A Saúde do Violão
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A Saúde do Violão
Prefácio Sabe aquele violão que você comprou porque achou bonito, mesmo não sabendo tocar? Ou aquele outro violão, modelo antigo, que foi de algum parente ou até mesmo do seu irmão, quando criança, e que está encostado em algum canto da casa? Pensou que não tinham mais utilidade ou até mesmo que não conseguiria mais usá-los tocando novamente? Saiba que com técnicas simples, poucas ferramentas e com boa vontade você consegue traze-los novamente a vida. Claro que não vão se transformar em nenhum violão “Taylor” ou “Takamine”, mas temos certeza que ficarão bons o suficiente para animar uma serenata com a namorada, ou mesmo a “patroa”. Se você já fez o download dos nossos e-books “A Saúde da Guitarra ” e “Só para Baixistas”, vai ver que ao contrário da guitarra e do contra baixo , o violão não precisa de tantos ajustes e regulagens complexas como as pontes, tarraxas, tensores e encordoamentos. Certamente, os produtos de limpeza e ferramentas citadas nos capítulos a seguir, você já terá disponíveis em sua casa ou encontrará em nossa loja online. Ainda assim, certifique-se de que estão em condições de uso. Caso contrário, além de não conseguir o resultado desejado, você ainda poderá danificar seu instrumento musical. Complementando o e-book, pesquisamos a história do Violão Viol ão e da nossa brasileiríssima Viola para você entender a evolução do instrumento desde a Pré-história. Boa leitura e excelentes performances. DR. SANTO ANGELO
Equipe Técnica SMA Cabos e Sistemas Ltda.
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Prefácio Sabe aquele violão que você comprou porque achou bonito, mesmo não sabendo tocar? Ou aquele outro violão, modelo antigo, que foi de algum parente ou até mesmo do seu irmão, quando criança, e que está encostado em algum canto da casa? Pensou que não tinham mais utilidade ou até mesmo que não conseguiria mais usá-los tocando novamente? Saiba que com técnicas simples, poucas ferramentas e com boa vontade você consegue traze-los novamente a vida. Claro que não vão se transformar em nenhum violão “Taylor” ou “Takamine”, mas temos certeza que ficarão bons o suficiente para animar uma serenata com a namorada, ou mesmo a “patroa”. Se você já fez o download dos nossos e-books “A Saúde da Guitarra ” e “Só para Baixistas”, vai ver que ao contrário da guitarra e do contra baixo , o violão não precisa de tantos ajustes e regulagens complexas como as pontes, tarraxas, tensores e encordoamentos. Certamente, os produtos de limpeza e ferramentas citadas nos capítulos a seguir, você já terá disponíveis em sua casa ou encontrará em nossa loja online. Ainda assim, certifique-se de que estão em condições de uso. Caso contrário, além de não conseguir o resultado desejado, você ainda poderá danificar seu instrumento musical. Complementando o e-book, pesquisamos a história do Violão Viol ão e da nossa brasileiríssima Viola para você entender a evolução do instrumento desde a Pré-história. Boa leitura e excelentes performances. DR. SANTO ANGELO
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Glossário
Provavelmente, os modelos mais antigos de violões que eventualmente estejam em sua casa sejam os modelos que utilizam cordas de nylon. Os modelos mais modernos utilizam cordas de aço e, por isso, as designações Violão Nylon e Violão Aço. Claro que, como as cordas de aço tracionam muito mais os braços dos violões, você vai encontrar nos modelos Violão Aço uma construção mais robusta e a presença de um tirante como nas guitarras e baixos. A diferença entre os dois modelos é o timbre, geralmente mais brilhante nos modelos Violão Aço, porém, os Violões Nylon são mais confortáveis para tocar. http://blog.santoangelo.com.br/
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Como você diferencia um modelo do outro?
Headstock Violão Nylon
Headstock Violão Aço
Tensor inexistente Violão Nylon
Posição do tensor Violão Aço
Braço mais largo Violão Nylon
Braço mais fino Violão Aço
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Infelizmente, as cordas não duram para sempre. Cuidar para que tenham uma vida útil maior e saber como trocá-las corretamente é o primeiro passo para quem pretende cuidar do próprio violão.
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Trocando as cordas Como vimos, você precisa saber qual o modelo do seu violão para comprar o encordoamento mais adequado. São vários modelos disponíveis e se quiser saber mais, pesquise nas redes sociais ou fóruns específicos. Nosso único conselho: Nunca coloque encordoamento de aço em um violão tipo nylon, porque a tensão das cordas poderá danificar o instrumento.
O que usar?
Alicate de corte Enrolador de cordas (Opcional, mas que ajuda demais nessa tarefa) Afinador de contato Encordoamento
Como fazer: Aproveite a retirada de cordas e faça uma limpeza geral nos trastes, escala e corpo do seu violão, como descrito no capítulo “Limpeza Geral”. Vamos começar trocando as cordas de um Violão de Aço: 1
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Insira a parte com a “bolinha” dentro da cavidade no cavalete.
Coloque o pino para travar a corda, alinhando as ranhuras entre o pino e o cavalete.
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Insira o pino até ele se fixar, prendendo a corda na posição.
Ao final, todas as cordas ficarão presas desse jeito no cavalete.
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Passe a outra ponta da corda pelo furo da tarraxa.
Estique-a até a segunda casa, prendendo com o dedo indicador.
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Dobre a corda para que ela não escape do furo da tarraxa;
Gire a tarraxa até a corda ficar devidamente esticada.
Repita o procedimento com as outras cordas, afinando-as em seguida. http://blog.santoangelo.com.br/
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A Saúde do Violão A troca de cordas do Violão de Nylon é um pouco diferente: A
B
Comece passando uma ponta da corda pela cavidade do cavalete.
Siga dando a volta, como se fosse amarrar o cadarço dos sapatos.
C
D
Dê um nó simples, apertando.
Aspecto final da corda colocada.
E
F
Estique a corda pela outra ponta, até o Headstock.
Passe essa ponta por baixo da tarraxa, conforme a imagem.
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Dê duas voltas na tarraxa e passe a corda pelo furo central.
Gire a tarraxa até a corda ficar devidamente esticada.
Repita a operação com as outras cordas, até ficar como na foto.
Repita a operação com as outras cordas, até ficar como na foto.
K
L
Corte a sobra das cordas no cavalete, porém não muito curto.
Faça o mesmo no Headstock, afinando-as em seguida.
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Afinação Um dos maiores problemas para afinar um Violão Nylon é o nó feito em uma das extremidades da corda no cavalete (vide foto K página 10). Se o nó não estiver bem apertado e “escorregar”, não há afinador, nem tarraxa que consiga manter a afinação correta. Como alternativa, alguns fabricantes oferecem cordas de nylon com bolinhas em uma das pontas, como se fossem encordoamentos tipo aço. Comece afinando as cordas pela mais grossa (E) e repita a operação nas outras cordas de cima para baixo. Use um bom afinador, como nosso modelo AMT-530 que também é metrônomo.
Outra alternativa que recomendamos é o modelo AC-05 que tem 2 funções: afinador e capotraste. No entanto, lembre-se que ao usar esse modelo fora do Headstock (em uma das casas da escala), você estará afinando as cordas em outros semi-tons.
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Ajustando a altura das cordas E se acontecer que as cordas, depois de trocadas ficaram muito altas ou desconfortáveis para seu jeito de tocar? Na próxima troca, aproveite para fazer um procedimento bem simples de ajuste dessa altura, seguindo as fotos a seguir. Mas no violão, tanto nos modelos Aço quanto Nylon, deveremos ajustar a altura do rastilho (que fica inserido no cavalete) e na pestana (que fica no Headstock). Embora seja um procedimento de lixamento simples e que você pode e deve fazer, desde que sinta confiança na sua destreza manual. Caso tenha dúvidas ou até mesmo medo de danificar o violão, não faça esse ajuste. Recomendamos, neste caso, que você procure um bom luthier para este e outros reparos mais delicados.
O que usar?
Lixa para madeira (150 a 300 de gramatura)
Como fazer:
Você vai se surpreender como um procedimento tão simples de lixar a base do rastilho e da pestana, consegue melhorar a tocabilidade do violão.
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Porém, existe um limite para esse procedimento: se as cordas ficarem muito baixas, poderão causar trastejamento. Assim, é muito melhor deixálas um pouco mais altas que os trastes para evitar este tipo de problema. Não existe regra para este ajuste: você deve começar lixando o rastilho e às vezes a pestana também, checando regularmente a altura das cordas até chegar no ponto mais confortável para você tocar. Claro que esta avaliação vai depender de pessoa para pessoa e por isso, tanto o rastilho quanto a pestana devem ser lixados aos poucos e com cuidado. Escolha uma superfície plana para colocar a lixa e depois execute o procedimento. Se você não apoiar em uma superfície plana, é bem possível que promoverá um lixamento desnivelado no fundo do rastilho ou da pestana. I
Retire com cuidado o rastilho do Cavalete do violão.
Vá lixando a base, mantendo o rastilho na posição horizontal.
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Retire com cuidado a pestana do Headstock do violão.
Vá lixando a base e, se preciso, ajuste as laterais verticalmente.
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O tensor e as tarraxas não são fantasmas assustadores. Pelo contrário, pequenos ajustes são muito fáceis de fazer e você mesmo pode executá-los.
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Regulagem do tensor O que usar?
Chave sextavada tipo Allen (em Milímetros ou Polegada) Régua metálica
Como fazer: Como já vimos, os violões tipo nylon não possuem tensor do braço como os modelos de aço. Neste último caso, o procedimento de regulagem é semelhante ao descrito nos nossos e- books “A Saúde da Guitarra” e “Só para Baixistas”. Em outras palavras, muito simples.
A única função do tensor é compensar a Tração exercida pelas cordas no braço do instrumento. O tensor nada mais é que uma haste metálica instalada dentro do braço do violão ocupando desde a junção com o corpo do instrumento até o Headstock. Para regular o tensor do violão, basta localizar o parafuso de regulagem, mostrado na página 5 e que fica localizado perto da “boca” e na base da escala do braço.
Use uma chave Allen para realizar o aperto, testando o encaixe da chave no tensor em Milímetros ou Polegadas. Lembre-se de girar a chave ¼ de volta por vez. Alertamos que você poderá escutar um estalo ao girar a chave. Fique calmo, porque não danificou nem quebrou o tensor. Isso acontece porque depois de algum tempo parado, as fibras da madeira do braço se ajustaram a uma altura e o movimento de apertar ou desapertar o tensor, mudou a altura antiga para a nova, mais confortável de tocar. Coloque a régua no centro da escala, em cima dos trastes e comece o ajuste do tensor delicadamente, girando aos poucos, aproximadamente ¼ de volta completa, por vez até o encordoamento ficar o mais próximo possível da régua. Não há problema algum, se você observar que depois do ajuste ainda restar uma leve curvatura côncava no braço. Após ajustar, afine novamente as cordas. Importante: ao girar a chave no sentido horário (no sentido dos ponteiros do relógio), você estará apertando o tensor. No sentido anti-horário, você estará afrouxando o tensor. http://blog.santoangelo.com.br/
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Regulagem das tarraxas O que usar?
Desingripante tipo WD-40
Como fazer: Tarraxas são engrenagens e os modelos mais comuns para violões tipo Nylon apresentam os mecanismos sem proteção metálica. Isso não acontece nos modelos Violão Aço, que utilizam, geralmente, tarraxas blindadas. Dessa forma, as tarraxas abertas acumulam pó e sujeira entre as engrenagens e podem engripar com o tempo. Se as tarraxas do seu violão estiverem “muito duras” ou difíceis de girar,
limpe-as cuidadosamente e aplique um jato de WD-40 para deixa-las em condições manuais de uso.
Se não resolver, assim como eventuais tarraxas “muito duras” nos Violões de Aço, você terá que substitui-las por outras novas. Essa operação também é muito simples e com uma simples chave de fenda você conseguirá executá-la. Mas lembre-se: compre tarraxas de boa procedência e marca com garantia para não refazer esse trabalho brevemente outra vez. http://blog.santoangelo.com.br/
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Se você mantém o violão limo sempre que acaba de tocar, certamente não precisa ler esse capítulo. Mas se não tem esse costume, então boa leitura.
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Limpeza geral O que usar?
Produto específico para escalas escuras a base de extrato de limão
Produto específico para limpeza de madeira Fita crepe Esponja grossa de plástico para limpeza geral Flanela ou pedaço de camiseta velha de algodão (aproveite para comprar os novos modelos de camiseta SANTO ANGELO)
Como fazer: Após concluir todos os ajustes que recomendamos, você deve limpar ou até mesmo fazer um breve polimento do corpo do violão com produtos comercializados em lojas de instrumentos musicais ou, se preferir, na loja online da SANTO ANGELO . Vale a pena lembrar também que quando a escala do braço é envernizada pode-se usar o mesmo produto de limpeza do corpo do instrumento. Se não for envernizada ou para escalas de madeiras escuras, utilize produtos à base de extrato de limão para hidratação e limpeza. Se você acabou de ler nosso conselho na página 7 e retirou as cordas velhas, verifique se a escala está com muita sujeira encrustada. Se o violão estiver parado há muito tempo, como o exemplo abaixo, provavelmente precisará raspar essas camadas com um estilete até chegar na madeira.
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Feito isso, coloque pedaços de fita crepe nas casas da escala, deixando apenas os trastes de fora, conforme a foto abaixo.
Esfregue levemente a esponja nos trastes para tirar o grosso da sujeira.
Repita a operação até que o aspecto geral fique assim:
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Em seguida, hidrate as casas com o produto a base de extrato de limão:
Após limpar e hidratar a escala, verifique o estado geral do corpo do violão e do Headstock. Geralmente, você vai encontrar áreas sem brilho, riscadas e até manchadas. Com uma boa limpeza, utilizando flanelas limpas e secas, você consegue regularizar e preparar para aplicação de produtos que recuperarão o brilho do violão original de fábrica.
Entretanto, devido a construção mais delicada desse tipo de instrumento musical, as marcas do tempo podem ser mais sérias, como riscos mais profundos ou até áreas lascadas. Temos duas notícias nesse caso. A má é que algumas não tem conserto e poderão até serem disfarçadas. A boa notícia é que quanto mais velho for o violão, mais as fibras das madeiras utilizadas na sua construção estarão acomodadas, resultando timbres muito especiais. Portanto, tenha orgulho do seu instrumento musical, independente das marcas do tempo. http://blog.santoangelo.com.br/
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Disfarçando as marcas do tempo O que usar?
Caneta para cobertura de riscos
Como fazer: Para violões com tampos na cor preta, experimente usar uma caneta de tinta permanente da mesma cor para disfarçar as marcas do tempo. Este “truque” também pode ser usado em violões com tampos de outras
cores, entretanto fique atento às canetas vendidas para marceneiros fazerem as coberturas de riscos em móveis. Geralmente são muito caras, e podem não valer a pena se você tiver orgulho do seu instrumento musical, mesmo com várias marcas do tempo. No entanto, se quiser executar esse procedimento, provavelmente o aspecto geral após a cobertura ficará como as fotos abaixo:
Que tal agora você “tunar” o seu instrumento colocando itens mais
modernos e que vão valorizá-lo? Gostou da ideia? Então siga para o próximo capítulo.
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Os modelos mais atuais de violão trazem embutidos pré-amplificadores e equalizadores, possibilitando transmissão de sinal por cabo direto para o amplificador. Que tal fazer o mesmo com o seu violão antigo?
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Certamente você já se perguntou se vale a pena amplificar um violão. Nossa resposta é: depende! Primeiro reflita: qual o tipo do seu violão? Cordas de aço? Cordas de Nylon? Para que você o utiliza? Tem um timbre legal que te agrada? Se, sua conclusão for “sim: eu quero amplificar meu violão” iremos dar mais um passo na reflexão, calculando quanto dinheiro pode ser disponibilizado para amplificar este violão ao invés de comprar um outro já amplificado. Não se esqueça que nesse valor, deve estar incluso o custo do trabalho de um bom luthier. Para conhecer ou até mesmo verificar como se faz a amplificação de um violão, demonstraremos a seguir um passo-a-passo do procedimento. Caso você se sinta confiante para realiza-lo por si mesmo, certamente as informações a seguir ser-lhe-ão muito úteis. Caso contrario, procure um bom luthier para realizar esta tarefa para você. Na teoria, qualquer tipo de violão pode ser amplificado por um sistema simples com apenas um captador que pode ser colocado no tampo superior ou dentro do violão. Existem também outros sistemas mais complexos que necessitarão de uma bateria de 9V para alimenta-los. Normalmente quando um violão é amplificado dizemos que ele é elétrico (ou eletroacústico). Isso se refere a capacidade de transferir a vibração das cordas para uma caixa amplificada ou um amplificador. Como já mencionado, existem vários modelos de violões disponíveis hoje em qualquer loja de instrumentos musicais que já vem com equalizador e préamplificador de fábrica. Neste caso, são muito mais caros que os modelos acústicos e nem sempre os acessórios são da qualidade que desejamos. Existem basicamente dois sistemas para amplificarmos os violões. O mais simples é colocar um captador no rastilho do violão, conhecido como Sistema Passivo, ligado diretamente a uma saída de Jack para plug P10. As figuras abaixo ilustram alguns modelos de captação simples, lembrando que existem outros fabricantes oferecendo produtos similares.
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O outro sistema conhecido e mais desejado são os ativos, assim chamados por possuírem uma bateria de 9V que alimenta o sistema eletrônico. Esses captadores são melhores e já trazem, na maioria das vezes, acoplado um equalizador, também chamado de pré-amplificador, pois permite regular o som sem precisar ajustar o equipamento maior de amplificação usado. Os equalizadores possuem ajustes de bandas com Graves, Médios e Agudos, além do desejado ajuste de presença. Muitos desses acessórios também possuem um Afinador embutido, tornando-o muito prático, tanto para os músicos profissionais como para os amadores. Esses afinadores podem ser apenas de luzes indicadoras ou incluir uma mini tela de LCD.
Lembre-se que quanto maior o nível de complexidade destes Sistemas Ativos, maior será o custo no seu orçamento para adquiri-los, tudo bem?
Se esse custo não for problema, tente encontrar modelos mais modernos que também incluem os efeitos, tais como Chorus, Reverb, entre outros, sem contar que podem apresentar, além de saídas para plug P10, uma outra saída XLR balanceada para gravações em linha. http://blog.santoangelo.com.br/
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Amplificando o violão Após esta breve introdução, vamos iniciar o procedimento, lembrando sempre que você deve procurar faze-lo em um lugar limpo, tranquilo e com espaço adequado. De preferencia longe da presença de crianças e sempre com boas ferramentas para evitar eventuais acidentes pessoais ou, pior ainda, danificar seu instrumento musical.
O que usar?
Furadeira elétrica com dois tipos de brocas Fita crepe Régua milimétrica de metal Serra Manual Chave tipo Philips
Como fazer: Escolha o pré-amplificador, de acordo com seu orçamento, a ser utilizado. Quanto ao local de instalação do acessório, podemos considera-lo padrão, conforme pode ser visto nos modelos de violão amplificado originais de fábrica, na lateral superior praticamente, a frente do músico quando estiver tocando. Na figura abaixo mostra a posição certa ainda sem o acessório instalado.
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Devemos medir cuidadosamente as dimensões do acessório escolhido para que o corte não fique maior que o necessário.
Geralmente os acessórios apresentam curvatura específica, e para não recortamos no local errado, preste muita atenção nos próximos passos para a marcação correta da furação. Percorra a lateral superior do instrumento para observar onde a curvatura do violão “casa” com a curvatura do acessório. No nosso caso, com violão e acessório provavelmente muito diferentes daquele que você tem, encontramos essa posição para instalarmos.
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Marque com pedaços de fita crepe, o começo e o fim da região a ser embutida no corpo do violão. Note que as bordas do acessório ficarão de fora dessa região, servindo para fixação.
É importante encontrar o ponto central na lateral do corpo do violão para que o corte a ser feito fique equidistante das bordas.
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Em seguida, aplique as medidas do acessório, feitas na página 27, utilizando dois pedaços de fita crepe como marcadores. A figura abaixo mostra como vai ficar a área a ser furada. Confira todas as medidas antes de iniciar as furações e corte da madeira.
Estamos prontos para iniciar o corte na madeira. Uma serra elétrica com mini discos de corte também pode ser utilizada em vez da furadeira, se já tiver essa ferramenta disponível. Não se esqueça de usar óculos de proteção contra eventuais acidentes com os olhos. Se usar uma furadeira, faça vários furos em linha para serem unidos, nos cantos diagonais, determinando um espaço para a introdução da serra manual.
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Com a serra manual, siga as marcações da fita crepe até que o resultado final fique parecido com as fotos abaixo:
O próximo passo é a instalação do Jack na lateral inferior do violão. Repare que nos modelos originais de fábrica, essa posição está na diagonal oposta daquela que você abriu para instalar o equalizador. O procedimento é o mesmo: utilizando um pedaço de fita crepe na posição escolhida e medindo o ponto central da lateral do violão. A fita crepe é importante também para não deixar escorregar a broca da furadeira e danificar o verniz de acabamento. Marque o ponto central com a ponta de uma chave Philips para guiar a broca da furadeira, sempre lembrando que a broca deve ser especial para madeira, estar bem afiada e ter um diâmetro correspondente ao tamanho do Jack.
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Se preferir, você pode fazer essa furação em várias etapas, utilizando brocas de vários diâmetros até chegar naquela medida do Jack. Comece a instalação do equalizador, introduzindo pela parte serrada na lateral superior do violão, o Jack e o respectivo cabo de ligação. Certifiquese primeiro que as soldas estão bem feitas e não existe mal contato. Com uma das mãos passando pela boca do violão leve o Jack até o furo e o prenda com a respectiva porca de fixação.
Com o Jack devidamente preso, coloque o acessório no rasgo feito e faça os quatro furos para afixa-lo, utilizando o próprio acessório como guia da broca, conforme mostrado na foto abaixo:
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O próximo passo é a preparação do captador que ficará abaixo do rastilho do violão. Faça um pequeno furo perto do rastilho e passe o cabo.
Posicione o captador no rastilho e conecte a outra ponta do cabo no acessório de equalização e/ou pré-amplificação, através do conector tipo P2 Mono. Lembramos ainda que você deve sempre consultar o manual do fabricante desses acessórios, porque a instalação pode variar de um modelo para o outro.
Nas fotos abaixo, como era antes e depois da nossa instalação.
Agora é afinar (página 12) o seu instrumento e se divertir! http://blog.santoangelo.com.br/
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Talvez algum arqueiro do período Mesolítico, cansado de esperar pela caça, tenha gostado de vibrar a corda do seu arco com a ponta da flecha. Ele não percebeu, mas tinha inventado o primeiro instrumento musical de corda.
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Instrumentos de Cordas A Teoria das Ondas Estacionárias é o que define os Instrumentos de cordas, ou seja, quando tocadas, as cordas emitem ondas sonoras que se propagam por todo o corpo de madeira e formato do instrumento musical escolhido, resultando em vibrações e timbres bem característicos. Este processo não ocorre somente nos violões, mas também no piano que, neste caso, as cordas não chegam a ser tocadas com as mãos. Ao se apertar uma tecla, todo um mecanismo é acionado e cuja última peça, uma espécie de martelo revestido de feltro, toca a corda. Vibrando dentro de uma caixa de Ressonância, teremos o som típico do piano. Assim, dentre os instrumentos de cordas existem diferentes maneiras de como acionar o encordoamento, mas no entanto, todas as cordas sempre têm as suas extremidades fixas.
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Em Algum Lugar no Passado Ainda hoje não sabemos exatamente qual foi o primeiro instrumento de cordas desenvolvido no mundo, mas provavelmente tenha sido um Cordofone, ou um Monocórdio, constituído por apenas uma corda esticada e presa nas extremidades ao longo de um objeto ressoante.
Talvez algum arqueiro do período Mesolítico (10.000 A.C. a 5.000 A.C.), cansado de esperar pela caça, tenha vibrado a corda do seu arco com a ponta da flecha e gostado do som produzido, inventando o primeiro instrumento musical de corda. Se isto aconteceu, a invenção foi dupla porque a ponta de flecha foi também a primeira palheta.
Na sua "História Universal da Música", Roland de Candé nos propõe a seguinte sequência aproximada de eventos na criação dos Sons e Timbres através de instrumentos musicais:
Antropoides do Terciário – Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.
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Hominídeos do Paleolítico Inferior Gritos e imitação de sons da Natureza.
Paleolítico Médio – Desenvolvimento do controle de altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para imitar os sons da Natureza, ao mesmo tempo que se desenvolvia a linguagem falada e o Canto.
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Entre 40.000 a 9.000 a.C, aproximadamente, houve a criação de instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: Xilofones, Litofones, Tambores de tronco e Flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na pintura rupestre de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida por volta de 10.000 a.C.
Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de Membranofones e Cordofones, após o desenvolvimento das primeiras ferramentas. Logo em seguida, surgiram os instrumentos sujeitos a afinação, ou afináveis.
Aqui fazemos uma pausa no tempo para explicar que Cordofones podem ser simples e compostos. Os Simples são os instrumentos sem caixa de ressonância, cujas cordas podem ser manipuladas de várias formas: dedilhadas, percutidas, ou com o auxílio de um arco. Exemplos: Berimbau, harpas, liras e Cítaras. Já os Cordofones Compostos são aqueles que possuem uma caixa de ressonância, ou caixa acústica, compondo o instrumento, tais como os Violinos, violões e harpa orquestral. Já as guitarras e baixos elétricos, embora tenham corpo sólido, também estão inseridos nessa classificação devido à: forma de execução, a possibilidade de variar o comprimento ou tensão das cordas, existência de trastes e mecanismos de abafamento das cordas.
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A Saúde do Violão
Cerca de 5.000 a.C – Com o desenvolvimento da Metalurgia, surgiram os instrumentos de Cobre e Bronze, permitindo a criação de timbres mais sofisticados. A fixação da população em aldeias, com o desenvolvimento da economia e da agricultura mais produtiva facilitaram o surgimento dos primeiros músicos com sistemas próprios de Escalas e Harmonias de acordo com cada região ou países.
Na Grécia, um dos instrumentos de corda mais usado era a chamada “K hetara Grega”, que sob o domínio do Império Romano passou a ser chamada de “Cítara Romana”. Era também conhecida como “Fidícula” e teria chegado à Península Ibérica por volta do século I d.C. com as legiões romanas. Este instrumento tinha um formato parecido com a “lira” e, posteriormente sofreu as seguintes transformações. Os braços dispostos da forma de lira foram se unindo, formando uma caixa de ressonância, a qual foi acrescentando mais um braço de três cravelhas e três cordas. A esse braço foram feitas divisões transversais (trastes) para que se pudesse obter várias notas em uma mesma corda. E, por fim, esse instrumento começou a ser tocado na posição horizontal, criando assim as principais futuras características do violão moderno. http://blog.santoangelo.com.br/
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A Saúde do Violão
Outros estudiosos acreditam que o violão seria derivado do antigo alaúde árabe que foi levado para a península Ibérica através das invasões muçulmanas, sob o comando de Tariz.
Os mouros do Maghreb penetraram na Espanha e conseguiram vencer o rei visigodo Rodrigo, na Batalha de Guadalete. A conquista da península se deu entre 711-718, sendo formado um emirado subordinado ao califado de Bagdá. Desta forma, o alaúde árabe, que penetrou na península através dessas invasões, foi um instrumento que se adaptou perfeitamente às atividades da corte.
Acredita-se que desde o século VIII, tanto o instrumento de origem grega como o alaúde árabe, conviveram mutuamente na Espanha. Isso se pode comprovar pelas descrições feitas no século XIII, por Afonso, o sábio, rei de Castela e Leão (1221-1284), que era também um trovador, escrevendo célebres cantigas através das ilustrações descritas nas cantigas de Santa Maria. Mais tarde, surgiu a “guitarra moura” derivada do alaúde árabe. Este instrumento tinha o formato oval, com desenhos e incrustações árabes, além de três pares de cordas. Era tocado com um plectro (palheta) e emitia um som ruidoso. Da mesma forma, surgiu a “guitarra latina” derivada da Khetara grega. Ela tinha o formato de oito com incrustações laterais, o fundo era plano e possuía quatro pares de cordas. Tocado com os dedos, emitia um som mais suave. Isso mostra claramente as origens bem distintas dos instrumentos, uma árabe e outra grega, que coexistiram nessa época na Espanha. Portanto, a origem e a evolução do violão estiveram intimamente ligadas à Espanha e a sua história. Até o fim do século XV, o reino espanhol permaneceu isolado do resto da Europa devido à ocupação pelos mouros (desde 711 D.C.), que só terminou com a sua expulsão em 1492. Com a união das coroas dos países Baixos e da Espanha com Carlos V, originou-se o intercâmbio entre músicos espanhóis e flamengos. E, a partir de 1500 encontramos uma escola de compositores espanhóis que baseavam suas http://blog.santoangelo.com.br/
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A Saúde do Violão
obras nas ideias dos holandeses. Outra característica que marcou este período foi a ascensão da música instrumental, apesar de uma música poder ser tocada por várias formações instrumentais diferenciadas. Os instrumentos mais comuns eram o alaúde, a vihuela, a guitarra, as violas, a flauta doce e os vários instrumentos de teclado. Se você quiser saber mais, leia o site www.violaomandriao.mus.br de onde várias dessas informações foram retiradas. Os trechos a seguir também são da mesma fonte. Voltando à evolução do instrumento, ao final do século XVI o violão adquiriu mais um par de cordas e tornou-se um instrumento de muito sucesso na corte, expandindo-se pelos reinos da Itália e Inglaterra. Posteriormente popularizou-se por toda a Europa.
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A Saúde do Violão
Durante o século XVIII a Música Europeia vivenciou seu mais famoso período clássico, com compositores geniais como Bach, Haendel e Mozart. Nenhum deles, no entanto, compôs para o Violão. Por esta razão esta fase é conhecida como um momento de grande decadência para o instrumento, que duraria quase um século. A única evolução digna de nota do período foi a adição da sexta corda. Porém, no século XIX, não apenas o violão, mas toda a música instrumental viveu um momento de grande popularidade por conta do período romântico. Por sua portabilidade e a execução relativamente fácil do seu repertório, o violão tornou-se então o instrumento dos boêmios e dos amadores em contraparte ao piano, preferido pelos virtuoses e eruditos. Foi nessa época que surgiram os primeiros grandes compositores que se notabilizaram por escrever para violão, como Mauro Giuliani, Fernando Sor e Napoleão Coste. Vivenciando mais um período decadente na alvorada do século XX, o violão era extremamente mal visto no mundo da música, restrito apenas às tavernas e esquinas. Seu súbito ganho de importância deveu-se praticamente apenas a um único homem, o espanhol Andrès Segóvia. Com seu virtuosismo, Segóvia não apenas adaptou peças de grandes compositores do período romântico para o violão como também inspirou os compositores de sua própria época a comporem para o instrumento. Destacam-se aí os prelúdios compostos pelo brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Andrès Segóvia
Heitor Villa-Lobos
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A Saúde do Violão
O Violão de 7 Cordas Ao renomado violonista e compositor Napoleon Coste (1805 – 1883), citado no capítulo anterior, ressaltamos ser ele o responsável por projetar, em conjunto com o Luthier Lacote um modelo de violão que dispunha de uma corda suplementar. Denominado de heptacorde, esse instrumento tinha a corda extra suspensa, não passando pelo braço do instrumento. Assim, não podia ser pressionada pela mão esquerda. Essa corda era afinada de acordo com a tonalidade da peça a ser executada e podia variar entre o SIb e o MIb , sendo o DO e o RE as tonalidades mais usadas. O violão de 7 cordas foi usado na Rússia do século XIX, principalmente na música popular. Criado em molde similar ao violão moderno, tinha sua afinação em ‘Sol maior aberto’ (7Ré, 6-Sol, 5-Si, 4-Ré, 3-Sol, 2-Si, 1-Ré). Seu uso era tão difundido, a ponto das plateias russas estranharem o fato do violonista Fernando Sor empregar, em apresentações realizadas pelo país, um violão que contasse com “uma corda a menos”.
Quadro “O Guitarrista” de V. A. Tropinin (sec. XIX), atualmente exposto no Museu Tretiakov de Moscou.
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O Violão 7 Cordas Brasileiro O violão de 7 cordas genuinamente brasileiro assume uma posição fundamental na história da música urbana do Brasil no século XX. Comumente, hoje, o termo 7 cordas ou baixaria, traduz uma forma de se tocar o Choro, uma maneira de acompanhamento que, em muito, lembra o baixo contínuo da Música Barroca. Não existe um consenso quanto ao surgimento deste instrumento em nossa música, mas é fato que ele tornou-se imprescindível para o Samba e o Choro, e hoje já deparamos com o 7 cordas em grupos de Jazz e formações Camerísticas. Esse instrumento musical surgiu da necessidade de acompanhamento contrapontístico na região grave, como o faziam o Ofcleide, o Bombardino e a Tuba nas bandas e fanfarras do século XIX. O que se tem de registro é que os primeiros a introduzirem o instrumento no Choro foram China (Otávio Littleton da Rocha Vianna 1888-1927, irmão de Pixinguinha) e Tute (Arthur de Souza Nascimento 1886 -1957). Quanto à essa origem controversa, alguns textos apontam que a ideia do uso do violão com uma corda extra foi trazida da Europa a partir das viagens que China fez com os 8 Batutas. Outros textos associam o surgimento do instrumento no Brasil ao fato de existir, no início do século passado, no centro do Rio uma pequena comunidade de ciganos russos, que interagia com a Pequena África, comunidade de negros e nordestinos fixada na região da Praça Onze. Esses ciganos frequentavam as famosas rodas na casa da matriarca baiana Tia Ciata. Tute teria visto o exótico instrumento com um desses ciganos russos e encomendou uma cópia a um luthier local. Desde seu aparecimento no Brasil até os dias atuais, o violão de 7 cordas sofreu inúmeras transformações. O precário sistema de amplificação da primeira metade do século passado é a principal razão para o uso da "dedeira", que ajuda muito na projeção sonora das baixarias. Como a sétima corda era geralmente adaptada, a escolha da afinação em DÓ está http://blog.santoangelo.com.br/
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diretamente ligada ao fato de que a tensão das cordas usadas na época não suportava afinações em SI e LA, conforme encontramos atualmente, devido ao trastejamento e ruídos. O uso de uma corda de Violoncelo Violo ncelo como a sétima deixa o som mais opaco, abafado, e foi adaptado por Dino Sete Cordas (Horondino Jose da Silva 1918 - 2006) provavelmente para equilibrar melhor a sonoridade dos fraseados, evitando o som estridente que tinham as cordas de aço da época. O formato que Dino deu ao violão era assim: a sétima corda era de violoncelo, as duas primeiras (MI e SI) eram de náilon e as demais de aço. Com centenas de discos gravados, o timbre criado por Dino passou a caracterizar "o" som do violão 7 cordas, e essa forma de uso das cordas é usado com frequência até hoje. Alguns autores chamam o violão de 7 cordas com essas características de típico, ou tradicional. Em 1981, Luiz Otávio Braga encomenda um violão de 7 cordas com as mesmas características do violão "clássico" com as cordas de náilon. Essa "invenção" veio, segundo ele, da necessidade de timbrar melhor seu violão com os demais instrumentos da Camerata Carioca de Radamés Gnattali. A partir desta mudança, eis que que um virtuoso aluno de de Dino, Raphael Baptista Rabello (1962 - 1995), passou a usar um violão nesse molde e o instrumento, que há décadas figurava como acompanhador, passava, em suas mãos à categoria de solista. Raphael é considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, sobretudo em sua especialidade, o violão de 7 cordas.
Dino Sete Cordas
Raphael Baptista Rabello
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O nome “Viola” já
aparece no poema de Alexandre, do século XIII, como instrumento musical de trovador.
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A História da Viola Em 1350, aproximadamente, os instrumentos musicais de quatro pares de cordas, chamados Guitarra Latina ou Guitarra Renascentista, (dessa última derivara a Guitarra Barroca, com cinco pares de cordas e a Vihuela, com seis pares de cordas) foram introduzidos em Portugal com o nome de Viola, palavra aportuguesada de Vihuela. Rossini Tavares de Lima, no seu livro “Moda de Viola – Poesia de circunstância ” , oferece-nos importantes subsídios para compreender a história da Viola, de onde destacamos o trecho: “O nome V iola já aparece no poema de Alexandre, do século XIII, como instrumento musical de trovador.” A origem da Viola brasileira, entretanto, relaciona-se diretamente a outro instrumento difundido na Península Ibérica, a Viela ou Viola de mão, típica da segunda trintena do século XVI. A Viola possuía, então, seis cordas, ou seis ordens de cordas, porque eram duplas, chamadas primeira, segunda, terceira, quarta, quinta e sexta. A afinação natural era SOL3, RÉ3, FÁ2, DÓ2 e SOL1. Suas características eram de um instrumento aristocrático e a execução exigia muita perícia. Por isso, talvez, houvesse perdido terreno para a guitarra ou violão. Registra Eduardo Torner , no prefácio da Colleccíon de Vihuelistas Espanõles del Siglo XVI , que haviam Violas de diferentes formatos; esclarecendo ainda que era impossível executar na guitarra, pelo pequeno número de cordas, as composições polifônicas a quatro e cinco vozes, escritas para Viola.
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Semelhante à Viola brasileira é o instrumento intitulado cythara hispânica, cuja figura (à esquerda) se encontra no livro Musurgia Universalis , publicado pelo jesuíta Atanasio Kircher , em Roma, em 1650. Tinha cinco cordas duplas, dez cravelhas e sua forma foi mantida até o final do século XVII. Depois passou a ter onze cordas e doze cravelhas, com duas ordens de cordas triplas. Em Portugal, esse instrumento era chamado de Viola. Entretanto, desde o século XV, a Viola era um instrumento bastante conhecido em terras portuguesas. Em 1459 os procuradores dos Concelhos* queixavam-se delas às cortes de Lisboa, dizendo “ ajuntamse dez homens e levam uma Viola, e enquanto tangem e cantam, os outros escalam as casas e roubam os homens de suas fazendas ”. El-Rei então, determinou que “se alguém fosse achado com Viola pela cidade, vila ou lugar, depois das nove da noite até o amanhecer, desde que não houvesse festas, fosse preso e perdesse a viola, as armas e vestidos”. Trazida pelos portugueses (à direita, a Viola Braguesa), a Viola difundiu-se principalmente através dos jesuítas, que as usavam em suas catequeses, cuja pedagogia utilizava muita música e dança nas missas, onde a Viola era utilizada durante o coro e nas músicas sacras cantadas pelos índios.
Dessa prática, reforçando e adaptando danças como a Catira e o Cateretê, surgiu o uso constante da Viola nas festas religiosas, como a de Santa Cruz, de São Gonçalo, de São João e posteriormente, nas Folias de Reis. Espalhada pelo tropeiro através dos caminhos, sertão adentro, nos pousos e ranchos, embriões de futuras vilas e cidades, a Viola foi adotada pelo Caipira, o homem do mato, que a construía e tocava rudimentarmente, a fim de distraí-lo na solidão dos grotões. *Concelho: Em Portugal, designa a subdivisão do distrito administrativo composta de uma ou mais freguesias. No Brasil, equivale aos Municípios.
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Nos séculos seguintes, ela se transformou na Viola Caipira, que se tornou essencialmente rural. Com o advento do Violão, que por sua maior identificação com a população, posto que continha um método de aprendizado, formou a dupla de instrumentos urbanos, enriquecendo os saraus e serenatas que se tornaram tradicionais. Entretanto, a Viola continuava popular no interior, com seu método de ensino passado de pai pra filho e, por isso, fortalecendo a tradição cultural do interior do Brasil, mantendo, portanto, a Viola sempre identificada com o meio rural, com a roça, com os caipiras e capiaus, principalmente nas regiões rurais de São Paulo e Minas Gerais. Nas festas juninas e nas quermesses, a Viola fincava presença como principal instrumento musical de animação, tendo, sobretudo, na Folia de Reis o seu maior baluarte e mecanismo de divulgação. No Nordeste a Viola é conhecida como Viola Sertaneja e seus usos mais comuns estão nos Repentes e Emboladas (desafios em poesia), com afinação e formato bem semelhantes a do Violão. Para não alongarmos demais a história da evolução da Viola no Brasil, destacamos cinco tipos distintos desse instrumento: a paulista, a goiana, a cuiabana, a angrense e a nordestina. Essas informações foram retiradas do site “Clube Amigos da Viola” cuja leitura recomendamos a todos que desejarem se aprofundar na história da Viola. Mas as lendas ainda não acabaram.
“ O VIOLEIRO” de Almeida Junior.
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A Saúde do Violão
Quem diria que, entre os mitos que envolvem a Viola Caipira, naquele site encontraríamos uma variante do filme “CrossRoads” que conta a lenda da venda da alma de Robert Johnson ao Diabo? Leia esse trecho: “Há histórias, também, que contam que o Diabo pode ensinar o interessado a tocar Viola. Recolhemos uma destas em Cabelo Gordo, município de São Sebastião/SP, da boca de João Alfaia. Segundo narrava, o tocador que não sabe tocar direito espera chegar a Sexta feira da Paixão. Nesse dia, compra uma Viola que ainda não foi usada. A seguir, a encordoa e a coloca em uma encruzilhada, permanecendo nas proximidades.
Lá pela meia noite, “ um homem” aproxima-se do instrumento, toma-o nas mãos e afina-o, deixando que nem um sino, dizia João Alfaia. Toca e canta, então, toda espécie de música e vendo ali o candidato a violeiro arremete-se contra ele. Há uma briga feia, que o violeiro deve suportar com valentia e heroísmo. Afinal, antes do galo cantar pela primeira vez, “ o homem” , que não é outro senão o próprio diabo, larga a Viola e vaise embora. E o violeiro que tocava mal-e-mal transforma-se em um dos melhores folgazões da região, um instrumentista de primeira, pois aprendeu a tocar com o Diabo”.
Robert Johnson
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Mas é no Minho, região a noroeste de Portugal, particularmente na zona de Braga e Guimarães que, acompanhando sozinho o canto ou em conjunto com outros instrumentos de corda ou de percussão, que o Cavaquinho encontrou um lugar de relevo.
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A História do Cavaquinho Como já vimos, desde a conquista pelos mouros da península ibérica, entre 711-718, os cordofones, de onde o alaúde se origina, encontraram um terreno fértil para evoluir em suas diferentes configurações, segundo os costumes, tradições, culturas e disponibilidade de madeiras ou outros materiais de cada região. Mas é no Minho, região a noroeste de Portugal, particularmente na zona de Braga e Guimarães que, acompanhando sozinho o canto ou em conjunto com outros instrumentos de corda (viola braguesa e, mais recentemente, violão) ou de percussão (tambores, ferrinhos, às vezes reque-reque), o Cavaquinho encontrou um lugar de relevo. Ernesto Veiga de Oliveira registra, em seu livro “Instrumentos Musicais Populares Portugueses” que “não há ainda muitas dezenas de anos (escrevia na década de 60 do século XX), rara era a casa rural do Concelho (Vide nota de rodapé na página 53) de Guimarães onde ele não existisse e não fosse tocado”.
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Integrado em Rusgas (nome dado aos conjuntos instrumentais também chamados tocatas, festadas, rondas, estúrdias, súcias), o Cavaquinho era indispensável em danças de terreiro e romarias, desgarradas ou desafios. Geralmente tocado de rasgado, com a mão direita (para os destros, claro) em movimento quase frenético; o braço raso ao tampo e as cordas metálicas do Cavaquinho permitiam que essa forma de tocar soltasse sons conformes à alegria do tipo de música, casando com o timbre agudo das cantadeiras minhotas. Essa característica única relativamente a todas as formas que este instrumento permite, vai se repetir em outros lugares, conjugando ritmo, melodia e harmonia. Com 12 trastes na forma original, o Cavaquinho tem uma afinação própria da cidade de Braga que é RÉ-LÁ-SI-MI. No entanto, as suas quatro cordas de tripa ou de metal, são também afinadas em RÉ-SI-SOL-SOL, MIDÓ#-LÁ-LÁ, MI-RÉ-SI-SOL, RÉ-SI-SOL-RÉ ou, mais raramente, em MI-SISOL-RÉ conforme o país onde é utilizado e de acordo com os costumes etnográficos de cada região portuguesa. A expansão marítima europeia, verificada a partir do século XV, e motivada pela crise que a Europa viveu generalizadamente no século anterior, e não apenas pelo valente gênio português, embora dirigida pelos estados ibéricos, levou longe o pequeno instrumento. E nas caravelas portuguesas ele, que cabe num bolso grande do capote de um marinheiro ou de um colono aventureiro, chega a distantes cantos do globo onde ainda hoje permanece, assumindo em alguns deles, para além de caráter emblemático, uma assinalável força de renovação musical. Para quem quiser saber mais sobre a história desse instrumento e os demais países onde ele se desenvolveu, outras informações podem ser encontradas no site “Cavaquinhos”. Recomendamos a leitura e evolução do Cavaquinho em terras havaianas, resultando no Ukelele.
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A Saúde do Violão
Como vimos, os emigrantes portugueses trouxeram-nos o Cavaquinho, que era tocado desde os tempos do Brasil colonial, participando ativamente da gênese do Lundu, considerado nosso primeiro gênero popular. O instrumento também participou de manifestações folclóricas como a Folia de Reis, Bumba-Meu-Boi, Pastoris, Chegança de Marujos. Mais tarde, o Cavaquinho desempenhou um papel chave no nascimento e desenvolvimento da música popular urbana a partir de meados do século XIX, tanto na linhagem instrumental que levou ao Choro e ao Samba. E foi no Samba que o Cavaquinho formou dupla inseparável com o pandeiro. Aliás, se tocarmos dois violões e pandeiro, os sons não se compactam. Só quando entra o Cavaquinho é que essa base, tão usual na música brasileira, passa a funcionar satisfatoriamente. Com o surgimento do Samba na década de 1910, o Cavaquinho se consagrou, tornando-se um instrumento indispensável, tanto nos desfiles das escolas de samba, quanto na intimidade da criação de músicos como Nelson Alves (1895/1960), Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano 1908/1987) e Waldir Azevedo (1923/1980).
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Desejamos que as lições contidas nesse e-book “A Saúde do Violão , sirvam como base para todos os que pretenderem desbravar a história, o funcionamento, construção, conserto e melhorias desse instrumento maravilhoso por natureza. ”
Para o músico iniciante ou para aquele que ainda não tinha se dado conta da importância de se educar sobre as origens, regulagens e manutenção, é natural que nessa parte surja a necessidade de mais conhecimento ou aflorem outras dúvidas mais complexas. Se isso ocorrer, é um excelente sinal de que você quer avançar em busca do domínio integral do seu violão ou outro instrumento dele originado. Esperamos ter contribuído um pouco mais no desenvolvimento da sua jornada musical e o convidamos a nos acompanhar no blog ou nas redes sociais da SANTO ANGELO onde novos conhecimentos são adicionados todos os dias. Divirta-se e aproveite esse dom abençoado que é ser músico. DR. SANTO ANGELO
Equipe Técnica SMA Cabos e Sistemas Ltda.
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