Aula 00 Questões Comentadas de Português p/ INSS - Técnico de Seguro Social
Professor: Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 INTELECÇÃO DE TEXTO. MECANISMO DE COESÃO DE TEXTUAL. REDAÇÃO (CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS)
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO......................................................................................1 CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................2 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................4 QUESTÕES COMENTADAS........................................................................5 LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA......................................58 GABARITOS..........................................................................................96
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 00000000000
APRESENTAÇÃO
Olá, caros alunos do Estratégia Concursos! É com muita satisfação que começaremos com esta aula um curso inteiro com questões comentadas que irá prepará-lo para o certame do INSS – Técnico de Seguro Social!! Não dá para ficarmos esperando o edital, pois sabemos que será um concurso concorrido e quanto antes começar a sua preparação, mais completa ela será!
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Minha função aqui é ajudá-lo da melhor maneira possível a alcançar o seu objetivo, pois o seu sucesso é também o meu! Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, em 2008, tenho trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos públicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado ênfase em minha carreira, embora também trabalhe com turmas preparatórias para vestibulares. Sou uma apaixonada pela nossa língua mãe e por ensiná-la! Tenham a certeza de que o português, já neste curso, não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais dessa língua do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu potencial! Alunos que estão começando a se preparar encontrarão aqui todos os “macetes” e dicas de que precisam para um estudo objetivo. Os concurseiros já experientes terão com o curso uma fonte de revisão para se aprimorarem e se atualizarem bastante na Língua Portuguesa. Todos sairão ganhando!
OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO
Este curso tem por objetivo trazer para os alunos questões comentadas 00000000000
de língua portuguesa, tendo como base o último edital para INSS. Como não sabemos qual será abanca organizadora do próximo certame, vou usar questões de uma das bancas mais tradicionais do Brasil: Fundação Carlos Chagas. Obviamente, tão logo saia edital e não sendo a FCC a banca organizadora, incluirei uma aula com análise e questões da banca escolhida! Para que o curso seja completo e satisfatório, proponho que seja dividido da seguinte maneira:
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 CRONOGRAMA AULA
MATÉRIA
LIBERAÇÃO
0
Questões comentadas sobre compreensão e interpretação de textos, tipologia textual, significação das palavras.
13/02/2015
1
Questões comentadas sobre correspondências oficiais.
23/02/2015
2
Questões comentadas sobre ortografia oficial, acentuação gráfica, pontuação.
03/03/2015
3
Questões comentadas classes de palavras.
13/03/2015
4
Questões comentadas sobre sintaxe da oração e do período.
23/03/2015
5
Questões comentadas nominal e verbal
03/04/2015
6
Questões comentadas sobre regências nominal e verbal, emprego do sinal indicativo de crase.
sobre
sobre
redação
emprego
de
das
concordância
13/04/2015
Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida ou esclarecimento, pelo e-mail:
[email protected] ou ainda pelo 00000000000
fórum de dúvidas.
Será um prazer tê-lo como aluno! Bons estudos!
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 1. INTRODUÇÃO
INTELECÇÃO (INTERPRETAÇÃO) TEXTUAL “Evidentemente, tudo pode ser visto nos textos, lá é que todo tipo de fenômeno acontece.” (ANTUNES, 2007, p. 139) Ler o mundo através dos mais diversos textos com os quais nos deparamos em nosso cotidiano é uma tarefa no mínimo reveladora!
Caros, alunos, o conteúdo desta aula é de suma importância para o desenvolvimento de toda a prova do certame do qual vocês irão participar. Digo toda a prova, pois a interpretação não está presente apenas na prova de Língua Portuguesa, é preciso interpretar em todas as outras disciplinas! São textos e enunciados que trazem informações implícitas e explícitas que precisam ser compreendidas para que você, concurseiro, atinja o seu objetivo maior que é a aprovação. Diante disso, devo dizer aquilo que talvez você já saiba: A leitura é o meio mais eficaz para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler! A leitura precisa se tornar um hábito na vida de um concurseiro.
Um
candidato
“antenado”
com
os
acontecimentos
atuais,
conhecedor de textos literários, entendedor de charges e textos de humor 00000000000
chegará ao sucesso com mais facilidade (ou menos dificuldade, rsrs) do que aquele que lê pouco ou nada. E digo ler de verdade! Não passar os olhos! Ler é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, narrativo, instrucional, jornalístico, persuasivo, possibilidades que se misturam e se tornam infinitas.
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A dificuldade na compreensão e interpretação de textos deve-se a falta do hábito da leitura. Sim! Então, desenvolva o hábito da leitura. Que tal estabelecer agora uma meta de ler, pelo menos, um livro por mês? Leia o que você mais gosta! Não importa o gênero. Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença.
QUESTÕES COMENTADAS
Leia o texto a seguir.
Em fins do ano passado foi aprovada na Comissão de Constituição e 00000000000
Justiça do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que introduz no artigo 6º da Constituição Federal, relativo aos direitos sociais, frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade. Pondera-se também que a busca individual pela felicidade pressupõe a observância
da
felicidade
coletiva.
Há
felicidade
coletiva
quando
são
adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a sociedade será mais feliz se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer, entre outros, ou seja, justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivíduos a busca da felicidade. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingênuo entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituição serem os direitos sociais essenciais à busca da felicidade, se vai, então, forçar os entes públicos a garantir condições mínimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a Constituição. A menção à felicidade era própria da concepção de mundo do Iluminismo, quando a deusa razão assomava ao Pantheon e a consagração dos direitos de liberdade e de igualdade dos homens levava à crença na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra. Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado de Direito é um anacronismo patente, sendo inaceitável hoje a inclusão de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do Iluminismo. Confunde-se
nessas
proposições
bem-intencionadas,
politicamente
corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educação, a segurança, a saúde,
o
lazer,
a
moradia
e
outros
mais
são
considerados
direitos
fundamentais de cunho social pela Constituição exatamente por serem essenciais ao bem-estar da população no seu todo. A satisfação desses direitos constitui prestação obrigatória do Estado, visando dar à sociedade bem-estar, sendo desnecessária, portanto, a menção de que são meios essenciais à busca 00000000000
da felicidade para se gerar a pretensão legítima ao seu atendimento. O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, a depender dos valores de cada pessoa. Em nossa época consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfação dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade, passível de ser desfeita por um desastre, por uma doença.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Assim, os direitos sociais são condições para o bem-estar, mas nada têm a ver com a busca da felicidade. Sua realização pode impedir de ser infeliz, mas não constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz. (Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 5 de fevereiro de 2011, com adaptações)
01. (INSS – 2012 - Perito Médico Previdenciário – FCC) Afirma-se corretamente que o autor (A) está convencido de que uma sociedade só poderá ser plenamente feliz se lhe for permitida a realização de todas as suas expectativas, principalmente quanto aos seus direitos básicos. (B) critica, tomando por base as obrigações do Estado de Direito e os conceitos de felicidade e de bem-estar coletivo, a proposta de Emenda Constitucional por considerá-la inócua e defasada. (C) defende a concessão, pelo Estado, de garantias constitucionais para que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindível à sensação de bemestar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral. (D) censura a tardia preocupação do Senado brasileiro em oferecer condições mínimas de qualidade de vida à população, com a oferta dos direitos básicos que venham a garantir a felicidade geral. (E) faz referência à necessária conscientização de que o bem-estar da população é um bem indiscutível, especialmente quanto à liberdade e à 00000000000
igualdade, a partir dos princípios que embasaram o Iluminismo.
Comentário: a alternativa B responde corretamente ao enunciado. Vejamos o que há de errado nas outras: (A) está convencido de que uma sociedade só poderá ser plenamente feliz se lhe for permitida a realização de todas as suas expectativas, principalmente quanto aos seus direitos básicos. – ERRADA. O autor se coloca contra a ideia de que a garantia dos direitos básicos são também garantia de uma sociedade feliz (confirme no último parágrafo). Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C) defende a concessão, pelo Estado, de garantias constitucionais para que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindível à sensação de bemestar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral. – ERRADA. A posição do autor é justamente contrária. Segundo ele, o Estado deve garantir os direitos básicos para gerar bem-estar à sociedade. A felicidade é individual e depende de cada um (confirme nos parágrafos 6 e 7). (D) censura a tardia preocupação do Senado brasileiro em oferecer condições mínimas de qualidade de vida à população, com a oferta dos direitos básicos que venham a garantir a felicidade geral. – ERRADA. O autor não censura e nem diz achar tardia a preocupação do Senado. (E) faz referência à necessária conscientização de que o bem-estar da população é um bem indiscutível, especialmente quanto à liberdade e à igualdade, a partir dos princípios que embasaram o Iluminismo. – ERRADA. Para o autor a visão iluminista não se aplica nos dias de hoje da mesma
maneira.
Tal
ideia
seria
hoje
um
anacronismo,
porque
funcionou para aquela época (confirme no parágrafo 5). GABARITO: B 02. (INSS – 2012 - Perito Médico Previdenciário – FCC) Em relação ao desenvolvimento textual, está INCORRETO o que consta em: 00000000000
(A) Os dois primeiros parágrafos introduzem o assunto que será analisado a seguir. (B) Há passagens no texto que evidenciam o posicionamento do autor sobre o assunto em pauta. (C) No 4º parágrafo identifica-se a argumentação de que se vale o autor para embasar a opinião que será defendida no parágrafo seguinte. (D) O exemplo tomado à Copa do Mundo, no 6º parágrafo, compromete o encadeamento das ideias defendidas no texto. (E) O último parágrafo constitui uma conclusão coerente de toda a discussão apresentada. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Comentário: trata-se de um texto argumentativo. O autor discorda da chamada Emenda Constitucional da Felicidade e formula a sua tese a fim de contestar o que diz nela. Dentre as alternativas desta questão, a única INCORRETA (cuidado com o que pede o enunciado, é para marcar a errada) é a D, pois o exemplo da copa do mudo foi usada acertadamente pelo autor para confirmar o argumento de que bem-estar coletivo não é o mesmo que felicidade. GABARITO: D
Diante do futuro
Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em uma de suas obras estas palavras: “Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei mais uma hora, se a minha mão poderá terminar esta linha que começo? A vida está por todos os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo, trabalho, empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus pensamentos, eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a contar. A minha atividade excede em cada minuto o instante presente, estende-se ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse consumo seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o futuro as resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime 00000000000
de todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O meu pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o mundo, dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o meu poder não é equivalente a nenhuma quantidade determinada; quanto mais trabalho, mais espero.” * Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês. (PRADO, Antonio Arnoni (org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 03.
–
(TRT-2ª
2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para defender a tese de que (A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente ligadas às experiências do presente. (B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que todas as nossas ações são duradouras. (C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor intrínseco de que se revestem. (D)
as
ações
do
presente
ganham
sentido
quando
projetadas
e
executadas com vistas ao futuro. (E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo presente logram antevê-lo e iluminá-lo.
Comentário: esta questão quer saber a tese do autor. Em um texto argumentativa, a tese é a opinião de quem o escreve sobre determinado assunto. No texto em questão o autor usa a citação de Guyau sobre o futuro concordando com ele. Esta é a tese: viver o presente projetando e executando ações para o futuro. GABARITO: D
04.
(TRT-2ª
–
00000000000
2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O fato de nossa vida estar cercada pelo Desconhecido
não
deve
implicar
uma
restrição
aos
empreendimentos
humanos, já que, para Guyau, (A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como parâmetro dos nossos empreendimentos. (B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma visão otimista do futuro. (C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o presente com o máximo de intensidade. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem atentar para as circunstâncias presentes. (E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão desfrutadas no futuro.
Comentário: O autor citado tem um otimismo latente no que se refere ao futuro. Ainda que não seja certo, o autor vive pensando nele. Vive o presente voltado para o futuro, sem pensar que a energia perdida hoje seja estéril. O fundamento especulativo é viver com a certeza do futuro, mesmo que, na verdade, seja incerto. GABARITO: A
Questão de gosto
A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto. Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e 00000000000
argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições. (Emiliano Barreira, inédito)
05.
(TRT-2ª
–
2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Definida como instância definitiva da mais rasa subjetividade, a questão de gosto opõe-se, terminantemente, (A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão. (B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela. (C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica. (D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de discussão. (E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa discussão.
Comentário: A instância definitiva da mais rasa subjetividade é a tal questão de gosto, citada no texto, é quando as discussão deixam de acontecer, porque gosto não se discute. Dessa forma, não adianta argumentar, discutir, gosto é gosto. Isso se opões então à dinâmica de argumentação e polêmica. GABARITO: C 00000000000
06.
(TRT-2ª
–
2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III.
Comentário: a única alternativa correta é a III, pois, ao estarem acomodados nas suas próprias opiniões, a argumentação não faz sentido. Vamos ver o que há de errado nas outras: I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. – tais manifestações artísticas são de valor opostos. II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. – Não se desenvolve polêmica despoticamente, pois dessa maneira as opiniões não seriam levadas em conta. GABARITO: E 00000000000
07.
(TRT-2ª
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2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expressões de sentido antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e uma mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega (A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica. (B) engolir em seco e impedido de argumentar. (C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico. (D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza. (E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00
Comentário: esta questão busca uma alternativa que tenha antagonismo entre as partes, ou seja, uma oposição. É o que temos na alternativa C. Nas outras, uma expressão está em conformidade com a outra. GABARITO: C
Sobre a publicação de livros
Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: “Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.” (Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56)
08.
(TRT-2ª
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2014
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase:
00000000000
(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada. (B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais. (C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. (D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela divulgação de suas ideias.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público.
Comentário: a opinião de Valtaire está resumida na alternativa D. Vejamos as outras: (A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada. – A publicação de livros NÃO é uma questão de Estado. (B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais. – Voltaire descorda disso, ele acha que, se os autores são soberanos para emitir suas opiniões, devem responder por elas, não ficarem às margens dos tribunais. (C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. – Voltaire não afirmou isso. (E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público. – Voltaire não falou sobre isso. GABARITO: D
Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o texto:
O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro 00000000000
começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China. O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás. Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China. As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa. Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez.
Os custos
trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país. O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável. Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora 00000000000
algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40°C negativos. (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)
09. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Depreende-se corretamente do texto: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China migrasse na direção da costa. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.
Comentário: este modelo de questão é típico das provas da FCC. Depreender do texto é poder afirmar algo a partir da leitura dele. Vamos analisar as alternativas: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. ERRADA. A lendário Rota da Seda foi abandonada quando a atividade econômica do país mudou para a costa, devido às grandes navegações e ao deslocamento do centro político da China para Pequim. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. ERRADA. Os cuidados para que as cargas não sejam 00000000000
danificadas pelas baixas temperaturas deverão ser tomados, mas a ideia é que, mesmo durante o inverno boreal, o transporte seja ferroviário. (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. ERRADA. O texto não fala nada sobre as empresas voltarem a vender especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China. ERRADA. O desenvolvimento e o auge do transporte marítimo levaram a capital da China para Pequim. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 GABARITO: B
Leia o texto a seguir.
Falo somente do que falo: do seco e de suas paisagens, Nordestes, debaixo de um sol ali do mais quente vinagre: que reduz tudo ao espinhaço, cresta o simplesmente folhagem, folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude.
Falo somente por quem falo: por quem existe nesses climas condicionados pelo sol, pelo gavião e outras rapinas: e onde estão os solos inertes de tantas condições caatinga em que só cabe cultivar o que é sinônimo da míngua 00000000000
Falo somente para quem falo: quem padece sono de morto e precisa um despertador acre, como o sol sobre o olho: que é quando o sol é estridente, a contrapelo, imperioso, e bate nas pálpebras como se bate numa porta a socos.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), São Paulo: Global, 2013, formato ebook)
10. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Considere as afirmações abaixo.
I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da paisagem. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) II. (D) III. (E) I e II.
Comentário: trata-se de um texto literário, de um poema dividido em três estrofes. Na primeira, o eu-lírico fala de algo “Falo somente do que falo”, na 00000000000
segunda ele fala por alguém “Falo somente por quem falo” e na terceira ele fala para alguém “Falo somente para quem falo”. O tema é a seca, a vida difícil e miserável do sertão, tema recorrente de João Cabral de Melo Neto. Depois dessa breve análise, vamos ver as assertivas: I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. – CORRETO. O eu-lírico (voz do poeta) chama a atenção do leitor desatento como se ele precisasse de um despertador para acordar e ver o que se passa! Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. - CORRETA. O eu-lírico fala pelos miseráveis, dá a voz para aqueles que não podem se expressar III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da paisagem. ERRADA. A miséria provocada pela seca não se esconde, se mostra na folhagem seca, cresta e abundante. GABARITO: E
As 4 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Sobre a efemeridade das mídias
Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam 00000000000
estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico. Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane. (Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009)
11. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Analisando diferentes mídias, o autor tem sua atenção voltada, sobretudo, para
(A) o grau de obsolescência dos livros antigos, mormente os centenários. (B) a conservação dos livros, que se vem revelando cada vez mais precária.
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(C) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de informação. (D) a preservação das informações, quaisquer que sejam seus suportes. (E) a fidedignidade das informações que circulam em suportes eletrônicos.
Comentário: o autor do texto tem o objetivo de falar sobre a conservação das informações. Ele analisa a efemeridade dos meios, ou seja, o quanto eles duram pouco. O autor gosta de livros impressos, mas não dispensou guardar
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 as maiores obras primas da literatura em um disco rígido, pois não importa o suporte, mas sim que as informações sejam preservadas. GABARITO: D 12. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas. II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line. III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados.
Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) I, II e III. 00000000000
(D) I e II, apenas. (E) I e III, apenas.
Comentário: vejamos cada assertiva: I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas. – CORRETA. Os livros têm sido escaneados e preservados em cópia eletrônica. II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 transmissão de informações on-line. - ERRADA. Nada foi falado sobre aspectos éticos. III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados. - CORRETO. Segundo o autor, os livros duram mais. GABARITO: E 13. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) O autor nega que seja um conservador reacionário – negativa que pode ser justificada atentando-se para o segmento (A) consulta a um velho e bom livro. (B) Gravei em disco rígido portátil. (C) mais para a difusão do que para a conservação das informações. (D) única forma de ler notícias sobre o passado. (E) os livros continuam em minha biblioteca.
Comentário: a alternativa correta é a B. O autor justifica o fato de não ser um conservador reacionário por fazer cópias em disco rígido. GABARITO: B 14. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) É correto deduzir das 00000000000
afirmações do texto que (A) a confiabilidade de suportes simples pode superar a dos mais complexos. (B)
a limitação
da
mídia
eletrônica revela-se na
transmissão de
informações. (C) já houve tempo suficiente para se precisar a durabilidade do disco rígido. (D) a obsolescência de todos os suportes de informação tem a mesma causa. (E) os livros feitos de papel de trapo não resistem mais que cinco séculos. Profª Rafaela Freitas
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Comentário: a questão pede que você faça uma inferência do texto, que deduza algo segundo as informações dadas. A alternativa A está correta, pois os suportes simples como o papel podem ser mais confiáveis. Analisando o que há de errado nas outras: B – a limitação da mídia está na conservação das informações, não na transmissão. C – O autor não fala nada sobre isso. D – Essa generalização do TODOS está equivocada. E – Os livros feitos de papel de trapo resistem pelo menos 500 anos, ou seja, pode durar mais do que cinco séculos. GABARITO: A
As 5 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Caipiradas
A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na 00000000000
dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula. Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco. Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e já quase extinta. (Adaptado de Antonio Candido, Recortes)
15. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) No primeiro parágrafo, estabelece-se uma contraposição entre as expressões (A) “logo passa” e “estar em dia”, destacando parâmetros adotados pelos caipiras. (B) “de maneira tirânica” e “está acostumada”, enfatizando as críticas dos citadinos aos modos caipiras. (C) “deve” e “pode mudar”, sublinhando os impulsos a que os caipiras têm 00000000000
que se render. (D) “é atrasada” e “meio ridícula”, acentuando a variabilidade que ocorre com as modas. (E) “mais civilizados” e “fórmula desusada”, identificando pontos de vista adotados pelos citadinos. Comentário: a única oposição apresentada é a que existe entre “mais civilizados” e “fórmula desusada”, pois indica o modo bom e o modo ruim de ser, segundo um citadino. GABARITO: E Profª Rafaela Freitas
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16. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atente para as seguintes afirmações sobre o primeiro parágrafo: I. Com a expressão “o que é prescrito de maneira tirânica”, o autor está qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposição os citadinos estão acostumados. II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o que é novo. III. No último e longo período, a sequência de pontos e vírgulas destaca uma enumeração de traços que identificam um caipira aos olhos do citadino.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
(A) II e III, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I, II e III. (D) III, apenas. (E) I e III, apenas.
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Comentário: Vamos analisar as afirmações: I. CORRETA II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o que é novo. – ERRADA. Os citadinos buscam sempre o que é novo. O que é velho é caipira. III. CORRETA GABARITO: E
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 17. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atentando-se para o 2º parágrafo, é correto afirmar que o segmento (A) “Diz, ou dizia” sugere a velocidade com que um novo elemento da moda aprimora um anterior. (B) “certas sobrevivências teimosas ou alteradas” designa a precária permanência de costumes caipiras. (C) “o termo está saindo das expressões de todo dia” refere-se à moda que deixa de ser seguida. (D) “um produto comercial pitoresco” traduz a maneira pela qual o citadino reconhece a moda que ele mesmo promove. (E) “a realidade do seu mundo” está-se referindo ao universo do citadino.
Comentário: vamos reler o 2º parágrafo. “Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco”. A – Não... “Diz, ou dizia” indica que tudo muda, até a forma de falar e designar algo. B – Sim... sobrevivência teimosa é a dos hábitos caipiras. 00000000000
C – Não... a moda continua a ser seguida, o que muda é o nome que se dá àqueles que não a seguem. D – Não... o produto comercial pitoresco não é a moda, mas o que foge dela. E – Não... refere-se àquele que finge ser caipira. GABARITO: B
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 18. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Ao afirmar que o universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em função (A) de remanescerem repetições e paródias que aludem ao mundo caipira. (B) de as mudanças do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade. (C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes caipiras. (D) da fermentação cultural que se propaga criativamente nesse universo. (E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes caipiras. Comentário: vamos contextualizar o trecho retirado do texto: “porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida.” Ao ler o trecho dentro do contexto, fica claro que a alternativa correta é a A. GABARITO: A
Da utilidade dos prefácios 00000000000
Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio − fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto. Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio 00000000000
poético. (Aderbal Siqueira Justo, inédito)
19.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de (A) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro resultam, como consequência natural, as expostas no segundo. (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. (D) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. (E) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.
Comentário: O primeiro parágrafo apresenta a perspectiva de que os prefácios são inúteis. Tal perspectiva é refutada, confrontada pela opinião contrária do autor. Segundo ele, os prefácios são importantíssimos, podendo chegar até a sobressair com relação à obra em si. GABARITO: D
20.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as afirmações abaixo.
I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são textos inúteis. II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a parte 00000000000
melhor de um livro. III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia prefácios igualmente criativos.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) II e III.
Comentário: vamos analisar cada afirmação: I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são textos inúteis. – ERRADA. No primeiro parágrafo temos duas perspectivas para os prefácios: são inúteis e estraga-prazeres. As duas coexistem, se adicionam. II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a parte melhor de um livro. CORRETA III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia prefácios igualmente criativos. – ERRADA. O caso demonstra que quem faz o prefácio pode estar melhor preparado do que autores iniciantes das obras prefaciadas. GABARITO: B
21.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Ao lado de razões mais pessoais, marcadas por alguma subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de 00000000000
certos prefácios, o fato de que (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta concisão de que seriam capazes. (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos essenciais à compreensão do texto principal. (C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento do texto principal do livro. (D) as apresentações da poesia de Cecília Meireles faziam ver tanto a beleza dos poemas como a da escritora.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) os prefaciadores são escolhidos a partir de um critério inteiramente idôneo, o que impede favoritismos.
Comentário: o autor prova a utilidade dos prefácios ao citar que em algumas bibliografias são citados apenas os prefácios das obras, sendo o restante claramente desnecessário: “Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário”. GABARITO: C
22.
–
(TRT-16ª
ADMINISTRATIVA
–
2014 FCC)
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ANALISTA
Considerando-se
o
JUDICIÁRIO/ÁREA contexto,
traduz-se
adequadamente o sentido de um segmento em: (A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo. (B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva. (C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração. (D) ninguém controla a possibilidade (2o parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese. (E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas. 00000000000
Comentário: vejamos cada alternativa: (A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo – ERRADA: elogiar não é argumentar. (B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva – ERRADA: conceitos bem diferentes. (C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração – CORRETA: glosar = variar (D) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese. – ERRADA: controlar é diferente de esboçar. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas – ERRADA: consistência é diferente de subserviência. GABARITO: C Considere o texto abaixo − um fragmento de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada em 1748.
[Do espírito das leis]
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...) O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral. 00000000000
Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)
(Montesquieu
23.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A razão invocada por Montesquieu para afirmar que Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico deve-se ao fato de que (A) as leis que regem o mundo físico acabam por ser menos previsíveis do que aquelas elaboradas pelos homens.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (B) os limites da natureza humana acabam levando os homens a criar leis que eles próprios modificam ou transgridem. (C) o governo do mundo físico é a aspiração que têm os homens de controlarem tudo o que está ao seu alcance. (D) mundo inteligente, governado por Deus, cumpre as leis que escapam completamente à jurisdição humana. (E) o mundo inteligente, ao contrário do mundo físico, tem leis mais flexíveis e mais justas que as da natureza. Comentário: vamos voltar ao texto: “Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. (...)Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu” O homem viola e modifica as leis que ele mesmo estabeleceu. GABARITO: B
24.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as seguintes afirmações: 00000000000
I. No primeiro parágrafo, afirma-se que é da natureza humana buscar agir em estrita conformidade com as leis divinas, materializadas no mundo físico. II. No primeiro parágrafo, depreende-se que Montesquieu considera que as leis que governam o mundo físico são exemplos de uma eficiência que os homens deveriam perseguir no governo do mundo inteligente. III. No segundo parágrafo, a religião e a filosofia surgem, cada uma em sua esfera, como possíveis corretivos para as negligências e os desvios da conduta humana. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas.
Comentário: a única errada é a afirmativa I, pois, ao contrário do que está nela, o homem vive burlando as leis. GABARITO: D
25.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) De acordo com a lógica do texto, as afirmações O homem esquece seu criador e Deus chama-o para si estão clara e corretamente articuladas na seguinte frase: (A) Ainda quando se esqueça de seu criador, o homem busca seu chamado. (B) Embora Deus o chame para si, o homem esquece seu criador. (C) Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para si. (D) Deus chama o homem para si, conquanto ele não deixe de esquecê-lo. (E) Mesmo que viesse a esquecê-lo, o chamado de Deus seria ouvido pelo homem. 00000000000
Comentário: a ideia é que, mesmo que o homem se esqueça de Deus, Ele o chama para si. GABARITO: C
Leia o texto a seguir:
Fotografias Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador. Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. (Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
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26.
(TRT-11ª
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é: (A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo. (B) a fotografia congela o tempo. (C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado. (D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.
Comentário: a percepção da foto vem pelo olhar que descongela a imagem na memória. A ação da percepção da imagem é essa. GABARITO: C
27.
(TRT-11ª
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto. (B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores. (C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto. (D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.
Comentário: como acontece com todas as artes e com a fotográfica não é diferente, quem conhece mais sobre elas possuem uma percepção melhor. É o caso de um fotógrafo analisando uma imagem fotográfica, ele terá uma percepção mais apurada, embora mantenha sempre a magia. GABARITO: B
28.
(TRT-11ª
–
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto.
Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I e II. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III.
Comentário: apenas a III está correta. Vejamos as outras duas: I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. – ERRADA: a realidade apreendida pertence ao passado. Está congelada na fotografia apenas. II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto. – ERRADA: interfere sim, pois cada um traz consigo as lembranças às quais a imagem se referem. GABARITO: E 00000000000
Discriminar ou discriminar?
Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade. (Aníbal Lucchesi, inédito)
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(TRT-11ª
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete 00000000000
discriminar (A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários. (B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos. (C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo. (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E)
desdobra-se
em
acepções
contraditórias
que
correspondem
a
convicções incompatíveis.
Comentário: O verbete da palavra discriminar traz duas acepções controversas, contraditórias entre si, isso nos demonstra a dificuldade existente para determinar a origem dos vocábulos. GABARITO: E
30.
(TRT-11ª
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2012
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: (A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade. (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes. (C)
Quando
todos
os
desiguais
são
tratados
desigualmente,
a
desigualdade definitiva torna-se aceitável. (D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais. (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados 00000000000
são sempre os mesmos.
Comentário: Para termos de fato uma sociedade igualitária, não devemos continuar tratando igualmente os desiguais. Cada caso necessita ser tratado com seu critério específico para que todos possam ter as mesmas chances e possibilidades. GABARITO: B
Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Violência e naturalidade
Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba: " − Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
00000000000
Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização? (Diego Munhoz, inédito)
31. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No trecho citado de Quincas Borba, o narrador deseja demonstrar que não há morte baseado na convicção de que (A) ao fim e ao cabo todos acabamos nos submetendo aos princípios da natureza que regem nossas vidas. (B) as aclamações dos vitoriosos sobrepõem-se aos lamentos e às aflições dos derrotados na batalha. (C) a extinção de uma das partes é vista, acima de tudo, como a proclamação da vida da outra parte. (D) a natureza opera de modo a evitar conflitos, pois o que importa é a conservação de cada indivíduo. (E) as lutas no interior das espécies têm por objetivo aprimorar e desenvolver suas qualidades naturais.
Comentário: esta questão faz lembrar da máxima: é preciso que um chore para o outro sorrir. A morte não existe se representa a vida para o outro. Foi isso que o autor quis demonstrar citando Quincas Borba. GABARITO: C
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32. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. III.
Com
a
frase
nenhuma
pessoa
canoniza
uma
ação
que
virtualmente a destrói o autor deseja mostrar que as comemorações dos vitoriosos de uma guerra constituem uma compreensível e natural celebração da vida.
Em relação ao texto está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) I e II. (D) III. (E) II e III.
Comentário: apenas a III está correta. Vejamos o erro das outras: I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra. – ERRADA. Pernicioso é algo prejudicial. A assertiva está dizendo que a paz pósguerra é mais prejudicial do que a própria guerra. 00000000000
II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. – ERRADA. Os vencidos não participam das aclamações dos vitoriosos. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível, o autor quer justificar o “prazer” da guerra. GABARITO: D 33. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No terceiro parágrafo do texto, e com base na citação de Machado de Assis, Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 elabora-se a seguinte interpretação do modo pelo qual nosso grande autor acerca-se da violência humana: (A) o humor e a ironia típicos do escritor acabam suavizando os efeitos das violências que descreve. (B) tratar a violência como se ela fosse trivial acaba redundando, sutilmente, em sua intensificação. (C) visando a escandalizar os leitores mais sensíveis, o escritor exagera na expressão dos atos violentos. (D) a lei do mais forte é adotada implacavelmente pelo autor, que não apenas a reconhece como a defende. (E) os leitores desse grande ficcionista são por ele levados a crer que o triunfo da civilização é indiscutível.
Comentário: Machado fala sobre a violência de maneira que ela parece ser natural na vida humana. Na verdade é e aí está o questionamento ao qual ele quer nos levar: com tanta violência, intensificada e crescente, cadê o que chamamos de civilização? Dessa forma, o autor NÃO suaviza a violência (A), não quer escandalizar o leitor (B). Machado não defende a Lei do mais forte (D). O autor não quer nos levar a crer que o triunfo civilização é indiscutível, pelo contrário, é questionável. 00000000000
GABARITO: B 34. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) não chegam a nutrir-se suficientemente (2º parágrafo) = mal conseguem locupletar-se. (B) recolhe os despojos (2ºparágrafo) = assenhora-se dos galardões. (C) virtualmente a destrói (2º parágrafo) = imaginariamente a perpetra.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (D) apesar do tom extremamente irônico (3º parágrafo) = malgrado a tonalidade de um enorme sarcasmo. (E) É uma operação sutil (3º parágrafo) = trata-se de uma intervenção displicente.
Comentário: esta questão quer saber sobre o seu conhecimento lexical, além da interpretação textual. É possível que você não conheça todas as palavras envolvidas nas alternativas, então, vamos recorrer a um dicionário para chegarmos ao gabarito! A seguir vai um glossário com algumas das palavras. Glossário: Locupletar = v.t.d. e v.pron. Ocasionar sua própria riqueza; aumentar fortuna; enriquecer; v.t.d. v.bit. e v.pron. Fazer ficar cheio; ocasionar o acúmulo ou preenchimento de; encher ou encher-se. Despojos = s.m.pl. Restos ou fragmentos; tudo o que pode ser considerado sobra; aquilo que resta. Galardão = s.m. Reconhecimento e/ou compensação por serviços de um valor muito elevado. Figurado. Em que há premiação; homenagem ou glória Perpetra = do verbo Perpetrar: v.t. Cometer, praticar, realizar (ato condenável). Malgrado = s.m. Quem está em desagrado com; ausência de agrado; 00000000000
desprazer: o jantar, a malgrado do cozinheiro, esteve fora dos padrões. prep. Não obstante; apesar de. Displicente = pessoa descuidada. GABARITO: D
Fundas canções “Existirmos, a que será que se destina?” − pergunta um verso de Caetano Veloso em sua bela canção “Cajuína”, nascida numa visita a amigo em Teresina. Que faz numa canção popular essa pergunta fundamental sobre o Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 propósito mesmo da vida humana? − perguntarão aqueles que preferem separar bem as coisas, julgando que somente os gêneros “sérios” podem querer dar conta das questões “sérias”. O preconceito está em não admitir que haja inteligência − e das fulgurantes, como a de Caetano Veloso − entre artistas populares. O fato é que a pergunta dessa canção, tão sintética e pungente, incide sobre o primeiro dos nossos enigmas: o da finalidade da nossa existência. Não seria difícil encontrarmos em nosso cancioneiro exemplos outros de pontos de reflexão essencial sobre nossa condição no mundo. Em “A vida é um moinho”, de Cartola, ou em “Esses moços”, de Lupicínio Rodrigues, ou ainda em “Juízo final”, de Nelson Cavaquinho, há agudos lampejos reflexivos, nascidos de experiências curtidas e assimiladas. Não se trata de “sabedoria popular”: é sabedoria mesmo, sem adjetivo, filtrada por espíritos sensíveis que encontraram na canção os meios para decantar a maturidade de suas emoções. Até mesmo numa marchinha de carnaval, como “A jardineira”, do Braguinha, perguntamos: “Ó jardineira, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu?” − para saber que a tristeza dela vem da morte de uma camélia. Essa pequena tragédia, cantada enquanto se dança, mistura-se à alegria de todos e funde no canto da vida o advento natural da morte: “Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu...” Mesmo em nosso folclore, compositores anônimos alcançaram um tom 00000000000
elevado na dicção aparentemente ingênua de uma cantiga de roda. Enquanto se brinca, canta-se: “Menina, minha menina / Faz favor de entrar na roda / Cante um verso bem bonito / Diga adeus e vá-se embora”. Não será essa uma expressão justa do sentido mesmo de nossa vida: entrar na roda, dizer a que veio e ir-se embora? É o que cantam as alegres crianças de mãos dadas, muito antes de se preocuparem com a metafísica ou o destino da humanidade. (BARROSO, Silvino, inédito)
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35. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) O sentido essencial desse texto, considerado
no
conjunto
e
na
perspectiva
adotada
pelo
autor,
está
adequadamente expresso na seguinte formulação: (A) é da natureza mesma da arte popular expressar, em linguagem rebuscada e hermética, os temas que perturbam os filósofos e costumam ecoar nos seus mais altos tratados. (B) a canção popular encontra a justificativa mesma da sua existência no fato de responder em linguagem altissonante as questões que costumam afligir nossas vidas. (C) muitas vezes ocorre que se encontre numa canção popular a expressão de uma grande sabedoria, nascida e decantada a partir de uma funda experiência. (D) os artistas populares habilitados a tratar dos mais profundos temas em suas canções não deixam de acusar a formação acadêmica que lhes dá respaldo. (E)
a
sabedoria
popular
dispensa
esse
adjetivo
toda
vez
que
surpreendemos, na letra de uma canção, uma versão facilitada dos clássicos e folclóricos ditados.
Comentário: existe um preconceito de que os autores de músicas 00000000000
populares não têm inteligência suficiente para falar sobre temas tidos como “filosóficos”. O autor do texto se coloca contra tal preconceito, afirmando que nas músicas populares podemos encontrar expressões da sabedoria e fruto das experiências de quem escreve. Quando os autores populares falam sobre questões existenciais, não fazem isso de maneira rebuscada e hermética, como afirma na alternativa A, e não fazem suas reflexões de maneira alta e intensa (altissonante), como sugere a alternativa B. A alternativa D está totalmente fora do que foi tratado no texto, bem como a alternativa E. GABARITO: C Profª Rafaela Freitas
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36. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, o autor estranha a presença de uma reflexão tão aguda, em tom conclusivo, na letra de compositor popular, que melhor faria se viesse a dar voz a questões menos complexas II. No segundo parágrafo, os exemplos de canções elencados pelo autor do texto servem-lhe como argumento para contestar a relevância do questionamento expresso no verso de Caetano Veloso, citado no parágrafo anterior. III. No terceiro parágrafo, os versos de uma conhecida cantiga de roda são lembrados como exemplo do alcance trágico que se pode reconhecer nas palavras que as crianças cantam enquanto brincam.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) III, apenas. 00000000000
Comentário: Apenas a assertiva III está correta. Vamos ver o que há de errado nas outras. I. No primeiro parágrafo, o autor estranha a presença de uma reflexão tão aguda, em tom conclusivo, na letra de compositor popular, que melhor faria se viesse a dar voz a questões menos complexas. – ERRADA. O autor NÃO estranha tal reflexão na voz popular. II. No segundo parágrafo, os exemplos de canções elencados pelo autor do texto servem-lhe como argumento para contestar a relevância do questionamento expresso no verso de Caetano Veloso, citado no parágrafo Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 anterior. - ERRADA. Os exemplos dados pelo autor servem para provar que não cabe o preconceito intelectual contra os artistas populares. GABARITO: E 37. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) o preconceito está em não admitir (1º parágrafo) = a razão alegada leva à inclusão. (B) agudos lampejos reflexivos (2º parágrafo) = súbitas e cortantes reflexões. (C) experiências curtidas e assimiladas (2º parágrafo) = vivências prazerosas e alienadas. (D) filtrada por espíritos sensíveis (2º parágrafo) = purificada por mentes pragmáticas. (E)
dicção
aparentemente
ingênua
(3º
parágrafo)
=
pronúncia
supostamente engenhosa.
Comentário: questão típica de concursos, quer testar seu conhecimento léxico. Quanto mais você foi um leitor ativo, mais palavras conhecerá da língua e terá mais facilidade com questões desse tipo. No caso desta aula, vou colocar a seguir um glossário para ajudar a fazer esta questão. Procure todas 00000000000
as palavras que não souber o significado no dicionário! Lampejos = Brilho ou clarão repentino. Breve, de curta duração, que passa rápido. Súbitas = Flexão de súbito. Aquilo que acontece sem previsão, que é repentino ou inesperado. Pragmática: ADJ. Característica das pessoas que são realistas, práticas, objetivas. Engenhosa = ADJ. pessoa dotada de engenho, talento. GABARITO: B
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Pobres palavras
Lendo um romance, tropecei na palavra inexorável. É uma das que mantenho desconhecidas, desde rapazola, quando peguei gosto de ler. Desconhecida porque, mesmo já tendo lido inexorável muitas vezes, nunca quis saber o sentido. Parece uma palavra em desuso, dessas que ficam lá nos velhos armazéns da língua, coberta de poeira, até que alguém pega e coloca numa frase como uma roupa no varal. O leitor é quem recolhe essas roupas, uma por uma, menos as que, como inexorável, a gente não sabe o que é, deixa lá, para que volte sozinha ao armazém e fique lá mofando até que... Bem, desta vez fiquei com pena da pobre inexorável e fui ao dicionário. E inexorável é implacável. Eu já desconfiava disso, tantas vezes li que o destino é inexorável, e fiquei feliz porque o significado justifica a pompa da palavra. Porque a primeira vez que fui ao dicionário desvendar uma palavra, foi uma inenarrável (olha outra pomposa aí) decepção. Era a palavra inconsútil. Em prosa e poesia, volta e meia lá vinha a inconsútil. Um dia, já na casa dos quarenta, a barba começando a grisalhar, não aguentei mais as décadas de ignorância e fui ao dicionário. E inconsútil é apenas “sem costura”. Tantos mantos inconsúteis e eu não conseguia ver algo em comum entre eles para achar o sentido da palavra, e eram apenas mantos sem costura. Fiquei acabrunhado (esta nem pomposa, é atrapalhada mesmo). 00000000000
(PELLEGRINI, Domingos. Lições de gramática para quem gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007, p. 40-41)
38. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Depreende-se corretamente da leitura do texto que, para o autor, (A) o aspecto sonoro das palavras não permite que se façam suposições acerca de seu sentido. (B) o dicionário é um armazém de decepções, tal como lhe pareceu no caso do termo inexorável.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C)
palavras
como
inconsútil
apenas
confirmam,
no
dicionário,
a
significação que já era previsível. (D) o dicionário pode frustrar a quem atribuía a uma palavra a grandiosidade que o sentido não confirma. (E) palavras como acabrunhado podem atrair um leitor pela mesma razão que ocorre com inexorável
Comentário: (A) o aspecto sonoro das palavras não permite que se façam suposições acerca de seu sentido. – Aos contrário, foi assim que ele passou anos sem saber exatamente o que era inexorável, mas imaginando. (B) o dicionário é um armazém de decepções, tal como lhe pareceu no caso do termo inexorável. – Não, o autor não afirmou que o dicionário é um armazém de decepções, a frustação pode acontecer, mas não é regra. (C)
palavras
como
inconsútil
apenas
confirmam,
no
dicionário,
a
significação que já era previsível. – Não, a palavra inconsútil, para o autor, não era previsível. (D) o dicionário pode frustrar a quem atribuía a uma palavra a grandiosidade que o sentido não confirma. – ok! (E) palavras como acabrunhado podem atrair um leitor pela mesma razão que ocorre com inexorável. – o texto não trouxe essa afirmação. 00000000000
GABARITO: D 39. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Para o autor do texto, o desuso a que se condenam muitas palavras é comparável a um depósito de coisas inúteis, que só voltam a ter valor quando alguém as investiga e lhes reconhece a utilidade.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 II. Muitas vezes roçamos o real sentido de uma palavra pelo contexto em que surge, pelas expressões em que foi empregada, como no caso de destino inexorável. III. A frustração sentida pelo autor quando pesquisou o vocábulo inconsútil deveu-se ao fato de que a pompa dessa palavra não correspondia à trivialidade de seu sentido.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas.
Comentário: está correto o que se afirma em todas as assertivas. GABARITO: A 40. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para estes três emparelhamentos de frases:
I. É uma das que mantenho desconhecidas desde rapazola. 00000000000
Quando rapazinho, dei por desconhecidas palavras como essa. II. (...) fiquei feliz porque o significado justifica a pompa da palavra. (...) fez-me feliz o fato de a solenidade da palavra legitimar-se no seu sentido. III. (...) não aguentei mais as décadas de ignorância. (...) tornou-se inócuo para mim ignorar aquelas décadas.
Considerando-se o contexto, há equivalência de sentido entre as frases emparelhadas em (A) I, II e III. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas.
Comentário: vamos analisar os casos: I. É uma das que mantenho desconhecidas desde rapazola. Quando rapazinho, dei por desconhecidas palavras como essa. Ouve alteração no sentido, pois a expressão “Quando rapazinho” indica que ele deu como desconhecidas as palavras no passado, não no presente da escrita, como entende na primeira frase. III. (...) não aguentei mais as décadas de ignorância. (...) tornou-se inócuo para mim ignorar aquelas décadas. É importante saber que inócuo = Que não causa dano NEM BENEFÍCIO. Assim observa-se a alteração de sentido, pois, na segunda frase, ignorar aquelas décadas não faz diferença, enquanto na primeira faz. GABARITO: E
Nosso jeitinho
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Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também batizado pelos sociólogos como o do “favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver. É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido
o
seu
anonimato
e
perdendo
força
aquela
simpática
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança. (Abelardo Trabulsi, inédito) 00000000000
41. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) A singular condição que é a marca do jeitinho brasileiro está caracterizada no seguinte segmento: (A) Se adaptar aos nossos costumes (1º parágrafo). (B) Os beneficiados nunca reclamam (2º parágrafo). (C) Comprometido o seu anonimato (3º parágrafo). (D) Aquela simpática clandestinidade (3º parágrafo). (E) Se encaminha para alguma transparência (3º parágrafo).
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Comentário: releia o seguinte trecho “(...) e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu.” O nosso jeitinho está condicionado a essa tal simpática clandestinidade que pode estar ameaçada. GABARITO: D 42. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. O amigo estrangeiro justifica ao autor do texto por que não lhe fora possível adaptar-se aos nossos costumes, dado que não chegou a entender perfeitamente como é que funciona o chamado jeitinho brasileiro. – ERRADA. O amigo estrangeiro adaptou-se sim, mas depois de entender o nosso jeitinho. II. A prática do jeitinho brasileiro é vista como informal porque não se tornou, propriamente, um fenômeno social marcante, a ser analisado no âmbito dos costumes coletivos de fato representativos de um modo de agir. – ERRADA. Na verdade, tornou-se um fenômeno social marcante sim, mas precisa ser informal porque nem sempre é licito. Embora conhecida, é uma prática conhecida. 00000000000
III. O fato de os tempos modernos favorecerem a transparência, a divulgação instantânea e o registro dos nossos atos vem acarretando algum entrave à prática do favor, que depende bastante do anonimato que a cerca.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. Profª Rafaela Freitas
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Comentário: apenas a III está correta. Vejamos as outras: I. O amigo estrangeiro justifica ao autor do texto por que não lhe fora possível adaptar-se aos nossos costumes, dado que não chegou a entender perfeitamente como é que funciona o chamado jeitinho brasileiro. – ERRADA. O amigo estrangeiro adaptou-se sim, mas depois de entender o nosso jeitinho. II. A prática do jeitinho brasileiro é vista como informal porque não se tornou, propriamente, um fenômeno social marcante, a ser analisado no âmbito dos costumes coletivos de fato representativos de um modo de agir. – ERRADA. Na verdade, tornou-se um fenômeno social marcante sim, mas precisa ser informal porque nem sempre é licito. Embora conhecida, é uma prática conhecida. GABARITO: C 43. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se INADEQUADAMENTE o sentido de um segmento em: (A) nenhum impasse é definitivo (1º parágrafo) = nenhuma instância é peremptória. (B) Os beneficiados nunca reclamam (2º parágrafo) = os favorecidos 00000000000
jamais protestam. (C) uma espécie de providencialismo (2º parágrafo) = algo como uma intervenção da Providência. (D) comprometido o seu anonimato (3º parágrafo) = prejudicada sua condição anônima. (E) contornar esse problema (3º parágrafo) = se esquivar dessa dificuldade.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Comentário: nesta questão é importante voltar ao texto e ter um dicionário em mãos! Atenção! Cuidado com a palavra INADEQUADAMENTE no enunciado! Pegadinha! É para marcar a ERRADA. De acordo com as definições abaixo, podemos concluir que a alternativa que não corresponde é a A. Instância = s.f. Qualidade daquilo que é iminente; particularidade do que pode acontecer a qualquer momento; atributo do que está prestes a acontecer;
iminência.
Qualidade
daquilo
que
é
realizado
de
modo
perseverante; em que há perseverança; persistência. Peremptória = adj. Que permite; que se consegue colocar fim; que tende a se extinguir ou terminar. Que é determinante; que define; definitivo. GABARITO: A 44. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) É correto inferir da leitura do texto que a prática do jeitinho, no Brasil, (A) é vista como piada pela totalidade da população, que a considera folclórica, embora muita gente ainda busque levá-la a sério. (B) predomina entre os setores menos favorecidos da população, uma vez que os demais são atendidos por um sistema de valores mais justo. (C) vem perdendo força por conta da informalidade maior de outras práticas sociais, menos democráticas, mas mais difundidas pela internet. 00000000000
(D) está intimamente associada às convicções religiosas, uma vez que dela só costumam valer-se aqueles cuja fé em Deus se mostra inabalável. (E) conta com alguma simpatia do amigo estrangeiro, que espera seja ela capaz de sobreviver aos desafios dos tempos modernos.
Comentário: Vejamos o que há de errado em cada uma das alternativas: A – Completamente errada. O jeitinho brasileiro não é visto como piada nem folclore. B – Não só os menos favorecidos utilizam o jeitinho brasileiro para tirar vantagem e conseguir algo. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 C – O jeitinho não vem perdendo força nem espaço para outras práticas (que nem são citadas) D – O que se falou sobre Deus ser brasileiro não quer dizer que só se vale do jeitinho para conseguir algo aqueles que possuem fé e convicções religiosas. GABARITO: E
Lista de questões comentadas nesta aula
Leia o texto a seguir.
Em fins do ano passado foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que introduz no artigo 6º da Constituição Federal, relativo aos direitos sociais, frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade. Pondera-se também que a busca individual pela felicidade pressupõe a observância
da
felicidade
coletiva.
Há
felicidade
coletiva
quando
são
adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a sociedade será mais feliz se todos tiverem acesso aos básicos serviços públicos de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer, entre outros, ou seja, justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivíduos a 00000000000
busca da felicidade. Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingênuo entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituição serem os direitos sociais essenciais à busca da felicidade, se vai, então, forçar os entes públicos a garantir condições mínimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a Constituição. A menção à felicidade era própria da concepção de mundo do Iluminismo, quando a deusa razão assomava ao Pantheon e a consagração dos direitos de liberdade e de igualdade dos homens levava à crença na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado de Direito é um anacronismo patente, sendo inaceitável hoje a inclusão de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do Iluminismo. Confunde-se
nessas
proposições
bem-intencionadas,
politicamente
corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educação, a segurança, a saúde,
o
lazer,
a
moradia
e
outros
mais
são
considerados
direitos
fundamentais de cunho social pela Constituição exatamente por serem essenciais ao bem-estar da população no seu todo. A satisfação desses direitos constitui prestação obrigatória do Estado, visando dar à sociedade bem-estar, sendo desnecessária, portanto, a menção de que são meios essenciais à busca da felicidade para se gerar a pretensão legítima ao seu atendimento. O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, a depender dos valores de cada pessoa. Em nossa época consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfação dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade, passível de ser desfeita por um desastre, por uma doença. Assim, os direitos sociais são condições para o bem-estar, mas nada têm 00000000000
a ver com a busca da felicidade. Sua realização pode impedir de ser infeliz, mas não constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz. (Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 5 de fevereiro de 2011, com adaptações)
01. (INSS – 2012 - Perito Médico Previdenciário – FCC) Afirma-se corretamente que o autor (A) está convencido de que uma sociedade só poderá ser plenamente feliz se lhe for permitida a realização de todas as suas expectativas, principalmente quanto aos seus direitos básicos. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (B) critica, tomando por base as obrigações do Estado de Direito e os conceitos de felicidade e de bem-estar coletivo, a proposta de Emenda Constitucional por considerá-la inócua e defasada. (C) defende a concessão, pelo Estado, de garantias constitucionais para que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindível à sensação de bemestar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral. (D) censura a tardia preocupação do Senado brasileiro em oferecer condições mínimas de qualidade de vida à população, com a oferta dos direitos básicos que venham a garantir a felicidade geral. (E) faz referência à necessária conscientização de que o bem-estar da população é um bem indiscutível, especialmente quanto à liberdade e à igualdade, a partir dos princípios que embasaram o Iluminismo. 02. (INSS – 2012 - Perito Médico Previdenciário – FCC) Em relação ao desenvolvimento textual, está INCORRETO o que consta em: (A) Os dois primeiros parágrafos introduzem o assunto que será analisado a seguir. (B) Há passagens no texto que evidenciam o posicionamento do autor sobre o assunto em pauta. (C) No 4º parágrafo identifica-se a argumentação de que se vale o autor para embasar a opinião que será defendida no parágrafo seguinte. 00000000000
(D) O exemplo tomado à Copa do Mundo, no 6º parágrafo, compromete o encadeamento das ideias defendidas no texto. (E) O último parágrafo constitui uma conclusão coerente de toda a discussão apresentada.
Diante do futuro
Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em uma de suas obras estas palavras: “Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 mais uma hora, se a minha mão poderá terminar esta linha que começo? A vida está por todos os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo, trabalho, empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus pensamentos, eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a contar. A minha atividade excede em cada minuto o instante presente, estende-se ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse consumo seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o futuro as resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime de todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O meu pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o mundo, dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o meu poder não é equivalente a nenhuma quantidade determinada; quanto mais trabalho, mais espero.” * Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês. (PRADO, Antonio Arnoni (org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)
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(TRT-2ª
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para defender a tese de que (A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente ligadas às experiências do presente.
00000000000
(B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que todas as nossas ações são duradouras. (C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor intrínseco de que se revestem. (D)
as
ações
do
presente
ganham
sentido
quando
projetadas
e
executadas com vistas ao futuro. (E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo presente logram antevê-lo e iluminá-lo.
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(TRT-2ª
2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O fato de nossa vida estar cercada pelo Desconhecido
não
deve
implicar
uma
restrição
aos
empreendimentos
humanos, já que, para Guyau, (A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como parâmetro dos nossos empreendimentos. (B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma visão otimista do futuro. (C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o presente com o máximo de intensidade. (D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem atentar para as circunstâncias presentes. (E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão desfrutadas no futuro.
Questão de gosto
A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de 00000000000
gosto. Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições. (Emiliano Barreira, inédito)
05.
(TRT-2ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Definida como instância definitiva da mais rasa subjetividade, a questão de gosto opõe-se, terminantemente, (A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão. (B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela. (C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica. (D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de discussão. (E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa discussão.
06.
(TRT-2ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações: 00000000000
I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III.
07.
(TRT-2ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expressões de sentido antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e uma mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega (A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica. (B) engolir em seco e impedido de argumentar. (C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico. (D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza. (E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.
Sobre a publicação de livros
Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: “Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos 00000000000
tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.” (Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56)
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 08.
(TRT-2ª
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase: (A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada. (B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais. (C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. (D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela divulgação de suas ideias. (E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público.
Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o texto:
O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China. O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o 00000000000
transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás. Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma. A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China.
Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa. Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez.
Os custos
trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país. O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável. Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40°C negativos. (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473) 00000000000
09. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Depreende-se corretamente do texto: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. (B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China migrasse na direção da costa. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.
Leia o texto a seguir.
Falo somente do que falo: do seco e de suas paisagens, Nordestes, debaixo de um sol ali do mais quente vinagre: que reduz tudo ao espinhaço, cresta o simplesmente folhagem, folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude.
Falo somente por quem falo: por quem existe nesses climas condicionados pelo sol, pelo gavião e outras rapinas: 00000000000
e onde estão os solos inertes de tantas condições caatinga em que só cabe cultivar o que é sinônimo da míngua
Falo somente para quem falo: quem padece sono de morto e precisa um despertador acre, como o sol sobre o olho: que é quando o sol é estridente, Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 a contrapelo, imperioso, e bate nas pálpebras como se bate numa porta a socos. (Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), São Paulo: Global, 2013, formato ebook)
10. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Considere as afirmações abaixo.
I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da paisagem. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) II. (D) III. (E) I e II.
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As 4 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Sobre a efemeridade das mídias
Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico. Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. 00000000000
Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane. (Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009)
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 11. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Analisando diferentes mídias, o autor tem sua atenção voltada, sobretudo, para
(A) o grau de obsolescência dos livros antigos, mormente os centenários. (B) a conservação dos livros, que se vem revelando cada vez mais precária. (C) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de informação. (D) a preservação das informações, quaisquer que sejam seus suportes. (E) a fidedignidade das informações que circulam em suportes eletrônicos. 12. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas. II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line. III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em 00000000000
livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados.
Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) I, II e III. (D) I e II, apenas. (E) I e III, apenas.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 13. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) O autor nega que seja um conservador reacionário – negativa que pode ser justificada atentando-se para o segmento (A) consulta a um velho e bom livro. (B) Gravei em disco rígido portátil. (C) mais para a difusão do que para a conservação das informações. (D) única forma de ler notícias sobre o passado. (E) os livros continuam em minha biblioteca. 14. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) É correto deduzir das afirmações do texto que (A) a confiabilidade de suportes simples pode superar a dos mais complexos. (B)
a limitação
da
mídia
eletrônica revela-se na
transmissão de
informações. (C) já houve tempo suficiente para se precisar a durabilidade do disco rígido. (D) a obsolescência de todos os suportes de informação tem a mesma causa. (E) os livros feitos de papel de trapo não resistem mais que cinco séculos.
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As 5 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Caipiradas
A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula. Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco. Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e já quase extinta. 00000000000
(Adaptado de Antonio Candido, Recortes)
15. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) No primeiro parágrafo, estabelece-se uma contraposição entre as expressões (A) “logo passa” e “estar em dia”, destacando parâmetros adotados pelos caipiras. (B) “de maneira tirânica” e “está acostumada”, enfatizando as críticas dos citadinos aos modos caipiras. (C) “deve” e “pode mudar”, sublinhando os impulsos a que os caipiras têm que se render. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (D) “é atrasada” e “meio ridícula”, acentuando a variabilidade que ocorre com as modas. (E) “mais civilizados” e “fórmula desusada”, identificando pontos de vista adotados pelos citadinos. 16. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atente para as seguintes afirmações sobre o primeiro parágrafo: I. Com a expressão “o que é prescrito de maneira tirânica”, o autor está qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposição os citadinos estão acostumados. II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o que é novo. III. No último e longo período, a sequência de pontos e vírgulas destaca uma enumeração de traços que identificam um caipira aos olhos do citadino.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
(A) II e III, apenas. (B) I e II, apenas. 00000000000
(C) I, II e III. (D) III, apenas. (E) I e III, apenas. 17. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atentando-se para o 2º parágrafo, é correto afirmar que o segmento (A) “Diz, ou dizia” sugere a velocidade com que um novo elemento da moda aprimora um anterior. (B) “certas sobrevivências teimosas ou alteradas” designa a precária permanência de costumes caipiras. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C) “o termo está saindo das expressões de todo dia” refere-se à moda que deixa de ser seguida. (D) “um produto comercial pitoresco” traduz a maneira pela qual o citadino reconhece a moda que ele mesmo promove. (E) “a realidade do seu mundo” está-se referindo ao universo do citadino. 18. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Ao afirmar que o universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em função (A) de remanescerem repetições e paródias que aludem ao mundo caipira. (B) de as mudanças do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade. (C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes caipiras. (D) da fermentação cultural que se propaga criativamente nesse universo. (E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes caipiras. Da utilidade dos prefácios
Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio 00000000000
ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio − fosse pelo estilo do Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto. Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético. (Aderbal Siqueira Justo, inédito)
19.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem 00000000000
entre si uma relação de (A) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro resultam, como consequência natural, as expostas no segundo. (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. (C) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. (D) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (E) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.
20.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as afirmações abaixo.
I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são textos inúteis. II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a parte melhor de um livro. III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia prefácios igualmente criativos.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. 00000000000
(E) II e III.
21.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Ao lado de razões mais pessoais, marcadas por alguma subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de certos prefácios, o fato de que (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta concisão de que seriam capazes. (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos essenciais à compreensão do texto principal. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento do texto principal do livro. (D) as apresentações da poesia de Cecília Meireles faziam ver tanto a beleza dos poemas como a da escritora. (E) os prefaciadores são escolhidos a partir de um critério inteiramente idôneo, o que impede favoritismos.
22.
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(TRT-16ª
ADMINISTRATIVA
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2014 FCC)
-
ANALISTA
Considerando-se
o
JUDICIÁRIO/ÁREA contexto,
traduz-se
adequadamente o sentido de um segmento em: (A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo. (B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva. (C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração. (D) ninguém controla a possibilidade (2o parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese. (E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas. Considere o texto abaixo − um fragmento de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada em 1748. 00000000000
[Do espírito das leis]
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...) Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral. (Montesquieu
23.
(TRT-16ª
Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A razão invocada por Montesquieu para afirmar que Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico deve-se ao fato de que (A) as leis que regem o mundo físico acabam por ser menos previsíveis do que aquelas elaboradas pelos homens. (B) os limites da natureza humana acabam levando os homens a criar leis que eles próprios modificam ou transgridem. (C) o governo do mundo físico é a aspiração que têm os homens de controlarem tudo o que está ao seu alcance. (D) mundo inteligente, governado por Deus, cumpre as leis que escapam completamente à jurisdição humana. (E) o mundo inteligente, ao contrário do mundo físico, tem leis mais flexíveis e mais justas que as da natureza. 00000000000
24.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, afirma-se que é da natureza humana buscar agir em estrita conformidade com as leis divinas, materializadas no mundo físico. II. No primeiro parágrafo, depreende-se que Montesquieu considera que as leis que governam o mundo físico são exemplos de uma eficiência que os homens deveriam perseguir no governo do mundo inteligente. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 III. No segundo parágrafo, a religião e a filosofia surgem, cada uma em sua esfera, como possíveis corretivos para as negligências e os desvios da conduta humana. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas.
25.
(TRT-16ª
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2014
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) De acordo com a lógica do texto, as afirmações O homem esquece seu criador e Deus chama-o para si estão clara e corretamente articuladas na seguinte frase: (A) Ainda quando se esqueça de seu criador, o homem busca seu chamado. (B) Embora Deus o chame para si, o homem esquece seu criador. (C) Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para si. (D) Deus chama o homem para si, conquanto ele não deixe de esquecê-lo. (E) Mesmo que viesse a esquecê-lo, o chamado de Deus seria ouvido pelo 00000000000
homem.
Leia o texto a seguir:
Fotografias Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador. Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. (Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
26.
(TRT-11ª
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) O segmento do texto que ressalta a ação mesma 00000000000
da percepção de uma foto é: (A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo. (B) a fotografia congela o tempo. (C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado. (D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo. (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.
Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 27.
(TRT-11ª
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto. (B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores. (C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto. (D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.
28.
(TRT-11ª
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2012
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ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto. III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados. 00000000000
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I e II. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III.
Discriminar ou discriminar?
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc. Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é 00000000000
uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade. (Aníbal Lucchesi, inédito)
29.
(TRT-11ª
–
2012
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários. (B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos. (C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo. (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo. (E)
desdobra-se
em
acepções
contraditórias
que
correspondem
a
convicções incompatíveis.
30.
(TRT-11ª
–
2012
-
ANALISTA
JUDICIÁRIO/ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC) Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: (A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade. (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes. (C)
Quando
todos
os
desiguais
são
tratados
desigualmente,
a
desigualdade definitiva torna-se aceitável. 00000000000
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais. (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos.
Violência e naturalidade
Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba: " − Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a 00000000000
caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização? (Diego Munhoz, inédito)
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 31. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No trecho citado de Quincas Borba, o narrador deseja demonstrar que não há morte baseado na convicção de que (A) ao fim e ao cabo todos acabamos nos submetendo aos princípios da natureza que regem nossas vidas. (B) as aclamações dos vitoriosos sobrepõem-se aos lamentos e às aflições dos derrotados na batalha. (C) a extinção de uma das partes é vista, acima de tudo, como a proclamação da vida da outra parte. (D) a natureza opera de modo a evitar conflitos, pois o que importa é a conservação de cada indivíduo. (E) as lutas no interior das espécies têm por objetivo aprimorar e desenvolver suas qualidades naturais. 32. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra. II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é 00000000000
aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. III.
Com
a
frase
nenhuma
pessoa
canoniza
uma
ação
que
virtualmente a destrói o autor deseja mostrar que as comemorações dos vitoriosos de uma guerra constituem uma compreensível e natural celebração da vida.
Em relação ao texto está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 (C) I e II. (D) III. (E) II e III. 33. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No terceiro parágrafo do texto, e com base na citação de Machado de Assis, elabora-se a seguinte interpretação do modo pelo qual nosso grande autor acerca-se da violência humana: (A) o humor e a ironia típicos do escritor acabam suavizando os efeitos das violências que descreve. (B) tratar a violência como se ela fosse trivial acaba redundando, sutilmente, em sua intensificação. (C) visando a escandalizar os leitores mais sensíveis, o escritor exagera na expressão dos atos violentos. (D) a lei do mais forte é adotada implacavelmente pelo autor, que não apenas a reconhece como a defende. (E) os leitores desse grande ficcionista são por ele levados a crer que o triunfo da civilização é indiscutível. 34. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um 00000000000
segmento em: (A) não chegam a nutrir-se suficientemente (2º parágrafo) = mal conseguem locupletar-se. (B) recolhe os despojos (2ºparágrafo) = assenhora-se dos galardões. (C) virtualmente a destrói (2º parágrafo) = imaginariamente a perpetra. (D) apesar do tom extremamente irônico (3º parágrafo) = malgrado a tonalidade de um enorme sarcasmo. (E) É uma operação sutil (3º parágrafo) = trata-se de uma intervenção displicente.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 Fundas canções “Existirmos, a que será que se destina?” − pergunta um verso de Caetano Veloso em sua bela canção “Cajuína”, nascida numa visita a amigo em Teresina. Que faz numa canção popular essa pergunta fundamental sobre o propósito mesmo da vida humana? − perguntarão aqueles que preferem separar bem as coisas, julgando que somente os gêneros “sérios” podem querer dar conta das questões “sérias”. O preconceito está em não admitir que haja inteligência − e das fulgurantes, como a de Caetano Veloso − entre artistas populares. O fato é que a pergunta dessa canção, tão sintética e pungente, incide sobre o primeiro dos nossos enigmas: o da finalidade da nossa existência. Não seria difícil encontrarmos em nosso cancioneiro exemplos outros de pontos de reflexão essencial sobre nossa condição no mundo. Em “A vida é um moinho”, de Cartola, ou em “Esses moços”, de Lupicínio Rodrigues, ou ainda em “Juízo final”, de Nelson Cavaquinho, há agudos lampejos reflexivos, nascidos de experiências curtidas e assimiladas. Não se trata de “sabedoria popular”: é sabedoria mesmo, sem adjetivo, filtrada por espíritos sensíveis que encontraram na canção os meios para decantar a maturidade de suas emoções. Até mesmo numa marchinha de carnaval, como “A jardineira”, do Braguinha, perguntamos: “Ó jardineira, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu?” − para saber que a tristeza dela vem da morte de uma 00000000000
camélia. Essa pequena tragédia, cantada enquanto se dança, mistura-se à alegria de todos e funde no canto da vida o advento natural da morte: “Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu...” Mesmo em nosso folclore, compositores anônimos alcançaram um tom elevado na dicção aparentemente ingênua de uma cantiga de roda. Enquanto se brinca, canta-se: “Menina, minha menina / Faz favor de entrar na roda / Cante um verso bem bonito / Diga adeus e vá-se embora”. Não será essa uma expressão justa do sentido mesmo de nossa vida: entrar na roda, dizer a que
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 veio e ir-se embora? É o que cantam as alegres crianças de mãos dadas, muito antes de se preocuparem com a metafísica ou o destino da humanidade. (BARROSO, Silvino, inédito)
35. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) O sentido essencial desse texto, considerado
no
conjunto
e
na
perspectiva
adotada
pelo
autor,
está
adequadamente expresso na seguinte formulação: (A) é da natureza mesma da arte popular expressar, em linguagem rebuscada e hermética, os temas que perturbam os filósofos e costumam ecoar nos seus mais altos tratados. (B) a canção popular encontra a justificativa mesma da sua existência no fato de responder em linguagem altissonante as questões que costumam afligir nossas vidas. (C) muitas vezes ocorre que se encontre numa canção popular a expressão de uma grande sabedoria, nascida e decantada a partir de uma funda experiência. (D) os artistas populares habilitados a tratar dos mais profundos temas em suas canções não deixam de acusar a formação acadêmica que lhes dá respaldo. (E)
a
sabedoria
popular
dispensa
esse
adjetivo
toda
vez
que
surpreendemos, na letra de uma canção, uma versão facilitada dos clássicos e folclóricos ditados.
00000000000
36. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, o autor estranha a presença de uma reflexão tão aguda, em tom conclusivo, na letra de compositor popular, que melhor faria se viesse a dar voz a questões menos complexas II. No segundo parágrafo, os exemplos de canções elencados pelo autor do texto servem-lhe como argumento para contestar a relevância do Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 questionamento expresso no verso de Caetano Veloso, citado no parágrafo anterior. III. No terceiro parágrafo, os versos de uma conhecida cantiga de roda são lembrados como exemplo do alcance trágico que se pode reconhecer nas palavras que as crianças cantam enquanto brincam.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) III, apenas. 37. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) o preconceito está em não admitir (1º parágrafo) = a razão alegada leva à inclusão. (B) agudos lampejos reflexivos (2º parágrafo) = súbitas e cortantes reflexões. (C) experiências curtidas e assimiladas (2º parágrafo) = vivências prazerosas e alienadas. 00000000000
(D) filtrada por espíritos sensíveis (2º parágrafo) = purificada por mentes pragmáticas. (E)
dicção
aparentemente
ingênua
(3º
parágrafo)
=
pronúncia
supostamente engenhosa.
Pobres palavras
Lendo um romance, tropecei na palavra inexorável. É uma das que mantenho desconhecidas, desde rapazola, quando peguei gosto de ler. Desconhecida porque, mesmo já tendo lido inexorável muitas vezes, nunca Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 quis saber o sentido. Parece uma palavra em desuso, dessas que ficam lá nos velhos armazéns da língua, coberta de poeira, até que alguém pega e coloca numa frase como uma roupa no varal. O leitor é quem recolhe essas roupas, uma por uma, menos as que, como inexorável, a gente não sabe o que é, deixa lá, para que volte sozinha ao armazém e fique lá mofando até que... Bem, desta vez fiquei com pena da pobre inexorável e fui ao dicionário. E inexorável é implacável. Eu já desconfiava disso, tantas vezes li que o destino é inexorável, e fiquei feliz porque o significado justifica a pompa da palavra. Porque a primeira vez que fui ao dicionário desvendar uma palavra, foi uma inenarrável (olha outra pomposa aí) decepção. Era a palavra inconsútil. Em prosa e poesia, volta e meia lá vinha a inconsútil. Um dia, já na casa dos quarenta, a barba começando a grisalhar, não aguentei mais as décadas de ignorância e fui ao dicionário. E inconsútil é apenas “sem costura”. Tantos mantos inconsúteis e eu não conseguia ver algo em comum entre eles para achar o sentido da palavra, e eram apenas mantos sem costura. Fiquei acabrunhado (esta nem pomposa, é atrapalhada mesmo). (PELLEGRINI, Domingos. Lições de gramática para quem gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007, p. 40-41)
38. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Depreende-se corretamente da leitura do texto que, para o autor, (A) o aspecto sonoro das palavras não permite que se façam suposições 00000000000
acerca de seu sentido. (B) o dicionário é um armazém de decepções, tal como lhe pareceu no caso do termo inexorável. (C)
palavras
como
inconsútil
apenas
confirmam,
no
dicionário,
a
significação que já era previsível. (D) o dicionário pode frustrar a quem atribuía a uma palavra a grandiosidade que o sentido não confirma. (E) palavras como acabrunhado podem atrair um leitor pela mesma razão que ocorre com inexorável Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00
39. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. Para o autor do texto, o desuso a que se condenam muitas palavras é comparável a um depósito de coisas inúteis, que só voltam a ter valor quando alguém as investiga e lhes reconhece a utilidade. II. Muitas vezes roçamos o real sentido de uma palavra pelo contexto em que surge, pelas expressões em que foi empregada, como no caso de destino inexorável. III. A frustração sentida pelo autor quando pesquisou o vocábulo inconsútil deveu-se ao fato de que a pompa dessa palavra não correspondia à trivialidade de seu sentido.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas. 40. (TCE/PI - 2014 - Médico – FCC) Atente para estes três 00000000000
emparelhamentos de frases:
I. É uma das que mantenho desconhecidas desde rapazola. Quando rapazinho, dei por desconhecidas palavras como essa. II. (...) fiquei feliz porque o significado justifica a pompa da palavra. (...) fez-me feliz o fato de a solenidade da palavra legitimar-se no seu sentido. III. (...) não aguentei mais as décadas de ignorância. (...) tornou-se inócuo para mim ignorar aquelas décadas. Profª Rafaela Freitas
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Considerando-se o contexto, há equivalência de sentido entre as frases emparelhadas em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas.
Nosso jeitinho
Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”. Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também 00000000000
batizado pelos sociólogos como o do “favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido
o
seu
anonimato
e
perdendo
força
aquela
simpática
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança. (Abelardo Trabulsi, inédito)
41. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) A singular condição que é a marca do jeitinho brasileiro está caracterizada no seguinte segmento: (A) Se adaptar aos nossos costumes (1º parágrafo). (B) Os beneficiados nunca reclamam (2º parágrafo). (C) Comprometido o seu anonimato (3º parágrafo). (D) Aquela simpática clandestinidade (3º parágrafo). (E) Se encaminha para alguma transparência (3º parágrafo). 42. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – 00000000000
FCC) Atente para as seguintes afirmações:
I. O amigo estrangeiro justifica ao autor do texto por que não lhe fora possível adaptar-se aos nossos costumes, dado que não chegou a entender perfeitamente como é que funciona o chamado jeitinho brasileiro. – ERRADA. O amigo estrangeiro adaptou-se sim, mas depois de entender o nosso jeitinho. II. A prática do jeitinho brasileiro é vista como informal porque não se tornou, propriamente, um fenômeno social marcante, a ser analisado no Profª Rafaela Freitas
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Língua Portuguesa p/ INSS Técnico de Seguro Social Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas Aula 00 âmbito dos costumes coletivos de fato representativos de um modo de agir. – ERRADA. Na verdade, tornou-se um fenômeno social marcante sim, mas precisa ser informal porque nem sempre é licito. Embora conhecida, é uma prática conhecida. III. O fato de os tempos modernos favorecerem a transparência, a divulgação instantânea e o registro dos nossos atos vem acarretando algum entrave à prática do favor, que depende bastante do anonimato que a cerca.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 43. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se INADEQUADAMENTE o sentido de um segmento em: (A) nenhum impasse é definitivo (1º parágrafo) = nenhuma instância é peremptória. (B) Os beneficiados nunca reclamam (2º parágrafo) = os favorecidos 00000000000
jamais protestam. (C) uma espécie de providencialismo (2º parágrafo) = algo como uma intervenção da Providência. (D) comprometido o seu anonimato (3º parágrafo) = prejudicada sua condição anônima. (E) contornar esse problema (3º parágrafo) = se esquivar dessa dificuldade.
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44. (TCE/RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil – FCC) É correto inferir da leitura do texto que a prática do jeitinho, no Brasil, (A) é vista como piada pela totalidade da população, que a considera folclórica, embora muita gente ainda busque levá-la a sério. (B) predomina entre os setores menos favorecidos da população, uma vez que os demais são atendidos por um sistema de valores mais justo. (C) vem perdendo força por conta da informalidade maior de outras práticas sociais, menos democráticas, mas mais difundidas pela internet. (D) está intimamente associada às convicções religiosas, uma vez que dela só costumam valer-se aqueles cuja fé em Deus se mostra inabalável. (E) conta com alguma simpatia do amigo estrangeiro, que espera seja ela capaz de sobreviver aos desafios dos tempos modernos.
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01.
B
16.
E
31.
C
02.
D
17.
B
32.
D
03.
D
18.
A
33.
B
04.
A
19.
D
34.
D
05.
C
20.
B
35.
C
06.
E
21.
C
36.
E
07.
C
22.
C
37.
B
08.
D
23.
B
38.
D
09.
B
24.
D
39.
A
10.
E
25.
C
40.
E
11.
D
26.
C
41.
D
12.
E
27.
B
42.
C
13.
B
28.
E
43.
A
14.
A
29.
E
44.
E
15.
E
30.
B
Chegamos ao final da nossa primeira aula! Espero que tenham gostado! No caso de qualquer dúvida, já sabem, entrem em contato 00000000000
comigo
por
meio
do
fórum
de
dúvidas
ou
pelo
e-mail
[email protected]
Estou aqui para isso!
Abraços, Rafaela Freitas.
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