação de solução nutritiva; T3 – Húmus de minhoca (100%); T4 – Plantmax ® + Húmus de minhoca (1:1); T5 - Plantmax ® + Húmus de minhoca (1:2); T6 Plantmax® + Húmus de minhoca (2:1). Foram avaliadas as variáveis altura das plantas, número de brotações (primárias, secundárias, terciárias) e acúmulo de matéria seca da parte aérea e raiz. Foram realizadas aplicações quinzenais de solução nutritiva (500 ml), na testemunha com aplicação de solução nutritiva, a qual é composta por sulfato de amônio (12%), Uréia (35%), sulfato de potássio (10%), sulfato de magnésio (10%), ácido fosfórico (10%) e pH 2,8. O delineamento estatístico adotado no experimento foi inteiramente casualizados, com 6 tratamentos e 3 repetições, onde a unidade experimental foi composta por 3 plantas. A composição do substrato influenciou diretamente no desenvolvimento das mudas de mirtilo. O tratamento testemunha com aplicação de solução nutritiva, seguido pelos substratos testemunha sem aplicação de solução nutritiva e Plantmax ® + Húmus de minhoca (2:1), respectivamente, promoveram maior altura, número de brotações e acúmulo de massa seca da parte aérea e raízes. O substrato Húmus de minhoca (100%), apresentou o menor crescimento. Nas condições em que o trabalho foi realizado, conclui-se que o húmus de minhoca foi inadequado para a produção de mudas de mirtilo cultivar Georgeagem. Apoio financeiro: CNPq, Embrapa clima Temperado
INFLUÊNCIA DO TOALETE NA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS NOS FRUTOS DO MORANGUEIRO ‘AROMAS’ CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO CARGNINO, C.1; BERNARDI, J. 2; FIORAVANÇO, J.C. 2; SILVA, V.C.3 Agronomia UCS/Vacaria, Bolsista CNPq ; 2 Pesquisador Embrapa Uva e Vinho; 3Biólogo, Lab.Embrapa Uva e Vinho. BR 285, Km 5, Caixa Postal 1513, CEP 95200-000, Vacaria, RS, Brasil.
[email protected] 1
A retirada de folhas velhas e em excesso, através do toalete, diminui a fonte de inóculo do mofocinzento ( Botrytis cinerea ) e do oídio ( Sphaerotheca macularis). O mofo-cinzento, sob condições de alta umidade e temperaturas amenas, provoca danos severos em folhas, pedúnculos e frutos. O oídio causa perda da área foliar, de flores e frutos; os tecidos afetados apresentam um crescimento branco pulverulento, necrose e morte. Com o objetivo de avaliar a incidência de mofo-cinzento e oídio nos frutos do morangueiro foi realizado um experimento sob cultivo protegido na Estação Experimental de Fruteiras de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho em Vacaria, RS. Em julho de 2006 foram plantadas 160 mudas de morangueiro, em substrato composto por uma mistura de 70% de casca de arroz carbonizada e 30% de acículas de pínus trituradas. As embalagens foram acondicionadas no alto de uma prateleira de um metro de altura através das quais passavam as mangueiras de irrigação que disponibilizavam, por gotejamento, nutrição às plantas, no sistema de cultivo semi-hidrôponico em estufa. Utilizou-se quatro repetições com 10 embalagens contendo 4
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plantas cada uma. O delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado. Foi utilizada a cultivar Aromas, de dias neutros, precoce, vigor médio cujos frutos apr esentam tamanho ideal para a comercialização in natura. As colheitas foram feitas semanalmente quando os frutos apresentavam aproximadamente 70% da sua superfície com coloração vermelha. Os frutos eram colhidos, contados e avaliados quanto à incidência de doenças. Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2006, quando as plantas tinham 4 a 6 meses, verificou-se baixa ocorrência de oídio e mofo-cinzento, provavelmente devido a reduzida da fonte de inóculo. Já em outubro de 2007, quando os morangueiros encontravam-se com 16 meses e não haviam sido feitas toaletes nos dois meses antecedentes, a porcentagem de frutos infectados foi bastante elevada, estatisticamente superior ao dos demais meses da avaliação. Em abril de 2007 os índices de infecção apresentados foram altos, devido à realização de toaletes superficiais nos meses anteriores, o que propiciou condições propícias para alta incidência de doenças.
METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DE MORANGO NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL MÜLLER, N.T.G.1; FASOLO, D.1; MÜLLER, F.C.1; BERTÊ, R.1 1
. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Santo Ângelo, Avenida Universidade das Missões, 464, CEP 98 802–470, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail:
[email protected]
O morango é, mundialmente, uma das frutas mais apreciadas, não só pelo sabor agradável, mas também pelo seu valor nutritivo. O Brasil não figura entre os maiores produtores, mas possui uma área estimada em 3.500 ha, sendo a média das propriedades ao redor de 0,5 a 1,0 ha, atendendo do mercado in natura à industrialização. Dessa forma, o estudo objetivou analisar compostos fitoquímicos presentes na folha do morango das cultivares Dower, Camarosa, Camino Real, Tudla e Oso Grande cultivadas na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Foram coletadas amostras em toda área de cultivo a fim de obter-se maior representatividade de cada cultivar. Os testes foram realizados nos meses de novembro de 2007 a fevereiro de 2008 no Laboratório de Farmacognosia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Santo Ângelo. As exsicatas foram fixadas e depositadas no Herbário Balduíno Rambo da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Erechim. Os resultados obtidos a partir das análises fitoquímicas foram positivos para flavonóides em todas as cultivares, destacandose a cultivar Dower. Apenas esta apresentou índice de espuma relevante para o teste de saponinas, já os glicosídeos cianogenéticos, dentre todas as cultivares testadas, foram encontrados somente na cultivar Tudla. Também foi constatada a presença de antraquinonas para as cultivares Camino Real e Tudla, porém, para taninos os resultados foram negativos em todas as cultivares. Apoio financeiro: CNPq, PIIC/URI
MULTIPLICAÇÃO in vitro DE CULTIVARES DE AMOREIRA-PRETA: INFLUÊNCIA DE REGULADORES DE CRESCIMENTO E MEIOS DE CULTIVO VILLA, F.1; PASQUAL, M.1; ASSIS, F.A.1; ASSIS, G.A.1; VILELA, X.M.S.1 Departamento de Agricultura (DAG), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, CEP: 37200-000, e-mail:
[email protected];
[email protected] 1
A micropropagação da amoreira-preta pode gerar plantas livres de vírus e em curto espaço de tempo. Com o objetivo de aprimorar técnicas de propagação in vitro de amoreira-preta, testaram-se diferentes meios de cultivo e concentrações de 6-belzilaminopurina (BAP) e ácido indolb utírico (AIB). Gemas axilares com cerca de 2 cm, de brotações pré estabelecidas in vitro das cultivares Tupy e Brazos, foram excisadas e inoculadas em diferentes meios de cultivo (MS, Knudson, NN e Roubelakis), suplementado com concentrações de BAP (0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 mg L -1) e de AIB (0; 0,125; 0,25;
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0,5 e 1,0 mg L -1). O experimento foi inteiramente casualisado (DIC), utilizando-se de três explantes por repetição e 12 brotações por tratamento, perfazendo 240 brotações. O pH do meio foi ajustado para 5,8 antes da adição de 6 g L -1 de ágar e da autoclavagem a 121 ºC e 1 atm por 20 minutos. Após a inoculação, os explantes foram mantidos por 60 dias, em sala de crescimento a 25±1 ºC, irradiância de 35 µ mol m –2 s –1 e fotoperíodo de 16 horas, avaliando-se número de folhas, número e comprimento dos brotos, número de raízes, peso da matéria fresca e seca da parte aérea. As cultivares de amoreira preta apresentam diferentes potenciais de multiplicação. Verificaram-se maior número de brotos (3,63) da cv. Brazos em meio de cultura MS. Comprimento (1,80cm) e número de raízes (1,68) dessa mesma cultivar foram estimulados em meio Roubelakis e MS adicionados de 0,5 mg L -1 de BAP. Menor formação de calos (0,71g) na base dos explantes da cv. Brazos deu-se em meio de cultivo Knudson com 4,0 mg L -1 de 6-benzilaminopurina. Foi observada a formação do sistema radicular das brotações em todos os meios empregados, porém melhores resultados de ‘Tupy’, na ausência de AIB deu-se nos meios Knudson, NN e MS.
OTIMIZAÇÃO DA ATIVIDADE DA INVERTASE ÁCIDA DO VACÚOLO EM FRUTOS DE MORANGO GARDIN, J.P.P. 1; DOUMER, M.1; LEITZKE, L.1; ANTUNES, L.E.C.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
A atividade de enzimas do metabolismo dos carboidratos, principalmente as envolvidas no crescimento de drenos, tais como a invertase ácida do vacúolo (IAV), invertase neutra do citosol (INC), e sintase da sacarose (SUSY), tem sido muito estudada por pesquisadores do mundo inteiro para a melhor compreensão deste metabolismo e também por serem um indicador potencial da produtividade das culturas. Com o objetivo de otimizar a atividade da IAV em função dos fatores tempo (y) e temperatura (x) de incubação foi realizado um experimento com onze ensaios, conforme a metodologia de superfície de resposta, seguindo um planejamento estrela. O material vegetal utilizado foi constituído de frutos de morango colhidos aleatoriamente, homogeneizados, congelados com nitrogênio líquido e pesados 0,5g por amostra. A extração da IAV foi realizada com meio extrator constituído de tampão HEPES – 100 mM – ajustando o pH para 7,5, PMSF (Phenyl methyl sulfonyl fluoride) – 1 mM, MgCl 2 – 10 mM, DTT (Ditiotreitol) – 1 mM, Ácido ascórbico – 100 mM, e água. O meio de incubação foi constituído de tampão citrato de sódio 200 mM – pH 4,8, MgCl2 – 10 mM e sacarose – 200 mM. Os tempos de incubação utilizados foram de 20 e 40 minutos na parte fatorial e 16, 30 e 44 na parte em estrela. As temperaturas de incubação utilizadas for am de 30 e 40 °C na parte fatorial e 28, 35 e 42 na parte em estrela, sendo três pontos centrais com temperatura de 35°C e tempo de 30 minutos. A temperatura ótima para a incubação da IAV é de 35,1 °C e o tempo ótimo de incubação é de 30,3 minutos para uma atividade de 121,1 μmol de AR g -1 MS.h-1. O modelo quadrático foi significativo para ambos os fatores, não ocorreu interação, ou seja, os fatores interferem de forma independente na atividade, e a equação que estima o modelo é a seguinte: Atividade da IAV=121+1,55*x-23,2*x 2+0,813*y-22,52*y 2+2,9*x*y, com uma variação explicada (R 2) de 82,11%. Apoio financeiro: Fapergs e CNPq
OTIMIZAÇÃO DA ATIVIDADE DA INVERTASE NEUTRA DO CITOSOL EM FRUTOS DE MORANGO GARDIN, J.P.P. 1; DOUMER, M.1; LEITZKE, L.1; ANTUNES, L.E.C.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
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A atividade de enzimas do metabolismo dos carboidratos, principalmente as envolvidas no crescimento de drenos, tais como a invertase neutra do citosol (INC), invertase ácida do vacúolo
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(IAV) e sintase da sacarose (SUSY), tem sido muito estudada por pesquisadores do mundo inteiro para a melhor compreensão deste metabolismo e também por serem um indicador potencial da produtividade das culturas. Com o objetivo de otimizar a atividade da INC em função dos fatores tempo (y) e temperatura (x) de incubação foi realizado um experimento com onze ensaios, conforme a metodologia de superfície de resposta, seguindo um planejamento estrela. O material vegetal utilizado foi constituído de frutos de morango colhidos aleatoriamente, homogeneizados, congelados com nitrogênio líquido e pesados 0,5g por amostra. A extração da INC foi realizada com meio extrator constituído de tampão HEPES – 100 mM – ajustando o pH para 7,5, PMSF (Phenyl methyl sulfonyl fluoride) – 1 mM, MgCl 2 – 10 mM, DTT (Ditiotreitol) – 1 mM, Ácido ascórbico – 100 mM, e água. O meio de incubação foi constituído de tampão fosfato de potássio 100 mM – ajustado o pH para 7,5, MgCl2 – 10 mM e Sacarose – 200 mM. Os tempos de incubação utilizados foram de 20 e 40 minutos na parte fatorial e 16, 30 e 44 na parte em estrela. As temperaturas de incubação utilizadas foram de 30 e 40 °C na parte fatorial e 28,35 e 42 na parte axial, sendo três pontos centrais com temperatura de 35°C e tempo de 30 minutos. A temperatura ótima para a incubação da INC é de 34,7 °C e o tempo ótimo de incubação é de 32,9 minutos para uma atividade de 123,2 μmol de AR g-1 MS.h-1. O modelo quadrático foi significativo para ambos os fatores, não ocorreu interação, ou seja, os fatores interferem de forma independente na resposta, e a equação que estima o modelo é a seguinte: Atividade da INC=121,19+13,3*x-22,17*x 2-3,35*y-32,1*y2+1,38*x*y, com uma variação explicada (R 2) de 86,35%. Apoio financeiro: Fapergs e CNPq
OTIMIZAÇÃO NA PROPAGAÇÃO DE ESTACAS E MICRO ESTACAS IN JABUTICABEIRA ( Myrciaria jaboticaba (VELL) O.BERG )
VITRO
DE
SARTOR, F.R.1, MÜLLER, N.T.G.2 Acadêmica do Curso de Especialização em Ciências Ambientais: Conservação da Biodiversidade, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo Ângelo. Rua Universidade das Missões, 464, Caixa Postal 184, CEP: 98.802-470, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail:
[email protected] 2 Dr a. em Ciências/Produção Vegetal, Bióloga , URI – campus Santo Ângelo. Rua Universidade das Missões, 464, Caixa Postal 184, CEP: 98.802-470, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail:
[email protected] 1
Este trabalho teve como objetivo verificar a influência do AIB, do substrato e da porção da estaca de jabuticabeira na propagação in vivo, bem como o efeito do BAP no cultivo de micro estacas in vitro. No experimento de campo foram utilizadas estacas de 10cm, as quais foram cultivadas em sete diferentes substratos: solo argiloso, areia, casca de arroz carbonizada, solo argiloso x areia, solo argiloso x casca de arroz carbonizada, areia x casca de arroz carbonizada e solo argiloso x areia x casca de arroz carbonizada. Antes de serem colocadas no substrato, as estacas foram submetidas ao AIB em 2 concentrações (0,0 e 0,2mg.L -1). O delineamento experimental adotado foi de três blocos casualizados e 28 tratamentos cada um com três repetições. No experimento in vitro foram utilizadas micro estacas de 2cm, desinfestadas com etanol 70% e hipoclorito de sódio a 50%, cultivadas em meio de cultura MS, adicionado de 100mg.l -1 de mio-inositol, 30 g.l -1 de sacarose e 6 g.l-1 de ágar. O pH do meio foi ajustado para 5,9 e autoclavado a 121 0C e 1,5 atm durante 15 minutos. O delineamento experimental compreendeu três blocos casualizados e 12 tratamentos com diferentes concentrações de BAP cada um com seis repetições. No campo verificou-se que a mistura dos substratos promoveu a formação de um maior número de gemas nas estacas. Aquelas provenientes da porção apical, na ausência de AIB, apresentaram melhores resultados em relação às da região mediana, porém, esta na presença de AIB, cultivada em areia proporcionou aumento no número de gemas. Em laboratório observou-se que em altas concentrações de BAP (0,6, 0,8 e 1 mg.L -1) houve maior desencadeamento de fungos promovendo aumento na taxa de contaminação das estacas provenientes da porção mediana dos ramos da planta. Na ausência do hormônio constataram-se alta incidência do patógeno em ambas as porções da estacas. Apenas 6,48% dos explantes não foram atacados por fungos, porém estes propágulos não emitiram brotações e ou raízes
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PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE SEMENTES DE ROMÃ ( Punica granatum, L.) BRUSCATTO, H.M.¹; ZAMBIAZI, R.C.²; PESTANA, R.V.¹ Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1 2
A romã (Punica granatum, L.) família Punicaceae, é uma fruta originária da região do Oriente Médio, muito citada na literatura árabe e chinesa, tem sido utilizada como planta frutífera e ornamental (parques e jardins) além de reunir diversas propriedades medicinais, podendo incluir uma excelente fonte de óleos essenciais. Difundiu-se pela região mediterrânea, e de lá praticamente se espalhou por todo o mundo, inclusive para o Brasil. A maturação do fruto ocorre no período de setembro a fevereiro. A finalidade deste estudo foi caracterizar o perfil de ácidos graxos do óleo extraído de semente de romã. As sementes foram previamente secas em estufa (65-70°C), trituradas, pesadas e colocadas no Soxlet com éter de petróleo para a extração da fração lipídica. A preparação da amostra para o perfil de ácidos graxos seguiu técnica descrita por Zambiazi (1997). Os ácidos graxos foram analisados em cromatógrafo gasoso-CG, provido co coluna capilar (30m x 0,252mm, revestida por filme 0,25 ìm, com fase líquida DB-22530), detector FID, e injeção manual de 1,5mL (seringa PerkinElmer). Os parâmetros cromatográficos na separação seguiram metodologia descrita por Zambiazi (1997). Os ácidos graxos foram identificados com base em uma mistura com padrões cromatográficos. Através da avaliação do perfil de ácidos graxos observou-se que os ácido graxos saturados apresentaram um conteúdo total de 47,56% sendo que, destes o ácido capróico (C6:0), apresentou-se em maior quantidade 11,85%, seguido do ácido margárico (C17:0) com 10,02%, do ácido palmítico (C16:0) com 7,59% e do ácido araquídico (C20:0) com 7,42%. Os ácidos graxos insaturados apresentaram um conteúdo total de 52,44%, e destes prevaleceu em maior quantid ade o ácido linoléico (C18:2) com 11,38%, seguido do oléico (C18:1) com 9,76% e do ácido docotetraenóico (C22:4) com 6,28% e palmitoléico (C16:1) com 6,10%. Com isto observa-se que, além de alto percentual de ácidos graxos saturados, o fruto de romã apresenta alto conteúdo em ácidos graxos encontrados em pequenas quantidades em outros frutos e oleaginosas, como o alto percentual dos ácidos capróico, margárico e docotetraenóicos. Fonte financiadora: Capes, Fapergs.
PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS EM SEMENTE DE ARATICUM BRUSCATTO1, M.H.; ZAMBIAZI2, R.C.; PESTANA1, V.R. Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1 2
O araticum ( Rollinea sp.) é da mesma família da conhecida fruta-do-conde. Atualmente tem-se explorado novas fontes vegetais visando as propriedades funcionais das frutas. Praticamente todos os alimentos contêm ácidos graxos, e alguns deles são essenciais ao organismo humano. Uma importante característica química dos ácidos graxos sob o ponto de vista nutricional, consiste na proporção dos ácidos graxos. As proporções dos diferentes ácidos graxos saturados e insaturados nos óleos e gorduras vegetais variam de acordo com as plantas das quais foram obtidas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de ácidos graxos das sementes do araticum. As sementes foram previamente secas em estufa (65-70°C), trituradas, pesadas e colocadas no Soxlet com éter de petróleo para a extração da fração lipídica. A preparação da amostra para o perfil de ácidos graxos seguiu a técnica descrita por Zambiazi (1997). Os ácidos graxos foram analisados em cromatógrafo gasosoCG, provido co coluna capilar (30m x 0,252mm, revestida por filme 0,25 ìm, com fase líquida DB22530), detector FID, e injeção manual de 1,5mL (seringa PerkinElmer). Os parâmetros cromatográficos na separação seguiram metodologia descrita por Zambiazi (1997). Os ácidos graxos foram identificados com base em uma mistura com padrões cromatográficos.. Observou-se que o perfil de ácidos graxos do araticum apresentou 24,14% de ácidos graxos saturados e destes saturados,
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o ácido palmítico (C16:0) apresentou-se em maior quantidade com 18,09%, seguido pelo ácido esteárico (C18:0) com 4,56% e do ácido lignocérico (C24:0) com apenas 0.88%. Os ácidos graxos insaturados, apresentaram um conteúdo total de 75,85%, e destes, 50,68% foram devido ao ácido oléico (C18:1) e 23,38% do ácido linoléico (C18:2), seguido pelo linolênico que apresentou apenas 0,84% dos ácidos graxos insaturados. Concluí-se que o óleo extraídos das sementes de araticum constituem uma excelente fonte de ácidos oléico (C18:1) e do ácido linoléico (C18:2). Apoio financeiro: CNPq, Capes.
PRODUÇÃO DE MUDAS DE AMOREIRA-PRETA ( Ru bu s EXPLANTES DE RAÍZES
sp p )
POR MEIO DE
BORSZOWSKEI, P.R.1; MALGARIM, M.B.2; AHRENS, D.C. 3 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pesquisa e desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Produção Vegetal, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 1
A escolha de mudas de qualidade é uma etapa essencial para o sucesso da produção de amoreira preta. Na maioria das vezes, a aquisição de mudas certificadas representa alto custo, porém sabe-se que o retorno é satisfatório em termos de produtividade e de qualidade da fruta quando aliado a outros fatores culturais. Como alternativa, os produtores adquirem números reduzidos de mudas certificadas e as reproduzem. O objetivo do trabalho foi testar dois métodos de produção de mudas de amoreira-preta. O experimento foi realizado no Município de Rio Azul, localizado na microrregião colonial de Irati-PR e, integra o segundo planalto paranaense. O clima é do tipo Cfb (temperado), temperatura média alta anual de 23,9 graus e média baixa anual de 12,8 graus, precipitação média anual de 1700 mm, solo classificado como alissolo. Dois métodos foram testados: estacas enraizadas e explantes de raízes, ambos de mudas certificadas. O delineamento experimental adotado foi o de blocos inteiramente casualizados, com 10 repetições totalizando 20 parcelas, cada parcela foi composta por 100 ramos e/ou explantes. Os ramos foram retirados de plantas matrizes e colocados em saquinhos plásticos contendo solo orgânico, os explantes de raízes de plantas matrizes foram coletados e cortados em tamanhos uniformes de aproximadamente 4 cm, posteriormente colocados em solo orgânico protegido por sombrite. Após os explantes apresentarem novos segmentos de raízes, estes foram colocados em saquinhos plásticos contendo solo orgânico. Para a avaliação quantificou-se o número total de plantas vivas a campo. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey 5% (Pr<0,05). Com o resultado foi possível observar que o método de utilização de produção de mudas de amoreira-preta por meio de explantes de raízes apresentou 91% de plantas vivas a campo, já o método de estacas enraizadas proporcionou 43% de plantas vivas a campo.
PRODUÇÃO E QUALIDADE DO MORANGUEIRO PRODUZIDO SOB DIFERENTES TELAS DE SOMBREAMENTO CALVETE, E.O.1; CECCHETTI, D.1; NIENOW, A.A.1; MORO, C.M.1; RAMBO, A. 1; LOSS, J.T.1; TESSARO, F.1; CASTOLDI, R.C. da 1 Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo. Campus I, BR 285, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo/RS.
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O interesse pelo cultivo do morangueiro vem crescendo no Brasil, devido à elevada rentabilidade da cultura, ao amplo conhecimento e aceitação do fruto pelo consumidor e pela diversidade de opções de comercialização e processamento. Com as exigências do mercado e do consumidor e o crescente consumo, surge a necessidade de maximizar a produção desenvolvendo tecnologias que
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proporcionem aos produtores, aumento da produtividade e da qualidade dos frutos. Uma dessas tecnologias é o uso de telas coloridas, empregadas em ambientes protegidos. Desta forma, este trabalho foi realizado com objetivo de testar diferentes telas de sombreamento, comparadas com a testemunha (sem tela), no cultivo do morangueiro. O experimento foi conduzido no período de maio a dezembro de 2007, na FAMV da Universidade de Passo Fundo-RS, em ambiente protegido de 510 m2, coberto com filme de PEBD de 150 micra e com aditivo anti-UV. Os tratamentos constaram de um fatorial com 4 cultivares (Camarosa, Oso Grande, Dover e Serrano) e 4 coberturas (malha termo - refletora Aluminet®, chromatiNet® azul e chromatiNet® vermelha com 40% de sombreamento e testemunha - sem malha), distribuídos em blocos casualizados com 4 repetições e 20 plantas por parcela. Foram avaliados o número e a massa fresca de frutos, teor de açúcar (ºBrix), pH e maior diâmetro transversal do fruto (mm) e monitorados a temperatura e a radiação fotossinteticamente ativa. Com relação à produtividade as cvs. Camarosa (240,0 g planta -1 ± 50,41) e Oso Grande (219, 2 g planta -1 ± 34,21) foram superiores quando cultivadas na malha termo – refletora, enquanto Dover produziu mais na tela chromatinet vermelha (110,6 ± 17,52). Não houve efeito positivo das telas para a cv. Serrano. Considerando a média geral, mudas de morangueiro cultivadas sem algum tipo de malha, apenas com a cobertura do ambiente protegido, apresentam menor porcentagem de frutos (média de 22,49%) e de massa fresca por planta (176,33 g planta -1 ± 23, 29). Já na qualidade dos frutos, as telas não apresentaram efeito positivo em nenhuma das cultivares. Apoio: CNPq, FAPERGS, UPF e CAPES (Bolsas de Iniciação científica e de Mestrado/ PPGAGRO)
PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FRAMBOESEIRA SUBMETIDAS A DIFERENTES ADUBAÇÕES DE PRÉ-PLANTIO CARPENEDO, S.1; HARDTKE, L.²; NEVES, P.S.¹; VIGNOLO, G.¹; FRANZON, R.C.²; ANTUNES, L.E.C.2; SILVA, S.D.A.2 ¹ Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] ² Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected]
O cultivo da framboeseira ( Rubus ideaus L.) constitui-se em uma alternativa de renda para pequenas propriedades em regiões de clima frio no Brasil, pois, possui baixo custo de implantação e a possibilidade de retorno econômico satisfatório em uma pequena área. Porém a cultura é pouco conhecida no Brasil e suas técnicas de cultivo são pouco difundidas. Em razão disto foi realizado um experimento com o objetivo de observar o comportamento de diferentes cultivares de framboeseira submetidas a diferentes adubações pré plantio. O experimento, conduzido na Embrapa Clima Temperado, em condições de campo, foi instalado em 2007, em parcelas subdivididas com 12 tratamentos, resultantes da combinação de quatro adubações de pré plantio (T1: uréia, SPT e KCl; T2: TM + SPT+KCl; T3: 2TM+ SPT+ KCl; e T4: 2TM, sendo TM: torta de mamona, SPT: Superfosfato triplo e KCl: Cloreto de potássio, aplicados nas covas de plantio) e três cultivares (Batum, Autumn Bliss e Heritage). A adubação foi colocada na parcela e as cul tivares na subparcela, sendo cada subparcela composta por cinco plantas. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com seis repetições. Os frutos foram colhidos semanalmente no período de fevereiro à junho de 2008. Foram avaliados o peso total e peso médio de frutos. Estimou-se a produtividade (Kg.ha 1 ), em um espaçamento de 2,5m x 0,40m. Não houve interação significativa entre os fatores estudados. As diferentes adubações não influenciaram na produtividade e no peso médio de frutos e as cultivares não diferiram entre si. Porém, em relação a adubação, observou-se uma tendência de maior produtividade com o T1 (5,4 ton.ha -1). Ainda não é possível recomendar a adubação para a cultura, pelo fato das avaliações terem sido realizadas no primeiro ano de cultivo. Nos próximos anos novas adubações pré plantio devem ser testadas para esta espécie, visando a otimização da produção. Apoio financeiro: CNPq, Embrapa Clima Temperado
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
PROPAGAÇÃO CLONAL DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MIRTILEIRO ( Vaccinium ashei Reade) EM SUBSTRATO COMPOSTO BASE DE ACÍCULA DE PINUS MENDES, M.1; MACEDO, T.A.1; RUFATO, L. 1; KRETZSCHMAR, A.A. 1; RIBEIRO, R.S. 1; BRIGHENTI, A.F.1 Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Av Luis de Camões, 2090, Lages, SC, Brasil. E-mail:
[email protected] 1
O cultivo do mirtileiro está em expansão no Brasil, podendo ser explorada como uma alternativa de renda aos fruticultores. Porém não há produção de mudas é insuficiente para suprir a demanda, inviabilizando o crescimento sustentável da atividade. O objetivo do trabalho foi verificar o efeito de fitorreguladores no enraizamento do mirtileiro, utilizando substrato à base de acícula de pinus. As estacas herbáceas das cultivares de mirtileiro, Bluegen, Powder Blue e Climax, foram submetidas a seis tratamentos com diferentes doses de ácido indol- butírico (AIB) e floroglucinol: T1 (0 mg.L 1 e AIB + 0 mg.L -1 de floroglucinol), T2 (2000 mg.L -1 de AIB de + 0 mg.L -1 de floroglucinol), T3 (4000 mg.L-1 de AIB + 0 mg.L -1 de floroglucinol), T4 (0 mg.L -1 de AIB + 2000 mg.L -1 de floroglucinol), T5 (2000 mg.L -1 de AIB + 2000 mg.L -1 de floroglucinol), T6 (4000 mg.L -1 de AIB + 2000 mg.L-1 de floroglucinol). Após os tratamentos, as estacas foram acondicionadas em substrato composto por acícula de pinus e solo, e levadas para casa de vegetação sob nebulização intermitente. Os dados foram coletados em duas datas, avaliou-se a porcentagem de enraizamento, comprimento e número de raízes, porcentagem de brotação, comprimento e número de brotações e número de folhas. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com três blocos e duas repetições. A cv. Clímax apresentou maior porcentagem de enraizamento (50,0%) e maior número de folha(2,53), em comparação com a cv. Bluegen obtendo valores de média (11,11%) ( 1,03) respectivamente, porém não diferiu significativamente da Powder Blue. Para essas variáveis, o tratamento T5 foi significativamente superior à T3 e T6 mas não diferiu dos demais.Para as variáveis número de raiz, comprimento e número de brotações não houve diferença significativa entre os tratamentos e entre as cultivares. Para a variável comprimento de raiz, a cv. Climax foi significativamente maior às demais obtendo uma média de 2,11, e os tratamentos T5 e T2 obtiveram os melhores resultados. Com relação a porcentagem de brotação as cultivares avaliadas não apresentaram diferenças, em relação aos tratamentos, T5 foi significativamente superior ao T6.
PROPRIEDADES FUNCIONAIS DA CEREJA-DO-RIO-GRANDE ( Eugenia involucrata) PEREIRA, M.C.1; CASTILHO, P.M.2; VIZZOTTO, M.3 Nutr ic ionist a, Ce ntro Federa l de Educaç ão Tecnológica de Pelo tas – CEFE T, Pe lota s, RS, Bras il . Emai l:
[email protected] 2 Licenciada em matemárica, cursando Técnico em Análise de Processos Industriais Químicos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas - CEFET, Pelotas, RS Email:
[email protected] 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
A cereja-do-rio-grande, também chamada de cereja-do-mato, pertence à família Myrtaceae, é uma espécie nativa do Brasil, rústica, ornamental, que pode ser consumida in natura ou na fabricação de doces, geléias e licores. Apesar do grande potencial de utilização, são descartadas em função da carência de informações técnicas sobre o cultivo e manejo entre outras particularidades como longo período para iniciar a frutificação. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a cereja-do-rio-grande, quanto suas propriedades funcionais. Os frutos foram coletados na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, e congelados a – 20ºC até o momento das análises. Foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, atividade antioxidante, carotenóides totais e antocianinas totais. A determinação de compostos fenólicos totais foi através do reagente Folin-Ciocalteau, da atividade antioxidante através do radical estável DPPH. Para determinar carotenóides totais utilizou-se a solução de acetona/ etanol contendo o antioxidante BHT para evitar a oxidação destes compostos e para antocianinas utilizou-se o solvente etanol acidificado. Para todas as análises utilizou-se a porção equatorial dos
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frutos (polpa e casca), em triplicata. Quanto aos compostos fenólicos, a cereja-do-rio-grande apresentou 654,3±71,8 mg do equivalente ácido clorogênico/100g amostra fresca, atividade antioxidante 11152,8±38,1 ìg equivalente trolox/g amostra fresca, carotenóides totais 15,0±2,4 mg equivalente â-caroteno/100g amostra fresca, e antocianinas totais 416,6±13,9 mg/100 g peso fresco. Comparada a outras frutas nativas como guabiroba, uvaia, araçá e pitanga, a cereja-do-rio-grande apresenta teores de carotenóides e antocianinas superiores a todas, e compostos fenólicos totais e atividade antioxidante inferiores apenas a guabiroba. Em conclusão, a cereja-do-rio-grande apresenta grande potencial para ser consumida como alimento funcional, principalmente por sua alta atividade antioxidante.
QUALIDADE DE MORANGOS PRODUZIDOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO CALVETE, E.O.1; CECCHETTI, D.1; NIENOW, A.A.1; MORO, C.M.1; RAMBO,A.1; LOSS, J.T.1; TESSARO, F.1; CASTOLDI, R.C. da1 Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo. Campus I, BR 285, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo/RS.
[email protected]
O interesse comercial pelo morangueiro é grande em muitos países. A coloração, o aroma e o sabor da fruta, assim como suas propriedades nutritivas, fazem do morango um produto muito apreciado pelos consumidores. A totalidade da produção no Brasil é proveniente do cultivo no solo. Entretanto, nesse sistema, o cultivo de morangueiro se repete ano após ano, causando problemas de doenças no solo e nas plantas. Pesquisas atuais apontam para a utilização de técnicas de cultivo sem solo, utilizando sacolas preenchidas com substrato como forma de suporte às raízes e nutrição da planta. Esse trabalho teve como objetivo comparar em ambiente protegido, a qualidade dos frutos de morangueiro em seis cultivares, utilizando-se três diferentes sistemas de cultivo em substrato com sacolas na vertical e na horizontal, em comparação com o cultivo tradicion al do solo. O trabalho foi conduzido em duas estufas agrícolas com teto semicircular, instaladas no sentido nordeste-sudeste, na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo-RS. Os experimentos (três) foram desenvolvidos no período de 06 de maio a 13 de dezembro de 2007. Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso com quatro repetições e para comparação dos experimentos foi realizado análise conjunta dos dados. Foram avaliadas as características de açúcar (ºBrix), pH e maior diâmetro transversal (mm) do fruto. Os morangueiro quando conduzidos no solo, considerando a média das seis cultivares, apresentaram maior valo r de ºBrix (9,25). O valor do pH foi maior nos frutos colhidos em plantas mantidas no solo (5,37) e em sacolas na horizontal (5,42). Já o maior diâmetro transversal foi observado nos frutos produzidos no sistema de sacolas na horizontal, com 27,6 mm. Quando leva-se em consideração o desempenho qualitativo das cultivares, independente do sistema de produção, apenas diferiram quanto o diâmetro, sendo o maior observado na cv. Serrano (23, 1 mm) e menor na Dover (20,1 mm). Apoio: CNPq, FAPERGS, UPF e CAPES (Bolsas de Iniciação científica e de Mestrado/ PPGAGRO).
QUALIDADE SENSORIAL DE MORANGOS ‘CAMAROSA’ PRODUZIDOS EM SISTEMA CONVENCIONAL E ORGÂNICO CONSERVADOS EM ATMOSFERA CONTROLADA SCHÜNEMANN, A.P.P.1; CANTILLANO, R.F.F. 2; TREPTOW, R.D.O.3; GALARÇA, S.P.1; LIMA, C.S.M.1 ¹ Departamento de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM)/Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Caixa Postal 354, CEP 96.010-900, Pelotas, RS. E-mail:
[email protected] ² Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa Clima Temperado, BR392 Km78, Pelotas, RS, Brasil. ³ Autônoma
O armazenamento em atmosfera controlada (AC), propicia manutenção da qualidade de morangos, reduzindo as perdas e prolongando o período de conservação. Atributos como sabor, aroma e textura combinados com a aparência do produto, são referências importantes para o consumidor, pois influi diretamente na percepção da qualidade. O mercado de frutas orgânicas vem sendo impulsionado 154
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
pela exigência dos consumidores por produtos que utilizem técnicas não agressivas ao ambiente. Entretanto, estudos da qualidade do produto orgânico são incipientes quando comparados ao cultivo convencional. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito das condições de atmosfera controlada sobre a qualidade sensorial de morangos ‘Camarosa’, produzidos em sistema convencional e orgânico, durante o período de armazenamento. As frutas foram armazenadas durante 3, 6 e 9 dias a 1,5ºC e 90 a 95% de umidade relativa (UR), sob AR (testemunha) e em AC, nas seguintes concentrações de gases: 3% O 2 e 5% de CO 2; 3% O2 e 10% CO2. As avaliações foram realizadas na colheita e após cada período de armazenamento. Foram avaliadas sensorialmente atributos de aparência, sabor e textura. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições (15 frutos/repetição), seguindo um esquema fatorial 2x3x3. Foi observado que os morangos, de ambos sistemas, submetidos as condições de AC, independentemente da concentração, apresentaram menor incidência de podridões, maior sensação de doçura, maior firmeza, melhor qualidade geral, maior acidez e sabor característico mais intenso, quando comparados aos morangos em AR. Durante o armazenamento, os morangos produzidos em sistema orgânico apresentaram-se menos firmes, com sensação de doçura e sabor característico menos intenso e qualidade geral inferior quando comparados ao convencional. As frutas produzidas por ambos os sistemas apresentaram baixos níveis de podridões ao longo do período de armazenamento. Durante os primeiros 3 dias de armazenamento, nas duas concentrações de AC, os morangos dos dois sistemas de produção apresentaram uma melhor qualidade sensorial. Com 6 dias de armazenamento a concentração de gases 3% de O 2 e 10% de CO2 apresentou maior firmeza e sabor característico mais intenso. Aos 9 dias de armazenamento as frutas armazenadas com 3% de O 2 e 10% de CO 2 apresentaram qualidade superior. Os resultados permitem concluir que AC com 3% de O 2 e 10% de CO 2 foi eficiente na preservação da qualidade das frutas em até 9 dias para o sistema convencional e até 6 dias para o sistema orgânico em morangos ‘Camarosa’.
QUANTIFICAÇÃO DE ÁCIDO L-ASCÓRBICO POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA EM FRUTAS COMERCIALIZADAS EM PELOTAS,RS SGANZERLA, M.1; ZAMBIAZI, R.3; CHIM, J.F.3; BORGES, G.2 Curso de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial – UFPEL, CEP 96010-900. Pelotas-RS Brasil. e-mail:
[email protected] 2 Curso de Pós Graduação em Ciência de Alimentos – UFSC 3 Departamento de Ciência dos Alimentos – UFPEL 1
A importância da vitamina C à saúde humana é bem conhecida, destacando-se pela reação com radicais livres. Como antioxidante reduz ocorrência de doenças cardiovasculares e câncer. Compostos antioxidantes estão naturalmente presentes em frutas, um dos mais ativos constitui na vitamina C. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas e o consumo aumenta significativamente, muito devido ao valor nutritivo e efeitos terapêuticos. Vitamina C é o termo genérico de compostos que desempenham a atividade vitamínica. O ácido L-ascórbico (AA) é a forma biologicamente mais ativa da vitamina C e pode ser determinado por diferentes métodos. A quantificação da vitamina C é dificultada pela instabilidade deste composto, sendo que normalmente sua quantificação ocorre pelo uso de agentes oxidantes. Diversos métodos analíticos são reportados para a determinação de vitamina C, sendo que a maioria dos métodos oficiais estima o conteúdo total de vitamina C, não fazendo discriminação entre espécies oxidadas do ácido L-ascórbico, como ácido dehidroascórbico (DHA) e isoascórbico (isoAA). A técnica de cromatografia líquida de alta eficiência aplicada neste estudo (Vinci et. al 1995) permite a quantificação direta da vitamina C em AA. Para isto utilizou-se sistema de cromatografia líquida Shimadzu LC-10AT, equipado com detector de UV, coluna de fase reversa (RP-18; 5ìm; 4.6 x 250mm), com fluxo de 0,8 mL/min, detecção em UV a 254 nm, tendo como fases móveis solução de ácido acético 0,1% em água ultra pura e metanol 100%. O ácido L-ascórbico foi utilizado como padrão, para a determinação da curva de calibração externa. As avaliações foram realizadas em triplicata para as frutas obtidas em Pelotas-RS: maracujá (Passiflora edulis), carambola ( Averrhoa carambola), kiwi ( Actinidia chinensi s), butiá ( Butia capitata ) e uvaia ( Eugenia uvalha). Obteve-se para estas frutas, respectivamente, 3,66; 3,62; 51,69; 43,37; e 12,20 mg de ácido L-ascórbico.100g -1 de fruta. Com estes resultados constata-se que o
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maior conteúdo de AA foi encontrado no kiwi, que segundo a literatura pode variar de 30 a 110mg/ 100g amostra; ainda, este valor foi inferior a dados reportados por titulometria (73,27 mg.100g -1) e superior ao referente a análise cromatográfica (25,35 mg.100g -1). Os demais valores obtidos, com exceção para o butiá, estão consideravelmente abaixo dos teores de vitamina C que são citados por outros estudos aplicando determinação titulométrica, o que ocorre porque o método titulométrico quantifica, além do ácido L-ascórbico, as formas de DHA e IsoAA e ainda, justifica-se essa variação pelas condições de cultivo, transporte e armazenamento das frutas. Agradecimento pelo apoio financeiro à FAPERGS e à CAPES.
QUEBRA DE DORMÊNCIA COM CIANAMIDA HIDROGENADA DE CULTIVARES DE MIRTILO EM AMBIENTE PROTEGIDO COLETTI, R.1; NIENOW, A.A.2; CALVETE, E.O.2 Eng.-Agr., mestrando do Programa de Pós-graduação em Agronomia da FAMV/UPF. E-mail: coletti.fiorini@t erra.com.br Professores da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), Universidade de Passo Fundo (UPF), Rodovia BR 285, km 171, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail:
[email protected] 1 2
O mirtilo é, normalmente, cultivado em condições de campo. O interesse por estudos em ambiente protegido vem de encontro à possibilidade de propor, futuramente, cultivos consorciados nas entrelinhas, com períodos de safra que se complementem, como, por exemplo, com o morangueiro. O mirtilo é exigente em horas de frio no outono/inverno. O não cumprimento das necessidades pode provocar deficiente formação das gemas floríferas e vegetativas ou desuniformidade na brotação e floração, com reflexos na produção. A pesquisa teve por objetivo estudar a quebra de dormência de cultivares de mirtilo em condições de ambiente protegido. O trabalho foi conduzido em uma estufa agrícola instalada no sentido nordeste-sudeste (200 m 2), com irrigação por gotejamento. A implantação do cultivo foi em dezembro de 2005, no espaçamento de 0,7 m x 2,0 m. As cultivares Georgiagem, Clímax e Alice Blue foram submetidas, no terceiro ciclo vegetativo, a tratamentos com cianamida hidrogenada nas doses de 0,52% e 1,04%, ou seja, 1% e 2% do produto comercial Dormex® (DX), com a adição de 0,5% de óleo mineral (OM), comparando com uma testemunha, sem aplicação. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com os tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, com quatro repetições e duas plantas por subparcela. As plantas não foram submetidas ao desponte de ramos antes da aplicação. Os tratamentos de quebra de dormência não anteciparam a floração, mas proporcionaram redução no período de floração, principalmente nas cvs. Alice Blue e Georgiagem, em relação às testemunhas. A porcentagem de brotação não variou entre os tratamentos (29,3%). As cultivares não diferiram quanto à porcentagem de floração, porém a dose mais elevada de Dormex (2%) reduziu o florescimento, que foi de 52,2%, com conseqüente menor frutificação, possivelmente por efeito fitotóxico (morte de gemas). As plantas testemunhas e tratadas com 1% DX + 0,5% OM não diferiram entre si, com 91% de gemas floríferas abertas, em média. Portanto, os resultados indicam o tratamento com Dormex a 1%, adicionado de óleo mineral a 0,5%, para estabelecer períodos de floração mais curtos e definidos. Apoio financeiro: Fapergs.
REGULADORES DE CRESCIMENTO INTERFERINDO NA MICROPROPAGAÇÃO DE CULTIVARES DE AMOREIRA-PRETA VILLA, F.; PASQUAL, M.; ASSIS, F.A.; PIO, L.A.S.; ASSIS, G.A. Departamento de Agricultura (DAG), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, CEP: 37200-000, e-mail:
[email protected];
[email protected]
Este trabalho foi desenvolvido no intuito de aprimorar técnicas de propagação in vitro de amoreira preta. Testou-se assim em um experimento a influência de concentrações de ANA (0; 0,1; 0,5; 1,0 e
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
1,5 mg L-1) e cinco de GA 3 (0; 2; 4; 6 e 8 mg L -1), adicionadas ao meio de cultura MS, sob a amoreira-preta cultivar Ébano e; num segundo experimento testou-se seis diferentes concentrações de ANA (0; 0,1; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L -1) e duas cultivares de amoreira-preta (Tupy e Brazos), no crescimento in vitro de plântulas. Segmentos nodais com 2 cm, de plântulas preestabelecidas in vitro, foram excisadas e inoculadas, em meio MS. O experimento foi inteiramente casualisado, utilizando-se de três explantes por repetição e quatro repetições por tratamento. O pH do meio foi ajustado para 5,8 depois da adição de 6 g L -1 de ágar e 30 g L -1 de sacarose, ocorrendo depois a autoclavagem a 121 ºC e 1 atm por 20 minutos. Após a inoculação, os tubos de ensaio foram mantidos por 60 dias, em sala de crescimento a 27 ± 1 ºC, irradiância de 35 mmol.m –2.s –1 e fotoperíodo de 16 horas, avaliando-se assim o número de folhas, número de raízes, comprimento da maior raiz, comprimento da parte aérea, peso da matéria fresca e seca da parte aérea. Altas concentrações de GA3 associadas a baixas de ANA promoveram maior comprimento da parte aérea da amoreira-preta cultivar Ébano. Maior comprimento da parte aérea da cv. Brazos foi verificado na presença de 1,0 mg L-1 de ANA. Verificou-se surgimento de calos na cultivar Ébano em todas as concentrações de GA3 associadas a 0,5-1,5 mg L -1 de ANA e nas cultivares Tupy e Brazos em todas as concentrações de ANA. Melhores resultados na micropropagação da amoreira-preta cultivares Tupy e Ébano foram obtidos com a adição de 1,0 mg L -1 de ANA e melhores resultados no enraizamento da amoreira preta cultivar Ébano foram obtidos com baixas concentrações de ANA e na ausência de GA 3.
RESPOSTA DE Physalis peruviana L. À INFECÇÃO COM Potato virus Y (PVY) e Tomato mosaic virus (ToMV) SCHONS, J.¹; DEUNER, E.¹; BOENO, M.¹; NIENOW, A.A.¹; BIANCHIN, V.² Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), Universidade de Passo Fundo (UPF), Rodovia BR 285, km 171, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail:
[email protected] 2 Eng.-Agr., doutoranda do Programa de Pós-graduação em Agronomia da FAMV/UPF. 1
Originário dos Andes e da Amazônia, o fisalis ( Physalis peruviana L.) se desenvolve em regiões de clima tropical e subtropical. Por se tratar de uma cultura comercialmente nova no Brasil, não há informações sobre a incidência de viroses, entretanto, por pertencer à família Solanaceae, é possível que, com o aumento da área cultivada, viroses ocorram, tendo em vista que outras espécies, como P. floridana Rydb., são utilizadas como indicadoras de vírus. A investigação das principais viroses, associadas à danos em plantas com similaridade botânica, pode permitir a prevenção da disseminação destes patógenos. Este trabalho, portanto, visou identificar danos causados pelos vírus Potato virus Y (PVY) e Tomato mosaic virus (ToMV) em plantas de fisalis, inoculadas e mantidas em casa de vegetação com sistema de irrigação intermitente. Plantas não inoculadas foram utilizadas como testemunhas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com dez repetições e duas plantas por parcela. A inoculação foi mecânica, por fricção do extrato viral. A infecção viral foi confirmada por sorologia (DAS-ELISA) e as determinações realizadas após 25 dias da inoculação. Não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos para o número de folhas e a massa seca de parte aérea, contudo, foi reduzida a estatura das plantas pelo ToMV, o que indica que as folhas se tornaram mais espessas e ocorreu encurtamento dos entre-nós, sintomas típicos nas demais solanáceas. A inoculação do ToMV proporcionou, também, redução da massa seca de raízes. Portanto, a severidade do ToMV mostrou-se maior que a do PVY, o qual não diferiu das plantas sadias. Embora sem sintomas severos, o fisalis pode constituir-se em uma fonte de inóculo de ToMV e PVY para outras culturas, como tomate, pimentão, batata, berinjela, entre outras solanáceas. O cultivo deve, assim, ser monitorado quanto à presença de pulgões vetores de PVY e, nos tratos culturais, em função do ToMV, para não ocasionar problemas na própria cultura e nas demais, especialmente em pequenas propriedades, que tendem a introduzir o fisalis como alternativa de renda e apresentam maior diversificação.
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PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 12 - 14 agosto 2008
SEGURANÇA ALIMENTAR E AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DE MORANGOS EM PROPRIEDADES FAMILIARES NO MUNICÍPIO DE TURUÇU, RS MATTOS, M.LT.1; CROCHEMORE, A.G.1; SCAGLIONI, G.G.1; SANTOS, R.1; REISSER JÚNIOR, C.1; ANTUNES, L.E.C.1 . Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
Os consumidores demandam morangos inócuos e de boa qualidade, sem perigos à saúde, produzidos com respeito ao meio ambiente. Por outro lado, os produtores devem atentar para as novas preocupações da sociedade como forma de sua manutenção em mercados atuais e emergentes. Sendo assim, este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a qualidade da água destinada para irrigação , com ênfase para os aspectos microbiológicos, e a qualidade dos frutos de morango, com ênfase para os aspectos microbiológicos e resíduos de agrotóxicos. A área do estudo constou de propriedades localizadas no município de Turuçu, localidades de Picada Flor e Corrientes, onde foram monitoradas lavouras de morango de Produção Convencional (PC). Nessas propriedades, na safra de 2006/2007, cinco famílias executavam as atividades no segmento campo. Os pontos de água amostrados e analisados foram: poço, caixa d’água, açude, córrego, cisterna, poço artesiano comunitário e caixa d água comunitária. Na água, foram investigados os coliformes totais e fecais ( Escherichia coli ). Nos morangos, analisados os coliformes totais, Escherichi a coli e outras Enterobactérias, Salmonella sp. e Staphiyococcus aureus. Os morangos foram coletados em canteiros com túneis plásticos cultivados com a cultivar Camarosa. As análises microbiológicas indicaram que há necessidade de controle das contaminações que estão sendo geradas a partir da caixa d’água, de poços mal vedados e da presença de animais próximo aos açudes e córregos. É necessária uma limpeza da caixa de água central que abastece um grande número da população rural de Turuçu, pois houve a detecção de coliforme fecal. Como a água para irrigação dos morangos é originária, principalmente, dos açudes, cuidado redobrado deve ser direcionado para o seu controle, pois a água pode ser veículo de contaminação microbiológica. Os morangos analisados apresentaram o padrão microbiológico e sanitário para Salmonella sp, ou seja, ausência. Os ingredientes ativos (fungicidas) detectados apresentaram concentrações abaixo do Limite Máximo de Resíduos (LMR) permitido para o morango e são registrados para a cultura: tebuocnazol (triazol) e tiofanato-metílico (benzimidazol). No entanto, salientamos que o fungicida tiofanato-metílico apresentou concentrações próximas do LMR em algumas repetições de amostras de campo, indicando a necessidade de uma orientação ao produtor sobre o manejo integrado de doenças (MID). Assim, fungicidas detectados devem receber uma atenção especial da área técnica pois os mesmos podem, com uma maior freqüência de aplicações, apresentarem concentrações acima dos LMR permitidos. Apoio financeiro: FAPERGS
SULFATO DE ADENINA E BAP NO CRESCIMENTO in vitro DE AMOREIRA-PRETA VILLA, F.1, PASQUAL, M.1, PIO, L.A.S.1 Departamento de Agricultura (DAG), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, CEP: 37200-000, e-mail:
[email protected];
[email protected] 1
Na fruticultura, as técnicas de micropropagação tornam-se imprescindíveis para a obtenção em larga escala de material de boa qualidade fitossanitária. Objetivou-se com o trabalho estudar a multiplicação in vitro de amoreira-preta ( Rubus SP.) cv. Cherokee, por meio da utilização de sulfato de adenina, associado ao BAP. Segmentos nodais com cerca de 3 gemas axilares e 2 cm de comprimento, oriundos de brotações, pré-estabelecidos in vitro, foram excisados e introduzidos em tubos de ensaio contendo 15 mL de meio de cultura com sais MS. O experimento constituiu-se da pequena fruta conduzida em concentrações de sulfato de adenina (0; 20; 40; 60 e 80 mg L -1) e de
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
BAP (0; 0,5 e 1,0 mg L -1), em fatorial 5x3, adicionadas ao meio de cultivo. Os meios foram acrescidos de 30 g L -1 de sacarose, solidificados com 5,5 g l -1 de ágar e o pH ajustado para 5,8, antes da autoclavagem a 121ºC e 1 atm por 20 minutos. Posteriormente à inoculação, os tubos de ensaio foram transferidos para sala de crescimento a 25±2ºC, irradiância de 35 μmol.m-2.s-2 e fotoperíodo de 16 horas diárias, permanecendo nestas condições por 60 dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado, utilizando-se quatro repetições com doze brotações por tratamento. Foram avaliados números de folhas, comprimento da parte aérea, peso da matéria fresca da parte aérea e de calos. Melhores resultados na micropropagação de amoreira-preta cv. Cherokee foram obtidos em meio com sais MS sem a adição de sulfato de adenina e com 1,0 mg L -1 de BAP.
TAMANHO DO FRUTO DO MORANGO NO DECORRER DO CICLO RADIN, B.¹; WITTER, S.¹; LISBOA, B.B.¹; VARGAS, L.K.¹; REISSER JÚNIOR, C.² Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO. Rua Gonçalves Dias, 570. CEP 90130-060, Porto Alegre, RS. E-mail:
[email protected] 2 Embrapa Clima Temperado. Pelotas, RS. 1
O tamanho potencial dos frutos é um fator inerente a cada cultivar e, a diferença entre a massa média por fruto pode estar associada além dos fatores genéticos, às condições do experimento ou a interação entre ambos. Em função disso, o trabalho teve por objetivo avaliar o tamanho potencial de três cultivares de morangueiro e o comportamento do tamanho no decorrer do ciclo. O experimento foi conduzido em estufa plástica, com o plantio em 13/07/2007, em sacolas de polietileno contendo casca de arroz e turfa, dispostas em bancadas a 1,20m, na FEPAGRO/Eldorado do Sul, RS (latitude 30005’S, longitude 51o39’W, altitude 10m). A avaliação foi realizada com as cultivares Aromas, Diamante e Cegnidarem. Para cada material havia 16 repetições, com 14 plantas cada, totalizando 224 plantas para cada cultivar. Os frutos foram colhidos quando apresentavam acima de 70% de cor avermelhada. Avaliou-se a massa dos frutos primários da primeira florada, sendo que os mesmos foram considerados frutos de tamanho potencial e a massa médio por fruto até 30/11/2007. A massa potencial média dos frutos foi de 23,5g e 24,5g para as cultivares Aromas e Diamante, as quais apresentaram tamanho superior ao da cultivar Cegnidarem (15,8g). Essa característica de tamanho de fruto é inerente a cada uma das cultivares, já que, somente foram utilizados os frutos primários da primeira florada que não apresentavam deformação. Os frutos maiores foram colhidos no início do período da colheita, observando-se declínio no tamanho dos frutos originados de flores primárias para secundárias e destas para terciárias. Esse comportamento foi observado nas duas floradas ocorridas até final de novembro. Segundo a literatura o morangueiro tem a particularidade de produzir flores com diferentes potenciais de frutificação de acordo com o número de pistilos que possui, o que depende, por sua vez, da sua posição na hierarquia floral. A flor primária possui maior número de pistilos, os quais vão diminuindo do rank superior para os inferiores, bem como o tamanho dos frutos resultantes dessas flores, pois o tamanho do fruto é proporcional ao número de pistilos corroborando com os resultados obtidos nesse estudo. O conhecimento do padrão de comportamento do tamanho do fruto no decorrer do ciclo juntamente com o número de frutos fornece ao produtor a indicação da capacidade produtiva da cultura e a época em que pode ofertar frutos de maior tamanho, os quais são mais atrativos aos consumidores. Apoio financeiro: Fepagro orçamentária.
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TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS, CAROTENÓIDES, ANTOCIANINAS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM DIFERENTES PARTES DO MARACUJA NATIVO ( Passiflora caerulea L) CASTILHO, P.M.¹; PEREIRA, M.C.²; VIZZOTTO, M.³ Licenciada em Matemática, cursando Técnico em Análise de Processos Industriais Químicos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas-CEFET, Pelotas,RS Email:
[email protected] 2 Nutr ic ionist a, Cent ro Fe dera l de Ed ucaç ão Tecnológica de Pelota s – CEFE T, Pe lota s, RS, Bras il . Em ail:
[email protected] 3 PhD, Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1
Passiflora caerulea, chamado popularmente de cerúla, maracujá-do-mato ou maracujá azul pertence
à família Passifloraceae. É uma frutífera nativa do Brasil, que apresenta alta produtividade porém não é cultivada comercialmente. Está espécie faz parte do serviço nacional de proteção de cultivares feito pelo Ministério da Agricultura para que esta frutífera não seja ext inta. Contudo, existem poucos estudos em relação a esta planta. O objetivo desse trabalho foi avaliar as propriedades funcionais das sementes (parte da fruta geralmente consumida) e da polpa com a casca , visando, além de estimular sua produção, também o seu consumo. Os frutos foram coletados na Embrapa Clima Temperado, Pelotas, e congelados a -20ºC até o momento das análises. Foram realizadas análises de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante para as semente e a polpa mais casca e, ainda, análise de antocianinas totais somente para as sementes. A determinação de compostos fenólicos totais foi através do reagente Folin-Ciocalteau e da atividade antioxidante através da solução do radical estável DPPH. As antocianinas totais foram determinadas utilizando o solvente etanol acidificado. Todos as análise foram realizadas em triplicata. A semente apresentou teores de compostos fenólicos totais superior aos da polpa mais casca. A atividade antioxidante mostrou valor superior em sementes, apesar de estatisticamente não apresentar diferença. Foi observada correlação entre o teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante em maracujá. Em conclusão, o maracujá nativo apresenta características interessantes do ponto de vista funcional e sua produção e consumo podem ser incentivados.
TOCOFERÓIS EM POLPA DE AMORA-PRETA ( Rub us spp.) ARMAZENADA EM DIFERENTES TEMPERATURAS JACQUES, A.C.1; PERTUZATTI, P.B.1; BARCIA, M.T.1; PLADA, G.M.2; ZAMBIAZI, R.C.3 Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel,
[email protected] 2 Estudante de Química de Alimentos, 3 Professor PhD do Departamento de Ciência dos Alimentos Campus Universitário – Caixa Postal 354 – Pelotas/RS – CEP 96010-900 – Fone (053) 32757258 ramal 204 1
A vitamina E consiste em um grupo de tocoferóis ( á, â, ã e ä) e correspondentes tocotrienóis, no qual o á-tocoferol é a forma mais biologicamente ativa. A vitamina E é essencial para o crescimento e desenvolvimento do corpo do ser humano. As pequenas frutas vêm despertando interesse principalmente devido as suas propriedades antioxidantes, visto que a vitamina E é um dos compostos presentes em frutas que possuem essa capacidade. A elaboração de uma polpa é uma alternativa encontrada para frutos como a amora-preta que possuem pequena vida de prateleira. Em face disto este trabalho teve por objetivo quantificar os tocoferóis (na forma de â, ã e ä) presentes na polpa de amora-preta, armazenada nas temperaturas de -10, -18 e -80ºC, no tempo zero e após 2 meses de armazenamento. Foi elaborada uma polpa com a amora-preta da cultivar Tupy proveniente da Embrapa Clima temperado da safra de 2007/2008. A extração foi segundo descrito por RodriguesAmaya (1999) para a extração de carotenóides totais. A quantificação foi feita por CLAE descrito por Pestana (2004). Com relação aos resultados obtidos, a amora-preta apresentou um teor inicial de 1,89 mg de tocoferol/100g de fruta, após 2 meses armazenada, os teores encontrados para as Temperaturas: -10 ºC, -18 ºC e -80ºC, foram respectivamente: 0,35; 0,49 e 1,09 mg de tocoferol/ 100g de fruta. Os resultados demonstram que a temperatura influencia diretamente na degradação 160
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
da vitamina E, sendo que quanto mais baixo a temperatura menor foi a degradação e mesmo a polpa que foi armazenada em uma temperatura de -80ºC por 2 meses, apresentou uma degradação de 57%. Apoio financeiro: Fapergs
USO DE CORANTE DE HIBISCO ( Hibiscus rosa-sinensis L.) EM MORANGO EM CALDA PESTANA, V.R. 1; WALLY, A.P. do S.1; BRUSCATO, M.1; ZAMBIAZI, R.2 Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Campus Capão do Leão, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Email:
[email protected] 1 2
O morango é um fruto apreciado em todo o mundo. Seu sabor característico e cor vermelho-vivo contribuem para que o morango e seus produtos derivados tenham um ótimo mercado consumidor. Existem métodos e técnicas de processamento que são aplicáveis ao morango, como o tratamento térmico no morango em calda, visando aumentar sua durabilidade. No entanto, apesar do tratamento térmico ser relativamente simples, interfere na apresentação do pr oduto final, sobretudo com relação a cor e textura. Existem estudos utilizando corantes para melhorar a apresentação deste produto. Com a crescente busca de novas fontes para corantes naturais, a flor de hibisco tem sido estudado como alternativa para obtenção de corantes. Diante do exposto, objetivou-se extrair corante de flores de hibisco para aplicação em morango em calda com objetivo de melhorar a cor deste produto industrial. Foram elaboradas 4 formulações de morango em calda contendo diferentes concentrações de corante de hibisco (0%, 5%, 10%). O corante de hibisco foi obtido por extração com metanol, em extrator soxhlet, das flores de hibisco (pétalas vermelhas) durante três horas e concentradas em rota-evaporador. O morango em calda foi avaliado sensorialmente por uma equipe de 12 julgadores através da cor, textura, sabor geral, sabor residual estranho, grau de preferência e odor. A coloração demostrou-se significativamente mais intensa para a formulação contendo 10% de corante de hibisco, porém esta apresentou odor não característico a morango. Em relação ao sabor geral e residual, não observou-se diferença significativa em relação a formulação padrão com a formulação com 5% de corante, no entanto a formulação com 10% apresentou sabor estranho e residual. A textura não foi afetada com a adição do corante nas percentagens estudadas. A formulação contendo 5% de corante apresentou preferência significativamente igual a amostra padrão, superior e diferentemente da amostra com 10% de corante adicionado. Conclui-se que a adição de 10% de corante de hibisco melhora a cor do morango em calda, porém interfere negativamente em relação ao odor e sabor, sendo necessário desenvolver uma formulação entre 5-10% de corante de hibisco. Apoio Financeiro: CNPq
UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE MANDIOCA COMO FERTILIZANTE NATURAL ALTERNATIVO PARA A CULTURA DO MORANGUEIRO BORSZOWSKEI, P.R.1; MENDES, P.C.D.2; MALGARIM, M.B.3; AHRENS, D.C.4; ROMANIW, J.5 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Fundação de Apoio a Pesquisa e ao desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR. Email:
[email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Agroecologia, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail: 3 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Fruticultura, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador na área de Produção Vegetal, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rod. do Café, km 496, Caixa Postal nº 129 - 84001-970, Ponta Grossa - PR, E-mail:
[email protected] 5 Engenheira Agrônoma, Especialista, Ponta Grossa - PR, E-mail: ju.romaniw@gmail 1
A mandioca tem 60% de água e origina três resíduos diferentes: a manipueira, (água da prensa da raiz) a água vegetal, (soma da manipueira com a água de lavação da massa produzida em fecularias) e a água de lavação com raspa das raízes. O reaproveitamento de resíduos é utilizado quando se deseja obter algum valor econômico e como uma forma de baixar custos com insumos e resolver
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problemas ambientais. Com o objetivo de utilizar a manipueira como adubação foliar alternativa na cultura do morangueiro, foi realizado um experimento no município de Rio Azul-PR. O experimento foi conduzido no campo, sendo utilizado para a irrigação o sistema de gotejamento. A cultivar de morangueiro utilizada foi a Caminho Real. O delineamento experimental adotado foi o de blocos inteiramente casualizados, com quatro repetições. As parcelas foram compostas de duas linhas com 20 plantas cada, em um espaçamento de 0,4 x 0,3 m, perfazendo uma área de 2,4 m 2. O plantio foi realizado em 20/04/07 em canteiros de 1,2 m de largura e 0,2 m de altura. Os tratamentos consistiram em testemunha, 250 ml de água + 50 ml de manipueira (1:6), 225 ml de água + 75 ml de manipueira (1:4) e 200 ml de água + 100 ml de manipueira (1:2). As colheitas foram realizadas semanalmente durante o período de 42 dias. Avaliou-se o peso total dos frutos referente a cada tratamento das respectivas parcelas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey 5% (Pr<0,05). Como resultado foi possível observar que os tratamentos 1:4 (1,071 g/parcela) e 1:2 (1,028 g/parcela) apresentaram maior rendimento dos frutos quando comparado ao tratamento 1:6 (0,935 g/parcela) e testemunha (0,882 g/parcela). A utilização da manipueira (1:4, 1:2) proporcionou aumento significativo na produção do morango, visto que a mesma apresenta nutrientes essenciais ao desenvolvimento do morangueiro.
VELOCIDADE DE ENRAIZAMENTO EX VITRO DE MIRTILO EM CONDIÇÕES DE TEMPERATURA E LUMINOSIDADE NATURAL DAMIANI, C.R.1; FIGUEIREDO, G.S.2; GARCIA, M.M.3; RUFATO, A. De R. 4; SCHUCH, M.W. 4 Bolsista PDJ/CNPq Laboratório de Micropropagação de Plantas Frutíferas. E-mail:
[email protected] Mestranda em Fruticultura de Clima Temperado 3 Aluna do curso de Engenharia Agronômica, Bolsista de Iniciação Científica/CNPq 4 Prof. Dra., Depto. de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM)/Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas, RS, Brasil. Caixa Postal 354, CEP 96.010-900. 1 2
O objetivo deste trabalho foi comparar a velocidade de enraizamento ex vitro em diferentes tempos de enraizamento (20, 40 e 60 dias), em diferentes concentrações de ácido indolbutírico – AIB (250 e 500 g L-1), diferentes cultivares e espécies de mirtilo (Aliceblue - Vaccinium ashei Reade e Georgeagem - Vaccinium corymbosum L.) pertencentes aos grupos Rab bit eye e Hig hbush , respectivamente. Os explantes retirados de plantas micropropagadas, com aproximadamente 7-8 gemas laterais, ápice e folhas, foram imersos em AIB por 10 minutos e colocados em bandejas plásticas transparentes contendo como substrato uma mistura de Plantmax ® e Perlita expandida (1:1). Após a instalação do experimento, o material foi mantido em casa de vegetação coberta com sombrite, sob luminosidade natural e temperatura ambiente. A irrigação foi realizada manualmente ajustando o pH da água para 5,0, com fertilizante mineral SOL-P30. O delineamento experimental foi inteiramente casualisado, com fatorial 3x2x2, com quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída de 10 plantas. Através dos resultados obtidos verificou-se que o aumento do número de raízes é proporcional ao tempo. Quanto à diferença encontrada entre as cultivares estudadas, observou-se que a cv. Georgeagem apresenta maior porcentagem de enraizamento (49,6 %) e comprimento de raízes (1,34), quando comparada à cv. Aliceblue para as mesmas variáveis (31,7 % e 0,8, respectivamente). No entanto a cv. Georgeagem apresentou maior formação de calo (7,92 %) comparado a Aliceblue (2,91 %) e inicialmente (20 dias) menor porcentagem de sobrevivência (82,5 %) comparado a Aliceblue (100%). Por outro lado, Georgeagem e Aliceblue, não apresentaram diferenças significativas na massa fresca total. Porém, após 40 dias de enraizamento, verificou-se que a cultivar Aliceblue apresentou maior quantidade de massa fresca da parte aérea (38,1 mg/planta). Quanto à massa fresca do sistema radicular, não houve diferença significativa para as cultivares, observando-se somente a eficiência do número de dias no aumento da mesma, obtendo-se o dobro da massa fresca em 60 dias (16,8 mg/planta) quando comparado aos 40 dias (8,3 mg/planta). Concluiu-se que para as cultivares estudadas e nestas condições experimentais, não há necessidade de usar elevadas concentrações de AIB para o enraizamento ex vitro, e o número de raízes e massa fresca do sistema radicular são proporcionais ao tempo de enraizamento. Apoio financeiro: CNPq, CAPES E FAPERGS.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
CONTEÚDO DE CAROTENÓIDES TOTAIS E INDIVIDUAIS EM ARAÇA ROXO ( PSIDIUM RUFUM) BARCIA, M.T.1; BECKER, P. P.1; JACQUES, A.C.. 1; PLADA, G. M. 2; ZAMBIAZI, R.3 Mestranda em Ciência e Tecnologia Agroindustrial, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, 2 Estudante de Química de Alimentos,3 Professor PhD do Departamento de Ciência dos Alimentos.Campus Universitário – Caixa Postal 354 – Pelotas/RS – CEP 96010-900 – Fone (053) 32757258 ramal 204.Email:
[email protected] 1
O fruto araçá-roxo (Psidium rufum) , família Myrtaceae, tem o seu sabor lembrando o da goiaba, embora seja um pouco mais ácido. É uma fruta pequena, arredondada, com sementes e de coloração roxa na casca e seu interior de coloração clara. Os carotenóides possuem capacidade antioxidante, sendo considerado como substância bioativa. A cor e a atividade biológica dos carotenóides estão intrinsecamente relacionadas com sua estrutura molecular. O consumo de frutas e hortaliças com alto teor de carotenóides tem apresentado, também, relação inversa com o risco de desenvolvimento de câncer. Sendo assim, neste estudo quantificou-se os carotenóides totais e individuais em frutos de araçá roxo, safra 2007/2008. As amostras foram colhidas e imediatamente congeladas em ultrafreezer à -80ºC até o momento das análises. O teor de carotenóides totais foi determinado segundo Rodrigues-Amaya (1999) com algumas adaptações e os carotenóides individuais foram extraídos segundo o mesmo autor, saponificados segundo metodologia de Zambiazi (1997) e quantificados por CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência), usando coluna de fase reversa e detector de UV a 450nm. Os resultados encontrados para carotenóides totais no araçá-roxo foi de 40ì g de âcaroteno ±0,19/100g de fruto, diferentemente dos carotenóides individuais, que no somatório dos carotenóides quantificados obteve-se um total de 812,02ì g/100g fruto, sendo que deste total de carotenóides foi encontrado 4,97ì g de Luteína e Zeaxantina/100g de fruto; 803,9ì g de â criptoxantina/100g fruto; 0,70ì g de Licopeno/100g fruto; e 2,45ì g de â-caroteno/100g fruto. Pelos resultados nos carotenóides individuais observa-se que a fruta em estudo (araçá roxo) possui maior quantidade de â-criptoxantina do que os demais carotenos encontrados no fruto. Assim observa-se que o fruto araçá roxo por apresentar coloração roxa, não apresentou quantidades elevadas de carotenóides, já que o composto majoritário no fruto é as antocianinas, as quais serão estudadas em um próximo estudo. Apoio financeiro: CAPES, FAPERGS
AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE FRUTOS DE CEREJA-DO-MATO ( Eugenia involucrata) DO BAG DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO DEGENHARDT, J.¹, COSTA, R.R.² ¹Dra. Pesquisadora, Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS,
[email protected] ²Graduanda de Bacharelado em Química Ambiental, Universidade Católica de Pelotas, RS, E-mail:
[email protected]
A cereja-do-mato é uma mirtácea nativa da região Sul do Brasil que ocorre nas florestas Estacional Semidecidual, Ombrófila Densa e Ombrófila Mista. Além de potencial devido às qualidades organolépticas de seus frutos, essa espécie apresenta importância como componente na recuperação de áreas degradadas, além de potencial como ornamental e aplicação como fitoterápico no preparo de chás. Os frutos, muito apreciados pela avifauna nativa, apresentam coloração brilhante, são doces e delicados. O BAG de frutas nativas da Embrapa Clima Temperado foi formado em 1986, e contém aproximadamente 100 plantas, oriundas de sementes de frutos coletados em Pelotas e outras regiões do Rio Grande do Sul. No entanto, uma avaliação criteriosa das plantas e frutos não foi realizada até o momento. Com o objetivo de iniciar a caracterização morfológica dessas plantas, foram avaliados entre cinco e dez frutos de 26 plantas que produziram no ano de 2006, quanto aos caracteres comprimento, largura, formato, coloração da epiderme e número de sementes por fruto. A produtividade das plantas foi baixa no ano avaliado. Foi observada grande variabilidade fenotípica entre as plantas da coleção com relação aos frutos produzidos. Quanto ao formato, os frutos foram
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classificados como redondos, ovalados, alongados ou piriformes. A coloração da epiderme de frutos maduros variou entre vermelho escuro e violáceo. O comprimento variou em média entre 2 e 4cm, com a grande maioria apresentado frutos medindo entre 2,5 e 3cm (61%) e 35% com frutos com comprimento superior a 3cm. O diâmetro médio variou entre 1,3 e 2,7cm. O número de sementes variou entre uma e quatro, com a maioria apresentando duas sementes por fruto. Folhas, flores e frutos imaturos e maduros foram bastante afetados pela ferrugem, causada pelo fungo Puccinia sp., para a qual não foram observados genótipos com maior tolerância ou resistentes. A principal praga observada foi a mosca-das-frutas.
EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE JABUTICABEIRA EM FUNÇÃO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM FRIO E ÁCIDO GIBERÉLICO RIBEIRO, F.C.1,4; CAMELATTO, T. S.2; COUTINHO, E.F.3,5; CAPPELLARO, T.H. 1,4 Eng. Agr., Mestrando em Fruticultura de Clima Temperado. Eng. Agr., Mestre em Fruticultura de Clima Temperado. 3 Eng. Agr., Dr., Pesquisador A. 4 Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, s/nº, Caixa Postal 354, 96010-900 Pelotas/RS. 5 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 396, km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970, Pelotas/RS. E-mail:
[email protected] 1 2
A jabuticabeira (Plinia spp.) é uma frutífera nativa, originária do centro-sul do Brasil. Uma das características limitante à expansão do plantio comercial desta cultura é o longo período juvenil, especialmente quando a mesma é propagada por sementes. No Brasil, na grande maioria dos plantios, as mudas são oriundas de propagação sexuada, apresentando, portanto, juvenilidade. Há necessidade de pesquisas sobre propagação assexuada da jabuticabeira, principalmente por enxertia (garfagem, borbulhia, etc.), uma vez que em estudos preliminares, a propagação estaquia, mergulhia de cepa e alporquia, não apresentaram resultados satisfatórios. O objetivo deste trabalho foi avaliar a percentagem de plântulas de jabuticabeira ( Plinia spp.) emergidas em função do tratamento de sementes com frio e ácido giberélico, para serem utilizadas, futuramente, como porta-enxerto. Sementes de jabuticaba sem tratamento, tratadas com frio por 110 e 160 horas em câmara fria (46ºC e 70% UR) e ácido giberélico (500 e 1000mg.L -1), foram semeadas em dezembro de 2006, em embalagens plásticas com capacidade de 2,0 litros, contendo terra mais substrato vermicomposto (1:1 v/v), em condições de casa de vegetação (27-30ºC). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x7 (5 tratamentos x 7 tempos de avaliação), com cinco repetições de 50 sementes/parcela. Após 20, 25, 30, 35, 40, 45 e 50 dias da semeadura, avaliouse o percentual de plântulas emergidas. Observou-se interação significativa entre os fatores tratamento e tempo de avaliação, onde as sementes tratadas com 160 horas de frio e 500mg.L -1 de ácido giberélico apresentaram, em todos os tempos de avaliação, o maior percentual de plântulas emergidas, sendo que, após 50 dias da semeadura, obteve-se o máximo de emergência de plântulas (160 horas de frio = 91,97% e 500mg.L-1 = 85,18%), enquanto que nas sementes não tratadas (testemunha), obteve-se 24,22% de emergência. Conclui-se que o tratamento de sementes com 160 horas de frio e com 500mg.L-1 de ácido giberélico são eficientes para aumentar a porcentagem de emergência de plântulas de jabuticabeira.
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
PROGRAMAÇÃO 165
PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 12 - 14 agosto 2008
12 de agosto terça-feira 8h30
INSCRIÇÕES
9h30 CERIMÔNIA DE ABERTURA Local: Auditório
CONFERÊNCIAS 10h
Produção e Perspectivas de Comercialização de Pequenas Frutas no Mercado Mundial ANIBAL CAMINITI INTA - ARGENTINA
11h15 Produção Intregada de Morango: oportunidades de mercado LUIS EDUARDO CORRÊA ANTUNES EMBRAPA CLIMA TEMPERADO - BRASIL
12h30 ALMOÇO
CONFERÊNCIA 13h30 Melhoramento de Morangueiro na Flórida CRAIG CHANDLER UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA - EUA
15h
APRESENTAÇÕES ORAIS
16h30 FRUIT BREAK 17h
PAINEL Produção Brasileira de Morangos: gargalos e desafios Fatores Econômicos na Produção JOÃO CARLOS MEDEIROS MADAIL EMBRAPA CLIMA TEMPERADO - PELOTAS / BRASIL Crontole Biológico de Ácaros MARCELO POLETTI PROMIP - PIRACICABA / BRASIL Cuidados no Manejo Pré e Pós-colheita de Morangos CELSO MORETTI EMBRAPA HORTALIÇAS - BRASÍLIA / BRASIL
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IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
18h30 DEBATES
APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES Local: Saguão da Embrapa Clima Temperado
19h
COQUETEL
13 de agosto quarta-feira
CONFERÊNCIAS 09h
Controle de Doenças em Morangueiro NATALIA PERES UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA - EUA
10h
FRUIT BREAK
10h30 Polinização de Pequenas Frutas e Fruteiras Nativas SIDIA WITTER FEPAGRO - BRASIL
11h30 APRESENTAÇÕES ORAIS 12h30 ALMOÇO 14h
APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES CONFERÊNCIAS
15h
Novas Cultivares de Mirtilo SCOTT NESMITH UNIVERSIDADE DA GEORGIA - EUA
16h30 FRUIT BREAK 17h
APRESENTAÇÕES ORAIS
14 de agosto quinta-feira
CONFERÊNCIAS 09h
Manejo, Variedades e Desafios da População de Mirtilos na Argentina MANUEL A. PARRA CUINEXSA - ARGENTINA
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PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 12 - 14 agosto 2008
10h
Melhoramento de Amora-preta no Brasil MARIA DO CARMO BASSOLS RASEIRA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO - BRASIL
10h30 FRUIT BREAK 11h
Consumo de Mirtilo e Resposta Cognitivas MARIA ROSANA RAMIREZ UFRGS - BRASIL
12h00 APRESENTAÇÕES ORAIS 12h30 ALMOÇO 13h30 APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES 14h30 APRESENTAÇÕES ORAIS
CONFERÊNCIA 15h30 Melhoramento, Propagação e Produção de Pitangueiras em Pernambuco JOSÉ SEVERINO DE LIRA JÚNIOR IPA - BRASIL
17h
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ENCERRAMENTO
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
Í NDICE REMISSIVO POR AUTOR A
BOSENBECKER, V.K. - 107 BOTTON, M. - 106, 108
AFINOVICZ, A.P. - 102 AHRENS, D.C. - 113, 123, 151, 161 ANDRADE, M.T. - 117 ANTUNES, L.E.C. - 102, 106, 107, 111, 116, 121, 122, 123, 125, 130, 131, 133,
BRASIL, C.L. - 105 BRIGHENTI, A.F. - 104, 108, 153 BRUSCATTO, H.M. - 110, 150 BRUSCATO, M. - 161 BRUSCATTO, M.H. - 105, 115, 119, 150
143, 146, 148, 152, 158 ARAUJO, V.F. - 106, 142
C
ASSIS, F.A. - 147, 156 ASSIS, G.A. - 147, 156 AZEVEDO, M.L. - 109
B
CABRERA, D. - 138 CALVETE, E.O. - 141, 151, 154, 156 CAMELATTO, T. S. - 164 CANTILLANO, R.F.F. - 101, 128, 144, 154
BALBINO, J.M. - 144 BALZON, T.A. - 117 BARBARA, W.P.F. - 114, 144 BARBIERI, R.L. - 111 BARCIA, M.T. - 118, 119, 120, 139, 160, 163 BECKER, P.P. - 163 BERNARDI, J. - 136, 146 BERTÊ, R. - 138, 147 BERTO, R.M. - 129 BETEMPS, D.L. - 127, 129 BIANCHIN, V. - 157 BIZZOCCHI, L. - 142 BOENO, M. - 157 BORGES, G. - 100, 155 BORSZOWSKEI, P.R. - 102, 113, 121, 123, 151, 161
CAPPELLARO, T.H. - 164 CARDOSO, J.C. - 111 CARDOSO, L.D. - 117 CARGNINO, C. - 146 CARPENEDO, S. - 102, 122, 123, 133, 146, 152 CARVALHO, G.L. - 134 CASARIL, J. - 103, 109, 136 CASTILHO, P.M. - 112, 115, 140, 153, 160 CASTOLDI, R.C. da - 151, 154 CECCHETTI, D. - 141, 151, 154 CHIM, J.F. - 100, 155 CHISTÉ, É. - 134 COELHO, M. T. - 139 COLETTI, R. - 141, 156 COSTA, A.F. - 114, 144
169
PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 12 - 14 agosto 2008
COSTA, H. - 114, 144
FERRI, J. - 122, 123, 130, 131, 143, 146
COSTA, L.C. - 127
FIGUEIREDO, G.S. - 125, 162
COSTA, N. de F.P. - 126
FILHO, J.L.M. - 104, 108, 126
COSTA, R.I.F. da - 126
FINATTO, T. - 142
COSTA, R.R. - 163
FIORAVANÇO, J.C. - 146
COUTINHO, E.F. - 164
FISCHER, C. - 130, 132
COUTO, M. - 102, 116, 122, 123, 128,
FISCHER, D.L. de O. - 130, 132
130, 131, 143, 145
FRANCO, J. - 135
CROCHEMORE, A.G. - 158
FRANZON, R.C. - 152
D
G
DAHER, R.F. - 114, 144
GALARÇA, S.P. - 128, 129, 144, 154
DAMIANI, C.R. - 125, 132, 134, 162
GALASCHI, J. - 104
DEGENHARDT, J. - 163
GARCIA, M.M. - 125, 162
DELLACASSA, E. - 137
GARDIN, J.P.P. - 121, 148
DEUNER, E. - 157
GEBLER, L. - 136
DIAS, J.P.T. - 126
GIACOBBO, C.L. - 130, 132
DIAS, J.S. - 102
GIOPPO, M. - 121
DONINI, L.P. - 117, 125
GOMES, C.B. - 107
DOS ANJOS, S.D. - 106
GOMES, G.C. - 111
DOUMER, M. - 148
GONÇALVES, R.B. - 142
DUARTE FILHO, J. - 126
GROSSI, R. - 100, 124
DUARTE, D.B - 128
GULARTE, J.P. do A. - 111, 116
E
H
EINHARDT, P.M. - 116
HARDTKE, L. - 102, 152
ESTRELA, C.C. - 109
HAWERROTH, F.J. - 125, 142
EULEUTERIO, M.D. - 102
HENZ, T.A. - 111 HERTER, F.G. - 130, 131, 142, 143
F
HIPÓLITO, J.A. de S. - 117
FACHINELLO, J.C. - 130, 131, 143
I
FASOLO, D. - 138, 147 FAVRETTO, G. - 138
170
IMPERATRIZ-FONSECA, V.L. - 104
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
J
MESSIAS, R. - 106, 142 MILECH, R. - 128
JACQUES, A.C. - 118, 119, 120, 139,
MODOLO, E.P. - 144
160, 169
MONTE, F.G. - 103, 109, 136, 139 MONTEIRO, R.M. - 111
K
MONTES, F. - 137 MOREIRA, R.M. - 127
KAMIKOGA, A.T.M. - 121
MORO, C.M. - 151, 154
KRETZSCHMAR, A.A. - 104, 108, 153
MOURA, G.C. - 102, 106, 122, 123, 130, 131, 133, 143
L
MÜLLER, F.C. - 138, 147 MÜLLER, N.T.G. - 138, 147, 149
LEAL, N.R. - 114, 144 LEITZKE, L. - 148
N
LEITZKE, L.N. - 125 LIMA, C.S.M. - 127, 128, 129, 144, 154
NASCIFICO, R.A. - 104, 108
LISBOA, B. - 140
NASCIMENTO, D.C. - 127
LISBOA, B.B. - 104, 113, 159
NESI, C.N. - 100, 124
LOPES, L. - 140
NEVES, P.S. - 152
LORSCHEITER, R. - 113, 140
NIENOW, A.A. - 141, 151, 154, 156, 157
LOSS, J.T. - 151, 154
NODARI, R.O. - 142
LUCCHETTA, L. - 136
NONDILLO, A. - 106, 108
M
P
MACEDO, T.A. - 153
PÁDUA, J.G. de - 126
MACHADO, M.M. - 104, 108
PAGEL, I.A. - 106
MALGARIM, M.B. - 102, 113, 121, 123,
PASQUAL, M. - 147, 156, 158
151, 161
PELIZZA, T.R. - 132, 134
MANICA, R. - 139
PEREIRA, G.C. - 109
MANZOLI, R. - 144
PEREIRA, I.S. - 121, 142
MARTINEZ, N. - 137
PEREIRA, M.C. - 111, 112, 115, 116,
MATTOS, M.L.T. - 109, 158
140, 153, 160
MENDES, M. - 153
PERTUZATTI, P.B. - 118, 119, 120, 139,
MENDES, P.C.D. - 161
160
MENDES, R.A. - 117
171
PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 12 - 14 agosto 2008
PESTANA, R.V. - 110, 150 PESTANA, V.R. - 105, 115, 119, 161 PIERIN, F.F. - 102 PILLON, C.N. - 121 PINENT, S.M.J. - 106, 108 PIO, L.A.S. - 156, 158 PLADA, G.M. - 120, 160, 163 PORTELA, I.P. - 127 PRITSCH, C. - 135
Q
S SALVARREY, M.J. - 138 SANT’ANNA, L.A. - 118, 119, 139 SANTOS, R. - 158 SARTOR, F.R. - 149 SCAGLIONI, G.G. - 158 SCHERWINSKI-PEREIRA, J.E. - 117 SCHLEMPER, C. - 104, 108 SCHLINDWEIN, G. - 140 SCHMITZ, D. - 142 SCHONS, J. - 157 SCHREINERT, R.S. - 103, 109, 136, 139
QUEZADA, M. - 135
R
SCHUCH, M.W. - 117, 125, 132, 134, 162 SCHÜNEMANN, A.P.P. - 101, 128, 144, 154
RADIN, B. - 104, 113, 159 RAMBO, A. - 151, 154 RASEIRA, M. do C.B. - 116, 128, 145 REDAELLI, L.R. - 106, 108 REISSER JÚNIOR, C. - 109, 130, 131, 143, 158, 159 RIBEIRO, F.C. - 164 RIBEIRO, M. de F. - 117
SEVERO, J. - 103, 109, 136, 139, 146 SGANZERLA, M. - 100, 105, 110, 155 SILVA, J.A. - 103, 109, 136, 139 SILVA, S.D.A. - 152 SILVA, V.C. da - 136, 146 SILVEIRA, C.A.P. - 121 SILVEIRA, T.M.T - 116, 145 STÖCKER, C.M. - 107
RIBEIRO, R.S. - 153 RISTOW, N.C. - 107, 122, 123, 133, 146 RODRIGUES, W.F. - 111 ROMANIW, J. - 161 ROMBALDI, C.V. - 103, 109, 136, 139 ROSSI, D. A. - 114 RUFATO, A. De R. - 104, 108, 127, 129, 132, 162 RUFATO, L. - 104, 108, 153 RUTZ, J.K. - 105
T TARDIN, F.D. - 114 TAVARES, V.E.Q. - 109 TEIXEIRA, J.S.G. - 113, 140 TESSARO, F. - 151, 154 TIMM, C.R.F. - 130, 132 TIMM, L.C. - 109 TOMAZ, Z.F.P. - 127, 129 TONIETTO, A. - 140
172
IV SIMPÓSIO DO MORANGO III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL
TREPTOW, R.D.O. - 154 TREVISAN, R. - 142
V VAARWERK, L.A. - 121 VARGAS, L.K. - 159 VELEDA, F.B. - 127 VENTURA, J.A. - 114, 144 VENZKE, C.D. - 109 VERONA, L.A.F. - 100, 124 VIEIRA, P.M. - 142 VIGNALE, B. - 135, 137, 138 VIGNOLO, G. - 152 VIGNOLO, G.K. - 102 VILELA, X.M.S. - 147 VILLA, F. - 147, 156, 158 VILPERTE, J. - 142 VIZZOTTO, M. - 111, 112, 115, 116, 140, 153, 160
W WALLY, A.P. do S. - 161 WITTER, S. - 104, 113, 140, 159
Z ZAMBIAZI, R. - 100, 105, 155, 161, 163 ZAMBIAZI, R.C. - 110 ,115, 118, 119, 120, 139, 150, 160 ZANATTA, O. - 103
173