INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE NATAL CIDADE ALTA / CURSO SUBSEQUENTE EM GUIA DE TURISMO CAMPUS NATAL DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO – PROF. MARCEL MATIAS
ALUNO (A): ____________________________________________________________________
Modos de citar o discurso alheio
Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de autoria de outro enunciador, pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como o discurso direto, o discurso indireto, o discurso indireto livre e a ilha textual. 1. Discurso direto
Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele reprodu literalmente as falas citadas, ou se!a, o discurso apresenta"se #s vees como a exata reprodução das palavras do enunciador citado. citado. $xemplos% &'m indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que algum com menos fome, afirma a fisiologista *ara *hammah +agnado, da 'niversidade de *ão aulo ('*). -ontrapondo"se # admiração exagerada das pessoas pela tecnologia, -ur enfatia% &/ maioria dos seres humanos elogia as maravilhas da tecnologia, mas não conseguem se encantar com o espet0culo da construção de pensamentos que ocorre na psique humana (CURY, 2005, p. 36) . -ontrapondo"se # admiração exagerada das pessoas pela tecnologia, -ur (2005, p. 36) enfatia% &/ maioria dos seres humanos elogia as maravilhas da tecnologia, mas não conseguem se encantar com o espet0culo da construção de pensamentos que ocorre na psique humana. 1arcas do discurso direto a) 2 discurso direto vem introduido por um verbo que anuncia a fala citada. 3ais verbos são denominados de dier (dier, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou no final do discurso direto. $xemplo% 2 prof profes esso sorr escl esclar arec ece% e% &2 &2ss !ove !ovens ns leva levam m a sri srioo o mund mundoo dos dos supe superr"her "her4i 4is, s, mas mas não não completamente. b) / fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipogr0ficos como as aspas, travess5es, dois"pontos e it0lico. $xemplos% / mulher perguntou ao marido% 6 7oc8 7oc8 bebeu9 / mulher perguntou ao marido% &7oc8 bebeu9 / opção pelo discurso direto geralmente est0 ligada ao g8nero do discurso ou #s estratgias do enun enuncia ciado dorr de cada cada text texto. o. /o esco escolh lher er esse esse modo modo de cita citaçã ção, o, o enun enuncia ciado dorr, pode pode estar estar,, particularmente, querendo% criar imagem de autenticidade do que reproduiu, indicando que as palavras relatadas são realmente proferidas: distanciar"se% se!a porque o enunciador quer explicitar, por intermdio do discurso direto, sua adesão respeitosa respeitosa ao dito, se!a porque não adere ao que dito: mostra"se ob!etivo. 2. Discurso indireto
; o modo de citação do discurso alheio em que o enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduir as falas citadas, uma ve que ele se utilia de suas pr4prias palavras para reproduir a fala do outro. $xemplo% 2 carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba.
1arcas do discurso indireto a) da mesma forma do discurso direto, vem tambm introduido por um verbo de dier: b) ao contr0rio do discurso direto, a fala citada introduida por meio de uma partícula introdut4ria% que ou se. / escolha do discurso indireto est0 tambm ligada ao g8nero textual e #s estratgias do enunciador em cada texto e possui o vis da an0lise, exposição de ideias, opinião. 3. Discurso ndireto !i"re
-orreu outra ve com a respiração presa. ?0 nem podia mais. $stava desanimado. Que pena> @ouve um momento em que esteve quase... quase> Aetirou as asas e estraçalhou"a. *4 tinham belea. $ntretanto, qualquer urubu... que raiva... #. lha te$tual
Blha textual ou ilha enunciativa uma forma híbrida de citação. $xemplos% 2 ladrão confessou que tinha roubado para &mat0 as fome dos bruguelo. *egundo o residente da AepCblica, & necess0rio que cada posto de gasolina se!e fiscaliado. 2 enunciador de cada um dos grupos acima isolou em it0lico e entre aspas um fragmento que, ao mesmo tempo, ele utilia e menciona, emprega e cita. /pesar de o fragmento possuir a estrutura do discurso indireto ou da modaliação em discurso segundo, h0 neles algumas palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. /qui a ilha indicada pelas aspas e pelo it0lico. ; o procedimento mais frequente na imprensa. ode"se tambm encontrar somente as aspas ou somente o it0lico. Nesse tipo de citação, as marcas tipogr0ficas permitem verificar que essa parte do texto não assumida pelo enunciador. %utros aspectos...
?0 estudamos os quatro modos de citar o discurso alheio% discurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre e ilha textual. 7amos agora observar algumas particularidades no momento de citação do discurso do outro. / utiliação do verbo dicendi um aspecto muito importante quando nos referimos, dentro do sentido de um enunciado. 7e!amos os exemplos% &*ou inocente, disse. &*ou inocente, esclareceu. &*ou inocente, insistiu. &*ou inocente, alegou. &*ou inocente, mentiu. Aepresentar a palavra alheia uma atividade que dominamos com perfeição desde nossos primeiros balbucios... de tal forma que muito difícil estabelecer a separação, em nossa linguagem, entre o que nosso e o que dos outros. odemos mesmo dier que a nossa linguagem um fruto (Cnico) de uma colcha de retalhos de milhares de linguagens que passaram 6 e continuam passando 6 pela nossa vida. / representação da palavra do outro tem uma importDncia especial, porque transmitir as palavras de algum tambm marcar uma opinião sobre as palavras que transmitimos.
de &*ou inocente acima para perceber isso. Na linguagem oral, a simples entonação da vo pode marcar nosso ponto de vista sobre o que transmitimos% ironia, desconfiança, certea, dCvida... 1as, na escrita, são outros os recursos, que vão desde a escolha do verbo (exemplo citado) at a seleção de palavras ou express5es que queremos transmitir (no caso, principalmente, do discurso indireto). Bmaginemos que um senador diga, literalmente% &/ equipe econEmica muito boa, mas inexperiente. 3ranscriç5es possíveis% 2 senador disse que a equipe econEmica muito boa. 2 senador disse que a equipe econEmica inexperiente. &$quipe econEmica inexperiente, dispara o senador. 2 senador considera equipe econEmica muito boa. &$quipe econEmica muito boa, mas inexperiente, sup5e o senador. ortanto, percebemos, a partir do exemplo, que a transcrição de um discurso depende de nossas intenç5es diante da vo transcrita. &ti"idade
2 porta"vo da resid8ncia, -l0udio @umberto Aosa e *ilva, disse ontem que a pesquisa FataGolha sobre o lano -ollor H, publicada pela folha no Cltimo s0bado, &não foi representativa. / pesquisa, feita no Aio em *ão aulo, revelou que IHJ da população sentem"se pre!udicados. ara Aosa e *ilva, & no mínimo curioso que este instituto, quando os demais faiam pesquisas em todo o país, se limitava a de capitais. $le pretendeu ironiar ao dier% &Fa pr4xima ve, para ser mais direto, a pesquisa deve ser feita na redação. Aeferia"se # Aedação da Golha. (Golha de *ão aulo, KLHLM)
" or que ocorre o uso das aspas9 " Qual a diferença entre Ele disse e Ele pretendeu ironizar ao dizer 9 Re'erncias
G/A/-2, -arlos /lberto e 3$OO/, -ristovão. Prática de texto para estudantes universitários . P. ed., etr4polis% 7oes, HR. GB2ABN, ?os +ui e */7B2+B, Grancisco latão. Lições de textos: leitura e redação. *ão aulo% Stica, MMK. TTTTTT. Para entender o texto: leitura e redação . U. ed., *ão aulo% Stica, MMM. 1/BN='$N$/', Fominique. Análise de textos de comunicação. *ão aulo% -orte, H.