Descrição: Apresenta os fenônemos como encruamento, recuperação, recristalização e crescimento de grão em 12 concisos capítulos. Apresenta lista de exercícios e ampla lista de referências bibliográficas.
Descrição completa
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3 – MOTIVAÇÃO MOTIVAÇÃO DE DEFICIÊNCIA E MOTIVAÇÃO DE CRESCIMENTO
O autor toma como ponto de partida para suas considerações a busca pela resposta à questão “o que é que faz as pessoas neuróticas?” Segundo ele a neurose parece ser uma “doença de carrnci ca ncia” a”!! ou doe oenç nça a de de"c de"ci inc ncia ia cu#a cu#a or orig igem em ce cent ntra ra$s $se e na pri%ação de certas satisfações às quais c&ama de necessidades' Seus estudos baseiam$se nos resultados de doze anos de trabal&o como pesquisador e psicoterapeuta! e de %inte anos de estudo sobre a personalidade! de onde deri%am sua percepção de que as doenç doenças as tend tendem em a desa desapa parrece ecerr quan quando do es essa sass de"c de"ci inci ncias as sã são o elim el imin inad adas as'' (ai aiss de"c de"ci inc ncia ias! s! às quai quaiss o auto autorr se refer efere! e! sã são o necessidades b)sicas ou instintóides se* +,- a sua ausncia gerar doença. +/- a sua presença e%itar a doença. +0- a sua restauração curar a doença. +1- em certas situações 2muito comple3as4 de li%re escol&a! for preferida a outras satisfações pela pessoa pri%ada e. +5-
for
compro%adamente
inati%a!
num
bai3o
n6%el!
ou
funcionalmente ausente na pessoa sadia' O autor acrescenta outras duas caracter6sticas que! segundo ele! são sub#eti%as* +,- o anseio e o dese#o consciente ou inconsciente! e +/- a sensação de carncia ou de"cincia' 7ssas necessidades! ou carncias! traduzem$se em défcits no organismo 2comparados
a buracos
%azios que de%em ser
preenc&idos de fora por outrem para que a sa8de se estabeleça4' 9ssi 9ssim m co como mo o or orga gani nism smo o nece necess ssit ita a de nutr nutrie ient ntes es para para que que se des esen en%o %oll%a de manei aneira ra saud aud)%el )%el!! o mes esm mo oc ocor orrrer eriia co com m a nec ece essidade de amor! afeto! segu egurança etc! que em falta contribuiriam para o estabelecimento das psicopatologias' :ec ecen ente teme ment nte! e! se seg gundo undo o auto autor! r! muit muitos os psic psicól ólog ogos os tm tm indicado alguma tendncia para o crescimento ou autoperfeição
nos indi%6duos &umanos! endossada pelos resultados obtidos a partir dos trabal&os em psicoterapia! psicanálise e psicologia inantil! e a partir de estudos com soldados com lesões cerebrais e
na )rea da criatividade' ;ercebe$se essa tendncia de maneira muito clara no uni%erso infantil' 7nquanto as crianças inseguras e assustadas tm a %ida marcada por constantes episódios de carncia! as saud)%eis! felizes e seguras demonstram não um comportamento orientado à supressão de suas carncias ou necessidades! mas uma profunda a%idez de no%as aptidões e uando nos referimos à questão da moti%ação de%emos considerar dois aspectos* +,- a moti%ação por necessidade de crescimento e +/- a moti%ação pelas necessidades b)sicas' =as pessoas sadias as necessidades b)sicas de segurança! "liação! amor! respeito e amor$próprio encontram$se su"cientemente satisfeitas! demonstrando tendncia e orientação à indi%iduação 2de"nida pelo autor como o processo de realização de potenciais! capacidades e talentos! como realização plena de missão +%ocação! destino! apelo-! como um con&ecimento mais completo e a aceitação da própria natureza intr6nseca da pessoa! como uma tendncia incessante para a unidade! a integração ou sinergia! dentro da própria pessoa4' 9ssim! a indi%iduação não de%e ser
entendida como um tipo de meta distante ou um estado "nal e 8ltimo de coisas! mas como um processo %i%o! din
C quase un
usualmente
manipulam
os
impulsos!
que
l&es
causaram
perturbações de ordem ps6quica! por meio da repressão' 9 degradação do dese#o e da necessidade foi tema de in8meras considerações "losó"cas! teológicas e cient6"cas ao longo da &istória &umana que! partindo muitas %ezes de pontos de %ista di%ergentes! concordam que a supressão ou a mel&oria do estado desagrad)%el de coisas de carncia! de dese#o e de necessidade! traz como resultado o aumento da felicidade! prazer ou bem' 7mbora ten&a$se a tendncia a considerar as necessidades "siológicas! as necessidades de segurança! amor! respeito e informação como incon%enientes e potencialmente noci%as! um e3ame mais aprofundado re%ela que a maneira como tais necessidades são encaradas é diretamente dependente da maneira como cada indi%6duo %i%enciou tais necessidades' Se o indi%6duo te%e e3perincias passadas satisfatórias ou se pode contar com a satisfação presente e futura! este pode aceitar e desfrutar suas necessidades e acol&$las na conscincia' Aessa forma! tais necessidades são bem recebidas! in%és de temidas! sobretudo quando tratamos da tem)tica da indi%iduação' !. "eitos #ierenciais da $atisação
Ae acordo com a maioria das concepções o dese#o de satisfação das necessidades le%a a efeito um c6rculo %icioso* o organismo mobiliza forças para que suas necessidades se#am satisfeitas! o que le%a a um estado %irtual de &omeostase' irtual porque uma %ez supridas tais necessidades geram no indi%6duo a e3pectati%a e a ansiedade de que no%as necessidades surgirão! ocasionando assim a mobilização de no%as forças determinadas à sua supressão que! uma %ez supridas! le%arão à no%as e3pectati%as de que outras necessidades surgirão e assim por diante' Aiante
desse c6rculo %icioso alguns questionamentos se fazem necess)rios* como se d) o desen%ol%imento! ou mo%imento! ou se de"ne uma direção? ;or que é que as pessoas mel&oram ou se aperfeiçoam ou progridem? Bomo "cam mais e3perientes ou mais criteriosas? O que signi"ca o gosto pela %ida? Auas considerações de%em ser feitas* +,- a satisfação de uma necessidade e sua consequente remoção do campo das carncias pro%ocam o aparecimento de outra necessidade “mais alta” na conscincia 2a carncia e o dese#o continuam! mas em n6%el “superior”4.
+/-
quando
e3aminamos
pessoas
que
são
predominantemente moti%adas para o crescimento! a satisfação de uma necessidade gera uma crescente moti%ação! uma e3citação intensi"cada! não atenuada' 7m %ez de querer cada %ez menos! a pessoa quer cada %ez mais! de modo que in%és de c&egar a um estado de repouso! a pessoa torna$se mais ati%a e enga#ada na direção da e3celncia! ainda que a ambição do indi%6duo se#a simplesmente a de ser um bom ser &umano' ;ercebe$se que as pessoas dotadas de indi%iduação tendem a desfrutar a %ida em geral em todos os seus aspectos! enquanto que as outras pessoas gozam apenas de momentos dispersos de realização ou e3perincias culminantes' O que pode ser e3plicado se le%armos em conta que a natureza inerentemente agrad)%el do crescimento e do ser crescido culmina na %alidade intr6nseca da e3istncia' Os moti%os de crescimento! por outro lado! mantém a tensão no interesse de ob#eti%os distantes e frequentemente inating6%eis' %. "eitos &l'nicos e (ersonol)gicos da $atisação
E)! segundo o autor! dois tipos de satisfação da necessidade* +,- a satisfação por défcit e a +/- satisfação de crescimento. ambas
tm
efeitos
sub#eti%os
e
ob#eti%os
diferenciais
sobre
a
personalidade' 7m outras pala%ras* a satisfação de de"cincias e%ita a doença. as satisfações do crescimento produzem a sa8de positi%a' @sso pode ser entendido como um contraste entre %i%er plenamente e a preparação para %i%er plenamente! entre crescer e ser crescido' *. #ierentes "spécies de (ra+er
7ric& Dromm distingue os prazeres superiores dos inferiores! isto é! os prazeres de abund
9 satisfação da necessidade por de"cincia e a satisfação da necessidade de crescimento são diametralmente opostas no que concerne à sua duração' Se a primeira tende a ser episódica e ascendente!
cu#o
prazer
adquirido
de
sua
satisfação
cai
rapidamente para um platF de sereno al6%io de tensão e falta de moti%ação! na segunda não se percebe a presença de um cl6ma3 ou consumação! uma %ez que o crescimento é um pro#eto cont6nuo! progressi%o e intermin)%el de desen%ol%imento &umano! cu#a carncia nunca poder) ser satisfeita' . etas da "spécie e etas Idiossincrásicas
(odos os membros da espécie &umana! e em certo sentido todas as outras espécies! compartil&am os mesmos tipos de
carncia'
=ão
obstante!
a
indi%iduação
é
um
processo
idiossincr)sico! uma %ez que a ontognese permeia a diferenciação de cada um dos indi%6duos' @sso considerado! de%e$se le%ar em conta que antes do indi%idual aGorar é necess)rio que as de"cincias da espécie ten&am sido de%ida e ordinariamente satisfeitas' Só assim &a%er) condições para o desen%ol%imento da indi%idualidade' 2. #epend3ncia e Independ3ncia do Ambiente
(odos os indi%6duos sofrem uma consider)%el dependncia do ambiente! uma %ez que suas necessidades de segurança! "liação! relações de amor e respeito só podem ser satisfeitas por outras pessoas! às quais o indi%6duo de%e estar %inculado' Aessa forma! podemos a"rmar que uma pessoa nessa posição de dependncia não possui 2de maneira integral4 autonomia em relação ao ambiente! de%endo a#ustar$se e adaptar$se de forma Ge36%el a este! uma %ez que o indi%6duo é a %ari)%el dependente! enquanto o ambiente é a %ari)%el "3a! isto é! independente' Os
indi%6duos
orientados
para
a
supressão
de
suas
de"cincias de%em temer o ambiente! uma %ez de que não &) garantias de que este satisfaça suas necessidades' ;or outro lado! o indi%6duo capaz de indi%iduação é aquela cu#as necessidades b)sicas foram satisfeitas! encontrando$se numa posição de autosu"cincia! muito mais autFnomos e egodirigidos' 7m outras pala%ras! as determinantes que o go%ernam são internas e não mais e3ternas! e como dependem cada %ez menos de fatores e3ternos! tendem a ser menos ansiosas e &ostis! necessitando menos do apreço e recompensas do ambiente e3terno! o que o autor denomina “liberdade psicológica”'
4. Relações Interpessoais Interessadas e #esinteressadas
Os indi%6duos moti%ados pela de"cincia tendem a ser muito mais dependentes de outras pessoas que aqueles em que &) uma predomin
moti%ação
de
crescimento
a
percepção
se
mostra
completamente desinteressada do ponto de %ista utilit)rio' =essas relações os indi%6duos são mais admirados por suas qualidades ob#eti%amente admir)%eis e por suas qualidades intr6nsecas do que por lison#as ou elogios' 9s pessoas são amadas mais porque são dignas de amor do que por dar amor' 5. "gocentrismo e "gotranscend3ncia
Aefronta$se com um dif6cil parado3o ao tentar$se descre%er a comple3a atitude em relação ao eu ou ego da pessoa orientada para o crescimento e a indi%iduação' C #ustamente essa pessoa a que pode ser mais centrada no problema' >uanto mais moti%ada para o crescimento a pessoa for! mais centrada no problema poder) ser' 16. (sicologia Interpessoal e (sicologia Intrapessoal
Bomo apontado anteriormente pelo autor a neurose é uma doença de de"cincia e a recorrncia à terapia em busca de tratamento sugere que esta de%e suprir as carncias das pessoas que a ela recorrem! de modo que! se esses suprimentos partem do terapeuta em direção ao cliente então a terapia comum deve ser encarada como um e%ento interpessoal' ;or outro lado! nas pessoas
moti%adas para o crescimento 2e não para a de"cincia4 percebe$se uma forte tendncia de buscarem em si próprias as soluções para seu problemas e conGitos! analisando$se e perscrutando o seu 6ntimo! num processo intrapessoal de auto$aperfeiçoamento e auto$ an)lise' 9 esse aperfeiçoamento de uma pessoa que #) est) bem OsHald Sc&Harz c&amou “psicogogia”' Se a psicoterapia faz das pessoas doentes não$doentes e remo%e sintomas! então a psicogogia começa onde a terapia parou e faz das pessoas não$ doentes pessoas sadias' 11. Aprendi+agem Instrumental e udança de (ersonalidade
9s teorias da aprendizagem nos 7I9 manti%eram durante muito tempo o foco no interesse em se compreender qual a mel&or maneira de suprimir uma necessidade' Bontudo! se por um lado esse foco mostra$se funcional em algumas )reas da %ida! por outro apresenta$se disfuncional quando o foco é o problema da moti%ação pelo crescimento e a indi%iduação' =esse caso a mudança passa a ser menos uma aquisição de &)bitos ou associações! uma a uma 2aprendizagem instrumental4 e muito mais uma transformação total da
pessoa
total
2mudança
de
personalidade4'
9ssim!
a
aprendizagem passa a ser %ista não como mera adição de &)bitos no repertório do su#eito! mas como uma mudança total 2&ol6stica4 do indi%6duo! encarado como um todo comple3o e altamente integrado! e o crescimento como a “auto permissão” da pessoa em “ser ela própria”! despo#ada de inibições e limitações' 1!. (ercepção
otivada
pela
#efci3ncia
e
otivada
pelo
&rescimento
O entendimento do autor sobre percepção centra$se em dois tipos de percepção* +,- a percepção interessada na necessidade e
+/- a percepção desinteressada na necessidade' 9s pessoas cu#a percepção centra$se na de"cincia tendem a %er o mundo em termos dicotFmicos eJou manique6stas! no qual a lógica bimodal aristotélica permeia a captação dos est6mulos' 9ssim! as classes e os conceitos são percebidos em termos de sim$não! adulto$criança! mac&o$fmea! ego6sta$altru6sta! bom$mau etc' 7m contrapartida! a percepção de mundo moti%ada pelo crescimento considera as contradições
como
partes
integrantes
do
mundo
e!
por
consequncia! dos indi%6duos' 9ssim! (OA9 pessoa é %ista como boa e m)! ego6sta e altru6sta! mac&o e fmea! adulta e criança 7sse tipo de percepção totalizante le%a a cabo! segundo o autor! a seguinte conclusão* “queremos ser tomados por nós próprios! ser aceitos como indi%6duos completos e totais' =ão nos agrada sermos percebidos como ob#etos 8teis ou instrumentos' Aesagrada$nos ser KusadosL”' 1%. Amor Interessado e Amor #esinteressado
O amor enquanto necessidade é sempre uma necessidade de défcit ! manifestado como um buraco sempre a ser preenc&ido' O
autor aponta que se essa necessidade curati%a não for suprida uma gra%e patologia se instalar)' Bontudo! se esti%er ao alcance do indi%6duo no momento certo! em doses e estilos adequados então a patologia ser) e%itada' O indi%6duo sadio não sofre da ausncia do amor a não ser de pequenas e regulares doses de “manutenção”! podendo até mesmo passar sem elas durante razo)%eis per6odos de tempo' (ais pessoas! mais sadias! embora precisem menos de receber amor! são as que estão mais su#eitas a compartil&ar 2dar 4 amor! podendo ser encaradas 2nesse sentido4 como mais amantes'
E) assim um contraponto entre o amor pelo Ser 2S$amor4 e o amor$de"cincia
2A$amor4!
pois
enquanto
o
primeiro
é
desinteressado! altru6sta e incondicional! o segundo manifesta$se de modo ego6sta! uma forma de amor$de"cincia! a necessidade do amor 2do outro4' Aesse modo! percebe$se que o S$amor é uma e3perincia sub#eti%a mais rica e %aliosa que o A$amor' @sso porque os c&amados S$amantes são mais autFnomos e independentes do amor do outro. mais indi%iduais e desinteressados! menos e3igentes e mais interessados em a#udar o outro no sentido da indi%iduação! o que não se percebe nos A$amantes! dos quais de%emos esperar sempre um certo grau de ansiedade$&ostilidade' 7m outras pala%ras* não é o amor que cega as pessoas! é #ustamente o não$amor que as torna cegas'