DISSECAÇÃO DE ANFÍBIO RESUMO Este relatório foi elaborado com o objetivo de apresentar os dados coletados durante uma aula prática de dissecação de um anfíbio: rã-touro ( Rana catesbeiana ), no laboratório de Zoologia do IFSP Campus São Roque. Os resultados demonstram a partir da observação e análise da anatomia interna e externa desse exemplar, que o animal analisado é da classe Amphibia, ordem Anuro, família Rana e espécie catesbeiana.
INTRODUÇÃO A classe Amphibia é dividida em três ordens distintas: Anura (sapos, rãs e pererecas), Urodela(Salamandras e Tritões) e Gymnophiona(Cobras-cegas). O termo anfíbio é empregado para os membros desta classe porque a maioria deles vive as fases iniciais de seu ciclo vital dentro da água, sob forma de larvas com brânquias , chamadas de girinos. Mais tarde, essas larvas transformam-se em indivíduos adultos terrestres com respiração pulmonar. “Entretanto, algumas espécies
nunca abandonam a água, permanecendo no estágio larval, enquanto outras vivem na água dur ante ante todos os estágios do seu ciclo” (ORR, 1986). A maioria dos anfíbios é encontrada em água doce ou em habitats terrestres. São animais ectotérmicos, dependendo do ambiente como fonte de calor; são tetrápodes, sem escamas, e em sua maioria tem quatro patas bem desenvolvidas, embora algumas salamandras e todas as cecílias sejam Gymnophionas. A característica derivada mais importante dos anfíbios atuais é o tegumento úmido e permeável, principal local de troca de gases respiratórios que precisa ser mantido úmido. Segundo Pough et al (2008) “os Anura incluem 27 famílias com mais de 4700 espécies. A especialização do corpo para o salto é a característica esquelética desse grupo.” Os membros traseiros e os músculos formam um sistema de alavancagem
capaz de arremessar o animal no ar; as patas traseiras e os músculos formam um sistema de alavancagem capaz de arremessar o animal no ar; as patas traseiras e a fíbula estão difundidas. A coluna vertebral é curta, os membros dianteiros fortes e a cintura peitoral flexível absorvem o impacto da aterrissagem. Os olhos são grandes e estão localizados bem rostralmente na cabeça, permitindo a visão binocular. Não possuem cauda (daí o nome anuro), enquanto a maioria das salamandras possuem caudas longas, mas possuem patas traseiras alongadas, corpo curto e inflexível, que
não se dobra quando caminham, e nadam por meio de golpes simultâneos das patas traseiras.
OBJETIVO GERAL Analisar e observar a anatomia básica (externa e interna) e fisiologia de um exemplar de anfíbio, um anuro: Rana catesbeiana, conhecida como rã-touro. Possui finalidade também de identificar e destacar importantes características estruturais que as diferem das demais espécies.
ESPECÍFICO Analisar um exemplar de Anuro – rã-touro (Rana catesbeiana) e observar a anatomia e características estruturais, tais como:
- parte externa: Pele, pálpebra, tímpano, narina, fenda cloacal, membranas interdigitais, língua, glote, faringe, abertura do esôfago e abertura das trompas faringeotimpânicas; - parte interna: Fígado, esterno, estomago, intestinos, gônadas, coração e pulmão. Identificar e diferenciar o sexo do animal analisado e classificar taxonomicamente o exemplar de rã-touro analisado.
MATERIAIS UTILIZADOS • Bisturi; •
Tesoura de dissecação de ponta fina romba;
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Pinça de dissecação;
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Luvas cirúrgicas descartáveis;
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Bandeja de dissecação;
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Placas de Petri;
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Borrifador com agua;
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Exemplar de anfíbio: rã-touro (Rana catesbeiana)
METODOLOGIA Foi analisado um exemplar de anuro - rã-touro ( Rana catesbeiana). Para a análise, o procedimento foi feito em duas etapas, sendo a primeira a observação externa das estruturas e a segunda, observação interna, identificando e retirando os órgãos. O animal foi disposto em uma bandeja de dissecação e posteriormente analisado seguindo as seguintes etapas:
- Observação externa O exemplar de rã-touro foi disposto em uma bandeja de dissecação. Observouse as características externas e identificou-se as principais estruturas que compõe o corpo. Com o auxílio de uma pinça, abriu-se a boca do animal, localizou-se a língua, glote, faringe, abertura do esôfago, abertura das trompas faringeotimpânicas.
- Observação interna O exemplar foi colocado sobre uma bandeja de dissecação em decúbito dorsal para ser dissecado. A incisão foi feita a partir da região próxima a fenda cloacal em direção à extremidade anterior do animal. Após a retirada do tegumento realizou-se uma incisão na musculatura e sem retirar os órgãos observou-se e identificou-se as estruturas de cada um. Com o auxílio de uma tesoura de dissecação de ponta fina romba, bisturi e pinça, iniciou-se a remoção dos órgãos presentes na cavidade do animal. Utilizou-se uma piceta para umedecer esporadicamente cada órgão retirado, colocando-os em Placas de Petri para serem analisados posteriormente e identificados isoladamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO O exemplar de anfíbio analisado é uma rã-touro macho, da espécie Rana catesbeiana, representante da classe Amphibia, classificado taxonomicamente como:
DOMÍNIO: Eukaria REINO: Animalia FILO: Chordata SUBFILO: Vertebrata
GRUPO: Gnatostomata SUPERCLASSE: Tetrápoda CLASSE: Amphibia SUPERORDEM: Salientia ORDEM: Anura FAMÍLIA: Ranidae GÊNERO: Rana ESPÉCIE: catesbeiana É possível diferenciar fêmeas e machos adultos através de algumas características distintas entre ambos, conforme segue abaixo:
Fêmeas: Diâmetro da membrana timpânica quase igual ao diâmetro do globo ocular; papo cor creme esbranquiçado e não possuem calo nupcial no polegar. Machos: Diâmetro da membrana timpânica maior que o diâmetro do globo ocular; papo cor amarelada e possuem calo nupcial no polegar. As espécies da família Ranidae, inclusive a rã-touro, apresentam dimorfismo sexual, caracterizado por algumas diferenças entre o macho e a fêmea. Segundo Pough et al (2008) “muitas espécies são sexualmente dismórficas”, mas outras não,
sendo difícil diferenciá-las. Em relação á anatomia externa, observou-se que o exemplar de rã-touro não possui cauda, a cabeça é achatada, os olhos são bem grandes. O corpo é coberto por um tecido epitelial fino, flexível, liso e úmido, responsável pela absorção de água e também por parte da respiração. Uma característica importante dos anfíbios atuais é o tegumento úmido e permeável. Na extremidade posterior localiza-se a cloaca, onde termina os canais urinários e genitais, e por onde saem todas as excretas do animal. A cloaca apresenta-se ligada ao reto do intestino grosso. De acordo com Orr (1986), “em algumas espécies a cloaca substitui o reto.”
Ao observar externamente o corpo do animal verificou-se que os dedos dessa espécie são mais ou menos pontiagudos, um pouco achatados e sem unhas, sendo 4 nos membros anteriores e 5 nos posteriores. Os dedos da mão são livres, enquanto os dos pés possuem uma membrana interdigital que os liga, formando verdadeiras nadadeiras. A existência de membranas entre os dedos de suas patas traseiras é uma
característica especial dessa espécie e de acordo com Orr “não ocorre nas rãs comuns, mirins e paulistinhas.”
Na região da cabeça podem-se observar nitidamente estruturas importantes: amplos olhos laterais e pálpebras móveis, duas narinas pequenas comunicadas com a cavidade bucal que se abrem na parte superior da boca em orifícios recobertos por um epitélio olfativo que permite detectar odores. A respiração dos anfíbios apresenta algumas formas interessantes. Os adultos são pulmonados e também realizam respiração cutânea, onde são realizadas trocas gasosas entre a pele e o ar atmosférico. Entretanto, algumas formas adultas utilizam a respiração branquial. Atrás de cada olho há uma membrana timpânica, que está envolvida na audição e, em algumas espécies apresenta-se coberta por pele.
Ao abrir a cavidade bucal do animal com o auxílio de uma pinça, identificou-se as estruturas que a compões: glote, faringe, abertura do esôfago, abertura das trompas faringeotimpânicas e língua. Abaixo imagem identificando cada uma dessa s estruturas.
Na estrutura interna do animal observou-se vários órgãos presentes: fígado, estomago, intestinos, gônadas e esterno. Na região próxima ao esterno localizou-se o coração e na parte posterior o pulmão e as costelas. Seguem abaixo ilustrações dos respectivos órgãos.
A rã-touro, como a maioria dos anfíbios, acasala-se na água, onde seus ovos são depositados e onde as larvas, denominadas girinos, vivem e crescem até se transformarem em rãs jovens.
Logo após a fertilização inicia-se o desenvolvimento embrionário. No estágio de girino, estes animais apresentam um crescimento extraordinário e em seguida inicia-se o processo de metamorfose.
CONCLUSÃO Foi possível concluir que as estruturas externas e internas de exemplares de machos e fêmeas dos anfíbios analisados diferem em suas morfologias. Concluiu-se também, que os anfíbios representam um grupo com grandes analogias comparadas com outras espécies, tanto pelas estruturas internas, quanto pelas estruturas externas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNIOR, C.; SASSON, S. Biologia v.2. São Paulo – Saraiva, 2005; HADDAD, C.F.B.; PRADO, L.F. Anfíbios da Mata Atlântica . São Paulo: Neotropica, 2008; POUGH, F.H.; JANIS, C.M.J.; HEISER, J. A vida dos vertebrados. 4 ed. São Paulo: Atheneu, 2008; ORR, R.T. Biologia dos Vertebrados. 5 ed. São Pauo: Roca, 1986.