AOS PÉS DO MESTRE * ALCYONE (Krishnamurti) PREFÁCIO Foi-me dado o privilégio, por ter mais idade, de escrever algumas palavras de introdução a este pequeno livro, o primeiro escrito por um Irmão mais jovem. De fato, jovem no corpo, mas não na Alma. Os ensinamentos nele contidos foram-lhe dados por seu Mestre [Kuthumi] ao prepará-lo para a Iniciação, e foram escritos pelo discípulo de memória - lenta e laboriosamente, pois o seu inglês no ano passado era muito menos fluente do que agora. É, na maior parte, uma reprodução das próprias palavras do Mestre; e o que não é reprodução verbal é o pensamento do Mestre vestido com as palavras do discípulo. Duas frases omitidas foram restabelecidas pelo Mestre. Em dois outros casos uma palavra esquecida foi acrescentada. Afora isto, é inteiramente do próprio Alcyone (Jiddu Krishnamurti), sua primeira dádiva ao mundo. Possa essa dádiva auxiliar os outros, assim como os ensinamentos orais o auxiliaram -tal é a esperança com a qual ele a dá. Porém, os ensinamentos só podem dar frutos se forem vividos, assim como ele os tem vivido desde que foram pronunciados pelos lábios de seu Mestre. Se o exemplo for seguido, tanto quanto o preceito, então o grande Portal abrir-se-á para o leitor, como aconteceu ao escritor, e seus pés trilharão a Senda. Annie Besant Dezembro, 1910 AOS QUE BATEM Do irreal conduze-me ao Real. Das trevas conduze-me à Luz. Da morte conduze-me à Imortalidade.
PRÓLOGO (§00) Estas palavras não são minhas; são do Mestre que me ensinou. Sem Ele, eu nada poderia ter feito; porém, com o Seu auxílio comecei a trilhar a Senda. Tu também desejas entrar na mesma Senda; por isso as palavras que Ele me dirigiu também irão auxiliar-te, se as obedeceres. Não basta dizer que são verdadeiras e belas; o homem que deseja obter êxito tem de fazer exatamente o que é dito. Olhar para o alimento e dizer que é bom, não satisfará o faminto; ele necessita estender a mão e comê-lo. Da mesma forma, não basta ouvir as palavras do Mestre; tu tens de fazer o que Ele diz, atendendo a cada palavra, aceitando cada sugestão, pois, se uma sugestão não for aceita, se uma palavra não for atendida, perdidas estarão para sempre, porque o Mestre não fala duas vezes. Quatro são as qualificações necessárias para a Senda: I- Discernimento II - Ausência de desejos; (desapego, desprendimento, abnegação) III - Boa conduta e IV - Amor Tentarei dizer-te, sobre cada uma delas, o que o Mestre me ensinou. I - DISCERNIMENTO (§01) A primeira dessas qualificações é o Discernimento, usualmente tomado no sentido da distinção entre o real e o irreal, que conduz o homem a entrar na Senda. É isto; mas é também muito mais, e deve ser praticado não somente no início da Senda, mas a cada passo, todo o dia, até o fim. Entras na Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar as coisas merecedoras de aquisição. Os homens que não sabem trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém estes bens são quando muito para uma vida somente e, portanto, irreais. Há coisas maiores do que essas coisas reais e duradouras; quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras. (§02) Em todo o mundo há somente dois tipos de pessoas - as que sabem e as que não sabem; e este conhecimento é o que importa. A religião que um
homem professa, a raça a que ele pertence - essas coisas não são importantes; o que é realmente importante é este conhecimento -o conhecimento do plano de Deus para os homens. Pois Deus tem um plano, e esse plano é a evolução. Quando o homem o tiver visto uma vez, e realmente o conhecer, não poderá deixar de cooperar com ele, tornando-se uno com ele, por ser tão glorioso e tão belo. Assim, porque sabe, ele está ao lado de Deus, mantendo-se no bem e resistindo ao mal, trabalhando para a evolução e não por egoísmo. (§03) Se está ao lado de Deus, é um dos nossos, e não tem a menor importância que ele se denomine hinduísta ou budista, cristão ou maometano, se é um indiano ou um inglês, um chinês ou um russos. Aqueles que estão ao lado de Deus sabem por que aí se encontram, e o que devem fazer, e estão tentando fazê-lo; todos os outros ainda não sabem o que devem fazer; e assim muitas vezes agem insensatamente, tentando criar caminhos para si próprios que pensam que lhes serão agradáveis, não compreendendo que todos são um, e que portanto somente aquilo que o Uno quer pode ser realmente agradável a todos. Estão seguindo o irreal ao invés do real. Até que aprendam a distinguir entre estes dois, não se posicionarão ao lado de Deus, e assim este discernimento é o primeiro passo. (§04) Mas mesmo quando a escolha foi feita, deves ainda lembrar-te que do real e do irreal há muitas variantes, e o discernimento deve ainda ser feito entre o certo e o errado, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o altruísmo e o egoísmo. (§05) Entre o certo e o errado não deveria ser difícil escolher, pois aqueles que desejam seguir o Mestre já se decidiram a seguir o certo a todo custo. Mas o corpo e o homem são dois, e a vontade do homem não é sempre a que o corpo deseja. Quando o teu corpo deseja alguma coisa, pára e pensa se tu realmente desejas isso. Pois tu és Deus, e tu queres somente o que Deus quer; mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz. Não confundas teus corpos contigo mesmo - nem o corpo físico, nem o astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, para obter o que deseja. Precisas, porém, conhece-los todos, e conhecer-te a ti mesmo como senhor deles. (§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: "Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las." Mas o homem que sabe, diz: "Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco." Freqüentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: "Quanto
aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça." Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: "Tu não me impedirás de praticar uma boa ação." (§07) O corpo é teu animal - o cavalo sobre o qual montas. Portanto deves tratá-lo bem e cuidar bem dele; não deves sobre carregá-lo de trabalho, deves alimentá-lo corretamente, só com alimentos e bebidas puros, e mantêlo sempre minuciosamente limpo, sem o menor resquício de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes realizar a árdua tarefa de preparação, nem podes suportar o seu incessante esforço. Mas deves ser sempre tu quem comanda o corpo, e não ele quem comande a ti. (§08) O corpo astral tem seus desejos -e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral. (§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares", tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás. (§10) Entre o certo e o errado, o Ocultismo não admite acordo. A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo, e não fazer o que é errado, sem dar importância ao que o ignorante possa pensar ou dizer. Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza, e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bomsenso. (§11) Precisas discernir entre o importante e o não importante. Firme como uma rocha no que concerne ao certo e ao errado, cede sempre aos outros em coisas de somenos importância. Pois deves ser sempre amável e bondoso, razoável e conciliador, deixando aos outros a mesma plena liberdade que necessitas para ti mesmo. (§12) Procura verificar o que vale a pena ser feito; e lembra-te que não deves julgar as coisas por sua grandeza aparente. Uma pequena coisa, que
seja diretamente útil à obra do Mestre, vale muito mais a pena ser feita do que uma grande coisa que o mundo considere boa. Precisas distinguir não somente o útil do inútil, mas ainda o mais útil do menos útil. Alimentar os pobres é uma obra boa, nobre e útil; porém alimentar suas almas é ainda mais nobre e mais útil do que alimentar seus corpos. Qualquer homem rico pode alimentar o corpo, mas somente aqueles que sabem podem alimentar a alma. Se tu sabes, é teu dever auxiliar outros a saber. (§13) Por mais sábio que já sejas, nesta Senda ainda terás muito que aprender; tanto que aqui também deve haver discernimento, e tu deves pensar cuidadosamente o que vale a pena ser aprendido. Todo conhecimento é útil, e um dia terás todo o conhecimento; enquanto, porém, tu tiveres somente parte dele, toma cuidado para que essa seja aparte mais útil. Deus tanto é Sabedoria como Amor; e quanto mais sabedoria tiveres mais Ele poderá se manifestar por teu intermédio. Estuda, então, mas estuda em primeiro lugar aquilo que mais te habilite a auxiliar os outros. Trabalha pacientemente em teus estudos, não para que os homens te considerem sábio, nem mesmo para que possas ter a felicidade de ser sábio, mas porque somente os homens sábios podem ser sabiamente úteis. Por muito que desejes auxiliar, enquanto fores ignorante poderás fazer mais mal do que bem. (§14) Precisas distinguir entre a verdade e a falsidade; tens de aprender a ser verdadeiro em tudo, em pensamento, palavra e ação. (§15) Primeiro em pensamento; e isto não é fácil, pois há no mundo muitos pensamentos falsos, muitas superstições insensatas, e ninguém que estiver escravizado por eles poderá fazer progresso. Portanto, não deves acolher um pensamento simplesmente porque muitas outras pessoas o acolhem, nem porque se tenha acreditado nele por séculos, nem porque esteja escrito em algum livro que os homens julguem ser sagrado; tu tens de pensar sobre a questão por ti mesmo, e julgar por ti mesmo se ela é razoável. Lembra-te que, embora um milhar de homens concorde sobre um assunto, se eles não souberem nada sobre aquele assunto a sua opinião não tem valor. Aquele que quiser trilhar a Senda tem de aprender a pensar por si mesmo, porque a superstição é um dos maiores males do mundo, um dos grilhões dos quais, por ti próprio, deves te libertar completamente. (§16) O teu pensamento a respeito dos outros deve ser verdadeiro: não penses a respeito deles aquilo que não saibas. Não suponhas que os outros estejam sempre pensando em ti. Se um homem fizer alguma coisa que imaginas poder prejudicar-te, ou disser alguma coisa que imaginas aplicarse a ti, não penses imediatamente: "Ele deseja ofender-me." É mais provável que nunca tenha pensado em ti, pois cada alma tem as suas próprias preocupações e seus pensamentos giram principalmente em torno de si mesma. Se um homem te falar iradamente, não penses: "Ele me
odeia, ele quer ferir-me." Provavelmente alguém ou alguma outra coisa o deixou irado, e acontecendo encontrar-te, voltou sua ira sobre ti. Ele está agindo insensatamente, pois toda a ira é insensata, mas nem por isso deves pensar sobre ele de modo não verdadeiro. (§17) Quando te tornares um discípulo do Mestre, poderás sempre pôr a prova a verdade de teu pensamento colocando-o ao lado do Seu. Pois o discípulo é uno com o seu Mestre", e necessita somente voltar seu pensamento para o do Mestre para ver imediatamente se ambos estão de acordo. Se assim não for, o pensamento do discípulo está e irado, e ele deve modificá-lo instantaneamente, pois o pensamento do Mestre é perfeito, porque Ele sabe tudo`. Aqueles que ainda não foram aceitos por Ele não podem fazer isso perfeitamente; mas eles podem ajudar grandemente a si mesmos parando freqüentemente para pensar: "O que pensaria o Mestre a este respeito? O que diria ou faria o Mestre nestas circunstâncias?" Pois nunca deves fazer, dizer ou pensar o que não possas imaginar o Mestre fazendo, dizendo ou pensando. (§18) Deves ser verdadeiro também no falar - exato e sem exageros. Nunca atribuas motivos a outra pessoa; somente seu Mestre lhe conhece os pensamentos, e ela pode estar agindo por razões que nunca entraram em tua mente. Se ouvires algum boato contra alguém, não o repitas; pode não ser verdadeiro, e ainda que o seja, é mais amável nada dizer. Pensa bem antes de falar, a fim de não caíres em inexatidões. (§19) Sê verdadeiro na ação; nunca pretendas parecer outro senão aquele que tu és, pois todo o fingimento é um obstáculo à pura luz da verdade, que deve brilhar através de ti como a luz do Sol brilha através de um vidro transparente. (§20) Precisas discernir entre o altruísmo e o egoísmo. Pois o egoísmo possui muitas formas, e quando pensas finalmente tê-lo morto em uma delas, ele ressurge em outra tão forte como sempre. Porém, gradualmente, tu te tornarás em tal medida pleno do pensamento de auxiliar os outros que não haverá mais lugar, nem tempo, para qualquer pensamento sobre ti mesmo. (§21) Ainda deves discernir de outra maneira. Aprende a distinguir a Deus em todos os seres e em todas as coisas, não importando quanto mal possam aparentar superficialmente. Podes auxiliar o teu irmão através do que tens em comum com ele, que é a Vida Divina; aprende como despertála nele, aprende a invocá-la nele; assim tu salvarás teu irmão do erro. II AUSÊNCIA DE DESEJOS (DESAPEGO, DESPRENDIMENTO)
(§22) Há muitas pessoas para quem a Qualificação de Ausência de Desejos (Desapego, Desprendimento, Abnegação) é difícil, pois elas sentem que elas são os seus próprios desejos (apegos) - que se os seus desejos (apegos) peculiares, suas simpatias e antipatias, lhes forem tirados, não lhes restará mais individualidade alguma. Essas, porém, são somente aquelas que ainda não viram o Mestre; pois na luz de Sua santa Presença todo o desejo sucumbe, exceto o de ser semelhante a Ele. No entanto, antes mesmo de teres a felicidade de encontrá-lo face a face, podes alcançar a ausência de desejos (desapego), se quiseres. O Discernimento já te mostrou que as coisas que a maioria dos homens deseja, tais como riqueza e poder, não são coisas merecedoras de aquisição; quando isto é realmente sentido, e não meramente dito, todo o desejo (apego) por elas cessa. (§23) Tudo isso é simples; é necessário somente que compreendas. Há, porém, algumas pessoas que renunciam à busca de objetivos terrenos somente com o intuito de alcançar o céu, ou para atingir a libertação pessoal dos renascimentos; neste erro não deves cair. Se esqueceste completamente de ti mesmo, não podes ficar pensando quando será a tua libertação, ou que tipo de céu deverás ter. Lembra-te que todo desejo egoísta prende, por mais elevado que possa ser seu objetivo, e enquanto não te desprenderes dele, não estarás completamente livre para te dedicares à obra do Mestre. (§24) Quando todos os desejos pessoais tiverem desaparecido, poderá ainda restar um desejo de ver o resultado do teu trabalho. Se auxiliares alguém, quererás ver quanto o ajudaste; talvez até queiras que ele o veja também, e que te seja grato. Mas isto ainda é desejo, e também falta de confiança. Quando vertes tua energia para auxiliar, tem de haver um resultado, quer possas vê-lo, quer não; se conheces a Lei sabes que deve ser assim. Portanto, deves agir certo por amor ao certo, não pela esperança de recompensa; deves trabalhar por amor ao trabalho, não pela esperança de ver o resultado; deves entregar-te ao serviço do mundo porque o amas e não podes deixar de entregar-te a ele. (§25) Não desejes os poderes psíquicos; eles virão quando o Mestre entender ser melhor para ti possuí-los. Forçá-los muito cedo traz em seu treinamento, freqüentemente, muitas perturbações; e seu possuidor muitas vezes é desorientado por enganosos espíritos da Natureza, ou torna-se vaidoso e julga-se isento de cometer erros; em qualquer caso, o tempo e a energia despendidos em adquiri-los poderiam ser utilizados em trabalho para os outros. Eles virão no decurso do teu desenvolvimento - eles têm de vir; e se o Mestre entender que seria útil para ti possuí-los mais cedo, Ele te ensinará como desenvolvê-los com segurança. Até então, estarás melhor sem eles.
(§26) Deves resguardar-te, também, de alguns pequenos desejos que são comuns na vida diária. Nunca desejes brilhar ou parecer inteligente; não tenhas desejo de falar. É bom falar pouco; melhor ainda é nada dizer, a menos que tenhas plena certeza de que o que desejas dizer é verdadeiro, amável e útil. Antes de falar, pensa cuidadosamente se o que vais dizer tem essas três qualidades; se assim não for, não o digas. (§27) É bom que te habitues desde agora a pensar cuidadosamente antes de falar; pois quando alcançares a Iniciação, terás de vigiar cada palavra, a fim de não dizeres o que não deve ser dito. Muitas das conversações ordinárias são desnecessárias e insensatas; quando descem à maledicência tornam-se perversas. Assim, acostuma-te antes a ouvir do que a falar; não dês opiniões a menos que te sejam diretamente solicitadas. Um enunciado das qualificações é assim dado: saber, ousar, querer e calar, e a última das quatro é a mais difícil de todas. (§28) Outro desejo comum que deves reprimir severamente é o de te intrometeres nos assuntos alheios. O que outro homem faz, diz ou crê não é de tua conta e deves aprender a deixá-lo absolutamente entregue a si próprio. Ele tem pleno direito à liberdade de pensamento", palavra e ação, enquanto não se intrometer com outrem. Tu mesmo reclamas a liberdade de fazer o que consideras apropriado; deves permitir a mesma liberdade ao outro, e quando ele a exerce não tens o direito de falar a seu respeito. (§29) Se pensas que ele está agindo errado, e puderes encontrar uma oportunidade de dizer-lhe em particular e muito polidamente por que assim pensas, é possível que consigas convencê-lo; mas há muitos casos nos quais mesmo isso seria uma intromissão imprópria. De modo algum deves maldizer com uma terceira pessoa sobre o assunto, pois esta é uma ação extremamente perversa. (§30) Se observares um caso de crueldade com uma criança ou um animal, é teu dever intervir. Se observares alguém desobedecendo as leis do país, deves informar as autoridades. Se outra pessoa te encarregar de ensiná-la, pode tornar-se teu dever falar-lhe gentilmente de suas faltas. Exceto em tais casos, cuida de teus assuntos e aprende a virtude do silêncio. III - BOA CONDUTA (§31) Os seis pontos de Conduta, que são especialmente requeridos, são dados pelo Mestre como: 1. Domínio da Mente
2. Domínio da Ação 3. Tolerância 4. Contentamento 5. Unidirecionalidade (Unidade de Propósitos, Perseverança) 6. Confiança (Sei que alguns destes pontos de Conduta são com freqüência traduzidos diferentemente, assim como o são os nomes das qualificações; mas em todos os casos estou usando os nomes que o próprio Mestre empregou quando os explicou para mim.) III -1 DOMÍNIO DA MENTE (§32) A Qualificação de Ausência de Desejos (Desapego) mostra que o corpo astral deve ser controlado; aqui se mostra a mesma coisa para o corpo mental. Isto significa controle do temperamento, de modo que não possas sentir ira ou impaciência; domínio da própria mente, de modo que o pensamento possa ser sempre calmo e imperturbável; e (através da mente) domínio dos nervos, de modo que possam ser o menos irritáveis possível. Este último é difícil, porque quando tentas preparar-te para a Senda, não podes evitar que teu corpo se torne mais sensível, de modo que seus nervos sejam facilmente perturbados por um som ou um choque, e sintam agudamente qualquer pressão; mas deves fazer o melhor que puderes. (§33) A mente calma também significa coragem, de modo que possas encarar sem medo as provas e dificuldades da Senda; significa ainda firmeza, de modo que possas dar menor importância às perturbações que todos encontram na vida diária, e evitar a incessante preocupação com as pequenas coisas nas quais muitas pessoas consomem a maior parte de seu tempo. O Mestre ensina que não tem a menor importância o que aconteça exteriormente ao homem: tristezas, perturbações, doenças, perdas - tudo isso deve ser como nada para ele, e não deve permitir que afete a calma de sua mente. Elas são o resultado de ações passadas, e quando vêm deves suportá-las alegremente, lembrando que todo o mal é transitório, e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno. Pertencem às tuas vidas anteriores, e não a esta; não podes modificá-las, portanto, é inútil preocuparse com elas. Pensa antes no que estás fazendo agora, e que causará os acontecimentos de tua próxima vida, pois esta tu podes modificar. (§34) Nunca te permitas sentir triste ou deprimido. A depressão e um erro, porque contamina os outros e torna suas vidas mais difíceis, o que não tens
o direito de fazer. Portanto, sempre que ela vier a ti, rechaça-a imediatamente. (§35) Deves, ainda, dominar teu pensamento de outro modo: não deves deixá-lo vaguear. Fixa o teu pensamento no que quer que estejas fazendo, para que possa ser feito com perfeição. Não deixes tua mente ociosa, mas mantém sempre bons pensamentos no seu plano de fundo, prontos a avançar no momento em que ela estiver livre. (§36) Usa, diariamente, o poder de teu pensamento em bons propósitos; sê uma força na direção da evolução. Pensa cada dia em alguém que saibas estar triste, sofrendo, ou necessitando auxílio, e verte sobre ele pensamentos de amor. (§37) Preserva a tua mente do orgulho, pois o orgulho provém somente da ignorância. O homem que não sabe pensa ser grande; imagina ter feito esta ou aquela grande coisa; mas o homem sábio sabe que só Deus é grande, que toda boa obra é feita somente por Deus. III-2 DOMÍNIO DA AÇÃO (§38) Se o teu pensamento for o que deve ser, terás pouca dificuldade com tua ação. Lembra-te, contudo, que para ser útil à humanidade, o pensamento deve resultar em ação. Não deve haver preguiça, mas constante atividade em boas obras. Tens, porém, de cumprir o teu próprio dever -não o de outrem, a não ser com a sua permissão e o propósito de auxiliá-lo. Deixa que cada um execute seu próprio trabalho a seu modo; estejas sempre pronto a oferecer auxílio aonde ele for necessário, mas nunca te intrometas. Para muitas pessoas, a coisa mais difícil do mundo é aprender a cuidar de seus próprios assuntos; porém é exatamente isto o que deves fazer. (§39) Pela razão de tentares realizar um trabalho mais elevado, não deves esquecer os teus deveres ordinários, pois enquanto não os tiveres cumprido, não estarás livre para outro serviço. Não deves assumir novos deveres mundanos, mas aqueles que já assumiste, deves cumprir perfeitamente - os deveres evidentes e razoáveis que tu próprio reconheces, isto é, não os deveres imaginários que outros tentam impor-te. Se queres pertencer ao Mestre, deves executar o teu trabalho ordinário melhor do que os outros, não pior, porque deves fazer também isto por amor a Ele. III-3 TOLERÂNCIA (§40) Deves sentir perfeita tolerância por todos e um sincero interesse pelas crenças daqueles de outra religião, tanto quanto pela tua própria. Porque a
religião dos outros é um caminho para o Supremo, da mesma forma que a tua. E para auxiliar a todos deves a todos compreender. (§41) Mas a fim de alcançar esta perfeita tolerância, deves, tu próprio, em primeiro lugar, libertar-te do fanatismo e da superstição. Tens de aprender que não há cerimônias necessárias; senão pensarias ser de algum modo melhor do que aqueles que não as praticam. Não deves, porém, condenar os outros que ainda se apegam a cerimônias. Deixa-os fazer conforme sua vontade; mas eles não devem intrometer-se contigo que sabes a verdade não devem tentar forçar-te àquilo que já ultrapassaste. Sê indulgente com todos: sê amável em tudo. (§42) Agora que teus olhos estão abertos, algumas de tuas antigas crenças, tuas antigas cerimônias, podem parecer-te absurdas; talvez, de fato, elas realmente assim sejam. Contudo, ainda que não possas mais tomar parte nelas, respeita-as por amor aquelas boas almas para quem elas ainda são importantes. Elas têm o seu lugar e a sua utilidade; são como aquelas linhas duplas que, quando criança, guiavam-te para escreveres em linha reta e na mesma altura, até que aprendeste a escrever muito melhore mais livremente semeias. Houve um tempo em que delas necessitaste; agora, porém, aquele tempo já passou. (§43) Um grande Instrutor escreveu certa vez: "Quando eu era criança, falava como criança, entendia como criança, pensava como criança; mas quando me tornei homem, deixei os modos infantis". No entanto, aquele que esqueceu sua infância e perdeu a simpatia pelas crianças não é o homem que as possa ensinar ou auxiliar. Assim, considera amável, gentil e tolerantemente a todos; mas a todos igualmente, sejam budistas ou hindus, jainistas ou judeus, cristãos ou maometanos. III-4 CONTENTAMENTO (§44) Deves suportar o teu carma com contentamento, qualquer que ele seja, aceitando como uma honra que o sofrimento venha a ti, porque isso demonstra que os Senhores do Carma consideram-te digno de auxílio. Por muito duro que ele seja, sê agradecido por não ser ainda pior. Lembra-te que de muito pouca utilidade serás para o Mestre enquanto o teu mau carma não for resgatado e tu estejas livre. Oferecendo-te a Ele, pediste que o teu carma fosse acelerado", e assim, em uma ou duas vidas resgatarás o que, de outro modo, poderia estender-se por mais de uma centena delas. Para maior proveito, porém, deves suportá-lo contente e alegremente. (§45) Há, ainda, outro ponto essencial: tens de abandonar todo sentimento de posse. O carma pode arrebatar-te as coisas de que mais gostas - até as pessoas a quem mais amas. Ainda assim, deves ficar contente - pronto a
separar-te de tudo e de todos. Freqüentemente o Mestre necessita verter Sua força sobre outros por intermédio de Seu servo; mas não poderá fazê-lo se o servo ceder à depressão. Portanto, o contentamento deve ser a regra. III - 5 UNIDIRECIONALIDADE (UNIDADE DE PROPÓSITOS, PERSEVERANÇA) (§46) A única coisa que tens de manter em vista é executar o trabalho do Mestre. Ainda que qualquer outra coisa para fazer pudesse surgir em teu caminho; aquela, pelo menos, tu nunca deverás esquecer. Nenhuma outra coisa, porém, pode surgir em teu caminho, pois todo trabalho altruísta e de auxílio é o trabalho do Mestre, e tu deves executá-lo por amor a Ele. E tens de dar toda tua atenção a cada parte que executares, a fim de ser o que de melhor possas fazer. O mesmo Instrutor também escreveu: "Tudo quanto fizeres, faze-o de todo o coração, como sendo para o Senhor, e não para os homens."" Pensa como executarias um trabalho se soubesses que o Mestre viria vê-lo imediatamente; e justamente deste modo que deves executar todo o teu trabalho. Aqueles que sabem mais, melhor compreenderão tudo o que este versículo significa. Há um outro semelhante, muito mais antigo: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o com todo o teu poder." (§47) Unidirecionalidade (Unidade de Propósitos, Perseverança) significa, também, que nada deverá jamais desviar-te, nem sequer por um momento, da Senda na qual entraste. Nem tentações, nem prazeres mundanos, nem mesmo afeições mundanas devem jamais desviar-te. Pois tu mesmo tens de tornar-te uno com a Senda, ela deve tornar-se de tal modo parte da tua natureza que a sigas sem nisso teres de pensar e sem poderes desviar-te dela. Tu, a Mônada, assim o decidiste; separares-te da Senda seria como te separares de ti mesmo. III - 6 CONFIANÇA (§48) Deves confiar em teu Mestre; deves confiar em ti mesmo. Se já viste o Mestre, Ele confiarás plenamente através de muitas vidas e mortes. Se ainda não O viste, mesmo assim tens de tentar averiguar a Sua existência e confiar n´Ele, porque, se não o fizeres, nem mesmo Ele poderá ajudar-te. A não ser que haja perfeita confiança, não poderá haver perfeita efusão de amor e poder. (§49) Deves confiar em ti mesmo. Dizes que te conheces muito bem? Se assim pensas, tu não te conheces; conheces apenas o débil envoltório externo, que freqüentemente tem caído na lama. Mas tu - o Eu real - és uma centelha do próprio fogo Divino, e Deus, que é Todo-Poderoso, está em ti, e por este motivo não há nada que não possas fazer, se o quiseres`. Dize a ti mesmo: "O que o homem fez, o homem pode fazer. Eu sou um homem,
mas também Deus no homem; eu posso fazer isto e farei." Pois a tua vontade deve ser como aço temperado, se quiseres trilhar a Senda. IV AMOR (§50) De todas as Qualificações, o Amor é a mais importante, pois se for bastante forte em um homem, impele-o a adquirir todas as demais, e todas as demais sem o Amor nunca seriam suficientes. Freqüentemente é expresso como um intenso desejo pela libertação da roda de nascimentos e mortes, e de união com Deus. Porém, entendê-lo deste modo parece egoísta, e transmite apenas uma parte de seu significado. Não é tanto desejo como vontade, resolução, determinação. Para produzir seu resultado, esta resolução deve preencher de tal modo toda a tua natureza que não deixe lugar para qualquer outro sentimento. É, na verdade, a vontade de ser uno com Deus, não para que possas escapar à fadiga e ao sofrimento, mas para que, por causa de teu profundo amor por Ele, tu possas agir com Ele, e como Ele age. E porque Ele é Amor, tu, se quiseres tornar-te uno com Ele, deves também estar pleno de perfeito altruísmo e amor. (§51) Na vida diária isto significa duas coisas: primeira, que deves ser cuidadoso para não causar dor a nenhum ser vivo; e segunda, que deves estar sempre vigiando por uma oportunidade de prestar auxílio. (§52) Primeiro, não causar dor. Há três pecados que causam mais dor do que todos os outros no mundo - a maledicência, a crueldade e a superstição - porque são pecados contra o amor. Contra esses três pecados, o homem que quiser encher seu coração com o amor de Deus, deve vigiar incessantemente. (§53) Vê o que a maledicência produz. Inicia com um mau pensamento, e este em si mesmo já é um crime. Pois em todos e em tudo existe o bem; em todos e em tudo existe o mal. Podemos reforçar qualquer um deles pelo pensamento, e deste modo podemos auxiliar ou retardar a evolução; podemos fazer a vontade do Logos ou a Ele resistir. Se pensares no mal que existe em outrem, estarás fazendo ao mesmo tempo três ações más: (§54) (1) Estás enchendo a tua vizinhança de maus em vez de bons pensamentos, e assim estás aumentando a tristeza do mundo. (§55) (2) Se existir neste homem o mal que imaginas, estás reforçando e alimentando esse mal; e assim estás tornando teu irmão pior em vez de melhor. Geralmente, porém, o mal não existe, e tu o criaste apenas em tua fantasia; então o teu mau pensamento tentará teu irmão acometer erro, pois, se ele ainda não for perfeito, poderás torná-lo tal qual o imaginaste.
(§56) (3) Enches tua própria mente com maus em vez de bons pensamentos; e assim retardas teu próprio crescimento, e tornas-te, para aqueles que podem ver, um objeto feio e penoso em vez de belo e amável. (§57) Não contente por ter feito todo este dano a si mesmo e à sua vítima, o maledicente tenta, com todas as suas forças, tornar outros homens cúmplices de seu crime. Ansiosamente lhes conta sua perversa história, com a esperança de que nela acreditem; e eles, então, unem-se a ele a enviar maus pensamentos ao pobre sofredor. E isso se repete dia após dia, e é feito não por um homem, mas por milhares. Começas a ver quão vil, quão terrível é este pecado? Tens de evitá-lo por completo. Nunca fales mal de ninguém; recusa ouvir quando alguém falar mal de outrem, porém dize gentilmente: "Talvez isto não seja verdade, e mesmo que seja, é mais amável não falarmos nisso." (§58) Quanto à crueldade, pode ser de dois tipos: intencional e nãointencional. A crueldade intencional consiste em causar dor propositalmente a outro ser vivo; e este é o maior de todos os pecados - obra mais própria de um demônio do que de um homem. Dirias que nenhum homem poderia fazer tal coisa; mas os homens a têm feito freqüentemente, e ainda hoje a estão fazendo diariamente. Os inquisidores a fizeram; muitas pessoas religiosas fizeram-na em nome de sua religião. Os vivisseccionistas a fazem; muitos professores de escola a fazem habitualmente. Todas estas pessoas tentam desculpar a sua brutalidade dizendo que é o costume; mas um crime não deixa de ser crime porque muitos o cometem. O carma não leva em conta o costume; e o carma da crueldade é, de todos, o mais terrível. Na índia, pelo menos, não pode haver desculpa para tais costumes, pois o dever de não causar dor" é bem conhecido de todos. O destino reservado aos cruéis terá de cair também sobre todos os que intencionalmente matam criaturas de Deus, chamando a isso de "esporte". (§59) Sei que tu não farias coisas tais como estas; e pelo amor de Deus, quando a oportunidade se oferecer falarás claramente contra elas. Existe, porém, a crueldade no falar tanto quanto no agir; e um homem que diz uma palavra com a intenção de ferir a outrem é culpado deste crime. Isto tu também não farias; mas, às vezes, uma palavra descuidada causa tanta dor quanto uma maliciosa. Deves, pois, estar alerta contra a crueldade nãointencional. (§60) Ela procede, usualmente, da irreflexão. Um certo homem é tão cheio de cobiça e avareza que nunca pensa sequer quanto sofrimento causa a outros pagando-lhes muito pouco, ou por deixar meio famintos sua mulher e filhos. Outro pensa apenas em sua própria luxúria, pouco lhe importando quantas almas e corpos ele arruína para satisfazê-la. Um outro, ainda, somente para poupar-se uns poucos minutos de incômodo, não paga os
seus empregados no dia apropriado, sem pensar nas dificuldades que lhes causa. Tanto sofrimento é causado meramente pela irreflexão"-por esquecer-se de pensar como uma ação afetará os outros. Porém, o carma nunca esquece, e não leva em conta o fato de que os homens esquecem. Se desejas entrar na Senda, tens de pensar nas conseqüências do que fizeres, para que não sejas culpado de crueldade irrefletida. (§61) A superstição é outro grande mal e tem causado muitas e terríveis crueldades. O homem que é seu escravo menospreza outros que são mais sábios, tenta obrigá-los a agir como ele age. Pensa tu na horrível matança produzida pela superstição de que animais devem ser oferecidos em sacrifício, e pela ainda mais cruel superstição de que o homem necessita de carne para alimentarse9. Pensa nos maus-tratos que a superstição destinou para as classes oprimidas em nossa bem amada Índia, e vê como esta má qualidade pode gerar desapiedada crueldade, mesmo entre aqueles que conhecem o dever da fraternidade. Muitos crimes os homens cometeram em nome do Deus de Amor, movidos por este pesadelo da superstição; cuida muito, pois, para que dela não reste em ti o menor vestígio. (§62) Estes três grandes crimes tens de evitar, pois são fatais a todo progresso, porque pecam contra o Amor. Porém, não deves, deste modo, tão somente refrear o mal; mas tens de ser ativo na prática do bem. Deves estar tão pleno do intenso desejo de serviço, que estejas sempre vigilante para prestá-lo a todos em teu redor - não somente aos homens, mas ainda aos animais e às plantas. Deves prestá-lo em pequenas coisas, cada dia, para que o hábito possa ser formado, a fim de que não possas perder a rara oportunidade, quando a grande obra apresentar-se para ser feita. Pois, se anseias ser uno com Deus, não e por amor a ti próprio, mas para que possas ser um canal através do qual Seu amor possa fluir para chegar aos teus semelhantes. (§63) Aquele que está na Senda não existe para si mesmo, mas para os outros; esqueceu a si próprio, a fim de poder servi-los. Ele é como uma pena na mão de Deus, através da qual Seu pensamento pode fluir e encontrar uma expressão aqui embaixo que, sem a pena, não poderia ter. É, ao mesmo tempo, como uma vívida pluma de fogo, irradiando sobre o mundo o Amor Divino que enche seu coração. (§64) A sabedoria que te torna capaz de auxiliar, a vontade que dirige a sabedoria, o amor que inspira a vontade - estas são as tuas qualificações. Vontade, Sabedoria e Amor são os três aspectos" do Logos; e tu, que desejas alistar-te para servi-Lo, deves expressar esses aspectos no mundo. -==EOF==-