No Arto Na Religião Na Biología Na Física Na Medicina Nas Tradições Na Astronomia Astronom ia Na Mitología Na Psicología Na Filosofía
„ O bra bra C oletiva
Na Arte Na Religião Na Biologia Na Física Na Medicina Nas Tradições Na Astronomia Na Mitologia Na Psicologia Na Filosofia
O br a C oletiva Ia Edição
osacruz O rdem R Curitiba —PR —2010
Títu lo original: original: Le Temps - dans l’art, l’art, dans la religión, dans la biologie, biologie,
dans la physique, da ns la médecine, dans les traditions, traditions, dans l’astronomie, dans la mythologie, dans la psychologie, psycho logie, dans dan s la philoso p hiloso phie.
O TEMPO Obra Coletiva Ia Edição em Língua Portuguesa 2010
Tradução: Rosana Macedo Pontes Pontes
ISBN - 978-85-317-01 978-85-317-0185-6 85-6
COORDENA ÇÃO E SUPERVISÃ SUPERVISÃO O Hélio de Moraes e Marques, F. R. C. Grande Mestre Mestre
BIBLIOTECA ROSACRUZ ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Edição autorizada por:
Todos os direitos reservados pela ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Proi bida a repr odução em par te o u no todo
Composto, revisado e impresso na Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa Rua Nicarágua, 2620 —CEP 82515-260 Caixa Postal 4450 4450 - CE P 82501-970
Títu lo original: original: Le Temps - dans l’art, l’art, dans la religión, dans la biologie, biologie,
dans la physique, da ns la médecine, dans les traditions, traditions, dans l’astronomie, dans la mythologie, dans la psychologie, psycho logie, dans dan s la philoso p hiloso phie.
O TEMPO Obra Coletiva Ia Edição em Língua Portuguesa 2010
Tradução: Rosana Macedo Pontes Pontes
ISBN - 978-85-317-01 978-85-317-0185-6 85-6
COORDENA ÇÃO E SUPERVISÃ SUPERVISÃO O Hélio de Moraes e Marques, F. R. C. Grande Mestre Mestre
Todos os direitos reservados pela ORDEM ROSACRUZ, AMORC GRANDE LOJA DA JURISDIÇÃO JURISDIÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Proi bida a repr odução em par te o u no todo
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Edição autorizada por: \ S Í S D1FFUSION VROSICRUCIENNE Château d’Omonville d’Omonville 27110 Le Tremblay France
A presentação
dos autores
Michel ARMENG AUD - Capitão-de-longo-curso, depois piloto do porto de Séte. Séte. Atualmente aposentado, cursa aprofunda mento em Antigo e Novo Testamento na faculdade de teologia de Toulouse. Toulouse. Gilbert BAS TELICA—Ex-bateris TELICA—Ex-baterista ta profissional. profissional. Diplomado em animação musical (D.U.M AS.), dirige atualmente corais asso associat ciativos ivos.. Jean-Marie B ED UI N—Veterinário. Veterinário. Pesquisador na faculdade de medicina veterin ária' de Liège. Claud ine B EN OT - Professora Professora de letras clássi clássicas. cas. Coordenou várias oficinas de teatropara adolescentes. Michel BEN OT - Engen heiro atômico (I.N.S.T.N., Grenoble). Especializado em física física das partículas, fez carreira no C.E.R.N. (laboratorio europeu de física física das partículas), em Gen ebra. Rudolph BER ROUÈT - Diplomad o em estudos bancários superiores, superiores, do Instituto Técnico Bancá rio (I.T.B.) (I.T.B.).. Diretorgeral de um im portante Banco haitiano. Martine BOU DET - Professor Professoraa universitária universitária de letras modernas e doutora em literatura francesa. francesa. Michel BRESSET —Cirurgião-dentista. Presidente da Sociedade francesa dos odontoestomatologistas odontoestomatologistas acupunturistas. Irène CHAL KIA - Douto ra em estudos antigos, Escola de estudos superiores superiores de ciencias sociais (Paris). Traduto ra, lingüista, diretora de arte. Diretora artística do Espaço teatral Scarabaeus, Bruxelas. Josselyne Josselyne CHOURR Y - Após formação básica básica sob orientação de um cabalista, apro fund ou-se na Torá c nos grandes textos da mística judaica. judaica. Pierre-Antoine CRISAN - Engen heiro florestal. florestal. Especializado na proteção da da natureza e da fauna selvagem, trabalha hoje em economia territorial. territorial. Philippe DES CHAM PS - Empresário e escrito escritor. r. Éliphas DR IPPI C—Diplomado C—Diplomado em análise política política profunda. Bacharel em direito e ciencia política. Paul D UP O NT —Ex-chefe de clínica clínica e consultor hospitalar. hospitalar. Jacques GÉLINAS - Psicoterapeuta, em Québec. Québec. Louis GROSS —Licenciado em ciencias, engenheiro de radioeletricidade e informática, aposentado.
Lyne GUAY —Psicoterapeuta, em Québec. Thie rry G UI NO T—Dout T—Dout or em direito, direito, membro da Sociedade Asiática, Asiática, especializado em filosofia filosofia de sistemas normativos. Michel MYVRA— MYVRA—Engen heiro , diplo mado pela escola de Minas de Alés Alés.. Diplo mad o em estudos apro fundados (D.E A.) de astrometria e mecánica celeste. celeste. Chefe de projeto info rmático rande gru
Composto, revisado e impresso na Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa Rua Nicarágua, 2620 —CEP 82515-260 Caixa Postal 4450 4450 - CE P 82501-970 Curitiba / PR Tel.: (0**41) 3351-3000 Fax: (0**41) 3351-3065 ou 3351-3020 www.amorc.org.br
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refácio do
G
rande
M
estre
As muitas concepções do tempo (-rñüfíó) associam-no ao movimento. Para uns, o tempo é ordem mensurável do movimento relacionado aos ciclos do mundo e da vida do homem. Para outros, o tempo é um movimento intuído, captado pela’mente e vinculado ao conceito de consciência. Ainda para outros, aparece como estrutura de possibilidades numa visão mais existencialista. Platão relaciona o tempo aos ciclos planetários planetários ordenados, q ue embora implique em mudança, reproduz pelo movimento a imutabilidade do Ser Eterno. Daí a definição platônica: “a imagem moraJ da eternidade”. Para Aristóteles, segundo os hermeneutas o tempo é “o número de um movimento segundo o antes e o depois” (Física 219 bl-2). Quando nos ensinamentos rosacruzes afirma-se que o tempo não existe, esclarecemos que essa referência está associada ao tempo como duração de consciência, ou seja, como uma percepção isolada, com realidade própria. O tempo não é um ser, ser, mas uma percepção do ser. ser. Essa assertiva coaduna com a definição estoica de que o tempo é “o intervalo do movimento cósmico”. Intervalo é o momento de percepção de interrupção de um ritmo que implica na ordem cósmica ou ou movimento cósmico. A permanência de Parmênides onde só o Ser é, ou a mudança de Heráclito onde não se entra na mesma água do rio duás vezes, nos remetem à tentativa de capturar na mente o sentido do tempo. Neste Nes te livro, qu e a G ran de Loja d a Jurisdiç Ju risdiç ão de Língu Lín guaa Po rtug uesa ues a da Ordem Rosacruz, AMORC oferece aos leitores, rosacruzes ou não, somos brindados com uma enciclopédia sobre o tempo, uma vez que este é tratado, analisado, refletido e estudado sob diferentes lentes,
A presentação
dos autores
Michel ARMENG AUD - Capitão-de-longo-curso, depois piloto do porto de Séte. Séte. Atualmente aposentado, cursa aprofunda mento em Antigo e Novo Testamento na faculdade de teologia de Toulouse. Toulouse. Gilbert BAS TELICA—Ex-bateris TELICA—Ex-baterista ta profissional. profissional. Diplomado em animação musical (D.U.M AS.), dirige atualmente corais asso associat ciativos ivos.. Jean-Marie B ED UI N—Veterinário. Veterinário. Pesquisador na faculdade de medicina veterin ária' de Liège. Claud ine B EN OT - Professora Professora de letras clássi clássicas. cas. Coordenou várias oficinas de teatropara adolescentes. Michel BEN OT - Engen heiro atômico (I.N.S.T.N., Grenoble). Especializado em física física das partículas, fez carreira no C.E.R.N. (laboratorio europeu de física física das partículas), em Gen ebra. Rudolph BER ROUÈT - Diplomad o em estudos bancários superiores, superiores, do Instituto Técnico Bancá rio (I.T.B.) (I.T.B.).. Diretorgeral de um im portante Banco haitiano. Martine BOU DET - Professor Professoraa universitária universitária de letras modernas e doutora em literatura francesa. francesa. Michel BRESSET —Cirurgião-dentista. Presidente da Sociedade francesa dos odontoestomatologistas odontoestomatologistas acupunturistas. Irène CHAL KIA - Douto ra em estudos antigos, Escola de estudos superiores superiores de ciencias sociais (Paris). Traduto ra, lingüista, diretora de arte. Diretora artística do Espaço teatral Scarabaeus, Bruxelas. Josselyne Josselyne CHOURR Y - Após formação básica básica sob orientação de um cabalista, apro fund ou-se na Torá c nos grandes textos da mística judaica. judaica. Pierre-Antoine CRISAN - Engen heiro florestal. florestal. Especializado na proteção da da natureza e da fauna selvagem, trabalha hoje em economia territorial. territorial. Philippe DES CHAM PS - Empresário e escrito escritor. r. Éliphas DR IPPI C—Diplomado C—Diplomado em análise política política profunda. Bacharel em direito e ciencia política. Paul D UP O NT —Ex-chefe de clínica clínica e consultor hospitalar. hospitalar. Jacques GÉLINAS - Psicoterapeuta, em Québec. Québec. Louis GROSS —Licenciado em ciencias, engenheiro de radioeletricidade e informática, aposentado.
Lyne GUAY —Psicoterapeuta, em Québec. Thie rry G UI NO T—Dout T—Dout or em direito, direito, membro da Sociedade Asiática, Asiática, especializado em filosofia filosofia de sistemas normativos. Michel MYVRA— MYVRA—Engen heiro , diplo mado pela escola de Minas de Alés Alés.. Diplo mad o em estudos apro fundados (D.E A.) de astrometria e mecánica celeste. celeste. Chefe de projeto info rmático num g rande gru po. Pierre Eug éne ROY—Dou tor em medicina, cirurgião, professor de fisiologia fisiologia digestiva digestiva e de cirurgia cirurgia na universidade universidade Notre-Dam e de Haiti.
Al ém do exercício e xercício de sua fun çã o e profissão, todos todo s esses esses autores são membro s da Universidade Rose-Croix Internacional .
Um livro como este auxiliará todos aqueles que desejam erguer uma pon ta do véu que qu e cerca o conceito conc eito do d o tempo. te mpo. Ele satisfará o cientista cientis ta e o leigo, o místico e o religioso, e mesmo os meros curiosos, auxiliando-os cm suas reflexões. Aos estudantes rosacruzes, em particular, será uma preciosa ferra menta men ta qu e servirá de auxílio auxíli o junto jun to aos estud os especiais que realizam na jornada de suas investigações místicas e filosóficas. As palavras do sábio Hierofante nos diz, durante e Iniciação de Hermes: "Amado adepto, quando os eternos pais estiveram entregues ao profun do sono da grande noite cósmica, não havia luz, po rque a flam a do espírito não se reacendera ainda. - Não havia tempo. Porque a mudança não recomeçara. - Não havia h avia coisas, coisas, porque porq ue as for mas ma s não se representavam. Não havia ha via ação, ação, porque não havia coisas coisas que pudessem pudessem obrar obrar.. - Os pares pares de opostos opostos não existiam, p orque não havia coisas coisas que manifestassem polaridades. ”
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As muitas concepções do tempo (-rñüfíó) associam-no ao movimento. Para uns, o tempo é ordem mensurável do movimento relacionado aos ciclos do mundo e da vida do homem. Para outros, o tempo é um movimento intuído, captado pela’mente e vinculado ao conceito de consciência. Ainda para outros, aparece como estrutura de possibilidades numa visão mais existencialista. Platão relaciona o tempo aos ciclos planetários planetários ordenados, q ue embora implique em mudança, reproduz pelo movimento a imutabilidade do Ser Eterno. Daí a definição platônica: “a imagem moraJ da eternidade”. Para Aristóteles, segundo os hermeneutas o tempo é “o número de um movimento segundo o antes e o depois” (Física 219 bl-2). Quando nos ensinamentos rosacruzes afirma-se que o tempo não existe, esclarecemos que essa referência está associada ao tempo como duração de consciência, ou seja, como uma percepção isolada, com realidade própria. O tempo não é um ser, ser, mas uma percepção do ser. ser. Essa assertiva coaduna com a definição estoica de que o tempo é “o intervalo do movimento cósmico”. Intervalo é o momento de percepção de interrupção de um ritmo que implica na ordem cósmica ou ou movimento cósmico. A permanência de Parmênides onde só o Ser é, ou a mudança de Heráclito onde não se entra na mesma água do rio duás vezes, nos remetem à tentativa de capturar na mente o sentido do tempo. Neste Nes te livro, qu e a G ran de Loja d a Jurisdiç Ju risdiç ão de Língu Lín guaa Po rtug uesa ues a da Ordem Rosacruz, AMORC oferece aos leitores, rosacruzes ou não, somos brindados com uma enciclopédia sobre o tempo, uma vez que este é tratado, analisado, refletido e estudado sob diferentes lentes, reunindo em um mosaico opiniões abalizadas de eminentes pesqui sadores das mais diversas áreas. Temos análises sob a ótica da arte, da religião, da biologia, da física, da medicina, da astronomia, da filosofia e do misticismo.
I n d i c e Prefác Pre fácio io do Gr an de M e st re .................... .............................. ................... ................... ..................... ......................5 ...........5 P re fá c io ................... ............................. .................... ................... ................... .................... .................... ................... ................... .................12 .......12 O T empo e o F ilósofo
por Philippe D ES CH AM PS .............................................................. 15 1 - As nove acepções do tem po ..................... .............................. .................. ....................16 ...........16 2 —Du as m aneira s “filosóficas” de conceber o tem po ........ ...........2 ...222 3 —Um questionamento da realidade realidade do tem po ................... 24 4 - 0 tempo tempo passa passa,, talv talvez ez.. Mas em qual sentido?.................. sentido? .................. 28 5 - A origem ontológica do te m po ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....30 30 6 —Porque o tempo não ílui nem dura, nunca houve começo .... 41 7 —Tempo-espaço-movimento: o triângulo relativo do mundo 43 8 —Einstein e a relatividade do tempo ..................................... 47 9 - 0 tempo tempo conc concebi ebido do como como ação........................................... ação........................................... 48 10 —0 tempo, o eterno e o problema problema do env elhec imen to 50 1 1 - 0 tempo: tempo: uma uma ilusã ilusãoo subjetivar ......................................... ......................................... 52 12 —Tempo e quarta dimensão ou característica ..................... 55 .............................. .................... .................... .................. ........ 56 13 - Os números e o tem po .................... C on clus cl us ão .................... ............................. ................... ................... ................... .................... .................... .................... ................ ...... 57 Bibli Bi bliog og rafia................. raf ia........................... ................... ................... .................... .................... .................... .................... ................58 ......58 ......
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Hélio de Moraes e Marques G r a n d e M e s t r e
Astronomia
e ritmos do tempo
por Michel MYARA.......................... MYARA.................................... .................... .................... .................... .................... ............59 ..59 In trod tr od uç ão .................... .............................. .................... ................... ................... ................... ................... .................... ............... ..... 59 1 - Tem po e socie dad e...................... e................................ .................... .................... .................... .............61 ...61 2 - Tem po e movim ento da Te rra .................... .............................. .................... ................69 ......69 3 —Tempo e movimento dos planetas ...................................... 77 4 —Tempo e cosmología..............................................................84 C on cl us ão ................... .............................. ...................... ..................... ................... ................... .................... .................... .............. .... 92 Bi blio bl iogr graf af ia........... ia ..................... ................... ................... .................... .................... ................... ................... .................... ............. ... 94
O TEMPO SAGRADO ............................. .................... .................... .................... .................... ................ ...... 95 por Éliphas DR IPPI IP PIC C ................... 1—O tempo mítico do começo..................................................96
Um livro como este auxiliará todos aqueles que desejam erguer uma pon ta do véu que qu e cerca o conceito conc eito do d o tempo. te mpo. Ele satisfará o cientista cientis ta e o leigo, o místico e o religioso, e mesmo os meros curiosos, auxiliando-os cm suas reflexões. Aos estudantes rosacruzes, em particular, será uma preciosa ferra menta men ta qu e servirá de auxílio auxíli o junto jun to aos estud os especiais que realizam na jornada de suas investigações místicas e filosóficas. As palavras do sábio Hierofante nos diz, durante e Iniciação de Hermes: "Amado adepto, quando os eternos pais estiveram entregues ao profun do sono da grande noite cósmica, não havia luz, po rque a flam a do espírito não se reacendera ainda. - Não havia tempo. Porque a mudança não recomeçara. - Não havia h avia coisas, coisas, porque porq ue as for mas ma s não se representavam. Não havia ha via ação, ação, porque não havia coisas coisas que pudessem pudessem obrar obrar.. - Os pares pares de opostos opostos não existiam, p orque não havia coisas coisas que manifestassem polaridades. ”
I n d i c e Prefác Pre fácio io do Gr an de M e st re .................... .............................. ................... ................... ..................... ......................5 ...........5 P re fá c io ................... ............................. .................... ................... ................... .................... .................... ................... ................... .................12 .......12 O T empo e o F ilósofo
por Philippe D ES CH AM PS .............................................................. 15 1 - As nove acepções do tem po ..................... .............................. .................. ....................16 ...........16 2 —Du as m aneira s “filosóficas” de conceber o tem po ........ ...........2 ...222 3 —Um questionamento da realidade realidade do tem po ................... 24 4 - 0 tempo tempo passa passa,, talv talvez ez.. Mas em qual sentido?.................. sentido? .................. 28 5 - A origem ontológica do te m po ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....30 30 6 —Porque o tempo não ílui nem dura, nunca houve começo .... 41 7 —Tempo-espaço-movimento: o triângulo relativo do mundo 43 8 —Einstein e a relatividade do tempo ..................................... 47 9 - 0 tempo tempo conc concebi ebido do como como ação........................................... ação........................................... 48 10 —0 tempo, o eterno e o problema problema do env elhec imen to 50 1 1 - 0 tempo: tempo: uma uma ilusã ilusãoo subjetivar ......................................... ......................................... 52 12 —Tempo e quarta dimensão ou característica ..................... 55 .............................. .................... .................... .................. ........ 56 13 - Os números e o tem po .................... C on clus cl us ão .................... ............................. ................... ................... ................... .................... .................... .................... ................ ...... 57 Bibli Bi bliog og rafia................. raf ia........................... ................... ................... .................... .................... .................... .................... ................58 ......58 ......
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Hélio de Moraes e Marques G r a n d e M e s t r e
Astronomia
e ritmos do tempo
por Michel MYARA.......................... MYARA.................................... .................... .................... .................... .................... ............59 ..59 In trod tr od uç ão .................... .............................. .................... ................... ................... ................... ................... .................... ............... ..... 59 1 - Tem po e socie dad e...................... e................................ .................... .................... .................... .............61 ...61 2 - Tem po e movim ento da Te rra .................... .............................. .................... ................69 ......69 3 —Tempo e movimento dos planetas ...................................... 77 4 —Tempo e cosmología..............................................................84 C on cl us ão ................... .............................. ...................... ..................... ................... ................... .................... .................... .............. .... 92 Bi blio bl iogr graf af ia........... ia ..................... ................... ................... .................... .................... ................... ................... .................... ............. ... 94
O TEMPO SAGRADO ............................. .................... .................... .................... .................... ................ ...... 95 por Éliphas DR IPPI IP PIC C ................... 1—O tempo mítico do começo..................................................96 2 —As festas ou a perenidade das crenças...............................113 3 - Os ciclos e o p oder conferido ao te m po ........ ............ ........ ........ ........ .......1 ...137 37 4 - 0 fim dos tem po s........................ s.................................. .................... ................... .................. ............144 ...144 C on clus cl us ão ................... ............................. ................... ................... .................... .................... .................... .................... .............. ....154 154 Bibli Bi bliog og rafia................ raf ia.......................... .................... .................... .................... .................... .................... ................... ..............157 .....157
SIMBOLISMO CHINÉS O TEMPO N O SIMBOLISMO E SUA RELAÇÃO COM O UNIVERSO E O COTIDIANO
por Michel B R E SS ET ................................................... ...................................................................... ................... 158 Bibliografía.......................................................................................174
O TEMPO ENTRE OS HEBREUS ................................................................ ................. 175 175 por Josselyn Josselynee CH O UR RY ............................................... Bibliografía.......................................................................................188
A VISÁO MÍSTICA DO TEMPO ............................................................................ 189 por Loáis G R O SS ............................................................................ Bibliografía.......................................................................................209 T
e m p o e religiáo: o calendário cristão
por Michel A RMEN RM EN GA U D ................................................. ............................................................ ........... 210 Introdução: Introd ução: a era cri sta ................................................ .............................................................. .............. 210 1- As festas festas fixas fixas (solares ) ' ........................................................211 ........................................................211 2 - As festas festas móveis (soli-lunares) ...........................................230 3 —Do tempo solar ao tempo lunar.........................................233 4 - Os intervalos de 40 40 di as .................................................. ...................................................... .... 234 5 - A liturgia das h o ra s.......................................... s. ............................................................ ................... 236 Conclusão.........................................................................................238 Bibliografía.......................................................................................239 T
e m p o e carma
...................................................................... 240 por Thierry G U IN O T ...................................................................... 1—Os três tipos de carma.........................................................242 2 —A liberação e o contexto do tempo.....................................248 Bibliografía.......................................................................................255 O TEMPO DOS MITOS ...................................................................... 256 por Claudine B ÉN O T ...................................................................... 1 —Mitos do te m po ................................................................... ................................................................... 256 2 —Berço do te m po ................................................................... ................................................................... 257 3 - Caminhos da noite e do d ia ............ ................. ........... ........... ........... ............ ........... .......264 ..264 4 - Renascimento Ren ascimento dos deus de uses................................................... es................................................... 266 5 —A escuta das musas..............................................................269
O TEMPODOS TEMPODOS SERES VIVOS .................................. ....................... ....................... ......................282 ..........282 por Pietre-Antoine CR IS AN ...................... In tr od uç ão ......................... .................................... ...................... ....................... ....................... ...................... ....................... ................ .... 282 1 —Os cic los da n atureza e as est açõ es........... es................ .......... ......... ........ ........ ........ ........282 ....282 2 —A evolu ção das esp ec ies ........................ ................................... ...................... ....................... ............... ... 28 7 3 —Os ritmos biológicos..................................................................300 C on cl u sã o............................... o........................................... ...................... ..................... ....................... ....................... ...................... ............31 .31 0 Bi bl io gr af ía ...................... .................................. ....................... ...................... ...................... ...................... ...................... .................. ....... 311 A EVOLUÇÃODAS ESPECIES SOBOÂNGULO OÂNGULODESUAREL SUARELAÇÃOCO ÃOCOMOTEMPO ................................. ....................... ....................... ...................... ............... .... 312 por Jean-Marie Jean-Marie B E D U IN ...................... In tr od u çã o.............................. o......................................... ...................... ....................... ........................ ....................... ..................... .......... 312 1 —A vida no pre se nt e............................. e........................................ ...................... ...................... ................... ........ 316 2 - Mec anism o do relógio b io lóg ic o.......... o.............. ........ ......... ......... ........ ........ ........ ........3 ....3 19 3 - A par ecim ent o da m em ori a.......................... a...................................... ....................... .................322 ......322 4 - Aparecimento de uma faculdade de antecipação..............327 C on cl us ão ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .... ...................... ................................ ....................... ....................... ............... 331 Bi bl io gr af ía ....................... ................................. ...................... ....................... ...................... ....................... ....................... ................. ...... 335 O s CENTROS TEMPORAIS NO HOMEM .................................. ...................... ...................... ....................... ....................33 ........33 6 por Fierre Fierre Eugéne RO Y ....................... Bi bl io gr af ía ....................... ................................. ...................... ....................... ...................... ....................... ....................... ................. ...... 349 O TEM TEMPOEA PO EA SAÚDE
por Paul D UP ON T ....................... ................................... ....................... ...................... ...................... ...................... ...............35 ....35 0 1 —A concepção do tempo na historia historia da m ed icin a....... a.............. ......350 ...350 tempo fisiológico....................................................................354 3 —A —A dura ção da v id a............................... a........................................... ...................... ..................... .................. ....... 358 4 - 0 relógio bioló gico interno: ete rni dad e......... e............. ......... ......... ........ ........ .....363 .363 C on cl u sã o................................ o............................................ ....................... ...................... ....................... ....................... .....................364 ..........364 Bi bl io gr af ía ...................... ................................. ....................... ....................... ....................... ....................... ...................... .................3 ......3 65 2 — 0
O TEMPO COMO FENÓMENO PSICOLÓGICO ALGUMAS REFLEXÕES SUCINTAS
Jacques Jacques GÉ LI GÉ LINA NA S e Lyne G UAY UA Y
.......3 67
SIMBOLISMO CHINÉS O TEMPO N O SIMBOLISMO E SUA RELAÇÃO COM O UNIVERSO E O COTIDIANO
por Michel B R E SS ET ................................................... ...................................................................... ................... 158 Bibliografía.......................................................................................174
O TEMPO ENTRE OS HEBREUS ................................................................ ................. 175 175 por Josselyn Josselynee CH O UR RY ............................................... Bibliografía.......................................................................................188
A VISÁO MÍSTICA DO TEMPO ............................................................................ 189 por Loáis G R O SS ............................................................................ Bibliografía.......................................................................................209 T
e m p o e religiáo: o calendário cristão
por Michel A RMEN RM EN GA U D ................................................. ............................................................ ........... 210 Introdução: Introd ução: a era cri sta ................................................ .............................................................. .............. 210 1- As festas festas fixas fixas (solares ) ' ........................................................211 ........................................................211 2 - As festas festas móveis (soli-lunares) ...........................................230 3 —Do tempo solar ao tempo lunar.........................................233 4 - Os intervalos de 40 40 di as .................................................. ...................................................... .... 234 5 - A liturgia das h o ra s.......................................... s. ............................................................ ................... 236 Conclusão.........................................................................................238 Bibliografía.......................................................................................239 T
e m p o e carma
...................................................................... 240 por Thierry G U IN O T ...................................................................... 1—Os três tipos de carma.........................................................242 2 —A liberação e o contexto do tempo.....................................248 Bibliografía.......................................................................................255 O TEMPO DOS MITOS ...................................................................... 256 por Claudine B ÉN O T ...................................................................... 1 —Mitos do te m po ................................................................... ................................................................... 256 2 —Berço do te m po ................................................................... ................................................................... 257 3 - Caminhos da noite e do d ia ............ ................. ........... ........... ........... ............ ........... .......264 ..264 4 - Renascimento Ren ascimento dos deus de uses................................................... es................................................... 266 5 —A escuta das musas..............................................................269 6 —Ae ra de ou ro ........................................................................ ........................................................................ 275 7 —Estações dos homens..........................................................277 8 —Um inverno para Cronos....................................................279 Bibliografía.......................................................................................281
5 - Criar o temp o pelo pe nsam ento cria tivo............... tivo..................... ............3 ......378 78 6 - A qua lidade do tem po ........... ................. ........... ........... ............ ............ ............ ............ ..........379 ....379 Bibliografía.......................................................................................385 O TEMPO DOS FÍSICOS por Mich el B É N O T ......................................................................... 386 1 —O velho tem te m po ..................................................................... 387 2 —Retrato do tem po ................................................................. 396 3 —Rumo a novos tempos.........................................................400 4 —Os tempos mo der nos.......................................................... no s.......................................................... 408 5 —Tempo “real ” e tempo do m u n d o .....................................426 6 —Quan —Quan do o universo nos é c on tad o............... o.................... ........... ............ ...........42 .....4288 Conclusão: apologia apologia de um tempo cós mic o............. o................... ............ ............ .......433 .433 Bibliografía.......................................................................................436
A MÚSICA E O TEMPO por Gilbert BA ST EL IC A .................................................................437 1 - O tempo perfe ito.............. ito................... ........... ............ ........... ........... ........... ........... ............ ........... ....... 438 2 —Tempo lin ea r....................................................................... 440 3 —Tempo cícl ico...................................................................... ico ...................................................................... 442 4 - Tempo suspen so.................................................................. 445 5 - Tempo rítm ico..................................................................... ico ..................................................................... 446 6 - Tempo passa do.................................................................... 450 7 —A música e nossa memoria.................................................452 8 —Tempo pre sen te................................................................... 453 9 —0 tempo dedicad o a ouvir mú sica.....................................458 sic a.....................................458 Conclusão.........................................................................................460 Bibliografia.......................................................................................462
A EXPERIÊNCIA DO TEMPO CÊNICO NO TEATRO E NA DANÇA V istas paralelas n o u n i v e r s o da m ú s i c a e do s c o n t o s
por Irène CH AL KI A ........................................................................ 463
O DIÁLOGO DAS DAS CULTURAS ATRAVÉS ATRAVÉS DO TE MPO
O TEMPODOS TEMPODOS SERES VIVOS .................................. ....................... ....................... ......................282 ..........282 por Pietre-Antoine CR IS AN ...................... In tr od uç ão ......................... .................................... ...................... ....................... ....................... ...................... ....................... ................ .... 282 1 —Os cic los da n atureza e as est açõ es........... es................ .......... ......... ........ ........ ........ ........282 ....282 2 —A evolu ção das esp ec ies ........................ ................................... ...................... ....................... ............... ... 28 7 3 —Os ritmos biológicos..................................................................300 C on cl u sã o............................... o........................................... ...................... ..................... ....................... ....................... ...................... ............31 .31 0 Bi bl io gr af ía ...................... .................................. ....................... ...................... ...................... ...................... ...................... .................. ....... 311 A EVOLUÇÃODAS ESPECIES SOBOÂNGULO OÂNGULODESUAREL SUARELAÇÃOCO ÃOCOMOTEMPO ................................. ....................... ....................... ...................... ............... .... 312 por Jean-Marie Jean-Marie B E D U IN ...................... In tr od u çã o.............................. o......................................... ...................... ....................... ........................ ....................... ..................... .......... 312 1 —A vida no pre se nt e............................. e........................................ ...................... ...................... ................... ........ 316 2 - Mec anism o do relógio b io lóg ic o.......... o.............. ........ ......... ......... ........ ........ ........ ........3 ....3 19 3 - A par ecim ent o da m em ori a.......................... a...................................... ....................... .................322 ......322 4 - Aparecimento de uma faculdade de antecipação..............327 C on cl us ão ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .... ...................... ................................ ....................... ....................... ............... 331 Bi bl io gr af ía ....................... ................................. ...................... ....................... ...................... ....................... ....................... ................. ...... 335 O s CENTROS TEMPORAIS NO HOMEM .................................. ...................... ...................... ....................... ....................33 ........33 6 por Fierre Fierre Eugéne RO Y ....................... Bi bl io gr af ía ....................... ................................. ...................... ....................... ...................... ....................... ....................... ................. ...... 349 O TEM TEMPOEA PO EA SAÚDE
por Paul D UP ON T ....................... ................................... ....................... ...................... ...................... ...................... ...............35 ....35 0 1 —A concepção do tempo na historia historia da m ed icin a....... a.............. ......350 ...350 tempo fisiológico....................................................................354 3 —A —A dura ção da v id a............................... a........................................... ...................... ..................... .................. ....... 358 4 - 0 relógio bioló gico interno: ete rni dad e......... e............. ......... ......... ........ ........ .....363 .363 C on cl u sã o................................ o............................................ ....................... ...................... ....................... ....................... .....................364 ..........364 Bi bl io gr af ía ...................... ................................. ....................... ....................... ....................... ....................... ...................... .................3 ......3 65 2 — 0
O TEMPO COMO FENÓMENO PSICOLÓGICO ALGUMAS REFLEXÕES SUCINTAS
por Jacques Jacques GÉ LI GÉ LINA NA S e Lyne G UAY UA Y ....................... .................................. ..................... .................3 .......3 67 1 —Compr eend er o te m p o........... o............... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......... .......... ......... ........ ........368 ....368 2 —Sincronicidade............................................................................372 3 - K ai ro s............................... s.......................................... ...................... ...................... ....................... ....................... .................375 ......375 4 —Agarrar o tempo certo ou estar no tempo certo! ................37 6
A DITADURA DITADURA DO TEMPO NO MUNDO MODERNO p or R ud ol p h B E R R O U E T
50 7
.......................................................................................................................................................................................................................
1 - A noção de temp o na vida diá ria................ ria...................... ............ ............ ............ ......50 50 7 2 - A visão rosacruz do te m po ........... ................. ............ ............ ............ ............ ............ ..........5 13 3 - Conseq üências prá tic as................ as...................... ........... ........... ............ ........... ........... ..........517 ....517 4 - Co nsid eraçõe era çõess fi n a is ................... ............................. ................... ................... ................... .............. ..... 524 Bibliografía ...................................................................................... 527
5 - Criar o temp o pelo pe nsam ento cria tivo............... tivo..................... ............3 ......378 78 6 - A qua lidade do tem po ........... ................. ........... ........... ............ ............ ............ ............ ..........379 ....379 Bibliografía.......................................................................................385 O TEMPO DOS FÍSICOS por Mich el B É N O T ......................................................................... 386 1 —O velho tem te m po ..................................................................... 387 2 —Retrato do tem po ................................................................. 396 3 —Rumo a novos tempos.........................................................400 4 —Os tempos mo der nos.......................................................... no s.......................................................... 408 5 —Tempo “real ” e tempo do m u n d o .....................................426 6 —Quan —Quan do o universo nos é c on tad o............... o.................... ........... ............ ...........42 .....4288 Conclusão: apologia apologia de um tempo cós mic o............. o................... ............ ............ .......433 .433 Bibliografía.......................................................................................436
A DITADURA DITADURA DO TEMPO NO MUNDO MODERNO p or R ud ol p h B E R R O U E T
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1 - A noção de temp o na vida diá ria................ ria...................... ............ ............ ............ ......50 50 7 2 - A visão rosacruz do te m po ........... ................. ............ ............ ............ ............ ............ ..........5 13 3 - Conseq üências prá tic as................ as...................... ........... ........... ............ ........... ........... ..........517 ....517 4 - Co nsid eraçõe era çõess fi n a is ................... ............................. ................... ................... ................... .............. ..... 524 Bibliografía ...................................................................................... 527
A MÚSICA E O TEMPO por Gilbert BA ST EL IC A .................................................................437 1 - O tempo perfe ito.............. ito................... ........... ............ ........... ........... ........... ........... ............ ........... ....... 438 2 —Tempo lin ea r....................................................................... 440 3 —Tempo cícl ico...................................................................... ico ...................................................................... 442 4 - Tempo suspen so.................................................................. 445 5 - Tempo rítm ico..................................................................... ico ..................................................................... 446 6 - Tempo passa do.................................................................... 450 7 —A música e nossa memoria.................................................452 8 —Tempo pre sen te................................................................... 453 9 —0 tempo dedicad o a ouvir mú sica.....................................458 sic a.....................................458 Conclusão.........................................................................................460 Bibliografia.......................................................................................462
A EXPERIÊNCIA DO TEMPO CÊNICO NO TEATRO E NA DANÇA V istas paralelas n o u n i v e r s o da m ú s i c a e do s c o n t o s
por Irène CH AL KI A ........................................................................ 463
O DIÁLOGO DAS DAS CULTURAS ATRAVÉS ATRAVÉS DO TE MPO por Martine B O U D E T ....................................................................481 ....................................................................481 1—A globalização, um contexto favorável à evolução ........... 481 2 —A dialética, sistema de interpretaç ão da histo ria.............. 482 3 - 0 diálogo diálogo das cultu culturas, ras, motor motor da da história história contemporâ nea 485 Bibliografia.......................................................................................506 ....
P refácio
Há dezesseis séculos, Santo Agostinho reconhecia nossa incapacidade de dizer o que é o tempo. A julgar pelas incontáveis tentativas feitas feitas por filósofos filósofos posteriores, pode-se duvidar de algum progresso nessa reflexão. Teria este livro a prete pr etens nsão ão de fazer faz er melho me lho r? Claro Cl aro qu e não, não , não nã o é esse seu objetivo; objetivo; ele é antes um a experiência, idealizada p or vários de seus autores. Esses últimos bus caram exp or alguns dos aspectos do tempo da maneira que eles os percebem, cada qual através de sua reflexão pessoal. Disso resulta, como era de se esperar, abordagens ou facetas bem diferentes, correspondendo a ângulos de visão particulares. Todavia, apesar dessa diversidade, esforçamo-nos em dar uma estrutura a esse conjunto de contribuições, de modo a facilitar sua leitura. Assim é que, uma vez apresentado o exame da questão pelos filósofos, são as tradições, com seus ciclos, que são interrogadas. Em seguida, somos convidados a explorar o tempo dos seres vivos. Aqui aparecem, conforme a duração considerada , os ritmos cíclicos cíclicos do temp o curto e os processos processos evolutivos que se desenrolam no tempo longo. Depois, o tempo da sociedade, criado por ela para suas necessidades no camp o cultural, pode nos levar a perg unta r se o homem não se tornou vítima daquilo que ele criou, muitas vezes para o melhor e às vezes para o pior. pior. Assim, essa essa viagem viagem pelo tem po nos co ndu zirá através de campos tão diferentes entre si, como o da arte, da religião, da biologia, da física, da medicina, das tradições, da
são por sua sua maior ou m enor complexidade do assu nto tratado. Por isso, a leitura de alguns deles exigirá um pouco mais de esforç esforçoo que a de outros, outros, mas nenh um requer conhecimentos especiais para ser lido. Ao lermos essas diferentes contribuições, podemos nos perg pe rgun un tar se o tem po de qu e se fala é sem pre o mesmo me smo.. O tempo da vida dos organismos vivos, vivos, dos mais elem entares aos mais evoluídos, é o mesmo do psiquismo do homem, por exemplo? O tem po q ue ritma os ciclos ciclos cósmicos e religiosos religiosos é o mesmo que rege a evolução do mundo vivo ao longo das gerações? O tempo da evolução biológica é da mesma natureza que o da evolução das sociedades e das culturas? Que relação tem esse tempo, ou esses tempos, com o da física? física? O tempo da física, que todos acreditavam ser absoluto, surgiu há um século como sen do de fato relativo. Nascido com a matéria e o espaço, ao qual está ligado, de que poderes ele dispõe? O de orden ar o movim ento, fonte da vida? vida? E o que nos contam os mitos mais antigos. Mas essas mesmas tradições milenares nos dizem também que o tempo tempo é só só uma ilu são... ✓
E interessante lembrar que foi, de certo modo, a essa conclusão que chegou o sociólogo sociólogo Nor bert Elias, para que m o tempo é apenas um “símbolo social” entre outros, forjado pelas sociedades e interiorizado por cada um, a fim de pôr ordem no “fluxo do devenir”. Nesse caso, podemos nos perguntar por po r q ue e como co mo esse meio mei o de orient ori entaçã ação, o, criado cria do pelo home ho mem m para su as necessidades, necessida des, pode po de se tornar torn ar às vezes o senho r tirânico tirânic o que co man da nossa vida diária.
P refácio
Há dezesseis séculos, Santo Agostinho reconhecia nossa incapacidade de dizer o que é o tempo. A julgar pelas incontáveis tentativas feitas feitas por filósofos filósofos posteriores, pode-se duvidar de algum progresso nessa reflexão. Teria este livro a prete pr etens nsão ão de fazer faz er melho me lho r? Claro Cl aro qu e não, não , não nã o é esse seu objetivo; objetivo; ele é antes um a experiência, idealizada p or vários de seus autores. Esses últimos bus caram exp or alguns dos aspectos do tempo da maneira que eles os percebem, cada qual através de sua reflexão pessoal. Disso resulta, como era de se esperar, abordagens ou facetas bem diferentes, correspondendo a ângulos de visão particulares.
são por sua sua maior ou m enor complexidade do assu nto tratado. Por isso, a leitura de alguns deles exigirá um pouco mais de esforç esforçoo que a de outros, outros, mas nenh um requer conhecimentos especiais para ser lido. Ao lermos essas diferentes contribuições, podemos nos perg pe rgun un tar se o tem po de qu e se fala é sem pre o mesmo me smo.. O tempo da vida dos organismos vivos, vivos, dos mais elem entares aos mais evoluídos, é o mesmo do psiquismo do homem, por exemplo? O tem po q ue ritma os ciclos ciclos cósmicos e religiosos religiosos é o mesmo que rege a evolução do mundo vivo ao longo das gerações? O tempo da evolução biológica é da mesma natureza que o da evolução das sociedades e das culturas? Que relação tem esse tempo, ou esses tempos, com o da física? física? O tempo da física, que todos acreditavam ser absoluto, surgiu há um século como sen do de fato relativo. Nascido com a matéria e o espaço, ao qual está ligado, de que poderes ele dispõe? O de orden ar o movim ento, fonte da vida? vida? E o que nos contam os mitos mais antigos. Mas essas mesmas tradições milenares nos dizem também que o tempo tempo é só só uma ilu são...
Todavia, apesar dessa diversidade, esforçamo-nos em dar uma estrutura a esse conjunto de contribuições, de modo a facilitar sua leitura. Assim é que, uma vez apresentado o exame da questão pelos filósofos, são as tradições, com seus ciclos, que são interrogadas. Em seguida, somos convidados a explorar o tempo dos seres vivos. Aqui aparecem, conforme a duração considerada , os ritmos cíclicos cíclicos do temp o curto e os processos processos evolutivos que se desenrolam no tempo longo. Depois, o tempo da sociedade, criado por ela para suas necessidades no camp o cultural, pode nos levar a perg unta r se o homem não se tornou vítima daquilo que ele criou, muitas vezes para o melhor e às vezes para o pior. pior. Assim, essa essa viagem viagem pelo tem po nos co ndu zirá através de campos tão diferentes entre si, como o da arte, da religião, da biologia, da física, da medicina, das tradições, da astronom ia, da mitologia, da psicologia e da filosofia. filosofia.
E interessante lembrar que foi, de certo modo, a essa conclusão que chegou o sociólogo sociólogo Nor bert Elias, para que m o tempo é apenas um “símbolo social” entre outros, forjado pelas sociedades e interiorizado por cada um, a fim de pôr ordem no “fluxo do devenir”. Nesse caso, podemos nos perguntar por po r q ue e como co mo esse meio mei o de orient ori entaçã ação, o, criado cria do pelo home ho mem m para su as necessidades, necessida des, pode po de se tornar torn ar às vezes o senho r tirânico tirânic o que co man da nossa vida diária.
Cada capítulo deste livro é de um autor diferente. Diferentes por po r seus seu s respecti re spectivos vos ponto po ntoss de d e vista, esses cap ítulos ítu los tam bém bé m o
Quem sabe a leitura destas páginas incite o leitor a fazer uma pausa para refletir e para se conceder o “inverno para
Cronos” de que se fala no capítulo dos mitos? O conjunto dessas reflexões, em todo caso, é um convite para que nos perg pe rgun untem tem os o qu e é o te mp o para p ara nós. Se o leito r for sensível sens ível a esse esse convite, então teremos atingido nosso objetivo. objetivo. O Editor
✓
O
tempo e
o F
ilósofo
DES CHAMPS MPS p o r P h i i a p p e DESCHA
O tempo: ilustre personagem associado a Saturno, aquele que carrega a foice. Um dos mais corriqueiros temas de conversa, seja sobre o tempo que passa, seja sobre como está o tempo. A seu respeito, quase tudo já foi dito, sendo que, parad oxalme oxa lmente, nte, ele representa repr esenta um dos dom ínios ínio s sobre os quais os pensadores têm a maior dificuldad e para entrar em acordo. Para alguns de nossos nossos contemporâneo s, há o tempo q ue passa, enquanto outros passam o tempo. Esses últimos, aliás, não hesitam em se apoderar dele, como se ele fosse um objeto. As vezes vezes dizemos qu e ele é longo ou curto, distan te ou próximo, como se ele se situasse situasse no espaço. Alguns asseguram que ele dura, enquanto outros, pelo contrário, afirmam que ele se esgota. Os esportistas acham que ele vai ou vem, que ele flui ou passa, e que, por conseq üência, é preciso correr atrás dele. dele. Além disso, ainda se referindo aos esportes, não falam de sua marcha, de sua fuga ou de sua rapidez? Os poetas pedem-lhe que su spenda seu vôo. vôo. Os nostálgicos nostálgicos o tratam tratam com o um velho amigo, recordando-se de sua juventude, enquanto seus inimigos o acusam de devorar seus filhos. A justiça popular conclui então que é preciso matar o tempo. Quantas coisas foram atribuídas a ele sem que o conhecêssemos realmente! Por isso, se você está querendo saber mais sobre esse person per sonage agem, m, pegue peg ue um pou co dele e co ntin nt inue ue lendo. lend o. De modo geral, os filós filósofos ofos não concordam entre si. Embor a a
Cronos” de que se fala no capítulo dos mitos? O conjunto dessas reflexões, em todo caso, é um convite para que nos perg pe rgun untem tem os o qu e é o te mp o para p ara nós. Se o leito r for sensível sens ível a esse esse convite, então teremos atingido nosso objetivo. objetivo. O Editor
O
tempo e
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ilósofo
DES CHAMPS MPS p o r P h i i a p p e DESCHA
O tempo: ilustre personagem associado a Saturno, aquele que carrega a foice. Um dos mais corriqueiros temas de conversa, seja sobre o tempo que passa, seja sobre como está o tempo. A seu respeito, quase tudo já foi dito, sendo que, parad oxalme oxa lmente, nte, ele representa repr esenta um dos dom ínios ínio s sobre os quais os pensadores têm a maior dificuldad e para entrar em acordo. Para alguns de nossos nossos contemporâneo s, há o tempo q ue passa, enquanto outros passam o tempo. Esses últimos, aliás, não hesitam em se apoderar dele, como se ele fosse um objeto. As vezes vezes dizemos qu e ele é longo ou curto, distan te ou próximo, como se ele se situasse situasse no espaço. Alguns asseguram que ele dura, enquanto outros, pelo contrário, afirmam que ele se esgota. Os esportistas acham que ele vai ou vem, que ele flui ou passa, e que, por conseq üência, é preciso correr atrás dele. dele. Além disso, ainda se referindo aos esportes, não falam de sua marcha, de sua fuga ou de sua rapidez? Os poetas pedem-lhe que su spenda seu vôo. vôo. Os nostálgicos nostálgicos o tratam tratam com o um velho amigo, recordando-se de sua juventude, enquanto seus inimigos o acusam de devorar seus filhos. A justiça popular conclui então que é preciso matar o tempo. Quantas coisas foram atribuídas a ele sem que o conhecêssemos realmente! Por isso, se você está querendo saber mais sobre esse person per sonage agem, m, pegue peg ue um pou co dele e co ntin nt inue ue lendo. lend o. De modo geral, os filós filósofos ofos não concordam entre si. Embor a a maioria admita uma compreensão intuitiva da questão, muitas sutilezas aparecem tão logo se queira pensá-lo e, sobretudo, definilo. Para começar, Santo Agostinho escreve em suas Confissões:
Que é o tempo? Se ninguém me pergunta, sei o que ele é; mas se alguém me pergun ta e tento explicá-lo, já não sei mais1.
Depois, Pascal se recusa a defini-lo: Quem poderá defini-lo? E p or que tentar faze r isso isso,, já que todos entendem o que queremos dizer quando nos referimos ao tempo, sem qu e o qu ali fiq ue mo s m ais?2 ais ?2
Em segundo lugar, o tempo sucessivo, aquele que costu mamos dizer que “passa” ou “flui”. Em seguida, vem a medida da duraçã o, tor nada possível possível pela descoberta do relógio solar, solar, da clepsidra e, por último, do relógio atômico. Simultaneidade, sucessão sucessão ou d uração, estas três maneiras de abordar o conceito do tempo devem ser entendidas como um tempo prático e matemático, cuja medição, ou até maestria, torna possível o desenvolvimento de uma sociedade humana cada vez mais complexa.
Por fim, Dôgen, o monge zen-budista do século XIII, diz: O fat o de ning uém contestá-lo não significa que alguém o compreenda{.
Na N a realida rea lidade, de, o tem a é árd uo po rque rq ue ele se presta pre sta a pelo menos nove maneiras de vivenciá-lo e tem no mínimo duas concepções filosóficas para explicá-lo.
1
-
A
S
NO VE AC EPÇ ÕE S DO TE MP O
Em primeiro lugar, a noção de simultaneidade. Trata-se do tempo prático, o dos encontros, sejam humanos ou espaciais, como os encontros das sondas exploradoras, que tinham de chegar “ao mesmo tempo” que o planeta Marte num determinado ponto do espaço. espaço. 1. SANTO AGOST INHO , Confessions, livro XI, cap. XIV, Paris,
Sobre a questão do tempo medido, o filósofo grego Aristóteles Aristóteles desenvolveu um a reflexão madu ra, já no século IV antes de Cristo.
Aristóteles Aristót eles ou o tempo te mpo do mu ndo4 nd o4 Seu pensamento principal sobre o assunto está no livro IV de sua “Física”. Nesse livro, ele faz principalmente urna reflexão reflexão a respeito respeito da realidade física física do tempo, aq uela q ue é medida pelos relógios. relógios. Por duas vezes ele ele parece descartar sua dimensão psicológica e, com mais forte razão, a idéia de que o tempo seria uma ilusão. Para ele, o instante pode não existir para par a um hom ho m em sim plesm ple sm ente ent e por po r não ser percebid perc ebido, o, como com o acontece no sono (218 b). Depois ele se pergunta: o tempo po de ria exist ex istir ir sem a alm a e o p en sa m en to , q ue são os verdadeiros sujeitos de toda medição? A resposta vem irremediavelmente: essa pergunta pode ser válida para todas as coisas, menos para o tempo e o movimento. Aristóteles presum pre sum e, então, ent ão, uma um a r ealidade ealid ade objetiva objetiv a do te mpo. mpo . Na N a verdade, ver dade,
Que é o tempo? Se ninguém me pergunta, sei o que ele é; mas se alguém me pergun ta e tento explicá-lo, já não sei mais1.
Depois, Pascal se recusa a defini-lo: Quem poderá defini-lo? E p or que tentar faze r isso isso,, já que todos entendem o que queremos dizer quando nos referimos ao tempo, sem qu e o qu ali fiq ue mo s m ais?2 ais ?2
Em segundo lugar, o tempo sucessivo, aquele que costu mamos dizer que “passa” ou “flui”. Em seguida, vem a medida da duraçã o, tor nada possível possível pela descoberta do relógio solar, solar, da clepsidra e, por último, do relógio atômico. Simultaneidade, sucessão sucessão ou d uração, estas três maneiras de abordar o conceito do tempo devem ser entendidas como um tempo prático e matemático, cuja medição, ou até maestria, torna possível o desenvolvimento de uma sociedade humana cada vez mais complexa.
Por fim, Dôgen, o monge zen-budista do século XIII, diz: O fat o de ning uém contestá-lo não significa que alguém o compreenda{.
Na N a realida rea lidade, de, o tem a é árd uo po rque rq ue ele se presta pre sta a pelo menos nove maneiras de vivenciá-lo e tem no mínimo duas concepções filosóficas para explicá-lo.
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A
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NO VE AC EPÇ ÕE S DO TE MP O
Em primeiro lugar, a noção de simultaneidade. Trata-se do tempo prático, o dos encontros, sejam humanos ou espaciais, como os encontros das sondas exploradoras, que tinham de chegar “ao mesmo tempo” que o planeta Marte num determinado ponto do espaço. espaço. 1. SANTO AGOST INHO , Confessions, livro XI, cap. XIV, Paris, Garnier-Flammarion, 1964. 2. PASCAL, De l ’esprit esprit géométrique. 3. D ÔG EN (Shôbôgenzô), Uji, étre-temps, being-time, Fougcres, Enere Marine, 1997, p. 45.
será preciso preciso esperar por Santo Agostinho para q ue uma u ma reflexão reflexão mais profunda sobre nossa relação psicológica com o tempo seja feita. A contribuição importante impor tante de Aristóteles Aristóteles está na definição de seu objeto: objeto: o tempo, se não é o próprio movimento, mov imento, é o seu númer o calculado, isto isto é, é, o resultado da medição. Há urna troca permanente perma nente entre esses esses dois dois principios, porque um é m edido pelo outro. Sem movimento (e ele considera o repouso como o valor zero do movimento) não há tempo; por outro lado, o movimento regular de um relógio (ou o dos elétrons do átomo de césio 133) serve para m edir o tempo . Do mesm o modo, mod o, a consciência do fluxo do tempo acontece na alma graças ao movimento que podemos presum pre sum ir ser o do pensam pen sam ento (219a). (21 9a). Ganham os consciência consciência do tempo pelo fato do movimento representar um a sucessão continua, definida como um antes e um depois. Aristóteles Aristóteles fornece a seguinte definição: “O tempo é o número do mov imen to conforme o antes e o depois”(219b). Ele ressalta ainda um paradoxo do tempo e do instante. Eles são incessantemen te novos e sempre idênticos a si mesmos. O tempo, tom ado no todo, e o instante, tomado em sua função unificadora do passado e do futuro, são sempre os mesmos. Mas tomados na corrente do movimento, eles mudam constantemente. Aristóteles exclui com isso toda pluralidade dos tempos, no caso em que se pudesse considerar urna multiplicidade de mundos (218 b).
Sobre a questão do tempo medido, o filósofo grego Aristóteles Aristóteles desenvolveu um a reflexão madu ra, já no século IV antes de Cristo.
Aristóteles Aristót eles ou o tempo te mpo do mu ndo4 nd o4 Seu pensamento principal sobre o assunto está no livro IV de sua “Física”. Nesse livro, ele faz principalmente urna reflexão reflexão a respeito respeito da realidade física física do tempo, aq uela q ue é medida pelos relógios. relógios. Por duas vezes ele ele parece descartar sua dimensão psicológica e, com mais forte razão, a idéia de que o tempo seria uma ilusão. Para ele, o instante pode não existir para par a um hom ho m em sim plesm ple sm ente ent e por po r não ser percebid perc ebido, o, como com o acontece no sono (218 b). Depois ele se pergunta: o tempo po de ria exist ex istir ir sem a alm a e o p en sa m en to , q ue são os verdadeiros sujeitos de toda medição? A resposta vem irremediavelmente: essa pergunta pode ser válida para todas as coisas, menos para o tempo e o movimento. Aristóteles presum pre sum e, então, ent ão, uma um a r ealidade ealid ade objetiva objetiv a do te mpo. mpo . Na N a verdade, ver dade, 4. Apresentamos aqui um resumo das idéias de Aristóteles, expressas em sua obra “Physique” iy Traité Traité du temps, Paris, Kimé, 1995.
uma de suas partes. Na verdade, o instante, sem dimensão, não se situa no tempo da mesma forma que o ponto sobre a reta. reta. Se a reta é definida definida como um conjun to de pontos, o tempo não corresponde a um a sucessão de instantes que o dividiriam, dividiriam, mas a uma continuidade indivisível, idéia que Bergson vai retomar mais tarde. Por conseguinte, se a divisão do tempo pelo instan ins tan te é admi ad mitid tida, a, é a penas pe nas em potênc pot ência, ia, não em ato. Aristóteles parece negar qualquer realidade separada do tempo. Ele afirma que o tempo existe porque as coisas existem, e não de modo independente. E insiste: porque as coisas perseve per severam ram no ser (221 a). Paradoxalmente, ele acredita num efeito do tempo que é parecid par ecidoo com o princí pri ncípio pio da entro en tropi pia, a, qu e os físicos de hoje conhecem bem. Para Aristóteles, o tempo é principalmente causa de destru ição, e não é por acaso que ele poderia ser causa causa de criação e de ser (221 a e 222 b). O tempo seria eterno? Sem dúvida alguma, visto que o movim ento universal não pode sofrer parada definitiva. Por último , Aristóteles nos dá o meio de medir o tempo. Urna vez que ele é uno e idéntico a si si mesmo , devemos usar um movimento determinado e conhecido absolutamente. Diz ele: “A locomoção circular (o mov im ent o dos astros no céu) é a melho r medida, porque seu número é o mais conhecido”
(223 b).
será preciso preciso esperar por Santo Agostinho para q ue uma u ma reflexão reflexão mais profunda sobre nossa relação psicológica com o tempo seja feita. A contribuição importante impor tante de Aristóteles Aristóteles está na definição de seu objeto: objeto: o tempo, se não é o próprio movimento, mov imento, é o seu númer o calculado, isto isto é, é, o resultado da medição. Há urna troca permanente perma nente entre esses esses dois dois principios, porque um é m edido pelo outro. Sem movimento (e ele considera o repouso como o valor zero do movimento) não há tempo; por outro lado, o movimento regular de um relógio (ou o dos elétrons do átomo de césio 133) serve para m edir o tempo . Do mesm o modo, mod o, a consciência do fluxo do tempo acontece na alma graças ao movimento que podemos presum pre sum ir ser o do pensam pen sam ento (219a). (21 9a). Ganham os consciência consciência do tempo pelo fato do movimento representar um a sucessão continua, definida como um antes e um depois. Aristóteles Aristóteles fornece a seguinte definição: “O tempo é o número do mov imen to conforme o antes e o depois”(219b). Ele ressalta ainda um paradoxo do tempo e do instante. Eles são incessantemen te novos e sempre idênticos a si mesmos. O tempo, tom ado no todo, e o instante, tomado em sua função unificadora do passado e do futuro, são sempre os mesmos. Mas tomados na corrente do movimento, eles mudam constantemente. Aristóteles exclui com isso toda pluralidade dos tempos, no caso em que se pudesse considerar urna multiplicidade de mundos (218 b).
uma de suas partes. Na verdade, o instante, sem dimensão, não se situa no tempo da mesma forma que o ponto sobre a reta. reta. Se a reta é definida definida como um conjun to de pontos, o tempo não corresponde a um a sucessão de instantes que o dividiriam, dividiriam, mas a uma continuidade indivisível, idéia que Bergson vai retomar mais tarde. Por conseguinte, se a divisão do tempo pelo instan ins tan te é admi ad mitid tida, a, é a penas pe nas em potênc pot ência, ia, não em ato. Aristóteles parece negar qualquer realidade separada do tempo. Ele afirma que o tempo existe porque as coisas existem, e não de modo independente. E insiste: porque as coisas perseve per severam ram no ser (221 a). Paradoxalmente, ele acredita num efeito do tempo que é parecid par ecidoo com o princí pri ncípio pio da entro en tropi pia, a, qu e os físicos de hoje conhecem bem. Para Aristóteles, o tempo é principalmente causa de destru ição, e não é por acaso que ele poderia ser causa causa de criação e de ser (221 a e 222 b). O tempo seria eterno? Sem dúvida alguma, visto que o movim ento universal não pode sofrer parada definitiva. Por último , Aristóteles nos dá o meio de medir o tempo. Urna vez que ele é uno e idéntico a si si mesmo , devemos usar um movimento determinado e conhecido absolutamente. Diz ele: “A locomoção circular (o mov im ent o dos astros no céu) é a melho r medida, porque seu número é o mais conhecido”
(223 b).
Ao mesmo tempo em que adm ite que o instante determina determina tanto a continuidade do tempo (porque ele se se gera gera continu a mente) como a sua divisão, Aristóteles Aristóteles diz que o instante não é
Vamos parar por aqui com Aristóteles e nos voltar agora para par a as nove manei ma neiras ras de vivenci viv enciar ar o tem po. po . A seg unda un da tríade tría de pode pod e ser definid def inid a como com o um tem po psicológi psico lógico co e subjetiv su bjetivo. o. A
divisão em passado, presente e futuro tem sua origem nas faculdades da consciencia humana. O presente decorre da tomada de consciencia das coisas e talvez do eu, o passado perten per tence ce à memo me mo ria e o futur fut uro, o, à imagin ima ginaçã ação. o. "O passado e o. fu tu ro são presentes nas represen representações tações da nossa nossa me nte” nt e”55, já dizia Santo Agostinho. Agostinho.
simultaneamente, para medir seu comprimento? N a realidade, realidade, Santo Agostinho nos põe em guarda aqui co ntra a tentação de medir o tempo segu ndo os termos com que medimos o espaço. Bergson também fez esse alerta contra um uso abusivo da linguagem para qualificar o tempo. Segundo ele, nosso uso das palavras palavras pode nos fechar as portas para um a comp reensão mais correta de um fenómeno. No caso em questão, a demonstração parece particularmente eloqüente quando qualificamos o tempo de longo, curto, próximo ou distante, confundindo-o com o espaço.
Santo Agostinho Agostin ho ou o tempo temp o da alma al ma 6 Em sua obra Confissões, encontramos urna das mais magistrais reflexõe reflexõess sobre o tempo. Nela ele opõe a eternidade imóvel num eterno presente e o tempo que passa (cap. XI). Para ele, o Verbo Verbo eterno é o criador de todos os tempos em q ue a Criação pode ocorrer. Segundo ele, não havia tempo antes que o tempo existisse (cap. XIII). Mostrando que o futuro não existe ainda, que o passado não existe mais e que o presente desaparece na m edida de seus aparecimentos, ele conclui que, se o tempo tem po existe, é porqu por quee tend e a não existir mais (cap. XIV). Dessa forma, ele orienta para um modo dual de abordar a questão, antecipando a oposição entre a natureza ondulatoria e corpuscular da matéria e da luz. De passagem, ele salienta que falamos do comprimento do tempo apenas no que concerne ao passad o e à expectativa expectativa do futuro (cap. (cap. XV). Isso, porém po rém , toca as raias do absur abs urdo do,, pois, na verdad ver dade, e, será que qu e podem po dem os dizer di zer qu e o tem po qu e desapa des aparece rece à medid me did a que qu e passa tem um comp co mp rim ento? en to? Pod emos emo s dize di zerr o mesm me smoo em relação a um futu ro que não existe existe ainda? E qua nto ao presente, que se reduz a um ponto, será que podemos dizer que ele é longo? Será, enfim, que podemos pegar cento e vinte anos,
Ao desenvolver a idéia da tríade futuro-presente-passado, Santo Agostinho, embora admita a existência existência do passado e do futuro, salienta que eles não existem em atos, mas nas representações de nossa men te. E se existem nas representações da mente, eles o fazem na forma de presente. Com efeito, efeito, é no presen pre sente te qu e imag im agina inamo mo s ou prem pr emed edita itamo mo s o futuro fut uro , e é o presen pre sente te da nossa noss a memo me mo ria qu e nos perm pe rmite ite a recorda reco rdação ção do passado pass ado (cap. XVIII XV III). ). Através Atr avés d a m emori em oria, a, da intuiç int uiç ão direta dire ta e da imaginação, todos os tempos podem ser trazidos para o presen pre sente: te: o pre sente sen te do futur fu tur o, o prese pr esente nte do presen pre sen te e o presen pre sente te do passado pas sado (cap. XX) XX).. A propósito da medição do tem po, ele faz ver ver que fazemos isto isto no presente, presente, no mo mento em q ue o tempo passa, enquanto vem do futuro e vai para o passado (cap. XXI). Com isso, ele revela sua compreensão de um futuro já escrito, que fluiría pr og re ss ivam iv am en te, te , al im en ta n d o o pa ssad ss ad o (cap. (ca p. X X II). II ). Partindo da suposição de que todo movimento poderia ser
divisão em passado, presente e futuro tem sua origem nas faculdades da consciencia humana. O presente decorre da tomada de consciencia das coisas e talvez do eu, o passado perten per tence ce à memo me mo ria e o futur fut uro, o, à imagin ima ginaçã ação. o. "O passado e o. fu tu ro são presentes nas represen representações tações da nossa nossa me nte” nt e”55, já dizia Santo Agostinho. Agostinho.
Santo Agostinho Agostin ho ou o tempo temp o da alma al ma 6 Em sua obra Confissões, encontramos urna das mais magistrais reflexõe reflexõess sobre o tempo. Nela ele opõe a eternidade imóvel num eterno presente e o tempo que passa (cap. XI). Para ele, o Verbo Verbo eterno é o criador de todos os tempos em q ue a Criação pode ocorrer. Segundo ele, não havia tempo antes que o tempo existisse (cap. XIII). Mostrando que o futuro não existe ainda, que o passado não existe mais e que o presente desaparece na m edida de seus aparecimentos, ele conclui que, se o tempo tem po existe, é porqu por quee tend e a não existir mais (cap. XIV). Dessa forma, ele orienta para um modo dual de abordar a questão, antecipando a oposição entre a natureza ondulatoria e corpuscular da matéria e da luz. De passagem, ele salienta que falamos do comprimento do tempo apenas no que concerne ao passad o e à expectativa expectativa do futuro (cap. (cap. XV). Isso, porém po rém , toca as raias do absur abs urdo do,, pois, na verdad ver dade, e, será que qu e podem po dem os dizer di zer qu e o tem po qu e desapa des aparece rece à medid me did a que qu e passa tem um comp co mp rim ento? en to? Pod emos emo s dize di zerr o mesm me smoo em relação a um futu ro que não existe existe ainda? E qua nto ao presente, que se reduz a um ponto, será que podemos dizer que ele é longo? Será, enfim, que podemos pegar cento e vinte anos, 5. SANTO AGOST INHO, op. cit., livro XI, cap. XVIII. 6. Apresentamos aqu i um resum o das idéias de de Santo Agostinho, expressas expressas em seu livro Confessions, op. cit., mais especificamente no livro XI.
Por último, ele avança por terrenos mais psicológicos, dizendo qu e o tempo é provavelmente provavelmente um prolongamento da alma (cap. XXVI). Graças à memória e à expectativa, que resultam das faculdades da mente, podemos ter uma idéia da duração dos acontecimentos (cap. XXVII a XXVIII). As duas tríades: simultaneidade-sucessão-duração, de um lado, passado-presente-fiituro, do outro, são indissociáveis; porta po rtanto nto , é com nove possibi pos sibilida lidades des diferen dif erentes, tes, e por po r vezes contraditórias, que temos de lidar quando empregamos a palav ra tempo. A duração, a simultaneidade e o fluxo podem de fato ser aplicados para o futuro, o presente e o passado. Isso encerra nosso resumo sobre Santo Agostinho. 2 -
D ua s m a n e i r a s “ f i l o s ó f i c a s ” TEMPO
de conceber o
Vejamos agora seus dois sentidos filosóficos. O primeiro confunde o tempo com o devenir e o considera dinámico, sempre renovado. O se gundo gund o faz dele o meio imóvel imóvel ou estático de todas as mudanças. O tempo, que acompanha trans formações e movimentos, parece nã o poder pod er se mover. mover. Não pode viajar. Há, porém, uma terceira concepção que pode ser acrescentada às duas primeiras; esta associa o tempo ao ser. Vejamos Vejamos então o qu e diferencia o tempo do espaço. Podemos nos deslocar em todos os sentidos n um espaço dito reversíve reversível.l. Consideramos o espaço como algo que nos rodeia. O tempo, pelo con trário trá rio,, possui pos sui um a natu na ture reza za irreversível irreve rsível (não (nã o pod e recuar), e não pod emos nos mover dentro dele. Imaginam os o
simultaneamente, para medir seu comprimento? N a realidade, realidade, Santo Agostinho nos põe em guarda aqui co ntra a tentação de medir o tempo segu ndo os termos com que medimos o espaço. Bergson também fez esse alerta contra um uso abusivo da linguagem para qualificar o tempo. Segundo ele, nosso uso das palavras palavras pode nos fechar as portas para um a comp reensão mais correta de um fenómeno. No caso em questão, a demonstração parece particularmente eloqüente quando qualificamos o tempo de longo, curto, próximo ou distante, confundindo-o com o espaço. Ao desenvolver a idéia da tríade futuro-presente-passado, Santo Agostinho, embora admita a existência existência do passado e do futuro, salienta que eles não existem em atos, mas nas representações de nossa men te. E se existem nas representações da mente, eles o fazem na forma de presente. Com efeito, efeito, é no presen pre sente te qu e imag im agina inamo mo s ou prem pr emed edita itamo mo s o futuro fut uro , e é o presen pre sente te da nossa noss a memo me mo ria qu e nos perm pe rmite ite a recorda reco rdação ção do passado pass ado (cap. XVIII XV III). ). Através Atr avés d a m emori em oria, a, da intuiç int uiç ão direta dire ta e da imaginação, todos os tempos podem ser trazidos para o presen pre sente: te: o pre sente sen te do futur fu tur o, o prese pr esente nte do presen pre sen te e o presen pre sente te do passado pas sado (cap. XX) XX).. A propósito da medição do tem po, ele faz ver ver que fazemos isto isto no presente, presente, no mo mento em q ue o tempo passa, enquanto vem do futuro e vai para o passado (cap. XXI). Com isso, ele revela sua compreensão de um futuro já escrito, que fluiría pr og re ss ivam iv am en te, te , al im en ta n d o o pa ssad ss ad o (cap. (ca p. X X II). II ). Partindo da suposição de que todo movimento poderia ser suspenso no universo sem com isto isto apagar a noção de duração, ele afirma que o tempo não é sinônimo de movimento, mas que serve para a sua medição bem como a do repouso.
Devemos a Newton o conceito de um tempo que flui uniformemente, enquanto Kant o define como uma forma intuitiva ligada à nossa nossa sensibilidade, um verdadeiro dom ínio que, embora subjetivo, existe de maneira estática antes de qualquer outra percepção. Para Kant, tempo e espaço são formas que existem a priori, concepção que foi fortemente danificada pela emergência da teoria da relatividade e dos conceitos de de espaço-tempo. C ontu do, a contribuição decisiva decisiva de Kant foi considerar o tempo como inexistente fora da consciência consciência q ue o concebe. Essa aparente oposição (dinâmica ou estática) possui razões ligadas provavelmente ao funcionamento da consciência humana, como veremos adiante. As raízes disso já se acham entre os fundadores da filosofia grega, começando pelos chamados pré-socráticos, com Parmênides e Heráclito, e pro ssegu sse guind indoo com Platão Pla tão e Aristóteles. Aristóte les. É a Heráclito, filósofo da transformação e do movimento perpétuo, perp étuo, q ue devemos d evemos a máxima: máx ima: “Nunc “Nu ncaa nos b anh amo s duas vezes no mesmo rio”. A idéia de que tudo passa e nada perma per manec necee é atribu atr ibu ída a ele. Herá He rácli clito to via no fogo, isto é, a energia em movimento, a origem do Um ou do Logos (o Criador)7. No N o outro ou tro extremo extr emo (muit (m uitoo emb e mbora ora opor op or rad icalm ica lmen ente te esses per sonage son agens ns seja abusivo, abusi vo, dada dad a a anti a ntigu gu idad id adee e a imprecis imp recisão ão dos fragmentos e provas que possuímos), encontra-se Parmênides. Filósofo do Todo concebido como imóvel e esférico, expressava-se expressava-se de maneira poética. poética. E le concebia o ser absoluto
Por último, ele avança por terrenos mais psicológicos, dizendo qu e o tempo é provavelmente provavelmente um prolongamento da alma (cap. XXVI). Graças à memória e à expectativa, que resultam das faculdades da mente, podemos ter uma idéia da duração dos acontecimentos (cap. XXVII a XXVIII). As duas tríades: simultaneidade-sucessão-duração, de um lado, passado-presente-fiituro, do outro, são indissociáveis; porta po rtanto nto , é com nove possibi pos sibilida lidades des diferen dif erentes, tes, e por po r vezes contraditórias, que temos de lidar quando empregamos a palav ra tempo. A duração, a simultaneidade e o fluxo podem de fato ser aplicados para o futuro, o presente e o passado. Isso encerra nosso resumo sobre Santo Agostinho. 2 -
D ua s m a n e i r a s “ f i l o s ó f i c a s ” TEMPO
de conceber o
Vejamos agora seus dois sentidos filosóficos. O primeiro confunde o tempo com o devenir e o considera dinámico, sempre renovado. O se gundo gund o faz dele o meio imóvel imóvel ou estático de todas as mudanças. O tempo, que acompanha trans formações e movimentos, parece nã o poder pod er se mover. mover. Não pode viajar. Há, porém, uma terceira concepção que pode ser acrescentada às duas primeiras; esta associa o tempo ao ser. Vejamos Vejamos então o qu e diferencia o tempo do espaço. Podemos nos deslocar em todos os sentidos n um espaço dito reversíve reversível.l. Consideramos o espaço como algo que nos rodeia. O tempo, pelo con trário trá rio,, possui pos sui um a natu na ture reza za irreversível irreve rsível (não (nã o pod e recuar), e não pod emos nos mover dentro dele. Imaginam os o tempo como algo que qu e flui ao lado d e nós e em nós. Isso significa significa que, se o espaço espaço permite graus de liberdade, o tempo aprisiona inexoravelmente.
antes como um presente eter no e estático. estático. Para ele, a Verdad Verdadee incriada pertence exclusivamente ao dominio do ser e do intelecto puro. O domínio da criação, que é o do mundo e do movimento aparente, pertence à opinião8. Vale explicar que para o primeiro o tempo flui com os fenómenos que ele ele acompanha; enq uanto q ue para o segundo ele constitui uma especie de involucro de eterno presente, dentro do qual ocorrem os eventos. Em coerência com essa noção de um presente eterno, Parm ênides acentua a idéia de um Ser eterno e imóvel, do qual toda noção de não-ser está excluida. Para ele, as duas noções (ser e não-ser) são inconciliáveis. Heráclito, igualmente lógico, constatando o aparecimento e o desaparecimento dos eventos no curso do tempo, concebe um a espécie de dualidade possível possível,, formada de ser e de não-ser. No estágio em que se encontravam, eles ainda não cogitavam cogitavam an alisar a esfer esferaa do funcio nam ento do pe nsam ns am en to h um an o, tam po uc o imag im agina ina vam va m qu e estava est avam m interpretando uma mesma verdade a partir de ângulos diferentes. 3 - U m q u e s t i o n a m e n t o da realidade d o t e m p o
Quanto dispêndio de energia para medir e falar de um fenômeno em que pelo menos um dos parâmetros não existe existe mais e o outro é inapreensível! O tempo não existe. No entanto, ouvimos dizer regularm ente: “são tantas tantas horas, tantos minutos e tantos segundos”. Primeira certeza: essa afirmação é falsa, po rque rq ue o se gund gu ndoo já passou pas sou antes ant es mesm me smoo q ue a pessoa pess oa acabe
Devemos a Newton o conceito de um tempo que flui uniformemente, enquanto Kant o define como uma forma intuitiva ligada à nossa nossa sensibilidade, um verdadeiro dom ínio que, embora subjetivo, existe de maneira estática antes de qualquer outra percepção. Para Kant, tempo e espaço são formas que existem a priori, concepção que foi fortemente danificada pela emergência da teoria da relatividade e dos conceitos de de espaço-tempo. C ontu do, a contribuição decisiva decisiva de Kant foi considerar o tempo como inexistente fora da consciência consciência q ue o concebe. Essa aparente oposição (dinâmica ou estática) possui razões ligadas provavelmente ao funcionamento da consciência humana, como veremos adiante. As raízes disso já se acham entre os fundadores da filosofia grega, começando pelos chamados pré-socráticos, com Parmênides e Heráclito, e pro ssegu sse guind indoo com Platão Pla tão e Aristóteles. Aristóte les. É a Heráclito, filósofo da transformação e do movimento perpétuo, perp étuo, q ue devemos d evemos a máxima: máx ima: “Nunc “Nu ncaa nos b anh amo s duas vezes no mesmo rio”. A idéia de que tudo passa e nada perma per manec necee é atribu atr ibu ída a ele. Herá He rácli clito to via no fogo, isto é, a energia em movimento, a origem do Um ou do Logos (o Criador)7. No N o outro ou tro extremo extr emo (muit (m uitoo emb e mbora ora opor op or rad icalm ica lmen ente te esses per sonage son agens ns seja abusivo, abusi vo, dada dad a a anti a ntigu gu idad id adee e a imprecis imp recisão ão dos fragmentos e provas que possuímos), encontra-se Parmênides. Filósofo do Todo concebido como imóvel e esférico, expressava-se expressava-se de maneira poética. poética. E le concebia o ser absoluto como eterno. Não como aquilo que dura eternamente, mas témoi gnages” es”,, Les L es Présocratiques, Présocratiques, Paris, 7. HERÁCLITO, "Fragments et témoignag Gallimard, col. “La Pléiade”, 1988.
sua medição é sempre aproximativa. Ele corresponde a uma medida de movimento, afirmava Aristótele Aristóteles. s. Movimento? Isso Isso pressu pre ssupõ põee um a transf tra nsf orm ação, açã o, seg undo un do Herác He ráclito lito.. O tem po, po , porta po rtanto nto , acom ac om panh pa nhaa a tran t ransfo sfo rmaçã rm ação. o. No entan en tan to, Satu Sa turn rnoo (ou Cronos), evocado como símbolo ou senhor do tempo, representa uma fixidez. Diz-se que ele possui a rigidez da pedra. ped ra. Porqu Po rqu e, para me dir o tem t empo po,, é preciso pr eciso um referencia refer enciall teórico qu e seja estático. Isso não existe, existe, é claro, não existe algo algo que seja totalme nte estático; estático; isto seria seria a morte, qu e é exatamente um elemento em que o movimento, portanto o tempo, teria cessado. cessado. Diga-se de passagem, Saturno , o porta dor da foice, é associado à morte. Por motivos práticos a humanidade tem necessidade de medir o que ela chama de tempo. Se um ser humano quer fazer uma viagem, suas próprias limitações física físicass o convidam a calcular a duração que esta jornada terá, e, com mais forte razão ainda, se ele tem um encontro marcado, o que apela para a no ção de sim ultanei ulta neidad dade. e. A observação observaçã o e a quan tificação tific ação do movimento regular do pêndulo, mais prático que o do sol, vieram possibilitar que ele preparasse sua viagem e a duração da mesma em fun ção da distância a percorrer e da velocidade de deslocamento. Matematicamente, espaço, velocidade e tempo estão interligados, isto todo mundo sabe. Com base nisso, será que temos de concluir pela realidade do tempo? Aqui o tempo se apresenta como u m núm ero e, como todos os os números indicando quantidade, não passa de um produto prático prát ico do pen sam ento, en to, sem realid rea lidade ade objetiva. objeti va. Se percebo per cebo quatro objetos, objetos, isto isto não signific significaa que q uatro (enquan to núm ero
antes como um presente eter no e estático. estático. Para ele, a Verdad Verdadee incriada pertence exclusivamente ao dominio do ser e do intelecto puro. O domínio da criação, que é o do mundo e do movimento aparente, pertence à opinião8. Vale explicar que para o primeiro o tempo flui com os fenómenos que ele ele acompanha; enq uanto q ue para o segundo ele constitui uma especie de involucro de eterno presente, dentro do qual ocorrem os eventos. Em coerência com essa noção de um presente eterno, Parm ênides acentua a idéia de um Ser eterno e imóvel, do qual toda noção de não-ser está excluida. Para ele, as duas noções (ser e não-ser) são inconciliáveis. Heráclito, igualmente lógico, constatando o aparecimento e o desaparecimento dos eventos no curso do tempo, concebe um a espécie de dualidade possível possível,, formada de ser e de não-ser. No estágio em que se encontravam, eles ainda não cogitavam cogitavam an alisar a esfer esferaa do funcio nam ento do pe nsam ns am en to h um an o, tam po uc o imag im agina ina vam va m qu e estava est avam m interpretando uma mesma verdade a partir de ângulos diferentes. 3 - U m q u e s t i o n a m e n t o da realidade d o t e m p o
Quanto dispêndio de energia para medir e falar de um fenômeno em que pelo menos um dos parâmetros não existe existe mais e o outro é inapreensível! O tempo não existe. No entanto, ouvimos dizer regularm ente: “são tantas tantas horas, tantos minutos e tantos segundos”. Primeira certeza: essa afirmação é falsa, po rque rq ue o se gund gu ndoo já passou pas sou antes ant es mesm me smoo q ue a pessoa pess oa acabe de pronunciar a frase. O tempo foge incessantemente e 8. PARMÊNIDES, PARMÊ NIDES, “Fragments “Fragments et témoignages”, Les Prés Présoc ocra ratiq tique ues, s, op. op. cit.
Esse tempo tão controverso é, apesar de tudo, uma ferramenta prática inventada pelos homens para facilitar as relações humanas. Sem ele não haveria encontros possíveis. Os encontros, entretanto, não são são marcados para um m omento exato, porque o momento é inapreensível. Os encontros acontecem acontecem n um a determinada configuração configuração do universo universo em perpét per pétua ua agitação. ag itação. M arcar arc ar um encon enc ontro tro para par a uma u ma determ det erminad inad a hora significa convergir juntos para o momento de uma dada fotografia fotografia do universo, po r exemplo qu and o o sol está está a meio camin ho no céu. A hora ainda é dada pela posição posição do sol; seria seria po rta nto nt o um a posição posi ção espacial. espac ial. En tão , o tem po seria espaço ? O tempo só se torna possível porque um certo fenômeno se repete, isto é, a rotação da Terra sobre seu eixo e seu giro ao redor do sol. Seria o tempo um círculo, um anel que nos confina? Atualmente, o segundo é definido por meio do ciclo de um determinado átomo (césio 133). Sem esse ciclo que se repete, não haveria o segundo, não haveria definição de tempo. O tempo é também um dado da consciência. Percebo as coisas e dou a elas uma duração teórica, que varia com as fases da vida. Conforme o estado do momento, a impaciência do instante, a iminência da morte, o tempo não é mais o mesmo. A criança acha o tem po longo, o velho vê vê os dias desfilarem em grande velocidade. O fenômeno da ansiedade transforma os segundos em eternidade. Conforme o ritmo cardíaco ou os ritmos biológicos, biológicos, a estimativa estimativa do tem po difere, como tamb ém de acordo com o aumento da temperatura do corpo9. Poderíamos imaginar o tempo na forma de uma roda mergulhada na água. Olhand o de cima veríamos veríamos apenas um
sua medição é sempre aproximativa. Ele corresponde a uma medida de movimento, afirmava Aristótele Aristóteles. s. Movimento? Isso Isso pressu pre ssupõ põee um a transf tra nsf orm ação, açã o, seg undo un do Herác He ráclito lito.. O tem po, po , porta po rtanto nto , acom ac om panh pa nhaa a tran t ransfo sfo rmaçã rm ação. o. No entan en tan to, Satu Sa turn rnoo (ou Cronos), evocado como símbolo ou senhor do tempo, representa uma fixidez. Diz-se que ele possui a rigidez da pedra. ped ra. Porqu Po rqu e, para me dir o tem t empo po,, é preciso pr eciso um referencia refer enciall teórico qu e seja estático. Isso não existe, existe, é claro, não existe algo algo que seja totalme nte estático; estático; isto seria seria a morte, qu e é exatamente um elemento em que o movimento, portanto o tempo, teria cessado. cessado. Diga-se de passagem, Saturno , o porta dor da foice, é associado à morte. Por motivos práticos a humanidade tem necessidade de medir o que ela chama de tempo. Se um ser humano quer fazer uma viagem, suas próprias limitações física físicass o convidam a calcular a duração que esta jornada terá, e, com mais forte razão ainda, se ele tem um encontro marcado, o que apela para a no ção de sim ultanei ulta neidad dade. e. A observação observaçã o e a quan tificação tific ação do movimento regular do pêndulo, mais prático que o do sol, vieram possibilitar que ele preparasse sua viagem e a duração da mesma em fun ção da distância a percorrer e da velocidade de deslocamento. Matematicamente, espaço, velocidade e tempo estão interligados, isto todo mundo sabe. Com base nisso, será que temos de concluir pela realidade do tempo? Aqui o tempo se apresenta como u m núm ero e, como todos os os números indicando quantidade, não passa de um produto prático prát ico do pen sam ento, en to, sem realid rea lidade ade objetiva. objeti va. Se percebo per cebo quatro objetos, objetos, isto isto não signific significaa que q uatro (enquan to núm ero calculado, como dizia Santo Agostinho) tenha uma realidade objetiva fora da consciência que calcula. O mesmo é prova pr ovavelm velm ente ent e válido váli do p ara o tempo. tem po.
ponto pon to aflorar à superfície. Progressiv amente a roda do tempo gira e revela aos nossos olhos apenas um ponto de cada vez. Os outros ou não estão ainda visíveis, e chamamos isto de futuro, ou já desapareceram, afund ando sob o nível nível da realidade manifesta. A esse desaparecimento damos o nome de “passado”. Devemos, porém, porém , fazer faz er um a ressalva: essa roda precis aria ter u m diâmetro diâm etro en o acontec e duas vezes ve zes de infinito. Com efeito, nenhum fen ôm eno Nunca ca nos banhamos banha mos duas vezes no maneira idêntica na natureza. “Nun mesmo rio”. rio”. O retorno cíclic cíclicoo do tempo seria uma ilusão, a não ser que consideremos vários tempos, como, por exemplo, o tempo do movimento movim ento espacial espacial e o tempo da vida. O temp o do movimento movim ento espacial é o do deslocamento dos objetos: o tempo que o TGV (trem em grande velocidade) leva para fazer o trajeto ParisMarselha, Marselha, por po r exemplo. exemplo. Esse tempo n unca se reproduz duas vezes vezes da mesma maneira, uma vez que as posições espaciais das coisas são sempre diferentes. diferentes. Por exemplo, co stumamos negligenciar o fato de que a Terra se desloca ao mesmo tempo que o trem. O tempo da história também não se repete, porque os eventos manifestos são sempre diferentes. diferentes. O tempo biológico, biológico, entretanto, parece rep rodu ro duzir zir sempre sem pre os mesmos mes mos fenômen fenô menos, os, do pon to de vista qualitativo. Todos os anos min ha árvore se cobre de folhas, folhas, ainda que estas sejam sempre diferentes. Por conseguinte, há pelo meno me noss três tempo tem poss a serem conside con siderad rados: os: o tem po da matéria, o tempo da consciência e o tempo da vida. O temp o da vida possuiria uma natureza cíclica, como podemos constatar pelo retor re torno no das d as estações e pelos ciclos biológicos que qu e marca m arcam, m, que indicam altos e baixos na expressão da força vital. vital. O tempo da consciência e o da matéria teriam uma um a característica característica linear. O da consciência está ligado ligado à memória memóri a e à imaginação; o da matéria
Esse tempo tão controverso é, apesar de tudo, uma ferramenta prática inventada pelos homens para facilitar as relações humanas. Sem ele não haveria encontros possíveis. Os encontros, entretanto, não são são marcados para um m omento exato, porque o momento é inapreensível. Os encontros acontecem acontecem n um a determinada configuração configuração do universo universo em perpét per pétua ua agitação. ag itação. M arcar arc ar um encon enc ontro tro para par a uma u ma determ det erminad inad a hora significa convergir juntos para o momento de uma dada fotografia fotografia do universo, po r exemplo qu and o o sol está está a meio camin ho no céu. A hora ainda é dada pela posição posição do sol; seria seria po rta nto nt o um a posição posi ção espacial. espac ial. En tão , o tem po seria espaço ? O tempo só se torna possível porque um certo fenômeno se repete, isto é, a rotação da Terra sobre seu eixo e seu giro ao redor do sol. Seria o tempo um círculo, um anel que nos confina? Atualmente, o segundo é definido por meio do ciclo de um determinado átomo (césio 133). Sem esse ciclo que se repete, não haveria o segundo, não haveria definição de tempo. O tempo é também um dado da consciência. Percebo as coisas e dou a elas uma duração teórica, que varia com as fases da vida. Conforme o estado do momento, a impaciência do instante, a iminência da morte, o tempo não é mais o mesmo. A criança acha o tem po longo, o velho vê vê os dias desfilarem em grande velocidade. O fenômeno da ansiedade transforma os segundos em eternidade. Conforme o ritmo cardíaco ou os ritmos biológicos, biológicos, a estimativa estimativa do tem po difere, como tamb ém de acordo com o aumento da temperatura do corpo9. Poderíamos imaginar o tempo na forma de uma roda mergulhada na água. Olhand o de cima veríamos veríamos apenas um 9. LECOM TE DU NOÜY (Píerr (Píerree ),L e Tempset la Vie Vie,, Paris, Gallimard, col. “EAvenir de la science”, 1936, p. 239.
Assim como duas concepções - a do tempo estático e a do tempo dinâmico - se confrontam , há duas maneiras de considerar a passagem do tempo. A primeira exigiria que ele fluísse fluísse do futuro pa ra o presente, indo para o passado. Fala-se aqui de sua fuga. Essa concepção, que é a de Santo Agostinho, é o fruto do pensamento expectante. Porque é possível imaginar o futuro, prever hoje o que existirá amanhã, considera-se que o presente do amanhã virá do futuro, tal como se pode concebêlo hoje. A religião resulta desse processo, uma vez que ela considera que o futuro já está escrito no pensamento divino antes de se atualizar no tempo. Nesse caso, não se trataria de um ato de criação, criação, mas sim da manifestação de potencialidades pe rten rt en ce nt es ao fu turo tu ro , e n q u a n to não nã o se m an ifes if esta tam m. A astrologia, que faz previsões a partir do mo vimen to dos astros astros (cujas (cujas posições posições podem ser conhecidas com m uita antecedência, constituindo potencialidades), també m nos direciona direciona para essa noção. A segunda atitude em relação ao fluxo temporal afirma, inversamente, que o passado gera o presente que produz o futuro. Fala-se aqui de vetor do tempo. O materialismo científico, qu e só se interessa pelos fatos objetivos, chega a essa conclusão. conclusão. Temos de admitir que a análise do mun do dá razão a ele... em parte. O presente, com efeito, parece muito bem ser o produto da história e das condições passadas, assim como o futuro receberá grandemente as influências do que vivemos hoje. Nessa linha de raciocínio, admitindo-se que imaginar é
ponto pon to aflorar à superfície. Progressiv amente a roda do tempo gira e revela aos nossos olhos apenas um ponto de cada vez. Os outros ou não estão ainda visíveis, e chamamos isto de futuro, ou já desapareceram, afund ando sob o nível nível da realidade manifesta. A esse desaparecimento damos o nome de “passado”. Devemos, porém, porém , fazer faz er um a ressalva: essa roda precis aria ter u m diâmetro diâm etro en o acontec e duas vezes ve zes de infinito. Com efeito, nenhum fen ôm eno Nunca ca nos banhamos banha mos duas vezes no maneira idêntica na natureza. “Nun mesmo rio”. rio”. O retorno cíclic cíclicoo do tempo seria uma ilusão, a não ser que consideremos vários tempos, como, por exemplo, o tempo do movimento movim ento espacial espacial e o tempo da vida. O temp o do movimento movim ento espacial é o do deslocamento dos objetos: o tempo que o TGV (trem em grande velocidade) leva para fazer o trajeto ParisMarselha, Marselha, por po r exemplo. exemplo. Esse tempo n unca se reproduz duas vezes vezes da mesma maneira, uma vez que as posições espaciais das coisas são sempre diferentes. diferentes. Por exemplo, co stumamos negligenciar o fato de que a Terra se desloca ao mesmo tempo que o trem. O tempo da história também não se repete, porque os eventos manifestos são sempre diferentes. diferentes. O tempo biológico, biológico, entretanto, parece rep rodu ro duzir zir sempre sem pre os mesmos mes mos fenômen fenô menos, os, do pon to de vista qualitativo. Todos os anos min ha árvore se cobre de folhas, folhas, ainda que estas sejam sempre diferentes. Por conseguinte, há pelo meno me noss três tempo tem poss a serem conside con siderad rados: os: o tem po da matéria, o tempo da consciência e o tempo da vida. O temp o da vida possuiria uma natureza cíclica, como podemos constatar pelo retor re torno no das d as estações e pelos ciclos biológicos que qu e marca m arcam, m, que indicam altos e baixos na expressão da força vital. vital. O tempo da consciência e o da matéria teriam uma um a característica característica linear. O da consciência está ligado ligado à memória memóri a e à imaginação; o da matéria coincide com a medida do movimento. Na realidade esses três for ma m um a unidade e constituem três aspectos da tempos forma relação que mantemos com ele.
N o e n ta n to , co n ce b er a pa ssag ss ag em do te m p o e x cl u sivamente de uma maneira ou de outra significaria ver no universo nada m ais que um a m ecânica cega. Isso Isso seria seria fazer abstração do fato fato de que o hom em, me diante suas escolhas e sua liberdade, intervém no presente, e de que ele faz parte do real. Assim, o presente, longe de ser o produto exclusivo do passado ou do futuro, isto é, daquilo que podemos recordar ou daquilo que podemos prever, poderia ser influenciado igualmente por um ato livre que não deveria nada nem ao primeiro nem ao segundo. O presente poderia perte pe rte nc er apen ap enas as a si me smo. sm o. Por Po r isso, isso , pare p are ce redu re duci cion onism ism o pens pe nsar ar nu m a ch am ad a passagem do tem po num sentido ou noutro, já que o presente bem pode ser um cruzamento de influências. influências. Sua concepção depende igualme nte da idéia que se possa ter da liberdade humana, como Bergson a definiu, por exemp exe mp lo. Co m m uita uit a freq fr equê uê nc ia, ten de m os a d eixar eix ar de lado a influência humana na determinação daquilo que chamamos de presente. Apesar de tudo, o presente poderia ser entend ido como o ponto de ac umu lação de todo o passado, e que estaria grávido de todo o futuro. De fato, fato, se descobrimos esqueletos de dinossauros e se cidades soterradas brotam às vezes dos desertos, então todos os gestos e todas as palavras de nossos ancestrais não existem, em estado de vestígios, mesmo que ínfimos, num presente que acumularia seu passa pa ssado? do? Q ue dize di ze r tam bém bé m das informações deixadas pelo passa pa ssado do em nosso no sso inco in cons ns cien ci ente te?? E nt ão , tod o gesto ge sto,, tod a palavr pal avraa perd pe rd ur aria ar ia,, não nã o tal como co mo é, mas ma s na forma for ma de suas sua s conseqüências presentes. Dizem inclusive que os lugares conservam a memória de seus antigos proprietários e que
Assim como duas concepções - a do tempo estático e a do tempo dinâmico - se confrontam , há duas maneiras de considerar a passagem do tempo. A primeira exigiria que ele fluísse fluísse do futuro pa ra o presente, indo para o passado. Fala-se aqui de sua fuga. Essa concepção, que é a de Santo Agostinho, é o fruto do pensamento expectante. Porque é possível imaginar o futuro, prever hoje o que existirá amanhã, considera-se que o presente do amanhã virá do futuro, tal como se pode concebêlo hoje. A religião resulta desse processo, uma vez que ela considera que o futuro já está escrito no pensamento divino antes de se atualizar no tempo. Nesse caso, não se trataria de um ato de criação, criação, mas sim da manifestação de potencialidades pe rten rt en ce nt es ao fu turo tu ro , e n q u a n to não nã o se m an ifes if esta tam m. A astrologia, que faz previsões a partir do mo vimen to dos astros astros (cujas (cujas posições posições podem ser conhecidas com m uita antecedência, constituindo potencialidades), també m nos direciona direciona para essa noção. A segunda atitude em relação ao fluxo temporal afirma, inversamente, que o passado gera o presente que produz o futuro. Fala-se aqui de vetor do tempo. O materialismo científico, qu e só se interessa pelos fatos objetivos, chega a essa conclusão. conclusão. Temos de admitir que a análise do mun do dá razão a ele... em parte. O presente, com efeito, parece muito bem ser o produto da história e das condições passadas, assim como o futuro receberá grandemente as influências do que vivemos hoje. Nessa linha de raciocínio, admitindo-se que imaginar é agir e não simplesm ente prever, prever, a divinação, considerada como criação mental, pode efetivamente se situar numa corrente orientada do passado para o futuro.
Inversamente , como considerar um universo inteligíve inteligívell sem imaginar, como sua causa, urna inteligencia cujas leis pres pr essup sup oriam or iam todos tod os os possíveis, possív eis, antes an tes m esm o qu e fossem atualizados? Ao contrário do que afirma Bergson, é muito difícil difícil descartar o futuro co mo possibilidade. Muita s leis descobertas po r nosso no ssoss cien ci en tist ti stas as já ex ist iam ia m em esta es tado do la te nt e, sem inteligências que lhes possibilitassem se expressar. Muitos conhecimentos a inda nos são desconhecidos desconhecidos e aguardam que amanhã um gênio se manifeste e descubra meios de utilizálos. No entanto, desde já sabemos que eles existem. Eles constituem u m c onjunto, talvez infinito, de de possibilidades possibilidades que influenciarão o presente presente de amanh ã. Assim sendo, a questão é saber se o presente é livre, tanto do ponto de vista da natureza como do homem. Imaginar um Deus super-relojoeiro, como fazem certas visões simplistas da religião, significari significariaa excluir toda indet ermina ção na natureza. Tudo já estaria estabelecido pela Inteligência Divina e o presente viria de fato do futuro. Todavia, se a exemplo de filósofos como Jacob Boehme quiséssemos conceber uma parte de indeterminação ou de contingência na expressão da Criação, então o presente viria simulta neamente do passado, do futuro e da possível contingência que faria do homem um ser responsável.
5 - A ORIGEM ONTOLÓGICA DO TEMPO Uma reflexão sobre esse tema leva fatalmente a uma
N o e n ta n to , co n ce b er a pa ssag ss ag em do te m p o e x cl u sivamente de uma maneira ou de outra significaria ver no universo nada m ais que um a m ecânica cega. Isso Isso seria seria fazer abstração do fato fato de que o hom em, me diante suas escolhas e sua liberdade, intervém no presente, e de que ele faz parte do real. Assim, o presente, longe de ser o produto exclusivo do passado ou do futuro, isto é, daquilo que podemos recordar ou daquilo que podemos prever, poderia ser influenciado igualmente por um ato livre que não deveria nada nem ao primeiro nem ao segundo. O presente poderia perte pe rte nc er apen ap enas as a si me smo. sm o. Por Po r isso, isso , pare p are ce redu re duci cion onism ism o pens pe nsar ar nu m a ch am ad a passagem do tem po num sentido ou noutro, já que o presente bem pode ser um cruzamento de influências. influências. Sua concepção depende igualme nte da idéia que se possa ter da liberdade humana, como Bergson a definiu, por exemp exe mp lo. Co m m uita uit a freq fr equê uê nc ia, ten de m os a d eixar eix ar de lado a influência humana na determinação daquilo que chamamos de presente. Apesar de tudo, o presente poderia ser entend ido como o ponto de ac umu lação de todo o passado, e que estaria grávido de todo o futuro. De fato, fato, se descobrimos esqueletos de dinossauros e se cidades soterradas brotam às vezes dos desertos, então todos os gestos e todas as palavras de nossos ancestrais não existem, em estado de vestígios, mesmo que ínfimos, num presente que acumularia seu passa pa ssado? do? Q ue dize di ze r tam bém bé m das informações deixadas pelo passa pa ssado do em nosso no sso inco in cons ns cien ci ente te?? E nt ão , tod o gesto ge sto,, tod a palavr pal avraa perd pe rd ur aria ar ia,, não nã o tal como co mo é, mas ma s na forma for ma de suas sua s conseqüências presentes. Dizem inclusive que os lugares conservam a memória de seus antigos proprietários e que existe uma memória universal. Se o passado não existe em atos, subsiste contudo em forma de vestígios, possuindo influências que estão longe de ser negligenciáveis.
está inserido na própria atividade substancial. Isso diferencia Leibniz de Descartes, que via no tempo um princípio de pe rm anên an ênci cia, a, ao invés in vés de um princ pr inc ípio íp io de m udan ud ança ça.. Afirmar que não há corpo sem movimento signifi significa ca dizer: nada é, tudo se torna. Temos então de reconsiderar nossa concepção do mundo. Perpétuo movimento, a ação (isto é, a sucessão de de causas e efeitos efeitos)) e o devenir têm u m lugar primo rdial dentro dele. O devenir é justamente o tempo que passa e a ação que se desenrola, como a areia que escorre sem que possa po ssa mo s ag arra ar rarr um só de seus seu s grão gr ãos, s, qu e ta m bé m são movimento. O tempo, como as coisas, possui uma realidade que é e não é ao mesm o tempo. Se os objetos atômicos possuem uma dualidade de natureza, ao mesmo tempo onda e corpúsculo, ou ora onda, ora corpúsculo, isto nos obriga a conceber o mundo manifesto não como uma unidade, mas como uma oposição de princípios reunidos numa síntese criadora. O tempo, que nos parece simultaneamente real e inexistente, não foge à regra. Ele parece constituir o eterno presen pre sente, te, repr re pres esen enta tand ndoo um fluxo contí co ntínu nuo. o. N a verdad ver dade, e, ele representa o conceito conceito provavelmente mais próximo da suprem a realidade das coisas coisas em si. Totalme nte contraditório, a inda q ue inapreensível, todavia ele se impõe como um dado incontornável. tornável. Sua natureza se acerca acerca do nada, mas um nada que formaria o palco, o cenário do mundo. Sem o tempo, nada existiria, existiria, e, e, assim sendo, pode ríamo s inverter a frase anterior: de certa forma, tudo é porque tudo se torna.
Inversamente , como considerar um universo inteligíve inteligívell sem imaginar, como sua causa, urna inteligencia cujas leis pres pr essup sup oriam or iam todos tod os os possíveis, possív eis, antes an tes m esm o qu e fossem atualizados? Ao contrário do que afirma Bergson, é muito difícil difícil descartar o futuro co mo possibilidade. Muita s leis descobertas po r nosso no ssoss cien ci en tist ti stas as já ex ist iam ia m em esta es tado do la te nt e, sem inteligências que lhes possibilitassem se expressar. Muitos conhecimentos a inda nos são desconhecidos desconhecidos e aguardam que amanhã um gênio se manifeste e descubra meios de utilizálos. No entanto, desde já sabemos que eles existem. Eles constituem u m c onjunto, talvez infinito, de de possibilidades possibilidades que influenciarão o presente presente de amanh ã. Assim sendo, a questão é saber se o presente é livre, tanto do ponto de vista da natureza como do homem. Imaginar um Deus super-relojoeiro, como fazem certas visões simplistas da religião, significari significariaa excluir toda indet ermina ção na natureza. Tudo já estaria estabelecido pela Inteligência Divina e o presente viria de fato do futuro. Todavia, se a exemplo de filósofos como Jacob Boehme quiséssemos conceber uma parte de indeterminação ou de contingência na expressão da Criação, então o presente viria simulta neamente do passado, do futuro e da possível contingência que faria do homem um ser responsável.
5 - A ORIGEM ONTOLÓGICA DO TEMPO Uma reflexão sobre esse tema leva fatalmente a uma investigação sobre a realidade ontológica das coisas. " Digo Digo que uma substância naturalmente não saberia ser sem agir, e mesmo que não há corpo sem movimento", afirma Leibniz em seus
Novos Nov os Ensaio En saios. s. Essa f ormula orm ulação ção a juda jud a a enten en ten der de r que o tempo tem po
memória. Graças a ela ou por causa dela, mantemos a ilusão de poder perceber um segme nto de tempo, com o se se tratasse de uma linha no espaço. Nesse espaço, só existe a simultaneidade, como Bergson enuncia em Tempo e simultaneidade. Para nós, cada situação sucessiva será una e independente, se nen hum a memória vier ligá-la ligá-la às outras. outras. A ilusão ilusão do tempo que passa, dado cultural, corresponde a um hábito mental adquirido desde o início da infância, talvez até mesmo antes da aquisição da autoconsciência. O sentimento de sucessão, para par a Bergso Ber gson, n, corr c orresp esp onde on de a um u m a síntese sínt ese m ental en tal qu e prod pr oduz uz tanto a impressão do movim ento como a impressão da duração. O tempo, com efeito, efeito, possui possui isto em co mum com o movimento: ele não pode ser apreendido com o um todo, como uma duração ou um traço que se pareceria com uma linha, porque ele partici par ticipa pa ao mesm m esm o tem te m po de d e si e do ou tro. tro . Dele, De le, u m a vez q ue o presente sempre idêntico constitui o tempo, assim como, no caso do movimento, trata-se de um mesmo objeto que se desloca. Do outro, uma vez que cada instante parece diferente, enquanto o tempo flui sem que possamos pegar nada, assim como o movimento consiste numa transição de um estado para outro. O tempo, portanto, pode ser definido como um presente sempre igual, sucedendo -se a sisi mesmo e tornando-se outro.
Bergson ou o temp te mpoo inv ertido erti do110 Sua formulação da questão é radicalmente diferente da de seus predecesso predecessores. res. Ele parte do princípio de que enc ontram os dificuldades dificuldades em formar uma idéia idéia sobre a natureza do tempo,
está inserido na própria atividade substancial. Isso diferencia Leibniz de Descartes, que via no tempo um princípio de pe rm anên an ênci cia, a, ao invés in vés de um princ pr inc ípio íp io de m udan ud ança ça.. Afirmar que não há corpo sem movimento signifi significa ca dizer: nada é, tudo se torna. Temos então de reconsiderar nossa concepção do mundo. Perpétuo movimento, a ação (isto é, a sucessão de de causas e efeitos efeitos)) e o devenir têm u m lugar primo rdial dentro dele. O devenir é justamente o tempo que passa e a ação que se desenrola, como a areia que escorre sem que possa po ssa mo s ag arra ar rarr um só de seus seu s grão gr ãos, s, qu e ta m bé m são movimento. O tempo, como as coisas, possui uma realidade que é e não é ao mesm o tempo. Se os objetos atômicos possuem uma dualidade de natureza, ao mesmo tempo onda e corpúsculo, ou ora onda, ora corpúsculo, isto nos obriga a conceber o mundo manifesto não como uma unidade, mas como uma oposição de princípios reunidos numa síntese criadora. O tempo, que nos parece simultaneamente real e inexistente, não foge à regra. Ele parece constituir o eterno presen pre sente, te, repr re pres esen enta tand ndoo um fluxo contí co ntínu nuo. o. N a verdad ver dade, e, ele representa o conceito conceito provavelmente mais próximo da suprem a realidade das coisas coisas em si. Totalme nte contraditório, a inda q ue inapreensível, todavia ele se impõe como um dado incontornável. tornável. Sua natureza se acerca acerca do nada, mas um nada que formaria o palco, o cenário do mundo. Sem o tempo, nada existiria, existiria, e, e, assim sendo, pode ríamo s inverter a frase anterior: de certa forma, tudo é porque tudo se torna. Na N a verdad ver dade, e, o únic ún icoo temp te mp o qu e existe verd ve rdad adei eira rame me nte nt e consiste consiste num presente continu ame nte renovado. Aquilo que chamamo s de duração, ao contrário do presente, decorre das faculdades de nossa consciência e, em primeiro lugar, da
linguage m con tém o vestígio vestígio dessa mistura, visto visto que falamos do comprimento do tempo e do seu distanciamento. A perg pe rgun unta ta “O tem po pode pod e ser rep r epres resen enta tado do pelo esp aço? aç o?”, ”, ele responde sim, quando nos referimos ao tempo já passado (aquele que medimos) e não quando se trata do tempo que passa. Por que essa diferença? Porque o tempo, ao contrário do espaço, é absolütamente heterogêneo. Ele é diferente a cada instante, enquanto o espaço é sempre idêntico a si mesmo, assumindo uma característica homogênea. No espaço, na ausência de memória, não há simultaneidades. Traduzindo: cada posição aparentemente sucessiva dos objetos é única e indep endente end ente,, sem que se possa possa ligá-la às outras. Para Bergson, fora de nós (no espaço) só reina exterioridade recíproca, sem sucessão (p. 149), isto é, simultaneidades. Já a duração verdadeira corresponde a uma sucessão, uma progressão absoluta de instantes sobrepostos uns nos outros, sem que se possa distin dis tingui gui -los. -lo s. De fato, não nã o é possív el dividi div idirr o fluxo do tempo em pedaços ou instantes, assim como dividimos uma reta em pontos matemáticos. Inversamente, afirmar que “passou uma hora” significa pegar uma duração em bloco, como uma simultaneidade, isto é, criar criar um símbolo do tempo tempo que assumiria as características do espaço. A percepção da duração, como também a do movim ento realizado, corresponde corresponde a uma síntese síntese m ental. Mais ainda, a duração medida por um pênd pê ndul uloo nad a mais ma is é qu e um símbol sím bolo. o. Fora da consciê con sciê ncia nci a hum ana, no espaço, há somente uma posição ímpar da haste
memória. Graças a ela ou por causa dela, mantemos a ilusão de poder perceber um segme nto de tempo, com o se se tratasse de uma linha no espaço. Nesse espaço, só existe a simultaneidade, como Bergson enuncia em Tempo e simultaneidade. Para nós, cada situação sucessiva será una e independente, se nen hum a memória vier ligá-la ligá-la às outras. outras. A ilusão ilusão do tempo que passa, dado cultural, corresponde a um hábito mental adquirido desde o início da infância, talvez até mesmo antes da aquisição da autoconsciência. O sentimento de sucessão, para par a Bergso Ber gson, n, corr c orresp esp onde on de a um u m a síntese sínt ese m ental en tal qu e prod pr oduz uz tanto a impressão do movim ento como a impressão da duração. O tempo, com efeito, efeito, possui possui isto em co mum com o movimento: ele não pode ser apreendido com o um todo, como uma duração ou um traço que se pareceria com uma linha, porque ele partici par ticipa pa ao mesm m esm o tem te m po de d e si e do ou tro. tro . Dele, De le, u m a vez q ue o presente sempre idêntico constitui o tempo, assim como, no caso do movimento, trata-se de um mesmo objeto que se desloca. Do outro, uma vez que cada instante parece diferente, enquanto o tempo flui sem que possamos pegar nada, assim como o movimento consiste numa transição de um estado para outro. O tempo, portanto, pode ser definido como um presente sempre igual, sucedendo -se a sisi mesmo e tornando-se outro.
Bergson ou o temp te mpoo inv ertido erti do110 Sua formulação da questão é radicalmente diferente da de seus predecesso predecessores. res. Ele parte do princípio de que enc ontram os dificuldades dificuldades em formar uma idéia idéia sobre a natureza do tempo, porq po rque ue o confu co nfu ndim nd im os invo in volu lunt ntar aria iam m en te com o espaço. espaç o. A 10. 10. Essa apresenta ção é um resum o das idéias de Bergson, expressas em Oeuvres, Paris, Editions du Centenaire, Presses Universitaires de France, 1970.
dimensão do espaço, chamada de tempo homogêneo. Essa concepção não tem mais nada a ver com a duração verdadeira (p. 73) ou, melhor dizendo, ela corresponde a um produto da invasão de nossa consciência pelo espaço. Em suma, Bergson procura restituir ao tempo seu dinam ismo e sua progressão absoluta. Ver Ver no universo e no ser nada além de movimento, não poluído por sutis idéias estáticas, e de tempo constitu iria a próp ria vida das coisas coisas (p. 763) 763) Tom ando empre stada a linguagem dos alquim istas antigos, antigos, pode po demo mo s dize di zerr qu e, em Bergson Ber gson,, o tem po é o volátil volá til ou o enxofre, oposto ao fixo ou o mercúrio, que representaria o espaço. Para ele, tempo e espaço parecem incompatíveis e a duração verdadeira, imensurável. Haveria tanta incompa tibilidade tibilidade entre tempo e espaço quanto, spara Lou is-Claude de Saint-Martin, en tre o círculo círculo e a reta. reta. E o mesmo que tentar fazer um círculo quadrado. A duração pura seria a forma assumida pela sucessão dos nossos estados de consciência, quando nosso eu se abstém de estabelecer uma acumulação do passado no presente. Disso decorre, segund o ele, um certo núm ero de reflexões reflexões,, como, por exemplo, sobre a liberdade humana. O homem é livre porque não é prisioneiro do determinismo introduzido pelo princ pri ncípi ípioo de c ausali aus alidad dade. e. Esse E sse m esm o princí pri ncípio pio,, prod pr oduto uto de uma visão mecanicista do universo, pode, conforme ele explica, ser derrotado por uma concepção resolutamente dinâm ica. Se o instante é sempre diferente, ele se se torna criador
linguage m con tém o vestígio vestígio dessa mistura, visto visto que falamos do comprimento do tempo e do seu distanciamento. A perg pe rgun unta ta “O tem po pode pod e ser rep r epres resen enta tado do pelo esp aço? aç o?”, ”, ele responde sim, quando nos referimos ao tempo já passado (aquele que medimos) e não quando se trata do tempo que passa. Por que essa diferença? Porque o tempo, ao contrário do espaço, é absolütamente heterogêneo. Ele é diferente a cada instante, enquanto o espaço é sempre idêntico a si mesmo, assumindo uma característica homogênea. No espaço, na ausência de memória, não há simultaneidades. Traduzindo: cada posição aparentemente sucessiva dos objetos é única e indep endente end ente,, sem que se possa possa ligá-la às outras. Para Bergson, fora de nós (no espaço) só reina exterioridade recíproca, sem sucessão (p. 149), isto é, simultaneidades. Já a duração verdadeira corresponde a uma sucessão, uma progressão absoluta de instantes sobrepostos uns nos outros, sem que se possa distin dis tingui gui -los. -lo s. De fato, não nã o é possív el dividi div idirr o fluxo do tempo em pedaços ou instantes, assim como dividimos uma reta em pontos matemáticos. Inversamente, afirmar que “passou uma hora” significa pegar uma duração em bloco, como uma simultaneidade, isto é, criar criar um símbolo do tempo tempo que assumiria as características do espaço. A percepção da duração, como também a do movim ento realizado, corresponde corresponde a uma síntese síntese m ental. Mais ainda, a duração medida por um pênd pê ndul uloo nad a mais ma is é qu e um símbol sím bolo. o. Fora da consciê con sciê ncia nci a hum ana, no espaço, há somente uma posição ímpar da haste do pêndulo, pois nada resta das posições passadas e não há nenhu ma memória para se lembrar delas (p. (p. 72). 72). Entretan to, quando percebemos o balançar de um pêndulo, justapomos os movimentos uns nos outros, criando assim uma quarta
Na mesma mes ma orde o rdem m de idéias, idéi as, ele aborda abord a o probl ema em a do futuro fu turo em "O Possível e o Real Re al” ”. Ele nega ao futuro toda potencialidade de realização no presente. Com efeito, em razão de sua liberdade vivida num presente continuamente renovado, o home m e ngendraria seu futuro, sem ser possíve possívell prevê-lo. prevê-lo. Para Bergson, o futuro é absolutamente indeterminado. “E o real que sefa z possível, possível, e não o ppossível ossível que se tom a real”. real”. Para Para ele, o tempo corresponde a um dado imediato que permite um efetivo surgimento de novidades imprevisíveis. Em virtude disso, ele se proibia de fazer qualquer previsão que fosse, rejeitando a idéia de que na causas de hoje escondem-se as conseqüências de amanhã. mó ria ”, No que qu e conc c onc erne ern e à mem m em ória, óri a, no n o livro “Matéria e Me mória ele não a considera uma impressão inscrita no cérebro. Tratase, para ele, de um fenômeno espiritual (pp. 369-370). Mais que um esforço esforço presente, o ato de recordar consistiria consistiria em voltar a um passado virtual e em trazê-lo até o presente para se ter uma percepção virtual dele. Esse estado virtual, ele o chama de memória pura. Ele explica que a memória pura, ao ser rememorada, recebe a influência das condições atuais. Podese então deduzir que, para ele, o passado continua a existir espiritualmente. Com isso, concluímos o resumo sobre Bergson.
Há portanto dois modos de conceber o presente. Será que ele é o ponto de emergência de um fluxo proveniente do nada de um futuro e indo ao encontro do nada do passado? Ou
dimensão do espaço, chamada de tempo homogêneo. Essa concepção não tem mais nada a ver com a duração verdadeira (p. 73) ou, melhor dizendo, ela corresponde a um produto da invasão de nossa consciência pelo espaço. Em suma, Bergson procura restituir ao tempo seu dinam ismo e sua progressão absoluta. Ver Ver no universo e no ser nada além de movimento, não poluído por sutis idéias estáticas, e de tempo constitu iria a próp ria vida das coisas coisas (p. 763) 763) Tom ando empre stada a linguagem dos alquim istas antigos, antigos, pode po demo mo s dize di zerr qu e, em Bergson Ber gson,, o tem po é o volátil volá til ou o enxofre, oposto ao fixo ou o mercúrio, que representaria o espaço. Para ele, tempo e espaço parecem incompatíveis e a duração verdadeira, imensurável. Haveria tanta incompa tibilidade tibilidade entre tempo e espaço quanto, spara Lou is-Claude de Saint-Martin, en tre o círculo círculo e a reta. reta. E o mesmo que tentar fazer um círculo quadrado. A duração pura seria a forma assumida pela sucessão dos nossos estados de consciência, quando nosso eu se abstém de estabelecer uma acumulação do passado no presente. Disso decorre, segund o ele, um certo núm ero de reflexões reflexões,, como, por exemplo, sobre a liberdade humana. O homem é livre porque não é prisioneiro do determinismo introduzido pelo princ pri ncípi ípioo de c ausali aus alidad dade. e. Esse E sse m esm o princí pri ncípio pio,, prod pr oduto uto de uma visão mecanicista do universo, pode, conforme ele explica, ser derrotado por uma concepção resolutamente dinâm ica. Se o instante é sempre diferente, ele se se torna criador e não pode ser deduzido linearmente (segundo o princípio princípio de causalidade) daqu ele qu e o precede. A liberdade torna-se então um fato. “Ag Ag ir livre li vreme mente nte é retomar ret omar a posse posse de si, ése és e deslocar na duração verdadeira” (p. 151).
cada um. Un s, a exemplo de Spinoza, Herá clito e Leibniz, não concebem nada acima do ser em ação e, de certa forma, eles estimulam (embora involuntariamente e provavelmente a despeito de si mesmos) o pensamento materialista. Nessa definição, o ser e o temp o se confund em, e na da existe fora deles. deles.
Spinoza Spin oza e o tempo tem po como insistência11 insistência11 Para esse filósof filósofoo holan dês do século XV II, descenden te de marranos (judeus portugueses convertidos ao cristianismo à força, mas que continuaram fiéis à sua religião), o tempo está associado à natureza do ser. Para ele, o tempo ou a duração é urna persistencia da existencia (definição y parte II). E a coisa coisa que se afirma afirma com perseverança. Em “Pensamentos Metafísicos”, I, 4, ele diz que o tempo é um ser intelectual, um modo de pens pe nsar ar q ue serve para pa ra explic exp licar ar a duraç dur ação ão.. ✓
Ele não dissocia existencia e eternidade, no sentido de que não podemos conceber uma eternidade antes da existencia (definição VIII, parte I). Segundo ele, Deus não existe anteriormente aos seus decretos e não pode existir sem eles. Essa, aliás, é urna das idéias importantes que fundamentam seu panteísmo (escolio, parte I). Ele afirma que o tempo é um pr od uto ut o de nossa nos sa imag im agin inaç ação ão,, po rq ue im ag inam in am os corpos cor pos dotados de movimentos relativos mais ou menos rápidos (escolio, parte II). Ele assinala que, se não fossem afetadas pelo meio circundante, as cois coisas as persistiriam persistiriam indefinidam ente em virtude de seus esforços para existir (proposição VIII, parte II), Em outras palavras, palavras, não é o tempo que mata as criaturas
Na mesma mes ma orde o rdem m de idéias, idéi as, ele aborda abord a o probl ema em a do futuro fu turo em "O Possível e o Real Re al” ”. Ele nega ao futuro toda potencialidade de realização no presente. Com efeito, em razão de sua liberdade vivida num presente continuamente renovado, o home m e ngendraria seu futuro, sem ser possíve possívell prevê-lo. prevê-lo. Para Bergson, o futuro é absolutamente indeterminado. “E o real que sefa z possível, possível, e não o ppossível ossível que se tom a real”. real”. Para Para ele, o tempo corresponde a um dado imediato que permite um efetivo surgimento de novidades imprevisíveis. Em virtude disso, ele se proibia de fazer qualquer previsão que fosse, rejeitando a idéia de que na causas de hoje escondem-se as conseqüências de amanhã. mó ria ”, No que qu e conc c onc erne ern e à mem m em ória, óri a, no n o livro “Matéria e Me mória ele não a considera uma impressão inscrita no cérebro. Tratase, para ele, de um fenômeno espiritual (pp. 369-370). Mais que um esforço esforço presente, o ato de recordar consistiria consistiria em voltar a um passado virtual e em trazê-lo até o presente para se ter uma percepção virtual dele. Esse estado virtual, ele o chama de memória pura. Ele explica que a memória pura, ao ser rememorada, recebe a influência das condições atuais. Podese então deduzir que, para ele, o passado continua a existir espiritualmente. Com isso, concluímos o resumo sobre Bergson.
Há portanto dois modos de conceber o presente. Será que ele é o ponto de emergência de um fluxo proveniente do nada de um futuro e indo ao encontro do nada do passado? Ou seria a porta pela qual a eternidade entraria no mundo, antes de retornar a si mesma? A questão não é de importância secundá ria, e os filóso filósofos fos de todas as épocas se opuseram uns aos outros em relação a ela, em função da predisposição de
Outros, porém, a exemplo de Platão, Eckhart e Boehme, consideram que o ser é apenas a manifestação de um eterno incognoscível e imutável, que não depende do tempo, isto é, de uma duração eterna. Para eles, o tempo é o meio de manifestar o imutável em sua infinidade, de acordo com a moda lidade do ser em devenir. Eles não confu ndem o ser puro e a existência ou, em outras palavras, o Ser em sua tota lidade, em sua eternidade e unida de, englobando passado, passado, presente e futuro num presente eterno, e sua presença sob forma de existência, emergindo por intermédio de um presente contin uam ente regenerado: um a espécie espécie de Ser-tempo; Ser-tempo; é outra maneira de definir a existênci existênciaa contínua. Não N ão é correto corre to afirma afi rmar, r, com o mostr m ostraa Leco L eco mte mt e du Noüy, Noüy , qu e o ser cria cria obrig atoria men te a idéia de ex istência12 istência12. Em todo caso, caso, não a idéia de existência no sentido corrique iro. Isso faria faria supor que somos capazes de conhecer perfeitamente e de imaginar com exatidão tanto as realidades realidades do mun do nu mênic o como as dos fenômenos. O pseudo Dionisio já afirmava isso, em seu ensaio sobre a hier arqu ia celeste, com estas palavras: palavras: A Divind ade não existe existe como existem os seres, seres, e desconhecemo s sua infinidade supra-essencial, impensável, indizível.
Resta todavia o fato de que a existência dos objetos e das criaturas impõe a noção de tempo. Se o Ser não pode ser confundido com o tempo ilusório, o
cada um. Un s, a exemplo de Spinoza, Herá clito e Leibniz, não concebem nada acima do ser em ação e, de certa forma, eles estimulam (embora involuntariamente e provavelmente a despeito de si mesmos) o pensamento materialista. Nessa definição, o ser e o temp o se confund em, e na da existe fora deles. deles.
Spinoza Spin oza e o tempo tem po como insistência11 insistência11 Para esse filósof filósofoo holan dês do século XV II, descenden te de marranos (judeus portugueses convertidos ao cristianismo à força, mas que continuaram fiéis à sua religião), o tempo está associado à natureza do ser. Para ele, o tempo ou a duração é urna persistencia da existencia (definição y parte II). E a coisa coisa que se afirma afirma com perseverança. Em “Pensamentos Metafísicos”, I, 4, ele diz que o tempo é um ser intelectual, um modo de pens pe nsar ar q ue serve para pa ra explic exp licar ar a duraç dur ação ão.. ✓
Ele não dissocia existencia e eternidade, no sentido de que não podemos conceber uma eternidade antes da existencia (definição VIII, parte I). Segundo ele, Deus não existe anteriormente aos seus decretos e não pode existir sem eles. Essa, aliás, é urna das idéias importantes que fundamentam seu panteísmo (escolio, parte I). Ele afirma que o tempo é um pr od uto ut o de nossa nos sa imag im agin inaç ação ão,, po rq ue im ag inam in am os corpos cor pos dotados de movimentos relativos mais ou menos rápidos (escolio, parte II). Ele assinala que, se não fossem afetadas pelo meio circundante, as cois coisas as persistiriam persistiriam indefinidam ente em virtude de seus esforços para existir (proposição VIII, parte II), Em outras palavras, palavras, não é o tempo que mata as criaturas, criaturas, mas a influe ncia das coisas urnas sobre as outras.
Outros, porém, a exemplo de Platão, Eckhart e Boehme, consideram que o ser é apenas a manifestação de um eterno incognoscível e imutável, que não depende do tempo, isto é, de uma duração eterna. Para eles, o tempo é o meio de manifestar o imutável em sua infinidade, de acordo com a moda lidade do ser em devenir. Eles não confu ndem o ser puro e a existência ou, em outras palavras, o Ser em sua tota lidade, em sua eternidade e unida de, englobando passado, passado, presente e futuro num presente eterno, e sua presença sob forma de existência, emergindo por intermédio de um presente contin uam ente regenerado: um a espécie espécie de Ser-tempo; Ser-tempo; é outra maneira de definir a existênci existênciaa contínua. Não N ão é correto corre to afirma afi rmar, r, com o mostr m ostraa Leco L eco mte mt e du Noüy, Noüy , qu e o ser cria cria obrig atoria men te a idéia de ex istência12 istência12. Em todo caso, caso, não a idéia de existência no sentido corrique iro. Isso faria faria supor que somos capazes de conhecer perfeitamente e de imaginar com exatidão tanto as realidades realidades do mun do nu mênic o como as dos fenômenos. O pseudo Dionisio já afirmava isso, em seu ensaio sobre a hier arqu ia celeste, com estas palavras: palavras: A Divind ade não existe existe como existem os seres, seres, e desconhecemo s sua infinidade supra-essencial, impensável, indizível.
Resta todavia o fato de que a existência dos objetos e das criaturas impõe a noção de tempo. Se o Ser não pode ser confundido com o tempo ilusório, o temp o parece empresta r a natu reza d o Ser, Ser, até não pod er mais ser dissociado dele, no sentido de que o Ser está eternamente
11. SPIN OZA (Baruch), “Éth iqu e”, Oeuvre III, Paris, GarnierFlammarion, 1965.
pre sente. sen te. Inve In versa rsame me nte , não nã o há presen pre sente te sem o Ser. Aliás, A liás, a próp pr ópria ria palavr pal avraa qu e design des ignaa essa atua at ualid lid ade ad e do Ser pode pod e ser associada ao termo “presença”: onde existe presente, existe a presen pre sença ça do d o Ser, e é talve z graças graç as ao pres p resen ente te q ue a ete rnida rni dade de se revela como mundo. Assim como a duração representa a extensão e a medida prática do tempo sempre presente, a existencia corresponde à manifestação do Ser, ao seu movimento, à sua autocriação autocriação.. Qua ndo L eibniz afirma que não existe existe corpo sem movim ento, o materialista pu ro e implacável pode po deria ria reto re torqu rqu ir: não nã o existe mo vim ento en to sem corpo. corp o. Então En tão , pe rgun rg unta tam m os, os , qu al pode po deria ria ser esse “corpo “co rpo ” em m ovime ovi me nto, nto , senão a própria substância divina? O mundo seria então o prod pr od uto ut o de seu desenv des env olvim olv imen ento, to, da autoc au tocria riação ção m últip úl tip la do Ser, sempre o mesmo e sempre diferente. Não N ão há existência exis tência fora da d a dim ensão ens ão tempo te mporal. ral. D e fato, como conceber um objeto instantaneamente, no reino da simulta neidade? E isso que significa a associação ser-tempo, noção usada p elo filósofo filósofo André Com te-Spo nville e, antes dele, pelo pelo mestre zen-budista Dôgen. No que se refere à opinião de Comte-S ponville, a diferença é que sua idéia do ser-tempo não está limitada ao princípio material e pode assumir formas muito mais sutis. Essa idéia tem sua fonte na tradução do nome hebraico de Deus, “Eu sou Aquele que é”, termo composto por po r qu atro at ro letras, letr as, sen s endo do q ue a prim pr imeir eiraa rep r epres resen enta ta o p rincíp rin cíp io poten po ten cia l ma sculi sc ulino, no, en qu an to as três seguin seg uintes tes design des ign am a expressão feminina da vida. Assim, o “Eu sou Aquele que é”
filosó filosófic ficaa que Platão se em penho u em chegar, chegar, emancipandose dos limites dos pensamentos de Heráclito e Parmênides: É necessáno necessáno que ele (o filósofo) imite im ite as crianças crianças que desejam desejam duas coisa coisass ao mesmo mesm o tempo, que ele reconheça reconheça tudo o que é im óvel óve l e tudo o que se move, o ser e o todo a um só tem poli. poli .
Para ampliar nossa reflexão sobre o laço que une o Ser ao tempo, lemb remo-nos da primeira frase frase do Evangelho de João: “No começo era o Verbo”. No começo, isto subentende no começo dos dos tempos, isto isto é, é, “no mom ento” em que aquilo que Mestre Eckhart chamava de Divindade se revela como Deus manifesto man ifesto o u Verbo14 Verbo14. Mas q ue é o Verbo, senão u ma vibração universal universal ou um movimento regular e alternado? alternado? U ma vibração não é medida segundo uma freqüência ou, seu inverso, um períod per íodo, o, isto é, um a un idad id ad e de tem po? Em sum a, onde on de há Ser, há também tempo e espaço, que são suas dimensões indissociáve indissociáveis; is; ser-espaço-tempo. Ne m o espaço nem o temp o existem independentemente e por si mesmos, como veremos adiante ao abordarmos a contribuição do mundo da física. .Alexandre já apresentava uma tese bem parecida. Dizia ele que o espaço-tempo é uma substância cuja matéria representa um a especific especificação. ação. Segundo ele, ele, essa substância é mo vimen to puro. Ou seja, o espaço-tempo não existe; trata-se da existência tomada em seu todo. Com base nas explanações explanações acima, podemos agora considerar que o tempo, como o concebemos habitualmente, isto é,
pre sente. sen te. Inve In versa rsame me nte , não nã o há presen pre sente te sem o Ser. Aliás, A liás, a próp pr ópria ria palavr pal avraa qu e design des ignaa essa atua at ualid lid ade ad e do Ser pode pod e ser associada ao termo “presença”: onde existe presente, existe a presen pre sença ça do d o Ser, e é talve z graças graç as ao pres p resen ente te q ue a ete rnida rni dade de se revela como mundo. Assim como a duração representa a extensão e a medida prática do tempo sempre presente, a existencia corresponde à manifestação do Ser, ao seu movimento, à sua autocriação autocriação.. Qua ndo L eibniz afirma que não existe existe corpo sem movim ento, o materialista pu ro e implacável pode po deria ria reto re torqu rqu ir: não nã o existe mo vim ento en to sem corpo. corp o. Então En tão , pe rgun rg unta tam m os, os , qu al pode po deria ria ser esse “corpo “co rpo ” em m ovime ovi me nto, nto , senão a própria substância divina? O mundo seria então o prod pr od uto ut o de seu desenv des env olvim olv imen ento, to, da autoc au tocria riação ção m últip úl tip la do Ser, sempre o mesmo e sempre diferente. Não N ão há existência exis tência fora da d a dim ensão ens ão tempo te mporal. ral. D e fato, como conceber um objeto instantaneamente, no reino da simulta neidade? E isso que significa a associação ser-tempo, noção usada p elo filósofo filósofo André Com te-Spo nville e, antes dele, pelo pelo mestre zen-budista Dôgen. No que se refere à opinião de Comte-S ponville, a diferença é que sua idéia do ser-tempo não está limitada ao princípio material e pode assumir formas muito mais sutis. Essa idéia tem sua fonte na tradução do nome hebraico de Deus, “Eu sou Aquele que é”, termo composto por po r qu atro at ro letras, letr as, sen s endo do q ue a prim pr imeir eiraa rep r epres resen enta ta o p rincíp rin cíp io poten po ten cia l ma sculi sc ulino, no, en qu an to as três seguin seg uintes tes design des ign am a expressão feminina da vida. Assim, o “Eu sou Aquele que é” pode po de ser frac fr acion ionad adoo em dois signific sign ificados ados.. O “Eu “E u sou” so u” design des ignaa o Ser potencial, potencia l, situado a lém de toda noção de devenir; “Aquele “Aquele que é” faz referência ao ser-tempo, à sua manifestação tangível, uma espécie de “exis-tempo”. Penso que foi a essa síntese
existindo em si e por si, não possui nenhuma existencia. Ele não é um objeto que englobaría engloba ría o passado, o presente e o futuro. O passado nã o existe existe em si mesmo. Ele n ão pode ser percebido po r nossos nos sos sent se ntid idos os e existe exi ste ap en as no pres pr esen ente te,, graça gra çass à memoria q ue temos dele. Aquilo que denominam os passado é apenas o presente da consciencia que se lembra ou que analisa as marcas do passado (como na neve, por exemplo). exemplo). O passado é o domínio daqu ilo qu e está feito feito de mane ira irrevers irreversível ível.. Com efeito, efeito, não podemos de termina r que aquilo qu e foi feito feito não tenha sido feito ou que tenha sido feito de maneira diferente. Nes N esse se se nt ido, id o, o tem te m po pare pa rece ce ser irrev irr evers ersív ível. el. O fu turo tu ro tam bém não existe, já já qu e, esfera do possível, possível, ele está por ser feito. Assim, o futuro, quando o imaginamos, pertence igualm ente ao presente, graças à nossa nossa faculdade de imaginação . N em o pass pa ssad ad o ne m o fu tu ro po ssue ss ue m ex istên ist ên cia po r si mesmos, só o presente parece ser, ser, aqui e agora. Mesm o assim, convém considerar as modalidades desse aparente ser. Dim ensão de um ponto matem ático, ele ele não existe existe como como um objeto, mas sim como um fluxo: o fluxo da emergência contínua do ser, ser, daq uilo q ue é, o fluxo fluxo do devenir. O instante en tendid o como um ponto fixo fixo não possui nen hum a existência real. real. Ele é tão-somente um instrumento do pensamento, que tem necessidade de de parar a corrente perpétua do mun do para poder formar uma idéia sobre ele. O presente é o ponto onde esse fluxo, fluxo, ess essaa ação, emerge na qu alidade de mund o. Da mesma forma, não devemos confu ndir duração e tempo. A duração, ou temporalidade, corresponde à medição de algo que não existe existe mais ou que não existe existe ainda, já que pelo menos uma
filosó filosófic ficaa que Platão se em penho u em chegar, chegar, emancipandose dos limites dos pensamentos de Heráclito e Parmênides: É necessáno necessáno que ele (o filósofo) imite im ite as crianças crianças que desejam desejam duas coisa coisass ao mesmo mesm o tempo, que ele reconheça reconheça tudo o que é im óvel óve l e tudo o que se move, o ser e o todo a um só tem poli. poli .
Para ampliar nossa reflexão sobre o laço que une o Ser ao tempo, lemb remo-nos da primeira frase frase do Evangelho de João: “No começo era o Verbo”. No começo, isto subentende no começo dos dos tempos, isto isto é, é, “no mom ento” em que aquilo que Mestre Eckhart chamava de Divindade se revela como Deus manifesto man ifesto o u Verbo14 Verbo14. Mas q ue é o Verbo, senão u ma vibração universal universal ou um movimento regular e alternado? alternado? U ma vibração não é medida segundo uma freqüência ou, seu inverso, um períod per íodo, o, isto é, um a un idad id ad e de tem po? Em sum a, onde on de há Ser, há também tempo e espaço, que são suas dimensões indissociáve indissociáveis; is; ser-espaço-tempo. Ne m o espaço nem o temp o existem independentemente e por si mesmos, como veremos adiante ao abordarmos a contribuição do mundo da física. .Alexandre já apresentava uma tese bem parecida. Dizia ele que o espaço-tempo é uma substância cuja matéria representa um a especific especificação. ação. Segundo ele, ele, essa substância é mo vimen to puro. Ou seja, o espaço-tempo não existe; trata-se da existência tomada em seu todo. Com base nas explanações explanações acima, podemos agora considerar que o tempo, como o concebemos habitualmente, isto é, 13. PLATÃO, Le Sophiste, Paris, Garnier-Flammarion, 1969, 249 C 250 A. 14. MES TRE ECKHART, Oeuvres, Paris, Gallimard, 1996, pp. 117118.
vida vai se esgotando à sombra de sua foice. Mas ele não é o presen pre sente, te, adverte adv erte Santo Sa nto Agos Ag ostin tinho ho (Confissões, livro XI); se nada passasse passasse nem viesse, o presente n ão seria o tempo, m as a eternidade. O tempo é presente continuamente renovado, explicaria Dôgen alguns séculos mais tarde. ,c ,cOssere Osseress do universo universo são um único tem te m po ... ser-tempo ser-temp o tem o dom de regeneração”, e acrescenta: Se você acredita que o tempo nada faz além de passar, é porque não compreendeu ainda que o tempo nunca vem, nunca vai ... Quanto à regeneração, não pense que isto seja algo que, como o vento e a chuva, passa passa de leste para oeste. O uni verso nã o está nem em m ovim ento nem imóvel, n em em progress progressão ão nem em regr regres essã são. o. Regeneração, Regeneraç ão, só isto1 isto 15.
Por conseguinte, o tempo pode receber como parte de sua definição: ele representa a emergência continuamente rege nerada do fluxo da ação ou do ser. ser. 6-
P o r q u e o t e m p o n ã o flui n e m dura , n u n c a h o u v e
COMEÇO
Visto que já mencionamos Santo Agostinho, o Berbere, vamos destacar seu comentário sobre o começo do tempo, associado associado ao começo da Criação. Embo ra negu e ao tempo um a existência existência anterior à do mund o, ele contudo parece adm itir o princ pri ncíp ípio io da Criaç Cr iação. ão. Co m o todo s os c om entad en tad ores or es bíblicos bíbli cos de sua época, ele se baseia na frase: “No começo, Deus criou o ele traduzi u o termo termo céu ea terra”. terra”. C omo seus contemporâneos, ele
existindo em si e por si, não possui nenhuma existencia. Ele não é um objeto que englobaría engloba ría o passado, o presente e o futuro. O passado nã o existe existe em si mesmo. Ele n ão pode ser percebido po r nossos nos sos sent se ntid idos os e existe exi ste ap en as no pres pr esen ente te,, graça gra çass à memoria q ue temos dele. Aquilo que denominam os passado é apenas o presente da consciencia que se lembra ou que analisa as marcas do passado (como na neve, por exemplo). exemplo). O passado é o domínio daqu ilo qu e está feito feito de mane ira irrevers irreversível ível.. Com efeito, efeito, não podemos de termina r que aquilo qu e foi feito feito não tenha sido feito ou que tenha sido feito de maneira diferente. Nes N esse se se nt ido, id o, o tem te m po pare pa rece ce ser irrev irr evers ersív ível. el. O fu turo tu ro tam bém não existe, já já qu e, esfera do possível, possível, ele está por ser feito. Assim, o futuro, quando o imaginamos, pertence igualm ente ao presente, graças à nossa nossa faculdade de imaginação . N em o pass pa ssad ad o ne m o fu tu ro po ssue ss ue m ex istên ist ên cia po r si mesmos, só o presente parece ser, ser, aqui e agora. Mesm o assim, convém considerar as modalidades desse aparente ser. Dim ensão de um ponto matem ático, ele ele não existe existe como como um objeto, mas sim como um fluxo: o fluxo da emergência contínua do ser, ser, daq uilo q ue é, o fluxo fluxo do devenir. O instante en tendid o como um ponto fixo fixo não possui nen hum a existência real. real. Ele é tão-somente um instrumento do pensamento, que tem necessidade de de parar a corrente perpétua do mun do para poder formar uma idéia sobre ele. O presente é o ponto onde esse fluxo, fluxo, ess essaa ação, emerge na qu alidade de mund o. Da mesma forma, não devemos confu ndir duração e tempo. A duração, ou temporalidade, corresponde à medição de algo que não existe existe mais ou que não existe existe ainda, já que pelo menos uma das extremidades dessa medição faz parte do passado ou do futuro. Na verdade, ela ela representa exatamente o contrário do tempo, o domínio onde ele nega a si mesmo. O tempo nos parece par ece existir exi stir como co mo um princ pr inc ípio íp io objetiv ob jetivo, o, u ma vez q ue nossa nos sa
vida vai se esgotando à sombra de sua foice. Mas ele não é o presen pre sente, te, adverte adv erte Santo Sa nto Agos Ag ostin tinho ho (Confissões, livro XI); se nada passasse passasse nem viesse, o presente n ão seria o tempo, m as a eternidade. O tempo é presente continuamente renovado, explicaria Dôgen alguns séculos mais tarde. ,c ,cOssere Osseress do universo universo são um único tem te m po ... ser-tempo ser-temp o tem o dom de regeneração”, e acrescenta:
Nossa No ssa prop pr op ensã en sãoo para pa ra conc co nceb eber er o tem po pre ssupõ ssu põee um começo para todas as coisas e, é claro, para o universo. Entretan Entr etanto, to, nada nad a prova que isso não seja urna simples conclusão de um raciocínio baseado num hábito m ental. Para o homem , o princip prin cipio io criador, istó é, nesse caso o pen sam ento en to divino, divino , vem antes da ação. Se a noção de tem po é uma ilusão, então temos de admitir que o mesmo é válido válido para o “começo”. “começo”. Não há ne nhum antes nem depois. Por conseguinte, no começo seria melhor traduzido como “em princípio” ou “espiritualmente”...
mundo como sendo o produto de bilhares de movimentos interagentes. Ele conhece sua existência en qua nto essência da criação material e espiritual. Pode assim sintetizar o conjunto dessa ação, pelo menos em pensamento, como passado, presen pre sente te e fu tur o sim ultân ult âneo eos. s. Por isso, a e xem plo de Platão Pla tão,, ele pode pressentir que o tempo representa um a “image m móvel da eternidade” (Timeu, 37c) e dar ênfase à fonte eterna e inalterável que forma a sua origem. Inversamente, o homem material e emocional, por força da limitação do corpo e dos sentidos físicos, pertence a um mundo onde os objetos lhe parece par ece m estáticos estát icos em si m esmos. esm os. Ele sofre o mo vim ento en to em vez de se tornar consciente dele, e só vê o componente dife rencial do tempo e do instante. O devenir parece-lhe então a lei absoluta de todas as coisas.
Para torn ar clara essa essa idéia, devemos explicar explicar que o m und o não foi criado por um Deus anterior a ele, mas sim que o domínio intemporal lhe é eternamente consubstanciai, consubstanciai, isto isto é, que forma a sua essência. Deus não mais seria o primeiro por ordem temporal, mas por ordem de primazia. O único “criador” do mundo seria então a mente humana e suas faculdades de percepção, percepção, que produziria m tan to o tempo como o espaço. Essa, aliás, aliás, é a posição que foi censura da e m Mestre Eckha rt pelo Papa João João XXII: "Simultanea mente e de uma só vez, desde o instante em que Deu s fo i e gerou seu seu fil ho /. / . . .] Ele El e criou também o mundo”16.
Ne ste pont po nto, o, talvez talv ez seja intere int eressa ssante nte abrir ab rir um parênt par êntese ese raram ente abordado . A dualida de do tempo ou o seu paradoxo pode ser comp arado ara do à na turez tur ezaa dual du al do ho mem, me m, a um só tem po ser físico físico e emocional, emoc ional, p or um lado, e ser intelectual intele ctual e espiritual, por po r out ro. O ho m em intel in tel ectu ec tual al e espiri esp iritua tuall “vê de d e cim ci m a” o
Se você acredita que o tempo nada faz além de passar, é porque não compreendeu ainda que o tempo nunca vem, nunca vai ... Quanto à regeneração, não pense que isto seja algo que, como o vento e a chuva, passa passa de leste para oeste. O uni verso nã o está nem em m ovim ento nem imóvel, n em em progress progressão ão nem em regr regres essã são. o. Regeneração, Regeneraç ão, só isto1 isto 15.
Por conseguinte, o tempo pode receber como parte de sua definição: ele representa a emergência continuamente rege nerada do fluxo da ação ou do ser. ser. 6-
P o r q u e o t e m p o n ã o flui n e m dura , n u n c a h o u v e
COMEÇO
Visto que já mencionamos Santo Agostinho, o Berbere, vamos destacar seu comentário sobre o começo do tempo, associado associado ao começo da Criação. Embo ra negu e ao tempo um a existência existência anterior à do mund o, ele contudo parece adm itir o princ pri ncíp ípio io da Criaç Cr iação. ão. Co m o todo s os c om entad en tad ores or es bíblicos bíbli cos de sua época, ele se baseia na frase: “No começo, Deus criou o ele traduzi u o termo termo céu ea terra”. terra”. C omo seus contemporâneos, ele hebraico B’roeshit B’roeshit como “no com eço”, sendo que, na verdade, ele significa “em espírito” ou “em princípio”.
7 - T empo -espaço-movimento : MUNDO
o triângulo do
Adqu irimos o hábito de ach ar que os objetos objetos estão situados no tempo e no espaço, como se ambos pudessem existir antes do mund o, enq uan to este último teria lugar dentro deles. Esse erro vem vem de íonge, visto visto que a mitologia grega fazia de U ranos (o espaço) e de Cronos (o tempo) uma espécie de pais dos deuses. Analogamente, Newton ensinava a existência de um tempo e de um espaço absolutos. Aristóteles, no entanto, já alertava c ontra essa tent açã o17 o17. Se Se o espaço realm ente existisse fora da matéria e da energia do espírito (nome que os Rosacruzes dão à energia que é base da matéria), então seria
Nossa No ssa prop pr op ensã en sãoo para pa ra conc co nceb eber er o tem po pre ssupõ ssu põee um começo para todas as coisas e, é claro, para o universo. Entretan Entr etanto, to, nada nad a prova que isso não seja urna simples conclusão de um raciocínio baseado num hábito m ental. Para o homem , o princip prin cipio io criador, istó é, nesse caso o pen sam ento en to divino, divino , vem antes da ação. Se a noção de tem po é uma ilusão, então temos de admitir que o mesmo é válido válido para o “começo”. “começo”. Não há ne nhum antes nem depois. Por conseguinte, no começo seria melhor traduzido como “em princípio” ou “espiritualmente”... Para torn ar clara essa essa idéia, devemos explicar explicar que o m und o não foi criado por um Deus anterior a ele, mas sim que o domínio intemporal lhe é eternamente consubstanciai, consubstanciai, isto isto é, que forma a sua essência. Deus não mais seria o primeiro por ordem temporal, mas por ordem de primazia. O único “criador” do mundo seria então a mente humana e suas faculdades de percepção, percepção, que produziria m tan to o tempo como o espaço. Essa, aliás, aliás, é a posição que foi censura da e m Mestre Eckha rt pelo Papa João João XXII: "Simultanea mente e de uma só vez, desde o instante em que Deu s fo i e gerou seu seu fil ho /. / . . .] Ele El e criou também o mundo”16.
Ne ste pont po nto, o, talvez talv ez seja intere int eressa ssante nte abrir ab rir um parênt par êntese ese raram ente abordado . A dualida de do tempo ou o seu paradoxo pode ser comp arado ara do à na turez tur ezaa dual du al do ho mem, me m, a um só tem po ser físico físico e emocional, emoc ional, p or um lado, e ser intelectual intele ctual e espiritual, por po r out ro. O ho m em intel in tel ectu ec tual al e espiri esp iritua tuall “vê de d e cim ci m a” o 16. 16. Bula de João XXII: In agro dominico, artigo 3, 3, na qual vinte e oito artigos do ensinamento de Mestre Eckhart foram condenados, especialmente esse artigo nitidamente panteísta. Cf. MESTRE ECKHART, op. cit., p. 317.
po rque rq ue o espaço espa ço não nã o existe em si qu e ele adote ado te urna urn a certa cert a curvatura , de acordo com os dados da física física modern a. Einstein, por po r sinal si nal,, dizi d iziaa qu e as leis da na ture tu reza za são c onsti on stituí tuída dass de d e tal maneira q ue as noções de tempo e espaço espaço autônomos não têm nenhum sentido. Com efeito, fora do universo não há mais noção de espaço. Parece portanto impossível explorar seus confins. confins. Não importa se o universo universo mede um quilôme tro ou vinte bilhões de anos-luz, não poderíamos sair dele do ponto de vista vista espacial, e um even tual viajante voltaria sempre ao seu pont po ntoo de parti pa rtida da.. O me sm o é válido vál ido para par a o tem po: po : se este existisse em si, poderíamos imaginar um universo absolu tamente estático, e o tempo se tornaria uma eterna espera. A imortalidade física física seria seria então pensável, pensável, já que sem movim ento não haveria alteração possível possível dos corpos. corpos. Entret anto, sabemos pe p e rf e it am e n te q ue isso iss o é im po ssív ss ível el.. S u p o n do -s e um a imobilidade de todos os corpos, ainda assim subsistiria seu movimento interno, sem o qual sua própria existência se tornaria quim érica. Por seu turno, Leibniz já afirmava, no final do século XVII, a relatividade do tempo e do espaço: Entendo o espaço como algo puramente relativo, da mesma forma que o tempo; como uma ordem de coexistências, assim como o tempo é uma ordem de sucessões. O espaço marca em termos de possibilidades uma ordem de coisas que existem simultaneamente, porque existem juntas, sem entrar em sua maneira de existir. E quando vemos várias coisas juntas, pe rc eb em os ess a o rd em en tre tr e elas el as 75. *
Ser, no plano material e no da percepção, pressupõe
mundo como sendo o produto de bilhares de movimentos interagentes. Ele conhece sua existência en qua nto essência da criação material e espiritual. Pode assim sintetizar o conjunto dessa ação, pelo menos em pensamento, como passado, presen pre sente te e fu tur o sim ultân ult âneo eos. s. Por isso, a e xem plo de Platão Pla tão,, ele pode pressentir que o tempo representa um a “image m móvel da eternidade” (Timeu, 37c) e dar ênfase à fonte eterna e inalterável que forma a sua origem. Inversamente, o homem material e emocional, por força da limitação do corpo e dos sentidos físicos, pertence a um mundo onde os objetos lhe parece par ece m estáticos estát icos em si m esmos. esm os. Ele sofre o mo vim ento en to em vez de se tornar consciente dele, e só vê o componente dife rencial do tempo e do instante. O devenir parece-lhe então a lei absoluta de todas as coisas. 7 - T empo -espaço-movimento : MUNDO
o triângulo do
Adqu irimos o hábito de ach ar que os objetos objetos estão situados no tempo e no espaço, como se ambos pudessem existir antes do mund o, enq uan to este último teria lugar dentro deles. Esse erro vem vem de íonge, visto visto que a mitologia grega fazia de U ranos (o espaço) e de Cronos (o tempo) uma espécie de pais dos deuses. Analogamente, Newton ensinava a existência de um tempo e de um espaço absolutos. Aristóteles, no entanto, já alertava c ontra essa tent açã o17 o17. Se Se o espaço realm ente existisse fora da matéria e da energia do espírito (nome que os Rosacruzes dão à energia que é base da matéria), então seria possível possív el cria cr iarr um vazio va zio abso ab solu luto to,, co nt ra rian ri an do esta velha ve lha constatação: “A natureza tem horror ao vazio”. Talvez seja
um é constantemente m edido pelo outro, pois um a distância só tem sentido em relação ao tempo q ue levamos para percorrêla. Longe de representar coisas em si, tempo e espaço são conseqüências: no que concerne ao espaço, dos objetos em sua inteira extensão; extensão; no que c oncerne ao tempo, do movim ento interno ou externo dos corpos. corpos. O conceito de temp o pressupõe, porta po rta nto, nt o, o de movim mo vim ento, ent o, do qu al ele é deriv d erivado ado.. Seg undo un do Aristóteles: Claro está que existir no tempo não é existir enquanto o tempo existe, ou existir no lugar mediante o lugar (o espaço)... Pelo contrário, quando uma coisa existe no tempo, o tempo existe en qu an to esta coisa existe19 existe19.
Assim, nossas nossas vidas vidas não se desenrolam no temp o, mas com va i”, diz uma famosa o tempo. "Com o tempo qu e vai, tudo vai” canção. Essa tese adquire um caráter diferente da dos filósofos materialistas, que perguntam: como conseguimos surgir no tempo, isto é, é, acontecer? Com essa essa pergun ta, eles apresentam o tempo com o um a realidade existente antes de todas as coisa coisas. s. Para nós, pelo pelo contrário, está claro claro que o tempo é simplesmente uma c onseqüência onseqü ência da existência e é por isto que ele se comporta comp orta como uma insistência. Vamos mais longe: há uma relação triangular entre o movimento, o tempo e o espaço. O movimento representa o
po rque rq ue o espaço espa ço não nã o existe em si qu e ele adote ado te urna urn a certa cert a curvatura , de acordo com os dados da física física modern a. Einstein, por po r sinal si nal,, dizi d iziaa qu e as leis da na ture tu reza za são c onsti on stituí tuída dass de d e tal maneira q ue as noções de tempo e espaço espaço autônomos não têm nenhum sentido. Com efeito, fora do universo não há mais noção de espaço. Parece portanto impossível explorar seus confins. confins. Não importa se o universo universo mede um quilôme tro ou vinte bilhões de anos-luz, não poderíamos sair dele do ponto de vista vista espacial, e um even tual viajante voltaria sempre ao seu pont po ntoo de parti pa rtida da.. O me sm o é válido vál ido para par a o tem po: po : se este existisse em si, poderíamos imaginar um universo absolu tamente estático, e o tempo se tornaria uma eterna espera. A imortalidade física física seria seria então pensável, pensável, já que sem movim ento não haveria alteração possível possível dos corpos. corpos. Entret anto, sabemos pe p e rf e it am e n te q ue isso iss o é im po ssív ss ível el.. S u p o n do -s e um a imobilidade de todos os corpos, ainda assim subsistiria seu movimento interno, sem o qual sua própria existência se tornaria quim érica. Por seu turno, Leibniz já afirmava, no final do século XVII, a relatividade do tempo e do espaço: Entendo o espaço como algo puramente relativo, da mesma forma que o tempo; como uma ordem de coexistências, assim como o tempo é uma ordem de sucessões. O espaço marca em termos de possibilidades uma ordem de coisas que existem simultaneamente, porque existem juntas, sem entrar em sua maneira de existir. E quando vemos várias coisas juntas, pe rc eb em os ess a o rd em en tre tr e elas el as 75. *
Ser, no plano material e no da percepção, pressupõe movimento, transformação, espaço e tempo. tempo. Nota-se, aliás, aliás, que
um é constantemente m edido pelo outro, pois um a distância só tem sentido em relação ao tempo q ue levamos para percorrêla. Longe de representar coisas em si, tempo e espaço são conseqüências: no que concerne ao espaço, dos objetos em sua inteira extensão; extensão; no que c oncerne ao tempo, do movim ento interno ou externo dos corpos. corpos. O conceito de temp o pressupõe, porta po rta nto, nt o, o de movim mo vim ento, ent o, do qu al ele é deriv d erivado ado.. Seg undo un do Aristóteles: Claro está que existir no tempo não é existir enquanto o tempo existe, ou existir no lugar mediante o lugar (o espaço)... Pelo contrário, quando uma coisa existe no tempo, o tempo existe en qu an to esta coisa existe19 existe19.
Assim, nossas nossas vidas vidas não se desenrolam no temp o, mas com va i”, diz uma famosa o tempo. "Com o tempo qu e vai, tudo vai” canção. Essa tese adquire um caráter diferente da dos filósofos materialistas, que perguntam: como conseguimos surgir no tempo, isto é, é, acontecer? Com essa essa pergun ta, eles apresentam o tempo com o um a realidade existente antes de todas as coisa coisas. s. Para nós, pelo pelo contrário, está claro claro que o tempo é simplesmente uma c onseqüência onseqü ência da existência e é por isto que ele se comporta comp orta como uma insistência. Vamos mais longe: há uma relação triangular entre o movimento, o tempo e o espaço. O movimento representa o único elemento ativo dessa trindade. O espaço tem origem no fato de que todo movimento ou ação se estende. Ele decorre
18. 18. Trecho de um artigo sobre Leibn iz, extraído da da Encyclopaedia Universalis.
de um a extensão do movimento em três três dimensões. dimensões. O tem po, por po r sua vez, resulta resu lta do fato f ato de qu e o m ovim ov iment entoo é sucessivo suce ssivo e, do ponto de vista estritamente espacial, não pode ser apreendido em sua inteireza, isto é, instantaneamente. Mantemos uma percepção do tempo quando temos cons ciência do movimento, nem que seja o dos ponteiros de um relógio. Sem consciência do movimento, não há consciência do temp o que passa. Para Aristóteles ("Física’, IV, 219 b, 1-2), númer o do m ovim ento conforme o antes e o depois depois". ". Dizer, ele é “o número por po r definiç def iniç ão, qu e o tem te m po corre co rrespo spond ndee a um a mediç me dição ão da sucessão sucessão do mov imento não significa, significa, portanto, espacializá-lo, como explica Bergson. Torna-se, assim, claro que o espaço representa três dimensões ligadas ao movimento; quanto ao tempo, ele é uma quarta dimensão do espaço, espaço, absolutamente diferente das anteriores. O termo dimensão, aliás, não é exatamente apropriado, uma vez que ele se refere ao espaço. O termo caráter ou característica seria mais conveniente. O biólogo bió logo Lecom Le com te du No üy discor dis correu reu long lo ngam am ente en te sobre esse aspecto do problema, mostrando que a quarta dimensão ou característica não constitui uma direção suplementar do espaço, mas antes o meio pelo qual o espaço pode nascer e durar em nossa consciência20. E podemos acrescentar: trata-se de um espaço que dura, em razão da noção de progressividade do movimento. O espaço não possui nenhum sentido fora do tempo, e a idéia de espaço em sentido estrito (isto é, um conjunto de pontos separados, simultâneos e estáticos) não passa de u m a invenç inv enção ão da d a m ente, en te, sem realid rea lidade ade nos fatos. Foi a essa essa conclusão que o matemát ico Minkowski chegou após os os trabalhos de Einstein. Assim, o primeiro triângulo criador do
e energia em ação. A meu ver, o erro de muitos filósofos —e sobretudo de Bergson —foi considerar a ação, o tempo e o espaço separadamente, quando são indissociáveis. 8 -
E instein e a relatividade d o t e m p o
Vamos Vamos prosseguir e retomar o triângulo indissolúvel indissolúvel tempoespaço-movimento. O triângulo, como símbolo, vai vai mais uma vez mostrar sua utilidade insubstituível como ferramenta de representaç ão de conceitos árduos. Aristóteles Aristóteles afirma qu e existe existe apenas um único tempo absoluto, que poderia servir como padrão pad rão (“Física", IV, 218 b). Dois mil e quinh entos anos depois depois dele, Einstein e sua Teoria da Relatividade parecem provar o contrário. Devido à presumida limitação da velocidade da luz, o tempo e o espaço podem ser encurtados ou dilatados, ou seja, eles são relativos à velocidade de deslocamento dos conjuntos por meio m eio dos quai q uaiss são m edidos edid os o temp te mpoo e o espaço perc orrido. orrid o. Além disso, disso, ambos apresentam uma certa curvatura. O fenôm eno de Langevin —constatado em 1971, quando dois aviões foram enviados enviados para um a volta ao mundo , um voando para o leste e o outro para o oeste —demonstrou experimentalmente a relatividade do espaço-tempo. Os relógios atômicos instalados a bo rdo rd o dessa de ssa s du as ae rona ro na ve s ac us ar am , ao re to rn ar e m , diferentes diferentes medidas de tempo, da ordem de 332 332 nanossegundos. Dos dois passageiros (gêmeos) que subiram a bordo dos aparelhos, o que voou na direção oeste tinha envelhecid o menos que o outro. O tempo, portanto, longe de ser absoluto, parece ser relativo relativo à velocidade do m ovimento ovim ento e à curv atura do espaço. Uma hipótese matemática chega mesmo a considerar que se
de um a extensão do movimento em três três dimensões. dimensões. O tem po, por po r sua vez, resulta resu lta do fato f ato de qu e o m ovim ov iment entoo é sucessivo suce ssivo e, do ponto de vista estritamente espacial, não pode ser apreendido em sua inteireza, isto é, instantaneamente. Mantemos uma percepção do tempo quando temos cons ciência do movimento, nem que seja o dos ponteiros de um relógio. Sem consciência do movimento, não há consciência do temp o que passa. Para Aristóteles ("Física’, IV, 219 b, 1-2), númer o do m ovim ento conforme o antes e o depois depois". ". Dizer, ele é “o número por po r definiç def iniç ão, qu e o tem te m po corre co rrespo spond ndee a um a mediç me dição ão da sucessão sucessão do mov imento não significa, significa, portanto, espacializá-lo, como explica Bergson. Torna-se, assim, claro que o espaço representa três dimensões ligadas ao movimento; quanto ao tempo, ele é uma quarta dimensão do espaço, espaço, absolutamente diferente das anteriores. O termo dimensão, aliás, não é exatamente apropriado, uma vez que ele se refere ao espaço. O termo caráter ou característica seria mais conveniente. O biólogo bió logo Lecom Le com te du No üy discor dis correu reu long lo ngam am ente en te sobre esse aspecto do problema, mostrando que a quarta dimensão ou característica não constitui uma direção suplementar do espaço, mas antes o meio pelo qual o espaço pode nascer e durar em nossa consciência20. E podemos acrescentar: trata-se de um espaço que dura, em razão da noção de progressividade do movimento. O espaço não possui nenhum sentido fora do tempo, e a idéia de espaço em sentido estrito (isto é, um conjunto de pontos separados, simultâneos e estáticos) não passa de u m a invenç inv enção ão da d a m ente, en te, sem realid rea lidade ade nos fatos. Foi a essa essa conclusão que o matemát ico Minkowski chegou após os os trabalhos de Einstein. Assim, o primeiro triângulo criador do mun do, como o interpretamos, compõe-se de espaço, espaço, tempo 20. 20. LEC OM TE DU NOÜY (Pier (Pierre), re), op. cit., p. 199.
O limite da velocidade da luz permite também que um observador situado na Terra receba informações que datam do nascim ento do universo. Recebemos hoje hoje a luz proveniente de estrelas situadas a quinze bilhões de anos-luz. Essa luz, observada por radiotelescopios radiotelescopios hiperpossantes, tem a mesma idade da estrela e nos informa sobre o mom ento de sua criação. criação. Disso decorre que, no instante que a recebemos, a estrela emissora já tem quinze bilhões de anos. Tudo indica então que, do ponto de vista da luz, de suas características e do p r in c íp io de c o n s e rv a ç ã o da e n e rg ia , v á ri a s é p o c as , constituindo um único presente, podem coexistir. Esse pres pr esen en te não nã o mais ma is teria ter ia a forma for ma de um po nto nt o m atem at em ático át ico , mas de uma eternidade relativa. A eternidade contida num simples ponto. 9 - 0
T EM EM PO P O C ON O N CE C E BI B I D O CO CO M MO O AÇ AÇ Ã O
Esta essência da matéria que é a energia pode inclusive dar ao leitor uma idéia da possível coexistência do tempo e da eternidade. Admitindo-se, a exemplo de muitas culturas espiritualistas do Oriente e do Ocidente, que, por trás das formas aparentes que constituem o universo material, subsiste subsiste uma essência essência una e indestrutível, indestrutível, pode-se chegar a uma outra concepção do tempo. A físic físicaa m oderna finalmente adm itiu o princ pri ncíp ípio io de conv c onversã ersãoo da m atéria até ria em energ en ergia, ia, de a cordo cord o com a famosa equação E = MC2, e a autoconservação da energia. Nesse Nes se sentid sen tido, o, apesa ap esa r dos mater ma terial ialist istas as não darem da rem o braç b raçoo a torcer torcer,, o materialismo primário - isto isto é, a idéia idéia de que a matéria
e energia em ação. A meu ver, o erro de muitos filósofos —e sobretudo de Bergson —foi considerar a ação, o tempo e o espaço separadamente, quando são indissociáveis. 8 -
E instein e a relatividade d o t e m p o
Vamos Vamos prosseguir e retomar o triângulo indissolúvel indissolúvel tempoespaço-movimento. O triângulo, como símbolo, vai vai mais uma vez mostrar sua utilidade insubstituível como ferramenta de representaç ão de conceitos árduos. Aristóteles Aristóteles afirma qu e existe existe apenas um único tempo absoluto, que poderia servir como padrão pad rão (“Física", IV, 218 b). Dois mil e quinh entos anos depois depois dele, Einstein e sua Teoria da Relatividade parecem provar o contrário. Devido à presumida limitação da velocidade da luz, o tempo e o espaço podem ser encurtados ou dilatados, ou seja, eles são relativos à velocidade de deslocamento dos conjuntos por meio m eio dos quai q uaiss são m edidos edid os o temp te mpoo e o espaço perc orrido. orrid o. Além disso, disso, ambos apresentam uma certa curvatura. O fenôm eno de Langevin —constatado em 1971, quando dois aviões foram enviados enviados para um a volta ao mundo , um voando para o leste e o outro para o oeste —demonstrou experimentalmente a relatividade do espaço-tempo. Os relógios atômicos instalados a bo rdo rd o dessa de ssa s du as ae rona ro na ve s ac us ar am , ao re to rn ar e m , diferentes diferentes medidas de tempo, da ordem de 332 332 nanossegundos. Dos dois passageiros (gêmeos) que subiram a bordo dos aparelhos, o que voou na direção oeste tinha envelhecid o menos que o outro. O tempo, portanto, longe de ser absoluto, parece ser relativo relativo à velocidade do m ovimento ovim ento e à curv atura do espaço. Uma hipótese matemática chega mesmo a considerar que se um dos gêmeos viajasse durante dois anos ao redor da Terra, à velocidade da luz, ao ret ornar veria que dois séculos séculos se passaram para o plan pl an et a... a. .. e para par a seu s eu irmão. irm ão.
Shakti e os Rosacruzes, Espírit Esp írito. o. Louis-Claude de Saint-
Martin, o Filósofo Desconhecido, já no século XVIII alertava seus seus contemporâneos contra o erro que é confundir a m atéria e o seu princípio indestrutível. Para ele, o princípio é eterno, enqu anto sua manifestação material possui possui apenas realidade aparente, evoluindo com o tempo. Graças aos recentes conhecimentos sobre a luz, pode-se até conceber uma intemporalidade dessa energia. energia. Na verdade, o tempo também tem um pouco disso: a transformação da energia eterna e una em múltiplas formas que evoluem progressivamente. Vejamos um exemplo: um carro elétrico. Sua bateria foi carregada carregada com a eletricidade produzida por um a central, depois transportada por redes de cabos, antes de ser estocada graças aos eletrodos da bateria. Pensando bem, trata-se já de quatro transformações da energia: a energia da água ou do vento; o movimen to do gerador da central; o transporte da eletricidade por po r meio me io de cabos; cabos ; e, fina f ina lm ente en te,, sua estocag esto cagem em no veículo. veícu lo. Tudo isso tomou tempo e não poderia ser realizado instantaneamente. O m otorista otorista aciona a chave de contato do carro. carro. A energia da bateria põe em movime nto o m otor elétrico, elétrico, que, por sua vez, age sobre as rodas do carro. Consequen temente, o carro se põe põe a andar por um tempo m aior ou menor, enqua nto as baterias baterias vão vão esgotando sua energia previamente acumulada. A energia cinética do vento ou da água trans formou-se, portanto, em movimento mecânico do veículo. Nessa Nes sa transiç tra nsição, ão, um a parte pa rte se tra nsf orm or m ou em calor cal or e em perdas per das eletro ele troma magné gné ticas. tic as. O tem te m po no univer uni verso so é isto: a ação a ção
O limite da velocidade da luz permite também que um observador situado na Terra receba informações que datam do nascim ento do universo. Recebemos hoje hoje a luz proveniente de estrelas situadas a quinze bilhões de anos-luz. Essa luz, observada por radiotelescopios radiotelescopios hiperpossantes, tem a mesma idade da estrela e nos informa sobre o mom ento de sua criação. criação. Disso decorre que, no instante que a recebemos, a estrela emissora já tem quinze bilhões de anos. Tudo indica então que, do ponto de vista da luz, de suas características e do p r in c íp io de c o n s e rv a ç ã o da e n e rg ia , v á ri a s é p o c as , constituindo um único presente, podem coexistir. Esse pres pr esen en te não nã o mais ma is teria ter ia a forma for ma de um po nto nt o m atem at em ático át ico , mas de uma eternidade relativa. A eternidade contida num simples ponto. 9 - 0
T EM EM PO P O C ON O N CE C E BI B I D O CO CO M MO O AÇ AÇ Ã O
Esta essência da matéria que é a energia pode inclusive dar ao leitor uma idéia da possível coexistência do tempo e da eternidade. Admitindo-se, a exemplo de muitas culturas espiritualistas do Oriente e do Ocidente, que, por trás das formas aparentes que constituem o universo material, subsiste subsiste uma essência essência una e indestrutível, indestrutível, pode-se chegar a uma outra concepção do tempo. A físic físicaa m oderna finalmente adm itiu o princ pri ncíp ípio io de conv c onversã ersãoo da m atéria até ria em energ en ergia, ia, de a cordo cord o com a famosa equação E = MC2, e a autoconservação da energia. Nesse Nes se sentid sen tido, o, apesa ap esa r dos mater ma terial ialist istas as não darem da rem o braç b raçoo a torcer torcer,, o materialismo primário - isto isto é, a idéia idéia de que a matéria é sólida, sólida, densa, estritamente definida como objeto palpável que po de ser se r pe rc eb id o po r nosso no sso s sent se ntid id os —está —e stá obso ob sole leto to.. Indestrutível, isto significa que a eternidade faz parte da natureza dessa energia energia primordial, que os hindus denom inam
transcende o tempo, temos o sentimento difuso de que o pre sente sen te é sem s empre pre o mesm me smo, o, assu as sumi mind ndoo as carac c aracterís terísticas ticas da eternidade. Por outro lado, porque a matéria constitui o domínio da impermanencia, o presente nos parece fugidio e sempre outro. 1 0 - 0 TEMPO, TEMPO, O ETERNO ETERNO E O PRO PROBLEM BLEMA A DO ENVELHECIMENTO
Com o a questão do envelhecimento já foi foi mencionad a antes, mudem os de assunto e vejamos vejamos se podemos realmente im putar ao tempo a responsabilidade pela morte das criaturas. Costum amo s ach ar que as pessoas pessoas e os os objetos objetos envelhecem em razão de nossa concepção do tempo e da duração. No entanto, admitindo-se que tempo e duração são ilusões e que só as as mu danças são reais reais em sua atualidade, isto é, no presente da sua atividade, podemos então considerar que o envelhe cimento e a morte, conforme vistos ordinariamente, são igualmente ilusões. Ninguém envelhece e ninguém é jovem no sentido habitual, que associa a transformação do corpo ao tempo. Nosso corpo apenas muda de natureza progressiva mente. Som os o que somos no instante em que estamos, isto isto é, é, num presente que se renova constantemente. Só a ilusão do tempo que passa é que nos dá o sentimento de que envelhe cemos. Por esse motivo, Cronos contribui para manter a pr im eira ei ra prisã pr isã o da cons co nscie cie ncia nc ia hu m an a. A im pres pr essã sãoo de envelhecim ento, ligada à obsessão do tempo q ue passa, provoca igualmente, sem dúvida algum a, conseqüências inconscientes inconscientes
Shakti e os Rosacruzes, Espírit Esp írito. o. Louis-Claude de Saint-
Martin, o Filósofo Desconhecido, já no século XVIII alertava seus seus contemporâneos contra o erro que é confundir a m atéria e o seu princípio indestrutível. Para ele, o princípio é eterno, enqu anto sua manifestação material possui possui apenas realidade aparente, evoluindo com o tempo. Graças aos recentes conhecimentos sobre a luz, pode-se até conceber uma intemporalidade dessa energia. energia. Na verdade, o tempo também tem um pouco disso: a transformação da energia eterna e una em múltiplas formas que evoluem progressivamente. Vejamos um exemplo: um carro elétrico. Sua bateria foi carregada carregada com a eletricidade produzida por um a central, depois transportada por redes de cabos, antes de ser estocada graças aos eletrodos da bateria. Pensando bem, trata-se já de quatro transformações da energia: a energia da água ou do vento; o movimen to do gerador da central; o transporte da eletricidade por po r meio me io de cabos; cabos ; e, fina f ina lm ente en te,, sua estocag esto cagem em no veículo. veícu lo. Tudo isso tomou tempo e não poderia ser realizado instantaneamente. O m otorista otorista aciona a chave de contato do carro. carro. A energia da bateria põe em movime nto o m otor elétrico, elétrico, que, por sua vez, age sobre as rodas do carro. Consequen temente, o carro se põe põe a andar por um tempo m aior ou menor, enqua nto as baterias baterias vão vão esgotando sua energia previamente acumulada. A energia cinética do vento ou da água trans formou-se, portanto, em movimento mecânico do veículo. Nessa Nes sa transiç tra nsição, ão, um a parte pa rte se tra nsf orm or m ou em calor cal or e em perdas per das eletro ele troma magné gné ticas. tic as. O tem te m po no univer uni verso so é isto: a ação a ção da energia universal, una e eterna; ação que toma um caráter pro gre ssivo ssi vo e c on tin ti n ua m en te ca m bi an te , co mo na qu eles el es caleidoscópios que fascinam as crianças. Assim, porque a energia presente em todas as coisa coisass tem u ma característica característica que
uma terrível doença genética, a progéria, que atinge algumas crianças e as faz envelhecer prematuramente, de maneira acelerada. Essa doença está ligada à natureza de suas células e, mais particularmente, à mutação de um de seus genes. Aqui, portanto, porta nto, não é o tempo temp o que transfor tra nsforma ma essas crianças em velhos. O envelhecimento traduz-se num endurecim ento do corpo. corpo. A acidóse e a oxidação das células podem ser tidas como responsáveis pelo fenómeno, segundo os pesquisadores da área médica. As artérias endurecem e os ossos ficam quebradiços como pedras, cujo símbolo, a se crer nos antigos alquimistas, é justa ju sta m ente en te Sa turn tu rno. o. Pa ralel ra lelam am en te, qu an to mais ma is o corpo cor po endurece, mais perde elasticidade e liberdade de movimentos. A idade, idade, portanto, parece estar associada associada a um decréscimo do movimento e a um esgotam ento da vitalidade. Nossas células perdem per dem sua força rep rod uto ra e cicatr cic atriza izante nte em função fun ção das influências destruidoras que elas sofrem. A própria morte corresponde à cessação cessação de todo movim ento e o corpo adquire a rigidez da pedra. Por conseguinte, nenhum personagem chama do “tem po” devora devora seus filhos. filhos. O biólogo Lecomte du Noüy mostrou que temos a idade das nossas nossas células. células. Experiências Experiências dem onstraram que entre zero e dez anos a velocidade de cicatrização das feridas permanec e quase constante. Dos setenta anos em diante, ela volta a ser constante, tendo, porém, um valor muito inferior. inferior. Entre d ez e setenta setenta anos, ela ela diminui g radualmente segundo urna curva (não uma reta). Lecomte du Noüy estabeleceu uma comparação entre esse fenômeno biológico e o fato bem bem c onhecido de q ue
transcende o tempo, temos o sentimento difuso de que o pre sente sen te é sem s empre pre o mesm me smo, o, assu as sumi mind ndoo as carac c aracterís terísticas ticas da eternidade. Por outro lado, porque a matéria constitui o domínio da impermanencia, o presente nos parece fugidio e sempre outro. 1 0 - 0 TEMPO, TEMPO, O ETERNO ETERNO E O PRO PROBLEM BLEMA A DO ENVELHECIMENTO
Com o a questão do envelhecimento já foi foi mencionad a antes, mudem os de assunto e vejamos vejamos se podemos realmente im putar ao tempo a responsabilidade pela morte das criaturas. Costum amo s ach ar que as pessoas pessoas e os os objetos objetos envelhecem em razão de nossa concepção do tempo e da duração. No entanto, admitindo-se que tempo e duração são ilusões e que só as as mu danças são reais reais em sua atualidade, isto é, no presente da sua atividade, podemos então considerar que o envelhe cimento e a morte, conforme vistos ordinariamente, são igualmente ilusões. Ninguém envelhece e ninguém é jovem no sentido habitual, que associa a transformação do corpo ao tempo. Nosso corpo apenas muda de natureza progressiva mente. Som os o que somos no instante em que estamos, isto isto é, é, num presente que se renova constantemente. Só a ilusão do tempo que passa é que nos dá o sentimento de que envelhe cemos. Por esse motivo, Cronos contribui para manter a pr im eira ei ra prisã pr isã o da cons co nscie cie ncia nc ia hu m an a. A im pres pr essã sãoo de envelhecim ento, ligada à obsessão do tempo q ue passa, provoca igualmente, sem dúvida algum a, conseqüências inconscientes inconscientes de grande importancia. ✓
uma terrível doença genética, a progéria, que atinge algumas crianças e as faz envelhecer prematuramente, de maneira acelerada. Essa doença está ligada à natureza de suas células e, mais particularmente, à mutação de um de seus genes. Aqui, portanto, porta nto, não é o tempo temp o que transfor tra nsforma ma essas crianças em velhos. O envelhecimento traduz-se num endurecim ento do corpo. corpo. A acidóse e a oxidação das células podem ser tidas como responsáveis pelo fenómeno, segundo os pesquisadores da área médica. As artérias endurecem e os ossos ficam quebradiços como pedras, cujo símbolo, a se crer nos antigos alquimistas, é justa ju sta m ente en te Sa turn tu rno. o. Pa ralel ra lelam am en te, qu an to mais ma is o corpo cor po endurece, mais perde elasticidade e liberdade de movimentos. A idade, idade, portanto, parece estar associada associada a um decréscimo do movimento e a um esgotam ento da vitalidade. Nossas células perdem per dem sua força rep rod uto ra e cicatr cic atriza izante nte em função fun ção das influências destruidoras que elas sofrem. A própria morte corresponde à cessação cessação de todo movim ento e o corpo adquire a rigidez da pedra. Por conseguinte, nenhum personagem chama do “tem po” devora devora seus filhos. filhos. O biólogo Lecomte du Noüy mostrou que temos a idade das nossas nossas células. células. Experiências Experiências dem onstraram que entre zero e dez anos a velocidade de cicatrização das feridas permanec e quase constante. Dos setenta anos em diante, ela volta a ser constante, tendo, porém, um valor muito inferior. inferior. Entre d ez e setenta setenta anos, ela ela diminui g radualmente segundo urna curva (não uma reta). Lecomte du Noüy estabeleceu uma comparação entre esse fenômeno biológico e o fato bem bem c onhecido de q ue a criança criança de dez anos não tem a mesm a percepção subjetiva subjetiva do desenrolar do temp o que o velho. velho. "Para um homem de cinqüenta
E claro que não é o tempo que mata ou faz envelhecer. Se fosse fosse assim, assim, todo mu ndo envelheceria no mesmo ritmo. Ora, existe
anos, anos, o temp o parece parecefl u ir quatro vezes mais rápido do que para uma criança de dez anos’\ E bem possível então que os
fenômenos biológicos que acontecem dentro do nosso corpo constituam informações informações subconscientes subconscientes que influenciam nossa percepção perce pção da pas sagem do tempo. tem po. Pode-se P ode-se igualm ig ualm ente levantar levan tar a seguinte questão: é o tempo biológico que evolui conforme a idade, acusando assim uma progressão em curva, enquanto o tempo externo ou sideral conserva um fluxo regular, ou é exatamente o inverso? inverso?
pa ss ad o (as co nd iç õe s p re se n te s com co m o le m br an ça s do pass pa ssad ado) o).. Po r exem ex em plo , na áre a do cas telo tel o de Versa Ve rsalhes lhes,, construído no século XVII, não podemos implantar atualmente n enhu ma outra coisa coisa;; este este mon um ento está bem bem aqui no presente, testemunha de um passado de vários séculos. Disso decorre que só o presente existe. Uma experiência interessante que podemos efetuar consiste em nos concentrarmos no presente, aqui e agora. Pensar significa comparar, imaginar e recordar. Se suprimirmos relativamente a memória e a imaginação, focalizando nossa atenção no presente, a tomada de consciência do Ser, daquilo que é e da presença daquilo que é vai se tornar mais intensa. Durante uma experiência desse tipo, como durante o sono, a percepção percepção do tempo desaparece. O tem po, com efeito, consiste numa criação da nossa consciência e das suas faculdades de memória e imaginação. Sem memória (e a atenção no presente limita o ato de lembrar), nada pode po dem m os me dir, dir , u m a vez qu e tod o fenô fe nô m en o m edid ed idoo deve deixar vestígios vestígios cuja origem está s ituada atrás de nós. Para que haja duração, é preciso alguém para se lembrar do passa pa ssado do.. A m esm a de m on stra st raçã çã o vale para pa ra o futu fu turo ro . Para Pa ra que o futuro exista, é preciso alguém para imaginá-lo e se proje pr ojetar tar nele. n ele. Assim Ass im com c omoo o ato de lembra lem brar, r, o ato de im agina ag ina r acontece no presente. presente. Sem imaginação e sem mem ória, não há tempo e, sobretudo, não há duração. Nesse caso, não se po p o d e ri a m ais ai s f al a r de te m p o , m as s im p le s m e n te de movim ento dos corpos, cujas posições sucessivas sucessivas seriamos,
Na N a ind ústri ús tria, a, proc pr oced edim imen entos tos artificia artif iciais is são usados usa dos para par a provocar prov ocar o envelhe enve lhecim cim ento dos do s materia mat eriais is fabricados. fabri cados. Po r assim dizer, os técnicos técnicos aceleram o tem po para esses esses produtos, a fim de analisarem seu comportamento no curso do tempo. Mas do que se trata, trata, na realidade? M uito simplesm ente trata-se de submetê- los inten samente sam ente a condições condições críticas críticas (vapores salinos, salinos, ventos violentos, variações bruscas de temperatura etc.), as mesmas que eles sofreriam ao longo dos anos, só que dessa vez num tempo extremamente contraído. O envelhecimento poderi pod eriaa até mesm me smoo ocorre oco rrerr ins tan tan eam ea m ente, en te, desde desd e qu e as forças de erosão sejam suficientemente importantes. Esse pro cedim ced iment entoo demo de mo nstra nst ra q ue são as repetidas repet idas condiçõ c ondições es a que qu e o objeto objeto é submetido que alteram seu funcionamen to; o tempo não tem nada a ver com com isto. 1 1 - 0 TEMPO: UMA UMA ILUS ILUSÃO ÃO SUBJ SUBJET ETIV IVA? A?
Depois de termos analisado o tempo como presente
s
fenômenos biológicos que acontecem dentro do nosso corpo constituam informações informações subconscientes subconscientes que influenciam nossa percepção perce pção da pas sagem do tempo. tem po. Pode-se P ode-se igualm ig ualm ente levantar levan tar a seguinte questão: é o tempo biológico que evolui conforme a idade, acusando assim uma progressão em curva, enquanto o tempo externo ou sideral conserva um fluxo regular, ou é exatamente o inverso? inverso? Na N a ind ústri ús tria, a, proc pr oced edim imen entos tos artificia artif iciais is são usados usa dos para par a provocar prov ocar o envelhe enve lhecim cim ento dos do s materia mat eriais is fabricados. fabri cados. Po r assim dizer, os técnicos técnicos aceleram o tem po para esses esses produtos, a fim de analisarem seu comportamento no curso do tempo. Mas do que se trata, trata, na realidade? M uito simplesm ente trata-se de submetê- los inten samente sam ente a condições condições críticas críticas (vapores salinos, salinos, ventos violentos, variações bruscas de temperatura etc.), as mesmas que eles sofreriam ao longo dos anos, só que dessa vez num tempo extremamente contraído. O envelhecimento poderi pod eriaa até mesm me smoo ocorre oco rrerr ins tan tan eam ea m ente, en te, desde desd e qu e as forças de erosão sejam suficientemente importantes. Esse pro cedim ced iment entoo demo de mo nstra nst ra q ue são as repetidas repet idas condiçõ c ondições es a que qu e o objeto objeto é submetido que alteram seu funcionamen to; o tempo não tem nada a ver com com isto. 1 1 - 0 TEMPO: UMA UMA ILUS ILUSÃO ÃO SUBJ SUBJET ETIV IVA? A?
Depois de termos analisado o tempo como presente renovado, com o ser e na sua relação com o espaço, vamos agora abordar a relação consciente que m antem os com ele. ele. No sso ss o pres pr esen ente te é influ in flu enci en ciad adoo pelo pre sen te do futur fu tur o (aquilo que imaginamos no presente) e pelo presente do
Resumindo, o tempo objetivo, considerado sob o ángulo da duração, não existe existe.. Ele é u m produto da consciencia. consciencia. O sujeito, sujeito, portanto, porta nto, vem antes a ntes do tempo. te mpo. O mesmo, mesm o, porém, p orém, não acontece com o espaço. espaço. Não podem os dizer a seu respeito: respeito: sem ninguém para medi-lo, não há espaço ou comprime comp rimento. nto. Pois, ainda ain da que seja o ser hum ano an o que qu e estabelece os padrões de todas as medições, a noção relativa relativa de comprimento compr imento pe rmanece válida. válida. Suprimindo Su primindo o observador, sempre podemos considerar, a respeito de uma distância, que ela é mais longa que uma outra, porque o espaço depende da atualidade dos objetos físicos e externos. O mesmo não acontece com o tempo, que tem sua fonte num processo cognitivo cognitivo.. Suprim Su primindo indo todo observador, observador, como poderíamos dizer que o tempo qu e separa nossa época da do nascimento nascimen to do universo foi mais longo que o tempo que nos separa dos dinossauros, se não há ninguém para se lembra r ou analisar e datar os vestíg vestígios ios desses tempos? Com efeito, esses tempos não existem mais, ao passo que duas distâncias distâncias espaciais espaciais podem existir existirsimultaneamente. Do ponto de vista vista rosacruz, o valor relativ relativoo do espaço permanece válido mesmo sem a consciência para medi-lo, porque ele representa uma atualidade, mas não o do tempo. tempo. Essa distinção um tanto arbitrária (temos de admitir isto) é fruto das faculdades a qu e o observador recorre para perceber o tempo e o espaço. O espaço, fruto da consciência objetiva, é um dos produtos da percepção pelos nossos cinco sentidos físicos. Ele se impõe imedia tamente tame nte e como um todo to do à nossa nossa consciência, consciência, com o mínimo de esforço para conceituá-lo ou lhe dar um
pa ss ad o (as co nd iç õe s p re se n te s com co m o le m br an ça s do pass pa ssad ado) o).. Po r exem ex em plo , na áre a do cas telo tel o de Versa Ve rsalhes lhes,, construído no século XVII, não podemos implantar atualmente n enhu ma outra coisa coisa;; este este mon um ento está bem bem aqui no presente, testemunha de um passado de vários séculos. Disso decorre que só o presente existe. Uma experiência interessante que podemos efetuar consiste em nos concentrarmos no presente, aqui e agora. Pensar significa comparar, imaginar e recordar. Se suprimirmos relativamente a memória e a imaginação, focalizando nossa atenção no presente, a tomada de consciência do Ser, daquilo que é e da presença daquilo que é vai se tornar mais intensa. Durante uma experiência desse tipo, como durante o sono, a percepção percepção do tempo desaparece. O tem po, com efeito, consiste numa criação da nossa consciência e das suas faculdades de memória e imaginação. Sem memória (e a atenção no presente limita o ato de lembrar), nada pode po dem m os me dir, dir , u m a vez qu e tod o fenô fe nô m en o m edid ed idoo deve deixar vestígios vestígios cuja origem está s ituada atrás de nós. Para que haja duração, é preciso alguém para se lembrar do passa pa ssado do.. A m esm a de m on stra st raçã çã o vale para pa ra o futu fu turo ro . Para Pa ra que o futuro exista, é preciso alguém para imaginá-lo e se proje pr ojetar tar nele. n ele. Assim Ass im com c omoo o ato de lembra lem brar, r, o ato de im agina ag ina r acontece no presente. presente. Sem imaginação e sem mem ória, não há tempo e, sobretudo, não há duração. Nesse caso, não se po p o d e ri a m ais ai s f al a r de te m p o , m as s im p le s m e n te de movim ento dos corpos, cujas posições sucessivas sucessivas seriamos, aliás, incapazes de reunir. Isso seria o que Bergson chama de “sucessão pura”. Já o tempo que acreditamos ser objetivo baseia bas eia-se se na me dição diç ão de d e um u m m ovim ov im ento en to repetit rep etitivo ivo q ue serve de padrão para o segundo. Perguntemo-nos então: quem acumula a soma dos movimentos do pêndulo?
percepçõe perc epçõess objetivas, objetiv as, nota n otamo mo s que q ue possuí pos suímo moss um u m a espécie es pécie de pe rcep rc epçã çãoo in tern te rn a, in tuiti tu itiva va , e, po rtan rt an to , subje su bje tiva tiv a e até subconsciente do tempo. Essa percepção interna deve-se provav pro vavelm elmente ente aos movim mo vim entos ent os do pens pe nsam am ento en to e a todos os movimentos movime ntos corporais, como a r espiração. Aristóteles Aristóteles já sugeria isso com estas palavras: Quando está escuro e nada sentimos por meio do corpo, e um movimento ocorre na alma, logo temos a sensação de que, sim ult ane am ent e, um certo tem po se passou21 passou21.
É por essa razão que, se fixarmos o pensamento pela concentração, se se suspendermos suspenderm os a respiração e concentrarmos nossa energia vital vital num ponto, a percepção do tempo parecerá alterada. alterada. Por isso, isso, mais que o espaço, espaço, o tempo é um a ilusão subjetiva. subjetiva. De fato, a maioria das pessoas concordará sobre sua percepção de uma mesa de dois metros de comprimento, mesmo na ausência de qualqu er medição geométrica. geométrica. O mesmo não acontece com o tempo. A percepção do minu to, na ausência de todo referencial, referencial, será será diferente de acordo com os indivíduos, indivíduos, sua idade o u até mesmo mes mo a temperatura interna do corpo. Uma das manifestações mais flagrant flagrantes es quanto quan to a isso é a música. música. Para qu e uma u ma orquestra póssa tocar, tocar, sempre há necessidade de um regente que in dique a ela o tempo coletivo coletivo,, inclusive nas orquestras modernas, nas quais o percursionista percursi onista é quem assume assum e esta função. 12 - T
e m p o e quarta dimensão o u característica
Resumindo, o tempo objetivo, considerado sob o ángulo da duração, não existe existe.. Ele é u m produto da consciencia. consciencia. O sujeito, sujeito, portanto, porta nto, vem antes a ntes do tempo. te mpo. O mesmo, mesm o, porém, p orém, não acontece com o espaço. espaço. Não podem os dizer a seu respeito: respeito: sem ninguém para medi-lo, não há espaço ou comprime comp rimento. nto. Pois, ainda ain da que seja o ser hum ano an o que qu e estabelece os padrões de todas as medições, a noção relativa relativa de comprimento compr imento pe rmanece válida. válida. Suprimindo Su primindo o observador, sempre podemos considerar, a respeito de uma distância, que ela é mais longa que uma outra, porque o espaço depende da atualidade dos objetos físicos e externos. O mesmo não acontece com o tempo, que tem sua fonte num processo cognitivo cognitivo.. Suprim Su primindo indo todo observador, observador, como poderíamos dizer que o tempo qu e separa nossa época da do nascimento nascimen to do universo foi mais longo que o tempo que nos separa dos dinossauros, se não há ninguém para se lembra r ou analisar e datar os vestíg vestígios ios desses tempos? Com efeito, esses tempos não existem mais, ao passo que duas distâncias distâncias espaciais espaciais podem existir existirsimultaneamente. Do ponto de vista vista rosacruz, o valor relativ relativoo do espaço permanece válido mesmo sem a consciência para medi-lo, porque ele representa uma atualidade, mas não o do tempo. tempo. Essa distinção um tanto arbitrária (temos de admitir isto) é fruto das faculdades a qu e o observador recorre para perceber o tempo e o espaço. O espaço, fruto da consciência objetiva, é um dos produtos da percepção pelos nossos cinco sentidos físicos. Ele se impõe imedia tamente tame nte e como um todo to do à nossa nossa consciência, consciência, com o mínimo de esforço para conceituá-lo ou lhe dar um significado. Já o tempo recorre às faculdades superiores da consciência: memória, pensamento e imaginação. Ele é mais interior. Essa interpretação mais íntima do tempo que a do espaço pode dar a impressão im pressão de que um pode existir fora do nosso ser espiritual, enquanto o outro é um componente dele. Sem
Essa, em todo caso, é a idéia que os Rosacruzes sustentam há séculos. séculos. Traços Traços dela dela podem ser encontrados em L eibniz, qu ando and o ele define o espaço como uma ordem de coisas que existem ao mesmo tempo, sem entrar em sua maneira de existir existir.. O q ue é que define a maneira de existir das coisas? O tempo, claro, medido como frequência de vibração. O que é que define a cor de um objeto, a altura de um som e o conjunto de suas características não espaciais? A progressão mais ou menos rápida de suas vibrações vibrações no tempo. Sabemos, no entanto, en tanto, que as cores cores são criações criações da nossa consciência. Para os Rosacruzes, o que diferencia as matérias que constituem os objetos são as suas frequências vibratórias, vibratórias, isto é, a projeção do seu ser no tempo, n um tempo tão curto que não conseguimos conseguimo s percebê-lo e que constitui um a espécie de quarta qua rta característica característica.. Disso podemo s inferir que o Ser absoluto absoluto das coisas é Um e que este Um se expressa sob forma de uma infinita diversidade, tomando a natureza de um ser-tempo (não sucessivo, mas em perpétua regeneração) com quatro caracte rística rísticas: s: três dimensões espaciais e uma dimensão temporal.
percepçõe perc epçõess objetivas, objetiv as, nota n otamo mo s que q ue possuí pos suímo moss um u m a espécie es pécie de pe rcep rc epçã çãoo in tern te rn a, in tuiti tu itiva va , e, po rtan rt an to , subje su bje tiva tiv a e até subconsciente do tempo. Essa percepção interna deve-se provav pro vavelm elmente ente aos movim mo vim entos ent os do pens pe nsam am ento en to e a todos os movimentos movime ntos corporais, como a r espiração. Aristóteles Aristóteles já sugeria isso com estas palavras: Quando está escuro e nada sentimos por meio do corpo, e um movimento ocorre na alma, logo temos a sensação de que, sim ult ane am ent e, um certo tem po se passou21 passou21.
É por essa razão que, se fixarmos o pensamento pela concentração, se se suspendermos suspenderm os a respiração e concentrarmos nossa energia vital vital num ponto, a percepção do tempo parecerá alterada. alterada. Por isso, isso, mais que o espaço, espaço, o tempo é um a ilusão subjetiva. subjetiva. De fato, a maioria das pessoas concordará sobre sua percepção de uma mesa de dois metros de comprimento, mesmo na ausência de qualqu er medição geométrica. geométrica. O mesmo não acontece com o tempo. A percepção do minu to, na ausência de todo referencial, referencial, será será diferente de acordo com os indivíduos, indivíduos, sua idade o u até mesmo mes mo a temperatura interna do corpo. Uma das manifestações mais flagrant flagrantes es quanto quan to a isso é a música. música. Para qu e uma u ma orquestra póssa tocar, tocar, sempre há necessidade de um regente que in dique a ela o tempo coletivo coletivo,, inclusive nas orquestras modernas, nas quais o percursionista percursi onista é quem assume assum e esta função. 12 - T
e m p o e quarta dimensão o u característica
Entretanto, apesar dessa ilusão subjetiva, ou graças a ela, podem pod emos os d ize r qu e o tem t empo po estabelece estab elece a qu arta ar ta caracter cara cterístic ísticaa dos objetos e das criaturas. Já fizemos menção a essa grandeza. 21. ARISTÓTELES, op. cit., 219, 5-7.
dotou-se de livre-arbítrio com o tempo, e que a própria temporalidade talvez seja a condição contraditória de sua escravidão e de sua liberdade de escolha. Imagine uma existência inteiramente inserida na infinita potenc pot enciali ialidad dad e da U nid ade. ad e. C omo om o essa existênci exi stênciaa iria usu u su fru ir de liberdade, se tudo se apresentaria a ela sem que ela pudesse escolher algum elemento? Para que a liberdade possa se exprimir, é necessário que essa existência tenha a possibilidade de manifestar tal ou tal evento, de criar uma coisa em vez de outra, uma de cada vez. E necessário ainda que ela possa assumir as conseqüências de suas suas escolhas. escolhas. Em que o utro lugar essa liberdade poderia se expressar, senão num mundo temporal criado pelo próprio homem? De fato, o tempo parece ser o meio pelo qual a Divindade se revela progressivamente aos nossos olhos. C
onclusão
13 - OS NÚME ROS E O TEM PO Na simbologia simbol ogia dos números, núme ros, o símbolo do tem po é o Seis. Seis. Os caldeus, inventores de sua divisão, divisão, pressentiram isso, isso, pois dividiram a hora em sessenta minutos de d e sessenta segundos, segundos, e dotaram dotara m o círculo, círculo, que nos permite medir o seu curso, de seus seis seis vezes vezes sessenta sessenta graus. Do mesmo modo, a Cabala associou o Sol, cujo percurso servia antigamente para medir o tempo, à sexta séfira, Tiphereth. Por sua
A conclusão deste capítulo terá a forma de um sumário. O tempo isolado não tem nenhuma realidade, não pode ser pens pe nsad adoo fora do com plexo ple xo espa es pa ço -te m po -m ov im en to (ou ação). A duração é apenas u m conceito prático, sem realidade objetiva, criado pela consciência que pensa, memoriza e imagina. O tem po seria, em primeiro lugar, um ser ou u m “exis“existempo”. Objetivamente, só pode ser concebido como um
Essa, em todo caso, é a idéia que os Rosacruzes sustentam há séculos. séculos. Traços Traços dela dela podem ser encontrados em L eibniz, qu ando and o ele define o espaço como uma ordem de coisas que existem ao mesmo tempo, sem entrar em sua maneira de existir existir.. O q ue é que define a maneira de existir das coisas? O tempo, claro, medido como frequência de vibração. O que é que define a cor de um objeto, a altura de um som e o conjunto de suas características não espaciais? A progressão mais ou menos rápida de suas vibrações vibrações no tempo. Sabemos, no entanto, en tanto, que as cores cores são criações criações da nossa consciência. Para os Rosacruzes, o que diferencia as matérias que constituem os objetos são as suas frequências vibratórias, vibratórias, isto é, a projeção do seu ser no tempo, n um tempo tão curto que não conseguimos conseguimo s percebê-lo e que constitui um a espécie de quarta qua rta característica característica.. Disso podemo s inferir que o Ser absoluto absoluto das coisas é Um e que este Um se expressa sob forma de uma infinita diversidade, tomando a natureza de um ser-tempo (não sucessivo, mas em perpétua regeneração) com quatro caracte rística rísticas: s: três dimensões espaciais e uma dimensão temporal.
dotou-se de livre-arbítrio com o tempo, e que a própria temporalidade talvez seja a condição contraditória de sua escravidão e de sua liberdade de escolha. Imagine uma existência inteiramente inserida na infinita potenc pot enciali ialidad dad e da U nid ade. ad e. C omo om o essa existênci exi stênciaa iria usu u su fru ir de liberdade, se tudo se apresentaria a ela sem que ela pudesse escolher algum elemento? Para que a liberdade possa se exprimir, é necessário que essa existência tenha a possibilidade de manifestar tal ou tal evento, de criar uma coisa em vez de outra, uma de cada vez. E necessário ainda que ela possa assumir as conseqüências de suas suas escolhas. escolhas. Em que o utro lugar essa liberdade poderia se expressar, senão num mundo temporal criado pelo próprio homem? De fato, o tempo parece ser o meio pelo qual a Divindade se revela progressivamente aos nossos olhos. C
onclusão
13 - OS NÚME ROS E O TEM PO Na simbologia simbol ogia dos números, núme ros, o símbolo do tem po é o Seis. Seis. Os caldeus, inventores de sua divisão, divisão, pressentiram isso, isso, pois dividiram a hora em sessenta minutos de d e sessenta segundos, segundos, e dotaram dotara m o círculo, círculo, que nos permite medir o seu curso, de seus seis seis vezes vezes sessenta sessenta graus. Do mesmo modo, a Cabala associou o Sol, cujo percurso servia antigamente para medir o tempo, à sexta séfira, Tiphereth. Por sua vez, a tradição esotérica equiparou o Seis à idéia de uma dupla possibilidade e ao livre-arbítrio livre-arbítrio que permite escolher uma um a das duas. Qua nto ao homem, homem , o Antigo Testamento associ associaa sua criação no Paraíso terrestre ao sexto dia. Que significa todo esse linguajar aparentemente incompreensível? Provavelmente, que o homem
B ibliografía
ARIST AR IST ÓTEL ÓT ELES ES,, "Physique” "Physique”, Traité du temps, Pa Paris, ris, Kimé, 19 1995 95.. BERG BE RG SON SO N (Henri), CEuvres, Pa Paris, ris, Éditions du Centena Centenaire ire,, Pres Presse sess Universitaires de France, 1970. COMTE-SPONVILLE (André), L’Étre-Temps, Paris Paris,, Pres Presse sess Universitaires de France, 1999. DÔGEN DÔ GEN (Shôbôgen (Shôbôgenzô), zô), Uji, Fougé gére res, s, Enere Enere Uji, être-temps, being-time, Fou Marine, Marine, 1997. 1997. HERAC HE RAC LITO, LIT O, "Fragments et témoignag témoi gnages” es”, Les Présocratiques, Par Paris is,, Gallimard, col. col. “La Pléiade”, 1988. 1988. LE CO M TE DU N O Ü Y (Pierre), (Pierre), Le Temps et la Vie, Paris Paris,, Gallim Gal limard ard,, col. “UAven UA venir ir de la Science”, Science”, 1936. ME STRE ST RE ECKHART ECK HART,, CEuvres, Pa Paris, ris, Gallimard, Gallimard, 1996. 1996. PARMÊ NIDES, NIDE S, "Fragments et témoignages”, Les Présocratiques, Par Paris is,, Gallimard, col. col. “La “La Pléiade”, 1988. 1988. PLATAO, Le Sophiste, LeTimée, Pa Paris, ris, Gamier-Flamm Gamier-Flammarion, arion, 1969 1969.. SANTO AGOSTINHO, Confessions, Par Paris is,, Gamier-Flammarion, Gamier-Flammarion, 1964.
A conclusão deste capítulo terá a forma de um sumário. O tempo isolado não tem nenhuma realidade, não pode ser pens pe nsad adoo fora do com plexo ple xo espa es pa ço -te m po -m ov im en to (ou ação). A duração é apenas u m conceito prático, sem realidade objetiva, criado pela consciência que pensa, memoriza e imagina. O tem po seria, em primeiro lugar, um ser ou u m “exis“existempo”. Objetivamente, só pode ser concebido como um presente pres ente c ontin on tinua uame me nte renovado reno vado,, sob form a de um u m a sucessão suc essão pura pur a (sem me mó ria), ria ), mas , neste n este caso, não nã o se tratar tra taria ia mais mai s de de tempo, apenas de ação. Por último, ele constitui uma espécie de quarto modo de expressão da ação ou do aparente movi mento universal. universal.
A stronomía e ritmos do tempo por Michel MYARA I n t r o d u ç ã o
A historia do tempo e a da humanidade são inseparáveis. Antigamente os homens viviam em simbiose completa com os ritmos que a natureza impõe. Os relógios naturais, ou seja, o nascer e o pôr-do-sol e as fases da lua eram alguns dos referenciais a que eles tinham de se acomodar para administrar o tempo. O tempo se impõe a nós em todos os ritmos da vida diária: diária: nos campos, há um tem po para arar, um tem po para semear e um tempo para colher; nas cidades temos de nos ajustar a horários específicos: os ritmos escolares, de trabalho, de refeições, refeições, de deslocamento e de de organizaçã o social. Múltiplo em suas formas e complexo em sua natureza : assim nos parece o tempo hoje. O tempo não é um só e em nossa civiliza civilização, ção, por exemplo, podemos considerá-lo por múltiplos ângulos; assim, o tempo pode ser abordado sob seu aspecto físico, físico, individua l ou coletivo. coletivo. O primeiro tempo é o da ciência, que usa intervalos infinitamente longos ou curtos, conforme a necessidade.
B ibliografía
A stronomía e ritmos do tempo por Michel MYARA
ARIST AR IST ÓTEL ÓT ELES ES,, "Physique” "Physique”, Traité du temps, Pa Paris, ris, Kimé, 19 1995 95.. BERG BE RG SON SO N (Henri), CEuvres, Pa Paris, ris, Éditions du Centena Centenaire ire,, Pres Presse sess Universitaires de France, 1970. COMTE-SPONVILLE (André), L’Étre-Temps, Paris Paris,, Pres Presse sess Universitaires de France, 1999. DÔGEN DÔ GEN (Shôbôgen (Shôbôgenzô), zô), Uji, Fougé gére res, s, Enere Enere Uji, être-temps, being-time, Fou Marine, Marine, 1997. 1997. HERAC HE RAC LITO, LIT O, "Fragments et témoignag témoi gnages” es”, Les Présocratiques, Par Paris is,, Gallimard, col. col. “La Pléiade”, 1988. 1988. LE CO M TE DU N O Ü Y (Pierre), (Pierre), Le Temps et la Vie, Paris Paris,, Gallim Gal limard ard,, col. “UAven UA venir ir de la Science”, Science”, 1936. ME STRE ST RE ECKHART ECK HART,, CEuvres, Pa Paris, ris, Gallimard, Gallimard, 1996. 1996. PARMÊ NIDES, NIDE S, "Fragments et témoignages”, Les Présocratiques, Par Paris is,, Gallimard, col. col. “La “La Pléiade”, 1988. 1988. PLATAO, Le Sophiste, LeTimée, Pa Paris, ris, Gamier-Flamm Gamier-Flammarion, arion, 1969 1969.. SANTO AGOSTINHO, Confessions, Par Paris is,, Gamier-Flammarion, Gamier-Flammarion, 1964. SPINO SPI NO ZA (Baruch), “Éth “Éth iqu e”, e”, Oeuvres III, Paris Paris,, Gam Gamierier Flammarion, 1965. 1965.
em pensamento, separar o aspecto quantitativo do aspecto qualitativo, pois o tempo da ciencia e o dos relógios é bem diferente do tempo biológico, psicológico ou coletivo. O segundo tempo abrange o tempo biológico, o do nosso organismo com seus relógios internos, que a cronobiologia explora. Abrange também o tempo psicológico, aquele que sentimos co rrer em nossas veias e que nos leva leva do nascim ento até a morte,/ passando pela infancia, adolescencia, adolescencia, maturida de e velhice. E aquele a que damos um sentido; o passado é lembrança ou esquecimento, o futuro é quase sempre expectativa. O tempo coletivo e histórico é, entre outros, o dos calendarios. Ele ritma a vida social de um pequeno grupo étnico ou de uma nação inteira. Abrange ainda o tempo dos movimentos movim entos do nosso sistema solar, solar, o tempo religioso e o tempo político. O tempo é tema de predileção dos filósofos e metafísicos. reflex exão ão Gastón Gas tón Bachelard expressou isso de de maneir a perfeita: “A refl sobre o tempo é a tarefa prelim prel imina ina r a toda metafís met afísica” ica”..
O tempo temp o que consome e destrói todas as coisas é irreversível irreversível.. algo de movim ento ", “movim ento que Aristóteles Aristóteles diz q ue ele é “ algo desfaz o que existe". Nesse sentido, o tempo é linear. E nesse tempo concreto, no qual existe um antes e um depois, que se
I n t r o d u ç ã o
A historia do tempo e a da humanidade são inseparáveis. Antigamente os homens viviam em simbiose completa com os ritmos que a natureza impõe. Os relógios naturais, ou seja, o nascer e o pôr-do-sol e as fases da lua eram alguns dos referenciais a que eles tinham de se acomodar para administrar o tempo. O tempo se impõe a nós em todos os ritmos da vida diária: diária: nos campos, há um tem po para arar, um tem po para semear e um tempo para colher; nas cidades temos de nos ajustar a horários específicos: os ritmos escolares, de trabalho, de refeições, refeições, de deslocamento e de de organizaçã o social. Múltiplo em suas formas e complexo em sua natureza : assim nos parece o tempo hoje. O tempo não é um só e em nossa civiliza civilização, ção, por exemplo, podemos considerá-lo por múltiplos ângulos; assim, o tempo pode ser abordado sob seu aspecto físico, físico, individua l ou coletivo. coletivo. O primeiro tempo é o da ciência, que usa intervalos infinitamente longos ou curtos, conforme a necessidade. Experiências da física permitem medir frações de um bilionésimo bilioné simo de segu s egundo ndo,gra ,graças ças aos relógios atôm icos. N a outra out ra extremidade da escala, a astrofísica conta os bilhões de anosluz que ritmam os movimentos do universo. Embora esses tempos se sobreponha m uns aos outros, podemos, pelo menos
O re torno natu ral das coisas coisas ao seu ponto de origem levou os antigos a raciocinarem assim: uma vez que os movim entos celestes celestes se se repetem s empre idênticos a si si mesmos, logo o mu ndo é eterno. E se todos os astros voltam à sua posição inicial, entã o passam pas sam de novo pelos mesm me smos os estados: estad os: “E a lei do eterno ete rno retorno”. a
Mas há um tempo que pode ser dito “estacionário”. Presente absoluto, ele é atributo exclusivo de Deus. E tão sagrado que os hebreus não fazem uso dele: no hebraico não há presente. As grandes nações industriais são aquelas que souberam dominar o tempo. A Inglaterra e a França não se iludiram ao fundar o chamado Instituto das Longitudes. A longitude é a diferença de tempo entre um tempo local e um tempo tom ado como origem, donde a idéia de construir cons truir estes “guar “guarda-t da-tem empos” pos” que são os relógios. relógios. Na N a era er a da In te rn et , dos co m pu ta do re s u ltra lt ra -r áp id o s, da interferom etria de telescópios, telescópios, das telecomunicações e da navegação espacial, o problema do tempo e de sua medição está, mais do que nunca, no cerne das nossas sociedades.
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empo e sociedade
em pensamento, separar o aspecto quantitativo do aspecto qualitativo, pois o tempo da ciencia e o dos relógios é bem diferente do tempo biológico, psicológico ou coletivo. O segundo tempo abrange o tempo biológico, o do nosso organismo com seus relógios internos, que a cronobiologia explora. Abrange também o tempo psicológico, aquele que sentimos co rrer em nossas veias e que nos leva leva do nascim ento até a morte,/ passando pela infancia, adolescencia, adolescencia, maturida de e velhice. E aquele a que damos um sentido; o passado é lembrança ou esquecimento, o futuro é quase sempre expectativa. O tempo coletivo e histórico é, entre outros, o dos calendarios. Ele ritma a vida social de um pequeno grupo étnico ou de uma nação inteira. Abrange ainda o tempo dos movimentos movim entos do nosso sistema solar, solar, o tempo religioso e o tempo político. O tempo é tema de predileção dos filósofos e metafísicos. reflex exão ão Gastón Gas tón Bachelard expressou isso de de maneir a perfeita: “A refl sobre o tempo é a tarefa prelim prel imina ina r a toda metafís met afísica” ica”..
O re torno natu ral das coisas coisas ao seu ponto de origem levou os antigos a raciocinarem assim: uma vez que os movim entos celestes celestes se se repetem s empre idênticos a si si mesmos, logo o mu ndo é eterno. E se todos os astros voltam à sua posição inicial, entã o passam pas sam de novo pelos mesm me smos os estados: estad os: “E a lei do eterno ete rno retorno”. a
Mas há um tempo que pode ser dito “estacionário”. Presente absoluto, ele é atributo exclusivo de Deus. E tão sagrado que os hebreus não fazem uso dele: no hebraico não há presente. As grandes nações industriais são aquelas que souberam dominar o tempo. A Inglaterra e a França não se iludiram ao fundar o chamado Instituto das Longitudes. A longitude é a diferença de tempo entre um tempo local e um tempo tom ado como origem, donde a idéia de construir cons truir estes “guar “guarda-t da-tem empos” pos” que são os relógios. relógios. Na N a era er a da In te rn et , dos co m pu ta do re s u ltra lt ra -r áp id o s, da interferom etria de telescópios, telescópios, das telecomunicações e da navegação espacial, o problema do tempo e de sua medição está, mais do que nunca, no cerne das nossas sociedades.
O tempo temp o que consome e destrói todas as coisas é irreversível irreversível.. algo de movim ento ", “movim ento que Aristóteles Aristóteles diz q ue ele é “ algo desfaz o que existe". Nesse sentido, o tempo é linear. E nesse tempo concreto, no qual existe um antes e um depois, que se estruturam a cronologia e a história. Mas o tempo é também cíclico: anda em círculo, repete-se. O sol que culmina hoje fará o mesmo amanhã. Com umas poucas variações, todos os fenômenos da natureza são cíclicos: as estações são a maior evidência disto.
Liturgias Liturgias e calendári calendários os Por que fazer calendários? Para predizer as regularidades naturais. naturais. N um a sociedade agrícola agrícola é necessário necessário um calendário solar para conhecer os períodos favoráveis às semeaduras. Num N um a sociedade socie dade de pescador pesc adores es é necessá nec essário rio um calend cal endári árioo
lunar lun ar para conhecer conhec er as mares. Todavia, é impossível impossível estabelecer estabelecer entre eles uma relação simples que permita harmonizá-los
prima pri maver veraa e à data da lua cheia chei a qu e ocorre ocor re im ediat ed iatam am ente en te depois deste evento. E por esse motivo que a data da Páscoa
(Stephen Jay GOULD).
passeia passeia no calendário, calendário, mas é ela que condiciona várias outras festas, festas, comoo o Pentecostes. com Pentecostes.
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Qu aisqu er que sejam as socieda sociedades, des, o calendário tem como função principal coordenar as atividades humanas. O calendário, que proporciona um meio de dividir o tempo em diferentes diferen tes unida u nida des —dias, —dias, meses, anos —ded —deduzid uzid as dos ciclos astronômicos, permite exatamente essa coordenação. Ritmar e medir o tempo são as finalidades essenciais essenciais do calendário. Por “ritmar o tempo” deve-se entender: fornecer um quadro de vida e de festas, especificar os dias de trabalho e os feriados, fixar as tradições e “criar um elo simbólico entre os membros de uma com unidad e”. e”. Cada sociedade e quase toda comunidade têm seu calendário p róprio, que lhe permite criar os elos elos entre entre cada um dos seus membros. Todos os calendários têm uma base astronômica. Três ciclos servem de base a eles: a rotação da Terrà sobre si mesma, que define a duração do dia; a translação da L ua ao redor da Terra, ou lunação; e a translação da Terra ao redor do Sol, Sol, que define o ano. A dificuldade técnica da manutenção dos calendários, na qu al todo m und o tropeçou, é qu e esses esses três cicl ciclos os não estão em relação simples entre si (o item 2 deste capítulo explicita esses esses diferentes m ovimentos). Por exemplo, bem cedo os hebreus se serviram do ciclo de de Meton (cf. item 2, O calendário) para estabelecerem seu
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empo e sociedade
A data do início do an o —cicl —cicloo fun dam ental das estações estações — é um acontecimen to importante da sociedade. sociedade. Essa data situasituase em instantes específicos do ciclo solar, como, por exemplo, o solstício de verão (Grécia e Egito antigo), e o solstício de inverno ou o equinócio de outono (calendário judaico). Algumas vezes os povos ajudam na criação do novo ano mediante práticas mágicas. Na China, em Roma (saturnais) ou na Idade Média (festa dos Bobos), o novo ano é um momento de regozijos e, por vezes, até de excessos populares. A simples leitura de um calendário ensina de maneira explícita explícita de que forma o poder, a religião e a ciência articula mse numa sociedade. Na China antiga, por exemplo, o imperador promu pro mulga lgava va suas ordens ord ens na “Casa “Cas a do C ale ndár nd ário” io”,, tam t am bém bé m chamada de “Palácio da Luz”. O imperador caminhava nesse local em consonância com os pontos cardeais e as estações, a fim de de entra rem harm onia com os ritmos solar solares; es; na qualidade de senhor abs oluto do calendár io e filho do céu, ele governava governava o tempo para todos. O calendár calendário io éu m instrumento depode poder, r, porque permite permit e manipular mani pular o tempo e, deste modo, agir sobre sobre a vida social. social. Alguma Alg umass autoridades
lunar lun ar para conhecer conhec er as mares. Todavia, é impossível impossível estabelecer estabelecer entre eles uma relação simples que permita harmonizá-los
prima pri maver veraa e à data da lua cheia chei a qu e ocorre ocor re im ediat ed iatam am ente en te depois deste evento. E por esse motivo que a data da Páscoa
(Stephen Jay GOULD).
passeia passeia no calendário, calendário, mas é ela que condiciona várias outras festas, festas, comoo o Pentecostes. com Pentecostes.
Qu aisqu er que sejam as socieda sociedades, des, o calendário tem como função principal coordenar as atividades humanas. O calendário, que proporciona um meio de dividir o tempo em diferentes diferen tes unida u nida des —dias, —dias, meses, anos —ded —deduzid uzid as dos ciclos astronômicos, permite exatamente essa coordenação. Ritmar e medir o tempo são as finalidades essenciais essenciais do calendário. Por “ritmar o tempo” deve-se entender: fornecer um quadro de vida e de festas, especificar os dias de trabalho e os feriados, fixar as tradições e “criar um elo simbólico entre os membros de uma com unidad e”. e”. Cada sociedade e quase toda comunidade têm seu calendário p róprio, que lhe permite criar os elos elos entre entre cada um dos seus membros. Todos os calendários têm uma base astronômica. Três ciclos servem de base a eles: a rotação da Terrà sobre si mesma, que define a duração do dia; a translação da L ua ao redor da Terra, ou lunação; e a translação da Terra ao redor do Sol, Sol, que define o ano. A dificuldade técnica da manutenção dos calendários, na qu al todo m und o tropeçou, é qu e esses esses três cicl ciclos os não estão em relação simples entre si (o item 2 deste capítulo explicita esses esses diferentes m ovimentos). Por exemplo, bem cedo os hebreus se serviram do ciclo de de Meton (cf. item 2, O calendário) para estabelecerem seu calendário luni-solar. Imperativos religiosos obrigaram os hebreus a conciliar o calendário lunar tradicional e os ritmos das estações. estações. A festa festa da Páscoa, que c omem ora a saída do Egito e o fim da escravidão, escravidão, é na verdade um a festa da primavera. A Páscoa cristã, por sua vez, está ligada ao equinócio da
Qu and o resolveram reformar o calendario, calendario, a amp utação de onze dias do mês de outubro de 1582 provocou um protesto geral entre as populações envolvidas envolvidas:: como os trabalhadores iriam ser pagos, como festejar os aniversários das pessoas cuja data de aniversário acabava de ser suprim ida, como transfe rir prazos pra zos q ue iam cair exata ex atame mente nte entre ent re 4 e 15 de outubr out ubr o? Com Co m muito discernimento, a seqüência dos dias da semana foi respeitada: o dia depois de quinta-feira, 4 de outubro de 1582, foi sexta-feira, 15 de outubro de 1582. A origem dos calendários possui essência religiosa: é isto que os orienta e lhes confere um sentido. Co mo lhes é peculiar, peculiar, os sacerdotes sacerdotes fazem a ligação entre a comu nidade dos deuses deuses e a dos homens. Na criação dos calendários, são eles que pro fano. o. Eles Ele s ñxa ñ xam m os determinam o que é sagrado e o que é profan momentos específicos para as festas e as diferentes atividades e zelam por seu bom funcionamento. Mircea Eliade mostrou a importancia do tempo sagrado na vida das sociedades: “O tempo sagrado sagrado éu é u m tempo cíclico cíclico,, as cerimônias se repetem repetem todos os anos de maneira idêntica". Shabath (o repouso sagrado As festas religiosas judaicas — Shabath Pessahh do sétimo dia), Yom Kipur (dia do Grande Perdão), Pessa (libertação (libertação da escravidão no Egito), Shavuoth (promulgação dos dez m anda men tos no Sinai, isto é, a entrega e a aceitação aceitação Han ucahh (festa das da Torá), Sukoth (festa (festa dos Tabernáculos), Hanuca Luzes) —e as festas religiosas cristãs —Páscoa (a ressurreição do Cristo fixa fixa as outras festas festas do ciclo pascal), Ascensão (subida
A data do início do an o —cicl —cicloo fun dam ental das estações estações — é um acontecimen to importante da sociedade. sociedade. Essa data situasituase em instantes específicos do ciclo solar, como, por exemplo, o solstício de verão (Grécia e Egito antigo), e o solstício de inverno ou o equinócio de outono (calendário judaico). Algumas vezes os povos ajudam na criação do novo ano mediante práticas mágicas. Na China, em Roma (saturnais) ou na Idade Média (festa dos Bobos), o novo ano é um momento de regozijos e, por vezes, até de excessos populares. A simples leitura de um calendário ensina de maneira explícita explícita de que forma o poder, a religião e a ciência articula mse numa sociedade. Na China antiga, por exemplo, o imperador promu pro mulga lgava va suas ordens ord ens na “Casa “Cas a do C ale ndár nd ário” io”,, tam t am bém bé m chamada de “Palácio da Luz”. O imperador caminhava nesse local em consonância com os pontos cardeais e as estações, a fim de de entra rem harm onia com os ritmos solar solares; es; na qualidade de senhor abs oluto do calendár io e filho do céu, ele governava governava o tempo para todos. O calendár calendário io éu m instrumento depode poder, r, porque permite permit e manipular mani pular o tempo e, deste modo, agir sobre sobre a vida social. social. Alguma Alg umass autoridades não vêem o menor m enor problema etn colocar diassuplementares ou deslocar deslocar festas e data datassfiscais fiscais,, ao seu seu bel prazer1 prazer1. 1. BOUR GOIN G (Jacqueline (Jacqueline de ),L e Calen Calendr drier, ier, maitredu mait redu temps?, temps?, Paris, Gallimard, col. “Découvertes”, 2000, p. 35.
O papel social (e económico) do tempo O tempo ritma todas as nossas atividades: do nascer ao pôrdo-sol, do-sol, vivemos vivemos sob sob a ditadura do tempo. Desde qu e o homem aboliu as distancias que o separam de seus semelhantes, a necessidade necessidade de um tem po universal tornou-se gritante. O tem po desempenha um papel social primordial, porque permite aos seres humanos se coordenarem em toda a superficie da Terra. Uma pessoa de negocios que toma um avião em Nova Iorque e vai vai aterrissar em Paris, várias várias horas depois, que r a certeza de que a conexão com o seu trem estará garantida. Ña s sociedade soc iedadess interna inte rnacio cionai nais, s, no n o tem po da global gl obalizaç ização, ão, é indispensável que a organização do trabalho seja calcada nos diferentes horários entre os membros de uma sociedade espalhada pelo mundo todo. Nossa No ssa sociedad soci edadee civil foi se torn to rnan ando do sen hora ho ra do tem po cotidiano, dividido em pequenas unidades: horas, minutos e agora segundos. Com o desenvolvimento da industria o trabalho não era mais remunerado por peça, mas por dia e depois por hora. Apareceram os relógios relógios de ponto, ñas usinas como nos setores terciarios. Com o taylorismo, cada gesto ges to é cronometrado a fim de economizar preciosos segundos. O poder hoje é controlar o seu tempo e o dos outros. Agendas de papel, agendas eletr ônicas ... todos estes estes auxiliares auxiliares são provas de que o tempo é um bem precioso, que devemos
Qu and o resolveram reformar o calendario, calendario, a amp utação de onze dias do mês de outubro de 1582 provocou um protesto geral entre as populações envolvidas envolvidas:: como os trabalhadores iriam ser pagos, como festejar os aniversários das pessoas cuja data de aniversário acabava de ser suprim ida, como transfe rir prazos pra zos q ue iam cair exata ex atame mente nte entre ent re 4 e 15 de outubr out ubr o? Com Co m muito discernimento, a seqüência dos dias da semana foi respeitada: o dia depois de quinta-feira, 4 de outubro de 1582, foi sexta-feira, 15 de outubro de 1582. A origem dos calendários possui essência religiosa: é isto que os orienta e lhes confere um sentido. Co mo lhes é peculiar, peculiar, os sacerdotes sacerdotes fazem a ligação entre a comu nidade dos deuses deuses e a dos homens. Na criação dos calendários, são eles que pro fano. o. Eles Ele s ñxa ñ xam m os determinam o que é sagrado e o que é profan momentos específicos para as festas e as diferentes atividades e zelam por seu bom funcionamento. Mircea Eliade mostrou a importancia do tempo sagrado na vida das sociedades: “O tempo sagrado sagrado éu é u m tempo cíclico cíclico,, as cerimônias se repetem repetem todos os anos de maneira idêntica". Shabath (o repouso sagrado As festas religiosas judaicas — Shabath Pessahh do sétimo dia), Yom Kipur (dia do Grande Perdão), Pessa (libertação (libertação da escravidão no Egito), Shavuoth (promulgação dos dez m anda men tos no Sinai, isto é, a entrega e a aceitação aceitação Han ucahh (festa das da Torá), Sukoth (festa (festa dos Tabernáculos), Hanuca Luzes) —e as festas religiosas cristãs —Páscoa (a ressurreição do Cristo fixa fixa as outras festas festas do ciclo pascal), Ascensão (subida de Jesus ao Céu e sua glorificação), Pentecostes (descida do Espirito Santo sobre os apóstolos), Dia de Todos os Santos, Nata N ata l - são base adas nos ritm r itmos os lu ni-solar ni-s olares. es. O cale c alendá ndário rio é o marca-tempo de toda a liturgia e, nesta qualidade, impõe-se ao homem de fé e religião.
O papel cultural e político do tempo Feriados, aniversários, festas religiosas, dia das mães, dia dos pais... no calendário há dias especiais que ritmam nossa vida social social e fazem pa rte da c ultura de nossa sociedade. Todos Todos esses, “dias” são símbolos a que somos todos culturalmente muito ligados. Todas essas festas vêm do abismo das eras e, transmitidas de geração em geração, geração, perpetuam a memo ria dos que nos precederam e formam o encadeamento de nossa filiação temporal. “Quem tem o tridente de de Netuno Netun o tem o cetro cetro do mundo". Foi
com essas palavras que um delegado da Convenç ão justificou a criação do Instituto das Longitudes, em Paris. Paris. Co m efeito, efeito, já já se tinha perdido a conta do número de navios naufragados po r cau sa do de scon sc onhe he cim ci m en to de sua posição pos ição.. As conse co nse qüências econômicas catastróficas levaram os Estados, e princ pr inc ipalm ip alm ente en te a Fra nça e a Inglat Ing later erra, ra, a tom arem ar em medid me didas as pol p ol ític ít ic as pa ra a cr ia çã o de in st itu it u iç õ e s es p e ci al m e n te encarregadas da medição do tempo. Para nos posicionarm os nu m a esfera - ou seja, na Terra — duas medidas bastam: a latitude e a longitude. Para sabermos nossa latitude no hemisfério Norte, nada mais simples: basta medirm os a altura da estrela Polar em relação ao horizonte. A longitude, entretan to, requ er que saibamos a hora local e urna hora de referência, pois isto corresponde a uma diferença de tempo.
O papel social (e económico) do tempo O tempo ritma todas as nossas atividades: do nascer ao pôrdo-sol, do-sol, vivemos vivemos sob sob a ditadura do tempo. Desde qu e o homem aboliu as distancias que o separam de seus semelhantes, a necessidade necessidade de um tem po universal tornou-se gritante. O tem po desempenha um papel social primordial, porque permite aos seres humanos se coordenarem em toda a superficie da Terra. Uma pessoa de negocios que toma um avião em Nova Iorque e vai vai aterrissar em Paris, várias várias horas depois, que r a certeza de que a conexão com o seu trem estará garantida. Ña s sociedade soc iedadess interna inte rnacio cionai nais, s, no n o tem po da global gl obalizaç ização, ão, é indispensável que a organização do trabalho seja calcada nos diferentes horários entre os membros de uma sociedade espalhada pelo mundo todo. Nossa No ssa sociedad soci edadee civil foi se torn to rnan ando do sen hora ho ra do tem po cotidiano, dividido em pequenas unidades: horas, minutos e agora segundos. Com o desenvolvimento da industria o trabalho não era mais remunerado por peça, mas por dia e depois por hora. Apareceram os relógios relógios de ponto, ñas usinas como nos setores terciarios. Com o taylorismo, cada gesto ges to é cronometrado a fim de economizar preciosos segundos. O poder hoje é controlar o seu tempo e o dos outros. Agendas de papel, agendas eletr ônicas ... todos estes estes auxiliares auxiliares são provas de que o tempo é um bem precioso, que devemos usar com discernimento: “tempo é dinheiro”. Em 'A Volta ao Mundo em 80 dias", o herói de Júlio Vernes, Phileas Fogg, por viajar sempre em direção ao oeste, oeste, “gan ha ” um dia, o que faz com que ele vença vença a aposta.
Colombo e Magalhães com certeza teriam feito de tudo para terem a bordo os magníficos relógios marítimos construidos pelo inglês inglê s H arris ar ris on ; de fato, f ato, a seda e as esp eciarias eciar ias gar g aran antia tiam m fortunas colossais aos que faziam comércio com elas, e a verdadeira motivação dos príncipes e dos reis em relação à navegação era exatamente este chamariz do lucro. Os governantes distorcem em benefício próprio os conhecimentos científicos, quando estes servem aos seus interesses. O pr os eliti el itism sm o dos pr ín ci pe s qu as e se m pr e tin ti n h a m otivo oti voss indignamente materiais.
Tempo e religião Na N a religião relig ião de Israel Isr ael a As tronom tro nom ia é indispe indi spensá nsável vel para par a entender e fixar os anos embolísmicos (base da relação lunisolar do calendário judeu), para conhecer solstícios e equinócios e para fixar a santificação das neomên ias, cujo valor é fundamental na arquitetura dos tempos judaicos: festas, estabelecimento da extensão dos dias, hora das diferentes preces etc. O Talmude atribui importância crucial à Astronomia: ... Porqu Porquee nisto nisto está está a voss vossaa sabed sabedor oria ia e inteli inteligên gência cia aos aos olhos olhos dos dos povo povos: s: a Astronomia Astronomia (Deuteronômio 4:6).
O papel cultural e político do tempo Feriados, aniversários, festas religiosas, dia das mães, dia dos pais... no calendário há dias especiais que ritmam nossa vida social social e fazem pa rte da c ultura de nossa sociedade. Todos Todos esses, “dias” são símbolos a que somos todos culturalmente muito ligados. Todas essas festas vêm do abismo das eras e, transmitidas de geração em geração, geração, perpetuam a memo ria dos que nos precederam e formam o encadeamento de nossa filiação temporal. “Quem tem o tridente de de Netuno Netun o tem o cetro cetro do mundo". Foi com essas palavras que um delegado da Convenç ão justificou a criação do Instituto das Longitudes, em Paris. Paris. Co m efeito, efeito, já já se tinha perdido a conta do número de navios naufragados po r cau sa do de scon sc onhe he cim ci m en to de sua posição pos ição.. As conse co nse qüências econômicas catastróficas levaram os Estados, e princ pr inc ipalm ip alm ente en te a Fra nça e a Inglat Ing later erra, ra, a tom arem ar em medid me didas as pol p ol ític ít ic as pa ra a cr ia çã o de in st itu it u iç õ e s es p e ci al m e n te encarregadas da medição do tempo.
Para nos posicionarm os nu m a esfera - ou seja, na Terra — duas medidas bastam: a latitude e a longitude. Para sabermos nossa latitude no hemisfério Norte, nada mais simples: basta medirm os a altura da estrela Polar em relação ao horizonte. A longitude, entretan to, requ er que saibamos a hora local e urna hora de referência, pois isto corresponde a uma diferença de tempo. A divisão divisão da Terra em fusos horários nos fam iliarizou com tudo isso, mas, naquela época, ter um marca-tempo confiável e perene era de primeiríssima importancia por razões eco nômicas. Os grandes navegadores que foram Cristóvão
Comentários análogos aplicam-se às religiões cristas, para as quais a santificação das festas religiosas tem um lugar prep pr epon onde dera rante nte na liturgia litu rgia.. Do mesm me smoo mo do, a vida m onástic oná stica, a, antes de existirem os relógios, era regulada pelo percurso do sol. Matinas e orações iniciavam o dia, seguidas de cánticos de louvores e, finalmente, de um terceiro período de prece cham ado “terço”. Quan do o sol estava se se pondo era a hora das vésperas. Assim, a vida, tanto monástica como rural, era regulada pelo curso do sol. E aliás bem sign ific ativo ati vo que um papa pa pa (Greg (G regori orioo XIII) XI II) tenh te nh a sido o caus ca usad ador or da reform refo rmaa do calendário.
As múltipl mú ltiplas as faceta fac etass do d o tempo temp o Epocas, eras, anos, meses, dias, antigamente, outrora, ampulhetas, clepsidras, relógios, relógios de pulso, lunações, relógios solares... o tempo apresenta muitas faces e múltiplas facetas. facetas. E por isso isso que há tam anh a variedade de definições. Em nossas sociedades de alta tecnologia a divisão divisão do tempo em durações mais ou menos reduzidas tornou-se necessária devido à observação de fenômenos “fora do tempo” nos processos proc essos atômic atô mic os. A defini def inição ção do seg undo un do atin at ingi giuu tal gra u de tecnicidade que se tornou incompreensível incompreensível para qualq uer pessoa pesso a não nã o inici in iciada ada à física atômi atô mica. ca. Esse, Esse , por p orém ém , é o preço pre ço a
Colombo e Magalhães com certeza teriam feito de tudo para terem a bordo os magníficos relógios marítimos construidos pelo inglês inglê s H arris ar ris on ; de fato, f ato, a seda e as esp eciarias eciar ias gar g aran antia tiam m fortunas colossais aos que faziam comércio com elas, e a verdadeira motivação dos príncipes e dos reis em relação à navegação era exatamente este chamariz do lucro. Os governantes distorcem em benefício próprio os conhecimentos científicos, quando estes servem aos seus interesses. O pr os eliti el itism sm o dos pr ín ci pe s qu as e se m pr e tin ti n h a m otivo oti voss indignamente materiais.
Tempo e religião Na N a religião relig ião de Israel Isr ael a As tronom tro nom ia é indispe indi spensá nsável vel para par a entender e fixar os anos embolísmicos (base da relação lunisolar do calendário judeu), para conhecer solstícios e equinócios e para fixar a santificação das neomên ias, cujo valor é fundamental na arquitetura dos tempos judaicos: festas, estabelecimento da extensão dos dias, hora das diferentes preces etc. O Talmude atribui importância crucial à Astronomia: ... Porqu Porquee nisto nisto está está a voss vossaa sabed sabedor oria ia e inteli inteligên gência cia aos aos olhos olhos dos dos povo povos: s: a Astronomia Astronomia (Deuteronômio 4:6). Um outro texto do Talmude ensina: Disse Disse Rabi Schimon ben Pazi: Pazi: "Quem é capaz de fazer cálculos de Astronomia e não os faz, a ele se aplica o versículo de Isaías (5:12): Não vedes a obra do Eterno nem considerais as obras das suas suas mãos" mãos"..
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e m p o e m o v i m e n t o da
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erra
A Terr Terraa que gira é uma engren engrenage agem m no univer universo so relo relojoe joeiro iro,, e os homens mediram o tempo pelo movimento, desde o tnícto [...] Quando os marinheiros procuravam no céu uma ajuda para a navegação, encontravam ali uma combinação do compasso e do relógio. As constelações e, principalmente, a Ursa Menor, com a estrela estrela Polar em seu braço, braço, mostravam-lhes mostravam-l hes para onde estavam indo durante a noite, contanto, obviamente, que o céu estivesse limpo. De dia, dia, o Sol lhe lhess indicav indicavaa não não só só a direç direção ão,, mas também o temp tempo, o, caso eles observassem a sua trajetória. No momento fictício do meiomeiodia, quando o Sol parece se deter em seu amo, entre sua ascensão e seu seu declín declínio, io, eles eles podiam ajusta ajustarr suas suas tábuas tábuas de de naveg navegaç ação ão22.
O Sol, os os planetas e as estrelas têm u m movim ento próprio, quer dizer, um movimento que se distingue em relação às estrelas estrelas fixas fixas e que faz com que mu dem de posição na esfera esfera celeste. Mas se o Sol e todos os objetos do firmamento parec pa rec em an im ad os do m esm o m ov im en to de co njun nj un to , isto se deve à rotação da Terra ao redor de seu eixo, de oeste para leste, dando a ilusão aos habitantes da Terra de que é o conjunto do céu que é animado de um movimento global global de leste para oeste.
O dia A palavra palavra “dia” abrange um g rande núm ero de definições, definições, simples ou complexas. Essa variedade de definições fala de
Comentários análogos aplicam-se às religiões cristas, para as quais a santificação das festas religiosas tem um lugar prep pr epon onde dera rante nte na liturgia litu rgia.. Do mesm me smoo mo do, a vida m onástic oná stica, a, antes de existirem os relógios, era regulada pelo percurso do sol. Matinas e orações iniciavam o dia, seguidas de cánticos de louvores e, finalmente, de um terceiro período de prece cham ado “terço”. Quan do o sol estava se se pondo era a hora das vésperas. Assim, a vida, tanto monástica como rural, era regulada pelo curso do sol. E aliás bem sign ific ativo ati vo que um papa pa pa (Greg (G regori orioo XIII) XI II) tenh te nh a sido o caus ca usad ador or da reform refo rmaa do calendário.
As múltipl mú ltiplas as faceta fac etass do d o tempo temp o Epocas, eras, anos, meses, dias, antigamente, outrora, ampulhetas, clepsidras, relógios, relógios de pulso, lunações, relógios solares... o tempo apresenta muitas faces e múltiplas facetas. facetas. E por isso isso que há tam anh a variedade de definições. Em nossas sociedades de alta tecnologia a divisão divisão do tempo em durações mais ou menos reduzidas tornou-se necessária devido à observação de fenômenos “fora do tempo” nos processos proc essos atômic atô mic os. A defini def inição ção do seg undo un do atin at ingi giuu tal gra u de tecnicidade que se tornou incompreensível incompreensível para qualq uer pessoa pesso a não nã o inici in iciada ada à física atômi atô mica. ca. Esse, Esse , por p orém ém , é o preço pre ço a pa gar ga r para avan av ança çarm rmos os ru r u m o a um u m a exat e xatidã idãoo e progresso progr esso cada c ada vez maiores. No campo da mecânica celeste, por exemplo, no qual, po r definição, definição, as distâncias distâncias são astronômicas, astronômicas, qua lque r imprecisão, imprecisão, por mais ínfima qu e seja, seja, pode ter conseqüências dramáticas.
Para não c omplica r as coisas, coisas, alguns movim entos mais sutis íoram deixados de lado: precessão dos equinócios, nutação,
órbita elíptica e variação da velocidade orbital da Terra a o redor do Sol.
• O dia sideral A Terra Terra gira ao redor de seu eixo em ap roximada mente 23 horas e 56 minutos. Uma exatidão maior não tem nenhuma / importância aqui. E suficiente suficiente saber que não são 24 horas, horas, como vulgarmente se crê. Para medir o tempo que a Terra leva para fazer um giro sobre si mesma, usam-se as estrelas como referencial. As estrelas estrelas não são regidas pelo mesmo relógio que o Sol: Sol: elas voltam a oc upar a m esma posição a cada 23 horas e 56 minutos. Algumas estrelas estão tão longe que sua posição na esfera celeste não é afetada pelos movimentos da Terra. Assim, visto visto que o referencial para m edir o tempo q ue a Terra leva para dar uma volta ao redor de seu eixo é a esfera das estrelas fixas, fixas, o qualificativo aprop riado é o dia sideral. Para nós, observadores celestes, tudo se passa como se a esfera celeste é que girasse ao redor de nós. A Terra gira de oeste para leste, dan do a ilusão de que é a abóbada celeste que se move de leste para oeste. Por muitos séculos o homem alimen tou essa ilusão, ilusão, acreditando q ue ele estaria estaria situado no centro do universo.
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A Terr Terraa que gira é uma engren engrenage agem m no univer universo so relo relojoe joeiro iro,, e os homens mediram o tempo pelo movimento, desde o tnícto [...] Quando os marinheiros procuravam no céu uma ajuda para a navegação, encontravam ali uma combinação do compasso e do relógio. As constelações e, principalmente, a Ursa Menor, com a estrela estrela Polar em seu braço, braço, mostravam-lhes mostravam-l hes para onde estavam indo durante a noite, contanto, obviamente, que o céu estivesse limpo. De dia, dia, o Sol lhe lhess indicav indicavaa não não só só a direç direção ão,, mas também o temp tempo, o, caso eles observassem a sua trajetória. No momento fictício do meiomeiodia, quando o Sol parece se deter em seu amo, entre sua ascensão e seu seu declín declínio, io, eles eles podiam ajusta ajustarr suas suas tábuas tábuas de de naveg navegaç ação ão22.
O Sol, os os planetas e as estrelas têm u m movim ento próprio, quer dizer, um movimento que se distingue em relação às estrelas estrelas fixas fixas e que faz com que mu dem de posição na esfera esfera celeste. Mas se o Sol e todos os objetos do firmamento parec pa rec em an im ad os do m esm o m ov im en to de co njun nj un to , isto se deve à rotação da Terra ao redor de seu eixo, de oeste para leste, dando a ilusão aos habitantes da Terra de que é o conjunto do céu que é animado de um movimento global global de leste para oeste.
O dia A palavra palavra “dia” abrange um g rande núm ero de definições, definições, simples ou complexas. Essa variedade de definições fala de situações situações bem diferentes, com as quais nos vemos confrontados assim que precisamos falar da palavra “dia”. 2. SO BEL (Dava), Longitude, Longitud e, Paris, Le Seuil, col. “Points sciences”, 1998, p. 32.
ligeiramente em relação ao Sol —aprox ima dam ente 4 minut os - e são necessárias 24 24 horas para qu e o Sol volte a ficar na mesm a posição em relação à Terra: isto é o dia solar. solar. Em outras palavr pal avras, as, é o tem t em po nec essário essá rio para pa ra qu e o Sol fiq ue outra ou tra vez no meridiano de um lugar. Longe de serem insignificantes, esses quatro minutos ilustram os dois movimentos funda mentais da Terra: ela gira ao redor de si mesma e ao redor do Sol. Visto da Terra, o Sol se desloca progressivamente na razão de I o em relaçã o às constelações, e isto vai mu dand da ndoo aos poucos nossa visão do céu noturno. Por isso o céu não apresenta o mesmo aspecto ao longo do ano. No hemisfério Norte a magnífica constelação de O rion é visív visível, el, em todo seu esplendor, no inverno, enquanto Sírius, ao surgir no início do verão, anuncia o período dos grandes calores. A duração do dia, conforme a latitude em que estejamos, varia consideravelm ente. Isso se deve deve à inclinação da T erra sobre o plano de sua órbita ao redor do Sol (23° (23° 26’) 26’) e à posição que ela ela ocupa nesta órbita. No sentido usual do termo, cham amos de “dia” o período que vai entre o instante em que o Sol se levanta e o instante em que ele se põe. Por múltiplas razões, em diversos países da Europ a e alguns outros, a hora solar não corresponde à hora mostrada por nossos relógios. No N o en tant ta nto, o, há bilhõe bil hõe s de anos, ano s, o Sol lev anta-s ant a-see no leste,
Para não c omplica r as coisas, coisas, alguns movim entos mais sutis íoram deixados de lado: precessão dos equinócios, nutação, órbita elíptica e variação da velocidade orbital da Terra a o redor do Sol.
• O dia sideral A Terra Terra gira ao redor de seu eixo em ap roximada mente 23 horas e 56 minutos. Uma exatidão maior não tem nenhuma / importância aqui. E suficiente suficiente saber que não são 24 horas, horas, como vulgarmente se crê. Para medir o tempo que a Terra leva para fazer um giro sobre si mesma, usam-se as estrelas como referencial. As estrelas estrelas não são regidas pelo mesmo relógio que o Sol: Sol: elas voltam a oc upar a m esma posição a cada 23 horas e 56 minutos. Algumas estrelas estão tão longe que sua posição na esfera celeste não é afetada pelos movimentos da Terra. Assim, visto visto que o referencial para m edir o tempo q ue a Terra leva para dar uma volta ao redor de seu eixo é a esfera das estrelas fixas, fixas, o qualificativo aprop riado é o dia sideral. Para nós, observadores celestes, tudo se passa como se a esfera celeste é que girasse ao redor de nós. A Terra gira de oeste para leste, dan do a ilusão de que é a abóbada celeste que se move de leste para oeste. Por muitos séculos o homem alimen tou essa ilusão, ilusão, acreditando q ue ele estaria estaria situado no centro do universo.
• O dia solar En qu ant o a Terra gira sobre sobre si si mesma, ela não fica parada no espaço, mas gira tam bém ao redor do Sol. Assim, depois de completar uma rotação sideral, a Terra terá se deslocado
de 23° 23° 26’em relação ao plano de sua órbita. Essa situação dá características específicas ao tempo que vivenciamos: no hemisfério Norte, quando o Sol cruza o equador celeste (projeção ao infinito do equador terrestre), estamos ou no equinócio de primavera (21 de março), ou no equinócio de outono (23 de setembro), e o dia solar dura exatamente doze horas (equinócio signifi significa ca igualdade da noite e do dia); qua ndo o Sol atinge o máximo de afastamento angular em relação ao equador, estamos no solstício de verão (21 de junho) ou no solstício solstício de inverno (22 de dezembr o). Entre o solstício solstício de inverno e o solstício solstício de verão o tempo de insolação aumenta progressivamente, e diminui entre o solstício solstício de verão e o solstí solstício cio de inverno. Para um observador terrestre, o ponto do horizo nte ond e o Sol nasce nasce não é sempre o mesmo, e ele só nasce exatamente no leste para se pôr exatam ente no oeste nos equinócios. A trajetória do Sol depende da latitude do lugar em que se esteja: há regiões (latitudes acima de 66° 5’) onde o Sol não se põe d uran ur ante te o verão verã o e não nasce d uran ur ante te o inv erno. erno . No s pon tos extremos, isto é, no Pólo Norte e no Polo Sul, o Sol fica visível dur ante seis seis meses do ano e desaparece nos outros seis meses. meses.
A semana A semana de sete dias, que corresponde a mais ou menos um quarto da lunação, é uma criação do homem. Ela não se ba seia se ia em n e n h u m ac o n te ci m en to espe es pe cífic cí fic o, n em em nen hu ma configuração espacial espec específic ífica. a.
ligeiramente em relação ao Sol —aprox ima dam ente 4 minut os - e são necessárias 24 24 horas para qu e o Sol volte a ficar na mesm a posição em relação à Terra: isto é o dia solar. solar. Em outras palavr pal avras, as, é o tem t em po nec essário essá rio para pa ra qu e o Sol fiq ue outra ou tra vez no meridiano de um lugar. Longe de serem insignificantes, esses quatro minutos ilustram os dois movimentos funda mentais da Terra: ela gira ao redor de si mesma e ao redor do Sol. Visto da Terra, o Sol se desloca progressivamente na razão de I o em relaçã o às constelações, e isto vai mu dand da ndoo aos poucos nossa visão do céu noturno. Por isso o céu não apresenta o mesmo aspecto ao longo do ano. No hemisfério Norte a magnífica constelação de O rion é visív visível, el, em todo seu esplendor, no inverno, enquanto Sírius, ao surgir no início do verão, anuncia o período dos grandes calores. A duração do dia, conforme a latitude em que estejamos, varia consideravelm ente. Isso se deve deve à inclinação da T erra sobre o plano de sua órbita ao redor do Sol (23° (23° 26’) 26’) e à posição que ela ela ocupa nesta órbita. No sentido usual do termo, cham amos de “dia” o período que vai entre o instante em que o Sol se levanta e o instante em que ele se põe. Por múltiplas razões, em diversos países da Europ a e alguns outros, a hora solar não corresponde à hora mostrada por nossos relógios. No N o en tant ta nto, o, há bilhõe bil hõe s de anos, ano s, o Sol lev anta-s ant a-see no leste, culmina no m eridiano (é então exatamente meio-dia na hora solar), declina e se põe no oeste. Mas, a cada dia, o Sol Sol faz um percur per curso so novo nov o no céu. céu . De fato, nossa nos sa posiçã pos içãoo em relação rela ção ao Sol Sol m uda todo dia por causa da translaçao da Terra ao redor do Sol e pelo fato do eixo eixo de rotação da Terra ter um a in clinação
término e o coroamento da Criação. Esse Esse núme ro marca urna •completação cíclica, seguida de uma renovação. O número 7 simboliza a totalidade do universo em movime nto, o dinamismo total; ele associa o 4, ligado à terra (os quatro pontos cardeais), e o 3, ligado ligado ao céu (nascer, (nascer, culm inação e pôr dos astros). Para os egipcios ele era o símbolo da vida eterna, bem como ciclo completo e perfeição dinâmica. Apesar disso, os egípcios adotaram uma semana de dez dias: os decanatos. Cada início de um período de dez dias era era materializado no céu pelo nascer helíaco de uma estrela, uma das quais, Sírius, anunciava a cheia do Nilo. Por esse motivo essa essa estrela estrela era m uito especialm ente venerada pelos egípcios. egípcios. Em muitas línguas os dias dias da semana são inspirados no nome dos planetas; assim, em francês: landi (segunda-feira) (segunda-feira) Lua; mardi (terça-feira) *- Marte; mercredi (quarta-feira) <- Mercúrio; jeud je ud i (quinta-feira) <- Júpiter; vendredi (sexta-feira) <- Vênus; samedi (sábado) <- Saturno; dimanche (domingo) Sol. Sol. Qua nto ao domingo, uma ressalva: para a cristandade este é o dia do Senhor, dies Dominicus; Domi nicus; todavia, a terminologia celeste foi mantida no inglês (Sunday) e no alemão (Sonntag). O peso do passado e das tradições é muito poderoso. Apesar de fortes fortes reticências, a Igreja resolveu man ter a nom encla tura caldéia baseada em suas crenças astrológicas. astrológicas.
O mês Para as necessidades da vida comum, o homem sentiu
de 23° 23° 26’em relação ao plano de sua órbita. Essa situação dá características específicas ao tempo que vivenciamos: no hemisfério Norte, quando o Sol cruza o equador celeste (projeção ao infinito do equador terrestre), estamos ou no equinócio de primavera (21 de março), ou no equinócio de outono (23 de setembro), e o dia solar dura exatamente doze horas (equinócio signifi significa ca igualdade da noite e do dia); qua ndo o Sol atinge o máximo de afastamento angular em relação ao equador, estamos no solstício de verão (21 de junho) ou no solstício solstício de inverno (22 de dezembr o). Entre o solstício solstício de inverno e o solstício solstício de verão o tempo de insolação aumenta progressivamente, e diminui entre o solstício solstício de verão e o solstí solstício cio de inverno. Para um observador terrestre, o ponto do horizo nte ond e o Sol nasce nasce não é sempre o mesmo, e ele só nasce exatamente no leste para se pôr exatam ente no oeste nos equinócios. A trajetória do Sol depende da latitude do lugar em que se esteja: há regiões (latitudes acima de 66° 5’) onde o Sol não se põe d uran ur ante te o verão verã o e não nasce d uran ur ante te o inv erno. erno . No s pon tos extremos, isto é, no Pólo Norte e no Polo Sul, o Sol fica visível dur ante seis seis meses do ano e desaparece nos outros seis meses. meses.
A semana A semana de sete dias, que corresponde a mais ou menos um quarto da lunação, é uma criação do homem. Ela não se ba seia se ia em n e n h u m ac o n te ci m en to espe es pe cífic cí fic o, n em em nen hu ma configuração espacial espec específic ífica. a. Foi a simbólica que incitou os caldeus a usarem o número 7. Na Gênese, Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. En tre os hebreus, o sétimo dia é o Shabath, q ue é o
A Lúa gira em torno da Terra. Seu período sideral de revolução ao redor da Terra é de 27 dias, 7 horas e 43 minutos. Mas enquanto a Lúa gira em torno da Terra, o par Terra-Lua desloca-se ao redor do Sol. Por causa disso, o tempo no fim do qual ocorre a lua cheia, a lúa nova, ou qualquer outra fase lunar idêntica à anterior, é de 29 dias, 12 horas e 44 minutos, ou seja, arredondando, 29,5 dias. O ciclo completo entre duas luas cheias chama-se lunação ou perío pe río do sin ódico ód ico . No s cale ca lend nd ário ár ioss esse es senc nc ialm ia lm ente en te luna lu na res re s os meses me ses têm duração alternada de 29 e 30 dias, o que faz com que, globalmente, o ano lunar comporte 354 dias. Em relação ao ano solar de 365 dias, o ano lunar acusa um déficit de 11 dias, que se acumula de um ano para o outro. Daí o acréscimo de um décimo terceiro mês, de acordo com regras que variam de um povo para para outro. O nome dos meses e sua duração, com suas variações no curso da historia, dizem muito sobre nossas tradições e os motivos que nos movem. Por exemplo, se os meses de julho e agosto, sem nenh um a lógica aparente, têm 31 31 dias, isto isto é porq ue o imperador romano Augusto (agosto) César não queria ter menos dias que Julio (julho) César no calendário.
O ano O tempo que o Sol, visto da Terra, leva para percorrer o cinturão do zodíaco denomina-se ano. O ano tem uma duração aproximada de 365,25 365,25 dias. dias. Essa duração é a mais fundam ental de todas; todos os ciclos ciclos da natu reza d epende m dela. Todos os os
término e o coroamento da Criação. Esse Esse núme ro marca urna •completação cíclica, seguida de uma renovação. O número 7 simboliza a totalidade do universo em movime nto, o dinamismo total; ele associa o 4, ligado à terra (os quatro pontos cardeais), e o 3, ligado ligado ao céu (nascer, (nascer, culm inação e pôr dos astros). Para os egipcios ele era o símbolo da vida eterna, bem como ciclo completo e perfeição dinâmica. Apesar disso, os egípcios adotaram uma semana de dez dias: os decanatos. Cada início de um período de dez dias era era materializado no céu pelo nascer helíaco de uma estrela, uma das quais, Sírius, anunciava a cheia do Nilo. Por esse motivo essa essa estrela estrela era m uito especialm ente venerada pelos egípcios. egípcios. Em muitas línguas os dias dias da semana são inspirados no nome dos planetas; assim, em francês: landi (segunda-feira) (segunda-feira) Lua; mardi (terça-feira) *- Marte; mercredi (quarta-feira) <- Mercúrio; jeud je ud i (quinta-feira) <- Júpiter; vendredi (sexta-feira) <- Vênus; samedi (sábado) <- Saturno; dimanche (domingo) Sol. Sol. Qua nto ao domingo, uma ressalva: para a cristandade este é o dia do Senhor, dies Dominicus; Domi nicus; todavia, a terminologia celeste foi mantida no inglês (Sunday) e no alemão (Sonntag). O peso do passado e das tradições é muito poderoso. Apesar de fortes fortes reticências, a Igreja resolveu man ter a nom encla tura caldéia baseada em suas crenças astrológicas. astrológicas.
O mês Para as necessidades da vida comum, o homem sentiu necessidade de dividir o ano em períodos mais curtos, o que originou o mês e a semana. A etimologia da palavra “mês” vem da lua (mens). Isso também transparece na língua alemã, na qual “m ês” é monat, e na língu a inglesa, month.
de ajustes calculados ou arbitrários, en trar em fase fase com o ano. E porque a lunação não tem uma medida em comum com o ano que há tantas dificuldades com o calendário. Os egípcios dividiram o ano em 360 dias, mais 5 dias adicionais chamados epagômenos, em grego. A história desses desses cinco dias epagômenos nos faz entrar no próprio coração dos mitos do Egito antigo. O ano ti nha e ntão apenas 360 dias. Foi Foi o deus Toth, protetor da Lua e regente do tempo e do calendário, a pedido de Nut, deusa do Céu, quem obteve da Lua um pouco de sua luz e, com ela, criou 5 dias a mais. Nut se casara com Geb, o deus da Terra, contra a vontade de Rá, que, como castigo, proibiu Nut de engravidar em qualquer dia do ano. Mas graças à artimanha de Toth, Nut pôde gerar Osíris, Hórus, Isis, Seth e Néftis. Assim, os grandes deuses deveram sua existência à luz lunar que veio complementar a luz solar. solar.
O calendário A medição da exata duração do ano é um problema recorrente da nossa história e está na base de várias reformas do nosso calendário. Com efeito, o valor quase exato do ano é de 365,2425 dias, o que faz com que sempre que acrescentamos um dia ao calendário, a cada quatro anos, somamos um pouco mais de tempo do que deveríamos; com o passar dos anos isto acaba criando defasagens nada desprezíveis. O calendário gregoriano (em honra ao papa Gregorio XIII), em vigor hoje, substituiu o calendário Juliano (em
A Lúa gira em torno da Terra. Seu período sideral de revolução ao redor da Terra é de 27 dias, 7 horas e 43 minutos. Mas enquanto a Lúa gira em torno da Terra, o par Terra-Lua desloca-se ao redor do Sol. Por causa disso, o tempo no fim do qual ocorre a lua cheia, a lúa nova, ou qualquer outra fase lunar idêntica à anterior, é de 29 dias, 12 horas e 44 minutos, ou seja, arredondando, 29,5 dias. O ciclo completo entre duas luas cheias chama-se lunação ou perío pe río do sin ódico ód ico . No s cale ca lend nd ário ár ioss esse es senc nc ialm ia lm ente en te luna lu na res re s os meses me ses têm duração alternada de 29 e 30 dias, o que faz com que, globalmente, o ano lunar comporte 354 dias. Em relação ao ano solar de 365 dias, o ano lunar acusa um déficit de 11 dias, que se acumula de um ano para o outro. Daí o acréscimo de um décimo terceiro mês, de acordo com regras que variam de um povo para para outro. O nome dos meses e sua duração, com suas variações no curso da historia, dizem muito sobre nossas tradições e os motivos que nos movem. Por exemplo, se os meses de julho e agosto, sem nenh um a lógica aparente, têm 31 31 dias, isto isto é porq ue o imperador romano Augusto (agosto) César não queria ter menos dias que Julio (julho) César no calendário.
O ano O tempo que o Sol, visto da Terra, leva para percorrer o cinturão do zodíaco denomina-se ano. O ano tem uma duração aproximada de 365,25 365,25 dias. dias. Essa duração é a mais fundam ental de todas; todos os ciclos ciclos da natu reza d epende m dela. Todos os os outros ciclos procu ram se conciliar mais ou menos com o ano. Nos No s cal endário end ário s lun ares are s regras regr as com plicadas plic adas per mitem mit em,, através
po sterio ste rio r à q uint ui ntaa-fe feira ira , 4 de d e out o utub ub ro de 1582, 1582, foi s exta-feira, exta-f eira, 15 de outubro de 1582; as regras dos anos bissextos foram mudadas; o cálculo da data da Páscoa, que determina as demais festas festas cristas, cristas, foi definido rigoros amente em relação relação à Lu a cheia. Já na Antiguidade, as civilizações civilizações tinham um meio exato e confiável de conciliar os ritmos lunar e solar. Um ciclo conhecido pelo pelo n om ei e M eton relaciona relacionava va o Sol e a Lua, de de acordo com a equação : 19 anos solares solares para 235 lunações. Era a esse ciclo que todos os calendários luni-solares se referiam par a ficar f icar em con cordân cor dância. cia. A reforma do calendário iniciada pelo papa Gregorio XIII não foi imediatamente adotada na Europa por todo mu ndo, principalmen te pelos paíse paísess protestantes. protestantes. Longos anos foram necessários antes que todos os habitantes da Terra o adotassem definitivamente. Hoje, porém, o calendário gregoriano é o calendário universal, usado por todas as nações na superfície da Terra, ainda que, em pa rale ra lelo lo , algu al gu n s g ru p o s relig rel igio ioso soss co n tin ti n u em us an d o o calendário de seus ancestrais.
O tempo local A expressão “estar com o meio-dia batendo à sua porta” traduz perfeitamente uma velha realidade, ou seja, que antigamente era o Sol que regia cada instante do dia. Antes que fosse instituída uma hora convencional, aplicável a todo um país, cada cada cidade, cada cada zona rural, vivia vivia um tempo próprio, baseado bas eado na traje t rajetór tória ia do Sol no céu. c éu. Ta nto é que qu e se podia pod ia ou vir nos campos os sinos sinos das igrejas igrejas darem o meio-dia em
de ajustes calculados ou arbitrários, en trar em fase fase com o ano. E porque a lunação não tem uma medida em comum com o ano que há tantas dificuldades com o calendário. Os egípcios dividiram o ano em 360 dias, mais 5 dias adicionais chamados epagômenos, em grego. A história desses desses cinco dias epagômenos nos faz entrar no próprio coração dos mitos do Egito antigo. O ano ti nha e ntão apenas 360 dias. Foi Foi o deus Toth, protetor da Lua e regente do tempo e do calendário, a pedido de Nut, deusa do Céu, quem obteve da Lua um pouco de sua luz e, com ela, criou 5 dias a mais. Nut se casara com Geb, o deus da Terra, contra a vontade de Rá, que, como castigo, proibiu Nut de engravidar em qualquer dia do ano. Mas graças à artimanha de Toth, Nut pôde gerar Osíris, Hórus, Isis, Seth e Néftis. Assim, os grandes deuses deveram sua existência à luz lunar que veio complementar a luz solar. solar.
O calendário A medição da exata duração do ano é um problema recorrente da nossa história e está na base de várias reformas do nosso calendário. Com efeito, o valor quase exato do ano é de 365,2425 dias, o que faz com que sempre que acrescentamos um dia ao calendário, a cada quatro anos, somamos um pouco mais de tempo do que deveríamos; com o passar dos anos isto acaba criando defasagens nada desprezíveis. O calendário gregoriano (em honra ao papa Gregorio XIII), em vigor hoje, substituiu o calendário Juliano (em honra a Júlio César) em 4 de outubro de 1582. Vários pontos essenciais contam em seu patrimônio, entre estes: o dia
Hoje, em cidades como Brest ou ou Strasbourg, q ue seguem a hora do m eridiano de Paris, Paris, o tempo local virou história, mas quando, pelo Sol, for meio-dia em Strasbourg, será preciso esperar quase cinqüenta minutos para que o Sol atinja atinja o zênite em Brest. O tempo local local é porta nto o tempo solar verdadeiro, fora de qualquer convenção social, e nada melhor que um relógio de sol para mate rializar isto.
O tempo universal Por razões de comodidade, as instituições astronômicas, e muito particularmente a União Astronômica Internacional (UAI), decidiram dividir a Terra em vinte e quatro fusos horários e a cada fuso foi foi atribuíd o um a hora conv encional. E como para todo referencial que se preze é necessári necessárioo um ponto de partida, o meridiano de Greenwich foi escolhido como meridiano de referência. Assim, por convenção, o tempo universal é o tempo civil civil de Greenwich. Todos os outros fusos têm tempos adiantados em uma hora, duas horas, três horas etc., indo para o leste. Na França os relógios têm uma hora a mais no inverno e duas horas no verão em relação ao tempo universal: é o tempo civil. 3 - T empo e movimentos dos planetas
Na Terra, Terr a, os princ pr incipa ipais is ritm os do tem t em po são imp i mposto osto s pelo pe lo Sol e pela Lua. U m dia, por ém, o hom em se pôs pôs a observar o céu e a inventariá-lo. E, por zelo, ele ele nos transmitiu sua maneir a de interp retar os fenômen os celestes. celestes. Historicamente o homem distinguiu entre os pontos luminoso nstituem a Esfera das estrelas estrelas fixa
po sterio ste rio r à q uint ui ntaa-fe feira ira , 4 de d e out o utub ub ro de 1582, 1582, foi s exta-feira, exta-f eira, 15 de outubro de 1582; as regras dos anos bissextos foram mudadas; o cálculo da data da Páscoa, que determina as demais festas festas cristas, cristas, foi definido rigoros amente em relação relação à Lu a cheia. Já na Antiguidade, as civilizações civilizações tinham um meio exato e confiável de conciliar os ritmos lunar e solar. Um ciclo conhecido pelo pelo n om ei e M eton relaciona relacionava va o Sol e a Lua, de de acordo com a equação : 19 anos solares solares para 235 lunações. Era a esse ciclo que todos os calendários luni-solares se referiam par a ficar f icar em con cordân cor dância. cia. A reforma do calendário iniciada pelo papa Gregorio XIII não foi imediatamente adotada na Europa por todo mu ndo, principalmen te pelos paíse paísess protestantes. protestantes. Longos anos foram necessários antes que todos os habitantes da Terra o adotassem definitivamente. Hoje, porém, o calendário gregoriano é o calendário universal, usado por todas as nações na superfície da Terra, ainda que, em pa rale ra lelo lo , algu al gu n s g ru p o s relig rel igio ioso soss co n tin ti n u em us an d o o calendário de seus ancestrais.
O tempo local A expressão “estar com o meio-dia batendo à sua porta” traduz perfeitamente uma velha realidade, ou seja, que antigamente era o Sol que regia cada instante do dia. Antes que fosse instituída uma hora convencional, aplicável a todo um país, cada cada cidade, cada cada zona rural, vivia vivia um tempo próprio, baseado bas eado na traje t rajetór tória ia do Sol no céu. c éu. Ta nto é que qu e se podia pod ia ou vir nos campos os sinos sinos das igrejas igrejas darem o meio-dia em momentos mom entos diferentes, de acordo com as distâncias que separavam as cidades.
Os períodos perío dos siderais e sinódicos dos planetas planeta s Aristarco de Sarrios pressentiu e Copérnico confirmou: todos os planetas giram, ininterruptamente, ao redor do Sol. E o que chamamos de movimento heliocéntrico dos planetas. Mas, vistos da Terra, os planetas apresentam um movimento irregular: por algum te mpo eles se se deslocam deslocam norm almente alme nte pelas constelações do zodíaco, depois começam a diminuir de velocidade, retrocedem, fazem uma parada e, finalmente, retomam sua marcha para frente: é o movimento geocéntrico dos planetas, conhecido desde a Antiguidade, e relatos, em tabletes cuneiformes, de observadores de Borsuppa, Nínive, Nip N ip pu r e U ru ke t (Meso (M esopot potâmi âmia) a) con firma fir mam m isto. Esse mov imento geocén trico dos planetas, observável observável a olho nu, é conhecido com exatidão. O tempo ao fim do qual um plane pla neta ta volta à mesm me sm a posição pos ição em relação relaç ão à Terra Ter ra e ao Sol chama-se revolução sinódica. Trata-se de um movimento relativo: ele depende ao mesmo tempo do movimento do plane pl ane ta em quest qu estão ão e do mo vim ento en to da d a Terra. Terr a. O temp o que o planeta leva leva para dar uma volta completa ao redor do Sol é o seu seu período sideral. Por exemplo, esse esse tempo é de 88 dias para Mercúrio, 224,7 dias para Vênus e 29,46 anos para Saturno.
As leis de Kep ler Em perfeita continuidade com o item anterior, este mostra como um homem, com muito esforço e perseverança, conseguiu descrever o conjunto dos movimentos planetários através de três leis, cujo significado e alcance vão muito além
Hoje, em cidades como Brest ou ou Strasbourg, q ue seguem a hora do m eridiano de Paris, Paris, o tempo local virou história, mas quando, pelo Sol, for meio-dia em Strasbourg, será preciso esperar quase cinqüenta minutos para que o Sol atinja atinja o zênite em Brest. O tempo local local é porta nto o tempo solar verdadeiro, fora de qualquer convenção social, e nada melhor que um relógio de sol para mate rializar isto.
O tempo universal Por razões de comodidade, as instituições astronômicas, e muito particularmente a União Astronômica Internacional (UAI), decidiram dividir a Terra em vinte e quatro fusos horários e a cada fuso foi foi atribuíd o um a hora conv encional. E como para todo referencial que se preze é necessári necessárioo um ponto de partida, o meridiano de Greenwich foi escolhido como meridiano de referência. Assim, por convenção, o tempo universal é o tempo civil civil de Greenwich. Todos os outros fusos têm tempos adiantados em uma hora, duas horas, três horas etc., indo para o leste. Na França os relógios têm uma hora a mais no inverno e duas horas no verão em relação ao tempo universal: é o tempo civil. 3 - T empo e movimentos dos planetas
Na Terra, Terr a, os princ pr incipa ipais is ritm os do tem t em po são imp i mposto osto s pelo pe lo Sol e pela Lua. U m dia, por ém, o hom em se pôs pôs a observar o céu e a inventariá-lo. E, por zelo, ele ele nos transmitiu sua maneir a de interp retar os fenômen os celestes. celestes. Historicamente o homem distinguiu entre os pontos luminoso s qu e co nstituem a Esfera das estrelas estrelas fixas fixas e os os que se movem: os planetas (palavra cuja origem semítica significa “estrelas “estrelas e rrante s”). s”).
Foi estudando com atenção o movimento do p laneta Marte, graças aos dados coletados pelo genial observador que foi o dinamarquês Tycho Brahe, que Kepler conseguiu resolver o proble pro blema ma secula sec ularr da d a explicação expl icação do mo vim ento en to dos planet pla netas, as, que tan to cativara os astrônom os gregos. Kepler verificou, verificou, sempre em conform idade com as Tabelas Tabelas de Tycho, Tycho, que as leis leis descobertas para M arte se estendiam aos outros planetas, à Lua e aos quatro satélites de Júpiter, descobertos por Galileu. Essas leis são as seguintes: 1. Os planetas descrevem elipses, elipses, ficando o Sol Sol situado nu m de seus dois centros. 2. As áreas áreas descritas pelo raio vetor que liga um planeta plane ta ao Sol são proporcionais aos tempo s gastos para percorrê-las. 3. Os quadra dos dos períodos são são proporcionais aos cubos cubos das distâncias médias dos planetas ao Sol. Sol. Sendo T o período de um planeta e a sua distância média em relação ao Sol (semieixo (semieixo maior de sua elipse), tem-se qu e T 2/a 3 = constante para todos os planetas. Por conseguinte, se um p laneta está quatro vezes mais afastado afastado que u m o utro, seu perío pe ríodo do será oito vezes maior; mai or; mas, como com o tem um cam inho in ho quatro vezes maior a percorrer, sua velocidade média será reduzida à metade. Disso resulta que quanto mais perto do Sol um p laneta lanet a está, mais rápido ele se move. . Essa terceira lei, fornecendo uma relação entre as trajetórias dos diversos planetas, harmonizava todo o sistema. E suficiente