UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE SÃO LUÍS DE MONTES BELOS PÓS-GRADUAÇÃO LATO EM LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA E LATO SENSU SENSU EM ENSINO
CLOVES DA SILVA JUNIOR
RESENHA DA OBRA “ENSINO DA GRAMÁTICA. OPRESSÃO? LIBERDADE?” DE EVANILDO EVANILDO BECHARA
SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GO !"!
CLOVES DA SILVA JUNIOR
RESENHA DA OBRA “ENSINO DA GRAMÁTICA. OPRESSÃO? LIBERDADE?” DE EVANILDO BECHARA
Resenha apresentada para fins de avaliação parcial da disciplina de Produção de gêneros acadêmicos: resumos, fichamentos, resenhas e artigos da PósGraduação Lato Sensu em Língua Portuguesa, Literatura e nsino da !niversidade stadual de Goi"s, !nidade !niversit"ria de #ão Luís de $ontes %elos, so& orientação do professor $s' rl( Rosa #ilva'
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%)*+R+, vanildo )avalcante' E#$%#& '( )*(+%(. O/*0$$1&? L%20*'('0? ed' #ão Paulo: .tica, /001' vanildo )avalcante %echara 2 professor, gram"tico e filólogo &rasileiro' Possui graduação em Letras 34567 e doutorado em Letras pela !niversidade do stado do Rio de 8aneiro 34967' +tualmente 2 Professor itular e m2rito da !R8 e +cadêmico da +cademia %rasileira de Letras' em e;periência na "rea de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa' < autor de v"rias das principais gram"ticas da língua portuguesa destinadas tanto ao p=&lico leigo >uanto a profissionais da "rea' %echara, diante do assunto e;posto nesta o&ra, conclui >ue o ensino de gram"tica 2 opressor no momento em >ue a linguagem culta 2 imposta nas mesmas circunst?ncias >ue a colo>uial' Para >ue essa pr"tica se@a li&ertadora, faA-se necess"rio o entendimento de >ue a língua não 2 homogênea, e ainda de >ue o falante se e;presse na modalidade de linguagem >ue considerar ade>uado para determinados am&ientes' *" três ordens de crises independentes nas instituiçBes escolares, as >uais impedem o aluno de desenvolver seu potencial a partir do sa&er lingCístico >ue possui' + primeira crise 2 de ordem institucional, visto >ue a sociedade privilegiou o colo>uial, renovando a língua popular, o >ue leva ao desprestígio da tradição escrita' + segunda crise se instaura na universidade, pois a linguística não se consolidou para permitir uma descrição do sa&er elocucional e e;pressivo' + terceira crise se desenvolve na escola' Ds professores de Língua Portuguesa 3LP7 não distinguem gram"tica geral, descritiva e normativa, dispensando atenção apenas E gram"tica geral e E gram"tica descritiva' ssas crises se devem ao fato de um longo processo histórico do ensino de Língua Portuguesa' Fa d2cada de 90 os livros did"ticos foram transformados em almana>ues coloridosH, com figuras e desenhos desa@ustados' +l2m disso, privilegiou-se a língua oral, por fatores de natureAa linguística e política' D&servou-se a possi&ilidade de transposição escrita do discurso falado, o >ue gerou a desatenção ao código escrito, e v"rios professores a&oliram a gram"tica' Fa d2cada de I0 houve o momento de reação, e os livros did"ticos voltaram a insistir no padrão culto, contudo, somente a classe dominanteH possuía o domínio da linguagem' Jestarte, diante deste histórico, perce&e-se >ue o ensino de LP sofreu um processo de decadência e isto perdura at2 ho@e' + grande missão do professor dessa disciplina 2 transformar o aluno em um poliglota dentro de sua própria língua, considerada a variedade linguística e;istente'
D autor coloca em de&ate duas >uestBes: o ensino de LP no sentido opressivo, como imposição da língua culta e da língua colo>uial nas mesmas circunst?nciasK e o ensino de LP como pr"tica li&ertadora, a partir do entendimento de >ue a língua não 2 homogênea, partindo do princípio de li&erdade de e;pressão da modalidade da língua >ue o falante considerar ade>uado para os am&ientes >ue fre>uentar, ha@a vista >ue a universaliAação da língua 2 um modo de opressão' Geralmente, a educação linguística 2 centrada em 9 funçBes, a sa&er: referencial, emotiva, conativa, metalinguística, f"tica e po2tica' Fo entanto, no início da d2cada de I0, *allida( ela&orou sete funçBes: a instrumental, a reguladora, interpessoal, pessoal, heurística, imaginativa e representativa' +pós isto, *allida( chegou a conclusão de >ue a insuficiência linguística ocorre com o controle inade>uado dessas funçBes' Fo tocante ao ensino de LP, %echara destacou >ue desde os gregos, romanos, passando pela dade $2dia e Renascimento, sempre se confundiu o aprendiAado da gram"tica, e isso refletiu o ensino nos dias atuais, pois desconsideraram a possi&ilidade de desenvolver e aperfeiçoar a comunicação' + prova disto 2 >ue os gram"ticos, por e;emplo, são maus escritores pelo policiamento permanente das regras por eles ensinadas' Fesse sentido, para a renovação no ensino de língua materna, o professor precisa oferecer aos alunos su&sídios, estimul"-los a ler e consultar &i&liografias para enri>uecer a sua cultura do sa&er, devendo estar sempre atento E evolução do aluno' Fa !niversidade 2 necess"rio >ue fi>ue claro >ue a línguística 2 um componente essencial para a formação do professor de LP' Je outro lado, 2 de suma import?ncia dei;ar de tratar a língua materna como se fosse uma língua estrangeira, anormalMestranha' m suma, o mau emprego da línguística nas aulas de LP gera o empo&recimento da língua escrita culta, e conse>uentemente o em&aralhamento do conceito de norma linguística na tradição escrita' Nale ressaltar >ue o professor da disciplina em tela deve centrar sua atenção no padrão culto, tanto para o ensino da oralidade >uanto da escrita' D m2todo de a&ordagem utiliAado nesta o&ra 2 o m2todo dedutivo, e o procedimento histórico-comparativo' %echara 2 filiado E corrente de pensamento funcionalista e estruturalista' rata-se de uma o&ra >ue conduA as direçBes do ensino de gram"tica nas escolas' D pro&lema surgiu anteriormente E dade $2dia e persiste at2 os dias de ho@e' Jeve-se frisar >ue o professor de língua portuguesa necessita direcionar melhor as aulas de língua portuguesa e modificar a visão de >ue a gram"tica 2 algo repetitivo e sem valor' + diferenciação entre o padrão culto e o colo>uial não 2 realiAada em praticamente >uase todo o território'
+ chave da >uestão est" no desenvolvimento da comunicação oral e escrita do aluno nos padrBes da gram"tica, e não levar o educando a praticar an"lises sint"ticas com divisBes, su&divisBes e classificaçBes aleatoriamente' D professor de LP precisa conduAir o aluno a ser um poliglota em língua portuguesa, de forma a ade>uar a modalidade culta ou colo>uial de acordo com o am&iente >ue fre>uenta' sta o&ra 2 direcionada aos professores de língua materna, &em como a todos os estudantes e pes>uisadores dos cursos de Letras O Português, e fornece suporte teórico para a discussão e refle;ão do ensino de Língua Portuguesa nas instituiçBes escolares e !niversidades'