Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Campus XIX - Núcleo de Salvaterra Curso de Licenciatura Plena em Matemática Disciplina: Instrumentação para o Ensino da Matemática II Docente: Rosana Gomes Discente: Adriele Souza Freitas Turma: 2009 Data da entrega: 18 de abril de 2011
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO
Salvaterra 2011
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO PARÁ
Curso de Licenciatura Plena em Matemática
Adriele Souza Freitas
Relatório de Observação
Relatório de Observação, referente a disciplina Instrumentação para o Ensino da Matemática II orientada pela professora Rosana Gomes
Salvaterra 2011
INTRODUÇÃO Este relatório foi realizado com base em observações na Escola Estadual de Ensino Médio Salomão Matos na turma de 2º ano (2TR01) do educador Marcus Vinicius Leão do Amaral, tendo como diretor o Sr. José Barbosa Coelho. A escola está situada na PA 154 na cidade de Salvaterra, possui 15 (quinze) turmas e 2 (dois) professores de matemática. Durante a visita no dia 12 (doze) de abril de 2011 às 14:15 h, ambas as pessoas supracitadas foram entrevistadas, e tiveram uma duração de 15 minutos cada. Fui bem recebida, e convidada a visitar as instalações da instituição, o professor Marcus permitiu a minha presença na sala de aula, o intuito era vê-lo lecionando, a fim de verificar seu método de avaliação e ensino. O s objetivos foram de analisar a relação entre o aluno e o professor no ensino da matemática e as normas que regem o funcionamento da aula por meio da observação, pois está tem um valor importante, permitindo que se faça um estudo de um determinado contexto. Sendo este último a maneira como se ensina, e o modo como se aprende.
Registro das Observações
1. Conversa com o Diretor O primeiro contato feito com o diretor da escola Salomão Matos foi prazeroso. Conversamos por pouco tempo, mas foi suficiente para fazer algumas perguntas e obter as respostas sem nenhuma dificuldade imposta. O senhor José falou vagamente do projeto político -pedagógico, justificou a pouca menção deste por causa da reformulação que está sendo feita, mas deixou claro que o projeto antigo teve os objetivos alcançados e que a decisão de atualização partiu do consenso de todos, para que os alunos tivessem mais qualidade de ensino. Aproveitando essa explica ção, perguntei-lhe o que é feito para manter os discentes cada vez mais envolvidos com a escola. Os incentivos são baseados no esporte e no laboratório de informática, não há nada de novo que chame atenção, nem um projeto por parte da escola, liberam o uso da quadra de esportes quando há professores faltosos, além de jogarem futebol utilizam a mesa de ping-pong . Quando algum docente falta, José vai até às salas que estão com horários vagos procurando participar da vida dos estudantes para manter uma relação harmoniosa com cada um deles. Uma afirmação por parte dele chama atenção, ³aluno é aluno, diretor é diretor´ essa sustentação não faz parte das atitudes tomadas por esse administrador público, mas faz parte da realidade e, por prevalecer até hoje, acaba criando barreiras entre o alunado e a direção, tornando o meio educacional cada vez mais elitizado e não prazeroso. Isso acaba criando um ambiente desfavorável para o processo ensinoaprendizagem. É sabido que alguns discentes apresentam problemas comportamentais devido a constantes mudanças no aspecto familiar, que iniciam cada vez mais cedo e mais complicadas de serem contornadas . É comum vermos alunos sendo levados para a diretoria ou sendo expulsos dos estabelecimentos de ensino por causa do modo como procedem. Essa maneira como são tratados pela escola é um método punitivo e não viável, pois está deveria se aproximar de seus aprendizes, conhecendo-lhes e dando apoio. E uma opção para ajudá -
los é seguir o exemplo do Salomão Matos, que ao invés de dar castigo, fazem os discentes estudarem e pesquisarem em turno oposto ao de suas aulas normais, toda vez que cometem algum delito vão para suas casas e voltam para a biblioteca. Além de prestar auxílio para os que apresentam maus procedimentos, o estabelecimento ainda dá assistência a alunos portadores de necessidades especiais através da sala de apoio. Essa sala possui um computador para deficientes visuais, três regletes e uma especialista responsável pela manipulação desses materiais, também incumbida de dar suporte para eles por meio de aula de reforço. Esta profissional confecciona objetos para facilitar a aprendizagem, mas o professor passa para a mesma o conteúdo, cabendo a ela adequar o assunto à necessidade dos três discentes que esta atende. O diferencial da escola é a importância que dão ao ensino, mesmo sabendo que é papel da mesma, buscam criar vínculos de afeto, pois acreditam que assim podem formar pessoas éticas, seguras e cidadãos críticos capazes de conviver com as diferenças que os rodeiam. 2. Observação em Sala A sala que observei é grande e ventilada. Os alunos ficam espalhados, não ficando com as cadeiras enfileiradas. A observação seria feita baseada na forma como o docente aplica sua metodologia, porém o este não se encontrava em sala porque haviam dois aluno s da Universidade do Estado do Pará (UEPA) que estavam concluindo seu estágio. Por causa disso, fiz minhas anotações com base na maneira como ensinavam. Verifiquei inúmeras falhas por parte deles, e o fato de serem estagiários não justifica o despreparo que ambos apresentaram. Os dois se prenderam totalmente ao livro, não que isso seja errado, mas passaram insegurança para seus ouvintes. Usavam calculadora para realizar cálculos simples como 8|15 (oito divide 15). Passaram uma atividade no quadro branco para os alunos, mas não explicaram o exercício, ainda disseram para estes que não tinham a obrigação de repetir o que o professor já tinha falado, pois o papel deles era apenas de revisar o conteúdo. Enfim, entende -se o
nervosismo, entretanto não deveria ocorrer com tanta frequência, uma vez que serão os futuros professores. Porém encontram-se despreparados para a docência e devem analisar seus métodos para que possam fazer a diferença, colaborando com a melhoria da educação. 3. Conversa com o Professor Mesmo com a ausência do docente da sala, pude entrevistá -lo na biblioteca. Foi muito prestativo e respondeu a todas as perguntas. O educador possui especialização e está sempre se aperfeiçoando. Mesmo procurando informações e novos métodos, Marcus não abre mão do ensino tradicional, fazendo uso do livro de didático e do quadro negro para ministrar suas aulas, usa também
data -show ,
quadro digital e para diversificar utiliza jogos como o
xadrez tendo como objetivo desenvolver o raciocínio lógico dos alunos. Segundo Marcus, os discentes não costumam assistir jornais ou ler revistas, dificultando o uso de questões de conhecimento global, restringindo a nível regional. Apesar desse empecilho, o educador tenta fazer com que eles apliquem a matemática no seu dia-a-dia, mostrando que aprenderam. O professor verificou os problemas socais do município de Salvaterra e criou alguns projetos para trabalhar com os alunos, um deles é o Grupo de Desenvolvimento Estatístico (GDE) que é um trabalho totalmente voluntário e os temas são escolhidos pelos próprios discentes, alguns deles são gravidez na adolescência e uso de entorpecentes. O real desejo de Marcus é desmitificar que a matemática é ³um bicho de sete cabeças´ e melhorar o ensino, para que seus alunos deixem de pensar em apenas concluir o ensino médio, passando a almejar um futuro melhor, sendo seres atuantes na sociedade.
CO NSIDERAÇÕES
FINAIS
A observação nos possibilita analisar os tipos de metodologias aplicadas e aperfeiçoar a que temos. Essa atividade é uma experiência interessante, acrescentando na minha formação acadêmica possibilitando a melhoria da futura profissional que me tornarei. Pude constatar que é possível aplicar a teoria na realidade do aluno. Não é algo totalmente fácil, mas se o professor tiver boa vontade, as coisas se tornam possíveis. O educador necessita saber que o seu papel não é de repassar conhecimento e nem o discente um mero receptor, ambos são atores do processo de ensino-aprendizagem. Para alcançar esse objetivo é preciso que a escola proporcione aos estudantes instrumentos de conhecimento que permitam a eles um pensamento sobre as progressivas mudanças sociais preparando-os para o exercício total da cidadania. Por conseguinte, é indispensável que a escola viabilize um ambiente amigável, pois faz com que os alunos sintam-se acolhidos e respondam de maneira esperada ao ensino. Portanto, um meio apropriado e uma boa metodologia de ensino da matemática se torna eficaz. Lembrando que o plano de aula não necessita seguir sempre a um roteiro, mas seja flexível para o bom entendimento dos aprendizes. Sem esquecer que o docente é responsável por formar seres capazes de compreender e analisar o mundo que lhes cerca.
APÊ NDICE A - Questionário
Questionário aplicado ao professor 1. Qual seu nome? 2. Qual seu grau de formação? 3. Qual seu objetivo quanto professor de matemática? 4. Qual a sua metodologia de ensino? 5. Qual a maior dificuldade de se ensinar matemática? 6. Qual (is) a(s) dificuldade(s) que os alunos apresentam? 7. Que recursos didáticos você utiliza para facilitar o processo ensino aprendizagem? 8. Você acha que seu método de ensino é tradicional ou está pautado nas novas práticas educativas? Por quê? 9. Você já criou algum projeto voltado para a educação, principalmente na área da matemática?
APE NDICE B ± Questionário
Questionário aplicado ao diretor 1. Qual seu nome? 2. Quantas turmas a escola possui? 3. Quantos professores de matemática? 4. Qual o projeto político -pedagógico da escola? 5. O que se procura fazer para que os alunos estejam cada vez mais envolvidos com a escola? 6. Mais que um diretor, você precisa ser um educador. Com base nisso, qual a sua relação com professores e alunos? 7. Você oferece na escola atividades para apoio aos alunos com dificuldades? Quais são elas? 8. Conversa com os estudantes sobre o que eles estão estudando, lendo e produzindo?