1. Leia o texto seguinte. Texto
Por um lado, um conjunto de argumentos muito poderosos força-nos à conclusão de que a vontade livre não existe no Universo. Por outro, uma série de argumentos poderosos aseados em factos da nossa pr!pria experi"ncia inclina-nos para a conclusão de que deve #aver alguma lierdade da vontade, porque $u.% todos a experimentamos em todo o tempo. &o#n 'earle, (ente, Cérebro e Ciência, Lisoa, )diç*es +, , p. /.
.. 0dentifique o prolema filos!fico aordado no texto. )xpon#a duas cr1ticas à teoria do determinismo radical, a partir do argumento presente no texto.
1.2.
.. 2 prolema filos!fico aordado no texto é o prolema do livre-ar1trio, ou seja, é o prolema de saer se, num universo sujeito ao determinismo, #3 lugar para o livre-ar1trio. .. 'egundo o determinismo radical, tudo no universo est3 determinado, incluindo o comportamento #umano4 consequentemente, o livre-ar1trio é uma ilusão. )sta perspetiva enfrenta as cr1ticas seguintes5 67 quando temos alternativas genu1nas, fa8emos escol#as genu1nas4 assim, a nossa pr!pria experi"ncia da escol#a genu1na mostra-nos que temos lierdade4 67 o determinismo radical nega a responsailidade moral, mas se ninguém fosse respons3vel pelos seus atos, emoç*es como a gratidão e o ressentimento e noç*es como mérito, louvor, recon#ecimento, culpa ou perdão seriam asurdas4 ora, se essas emoç*es e essa es sass no noç* ç*es es - qu que e de dese semp mpen en#a #am m um pa pape pell fu fund ndam amen enta tall na nass re rela laç* ç*es es en entr tre e as pe pess ssoa oass e na organi8ação da vida sociai - não são asurdas, então temos de recon#ecer que #3 responsailidade moral e, por conseguinte, livre-ar1trio. livre-ar1trio.
. Leia o texto seguinte do fil!sofo )spinosa acerca do prolema do livre-ar1trio. Texto Uma pedra recee de uma causa exterior que a empurra uma certa quanti9dade de movimento, pela qual continuar3 necessariamente a mover-se de9pois da paragem da impulsão externa. $ .. .% 0maginai agora, por favor, que a pedra, enquanto est3 em movimento, sae e pensa que é ela que fa8 todo o esforço poss1vel para continuar em movi9mento. )sta pedra, seguramente, $ ... % acreditar3 ser livre e perseverar no seu movimento pela :nica ra8ão de o desejar. ;ssim é esta lierdade #umana que todos os #omens se vangloriam de ter e que consiste somente nisto, que os #omens são conscientes dos seus desejos e ignorantes das causas que os determinam. 'pinosa,
ompletes, Paris, ?allimard, @AB.
.. 0dentifique a tese defendida no texto. .. &ustifique a resposta, a partir do texto. .. Co texto, defende-se o determinismo radical, ou seja, a perspetiva segundo a qual no universo tudo est3 determinado, incluindo as nossas escol#as.
.. Co universo todos os fen!menos estão sumetidos a uma necessidade causal, ou seja, todos são caus ca usad ados os po porr ac acon onte tecim cimen ento toss an ante teri rior ores es em co conf nfor ormi mida dade de co com m as le leis is da na natu ture re8a 8a.. Du Duan ando do descon des con#ec #ecemo emoss os aco aconte ntecim ciment entos os ant anteri eriore oress ou as lei leiss da nat nature ure8a 8a que reg regem em um det determ erminado inado fen!meno, somos incapa8es de prev"-lo, mas isso não significa que o fen!meno poderia ocorrer ou não. 2 mesmo se passa com o comportamento #umano5 frequentemente, por descon#ecimento das suas
causas, somos incapa8es de prever o que as pessoas farão, mas isso não significa que elas poderiam agir ag ir de uma man maneir eira a ou de outra, outra, que elas são livre livres. s. Uma ação é sempre o resultado inevit3vel ou necess3rio - de um conjunto de condicionantes, genéticas e amientais4 por conseguinte, o livre-ar1trio é uma ilusão. E. Leia o texto seguinte. Texto 'e admit1ssemos o determinismo, o nosso vocaul3rio teria de sofrer modificaç*es drasticamente extr extrem emas. as. $ ... ... % Pode Podemo mos s admi admira rarr ou elog elogia iarr um indi indiv1 v1du duo o porq porque ue é elo, elo, ou gene genero roso, so, ou musicalmente dotado - mas tais coisas não dependem da sua escol#a $. . .%. ; conduta #onrosa ou desonr desonrosa osa,, a usca usca do pra pra8er 8er e o mart1r mart1rio io #er #er!ic !ico, o, a corage coragem m e a coard coardia, ia, a mentir mentira a e a veracidade, o fa8er o que é justo resistindo =s tentaç*es, tudo isso passaria a ser como o sermos elos ou feios, altos ou aixos, vel#os ou jovens $ .. .%. Ca realidade, a pr!pria noção de ato implica uma escol#a4 mas se a escol#a for, pelo seu lado, determinada, que diferença poder3 #aver ainda entre a ação e o simples comportamentoF 0saia# Gerlin,
o Poder das Ideias, Lisoa, Hel!gio IJKgua )ditores, .
>oncorda com as consequ"ncias do determinismo, apresentadas pelo autorF &ustifique a resposta, a partir do texto.
E. >onsidero que o autor identificou corretamente as consequ"ncias do determinismo radical e defendo que tais consequ"ncias constituem uma ojeção muito forte ao determinismo radical. 'egundo o determinismo radical, tudo no universo est3 determinado, incluindo o comportamento #umano. >onseq >on sequen uentem tement ente, e, se não fa8 fa8emo emoss esco escol#a l#ass gen genu1n u1nas, as, ent então ão tam tamém ém não som somos os mor moralme almente nte respons3veis pelas nossas aç*es, nem pelo que delas decorre. 0sso significa que, se a nossa conduta é desonrosa, desonr osa, a culpa não é nossa, do mesmo modo que, se a nossa conduta conduta é excele excelente, nte, o mérito não é nosso. 0maginemos que alguém se sacrifica por uma causa nore4 segundo os deterministas radicais, essa pessoa não escol#eu o sacrif1cio, mas foi determinada a sacrificar-se por condicionantes externas, como, por exemplo, a sua educação4 se o que fe8 não resulta de uma escol#a sua, então não #3 mérito pessoal na sua conduta. 'e ninguém fosse respons3vel pelos seus atos, emoç*es como a gratidão e o ressentimento e noç*es como mérito, louvor, recon#ecimento, culpa ou perdão seriam asurdas4 ora, se essas emoç*es e essas noç*es não são asurdas, então temos de recon#ecer que #3 responsailidade moral e, por conseguinte, livre-ar1trio. 4. Leia os textos seguintes.
>onseguimos portanto mostrar, pelo menos, que, se o dever é um conceito que deve ter um significado e conter uma verdadeira legislação para as nossas aç*es, -esta legislação s! se pode exprimir em imperativos categ!ricos, mas de forma alguma em imperativos #ipotéticos. 0mmanuel Mant, Fundamentação da fvfetafísica dos Costumes, >oimra, ;tlNntida, @,
pp. - .
ojeto da ética é di8er-nos quais são os nossos deveres, ou por que meios podemos con#ec"-los4 mas nen#um sistema de ética exige que o :nico motivo de tudo o que façamos seja um sentimento de dever. $ ... % 2 motivo nada tem a ver com a moralidade da ação, emora ten#a muito a ver com o valor do agente. Duem salva um semel#ante de se afogar fa8 o que est3 moralmente correto, quer o seu motivo seja o dever, ou a esperança de ser pago pelo seu inc!modo. 2
&o#n 'tuart (ill, ti!itarismo, Lisoa, ?radiva, A, p. A
B.. Iistinga imperativo categ!rico de imperativo #ipotético, considerando o texto de 0. Mant. B.. 0nterprete o exemplo dado no texto de 'tuart (ill segundo a perspetiva ética do autor.
B.. Um imperativo #ipotético ordena mediante condiç*es, por exemplo5
imagem, s" #onesto<4 as aç*es ordenadas por imperativos #ipotéticos são praticadas em função de inclinaç*es, ou como condição para se atingir uma finalidade extr1nseca, pelo que não t"m valor moral. 2 imperativo categ!rico exprime a lei moral so a forma de dever, independentemente de quaisquer condiç*es ou inclinaç*es4 por exemplo5
B.. ; ação de salvar alguém de se afogar é moralmente correta, independentemente da intenção ou do motivo do agente, pois o que conta para o valor moral da ação são as suas consequ"ncias. Uma ação é moralmente carreta ou oa se contriui para aumentar a felicidade do maior n:mero4 neste caso, aumentou-se a felicidade da pessoa que foi salva e a da sua fam1lia e dos seus amigos, pelo menos. 'e a ação aumenta a felicidade do maior n:mero de pessoas, nada pode tirar-l#e valor, nem saer que o :nico motivo do agente foi a esperança de ser pago pelo seu inc!modo.
A. >ompare a ética de Mant com a ética de 'tuart (ill Ca sua resposta deve aordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos5 o princ1pio ético da autonomia da vontade em Mant e o princ1pio ético da maior felicidade em 'tuart (ill4 o critério de moralidade em Mant e em 'tuart (ill.
A. Mant defende que o valor moral da ação depende exclusivamente da intenção ou do motivo do agente. Uma ação é oa se tem origem numa vontade oa, ou seja, se é determinada pelo dever, e não pelas inclinaç*es do agente. ; ética de Mant é deontol!gica, pois agir em é agir tendo como motivo determinante o dever. 'tuart (ill defende que o valor moral da ação depende exclusivamente das suas consequ"ncias. Uma ação é oa se promove a maior felicidade do maior n:mero, ou seja, se é :til. Ca medida em que identifica o valor moral da ação com a sua utilidade, a ética de 'tuart (ill é utilitarista. Mant mostra que os nossos deveres podem ser descoertos mediante a aplicação do imperativo categ!rico, segundo o qual devemos agir de acordo com m3ximas que possamos querer universali8ar, e não segundo m3ximas relativas ao que mais serve os nossos interesses ou as nossas inclinaç*es num dado momento. 2s deveres que derivam do imperativo categ!rico não são determinados pelos costumes sociais, pelas leis, pela religião ou pelas nossas inclinaç*es, mas são determinados pela ra8ão. ; nossa vontade é livre e aut!noma quando se sumete = ra8ão, ou seja, quando agimos segundo princ1pios que n!s pr!prios, racionalmente, estaelecemos, quando nos sumetemos = nossa pr!pria lei, comportandonos como legisladores morais que criam regras v3lidas para todos os seres racionais. 'tuart (illl afirma que as aç*es são corretas se promovem a felicidade, definida corno pra8er e aus"ncia de dor, e são incorretas se promoverem o contr3rio da felicidade, definido como dor e aus"ncia de pra8er. )sta felicidade que constitui o critério do em e do mal na nossa conduta - não é a maior felicidade do agente, mas é a maior felicidade do maior n:mero de pessoas. ;ssim, a moral utilitarista prescreve que o agente, ao delierar considere tanto a sua felicidade e os seus interesses corno a felicidade e os interesses dos outros. ; moral utilitarista não prescreve o sacrif1cio pessoal do agente4 mas, na medida em que exige imparcialidade ao agente, é uma moral altru1sta.
L.
Leia o texto seguinte.
Texto
Oicaria eu satisfeito de ver a min#a m3xima 6de me tirar de apuros por meio de uma promessa não verdadeira7 tomar o valor de lei universal 6tanto para mim como para os outros7F ) poderia eu di8er a mim mesmo5 - Toda a gente pode fa8er uma promessa mentirosa quando se ac#a numa dificuldade de que não pode sair de outra maneiraF )m reve recon#eço que posso em verdade querer a mentira, mas que não posso querer uma lei universal de mentir4 pois, segundo uma tal lei, não poderia propriamente #aver j3 promessa alguma $ .. .%. Por
conseguinte, a min#a m3xima, uma ve8 arvorada em lei universal, destruir-se-ia a si mesma necessariamente. 0mmanuel Mant, Fundamentação da fvfetafísica dos Costumes, >oimra, ;tlNntida, @.
.. )xplique, a partir do exemplo do texto, por que ra8ão o ato de mentir nunca é moralmente permiss1vel, segundo Mant. .. >ompare o papel da intenção do agente na ética de Mant com o papel da intenção do agente na ética de 'tuart (il.
.. 'egundo Mant, urna ação tem valor moral ou é oa, apenas se n!s podemos racionalmente querer que a m3xima que a determina seja universali8ada. Duando nos preparamos para mentir ternos de perguntar a n!s pr!prios se queremos que a m3xima que justifica a nossa mentira numa determinada situação se torne numa lei universal, ou seja, ternos de aplicar o imperativo categ!rico. ;dmitamos que mentimos pelas mel#ores ra8*es, por exemplo, para poupar uma amiga cujo namorado a traiu a um desgosto. ; nossa m3xima neste caso seria a de
+. Leia o texto seguinte. Texto
; oa vontade não é oa por aquilo que promove ou reali8a, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é em si mesma, e, considerada em si mesma, deve ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por seu intermédio possa ser alcançado em proveito de qualquer inclinação, ou mesmo, se se quiser, da soma de todas as inclinaç*es. $ ... % ; utilidade ou a inutilidade nada podem acrescentar ou tirar a este valor. Mant, Fundamentação da f"#etaftsica dos >ostumes, Lisoa, )diç*es +, @@, p. E.
>ompare, a partir do texto, as posiç*es de Mant e de 'tuart (ill relativamente ao prolema da avaliação moral das aç*es.
Ca sua resposta, deve referir, para cada autor5 - a importNncia atriu1da = intenção e =s consequ"ncias da ação4
- os princ1pios éticos em que fundamentam as suas posiç*es. +. Para Mant, o que toma m3 ou oa uma ação é a intenção com que é praticada, e #3 apenas uma intenção, ou motivo, que d3 valor moral a uma ação5 a intenção de cumprir o dever, a intenção de respeitar a lei moral. ;ssim, as aç*es são m3s ou oas
@. Leia o texto seguinte. Texto
2ra todos os imperativos ordenam ou $ipotética ou categoricamente. 2s #ip>&téticos representam a necessidade pr3tica de uma ação poss1vel como meio de alcançar qualquer outra coisa que se quer 6ou que é poss1vel que se queira7. 2 imperativo categ!rico seria aquele que nos representasse uma ação como ojetivamente necess3ria por si mesma, sem relação com qualquer outra finalidade. $ ... % Co caso de a ação ser apenas oa como meio para qualquer outra coi sa, o imperativo é $ipotético% se a ação é representada como oa em si, por conseguinte, como necess3ria numa vontade em si conforme à ra8ão, como princ1pio dessa vontade, então o imperativo é categ&rico. 0mmanuel Mant, Fundamentação da f"#etaftsica dos >ostumes, Lisoa, )diç*es +, .
@.. ; partir do texto, mostre por que ra8ão, para Mant, a ação com valor moral se fundamenta no imperativo categ!rico e não em imperativos #ipotéticos. Ca sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto. @.. 'er3 que #3 deveres morais asolutosF >ompare as respostas de Mant e de 'tuart (ill a esta questão. @.. Um imperativo #ipotético ordena mediante condiç*es, ou seja, é uma origação condicional por exemplo4 omo os exemplos sugerem, nas aç*es praticadas por dever - as :nicas que t"m valor moral -, o cumprimento do dever é um fim em si mesmo 6o dever de amailidade deter mina a conduta am3vel7. )m contra partida, nas aç*es meramente conformes ao dever, o cumprimento do dever est3 dependente das inclinaç*es do sujeito 6se o motivo que determina a conduta am3vel é o desejo de ser amado, então alguém que não quisesse ser amado não teria um motivo para ser am3vel7. >ompreendemos, assim, que a moralidade depende do imperativo categ!rico, que exige o cumprimento do dever pelo pr!prio dever, isto é,
@.. 2 utilitarismo nega a exist"ncia de deveres morais asolutos. 0sso não significa que os utilitaristas não valori8em normas morais como di8er a verdade, ser #onesto, não rouar ou não matar. 2s utilitaristas valori8am estas normas e sulin#am que, em geral, segui-las maximi8a a felicidade geral. 2 facto de estas normas existirem em todas as sociedades mostra que são normas enéficas. Porém, admitem que em circunstNncias excecionais seja necess3rio mentir, rouar ou matar para maximi8ar a felicidade e, assim, agir corretamente. 0maginemos que, durante a segunda guerra mundial, os soldados alemães torturavam um memro da resist"ncia francesa, para oter informaç*es sore as atividades da resist"ncia, e que, ap!s v3rias sess*es de tortura, essa pessoa confessava a um compan#eiro de cela que tin#a atingido o limite e temia ceder = tortura4 neste caso, seria aceit3vel que, para evitar que fossem dadas informaç*es sore as atividades da resist"ncia, o compan#eiro de cela o matasse. 'egundo Mant, os deveres que derivam do imperativo categ!rico são asolutos, ou seja, são origaç*es que, independentemente das circunstNncias, devem ser sempre cumpridas, são origaç*es que não admitem exceç*es. Uma formulação do imperativo categ!rico é
10.
Leia o texto seguinte.
Texto
Para nos podermos queixar da conduta e das crenças de outros, temos de demonstrar que essas aç*es nos ferem ou que as instituiç*es que as permitem nos tratam de forma injusta. ) isto significa que temos de apelar para os princ1pios que escol#er1amos na posição original. >ontra estes princ1pios, nem a intensidade do sentimento nem o facto de ele ser partil#ado pela maioria t"m qualquer relevNncia. &o#n HaSls, ma 'eoria da (ustiça, Lisoa, )ditorial Presença, .
)xplique, a partir do texto, a função da ideia de
. 'egundo HaSls, uma sociedade justa deve fundar-se num contrato social estaelecido em condiç*es de asoluta imparcialidade. 0sso ser3 conseguido se os indiv1duos definirem as normas e as instituiç*es a partir da Rposição original<, isto é, sem terem em conta os seus interesses, as suas capacidades ou o seu estatuto social e profissional atua, como se tivessem um
. Leia o texto seguinte. Texto
'e, por exig"ncias do dever moral, se deve violar o Iireito nalgum caso concreto $excecional%, é algo que cada qual deve decidir na intimidade da sua consci"ncia. ; sanção jur1dica e a reprovação ou a satisfação moral atuam em planos distintos e podem tamém mover-se em campos opostos. ;ngel Latorre, Introdução ao )ireito, >oimra, ;lmedina, @@+ 6adaptado7.
>oncorda com a posição do autor relativamente à articulação entre o plano da ética e o plano do direitoF &ustifique a sua posição, integrando um exemplo na sua justificação.
. 2 autor distingue as normas morais das normas jur1dicas e afirma o primado das primeiras sore as segundas. )sta perspetiva parece-me ser a mais correta. Por um lado, concordo com a distinção entre normas jur1dicas e normas morais, pois as normas morais são orientaç*es para as nossas decis*es que damos a n!s pr!prios, sendo sancionadas pela consci"ncia moral, ao passo que as normas jur1dicas são regras formais que regulam o funcionamento dos grupos sociais e das instituiç*es, sendo definidas e sancionadas exteriormente pelas autoridades competentes. Por outro lado, considero que o direito deve sumeter-se = ética, e não o contr3rio, pelo que, quando as normas morais e as normas jur1dicas entram em conflito, o indiv1duo pode e deve seguir as normas morais. ali3s este primado da ética sore o direito que justifica a desoedi"ncia civil. 2s alemães que protegeram judeus durante o per1odo do na8ismo agiam contra as normas jur1dicas, determinadas pela sua consci"ncia, que l#es ditava normas distintas das que l#es eram impostas pelo partido na8i. )ste é um exemplo n1tido de que, muitas ve8es, a ação moralmente correta exige a violação das normas jur1dicas.
. Leia o texto seguinte. Texto
;s provas de persuasão fornecidas pelo discurso são de tr"s espécies5 umas residem no car3ter moral do orador4 outras, no modo como se disp*e o ouvinte4 e outras, no pr!prio discurso L.,%, Persuade-se pelo car3ter quando o discurso é proferido de tal maneira que deixa a impressão de o orador ser digno de fé. Pois acreditamos mais e em mais depressa em pessoas #onestas, em todas as coisas em geral. mas soretudo nas de que não #3 con#ecimento exato e que deixam margem para d:vida. $ ... % Persuade-se pela disposição dos ouvintes, quando estes são levados a sentir emoção por meio do discurso $ .. .%. Persuadimos, enfim, pelo discurso, quando mostramos a verdade ou o que parece verdade, a partir do que é persuasivo em cada caso particular. ;rist!teles, *et&rica, EAa 6trad. de (anuel ;lexandre &:nior, Paulo Oarm#ouse ;lerto, ;el do Cascimento Pena7, Lisoa, 0C>(, @@/.
.. 0ndique as tr"s
.. 2 texto refere-se ao et$os 6persuadir apelando ao car3ter moral do orador7, ao pat$os 6persuadir pela emoção7 e ao logos 6quando os argumentos são o instrumento da persuasão7.
.. Podemos distinguir o om uso da ret!rica do mau uso da ret!rica porque esta pode ser um meio para persuadir racionalmente uma audi"ncia ou um instrumento para manipul3-la. ; ret!rica é usada para persuadir racionalmente quando o orador se socorre de técnicas ret!ricas para facilitar a compreensão da audi"ncia. Duando fala para uma audi"ncia, o orador dirige-se a pessoas que t"m uma racional idade limitada5 por ve8es, são incapa8es de seguir longas cadeias de racioc1nio, aceitam como v3lidos argumentos inv3lidos e estão frequentemente 0nclinadas a acreditar em algumas coisas, mesmo na aus"ncia de provas ou argumentos. 'e pretender persuadir racionalmente, o orador procurar3 redu8ir os efeitos dessas limitaç*es, utili8ando argumentos curtos e simples, exemplificando sempre que poss1vel, partindo de premissas plaus1veis e destacando os aspetos principais. Duando persuade racionalmente, o orador respeita a autonomia dos memros da audi"ncia, contriuindo para que exerçam a sua pr!pria capacidade de avaliar posiç*es e de decidir qual é o mel#or ponto de vista. ; ret!rica é usada para manipular quando o orador tira partido das limitaç*es da racionalidade da audi"ncia. Ca manipulação, o orador não est3 interessado em que os memros audi"ncia pensem por si pr!prios. Pelo contr3rio, ele não #esita em iludi-los delieradamente, desde que isso contriua para oter aquilo que pretende. 2 om uso da ret!rica est3 soretudo associado ao 0ogos 6a persuasão pelos argumentos7. 2 mau uso da ret!rica fa8-se predominantemente com recurso ao pat$os e ao et#os. -. Leia
o seguinte exemplo de uma fal3cia, apresentado por >arl 'agan.
Texto
Cão #3 nen#uma prova indiscut1vel de não #aver 2VC0 a visitar a Terra4 por conseguinte, os 2VC0 existem - e #3 vida inteligente algures no Universo. >arl 'agan, m +undo Infestado de )em&nios, Lisoa, Pulicaç*es ?radiva, @@+.
0dentifique a fal3cia presente no texto. &ustifique a resposta.
. 'agan apresenta um exemplo da fal3cia do apelo = ignorNncia. Ceste tipo de argumentos, defende-se a conclusão W por não se ter provado o seu contr3rio. 2u seja, usa-se a aus"ncia de provas num determinado dom1nio para se tomar como verdadeira uma proposição que poder3 ser falsa. Ceste caso, >arl 'agan, defende que #3 2VC0 partindo da premissa de que não se provou que não existem.
E. Leia
o texto seguinte.
Texto O)IH2
; respeito disso, meu caro '!crates, ouvi di8er o seguinte5 quem se quer tor nar orador não tem necessidade de con#ecer o que realmente é justo, mas o que aparente s"-lo = multidão que deve julgar4 não o que na realidade é om e elo, mas quanto d3 essa apar"ncia, j3 que da1 deriva a persuasão, e não da verdade. Platão, Fedro, a, Lisoa, )diç*es +@, @++.
E.. Comeie o mau uso da ret!rica para persuadir uma
E.. Platão refere-se = manipulação. 2 orador usa a ret!rica para manipular quando não se preocupa em mostrar a verdade = sua audi"ncia. )m ve8 disso, procura condu8i-la maliciosamente a aceitar a tese
que mais l#e convier, independentemente de tal ser justo, om ou elo. Duando usa a ret!rica com este intuito, o orador não revela qualquer interesse pelas necessidades da audi"ncia, desrespeitando-a e servindo-se dela para os seus prop!sitos. E.. Platão opXs-se ao uso que os sofistas fi8eram da ret!rica. ; cr1tica plat!nica = ret!rica sof1stica enfati8a o facto de o orador não saer realmente as coisas de que persuade os outros, tal como é referido no texto. Duando usa a ret!rica, o orador não tem de con#ecer a verdade nem de se preocupar com ela. Gasta-l#e que simule a verdade, ainda que a ignore ou a despre8e. 2 orador defende uma opinião e, com o seu discurso em constru1do, consegue levar a sua audi"ncia a aceit3-ia. (as essa opinião não é um con#ecimento. Por isso, Platão defende que o discurso ret!rico é um instrumento para que um ignorante convença outros ignorantes. ;lém disso, Platão acredita que é do interesse de qualquer #omem aproximar-se da verdade. Por isso, os discursos que correspondem aos interesses de qualquer audi"ncia são os dos fil!sofos, dado que s! estes pretendem persuadir racionalmente. >omo s! os fil!sofos investigam o justo, o em e o elo, apenas estes estão em condiç*es de condu8ir a descoerta da verdade que cada #omem poder3 fa8er no exerc1cio pleno da sua ra8ão.
B. Leia o seguinte exemplo de uma fal3cia.
Todas as formas de clonagem são inaceit3veis. ; aceitação da clonagem condu8 = clonagem reprodutiva, que, por sua ve8, condu8 ao eugenismo, a uma sociedade racista e a novas modalidades de escravatura. 0dentifique a fal3cia informal presente neste excerto. &ustifique a resposta.
B. ; fal3cia presente no excerto é a fal3cia da derrapagem ou ola de neve. Ceste tipo de fal3cia, parte-se de uma premissa plaus1vel e camin#a-se, passo a passo, para uma conclusão implaus1vel. Cas premissas de uma fal3cia de derrapagem apresenta-se uma cadeia causal que termina com algo indesej3vel. 2 ojetivo é defender que não devemos aceitar W porque esse é o primeiro passo da cadeia causal que trar3 as consequ"ncias terr1veis que teremos de evitar. Ceste caso, defende-se que aceitar a clonagem em geral ser3 esse primeiro passo da cadeia causal que trar3 efeitos sociais desastrosos.
A. Leia o texto seguinte. Texto
Io mesmo modo que os ol#os dos morcegos ficam ofuscados pela lu8 do dia, tamém a intelig"ncia da nossa alma fica ofuscada pelas coisas mais naturalmente evidentes. ;rist!teles, +etafísica, Livro a, @@E.
A.. 0dentifique o tipo de argumento informal que pode construir a partir do texto. &ustifique a resposta.
A.. Iefina
A.. ; partir do texto, pode-se construir um argumento por analogia. Ceste tipo de argumento, parte-se de uma comparação para defender uma tese. 2 texto contém exatamente essa comparação, a partir da qual se poder3 construir o argumento. Ca origem de um argumento por analogia t1pico est3 a oservação de uma ou mais semel#anças entre duas realidades ; e G. ;crescenta-se depois que ; tem um certa caracter1stica 6não oservada em /7, para se concluir que / ser3 tamém semel#ante quanto a isso.
A.. Um argumento é v3lido se a sua conclusão for uma consequ"ncia l!gica das suas premissas4 caso contr3rio, é inv3lido. Um argumento v3lido não pode ter premissas verdadeiras e conclusão falsa. . >onsidere o argumento seguinte.
Duando oservamos um rel!gio, aperceemo-nos de que as suas v3rias partes estão desen#adas e articuladas para produ8irem um certo fim. Duando temos em conta o seu mecanismo, é inevit3vel a infer"ncia de que ele foi constru1do por um art1fice. 2ra, o Universo tem grande complexidade e organi8ação. ;ssim, sup*e-se que tamém teve um criador inteligente. >lassifique o tipo de argumento apresentado. &ustifique a sua resposta.
. 2 argumento apresentado é um argumento por analogia. Ceste tipo de argumento, parte-se de uma comparação para defender uma tese. Ca origem de um argumento por analogia t1pico, est3 a oservação de uma ou mais semel#anças entre duas realidades ; e G. ;crescenta-se depois que ; tem um certa caracter1stica 6não oservada em /7, para se concluir que G ser3 tamém semel#ante quanto a isso. Ceste caso, o rel!gio e o Universo são comparados quanto = sua complexidade e organi8ação. ;crescenta-se ainda que saemos que o rel!gio teve um criador, o art1fice. Por fim, conclui-se que o Universo 6que tem semel#anças inequ1vocas com o rel!gio7 teve tamém ele um criador.
+. Leia a seguinte fala de '!crates dirigindo-se a Yip!crates.
Due termo $ ... % se aplica a Prot3gorasF <>#amam-l#e sofista, '!crates<. <)ntão é na qualidade de sofista que vamos pagar-l#eF<. <>laramente<. ) se alguém te perguntasse5 <>om que fim te aproximas de Prot3gorasF<. )le corou $ ... % e disse5 <'e o caso é semel#ante aos precedentes, é evidente que é para me tornar um sofista<. <)m nome dos deuses - disse eu - então tu não tin#as vergon#a de te apresentar perante os ?regos como sofistaF<. Piatão, Prot3goras, in (aria Yelena da Hoc#a Pereira, é!ade - -ntologia da Cultura rega, >oimra, )dição O.L.U.>., @@ 6texto adaptado7.
)xpon#a a cr1tica de Platão ao ensino dos sofistas impl1cita no texto.
+. 2s sofistas eram professores privados que ensinavam aos jovens um conjunto de matérias tão diversas como a ret!rica, a ética, o direito, a #ist!ria, a literatura, etc. ; educação superior que os sofistas proporcionavam destinava-se a dar =queles que a receiam meios para oter notoriedade e sucesso. 2ra, no contexto democr3tico de ;tenas, em que as decis*es eram tomadas diretamente pelos cidadãos, a eloqu"ncia tornou-se deveras importante. Cas reuni*es da ;ssemleia, onde eram tomadas todas as decis*es pol1ticas, e do >onsel#o, que administrava a cidade, todos os cidadãos podiam pedir a palavra, procurando fa8er vingar esta ou aquela opinião e influenciar decisivamente o curso dos acontecimentos. Parte do papel dos sofistas era o de dotar os jovens dos meios necess3rios para persuadir uma audi"ncia. ;ssim, a ret!rica tornou-se um aspeto central no ensino que praticavam. )sta era entendida como a arte de persuadir toda e qualquer audi"ncia sore todo e qualquer assunto. Uma ve8 que acreditavam que o fim :ltimo da ret!rica não era o progresso do con#ecimento mas sim a otenção do poder, os sofistas não assumiam nen#um compromisso com a procura da verdade. 2 discurso ret!rico teria de ser capa8 de persuadir, ainda que inclu1sse delierada mente falsidades ou argumentos falaciosos. Platão defende, pelo contr3rio, que não #3 nen#um poder real que não esteja fundado na verdade e no con#ecimento. 2 que é om é-o ojetivamente, independentemente das prefer"ncias fuga8es de cada um. ;ssim, o ensino apropriado dar3 aos jovens os meios para descorirem o que é ojetivamente om e não formas de satisfa8erem os seus capric#os. ; procura da verdade 6a filosofia7 é a atividade mais nore
e, consequentemente, dever3 ser ela o centro das preocupaç*es de quem ensina. 'egundo Platão, a ret!rica não poder3 ser verdadeiramente um instrumento para oter poder, mesmo que consiga fa8er gan#ar algumas disputas pol1ticas. Duem argumenta com ase em falsidades, sem qualquer interesse pela verdade, na ignorNncia, acaar3 por ser condu8ido a opini*es e decis*es prejudiciais e, a limite, = infelicidade. ;ssim, Platão defende que a ret!rica ensinada pelos sofistas enfraquece quem a usa, dando a ilusão do poder.
/. Leia
a fala seguinte de ?!rgias dirigindo-se a '!crates.
?ZH?0;' - [n.] 'e um orador e um médico se apresentarem numa cidade qualquer à tua escol#a, e se se discutir na assemleia do povo ou em qualquer reunião qual dos dois deve ser eleito médico, garanto-te que o médico deixa simplesmente de existir e que aquele que domina a arte da palavra se far3 eleger se quiser. Io mesmo modo, seja qual for o profissional com quem entre em competição, o orador conseguir3 que o prefiram a qualquer outro, porque não #3 matéria sore a qual um orador não fale, diante da multidão, de maneira mais persuasiva do que qualquer profissional. Tal é a qualidade e a força desta arte que é a ret!rica. Platão, ?!rgias, Lisoa, )diç*es +, @@+.
; partir do texto, mostre por que ra8ão a ret!rica sof1stica, para Platão, é uma forma de manipulação. Ca sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto.
/ ; ret!rica sof1stica era usada para manipular, segundo Platão, uma ve8 que o seu :nico prop!sito era o de dar a vit!ria ao orador em disputas politicas. ;s técnicas ret!ricas serviam apenas para persuadir a audi"ncia de tudo aquilo que fosse mais favor3vel ao orador, independentemente dos interesses da audi"ncia. ;ssim, o orador entendia as limitaç*es da audi"ncia como uma oportunidade a explorar em seu proveito, manipulando-a. 'egundo Platão, o discurso ret!rica pode apenas dar = audi"ncia o que mais l#e agrada e não o que é mel#or. (anipulada por um orador #3il, a audi"ncia é levada a acreditar que deseja algo que não é justo ou om. Iecide como um ignorante e não como fil!sofo 6que procura a verdade7 e tal não poder3, a limite, interessar-l#e, uma ve8 que s! poder3 tra8er-l#e infelicidade. 2 texto refere este uso da ret!rica, salientando que a sua força advém exatamente do facto de permitir a quem a usa gan#ar qualquer competição, mesmo que não seja o interlocutor mais capa8 no assunto em deate. 2 povo, manipulado pelo orador, far3 o que este quiser, ainda que de forma insensata. 19. Leia o texto seguinte. Texto
'er ojeto do con#ecimento não significa que algo pertence ao mundo exterior, como erroneamente se sup*e na linguagem vulgar, quando se op*e alouste ?ulen[ian, @/.
)sclareça o sentido da frase <'er ojeto do con#ecimento não significa que algo pertence ao mundo exterior<.
@. 2 ojeto do con#ecimento é simplesmente aquilo que é con#ecido. 2ra. aquilo que é con#ecido pode não pertencer ao mundo exterior5 pode ser um son#o ou uma ideia, que pertencem ao mundo interior ou
. Leia o texto seguinte. Texto
Duando lanço um pedaço de madeira seca numa lareira, o meu esp1rito é imediatamente levado a conceer que ele vai aumentar as c#amas, não que as vai extinguir. )sta transição de pensamento da causa para o efeito não procede da ra8ão (...) ) como parte inicialmente de um ojeto presente aos sentidos, ela torna a ideia ou conceção da c#ama mais forte e viva do que o faria qualquer devaneio solto e flutuante da imaginação. Iavid Yume, <0nvestigação sore o )ntendimento Yumano<, in 'ratados Filos&ficos \, Lisoa, 0C>(, .
.. )xplicite, a partir do exemplo do texto, em que se aseia a ideia da relação de causa e efeito, segundo Yume. .. >ompare as posiç*es de Yume e de Iescartes relativamente à origem do con#ecimento #umano. Ca sua resposta deve integrar, pela ordem que entender, os seguintes conceitos5 ra8ão4 sentidos4 ideias.
.. Duando lançamos madeira seca numa lareira, inferimos que o efeito desse ato seria aumentar as c#amas. )sta é uma infer"ncia causal. 'egundo Yume, as infer"ncias deste tipo, que envolvem a ideia de causa e efeito não se aseiam na ra8ão Hesultam antes do #3ito, que nos leva a esperar, ainda que sem fundamento racional, que a acontecimentos semel#antes se sigam acontecimentos semel#antes. . . Para Iescartes, a fonte 3sica de con#ecimento é a ra8ão. 2s argumentcs dos céticos p*em em causa a fiailidade dos sentidos '! o cogito - a infer"ncia
. Leia o texto seguinte. Texto
6...7 Duando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sulimes que possam ser, sempre constatamos que eles se decomp*em em ideias simples copiadas de alguma sensação ou sentimento precedente. (esmo quanto =quelas ideias que, = primeira vista, parecem mais distantes dessa origem, constata-se, ap!s um exame mais apurado, que dela são derivadas. ; ideia de Ieus, no sentido de um 0er infinitamente inteligente, s1bio e
bondoso, deriva da reflexão sore as operaç*es da nossa pr!pria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de ondade e de saedoria. Iavid Yume, <0nvestigação sore o )ntendimento Yumano<, in 'ratados Filos&ficos \, Lisoa, 0Ce(, .
.. Comeie os tipos de perceção da mente, segundo Yume. .. )xplicite, a partir do texto, a origem da ideia de Ieus na filosofia de Yume.
.. 'egundo Yume, as perceç*es são im press*es 6sensaç*es ou sentimentos7 ou ideias 6simples ou complexas7.
.. Para Yume, a ideia de Ieus, como todas as outras, tem a sua origem na experi"ncia. ; ideia de Ieus é complexa, pelo que pode ser decomposta em ideias mais simples. >ada uma dessas ideias mais simples, como as de intelig"ncia, saedoria e ondade, é uma c!pia de impress*es.
. >onfronte as ideias expressas no texto de Yume com o racionalismo de Iescartes. Ca sua resposta, deve aordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos5 - inatismo4 - valor da ideia de Ieus. . Para Yume, mesmo as ideias que parecem mais afastadas da experi"ncia, como a ideia de Ieus, t"m uma origem emp1rica. Podem não derivar diretamente de impress*es, mas, nesse caso, resultam de ideias mais simples que t"m a sua origem em algum sentimento ou sensação. ;ssim sendo, não existem ideias inatas. Iescartes, pelo contr3rio, afirma a exist"ncia de ideias inatas. )stas não resultam de um contacto com ojetos f1sicos, nem são criadas pela imaginação. ;s ideias inatas existem na mente #umana desde a sua origem, ainda que de uma forma latente. )ntre as ideias inatas, Iescartes inclui as de verdade, sustãncia e Ieus. ;o interrogar-se acerca da origem da ideia de Ieus, Iescartes alega que esta não pode ter sido criada por n!s pr!prios. ; ideia de Ieus, afinal, é a ideia de um ser perfeito, pelo que não pode ter sido conceida por um ser imperfeito. Iescartes justifica esta perspetiva a partir do princ1pio de que o menos perfeito não pode causar o mais perfeito. ;ssim, conclui que a ideia de Ieus tem de ter sido causada por Ieus. )ste argumento causal é uma das provas da exist"ncia de Ieus que Iescartes prop*e. ; exist"ncia de Ieus, acrescenta Iescartes, garante que as nossas faculdades cognitivas são fi3veis. Iado que foram criadas por um ser sumamente om, que não é enganador, levar-nos-ão = verdade se forem em utili8adas. Yume julga que a exist"ncia de Ieus não pode ser provada a priori. )m seu entender, s! a partir da experi"ncia podemos tentar decidir quest*es de facto, como a da exist"ncia de Ieus.
E. >onfronte o inatismo cartesiano com a filosofia empirista de Yume. Ca sua resposta, deve aordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos5 •
origem das ideias4
•
limites do con#ecimento.
E. Para Iescartes, existem ideias inatas. )stas não são produ8idas nem por ojetos, nem pela imaginação. )xistem na mente #umana desde a sua origem, ainda que de uma forma latente. ;s ideias inatas permitem a perceção intelectual ciara e distinta, que nos leva garantidamente = verdade. ;través da perceção intelectual ou racional, podemos saer, sem nos apoiarmos na experi"ncia, que Ieus existe e que a mente é uma sustNncia imaterial, sem extensão. Ie acordo com a filosofia empirista de Yume, não existem ideias inatas. Todas as nossas ideias t"m a sua origem na experi"ncia, isto é, em impress*es. tamém através da experi"ncia, argumenta Yume, que podemos oter con#ecimento de quest*es de facto. Por outras palavras, para saermos o que existe realmente, temos de nos apoiar sempre nos dados dos sentidos e da introspeção. ;s nossas 0nfer"ncias causais aseiam-se sempre nesses dados. ;ssim, a experi"ncia limita todo o nosso con#ecimento factual.
B. Leia o texto seguinte. Texto
;ssim, rejeitando todas aquelas coisas de que podemos duvidar de algum modo, e até mesmo imaginando que são falsas, facilmente supomos que não existe nen#um Ieus, nen#um céu, nen#uns corpos4 e que n!s mesmos não temos mãos, nem pés, nem de resto corpo algum4 mas não assim que nada somos, n!s que tais coisas pensamos5 pois repugna que se admita que aquele que pensa, no pr!prio momento em que pensa, não exista. Hené Iescartes, Princípios da Filosofia, Lisoa, )ditorial Presença, @@A.
B.. 0ndique o primeiro princ1pio induit3vel aceite por Iescartes. B.. )xplicite, a partir do texto, duas das caracter1sticas da d:vida cartesiana. B.. 2 primeiro princ1pio induit3vel é o cogito 6>ogito, ergo sum7. 2 cogito é uma certe8a epistémica, dado que é uma crença verdadeira justificada infalivelmente.
B.. ; d:vida é provis!ria porque ela não é a suspensão definitiva de todas as crenças - o que condu8iria ao ceticismo -, mas sim uma suspensão tempor3ria da confiança que tec mos nas nossas fontes #aituais de justificação 6os sentidos e o racioc1nio7. Iescartes decide tomar como falsas todas as crenças que suscitem a m1nima d:vida 6por isso, a d:vida é volunt3ria7 para que possa encontrar uma crença induit3vel que possa servir de fundamento a todo o con#ecimento. 0sto significa que a d:vida é o meio para alcançar a certe8a. ; d:vida é #iper!lica porque se estende a todas as nossas crenças #aituais5 =s cren ças que formamos através dos sentidos, = crença de que o mundo existe, de que temos um corpo 6crenças a posteriori2 e de que fa8emos racioc1nios corretos, matem3ticos e outros 6crenças a priori2.
A. Leia o texto seguinte. Texto
$ ... % )mora vejamos o 'ol muito claramente, não devemos por isso julgar que ele s! tem a grande8a que vemos4 e podemos = vontade imaginar distintamente uma caeça de leão unida ao corpo de uma cara, sem que ten#amos de concluir que no mundo existem quimeras5 porque a ra8ão não garante que seja verdadeiro o que assim vemos ou imaginamos. (as sugere-se que todas as nossas ideias ou noç*es devem ter algum fundamento de verdade4 porque não seria poss1vel que Ieus, que é inteiramente perfeito e completamente verdadeiro, as tivesse posto em n!s sem isso. Hené Iescartes, )iscurso do +étodo, Lisoa, )diç*es +, .
A.. 0dentifique os tr"s tipos de ideias segundo Iescartes, presentes no texto. A.. )xplique a origem das ideias que condu8em ao con#ecimento, segundo a filosofia de Iescartes e segundo a filosofia de Yume.
A.. Co texto, estão explicitamente exemplificadas as ideias advent1cias e as ideias fact1cias e existe ainda uma refer"ncia =s ideias inatas. ;s ideias adventicias são causadas pelo contacto dos sentidos com ojetos exteriores. ; ideia que temos do 'ol é advent1cia. ;s ideias fact1cias formam-se através da imaginação. ;s ideias que temos das quimeras são fact1cias. Por fim, as ideias inatas são dadas por Ieus e são o fundamento de todo o con#ecimento. ; pr!pria ideia de perfeição é uma 0deia inata. A.. ; resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados5 - identificação das ideias que condu8em ao con#ecimento como tendo origem na ra8ão #umana na filosofia de Iescartes, e como tendo origem nas impress*es na filosofia de Yume4 - explicação das ideias inatas, que t"m origem na ra8ão, e se caracteri8am pela universalidade e pela necessidade, segundo a filosofia de Iescartes4 - explicação do con#ecimento, na filosofia de Iescartes, a partir dos princ1pios da ra8ão, que, em :ltima an3lise, t"m origem em Ieus, fundamento do con#ecimento4 - explicação da relação entre impress*es e ideias e entre ideias simples e ideias complexas, na filosofia de Yume4 - explicação, segundo a filosofia de Yume, da necessidade de as ideias que condu8em ao con#ecimento terem correspond"ncia com uma impressão.
. Leia o texto seguinte. Texto (as, porque a ra8ão me persuade logo que não devo menos cuidadosamente coiir-me de dar o meu assentimento =s coisas que não são plenamente certas e induit3veis do que =s aertamente falsas, para rejeit3-0as todas asta que se me depare em uma delas qualquer ra8ão de d:vida. Para isso, não ten#o que percorr"-0as cada uma em particular, traal#o que seria sem fim5 porque uma ve8 minados os fundamentos, cai por si tudo o que est3 sore eles edificado, atacarei imediatamente aqueles princ1pios em que se apo iava tudo o que anteriormente acreditei. Iescartes, +editaç3es sobre a Filosofia Primeira, >oimra, ;lmedina, @+, pp. -+.
; partir do texto, estaeleça a relação entre d:vida e verdade no pensamento de Iescartes. Ca sua resposta deve referir5 •
•
2 que Iescartes entende por con#ecimento verdadeiro4 ; nature8a, alcance e utilidade da d:vida.
. Para Iescartes, s! temos con#ecimento quando temos uma crença verdadeira justificada infalivelmente. )sta crença ser3, portanto, induit3vel. 0sto significa que para Iescartes con#ecimento é 0gual a certe8a. ) todas as certe8as são 0ntuiç*es racionais, evid"ncias, ou seja, ideias que surgem = mente 6= ra8ão7 de forma clara e distinta. ; sua clare8a e distinção justifica a sua verdade de forma infal1vel. ; d:vida é um método para c#egar = verdade e para encontrar uma crença verdadeira justificada infalivelmente, capa8 de justificar todas as outras. , portanto, met!dica. 'e s! temos con#ecimento quando temos certe8as 6epistémicas7, então devemos suspender a confiança que temos em todas as crenças que possam suscitar a menor d:vida, dado que elas não constituem con#ecimento nem fornecem um fundamento para o con#ecimento 6um primeiro princ1pio7. Uma ase s!lida para o edif1cio do con#ecimento ser3 então uma evid"ncia, uma certe8a, capa8 de justificar todas as outras - o cogito. ; d:vida é #iper!lica porque se formula de uma forma geral e eventualmente excessiva5 devo considerar como se fossem falsas todas as crenças nas quais possa encontrar a m1nima d:vida. 2s argumentos da d:vida argumento das 0lus*es percetivas, do son#o e do génlo maligno - p*em em causa a esmagadora maioria das nossas crenças. ;través da #ip!tese da exist"ncia de um génio maligno suspende-se até mesmo a crença de que o mundo exista e de que ten#amos um corpo. ; d:vida é radical porque suspende todas as crenças que justificamos através das fontes #aituais de justificação 6os sentidos e o racioc1nio7. Trata como se fossem falsas todas as crenças emp1ricas e todas as crenças matem3ticas.
Uma ve8 que estas crenças serão reailitadas mais tarde, através das provas da exist"ncia de Ieus e da apresentação do critério das ideias claras e distintas, pode considerar-se que a d:vida é provis!ria. ;pesar de ser #iper!lica e radical, a d:vida não nos permite duvidar de que pensamos e de que existimos enquanto seres pensantes. ;li3s, quando duvidamos, saemos que pensamos e, logo, que existimos. ;ssim, a d:vida permite c#egar ao cogito, uma certe8a epistémica. 2 cogito é uma verdade autoevidente, uma ideia clara e distinta que serve de modelo para o con#ecimento5 devemos considerar como uma verdade infalivelmente justificada tudo o que a mente conceer com toda a clare8a e distinção. >#egando ao cogito por meio da d:vida, Iescartes mostra que a ra8ão, por si s!, pode alcançar con#ecimento. +. Leia o texto seguinte. Texto
Todas as ideias são copiadas de impress*es ou de sentimentos precedentes e, onde não pudermos encontrar impressão alguma, podemos ter a certe8a de que não #3 qualquer ideia. )m todos os exemplos singulares das operaç*es de corpos ou mentes, não #3 nada que produ8a qualquer impressão e, consequentemente, nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necess3ria. (as quando aparecem muitos casos uniformes, e o mesmo ojeto é sempre seguido pelo mesmo evento, começamos a ter a noção de causa e de conexão. Iavid Yume, 'ratados Filos&ficos I, Investigação sobre o 4ntendimento umano, Lisoa, 0C>(, 6texto adaptado7.
; partir do texto, expon#a a tese empirista de Yume sore a origem da ideia de conexão causal. Ca sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto. 'egundo Yume, todas as ideias t"m a sua origem em impress*es ou experi"ncias. ;ceite este princ1pio empirista, temos de pensar que a ideia de conexão necess3ria entre causa e efeito ter3 de resultar de alguma impressão. >ontudo, em casos singulares, nunca oservamos uma conexão entre causa e efeito5 vemos apenas que o efeito ocorre depois da causa. o ; ideia de conexão necess3ria, alega Yume, surge apenas
/. Leia o texto seguinte. Texto
Iado que nascemos crianças e que formul3mos v3rios ju18os acerca das coisas sens1veis antes que tivéssemos o completo uso da nossa ra8ão, somos desviados do con#ecimento da verdade por muitos preconceitos, dos quais parece não podermos liertar-nos a não ser que, uma ve8 na vida, nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a m1nima suspeita de incerte8a. 'er3 mesmo :til considerar tamém como falsas aquelas coisas de que duvidamos, para que assim encontremos mais claramente o que é cert1ssimo e fac1limo de con#ecer. Iescartes, Princípios da Filosofia, Lisoa, )ditorial Presença, @@A.
; partir do texto, esclareça o papel da d:vida cartesiana no
/. ; d:vida é um método essencial para alcançar o con#ecimento, segundo Iescartes. ; d:vida pode tradu8ir-se na seguinte regra5 devo considerar como se fossem falsas todas as crenças nas quais possa encontrar a m1nima d:vida. )sta regra est3 expl1cita na :ltima frase do texto5 <'er3 mesmo :til considerar tamém como falsas aquelas coisas de que duvidamos, para que assim encontremos mais claramente o que é cert1ssimo e fac1limo de con#ecer.< Para Iescartes s! temos con#ecimento quando temos uma crença verdadeira justificada infalivelmente. )sta crença ser3, portanto, induit3vel. 0sto significa que para Iescartes con#ecimento é igual a certe8a e todas as certe8as são intuiç*es racionais, evid"ncias, ou seja, ideias que surgem = mente 6= ra8ão7 de forma clara e distinta. ; sua clare8a e distinção justifica a sua certe8a de forma infal1vel. >omo o texto refere, Iescartes considera que as fontes #aituais de justificação não são infal1veis, condu8indo-nos muitas ve8es ao erro5
@. Leia o texto seguinte. Texto
;quilo em que n!s acreditamos 6em ou mal7 não é que a teoria de CeSton ou a de )instein sejam verdadeiras, mas sim boas apro5imaç3es à verdade, $ ... % podendo ser superadas por outras mel#ores. Marl Popper,
o *ealismo e o /b6etivo da Ciência, Lisoa, Pulicaç*es I. Duixote, @@+.
>oncorda com a posição de Popper relativamente ao prolema da evolução da ci"nciaF &ustifique a resposta, fundamentando a sua posição em, pelo menos, duas ra8*es.
@. >oncordo com a perspetiva de Popper sore a evolução da ci"ncia. Ie acordo com esta perspetiva, a ci"ncia evolui por aproximação = verdade. ] lu8 da teoria da >i"ncia de Poppar, uma teoria cient1fica nunca pode ser verificada ou sequer confirmada. 2s testes com que uma teoria é confrontada apenas podem mostrar que é falsa. 2ra, se uma certa teoria resiste a testes que falsificaram as suas antecessoras, poderemos afirmar que é mel#or que estas, ainda que não possamos di8er que é verdadeira ou provavelmente verdadeira. ;o afirmar que sorevivem as teorias mais adaptadas, aquelas que não se provou serem falsas, Popper defende uma espécie de darSinismo cient1fico. Uma das ra8*es que milita a favor desta perspetiva di8 exatamente respeito = ojetividade do método cient1fico. Perante um prolema, é adiantada uma conjetura que uma explicação para o enigma a resolver. )sta conjetura é sumetida a testes l!gicos e emp1ricos rigorosos capa8es de mostrar que é falsa. 2ra, se uma teoria resiste aos testes mel#or do que outra, essa é uma ra8ão ojetiva para afirmar que é mel#or. >onclui-se, pois, que, emora não possamos afirmar que uma teoria é verdadeira em sentido asoluto 6pois tal envolveria confront3-0a com todos os factos a que ela se refere, o que seria imposs1vel7, podemos comparar teorias entre si, encontrando a que mais se aproxima da verdade. Uma outra ra8ão para defender a perspetiva de Popper é o facto de as novas teorias darem origem a aplicaç*es tecnol!gicas mais sofisticadas e eficientes. 'e não existisse progresso na ci"ncia, tal não aconteceria. ;s novas teorias são conjeturas 6#ip!teses7 a partir das quais são dedu8idas consequ"ncias para casos particulares. 2 método #ipotético-dedutivo permite assim fa8er as previs*es que estão na ase das aplicaç*es tecnol!gicas. 2ra, se as novas conjeturas não fossem mel#ores que as anteriores, as previs*es fal#ariam mais que as anteriores, travando os avanços tecnol!gicos >omo isto não
acontece, devemos aceitar que as conjeturas atuais constituem um progresso em relação =s suas antecessoras.
E. Leia o texto seguinte. Texto
$ . .,% 'e dos dados da oservação vulgar se conclui que rise 'ocr3tica<, in
/bra Filos&fica ##,
Lisoa, Oundação >alouste ?ulen[ian, @/+.
E.. 0dentifique as duas vantagens da indução a partir dos
E.. Uma das vantagens da indução é a de permitir encontrar regularidades 6relaç*es constantes7 a partir da oservação de um n:mero redu8ido de casos. esta a função das generali8aç*es indutivas. 'e oservamos alguns metais que dilatam quando aquecidos, poderemos inferir que todos os metais dilatam quando aquecidos, por exemplo. ; partir dos casos oservados conclu1mos uma conjunção constante entre fen!menos5 sempre que aquecemos um metal 6acontecimento 7, ele dilata 6acontecimento 7. Tal condu8-nos ainda = procura de explicaç*es para as regularidades oservadas. Podemos perguntar o que existe nos metais que fa8 com que se dilatem ao serem aquecidos. Dual é a causa da dilatação dos metaisF 2u seja, a indução leva-nos a aumentar a nossa compreensão do mundo procurando a causa do que oservamos. E.. Uma cr1tica de Popper ao indutivismo di8 respeito ao facto de o método da ci"ncia não se iniciar com oservaç*es puras, mas sim com prolemas. 'egundo Popper, em primeiro lugar, não existe a oservação pura pressuposta pelo indutivismo. 2 nosso contacto com o que nos rodeia é sempre mediado por teorias acerca do mundo e pelas expectativas delas decorrentes. )m segundo lugar, o in1cio de uma investigação cient1fica decorre, isso sim, da exist"ncia de enigmas que os cientistas procuram resolver. Por ve8es esses enigmas são fen!menos que p*em em causa as teorias estaelecidas ou as expectativas derivadas dessas teorias, noutros casos são factos imprevistos para os quais não existe uma explicação dispon1vel. E. Leia o texto seguinte. Texto
o desenvolvimento da ci"ncia - e isto vale em larga medida tamém para as ci"ncias #umanas - fe8-se no sentido do aprofundamento da cisão entre as atividades ordin3rias do #omem, contextuali8adas na perceção e na l1ngua, e um ideal de ojetividade que j3 no século WV00 se designava como não podendo deixar de ser artificial. 2s constrangimentos na ase da averiguação cient1fica da Cature8a contrariam as convicç*es do sentido comum e sorep*emse, corrigindo-as, =s amiguidades e incerte8as da l1ngua. Oernando ?il, <; >i"ncia tal qual se Oa8 e as >ontrovérsias sore a 2jetividade<, in +ediaç3es, Lisoa, 0C>(, .
E. )xplicite dois aspetos que distinguem a ci"ncia do senso comum, a partir do texto. E. Uma das diferenças entre a ci"ncia e o senso comum apresentadas no texto di8 respeito = linguagem. 2 senso comum é um conjunto de crenças partil#adas que se expressam na linguagem am1gua e imprecisa do quotidiano. )sta caracter1stica fa8 com que as crenças do senso comum sejam vagas e astante est3veis 6uma ve8 que quase tudo poder3 confirm3-0as7. ; ci"ncia, por seu lado, é um conjunto de enunciados rigorosos e precisos, formulados muitas ve8es através de formas de linguagem
E. >ompare a perspetiva de Popper com a perspetiva de Mu#n acerca do con#ecimento cient1fico.
Ca sua resposta, deve aordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos5 •
a questão da ojetividade do con#ecimento cient1fico4
•
a questão da verdade na ci"ncia.
E. - distinção entre o conceito de ojetividade na perspetiva de Popper e o conceito de intersujetividade na perspetiva de Mu#n4 ^ caracteri8ação da investigação cient1fica como processo racional cr1tico e das teorias cient1ficas como veros1meis na perspetiva de Popper4 caracteri8ação da investigação cient1fica como processo ojetivo e sujetivo e da verdade das teorias como relativa aos conceitos e aos procedimentos metodol!gicos determinados por cada paradigma na perspetiva de Mu#n4 ^ relação entre a ojetividade do con#ecimento cient1fico e a conceção de verdade como ideal regulador na perspetiva de Popper4 relação entre a intersujetividade do con#ecimento cient1fico e o paradigma vigente em determinado momento na perspetiva de Mu#n4 ^ caracteri8ação do estatuto do con#ecimento cient1fico como aproximação = verdade de acordo com a teoria de Popper4 caracteri8ação dos paradigmas como incomensur3veis e consequente desaparecimento da verdade como referencial do con#ecimento cient1fico de acordo com a teoria de Mu#n.
EE. Hedija um texto argumentativo em que discuta o papel da experi"ncia cient1fica na validação das #ip!teses. Ca sua resposta, deve5 •
explicitar a conceção indutivista de ci"ncia e a cr1tica de Marl Popper a essa conceção4
•
apresentar uma posição cr1tica fundamentada.
EE. Ie acordo com a perspetiva indutivista da ci"ncia, a experi"ncia cient1fica desempen#a um papel fundamental na investigação cient1fica porque os dados otidos podem justificar uma generali8ação indutiva, aumentando a confiança proail1stica que a #ip!tese nos merece. ] lu8 da perspetiva indutivista, uma investigação cient1fica inicia-se com um conjunto de oservaç*es puras nas quais é notada uma regularidade. ; oservação sistem3tica e o registo exaustivo dos dados referentes aos casos particulares dão depois origem = formulação de leis gerais por generali8ação
indutiva. 2s enunciados cient1ficos vão além dos casos particulares e, por essa ra8ão, exprimem con#ecimento genuinamente novo. )stes enunciados gerais, conseguidos por generali8ação indutiva, permitem fa8er previs*es acerca de outros casos particulares não oservados. ; experi"ncia cient1fica - o conjunto dos testes emp1ricos - destinar-se-3, pois, a verificar se as previs*es feitas desta forma são ou não corretas. 'e os casos testados se comportarem como previsto, a teoria sai reforçada, caso contr3rio v"-se enfraquecida. ; cada teste superado aumenta a proaiiidade de a teoria ser verdadeira. Popper contesta a perspetiva indutivista da investigação cient1fica por v3rias ra8*es. ;ntes de mais, não existe a oservação pura aceite pelos indutivistas. Toda a oservação depende de pressupostos te!ricos que condicionam o que procuramos oservar e o modo como oservamos. Por outro lado, a investigação cient1fica inicia-se com prolemas, e não com oservaç*es, e as explicaç*es cient1ficas surgem da capacidade de conjeturar, e não por um processo de generali8ação indutiva. ;lém disso, segundo Popper, os testes emp1ricos podem apenas falsificar a teoria, e não mostrar que é verdadeira 6verific3-0a7 ou que é provavelmente verdadeira 6confirm3-0a7. - Ca min#a opinião, Popper tem ra8ão ao afirmar que a indução não desempen#a um papel significativo na descoerta cient1fica. 'e o método da ci"ncia é #ipotético-dedutivo 6como defendem, por exemplo, os positivistas l!gicos7, a investigação cient1fica inicia-se com conjeturas provenientes da imaginação informada do cientista, pelo menos em muitos casos. Uma ra8ão para pensar que assim é di8 respeito ao facto de muitas explicaç*es cient1ficas fa8erem refer"ncia a entidades inoservadas 6como genes, 3tomos, etc.7. o Todavia, Popper est3 enganado ao afirmar que cae aos testes emp1ricos apenas o papel de falsificar a conjetura. 'e os resultados dos testes reali8ados são aqueles que se previam, e se repetindo os mesmos testes otivermos os mesmos resultados, poderemos di8er que estes confirmam indutivamente a lei geral. Uma lei geral est3 tanto mais confirmada quanto mais numerosos são os casos particulares que a suportam. ; repetição de ensaios experimentais em sucedidos aumenta a proailidade de a #ip!tese ser verdadeira 6confirmando-a7, emora nunca possa dar uma prova conclusiva da sua veracidade.
EB. Hedija um texto argumentativo em que discuta a perspetiva de T#omas Mu#n acerca do desenvolvimento da ci"ncia. Ca sua resposta, deve5 •
integrar os conceitos de
•
apresentar uma posição cr1tica fundamentada.
EB. Ie acordo com a perspetiva de Mu#n acerca do desenvolvimento da ci"ncia não existe progresso ojetivo na ci"ncia, apesar de existir mudança. ; #ist!ria da ci"ncia, acredita Mu#n, é composta por per1odos de satisfação com o modelo estaelecido interrompidos por outros de crise e desacordo em relação =s teorias dispon1veis. Iurante este processo não #3 qualquer aproximação = verdade, contrariamente ao que Popper afirmava. 'egundo Mu#n, a investigação cientifica normal fa8-se no contexto de um paradigrna Um paradigma cient1fico tem diversas componentes, destacando-se as leis e as teorias fundamentais, os prolemas que a investigação deve resolver, princ1pios relativos ao desenvolvimento da investigação e = estrutura da Cature8a e regras metodol!gicas. 2 paradigma estipula assim a forma de condu8ir investigação e de fa8er ci"ncia. Iurante os per1odos de ci"ncia normal, os cientistas procuram resolver prolemas de acordo com o paradigma e oter resultados consistentes com ele, ou seja, aplicam-no sem o porem em causa. >ontudo, por ve8es, os cientistas encontram anomalias5 não conseguem resolver um prolema ou ot"m resultados inconsistentes com o paradigma. 'e resolvem as anomalias, o paradigma sai reforçado. (as #3 anomalias que persistem sern solução satisfat!ria. ] medida que estas anomalias persistentes se acumulam, começa-se a perder a confiança no paradigrna falando-se a crise na comunidade cient1fica. Ieixando o paradigma vigente de ser consensual, inicia-se um per1odo de ci"ncia extraordin3ria, caracteri8ado pela procura de soluç*es alternativas. )ntretanto, uma das alternativas acaa por afirmarse, rivali8ando com o paradigma em crise, e a comunidade cient1fica divide-se, pois #3 cientistas que j3 transferiram a sua confiança para o novo paradigma e outros ainda confiam no paradigma em crise. Um cientista não pode aceitar simultaneamente os dois paradigmas rivais porque eles são incompat1veis. 2 novo paradigma é uma nova forma de fa8er ci"ncia e de ver o mundo. (as os paradigmas, defende
Mu#n, não são apenas incompat1veis - eles tamém são incomensur3veis, ou seja, o seu valor não pode ser ojetivamente comparado. Por esta ra8ão, não se pode di8er que o paradigma emergente corrige ou mel#ora o paradigma anterior. Cão concordo com a tese de Mu#n de que não existe progresso na ci"ncia. 'e o paradigma emergente resolve prolemas que o anterior deixava em aerto, ter3 um maior poder explicativo e, portanto, ser3 mel#or. ;lém disto, não podemos ignorar as aplicaç*es tecnol!gicas em-sucedidas decorrentes das teorias cient1ficas mais recentes. ; :nica explicação plaus1vel para o sucesso destas aplicaç*es é a maior correção das teorias cient1ficas em que se aseiam, relativamente =s teorias precedentes, menos capa8es do ponto de vista do sucesso tecnol!gico.