O romance, que retrata o cotidiano de um grupo de meninos de rua, procura mostrar não apenas os assaltos e as atitudes violentas de sua vida bestializada, mas também as aspirações e os pensamentos ingênuos, comuns a qualquer criança. - Leia a análise de apitães da !reia Resumo
"o in#cio da obra $á $á uma série de reportagens reportagens %ict#cias que que e&plicam a e&istência e&istência de um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade de 'alvador e é con$ecido por apitães da !reia. !p(s esta introdução, inicia-se a narrativa que gira em torno das peripécias desse grupo que sobrevive basicamente de %urtos. )orém, apesar de certa linearidade, a $ist(ria é contada em %unção dos destinos de cada integrante do grupo de %orma a montar um quebra-cabeça maior. O c$e%e do grupo apitães da !reia é um *ovem c$amado )edro +ala, um menino loiro e %il$o de um grevista morto no cais. in$a ido parar na rua por volta dos cinco anos de idade e desde *ovem *á se mostrava cora*oso e o mais capacitado a se tornar o l#der das crianças. O grupo ocupava um trapic$e abandonado na praia e era %ormado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa. ma delas era o )ro%essor, que sabia ler e passava as noites lendo livros luz de vela. !lgumas vezes ele lia as $ist(rias para os outros do grupo ou então criava as suas pr(prias narrativas a partir do que lera. Outra Outra personagem que que compõe o grupo grupo é /ato, con$ecido assim por ser tido como um dos mais bonitos ali. 0uando entrou no grupo um dos meninos tentou se relacionar com ele, mas /ato não quis. 'endo muito vaidoso, tentava andar arrumado na medida do poss#vel e de acordo com sua realidade de menino de rua. /ato se apai&ona por uma prostituta c$amada 1alva, que irá ter um romance com o *ovem ap(s ser abandonada por seu amante. Outra personagem que merece destaque é 'em )ernas, um menino que uma vez %ora pego pela pol#cia e por isso passou passou a ser um *ovem *ovem amargo e que odiava a tudo. )or ser manco, s vezes era usado nos assaltos a casas2 ele batia nas portas das casas dizendo que era um (r%ão alei*ado e pedia a*uda. /an$ando con%iança dos moradores, ele descobria o que tin$a de valor na casa e depois relatava aos apitães da !reia. )or %im, outras personagens são2 3olta 'eca, que se dizia a%il$ado de Lampião e son$ava integrar o bando desse4 )irulito, um menino de %orte convicção religiosa e que irá abandonar o roubo4 +oa 3ida, *ovem esperto e que se contenta com pouco4 e o negro 5oão /rande, que tin$a o respeito r espeito dos demais do grupo por sua coragem e taman$o. !o lado dessas personagens centrais que %ormam o grupo, encontra-se ainda o )adre 5osé )edro, que era amigo dos meninos e procurava cuidar deles da %orma que considerava mais correta, e a mãe-de-santo 1. !nin$a. !nin$a. 6m certo momento da narrativa, a var#ola passa a assustar os moradores da cidade. m dos meninos do grupo contrai a doença e é internado. "essa altura, surge 1ora e 7é 8uin$a, cu*a mãe também morreu por causa da var#ola, e eles passam a integrar o bando. "o in#cio alguns *ovens *ovens tentaram se relacionar com 1ora, mas são impedidos impedidos por )edro +ala, )ro%essor e 5oão /rande. )orém, 1ora e )edro +ala passam a ter certo
envolvimento amoroso. erto dia alguns dos meninos %oram pegos em um assalto, mas %oram protegidos por )edro +ala e somente ele e 1ora %oram levados presos. 6la %oi levada para um or%anato, enquanto )edro +ala %oi torturado pela pol#cia e mantido preso em uma solitária por oito dias. !lgum tempo depois, os meninos conseguem a*udar )edro a se livrar do re%ormat(rio e partem para libertar 1ora também. )orém, encontram-na muito doente e ela passa apenas mais alguns dias com os meninos antes de morrer. !p(s a morte de 1ora o grupo vai so%rendo algumas alterações. )irulito parte com o )adre 5osé )edro para trabal$ar com ele na igre*a, 'em )ernas acaba morrendo em uma %uga da pol#cia e /ato vai para 9l$éus com 1alva, de quem é ca%etão. 5á )ro%essor conseguiu entrar em contato com um $omem que l$e o%erecera a*uda e tornou-se pintor no :io de 5aneiro retratando as crianças baianas. )or %im, 3olta 'eca conseguiu se tornar um cangaceiro de seu ;padrin$o< Lampião. !p(s cometer muitas mortes e crimes, a pol#cia prende 3olta 'eca e ele é condenado. ada vez mais %ascinado com as $ist(rias de seu pai sindicalista que morrera em uma greve, )edro +ala passa a se envolver em greves e lutas a %avor do povo. !ssim, movido por ideais comunistas e revolucionários, )edro +ala passa o comando do bando para outro menino e parte para se tornar um militante proletário. Narrador
O romance é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente =que sabe tudo o que ocorre>. 6ssa caracter#stica narrativa possibilita que se*a cumprida uma tare%a %acilmente notada pelo leitor2 mostrar o outro lado dos apitães da !reia. O narrador, ao penetrar na mente dos garotos, apresenta não apenas as atitudes que a vida bestializada os obriga a tomar, mas também as aspirações, os pensamentos ingênuos e puros, comuns a qualquer criança. O narrador não se es%orça por ser imparcial4 participa com seus comentários, muitas vezes sutis, mas sempre %avoráveis aos apitães da !reia. Personagens
! obra não possui um personagem principal. )ara indicar um protagonista, o mais apropriado seria apontar o con*unto do bando, ou se*a, os apitães da !reia como grupo. 9sso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem, mas ao redor de todos. )edro +ala, o l#der do bando, não é mais importante para o enredo do que o 'em-)ernas ou o /ato. )ode-se dizer que ele é o l#der do bando, mas não lidera o ei&o do romance. 1a# a idéia de que o protagonista é o elemento coletivo, e cada membro do grupo %unciona como uma parte da personalidade, uma %aceta desse organismo maior que %orma os apitães da !reia. Pedro Bala: l#der dos
apitães da !reia, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de naval$a no rosto, %ruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. 'eu pai, con$ecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, onde %oi assassinado por policiais. Sem-pernas: de%iciente %#sico, possui uma
perna co&a. )reso e $umil$ado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair e&tenuado, 'em-)ernas conserva as marcas psicol(gicas desse epis(dio, que provocou nele um (dio irre%reável contra tudo e todos, incluindo os pr(prios integrantes do bando.
Gato: é o galã
dos apitães da !reia. +em-vestido, domina a arte da *ogatina, trapaceando, com seu baral$o marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. !lém dos %urtos e do *ogo, /ato consegue din$eiro como ca%etão de uma prostituta c$amada 1alva. Professor: intelectual do grupo, deu in#cio s leituras depois de um assalto em que
roubara alguns livros. !lém de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o )ro%essor a*uda decisivamente )edro +ala, aconsel$ando- o no plane*amento dos assaltos. Pirulito: era o
mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre 5osé )edro, converte-se religião. 6&ecuta, com os demais, os roubos necessários sobrevivência, sem *amais dei&ar de praticar a oração e sua %é em 1eus. Boa-vida: o apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. ontenta-se com
pequenos %urtos, o su%iciente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mul$eres que não interessam mais ao /ato. João Grande: é respeitado pelo grupo em
virtude de sua coragem e da grande estatura. !*uda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais vel$os. 3olta 'eca2 admirador do cangaceiro Lampião, a quem c$ama de padrin$o, son$a um dia participar de seu bando. Dora: seus pais morreram, v#timas da var#ola,
quando tin$a apenas ?@ anos. A encontrada com seu irmão mais novo, 7é 8uin$a, pelo )ro%essor e por 5oão /rande. !o c$egar ao trapic$e abandonado, onde os garotos dormem, 1ora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por 5oão /rande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mul$er de )edro +ala. Padre José Pedro: padre de origem $umilde, s( conseguiu entrar para o seminário por
ter sido apadrin$ado pelo dono do estabelecimento onde era operário. 1iscriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. )or isso, assume a missão de levar con%orto espiritual s crianças abandonadas da cidade, das quais os apitães da !reia são o grande e&poente. Querido-de-Deus: grande capoeirista da +a$ia, respeita o
grupo liderado por )edro +ala e é respeitado por ele. 6nsina sua arte para alguns deles e e&erce grande in%luência sobre os garotos. Sobre Jorge mado
5orge !mado nasceu em 9tabuna =+!>, em ?B de agosto de ?C?D, e passou a in%Encia em 9l$éus. !os ?C anos surpreendeu a cr#tica e o pFblico com o lançamento do romance GO )a#s do arnavalG. 1esenvolveu uma literatura politicamente enga*ada e, nos anos seguintes, publicou GacauG =?C@@>, G'uorG =?C@H>, 5ubiabáG =?C@I> e Gapitães da !reiaG =?C@J>. 8ez os estudos universitários no :io de 5aneiro, %ormando-se bac$arel em ciências *ur#dicas e sociais. 6m ?CHI %oi eleito deputado %ederal pelo )artido omunista
+rasileiro =)+>, tendo participado da !ssembléia onstituinte de ?CHK e da primeira Emara 8ederal ap(s o 6stado "ovo. )erdeu o mandato em ?CH, depois que o )+ %oi colocado na ilegalidade. 1ei&ou o +rasil e viveu cinco anos na 6uropa e na Msia. om /abriela, ravo e anela =?CI> iniciou nova %ase literária, marcada por um estilo picaresco, de personagens malandros e bu%ões. Norreu em K de agosto de DBB?, em 'alvador. A o romancista brasileiro mais traduzido e con$ecido em todo o mundo. 'uas principais obras são2 GO pa#s do carnavalG =?C@B>, G'uorG =?C@H>, GNar NortoG =?C@K>, Gapitães da areiaG =?C@J>, G/abriela, cravo e canelaG =?CI>, G! morte e a morte de 0uincas +erro dMguaG =?CK?>, G1ona 8lor e seus dois maridosG =?CKK>, Gieta do agresteG =?CJJ>, G8arda, %ardão, camisola de dormirG =?CJC> e muitas outras.