Psicose:
Neste capítulo do livro, o autor aborda a formação da estrutura psicótica, as causas da psicose e as diculdades no estabelecimento da signicação. O capi capitu tulo lo inic inicia ia com com o escl esclar arec ecim imen ento to,, uma uma pess pessoa oa pode pode poss possui uirr uma uma estr estrut utur ura a psicó psicóti tica ca e nunc nunca a em toda toda a sua sua vida vida pass passar ar por por um surt surto o psicótico. A estrutura psicótica se forma nos primeiros primeiros anos da infncia, e !" se pes#uisou muito a respeito das causas da psicose, por diversos tipos de abordagem : defeito gen$tico, dese#uilíbrio #uímico, problemas familiares, problemas com a comunicação. A focal focali%a i%ação ção em uma abord abordage agem m depen depende de muito muito do conte conte&to &to socia social, l, atualment atualmente e com a pes#uisa pes#uisa gen$tica na moda, moda, os elemento elementos s biológicos biológicos estão estão sendo sendo mais mais evide evidenci nciado ados s pela pela mídia. mídia. Os meios meios de comun comunica icação ção divulgam descobertas sobre genes da depressão ou es#ui%ofrenia, mas são ac'a ac'ado dos s pass passag agei eirros, os, #uas #uase e nunc nunca a são são divulg divulgad adas as as retra etrata taç( ç(es es e resultados resultados negativos. A busca de fator biológico #ue e&pli#ue a formação da psicose ocorre desde a d$cada de )*, muita empolgação e desilusão !" ocorreu, mas ainda 'o!e e&iste a busca fren$tica por causas biológicas. As pes#uisas centradas na gen$tica costumam se respaldar no fato de #ue a es#ui%ofrenia se apresenta em geraç(es de uma mesma família, mas o #ue não levam em consideração $ #ue al$m 'erdar os genes da#uela família + pessoa pessoa tamb$ tamb$m m 'erda 'erda os própr próprios ios membr membros os da#ue da#uela la famíl família, ia, eles eles não cons consid ider eram am o cont contat ato o cons consta tant nte e da cria crianç nça a com com seus seus fami famili liar ares es e a inuencia #ue isso pode alavancar na formação da estrutura psicológica do individuo. Outr Outro o pont ponto o impo import rtan ante te $ #ue #ue um prob proble lema ma biol biológ ógic ico o não não pode pode ser ser analisado isoladamente, desde os primeiros momentos da gravide% os pais t-m e&pec e&pectat tativa ivas s em relação elação aos l'os l'os,, #uando #uando a crian criança ça nasce nasce com problema problemas s biológicos biológicos $ natural natural #ue e&ista e&ista uma frustração frustração #ue pode ser percebida rapidamente pela criança. e mais tarde a criança desencadear uma psicose um pes#uisador pode diagnosticar a mesma como fruto do problema biológico, sem analisar as reaç(es dos pais ao problema. Al$m disso, o publico leigo tem a imagem mal formada de #ue um gene $ respons"vel respons"vel por traços psicológicos e comportamentos especícos, eles não levam em consideração os avanços da biologia e as descobertas de redes comple&as de interação biológica. Alias, por ironia , a vontade de culpar um fato fatorr /nic /nico o como como send sendo o o dese desenc ncad adea eado dorr de um proc proces esso so $ uma uma das das características do pensamento psicótico, a certe%a #ue aparece no discurso psicótico $ muito atraente, isso e&plica sua popularidade nas reportagens de ci-ncia midi"tica e na concessão de verbas. Para ara 0aca 0acan n e dive divers rsos os psi# psi#uia uiatr tras as de sua sua $poc $poca, a, a psic psicos ose e não não era era determinada determinada por um fator /nico, ela nunca podia ser prevista e só podia ser
trabal'ada a partir da sua detecção, onde uma analise criteriosa era feita a partir da 'istoria singular da pessoa. 1&istem dois períodos importantes na infncia, o primeiro $ #uando a criança percebe a aus-ncia da mãe, a#ui começa o esforço da criança em prender a atenção da mãe e se transformar na#uilo em #ue !ulga #ue a mãe est" interessada. A criança percebe logo #ue isso não funciona, #ue e&iste um terceiro ponto al$m da mãe #ue ela nunca ter" acesso, pode ser o pai ou #ual#uer outro agente #ue indi#ue a criança não $ tudo para mãe. 1sse período $ muito doloroso, as ve%es a criança busca a!uda num elemento e&terno,assim a #uebra permite #ue a criança se afaste da família e bus#ue um mundo de relaç(es mais comple&a, se abrindo ao mundo social. 1ntão, a e&ist-ncia de um terceiro ponto al$m da relação mãe2l'o $ fundamental, o fato de e&istir um al$m da mãe cria uma lacuna, #ue como num !ogo , permite o deslocamento das outras peças at$ constituir uma forma, uma imagem3 sem a lacuna as peças cam imobili%adas e nen'um movimento $ possível. O importante não $ a força ou o poder e&ercido sobre o pai, mas sim o modo como ele $ representado no discurso da mãe. O ponto de refer-ncia, com !" foi dito, não precisa ser necessariamente o pai, mas algo #ue indi#ue #ue agentes e&ternos e&ercem inuencia sobre a mãe, ela não $ a lei, a mãe pode ser ob!eto de pensamento de terceiros. A triangulação a#ui e&plorada falta em alguns casos de psicose. Os problemas de triangulação se en#uadram em tr-s grupos: primeiro, mãe e l'o, nada mais, o l'o pode se tornar ob!eto da mãe3 o segundo, mãe2 l'o2ob!eto de interesse materno, um triangulo mínimo, #ue o l'o tenta preenc'er esse espaço e o terceiro, mãe2l'o2ob!eto e o terceiro termo real, um elemento e&terno. Os dois primeiros são característicos na psicose. A impossibilidade de situar o terceiro termo pode signicar #ue a criança est" presa como ob!eto materno, como entidade puramente biológica ou como a representação de tudo para a mãe. O corpo da criança pode se tornar o próprio lugar de satisfação da libido materna, alguns su!eitos tentam se separar dessa libido, amputando partes do próprio corpo. O pai tamb$m pode ter seu papel na formação da psicose, muitos casos de psicose mostram um pai #ue se toma pela própria lei, ao inv$s de situa2la como uma barreira, um agente al$m dele mesmo. 4uando tamb$m um dos genitores $ ligado a um ideal muito abstrato 5f$, devoção, integridade6 de modo #ue esse ideal se!a situado pelo genitor na dimensão simbólica, #uando se implantam ideais simbólicos, e depois se revela #ue eles eram mentiras, os próprios alicerces da pessoa são retirados, não se trata apenas de uma decepção com o genitor, mas na #uebra dos vínculos da pessoa com o mundo. O meio familiar $ um fator importante na formação da estrutura psicológica de uma criança, ele tenta imputar ideias e interpretaç(es na mente infantil,
mas ele por si só não basta para determinar uma estrutura psicótica, e&iste sempre uma margem de escol'a do próprio individuo. egundo 7elanie 8lein algumas crianças percebem #ue a mãe pode ter #ualidades contraditórias #ue causa uma triste%a, mas para criança psicótica tais sentimentos são impossíveis, a frustração gera ata#ues violentos e s"dicos. 1&istem casos de su!eitos psicóticos, #ue não se en#uadram no modelo !" estudado, nesses casos e&iste um relacionamento com a mãe não de fusão, mas de descontinuidade e turbul-ncia, o #ue fa% com #ue a criança ten'a #ue se esforçar muito mais para satisfa%er a mãe. Nos casos de psicose e&iste apenas algo em comum a falta de estabelecimento da função paterna, ou por depreciação do pai pela mãe, ou pela ane&ação do pai do lugar da lei, ou por decisão da própria criança de não conar no pai ou no simbólico, ou ainda por uma combinação desses fatores. O fator decisivo $ como a criança visuali%a relação entre os pais Não um e&iste um fator #ue determina a psicose, mas e&istem alguns fatores #ue se repetem. Por e&emplo, algumas mães de es#ui%ofr-nicos tratam os l'os como se fossem coisas, o #ue diculta para a criança se ver como um ser independente, outro caso, algumas mães de paranoicos não conam na sua capacidade de cuidar do l'o, o #ue cria uma falta de conança no outro. No caso da síndrome de 9apgras, o su!eito psicótico acredita #ue as pessoas foram substituídas por sósias, pois $ tão insuport"vel acreditar #ue a pessoa amada pode ter uma dualidade de sentimentos, #ue $ mais f"cil para o individuo acreditar #ue são pessoas diferentes. Nesse caso, ao inv$s de associar o problema a maternidade, $ possível associar o problema a uma diculdade da criança no estabelecimento da signicação.