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Organização Organização social e estrutura social
AYMOND FIRTH R AYMOND A ideia de estrutura da sociedade, para ser considerada em conformidade com o conceito geral de estrutura, deve preencher certos reuisitos !" #onsidera as rela$%es das partes com o todo, o arran&o no ual os elementos da vida social est'o ligados" (stas rela$%es devem ser vistas como constru)das umas so*re as outras, pois s'o s+ries de ordens diversas de compleidade" -recisam ser de significado n'o simplesmente moment.neo, uma ve/ ue fatores de const.ncia ou continuidade devem estar envolvidos nelas" O uso corrente em antropologia da no$'o de estrutura social est0 de acordo com isto" Mas h0 lugar para diverg1ncia de opini'o, uanto a uais esp+cies de rela$%es sociais devem ser reputadas fundamentais na descri$'o de uma estrutura social e ual a continuidade ue deve ter para ser inclu)da" Alguns antrop2logos t1m afirmado ue a estrutura social + a rede de todas as rela$% rela$%es es de pesso pessoa3a a3a3pe 3pesso ssoa, a, numa numa socie socieda dade" de" Mas Mas tal defini defini$' $'oo + muito muito ampla ampla"" N'o esta*elece distin$'o entre os elementos ef1meros e os mais persistentes na atividade social, e toma uase imposs)vel distinguir a no$'o de estrutura de uma sociedade da totalidade da pr2pria sociedade" No etremo oposto, est0 a no$'o de estrutura social compreendendo, compreendendo, semente, as rela$%es entre os grupos principais na sociedade 3 estes com um alto grau de persist1ncia" Inclui grupos tais como cl's, ue persistem por muitas gera$%es, mas eclui outros como a fam)lia, ue se dissolve de uma gera$'o para outra" (sta defini$'o a limitada demais" 4ma no$'o diferente de estrutura social enfati/a n'o tanto as rela$%es reais entre pessoas ou grupos, mas as rela$%es esperadas ou mesmo as rela$%es ideais" De acordo com este ponto de vista, o ue realmente d0 5 sociedade sua forma e permite a seus mem*ros eercerem suas atividades s'o as epectativas ou mesmo as cren$as ideali/adas do ue est0 feito, ou do ue dever0 ser feito pelos outros mem*ros" N'o h0 d6vida de ue, para uma sociedade funcionar efetivamente e ter o ue podemos chamar uma 7estrutura coerente7, seus mem*ros devem ter uma ideia do ue esperar" 8em padr%es padr%es de epectativas e um esuema de ideias a respeito do ue pensamos so*re o ue devem fa/er as outras pessoas, n'o seriamos capa/es de ordenar nossas vidas" Mas ver uma estrutura social em termos de ideais e epectativas, epectativas, simplesmente, + insatisfat2rio" Os padr%es de reali/a$'o, r eali/a$'o, as caracter)sticas gerais de rela$ rela$%es %es sociai sociaiss con concre cretas tas devem devem,, tam*+m tam*+m,, estar estar presen presentes tes no con concei ceito to de estrut estrutura ura"" #ont #o ntud udo, o, pens pensar ar em estr estrut utur uraa soci social al como como cont conten endo do,, some soment nte, e, padr padr%e %ess de idea ideais is de comportamento, comportamento, sugere o ponto de vista impl)cito de ue estes padr%es ideais s'o os 6nicos de impor import.n t.ncia cia funda fundamen mental tal na vida vida social social,, e ue o compo comporta rtamen mento to real real de indiv) indiv)duo duoss +, simplesmente, um refleo de normas socialmente dadas" 9 igualmente importante enfati/ar o modo pelo ual as normas sociais, os padr%es ideais, a trama de epectativas, tendem a ser mudados, reconhecida ou imperceptivelmente, pelos atos dos indiv)duos em resposta a outras influ1ncias, inclusive desenvolvimentos desenvolvimentos tecnol2gicos" 8e tivermos em mente ue o 6nico modo pelo ual podemos aprender os ideais e epectativas de uma pessoa + atrav+s de seu comportamento comportamento 3 se&a do ue diga ou do ue fa$a 3 a distin$'o entre normas de a$'o e normas de epectativas, de certo, modo, desaparece" O conceito de estrutura social + um recurso anal)tico ue serve para compreender como os :
ondres, Elements of Social Organization, por Ra;mond FIRTH,
!?@, p0gs" B!3C!"
Tradu$'o de Amadeu os+ Duarte >anna" ! Ee&a, Ee&a, por eemplo, ertrand R488(>>, Human Gnoledge, its 8cope and >imits, >ondres, !?C, p0g" JK e segs" LH0 tradu$'o tradu$'o *rasileira O conhecimento humano, sua Finalidade e Limites , tradu$'o de >enidas onti&o de #arvalho, revista por #arlos F" -r2speri" #ompanhia (ditora Nacional, 8'o -aulo, !?@?"P
homens homens se, se, compor comportam tam social socialmen mente" te" As rela$ rela$%es %es sociai sociaiss de impor import.n t.ncia cia crucia cruciall para para o comportamento comportamento dos mem*ros da sociedade, constituem a ess1ncia do conceito de estrutura, de tal sorte ue, se rela$%es n'o operassem, a sociedade n'o eistiria so* essa forma" Quando o historiador da vida econmica descreve a estrutura social da Inglaterra rural no s+culo EII lida, por eemplo, com as rela$%es dos diferentes grupos sociais entre si, destes com as terras comunais" (stas rela$%es eram fundamentais para a sociedade deste tempo" #omo o sistema de terra comum mudou para o de propriedade privada, conseuentemente estas mudan$as afetaram os v0rios grupos" O peueno propriet0rio e o lavrador, por eemplo, emigraram para uma cidade industrial ou tomaram3se tra*alhadores &ornaleiros" As rela$%es deste novo tipo de tra*alhador com seu empregador e com as autoridades locais, privado de terra e de muitos outros direitos de peuenas rendas, tornaram3se muito mais diferentes ue antes" A estrutura social do campo alterou3se radicalmente 3 apesar de muitas pessoas terem ainda ideias como as de antigamente e, mesmo, algumas de suas epectativas su*sistirem" Nos tipos de sociedades comumente estudadas pelos antrop2logos, a estrutura social deve incluir as rela$%es cruciais ou *0sicas emergentes de um sistema de classes *aseado nas rela$%es com a terra" Outros aspectos da estrutura social surgem das rela$%es de outros tipos de grupos persistentes como cl's, castas, categorias de idade ou sociedades secretas" Outras rela$%es *0sicas se devem 5 posi$'o em um sistema de parentesco, 7status7 em rela$'o a um superior pol)tico, ou participa$'o no conhecimento ritual" (m muitas sociedades africanas e da Oceania um elemento estrutural importante + a rela$'o entre o irm'o da m'e e o filho da irm'" O mais velho tem o*riga$'o de proteger o mais &ovem, dar3lhe presentes, socorr13lo na doen$a e no infort6nio" T'o importante + a rela$'o ue, uando uma pessoa n'o tem um verdadeiro irm'o da m'e, ele + provido socialmente com um su*stituto" (ste, ue ser0 um filho do irm'o da m'e morto ou algum parente mais distante, agir0 como representante do irm'o da m'e, assumindo o termo de parentesco e comportando3se apropriadamente" Tal rela$'o + um elemento fundamental da estrutura social" 8e, atrav+s de influ1ncias eternas so*re a sociedade, o papel do irm'o da m'e se torna menos marcado, e as o*riga$%es cessam de ser reali/adas, ent'o, a estrutura da sociedade se altera" (struturas sociais diferentes s'o contrastadas pelas diferen$as nessas rela$%es cr)ticas ou *0sicas" -or eemplo, entre alguns malaios, nas comunidades matrilineares dos Negri 8em*ilan, o irm'o da m'e tem o papel acima descrito" Mas, entre outros malaios, em outras partes da pen)nsula malaia, este parente n'o tem import.ncia especial" -or outro lado, de acordo com o costume Muslin, todos os malaios emprestam grande import.ncia ao ue + chamado 7ali7" (ste + o guardi'o de uma &ovem para certos prop2sitos legais, inclusive casamento" O 7ali7 representa3a no contrato nupcial e deve dar seu consentimento a uni'o" 4sualmente, + o pai da &ovem ue + seu guardi'o" Mas, se ele morre, ent'o o av, o irm'o ou outro parente mais pr2imo da &ovem, de acordo com as regras escritas nos livros de lei dos Muslin, toma seu lugar" (m algumas circunst.ncias, circunst.ncias, as o*riga$%es e poderes do guardi'o chegam a permitir a um guardi'o na linha masculina ascendente o direito de dispor da m'o da &ovem sem o seu consentimento" A rela$'o 7ali7 + um elemento fundamental na estrutura da sociedade Muslin" #omparando as diferentes estruturas sociais dos Mala; e dos Muslin, ent'o, a diferen$a entre o papel do irm'o da m'e e auele do 7ali7 + um aspecto estrutural 6til" (sta discuss'o da no$'o de estrutura social tem3nos levado 5s uest%es com ue os antrop2logos lidam na tentativa de apreender as *ases das rela$%es sociais humanas" -ermite, tam*+m, esclarecer dois outros conceitos, fun$'o social e organi/a$'o social, os uais s'o t'o importantes como o de estrutura social" #ada a$'o social pode ser pensada como tendo uma ou mais fun$%es sociais" Fun$'o social pode ser definida como sendo a rela$'o entre uma a$'o social e o sistema do ual a a$'o a$'o fa/ parte, parte, ou, alterna alternativam tivamente, ente, com com o resultado resultado da da a$'o socia sociall em termos termos de um
esuema de meios e de fins de todas as outras a$%es por ela afetadas " -ara MA>INO<8GI a no$'o de fun$'o foi estendida num esuema mais amplo de an0lise da realidade social e cultural" A 1nfase *0sica neste esuema tem influenciado a moderna antropologia social consideravelmente" Refor$a a rela$'o de ualuer item social ou cultural a outros itens sociais" Nenhuma a$'o social, nenhum elemento da cultura pode ser adeuadamente estudado ou defi defini nido do isol isolad adam amen ente te"" 8eu 8eu sign signif ific icad adoo + dado dado por por sua sua fun$ fun$'o 'o,, pela pela part partee ue ue ele ele desempenha num sistema de intera$%es" (studando as unidades maiores, os mais a*stratos con&untos de padr%es de comportamento conhecidos como institui$%es 3 tais como um sistema de casamento, um tipo de fam)lia, um tipo de troca cerimonial, um sistema de magia 3 o esuema diferencia v0rios componentes associados" A institui$'o + o con&unto de valeres e princ)pios esta*elecidos esta*elecidos tradicionalmente" (stes s'o vistos pelas pessoas vinculadas a ela como o seu fundamento, podendo mesmo estar consu*stanciados numa lenda m)tica" As normas s'o as regras ue orientam a conduta das pessoas, distinguindo3se das atividades eercidas por estas, pois as pessoas podem divergir das normas conforme as oscila$%es dos interesses individuais" A institui$'o + mantida por meio de um aparato material, cu&a nature/a pode ser entendida somente pela considera$'o considera$'o dos usos para os uais ele serve, e por um pessoal recrutado em grupos sociais apropriados" Finalmente, h0 a fun$'o ou a trama de fun$%e fun$%ess as ua uais is a instit institui$ ui$'o 'o como como um todo todo corres correspon ponde de"" -or fun$'o fun$'o,, neste neste sentid sentido, o, MA>INO<8GI uer di/er a satisfa$'o de necessidades, inclusive auelas desenvolvidas pelo homem como mem*ro de uma sociedade, tanto uanto auelas mais diretamente *aseadas em necessidades *iol2gicas" (sta imputa$'o de necessidades ao comportamento social humano levanta algumas uest%es dif)ceis" As necessidades podem ser clara e facilmente definidas como os fins pr2imos ue d'o dire$'o imediata a uma atividade, podendo ser, normalmente, normalmente, reconhecidos reconhecidos como tais pelos pr2prios indiv)duos envolvidos nas atividades" Os fins pr2imos de uma festa, por eemplo, incluem claramente o consumo de alimentos, e isto envolve, necessariamente, necessariamente, certas conseu1ncias sociais e econmicas" Mas + menos f0cil identificar e separar os fins 6ltimos 3 os ue d'o sentido *0sica 5 atividade, como parte de um padr'o total da vida social" O fim de uma festa n'o + a satisfa$'o da fome, o ue poderia ser feito mais simplesmente" 9 uma forma de socia*ilidade, o pra/er da reuni'o, a ecita$'o com companhiasS Ou + uma festa um simples item de um sistema de trocasS Ou + uma oportunidade de ei*i$'o de 7status7 e de realce pessoalS Ou + uma forma de compuls'o m)stica, na ual reuni%es peri2dicas s'o necess0rias necess0rias para a integra$'o socialS socialS -or mais a*strata ue se&a a concep$'o concep$'o de necessidade, mais ainda + o ue pode ser chamado a refra$'o pessoal do estudioso, ou se&a, o condicionamento da imagem social pela sua pr2pria posi$'o e interesses na vida social" Num certo ponto da an0lise, contudo, torna3se dif)cil fa/er mais do ue inferir as necessidades humanas a partir do comportamento ue est0 sendo estudado 3 os homens agem socialmente nesta nesta ou na nauel uelaa dire$' dire$'o o todavi todavia, a, &ulga &ulgamos mos ue atrav+ atrav+ss de um compor comportam tament entoo efetiv efetivoo determinado se preenche uma necessidade social" -or estas ra/%es, muitos antrop2logos sociais modernos, segundo M A>INO<8GI , acham prefer)vel a*ordar a classifica$'o dos tipos sociais atrav+s do estudo dos aspectos estruturais do comportamento" (lementos ue podem ser isolados com refer1ncia a sua forma, sua continuidade de rela$'o, s'o mais facilmente classificados" Mas ualuer tentativa para descrever a estrutura de uma sociedade deve aceitar algumas suposi$%es so*re o ue + mais relevante nas rela$%es sociais" (stas suposi$%es, impl)c impl)cita ita ou a*ertam a*ertament ente, e, devem devem pressu pressupor por conce concerto rtoss de tipo tipo funcio funcional nalist ista, a, no ue di/
Ee&a Ee&a A" R" RAD#>IFF(3ROINO<8GI, A Scientific Theory of Culture, #hapel Rill, !?CC, p0g" @B" (sclarecedor tratamento do tema geral + dado por Talcott Talcott -AR8ON8, -AR8ON8, Essays in Sociological Theory ure and Applied , lencoe, Illinois, !?C?, passim"
respeito aos resultados ou efeitos da a$'o social" Isto implica, tam*+m alguma preocupa$'o com os fins e orienta$%es da a$'o social" 8e&a, por eemplo, a eogamia associada com a estrutura de linhagem" A regra eog.mica ue reuer ue um mem*ro de uma linhagem n'o se case com pessoa da mesma linhagem + considerada como uma das caracter)sticas ue definem esta unidade estrutural a&uda a identificar os mem*ros de uma linhagem como uma unidade" Mas, para ue esta afirma$'o se&a verdadeira, presume3se, necessariamente, ue a proi*i$'o do casamento eerce algum efeito so*re atitudes maritais reais ue este efeito + consider0vel e ue h0, tam*+m, efeitos positivos so*re comportamentos n'o maritais" A transposi$'o da ideia de 7proi*ido casar3se7 em 7refor$o das rela$%es de linhagem7 pode ser &ustificada, mas somente somente ap2s considera$'o considera$'o de seus efeitos" efeitos" Deste ponto de vista, vista, pode3se usar um termo de A" N" < HIT(H(AD e di/er ue a fun$'o de uma a$'o ou rela$'o social consiste na cone'o ue ela apresenta com todos os outros elementos do sistema social no ual se manifesta" Mesmo insignificantemente, suas orienta$%es s'o afetadas pelas suas presen$as" #omo tende a ei*ir varia$%es, assim tam*+m elas tendem a variar dentro da esfera total da atividade social" O estudo da estrutura social deve, pois, ser levado mais longe, a fim de eaminar como as formas *0sicas de rela$%es sociais s'o suscet)veis de varia$'o" 9 necess0rio estudar a adaptar social assim como a continuidade social" 4ma an0lise estrutural, somente, n'o pode interpretar a mudan$a social" 4ma taonomia social poderia tornar3se t'o 0rida como uma classifica$'o das esp+cies em alguns ramos da *iologia" As an0lises do aspecto organi/at2rio da a$'o social constituem o complemento necess0rio necess0rio da an0lise do aspecto estrutural" -ermite dar um tratamento mais din.mico" O conceito de organi/ar social tem sido considerado comumente, como um sinnimo de estrutura social" Do meu ponto de vista, acredito ue + tempo de distingui3los" Quanto mais algu+m pensa em estrutura social em termos a*stratos, como rela$%es grupais ou padr%es ideais, torna3se mais necess0rio pensar, separadamente, na organi/a$'o social em termos de atividade concreta" eralmente, a ideia de organi/a$'o + a de pessoas o*tendo coisas por uma a$'o plane&ada" O arran&o da a$'o numa seu1ncia adeuada aos fins sociais selecionados + um processo social" (stes fins devem ter alguns elementos de significado comum para a rede de pessoas relacionadas na a$'o" A significa$'o n'o precisa ser id1ntica, ou mesmo similar, para todas as pessoas pessoas pode ser oposta oposta para algumas delas" delas" Os processos de de organi/a$'o organi/a$'o social podem consistir, em parte, na resolu$'o de tais oposi$%es pela a$'o, a ual permite um ou outro elemento vir a ter uma epress'o final" Organi/a$'o social implica algum grau de unific unifica$' a$'o, o, a uni'o uni'o de divers diversos os eleme elemento ntoss numa numa rela$ rela$'o 'o comum comum"" -ara -ara isto, isto, pod podee ser ser conveniente supor a eist1ncia de princ)pios estruturais, ou v0rios processos podem ser adotados" Isto envolve o eerc)cio de escolha, o tomar decis%es" (stas, como tais, dependem de avalia$%es pessoais, ue s'o a transforma$'o dos fins ou valares grupais em termos ue aduiram significado para o indiv)duo" No sentido ue toda organi/a$'o envolve fia$'o de recursos, isto implica, dentro de um esuema de &ulgamento de valor, um conceito de efici1ncia" Disto se infere uma no$'o das contri*ui$%es relativas em ue uantidades a ualidades diferentes se com*inam para reali/ar fins dados" A esfera de distri*ui$'o de recursos + auela na ual os estudos econmicos s'o preeminentes" Mas as necessidades econmicas t1m sido restritas principalmente ao campo das rela$%es de troca especialmente as ue s'o mensur0veis em termos monet0rios" No campo social, al+m dos processos ue result resultam am das possi* possi*ili ilidad dades es de escolh escolha, a, os eerc) eerc)cio cioss de decis' decis'oo s'o s'o tam*+m tam*+m da maior maior import.ncia" #omo um eemplo de organi/a$'o social numa sociedade rural, consideremos mais uma ve/ a institui$'o do 7ali7" (ntre o povo de Acheh na 8umatra B, de acordo com o B
Ee&a #" 8noucV H4RRON(, The Achehnese , >e;den e >ondres, !?UJ, vol" I, p0gs" BBU3C"
costume 8hafiWte, ue eles geralmente seguem, semente um parente pelo lado paterno, na linha masc masculi ulina na ascende ascendente nte 3 um pai ou um pai do pai 3 tem o direit direitoo de dar uma &ovem em casamento sem seu consentimento" 8e ela for mesmo menor, + incapa/ de dar ualuer opini'o v0lida" Assim, uando faltasse um guardi'o, uma &ovem menor n'o poderia casar3se" Mas os Achehnese Achehnese t1m um forte preconceito de ue uma &ovem permane$a solteira at+ tomar3 se maior di/em ue sua *ele/a se estraga" 4ma ve/ ue pode haver muitas &ovens ue perderam seu pai e o av, o costume Achehnese e a regra 8hafiWte est'o em oposi$'o" Mas o dilema + facilmente resolvido" 4ma sa)da + encontrada usando o direito Muslin de apelar aos princ)pios de outra escola de lei 3 no caso a dos Hanafi" (sta escola permite a ualuer 7ali7 dar sua tutelada menor em casamento sem seu consentimento" Amplia a rede de rela$%es e permite aos parentes maternos serem selecionados selecionados como 7ali7, se os parentes do lado paterno morreram" De outro lado, est0 escola de lei deia 5 mulher decis'o final" Quando se tomar maior, se ela se casou deste modo, ser3lhe30 permitido pedir a separa$'o de seu marido, se assim dese&ar" A ess1ncia ess1ncia disto + ue a estrutura da rela$'o 7ali7 3 muito importante para a constitui$'o da fam)lia e do casamento em Acheh, como em toda sociedade Muslin 3 oferece diversas alternativas ao comportamento humano" Os parentes de uma &ovem menor ue perdeu o pai ou o av, t1m de decidir como eles organi/ar'o seu casamento" casamento" Dever'o seguir o processo 8hafiWte ou o HanafiXte na indica$'o de seu guardi'oS Nesta 6ltima hip2tese, tentar'o eles cas03la ou n'oS (m tais decis%es muitos elementos podem entrar, inclusive a posi$'o social ocupada pela mo$a e considera$%es considera$%es financeiras" A rela$'o 7ali7, ent'o, n'o + em si mesma permanente, mas simples elemento morfol2gico defin)vel na sociedade Acheh Acheh + mantida e assume sua forma final pelas decis%es tomadas no plano organi/at2rio, ue resolvem situa$%es amorfas" (ste eemplo chama a aten$'o para outros elementos da organi/a$'o social" Implica o reconhecimento do fator tempo na ordena$'o das rela$%es sociais" H0 a concep$'o de tempo implicando, necessariamente, uma seu1ncia ou s+rie ordenada na coloca$'o de unidades em dire$'o ao fim dese&ado" A indica$'o de um guardi'o n'o + autom0tica um parente deve encontrar, discutir, concordar, consultar autoridades religiosas, e, em geral, ordenar uma ela*orada seu1ncia de a$%es, com algum sacrif)cio de suas energias" O desenvolvimento de uma seu1ncia e as alternativas de a$%es s'o importante aspecto da organi/a$'o" Ha tam*+m a no$'o de tempo colocando limites a atividade atrav+s do processo de meta*olismo humano" No eemplo ue aca*amos de dar, o desenvolvimento de uma &ovem Achehnese garante ue depois de um certo momento ela poder0 tomar decis'o pr2pria uanto ao casamento e, assim, alterar a forma de organi/a$'o" O conceito de organi/a$'o social, tam*+m, leva encontra as magnitudes" #omo neste eemplo, a uantidade de riue/a, a camada social, o n6mero de parentes e outras uantidades est'o envolvidas como *ases para a$'o social de diferentes tipos" A organi/a$'o pressup%e tam*+m elementos de representa$'o e responsa*ilidade" (m muitas esferas, a fim de ue os prop2sitos de um grupo possam ser reali/ados, deve haver representação dos seus interesses pelos mem*ros individuais" As decis%es assentadas como decis%es grupais devem ser, de fato, decis%es individuais" Deve haver algum mecanismo ent'o, a*erto ou impl)cito, por meio do ual um grupo concede aos indiv)duos o direito de tomar decis%es em nome da totalidade" Nesta concess'o reside, possivelmente, a dificuldade de se conciliar interesses em conflito de su*grupos, porue o indiv)duo ue + selecionado como representativo deve, nas circunst.ncias normais, normais, ser necessariamente necessariamente um mem*ro de um su*grupo" H0 o perigo, ent'o, de ue, em ve/ de tentar assegurar os mais amplos interesses da totalidade, ele v0 agir tendo em vista, em primeiro lugar, assegurar os interesses do grupo particular ao ual ale pertence" -or responsa!ilidade entende3se a ha*ilidade de apreender uma situa$'o em termos dos interesses do mais amplo grupo referido, tomar decis%es de acordo com esses interesses e estar disposto a sustentar as responsa*ilidades pelos resultados
destas decis%es" Neste sentido, um conflito em todo n)vel da unidade do grupo + poss)vel" 4ma pessoa pertence a uma fam)lia, a um grupo de parentesco amplo, a uma unidade local, e estes podem ser somente alguns dos muitos componentes de uma ampla unidade social da ual ele + o representante" -ara assumir a responsa*ilidade efetiva, e para os outros mem*ros de todos estes grupos componentes concordarem com ele em representar seus interesses, deve haver um esfor$o de pro&e$'o de todas as partes concernentes 3 um conceito de incorpora$'o imediata em interesses menos diretamente percept)veis" Quanto mais limitada est0 pro&e$'o, mais restrita a organi/a$'o organi/a$'o social" Isto + visto, por eemplo, na hist2ria da administra$'o comercial no (ste" A fun$'o de servir como uma 7agencia de emprego7 para um parente tem sido tradicionalmente olhada como uma das primeiras o*riga$%es de um homem ue atingiu uma posi$'o de poder" Isto tornou3se cada ve/ mais um 7empecilho7 para a efici1ncia nos pa)ses orientais, como a #hina, uando a industriali/a$'o e a vida comercial moderna alcan$aram grandes propor$%es" -ara a ind6stria na #hina, di/3se ue o pro*lema de pessoal eficiente tem sido t'o importante como o pro*lema da mecani/a$'o" mecani/a$'o" A uest'o das rela$%es entre nepotismo e a presta$'o eficiente de servi servi$os $os tem sido sido *0sica *0sica"" -ara -ara os intere interesse ssess do alto alto com+rc com+rcio, io, parec parecee ter havid havidoo uma concord.ncia geral de ue nepotismo significa melhores empregos, mas pior tra*alho" -ara o peueno lo&ista, o emprego de parentes tem sido &ustificado pelo argumento de ue, n'o o*stante muitas ve/es menos eficientes, eles est'o ligados 5 fam)lia, s'o mais merecedores de confian$a e n'o rou*am C" O tipo de atitude ue condu/ os homens a favorecer os interesses de peuenos grupos, apontando parentes para empregos sem considerar sua efici1ncia, tende a suprir suprir outros outros tipos de fun$'o fun$'o da sociedade sociedade tradiciona tradicional"l" #om efeito, + um mecanismo mecanismo difuso difuso para prover apoios sociais com recursos p6*licos, mas sem tra/er as pessoas favorecidas ao &ulgamento da opini'o p6*lica" -arece ue na #hina #omunista todas estas implica$%es do sistema de fam)lia t1m sido consideradas" O resultado + uma reorgani/a$'o e uma 1nfase so*re os grupos etrafamiliais, ue acentuam tipos de responsa*ilidade maiores e canali/am efici1ncia econmica" econmica" O con concei ceito to de orga organi/ ni/a$' a$'oo social social + importa importante nte tam*+m tam*+m para para a compre compreens ens'o 'o da mudan$a social" H0 elementos estruturais infiltrando3se por todo o comportamento social, e eles constituem o ue tem sido, metaforicamente, chamado anatomia social, a forma de uma sociedade" Mas ual + esta formaS #onsiste, realmente, na persist1ncia ou repeti$'o de comportamentos + o elemento de continuidade na vida social" Ao antrop2logo social coloca3 se um pro*lema constante, um dilema aparente 3 eplicar esta descontinuidade e, ao mesmo tempo, avaliar a mudan$a social" A continuidade + epressa na estrutura social, na trama de rela$%es ue + feita atrav+s da esta*ilidade de epectativas, pela valida$'o da eperi1ncia do passado em termo de eperi1ncia similar no futuro" Os mem*ros da sociedade procuram um guia seguro para a a$'o, e a estrutura da sociedade lhes d0 isso 3 atrav+s da fam)lia, do sistema de parentesco, das rela$%es de classe, da distri*ui$'o ocupacional, e assim por diante" Ao mesmo tempo, oferece oportunidade para varia$'o e para a compreens'o dessas varia$%es" Isto + encontrado na organi/a$'o social, a ordena$'o sistem0tica de rela$%es sociais pelos atos de escolha e decis'o" Aui este a eplica$'o para as varia$%es do ue tem acontecido em circunstancias aparentemente similares no passado" O fator tempo precisa ser considerado aui" A situa$'o situa$'o antes do eerc)cio da escolha + diferente da posterior" 4ma sa)da a*erta, com alternativas em diferentes dire$%es, torna3se agora um assunto resolvido, com as potencialidades potencialidades dadas numa orienta$'o espec)fica" O tempo entra tam*+m como um fator no desenvolv desenvolvimen imento to das implica$% implica$%es es da decis'o decis'o e a$'o conseuente conseuente"" As formas formas estruturai estruturaiss colocam um precedente e sup%em uma limita$'o ao alcance das alternativas poss)veis 3 os limites dentro dos uais a aparente livre escolha + poss)vel s'o muitas ve/es restritos" Mas + a C
Ee&a Olga >AN, Chinese" Family and Society , Ne Haven e >ondres, !?CJ, p0gs" !! e segs"
possi*ilidade de alternativas ue permite varia*ilidade" 4ma pessoa escolhe, consciente ou inconscientemente, inconscientemente, o curse ue seguir0" ( sua decis'o afetar0 a futura composi$%es composi$%es estrutural" Neste aspecto da estrutura social se encontra o princ)pio de continuidade da sociedade no aspecto da organi/a$'o se encontra o princ)pio de varia$'o ou mudan$a 3 ue permite a avalia$'o da situa$'o e a escolha individual"