UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE POLÍTICA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DIDÁTICA B IV LIVRO: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia.
Resumo: Capítulo 2. No segundo capítulo, Freire leva suas reflexões para o fato que o ensinar não é uma transmissão, pura e simplesmente, de conhecimento do professor para os estudantes. Nesse sentido, é apontada a necessidade de que os professores, e mesmo os estudantes, percebam e se apropriem de uma prática voltada para as possibilidades de construção e produção do conhecimento e não de sua transferência como ainda vem acontecendo em grande parte das escolas no Brasil. Freire coloca que o discurso em prol de uma pedagogia progressista, como o seu próprio, deve ser não somente aliado, mas também imerso em sua própria prática cotidiana dentro e fora da sala de aula, enquanto educador e enquanto ser humano. A postura a qual se refere o autor, no entanto, muitas vezes é exigente e difícil de manter por requerer que mantenhamos uma constante vigilância e percepção crítica sobre nossos atos e falas para que não voltemos a uma postura, enquanto professor, de superioridade e menosprezo perante nossos alunos. Essa postura reflexiva de nós mesmos, de humildade e de superação exige uma “rigorosidade metódica”, como indica o autor, sem a qual não há o “pensar certo”, que nesse sentido se refere a compreensão que ensinar não é a
transferência unilateral de conhecimento daquele que o possui (a figura do professor) para aqueles que o recebem passiva e acriticamente (os alunos). Assim, em um primeiro momento, Freire nos diz que “Ensinar exige consciência do inacabamento”. Esse inacabamento que é inerente a própria
vida e do qual o ser humano toma consciência ao se dar conta de si próprio, de sua “existência”, assim se diferenciando do animal. Segundo o autor o ser humano a partir disso se torna “[...] corpo consciente, captador, apreendedor, transformador, criador de beleza e não ‘espaço’ vazi o a ser enchido por conteúdos” (Freire, 1996, p. 51). O ser humano, homens e mulheres, se
tornaram capazes de intervir no mundo, capazes de atos bons e ruins, sendo possuidores do direito de escolher, de decidir, de mudar, de transformar, de
lutar. É nesse sentido que o autor defende o entendimento do ser enquanto possibilidade e não como ser destinado a um futuro predeterminado. Freire nesse ponto advoga de forma esperançosa a capacidade do ser humano de transformar, de mudar, de problematizar e de construir seu próprio caminho pelo mundo. É essa esperança no possível, e não nos determinismos, que deve circundar a prática docente. Na segunda parte do capítulo, o autor nos indica que “Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado”. Para Freire, é a part ir da consciência do
ser enquanto inacabado que se torna possível também a consciência de ser condicionado pelas forças sociais, econômicas, sociais, políticas, culturais ou ideológicas, que influenciam e condicionam o ser humano. No entanto, segundo o autor, é somente a partir do conhecimento desse estado de condicionamento que é possível ir além dele e superar as barreiras que, muitas vezes essas forças/condições nos impõem. É ainda a consciência do ser enquanto inacabado que coloca o ser humano no movimento permanente de busca das razões de ser, colocando em prática o que o autor chama de “curiosidade epistemológica”, a curiosidade se torna assim a base da produção
do conhecimento. Nesse sentido, a curiosidade, a educação, a educabilidade do ser e a prática docente aparecem como resposta à necessidade humana por conhecimento diante de sua própria inconclusão. Um terceiro saber é o de que “Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando”, nesse sentido, o educador deve se manter atento em relação a
preservar o respeito em relação aos educandos, respeitando a “[...] curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, sua sintaxe e sua prosódia” (Freire, 1996, p. 59 -60). Que dessa
forma é necessário que coexista a eticidade, o respeito à autonomia e à identidade do educando e a aprendizagem mútua com as diferenças, sejam elas quais forem, dentro das salas de aula. Na quarta parte do capítulo, Freire nos conduz a compreender que “Ensinar exige bom senso”. D iversas são as situações no cotidiano escolar que
esbarram e exigem do educador a prática do bom senso. De acordo com o autor, o exercício do bom senso se faz a partir da curiosidade, portanto, a partir do momento que questionamos, duvidamos, comparamos e procuramos nos certificar, nos tornamos também mais críticos quanto a avaliação das situações que nos envolvemos. A prática do bom senso se dá, por exemplo, através da
prática da autoridade do educador, sem recair no autoritarismo ou na licenciosidade, cumprindo seu papel de orientar atividades, tomar decisões e cobrar a produção individual ou coletiva dos educandos respeitando a autonomia, a dignidade e a identidade que estes carregam. Essa prática exige a reflexão crítica permanente da atuação do educador para com os educandos, que leve em consideração nessa avaliação os próprios educandos, e que mantenha a coerência entre aquilo que se discursa e a prática em si. Em sua quinta parte, o autor nos leva à reflexão de que “Ensinar exige
humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores”. A humildade a qual se refere Freire nesse momento é a de reconhecer a importância da ignorância, portanto do não saber, na busca pelo conhecimento. Essa humildade não se resume em reconhecer o estado a se sup erado do “não saber” do educando, mas também o reconhecer o próprio desconhecimento do
educador em relação a algum assunto, por exemplo. A tolerância necessária ao ensinar se reflete no respeito com o diferente, na amorosidade com os seus educandos e no comprometimento do educador com sua prática docente. A defesa dos direitos e da dignidade dos educadores é outro aspecto importante para a prática docente; é necessário que se lute contra a postura fatalista e indiferente que acomoda os educadores em simplesmente aceitar o desmantelamento da educação e entender a prática do educador como uma prática profissional, para além de uma prática puramente afetiva, que deve ser encarada, organizada para a luta por direitos e respeitada como tal. No sexto momento do capítulo, Freire nos aponta que “Ensinar exige apreensão da realidade”. Nessa parte, o autor se dedica à importância do educador compreender os diversos aspectos que circundam a prática docente. É necessário que o educador entenda que a capacidade de aprender nos permite não apenas nos adaptar, mas sim transformar a realidade, nela intervir e mudar. Aprender se relaciona, nesse sentido, com a habilidade de apreender a substantividade de um objeto ou conteúdo. Não é memorizar ou repetir, mas pelo contrário, construir um conhecimento sobre tal objeto ou conteúdo que lhe permita utilizá-lo como base para novos conhecimentos, construir a partir dele, ir além para além dele. Apreender a realidade é ainda compreender que a prática educativa é política, e que portanto não pode ser neutra, e que não há problema que não seja. É preciso que se mantenha o princípio ético do respeito com aqueles que concordam ou discordam de tal posicionamento político do
educador, sem omiti-lo, possibilitando ao educando o direito de tomar suas próprias conclusões, comparar, escolher e decidir por si mesmo sua posição quanto o assunto. O sétimo saber apresentado por Freire neste capítulo é que “Ensinar exige alegria e esperança”. Para o autor, a prática educativa pede ao educador
alegria perante sua atuação ou mesmo enquanto manutenção do clima e atmosfera do espaço pedagógico. A alegria e a esperança se relacionam na atividade educativa seja nas trocas do ensino-aprendizagem ou na produção e construção mútua do conhecimento. A esperança em si faz parte da natureza daquilo que é humano e é através dela à priori que se torna possível superar pensar a realidade e o futuro através de determinismos. Segundo o próprio autor, “[...] a realidade, porém, não é inexoravelmente esta. Está sendo esta
como poderia ser outra e é para que seja outra que precisamos, os progressistas lutar” (Freire, 1996, p. 75), é portanto possível falar em opções, decisões, de liberdade, de ética, de possibilidade, de direito de “ser mais” e por
conta disso há esperança e devemos lutar, enquanto educadores e humanos, contra o fatalismo fácil e o determinismo desesperançoso. Na oitava parte do capítulo, o autor reafirma que “Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível”. Freire aborda nesse momento algo
que já vem sendo delineado durante todo o capítulo que é a importância de se entender o futuro (ou a história) como um problema, uma possibilidade e não como um fato já determinado, impossível de ser mudado, restando apenas ser aceito. Não somos, portanto, simples objetos da história mas sim também sujeitos desta, atores que podem intervir e mudá-la. Nesse sentido, o papel do educador, principalmente em sua atuação em localidades mais pobres e injustiçadas, parte do princípio de entender que “mudar é difícil mas não é impossível” (Freire, 1996, p. 79) e com essa certeza buscar fazer o que o autor chama de uma “leitura do mundo”, percebendo o contexto, a linguagem, a
ideologia, os saberes ali presentes e considerando esses fatores, adaptar a sua prática educativa para os educandos, sejam crianças ou adultos, fazendo-os compreender que sua realidade social não é fruto de incompetência, mas sim de fatores sociais, econômicos e políticos que atuam para tal e que há a possibilidade de ir além do imposto pela realidade, que nada é irrevogável. Por último neste capítulo, em sua nona parte, Freire nos aponta que “Ensinar exige curiosidade”. Nesse sentido, é preciso que uma prática
educadora para ser considerada como tal que esta estimule a curiosidade do educando e por consequência do educador. A construção do conhecimento está estreitamente relacionada com o exercício da curiosidade, sem ela só se torna possível alcançar a memorização, a repetição. É a partir da prática da curiosidade em um ambiente aberto a ouvi-la, que a estimule, compartilhe, a faça refletir e dialogue com ela é que se torna possível aguçar a curiosidade espontânea para fazê-la mais crítica, tornando-a uma curiosidade cada vez mais epistemológica. Outro ponto abordado por Freire é a relação autoridadeliberdade, sempre tensa, e que suas rupturas geram por um lado ou o autoritarismo ou a licenciosidade, ambas que acabam negando a vocação do ser humano para o “ser a mais”, de ter curiosidade, ir além do que está posto.
RESUMO CAPÍTULO 3 Na terceira parte da obra, Freire aborda a especificidade humana do ensinar. É pautada em nove pontos distintos e aborda, em especial a segurança da autoridade docente no processo de aprendizagem, que deve ser demonstrada sem a necessidade de subjugação e de maneira sábia, além de propor o respeito das liberdades e aceitar ser revista. Num primeiro instante, o autor trata da competência profissional que um docente deve apresentar, ao se comprometer com o aperfeiçoamento profissional e sem a necessidade de demonstrações autoritárias de conhecimento. Também ressalta que a generosidade é um elemento fundamental para os que ensinam, uma vez que a mesquinhez é um elemento detrator da figura de autoridade construída pelo professor, uma vez que fomenta a ausência de ética entre os docentes e discentes, minando o caráter formador do espaço pedagógico. Outro elemento importante é a ausência da omissão, que deve ser extinta pelos formadores por não contribuir na formação ética dos educandos, além da promoção da autonomia, que serve para os alunos deixarem a dependência e, em seu lugar, construir sua liberdade alicerçada na responsabilidade adquirida durante o processo de emancipação. Desta forma, Paulo Freire explica também a indissociabilidade do ensino dos conteúdos da formação ética dos alunos, uma vez que o processo de aprendizagem não depende apenas de um desses elementos. Assim, é dito que o que é ensinado necessariamente tem de ser vivido, estimulando e
respeitando os anseios discentes por explicações, contestações e indagações que nem sempre serão sanadas, pois “... não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se não supero permanentemente a minha” (Freire,
1996, p. ???). Ao fim desse tópico, o pedagogo faz uma crítica incisiva à ausência do respeito do professor com o aluno, uma vez que “não somos
tratados com dignidade e decência pela administração privada ou pública da educação”. No segundo ponto, denominado “Ensinar exige comprometimento”, Freire
exalta a importância de o docente reconhecer seus limites e não faltar com a verdade, bem como a necessidade de agir de maneira coerente com o discurso preconizado no ambiente escolar, além de se adequar conforme o feedback indireto para aperfeiçoar a experiência de ensino de maneira solidária, mas sem danificar a autoridade performada pelo professor, que deve sempre romper com a suposta neutralidade do ambiente escolar, sendo sempre um sujeito analítico e que demonstre um senso ético ante o ensejo reacionário de formação de alunos apolíticos. No terceiro ponto, que trata da compreensão da educação como forma de intervenção no mundo, uma vez que a mesma não é indiferente ao caráter reprodutor ou desmascarador da ideologia dominante, haja vista que, de acordo com os interesses dominantes, essa prática deve ser imobilizadora e ocultadora de verdades e deve ser subvertida à lógica do mercado ou, deve romper com o que for pré-estabelecido em detrimento dos interesses genuinamente humanos ao invés de compactuar ou se omitir das transgressões éticas praticadas pelos detentores do poder para perpetuar o status quo vigente. Entretanto, Freire também enaltece a importância do
testemunho ético do docente, sendo tão importante quanto o conteúdo propriamente lecionado, visando a coerência e permanência num limite de autoridade que não exorbite o poder, nem cause estranheza aos discentes. Já no quarto tópico do capítulo, Ensinar exige liberdade e autoridade, é discutida a tensão entre esses dois aspectos, ressaltando que ser livre sem rédeas é prejudicial para a luta de aquisição dessa liberdade. Paulo Freire também menciona a importância de se resguardar o direito de ser livre, mesmo que isso implique em decisões ruins e que os pais devem assessorar seus filhos acerca das consequências de suas escolhas, porém, nunca decidir por eles. A autonomia deve ser construída a partir de doses homeopáticas, mas
constantes, uma vez que o amadurecimento se desenvolve de igual maneira e, tanto liberdade quanto autoridade não existem sem depender uma da outra. No quinto item, é abordada a temática de tomada consciente de decisões, que, em primeiro lugar, deve ser pautada na virtude da coerência, ao estimular os estudantes apassivados a descrição do perfil dos conteúdos ao invés de estimulá-los a aprendê-los. Freire também salienta a natureza política inerente da educação, e que negá-la seria impossível para um profissional ético, uma vez que a sociedade contemporânea é multifacetada e não pode ser reduzida à neutralidade enquanto os contrastes existirem, dizendo ainda que quem se omite do discurso político coopta com os opressores, uma vez que “se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode” ”
(Freire, 1996, p. ???). Ou seja, enquanto existir a resistência, ainda que a educação não transforme a sociedade, ela é algo que demonstra que é possível mudar. A sexta parte do capítulo 3, denominada “Ensinar exige saber escutar”,
trata da questão do rompimento com o determinismo histórico como possibilidade de libertação, uma vez que aceitar os fatos como foram apresentados e sem chance de serem mudados é considerado um fatalismo, que implica no silenciamento dos sujeitos atuantes e aleija a comunicação dialética, uma vez que o discurso imposto se blinda da contestação e é tomado como verdade universal. O docente deve aceitar que sua fala não pode ser inquestionável, haja vista que, em termos democráticos, a comunicação é uma via de duas mãos e negar esse aspecto é mais uma demonstração de autoritarismo. Assim, o educador deve estimular o aluno não apenas a aprender o conteúdo lecionado, mas também a aprender como aprender, o que envolve desprendimento de preconceitos, fomentar a comunicação horizontal, respeitar o ritmo de aprendizagem dos estudantes, reconhecer suas limitações de conhecimento, persistência, gosto pela alegria e pela vida, abertura ao novo e a justiça e identificação com a esperança. Desta forma, o discente perceberá que é o sujeito que constrói sua prática cognoscitiva, alimentando sua “sua curiosidade epistemológica indispensável à produção do conhecimento” ”
(Freire, 1996, p. ???). Na sétima divisão do capítulo 3, Paulo Freire expõe que a prática do ensinar demanda o reconhecimento de que a educação é ideológica. O autor
tece uma crítica ferrenha ao sistema econômico vigente, fundado pela globalização do mercado e que atende somente aos interesses da ética de poucos detentores de poder e capital, trucidando os valores da ética humana, usando o desemprego, a desigualdade e a miséria como subterfúgios de uma história determinística e considerando as práticas neoliberais produtos de um destino inevitável da evolução. Isso também reflete na produção de conhecimento científico, que passa a ser norteada apenas pelo êxito financeiro ao invés do bem-estar humano. Ademais, é dito também que o discurso de eliminação ideológico não é uma solução contra esse tipo de ameaça, uma vez que é também é uma ideologia. A solução proposta é a de estar aberto a toda forma de discurso, ao tocar e ser tocado, ao ouvir o que é dito com respeito, não se considerar o dono da verdade e estar disponível à vida de maneira permanente, sem medo, para mitigar os preconceitos com as diferenças e poder construir um perfil próprio. O oitavo tópico da terceira parte da obra, denominado “Ensinar exige disponibilidade para o diálogo”, contém reflexões a respeito da disponibilidade
à realidade, necessária para a formação da segurança de um docente. Essa segurança é o que atribui a possibilidade de evolução, por não fragilizar uma pessoa por não saber algo, pois estar disponível aos desafios da vida é um saber necessário à pratica educativa, pois quem se abre ao mundo e aos seus mistérios estabelece uma relação dialógica, confirmada através da inquietação e da curiosidade. Isso pode ser visto, por exemplo, quando um educador se dispõe a compreender a realidade dos estudantes de uma escola, uma decisão ético-política e demonstração da vontade de intervir no mundo. Mais adiante, o pedagogo expõe a importância da televisão como janela da realidade global, ressaltando a importância de se discutir sobre o que é veiculado nas emissoras, mesmo sendo um conteúdo tão imediatista que não confere ao espectador a possibilidade de se refletir criticamente o que foi exibido e alertando sobre o viés ideológico imposto por ela, que pode ser sumariamente absorvido por alguém mais frágil. Assim, uma maneira de combater os ardis ideológicos propagados pelos canais, é o desenvolvimento de uma mentalidade que funcione de maneira alerta e epistemológica, uma tarefa árdua, porém necessária. Finalmente, no último tópico, Paulo Freire propõe que ensinar exige bem querer aos educandos. O professor que não teme a afetividade, nem sua
demonstração sela um compromisso com seus educandos e não diminui a efetividade de sua prática, desde que ele mantenha esse sentimento acima do seu compromisso ético para com sua carreira. Também se frisa que a rigorosidade não se contrapõe à alegria, mas também é uma demonstração de comprometimento com o ensinar e que a prática pedagógica sem alegria e empatia não tem sentido. Todavia, isso não implica que o docente deva desistir de lutar por seus direitos e dignidade. O pernambucano também denuncia a anti-humanidade proferida pelos educadores subvertidos à lógica neoliberal e tecnicista e reforça o caráter de responsabilidade demandado pela carreira no magistério, que, quando feita de maneira democrática, não se deve enclausurar nas questões estritamente docentes, uma vez que os discentes devem ser respeitados, compreendidos e aceitos, ignorando o amor pelo lecionar e pelos lecionados, mas sem também violar o trabalho dos profissionais terapeutas, que estão mais capacitados para auxiliar nas questões psicológicas dos alunos. Paulo Freire conclui seu texto com uma reflexão de que a prática educativa deve ser tratada de maneira séria, mas também de forma simples, desprendida da arrogância que, embora não invalide a competência de um professor, também não diminui o saber dele, além de torná-lo mais humano aos olhos de seus alunos.