Daniel B.
WALLACE
Gramática Grega Com índice Bíblico e Palavras Gregas
UMA DO
SINTAXE NOVO
EXEGÉTICA
TESTAMENTO
Daniel B.
WALLACE Digitalizado por: jolosa
G ram ática G rega: U m a Sin tax e E xeg ética do N ovo T estam ento D a n iel B. W aJlate Copyright © 1996 by D aniel B. W allace Zondervan P ublisbing H ouse G rand Rapids, M ichigan 49530 T ítulo em inglês: Greck Grammnr Beyond the Basics Tradução: R oque N ascim ento Albuquerque Revisão: M arcos Paulo Soares Supervisão de Produção: Edim ilson Lim a dos Santos Editoração e Capa: Edvaldo Cardoso M atos Prim eira edição em português: 2009 ISBN : 978-85-7414-023-0
O N ovo Testam ento Grego, ed itad o por B arbara A land, K urt Aland, J. K aravidopou los, Cario M. M artini, e B ruce M . M etzger. Q uarta Edição Revisada. © 1966, 1968, 1975, 1983, 1994 pela U nited Bible Societies. U sado com perm issão. N enhum a parte deste livro pode ser reproduzida, arm azenada em sistem a de processam ento de dados ou transm itida em qualquer form a ou por qualquer m eio - eletrônico, m ecânico, fotocópia, gravação ou qualquer outro - exceto para citações resum idas com o propósito de rever ou comentar, sem prévia autorização dos Editores.
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela: EDITO RA BATISTA R EG U LA R D O BRA SIL Rua K ansas, 770 - Brooklin - CEP 04558-002 - São Paulo - SP Telefone: (011) 5561-3239 - Site: w w w .editorabatistaregular.com .br
Dois homens em particular tem im pulsionado em meu amor pelo Novo Testamento Grego, ambos por sua erudição e por seu exemplo de graça e hum ildade cristãs. A eles dedico este livro:
Dr. Buist M. Fanning
e em memória de
Dr. Harry A. Sturz
Conteúdo Prefácio à Edição B rasileira............................................................................................................. ix P re fá cio ................................................................................................................................................... xi Lista de Ilu straçõ es........................................................................................................................xxiii A b reviações...............
xxvi
Introdução A Abordagem Desse L iv ro .......................................................................................................1 A Língua do Novo T estam ento........................................................................................... 12 SINTAXE Sintaxe de Palavras e Locuções Parte I: Sintaxe dos Nomes e Formas Nominais Os Casos Os Casos: Introdu ção.................................................................................. 31 Caso N om inativo..........................................................................................36 Caso V ocativo.................................................................................................65 Caso G en itivo .................................................................................................72 Caso D a tiv o
.......................................................................................... 137
Caso A cu sa tiv o ........................................................................................... 176 O Artigo ................................................................................................................. 206 Parte I: Origem, Função, Usos Regulares eA u sên cia................... 206 Parte II: Usos Especiais e o Não Uso do A rtig o
......................255
A d jetivos................................................................................................................. 291 P ronom es................................................................................................................ 315 P rep o siçõ es
.............................................................................................. 355
Parte II: Sintaxe de Verbos e Formas Verbais Pessoa e Número .................................................................................................390 Voz ..............
407
A tiv a ............................................................................................................... 410 M éd ia P assiv a
.................................................................................................... 414 ............................................................................................. 431
M o d o ........................................................................................................................ 442 In d icativ o .......................................................................................................448 Subjuntivo......................................................................................................461 Optativo ....................................................................................................... 480 Im p erativ o ....................................................................................................485
v iii
T e m p o ......................................................................................................................494 Os Tempos: In tro d u ção ........................................................................... 494 P rese n te..........................................................................................................513 Im p erfeito ..................................................................................................... 540 A o risto ............................................................................................................554 F u tu ro .............................................................................................................566 Perfeito e M ais que P erfeito....................................................................572 O In finitivo.............................................................................................................587 O P articíp io..................
612
Sintaxe das Orações Introdução às Orações G reg as........................................................................................... 656 O Papel das C o n ju nçõ es...................................................................................................... 666 Estudos Especiais nas Orações Sentenças C ond icionais.............................................................................................. 679 Orações Volicionais (Ordem e P roibições)...........................................................713 Sumário Sintático .............................................................................................................726 índice de Assuntos................................................——.—...—.....—.——....—.....—.....—.—- 765 índice de Palavras G regas............................................................................................... 788 índice Bíblico
.........795
Prefácio à Edição Brasileira Alexandre, o Grande, foi o primeiro a patrocinar uma gramática de grego para en sinar estrangeiros. Pouco depois, a gramática passou a ser o livro para ensinar os próprios gregos a sua língua. Elaborada, é claro, pelo prisma prático para que o na tivo de outra língua aprendesse o grego de forma rápida. Daí vem a origem da gra mática descritiva, coisa muito familiar a nós estudantes da língua grega. As gramá ticas descritivas não se interessam nos porquês; simplesmente diz: aceite. Essa gramática descritiva serviu de base à gramática de Dionísio de Trácia. E é dela que alguns vícios de nomenclatura passaram para o latim e deste para o português. Por exemplo, quando usamos palavras como: pronomes do caso reto. Se é caso não é reto e se reto não é caso. E ainda: casos oblíquos. Ora se é oblíquo é caso; se é caso é oblíquo. Quando, e.g., denominamos um dos modos verbais de subjuntivo, nos esquecemos que o subjuntivo fala mais do que subordinação. Todos esses erros de nomenclatura fazem parte de nossas vidas há mais de 2.200 anos. E agora...? "O problema sobre o argumento é que ele move toda a batalha para o outro lado, para o campo do próprio inimigo. O inimigo também pode argumentar" (C.S. Lewis). Daniel Wallace nessa Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Tes tamento, cruzou as fronteiras e veio preparado para nos convidar a repensar o nos so conceito de exegese. De uma perspectiva lógica, orgânica, semântica e bíblica, a qualidade da exegese brasileira há de ser enriquecida. Essa gramática reconhece que temos diversos pro blemas de nomenclatura. Todavia, em lugar de simplesmente balbuciar novas no menclaturas, ela nos convida a pensar além das nomenclaturas, mesmo quando não pudermos fugir delas. Dr. Daniel B Wallace tem influenciado estudantes em vários países no mundo atra vés desse livro-texto sobre o grego intermediário que agora chega ao Brasil. Essa gramática grega é usada por mais de dois terços dos seminários no mundo que en sinam grego intermediário. Aqui nos Estados Unidos não conheço um único semi nário evangélico que não a use como livro texto. Estou certo de que a Teologia Bíblica e a Exegese do Novo Testamento em solo bra sileiro recebem uma contribuição essencial para seu desenvolvimento. Roque N. Albuquerque, Ph D [Cand] Central Seminary Minneapolis, MN Janeiro de 2009
xii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. M otivação Minha motivação não mudou desde o princípio: encorajar os estudantes a irem além das categorias gramaticais e verem a relevância da sintaxe para a exegese. Como alguém que ensina tanto gramática quanto exegese, tenho sentido essa necessidade aguda. Normalmente, quando um aluno completa o grego interme diário, a desilusão e a desmotivação iniciam a "morte das categorias". A gramá tica grega tem uma forte tradição de dar listas infindáveis dos vários usos morfossintáticos e poucas ilustrações. Isso segue o modelo das gramáticas clás sicas, que discutem muitos conceitos lingüísticos (pois as expressões de qual quer língua têm que ser baseadas em exemplos claros).3 Entretanto, com tal abor dagem para o NT, o aluno terá facilmente uma impressão artificial de como a classificação sintática, quase que naturalmente, ligará a si mesma às palavras em determinada passagem. Isso dará à exegese a patente científica que merece. Quando o estudante do grego ficar frente a frente com qualquer exercício exegético, a impressão oposta (e igualmente falsa) surgirá: a exegese é a arte de importar a visão de alguém para dentro do texto, através da coleta seletiva de uma classificação sintática que esteja em harmonia com seu entendimento pré vio. A primeira atitude vê a sintaxe como uma tarefa exegética fria e rígida, tanto indispensável quanto desinteressante. A última pressupõe que o uso da sintaxe na exegese é simplesmente como um jogo wittgensteiniano feito pelos comentaristas. Assim, muito da exegese não está propriamente baseada na sintaxe, assim como muitas das obras sobre sintaxe mostram pouca preocupação exegética. O re sultado dessa dicotomia é: o estudante intermediário não vê a relevância sintá tica para a exegese e os exegetas, muitas veze-s, fazem mau uso da sintaxe em seu fazer exegético. Essa obra tenta oferecer uma proposta corretiva inicial para isso ao fundamentar a exegese nas expressões da língua e ao orientar a sintaxe de acordo com seu valor exegético.
C. D istintivos 1.
Exemplos exegeticamente significantes Depois que forem notadas as ilustrações claras de certa categoria particular, haverá muitos exemplos ambíguos e exegeticamente significantes. Tais pas sagens são usualmente discutidas com algum detalhe. Isso não somente da sintaxe algo mais interessante, mas também encoraja o estudante a começar a pensar exegeticamente (e a reconhecer que a sintaxe não elimina todos os problemas interpretativos).
3 Isso não significa que uma redução das categorias sintáticas deva ser preferível. Uma redução assim, embora seja pedagogicamente mais maleável, é de pouco valor exegetico para o aluno. A razão para a multidão das categorias nesse livro é discutida abaixo.
xiii
Prefácio 2.
Semântica e "Situação Semântica' Tanto a semântica quanto a "situação semântica" das categorias são freqüentemente desenvolvidas. Isto é, não só a mera definição para as clas sificações será analisada, mas também a nuança das categorias (semânti cas) e das situações semânticas (e.g., contextos, intrusões lexicais, etc)4 em que tal uso geralmente ocorre. Esse tipo de análise mostra que a descrição sintática não é um joguinho do Chapeleiro Maluco em Alice no País das Maravilhas e que as expressões da língua oferecem certos controles à exegese. As dicas estruturais que o estudante intermediário poderia con sultar, às vezes, são dadas (e.g., o presente histórico sempre está no indicativo e todos os exemplos claros do presente histórico no NT estão na terceira pessoa). Com freqüência, essa discussão pondera sobre a semânti ca de certa construção. Isso ajuda o estudante a alcançar o discernimento da importância exegética de vários padrões sintáticos.5
3.
Definições claras e de fácil captação Esta obra tenta dar definições claras e ampliadas, seguidas por um glossá rio conhecido como a "chave para identificação" (e.g., para entender o im perfeito ingressivo, o estudante deve traduzir o verbo grego com a expres sar "começou a..."; para o presente costumeiro, o advérbio "habitualmen te" antes do verbo).
4.
Plenitude de Exemplos Se só um ou dois exemplos fossem apresentados, seria possível que o estu dante focalizasse os elementos atípicos. Com vários exemplos tomados de uma abordagem relativamente equilibrada dos Evangelhos, Atos, o Corpus Paulino, as Epístolas Gerais e o Apocalipse, o estudante será exposto a vá rios tipos de literatura neotestamentária e será capaz de ver claramente a nuança de determinada categoria.6 Quando as ilustrações forem tomadas exclusivamente de determinado gênero, não será acidental, mas indicará que tal uso é restrito a tal gênero (e.g., o presente histórico ocorre somente em narrativas). Quase todos os exemplos serão traduzidos com palavras
4 A "Situação Semântica" é desenvolvida completamente na "Abordagem deste Li vro". 5 As vezes, tal discussão será classificada e, talvez, de modo muito avançado para determinada classe de grego intermediário. (A discussão semântica do genitivo de aposição, e.g., é longa, fugindo do normal). Na realidade, porém, se um professor quer que seus alunos pensem lingüisticamente em lugar de simplesmente memorizar categori as gramaticais, essa seção precisa ser "digerida" mentalmente. Por causa da falta de sen sibilidade lingüística, muitos alunos do grego cometem alguns tropeços. Sabendo como traduzir e/ou classificar sintaticamente uma construção não é a mesma que conhecer como articular os significados de uma construção assim. 6 Algumas gramáticas do NT poderiam receber apropriadamente um título como Uma Sintaxe de Mateus e Ocasionalmente Outros Livros do NT, pois não estão conscientemente tentando tomar exemplos de vários gêneros do NT.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
xiv
apropriadas e claras. Estudantes do nível avançado apreciariam as muitas variantes textuais (com seus testemunhos) que serão mencionados.7 \
5.
Estatísticas Gramaticais As freqüências de várias palavras destacadas morfologicamente e suas cons truções serão alistadas no início das principais seções.8 O estudante será in formado se dada construção é "rara" ou relativamente útil (e.g., o particípio futuro passivo ocorre uma só vez e o optativo aparece 68 vezes). Raro dá uma conotação mais precisa. Sem essa informação acrescentada, o estudan te poderia concluir que a condicional de primeira classe acha-se com mais freqüência que o tempo perfeito!
6.
Quadros, Tabelas e Gráficos Vários quadros, gráficos e tabelas serão incluídos na Sintaxe Exegética. Quanto mais quadros, gráficos e diagramas vem mostrando a relação lógica entre os conjuntos, a maioria dos estudantes será capaz de assimilar e reter tais informações. Tais auxílios visuais apresentarão o uso, a semântica, a freqüência etc. Uma tabela sobre a freqüência das várias preposições, e.g., revelará imediatamente ao estudante a importância de kv.
7.
Numerosas categorias sintáticas Um dos aspectos da obra é a quantidade de categorias sintáticas, algumas das quais nunca foram impressas antes. Algo precisa ser dito acerca disso, visto que vários gramáticos hoje estão abandonando grande quantidade de categorias sintáticas. Eles estão fazendo isso por três razões interligadas: Primeira, por meio das ferramentas da lingüística moderna, há uma cres cente apreciação e reconhecimento do significado básico de vários elemen tos morfossintático (o que chamaremos de significado não-afetado). Assim, de clarações tais como "de fato, todos os genitivos são subjetivos ou objetivos", ou "o aoristo é o tempo da omissão usado somente quando um autor deseja abster-se da descrição", estarão em alta.
7 Para fins estatísticos, o texto de Nestle-Aland26/27/UBS3/4 é usado. Comumente, esse texto também é usado para as ilustrações (com variantes relevantes ao ponto gramatical sob discussão). Quando a ilustração envolver uma leitura não encontrada nesse texto, isso será notado. E preciso dizer ainda algo sobre a forma dos exemplos usados. Ocasionalmente, as partículas ou outras palavras irrelevantes ao ponto sintático enfatizado são omitidos sem notificação (ou seja, ". . ."). O texto grego é, assim, conservado o mais conciso possível. Usualmente só o necessário do contexto será dado para demonstrar a propriedade da ilustração para sua categoria. 8 As estatísticas são inicialmente tomadas do acCordance, um programa de computa dor para Macintosh (comercializado pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA) que reali za pesquisas sofisticadas sobre uma classificação morfossintática do Grego do NT (NestleAland26), assim como o Hebraico do AT (BHS) e a LXX (Rahlfs).
Prefácio
xv Segunda, numerosas categorias específicas de uso restringem a si certas si tuações semânticas (tal como gênero, contexto, significado lexical de pala vras envolvidas, etc.). Isso gera, muitas vezes, más interpretações, v.g., sim ples aplicações do significado básico, e não legítima, por si só, as categori as semânticas. Comparando analogias e lexicologia, a tendência agora é tra tar tais categorias como não puramente gramaticais, e, portanto, indignas de descrição nas gramáticas.9 Terceira, muitas vezes, por razões pedagógicas, o número de categorias gra maticais tem sido reduzido. Várias dessas categorias têm sido amontoadas (e.g., em certa recente gramática, os dativos de modo, causa, agente e ma neira foram tratados como categorias indistintas10). Outras categorias, es pecialmente raras, serão ignoradas.11 Essa tendência tem utilidade até certo ponto, mas, eu aviso, é exagerada. A lógica para isso está na falta de nuanças. Embora nosso entendimento do significado não-afetado de certas categorias morfossintáticas seja crescen te, deixar a discussão da sintaxe no nível do denominador comum não é lingüisticamente sensível nem possui utilidade pedagógica. A natureza da língua é tal que a gramática não pode isolar-se de outros elementos como contexto, lexema ou outros aspectos gramaticais. Em lugar de trata-los como meras aplicações, preferimos vê-los como vários usos ou categorias do sig nificado afetado da forma básica. De fato, nossa abordagem sintática funda mental está em distinguir o significado não-afetado do afetado e notar os sinais lingüísticos que informam tal distinção. Ninguém, e.g., viu o tempo presente per si. O que vemos é um verbo que tem sete identificadores morfossintáticos diferentes para si (um dos quais pode ser o tempo presente), um identificador lexical (a raiz) - e tudo isso em dado contexto (tanto literário quanto histórico). Embora, estejamos, às vezes, tentando analisar o significado do tempo presente, todos esses ou tros aspectos lingüísticos aglomeram figuras. De fato, uma tese central dessa gramática é que outros aspectos lingüísticos afetam (e, portanto, contribu em) o significado da categoria gramatical específica sob investigação.
9 Por exemplo, em muitos estudos lexicais/lingüísticos, a diferença entre uma elocução e uma sentença será apontada. (Cf., e.g., a excelente obra de Peter Cotterell e Max Turner, Linguistics anã Bíblical Interpretation [Downers Grove, IL: InterVarsity, 1989] 22-23). Uma elocução é uma declaração única, singular. As mesmas palavras podem ser repetidas em diferentes ocasiões, mas não seria a mesma elocuação. Seria, porém, a mesma sentença. Aplicando isso aos estudos lexicais, uma distinção deve ser feita entre significado e exemplo, enquanto o corpus estudado, caso contrário, um dicionário teria de dar todas as ocorrências, classificando cada uma delas com um significado distinto. 10 S. E. Porter, lãioms of the Greek New Testament (Sheffield: JSOT, 1992) 98-99. 11 Para uma gramática intermediária (tal como a obra presente). Isso seria razão suficiente para não se alistar certas categorias.
xvi
Sintaxe Exegética do Novo Testamento As hipóteses dos gramáticos acerca do significado não-afetado12 de um ele mento morfossintático (tal como o genitivo, o tempo presente etc.) serão su postamente baseadas sobre uma amostragem descente dos dados e sobre uma grade lingüística apropriada para o exame. As obras mais antigas ten diam a obscurecer o significado não-afetado, pois os dados sobre os quais baseavam suas definições eram insuficientes. A idéia, v.g., de que a proibi ção no presente quer dizer, na sua essência, "para de fazer" é, na realidade, um uso específico que não pode ser aplicado de forma geral. Uma noção abs trata da proibição no tempo presente, primeiramente, precisa achar base tan to distintiva para a proibição no presente quanto capaz de explicar muitos dados. Contudo simplesmente reelaborar tais definições baseadas em uma amostragem mais ampla dos dados não as tornam mais avançadas. Os as pectos extragramaticais têm que ser examinados também caso as categori as importantes de uso sejam articuladas. Assim, o próximo passo é exami nar a proibição no presente em vários contextos, gêneros e lexemas. A me dida que certos padrões semânticos forem detectados, eles formarão o fun damento para as várias categorias. Uma ilustração extraída da sala de aula poderia ajudar. Em uma aula so bre sintaxe no segundo ano de grego no Seminário de Dallas, o departa mento de NT oferece atividades de tradução e análise sintática. À medida que passamos por uma passagem, o aluno traduz e analisa vários aspectos sintáticos. Em algumas ocasiões, a discussão na sala soa algo mais ou me nos assim: Aluno: "Eu acho que isso seja um genitivo possessivo". Professor: "E muito mais provável que seja um genitivo atributivo. Note o contexto: na linha anterior, Paulo diz..." Aluno: "Pensei que fosse uma aula de gramática grega. O que o contexto tem a ver com isso"? Professor: "Tudo". A partir desse ponto segue-se uma clara (pelo menos, eu espero) discussão sobre como a sintaxe não pode ser entendida à parte de outros aspectos da lin guagem. (Os alunos normalmente não estão preparados para tal, pois: após
12 Se a terminologia "significado não-afetado" for difícil de ser captada, você pode ria apelar a um exemplo particular disso. Aspecto verbal (como oposto a Aktionsart) é o significado não-afetado do tipo de ação que os vários tempos podem ter. Não é afetado pelas intrusões lexicais e contextuais. Aktionsart, por outro lado, é o significado afetado, moldado especialmente pelo lexema verbal. (Naturalmente, essa ilustração não ajudará àqueles que não têm mantido contato com o termo Aktionsart!). Estou simplesmente apli cando os achados e a categorização da pesquisa aspectual a uma área mais ampla, ou seja, a tudo da sintaxe. (Assim, v.g., quando o significado básico do genitivo for discuti do, será realmente uma figura abstrata, baseada em uma multidão de exemplos concre tos onde um denominador comum, em certo grau considerável, ocorrerá de forma re petida).
Prefácio
xvii completarem um ano de estudo e terem diversas formas gramaticais me morizadas, muitos acharão que não estão fazendo exegese, se lhes exigir mos que pensem também pelo contexto literário, e não somente pela gra mática. As categorias sintáticas específicas, na realidade, quase nunca são categorias meramente sintáticas. Sintaxe é, na verdade, uma análise de como certos aspectos repetitivos, predicáveis e "organizáveis" da comunicação (a situação semântica) impactam as discretas formas morfossintáticas. Não é útil nem possível simplesmente reduzir a sintaxe ao fio elementar que, em grande parte, percorrer todos os elementos de uma forma particular. Por experiência, vejo que muitos estudantes que aprendem o grego do NT não estão realmente interessados em gramática grega ou até mesmo em lingüística. Eles são interessados na interpretação e exegese. Assim, para abster-se de discutir as várias facetas, dizem: "o genitivo é o promotor de imprecisão exegética". No entanto, categorias compostas, sem a discussão das várias situações semânticas onde ocorrem, promove eisegese, não exegese. Desse modo, embora essas categorias sejam complicadas, às vezes, é mais proveitoso, pedagogicamente, entregá-las ao estudante do que o contrário, uma vez que ele está interessado em exegese e não só na gramática grega.
8.
Sem discussão de análise de discurso Diferente da tendência corrente, esta obra não traz nenhum capítulo sobre Análise do Discurso (AD). A razão é quádrupla: (1) a AD ainda está em seu estágio infantil de seu desenvolvimento, em que métodos, terminologia e resultados tendem a ser instáveis e, sobremodo, subjetivos.13 (2) Os métodos da AD, à medida que são considerados, tendem a não partir do contexto (i.e., não começam com a palavra, nem mesmo com a sentença). Isso de modo algum invalida a AD, mas torna sua abordagem muito diferente da investigação sintática. (3) No decorrer dessas linhas, visto que esta é declaradamente uma obra sobre sintaxe, a AD por definição somente funcionará no perímetro desse tópico e, assim, não será incluída.14 (4) Finalmente, a AD é um tópico muito significante para receber um tratamento parcial, anexado como se fosse o fim de uma gramática. Ela merece sua própria discussão mais acurada, tal qual se acham nas obras de Cotterell e Turner, D. A. Black e outros.15
13 Em um nível mais amplo, isso é análogo à crítica devastadora de Robinson, feita há duas décadas atrás, sobre a gramática transformacional de Noam Chomsky: "Estilos lingüísticos vêm e vão com uma rapidez que em si sugere algo suspeito sobre a vindicação essencial da lingüística, como ciência" (Ian Robinson, The New Grammarians' Funeral: A Critique ofNoam Chomsky's Linguistics [Cambridge: CUP, 1975] x). 14 P. H. Matthews, em sua maestral Syntax (Cambridge: CUP, 1981), Definiu sintaxe "como um assunto distinto da estilística. Esta estuda a 'sintaxe por trás da sentença' com ou sem significado" (xvix). Eu não iria tão longe, mas caminho na mesma direção. 15 Felizmente, encontrei Matthews de acordo com tal apreciação geral: "Estes campos [análise do discurso e estrutura de sentenças] são muito importantes, e seus métodos muito mais do que eles mesmos, para serem manuseados como um apêndice de um livro cujo assunto seja basicamente as inter-relações das frases e orações (Syntax, xix).
xviii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 9.
Prioridade Estrutural Uma outra tendência entre os gramáticos (seja de grego ou de outra língua) é de organizar o material a partir da prioridade semântica e não a partir da estrutural. O foco está em como o propósito, possessão, o resultado, a condi ção etc. são expressos, e não sobre as formas usadas para expressar tais no ções. As gramáticas de prioridade semântica são muito úteis para a composição em uma linguagem viva, não para a análise de um pequeno corpus de uma lín gua morta. Isso não significa que tal abordagem não apareça em uma gra mática de grego antiga, mas que uma gramática intermediária e exegética tem mais utilidade se organizada pelos aspectos morfossintáticos. Prevê-se que o usuário médio dessa obra terá pouca habilidade ou a incli nação em pensar que descobrirá o porquê de tal forma ter sido usada em certo texto grego neotestamentário. No entanto, esse usuário deve ser capaz de reconhecer tais formas à medida que ocorrem no NT Grego. Quando, por exemplo, encontrar-se com um Iv a ou um infinitivo articular genitivo no texto, a primeira questão a ser feita não deve ser: "Qual o propósito de isso ter sido usado no grego?", mas "Como essa palavra foi usada aqui?". As questões iniciais são quase sempre ligadas a forma. O valor de uma gramáti ca exegética está relacionado à sua utilidade exegética, pois a exegese co meça com as formas encontradas no texto, para depois se reportar aos seus conceitos. Isso é o que faz uma gramática exegética. Uma conseqüência prática de um esquema de prioridade estrutural é: a se ção sobre sintaxe das orações será relativamente pequena comparada à sin taxe dos substantivos e verbos.
10.
Breve Material Sobre Categorias Léxico-Sintáticas Certas categorias morfossintáticas envolvem considerável número de lexemas (tais como substantivos, adjetivos e verbos). Aqueles que possuem determinados lexemas são categorias léxico-sintáticas. E nossa convicção que as obras-padrão lexicográficas, v.g., tais como o BAGD, já têm tanto um tratamento admirável de tais categorias fáceis de localizar (ou seja, em ordem alfabética) quanto ricos dados bibliográficos, variantes textuais e discussões exegéticas (não obstante, concisas).16 Além do que, qualquer interessado em sintaxe exegética não precisa sentir-se desafiado a adquirir um léxico. Esta é (ou deveria ser) uma das ferramentas mais acessíveis na biblioteca de um exegeta.
16 Uma exceção é a introdução sobre o artigo. Visto que o artigo é, sem dúvida, a palavra mais importante no NT (ocorrendo cerca de duas vezes mais que seu competidor mais próximo, Kaí), ele requer um tratamento gramatical um tanto detalhado.
Prefácio
xix À luz dessas considerações, pareceu-me supérfluo duplicar todo o material já encontrado no léxico.17 Assim, nossa discussão sobre as categorias léxicosintáticas envolverá: (1) um esboço dos usos terminológicos consistentes com o resto da obra; (2) poucas discussões detalhadas de passagens exegeticamente significantes; e (3) princípios gerais úteis às maiores categorias sintáticas a que certa categoria específica léxico-sintáticas pertença (e.g., tipos de conjunções, observações gerais sobre preposições etc.).
11.
O Esquema Esse texto foi esquematizado para diversos usuários, desde o aluno inter mediário, que ainda percebem suas limitações de inexperientes, até pasto res experimentados que vivem sob o texto grego. • As ilustrações são dadas tanto no grego quanto em português, com re levantes formas sintáticas realçadas. • Há pelo menos três níveis de discussão em sintaxe exegética. 1)
O mais simples é o "Sumário Sintático". Quase todo o sumário sin tático inclui título da categoria, breve definição e glossário transicional (chamado de "Chave para Identificação".). Nenhum exemplo ou discussão exegética ou lingüística será encontrado aqui. Esse é um esboço do livro, feito para despertar a memória daque les que têm trabalhado as categorias.
2)
O nível intermediário é encontrado normalmente no corpo do li vro. Isso inclui especialmente definições e ilustrações, assim como as discussões da semântica de muitas categorias.
3)
O nível avançado se acha em menor escala. Isso inclui especial mente as notas de rodapé. Muitas destas ampliam as discussões ex tensivas da sintaxe. As discussões exegéticas de passagens seletas serão também colocadas nessa parte. O estudante intermediário é encorajado a lê-las (nem que seja de forma dinâmica) à medida que essas passagens sirvam de motivação como modelos da sintaxe exegética.18
17 As gramáticas mais antigas (tais como a de Robertson) gastam uma quantidade exorbitante de espaço em categorias léxico-sintáticas. Tal deve-se à inexistência de léxicos atualizados e compreensíveis. Curiosamente, muitas gramáticas recentes têm a mesma abordagem, mas sem a mesma necessidade. 18 Algumas discussões exegéticas, porém, são muito complexas. Essas discussões podem ser lidas de forma rápida pelo aluno intermediário.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
XX
• Finalmente, o índice bíblico preocupa-se especialmente com o trabalho pastoral. Em lugar de alistar simplesmente os textos encontrados no corpo da obra, aqueles que receberem amplo tratamento (especialmente de natureza exegética) serão destacados.
II. Como Usar Este Texto na Sala de Aula (ou, Uma Defesa da Extensão da Sintaxe Exegética) Não escrevi essa obra para lingüistas, embora use a lingüística. Não escrevi para aqueles cujo interesse no NT é simplesmente a tradução, embora deva ajudar nesse sentido.19 Eu escrevi para aqueles que estão preocupados com a interpretação, a exegese e a exposição do texto. Essa obra foi planejada visando à inclusão de uma variedade de usuários: estudantes de grego intermediário, avançado, expositores bí blicos e qualquer pessoa para quem o grego se tornou como um publicano ou um gentio! Em suma, essa obra é estruturada tanto para sala de aula quanto para os estudos pastorais. A tremenda intimidação pode passar a idéia prima facie que não tenho experiência de sala de aula! Alguns professores de grego intermediário se preocupariam sobre tal extensão, sentindo-se incapaz de cobrir todo esse material em um curso de um se mestre. Uma explicação sobre seu tamanho, bem como os indicadores de como pode ser usada em tempo tão curto, serão dispostos para verificação. Muito sobre a extensão da obra deve-se a vários aspectos, nem sempre achados em uma gramática de grego intermediário: •
1.
Abundância de exemplos, esboçados em formato de fácil leitura
•
2.
Notas de rodapé relativamente extensas
•
3.
Inúmeros quadros e tabelas
•
4.
Discussões de passagens exegeticamente significativas
•
5.
Análise do uso de categorias raras
•
6.
Discussões da semântica
Como você pode ver, nem tudo do extenso material extra gera dificuldade. Os qua dros e as ilustrações extras, em particular, devem tornar os esforços de sala de aula mais fáceis. (Por analogia, o livro Basics ofBiblical Greek de William Mounce [Funda mentos do Grego Bíblico, publicado pela Zondervan] é muito mais que uma gramá tica média para o primeiro ano e está cheia de muitas informações pedagógicas im portantes de maneira que seu tamanho ajuda nas instruções em vez de prejudicar.) A fim de cobrir o material em um semestre, devo encorajá-lo a seguir as primeiras duas sugestões. Se o semestre estiver cheio de outras tarefas, as sugestões três e quatro necessariamente seriam implementadas. 19 Geralmente, cursos de seminários são oferecidos tendo a exegese em sua grade, enquanto cursos em faculdades focam mais especificamente sobre a tradução (N.T.: Nos EUA, seminários ensinam cursos de pós-graduação; enquanto faculdades, graduação).
Prefácio
xxi
1)
O estudante intermediário precisa ignorar todas as notas de rodapé. Os rodapés foram planejados para professores e estudantes no nível avançado.
2)
O estudante pode ler rapidamente os usos de categorias mais raras. Algumas categorias são tão raras que é bom só saber da sua existência e usar a gramática como uma ferramenta de referência mais tarde. Não as discuta ou questione exageradamente. O estudante tem simplesmente que ler o material para exposi ção e parar por aí. Desse modo, o professor poderia dizer ao aluno que note os sumários e marque seus textos adequadamente.20 As categorias mais comuns serão notadas com uma seta na margem esquerda. Desenvolva o hábito de verificá-las.
3)
Alguns que ensinam o grego intermediário podem querer que os alunos igno rem ou leiam rapidamente as discussões exegéticas (Logo abaixo se acham mui tos exemplos). Pessoalmente, penso que isso é um importante aspecto que moti vará os estudantes. No entanto, você pode discordar fortemente de minha exegese e não quererá que seus alunos sejam expostos a ela.21
4)
Alguns professores (especialmente no nível universitário) desejarão que seus alunos ignorem tudo, menos as definições, as chaves para identificações e as ilustrações claras. O resto do material poderia ser usado como referência.22
A abordagem sugerida que implementa as primeiras duas sugestões acima é a seguinte. Os estudantes devem ler três vezes o material diário. A primeira leitura (ou leitura dinâmica) tem o propósito de adquirir uma visão do todo e familiarização com o material. A segunda leitura, a memorização das definições e de uma ou duas ilustrações. A terceira leitura, revisar e refletir, especialmente sobre as discussões mais profundas. Isso deve ser seguindo pela recapitulação semanalmente do material. Em suma, há muitas abordagens que podem tornar-se viável em um único semes tre. E possível que, no término do semestre, o aluno não domine, ou pense que não domina, completamente a Sintaxe Exegética, porém, mesmo assim, tal conhecimento ainda terá sido de algum valor no processo.23
20 Uma exceção geral a essa abordagem envolve as raras categorias que são muitas vezes requisitadas em comentários (e.g., dativo de agência, particípio imperatival). Tais deveriam ser reconhecidas se, e somente se, ajudarem o aluno a ser mais crítico dos usos exagerados em obras exegéticas. Muitas dessas categorias abusadas são destacadas por uma espécie de cruz na margem esquerda. 21 Cursos de faculdades que focalizam a tradução tipicamente lerão de forma rápida as questões exegéticas. 22 Ao usar a gramática desse modo, o aluno realmente apreenderá menos material do que é achado em algumas das gramáticas intermediárias mais abreviadas. 23 Uma das razões para o tamanho dessa obra tem a ver com seu amplo propósito. Este livro tem o propósito de resolver duas deficiências: a primeira entre os livros-texto do primeiro ano tal como Basics ofBiblical Greek e as referências-padrão, tais como o BDF, e a outra entre a sintaxe e a exegese. Tudo contribui para a extensão da obra. Qualquer abre viação significante teria prejudicado esse objetivo duplo.
xxii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
III. Reconhecimentos Como esse texto tem sido usado, pelo menos em seu esboço, há mais de 15 anos, minha dívida de gratidão constitui-se em uma longa lista. Primeiro, sou grato a meus alunos que por anos trabalharam com esse material, res pondendo a provas e testes, e que, gentilmente, corrigiram muitos dos meus equí vocos, e me encorajaram a publicar tal obra. A lista inclui os alunos de grego inter mediário do Seminário de Dallas (1979-81), os alunos de grego intermediário do Grace Seminary (1981-83) e os alunos de gramática grega avançada do Seminário de Dallas (1988-94). Agradecimentos são também devidos à Pamela Bingham e à Christine Wakitsch que digitaram um arquétipo da obra no computador para o uso em sala. Sua pertinente exatidão me impulsionou a focalizar-me no conteúdo e não na forma. Kbôoç é devido aos seguintes "guerreiros" selecionados a dedo: Mike Burer, Charlie Cummings, Ben Ellis, Joe Fantin, R. Elliott Greene, Don Hartley, Greg Herrick, Shil Kwan Jeon, "Bobs" Johnson, J. Will Johnston, Donald Leung, Brian Ortner, Richard Smith, Brad Van Eerden, e "Benwa" Wallace. Esses homens buscaram ilustrações, checaram as referências, examinaram manuscritos fac-símiles e textos gregos para variantes, reuniram tanto dados primários quanto secundários, preparam os índi ces e ofereceram muitas críticas e contribuições valiosas. Muitqs desses alunos fo ram internos entre 1993 e 1996 no Seminário de Dallas. Outros foram amigos inte ressados que dedicaram seus esforços amorosos pela sintaxe e exegese no NT. Reconhecimentos também são devidos aos "atletas" que examinaram o penúltimo esboço durante o ano escolar de 1994-95. Especialmente destacam-se: Dr. Stephen M Baugh, Dr. William H. Heth e Dr. Dale Wheeler. Tenho recebido auxílio em cada passo do processo por bibliotecários e bibliotecas. No topo da lista estão: Teresa Ingalls (Bibliotecária de empréstimo entre bibliote cas) e Marvin Hunn (Bibliotecária assistente) da Biblioteca Turpin, Seminário de Dallas. Em adição, fui auxiliado consideravelmente pelas pesquisas na Tyndale House em Cambridge, Inglaterra, Biblioteca da Universidade de Cambridge, Bibli oteca Morgan do Grace Seminary (particularmente útil foi Jerry Lincoln, bibliotecá rio assistente), e mais que meia dúzia de outras escolas e bibliotecas. Essa gramática não teria sido possível sem o acCordance, um software para Macintosh (vendido pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA) que efetua pesquisas sofistica das sobre morfologia grega do NT (Nestle-Aland26), assim como a hebraica no AT (BHS) e na LXX (Rahlfs). Essa ferramenta de renome tem sido um sine qua non na escrita dessa gramática. Não somente providenciou muitas estatísticas, mas também se mostrou valioso ao trazer à tona várias ilustrações. Devo agradecer especialmen te a James Boyer, que lidou com o grego do NT. Paul Miller, o mentor do programa original do Gramcord para DOS e Roy Brown que desenvolveu a versão para Macintosh. Devo manifestar minha apreciação pelo falecido Philip R. Williams, cuja Grammar Notes on the Noun and Verb envolve, inter alia, definições cristalinas. De fato, origi nalmente meu esforço literário sobre sintaxe constitui-se apenas de notas de sala cujo
Prefácio
xxiii
objetivo era que servissem de suplemento às notas de William. Dr. Williams. Sua estabilidade no Seminário de Dallas sobrepujou a minha e impactou meu pensamen to sobre sintaxe substancialmente. A herança de William continua no Seminário de Dallas onde todo o Departamento de Estudos no NT tem sido configurado e reconfigurado em suas Notas de Sintaxe Grega (GSN - Greek Syntaxe Notes, em inglês) para uso em sala de aula. As contri buições para essa obra vieram de muitas mentes durante vários anos. O GSN tem sido parte inerente do grego intermediário no Seminário de Dallas por décadas pas sadas, bem como muitas das ilustrações e definições, tem feito seu caminho dentro da urdidura e trama da Sintaxe Exegética. Eu posso somente expressar minha dívida com o departamento por seu claro pensamento de grupo acerca da sintaxe do NT. A minha esposa, Pati, aquela que possui os pés no chão, eu sou muito grato por seu encorajamento em publicar minhas notas. Mais que qualquer outra pessoa, ela tem me estimulado, induzido e persuadido para que esse material atingisse confins além da sala de aula. Eu sou grato ao meu amigo de infância, Bill Mounce por seu entusiasmo contagiante e por suas sugestões a fim de que esse livro fosse publicado na série sobre grego bíblico da Zondervan. Agradeço também a Bill pela composição final deste livro. Sou grato também às ajudas graciosas oferecidas por todos da Zondervan Publishing House: a Ed Vandermaas, Stan Gundry e Jack Kragt, por seus incalculáveis encorajamentos desde o início; e especialmente a Verlyn Verbrugge, o editor da obra, cujos olhos de águia viram o projeto até seu fim. A capacidade de Verlyn como revi sor, editor, lingüista, erudito de grego e exegeta, felizmente ligado a seu afável com portamento, tem lhe concedido o caráter de editor ideal para me auxiliar, mesmo diante da minha, constante, mesquinhez. Pelo apoio financeiro que recebi para o término dessa obra, eu desejo agradecer espe cialmente a dois institutos: Seminário de Dallas, por me outorgar tanto um ano sabático quanto uma licença para estudo (1994-95); e ao Biblical Studies Foundation (Funda ção para Estudos Bíblicos), por sua contribuição um tanto generosa para com minha viagem para a Inglaterra na primavera de 1995. Além disso, muitos, muitos amigos têm nos sustentado financeiramente em todos estes anos, na esperança que este livro fosse finalmente publicado. A vocês, dedico uma palavra especial de gratidão. Finalmente, expresso minha mais profunda apreciação a dois homens que muito têm me instigado e me conscientizado dos ricos detalhes do grego do NT: Dr. Buist M. Fanning III e falecido Dr. Harry A. Sturz. Dr. Sturz, meu primeiro professor de grego (Biola University), guiou-me por vários cursos de gramática grega e criticismo textu al, incluindo um longo ano de estudo independente sobre solecismos do Apocalipse. Embora, muito amável, Dr. Sturz nunca falhou em criticar meu esforço, moderando minha imaturidade exuberante. Tal integridade foi somente igualada por seu pró prio espírito de humildade. E Dr. Fanning que me instruiu na gramática grega avan çada no verão de 1977, no Seminário de Dallas. Ele continua a exercer uma influência sóbria sobre mim visto que tem modelado tanto meu pensamento sobre sintaxe - sua marca é certamente sentida praticamente sobre cada página dessa obra. Embora ele se considere um simples colega, eu sempre o considerei meu mentor em assuntos gramaticais.
xxiv
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Alguém poderia ser tentado a pensar que com tamanha nuvem de testemunhas, essa obra deveria ser um marco, apontado uma nova era nos estudos gramáticas do Gre go! Um rápido exame do livro rapidamente dissipará essa noção. Eu não possuo tal ilusão de grandeza para esse volume. Enfim, a responsabilidade de dar forma e con teúdo a essa obra pertence a mim. Os maiores equívocos certamente são devidos à minha natureza obstinada e fragilidade mente. Essa teimosia lança meus defeitos em minha própria face. Tal fragilidade põe-me mais a par do que sou agora. No entanto, espero que essa Sintaxe Exegética traga alguma contribuição, encorajamento e moti vação àqueles que manuseiam o sagrado texto a fim de perscrutar a verdade - mes mo não considerando seu próprio prejuízo. á y G m a ca uepl rijç àÂr|0eí.aç
- Sirach 4:28
Lista de Ilustrações Tabelas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.
Nível Literário de Autores do N T ..........................................................................30 Sistema de Cinco Casos vs. Sistema de Oito Casos.............................................34 Semântica da Construção Plural Pessoal ASKS..................................................283 Tipos de Substantivos Usado Na Construção Plural Pessoal [ASKS]..............283 As Funções do Adjetivo...........................................................................................292 Posições Atributiva e Predicativa do Adjetivo...................................................309 Como Agência é Expressa no N T .........................................................................432 A Semântica dos Modos Comparados.................................................................446 Tempo Verbal no Português no Discurso Direto e Indireto.............................457 A Semântica das Questões Deliberativas............................................................466 As Formas do Particípio Perifrástico................................................................... 648 A Estrutura das Condicionais............................................................................... 689
Quadro24 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
A Natureza Multiforme do Grego do N T ............................................................. 28 Freqüência das Formas de Casos no N T ............................................................... 31 Freqüência de Casos no NT (Nominativo)........................................................... 37 Relação Semântica do Sujeito e o Predicado Nominativo............................... 42 Freqüência de Casos no NT (Vocativo)..................................................................66 Freqüência de Casos no NT (Genitivo)..................................................................73 A Relação do Genitivo Descritivo com Vários Outros
Usos do Genitivo........................................................................................................ 80 8. A Semântica do Genitivo Atributivo.......................................................................86 9. Um Diagrama Semântico do Genitivo Atributivo e do Genitivo Atribuído..................................................................................................... 89 10. Genitivo de Conteúdo vs. Genitivo de Material...................................................93 11. Genitivo de Aposição vs. Genitivo em Simples Aposição..................................97 12. Diagrama do Genitivo Subjetivo e Objetivo........................................................118 13. Frequência de Casos no NT (Dativo)....................................................................138 24 Estamos usando o termo "Quadro" de forma solta, incluindo quadros, diagramas, figuras, e certamente tudo que não seja tabela. xxv
xxvi 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Frequência de Casos no NT (Acusativo)..............................................................179 A Semântica da Construção Objeto-Completo....................................................185 Os Casos Usados para Tempo................................................................................203 As Forças Básica do Artigo.....................................................................................210 O Artigo Individualizante vs. Genérico...............................................................227 As Relações Semânticas do Artigo Individualizante........................................ 230 Quadro do Fluxo do Artigo com Substantivos...................................................231 A Semântica dos NomesAnarthros...................................................................... 243 A Semântica dos Nomes Indefinidos.............................................................. 244 A Semântica dos Nomes Qualitativos............................................................ 244 A Semântica dos Nomes Genéricos................................................................. 244 A Semântica dos Nomes Definidos................................................................. 245 Os Diferentes Dados para a Regra de Colwell vs. A Construção de Colwell........................................................................................ 262 O Alcance Semântico do Nominativo Predicativo Anarthro......................... 263 Grupos Distintos, embora Unidos [Construção Pessoal Plural ASKS] 279 Grupos Justapostos [Construção Pessoal Plural ASKA] ...................................280 Primeiro Grupo Subconjunto do Segundo [Construção Pessoal Plural ASKS]......................................................................... 280 Segundo Grupo Subconjunto do Primeiro [Construção Pessoal Plural ASKS]......................................................................... 281 Grupos Idênticos [Construção Pessoal Plural ASKS].........................................282 O Alcance Semântico das Formas do Adjetivo...................................................305 Freqüência das Classes de Pronomes no N T....................................................... 320 Freqüência de Pronomes no N T ............................................................................ 354 Freqüência de Preposições no N T ......................................................................... 357 As Funções Espaciais das Preposições................................................................. 358 Justaposição Semântica entre Caso Simples e a Preposição + C ase................362 Justaposição nos Usos de ’Avtí e Y n ép ...............................................................387 O Escopo do "Nós" no N T....................................................................................... 394 A Direção da Ação nas Vozes Gregas.................................................................... 409 Estatística da Voz no N T ..........................................................................................410 Os Modos Visto em Dois Contínuos..................................................................... 446 Freqüência dos Modos no N T ................................................................................ 447 Justaposição Semântica do Subjuntivo e Optativo............................................. 462 Frequência Relativa de Tempos no N T ................................................................ 496 Semelhanças de Tempo-Aspecto no Presente & Imperfeito Indicativo 508 A Força do Presente Instantâneo............................................................................ 517 A Força do Presente Progressivo.............................................................................518 A Força do Presente Estendido doPassado............................................................520
Lista de Ilustrações 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83.
xxvii
A Força do Presente Iterativo................................................................................ 521 A Força do Presente Costumeiro.......................................................................... 522 A Força do Presente Gnômico............................................................................... 524 A Força do Presente Histórico................................................................................528 A Força do Presente Perfectivo..............................................................................532 A Força do (Verdadeiro) Presente Conativo....................................................... 534 A Força do Presente Tendencial.............................................................................535 A Força do Presente CompletamenteFuturístico............................................... 536 A Força do Presente na Maior ParteFuturístico..................................................537 A Força Básica do Imperfeito.................................................................................541 A Força do Imperfeito Instantâneo.......................................................................542 A Força do Imperfeito Progressivo.......................................................................543 A Força do Imperfeito Ingressivo..........................................................................545 A Força do Imperfeito Iterativo.............................................................................547 A Força do Imperfeito Costumeiro.......................................................................548 A Força do (Verdadeiro) ImperfeitoConativo.....................................................550 A Força do Imperfeito Tendencial.........................................................................551 A Força do Aoristo Indicativo................................................................................556 A Força do Tempo Futuro.......................................................................................567 A Força do Perfeito...................................................................................................574 A Força do Perfeito Intensivo................................................................................. 576 A Força do Perfeito Extensivo................................................................................577 A Força do Perfeito Dramático............................................................................... 578 O Perfeito com Força do Presente......................................................................... 579 O Perfeito Aorístico e o Perfeito comForça do Presente Comparado 579 A Força do Mais-que-Perfeito................................................................................. 583 A Força do Mais-que-Perfeito Intensivo............................................................... 584 A Força do Mais-que-Perfeito Extensivo.............................................................. 585 O Alcance Semântico do Infinito........................................................................... 590 O Tempo nos Particípios.................................................. 614 O Alcance Semântico do Particípio.......................................................................616 Os Tempos dos Particípios Adverbiais................................................................. 626 A Justaposição Semântica dos Particípios de Propósito e Resultado.............. 638
Abreviações AB
Anchor Bible
Abel, Grammaire
Abel, F.-M. Grammaire du grec bíblique: Suive d'un choíx de papyrus, 2 ed. Paris: Gabalda, 1927.
acus.
acusativo
acCordance
Software Mac que realiza pesquisas sofisticadas no NT Grego m orfologicamente classificado (texto NestleA land26 text) com o tam bém AT Hebraico (BHS). Comercializado pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA, e programado por Roy Brown.
ACF
Almeida Corrigida Fiel
AJP
American Journal ofPhilology
ARA
Almeida Revista e Atualizada
ARC
Almeida Revista e Corrida
AT
Antigo Testamento
BAGD
A Greek-English Lexicon oftheN ew Testament and Other Early Christian Literature. By W. Bauer. Trans. and rev. by W. F. Arndt, F. W. Gingrich, and F. W. Danker. Chicago: University of Chicago Press, 1979.
BDF
Bib BNTC
Blass, F., and A. Debrunner. A Greek Grammar ofthe New Testament and Other Early Christian Literature. Trans. and rev. by R. W. Funk. Chicago: University of Chicago Press, 1961. Bíblica Black's New Testament Commentaries xxviii
Dois homens em particular tem impulsionado em meu amor pelo Novo Testamento Grego, ambos por sua erudição e por seu exemplo de graça e humildade cristãs. A eles dedico este livro:
Dr. Buist M. Fanning
e em memória de
Dr. Harry A. Sturz
Conteúdo Prefácio à Edição Brasileira..................................................................................................ix Prefácio................................................................................................................................... xi Lista de Ilustrações...........................................................................................................xxiii Abreviações........................................................................................................................ xxvi Introdução A Abordagem Desse Livro............................................................................................1 A Língua do Novo Testamento................................................................................. 12 SINTAXE Sintaxe de Palavras e Locuções Parte I: Sintaxe dos Nomes e Formas Nominais Os Casos Os Casos: Introdução......................................................................... 31 Caso Nominativo................................................................................ 36 Caso Vocativo...................................................................................... 65 Caso Genitivo.......................................................................................72 Caso Dativo....................................................................................... 137 Caso Acusativo................................................................................. 176 O Artigo ..................................................................................................... 206 Parte I: Origem, Função, Usos Regulares e Ausência................ 206 Parte II: Usos Especiais e o Não Uso do Artigo.......................... 255 Adjetivos..................................................................................................... 291 Pronomes.................................................................................................... 315 Preposições................................................................................................ 355 Parte II: Sintaxe de Verbos e Formas Verbais Pessoa e Número...................................................................................... 390 Voz ............................................................................................................. 407 A tiva................................................................................................... 410 Média.................................................................................................. 414 Passiva................................................................................................ 431 M odo........................................................................................................... 442 Indicativo............................................................................................448 Subjuntivo...........................................................................................461 Optativo ............................................................................................ 480 Imperativo......................................................................................... 485
viii Tempo......................................................................................................... 494 Os Tempos: Introdução................................................................... 494 Presente.............................................................................................. 513 Imperfeito.......................................................................................... 540 Aoristo................................................................................................ 554 Futuro................................................................................................. 566 Perfeito e Mais que Perfeito............................................................ 572 O Infinitivo................................................................................................. 587 O Particípio................................................................................................ 612 Sintaxe das Orações Introdução às Orações Gregas..................................................................................656 O Papel das Conjunções........................................................................................... 666 Estudos Especiais nas Orações Sentenças Condicionais.................................................................................... 679 Orações Volicionais (Ordem e Proibições).................................................... 713 Sumário Sintático ..............................................................................................................726 índice de Assuntos............................................................................................................ 765 índice de Palavras Gregas............................................................................................... 788 índice Bíblico......................................................................................................................795
Prefácio à Edição Brasileira Alexandre, o Grande, foi o primeiro a patrocinar uma gramática de grego para en sinar estrangeiros. Pouco depois, a gramática passou a ser o livro para ensinar os próprios gregos a sua língua. Elaborada, é claro, pelo prisma prático para que o na tivo de outra língua aprendesse o grego de forma rápida. Daí vem a origem da gra mática descritiva, coisa muito familiar a nós estudantes da língua grega. As gramá ticas descritivas não se interessam nos porquês; simplesmente diz: aceite. Essa gramática descritiva serviu de base à gramática de Dionísio de Trácia. E é dela que alguns vícios de nomenclatura passaram para o latim e deste para o português. Por exemplo, quando usamos palavras como: pronomes do caso reto. Se é caso não é reto e se reto não é caso. E ainda: casos oblíquos. Ora se é oblíquo é caso; se é caso é oblíquo. Quando, e.g., denominamos um dos modos verbais de subjuntivo, nos esquecemos que o subjuntivo fala mais do que subordinação. Todos esses erros de nomenclatura fazem parte de nossas vidas há mais de 2.200 anos. E agora...? "O problema sobre o argumento é que ele move toda a batalha para o outro lado, para o campo do próprio inimigo. O inimigo também pode argumentar" (C.S. Lewis). Daniel Wallace nessa Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Tes tamento, cruzou as fronteiras e veio preparado para nos convidar a repensar o nos so conceito de exegese. De uma perspectiva lógica, orgânica, semântica e bíblica, a qualidade da exegese brasileira há de ser enriquecida. Essa gramática reconhece que temos diversos pro blemas de nomenclatura. Todavia, em lugar de simplesmente balbuciar novas no menclaturas, ela nos convida a pensar além das nomenclaturas, mesmo quando não pudermos fugir delas. Dr. Daniel B Wallace tem influenciado estudantes em vários países no mundo atra vés desse livro-texto sobre o grego intermediário que agora chega ao Brasil. Essa gramática grega é usada por mais de dois terços dos seminários no mundo que en sinam grego intermediário. Aqui nos Estados Unidos não conheço um único semi nário evangélico que não a use como livro texto. Estou certo de que a Teologia Bíblica e a Exegese do Novo Testamento em solo bra sileiro recebem uma contribuição essencial para seu desenvolvimento. Roque N. Albuquerque, Ph D [Cand] Central Seminary Minneapolis, MN Janeiro de 2009
ix
Prefácio I. Por que este livro? Quando Mounce, meio que brincando, nota em seu prefácio que "a proporção de gramáticas gregas para professores de grego é dez para nove",1 ele se refere a gra máticas do primeiro ano. A situação, até recentemente, tem sido muito diferente no nível intermediário. Esse tipo de gramática seria contado nos dedos. As últimas duas décadas contemplaram uma inversão nessa tendência. Existem, mencionando algu mas, obras de destaque feitas por Brooks e Winbery, Vaughan e Gideon em inglês, Hoffmann e von Siebenthal (inédito até no inglês), Porter e Young.2 Diante disso, uma pergunta surge: Por que este livro?
A. A pré-história deste livro Sem depreciar de alguma forma a obra de outros (de fato, tenho me beneficia do muito com eles), algumas justificativas para a existência dessa gramática, bem como um esclarecimento de seus distintivos, precisam ser feitas. Como uma nota preliminar, deve-se destacar que essa primeira edição é realmente a sexta versão. Esse livro iniciou-se em 1979 como um resumo de 150 páginas para o terceiro semestre de grego no Seminário de Dallas (na época foi chamado de Notas Selecionadas sobre Sintaxe Grega do Novo Testamento). Dentro de três anos passou por três versões, subindo o número de páginas para mais de 300. Mui tas das ilustrações, discussões exegéticas e categorias gramaticais estavam já presentes, ainda que de forma embrionária, desde 1982. Parte da motivação para publicá-lo tem sido o uso difundido de várias edições não-publicadas pelos pri meiros alunos, assim como outros. Eu não digo isso para "ficar sob os holofo tes", mas para corrigir as críticas de um professor neófito. Espero que a pre sente obra reflita em um julgamento sóbrio sobre a sintaxe do NT.
1 W. D. Mounce, Basics of Biblical Greek (Grand Rapids: Zondervan, 1993) x. 2 Veja lista de abreviações para dados bibliográficos completos à medida que essas obras forem mencionadas em outras partes neste livro. Embora tenha um pouco mais que duas décadas, a Gramática Iniciante-Intermediária de Funk não deveria ser desprezada por hora. xi
xii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. M otivação Minha motivação não mudou desde o princípio: encorajar os estudantes a irem além das categorias gramaticais e verem a relevância da sintaxe para a exegese. Como alguém que ensina tanto gramática quanto exegese, tenho sentido essa necessidade aguda. Normalmente, quando um aluno completa o grego interme diário, a desilusão e a desmotivação iniciam a “morte das categorias". A gramá tica grega tem uma forte tradição de dar listas infindáveis dos vários usos morfossintáticos e poucas ilustrações. Isso segue o modelo das gramáticas clás sicas, que discutem muitos conceitos lingüísticos (pois as expressões de qual quer língua têm que ser baseadas em exemplos claros).3 Entretanto, com tal abor dagem para o NT, o aluno terá facilmente uma impressão artificial de como a classificação sintática, quase que naturalmente, ligará a si mesma às palavras em determinada passagem. Isso dará à exegese a patente científica que merece. Quando o estudante do grego ficar frente a frente com qualquer exercício exegético, a impressão oposta (e igualmente falsa) surgirá: a exegese é a arte de importar a visão de alguém para dentro do texto, através da coleta seletiva de uma classificação sintática que esteja em harmonia com seu entendimento pré vio. A primeira atitude vê a sintaxe como uma tarefa exegética fria e rígida, tanto indispensável quanto desinteressante. A última pressupõe que o uso da sintaxe na exegese é simplesmente como um jogo wittgensteíníano feito pelos comentaristas. Assim, muito da exegese não está propriamente baseada na sintaxe, assim como muitas das obras sobre sintaxe mostram pouca preocupação exegética. O re sultado dessa dicotomia é: o estudante intermediário não vê a relevância sintá tica para a exegese e os exegetas, muitas vezes, fazem mau uso da sintaxe em seu fazer exegético. Essa obra tenta oferecer uma proposta corretiva inicial para isso ao fundamentar a exegese nas expressões da língua e ao orientar a sintaxe de acordo com seu valor exegético.
C. D istintivos 1.
Exemplos exegeticamente significantes Depois que forem notadas as ilustrações claras de certa categoria particular, haverá muitos exemplos ambíguos e exegeticamente significantes. Tais pas sagens são usualmente discutidas com algum detalhe. Isso não somente da sintaxe algo mais interessante, mas também encoraja o estudante a começar a pensar exegeticamente (e a reconhecer que a sintaxe não elimina todos os problemas interpretativos).
3 Isso não significa que uma redução das categorias sintáticas deva ser preferível. Uma redução assim, embora seja pedagogicamente mais maleável, é de pouco valor exegético para o aluno. A razão para a multidão das categorias nesse livro é discutida abaixo.
xiii
Prefácio 2.
Semântica e "Situação Semântica" Tanto a semântica quanto a "situação semântica" das categorias são freqüentemente desenvolvidas. Isto é, não só a mera definição para as clas sificações será analisada, mas também a nuança das categorias (semânti cas) e das situações semânticas (e.g., contextos, intrusões lexicais, etc)4 em que tal uso geralmente ocorre. Esse tipo de análise mostra que a descrição sintática não é um joguinho do Chapeleiro Maluco em Alice no País das Maravilhas e que as expressões da língua oferecem certos controles à exegese. As dicas estruturais que o estudante intermediário poderia con sultar, às vezes, são dadas (e.g., o presente histórico sempre está no indicativo e todos os exemplos claros do presente histórico no NT estão na terceira pessoa). Com freqüência, essa discussão pondera sobre a semânti ca de certa construção. Isso ajuda o estudante a alcançar o discernimento da importância exegética de vários padrões sintáticos.5
3.
Definições claras e de fácil captação Esta obra tenta dar definições claras e ampliadas, seguidas por um glossá rio conhecido como a "chave para identificação" (e.g., para entender o im perfeito ingressivo, o estudante deve traduzir o verbo grego com a expres sar "começou a..."; para o presente costumeiro, o advérbio "habitualmen te" antes do verbo).
4.
Plenitude de Exemplos Se só um ou dois exemplos fossem apresentados, seria possível que o estu dante focalizasse os elementos atípicos. Com vários exemplos tomados de uma abordagem relativamente equilibrada dos Evangelhos, Atos, o Corpus Paulino, as Epístolas Gerais e o Apocalipse, o estudante será exposto a vá rios tipos de literatura neotestamentária e será capaz de ver claramente a nuança de determinada categoria.6 Quando as ilustrações forem tomadas exclusivamente de determinado gênero, não será acidental, mas indicará que tal uso é restrito a tal gênero (e.g., o presente histórico ocorre somente em narrativas). Quase todos os exemplos serão traduzidos com palavras
4 A "Situação Semântica" é desenvolvida completamente na "Abordagem deste Li vro". 5 Às vezes, tal discussão será classificada e, talvez, de modo muito avançado para determinada classe de grego intermediário. (A discussão semântica do genitivo de aposição, e.g., é longa, fugindo do normal). Na realidade, porém, se um professor quer que seus alunos pensem lingüisticamente em lugar de simplesmente memorizar categori as gramaticais, essa seção precisa ser "digerida" mentalmente. Por causa da falta de sen sibilidade lingüística, muitos alunos do grego cometem alguns tropeços. Sabendo como traduzir e/ou classificar sintaticamente uma construção não é a mesma que conhecer como articular os significados de uma construção assim. 6 Algumas gramáticas do NT poderiam receber apropriadamente um título como Uma Sintaxe de Mateus e Ocasionalmente Outros Livros do NT, pois não estão conscientemente tentando tomar exemplos de vários gêneros do NT.
xiv
Sintaxe Exegética do Novo Testamento apropriadas e claras. Estudantes do nível avançado apreciariam as muitas variantes textuais (com seus testemunhos) que serão mencionados.7 \ 5. Estatísticas Gramaticais As freqüências de várias palavras destacadas morfologicamente e suas cons truções serão alistadas no início das principais seções.8 O estudante será in formado se dada construção é "rara" ou relativamente útil (e.g., o particípio futuro passivo ocorre uma só vez e o optativo aparece 68 vezes). Raro dá uma conotação mais precisa. Sem essa informação acrescentada, o estudan te poderia concluir que a condicional de primeira classe acha-se com mais freqüência que o tempo perfeito! 6.
Quadros, Tabelas e Gráficos Vários quadros, gráficos e tabelas serão incluídos na Sintaxe Exegética. Quanto mais quadros, gráficos e diagramas vem mostrando a relação lógica entre os conjuntos, a maioria dos estudantes será capaz de assimilar e reter tais informações. Tais auxílios visuais apresentarão o uso, a semântica, a freqüência etc. Uma tabela sobre a freqüência das várias preposições, e.g., revelará imediatamente ao estudante a importância de eu.
7.
Numerosas categorias sintáticas Um dos aspectos da obra é a quantidade de categorias sintáticas, algumas das quais nunca foram impressas antes. Algo precisa ser dito acerca disso, visto que vários gramáticos hoje estão abandonando grande quantidade de categorias sintáticas. Eles estão fazendo isso por três razões interligadas: Primeira, por meio das ferramentas da lingüística moderna, há uma cres cente apreciação e reconhecimento do significado básico de vários elemen tos morfossintático (o que chamaremos de significado não-afetado). Assim, de clarações tais como "de fato, todos os genitivos são subjetivos ou objetivos", ou "o aoristo é o tempo da omissão usado somente quando um autor deseja abster-se da descrição", estarão em alta.
7 Para fins estatísticos, o texto de Nestle-Aland26/27/UBS374 é usado. Comumente, esse texto também é usado para as ilustrações (com variantes relevantes ao ponto gramatical sob discussão). Quando a ilustração envolver uma leitura não encontrada nesse texto, isso será notado. E preciso dizer ainda algo sobre a forma dos exemplos usados. Ocasionalmente, as partículas ou outras palavras irrelevantes ao ponto sintático enfatizado são omitidos sem notificação (ou seja, ". . ."). O texto grego é, assim, conservado o mais conciso possível. Usualmente só o necessário do contexto será dado para demonstrar a propriedade da ilustração para sua categoria. 8 As estatísticas são inicialmente tomadas do acCordance, um programa de computa dor para Macintosh (comercializado pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA) que reali za pesquisas sofisticadas sobre uma classificação morfossintática do Grego do NT (NestleAland26), assim como o Hebraico do AT (BHS) e a LXX (Rahlfs).
Prefácio
xv Segunda, numerosas categorias específicas de uso restringem a si certas si tuações semânticas (tal como gênero, contexto, significado lexical de pala vras envolvidas, etc.). Isso gera, muitas vezes, más interpretações, v.g., sim ples aplicações do significado básico, e não legítima, por si só, as categori as semânticas. Comparando analogias e lexicologia, a tendência agora é tra tar tais categorias como não puramente gramaticais, e, portanto, indignas de descrição nas gramáticas.9 Terceira, muitas vezes, por razões pedagógicas, o número de categorias gra maticais tem sido reduzido. Várias dessas categorias têm sido amontoadas (e.g., em certa recente gramática, os dativos de modo, causa, agente e ma neira foram tratados como categorias indistintas10). Outras categorias, es pecialmente raras, serão ignoradas.11 Essa tendência tem utilidade até certo ponto, mas, eu aviso, é exagerada. A lógica para isso está na falta de nuanças. Embora nosso entendimento do significado não-afetado de certas categorias morfossintáticas seja crescen te, deixar a discussão da sintaxe no nível do denominador comum não é lingüisticamente sensível nem possui utilidade pedagógica. A natureza da língua é tal que a gramática não pode isolar-se de outros elementos como contexto, lexema ou outros aspectos gramaticais. Em lugar de trata-los como meras aplicações, preferimos vê-los como vários usos ou categorias do sig nificado afetado da forma básica. De fato, nossa abordagem sintática funda mental está em distinguir o significado não-afetado do afetado e notar os sinais lingüísticos que informam tal distinção. Ninguém, e.g., viu o tempo presente per si. O que vemos é um verbo que tem sete identificadores morfossintáticos diferentes para si (um dos quais pode ser o tempo presente), um identificador lexical (a raiz) - e tudo isso em dado contexto (tanto literário quanto histórico). Embora, estejamos, às vezes, tentando analisar o significado do tempo presente, todos esses ou tros aspectos lingüísticos aglomeram figuras. De fato, uma tese central dessa gramática é que outros aspectos lingüísticos afetam (e, portanto, contribu em) o significado da categoria gramatical específica sob investigação.
9 Por exemplo, em muitos estudos lexicais/lingüísticos, a diferença entre uma elocução e uma sentença será apontada. (Cf., e.g., a excelente obra de Peter Cotterell e Max Turner, Linguistics and Biblical Interpretation [Downers Grove, IL: InterVarsity, 1989] 22-23). Uma elocução é uma declaração única, singular. As mesmas palavras podem ser repetidas em diferentes ocasiões, mas não seria a mesma elocuação. Seria, porém, a mesma sentença. Aplicando isso aos estudos lexicais, uma distinção deve ser feita entre significado e exemplo, enquanto o corpus estudado, caso contrário, um dicionário teria de dar todas as ocorrências, classificando cada uma delas com um significado distinto. 10 S. E. Porter, Idioms ofthe Greek New Testament (Sheffield: JSOT, 1992) 98-99. 11 Para uma gramática intermediária (tal como a obra presente). Isso seria razão suficiente para não se alistar certas categorias.
xvi
Sintaxe Exegética do Novo Testamento As hipóteses dos gramáticos acerca do significado não-afetado12 de um ele mento morfossintático (tal como o genitivo, o tempo presente etc.) serão su postamente baseadas sobre uma amostragem descente dos dados e sobre uma grade lingüística apropriada para o exame. As obras mais antigas ten diam a obscurecer o significado não-afetado, pois os dados sobre os quais baseavam suas definições eram insuficientes. A idéia, v.g., de que a proibi ção no presente quer dizer, na sua essência, "para de fazer" é, na realidade, um uso específico que não pode ser aplicado de forma geral. Uma noção abs trata da proibição no tempo presente, primeiramente, precisa achar base tan to distintiva para a proibição no presente quanto capaz de explicar muitos dados. Contudo simplesmente reelaborar tais definições baseadas em uma amostragem mais ampla dos dados não as tomam mais avançadas. Os as pectos extragramaticais têm que ser examinados também caso as categori as importantes de uso sejam articuladas. Assim, o próximo passo é exami nar a proibição no presente em vários contextos, gêneros e lexemas. A me dida que certos padrões semânticos forem detectados, eles formarão o fun damento para as várias categorias. Uma ilustração extraída da sala de aula poderia ajudar. Em uma aula so bre sintaxe no segundo ano de grego no Seminário de Dallas, o departa mento de NT oferece atividades de tradução e análise sintática. A medida que passamos por uma passagem, o aluno traduz e analisa vários aspectos sintáticos. Em algumas ocasiões, a discussão na sala soa algo mais ou me nos assim: Aluno: "Eu acho que isso seja um genitivo possessivo". Professor: "É muito mais provável que seja um genitivo atributivo. Note o contexto: na linha anterior, Paulo diz..." Aluno: "Pensei que fosse uma aula de gramática grega. O que o contexto tem a ver com isso"? Professor: "Tudo". A partir desse ponto segue-se uma clara (pelo menos, eu espero) discussão sobre como a sintaxe não pode ser entendida à parte de outros aspectos da lin guagem. (Os alunos normalmente não estão preparados para tal, pois: após
12 Se a terminologia "significado não-afetado" for difícil de ser captada, você pode ria apelar a um exemplo particular disso. Aspecto verbal (como oposto a Aktionsart) é o significado não-afetado do tipo de ação que os vários tempos podem ter. Não é afetado pelas intrusões lexicais e contextuais. Aktionsart, por outro lado, é o significado afetado, moldado especialmente pelo lexema verbal. (Naturalmente, essa ilustração não ajudará àqueles que não têm mantido contato com o termo Aktionsart!). Estou simplesmente apli cando os achados e a categorização da pesquisa aspectual a uma área mais ampla, ou seja, a tudo da sintaxe. (Assim, v.g., quando o significado básico do genitivo for discuti do, será realmente uma figura abstrata, baseada em uma multidão de exemplos concre tos onde um denominador comum, em certo grau considerável, ocorrerá de forma re petida).
Prefácio
xvii completarem um ano de estudo e terem diversas formas gramaticais me morizadas, muitos acharão que não estão fazendo exegese, se lhes exigir mos que pensem também pelo contexto literário, e não somente pela gra mática. As categorias sintáticas específicas, na realidade, quase nunca são categorias meramente sintáticas. Sintaxe é, na verdade, uma análise de como certos aspectos repetitivos, predicáveis e "organizáveis" da comunicação (a situação semântica) impactam as discretas formas morfossintáticas. Não é útil nem possível simplesmente reduzir a sintaxe ao fio elementar que, em grande parte, percorrer todos os elementos de uma forma particular. Por experiência, vejo que muitos estudantes que aprendem o grego do NT não estão realmente interessados em gramática grega ou até mesmo em lingüística. Eles são interessados na interpretação e exegese. Assim, para abster-se de discutir as várias facetas, dizem: “o genitivo é o promotor de imprecisão exegética". No entanto, categorias compostas, sem a discussão das várias situações semânticas onde ocorrem, promove eisegese, não exegese. Desse modo, embora essas categorias sejam complicadas, às vezes, é mais proveitoso, pedagogicamente, entregá-las ao estudante do que o contrário, uma vez que ele está interessado em exegese e não só na gramática grega.
8.
Sem discussão de análise de discurso Diferente da tendência corrente, esta obra não traz nenhum capítulo sobre Análise do Discurso (AD). A razão é quádrupla: (1) a AD ainda está em seu estágio infantil de seu desenvolvimento, em que métodos, terminologia e resultados tendem a ser instáveis e, sobremodo, subjetivos.13 (2) Os métodos da AD, à medida que são considerados, tendem a não partir do contexto (i.e., não começam com a palavra, nem mesmo com a sentença). Isso de modo algum invalida a AD, mas torna sua abordagem muito diferente da investigação sintática. (3) No decorrer dessas linhas, visto que esta é declaradamente uma obra sobre sintaxe, a AD por definição somente funcionará no perímetro desse tópico e, assim, não será incluída.14 (4) Finalmente, a AD é um tópico muito significante para receber um tratamento parcial, anexado como se fosse o fim de uma gramática. Ela merece sua própria discussão mais acurada, tal qual se acham nas obras de Cotterell e Tumer, D. A. Black e outros.15
13 Em um nível mais amplo, isso é análogo à crítica devastadora de Robinson, feita há duas décadas atrás, sobre a gramática transformacional de Noam Chomsky: "Estilos lingüísticos vêm e vão com uma rapidez que em si sugere algo suspeito sobre a vindicação essencial da lingüística, como ciência" (Ian Robinson, The New Grammarians' Funeral: A Critique ofNoam Chomsky's Linguistics [Cambridge: CUP, 1975] x). 14 P. H. Matthews, em sua maestral Syntax (Cambridge: CUP, 1981), Definiu sintaxe "como um assunto distinto da estilística. Esta estuda a 'sintaxe por trás da sentença' com ou sem significado" (xvix). Eu não iria tão longe, mas caminho na mesma direção. 15 Felizmente, encontrei Matthews de acordo com tal apreciação geral: "Estes campos [análise do discurso e estrutura de sentenças] são muito importantes, e seus métodos muito mais do que eles mesmos, para serem manuseados como um apêndice de um livro cujo assunto seja basicamente as inter-relações das frases e orações (Syntax, xix).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
xviii 9 . Prioridade Estrutural
Uma outra tendência entre os gramáticos (seja de grego ou de outra língua) é de organizar o material a partir da prioridade semântica e não a partir da estrutural. O foco está em como o propósito, possessão, o resultado, a condi ção etc. são expressos, e não sobre as formas usadas para expressar tais no ções. As gramáticas de prioridade semântica são muito úteis para a composição em uma linguagem viva, não para a análise de um pequeno corpus de uma lín gua morta. Isso não significa que tal abordagem não apareça em uma gra mática de grego antiga, mas que uma gramática intermediária e exegética tem mais utilidade se organizada pelos aspectos morfossintáticos. Prevê-se que o usuário médio dessa obra terá pouca habilidade ou a incli nação em pensar que descobrirá o porquê de tal forma ter sido usada em certo texto grego neotestamentário. No entanto, esse usuário deve ser capaz de reconhecer tais formas à medida que ocorrem no NT Grego. Quando, por exemplo, encontrar-se com um Iv a ou um infinitivo articular genitivo no texto, a primeira questão a ser feita não deve ser: "Qual o propósito de isso ter sido usado no grego?", mas "Como essa palavra foi usada aqui?". As questões iniciais são quase sempre ligadas à forma. O valor de uma gramáti ca exegética está relacionado à sua utilidade exegética, pois a exegese co meça com as formas encontradas no texto, para depois se reportar aos seus conceitos. Isso é o que faz uma gramática exegética. Uma conseqüência prática de um esquema de prioridade estrutural é: a se ção sobre sintaxe das orações será relativamente pequena comparada à sin taxe dos substantivos e verbos. 10.
Breve Material Sobre Categorias Léxico-Sintáticas Certas categorias morfossintáticas envolvem considerável número de lexemas (tais como substantivos, adjetivos e verbos). Aqueles que possuem determinados lexemas são categorias léxico-sintáticas. É nossa convicção que as obras-padrão lexicográficas, v.g., tais como o BAGD, já têm tanto um tratamento admirável de tais categorias fáceis de localizar (ou seja, em ordem alfabética) quanto ricos dados bibliográficos, variantes textuais e discussões exegéticas (não obstante, concisas).16 Além do que, qualquer interessado em sintaxe exegética não precisa sentir-se desafiado a adquirir um léxico. Esta é (ou deveria ser) uma das ferramentas mais acessíveis na biblioteca de um exegeta.
16 Uma exceção é a introdução sobre o artigo. Visto que o artigo é, sem dúvida, a palavra mais importante no NT (ocorrendo cerca de duas vezes mais que seu competidor mais próximo, K m ) , ele requer um tratamento gramatical um tanto detalhado.
Prefácio
xix À luz dessas considerações, pareceu-me supérfluo duplicar todo o material já encontrado no léxico.17 Assim, nossa discussão sobre as categorias léxicosintáticas envolverá: (1) um esboço dos usos terminológicos consistentes com o resto da obra; (2) poucas discussões detalhadas de passagens exegeticamente significantes; e (3) princípios gerais úteis às maiores categorias sintáticas a que certa categoria específica léxico-sintáticas pertença (e.g., tipos de conjunções, observações gerais sobre preposições etc.).
11.
O Esquema Esse texto foi esquematizado para diversos usuários, desde o aluno inter mediário, que ainda percebem suas limitações de inexperientes, até pasto res experimentados que vivem sob o texto grego. • As ilustrações são dadas tanto no grego quanto em português, com re levantes formas sintáticas realçadas. • Há pelo menos três níveis de discussão em sintaxe exegética. 1)
O mais simples é o " Sumário Sintático". Quase todo o sumário sin tático inclui título da categoria, breve definição e glossário transicional (chamado de "Chave para Identificação".). Nenhum exemplo ou discussão exegética ou lingüística será encontrado aqui. Esse é um esboço do livro, feito para despertar a memória daque les que têm trabalhado as categorias.
2)
O nível intermediário é encontrado normalmente no corpo do li vro. Isso inclui especialmente definições e ilustrações, assim como as discussões da semântica de muitas categorias.
3)
O nível avançado se acha em menor escala. Isso inclui especial mente as notas de rodapé. Muitas destas ampliam as discussões ex tensivas da sintaxe. As discussões exegéticas de passagens seletas serão também colocadas nessa parte. O estudante intermediário é encorajado a lê-las (nem que seja de forma dinâmica) à medida que essas passagens sirvam de motivação como modelos da sintaxe exegética.18
17 As gramáticas mais antigas (tais como a de Robertson) gastam uma quantidade exorbitante de espaço em categorias léxico-sintáticas. Tal deve-se à inexistência de léxicos atualizados e compreensíveis. Curiosamente, muitas gramáticas recentes têm a mesma abordagem, mas sem a mesma necessidade. 18Algumas discussões exegéticas, porém, são muito complexas. Essas discussões podem ser lidas de forma rápida pelo aluno intermediário.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
XX
• Finalmente, o índice bíblico preocupa-se especialmente com o trabalho pastoral. Em lugar de alistar simplesmente os textos encontrados no corpo da obra, aqueles que receberem amplo tratamento (especialmente de natureza exegética) serão destacados.
II. Como Usar Este Texto na Sala de Aula (ou, Uma Defesa da Extensão da Sintaxe Exegética) Não escrevi essa obra para lingüistas, embora use a lingüística. Não escrevi para aqueles cujo interesse no NT é simplesmente a tradução, embora deva ajudar nesse sentido.19 Eu escrevi para aqueles que estão preocupados com a interpretação, a exegese e a exposição do texto. Essa obra foi planejada visando à inclusão de uma variedade de usuários: estudantes de grego intermediário, avançado, expositores bí blicos e qualquer pessoa para quem o grego se tornou como um publicano ou um gentio! Em suma, essa obra é estruturada tanto para sala de aula quanto para os estudos pastorais. A tremenda intimidação pode passar a idéia prima facie que não tenho experiência de sala de aula! Alguns professores de grego intermediário se preocupariam sobre tal extensão, sentindo-se incapaz de cobrir todo esse material em um curso de um se mestre. Uma explicação sobre seu tamanho, bem como os indicadores de como pode ser usada em tempo tão curto, serão dispostos para verificação. Muito sobre a extensão da obra deve-se a vários aspectos, nem sempre achados em uma gramática de grego intermediário: •
1.
Abundância de exemplos, esboçados em formato de fácil leitura
•
2.
Notas de rodapé relativamente extensas
•
3.
Inúmeros quadros e tabelas
•
4.
Discussões de passagens exegeticamente significativas
•
5,
Análise do uso de categorias raras
•
6.
Discussões da semântica
Como você pode ver, nem tudo do extenso material extra gera dificuldade. Os qua dros e as ilustrações extras, em particular, devem tornar os esforços de sala de aula mais fáceis. (Por analogia, o livro Basics ofBiblical Greek de William Mounce [Funda mentos do Grego Bíblico, publicado pela Zondervan] é muito mais que uma gramá tica média para o primeiro ano e está cheia de muitas informações pedagógicas im portantes de maneira que seu tamanho ajuda nas instruções em vez de prejudicar.) A fim de cobrir o material em um semestre, devo encorajá-lo a seguir as primeiras duas sugestões. Se o semestre estiver cheio de outras tarefas, as sugestões três e quatro necessariamente seriam implementadas. 19 Geralmente, cursos de seminários são oferecidos tendo a exegese em sua grade, enquanto cursos em faculdades focam mais especificamente sobre a tradução (N.T.: Nos EUA, seminários ensinam cursos de pós-graduação; enquanto faculdades, graduação).
Prefácio
xxi
1)
O estudante intermediário precisa ignorar todas as notas de rodapé. Os rodapés foram planejados para professores e estudantes no nível avançado.
2)
O estudante pode ler rapidamente os usos de categorias mais raras. Algumas categorias são tão raras que é bom só saber da sua existência e usar a gramática como uma ferramenta de referência mais tarde. Não as discuta ou questione exageradamente. O estudante tem simplesmente que ler o material para exposi ção e parar por aí. Desse modo, o professor poderia dizer ao aluno que note os sumários e marque seus textos adequadamente.20 As categorias mais comuns serão notadas com uma seta na margem esquerda. Desenvolva o hábito de verificá-las.
3)
Alguns que ensinam o grego intermediário podem querer que os alunos igno rem ou leiam rapidamente as discussões exegéticas (Logo abaixo se acham mui tos exemplos). Pessoalmente, penso que isso é um importante aspecto que moti vará os estudantes. No entanto, você pode discordar fortemente de minha exegese e não quererá que seus alunos sejam expostos a ela.21
4)
Alguns professores (especialmente no nível universitário) desejarão que seus alunos ignorem tudo, menos as definições, as chaves para identificações e as ilustrações claras. O resto do material poderia ser usado como referência.22
A abordagem sugerida que implementa as primeiras duas sugestões acima é a seguinte. Os estudantes devem ler três vezes o material diário. A primeira leitura (ou leitura dinâmica) tem o propósito de adquirir uma visão do todo e familiarização com o material. A segunda leitura, a memorização das definições e de uma ou duas ilustrações. A terceira leitura, revisar e refletir, especialmente sobre as discussões mais profundas. Isso deve ser seguindo pela recapitulação semanalmente do material. Em suma, há muitas abordagens que podem tornar-se viável em um único semes tre. E possível que, no término do semestre, o aluno não domine, ou pense que não domina, completamente a Sintaxe Exegética, porém, mesmo assim, tal conhecimento ainda terá sido de algum valor no processo.23
20 Uma exceção geral a essa abordagem envolve as raras categorias que são muitas vezes requisitadas em comentários (e.g., dativo de agência, particípio imperatival). Tais deveriam ser reconhecidas se, e somente se, ajudarem o aluno a ser mais crítico dos usos exagerados em obras exegéticas. Muitas dessas categorias abusadas são destacadas por uma espécie de cruz na margem esquerda. 21 Cursos de faculdades que focalizam a tradução tipicamente lerão de forma rápida as questões exegéticas. 22 Ao usar a gramática desse modo, o aluno realmente apreenderá menos material do que é achado em algumas das gramáticas intermediárias mais abreviadas. 23 Uma das razões para o tamanho dessa obra tem a ver com seu amplo propósito. Este livro tem o propósito de resolver duas deficiências: a primeira entre os livros-texto do primeiro ano tal como Basics ofBiblical Greek e as referências-padrão, tais como o BDF, e a outra entre a sintaxe e a exegese. Tudo contribui para a extensão da obra. Qualquer abre viação significante teria prejudicado esse objetivo duplo.
xxii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
III. Reconhecimentos Como esse texto tem sido usado, pelo menos em seu esboço, há mais de 15 anos, minha dívida de gratidão constitui-se em uma longa lista. Primeiro, sou grato a meus alunos que por anos trabalharam com esse material, res pondendo a provas e testes, e que, gentilmente, corrigiram muitos dos meus equí vocos, e me encorajaram a publicar tal obra. A lista inclui os alunos de grego inter mediário do Seminário de Dallas (1979-81), os alunos de grego intermediário do Grace Seminary (1981-83) e os alunos de gramática grega avançada do Seminário de Dallas (1988-94). Agradecimentos são também devidos à Pamela Bingham e à Christine Wakitsch que digitaram um arquétipo da obra no computador para o uso em sala. Sua pertinente exatidão me impulsionou a focalizar-me no conteúdo e não na forma. Kíiòoç é devido aos seguintes "guerreiros" selecionados a dedo: Mike Burer, Charlie Cummings, Ben Ellis, Joe Fantin, R. Elliott Greene, Don Hartley, Greg Herrick, Shil Kwan Jeon, "Bobs" Johnson, J. Will Johnston, Donald Leung, Brian Ortner, Richard Smith, Brad Van Eerden, e "Benwa" Wallace. Esses homens buscaram ilustrações, checaram as referências, examinaram manuscritos fac-símiles e textos gregos para variantes, reuniram tanto dados primários quanto secundários, preparam os índi ces e ofereceram muitas críticas e contribuições valiosas. Muitos desses alunos fo ram internos entre 1993 e 1996 no Seminário de Dallas. Outros foram amigos inte ressados que dedicaram seus esforços amorosos pela sintaxe e exegese no NT. Reconhecimentos também são devidos aos "atletas" que examinaram o penúltimo esboço durante o ano escolar de 1994-95. Especialmente destacam-se: Dr. Stephen M Baugh, Dr. William H. Heth e Dr. Dale Wheeler. Tenho recebido auxílio em cada passo do processo por bibliotecários e bibliotecas. No topo da lista estão: Teresa Ingalls (Bibliotecária de empréstimo entre bibliote cas) e Marvin Hunn (Bibliotecária assistente) da Biblioteca Turpin, Seminário de Dallas. Em adição, fui auxiliado consideravelmente pelas pesquisas na Tyndale House em Cambridge, Inglaterra, Biblioteca da Universidade de Cambridge, Bibli oteca Morgan do Grace Seminary (particularmente útil foi Jerry Lincoln, bibliotecá rio assistente), e mais que meia dúzia de outras escolas e bibliotecas. Essa gramática não teria sido possível sem o acCordance, um software para Macintosh (vendido pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA) que efetua pesquisas sofistica das sobre morfologia grega do NT (Nestle-Aland26), assim como a hebraica no AT (BHS) e na LXX (Rahlfs). Essa ferramenta de renome tem sido um sine qua non na escrita dessa gramática. Não somente providenciou muitas estatísticas, mas também se mostrou valioso ao trazer à tona várias ilustrações. Devo agradecer especialmen te a James Boyer, que lidou com o grego do NT. Paul Miller, o mentor do programa original do Gramcord para DOS e Roy Brown que desenvolveu a versão para Macintosh. Devo manifestar minha apreciação pelo falecido Philip R. Williams, cuja Grammar Notes on the Noun and Verb envolve, inter alia, definições cristalinas. De fato, origi nalmente meu esforço literário sobre sintaxe constitui-se apenas de notas de sala cujo
Prefácio
xxiii
objetivo era que servissem de suplemento às notas de William. Dr. Williams. Sua estabilidade no Seminário de Dallas sobrepujou a minha e impactou meu pensamen to sobre sintaxe substancialmente. A herança de William continua no Seminário de Dallas onde todo o Departamento de Estudos no NT tem sido configurado e reconfigurado em suas Notas de Sintaxe Grega (GSN - Greek Syntaxe Notes, em inglês) para uso em sala de aula. As contri buições para essa obra vieram de muitas mentes durante vários anos. O GSN tem sido parte inerente do grego intermediário no Seminário de Dallas por décadas pas sadas, bem como muitas das ilustrações e definições, tem feito seu caminho dentro da urdidura e trama da Sintaxe Exegética. Eu posso somente expressar minha dívida com o departamento por seu claro pensamento de grupo acerca da sintaxe do NT. À minha esposa, Pati, aquela que possui os pés no chão, eu sou muito grato por seu encorajamento em publicar minhas notas. Mais que qualquer outra pessoa, ela tem me estimulado, induzido e persuadido para que esse material atingisse confins além da sala de aula. Eu sou grato ao meu amigo de infância, Bill Mounce por seu entusiasmo contagiante e por suas sugestões a fim de que esse livro fosse publicado na série sobre grego bíblico da Zondervan. Agradeço também a Bill pela composição final deste livro. Sou grato também às ajudas graciosas oferecidas por todos da Zondervan Publishing House: a Ed Vandermaas, Stan Gundry e Jack Kragt, por seus incalculáveis encorajamentos desde o início; e especialmente a Verlyn Verbrugge, o editor da obra, cujos olhos de águia viram o projeto até seu fim. A capacidade de Verlyn como revi sor, editor, lingüista, erudito de grego e exegeta, felizmente ligado a seu afável com portamento, tem lhe concedido o caráter de editor ideal para me auxiliar, mesmo diante da minha, constante, mesquinhez. Pelo apoio financeiro que recebi para o término dessa obra, eu desejo agradecer espe cialmente a dois institutos: Seminário de Dallas, por me outorgar tanto um ano sabático quanto uma licença para estudo (1994-95); e ao Biblical Studies Foundation (Funda ção para Estudos Bíblicos), por sua contribuição um tanto generosa para com minha viagem para a Inglaterra na primavera de 1995. Além disso, muitos, muitos amigos têm nos sustentado financeiramente em todos estes anos, na esperança que este livro fosse finalmente publicado. A vocês, dedico uma palavra especial de gratidão. Finalmente, expresso minha mais profunda apreciação a dois homens que muito têm me instigado e me conscientizado dos ricos detalhes do grego do NT: Dr. Buist M. Fanning III e falecido Dr. Harry A. Sturz. Dr. Sturz, meu primeiro professor de grego (Biola University), guiou-me por vários cursos de gramática grega e criticismo textu al, incluindo um longo ano de estudo independente sobre solecismos do Apocalipse. Embora, muito amável, Dr. Sturz nunca falhou em criticar meu esforço, moderando minha imaturidade exuberante. Tal integridade foi somente igualada por seu pró prio espírito de humildade. E Dr. Fanning que me instruiu na gramática grega avan çada no verão de 1977, no Seminário de Dallas. Ele continua a exercer uma influência sóbria sobre mim visto que tem modelado tanto meu pensamento sobre sintaxe - sua marca é certamente sentida praticamente sobre cada página dessa obra. Embora ele se considere um simples colega, eu sempre o considerei meu mentor em assuntos gramaticais.
xxiv
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Alguém poderia ser tentado a pensar que com tamanha nuvem de testemunhas, essa obra deveria ser um marco, apontado uma nova era nos estudos gramáticas do Gre go! Um rápido exame do livro rapidamente dissipará essa noção. Eu não possuo tal ilusão de grandeza para esse volume. Enfim, a responsabilidade de dar forma e con teúdo a essa obra pertence a mim. Os maiores equívocos certamente são devidos à minha natureza obstinada e fragilidade mente. Essa teimosia lança meus defeitos em minha própria face. Tal fragilidade põe-me mais a par do que sou agora. No entanto, espero que essa Sintaxe Exegética traga alguma contribuição, encorajamento e moti vação àqueles que manuseiam o sagrado texto a fim de perscrutar a verdade - mes mo não considerando seu próprio prejuízo. áY cú v iaca n ep l xfjç à lq G e ía ç
- Sirach 4:28
Lista de Ilustrações Tabelas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.
Nível Literário de Autores do N T ..........................................................................30 Sistema de Cinco Casos vs. Sistema de Oito Casos.............................................34 Semântica da Construção Plural Pessoal ASKS.................................................283 Tipos de Substantivos Usado Na Construção PluralPessoal [ASKS] 283 As Funções do Adjetivo..........................................................................................292 Posições Atributiva e Predicativa do Adjetivo................................................... 309 Como Agência é Expressa no N T .........................................................................432 A Semântica dos Modos Comparados................................................................. 446 Tempo Verbal no Português no DiscursoDireto e Indireto.............................. 457 A Semântica das Questões Deliberativas............................................................ 466 As Formas do Particípio Perifrástico................................................................... 648 A Estrutura das Condicionais............................................................................... 689
Quadro24 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
A Natureza Multiforme do Grego do N T ............................................................. 28 Freqüência das Formas de Casos no N T ............................................................... 31 Freqüência de Casos no NT (Nominativo)........................................................... 37 Relação Semântica do Sujeito e o Predicado Nominativo................................. 42 Freqüência de Casos no NT (Vocativo)..................................................................66 Freqüência de Casos no NT (Genitivo)..................................................................73 A Relação do Genitivo Descritivo com Vários Outros Usos do Genitivo........................................................................................................ 80 8. A Semântica do Genitivo Atributivo.......................................................................86 9. Um Diagrama Semântico do Genitivo Atributivo e do Genitivo Atribuído..................................................................................................... 89 10. Genitivo de Conteúdo vs. Genitivo de Material...................................................93 11. Genitivo de Aposição vs. Genitivo em Simples Aposição..................................97 12. Diagrama do Genitivo Subjetivo e Objetivo........................................................118 13. Frequência de Casos no NT (Dativo)....................................................................138 24 Estamos usando o termo "Quadro" de forma solta, incluindo quadros, diagramas, figuras, e certamente tudo que não seja tabela. xxv
xxvi 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46.
Frequência de Casos no NT (Acusativo).............................................................179 A Semântica da Construção Objeto-Completo................................................... 185 Os Casos Usados para Tempo............................................................................... 203 As Forças Básica do Artigo.................................................................................... 210 O Artigo Individualizante vs. Genérico..............................................................227 As Relações Semânticas do Artigo Individualizante........................................230 Quadro do Fluxo do Artigo com Substantivos..................................................231 A Semântica dos Nomes Anarthros.......................................................................243 A Semântica dos Nomes Indefinidos..................................................................... 244 A Semântica dos Nomes Qualitativos................................................................... 244 A Semântica dos Nomes Genéricos........................................................................ 244 A Semântica dos Nomes Definidos........................................................................ 245 Os Diferentes Dados para a Regra de Colwell vs. A Construção de Colwell........................................................................................ 262 O Alcance Semântico do Nominativo Predicativo Anarthro.........................263 Grupos Distintos, embora Unidos [Construção Pessoal Plural ASKS] 279 Grupos Justapostos [Construção Pessoal Plural ASKA] .................................. 280 Primeiro Grupo Subconjunto do Segundo [Construção Pessoal Plural ASKS]..........................................................................280 Segundo Grupo Subconjunto do Primeiro [Construção Pessoal Plural ASKS]......................................................................... 281 Grupos Idênticos [Construção Pessoal Plural ASKS]........................................ 282 O Alcance Semântico das Formas do Adjetivo.................................................. 305 Freqüência das Classes de Pronomes no N T...................................................... 320 Freqüência de Pronomes no N T ............................................................................354 Freqüência de Preposições no N T .........................................................................357 As Funções Espaciais das Preposições................................................................ 358 Justaposição Semântica entre Caso Simples e a Preposição + C ase............... 362 Justaposição nos Usos de ’Auií e Yirép .............................................................. 387 O Escopo do "Nós" no NT.......................................... 394 A Direção da Ação nas Vozes Gregas...................................................................409 Estatística da Voz no N T .........................................................................................410 Os Modos Visto em Dois Contínuos.....................................................................446 Freqüência dos Modos no N T ............................................................................... 447 Justaposição Semântica do Subjuntivo e Optativo............................................ 462 Frequência Relativa de Tempos no N T ................................................................496
47. 48. 49. 50.
Semelhanças de Tempo-Aspecto no Presente & Imperfeito Indicativo 508 A Força do Presente Instantâneo...........................................................................517 A Força do Presente Progressivo.................. 518 A Força do Presente Estendido do Passado.........................................................520
27. 28. 29. 30. 31.
Lista de Ilustrações 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83.
xxvii
A Força do Presente Iterativo.................................................................................. 521 A Força do Presente Costumeiro............................................................................ 522 A Força do Presente Gnômico................................................................................. 524 A Força do Presente Histórico................................................................................. 528 A Força do Presente Perfectivo............................................................................... 532 A Força do (Verdadeiro) Presente Conativo......................................................... 534 A Força do Presente Tendencial.............................................................................. 535 A Força do Presente Completamente Futurístico................................................ 536 A Força do Presente na Maior Parte Futurístico.................................................. 537 A Força Básica do Imperfeito...................................................................................541 A Força do Imperfeito Instantâneo........................................................................ 542 A Força do Imperfeito Progressivo.........................................................................543 A Força do Imperfeito Ingressivo............................................................................545 A Força do Imperfeito Iterativo.............................................................................. 547 A Força do Imperfeito Costumeiro.........................................................................548 A Força do (Verdadeiro) Imperfeito Conativo..................................................... 550 A Força do Imperfeito Tendencial.......................................................................... 551 A Força do Aoristo Indicativo..................................................................................556 A Força do Tempo Futuro........................................................................................ 567 A Força do Perfeito.................................................................................................... 574 A Força do Perfeito Intensivo...................................................................................576 A Força do Perfeito Extensivo..................................................................................577 A Força do Perfeito Dramático.................................................................................578 O Perfeito com Força do Presente.......................................................................... 579 O Perfeito Aorístico e o Perfeito com Força do Presente Comparado 579 A Força do Mais-que-Perfeito...................................................................................583 A Força do Mais-que-Perfeito Intensivo................................................................ 584 A Força do Mais-que-Perfeito Extensivo............................................................... 585 590 O Alcance Semântico do Infinito.................................. O Tempo nos Particípios...........................................................................................614 O Alcance Semântico do Particípio........................................................................ 616 Os Tempos dos Particípios Adverbiais...................................................................626 A Justaposição Semântica dos Particípios de Propósito e Resultado...............638
Abreviações AB
Anchor Bible
Abel, Grammaire
Abel, F.-M. Grammaire du grec biblique: Suive â'un choix de papyrus, 2 ed. Paris: Gabalda, 1927.
acus.
acusativo
acCoráance
Software Mac que realiza pesquisas sofisticadas no NT Grego m orfologicamente classificado (texto NestleA land26 text) com o tam bém AT Hebraico (BHS). Comercializado pelo Instituto Gramcord, Vancouver, WA, e programado por Roy Brown.
ACF
Almeida Corrigida Fiel
AJP
American Journal ofPhilology
ARA
Almeida Revista e Atualizada
ARC
Almeida Revista e Corrida
AT
Antigo Testamento
BAGD
A Greek-English Lexicon ofthe New Testa ment and Other Early Christian Literature. By W. Bauer. Trans. and rev. by W. F. Amdt, F. W. Gingrich, and F. W. Danker. Chicago: University of Chicago Press, 1979.
BDF
Bib BNTC
Blass, F., and A. Debrunner. A Greek Grammar ofthe New Testament and Other Early Christian Literature. Trans. and rev. by R. W. Funk. Chicago: University of Chicago Press, 1961. Bíblica Black's New Testament Commentaries xxviii
xxix
Abreviações Brooks-Winbery
Brooks, J. A., and C. L. Winbery. Syntax o f New Testament Greek. Washington, D.C.: University Press of America, 1979.
BSac
Bibliotheca Sacra
BT
Bible Translator
Byz
Majority of the Byzantine minuscules
CBC
Cambridge Bible Commentary
CBQ
Catholic Biblical Quarterly
Chamberlain, Exegetical Grammar
Chamberlain, W. D. An Exegetical Gram mar o f the Greek New Testament. New York: Macmillan, 1941.
CTR
Criswell Theological Review
Dana-Mantey
Dana, H. E., and J. R. Mantey. A Manual Grammar o f the Greek New Testament. Toronto: Macmillan, 1927.
dat.
Dativo
EKKNT
Evangelisch-katholischer Kommentar 7.Um Neuen Testament
ExpTim
Expository Times
Fanning, Verbal Aspect
Fanning, B. M. Verbal Aspect in New Tes tament Greek. Oxford: Clarendon, 1990.
FilolNT
Filologia Neotestamentaria
Funk, Intermediate Grammar
Funk., R. W. A Beginning-Intermediate Grammar o f Hellenístic Greek. 3 vols. 2d, co rrected ed. M issoula, M ont.: Scholars, 1973.
gen.
genitivo
GKC
Kautzsch, E., and A. E. Cowley, editors. Gesenius Hebrezv Grammar. 2d English ed. Oxford: Clarendon, 1910.
XXX
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Gildersleeve, Classical Greek
Gildersleeve, B. L. Syntax o f Classical Greekfrom Homer to Demosthenes. 2 vols. New York: American Book Company, 1900-11.
Givón, Syntax
Givón, T. Syntax: A Functional-Typological In trodu ction . A m sterdam : Benjamins, 1984.
Goetchius, Language
Goetchius, E. V. N. The Language o f the New Testament. New York: Scribner's, 1965.
Gramcord
Software DOS que realize pesquisas sofisticadas no NT Grego m orfologicamente classificado (texto NestleAland text) como também o Hebraico do AT (BHS). Comercializado pelo Ins tituto Gramcord, Vancouver, WA, e programado por Paul Miller.
GTJ
Grace Theological Journal
Hoffmann-von Siebenthal, Grammatik
H offm ann, E. G., und H. von Siebenthal. Griechische Grammatik zum Neuen Testament. Riehen, 1985.
HTKNT
H erders theologischer Kom m entar zum Neuen Testament
ICC
International Criticai Commentary
Jannaris, Historical Greek Grammar
Jannaris, A. N .An Historical Greek Gram m ar C hiefly o f the A ttic D ialect. Hildesheim: Georg Olms, 1968 (reprint ed.).
JB
Jerusalem Bible
JBL
Journal ofBiblical Literature
JBR
Journal o f Bible and Religion
JETS
Journal o f the Evangelical Theological Society
xxxi
Abreviações JT
Journal of Theology
KJV
King James Version
KNT
Kommentar zum Neuen Testament
LSJ
Liddell, H. G., and R. Scott. A Greek-English Lexicon. 9th ed. with supplement. Rev. by H. S. Jones. Oxford: Oxford Uni versity Press, 1968.
LXX
Septuaginta
2JÍ
Majority of Greek witnesses, muitos dos quais são do tipo de texto Byzantino
Matthews, Syntax
Matthews, P. H. Syntax. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
Metzger, Textual Commentary
Metzger, B. M. A Textual Commentary on the G reek New Testam ent. 2 d ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1994.
MM
Moulton, J. H., and G. Milligan. The Vocabulary o f the Greek Testament: Illustratedfrom the Papyri and Other Non-Literary Sources. Grand Rapids: Eerdmans, 1930.
Moule, Idiom Book
Moule, C. F. D. An Idiom Book ofNew Tes tament Greek. 2d ed. Cambridge: Cam bridge University Press, 1959.
Moulton, Prolegomena
Moulton, J. H. A Grammar ofN ew Testa ment Greek. 4 vols. Edinburgh: T. & T. Clark, 1908-76. Vol. 1 (1908): Prolego mena, by J. H. Moulton. lst ed. (1906); 3d ed. (1908).
Moulton-Howard, Accidence
Moulton, J. H. A Grammar ofN ew Testa ment Greek. 4 vols. Edinburgh: T. & T. Clark, 1908-76. Vol. 2 (1929): Accidence and Word Formation, by W. F. Howard.
xxxii
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Mounce, Basics o f Biblical Greek
Mounce, W. D. Basics of Biblical Greek. Grand Rapids: Zondervan, 1993.
MS(S)
manuscrito(s)
NAC
The New American Commentary
NASB
New American Standard Bible
NCBC
New Century Bible Commentary
NEB
New English Bible
Neot
Neotestamen taria
Nestle-Aland26
Novum Testamentum Graece. Ed. by K. Aland. M. Black, C. M. Martini, B. M. Metzger, A. Wikgren. 26th ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1979."
Nestle-Aland
Novum Testamentum Graece. Ed. by B. Aland, K. Aland, J. Karavidopoulos, C. M. Martini, B. M. Metzger. 27th ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1993.
NIBC
N ew In tern atio n al Commentary
NICNT
New International Commentary on the New Testament
NIGTC
New International Greek Testament Commentary
NKJV
New King James Version
NVI
Nova Versão Internacional
NIV
New International Version
nom.
nominative
NovT
Novum Testamentum
NRSV
New Revised Standard Version
B iblical
xxxiii
Abreviações NT
Novo Testamento
NTC
New Testament Commentary
NTD
Das Neue Testament Deutsch
NTS
New Testament Studies
Porter, Idioms
Porter, S. E. Idioms ofthe Greek New Tes tament. Sheffield: JSOT, 1992.
Porter, Verbal Aspect
Porter, S. E. Verbal Aspect in the Greek of the New Testament, with Reference to Tense and Mood. Bern/New York: Peter Lang, 1989.
Radermacher, Grammatik
Raderm acher, L. N eutestam entliche Grammatik. 2d ed. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1925.
Robertson, Grammar
Robertson, A. T. A Grammar ofthe Greek New Testament in the Light o f Historical Research. 4th ed. New York: Hodder & Stoughton, 1923.
Robertson, Short Grammar
Robertson, A. T., and W. H. Davis. A New Short Gram m ar o f the Greek Testament, for Students Familiar with the Elements o f Greek. lOth ed. New York: Harper & Brothers, 1958.
Rosenthal
Rosenthal, F. A Grammar o f Biblical Aramaic. Wiesbaden: Otto Harrassowitz, 1963.
RSV
Revised Standard Version
Schmidt, Hellenistic
Schmidt, D. D. Hellenistic Greek Gram mar and Noam Chomsky: Nominalizing Transformations. Chico, CA: Scholars Press, 1981.
Smyth, Greek Grammar
Smyth, H. W. Greek Grammar. Rev. by G. M. Messing. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1956.
xxxiv
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
TAPA
Transactions of the American Philological Association
TDNT
Theological Dictionary of the New Testa ment. Ed. by G. Kittel and G. Friedrich. 10 vols. Grand Rapids: Eerdmans, 1964 76.
TG
transformational grammar
THNT
Theologischer Flandkommentar zum Neuen Testament
Tischendorf
Tischendorf, C. Novum Testamentum Graece, 8th ed., 2 vols. Lipsiae: Giesecke & Devrient, 1869-72.
TNTC
Tyndale New Testament Commentaries
TS
Theological Studies
Turner, Insights
Turner, N. Grammatical Insights into the New Testament. Edinburgh: T. & T. Clark, 1965.
Turner, Syntax
Moulton, J. H. A Grammar ofN ew Testa ment Greek. 4 vols. Edinburgh: T. & T. Clark, 1908-76. Vol. 3 (1963): Syntax, by N. Turner.
Turner, Style
Moulton, J. H. A Grammar ofN ew Testa ment Greek. 4 vols. Edinburgh: T. & T. Clark, 1908-76. Vol. 4 (1976): Style, by N. Turner.
TynBul
Tyndale Bulletin
UBS
3
The Greek New Testament. Ed. by K. Aland. M. Black, C. M. Martini, B. M. M etzg er, A. W ik g ren . 3d ed., corrected . S tu ttg art: U nited Bible Societies, 1983.
Abreviações UBS
The Greek New Testament. Ed. by B. Aland, K. Aland, J. Karavidopoulos, C. M. Martini, B. M. Metzger. 4th ed., corrected . Stu ttgart: U nited Bible Societies, 1994.
Vaughan-Gideon
Vaughan, C., and V. E. Gideon. A Greek Grammar o f the New Testament. Nashville: Broadman, 1979.
VE
Vox Evangélica
v.l.(l)
Variante (s) textual (s)
voc.
vocativo
WBC
Word Biblical Commentary
Williams, Grammar Notes
Williams, P. R. Grammar Notes on the Noun and the Verb and Certain Other Items, rev. ed. Tacoma, WA: Northwest Baptist Seminary, 1988.
Winer-Moulton
Winer, G. B. A Treatise on the Grammar of New Testament Greek. Trans. and rev. by W. F. Moulton. 3d ed., rev. Edinburgh: T. & T. Clark, 1882.
Young, Intermediate Greek
Young, R. A. Intermediate New Testament Greek: A Linguistic and Exegetical Approach. Nashville: Broadman, 1994.
Zerwick, Biblical Greek
Zerwick, M. Biblical Greek Illustrated by Examples. Rome: Pontificii Instituti Biblici, 1963.
ZNW
Zeitschrift fü r Neutestamentliche Wissenschdft
,1,
Categoria Abusadas que o estudante deveria estar a par Categorias comuns que os estudantes de vem saber.
A Abordagem deste Livro À luz da influência, há mais de três décadas, da lingüística moderna nos estudos bíblicos e diante da discordância substancial entre vários especialistas em lingüísti ca quanto a: terminologia, metodologia e objetivos, é importante declarar desde o início da presente obra qual abordagem à sintaxe será seguida. A sintaxe do Grego do NT será examinada com oito considerações metodológicas em mente. Muitas destas parecerão auto-evidentes, contudo muitas surpreendentemente têm sido vio ladas pelos estudos gramaticais e exegéticos do século XX (alguns dos quais foram bem angariados).1 Outrossim, mantenhamos em mente que está é uma sintaxe exegética, assim, nosso alvo será descrever o valor da gramática para a interpretação do texto bíblico.2
1.
Dados Básicos Suficientes Qualquer declaração significante quanto à semântica de dada construção ne cessita de bases substanciais. Declarações do tipo: "Todos os exemplos claros de tal construção no NT significa X" são indignas de confiança em si mesmas. Di zer, e.g., que: "Não há aparamente nenhum, no NT, Infinitivo Aoristo no dis curso indireto usado de forma direta como Aoristo do Indicativo",3 ou então que: "yeuaa|j,[évoi)<;] [em Hb 6:4] e em outras passagens, [significa] conhecer por experiência própria [como o oposto do mero experimento]" não faz sentido se há somente dois exemplos da palavra ou construção em questão no NT.4 Isso não é tão diferente de dizer algo como: "Todos os índios andam em fila única. Pelo menos os que eu vi andando". 5 De modo algum, tais declarações são en ganosas por pressuporem freqüentemente o valor intrínseco da construção em consideração.
1 Os critérios adotados aqui são, em grande parte, auto-evidentes de um ponto de vista lingüístico, lógico ou empírico. Cf. D. A.- Carson, Exegetical Fallacies (Grand Rapids: Baker, 1984) para várias ilustrações, em larga escala, das considerações metodológicas que devem ser levadas em conta quando se faz exegese. 2 Esse capítulo visa primariamente a professores e estudantes avançados. Estudantes intermediários deveriam normalmente começar com o capítulo seguinte. Este capítulo é uma adaptação de D. B. Wallace: "O Artigo com Múltiplos Substanti vos Conectados por Kou no Novo Testamento: Semântica e Significância" (Tese de Ph.D., Seminário Teológico de Dallas, 1995) 8-23. 3 E. D. W. Burton, Syntax ofthe Moods and Tenses in New Testament Greek, 3d ed. (Chi cago: University of Chicago, 1900) 53, §114. Burton não provê nenhum dos dados. Toda via, essa visão do infinitivo aoristo é assumida com freqüência na exegese de Ef 4:22, como se a questão do cnro0éa8ca fosse estabelecido desse modo. 4 M. Dods, "The Epistle to the Hebrews," vol. 4 in The Expositor's Greek Testament (ed. W. R. Nicoll; New York: Dodd, Mead & Co., 1897) 296. Cf. P. E. Hughes, A Commentary on the Epistle to the Hebrews (Grand Rapids: Eerdmans, 1977) 209, para um comentário se melhante. 5 Uma ilustração freqüentemente repetida por A. Duane Litfin, um de meus profes sores, em seus cursos de homilética no Seminário de Dallas. 1
2
2.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Situação Semântica de Exemplos Incontestáveis é um Prérequisito Qualquer padrão semântico (i.e., o que chamaremos de "situação semântica"6) dos exemplos incontestáveis precisa ser analisado antes das passagens disputáveis serem consideradas. Só a partir de significados claramente estabe lecidos, a análise deverá ser conduzida. A exegese responsável tem sempre re conhecido esse princípio, mas nem sempre tem atentado aos seus detalhes. Di zer, v.g., que a primeira pessoa do presente em Rm. 7:14-25 é um presente histó rico ignora o padrão semântico dessa categoria de uso que diz: das centenas de presentes históricos indisputáveis no NT, todos se encontram na terceira pessoa. Ou para simplificar, sem comentar, ópYÍ.Çeo0e em Ef. 4:26 como um imperativo condicional7 é uma pressuposição tácita, pois tal imperativo pode estar ligado por koú a outro imperativo com força semântica diferente. Contudo não há ne nhum exemplo indisputável disso no NT. Qualquer julgamento quanto à se mântica das passagens disputadas tem que se basear em exemplos claros para lelos, em partes essenciais, da situação semântica da construção em destaque.
3.
Significado Não-Afetado vs. Significado Afetado Ao longo das mesmas linhas, uma distinção cuidadosa precisa ser feita entre os significados não-afetado [ou ontológico] e afetado [ou fenomenológico] de uma construção. Por significado "não-afetado", chamamos a construção à parte das intrusões contextuais, lexicais ou outras interferências gramaticais. O significa do afetado diz respeito à construção de exemplos em seu ambiente, i.e., exem plos da "vida real". (Essa distinção é semelhante a que existe entre aspecto e Aktionsart no verbo como notada por muitos gramáticos. A primeira se refere ao tipo de ação que um tempo verbal exerceria à parte de seu lexema e contexto, enquanto que a última, ao tipo de ação que um verbo exerceria em combinação com considerações léxicas e contextuais). Visto que o significado não- afetado ou ontológico8 é uma abstração que derivada somente da observação dos fenô menos, é imprescindível que qualquer dedução acerca da ontologia seja feita com base em um escrutino cuidadoso e fenômenos representativos.
6 Trata-se da mesma coisa que os lingüistas chamam de "condições ambientais sob a qual uma regra particular é aplicada" (P. H. Matthews, "Formalization," in Linguistic Controversies: Essays in Linguistic Theory and Practice in Honour ofF. R. Palmer, ed. D. Crystal [London: Edward Arnold, 1982] 7). Considerações de aspectos morfossintáticos, de as pectos léxico-gramaticais, contexto e gênero (incluindo análise do discurso) e figuras de linguagem todas contribuem para a situação semântica. 7 Conforme BDF, 195 (§387). Cf. também H. Schlier, Der Briefan die Epheser (Düsseldorf: Patmos, 1963) 224, n. 3. 8 Por "ontológico" não queremos dizer que esse significado sempre estará presente em força plena. Esse significado pode ser anulado em certo grau pelas intrusões lexicais, contextuais ou gramaticais. Não é, pois, o menor denominador comum. Um autor esco lhe seu tempo particular por uma razão, assim como escolhe seu modo, raiz lexical etc. Tudo isso contribui para o significado que deseja expressar. Todos estão, desse modo, competindo pelo controle. Chamar qualquer um desses de não-violável é desvalorizar a interação da força semântica em ação.
A Abordagem deste Livro
3
Inúmeras são as ilustrações em estudos gramaticais onde essa distinção não tem sido observada. Exemplos da miopia semântica aparecem em demasia. Todavia, o exemplo mais aberrante no estudo do NT seja a ilustração do "latido do cachorro". Por mais de oitenta anos, os estudantes do NT tinham certo ponto de vista acerca da semântica das ordens e proibições. Tal visão é freqüentemente descrita em um breve ensaio escrito em 1904 por Henry Jackson.9 Ele fala de um amigo, Thomas Davidson, que estava lutando com as ordens e proibições no grego moderno: Davidson disse-me que, quando estava aprendendo o grego moderno, ele estava confuso sobre a distinção entre os imperativos presente e aoristo, até que ouviu um amigo grego usar o imperativo presente com um cão que latia. Isso lhe deu uma dica. Consultou ele a Apologia de Platão e ime diatamente se esbarrou em um excelente exemplo: o 20 E pq 9opi)Pijar|Te, usado antes do latido começar, e o 21 E |_nj OopufSeiTe, após o latido ter começado.10 Essa visão foi divulgada dois anos mais tarde nos Prolegomena de J. H. Moulton,11 em que ele fala do aoristo como proibindo uma ação que ainda não começou e o presente, uma ação que está em processo. A partir daí a visão do "já/ainda não" sobre proibições no presente e aoristo seguiu seu caminho em muitas gra máticas do NT por várias décadas seguintes.12 O problema principal com tal abordagem foi o copiar um uso fenomenológico legítimo e pressupor que tais significados afetados expressam a idéia não-afetada ou básica. Essa prova não foi bastante para se tirar conclusões significativas acerca das diferenças essenciais entre o aoristo e o presente. Um mal entendido acabava de ser promovido. Quando certas passagens não se encaixavam com tal visão, passaram a ser ignoradas, abusadas ou chamadas, convenientemente, de exceções.13 9 "Proibições no Grego," Classical Review 18 (1904) 262-63. 10 Jackson, "Prohibitions in Greek," 263. 11 J. H. Moulton, Prolegomena, vol. 1 of A Grammar ofNew Testament Greek (Edinburgh: T. & T. Clark, 1906) 122. 12 Dana-Mantey são representativos. Eles definem basicamente cada uso temporal assim: "(1) Uma proibição expressa no presente exige a cessação de algum ato já em pro gresso" (301-2); "(2) Uma proibição no aoristo é um alerta ou uma exortação contra algo ainda não começado" (302). As qualificações de Brooks-Winbery, 116 são semelhantes. 13 Em 1985 K. L. McKay desafiou essa visão em seu importante ensaio: Aspect in Imperatival Constructions ín New Testament Greek," NovT 27 (1985) 201-226. Entre outras coisas, ele produziu muitos exemplos a partir dos quais declarou que "no imperativo, a diferença essencial entre aoristo e imperfeito é que o primeiro declara uma atividade como um todo e o último afirma-a como em processo" (206-7). Quer a ação tenha começado ou não, não faz parte da ontologia nem do tempo do imperativo (cf. Ef 5:18 para o pre sente; Jo 3:7 para o aoristo). Mais tarde, afirmaremos que a importância dessa distinção não foi feita de forma suficiente por S. E. Porter em sua visão do aspecto verbal. Ou seja, ele não distinguiu claramente entre o significado afetado e o não-afetado, mas em lugar disso, tentou extra ir a idéia não-afetada dos exemplos afetados selecionados.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
4
4.
Prioridade Sincrônica Desde a gênese da lingüística moderna com o Curso de Lingüística Geral, de Ferdinand de Saussure,14 muitos lexicólogos e lexicógrafos têm reconhecido a prioridade da sincronia sobre a diacronia.15 (Sincronia tem a ver com a lingua gem na forma como foi usada em determinado tempo. A diacronia, com a lin guagem nas formas encontradas em toda a sua história ou, pelo menos, sobre um longo período de tempo em que foi usada). Alguns gramáticos, notoria mente, os do grego antigo, foram lentos na mudança do pólo diacrônico para o sincrônico.16 Na presente obra, a sincronia terá prioridade sobre a diacronia. Especificamente, presume-se que a luz irradiada no NT virá muito mais dos escritos do grego que do período helenístico (aproximadamente de 330 a.C a 330 d.C). Isso não quer dizer que o estudo diacrônico não tenha valor, mas que os textos sincrônicos serão julgados mais relevantes para os fenômenos sintá ticos envolvidos no NT. Lingüistas, às vezes, exageram na questão da prioridade sincrônica. A analo gia de uma partida de xadrez (tornou-se famosa por Sausurre)17 tem sido for çada, às vezes, à serviço da sincronia: não é necessário conhecer tudo a priori para entender a situação da partida no presente. Uma analogia melhor seria a de um jogo de futebol: embora a importância esteja no placar, o modo como o gol foi feito, o tempo restante de jogo, qual time está dominando o jogo, o es tado da garra dos jogadores, etc., são fatores muito mais vitais para entender a situação da partida no momento e até mesmo para dar palpites sobre o final do jogo. Aplicado aos estudos léxico-sintáticos, especialmente no campo bíbli co, um entendimento do passado e como esse se relacionado com o presente é, às vezes, complexo demais para se ter uma figura adequada do presente. Precisamos destacar que a diacronia é importante para o pesquisador moderno, mas para o leitor helenístico antigo não.ls A análise diacrônica precisa ser meticulosa mente empregada por três razões: (1) há grande escassez do material sobrevi
14 F. de Saussure, Cours de linguistique générale (Paris: Payot, 1916). A obra foi traduzida por W. Baskin para o Inglês (New York: Philosophical Library, 1959), no Brasil pela Cultrix (Sa?o Paulo: Cultrix, 1996). Todas as citações serão da versão inglesa, caso contrário será notificado. 15 Saussure, General Linguistics, 101-90. Os insights de Saussure (entre outros') foram aplicados ao criticismo bíblico no volume marcante de James Barr, Semantics of Biblical Language, onde uma crítica extensa e feroz foi feita a numerosas falácias lingüísticas do Dicionário Internacional de Teologia do NT. 16 Veja J. P. Louw, "New Testament Greek-The Present State of the Art," Neot 24.2 (1990), para uma breve história da situação. Entre outras coisas, ele aponta que na abor dagem etimológica - "deve haver um significado básico de cada palavra ou construção gramatical que será destacada e explicará todos os usos variados" (161). Isso ainda é amplamente encontrado nas gramáticas do NT, embora tenha sido abandonado pelos léxicos do NT. 17 Saussure, General Linguistics, 22-23, 110, e especialmente 88-89. 18 Obras lingüísticas rotineiramente confrontam a análise diacrônica da perspectiva do leitor antigo. Mas para ignorar a diacronia da perspectiva do leitor moderno quase tacitamente se pressupõe que a lingüística, pelo menos, tem uma passagem fácil para o cenário sincrônico que, no máximo, é onisciente.
A Abordagem deste Livro
5
vente da sincronia; (2) todos os nativos falantes do Koinê estão mortos; e (3) existe, nesse ponto, às vezes, um prévio e profundo entendimento da nature za do grego do NT por parte dos pesquisadores.19
5.
Prioridade Estrutural O ponto de partida de nossa investigação está nas estruturas apresentadas, a partir das quais esperamos extrair nossas conclusões semânticas. O movimen to, então, é da estrutura (ou sendo mais específico, da estrutura morfossintática) para a semântica.20 O início da pesquisa com a semântica e a imposição do suposto significado sobre a estrutura sob investigação envolvem, até certo pon to, uma falácia prescritiva. Uma das regras mais conhecidas da gramática do NT articulada no século XX gira em torno de tal abordagem. O que tem sido conhecido como "Regra de Colwell" foi publicada em 1933, por E. C. Colwell, com o título de "A Definite Rule for the Use of the Article in the Greek New Testament" (Uma Regra Definida para o Uso do Artigo no Grego do NT).21 A regra é simplesmente esta: "Os substantivos definidos que funcionam como predicativos e que precedem o verbo geralmente são anarthros... tal predicativo que precede o verbo não pode ser traduzido como substantivo indefinido ou 'qualitativo' somente por causa da ausência do artigo. Se o contexto sugerir que o predicativo é definido, deve ser traduzido como substantivo definido...".22 A regra é valida até aí, embora não tenha relativamente valor para os propósitos sintáticos, uma vez
19 A necessidade de análise diacrônica na sintaxe pode ser ilustrada pelo modo sub juntivo. As discussões em muitas gramáticas do NT sobre a condicional de terceira clas se pressupõe que os autores helenísticos tinham à sua disposição o modo optativo tão prontamente quanto tinham o subjuntivo: ou seja, eles tratam a condicional de terceira como a condição provável, enquanto a condicional de quarta classe é considerada poten cial ou possível, (cf., e.g., BDF, 188-89 (§371.2, 4); Robertson, Grammar, 1016-1022; Rader macher, Neutestamentliche Grammatik, 160, 174-76. Todavia, não há condicionais de quar ta classe completas no NT e somente 68 optativos (de acordo com o texto de NestleAland26/27). O modelo que as gramáticas do NT seguem é, na realidade, um modelo do grego clássico, embora, no helenístico, o subjuntivo tivesse invadido amplamente o do mínio do optativo. Essa descrição não é completamente válida, pois é por causa do preconceito de gramáticos que a descrição sincrônica alegada é, muitas vezes, tida como um modelo absoleto. 20 O insight de L. C. McGaughy, Toward a Descríptive Analysis of Eivai as a Linking Verb in New Testament Greek (Missoula, Mont.: Society of Biblical Literature, 1972) se baseia nesse princípio. Nessas mesmas linhas, Haiim B. Rosén (Early Greek Grammar and Thought in Heraclitus: The Emergence of the Article [Jerusalem: Israel Academy of Sciences and Humanities, 1988]) observou: "Enquanto a análise gramatical é estritamente empírica e objetiva, o próximo passo, o da determinação. . . do conteúdo conceituai ou de noção de elementos significativos, em lugar de elementos formais no ambiente onde são significa tivos, não o é. . ." (30). Meu método tem maior semelhança com este do que com o de muitos lingüistas. 21 E. C. Colwell, "A Definite Rule for the Use of the Article in the Greek New Testament," JBL 52 (1933) 12-21. 22 Ibid., 20.
6
Sintaxe Exegética do Novo Testamento que pressupõe certa força semântica sobre o predicativo em questão.23 Colwell não começou com a estrutura (predicativo anarthro (sem artigo) antes de verbo de ligação, mas com a semântica (predicativo definido). E bastante aceito que (até mesmo por Colwell) que "o aumento da definição do predicativo antes do verbo sem artigo..." 24 seja atribuído a seu estudo. Isso chegou a ponto de que todo predicativo precedente de um verbo de ligação fosse, muitas vezes, visto como normalmente definido.25 Esse tipo de conclusão pressupõe que o inverso da regra seja tão válida quanto a regra em si. Aceitá-lo é o mesmo que dizer: "Sempre que chove há nuvens no céu; portanto, sempre que há nuvens no céu está chovendo".26 Uma abordagem sintática não deve falsificar um significado semântico sobre tal estrutura cujo número de amostras examinadas for mínimo, pelo contrário, deve investigar todas as estruturas morfossíntáticas relevantes para, a partir daí, tirar as conclusões sobre a semântica. Surpreendentemente, assim como a falácia prescritiva é um anátema para o lingüista moderno, muito da lingüística é gerada por uma forma sofisticada de prescrição.27 O fazer lingüística é uma profissão de risco (especialmente falando
23 O legado de Colwell está mais no campo de criticismo textual que na gramática. Sua regra é valiosa, como ele notou (ibid., 20), para o criticismo textual (pois uma vez que é determinado que um predicativo antes da cópula será definido, uma leitura anarthra deve ser preferida a outra que seja articular). Todavia Colwell cria que era ainda mais valiosa como regra sintática (ibid.) 24 Ibid., 21. 25 Cf., e.g., Turner, Grammatkal Insights, 17; Zerwick, Biblical Greek, 56; L. Cignelli e G. C. Bottini, "UArticolo nel Greco Biblico," Studium Biblicum Franciscanum Liber Annuus 41 (1991) 187. 26 Conservadores teológicos têm especialmente aplicado o inverso da regra a Jo 1:1 (cf., e.g., B. M. Metzger, "On the Translation of Jo 1:1," ExpTím 63 [1951-52] 125-26; entre Cátolicos Romanos, cf. Zerwick), não presumindo que Colwell assumiu a definição de 0eóç (Colwell, "Definite Rule," 20). Sua regra não fez nada para demonstrar isso. Para uma crítica útil à "Regra de Colwell" veja P. B. Harner, "Qualitative Anarthrous Predicate Nouns: Mc 15:39 e Jo 1:1," JBL 92 (1973) 75-87. 27 Os lingüistas geralmente são cautelosos e evitam expressões tais como "gramática correta" e "gramática incorreta". Por cautela, eles são capazes de evitar (em suas men tes) qualquer noção de gramática prescritiva. Falar, porém, de uma construção particu lar como "não-gramatical" ou "não-grega" porque ela não se conforma à percepção do lingüista do que pode ocorrer na língua sob consideração é uma visão prescritiva da língua. Embora seria um erro falar da língua em termos de "bom" e "mau" em nivel absolu to e diacrônico, há um senso em que as convenções de tempo-espaço da comunicação, de fato, realmente ditam o que é bom e mau na língua. Em grande escala, a questão de boa ou má gramática são ligadas ao (1) nível da língua (seja vulgar, coloquial ou literário), (2) à competência de quem fala e da audiência, (3) à definição do discurso e assim por diante. (Assim um palestrante na Academia Brasileira de Letras certamente seria ridicu larizado por usar "nós vai" ou "agente somos" e "Vistos nesa perspectiva, embora al guns dos solecismos do Apocalipse possam ocasionalmente apresentar paralelos com outras literaturas gregas, é uma questão inteiramente diferente chamar tais peculiarida des de grego normal (contra S. E. Porter, "The Language of the Apocalypse in Recent Discussion," NTS 35 [1989] 582-603; Young, Intermediate Greek, 13).
A Abordagem deste Livro
7
dos semanticistas), visto que significado e previsibilidade são sua matéria-prima diária. David Crystal acusa no prefácio do ensaio (Festschríft) que editou, Linguistic Controversies (Controvérsias na Lingüística), que "o processo da teoria da construção e dos arquétipos tem deixado pesquisas empíricas bem atrás: a necessidade de melhores dados básicos é uma das principais conclusões de mais da metade dos capítulos desse livro...".28 Ian Robinson, em seu ataque a lingüística de Noam Chomsky,29 declara que: Ele [Chomsky] sempre escreve como se todas as regras fossem matematica mente precisas. O perigo óbvio disso é que a gramática torna-se logicamente analítica, em lugar de ser um referencial para a linguagem. Se a linguagem não encaixa os sistemas bem definidos de regras, deve ser vista como nãogramatical. Assim, as regras precedem a linguagem e voltam a ser prescritivas.30 As grades das estruturas semânticas, na realidade, envolvem algo como um aspirai hermenêutico. Enquanto a "gramática tradicional é amplamente descri tiva e, na maioria das vezes, provê pouco mais que nomes prescritos para as construções"31 e, às vezes, amplas ilustrações, as modernas abordagens lingüís ticas são freqüentemente prescritivas, impraticáveis e falhas no conteúdo. Em bora o alvo da sintaxe seja acertar o significado de determinadas estruturas, tal alvo deve ser baseado, pelo menos, nos fenômenos representativos. Em suma, a sintaxe tradicional (e formal), muitas vezes, é insuficiente no sentido que não procura o significado. A semântica moderna freqüentemente é insuficiente no sentido de que não é uma base empírica adequada.32
6. A Natureza Crítica da Linguagem A linguagem, por natureza, é compacta, crítica e simbólica. Pode-se ver isso em diversos níveis. Palavras soltas podem não significar nada, pois não 28 Controvérsias Lingüísticas, xi. Veja também S. C. Dik, Coordination: Its Implication for the Theory of General Linguistics (Amsterdam: North-Holland, 1968) 5. 29 Ian Robinson, The New Grammarians' Funeral: A Critique ofNoam Chomsky's Linguistics (Cambridge: CUP, 1975). Embora há duas décadas, esse opúsculo ainda é leitura valio sa, pois traz muito senso comum ao cenário lingüístico. 30 Ibid., 21. 31 Louw, "Present State," 165. 32 As vezes, os métodos mais antigos não foram abandonados por causa do princí pio, mas por causa da conviniência. Ironicamente, o momento em que a gramática tradi cional se tornou deficiente se deu quando ela transformou aberrações lingüísticas em dogmas sem base empírica suficiente. (Reiterando, essas aberrações eram, lingüisticamente falando, terrivelmente ingênusa, mas ela errou também ao ser um pro duto precipitado da chamada filologia). O que é preciso não é abandonar inteiramente as abordagens antigas pelas novas, mas sim selecionar as melhores partes de ambas, formando uma ligação útil entre gramáticos e lingüistas. Louw chega perto disso quando escreve: "Não se deve pressupor que tudo das abordagens filológicas . . . ao Grego do Novo Testamento são descartáveis" (Louw, "Present State", 161). Mas erra ao pensar que tais abordagens tradicionais têm feito seu percurso. A abordagem tradicional é es pecialmente valiosa na coleção minuciosa dos dados. Com o advento da era eletrônica é evidente que essa tarefa está longe de ser completada.
8
Sintaxe Exegética do Novo Testamento comportam muitos significados. Sem o contexto, é impossível definir, e.g., "manga", "banco" ou "quadra".33 No NT ácturpi possui uma variedade de significados como "perdoar", "abandonar", "divorciar", "deixar", "permitir" etc. Sem o contexto, não saberemos decidir qual devemos usar. Até sentenças inteiras, descontextuadas, são cheias de ambigüidades. Assim, pronomes são usados precisamente porque há um significado partilhado que precede a sentença. "Ele foi ao banco e sentou-se" tem muitas ambigüidades. Quem é "ele"? O que exatamente se quer dizer com "banco"? Que banco (pois a presença do artigo implica algo bastante conhecido)? Em Jo 1:21 lemos: "Res pondeu: Não". Sem o contexto isso nada significa.34 Além disso, em um parágrafo completo, embora as ambigüidades diminuam, ainda assim, há espaço para a interpretação. Desse modo, um contexto mais amplo e não simplesmente literário é necessário ao entendimento. Um famoso episódio de Chaves nos ajudará nisso: Os moradores da vila de Seu Barriga estão organizando o aniversário de Seu Madruga. Este pensa que estão falan do do seu velório. Dá-se início uma grande confusão. Muitas comédias da TV estão baseadas nesse tipo de confusão de significado. Biblicamente existem muitos exemplos. Jesus diz uma simples parábola e ninguém entende. Quem são os ramos em Jo 15, o "eu" em Rm 7 ou a quem Hb 6 se refere. Os equívocos ocorrem em grande escala até mesmo porque a linguagem é, por natureza, compacta, crítica e simbólica. Todas as epístolas são interpretadas de modo amplamente divergente. Em parte, deve-se à distância entre o autor-leitor originais e o intérprete moderno. É como se ouvíssemos a metade de uma conversa ao telefone. Até mesmo o leitor original, às vezes, não podia ter idéia plena do que um autor dizia (cf. 1 Co. 5:9-13; 2 Pd 3:15-16). Isto é, nem tudo na linguagem é satisfatoriamente explicado. De fato, poucas coisas são.35
33 Todavia mesmo a colocação dessas palavras em uma sentença não indicaria neces sariamente só um significado. "Eu confio nesse excelente", poderia se referir a mais que uma situação: uma instituição financeira ou um assento. 34 Mas mesmo com a questão anterior ("tu és o profeta?") pode haver pouco entendi mento sem entrar na história judaica, nas expectativas judaicas, e no AT (particularmen te Dt 18:15). Em um contexto mulçumano, essa questão significaria algo muito diferente! 35 R. M. Krauss e S, Glucksberg, "Social and Nonsocial Speech," Scientific American 236 (Fev, 1977) 100-105, descreve um experimento em comunicação que ilustra como a língua reduz o preconceito comum entre quem fala e quem ouve. Um pesquisador vai à Praça Harvard, em Cambridge, e pergunta aos transeuntes como chegar à Praça Central. Em sua maneira de vestir, sotaque e pergunta, ele dá a aparência de ser alguém de Boston. Os transeuntes, pressupondo que ele seja um morador local, dão um resposta curta: "Primeira parada no metrô". No dia seguinte o mesmo pesquisador vai ao mesmo pon to, mas dessa vez, ele se apresenta como turista. Os transeuntes, notando isso, dá uma resposta detalhada e elaborada. Quando lemos as cartas do NT, é como se fôssemos turistas ouvindo meia conversa entre dois moradores locais. Nós nos encontramos na comunicação em uma posição des vantajosa que só poderemos superar à medida que imergimos nos costumes, cultura, história e língua do primeiro século, sem mencionar a interação específica entre, por assim dizer, Paulo e suas igrejas.
A Abordagem deste Livro
9
Como se relaciona tudo isso em livro de sintaxe? De três maneiras:
7.
1)
Qualquer exame da sintaxe do NT será recheada de equívocos se falhar em reconhecer a natureza compacta da linguagem. Quando o doutor diz para a enfermeira: "Bisturi!". Trata-se de um substantivo, mas a expressão é considerada como uma ordem. Se não notarmos isso falharemos. Um de nossos objetivos é de "descompactar" a linguagem. Isso especialmente será necessário nos capítulos sobre genitivo e particípio (uma vez que esses capítulos estão entre os mais extensos do livro).
2)
Humildade precisa ser exercida onde os dados forem insuficientes ou onde a linguagem for passiva de muitas interpretações. Embora rejeitemos, v.g., a probabilidade de que o tempo presente em Rm 7 seja o presente histórico (visto que todos os presentes históricos incontestáveis no NT estão na ter ceira pessoa, não podemos, com base na sintaxe, rejeitar a idéia que o "eu" se refere ao estado de Paulo antes de ser salvo. Outras questões além da sintaxe (de forma notável, a forte possibilidade da linguagem figurada) es tão atuando aqui. O que nos leva ao terceiro ponto.
3)
Muito daquilo que na linguagem é facilmente confuso está fora do escopo da sintaxe, mesmo que seja amplamente definido. Embora um razoável al cance na sintaxe seja um sine qua non para a exegese sadia, não é uma panacéia para todos os ais exegéticos de alguém. Só raramente a gramática conduz a interpretação do exegeta em porcelana de prata. Em muitos ca sos, quanto melhor entendermos a sintaxe do NT, mais sucinta será nossa lista de opções interpretativas viáveis.
Probabilidade vs. Possibilidade Em uma investigação histórico-literária, estamos lidando com probabilidade versus possibilidade. Estamos tentando encontrar um significado sem todos os dados. Isso não é uma ciência exata. Nenhum dos exemplos selecionados da literatura é reproduzido em um tubo de laboratório. Ao contrário das ciências exatas, uma hipótese falsa na área de humanas é difícil de demonstrar por causa das vacilações nos níveis de ambigüidade nos dados examinados (em nosso caso, as ambigüidades em textos cujos autores não podem ser consultados).36 Em particular, muitos dos assim chamados exemplos indisputáveis podem muito bem ser disputados por alguém. Por outro lado, algo do que consideramos disputável pode ser patentemente indisputável por outros. Na literatura e
36 Karl Popper, o notável filósofo científico, afirmou com respeito a ciência comple xa que uma boa hipótese deve envolver declarações que podem, a principio, ser prova das falsas por observações empíricas (The Logic óf Scientific Discovery [New York: Basic, 1959] 40-42). Visto que em muitos casos uma indução completa seja impossível, uma hipótese não pode conclusivamente ser verificável. Mas uma boa hipótese pode ser falsificável. Esse princípio não é menos importante nas ciências humanas (conforme N. Chomsky, Syntactic Structures [The Hague: Mouton, 1957] 5), embora seja mais difícil usá-la pois as observações são subjetivas e não-repetitivas. Por quê? porque os dados são numerosos demais e a semântica clara o bastante para quaisquer conclusões sintá ticas serem extraídas.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
10
lingüística, as probabilidades estatísticas não são ulteriores a medidas decimais, mas estão em padrões e figuras compostos. Em lugar de criar resultados reprodutíveis em tubos de ensaio, nosso objetivo é: primeiro, detectar qualquer padrão lingüístico na superfície da literatura; e, segundo, aplicar tais padrões aos textos exegeticamente problemáticos. Exigir que determinada construção morfossintática sempre se encaixe em uma camisa de força de uma particular força semântica antes de qualquer conclu são exegética ser examinada é tratar os devaneios do comportamento huma no como se seguissem às leis da física. Esse algo tem que ser tratado como uma simples tachinha nos estudos bíblicos e/ou lingüísticos e, por conseguinte, não valida a abordagem. Pelo contrário, deve-se admitir que muitas posições heterodoxas (teológica ou exegética) são construídas sobre o que é possível. Mas se são prováveis é uma questão bem diferente. Só porque uma visão é possível, isso não a toma pro vável em dado texto.
8.
Descrição vs. Realidade Uma das chaves fundamentais para o entendimento da linguagem é o reconhecimento de que não há necessidade de qualquer correspondência entre a linguagem e a realidade. Se tal fosse o caso, nem ironia, nem romance poderiam ser escritos.37 Infelizmente, os estudantes das Escrituras (exegetas e gramáticos), muitas vezes, pressupõem tal correspondência. Por exemplo, não raramente o indicativo é erroneamente considerado como o modo do fato. Nesse ponto, A. T. Robertson perspicazmente apontou: O indicativo declara algo como verdadeiro, mas não garante a realidade disso. Na natureza do caso, somente a declaração está sob discussão. Um apoio claro a esse ponto sempre ajudará. O indicativo não tem nada a ver com a realidade. A pessoa que fala apresenta algo como verdadeiro... Se é verdade ou não é uma outra questão. Muitas mentiras são contadas no modo indicativo.38
37 Robinson apresenta a seguinte ilustração para esse efeito (New Grammarians' Fune ral, 48): "Uma das atrações das sentenças-chave, como veremos, é que elas fazem propo sições como: 'Ela estava usando sua velha jaqueta preta' parecerem declarações factuais, verificáveis. Mas o que seria caso, fosse uma sentença de abertura de um romance? Não seria, então, verificável? Não o tomaria extraordinário? Pelo contrário, seria extraordi nário uma narrativa começar com algo verificável: 'Era uma vez, uma velha bruxa fraca que vivia nas profundezas escuras de uma tenebrosa floresta úmida' - 'Se você interrom per e disser: 'Mas não é possível! Pois não existem bruxas!', você estará entrando em um 'tipo de cegueira', pois ninguém disse que existem bruxas". Um ponto semelhante pode ria ser feito sobre muito do caráter das palavras de Jesus. Na página seguinte Robinso acrescenta: "gramáticas tradicionais não têm como mos trar (embora fique implícito pela linguagem) que dizer algo ironicamente é menos bási co à linguagem que dizer algo direto. Uma norma universal lingüística em que realmen te confio é: Eu não posso imaginar uma língua em que seria impossível dizer algo ironi camente" . 38 Robertson, Grammar, 915.
A Abordagem deste Livro
11
O aoristo tem sido, muitas vezes vítima de tais abusos, devido aos tremendos equívocos das nomenclaturas dos gramáticos como "pontilear" ou "ação do ponto". O que é significativo em tais expressões não é que o aoristo descreva a ação como ocorrendo em um ponto (uma noção que deu origem ao aoristo "umavez-por-todas), mas que o aoristo de apresentação seja pontilear. Em outras pa lavras, o aoristo tem algo de uma ação instantânea.39 A ação em si pode ser interativa, durativa, progressiva etc., mas o aoristo abstém-se de descrever tais complexidades. Estas são armadilhas bem conhecidas. No entanto, são somente uma ponta do iceberg. Em uma escala mais ampla, gramáticos ainda são apaixonados por uma expressão particular de categorias morfossintáticas, tais como o modo subjunti vo, |j,f| em interrogativas ou as condicionais de primeira classe. Eles imaginam que, de alguma maneira, tais categorias ligam a visão do falante à realidade. A noção de que o aspecto verbaí seja subjetivo enquanto o Aktionsart, objetivo é outro exemplo, muitas vezes, supõe-se que o Aktionsart corresponda mais acuradamente à realidade. Na verdade, a linguagem qua linguagem nada diz sobre a realidade nem mesmo sobre o ponto de vista do falante. Ela somente narra a apresentação do falante/escritor. Sendo assim, para Robertson dizer que o diabo usou a condicional de primeira classe quando tentava a Jesus(eL ulòç et toü 9eoí) em Lc 4:3) porque "o diabo sabia que isso era verdade"40 é cometer várias pressuposições equivocadas acerca da natureza da linguagem e sua cor respondência com a realidade. Se houver em dado exemplo, qualquer correspondência entre linguagem e rea lidade não será da ossada dos gramáticos decidir. O ateu negaria que qualquer "comunicação de Deus" nas Escrituras possua correspondência. Como cristão, minhas próprias convicções são decididamente diferentes. Além do que para aqueles que têm se envolvido com as doutrinas cardinais da Fé Cristã, deve deixar espaço para a ironia, a perspectiva, a retórica e a hipérbole no cânon.
39 Estudos recentes refinaram essa visão ainda mais, mas, basta dizer que por hora isso foi a idéia que gramáticos tinham em mente. 40 Robertson, Grammar, 1009.
A Língua do Novo Testamento Panorama do Capítulo Neste capítulo, nosso alvo é duplo: (1) Analisar o período onde o NT grego encaixase na história da língua grega (um estudo diacrônico e externo); e (2) Observar certas questões relacionadas ao NT grego em si (ou seja, um estudo sincrônico e interno). Certas informações são dadas com o simples objetivo de localizar o leitor na história evolutiva da língua, já outras são realmente vitais à nossa abordagem. Passemos, então, para a apresentação do esboço dessa seção (as partes mais relevantes para os estudantes de nível intermediário estão em negrito): I. A Origem da Língua Grega..................................................................................... 14 II. Os Estágios da Língua Grega(Diacronia).............................................................. 14 A. Pré-Homérico (das origens até 1000 a.C)................................................ 14
III.
B.
A Era dos Dialetos ou a Era Clássica (1000 a. C - 330 a.C ).................. 14
C.
Grego Koiurj (330 a.C - 330 d. C )........................................................... 15
D.
Grego Bizantino (ou Medieval) (330 d.C. - 1453 d.C.).......................... 16
E.
Grego Moderno (1453 d.C até o presente).............................................. 16
Grego Koivrí (Sincronia)..........................................................................................17 A.
Terminologia........................................................................................................17
B.
Desenvolvimento Histórico..............................................................................17
C.
Abrangência do Grego Koiutí.........................................................................18
D.
Mudanças no Grego Clássico...........................................................................19
E.
Tipos de Grego Koturj.......................................................................................20
IV. O Grego do Novo Testamento............................................................................... 23 A. O Contexto Lingüístico da Palestina............................................................ 24 B.
A Língua do NT em relação ao Grego Helenístico................................... 24 1. A Questão
24
2. As Possíveis Respostas
25
3. Retomando a Questão
27
4. Algumas Conclusões
29
5. Os autores do NT
30
12
A Língua do Novo Testamento
13
Bibliografia Selecionada A. W. Argyle, "Greek Among the Jews of Palestine in New Testament Times/' NTS 20 (1973) 87-89; M. Black, An Aramaic Approach to the Gospels and Acts, 3d ed. (Oxford, 1967); BDF, 1-6 (§1-7); C. D. Buck, Introduction to the Study o f the Greek Dialects, 2. ed. (1928) 3-16, 136-40; C. F. Burney, The Aramaic Origin of the Fourth Gospel (Oxford, 1922); E. C. Colwell, "The Character of the Greek of the Fourth Gospel. . . Parallels from Epictetus" (tese de Ph.D. University of Chicago, 1930); G. A. Deissmann, Bibelstuáien (1895); idem, Light from the Ancient East (1923); J. A. Fitzmyer, "The Languages of Palestine in the First Century A.D.," CBQ 32 (1970) 501-31; R. G. Hoerber, "The Greek of the New Testament: Some Theological Implications," Concordia Journal 2 (1976) 251-56; Hoffmann—von Siebenthal, Grammatik, 2-5; G. Horsley, "Divergent Views on the Nature of the Greek of the Bible," Bib 65 (1984) 393-403; P. E. Hughes, "The Languages Spoken by Jesus," New Dimensions in New Testament Study (ed. R. N. Longenecker and M. C. Tenney; Grand Rapids: Zondervan, 1974) 127-43; A. N. Jannaris, Historical Greek Grammar; E. V. McKnight, "Is the New Testament Written in 'Holy Ghost' Greek?", BT 16 (1965) 87-93; idem, "The New Testament and 'Biblical Greek'," JBR 34 (1966) 36-42; B. M. Metzger, "The Language of the New Testament," The Interpretefs Bible (New York: Abingdon, 1951) 7.43-59; E. M. Meyers and J. F. Strange, Archaeology, the Rabbis, and Early Christianity (Nashville: Abingdon, 1981) 62-91, 92-124,166-73; Moule, Idiom Book, 1-4; Moulton, Prolegomena, 1-41; Moulton-Howard, Accidence, 412-85 (on Semitisms in the NT); G. Mussies, The Morphology ofKoine Greek (Leiden: Brill, 1971); E. Oikonomos, "The New Testament in Modern Greek," BT 21 (1970) 114-25; L. R. Palmer, The Greek Language (London: Faber & Faber, 1980); S. E. Porter, Verbal Aspect in the Greek of the New Testament (Bern: Peter Lang, 1989) 111-56; idem, "Did Jesus Ever Teach in Greek?" TynBul 44 (1993) 195-235; L. Radermacher, "Besonderheiten der Koine-Syntax," Wiener Studien (Zeitschnft für Klassische Philologie) 31 (1909) 1 12; Robertson, Grammar, 31-75; L. Rydbeck, "What Happened to Greek Grammar after Albert Debrunner?" NTS 21 (1975) 424-27; E. Schürer, The History ofthe Jewish People in the Age of Jesus Christ (rev. and ed. by G. Vermes, F. Millar, M. Black; Edinburgh: T. & T. Clark, 1979) 2.29-80, esp. 74-80; J. N. Sevenster, Do You Know Greek? How Much Greek Could the First Jewish Christians have Known? (Leiden: E. J. Brill, 1968); M. Silva, "Bilingualism and the Character of New Testament Greek," Bib 69 (1980) 198-219; Smyth, Greek Grammar, l-4b; Turner, Insights, 174-88; idem, "The Literary Character of New Testament Greek," NTS 20 (1973) 107-114; idem, Syntax, 1-9; idem, "The Unique Character of Biblical Greek," Vetus Testamentum 5 (1955) 208-213; Zerwick, Biblical Greek, 161-64.1
1 Essa bibliografia e outras nesse livro não têm a intenção de serem exaustivas, mas sugestivas. (A bibliografia alistada aqui é mais compreensiva que outras, porém, devido à natureza do tópico). As fontes mais citadas que estão aqui foram abreviadas (e.g., o último nome do autor ou iniciais para periódicos); para tais fontes, consulte a lista de abreviações.
14
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
I. A Origem da Língua Grega Que relacionamento há entre o grego e as demais línguas? Tomando por base cer tos aspectos lingüísticos de várias línguas (especialmente termos lexicais estáveis, e.g., partes do corpo), é possível determinar como elas se correlacionam genealogicamente (e.g., três [latim], ipelç [grego], tryas [sânscrito]). Declara-se, com freqüência, que embora o sânscrito não seja a mãe do grego e do latim, pelo me nos, é a irmã mais velha destes idiomas. Isso nos abre a investigação para uma lín gua perdida, conhecida em círculos lingüísticos como Indo-Europeu. A língua-mãe de todas as línguas do mundo aparentemente deu origem a dez ou tras línguas (cada uma delas não constituía grandes famílias lingüísticas isoladas, mas sim línguas aparentadas). Uma dessas dez filhas foi o "Proto-Indo-Europeu", de onde se originou o grego, latim, as línguas neolatinas, línguas germânicas etc.
II. Os Estágios da Língua Grega (Diacrônico) Há cinco grandes estágios no desenvolvimento da língua Grega.2
A. Pré-Homérico (das origens até 1000 a.C) Bem no início do 3S milênio a.C., houve invasões de povos de origem indoeuropéia na Grécia. Os acidentes geográficos da península Atica e adjacências isolando essas levas migratórias favoreceram, conseqüentemente, o desenvol vimento de vários dialetos. A medida que se estabeleciam, esses grupos desli gavam-se uns dos outros, desenvolvendo um dialeto diferente da língua de seu grupo original. Infelizmente, por causa da falta de literatura remanescente, sa bemos muito pouco desse período da língua grega.3
B.
A Era dos Dialetos ou Período Clássico (1000 a. C - 330 a.C) A geografia e política (e.g., cidades-estado independentes) fizeram com que o grego se fragmentasse em vários dialetos, sendo que quatro desses predomina ram.4 Há hoje pouca literatura remanescente de outros dialetos? Os principais dialetos 6 foram o Eólico (cujo material existente é somente poético, e.g., Safo), Dórico (também com remanescente poético, sendo seus maiores
2 Para numerosas subdivisões, veja Jannaris, 1-20. 3 Para uma discussão da história do proto-grego (esp. o Linear B que foi identificado como proto-grego em 1952), veja Palmer, The Greek Language, 27-56. A evidência escrita não revela dialetos diferentes depois do séc. XII a.C. 4 Buck, The Greek Dialects, alista 18-20 dialetos.
A Língua do Novo Testamento
15
representantes os poetas Píndaro e Teócrito), Jônico (encontrado em Homero, Hesíodo, Heródoto e Hipócrates) e, por fim, o dialeto de maior influência, o Ático. O Ático, forma dialetal derivado do grego jônico, foi o falar de Atenas duran te a "Era de Ouro" do Grego Clássico (séc. IV a.C). Na chamada "Era de Ouro", Atenas, era o centro tanto político quanto literário da Hélade. O "Grego Clás sico", embora tecnicamente possa ser uma referência a todos os dialetos desse período, é normalmente usado para o dialeto Ático. Esse uso justifica-se pela difusão das obras literárias oriundas desse dialeto. O Ático foi deste modo, um veículo de refinamento, precisão e beleza7 através do qual algumas das gran des obras literárias do mundo foram conhecidas: Dentre essas citamos: as Tra gédias de Esquilo, Sófocles e Eurípides; as comédias de Aristófanes; as históri as de Tucídides e Xenofonte; os discursos de Demóstenes e os tratados filosó ficos de Platão".8
C. O Grego KoLiurj (330 a.C - 330 d.C) Presume-se que no início das invasões indo-européias na Grécia, tais tribos in vasoras falavam uma língua única. Fatores geopolíticos contribuíram com a fragmentação dessa única língua em vários dialetos. Outro fator também geopolítico favoreceu o agrupamento das cidades-estado sob uma única for ma dialetal: as inúmeras batalhas entre cidades-estado rivais. Ironicamente, a primeira campanha militar, no 3e milênio a.C., produziu o fenômeno da dialetação, enquanto a última campanha não somente restaurou a unidade lin güística, mas também forjou uma nova língua que foi destinada a tornar-se uma Weltsprache (língua mundial). O Koinê [também chamado de Koiné] nasceu das conquistas de Alexandre, o Grande. Na confederação das tribos (Atenas e outras cidades gregas) sob sua direção, houve uma miscigenação que, inevitavelmente, suavizou a aspereza de alguns dialetos e destituiu outros de sua importância tribal. Após esse feito, as cidades e as colônias conquistadas aprenderam esse grego miscigenado como segunda língua. No primeiro século d.C., o grego era a língua franca de todo o Mediterrâneo, circunvizinhança e outras regiões distantes. Visto que a maioria desses povos helenizados aprendera essa modalidade grega como segunda língua, isso favoreceu tanto a perda de sutileza do idioma propagado pelas incursões de Alexandre, como a busca dc mais clareza no uso do novo idioma mundial (e.g., a repetição de uma preposição em contextos onde a língua ática usaria apenas uma única preposição). 5 A inscrição remanescente revela um quadro um tanto diferente. De fato, podería mos examinar os dialetos ou geográfica ou literariamente. Geograficamente, havia qua tro dialetos principais (Arcádio-Cipriota, Grego Ocidental [incluindo o grego Dórico e o Noroeste], Ático-Jônico [incluindo tanto o Jônico como o Ático], e Aeólico [inclinando o Lesbiano - chamado assim por causa da ilha de Lesbos - e Boeociano]). Veja Palmer, The Greek Language, 57-58, para uma breve descrição. 6 Veja Smyth, Greek Grammar, 3-4, e Palmer, The Greek Language, 57-58, para uma dis cussão. 7 Smyth, 4. 8 Metzger, 44.
16
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
D. O Grego Bizantino (ou Medieval) (330 d.C-1453 d.C) 1.
O Koinê evoluiu para o Grego Bizantino após a conversão de Constantino. Ao revogar o edito de Diocleciano contra os cristãos (303 d.C. - 311 d.C.), Constantino deu à língua um colorido religioso. Nascia o grego eclesiástico.
2.
Na divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, a língua grega perdeu seu status de Weltsprache (língua mundial).
E. O Grego Moderno (1453 d.C ao presente) Em 1453, os turcos invadiram Bizâncio. A língua grega [escrita] não permane ceu isolada do resto do mundo. Ela fugiu nos braços dos sábios bizantinos. A medida que estes fugiam com cópias dos clássicos gregos, o Renascimento flo rescia na Europa. A Reforma nasceu na Europa Setentrional enquanto os erudi tos cristãos (tais como Erasmo e Lutero) se familiarizavam com os manuscritos gregos do NT. E interessante que, embora os manuscritos gregos antigos e os sábios bizantinos tenham escapado do Oriente vindo para a Europa ocidental, as línguas euro péias ocidentais não os influenciaram gramática ou semanticamente. Isto é, as cópias da antiga literatura grega retiraram a Europa da Idade das Trevas, con tudo as línguas européias não modificaram a língua dos manuscritos. Os tur cos isolaram o Oriente do resto da Europa até 1820 - quando os gregos se re belaram contra seus dominadores e retomaram sua liberdade. Assim eles im pediram o contato e o desenvolvimento da língua. Essa ação, como no efeito dominó, fez com "a fala coloquial do grego moderno não se difere substanci almente do bizantino vernacular, o que a liga diretamente ao KOLvq vernacular.9 Hoerber, ao comparar a evolução histórica do grego com outras línguas, afir ma: "a língua grega mudou menos em três mil anos de história do que o in glês desde Chaucer (1340[?]-1400) ou Beowulf [Nota do tradutor: antigo poe ma inglês escrito na variante bárbara desse idioma](Séc. VIII)...".10 Hoje, há dois níveis no Grego Moderno: 1. Kathareousa (Ka0apeúoi)oa = "língua literária") Esse não é, de fato, um desenvolvimento histórico da língua, mas uma ex pressão "livresca grega", ou uma tentativa artificial em ressuscitar o diale to Ático nos tempos modernos. Moulton sarcasticamente sugere que "isso é tão relevante como o Volapuque [trad. Volapuque é uma língua artificial, desenvolvida, entre 1879 e 1880, por Johann Schleyer, um sacerdote católi co romano de Baden, Alemanha. Schleyer achava que Deus lhe dissera, em sonho, que criasse uma língua internacional] é para o estudante da evolu ção lingüística", e que "a kathareousa é uma miscelânea até mais mesclada (trad. ou como chamam no jargão musical, mixada) do que as composições da música contemporânea".11 9 Robertson, 44. 10 Hoerber, 253. 11 Moulton, Prolegomena, 26.
A Língua do Novo Testamento 2.
17
D em otiké (ôrnioxiicq) Essa é a língua falada atualmente na Grécia. Ela é a "descendente direta do Koinê".12
III. O Grego K ol^ tj (Sincrônico)
A. Terminologia Koiur| é o adjetivo feminino de koivoç ("comum"). A forma feminina é usada porque (implicitamente) modifica o termo õiáÀeKTOÇ, um substantivo feminino de segunda declinação. Os sinônimos de Koinê são: o grego "comum", ou com mais freqüência, o helenístico (que nos faz lembrar do processo de helenização conduzido por Alexandre, o Grande. Os falantes do grego, isto é, os que a possuíam como segunda língua, foram chamados de helenistas [cf. Atos 6:1]). Tanto o grego do NT quanto o da Septuaginta são considerados ramos do Koinê (A LXX, porém, contém mais semitismos).
B. Desenvolvimento Histórico Aqui, estão oito fatos interessantes acerca do grego helenístico: 1.
A Era de Ouro da literatura grega efetivamente atingiu seu apogeu com Aristóteles (322 a.C).
2.
O Koinê nasceu sob as conquistas de Alexandre, o Grande.
3.
O Grego Helenístico resultou do contado entre as tropas de Alexandre oriundas de todas as regiões da Grécia. Esse encontro gerou uma influência nivelada.
4.
Entre os povos conquistados por Alexandre, esse grego miscigenado desenvolveu-se como uma segunda língua. Essas conquistas deram à língua grega o status de idioma universal.
5.
O grego Koinê cresceu amplamente a partir do dialeto Ático (o falar da Era de Ouro Grega). Sendo esse o dialeto de Alexandre, sobrepôs-se sobre os outros dialetos - os dos soldados. O "Grego Helenístico" foi um pacto entre os direitos da minoria mais forte (i.e., Ático) e a maioria mais fraca (os demais dialetos)".13
12 BDF, 2, n. 1 (§ 3). 13 Moule, 1.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
18 6.
Esse novo dialeto, porém, não seria considerado como inferior ao Ático. Nem era uma degeneração do Grego Clássico, mas uma fusão proveitosa para as massas.14
7.
A partir do primeiro século d.C., ele tornou-se a língua oficial de todo o Império Romano.15
8.
Desde quando o Koinê é Koinê?
'
Embora o Grego Koinê tenha nascido em cerca de 330 a.C, esse foi seu nas cimento físico, não o lingüístico. Espero que ninguém suponha que, instan taneamente, após o término da última batalha de Alexandre, os povos con quistados começaram a falar o Grego Koinê! (Lembre-se que a Grécia ainda retinha seus dialetos quando Alexandre estava conquistando o mundo). As sim como uma criança recém-nascida não fala imediatamente, levou algum tempo até que o Koinê realmente tomasse a forma como o vemos no NT.
C. A Abrangência do Grego KoLVtj 1.
Tempo Aproximadamente, de 330 a.C a 330 d.C, ou seja, das conquistas de Alexan dre até a mudança da capital do Império Romano de Roma para Constantinopla. Com a morte de Aristóteles em 322 a.C., a fase de desen volvimento em que se encontrava a língua grega era a Clássica. O Koinê • teve seu ápice entre o primeiro século a.C. e o primeiro século d.C.
2.
Geografia Pela primeira vez, a língua grega universalizou-se. À medida que as colô nias eram estabelecidas, bem depois dos dias de Alexandre, e áreas medi terrâneas continuavam sob governos de origem grega, o Koinê perdurou prosperamente em terras estranhas. Mesmo depois de Roma dominar o mundo conhecido de então, no primeiro século a.C., o grego penetrava con tinuamente em lugares remotos, (deve-se isso à política de Roma de assi milação cultural em lugar da aniquilação e destruição e recolocação de po vos). Por isso, conquanto Roma estivesse no controle absoluto, o latim não se transformou na língua franca. O Koinê durou como língua universal até, aproximadamente, o fim do primeiro século. Por volta do 2o. século, o la tim começou a dominar à Itália (entre as camadas populares), e, a partir daí, o Ocidente em geral, uma vez que Constantinopla [Bizâncio] tornou-se a capital do Império Romano. Portanto, somente por um breve período, o grego foi a língua universal.
14 Ibid. 15 Cf. esp. Porter, "Did Jesus Ever Teach in Greek?" 205-23 (205-9 fala do grego como a língua franca do Império Romano; 209-23 trata com o grego palestino em si).
A Língua do Novo Testamento
19
D. Mudanças no Grego Clássico Em suma, o grego tornou-se mais simples. Quanto à morfologia, perdeu certos aspectos, diminuiu outros e assimilou formas difíceis transformando-as em pa drões mais comuns. Havia uma tendência a formas mais breves e sentenças mais simples. Algumas das características sintáticas foram perdidas ou, pelo menos, enfraquecidas. Substituiu-se a precisão e refinamento clássicos pela pre cisão do Koinê.16 1.
Morfologia Cautela deve ser tomada nessa área, já que o Grego Helenístico era um amálgama de outros dialetos. Algumas regras são tidas como prescritivas e outras não, só porque estas não se encaixam naquele padrão, assim são tomadas como exceção à regra. Muitas de tais exceções são traçadas por empréstimo não-sistematizado de outros dialetos (e.g., A terceira pessoa do singular do primeiro aoristo optativo, no dialeto eólico, termina com ai, enquanto no dialeto ático termina em -eiefu]). Outras se originaram na acomodação do Koinê a partir de padrões familiares ou análogos (tais como colocar terminações do primeiro aoristo em verbos do segundo aoristo 6L1KXV por eíuou). Múltiplas formas, às vezes, de uma parte principal específica (e.g., a quarta e quinta parte principal de ávoÍYW) que ocorre no NT são explicadas por esse fenômeno. Em suma, nem todas as formas irregulares no NT grego têm soluções lingüísticas como essas, de modo que a simples memorização de regras fosse o remédio para tudo. Muitas dessas irregularidades são devidas simplesmente a transformações históricas, não a um princípio lingüístico.17
2. A Estrutura das Sentenças a.
Sentenças mais curtas e mais simples substituíram as sentenças complexas do grego clássico.
b. Menor uso de partículas e conjunções, muitas das quais, para desempenhar novas funções, tiveram seu uso estendido. c.
A parataxe (orações coordenadas) foi mais usada, em detrimento das hipotaxe (sentenças complexas em que a oração subordinada é usada), que foi reduzida.
d. O discurso direto prevaleceu sobre o discurso indireto. 16 Esse é essencialmente o argumento de Zerwick, o qual o sustenta com muitos exemplos por todo o grego bíblico. 17 Alguns exemplos das mudanças morfológicas são: (1) oo por tt (e.g., GáXaaaa por GáÀaxra); (2) declínio no uso de verbos em -|ii, optativos, superlativos; (3) perda do dual (uma forma de nomes, e verbos, usados para indicar duas pessoas); (4) assimilação de formas para padrões mais familiares, e.g., terminações do primeiro aoristo sobre verbos do segundo aoristo (e.g., rjXGav por fjXGov, eíirav por eiirov, etc.), terminações da primeira declinação sobre os nomes da terceira declinação (e.g., Guyoaépav por Guyaxépa [embora somente a forma da terceira declinação ocorra no NT]); e (5) uso mais freqüente do diminutivo, embora o significado seja constantemente alterado.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
20
3. O Estilo ou a Sintaxe dos Substantivos e Verbos Uma vez que o grego helenístico possuía duas naturezas: (a) é uma assimi lação cultural de dialetos prévios; e (b) é a segunda língua dos povos con quistados, a união dessas duas categorias gerou três aspectos previsíveis: (1) peculiaridades suprimidas; (2) refinamentos, obscurecidos; e, (3) o que fosse considerado prolixo dera lugar a expressões mais claras.18 Veja alguns exemplos: a.
Preposições: 1)
o uso de uma só preposição, preferência do Ático, foi substituído, no Koinê, pela repetição de tal preposição antes de substantivos;
2)
a preferência pelos verbos compostos com preposições onde ambos não eram necessários;
3)
a substituição dos casos por nomes acompanhados de preposições.
4)
a confusão ou até mesmo a sobreposição de certas preposições so bre outras (e.g., elçlkv, írnép/irepí).
b. Pronomes: passaram a ser usados com muito mais freqüência (mais explicitamente). c.
Pronomes Pessoais: usados como sujeitos de verbo. No Ático, muitas vezes, eram deixados de fora..
d. Números: exclusão do dual [trad. O Ático possuía três números: singular, plural e dual], e.
Tempos: uso do presente em substituição do futuro (o chamado presente futurístico vivido).
f.
Vozes: declínio da voz média direta e uso mais freqüente da voz ativa com pronome reflexivo.
g.
Modos: quase extinção do modo optativo.
h. A conjunção iva substitui o infinitivo (o uso de iva é ampliado). i.
Particípios: maior freqüência de construções perifrásticas.
E. Tipos de KoLVij Muitos eruditos admitem a existência de dois níveis reais: o vulgar e o literá rio.19 Essa visão equivoca-se pelas seguintes razões: (1) Esta visão deixa de lado
18 Metzger, 45; Zerwick, 161. 19 BDF coloca a questão desta maneira: "Entre os dois extremos, onde se encontram os documentos do NT, a língua do dia-a-dia refletida nas cartas, papiros, ou nos monumentos literários? De qualquer forma, pode ser dito que a língua dos autores do NT é a mais próxima da linguagem popular . . (2 [§ 3]).
A Língua do Novo Testamento
21
as diferenças entre o verdadeiro Koinê literário e um tipo de grego aticista; (2) a questão é apresentada como se fosse imparcial: os "dois extremos" (o dialeto ático e o Koinê) são vistos como o padrão pelo qual todo o material em Koinê tem que ser analisado; (3) muitos dos livros do NT nunca pretenderam ser obras literárias. Assim, é desafortunada a comparação entre as obras literárias clássi cas e os escritos neotestamentários. Por outro lado, não foram comparados exaus tivamente os recibos, testamentos, listas de lavanderias, documentos de negó cios, memorandos, documentos legais, cartas pessoais de soldados em campo de batalha e outros documentos em Koinê descobertos recentemente com o texto do NT, pois, em grande parte, os autores de tais textos do cotidiano escreveram para uma determinada audiência, não simplesmente para um indivíduo. Tam bém é certo que esses textos seriam lidos em voz alta. Acrescente a isso o fato de que o tema e o tom freqüentemente apologéticos do NT grego impossibili tam que paralelos sejam facilmente encontrados com outros textos em Koinê. Por essa razão, poucos eruditos têm sugerido a existência de um nível intermediário do Koinê entre os extremos entre vulgar e literário. Parece-nos correta essa avaliação, procuraremos comprová-la pela seguinte análise: 1.
Vernacular ou Vulgar (e.g., papiros e óstracos)
,
Temos aqui o idioma língua das ruas, o dialeto coloquial, a língua das camadas populares. Esse tipo foi encontrado principalmente em papiros egípcios. Essa era, de fato, a língua franca daqueles dias. A origem desses papiros pode ser assim ilustrada: imaginemos que os brasileiros do século XXI esvaziassem suas cestas de lixos em um lo cal suficientemente seco para preservá-los por dois mil anos. Depois desse período, eruditos descobririam esse lixo e estudariam tal mate rial. Observando, particularmente, o tipo de português empregado em nosso século. E esperado que as deduções desses eruditos descreveri am a habilidade e a prática lingüísticas dos brasileiros do século XXL20 2.
Literário (e.g., Políbio, Josefo, Filo, Deodoro, Estrabo, Epíteto, Plutarco) A língua de tais eruditos, literatos, acadêmicos e historiadores era um Koinê mais polido. A diferença entre as expressões literária e vulgar daquele idio ma assemelha-se às diferenças entre o português das escolas, das universi dades, da Academia Brasileira de Letras e o das feiras livres, estações de trem ou ônibus etc. Epíteto provavelmente representa a forma mais colo quial do Koinê literário. Por isso, E. C. Colwell chegou a dizer que a língua do Quarto Evangelho era muito semelhante à de Epíteto. O grego de Josefo, embora, às vezes, marcado profundamente por semitismos, é com certa fre qüência muito bom.
20 Hoerber, 252.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
22 3.
Coloquial (Novo Testamento, alguns papiros) O Koinê coloquial era a língua falada normalmente por pessoas educadas. Seguia a expressão gramatical dos literatos; em comparação com o nível li terário, entretanto, ele era menos polido (faltavam-lhe certas peculiarida des, era menos prolixo, possuía sentenças mais curtas, com mais parataxes) que o Koinê literário. Portanto, não deveríamos esperar muitos paralelos entre os papiros (contendo, normalmente, a língua de pessoas não tão cul tas) e os literatos (sua língua é uma língua escrita, portanto mais esmera da). As evidências e/ou analogias, em nossa civilização ocidental, sobre esse nível de linguagem acham-se, em boa quantidade, nos seguintes exemplos: a.
Nossos sermões ilustram bem isso. Um sermão está normalmente acima do nível comum, mas abaixo do nível literário. De fato, muitos professores de homilética dizem que um sermão ideal deveria estar em um "nível coloquial vivido" (tome, e.g., Haddon Robinson). Temos aqui uma analogia ideal para nosso assunto, pois temos boa parte do NT no formato de prédicas legadas à posteridade. Algumas das cartas pretendiam, pelo menos, ser lidas em voz alta nas igrejas. Talvez nunca restabeleceremos a língua viva do Koinê falado, mas, em relação ao grego neotestamentário, parece que chegamos bem perto.
b.
"Praticamente cada era da civilização ocidental, principalmente,' depois das composições e narrativas dos épicos de Homero, exibe três níveis básicos da língua: literário, coloquial e 'v u lg ar'.... As composições sobreviventes da Grécia e Roma antigas estão quase que inteiramente no nível literário".21 Os discursos de Cícero são um bom exemplo de latim coloquial.
c.
Como nota Jannaris, há pelos menos três níveis de Grego, em todos os seus períodos evolutivos: As obras-primas literárias desse período [era clássica] até então não representam a língua como era realmente falada na época... Pois, tan to nos diálogos encontrados nas classes cultas quanto entre a popu lação geral, o nível do diálogo não ultrapassaria, em muitos casos, o simples discurso coloquial ou popular, transformando-se em um idi oma vernacular ou até mesmo rústico. A coexistência, em todas as épocas, de um estilo artístico ou literário e um discurso coloquial e popular... com uma língua convencional intermediária, é um fato inquestionavelmente estabelecido pela lógica, investigação históri ca, analogias modernas e pela experiência diária.22 O mesmo autor vai além e descreve a distinção entre a modalidade escrita e a falada do grego assim: "...nunca qualquer escritor usou o mesmo estilo na escrita e na fala. Pelo contrário, ele utiliza uma escrita estilizada para expressar seus pensamentos de modo mais ou menos elegante.... Assim, toda a
21 Hoerber, 252. 22 Jannaris, 4.
A Língua do Novo Testamento
23
literatura grega [clássica] e a glória da Grécia antiga são compostas quase que exclusivamente no estilo literário. Com respeito ao discurso coloquial ou popular, dificilmente é representado nas obras clássicas".23 Concluindo, Jannaris apresenta quatro níveis diferentes de Grego: 1) Aticista, (2) Convencional [=literário], (3) L evan tine [=coloquial; especificamente o grego dos estrangeiros helenizados, incluindo o NT], e (4) Coloquial ou a língua das camadas populares (=vulgar).24 d. Concluindo, parece que a empolgação sobre os papiros paralelos ao NT foi talvez exagerada. Isto significa que, por mais útil que seja os papiros para o nosso entendimento do vocabulário do NT, não temos achado paralelos sintáticos perfeitos nos papiros. Muitos dos papiros são inferiores ao NT quanto à sintática, por conseguinte o NT não está no mesmo nível literário que autores como Josefo ou Políbio. A sintaxe do NT se encontra numa posição mediana entre vulgar e literária, conhecida como conversacional.25 4.
Aticista (e.g., Luciano, Dionísio de Halicarnasso, João Crisóstomo, Aristides, Frínico, Moéris) Uma língua artificial reavivada pelos literatos, desatentos à evolução da língua (semelhante a muitos atuais defensores da King James Version que declaram a superioridade dessa versão porque ela representa o inglês no auge da sua glória, durante a era shakespeareana). A língua grega, debaixo de certas condições e influências [e.g., sob o governo romano, a vida cultural e intelectual floresceram pouco quando comparada com o período áureo], encontrava-se em situação desfavorável - não era mais o Ático dos velhos e gloriosos tempos da hegemonia ateniense. À vista disso, muitos eruditos acompanhados por diversos discípulos, agindo em uma silenciosa conspiração, esforçaram-se para deter o desenvolvimento desse grego "comum" (i.e., o Ático não-clássico) e ressuscitar o antigo Ático puro. Essa atitude lhe conferiu o título de Aticistas, i.e., "puristas". Seu empenho consistia em imitar a forma ática, e não em desenvolver um padrão novo, original...
IV. O Grego do Novo Testamento Há duas questões distintas quanto ao conteúdo, porém relacionadas quanto a nosso objetivo aqui, as quais precisam ser respondidas ao considerarmos a na tureza do grego do NT: (1) Quais eram as línguas vigentes no primeiro século a.C., na Palestina?, e (2) Onde o grego neotestamentário se encaixa no Koinê? 23 Ibid., 5. 24 Ibid., 8. 25 Hoffmann von Siebenthal tem chegado a uma conclusão similar (2-3). 26 Jannaris, 7
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
24
A. O Contexto da Língua da Palestina É de conhecimento incontestável que o aramaico, hebraico e o grego estavam em uso na Palestina do primeiro século a.C.27 O modo como as particularidades desses idiomas relacionavam-se é nosso foco agora. Uma outra questão impor tante é: Que língua(s) Jesus falava. Visto que essa última questão foge a nosso estudo sobre o grego do NT (embora esteja relacionada com ele), falaremos bre vemente sobre a mesma. 1.
Aramaico E provável que, no primeiro século a.C., o aramaico fosse a principal língua de várias regiões da Judéia. Duvida-se, no entanto, que ela fosse o principal veículo de comunicação de todos os judeus da Palestina, particularmente os da Galiléia. Hoje, muitos eruditos afirmam que o aramaico constituía a principal base lingüística (não a exclusiva) através da qual Jesus ensinava, muito embora ele provavelmente conhecesse o hebraico (cf. Lc. 4), e possi velmente também falasse o grego.
2. Hebraico Alguns eruditos declaram que o hebraico fora realmente a principal lín gua do primeiro século a.C., na Palestina. Ainda que não fosse amplamente usado pelas camadas populares, pois não há muitas pistas de inscrições hebraicas na Palestina dessa época. 3. Grego Um número crescente de eruditos vem confirmando a tese do grego como principal veículo de comunicação na Palestina dos tempos de Jesus. Talvez, tenha sido até mesmo a língua diária do seu ministério. "Os argumentos a favor dessa tese embasam-se: (1) no papel do grego como a língua franca do Império Romano; (2) no caráter lingüístico e cultural da baixa Galiléia du rante o primeiro século; (3) no fator lingüístico, ou seja, na transmissão do Novo Testamento em grego, desde os manuscritos mais antigos, (4) na di versidade da evidência epigráfica; (5), na importância da evidência literá ria; e, (6) nos vários contextos significantes nos próprios evangelhos...."28
B. A Língua do Novo Testamento em Relação ao Grego Helenístico 1.
A Questão Qual o grau da influência semítica sobre o grego do NT? E quanto do grego do NT possui outros tipos de influências?
27 Para um sumário, veja Porter, Verbal Aspect, 111-56. 28 Porter, "Did Jesus Ever Teach in Greek?" 204. Para uma apresentação detalhada dos argumentos e uma excelente bibliografia, veja idem, 195-235.
A Língua do Novo Testamento 2.
25
As Possíveis Respostas Em 1863, J. B. Lightfoot antecipou a grande descoberta de papiros contem porâneos ao texto do NT quando disse: "se nós pudéssemos descobrir ape nas correspondências habituais entre as pessoas, sem qualquer intenção de serem composições literárias, teríamos um importante auxílio no entendi mento da língua do NT em geral".29 Em 1895, trinta e dois anos mais tarde, Adolf Deissmann publicou seus Bibelstudien (Estudos Bíblicos), uma obra puerilmente intitulada, visto que revolucionou o estudo do NT. Nessa obra (traduzida depois para o Inglês com o título Bible Studies), Deissmann mostrou que o grego do NT não era uma língua criada pelo Espírito Santo (Hermann Cremer chamou-o de "O grego do Espírito Santo", simplesmente porque 10% de seu vocabulário não possuíam exemplos paralelos em obras seculares). Deissmann demonstrou que o grande volume do vocabulário do NT se acha va nos papiros. O efeito pragmático da obra de Deissmann tornou obsole tos praticamente todos os léxicos e comentários lexicais escrito antes da vi rada do século. (O léxico de Thayer, publicado em 1886, ficou, conseqüente mente, antiquado logo depois de ser impresso. Ironicamente, ainda é tido como confiável por parte de muitos estudantes do NT). James Hope Moulton recebeu o bastão de Deissmann e demonstrou parale los morfossintáticos entre o NT e os papiros. Em essência, o que Deissmann fez para a lexicografia, Moulton fez para a gramática. Este notou que algumas construções, previamente sem paralelo, no NT foram encontradas nos pa piros (e.g., kv instrumental). No entanto, o seu caso não tinha se mostrado convincente. Por essa razão, o debate ainda vigora a respeito do grau de influência semítica sobre o grego do NT. Atualmente, existem três pontos de vista quanto ao grego do NT. Eles estendem-se do Koinê Vernacular até o grego rico em semitismos. a.
O Grego do NT = O Grego Vernacular Essa era a visão de Deissmann e Moulton e tem sido promovida (com algumas modificações) por Robertson, Radermacher, Colwell, Silva e Rydbeck. Todos esses eruditos viam semitismos nas citações do AT e em alguns ditos de Jesus. Os problemas com essa visão são: (1) a rica variedade de autores do NT não recebe a atenção devida. Alguns podem encaixar-se em certo estilo; outros, em uma outra forma estilística; (2) muitos papiros foram achados em tratados judaicos. Esses podem conter semitismos; e, em muitos desses, (3) os paralelos sintáticos não são tão convincentes quan to os paralelos lexicais: O NT parece, em sua abrangência, situar-se em um plano superior aos papiros.
29 Citdado em Moulton, Prolegomena, 242.
26
Sintaxe Exegética do Novo Testamento b. Grego do NT = Grego do NT = Grego Vernacular com Algumas Porções Ricas em Semitismos Alguns eruditos (e.g., Dalman, Torrey, Burney, Black, R. H. Charles, M. Wilcox) vêem os Evangelhos, os primeiros quinze capítulos de Atos e o Apocalipse como uma tradução grega. Ou seja, o original desses docu mentos fora escrito em aramaico. Aquilo que encontramos em vários manuscritos não passa de uma outra tradução grega desse original. Os problemas com esse ponto de vista são: (1) Não há absolutamente nenhuma evidência textual primitiva para tal teoria (i.e., nenhum ms. aramaico primitivo foi produzido [trad.: e encontrado] que pudesse ter servido de base para o texto grego dos Evangelhos, Atos ou Apocalipse); A maioria dos semitismos alegados (e.g., trocadilhos não vertidos na tradução grega, traduções incorretas etc.), embora ingênuas, são sujei tas a sérias objeções. c.
O Grego do NT = Um Dialeto Distinto Essa visão, similar a teoria do "Grego do Espírito Santo", tem sido for temente propagada por Nigel Turner. Este, ao refletir sobre tal língua como criada pela Terceira Pessoa da Trindade, disse: "agora temos que admitir que não somente é singular o tema das Escrituras, mas tam bém, é sem igual a língua em que eles foram escritos ou traduzidos".30 O mesmo autor, em outro trecho, declarou: "O grego bíblico é a única língua com uma unidade e caráter próprios".31 E essencial entender que a expressão "grego bíblico", para Turner, inclui a LXX. De fato, a LXX é, lingüisticamente falando, a mãe do NT. Os problemas decorrentes dessa posição, além das contradições com o segundo ponto de vista, são: (1) Vários estudos têm mostrado que a sintaxe neotestamentária não é tão idêntica a da LXX. As duas obras possuem gêneros distintos;32 (2) Os paralelos são delineados de forma seletiva;33 e (3) Essa visão confunde estilo com sintaxe (falaremos mais sobre esse assunto adiante).
30 Turner, Syntax, 9. 31 Ibid., 4. 32 Por exemplo, o genitivo absoluto é usado freqüentemente no NT, pouco na LXX - e é uma expressão distintamente idiomática. Várias características do aspecto verbal do grego do NT não têm paralelo nas línguas semíticas. A construção artigo + substantivo + koú + substantivo é comum no NT, mas não (e não tem a mesma força semântica) na LXX. A relação do adjetivo com o substantivo nas construções anarthras neotestamentárias é mais semelhante ao grego áüco e aos papiros que à LXX. 33 Isso é especialmente o caso do artigo conforme L. Cignelli e G. C. Bottini, "UArticolo nel Greco Biblico," Studium Biblicum Franciscanum Liber Annuus 41 (1991) 159-99. Eles afirmam que o uso do artigo no NT fica em aposição comparado ao do ático (159). Sua abordagem, porém, é tomar exemplos da LXX (que é uma tradução grega) e pressupor que isso é igualmente válido no NT. Mas colocar o NT junto à LXX como se tudo fosse do mesmo gênero é um exagero.
A Língua do Novo Testamento
27
Em suma, muitos eruditos hoje deveriam adotar uma visão intermedi ária entre a primeira e a segunda visão. Há, no entanto, um número crescente de estudos promovendo a primeira. E.g., um deles declara: o grego do NT era uma língua comum que poderia ser entendida nas ruas de Atenas de maneira tão fácil quanto nos subúrbios de Jerusalém. Existem, todavia, problemas com todos esses pontos de vistas, especi almente na forma como a questão é apresentada. 3.
Retomando a Questão Talvez haja outras maneiras de ver a natureza do grego neotestamentário. As seguintes considerações oferecem uma variedade de considerações dignas de atenção. a.
A Distinção entre Estilo e Sintaxe34 Os partidários da tese de que 'o grego do NT é o Koinê coloquial' distinguem sintaxe de estilo (e.g., Deissmann, Moulton, Radermacher, Debrunner). Os defensores do "dialeto distinto" não fazem essa diferença. Ainda que os semitismos afetem o estilo do NT, sua sintaxe ainda é grega helenística. A sintaxe é extrínseca ao autor. (Isso inclui os aspectos básicos de uma comunidade sem a qual a comunicação seria impossível.) O estilo, ao contrário, é intrínseco ao escritor. Por exemplo, a freqüência do uso das preposições ou conjunções coordenadas (e.g., koú) é uma questão estilística: os escritos gregos áticos foram mais paratáticos que os escritos do Koinê. Não há, pois, mudança sintática, mas sim estilística. Muitos argumentos da tese do 'dialeto distinto' estão baseados nessas diferenças quantitativas entre o Ático e o grego do NT. Somente se tal visão pudesse comprovar quantativamente mudanças qualitativas não somente entre o Ático e o grego do NT, mas também entre o grego do NT e o outro Koinê, a tese do 'dialeto distinto' não seria derrubada.
b.
Níveis do Grego Koinê Como foi declarado anteriormente, o grego neotestamentário não está no nível dos papiros, nem no nível do Koinê literário, mas sim no do grego coloquial. A falta de conhecimento a respeito desse nível intermediário é parte da resposta para a confusão em torno da natureza do grego do NT.
c.
Natureza Múltipla, não-Linear Gramática e estilo não são as únicas questões que precisam ser tratadas. O vocabulário também é um matiz crucial. Deissmann demonstrou muito bem que o léxico do grego neotestamentário é o mesmo do Koinê
34 Veja Rydbeck, 424-27, para discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
28
vernacular. É nossa convicção que a língua do NT precisa ser vista à luz de três pólos: através do estilo, da gramática e do vocabulário. Até certo grau: o estilo é semítico; a sintaxe vem do Koinê coloquial-literário (o dialeto derivado do grego Ático); e o vocabulário pertence ao Koinê vernacular. E inviável procurar constantemente separar esses itens.35 A relação, entre ambos, pode ser ilustrada assim:
Q u adro 1 A N atu reza M ú ltip la do G rego N eo testam en tário
d.
Autoria Múltipla E necessário referir-se ainda a outro fator: O NT foi escrito por vários autores. Alguns (e.g., o autor de Hebreus, Lucas, e, às vezes, Paulo) assemelham-se ao Koinê literário em suas estruturas sintáticas. Ou tros estão em um nível inferior ao Koinê literário (e.g., Marcos, João, Apocalipse e 2 Pedro). Por isso, é impossível falar que o grego neotestamentário reflete uma única forma de Koinê. Esse é um argumento decisivo contra Turner, pois a língua do NT não é uma "língua singu lar" (uma comparação superficial entre Hebreus e Apocalipse revela rá isso). Contudo, essa declaração também depõe, de certo modo, con tra Deissmann e Moulton, pois o grego do NT não pode ser colocado no mesmo patamar do grego dos papiros. Aqui, podemos citar três níveis de relacionamento dos autores do NT e o Koinê: (1) alguns dei xam transparecer que o grego era a sua língua nativa; (2) outros, que cresceram em um ambiente bilíngüe, provavelmente aprendendo o grego depois do aramaico; e (3) outros, que podem tê-lo aprendido quando eram adultos.
35 Ou seja, o contexto semítico do autor pode, às vezes, afetar sua sintaxe e vocabulário (especialmente devido à influência da LXX). O Koinê vernacular pode impacta sua sintaxe, bem como seu estilo etc.
A Língua do Novo Testamento 4.
29
Algumas Conclusões As questões relacionadas ao grego do NT são meio complexas. Podemos sumarizar nossas conclusões da seguinte forma: a.
Em grande parte, o grego do NT é o grego coloquial em sua sintaxe um pouco abaixo do refinamento e das estruturas sintáticas do Koinê literário, mas acima do nível encontrado nos papiros (embora, seja verdade que há intrusões semíticas na sintaxe neotestamentárias em algumas ocasiões).
b.
Seu estilo, ao contrário, é amplamente semítico. Vê-se isso em quase to dos os escritores judeus do NT. Seu estilo é permeado tanto pela sua herança religiosa quanto por seu contexto lingüístico. Além disso, a estilística neotestamentária é fruto da fé comum em Jesus Cristo. (Isso é semelhante a conversas entre dois cristãos: primeiro, na igreja; depois no ambiente de trabalho. O estilo do discurso e o vocabulário, até certo ponto, mudam de acordo com o local em que se encontram).
c.
O vocabulário do NT, embora em seu conteúdo seja fortemente influenciado ora pela LXX, ora pela experiência cristã, compartilha muitas semelhanças como os documentos encontrados nos papiros do primeiro século d.C.
Há exceções em cada uma dessas influências, uma vez que elas não são nitidamente colocadas em compartimentos. E isso não é tudo: é quase im possível ver o grego desses homens como meramente um tipo de Koinê, visto eles serem oriundos de vários contextos lingüísticos e dotados de di ferentes habilidades literárias. No entanto, obter uma impressão geral do grego do NT é uma possibilidade. Moule resumiu bem essa questão: O pêndulo tem inclinado mais na direção de igualar o grego bíblico com o "grego secular". Mas não devemos permitir que essas incríveis desco bertas tornem-nos cegos a ponto de não percebermos as peculiaridades semíticas preservadas no grego bíblico. (E isso é um fator mais prepon derante no Novo Testamento do que no "grego secular", coloquial ou li terário. Ainda que se mencione a propagação das colônias judaicas na so ciedade de então). Aliada à influência semítica, a mão modeladora da ex periência cristã, em certo ponto, criou um idioma [=estilo] e vocabulário próprios.36
36 Moule, 3-4.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
30 5.
Autores Individuais Falando de modo geral, o nível literário dos autores do NT pode ser apresentado da seguinte forma:3/ SemíticolVulgar -
Apocalipse Marcos João, 1-3 João 2 Pedro
Koinê Literário
Coloquial - A maior parte dos escritos paulinos - Mateus
- Hebreus - Lucas-Atos - Tiago - Pastorais - 1 Pedro - Judas
Tabela 1 N ív eis L iterários d os A u tores do N T
N.B. Na tabela acima, os livros são alistados em ordem decrescente de pureza. Assim, Hebreus é mais literário que 1 Pedro, Apocalipse é mais semítico que Marcos, etc.38
37 Para discussão detalhada, veja Metzger, 46-52 e os comentários críticos padrões. 38 Há deficiências nessa tabela: (1) não se pode dizer se Mateus está próximo do Koinê vulgar ou do literário; e (2) não estamos misturando estilos, sintaxe e vocabulário (embora esta ilustração seja primariamente da sintaxe dos vários livros) e tratando-os em um nível linear.
Os Casos: Introdução Os casos têm um importante papel ao se determinar a relação das palavras entre si. Embora haja somente cinco casos distintos no Koinê (eles são: nominativo, vocativo, genitivo, dativo e acusativo), eles desempenham muitas funções. Além disso, das quase 140.000 palavras1no grego neotestamentário, cerca de três quintos são as formas declinadas nesses casos2 (inclui-se aqui: os substantivos, os adjetivos, os particípios, os pronomes e os artigos). Essa estatística, aliada à rica variedade de usos possíveis a cada caso, proporciona-nos uma acurada investigação no domínio dos casos gregos.3 Veja no quadro abaixo, o gráfico resultante dessa análise.
Substantivos
Artigos
Pronomes
Adjetivos
Particípio
Q u adro 2 F req ü ên cia do U so dos C asos no N ov o T estam ento (de acord o com as classes de palav ras)
1 Nestle-Aland27 /UBS4 têm 138,162. 2 Incluso na lista estão os substantivos indeclináveis (como os nomes semíticos), embora tecnicamente não tenham terminações de caso. O número específico, segundo a versão atual do acCordance, é 79,838 (das 138,162). 3 Praticamente, o estudo dos casos é restrito aos substantivos - i.e., palavras que funcionam como nomes. Embora os particípios, adjetivos e, até mesmo, os artigos po dem ficar no lugar de um nome. Os nomes mais comuns são os substantivos e os pro nomes. 31
32
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Sistema dos Casos: O Debate Cinco Casos Vs. Oito Casos A pergunta: "Quantos casos há na língua grega?" pode parecer tão irrelevante quan to o debate sobre quantos anjos podem dançar na cabeça de um alfinete. Apesar disso, a questão quanto aos casos tem alguma relevância. Em primeiro lugar, não há unanimidade entre os gramáticos quanto a esse assunto (ainda que a maioria, hoje, adote o sistema de cinco casos). Por si só, isso não é necessariamente importante. No entanto, o fato de gramáticos e comentaristas assu mirem duas visões diferentes em relação a quantidade de casos existentes pode pa recer confuso, caso o assunto não seja discutido claramente.4 (Veja a tabela 2 para uma comparação entre a nomenclatura dos dois sistemas de casos existentes.) Segundo, a diferença básica entre os dois sistemas é uma questão de definição. O sistema de oito define caso em termos de função, enquanto que o de cinco casos trabalha com a idéia da forma adotada pelo caso. Por último, é possível que essa diferença na definição afete, em certo sentido, a hermenêutica de alguém. Para exemplificar cada sistema adotado, elegeremos apenas um substantivo, extraído de um texto das Escrituras. E apenas um caso será abordado de ambos os sistemas. Segundo o sistema óctuplo, analisar um substantivo em certo caso é o mesmo que analisar uma só função sintática, uma vez que o caso é definido como função, em vez de forma, ver somente um caso para um substantivo, é ver somente uma função. De acordo com o sistema quíntuplo, o qual define caso em termos de forma, e não como função, uma palavra declinada em certo caso, em determinado contexto, é passível de mais de uma função. (Um exemplo da divergência hermenêutica entre esses dois sistemas é visto em Mc 1:8 - eycà èponruioa òpccç uõocti, aúiòç õè Pauríaei ò|iâç kv irvcupaTi àyúo ["eu vos batizo em água, mas ele vos batizará no Espírito Santo"].5 Conforme o sistema de oito casos, uóan é classificado como instrumental ou locativo, onde uma escolha exclui a outra. No sistema de cinco casos, é possível interpretar üõcm tanto como o meio quanto a esfera onde João realizava seu batismo. [Assim, seu batismo teria sido feito tanto por meio de água quanto na esfera onde a água está presente]. O mesmo princípio se aplica ao batismo de Cristo: kv TTveú|icru i, o que, conseqüentemente, influencia a teologia de 1 Cor 12:13).6 Em resumo, o xis da questão7 quanto ao uso ou não-uso do sistema de oito casos é a hermenêutica gerada pela escolha de um em detrimento a do outro. No sistema 4A favor dos sistemas de oito casos estão Robertson, Dana-Mantey, Summers, BrooksWinbery, Vaughan-Gideon e outros poucos. Todos os demais (quer gramáticas do NT ou do Clássico) adotam o sistema de cinco casos. Interessante, o fio comum que liga os defensores dos oito casos é que eles tipicamente são Batistas do Sul - Southern Baptists (A influência de A. T. Robertson provavelmente é a razão maior para a popularidade do sistema de oito casos nessa denominação). 5 Embora muitos MSS tenham kv antes de uõati (e.g., A [D] E F G L P W S / '1328 565 579 700 1241 1424 Byz). Isso se deve a uma adição posterior. De qualquer forma a questão aqui não é afetada. 6 Discutiremos esse texto no capítulo sobre preposições.
Os Casos: Introdução
33
óctuplo, há uma tendência em enfatizar a função de modo rígido. No sistema quíntuplo, há mais espaço para verificar se um autor usou uma forma capaz de expressar mais eficientemente uma idéia do que uma função cristalizada é possível de fazer.
I.
O Sistema de Oito Casos A. Argumentação Os dois argumentos usados na defesa do sistema de oito casos são: (1) o argumento histórico e (2) o argumento lingüístico. O primeiro deriva-se da filologia comparativa (i.e., a ciência que compara os fenômenos lingüísticos entre dois ou mais idiom as). O princípio filólogocomparativista diz: uma vez que o sânscrito é uma irmã mais velha do grego, e aquela língua possui oito casos; logo, o grego também tem que ter oito casos. O segundo argumenta: "essa conclusão (a natureza óctupla dos casos) também é baseada no fato óbvio que caso é uma questão de função em vez de forma".8 B. Crítica Primeiro, o argumento histórico é diacrônico em sua natureza, em vez de sincrônico. Ou seja, ele é um apelo ao uso mais primitivo do idioma (nesse caso, de outro idioma!), o qual possui, segundo alguns, alguma relevância, ainda que pequena, para questão discutida. De acordo com outros estudio sos, não há relevância alguma. O modo como um falante entende seu pró prio idioma é determinado muito mais pelo uso atual do que pela história de sua língua.9 Além disso, o apelo a idiomas mais antigos, como o sânscrito, é baseado em formas, enquanto a aplicação ao grego é em termos de fun ção.10 Um paralelo melhor seria: o sânscrito e o grego oferecem uma abor dagem em que caso é uma questão de forma e não de função. E acrescentese a isso o fato de termos pouco, ou até mesmo nenhum material do protogrego e do grego primitivo apontando para mais que cinco formas.11
7 Isso não quer dizer que a questão é resolvida pela hermenêutica, embora certamente tenha importância na decisão. A pesquisa bíblica recente reconhece que determinado au tor pode, às vezes, ser intencionalmente ambíguo. Os exemplos de duplo sentido, de sensus pleníor (definido de forma conservadora), trocadilhos e jogos de palavras no NT, todos contribuem para tal fato. Um tratamento completo sobre isso ainda precisa ser feito. cf. A tese de doutorado de Saeed Hamidkhani, "Revelation and Concealment: The Nature and Function of Ambiguity in the Fourth Gospel" (Cambridge University, 1996). 8 Dana-Mantey, 65. 9 Dar prioridade ao sincronismo é um dos grandes avanços da lingüística moderna (cf. F. de Saussure, Cours de linguistique générale [Paris: Payot, 1916]). A obra foi traduzida para o português como Curso de Lingüística Geral São Paulo: Cultrix, 2007. 10 Cf. W. D. Whitney, A Sanskrit Grammar, Including Both the Classical Language, and the Older Dialects, of Veda and Brahmana, 3d ed. (Leipzig: Breitkopf & Hãrtel, 1896) 89 (§266), 103-5 (§307) sobre as formas dos oito casos no sânscrito. 11 Em sua seção sobre "The Greekness of Greek", Palmer nota que, mesmo a partir de evidências de inscrições mais antigas, um dos aspectos distintivos do grego foi suas formas dos cinco casos: "Na morfologia dos substantivos a mais intrigante inovação do grego foi a redução de oito caos do Indo-Europeu para cinco. . ." (L. R. Palmer, The Greek Language [London: Faber & Faber, 1980] 5).
34
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Segundo, o fato óbvio para os proponentes do sistema de oito casos confirma, segundo eles, ser a natureza dos casos uma questão funcional, e não formal. Tal assertiva não é tão clara para outros estudiosos. Não é necessário estender mais nossa discussão, pois se caso é verdadeiramente uma questão só de função, então deveria haver mais de uma centena de casos em grego. O genitivo, por exemplo, teria dúzias de funções.12 C. Valor Pedagógico Um elemento positivo para o sistema de oito casos é: nesse sistema vê-se clara e mais detalhadamente uma idéia básica para cada caso13 (embora haja muitas exceções para isso). No sistema de cinco casos, isso é mais di fícil de detectar. O sistema de oito casos é especialmente útil para lembrar: qual a diferença a idéia de tempo entre os casos genitivo, dativo e acusativo.
II. Definição de Casos de Acordo com o Sistema de Cinco Casos Caso é a flexão de um substantivo14 de acordo com as várias funções sintáticas ou relações deste com outras palavras. Ou de modo mais simples: caso é uma questão de forma em vez de função. Cada caso tem uma forma, porém muitas funções. Sistema de Cinco Casos Nominativo Genitivo Dativo
Acusativo Vocativo
Sistema de Oito Casos Nominativo Genitivo Ablativo Dativo Locativo Instrumental Acusativo Vocativo
Tabela 2 S istem a de C in co C asos Vs. S istem a de O ito C asos
12 Adicionemos que iniciar o estudo com as categorias semânticas é colocar o carro na frente dos bois. Sintaxe deve, primeiro que tudo, está baseada em um exame e inter pretação das estruturas. Começar com semântica deturpa os dados. (Veja "Introdução: A Abordagem deste Livro" para discussão). 13 De fato, muito de nossa organização dos usos dos casos será construído sobre tal idéia básica. Assim, e.g., o genitivo terá uma seção ampla chamada: "Usos Adjetivais" e uma chamada: "Usos Ablativos". 14 Tecnicamente, é claro, o caso não está restrito aos nomes. Praticamente, porém, a discussão de casos focaliza sobre os substantivos e outros nomes e não gera um significado independente.
35
Os Casos: Introdução
Adotando o sistem a de cinco casos como o pressuposto mais legítim o, determinemos agora a quantidade dos vários casos existentes no NT, baseandose somente nos aspectos formais. De acordo com o sistema de cinco casos, o resultado é o seguinte:
Nominativos:15
24,618
Genitivos:16
19,633
Dativos:17
12,173
Acusativos:18
23,105
Vocativos:19
317
Total:
79,84620
15 Nominativos: 7794 substantivos, 3145 pronomes, 6009 artigos, 4621 particípios, 3049 adjetivos. 16 Genitivos: 7681 substantivos, 4986 pronomes, 5028 artigos, 743 particípios, 1195 adjetivos. 17 Dativos: 4375 substantivos, 3565 pronomes, 2944 artigos, 353 particípios, 936 adjetivos. 18 Acusativos: 8815 substantivos, 5009 pronomes, 5889 artigos, 957 particípio, 2435 adjetivos. 19 Vocativos: 292 substantivos, 0 pronomes, 0 artigos, 1 particípios, 24 adjetivos. Embora esses dados sejam baseados inicialmente no lançamento atual do acCordance, este programa de computador omitiu-se em seu tratamento do vocativo, pois todos os nominativos usados como vocativos foram declinados como vocativos. Em adição, visto que não há nenhuma distinção formal entre nominativo plural e vocativo plural, uma decisão sintática precisa ser feita (a qual é completamente arbitrária). Todos os plurais nesses casos foram considerados como vocativos pelo acCordance, mas são nominativos para nós. (Também, consideramos todos os substantivos indeclináveis como nominativos por vocativos). 20 Uma discrepância de 8 casos existe entre as duas pesquisas acCordance feitas nesse capítulo: 79.838 vs. 79.846. Como apontamos anteriormente, o acCordance não é uma ferramenta perfeita, mas sua precisão ainda é extremamente alta (nessa amostra, 99.99%).
O Caso Nominativo Resumo dos Uso do Nominativo Usos Primários do Nominativo.............................................................................. 38 I. Sujeito................................................................................................................. 38 II. Predicativo.........................................................................................................40 III. Nominativo em Simples Aposição............................................................... 48 Usos Gramaticalmente Independentes do Nominativo................................... 49 I. Nominativo Absoluto..................................................................................... 49 II. Nominativus Pendens (Nominativo Pendente)......................................... 51 III. Nominativo Parentético...................................................................................53 IV. Nominativo em Expressões Proverbial........................................................ 54 V. Nominativo por Vocativo...............................................................................56 VI. Nominativo de Exclamação........................................................................... 59 Nominativo como Substitudo dos Casos Oblíquos........................................... 61 I. Nominativo de Apelo...................................................................................... 61 II. Nominativo em Aposição aos Casos Oblíquos.......................................... 62 III. Nominativo depois de uma Preposição........................................................62 IV. Nominativo de Tempo.................................................................................... 64
Bibliografia Selecionada Abel, Grammaire, 165-67; BDF, 79-82 (§143-45,147); Brooks-Winbery, 4-7, 59; DanaMantey, 68-71 (§83); Goetchius, Language, 45-46; Funk, Intermediate Greek, 395-404 (§530-37), 709-10 (§885-86); Hoffmann-von Siebenthal, Grammatik, 214-16; L. C. McGaughy, Toward a Descriptive Analysis of E iv a i as a Linking Verb in Nezu Testament Greek (Missoula, Mont.: Society of Biblical Literature, 1972); Matthews, Syntax, 96 120; Moule, Idiom Book, 30-31; Moulton, Prolegomena, 69-71; Porter, Idioms, 83-87; Radermacher, Grammatik, 118-19; Robertson, Grammar, 456-61; Smyth, Greek Grammar, 256-57 (§906-18); Turner, Syntax, 34, 230-31; Young, Intermediate Greek, 9 15; Zerwick, Biblical Greek, 9-11 (§25-34). 36
37
Normativo
F req ü ên cia dos C asos n o N o v o T estam ento
Introdução: Aspectos Não-Afetados O nominativo é o caso da designação específica. Os gregos chamavam-no de "o caso que denomina", pois ele, freqüentemente, nomeia o tópico principal da oração. En tenda tópico principal de uma sentença como a parte do discurso semanticamente muito parecida com o sujeito sintático, todavia nem sempre o tópico principal será o sujeito sintático e vice-versa.1 Por essa razão, o uso mais comum do nominativo é identifica do como sujeito.- Como o caso que detém o maior número de ocorrências no NT, o nominativo3 é seguido de perto pelo acusativo e genitivo.4 1 O tópico na sentença é, tecnicamente, maior que uma simples palavra. Como no portu guês, porém, o termo "sujeito" também pode ser usado para o sujeito tópico ou o gramatical. E.g., na sentença: "O garoto chuta abola", o sujeito gramatical é "garoto", mas o sujeito tópico (ou semântico/lógico) envolve tanto um agente (um garoto) quanto uma ação (chutar a bola). 2 Gildersleeve acrescenta uma interessante nota que explica por que o neutro não tem duas formas distintas para o nominativo e o acusativo: "O nominativo relaciona-se com a idéia de pessoa ou personificação. Esta é a razão porque o neutro não tem uma forma nominativa. Por um lado a livre personificação de nomes pareceria estranha em um estilo de prosa prática e simples, por outro pareceria normal para se fazer poesia ou para filosofar". (B. L. Gildersleeve, "I. — Problems in Greek Syntax," AJP 23 [1902] 17-18). Isto quer dizer que o sujeito da sentença é freqüentemente, se não normalmente, o agente, e, conseqüente mente um ser pessoal. (Isso é claro, uma vez que dificilmente objetos manifestariam atos de volição). Há muitas exceções, é claro, mas o ponto de vista de Gildersleeve está mais relacio nado às raízes históricas da língua que ao seu uso. 3 Temos a seguinte apresentação do nominativo: Dos 24.618 nominativos existentes no NT: 32% são nomes (7794); 24% são artigos (6009); 19%, particípios (4621); 13%, pronomes (3145); e, 12% são adjetivos (3049). 4 O termo "não-afetado" será usado através desse livro para nos referirmos às caracterís ticas ou traços morfológicos particulares de uma categoria (v.g., o caso nominativo, o tempo presente, o modo indicativo etc.). Estes são vistos somente quando forem puros. Em outras palavras, os traços "não-afetados" são aqueles que o tempo presente, por exemplo, possui quando não é influenciado em seu significado básico (como o significado contextual ou lexical do verbo, ou outra característica gramatical imposta como faz o modo indicativo etc.). Para maiores detalhes, leia a discussão sobre os aspectos não-afetados e seus usos específicos, no tópico "A Abordagem desse Livro".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
38
Usos Específicos Usos Primários do Nominativo I.
Sujeito A. Definição O substantivo5 no caso nominativo é freqüentemente o sujeito de um ver bo finito.6 O verbo pode ser explícito ou implícito. Por sujeito implícito ou "em elipse", chamamos o sujeito identificado pela desinência verbal (e.g., ep/eioa, significa "ele vem" [a desinência -]e]t(u indica a terceira pessoa do singular]). Esse uso é mais comum do nominativo. B. Ampliação 1.
Relação com a Voz do Verbo A relação do sujeito com a ação ou estado expresso pelo verbo é descrita perfeitamente pela voz do verbo. Se a voz é ativa, o sujeito pratica a ação (e.g., fjÀGev ó 'IrjGoOç elç rqu 'Iouôoúav ["Jesus foi para a região da Judéia"] em Jo 3:22). Se passiva, o sujeito sofre, recebe ou desfruta a ação expressa pelo verbo (e.g., ô vó|ioç èôó0r| ["Alei foi dada"] em Jo 1:17). Se média, o sujeito age sobre si mesmo, ou em seu próprio favor, ou ainda: a tensão da ação é posta sobre o sujeito (e.g., ô 9eòç êÇeA.éÇato ["Deus escolheu (por si mesmo)"] em Ef 1:3-4). E evidente que existem exceções, como os chamados verbos depoentes [N.T.: passivo na forma, mas ativo no sentido] e o verbo de ligação (N.T.: o original chama de verbo equativo) que não descreve uma ação, mas um estado.
5 "Substantivo" é qualquer palavra atuando como um nome. Como mencionado na introdução aos casos, nomes serão mais encontrados que quaisquer outras classes de palavras. E bom lembrar, porém, que pronomes, adjetivos, particípios e outras partes do discurso podem ser usados como nomes. Para uma melhor compreensão, as seguintes formas atuarão na função de sujeito: (1) nomes; (2) pronomes; (3) particípios (especial mente os articulares); (4) adjetivos (também comumente usados na forma articular); (5) numerais; (6) artigos usados em construções com: (a) pév ou õé, (b) frases preposicionais, (c) frases no genitivo, (d) advérbios, ou (e) praticamente qualquer outra parte do discur so acompanhada de um verbo finito (veja a discussão no capítulo sobre artigos); (7) um infinitivo, quer seja anarthro ou articular; (8) preposição + numeral; (9) uma claúsula inteira que não dê indicação morfológica de que seja o sujeito (como as claúsulas com 'lvk ou on). Cf. Smyth, Greek Grammar, 256 (§908); Young, Intermediate Greek, 11 6 Com os termos verbo finito, queremos chamar qualquer verbo que, ao ser analisado gramaticalmente, faça referência a uma pessoa gramatical. Destarte, teremos verbos que tomarão um nominativo-sujeito (NS) quando estiverem na formas: indicativo, subjunti vo, optativo e imperativo; e verbos que, tecnicamente, não tomarão sujeito. 7 Os verbos implícitos mais freqüentes são os verbos equativos (segundo a índole do português, assemelham-se aos nossos verbos de ligação). ’Ei|ií, é o mais comum, e sua forma mais usada é a terceira pessoa. Outros verbos podem estar implícitos, ou ainda estarem subentendidos por ocorrem em um contexto anterior [N.T., os verbos em elipse].
Nominativo: usos primários 2.
39
Relação com o Tipo de Verbo Além disso, para se fazer uma análise dos verbos pela voz, é importan te observar sua classificação, ou seja, se ele é: transitivo [N.T., direto], intransitivo ou de ligação. Em síntese, os verbos transitivos [diretos] to mam um objeto direto e normalmente podem ser convertidos em uma construção passiva ("O menino chutou a bola" torna-se: "A bola foi chu tada pelo menino"). Os verbos intransitivos não tomam um objeto e não podem ser convertidos em uma passiva ("ela veio à igreja", não pode ser vertida em: "A igreja veio para ela"). O verbo de ligação desfruta um pouco dessas duas naturezas: funciona como verbo transitivo (à medi da que dois substantivos ligam-se por certo verbo), e como intransitivo (à medida que a sentença é incapaz de ser vertida em uma passiva). Para distingui-los, verifique se o segundo substantivo [no caso do verbo de ligação, o predicativo do sujeito] está no mesmo caso que o primeiro substantivo [no caso, o sujeito]: "João foi um homem". Embora nossa análise seja limitada - devido ao objetivo proposto nes sa obra é importante, ao se pensar em sintaxe como um todo, não esquecer esses três tipos de verbo. Em uma análise rápida, por exem plo, fica patente que: a proporção de sujeitos em relação aos predicativos [do sujeito] é igual em frases com verbo de ligação (N.T.: ou em con textos em que o verbo de ligação esteja subentendido, como no predicado verbo-nominal); e que o sujeito, contrário ao predicativo, pode ocorrer com todos os três tipos de verbos.8
3.
Tipos de Sujeitos Semânticos
4.
E possível analisar o sujeito de uma sentença de duas formas: (1) através de suas características formais como gênero e número, i.e., morfossintaticamente; ou (2) através do tipo de voz verbal usada, i.e., léxico-semanticamente. No nível léxico-semântico, nem todos os sujeitos dos verbos ativos funcionam da mesma maneira. Por exemplo, declarações do tipo "Eu ouvi o discurso", "Eu recebi o presente", ou "Eu tenho um cão" não descrevem, necessariamente, os sujeitos como aquele que praticaram a ação descrita nos verbos, ainda que os verbos: "ouvi", "recebi" e "te nho", estejam na voz ativa (e sejam todos verbos transitivos).9 Assim, afir mar que o sujeito de um verbo na voz ativa é, com precisão, aquele que pratica a ação expressa pelo verbo é uma falácia. Há muito lucro em anali sar o sujeito de uma frase em relação aos tipos de nuances lexicais decor rentes dos verbos com que se relacionam. Essa abordagem será utilizada no capítulo: "Os Tempos [do verbo]: Uma introdução".10 Falta de Elementos E possível que o verbo (especialmente o de ligação) esteja ausente na oração, embora ele seja implicitamente reconhecido (e.g., eyw (jicovq ["Eu sou a voz"] em Jo 1:23). Da mesma forma, o sujeito pode estar ausente, embora, implícito no verbo, (e.g., TTpoaé(])epov a m ã Tiaiôía [literalmen te, "Eles traziam as crianças a ele"] em Mc 10:13).
8 Em nossa análise sobre os casos oblíquos (i.e., genitivo, dativo e acusativo), notare mos que com esses tipos de verbos a estatística também é similar. Por exemplo, genitivos sujeitos serão mais comuns que genitivos objetos, uma vez que eles podem ocorrer com nomes deverbais que possuem idéia verbal transitiva ou intransitiva, enquanto os objetos genitivos ocorrem somente com idéias verbais transitivas. 9 Matthews, Syntax, 99. 10 Para uma discussão complementar, veja especialmente Fanning, Verbal Aspect, 126 96; cf. também Givón, Syntax, 139-45 (§5.3).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
40 C. Ilustrações Jo 3:16
fiyáiTqaeu ó Geóç xòv KÓapov Amou Deus ao mundo
Hb 11:8
TTÍaxei 'APpaàp ínrriKOuaev Pela fé Abraão obedeceu
Rm 6:4
r)yép0r| Xpicrròç èic veKpôv Cristo foi ressuscitado dos mortos
At 1:7
ó uotirip eGeio kv tt) lõía êÇouoía o Pai estabeleceu por sua própria autoridade
Ef 5:23
ó Xptoxòç Kecjicdri xfjç èKKA.r)oíaç Cristo [é] o cabeça da igreja
^ II. Nominativo-Predicativo A. Definição O Nominativo-Predicativo (NP) é quase igual ao Nominativo-Sujeito (NS), e une-se a este último por um verbo de ligação explícito ou implícito. NP's ocorrem freqüentemente no NT. Contudo, um NS nem sempre possui um NP, nem se correspondem intercambiavelmente, e.g., como na fórmula ma temática : A=B, B=A. Pelo contrário, o NP regularmente descreve uma cate goria maior (ou estado) à qual o NS pertence. É importante atentar para os dois tipos distintos de construções de Nominativo-Sujeito/NominativoPredicativo (=NS/NP), que serão discutidos abaixo. B. Ampliação 1.
Verbos Usados nas Construções NS/NP Os verbos usados nessa "equivalência" são: elpit (o mais usado), yivopca, e úlTápxío. Note que a voz passiva de alguns verbos transitivos podem ser usados nesse tipo de construção: e.g., Kccléca na sentença: (j)ÍXoç Geoí) èKÀ.f|9r| ["ele foi chamado amigo de Deus"] em Tg. 2:23; e eí)p[aKG): etipeGruieu leal aúxol ãpapi(júA.o( ["fomos nós mesmos também achados pecadores" G12:17.11
2.
Tradução das Orações NS/NP A tradução para o português requer que o NS seja traduzido primeiro.12
11 Ocasionalmente |iévu pode ser usado como um verbo equativo. Quando isso ocor rer, significa que nele não usará sua performance intransitiva (cf. At 27:41; 1 Cor 7:11; 2 Tm 2:13; Hb 7:3). 12 Isso é verdadeiro particularmente em todas as sentenças, exceto nas interrogativas onde a ordem é reversa (e.g., xíç koxiv f] pf|Tr|p pou ["quem é a minha mãe?"] em Mt 12:48. O sujeito é minha mãe e o nominativo predicativo é "quem"). Sentenças interrogativas, por sua própria natureza, indicam componentes desconhecidos e, conseqüentemente, não podem exercer a função de sujeito (veja McGaughy, Descriptive Analysís of Eivai, 46, 68 72). (Outra classe de exceções, porém muito rara, os pronomes demonstrativo seguidos por uma declaração apositiva ou epexegética, pois o conteúdo dos pronomes é revelado na declaração seguinte [cf., e.g., Tg 1:27].)
Nominativo: usos primários
41
Tal exigência não ocorre na língua grega. Em Jo 1:1, por exemplo: 9eòç rjv ò ÀÓyoç segundo a índole da língua portuguesa deve ser traduzido: "a Palavra era Deus", em lugar de "Deus era a Palavra", como se lê em grego. Uma vez que a ordem de palavras na língua grega é mais flexível que em português, surge um problema: Como distinguimos NS de NP se a ordem das palavras não é um guia claro? A seção seguinte oferecerá uma solução detalhada. 3.
A Importância Semântica e Exegética das Construções NS/NP a. A Dupla Relação Semântica A importância da construção de NS/NP afeta mais que a simples tra dução, pois ambos não se correspondem intercambiavelmente. A re lação entre um Nominativo-Sujeito e um Nominativo-Predicativo, resume-se assim: o predicativo descreve a classe a que o sujeito pertence.13 Isto é conhecido como uma proposição de subconjunto (onde o NS é um subconjunto de NP). Logo, o significado de "O Verbo se fez car ne" não é igual a "Carne se fez Verbo", porque a categoria carne é mais ampla que a categoria "Verbo". A expressão "a palavra da cruz é loucura" (1 Co 1:18) não quer dizer o mesmo que "a loucura é a palavra da cruz", pois há outros tipos de loucura. Declarar que "Deus é amor" não é o mesmo que afirmar que "o amor é Deus". Portanto, a partir desses exemplos o vocábulo “é" não significa necessariamente "igual a ".u
Ainda há outra relação semântica menos freqüente entre NS e NP que a descrita acima. Ela é, às vezes, chamada de proposição conver sível. Essa construção indica um intercâmbio idêntico, ou seja, am bos os substantivos usados têm um referencial idêntico. As fórmulas matemáticas de A=B, B=A são aplicáveis a tais exemplos. Uma decla ração como "Pelé é o maior jogador de futebol na história da FIFA" significa o mesmo que "o maior jogador na história da FIFA é Pelé". Há total intercâmbio entre NS e NP.15 13 Em termos lingüísticos, as categorias de sentido mais específico (sujeito) são hipônimos; e, a categoria mais geral (nominativo predicativo) é hiperônimo. Por exem plo, jogador de futebol é um hipônimo de atleta, e atleta é um hiperônimo de jogador de futebol. Em cada relação, nunca haverá uma intercambialidade perfeita. 14 A suposição de que um verbo equativo gramatical parece ter a mesma força da notação matemática da adição (+) é a falha principal do argumento dos Testemunhas de Jeová sobre a negação da deidade de Cristo. A respeito de João 1:1, conforme seu livreto, Should Vou Believe in the Trinity? (New York: Watchtower Bible and Tract Society, 1989), eles afirmam que, uma vez que João 1:1b declara que "o Verbo estava com Deus", João 1:1c não pode significar: "O Verbo era Deus": "Alguém que está "com" outra pessoa não pode ser a mesma pessoa com quem ele está" (27). Esse argumento parece assumir que todas as construções do tipo NS-NP são proposições conversíveis. . 13 Entretanto, isso não que dizer que não seja importante distinguir quem é o sujeito. Se você notar a primeira sentença responde a questão: "Quem é Pelé?", enquanto a segunda pergunta, "Quem é o maior jogador de futebol na história da FIFA?" Cf. McGaughy, Descriptive Analysis of E ivou, 68-72.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
42
Verifique esses dois tipos de relacionamentos no gráfico abaixo.
f
f Sujeito N V L Jo ã o ') )
X
\ \
\ Pred. do Sujeito \ ('é um / .h o m e m ' ) / Proposição Corolária 'João é u m hom em ' 4 'U m hom em é João'
'X
j Sujeito \ _ , ('Jesus') ) V
J
X ^T x f ( 'é o \ 1 filho de ) X D e u s ') /
Proposição Conversível 'Jesus é o Filho de D eus' = 'O Filho de Deus é Jesus'
Q uadro 4 R elação S em ân tica do N om in ativo-S u jeito com o N om in ativo-P redicativo
Assim, ao se examinar as construções NS/NP, duas perguntas fun damentais precisam ser respondidas: (1) Como distinguir entre NS e NP visto que a ordem das palavras não é um guia infalível?, e (2) Qual é a relação semântica entre os dois: o NS é uma subclasse de NP ou ambos são intercambiáveis? b. Como se Distingue o Nominativo-Sujeito do NominativoPredicativo16 A distinção entre tais categorias será notada quando o NominativoSujeito for uma referência a uma entidade conhecida } 7 Esse princí pio é válido para os dois tipos de construção NS/NP. Nas orações 16 O trabalho original, nessa área, vem da pena de Goetchius, Language, 45-46. Ele menciona cinco padrões distintos de 'Sujeito': (a) nome próprio, (b) nome articular, (c) Se ambos forem igualmente definidos, aquele que possuir sentido mais específico será o Sujeito; (d) O Sujeito encontra-se mencionado no contexto imediatamente anterior, e (e) as regras pronominais de Goetchius foram examinadas por McGaughy o qual encon trou falhas nas mesmas. Veja Descriptive Analysis of E ín a i, 29-33. McGaughy encontrou duas falhas gerais no método de Goetchius (32): "(1) Goetchius mesclou categorias: (a), (b) e (e) são categorias gramaticais (morfológica e sintática); (d) é uma categoria contextual e (c) pertence ao nível do significado (semântica). (2) Goetchius ordenou suas descober tas," ele nota que "enquanto a análise de Goetchius representa um progresso na identi ficação dos sujeitos em S-II, é fato que ele iniciou sua abordagem com um princípio semântico [o contraste definido vs. indefinido] o qual anula sua proposição final" (33). McGaughy segue o princípio da Lingüística Estrutural (a mesma é bastante utiliza da nessa gramática). Essa abordagem propõe que a análise gramatical deve iniciar com a estrutura e finaliza com a semântica (ibid., 10-16). Por outro lado, a confusão levanta e influencia de modo que não se produz uma mudança propriamente dita. Os padrões gramaticais da linguagem serão um guia mais seguro que os padrões léxico ou semân tico porque a transformação parte de autor para autor e de tempo para tempo (e de intérprete para intérprete!). Veja nossa "Abordagem para este Livro". Finalmente, desejo expressar meus agradecimentos a Steve Casselli e Gennadi Sergienko, cujo trabalho no Curso de Gramática Grega Avançada, no Seminário Teológi co de Dallas (1992 e 1993 respectivamente) me auxiliou a embasar e explicar o argumen to dessa seção. 17 McGaughy, Descriptive Analysis of E iv a i, 68-72.
Nominativo: usos primários
43
predicativas, a parte conhecida (NS) distingue-se do NP por meio de uma das três formas abaixo.18 O valor de tais regras só será percebido quando um único substan tivo no caso nominativo possuir uma "identificação gramatical" e a rela ção semântica partir do particular (sujeito) para o geral (predicativo).19 Assim, teremos uma construção do tipo 'proposição de subconjunto'. 1) Mt 3:17 Lc 1:18 At 2:15
Pronome-Sujeito (explícito ou implícito no verbo).20
Olixóç èaxtv Ó ulóç |iOU Ó (XYOCTTriTÓç Este é o meu Filho amado eiueu Za%apíaç irpoç xòv ayyeÀov, éyò) elpi irpeapúrriç disse Zacarias ao anjo, "Eu sou velho." cot iv copa ipixri xr|ç rpepocç (essa) é a terceira hora do dia
Cf. also Mat 27:54; João 9:8; Rm 5:14; Jd 12; Ap 13:18; 21:7. 2) O sujeito será com artigo. Jo 4:24
nueu|ia õ Oeóç Deus é espírito
Hb 1:10
epya xwv xeipóòv ooú eioiv ol oúpavoí Os céus são obras das tuas mãos
Mc 2:28
KbpLÓç kaziv ó ulòç xou ànOpcímou Kcd toü oappátou. O Filho do homem é Senhor até do Sábado. 3) O sujeito será um nome próprio.21
Lc 11:30
èyéuexo 'Icovócç tolç N iv b j Ítcuç appeiov22 Jonas foi sinal para os Ninivitas
1 Co 3:5
t l oíu koTiv ’AttoA.A.c3ç; Quem pois, é Apoio? Em primeiro lugar, os pronomes interrogativos [nominativos] são
18 Isto é, por meio da extensa abordagem de McGaughy, com algumas modificações. 19 As aparentes exceções a isso têm associação com as instâncias onde o NominativoPredicativo deve ser definitivo sem ser pronome, nome próprio etc. Veja o capítulo sobre artigo para uma melhor discussão. Há uma verdadeira exceção, ou seja, os pronomes interrogativos quando constituem um Nominativo-Predicativo. Isso nem sempre ocorrerá quando o outro nominativo for a palavra ovoga. A palavra em questão (òvoucc) é uma exceção devido à sua força léxica: A verdadeira natureza da pala vra denota uma quantidade conhecida. E.g., em Lc 1:63 (’Iwáuvr]ç kaúv ovo\xa ctúroO), o texto poderia ser traduzido assim: "seu nome é João" ou "João é o seu nome". O fato de que a criança deve ter um nome é a quantidade conhecida, porém qual deve o nome é que não era ainda conhecido. Logo, a tradução mais semanticamente correta é "Seu nome é João". Cf. também Mt 13:55 (veja discussão abaixo). 22 B A et pauci inserem ó antes de ’Iwvâç.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
44
traduzidos, embora o outro nominativo seja o sujeito. Seguindo nosso princípio geral, o NS é uma entidade conhecida (como pode facilmente ser visto aqui). A força semântica da sentença pode ser declarada assim: "Apoio pertence a que categoria maior?" Tg5:17
'HXíaç ãu0pa)TiOí; rju Elias era homem c. A Lei do mais Forte23 Se tanto o NS quanto o NP encaixarem-se em uma das três regras acima, como saber quem é o NS? Qual será a relação semântica descrita na sentença? Primeiro, quando as três categorias forem encontradas nesse ou naquele tipo de nominativo, a "lei" do mais forte prevalecerá, ou seja: 1) O pronome-substantivo terá prioridade ainda que existam substantivos na sentença (seja articular, seja um nome próprio).24
Mt 11:14
E l Bélexe ÔéÇaoBtu, aútóç êoxiv ’HÀÍaç E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias
k c u
At 9:20
ouxóç èoxiv õ ulòç xoG 9eoG Este é o Filho de Deus
1 Jo 5:9
q papxupía xoG Beoü peíÇotu èoxív, óxi aüxq èoxiv q |iapxupía xoô 0eou o testemunho de Deus é maior: ora, este é o testemunho de Deus 2) Nomes articulares e nomes próprios (anartros ou articulares) desfrutam da mesma prioridade. Nesses casos, a ordem das palavras será um fator determinante.25
Jo 8:39
ó TTaxqp qpwu ’APpaá|i éaxiv nosso Pai é Abraão26
Jo 15:1
ó TTCtxqp pou ó yeupyóç eaxtv meu Pai é o agricultor
23 Não estamos aqui interagindo com a regra de Goetchius, isto é, que o sujeito terá sido mencionado em um contexto imediatemente anterior por duas razões: Primeiramente, como McGaughy notou, sua base é mais contextual que morfológica. Segundo, pragmaticamente, há poucos lugares no NT em que qualquer outra regra também, seja invocada. Isto é, o termo precedente é quase sempre especificado por um artigo anafórico ou um pronome (ambos são os melhores guias na distinção entre Nominativo-Sujeito e Nominativo-Predicativo). O contexto como padrão é aparentemente válido quando ne nhum outro substantivo, em uma dada construção NS-NP, for um pronome, nome pró prio ou articular (cf. Hb 11:1, onde ambos os substantivos são anarthros, mas t t l o t l ç é o sujeito mencionado em 10:38-39 [similar ao que ocorre em Ef 5:23]). Em cada instância não-ordenada, isso é necessário, visto que a regra de contexto não está em conflito com luer outra regra. Novamente, os pronomes interrogativos constituem uma verdadeira exceção. Os pro nomes pessoais, demonstrativos e relativos funcionam de forma distinta dos pronomes interrogativos por isso: Aqueles substituídos por algo já mencionado no contexto (uma quan tidade conhecida), enquanto estes são antecedidos por um substantivo ainda não menciona do (uma quantidade desconhecida). Um é uma atividade anafórica, a outra, catafórica.
Nominativo: usos primários Mt 13:55
45
JiqTrip aírcoü Àéyexai Mapiàp K al ol áôeÀ(j)ol aòxoíj TcíkwPoç Tooaqtj) Kal Eípcop K al loúóaç; Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos Tiago e José e Simão e Judas?27 Cf. also Mt 6:22; 1 Jo. 2:7. oí>x q
K al
d. A Relação Semâtica: Proposição Conversível Segundo, a relação semântica em tais exemplos será uma proposição conversível. Isto é, quando os substantivos encontrarem uma das três qualificações para NS, eles serão intercambiáveis. (Veja os exemplos na seção anterior). e. Passagens Exegeticamente Significantes Há muitas passagens influenciadas pela construção NS/NP. Mencionaremos algumas: 1) Proposições corolárias 1Jo4:8
ó 9eòç áyonrri kazív Deus é amor Uma proposição corolária é claramente vista nessa passagem. Um dos atributos de Deus é o amor. Contudo, dizer que o amor é idêntico a Deus é algo bem diferente. Afirmar que aqui temos um exemplo de proposição conversível é dar crédito ao panteísmo, ou, na menor das hipóteses, panenteísmo.
Jo 1:1
ó Àóyoç qn Ttpòç zòv Geóv, K al 9eòç rjv ó Àóyoç. O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Outro exemplo demonstrando uma proposição corolária. O ÀÓyoç pertence a uma categoria maior identificada como 9eóç. A força dessa
25 McGaughy, Descriptive Analysís of E lwl , 51-52, argumenta que o nome anarthro será o sujeito. Suas exceções, entretanto, parecem discordar disso. Realmente, é possí vel argumentar exatamente o oposto, isto é, que o nome próprio será o sujeito. Há poucas passagens que suprem esse paradigma, mais análises devem propor outras alternati vas. Contudo, em muitas passagens claras, o nome próprio é o sujeito, desconsiderando a ordem das palavras (cf. a construção da fórmula em 1 Jo 2:22; 4:15; 5:1; 5:5). Cf. tam bém Jo 8:39 (veja menção a seguir). A complexidade do problema pode ser ilustrada em 1 Cor 11:3 [Xpiaróç anarthro em B* D* F G et pauci] (irauxòç ávõpòç q KetjjaÀr) Xpiotóç èaxiv ["Cristo é o cabeça de todo o homem" ou "o cabeça de todo homem é Cristo"]). Embora KC(j)(xÀq seja normal mente tratado como o Sujeito em muitas traduções, a estrutura paralela com o resto da claúsula, onde KetJaÀq é anarthro (duas vezes), deve indicar que KecjxxÀq é o NP: KctJnxÀq õè ytnaiKÒç ô ávrjp, Kec|>aÀf] ôè toO Xpiaroii ó 9eóç ("e o marido é o cabeça da mu lher, e Deus é o cabeça de Cristo"). Por outro lado, uma vez que KojMÀri é seguido por um genitivo em cada exemplo e parece ser definido (o que implica ser a pergunta: "Quem é o cabeça do marido?" é menos provável que: "Como o papel de Cristo relaci ona-se ao papel do marido?"), Kecj)aÀf| pode ser tomado como o Sujeito. A escassez de dados no NT certamente impede que conclusões alternativas apareçam até que mais pesquisas sejam feitas no Grego Helenístico. 26 A seguinte tradução é possível: "Abraão é nosso pai" (como consta na versão inglesa RSV [N.T: Nenhuma tradução portuguesa segue essa opção]; porém cf. McGaughy, Descriptive Analysis of Éíuai, 50). 27Cf. verifique nota 21 sobre uma possível explicação de Lc 1:63.
46
Sintaxe Exegética do Novo Testamento construção enfatiza mais a natureza do Verbo do que sua identidade.28 Isto quer dizer que o Verbo é verdadeiramente divino, mas ele não é a mesma pessoa que 0c oç, mencionado anteriormente no versículo.
Fp. 2:13
0eòç yáp ècrciv ó êvepycâv kv íqnv Por que quem efetua em vós é Deus ' Embora muitas versões no português usem 9eoç como NominativoSujeito29, o particípio substantivado é o Nominativo-Sujeito, uma vez que ele é anarthro. A ênfase na pessoa de Deus estilisticamente pede a anteposição de 9eóç. Além disso, há uma sutil diferença entre ò 9eóç e Oeóç: em sua forma anarthro, 0coç parece ser qualitativo. Paulo está enfatizando o poder de Deus mais do que sua pessoa, pois a questão levantada pelo v. 12 tem a ver com o modo como é feita a santificação, não quem a realiza. 2) Proposições Conversíveis
Jo. 20:31
xcaj-ca yéypatrxai 'iva luaxeúariTe o u Iqaoüç ka~.iv ô xçiotÒç Estas coisas vos escrevi para que creiais que Jesus é o Cristo.31 D. A. Carson tem uma hipótese interessante sobre João 20:31. Ele afirma que João não está respondendo "Quem é Jesus?" (Algo que os cristãos perguntariam), mas "Quem é o Messias?" (algo que os judeus perguntariam). O texto deveria, então, ser traduzido assim: "para que creiais que o Messias é Jesus". Isso defende a teoria de que o Quarto Evangelho foi escrito essencialmente para uma audiência judaica. O argumento fundamental usado aqui é o gramatical: um substantivo anarthro tem prioridade sobre um nome próprio. 32 Carson defende que no NT há "evidência sintática consistente" para esse argumento. Mas, como temos visto, a evidência é ambígua e, se é que existe evidência, essa seria mais contrária ao argumento de Carson. Logo, ou o primeiro substantivo é o NS ou o nome próprio é o NS. A base gramatical desse argumento é incapaz de auxiliar na conclusão mais plausível. Além do evangelho joanino, essa mesma construção ocorre quatro vezes (de modo específico, ou Tqooúç èotLV ò uióç toü 0eoí) [1 Jo. 4:15; 5:5] ou Tipouç koxiv ò Xpioxóç [1 Jo.2:22; 5:1]), onde a audiência parece ser constituída de gentios (cf. 5:21). Não há argumento gramatical que apóie ter sido o Quarto evangelho escrito para judeus. Uma conclusão assim tem que estar baseada não na gramática, que já demonstrou impotente na argumentação acima, mas em outra natureza argumentativa. 34
28 Veja posterior discussão em "Artigos: Parte II". 29 Poderia ser argumentado que 9cóç, de acordo com sua posição e natureza, quase sem pre atua como sujeito. Provavelmente, é devido ao uso que a maioria dos MSS, datados do nono século, acrescentam ó antes de 9eóç (salvo o 3Jt, note para D1L *F 075 0278 1739c et alií). 30 Oeóç não é um nome próprio em grego. Uma dica para definir se um nome é próprio ou nao em grego é a resposta para a seguinte questão: "Tal nome possui plural?" Uma vez que 0€oí é uma forma passível de ocorrência (cf. Jo 10:34), Gtóç não é um nome próprio. Para mais detalhes sobre o uso gramatical de 0eóç no NT, cf. B. Weiss, "Der Gebrauch des Artikels bei den Gottesnamen," TSK 84 (1911) 319-92, 503-38. Note também o recente uso teológico de 0fóç que o considera um nome comum no N. T. Wright, The New Testament and tlte Pecrple of God (Minneapolis: Fortress, 1992) xiv-xv e passim. 33 As variantes encontradas em D (Trpotx; Xpuncx; uiòç kmv toü Gcaü) e W (Iqaoõç ò Xpioxòç ka~.iv ô niòç toü Oeoti) são obviamente corrupções. 32 D. A. Carson, "The Purpose of the Fourth Gospel: John 20:31 Reconsidered," ]BL 106 (1987) 639-51; cf. especialmente 642M4. Carson depende da crítica à E. V. N. Goetchius realizada por McGaughy em sua dissertação no JBL 95 (1976) 147-49 para sua evidência gramatical. 33 D. A. Carson, The Gospel According to John (Grand Rapids: Eerdmans, 1991) 90.
Nominativo: usos primários
47
C. Substituição do Nominativo-Predicativo por elç + Acusativo E lç + o acusativo é usado no NT, ocasionalmente, como substituto do Nominativo-Predicativo . Embora esta construção se ache nos papiros, 35 é devido, às vezes, à influência semítica (da preposição hebraica b). Essa ex pressão é comum nas citações do AT (como se vê nas referências abaixo) e assemelha-se à construção NS/NP encontrada em Mt 19:5-6. No v. 5, ao introduzir-se uma nova declaração, usa-se essa construção (éoonxai ol ôúo elç oápKa piau ["os dois serão uma só carne"]). Esta é seguida, no versículo seguinte, por uma declaração do estado resultante (é utilizado um Nominativo-Predicativo normal [mote ookI tl elolv ôúo àk kk oàpç p ia ]). Essa construção ocorre com (1) ytvo|j,ai; (2) elpt, comumente no futuro; e, com menos freqüência, (3) Àoyí(opat.36 1. Com rínopai37 At 4:11
ô A.Í0OÇ . . . o yevófievoç elç Ke^alfinywuLaç A pedra .. . que se tornou a pedra angular Alusão ao SI 118:22, um texto muitas vezes aplicado a Cristo no NT.
Rm 11:9
yf^TjdrjTCà f) TpátTeÇa a m w elç trayíôa
k kl elç Brjpav Tornou-se-lhes a sua mesa em laço e em armadilha (=S1 68:23)
2. Com E lp i38 Mc 10:8
eoovrccL ol ôúo elç oápKa piau serão os dois uma só carne
34 Ainda que o argumento principal de Carson seja gramatical (John, 662): "Além de tudo, pode-se declarar que, com uma alta probabilidade, essa claúsula com hina deve, de acordo com um padrão sintático, ser traduzida assim: 'para que creiais que o Cris to, o Filho de Deus, é Jesus'". Essa é, enfaticamente, uma construção objeto-comple mento, a qual assemelha-se semanticamente a uma construção NS-NP. Ou a ordem de cada palavra é um fator determinador ou o nome próprio recebe prioridade sobre nome anarthro. Cf., e.g., At 18:28: "[Paulo] convencia... publicamente os judeus, demonstran do que [Jesus era o Cristo/o Cristo era Jesus - ARC|" (tolç louôaíoiç ôictKai:r|A.éYxei:o õripooia CTTiõeiKVUÇ . . . eivai ròv Xprotòv Iqaoúv). Esse é o tipo de situação (endereçada aos judeus) que Carson vê em Jo 20:31. Mas diferentemente de Jo 20:31, Triooüç segue um nome anartro. Goetchius (sobre o qual Carson baseia seu exemplo) cita At 18:5, 28; 5:42 para comprovar que o nome anarthro tem prioridade. Mas em cada instância, o nome anarthro ocorre em primeiro lugar quanto à ordem. (Goetchius não analisa At 11:20, onde o nome próprio vem em segundo lugar, tomando a prioridade.) 3:1 Veja Moulton, Prolegomena, 71-72; BAGD, s.v. elç, 8.a. 36 Cf. Zerwick, Biblical Greek, 10-11 (§32); BDF, 80 (§145); BAGD, s.v. elç, 8.a. 37 Além dos textos citados acima, veja Mt21:42=Mc 12:10=Lc 20:17 (SI 118:22); Lc 13:19; Jo 16:20; At 5:36; 1 Ped 2:7 (SI 118:22); Ap 8:11; 16:19. 38 Além dos textos citados acima, cf. Mt 19:5=Mc 10:8 (Gn 2:24); Lc 3:5 (Is 40:4); Jo 17:23 (aqui há um subjuntivo presente); 2 Cor 6:18 (2 Sm 7:14); Ef 5:31 (Gn 2:24); Hb 8:10 (2 Rs 6:16); 1 Jo 5:8. Esse último texto é muito raro (com construções com elpi,) por dois motivos: (1) a forma elpí está no indicativo presente e não futuro (ou subjuntivo presente), e (2) não alude a qualquer texto do AT. Os textos paralelos mais próximos a essa construção são encontradas em Jo 17:23 (com elç + acusativo) e Jo 10:30 (év + elgí).
48
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Hb 1:5
eycò coo/uai aüxcô elç naxépa, K a l aúxòç corai, poi elç ulóv Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho. Citação de 2 Sm 7:14, uma passagem muitas vezes utilizada no NT com peso messiânico. 3.
Com AoyíCopat39
At 19:27
tò xf|Ç peyálriç 0eâç 'Apxépiôoç lepòu elç oúBev lopLoO rjcaL o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em nada
Rm 4:3
èTTÍoxeuoev Wppaàp xtô 9ecã, Kal êÀoyíodr] aòxtô elç ôiKaioaúur|u Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça
•III. Nominativo como Simples Aposto É possível que o nominativo (assim como outros casos) seja um aposto de um nome também no nominativo. Tal uso é muito comum. Há vários aspectos desse uso a serem notados (As primeiras duas são sugestões estruturais; já as duas últimas, semânticas): Um a construção apositiva envolve (1) dois substantivos adja centes (2) no m esmo caso, 40 (3) que se referem à m esma pessoa ou coisa, (4) e têm a m esm a relação sintática com o resto da oração.
O primeiro nome pertence a qualquer categoria (e.g., sujeito, predicativo etc.) e o segundo é meramente um esclarecimento, descrição, ou identificação de quem ou o que é mencionado. 41 O aposto apóia-se ao primeiro nominativo como em uma muleta, por isso ele não é uma categoria sintática independente. O aposto funciona muito como um NP em uma proposição conversível, isto é, refere-se à mesma coisa que o primeiro substantivo.42 A diferença, porém, é que ele afirma algo sobre o NS (um verbo de ligação aparecerá ou não). Já o aposto não afirma, mas supõe (não ocorre nenhum verbo). Na oração: "Paulo é um apóstolo", apóstolo é um NP. Na oração: "Paulo, o apóstolo, está na pri são", apóstolo é um aposto de Paulo.
39 Cf. também Rm 2:26; 4: 5, 22 (como Rm 4:3, cita Gn 15:6); 9:8; G1 3:6 (Gn 15:6); Tg 2:23 (Gn 15:6). 40 O nominativo ocasionalmente está em aposição a um pronome oblíquo, contudo o sentido é o mesmo. Veja discussão abaixo. 41 Um aposto, estritamente falando, é um substantivo, não um adjetivo. Logo, adje tivos ou particípios em uma segunda posição atributiva não são, geralmente, apostos, pois possuem uma ênfase adjetiva. 42 O significado disso será visto em nossa discussão sobre o genitivo, visto que o genitivo envolve uma categoria sintática, ou seja, o genitivo de aposição. O sentido en volve uma categoria muito distinta de uma simples aposição.
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
49
Com nomes próprios tipicamente o primeiro substantivo é anarthro e o subs tantivo apositivo é articular. Mt 3:1
irapayí veiai Tcaáuuqç ó Pairciaiqç Kqpúoocov João, o Batista, veio pregando
Mc 15:40
kv alç
Lc 1:24
ouuéA.aPeu 'EÀiaápet t| yuvq aijtoú Isabel, sua esposa, concebeu
Ap 1:5
ò pápm; ó tuotÓç, ó iTpcatótOKOç iúu vexpôv a fiel testemunha, o primogênito de entre os mortos
K a l Mapía q MayôaXqvn . . . Entre eles estava Maria, a Madalena . . .
Usos Gramaticalmente Independentes do Nominativo Algumas gramáticas incluem os nominativo: absoluto, independente, parentético, o nom inativus pendens (nominativo pendente) e o nominativo em expressões proverbi ais nessa categoria maior, sem fazer esclarecimento adicional algum. Porém, não só se deve fazer alguma distinção entre estes subgrupos, mas também entre outros usos do nominativo tecnicamente independentes. Todos os nominativos independentes seguem essa regra geral: O substantivo
no caso
nominativo não tem nenh um a relação gramatical com o resto da sentença.
I.
Nominativo Absoluto A. Definição Os nominativos absoluto e o pendente são os dois nominativos independentes que, de modo especial, serão tratados juntos várias vezes.44 Mas há distinções nas situações semânticas em que ocorrem.45 O primeiro é usado em material introdutório (como títulos, cabeçalhos, saudações, e endereços),
que não será interpretado como uma sentença.46
43 Devido a uma estrutura similar, o sentido, que é distinto, deriva-se da justaposi ção de dois substantivos, em que o primeiro funciona adjetivalmente (e.g., ôívôpeç àÔ€À
50
Sintaxe Exegética do Novo Testamento B. Simplificação O modo mais fácil de lembrar a diferença entre esses dois tipos de nominativo é: que o absoluto não ocorre em um a oração, só em títulos, saudações, e outras frases introdutórias. C. Exceção A única exceção ocorre quando um particípio no caso nominativo não for gramaticalmente relacionado ao resto da sentença. Nesse caso, ele é tradicionalmente cham ado de particípio absoluto (porque compartilha semelhanças com o particípio absoluto genitivo). E nessa área que reside a confusão entre o uso absoluto e pendente do nominativo. Tal dificuldade surgiu decorrente do seguinte fato: o particípio absoluto nominativo pertence à categoria nom inativus pendens, embora seja chamado nominativo absoluto. Só quando o p a rticíp io for usado é que se fará distinção quanto à nomenclatura dessas duas categorias. (Contudo, o particípio nominativo absoluto será tratado como subcategoria do no m in a tiv u s p e n d en s, pois partilha aspectos com esta categoria, ainda que o nominativus pendens partilhe somente sua designação com o nominativo absoluto). D. Ilustrações 1. Títulos
Mt 1:1
Bíploç yeuéoeax; ’Iqooô Xpicruoü Livro da genealogia de Jesus Cristo
Mc 1:1
’Apxf) toô eòaYyeXíoi) ’Iqaoô Xpiatoü Princípio do evangelho de Jesus Cristo
Ap 1:1
’ ATTOKáXuijJLç ’Ir|oou Xp lotou Revelação de Jesus Cristo 2. Endereçamento
47
Rm 1:1
IlaüXoç òoúÂoç XpiotoG Triaoü Paulo, servo de Cristo Jesus
1 Co 1:1
naõXoç . . . Kal ScoaGévqç
Paulo . . . e Sóstenes
47 Alguns gramáticos consideram cada fórmula introdutória como constituída de um verbo implícito, ou seja, ypátj)€i (logo, leríamos: "Paulo escreve . . ."). Entretanto, como Young enfatiza: "inserindo um verbo, tal como 'escreve' ou 'envia' é tão desne cessário como inserir um verbo na expressão "Fogo!", isto é, "O prédio está pegando fogo!" (Intermediate Greek, 14).
Nominativo: usos gramaticalmente independentes 3. Rm 1:7
51
Saudações XÓpiç Uili-' Kal eípqvn áirò Beot) irarpòc qpGjv Kal Kupíou Tqaoü Xpiatoü graça a vós outros e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo As saudações devem ser tratadas um pouco diferente do endereçamento, pois, às vezes, o verbo mostra em quais casos o nominativo não é abso luto, mas funciona como o sujeito do verbo finito (cf. 1 Pd 1:2; 2 Pd 1:2; Jd 2; 2 Jo 3). O verbo nunca aparece no corpus paulinum. Isso deve ser importante, especialmente, se a hipótese de que Paulo criou (ou pelo menos popularizou) a saudação "graça e a paz" for levada a sério. O que seria um item de "asseveração" para ele (e, assim, de fácil compre ensão para suas igrejas), em outros autores, foi necessário a presença de um verbo explícito para atingir o mesmo objetivo.
Cf. também 1 Co 1:3; 2 Co 1:2; G11:3; Ef 1:2; Fp 1:2; Cl 1:2; 1 Ts 1:1; 2 Ts 1:2; 1 Tm 1:2; 2 Tm 1:2; Tt 1:4; Fm 3.48
^ II. Nominativus Pendens (Nominativo Pendente) A. Definição Esse nominativo é semelhante ao absoluto, com a exceção de ser gramati calmente independente (enquanto o outro não é). Assim, o nominativo ab soluto não ocorre em uma oração, enquanto o pendente, sim. Esse nominativo é mais o sujeito lógico que o sintático seguido por uma senten ça na qual o mesmo é substituído por um pronome no caso exigido pela sintaxe.49 B. Clarificação O "sujeito" (lógico, não gramatical) será um substantivo ou particípio,50 o qual não estará gramaticalmente relacionado ao resto da sentença. O pronome (em um caso diferente) será usado depois pela simples razão: evitar a redundância de mencionar novamente o substantivo. O uso
48 Todas as cartas do corpus paulinum têm x<*piç e eipr\vr\; as cartas pastorais, no entanto, transforma um nome pessoal singular no dativo Ú|í,lv I a e 2a Timóteo, por sua vez, acrescenta êÀcoç à fórmula. Não obstante, essas epístolas não possuem um verbo na saudação, considerando que todas as saudações nas chamadas epístolas gerais são iguais. 49 Zerwick, Biblical Greek, 9 (§25), oferece uma excelente definição, embora ele não faça distinção entre nominativus pendens e nominativo absoluto. 50 Quando o particípio é o nominativo pendente, ele é chamado tradicionalmente de particípio nominativo absoluto (veja discussão acima sobre o tema "nominativo ab soluto").
52
Sintaxe Exegética do Novo Testamento pendente do nominativo ilustra o gênio do caso: focalizar o tópico principal da sentença, quer seja ou não o sujeito gramatical.51 Uma das seguintes forças semânticas é destacada pelo nominativo pendente: emoção ou ênfase. Este último, que é muito mais comum, pode ser classificado como nominativo de referência. (A chave de identificação para tal uso é a pergunta: Posso traduzir o nominativo, no começo da oração, "com referência a...?"). C. Ilustrações 1.
Ênfase
Ap 3:12
ó vlkcôv TTOif|Ow avròu otüàou52 ao vencedor: Eu o farei uma coluna Este é um particípio nominativo absoluto seguido por um pronome no caso acusativo exigido pela sintaxe da sentença. E possível a leitura: "Quanto ao que vencer [com referência ao que vencer], Eu o farei..."
Jo 1:12
ôooi ôè ’kXa$ov am óv, eõcoKeu avvoíç efjouaíau mas a todos quantos o recebeu, deu-lhes autoridade
At 7:40
ó yàp Mcouofjç om oç . . . oik o’íôa|ieu i í èyéucTO aim p porque este Moisés . . . não sabemos o que aconteceu a ele.
Cf. também Lucas 21:6; João 7:38; Ap 2:26; 3:21. 2.
Emoção
Os dois exemplos a seguir são duvidosos. Em ambos, o nominativo pendente parece transmitir ênfase e não emoção (ou talvez ambos). Deve-se ter em mente, porém, que essas sentenças são colocadas em contextos muito emotivos. Lucas 12:10 irôç oç èpél Âóyou elç tòu uíòu toü áuOpWTTOu, ácjjeOriacToa avzü todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-k perdoada53 O tópico da sentença (aqueles que falarem contra o Filho do Homem) é colocado no início da claúsula, seguido pelo pronome no dativo. Essa 51 Essa construção deriva-se de uma parte primitiva da linguagem. Quando uma criança que está aprendendo a falar, freqüentemente, usa expressões pela metade. Imagine ele apontando para um lugar e dizendo: "Brinquedo!" Isso é um exemplo pedolinguagem, que corresponde na linguagem adulta: "Esse brinquedo ali, é o que eu quero!" Em um estágio avançado da linguagem, o sujeito lógico aparecerá encabeçando a frase, sendo seguido por uma expressão em que esse mesmo sujeito agora tomará seu lugar, por direito, no discurso sintático. E.g., "Sorvete! Eu quero sorvete!" Nesses exemplos é fácil perceber que a emoção, no momento do discurso, é que produz um nominativo pendente. Em um discurso mais culto, o nominativo pendente deve funcionar mais como uma sentença capitular de outra sentença. Seu posicionamento aponta para um artifício comunicativo. E.g., "João, eu não o vi no jogo, ontem à noite?", ou, "A resposta para os acidentes nas estradas é: se for dirigir, não beba". 52 Alguns poucos MSS tem aürtó em lugar de aütóu (n* 241 1611 1854 2027 2351 et pauci).
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
53
construção enfatiza mais do que uma construção de natureza emotiva: "seria perdoado todo o que falar uma palavra contra o Filho do Homem". Jo 1 8 : 1 1
x ò ir o T T Í p io v o ô é õ c o K é v | i o t ó i r a r q p
o ú p f| ttlu ) a v w ;
O cálice que meu Pai me deu para beber, porventura, podeis beber dele?
^ III. Nominativo Parentético A. Definição Esse uso do nominativo é, de fato, o sujeito em uma oração dentro de uma sentença com um sujeito diferente ou não. B. Clarificação Embora seja semelhante aos nominativos absoluto e pendente, o parentético é distinto desses dois pela seguinte razão: (1) diferente do nominativo absoluto, ele ocorre dentro de uma sentença e não à parte dela; (2) distingue-se do nominativo pendente, pois não é usado emotivamente por um autor, nem é enfático em sua essência. Utiliza-se principalmente de modo explicativo e freqüentemente como uma editoração, especialmente no Quarto Evangelho; (3) opõe-se tanto ao nominativo absoluto quanto ao pendente, pois normalmente não é encontrado no início de uma sentença (especialmente encabeçando-a). C. Simplificação Um nominativo parentético é o sujeito de uma oração explicativa dentro de outra oração. Embora algumas edições do NT grego nem sempre ponham essas orações entre parênteses, se tal oração parecer tão forçada na tradução que o uso de uma simples vírgula parece isolá-la do todo, então, provavelmente, estaremos ante um parêntese e seu sujeito será um nominativo parentético. D. Amplificação Classificar uma oração explicativa como uma oração parentética (e, por conseguinte, seu sujeito como um nominativo parentético54), não é uma
53 Na obra The Fíve Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus, edd. R. W. Funk, R. W. Hoover, e no Seminário Jesus (New York: Macmillan, 1993), esse texto não defende uma volta à busca do Jesus Histórico de modo algum (ou seja, edições que des tacam em negrito, o que consideram "as palavras que Jesus não pronunciou. Isso re presenta a perspectiva de uma tradição diferente e antiga" [p. 36]). Ainda que, a sinta xe não se assemelhe ao uso costumeiro de Lucas, exceto quando encontramos uma cla ra declaração de Jesus (cf., e.g., Lc21:6). Talvez a sintaxe seja um dos critérios de au tenticidade empregado pelo Seminário Jesus. 54 E mais fácil tratar, isoladamente, um parêntesis em uma seção ou claúsula, do que isolar o caso nominativo. Por razões pedagógicas, no entanto, incluiremos a dis cussão aqui.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
54
questão fácil. Robertson dá muitos exemplos nos quais os editores de NT grego estão longe de ser unânimes.55 Em geral, os parênteses achados nos Evangelhos são mais moderados e constituem material de editoração sem interromper o fluxo do texto, enquanto que os das epístolas limitam-se ao anacoluto, rompendo o fluxo do pensamento de forma muito mais dramática.56 E. Ilustrações Jo 1:6
èyéyexo ãvBptimoç ctiTeaxalpéyoç trapà GcoO, ôvopa aüxú 'Uúáwr\c. Houve um homem enviado da parte de Deus (seu nome era João).
Mt 24:15
oxctu ouu lôiyue tò pôéÀuypa xfjç êprípcáoewç xò pqGèv ôux Aavifià t o ü TTpocJiqTOU èaxòç kv t o t t c j àyícp, ò ávayLUoSaKcau voeíxa), xóxe Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então...
G12:6
ànò ôê xwv òokoÚvtgjv e íu a í x i - ó n o lo í iroxe rjoav ouÔév poi õiacjjépéí upoaortrov ó 0eòç ávGpúiTOU ou Àappáyet - épol yàp oi ôoKOüyxeç oúòèy xpoaayéQeyxo.
E, quanto àqueles que pareciam ser algo (quais tenham sido, outrora, não me interessa; Deus não aceita a aparência do homem), pois os que pareciam ser alguma coisa nada me acrescentaram.57 Há um duplo parêntese aqui: "Deus não aceita a aparência do homem" está dentro de um parêntese maior com seu sujeito implícito no verbo "tenham sido" (f|aav). Ap 2:9
oíôa oou xf|y 9Xu|;iy xai xqu tTXC0)(6Lay, áXXà ttàoÚoloç et Conheço tua tribulação e pobreza (mas tu és [na verdade] rico) Aqui o nominativo está implícito no verbo.
Cf. também Mc 2:10 (o nominativo implícito no verbo, como em Ap 2:9); João 1:15; 3:1; 4:1-3; G1 2:5; Ap 3:9.
IV. Nominativo em Expressões Proverbiais 58 A. Definição Um substantivo no nominativo é usado em expressões proverbiais que não tenham verbo finito.59 De forma geral, a sintaxe ou é compacta e elíptica (como em "uma vez ladrão, sempre um ladrão") ou fragmentada e estranha a seu novo contexto (viz., quando um autor cita simplesmente uma oração subordinada). A razão para a sintaxe incomun é que o dito proverbial, 55 Robertson, Grammar, 433-35. 56 Ibid. Muitos gramáticos (Robertson, Moulton, Williams, et al.) consideram o nominativo de tempo como um nominativo parentético. 57B C D F G K L 1739 1881 © et alii omitem o artigo antes de Beóç. Embora uma leitura significante, a categoria sintática é a mesma que conseguiriam com a inclusão deste. 58 Veja Brooks-Winbery, 7, para ler a discussão em sua forma original.
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
55
mesmo que seja fragmentado, tem se transformado em uma parte fixa da herança literária. Visto que é bem conhecido nessa forma particularmente expressiva, completer a sintaxe seria prejudicar o efeito.60 B. Ilustrações 2 Pe 2:22
kÚcou êTTLOTpcij/ctç êrrl xò íôiov cçcpapa, kccÍ üç Xouoapéuq elç Kmiapòu Poppópou O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.61 Ambas as orações foram traduzidas no português como se os particípi os fossem substantivos comuns (todas as principais versões no portu guês fizeram assim). E provável que as formas verbais sejam um exem plo de particípio dependente, pois as linhas foram retiradas do seu con texto original.62 A primeira linha é de Pv 26:11 (ainda que não citado exatamente como na LXX. Tanto no NT quanto na LXX é uma oração subordinada). Quanto à fonte da segunda, ela é disputada.63
1 Co 3:19
ó õpaaoópevoç xouç aoíjxròç kv xrj TTauoupYÍa aúxtõv Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. O particípio substantivado precisa ser traduzido por um verbo finito. Essa exigência ocorre não por uma razão sintática, mas, devido à natureza fragmentária da citação é fragmentária. A sintaxe é marcada por uma elipse. Em Jó 5:12, há uma oração participial apositiva, referindo-se a "Deus" no v. 8 (os vv. 9-11 funcionam semelhantemente). Daí: "Eu apelo para Deus... aquele que apanha..." 64
59 Isso não quer dizer que expressões proverbiais nunca usem um verbo finito (cf. Lc 4:23; At 20:35; 1 Co 15:33), mas que há poucos casos que se encaixam, de maneira que não precisam ser tratado aqui. O provérbio in Tt 1:12, talvez seja da autoria de Epimênides (do mesmo autor ainda existem manuscritos que não incluem esse trecho), é tipicamente traduzido como uma sentença: "Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos", porém sem conhecermos o texto original desses versos, não temos base para afirmar algo. J. D. Quinn, The Letter to Titus (AB; New Yprk: Doubleday, 1990) 107, o traduz de acordo com os versos hexâmetros gregos: Preguiçosos sempre, homens de Creta, Detestáveis Bárbaros que vivem para comer. 60 Não há necessidade de que o substantivo seja um nominativo, (cf., e.g., Mt 5:38). 61 Para outras traduções possíveis, veja BAGD, s.v. pópfiopoç. 62 No mínimo, deve-se às considerações sobre o gênero. É difícil argumentar que são de fato particípios independentes. 63 Heráclito tem sido freqüentemente mencionado; isso, no entanto, é duvidoso. Veja R. J. Bauckham, Jude, 2 Peter (WBC; Waco: Word, 1983) 279-80. 64 Há algumas notáveis diferenças entre essa forma e a LXX. A última emprega um acusativo (baseado na sintaxe do v. 8), um verbo diferente, além de ser anarthro.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
56
V. Nominativo por Vocativo (ou de Endereço)65 A. Definição Aqui o nominativo é usado no lugar do caso vocativo. E usado (na função vocativa) em invocação direta para designar o destinatário. B. Amplificação: Um Categoria Legítima? Isso ocorre devido à sobreposição formal de um nominativo a um vocativo. Não há distinção alguma da forma plural ou neutra singular entre ambos os casos, do mesmo modo que entre algumas formas masculinas e femini nas no singular. "Há uma tendência em eliminar a distinção até mesmo onde o vocativo tem forma própria . . ."6b Alguns gramáticos que adotam o sistema de oito casos, comumente se opõem a categoria do nominativo por vocativo, visto que a definição de tais estudi osos, quanto aos casos, é funcional, e não morfológica.67 Tal abordagem deve-se, em parte, pela preferência diacrônica que os proponentes do siste ma de oito casos tendem a dar à língua em vez da abordagem sincrônica, sendo isso feito mais em termos de etimologia do que de uso. No entanto, o nominativo por vocativo é um desenvolvimento natural do caso do sujeito, especialmente entre pessoas cuja língua nativa não incluía uma forma dis tinta para o vocativo.68 C. Estrutura e Semântica69 Esse nominativo divide-se em duas categorias estruturais: sem artigo (anarthro) e com articular. O uso anarthro possui duas estruturas adicionais: (1) uma utilizando (3, e (2) outra sem essa marca) Cada exemplo anarthro utiliza um paralelo semelhante a uma construção vocativa (com a partícula (3, o endereçamento é muito mais enfático ou emocional. Sem ele, há menos ênfase).70 65 Agradecemos aqui a J. Will Johnston, cujo trabalho nessa área, realizado no curso de Gramática Grega Avançada (Dallas Seminary, Spring 1993) nos auxiliou na funda mentação e elucidação do argumento nessa seção. 66 Zerwick, 11 (§33). Cf. also BDF, 81 (§147). 67 O banco de dados do Gramcord!acCordance também contesta implicitamente isso, classificando muitos nominativos usado como vocativos como simplesmente vocativo. 68 Ademais da questão de forma e legitimidade dessa categoria, note como é sucinta e prestativa a discussão sobre o contexto semântico em BDF, 81 (§147). 69 Gildersleeve, comentando sobre esse fenômeno no grego clássico, chama atenção para: "Na ausência do vocativo puro, o nominativo é usado como vocativo. Quando o vocativo está presente, o uso do nominativo como vocativo traz uma nuance perceptivelmente diferente. E distinta e mais respeitosa, porque apela para o caráter, ainda que, às vezes, seja fruto de ajustes métricos". (Syntax of Classical Greek, 1.4). O NT grego tem uma ênfase diferente: (1) Primeiramente, referindo-se ao nominativo articular: "Há um perceptível aumento no uso do nominativo articular em endereçamento. Quase sessenta exemplos desse tipo são encontrados no NT. . . devemos ainda reconhecer uma aparente continuidade [originária do grego clássico] em relação a um estilo mais antigo. Descrição, porém, é antes uma observação do nominativo articular no discurso do NT . . . O nominativo anarthro seria provavelmente considerado como um simples substituto do vocativo . . (Moulton, Prolegomena, 70).
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
57
O exemplo articular também envolve duas nuances: (1) o endereçamento a um substituto inferior; e (2) o endereçamento simples utilizando um subs tantivo semítico de endereçamento, sem considerar o destinatário como inferior ou superior.71 A chave para determinar qual uso está em foco é: perguntar-se se o texto em questão pode ser atribuído a uma fonte semítica (tal como citações da LXX). Há ainda um uso que é tecnicamente não-sintático, mas meramente funcio nal: um nominativo em aposição a um vocativo. D.
Ilustrações72 1.
Anarthro a.
Sem o3 73
Jo 17:25
iratrip õlkocié,74 koc! ô KÓopoç ae ouk eyvco Pai justo, o mundo não te conheceu; O nominativo por vocativo difere do sujeito da oração principal ("o mundo"). Note que o adjetivo que modifica o nominativo é um vocativo.
M t 16:17
patcápioç e t, Sípcov B a p ito râ
bem-aventurado és, Simão filho de João Rm 1:13
oü 9é7ü) õè úpâç txyvoeiv, àôeltíjioí não quero que sejais ignorantes, irmãos b.
M c 9:19
Com g3
yeveà Sihotoç, ecoç u óie irpòç úpáç caop ca; Ó geração incrédula! até quando estarei convosco?75
Cf. Os paralelos em Mt 17:17 e Lc 9:41.
70 Para uma discussão mais detalhada do discurso direto com esse particípio veja o capítulo sobre vocativo. 71 Em hebraico, o nome típico de endereçamento terá um; cf. 2 Sm 14:4 (algo superior pode ser invocado desse modo [GKC, 405 (§126f)]). Na LXX, Deus (Elohim) é utilizado com o uso de um nominativo articular (0eé ocorre somente sete vezes, cinco das quais na literatura apócrifa). Porter pensa diferente sobre o nominativo usado como vocativo. Ele concorda com Louw ("Linguistic Theory," 80), ou seja, o nominativo é menos direto, mais formal e reservado que o vocativo (Porter, Idioms, 87). Ainda que seja fato quanto ao grego helenístico, o uso neotestamentário tem mais influência semítica. A invocação de Jesus: "Menina, levanta-te" (Lc 8:54) é totalmente formal, reservada, e pouco direta. 72 Há quase 600 ocorrências de nominativo como vocativo no NT. Somente cerca de 60 nominativos usados como vocativos são articulares (Moulton, Prolegomena, 70). 73 Sobre o sentido do vocativo com e sem c3, veja o capítulo sobre vocativo. 74 TTíXTcp na UBS^'^, com íp 59vid ^ C D L W 0 *F 3Jt et al. apóiam; iTatrip na NestleAland25 apoiado por A B N pauci. 75 D W 0 565 tem o adjetivo voe. cnuate.
58
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
G13:l
ra lá x a i, x í ç iip â ç ep á a K a u e u ; Ó insensatos Gálatas! Quem vos enfeitiçou? A ternura de Paulo é vista claramente nesse texto. Ele está profunda mente perturbado (ou melhor, indignado) pela apostasia imediata dos gálatas em relação ao evangelho.
ü) àvór|TCH
Cf. também Mt 17:17=Mc 9:19=Lc 9:41; 24:25; At 13:10 (com adjetivos aqui); 18:14; 27:21; Rm 11:33 (é possível classificar (3á9oç como nominativo de exclamação. Veja discussão posterior76 2. Mc 5:8
Com artigo xò TiveOpa xò aKáOapxou çk xoh àyGpwTiou. sai desse homem, espírito imundo,
Lc 8:54
r| iraíç, eyeipe. Menina, levanta-te! Este endereçamento a um inferior deve-se (1) ao grego de Lucas (i.e., o estilo koinê literário) ou, simplesmente, (2) ao grego equivalente a uma elocução semítica (cf. o paralelo em Mc. 5:41).
Jo 19:3
/alpe, ó BaoiÀeuçxwv ’Iouõatcov Salve, rei dos judeus!77 E provável que o evangelista esteja focalizando os soldados ao usar o nominativo com artigo e o BDF considera como o uso clássico: "o [gre go] ático usava o nominativo (com artigo) junto com substantivos sim ples somente para se dirigir a inferiores..." (BDF, 81. [§147]). Embora eles o chamem "Rei", o modo como eles fazem essa proclamação nega o endereçamento. Cf. At. 26:7. Note também que em Mc. 15:18 o vocativo é usado (uma passagem paralela, onde muitos mss. antigos mudam o vocativo para um nominativo com artigo). Moulton, que concorda tex tualmente com o vocativo, declara que é "meramente uma nota da sen sibilidade imperfeita do escritor em relação às matizes mais delicadas do idioma grego" (Prolegomena, 71).
Ef5:22
od yuuaÍKeç xolç lõíoiç áuôpáoiv Esposas, [sede submissas] aos vossos próprios maridos Não seria correto dizer que o nominativo articular indica inferioridade nesse exemplo, pois tal construção também é usada em 5:25 quando se dirige aos maridos.
Jo 20:28
© cn p â ç e lu e u a ú x tô ,
ó KÚpióç p o u K a l ó 0eóç p ou . Disse-lhe Tomé, "Senhor meu e Deus meu!" Há dois exemplos no NT (ambos no mesmo verso, Mt. 27:46), onde Deus é invocado no nominativo, muito provavelmente, por causa da influênda semítica.
3. Ap 15:3
Como Aposto de um Vocativo (sempre articular) Kal B a u p a a x à xà e p y a aou, KÚpie ó 9eòç ó uauxoKpáxup Grande e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso
peyáLa
76 co com nominativo realmente ocorre mais freqüentemente que o vocativo no NT: 9 ocorrências (alistadas acima) contra 8 (Mt 15:28; At 1:1; Rm 2:1,3; 9:20; 1 Tm 6:11,20; Tg 2:20). 77 Em lugar do nominativo articular, encontramos o vocativo (kraiÂfú em Ç) 66 N.
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
59
E. Uma Passagem Teologicamente Importante Hb 1:8
Típòç õe xòv uióv, ò Gpóuoç oou, ò Geóç, elç xòv alôva xoü odióvoç Mas acerca do Filho, [lhe declares], "Teu trono, O Deus, é para todo o sempre" Há três possibilidades sintáticas para Qeóç aqui: (1) como um sujeito ("Deus é o teu trono"),78 (2) como predicativo ("teu trono é Deus")/9 e (3) como nominativo por vocativo (como é encontrada na tradução aci ma).80 As traduções Nominativo-Sujeito e Nominativo-Predicativo po dem ser consideradas juntas81 e destacam-se do nominativo por vocativo. Deve-se preferir, segundo minha opinião, o nominativo por vocativo pelas seguintes razões: (1) É um exagero afirmar que, se o escritor quisesse referir-se a Deus, ele deveria ter usado o vocativo 9eé, pois em nenhum lugar no NT isso é feito, com exceção de Mt 27:46. O nominativo por vocativo articular é uma escolha quase universal. (2) Este é caso abrange as citações da LXX (como em Hb. 1:8; cf. Hb. 10:7), pois a LXX prefere igualmente a forma vocativa, muito provável devido à falta de tal forma no hebraico. (3) A acentuação do hebraico no SI 45:7 sugere que deveria haver uma pausa entre "trono" e "Deus" (indicando que a tradição con siderou "Deus" como o endereçamento direto).82 (4) Esta visão conside ra seriamente a construção |iév . . . ôé em vv. 7-8, enquanto que a visão NS-NP não o faz adequadamente. Se lermos o v.8, especificamente, como "teu trono é Deus"83, o ôé perde sua força adversativa, pois é possível que os anjos fossem o foco da declaração, ou seja, Deus reinar sobre eles.84
VI. Nominativo de Exclamação A. Definição Usa-se o nominativo em uma exclamação desconexa gramaticalmente do resto da sentença.
78 A leitura de Westcott, Moffatt, das notas de rodapé da RSV, NRSV e NEB. 79 Em seu excelente estudo sobre Hb 1:8, Harris pode encontrar apenas Hort e Nairne entre os comentaristas que defendem essa visão (M. J. Harris, Jesus as God: The New Testament Use o f Theos in Reference to Jesus [Grand Rapids: Baker, 1992] 212). 80 A maioria das traduções, comentaristas e gramáticos et al. adotam essa opinião. 81 Sobre qual dessas duas opiniões seria a melhor, já argumentamos que quando dois nomes articulares ocorrerem, o primeiro em ordem é o sujeito (Veja a seção sobre nominativo-predicativo.). Logo, ò Gpóvoç oou seria o sujeito e não a forma ó 0cóç (con trário a muitos estudiosos do NT que optam por uma dessas opiniões). Haris argumenta que caso Geóç fosse um NP anarthro (ibid., 215), seria um erro lingüístico, pois falha ria em reconhecer uma proposição conversível como uma opção para as construções NS-PN. 82 Harris argumenta convincentemente que tanto na LXX quanto no texto hebraico de SI 45:7 "Deus" é diretamente invocado (ibid., 215). 83 A objeção de Turner para essa tradução é que ela é uma "interpretação grotesca" é um curioso uso. E como se ele visse Cristo sentado sobre Deus através de uma super fície opaca (Insights , 15)! E claro que a linguagem bíblica é metafórica. 84 Para ler outros argumentos, veja Harris, Jesus as God, 212-18.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
60 B. Clarificação e Significado
Esse uso é realmente uma subcategoria do nominativo por vocativo. No entanto, seu tratamento será feito separadamente e essa distinção (até certo ponto) é realizada arbitrariamente: o nominativo de exclamação não é usa do em endereçamento direto. E um uso primitivo da língua onde a emoção sobrepuja a sintaxe: o tópico emocional é exclamado sem qualquer verbo expresso.85 Robertson diz: isso é "um tipo de nominativo de interjeição",86 algo ligado à uma explosão emocional. As chaves de identificação são: (1) a ausência de um verbo (embora este esteja implícito), (2) a emoção óbvia do autor, e (3) a necessidade de um ponto de exclamação na tradução. As vezes, w é usado com o nominativo. C. Ilustração Rm 7:24
TcdocÍTTCopoç èyto ávGpwnoç [O] miserável homem [que] sou!
Rm
(3á0oç ttA .o Ú to u K a l aocjjíaç K a l yvoíoewç Geoü Ó profundidade das riquezas e da sabedoria e do conhecimento de Deus!87
1 1 :3 3
Note que nesses exemplos, o nominativo de exclamação não é usado em uma sentença. Mesmo em Rm. 7:24 o "que" implícito remove essa idéia. Uma boa dica é: se a construção, onde aparecer um suposto nominativo de exclamação, puder ser construída como uma oração, então teremos simplesmente um nominativo-sujeito. Sendo assim 1 Co. 15:57, onde um optativo do verbo de ligação é usado, provavelmente não deve ser considerado como um nominativo de exclamação. Mc 3:34
íôe f] piÍTqp pou Kal ol áÕ€/l4>OL pou Eis, minha mãe e meus irmãos! O uso de 'íôe e Lõoú no NT é comumente seguido por um nominativo.88 Esses termos eram originalmente formas verbais (respectivamente, o imperativo aoristo ativo e médio de opaca) e deveriam, de acordo com o uso clássico, tomar um acusativo. Mas no grego koinê, em especial o do NT, eles normalmente funcionam como simples interjeições.
85 Smyth, Greek Grammar, 607 (§2684). 86 Robertson, Grammar, 461. 87 Ainda que algumas edições tenham em lugar de "Q, o Q com acento agudo é usado somente com o nominativo. Enquanto o Q com circunflexo, naturalmente com o vocativo (veja BAGD). 88 Embora outras construções também o façam (esp. claúsulas inteiras), o acusativo ocorrem como objeto direto de íôe ou lõoú duas vezes (Jo 20:27; Rm 11:22), contra Porter, Idioms, 87. Seguido por nominativo temos: Mc 13:1 (mesmo que íôe seja omitido em W); 16:6 (o texto de D usa eíôere . . . xòv tonou em lugar de íõe ó tÓttoç); Jo 1:29, 36; 19:14, 26, 27.
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
61
Nominativos no Lugar dos Casos Oblíquos89 I.
Nominativo de Apelo90 A. Definição O título aparece no nominativo e funciona como um nome próprio. Normalmente, um outro caso deveria pode ser até mais apropriado, mas o nominativo é usado por causa de seu caráter especial na descrição do indivíduo. B. Clarificação e Semântica A chave de identificação é: o nominativo é tratado como um nome próprio esperado em um outro caso. Ao estar ligado a um indivíduo particular, o simples substantivo comum é como que exaltado. Embora o grego antigo não possuísse o que conhecemos como aspas, a função para a qual damos essa notação diacrítica era expressa pelo uso de um nominativo de apelação. Há pouquíssimos exemplos disso no NT. Esse é, por excelência, um uso de certos nomes. Identificamo-lo assim: (1) ou o nome estará escrito com inicial maiúscula (2) ou entre aspas. C. Ilustrações
Jo 13:13
{jpeiç ^cjuelté (ie ó õiôáoicaÀoç Kal ó KÚpioç vós me chamais Mestre e Senhor
Ap 9:11
kv xfi’EÀA.qyi.Kf| ovo|ia exei ’AiroÀA,úa)v No grego tem o nome de Apolion
Cf. também Ap 2:13. Em Lc 19:29 e 21:37, se lermos 'EÀauáv em lugar de 'EAxawv, como é aceito [BAGD], então teremos mais dois exemplos desse uso. Em Ap 1:4, se tra tarmos ò wv como um nome, então esse seria outro exemplos (a natureza imutável de Deus é destacada no verso).
89 Cada uso do nominativo é raro. Eles ocorrem basicamente em Apocalipse. A cau sa desse uso não-comum é muito debatível, nos círculos de estudos sobre esse livro. Talvez, devido à influência semítica ou ainda devido ao caráter do grego comum da queles dias. Há outra sugestão: uma possível alusão à LXX, retendo o mesmo caso (ainda que a omissão faça concordância com seu novo contexto), para sua audiência reconhe cer a citação do AT. Em qualquer evento, uma das seguintes categorias sintáticas seria considerada como algo não-usual (em alguns casos, bizarro), até para os padrões do koinê. 90 O uso independente do nominativo é exposto nos círculos concêntricos. Há mui tas sobreposições de opiniões entre eles. Mas, uma chave de identificação é: que eles estão carregados de significados ontológicos do nominativo — ou seja, conferindo ou não ao tópico principal da sentença o título de sujeito gramatical.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
62
II. Nominativo como Aposto aos Casos Oblíquos A. Definição Uma construção apositiva envolve dois substantivos adjacentes que fazem referência à mesma pessoa ou objeto e cuja relação sintática para com a claúsula é a mesma. O segundo substantivo está na função de aposto para com o primeiro substantivo. Normalmente, ambos os substantivos estarão no mesmo caso (seja nominativo, vocativo, genitivo, dativo ou acusativo).91 A semântica apresentada em todos os casos é a mesma, exceto para o genitivo - i.e., têm um referente idêntico. Um fenômeno, raramente, visto no NT, (especialmente em Apocalipse) é um nominativo como aposto de um caso oblíquo. B. Significado O autor de Apocalipse, parece, em grande parte, (1) ter considerado o subs tantivo, no caso nominativo, como um título indeclinável (2:13), uma cita ção (1:5; 17:5),93 ou (2) simplesmente imitado o uso feito pela LXX (1:5; 17:4). Parece que ele se utilizou disso a fim de enfatizar a palavra, pois os leitores certamente compreenderiam tal construção. C. Ilustrações Ap 1:5
cxttÒ
Tqooft XpiOTOÜ, ó páptuç ó ttlotÓç da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha (ou talvez, "a testemunha, a que é fiel") A citação do SI 89:38 preserva o caso do original (LXX). O uso justapõe o nominativo ao genitivo, de modo que a fiel testemunha é identificada com Jesus Cristo.
Ap 9:14
A.éYot>T(x ttô eicita àyyékw, ó iqv oáLtTLyYa Dizendo ao sexto anjo, aquele que tem a trombeta
Cf. também Ap 3:12; 7:9; 14:12; 16:13.
III. Nominativo após uma Preposição Só existe aparentemente um exemplo desse uso no NT.94 Ap 1:4
àrrò ó (3v95 Kal ó íjv» Kal ó épxópevaç da parte "daquele que é" e "que era" e "que está vindo"
91 A única exceção para isso é: (1) o nominativo em aposição ao vocativo; (2) o nominativo em aposição ao pronome obliquo (i.e., genitivo, dativo e acusativo), ou (3) o genitivo de aposição. 92 O genitivo de aposição parece aproximar-se mais à proposição de subconjunto que a proposição conversível das construções NS-PN. Veja a seção sobre genitivo. 93 Nesse caso cada nominativo também encontra-se sob uma categoria de apelação. 94 A não ser que a leitura encontrada em X * B D* 131 1319 (elç . . . BqBavia) em Lc 19:29 seja aceita, (elç) BqOtjjayn, também em Lc 19:29, é a grande parte e provavelmente um nome indeclinável (BAGD, 140). Embora pouco MSS recente tenham a leitura BriBíJaYfiv (063 1 179 713) ou uma forma similar (L 0 22 118 205 209 230 472 pauci).
Nominativo: usos gramaticalmente independentes
63
Esse é o primeiro e o pior solecismo de muitos que ocorrerão em Apocalipse. Há dois motivos, hipotéticos e amplos, o autor (1) agiu não intencionalmente ou (2) violou, intencionalmente, um padrão sintático.96 Se (1) for verdadeiro, então teremos duas explicações: (IA) Há, hipoteticamente, uma forte influência semítica sobre o grego do autor; ou (1B) uma prova da expressão lingüística de um homem pouco letrado (como nos papiros vulgares).97 Ambas as explicações são duvidosas: (I) Uma visível incompreensão dos rudimentos do grego, apontaria para um original não grego de Apocalipse, ainda que a obra como um todo contrarie essa idéia; (II) em nenhum outro lugar, o autor utiliza um nominativo logo após uma preposição (de fato, ele usa àird 32 vezes com genitivo). Se intencionalmente (2), por que o autor faria isso? Poucos eruditos discordariam da avaliação de Charles: "O autor deliberadamente quebrou as regras da gramática a fim de declinar o nome divino sagrado, o que para ele seria uma espécie de profanação do tetragrama sagrado, caso ele fosse declinado. Assim o nome divino é aqui um nominativo".98 João está, sem dúvida, fazendo alusão a Ex 3:14 na LXX (èyu) eLpi ó w - "EU SOU O QUE SOU"), um texto bem familiar para os cristãos gentios. Embora haja outros pontos de 95 Não é surpresa encontrar na maioria dos MSS a inserção de t o ü Geoü ou ó uv, à luz da natureza e severidade dessa anomalia gramatical. 96 Muitos trabalhos lingüisticamente orientados não apresentam nenhuma dessas opções. Por Exemplo, Young (Intermediate Greek, 13) tem argumentado que a gramática de Ap 1:4 "pode ser uma violação se a gramática fosse vista de forma prescritiva. Em relação à gramática descritiva, ela meramente menciona a dimensão da expressão que o grego koinê tolerava". Parece que estamos diante de um raciocínio circular: porque isso ocorre na linguagem, deve ser tolerável. Temos argumentado na seção "A Abordagem desse Livro" que a atual noção sobre gramática prescritiva vs. gramática descritiva ca rece de explicações satisfatórias. 97 Hoje muitos lingüistas preferem não falar de "bom e ruim uso gramatical", uma vez que isso soa prescritivismo (veja Young, Intermediate Greek, 13, comentando sobre Ap 1:4). Contudo, o prescritivismo necessita de uma definição mais cuidadosa. Ponha mos isso em prática: é inapropriado julgar o grego do NT pelos moldes do grego ático (ou seja, uma abordagem diacrônica), do mesmo modo que seria desastroso analisar o inglês moderno segundo os padrões do inglês elisabetano (ou vice-versa). No entanto, se uma estrutura sintática é muito inapropriada em certo contexto geográfico ou tempo ral, a capacidade de julgar de uma dada comunidade deve ser excepcional para que ela rotule um uso gramatical de ruim. (Veja a seção "Abordagem desse Livro" para a discus são sobre prescrição vs. descrição.) Essa situacao é similar quanto ao uso dos casos em Ap 1:4, pelo menos inicialmente. De algum modo, é tão duvidoso que qualquer audiência aceitasse a sintaxe aqui presente como um tipo de simples ilustração "tolerada pelo grego koinê" (Young, Intermediate Greek, 13). (E como se Young estivesse dizendo que não existe erro algum no texto. Eu aposto que seu professor do ensino médio tomaria a mesma posição!) Prescritivismo é trabalhado com a aplicação de um padrão lingüístico que marcou um certo tempo e região em uma época distinta. Ou ainda: aplicar certas categorias quando elas não existem (como certos círculos lingüísticos insistem em fazer —cf. Ian Robinson, A N ew Grammarians' Funeral [CUP, 1975], especialmente o capítulo 2). Todavia, parece muito evidente que todos povos de culturas as mais distintas possíveis, e em todas as épocas, possuam certos padrões comunicativos por meio dos quais a comunicação ocorrerá. 98 R. H. Charles, A Criticai and Exegetical Commentary on the Revelation ofSt. John (ICC; Edinburgh: T. & T. Clark, 1920) 1.10.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
64
vista sobre a gramática de Apocalipse como um todo," parece que 1:4 funciona como um paradigma para muitos solecismos. O autor está simplesmente instruindo os leitores a prestarem muita atenção em suas palavras (1:3) - algo que ele pretensamente deixou de fazer no verso em seguida! Mas, com efeito, ele está reportando sua audiência ao AT ao preservar as mesmas formas encontradas na LXX, mesmo quando elas rompem a concordância (e.g., ele faz o mesmo em 1:5, onde um nominativo é um aposto de um genitivo: o nominativo cita SI 89. Sem dizer uma única vez: "está escrito", o autor é capaz de mostrar aos leitores o uso que faz do AT.100
IV. Nominativo de Tempo A. Definição É muito raro no NT. Ele é usado para indicar uma medida de tempo em lugar do genitivo, dativo ou acusativo. Os dados são insuficientes para dizer se o caso oblíquo normalmente é substituído pelo nominativo (há, contudo, quem declare ser ele um equivalente distorcido de um acusativo de tempo. Cada exemplo necessita do seu próprio contexto para se definir algo.101 B. Ilustrações Mc 8:2
qôq fpépou xpeiç TrpoopévouoLu poi Já [por ?] três dias que permanecem comigo
Cf. também Mt 15:32; Lc 9:28
V. Nominativo ad Nauseum Também conhecido como nominativo aporético (de aTTOpéu, "eu estou perplexo"), essa é a categoria a que se apela quando outra classificação não for encontrada. (N.T., lembra as palavras denotativas da Nomenclatura Gramatical Brasileira) O título é descritivo não do nominativo, mas do sentimento que se tem na boca do estômago pelo tempo gasto nesse caso e não ter conseguido nada. (Trad. ad Nauseum - o mesmo que chegar à exaustão). 99 Entre os mais interessantes estudos, encontram-se: T. C. Laughlin, The Solecisms of the Apocalypse (Princeton: University Publishers, 1902 [originalmente apresentado como uma dissertação de doutorado no Seminário de Princeton]); Charles, Revelation, l.cxvii-clix; D. R. Younce, "The Grammar of the Apocalypse" (dissertação de doutordo não-publicada, Seminário Teológico de Dallas, 1968); G. Mussies, The Morphology ofKoine Greek as Used in the Apocalypse ofSt. John (Leiden: E. J. Brill, 1971); S. Thompson, The Apocalypse and Semitic Syntax (Cambridge: Cambridge University Press, 1985); S. E. Porter, "The Language of the Apocalypse in Recent Discussion," NTS 35 (1989) 582-603; D. D. Schmidt, "Semitisms and Septuagintalisms in the Book of Revelation," NTS 37 (1991) 592-603. 100 Essa abordagem, é claro, não apresenta todos os solecismos de Apocalipse. Alguns desses solecismos são frutos da influencia do gênero literário conhecido como apocalipticismo. E possível, até mesmo, que isso seja um retrato do estado emocional reinante na época da composição do Apocalipse de João. Essa questão paira sobre o vale ou da influência semítica ou da peculiaridade do grego koinê. Ainda que ambas sejam importantes, elas não resolvem alguns dos problemas mais fundamentais (v.g., Ap 1:4). 1010 desconforto dos escribas em relação a essa passagem pode ser visto pelas variedades textuais existentes desse texto. Porém, o caso oblíquo substituído pelo nominativo difere em passagens paralelas: Mc 8:2 (em lugar do nominativo ryupca rpclç, encontramos fipépcaç rpíoiv em B pc). Contudo os textos paralelos usam: rpépaç em K 0 Qfam et al (Mt 15:32); em lugar do nominativo f]pépai óktú encontramos f)|iépaç óktu (Lc 9:28), nos minúsculos 1313 e 1338.
O Caso Vocativo Panorama dos Usos do Vocativo A.
Endereçamento Direto...................................................................................... 67 1.
Invocação Simples..................................................................................67
2.
Invocação Enfática (ou Emocional)..................................................... 68
3.
O Uso Excepcional em Atos.................................................................. 69
4. Simplificação............................................................................................70 B.
Exclamação.......................................................................................................... 70
C.
Aposto..................................................................................................................70
Bibliografia Selecionada Abel, Grammaire, 67; K. Bamwell, "Vocative Phrases," Notes on Translation 53 (1974) 9-17; BDF, 81 (§146); Brooks-Winbery, 59; Dana-Mantey, 71-72 (§84); Funk, Inter media te Greek, 710-11 (§886); Hoffmann-von Siebenthal, 215-16 (§148); Moule, Idiom Book, 31-32; Moulton, Prolegomena, 60, 71-72; Porter, Idioms, 87-88; Robertson, Grammar, 461-66; Smyth, Greek Grammar, 312-13 (§1283-88); Turner, Syntax, 34, 230 31; Young, Intermediate Greek, 15-16; Zerwick, Biblical Greek, 11-12 (§35).a
I. Definição O vocativo é o caso usado na invocação de alguém ou, às vezes, o que exprime excla mações. Tecnicamente, não possui relação sintática alguma com a oração principal. Nesse caso, é muito parecido com o nominativo absoluto. Semelhante ao português, as conotações de invocação direta variam de circunstânci as, indo do deleite ao assombro e ira.2 1 Agradeço especialmente a Buist M. Fanning, Kevin Warstler e J. Will Johnston por seus toques neste capítulo. 2 Veja Smyth, Greek Grammar, 312 (§1284); Turner, Syntax, 33; Barnwell, "Vocative Phrases," 9-17.
65
66
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Para se determinar a força do vocativo, observe: (1) a ausência ou (2) a presença de oi. (veja abaixo)
V o cativo
<1%
Q u adro 5 F req ü ên cia d e C asos no N ov o T estam en to3
II. Um Caso Legítimo? A discussão sobre a legitimidade do vocativo como um caso é debatível e repousa sobre duas bases: (1) forma: o caso não possui uma forma escrita distinta. Além de não ocorrer muitas vezes no plural, nem mesmo ser declinado em todos os gêneros no singular (e.g., o feminino da I a declinação);4 (2) função: o vocativo é sintaticamente independente do resto da sentença. Assim, se fôssemos definir caso essencialmen te como ligado à função sintática, então o mesmo não se qualificaria. Essas duas objeções não são tão fortes quanto parecem ser. Primeiro, embora não tenha formas completamente desenvolvidas, o vocativo pode, às vezes, ser distinguido formalmente. Se ele não for um caso verdadeiro em algumas declinações, en tão nem o acusativo seria na segunda/terceira declinação neutra (visto que não é distinto do nominativo neutro). O fato de que haja algumas diferenças formais (e de acento)5 é suficiente para considerar como um caso separado, pelo menos no singu lar. Segundo, embora no âmbito de uma oração o vocativo seja gramaticalmente absoluto, no nível do discurso ele carrega um peso semântico. Isto é, embora o vocativo
3 A contagem de vocativos é a seguinte: 292 substantivos, 0 pronomes, 0 artigos, 1 particípio (At 23:3), 24 adjetivos. 4 Para uma discussão sobre formas, veja Mounce, Basics of Biblical Greek, 105 (§13.10); Moulton-Howard, Accidence, 54-55, 59, 118-20, 129, 134-37, 142; e W. D. Mounce, The Morphologi/ of Biblical Greek (Grand Rapids: Zondervan, 1994) 167
67
Vocativo
mostre-se dentro de uma sentença, ele realmente é um indicador de uma audiência e assim é "suprafrasai", ajudando o leitor a entender não só quem está sendo invoca do, mas também como isso é feito.6
III. Usos do Caso Vocativo Há três usos básicos: (1) invocação direta, (2) exclamação, e (3) aposto. A terceira categoria, como em todas os usos de um aposto simples, não é realmente uma categoria sintática distinta (pois o caso simplesmente "está ligado" ao substantivo de quem ele é aposto). A primeira categoria, é esmagadoramente, a de uso mais freqüente.
A. Invocação Direta Um substantivo no vocativo é usado para invocação direta para designar o destinatário. Exceto por dois textos no NT, o destinatário é sempre pessoal.7 Essa categoria subdivide-se em dois grupos. A primeira categoria é bastante usada; a segunda, somente nove vezes.8
1.
Invocação Simples a.
Definição Esse é o uso do vocativo sem um c5 precedente. Na maior parte, nenhuma significação especial está ligada a tal uso. (Em muitos exemplos, porém,
5 O acento do vocativo grego fica longe da última sílaba, ou seja, na primeira sílaba da palavra (yurn) torna-se yóvai, mxrrip torna-se irárep, Guyátrip torna-se Gúyatep etc. Note também que a flexão é abreviada com freqüência). Isso se devia à oralidade da língua. 6 O nominativo por vocativo é uma invasão sobre o vocativo tanto que há duas vezes mais nominativos que vocativos no NT. (Visto que o vocativo e o nominativo são idênticos no plural, estamos contando todas essas formas como nominativos. Esse deve ser o caso em vários exemplos que vem com artigo, pois o vocativo é anarthro). Veja discussão sobre endereçamento direto no cap. Anterior, em "Nominativo por Vocativo". 7 Em 1 Co 15:55 Gctvate ("morte") é mencionado duas vezes; em Ap 18:20 oúpavé ("céus") é mencionado. 8 Isto é, u com o vocativo é usado só nove vezes no NT. Nem todos são enfáticos (o uso em Atos é uma exceção, seguindo uma expressão idiomática em grande parte). Nem são contados u com plurais (pois os plurais são idênticos em forma ao nominativo).
68
Sintaxe Exegética do Novo Testamento haverá grande emotividade na expressão. Isso é lógico. Logo, o contexto será o fator determinante).9 b. Ilustrações
M t 9:22
ó
Tqooüç
. . . eLTieu, © á p o e i , G ú y o a e p q t t l o t l ç
oon aéaw Kéu
o e .10
Jesus disse, "anima-te, filha! Tua fé te salvou". Lc4:23
Ttávxwc èpelxé poi xqy TrapaPoílqu Taúrqy Tatpé, GepáTTeuooyaeauiôü Sem dúvida citar-me-eis este provérbio: "Médico, cura-te a ti mesmo".
1 Co 7:16
ti
Hb 1:10
Ei) Kax’ àpxáç, KÚpie, xqy yqy èOepeÀÍwoaç Tu, desde o princípio, Senhor, estabeleceste a terra. Nesse exemplo, vemos qual a palavra é a mais comumente usada, no NT grego, no vocativo no NT: KÚpioç (dos 317 vocativos existentes, 119 são ocorrências desse vocábulo, ainda que se ache só em 8 livros).
yàp olôaç, yúuca, el TÒy ayõpa ocáaeiç; Como sabes mulher, se salvarás teu marido?
Cf. também Mt 7:21; 20:13; Mc 8:33; Lc 7:14; Jo 2:4; Rm 11:3; Fp 4:3; Ap 7:14; 22:20.
2.
Invocação Enfática (ou Emocional) a.
Definição Esse é o uso do vocativo precedido por um tá. A partícula cá é usada em contextos emotivos profundos. Como se ver nos seguintes exemplos, "Ape sar de ser uma partícula pequena, ela lança tal luz sobre o estado da mente de nosso Senhor e de seus apóstolos, de modo que ninguém, certamente, ao ler as Escrituras, deveria negligenciar suas indicações".11
b. Mt 15:28
Ilustrações ó Tqooüç eíneu cdruq/Q yúvai, peyálq aou q t tlo tlç Jesus lhe disse, "O mulher, grande é tua fé!" A surpresa de Jesus ante a humildade da mulher cananita e a respos ta perspicaz da mesma: "os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos" (v. 27), produzem esse comentário.
9 O vocativo nos lábios de Jesus (e em outros, às vezes) parece ser, muitas vezes, emocional mesmo sem essa partícula. Cf. Mt 4:10; 7:5; 8:29; 11:21; 18:32; 23:26; 25:26; 27:46; Mc 1:24; 8:33; 10:47; Lc 4:34; 19:22; At 5:3; 1 Co 15:55. Pode ser que o "vocativo seco" realmente seja um emaranhado de coisas, contendo tanto endereçamento quanto chamado enfático/emocional. Quer dizer, ele é não-marcado, mas o contexto pode naturalmente informar seu valor. 10 O nominativo Guyátqp se encontra em D G L N W 0 et pauci. 11 Zerwick, Biblical Greek, 12 (§35).
Vocativo
69
Tg2:20
Béleiç Ôè yvcôvca, cS ãvGptoire Kevé, oxi q ttÍotlç /(jplç twv epywv ápyr| eativ; Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, que a fé sem as obras é inoperante?
Cf. também Rm 2:1, 3; 9:20; 1 Tm 6:11, 20.12
3.
O Uso Excepcional em Atos De duas formas, o grego clássico difere do grego helenístico em relação ao uso do vocativo:13 (1) O vocativo com (J não era enfatizado - isto é, era um uso normal, empregado em invocação polida ou simples; (2) o vocativo, com ou sem ca, localizava-se usualmente bem dentro da sentença e não na frente. O uso helenístico inverteu não somente a primeira tendência, mas também, em certo grau, a segunda. Assim, falando de forma geral, c3 com o vocativo, é marcado ou destacado por ênfase, emoção, etc., e visto, muitas vezes, encabeçando a sentença. O uso em Atos é mais semelhante à norma clássica que ao koinê típico. Não se pode dizer, porém, que isso é devido ao fato de Lucas usar um koinê mais lite rário, visto que a expressão ocorre só em Atos, não no evangelho lucano.u De forma descritiva, poderíamos dizer que (1) (i) com o vocativo (ou nominativo) no meio da sentença, em Atos, é não enfático (At. 1:1 [ao se dirigir a Teófilo, no prefácio de sua obra: cn ©eótjnÁe]; 18:14; 27:21), enquanto (2) co encabeçando a sentença é enfático/emocional (At 13:10 [onde Paulo repreende Elimas, o mágico; veja discussão abaixo]). É difícil dizer se isso leva a qualquer explicação satisfatória quanto ao porquê 'Atos é diferente'. Uma hipótese atrativa é: quando Lucas nar ra de primeira mão (como no prólogo e nos caps. 16-28 [as seções "nós" de Atos]), seu estilo é mais literário; todavia, quando usa outras fontes em sua narrativa, ocorre a forma helenística. Isso deveria mostrar as diferenças entre Lucas e Atos, mas não sem dificuldades.15
12 Há só 8 exemplos de c3 com o vocativo no NT (Mt 15:28; At 1:1; Rm 2:1, 3; 9:20; 1 Tm 6:11, 20; Tg 2:20), e 9 com o nominativo (Mt 17:17=Mc 9:19=Lc 9:41; 24:25; At 13:10; 18:14; 27:21; Rm 11:33; G1 3:1). Para discussão de At 1:1, veja abaixo ("Usos Excepcionais em Atos"). 13 Para uma discussão sucinta, veja, Smyth, Greek Grammar, 312-13 (§1283-88). 14 o) com nominativo em Atos segue o mesmo padrão. 15 Não é realmente um argumento contra essa hipótese dizer que ele assume a seção "nós" - como uma narrativa de testemunha ocular, pois esse debate dificilmente tem solução. Pelo contrário, se essa hipótese fosse razoavelmente demonstrada, poderia bem contribuir com outra preocupação (como também indica, em certo grau, como o autor usou suas fontes). Os problemas são, pelo contrário, que certos textos não se encaixam facilmente nessa abordagem (note, e.g., Lc 1:3, onde a saudação a Teófilo é feita sem oi).
70
4.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Simplificação/Chaves para a Identificação As dicas para lembrar o uso e a importância do vocativo são: 1) sem to precedente (exceto em Atos): invocação simples 2) com c5 precedente (exceto em Atos): invocação enfática ou vocativo de ex clamação
B. Exclamação O substantivo no vocativo é usado raramente em uma exclamação sem qualquer conexão gramatical com o resto da sentença. Em tais exemplos, embora seja usado para invocar alguém, vê-se uma explosão emocional retida. Todos os exemplos são disputados e deve ser classificados como invocação enfática. Cf. Rm 2:1, 3; At 13:10 (veja também discussão abaixo).
C. Aposto 1.
Definição Aqui, temos um vocativo como aposto de outro vocativo. Em tais exemplos o primeiro vocativo exercerá uma das forças mencionadas acima (i.e., invocação direta ou exclamativa). A presença de um aposto no vocativo quase sempre indica que a construção vocativa inteira é enfática/emocional ou exclamativa (ao contrário de invocação simples). O acúmulo de vocativos, uma vez que o destinatário já fora estabelecido pelo primeiro vocativo, é linguisticamente desnecessário. Todavia, seja retoricamente efetivo.16
2.
Ilustrações
Mc 5:7
T í épol Koà aoí, Tqoon ule xou Qco\> tou úv|ilotou Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo! A resposta do demônio está cheia de emoção e terror, visto tanto pela combinação do vocativo como pela expressão idiomática: T í è|ioi Kal oof.17
16 Uma exceção a isso seria as expressões de aposição característica tal como "Rei Agripa" (At 25:26; 26:19). 17 Para uma discussão dessa expressão veja BAGD, s.v. èycá, 217.
Vocativo
71
At 1:24
Eu KÚpte, KapôiOYVÓiaxa Trávxcov, àváôeiÇov ov Içe/úçM 4k xoúxwv xwv ôúo eva Tu, Senhor, Conhecedor dos corações de todos os homens, mostra-nos qual destes dois escolheste. Essa oração, feita quando na escolha do substituto de Judas, revela a tristeza com que os demais apóstolos trataram essa tarefa.
At 13:10
TTilipriç tovioç ôóàou Kal iráariç pqôtoupyíaç, ulè ôtapólou, éxGpè Tiáoqç Õ L K ato oú y q ç . . .
O cheio de todo engano e de toda maldade, filho do Diabo, inimigo de toda a justiça... É óbvio que a reação de Paulo contra a tentativa de Elimas, o mágico, de subverter o evangelho dificilmente seria uma palmadinha! De acordo com a narrativa de Lucas, Paulo amaldiçoa o mágico. (Alguém poderia achar que se os Gaviões da FIEL existissem nos dias de Paulo, eles ficariam em total silêncio nessa ocasião). Ap 22:20
Naí, ep^opat xa/ú. ’Apqy, ep/ou, KÚpue Tqooô. Certamente, venho em breve. Amén, vem Senhor Jesus!
Cf. também Mc 10:47; Lc 4:34; 8:28; 10:21; 17:13; 18:38.
O Caso Genitivo Panorama dos Usos do Genitivo "f
Genitivo Adjetival............................................................................................................. 78 1. Genitivo Descritivo (Genitivo "Aporético")............................................... 79 2. Genitivo Possessivo.......................................................................................81 3. Genitivo de Relacionamento....................................................................... 83 4. Genitivo Partitivo ("Wholative")................................................................ 84 5. Genitivo Atributivo.......................................................................................85 6. Genitivo Atribuído........................................................................................ 89 7. Genitivo de Material..................................................................................... 91 8. Genitivo de Conteúdo................................................................................... 92 9. Genitivo como Simples Aposto................................................................... 94 10. Genitivo Apositivo........................................................................................ 95 11. Genitivo de Destino (a. k. a. Direção ou Propósito)............................ 100 12. Genitivo como Predicado......................................................................... 102 13. Genitivo de Subordinação........................................................................ 103 14. Genitivo de Produção/Produtor.............................................................. 104 15. Genitivo de Produto.................................................................................. 106 Genitivo A blativo............................................................................................................ 107 1. Genitivo de Separação................................................................................ 107 2. Genitivo de Fonte (ou Origem)................................................................ 109 3. Genitivo de Comparação........................................................................... 110 Genitivo Verbal (i.e., Genitivo Relacionado a uma Forma Nominal do Verbo)...................................................................................... 112 1. Genitivo Subjetivo...................................................................................... 112 2. Genitivo Objetivo........................................................................................ 116 3. Genitivo Plenário......................................................................................... 119 Genitivo Adverbial.......................................................................................................... 121 1. Genitivo de Preço ou Valor ou Quantidade............................................ 122 2. Genitivo de Tempo (em que ou no qual)................................................. 122 3. Genitivo de Lugar (onde ou no qu al)..................................................... 124 4. Genitivo de M eio..........................................................................................125 5. Genitivo de Agência................................................................................... 126 6. Genitivo Absoluto.........................................................................................127 7. Genitivo de Referência.............................................................................. 127 8. Genitivo de Associação.............................................................................. 128 Depois de Certas Palavras.............................................................................................. 131 1. Genitivo Depois de Certos Verbos (como Objeto Direto).................... 131 2. Genitivo Depois de Certos Adjetivos (e Advérbios) ............................ 134 3. Genitivo Depois de Certos Substantivos..................................................135 4. Genitivo Depois de Certas Preposições....................................................136 72
Genitivo: introdução
73
Bibliografia Selecionada Abel, Grammaire, 175-92 (§44); BDF, 89-100 (§162-86); Brooks-Winbery, 7-29; Funk, Intermediate Grammar, 711-17 (§888-90); Hoffmann-von Siebenthal, Grammatik, 227 45 (§158-72); E. Mayser, Grammatik der griechischen Papyri aus der Ptolemãerzeit (Berlin/ Leipzig: Walter de Gruyter, 1933) 2.2.185-240; Moule, Idiom Book, 36-43; Moulton, Prolegomena, 72-74; Porter, Idioms, 92-97; Radermacher, Grammatik, 123-26; Robertson, Grammar, 491-520; Smyth, Greek Grammar, 313-37 (§1290-1449); Turner, Syntax, 231-36; G. H. Waterman, "The Greek 'Verbal Genitive’," Current Issues in Biblical and Patristic Interpretation: Studies in Honor of Merrill C. Tenney Presented by his Former Students, ed. G. F. Hawthorne (Grand Rapids: Eerdmans, 1975) 289-93; Young, Intermediate Greek, 23-41; Zerwick, Biblical Greek, 12-19 (§36-50).
Q u adro 6 F req ü ên cia de C asos no N ov o T estam en to1
I. Introdução A. Marcas Preliminares 1.
Relacionamento com a preposição "de" no português O caso genitivo é um dos elementos mais cruciais de se aprender na sintaxe grega. Felizmente, para nós da língua português, muitos dos usos do genitivo
1 O uso do genitivo, no NT grego, ocorre assim: 7681 são nomes; 4986, pronomes; 5028, artigos; 743 particípios; e, 1195 são adjetivos.
74
Sintaxe Exegética do Novo Testamento grego são semelhantes a nossa preposição "de". Isto não só torna o aprendiza do do genitivo mais fácil, mas também fica mais fácil de se explicar para os ouvintes o significado de uma passagem que dependeria, em parte, do uso de um genitivo. Por exemplo, em Rm 8:35, Quando Paulo escreve: "Quem nos se parará do amor de Cristo?" é claro que tanto no português quanto no grego que ele se referia ao "amor que Cristo tem por nós", e não "o amor que temos por Cristo". Ao mesmo tempo, deveríamos estar atento ao fato que o genitivo tem alguns usos diferentes da preposição "de" em português (e.g., comparação, propósi to, etc.). Explicar isso ao ouvinte exige certos cuidados, especialmente quando sua interpretação difere do "de" da tradução que seus ouvintes estão usando.
2.
Importância Semântica e Exegética do Caso Genitivo Aprender os usos do genitivo custa grandes dividentos. Ele possui um grande tratamento de importância exegética, muito mais que qualquer outro caso, por que ele é capaz de uma variedade enorme de interpretação.2 Isto, por sua vez, é devido a três coisas:3 elasticidade de usos, núcleo fixo, e possibilidade antitéticas. a.
Elasticidade O gentivo é mais elástico que qualquer outro caso, capaz de se estender sobre grande parte do terreno sintático. Em parte deve-se isto a uma forma compacta que são muitas vezes duas formas de casos em outras línguas Indo-européia (viz., gen. e ablativo - a idéia "de" e "a partir de").
b. Núcleo Fixo A linguagem, por sua natureza, é comprimida, crítica, simbólica.4 Uma das áreas de maior ambigüidade na lingual envolve um caso genitivo. Os genitivos são basicamente usado em situações comprimidas que precisa ser desenroladas. O genitivo está comumente relacionado a outros substantivos. No entanto, o que essa relação envolve é muito variada. "A revelação de Jesus Cristo", " o amor de Deus", "filhos da ira", "mistério da piedade" são todos sujeitos a mais de uma interpretação, precisamente por causa do "de" que engloba uma multidão de relacionamentos sintáticos. Em
2 Moule chama o genitivo de caso "imensamente versátil" e "eficiente" (Idiom Book, 37). 3 Tecnicamente, elas não constituem três noções isoladas. Na verdade; há mais sobreposição (ou seja, grande flexibilidade e compatibilidade). Em certo grau, são três modos de dizer a mesma coisa. 4 Veja a seção "Introdução: Abordagem desse Livro" para mais discussões.
Genitivo: introdução
75
essência, a construção Subs-Subs-Gen.,5 é usado para comprimir quantidade de tipos de sentenças diferentes (tal como sujeito-predicativo, transi tivio direto-objeto, sujeito-verbo transitivo, etc.).6 Uma grande parte de nossa tarefa neste capítulo é desenpacotar a construção Subs-Subsgen,7 tentando mostrar que a grande maioria da situação semâtica nas quais ocorrem os vários usos. c.
Possibilidades Antitéticas Ao contrário do caso nominativo e do vocativo (cujas sugestões são de forma geral suficientes para mostrar qual o uso envolvido), o caso genitivo comumente requer um exame minucioso do contexto, significado lexicológico dos vocábulos envolvidos (i.e., na construção Subs-Subsgen.), e outros aspectos gramaticais (tal como o uso do artigo ou número).9 Em adição, em certas contruções (tais como as que envolve uma forma nominal do "verbo") o significado possível pode ser um pouco antitética. Assim, "a revelação de Cristo" pode ser desenbrulhado para falar da "revelação acerca de Cristo" ou "a revelação que vem de Cristo". Por casua de tais minuncias amplamente divergentes, o caso genitivo requer acurado exame.
3.
Genitivo de Série O genitivo de série (também conhecido como genitivo concatenativo) pode ser bastante complicado. Em geral, cada genitivo que sucede depende do genitivo que o antecede, embora não seja sempre este o caso. (Veja a discussão sobre Rm. 8:21 em "Genitivo Atributivo" para maior esclarecimento).
5 Chamado, tradicionalmente, de nomen regens-nomen rectum ou construção NomeNome Genitivo (=na função genitiva). [N.T., Veja a expressão "O amor de Deus": onde Nome eqüivale ao sintagma (O amor) e Nome Genitivo, (de Deus) - o que se assemelha ao nosso uso dos adjuntos adnominais. Esse último possui semanticamente várias possi bilidades de tradução]. Representaremos essa construção pela sigla: N-Ng. 6 Para um estudo original e estimulante, onde o autor aplica uma gramática transformadora à construção N-Ng, veja Waterman, "The Greek 'Verbal Genitive'," 289 93. Essa abordagem é aplicada, usando a linguagem da lingüística de Chomsky, em Young, Intermediate Greek, 29. (Embora sejamos muito beneficiados com tal abordagem, os títulos aqui usados são mais tradicionais e descritivos.) Observe também Kiki Nikiforidou, "The Meanings of the Genitive: A Case Study in Semantic Structure and Semantic Change," Cognitive Linguistics 2.2 (1991) 149-205, que argumenta virem todos os genitivos da idéia de posse. Contudo, embora seja análise diacrônica, o autor chama a atenção para os vários usos relacionados a noções extraídas da categoria "posse". 7 Um nome no genitivo é usado, é claro, com outro diferente termo (tal como verbo, advérbio, adjetivo, etc.). Temos duas importantes informações: (1) grande parte desses usos ocorre em construções N-Ng, e (2) a maioria dos problemas exegéticos também encontram nessa forma. 8 Veja a seção "Abordagem desse Livro" para uma discussão detalhada. Para ler um resumo, veja os usos a seguir. . 9 Lembre-se de que: esses três elementos (contexto [em seu sentido mais amplo, in cluindo histórico-literário], lexema, e outras características gramaticais) são os elemen tos básicos da "situação semântica."
76
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. Definição do Caso Genitivo: O Significado não Afetado 10 1.
Notas Acerca dos Casos Oblíquos em Geral a.
Genitivo Distinto do Acusativo O genitivo e o acusativo são semelhantes no sentido que ambos são casos que expressam algum tipo de limitação. A função de delimitar do genitivo pode ser vista em "o reino de Deus", especificando qual reino está em foco; " Simão de Cirene", indicando qual Simão está em vista; "a carne de pássa ros", onde o tipo de carne está destacado. O acusativo também limita, como em "Eu ouvi uma voz", indicando o que é que foi ouvido; "eles adoraram o Senhor", especificando o objeto da adoração. Como pode ser visto dos exemplos acima, a diferença entre estes dois é geralmente dupla; (1) O "genitivo delimita quanto a tipo, enquanto, o acusativo delimita quanto a extensão".11 Outra forma de apresentar isso é que o genitivo delimita quanto a qualidade enquanto o acusativo delimita quanto a quantidade. (2) O genitivo é geralmente relacionado com um subs tantivo, enquanto o acusativo com um verbo.
b.
Genitivo Distinto de Dativo Enquanto a força do genitivo é geralmente adjetival, a força do dativo é basicamente adverbial. Há algum envolvimento entre os usos destes casos, mas estas distinções devem ajudar você a ver de forma mais clara a impor tância de cada caso. Também, o genitivo é geralmente relacionado a um substantivo, enquanto o dativo (e o acus.) está relacionado com um verbo.12
2.
No Sistema de Oito Casos No sistema de oito casos, o genitivo define, descreve, qualifica, restringe, limita, etc.13 Quanto a isso ele é semelhante a um adjetivo, mas é mais enfático.14 Devese ter cuidado com várias gramáticas e comentários que pressupõem o sistema
10 Isto é, não-afetado pelo contexto, gênero, intromissões léxicas, etc. Essa seria o sentido de um genitivo a vácuo. Veja "Abordagem desse Livro" para uma análise dos termos. 11 Dana-Mantey, 73. 12 E lógico que existam genitivos objetos diretos (portanto, relacionados a um verbo). Tais exemplos não minimizam a força qualificativa do caso. Esse uso pode ser visto no capítulo sobre o uso do acusativo como objeto direto (a diferença básica consiste em contrastar tipo e extensão). Muitos verbos tomam objetos diretos tanto na forma acusativa como na genitiva. É interessante notar que tal associação não existe entre os casos genitivo e dativo.
Genitivo: usos específicos
17
de oito casos; quando eles falam do genitivo, isto é, o que eles querem dizer (i.e., a noção ablativa de seperação não está incluída). No entanto, para aqueles que adotam o sistema de cinco casos, uma definição mais completa é necessária.
3,
No Sistema de Cinco Casos Visto que o genitivo e ablativo tem a mesma forma, nós consideraremos ambos como um único caso ("caso" sendo definido como uma questão de forma e não de função). Em certo sentido, a definição do genitivo no sistema de cinco casos simplesmente combina genitivo e ablativo do sistema de oito caso. A noção ablativa é fundamentalmente de separação. Esta é a idéia de. Tal separação pode ser vista estaticam ente (i.e., em um estado separado) ou progressivo (movimento a partir de, de forma a tomar-se separado). Além disso, a ênfase pode estar ou no resultado ou na causa (neste último, origem ou fonte é enfatizado). Outra maneira de ver o caso genitivo é observando todos os usos, tanto adjetival quanto ablatival, gerado a partir de um idéia. Se tal idéia básica era de pos sessão,15 ou restrição,16 ou alguma outra noção, é de grande interesse para o filólogo (e o campo dos diacrônicos) do que para o exegeta. No grego helenístico, a idéia de e a partir de são geralmente distinta - tanto que o concei to ablativo é amplamente expresso com áiró ou (K e não com a forma genitiva "pura", (pelo menos, isto sugere uma inquietação crescente por parte dos na tivos do koinê para usar o caso gen. a fim de expressar a idéia de separação17). Portanto, sob o sistema de cinco casos, o caso genitivo pode ser definido como o caso que qualifica ou limita com respeito a qualquer tipo e (ocasionalmente) separa ção.
II. Usos Específicos Nossa abordagem ao genitivo é reduzir seus usos a poucas categorias principais com muitos subgrupos sob cada um destes. Esta abordagem (seguida por muitos 13 Não é feita aqui uma apologética ao sistema de oito casos, estamos apenas reconhecendo o modo como o assunto tem sido tratado pela literatura. Mais de uma gramática tem definido - o que nos chama - o genitivo simplesmente como qualificação, apesar de adotar o sistema de cinco casos! 14 Dana-Mantey, 72-74. 15 Conforme Nikiforidou, "The Meanings of the Genitive," que apresenta um argumento plausível. 16 Conforme Louw, 83-85, acompanhado por Porter, Idioms, 92. 17 Alguns gramáticos mesclam tais usos com a construção 'preposição + caso' (e.g., Brooks-Winbery, 7-64). Isso apenas confunde o assunto e promove uma grande quantidade de mal-entendidos exegéticos. Para uma discussão mais detalhada, veja o capítulo sobre preposições.
78
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
gramáticos) é útil para mostrar as semelhanças que os diferentes tipos de genitivos têm uns com os outros. N.B. O esquema neste capítulo pode parecer um pouco laborioso. A reação imedia ta ao olhar nas categorias seguintes poderia ser precipitada por causa do material antes das categorias, como coelho, multiplica-se a qualquer custo! O que parece ao olhar de relance ser uma distintição microscópica sutil que é governada por princí pios da realidade semântica e importância exegética. Quer dizer, à luz da grande diver sidade de usos estabelecidos do genitivo, bem como da freqüente importância exegética profunda que este caso pode exercer em determinados textos, uma familiarização com estas categorias é justificada.18
A. Genitivo Adjetival Esta categoria ampla realmente toca o coração do genitivo. Se o genitivo for primari amente descritivo, então ele é muito semelhante ao adjetivo em função. "O principal a lembrar que o genitivo muitas vezes faz praticamente a função de um adjetivo, distinguindo duas outras coisas semelhantes..."19 Embora o genitivo tenha primaria mente uma força adjetival, é mais enfático que um simples adjetivo.20
18 É importante manter em mente a tensão entre as categorias semânticas estabelecidas e a distância exegética que podem nos afastar destas. Por um lado, alguns exemplos claros estabelecem uma categoria semântica. Se subdividirmos detalhadamente o genitivo descritivo, por exemplo, teremos mais de 100 categorias de genitivos! (Não como negar que tais usos têm base no contexto, porque o contexto faz parte de sintaxe quanto da morfologia ou lexema [contra Porter, Idioms, 82, quem fez uma distinção fixa entre sintaxe e contexto]. Assim, fica claro que alguns usos do genitivo no NT não serão encontrados em outros exemplos helenistas.) Por outro lado, tal multiplicação de categorias - embora utilíssimo em nível lingüístico - é dominado por nosso princípio administrativo de valor exegético. Assim, ainda que existam mais categorias do genitivo nessa seção, e os mesmos sejam encontrados na maioria dos gramáticos, acreditamos que as categorias adicionais são válidas quan to úteis para a exegese. 19 Moule, Idiom Book, 38. 20 Outra diferença entre um genitivo adjetival e um adjetivo é: aquele não perde sua força nominal ao tomar modificadores adnominais; já este, toma, freqüentemente, apenas modificadores adverbiais. O único genitivo que, aparentemente, não toma modificadores adnominais é o genitivo atributivo, todavia, ainda assim, seu sentido é mais visível do que um mero adjetivo seria.
Genitivo: adjetival (descritivo)
f 1.
79
Genitivo Descritivo ("Genitivo Aporético" 21) [caracterizado por, descrito por] a.
Definição O substantivo no genitivo descreve o substantivo principal de um modo solto. A natureza da colocação dos dois substantivos nesta construção é mui tas vezes bastante ambígua.
b.
Amplificação Esta categoria do genitivo "saco de bugiganga", o genitivo "vala", o genitivo "buraco negro" que tenta absolver muito do genitivo dentro de seu alcance! Em certo sentido, todos os genitivos adjetivais são descritivos, ainda que nem todos sejam. Quer dizer, embora todos os genitivos adjetivos sejam, em sua essência, descritivo, muito pouco, se algum, pertence somente a esta categoria de uso específico. Este uso verdadeiramente envolve a idéia básica do genitivo (adjetival). Este é muitas vezes o uso do genitivo quan do ele não tem sido afetado por suas considerações lingüísticas - isto é, quando não há aspectos contextuais, lexémicos, ou mesmo outros aspec tos que sugiram um significado mais específico.22 Freqüentemente, porém, ele está perto do genitivo atributivo, sendo ou ou tro genitivo atributivo ou mais amplo que o uso atributivo.23 (Veja o quadro 7 abaixo). Assim, este uso do genitivo deve ser o último recurso. Se não for possível encontrar uma categoria mais estreita a qual o genitivo pertença, esta categoria é onde você será consolado.24
21 Isto é, semelhante ao uso que a gramática portuguesa faz com a categoria chamada 'pala vras denotativas', ou seja, o que não se encaixa nas chamadas dez classes gramaticais é "jogado" nesse 'porão' (o termo aporético vem da palavra grega, ònopéu, "Eu estou perdido", um título exa gerado sugerido por J. Will Johnston para minha análise). Essa é uma categoria que alguém usa quando uma outra saída não é encontrada. O título descreve não o genitivo, mas a sensação que temos ao gastarmos tanto tempo em algo que não nos leva a lugar nenhum. 22 De fato, poderíamos chamá-lo de "genitivo de aplicação limitada". O contexto, às ve zes, sugere tal uso (ou seja, em que o genitivo é geralmente descritivo). Contudo, a capacida de de expressão do genitivo não foi exaurida. Os alunos mais adiantados verifiquem isso na Gramática Transformacional. 23 Williams, Grammar Notes, 5. 24 Uma vez que há um grande número de categorias genitivas, nosso trabalho terá que parar a qualquer instante. O uso descritivo do genitivo cobre uma multidão de categorias sintáticas que tem recebido sanção pública (ainda que este seja um projeto audacioso). Parece que esse uso é uma das principais situações que ocorrem quando os genitivos descritivos encabeçam ou apresentam uma forma nominal do genitivo idiomática, figurada ou influenciada pelo contexto semítico. Assim, a expressão uíóç + 'nome no genitivo’ é, talvez, uma forma descritiva freqüente (e.g., "filho da desobediência"). Denominar esse exemplo de um mero uso atributivo ("filho desobediente") não é adequado, porque o termo "filho" não é interpretado, (elóç com um genitivo é algo notoriamente complexo; veja Zerwick, Biblical Greek, 15-16 [§42-43] para um resumo desses usos.) Assemelha-se a situação onde o nome principal é uma figura, como em "raiz de amargura" (pCÇa TUKpíaç, Hb 12:15). É possível que o genitivo seja descrito com um uso descritivo. Porém, ao mesmo tempo, nossa abordagem nesse capítulo é, de ponta a ponta, diferente da abordagem de alguns gramáticos que negam a análise do genitivo descritivo (e.g., Young, Intermediate Greek, 23; Moule, Idiom Book, 37). Acreditamos que uma dada análise grega não deve ser levada intuitivamente e, ademais, que categorias adicionais devem possuir algum valor exegético.
80
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c.
Chave para Identificação Pela palavra de acrescente a paráfrase caracterizado por ou descrito por. Se isto encaixar, e se nenhum dos outros usos do genitivo se encaixar, então o genitivo é provavelmente de descrição.25
Quadro 7 ‘ O Relacionam ento do Genitivo D escritivo com os Vários O utros Usos de Genitivo
d.
Ilustrações
Mc 1:4
T
Jo 2:16
|iT] TTOULT6 TÒV OIKOV TOÜ TTCCTpÓç |IOU OIKOV €|J,UOpíoU não façais da casa de meu Pai casa de negócio. A idéia é "uma casa em que mercadoria é vendida".
R m 1 3 :1 2
évõuatáp.e0a t à
. Kripúoocav páimapa perauoíaç João . . . [estava] pregando um batismo de arrependimento Há várias interpretações possíveis para esta frase: "batismo que é base ado no arrependimento" (causai), "batismo que produz arrependimen to" (propósito ou produção), "batismo que simboliza arrependimen to". Diante de tais ambigüidades, seria melhor que fosse neutro: "batis mo que é de algum modo relacionado ao arrependimento”.
otúíx toü
íj)a)TÓç
revistamo-nos das armas da luz. 2 Co 6:2
fpépa oarnpíaç No dia da salvação Este não pode ser um gen. Atributivo, pois a idéia então seria "um dia salvo"! Um dia que é "caracterizado por" salvação é claramente aceitável.
kv
25 Comentaristas classificam, freqüente e simplesmente, um genitivo como " descritivo " sem verificarem, com precisão, as nuances envolvidas. Sugerimos, pelo menos, que o estudante faça comparações com outros usos genitivos até verificar se este ou aquele se ajusta melhor.
Genitivo: adjetival (possessivo)
81
Nós poderíamos ampliar isto um pouco mais: "o dia em que a salvação for revelada", ou "o dia em que a salvação virá".26 1 Ts 5:5
TTávteç yàp úpCLç lAol (JícotÓç èate porque todos sois filhos da luz Isto não significa "filhos brilhantes", mas "filhos iluminados" chega mais próximo do original. A linguagem figurativa e sintética envolve uma conotação que tem mais força emotiva que meramente "filhos que habitam na luz", ainda que se aproxime do significado denotativo.
Ap 9:1
éõó9r| ouoâ q KÁciç tou péaxoç xqç à|3úaoou foi lhe dado a chave do poço do abismo Este não é um gen. Possessivo, embora nossa preposição "de" se encai xe (pois o poço não possui a chave). A idéia é "a chave que abre o poço do abismo.28
Cf. também Mt. 24:37; 2 Co. 11:14; Ef. 2:2; talvez Hb. 1:9; Hb. 12:15.
2,
Genitivo Possessivo [que pertence a, possuído por] a.
Definição O substantivo no genitivo possui a coisa a qual permanece relacionado. Isto é, de alguma forma o substantivo chave é possuído pelo substantivo no genitivo. Essa possessão às vezes pode ser amplamente definida e necessá ria, não implica a idéia literal (e às vezes de forma áspera) de possessão de propriedade física. Iste uso é muito comum.
b. Chave para Identificação Em lugar da palavra de deve-se substituir por que pertence a ou possuído por. Se esta paráfrase se encaixar, então o genitivo provavelmente é de possessão. c.
Amplificação Embora esta categoria seja amplamente definida, ela realmente tem que ser usada somente quando um genitivo não puder se encaixar sob alguma outra categoria (ela ainda será comum). Um genitivo não deveria ser classificado possessivo a menos que este seja o sentido mais estreito que ele tenha. Se
26 Este texto ilustra um certo padrão, ou seja, o substantivo principal estabelece uma estrutura (tal como tempo ou espaço) em que um evento inferido toma o lugar. O sujeito desse evento está implícito no genitivo, como no freqüente uso de fpépa. E.g., em Mt 11:12 "os dias de João Batista" significa "os dias quando [estrutura temporal] João Batista [sujeito implícito no genitivo.] viveu [verbo inserido]"; em Mt 10:15/11:22 "o dia do julgamento" significa "o dia quando o julgamento ocorrer." (Cf. também Lc 21:22; At 7:45; Ef 4:30; Fp 2:16. Ligeiramente diferente é a linguagem em Lc 1:80; 1 Pd 2:12.) Como sugerido anteriormente, muito lucro se teria ao analisar essa ampla e amorfa categoria. 27 Como não há a categoria 'genitivo de domicílio' (que teria provavelmente exemplos bastante limitados no NT), o genitivo descritivo será traduzido por: "filhos caracterizados por luz". 28 Veja discussão sobre 2 Cor 6:2; a cláusula implícita é aparentemente similar.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
82
estiver relacinado a uma forma nominal do verbo, então, ele provavelmente é objetivo ou subjetivo.29 Em adição, os pronomes possessivos serão as palavras primárias usadas para o genitivo de possessão. De fato, quando for encontrado um pronome pos sessivo é possível pressupor que sua nuance primária é ligado a possessão. Finalmente, o substantivo principal e o substantivo no genitivo terá rotinei ramente nuances lexicais que naturalmente se encaixará com a idéia de pos sessão. E.g. O livro de João, o nome da mulher, o rabo do cachorro, etc. Nestes exemplos, se observa que o substantivo no genitivo é animado e usual mente pessoal; o substantivo principal, normalmente o tipo de coisa que pode ser possuída (e.g., entidades, idéias não abstratas). d. Ilustrações30 Mt 26:51
xòv ôouÀov toü àp%iepé(jç O servo do sumo sacerdote
Mt 26:51
airtoü xò còxíov sua orelha A diferença entre este genitivo e o partitivo é que com um gen. Partitivo o substantivo principal é impessoal ou visto como lidando com poder/ autoridade sobre o gen. Assim, "o pára-choque do carro" não é a mes ma coisa que "o pé do homem". Isto ilustra o fato que os usos específi cos não podem ser entendidos a parte dos exemplos fenomenológicos nos quais ocorrem - e.g., intrusões lexicais 31
Jo 20:28
0w[j.âç eíueu aüxtò, ó KÚpióç pou Kal ó 9eóç pou Tomé disse-lhe, "Senhor meu e Deus meu" A idéia de possessão nessas expressões não deve ser forçada no sentido que o Senhor é possuído por Tomé. Mas, em sentido lato, o Senhor perten ce a Tomé agora, na ocasião, de um modo que antes não era verdadeiro.
1 Co 1:12
eKaoxoç íspwu Ziyei, èyw pév eípi IlaúÀou, èyw ôè 'Arto/Uxã cada um vos diz, "Eu sou de Paulo"; "Eu sou de Apoio"
29 Meu colega, o prof. John Grassmick, tem sugerido o seguinte esquema: Os genitivos subjetivos, possessivos e o de origem estão estritamente relacionados. De acordo com certos princípios (e.g., se o contexto permitir) o genitivo possessivo tem preferência sobre o de origem e o genitivo subjetivo tem preferência sobre o possessivo quando um nome verbal estiver envolvido. 30 Muitos gramáticos sugerem que trechos como: "filhos de Deus" (Jo 1:12), "apóstolo de Cristo Jesus" (2 Cor 1:1); "seus irmãos" (Hb 7:5), "prisioneiro de Cristo Jesus" (Ef 3:1) contém genitivos possessivos. Todos estes são, de fato, genitivos possessivos, mas suas nuances também ultrapassam a simples idéia possessiva. E.g., "filhos de Deus" transmite a mesma idéia do genitivo de relação; "apóstolo de Cristo Jesus" também é um exemplo de genitivo subjetivo (indicando que Cristo Jesus enviou a Paulo). Logo, ainda que, latu sensu, o genitivo de possessão seja bastante comum. No sentido adotado nessa gramática, isto é, strictu sensu, essas nuances são mais restritas. 31Ao mesmo tempo, cada inserção léxica não significa que estamos diante de um genitivo. Por exemplo, em 1 Co 15:39, embora "carne de homens, carne de animais, came de aves e cames de peixes" falem do corpo, sobre certo aspecto; o contexto indica o uso de genitivos atributivos (i.e., corpo humano, corpo animal, corpo aviculário, corpo marinho"), que é a idéia em vista.
Genitivo: adjetival (relacionamento)
83
O nome próprio em cada um destes exemplos não se refere a pes soa, mas à facção que o segue. Se isto fosse por outro lado, um gen. Possessivo, poderia implicar propriedade pessoal. Uma vez a figura de linguagem é analizada, o significado fica claro: "Eu pertenço ao partido paulino", etc.32 Hb 11:25
Ttô Âacâ tou 0eoC o povo de Deus
Cf. também Mc 12:17; Jo 18:15; At 17:5; 21:8; Tg 3:3; Ap 13:17.
3.
Genitivo de Relacionamento a.
Definição O substantivo no genitivo indica um relacionamento familiar, normalmente o progenitor da pessoa referido pelo substantivo principal. Esta categoria é muito rara.
b.
Chave para Identificação/Amplificação Este é um corolário do genitivo possessivo (veja o quadro 7 acima para uma representação visual). A chave para determinar se ou não um genitivo pos sessivo é um genitivo de relacionamento é (1) se o substantivo com o qual o genitivo se relaciona indicar uma relação familiar (e.g., filho, mãe, etc.) ou (2) Se o substantivo com o qual o genitivo se relaciona for subentendido i.e. deve ser implicado do contexto) e o que está implicado for relacionamento famili ar, então o genitivo possessivo é um genitivo de relacionamento.33 Assim também, o substantivo genitivo é rotineiramente um nome próprio.
c.
Clarificação Muitas vezes, especialmente nos Evangelhos, o substantivo relacionado ao genitivo é para ser suprido. Se este for o caso, o genitivo sozinho, usual mente sugere a idéia de "de quem procede" ou "De quem é descendente". Assim, quando o substantivo com o qual o genitivo se relaciona não for nomeado, pode-se supor que o genitivo somente fala do ancestral (mas cf. Mc. 16:1 para uma exceção; aqui o genitivo fala do descendente e não do ancestral).
d. Ilustrações Mt 20:20
q pijxqp i(3v ulcâv Zejkôaíou a mãe dos filhos de Zebedeu Este é um exemplo duplo visto que o primeiro gen. ("filhos") indica
32 Nenhum grupo homogêneo nesse exemplo constitui um genitivo possessivo como predicativo, fazendo uma declaração sobre o sujeito. Cf. also Mt 5:10. 33 Young (Intermediate Greek, 25-26) inclui, distintamente, a idéia de relação "social" nessa categoria.
84
Sintaxe Exegética do Novo Testamento descendência do primeiro substantivo ("mãe"), seguido por um gen. Indicando progenitor ("Zebedeu").
Jo 21:15
Eípwy Tatáimou Simão, [filho] de João
Lc 24:10
Mapta q ’IaKG)|3ou Maria, a [mãe] de Tiago
Mt 4:21
’IáKupov xòv xoO Zefkôaíou Tiago, o [filho] de Zebedeu
4.
Genitivo Partitivo ("Totalitativo") [que é parte de] 34 a.
Definição O substantivo no genitivo denota o todo do qual o substantivo principal é uma parte. Este uso é muito comum no NT.
b. Chave para Identificação Em lugar da palavra de substitui por que é parte de. c.
Amplificação e Semântica 35 1)
Este é um uso fenomenológico do genitivo que exige que o substantivo princiapal tenha uma nuance lexical que indique porção. Por examplo, "alguns dos Fariseus," "um de vocês," "décima parte da cidade," "O galho da árvore," "um pedaço de torta."
2)
Este uso do genitivo assemelha-se a um tipo de genitivo possessivo (e.g., o gen. Possessivo com anatomia) com uma diferença significante. "O rabo do cachorro" é possessivo, enquanto que "o pára-choque do car ro" é partitivo. Como pode ser visto, a diferença entre estes dois tem a ver com coisas inanimadas. Um caminho incipiente para testar se um genitivo é partitivo ou possessivo é perguntar se o substantivo no genitivo seria objeto da partida do substantivo principal. Um cachorro deveria (possessão); um carro não deveria (partitivo). 36
3) O genitivo partitivo é semanticamente o oposto do genitivo em aposição. Enquanto o partitivo designa o todo do qual o substantivo principal é uma parte, o genitivo em aposição designa algo particular dentro de uma classe descrita pelo substantivo principal. A coisa importante para 34 O termo "partitivo" é confuso, pois sugere que o genitivo em si mesmo designa a parte da qual o nome principal é o todo. Por causa disso, sugerimos a idéia de genitivo de agrupamento, por achamo-lo mais adequado. Alguns o chamam genitivo do todo dividido, porém isso não é tão diferente de partitivo. 35 Nossa discussão aqui poderia facilmente alongar-se a partir dos dados aqui dados. Para uma análise mais detalhada, cf. BDF, 90-91 (§164).
Genitivo: adjetival (partitivo)
85
se ter em mente aqui é que, embora semanticamente oposto, às vezes eles são estruturalmente idênticos. (Veja abaixo o "Genitivo em aposição" para discussão e diagrama). 4) Ocasionalmente, o substantivo com o que o genitivo se relaciona está ausente, subentendido do contexto. (Pode-se-á ver este muitas vezes com 4k + o gen. [e.g., Mt 27:48; Jo 11:49; 16:17], que frequentemente tem uma força partitiva com ele.37) Portanto, às vezes é necessário para su prir a "parte" a fim de determinar se ou não tal genitivo é partitivo. 5) Uma fórmula quase invariável que o genitivo partitivo segue inclue subs tantivos principais com: tlç,38 eKaoioç,39 e especialmente ciç.4(l quer dizer, em tais construções, o genitivo será habitualmente partitivo.41 d. Ilustrações 1) Exemplos Claros Lc 19:8
tà f||iíaiá pou tcôv úirapxóvTQv Metade de meus bens
Rm 11:17
nueç tcôv KÀáôcúu Alguns dos ramos
Rm 15:26
xouç ittgjxouç tcôu à y íov os pobres dentre os santos
Ap 11:13
tò õéKairou tfjç ttÓÀewç [a] décima parte da cidade
36 Contudo, essa regra tem muitas exceções. Por exemplo, em "a décima parte da cidade", as outras nove partes, provavelmente, também sofreriam, caso a distância entre esta e aquela não fossem tão grandes! Em certos contextos, porém, (assim como em Ap 11:13, onde a expressão, em foco, ocorre) a categoria ser animado não é vista como lugar. Na expressão "algumas das mulheres", é muito possível que o nome no caso genitivo possua o nome principal (como em "a terça parte dos homens" em Ap 9:18). Conseqüentemente, o genitivo partitivo é a única resposta. Talvez parte da solução seja o contraste entre indivíduo e coletividade (um ponto de vista sugerido anteriormente [Winer-Moulton, 244]): essa regra não funciona com partitivos plural (como "cidade", "mulheres" etc.), somente singulares. 37 O genitivo partitivo comprime isso, no grego koinê, por meio de ck + gen. (BDF, 90 [§164]). 38 E.g., Mc 14:47; Lc 9:8; Tg 1:18 (modificando àvupxfy). 39 E.g., Hb 11:21; Ap 21:21. 40 E.g., Mt 5:19; Mc 5:22; Lc 5:3, 12, 17. 41 Contudo, irâvreç úpcôv nunca ocorre no NT. Os dois exemplos onde vemos a idéia partitiva de trâç + pronome pessoal, ambos usam a preposição oc (Lc 14:33; 1 Jo 2:19) Logo, provavelmente em F11:4,7, iráviuv 'U(j.t3v não temos um partitivo, antes uma simples aposição ("todos vós"); cf. v 7 (irávtaç úpâç), v 8 (irávraç úpãç), o qual parece encaixa-se nessa explicação.
86
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Tg 1:18
elç tò eivou rpâç áiTapxqv u r a tíôü aútoü Kiiafiátcov Para sermos como que primícias de suas criaturas
Cf. também Mt 21:11; Mc 2:16; Lc 4:29; 8:44; 16:24; 18:11; Jo 2:1; Jd 13. 2) Exemplos Debatidos Ef4:9
5.
xò òc ’Ayf(3r| t í èoxiv eí pq o u kou Katéjlq elç xà Katckepa pépq xqç yqç Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, havia descido até às regiões inferiores da terra? Embora popularmente considerado como um gen. partitivo (deste modo se referindo à descida do Senhor ao inferno), esta não é a única possibi lidade aqui. É mais provável que seja um gen. em aposição.
Genitivo Atributivo (Genitivo Hebraico, Genitivo de Qualidade)42 a.
Definição O substantivo no genitivo especifica um atributo ou qualidade inata do subs tantivo principal. E semelhante a um simples adjetivo em sua força semân tica, embora mais enfático: "expressa qualidade como faz o adjetivo, mas com mais veêmencia e distinção".43 A categoria é muito comum no NT, grande parte devido a mentalidade Semítica de muitos de seus autores.44
corpo
/
de pecado
corpo
/
pecaminoso
Quadro 8 A Sem ântica do Genitivo A tributivo
42 Cf. especialmente os estudos preciosíssimos de Robertson, Grammar, 496, Moule, Idiom Book, 37-38, Zerwick, Biblical Greek, 14-15, BDF, 91-92 (§165). 43 Robertson, Grammar, 496. 44 "A índole do hebraico é . . . refletida, a construção compensa a inexistência do adjetivo mais próximo. O grego clássico apresenta paralelos na poesia, contudo somente na poesia e de forma escassa" (BDF, 91 [§165]). (Para ver exemplos clássicos, veja A. C. Moorhouse, The Syntax of Sophocles [Leiden: Brill, 1982] 54; Smyth, Greek Grammar, 317 [§1320].) No entanto, isso não quer dizer que o genitivo atributivo inexistia no grego helenístico ou clássico. Antes, a freqüência com que ocorre (em certas colocações peculiares) deve-se à ampla base religiosa e lingüística dos autores do NT (especialmente devido à influência da LXX)1. Além do mais, esse uso, encontrado em Lucas ou Paulo como também em João ou Marcos, põe-se mais no estilo semítico do que no sintático e, não influencia em nada com a teoria de que o grego do NT é uma língua única. Cf. Lars Rydbeck, "What Happened to Greek Grammar after Albert Debrunner?", NTS 21 (1974-75) 424-27.
Genitivo: adjetival (atributivo)
87
b. Chave para Identificação Se o substantivo no genitivo puder ser convertido em um adjeitvo atributivo, modificando o substantivo que o genitivo está relacionado, en tão o genitivo é provavelmente um genitivo atributivo. c.
Semântica e Importância 1) Este genitivo é mais enfático que um adjetivo seria. Assim, embora a denotação seja a mesma, a conotação não é. "Corpo de pecado" tem uma força maior que "corpo pecaminoso". 2) O genitivo de material é tecnicamente um corolário do genitivo atributivo, mas isto envolve outras nuances também. Se um genitivo for classifica do ou como atributivo ou material, deveria ser classificado como o último. 45 3) Certas palavras são frequentemente encontradas nesta construção, tal como ocâpoc sendo o substantivo principal (cf. Rom 6:6; 7:24; Phil 3:21; Col 2: l l ) 46 ou õó£qç como o termo genitivo (cf. Mt 19:28; 25:31; At 7:2; Rm 8:21; 1 Co 2:8). 4) A relação específica dos dois substantivos, embora muitas vezes seja óbvio, nem sempre é assim. Por exemplo, quando o genitivo for convertido em um adjetivo, ele deveria ter uma força ativa ou passiva? Seria, por exemplo, "homem de paz" ou "pacificador"? "corpo de morte", deve significar "corpo mortal" ou "corpo morto"? Cada um destes precisa ser considerado dentro do contexto. d. Ilustrações
Lc 18:6
ó Kptxqç xqç âõuáaç juiz de injustiça (= "juiz injusto")
Rm 6:6
xò otâpa xfjç àpaptíaç corpo de pecado (= "corpo pecaminoso") Ao usar o gen. atributivo e não um simples adjetivo, Paulo dá mais ênfase sobre a condição pecaminosa da humanidade.
Rm 8:21
xqv éA.euBepíca’ xfjç õó^qç xcov xéKuwv xoú 0eou a liberdade da glória dos filhos de Deus (="a gloriosa liberdade dos filhos de Deus") Normalmente no gen. de interligação (genitivos concatenativos) cada gen. sucessivo modifica o que o precede.47 Mas quando um gen. atributivo está em combinação, o assunto é um pouco mais complexo.
45 Veja, a seguir, a discussão sobre genitivo de material. Descritas anatomicamente, cada categoria parece aceitável. 46 BDF, 91 (§165) sugere que fpépa é freqüentemente o nome principal nesse tipo de construção. Trataríamos cada exemplo de forma diferenciada (Veja a nota de rodapé sobre 2 Co 6:2, na seção "Genitivo Descritivo", para mais explicações.). 47 BDF, 93 (§168) diz "sempre".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
88
Visto que um gen. atributivo é por sua natureza de teor fortemente adjetival é melhor convertê-lo para um adjetivo e tomá-lo "fora desse circuito" do gen. de interligação. Fazendo isto em Rm. 8:21 produz uma hierarquia dependente de: liberdade dos filhos de Deus. Fazendo assim em õó£r|ç e colocando a construção inteira em um dia grama, os relacionamentos são visto de forma clara: xqv
èX eu Sepú ccv
Z7 / / TCJU
tfÍÇ ãóftte ZCKVfòV
T°ò Qso É evidente no diagrama acima que embora ôó^qç dependa de êXçuBepíav, tgjv 'Tkvcw não depende de õó£r|ç. Como sugerimos anteriormente, um gen. atributivo normalmente não o faz, até mesmo se torna um modificador. Cl 1:22
1 Tm 1:17
Tg2:4
eu tcô awpcm xfjç oapKÒç auton no corpo de sua carne (= "em seu corpo carnal") Este poderia ser igualmente classificado de gen. de material (veja abaixo). xw õè paotÀel xtâv aloivcav ora ao rei das eras (="rei eterno") O problema de tomar este gen. como atributivo é que o gen. plural. Porém, se estivesse no singular, o significado não seria "rei eterno" ("rei da era" seria um rei temporal)48 kyéveoQc KpiTtti ôiaA.OYLop,c5v trovijpcôu vos tornastes juizes com pensamentos perversos? A idéia aqui não é "vós tendes vos tomados juizes de pensamentos perversos" (que deveria ser um gen. objetivo). Mas a tradução "juizes mal motivados" é esquisito. Isto ilustra o fato que deve-se pensar acerca do sentido da passagem mais que simplesmente fazer uma tradução que é um comentário.
Cf. também Lc 16:9; At 9:15; Rm 11:8; 2 Co 1:12 (possível)49; G1 6:1; Fp 2:1 (possível); 3:21; Cl 1:25 (possível); Hb 1:3; 7:2.
48 "Rei eterno" seria um exemplo de genitivo de subordinação - i.e., "aquele que governa sobre a eternidade". Veja explicação a seguir. 49 Exemplos com 0eoO ou irveúpoífoç não são freqüentes; ela, entretanto, não apresentam 'pegadinhas'. Ademais, muitas vezes, exegetas associam a uma das pessoas da Trindade quando o genitivo enfatizado oferece dicas satisfatórias para isso.
89
Genitivo: adjetival (atribuído)
6.
O Genitivo Atribuído a.
Definição Este genitivo é o oposto, semanticamente, do genitivo atributivo. O subs tantivo principal, e não o genitivo, funciona (em certo sentido) como um adjetivo atributivo. Embora seja mais raro que o genitivo atributivo, não é tão fora do comum.50 corpo
novidade
de pecado
de vida
corpo
vida
pecaminoso
nova
G enitivo A tributivo
G enitivo A tribuído
Quadro 9 Um Diagrama Semântico do Genitivo Atributivo e Genitivo Atribuído Como pode ser visto no quadro acima, com o genitivo atribuído, as mudanças súbitas do diagrama (ilustrando assim, inter alia, o valor limitado de diagramas51). Alguns gramáticos se referem a este tipo de "genitivo oposto"52 b. Chave para Identificação Se for possível converter o substantivo com o qual o gentivo encontra-se relacionado a um simples adjetivo, então esse genitivo é um bom candidato para esta categoria. Uma maneira simples de fazer esta conversão é omitir o de na tradução entre o substantivo principal e o genitivo, e mudar o substantivo principal para seu adjetivo correspondente. Assim, "novidade de vida" toma-se "vida nova". c.
Semântica Se toda a construção S-Sg for prevista, a semântica tanto do atributivo quanto do atribuído são semelhantes. Em grande parte, poder-se-ía consultar proveitosamente nossa discussão da semântica do genitivo atributivo e
50 Uma vez que essa categoria recebe pouca ou nenhuma atenção em muitos gramáticos, muitos comentaristas não admitem essa abordagem como uma possibilidade. Estamos em outra área sintática que oferece muito campo de exploracao devido a duas características: (1) a quantidade de material inexplorado e (2) a viabilidade desses estudos. 51 A diagramação do texto grego é muito importante para se constatar a estrutura superficial de forma clara. Todavia, não é capaz de apresentar a estrutura em um nível mais profundo". 52 BDF, 91 (§165); Zerwick, Biblical Greek, 15 (n. 6); BAGD, s.v. àÀf|9eia, em Rm 1:25.
90
Sintaxe Exegética do Novo Testamento simplesmente substituir "genitivo" por "subsantivo principal". Deste modo, (1) o subsantivo principal é mais enfático que o adjetivo poderia ser: "novidade de vida" tem uma força maior que "nova vida". (2) A relação específica dos dois substantivos, ainda que intuitivamente, por vezes, seja óbvia, necessita ser posto em um nível consciente. Por exemplo, uma vez que o substantivo principal for convertido em um adjetivo, ele terá às vezes, um força ativa ou passiva. d. Ilustrações 1) Exemplos Claros
Rm 6:4
oüxwç Kal rpeiç kv Kaiuóxr|ii Çwfjç TTfpiTTacriacjpev Assim também andemos nós em novidade de vida. Aqui "novidade de vida" = "vida nova." Um gen. atributróo deveria ser ilógico: "novidade viva"!53
Ef 1:19
Kal xí tò ísTreppá/Aon péyeSoç xfjç õuvápewç aúxoü
E qual a suprema grandeza de seu poder Aqui "suprema grandeza de seu poder" seria = "poder supremamente grande." Fp 1:22
touto [to i KaptToç
epyoi)
isto [trará] [o] fruto do trabalho a mim Aqui "o fruto do trabalho" = "trabalho frutífero." Um gen. atributivo signficaría "fruto laboroso"! 1 Pe 1:7
xò ô o K Íp io u úpcôv xfjç iTÍoxecoç iro/\.uxipóxepou / p n o í o u a genuínidade de vossa fé que é mais preciosa que ouro A idéia é que a fé genuina é mais preciosa que ouro.
Cf. também Fp 3:8; Tg 3:9. 2)
Exemplos possíveis (e Exegeticamente Importantes)
Ef 1:18
xíç ò ttàoOxoç xfjç ôoÇfjç xfjç KA/ipouoptaç auxoü Qual a riqueza da glória de sua herança Possivelmente "riqueza da glória" = "rica glória," embora gen. atributróo seja mais provável ("riqueza gloriosa").
Rm 1:25
otxiveç pexrjÀÂaçfU xf]V à k ó fem v xoô 0eoO Os quais trocaram a verdade de Deus E provável que "verdade de Deus" = "Deus verdadeiro".
Ef 1:17
ttucOpa
aocjuaç K a l áiroKaÀúijjecjç sabedoria espiritual e revelação
Neste texto temos três possiblidades: (1) "um espírito" de sabedoria e de revelação, (2) "O Espírito" de sabedoria e de revelação, ou (3) sabedoria "espiritual" e revelação. Esta última opção consideraria "sabedoria" e "revelação" como gentivo atribuído. Essa possibilidade 53 Robertson, notavelmente, chama isso de atributivo (Grammar, 496)!
Genitivo: adjetival (material)
91
tem muita coisa a seu favor, gramaticalmente e exegeticamente. Exe geticamente, dizer que o autor está orando para que Deus desse aos leitores o Espírito Santo parece contradizer o que ele já declarou três versículos antes, em vv. 13-14 (ainda que é possível que facilmente seja um metonímia de causa e efeito). Por outro lado, o significado de "um espírito de sabedoria, etc", é vago. Gramaticalmente, quando um gen. Anarthro (sem artigo) é relacionado a um substantivo principal anarthro, os substantivos serão ambos definidos, indefinidos ou qualitativos.54 Aqui, visto que "sabedoria" e "revelação" são palavra qualitativas, é mais natural considerar "espírito" também como qualitativo. Traduzir TTveí)|j.a como "espiritual" dá esta força qualitativa. Cf. também Ef 4:18; 2 Ts 2:11 (NRSV).
7.
Genitivo de Material [feito de, consistindo de] a.
Definição O substantivo genitivo especifica o material do qual o substantivo principal é feito. Este uso é muito raro no NT (a noção de material é até certo grau declarado muitas vezes com fK + gen.).
b. Chave para Identificação Substitua a palavra de pela paráfrase/cito de ou consistindo de. Se esta paráfrase se encaixar, o genitivo provavelmente é um genitivo de material. c.
Semântica O genitivo de material tecnicamente trata-se de um corolário do genitivo atributivo, mas envolve outras nuances. Se um genitivo for tanto atributivo quanto de material, deve ser classificado como de material. Ele se relaciona especificamente a propriedades físicas e, portanto, é uma categoria léxicosintática. Quer dizer, os substantivos na construção S-Sg deve expressar algo concreto se for o genitivo de material que estiver sob consideração. Além disso, este genitivo é um qualificador muito mais que o atributivo. Mesmo que o escopo da qualificação seja muito mais amplo para o genitivo atributivo, ele está focalizado com material.56 (Veja o quadro 7 acima para mais ajuda).
d. Ilustrações Mc 2:21
èiúpA.ripo' pctKOUÇ àyuá^ou um remendo [feito] de pano novo
54 Veja o capítulo sobre os artigos onde o tema "Corolário de Apolônio" é discutido. 55 O texto Ef 1:17 constitui um problema conhecido, porém essas discussões quase sempre são duvidas quanto a tradução de irveü|J,a é espírito ou Espírito". Cf., e.g., A. T. Lincoln, Ephesians (WBC; Dallas: Word, 1990) 57-58; M. Barth, Ephesians (AB; Garden City, New York: Doubleday, 1974) 1.148; T. K. Abbott, A Criticai and Exegetical Commentary On the Epístles to the Ephesians and to the Colossians (ICC; Edinburgh, T. & T. Clark, 1897). 56 Assim, embora o genitivo de material seja um subconjunto do genitivo atributivo, é normal traduzí-lo como se um adjetivo.
92
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Ap 18:12
yópou Kal ápyúpou Kal 1Í0OU tipíou57 mercadoria de ouro, de prata e de pedras preciosas (= mercadorias consistindo de ouro e de prata e pedras preciosas)
Cf. também Jo 19:39; talvez Cl 1:22 e 2:11 (mas veja "Genitivo Atributivo").
8.
Genitivo de Conteúdo [Cheio de, contendo] a.
Definição O substantivo no genitivo especifica o conteúdo da palavra com a qual ele se relaciona. Esta palavra pode ser um substantivo, um adjetivo ou um ver bo. Este é muito comum no NT, embora ocorra apenas certos tipos de pa lavras.
b. Chave para Identificação Se a palavra com a qual este genitivo se relaciona for um substantivo, substitui-se a palavra de pela paráfrase cheio de ou contendo 58 Se a palavra for um verbo, força normalmente da tradução do genitivo é com. (esta chave não tão útil quanto outras, pois há diversas exceções. Para esta categoria, a chave real é notar a nuança lexical da palavra que o genitivo se relaciona). c.
Amplificação (1) Há dois tipos de genitivo de conteúdo: um relacionado a um substantivo ou adjetivo (gen. nominal de conteúdo), o outro relacionado a um verbo (gen. verbal de conteúdo).59 Um genitivo de conteúdo é uma categoria léxico-sintática no sentido que o verbo ou o substantivo principal será um termo que indica quantidade60 (e.g., para verbos: yé|o.co, TTipTTÀqpL, TTÀqpóoí para substantivos/adjetivos: fkxGoç, péaxoç, Trlipriç, TTXipwpa, nA-oírcoç, etc.). (2) O genitivo nomal de conteúdo é distinto do genitivo de material no sentido que o conteúdo indica o item contido enquanto que o de material indica o material de que é feito. A figura abaixo ilustra esta diferença.
57 Os adjetivos xpúoouv, ápyúpouv e AlGouv ripíouv ocorrem, respectivamente, nas formas: xpoaoO, ápyúpou, AlGou, Tipíou em C P et pauci. 58 De fato, muitas vezes, o nome ou adjetivo principal indicará esse sentido lexical. 59 Muitos gramáticos tratam esse tipo de genitivo de conteúdo como um genitivo objeto direto (de um verbo com a carga semântica de cumprimento, plenitude ou ser cheio de algo). Ainda que essa seja válida, alistar tais verbos não seria tão proveitoso (Vale lembrar que esta é uma categoria importante não só exegética como também sintaticamente). 60 O uso nominal do genitivo de conteúdo fala da "palavra com a qual o genitivo está relacionado. Esta traz em si a idéia de quantidade ou montante do objeto contido [no caso genitivo], ela não se refere ao continente em que o objeto contido se encontra" (Williams, Grammar Notes, 6).
Genitivo: adjetival (conteúdo)
93
F ig u ra 10 G en itivo de C on teú d o Vs. G en itivo de M aterial
d. Semântica Para o uso nominal, o termo genitivo traz o ímpeto do peso semântico. E a palavra importante e não o substantivo principal. Normalmente esta cons trução é usada em figura de linguagem como uma faceta retórica.61 A coisa importante a ter em mente aqui para o uso verbal é que no Grego o genitivo, e não o dativo, é o caso usado para indicar o conteúdo de um verbo.Outrossim, embora o dativo seja freqüentemente traduzido "com", quando o verbo encher é usado, é vital examinar o texto Grego para ver se um substantivo no genitivo ou no dativo o acompanha. Se for genitivo, a tradução "com" é a propriedade; se um dativo, alguma outra tradução (tal como "por, em, por causa de") melhor reflete o idioma Grego, por o caso dativo não, por via de regra, indica o conteúdo do verbo.62 e.
Ilustrações 1) Genitivo Nominal de Conteúdo
Jo 21:8
xò õikxuou itôu IxOúcov a cesta [cheia] de peixes
At 6:3
ãvôpaç . . . cnxà TTÁripeiç Trueúpaxoç Kal aocjúaç sete homens cheios de [o] Espírito e sabedoria Aqui os genitivos de conteúdo estão relacionados a um adjetivo.
Cl 2:3
iráuxeç ol 0r|oaupol xfjç aotjuaç Kalyvtáoeinç todos os tesouros de sabedoria e de conhecimento
61 Williams, Grammar Notes, 6. 62 Há somente três ou quatro lugares no NT em que o dativo puro é usado para conteúdo (um dos quais tem uma leitura variante onde ocorre um genitivo [cf. Lc 2:40, veja discussão abaixo]). Não há, aparentemente, nenhuma ocorrência de kv + dat. de conteúdo no grego bíblico depois de irÀripów. Uma das muitas passagens mal compreendidas no NT é Ef 5:18, onde iribpów é seguido por (év) irveúpari.. Uma tradução típica do trecho é: "enchei-vos com o Espírito". A compreensão lógica dessa tradução é que o Espírito é o conteúdo com o qual se é cheio. O texto dificilmente deva ser interpretado assim. Veja a discussão sobre o uso da preposição kv.
94
Sintaxe Exegética do Novo Testamento kktoi.k6l itcíu to TTÀiíp(0|j,a xfjç 0eÓ T r)ioç GtúpaxLKtóç Nele habita toda a plenitude da divindade corporalmente
Cl 2:9
kv a u rc â
Cf. também Rm 11:33; 2 Co 8:2. 2)
Genitivo Verbal de Conteúdo
Lc 2:40
xò õè m u õ í o v r|u£avev K a i èK paxaioÜ TO iú q p o ú | ie v o v ao^íaç63 E o menino crescia, e se fortalecia, (sendo) cheio com sabedoria (ou cheio de sabedoria)
Lc 4:28
éTTA.TÍo0r|oav TTCtvTeç 0upoft kv tf) auyaYwyfj Foram enchidos todos com ira na sinagoga
Jo 6:13
é y é p i o a v òúòc-K a kocJjÍvouç K A .aopáx(ijy
encheram doze cestos com pedaços At 2:4
eTTÂ,r|a0riaav ttixvxcç ir v e ú p a x o ç à y í o u , K a l fjp ç a u x o XctXcZv f t c p a i ç yA.cáooaLç
foram enchidos todos com o Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas Note que nem o verbo nem o caso que segue o verbo são o mesmo que em Ef. 5:18 (aqui, uí|j,TTÀq|iL; lá, nA.qpów; aqui, gen.; lá, [cv +] dat.). A ordem aqui para ser enchido pelo Espírito não tem nada a ver com falar línguas. O enchimento do Espírito (com iTÍpxXr||ii) em Atos nunca é ordenado, nem está relacionado particularmente a santificação. Ao contrário, é um revestimento especial do Espírito para uma tarefa particular (semelhante ao ministério do Espírito Santo no AT). Além do mais, em todas as vezes o caso usado para indicar conteúdo do enchimento é o gen., nunca o dat. Cf. At 4:8, 31; 9:17; 13:9 (cf. também Lc 1:15, 41). Cf. também Lc 6:11; At 3:10; 5:17; 13:45; 19:29.
9. Genitivo em Simples Aposição Veja a seção seguinte para uma discussão deste uso do genitivo e do genitivo de aposição. Os dois precisam ser distinguidos com cuidado. (Note que o gen. em simples aposição é uma categoria legítima, mas por causa da confusão sobre sua semântica, estamos tratando sobre ele na próxima secção). Simples aposição exige que os substantives estejam no mesmo caso (nom., gen., dat., ac., voc.), enquanto o genitivo de aposição requer somente que o segundo substantivo esteja no genitivo. Se a sintaxe da sentença exigir que o substantivo principal esteja no genitivo, resultará em uma possível confusão entre estes dois usos como aposto.
63 aocj) Laç é a leitura encontrada em N A D 0 X T A A II /T13 Byz; o o J j ía é encontrada em X B L W 33 et pauci.
95
Genitivo: adjetival (aposição)
10. Genitivo de Aposição (Genitivo Epexegético, Genitivo de Definição) Este uso do genitivo é bastante comum, embora seja amplamente confundido. As vezes é tratado juntamente com o genitivo de conteúdo ou genitivo de material, ainda que haja diferenças semânticas legítimas entre todas as três categorias. E tam bém muitas vezes confundido com o genitivo em simples aposição. a.
Definição O substantivo no caso genitivo se refere à mesma coisa que o substantivo com o qual ele está relacionado. A equação, porém, não é exata. O genitivo de aposição normalmente declara um exemplo específico que é uma parte da categoria mais ampla nomeada pelo substantivo principal. E usado com frequência quando o substantivo principia. É ambíguo ou metafórico (Assim o nome "genitivo epexegético" é muito apropriado).
b.
Chave para Identificação (que é,
q u e m é)
Cada genitivo de aposição, como muitos dos usos genitivos, pode ser traduzido com de + o substantivo genitivo. Para testar se o genitivo em questão é um genitivo de aposição, substitua a palavra de com a paráfrase que é ou a qual é, isto éy ou se for um substantivo que se refere a pessoa, quem é. Se não fizer o mesmo sentido, é improvável que seja um genitivo de aposição; se fizer o mesmo sentido, provavelmente é um de genitivo de aposição.64 c.
Semântica: Genitivo de Aposição Distinto de Simples Aposição 1) Definições Expandidas Estes dois usos do genitivo podem facilmente ser confundidos: sempre que o substantivo principal com o qual o genitivo se relaciona estiver também no caso genitivo, e se suspeito que é aposto, que tipo de aposição será este genitivo? Esta não é uma questão meramente acadêmica. Há uma diferença semântica importante entre um genitivo de aposição e um genitivo em simples aposição, assim, é importante para decifrar estas construções do genitivo e tentar determinar qual uso está envolvido. a) Como já dissemos, em uma construção genitiva de aposição, o subs tantivo principal: (1) mostrará uma categoria ampla, (2) será ambí gua, ou (3) terá um significado metafórico, enquanto que o genitivo nomea um exemplo concreto ou específico que ou entra nessa cate goria e esclarece sua ambigüidade, ou aplica essa metáfora aqui na terra: 1) "a terra do Egito" (exemplo da categoria) 2) "o sinal da circuncisão" (esclarecimento da ambigüidade) 3) "a couraça da justiça" (significado da metáfora)
64 O próximo passo é verificar essa e outras possibilidades exegéticas.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento De fato, uma das principais razões para identificar um genitivo par ticular como um genitivo de aposição é que ele se relaciona com um substantivo que pede para ser definido. A ambigüidade do substan tivo principal é fortemente dissipado com o genitivo. No entanto, a razão para um autor usar o substantivo principal no primeiro lugar deixa claro: a colocação dos dois substantivos muitas vezes sugere imagens provocativas ("a couraça da justiça", "o penhor do Espíri to", o templo de seu corpo") que seria mais pobre se o genitivo sim plesmente substituísse o substantivo principal. Assim, os dois subs tantivos permanecem numa relação simbólica: eles necessitam um do outro se tanto o esclarecimento quanto a conotação ocorresse! b) Em simples aposição, porém, os substantivos estão no mesmo caso e o aposto não nomea um exemplo específico que entra na categoria nomeada pelo substantivo com o qual se realciona. Pelo contrário, ele simplesmente dá uma designação diferente que ou esclarece quem é o que nomea ou mostra uma relação diferente com o resto da oração que com a qual o primeiro substantivo por si poderia mos trar. Ambas as palavras assim possuem o mesmo referente, embora descrevam-no em termos diferentes. Por exemplo, em "Paulo o apóstolo", "o apóstolo" está em simples aposição com "Paulo". O aposto esclarece quem é que foi nomeado. Em "Deus, nosso Pai," "Pai" está em simples aposição com "Deus" e mostra uma relação diferente com o resto da oração que o primei ro substantivo por si mesmo poderia mostrar. 2)
Orações com verbo de ligação implícito Como já vimos na introdução ao caso genitivo, há um valor em desdo brar a construção S-Sg, vendo assim a frase mais ampla ou a oração que esta construção implícita representa. Com um genitivo como aposto (ambos os tipos), falando de forma geral, os dois tipos de construções predicativas são representadas.65 Em construção de genitivo de aposição, o genitivo é semanticamente equi valente a um sujeito que designa o particular que pertence a um grupo maior (predicativo). Assim, "o sinal da circuncisão" pode ser colocada como "a circuncisão é um sinal" (mas não "um sinal é a circuncisão"). Neste exemplo, o campo léxico de "sinal" é muito mais amplo que "cir cuncisão".66 Para urngenitivo em simples aposição os dois substantivos são equivalente a uma proposição convensível. Assim, "Paulo, o apóstolo" poderia ser ex pressa por "Paulo é o apóstolo" ou "o apóstolo é Paulo".
Veja o capítulo sobre o nominativo na seção "Nominativo Predicativo" para uma eem mais detalhada.
97
Genitivo: adjetival (aposição)
G enitivo em A posição Sim ples
G enitivo Apositivo
/ /
Substantivo Principal
\
\ /
\í \V
Genitivo Apositivo
\ J
\ Substantivo
l
Genitivo
J
=
\ J
/ Genitivo em A sição
\~sim ples
0eoO Ttaxpóç a r p e lo v neptTopfjç o sinal da circuncisão 'D E '
Deus o Pai
/
Q uadro 11 G enitivo de A posição Vs. G enitivo em Simples A posição
Diante destas diferenças semânticas genuínas, torna-se evidente que um genitivo de aposição não ocorrerá quando ambos os substantivos são pessoais. "O apóstolo de Paulo" não significa a mesma coisa que "o apóstolo é Paulo". Veremos o valor desta distinção quando explorar mos os textos de importância exegética. d.
Simplificação Nossa discussão do genitivo de aposição raramente tem sido prolixo. Pode ser útil, portanto, simplificar esta discussão dando um procedimento que envolve dois passos para determinar se um genitivo se encaixa nesta categoria. 1)
Genitivo Aposicional vs. Outro uso do Genitivo Por "genitivo aposicional" queremos nos referir a ambos os tipos de aposição (genitivo em simples aposição e gen. de aposição). A primeira
66 A análise desses versos sugere dois tipos de genitivo de aposição. Um deles está relacionado com um termo nominal e o outro com um verbal. Por exemplo, "a cidade de Jerusalém" (nominal) representa um só tipo de sentença, ou seja, um enunciado do tipo: NS-NP: "Jerusalém é uma cidade". Mas "o sinal da circuncisão" (verbal) representa uma sentença do tipo NS-SP ou uma sentença transitiva: "A circuncisão significa". A forma nominal parece ser mais rara que a verbal. A construção nominal difere tenuamente (quanto à sua ênfase semântica) do genitivo em simples aposição: a frase "a cidade de Jerusalém" pode ser convertida, com relativa facilidade, em "Jerusalém, a cidade". Enquanto "o dom do Espírito" é naturalmente diferente de "Espírito, o dom" (B D F §167 sugere que o "genitivo [de aposição] com nomes de cidades é raramente encontrado. Além do mais, sempre na poesia. . ." . Eles citam 2 Pd 2:6 como o único e legítimo exemplo desse tipo no NT [por sinal, um texto disputável para alguns gramáticos].) Em cada exemplo, a questão está relacionada ao caráter ambíguo ou figurado do nome principal: o referencial de "cidade", contextualmente, é claro, enquanto "dom", "sinal" etc. precisam de mais contextualização, ou seja, do genitivo que o segue. Geralmente, o nome principal [impreciso, vago] será um termo verbal, enquanto o termo principal, quando for nominal, muito raramente será vago ou impreciso (cf., e.g., Jo 2:21).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
98
para determinar é se um dos usos aposicionais é aplicável. Para fazer isto, insira "que é”, "isto é", ou "quem é" entre o substantivo principal e o substantivo no genitivo. Se fizer sentido, um genitivo aposicional é provável. 2)
Genitivo de Aposição vs. Simples Aposição Ambos se encaixarão na fórmula "que é", sendo assim, um outro teste precisar ser usado para distinguir os dois. Se a palavra "de" for usado antes do genitivo em questão, então é um genitivo de aposição. Se não, então é uma simples aposição. Relacionada a um outro genitivo, (tenha em mente que só haverá qualquer confusão quando tanto o substanti vo principal quanto o substantivo no genitivo estiverem no mesmo caso, e isto ocorre muitas vezes).
e.
Iustrações 1)
Exemplos Claros a) Do Genitivo de Aposição
Lc 22:1
T] èopTT] T(ÔV áÇÚp,ü)V
a festa dos pães asmos (="a festa, isto é [o festival] dos pães asmos"67) Jo 2:21
’éA.€Yev Tiepl
to O
vctob xo ô acáporcoç a u to ú
falava a respeito do templo do seu corpo (= "o templo, que é seu corP°") , Aqui o gen. de aposição está relacionado a um outro genitivo. Assim há a possibilidade estrutural dele estar em simples aposição. No entanto, ele se encaixa com a tradução "de...", deixando o de simples aposição fora de questão. Exegeticamente, Jo. 2:19-21, culminando neste versículo, é triplamente importatne. Primeiro, ele claramente indica que o NT viu a ressurreição de Cristo como uma ressurreição corporal.66 Segundo, Jesus é representado aqui como um agente de sua própria ressurreição. O NT neste caso fala da Trindade inteira como participantes na ressurreição de Cristo (cf. Ef. 1:20; 1 Pe. 3:18). Terceiro, a razão para a colocação de "templo" com "corpo" fica mais claro assim: a glória do Shekinah, que a muito havia abandonado o templo, agora reside em Jesus corporalmente.69 67 Cf. BDF §141.3; BAGD, s.v. ãÇu|ioç l.b. 68 Sugere-se, às vezes, que o genitivo é mais possessivo que de aposição. Se assim for, o templo pertence ao corpo do Senhor. O significado seria diferente de uma res surreição corporal. Esse ponto de vista não somente ignora o contexto semântico do genitivo de aposição (ou seja, relacionado a um nome principal qualquer ou metafóri co), mas também destrói a imagem construida: o templo em si mesmo é a glória de Deus, mas sim, a casa contém a glória. 69 O tema a glória de Deus no "corpo" é, significantemente, desenvolvido por mais de um autor no NT - e ocorre em associação a duas categorias: Primeiramente, com referência a Cristo (cf., e.g., Jo 1:14; Cl 2:9); segundo, com referência àqueles que estão "em Cristo" (cf. 1 Co 6:19; Ef 2:20-22).
Genitivo: adjetival (aposição) Rm 4:11
99
Kal arpeloy cLaficy Trepixopf|ç70
e recebeu [o] sinal da circuncisão (= "o sinal, que é a circuncisão" 2 Pe 2:6
xróÀelç Soõó|itov Kal Fopóppaç as cidades de Sodoma e Gomorra
Ap 1:3
xoijç Àóyouç xfjç npo(|)r|xeLaç as palavras da profecia
Cf. também Lc 2:41; Jo 11:13; 13:1; At 2:33; 2 Co 1:22; 5:5; Ef 1:14; Ap 14:10. b) De Simples Aposição M t2:ll
eíôov xò naiôlou pexà Maplaç xfjç pijxpòç auxoú viram a criança com Maria, a mãe dele
Ef 1:2
yápiç òplv K a l elpijux| airò 9eoü ira x p ò ç fpwv graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai Se "de" fosse substituído antes de "Pai" a idéia seria "da parte do Deus de nosso "Pai"! aqui temos obviamente um simples aposto.
Cl 1:18
auxóç éaxiv f] Kec^alr) xoú atápaxoç, xfjç €KKA.r|aíaç ele é a cabeça do corpo, da igreja
Tt 2:13
ocoxrjpoç rptây ’Ir]ooü XptoxoO nosso Salvador, Jesus Cristo Este não é, obviamente, um gen. de aposição, pois a tradução "nosso Salvador de Jesus Cristo"/"0 Salvador de nosso Jesus Cristo" é muito diferente do que foi dado acima (e, é claro, estranho ao NT)!
Cf. também Mt 2:1; Mc 6:17; Lc 3:4; Jo 7:42; At 22:20; Rm 5:17.71 2) Exemplos Debatíveis (e Exegeticamente Significantes) Ef4:9
xò ôè ’Ayé(3ij xí eoxiy el pq oxi K a l Kaxépri elç xà Kaxcóxepa pépq xfjç yíjç Ora, isto—ele subiu—que é, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? "da terra" é popularmente tomado como um gen. partitivo. No entanto, pode muito bem ser um gen. de aposição, ficando assim, "ele desceu até a regiões inferiores [do universo], que é, a terra". A primeira vista, esta segunda opção parece estranha porque o substantivo com o qual o gen. singular se relaciona está no plural. No entanto, é uma expressão idiomática comum para um gen. singular de aposição se relacionar com pcpri (plural)- cf. Is 9:1 (LXX); Mt 2:22. Nesta construção parece que há um gen. partitivo que precisa ser tirado do contexto (como parece ser o caso de Ef. 4:9). Por exemplo, em Mt 2:22 lemos àvriu>pr\a
70 A forma acusativa ncpLTopqv é encontrada em poucos MSS (A C* 1506 1739 1881 pc), tomando a construção um tipo de complemento-objeto ("ele recebeu a circuncisão como um sinal"). 71 Um exemplo comum de simples aposição (em qualquer caso) em que um nome próprio anarthro é seguido por um nome descritivo anarthro. Muitos de nossos exemplos são desse tipo.
100
Sintaxe Exegética do Novo Testamento xf|ç PaÃLÂalaç. A tradução poder ser ou "retirou-se para as regiões [de Israel], isto é,Galiléia" ou, "retirou-se para as regiões que constitui a Galiléia". Visto que o gen. de aposição ocorre assim no singular relacionado ao plural de pépr| como um termo geográfico, há evidência gramatical suficiente para ver esse uso aqui em Ef 4:9. (Para outros exemplos deste fenômeno, cf. Mt 15:21; 16:13; Mc 8:10; At 2:10). A diferença entre o gen. partitivo e o gen. de aposição neste texto não é menor que a diferença entre a descida na morte do Senhor para o inferno e a descida em sua encarnação para a terra. 72 A gramática certamente não resolve este problemas, mas ela pelo menos esclarece as possibilidades interpretativas.73
Cf. também Ef 2:2 (em que o vvcvpaxoç é às vezes tomado de forma incorreta com um gen. de aposição de apyvovta) 74 Ef 2:20 também tem um possível gen. de aposição (tcâ 9ep.eA.Lco rcôv àirootóAcoy xai 7TpO(j)rptôv), mesmo que a construção gen. seja subjetiva.75 Cf. também Cl 1:5, 13.
11. Genitivo de Destino (Direção) ou Propósito [destinado para, a fim de] a.
Definição O substantivo no genitivo indica onde o substantivo principal quer chegar (ou a direção em que ele está se "movendo" ) ou o próposito de sua existência.76 Esta categoria é um tanto rara.
b.
Chave para Identificação Pela palavra de acrescenta-se a paráfrase com o propósito de, destinada a, afim de, ou para que.
c.
Amplificação Tecnicamente, existem só dois subgrupos que partilha a idéia de movi mento em torno de um propósito. A direção de uma pessoa particular
72 Outra interpretação (que tem muito a dizer), baseiada em um genitivo de aposição, é que a descida ocorreu depois da subida e, então, a referência feita seria à vinda do Espírito no dia de Pentecostes. Cf. W. Hall Harris III, "The Ascent and Descent of Christ in Ef 4:9-10 "BSac 151 (1994) 198-214. 73 Igualmente, notaríamos que o genitivo de aposição é uma marca do autor em Efésios, ocorrendo mais de doze vezes (cf. Harris, "Ef 4:9-10,"204, para ver uma lista completa). 74 Revoga-se a idéia de que o genitivo de aposição nunca envolva dois nomes pes soais. "O príncipe do espírito" não é a mesma que coisa que "o príncipe que é do espí rito". O genitivo aqui é de subordinação ("o governo subordinado ao espírito"). Veja a discussão sobre essa categoria a seguir. 75 O fato de nomes genitivos e não os nomes principais serem pessoais enfraque ce a possibilidade de um genitivo de aposição aqui. 76 BDF, 92 (§166) alista Jo 10:7 (f| 0úpa xwv xpopáxuy) como um exemplo. Mas, uma vez que portas não podem mover-se fora de suas dobradiças, tal classificação é duvidosa. Na verdade, a idéia é que "a porta abre-se para as ovelhas", onde a posição do nome principal e o nome genitivo possuem uma certa nuance verbal (veja a discus são sobre 2 Co 6:2 na seção "Genitivo Descritivo", acima).
101
Genitivo: adjetival (destino)
ou coisa não é necessariamente proposta, tal como em "os freios do carro acidentalmente não foi acionado e o carro desceu ribanceira em direção ao mar", e a glossa "destinado a, na direção de" se encaixaria bem. Assim, um tipo envolve intenção, o outro mera direção (ou às vezes até mesmo tendência). d. Ilustrações 1) Exemplos Claros Rm 8:36
èÀoy toOripev úç TTpópaxa o4>ayf)<; fomos considerados como ovelhas destinadas para o matadouro
G12:7
iTemaTeupoa xò eòaYyéÀLon xfjç aKpopuaxíaç KaBwç Iléxpoç xfjç irepLXopfjç fora confiado a mim o evangelho para incircuncisão, como a Pedro (fora confiado o evangelho] para a circuncisão
Cf. também Mt 10:5; Hb 9:8. 2) Jo 5:29
Exemplos Debatíveis à u á o x a o iv
Çoofjç. . .
à v á a ~ a o iv
Kpíoecoç
ressurreição da vida. . . ressurreição de julgamento Aqui o genitivo parece expressar tanto propósito quanto resultado, as sim, "a ressurreição com o propósito de e que resulta em vida/julga mento". A glossa que parece encampar ambas as idéias é "a ressurrei ção que conduz a vida/julgamento77 At 16:17
ouxoi ol avGpwTTOt . . . KaxayyéÁÀODOLV úplu óôòv acjTTpíaç Estes homens . . . estão proclamando a vós o caminho que conduz a salvação
Rm 9:22
OKeúq ópyfjç KaxTpxiaptva elç àmÓÀeiav vasos de ira, preparados para destruição (= "vasos destinados a ira") Alguns vêem o gen. como descritivo ou atributivo, mas o paralelo com "preparado para destruição" parece indicar pelo menos que estes va sos foram destinados a destruição.78 Pode ser ainda implicado, depen dendo se o particípio KatripTiapéva for médio ou passivo.
Ef 2:3
Kal fpeOa xeKua 4>úaei ópyriç ó ç Kal ol âolttol e éramos filhos da ira (= "filhos destinados a ira"), como os demais A questão do texto, a luz de 2:1-10, não descreve a humanidade em termo de atributos (tal como filhos iracundos), mas fala da situação desesperançosa daqueles que estavam sem Cristo.
77 Cf. BDF, 92 (§166). 78 Além disso, a evidência derivada do corpus paulinum é que ópyfi freqüentemente tem uso escatológico, especialmente em Romanos (cf. Rm 2:5, 8; 3:5; 5:9; Ef 5:6; Cl 3:6; 1 Ts 1:10; 5:9).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
102
12. Genitivo Predicado a.
Definição O substantivo no genitivo faz uma declaração acerca de outro substantivo no genitivo, muito parecido com o que o predicativo faz. A diferença, po rém, é que com o genitivo predicado o verbo de ligação é um particípio (no caso gen.) e não um verbo finito. Esta categoria é relativamente incomum.
b.
Chave para Identificação: veja definição
c.
Clarificação e Significância Este tipo de genitivo é na realidade um tipo enfático de simples aposição no genitivo (enfático devido a presença da forma participial do verbo de liga ção.79 Tanto o particípio adjetival quanto o genitivo absoluto no particípio (que é sempre circunstancial) pode ser usado desta forma.
d. Ilustrações At 1:12
ôpouç toü Kcdou|iévou’EÀaíwvoç [o] monte que é chamado "Oliveira"
At 7:58
veccvíoi) Kcdoi)|iévoi) EaúA,oi) um joven chamado Saulo
Rm 5:8
exi à|i.apt(oA.câv ovtojv qpcòu Xpiotòç úuèp rpcâv áiréGavev sendo nós ainda pecadores Cristo morreu por nós Este é exemplo de uma construção do gen. absoluto que envolve um verbo de ligação como particípio.80
Ef2:20
òvtoç
àKpoywuiaLOU atrcou X p lotou Tqaoü Sendo o próprio Jesus Cristo a pedra angular Este é outra construção do gen. absoluto.
Cf. também Jo 4:9; At 18:12;81 At 21:8.82
79 Note que alguns dos exemplos seguintes um verbo equitativo não usarão formas do verbo elpí (como acontece com os nominativos predicativos) 80 Deve ser notado que a mesma regra para distinguir NS-NP pareceser aplicável a essa construção. As aparentes exceções em At 1:12 e 7:58 fogem à nossaregra geral: quando algo for definido, o nome próprio será o predicativo. 81 Aqui também temos uma construção de genitivo absoluto. 82 Nesse caso, o genitivo predicativo (evóç) necessita de complemento.
Genitivo: adjetival (subordinação)
103
13. Genitivo de Subordinação [sobre] a.
Definição O substantivo genitivo especifica aquele a que está subordinado ou sob o dominio do substantivo principal.
b. Chave para Identificação Ao invés do de coloque a glossa sobre ou algo semelhante que indique domí nio ou prioridade. c.
Amplificação/Semânticas Este tipo de genitivo é uma categoria léxico-semântica. Quer dizer, ele se relaciona somente a certos tipos de substantivos principais (ou particípios) que lexicalmente implicam algum tipo regra ou autoridade. Palavras tais como PccaiÀ.eúç e ccp/wv normalmente pertence aqui. Na maioria das vezes, este genitivo é um corolário do genitivo objetivo,83 mas nem sempre.84
d. Ilustrações 1)
Exemplos Claros
Mt 9:34
Ttô UpyOVTL t(5v ÔV o príncipe sobre os demônios
Mc 15:32
ó paatÀeuç Tapar)A. o rei sobre Israel
2 Co 4:4
ô 0eòç toO alcâuoç xoútou o deus deste era
Cf. também Jo 12:31; At 4:26; Ap 1:5; 15:3. 2) 1 Tm 1:17
Exemplos Disputados ttô òe paoiÀet tqv alcóuoov Ora, ao Rei dos séculos (=ao que governa sobre os séculos) O problema de considerar este como atributivo (como faz ARA et al) é
83 Por essa razão, muito freqüentemente, uma dada categoria não é encontrada nas principais obras do gênero. 84 Quando o nome principal não apresentar uma idéia verbal, estaremos diante de um genitivo de subordinação, e não de um genitivo objeto. Um tipo de subcategoria de genitivo de subordinação seria o "genitivo relacionado, por excelência, a um certo nome" (todavia, às vezes, o sentido de um termo origina-se de sua noção de subordinação). Ou seja, um genitivo, raramente, indica uma classe de palavras do qual o nome principal é o supremo representante do grupo. Quando isso ocorrer, tanto o nome principal como o nome genitivo terão o mesmo lexema. Por exemplo, note paoiAcuç PocolAÍwv em Ap 9:16; avia àyíwv em Hb 9:3 (onde o sentido não está estritamente falando de subordinação); cf. também Ap 17:14. At 23:6 é similar ("um fariseu, filho de fariseus"), Fp 3:5 ("hebreu de hebreus", embora aqui ocorra a preposição ck).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
104
que o gen. é plural. No entanto, se fosse colocado no singular, o signifi cado não poderia ser "rei eterno" ("rei dos séculos" deveria ser um rei temporal). ACF, ARC tratam como um gen. de subordinação "rei dos séculos".85 Ef 2:2
Trote
m-pieTjazr\aaze . . . kcctk
t ò v ã p x o v t a x fjç e Ç o u a ía ç t o ü « é p o ç ,
xoO T ru e ú p ato ç t o ü v ü v è v e p Y o ô v to ç
kv
t o í ç u í o l ç Tqç dcTreiBeíaç
andastes outrora segundo o príncipe d a p o t e s t a d e do ar, [o príncipe] do e s p í r i t o que agora atua nos filhos da desobediência A força semântica da subordinação aqui deveria ser "aquele que governa sobre a potestade do ar, sobre o espírito..." Embora alguns considerem irveúpa-üoç como ge. de aposição de ap%ovta, isto é semanticamente impossível porque isso não pode ocorrer quando ambos os substantivos são pessoais.86 (Veja discussão sobre gen. de aposição, mencionado acima). A idéia deste texto, então, é que o mal controla o incrédulo tanto externamente (o ambiente ou potestade do ar) quanto internamente (atitudes ou espírito). Cl 1:15
oç koxiv euctòv ioí> 9eoG toü àopccTOi), ttpwtÓtokoç tráaqç ktíoewç o qual é a imagem do Deus invisível, o primonêntico sobre toda a criação Embora alguns considerem este gen. como partitivo (primogênito que é parte da criação), tanto devido ao campo léxico de "primogênito" in cluindo "preeminência sobre"87 (e não simplesmente uma ordem cro nológica literal do nascimento) quanto a oração adverbial causai ("por que [ou] nele todas as coisas foram criadas") - fazem pouco sentido se mera ordem cronológica está em mente, é muito mais provável que es teja expressando subordinação. Além disso, embora muitos exemplos de subordinação envolvam substantivo principal verbal, nem todos são assim (notem 2 Co 4:4 acima, bem como At 13:17). O significado resul tante parece ser uma confissão primitiva do senhorio de Cristo e, por conseguinte, sua divindade.
14. Genitivo de Produção/Produtor [produzido por] 88 a.
Definição O substantivo no genitivo produz o substantivo com o qual ele se relaciona. Este uso do genitivo não é comum.
85 Veja a recente discussão sobre genitivo atributivo (como em "rei eterno"). A questão é se a ênfase é dada sobre as características inatas ou sobre o domínio atual. O genitivo é tão flexível que abrange ambos os conceitos. Talvez a expressão foi deixada no genitivo por essa razão. E como se o genitivo estivesse "grávido" de ambas as idéias. 86 É verdade que em nossa visão ambos os nomes não são pessoais (uma vez que consideramos "espírito" como algo intrínseco), mas a visão apositiva ver ambos como pessoais, desde que "príncipe" é posto no mesmo nível de personalidade que "espírito". 87 Cf. declarações teológicas presentes em 1 Cr 5:1; SI 89:27; Rm 8:29; Ap 1:5. 88 Agradecemos a Jo Ann Pulliam por seu trabalho em Gramática de Grego Avançado no Seminário de Dallas, em 1994, sobre genitivos de produção e de produto.
Genitivo: adjetival (produção/produtor)
105
b. Chave para Identificação Troca-se a palavra de por produzido por. c.
Amplificação Este uso é semelhante ao genitivo subjetivo, mas o genitivo de produção não está relacionado a uma forma nominal do verbo ou expressa uma relação a um verbo nominal que é melhor traduzido como "produzido por" que ao con verter o genitivo para o subjetivo e converter o substantivo com o qual ele estabelece uma relação para uma forma verbal.89 E também semelhante a um genitivo de fonte, mas tende envolver um pa pel mais ativo sobre a parte do genitivo. Assim, "anjo do céu" (fonte) sim plesmente indica a fonte ou origem da qual o anjo veio. Mas "paz de Deus"sugere tanto fonte quanto envolvimento sobre a parte de Deus.
d. Ilustrações (possíveis) Ef4:3
tt)Ò évÓTTyua
Fp 2:8
Oavaxoü õè axaupou E morte de cruz aTaupoü pode ser um gen. de meio: "morte por meio de uma cruz". Ou pode possivelmente ser um gen. de lugar: "morte sobre sobre uma cruz". No entanto, considerar este como um gen. de produção fortalece o pen samento do autor um pouco melhor: "morte produzida por, ocorrida por uma cruz". O ôé faz a declaração enfática ("e"),90 que se encaixa bem como um gen. de produção.
Ef5:9
ô yàp Kapiròç xoô cjjMxòç èv TTaoq àvaOtoavuri . . . porque o fruto da luz91 consiste em toda bondade . . . Fruto produzido pela luz parece se encaixar bem neste contexto onde a imagem da luz parece envolver o status de salvação.
xoG Trveúpauoç a unidade do Espírito Aqui, "a unidade do Espírito" provavelmente = "a unidade produzida pelo Espírito Santo". Embora o gen. seja relacionado a um substantivo verbal, ele deveria perder um pouco de sua força para dizer: "[sendo dilegente ao preservar] o que o Espírito une". Assim, chamar toO TTveúpaTOç de um gen. subjetivo não parece fazer justiça plena ao pen samento do autor aqui.
89 Muitos estudiosos tratam aquilo que chamamos de genitivo de produção como um genitivo subjetivo, contudo a semântica aqui é muito diferente entre essas categorias. Com o genitivo subjetivo, o nome principal transforma-se em um verbo. Com um genitivo de produção, teremo-lo transformado em um objeto direto de um verbo do tipo: "aquele que produz". Assim, se "unidade do Espírito" transforma-se em "o Espírito produz unidade", onde o genitivo é de produção e não subjetivo. Outros estudiosos não vêem diferenças entre essas categorias o genitivo de fonte ou origem. (Essa discussão ainda está em uma fase geminal.) 90 De fato, é tão enfático que alguns sentem que esta única frase não combina com a métrica desse hino (cf. J. Jeremias, "Zur Gedankenführung in den paulinischen Briefen/'Studia Paulina in Honorem ]. de Zwaan, ed. J. N. Sevenster and W. C. van Unnik [Haarlem, 1953] 146-54)! Se for assim, temos uma inserção paulina em um hino original da igreja primitiva, que fora adaptado para a sua presente audiência. Muitos MSS têm "fruto do Espírito" (ícapuò; tol> irueqratoç) aqui (e.g., (P46D' ¥ Byzetalii).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
106 Fp 4:7
xal r) elpquri toO Oeoü f) ímepéxouaa návTa voúv c[)poupr|aei zàc Kapôíaç úpwv92 e a paz de Deus que excede todo o entendimento guardará os vossos corações Embora este genitivo possa ser um gen. atributivo ("Deus pacificador"), neste contexto é duvidoso, pois é óbvio que Deus excede todo o entendi mento (além de que esse ponto é feito adiante no v. 9 [ò 0eòç tt)ç 6L.pf|vr|ç]). O Subjetivo não fará, porque é a entidade, paz, não o ato de fazer que está em vista. E um gen. de fonte, embora certamente possível, normal mente não implica o elemento de volição que está em vista aqui. O pen samento de produção é: a paz produzida por Deus".
Cf. também Rm 1:5 (talvez); 4:11; G1 3:13 (talvez); 5:22; 1 Ts 1:3.
15. Genitivo de Produto [que produz] a.
Definição O substantivo no genitivo é o produto do substantivo com o qual ele está relacionado. Freqüentemente Qfóç será o substantivo principal e o genitivo um termo abstrato. Esta categoria é semelhante a um genitivo objetivo, sen do que com genitivo objetivo o substantivo principal é para ser transforma do em um verbo, o substantivo principal nesta construção permanece um substantivo. A idéia verbal é implicada do de. Este uso do genitivo não é comum.
b. Chave para Identificação Troca-se a de pela palavras que produz. c.
Ilustrações 1)
Exemplos Claros
Rm 15:13
ò 0eòç tí)ç èA/iúôoç o Deus da esperança Obviamente, o gen. atributivo não será ("o Deus esperançoso"?), nem gen. objetivo., transformando o substantivo principal em um verbo. "O Deus que produz esperança [em nós]" faz excelente sentido.
Rm 15:33
ò õè Oeòç rfjç eípqvr)ç peià návxmv úpcòv E o Deus da paz seja com todos vós =E o Deus que produz paz [em vós] seja com todos vós.
Cf. também Rm 16:20. 92 Xpiatoü é encontrado no lugar de 0eoü em A pc. Aqui o ponto gramático não é, porém, afetado por isso.
Genitivo: ablativo (separação)
10 7
2) Exemplos Possíveis Rm 15:5
ó 9eòç xrjç ínro|j,ovf}ç Kal if|ç napaKÀriaecoí; o Deus da paciência e da consolação Embora este texto possa envolver dois genitivos atributivos, estes deve riam ser cuidadosamente mostrado: O Deus paciente e encorajador (di ferente de o Deus encorajado).93 Além disso, se Deus está encorajando, isto implica uma idéia verbal: ele é o Deus que produz encorajamento em nós. Os paralelos sintáticos entre os dois genitivos neste caso suge rem que rf|ç Í)tto|j.ovt)<; significa "[o Deus que] produz perseverança em nós". (O que seria interessante é o fato que 9eóç é usado três veze em Romanos 15 com um gen. modificador, cada vez que ocorre parece ser uma construção gen. de produto).
Hb 1:9
eÀatoy àyaXXíáotoyç óleo da alegria E possível que o autor está concebendo o óleo como aquele que produz alegria (ou talvez, o óleo produzido pela alegria - um gen. de produ ção). Quando parte da expressão sob consideração for metafórico, deci sões gramaticais são notoriamente difíceis. Assim, muitos simplesmen te colocam este no buraco negro do gen. descritivo.
Cf. também 1 Co 14:33; 2 Co 13:11; Fp 4:9.94
B. Genitivo Ablativo O genitivo ablativo basicamente envolve a noção de separação. (Embora seja com frequência traduzido de, essa glossa não funcionará para o genitivo de comparação, que requer um que como sua glossa). Esta idéia pode ser estática (i.e., em um estado de separação) ou progressivo (movimento a partir do qual torna-se separado). A ênfase pode estar ou no estado resultante da separação ou a causa da separação (neste último, a origem ou fonte é enfatizado). Em grande parte, o genitivo ablativo foi substituído no grego koinê pelo ck ou (xtto, com o genitivo.95
1.
Genitivo de Separação [fora de, longe de, a partir de] a.
Definição O substantivo genitivo é aquele do qual o verbo ou às vezes o substantivo principal está separado. O genitivo é usado para indicar o ponto de partida. Este uso é raro no NT.
93 Veja discussão sobre idéias passivas e ativas com genitivos atributivos. 94 Cf. também üõaioç em Jo 4:14 outro exemplo possível (ainda que aqui o genitivo pode ser classificado como material ou de conteúdo, dependendo da força léxica de tttiytí nesse contexto). 95 Para mais detalhes, veja a introdução desse capítulo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
108 b. Chave para Identificação
Troca-se a palavra de por fora de, longe ãe ou a partir de. Outra chave é notar às vezes se este genitivo dependerá de um verbo (ou forma verbal) e não de um substantivo. c.
Amplificações Semânticas No Grego clássico, a idéia de separação era achada com bastante frequência no genitivo simples. No Grego Koinê, porém, a idéia de se paração era crescentemente feito por forma mais explícita pela presen ça da preposição cctó ou às vezes ck.% Por esta razão, um genitivo de separação será raro no NT, enquanto a preposição àtró (ou ék) + genitivo será algo normalmente usado para separação.97 2)
Esta é uma categoria léxico-sintática: é determinada pelo significado lexical da palavra que se relaciona com o genitivo. Somente se essa pa lavra, normalmente um verbo, conotar moção a partir de, distância ou separação o genitivo poderá ser de separação.98
3)
A noção de separação pode ser física (especial) ou metafórica. O primeiro exemplo abaixo é especial, o Segundo é metafórico.
d. Ilustrações Mt 10:14
(K TluáçttTC
XÒV KOUlOpxÒu
XCÔV TOÕWV í)(1(1)1'"
sacudi o pó dos vossos pés. At 15:29
cdréxeaQai eíSwloGúxow Kal aípaxoç Kal ttviktc3v Kal tropveíaç [que vos] abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição
Ef 2:12
àTrq/J.OTpuüpcKoi xfjç iroXixeíaç toü TapaqA. estáveis separados da comunidade de Israel
1 Pe 3:21
Kal úpâç . . . vxiv oúCci páuTiopa, ou aapKÒç àiTÓOeau; púrrou também vós . .. agora vos salva, o batismo, não como um despojamento da imundícia da carne Aqui está um exemplo em que o gen. separa-se de um substantivo principal, embora tenha uma noção verbal.
96 Isso, é claro, mantém a tendência do Koinê por clareza e simplicidade. Cf. o excelente e sucinto tratamento feito por Zerwick, Biblical Greek, 161-64 (§480-94). 97 Cf. Hb 7:26, onde encontramos o estilo mais literário do Koinê do NT, àiró é usado para indicar explicitamente a idéia de separação. 98 Veja BDF, 97 (§180) para uma lista de verbos frequentemente usados. 99 ck é encontrado antes de rwv ttoõwv em N C 33 0281 892 et pauci. Isso é muito surpreendente, visto a clareza da tendência do Koinê e o uso do genitivo simples em expressar a noção ablativa.
Genitivo: ablativo (fonte) 1 Pe 4:1
109
TréiTairrai àpapiíaç100 cessou do pecado
Cf. também Lc 2:37; Rm 1:4; 1 Co 9:21; 15:41; G1 5:7; Ap 8:5. Rm 1:17 poderia também se encaixar, embora isto seja debatível.
2.
Genitivo de Fonte (ou Origem) [a pa rtir de, derivado de, dependente de] a.
Definição O substantivo genitivo é a fonte a partir do qual o substantivo principal deriva ou depende. Esta é uma categoria rara no Grego Koinê.
b.
Chave para Identificação Troca-se a palavra de pela paráfrase a partir de, derivado de, dependente de, ou "fundamentado em".
c.
Amplificação Novamente, da mesma forma que o genitivo de separação, o genitivo sim ples é substituido no Koinê por uma locução prepositiva (neste exemplo, CK + gen.) para indicar fonte. Isto corresponde ao fato que fonte é uma idéia enfática: ênfase e explicídez muitas vezes são entrelaçados. Visto que este uso não é comum, não é aconselhável procurá-lo como o uso mais provável para um genitivo particular que se encaixa sob outra classifi cação. De alguma forma, o genitivo possessivo, subjetivo e de fonte são semelhantes. Em qualquer exemplo dado, se todos eles fizerem sentido, devese dar prioridade ao subjetivo. Em casos onde não há um substantivo ver bal principal, o possessivo ainda tem prioridade sobre o de fonte como uma classificação apta. A distinção entre o de fonte e separação, porém, é mais difícil de se fazer. Muitas vezes, é uma questão só de ênfase: separação expressa resultado enquanto que fonte enfatiza causa.101 (Algumas das ilus trações abaixo poderiam pertencer ou a fonte ou a separação.)102
100 àpapTiaç é encontrado em Ç>72 X* AC K L P 1739 Byz; àpapucaç é encontrado em X2 BW et pauci; octtÒ apapríaç é encontrado em 1881 pauci. 101 Nesse sentido, as duas categorias são análogas ao perfeito extensivo e intensivo. 102 Ao mesmo tempo, o genitivo de separação parece mais comum que o genitivo de fonte ou origem. (Isso também ocorre com as construções prepositivas, pois a idéia de separação pode ser representada pelas preposições k ou áxó enquanto fonte ou origem é costumeira e restritamente usado com k .)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
110 d. Ilustrações Rm 9:16
ou to ü Qékovxoç oúõè toü rpé/ovioç, âXXà toü ÍXeávzoç 0eoü Não depende de quem quer nem de quem corre, mas de Deus exerce misericórdia
Rm 10:3
àyuooüvTí ç z fv toü 0eoü ÕLKaiooúvqu alheios a justiça que vem de Deus
2 Co 3:3
éoxè èiuoTolt] XptOTOÜ Vós sois uma carta que vem de Cristo
Ap 9:11
exouotu èir’ auxcâu (iaaiXéa. zov ãyyeXov zf\ç ápúoaou Eles tem sobre eles, como rei, o anjo quem vem do Abismo É possível que este seja um gen. atributivo ou descritivo., mas o gen. de fonte indica origem mais que caráter e, por conseguinte, parece mais adequado neste contexto.
Cf. também Rm 15:18, 22 (Aqui, com um infinitivo como a palavra no gen.); 2 Co 4:7; 11:26; Cl 2:19 (possível).
3.
Genitivo de Comparação [que] a.
Definição O substantivo gentivo, quase sempre depois de um adjetivo comparativo, é usado para indicar comparação. O gentivo, então, é o padrão com quem a comparação é feita (i.e., em "X é maior que Y," o gen. é o Y). Este uso é relativamente comum.
b. Chave para Identificação A definição apresenta a chave: um genitivo depois de um adjetivo comparativo,que requer a palavra que antes do genitivo (em lugar do de usual). c.
Amplificação e Semântica Primeiro, note que o adjetivo comparativo não será adjetivo atributivo. Quer dizer, que ele não é achado na construção artigo-adjetivo-substantivo.103 Segundo, a comparação é muitas vezes feita entre o conhecido e o desconhecido, sendo que o substantivo no genitivo é o item conhecido. As vezes, porém, ambas as quantidades serão conhecidas, mas uma compração explícita entre eles envolve uma certa ênfase (quer seja retórica, suspense, ou uma colocação incomum). Terceiro, nem todo exemplo de um adjetivo comparativo (na posição predicativa) seguida por um genitivo
103 Ainda que eu não tenha realizado nenhuma pesquisa exaustiva sobre esse fenômeno na literatura grega extra-neotestamentária, é verdade que isso ocorra no NT. Ou seja, não há exemplos claros de uma seqüência genitiva (comparação-atributiva). Isso também parece, semanticamente, improvável, pois a fim de que o adjetivo comparativo faça uma comparação explícita, ele precisa afirmar algo sobre o substantivo com o qual está relacionado. Logo, ele precisa ser predicado, não atributivo.
Genitivo: ablativo (comparação)
111
necessariamente envolverá um genitivo comparativo, em parte porque nem todo adjetivo comparativo funciona de acordo com a forma: um adjetivo comparativo pode agir como um superlativo ou um comparativo.105 Finalmente, com raríssimas exceções o genitivo de comparação segue outro, a não ser o adjetivo comparativo (viz., um verbo que lexicalmente sugere comparação ou um advérbio comparativo). d. Ilustrações 1) Exemplos Claros M t6:25
oí)/l f] i[mj(f| TTÂeióu kaxiv ifjç ipotjtfjç Não é a vida mais que o alimento? Aqui a colocação de "vida" com "alimento" tem um poderoso efeito emotivo: a resposta pretendida da parte do ouvinte é algo do tipo, "Com certeza, minha vida é mais digna que o alimento! Você quer dizer que Deus sabe isto e deseja cuidar de mim?
Mt 10:31
iroÀA.(3u oipouGícov õia(j)épete üpeiç vós sois mais dignos que muitos pardais Aqui está um exemplo com um verbo e não com um adjetivo compara tivo. ÕLOtcpépco é talvez mais usado com verbo e gen. de comparação, ainda que seja raramente usado.106
Jo 14:28
ó ucmip petícou poú èotuv o Pai é maior que eu [sou] Neste contexto, é óbvio que Jesus está falando com referência a seu ofí cio, não sua pessoa. Quer dizer que o Pai tem uma posição maior, mas que o Filho não é menos divino que o Pai (cf. Jo. 14:8). Isto está ligado com um dos principais temas do Quarto Evangelho - mostrar de forma enfática a divindade do Verbo.
Jo 20:4
ó aXXoç, (ia0r|Tf|ç upoéõpa|ieu m y iov toü nétpou o outro discípulo correu mais rápido que Pedro Este é um exemplo raro de um gen. de comparação depois de um advér bio comparativo.
1 Co 1:25
xò [iGjpòv toü 0eoü aocjxáiepov tcôu ávGpcámau kazív a loucura de Deus é mais sábia do que os homens
Hb 1:4
KpetTTCJU yevópeuoç tcüv àyycXíúv [o Filho] tendo sido tomado melhor que os anjos
Hb 7:26
ápxiepeúç . . . üi|ir)ÂÓTcpoç t(5v oúpavcôv um sumo sacerdote . . . maior que os céus
104 Cf., e.g., 1 Co 12:23; 1 Cr 15:19 (genitivo partitivo); Fp 1:14 (partitivo); Hb 3:3 (o adjetivo comparativo modifica o nome genitivo [Também há um legítimo genitivo comparativo nesse verso]; similar ao que ocorre em Hb 7:19, 22). 105 Veja o capítulo onde se discute a respeito de adjetivos. 106 Cf. Lc 12:7 (embora o v. 24 adicione o adjetivo comparativo); talvez 1 Co 15:41 (mas isso é provavelmente um genitivo de separação); G14:1.
112 1 Pe 1:7
Sintaxe Exegética do Novo Testamento xò õ o K Í i i i o i ' ò p í â v x f j ç l ú o x e t o ç T T O À U T L p ó x e p o v xpwnou a genuinidade de sua fé que é muito mais preciosa que ouro O adjetivo comparativo refere-se a "genuinidade" (não a fé em si)W7 e é um adjetivo predicativo. A quantidade conhecido nesta declaração é a preciosidade do ouro - e uma fé genuína é muito mais preciosa que isso! Cf. também Hb 3:3; 11:26 (deve-se notar que o adjetivo comparativo exerce um amplo papel em Hebreus, pois o tema é construído em tomo da idéia de que Cristo é melhor que os profetas, anjos, a antiga aliança, Moisés, etc.). 2) Exemplos Disputáveis
Mc 4:31
(=Mt 13:32) - cf. discussão do adjectivo abaixo.
Ef 4:9
xò õè ’Auépq xí koxiv ei pf| òtt Kal Kaxépq eiç xà Kaxcóxepa péprj xfjç yfjç Ora que quer dizer "subiu"- senão que também desceu às regiões mais inferiores que a terra? Veja nossa discussão deste texto no "Genitivo de Aposição". Aqui simplesmente desejamos mostrar que alguns eruditos consideram o gen. como comparativo - "ele desceu às regiões mais inferiores que a terra" .108 Embora um gen. partitivo seja possível e um gen. de aposição seja provável, um gen. comparativo é sintaticamente improvável, para não dizer impossível: o adjetivo comparativo está na posição atributiva de |J.épr|. Se alguém igonar esse aspecto sintático dizendo que em Mt 23:23, o significado deveria ser "tendes negligenciados os preceitos que são mais importantes que a lei" (em lugar de "tendes negligenciados os preceitos mais importantes da lei").
C. Genitivo Verbal (te., Genitivo Relacionado a uma Forma Nominal do Verbo) Embora os subgrupos sob esta categoria realmente pertença ao "Genitivo Adjetival", há algumas vantagens em colocar estes usos sob o "Genitivo Verbal". Isto é parcial mente devido ao fato que os genitivos objetivos e os subjetivos são tanto cruciais quanto confusos, mas também pelo que incluído aqui é uma categoria não listada normalmente pelas gramáticas do NT. Os genitivos subjetivos, objetivos e plenários são usados com substantivos princi pais que involvem uma idéia verbal. Isto é, o substantivo principal tem um verbo como um cognato (e.g., fiucnÀeOç tem fiaoiÀeva) como cognato). A construção genitiva verbal, então, é uma sentença incrustada envolvendo, muitas vezes, uma idéia verbal no substantivo verbal. A ordem abaixo (subjetiva, objetiva, plenária) expõe a ordem de freqüência. \ 107 No mínimo, não gramaticalmente. Mas "genuinidade da fé" = "genuína fé"- logo, teremos um genitivo atribuído. Veja discussão. 108 Cf., e.g., Meyer, Ephesians (MeyerK) 213; F. Büchsel, “KatÚTepoç,” TDNT 3.641-43. Turner, Syntax, 215, também fala dessa possibilidade. 109 á(j)f|KaTe xà fkpútepa t o ü v ó p o u . Cf. também Hb 6:9.
Genitivo: verbal (subjetivo)
1.
113
Genitivo Subjetivo a.
Definição O substantivo no genitivo funciona semanticamente como o sujeito da idéia verbal implícita no substantivo principal. Isto é comum no NT.
b.
Chave para Identificação Se um genitivo subjetivo é suspeita, tente converter a forma nominal do verbo com a qual o genitivo se relaciona para uma forma verbal e transforme o genitivo para ser o sujeito. Assim, por exemplo, "a revelação de Jesus Cristo ..." em G11:12 toma-se "[O que/o fato que] Jesus Cristo revela ...
c.
Semântica/Amplificação 1)
Esta categoria é léxico-sintática,i.e., se relaciona com um significado léxi co específico com uma das palavras envolvidas (neste caso, o substanti vo principal). O substantivo principal, que aqui é chamado de uma "for ma nominal do verbo" 110 tem uma idéia verbal implícita. Palavras como "amor", "esperança", "revelação", "testemunha" e "palavra", podem implicar, em uma dada situação, uma idéia verbal. A perspectiva deve, é claro, ser a partir do grego, por exemplo (PaotleOç tem PaotÀeÚto), não necessariamente no português.
2) O genitivo subjetivo, por sua natureza, pode ocorrer em mais tipos de constmções que o genitivo objetivo. Isto se deve a força semântica de ambos: um sujeito pode ter um verbo transitivo ou intransitivo,111 en quanto um objeto pode somente ser objeto de um verbo transitivo. As sim, em rj trapouaía toü Xpioroü ("a vinda de Cristo") o genitivo não pode ser objetivo porque a idéia verbal não é transitivo, mas pode ser subjetivo ("[quando] Cristo vier").112 3) Onde ocorrer o genitivo objetivo e subjetivo na mesma construção portanto permitindo interpretações semanticamente oposta - o subs tantivo principal implica um verbo transitivo. Este é sem dúvida o tipo mais freqüente de forma nominal do verbo. Em um dado contexto, "amor de Deus" poderia significar "[meu/nosso/seu] amor por Deus" (objeti vo) ou "o amor de Deus por mim [ti/eles]." Desde que os aspectos léxi co sintáticos nesses exemplos sejam idênticos, o apelo precisa ser feito ao contexto, ao uso do autor, e as questões exegéticas mais amplas. Veja Quadro 12 abaixo para um diagrama dos genitivos subjetivo e objetivo.
110 Não deve ser confundido com um infinitivo, que é sintaticamente uma forma nominal do verbo. A expressão usada aqui é um título lexical. 111 Toma também um verbo equativo, mas o genitivo subjetivo não será usada em tais construções. O grego expressa cada idéia com genitivos predicativos e aposicionais. (Todavia, em Lc 9:43, por exemplo, "a majestade de Deus" pode ser lido assim: "como majestoso Deus é".) 112 Para ver uma exceção, veja a discussão abaixo sobre o "Genitivo Objetivo".
114
Sintaxe Exegética do Novo Testamento d. Ilustrações 1)
Mt 24:27
Exemplos Claros OUTGJÇ COTCCl T) TTttpOUOLtt TOÜ IHOÜ TOÜ KVOpCÓlTOU
Assim será a vinda do Filho do Homem (="assim será quando o Filho do Homem vier"). Mc 14:59
oúõè outcúç lar) rju f) papTupía aíiitôv
nem assim o testemunho deles era o mesmo (="nem testificaram a mesma coisa") At 12:11
èçeÍÂató pe fk x 6LP°Ç 'Hpcáõou Kal tráoqç TÍjç irpoaõoKÍaç to ü Laoü
Tovôaíwv [o anjo do Senhor] me livrou das mãos de Herodes e de toda expectativa do povo judaico (="tudo que esperava o povo judeu")
tcòv
Rm 8:35
TLÇ T]|iâç /upLOFL àlTO TÍjç àváTTqÇ TOÜ XpLOTOÜ',113
quem nos separará do amor de Cristo (= Quem nos separará do amor de Cristo por nós?) O contexto é muito claro que está em vista um gen. subjetivo. A ênfase não está no que nós fazemos para permanecer ligados ao céus, mas no que Deus tem feito em Cristo conduzindo nossa eleição a glória. Cf. vv. 30-39, em que a ênfase está na atividade passada, presente e futura de Deus. Verso 39, que supera o capítulo, especialmente fica assim: "[nada] será capaz de separar-nos do amor de Deus (TTjç toü 9foü) que está em Cristo Jesus nosso Senhor". 2 Co 7:15
TT|V TOVTCOV l)pO)V UTTaKOf)U
a obediência de todos vós (= "o fato que vocês obedeceram" Cf. também Lc 7:30; Rm 9:11; 13:2; 1 Co 16:17; 2 Co 7:6; 8:24; 1 Jo 5:9; Ap 3:14. 2)
Possíveis (e exegeticamente importantes) exemplos envolvendo II lotiç Xpioraõ A maior parte de grupos de textos debativeis envolve a expressão, ttÍotiç deve-se traduzir "fé em Cristo" (gen. objetivo gen.) ou "a fé/ fidelidade de Cristo" (gen. subjetivo.)?
XpLOTOÜ:
Rm 3:22
ôiKaiooúuri õè 0c-oü ò ià n íozeoç ’Ir|ooü Xpioroü mas a justiça de Deus pela fidelidade de Jesus Cristo
Fp 3:9
p/q fx(')V fp V ôiKaLoaúvqv tt|u fk vópou àA.Aà Tqv õià maTetoç Xpiatoü não tendo justiça própria que se baseia na lei, senão a que é mediante a fidelidade de Cristo
113 Ainda que poucos MSS tenham 0eoü em lugar de XpiaroO (e.g., N [B] 365 et pauci), a sintaxe não é afetada.
Genitivo: verbal (subjetivo) Ef3:12
115
Tqv TTappqoíav Kaí irpoaocY«YT)v . . . õià TÍjç ttlot6G)ç cciítoü temos ousadia e acesso com confiança, mediante a sua fidelidade.
Cf. também Rm 3:26; Gal 2:16 (2x), 20; 3:22, para um fraseado semelhante. Comentários mais antigos (provavelmente como um reflex luterano) vêem XpioToí) um gen. Objetivo, ficando, "fé em ". No entanto, mais e mais estudiosos estão considerando estes como um gen. subjetivo (ou "a fé de Cristo"114 ou "a fidelidade de Cristo"). Sem querer fechar a questão, nós simplesmente desejamos interagir com alguns dos argu mentos gramaticais usados para cada posição. 1) A favor do gen. objetivo, se argumenta que ttlotlç no NT toma um gen. objetivo quando ambos os substantivos são anarthros; Quando ttlotlç for gen. subjetivo ambos tem artigo.115 Em resposta a isso, os dados precisam ser enviesados para ter qualquer peso: muitos dos exemplos têm um pronome posessivo no lugar do gen., que quase sempre exige que o substantivo principal tenha um artigo.116 Além de que, todos os textos envolvendo ttlotlç XpLOTOÜ estão em locu ções prepositivas (onde o objeto da preposição, neste caso ttlotlç, é anarthro.117 Mesmo quando o objeto da preposição é definido.118 114 Cranfield, cujo primeiro sobre Romanos apareceu em 1975, denomina de visão genitiva subjetiva (em Rm 3:22) "juntos se fizeram inúteis", sem dar muito apoio para essa conclusão (Romans [ICC], 1.203). Ele cita somente uma abordagem anterior sobre a visão subjetiva, J. Haussleiter, "Der Glaube Jesu Christi und der christliche Glaube: ein Beitrag zur Erklãrung des Rõmerbriefes," NKZ 2 (1891) 109-45. Nas últimas duas ou três décadas, porém, a defesa da visão genitiva subjetiva tem encontrado muitos advogados, embora não tenham agido sem oposição. Leia, e.g., sobre a visão subjetiva: R. N. Longenecker, Paul, Apostle of Liberty (New York: Harper & Row, 1964) 149-52; G. Howard, "The 'Faith of Christ'," ExpTim 85 (1974) 212-15; S. K. Williams, "The 'Righteousness of God' in Romans," JBL 99 (1980) 272-78; idem, "Again Pistis Christou," CBQ 49 (1987) 431 47; R. B. Hays, The Faith of Jesus Christ: An Investigation of the Narrative Substructure of Galatians 3:1-4:11 (SBLDS 56; Chico: Scholars, 1983); M. D. Hooker, " I I lotlç XpLOTOÜ," NTS 35 (1989) 321-42; R. B. Hays, "TIILTIL and Pauline Christology: What Is at Stake?", SBL 1991 Seminar Papers, 714-29; B. W. Longenecker, "Defining the Faithful Character of the Covenant Community: Galatians 2.15-21 and Beyond," esboçado de forma preliminary, em Durham, England, 1995. Para o ponto de vista objetivo, leia, e.g., A. Hultgren, "The Pistis Christou Formulations in Paul," NovT 22 (1980) 248-63; J. D. G. Dunn, "Qnce More, M STIS XPIZTOY," SBL 1991 Seminar Papers, 730-44; como também todos os mais antigos comentários de Romanos e Gálatas. 115 Veja Dunn, "Once More," 732-34. Dunn considera isso como um dos três argumentos principais (ibid., 744). 116 Cf. BDF, 148-49 (§284). Dunn reconhece que a fraqueza desse argumento com úpwv, mas não com pou (Dunn, "Once More," 732), como se disse que um pronome agiria diferente (é claro que verdadeira lexical, mas a questão aqui é sintática). 117 Aqui mostraríamos que no corpus paulinium, há quase duas vezes mais preposições + construções nominais anarthras que preposições + artigos + construções nominais (1107 para 599). Quando ttlotlç é o objeto, a diferença é igualmente maior (40 para 17). 118 Veja depois discussão no capítulo sobre artigos.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
116
O argumento gramatical para o gen. objetivo, neste caso, é fraco.119 2) A favor do gen. subjetivo, é dito que "Pistis seguido pelo genitivo pessoal é muito raro; mas quando ele aparece é quase sempre seguido pelo genitivo não objetivo... ."120 Isto tem muita base (going for it), mas ainda envolve certa fraqueza. Há dois ou três exemplos claros de ttlotlç + gen. objetivo pessoal no NT (Mc 11:22; Tg. 2:1; Ap.2:13), assim como dois exemplos claros envolvendo um substantivo gen. impessoal (Cl 2:12; 2 Ts 2:13). No entanto, o uso predominante no NT é com um gen. subjetivo.121 Pragmaticamente falando, se a visão do gen. subjetivo é correta, estes textos (Quer ttlotlç seja traduzido "fé" ou "fidelidade")122 argumentam contra uma Cristologia implicitamente docética."123 Além disso, a fé/fidelidade de Cristo não é uma negação da fé em Cristo como um conceito Paulino (visto que a idéia é expressa em vários contextos iguais, somente com o verbo iucjtcÚG) e não com o substantivo), mas implica que o objeto da fé é um objetivo digno, pois ele mesmo é fiel. Embora a questão não seja resolvida via gramática, no pêndulo de considerações gramaticais parece ser a favor da visão gen. subjetivo
2.
Genitivo Objetivo a.
Definição O gentivo substantivo funciona semânticamente como objeto direto da idéia verbal implícita no substantivo principal. Isto é comum no NT.
119 Dunn ("Once More," 732-33) oferece quatro passagens nas quais vê o genitivo subjetivo, mostrando que, pelo contrário Rm 3:22, et al., envolve um ttlotlç articular (Rm 3:3; Tg 2:1; Ap 2:13; 14:12). O que ele, contudo, não menciona é que não somente há muitos textos altamente debatíeis, ou antes, a maioria certamente são exemplos de genitivo objetivo (Tg 2:1; Ap 2:13; 14:12) - mas, em cada um deles, ttlotlç é o objeto direto e, portanto, quase sempre articular. No mínimo, esperaríamos um artigo com ttÍ o t lç quando uma fé particular está em vista. 120 Howard, "The 'Faith of Christ'," 213. 121 Cf. Mat 9:2, 22, 29; Mc 2:5; 5:34; 10:52; Lc 5:20; 7:50; 8:25, 48; 17:19; 18:42; 22:32; Rm 1:8, 12; 3:3 (aqui, "a fidelidade de Deus"); 4:5, 12, 16; 1 Co 2:5; 15:14, 17; 2 Co 10:15; F1 2:17; Cl 1:4; 2:5; 1 Ts 1:8; 3:2, 5, 10; 2 Ts 1:3; Tt 1:1; Fm 6; 1 Pd 1:9, 21; 2 Pd 1:5. Além da fórmula ttlotlç Xpiaroú em Paulo, At 3:16 e Ap 14:12 são também debatíveis. F11:27 ("fé do evangelho") também é ambíguo. 122 Longenecker sugere que "fidelidade" é uma tradução melhor, desde que abrange ambos os conceitos e ajusta-se melhor com a teologia de Paulo ("Gallatians 2.15-21 and Beyond," 4, n. 14). 123 Hays, "IIISTIS and Pauline Christology," 728.
Genitivo: verbal (objetivo) b.
117
Chave para Identificação Quando um substantivo for suspeito, tente converter a forma nominal do verbo ao qual o genitivo está relacionado para uma forma verbal e transfor me o genitivo em objeto direto. Assim, por exemplo, "um demonstração de sua justiça" em Rm 3:25 torna-se "manifestar a sua justiça." Um método mais simples e menos tolo de prova é substituir a preposição de por para, a cerca de, concernente a, em torno de, ou às vezes contra.
c.
Semântica/Amplificação 1) Esta categoria é léxico sintática, i.e, ela se relaciona com um significado lexical específico com uma das palavras envolvidas (neste caso, o subs tantivo principal). O subsantivo principal, que é aqui chamado de uma "forma nominal do verbo" 124 deve ter uma idéia verbal implícita. Pala vras tais como "amor", "esperança", "revelação", "testemunho" e "pa lavra", pode implicar, em um dado contexto, um idéia verbal. A pers pectiva deve, naturalmente, ser à partir do Grego e não de outra língua: "King", por exemplo, não tem um cognato no inglês (não há nenhum verbo "to king) mas tem no Grego, assim como no português "rei" tem "reinar" (potoiA.eC)!; tem PaoiAe-óco). 2) O genitivo objetivo, em toda a sua natureza, pode ocorrer em menos tipos de construções que o genitivo subjetivo. Isto é devido à força se mântica de ambos: um sujeito pode tomar um verbo ou transitivo ou intrasitivo,125 enquanto um objeto somente pode ser objeto de um ver bo transitivo. Segue-se, então, que um genitivo objetivo somente pode ocor rer com formas nominais do verbo que implicam em um verbo transitivo.126 3) Onde o genitivo objetivo e subjetivo ocorrerem nas mesmas constru ções, e portanto permitir interpretações semanticamente opostas, o subs tantivo principal implica um verbo transitivo. Isto é, sem dúvida, o tipo mais freqüente de substantivo verbal. Em um dado contexto, "amor de Deus" poderia significar "o meu [o seu/o dele] amor por Deus" (objeti vo) ou " O amor de Deus por mim [você/eles]". Visto que os aspectos léxico-sintático nestes exemplos são idênticos, o apelo deve ser feito ao contexto, ao uso do autor, e às questões exegéticas mais amplas.
124 Não deve ser confundido com um infinitivo, que é sintaticamente uma forma nominal do verbo. A expressão usada aqui é um título lexical. 125 Também pode tomar um verbo equativo, mas o genitivo subjetivo não será usado em tais construções. Greek expresses such ideas with predicate genitives and with appositional genitives. 126 Assim, em f) Tíapouoía toO Xpioxot) ("o retomo de Cristo") o genitivo não pode ser objetivo, porque a idéia verbal não é intransitiva. Mas, é possível que estejamos diante de um genitivo subjetivo ("[quando Cristo retomar"). Lc 6:12 apresenta uma interessante exceção dentro dessa discussão: if| TTpoofUxÇl toí) Geoü significa "oração a Deus" (o genitivo é, logo, genitivo objetivo, porém depois de um nome verbal intransitivo). Igualmente, aqui, alguns escribas não ficavam confortáveis com essa construção (D, ib1omite toí) 9eou). Cf. também At 4:9; talvez Mt 1:12 (ainda que BapiAcivoç seria um genitivo de destino).
118
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Genitivo Subjetivo Deus ama | X
amor de Deus
/
= Genitivo Objetivo
amor /
X de Deus
ama |Deus
=
Diagrama Sintático
Diagrama Semântico
Quadro 12 Diagramas do Genitivo Subjetivo e Objetivo 127 d. Ilustrações128 1) Exemplos Claros Mt 12:31
i] ôè toü TTveúpatoç pA.aa4>T)pía oúk àcj)e0r|aeTai mas a blasfêmia do Espírito não será perdoada (= "blasfêmia contra o Espírito" ou "blasfemando ao Espírito")
Lc 11:42
o ím
ò p lu
t o iç
Ía p io a ío iç,
otl
. . . TrapépxcoQ e x q v K p ía iu K a l Tqv
à Y á trriv t o ô 0eoü
Ai de (contra) vós Fariseus! Pois tende negligenciado a justiça e o amor por Deus! Rm 3:25
ôv irpoéGexo ò 0eòç . . . elç euõr l£iv xfjç ôiK
127 Note que essa equivalência semântica não é exata. Uma construção N-Ng simplesmente não pode ser convertida em uma construção de S-V-O, porque uma é uma frase nominal e a outra é uma oração desenvolvida. Assim, "o amor de Cristo me constrange" simplesmente não pode ser convertido em "Cristo me ama, constrangendome" ou "eu amo a Cristo que me constrange", pois não faria sentido. A frase "eu amo a Cristo/Cristo me ama" ainda conserva algo de nominal. No exemplo, "o fato de que Cristo me ama me constrange" faria sentido como também "o fato de que eu amo a Cristo me constrange" (entretanto algo da carga semântica perde-se). Cada situação é diferente, porém. Lembre-se de que uma frase nominal não pode simplesmente ser transformada em uma oração. Alguns ajustes precisam ser feitos. 128 Ligeiramente, diferente é a expressão em Rm 1:19 (xò yucooTÒv toü 0eoO), "o que é conhecido de Deus" não é diretamente igual a "o fato de conhecer Deus". A terminação passiva do adjetivo não permite que essa frase seja considerada como um genitivo objetivo. 129 É possível desenvolver esse verso para a frase: "Deus expõe a Jesus Cristo publicamente para demonstrar que Ele é justo".
Genitivo: verbal (plenário)
119
yàp eyyco voõv K u p ío u ; riauioO èy éu eT o ; Porque quem conheceu a mente de Deus, ou quem se tornou seu conselheiro? A força desta expressão é "quem tem aconselhado Deus?"130
Rm 11:34
tlç
1 Pe 3:21
Kal úpâç . . . vúv acé(ei pátritopa, oú aapKÒç ânóOeoLÇ púiTOU
Agora também vos salva o batismo, não como a remoção da imundícia do corpo A força semântica desta sentence é: "Agora também vos salva o batistmo. Eu não estou falando acerca do tipo que remove a imundícia da carne. . . Quer dizer que, não há valor salvífico para a água em si. Há dois genitivos relacionados a áiróGeon; (remoção), púrroí) (imudícia) e oapKÓç (came, ou aqui, corpo). Um é objetivo, o outro é um gen. de separação. Cf. também Mc 11:22; Lc 22:25;131 At 2:42; Rm 2:23; 13:4; 1 Co 15:34; 2 Co 9:13; Ef 4:13; Cl 1:10; Hb 4:2; 1 Pe 2:19; 2 Pe 1:2. 2) Exemplos Disputados Rm 8:17 (veja discussão mais tarde); Jo 5:42; 1 Pe 3:21 ("a ressurreição de Cristo").132 Veja também discussão no "Genitivo Subjetivo" da fórmula ttlotlç X p lotou e as várias passagens envolvidas.
3.
Genitivo Plenário a.
Definição Um substantivo no genitivo é tão subjetivo quanto objetivo. Em muitos ca sos, o subjetivo produz a noção do objetivo. Embora muitos gramáticos não gostariam de ver um caso funcionando em um sentido de dupla obrigação, Zerwick astutamente aponta que "na in terpretação do texto sagrado, porém, devemos ter cuidado para que não sacrifiquemos a clareza do significado à parte da plenitude do significa do."133 Somente se tratarmos a linguagem bíblica como parte de uma clas se específica em si (em que não se deve empregar trocadilhos, e coisas se melhantes) pode negar uma categoria como esta. Pode ser que os exemplos
130 y ej a discussão desse texto abaixo na seção "Genitivo de Associação" onde a idéia de associação é rejeitada segundo análise léxica. 131 Isso igualmente poderia ser classificado como um genitivo de subordinação ("reis dos gentios"). 132 A questão aqui e em expressões similares é se devemos entender isso como "Cristo ressuscitou [dos mortos]" ou como "[Deus] ressuscitou a Cristo [dos mortos]." Ambos são ensinados no NT - Cristo é considerado como um participante ativo de sua própria ressurreição (cf. Jo 2:21 e nossa discussão do texto na seção "Genitivo de Aposição"). 133 Zerwick, Biblical Greek, 13 (§39).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
120
abaixo não se encaixem o gen. plenário, mas isto não nega a possibilidade deste uso.134 A grande questão em jogo aqui não é a exegese de uma passagem específi ca, mas como abordamos a exegese como um todo, assim como abordamos a Bíblia. Quase universalmente, quando um determinado genitivo está em questão, os comentaristas começam sua investigação com um pressuposto subjacente que a decisão precisa ser feita. No entanto, tal abordagem pres supõe que não pode haver nenhuma ambigüidade intencional ou signifi cado preconcebido à parte da pessoa que fala. Mesmo se isto acontecer em outro lugar na linguagem humana (universalmente, eu creio, mesmo que seja um tanto raro em várias culturas), porque é que tendemos a negar tal opção aos escritores bíblicos? b. Chave para Identificação Aplicar simplesmente as "Chaves" usadas para os genitivos subjetivo e objetivo. Se ambas as idéias parecerem se encaixar em uma dada passagem, e não contradizer, ao contrário, complementar~se mutuamente, então há grande possibilidade que o genitivo em questão seja um genitivo plenário. c.
(Possíveis) Ilustrações
2 Co 5:14
A p 1:1
t) yàp áyáiTq xofi Xpiaxoü ODveycv fpâç Porque o amor de Cristo nos constrange Aqui muitos protestantes consideram este genitivo como subjetivo, en quanto outros o consideram objetivo. No entanto, é bem possível que ambas as idéias foram pretendidas por Paulo.135 Ficando assim, "O amor que vem de Cristo produz nosso amor por Cristo - e isto [o bojo inteiro] nos constrange." Neste exemplo, então, o subjetivo produz o objetivo: "o amor de Cristo por nós, o qual em troca motiva e capacita nosso amor por ele, nos constrange."136
eôwKev aúxcâ ó 6eóç, õetçca xoiç
õoúA.oiç ccúxoü
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos Este é o título que João deu a sua obra. E a revelação que vem de Cristo 134 Uma das razões porque muitos gramáticos do NT têm se reservado na aceitação dessa categoria é devido a sua identidade protestante. A tradição protestante de um significado singular para um texto (o qual, historicamente, foi uma reação ao significado quádruplo empregado na Idade Média) foi fundamental em seu pensamento. Porém, a pesquisa bíblica atual reconhece que um determinado autor pode, às vezes, ser intencionalmente ambíguo. Os exemplos de duplo sentido, o sensus plenior (definido de modo conservador), trocadilhos, e jogos-de-palavras no NT, enfim tudo contribui com essa visão. Significativamente, dois dos melhores comentários no Evangelho de João são de autoria católica (Raymond Brown e Rudolf Schnackenburg). Além disso, o Evangelho de João, mais que qualquer outro livro no NT, possui duplo sentido. A tradição protestante impediu até certo ponto de que seus advogados percebessem isso. Mas agora, uma perspectiva protestante veio a tona com o trabalho de Saeed Hamidkhani, "Revelation and Concealment: The Nature, Significance and Function of Ambiguity in the Fourth Gospel" (Ph.D. thesis, Cambridge University, to be completed in c. 1996). 135 y e ja Spicq, "L'étreinte de la charité," Studia Theologica 8 (1954) 124; cf. também comentado por Lietzmann, Alio, loc. cit.
121
Genitivo: adverbial
ou a que é acerca de Cristo? Em 22:16 Jesus diz a João que sen anjo foi aquele que proclamou a mensagem do livro a João. Assim, o livro é certamente uma revelação de Cristo (por isso, nós podemos ter um gen. subjetivo em 1:1). Mas a revelação é supremamente e no final das con tas acerca de Cristo. Neste caso, o gen. em 1:1 pode bem ser um gen. objetivo. A questão é se o autor tinha a intenção de ambos em 1:1. Des de que este é o título de seu livro - pretendia descrever o todo da obra pode ser um gen. plenário. Rm 5:5
r| áyáTtri toO 0eot> cKKcyxnai êv xcâç Kapôíaiç ppcov õià Tíncópccroç àyíOU TOÍ) ÔO0ÉVTOÇ TJjllV o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado Muitos comentaristas antigos interpretaram este genitivo como objeti vo (e.g., Agostinho, Lutero), enquanto a maioria dos comentaristas mo dernos o vêem como subjetivo (Dunn, Fitzmyer, Moo, Kásemann, Lagrange). É verdade que o contexto é claramente acerca do que nós temos feito por Deus. Assim, as considerações contextuais parecem in dicar que o gen. é subjetivo: "O amor que vem de Deus é derramado em nosso coração." Porém, o fato que este amor tem sido derramado em nosso coração (como oposto a um simples sobre nós ou em direção a nós) sugere que tal amor é a fonte para um amor recíproco. Desta for ma, o gen., pode também ser objetivo. A idéia, então, deveria ser: "O amor que vem de Deus e que produz nosso amor por Deus é derramado em nosso coração através do Espírito Santo que nos foi outorgado."
Cf. outros exemplos possíveis, Jo 5:42; 2 Ts 3:5; e muitos exemplos de cvuyyckiov 0eoü (Mc 1:1, 14; Rm 1:1; 15:16; 1 Ts 2:2, 8, 9).
D. Genitivo Adverbial Este uso do genitivo se assemelha em força a um advérbio. Frequentemente este uso do genitivo tem a força de uma locução prepositiva (que, naturalmente, é semelhan te em força a um advérbio). Assim, o genitivo normalmente estará relacionado a um verbo ou adjetivo e não a um substantivo. (Mesmo em exemplos onde ele depende de um substantivo, há muitas vezes uma idéia verbal implícita no substantivo.
136 áy^irri Bcoú Xpiaxoü é usado no NT tanto objetiva (cf. Lc 11:42; 1 Jo 2:5,15; 5:3), como subjetivamente (cf. Rm 8:35, 39; 2 Co 13:13; Ef 3:19; 1 Jo 4:9). Em alguns textos, porém, é difícil fazer essa distinção (e.g., Rm 5:5; 2 Co 5:14; 2 Ts 3:5 [onde o contexto anterior sugere um genitivo objetivo, contudo o contexto posterior, um genitivo subjetivo. Jd 21 é similar]; 1 Jo 3:17; igualmente Jo 5:42 [veja Robertson, Grammar, 499]). Não assumimos aqui, como fazem muitos comentaristas (e.g., Meyer, Plummer, Fumish, Thrall), que essa expressão nunca é, aparentemente, objetiva no corpus paulinum, uma vez que ela ocorre somente sete vezes em todo esse corpus, três dos quais se encontram em textos debatíveis! Logo, essa opinião é também debatível.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
122
1.
Genitivo de Preço ou Valor ou Quantidade [por] a.
Definição O substantivo no genitivo espedfica o preço pago por ou valor avaliado por a palavra com a qual ele está relacionado. Este é relativamente raro no NT.
b. Chave para Identificação Substitua a preposição de pela preposição por (respondendo a questão, "Quanto?"). Lembre-se também que o substantivo no genitivo é uma palavra monetária/material, e se relaciona com um verbo (uma vez ou duas vezes com um substantivo) que é colorido lexicalmente (i.e., muitas vezes envolvendo a noção de comprar, vender, avaliar, etc., tal como áyopá(co, TTl.TTpáoKCn), TTOoAitO). c.
Ilustrações
M t20:13
01)^1 õquapíou owe.<\)Wvr)oáç poi; não combinaste comigo [trabalhar] por um denário? A noção lexical de preço é às vezes implícita somente, como é o caso aqui.
Jo 6:7
ôicckoolqv
ÔT)vapío)v> apxoi
ouk
ápKOÔaiv aírcolç
o valor de duzentos denários de pão, não é suficiente para eles Este é um exemplo incomum do gen. de preço relacionado a um substantivo (cf. também Ap 6:6). At 7:16
tcô
pvrpcai tp còvqaocTO 'APpaàp
àpyupíou
o sepulcro que comprara Abraão por uma [certa] quantia de prata 1 Co 6:20
f|yopáa9qt€ yàp Tqjqç Porque fostes comprados por preço
Estas são muitas das referências remanescentes: Mt 10:29; 16:26; 20:2; 26:9; Mc 6:37; 14:5; Lc 12:6; Jo 12:5; At 5:8; 22:28; 1 Co 7:23; Hb 12:16; Jd l l . 137
►2.
Genitivo de Tempo (dentro do qual ou durante o qual) a.
Definição O substantivo no genitivo indica um tipo de tempo, ou tempo dentro do qual a palavra com a qual ele se relaciona ocorre. O caminho mais fácil para lembrar o genitivo de tempo (de modo aposto ao dat. e acus. de tempo) é relacionar o genitivo de volta a sua importância basal. O genitivo é o caso de qualidade, atributo, descrição, ou tipo.138Assim, o genitivo de tempo indica o tipo de tempo. (Este uso não é muito comum,
137 Rm 3:1 ("valor da circuncisão") não aceitamos essa categoria, pois o nome genitivo nunca indica preço ou valor
123
Genitivo: adverbial (tempo)
mas pode ser experado com frequência com palavras que lexicalmente envolve um elemento temporal.139) b. Chave para Identificação Lembre-se que o substantivo no genitivo expressa uma indicação de tempo. O de muitas vezes torna-se durante ou em ou dentro da. c.
Amplificação/Semântica Quando o simples genitivo (i.e., sem uma preposição) é usado para tempo, ele expressa o tipo de tempo. Porém, com f-K ou àiró o significado é muito diferente - com ênfase posta sobre o começo (cf., Marcos 9:21- f k muòióOey ["desde a juventude"]).140 Esta não é uma confusão dos usos do caso - um indicando tempo dentro do qual e o outro indicando a extensão do tempo. A classificação de um genitivo indicando um elemento temporal que segue 6K ou ccrró é propriamente "objeto da preposição" A preposição então precisa ser classificada. O genitivo de tempo, as dissemos, coloca ênfase sobre o tipo de tempo em vista. Um autor tem a escola de três casos para indicar tempo: genitivo, dativo, acusativo. Falando de forma geral, a força semântica deles são, res pectivamente: tipo de tempo (ou tempo durante o qual), ponto no tempo (respondendo a questão, "Quando?", e extensão de tempo (respondendo a questão, "quanto tempo?"). Estes casos devem ser cuidadosamente obser vados a fim de ver qual ponto um autor está tentando fazer - um ponto não sempre traduzido para o português facilmente.
d. Ilustrações Lc 18:12
nr|otcú(j) õlç toü oappátou Eu jejuo duas vezes por semana A idéia é que os Fariseus jejuavam duas vezes durante a semana.
Jo 3:2
rjA.9ev mpòc; aútòv
vuktoç
Ele veio ter com ele durante a noite Tivesse o evangelista usado o dativo, o ponto deveria ser que Nicodemos veio em um ponto particular na noite. Com o gen., porém, a ênfase está sobre o tipo de tempo no qual veio Nicodemos ver o Senhor. O escritor do evangelho põe grande ênfase entre trevas versus luz; o gen. para o 138 Estamos nos referindo, é claro, ao sistema de oito casos. Esse é um dos lugares onde o sistema de oito casos parece útil, ou seja, ele possui certo tipo de uso pedagógico, ainda que seja linguisticamente (no mínimo, no ponto de vista sincrônico) falho. 139 Ainda que copa; nunca seja usado no NT. 140 Isto mostra a falácia do amontoamento dos usos de 'preposição + caso' com 'os simples usos dos casos' (uma prática seguiu em algumas gramáticas intermediárias de grego). A preposição não deixa explícito o significado do caso; nesse exemplo, ck + genitivo indica origem ou separação, enquanto o genitivo simples indica tipo. Mas não há nenhum uso de genitivo simples com tempo indicando origem. Essa idéia requer o uso de uma preposição. Cf. F11:5, por exemplo: (Íttq tí); TTptiiTqç qpépaç
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
124
tempo lança luz aqui. Podemos pelo menos dizer que Nicodemos não está em boa luz (contraste João 19:39)! 1 Ts 2:9
vuktoç
Kal fpépaç épYa(ó|ievoi
trabalhando noite e dia Paulo não está sugerindo aqui que ele e seus companheiros estavam trabalhando 24 horas entre os tessalonicenses, mas que eles trabalha ram tanto durante o dia quanto durante a noite. A ênfase não está na duração, mas no tipo de tempo no qual eles laboriaram. 141 Ap 21:25
Kal ol iTUÀcjyeç aúxqç ov p/q KÀ.eia0(ôaiv fpépaç e os seus portões jamais serão fechados durante o dia
Cf. também Mt 2:14; 14:25; 24:20; 28:13; Mc 6:48; Lc 2:8; 18:7; Jo 11:9, 49; At 9:25; 1 Ts 3:10; 1 Tm 5:5; Ap 7:15.
3.
Genitivo de Lugar/Espaço (no qual) a.
Definição O substantivo no gentivo indica o lugar dentro do qual o verbo com o qual ele está relacionado ocorre. Este uso é raro no NT e deve ser sugerido so mente se nenhuma outra categoria se encaixar.
b.
Chave para Identificação Troca-se a palavra de por em,ou às vezes através de.
c.
Semântica Semelhante ao genitivo de tempo, este uso focaliza o tipo ou qualidade (o contrário do dat., que focaliza um ponto ou local específico).
d.
Ilustrações
Lc 16:24
népijfov Aáçapou 'iva páijiq x ò aKpov toü ÕaKxúÀou auxoü üôaxoç manda Lázaro que molhe a ponta do seu dedo em água
Lc 19:4
eKeívqç rpe/lÀeu ôiep^eoBai por ali ele havia de passar [atravessar] Aqui "atravessar" é a tradução tanto da preposição como prefixo do verbo quanto a nuancia do gen.
Fp2:8
yenópevoç i>TTf|K00ç pé/pi Oaváxou, Gaváxou ôè oxaupoü tomando-se obediente até a morte, e morte em uma cruz E ste é u m exem p lo p ossível: p od eria igu alm en te se e n caixar sob o gen. de
141 A mesma ênfase parece ser vista em Ap 4:8. É bom acrescenta-se isso que a adora ção das quatro seres viventes continuou sem cessar. É possível que a expressão " dia e noite" seja uma frase estereotípica que perdeu suas originais nuanças gramaticais. Algo similar ocorre em Ap 20:10.
Genitivo: adverbial (meios)
125
meios ("por meio de uma cruz") ou, melhor, produção ("causada por uma cruz"). Veja discussão acima e abaixo. Cf. também 1 Co 4:5; 1 Pe 3:4 (ambos metafórico) para outros exemplos possíveis.142
4.
Genitivo de Meios [por] a.
Definição O substantivo no genitivo indica os meios ou instrumentalidade pela qual a ação do verbo (implícito no substantivo principal [ou adjetivo] ou explícito no verbo) é cumprida. Ele responde a questão "Como?" Este uso é raro. (Com a preposição I k é muito mais comum, mesmo que tecnicamente não seja um gen. de meio por causa da presença da preposição).
b. Chave para Identificação Muda-se o de pelo por. Este será seguido por um substantivo no caso genitivo que é impessoal, ou pelo menos concebido como tal. c.
Semântica/Amplificação O genitivo de meio parece ser, às vezes, levemente próximo a uma idéia causai que um dativo de meio tem (o dat. é o caso normal usado para indi car meio).143 A construção ck + genitivo é usada com mais frequência para meio que o simples genitivo.
d. Ilustrações R m 4 :ll
xf|ç òiK(uoaúur|ç tfjç níoxecaç A justiça por [meio de] fé
1 Co 2:13
a kocI ÀaÀoüpeu ouk kv ôtôaKTOtç áuGpamvriç oo(|)íaç Àóyotç as quais falamos-não em palavras ensinadas por sabedoria humana
Tg 1:13
ó yàp 9eòç áxetpaaTÓç éotiv KaKcâv
pois Deus não é tentado pelo [por + o] mal Fp 2:8
Gavcruou õè oxaupoô Morte por [meio de] uma cruz Este é um exemplo duvidoso. O genitivo aqui poderia, ser de lugar, seria melhor, de produção.
142 F12:10 deve também encaixar-se aqui (irâv yóvu Küi|ii];r| ÈTíoupaviwv Kal éTTLyeícov Kal Kara^Govícof) - logo temos a leitura, "se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra". Todavia, é mais comum que os genitivos sejam possessivos, referindose a esses cujos joelhos estão curvados. 143 Note, e.g., At 1:18 (€Kif|oato xwpíov ék gLO0oO tfjç àôiKÍaç) onde o genitivo conota "adquiriu um campo com o preço da iniqüidade". É difícil distinguir entre causa e produção aqui.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
126
5.
Genitivo de Agência [por] a.
Definição O substantivo no genitivo indica o agente pessoal por meio de quem a ação em vista é realizada. Ele quase sempre se relaciona com um adjetivo verbal que é muitas vezes usado como um substantivo e tem terminações tipicamente passivas -toç. O uso é razoavelmente raro.
b. Chave para Identificação Fique esperto com o adjetivo muitas vezes terminado em -toç, seguido por um subsantivo pessoal no genitivo. Troca-se o de pelo por. Desta forma, e.g., õiôaKtòç 0eoO, "ensinado de Deus," fica "ensinado por Deus." Procura com binações tais como áycnTiyuóç + genitivo, ôlôocktoç + genitivo, ckàgktÓç + genitivo. c.
Estrutura e Semântica O genitivo normalmente se relacionará com um adjetivo que (a) é subsantivado (i.e., no lugar de um substantivo), (b) termina em - t o ç , e (c) implica em uma idéia passiva.144 O g e n itiv o d e a g ê n c ia é m a is p r ó x i m o e m f o r ç a a Ú ttÓ +
o
g e n itiv o
(e x p re s s a n d o a g e n te ú ltim o ) q u e c o m õ t á + o g en itiv o (e x p re s s a n d o a g e n te in te rm e d iá rio ).
d. Ilustrações 1) Exemplos Claros Jo 18:16
ó pa0r|Tr)ç ò iíkXoç, ó yutootòç toO ápxiepétóç145 O outro discípulo que era conhecido pelo [por+o] sumo sacerdote
Jo 6:45
eoouToa TrávTcç õlôccktoI 0eoO todos serão ensinados por Deus
Rm 1:7
ttkolu tolç ouoiv kv ' Pcágr] áycciTqTolç 0eoO146 a todos que estão em Roma, amados por Deus
Rm 8:33
tíç èyKaA.éoeL «cruà eKÀeKTGJU 0eoô; Quem intentará acusações contra os eleitos por Deus?
144 Veja BDF, 98 (§ 183) para uma útil e sucinta abordagem. Contudo, BDF apresenta duas exceções para tríplice regra: (1) em 1 Co 2:13, o adjetivo modifica um nome; (2) em Mt 25:34, um particípio perfeito passivo (em lugar de um adjetivo) é usado com um genitivo. Mas Jo 6:45 também é uma exceção, envolvendo um predicativo do objeto. Assim também é Jo. 18:16 que tem um adjetivo atributivo. 145 Essa leitura é encontrada em BC * L et pauci; ó aXloç oç rjv yvcootòç tg) ápxicpet é encontrado em S A C 2 Ds W Y T A 0 A II T _fT 13 33 Byz. 146 év àyáiTTi Oeoü é encontrado em G et pauci.
Genitivo: adverbial (referência) 1 Co 2:13
127
kv ÔIÔOCKTOLÇ TTVeÚpaTOÇ em [palavras] ensinadas pelo [por +o] Espírito
2) Exemplos Disputados Rm 1:6
6.
kv olç éoxe kcíÍ úpelç KÀqxol 'ItjooÍ) XpiotoO através de quem sois também chamados por Jesus Cristo À luz do paralelo estrutural com v. 7 (áyairriToi Oeoü), é possível que esta expressão indique agência. Outra possibilidade é que seja um gen. possessivo: asss, "chamados para pertencerdes a JesusCristo".147 Primeiro, só raramente no NT é dito que Cristo faz o chamamento dos santos.148 Segundo, agência última está normalmente sob consideração pelo gen. de agência, enquanto só rara vezes Cristo é considerado ser o agente último.149 Terceiro, não freqüente encontrar um gen. possessivo depois de um adjetivo terminado com -toç, especialmente em Romanos.130 A sintaxe não resolve este problema de qualquer forma, mas pelo menos ajuda a colocar sobre a mesa algumas das evidência para cada posição.
Genitivo Absoluto Veja abaixo "Particípios Circunstanciais."
7,
Genitivo de Referência [com respeito a] a.
Definição O substantivo no genitivo indica que em referência ao que o substantivo ou adjetivo com o qual ele se relaciona é verdadeiro. Este uso não é comum.
b. Chave para Identificação Substitua a palavra de por com referência a, com respeito a. c.
Amplificação Este genitivo comumente modifica um adjetivo (embora raramente ele estará conectado a um substantivo), e como tal sua força de advérbio é auto-evidente. O genitivo limita a estrutura de referência do adjetivo.
147 Veja BDF, 98 (§183); NRSV. Contrário a essa posição, veja Cranfield, Romans (ICC) 1.68, o qual chama o ponto de vista possessivo de "doutrinário". 148 O chamado dos apóstolos (e.g., em Mt 4:21) é diferente. Mas cf. Mt 9:13. 149 Contudo esse argumento não é tão incontestável quanto poderia ser à luz de 1 Co 2:13 (onde TiveOpa indica agência). 150 Cf., e.g., Rm 1:20, 21; 2:4, 6:12; 8:11; 9:22; para exemplos não claros, cf. Mt 24:31; Lc 18:7; Rm 2:16; 16:5, 8, 9. Alguns desses exemplos deve também pertencer a outra categoria, porém é profundamente disputável que eles, no mínimo, sejam possessivos e não indique agência. Por outro lado, todos os exemplos claros envolvem o pronome possessivo, exceto Rm 1:6.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
128
Todos os casos oblíquos, assim como o nominativo (conhecido como nom. pendente), pode ser usado para indicar referência. Sem dúvida o mais comum é o dativo de referência. O genitivo de referência é o menos comum. d. Ilustrações 1) Com um Adjetivo Hb 3:12
KKpôía TTOvripà àiuaxíaç um coração perverso com referência a incredulidade
Hb 5:13
nâç ykp ó pexéxtav yáÂaKXOç auetpoç A.óvou ÔLKocLoaúvqç porque todos que se alimentam de leite é inexperiente com referência à palavra da justiça 2) Com um Substantivo
Mt 21:21
ou [ióvov xò xfjç ouKÍjç 7T0ir|0cxe não somente fareis o que foi feito com referência a figueira
Cl 1:15
oç eoxiv. . . upooxóxoKOç toot|ç Kxíoewç o qual é . .. o primogênito com referência a toda criação As outras possibilidades são partitivo e subordinação. Se fosse partitivo, a idéia seria que Cristo foi parte da criação, i.e., um ser criado. Paulo, porém, deixa claro em toda essa epístola que Jesus Cristo é o supremo Criador, Deus em carne - e.g., cf. 1:15a, 2:9. Na seção em que este verso se encontra, 1:9-20, ele dificilmente poderia ser mais enfático acerca da divindade de seu Senhor.151 No entanto, um gen. de subordinação é, com toda probabilidade, a melhor opção (veja discussão deste texto logo no começo).
8.
Genitivo de Associação [em associação com] a.
Definição O substantivo no genitivo indica aquele a quem o substantivo com o qual ele permanence associado. Este uso é um pouco comum, mas somente em certas colocações (veja abaixo).
b. Chave para Identificação Troca-se o de por com, ou em associação com. c.
Amplificação e Significância O substantivo principal a que este tipo de uso genitivo é conectado é normalmente prefixado ouv-, Esses substantivos compostos naturalmente
151 Um dos argumentos para a deidade de Cristo é ratificada aqui por um hino (1:15 20). Hinos eram entoados para divindades, não para meros mortais. Cf., e.g., R. T. France, "The Worship of Jesus-A Neglected Factor in Christological Debate?" VE 12 (1981) 19-33.
129
Genitivo: adverbial (associação)
emprestam a si mesmo à idéia associada. Também, alguns substantivos e adjetivos já envolvem a idéia lexical de "em associação com" e assim, pode tomar um genitivo de associação sem cuv- prefixado a eles. Este uso tem peso exegético particular nas cartas paulinas, pois ele muitas vezes explicitam algumas ramificações da formula kv Xpiotcã (visto ser dito que os crentes estão em Cristo, por causa de sua conexão orgânica com ele,152 eles agora se associam com ele de muitas e profundas formas).153 d. Ilustração 1)
Exemplos Claros
Mt 23:30
ouk aaúxcôv kolvcouoI kv tu aípaxi xãv tTpo^qtüu154 não teríamos comungado com eles no sangue dos profetas Este é um dos exemplos menos freqüentes envolvendo um substantivo/ adjetivo não prefixado por ocv-.
Rm 8:17
el
õè
T e K v a , K al KÀqpovópoi K Àqpovópoi
pèu
Geoü, o u y K À q p o v ó p o L
Ô€ XpLOTOÜ
mas se somos filhos, [somos] também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo O primeiro gen. (Geoô) pode ser ou possessivo (Deus deveria então possuir os crentes) ou objetivo (o crente herda a Deus). O segundo gen., porém, segue um substantiv ouv-, e a herança que o próprio se alegre também em pertencer aos crentes por causa da sua associação com ele. Ef 2:19
ecxè c u p iro l i x a i tcâu à y íc a u
sois concidadãos dos santos Ef 5:7
pq oív yívecGe cuppéxoxoi aútúv Portanto, não vos tomeis participantes com eles
Cl 4:10
'ApLOtap/oç ò auuaixpáÂutóç pou Aristarco, prisioneiro comigo
Ap 19:10
Kal cueca epupooGev tcòv iroõcôv aúxou iTpooKuvqaai aúxop. Kal Àéyei p o i, ‘'Opa pq oúuóouÀóç ooú e lp i
E eu cair diante dos pés [do anjo] para adorá-lo. E ele me disse, "Veja não faças isso! Sou servo contigo" A reação do anjo para com a veneração do profeta a ele foi muito dife rente da reação de Jesus quando da exclamação de Tomé, "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20:28). Enquanto que o anjo a rejeitou porque ele e
152 E não só sua conexão legal ou forense: cf. especialmente Rom 5 onde ambas as conexões (a forense e orgânica) são feitas. 153 Cf. É muito comum encontrarmos verbos compostos com a preposição ow- seguidos por um dativo no corpus paulinum. 154 aütcôv é omitido em 0 E et pauci.
130
Sintaxe Exegética do Novo Testamento João eram iguais no serviço de Deus, Jesus a aceitou da parte de Tomé.
Cf. também Mt 18:29, 31, 33; At 19:29; Rm 16:3; Fm 24. 2) Exemplos Disputados Fp 3:17
aun|J,Lpr|T
Rm 11:34
T íç yàp eyvw vovv icupíou; qaútou êyéueto; Porque quem conheceu a mente do Senhor; ou quem se tomou conselheiro com ele? Embora etimologicamente possível, o uso de oúppouÂoç tanto no grego clássico quanto no grego koinê significa simplesmente "consolador," não "conselheiro."155 O gen. deve ser considerado como objetivo ("quem tem aconselhado a Deus"), o ser de pensamento ainda mais perspicaz, pois o conselheiro hipotético não estar em igualdade com Deus, mas acima dele.
1 Co 3:9
Geoü yàp èopev auvepyoí porque de Deus somos cooperadores Aqui Paulo pode estar dizendo que ele, Apoio e Deus estão associado um ao outro na obra do ministério.156 No entanto, é melhor ver um elipse de "um ao outro" e ver 9co0 como um gen. Possessivo, (assim, "somos cooperados [um com o outro], pertencendo a Deus"). Contextualmente, o argumento nesta seção é muito explícito: Paulo e Apoio não são nada, mas Deus é aquele que comprou tanto a salvação quanto a santificação (vv 5-7). Sintaticamente, há outros exemplos de 0i)v- substantivos prefixados tomando um gen. de associação implícito enquanto que o gen. mencionado no texto funciona com outras capacidades^57- cf., e.g., Rm 11:17 (co-participantes [junto com os judeus crentes] da raiz); 1 Co 1:20; 9:23; Ef 3:6; 1 Pe 3:7. Assim, é provável que o apóstolo não esteja reivindicando que ele e Apoio são companheiros de Deus, mas seus servos.
155Contudo, muitos comentaristas o admitem simplesmente sem qualquer questionamento (e.g., Cranfield, Romans [ICC] 2.590-91). Por outro lado, o BDF parece assumir o oposto sem qualquer evidência (104, [§194.2]). Para ver alguns paralelos na literatura grega antiga, cf. Heródoto 5.24; Aristófanes, na obra Thesmophoriazusae 9.21; P Petr II. 13. 6.11. 156 Assim como Robertson-Plummer, I Corinthians (ICC) 58-59. Essa tese é mencionada frequentemente na literatura exegética sobre essa passagem. 157 Cf. também At 21:30 para ver algo similar, ou seja, um genitivo subjetivo depois de um nome com o prefixo ouv-, 158 Em 1 Ts 3:2 ambos os genitivos são usados: o de associação e o possessivo ("nosso irmão e cooperador de Deus"). Esse texto segue de perto as palavras e o pensamento de 1 Co 3:9. Cf. também F11:7.
Genitivo: depois de certos verbos (objeto direto)
131
E. Depois de Certas Palavras Há alguns usos do genitivo que não nitidamente não se enquadram dentro de qualquer uma das categorias acima. Ou, se eles realmente se enquadrassem em uma das categorias acima, eles estariam relacionados com uma palavra que não fosse um substantivo. Estes constituem um grupo amplo e amorfo conhecido como o uso do genitivo depois de certas palavras.
1.
Genitivo Depois de Certos Verbos (como um Objeto Direto) a.
Definição Certos verbos tomam um genitivo substantivo como objeto direto.
b. Chave para Identificação Alguns verbos caracteristicamente tomam um objeto direto no genitivo. Estes verbos comumente correspondem em significado a alguma outra função do genitivo, e.g., separação, partitivo, fonte, etc. Os usos predominantes podem ser agrupados em quatro tipos de verbos: sensação, emoçãoholição, repartição, decisão. Se todos os grupos de verbos fossem incluídos, eles poderiam se encaixar em nove categorias. BDF classifica esses verbos em 10 categorias (uma das quais, o gen. depois de certos verbos significando "encher, ser cheio de", nós classificamos um [gen. [verbal] de conteúdo): 1) Verbos de repartição ou participação e verbos com a idéia de um genitivo partitivo; 2) Verbos significando "tocar, segurar"; 3) Verbos significando "esforçar-se, desejar" e "alcançar, obter"; 4) Verbos significando "encher, ser cheio de" [que tenho alistado em outro lugar]; 5) Verbos de percepção; 6) Verbos significando cheirar; 7) Verbos significando "lembrar, esquecer"; 8) Verbos de emoção; 9) Verbos significando "governar, reger, sobrepujar"; 10) Verbos de acusar.159 c.
Clarificação e Importância Semântica Já tem sido apontado que esse genitivo objetivo direto geralmente implica em uma das funções do genitivo. Isto, em parte, é a importância semântica do genitivo objeto direto. Além disso, vários dos verbos que tomam o genitivo objeto direto também o acusativo objetivo direto. Assim, quando um autor tem uma escolha para o caso de seu objeto direto, o caso que ele escolher para expressar sua idéia pode ser importante.
159 y eja g£>p 93-96 (§§169-78) para uma lista desses verbos. Em lugar de apresentarmos listas e mais listas desses verbos em nossas notas de rodapé, o estudante é aconselhado a consultar BAGD sempre que desejar saber mais sobre certo verbo, desde que o genitivo é facilmente localizado no léxico.
132
Sintaxe Exegética do Novo Testamento d. Ilustrações Porque esta é uma categoria tão ampla, e devido ao uso liberal de um bom léxico facilmente revela este uso, somente uns poucos exemplos serão dados. 1) Sensação
Mc 5:41
Kpcmpaç rfjç x6lPÒÇ t o í ) t t c u ô ío u Aiyei aíiirj, TaÀiBa K oup Tomando a mão da menina, disse: "Talitá cumi!", Há uma nota de temura no gen., contrastado com o acus.: KpaTCG) + acus. Normalmente indica agarrando o todo de ou abraçando completamente (cf. Mt 12:11; 28:9; Mc 7:3; At 3:11), com freqüentes conotações negativas tais como agarrar ou detendo (cf. Mt 14:3; 18:28; Mc 3:21). Por contraste, xparéca + gen. é partitivo, com a implicação usual de um toque gentil (cf. Mt 9:25; Mc 1:31).160
Mc 7:33
ircúoccç pij/ato ifjç yXtáooTiç autoO depois de cuspir, ele tocou a língua dele ènrropou naturalmente toma um genitivo objetivo direto (exclusivamente no NT quando o significado é "tocar"161). A noção partitiva está imbu ída na força lexical do verbo. 2) Emoção/Volição
Lc 10:35
éTTi|ieÀr|9r|Ti, aútoü cuide dele
lT im 3 :l
et ziç CTTioKOTTÍjç ópéyeTcci, KaÀoO epyou ètuOupel. Se alguém aspira ao episcopado, boa obra deseja. Nada pode ser feito do gen. com èiuGupéa), pois ele sempre toma um gen. objetivo direto no NT, exceto quando ele é seguido por um infinitivo complementar. (A sua contrapartida no português seria: "ele é desejo de uma boa obra.") ^
3) Compartilhar Hb 12:10
ô õè cttI tò aupcjjépou elç xò pei;aÀa|klv irjç àyi.ÓTT|TOç aúioú Pois eles [nos corrigiam] para o nosso benefício para sermos participan tes da sua santidade Este é um exemplo do partitivo objetivo direto. (Falando de forma geral, se um verbo puder tomar um gen. ou acus. objetivo, o acusativo será usado quando o objeto é apreendido como um todo; O genitivo162 será usado quando o objeto é apreendido em parte.163) A participação que os
160 Talvez uma influência das peculiaridades da língua, pois ytíp é freqüentemente um nome genitivo. Assim, Hb 4:14 não se ajusta a esse quadro: o genitivo é usado, embora o conservar firme a confissão seja presumivelmente abraçá-la totalmente (como em Mc 7:3, 8; Cl 2:19; 2 Ts 2:15; Ap 2:13,14 - em todos esses exemplos temos acustivo). 161 O verbo pode também ter o sentido de "iluminar, acender", tomando sempre um acusativo. (cf. Lc 8:16; 11:33; 15:8; At 28:2). 162 Ou, mais freqüentemente no NT, 4 k + genitivo.
Genitivo: depois de certos verbos (objeto direto)
133
crentes podem tem a santidade de Deus não é completa, mas derivada e parcial. O gen. parece ser usado para refletir isto.1M At 9:7
oi ôè Ayôpeç oi ovvoòe-úoineç amLÒ eiarr)Keioay èveoí, CKoiorcfç pèu rfjç uvi|v oijk f|KOijaay (22:9). O caso acusativo (caso de extenção) acentua a apreensão intelectual do som, enquanto que o genitivo (caso de especificação) chama a atenção ao som da voz sem marcar o sentido. A palavra àKOÚca em si possue dois sentido que cai muito bem na distinção de caso, um 'ouvir', o outro 'entender'. 65 A NIV parece seguir esta linha de raciocínio: At 9:7 lê "eles ouviram o som mas não viram ninguém"; 22:9 "meus companheiros vira a luz, mas não entenderam a voz." O campo de significado para ambos aKoúw (ouvir, entender) e (jjüjytj (som, voz), conjugado com a mudança de casos (gen., acus.), pode ser apelado para harmonizar estas duas narrativas. Por outro lado, é duvidoso que este seja o lugar onde repousa a diferença entre os dois casos usados com (Íkoijgo no grego helenístico: o NT (incluindo o escritores mais literários) está cheio de exemplos de aKoúw + genitivo indicando entendimento (Mt2:9; Jo 5:25; 18:37; At 3:23; 11:7; Ap 3:20; 6:3, 5;166 8:13; 11:12; 14:13; 16:1,5, 7; 21:3) assim como exemplos de
163 Cf. BDF, 93 (§169.2). 164 Há, contudo, um exemplo de |ieicíA.a|j.pávto tomando um acusativo objeto direto no NT (2 Tm 2:6), embora isso seja um uso padrão fora do NT (cf. LSJ, s.v. pfTa/.ajiPáyu). 165 Robertson, Grammar, 506. 166 Ap 6:7 possui um paralelo com o acusativo! 167 Em alguns desses exemplos, o ouvir algo é indireto (por exemplo, ouvindo falar de guerras [Mc 13:7 e paralelos]; de divisões [1 Co 11:18]), no esquema de Robertson, um genitivo seria esperado. Outros exemplos que mostram a falácia desta aproximação: na iminência de Jesus em relação ao ouvir e ao obedecer de sua audiência, cf. os textos paralelos de Mt 7:24 (acusativo) e Lc 6:47 (genitivo). Compare com o brado dos anjos: "Vem!", ao dispensarem os selos dos julgamentos (Ap 6:3, 5 tem o genitivo; 6:7 tem o acusativo).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
134
Assim, embora como ela funciona nas narrativas da conversão, um apelo a diferentes casos provavelmente não devem formar qualquer parte da solução.368 4. Lc 22:25
Governar ol PaoiÀc-íç xcâv è0v(T)u
Rm 15:12
2.
aútcòv sobre eles
K u p ieú o tm u
o s reis d o s g e n tio s d o m in a m
« ra u q píCa toô ’Ieooaí, Kal ô àuLatápeuoç apxeiv è9v(ôv Haverá a raiz de Jessé, e aquele que se levanta para governar sobre os gentios
Genitivo Depois de Certos Adjetivos (e Advérbios) a.
Definição Certos adjetivos (tais como açioç, "digno [de]") e advérbios normalmente toma um genitivo "objeto". Em muitos exemplos o adjetivo/advérbio é o verbo transitivo embutido, assim tomando um genitivo objetivo (e.g., "ele é merecedor de X" significa "ele merece X") ou envolvendo uma idéia partitiva.
b. Chave para Identificação/Amplificação Assim como ocorre com o genitivo objetivo direto, você deve checar o BAGD para vários adjetivos e advérbios ou BDF (98, [§182]) para uma lista. Na realidade, muitos destes exemplos também se enquadram em algum outro uso do genitivo bem como - o partitivo, objetivo, conteúdo, referência, etc. No entanto, o fato que certos adjetivos, em toda a sua natureza, tomam genitivo depois deles, dão a este uma categoria predicável e estável (desde que um grupo fixo de lexemas esteja envolvido).169 c.
Ilustrações Somente pouquíssimas ilustrações serão dadas visto que se trata de um uso facilmente descoberto através de um uso judicioso do léxico.
168 Ainda é muito razoável concluir que essas não apresentam visões contraditórias sobre o que os companheiros de Paulo ouviram. A solução mais provável vê as várias tradições que Lucas juntou (incluindo At 26:14) as quais eram oriundas de fontes diferentes. Lucas compilou a informação de uma maneira conservadora, com o afinco de preservar muito do seu teor original (onde tanto áKOÚw como (jxovq carregam diferentes nuanças sua origem). Conseqüentemente, quem pensa que está vendo uma contradição nas reticências lucanas, na verdade, está alterando drasticamente as tradições. 169 Não obstante, o NT quase não é tão rico quanto o grego clássico nesse uso.
Genitivo: depois de certos verbos (substantivos) Mt 26:66
evoxoç Gaváxou èaxíu Ele é réu de morte Este é o equivalente de "Ele merece a morte," um gen. objetivo.
Lc 12:48
7roir|Oocç a£ia irA.Tyytôi'
135
fez coisas dignas de açoites Lc 23:15
oôôèv Sçiou Gaváxou èaxlv TreTrpaypéuou aúxtò nada digno de morte tem sido feito por ele A frase ãÇioç Gaváxou também ocorre em At 23:29; 25:11; Rm 1:32.
Fp 1:27
áÇúcoç xou evayyclíov xoG Xpioxoü TTOÀixeúeaGe de modo digno do evangelho de Cristo vivei
Cf. também Lc 7:6; 1 Co 6:2; Hb 9:7; 2 Pe 2:14.
3.
Genitivo Depois de Certos Substantivos170 a.
Definição Um substantivo genitivo pode ocorrer, ainda que raro, depois de certos substantives cuja natureza lexical requer um genitivo. O genitivo nestes exemplos não se enquadra dentro de uma das categorias "padrão". Os exemplos mais comuns envolvem dois genitivos ligados por Kaí, com a idéia de "entre". Esta categoria é muito rara.
b. Chave para Identificação Os estudantes devem conferir no BAGD caso haja dúvida. c.
Ilustrações
At 23:7
êyévexo oxáoiç xcôv Oapiaaíwv Kal EaôôouKaícuv houve dissensão entre os fariseus e saduceus
Ap 5:6
kv péocp xou Gpóvou Kal xcôv xeooápuu Çg)oiu Entre o trono e os quatro seres viventes
Cf. também Rm 10:12; 1 Tm 2:5.
170 A idéia da preposição "entre" é normalmente encontrada com a preposição "imprópria" |iíxáÇu ou, em pelo menos uma ocasião, com ck (F11:23).
136
4.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Genitivo Depois de Certas Preposições a.
Definição e Chave para Identificação Certas preposições toma o genitivo depois delas. Veja o capítulo sobre pre posições para discussão. Para rever sobre quais preposições toma quais casos, cf. e.g., Mounce, Basics of Biblical Greek, 55-62.171
b.
Significância Quando um genitivo segue uma preposição, você não deve atentar para identificar a função do genitivo pelo caso usado só. Ao invés, consulte ou BAGD ou o capítulo sobre preposições para o uso específico desse caso com essa preposição. Muitos dos usos simples do genitivo sobrepõe os da preposição + o genitivo (especialmente com ck + o gen.). Os paralelos, porém, não são exatos: Há alguns usos simples do genitivo que não podem ser duplicado com preposições e alguns usos de preposições + genitivo que não encontram paralelo com o simples genitivo. Além, onde houver justaposição de usos, não há usualmente justaposição de freqüência de ocorrências.
171 Quarenta das quarenta e duas "proposições impróprias" tomam o caso genitivo (e.g., áxpi(ç), qj/npooOcv, eveica, ecoç, óijié, ttàtioÍov, wTcpávGj, ènoKcctw, Caso tenha alguma dúvida, consulte um léxico.
O Caso Dativo Panorama dos Usos do Dativo Usos do Dativo Puro........................................................................................................140 1. Dativo de Objeto Indireto.................................................................................140 2. Dativo de Interesse (incluindo de Vantagem [commodi] e Desvantagem [incommodi] ) ............................................................................... 142 3. Dativo de Referência/Respeito......................................................................... 144 4. Dativo Ético........................................................................................................ 146 5. Dativo de Destino..............................................................................................147 6. Dativo de Recipiente........................................................................................ 148 7. Dativo de Possessão......................................................................................... 149 8. Dativo da Coisa Possuída.................................................................................151 9. Dativo Predicativo............................................................................................. 152 10. Dativo em Aposição Simples........................................................................... 152 Usos do Dativo Locativo................................................................................................. 153 1. Dativo de Lugar.................................................................................................153 2. Dativo de Esfera.................................................................................................153 3. Dativo de Tempo (Quando?)............................................................................155 4. Dativo de R egra.................................................................................................157 Usos do Dativo Instrumental......................................................................................... 158 1. Dativo de Associação........................................................................................ 159 2. Dativo de Modo (ou Dativo Adverbial)......................................................... 161 3. Dativo de Meio/Instrumento........................................................................... 162 4. Dativo de Agência............................................................................................. 163 5. Dativo de Medida/Grau de Diferença............................................................166 6. Dativo de Causa.................................................................................................167 7. Dativo Cognato..................................................................................................168 8. Dativo de Material.............................................................................................169 + 9. Dativo de Conteúdo..........................................................................................170 Os Usos 1. 2. 3. 4.
do Dativo depois de Certas Palavras............................................................171 Dativo de Objeto Direto................................................................................... 171 Dativo Depois de Certos Substantivos.......................................................... 173 Dativo Depois de Certos Adjetivos................................................................ 174 Dativo Depois de Certas Preposições............................................................ 175
137
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
138
Bibliografia Selecionada 100-109 (§187-202); Moule, Idiom Book, 43-47; Moulton, Prolegomena, 62-64; Porter, Idioms, 97-102; Robertson, Grammar, 520-44; Smyth, Greek Grammar, 337-53 (§1450-1550); Turner, Syntax, 236-44; Winer-Moulton, 260-77; Young, Intermediate Greek, 43-54; Zerwick, Biblical Greek, 19-23 (§51-65).
BD F,
Introdução O dativo não tem tanta importância exegética quanto o genitivo. Contudo, isso não anula o vital papel em decisões exegéticas. Pelo contrário, um exemplo particular do dativo é comumente mais fácil em classificar do que certos genitivos. Isso se deve a dois fatores: (1) as classes amplas do uso do dativo são, de forma geral, facilmente distingüíveis; e (2) as orações construídas precisam de menos "manobras para destrinchá-las", visto que o dativo já está prontamente relacionado a um verbo, enquanto o genitivo é mais crítico e elíptico, já que geralmente se relaciona a um nome.1 Ao mesmo tempo, há alguns exemplos de dativos com possíveis multi-funções (e.g., instrumental e locativo), e outros cuja classificação é mais sutil. Em tais casos, o dativo assume maior significação. Finalmente, o dativo simples já era obsoleto no Koinê, pois foi grandemente substituído pelas preposições, especialmente kv + dativo.2 Isso não significa que o dativo simples seja sinônimo de èv + dativo, o que ficará claro em nosso exame dos vários usos desse caso.
1 Sobre mais distinções entre o casos "oblíquos", veja a introdução do caso genitivo. 2 Cf. BAGD, 258-61, esp. 261, §IV.4.a.
139
Dativo: definição
Definição do Caso Dativo 1. Dentro do Sistema de Oito Casos "O dativo, locativo e instrumental são todos representados pela mesma flexão. Sua distinção, contudo, quanto à função é muito mais clara - muito mais que a distinção entre ablativo e genitivo".4 No entanto, não queremos dizer que, dentro do sistema de oito casos, seja sempre fácil apontar o caso ao qual determinada flexão pertence. Além do mais, poucas ocasiões acontecerão em que o mesmo caso terá uma dupla função obrigatória. O sistema de oito casos não lida com dupla função, pois isso envolveria dois casos diferentes. Assim, a definição de caso como uma questão de função e não de forma, às vezes, pode ser de tal maneira rígida que parte do significado pretendido pelo autor é excluída.5 O verdadeiro dativo é usado para designar a pessoa mais remotamente relacionada.6 Fala-se, então, de interesse pessoal, mostrando a pessoa para ou por quem algo é feito.7 Dessa forma, não queremos afirmar que o dativo não se relaciona com coisas, pois há vários exemplos disso. No entanto, quando assim o fizer, ele terá força referente. Em geral, quando o dativo é usado com pessoas, fala sobre o que é afetado pela ação. Quando usado para coisas, refere-se à estrutura onde um ato ocorre.
2. Dentro do Sistema de Cinco Casos Porém, visto que o dativo, instrumental e locativo partilham a mesma forma, nós os consideraremos como ura caso ("caso" sendo definido como uma questão de forma e não de função dentro do sistema de cinco casos).8 A idéia instrumental envolve meio e geralmente responde a questão: "Como?" A noção locativa envolve lugar e responde a questão: "Onde?" Assim, uma visão ampla do dativo (incluindo os usos dativo puro, locativo e instrumental) sugere que ele responde a uma das três questões: A/ Para quem? Como? ou Onde?
3 A estatística do dativo é: 4375 substantivos, 3565 pronomes, 2944 artigos, 936 adjetivos, 353 particípios. 4 Dana-Mantey, 83. 5 Cf. "Os Casos: Uma Introdução" para uma discussão mais prolongada desse ponto. 6 BDF, 100. 7 Conforme Funk, Intermediate Grammar, 2.718. 8 Não insignificante mesmo que Dana-Mantey vacilem levemente aqui ao dizer que "não podemos ignorar a forma inteira enquanto estamos na dimensão da sintaxe, pois, com freqüência, deveríamos ser completamente incapazes de determinar qual é a função pretendida, exceto para a forma" (Dana-Mantey, 86).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
140
Chamberlain falando sobre isso (embora sustente o sistema de oito casos), dá uma grande dica exegética: Quando o intérprete é confrontado com uma forma "dativa", ele deveria lembrar que qualquer uma das três idéias básicas pode ser expressa por tal forma: 1.
A idéia locativa
2.
A idéia instrumental
3.
O dativo verdadeiro
Uma boa passagem-teste é: TTj yàp èXiTÍôi eocóGripeu (Rm 8:24). O que Paulo quer dizer: "somos salvos pela esperança" (instrumental), "na esperança" (locativo), ou "para a esperança" (dativo)? Se o dativo for puro, a esperança estará, em certo sentido, personificada e apontará para o fim da salvação, em lugar do modo de chegar-se a esse fim. Se locativo, esperança será considerada como a esfera onde a salvação ocorre. Se instrumental, a esperança será considerada como o meio usado para salvar o homem. O único modo científico para decidir essa questão é apelar ao ponto-devista paulino refletido no NT.9
Usos Específicos Usos do Dativo Puro Os subgrupos são usos específicos construídos sobre a idéia básica de interesse pessoal e referência/respeito.
1.
Dativo de Objeto Indireto a.
Definição O substantivo dativo é aquele sobre o qual a ação verbal é formada. O objeto indireto ocorrerá somente com verbo transitivo. Quando este estiver na voz ativa,10 o objeto indireto receberá o objeto direto ("O menino chutou a bola para mim"). Quando o verbo estiver na passiva, o objeto indireto receberá o
9 Chamberlain, Exegetical Grammar, 34-35. 10 Às vezes, na média (a média depoente é tratada como se fosse ativa).
Dativo: dativo pum (objeto indireto)
141
sujeito do verbo ("Abola foi lançada para mim "). O objeto indireto é o receptor do objeto direto do verbo ativo,11 ou do sujeito paciente. Suscintamente falando: "O nome ou pronome dativos serão a pessoa ou coisa a quem será dado (ou recebido) o objeto direto (do verbo transitivo) (ou [receberá o] sujeito passivo)".12 b. Chave para Identificação Achave é: (1) o verbo precisa ser transitivo13 e (2) o dativo deve ser traduzido por para ou a. Se isso acontecer é provável que seja objeto indireto. c.
Semântica e Esclarecimento 1) É muito comum traduzir um dativo por para ou a com verbo transitivo (como o de com o genitivo). Há muitos usos dativos que realmente se enquadrarão sob a ampla sombra do objeto indireto (e.g., os dativos de interesse, ético etc.). O objeto indireto, portanto, é reconhecido normalmente como o dativo mais comum. Assim como o de está para o genitivo, a preposição para está para o dativo. Porém, a preposição para com dativo é mais "desveladora" que o genitivo, visto que aquele já está relacionado com verbo explícito (o genitivo virá com verbo implícito). Conseqüentemente, os usos dativos serão mais facilmente detectados que os do genitivo e, portanto, sua importância exegética será mais fácil de determinar, visto que há menos ambigüidade (a presença do verbo reduz a ambigüidade). 2) Na sentença: "Ele deu o livro para o menino", a parte em negrito é o objeto indireto. Ele recebe o objeto direto, "o livro" do verbo (ativo) transitivo, "deu". Uma sentença assim pode ser colocada na passiva: "O livro foi dado ao menino por ele". Aqui, "O livro" vira sujeito (antes era o objeto direto), mas "ao menino" continuará objeto direto. O sujeito ativo "deu" tomou o agente da passiva de "foi dado". Nas sentenças, o objeto indireto permanece o mesmo e recebe a mesma coisa semanticamente, embora não gramaticalmente (i.e., recebe o livro cada vez, mas não recebe a mesma parte da sentença cada vez).
11 Ativo partindo de uma perspectiva da nossa língua. 12 Williams, Grammar Notes, 15. 13 "Transitivo" provavelmente deveria ser definido de dois modos, um gramatical e outro lexical. Gramaticalmente, um verbo transitivo é aquele que precisa de um objeto e pode ser colocado na voz passiva. Lexicalmente, os tipos de verbos transitivos que tomam o dativo objeto direto geralmente são esses que, no sentido restrito, movem objeto direto de um lugar para outro. Assim, "dar", "pagar", "trazer", "falar", etc., naturalmente ocorrem com objeto indireto, enquanto os verbos tais como "ter" ou "viver", não.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
142 d. Ilustrações Jo 4:10
Kal éõwKev av ooi üôwp CQ>\> e ele te daria água viva.
Lc 1:13
f) vuvq oou TlÀiaápei '{cvvópcy ulóu o o i, KalKaÀéoeiç tò õvopa airroEi Tiúávvr)u.14 Tua esposa Isabel gerará um filho para ti, tu chamarás o nome dele João.
Tg 2:16
cíírri ôé tu; a ò to i ç é ; úpúv,'YTTáyete év elpijuri,9epjj,aíveo0e Kal XopiáCeaôe, pq ôcôte ôé a m o í ç t a éniTijôcia to ú acopaxoç, t í xò ôcJjeXoç;
mas algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, qual é o proveito? Nesse exemplo, a declaração que segue é objeto direto, ou que o que é recebido pelo dativo de objeto indireto. 2 Co 5:11
0ecâ TT€c()avepGÓpe0a
somos manifestos a Deus 2 C o 12:7
èôóOri p o i okÓàoi|j tf) oapKi
foi dado a mim um espinho na carne Essa é uma oração na passiva, eõuKev poi OKÓA.om tfj oapKÍ. Para outros exemplos desse tipo de passiva, cf. Mt 14:11; 21:43; At 7:13; 14:26, Ef 3:8; Ap 6:2, etc. Cf. também Mt 7:6; Mc 14:44; Jo 10:28; At 13:22; 1 Pd 4:19; Ap 16:6.
2.
D ativo de In teresses (incluin do Vantagem [com m o d i] e Desvantagem [incommodi]) a.
Definição O nome dativo indica a pessoa (ou, raramente, a coisa) interessada na ação verbal. O dativo de vantagem tem a idéia de "para" ou "a", enquanto o de desvantagem tem a idéia de contra. O primeiro ocorre mais que o segundo, embora ambos sejam bastante comuns.
b. Chave para Identificação Em lugar das preposições para ou a, use em benefício de ou no interesse âe com o dativo de vantagem, e em detrimento de, para a desvantagem de ou contra para com o de desvantagem. A tradução em benefício de etc. é útil para obter o sentido do dativo, mas não serve como tradução final, visto que traz muita complicação. 14 S ol não aparece em D A I 579 et pauci.
Dativo: dativo puro (interesse) c.
143
Semântica/Significado •
O Dativo de interesse é uma subcategoria do dativo de objeto indireto. A diferença entre ambos é: no primeiro, o interesse é enfatizado, enquanto no segundo não.
•
A conotação do verbo usado freqüentemente é a melhor pista para se identificar tal dativo em particular. Por exemplo, se eu disser éõtOKev to pi.pA.LOV poi ['ele deu o livro para mim], é claro que a doação do livro foi feita em meu interesse, e o sentido não mudaria drasticamente se fosse dito que TÒ PiPàlov poi fiyopáoBq, o livro foi comprado por mim, teríamos somente a idéia de interesse pessoal mais enfática.15 Como a idéia do dativo é de interesse (i.e. pessoal, com referência à pessoa), o estudante não deve pensar em termos que separem tal idéia dos outros usos dativos. Quer dizer, todo uso dativo é também um dativo de interesse em um sentido mais geral. Porém, o dativo de interesse realmente envolve o uso mais específico do dativo, enfatizando vantagem ou desvantagem.
•
Visto que a idéia básica do dativo puro seja o interesse pessoal (i.e., com referência a pessoa), alguém poderia deixar de pensar em tais categorias como separadas de outros usos do dativo puro. Ou seja, cada uso dativo puro é um dativo de interesse em um sentido geral. Porém, a categoria dativo de interesse realmente envolve um uso mais específico do dativo enfatizando vantagem ou desvantagem. Assim, e.g.,: "Isso para mim é comida" seria um dativo de interesse lato sensu. No entanto, uma refeição ruim significaria dativo de desvantagem, enquanto que a culinária diet de minha esposa seria dativo de vantagem! Um dativo de desvantagem/ vantagem geralmente pertencerá também a alguma outra categoria, mas quando determinada idéia for prominente, a mesma deverá ser classificada como tal.
d. Ilustrações 1)
Desvantagem (Incommodi)
Mt 23:31
papiupelie êourcoíç testificais contra vós mesmos
1 Co 11:29
ó yàp èo0íwv Kal v Ívíov Kpípa eaorâ èaOíei Kal uíNei Porque aquele come e bebe,come e bebe juízo sobre si
Fp 1:28
tÍtlç
èotly aúióíç cvòf l; lç áiTwÀeíaç
o que para eles, é indício de perdição Aqui o dativo indica tanto referência ("o é um sinal de destruição com referência a eles") quanto desvantagem. A ênfase, porém, depende deste (o que é um sinal de perdição em detrimento deles"). Em tais casos onde ambos são verdadeiros, trate o termo como pertencente à categoria mais particular, no caso desvantagem. O ponto de vista do apóstolo é 15 Dana-Mantey, 84-85.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
144
levantado pelo seguinte genitivo: úpwv ôè oojtipíaç.16 Isto é, os inimigos do evangelho não possuem sua destruição, mas são os infortunados recipientes dela, enquanto os crentes possuem a salvação. O contraste aqui não é meramente estilístico, envolve ricas sutilezas que são muitas vezes ignoradas na tradução. Hb 6:6
àvaotaupoôvtaç èautoiç tòv uiòv toü 0eoí> crucificando para si mesmos o Filho de Deus
Cf. também 1 Co 4:4; Tg 5:3; talvez Mc 13:9 também. 2)
Vantagem (Commodi)
1 Co 6:13
tà PpcópKta tf] KOtXía a comida é para [o benefício de ] o estômago
2 Co 5:13
cite yàp èÇèatrpev, 9e
M t5:39
ootiç oe pa7Ú(e i elç xqu òcíiàv oiayóva aou, atpèijrov aútw Kal tqv áAÂqv Qualquer que te bater na face direita, vira para ele também a outra
Ef5:19
laÀoôvtfç èautoiç èv 4íaÂp.oíç K a l upvoiç K a l wôalç TTveupatiKalç, aõovteç K a l (JfáA-Àovteç tfj Kapôía úpcôv tm Kupíw falando mutuamente com salmos e hinos espirituais, cantando e entoando de coração ao Senhor Temos aqui um objeto indireto de vantagem para os recipientes, como o contexto esclarece.
Jd 1
tolç èv 0ecò iratpl f)YaTrqpèvoiç Kal TqooC Xpiotcô tetqpqpèvoLç KÀqtolç17 aos chamados, amados em Deus Pai e guardados para Jesus Cristo Embora alguns tratariam o dativo como agência ("guardados por Jesus
Cristo") é provavelmente melhor considerá-lo como de vantagem. Veja discussão sobre o dativo de agência abaixo. Ap 21:2
' l e p o u a a / i p K a iv q v etÔ ov . . .
wç
vúpxjjqv K eK o o p q p èv q v
tcj)
àvôpl
autfjç.
Vi a nova Jerusalém . . . adornada como uma noiva para o seu marido.
- 3.
Dativo de Referência/Respeito [com referência a] a.
Definição
O dativo é usado em referência a algo apresentado como verdadeiro. Um autor usará esse dativo para qualificar uma declaração que de outra forma 16 Este ponto foi perdido em muitos escritos como pode ser visto na maioria das variantes de úpwv, tal como úpu’ em D1 K L P 075 et pauci, r)|i!v em C* D* F G et pauci. 17 A expressão TqooO XpLcnxô tctqpqpêvoLç é omitida em alguns MSS posteriores (e.g., 1505 1611 1898 2138). '
Dativo: dativo puro (referência)
145
não seria verdadeira.18 Esse dativo pode ser chamado de dativo de referência, delimitativo, qualificativo ou de contextualização. É um uso comum, pois o dativo é o caso mais comumente usado para referência/respeito.19 b.
Chave para Identificação
Para identificar, basta inserir "com referência a" antes do dativo. (Outras opções são com respeito a, acerca de). Quando o substantivo dativo refire-se a uma coisa, a sentença tipicamente não fará sentido, se o dativo for retirado. Veja, v.g., em Rm 6:2: "Como viveremos ainda [para o pecado], nós os que para ele morremos?" c.
Amplificação
O puro dativo, ao se referir especialmente a coisas, reduz o elemento de interesse e a relação à referência ou estrutura. Freqüentemente é encontrado com adjetivos. O dativo de referência, porém, pode também ser usado ocasionalmente com pessoas (veja exemplos abaixo).20 d.
Cuidado
Às vezes, é fácil confundir um dativo de referência/respeito com um de esfera. Porém, as idéias resultantes freqüentemente têm significado oposto. Em Ef2:l: óvtaç veKpouç...xccíç ãpapiícuç upcâv significa: "Embora estáveis mortos na dimensão de vossos pecados" ou "Embora estáveis mortos em referência a vossos pecados ", entre as duas traduções há grande diferença (também Rm 6:2). (Noutras ocasiões, esfera e referência obscurecem-se reciprocamente [como em Mt 5:8, discutido abaixo). Deve-se ter cuidado, então, nas escolhas sintáticas que são feitas, não se deixando guiar meramente pelo que parece se encaixar gramaticalmente, mas também pelo contexto e a intenção do autor. e.
Rm 6:2
Ilustrações
oixiveç áireOávopet' xfj ápaptía, ttgíç eti (f\oo\iev kv aiitfj; Como viveremos ainda, nós os que [com referência] ao pecado morremos?
18 Alguns gramáticos distinguem dativo ético de dativo de referência. Para eles, e.g., "bonito para Deus" significa "bonito até onde diz respeito a Deus" (At 7:20). Outro modo de ver esse fenômeno é considerá-lo como dativo de referência com nome pessoal dativo. Trataremos os dois como categorias separadas, reconhecendo que muitos dos dativos éticos formam um subconjunto do dativo de referência. 19 O acusativo dos usos próximos é o mais comum, contudo desfruta de uma segunda posição quanto distante (no grego clássico, o acusativo vem primeiro). Também há um genitivo de referência, e, de fato, um nominativo de referência (i.e., nominativas pendens). 20 Para a distinção entre os dativos de referência e ético com nomes pessoais veja "Dativo Ético" abaixo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
146 Rm 6:11
A.oyL(eo0e èauxouç etvai veicpouç pev xfj àpapxía, (wvxaç õe xcô 0ew Considerai-vos estando mortos para o pecado, mas vivos para Deus O paralelo entre xfj ápapxíq: e xtô 0ec5 sugere que ambos funcionam do mesmo jeito. O primeiro é um dativo de referência ("mortos com referência ao pecado") e o segundo, embora seja um nome pessoal, também".
Lc 18:31
Trávia tà yeypappéva ôià xcôv Trpocjiqiojv xcô ulcô xoô ávGpcóirou21 todas as coisas escritas pelos profetas acerca do Filho do Homem Aqui temos outros exemplos de dativo de referência com nome pessoal. Embora t<ô uicâ não seja o objeto gramatical, é o objeto semântico — i.e., aquele sobre quem se fala no texto.
At 16:5
Mt5:8
paicápioi oi KaOapoi xfj Kupòía bem-aventurados são os puros com referência ao coração Esse poderia também ser considerado dativo de esfera ("puro de coração"). Ambas são igualmente aplicáveis ao contexto.
Cf. também At 14:22; Rm 4:19; 1 Co 14:20; Fp 2:7; Tt 2:2; Tg 2:5; 1 Pd 4:6.
4.
D ativo É tic o 23 (D ativo de Sen tim en to ) [a té onde estou preocupado] a.
Definição
O dativo indica a pessoa cujo sentimento ou ponto de vista estão intima mente ligados à ação (ou estado) do verbo. Esse uso é muito raro. b.
Chave para Identificação
Em lugar da preposição para, parafraseie o nome pessoal dativo com até onde estou (estas, está etc.) preocupado, como vejo, ou em minha opinião.24 c.
Semântica e Esclarecimento
1) Alguém poderia chamar esse dativo de existencial ou de opinião, pois ele fala algo que é verdadeiro (ou deve ser verdadeiro) somente com referência àquele cuja identidade (nominal ou pronominal) é colocada no dativo. Assim, ele não fala de absolutos, mas de um ponto de vista particular. 21 Ilepl xoü Geoü substitui xtô ultâ em D (0) /13 1216 1579 et pauci. 22 O dativo xfj tTÍoxei não está em D. 23 Veja a seção anterior. É possível tratar este como meramente uma subcategoria do dativo de referência. 24 Conforme Robertson, Short Grammar, 243.
Dativo: dativo puro (destino) 2)
147
Esse uso tem algum parentesco com o dativo de referência. As diferen ças são as seguintes: (1) a referência normalmente envolve uma coisa, enquanto o dativo ético sempre é pessoal; (2) o dativo pessoal de refe rência indica a estrutura (e, portanto, tende a ser adjetivo), o ético indi ca a pessoa cuja atitude está envolvida (e assim tende a ser subjetivo).
3) Essa categoria também tem parentesco com o dativo de interesse (especialmente o dativo de vantagem). A diferença está na perspectiva. Na sentença, toüto xò Ppwpa | í o i se o dativo for ético, a tradução será: "Isto é comida até onde me diz respeito", se for dativo de vantagem, a idéia seria "Isto é comida para mim". d.
Ilustrações
At 7:20
àoxeloç icj) 0eq> formoso para Deus (= "formoso até onde Deus está envolvido")
Fp 1:21
êpoi yàp xò Çíjv Xpioxóç Porque para mim viver é Cristo (= "Como encaro, viver é Cristo", ou "Até onde me diz respeito, viver é Cristo")
Cf. também 2 Pd 3:14 (possivelmente).
5.
Dativo de Destino a.
Definição Este dativo assemelha-se ao objeto indireto, exceto porque aquele ocorre com verbos intransitivos (especialmente ép/opai). Trabalha com a idéia de "para" com verbos intransitivos. Há tipicamente uma transferência de algo de um lugar para outro. Ele indica o ponto final do verbo, aonde este está indo. Tal uso não é tão freqüente, sendo substituído no Koinê pelas preposições explícitas (tais como êv, em, elç).
b.
Chave para Identificação (e esclarecimento)
Basicamente, lembre-se de que essa idéia "para" em sua amplitude ocorre com verbos intransitivos. O dativo com ep/opai vale para muitos exem plos. c.
Ilustrações
Mt 21:5
ó PocaiA.eúç oou ep^eicá ooi o teu rei está vindo para ti
Lc 15:25
còç épxópeuoç qyYLoeu xí) oIkloc Vindo, ao aproximar-se da casa
148
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Hb 12:22
TTpoaeÂr|/.ú0axc Eióv ôpei Kal iTÓA.ei 9eoü Çcôvxoç. . .K al p,upiáoLV àyyéktov25 tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo . .. e a miríades hostes de anjos Nem todo dativo de destino é impessoal, como se pode ver pelo último dativo usado aqui, pupiácnv' (àyyéXcov). Cf. também Mt 21:5 acima.
Cf. também Lc 7:12; 23:52; Jo 12:21; At 9:1; 21:31; Hb 11:6; Ap 2:5.
6.
Dativo de Recipiente a.
Definição
Esse é um dativo que deveria ser comumente um objeto indireto, com uma exceção: ele aparece em construções nominais (e.g., títulos e saudações).26 Ele é usado para indicar a(s) pessoa(s) que recebe(m) o objeto declarado ou implícito. Tal uso não é comum. b.
Chave para Identificação/Semântica27
Basicamente, lembre-se de que esse é um nome pessoal no dativo que ocorre em construções sem verbo. Tais construções ocorrem em dois tipos: (1) Títulos e saudações onde não há verbo implícito; (2) Construções em uma sentença onde o dativo se relaciona com uma forma nominal do verbo similar a um verbo transitivo. c.
Ilustrações
At 23:26
KLaúòioç Auaíaç xcô Kpaxíaxa) TiyepófL Çt>qA.iKi xaípeiv. Cláudio Lísias, a Félix, potentíssimo presidente, saudações.
1 Co 1:2
xq èKKA.qaía xoü 0eou xrj oilaq 4v KopívGw à igreja de Deus que está em Corinto
Fp 1:1
irâam xolç àYtoiç a todos os santos
25 Em lugar do dativo pupLoonv D* tem iiupíuv ayuav (corrigido para (rupiacm ayicjv em D2), fazendo o Kaí ligar 0eoO com àyyíkwv, e ambos subordinados a ttoàci (chegastes ao Monte Sião e à cidade do Deus vivo e das miríades de santos anjos). 2 Alguns preferem tomar o dativo em saudações como objeto indireto com verbo implícito tal como ypácjjoo (como "Paulo escreve aos Coríntios..."). Um verbo implícito, porém, não é mais necessário nas saudações do NT do que seria hoje. 27 Os dativos de destinatário e de recipiente são semelhantes, embora diferenciem-se em dois aspectos: (1) o destino é tipicamente impessoal enquanto o recipiente, pessoal; e (2) destino ocorre com verbos intransitivos, enquanto recipientes, em construções sem verbos.
Dativo: dativo puro (possessão) 1 Pd 3:15
149
KÚpLOi' ôè xòu Xpioxòv àyiáoaxe kv xaiç Kapôíaiç úpcâv, èxoi|ioi àei npo; àTOÀoyiai' nauxl xq> aíxoOvxt úpâç Àóyou iTepl xrjç kv úpiv èLtTÍõoç antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós.28
Cf. também Rm 1:7; 2 Co 1:1; G11:2; Jd 11.
7.
Dativo de Possessão [pertencente a] a.
Definição O dativo de possessão funciona como um genitivo de possessão sob certas condições. Veja discussão semântica abaixo. O nome dativo possui o nome com o qual se relaciona. Em outras palavras, o dativo de possessão é aquele a que o sujeito do verbo de ligação pertence. Isso ocorre com verbosde ligação como:elpí, yívopat eínrápxto. Ele possui o sujeito de tais verbos. Esse uso não é especialmente comum.
b
Chave para Identificação Em lugar da preposição para, use a expressão 'possuído por' ou ‘pertencente a'. As vezes (especialmente, se o dativo estiver na posição predicativa depois de verbo de ligação), é bom considerar o dativo como tendo o sentido equivalente a um nominativo sujeito e pôr o sujeito real no predicativo (e.g., trate como objeto direto). Por exemplo:
At 8:21
ouk eoxiv ooi peplç oúôè KÀfjpoç kv xcâ Àóyco xoúxu) nem parte nem sorte nesse ministério pertence a ti Essa construção pode ser vertida para: "Não tens parte nem sorte nesse ministério". (O dativo toma-se o sujeito e o sujeito, predicativo — aqui, como objeto direto).
At 2:43
'Eyívexo ôè iráoj) vjtuxt) ópoç, iTolÀá xc xépaxa Kai arpe ia õià xcov caToaxókjúu èyíuexo. E veio temor sobre toda alma, e muitos sinais e prodígios eram feitos pelos apóstolos. A primeira oração poderia ser vertida para: "cada alma tornou-se amedrontada". Mais uma vez, o dativo torna-se o sujeito e o sujeito, predicativo (nesse exemplo, ele torna-se um adjetivo predicativo).
28Talvez seja "defendei-vos de qualquer um". A construção com Trpòç àTTOÂoyíav parece ser o equivalente semântico de um verbo transitivo e, assim, traz implícito um objeto indireto. Para um exemplo similar, cf. 1 Co 9:3.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
150 c.
Semântica
1) Em geral, a diferença entre objeto direto e dativo possessivo tem a ver com o ato (como visto no verbo transitivo) e o estado resultantes (como visto no verbo de ligação). Por exemplo, eòcúKev tò Pifi/uou poi ("Ele me deu o livro") transforma-se em tò fhpÀíov èotí [101 ("o livro é meu "\). 29 2) Nessa conexão, a distinção da força entre genitivo de possessão e dativo de possessão pode ser analisada assim: "O genitivo será usado quando a aquisição for recente ou a ênfase estiver no possuidorf...] e o dativo [será usado] quando o objeto possuído for enfatizado".30 A razão para tal distinção parece estar mais relacionada com o verbo do que com o caso: o dativo de possessão é usado quase que exclusivamente com verbo de ligação e o objeto a ser possuído é tipicamente o sujeito do verbo. Conseqüentemente, visto que um estado e não um ato está em vista, a ênfase naturalmente cai sobre o objeto e qualquer noção de aquisição recente está ausente. d.
Ilustrações
Mt 18:12
T t ú|iiv òokcl; ikv yévritaí xivi áuSpcótru 'tKor.bv tTpópcrax O que pensais vós? Se cem ovelhas [pertencessem] a um certo homem
Lc 1:14
Kal ca ta i yapá ao i Kal àyaXXÍaaiç haverá prazer e alegria para ti (="prazer e alegria serão vossos")
Jo 1:6
ôvopa aútcâ 'Imávvqç O nome [pertecente] a ele era João (= "cujo nome era João")
Rm 7:3
èàv yé arpai àaôpl étépco se for para outro marido (= "se for possuído por outro homem")31
Jo 2:4
Àéyei aútfj ó Iqaoôç, T í èpol Kal ooí, yúvai; Disse-lhe Jesus: "mulher, o que para mim e para ti?"
Esse texto é problemático por várias razões, entre elas a classificação do dativo. A expressão inteira é idiomática e tem sido abordada de várias maneiras, como "Que tenho eu contigo?", "O que temos em comum? Deixe me em paz!".32 Se essa construção for dativo de possessão legítimo, 29 Cf. Dana-Mantey, 85. 30 BDF, 102 (§189). 31 BDF classifica esse texto como uma "exceção" à regra que o dativo possessivo não é usado para aquisição recente (Ibid.). Mas tal não é uma exceção ao padrão estrutural do verbo de ligação + dativo possessivo. Além disso, como afirmamos acima, a razão para o dativo não enfatizar, geralmente, a aquisição recente é a mesma usada com verbos de ligação (muitos dos quais falam de estado, não de ação). O uso do dativo, em Rm 7:3, para aquisição recente deve-se à força léxica de yívogai, não a qualquer confusão dos casos. Winer (264) está correto quando sugere que com eipí a idéia é "pertencer a" e com : '.'Ol- c l , " to r n a n d o -s e a p ro p r ie d a d e d e " .
Dativo: dativo puro (coisa possuída)
151
a idéia é "O que temos em comum?".33 Fora esse texto, ela ocorre em Mc 5:7; Lc 8:28; e com fplv por èpoí, em Mt 8:29; Mc 1:24; Lc 4:34. Cf. também At 8:21; 2 Pd 1:8.
8.
Dativo de Coisa Possuída (uma categoria debatível) [quem possui] a.
Definição
O substantivo dativo denota aquilo que é possuído por alguém (i.e., o nome com o qual o dativo se relaciona). Esse uso é muito raro e, de fato, é debatível se esse caso não passa de um simples dativo. b.
Chave para Identificação
Primeiro, lembre-se de que tal uso dativo é semanticamente oposto ao dativo de possessão. Segundo, lembre-se de que com + dativo, muitas vezes, expressa possessão no português. Terceiro, converta a preposição com na construção quem possui antes do nome dativo. c.
Esta Categoria é Legítima?
Não há exemplos claros no NT com dativo simples, embora kv + dativo, às vezes, ocorra nesse sentido (cf. Mc 1:23; Ef 6:2). Pelo menos, isso ilustra a diferença aspectual entre o simples dativo e o dativo depois de uma preposição. d.
Ilustrações
2 Co 1:15
K al Tautr) tf) ireiTOlOquei èpouÀÓpr|U tipótepou rrpòç úpâç 'úSòcxv E com esta certeza eu desejei ir ter convosco cedo. Outras possibilidades são: esfera, meio, adverbial (modo).
Similarmente, At 28:11.34
32 Cf. BAGD, s.v. èyú; BDF, 156-57 (§299.3). Embora seja, muitas vezes, considerado um semitismo, ele ocorre em todo o grego secular (conforme BAGD, ibid.; Smyth, Greek Grammar, 341 [§1479]). 33 Conforme Smyth, Greek Grammar, 341-42 (§1479-80). 34 Às vezes, 1 Co 4:21; 15:35; Fp 2:6 são oferecidos como exemplos, mas tudo pode ser explanado ao contrário.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
152
9.
Dativo Predicativo a.
Definição
O nome dativo faz uma afirmação sobre outro substantivo dativo, muito parecido com aquilo que um nominativo predicativo faz.35 A diferença, porém, é que com aquele, o verbo de ligação será um particípio (no dativo) em lugar de um verbo finito. Essa categoria é muito rara. b.
Chave para Identificação: veja definição
c.
Clarificação e Importância
Esse tipo de dativo é na realidade um tipo enfático de simples aposição no dativo (enfático devido à presença da forma participial do verbo de liga ção). d.
Ilustrações
At 16:21
rplv . . .'PcopaíoLÇ ofiaiv a nós . . . sendo romanos
At 24:24
AponaíAlr) tf) LòCa yuwhkI oíxjt) ’Iouôaía a Drusila, sua mulher, que era uma judia
G14:8
éôouA.6ijaatç tolç
10. Dativo em Simples Aposição a.
Definição
Embora não seja tecnicamente uma categoria sintática,36 o dativo (semelhante a outros casos) pode ser um aposto com outros substantivos no mesmo caso. Uma construção apositiva envolve dois substantivos adjacentes que recorrem à mesma pessoa ou coisa e têm a mesma relação sintática com o resto da oração. O primeiro dativo pode pertencer a qualquer categoria de dativo e o segundo será apenas uma explicação de quem ou o que é mencionado. Assim, o aposto “pega carona" no primeiro uso do dativo.37 Esse uso é comum. 35 O dativo predicativo segue as mesmas regras que o nominativo predicativo em termos de distinção entre sujeito e predicativo (e.g., o "sujeito" é articular ou pronominal). Veja "Nominativo: Nominativo Predicativo" para discussão e note as ilustrações abaixo. 36 Assim, esta categoria poderia pertencer ao dativo locativo ou a grupos instrumentais. Ela é alistada aqui por conveniência. 37 Para mais informações sobre simples aposição, cf. as seções sobre nominativo e genitivo.
Dativo: dativo puro (esfera) b.
153
Ilustrações
Mt 27:2
iTKpéõcoKttv IIiA.dn;q> Tq> riyepóm eles entregaram[-lhe] a Pila tos, o governador
Lc 1:47
T)yakkíao€V tò nveOpá pou ètrl tw 0etô tqj
a G jrfjp L
pou
Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador At 24:24
ApouaíiUi] tf) íõía yuvaiKÍ a Drusila, sua esposa
Rm 6:23
kv Xpicraâ ’Ir)OOÔ Tüj Kupúo f]p(3u em Cristo Jesus, nosso Senhor
Hb 12:22
TTpooeÀr|ÀÚ8aT€ Slwu õpei Kai TTÓÀei 9eo0 £c3vtoç;, ’IepouoaA.r]p êiroupatnqi, Kai puptáatv âyyklorv chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e a miríades de anjos Esse texto também envolve dativos paralelos que não estão em aposição. Não há dicas absolutas estruturais de como determinar se um caso é aposicional ou paralelo. Necessita-se determinar em outras bases que não sejam sintáticas.
Cf. também Mc 1:2; Lc 11:15; Jo 4:5; At 5:1; Ap 11:18.
Usos do Dativo Locativo Os subgrupos aqui são usos específicos construídos sobre a idéia básica de aposição, seja espacial, não-física ou temporal.
1.
Dativo Locativo Veja dativo de esfera.38
2.
Dativo de Esfera [na esfera de] a.
Definição
O nome dativo indica a esfera ou dimensão em que a palavra com a qual se relacionou ocorre ou existe. Normalmente essa palavra é um verbo, mas nem sempre.39 Esse é um uso comum do dativo. 38 Não considerado até agora como uma categoria válida, distinta de esfera. Estou incluindo seus títulos porque alguns usuários poderiam questionar a omissão. Minha idéia é que esfera e lugar são simplesmente aplicações diferentes da mesma categoria uma figurativa, a outra literal. A única diferença é lexical, não semântica. 39 Em nossa visão, esfera e lugar são realmente a mesma coisa. A distinção léxica, não-gramatical - e um nível de sutilezas assim - não é necessária de menção visto que a exegese não é materialmente afetada por tal distinção.
154
Sintaxe Exegética do Novo Testamento b.
Chave para Identificação
Antes do nome dativo coloque as palavras na esfera de ou na dimensão de. c.
Cuidado/Clarificação
Como já falado anteriormente, é fácil confundir dativo de referência/respeito com o de esfera, embora a idéia resultante freqüentemente tenha o sentido oposto. Em Ef 2:1, quer í)|iâç ovxaç veicpouç... xoâç àp.apxíaiç újicõv seja "Embora estáveis mortos na dimensão de vossos pecados" ou "Embora estáveis mortos com referência a nossos pecados” há uma grande diferença (como também Rm 6:2). (Noutras ocasiões, esfera e referência obscurecem-se mutuamente como em Mt 5:8, discutido abaixo). Deve-se ser cuidadoso, então, nas escolhas sintáticas feitas evitando tomar uma decisão meramente aceita pelo que parece se encaixar gramaticalmente melhor. O contexto e intenção do autor devem ser verificados. Em geral, é seguro dizer que o dativo de referência vê a palavra com a qual o dativo relaciona-se como algo levemente separado do dativo, enquanto o dativo de esfera vê a palavra com a qual se relaciona como incorporado dentro da dimensão do dativo. Em Rm 6:2, v.g., Paulo usa o dativo de referência: "Nós, que estamos mortos [com referência] para o pecado, como viveremos ainda nele? Aqui, "Nós, que estamos mortos" está separado de "pecado". Em Ef 2:1, vemos o dativo de esfera: "Embora estáveis mortos em [na esfera de] vossos pecados". Aqui, "estáveis mortos" é incorporado dentro da dimensão de pecado. Há exceções a essa regra geral, mas nessas passagens que parecem violar tal "regra", a distinção entre referência e esfera também parece estar mais obscurecida.40 d.
Ilustrações
At 16:5
al ... èKKAxiaíai èaxepeoüvxo xrj lú aiei41 as igrejas cresciam na fé Esse exemplo poderia também ser considerado um dativo de referência ("crescia com respeito à fé"). Ambas as nuanças são igualmente aplicáveis.
Mt 5:8
paKápiOL ol Ka0apol if) Kapõíoc Bem-aventurados são os puros de coração Esse outro exemplo poderia ser igualmente considerado dativo de referência ("puro com respeito ao coração").
40 A razão do obscurecimento ocasional é que referência/respeito enfatizam a idéia concernente a. Esfera, por outro lado, enfatiza estrutura dentro da qual algo é feito. Em um dado exemplo, essas duas dimensões podem misturar-se imperceptível e mutuamente. 41 D o m it e tf) m o r e i .
Dativo: dativo puro (tempo) 1 Pd 3:18
155
XpuJtòç corai; rrepl àpapTitúv èuaOev, õÍKaioç úirèp áôíiccav, ... GavaTwBelç pèv oapKÍ Cristo padeceu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, morto, sim, na carne
Mt 5:3
ol
tticox01 TCÍ> rrveupatL os pobres em espírito Aqui o dativo é praticamente equivalente a um advérbio, assim, "os espiritualmente pobres".
Jo 21:8
tcô
Lc 3:16
Êyu) pev úõan paircííu) úpâç eu vos batizo em água Aqui uôom, como acontece, às vezes, com o dativo de esfera, parece funcionar com uma dupla capacidade de obrigação — especificar o lugar do batismo e o meio do batismo.
irA.oi.apiu) rjÀ0ov vieram em um barquinho
Cf. também Rm 4:19; Ef 2:1 (discutido acima); 1 Pd 4:1; Jd 11.
3.
Dativo de Tempo (Quando?) a.
Definição O nome no dativo indica o temo quando a ação do verbo principal é realizada. O dativo rotineiramente denota ponto de tempo, respondendo à questão: "Quando"? No sistema de oito casos, esse deveria ser locativo de tempo.42 Embora seja muito comum, tal uso foi acentuadamente substituído no Koinê por èv + dativo.43
b. Chave para Identificação Lembre-se de que o nome dativo expressa uma indicação de tempo.
42 Embora o tempo seja específico a partir da perspectiva do falante, isso não implica que a audiência fosse particular a ele. Cf., e.g., Lc 12:20 (discutido abaixo); 17:29-30. Em outros tempos, o dativo poderia ser geral ("naquele dia", "naquela hora"), a ênfase não está no tipo de tempo da pergunta "Como?' que nem acontece com o genitivo, mas simplesmente na idéia temporal de "Quando?'. Assim, o dativo de tempo parece agir como um genitivo de tempo, uma vez que tais casos reais são extremamente raros. A diferença, como vejo, é que o genitivo focaliza sobre o tipo de tempo e/ou tempos durante o qual um evento estendido ocorre. O dativo, por outro lado, focaliza um ponto de tempo onde um evento comumente instantâneo ocorre. Se esse evento é conhecido ou antecipado como tal, o dativo ainda focaliza tal faceta. E igual a um aoristo (no sentido de ação sumária) e a um genitivo ou igual a um presente (em que o evento é visto internamente). 43 Esta não foi uma inovação do Koinê, pois év + dativo para tempo "já estava presente na língua clássica" (BDF, 107 [§200]).
156
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c.
Importância/Semântica
O dativo de tempo distingue-se tanto do genitivo de tempo quanto do acusativo de tempo. A maneira mais fácil para lembrar dessa distinção é lembrar-se da idéia básica de cada caso. A idéia básica do genitivo (puro) é qualidade, atributo ou tipo. Assim, este expressa tipo de tempo (ou o tempo durante o qual algo ocorre). A idéia básica do acusativo é delimitação quanto à extensão. Assim, o acusativo de tempo expressa extensão de tempo. A idéia básica do dativo locativo é posição. Assim, o dativo de tempo expressa um ponto no tempo. (Simplesmente lembre-se de que o dativo locativo é "um caso em um ponto".) d.
Clarificação
Embora o dativo tenha amplamente a força de apontar, ocasionalmente ele justapõe-se com o acusativo de tempo44 e raramente com o genitivo de tempo 45 e.
Mt 17:23
Ilustrações
Tf] xpítT) fpépq èyepBriGeTca46 [em um ponto no tempo] no terceiro dia ele será ressuscitado Cada ocorrência de "o terceiro dia" com referência a ressurreição de Jesus nos Evangelhos é colocado no dativo sem preposição. Cf. Mt 16:21; 20:19; Lc 9:22; 18:33; 24:7, 46.47
44 BDF sugere que os únicos exemplos certos do dativo usados como acusativo de tempo ocorrem com verbos transitivos, sejam ativo ou passivo (108 [§201]), citando somente Lc 8:29 (que pode ser explicado como um verdadeiro dativo, no sentido distributivo: "em muitas ocasiões"); Rm 16:25. Mas cf. também Lc 1:75; 8:27; Jo 14:9; At 8:11; 13:20; e possivelmente Jo 2:20 (embora o uso do caso aqui seja complicado por vários fatores. Veja a discussão no capítulo sobre o aoristo). (Muitos desses exemplos usam "tempo" [xpóvoç] ou "ano" [eroç] como dativo.) É possível tomar pnx wpa, em Ap 18:10, como uma indicação da extensão, como é evidente pelo acusativo no códice A e em uma dúzia de outros MSS. Contudo, o contexto sugere mais uma noção de "tempo dentro do qual" (assim = genitivo de tempo) algo é feito. Há várias razões para o dativo comportar-se assim: a atração para o ablativo latino (BDF, 108 [§201]) e para o uso instrumental (como oposto ao locativo) do dativo (Conforme Robertson, Grammar, 527) estão entre oponentes principais. Robertson certamente está mais próximo da verdade. Cf. sua crítica a Blass em 528. 45 BDF afirma que o simples dativo nunca é usado para um "período dentro do qual" (=genitivo de tempo) no NT, chamando-lhe de 'impossível", embora admitam que kv + dativo, às vezes, seja assim usado (BDF 107 [§200]). Todavia, mesmo que seja muito raro, até o simples dativo pode ser usado como um genivo de tempo (cf. Ap 18:10,17,19 [com v. II. para cada texto]) 4 Metà tpelç fpépaç é encontrado em D. 47 Pode não ser insignificante que essa expressão ocorra somente em Mateus e Lucas. Marcos exclusivamente tem a expressão mais primitiva "depois de três dias" (cf. Mc 9:31; 10:34).
Dativo: dativo puro (regra) Mt 24:20
157
tTpooeújceoSe ôè 'iva pq yéuqtai fi (])uyf| úpwv xeípcâvoç pilòè oappátto48 Mas orai para que a vossa fuga não aconteça durante o inverno nem no sábado
Um contraste ótimo é visto aqui entre genitivo de tempo (xeipwvoí;), indicando o tempo durante o qual algo ocorre, e o dativo de tempo, indicando um ponto. Mc 6:21
'H p ú õ q ç
Herodes Lc 12:20
tolç
n o
T
seu
VU KTL
y e v e o L O iç
a tru o ü
a n iv e r s á r io
T f]V
ij/ l jX q V
õ e iT T v o v
e T r o íq a e v
preparou uma festa OOU
KTTK LTO Ô O LL
1 (XTíÒ 00Ü
[em um ponto de tempo] nesta noite te pedirão a tua alma49 G1 6:9
tò
ôè
Kcdòv
TO LO U U Teç
pq
éy K aK côp ev ,
Koapcô y à p
lô íco G e p ía o p e v
p q è K /m ó p evo i
não cessemos de fazer o bem, porque no momento próprio, ceifaremos, se não desfalecermos Embora com freqüência vejamos a tradução "no seu tempo" (ACF, ARA, ARC), a construção dativa provavelmente implica algo como "só no momento correto". 50 Cf. também Mt 24:42; Mc 12:2; 14:12, 30; Lc 9:37; 13:14,16; 20:10; At 12:6; 23:11; 2 Co 6:2.
4,
Dativo de Regra [de conformidade com] a.
Definição
O substantivo dativo especifica a regra ou código que uma pessoa segue ou o padrão de conduta ao qual ele se conforma. Este uso é raro. b.
Chave para Identificação
Antes do dativo coloque as palavras de acordo com, ou de conformidade com. c.
Clarificação/Semântico
(1) Esta categoria parece se encaixar no domínio mais amplo do dativo locativo. Percebe-se uma semelhaça com o de esfera e o meio em seu aspecto. De fato, há ocasiões quando um dativo de regra aparentemente funciona com capacidade dupla de obrigação com um ou outro destes aspectos. Porém, temos colocado o mesmo sob o grupo de dativo locativo porque ele 48 Eappátou é encontrado em D L M F 047 et pauci; oaPpáTWv em 094 (ambos são leituras genitivas motivadas pelo paralelo com x« Lpwvoç); èv oappátu é encontrado em E F G H 28 565 1424 et alii. Mas a leitura exposta do dativo tem apoio mais difundido e mais antigo (K B K S U V W Y Z 1 A 0 II 2 Q f 1,13 et alii). 49 Veja a categoria "Indefinido Plural" no capítulo sobre "Pessoa e Número", para a explicação da tradução acima (como oposto a "Nesta noite te pedirão a tua alma"). 50 Esta é a única ocorrência do singular «mpcô lòlm no NT, embora o plural sempre tenha esta força (cf. 1 Tm 2:6; 6:15; Tt 1:3, e cf. a RSV nesses lugares).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
158
sugere limite - isto é, um "padrão" é uma medida dentro da qual algo permanece. (2) O termo dativo é lexicalmente classificado: é uma palavra que implica algum tipo de padrão, regra, code de conduta, etc. (tais como e0oç, ’íyvoç, kocvgW, e semelhantes). Também, muitos exemplos ocorrem com certos tipos de verbos que também implica um código de conduta (tais como TTepimruéw e OTOL^éa)). d.
Ilustrações 1)
Exemplos Claros
At 14:16
etccaev m.vxa xk eOnq aopemoOai tocíç óôolç avxQv Ele permitiu todas as nações andassem em os seus próprios caminhos (= "de acordo com seus próprios caminhos")
G1 6:16
oooi xq) kccvÓvl xoúxtp axoixqaouoiu, eipqi/q èir’ auxouç A todos quanto anda de acordo com este padrão, paz sobre eles
1 Pe 2:21
Xpioxòç eTTabev írrrèp úpcôv, úpiv ÚTro^ipiTávcav ímoypappòv Iv a ètTaKoXou0r|oqxç xoíç l^ vcaiv auxoô Cristo padeceu por nós, deixando-nos um exemplo, para que seguíssemos em seus passos
Cf. também Lc 6:38; At 15:1; 21:21; Rm 4:12; 2 Co 10:12; 12:18; Fp 3:16. 2)
G15:16
Um Exemplo Improvável
nvevpaxL TTtpnraxdxe Kai 1-niQvpíav oapKÒç ov pq xeÀéoqxe andai pelo Espírito e não cumprireis o desejo da carne O dativo weúpaxi, poderia ser interpretado variadamente. E possível vê-lo como esfera ou meio. Embora haja uma colocação do dativo com oxoLxéco em v. 25, é desnecessário postular, como alguns têm feito, este como um dativo de regra. Isto é improvável por duas razões: (1) TTveüpa não implica inerentemente regra ou padrão; (2) a força do contexto imediato e de toda a carta aos Gálatas é contrária a isso: não é o padrão do Espírito que capacita a alguém a resistir a carne, mas o poder do Espírito. Paulo diz que a lei, qualquer lei, não pode fazer para se opor às forças carnais interiores.
Usos do Dativo Instrumental Os subgrupos aqui são usos específicos construídos sobre a idéia básica de meio, embora alguns levemente se encaixem nessa categoria.
Dativo: dativo instrumental (associação)
1.
159
Dativo de A ssociação (A com panham ento, Com itiva) [em associação com] a.
Definição O substantivo dativo indica a pessoa ou coisa a que se associa ou com que se acompanha. Este uso é relativamente comum.
b. Chave para Identificação Antes do nome no dativo coloque a frase em associação com. c.
Clarificaçâo •
Este uso do dativo só levemente pertence à ampla categoria de dativos instrumentais. No entanto, esse é caso em que mais naturalmente essa pertinência ocorre.51
•
Freqüentemente, embora nem sempre, a palavra dativa se relacionará com verbo composto envolvendo oúv. E o que ocorre especialmente em Atos, e menos freqüentemente nas cartas paulinas. Por outro lado, nem todo dativo antecedido de verbo prefixado com oúv- é dativo de associ ação (veja discussão de exemplos debatíveis abaixo).52
•
A diferença entre o genitivo de associação e o dativo de associação é simplesmente esta: o genitivo é usado com nomes (que começam com ouv-) enquanto o dativo é usado com verbos (que são prefixado, muitas vezes, com oúv-).
d. Cuidado Embora haja uma relação próxima entre meio e associação, devemos ter cuidado para distinguir um do outro. Na sentença, "Gamaliel andou com seu amigo com uma bengala", "com seu amigo" expressa associação e "com uma bengala", meio. A diferença, naturalmente, é: Gamaliel, para andar, necessita da bengala, enquanto seu amigo é dispensável para que o mesmo ande! e.
Ilustrações 1)
At 9:7
Exemplos Claros ol ôè àvôpeç ol auvoõeúovieç aúxcp os homens que estavam viajando com ele Um exemplo típico em que o prefixo verbal é oúv.
51 Dana-Mantey (88) sugerem um relacionamento ingênuo, embora improvável, entre associação e instrumentalidade: "a segunda pessoa supre o significado da comunhão". 52 Cf. BDF, 103-4 (§193) para discussão desses tipos de verbos usados. Junto com verbos oúv- , BDF menciona verbos prefixados com vapá, èirí, npóç, òiá, ktà., como verbos cujos lexemas também trazem uma idéia associativa (tais como Koivcovéio, eTepoÇuyéü), KoA.A.áco).
160
Sintaxe EjagéütméfMovo Testamento
2 Co 6:14
| ít] yLueaOe eTepoÇuyoúuTeç tmoTOLÇ não vos prendais a um jugo desigual [em associação] com os infiéis Temos aqui um exemplo em que a raiz do verbo traz uma idéia associativa.
Ef 2:5
ouueCwoTroíqoeu iqj XpuraO53 ele nos deu vida juntamente com Cristo
Hb 11:31
IlLcrtei/Paàp f] uópvr| oò auuaiTcUgTO to íç àueLOríoaoLV Pela fé Raabe, a meretriz, não foi destruída com aqueles que eram desobedientes
Tg 2:22
f] ttlotlç ouuripYeL tolç epyotç OCÚTOÍ) fé coopera com suas obras Aqui temos um exemplo incomum de dativo de associação com substantivo impessoal. Todavia, mesmo aqui, t t l o t l ç e é p y o L ç são personificados pelo autor.
Cf. também Mc 2:15; 9:4; Jo 4:9; 6:22; At 9:39; 10:45; 11:3; 13:31; 1 Co 5:9; 6:16, 17; Cl 3:1; 2 Ts 3:14; Hb 11:25; 3 Jo 8; Ap 8:4. 2) Um Exemplo Debatível Rm 8:16
t ò weCipoc auppapTUpfl Ttâ trueúpaTL T|uôv o t l êapev t c k v k 9eob o próprio Espírito testifica juntamente com o nosso espírito que somos filhos de Deus O debate é, gramaticalmente, o Espírito testifica juntamente com nosso espírito (dativo de associação), ou Ele testifica ao nosso espírito (objeto indireto) que somos filhos de Deus. Se for o primeiro, aquele que recebe este testemunho não é declarado (Será Deus ou os crentes? Se for o último, o crente recebe o testemunho e, assim, é assegurado da salvação pelo testemunho inerente do Espírito. A primeira opinião mostra a vantagem de um verbo prefixado com oúv- que seria esperado na companhia de um dativo de associação [o qual é usado na ACF, ARA, ARC, etc.]). Porém, há três razões pelos quais Trveúpem não deveria ser tratado como associação: (1) Gramaticalmente, um dativo com avv- prefixado ao verbo não indica necessariamente associação.54 Isso, é claro, não evita tal uso, mas esse possibilita outras alternativas nesse texto. (2) Lexicalmente, embora oup|iapTupéw originalmente tivesse uma idéia associativa, ele se desenvolveu em direção a mero intensificador de pccprupéo). Isso certamente é o que ocorre com outros textos do NT onde há dativo (Rm 9:1).55 (3) Contextualmente, um dativo de associação não parece sustentar o argumento de Paulo: "Qual status tem nosso espírito nessa questão? Em si ele certamente não tem nenhum direito de nos testificar que somos filhos de Deus".56
a ú rò
53 'Ev é lido antes de tcÔ XpLcraâ em (P46 B 33 et pauci. 54 Embora muitos dativos não-associativos sigam os verbos oúv- , ou sejam, são impessoais (e.g., Lc 11:48; At 8:1; 18:7; Rm 7:22; 8:26; 12:2; Ef 5:11; Fp 1:27; 2 Tm 1:8; Ap 18:4), dativos pessoais não estão sem representações (em 1 Cor 4:4 Ipaunâ é um dativo incommodi depois de oúvoiõa. Em At 6:9, xcô 2xe4>ávw é objeto indireto depois de ouCr|xcu [uma construção em que o objeto direto está somente implícito, mas cf. Mc. 9:10,16; Lc 22:231). BAGD nota que bem cedo no sexto século a.C., "o prefixo avv- teve o mais alto grau de consolidação" (s.v. auppaprupéco, 778). 56 Cranfield, Romans (ICC) 1.403 (itálicos originais).
Dativo: dativo instrumental (modo)
161
Em suma, Rm 8:16 fixa-se como um texto em que a segurança da salvação do crente está baseada no testemunho inerente do Espírito. As implicações disto para a soteriologia são profundas: Os dados objetivos tão úteis quanto são não podem em si mesmos prover segurança de salvação. O crente também precisa (e recebe!) um encontro existencial contínuo com o Espírito de Deus a fim de obter esse conforto familiar.57
2.
Dativo de Modo (Dativo Adverbial)58 [com, em (respondendo "Como?")] a.
Definição O dativo denota o modo como a ação verbal é realizada. Similar a muitos advérbios, esse uso responde a questão: "Como"? (e muitas vezes por meio de um "com" ou "em"). O modo pode ser uma ação adjunta, atitude, emoção ou circunstância. Assim, um nome dativo rotineiramente tem qualidade abstrata. Esse uso é relativamente comum,59 sendo suplantado pelo èv + dativo (ou petá + genitivo) no Koinê.
b. Chave para Identificação Coloque com ou em antes do dativo. Outra forma é tentar converter o dativo em um advérbio (e.g., "com ação de graças" toma-se "graciosamente"). Caso isso aconteça, muito provavelmente ele será um dativo de modo. (Note, porém, que nem sempre é possível converter esse dativo em um advérbio). c.
Clarificação A chave real é perguntar inicialmente se o nome dativo responde a questão: "Como"?, e, então perguntar se o dativo define a ação do verbo (dativo de meio) ou acrescenta cor ao verbo (modo). Na sentença: "Gamaliel andou com uma bengala com um brilho no rosto". A expressão "com uma bengala" expressa meio (ou meios), enquanto "com um brilho" expressa modo. Assim, uma das maneiras de distinguir meios de modo é: o dativo de modo tipicamente emprega nome abstrato enquanto que um de meio(s) comumente, nome mais concreto.
57 Talvez o fato mais negligenciado no debate evangélico moderno sobre soteriologia seja o papel do Espírito no processo. 58 Uma subcategoria do dativo de modo é o dativo cognato (discutido abaixo). 59 Se o dativo cognado for incluído. Muitos advérbios no Koinê devem ter começado como um dativo de modo. E.g., eÍKfj, Kpucjjfj, À.á0pçc, ktL, mas considerá-los como verdadeiros dativos seria anacrônico. No entanto, algumas palavras, tais como õrpooííx, continuam oscilando entre as funções adnominais (At 5:18) e adverbiais (cf. At 16:37).
162
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Jo 7:26
TrappT|oía k a k c l ele fala com ousadia (= ousadamente)
1 Co 10:30 el kyéh %ápLti peté/a) Caso se participo [da refeição] com ações de graças (= agradecidamente) Fp 1:18
eíxe -npofyáaci eíxe áÀT|0eía, Xpiaxòç Kaxayyékkcm i Quer por pretexto quer em verdade, Cristo está sendo proclamado
Mc 14:65
ol vmrpéxai. pcnríopaoiv aúxòv l Àapou os guardas o receberam com socos Nesse exemplo um substantivo concreto é usado, mas força ainda é de modo. A violência não era um meio necessário de "dar boas vindas" a Jesus, mas descreve a atitude e as ações que acompanharam a ação.
2 Co 7:4
ínrepTrepi.aacúop.ai xfj Xa P? éitI Tráaq xf| 0Âú|/ei rípcâv60 eu transbordo com alegria em todas as nossas aflições
Cf. também Jo 7:13; At 11:23; 16:37; 1 Co 11:5; Ap 5:12; 18:21.
3.
Dativo de Meio/Instrumento [por, por meio de, com] a.
Definição O nome dativo é usado para indicar o meio ou instrumento por meio do qual a ação verbal é cumprida. Esse é um uso muito comum, que abrange uma das idéias básicas do dativo (ou seja, instrumentalidade).
b. Chave para Identificação Antes do substanivo no dativo, coloque as palavras por meio de, ou simplesmente com. c.
Amplificação O substantivo dativo é tipicamente concreto, diferente de modo, onde o substantivo é comumente abstrato. O nome no dativo é concebido como impessoal. Porém, não precisa ser necessariamente assim. O dativo de meio ainda é distinto do de agência pessoal de duas maneiras: (1) personalidade não está em questão, e (2) meio envolve um agente que o usa (seja declarado ou implícito).
d. Ilustrações Mt 8:16
èCépaüev xà TTveúp.ocxa XóyCii ele expulsa espíritos por [meio de] uma palavra
60 O códice B tem èv antes xfj XaPà-
Dativo: dativo instrumental (agência)
163
Jo 11:2
€K\iáE,aoa
xouç iróõaç oaixoô xaíç 0p lÇlv aúxíjç ele enxugou seus pés com seus cabelos
At 12:2
àveiÀeu õe ’IáKco(lov xòv àôeA.(j)òv 'Icoáwou paxaípn e matou com uma espada,Tiago, irmão de João.
Rm 3:28
À.oyiÇópe9a ôiKmoüoGai tríoxet ávGputToy61 concluímos que uma pessoa é justificada pela fé
G12:8
ô yàp fuepyf|aaç Iléxpq) elç átToaxoÀqv xfjç uepLXopfjçèviípyqoev K al épol elç xà eGvr) Porque aquele que operou através de Pedro para o apostolado da circuncisão também operou através de mim para os gentios Embora Pedro e Paulo sejam pessoas, suas personalidades não estão em questão: ao contrário, eles são apresentados como instrumentos nas mãos de Deus.
Fp4:6
kv xauxl xfj Trpoaeuxf) Kal xfj ôeqaei pexà eij/apioxíaç xà alxrpaxa úptòv ywupiÇéoGu npòç xòv Geóu em tudo, pela oração e súplica com ações de graças, as vossas petições sejam conhecidas diante de Deus.
Cf. também At 12:6; 26:18; 2 Co 1:11; 8:9 (a menos que seja a causa); Hb 11:17; 2 Pd 3:5; Ap 22:14.62
+ 4.
Dativo de Agência [por, através de] a.
Definição O substantivo dativo é usado para indicar o agente pessoal por meio de quem a ação do verbo é cumprida. Esta é uma categoria extremamente rara no NT, assim como o era no grego antigo em geral.
b.
Chave para Identificação, Estrutura e Semântica (1) De acordo com a definição acima, se o dativo for usado para expressar agência, o nome no dativo não deve ser somente pessoal, mas também deve ser agente que pratica a ação. Existem muitas confusões entre estudantes do NT sobre essa categoria. Em geral, fala mais sobre o uso dessa 'categoria' do que de sua legitimação.63
61 Por níorei F G ler õià Tuaxetoç, uma v.l. que, pelo menos, confirma a noção de meios. 62Jo 8:6 (xcâ ôaKtú/lco Kaxkypa^ev) proporciona um exemplo concreto de meios, embora a perícope adulterae quase que certo não seja parte do texto original. 63 Mesmo pelos gramáticos, às vezes. Cf., e.g., Young, Intermediate Greek, 50 (seus exemplos de Rm 8:14 e 1 Tm 3:16 são duvidosos; veja discussão destes textos abaixo); Brooks-Winbery, 45.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
164
Há quatro chaves para identificação do dativo de agência: (a) Lexical: o dativo deve ser pessoal, (b) Contextual: a pessoa especificada pelo dativo é retratada como exercendo volição.64 (c) Gramatical: o único texto claro envolve verbo passivo perfeito,65 como na expressão idiomática clássica.66 (d) Lingüística: uma boa regra geral para distinguir entre o agente e meio é simplesmente: o agente de um verbo na passiva pode se tomar o sujeito ativo de um verbo, enquanto o meio normalmente não.67 (2) Quando o dativo expressa a idéia de meios, o instrumento é usado por um agente. Quando agente é indicado, ele será usado como o que pratica uma ação diretamente ou como o que usa um instrumento. Assim, um dativo de meio(s) pode ser (e freqüentemente é) usado com pessoas, embora sejam concebidas como seres impessoais (i.e., usado como instrumento por outro alguém). Por exemplo, na sentença: "Deus me disciplinou por meio de meus pais", "Deus" é o agente que usa os "pais" como o meio pelo qual ele realizou algo. Os pais são, naturalmente, pessoas! Mas eles são concebidos como impessoal no sentido que o foco não está em suas personalidades, mas na instrumentalidade deles usados por um agente. c.
Como no NT Expressa Agência A partir da nomeação do agente como o sujeito, há dois modos comuns para expressar agência no NT: úiró + genitivo é usado para o agente último; õitó + genitivo é usado para o agente intermediário. Por exemplo, em Mt 1:22 lemos que "Tudo isto aconteceu para que o que foi falado pelo Senhor (irrrò Kupíou) através do profeta (òia toú TTpoíjirpoi)) se cumprisse". O Senhor é o agente último, embora ele comunique sua mensagem através do profeta.68 Em suma, tal classificação é importante porque quando alguém ver um dativo usado com pessoa e algum tipo de instrumentalidade estiver implícito, ele deve procurar descobrir o agente que usa o instrumento (pessoal).
64 Lembre que em G1 2:8 (notado acima no "Dativo de Meios") Pedro e Paulo são tratados como instrumentos nas mãos de Deus; a vontade deles está sob consideração. 65 BDF (102 [§191]) pode ser muito pessimista ao ver Lc 23:15 como o "exemplo genuíno" solitário no NT. 66 Veja Smyth, Greek Grammar, 343-44 (§1488-94), para uma discussão prolongada. Smyth oferece a perspectiva que "a restrição usual do dativo para os tempos da ação completa parece ocorrer devido ao fato de que se representa o agente colocando-o na posição de ver a ação já completada à luz de sua relação consigo..." (ibid., 343-44 [§1489]). 67 Veja T. Givón, Syntax, 139, n. 7 (§ 5.3): "Pelo que conheço, não existe nenhum caso claro de instrumento ou modo que se tome sujeito de orações simples/ativa". Cf. também § 5.3.4 (142) e § 5.3.5 (143). Mas Givón dá exemplos que parecem contradizê-lo, tais como: "O martelo quebrou a janela" que ao ser convertido em passiva fica: "A janela foi quebrada pelo martelo" (143). 68 A questão de agência com preposições será desenvolvida plenamente nos capítulos sobre preposições e voz do verbo.
Dativo: dativo instrumental (agência)
165
d. Ilustrações 1) Exemplos Claros Lc 23:15
ueTTpaY|j.évov atkc? 69 por ele Como sempre é aparentemente o caso no NT, os únicos exemplos claros envolvem verbo perfeito passivo.
oòôèu ã^ iou Bavcruou e o ú v
n a d a d ig n o d e m o rte foi feito
Tg 3:7
nãou yàp (Jiúoiç 9r)pítúv . . . ôeôápccatai tf) (jmaei -cf) àvôpwTTÍvrj p o rq u e to d o tip o d e feras . . . sã o d o m a d a s pela humanidade
Cf. também Jo 18:15; Rm 14:18;70 2 Pd 2:19 (se w-1 for pessoal) para outros textos possíveis. 2) Exemplos Debatíveis Jd 1
tolç
kv 0€(Á> iTccipl
fiY airrp év o iç K al
Tijoou XpioTG)TexqpripéuoLç
K/LT]TOLÇ71
ao chamados, amados por Deus Pai, e guardados por Jesus Cristo Provavelmente é melhor considerar Trjoou X p L O iQ como dativo de vantagem ("guardados por Jesus Cristo"). Mas se for agência, ele se encaixa no padrão de um dativo depois de perfeito passivo. 1 Tm 3:16
G15:16
w0r| àyyk\c>\.ç v isto por anjos Este texto (assim como outros com w(f)0r| e verbos semelhantes) podem ser interpretados variadamente: ou "ele apareceu a anjos" ou "visto por anjos". Se o primeiro, o dativo seria recipiente (e o verbo na passiva poderia ser percebido como meramente intransitivo).72 Se o último, o dativo não se encaixaria no perfil de dativo claramente definível de agência, ou contextualmente (nenhuma volição é requerida no ato de ver) ou gramaticalmente (o verbo é aoristo, não perfeito). TrveúpatL iT ep m atelxe K al ém O upLav aapKÒç on pr) içÀéaryue a n d a i pelo Espírito e n ã o satisfarei os d esejo s d a carn e Tomar TT^eúpaiL como um dativo de agência é uma visão popular entre os comentaristas,73 mas há dois problemas básicos com isso: (1) Este uso é muito raro no NT (a menos que, naturalmente, aceitemos que TTVcijpaTL em muitas ocasiões tenha o mesmo sentido pretendido aqui!); (2) Tveúpocu não ocorre com verbo passivo, com exceção de um só perfeito
69 A adição de kv antes de
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
166
passivo; ainda que todos os exemplos claros de dativo de agência no NT ocorram com perfeito passivo. A implicação dessas considerações é: Ele desmascara uma pressuposição de muitos comentaristas que a personalidade distinta do Espírito era completamente reconhecida no período apostólico primitivo. Ele apela a uma categoria possível à luz das articulações teológicas posteriores. Mas uma pressuposição assim é claramente uma questão inicial se os dados gramaticais estiverem dificilmente do lado dessas articulações.74 Isto certamente levanta algumas questões que podem ser consideradas, em parte, aqui: não afirmamos aqui que a distinção da personalidade e deidade do Espírito é estranha ao NT, mas só que há uma revelação progressiva dentro do NT, assim como existe entre os Testamentos. Desse modo, nos livros mais antigos (tal como Gálatas) poderíamos ver a personalidade do Espírito somente "através de óculos embassados".75 A matéria chamada teologia é sistematização dos textos sagrados sobre determinado assunto, isso é feito porque a Bíblia não apresenta seus temas de forma sistemática, mas de modo progressivo-revelacional. Os livros da Bíblia devem ser examinados no seu contexto histórico. Qual então é o uso desse dativo? Muito provavelmente, meio.76 Esta classificação não nega a personalidade do Espírito Santo. Deve ser notado que, em toda probabilidade, nenhum dos exemplos envolvendo irncúgaTi no NT seria classificado como agência.77
5.
Dativo de Medida/Grau de Diferença [por] a.
Definição O dativo, quando seguindo ou precedendo um adjetivo comparativo ou advérbio, pode ser usado para indicar a extensão da veracidade ou grau de diferença que existe de determinada comparação. Este uso é bastante raro.
b. Chave para Identificação Em lugar de inserir o vocábulo que como acontece com o genitivo de comparação (as duas idéias são semelhantes, mas não idênticas),78 insira o 74 É interessante que todos os exemplos do NT de iraó + irveúqaTOc;, que, segundo essa abordagem, indicam a personalidade do Espírito, ocorrem nos livros posteriores (cf. Mt 4:1; Lc 2:26; At 13:4; 16:6; 2 Pd 1:21). 75 Há um paralelo com articulações sobre a deidade de Cristo: Somente nos últimos livros Ele é explicitamente chamado 9eóç. As razões para isso certamente estão relacionadas ao terreno monoteísta restrito do qual o NT surgiu. Como R. T. France articulou, "era uma linguagem chocante, pois mesmo quando as crenças subjacentes já eram firmemente estabelecidas, era mais fácil, e talvez mais político, expressar essas crenças em termos menos diretos. A maravilha não é que o NT tão raramente descreva Cristo como Deus, mas que em um contexto assim, ele o faz completamente" ("A adoração de Jesus - Um Fator Negligenciado no Debate Cristológico?" VE 12 [1981] 25). 76 Como demonstraremos na discussão de cv irveúpocTi em 1 Co 12:13 (no capítulo sobre as preposições), tratar (év) Tiveú|i.aTi. como agente causa outras dificuldades teológicas e exegéticas. 7 rCi. Rm 8:13, 14; 1 Co 14:2; G1 3:3; 5:5, 18, 25; Ef 1:13; 1 Pd 3:18, todos dos quais provavelmente são dativos de meio. 78 Ambos podem até mesmo ocorrer na mesma oração; cf. Hb 1:4 abaixo.
167
Dativo: dativo instrumental (causa)
vocábulo por antes da termo quantativo dativo. Tipicamente a fórmula no grego será ttoA.A.03 (a palavra no dativo) + (J.âÀÂoy. c.
Ilustrações
Rm 5:8-9
exi ãpapxwÀSy õuxtou qpwy Xpiaxòç írrcèp riptôv àiiéQaueu. (9) TroÀA.cá ouy páÃÂoy õiKaiGoBéyxeç vôv kv xcô aipaxi aúxoC aa)0r|oópc9a ôl ’ aúxob (xxtò xqç ópyfiç. sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Muito mais [literalmente, "mais por muito"] agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira [vindoura].
Fp 2:12
í)TTr)Kot)aocxe . . . irollcô páÂÀou kv xfj áirouaía obedecestes . . . muito mais na minha ausência
Hb 1:4
xoooÚxm
pou
Kpeíxxojy yeuópcyoç xuu àyyéA.cou tendo se tomado tão melhor que os anjos Um termo-chave em Hebreus é a superioridade do Filho. Em 1:4-14 o Filho é contrastado aos anjos, com a implicação clara (feita explícita no v. 8) que ele é Deus encarnado.
Cf. also Mt 6:30; Mc 10:48; Lc 18:39; Rm 5:10, 15, 17; 2 Co 3:9, 11; Fp 1:23; Hb 10:25.
6.
Dativo de Causa [por causa de] a.
Definição O substantivo dativo indica a causa ou base da ação do verbo. Este uso é bastante comum.
b. Chave para Identificação Antes do dativo insira a frase por causa de ou na base de. c.
Clarificação Este uso do dativo é semelhante, mas não idêntico, ao dativo de meio(s). (Às vezes, porém, é impossível distingui-los).79 O dativo de meio indica como, o dativo de causa, por quê. O dativo de meio indica o método; o dativo de causa, a base. Nem sempre é melhor traduzir o dativo de causa pela expressão "por causa de", pois, no português, "por causa de" pode expressar causa ou motivo. As duas idéias são similares, mas não idênticas. Desse modo, ocasionalmente é melhor traduzir o dativo de causa pela palavra "por" ou pela expressão "na base de". Em Ef 2:8, por exemplo, (xrj yàp Xapixí coze aeauapéyOL õià TTiaxecjç), xq xápixi é a causa de nossa salvação
79 Isso se deve ao fato de que a causa última pode também, às vezes, ser o cumprimento de uma ação.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
168
(ôià TTLOTewç expressa o meio pelo qual isso ocorre). No entanto, seria melhor traduzi-la pela expressão "pela graça" ou "com base na graça", em lugar de "por causa da graça", visto que esta última frase poderia ser construída para indicar somente o motivo de Deus, mas não a base de nossa salvação. d.
Ilustrações
Lc 15:17
nóooi píoBioi toô naipóç pou tTepLOoeúouxai apitou, éycò ôè A.ipd) t wôe dnTÓA.A.i)poa; Quantos trabalhadores de meu pai são fartos de pão, e eu aqui pereço por causa de fome?
Rm 4:20
oú ôteKpí0q if) átTioiíç ele não duvidou por causa de incredulidade
G16:12
póvov iva tcü otaupcô toü XpioTOÚ pq AicÓkmvtcu somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo
Fp 1:14
. . . touç tTÀeíouaç tgõv àôeÀ^úu kv Kupíco TrenolGÓtocç coiçôeopotç pou .. . muitos dos irmãos tomando ânimo no Senhor por causade minhas prisões
Cf. também Rm 11:30-32; 2 Co 2:7; Ef 2:8 (discutido acima); 1 Pd 4:12.
7.
Dativo Cognato80 a.
Definição O nome dativo81 é cognato do verbo ou forma (onde ambos, nome e verbo, têm a mesma raiz) ou conceitualmente (onde as raízes são diferentes). Isto não é comum.
b.
Chave para Identificação A chave, é claro, será a força cognativa do dativo. No entanto, outra dica é lembrar-se de que o dativo pode usualmente ser traduzido como advérbio.82
c.
Significado e Clarificação A força do dativo cognato é primariamente enfatizar a ação verbal. Porém, este uso dativo se encaixará, muitas vezes, em outra categoria dativa (em
80 Veja dativo de modo como uma categoria mais ampla da qual esse dativo faz parte. 81 Esse uso dativo, por definição, não ocorre com pronomes, visto que o significado lexical da palavra dativa se relaciona com o do verbo. 82 Alguns dos exemplos abaixo não se encaixam nessa noção adverbial, mas são dativos cognatos em um sentido mais lato.
Dativo: dativo instrumental (material)
169
particular, modo). A escolha do autor pela palavra cognata é uma indicação de que a ênfase da ação do verbo é a idéia principal do dativo. d.
Ilustrações 1)
Cognato em Forma
Lc 22:15
€tn.0upía èneBvprjoa desejei com desejo (= "ansiosamente desejei")
At 2:17
oi tipeopútepot úpcòv éinmnoiç êvuTTvaaoBqoov-ucn os vossos velhos sonharão sonhos O dativo aqui parece também funcionar como o objeto direto.
Tg 5:17
'l U í a ç . . . npoaeuxü Ttpoaqú^ato
Elias . . . orou intensamente Ap 14:2
Ki0apq>ôcàu KL0apLÇóuTcou ta iç KiOápaiç (v.l.) harpistas harpejando suas harpas Não somente é o dativo cognato do verbo (particípio), mas também é o nome genitivo! Cf. também Hb 8:10 e 10:16 para um fenômeno semelhante (nesses exemplos, de nominativo cognato).83
Cf. também Mc 1:26; Jo 3:29; Cl 2:11; Ap 14:18. 2) 1 Pe 1:8
Cognato em Significado áyaÍAiâaOe Xa P% regozijais com alegria
Ap 5:11-12 tÍkoiíocí (jxouqv- . . Âcyovxeç (Jxavf) p,eyáA.T) ouvi uma voz... dizendo com uma grande voz Cf. também Ap 5:2; 7:10; 8:13; 10:3; 14:7, 9.M
8.
Dativo de Material a.
Definição O substantivo dativo denota o material que é usado para cumprir a ação do verbo. Este uso é bastante raro.
83 O dativo talç KiOápoaç é precedido por kv em quase todos os testemunhos gregos. Assim, embora o exemplo acima seja esclarecedor, dificilmente é original. 84 Sua freqüência em Apocalipse se deve amplamente ao contexto semítico do autor. Se ele estava pensando em hebraico e escrevendo em grego, porém, é uma questão à parte.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
170
b. Chave para Identificação e Clarificação O nome dativo usualmente será uma palavra quantitativa (embora aplicações metafóricas ocasionais sejam vistas). A diferença entre este uso e o de meio tem a ver com tal item se é usado ou não como ferramenta. Se for uma ferramenta, o dativo indica meio ou material. (Um escritor com tinta e uma caneta. A tinta é o material; a caneta, o meio). A diferença entre este e o genitivo de material é que o genitivo de material está relacionado com um nome; enquanto o dativo de matéria, com um verbo. c.
Ilustrações
Jo 11:2
MapLàp . . . àXeítyaoa. xòv xúpiov púpq) Maria . . . ungiu o Senhor com óleo A noção verbal de unção sugere a aplicação de alguma substância a um objeto. Assim, mesmo em At 10:38 ("Deus ungiu [èxpioev] a ele com o Espírito Santo e com poder"), os dativos são apresentados como material.
2 Co 3:3
èyypappévq oú péLocvi escrita não com tinta
Hb 2:7
ôó^q xcd TLpfj laxí-tfávwoaç aúxóv com glória e honra, Ele o coroou
Cf. também Mc 6:13; Lc 7:38, 46; G1 6:11; Hb 2:9; Tg 5:14.
+ 9.
Dativo de Conteúdo a.
Definição O dativo denota o conteúdo solicitado pelo verbo encher. Este uso é debatível no NT (De um lado, porque é difícil distingui-lo do dativo de material; de outro, porque é extremamente raro).
b. Chave para Identificação O dativo é uma palavra quantitativa relacionada com o verbo encher. De fato, as diferenças-chave entre conteúdo e material são: (1) material envol ve uma palavra quantitativa, enquanto conteúdo pode ser qualitativo (ou até abstrato); (2) conteúdo é especificamente relacionado com o verbo en cher. c.
Clarificação Normalmente, o verbo encher, no grego, pede genitivo de conteúdo. Porém, há possivelmente três exemplos no NT quando TTÀqpóco solicita dativo de conteúdo. Deve-se notar, porém, que não há exemplos claros no grego bíblico em que cv+ dativo indique conteúdo.85 (Desse modo, a interpretação popular de TTÁqpofjOÚe kv TTueú|i(m em Ef 5:18 como "ser cheio do Espírito Santo"
Dativo: depois de certas palavras (objeto direto)
171
no sentido que o Espírito é o conteúdo com o qual alguém é enchido provavelmente é muito incorreta).86 d. Ilustrações Rm 1:29
iTeTTA.r|pco|iévou<; racrç aôucíq: ktà. estando cheios de [com] toda iniqüidade, etc.
2 Co 7:4
tTeiTA.rípcjpoti tf) mxpaKÀqaei estou cheio de [com] conforto
Lc 2:40
nAqpoúpeuou aotpia 87 cheio de [com] sabedoria
Os Usos do Dativo Depois de Certas Palavras Há alguns usos dativos que não se encaixam nitidamente em categoria alguma. Estes constituem o grande e amorfo grupo conhecido como uso do dativo depois de certas palavras.
1.
Dativo Objeto Direto a.
Definição Um número de verbos toma o dativo como seu objeto direto. Também, devese notar que tais dativos comumente se relacionam com verbos que implicam relação pessoal. Assim, o significado dos verbos corresponde em sentido com a idéia básica do dativo puro. Esta categoria tem muitas ilustrações.
b.
Chave para Identificação e Clarificação Veja BAGD, uma boa concordância, ou BDF para uma lista de verbos assim.88 Geralmente será óbvio quando o dativo for objeto direto. Mas visto que o dativo normalmente se relaciona com um verbo em lugar de um nome, pode haver confusão.
85 Abbott nota que "o uso de kv com lúripóco para expressar conteúdo com o qual algo é cheio seria um uso sem exemplos" (Ephesians [ICC] 161). Veja esta discussão em 161-62 de kv irveúpaTt em Ef 5:18. 86 Esse texto será discutido com mais abrangência no capítulo sobre as preposições. 87 Locjnaç éuma leitura encontrada emX* A D 0 X I’ A A II f 1,13 Byz. Jáooc|)ía se acha em X CB L W T 33 eí pauci. 88 Embora muitas gramáticas intermediárias alistem todos esses verbos, é nossa convicção que as gramáticas desnecessariamente fazem duplicação com a abordagem dos léxicos. Nossa abordagem é tentar não ultrapassar o domínio lexicológico à medida do possível.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Uma boa regra geral é: verbos que tomam um dativo objeto direto podem geralmente ser traduzidos por para/a ou em. Assim ÒTraKOÚcj pode ser traduzido, "sou obediente a," õtaKOVCã pode ser "eu sirvo a," çú/aptotcô pode ser traduzido como "sou grato a", tuotcÚm como "eu creio em". (E preciso usar um pouco de imaginação com estes verbos, visto que seus significados são normal e reciprocamente: "eu obedeço", "eu sirvo", "eu agradeço", e "eu creio"). Outra maneira de observar os verbos que tomam dativo objeto direto é: a maioria deles pode ser colocado em um dos seguintes grupos (todos os quais, bastante incidentais, são termos usados com a idéia de discipulado: confiar (e.g., tuarajco), obedecer (e.g., írrraKoúco), servir (e.g., ôuxKOuéco), adorar (e.g., Àccrpeixo), dar graças (e.g., eu/ttp toteio), seguir (e.g., àKoÀouOécn). Significado Já tem sido falado que esses dativos de objeto direto se relacionam com verbos que implicam relação pessoal. Isso, em parte, reside na importância do dativo objeto direto. Assim também, alguns dos verbos que tomam dativo de objeto direto também tomam acusativo de objeto direto. Desse modo, quando um autor tiver escolha de qual tipo de objeto direto, o caso que escolher para expressar sua idéia será importante. Ilustrações Obviamente, uma vez que essa é uma categoria ampla, os exemplos selecionados não refletirão possivelmente o uso de forma adequada. Tenho escolhido um dos verbos mais importantes que toma tanto dativo objeto direto quanto acusativo objeto direto (TrpooKDvéw). 1) Observações Introdutórias sobre IIpoOKiivéu) + Dativo Objeto Direto Visto que o dativo é o caso de interesse pessoal, é fácil ver a idéia básica quando um autor escolhe usar o dativo objeto direto de 'rrpooKUvetJ. A idéia de interesse pessoal empresta a si mesma a relação pessoal, assim deve ser significante que usualmente no NT, o dativo objeto direto é usado com TTpooKUuéto quando a verdadeira Deidade é o objeto de adoração, (cf. Mt 14:33; 28:9; Jo 4:21; 1 Co 14:25; Hb 1:6; Ap 4:10; 7:11; 11:16; 19:10; 22:9). A implicação, em parte, pode ser que Deus é um Deus verdadeiro — com quem os seres humanos podem ter uma relação pessoal. E, muitas vezes, quando a falsa deidade é adorada, o acusativo objeto direto é usado (cf. Ap 9:20; 13:8, 12; 14:9, 11; 20:4). Parece, também, que quando o dativo objeto direto for usado com TTpooKuvétú para a adoração de uma/sisa deidade, a ênfase estará sobre a relação pessoal envolvida (cf. Ap 13:4) porque o objeto de adoração é uma pessoal real,89 ainda que não seja deidade verdadeira. Ocasionalmente, o acusativo objeto direto é usado com TTpoaKUuéu quando verdadeira Deidade é adorada. Exemplos assim podem implicar
Dativo: depois de certas palavras (nomes)
173
uma má concepção de Deus por parte do adorador (Jo 4:22) ou que a adoração está distante de realizar-se (cf. discussão sobre Mt4:10 abaixo).90 2)
Hb 1:6
Exemplos de npooKUvéco + Dativo ò x a v òè m x/Uu e L o a y á y q x ò v x p a n ó x o K o v e lç T q y oLKOU|iéur|t\ lé y e i
Kal tTpooKuurioáTuoay aírccô Tráuteç ayyeÀot 9eoí).
E quando novamente introduz o primogênito no mundo [habitado], diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Em Hb 1, o capítulo no qual o autor estabelece a superioridade de Cristo sobre os anjos — uma superioridade pertencente somente a Deus — o dativo objeto direto é usado para Cristo. Mt 4:9
ra u x á a o i rráv ia õcáoco, k à v TTeoòu TTpoaKwr|ar)ç poi.
tudo isto te darei se prostrado me adorares. Aqui, o diabo tenta Jesus para adorá-lo. Mas pelo uso do dativo objeto direto por parte do evangelista, o diabo não está pedindo uma mera homenagem, mas uma confissão que ele, o diabo, é Deus. Cf. também Mt 2:11; 8:2; 14:33; 28:9; Jo 4:21; Ap 4:10; 19:4. 3) Exemplos de IIpooKUvécü + Acusativo Mt 4:10
KÚpiov x ò v 9eóv aou npoaKuvriaeiç O Senhor teu Deus adorarás Jesus está combatendo o tentador com as Escrituras. Ele cita Dt 6:13, que tem <])o|3r|9f|aTi e não TípoaKui'f|aeiç. Desse modo, o uso do acusativo com TTpooKuvéu não é influência da LXX. Pelo contrário, parece que uma aplicação pessoal desse texto ao tentador está sendo feita. Embora somente o Senhor Deus seja o Deus verdadeiro, o diabo não terá nenhuma chance de uma relação pessoal com ele, apesar de que o diabo tenha a obrigação de como criatura relacionasse a Deus (cf. Fp 2:10 para um tema similar).
Cf. também Ap 9:20; 13:8; 14:9, 11.
2.
Dativo Depois de Certos Nomes a.
Definição Poucos nomes tomam dativos depois de si. Novamente, a noção de interesse pessoal sempre é vista. Esta categoria não é particularmente comum.
89 Até mesmo "a imagem da besta" é colocado no dativo em Ap 13:15; 16:2; 19:20. Mas em sua primeira ocorrência, é "fez falar" (13:15) e assim parece ser pessoal. 90 Admitidamente, mais obras precisam ser escritas sobre os casos com irpooKuvéw. A explicação dada acima é somente sugestiva e não pode lidar com todos os dados. Além disso, não se manipula bem a navalha de Occam. Alguns dos textos mais problemáticos são Lc 24:52 (acusativo); Jo 4:23-24 (intercâmbio entre dativo e acusativo); e a colocação aparentemente caprichosa em Apocalipse. (Uma maneira de resolver o uso em Apocalipse é tomar nota de objetos compostos: eles sempre são colocados no acusativo [tais como "a besta e sua imagem"] mesmo quando o dativo é usado separadamente). Mas qualquer que seja a solução final oferecida para o enigma sintático, a diferença entre os casos em termos de relação pessoal (dat.) e extensão (acus.) precisa ser levada em conta.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
174 b. Chave para Identificação
Esses substantivos são substantivos deverbais (i.e., são cognatos verbais, tais como òtjjeiAérry; [ó^eílco], inrávTTiaiç [ímautácú]). Além do mais, muitas vezes, esse nome encontra sua contraparte em um dos verbos que toma dativo objeto direto: ÔLaKOtáa-ôiaKovéü), eújcapLaTLa-eôxapiatéco, etc. c.
Ilustrações
Mt8:34
nâaa t) ttÓâiç èÇfjlOev elç ÚTráutipiu tq> Tqaoú toda a cidade saiu para encontrar-se com Jesus O cognato verbal, imavraco, toma o que poderia ser chamado de dativo de associação ou dativo objeto direto (cf. Mc 5:2; Jo 4:51).
1 Co 16:15
ôuxKováau toíç àyíoiç serviço aos santos
Cf. também Rm 8:12 (ócpeLÀéTriç); 2 Co 9:11 (eúxapiatía).
3.
Dativo Depois de Certos Adjetivos a.
Definição Alguns adjetivos são seguidos pelo caso dativo. Mais uma vez, quando a idéia de interesse pessoal aparecer, o dativo será usado. Essa categoria é bastante comum.
b. Chave para Identificação Realmente não há uma chave para identificação visto que esse é um grupo amorfo: o grupo mais comum é com adjetivos de "semelhança" (i.e., correspondência) tais como opoioç, íaoç.91 Ainda há muitos adjetivos pertencentes à categoria mais ampla do dativo de referência. c.
Ilustrações
Mt 13:31
ópoía èaxiv q PocaiÀeía tcôv oupaucôv kÓkkq otuátrecoç o reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda
Rm 1:30
youeüaiu àuf i9f iç desobedientes aos pais
Fp 2:6
oi)% àpTTayp.òt' fiyqoctTO tò eívca I ou 0eq> não considerou o ser igual a Deus como algo a ser agarrado
1 Tm 4:15
Iv a aou f) upoKOiTT] (j)avepà rj uâaiv a fim de que o teu progresso seja manifesto a todos
91 Cf. Robertson. Short Grammar, 240.
Dativo: depois de certas palavras (preposições) Ap 2:18
175
ó ulòç toÍ) 9eoü . . . oi uóôeç aútou opoiot xa^K0^LP«v(4> o Filho de Deus . . . seus pés são semelhantes ao bronze polido
Cf. também Mt 20:12; Jo 18:15; At 7:13; 26:19; Tt 2:11.
4.
Dativo Depois de Certas Preposições a.
Definição e Chave para Identificação Certas preposições tomam o dativo depois de si. Veja o capítulo sobre as preposições para discussão. Para revisar quais preposições tomam dativo, cf. e.g., Mounce, Basics of Biblical Greek, 55-62.
b. Importância Quando um dativo for seguido por uma preposição, não tente identificar a função do dativo somente pelo uso do caso. Pelo contrário, consulte BAGD para o uso específico desse caso com essa preposição. Embora muitos dos usos dos casos justaponham-se a outros usos preposicionais + dativo (especialmente com kv + dativo), os paralelos são inexatos. Além disso, onde houver uso justaposto, não haverá geralmente justaposição de freqüência da ocorrência (e.g., embora tanto o dativo puro quanto kv + dativo sejam usados para expressar esfera, a freqüência do uso preposicionado é muito mais alta).92
92 Para uma discussão mais detalhada das diferenças entre caso simples e preposição + usos do caso, veja o capítulo sobre as preposições.
O Caso Acusativo Panorama dos Usos do Acusativo Usos Substantivais do Acusativo................................................................................. 179 1.
Acusativo Direto Objeto...................................................................................179
2.
Acusativo Duplo.............................................................................................. 181 a. Pessoa-Coisa.......................................................................................... 181 b. Objeto-Complemento.......................................................................... 182
3.
Acusativo Cognato (Acusativo de Objeto Inerente).................................. 189
4.
Acusativo Predicativo.......................................................................................190
5.
Acusativo Sujeito do Infinitivo.......................................................................192
6.
Acusativo de Objeto Retido........................................................................... 197
7.
Acusativo Pendente (Accusativum Pendens)................................................ 198
8.
Acusativo em Simples Aposição.....................................................................198
Usos Adverbiais do Acusativo...................................................................................... 199 1.
Acusativo Adverbial (Acusativo de Modo).................................................200
2.
Acusativo de Medida (ou Extensão de Tempo/Espaço).............................201
3.
Acusativo de Respeito ou de Referência.......................................................203
4.
Acusativo em Juramentos................................................................................204
Acusativo depois de Certas Preposições..................................................................... 205
Bibliografia Selecionada BDF, 82-89 (§148-61); Brooks-Winbery, 45-59; E. Crespo, "The Semantic and Syntactic Functions of the Accusative," In the Footsteps ofRaphael Kühner, ed. A. Rijksbaron, H. A. Mulder, G. C. Wakker (Amsterdam: J. C. Gieben, 1986) 99-120; Dana-Mantey, 91-95 (§96); A. C. Moorhouse, "The Role of the Accusative Case," In the Footsteps of Raphael Kühner, 209-18; Moule, Idiom Book, 32-37; Porter, Idioms, 88-92; Robertson, Grammar, 466-91; Smyth, Greek Grammar, 353-64 (§1551-1633); Turner, Syntax, 220 21, 244-48; Young, lntermediate Greek, 16-22; Zerwick, Biblical Greek, 23-26 (§66-74).
176
177
Acusativo: introdução
Introdução 1. O Acusativo no Grego Clássico No grego clássico, o acusativo era empregado como "o caso oblíquo por exce lência"1. Esse uso deve-se a duas razões: (1) sem dúvida, foi o caso oblíquo mais utilizado (até mesmo mais que o genitivo e o dativo);2 e (2) como o menos es pecífico dentre tais casos oblíquos, seu uso abrangia uma gama de circuns tâncias. Dada essa utilização, ele merece o apelido de o caso "sem marca" ou o o caso oblíquo. Assim, outro caso só seria utilizado se houvesse alguma exi gência muito grande para tal.
2. O Acusativo no N T grego Ainda que os gramáticos do NT grego pressupusessem a mesma situação para esse corpus,3 as estatísticas mostram uma história bem diferente. Diferente do clássico, no NT grego o nominativo é o caso mais usado (31% das formas de casos) que o acusativo (29%). Além disso, no grego clássico, o acusativo geral mente excede em número ao genitivo e ao dativo juntos. Mas no NT, embora haja mais acusativos que genitivos (25%) ou dativos (15%), a combinação dois casos (40%) é superior ao uso do acusativo. Qual a explicação para essas diferenças? Vários fatores parecem estar envolvidos. (1) muitos dos corolários da língua naturalmente começaram a ser retirados à medida que o grego clássico abria caminho para a supremacia do koinê, tornando-se esta a língua do comércio para muitos estrangeiros. Assim, por exemplo, embora mais abundante no grego clássico,4 os seguintes acusativos são raros ou inexistentes no NT grego:5 o de endereço, o pendente, o de exclamação, o usado em introduções, o apositivo ou o absoluto; (2) de acordo com o espírito helenístico pela busca de clareza, as preposições tomaram um papel decididamente mais proeminente no NT grego, i.e., onde um simples caso (em particular o acusativo) teria sido usado em tempos remotos passou-se a usar a preposição. Muitas destas tomaram um outro caso que não fosse o acusativo. (3) a grande ocorrência do genitivo foi, aparentemente, gerada, em parte, pela influência semítica (e.g., o genitivo "hebraico" ou atributivo).
1 Moorhouse, "The Role of the Accusative Case", 209. 2 Moorhouse (ibid., 211) observe que em "exemplos tirados de oito autores, varian do em tempo de Homero para Demóstenes, o número de acusativos excede até mesmo o de nominativos sem exceção; e pelo uso do caso oblíquo em si, os acusativos exce dem em número os genitivos e os dativos juntos com apenas uma exceção (em Tucídides)." Nossas comparações no parágrafo seguinte são baseadas nesse exemplo representativo. 3 Cf., e.g., Robertson, Grammar, 466-67; Porter, Idioms, 88. 4 Ver Moorhouse, "The Role of the Accusative Case", 212-17, para ver exemplos. 5 Esses usos são o ponto-pé inicial que incitou os gramáticos clássicos a considera rem o acusativo como um caso sem marca (também são conhecidos como acusativos independentes).
178
3.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Definição Geral Em suma, embora o acusativo pudesse, com justificativa, ser considerado o caso padrão no grego clássico, é necessário ainda definir seu papel no NT grego. É verdade que ele não possuía uma marca, pelo que seu uso como objeto direto confirma. No entanto, para seus outros usos, havia uma ênfase semântica maior, por isso não se pode simplesmente chamá-lo de caso indefinido. Pelo contrário, despertaríamos menos debates se o descrevêssemos como o caso da extensão ou delimitação. "O acusativo mede uma idéia com relação ao seu conteúdo, escopo, direção".6 Ele é, antes de tudo, usado para limitar a ação de um verbo quanto à extensão, direção ou alvo. Logo, ele freqüentemente respon de a questões como "Qual é a distância?"7 Em muitos aspectos, isso fluirá como uma idéia indefinida.8 A força precisa do acusativo é determinada pelo seu lexema e pela força do verbo.9
4.
Relação com Outros Casos Oblíquos Semelhante ao genitivo, no sentido em que ambos têm como parte da sua idéia básica a limitação, o acusativo limita transmitindo a idéia de quantidade, enquanto o genitivo, qualidade. Quanto ao dativo, o acusativo compartilha a primazia da relação com o verbo, antes de qualquer outro uso. Contudo, enquanto o dativo preocupa-se com a relação, situação ou cumprimento da ação do verbo, o acusativo está preocupado com a extensão e o escopo da ação do verbo.
6 Robertson, Grammar, 468. Isso não abrange todos os usos. Robertson nos lembra que Brugmann e Delbrück há muito tempo atrás "se desesperaram na busca por uma única idéia unificada" (Grammar, 467). Com respeito, em grande parte aos anteceden tes históricos formadores do Koinê (no geral e ao do NT em particular), podemos ape nas descrever os vários usos do acusativo sem atentar englobá-lo em uma unidade conceituai. Assim, a noção de extensão funciona bem com a maioria dos usos do acusativo, mas certamente nem todos. Em particular, os usos adverbiais do acusativo envolvem muitas exceções à noção de extensão. 7 Conforme Robertson, Grammar, 215-16. 8 Digamos ser esse o mais próximo ao significado não-afetado, ainda que haja aqui muitas exceções. 9 Crespo, "As Funções Semânticas e Sintáticas do Acusativo", 100-101. Há algumas exceções para isso, observando que, dependendo do tipo de verbo usado, o acusativo pode ser muito mais definido que o genitivo ou dativo. Ele parece sugerir que a nuança do objeto sintático é o significado não-afetado para o caso acusativo (115). Mas, desde que seus estudos se restringiram ao grego homérico e à realidade sincrônica do pri meiro século A.C., isso nos previne em tomar o mesmo caminho.
Acusativo: substantivo (objetivo direto)
179
Q u adro 14 F req ü ên cia d e C asos no N ov o T estam ento G reg ow
Usos Específicos As categorias do acusativo agrupam-se geralmente em tomo das seguintes classes gramaticais: substantivo, advérbio e regido por certas preposições. Essa é uma dica nem sempre explícita, embora seja útil.
Uso Substantivo do Acusativo 1. Acusativo Objetivo Direto a.
Definição Nesse uso, o acusativo indica o objeto imediato da ação de um verbo transitivo [direto], ou seja, ele recebe a ação verbal limitando a mesma a ação verbal. Além de tão comum, esse uso é também freqüente. Portanto, ao se encontrar um substantivo no acusativo, deve-se pensar em objeto direto e ao se pensar em objeto, deve-se lembrar, quase sempre, de acusativo.
b. Chave para Identificação: veja definição c.
Clarificação e Importância Em primeiro lugar, perceba a relação do acusativo com o verbo transitivo.11 Este é usado na voz ativa. E possível, também, que alguns verbos estejam
10 A estatística quanto às formas do acusativo é a seguinte: 8815 substantivos, 5009 pronomes, 5889 artigos, 957 particípios, 2435 adjetivos (totalizando 23.105). 11 Nem todos os verbos são consistentemente transitivos ou intransitivos. Nem sem pre os verbos transitivos têm um objeto direto explícito. Serão abordados outros aspec tos a respeito dos tipos de verbos no capítulo sobre vozes do verbo.
180
Sintaxe Exegética do Novo Testamento na voz média ou até mesmo na passiva (esse será um exemplo de verbo depoente) tomando um objeto direto (=O.D.). Segundo, além do acusativo, outros casos também funcionam como O.D. (alguns verbos tomam o genitivo ou o dativo como seu complemento verbal). Essa variação quanto ao caso que representa o O.D. é de suma importância exegética (Note quando um outro caso que não o acusativo for usado e não esqueça: o acusativo é o caso sem marca quando funciona como objeto direto). d. Ilustrações
Mt 5:46
èàv áyainíor|xe tovç áyaTrcôvTaç úpâç se amardes os que vos amam Assim como úpâç é objeto direto do particípio áya-câvxaç, àyamâvxaç é objeto direto do verbo finito: àyairriarixe.
Mc 2:17
ouk fjÀGov KKÀfoai ôucaíouç àXXà ápapxcjXoóç Eu não vim chamar justos, mas pecadores
Jo 3:16
fiyáirr|oev ó Geòç xòv KÓopov Deus amou o mundo
At 10:14
ttjayov nâv koivòv Ktu axáGaprov Jamais comi coisa alguma comum ou imunda
oiiô fTTc n c
At 14:24
ÕLeÀGóvxeç xr\v rhoiõíav Atravessando a Pisídia E possível, ocasionalmente, transformar um verbo intransitivo (como epxopai) em um transitivo, utilizando uma preposição (tal como ôiá, torna-se ÕLépxopai).12
Ef 2:7
'iva èvõcíipycai. . . tò òireppáMov nAoüxoç xt)ç xápLxoc autofi13 a fim de mostrar ... a suprema riqueza de sua graça
Tg 2:6
í)|ieiç õc f|xt|j.áaai6 xòv trxwxóv Mas vós menosprezastes o pobre
Rm 8:28
xoiç àyccrrGknv xòv Geòv irávxa auvepyel [ò Geòç] elçàyaGóv14 Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (literalmente se lê: "Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que amam a Deus".) E difícil, às vezes, dizer se uma determinada sentença tem um objeto direto. Nesse exemplo, essa dúvida é gerada por motivos textuais e sintáticos relacionados ao verbo, ovvepyéw é um dos verbos que tem uso transitivo e intransitivo. Se ó Qcóç for original, o verbo é transiti vo (e mvxa é acusativo objetivo direto). Uma vez que ò Gtóç é uma expressão textualmente duvidosa,15 é melhor a leitura onde o mesmo é omitido. Isso nos deixa com duas traduções possíveis: (1) "ele faz to
12 Veja BDF, 83-84 (§150). BAGD chama-o de acusativo de lugar (s.v. ói.épxopai). 13 xòv ínTcppáAAovia ttXoüxov é encontrado em D1 E K L P Y Byz. 14 çp46 (-em 0 singular mv para Ttávxa. 15 ó Gfóç é encontrado em T46 A B 81 et pauci que, embora MSS formidáveis, são contra ditos por X C D F G 33 1739 e muitas outras testemunhas em uma região abrangente. Além disso, uma leitura maior poderia facilmente ser motivada pela tendência dos escribas por clareza.
Acusativo: substantivo (duplo acusativo)
181
das as coisas cooperarem para o bem" ou (2) "todas as coisas coope ram para o bem". No primeiro exemplo o sujeito está implícito no ver bo e "Deus" é subentendido, pelo menos contextualmente, como o res ponsável pelo mesmo (como em v. 29). No segundo exemplo, návia é tomado como o sujeito de um verbo intransitivo.16 Em ambos os ca sos, "é expressa verdadeira e bíblica confiança na soberania de Deus".17 E difícil analisar um verso como esse sem destacar dois outros itens: (1) o bem que é realizado é especificamente para os crentes; e (2) o bem se conecta com a conformidade de Cristo através do sofrimento (vv. 17-30). Dizer que (como é dito, com freqüência, até mesmo em círculos não-cristãos): "Tudo cooperará juntamente para o bem", como se as coisas agissem por si mesmas e o bem fosse o bem-estar humano, é algo, dificilmente, paulino ou mesmo bíblico. Essa cosmovisão foi corretamente ridicularizada por C. H. Dodd como o "otimismo revolucionário".
2.
Duplo Acusativo Há dois tipos de construção com duplo acusativo - i.e., construções em que um verbo toma dois acusativos. Como cada um possui carga semântica dife rente, é importante distinguir um do outro. a.
Duplo Acusativo de Pessoa e Coisa 1) Definição Certos verbos tomam dois objetos (um é uma pessoa [=p] e outro é a coisa [=c]). Como distingui-los? (1) O primeiro acusativo é a coisa; o segundo, a pessoa.18 (2) a pessoa é o objeto afetado, enquanto a coisa é o objeto efetuado. Esse uso é comum. 2) Amplificação e ilustrações Era de se esperar que o acusativo de pessoa seguisse a um dativo e não outro acusativo. Assim, "eu te ensino grego" significa também "eu ensino grego a você."19 No grego, porém, certos verbos tomam dois acusativos, e não um dativo de pessoa e um acusativo de coisa. Em muitos exemplos a pessoa recebe a coisa, assim como acontece com o dativo objetivo indireto que recebe um objeto direto (onde a pessoa é considerada o objeto mais remoto). O verbo usado com duplo acusativo
16 Isso é possível, é claro, porque sujeitos neutros no plural regularmente tomam verbos no singular. Para uma discussão do problema e apresentação de outras opiniões, cf. BAGD, s.v. ouvcpycu; Cranfield, Romans (ICC) 1.425-29. 17 Cranfield, Romans (ICC) 1.427. 18 Cf. Moule, Idiom Book, 33; Winer-Moulton, 284-85. 19 Ao mesmo tempo, pode haver uma diferença real entre estes dois. Smyth sugere que "Quando o dativo de pessoa é usado, alguma coisa é feita por..., não para ele..." (Greek Grammar, 363 [§1624]).
182
Sintaxe Exegética do Novo Testamento (ou de pessoa-coisa) subdivide-se, em peios menos, quatro categorias lexicais básicas. a) Os verbos ensinar e lembrar
Jo 14:26
eKelvoç úpâç òiôáçe-i irávua Ele vos [p] ensinará todas as
1 Co 4:17
coisas [c]
oç úpâç àva\xvr\aei iàç óõoúç pou O qual vos [p] lembrará os meus caminhos [c] b) Os verbos vestir e ungir
Mt 27:31
èíjéõuoav ocútòv rf|v xAnpúõa Kai èvrõuoav edrcàv xà Lprma aòioô Eles o [p] despiram de suas roupas [c] e vestiram suas próprias vestes [c] nele [p]
Hb 1:9
cxpLoév oe. . . êlaiov ele te [p] ungiu... com óleo [c] c) Os verbos inquirir e pedir
Mt 21:24
ép(i)Tr|0(j) úpâç Kavw hóyov eva Eu também te \p\ perguntarei uma coisa \cj
Mc 6:22
aliipóv pe ô kav 0éÀr)ç Pede-me [p] o que [c] queres d) Outros verbos com idéias causativas
yáltt úpâç ètrónoa
1 Co 3:2
Eu vos [p] dei leite [c] para beber Lc 11:46
b.
cfioptíCete t o u ç ávGpúnouç (t>opiia Sobrecarregais os homens [p] com fardos [c] Duplo Acusativo de Objeto-Complemento20 1)
Definição Essa é uma construção onde o primeiro acusativo é o objeto direto do verbo finito, enquanto o segundo (seja substantivo, adjetivo, particípio ou infinitivo) é o complemento do primeiro acusativo (M.T., parecido com um complemento nominal). O complemento será de natureza substantiva ou adjetiva. 21 Além de ser um uso comum do acusativo, ele só ocorre em certos contextos.
20 Para um estudo mais aprofundado, veja D. B. Wallace, "The Semantics and Exegetical Significance of the Object-Complement Construction in the New Testament," GTJ 6 (1985) 91-112. Essa seção resume os pontos salientes daquele artigo. 21 A palavra usada como objeto pode ser um substantivo, pronome, particípio, adjetivo ou infinitivo.
Acusativo: substantivo (duplo acusativo)
183
Com semelhante particularidade, a primeira parte dessa construção deveria ser chamada de "objeto da construção objeto-complemento"; e a segunda parte, "complemento da construção objeto-complemento", ou simplesmente "o complemento de um objeto". 22 2) Dicas estruturais e semânticas Esse uso é exegeticamente importante em muitos textos. Portanto, é necessário saber identificá-lo e interpretá-lo. Não há chave para identificação, entretanto vários aspectos da construção devem ser notados: a) O objeto direto que geralmente combina com o verbo formando uma nova idéia possui outro acusativo como objeto (ou complemento).23 b) Similar ao duplo acusativo de pessoa-coisa, o acusativo de objetocomplemento tem nuanças lexicais. Isto é, ele se relaciona, lexicalmente falando, com um tipo particular de verbo.24 Todavia, não significa que todo verbo que se enquadra nessa construção deve ser classificado assim.25 Criaríamos problemas especiais na exegese, se assim fosse, pois, não raramente uma questão textual crucial é decidida com bases na seguinte escolha: estamos diante de um acusativo aposicional ou objeto-complemento 26
22 Observe que a ausência do hífen indica o acusativo. O hífen (objeto-complemento) refere-se à construção completa. Isso ocorre por causa das distinções derivadas da semântica envolvida nessa construção. Assim, os acusativos objeto direto e predicado, respectivamente, não são específicos o bastante, desde que tais características não podem ser aplicados a outras categorias do acusativo. Para terminologia usada por outras gramáticas, veja Wallace, "Object-Complement Construction", 93. 23 Conforme W. W. Goodwin, Greek Grammar, rev. por y C. B. Gulick (Boston: Ginn & Co., 1930) 227. 24 Ente os verbos no NT que podem tomar objeto-complementos, citamos: àyiáQio, ctyco, aiTÉQ, àvaipé(|)co, àiroõeLKinjpi, ám)lÚG), doToaTéllo), yeúopai, yLvexjKO), õcxopoci., ÔLÔGqn, õokcw, èyeipcú, èicflálla), éidéyü), évÔ€iKvu|ii., èiriõcÍKVupi, CTiKaÀco), eèpíOKU, ’éxw> TiyéopaL, 0(1.0), 0€O)péo>, ixavóo), 'íorr|pL, KaGíaTTpi, Kaléo), KT|púooo), Kpívw, lapfSávo), léyo), loyí(opca, vopíÇa) (contra BDF, 86 [§157] and Robertson, Grammar, 480; cf. 1 Co 7:26; 1 Tm 6:5), olôa, ôpoloyéo), òvopá(o), ôpáo), irapalap(3ávco, irapéxu, irapíatripi., ircíGco, ircpiáyo), iucjtcÚo), iroiéo), irpoopí(o), Trpoo(j)épo), irpoiíGripi., irpoxei.píÇo), auvírpi,, owíoxripi (ouviatávco), tíGripi, WTOKpívopai., únovoéo), úvjróco, (jiáoKU, xp^patíCo). Para uma lista mais completa, veja Wallace, "Object-Complement Construction", 96, n. 23. 25 Veja E. V. N. Goetchius, The Language of the New Testament (New York: Charles Scribner's Sons, 1965) 141. Alguns verbos no NT, entretanto, regular ou quase exclusivamente tomam objetos-complementos (e.g., fiyéopai, óvop,á(w, 4>áaK0)). 26 Textos para debates, cf. Mt 27:32; At 11:20; 13:6, 23; Rm 10:9; 13:14; Fp 3:18; Cl 2:6; 1 Pd 3:15; Ap 13:17.
184
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c) Essa construção é marcada pela presença de elç ou còç antes do com plemento, ou eivai27 entre os dois acusativos. Assim, em 1 Co 4:1, Paulo diz, "importa que as pessoas nos considerem como servos de Cristo" (fpâç Àoyi(éo0G> avGpcoiroç a>ç úirnpétaç Xpioioü).28 Ainda que faltem esses elementos, deve-se normalmente traduzir a construção usando uma das seguintes expressões entre os dois acusativos: "como", "ser", ou "a saber". d) Freqüentemente, o complemento é um adjetivo. Quando esse for o caso, ele é sempre um adjetivo predicativo. O objeto é, nesses casos, usualmente articular. 3) Identificação e Semântica dos Componentes a) Identificação dos Componentes A identificação dos componentes na construção nem sempre é dada. Embora o objeto normalmente venha primeiro, cerca de vinte porcento dos exemplos invertem essa ordem. (Por exemplo, Paulo diz em Fp. 3:17: "vocês nos têm como um modelo" [?x6t€ tÚttov ripac].) É fácil determinar, pois a construção objeto-complemento é se manticamente equivalente à construção nominativa sujeito-predicativo.29 Isso acontece devido à natureza implícita da claúsula nominativa sujeito-predicativo.30 Assim, os princípios usados para distinguir o sujeito do predicativo podem igualmente ser usados aqui.31 Espe cificamente: • Se um dos dois for um pronome, ele será o objeto; • Se um dos dois for um nome próprio, ele será o objeto; • Se um dos dois for articular, ele será o objeto.32
27 Quando o infinitivo está presente, é igualmente possível chamar um acusativo de sujeito do infinitivo e o outro, um acusativo predicativo. Para uma discussão da se mântica de tais construções, veja "Sujeito de Infinitivo" e "Acusativo Predicativo." 28 Deve-se observar, entretanto, que nem todo exemplo de wç ou fie com um se gundo acusativo indica uma construção objeto-complemento (cf., e.g., Mt 9:38; Rm 6:22; 2 Jo 10). 29 Para provar, veja Wallace, "Object-Complement Construction," 101-3. 30 Há uma diferença significativa entre construções NS-NP e objeto-complemento. Enquanto no primeiro, a equação geralmente indica um estado ou classe, no último o relacionamento é freqüentemente uma relação de progresso em direção a um estado. Compreendamos isso não é como quaisquer diferenças inatas nas respectivas construções, mas ao controle do verbo. Assim, com os verbos fazer, enviar, apresentar etc., o objeto torna-se o complemento (e.g., èiToír|cev' tò uôwp olvov em Jo 4:46). 31 Veja o capítulo sobre o caso nominativo e o nominativo predicativo, para mais detalhes. 32 A hierarquia entre estes elementos parece ser a mesma da construção NS-NP: pronomes têm prioridade, seguidos por, aparentemente, nomes próprios, então substantivos articulares. Cf. At 5:42 para um exemplo em que o nome próprio é a segunda colocação, ainda que o substantivo articular seja o complemento.
Acusativo: substantivo (duplo acusativo)
185
b) Semântica dos Componentes Em geral, diferente da identificação, a semântica do componente é guiada pela ordem das palavras. Variando entre as categorias definido-qualitativa ou indefinido-qualitativa, o objeto [=obj] normal mente entrará na primeira categoria, enquanto o complemento [=comp] na segunda.33 Assim, por exemplo, Mc 10:45 fala que o Fi lho do Homem veio "dar sua vida como [um] resgate" (ôoGvoa xf)v (j/uCTv aÚToíi Àvrpoi' àvxi itoA./U2v). Em At. 28:6, Paulo é aclamado como se fose "um deus" (kkcyov ccijtòv eivai 9eóv). Quando, porém, a ordem dos elementos for inversa, o complemento pertencerá à categoria definido-qualitativa.34 Sem dúvida, isso é fruto da primazia quanto à localização na oração. Quanto mais próximo do início da frase, mais específico ele será.
A Semântica da Construção Objeto-Complemento 4) Ilustrações Os principais verbos usados nessa construção são agrupados assim: a) Grupo I: chamar, nomear econfessar Mt 22:43
Aauiô kv irveúpoai Kalcl auxòv «úpiov35 Davi em espírito chama-o [obj] Senhor [comp]
Jo 5:18
iratépa tòiov eleycv xòv Geóv Ele estava chamando Deus [obj] seu próprio Pai [comp] Esse texto ilustra um conjunto de questões semânticas. O complemento
33 Muitos complementos são de fato adjetivos predicativos (cf. At 5:10; 16:15; Tg 2:5), mas até mesmo os substantivos parecem dotados da natureza indefinido-qualitativa. Cf. Jo 4:46; At 24:5; Rm 6:13, 19; Fp 3:7; Hb 1:7; 1 Jo 4:10, 14. 34 Isso é análogo às construções NS-NP, mas há muitas exceções em relação à cons trução acusativa. Para mais discussões, veja Wallace, "Object-Complement Construction", 106-8. 35 A construção objeto-complemento tem um número de variantes tais como: Kodcl KÚpioe aúxóv em xL Z 892; KÚpiov aúxòv Kató. em W E F G H K F A 0102 (0161) f 1’ 13 Byz.
186
Sintaxe Exegética do Novo Testamento vem primeiro e é anarthro. O objeto, em segundo lugar é articular. Aplicam-se aqui as mesmas regras para distinguir o sujeito do predicativo. Caso seguirmos apenas a ordem das palavras, teríamos: "ele estava chamando de seu próprio pai Deus!". Além disso, o complemento, por causa da ênfase, é direcionado para o início da claúsula tornado-o definido. Se ocupasse a segunda colocação, seu sentido seria mais indefinido-qualitativo ("chamando Deus de seu pai?''). Afim de esclarecer essa confusão, o evangelista poderia ter usado o artigo, mas outro problema surgiria: como distinguir o objeto do complemento? As palavras de Cristo formam aqui uma declaração teológica concisa.
Jo. 15: 15
oikéti Àéyw òpâç ôoúÀouç Não mais vos [obj] chamo servos [comp] b) Grupo II: os verbos fazer (incluindo no sentido de designar ou mudar a natureza)
M t4:19
iranjaM òpâç òAiclç àvGpúmov36 Eu vos [obj] farei pescadores [comp] de homens
Jo4:46
èrroíqoçv tò Yôwp olvov ele transformou a água [obj] [em] vinho [comp]
Jo 5:11
ò TTOif|aaç pe iiyifj Aquele que me [obj] que fez bem [comp] c) Grupo III: os verbos enviar e expelir
1 Jo 4:14
Tratfip àxéaxalKei' xòv uíòv ocotíjpa o Pai enviou o Filho [obj] como Salvador [comp]
Lc 6:22
òxav . . . ÍKfSá/.waLV tò ovopa úpwv wç TTOvt)póv Quando . . . expulsarem vosso nome [obj] como mal [comp] d) Grupo IV: os verbos considerar e reputar
Fp 3:7
totôta farpai. . . Çrpíav considerei estas coisas [obj] [como] perda [comp]
R m 6 :ll
ÀoyíÇeoBe èautouç eivai veicpoiiç tíj ápaptía Considerai- vos a vós mesmos [obj] como mortos [comp] para o pecado
Fp 2:6
oç éu pop<])f) OeoC ínrápx«v ov>x ápiraypòv f)yf|oato tò etvai loa Oecô o qual, embora existindo em forma de Deus, não considerou o [estado de] ser [obj] Neste texto o infinitivo é o objeto e o termo anarthro, ãpTraypóv, é o complemento.37 A razão mais natural para o artigo com o infinitivo simplesmente é marcá-lo como o objeto.38
X D 33 et alii adiciona yevcoGoa antes de àiUeíç. 37 Isso acompanha o idioma grego, ãpiraypòv ti T)yeloeaL.
Acusativo: substantivo (duplo acusativo)
187
e) Grupo V: os verbos ter e tomar Mc 12:23
ol yàp eiruà kayov aòtriv yuvaiKa porque os sete [irmãos] a [obj] possuíram como esposa [comp]
Tg 5:10
ínróôeiypa Âápeic . . . touç upo^piaç como exemplo [comp] tom ai. . . os profetas [obj] f) Grupo VI: os verbos declarar e apresentar
Rm 3:25
ov npoéGexo ó 9eòç 'lAaoTrjpiov' o qual [obj] Deus o entregou como propiciação [comp]
Cl 1:28
iva uapaaTriowpev náuta ãvGpwrrov téA.eiov kv Xpioxco a fim de apresentarmos todo homem [obj] como perfeito [comp] em Cristo Evite a tentação de ver TeÀetOV como um adjetivo atributivo. (Lembre-se de que um complemento adjetival é sempre um predicativo do sujeito). Caso isso não fosse seguido, a tradução resultante seria radicalmente diferente: "a fim de apresentarmos todo homem perfeito. . ." A questão não é se em Cristo ou por causa de Cristo todo crente será apresentado como perfeito diante de Deus, mas que somente aqueles crentes que são perfeitos em Cristo serão apresentados! Obviamente, o modo como lida mos com teÀetou trará implicações teológicas profundas.
Cf. também Mc 1:3; Lc 6:22; Jo 7:23; 10:35; 14:18; At 10:28; 26:29; 1 Co 4:9; 7:26; Ef 5:2; Fp 2:20; 1 Tm 2:6; 6:14; 1 Jo 4:10. 5) Passagem Debatíveis Jo 4:54
toôto ôeútepov arpelov èiToí.r]aev ô Tr)aoôç Jesus fez este [obj] segundo sinal [comp] Muitas traduções tratam t o ú t o como se fosse sujeito e não objeto (cf. ARA, NVI, NIV, ASV etc.): "Foi esse o segundo sinal que fez Jesus, depois de vir da Judéia para a Galiléia . . .". Uma interpretação mais acurada veria a construção como objeto-complemento.39 Não é caso de pedantismo. Como um objeto-complemento, a ênfase do evangelista se torna mais clara: Jesus era tanto poderoso quanto soberano. Jo 2:11 possui uma construção semelhante (raÍTr\v èiroír|oeu âpxpv tQ>v orp.eíu>v ó Trjooôç ["Jesus fez esse (ser) o início dos (seus) milagres"]).40
Rm 10:9
kàv ópoÂovf|aqç kv tí| OTÓpcm aou KÚpiov Tqaoüu . . . aa)9f|ar| Se com a tua boca confessares a Jesus [como] Senhor . . . serás salvo (ou, "Se com a tua boca confessares [que] Jesus é Senhor . . . ".)
38 Contra N. T. Wright, "ápTT
188
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Duas questões estão aqui em jogo.41 Primeiro, quem é o objeto e quem é o complemento? Uma vez que a construção assemelha-se a uma ora ção de nominativo sujeito-predicado, as regras desta se aplicam aqui. Assim, já que ’Ir|OoDu é um nome próprio, ele é o objeto (e KÚpiov é o complemento). Segundo, qual é a semântica dos componentes? Ou seja, o que Paulo quer dizer aqui com "Senhor"? Visto que kÚplou precede o objeto, é pos sível que seja definido, ainda que seja anarthro. A confissão seria, então: Jesus é o Senhor, isto é, Yahweh.42 Essa opinião é sustentada pelo contex to: já que Paulo alude e até cita diretamente o AT aqui, seu pensamento é colorido por ele. Nos vv. 11 e 12, Cristo é claramente focalizado. E, no v. 13, ele novamente menciona icúpioç sem indicar que um Senhor diferen te está em discussão. Logo, confessar que Jesus é o Senhor é declarar que ele é o Senhor mencionado em v. 13. Temos aqui uma citação de Joel 3:5 (no TM ; 2:32 na LXX), na qual "Senhor está se referindo a Yahweh. Essa alusão dificilmente é acidental, mas parte da confissão soterológica paulina.43 Para Paulo, confessar que Jesus é Senhor é confessar que ele é Yahweh.
Tt 2:10
irâoav iuotiv éuòeiKuupéuouç áyaGqv44 Dêem prova de toda a fidelidade (literalmente, mostrando toda boa fé) Esse texto é universalmente traduzido como "mostrando toda boa fé". Isto é, âyaBr\v é tomado como um adjetivo atributivo e não um complemento de tiÍotlu. No entanto, há evidência gramatical e exegética para tratar àya0f|v como predicativo, e assim, uma construção objetocomplemento: (1) êvõeLKuupi, realmente toma um objeto-complemento em outra parte no NT (cf. Ro 2:15).45 (2) Em resposta à objeção de ttlotlv
41 Embora quase todas as traduções tomem essa construção como objeto-complemento (icontra Douay, KJV e NKJV), uma questão preliminar é: temos mesmo essa construção ou uma simples aposição (viz. "o Senhor Jesus"). Deveríamos tomá-la como uma construção objeto-complemento pelos seguintes motivos: (a) o verbo usado (òpoXoyéü)) toma um objetocomplemento (cf. Jo 9:22; 1 Jo 4:2 ; 2 Jo 7); (b) com um verbo de confissão, todas as constru ções anarthras de KÚpioç Ir|aoíx; são diferentes de uma aposição forçada (cf. 1 Co 8:6; 12:3; Fp 2:11). É significante que, em cada um desses textos, é feita uma confissão; e (c) alguns MSS (principalmente, o Vaticanus) convertem a construção acusativa em uma construção NS-NP. 42 A tradução de Yahweh como "o Senhor" é questionada com base em sua natureza ‘por excelência' (Yahweh merece este título mais que qualquer outra pessoa, especialmente por que a LXX traduz tcúpioç, regularmente, como YFIWFI). 43 Em dois outros textos envolvendo uma confissão de Jesus como Senhor, há uma alusão ao AT e especificamente ao próprio Yahweh (Is 45:23 em Fp 2:11; Is 8:13 em 1 Pd 3:15). Nesses dois textos paralelos, KÚpioç claramente se refere a Yahweh. Mesmo que esse nominativo predicativo seja anarthro, o autor bíblico o posiciona antes do objeto/sujeito para indicá-lo como definido. Aparentemente, não só o artigo foi desnecessário, como também a ordem reversa parece ser o modo "normal" de expressar a idéia de que KÚpioç é definido. Para mais discussão sobre Rm 10:9, cf. Wallace, "Construção Objeto-Complemento", 108-11. 44 A sintaxe desse texto é complicada pela rica diversidade das variantes textuais, em bora nenhuma tenha uma origem complexa. Mais adiante, as variantes textuais mais plau síveis envolvem simplesmente uma transposição dos elementos (33 deles têm nâoav êvõeiKui)|iévouç áyáirr|v). Alguns MSS relacionam ttlotiv e àya9f|v mais intimamente (e.g., ttSoücv èvôeucvu|iévouç Tríoxiv âyoe0f|v em F8r G), embora outros não apóiem as primeiras duas palavras (ttÍotlv Ti&oav èuôeLKVup.éuouç àya0f|V em K L T Byz). A primeira leitura de N tem Trâoav èvôeucvupévou<; áya9f|v, uma leitura sem sentido. 45 Como também, o radical -õeÍKVi>|ii freqüentemente, toma um objeto-complemento.
Acusativo: substantivo (cognato)
189
não ser um objeto em uma construção de duplo acusativo por ser anarthro, há vários paralelos que exibem um objeto anarthro e um adjetivo predicativo.46 (3) E muito incomum um adjetivo atributivo ficar separado do substantivo anarthro o qual modifica através das chamadas palavras interventoras, v.g., um verbo47 Isso é normal para um predicativo.48 (4) A análise desse texto revela um paralelismo sintético (ou mesmo sinonímico) entre as duas metades do v. 10 [N.T.: Isso envolve parte do v. 9]: "Servos sejam em tudo submissos ao seu senhor... demonstrando que toda fé [genuína]49 é produtiva, tendo como resultado [iva ecbático (N.T.: de mero resultado ou conseqüência)] o embelezamento da doutrina de Deus por vosso intermédio". Se tomado dessa maneira, o texto parece supor a idéia que a fé salvífica não falha, e até mesmo resulta em boas obras. Para ver outros textos debatíveis (e exegeticamente importantes) cf. Fp. 3:18; 1 Pd. 3:15.
3.
Acusativo Cognato (ou Acusativo do Objeto Inerente) a.
Definição O acusativo funciona como objeto direto de um verbo50 sendo cognato da raiz desse verbo ou, então, compartilhando do significado verbal. Seu uso é raro.
b.
Semântica e Importância O acusativo cognato difere do dativo cognato por ser este último mais ad verbial.51 Por isso, ele enfatiza a ação implícita no verbo (ou, às vezes, algu ma outra nuança), enquanto o acusativo cognato é simplesmente um objeto direto. Todavia se o acusativo tiver um modificador (seja adjetivo ou genitivo), a construção geral é mais enfática.52
46 Cf., e.g., Lc 3:8; Jo 9:1; At 10:28; Cl 1:28. 47 Embora Jo 10:32 possa oferecer um exemplo. E logicamente impossível um adjetivo atributivo estar separado de um substantivo articular por um verbo. 48 Cf. Mc 7:2; 8:19; At 4:16; Ap 15:1. 49 É possível que "genuíno" esteja implícito no fluir do argumento ou seja considerado uma parte da semântica de uâi;, quando substantivos abstratos forem usados (cf. BAGD, s.v. nâç, l.a.ô.). 50 Em uma rara ocasião, o acusativo cognato será como um duplo acusativo de pessoacoisa (e.g., évéÔuoav aúiòv xà ipátia aírroü em Mt 27:31, citado como "objeto direto"; òoçáoare aòtòv òóífiv em íp47 em Ap 14:7), ou um complemento da construção objetocomplemento (e.g., Kaxa.KXivu.xt aútouç K/Uaíaç em Lc 9:14). O BDF chama o primeiro de acusativo de objeto e cognato (86 [§156]), e o segundo de acusativo de objeto e resultado (87 [§158]), embora sejam duplos acusativos opostos, ou seja, acusativos de pessoa-coisa e de objeto-complemento. Esses são simplesmente exemplos léxicos de categorias mais amplas. A noção de resultado encontra-se freqüentemente implícita em uma construção objeto-complemento (veja a discussão anterior "Objeto-Complemento"). 51 Embora o acusativo cognato também seja conhecido como acusativo de objeto^ inerente, essa descrição pressupõe uma grande ênfase adverbial. Mas, é rara a função adverbial transmitida por um acusativo cognato (e.g., Lc 2:9; talvez Mt 6:19) em lugar da função objeto direto. 52 Conforme BDF, 84-85 (§153). Cf. também Smyth, Greek Grammar, 355-56 (§1563-77) para uma discussão auxiliar.
190
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c.
Ilustrações 1) Cognato Lexical
Mt 2:10
è/ápriaav %apàv \ny
Mt 6:19
pi) 9r|aaupíÇexe úpiv 0r|aaupoúç Não acumuleis [literalmente, entesoureis] tesouros para vós mesmos
Ef4:8
àvapàç elç qxpa/xóxcijaev aíxpaA.G)aíva quando subiu às alturas, levou cativo o cativeiro
1 Tm 6:12
àytnvíÇov xòv Ka/.òv àycâva . . . Mpo/.Ó7r|aaç xqv KaÂqv ópoA.OYtva Combate o bom combate . . . quando fizeste [literalmente, confessaste] a boa confissão
Cf. também Mt 22:3; Mc 4:41; Lc 2:8-9; Jo 7:24; At 2:17; Cl 2:19; 2 Tm 4:7; 1 Pe 5:2; 1 Jo 5:16. 2)
Cognato Conceituai
1 Pe 3:6
|_tf| Poúpevai. pr|õepíav Trxoqoiv não temendo pertubarção alguma
Lc 1:73
opKov ov djpooev iTpòç Appaàp xòv uaxépa fipwv [o] juramento que ele fez a Abraão, o nosso pai Aqui temos um acusativo semelhante ao de juramento. Todavia, este último é mais um uso adverbial doacusativo, não um O.D.
Jo 21:16
TTOÍpaive xà upópaxá pou pastoreia as minhas ovelhas
4.
Acusativo Predicativo a.
Definição Esse é o uso de um acusativo (substantivo ou adjetivo) que predica algo sobre outro acusativo. Ambos serão ligados por um verbo de ligação, ou ainda por verbo no infinitivo ou no particípio. Fora das obras lucana e paulina não há nenhum uso específico dessa natureza.
b, Clarificação (e Importância) Há dois tipos de acusativo dessa espécie: (1) semelhante ao genitivo predicativo e ao dativo predicativo, ele é normalmente usado em uma sim ples aposição enfatizada através de uma cópula em forma participial; (2) quando um acusativo predica algo (ou seja, faz uma declaração acerca do mesmo) sobre outro acusativo (este, por sua vez é o sujeito de um verbo no infinitivo). Esse uso assemelha-se ao de um nominativo sujeito e a uma cons trução NP,53 seguindo até os mesmos princípios para distingui-los.54 Freqüentemente, o infinitivo ocorrerá no discurso indireto.55
Acusativo: substantivo (predicativo) c.
191
Ilustrações 1) Exemplos com Particípio
Jo 2:9
eYeúcsoao ò ápxixpÍKÃivoç tò íjõtop otvov Y€Yevr||iévov Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho A construção aqui é semanticamente diferente das encontradas na maio ria dos acusativos predicativos com particípio. Nelas, o predicativo é mais enfático do que a mera aposição faria. Juntando-se a isso, a cons trução é estruturamente diferente das outras construções por ser o parti cípio anartro, embora o primeiro acusativo seja articular.56 É possível considerar essa construção como um objeto-complemento.
At 9:11
rf)v púpriv xf|v KaA.oupévr|v EúGeictv a rua [que é] chamada Direita
Ef 2:1
òpctç òvxaç vexpouç tolç irapaTucapaoiv Estando vós mortos em [vossos] delitos Esse texto iguala-se a Jo 2:9 semântica e estruturalmente. Aqui o particípio circunstancial tem, muito provavelmente, ênfase concessiva.
1 Tm 1:12-13 moxóv pe qY^oaxo. . . (13) tò irpórepov ovxa (3Âáa
xíva A.Éyoi)olv oi avGpwiToi eivai xòv ulòv xoO KV0pMiroi>; Quem os homens dizem ser o Filho do Homem?57
Lc4:41
fjôtiaav xòv Xpiaxòv ecòxòv eivai sabiam ser ele o Cristo
Rm 4:18
eíç xò yevlaQai aúxòv iraxépa ttoâàmv éGvwv Para vir a ser [o] pai de muitas nações
53 É possível que um acusativo seja predicativo sem a existência de um verbo de ligação. Todas as construções objeto-complemento, por exemplo, envolvem predicação, embora a maioria não tenha um verbo infinitivo explícito. 54 Ou seja, o "sujeito" será um pronome, nome próprio ou substantivo articular. Veja os exemplos abaixo. 55 Os exemplos dessa segunda categoria também pertencem, geralmente, a categoria objeto-complemento, embora várias venham, quase sempre, em cláusulas de resultado ou propósito iniciadas por elç. 56 E possível tomar o particípio circunstancialmente ("a água quando tinha se tornado vinho"), embora não seja necessário uma vez que sua relação com o acusativo predicativo possa ser considerada adjetival. 57 Lembre-se que, apenas em construções NS-NP, os pronomes interrogativos são o termo predicativo e não o "sujeito.''
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
192 Ef 3:5-6
vvtv KueKcdíxjrôTi . . . eivai xà ’é0vr) ai>YKÀT)povóp.a Kai aúaacjpa Kai auppixoxa Agora, foi revelado . . . que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes
Tg 1:18
elç tò clv ai fpâç áirapxiji' xiva xcôv auxoô Kxiopáxuv Para sermos como que as primícias de sua criação
Cf. também Lc 11:8; 20:6, 41; 23:2; At 17:7; 18:5, 28; 27:4; Rm 2:19; 3:26; 4:11,16; 7:3; 15:16; 2 Co 9:5; Fp 1:13; 1 Tm 3:2; Tt 2:2; 1 Pd 5:12.58
5.
Acusativo como Sujeito do Infinitivo a.
Definição Esse acusativo funciona semanticamente como o sujeito do infinitivo. Embora as gramáticas mais antigas insistam que tecnicamente este é um acusativo de respeito, partindo de uma perspectiva descritiva e funcional, é melhor tratá-lo como sujeito. Tal uso é comum, especialmente, com pronomes pessoais.
b. Clarificação Um sujeito do infinitivo é, normalmente, igual ao sujeito de um verbo principal, por isso é usado no caso nominativo. Por exemplo, em Lc 19:47, lemos ol ypappaxelç cÇr\TOW um òv àwokéoui ("os escribas procuravam matá-lo").59 Quando, porém, o infinitivo exigir um agente diferente, esse será, quase sempre, um acusativo.60 1) Analogia em Português Esse uso é perfeitamente encontrado em português, por exemplo na frase: O professor de grego mandou-me ler Hb 6.2 em grego, "me" é tanto o objeto de "mandou" quanto o sujeito de "ler" (N.T., esse tipo de frase encontra-se na forma reduzida de infinitivo, desenvolvendo-a teremos a seguinte leitura: [...] mandou que eu lesse [...]). Note, por exemplo, Fp 1:12-13: yLVGÓaKeiv ôè úpâç (foúÂopai . . . üoxe xouç ôeapoúç pou (jm^pouç . . . yeuéaOai (literalmente, desejo vos informar . . . de que maneira as minhas cadeias . . . se tornaram conhecidas"). No
58 Uma passagem discutível é 1 Pd 1:21. 59 Cf. também Mt 16:25; Mc 8:11; 13:5; 15:8; Lc 9:12; Jo 11:8; At 13:44. O infinitivo complementar é usado especialmente com um sujeito nominativo. Em uma rara oca sião, o sujeito e objeto envolvem um relacionamento recíproco. Com isso, o infinitivo toma um acusativo sujeito que é tão individual quanto o nominativo sujeito (e.g., Hb 5:5). 60 Até mesmo, outro caso oblíquo pode ,ocasionalmente, funcionar como o sujeito do infinitivo. Em tais circunstâncias atua quase como um pronome relativo. Cf., e.g., Jo 4:7; Fp 1:7, 29; Jd 24.
Acusativo: substantivo (sujeito do infinitivo)
193
v. 12, o acusativo é tanto objeto do verbo (3oúA.op,ai quanto sujeito do infinitivo yivcóaKeiv;61 enquanto que no v. 13 o acusativo age como sujeito de yevéoQou em uma oração consecutiva antecedida de coaxe. 2)
Quando um Infinitivo usa dois Acusativos No NT, freqüentemente, uma construção terá tanto um acusativo sujeito como um predicativo ou objeto direto. Nesses casos, como é possível distingui-los? Por exemplo, em Fp. 1:7 ôià xò ly civ pe èv xfj Kapôía òpaç significa "porque eu vos trago em meu coração" ou "porque vós me tendes em vossos corações"? A abordagem anterior sugeriria que a ordem das palavras ou a proximidade com o infinitivo são os critérios de desempate. Todavia, a ordem das palavras tem-se mostrado, na melhor das hipóteses, uma escolha secundária, e útil somente para certos tipos de construções.62
61 A cláusula YcvcáaKciv úpâç ktA.. é tecnicamente, o objeto direto de (SoúA.opai, mas o "vos" como seu agente principal é colocado naturalmente no caso acusativo (cf. também Lc 11:1). Veja o capítulo sobre Infinitivo para mais discussão sobre infinitivos complemen tares ao acusativo. 62 A questão foi levantada há mais de três décadas atrás por Henry R. Moeller e Amold Kramer, "An Overlooked Structural Pattem in New Testament Greek," NovT 5 (1963) 25 35. Foi discutida resumidamente em trabalhos mais antigos, com destaque em The Use ofthe Infinitíve in Biblical Greek de Clyde Votaw (Chicago: by the author, 1896). Moeller e Kramer concluíram que "de dois casos acusativos substantivos consecutivos construídos com um infinitivo, o primeiro funciona como o sujeito; o segundo, como o predicado..." (27). A questão foi novamente levantada quase trinta anos mais tarde por Jeffrey T. Reed, "The Infinitíve with Two Substantivai Accusatives: An Ambiguous Constructíon?", NovT 33 (1991) 1-27. Suas conclusões foram essencialmente iguais às anteriores ("De dois casos acusativos nominais, pronominais ou substantivos adjetivais com um infinitivo. O pri meiro funciona como sujeito; o segundo, como objeto/predicativo" [ibid., 8]), embora con siderasse uma falha em Moeller e Kramer o deixar passar várias construções (eles listaram 77 textos relevantes.Reed encontrou 95). Nenhuma dessas abordagens trata adequadamente com as diferenças entre as cons truções sujeito-predicativo (AS-AP) e construções sujeito-objeto direto (AS-AO) — isto é, entre construções envolvendo um verbo de ligação no infinitivo e outra envolvendo um verbo transitivo no infinitivo. Ambos assumem que um princípio de ordem das palavras é válido para todas as construções. Um ano depois do artigo de Reed aparecer, outro estudo tratou desse mesmo assunto, mas com profundidade. Embora não publicado, o ensaio de Matthew A. Cripe ("An Analysis of Infinitíve Clauses Containing Both Subject and Object in the Accusative Case in the Greek New Testament" [Th.M. thesis, Dallas Seminary, 1992]) abordou a questão estuda por Reed em vários aspectos e elevou a discussão para um novo patamar. Entre outras coisas, ele critica os estudos anteriores por (1) forçarem um princípio de ordem das pala vras na construção, quando 26% das cláusulas de ligação envolvem uma ordem SujeitoPredicativo (18 das 68 tais construções [ibid., 57]) e 17% das construções transitivas envol vem uma ordem Sujeito-Objeto (14 das 81 construções [ibid., 67]); (2) não distínguirem entre construções Sujeito-Predicativo e Sujeito-Objeto; e (3) passaram por cima de muitas das construções relevantes (Cripe encontrou 149). (A terceira crítica de Cripe a Reed, entretanto, não se justifica, pois Reed explicitamente limitou seu estudo a dois acusativos, enquanto Cripe também incluiu adjetivos não-substantivais e particípios como acusativos predicativos.)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
194
F.m um estudo recente, M. A. Cripe.63 nota que: • as construções do tipo acusativo sujeito ou predicativo (=AS-AP) precisam ser tratadas como suas contrapartes no nominativo. Nem a ordem de palavras nem a proximidade ao infinitivo são guias úteis para determinar o sujeito.64 O que importa é: um dos acusativos deve apresentar-se como um pronome ou um nome articular ou próprio. Esse será o sujeito.65 • construções do tipo acusativo sujeito ou acusativo objeto direto (=AS-AO) devem ser analisadas de modo diferente, uma vez que não há correlação semântica entre essa construção e a construção NS-NP.66 Cripe observa que a construção AS-AO possui somente quatro passagens potencialmente ambíguas.67 Todas as outras ocorrências, considerando a ordem das palavras, devem ser estudadas à luz do bom senso (e.g., considerando o contexto). Mesmo que a análise de outros exemplos lancem luz sobre a construção AS-AO, as dicas dadas (ordem das palavras ou proximidade68 para com o infinitivo) não resolvem o problema. Aceitá-las como guia infalível é tanto simplista quanto equivocado. Ainda que precisa, a ordem das palavras deve ser usada como um guia secundário, não como uma regramor. c. Ilustrações 1) Construções Não-Ambíguas (com um Substantivo Acusativo) Mt 22:3
dnTéaxeiXev xoòç ôoúA.oi)ç aòxoíj Kaléaai xoòç KeKÂqpévonç ele enviou seus servos a chamar os convidados
Lc 18:16
cuj^ie tà uatôía ep^eoGai TTpóç pe deixai vir a mim os pequeninos
At 11:15
kv õè tú apçaoOoú pe ÂtxMv èné-rreaev xò rrveíipa tò aytov eu’ aòxoúç mas quando eu comecei a falar, o Espírito Santo caiu sobre eles
63 Veja os dados biográficos na nota anterior. 64 Cf., e.g., Lc 20:20, 23:2; At 17:7; Rm 2:19,4:16; 1 Co 10:20; 1 Tm 6:5; 2 Pd 3:11; Ap 2:9. Ele adiciona suas críticas a Reed nesse ponto: "74% é um número muitobaixopara embasar uma ordem das palavras como Reed tenta fazer" (ibid., 58). 65 Veja nossa seção sobre Nominativo Predicativo para mais informações. 66 Por exemplo, "E possível ter um sujeito indefinido com um objeto definido como em 'alguém acerta a bola'" (ibid., 59). Cripe cita um exemplo bíblico em Hb 5:12. 67 Lc 18:5; 2 Co 2:13; 8:6; Fp 1:7 (todos discutidos em 83-87). 68 A regra de proximidade foi a de Votaw, absorvida novamente por M. Silva em aplicação a Fp 1:7 (Philippíans, Wycliffe Exegetical Commentary [Chicago: Moody, 1988] 56, n. 21). Cripe observa: "Esta idéia de proximidade tem sido demonstrada como erro por este estudo, uma vez que ignora construções onde o infinitivo divide os acusativos" (Cripe, 86).
Acusativo: substantivo (sujeito do infinitivo) 1
Co
1 0 :1 3
Ap 10:11
195
ô 0eóç, oç oÚk cáac i f)(iâç TT(:ipao0f|vaL írnèp ô õúvao0e Deus é fiel, o qual não permitirá que vós sejais tentados além do que possais suportar
ttlo t Òç
ôet oe irá/nv Tipo^rpeijoca é necessário para ti profetizar novamente
Cf. também Mt 5:32; Jo 6:10; At 7:19; 8:31; Rm 1:13; G1 2:14; 1 Ts 5:27; 2 Tm 2:18; Hb 9:26; Ap 19:19; 22:16. 2) Construções Potencialmente Ambíguas (com dois Acusativos) a) Acusativo Sujeito e Predicativo (com Verbos de Ligação no Infinitivo) Mc 14:64
K a té K p L u a v a m ò v
e n o jo u e lu a t O a v á to u 69
Julgaram-no ser culpado de morte Com freqüência um dos acusativos é um adjetivo predicativo (como aqui) ou particípio predicativo. 70 A menos que o adjetivo esteja agindo como substantivo (que é raro) o termo deve ser considerado predicativo. At 28:6
1 Tm 6:5
Lc 20:6
eÀ.eyov odrcòv eivai 0eóv Diziam ser ele um deus Só ocorre em construções NS-PN. Se um dos dois for um pronome, este será o sujeito.71 vopiíóvTuv -nopiopòv eivou iqv eúoépetav supondo ser a piedade uma fonte de lucro Também só ocorre em construções NS-PN. Caso um dos dois seja arti cular, este será o sujeito.72 Nesse exemplo, o sujeito segue o predicado, comprovando que a ordem de palavras não é um guia válido. T(oávvr\v TTpocfnyuqv e i v a i João e ra u m p ro fe ta O mesmo fenômeno dos exemplos acima. Uma vez que um dos dois seja nome próprio, tal é o sujeito.73
Ile iT e ia p é v o ç è a t i v
eles e s tã o c o n v e n cid o s q u e
69 D* tem avTtú por avzáv. 70 Cf. também Atos 19:36; Rm 14:14; 2 Co 7:11; 11:16; Ef 1:4. 71 Para outros exemplos de pronomes acusativos como sujeito do infinitivo de um verbo de ligação, cf. Mc 1:17; Lc 23:2; Rm 2:19; 4:11,18; 7:3; 8:29; 1 Co 10:6, 20; 1 Ts 1:7; Tg 1:18; 1 Pd 5:12; Ap 2:9; 3:9. Em Lc 9:18 (e paralelos), dois pronomes estão conectados (ríva pe A.éyouoi.v ol õx^oi eivou). O pronome interrogativo é o predicativo, desde que lexicalmente preenche o espaço do desconhecido (quem?). Assim, embora um pronome seja esperado na posição de sujeito (gramaticalmente, falando), o pronome interrogativo lexicalmente pre enche o lugar de predicativo. (Isso ilustra bem a reciprocidade que lexema e sintaxe têm um sobre o outro. Eles não podem ser tratados isoladamente.) Cf. também Mt 16:15; Mc 8:27, 29; Lc9:20; e At 2:12; 17:20 para construções similares com pronomes interrogativos, e At 5:36; 8:9 para construções com um pronome indefinido como predicativo. 72 Para os exemplos de acusativo articular como sujeito de um verbo de ligação no Infinitivo, cf. Lc 20:41; At 26:29 (aqui com um pronome qualitativo atuando predicativamente); Ef 3:6. Embora Cripe liste vários exemplos, a maioria tem um adjetivo para um predicativo. 73 Cripe encontra apenas três exemplos: Lc 20:6; At 17:7; Rm 15:8.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
196 Lc 4:41
qôeiaav tòv ypLOTÒv aòiòv eivai eles sabiam que ele era o Cristo Só ocorre em construções NS-PN. Desde que um dos dois substantivos seja pronome e o outro articular (ou nome próprio), o pronome será o sujeito (escolha feita, novamente, sem considerar a ordem das pala vras).74 b) Sujeito e Objeto Direto (com Verbo Transitivo Infinitivo)
Lc 2:27
kv t(3 (iaavcv/çlv touç yovéiç tò n aiòíov ’Iqooüv75 quando os pais trouxeram o menino a Jesus O bom senso, aqui, é útil na identificação de quem é o acusativo sujeito e quem é o acusativo objeto!
Jo 1:48
rrpò toü oe 3>tÀtiniov (j)tovqocu òvxa úirò tt)v oukí)v elõov oe antes que Filipe te chamasse, estando [tu] debaixo da figueira eu te vi
Hb 5:12
XpeLav e/exe toü ôiôáoKeiv üpâç n v á tende necessidade que alguém vos ensine Nesse texto, a ordem seguida é AO-AS seguido de um pronome indefi nido no acusativo. Nenhum dos dois critérios anteriores (a proximida de ao infinitivo ou a ordem das palavras) indica qualacusativoé o su jeito. Tal tarefa cabe somente ao contexto.76
Cf. também Mc 8:31; At 16:30; Rm 12:2; 1 Co 7:11; Fp 1:10; 2 Tm 3:15. 3) Textos Problemáticos Fp 1:7
õtà rò kyciv pe èv rfj tcapõía òpâç Porque eu vos trago em meu coração ou porque vós me tendes em vossos corações Esta é uma passagem classificada por Cripe como altamente ambígua. E possível traduzi-la de duas formas, conforme visto acima. E possível essa flexibilidade, pois: (1) tanto o sujeito quanto o objeto direto estão no acusativo; (2) o artigo tt) (ícapôía) implica possessão (cuja tradução varia entre "meu" ou "vosso"); e (3) na literatura paulina, "coração" é muitas vezes usados como um coletivo singular. Ainda que o contexto deva de terminar a resposta, a dupla tradução aqui é melhor resolvida pelo crité rio da ordem das palavras - tomando por base tudo o que o contexto oferecer de importante.77
2 Co 2:13
oúk è(r/T|Ka áveoiv tw iTveúpcm pou uâ pq eúpelv pe TÍtov não tive...tranqüilidade no meu espírito, porque não [eu] não encontrei Tito ou não tive tranqüilidade em meu espirito quanto Tito não me achou Embora esse texto possa ser lido de duas formas distintas provalmente
74 Cf. também Rm 4:13. 75 Toiiç yovelç é omitido em alguns MSS recentes (245 1347 1510 2643). 76 Para construções similares, cf. At 3:21; 1 Co 5:1; Hb 8:3. 77 Deve-se ao fato de que, embora a ordem normal das palavras no grego seja de difícil determinação, quase todos os estudos concluem que o sujeito geralmente antecede o objeto. Assim, em textos ambíguos, podemos esperar que um autor nos dê uma pista sobre o que ele quis dizer.
Acusativo: substantivo (objeto retido)
197
significa "eu não encontrei Tito". A conexão entre eoxr|Ka avco iv e a oração no infinitivo sugere isso: enquanto Paulo estiver procurando Tito, ele não terá descanso. Cf. também 2 Co 8:6 (AS-AO); At 18:5, 28 (AS-AP). As duas passagens em Atos lêem, eivou xòv xpLOtòv TriooOv. Note a diferença na tradução: "Jesus era o Cristo" (ACF, NVI, AV, NASB, NIV) vs. "o Cristo era Jesus" (ARA, NEB, RSV).78
6. Acusativo de Objeto Retido a.
Definição Estando o verbo na voz passiva, o acusativo de coisa, em uma construção de duplo acusativo (pessoa-coisa) com verbo ativo, preserva-se no mesmo caso [N.T., esperava-se uma mudança de caso]. O acusativo da pessoa, nesses exemplos, torna-se o sujeito.79 Esse uso do acusativo ocorre com muita fre qüência com verbos causativos, ainda que seja raro no NT. A sentença "Eu te ensinei a lição" na voz passiva fica, "A lição foi ensinada a ti por mim". Quando o verbo ativo é transformado em verbo passivo, o acusativo da pessoa toma-se o sujeito (nominativo), e o acusativo da coisa é retido.
b. Ilustrações 1 Co 12:13
mxuxeç eu iTueOpa eTTOTtoBripev80 a todos foi dado de beber [de] um Espírito "Todos" é a pessoa, usada no nominativo com verbo passivo. O acusativo de coisa, "um Espírito", é retido. Se o verbo estivesse na voz ativa, o texto seria lido assim: "Ele fez todos beberem de um Espírito" (èuÓTLoe irávxa 'èv irveüpa).
Lc 7:29
oi TCÀtovat èôiKoúojaav tòv 0eòv (3cnn:ia0évT€ç tò fknruiapa Ttúávvou os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, reconheceram a justiça de Deus
2 Ts 2:15
KpatetTe xàç iTapaõóaeiç aç èÕLÔáxOqxe permanecei firmes nas tradições em que fostes ensinados
Ap 16:9
èKctup.atío0qoav ol ávSpojTTOL ícaupa piya os homens foram abrasados [com] um grande calor Aqui temos um exemplo de acusativo cognato.
Cf. também G12:7; Fp 1:11; Hb 6:9. 78 Provavelmente xòv x P ^ ó v deveria ser considerado como sujeito. Isso não é, entretanto, conseqüência de sua articularidade, mas da ordem das palavras. Veja a discussão sobre o problema na seção Nominativo Predicativo. 79 Entretanto, não é sempre explícito. Cf. 2 Ts 2:15, mencionado abaixo. 80 Algumas testemunhas têm TOpa por irvcüpa (177 630 920 1505 1738 1881): "a todos estavam bebendo de uma bebida," transformando a expressão em uma alusão à Ceia do Senhor (conforme BAGD, s.v. Tropa).
198
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
7. Acusativo Pendente (Acusativum Pendens) a.
D efinição O acusativo pedente é um uso gramaticalmente independente do acusativo. Ele é pendente porque introduz a sentença, quando deveria servir-lhe de objeto direto. A sentença é completa, mas de uma forma sintaticamente esquisita. Até o acusativo parece meio desajeitado. Como acontece com o nominativo pedente, o acusativo é remetido ao início da oração, seguido por uma sentença em que é substituída por um pronome no caso requerido pela sintaxe. Esse uso ocorre pouco.
b. Clarificação/Chave de Identificação Algumas dicas são: (1) pense no acusativum pendens como uma subcategoria do acusativo de referência; (2) faça a seguinte pergunta para descobrir se tal acusativo é pedente: "Eu posso traduzir o acusativo no início da oração usando a expressão: 'No que diz respeito a...'?" . (3) diferente do acusativo de referência, este é um tipo de anacoluto, i.e., trata-se de uma sentença construída de uma forma pobre, no que diz respeito à sintaxe. c.
Ilustrações
Mt 21:42
A.Í0OV ov (XTTeõoKÍpaaocv ol oÍKOõopoOvteç, outoç éyevr|9r| elç Ketj)KÀf|v ycovíaç a pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser pedra angular Uma leitura alternativa é: "No que diz respeito à pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a pedra angular" (veja SI 118:22). Como outras, esta é uma citação do AT no NT.
Mc 6:16
Ov èytà aTTeKe^áÀLOK ’l(úáwr\v, outoç f)yép0q81 João, que eu degolei, este ressucitou!
Cf. também Jo 15:2; G1 5:17; 6:7.
8. Acusativo em Simples Aposição a.
Definição Embora não seja tecnicamente uma categoria sintática, é possível utilizar o acusativo (como os demais casos) como um aposto a outro substantivo no mesmo caso. Uma construção apositiva envolve dois substantivos adjacentes que se referem à mesma pessoa ou coisa e tem a mesma relação sintática com o resto da oração. O primeiro acusativo pode pertencer a qualquer
81 Poucos escribas aparentemente se sentiram desconfortáveis com o acusativo ’Iwáwr|V, substituindo-o com Tcoávvr|ç (X* tem outoç ’Iwávvr|ç; outoç éotiv Tcoávvriç é lido em 0 565 700 et pauci).
199
Acusativo: adverbiais
categoria do acusativo. O segundo é meramente uma elucidação de quem ou do que foi mencionado. Assim, o aposto "pega carona" no primeiro uso do acusativo.82 Esse uso é comum embora, ocasionalmente, a função desse acusativo seja difícil de determinar (i.e., aposto ou paralelo são opções [cf. Ef. 2:2 abaixo]). b.
Ilustrações
Mc 1:16
’Avõpéav xòv áõeX
At 16:31
-rríaxeuaov éiu xòv k Úplov TqaoGv Crê no Senhor Jesus e serás salvo
Ef 1:7
kv co exopev xqv àTTOÀúípcootu õtà xou aíp,axoç aútob,
K al
aco0f|or) aú
tt |v
ã^eoiu
TCÔV TTapaTTTCOpáxCOV
em quem temos a redenção através do seu sangue, o perdão de [nossas] transgressões Ef 2:2
kv alç
ttoxc
TTcpccíiaifioaxe Kaxà xòv alcôva xoô KÓapou xoúxou,
Kaxà xòv ãpxovxa xfjç èçouocaç xoG àépoç
nos quais andaste outrora segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar Temos aqui um texto debatível. Se xòv aícôva é uma referência a um ser sobrenatural,83 então ele é aposto de xòv Spxovxa.84 No entanto, se for uma referência à "era deste mundo", então as construções são paralelas, e não, aposicionais. Para textos com semelhantes ambigüidades, cf. Lc 3:8; At 11:20; 13:23; Rm 13:14; Cl 2:6; 1 Pd 3:15; Ap 13:17. Cf. também Mt 2:6; At 1:23; 2:22; 3:13; Fp 2:25; Cl 1:14; 1 Ts 3:2; Hb 13:23; Ap 2:20.
Usos Adverbiais do Acusativo Esse tipo de acusativo é difícil para estudantes de algumas línguas modernas por faltarem analogias entre sua língua e o grego koinê. O acusativo no período clássico regia os pronomes oblíquos cujas funções eram diversas. Contudo no período do koinê, quando este se tornava a língua franca da época, o acusativo adverbial foi sendo restringido através do uso das massas não-nativas. Muitos desses acusativos foram substituídos pelo dativo ou por locuções prepositivas. Não sei se lhe servirá de consolo, mas se você sentir alguma dificuldade, isso já foi sentido por outras gerações de estrangeiros quando estavam aprendendo o koinê.
82 Para mais informações sobre simples aposição, cf. as seções sobre o nominativo e o genitivo em simples aposição. 83 Veja BAGD, s.v. aícóv, 4 (28). 84 As duas frases preposicionais estariam, tecnicamente, em aposição uma a outra.
200
1.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Acusativo Adverbial (Acusativo de Modo) a.
Definição Funcionando semanticamente como um advérbio, o acusativo adverbial qualifica a ação do verbo, mas não indica quantidade ou extensão da ação verbal. Ele freqüentemente age como um advérbio de modo, embora nem sempre (O título 'categoria' do acusativo deveria, na verdade, ser subcategoria do acusativo adverbial de modo. Entretanto, categoria é a mais usada). A parte dessa ocorrência com certas palavras, esse uso não comum.85
b. Amplificação e Cautela Esse uso tem similaridades estruturais com o acusativo, mas aí a similaridade termina. Ele é restrito a um certo grupo de palavras que, historicamente, foi usado adverbialmente. Significa que, muitos advérbios se desenvolveram a partir da forma acusativa de um nome ou (especialmente) de um adjetivo. Há dois tipos distintos: nominal e adjetival. O nome õcopeáv é muitas vezes usado como acusativo adverbial.86 No entanto, poucos nomes são usados dessa maneira. Há um grande número de adjetivos que são usados adverbialmente.87 c.
Ilustrações 1) Exemplos Nominais
Mt 10:8
õcopeàv
èÀá(kte, õ c o p e à u ôóte de graças recebestes, de graça dai Se ôwpeáv fosse um acusativo cognato, a tradução seria: "recebeste um presente, [assim] daí um presente." Como acusativo adverbial, a idéia típica do acusativo de "extensão" desapareceu.
G 1 2 :2 1
el
yàp
õ ià
n ó p o u ô iK m o a ú v q , a p a
X p io iò ç
ôw peàv
á ir é O a v c v
se, pois a justiça vem pela lei, segue-se que Cristo morreu debalde 85 Muitos gramáticos pensam nos acusativos adverbial e de referência como uma única categoria. Tal abordagem, de fato, é válida. Todavia, nosso tratamento do acusativo adverbial é mais restritivo. Consideramos, geralmente, um acusativo adverbial aquele acusativo que pode ser traduzido como um advérbio, enquanto um acusativo de refe rência ao que pode ser intercalada a explicação "com referência a . . .". 86 Todo exemplo anarthro de õwpeáv é, efetivamente, melhor traduzido como um acusativo adverbial (sempre indicando modo). Cf. Jo 15:25; Rm 3:24; 2 Co 11:7; G1 2:21; 2 Ts 3:8; Ap 21:6; 22:17. A NRSV, curiosamente, trata muitos destes como substantivos (principalmente em construções objeto-complemento), embora não se encaixem nos con textos normais de tal construção (e.g., freqüentemente ambos os substantivos são anarthros). 87 Adjetivos, tecnicamente, não pertencem a nenhuma categoria de caso, normal mente, pois são dependentes, quase sempre, de substantivos e, portanto, muletas qual quer que seja o caso e função que o nome possua. Entretanto, o adjetivo acusativo, quan do não é dependente de um substantivo, quase sempre, desafia essa classificação. Esse não é um assunto a ser discutido no capítulo "Adjetivos", mas no capítulo "Acusativo."
Acusativo: adverbiais (medida)
201
2) Exemplos Adjetivais Mt 6:33
ÇryceiTe õe irpuxov T.r\v paoiLeíav xof> 0coú mas buscai primeiro o reino de Deus
Jo 10:10
éycu rjlOov lua Çturiv cyjooiv Kal iTepiaaòv cyuaLU.88 eu vi para que eles tenham vida e que tenham em abundância.
Fp 3:1
x ò Ax h t o v , àõeÀcjjoL p o u , y a í p e x e
è v Kupítp finalmente, meus irmãos, regozijai-vos no Senhor
Cf. também Mt 8:30 (potKpáv)89; 9:14 (iroÀÀá); 15:16 (áK|ir|v); Lc 17:25 (nptôxov); Jo 1:41 (tTpcôxou); At 27:20 (Xonrov); 2 Co 13:11 (XoiitÓv).
2.
Acusativo de Medida (ou Extenção de Tempo/Espaço) a.
Definição O acusativo indica a extensão da ação do verbo espacial ou temporalmente. O uso espacial é raro. O temporal é mais comum.
b.
Chave para Identificação Antes do acusativo interponha a expressão qual a distância de (com referência ao espaço) ou qual a duração de (com referência a tempo).
c.
Importância e Elucidação A idéia básica aqui é: existe alguma limitação quanto à extensão. O acusativo de espaço responde a questão, "Qual é a distância? Enquanto o acusativo de tempo responde a questão "Quanto tempo?". E importante definir à qual subgrupo um determinado acusativo pertence (i.e., se ele temporal ou de espacial). Com topa o acusativo funciona como se fosse um dativo de tempo que responde a questão "Quando?" Nesses exemplos, o acusativo deveria ser simplesmente classificado como um acusativo de tempo (e não como acusativo de extensão de tempo).90
88 ««,! xreplaaàv èyuotv é omitido em íp66 D et pauci; o adjetivo é comparativo (irepiocsÓTçpov) em ip44 íp75 X T ? 69 1010 et pauci. 89 Exemplos de paKpáv são classificados como acusativo adverbial ou acusativo de extensão de espaço, com óõóv sugerido (conforme BAGD). Cf. também Mc 12:34; Lc 15:20; Jo 21:8; At 22:21; Ef 2:13, 17. 90 Veja BDF, 88 (§161) para discussão. Talvez seja influência do desenvolvimento lexical de tapa, pois veio a ser usado tanto para "hora" e "momento" (BAGD, s.v. tapa, 2.b: "um momento que leva seu nome em contraste à hora que passou").
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
202 d. Ilustrações 1) Acusativo de Extensão de Espaço Lc2:44
vo\iíaavieç õè aôxòv eiv a i kv xfjauvoõía fjXGov ripépaç òôóv pensando, porém, estar ele no grupo, eles foram um dia de jornada
Jo 6:19
èÁT|ÂaKÓieç ouu ó ç ozaôíovç çikool uévie r| portanto, quando eles navegaram cerca de vinte e cinco ou trinta estádios
Cf. também Mt 4:15; Mc 12:34; Lc 22:41. 2) Acusativo de Extensão de Tempo Mt 20:6
xí wòf krcr|Kon;e ôA.qv xqu r|[iépav ápyoí; por que estais ociosos aqui o dia todo?
Mt4:2
uqaxeúoaç qpépaç xtaaepaKOUxa Kal vÚKxaç xeaaepaKovxa jejuando por quarenta dias e quarenta noites Se o evangelista houvesse dito que Jesus estivera jejuando quarenta dias e quarenta noites usando o genitivo de tempo, significaria que ele jejuara durante esse período de tempo, mas não necessariamente todos os quarenta dias. De fato, o significado seria que ele jejuara durante o dia, mas comia à noite.91 Cf. também Mc 1:13.
At 7:20
áuexpácjiq pfjvaç xpeíç è v xw olkco xoô Traxpóç [Moisés] foi mantido por três meses na casa de seu pai
Mt 28:20
|ie0’ úpcju rípi iráoaç xàç fpépaç «nç xfjç auuxeÀcíaç xoô aícõuoç eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos A promessa de Jesus não era simplesmente que estaria com eles durante a presente dispensação [que seria a tradução caso o genitivo houvesse sido usado], mas por toda a extensão dessa dispersação.
Lc2:37
cwjúoxaxo xoô lepoü . . . Àaxpeúovou uÚKxa Kal r)|iépau [Ana] não deixava o templo, adorando .. . noite e dia A expressão "noite e dia" significa "durante a noite e o dia". Poderia ser traduzida como "todo o tempo", mas em um sentido distributivo ou iterativo [N.T., repetitivo], Cf. também Mc 4:27; At 26:7; 2 Ts 3:8 (v.l. trad. varia lectio).
Cf. também Mc 2:19; At 9:9; 10:30; 21:7; Ap 9:10. e.
Síntese do uso temporal do Genitivo, Dativo e Acusativo Uma maneira de recordar como se diferencia a idéia de tempo transmitida por cada caso citado é: lembre-se da idéia básica do caso. Porém, no sistema
91 Cf. Lc 18:12, embora não se possa falar muito do genitivo ali existente ("em duas ocasiões durante a semana"). Mas os fariseus freqüentemente apenas jejuavam durante o dia (cf. E. Schürer, The History of the Jeioish People in the Age of Jesus Christ, rev. e ed. por G. Vermes, F. Millar, M. Black [Edinburgh: T. & T. Clark, 1979] 2.484). Além disso, o Didaquê parece sugerir uma distinção qualitativa entre os dois. Em Didaquê 8.1, o autor exorta os leitores a não jejuarem como os judeus, nas segundas e terças-feiras (usando o dativo [õeuxépa aapfSáxcjv Kal m-piTi]]), mas nas quartas e sextas-feiras (utilizando o acusativo [xexpáôa Kal xapaaKçuriv]).
203
Acusativo: adverbiais (respeito ou referência)
de cinco casos pode parecer um pouco confuso. Portanto, nessa ocasião, faremos excepcional menção da filosofia do sistema de oito casos. A idéia básica do genitivo é tipo. Assim, o genitivo de tempo expressa o tipo de tempo. A idéia básica do locativo (não do dativo) é posição, expressando o ponto no tempo. A idéia básica para o acusativo é extensão. Assim, o acusativo de tempo expressa a extensão de tempo. Uma ilustração pode ajudar. Se eu dissesse: "eu trabalhei ontem à noite", você entenderia de três modos distintos: (1) durante a noite, (2) a noite toda, ou (3) em algum momento durante a noite. De acordo com a índole da língua grega, o caso no qual o termo noite fosse usado, indicaria o que eu quero lhe dizer. Se eu dissesse vuktoç (gen.), seria "durante a noite". Se viktÍ (dat.) seria "em algum momento da noite (e.g., 1 a.m.), Se fosse uuKiá (acus.) significaria "a noite inteira". Veja isso ilustrado graficamente abaixo (gráfico 16). VUKTL ^ ----------------------v u k t Ó ç ------------------------ ^ I------------------------------------------V U K l d ----------------------------------------------- 1
6 7
8
9
10
11
12
13 14
14
16
17
18
Q u adro 16 O s C asos U sados p ara Tem po
3. Acusativo de Respeito ou de Referência a.
Definição O acusativo restringe a referência da ação verbal. Ele indica com referência a que a ação verbal é representada como verdadeira. Um autor usará isso para qualificar uma declaração que, de outro modo, não seria verdadeira. Assim, esse acusativo poderia ser chamado de acusativo de referência ou limitador. Essa categoria não é muito comum no koinê.92
b. Chave para Identificação Anteponha a expressão com referência a, ou no que diz respeito ao substantivo para descobrir se tal acusativo é ou não de referência. Seu uso é bastante raro no NT, tanto que deveria ser empregado como último recurso, isto é, somente depois que as uuta exaustivamente. 92 No grego clássico, o acusativo era o caso mais comum usado como referência. No Koinê, ocupa o segundo lugar, sendo suplantado pelo dativo. Isso ocorre, sem dúvida, porque o dativo tem naturalmente mais a conotação de referência para os usuários nãonativos. Há também um genitivo de referência e um nominativo de referência (i. e., nominativus pendens).
204
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c.
Ilustrações
Mt 27:57
ctvOpcoiToç ttàoúoloç cnrà ’ ApipaGceíaç, xoúuopa Itoaiícj) um homem rico de Arimatéia, cujo nome era José
Jo 6:10
«véueoau ouu ol ãuôpeç tou àpiOpòv cáç tt6vtoklox[àloi, então os homens sentaram-se, no que diz respeito ao número, eram cerca de cinco mil
Rm 10:5
Mtoüorjç yàp ypácjjel rqu ÕLKoaooúvriv Tqu ck toü uópou porque Moisés escreveu que, no que diz respeito a justiça que procede da lei. . .
Ap 1:20
xò (J,uotijplov tcôv eircà dcoTéptov oúç elôeç étrl xf|ç ôeÇiâç pou, . . . ol êirrà áaxépeç ãyyeÀot eímv . . . com referência ao mistério das sete estrelas que viste em minha mão direita: .. as sete estrelas são anjos . ..
Cf. também At 2:37; Rm 8:28 (possível);93 1 Co 9:25; 2 Co 12:13.; Ef 4:15; Fp 1:27 (possível); Hb 2:17.
4.
Acusativo em Juramento a.
Definição Esse uso indica a pessoa ou coisa por quem ou pela qual alguém faz um juramento. Não é comum no NT.
b. Chave de Identificação Antes do nome no acusativo coloque a palavra por. Note também que ele será usado apenas com verbos de juramento (tais como òpKL(tó, ópvúto), seguido tipicamente (mas nem sempre) por um título divino. c.
Amplificação Embora estruturalmente esse acusativo se assemelhe, freqüentemente, ao duplo acusativo (de pessoa-coisa ou objeto-complemento), semanticamente são bem diferentes. (1) O acusativo de juramento será uma pessoa, mesmo que o acusativo objeto direto seja uma pessoa. Isso cancela a chance de ser ele classificado como um duplo acusativo de pessoa-coisa. (2) Os dois acusativos não se referem ao mesmo objeto. Desse modo, ela não pode ser uma construção objeto-complemento.94 Na realidade, este é um de tipo de acusativo adverbial, embora fosse inapropriado traduzi-lo como um advérbio.95
93 Veja Cranfield, Romans (ICC) 1.425-29, que trata e remove a probabilidade de irávta como acusativo de referência (assumindo a leitura mais extensa). Certamente ele está correto. Em nosso ponto de vista, se um acusativo pode naturalmente preencher alguma outra categoria (tal como objeto direto), chamá-lo de referência é petitio principii. 94 Não é necessário citar o acusativo de juramento acompanhando outro acusativo como ilustração de outra diferença com o duplo acusativo.
Acusativo: depois de certas preposições
205
Uma preposição, às vezes, substitui o simples acusativo (pessoa ou coisa) por quem ou pela qual alguém faz um juramento,96 assim como ocorre com o simples dativo.97 d. Ilustrações Mc 5:7
'Irpoí) ule Tot> 8eoi) toi) Í)v|/Íotou; òpKÍÇoo oe tòu 6eóv, pq pe fxy.oavíor\ç Jesus, Filho do Deus Altíssimo, conjuro-te por Deus, não me atormentes!
1 Ts 5:27
évopKÍÇü) òpâç x ò v K Ú p io v conjuro-vos pelo Senhor
Tg5:12
pf| ópnúere, pqxe lò v oúpauòv pqxe tf)U yfjv prpe aXXov xiva opKOV
não jureis, nem pelo céu ou pela terra nem por qualquer outro juramento A última expressão, "por qualquer outro juramento" (prpe aXXov xivà optcov) parece um acusativo cognato, ainda que o paralelo com as duas frases anteriores pf)xe sugira um acusativo de juramento (algo como "nem pela pessoa ou coisa em qualquer outro juramento"). Cf. também At 19:13; 2 Tm 4:1.
Acusativo Depois de Certas Preposições 1.
Definição Certas preposições tomam o acusativo. Veja o capítulo sobre preposições para discussão. Para revisar acerca das preposições e os casos que as seguem, cf. Mounce, Basics of Biblical Greek, 55-62.
2.
Significado Quando um acusativo segue uma preposição, não tente identificar-lhe a função apenas pelos usos do caso. Pelo contrário, consulte o BAGD para verificar o uso específico do caso com tal preposição.
Conclusão dos Casos A seção dos casos tem sido ampla por duas razões: (1) A freqüência dos casos justifica o tratamento exagerado (cerca de 60% de todas as palavras no NT tem a ver com eles), e (2) os casos são extremamente flexíveis em seus usos, tendo, portanto, um papel chave na exegese. Como Robertson, com habilidade, coloca: "Os casos prenderam-nos a atenção, por um bom tempo, mas não esqueça que esse assunto não é secundário a nenhum outro da sintaxe grega.."98 95 No uso clássico, essa categoria pertence a um âmbito maior do acusativo em invocações. Veja Moorhouse, "The Role of the Accusative Case," 212-13. 96 E.g., ê v em Mt 5:34, 36; 23:16; Ap 10:6; K a r á + gen. em Mt 26:63; Hb 6:13. 97 Cf. At 2:30. 98 Robertson, Grammar, 543.
Os Artigos - Parte I Origem, Função, Usos Regulares e Ausência dos Artigos A. B. C. D.
Introdução.................................................................................................................207 Origem........................................................................................................................ 208 Função .......................................................................................................................209 Usos Regular do A rtigo.......................................................................................... 210 1. Como Pronome (Uso [parcialmente] Independente)...................................211 a. Pronome Pessoal...................................................................................... 211 b. Pronome Pessoal Alternativo................................................................. 212 c. Pronome Relativo.................................................................................... 213 d. Pronome Possessivo................................................................................215 2. Com Substantivos (Uso Dependente ou Modificado)............................... 216 a. Artigo Individualizador......................................................................... 216 1) Simples Identificação.....................................................................216 2) Anafórico (Referência Prévia)...................................................... 217 3) Catafórico (Referência Conseqüente)..........................................220 4) Dêitico (Artigo de "Ponto de Referência")................................. 221 5) Artigo por Excelência...................................................................... 222 6) Monádico (Artigo "de Uma Espécie" ou "Ú nico")..................223 7) Artigo de Renome (Artigo de "Celebridade" ou "Familiar") 225 8) Abstrato (i.e., o Artigo com Nomes Abstratos).........................226 b. Artigo Genérico (Artigo Categórico).................................................... 227 3. Como um Substantivador (Com Certas Partes do Discurso).....................231 4. Como um Marcador de Função.......................................................................238 E. Ausência do Artigo....................................................................................................243 1. Clarificação ....................................................................................................... 243 2. Significância ....................................................................................................... 243 a. Indefinido................................................................................................244 m+b. Qualitativo................................................................................................ 244 c. Definido..................................................................................................... 245 1) Nomes Próprios..............................................................................245 2) Objeto de uma Preposição............................................................ 247 3) Com Números Ordinais................................................................248 4) Nominativo Predicativo................................................................248 5) Complemento na Construção Objeto-Complemento...............248 6) Nomes Monádicos..........................................................................248 7) Nomes Abstratos.......................................................................... 249 8) Construção Genitiva (Corolário de Apolônio)....................... 250 9) Com Adjetivo Pronominal............................................................253 10) Nomes Genéricos...........................................................................253 206
207
Artigos - Parte I: introdução
Bibliografia Selecionada BAGD, 549-52; B D F , 131-45 (§249-76); Brooks-Winbery, 67-74; L. Cignelli, and G. C. Bottini, "L'Articolo nel Greco Biblico," Studium Biblicum Franciscanum Liber Annuus 41 (1991) 159-199; Dana-Mantey, 135-53 (§144-50); F. Eakin, "The Greek Article in First and Second Century Papyri," AJP 37 (1916) 333-40; R. W. Funk, Intermediate Grammar, 2.555-60 (§710-16); idem, "The Syntax of the Greek Article: Its Importance for Criticai Pauline Problems" (Ph.D. dissertation, Vanderbilt University, 1953); Gildersleeve, Classical Greek, 2.514-608; T. F. Middleton, The Doctrine of the Greek Article Applied to the Criticism and Illustration of the New Testament, new [3d] ed., rev. by FI. J. Rose (London: J. G. F. & J. Rivington, 1841); Moule, Idiom Book, 106-17; Porter, Idioms, 103-14; Robertson, Grammar, 754-96; H. B. Rosén, Early Greek Grammar and Thought in Heraclitus: The Emergence of the Article (Jerusalem: Israel Academy of Sciences and Flumanities, 1988); D. Sansone, "Towards a New Doctrine of the Article in Greek: Some Observations on the Definite Article in Plato," Classical Philology 88.3 (1993) 191-205; Tumer, Syntax, 13-18, 36-37, 165-88; Võlker, Syntax der griechischen Papyri, vol. 1: Der Artikel (Münster: Westfãlischen Vereinsdruckerei, 1903); Young, Intermediate Greek, 55-69; Zerwick, Biblical Greek, 53-62 (§165-92).
A. Introdução Os artigos foram um dos maiores presentes deixados pelos gregos à civilização ocidental. A vida intelectual européia foi profundamente impactada por esse legado de clareza.1 No início do primeiro século, o grego se tomou refinado e perspicaz. Conseqüentemente, o artigo é uma das áreas mais fascinantes do estudo da gramática do NT Grego, porém, também é uma das mais negligenciadas e abusadas. Apesar de que o artigo seja usado com mais freqüência que qualquer outra palavra grega no NT (quase 20.000 vezes, ou seja, uma em cada sete palavras),2 há ainda muito mistério envolvido no uso do artigo.3 A melhor obra sobre esse assunto, The Doctrine of the
1 Veja P. Chantraine, "Le grec et la structure les langues modemes de 1'occident," Travaux du cercle linguistique de Copenhague 11 (1957) 20-21. 2 À luz de sua freqüência e sutileza, não podemos esperar classificar todos os usos do artigo. Este capítulo focalizará nas categorias principais. Pode-se consultar a biblio grafia como sugestão de obras mais técnicas. 3 Sansone destaca: "mesmo o exame do uso exaustivo do artigo em um único autor requer um estudo prolongado de uma tese e, até mesmo, vários estudos que adequada e acuradamente o abordem, não é possível encontrar usos incontáveis do artigo defini do no grego primitivo ou no clássico" ("New Doctrine of the Article," 195).
208
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Greek Article, de Middleton, tem mais de 150 anos.4 No entanto, embora não entendamos tudo sobre o artigo grego, não estamos pisando em terreno totalmente desconhecido. Como Robertson declarou: "O artigo nunca será insignificante no grego, embora freqüentemente falte correspondência com nossa língua... seu uso desprendido conduz a exatidão e fineza.5 Não podemos considerá-lo como algo desnecessário, pois sua presença ou ausência é o elemento crucial para abrir o significado de várias passagens no NT. Em suma, não há aspecto mais importante para a gramática grega que o auxílio do artigo a nosso entendimento do pensamento e teologia dos escritores do NT. Como um comentário à parte, deve-se dizer que os tradutores da KJV erraram muito ao lidar com o artigo. Eles eram mais familiarizados ao latim que ao grego. Uma vez que o latim não o possuía, os tradutores da KJV, com muita freqüência, deixaram muito a desejar quanto às nuanças do artigo grego. Robertson colocou essa questão do seguinte modo: Os tradutores da Versão Rei Tiago, sob a influência da Vulgata, lidaram com o artigo grego leve e sem cuidado. Uma boa lista desses pecados estão na obra "The Revision of the New Testament". Citemos, v.g., "um pináculo" em lugar de xò TTxepÚYLOV (Mt. 4:5). Aqui a questão inteira repousa sobre o artigo, a parte mais alta do templo. Assim em Mt. 5:1 xò ôpoç era a montanha, não "uma montanha". Eles também falharam com a tradução de pcxà yuvaucóç (Jo. 4:27) quando traduziram "a mulher." Ela era uma "mulher", isto é, uma mulher qualquer, não uma mulher específica que estava em questão. Até os revisores de Canterbury não ficaram isentos de culpa, pois ignoraram o artigo em Lc 18:13, xcâ ã|iapxcjA.cô. O importante é ver a questão do ponto de vista grego e encontrar o porquê do uso do artigo.
B. Origem O artigo tem origem no pronome demonstrativo, ou seja, sua ênfase original era apontar para algo. Essa ênfase foi mantida nos artigos.
4 Os dois volumes de Adrian Kluit, Vindíciae Articuli 'O, 'H, Tó in Novo Testamento (Paddenburg: Traiecti ad Rhenum, 1768) discutem com mais clareza, embora o autor esteja muito preocupado com a questão de conexões da sintaxe e das formas lexicais, ou seja, como o artigo é usado com vários termos, em lugar de fazer uma apresentação sistemática. A obra de Middleton, pelo contrário, contém 150 páginas sobre a sintaxe do artigo no grego clássico, seguido por um pouco da sintaxe exegética do artigo no NT (mais de 500 páginas abordando de Mateus até Apocalipse). 5 Robertson, Grammar, 756. 6 Ibid., 756-57.
209
Artigos - Parte I: introdução
C. Função 1.
O que o artigo NÃO é A função do artigo não é primariamente tomar algo definido de modo que esse algo não pudesse ser indefinido. A questão primária Não fala de "definição",7 pois há, pelo menos, dez maneiras de definir um substantivo no grego, sem o emprego do artigo. Por exemplo, os nomes próprios são definidos mesmo sem artigo (IlaüÀoç significa "Paulo", não "um Paulo"). Quando nomes próprios tomam o artigo, tem-se em mente algum outro propósito. Além disso, seu uso fora dos substantivos não torna algo definido (como já mencionamos acima), mas conceituar algo que de outra forma não poderia ser conceituado. Dizer que o artigo tem a função básica de fazer algo definido é cair na "falácia fenomenológica", ou seja, fazer declarações ontológicas baseadas em evidência truncada. Ninguém questiona se o artigo é usado freqüentemente para definir, mas sim, se essa é a idéia essencial. Uma nota adicional: Não há necessidade de falar do artigo grego como artigo definido porque não existe o artigo indefinido em grego.8
2.
O que É a.
b.
Na realidade, o artigo intrinsecamente tem a habilidade de conceituar. Ou, como Rosén declara: o artigo "tem o poder de conceder o status nominal para qualquer expressão que lhe esteja anexa. Por isso, comunicar o status de conceito para qualquer "objeto" que faça parte do campo semântico des sa expressão. Qualquer coisa concebida pela mente toma-se um conceito simplesmente pelo fato de alguém chamar-lhe por um nome.9 Noutras pa lavras, o artigo é transformar qualquer parte do discurso em um conceito. Por exemplo, "pobre" expressa qualidade, mas a adição de um artigo trans forma-o em uma entidade, "o pobre". É esta habilidade de conceitualizar que parece ser a força básica do artigo. Ele faz mais que conceitualizar? E claro. Uma distinção precisa ser feita entre: (1) a força essencial do artigo; e, (2) a freqüência com que ela é usada. Em termos de força básica, o artigo conceitualizar. Em termos de função, ele identifica.10 Quer dizer que ele é usado predominantemente para expressar
7 Contra Brooks-Winbery, 67; Young, Intermediate Greek, 55. 8 Rosén (Heraclitus, 25) observa: "esse termo é justificado somente quando uma lín gua tem, pelos menos, dois desses elementos, um dos quais é um determinador. Não conheço nenhuma língua que possua somente um 'artigo' com função indeterminada". 9 Ibid., 27. 10 Porque este é o seu normal não significa que seu poder conceituador desapareça, mas, pelo contrário, que sua matiz identificadora é um subponto deste poder. Além dis so, se dissermos que seu valor essencial era identificar, seremos forçados a explicar seu uso com outras formas gramaticais e não somente com os nomes.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
210
a identidade de um indivíduo, classe ou qualidade. Há uma variedade de formas como o artigo enfatiza identidade. Por exemplo, ele pode distinguir uma entidade (ou classe) de outra, identificar algo como conhecido ou úni co, apontar para algo presente fisicamente, ou, simplesmente, apontar. A função identificadora do artigo cobre uma multidão de usos. c.
O artigo grego também exerce, às vezes, uma função determinante, i.e., ele define. Embora seja incorreto dizer que a função básica do artigo seja de fazer algo definido, no entanto, qualquer uso que seja feito terá o termo modificado como já necessariamente ser definido. Essas três relações (conceitualizar, identificar, definir) podem ser pressentidas como círculos concêntricos, ou seja: todos os artigos que definem também identificam; todos que identificam também conceitualizam.
Quadro 17 A Força Básica do Artigo
D. Usos Regulares ão Artigo A maior parte dessa seção (e.g., artigo como pronome, como substantivos etc.) ver o artigo em certas construções. No entanto, atente para a ordem: classificar o uso do artigo em uma categoria estrutural não é necessariamente barrá-lo da membresia em uma das categorias semânticas. Sansone destacou isso assim: "Contabilizar os usos do artigo é difícil, pois, embora seja uma pequena palavra, possui muitíssimos usos".11 O principal uso semântico ocorre normalmente com os nomes; há, porém, não pou cos outros usos semânticos em outras construções. Assim, por exemplo, o artigo em At 14:4 pertence à categoria "Pronomes Alternativos", onde substituem nomes: èa%ía0r| ôè tò 7TÂf|0oç if\ç ttÓàhjç, kccí oi pc-v rjoau aw tolç 'Iouôaíoiç ol õè auu tolç àtTOOtóA.otç ("mas o povo da cidade ficou dividido: alguns ficaram do lado dos judeus, mas outros, do lado dos apóstolos"). Eles também são anafóricos, apontan do a um referencial anterior - "o povo/multidão" (tò Tt/lf|9oç). Seria errado dizer
11 Sansone, "New Doctrine of the Article," 205.
Artigos - Parte í: usos regulares (como um pronome)
211
que os artigos não podem ser anafóricos porque são pronominais. Uma boa dica é: coloque o artigo em sua categoria estrutural apropriada. Então, examine-o para ver se ele também segue uma das categorias semânticas.
1.
Como um Pronome [Uso (parcialmente) Independente] O artigo não é um pronome verdadeiro no Koinê, embora seja derivado dos demonstrativos. No entanto, em muitos exemplos, pode funcionar semantica mente como um pronome. Cada categoria precisa ser analisada isoladamente. O uso do artigo no lugar dos pronomes pessoal e alternativo aproxima-se do uso independente propriamente dito, onde o artigo não possui sua capaci dade normal. Não há nenhum outro nome modificando-o. Normalmente, tal artigo não possui nenhuma outra ênfase. O que chamamos de uso do artigo como pronome relativo, é, na realidade, uma maneira de abordar a questão no português. Em tais casos, o artigo não perdeu nenhuma de suas características, isto é, significa que ainda de pende de um nome, adjetivo ou substantivo. O artigo usado como pronome possessivo também é dependente. A idéia possessiva está implícita na presença do artigo só em certos contextos. Nes ses exemplos, o artigo ainda retém seu alcance completo nas opções semân ticas que tem quando usado com substantivos. a.
Pronome Pessoal
{E le, E la ]
1) Definição O artigo é freqüentemente usado no lugar de um pronome pessoal da terceira pessoa no nominativo. Ele só ocorre com a expressão pev. . . õé ou com simplesmente õé. (V.g., ó pèv. . . ò õé ou, simplesmente, ò õé.) Essas construções ocorrem com muita freqüência nos Evangelhos e Atos, são quase inexistentes em outros contextos. 2) Amplificação a) Aé é usado para indicar a mudança de sujeito. O artigo é usado para reportar a alguém anterior ao último sujeito nomeado. Freqüentemente, o sujeito é o emissor e o intercâmbio ocorre ape nas com nomes, não com a ação. b) ' 0 õé (ou ó pév) é, costumeira e imediatamente, seguido por um verbo finito ou um particípio circunstancial.12 Por definição, um
12 Mateus usa o particípio mais que qualquer outro autor. Lucas e João empregam o artigo quase que exclusivamente seguido por verbo. Em poucas ocasiões, as formas não-verbais seguem-no, no entanto, um verbo pode ser posto entre ambos (cf. Lc 7:40; At 17:18; 19:2).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
212
particípio circunstancial nunca terá artigo, mas, em tais construções, o estudante iniciante, ao ver o artigo, pressuporia que o particípio é substantivado. Porém, se você lembrar que o artigo, como um pro nome, é independente e, portanto, não modifica o particípio, classi ficará o particípio como circunstancial. Não haverá quase nunca qualquer confusão sobre isso, visto que o contexto elucidará se o particípio é circunstancial ou substantivado.13 3) Ilustrações Mt 15:26-27 ô õe à7TOKpt0elç d m v , Ouk eoxiv Kodòv Àaffelv xòv apxov xüv T6KVC0V . . . (27) f| õe eíirev . . . mas ele, respondendo, disse: "não é bom tomar o pão dos filhos . . ." (27) mas ela disse . . . Lc 5:33
ol õè eluav trpòç aúxóv ol paGqxal Itoávvou vqaxeúouaLV. . . , ol òè ool èaGíouaiv Kal itívougiv Mas eles lhe disseram: "os discípulos de João jejuam . . . , mas os teus [discípulos] comem e bebem
Jo 4:32
ó ôè eínev auxolç mas ele lhes disse
At 15:3
ol
| iè v o u v
m as
Hb 7:24
eles,
TípoTT<|i(f)0évxeç
ÚttÒ xf|ç fKKÀr|oíaç
t e n d o s id o e n v i a d o s p e la ig r e ja ,
o õe . . . eiç xov auava . . . exei xqv tepuouvqv mas ele . . .para todo o sempre . . . tem o sumo sacerdócio
Cf. também Mt 13:28, 29; 14:8; 17:11; 27:23 (2x); Mc 6:24; Lc 8:21; 9:45; Jo 2:8; 7:41; 20:25; At 3:5; 4:21; 5:8; 16:31. b. Pronome Pessoal Alternativo
[a lg u n s . . . o u tr o s ]
1) Definição Semelhante ao uso do artigo como pronome pessoal, o uso alternativo também é encontrado com pév e õé (e, aqui o artigo é encontrado somente no nominativo) Esse uso é distinto do uso do pronome pessoal, pois: (1) estruturalmente, tanto pév e õe quase sempre estão presentes,14 e (2) semanticamente, um contraste moderado está implícito. (Provavelmente
13 Young, Intermediate Greek, alista Mt 4:20; 8:32; 26:57 como textos potencialmente ambíguos, embora eles envolvam particípios circunstanciais. A primeira vista, Mt 14:21,33 é passível de ambigüidade, mas estes versos possuem particípios substantivais. 14 Em At 17:18, temos ilvcç . . . ol ôé.
Artigos - Parte I: usos regulares (como um pronome)
213
é melhor considerá-lo um subconjunto do uso pronome pessoal.) O singular é comumente traduzido por "uns . . . outros". O plural, por "alguns . . . outros". Esse uso é muito raro no NT.15 2) Ilustrações At 17:32
áKoúaauxeç ôè âváoxaoiv vetcptôv o i pèv k/XeúaCov, o i ôè fiirav , ’AKOuaó|ie9á oou nepi toútou K a i ná/Uu
Quando, porém, ouviram sobre a ressurreição dos mortos, alguns começaram a escarnecer, mas outros disseram: "Nós te ouviremos novamente sobre esta questão". 1 Co 7:7
'ÉKaoioç íõtou èj(ei %ápio\xa èK 9eou, ó pèv outcoç, ó ôè oütgjç16 cada um tem o seu próprio dom vindo de Deus, um de uma maneira, outro de outra. O artigo também funciona anaforicamente, reportando-se a (Kaozoç.
Hb 7:5-6
o i pèv I k zôiv uíwu Aeul tq v U p a te ía v Àappáuouteç lvzolr\v èxouaLU àTTOôeKaToúu . . . touç áôeÂcjtouç aúrcâu, Kaítrep éÇeÀqÀu9óxaç I k iq ç óa(j)úoç 'Afipaáp (6) ó ôè pq yçueaÀoyoúpeuoç li auttòv Õ(-Òf KKTOOKCU ’A ppaáp . . .
Os descendentes dos filhos de Levi que recebem o ofício sacerdotal têm o mandamento de receber os dízimos dos . .. seus irmãos, embora sejam eles também descendentes de Abraão. (6) Mas este, não sendo da genealogia deles, recebeu dízimo de Abraão. . . E impossível que esses dois exemplos pertençam a diferentes categorias: o primeiro artigo o i poderia ser considerado um substantivador com um particípio (nesse caso a tradução seria: Este, que não tem a genealogia deles"). Cf. também Jo 7:12; At 14:4; 17:18; 28:24; G1 4:23; Ef 4:11; Fp 1:16-17; Hb 7:20-21; 12:10. c.
Pronome Relativo
[q u e , c u jo ]
1) Definição Às vezes, o artigo eqüivale ao pronome relativo na sua força. Isso é es pecialmente verdadeiro quando ele é repetido depois de um nome an tes de uma frase (e.g., uma frase genitiva). Por exemplo, em 1 Co 1:18 Ò Âóyoç ó roí) oxaupou significa "a palavra que é da cruz."
15 Às vezes, o artigo também é anafórico, referindo-se a um nome especificado antes (e.g., At 14:4). Outras vezes, o conteúdo nominal deve ser extraído do contexto (e.g., G14:23). Em algumas ocasiões, o artigo funciona como o objeto em uma construção objetocomplemento (Ef 4:11). O exemplo em At 14:4 ajuda-nos em outra direção: visto que o artigo funciona em mais de uma situação, isso ilustra o caráter global e multifuncional do artigo. 16 Muitos MSS trazem oç em lugar de ó (íp46 Nc K L T Byz).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
214 2) Amplificação e Semântica a)
Especificamente, esse é o uso do artigo com segunda e terceira posições atributivas onde o modificador não é um adjetivo. (A segunda posição atributiva é: artigo-nome-artigo-modificador. A terceira posição atributiva é: nome-artigo-modificador). Assim quando o modificador é (a) uma frase genitiva (como acima), (b) uma locução prepositiva (como em Mt 6:9: "Pai nosso que está nos céus" [IIctTep f|[itúu ô èv tolç oópavoLçj), ou (c) um pa rticípio (e.g., Mc 4:15:"a palavra que foi semeada" [tov ÀÓyov tou èamxppèvov]), o artigo é traduzido como um pronome relativo.
b) Quando dizemos que o artigo funciona como um pronome relativo, es tamos apenas representando o modo como o português lida com a ques tão. Assim, essa não é, na verdade, a força semântica do artigo. O artigo ainda depende de um nome, substantivo ou adjetivo. Ele tem a força anafórica, reportando-se ao substantivo com o qual concorda. Traduzimo-lo como um pronome relativo porque a tradução literal não ficaria bem: "nosso Pai, o em céu". c)
3.
Quando um genitivo ou uma locução prepositiva segue o substantivo, é possível omitir o artigo sem alterar a idéia básica.17 Voltando para 1 Co 1:18, notamos que alguns MSS importantes omitem o artigo antes da frase genitiva (ó ÀÓyoç toô otaupoo).18 A noção extraída aqui é menos enfática ("a palavra da cruz"), mas não é essencialmente dife rente. Por que, então, o artigo é, às vezes, adicionado antes do genitivo e locuções prepositivas? Para (1) enfatizar, e (2) elucidar.19
Ilustrações
Lc 7:32
ópoioí eunv mnôíoiç tolç èv ócyopâ KaGqpévoLç são como crianças que assentadas no mercado
At 15:1
éàv pq nepLT|-ir|0íjTe tq 606L tcô Mcooaéwç20 se não vos circuncidardes de acordo com o costume que [é] de Moisés Uma tradução menos desajeitada seria simplesmente: "o costume de Moisés". O uso do artigo, porém, enfatiza a ligação com a antiga aliança.
17 Isso não é verdade com particípios. Um particípio anarthro seguindo de um nome articular será outra coisa, menos um particípio atributivo (seja adverbial ou predicativo). Porém, quando um particípio anarthro segue um nome anarthro, esse também pode ser atributivo. 18 E.g., «p46 B 1739 pauci. 19 O valor esclarecedor do artigo é especialmente visto antes das locuções prepositivas, uma vez que essas locuções poderiam, pelo contrário, ser construídas como subordinadas por mais de um substantivo numa sentença. 20 Poucos MSS omitem o segundo artigo (C D E H L P alii).
Artigos - Parte I: usos regulares (como um pronome) Fp 3:9
215
eí)pe0M kv aôrtô, (if| 'kyy>v è(iT|V ÔLKoaoaúi/nv tt|v ck uópou àÀÀà xqu õià TTÍotecoç XpioxoO
E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;21 Esse texto envolve a terceira posição atributiva e duas locuções prepositivas. O segundo artigo resume o argumento. É como se o após tolo dissesse: "não a minha justiça própria, mas a que vem por meio da fidelidade de Cristo". Tg 2:7
tò kocA.Òv ovopa tò è'iiiKÀq0èt' écj)’ òpâç o bom nome que [foi] invocado sobre vós
Cf. também Mt 2:16 ; 21:25; Mc 3:22; 11:30; Lc 10:23; Jo 5:44; At 3:16; Rm 4:11; 1 Co 15:54; 1 Ts 2:4; Tt 2:10; Hb 9:3; Ap 5:12; 20:8. d. Pronome Possessivo
[s eu , s u a ]
1) Definição O artigo é, às vezes, usado em contexto implicando possessão. Em si, o artigo não envolve possessão, mas essa noção pode ser inferida a partir da presença do artigo sozinho em certos contextos. 2) Amplificação a) O artigo é usado desse modo em contextos onde a idéia de posses são é óbvia, especialmente quando a anatomia humana está envol vida. Assim, em Mt. 8:3, não há necessidade de o evangelista acres centar aÓToü porque é evidente: "estendendo sua mão" (eKtcívaç rf|U x€~LPa)b) E importante notar que, a menos que o nome seja modificado por um pronome possessivo ou, pelo menos, por um artigo, a idéia de possessão quase não está implicada. Assim, em Ef 5:18, TT/lqpoCa0e kv TTwúpaii provavelmente não significa "ser cheio em seu próprio espírito", mas "ser cheio em/com/pelo Espírito".22 E em 1 Tm 2:12, a instrução para a mulher não ensinar ou exercer autoridade sobre ávõpóç, provavelmente, não tem relação com seu marido, mas com homens no sentido geral. 3) Ilustrações Mt4:20
ol õè eôOéiaç àtjjéuicç ià òÍKtua f|KOÀoú0qaau aúicô e imediatamente eles deixaram suas redes e o seguiram O artigo também é anafórico, reportando-se ao v. 18.
21 Para discussão do uso do genitivo XpioroO, veja o capítulo sobre "Genitivo Subjetivo". 2 Alguns apelam para o paralelo em 1 Co 14:15, mas ali o artigo é usado.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
216
t(3 |ièv v o t ôouA.eúo) uopcp 0eoO, tf) õè aapid uó|iiú àiiaptíaç. eu mesmo sirvo à lei de Deus com minha mente, mas com minha carne, à lei do pecado.
Rm 7:25
kyá>
Ef 5:25
ol a v ò p eç , à y a u ã z e xàç yuvaÍKaç os maridos, amem suas esposas O artigo é também genérico em um sentido distributivo: cada marido deve amar sua própria esposa. ácjíçlç xoòç óykovjQ rjMtev elç xf|v oIkÍoív23 deixando a multidão, ele foi para sua casa É possível que o artigo seja meramente anafórico, reportando-se ao v.l. No entanto, este verso está a trinta e cinco versos atrás. E igualmente possível que Jesus esteja aqui voltando para sua própria casa.
Mt 13:36
Cf. também Mt 27:24; Mc 1:41; 7:32; Fp 1:7.
2.
Com Substantivos (Uso Dependente ou Modificado) A relação artigo-substantivo é um campo de estudo muito frutífero, exegeticamente falando, na estrutura articular. As duas categorias mais amplas aqui são: (1) a individualizante e (2) a genérica. O primeiro particulariza, distin guindo outros objetos similares. O segundo (também chamado de categórico) é usado para distinguir uma categoria de indivíduos de outras categorias. a.
Artigo Individualizante "Este é o uso mais próximo do gênio real da função do artigo, ou seja, apon tar um objeto particular [itálicos meus]".24 Essa categoria, porém, não espe cifica tudo e, por isso, pode ser dividida em, pelo menos, oito subgrupos. 1)
Simples Identificação a) Definição O artigo freqüentemente é usado para distinguir um indivíduo de outro. b) Clarificação Essa categoria é um tipo de "porão" onde guardamos aquilo que não se encaixa em nenhuma outra categoria. Logo, deve somente ser usada como último recurso. Na realidade, não há muitos exem plos do artigo exclusivos para essa categoria. Aqui devemos lembrar que estamos em uma área ampla e não explorada por gramáticos. Então, a menos que o artigo se encaixe sob uma das outras sete cate gorias articulares [individualizante ou genérico (ou um dos usos
23 Um número de MSS acrescentam aÚToü (/1118 1424 et alii). 24 Dana-Mantey, 141.
Artigos - Parte I: usos regulares (anafórico)
217
especiais)], é aceitável alistá-lo como "um artigo de simples identifi cação". c) Ilustrações Mt5:15
oóõè Kaíotxnv Xóyyov Ka'L tiGéaai.i' atrtòv uirò xòv póôLou àXX’ êul xqv XvyyLva não se acende a lâmpada e a colocado sob o alqueire, mas sobre o velador Este é um bom exemplo de simples identificação: tanto o alqueire quanto o velador estão na sala e são apontados como tais pelo artigo.
Lc 4:20
T\zí>íp.c xò PipÀíou áTroõouç xcô únqpéxr) ètcáôioev tendo fechado o livro, devolveu para o assistente e sentou-se O livro era o livro de Isaías, apontado no v. 17 (ou seja, anafórico). No entanto, o assistente não havia sido mencionado. Ele não é aparente mente um assistente familiar, mas simplesmente um assistente típico na sinagoga. O artigo o identifica como tal.
At 10:9
ávépq IIcxpoç ctt! xò ôcõpa TTpoof-ú^KO0ai Subiu Pedro para o eirado a fim de orar Não há referência anterior a qualquer casa, mas no contexto da época esse era o costume. Lucas simplesmente especifica esse local como oposto a qualquer outro.
1 Co 4:5
xóxe ó emuvoç yevfiaexai CKáotu ÚttÒ xoü 0eoü então, haverá o louvor para cada um da parte de Deus Uma tradução melhor é: "então, haverá louvor para cada um da parte de Deus", mas isso deixa de fora o papel do artigo: cada crente indivi dualmente receberá um louvor específico. A idéia é que: "cada um rece berá seu [dele ou dela] louvor da parte de Deus".
1 Co 5:9
eypc«|fa úptv kv xq émaxoA.rj . . . eu vos escrevi na [em a] carta . . . Paulo havia escrito anteriormente aos coríntios e aqui lhes lembra des sa carta. Classificar o artigo como simples identificação é aceitável, embora outras possibilidades sejam possíveis. De um modo geral, o artigo é anafórico. Poderia sutilmente ser encarado como possessivo ("minha carta"), mas a ênfase seria "a carta procedente de mim". Logo, a carta seria tratada como de renome ou familiar ou, até mesmo, monádica (pressupondo que seja a única carta que os coríntios recebe ram de Paulo até essa data).
Cf. também Jo 13:5; Rm 4:4; Ap 1:7. ►
2) Anafórico (Referência Prévia) a) Definição O artigo anafórico é o aquele que denota uma referência a algo anterior, (seu nome deriva-se do grego âveufykpciv, "trazer de volta, reportar"). A primeira menção do substantivo é normalmente anarthro. Mas a sua menção subseqüente é articular, pois o artigo se reporta ao substantivo mencionado anteriormente. O artigo
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
218
anafórico, enfaticamente e por natureza, aponta para tal substantivo, lembrando ao leitor o que ou quem foi mencionado anteriormente. Além de ser bastante comum esse uso articular é também muito fácil de ser identificado. Por exemplo, em Jo 4:10, Jesus apresentou à mulher na fonte o conceito de água viva (uôwp (tou). No. v. 11, a mulher se refere à água dizendo: "Onde, então, guardas a água viva?" (tróBev o\w e^eiç xò üõwp xò (côv). A força do artigo aqui é melhor traduzida assim: "Onde tu guardas esta água viva da qual tens falado?" b) Amplificação 1]
Grande parte do artigo individualizante será anafórico em um Eles serão usados para apontar alguma coisa que foi introduzida antes, talvez até mais cedo na narrativa. Em Jo 1:21, e.g., os judeus perguntam a João Batista: "És tu o profeta?" (ô upoc|)r|xqç el ou;). Tinham em mente o profeta mencionado em Dt 18:15 ("um profeta como eu"). Tecnicamente, este exemplo pertence ao artigo por excelência (o melhor/superior de uma classe), mas, novamente, de forma ampla, é anafórico. Quer dizer, chamar um artigo de anafórico não é suficiente, é necessário investigar se ele pertence especificamente a alguma outra categoria. sentido m uito amplo.
Falando de forma prática, classificar um artigo de anafórico requer que este tenha sido suficientemente introduzido no mesmo livro, preferivelmente em um contexto não muito distante. 2]
Em termos de exposição, o artigo anafórico é crucial, mas, pri mariamente, de modo negativo. Diante de uma palavra arti cular, você poderia ser tentado a afirmar mais do que o autor pretendia. Por exemplo, em Jo 4:9, lemos: f] yuvf| f) Sapapl x lç ("a mulher sam aritana"). Tal exemplo é claramente anafórico, apontando para o anarthro yuvr| no v. 7 (onde a mu lher é introduzida). Se, porém, você não soubesse que era anafórico, se admiraria porque o evangelista chama atenção para ela, usando apenas o artigo: "a mulher samaritana". Nesse caso, sua conclusão será: (1) ela é bastante conhecida entre to das as mulheres samaritanas, ou (2) ela é a mulher samaritana po r excelência, ninguém mais tem o direito de se intitular "a mulher samaritana". Quando você percebe que o artigo é anafórico, meramente apontado o fato que a mulher mencio nada anteriormente está ainda sob discussão, terá cuidado em sua exposição e não dirá algo que o autor nunca quis dizer.
Artigos - Parte I: usos regulares (anafórico) 3]
219
Finalmente, o artigo anafórico pode ser usado com um nome cujo sinônimo foi mencionado anteriormente, ou seja, embora os termos usados para descrever possam diferir, o artigo é anafórico se a referência for a mesma.
c) Illustrações Jo 4:40, 43
epe ivev êicel õúo qpépaç . . . p e tà ôè m ç õúo qpépaç...
permaneceu lá dois dias . .. depois de [os] dois dias. . . Jo 4:50
léyet áurea ó ’Ir|oo0ç nopeúou, ó ulóç aou £fj. êiTÍoteuoev ò auGpcoTroç Ttô Àóya) ôu clttcu aúicò ô ’Ir|aoüç Kal cTTopcúcio Disse-lhe Jesus: "Vai, teu filho vive." O homem creu na palavra que Jesus lhe dissera e partiu. No v. 46 este homem é apresentado como tlç [íkolálkÓç (certo oficial do rei). Esta menção subseqüente é um sinônimo bastante claro, ó SvGpcJtroç. O artigo nos lembra qual homem está em foco.
At 19:15
xòv 1laiiÀov è-niaiapai Quem Paulo é eu bem sei O antecedente no v. 13 (FlaíjÀoç) é anarthro.
Rm 6:4
auu6tá(j)qpeu aínxõ ÕLa toO paiTTLapaToç fomos sepultados com ele através de [o] batismo A referência anterior ao batismo no v. 3, é o verbo èpaTTTLO0q|J.
Tg 2:14
T í xò ocjreÀoç, áôeAxtxH pou, kuv irícm i' Aiyq tlç e/gLU, epya õè pf)
e^íi; Ph õúvataL t| ttlotlç owoaL auiou; Que aproveita, meus irmãos, se alguém disse que tem fé, mas não tiver obras? Porventura, pode essa [modalidade de] fé salvá-lo? O autor apresenta seu tópico: fé sem obras. Ele, então, segue com uma questão, perguntando se este tipo de fé pode salvar. O uso do artigo aponta para trás, para certo tipo de fé, e para o modo como o autor o definiu e o usou para particularizar um substantivo abstrato. Contra muitos comentaristas, Hodges defende que o artigo não é anafórico, caso contrário, o artigo com ttlotlç nos versos seguintes tam bém se refeririam a uma fé inútil.25 Ele traduz o texto simplesmente como "Porventura, a fé pode salvá-lo?"26 Embora seja verdade que o artigo com ttlotlç nos vv. 17,18,20,22 e 26 seja anafórico, o antecedente precisa ser examinado em seu próprio contexto imediato. Em particu lar, o autor examina dois tipos de fé em 2:14-26, definindo a fé que não trabalha como uma fé não salvífica, e uma fé produtiva como aquela que salva. Tanto Tiago quanto Paulo, eu creio, concordariam com a de claração: "Só a fé salva, mas a fé que salva não está sozinha". 25 Z. C. Hodges, The Gospel Under Siege (Dallas: Redención Viva, 1981) 23. 26 Ibid., 21
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
220 2 Tm 4:2
Kqpuçoy xòu Xóyov prega a palavra Aqui tòv Àóyov provavelmente aponta para 3:16, em que é declarado que trâoa Ypaifrn Beóirveuotoç K a i ükj)iÉA.ipoç - "Toda a Escritura [é] inspirada e proveitosa". Identificando o artigo com kóyov como anafórico é natural (visto que o artigo anafórico freqüentemente se refere a um sinônimo anterior) e também sugere que 3:16 não deveria ser traduzi do como "toda escritura inspirada é também proveitosa..." como fazem a ARC, ASV e NEB. Se 3:16 fosse para ser traduzido "desta última for ma, poderíamos esperar um qualificador em 4:2 como "prega a palavra inspirada".27
Fp 2:6
oç kv pop4)fi 9eoí) úvápyuw oi>x àpiray^òv fiyqoato xò eluca loa 06cp o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o [estado de] ser igual a Deus [como] algo a ser agarrado Este é um exemplo debatível. Wright defende que esse artigo é anafórico, reportando a pop
Cf. também Mt 2:1, 7; Jo 1:4; 2:1, 2; At 9:4, 7; 2 Co 5:1, 4; Ap 15:1, 6. 3)
Catafórico (Referência Posterior) a) Definição Um uso raro do artigo aponta para algo no texto posteriormente imediato. (Seu nome deriva-se do verbo grego Kaxacjjépeiy, "trazer de baixo"). A primeira menção, com o artigo, é antecipatória, segui da por uma frase ou declaração que define ou qualifica a coisa men cionada. b) Ilustrações
2 Co 8:18
xòv áõeÀ(])òy ou ó emuuoç kv xcô euayy6A.Lq) o irmão cujo louvor [está] no evangelho
1 Tm 1:15
t h o t Òç
ó Àóyoç . . . óxi Xptaxòç 'Iijooüç fjXBeu elç xòu K Ó apoy àpapxtoÀouç acôocu fiel é a palavra . . . que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar peca dores Cf. também 1 Tm 3:1; 4:9; 2 Tm 2:11; Tt 3:8 para outros usos de "fiel é a palavra." O artigo em 1 Tm 3:1 e 2 Tm 2:11 possivelmente poderia ser
27 Para uma grande defesa desta tradução, veja o capítulo sobre os adjetivos. 28 N. T. Wright, "ãpnaypóç e o significado de Fp 2:5-11," JTS, NS 37 (1986) 344.
Artigos - Parte I: usos regulares (dêitico)
221
anafórico, mas provavelmente está mais para catafórico.29 Em 1 Tm 4:9, porém, o artigo é possivelmente anafórico, reportando à segunda metade do v. 8. 30 Este é também o caso em Tito 3:8.31 Cf. também Jo 17:26; Fp 1:29. 4) Dêitico (Artigo como "Ponto de Referência") a) Definição O artigo é usado, às vezes, para apontar para um objeto ou pessoa que está presente no momento da fala. Normalmente tem força de monstrativa. Este uso chega perto da idéia original do artigo.32 Ain da que este seja amplamente substituído (ou reforçado) no Grego Koinê pelo pronome demonstrativo. b) Ilustrações Mt 14:15
TTpoaíj/l0ou caraá ol paBryroà Xiyovzeç cpipóç èaxiv ó tÓttgç vieram a ele os discípulos, dizendo, "Este lugar está deserto"
Lc 17:6
elirev ó KÚpioç el e^eie ttÍotlv wçkokkov aivcoTecoç, kXkyeze a xr| ouKapíuco33 Disse o Senhor: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira. .. ."
Jo 19:5
Lôou ó av0pü)iTO<;34 Eis o homem! Aqui podemos imaginar Pilatos colocando Jesus à mostra e gesticulando em torno dele para mostrar à multidão precisamente qual o homem está em julgamento.
1 Ts 5:27
ÁrayvuxjBfivai tqu éiuoTOÀfjv. seja lida a epístola. A força do artigo é:"seja lida a epístola que tendes convosco".
Ap 1:3
pcticápioç ó àmyiváaKWV Kal ol «KoúouTfçxoúç Xóyouçtfjç irpo(j)r|Teíaç Kal Tqpoüvieç xà kv aíruf) yeypappéva Bem-aventurado o que lê e os que ouvem as palavras de [esta] profecia e guarda as coisas escritas nele. O Apóstolo refere-se ao livro profético que os leitores agora têm em mãos.
Cf. também Mc 6:35; Lc 1:66 (v.l. no MS 1443); Rm 16:22; 1 Co 16:21; Cl 4:16; Ap 22:7 (v.l.). 29 G. D. Fee, 1 e 2 Timóteo, Tito (NIBC) 79, 248-49. 30 Ibid., 104-5. 31 Ibid., 206-7. 32 Alguns gramáticos classificam o artigo individualizante como dêitico. Preferimos reservar os termos para esta categoria específica. 33 Essa é a leitura de P 75 S D L X 213 579 pauci; Nestle-Aland27 acrescenta Taúxr) seguindo por A BW 0 ® et alii. 34 O Códice Vaticano omite o artigo. O primeiro escriba do ÍJX66 omite a frase inteira.
222
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 5) Por Excelência
-►
a) Definição O artigo é usado para apontar um substantivo que, em certo senti do, é "uma classe em si". É o único conhecido pelo nome. Por exem plo, se no final de janeiro alguém dissesse: "Você assistiu ao jogo? Você poderia responder: "Que jogo"? Ele poderia replicar: "O jogo"! O único jogo que valeu a pena assistir! O Grande jogo! Você sabe, o de Futebol"! Este é o artigo usado por excelência. Este artigo é usado pelo falante para apontar um objeto que é o úni co digno do nome, ainda que haja muitos outros tais com o mesmo nome. b) Amplificação O artigo por excelência não é usado necessariamente só para o melhor de uma classe. Poderia ser usado para os piores de uma classe - se a nuança lexical (ou a conotação contextual) dessa classe particular assim o sugerisse. Em essência, a expressão por excelência indica o extremo de uma classe particular. "Eu sou o principal dos pecado res" não significa o melhor dos pecadores, mas o pior deles. Se eu faço de mim mesmo um "porco" quando tomo sorvete e então sou chamado de "o porco". Esse certamente não deve ser um apelido que se preze. O artigo por excelência e o artigo de renome são difíceis, muitas ve zes, de serem distinguidos um do outro. Tecnicamente, isso ocorre porque o primeiro é um exemplo do segundo. A regra geral aqui é: se o artigo apontar um objeto não-concebido como o melhor (ou pior) de sua categoria, no entanto, for bem conhecido, classifique-o como o artigo de renome ou familiar. A questão aqui deve ser: Por que esse artigo tem renome ou nos é familiar? c) Ilustrações Jo 1:21
ó Trpo(j)iÍTr|ç el oú; Tu és o profeta? Aqui os inquiridores perguntam a João se ele é o profeta mencionado em Dt 18:15. Naturalmente, havia muitos profetas, mas somente um era esperado com natureza única naquele contexto.
Mc 1:10
etõeu . . . xò TTueüpa ó ç TTepiatepàv Karapaii^ov elç auTÓv eu vi o Espírito descendo sobre ele como pomba
At 1:7
oíijc ípitôv èoTiv yvúvai xpóvovç . . . oüç ò uoarp eBero kv tt) lõía êÇouola não vos compete conhecer os tempos . . . os quais o Pai determinou por sua própria autoridade
1 Co 3:13
r) rpépcx ôr|A.(áoei
o dia mostrará Isto é, o dia de julgamento, o grande dia.
Artigos - Parte I: usos regulares (monádico)
223
Tg5:9
íõoi) ó KpiTT^ç TTpò xãv Oupcâv eoTijicev. Eis que o juiz jaz à porta.
Ap 1:5
ò pápTUç, ò ttiotÓç a testemunha, a que é fiel Nessa alusão ao SI 89, Cristo é descrito como aquele que merece louvor.
Lc 18:13
ò 0eóç, lÀaoBqTL poi tq à|iapTwAxã O Deus, ser propício a mim, o pecador Aqui o artigo ou é por excelência ou de simples identificação [ou, possi velmente o artigo de renome]. Se for de simples identificação, este publicano está reconhecendo a presença do fariseu e, ao distinguir-se desse último, implica, até onde ele sabia, que o fariseu era o justo (entre eles dois) e ele, o pecador. Se o artigo for por excelência, então o homem está declarando que ele é o pior de todos os pecadores (partindo de sua própria perspectiva). Isso parece se encaixar bem com o espírito de sua oração, pois somente o fariseu explicitamente faz uma comparação com outra pessoa que está presente.
Jo 3:10
ò õiõáaKctÀoc; toü ’Iapar|À o mestre de Israel Havia muitos mestres em Israel, mas Nicodemos era ou muito conhecido ou, se o artigo for por excelência, o professor número um nas estatísticas escolares!
Freqüentemente "o evangelho" (xò cva-pfíkiov) e "o Senhor" (ò KÚpioç) empregam o artigo por excelência. Em outras palavras, havia somente um evangelho e um Senhor.35 Cf. também Mt 4:3; Jo 1:32, 45; Rm 1:16; Tg 4:12; 1 Pd 2:3, 8; 2 Pd 3:18; 1 Jo 2:1, 22. 6) Monádico ("de Uma Única Espécie" ou "Único") a) Definição O artigo é usado para identificar substantivos monádicos [únicos de sua espécie, tais como "o diabo", "o sol", “o Cristo"]. b) Amplificação e Clarificação 1]
A diferença entre os artigos monádico e o por excelência é que: o monádico aponta para um objeto único, enquanto o por excelên cia, para o extremo de certa categoria, ou seja, aquele que mere ce o título mais que qualquer um outro. O artigo por excelência, portanto, tem uma idéia superlativa. Por exemplo, "o sol" é monádico porque somente um sol existe. Não que seja ele o
35 ó 0eóç também pode ser considerado como por excelência, e não como monádico em muitos contextos. Isso não quer dizer que para os escritores do NT havia muitos deuses, mas que havia muitas entidades e seres chamados 0eoç. Somente um verdadeiramente merece tal nome.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
224
melhor dentre muitos sóis, pelo menos, do modo como usa mos. 36 Na realidade, ele é uma outra classe em si mesmo. No entanto, "o Senhor" é por excelência porque há muitos senhores. Porém, o artigo é usado com essa palavra para dar a idéia, de acordo com o ponto de vista da pessoa que fala: há somente um Senhor. 2]
Quando o substantivo + artigo possuir adjunto (tal como adjeti vo ou locução genitiva), a expressão inteira, muitas vezes, su gere uma noção monádica. Se nenhum modificador for usado, o artigo é tipicamente por excelência, "O reino de Deus" (f) PaaiA.6L 0eoü), por exemplo, em Mc 9:47 é monádico, en quanto que "o reino" (f) paoiÀeía) em Mt. 9:35 é por excelência; "o caminho de Deus" (r| óõòç toO Beoü) em At 18:26 é monádico,37 enquanto que "o Caminho" (r) óòóç) em At 9:2 é por excelência.
c) Ilustrações M t4 :l
ó
Iq o o ü ç
á u ff/ 0 r| e l ç
x fiv
e p r ip o v
ím ò
t o ü m /e ú p o cT o ç
ttc i p a o G
fju a i
úttò toí> õiapÓÂou
Jesus foi guiado pelo Espírito para ser tentado por o (=pelo) diabo Os tradutores da KJV traduziram tanto õiápoLoç quanto ôcupórnov como "demônio",38 como se ele fosse "o demônio" por excelência. Mas, no texto grego, õiápoÀoç ocorre somente três vezes no plural, todos os três exemplos funcionando como adjetivo e referindo-se a humanos (1 Tm 3:11; 2 Tm 3:3; Tt 2:3). AiápoXoç usado como substantivo pode ser considerado como monádico. Mc 13:24 Jo
1 :2 9
ô rpUoç OKOiLO0f|oetaL, Kai f] aeÀr|vr| oú õúaei tò cpéYyoç aíruf|<; o sol escurecerá e a lua não dará sua claridade íõ e
ó ccp vòç
toü
0eoü ó
cupwu
tf|u a p a p t í a n
to ü
ic ó a p o u .
Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! A descrição de João sobre Jesus é tanto monádica quanto genitiva "de Deus" é considerado parte da fórmula, pois é usado com Jesus somente na Bíblia. Tg5:8
t) Tiaponoía toü Kupíou ly/YLKev a vinda do Senhor está próxima
Cf. também Mt 4:5, 8, 11; Rm 14:10; Ef 4:26; Tg 1:12; 2 Pd 2:1; Ap 6:12. 36 Deve-se, em todo tempo, ter em mente o universo do discurso do leitor original. Assim, embora haja verdadeiramente mais que um sol, o leitor do primeiro século não pensava desse jeito. 37 No Cantabrigiense a leitura é por excelência: f) óõóç. 38 A KJV jamais uso a palavra "demônios" [N.T., em inglês devil]. Sessenta e duas vezes das 63 ocorrências de ôoupómov' no NT são traduzidas "diabo" [N.T., em inglês devil] (em At 17:18 o plural é traduzido "deuses"). Isso pode gerar confusão nos textos onde o singular "diabo" [N.T., em inglês devil] é usado: Satanás ou um dos demônios, quem está em foco (cf. Mt 9:33 [demônio (N.T., em inglês demon)]; 13:39 [diabo (N.T., em inglês devil)]; 17:18 [demônio]; Mc 7:26 [demônio]; Lc 4:2 [diabo]; etc.)?
Artigos - Parte I: usos regulares (artigo de renome)
225
Artigo de Renome (Artigo de "Celebridade" ou "Familiar") a) Definição O artigo aponta para um objeto bem conhecido, mas por outras ra zões, diferente do que vimos nas categorias acima (i.e., ele não é anafórico, Dêitico, por excelência ou monádico). Refere-se a um obje to de conhecimento geral não mencionado no contexto anterior (anafórico), nem considerado como o melhor de sua classe (por exce lência), nem único de sua espécie (monádico). b) Ilustrações Mt 13:55
01>X O U T O Ç éoiiv Ó T O U x é K T O U O Ç ulóç; Não é este o filho do carpinteiro? Embora os leitores cristãos vissem o artigo como por excelência, o evangelista relata que os moradores de Cafamaum reconheciam a Jesus simplesmente como o descendente de José.
G1 4:22
xfjç 'naióCoKqç . . . xfjç èAeuBépaç a escrava . . . a livre Estas mulheres não eram as melhores nas suas respectivas categorias, mas eram bem conhecidas por causa da narrativa bíblica.
Tg 1:1
xofiç õoúôeKa cj)uA,alç xalç kv xrj ôiacnTopâ às doze tribos em [a] dispersão
2 Jo 1
'0
u p e a p ú x e p o ç êK À eK x fj K u p í a
K al to lç
t c k u o l ç a ú x f jç
O presbítero à senhora eleita e a seus filhos Quer a tradução seja "o ancião", "o presbítero" ou "o velho", o artigo quase e certamente é usado para indicar alguém de renome entre os leitores. 3 Jo 15
áamScÇovTaí ac ol <|>íXoi. ctotráÇou xoòç (JÚÂouç Kax’ ôvopa. os amigos te saúdam. Saúda os amigos por o [=pelo] nome. O presbítero tinha seus associados (ol ( J h à o l ) e Gaio, os deles (xoòç (Jhàouç). Obviamente, nenhum dos dois grupos é único ou mais proe minente que o outro, mas o primeiro era muito conhecido pelos leitores dessa carta.
At 2:42
xrj õ i ô a x r j . . . xrj K O L u c m a , xrj K Í lá a e L A doutrina... a comunhão, o partir [do pão] Ou esse padrão de adoração era bem conhecido na igreja primitiva porque era a maneira comum de se fazê-lo, ou Lucas tenta considerar cada elemento da adoração como os únicos dignos de nomeação (por excelência).
Cf. também Mc 1:3; 2 Pd 2:1 (tcô Âaú); 3 Jo 1; possivelmente Mt 5:1.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
226
8) Abstrato (i.e., o Artigo com Nomes Abstratos) a) Definição Nomes abstratos, por sua própria natureza, focalizam-se na quali dade.39 Quando, porém, um nome for articular, essa qualidade será "afunilada". Assim, será definido mais cuidadosamente, distinto de outras noções. Esse uso é muito freqüente (nomes abstratos arti culares são mais freqüentes que os abstratos anarthros). b) Amplificação Ao traduzir tais nomes, o artigo raramente é usado (somente quan do o artigo também se encaixar em outras categorias individualizantes, tal como a anafórica). No entanto, na exposição, deve-se extrair a ênfase do artigo. Usualmente, artigo + nome abs trato encaixa-se nas categorias por excelência ou de renome, mas de um modo mais técnico. Logo, ele, freqüentemente, particulariza uma qualidade geral. O artigo + nomes abstratos, muitas vezes, tem certa afinidade com nomes genéricos + artigo, pois focalizam as características e quali dades. Há, no entanto, diferenças: um focaliza na qualidade por meio de seus lexemas (abstratos), enquanto o outro, na categoria grama tical (genérico). c) Ilustrações Mt 7:23
ol èpYoc(ó|ievoi xf|v áuopíav os que praticais a iniqüidade
Jo4:22
r) ocoiripta ck tcSu louôaítúv èoitu a salvação [vem] dos judeus Embora o artigo não precisasse de tradução, ele enfatiza ser esta a úni ca salvação digna de consideração e a que não precisa de esclarecimen to porque é bem conhecida.
At 6:10
oí>K layvov àuTiOTÍji-m xrj oocjiía Kal xú ttvc úpati cp Ikákci não podiam resistir a sabedoria e ao Espírito com que falava É possível também considerá-lo catafórico, pois o tipo de sabedoria mencionado é descrito cuidadosamente pelas orações relativas.
39 Estamos restringindo nossa definição de nomes abstratos, em grande parte, ao que Lyons chama de "entidades de terceira ordem"" (J. Lyons, Semantics [Cambridge: CUP, 1977] 2.442-46). Entidades de primeira ordem são objetos físicos; entidade de segunda ordem são "eventos", processos, estados de afazeres etc., que são definidos como "estado" e que, no português dizemos que eles ocorreram, e não que existem" (ibid., 444); entidades da terceira ordem não são "observáveis e não se pode dizer que ocorram ou existam no tempo-espaço . . . 'verdadeiro', em lugar de 'real', é mais natural predicar sobre eles. Podem ser afirmados ou negados, lembrados ou esquecidos; podem ser razões, mas não causas... Em resumo, eles são entidades do tipo que podem funcionar como objetos destas entidades assim chamadas atitudes proposicionais como crença, expectação e julgamento: elas são o que os estudiosos da lógica chamam objetos intencionais" (ibid., 443-45).
227
Artigos - Parte I: usos regulares (genérico) Rm 12:9
T] àycnTri àuinrÓKpiTOç. ctTTOGTuyoüvTeç xò novripóu, KolÀcópevoi xcô àyaBcS o amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal; apegai-vos ao bem. A língua portuguesa traduz naturalmente o artigo com os dois objetos porque são adjetivos e, portanto, são um pouco "concretos". Assim, to irovrpóv significa "aquilo que é mal".
Cf. também Lc 22:45; Jo 1:17; At 4:12; 1 Co 13:4:-13; G1 5:13; 1 Ts 1:3; Fm 9; Hb 3:6; 2 Pd 1:7. b.
Artigo Genérico (Artigo Categórico)
[c o m o u m a c la s s e ]
1) Definição Enquanto o artigo individualizante distingue ou identifica um objeto particular pertencente a uma classe mais ampla, o artigo genérico dis tingue uma classe da outra. Este é um pouco menos freqüente que aquele (que ocorre centenas de vezes no NT). O genérico categoriza em lugar de particularizar. 2)
Chave para Identificação A chave para determinar se o artigo é genérico ou não, é a inserção da frase "como uma classe" depois do nome que o artigo está modificando.
3) Amplificação a) Se ó ávGpumoç for entendido como artigo genérico, o sentido seria: "humanidade (i.e., seres humanos como uma classe)". O uso do ar tigo aqui distingue esta classe dentre outras classes (tal como "o rei no animal" ou "a dimensão dos anjos").
INDIVIDUALIZANTE
/ humanidadeX A T\ ^ 1 ° avGpwnoç V V (um ser \. humano
1
)
/
particular)
GENÉRICO
... / \ o avGpwiroç ^ hum anidade \ ►1 (a classe dos \
1
seres humanos como um todo)
Quadro 18 Artigo Individualizante x Artigo Genérico
b) Muitos gramáticos concordam com Gildersleeve que "o princípio do artigo genérico é a seleção de um indivíduo representativo ou nor mal" [itálicos meus].40 No entanto, isso só poderia ser verdade se o 40 Gildersleeve, Classical Greek, 2.255.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
228
artigo genérico fosse usado exclusivamente com nomes singulares, nunca com plurais. O exemplo de Dana-Mantey é plural (ai àlcotreKeç (j)COÀeouç cyouaLV - "as raposas têm covis"). Tal citação do Mestre não se refere a quaisquer raposas em particular que o Senhor sabia terem covis. Pelo contrário, ele está dizendo: "As raposas, como uma classe, têm covis". Portanto, é melhor ver o artigo genérico simplesmente como uma classe dentre outras, em lugar de lhe apontar como um representan te de uma classe. Essa visão concorda, de uma forma melhor, com os fatos, pois todos os gramáticos são unânimes em que o artigo plural possa ser usado em sentido genérico.41 c) À vezes, faz-se uma tradução mais fluente substituindo o artigo por um artigo indefinido, porque os nomes indefinidos e os genéricos partilham de certas propriedades: enquanto um categoriza ou realça as características de uma determinada classe (genérico), o outro aponta para um indivíduo dentro de uma classe, sem se dirigir a qualquer característica que distinguiria de outros membros (indefinido). 4) Ilustrações Mt 18:17
60X0) ooi uonep ó èüviKÒç Kai ò xetaávriç será [com referência] a ti como o gentio [como uma classe] e o publicano [como uma classe] Outra tradução possível é: "um gentio e um publicano". Porém, a tra dução anterior é possível pois a força do artigo genérico é qualitativa, visto que indica a classe a que alguém pertence (espécie), em lugar de identificá-lo como um determinado indivíduo. O artigo indefinido no português, às vezes, consegue realçar mais. Note também: caso os arti gos nesse texto não sejam tomados como genéricos, então Jesus estaria identificando o irmão que está pecando com um gentio ou um publicano em especial que tivesse em mente, embora não dê nenhuma dica de alguém em especial.
Lc 10:7
&£ioç ó epyáxqç toü pioOoü aúxoü o trabalhador é digno de seu salário
Jo 2:25
Kai oxt oú XP^Lav eí^eu 'iva t iç papxupqoi^ irep! xoü ctvOpGrnoi) aúxòç yàp çyívtooKev xí rjv év tü> ávOpútrcjL). E porque ele não precisava que alguém desse testemunho acerca do homem [como uma classe - humanidade], por ele mesmo sabia o que estava em o [no] homem [como uma classe] Embora, geralmente, o uso atual do masculino "homem" como um ge nérico para a humanidade seja inaceitável, não traduzir avBpMTioç como "homem" aqui é fugir do sentido pretendido pelo autor original. Logo após esse pronunciamento acerca da visão sobre o homem, o evangelista apresenta aos leitores um homem em particular que se encaixa nessa
41 A freqüente locução "todo o que", "maridos, amai vossas mulheres," "meus fi lhos" etc. são expressões genéricas.
Artigos - Parte I: usos regulares (genérico)
229
descrição de depravação (3:l:"Havia um homem) - cujo nome era Nicodemos.42 Rm 13:4
ov> 6 lkt) xqv páycapca' cjjopel ele não traz a espada debalde
Ef 5:25
ol avõpeç, àyairâxe xàç ywaiicocç Maridos [como uma classe], amai sua esposa A ordem não quer distinguir alguns maridos de Éfeso/Ásia Menor em detrimento a outros, mas distinguir os maridos na igreja em relação a esposas ou crianças. Eles são vistos como um todo, coletivamente.
1 T m 3 :2
ô e l v ò u è i r í o K o i r o v « n e T u A p p ir r o n e i v a i
é necessário que o bispo seja irrepreensível Gramaticamente falando, o artigo seria monádico (indicando que para cada igreja há um bispo) ou genérico (indicando os bispos como uma classe em vista). Quando outras considerações são trazidas à tona, é improvável, porém, que somente um bispo esteja em vista: (1) A visão monádico não lida facilmente com 1 Tm 5:17 ("os presbíteros que presi dem bem sejam considerados dignos de dobrados honorários") ou Tt 1:5 ("estabelecesse presbíteros em cada cidade"); e, (2) o contexto de 1 Tm 2:8-3:16 envolve um intercâmbio entre os nomes genéricos (singu lar e plural), sugerindo fortemente que o singular é usado como um nome genérico. Hb 7:7
xò elaixov utrò xoü Kpeíxxovoç euXoyelxai o inferior é abençoado pelo superior O autor indica aqui um princípio, aplicando-o à bênção de Abraão a Melquisedeque. Note que os termos são adjetivos e como tais não pos suem gênero fixo. O autor teria que colocá-los no masculino, como que apontando especificamente para Abraão e Melquisedeque. Ao usar o neutro, ele está indicando um princípio genérico: tudo que é inferior é abençoado por tudo que é superior.
42 A NRSV traduz: "[Jesus] não precisa que alguém desse testemunho acerca de qual quer [ô avGpuTroç]; pois ele mesmo sabia o que estava em todos [ò avGpuiroí;]. (3:1) Havia um fariseu cujo nome era Nicodemos, um líder dos judeus". ”Av9pwiroç em 3:1 não é traduzido e a conexão se perde. 43 Note os seguinte termos genéricos: xoòç avõpaç (2:8), y u v a i K a ç (2:9), y w o u i í í i ' (2:10), yuvfj (2:11), yuvaLKÍ, ávõpóç (2:12). Este é seguido pela referência singular a Eva/ mulher em 2:15, implícita no verbo ow0f|oexctL, logo, há uma referência plural genérica às mulheres implícita em p e í v w a t v . Nesse contexto, é difícil afirmar que c t t Í o k o t t o v em 3:2 seja monádico. Parte da questão aqui se volta para a data e autoria das Cartas Pastorais. Quanto mais tarde forem situadas as pastorais, é mais provável que a visão episcopal seja a monárquica. Certos paralelos são encontrados usualmente entre as Pastorais e Inácio (c. 117 AD). Mas se as Cartas Pastorais foram escritas por Paulo (e, conseqüentemente, den tro do primeiro século), elas são mais provavelmente coadunantes com a eclesiologia vista em outros lugares no NT, ou seja, deve haver muitos presbíteros na igreja. Cf. G. W. Knight, Commentary on the Pastoral Epistles (NIGNTC; Grand Rapids: Eerdmans, 1992) 175-77. As vezes, de fato, parte do argumento contra a autoria paulina envolve a pressu posição que 1 Tm 3:2 apóia a monarquia episcopal, descrevendo a eclesiologia das Pas torais diferentemente do resto das cartas de Paulo. Este argumento, na melhor das hipó teses é circular.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
230 1 J o 2 :2 3
ò àpvoúpevoç xòv ulòv oúõè xòv xtaxépa e^et, ò ópoÀoyójy xòv uiòv Kal xòv iraxépa e /e t.44
ttccç
Todo que nega o Filho não tem o Pai, o que confesse o Filho também tem o Pai. Este é um exemplo duplo, o primeiro exemplo envolve a fórmula ttccç ó usada com freqüência (cf. também Mt 5:22, 28, 32; Lc 6:47; 14:11; 20:18; Jo 3:16; 4:13; At 13:39; Rm 10:11; G1 3:13; 2 Tm 2:19; 1 Jo 3:6). Ap 2:11
ó
vlkúv
oi) pq áõiKq0r| 4k xoô Oaváxou xoô ôeuxépoo
o vencedor não receberá o dano da segunda morte Cf. também Mt 12:35; 15:11, 18; Lc 4:4; Jo 8:34; Rm 13:4; G1 2:10; Tg 2:26; 3:5; 5:6 (pos sível), 7; 1 Pd 1:24; 2 Jo 9; Ap 13:18; 16:15. O seguinte quadro descreve as relações semânticas do artigo individualizante. Ele foi formulado para mostrar ao estudante que as sete categorias deste artigo não são inteiramente distintas. Pelo contrário, eles estão relacionados, em grande parte, do geral para o específico. Logo, cada artigo monádico, em certo sentido, é um tipo de por excelência (no sentido que o único de uma classe é, ipso facto, o melhor de uma classe). E cada artigo por excelência é também de renome ou familiar (porém mais específico, pois ele é mais conhecido por ser o melhor de uma classe). E todo artigo de renome ou familiar é anafórico (no sentido mais amplo possível). Contudo, ele é mais específico que um artigo anafórico seria. Identificação Simples
Deíxico Quadro 19 As Relações Semânticas do Artigo Individualizante O quadro abaixo procura condensar o conteúdo acima. A fim de usá-lo, tente achar a categoria mais próxima a que um determinado artigo possa pertencer. Verifique 44 Os MSS bizantinos omitem descaracteristicamente uma oração inteira (ò ópoÂOYcâv xòv ulòv Kal xòv Traxépa exei), não devido à dúvida, mas a um homoioteleuton onde os olhos pularam o T/fi anterior e o escriba escreveu apenas o lyti que encerra a sentença. Dentre outras coisas, essa leitura oferece uma dica acerca das raízes do texto bizantino, pelo menos, nas cartas joaninas (ou seja, ela parece ter originado um único arquétipo).
Artigos - Parte I: usos regulares (como um substantivador)
231
até onde cada condição alistada recebe "sim" como resposta. Realize essa tarefa até que você descubra qual(is) categoria(s) mais se aproxima(m) ao artigo por você ana lisado.
Quadro do Artigo com Substantivos
3.
Como um Substantivador (Com Certas Partes do Discurso) a.
Definição O artigo pode transformar qualquer parte do discurso em um substantivo: advérbios, adjetivos, locuções prepositivas, partículas, infinitivos, particípios, e, até mesmo, verbos. Assim, o artigo transforma uma frase em uma forma nominal. Essa flexibilidade incrível é parte do gênio do artigo grego. Esse uso é mais comum com adjetivos e particípios que com outras partes do discurso.45
45 Embora os infinitivos articulares sejam comuns, nem todos são substantivados. Veja o capítulo sobre o infinitivo para uma discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
232 b. Amplificação
O uso substantivador do artigo, no sentido mais estrito, pode ser conside rado uma categoria semântica, onde seu papel semântico essencial será o conceitualizar. Além disso, o artigo também individualiza ou categoriza, como faz com nomes. O uso com particípios e adjetivos é comum e nãomarcado, como muitos dos exemplos discutidos nas seções anteriores. c.
Ilustrações 1) Com Advérbios O uso com advérbios ocorre com muita freqüência. Alguns advérbios mais usados incluem aiSpLOU, éiraúpiov, vüv, népae, e i\h]oíov.
Mt 8:28
kkBóvxoç aíruoú elç tò irépae Quando veio para o outro lado
Mt 24:21
« r a i xóre G/Iijnç |ieyáA,r| oía oíi yéyoeee cot’ àpyrg KÓopou «oç toO vuv Então haverá uma grande tribulação a qual nunca aconteceu desde o princípio do mundo até o presente.
Mc 11:12
rf| èííaúpiov fçcÂ0óvi(üV aÔTcâu ccirò Br)0aeíaç èrreíeaaee no [dia] seguinte, quando vinham de Betânia, sentiu fome Cada exemplo do advérbio èiraúptoe no NT ocorre com um artigo dativo feminino (cf., e.g., Mt 27:62; Jo 1:29; At 21:8). Embora o advérbio em si signifique: "seguinte, próximo", seu uso no NT também traz implícito o nome ri|j.épa (assim, o artigo é feminino) e sugere que o evento ocorreu em um ponto de tempo (ou seja, o artigo é dativo).46
Jo 4:31
kv x ã pvraçíi f|pd>Tuv aúiòv ol paGrpa! Xkyoeieç papjií, tjtáye. Nesse ínterim, os discípulos perguntavam a ele, dizendo: "Rabi, come".
Jo 8:23
òpelç €K tú u kcctco koxk , èyd)
ck
tcôv» auto elpí
vós sois de [um lugar abaixo] baixo; eu sou de [um lugar] acima O artigo indica mais que um mero sentimento geral quanto à origem, a expressão céus e inferno está implícita. At 18:6
caro toC vuv elç xà cGuq TOpeúoopai47 de agora [desse ponto], eu irei para os gentios
46 Auptou é diferente em dois aspectos: (1) nem sempre tem artigo (cf. Lc 12:28; 13:32, 33; At 23:20; 25:22; 1 Co 15:32); e (2) a forma articular ocorre no dativo, ainda que ocorra também no nominativo (Mt 6:34), genitivo (Tg 4:14), e acusativo (Lc 10:35; At 4:3, 5). 47 D* tem àcj) ’ tique no lugar de £íttò toü.
Artigos - Parte I: usos regulares (como um substantivador) Cl 3:2
233
tà ai/Gj {jjpov-elte, (if| xà. cttI xf\c yíjç Pensai nas [coisas] de cima, não nas [coisas] da terra
Cf. também Mt 5:43; 23:26; Mc 12:31; Lc 11:40; At 5:38; Rm 8:22; 1 Co 5:12; 1 Tm 3:7; Hb 3:13. 2) Com Adjetivos Adjetivos, muitas vezes, são usados como nomes, especialmente quan do as qualidades de um grupo particular são enfatizadas. Exemplos no plural são especificamente genéricos, embora tanto singular quanto plu ral o artigo individualizante ocorra com muita freqüência. Mt 5:5
|iaKápioi ol npaelç, o t l aíruoi Klripouop.iíoouait' iqu yíjv Bem-aventurado os mansos, porque herdarão a terra
Mt 6:13
pif) eíoevéyKTiç rpâç elç neipaapóu, àAA.à pOaouffljâç áuò toO nouripou não nos deixe cair na tentação, mas livra-nos do mal [maligno] Embora a KJV traga "livra-nos do mal [mal em geral"], a presença do artigo indica, não o mal em geral, mas o maligno. No contexto do Evan gelho de Mateus, 'livra-nos do maT parece estar ligado à tentação de Jesus em 4:1-10: porque o Espírito o guiou a tentação pelo maligno, os crentes agora participam de sua vitória.
Mc 6:7
'npoaKaXclmi touç òcúòfKa ele chamou os Doze "Os Doze" é usado como termo técnico nos Evangelhos porque os discípulos eram bem conhecidos. Este artigo pertence à categoria " artigo de renome ou familiar". Cf. também Mt 26:14, 20; Mc 9:35; 10:32; 14:10; Lc 9:1; 18:31.
Lc 23:49
claTr|Keiaav irávTeç ol yvwoTol auTtô âtrò paKpóBeu ficaram longe todos que o conheciam
Rm 5:7
úirèp toíi àyaGoíj xó.yjx t i ç K a i TOÂpâ áuoGavelu pelo bom [pessoa] pode ser que alguém até morra
Hb 1:6
oxav elaayáyri TÒv TrpwxÓTOKOU elç Tqv olKoup.évriv quando introduziu o primogênito no mundo
2 Pd 3:16
a ol àpaGelç Kai áoTijpiKTOL orpepAmioiu . . . upòç rqu lõíav ailTGJV àTT(jáA.€LaU
coisas que os ignorantes e inconstantes deturpam . . . para a sua própria destruição Cf. também Mc 1:24; 3:27; Lc 6:35; 16:25; Jo 2:10; 3:12; At 3:14; 7:14; G1 6:10; Tt 2:4; Tg 2:6; 5:6; 3 Jo 11; Jd 15; Ap 13:16. 3) Com Particípios O uso com os particípios é um fenômeno comum. Semelhante aos adjetivos, o artigo + particípio classifica-se como individualizante ou genérico.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
234 Mt 2:23
òucoç nÀr|pco0fj xò pr|0èu õià xcôu Tipocj)r|TGÕu para que se cumprisse o que foi falado pelos profetas
Lc 7:19
ou eí ó êpxópeuoç; És tu o que havia de vir?
2 Co 2:15
Xpioxou eúwôía éapèv xw 0ewkv tolç awÇopéuoiç Nós somos um bom perfume de Cristo para com Deus entre nos que são salvos
Ef 4:28
ó KÀéirxGjy pqKéxi. KA.eTTxéxw O que furtava não furte mais
1 Jo 3:6
ttccç
ó ã p a p x á y ca u oux ècúpaKeu Todo o que peca não o tem visto
Ap 1:3
ptxKccploç ó àvcnau(úaKMU KKL 0L áKoúouxeç xouç Àóyouç xrjç Trpo(|jr|Tfíaç , kccI xTpoüuxeç xà kv aÚTfj yeypappéua;48 ■ Bem-aventurado o que lê e aqueles que ouvem as palavras desta profe cia e as guardam
aòxóu
Cf. também Mt 4:3; Lc 6:21; Jo 3:6; At 5:5; Rm 2:18; 1 Co 1:28; G1 5:12; Ef 1:6; lTs 2:10; Fm 8; Tg 2:5; 1 Pd 1:15; 2 Jo 9; Ap 20:11. _ 4) Com Infinitivos Embora o infinitivo, muitas vezes, seja articular, não é freqüente ver o artigo usado para transformá-lo em uma forma nominal. Esse uso é raro, embora seja um pouco mais comum nas epístolas que na literatu ra narrativa. (O infinitivo pode também funcionar como um substanti vo mesmo sem o artigo). O artigo sempre é neutro singular. Mc 10:40
At 27:20
ôe koc0loocl 4k õeÇiwv pou q kk, euuvúpcúy ouk « m u épòu ôoüuca o sentar, porém, à minha direita ou à minha esquerda não me compete conceder O infinitivo articular é o sujeito de eoTiv.
xò
ttcpnpeâxo câttÍ ç
-rrâoa xoü aúçcoOai íipâc
Dissipou-se toda a nossa esperança de ser salvo O infinitivo genitivo articular é um genitivo objetivo que possui como sujeito um nome acusativo. Uma tradução literal e grotesca é: "toda esperança de ser salvo no que diz respeito a nós". Rm7:18
xò 0éÀeiu TTapáKeLiaí poi, xò õè KaxepyáCeo0aL xò o querer está em mim, porém o efetuar o bem não.
kccàòu
ou.
1 Co 14:39 Cqiloüxe xò TTpocj)r|Teúei.u Kal xò Àcdeiu pq kgúúc-tc- -//..(úcsoaiç49 procurai com zelo o profetizar e o falar em línguas não proíbais 48 Os minúsculos 2053 e 2062 trazem o c k o Úw u em lugar de ol íÍ k o ú o i ' t c ç , fazendo com o leitor o mesmo que ocorre com o ouvinte na construção que segue a regra de Granville Sharp. O artigo é omitido antes de À.aA.eiv em B 0243 630 1739 1881 pauci.
Artigos - Parte I: usos regulares (como um substantivador) Fp 1:21-22
235
xò Çf|V Xptoxòç Kal xò átroBavelv Kepõoç. (22) el ôe xò Çíjv kv oapKL . . . o viver é Cristo e o morrer é ganho. (22) mas se o viver na carne . .. Os infinitivos articulares no v. 21 são os sujeitos de suas respectivas orações, xò Çfjv é repetido no v. 22, com o artigo exercendo o papel tanto de um substantivador do infinitivo quanto agindo anaforicamente. Uma tradução mais polida do verso 22 é: "mas se for para viver na carne"; a forma mais literal, no entanto, torna a conexão mais forte com o v. 21.
As seguintes referências incluem outros exemplos de infinitivos articulares substantivados no NT: Mt 20:23; Mc 12:33; Lc 10:19; Rm 13:8; 14:21; 1 Co 9:10; 2 Co 1:8; 8:10-11; 9:1; Fp 1:24; 2:6; 2:13 (possível);50 3:21; Hb 2:15; 10:31; 1 Pd 3:10. 5) Com uma Palavra ou Locução Genitiva Um artigo não genitivo é muitas vezes seguido por uma palavra ou locução genitiva. Embora não haja acordo, o artigo pode ser visto como "colchetes" da palavra ou locução que segue. Duas das mais freqüentes expressões são: (1) o artigo masculino singular seguido por um nome próprio genitivo, onde o artigo implica "filho" (e o genitivo que o segue é classificado como genitivo de relacionamento), e (2) o artigo neutro plural com um genitivo, onde o artigo neutro implica "coisas". Mt 10:3
TáKcopoç ó xoô 'A lfaiou Tiago, o [filho] de Alfeu51
Mt 16:23
oii 4>poveiç xà xoô 9eoô àXXà xà xcôv àvOpwiTwy52 não cogitas as [coisas] de Deus, mas as [coisas] dos homens
Lc5:33
ol xcôv cbapioaícov os [d iscíp u lo s] d o s fariseu s
Rm 14:19
xà xí)ç
( ipr\vr\ç
s ig a m o s
1 Co 15:23
as
ôtcÓKwpev Kal xà xfjç olKOÕopf|Ç as [coisa] d e e d ifica çã o
[co isas] d e p a z e
ol xoô Xptaxou. . . Os [que são] de Cristo.
50 Se èvepycôv for transitivo, então o infinitivo com artigo xò 0éA.eiv e xò èvepyelv seria tomado como um objeto direto composto: "Por aquele que opera em vós tanto o querer quanto o realizar é Deus". 51 Isto poderia ser igualmente considerado como um artigo usado em lugar de um pronome relativo (na terceira posição atributiva). Ocasionalmente, a construção não tem nome próprio precedendo o artigo, como em Jo 21:2: "os [filhos] de Zebedeu" (ol xoô Zeffcôaíou). 52 D tem xoô
236 Tg4:14
Sintaxe Exegética do Novo Testamento êiT ÍaxaaG e xò xf|í; a ü p t o v 53 não sabeis o [que] o amanhã trará A idéia fala de: "preocupações do amanhã" ou "qualquer coisa que o amanhã traga".
ouk
Cf. também Mt 22:21; Mc 8:33; 15:40; Lc 2:49; At 19:26; Rm 2:14; 1 Co 2:14; 2 Co 11:30; 1 Jo 4:3. 6) Com uma Locução Prepositiva Semelhante ao uso com palavras ou locuções genitivas, esse uso do ar tigo transforma em nome uma locução prepositiva. Esse é um uso co mum e legítimo do artigo. At 11:2
ol 6K iT€pixop.f)ç os da [parte]circuncisão
1 Co 13:9-10 èx p é p o u ç yiv(úoKop,ev Kcà ck p é p o u ç trpo^riTeúopev (10) o x a v ôè eÂ9q x ò x é À c io v , xò òk p é p o o ç K a x a p y q 0 T Ío e x a t [porque] em parte conhecemos e em parte profetizam os; (10) quando,porém, vier o perfeito, o que era em parte será aniquilado O artigo no v. 10 é anafórico, reportando-se às duas partes de è-K pépouç no v 9. É como se Paulo dissesse: "quando o perfeito vier, o 'em parte' será aniquilado". A questão é: com a chegada do perfeito (muito prova velmente o retorno de Cristo), tanto o dom de profecia quanto o dom de conhecimento passariam. Fp 1:27
xà nepl òpcôv as coisas concernentes a vós [= vossas circunstâncias]
Fp 1:29
òptv exa PLO0q tò òuèp Xpioxoü, oü póvou xò elç aúxòu inaxeúeiv áA.Àà Kai xò ÚTTcp aúxou mo%civ a vós foi concedido, por causa de Cristo, não somente crer nele, mas também sofrer por ele O primeiro artigo, neste texto, transforma a locução prepositiva òxèp Xp l o t o u no sujeito da sentença. Mas o português não pode expressar a idéia adequadamente, em parte, porque o artigo é também catafórico, isto é, refere-se a um duplo conceito que vem a seguir. Uma tradução literal demais, que, pelo menos, traz a força do artigo (assim como os dois artigos seguintes), é a seguinte: "a coisa, pelo benefício de Cristo, vos foi dado, isto é, não somente o crer em seu nome, mas também o sofrer por ele". O grego é até mais concreto que o português.
Cl 3:2
x à à v u ) 4> p o v éíxe,
1 Jo 2:13
pr) xà èn! x q ç y q ç Pensai nas [coisas] de cima, não nas [coisas] da terra
éyvokaxe xòv àir’ ápxqç sabíeis o [que ou quem ele era] desde o princípio
Cf. também Lc 11:3; 24:19; At 13:13; Rm 3:26; G1 2:12; 3:7; Hb 13:24.
53 B omite o artigo. Um número de outros MSS tem o plural neutro.
Artigos - Parte I: usos regulares (como um substantivador)
23 7
7) Com Partículas As interjeições, as partículas enfáticas e negativas etc. estão incluídas na lista das partículas. 1 Co 14:16
ttcòç
épet tò áiirjv; como dirá o "Amém"?
2 Co 1:17
rj TTccp’ ep o l h aja e m m im
xò Noci, v a i o "s im , s im "
K aí x ò oú, ofj; e
o "n ã o ,
não"
r|T(j õè ò|i(3v xò v a i v a i K aí xò oü Seja, p o ré m , o v o s s o sim sim e o v o ss o
Tg 5:12
n ã o n ã o 54
Ap 3:14
xáôe Àéyei ô apóv . . . estas coisas dize o Amém . . .
Ap 11:14
t] oüai f] õeuxépa áiTÍjA.9ev Lõou q oúaí q xpíxq ep/exai xa/é55 O segundo ai passou; eis que, o terceiro ai vem depressa.
Cf. também 2 Co 1:20; Ap 9:12. 8) Com Verbos Este uso ocorre somente em uma frase encontrada em Apocalipse. Ap 1:4
%ápiç üpiv Kaí elpqvr) caro ó túó rjv Kaí ô êpxópeuoç graça a vós e paz daquele que é, era e o que há de vir A sintaxe aqui é duplamente bizarra: Não somente a preposição áno rege um nominativo,56 mas ainda há uma troca feita pelo apóstolo do verbo por um substantivo. O verbo imperfeito é usado de forma possí vel, visto que nenhum particípio perfeito estava disponível e o autor não queria usar o aoristo de yívo|iai. Se o autor deste livro for o mesmo evangelista que escreveu o Evangelho de João, o paralelo entre o rjv no prólogo joanino e o verbo similar aqui usado pode ser mais que uma coincidência: os dois estariam afirmando algo acerca da eternidade do Senhor.
Cf. também Ap 1:8; 4:8; 11:17; 16:5. 9)
Com Orações, Declarações e Citações O artigo neutro singular, às vezes, é usado antes de uma declaração, citação ou oração. Uma vez que, em algumas orações, o artigo precisa ser traduzido de formas variadas, somente o contexto poderá ajudar.
54 O dito dominical de onde isso é aparentemente derivado não usa artigo (cotg) úe ó hóyoç í)|i(âv vai vai, ou em Mt 5:37 [ainda que 0 213 o lecionário 184 et pauci incluam o artigo antes do primeiro vai e primeiro oü]). Poucos MSS recentes omitem o artigo antes de xpíxr| (1006 1424 1854 2050 2053 2329 2351). 56 Veja a discussão desse texto no capítulo sobre o "Caso Nominativo".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
238
Para as declarações e citações diretas, geralmente, é bom acrescentar a "frase declarativa" depois do artigo seguindo por aspas. Mc 9:23
IqaoCç eíiTev aúxw tò ei õúur], vávxa òvvaxà xq> TTiaxeúonxL.57
Jesus disse a ele: "[Concernente ao seu pedido], 'se podes .. / todas as coisas são possíveis ao que crê. No v.22 um homem cujo filho esta endemoninhado fez um apelo a Jesus: "Se tu podes fazer algo, ajude-nos!" (eí xi ôúvr), pof|9ipov A resposta de Jesus capta o pedido do homem. O artigo funciona anaforicamente. Parafraseando: "Tu disseste: 'Se tu podes'. Deixe-me dizer, todas as coisas são possíveis ao que crê". L c 9 :4 6
EioíjMtev ôè ôiodoyta|j.òc; kv avxolc,, xò xíç àv ç’íq peíÇtúv oujtwv. Um debate surgiu entre eles, a saber, quem era o maior entre eles.
O artigo neutro aponta, de modo vago, para o masculino ôiaA.oyi.o)j,óç. Embora seja anafórico, é possível perceber sua força com as expressões: "no que diz respeito a", "com respeito a" etc. Rm 13:9
tò of) poixeúaen;, ou (Joeeúaei-ç, ov KA.éi|;ei.ç, ouk èTu9upf|Csei<;, K a l €Í xíç kxkpa £vxoXr\, kv x& Xóytg toÚtco ávaKeJiaXaiouxai, kv xã áyoarnaeiç xòv Tr/lr|aíov oov wç ocauxóv.58 a [lista dos mandamentos]: "não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, é resumido nesta palavra, a saber, "amarás o teu próximo como a ti mesmo". O artigo neutro no início do verso introduz a segunda parte dos Dez Mandamentos.’Ev tg) no final do verso é provavelmente um resumo, reportando-se ao masculino Xóyco semelhante a G1 5:14.
E f4 :9
xò ôè kvk\3q xí lo tiu . . . ; mas a [declaração], "subiu . . . " o que quer dizer . . . ?
Embora só uma palavra da citação anterior do SI 68:18 é repetida, a expressão sugere que o verso todo está em foco. Em outras palavras, o autor não está perguntando: "O que significa desceu?", mas: "O que a citação do SI 68:18 significa?" Cf. também Mt 19:18; Rm 8:26; Hb 12:27.
4,
Como um Marcador de Função Quando o artigo é usado como um marcador de função gramatical, ele pode ou não manter carga semântica. Mas, até mesmo quando age assim, o uso grama tical (estrutural) é, muitas vezes, o mais proeminente.
57 Um número de importantes testemunhas omitem o artigo (D K 0 /13 28 131 565 700 ) enquanto outros têm em seu lugar xoúxo (?p45 W). A leitura mais difícil (e por tanto mais provavelmente original) é a que está impressa em nosso texto. 58 No lugar do artigo, dois MSS ocidentais (F G) têm yéypatTxai.
Artigos - Parte I: usos regulares (como um marcador de função) a.
239
Denotar as Posições Adjetivas Quando o artigo é usado especialmente para denotar a segunda posição atributiva, dizemos que ele quase não tem importância semântica59
Mc 8:38
oxctu 6À0r) kv xrj õóÇr) toü iraxpòç aúxoü pexà xcôv àyyéltoy xwy txyícúy quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos
Lc 15:22
xa y ü èçcyç yKttTf OTOÀf|y xqu
Trptútqy kcu c v ò ú a a x f aú xóu trazei depressa uma roupa, a [melhor], e vesti-o O artigo está aqui na rara terceira posição atributiva (um nome anarthro seguido por um artigo e modificador). Uma tradução fluente (embora lhe falte a conotação) é: "trazei depressa o melhor vestido . .
Cf. também Mc 14:10; Lc 11:44; Jo 3:16; At 19:6; 1 Co 7:14. b.
Como Pronomes Possessivos Quase que sempre o artigo será usado quando um pronome possessivo es tiver ligado ao substantivo. (Por outro lado, o artigo só pode ser usado em certos contextos, implicando possessão, [veja acima a seção "O Artigo como um Pronome Possessivo"].
Mc 1:41
éKxetyaç xqv Jfeipa corroO estendendo a sua mão [a dele]
Rm 5:9
ôlkocuaBéyxeç
uüu
kv
xw a í p a x i aú xoü
s e n d o ju stificad o , a g o ra , p o r
seu sa n g u e
Cf. também Hb 3:5; 1 Pd 2:22; Ap 1:14. c.
Com Locuções Genitivas Com locuções genitivas, tanto o nome principal quanto o nome genitivo serão articulares ou anarthros. Essa construção é conhecida como o "Cânon de Apolônio". Tem esse nome devido ao gramático grego, Apolônio Díscolo, do segundo século. Ele ob servou que tanto o nome principal quanto o nome genitivo imitam-se reci procamente quanto ao uso do artigo. Raramente eles seguem caminhos dis tintos. Assim, esperaríamos ó Àóyoç xoü 0eoü ou Âóyoç 0eoO, mas não Âóyoç xoü 0eoü ou ó Áóyoç 0eoO. O cânon, porém, tem muitas exceções tanto no grego clássico quanto no neotestamentário.60 No entanto, em grande
59 As posições atributivas e predicativas do adjetivo com nomes são discutidas no capítulo sobre o adjetivo. Embora as gramáticas rotineiramente tratem delas quando discutem o artigo, com mais de 2.000 construções nome-adjetivo complemente anarthros no NT, uma grande proporção dos exemplos é categoricamente negligenciada. 60 Veja S. D. Hull, "Exceptions to Apollonius' Canon in the New Testament: A Grammatical Study," TrinJ NS (1986) 3-16, para uma discussão detalhada. Hull nota sete condições sob as quais as exceções podem ser contadas. Das 461 exceções, somente 32 não se encaixam em nenhuma dessas condições (5).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
240
parte, quando o artigo estiver presente na construção, o artigo é esperado junto aos nomes principal e genitivo. Nesses casos, o artigo, muitas vezes, tem pouco peso semântico.61 Isso acontece porque, mesmo quando ambos os nomes não possuírem o artigo, eles normalmente serão definidos.62 Mt 3:16
eiôev tò trueôiia toO 0eoO Katapalvou cõael Trepiarepàf Ele viu o Espírito de Deus vindo como uma pomba Os MSS oscilam quanto a presença dos artigos antes de tvcêpix e 9çoü. Em X B copbo faltam os artigos. Muitos outros os trazem. O que é im portante notar é que os MSS uniformemente são ambos articulares ou anarthros. Com ou sem artigo, a tradução e o sentido são os mesmos.
Mc 1:15
TÍyyLKen rj pomAeta tob 0eoü o reino de Deus está próximo
At 26:13
tqv ÀapTrpótqto: o brilho do sol
1 Co 13:1
toü
f|A.íoi)
xaíç y lá o o a iç tcôi/ àuOpwiTwv as línguas dos homens
Cf. também Lc 4:9; Jo 3:14; At 27:19; 1 Co 10:16; Ef 1:7; Hb 10:23. d. Com Nomes Indeclináveis O artigo é usado com nomes indeclináveis para mostrar o caso do nome. 61 Uma exceção é ó uíòç xoô ávGpcjuou. Como Moule recentemente apontou, essa frase não é, como alguns supõem, "lingüisticamente estranha" (C. F. D. Moule, "The 'Son of Man': Some of the Facts," NTS 41 [1995] 277). O que é incomum sobre a frase é que, tanto a literatura cristã nascente quanto judaica, quase todos os exemplos estão no material dominical. Moule chega a conclusão de que "a explicação mais simples de quase toda a consistência com a qual o definido singular está confinado aos ditos cristãos é postular que Jesus se refere à Dn 7, falando de 'o Filho do homem [que pegou dessa visão]'. . . . Atribuir a frase a Jesus mesmo não é negar que alguns dos ditos do Filho do Homem nos Evangelhos possam ser uma adição modelada sobre os ditos originais. Mas não consigo pensar em nenhuma razão por que não seria originariamente dominical cada um dos principais tipos de ditos" (ibid., 278). Pelo menos, Moule está argumentando a partir do critério de dissimilaridade para a autenticidade de "Filho do Homem" nos Evangelhos. Gramaticalmente, ele trata (corretamente, penso) a construção articular definida como artigo de renome ou familiar que se reporta a Dn 7:13. Como uma nota adicional, é curioso que, até mesmo, os eruditos que produziram The Five Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus (viz., R. W. Funk, R. W. Hoover, e o Jesus Seminar; New York: Macmillan, 1993) adotem o critério de dissimilaridade na teoria (23-24). Na prática, categoricamente negam a autenticidade dos vários ditos do "Filho do Homem". Por exemplo, as seguintes passagens são escritas em "preto", i.e., "Jesus não disso isso, elas representam a perspectiva ou conteúdo de uma tradição diferente e posterior" (ibid., 36): Mt 9:6; 10:23; 12:32, 40; 13:37, 41; 16:13, 27-28; 17:9, 12, 22; 19:28; 20:18; 23:30, 37, 39, 44; 25:31; 26:2, 24, 45 ,64; Mc 2:10; 8:31, 38; 9:12, 31; 10:33; 13:26; 14:21, 41, 62; Lc 5:24; 9:22, 26, 44; 11:30; 12:8,10, 40; 17:26, 30; 18:8, 31; 19:10; 21:27, 36; 22:22, 48, 69; 24:7; Jo 1:51; 3:13; 5:27; 6:27, 53, 62; 8:28; 9:35; 12:23; 13:31. 62 Veja abaixo na seção "Ausência do Artigo".
Artigos - Parte I: usos regulares (como um marcador de função)
241
Lc 1:68
cüÂovricòç KÚpioç ó 0eòç xoô ’lapar) bendito seja o Senhor, Deus de Israel
Jo4:5
TÚrioíov xoô x^ptou ô eõcoKev 'IaKWp xcâ ’Icuor]ct) perto do lugar que Jacó deu a José Sem o artigo dativo é possível confundir 'IwaiíÒ com o sujeito de eôcoieen O artigo serve senão para esclarecer a função sintática de José e de Jacó.63
G13:29
xoú 'Appaàp otTéppa èaxé sois a semente de Abraão
Cf. também Mt 3:9; 8:10; Lc 1:55; Jo 1:45, 49; 4:6; 8:39; At 7:40; 1 Pd 3:6. e.
Com Particípios O artigo antes de particípios funciona como substantivador e marcador de função. A presença articular indica a função substantiva (ou adjetiva) do particípio. Naturalmente, o particípio pode também ser substantivo ou adjetivo articulares, embora haja a grande possibilidade de ambigüidade em tais exemplos.
Lc 6:21
paKápioi ol KÀaíovxeç v w Bem-aventurado os que choram agora
Rm 1:16
õúvcqnç yctp 0eob koxiv elç ocaxqpíav iTavxl xq> maxeúovxi pois é o poder de Deus para salvação de todos os que crêem
Jo 4:11
Tió0eu oúv exeLÇ xò üõwp xò (câv onde pois, tens esta água viva?
Cf. também At 1:19; Rm 7:2; 2 Co 4:3.64 f.
Com Demonstrativos O artigo é usado com demonstrativos na posição predicativa, mas indican do a função atributiva. Os demonstrativos não podem ficar na posição atributiva (e.g., entre artigo e nome). Se forem relacionados a um nome anarthro, eles funcionam de forma independente, como pronomes. Somen te quando estiverem na posição predicativa em relação a um nome articu lar, os demonstrativos podem ser considerados dependentes e atributivos.65
63 Se assim, é provavelmente uma adição posterior, com intenção de esclarecer a relação para o leitor. Muitos MSS omitem o artigo (A C D L Ws T A 0 II T 086 13 33 Byz). O sentido que pretendiam esses escribas era ser suficientemente claro. 64 Algumas traduções (e.g., ARA, ACF) equivocadamente interpretaram o particípio em Jo 4:39 como adjetivo ("a mulher que testificou/anunciou. Visto, porém, que o nome é articular e o particípio, não (xfjç yw aiKÒç p«pxupoúor|ç), ele deve ser tratado adverbialmente ("a mulher, quando testificou"). 65 Um demonstrativo pode, naturalmente, funcionar como um pronome até mesmo quando adjacente a um nome articular, como em Lc 8:11 ("e esta é a parábola" ['Eoxiv õe oÒjtti f) trapapolri])- Mas quase nunca funciona como adjetivo se o nome for anarthro.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
242
Ocasionalmente as traduções falham quanto a essa regra básica. Por exem plo, em Jo 2:11 (tcojttiv énotqaeu uov aqpeuav ó ’Ir|ooôç), a King James traduz de forma errada, uma vez que ápxqi' é anarthro.66 Mt 16:18
éirl taúrrj tfj nexpa oÍKOÔopqaw pou rqu €KKÃr]oíav Sobre esta pedra edificarei a minha igreja
Mc 15:39
Lc 7:44
pAitreiç Tocurqu rqu yurniica; Vês esta mulher?
Cf. também Mc 1:9; Jo 4:15; At 1:11; 1 Co 11:25; Tt 1:13; 2 Pd 1:18; Jd 4; Ap 11:10. g. Com Nomes Nominativos (Denota o Sujeito) Normalmente um sujeito será articular (a menos que seja um pronome ou um nome próprio).67 Lc 11:7
q Qúpoc (céic/letaim a porta está fechada
Jo 13:31
ó 0eòç èôo^áoOq èv carccS Deus é glorificado nele
Cf. também Mc 13:28; Jo 4:11; At 10:38; Cl 3:1; Tt 2:11. h. Para Distinguir o Sujeito do Predicativo do Sujeito e o Objeto do Com plemento De forma geral, o sujeito será distinto do predicativo pelo artigo. Esta regra geral também se aplica ao objeto nas duas construções acusativas e objetocomplemento.68 66 Isto é muito curioso visto que em Jo 4:54, onde a mesma expressão ocorre ( t o ü t o ôè uccàiv ôíútepov oqpclov eiroíqotv ò Tqooôç), muitas traduções reconhecem o nome como anarthro. Elas, porém, falham em outros aspectos sintáticos da linguagem, resultando numa tradução pouco satisfatória. A ARA é típica: "foi este o segundo sinal que Jesus fez". Esta equivoca-se da seguinte maneira: (a) trata t o ü t o como se ele fosse o nominativo sujeito, e não o objeto direto de (UOÍr\acv; (b) conseqüentemente, considera o verbo principal uma oração relativa, como se o grego tivesse t o ü t o ô è náXiv f\v ôeÚTepov oripelov ô èiToírioev ó 'Iqooúç. Isso pode parecer uma questão insignificante, mas a tradução encobre a intenção do autor aqui, e em 2:11. Em ambos os lugares o demonstrativo é o objeto de uma construção objeto-complemento, com o nome seguinte funcionando como complemento. A idéia é, em 2:ll:"Jesus fez este [ser] o início de seus sinais" e 4:54: "Jesus novamente fez este [ser] o segundo de seus sinais". O evangelista não está simplesmente enfatizando o poder de Jesus, mas também sua soberania. 67 Mesmo com nomes que não são próprios, há uma enorme quantidade de exemplos onde o sujeito é anarthro. Cf. Rm 1:16,17,18; Jo 1:18. 68 Cf. discussão detalhada nos capítulos sobre "Nominativo" (nominativo predicativo) e "Acusativo" (objeto-complemento e sujeito do infinitivo).
243
Artigos - Parte I: ausência Mt 12:8
KÚpioç èaxiu
Jo 5:18
mxxépa íôiov cÁfvcv xòv 0còu ele estava dizendo que Deus [éj seu próprio Pai
Fp 1:8
(lápxuç pou ò 0eóç minha testemunha é Deus
1 T m 6:5
t o ü oappáxou ó uiòç xoü àvGpwtroo o Filho do Homem é Senhor do Sábado
uopiCóutcuu uopiopòu finca iqu eúoépeiav
supondo ser a piedade um meio de lucro Cf. também Jo 1:1; Fp 2:6; Tg 5:10; 1 Jo 4:14. i.
Com o Infinitivo denotando várias funções69
E. Ausência do Artigo 1.
Clarificação Duas coisas precisam ser ditas: (1) Não é necessária a companhia de um artigo para que um nome seja definido; (2) um nome não pode ser indefinido se vier acompanhado de artigo. O nome pode ser definido se for anarthro e deve ser definido se for articular.
2.
Importância Quando um substantivo for anarthro, uma das seguintes três forças deve estar envolvida: indefinido, qualitativo ou definido. No entanto, não há uma distinção clara entre essas três forças. Se fôssemos colocá-los em um parágrafo contínuo, veríamos que o aspecto qualitativo é, às vezes, próximo do definido, e, outras vezes, perto do indefinido:
Quadro 21 A Semântica de Nomes Anarthros
69 Veja o capítulo sobre infinitivo para discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
244 a.
Indefinido Um nome indefinido refere-se ao outro membro de uma classe, sem especi ficar tal membro. Por exemplo, em Jo. 4:7 temos: "uma mulher de Samaria...". O yuvq anarthro é indefinido, pois não declarando nada em particular acer ca dessa mulher. Assim, um nome indefinido não é marcado, pois nada é revelado acerca dele à parte de sua pertinência a uma classe de outros seres que partilham da mesma designação. Falta-lhe, como declara Givón: "iden tidade referencial singular."70
Quadro 22 A Semântica de Nomes Indefinidos b. Qualitativo Um nome qualitativo enfatiza qualidade, natureza ou essência. Ele não in dica meramente a pertinência a um grupo (tal como um nome indefinido), nem enfatiza identidade individual (tal como um nome definido). É semelhante ao nome genérico, pois focaliza espécie. Além disso, como um genérico, ele enfatiza característica de uma classe. Diferentemente dos nomes genéricos, um nome qualitativo, muitas vezes, tem em vista um indivíduo não uma classe como um todo. Os nomes abstratos precisam de tratamento especial. Pois, em grande par te, não são normalmente concebidos em termos de uma classe de pertinência. Por exemplo, ó 0f òç rr/á-t) foxiv não pode naturalmente ser traduzido, "Deus é um amor" ou "Deus é o amor". A natureza lexical da àyáirri é abstrata e não própria. Assim, se por um lado muitos nomes abstratos serão qualitati vos; por outro lado, não serão normalmente genéricos porque nenhuma classe está em vista, somente certa qualidade.
Quadro 23 A Semântica de Nomes Qualitativos
Quadro 24 A Semântica de Nomes Genéricos
70 Givón explica o que é indefinido assim: "o emissor codifica um referente nominal como indefinido, se ele não for levado a pressupor que o ouvinte, por qualquer meio, atribui a tal referente uma identidade referencial singular" (Syntax, 399).
245
Artigos - Parte I: ausência 1 Jo 4:8
ò 0eòç ávairri kaxív Deus é amor
Jo 1:4
kv ccútcj Cwt) rjv nele estava vida Çwf| é um termo tipicamente abstrato no NT. Seria difícil ler esse verso como um indefinido: "nele estava uma vida".
Hb 1:2
èir’ kayjy.xoi) t c ô v qpepcôv toútlov kXáXr\acv f]|ilv kv uiú Nos últimos dias, [Deus] nos falou por Filho Embora isto pudesse ser traduzido por "um Filho" (não é possível expressar isso, de forma compacta, no português), a força é claramente qualitativa. (Porém, está mais próximo do indefinido do que da categoria definida).7! O ponto é que Deus, em sua revelação final, nos falou por alguém que tem as características de um filho. Suas credenciais são amplamente diferentes das credenciais dos profetas (ou dos anjos, como o contexto seguinte indica).
c.
Definido Um nome definido enfatiza a identidade individual. Ele tem em vista o grupo de pertinência, contudo esse membro particular já está destacado pelo autor. Os nomes definidos têm uma identidade referencial singular.72
Quadro 25 A Semântica dos Nomes Definidos Embora por definição um substantivo articular seja definido, um substantivo anarthro também pode ser definido sob certas condições. Como já foi mencionado, há pelos menos dez construções nas quais um nome pode ser definido mesmo que seja anarthro. Segue-se uma breve descrição dessas construções. 1) Nomes Próprios Pela natureza do caso, um nome próprio é definido sem o artigo. Quan do lermos IIat)A.oç não pensamos em traduzir "um Paulo". Além disso, o uso do artigo + nomes próprios é variado. Como uma regra geral, a presença do artigo nesses casos indica que a pessoa é conhecida. Sua
71 Algumas traduções trazem "seu Filho", embora isso seja muito definido e introduza a idéia de possessão sem que haja artigo ou pronome possessivo. 72 Givón, Syntax, 399. Explica o que é definido da seguinte maneira: "o emissor codifica um referente nominal como indefinido, se ele for levado a pressupor que o ouvinte, por qualquer meio, atribui a tal referente uma identidade referencial singular".
246
Sintaxe Exegética do Novo Testamento ausência, portanto, simplesmente o nomeia... Essa regra, no entanto, é o sujeito à modificação considerável. . . ,"73 Robertson acrescenta: Isso parece estranho à nossa língua, pois o nome próprio é suficien te e supostamente definido em si mesmo. . . isso, contudo, é muito diferente de afirmar que o artigo não tem valor algum no grego.74 A dificuldade aqui reside em: (1) o uso português do artigo não tem correspondência com o grego; e, (2) não temos uma "explicação acurada''75 no que diz respeito ao artigo + nomes próprios, isto é, somos incapazes de formular clara e consistente os princípios quanto ao porquê do artigo ser usado de determinado modo. (V.g., embora, às vezes, seja devido à sua natureza anafórica, há também muitas exceções para fazer deste um princípio maior.76 O que podemos dizer, porém, é que um nome próprio, com ou sem artigo, é definido.77
Lc 5:8
Eípcov nétpoç TTpoacTTfGfv t o l ç yóuaaiL' Tqaoij78 Simão Pedro caiu aos pés de Jesus
73 BAGD, s.v. ó, f|, xó, II. 1. b. 74 Robertson, Grammar, 759. 75 Tomando emprestada a frase de Chomsky, pela qual ele articulou um dos principais alvos da lingüística moderna. 76 Poucos estudos detalhados têm sido feitos sobre o artigo + nomes próprios no NT (para a obra clássica, veja B. L. Gildersleeve, "On the Article with Proper Names," AJP 11 [1890] 483-87). No estudo estimulante de G. D. Fee, "The Use of the Definite Article with Personal Names in the Gospel of John," NTS 17 (1970-71) 168-83, o autor não concorda que o anafórico como um princípio guia principal. O Quarto Evangelho não é o único livro do NT nesse campo. Na genealogia de Mt, por exemplo, o artigo é usado só com objeto direto (e.g., ’A[3paà|i kykvvvfcv tòv Toacwc, 'Iaaàic ôè kykvvrpev ròv ’IoíkcÓ[3, ’IockcÒ(3 ôè kykvvrpcv tòv Toúôav Kal touç àõeltjiouç aútoü no 1:2), e nunca para referência prévia. E compreensível que o artigo fosse usado como nomes acusativos. Com nomes indeclináveis, o artigo é tipicamente encontrado com nomes no caso oblíquo para distingui-los do sujeito. Mas isso não evita que um artigo nominativo seja usado para referência prévia. Recentemente, J. Heimerdinger e S. Levinsohn, "The Use of the Definite Article before Names of People in the Greek Text of Acts with Particular Reference to Codex Bezae," FilolNT 5.9 (1992) 15-44, defendeu que a primeira menção de nomes é quase sempre anarthro e que as referências posteriores são também anarthras quando o autor deseja atrair a atenção para as mesmas por uma determinada razão, (um aspecto que os autores descrevem como "saliência"). Essa abordagem tem um verdadeiro mérito, mas necessita de mais base antes de quaisquer conclusões serem tomadas em relação ao NT como um todo. 77 Uma das dificuldades em determinar quaisquer princípios tem relação com a definição de um nome próprio. Uma regra geral a ser seguida é: um nome próprio é aquele que não pode ser transformado em plural. Segundo essa linha de raciocínio, Xpiatóç, 0eóç, e KÚpLOÇnão nome próprios. IlaüÀoç, nétpoç, e ’Ir|OOÍ)ç são. Veja discussão posterior sobre isso em "Artigo: Parte II." 78 D W 13 69 828 892 983 1005 1241 acrescenta um artigo antes de Sípcav. Outros MSS. acrescentam um antes de ’Ir)ooü (A C F L M X 0 A T f 1' 13 33 579 1241 1424).
Artigos - Parte 1: ausência
247
Jo 1:45
eõptoKeL íiA-iimoç tòv NaGavaqÀ Filipe encontrou Natanael O artigo é usado com Naqanah,l, um nome indeclinável, para identificá-lo como objeto direto.
At 19:13
òpicí(oi) úpâç tòv 'Iqooüv ov IlaOXoç Kqpúoaei Conjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega Neste exemplo o artigo com Tqooüv é catafórico.
1 Co 1:13
pq IlaijÀoç éotauptó G q úirèp òpcâv, q elç tò ô v o p a naóÀou e p a irú a G q te ; foi Paulo crucificado por vós? ou, em nome de Paulo, fostes batizados?
Cf. também Lc3:21; At 26:24; G1 2:1, 11. 2) Objeto de uma Preposição Não há necessidade de o artigo ser usado para marcar o objeto de uma preposição definida.79 No entanto, isso não quer dizer que todos os objetos com preposições são definidos. Um nome anarthro como objeto de uma preposição não é definido necessariamente. E muitas vezes qualitativo (e.g., d l q em Hb 1:2, mencionado acima),80 ou mesmo indefinido ocasionalmente (cf. petà yuvouicòç c/.áA.et.-"e]e falava com uma mulher [Jo 4:27]).81 Assim, quando um nome for objeto de uma preposição, não se requer que o artigo seja definido. Se faltar o artigo, ele pode ser definido. A razão do artigo ser usado é, então, outro (talvez anafórico ou como marcador de função). Lc 5:12
Treocov c tu TTpootóiTOV prostrando sobre [seu] rosto
Jo 1:1
’Ev àpxf| rjv ó ÀÓyoç Em o princípio era o Verbo Aqui o nome também é monádico, dando razão adicional para ser definido.
Rm 1:4
to ü
òpioGévtoç uloü Geoü kv õovápei Kctxà trveúpa àyiwaúvqç ki
àvaotáoew ç veKpôv
designado o Filho de Deus em poder segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos Duas das três locuções prepositivas incluem objetos definidos; kv õuvá|iei é qualitativo. Cf. também Mt 10:22; Mc 2:1; hc2:U ; Jo 1:13; 6:64; 2 Co 10:3; Hb 4:3; 9:12; 1 Pd 1:12; Ap 7:5. 79 Muitos gramáticos reconhecem isso. Cf. Robertson, Grammar, 791; BDF, 133; Zer wick, Biblical Greek, 58-59. 80 Cf. também Lc 1:39; At 4:27; 1 Co 3:13; Tg 1:6. Tenho suspeita de que muitos nomes anarthros depois de preposições parecem ser qualitativos, a menos que sejam monádicos, nomes próprios em uma construção genitiva, ou possuam um adjetivo qualificador. 81 Cf. também Mc 4:1; 5:2; Lc 4:11; 5:18; 1 Pd 3:15; Ap 1:11.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
248 3) Com Números Ordinais
O número identifica a "quantidade" do substantivo, fazendo-o definido. Mt 14:25
Terápiri (JmXaKfj tfjç uuktoç na quarta vigília da noite
Mc 15:25
rjv wpa x p í i r ) K a l ê a x a ú p M a a v a m ó v era [cerca de] a terceira hora quando eles o crucificaram
Jo 4:6
(opa rjv còç eKtq era cerca da hora sexta
Cf. também Mc 12:20; Jo 4:52; At 2:15; 2 Co 12:2. 4) Nominativo Predicativo (Predicativo do Sujeito) Se o nominativo predicativo preceder a cópula, poderá ser definido, mes mo que seja anarthro. Para mais informação, veja a "Regra de Colwell" sob "Os Usos Especiais (e Ausência) do Artigo". 5) Complemento da Construção Objeto-Complemento Se o complemento preceder o objeto, ele pode ser definido mesmo que seja anarthro. Para mais informações, veja "Objeto Complemento" no capítulo sobre o "Caso Acusativo". Jo 5:18
Tiaxépa tôiov ckv{cv t ov 0eóv
ele estava falando que Deus era seu próprio Pai Rm 10:9
kav òpoA.oyr|oriç kv rrj otopait aou KÚpiov Tqaoüv . . . oa)0r|ar| Se confessares com a tua boca a Jesus [como] Senhor ... serás salvo 6) Nomes Monádicos Um nome, único de uma espécie, naturalmente, não requer que o artigo seja definido (e.g., "sol", "terra", "diabo" etc.). E possível considerar trveOpa como monádico quando ele for modificado pelo adjetivo aytov. Quando isso acontecer, iTveíijia ayiov é monádico e se refere somente ao Espírito Santo.82 Por menor que seja, isso ilustra o fato de que precisamos pensar no todo da locução substantiva, não simplesmente em uma palavra, quando identificá-lo como monádico. As expressão "Filho de Deus", por exemplo, é monádico, enquanto "filho", não é. "Pai Celestial" é monádico; "pai" não é.
82 Cf, Robertson, Grammar, 795; Moule, Idiom Book, 112-113 ("me parece, pelo contrário, forçada a interpretação dos usos anarhtros... como uniformemente significando algo menos que o Espírito Santo de Deus").
Artigos - Parte I: ausência
249
Lc 21:25
eoovxai arpela kv f)lía) Kal oeXTÍvr) haverá sinais no sol e lua
Jo 19:13
ó oõv IILÂâxoç aKoúaaç xcôv ÀÓywu xoúxtov TÍyayev eÇco xòu Tqaoíj v Kal cKáGiaev èirl (3r||iaxoç elç x Óttov A.eyópevov ÀtQóoxpuxov . . . Quando, pois, Pilatos ouviu estas coisas, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado o Pavimento . . .
Lc 1:35
KÀp0r|oexai uíòç 0coú ele será chamado o Filho de Deus
Jo 6 :7 0
ccTTCKpíBri
aòxolç ó Tijooüç ouk è y à ) ú p â ç xoijç ò ú ô e K a c£t t£áp r| y ; kE, úpcôv elç ôiáfJolóç coxia. respondeu-lhes Jesus: "não vos escolhi eu [em numero de] doze? Um de vós é o diabo". Um fenômeno curioso tem ocorrido nas versões em inglês com respeito a um nome monádico em particular, ôiá(k>A.oç.83 A KJV traduz tanto õiápoA.oç quanto õatpóviov como "devil [diabo]". Deste modo, na mente dos tradutores da AV (Versão Autorizada), "diabo" não era um nome monádico. Traduções modernas tem corretamente traduzido ôaipóviov como "demônio" e têm, em grande parte, reconhecido que õlápoÂoç é monádico (cf., e.g., 1 Pd 5:8; Ap 20:2).84 No entanto, em Jo 6:70, tradutores modernos caíram no mesmo erro da King James. ACF, ARC, BRP, NVI, todos traduziram: "um de vós é um diabo". ARA tentou escapar do indefinido, mas acabou ignorando o monádico da mesma forma.85 Uma objeção típica seria "um de vós é o diabo", que identificaria Judas com o diabo. Isso é verdade, à primeira vista. E óbvio que não é o significado literal, assim como não é literalmente verdadeiro que Pedro é Satanás (Mc 8:33 e paralelos). O legado da KJV ainda vive até mesmo em lugares onde não deveria.
K al
Cf. também Lc 1:15; At 13:10; 1 Co 15:41. 7) Nomes Abstratos Palavra como amor, alegria, paz, fé, etc. são anarthras mesmo que não sejam indefinidas. Elas podem ser classificadas como qualitativodefinidas, porém, e, conseqüentemente ocorrem com e sem o artigo. No obstante, em grande parte, "não fosse percebida uma diferença vital entre nomes abstratos com artigo ou anarthros".86 Ocasionalmente, porém, o artigo é usado de forma anafórica ou, por alguma outra razão, onde for comprovado que ele seja, quer venha traduzido ou não, útil ao entendimento da passagem. 83 Tecnicamente, é um adjetivo, mas funciona como substantivo no singular de forma consistente no NT. 84 Estas são duas das ocorrências onde a palavra é anarthra. Usualmente ela tem artigo. As vezes, a palavra é plural e adjetiva. Outra razão por que "diabo" aqui não seria tomado como um nome indefinido é que ele precede verbo de ligação. Veja abaixo a "a regra de Colwell". 86 Robertson, Grammar, 794.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
250 Lc 19:9
orpepov ocúXTjpía xcô olkco xoúxq) éyéyexo hoje salvação veio a esta casa
Jo 1:16
6K xou TTÃrípcópaToç auroô T)pi€LÇ mxyxeç èÂápoptv Kal xáp ty áuxi xáptxoç
de sua plenitude todos nós temos recebido, e graça sobre graça Jo 17:17
ó Àóyoç ô oòç áA.ij0eiá èaxiu a tua palavra é verdade
G1 5:22-23
ó Kapuòç xoü tTyeúpaxóç èaxiy àyáiTri %ctpà elprjuri, paKpoOupía Xprjaxóxriç áyaGaxjúyri, iríaxiç irpauxriç èyKpáxeta
O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio xáptxí éoxe oeotoopéyoi . . . xfj x^pi-xt eoxe oeocoapéyoi pela graça sois salvos . . . pela graça sois salvos A primeira referência a X“ PK é anarthra (v 5), seguido por uma reafirmação do ponto no v. 8 com o artigo anafórico. Embora a força do artigo não seja naturalmente patente na tradução, sua presença não fica sem destaque na exegese.
Ef 2:5, 8
Cf. também Lc 21:15; Jo 1:4,12; At 7:10; Rm 1:29; 11:33; 2 Co 11:10; G1 5:19-21; 2 Tm 2:10; Fm 3; Hb 1:14; Ap 1:4; 17:9. ^
8)
A Construção Genitiva (Corolário de Apolônio) A regra geral (discutida no início deste capítulo) é que tanto o nome principal quanto o nome genitivo podem ser articulares ou anarthros simultaneamente (regra conhecida como Cânon de Apolônio). Há pouca diferença semântica se a construção for articular ou anarthra. Assim, ó ÂÓyoç xoü 9eoü = A.óyoç 9eot). A síntese dessa regra (Corolário de Apolônio), desenvolvida por David Hedges,87 é que, quando nomes forem anarthros, ambos terão usualmente a mesma força semântica. Quer dizer, ambos serão, por exemplo, definido (D-D), e terão a força semântica mais comum partilhada. Menos comum é que sejam ambos qualitativos (Q-Q). A força semântica menos provável é que sejam indefinidos (I-I). Além disso, mesmo que não fosse pouco freqüente, havia uma leve diferença entre os dois substantivos (e.g., DQ). Somente raras vezes, os dois nomes realmente diferiam tanto (ou ID ou D-I). Hedges examinou somente as cartas paulinas, mas sua conclusão é similar a outros estudos no resto do NT.88
87 David W. Hedges, "Apollonius' Canon and Anartrous Constructions in Pauline Literature: An Hypothesis" (Tese do M.Div., Grace Theological Seminary, 1983). 88 Uma vez que Hedges tenha trabalhado só no corpus Paulinum, sua obra tem sido complementada por Charles Cummings em um trabalho de Gramática Avançada de Grego, no Seminário Dallas em 1992. Cummings trabalhou nas Epístolas Petrinas. Minha obra preliminar na literatura narrativa também confirma os achados de Hedges e Cummings.
Artigos - Parte P. ausência
251
A investigação consistiu de um exame indutivo de 289 construções anarthras paulinas selecionadas pelo GRAMCORD. Essas construções foram classificadas como N (contendo um nome próprio ou KÚptoç), T (contendo 0eóç), P (objeto de uma preposição), E (sujeito ou predicativo), combinação das classificações (e.g., NP), ou Z (nenhum desses acima), e a definição de cada nome foi determinada. Os resultados indicaram que a hipótese, ainda que não seja uma regra absoluta, tem validade geral. Em média, a concordância absoluta foi observada em 74% dos casos, enquanto que 20% dos pares diferiram somente por um passo semântico [e.g., Q-D] e somente 6% diferiram em dois passos. Foi determinado, além disso, que, em geral, se a construção envolver 0eóç, os nomes serão provavelmente definidos (68%); se a construção envolver somente preposição, provavelmente, será qualitativa (52%); e se a construção não envolver nome próprios, nem 0eóç, nem preposições ou verbos de ligação, então os nomes, mesmo concordando, terão igual chance de ser qualquer uma das três classes definidas.89 O que é digno de nota aqui é que, no máximo, 6% das construções envolvem um nome indefinido e um nome definido.90 Em muitas discussões exegéticas ainda, pressupõe-se que I-D é uma força normal e, até mesmo, provável para essa construção. Em adição, deve-se notar: (1) tão raro quanto I-D é I-I; (2) só algumas vezes o nome genitivo é menos definido que o nome principal;91 e, conseqüentemente, (3) o nome genitivo é a "força diretora" por trás da construção. Ou seja, ele tende a ser definido e faz com que o nome principal seja definido também.92 a) Exemplos Claros (Definido-Definido) Mt 3:16
TTveOpa 9eou 93 o Espírito de Deus Uma tradução sem sentido seria "um espírito de um deus". A questão aqui no Corolário de Apolônio é que quando ambos os nomes forem anarthros e um deles puder ser apontado como definido, então o outro será também definido. Assim, no exemplo acima, se 0eoü for definido, também irveüpa será. Se alguém quiser contra-argumentar: "o texto deveria ser traduzido: "um espírito de Deus", a réplica seria provar que seu contra-argumento está baseado em qualquer outra coisa, menos no uso da gramática. Mostre que I-D é a possibilidade menos provável para esta construção.
Hedges, "Apollonius' Canon," 66-67. 90 Embora quase todos fossem I-D e não D-I, esta variação de dois passos ainda foi considerada rara. 91 Hedges, "Apollonius' Canon," 43, n. 1. Ele apresenta como seu melhor exemplo, 1 Co 12:10, onde cppr|veía 'j XumoGíV significa "a interpretação de línguas", "onde é claro que a única interpretação correta (definido) está vista para cada uma das várias línguas (indefinido)". Cf.também At 6:15 (Trpóawrrov áYyéâou ["a face de um anjo"]). 92 Isso deve-se em parte, porque quando um adjunto é adicionado a um nome, este nome torna-se mais específico. 93 Esta é a leitura de X B. Muitos outros MSS têm tò irveOpct toü 0eoü. Cf. também Hb 9:3 para uma v.l. semelhante.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
252 Jo 5:29
ol xà àyaQà -rrotriaavTeç elç àváaxaow Çcofjç, oi ôè t à c])KÍ>A.a Trpáçauieç elç àváoxaaw Kpíoeojç os que fizeram o bem, para a ressurreição da vida; mas os que fizeram o mal, para a ressurreição do julgamento
At 7:8
eôcoKeu caraâ õiaGijKqu irepiTopfjç Deu-lhe a aliança da circuncisão
Rm 1:18
áiTOKodúiTTeTai ópyri Geoô A ira de Deus é revelada
Cf. também At 1:19; 2:36; Rm 8:9; 1 Co 10:21; 1 Ts 2:13. b) Exemplos Ambíguos
1] Textos Envolvendo ctyyeA.0ç Kupíou Uma das construções mais significantes teologicamente falando é ãyyeXoç Kupíou (cf. Mt 1:20; 28:2; Lc 2:9; At 12:7; G1 4:14 [ayyeA.oç Geoü]). Na LXX esta é uma frase normal usada para traduzir mrr -]tÒí2 ("o anjo do Senhor").94 O NT exibe o mesmo fenômeno o que levou Nigel Turner a sugerir que “àyycloc Kupíou não é um anjo [do Senhor]."95 Entretanto, embora muitos eruditos tratem ãyycloç Kupíou no NT como "um anjo do Senhor",96 não há base lingüística para se fazer isso. A partir dos argumentos teológicos, é mais provável que àyyekoç Kupíou seja o anjo do Senhor no NT e deve ser identificado com o anjo do Senhor do AT.97 2] Outros Textos de Importância Teológica Outros textos teologicamente importantes incluem Mc 15:39; 1 Co 15:10; 1 Ts 4:15-16; 5:2.
94 Nem no hebraico nem na LXX ocorre a expressão com artigo, exceto quando a referência é anafórica. O mesmo é verdade no NT (compare Mt 1:20 com v 24). 95 Syntax, 180. Cf. ARA, ARC, NIV, muitos comentários e teólogos. 97 W. G. MacDonald ("Christology and 'The Angel of the Lord'," Current Issues in Biblical and Patristic Studies, 324-35) sente que o peso do argumento lingüístico em não reconhecer nenhuma diferença entre o uso da frase no AT e NT. Mas sua conclusão é: a tradução deverá ser "um anjo do Senhor" em ambos os testamentos. Concordo que a frase em ambos deve ser traduzida quase da mesma forma, mas considerações tanto a partir do Cânon de Apolônio quanto no Corolário, e mesmo a identificação do anjo do Senhor com o próprio YHWH (que me leva a pensar em muito mais que em uma mera representação ou deidade funcional [see L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheísm (Philadelphia: Fortress, 1988)]) leva-me a pensar que um "anjo" particular está em vista.
Artigos - Parte I: ausência
253
9) Com um Adjetivo Pronominal Nomes com irâç, ÓÀoç,98 etc. não precisam de artigo para serem definido, porque formam uma classe especificadamente unificada ("todos") ou uma cujos elementos estão distribuídos ("cada").99 De qualquer modo, uma força genérica é dada para tais construções. Mt3:15
TTpfTTOi-' ècrdu qplu TT/Jipoioai Trâaau ôiKatoaúvr|V
nos convém cumprir toda justiça Lc3:5
trâv opoç Kai Pouvòç raTTeiuo)9f|atTai cada montanha e alto virão abaixo
Lc5:5
eiuotáTa, ôl’ óÀqç vuktÒç KOiuáaauTeç;100 Mestre, nós trabalhamos a noite toda
Rm 11:26
uâç lopariA. awOqaeToa todo Israel será salvo
Ap21:4
éÇot,A.eCrJjeu uâv ôaKpuou ck tmv ócj)9a/lp(5v airctôv ele enxugará toda lágrima dos olhos deles
Cf. Mt 23:35; Mc 13:20; Jo 1:9; At 1:21; 24:3; 2 Co 1:3; Ef 3:15; Tt 2:11; 1 Pd 1:24; 2 Pd 1:20; Jd 15. 10) Nomes Genéricos Os artigos genéricos nem sempre são necessários para que um nome tenha uma idéia genérica.101 Há uma pequena diferença semântica en tre genérico articular e genérico anarthro, embora seja verdade que al guns nomes usualmente tomem o artigo e outros, não. Da mesma ma neira que os genéricos com artigos, às vezes, é mais apropriado tradu zir o nome genérico anarthro com artigo indefinido (tendo em mente que a classe inteira ainda está em vista). a) Exemplos Claros Lc 18:2
Kptir|ç n ç rjy . . . SuOpcotrov pq èvTpeiTÓ|ieuoc;
havia certo juiz. . . que não respeitava homem algum 1 Co 1:20
oóoç; ttou ypappateüç; Onde está o sábio? Onde está o escriba?
ttou
98 Uma exceção com oloç se acha em Jo 7:23 (olov avOpcotrov úvifj çTroíqoa), onde a tradução é indefinida: "curei de todo um homem". 99 A questão da tradução de irâç + nome como "todo [nome]" ou "todo/inteiro [nome]" não será detalhada aqui. Basta dizer que "todo/inteiro [nome]" é exemplificado na literatura bíblica como uma construção anarthra (cf., e.g., 1 Cr 28:8; Am 3:1; Mt 3:15; At 1:21), de modo que permite esta tradução em Ef 2:21; 3:15; e 2 Tm 3:16. Cf. Moule, ldiom Book, 94-95. 100 A maioria dos MSS (em particular os posteriores) acrescentam xfjç antes de uuktÓç (C D X T A 0 A f 1'13 Byz). 101 Cf. Robertson, Grammar, 757.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
254 1 Co 11:7
r) yuvri ò ó ia ávôpóç ètmu A mulher é a glória do marido Aqui o artigo é usado com yuvf|; note, porém, que não é usado com àvòpóç, apesar de ambos os nomes serem genéricos.
1 Tm 2:11
yuvfi kv qau)áa [lavQavkzw A mulher aprenda em silêncio
Cf. também Mt 10:35; Jo 2:10; 1 Co 11:8, 9; 12:13; 1 Tm 2:12; 1 Pd 3:18. b) Exemplos Possíveis Ap 13:18
ápiOpòç ávOpcáuou ko~.iv é número de homem Se á v O p ú i T O i ) fosse genérico, então o sentido seria, "é [o] número de homem." E significante que esta construção se encaixe no cânon de Apolônio (i.e., tanto o nome principal quanto o genitivo são anarthros), sugerindo que se um destes nomes fosse definido, então o outro também seria. Gramaticalmente, os defensores da tradução “é [o] número de um homem" lidam com inúmeras provas desfavoráveis (uma vez que classificam o nome principal, àpiBpóç, como definido, e o nome genitivo, á v G p c ó i r o í ) , como indefinido - a mais rara de todas as possibilidades102). À luz do uso joanino, também podemos acrescentar Ap. 16:18, onde o apóstolo claramente usa o anarthro a v B p w i r o ç em um sentido genérico, significando "homem - humanidade". As implicações dessa possibilidade gramatical, falando de forma exegética, são simplesmente que o número "666" representa a humanidade. Naturalmente, um indivíduo está sob questão, mas seu número pode ser o número que representa todos da humanidade. Assim, o apóstolo está sugerindo aqui o anticristo, que é, ao mesmo tempo, o melhor representante da humanidade sem Cristo (e a melhor imitação de um homem perfeito que seu, senhor, a antiga serpente, poderia arregimentar), e o menos perfeito (para que pudesse ser representado pelo número sete).
102 Cf. nossa discussão acima sobre o Corolário de Apolônio.
Os Artigos - Parte II Usos Especiais e Ausência do Artigo A.
B.
C.
Predicativo Anarthro Pré-Verbal (Envolvendo a Regra de Colwell)........................................................................ 256 Introdução ....................................................................................................... 256 1. Descoberta da "Regra deColwell"............................................................ 256 2. Declaração da Regra...................................................................................257 3. O Que a Regra não d iz ...............................................................................257 4. Clarificação da Regra deColwell.............................................................. 259 a. Por H am er........................................................................................ 259 b. Por Dixon.......................................................................................... 259 c. Sumário............................................................................................ 260 5. Importância da Construção de Colwell para a Exegese.....................262 6. Aplicação da Construção de Colwell em Jo 1 :1 ...................................266 7. Apêndice da "Construção" de Colwell": E quando o verbo estiver ausente?............................................................ 269 O Artigo com Múltiplos SubstantivosConectados por Kaí (A Regra de Granville Sharp e ConstruçõesRelacionadas)........................... 270 Introdução ....................................................................................................... 270 1. A Descoberta da "Regra de Granville Sharp"..................................... 270 2. Declaração da Regra................................................................................... 271 3. Negligência para com a Regra de Sharp e Abusos comentidos contra ela................................................................... 272 4. Validade da Regra no NT.......................................................................... 273 a. Em Termos Gerais.......................................................................... 273 b. Em Textos Cristologicamente Significantes............................. 276 5. Construções Envolvendo Nomes Impessoais, Plurais e Próprios....................................................................................................... 277 a. Nomes Próprios............................................................................... 277 b. Construções Pessoais no Plural................................................... 278 c. Construções Impessoais................................................................ 286 6. Conclusão...................................................................................................... 290 Conclusão do Artigo - Parte I I .............................................................................. 290
255
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
256
Introdução Aqui serão consideradas duas construções: (1) Uma envolvendo a ausência do arti go e (2) outra, a sua presença. Em outras palavras, trabalharemos com: Nominativos Predicativos Pré-verbais Anarthros e com a Construção Artigo-Substantivo-Kaí-Substantivo. Tal material precisa de uma consideração mais ampla por causa de (do): (1) suas grandiosas implicações teológicas (especialmente quanto às afirmações explíci tas da deidade de Cristo no NT); e, (2) constante abusos praticados contra o NT. O material não tem igual. Há partes que podem ser lidas superficialmente e usados só como referência. O esboço do capítulo segue como mostrado anteriormente (note as seções mais relevantes aos estudantes intermediários em negrito e itálico).
A. Nominativo Predicativo Pré-Verbal Anarthro (Envolvendo a Regra de Colwell) Introdução 1)
Definição de Termos Primeiro, devemos rever algumas terminologias básicas por serem úteis. • Anarthro = sem artigo • Pré-Verbal = antes do verbo de ligação • Nominativo Predicativo (NP) = o nome que qualifica o sujeito está no mesmo caso que este último, ou seja, o nominativo (essa é uma definição aproximada). Portanto, um nominativo predicativo pré-verbal anarthro é um tipo de nominativo articular e precedido de verbo de ligação. Esse tipo de cons trução foi investigada por Ernest Cadman Colwell em seu famoso arti go de 1933. Em suma, consideraremos cada construção nominativa predicativa pré-verbal anarthra como uma "Construção de Colwell" (embora não necessariamente se encaixe na regra de Colwell).
2)
Nominativo Predicativo - Um Visão Geral Em geral, esse nominativo é anarthro segue o verbo copulativo, sendo também, costumeiramente, qualitativo ou indefinido.
1.
Descoberta da "Regra de Colwell" E. C. Colwell completou sua tese de doutorado sobre "O Caráter do Grego do Evangelho de João", em 1931. Sua intensa pesquisa na gramática do Quarto Evangelho o levou a essa descoberta.
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
257
Em 1933, publicou um artigo intitulado: "Uma Regra Definida para o Uso do Artigo no NT Grego", no JBL 52 (1933) 12-21. Desde então, tal regra ficou conhecida como "Regra de Colwell". 2.
Declaração da Regra A regra de Colwell diz que: "Os nomes predicativos definidos que antece dem o verbo geralmente são anarthros... um predicativo precedendo um verbo não pode ser traduzido como indefinido ou qualitativo somente por causa da ausência do artigo. Se o contexto sugerir ser o predicativo defini do, então, ele deve ser traduzido como um definido .. ."l Colwell ilustrou esse princípio com Jo 1:49: áTTeKpL0r| aúxtô NaSttucoy, pafipí, aí) eí ó uiòç xoü 0eoü, aí) PaaiÀeuc; eí toO ’Iapar|À (respondeu-lhe Natanael: "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel"). Colwell obser vou que o paralelo estrutural entre as duas declarações difere em dois pon tos: (a) na segunda declaração, o NP é anarthro enquanto o primeiro é arti cular; (b) na segunda declaração, o NP antecede o verbo; enquanto, na pri meira, segue o verbo. Ainda que o sentido gramatical seja o mesmo em ambas as declarações, o NP, em cada uma, deve ser considerado como defi nido. A partir disso, Colwell pressupôs que o caráter definido do NP pode ria ser visto quer pelo artigo quer pela inversão da ordem das palavras. Seu ensaio discorreu sobre o último. Em outras palavras, um NP precedente da cópula e, aparentemente, defini do, a partir do contexto, será sempre anarthro.
3.
O Que a Regra não diz a.
Segundo os Eruditos posteriores a Colwell Após a apresentação dessa regra, muitos eruditos (especialmente os mais conservadores) demonstraram incompreensão para com essa regra. Eles perceberam o benefício da regra para afirmar a deidade de Cristo em Jo 1:1. Mas pensavam estar Colwell dizendo o contrário da regra, não a regra em si. Ou seja, para eles a regra era: um predicativo anarthro pre cedente de verbo geralmente é definido. A regra não afirma isso nem dá margem para essa interpretação. O erro destes está, em grande parte, (1) no uso da citação de Colwell sem interagirem com o autor ou (2) na "leitura" do que a regra não declara. Niger Tumer, e.g., disse: "[Em Jo 1:1] não há necessidade de que nenhum significante ponto doutrinário dependa do artigo, pois é simplesmente uma questão de ordem de palavras."2 Quer dizer 9eÒç x\v ò ÃÓyoç é a mesma coisa que ó Ãóyoç rju ó 0eóç.3 Bruce Metzger resume: "Ao considerar Jo 1:1, a pesquisa de Colwell lança a dúvida
1 Colwell, "A Defini te Rule," 20. 2 Tumer, Grammatical Insights into the New Testament, 17. 3 Cf. também Zerwick, Biblical Greek, 56; L. Cignelli, e G. C. Bottini, "UArticolo nel Greco Biblico," Studium Biblicum Franciscanum Liber Annuus 41 (1991) 187.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
258
mais séria sobre o cuidado tomado pelas traduções como 'e o Logos era divino' (Moffatt, Strachan), 'e a Palavra era divina' (Goodspeed), e (a pior de todas) 'e a Palavra era um deus' (... Tradução do Novo Mun do)".4 Realmente, a regra de Colwell não trata dessa questão. 5 Walter Martin vai além ao dizer: A regra de Colwell claramente declara: "um predicativo definido... nunca toma um artigo quando preceder um ver bo. .. como em Jo 1:1."6 Embora Martin declare o inverso da regra (ape sar de muito dogmática, pois Colwell "nunca" disse isso), ele pressu põe o inverso da regra. Nossa tese é: a regra de Colwell tem sido mal entendida e sofrido abu sos pelos eruditos. Ao aplicar a regra de Colwell a Jo 1:1, eles saltaram da frigideira do arianismo e caíram na fogueira do sabelianismo. b. Segundo o Próprio Colwell Em seu artigo Colwell exagera seu caso: "falando de forma leve, este estudo, podemos dizer que aumentou a definição do predicativo anarthro antes do verbo .. ."7 De forma breve, explicarei como isso não é uma declaração muito acurada.8 Além disso, ele foi inconsistente em outro lugar quando disse:" [os da dos apresentados aqui] mostra que um nominativo predicativo prece dendo um verbo não pode ser traduzido como indefinido ou 'qualitati vo', apenas porque é anarthro. Se o contexto sugerir ser definido o predicativo, deve-se traduzi-lo como um definido a despeito de ser anarthro".9 Esta declaração acurada reconhece que o fator contextual precisa ser considerado ao se classificar um NP como definido. No en tanto, na página seguinte é dito: "a ausência do artigo não torna o predicativo indefinido ou qualitativo quando precedido de verbo. E
4 B. M. Metzger, "On the Translation of John i. 1," ExpTim 63 (1951-52) 125-26. 5 Afirmaremos, mais tarde, que as traduções de Moffatt, Strachan e Goodspeed (1) não devem ser postas no mesmo patamar que a Tradução do Novo Mundo; e, (2) a tradução de Goodspeed provavelmente é a tradução mais satisfatória da passagem. 6 Walter Martin, The Kingdom ofthe Cults: An Analysis of the Major Cult Systems in the Present Christian Era, ed. rev. (Minneapolis: Bethany Fellowship, 1968) 75, n. 31. Para outros que entenderam mal a regra, note, e.g., Moule, Idiom Book, 116; C. Kuehne, "The Greek Article and the Doctrine of Christ's Deity: II. ColwelPs Rule and John 1:1," Journal of Theology 15.1 (1975) 12-14; L. Morris, The Gospel According to John (NICNT) 77, n. 15. 7 Colwell, "A Definite Rule," 21. 8 Contudo, a partir de uma perspectiva é bastante aceitável, Colwell chamou a atenção dos estudantes do NT para notarem que o NP pré-verbal anarthro freqüentemente era definido. Ele apontou muitos exemplos incontestáveis e assim estabeleceu uma categoria clara do uso. Isso permitiu aos estudantes do NT verem o caráter de definido em muitas das construções onde não eram tão perceptíveis. 9 Colwell, "A Definite Rule," 20 (itálicos meus).
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
259
indefinido nessa posição somente quando o contexto exigir".10 Na pri meira assertiva, Colwell mostrou que a quantidade de provas favore cem a visão do NP definido, mas na segunda, declara o oposto: o peso das provas pende para qualquer visão, menos para o NP definido! Ao fazer essas declarações, na realidade, cai-se no erro metodológico, pois Colwell declara no início de seu estudo ter examinado somente o NP definido. Mesmo depois de sua regra torna-se conhecidíssima e até mesmo abu sada, Colwell afirmou ser o inverso da sua regra tão válido quanto a própria regra.11 Ele declarou: "a regra sugere, a meu ver, que um NP pré-verbal anarthro deve ser normalmente definido". 4.
Clarificação da Regra de Colwell a.
Por Hamer O ensaio de Philip B. Harner foi publicado no JBL, 46 anos depois de Colwell ter descrito seu artigo no mesmo jornal. Harner falou de "Colwell estar tão preocupado com a questão da natureza definida ou indefinida dos predicativos anarthros, que não discutiu o problema da importância qualitativa dos mesmos."12 Provavelmente, fez ele isso devido ao fato de muitos antigos gramáticos não verem distinção entre nomes qualitativos e indefinidos.13 Segundo, Hamer demonstrou que o NP pré-verbal anarthro é normal mente qualitativo, não definido ou indefinido. Sua descoberta, em geral, dizia que 80% das construções de Colwell envolviam nomes qualitati vos e somente 20%, nomes definidos.
b. Por Dixon Paul Stephen Dixon14 inicia o 3S. capítulo de sua tese citando a declara ção crucial da regra de Colwell: "um nominativo predicativo defini do... é anarthro quando preceder um verbo". Dixon prossegue, porém, mostrando uma inferência inválida feita a partir dessa regra:
10 Ibid., 21 (itálicos meus). 11 Tomo isso emprestado de meu primeiro professor de Grego, o Dr. Harry A. Sturz. Ele foi um aluno de Colwell em Claremont e sugestivamente o perguntou, perto da morte de Colwell, se o inverso da regra era tão válida quanto a própria. 12 Philip B. Harner, "Qualitative Anarthrous Predicate Nouns: Mc 15:39 e Jo 1:1," JBL 92 (1973) 76. O ensaio completo está nas pp. 75-87. 13 Mesmo Kuehne, que é mais recente, pensa na equação qualitativo = indefinido (C. Kuehne, "A PostScript to Colwell's Rule and John 1:1," Journal of Theology 15 [1975] 22). 14 Paul Stephen Dixon, "The Significance of the Anarthrous Predicate Nominative in John" (Dissertação de Mestrado, Dallas Theological Seminary, 1975).
260
Sintaxe Exegética do Novo Testamento A regra não diz: um nominativo predicativo anarthro precedente de um verbo é definido. Isso é o inverso da regra e como tal não é uma inferência válida. (Partir da declaração "A implica B", é o contrário de dizer: "B implica A". Partir da declaração: "Nomes articulares são defi nidos", não implica em dizer "nomes definidos são articulares". As sim, partir da assertiva um "nominativo predicativo definido prece dendo um verbo será anarthro", não implica que "nominativo predicativo anarthro precedendo um verbo será definido").15 Dixon, também, sugere ser o nominativo predicativo pré-verbal anarthro (no Evangelho de João pelo menos) primariamente qualitativo em for ça.16 c.
Sumário 1) Colwell declarou: "um NP definido precedendo verbo é normalmente anarthro". Ele não disse o inverso, a saber, um NP anarthro precedendo verbo é normalmente definido. Porém, assim, interpreta-se a regra (diversos autores incluindo Colwell) aquele artigo no JBL. 2) Colwell restringiu seu estudo ao NP pré-verbal anarthro que era, até onde pôde afirmar, declarado como definido contextualmente. Ele não lidou com outros nominativos predicativos pré-verbais anarthros. No entanto, o mal entendimento surgiu do não reconhecimento do que Colwell atestou com essas construções. Ou seja, Colwell começou com uma categoria semântica e não com a estrutura. Seu ponto de partida não foi a pergunta: "O que a construção NP pré-verbal anarthra significa? Pelo contrário, a pergunta foi: "Um NP definido será articular ou anarthro?". E acrescentou: "Ele seguirá ou precederá o verbo?". Em sua questão inicial, pressupôs um significado particular (i.e., definição) para depois procurar-se as construções particulares envolvidas.17 Colwell, portanto, não pesquisou exaustivamente a construção sob consideração. Ele supôs o que muitos estudiosos desde então têm pensado que ele provou!18
15 Dixon, "Anarthrous Predicate Nominative," 11-12. 16 Ele concluiu que 94% desses predicativos joaninos eram qualitativos contra 6% definidos. 17 "É óbvio que a importância dessas figuras repousam sobre o cuidado com que os nomes predicativos definidos articulados têm sido identificados (Colwell, "A Definite Rule", 17). 18 Isso não quer dizer que sua regra seja inválida. Pelo contrário, ela é válida para o criticismo textual, e não para a gramática. O criticismo textual era a verdadeira paixão de Colwell (freqüentemente, ele é considerado como o pai do criticismo americano do NT). A validade da regra para o criticismo textual é a seguinte: Se for óbvio que o NP préverbal seja definido, os MSS onde o artigo estiver ausente serão provavelmente a leitura mais original. A questão de significado não está em foco; pelo contrário, a presença ou ausência do artigo é o xis da questão.
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
261
3) Colwell teve um entendimento simplista dos nomes qualitativos e indefinido. Ele cria que o modo de dizermos se um nome é indefinido, qualitativo ou definido dá-se pela tradução. Mas como mostrou-se na Parte I desse capítulo, a tradução nem sempre demonstra se uma palavra é qualitativa, indefinida ou definida. Aparentemente, se para um nome não for natural ser articular, Colwell classificaria-o como definido. As línguas são diferentes aspectualmente, por isso deve se argumentar partindo do sentido, não da tradução. 4) Ilustremos a falha da declaração assim: (a) Suponha um estudo sobre o número de divórcios que teve o seguinte resultado: 90% dos casados na justiça se divorciam em 5 anos. A descoberta então embasaria a "regra": Se você for casado na justiça, você provavelmente (9 para cada 10) se divorciará em 5 anos. O inverso disso, porém, não seria verdadeiro: Se você é divorciado, provavelmente se casou na justiça. O inverso não ocorreria necessariamente pois o estudo foi feito somente com pessoas casadas na justiça, não com todos os divorciados. Somente quando todos os divorciados forem considerados, será feita qualquer declaração acerca da probabilidade de ser casado por um juiz de paz. (b) Uma ilustração simples: Suponha que um garotinho examinasse o relacionamento entre chuva e nuvens. Em cada chuva, ele correria para fora e notaria que havia nuvens no céu. Ele concluiria o seguinte princípio: Se chover, haverá nuvens no céu. Em tal declaração somente o céu foi examinado durante a chuva. O estudo não é exaustivo para concluir todas as ocasiões em que o céu estiver nublado. Se o garoto fosse elaborar o inverso da regra, veria a falácia lógica: Se há nuvens no céu, deve estar chovendo. Com respeito a regra de Colwell, somente o NP pré-verbal anarthro fora estudado previamente e determinou-se, pelo seu contexto, sem muita probabilidade, que ele seria definido. Nem todo NP pré-verbal anarthro foi estudado. No entanto, o inverso da regra, comumente adotado pela erudição do NT, pressupõe que todas as constuções foram examinadas. No estudo de Harner, a rede foi lançada com mais amplitude. Ele examinou todos os nominativos predicativos pré-verbais. Sua conclusão foi: "80% são qualitativos". Portanto, quando encontra-se um NP pré-verbal anarthro, deve-se considerar sua força provavelmente qualitativa. E, somente, se o contexto ou outros fatores fortemente sugerirem o contrário, ele será definido. Em suma, a regra de Colwell não prova nada acerca de definição. Seu valor não é gramatical em si. Mas, para o criticismo textual, ele prova algo acerca do artigo e da ordem das palavras.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
262
O quadro abaixo mostra os diferentes dados examinados por Colwell ("regra de Colwell") e Harner ("construção de Colwell").
/
Todos os Pred.
/
do Suj. definidos
/
\
(tanto pré-verbal \
quanto pós verbal \
articular e anarthrous)
Regra de ColwelTs
Todos os anarthrous
\
| pré-verbal Pred. do Suj.
|
(sem considerar
\ \
/
a força sem ântica)
/
Construção ColwelTs
Q u adro 26 O s D iferen tes D ados para a R egra de C olw ell x C onstru ção de C olw ell
Veja no quadro: os dados não foram os mesmos. A sobreposição de alguns gerou a confusão sobre a regra. 5.
O Significado da Construção de Colwell para a Exegese Os estudos de Dixon e, especialmente, Hamer mostram que o NP pré-ver bal anarthro está ainda mais próximo do definido do que um NP pós-copulativo anarthro,19 e que um NP anarthro que segue o verbo será geralmente quali tativo ou indefinido.20 Uma regra geral sobre a construção é: Um NP pré-verbal anarthro normalmente é qualitativo, às vezes, definido, e só raramente indefinido. Em nenhum dos dois estudos encontrou-se qualquer NP indefinido. Cremos que pode haver algum no NT, mas isso, no entanto, tem pouca força semântica atestada.
19 O próprio Dixon nega sua importância para a exegese, declarando: "Obviamente, essa regra tem pouquíssimo valor exegético" (14). Isso é verdadeiro quanto à regra, não quanto à construção. Especificamente, das 53 construções de Colwell encontradas por Dixon em Jo, nenhuma foi considerada indefinida. 20 Isso é claro, a menos que haja alguma outra base para considerar como definido (tal como um nome monádico).
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
263
Quadro 27 Distribuição Semântica do Nominativo Predicativo Anarthro Perceba que o NP pré-verbal anarthro normalmente enquadra-se no campo semântico definido-qualitativo, enquanto o NP pós-verbal anarthro geralmente, no campo indefinido-qualitativo. Pressupõe-se, pois, que um NP pré-verbal anarthro será qualitativo se houver considerações textuais ou afins apontando ser ele definido ou, menos provável, indefinido. a. Nominativo Predicativo Definido Mt 27:42
áÀÀouç eocoacu, èauròu ou õúvarai acâaca PaaiÀeuç ’lapaf|Á kaziv, Kaiapáiü) v\>i> àirò roô otaupou Salvou outros, [mas] não pode salvar a si mesmo. Ele é o Rei de Israel; desça agora da cruz . . . Fica claro que o NP não poderia ser outro, a não ser definido, pois ha via somente um rei de Israel na época.21
Jo 1:49
oi) ei ó ulòç tou 0eoü, oi) paaiA.eòç ei tou 'IopaqA.22 tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel A resposta de Natanael a Jesus é uma identificação dupla. Na primeira construção o NP segue o verbo e é articular. Na segunda construção,
21 Ainda, deve-se observar que o NP possui um adjunto genitivo. O que é mais interessante acerca de muitas construções de Colwell é: aqueles NPs que realmente devem ser considerados definidos, freqüentemente têm algum outro aspecto (e.g., nome monádico, modificadores genitivos, nome próprio), sugerindo definição independentemente da construção de Colwell. Vários MSS colocam fiaaikevç depois do verbo e acrescentam artigo antes dele (e.g., ip66 N X T A 0 063 1241 f 13 Byz). Colwell apontou variantes assim como evidência para a validade da regra, ou seja: (1) um NP definido precederá o verbo e virá desprovido de artigo ou (2) seguirá o verbo e será articular.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
264
precede o verbo e é anarthro. Esse texto auxiliou na ilustração de Colwell para o seu principio. 1 Co 1:18
ó A.óyo<; toü oruvpov rolç ôè acpÇopivoiç fptv ôúvapiç 0eoO éaxiv A palavra da cruz para nós que somos salvos é o poder de Deus
Hb 1:10
epya twp xeiptãu ooú eicuv ol oupavôl os céus são as obras de tuas mãos
Cf. também Mt4:3, 6; 5:34,35; 13:39; 14:33; Jo 3:29; 10:2; 11:51; At 13:33; Rm 1:16; 10:4; 1 Co 4:4; 11:3; 2 Co 6:16; G1 3:25; Tg 2:23; 1 Jo 2:2. b. Nominativos Predicativos Qualitativos24 Jo 1:14
ó Xóyoç oàpÇ èyéveio o Verbo se fez carne A idéia não é que o Verbo se tornou a "carne". Mas que o Verbo fez parte da humanidade. Muitos exegetas antes de 1933 (i.e., antes da re gra de Colwell ser publicada) viam um paralelo entre esse verso e Jo 1:1, notando que ambos os NPs eram qualitativos.
Jo 5:10
cXcyon ovu oí. Touôaíoi xtô teGepaiTeupévu), aáppatóu «m u dizia, pois os judeus ao homem que foi curado: "é sábado" Embora a tradução possa ser "é sábado" ou, ainda, "um sábado", devemos lembrar que isso deriva-se do sentido não da tradução. A questão com os fariseus focalizava a preocupação deles quanto à natureza do dia em que aquele homem estava trabalhando. Logo, sábado é qualitativo.
1 Jo 4:8
ò 0eòç àyáurj koxív Deus é amor O significado certamente não é conversível: "Amor é Deus". A idéia de um qualitativo áyáTrr) está na essência ou natureza de Deus ser o amor, ou que Ele tem a qualidade do amor. Desse modo, amor é atributivo, não uma identificação com Deus.
Fp 2:13
0eòç èonv ó êvepyQV O que opera é Deus Embora certamente é possível que Ocóç seja definido,25 a ênfase nesse contexto parece estar um pouco mais sobre o que Deus faz no crente e não sobre a identidade de quem faz. No verso anterior, o apóstolo exor ta seus leitores a desenvolverem a própria salvação deles. A fim de não pensarem que estavam sozinhos nesse empreendimento, Paulo os lem bra que Aquele que opera nos leitores de sua carta tem a habilidade de realizar a completa santificação nos mesmos.
23 "Foi o estudo dessas passagens, especialmente, Jol[:]49, que sugeriu a regra advogada nesse estudo. . . . Quando a passagem passa pelo escrutínio, parece que a quantidade variável não é a definição, mas a ordem das palavras" (Colwell, "A Definite Rule," 13). 24 Uma maneira de testar se o NP é qualitativo ou definido é trocar o S pelo NP. Se a sentença tiver a mesma idéia, então o NP é definido visto que a construção envolve uma proposição conversível. Para uma discussão mais detalhada, veja o capítulo sobre o "Caso Nominativo" na parte sobre "Nominativo Predicativo". 25 Para esclarecer, a maioria dos MSS acrescentam um artigo antes de 0cóç (Dc E L I 1 69 104 326 1739° Byz et alii).
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
265
Cf. também Mc 14:70; Lc 22:59; 23:6; Jo 3:6; 9:27, 28; 10:33; 12:36, 50; 13:35; 18:35; At 7:26, 33; 16:21; Rm 14:23; 1 Co 2:14; 3:19; 2 Co 11:22, 23; 1 Jo 1:5. c.
Nominativos Predicativos Indefinidos Os seguintes exemplos contêm os potenciais NPs indefinidos da construção de Colwell. Nenhum exemplo no NT tem sido classificado com certeza, sejam os que ocorrem, ou os citados por Harner e Dixon (embora poucos NPs façam parte dessa categoria). No entanto, na literatura helenística, tal fenômeno ocorre. Um exemplo fora do NT é dado abaixo.
1 T m 6 :1 0
p í Ç a itocvtov t ü v
KaKtòv kaxív q c jK A .a p y u p ía
Este é um texto difícil, contendo as seguintes possibilidades: (1) "o amor ao dinheiro é uma raiz de todos os males"; (2) "o amor ao di nheiro é a raiz de todos os males"; (3) O amor ao dinheiro motiva to dos os males"; (4) "o amor ao dinheiro é uma raiz de todos os tipos de males"; (5) "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os tipos de ma les"; (6) "o amor ao dinheiro motiva todos os tipos de males". Há duas razões para ocorrerem essas seis possibilidades: (a) E difícil dizer se pí(a é indefinido (opções 1 e 4), definido (2 e 5), ou qualitativo (3 e 6); e, (b) irávTtúv pode significar "todos sem exceção" (1, 2, e 3) ou "todos sem distinção" (4, 5, e 6). Seria, logicamente, difícil afirmar ser píÇa definido, porque assim o texto diria: (1) a única raiz de todos os males é o amor ao dinheiro; ou (2) a maior raiz (por excelência) de todos os males é o amor ao dinheiro. Essas são opções caso irávTQv tenha o significado: "todos sem exceção". No entanto, a idéia definida se encaixaria caso mvxuv significasse "to dos sem distinção". Seria, gramaticalmente, difícil considerar pí(a indefinido, visto que esse é o significado menos provável para o NP pré-verbal anarthro no NT. Entretanto, gramaticalmente a opção mais provável é ver píÇa como qualitativo. A idéia seria: (1) todos os males podem ser motiva dos ou iniciados pelo amor ao dinheiro ou (2) todos os tipos de males podem ser motivados pelo amor ao dinheiro. A idéia qualitativa não co menta sobre qualquer outra coisa que motivasse ou produzisse o mal. Ela simplesmente declara que amar o dinheiro motiva/produz todos (os tipos de) males. Jo 6:70
òpcôu elç õtápoÀÓç cozlv um de vós é um/o diabo Discutiu-se sobre esse texto acima (com detalhes) em "Nomes Monádicos". Em suma, embora a maioria das traduções tratem õiápoÀoç como indefinido (por causa da KJV - inclusive no português), há so mente um diabo. Conseqüentemente, visto ter-se um monádico, o signi ficado é "um de vós é o diabo".
Jo4:19
léyei aúrâ q yuuq, Kúpie, Gecopcõ otl irpo^qiqç eí aú "disse-lhe a mulher, "Senhor, vejo que tu és um/o profeta" Este é um forte candidato para o NP pré-verbal indefinido no NT. Res ta, porém, ainda alguma dúvida acerca disso. (1) E ligeiramente possí vel o evangelista ter apresentado a mulher samaritana referindo-se ao grande profeta de Dt 18. Isso, porém, é duvidoso por causa de Beupcô.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
266
Sua percepção seria ser Jesus um profeta, mas a declaração de Jesus para ela no v. 18 é insuficiente para fazê-la pensar sobre o profeta. Além dis so, não é muito comum "perceber" a identidade de alguém. Percepção auxilia a descobrir as características de uma classe, não sua identidade exata. Ou seja, esperava-se que ela dissesse: "Tu és o profeta!", ou: "Tu és profeta?", se realmente ela estivesse pensando em Dt 18. No entanto, isso não quer dizer que o NP deva ser indefinido. A mulher parece fo calizar os atributos de um profeta, e não classifica a Jesus como mera mente um membro dessa classe. Novamente, Becopcâ contribui para isso. Embora a tradução mais natural fosse: "Senhor, vejo que tu tens o dom profético". O foco do nome indefinido está sobre um membro da classe, enquanto o foco do nome qualitativo, sobre os atributos que os mem bros da classe partilham. Didaquê 11.8 oú ttccç ó A.aA.cüv kv NHeúpaci TTpocf)f|Tr|ç kaxív Nem todo aquele que fala no/pelo Espírito é um profeta. No Didaquê 11.3-12, irpo(j)f|i;r|ç ou rJjeuõoTrpo4>r|Tr\ç é um NP anarthro que aparece cinco vezes. O foco está sobre qualquer um que reivindica ser desse grupo de elite conhecido como profetas. Se um determinado indivíduo age de forma não condizente com esse grupo, é chamado falso profeta (iJ;euôoTTpo(J)f|Tr|ç). O foco da perícope está, então, sobre qual quer membro, sem especificar qual está em vista (separando-o de suas próprias ações). Isso é um NP indefinido.26 Para outros possíveis NPs indefinidos (muitos poderiam classificá-los como indefinidos-qualitativos ou vice-versa: cf. Mt 14:26; Lc 5:8; Jo 8:34; At 28:4; Rm 13:6; 1 Co 6:19. 6. Aplicação da Construção de Colwell a Jo 1:127 Em Jo 1:1, lemos:’Eu ap/rj rju ó ÀÓyoç, Kal ò Xóyoç rju irpòç tòv 0eóv, 0eòç rjv ó Âóyoç. Na última parte do verso, na oração K a l 0eòç fjv ô Àóyoç (Jo 1:1c), Qcóç é o NP, pois é anarthro e precede o verbo; encaixandose, portanto, na construção de Colwell (embora pudesse não se encaixar na regra, pois a mesma diz que a definição é determinada ou indicada pelo contexto, não pela gramática). Se é indefinido, qualitativo ou definido, a questão a será discutida. Kal
a.
É 0eóç em Jo 1:1c Indefinido? Se 0eóç fosse indefinido, teríamos a tradução: "um deus" (como a Tra dução do Novo Mundo [TNM]). Se for assim, a implicação teológica seria uma forma de politeísmo, talvez sugerindo que o Verbo fosse me ramente um deus secundário em um panteão de divindades. O argumento gramatical de que o NP aqui seja indefinido é fraco. Por várias vezes, aqueles que defendem essa posição (em particular os
26 É difícil, contudo, distinguir, às vezes, indefinido do qualitativo (da mesma forma que, outras vezes, é difícil distinguir o qualitativo do definido). Só o fato de qualquer membro de uma classe ser mencionado lança luz em certo grau a essa classe particular, conseqüentemente, fazendo algum tipo de declaração qualitativa. 27 Cf. também Mc 15:39 (e o artigo de Harner) para um texto teologicamente significante parecido.
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro
267
tradutores da TNM) assim o fazem somente baseados no fato de ser o termo anarthro. Eles, todavia, são inconsistentes, como R. H. Countess aponta: No NT há 282 ocorrências de 0fóç anarthro. Em 16 lugares, a TNM tem um deus, deus, ou deuses. Em 16 das 282 vezes, seus tradutores foram fiéis a seu princípio, somente seis por cento das vezes. . . . A primeira seção de Jo 1:1-18 oferece um lúcido exemplo da arbitrariedade do dogmatismo da TNM. 0eóç ocorre oito vezes, versículos 1, 2, 6, 12, 13, 18, das quais apenas duas vezes vem acompanhado de artigo, ou seja, os vv. 1, 2. Porém, a TNM seis vezes traduziu "Deus"; uma vez, "um deus"; e outra vez, "o deus".28 Se expandirmos a discussão a outros termos anarthros no Prólogo Joanino, observaremos outras inconsistências: E interessante que a Tra dução do Novo Mundo traduza 0eòç como "um deus" sobre a base simplista da ausência do artigo (o que, sem dúvida, é insuficiente). Se guindo o princípio "anarthro = indefinido", teríamos: àp/fj significaria "um princípio" (1:1,2); (wi), "uma vida" (1:4); trapà 9eoü, "de um deus" (1:6); Ttaáwqç, "um João" (1:6); 9eóv, "um deus" (1:18) etc. Todavia, nenhum desses anarthros foram traduzidos com artigo indefinido. O que resta é suspeitar-se fortemente das bases teológicas de tal tradução. Segundo Dixon, se 9eóç fosse indefinido em Jo 1:1, seria o único NP préverbal anarthro no Evangelho de João. Embora tenhamos discutido ser isso um tanto exagerado, o ponto geral é válido: A noção indefinida é atestadamente a mais pobre para o NP pré-verbal anarthro. Assim, gra maticalmente tal significado é improvável. O contexto também sugere essa improbabilidade, pois o Verbo já existia no princípio. Assim, é al tamente improvável, pelo contexto e pela gramática, que o Logos fosse, de acordo com João, "um deus". Finalmente, a própria teologia do evangelista milita contra esse ponto de vista, o que há é uma Cristologia exaltada no Quarto Evangelho, a ponto de Jesus Cristo ser identificado como Deus (cf. 5:23; 8:58; 10:30; 20:28 etc.). b. É 0eóç em Jo 1:1c Definido? Gramáticos e exegetas desde Colwell tomam 9eóç, em Jo 1:1c, como definido. Entretanto, sua base tem normalmente sido a má compreensão da regra de Colwell. Para eles, a regra diz: "um NP pré-verbal anarthro normalmente será definido (e não o inverso)". Mas a mesma regra indica: "um NP que é provavelmente definido, determinado pelo contexto e precedente de verbo será normalmente anarthro. Se verificássemos a
28 R. H. Countess, The Jehovah's Witnesses' New Testament: A Criticai Analysis of the New World Translation of the Christian Greek Scriptures (Philipsburg, N. J.: Presbyterian and Reformed, 1982) 54-55.
268
Sintaxe Exegética do Novo Testamento regra para vermos se ela se aplica aqui, diríamos que a menção prévia de 0eóç (em 1:1b) é articular. Portanto, se a mesma pessoa a que está se referido for chamada 0eóç em 1:1c, então, em ambos os lugares, ela será definido. Ainda que seja certa e gramaticalmente possível (apesar de não ser tão provável quanto o qualitativo), a evidência não é muito convincente. A vasta maioria dos NPs pré-verbais anarthros definidos são monádicos, vêm em construções genitivas, ou são nomes próprios. Nenhuma dessas classificações se encaixa aqui, diminuindo, então, a propabilidade de 0fóç ser definido em Jo 1:1c. Além do que, chamar 0eóç em 1:1c de definido é a mesma coisa que: caso o nome siga um verbo, ele será articular. Assim, teríamos uma pro posição conversível com ÀÓyoç (i.e., "o Verbo" = "Deus" e "Deus" = "o Verbo"). O problema dessa argumentação é: 0eóç em 1:1b refere-se ao Pai. Logo, dizer que 0eóç em 1:1c é a mesma pessoa de 1:1b é afirmar: "O Verbo era o Pai".29 Essa abordagem, segundo os antigos gramáticos e exegetas, não passaria de um sabelianismo ou modalismo embrioná rio.30 O Quarto Evangelho é o lugar menos provável para se encontrar o modalismo no NT.
29 Não significa que em um dado contexto Jesus não poderia ser identificado com ò 9eóç. Em Jo 20:28, e.g., onde o ápice do Evangelho chega à confissão de Tomé, Jesus é chamado de ó 9eóç. Não há nada, no entanto, nesse contexto que o identificasse com o Pai. 30 Antes de 1933, comentarista, do NT viam 9eóç como qualitativo. No comentário de João, v.g., por Westcott: "necessariamente é sem o artigo (9eóç não ò 9eóç) já que descre ve a natureza do Verbo e não identifica Sua Pessoa. Seria sabelianismo crasso dizer "o Verbo era ò 0eóç". Robertson, Grammar, 767-68: "ô 9fòç rjv ò ÀÓyoç (termos conversíveis) seria puro sabelianismo . . . . a ausência do artigo aqui não é sobre propósito e essência da verdadei ra idéia". O comentário de João de Lange: “Gcóc sem o artigo significa essência divina, ou a idéia genérica de Deus em distinção do homem e anjo. Como o á p f v. 14, significa a essência humana ou natureza do Logos. O artigo antes de 9eóç destruiria aqui a distin ção da personalidade e confundiria o Filho com o Pai". Chemnitz diz: "9eóç sine artic. essentialiter, cum artic. personaliter". Alford afirma: "A omissão do artigo antes de 0eóç não é mero uso. Poderia não ter sido expresso aqui, sem se importar com o lugar das palavras na sentença. Ô ÀÓyoç r\v ó 9cóç destruiria a idéia do ÀÓyoç completamente. 0eóç deve então ser tomado como implican do Deus, em substância e essência, - não ó 9eóç , 'o Pai', em Pessoa . . . . como em oàpÇ èyévexo [Jo 1:14], Eápi; expressa esse estado dentro do qual o Verbo Divino entrou por meio de um ato definido, assim em 9eòç rjv, 9eóç expressa essa essência que era dEle kv àpxfj: - que Ele era Deus verdadeiro. De modo que esse primeiro versículo fosse conectado assim: O Logos era desde a eternidade, - estava com Deus (o Pai), - e ele mesmo era Deus". Lutero declarou sucintamente: "'o Verbo era Deus' é contra Ario; 'o Verbo estava com Deus' é contra Sabélio".
Artigos - Parte II: nominativo predicativo pré-verbal anarthro c.
269
É 0eóç em Jo 1:1c Qualitativo? O candidato mais provável para 9fóç é o qualitativo. Este é tanto gra maticalmente verdadeiro (pois a vasta proporção de NPs pré-verbais anarthros se enquadram aqui) quanto teologicalmente verdadeiro (a teologia do Quarto Evangelho e a do NT a confirmam). Há um contra peso entre a deidade do Verbo, já presente no princípio (kv àpxtl ■ ■■ dcòç f\v [1:1], e sua humanidade, acrescentada depois (oàpíj lylvczo [1:14]). A estrutura gramatical dessas duas declarações espelha-se uma na outra. Ambas enfatizam a natureza do Verbo, e não sua identidade. Mas vale lembrar que 9eóç é sua natureza desde a eternidade (conse qüentemente, eípi' é usado) enquanto oápk, foi acrescentado na encarnação (sendo assim, yí^opat é usado). Tal opção não impugna de modo algum a deidade de Cristo. Pelo contrário, a enfatiza, pois, embora a pessoa de Cristo não seja a pes soa do Pai, a essência deles é idêntica. As possíveis traduções são: "O que Deus era, o Verbo era" (NEB), ou "o Verbo era divino (Moffat modificado). Na segunda tradução, "divino" seria aceitável somen te se fosse um termo aplicado apenas à verdadeira deidade. No en tanto, no português moderno, usamo-la para se referir a anjos, teó logos, até mesmo a uma refeição (N.T., Isso é um manjar dos deuses, ou divino!)! Assim, "divino poderia conduzir a uma interpretação errônea. A idéia de um 9eóç qualitativo aqui é: o Verbo tinha todos os atributos e qualidade que o termo "Deus" em 1:1b. Ou seja, parti lhava da essência do Pai, embora fossem pessoas diferentes. A cons trução escolhida para expressar essa idéia foi a maneira mais concisa que João poderia ter usado afim de declarar ser o Verbo Deus e ainda alguém distinto do Pai.31
7.
Apêndice à "Construção" de Colwell: E quando o verbo estiver ausente? Quando o verbo estiver ausente, um NP, é claro, não poderá ser apropria damente chamado de pré-verbal. No entanto, há uma construção em que um NP acopulativo (i.e., sem verbo) terá o mesmo valor semântico que um pré-verbal. Ou seja, isso ocorrerá quando ele preceder o sujeito. Assim, em bora haja diversas passagem em que falte o verbo, a importância desses textos poderá ser determinada pela ordem das palavras que constituem o NP e o sujeito.32 Quando o NP anarthro anteceder o sujeito, ele será qualitativo ou definido, pois (1) o verbo estará presente (é mais provável vir após o NP), e (2) ao
31 Embora eu creia que 6èÓç em 1:1c é qualitativo, penso na mais simples e mais direta tradução: "e o Verbo era Deus". Pode ser melhor afirmar claramente o ensino do NT sobre a deidade de Cristo e, então, explicar que ele é Deus, mas não é o Pai. 32 A razão disto é que sempre que uma palavra aponta para trás, ela tende a ser enfatizada. Desse modo, um NP pré-verbal anarthro, por meio desse deslocamento da ordem das palavras, forma a definição. Assim é um NP antes do sujeito não verbal anarthro.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
270
colocar o NP antes do sujeito, o autor está enfatizando aquele. Se ele for enfatizado, então, será qualitativo ou definido (já que é anormal conceber um NP indefinido como enfático, ainda que não seja inteiramente impossível). Em Jo 4:24, Jesus diz à mulher na fonte: nveüpa ó Geóç. O NP anarthro antecede o sujeito e não há verbo. Aqui, Ilueíjpa é qualitativo, enfatizando a natureza ou essência de Deus (a KJV lamentavelmente diz: "Deus é um espírito"). Em Fp 2:11, Paulo proclama: KÚpioç TqooOc; Xpuruóç ("Jesus Cristo é Se nhor"). Aqui, semelhante à Jo 4:24, não há cópula e o NP anarthro antecede o sujeito. O NP, nesse exemplo, é aparentemente definido: Jesus Cristo é o Senhor. Cf. também Fp. 1:8 (com Rm 1:9). Em suma, quando um NP anarthro preceder um sujeito sem verbo explícito, ele será qualitativo ou definido, o mesmo sucede ao NP pré-verbal anarthro.
B. O Artigo com Múltiplos Substantivos Conectados por Kaí (A Regra de Granville-Sharp e Construções Relacionadas)33 Introdução Em grego, quando dois nomes conectado com kai, e o artigo precede so mente o primeiro nome, haverá uma conexão entre os dois. Essa conexão sempre indica, pelo menos, algum tipo de unidade. Em um nível mais alto, pode conotar igualdade. Em um nível elevadíssimo pode indicar identidade. Quando a construção encontra três exigências específicas, então dois no mes sempre se referem à mesma pessoa. Quando a construção não encontrar esses requerimentos, os nomes podem ou não referirem-se à(s) mesma(s) pessoa(s)/objeto(s). 1.
Decoberta da "Regra de Granville Sharp" Granville Sharp, filho do diácono superior e neto de um arcebispo, foi um filantropo inglês e abolucionista (1735-1813). Ele é conhecido pelos estu dantes de história como "o Abraão Lincoln da Inglaterra", devido a seu papel-chave na abolição da escravatura. Sem treinamento teológico especí fico, foi um estudante das Escrituras. Sua forte convicção na Divindade de Cristo o levou a estudar a Bíblia no original a fim de defender mais habil mente essa convicção. Embora tal motivação o transformasse relativamente em um bom lingüista, capaz de lidar com os textos grego e hebraico.34 A medida que estudava as Escrituras, no original, notou certo padrão: quan do havia uma construção do tipo artigo-substantivo-Koú-substantivo (ASKS)
33 Para um tratamento compreensível desse sujeito, veja D.B. Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos Conectados pelo Kaí no Novo Testamento: Semântica e Significância" (Tese de Ph.D. Seminário Teológico de Dallas, 1995).
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
271
envolvendo nomes pessoais singulares e que não eram nomes próprios, es ses sempre se refeririam à mesma pessoa. Sharp notou isso e aplicou-o em vários textos35 sobre a deidade de Jesus Cristo. Assim, em 1798, publicou um breve volume intitulado, Notas sobre o Artigo Definido no Texto Grego do NT, Contendo Muitas Novas Provas sobre a Divindade de Cristo, a partir de Pas sagens que são erroneamente Traduzidas na Versão do Rei Tiago [KJV].36 O volu me teve quatro edições (três na Inglaterra e uma na América do Norte).37 2.
Declaração da Regra Sharp realmente notou seis regras sobre o uso do artigo, contudo somente a primeira dessas é que ficou conhecida como a Regra de Sharp, por causa de sua importância para os textos que tratam da deidade de Cristo. Conse qüentemente, "ela possui mais resultados que as demais. . ."38 Essa regra declara: Quando a partícula Kaí conectar dois nomes no mesmo caso, [ou seja, nomes (substantivo, adjetivos ou particípios) de descrição pessoal, referindo-se a ofício, dignidade, afinidade ou conexão, atributos, propriedades, ou qualidade boas ou más], e se o artigo ó, ou qualquer uma de suas formas declináveis, preceder o primeiro nome ou particípio, e se não repetir-se antes do segundo nome ou particípio, o último sempre se relacionará à mesma pessoa expressa ou descrida pelo primeiro nome ou particípio. Ou seja, denotará outra descrição ao nome inicialmente citado . . 39 Embora Sharp incluísse aqui somente substantivos pessoais singulares, não havia base para se crer que ele pretendia restringir sua regra a isso. No entanto, a leitura de sua monografia revela que poderia aplicá-la, apenas e absolutamente, a nomes pessoais singulares e que não fossem nomes próprios.40 Em outras palavras, na construção ASKS, o segundo nome 41 refere-se à mesma pessoa mencionada com o primeiro nome quando:
34 Entre aproximadamente 70 volumes que Sharp escreveu (muitos dos quais tinham a ver com questões sociais, especialmente escravidão) estavam 16 obras sobre estudo bíblico. Um de seus primeiros livros, de fato, lida com o criticismo textual do AT e foi uma crítica da obra do grande erudito hebreu de Oxford Hebrew, Benjamin Kennicott. Sharp também escreveu um volume sobre pronunciação hebraica e sobre sintaxe hebraica na qual formulou regras acerca do ícaic-consecutivo ainda consideradas válidas hoje. Ele teve mais que as duas que aqui consideramos legítima. Seus demais textos envolviam variantes textuais que não consideramos como originais ou itens onde não encontramos o critério básico de Sharp à medida que ele as considerava. 36 Publicada em Durham por L. Pennington. 37 Para mais detalhes sobre a vida de Granville Sharp, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 30-42. Todas as citações da monografia de Sharp são da última edição, a primeira edição americana (Philadelphia: B. B. Hopkins, 1807). 38 Sharp, Remarks on the Uses of the Definitive Article, 2. 39 Ibid., 3 (itálicos no original). 40 Veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 47-48, para documentação. 41 Por "nome" queremos dizer o que Sharp pretendia: adjetivo substantivado, particípio substantivado ou substantivo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
272 (1) não for impessoal; (2) não for plural;
(3) não for nome próprio.42 Portanto, de acordo com Sharp, a regra será aplicada só e exclusivamente com nomes pessoais singulares e nomes que não são próprios. A importân cia desses requerimentos pode ser subestimada caso não se atente para o seguinte princípio: Sharp a aplicou quase, sem exceção, a nomes que deti nham essas três características. Más compreensões derivam-se da não familiarização com as restrições classificadas por Sharp. 3.
Negligência para com a Regra de Sharp e Abusos comentidos contra ela Um caso de ironia muito interessante na história dos estudos bíblicos é que a Regra de Sharp, que logo encontrou suporte massivo e bem documentado entre os gramáticos clássicos e eruditos da patrística, quase foi derrubada por uma nota de rodapé sem base. G. B. Winer, o grande gramático do NT do séc. XIX, escreveu: Em Tt 2:13... considerações derivadas do sistema de doutrina de Paulo leva ram-me a crer que acarípoç não é um segundo predicativo, coordenado a 9eou. [Na nota 2 na parte inferior da mesma página] Na observação acima, não foi minha intenção negar que, na questão gramatical, auTÍpot; rpwv deva ser considerado como um segundo predicativo, uma vez que é também depen dente do artigo tou. A convicção dogmática derivada dos escritos de Paulo, porém, faz-me aceitar que esse apóstolo não teria chamado Cristo o grande Deus. Isso levou-me a mostrar que não há obstáculo gramatical para tomar a oração Kal oux.. . .XpiatoO como uma referência a um segundo sujeito.43 Apesar de não ter avançado em nenhum argumento gramatical real, Winer foi um gramático altamente considerado, capaz de cancelar, por intimida ção de sua própria opinião, o uso da regra de Sharp em passagens como Tt 2:13 e 2 Pd 1:1. Essa declaração quase causou o fim da regra de Sharp.44 A partir desse ponto, vemos esses eruditos (1) incertos quanto à validade da regra de Sharp ou (2) inseguros acerca de seus requerimentos.45 Moulton, e.g., declara: "Não podemos discutir aqui o problema de Tt 2:13, por isso devemos deixar, como gramáticos, o assunto aberto [veja WM
42 Um nome/substantivo próprio é definido como um nome que não pode ser "transformado em um plural"- assim não inclui títulos. Um nome de uma pessoa, portanto, é próprio e, conseqüentemente, não se encaixa na regra. Mas Oeóç não é próprio porque pode ser posto no plural - então, quando Ocóç estiver em uma construção ASKS em que ambos os nomes são singular e pessoal, ele se encaixa na regra de Sharp. Visto que 9eoí é possível (cf. Jo 10:34), Geóç não é um nome próprio. Para uma discussão detalhada sobre o uso gramatical de 9eóç no NT, cf. B. Weiss, "Der Gebrauch des Artikels bei den Gottesnamen," TSK 84 (1911) 319-92, 503-38; R. W. Funk, "The Syntax of the Greek Article: Its Importance for Criticai Pauline Problems" (Tese Ph.D. Vanderbilt University, 1953) 46, 154-67; Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 260-63. 43 Winer-Moulton, 162. 44 Hoje, os eruditos tendem a rejeitar a autoria paulina das pastorais ou as afirmações da deidade de Cristo nelas. Você não pode ter ambos Paulo e Cristo, é o que parece. 45 Para documentação, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 53-80, esp. 66-80.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
273
(Winer-Moulton) 162, 156n.].46 Dana-Mantey, cuja gramática de grego é bem conhecida por muitos estudantes americanos, realmente reproduz (quase que) literalmente a regra de Sharp, não especificou com mais clare za as limitações.47 O resultado disso sobre a Regra de Sharp foi: Ao se incluir nomes plurais e impessoais como parte da regra, mina-se a aplicação feita por Sharp em Tt 2:13, a respeito da Deidade de Cristo. A regra deixa de ser absoluta. Ou seja, as exceções da regra de Sharp fazem parte, na verdade, do enunciado da regra e estão realmente sobre o escopo da mesma. Logo, não são exceções, mas a regra. 48 4.
Validade da Regra no NT Não estabelecemos a validade do cânon de Sharp até agora. Temos, porém, advogado contra as péssimas interpretações feitas sobre a mesma. Nosso alvo, nessa seção, é demonstrar sua validade dentro das páginas do NT. a.
Em Geral Sem contar com as passagens cristologicamente importantes, há 80 cons truções no NT que se encaixam nos requerimentos da Regra de Sharp 49 Mas todas enquadram-se semânticamente dentro da regra, i.e., os subs tantivos sempre se referem à mesma pessoa? Em uma palavra: sim. Mesmo os opositores de Sharp não poderiam citar uma única exceção. Todos validam o estudo de Sharp no NT.50
46 Moulton, Prolegomena, 84 (itálicos acrescentados). 47 Dana-Mantey, 147. 48 A lista daqueles que entenderam mal a regra inclui eruditos notáveis como J. H. Moulton, A. T. Robertson, Dana-Mantey, M. J. Harris, F. F. Bruce, C. F. D. Moule, et al. 49 Esse número é disputado por alguns, devido a variantes textuais, inclusão de nomes impessoais e/ou nomes plurais, ou uma interpretação diferentes de certos particípios (isto é, aqueles que considero ser adjetivais são, às vezes, considerados como substantivados por outros e, conseqüentemente, incluídos na contagem deles). 50 O oponente mais formidável da regra de Sharp foi Calvin Winstanley (d Vindication of Certain Passages in the Common English Versíon of the New Testament: Addressed to Granville Sharp, Esq., 2d ed. [Cambridge: University Press-Hilliard and Metcalf, 1819]). Ainda que tenha concordado que os princípios de Sharp eram válidos, chega a dizer: "sua primeira regra tem um alicerce real na expressão da linguagem ..." (36). E muito além, dentro das páginas do NT, Winstanley reconhece: "Não há, tu dizes, nenhuma exceção, no NT, a tua regra; isto é, suponho eu, a menos que esses textos particulares [i.e., os que Sharp usou para defender a deidade de Cristo] sejam assim... nada é surpreendente que encontrar todos esses textos particulares em questão aparecendo como exceções a tua regra, e as únicas exceções... no NT..." (39-40)-uma concessão óbvia que ele não poderia encontrar nenhuma exceção, salvo àquelas que ele supôs existir nos textos cheios de significado cristológico. Por outro lado, no longo estudo de C. Kuehne, "The Greek Article and the Doctrine of Christ's Deity," Journal of Theology 13 (Setembro de 1973) 12-28; 13 (Dezembro 1973) 14-30; 14 (Março 1974) 11-20; 14 (Junho 1974) 16-25; 14 (Setembro 1974) 21-33; 14 (Dezembro 1974) 8-19, o erudito luterano resume seus achados: "... temos visto que no NT não há exceção alguma à regra!" (Journal of Theology 14.4 [1974] 10).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
274
Abaixo estão alistadas várias passagens representativas da regra de Sharp, incluindo aquelas com substantivos, adjetivos e construções mistas. 1) Substantivos na Construção Pessoal na ASKS Mc 6:3
ofixóç kaxív ò t Úk t g w , ó uíòç xfjç Mapíaç Kal áôeÀcjjòç TaKGJpou51 este é o carpiteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago
Jo 20:17
xòv traxépa pou Kal TTatépa úpúv Kal Geóv pou Kal 0eòv íípcôv
meu Pai e vosso Pai e meu Deus e vosso Deus A construção aqui é incomum pois envolve quatro substantivos. Os pro nomes possessivos são usados para mostrar a diferença entre o modo como Jesus e seus discípulos se relacionam com Deus. Não implicam, contudo, que uma pessoa diferente está em mente. A primeira pessoa da Trindade é o referente em todos os quatro. E também significante que um dos substantivos seja 0eóç. Essa é uma boa ilustração a favor da identificação de Gcóç como um nome não próprio (da perspectiva gre ga). Sempre que um nome próprio aparecer na construção de Sharp, teremos duas pessoas diferentes. Todavia, sempre que Gcóç estiver nes sa construção, uma única pessoa está em vista. Ef 6:21
TuxlkÒç ó àyaTrr|TÒ<; àôeÀ^òç Kal tucjtÒç ôtaKOVoç Tíquico, o amado irmão e servo fiel
Hb 3:1
xòv átróoxoXov Kal âpxtepéa xfjç ópo/Ur/íaç ppcâu Trjoouu Jesus, o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão
1 Pd 1:3
ó 0eòç Kal iraxqp xoü Kupíou qpwv Tqaoü Xplotou
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo Ap 1:9
èytü ’Ia)dcvvr|ç, ó áõeA4>òç úpcôv Kal auyKOivcúvóç kv xrj 0Â.újfei K a l (3aaiA.eía eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação e reino Este texto envolve duas construções ASKS: (1) uma pessoal e (2) outra impessoal. É óbvio que a construção pessoal se encaixa com a regra (João é tanto o irmão quanto o companherio de seus leitores), enquanto a construção impessoal obivamente, não (a tribulação não é idêntica ao reino).
Cf. também Lc 20:37; Rm 15:6; 2 Co 1:3; 11:31; G11:4; Ef 1:3; 5:20; Fp 4:20; Cl 4:7; 1 Ts 1:3; 3:11, 13; 1 Tm 6:15; Hb 12:2; Tg 1:27; 3:9; 1 Pd 2:25; 5:1; 2 Pd 1:11; 2:20; 3:2, 18; Ap 1:6. 2) Particípios na Construção Pessoal ASKS Mt 27:40
ó KaxaA.úcov xòv vaov Kal kv xpialu rpi-pcuç olKoôopxôv, awaov aeauxóu [tu,] o que destrói o templo e em três dias edifica[-o], salva-te a ti mesmo
Jo 6:33
ó Kaxapaíucúv ck xoõ oúpavoô Kal ((apu ôtõoúç O que desce dos céus e que dá vida
51 S DL 892* acrescentam ò antes de àõeÂ,(j>óç; (0) 565 700 892comitem o Km, retendo desse modo a aposição.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
275
At 15:38
xòv aTToaxávxa àtr’ aòxwv áirò Ilap^U/Uaç Kai jj.fi auveÀGóvxa aüxólç Aquele que tinha se apartado deles desde a Panfília e não foi com eles
Ef 2:14
ó noiiíoaç xà àp^ótepa eu K a i xò peaóxotxov xoü (jjpaypoú Àúaaç O que fez de ambos um e que destruiu a barreira de separação Esse texto ilustra que mesmo havendo várias palavras intervindo, a construção não será invalidada.
Tg 1:25
ó ôè TTapaKÚt|raç elç vópov xéÀetou xòv xfjç êÀeu0epLa<; Kai irapapeívaç . . . ouxoç paKapioç kv xfj notriaei auxoü èaxat mas o que observa [a] perfeita lei da liberdade, e persevera . . . este será abençoado no que faz
Ap 2 2 : 8
Kayü) Twáuur)ç ó á K O Ú w v Kai P â í t t c o v xauxa e eu, João, o q u e o u v e e v ê estas coisas
Cf. também Mt 7:26; 13:20; Mc 15:29; Lc 6:47; 16:18; Jo 5:24; 6:54; 9:8; At 10:35; 1 Co 11:29; 2 Co 1:21, 22; G11:15; 2 Ts 2:4; Hb 7:1; 1 Jo 2:4, 9; 2 Jo 9; Ap 1:5; 16:15. 3) Adjetivos na Construção Pessoal ASKS At 3 : 1 4
ò p e lç
ôè
xòv
à y to v
mas vós negastes Ap 3:17
Kai ôÍKatov
f| p v f| a a a 0 e
o s a n to e ju s t o
oi) et ó x a i t a í m a p o ç tu és d e s g r a ç a d o e
K a i è À e e iv ò ç
K a i i r x w x ò ç K a i x ix | )À Ò ç K a i y u p v ó ç 52
m is e r á v e l e p o b r e e c e g o e
nu!
Cf. também Fm 1 4) Elementos Mistos na Construção Pessoal ASKS Fp 2:25
’Ena(j)póõixoy xòv áôeA.
1 Tm 5:5
f) òvxcoç Xijpa Kai pepovcopevri a que é verdadeira viúva e desamparada53
Cf. também 1 Ts 3:2. O padrão repetitivo dos substantivos pessoais singulares na construção ASKS indica um mesmo referente e, imediatamente, coloca-os na categoria "nome próprio", impessoal ou plural. As estatísticas acentuam essa diferença: Na construção ASKS há cerca de uma dúzia de nomes próprios pessoais no NT (nenhum tendo um mesmo referente). Aproximadamente, cinqüenta são nomes impessoais (somente de forma ambígua, têm o mesmo referente); mais de setenta substantivos plurais
52 Um artigo antes de kXceivòc, é adicionado por A 1006 1611 1841 2329 2351 et alii. 53 Embora possivelmente pepovcapévri seja particípio predicativo, sua ligação com X q p a por K a í sugere que ele, também, é substantivado.
276
Sintaxe Exegética do Novo Testamento (pouco mais que um terço, têm um referente idêntico); e oitenta construções ASKS se encaixam nos requerimentos estruturais da regra (os textos cristológicos im portantes, à parte). Todos estes têm aparentemente um mesmo referente. É evidente que a limitação de Sharp à substantivos singulares pessoais de fato é algo substancial. b. Para Textos de Significância Cristológica Granville Sharp cria que vários textos cristologicamente significantes estavam envolvidos na construção ASKS.54 Porém, vários desses eram variantes textuais duvidosas (e.g., At 20.28; Jd 4), e outros continham nomes próprios (Ef 5:5; 2 Ts 1:12; 1 Tm 5:21; 2 Tm 4:1).55 Isso nos deixa com duas passagens, Tito 2:13 e 2 Pd 1:1.
Tt2:13
t o
C peyáÀou 0eoü Kal oaycfjpoç f | | i ( â u Tqaoü Xp l o t o u nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo Freqüentemente tem se alegado que Gcóç é um nome próprio e, por isso, a regra de Sharp não se aplica às construções em que ele é empregado. Já temos afirmado que Qeóç não é um nome próprio no grego. Simplesmente queremos mostra aqui que na construção ASKS, 9eóç é usado mais de uma dúzia de vezes no NT (e.g., Lc 20:37; Jo 20:27; Rm 15:6; 2 Co 1:3; G11:4; Tg 1:27) e sempre (se excluirmos os textos de importância cristológica) se refere a uma única pessoa. Esse fenômeno não é verdadeiro com qualquer nome próprio na referida construção (cada exemplo envolvendo nome próprio sempre aponta para dois indivíduos). Visto que esse argumento não tem peso, não há razão plausível para rejeitar Tt 2:13 como um afirmação explícita da deidade de Cristo.
2 Pd 1:1
t o ü
0eoi> f||aó)v K a l ocoifjpoç, Iqooí) Xpiaroô57 nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo Alguns gramáticos têm objetado: uma vez que f)|i(âv está conectado a Gf o f i , duas pessoas estão sob consideração.5 O pronome parece "deli
54 Um texto que Sharp não tratou foi 1 Jo 5:20. Se esse realmente se encaixa em sua regra é debatível. Para uma discussão, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 271-77. 55 E surpreendente que muitos eruditos (alguns notáveis, e.g., R. Bultmann) tenham considerado 2 Ts 1:12 como uma afirmação explícita da deidade de Cristo. Só por separar K u p í o u de T t |o o í j Xp l o t o u , poder-se-ia aplicar a regra de Sharp a essa construção. De forma mais significante, Middleton, de quem o Doctrine ofthe Greek Article foi a primeira grande obra para sustentar a regra de Sharp, rejeita 2 Ts 1:12, afirmando que (1) K u p í o u deveria estar desconectado de Tr|OOÔ XpiaroO, visto que o todo forma um título comum nas epístolas, participando assim das propriedade de um nome próprio; e (2) Embora os escritores patrísticos gregos empregassem a frase de Tt 2:13 e 2 Pd 1:1 sobre numerosas ocasiões para afirmar a deidade de Cristo, ele dificilmente teria notado essa passagem (Doctrine of the Greek Article, 379-82). Cf. também Matthews, Syntax, 228-29, para argumentos lingüísticos modernos relacionados a gradações do aposto (em 2 Ts 1:12 muitos exegetas veriam "Senhor Jesus Cristo" como sendo um "aposto fechado"). 56 Veja discussão anterior em "Declaração da Regra." 57 K 4‘ et pauci têm K u p í o u em lugar de BcoO.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
277
mitar" o substantivo, isolando efetivamente o que está antes dele. Po rém, no v. 11 desse mesmo capítulo (bem como em 2:20 e 3:18), o autor escreve xoü K u p í o u f||itôv Koci atóxípoç, Tnooü XptoioO, uma expressão que se refere a uma pessoa, Jesus Cristo: "Por que recusar-se em aplicar a mesma regra a 2 Pd 1:1, o que todos admitem... ser verdade em 2 Pd 1:11 [sem mencionar 2:20 e 3:18]?"59 Além do que, mais da metade dos textos no NT que se encaixam na regra de Sharp envolve alguma pala vra entre os dois substantivos. Várias deles têm um pronome possessi vo ou outro genitivo modificador.60 Todavia, em todas essas constru ções, somente uma pessoa está vista.61 Nesses exemplos, o termo interventor não efetua nenhuma interrupção na construção. Sendo esse o caso, não existe razão plausível para se rejeitar 2 Pd 1:1 como uma afirmação explícita da deidade de Cristo.62 5.
Construções Envolvendo Nomes Impessoais, Plurais e Próprios a.
Nomes Próprios Sempre no NT, quando nomes próprios estão em seqüência, ainda que estejam simultaneamente unidos por um artigo para o propósito em questão, indivíduos diferentes estão em vista. Lemos, e.g., de "Pedro, Tiago e João" (xòu ITéxpou Kal láKWpov Kal Twáuuqu) em Mt 17:1; "Maria Madalena e Maria. . (q ôè Mapía f| MayõaÀquq Kal Mapía) em Mc 15:47; "Marta e Maria" (tt|U MápGau Kal Mapiáp) em Jo 11:19; "Barnabé e Saulo" (xòv Bapvajiãv Kal XaüÀov) em At 13:2. Pedro, Tiago e João faziam parte do círculo dos discípulos (Mt 17:1), Marta e
58 E.g., E. Stauffer, 6eóç, TDNT 3.106. 59 A. T. Robertson, "The Greek Article and the Deity of Christ," The Expositor, 8th Series, vol 21 (1921) 185. 60 Cf. Jo 20:17; 2 Co 1:3; 1 Ts 3:2; 1 Tm 6:15; Hb 12:2; Ap 1:9. 61 Em uma amostra de papiro não-literário, temos encontrado o mesmo fenômeno, e, mais uma vez, o genitivo ligado ao primeiro nome nunca quebra a força do princípio de Sharp. P. Lond. 417.1 traz, v.g., a leitura: "a meu mestre e irmão amado" (x(3 ôeairóifl |ioi) K a l à y a T T T | X 6 ) áõeÀtpcô); P. Oxy. 2106. 24-25 traz: "meu senhor irmão" (xcâ K U p í w pou K a l áôetajtó). 62 Há alguma confirmação interessante da regra de Sharp, aplicada aos textos cristologicamente ricos, na patrística. Em 1802 um companheiro (e mais tarde, mestre) do Trinity College em Cambridge, Christopher Wordsworth, publicou seu Six Letters to Granville Sharp, Esq. Respecting hís Remarks on the Uses of the Definitive Article, in the Greek Text of the New Testament (London: F. e C. Rivington, 1802). Wordsworth experimentou o princípio de Sharp na patrística. Ele sentiu que se o princípio fosse válido, então os Pais Gregos certamente teriam entendido os textos de importância cristológica da mesma maneira que Sharp sentiu. Até certo ponto ele extravasou: "Eu creio plenamente, que não há nenhuma exceção à sua primeira regra no NT inteiro. Essa declaração poderia ser estendida infinitamente além" (ibid., 103). Depois de uma investigação exaustiva, partindo da literatura grega cristã cobrindo um espaço de mais de 1000 anos, Wordsworth foi capaz de fazer o surpreendente comentário: "tenho observado ... algumas centenas de exemplos de ò |ieyaç 9eoç K a i aa>ir|p (Tt ii. 13); e não menos que várias milhares da forma ò Geò; K a l owxrjp (2 Pd i. l.)[,] e, em nenhum caso, tenho visto (onde o sentido poderia ser determinado) quaisquer deles usados, mas somente de uma pessoa" (ibid., 132). Portanto, até onde Wordsworth estava preocupado, as construções ASKS que envolvem a deidade de Cristo, no NT e pais gregos da igreja, nunca foram ambíguos, mas sustentaram plenamente a proposição de Sharp.
278
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Maria eram irmãs (Jo 11:19), Barnabé e Saulo eram parte de um em preendimento particular (A. 13:2). Há uma razão para um único artigo em cada exemplo, ou seja, ele conceitualiza um grupo coerente contextualmente definido. Mas, uma vez que são ambos nomes própri os, o artigo não identifica um com o outro. b. Construções Pessoais no Plural63 1) Semântica e Dados no NT Vários eruditos do NT que abraçaram a regra de Sharp assumiram, sem garantia, que ela se aplicava a substantivos plurais. Aqueles que entenderam os requerimentos de Sharp sobre os substantivos singulares, assumiram, não obstante, que os substantivos plurais devem ter o mesmo referente ou referentes inteiramente distintos. A abordagem semântica deles é inadequada visto que uma única questão é levantada: São dois grupos idênticos ou distintos? Uma questão assim para a construção pessoal singular é obviamente adequada, porém, a natureza absoluta de uma construção plural exige que várias outras questões sejam feitas se quisermos ver seu alcance semântico completo. Quer dizer, já que a construção plural trata com grupos, podem haver outras possibilidades além da distinção e identidade absolutas. Teoricamente, de fato, há cinco possibilidades semânticas para a construção plural ASKS: (1) grupos distintos, embora unidos; (2) grupos justapostos; (3) primeiro grupo como parte do segundo; (4) segundo grupo como parte do primeiro; e (5) ambos os grupos idênticos. No NT, todos os grupos são representados, embora não sejam igualmente distribuídos. Discutiremos as estatísticas depois de vermos alguns exemplos. 2) Ilustrações Ambíguas a) Grupos Distintos, embora Unidos Todas as vezes em que o artigo estiver sozinho na construção ASKS, isso sugerirá algum tipo de unidade. Um grande número de exemplos no NT não implica nada mais que isso. Esse é um fenômeno também visto no português. Na sentença: "Os senadores e deputados aprovaram o orçamento de forma unânime", os dois grupos políticos, embora distintos, estão unidos em uma questão determinada.64
63 Para uma discussão detalhada, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substanti vos", 136-63, 219-44. De modo mais embrionário, ainda que com as mesmas conclusões, veja D. B. Wallace, "The Semantic Range of the Article-Noun-Kaí-i\joun Plural Construction in the New Testament," GTJ 4 (1983) 59-84. 64 Talvez essa ilustração não seja tão verdadeira para a vida quanto pretendia!
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
279
Quadro 28 Grupos Distintos, embora Unidos65 Mt 3:7
ttôv $ a p ia a ío )v Kai SaôôouKoáuv
os fariseus e saduceus Embora esses dois partidos fossem distintos, o artigo os une por uma razão específica. Essa é a primeira menção dos fariseus e saduceus em Mt, e pode ser significante o evangelista apresenta esses dois grupos em oposição ao precursor do Messias (Vale lembrar que historicamente foram desunidos, mas agora estão unidos). Os fariseus e saduceus são alistados juntos somente outras quatro vezes em Mt. Em cada exemplo, a estrutura é ASKS e os dois grupos estão juntos em oposição a Jesus.66 Mt 16:21
tcôv irpeapu iépcou
Kai á p x ie p é o v Kai y p ap p aT éw v os anciãos e principais sacerdotes e escribas Esses eram os três partidos distintos que formavam o Sinédrio. (Alguns têm erroneamente insistido que essa construção se encaixa na regra de Sharp porque esses três grupos se referem ao Sinédrio. No entanto, dizer que A + B + C = D não é a mesma coisa que A = B = C. Essa última equação representa o que é declarado na regra de Sharp.67)
At 17:12
tcôv»
. . . ywaiKcàv' . . . Kai áuôpcôv (as)... Mulheres . . . e homens
Cf. também Mt 2:4; Mc 15:1; Lc 9:22. b) Grupos Justapostos Os seguintes exemplos, em português, sugerem algumas ilustrações com grupos justapostos: "o pobre e doente", "o cego e ancião" etc. No NT, porém, isso é uma categoria escassamente atestada. Há apenas três exemplos.
65 Nessa e nas figuras seguintes, o artigo antes do primeiro substantivo e o K a í entre os substantivos são omitidos porque as figuras pretendem ilustrar a semântica, não as estruturas, da construção ASKS. 66 Veja Mt 16:1, 6, 11, 12. Veja também At 23:7 para o único exemplo desses dois grupos nessa construção. 7 A diferença entre as duas fórmulas é a diferença entre igualdade de status e iden tidade do referente. Somente se os escribas se referissem ao mesmo grupo a que os anciãos se reportavam é que o princípio de Sharp poderia ser invocado.
280
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Grupos Justapostos Ap 21:8
to lç ôè õetÀolç Kal áiríoioLç Kal épôeÀuyiiévoLç Kal (Jjoveüoiv Kal Trópvoiç Kal (jjappáKOLç Kal elôwÀoiáTpau; . . . tò pépoç aírucôv kv if| Àúpivri xf) KaiopéuT) xupl Kal Oeíu
Quanto, porém, aos covardes e incrédulos, e abomináveis, e assassinos, e impuros, e feiticeiros, e idólatras. . . a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre E óbvio aqui que o Lago de Fogo não está reservado somente para aqueles que se enquadram em todas as "qualificações", nem para aqueles que se encontram em somente uma delas. A idéia de grupos justapostos deve ser o significado aqui pretendido. Cf. também Mt 4:24; Lc 14:21. c) Primeiro Grupo como parte do Segundo Quando dizemos que o primeiro grupo é parte do segundo, significa que aquele está inteiramente incluído dentro do segundo grupo nomeado. A idéia seria "um X e [outro] Y". Por exemplo: "o surdo e aleijado", "os anjos e seres criados", "os cidadãos e residentes".
Primeiro Grupo como parte do Segundo Mt 9:11
tcâu TeA.G)V(ôv Kal àpapxa)A.(ôv os publicanos e [outros] pecadores
Lc 14:3
ò Iqaoôç c lttcu irpòç toíiç vopiKOÒç Kal Oapiaaíouç Jesus falou aos doutores da lei e [outros] fariseus
Cf. também Mt 5:20; 12:38; Mc 2:16; Lc 5:30; 6:35. d) Segundo Grupo como parte do Primeiro As vezes, a ordem entre os elementos é invertida do "primeiro como parte do segundo" para "o segundo como parte do prim eiro". Os termos, nas ilustrações, acima podem ser invertidos: "os seres criados e anjos", "O aleijados e surdo" etc. A idéia é "o X e [em particular] Y".
281
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
S egu n do G ru po com o p arte do P rim eiro
Mc 2:16
Lõóvxeç o tl èoBíei peià tcôv
quando viram que ele comia com pecadores e publicanos diziam a seus discípulos: "Por que ele come com publicanos e pecadores?" Há duas construções plurais ASKS nesse verso: ambas usando a mesma expressão, mas em ordem diferente. São elas respectivamente: (1) o segundo grupo como parte do primeiro; e (2) primeiro como parte do segundo. 1 Co 5:10
t o l ç TrleouéKTaiç Kal aptra^LU69
os avarentos e roubadores Embora alguém possa ser avarento sem ser rotulado de roubador, é duvidoso que o inverso pudesse ser verdadeiro. A idéia, então, é "o avarento e [especialmente] roubador". Cf. também 1 Tm 5:8; 3 Jo 5. e) Ambos os Grupos Idênticos A idéia de grupos idênticos é "X é Y ". O segundo substantivo funciona de uma maneira explicativa ou restritiva. Veja, v.g.:"Os Rubro-Negros e campeões mundiais de futebol", "Os que comem bem e se exercitam ficam fortes". Essa categoria possui mais
68 N A C/1,13 Byz et alii têm t c ô v
TeÀ w vw v
K a l
àpapToA w v
por t c ô v
àpapTW À côv
K a l
T eÀ co vcôv .
69 f\ é trocado por K a í em Lp46 N 2 D2 lF Byz, anulando a construção em uma larga proporção (embora admitidamente inferior) das testemunhas gregas para esse texto. O papiro Chester Beatty, embora antigo, dificilmente é um MS copiado cuidadosamente. A menos que seja encontrado em companhia de outra testemunha antiga e confiável, sua voz precisa ser um tanto diminuída. Veja o estudo magistral de Günther Zuntz sobre esse códice (The Text ofthe Epistles: A Disquisition on the Corpus Paulinum [London: Oxford University Press, 1953]). A partir de minha pesquisa preliminar, tenho notado que o segundo corretor do códice Claromontano quase sempre assimila o texto Bizantino. As sim, essa leitura não é tão formidável quanto parece.
282
Sintaxe Exegética do Novo Testamento exemplos que qualquer outra no NT, embora não sejam todos encontrados entre nomes nas construções ASKS plurais.70
Q uadro 32 A m bos os Grupos Idênticos
Jo 20:29
paKÚpLOi o l p q
í ô ó v t e ç Kai iriO T e ú o a v te ç Bem-aventurados o s que não v i r a m e [ainda] c r e r a m Dizer que não ter visto o Senhor ressurreto é uma barreira para ser abençoado é uma assertiva inadequada. Assim, nesse contexto, o Senhor está pronunciando uma bênção sobre os que creram, mas não o viram, em contraste com Tomé.
Ef 1:1
t o í ç à y ío iç t o iç o u o iv
[kv ’E (j)é o tp ] K a i triO T o lç kv X p L O tc â TqaoO que estão [em Efeso] e f i é i s em Cristo Jesus A. T. Lincoln, apesar de considerar Efésios como uma obra pseudônima, afirma, à luz das digitais da teologia paulina na carta, ser duvidoso que o autor estivesse especificando dois grupos capazes de serem distintos de qualquer outra forma.71 Marcus Barth, defensor da autoria paulina de Efésios, defende ser improvável que Paulo quisesse distinguir duas classes de cristãos, i.e., um grupo "fiel" maior distinto do outro grupo menor que é "santo". Essa distinção seria sem paralelo nas cartas paulinas. Mesmos os complicados coríntios são chamados "santificados" e "perfeitos" (1 Co 1:2; 2:6). Enquanto ocasionalmente Paulo pressupõe uma divisão aguda entre "os que são de fora" e "os de dentro", entre "os incrédulos" e "os fiéis", ele não abre margem para dividir a igreja de Cristo pela metade ou em três quartos. É provável que aqui a conjunção grega "e" tem o significado de "a saber". Ela serve para explicar e pode, portanto, ser omitida na tradução se seu intento for preservado.72
a o s s a n to s
70 Isso é, dos textos ambíguos. Uma razão básica é: particípios (e ocasionalmente adjetivos) encaixam-se nessa categoria "idêntica", mas não substantivos. Estes tendem a focalizar em qualidades inatas, estáveis ou permanentes, enquanto aqueles, nas ativida des (muitas vezes não declaradas) estruturais de tempo as quais podem ou não ser ca racterísticas. Assim quando alguém diz a verdade, ela não será necessariamente uma pessoa honesta. Uma pessoa que joga futebol não é necessariamente um jogador de fute bol. Aqueles que estudam não são necessariamente estudantes. Quando, porém, uma atividade marca certa pessoa de modo tal que se torne uma característica, as descrições dessa pessoa, às vezes, passam de particípio para substantivo. 71 Lincoln, Ephesians (WBC) 3-7. 72 Barth, Ephesians (AB) 1.68.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos Ap 1:3
283
paKapioç ò hvayivúyoKiov Kal ol aKoúouieç to u ç Âóyouç tt|ç upocjjrimaç Kal TrpoGmeç tà kv aútfi yeypappc va73 Bem-aventurado é aquele que lê e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas escritas nela E evidente que não toma parte da bênção aquele que somente ouve a profecia e não a obedece. A resposta dupla do ouvir e guardar é necessário se aquele for contado entre os pocKápioi.
Cf. também Mt 5:6; Mc 12:40; Lc 7:32; Jo 1:20; 2 Co 12:21; Fp 3:3; 1 Ts 5:12; 2 Pd 2:10; 2 Jo 9; Ap 18:9. f) Sumário Das 73 passagens alistadas, há 62 ambíguas. A situação é a seguinte: Distintos
26% do total 31% de construções claramente marcadas
Justaposição
4% e 5%
l 9 Subconjunto
10% e 11%
2a Subconjunto
5.5% e 6.5%
Idêntico
40% e 47%
Tabela 3 - Semântica das Construções Pessoais Plurais ASKS
No que diz respeito aos tipos de substantivos usados (considerando somente as passagens ambíguas), a tabela abaixo revela alguns padrões interessantes: D istintos Subs + Subs
Justaposição
1 2 Subconj. do 2°
Idêntico
1
1
13 1
Particípio + Particípio Misto: Part. + Subs.
8
Misto: com Particípio T otal
4
3
2
19
T o ta l
2
11
Adjetivo + Adjetivo
2- Subconj. do 1°
3
7
4
2
5
24
24
2
17
1
3
29
62
Tabela 4 - Tipos de Substantivos Usados nas Construções Pessoais Plurais
73 2053 2062 et pauci trazem
aKoéwv em
lugar d e
oi àKOÓovreç.
284
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 3) Textos Exegética e Teologicamente Significantes Há várias construções plurais de ASKS ambíguas, duas das quais têm valor exegético especial.74
Ef 4:11
oojtÒ ç
eõwKeu
to u ç
pèv
eúecYYeA.iGTCtç, touç ôè
àirooTÓ À ouç,
to u ç
ôè
upo4)f|Taç,
to u ç
ôè
noipévaç Kai ôiôaaKáXouç
ele concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros [como] pastores e mestres Esse texto discute sobre os líderes que Cristo concedeu à igreja para sua maturidade. O debate sobre esse texto focaliza-se na questão: se um dom ou dois são mencionados em: t o u ç ô è TTOiqévaç Kai õiôaoKáA.ouç. Muitos comentaristas vêem somente aqui um dom, pois erroneamente pensam que a regra de Granville Sharp deve aplicar-se exclusivamente nas construções plurais. Para os que não aceitam a tese de "um único dom", não há exemplos claros de substantivos usados em uma construção plural ASKS para especificar um grupo. N o entanto, não estamos fechando a questão, afirmando ser essa possivelmente a única opção de "grupos inteiramente distintos" no plural. A unidade desses dois grupos com um artigo coloca-os à parte dos ou tros líderes concedidos. A distinção absoluta, então, não está provavel mente sob consideração. A luz do fato de que anciões e pastores tinham funções similares no NT,75 uma vez que anciões deveriam ser mestres,76 os pastores também deveriam ser mestres.77 Além do que, presumivelmente, nem todos os mestres eram anciões ou pastores.78 Essa evidência sugere que os n o i p é v a ç eram parte dos ô i S a a K c t À o u ç em Ef 4:11. Essa probabilidade está de acordo com a semântica da constru ção com nomes plurais, pois a categoria I o subconjunto do 2o (primei ro como parte do segundo) é comprovada pelos textos claros e pelos ambígüos no NT. Assim, Ef 4:11 parece afirmar que todo pastor deve ser mestre, embora nem todo mestre seja pastor. Ef 2 :2 0
èiroiK oôop r| 0évT €ç ê irl tq
9epeA.ítú xcôv dnToaxóXtóv Kai itpoTiTCôi'
s e n d o e d if ic a d a s o b r e o f u n d a m e n t o
dos apóstolos e profetas
Esse texto se tornou um tipo de vara de condão nos círculos conservadores há alguns anos atrás, especialmente por causa da obra de Wayne Grudem. Ele afirma: "os apóstolos e profetas são idênticos". Isso é primordial para sua visão sobre a profecia no NT: de um lado, ele agarra-se a uma importante doutrina das Escrituras, ou seja, que os 74 Para uma discussão detalhada desses textos, bem como outras passagens ambíguas (e.g., Mt 21:12; At 15:2; Ef 3:5; Hb 5:2), veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 219-44. 75 Veja A. M. Malphurs, "The Relationship of Pastors and Teachers in Ephesians 4:11" (Dissertação de Th.M., Dallas Theological Seminary, 1978) 46-53. 76 Ibid., 52-53. 77 Ibid., 41-46. 78 Isso é difícil de avaliar visto que somente em Ef 4:11 pastores e mestres são mencionados juntos. Mas poucos textos mencionam mestre sem qualquer dica que também são pastores. Cf. Rm 12:7; 1 Co 12:28-29; Hb 5:12; Tg 3:1; talvez também 2 Tm 2:2. Cf. também F. Rienecker, Der Briefdes Paulus an die Epheser (Wuppertal: R. Brockhaus, 1961) 146; [J.] Calvin, Tfte Epistles of Paul to the Galatians, Ephesians, Philippians and Colossians (Grand Rapids: Eerdmans, 1965) 179, para uma conclusão semelhante (embora nenhum baseie-se sua visão nas considerações sintáticas).
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
285
autógrafos são inerrantes. Por outro, porém, crê que profetas não apostólicos na igreja primitiva e hoje misturavam erros com a verdade. Se em Ef 2:20, a igreja é construída sobre o fundamento dos apóstolos e outros profetas, então parece que Grudem: (1) precisa abandonar a fé na inerrância ou (2) afirmar que os profetas não-apostólicos somente falavam a verdade (e, se for assim, estão eles em pé de igualdade com os profetas do AT). Conseqüentemente, ele gasta muita tinta afirmando que nesse texto os profetas são idênticos aos apóstolos, enquanto que, em outros lugares no NT, os demais profetas são uma classe separada de indivíduos. Essa distinção lhe permite o luxo de abraçar a inerrância no NT enquanto admite que profetas hoje (como também acontecia com os profetas não-apostólicos do primeiro século) podem cometer erros em suas predições. Devemos nos resguardar de entrar na questão ampla dos charismata e da profecia falível em nossa análise aqui.81 Nosso ponto é simplesmen te: a evidência sintática é suficientemente e bastante contrária à visão "idêntica", ainda que a sintaxe tenha sido a base primária usada em favor dela. Como já vimos, não há exemplos claros de substantivos plu rais ASKS encaixando-se no grupo "idêntico" no NT. Interpretar desse jeito é carecer de base gramatical.82 As possibilidades mais fortes são: (1) os dois grupos distintos estão em vista ou (2) os apóstolos são vistos como um subconjunto dos profetas. 80 Grudem tem escrito inúmeros livros e artigos sobre o assunto da profecia do NT, culminando na sua tese de doutorado, "The Gift of Prophecy in 1 Corinthians 12-14", Universidade de Cambridge, 1978). Cf. também seu The Gift of Prophecy in 1 Corinthians (Washington, D.C.: University Press of America, 1982) onde ele dedica 24 páginas (82-105) para discutir Ef. 2:20). 81 Outros têm se posicionado contra a tese de Grudem sobre esse assunto. Note o seguinte: D. G. McCartney, review of Wayne A. Grudem, The Gift of Prophecy in 1 Corinthians, in WTJ 45 (1983) 191-97; R. A. Pyne, "The Cessation of Special Revelation as Related to the Pentecostal Movement" (Dissertação de Th.M., Dallas Theological Seminary, 1985) 36-39; M. Tumer, "Spiritual Gifts Then and Now," VE 15 (1985) 15-17; K. L. Gentry, The Charismatic Gift of Prophecy: A Reformed Response to Wayne Grudem (Memphis: Footstool, 1986); F. D. Famell, "The New Testament Prophetic Gift: Its Nature and Duration" (Tese de Ph.D., Dallas Theological Seminary, 1990) 7-8, 102-111, 189-309 (especialmente 243-53), 382-85, e passim; idem, "Fallible New Testament Prophecy/Prophets? A Critique of Wayne Grudem's Hypothesis," Master's Seminary Journal 2.2 (1991) 157-79; idem, "Is the Gift of Prophecy for Today? The Current Debate about New Testament Prophecy," BSac 149 (1992) 277-303; idem, "Is the Gift of Prophecy for Today? The Gift of Prophecy in the Old and New Testaments," BSac 149 (1992) 387-410; idem, "Does the New Testament Teach Two Prophetic Gifts?" BSac 150 (1993) 62-88; idem, "When Will the Gift of Prophecy Cease?" BSac 150 (1993) 171-202; R. F. White, "Gaffin and Grudem on Eph 2:20: In Defense of Gaffin's Cessationist Exegesis," WTJ 54 (1992) 303-20; R. L. Thomas, "Prophecy Rediscovered? A Review of The Gift of Prophecy in the New Testament and Today," BSac 149 (1992) 83-96; D. B. McWilliams, "Something New Under the Sun?" [review of Wayne A. Gradem, The Gift of Prophecy in the New Testament and Today], WTJ 54 (1992) 321-330. No estudo de Grudem, ele mistura as construções ASKS e as construções ASKS plural participial em Ef. 2:20. Os padrões semâticos, porém, de cada uma dessas construções não combina as construções ASKS plural subs+subs: Não há exemplos claros de nomes plurais mostrando identidade, enquanto que todos os particípios singulares e, virtualmente, todos os particípios plurais se encaixam nessa categoria. Para uma discussão detalhada, veja, Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 223-40.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
286
Se os profetas do AT estiverem em vista, então obviamente os dois gru pos distintos são a resposta que precisamos. Se, porém, os profetas do NT estiverem em vista aqui, isso favoreceria a idéia dos apóstolos como um subconjunto dos profetas. Em favor dessa segunda visão: Se os pro fetas do AT estiverem em vista, será algo incomum serem eles mencio nados em segunda posição. (2) Sempre que os apóstolos estão em uma construção plural ASKS, tomam sempre a primeira posição e o valor semântico da construção envolverá o primeiro grupo como uma parte do segundo (Io subconjunto do 2o). (3) Tomando a descrição da igreja como um edifício, como Paulo faz no contexto, e entendendo a metáfo ra dos apóstolos e profetas como alicerces desse edifício, parece difícil conceber que os profetas do AT estivessem na mente do autor. (4) A mesma construção ocorre em 3:5 onde se declara que o mistério já tinha sido revelado "aos santos apóstolos e profetas". Veja os profetas do NT claramente focalizados aqui. Uma vez que o contexto fala sobre alicerce e início da Igreja, seria consistente haver uma referência acerca do mes mo grupo de profetas tanto em 2:20 como em 3:5. Nossa conclusão, então, é: Ef 2:20 fala de "apóstolos e [outros] profetas". c. Construções Impessoais Há cerca de 50 construções impessoais ASKS no NT.83 Teoricamente, tais construções podem ter o mesmo alcance semântico que as constru ções pessoais plurais (i.e., podem ser distintas, justapostas, do tipo "pri meiro subconjunto do segundo", do tipo segundo subconjunto do pri meiro e idênticas [veja figuras acima]). Essa última categoria, porém, é muito rara, contando com apenas um exemplo claro. A categoria distin ta e as justapostas (especialmente o tipo "primeiro subconjunto do se gundo") são muito mais comuns. 1) Exemplos Ambíguos a) Entidades Distintas, embora Unidas Lc 21:12
õlcÓ^ouoiv, mrpaôiôóuteç elç tàç ovvaycúyàç Kal (jmlaKáç84 eles [vos] perseguirão, [vos] arrastaram até as sinagogas e prisões A razão para um único artigo é que ambos grupos são hostis aos discípulos.
Ef 3:12
év to exopçy r q u u a p p q a ía u Kal itpooaY cayiíu no qual temos ousadia e acesso Existe um relacionamento muito próximo entre ousadia e acesso, um é a atitude interna que corresponde à realidade externa representada pelo outro. to ■nXáxoc, Kal pfjKOç Kal úvjtoç Kal páGoç a largura e cumprimeto e altura e profundidade O autor está falando do amor de Deus em linguagem figurada, como se ele estivesse usando uma linha espiritual absoluta. Embora cada termo se refira ao amor de Deus, cada um aponta para um aspecto diferente e, assim, não são idênticos.85
Ef 3:18
8j Substantivos impessoais apresentam problemas especiais que estão além do escopo de uma estudo não especializado. Para discussão, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 167-84. 84 A L W X E A 0 A T 0102 33 f h 13 Byz omitem uxç.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos
28 7
Ap 1:9
K al
Eyò 'Iwáyyqç, ó àòeÂcJòç ú|iá)y Kal auyKotuGJuòç kv if) 0Aii|f€i
PaoileLtip eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação e reino Há duas construções ASKS aqui: uma pessoal e outra impessoal. A construção pessoal envolve um referente idêntico. O referente impessoal obviamente, não (a tribulação e reino não são a mesma coisa). O artigo mostra que João e seus leitores estão unidos tanto no sofrimento quanto na glória. Cf. também Lc 24:44; At 10:12; 21:25; 2 Co 6:7; Cl 2:19; Ap 20:10. b) Entidades Justapostas 2 Co 12:21
TTpoqiiaptqKÓTuy Kal pq (ieiavoqoáutcoy êtrl trj rácaGapaía Kal iropyeÍQt Kal àoeÀyeta aqueles que antes pecaram e não se arrependeram da impureza e prostituição e lascívia Esse é o único exemplo claro no NT,86 e, mesmo aqui, a justaposição é parcial: prostituição e lascívia são tipos de impureza.
tcôv
c) Primeira Entidade como Subconjunto da Segunda Cl 2:22
tà kv t á À p a t a Kal ô tõ a a K a À ía ç twv àyGpcJTiojv os mandamentos e doutrinas de homens Nem todo ensino é mandamento, mas todo mandamento deveria ser ensino.
A p 9 :1 5
eÂúGqoav o l té o o a p e ç ãyyeA.oi o l r p o ip a a p é v o i. e l ç Tqv w p av K a l q p é p a v K a l p fjv a K a l è v ia u t ó v
foram soltos os quatro anjos preparados para a hora e dia e mês e ano Cf. também Mc 12:33; Lc 1:6; 9:12; Rm 1:20; 16:18; Fp 1:7. d) Segundo Grupo como Subconjunto do Primeiro M t 2 4 :3 6
I l e p l õè t f jç r p é p a ç e K eíy q ç K a l copaç o ô ô e lç o íõ e u
mas concernente àquele dia e hora, ninguém sabe L c 6 :1 7
irá o q ç t f jç
'I o u ô a ía ç K a l 'Iep ou aaÀ q p
toda a Judeia e Jerusalém Cf. também Mc 6:36; Lc 5:17; Hb 13:16; Ap 14:7.
85 Alguns têm se confundido com esse texto, achando que ele se encaixa na regra de Sharp. Geralmente, essa confusão é exacerbada porque (1) todos os termos aparentemente se referem ao amor de Deus, ainda que aqui não deveria ser apropriado dizer que a extensão é idêntica ao peso; (2) a linguagem figurada compõe o problema porque a imagem e seu referente são ambos um tanto alusivo; e (3) Há uma confusão difundida acerca do referente a que a regra de Sharp se reporta: não é mera igualdade, mas é identidade que está sob consideração. 86 Outros canditados potenciais incluem 1 Co 7:35; 2 Co 10:1; Hb 7:18; Ap 17:13.
288
Sintaxe Exegética do Novo Testamento e) Ambas as Entidades Idênticas Há somente um exemplo claro desse tipo no NT.
At 1:25
àuáôei^ou ov èçeÃéçu . . . (25) A.a(3elv xòv tottov tfjç õiaKOvíaç Taútriç Kai áiroaTOÀfjç
Mostra[-nos] qual tens escolhido . . . (25) para tomar parte neste ministério e apostolado A presença do dem onstrativo T
2) Textos Exegética e Teologicamente Signficantes Há várias construções impessoais ASKS ambígüas. Algumas delas são exegeticamente importantes.87 Somente três serão abordadas. At 2:23
xrj cópiapévq PouXrj Kai irpoyvoúaei tou 9eoí> este [Jesus, entregue] pelo determinado conselho e presciência de Deus Se "presciência" define "determinação", isso abre a porta para que (seguindo para uma definição de trpÓYVcjoiç) o decreto de Deus seja dependente de sua onisciência. Porém, se os termos forem distintos, a relação pode ser inversa, a saber, onisciência é dependente do decreto eterno. Sem tentar resolver essa questão teológica completamente, podese afirmar, no entanto, que a visão "idêntica" é improvável. O significado menos atestado da construção impessoal é o ter idêntico referencial.88 A relação entre os dois termos aqui pode ser de distinção ou de subordinação mútua. No contexto de At 2 e à luz do argumento cristológico de Lucas "da profecia e da forma",89 a opção mais provável é que irpÓYVCJon; esteja baseado no úpiopévr| pou/bj. Assim, "presciência" é parte do "plano prederterminado"), pois um dos focos do capítulo é: o plano divino em relação à morte e à ressurreição do Messias. Desse modo, o decreto de Deus não está baseado sobre o fato dele simplesmente conhecer de antemão o que os seres humanos farão; mas sim, que as ações da humanidade estão baseadas na presciência no plano predeterminado de Deus.
to ú to v
87 Cf. Mt 24:3; At 2:23; 20:21; 2 Ts 2:1; Tt 2:13; 1 Pd 1:21; 2 Pd 1:10. Para uma discussão, veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos", 188-219. 88 Se identidade referencial estivesse implícita, o segundo termo deveria definir e esclarecer o primeiro. Todavia c5piopévr| (3ouA.rj, prima facie, é menos ambíguo que TrpÓYvuoiç devido a(o) (1) particípio esclarecedor e (2) falta de debate exegético sobre ò p í ( o ) em comparação com T r p ó y v c o o i ç (cf. R. Bultmann sobre T T p ó v v u o i ç em TDNT 1.715 16, e K. L. Schmidt sobre ó p í ( w em TDNT 5.452-53). 89 Tomando emprestado a frase de D. L. Bock, Proclamation from Prophecy and Pattern: Lucan Old Testament Christology (Sheffield: JSOT, 1987). 90 Veja Bock, ibid., 155-87, para uma discussão do uso do AT em At 2 como base para esse tema.
Artigos - Parte II: com múltiplos substantivos At 20:21
289
õiapapxupó|j,euoç Touôaíoiç xe Kal EÀÂr|au' x q v elç 9eòu p e t á v o ia v Kal iTÍaiiv elç xòv K Ú p i o v riptôv Tqaoôv testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo Um dos problemas exegéticos desse texto se relaciona ao kerigma paulino e ao uso de pexávoia. Duas das visões mais comum adotadas divergem-se reciprocamente. Por um lado, alguns eruditos consideram a construção como um quiasmo: judeus deviam ter fé e arrependimen to, os gregos.91 Embora seja verdade que converter-se a Deus seja um componente típico da apresentação do evangelho de Paulo aos gentios (cf. G1 4:8; 1 Ts 1:9),92 é bastante atípico da mensagem que ele enderaçava aos judeus.93 Isso também não é atípico à teologia de Lucas.94 Além disso, a construção ASKS, na menor das hipóteses, implica em algum tipo de unidade entre pexávoux e iríoxiç. Aqueles que adotam a visão quiástica não mencionam o problema. Por outro lado, vários eruditos afirmam que os dois termos têm referentes idênticos ou quase idênti cos, sendo persuadidos aparentemente pela suposta força da constru ção ASKS. Embora essa segunda visão leve em conta a estrutura do grego, ela não conta com a natureza impessoal dessa construção. A evidência sugere que, no uso de Lucas, fé salvífica inclui arrependi mento. Nos textos que falam simplesmente de fé, uma "abreviação teo lógica" parece ser empregada: Lucas ver arrependimento como o ato inicial do qual o todo pode ser chamado Tiíotiç.96 Desse modo, para Lucas, conversão é um processo de dois passos, sendo um passo a fé. Esse tipo de fé inclui arrependimento. Isso, naturalmente, se encaixa bem com a expressão freqüente do tipo 'primeiro subconjunto do se gundo' para as construções impessoais ASKS.
91 Cf. J. Roloff, Die Apostelgeschichte: Übersetzt und Erklãrt (NTD; Gõttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1981) 303; R. Pesch, Die Apostelgeschichte (EKKNT; Zürich: Benziger, 1986) 2 .202 .
92 É igualmente verdadeiro que iieiáaoLa dificilmente é uma palavra característica usada no corpus paulinum para descrever esse evangelho. (O grupo de palavras com |ietavoé usado somente cinco vezes nas cartas atribuídas a Paulo, principalmente em 2 Co e, especialmente, com referências a crentes [Rm 2:4; 2 Co 7:9,10; 12:21; 2 Tm 2:25].) Ainda que não se deva cometer o erro lingüístico de equações verbais conceituais; é isso, porém, o que acontece com a representação de Lucas sobre o discurso de Paulo em At 20, o qual tem muitos paralelos com as palavras encontradas nas cartas de Paulo. 93 Repetidamente em suas cartas, o apóstolo se dirige à atitude não penitente dos judeus não somente para com Cristo, mas também para com Deus e os próprios pecados deles (cf. Rm 2:17-29; 3:1-8; 9:1-3; 10:1-3, 18-21; 11:11-32; 1 Ts 2:13-16). A descrição de Lucas sobre o kerigma de Paulo também inclui a necessidade para o arrependimento dos judeus (At 13:44 47; 18:5-6; 19:8-9; 26:20; 28:24-28). 94 A declaração é encontrada na frase do Senhor em Lc 24:47, onde o arrependimento deve ser pregado a todos, começando com os judeus. Cf. também At 2:38; 3:19; 5:31. 95 Cf., e.g., F. F. Bruce, The Acts of the Apostles: The Greek Text with lntroduction and Commentary, 3d ed. rev. (Grand Rapids: Eerdmans, 1990) 431; S. D. Toussaint, "Acts," The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures by Dallas Seminary Faculty: New Testament Edition (J. F. Walvoord and R. B. Zuck, editors; Wheaton: Victor, 1983) 413. 96 Veja Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos," 210-13, para uma discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
290 2 Ts 2:1
'Eporcôpev Se úpôç, àòeÂcjjoí, ímép rf|ç irapouoíaç toi) Kupíou rpcâu 'Iqaoú Xpioxou Koà èmauvaYGOYÔÇ éu’ aòxóv Ora, rogamo-vos, irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com ele Esse texto impacta a discussão em alguns círculos evangélicos sobre o tempo do arrebatamento. Muitos pós-tribulationistas/nãodispensacionalistas têm considerado que os dois termos possuem o mes mo referente, precisamente porque entendem mal a regra de Sharp e seus requerimentos específicos. Visto que a construção ASKS envolve substantivos impessoais, o mais alto grau de dúvida é lançado sobre a probabilidade dos termos se refe rirem ao mesmo exemplo. Esse é especialmente o caso, visto que os termos apontam para referentes temporais concretos (a parousia e a reu nião dos santos), e visto que a categoria idêntica não é atestada com impessoais concretos no NT. Isso não significa ser impossível ver um arrebatamento póstribulacionista no texto, pois, ainda que as palavras possuam um referente idêntico, elas podem ter referentes simultâneos. Nosso único ponto é que, por causa do mal uso da sintaxe por alguns eruditos, certas abordagens sobre a teologia do NT têm, muitas vezes, sido lançadas sem uma consulta justa.
7. Conclusão Como já foi demonstrado, a construção ASKS é usada em vários textos com questões ricamente teológicas (e.g., a deidade de nosso Senhor, eclesiologia, os conceitos bíblicos de eleição e presciência, escatologia etc.). Embora essa seção tenha sido desproporcionalmente longa, era necessário de nossa parte um tratamento corretivo, visto que a gramática grega tem sido utilizada sem propriedade para sustentar várias posições.
C. Conclusão do Artigo, Parte II A história dos estudos do NT envolve muitas ironias. Uma tem a ver com a sintaxe do artigo: Se por um lado, a regra de Colwell, como aplicada a Jo 1:1, tem sido tomada como um trunfo pelos trinitarianos em muitos debades cristológicos, embora a regra realmente não diga nada sobre a definição de 0e óç. De fato, um exame do NP pré-verbal anarthro e da Cristologia do Quarto Evangelho fortemente sugerem uma força qualitativa para 9eóç (uma visão que afirma a deidade de Cristo de maneira forte, mas por diferentes razões). Por outro lado, a regra de Sharp tem sido também mal entendida, diminuindo a certeza no que diz respeito ao seu valor em textos repletos de cristologia. Ela tem sido aplicada cautelosa e exarcebadamente em Tt 2:13 e 2 Pd 1:11 por trinitarianos há dois séculos. No entanto, um entendimento próprio da regra mostra que ela possui o mais alto grau de validade dentro do NT. Conseqüentemente, essas duas passagens estão tão seguras quanto qualquer outra no cânon quando ela identifica Cristo como 0eóç. Q7
Cf., e.g., F. F. Bruce, 1 & 2 Thessalonians (WBC; Waco, TX: Word, 1982) 163; L. Morris, The First and Second Epistles to the Thessalonians (NICNT; Grand Rapids: Eerdmans, 1959) 214.
Adijetivos Panorama I. Usos "Não-Adjetivais" do Adjetivo................................................................... 292 A. Uso Adverbial do Adjetivo............................................................................. 293 B. O Uso Independente ou Substantivai do Adjetivo..................................... 294 II. Os Usos das Formas do Adjetivo do Positivo, Comparativo e Superlativo................................................................................... 296 Introdução
....................................................................................................... 296
A. O Uso do Adjetivo Positivo......................................................................... 297 1. Uso Normal........................................................................................ 297 2. Positivo usado como Comparativo................................................... 297 3. Positivo usado como Superlativo...................................................... 298 B. O Uso do Adjetivo Comparativo............................................................... 298 1. Uso Normal...........................................................................................299 2. Comparativo usado como Superlativo.............................................299 3. Comparativo usado como Elativo 300 C. O Uso do Adjetivo Superlativo.................................................................. 301 1. Uso "Norm al".......................................................................................301 2. Superlativo usado como Elativo..................................................... 303 3. Superlativo usado como Comparativo.............................................303 III. A Relação do Adjetivo com Substantivos........................................................ 306 A. Quando o Artigo estiver Presente............................................................. 306 1. A Posição Atributiva............................................................................ 306 2. A Posição Predicativa.......................................................................... 307 3. Sumário.................................................................................................. 308 B. Quando o Artigo estiver Ausente..............................................................309 1. As Construções Anarthras Adjetivo-Nome..................................... 309 -►
2. As Construções Anarthras Nome-Adjetivo..................................... 310 3. Determinando a Relação entre Adjetivo e Nome nas Construções Anarthras: Algumas diretrizes............................311 4. Algumas Passagens Exegética e Teologicamente Importantes........................................................................................... 312
291
292
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Bibliografia Selecionada Abel, Grammaire, 127-30 (§32), 149-53 (§37); BDF, 125-29 (§241-46); Brooks-Winbery, 65-67; Dana-Mantey, 115-22 (§127-32); Moule, Idiom Book, 93-98; Porter, Idioms, 115 24; Robertson, Grammar, 401, 413, 650-75; Tumer, Syntax, 29-32, 185-87, 225-26; D. B. Wallace, "The Relation of Adjective to Noun in Anarthrous Constructions in the New Testament," NovT 26 (1984) 128-67; Young, Intermediate Greek, 80-84; Zerwick, Biblical Greek, 47-51 (§140-53).
Introdução Basicamente, apenas três questões precisam ser feitas sobre o adjetivo: (1) Qual é a sua relação com o substantivo (ou outros nomes) e como explicá-la? (2) As formas positivas, comparativas e superlativas são realmente usadas para além de suas nuanças normais? (3) O adjetivo pode funcionar independente de um nome? Essas questões serão tratadas inversamente da ordem dada (ou de modo quiástico), começando com as questões de menor importância (exegética) para as de maior importância.
I. Usos "Não-Adjetivais" do Adjetivo Introdução Seu papel básico é: ser um modificador do substantivo ou outro nome. Como tal, é passível de modificação pelo advérbio. Contudo, ele freqüentemente apresenta também outras nuanças: substitui um nome ou advérbio. Seu papel nominal é uma extensão natural do adjetivo quando se omite o nome. Seu papel adverbial é mais idiomático, comumente reservado para ocasiões especiais. Substantivai
Adjetival
Adverbial
Independente
Dependente do Nome
Dependente do Adjetivo ou Verbo
Tabela 5 ^4s Funções do Adjetivo
Adjetivo: não adjetivais
293
A. O Uso Adverbial do Adjetivo 1.
Definição O adjetivo é, às vezes, usado no lugar de um advérbio. Alguns usos são análogos ao português coloquial: "Eu estou fazendo direitinho", ou "Vem aqui rápido!". Outros exemplos, mais freqüentes, envolvem idiotismos adjetivais, e.g., o adjetivo acusativo neutro usado como advérbio. (Tão surpreendente quanto parece, o uso adverbial idiomático é freqüente, se não normalmente, articular). Esses incluem um grande grupo de estereótipos, v.g., (Ipayú, ÂoiTTÓv, pÍKpov, pÓVOV, TTOlÚ, TTpGÒXOV, UOXÇpOV, KXÀ.
2.
Ilustrações
Mt 6:33
ÇriTeIxe ôè xpcaxov xqv PaaiXeíav xoü 0eot> Buscai, pois, primeiro, o reino de Deus
Jo 1:41
eiípíoxei ouxoç xpcâiou xòv áôeA4>òv xòv l õ i o v Zípwva ele primeiro acha seu próprio irmão, Simão Se a variante irpcôxcx; (achada em X* L Wsupp V A A Byz et alii) for original, a idéia será: "André foi o primeiro seguidor de Jesus que se converteu". A leitura xpcàtov . .. significa que a primeira coisa feita por André após ser chamado foi achar seu irmão . . . "}
Jo4:18
xévxe ãvõpaç eoyçç Kai vüv ov exeLÇ 0P)K eottv aou àvr|p xoüxo áXr|0èç eípr|Kaí;.2
Cinco maridos já tiveste e o que tens agora não é teu marido. Isso disseste verdadeiramente. Jo 10:10
èyò) rjXGov iva C^qv ’éxa>oiv Kai iTepioaòv èxtoaiv eu vim para que tenham vida e a tenham abundantemente
Fp 3:1
xò XoiitÓv , áôel
Cf. também Mt 9:14 (xo/Uá); Mt 15:16 (áKpqv); Mc 1 2:27 (xoXú); Lc 17:25 (xpwxov); At 27:20 (àoiitÓv); 2 Co 13:11 (Xoixóv); 1 Pd 1:6 (òXíyov).
1 B. M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament (New York: United Bible Societies, 1971) 200. 2 O adjetivo é áspero até no grego. Previsivelmente, alguns escribas mudaram-no para o advérbio àXr)9(âç (conf. NE pauci). Note também a variante de leitura (=»./.) em At 14:19 (âXqOèç Aiyoixnv) em 81 1739 et alii.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
294
B. O Uso Independente ou Substantivai do Adjetivo 1.
Definição O adjetivo tem freqüentemente uso independente do substantivo, i.e., funciona nominalmente (em casos onde há a implicação de um substantivo ou o emprego de uma característica lexical de um nome).
2. Claríficação Comumente, nem sempre, um adjetivo substantivai será articular a fim de indi car uso substantivai. Algumas palavras, e.g., KÚptoç (“Senhor"),3 eprpoç ("de serto"), õiápoÀoç ("caluniador", ou, o nome, "o diabo"), e ír/ioç ("santo", ou, o nome, "santo"), com freqüência funciona como nomes anarthros visto serem freqüentes ou usualmente independentes no NT. Outros adjetivos, porém, comumente requerem o artigo a fim de deixar claro que estão sendo usados como substantivos. Além disso, quando o adjetivo é substantivai, seu gênero geralmente fixa-se pelo sentido, não pela concordância gramatical.4 Ou seja: Caso se refira a um homem, ele será comumente masculino; caso se refira a mulher, feminino; caso se refira a uma entidade ou conceito, neutro.
3.
Ilustrações
Mt 6:13
püaai qpâç àtrò x o ü TOvnpoO Livra-nos do maligno O diabo está em vista aqui, não o mal em geral. (Porém, em 5:39 só o homem mal está em vista). Esta é uma das muitas passagens mal traduzidas pelas versões portuguesas: "livra-nos do mal". A oração não é um pedido para livramento do mal em geral, mas das garras do pró prio maligno.
Mt 13:17
TTOÀ.A.OÍ rrpocjrrpou Kal ôiKatot muitos profetas e justos [homens] Não há artigo, mas õikociol claramente seria tomado substantivamente. Provavelmente, devido ao fato de que ttoââol ser adjetivo pronominal, o artigo não é exigido. Aproxima-se, pois, essa construção da construção
3 Embora Kcpioç originalmente fosse adjetivo, ele sempre funciona como substantivo no NT (BAGD, s.v. K Ú pm ç, I). 4 Uma exceção é quando um substantivo particular é consistentemente omitido, e.g., r p é p o c (cf. f ) è(3ôópr| em Hb 4:4) ou x ^ í p (cf. q õ e f j i á em Mt6:3). O termo Koivf| com referência ao grego modifica um ô i o c À 6 K T O ç entendido (um substantivo feminino de segunda declinação). Em tais exemplos, o gênero do adjetivo é fixado por sua concordância com o substantivo omitido. Assim também, uma quantidade de termos é consistentemente usado no neutro, embora se refiram a pessoas (veja Robertson, Grammar, 653-54).
295
Adjetivo: não adjetivais
plural de Granville Sharp (veja o último capítulo, Parte II, para uma discussão). Lc 6:45
ó áy aG ò ç auGpwiroç é c xou àyaG oú G qaaupoü Tfjç
tò á y aG ó v ,
irovrpòç
m p ô ía ç npoipcpcL
irouripoC TTpoc^épeL xò irouripóu5 o bom homem do bom tesouro de seu coração tira coisas boas, o mal [homem] do mal [tesouro de seu coração] tira coisas más K al ó
4k to ü
At 2:33
xfj ôe£iâ xou GeoD òi|/ü)0etç tendo sido exaltado à direita [mão] de Deus
Rm 1:17
ò õè ÕLKatoç 6K TTLOxemç Çijoexat mas o justo [pessoa] viverá pela fé
2 Co 6:15
zíc
iie p iç
TTLOtcõ p cxà áiú axo u ;
Que parte tem um crente com um incrédulo? 1 Co 13:10
òxau õè càGt] xò xéÀetou, xò ck pépouç Kaxapyr|Gr|oexai Quando, porém, vier o perfeito, o que era em parte será aniquilado Embora não haja nenhuma objeção a xeleiov se referir ao fechamento do cânon gramaticalmente (pois o adjetivo naturalmente seria neutro caso se referisse a um objeto, mesmo se o substantivo inferido fosse femini no, v.g., ypacjrrj), é difícil ver tal hipótese nessa passagem, pois isso pres supõe que: (1) Paulo e os coríntios sabiam que ele estava escrevendo o texto sagrado, e (2) o apóstolo previu o fechamento do NT antes do retomo do Senhor.6 Uma visão mais provável é: o "o perfeito se refere à vinda de Crsito7 (note o término dado no v. 12 [xóxe] como "face a face/g um referência pessoal que não comporta facilmente a visão do cânon).
Cf. também Mt 19:17; 27:29; Mc 1:4; At 5:31; Rm 8:34; 12:9, 21; 1 Co 1:20, 25-28; G1 4:27; Ef 1:20; 2:14, 16; 1 Tm 5:16; Hb 1:3; 1 Pd 4:18; 1 Jo 2:20; Ap 3:7.
5 O artigo é omitido antes de áyaGóv em D W ef pauci. 6 G. D. Fee, The First Epistle to the Corinthians (NICNT) 645, n. 23, comenta que essa "é uma visão impossível, visto que Paulo mesmo não teria usado o artigo". 7 Alguém poderia objetar que a referência não é à vinda de Cristo porque o adjetivo é neutro, visto que este üpo de adjetivo é, às vezes, usado para pessoas por razões retóricas, princípios aforísticos, suspense etc. Cf. Mt 12:6, 41; 1 Co 1:27-28; Hb 7:7. 8 Isso não diz necessariamente que os dons de sinais continuariam até a Segunda Vinda, pois, na mente de Paulo, ele estaria vivo quando Cristo voltasse (cf. 1 Ts 4:15). Uma antecipação assim, sumariamente remove desse texto a sustentação da posição carismática ou cessacionista sobre os dons de sinais.
296
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
II. O Uso das Formas do Adjetivo Positivo, Comparativo e Superlativo Introdução Os termos "positivo", "comparativo" e "superlativo" se referem a diferentes formas do mesmo adjetivo quanto ao grau usado. Assim, e.g., temos: "alto" (forma positiva), "mais alto que" (comparativa) e "altíssimo" (superlativa).9 O adjetivo positivo focaliza as propriedades de um nome em termos de tipo, não de grau. Em certo sentido, ele infere noção absoluta. Assim: "A casa verde" não compa ra a "verdidão" de uma casa com outra, pelo contrário, simplesmente identifica uma casa particular como verde. Mas: "a mulher alta", embora tenha noção absoluta, infere-se (sem considerar quantas outras mulheres altas existiriam, essa classe ainda pertence àquela classe), uma comparação implícita é vista com freqüência. Em tais exemplos, poderíamos dizer que a comparação é intercategórica, i.e., entre duas dife rentes categorias (v.g., "alto" e "baixo"). Com o adjetivo positivo, contraste e compa ração não estão explícitos, o foca está na qualidade, não no grau. O adjetivo comparativo e o superlativo focalizam a propriedade de um nome em ter mos de grau, não de tipo. Eles inferem noção relativa, em lugar de absoluta. As sim: "A mais alta" fala apenas da altura de uma mulher em comparação a outra. Ambas podem ser baixas. A questão é grau, visto que altura é uma qualidade que ambas partilham. Assim, adjetivos comparativos e superlativos podem ser intracategóricos. A diferença entre o adjetivo comparativo e o superlativo não está no tipo nem no grau, mas no número. Adjetivos comparativos basicamente comparam duas entida des apenas (ou pessoas, idéias etc.). Adjetivos superlativos basicamente comparam três ou mais adjetivos. No NT, porém (e no Koinê, em geral), há muita justaposição no uso entres essas categorias. Finalmente, o elativo é um termo usado com o adjetivo comparativo ou superlativo para descrever intensificação da noção positiva (traduz-se muito antes da forma po sitiva). Isto é, como adjetivo positivo, o elativo focaliza o tipo, não o grau. Embora a forma de um adjetivo seja comparativa ou superlativa, no significado não há com paração explícita. MeíCwu (comparativo em forma, "maior que"), e.g., pode, em algumas ocasiões, ter força elatina, "muito grande".
9 Devo agradecer a Roberts ("Bobs") Johnson por sua obra sobre adjetivos compa rativo e superlativo no NT, feito no curso de Grego Avançado do Seminário de Dallas, primavera de 1993.
Adjetivo: positivo
297
A. O Uso do Adjetivo Positivo 1.
Uso Normal Normalmente, o adjetivo positivo não faz nenhum comentário sobre qualquer objeto, senão sobre aquele que ele modifica (ou, se for adjetivo predicativo, o objeto fará uma afirmação sobre o mesmo). Ele simplesmente qualifica o nome com o qual relaciona-se (e.g., "um bom homem" não indica que esse homem particular é melhor [a idéia comparativa] que outros homens. Esse uso é roti neiro.
At 27:14
auepoç
iix |)gjvikÓç
um vento violento Rm 7:12
q evxoÂq à y ía K al ôiKaía K al àyaGq o mandamento é santo e justo e bom
Ap 20:2
ô òcjuç ó ápxocíoç a antiga serpente
2.
Positivo usado como Comparativo Em raras ocasiões, o adjetivo positivo pode ser usado como um comparativo.
Mt 18:8
KaÀóv aoí éaxty eloelGelv elç xqr> (caqu kuAAÓu é m elhor para ti entrares na vida Aqui, q é usado depois da sentença comparativa. Obviamente, a idéia adjetiva positiva é insuficiente, i.e., é necessário haver a comparação: não é o ser bom em si mesmo, mas o bom para entrar na vida!
Lc 18:14
Kaxéfíq
1 Co 10:33
omoç ôeõiKaKopévoç elç xòv o lk o v aòxoò trap’ eKelvof este homem desceu para sua casa mais justificado do que aquele Neste texto particípio adjetival funciona como adjetivo. Zerwick nota: a ênfase nas palavras de Jesus está no fato de que o publicano foi "justifi cado, enquanto o outro homem não". Uma tradução melhor seria: "mais justificado do que o outro"}0
pq Cqxâi' xò épauxob aúpcjtopov àlÀà xò xúv toA,A,g3v Não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos Certos adjetivos substantivais desprovidos da noção de comparação, menos que lexicalmente implícita (esp. irokáç), são usados em uma com paração implícita. Cada exemplo não segue o padrão estrutural dos adjetivos comparativos (i.e., eles não são seguidos de genitivo ou q).
Cf. também Mt 24:12; Lc 16:10; Jo 2:10. 10 Zerwick, Biblical Greek, 48. Mostra que o particípio adjetival funciona comparativa mente em sua colocação com rrap ’ ckcivov. Trapá + acusativo é usado regularmente em comparações (cf. Lc 3:13; Hb 1:4; 3:3; 9:23; 11:4; 12:24). No entanto, em uma comparação assim, "um membro [da comparação] pode receber tão pouca atenção quanto passar da consideração inteira, 'mais que' torna-se “em lugar de, ao invés de, com exceção de" (BAGD, s.v. irapá, III. 3 [p. 611]).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
298
3.
Positivo usado como Superlativo Ocasionalmente, o adjetivo positivo é usado no lugar de um adjetivo superlati vo. Quando o adjetivo estiver na posição atributiva e for usado com o artigo por excelência, terá a força do adjetivo superlativo. Raramente, um adjetivo predicativo também funciona como superlativo.
Mt 22:38
autr) kaxlv f] peyáÀri
Lc9:48
ò liLKpóxepoç kv Trâaiv òplu . . . ècmu piyaç o menor entre todos vós . . . é grandíssimo.
Lc 10:42
Mapiàp, Tqv áya0T)v pepíõa è^eAiÇato Maria escolheu a boa [=melhor] parte É possível que o adjetivo aqui funciona como comparativo ("Maria escolheu a melhor parte que").
Hb 9:3
kccI rrpcóxri kvxoXr] este é o grande [=maior] e o primeiro mandamento
ayux àyítov11 o Santo dos Santos A idéia é "o mais santo de todos os lugares santos". Visto que, ao hebraico faltam as formas comparativa e superlativa, algum tipo de circunlocução era necessário para sugerir essa noção. Com freqüência, um genitivo de lexema semelhante ao do nome principal (ou adjetivo) era tão usado quanto vemos aqui. Tais expressões eram raras no grego, muitas das expressões do NT devem-se à influência semítica e outras são extrações do AT. Cf. também pomAeiiç ÇkzolXhúv e KÚpioç Kiipíwv em Ap 17:14 e 19:16;' EPpaloç èE, ' EPpoácov em Fp 3:5.12
Cf. também Lc 1:42 (particípio adjetival); Ap 22:13.
B. O Uso do Adjetivo Comparativo Muito menos freqüente que a forma positiva do adjetivo são a comparativa e superlativa. Há aproximadamente 7399 adjetivos positivos, 198 comparativos e 191 superlativos no NT.13 11 A construção com duplo artigo (rà avia twv ãyí uw) se acha em várias testemunhas (e.g., Nc B Dc K L 1241 et pauci). 12 Amenos que K Ú p i o ç seja contado como adjetivo, Hb 9:3 é o único lugar no NT onde ocorre essa construção com dois adjetivos. 13 Os números, baseados inicialmente em uma pesquisa no acCordance, não são exatos. De acordo com o acCordance, há somente 39 superlativos no NT. Esse número precisa ser modificado, visto que a versão corrente do acCordance tem acrescentado mal um número de termos, tratando-os funcionalmente, e não morfologicamente. Nem T i p w T O ç (100 exemplos), e.g., nem ( c r / a r o c (52 exemplos), ambos adjetivos superlativos em forma, são acrescentados no acCordance/Gramcord. Todavia, esses incluem 152 dos 191 superlativos no NT. Assim, freqüentemente, o acCordance classifica um adjetivo que funciona adverbialmente. Não se sabe quantos adjetivos são acrescentados assim.
299
Adjetivo: comparativo
1.
Uso Normal O adjetivo comparativo normalmente faz uma comparação (como seu nome sugere). O grupo mais amplo de exemplos envolve comparação explícita onde o adjetivo é seguido por genitivo de comparação ou a partícula rj ou, menos freqüente, por Trapá ou üirép. O adjetivo comparativo freqüentemente, porém, é usado substantivado, deixando muitas vezes a comparação implícita.
Mt 12:6
Àéyto ijfiiu otl toü lepoü pelCóv èoTLv t5ôe eu vos digo, [algo] maior que o templo está aqui
Mc 10:25
eÚKomÓTepov ècm y KápqÀov õ ià Tfjç TpupaÃiâç tt] ç pacjnôoç ôieÀOei v r|TTÂoúaiov eiç Tqv PaaLÂeíau toü Beoü elaeÀOelu é mais fácil para um camelo entrar pelo buraco de uma agulha que um
rico entrar no reino de Deus Fp 1:14
Hb 4:12
touç nXeíovaç tgju áõeÀ(]>MV kv Kupíco TTCTTOiGÓTaç tolç õeopoLç pou TicpLoooTcpcaç TOÀpâv . . . [conseqüentemente] muitos dos irmãos, visto que estão confiantes no Senhor por causa das minhas cadeias, tanto mais desafio . . .
Çcâv ò ÀÓyoç
toü
0eoü
kocl
évepyfiç
k< x'l
Topokepoç üirèp -rrâoaa
p á ^ a Lp a u ÔLO Top ou
A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante do que qualquer espa da de dois gumes Cf. também Jo 4:41; Rm 9:12; Hb 1:4; 1 Pd 3:7.
2.
Comparativo usado como Superlativo Embora relativamente raro, o adjetivo comparativo pode ser usado com sentido superlativo. Como Turner afirma, é importante para a exegese "a infiltração do comparativo no domínio superlativo, de modo que o tradutor atento não perderá a oportunidade de traduzir um pelo outro, se necessário. . . " 14
Lc 9:48
ò jHKpÓTepoç kv Ttãoiv üplu . . . koxtv péyaç o menor entre todos vós . . . é grandíssimo Note também que a forma positiva péyaç é usado em sentido relativo.
1 Tm 4:1
kv úcrcépoiç Kmpolç ánooTrioouTaL t l v ê ç Tfjç iríoTecaç nos últimos tempos alguns apostatarão da fé
1 Co 13:13
vuvi ôè péveL to Ó tco v f)
ttlo tlç ,
éÀiúç, àyáiTT), Tà Tpía Tcaruã peíÇoou õè
àyáirq
mas agora permanece a fé, a esperança, amor, estes três. Mas o maior destes é o amor As vezes, discute-se se (IclÇgjv funciona aqui como superlativo. A favor 14 Tumer, Syntax, 2-3.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
300
do "verdadeiro comparativo" está o fato de que embora haja um bom tratamento do alcance das funções dos adjetivos comparativos e superlativos no grego helenístico, é, no entanto, verdade que o comparativo usado como superlativo é relativamente raro no NT. WinerMoulton afirmam, e.g., que fé e esperança são uma unidade e, assim, amor é comparado somente a uma entidade: "fé-esperança".15 Um problema com essa visão é: as sutilezas da mesma e a falta de base gramatical: fé e esperança não se opõem ao amor; pelo contrário, todos agrupam-se.16 Mais recente, Martin considerou \ieíÇuv como um verdadeiro comparativo, afirmando que o sentido da passagem é "mas maior que estes [três] é o amor [de Deus]".17 Essa opção, também, falha por ser exageradamente sutil: Por que deveríamos acrescentar "de Deus"? O contexto não indica isso, e o artigo com (r;é~\\, na última oração do verso, é quase certamente anafórico. Se for, então o mesmo amor está em vista em todo o verso.18 Cf. também Mt 18:1; Mc 9:34.
3.
Comparativo usado como Elativo O adjetivo comparativo é, às vezes, usado com sentido elativo. Ou seja: a qualidade expressa pelo adjetivo é intensificada, mas não é feita uma comparação (e.g., ó Laxupóxepoç áuf|p poderia ser "o homem muito forte", e não "o homem mais forte que"). O sentido elativo no grego clássico normalmente era usado como uma forma superlativa. No Koinê, o comparativo transpassou o domínio do superlativo. a.
Exemplos Claros
At 13:31
oç dxt)0q éui riliépaç uXeíouç o qual foi visto por muitíssimos dias
At 17:22
Ktrax Tremia
úç ôetOLÔaipoueotépouç úpãç Oetoptú em tudo vos vejo muito religiosos A ACF tem "em tudo vos vejo um tanto supersticiosos". Tal tradução é lingüisticamente desnecessária, visto que o comparativo tem um uso bem estabelecido como um elativo no Koinê. Além disso, esse termo particular, ôçioiôoúpov, é freqüentemente usado com sentido neutro
15 "Devemos ficar com, o maior destes (entre) o amor; o comparativo sendo escolhido porque amor é contrastado com fé e esperança como uma categoria" (Winer-Moulton, 303 [itálico original]). 16 Além disso, esta visão quase sempre exige sentido diferente para ouioç nas duas metades do verbo ("estes três", "o maior que estes [dois]"), uma abordagem que, na melhor das hipóteses, não é natural. Todavia, Winer-Moulton tenta escapar do problema traduzindo: "o maior dentre estes é amor", que, de cara, é realmente uma noção superlativa! 17 Cf. R. R Martin, "A Suggested Exegesis of 1 Corinthians 13:13," ExpTi 82 (1970-71) 119-20. 18 Para outros argumentos contra a visão de Martin veja D. A. Carson, Shozving the Spirit: A Theological Exposition of 1 Corinthians 12-14 (Grand Rapids: Baker, 1987) 72-74.
Adjetivo: superlativo
301
em outras literaturas,19 e "na introdução laudatória do discurso de Paulo diante do Areópago . . . deve significar religioso...''.20 Cf. também At 21:10; 24:17; 2 Co 8:17. b. Mt 13:32
Um Exemplo possível e exegeticamente Importante o piKpÓTepov piv koxiv m v u ov xGw oiTeppcíTMv [o grão de mostarda. ..] que é menor que todos os grãos ou talvez que é muito menor entre todos os grãos A primeira tradução citada acima trata o adjetivo em seu sentido comparativo, enquanto a segunda, no elativo. Isso tem criado uma dificuldade teológica para o evangelicalismo: Jesus parece estar declarando que o grão de mostarda é menor que todos os outros grãos quando, de fato, não é o menor (a orquídea selvagem é a menor). Uma solução típica para isso é: o adjetivo é elativo. A justificativa para considerá-lo assim é dupla: (1) Como já tem sido estabelecido, o adjetivo comparativo ocasionalmente tinha sentido elativo no NT, e (2) o genitivo iráuTov x(òv OTTeppárcov, em lugar de ser um genitivo de comparação, poderia ser "dentre . . . ", como ocorre em Mt 23:11, Jo 8:7, At 19:35, 1 Co 2:11, G1 2:15 etc. No entanto, parece superficial, pois, embora seja possível tomar como elativo, não é provável. Fora de nosso conhecimento científico moderno, poucos entenderiam p n c p ó i e p o v como elativo. Semelhante a 1 Co 13:13, um adjetivo comparativo seguido por genitivo deveria ser tratado como comparativo. Em ambos os casos, a comparação ocorre entre mais que dois itens funcionando como superlativo. Outras abordagens (as que tratam pncpórepor' como superlativo) são: (1) o i r é p p c c é usado, indicando um grão semeado; o grão de mostarda é o menor de todos eles; 21 (2) dentro da cosmovisão dos agricultores palestinos, o grão de mostarda era a menor semente; (3) a declaração é proverbial (sendo assim Jesus alude ao provérbio para efeito retórico). A gramática não resolve esse problema, mas dá uma direção (ou seja, comparativo usado como superlativo). Parece que muitos têm feito tempestade em copo d'água (ou, árvore sombrosa de um grão de mostarda, como o texto sugere!)
p iK p ó r e p o v
C. O Uso do Adjetivo Superlativo 1.
Uso "Normal" No grego helenístico, a verdadeira noção superlativa havia alcançado um gran de avanço com o adjetivo superlativo. Essa noção era mais "normal" em nomes do que se sugere. Embora seja mais freqüente que outros usos, a margem é desprezível.
19 Veja BAGD, s.v. ôeioLÔaípcjv; Moulton-Milligan, s.v. õeujiõai|iovía, óeLOLÔaípwv. 20 BAGD, ibid. Cf. F. J. F. Jackson e K. Lake, The Beginnings of Christianity, Part I: The Acts of the Apostles (Grand Rapids: Baker, 1979 [reprint ed.]), vol. 4 (by K. Lake and H. J. Cadbury), 214, para outros argumentos. 21 Mc 4:31 acrescenta o qualificador: "quando é semeado, é a menor" (óxav a ira p fj è ifl t r j ç Ypç, (iL K p ó w p o v ). No entanto, o iré p p a também é a palavra típica para semente, quer semeada ou não.
302
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Esse uso "normal" é amplo devido aos exemplos de Típcôxoç e eo/aioç, que juntos contam por muitas das formas superlativas no NT. Essas duas necessida des precisam ser tratadas separadamente, visto que afetam os dados. Fora esses dois termos, aproximadamente metade das formas superlativas no NT funcio nam como superlativos.22
Jo 11:24
ávaoxfjoexca èv xf| ávaoxáoei èv xf| èo/áxq rpépa ele ressurgirá na ressurreição no último dia
At
ouxoi ol ctv0po)iTO L ôoôAoi xoô 0 e o ü xoô úi|fíoxou eloív estes homens são servos do Deus Altíssimo
1 6 :1 7
1 Co 15:9
èycò equ ó èAáxtoxoç xcôv àiTOOxóAcjv eu sou o menor dos apóstolos
Ef 3:8
èpoi xcô èAaxioxoxèpio návxcov áyítúv a mim, o menor de todos os santos Este é o comparativo do superlativo, talvez cunhado para a ocasião!23 Uma tradução mais literal seria: "menorzíssimo".24 Um argumento interessante para a autenticidade de Ef é essa nota autobiográfica em comparação a 1 Co 15:9. Esta epístola, sem dúvida, foi escrita antes de Ef. Lá, Paulo viu a si mesmo como o menor dos apóstolos; aqui, o círculo foi ampliado. Vários eruditos (e.g. Barth, Beare, Cruce, Wood) vêem nessa declaração o selo da autenticidade apostólica, pois seria improvável um charlatão fazer Paulo menor que o que ele mesmo já fizera de si. Lincoln argumenta contra: "mas essa intensificação também se encaixa na tendência das igrejas pós-apostólicas em acentuar a indignidade dos apóstolos a fim de destacar a grandeza da graça de Cristo em suas vidas cf. 1 Tm 1:15, onde Paulo toma-se o menos digno cristão e o principal dos pecadores...".25 Lincoln ainda pressupõe que as Pastorais não são autênticas (uma visão que está sendo abandonada hoje), fazendo seu argumento circular. Quando se comparam realmente as notas autobiográficas apostólicas encontradas no NT com os pseudepígrafos pós-apostólicos, vêem-se nestes os apóstolos tipicamente colocados em um pedestal. Nas cartas no NT, eles ficam maravilhados com a graça de Deus em suas vidas.26
Cf. também Mt2:6; 20:8; 21:9; 22:25; Mc 5:7; 9:35; 10:31; Lc2:14; 16:5; 20:29; At 26:5; 1 Tm 1:15; Jd 20; Ap 1:17; 4:7; 21:19; 22:13. 22 Muitos "verdadeiros" exemplos do superlativo (sem xpcôxoç e èaxccxoç) são usados com u ijf iO T O Ç , freqüentemente como um título para Deus (Lc 1:35, 76; 6:35; At 7:48; Hb 7:1). 23 Não há outra forma superlativo-comparativo no NT, embora um duplo comparativo ocorra em 3 Jo 4 (prL(oT('pav). 24 Ainda que Robertson suspeite que tenha sentido elativo (Grammar, 670). 25 Lincoln, Ephesians (WBC) 183. 26 Lincoln cita Barnabé 5.9 como uma ilustração da imagem denegrida pós-apostólim dos apóstolos. Mas essa afirmação não é autobiográfica, nem mesmo é típica de tmâns escritos pós-apostólicos (cf., e.g., Inácio, Efésios 12.1-2).
Adjetivo: superlativo
2.
303
Superlativo usado como Elativo Sem contar com irpókoç e layjizoç, o superlativo é usado tão freqüentemente pelo elativo quando este é usado pelo superlativo.27 Quando aqueles adjetivos são contados, porém, esta categoria fica com o menor número de ocorrências.28
Mc 4:1
o-üváyczai u p ò ç a trtò v ô^loç irXelotoç
Uma multidão muito grande reuniu-se a ele Lc 1:3
KpátiOTe ©eócjHÀe excelentíssimo Teófilo KpáfUJtoç era usado, muitas vezes, na literatura helenística como termo técnico para se referir a um oficial do governo.29 Cf. também At 23:26; 24:3; 26:25.
1 Co 4:3
ép ol
elç klÁ%ioxóv êotiv, Iv a útj)’ úpwu
Cf. também Mt21:8; Lc 12:26 (provável); 16:10 (provável); 19:17; 2 Co 12:9, 15; Tg3:4; 2 Pd 1:4; Ap 18:12 (provável); 21:11.
3.
Superlativo usado como Comparativo Com freqüência, o superlativo tem o mesmo sentido do comparativo. Isso quando ele compara somente dois objetos em lugar de três ou mais. Isso é comum com uptÔTOÇ (embora normalmente, ele tenha ênfase superlativa), e raro com éo/aroç. Não existe esse fenômeno com outras formas superlativas. a.
Exemplos Claros
Mt 21:28
ávGpcoiToç Cvyev túkva õúo. Kal npooeXQÒw ttô irpútu eiircv . . . um homem tinha dois filhos. Vindo ao primeiro, disse:. . .
Jo 20:4
ó áÀÀoç pa0r|Tr|ç . . . f|À0ev ir p ü to ç elç tò p u r p e lo v o outro discípulo veio primeiro ao sepulcro No grego clássico, o uso de upuroç comumente indicaria, pelo menos, três coisas comparadas. Se esse for o caso aqui, então, três discípulos estariam em vista (contra ol õúo na primeira parte do verso). Mas o uso no NT, semelhante ao nosso, atenuou alguns padrões gramaticais de uma geração passada para outra.
Cf. também Jo 1:15, 30; 20:8; 1 Tm 2:13; Hb 8:7; 9:1; 10:9; 2 Pd 2:20; Ap 20:5.30
27 Robertson inexplicavelmente diz: 'esse uso "envolve a maior parte das formas superlativas que sobrevivem no NT". (Grammar, 670). BDF faz um comentário igual: "No NT o remanescente das formas superlativas é usado em grande parte com força 'elativa' como nos papiros" (32-33 [§60]). 28 Poucos exemplos com esses dois adjetivos poderiam ser considerados como elativos. Os mais prováveis exemplos estão em Lc 14:9, 10 e At 2:17. 29 BAGD, s.v. K p á t io t o ç , 1. 30 Com a exceção de 2 Pd 2:20 (loycczoç), todos estes textos usam ir p ú i o ç .
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
304
b. Exemplos Debatíveis e Exegeticamente Importantes At 1:1
Tòu |ièu trpíâtou kóyov èrjOir\aá[ir]v O primeiro tratado que eu fiz Sobre isso, Zerwick escreve: "O uso de Trpcôtoç, no sentido de 'primeiro', tem certa importância exegética. Se isso não fosse levado em conta e o cânon do uso clássico fosse aplicado, ele deveria seguir ao prólogo de At escrito por Lucas, ou, pelo menos, pretendia escrever, referindo-se não meramente ao Evangelho e a Atos, mas a um outro livro da mesma série. Ilpcôtoç deveria, no uso clássico, supor pluralidade e não dualidade, quando seria usado npÓTepoç".31 O contra-argumento veio de Theodor Zahn que afirmou: Lucas pretendia escrever três volumes. Essa visão tem sido abandonada hoje.
Lc 2:2
auTij àiroypa(j)fi Tipottp èyéucio qygpoueúovTOÇ xfjç Supíaç Kupr|UÍou32 este foi o primeiro censo [feito] quando Quirino era governador da Síria Este texto lança sérias dúvidas sobre a exatidão lucana: (1) O censo romano mais conhecido na Palestina foi feito em 6-7 d.C e (2) há pouca, se é que há, evidência que Quirino foi governador da Síria antes da morte de Herodes, em 4 a.C. Diante disso, muitos eruditos crêem que Lucas estava pensando no censo de 6-7 d.C, quando Quirino governou a Síria. Paralelamente, Lucas demonstra renomada precisão histórica global e, até mesmo, familiaridade com esse censo posterior (cf. At 5:37) e entendimento de que Jesus não nasceu assim tão tarde (cf. Lc 1:5). Essa questão não pode ser resolvida com exatidão, embora algumas posições sejam improváveis. Primeiro, porque é duvidoso que irpcÓTr| aqui seja usado como superlativo: "primeiro de três pelo menos". O uso de írpúcoç usado como comparativo não somente é bem estabelecido no NT, mas também desnecessário para compor a dificuldade histórica que esse texto apresenta.33 Segundo, às vezes, sugerem que esse texto deveria ser traduzido assim: "Este censo ocorreu antes do censo que Quirino, governador da Síria, fez".34 Argumenta-se que outras expressões comparativas, às vezes, são elípticas (como em Jo 5:36 e 1 Co 1:25) e, portanto, isto é possível aqui. Mas essa base é insuficiente, pois: (a) Em Jo 5:36 e 1 Co 1:25, o genitivo segue imediatamente o adjetivo comparativo, deixando a comparação explícita, enquanto, nesse texto, Kvprjoíov é remotamente removido de irpútri e, de fato, é genitivo, pois é parte de uma construção genitiva.35 Assim, o que deve necessariamente ser suprido nesses texto não é nem necessário nem natural aqui.36 (b) Essa visão pressupõe que aütr| modifica áiroYpo«t)rj. Mas visto que é quase impossível (porque quando um
31 Zerwick, Biblical Greek, 50. 32 A adição de f|depois de aíkr) se encontra em vários MSS, embora predominantemente posteriores (e.g., Kc A C L W f 1' 13 33 Byz). 33 Inexplicavelmente, Robertson sugere que o censo é o "primeiro em uma série alistada como sabemos agora" (669)! 34 Veja Turner, Insights, 23-24, para uma defesa dessa posição. A idéia foi articulada, bem cedo, no séc. XVII por Herwartus e mantida por Huschke, Tholuck, Lagrange, Heichelheim, Bruce, Turner, et al.
305
Adjetivo: superlativo
demonstrativo funciona como atributivo de um substantivo, este quase sempre é articular);37 uma tradução mais natural seria; "Este é o primeiro censo ..." , em lugar de: "Este censo é . . . Terceiro, uptórri, às vezes, é considerado como advérbio; "Este censo ocorreu antes que Quirino fosse governador da Síria".38 A vantagem dessa posição é que escapa do problema histórico de governo de Quirino justaposto ao reinado de Herodes. Porém, como a visão anterior, ela erroneamente pressupõe que ocikr| modifica aTOypatjirj. Além disso, ignora a concordância entre T r p c ó x r ) e daToypacjji), fazendo o adjetivo muito provavelmente funcionar propriamente como adjetivo, não como advérbio. Concluindo, as soluções fáceis não vêm naturalmente de Lc 2:2. Isso não significa, é claro, que Lucas errou. Concordando com Schürmann, Marshall "alerta contra a aceitação muito fácil da conclusão a que Lucas chegou aqui. Somente a descoberta de nova evidência histórica será solução do problema".39 Aqui é onde devemos deixar a questão. Os vários pontos fortes das três formas do adjetivo estão convenientemente resumidos abaixo. Forma
Positivo
Comparativo
Superlativo
Função Positivo
X
0
0
Comparativo
X
X
X
Elativo
0
X
X
Superlativo
X
X
X
Q u adro 33 O A lcan ce S em ân tico das F orm as do A d jetiv o
35 H. Hoehner, Chronologícal Aspects of the Life of Christ (Grand Rapids: Zondervan, 1977) 21, afirma igualmente: "uma notável diferença entre Lc 2:2 e as outras passagens citadas é que Lc. 2:22 tem uma locução participial, 'quando Quirino era governador da Síria' - uma tradução é desajeitada, ou seja: 'Este censo ocorreu mais cedo [antes] que jo censo] quando Quirino era governador da Síria"'. 36 Winer-Moulton, 306, acertadamente a chama de: "deselegante ou, até ,nãogramatical". 37 BAGD mostra que "quando o artigo não aparece, não há conexão real entre demonstrativo e substantivo, mas um ou outro pertence ao predicativo . . ." (oúroç, 2.c. [597]). Eles alistam, só duas exceções, chamando-as "mais difícil" (At 1:5) e "mais difícil de todas" (At 24:21). 38 Cf. A. J. B. Higgins, "Sidelights on Christian Beginnings in the Graeco-Roman World," EvanQ 41 (1969) 200-1. 39 I. H. Marshall, Luke: Hístorían and Theologian (Grand Rapids: Zondervan, 1971) 69, n. 5, aponta H. Schürmann, Das Lukasevangelium (Freiburg, 1969) 1.98-101, do seu lado. Para um tratamento excelente do problema inteiro, especialmente de uma perspectiva do contexto, veja Hoehner, Chronologícal Aspects, 13-23.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
306
III. A Relação do Adjetivo com o Nome 0 adjetivo pode ser atributivo ou predicativo em relação ao nome. Isto é, ele pode modificar o nome ou enunciar algo sobre o mesmo. Com exceção do uso dos adjetivos pronominais como nomes (e.g., ttccç, o à o ç , e l ç ) , quando o artigo estiver presente, será normalmente fácil discernir o relacionamento.
A. Quando o Artigo estiver Presente ■1.
Posições Atributivas
•
a.
Primeira Posição Atributiva A primeira posição atributiva é artigo-adjetivo-nome (e.g., ò àyaGòç (3aa lÀeúç = o bom rei). Na construção, "o adjetivo recebe maior ênfase que o nome".40 Esse uso é muito comum.
Mt4:5
tt)v
à y ía u
ttoàlv
a santa cidade Lc 6:45
ó àyocGòç auBpwiTOç o bom homem
Fp 3:2
p lé u e T e
touç
kockouç
è p y á ia ç
guardai-vos dos obreiros maus 1 Jo 4:18
f) teAeta dcyccTrri lh o páÂÂel tòu cpópopt o perfeito amor lança fora o medo
Cf. também Mt 5:26; Jo 2:10; At 9:31; Rm 7:2; Ef 3:5; Tg 1:21; Jd 3. •
b. Segunda Posição Atributiva A segunda posição atributiva é artigo-nome-artigo-adjetivo (e.g., ó paGLÀeuç ó dtyocBóç = o bom rei). A diferença na ordem não está na relação, mas na posição e ênfase. Aqui, "tanto o substantivo quanto o adjetivo recebe ênfa se sendo o adjetivo acrescentado como um tipo de clímax em aposição com um artigo à parte".41 Uma tradução literal, embora desajeitada, enfatiza a construção: ó pctaiÀeuç ó àyabóç, é "o rei, o bom". Essa construção ocorre com freqüência.
Mt5:29
el ó ôcj)0aÁpóç aou ó ôeijiòç OKayòaÂ,í(ei ae se o teu olho direito te faz tropeçar
40 Robertson, Grammar, 776. 41 Ibid., 777.
Adjetivo: relação com o nome At 11:15
éiTéTreaeu tò TTueôpa xò áy iov èx' aôxoúç Caiu o Espírito Santo sobre eles
Hb 6:4
yfuoapévouç xf|Ç ôcopeâç xf|ç ènoupavíou provaram o dom celestial
Ap 19:2
expiveu xqv iTÓpvr|u xqv |ieyáA.r|V ele julgou a grande meretriz
307
Cf. também Mc 3:29; Lc 1:59; 1 Co 7:14; 1 Tm 5:25; Hb 4:4; Tg 3:7. c.
Terceira Posição Atributiva A terceira posição é nome-artigo-adjetivo (e.g., (JomA.euç ó àya0óç = o bom rei). "Aqui o substantivo é [muitas vezes] indefinido e geral, enquanto o [adjetivo] atributivo faz uma aplicação particular".42 Para mostrar a força dessa uma construção, traduz paai/xuç ó àyaQóç, como "um rei, o bom." É a menos freqüente das posições atributivas, ocorrendo poucas vezes com adjetivos.43
Lc 15:22
Jo 1:18
xayu èÇevéyicaxe axoÂf|v if|v xpúxr|V44 depressa, trazei a melhor roupa A idéia é "trazei uma roupa - a melhor". pouoyevTiç 0eòç ó caeíç xòv k Óâítou xoô mxxpóç o unigênito Deus que estava no seio do Pai O particípio é mais freqüente que o adjetivo na terceira posição atributiva. Quando ele for usado, o artigo normalmente deve ser traduzido como pronome relativo.
Cf. também Mt 4:13; Lc 23:49 (particípio adjetival); At 2:20; Rm 16:10; G11:1 (particípio adjetival); Ap 14:8.
2.
As Posições Predicativos a.
Primeira Posição Predicativa A primeira posição predicativa é adjetivo-artigo-nome (e.g., áyoc0òç ó PacuAeuç = o rei é bom). Aqui, o adjetivo parece ser levemente mais enfáti co que o nome. Assim, para mostrar a força dessa construção, traduza áya0ò<; ó fkxaiÂeúç como "bom é o rei". Esse uso é relativamente comum.
42 Ibid. 43 Há somente algumas dúzias de exemplos assim no NT (sem contar com exemplos com nomes próprios). Só que, a terceira posição predicativa é freqüente quando o modificador for outro, que não seja o adjetivo (e.g., participio, locução participial ou genitivo adjunto). Nesses exemplos, o artigo é traduzido como se fosse pronome relativo. Veja "Artigo, Part I: O Artigo como Pronome relativo", para discussão. 44 Vários MSS colocam tf|v antes de axoÀiV ((P75 D2 f [' 13 Byz et alii).
308
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Mt5:9
|ictKapLOi o i e l p r iu o u o t o i
bem-aventurados são os pacificadores Mc 9:50
KaÀòv xò alaç, Sal é bom
2 Co 1:18
luoiòç ó 0eóç Deus é fiel
1 Jo 3:10
cv xoúxco
av€pá c o x i u x à x c K v a x o ô nisto são manifestos os filhos de Deus
0eoô
Cf. também Mt 7:13; Mc 6:35; Lc 10:7; Jo 3:19; At 7:39; Rm 7:13; Tt 3:8; Hb 6:10; 1 Pd 2:3; Ap 5:12. •
b.
Segunda Posição Predicativa A segunda posição predicativa é artigo-nome-adjetivo (e.g., ó PaatÁciiÇ áyaOóç = o rei é bom). Aqui, a ênfase parece ser igualmente colocada no substantivo e adjetivo ou levemente mais forte no substantivo. Esse uso é relativamente comum.
Jo 3:33
ó 9eòç á/bqQip; éoxiu Deus é verdadeiro
Rm 12:9
r)
Tg2:26
T) TTÍaxtç xwplç epytav veicpá éaxiv a fé sem obra é morta
1 Pd 2:12
xpu ávaaxpo(j)fiu òpcàu kv xolç k&vcoiv lyovzcç K a lrju sendo o vosso proceder entre os gentiosexemplar O adjetivo predicativo nesse exemplo é também o complemento de uma construção objeto-complemento.
áyáirq ávw rÓ KptTO ç o amor seja sem hipocrisia
Cf. também Mt 5:12; Mc 9:3; Lc 11:34; At 8:21; 1 Co 14:14; G1 4:1; Hb 4:12; 3 Jo 12.
3.
Sumário Quando o artigo estiver presente, a relação do adjetivo com o nome será fácil determinar. Quando o adjetivo estiver dentro do grupo artigo-substantivo (i.e., quando tiver um artigo antes dele), será atributivo ao substantivo modificando ou qualificando-o de alguma forma. Quando o adjetivo estiver fora do grupo artigo-substantivo, será predicativo do substantivo fazendo uma afirmação so bre o mesmo. A única exceção ocorre quando o artigo estiver presente e acompanhado de adjetivo pronominal (i.e., palavra que funciona, às vezes, como adjetivo e, outras vezes, como pronome, e.g., uâç, òÂoç). Esses podem ficar em posição predicativa ou ter uma relação atributiva com o nome. Com exceção dos adjetivos
309
Adjetivo: relação com o nome
pronominais, quando o artigo estiver presente, a estrutura do adjetivo com o substantivo determinará o tipo de posição e terá a mesma relação (semântica) com o substantivo. r-
2°
Atributiva
Art-Adj-Nome Art-Nome-Art-Adj (ó SyaOòç ãv0pwtroç= (ò SuOpuiroç ô àya0óç= o bom homem) o bom homem)
Predicativa
Adj-Art-Nome (àya0òç ó ãv9pcjiroç= o homem é bom)
Art-Nome-Adj (ò avOpcjiroç àya0óç= o homem é bom)
3e Nome-Art-Adj (avQpcô-noç ó àyaÓóç= o bom homem) Nenhuma
Tabela 6 Posições Atributiva e Predicativa do Adjetivo
B. Quando o Artigo estiver Ausente Quando o artigo não estiver presente, a relação do adjetivo com o nome é mais di fícil de ser estabelecida. Esse tipo de construção ocorre quase que 2400 vezes no NT, mais que um quarto de todas as construções adjetivo-nome. Como é de se ima ginar, a construção anarthra adjetivo-nome poderia expressar uma relação atributiva ou predicativa.45 BaOLÀeuç àyaQóç, v.g., traduz-se: "Um bom rei" ou "Um rei é bom". Há, porém, algumas regras gerais a seguir. Estas serão discutidas no final dessa seção.
1. A Construção Anarthra Adjetivo-Nome Em lugar de tratar separadamente as posições atributiva e predicativa, trata remos as mesmas em um só tópico. A razão disso é: somente quando com a presença do artigo, a estrutura ditará a semântica. Na construção anarthra, visto o artigo estar ausente, a posição do adjetivo não determina a sua relação com o nome. a.
Primeira Posição (Anarthra) Atributiva O contexto determinará se um adjetivo em uma construção adjetivo-nome (note a ordem: adjetivo, depois nome) expressa uma relação atributiva com o nome, ou seja, a primeira posição atributiva (anarthra) (e.g., áyaBòç PaaLÀeúç = um bom rei). Isso é bastante comum, ocorrendo centenas de vezes no NT.
45 Porém, de mais de 30 gramáticas que examinei, somente sete permitiram a possibilidade de um adjetivo em uma construção assim expressar uma relação predicativa com o substantivo, ao mesmo tempo que nenhuma apresentou quaisquer exemplos verdadeiros desse fenômeno (cf. Wallace, "Construções Anarthras", 129-30, n. 3).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
310 b. Ilustrações Lc 19:17
eíye, àyaGè õoOXe fizeste bem, servo fiel
1 Co 3:10
tòç ao(J)òç àpxLTCKTGJv 9ep,éÀiov e0r|KK como um sábio construtor, lancei um fundamento
2 Pd 1:19
(òç A.ÚXUO) (jjcávovTi. kv aôxp.r|p(â tottco como uma candeia que brilha em lugar tenebroso
Cf. Mt 15:14; 2 Jo 1; Jd 6; Ap 3:8. c.
Primeira Posição Predicativa (Anarthra) Quando, porém, uma construção for determinada pelo contexto que expres sa relação predicativa, o adjetivo estará na primeira posição predicativa (anarthra) com o nome (e.g., áyKOòç PaoiÃcíiç = um rei é bom). Embora muito menos comum que a relação atributiva em orações predicativas (ou seja, uma oração na qual um verbo de ligação está declarado ou implícito), não é tão incomum.
Mc 12:31
peíÇcúv to Útgjv cí/Âr| eyxoÂf] oik eatLV
nenhum outro mandamento é maior do que estes 1 Co 12:17
Tg 1:12
ei ÔÀ.OV áicof|, ttoO r) oo^prioiç; Se [o corpo] todo fosse ouvido, onde o olfato? paKápioç àvrp oç ÒTropévei tretpaapóy bem-aventurado é o homem que persevera na provação
Cf. Rm 9:2 (possível);46 Hb 6:5 (possível);47 10:4; Jd 14.
^•2.
A Construção Anarthra Nome-Adjetivo a.
Quarta Posição Atributiva Quando for determinado pelo contexto que um adjetivo em uma constru ção nome-adjetivo expressa uma relação atributiva com o nome, teremos a quarta posição atributiva. A razão para isso é: ambas, segunda e terceira posições atributivas envolvem adjetivo seguindo um nome.48 Assim, dizer
46 àóttt| póí co tlv peyáÀri Kal áÔLáA.eiTn:oç ôõúvri rr| Kapôía pou poderia ser "há grande triste e a incessante angústia em m eu coração", 157, onde essa construção é considerada predicativa). 47 KaAòv yciioapt vouç Geoô pijpa pode ser traduzido ou "provaram a boa palavra de Deus" ou "provaram que a palavra de Deus é boa". 48 Veja Wallace, "Construções Anarthras", 133-35, para uma discussão do problema de terminologia.
311
Adjetivo: relação com o nome
que um adjetivo está na quarta posição atributiva é dizer que o artigo não aparece na construção (e.g., pomAeuç àyaQóç, = um bom rei). Esse uso é muito comum. b. Ilustrações Mc 1:8
aúròç pairtíoei úpâç kv Ttueúpau àyíq> ele vos batizará com o Santo Espírito
Jo 3:16
pq àTTÓÁqiai àkX’ exq (toqv aiwuiov não pereça, mas tenha vida eterna
Fp 1:6
ó èuap^ápeuoç kv iifj.lv e-pyováyadòv
èiuTeÀéoei
Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la Cf. também Mt 7:19; At 7:60; Rm 5:21; Ap 1:15; 19:17. c.
Segunda Posição Predicativa (Anarthra) Quando a mesma construção determina, a partir do contexto, expressar uma relação predicativa, o adjetivo estará na segunda posição predicativa (anarthra) com o nome (e.g., paotÀeuç àyaQóç = um rei é bom). Esse uso é relativamen te comum, especialmente nas orações predicativas.
Mt 13:57
oí)K eoitu 7TpocJ)riTr|c; áiipoç el pq kv iq Trcctpíôi Um profeta não é [alguém] sem honra a não ser em sua terra
Rm 7:8
Xwplç uópou àpocpua veicpá
à parte da lei, o pecado está morto Hb 9:17
ôuxGqKq eiu veKpolç PcPaía um testamento só é confirmado no caso de morte
Cf. Mt 12:10; Mc 6:4; Jo 9:1; 1 Tm 3:8; Hb 4:13; 1 Jo 3:3.
3.
Determinando a Relação do Adjetivo com o Nome nas Cons truções Anarthras: Algumas Diretrizes A regra geral é: em orações não-predicativas (i.e., uma oração que não tem como objetivo declarar algo sobre o sujeito e que seu verbo principal não é um verbo de ligação), um adjetivo anarthro relacionado a um nome anarthro é normal mente atributivo (cf., e.g., 1 Co 3:10; 2 Jo 1; Jd 6; Ap 3:3). Há algumas exceções, porém (cf. e.g., Hb 6:18; 10:4; Jd 14). Em orações predicativas (i.e., uma oração que tem como objetivo declarar algo sobre o sujeito e que seu verbo principal é um verbo de ligação [explícito ou implícito]), a regra geral é: um adjetivo anarthro relacionado a um nome anarthro normalmente é predicativo. Especialmente quando a ordem é nome-adjetivo.49
49 Nessa construção com orações predicativas, tenho descoberto 127 relações predicativas definidas e somente 40 relações atributivas.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
312
Para as relações predicativas, cf., e.g., 1 Co 12:17; Rm 7:8; Hb 9:17; Tg 1:12. Rm 7:8 é mais ilustrativo: óqiapTÍa veKpá ("o pecado está morto"). A relação atributiva, contudo, também ocorre, embora não com tanta freqüência (cf., e.g., Mt 7:15; Lc 5:8; Ef 6:2; Hb 12:11; 1 Jo 2:18).
4. Algumas Passagens Exegética e Teologicamente Importantes Nas construções anarthras, há algumas passagens que precisam ser discutidas devido à sua importante exegética e/ou teológica. Em todos esses textos, eruditos do NT têm visto os adjetivos em questão como ambíguos ou definitivamente atributivos. Algo, contudo, pode ser feito para que o adjetivo em questão seja predicativo. At 19:2
ouô’ eí irveOpa ayioi/ «tulv f|KOÚaap,ev50 Há três traduções possíveis para esse texto: (1) "não temos ouvido se há um Espírito Santo"; (2) "não temos ouvido se o Espírito Santo foi [dado]" (cf. Jo 7:39); ou (3) "não temos ouvido se um espírito possa ser santo". As primeiras duas opções estão tipicamente marcadas na literatura. Há, no entanto, boa defesa para a terceira tradução: (1) Não há artigo para definir a relação adjetivo-nome, assim, teremos um predicativo (de fato, em orações predicativas o segundo adjetivo predicativo anarthro exce de em número a quarta posição atributiva em três por um). (2) A ativi dade agitada dos espíritos maus nos dias de Jesus e no período apostó lico faz isso possível. (3) O fato que estes discípulos eram de Efeso, conhecidos por seitas exóticas, faz dessa uma tradução possível. Ain da, isso é só uma possibilidade que simplesmente precisa ser colocada na mesa exegética para discussões adicionais.
Tt2:10
-FTKoav t í l o t l v eyôeiKVupivouç áyaG ijv 51 Há duas possibilidades aqui: (1) "mostrando toda a boa fé" e (2) "mostrando toda fé [ser] boa". Novamente, a primeira tradução é encontrada na literatura. Contudo, os argumentos pela segunda são bons: (1) Em orações não-predicativas no NT, não há aparentemente nenhum exemplo de adjetivo seguindo nome é atributivo quando (a) o adjetivo antecede o nome e (b) existe uma palavra intervindo entre o nome e o segundo adjetivo. (2) Por ou tro lado, há quatro exemplos (dentre deste) que envolvem a construção adj.-nome-adj. em uma oração não-predicativa onde o segundo adjeti vo intercala uma palavra entre ele e o nome e possui a natureza predicativa (cf. Mc 7:2; 8:19; At 4:16; Ap 15:1). (3) Lexicalmente, o uso de ttlotlç nas Pastorais (se a fé foi vista como genuína) é uma fé que produz boas obras (cf., e.g., 2 Tim 3:15-17; Tt 1:13-16). (4) O verbo èvõeLKviJgL é um verbo que pede duplo acusativo objeto-complemento. Assim, quando um verbo se fizer acompanhar de nome e adjetivo acusativos, a razão parecerá estar no exemplo que tem o adjetivo atributivo e não o contrário (agindo assim como o complemento do nome
50 Poucos MSS, particularmente do Texto Ocidental, têm A.ag(3ávouaLV tlvcç por cotlv (Çp38,4l "]ç[g0 ouvimos se alguém tenha recebido o Espírito Santo". 51 Um número de MSS mistura a ordem das palavras e/ou substituem os termos nesse texto.
Adjetivo: relação com o nome
313
acusativo). (5) Contextual mente, considerar os textos, nessa linha de raciocínio, desvela um paralelismo sintético (ou sinônimo) entre as duas metades do v. 10: "Escravos sejam completamente sujeitos a seus se nhores . . . demonstrando que toda fé [genuína]52 é produtiva, com o resultado fíua ecbático] que adornarão completamente a doutrina de Deus". O texto, se esse entendimento for correto, é uma exortação aos escravos demonstrarem que sua fé é sincera e resulta em santo compor tamento. Caso seja assim, o texto parece sustentar a idéia que a fé salvífica não falha, mas resulta em boas obras. 2 Tm 3:16
iTâaa ypctc^fi BeÓTrueuatoç Kal axj)éÀi,|ioç toda53 Escritura é i n s p i r a d a e proveitosa Muitos eruditos defendem a tradução: "Toda escritura inspirada é também proveitosa". Esta provavelmente não é a melhor tradução pelas seguintes razões: (1) Contextualmente: (a) Entre os que vêem as Pastorais como autênticas, o argumento tem sido que Paulo não precisaria declarar a inspiração das Escrituras a Timóteo. Realmente, se o autor estiver fazendo isso, temos então um argumento contra a autenticidade. Mas é possível que as Pastorais sejam autênticas e, ao mesmo tempo, o apóstolo esteja fazendo tal declaração:54 Paulo tinha o hábito de lembrar a Timóteo das verdades que ele já sabia, e.g., a ressurreição de Cristo dentre os mortos e que Paulo era mesmo ministro do evangelho aos gentios. Como Fairbairn afirma: "não seria supérfluo imprimir nele um sentido do caráter divino das Escrituras do AT".55 (b) Se o autor estivesse meramente declarando a utilidade das Escrituras, então qual seria a base para sua forte ordem em 4:1-2? Ele poderia "solenemente, conjurar [Timóteo] na presença de Deus e Cristo, [para] pregar a palavra" se tivesse simplesmente declarado que a Escritura é proveitosa? 2) Gramaticalmente: (a) O fato de que o v. 16 é assindético (i.e., começa sem conjunção) não se dever a um novo assunto, mas à solenidade da declaração que o autor fez discutindo as sagradas letras no v. 15. Assim ver BeÓTTveuoxoç como predicativo se encaixa melhor com o tom solene estabelecido no início do verso. 9. b) Visto que está faltando o verbo de ligação, no português, ele precisa ser colocado. E o lugar mais natural para colocá-lo é entre o sujeito e a primeira palavra que o segue. E, de fato, importante que o autor deixe fora a cópula quando pressupõe que os ouvintes sabem onde ela naturalmente deveria está (c) O fato de que Kaí significa "e" doze vezes e, com a mesma freqüência, inclua o sentido de "também", e que é anormal traduzi-lo adverbialmente como
52 "Genuíno" pode ser implícito do fluxo do argumento ou pode ser considerado uma parte do campo do significado de m ç quando usado com substantivos abstratos (cf. BAGD, s.v. toç, l.a.õ.). 53 É possível traduzir, é claro, Tiâoa como "toda," mas o uso normal requer que o substantivo (ypacjnj) tenha artigo. 54 Embora a visão que as Pastorais não são autênticas tem feito muitos dos eruditos do NT cambalearem neste século, certo número de eruditos estão agora defendendo a autoria paulina. Cf. os comentários de Guthrie, Fee, Knight, Mounce, etc. 55 P. Fairbairn, Commentary on the Pastoral Epistles (Grand Rapids: Zondervan, 1956) 380.
314
Sintaxe Exegética do Novo Testamento "também" entre dois adjetivos no mesmo caso, argumentando por um Beóuwüoxoç predicativo.56 (d) Visto que o artigo pode ser anafórico quando aponta para trás, para um sinônimo, e que o autor tem discutido sobre as Escrituras com três sinônimos diferentes nesse contexto (vv. 15,16, e 4:2), parece provável que o artigo seja anafórico em 4:2 quando declara: " Prega a palavra!" (Ktjpuçov ròv Àóyov). Se o escritor tivesse dito que somente as escrituras inspiradas eram proveitosas em 3:16 e, depois, falasse para seu(s) leitor(es) que toda escritura (="a palavra") era inspirada, teríamos uma declaração equivocada, pois [Timóteo] inadvertidamente poderia pregar alguma escritura que não fosse inspirada. Mas já que o escritor deixa Xóyov não qualificado à parte do fato que anaforiza para ypacjíTÍ (v. 16), é, talvez, provável que ele queira fazer uma afirmação sobre toda a Escritura no v. 16, ou seja, que ela é inspirada.57 (e) Finalmente, o que gera a relação adjetivo-nome mais direta é: No NT, na LXX, no grego clássico e no koinê, a força semântica dominante de uma construção adj.-nome-adj. em uma oração predicativa é: (i) primeiro, o adjetivo será atributivo e o segundo, predicativo.58 Há quase 50 exemplos no NT e LXX onde o segundo adjetivo em uma construção assim é predicativo e o primeiro, atributivo (39 dos quais envolvem irctç antes do nome; muitos na LXX) e nenhum do outro jeito. A evidência é tão dominante que podemos sugerir uma "regra": Nas construções rrâç + nome + adjetivo em orações predicativas, o rrâç, sendo por natureza tão definido quanto o artigo, implica o artigo, assimfazendo o adjetivo seguir o nome alheio ao grupo artigo-nome implicado e, portanto, predicativo.59 Pelo menos, a evidência resulta na tradução desse verso tal como a ARC fez ("toda escritura divinamente inspirado é proveitosa") e que é altamente suspeita.
56 Há uma variante textual que omite o Kaí. Se original, então é quase certo que Geóirveixruoç é atributivo. Porém, o apoio para isso é fraco (nem Nestle27 nem Tischendorf alistam qualquer MSS grego que omita o kai, . Eles citam somente versões e escritores patrísticos). 57 Esse argumento, porém, pode ter menos do que ser apresentável. Mesmo se Geóirveucrroç fosse atributivo, não implicaria necessariamente que nem toda a escritura seja inspirada, pois este adjetivo poderia ser descritivo (de toda as escritura) e não restritivo. 58 Há possivelmente uma exceção no NT e nenhuma na LXX. Eu tenho encontrado talvez uma ou duas exceções no grego helenístico (um em Josefo, um no Didaquê) e embora nenhum até agora no ático. A pesquisa não tem sido exaustiva, mas as vanta gens estão contra ver Geóirvtuaioç como atributivo. 59 Para uma discussão mais estendida desse texto, cf. D. B. Wallace, "A Relação das Construções dos Adjetivos com os Substantivos Anarthros no NT" (Dissertação de Th.M., Seminário Teológico de Dallas, 1979) 51-61. O artigo em NT com o mesmo título é idên tico a dissertação, exceto que falta duas partes: (a) um apêndice alistando todos os ad jetivos definidos e predicativos questionáveis nas construções anarthras (73-102), e (b) uma discussão detalhada de alguns dos textos exegeticamente importantes (46-61).
Os Pronomes Panorama I.
Bibliografia Selecionada....................................................................................... 316
II. Notas Gerais ............................................................................................................ 316 III. Categorias Semânticas: Classes Especiais.......................................................... 319 A. Pronomes Pessoais........................................................................................ 320 B. Pronomes Demonstrativos..........................................................................325 C. Pronomes Relativos......................................................................................335 D. Pronomes Interrogativos............................................................................. 345 E. Pronomes Indefinidos..................................................................................347 F. Pronomes Possessivos (Adjetivos)............................................................. 348 G. Pronomes Intensivos.................................................................................... 348 H. Pronomes Reflexivos.................................................................................... 350 I. Pronomes Recíprocos................................................................................. 351 IV. Categorias Léxico-Sintáticas: Termos Especiais............................................... 352 A. àÀÀr|À(ov......................................................................................................... 352 B. a ú ió ç............................................................................................................... 352 C. èocuTOü............................................................................................................. 352 D. éy tl................................................................................................................... 352 E. èiceivoç............................................................................................................ 352 F. èpauTOü........................................................................................................... 352 G. ppeiç................................................................................................................353 H. 0Ô€.................................................................................................................... 353 I. o ç...................................................................................................................... 353 J.
o o tlç ................................................................................................................353
K. ouxoç................................................................................................................ 353 L.
ttoloç................................................................................................................353
M.
ttÓo o ç ...............................................................................................................353
N. aeauTOÜ...........................................................................................................353 O.
a ú .................................................................................................................. 353
R x í ç .................................................................................................................... 353 Q.
t l ç .................................................................................................................... 354
R. úpetç................................................................................................................ 354 315
316
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
I. Bibliografia Selecionada BAGD, suj.verb. várias descrições léxicais; BDF, 145-61 (§277-306); H. J. Cadbury, "The Relative Pronouns in Acts and Elsewhere," JBL 42 (1923) 150-57; Dana-Mantey, 122-35 (§133-43); Hoffmann-von Siebenthal, Grammatik, 194-211 (§139-44); W. Michaelis, "Das unbetonte kai. auvto,j bei Lukas," Studia Theologica 4 (1950) 86 93; Moule, Idiom Book, 118-25; Moulton, Prolegomena, 84-98; Porter, Idioms, 128-38; H. K. Moulton, "Pronouns in the New Testament," BT TI.2 (1976) 237-40; Robertson, Grammar, 676-753; Smyth, Greek Grammar, 298-311 (§1190-1278); V. Spottorno, "The Relative Pronoun in the New Testament," NTS 28 (1982) 132-41; Tumer, Syntax, 37 50; Young, Intermediate Greek, 71-80; Zerwick, Biblical Greek, 7-8, 63-71 (§16-21, 195 223).
II. Notas Gerais A. Definição Um pronome é uma palavra usada "para designar um objeto sem nomeá-lo. Isso se dará em dois contextos: seu referencial é: (1) conhecido pelo contexto ou uso, i.e., ele é mencionado ou indicado anafórica ou cataforicamente; ou, (2) desconhecido. No caso, ele será o sujeito ou objeto da investigação".1 Visto que os pronomes são repre sentações gramaticais, eles devem indicar, de alguma forma, o nome a que se refe rem. A regra básica para o pronome grego é: concordância com seu antecendente em gênero e número. Seu caso é determinado pela função do pronome na sua própria oração. Esse princípio, no entanto, possui várias exceções.
B. Um Luxo Lingüístico Em muitos aspectos, os pronomes são um luxo lingüístico. Eles são desnecessários porque, em grande parte, substituem um nome (numeral, adjetivo), um substanti vo ou uma frase nominal. Tais antecedentes podem ser facilmente repetidos. No grego, há uma segunda razão porque, pelo menos, alguns dos pronomes são, mui tas vezes, desnecessários: a força do pronome já está contida na estrutura da sen tença (e.g., terminações verbais) ou pode ser inferida de alguma outra maneira (e.g., adjetivos possessivos).
1 Oxford English Dictionary, s.v. "pronoun."
Pronomes: notas gerais
317
C. Redução de Redundância Diante desses fatores, alguém poderia pensar que os pronomes seriam escarçamente empregados. Mas ocorre o contrário. O NT tem cerca de 16.500 pronomes!2 Eles aparecem em 4/5 dos versículos. Por que os pronomes são usados com tanta fre qüência, uma vez que não passam de um luxo da linguagem? A razão é mais estilística que sintática, ou seja: já que temos que, com muita freqüência, substitui nomes, os pronomes são os meios de evitar a redundância monótona, mantendo o discurso em movimento.
D. Elucidação e Má Compreensão A extensão do uso pronominal também os tornam suscetíveis de má interpretação. Em Ef 2:8, e.g., temos xf) yàp x^pi-TÍ eoie aeacoapévoi óià rríarecoç Kai t o ü t o ouk kl, ò|i(ôv ("porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós"). Touro está se referindo a quê? A "graça", "fé" ou a algo completamente diferente? O antecedente pode ser qualquer coisa, menos óbvio. Por outro lado, os pronomes são freqüentemente usados para esclarecer. No diálogo entre Jesus e a Samaritana, v.g., o pronome pessoal é usado para distinguir a pessoa que fala e a que ouve (Jo 4:15-16): Aiyei. irpòç aikòv q yunq KÚpie, óóç poi touro rò uõcop, iva pq õu|kj pqòc ôiep^copai évBáõc avrlelv. Àéyei aurq ... ("disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me desta água para que não vem mais a ter sede nem venha aqui para tirá-la. Ele disse a ela ..."). Essa tendência, às vezes, causa o uso redudante (ou pleonástico) do pronome, como em Jo 5:11: ò TTOiqoaç pe úylí) eKeíuóç poL eiirev ("aquele que me curou, ele próprio me disse"). Em menor grau, os pronomes, no período helenístico, foram simplesmente usados para explicitação. Para um escritor desse período, uma explicitação assim poderia parecer redundância, visto que a noção pronominal já estava implícita na flexão verbal ou no contexto. A medida, porém, que a língua se espalhou para fora das fronteiras greco-macedônias, as sutilezas implícitas do dialeto ático foram substituídas por redundâncias (como vermos em Jo 5:11). O uso constante de pronomes era parte dessa tendência .3
2 Um pesquisa no acCordance mostrou 16.703 pronomes. Quando a pesquisa do acCordance foi feita por categorias, somente 16.298 foram encontrados (408 exemplos de riç não foram incluídos na categoria indefinido; três exemplos não foram contados). O resultado ainda é muito grande em nossa contagem. A diferença é de definição: O que acCordance/Gramcord considera como pronome, tratamos como adjetivo (e.g., acCordance considera èpoç, oóç, qp/repoç, e úpércpoç como pronome possessivo; nós, como adjetivos possessivos). 3 Zerwick, Biblical Greek, 63 (§196): "O uso muito freqüente com que os pronomes são usados é devido ao que se chama de tendência 'analítica' do discurso popular vivo, uma tendência em expressar explicitamente o que já está contido implicitamente na expressão usada ou na natureza do assunto em questão . . . "
318
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
E. Valor Conotativo Os pronomes são também usados, às vezes, exclusivamente com valor conotativo. O que eles denotam pode ser não só óbvio a partir do texto, mas também enfática ou contrastivamente etc. - o que ocorre com os pronomes pessoais. Mas nem tudo é um mar de rosa. Como dissemos, uma das marcas do Koinê foi a perda das sutile zas presente no grego ático. Assim, quando avxòç é usado com verbo na terceira pessoa, ele pode expressar ênfase ou elucidação. Não são poucos os debates exegéticos dependentes da ênfase do pronome em dado texto.
F. Relaxamento das Distinções Clássicas entre os Pronomes Houve uma justaposição do uso dos pronomes, ou seja, as distinções clássicas nem sempre foram mantidas. Os autores do NT, e.g., nem sempre mantiveram a dife rença entre os pronomes demonstrativos ouroç e ètcelvoç;.4 Em João especialmente, o demonstrativo é usado intercambiavelmente com pronomes pessoais e, às vezes, simplesmente significa "ele".
G. Antecedentes e Posteriores Finalmente, devemos mencionar algo sobre a terminologia. Quando uma palavra a que o pronome se refere preceder o pronome, será chamada antecedente do prono me (como em: "Depois que Adriel leu o livro, ele o entregou a Ruan"). Esse uso é muito freqüente. Quando um nome vier depois do pronome, será chamdo de pos terior (como em: "Depois que ele leu o livro, Adriel o entregou a Ruan"). No últi mo caso, classificamos o pronome de "proléptico".
4 Dana-Mantey sugerem, e.g., que èiceivoç é usado "para aquilo que é relativamen te distante na realidade ou na imaginação" (128), enquanto ouioç é usado "para aquilo que é relativamente perto na realidade ou pensamento" (127). Esta é uma boa descri ção de seus usos no grego ático, mas há muitas exceções no NT.
Pronomes: categorias semânticas
319
III. Categorias Semânticas: Classes Principais O número das classes pronominais em grego é difícil de avaliar, embora muitos gramáticos apresentem entre oito e doze classes.5 Uma parte importante da difi culdade em determinar o número de classes é: tal termo, em particular, é um adje tivo ou um pronome?6 No entanto, certas classes pronominais não apresentam essa divergência, sendo, portanto, classificados em: pessoais, demonstrativos, relativos, interrogativos, indefinidos, intensivos, reflexivos e recíprocos. Estes formam o cerne de nossa discussão. O pronome possessivo receberá atenção abaixo, mas não cons titui uma verdadeira categoria grega. A freqüência relativa das oito principais categorias pode ser vista no seguinte quadro.7
5 BDF alista pelo menos 10; Robertson, 11; Dana-Mantey, 9; Smyth menciona 10; Porter e Hoffman-von Siebenthal, 8; Young e acCordance apresentam 9. Nenhum, porém, desses alistados é idêntico. O correlativo, possessivo e idêntico são as categorias mais debatidas. Todas são consideradas como adjetivos nessa gramática (embora a classe possessiva requeira alguma explicação [veja discussão abaixo]). 6 Gramáticos não estão de acordo quanto ao que distingui pronome de adjetivo. De fato, muitos termos recebem duas classificações (adjetivo e pronome [i.e., substantivo]) em BAGD. Young (Intermediate Greek, 71) nota: "a distinção entre diferentes tipos de pronomes e mesmo entre pronomes e adjetivos é freqüentemente obscurecida... Adjetivos que funcionam como pronome concordam com seus antecedentes em gênero e número. Pronomes funcionam como adjetivos e concordam com o nome que modificam em gênero, número e caso." O problema com essa distinção é: não há nenhum critério para dizer se uma palavra é um pronome-âdjetivo ou um adjetivo agindo como um pronome. Os termos €(iòç, oòç, fuiérepoç e úpérepoç são adjetivos ou pronomes? Eles funcionam predominantemente como termos dependentes modificando um nome. Em todas as considerações sintáticas, se comportam como adjetivos, ainda que muitos gramáticos considerem-nos como pronomes. Os problemas quanto à definição são reais. De certo modo, então, a determinação daquilo que constitui um pronome é uma escolha arbitrária. Algumas palavras são claramente pronomes (e.g., èyú), outros são claramente adjetivos (e.g., àyaGóç), enquanto várias palavras classificam-se, em alguns lugares, como adjetivo pronominal ou como pronomes adjetivais, em outros. Em grande parte, estamos considerando essas palavras como pronomes, quando funcionam como substantivo e não tomam artigo. Adjetivos, por outro lado, regularmente são articulares quando substituem um substantivo. 7 As estatísticas são do acCordance com alguma modificação.
320
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Freqüência das Sabclasses Pronominais no NT
A. Pronomes Pessoais 1.
Definição e Termos Usados Os pronomes pessoais são êycã (r)pelç) da primeira pessoa, aú (úpelç) da segun da pessoa. No período helenístico, aòtóç é usado como terceira pessoa (e, às vezes, como primeira e segunda pessoas).8 Os pronomes pessoais são, sem dúvida, a subclasse pronominal mais usada no NT. Dois de cada três pronomes pertencem a essa categoria. Cerca da metade dos exemplos nessa classe envolve atrcóç. Quanto a seus usos, os pronomes pessoais podem ser divididos em: nominativo e não-nominativo (=oblíquo).9 Outros pronomes também usados como pronomes pessoais são eKeleoç e ouroç. Embora sejam tecnicamente demonstrativos, não é raro terem sua força demons trativa reduzida (veja "Pronomes Demonstrativos" para discussão).
8 Às vezes, alega-se que os pronomes da terceira pessoa do ático, o6 (genitivo singular, não há nominativo) e a(j)eiç (nominativo plural), foram substituídos no NT por tnnóç. Embora seja verdade, esses pronomes raramente eram usados até mesmo no ático: "Das formas do pronome da terceira pessoal somente o dativo ol e 0(jHai(v) são comumente usados na prosa ática, e, então, somente como reflexivos indiretos..." (Smyth, Greek Grammar, 92 [§326.d]). 9 O genitivo é o caso mais comum, somanto cerca de 40% de todos os pronomes pessoais. Muitos desses funcionam semanticamente como pronomes possessivos. Assim também, o genitivo é mais freqüente com cada forma do pronome pessoal, exceto com a segunda pessoa do plural (o dativo tem 608 contra 561 do genitivo), enquanto o nominativo é o menos freqüente em cada forma, exceto na primeira pessoa do singular.
Pronomes: categorias semânticas
2.
321
Função a.
Uso Nominativo10 1) Enfático O pronome pessoal nominativo é mais usado para ênfase que o nãonominativo. Essa ênfase pode envolver um tipo de contraste. Normal mente, em tais exemplos, há dois sujeitos explícitos, ou um explícito acompanhado de outro implícito. Esse contraste envolve a idéia de tipo (antitético) ou grau (comparação), v.g.: "Ele lavou e ela enxugou", per ceba o contraste comparativo (ambos fazendo algo com os pratos). Na sentença: "Ele dormiu e ela trabalhou", note o contraste "antitético". A ênfase pode também focalizar mais no sujeito do que no verbo. Fazese isso para identificar, dar proeminência, esclarecimento, etc.11 Nesses exemplos, o contraste com outros sujeitos não está necessariamente ausente, mas também não é preeminente. a) Contraste
M t2:6
Kai aí) Bq9Àée|i, yí) Toúôa, oúôa|ic5<; èla/íaiq
Mc 8:29
aí) ei ó xpLOióç tu és o Cristo Jesus não é Elias, nem um dos profetas ou João ressuscitado dos mortos. Ele está em uma classe única. A declaração de Pedro quanto à identidade de Jesus, em certo nível do discurso, pode ser vista como o pivô do Evangelho de Marcos. Até esse ponto, Jesus é progressivamente
e í kv t o l ç qyeiióatv Toúôa e tu, Belém, terra de Judá, de nenhum modo és inferior entre as principais de Judá
10 Em adição aos dois usos abaixo, muitas gramáticas alistam o "plural epistolar" (ou "'nós' editorial"), assim como o uso da primeira ou segunda pessoas pela terceira. Visto que quase todos os exemplos ocorrem no nominativo como sujeito do verbo, fazendo um pronome explícito dispensável (porque está implícito na flexão verbal), achamos melhor colocar essa categoria no capítulo: "Pessoa e Número", na seção sobre "Verbos e Locuções Verbais." Em outras palavras, essas categorias não têm nada a ver com pronome em si, mas com a pessoa. 11 Classificar ênfase é notoriamente difícil. Algumas abordagens úteis são: DanaMantey fala de dois tipos de ênfases: "antitético" e "de proeminência" (123 [§134]). Porter alista três tipos de ênfases: antitético, seletivo e descritivo (Idioms, 129). O uso descritivo poderia ser melhor classificado como "anafórico", pois faz referência anafórica a uma descrição. Young faz uma abordagem do discurso em que a ênfase é deixada de lado como "destaque, gravidade, surpresa, ira, constraste, compração ou identidade" (lntermediate Greek, 72). Esses usos são chaves úteis, mas são, em grande parte, exemplos aplicados com ênfase e não com a classificação intríseca ou sintática. Outras categorias do discurso poderiam ser acrescentadas à lista, tais como alegria (1 Jo 1:4), insignificância (1 Cor 15:9), servidão (Ef 4:1), responsabilidade pessoal (At 16:31) etc. Basta uma boa imaginação para ver o porquê da ênfase no discurso. Além disso, tais usos não são restritos ao nominativo. No entanto, a opinião de Young é a melhor consideração: Não se deve parar na classificação sintática quando se estiver fazendo exegese.
322
Sintaxe Exegética do Novo Testamento revelado como o Servo de Yahweh. Depois disso, é visto como o Servo Sofredor de Yahweh. O pronome, naturalmente, nada fala sobre isso. O motivo, contudo, para sua presença nessa passagem precisar ser averiguada.
Mc 10:28
"Hp^axo Àéyeiv ó nétpoç aòicô Lõoi) qpelç ácj)r|Kapev irávia Kal r|KOÀou0r|Ka[iéu aoi12 Pedro começou a dizer-lhe: Eis que, tudo nós deixamos e te seguimos. O comentário de Pedro permanece em destaque no verso 22, que fala sobre a falha do jovem rico em abandonar sua riqueza para seguir a Jesus.
Lc 11:48
páptupéç èate Kal auueuõoKeiTe tolç epyotç tcjv uarépcov uptôv, otl autol [ièv àiiéKTeLvau aúxoúç, úpelç ôè olKoõopelic. Testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles mataram [os profetas], e vós edificais [os seus sepulcros]. Embora a relação deles com os profetas fosse diferente, tanto os fariseus quanto seus ancestrais são farinha do mesmo saco (assim uma compara ção é feita).
Lc 24:18
oò póvoç TrapoikcI ç 'IcpouaaÂrm Kal ouk eyucoç tà yeuópeva kv aúifi; Es tu o único peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nesses dias?
Jo 15:16
oí>% òpeiç pe cçe/ú£ao0e, uXX’ éycò cçtÂclápqy úpâç não fostes vós que me escolhestes, mas eu escolhi a vós outros O contraste entre Jesus e os discípulos é categórico: a eleição foi realizada por ele, um ponto fortalecido pelo àXXá. Um contraste comparativo seria: "Vós não me escolheis, mais do que eu vos escolhi". No entanto, isso é estranho ao contexto.
1 Ts 2:18
f]0eHqoapev èL9eiu irpòç úpâç, éycò pèu TTaOÀoç Kal atrai; Kal ôtç, K al èuéKor(rcv fpâç ò oatavâç Quisemos ir ter convosco, [especialmente] eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas, porém Satanás nos impediu. Se o contraste aqui é de tipo ou de grau é difícil de avaliar: O texto quer dizer "[todos] quisemos . . . [pelo menos,] eu quis? Ou: eu queria [embora outros não]?"13 Visto que o plural é repetido (r|pâç) depois que Paulo se exclui, a força do èyu é provavelmente mais comparativa (Satanás impediu a todos nós, porém, eu, especialmente, tentei ir ter convosco).
Cf. também Mt 5:28; Mc 1:8; 5:40; Jo 2:10; 4:22; At 27:31; Rm 8:23; 2 Co 11:29; Hb 1:11; 5:2; 1 Jo4:19; Ap 3:10. b) Sujeito Focalizado Jo 1:23
êyò) (Jxoufi B ocôvtoç kv tf| èpópq) eu [sou] a voz que clama no deserto Essa é a resposta de João à pergunta: "Quem é você?" (v. 22). Há também um contraste envolvido: João não é Elias (v. 21). O foco, contudo, parece estar na sua identidade positiva.
12 ' H|ielç é omitido em W. 13 Moule, Idiom Book, 119.
323
Pronomes: categorias semânticas Tg 1:13
ueipáÇei ôè aúròç ouòéva
mas ele a ninguém tenta 2 Pd 1:17
ó uíóç pou ó áyaTTTjTÓç pou ouróç èa ~ n > elç ou èyu) eúõÓKqoa14
este é o meu Filho amado, em que eu me comprazo Ap 3:9
éycò fiyáirriaá oe15
eu te amei O Cristo assunto ao céu diz à igreja de Filadélfia que fará os membros da sinagoga de Satanás aprenderem sobre sua declaração à igreja dEle: "eu te amei". A implicação (do contexto e do pronome pessoal) parece ser que o amor do Senhor por sua igreja era disputado por esse grupo satânico. Cf. também Mt 22:32; Rm 10:19; Hb 12:1; 1 Pd 1:16; 1 Jo 2:25; 3Jo 1; Jd 17. 2) Redundância A presença do pronome pessoal no nominativo nem sempre é enfática. Ocasionalmente, é uma mera redundância da noção pronominal implícita no verbo.16 Somente o contexto pode ajudar a determinar se um pronome pessoal é enfático ou não. Muitos desses exemplos funcionam em uma narrativa como um "dispositivo interruptor de referência informando uma mudança do sujeito para alguém ou algo mencionado anteriormente".17 Lc 5:1
'Eyévero ôè èv reâ ròv óyÀov êiTiKeia0ai aüicô K a i aKoúeiu ròv Âóyov roí) 0coü K a i aúròç rjv èartòç tTapà tf|V Xí\xvr\v rçyyqaapéx18
Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, ele estava junto ao lago de Genesaré. Jo 6:24
oxe o u v e iõ e v ô ô%Âoç o t l T q o o ú ç ouk è o n v €Kei oúôe o i p a 0 r p c à a ú to u , èyépqaay
auroi
e lç
xa
TT À o iá p ta K a i r)Â 0ou e lç K a < j)a p y a o u p
(q x o u y x e ç x ò y ’Ir\ o o ú y .19
Quando, pois, viu a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, eles tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum à sua procura. Cf. também Mt 14:2; Lc 2:28; 3:23; 4:15; 9:44; At 22:19. 14 ’Ev c5 em Y 0209 33 1241 et pauci é substituído por ei; ov. k15 A maioria dos MSS, embora todos posteriores, omitem éyu (cf. 1006 1841 2351 & ), enquanto as mais antigas e melhores testemunhas (e.g., K A C P alii) as tem. 16 Lucas especialmente usa K a i a Ú T Ó ç dessa maneira. Veja Michaelis, "Das unbetonte," para uma discussão detalhada. Ele tem sido amplamente seguido por BAGD, BDF, 146 (§277), Zerwick, Biblical Greek, 64 (§199), et al. 17 Young, lntermediate Greek, 75. 18 No lugar de K a i aircòç rjv eorú; o códice D tem o genitivo absoluto amaro; aúrou. 19 Um número de testemunhas altera a construção aúroi ei; rà nÂmápia, embora somente o texto ocidental (D it) mude o pronome pessoal para um reflexivo (èaurol; TT/.oiápLa), D também tem Zkafiov por èyépqoay (assim, "eles tomaram barcos para si mesmos").
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
324 b. Os Oblíquos
Os pronomes pessoais oblíquos (i.e., genitivo, dativo, acusativo) são quase que exclusivamente usados para substituir o nome. Esse uso do pronome pode ser chamado de anafórico porque se refere a um elemento anterior no texto. Dois outros usos pedem menção especial. 1) Jo 4:7
Uso Normal: Anafórico epxetou yi)uf| . . . Âéyei aúrrj ó T ipouc
Uma mulher veio .. . Jesus lhe disse Veja o uso anafórico também nas seguintes passagens desse mesmo texto: "disse-lhe a mulher" (Aiyei aúicô q yuvfj) no v. 9; "disse-lhe Jesus" (Irjootiç ciirev aircrj) no v. 10; "disse-lhe a mulher" (Aiyci aünâ r) yuvtj) em v. 11, e assim sucessivamente nos vv. 13, 15, 16,17, 19 etc. At 27:32
áTTÇKOijjav o i oipatLW Tai x à rr /o iv ía xf|ç aKácj)r|ç Kai e la a a v ai)xf)u
éKTTeoeiv
Então, os soldados cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se. Rm6:8
el átíeQáuopeu cmv Xptoxcò, TTioteúopev óxi Kal ouCqoopey aúttó20 se morremos com Cristo, cremos também que com ele viveremos
Ap 17:16
ploiÍoouolu xr|u Trópyqy Kal qpripwpéyqy Troiiíaoimu atkr)v Kal yupupu Kal xàç oápKaç aútrjç tjá y o u ra i Kal afiiqu KataKaúoouoiu kv Tiupi21
odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua car ne, e a queimarão no fogo Cf. também Mt 19:7-8; Fm 10; Tg 2:16; 2 Jo 5. 2) Possessivo O pronome pessoal genitivo freqüentemente, se não normalmente, indica possessão. Como tal, ele poderia ser tratado de um dos três modos: (1) como uma subclasse do uso normal do pronome pessoal uma vez que, também, se refere a um antecedente (veja Ap 17:16 acima); (2) como um genitivo possessivo visto que a noção de possessão não faz parte da raiz, mas da terminação do caso; (3) como um pronome possessivo (veja discussão). É tão rotineiro que nenhum exemplo precisa ser dado aqui. (veja o capítulo sobre o caso genitivo para exemplos e discussão). 3) Reflexivo O pronome pessoal raramente é usado como reflexivo no NT. Em tais exemplos, ele possui a nuança de: ele/ela mesmo(a), si mesmo(a).22 20 amíó é substituído por xcô Xpicraâ em D* F G. O pronome tem melhor respaldo: X A B C D fcE K L P alii. ‘ 21 Alguns MSS posteriores têm algum interesse, embora tenham uma leitura implausível nesse texto. Por aÜTTjç: 1597 tem üíÚtcôv; 2025 2037 omitem o pronome. Por aèxqy2: 203 452 506 têm auroí.
Pronomes: categorias semânticas
325
Mt 6:19
|ií) SriaaupíCete fyúv Oqaaupouç eu! tf|ç yf\c não acumuleis para vós mesmos tesouros na terra Esse verso e o seguinte são, talvez, os únicos dois lugares no NT onde um pronome de segunda pessoa é usado com um sentido reflexivo.23 Todos os demais estão na terceira pessoa (cujtóç).
Jo 2:24
'Iqooüç oiiK èiúaxeuev aòxòv aütolç24 Jesus não confiava ele mesmo a eles
Ef2:15
iva touç õúo ktlot] êv aòtcô elç cva Kcauòu avOpGrrrov25 para criar em si mesmo dos dois um novo homem
Cf. também Mc 9:16; Jo 20:10; At 14:17; Fp 3:21; Hb 5:3; 1 Jo 5:10 (v.l.=varíante de leitura); Ap 8:6; 18:7.
B. Pronomes Demonstrativos 1.
Definição e Termos Usados Esse tipo de pronome designa algo destacando-o de modo especial. Os três pronomes demonstrativos usados no NT são oíkoç, étcetnoç e oôe. (Esse último é raro, ocorrendo somente dez vezes). Ouxoç regularmente se refere ao objeto mais próximo ("este"), enquanto êicetnoç, ao objeto mais distante ("aquele"). Há várias exceções quanto a isso, pois ambos funcionam como pronomes pessoais. As vezes, "violam" as regras gerais que os pronomes seguem normalmente. Tais exceções, muitas vezes, carregam importância exegética.
2.
Funções a.
Uso Regular (Como Demonstrativos) As distinções próximo-distante de oütoç e ckcI voç podem se referir ao que estiver perto/longe: (1) no contexto, (2) na mente do escritor ou (3) no espa ço e/ou tempo do escritor ou de sua audiência 26 Às vezes, essas dimensões
22 Devido ao uso mais amplamente baseado no grego helenístico do pronome pessoal genitivo por éauuoü, a edições mais recentes do NT Grego têm substituído o reflexivo contraído aÚToü/aÚTtõv pelos pronomes pessoais aútoü/aimâv. Veja BAGD, s.v. èctuToú, BDF, 35 (§64), Robertson, Grammar, 226; Tumer, Syntax, 190; Metzger, Textual Commentary, 616 (sobre Fp 3:21), 718 (sobre 1 Jo 5:10). 23 Conforme Dana-Mantey, 124. 24 A tensão quanto ao existir pronome pessoal é sentido nos MSS. 'J266 X2 Ac Wc 0 T 050 083 f 1'13 33 Byz substituem o éauróv reflexivo, enquanto ÍJ375 579 et pauci omitem o pronome completamente. O pronome pessoal é encontrado em X* A* B L 700 et alii. Embora as testemunhas estejam danificadas, o pronome pessoal é encontrado em textos decentes e de leituras mais difíceis. 25 Um número de testemunhas, principal Ocidental e Bizantina, altera o pronome pessoal para èauTú que é mais natural (X2 D G ’f Byz). 26 Conforme Winer-Moulton, 195-96; Dana-Mantey, 127-28 (§136); Young, Intermediate Greek, 78. Zerwick, Biblical Greek, 68 (§214), sumariza a questão muito bem: "a aproximação ou distância pode não ser gramatical . . . mas psicológica".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
326
c o n fu n d e m -s e : O q u e p o d e r ia s e r o m a is p r ó x im o a n te c e d e n te p o d e n ã o se r o a n te c e d e n te m a is p e r to n a m e n te d o a u to r e tc . U m p o u c o d e im a g in a ç ã o é , às v e z e s , p r e c is o p a r a e n te n d e r o u s o d o p r o n o m e .
1) ouioç (Proximidade) Mt8:27
ttotktt Ó ç
ofiioç
òotlv
otl
ol
K al
ãvepoL
K al
q
B áÀ aoaa
a i)i(ô
ÚTTaKoúouaLu; 27 Q u e tip o d e h o m e m é J o 9 :2
tlç
p o is a té o s v e n t o s e o m a r lh e o b e d e c e m ?
q p a p T e v , o u t o ç fj;
Q u em pecou, A t 4 :1 1
este,
outóç esta é
é o iL V
este
[h o m e m ] o u s e u s p a is ?
ò À Í B o ç , ó è i; o u 0 6 v q 0 e lç w j) ’ ò p c â v r â v
o lK O Õ ó p c o v
a p e d r a , q u e fo i re je ita d o p o r v ó s o s c o n s tr u to r e s
A r e f e r ê n c i a é a C r i s t o , m e n c i o n a d a n o v. 10 . M a s 'I q o o ú X p ic rc o O n ã o é o a n te c e d e n te m a is p r ó x im o n o c o n te x to . O v. 10 d iz : èv t ü óvópaT L 'I q o o ü X p i o i o ü to O N a Ç c j p a í o o o v ú p c iç ècru au pcáaírre, o v ó 9 eò ç q y c i p e v 6K v e K p w v , è v to Útw o í k o ç ira p ê a T q K e v è v a m o v
ò p ú v úyLqç
( " P e lo n o m e d e J e su s C r is to d e N a z a r é , o q u a l v ó s c r u c ific a s te s , a q u e m D e u s r e s s u s c ito u d o s m o r to s , p o r m e io d e le , e s te h o m e m e s tá d e p é d i a n t e d e v ó s " ) . H á d o i s n o m e s m u i t o p r ó x i m o s : 0tóç e o u to ç ( r e f e r in d o s e a o h o m e m c u r a d o ) , p o r é m ’Ir|ooí) X p lo to u e s t á , " p s i c o l o g i c a m e n t e , m a is p r ó x im o o u
m a i s v i v i d o n a m e n t e [ d o e s c r it o r ] d o q u e q u a l q u e r o u t r o
t e r m o " . 28 L o g o , e le é o a n t e c e d e n t e . G 1 4 :2 4
a f r c a i é Lo l v õ ú o Õ La0 f|K aL
estas F m 18
[m u lh e r e s ] s ã o d u a s a lia n ç a s
e l ôé t l
E,
f)Ó L K q o é v o e q ó cjje L À el t o ú t o
êpol
kX X óya
s e te f e z a lg u m d a n o , o u te d e v e a lg u m a c o is a , p õ e
isso
e m m in h a
co n ta 1 P d 1 :2 5
tò
p r j| ia
K u p ío u
e ú a y y e ilL o ô è v e l ç
péveL
e lç
tò v
a lm v a .
to ô to
õé
cotlv
tò
p ijp a
tò
úpâç.
A p a la v r a d o S e n h o r d u r a p a r a se m p re . E
esta
é a p a la v r a q u e v o s
e v a n g e liz a m o s ljo 5 :2 0
ofitóç este é
èoTLV ò ã Â q 0 L V Ò ç 0 e ò ç K a l ( c o q a lc ó v L O Ç o v e r d a d e ir o D e u s e a v id a e te rn a
E sse te x to é e x e g e tic a m e n te p r o b le m á tic o p o r v á r ia s r a z õ e s . N o s s o p r o b l e m a , c o n t u d o , é: Q u a l é o s e u a n t e c e d e n t e ? M u i t o s e r u d i t o s v ê e m ó G cóç e n ã o X p i c n ú ç c o m o a n t e c e d e n t e , e m b o r a X p i o t ó ç e s t e ja m a is p e r t o . W i n e r a f ir m a q u e , e .g ., " ( 1 ) « Â q G iv ò ç 0 eóç é u m e p í t e t o c o n s t a n t e e e x c l u s i v o d o P a i; e (2) a q u i e s s e e p í t e t o s e r v e c o m o u m a le r t a c o n t r a a i d o l a t r i a , u m a v e z q u e á A .q 0 iv ò ç
0 cóç
se m p re e stá em co n tra ste a
cLÔcoÀa".29 A f a v o r d e v e r X p lotoç c o m o a n t e c e d e n t e e s t ã o o s s e g u i n t e s a r g u m e n t o s : (1 ) E m b o r a s e ja v e r d a d e q u e à/.q0Lvòç 0eóç e m n e n h u m o u t r o l u g a r s e
27 C ó d i c e W a c r e s c e n t a ò S vG p w tro ç d e p o i s d e o ú t o ç . 28 W i n e r - M o u l t o n , 1 9 5 . 29 W i n e r - M o u l t o n , 1 9 5 .
Pronomes: categorias semânticas
327
refira a Cristo, contudo kXvfòcío. refere-se a Cristo (é exatamente o que ocorre na literatura joanina - Jo 14:6). Além disso, àXr|0ivòç Geóç não é um "constante.. epíteto" como Winer supõe, pois é encontrado somente em Jo 17:3 e 1 Jo 5:20! (2) Cristo também é chamado de (oirj nos escritos joaninos (Jo 11:25; 14:6; 1 Jo 1:1-2), um epíteto que em nenhum outro lugar é usado para o Pai. (3) O pronome demonstrativo, o u t o ç , no Quarto Evangelho e nas Epístolas Joaninas parece ter uso ricamente teológico.30 Especificamente, em setenta exemplos onde o u t o ç faz referência pessoal, quarenta e quatro deles (quase dois terços dos exemplos) se referem ao Filho. Nos demais, há algum tipo de conexão positiva com o Filho.31 O mais signficante é que nunca o Pai é o referente. Diante desses fatos, aumenta-se a probabilidade de que Tipoí) Xpiottô seja o antecedente de 1 Jo 5:20.32 A questão não pode ser decidida somente com a gramática. O que se pode afirmar é: não há nenhuma razão gramatical para se negar que áA.r|0ivòç Geóç seja uma descrição de Jesus Cristo.33 Cf. também Mt 9:3; Mc 1:38; 8:4; 9:7; Lc 1:29; At 1:18; 6:13; 1 Co 6:13; 13:13; 16:3; Fp 1:6; 4:8; 2 Tm 3:8; Ap 1:19. 2)
6Kelvoç (Distância)
Mt 13:11
ufTív õéôoToci Yfwvcu xà puotf|pia tfjç paotUeíaç xcôv oúpavcôv, éiceiizoiç ôè oi) õéõoiai a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido
Jo 7:45
rjÃGov ow oi ímr|péi:oa npòç touç áp^tepeiç Kai apioaíouç, Kai eíirov aÚTOLç éKeívoi õià t í ouk qyáyeTe aúióv; Voltaram, pois, os guardas à presença dos principais sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Uma vez que Ikíivoi é usado, o antecedente da passagem deve estar próximo no contexto ("os principais sacerdotes e fariseus"), o que confirma o seguinte verbo (àiTeKpí0r|oav o l ímripérai . . . ) . ’ E k c I v o ç é usado, provavelmente, porque os soldados tinham sido mandados para encontrar Jesus (v. 32) e estavam mais perto na mente do autor do que o sinédrio. A narrativa progride do enviar a soldadesca passando pelo discurso de Jesus no templo (vv. 33-43), depois para a antecipação da apreensão pelos soldados (v 44), e, enfim, para o retorno dos soldados ao sinédrio (v 45).’E k í t v o ç é usado, porque, segundo parece, os principais sacerdotes e fariseus estão "atrás das cenas" no discurso de Jesus.
30 Agradecimentos são devidos ao Dr. W. Hall Harris por alertar-me para a possível importância do pronome demonstrativo na literatura joanina. 31 Se esse uso realmente tem importância teológica, o autor não é totalmente consistente, pois há poucos lugares que não se encaixam completamente nesse modelo (e.g., Jo 6:71; 1 Jo 2:22). O mesmo poderia ser dito sobre o uso de èyw eípí (cf. Jo 9:9), ainda que todos concordam que èyu riyií é de suma importância teológica em Jo. 32 Para outros argumentos a favor de ’Ir|OoC Xpiotcô como antecedente, veja especialmente Marshall, The Epistles ofjohn, 254, n. 47; Brown, The Epistles ofjohn, 625-626. 33 As questões gramaticais são complexas. Para uma discussão, veja D. B. Wallace, "O Artigo com Múltiplos Substantivos Conectados pelo Kaí no Novo Testamento: Semântica e Significância" (Tese de Ph.D., Seminário Teológico de Dallas, 1995) 271-77.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
328 Rm 6:21
u v a Kapiràv dxexe totc ècf)’ olç vôv érraiaxúveaOe; xò yàp lé lo ; ÒKeívcov Bávaioç. que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim destas coisas é morte. Embora outro pronome possa melhor se encaixar nesse contexto, evidentemente èKeXvoç é usado por causa da distância temporal entre os leitores e o seu primeiro estilo de vida (note o"então" e "agora").
Tg 4:15
éàv ò KÚpioç 9eÃf|ar| Kal (ipopev KalTTOif|Oopev toôto qcKelvo Se o Senhor quiser, então viveremos e faremos isto ou aquilo. As opções ativas, ainda que não-específicas, são alistadas em ordem de prioridade. A idéia é: "se nós podemos fazer isto, então faremos aquilo".
Cf. também Mc 12:4; Lc 11:42; At 15:11; 1 Co 9:25; 2 Tm 3:9; Hb 11:15. 3) oôe Como já declarado, há somente dez ocorrências desse pronome no NT, oito delas na expressão ráõe Aiyet. A ênfase dessa expressão é sempre proléptica ou antecipatória: "ele fala [coisas] que seguem". Sete das oito são usadas em Apocalipse.34 Todas se encontram nas mensagens às igrejas. O pronome é usado para acrescentar solenidade à elocução profética que segue.35 At 21:11
Táôe Àéyei to irveOpa tò àyiov . . . Estas coisas diz o Espírito Santo. . .
Ap 2:18
Táôe Xéyei ó ulòç toô 9eoô . . . Estas coisas diz o Filho de Deus . . .
Cf. também Lc 10:39; Ap 2:1, 8, 12; 3:1, 7, 14. b. Como Pronomes Pessoais Embora tecnicamente outoç e èKelvoç sejam pronomes demonstrativos, às vezes, sua força demonstrativa reduz-se.36 Nesses casos, eles agem como pronome pessoal de terceira pessoa com uma simples ênfase anafórica. Esse uso está especialmente presente em Jo, ocorrendo mais com êKelvoç que com outoç. Jo 5:6
toOtov
lôtàv ó Triaoüç Quando Jesus o viu
Jo 8:44
êKelvoç àvbpconoKióvoç rjv óm’ âpxhç ele foi assassino desde o princípio
34 Dos outros dois exemplos: um é retrospectivo (Lc 10:39) e o outro, adjetivo (Tg 4:13). 35 No drama clássico, foi usado para introduzir um novo ator na cena (Smyth, Greek Grammar, 307 [§1241]). Mas a fórmula ráõe Xéyei no NT deriva do AT, onde era usada para introduzir um oráculo profético (BAGD, s.v. óòf, 1). O uso de óôe é até mais enfático que o de outoi; (Smyth, Greek Grammar, 307 [§1241]). 36 Era assim também no Ático (Smyth, Greek Grammar, 92 [§326.d]).
Pronomes: categorias semânticas Jo 11:29
èiceíuri còç qKOuaep r)yép0r| xaxò K al ijpxeio xpòç aítxóp Quando ela ouviu, levantou-se logo, e foi ter com ele.
2Tm 2:26
à v a v r | i]K o a iv ê k
329
xfjç xoõ ô t a p ó l o u ttíxylõ oç , è Ç tú Y P B B é u o i ín r ’ aútou elç xò èiceívoi) 0éÂr)pa Que retornem à sensatez, [livrando-se] dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem à sua vontade. Quais são os antecedentes de ocíitoGe ckcÍvou? Isso é incerto. Comentários antigos, percebendo a influência do grego clássico no NT, declararam que dois antecedentes precisavam estar em vista. Com dois pronomes tão próximos assim, a ênfase no grego ático seria: "ele (a v x ó c,) ... o outro ( è K c i v o ç ) " . Isso nos leva a uma de duas interpretações: (1) aúxoü aponta para trás para o servo do Senhor (v 24) e t K f í v o u se refere a Deus (v 25): "que retomem à sensatez [livrando-se] dos ardis do diabo, depois de terem sido capturados pelo servo do Senhor para [fazerem] a vontade do Senhor. (2) ocòioO se refere ao diabo e è i c e í v o u se refere a Deus: "que retomem à sensatez [livrando-se] dos laços do diabo, depios de terem sido capturados pelo diabo, [mas depois de livres] para [fazerem] a vontade de Deus. A primeira interpretação é implausível por causa da distância do antecedente; a segunda é implausível pelo que deve ser inferido para ela funcionar.37
Muitos comentaristas modernos vêem òLapóÂou como o antecedente desses pronomes. Isso está de acordo com o uso do Koinê, uma vez que os pronomes demonstrativos, especialmente ckAvoç, são, às vezes, usados no lugar de aòióç. Mas para que a mudança de pronomes? E impossível usar aixóç seguidamente? Hanson faz uma intrigante sugestão:
Usos Incomuns (na perspectiva da língua portuguesa) As seguintes categorias são incomuns porque o uso do pronome: (1) parece desnecessário (redundante); ou (2) está em desacordo com seu antecedente; ou (3) é usado por alguma outra razão. Muitos dos usos, porém, são normais porque o pronome desempenha sua matiz demonstrativa plenamente. 1) Pleonástico (Redundante) Ocasionalmente, um demonstrativo é usado quando não trouxer ambi güidade, caso contrário ficará de fora. Isso ocorre especialmente no nominativo, ou seja: o demonstrativo repete um sujeito mencionado
7,7Para outros argumentos contra esses pontos üe vista, veja ivi. T/iwnus-íi. Conzelmann, The Pastoral Epistles (Hermeneia) 114; J. N. D. Kelly, A Commentary on the Pastoral Epistles, 191-92; A. T. Hanson, The Pastoral Epistles (NCB) 142-43. 38 Hanson, Pastoral Epistles, 143. Embora ele baseie essa nuança nos usos alistados em LSJ, BAGD também menciona que éKéívoç é, às vezes, usado "como referência a algo bem conhecido ou personalidade notória ... com uma conotação não favorável" (s.v. èiceivoç, l.c.).
S in ta xe Sxe^étir.a â o Júrav^ Tpjúaiwmm
(costumeiramente um particípio substantivado), mesmo que o verbo não seja introduzido depois do pronome. Conseqüentemente, o prono me resume o sujeito que está agora separado do verbo pela construção participial. O pronome é chamado pleonástico, redundante ou resumitivo. Em casos assim, é melhor não traduzir o pronome. No entanto, às ve zes, ele possui muita ênfase retórica e o português deveria refleti-la. Jo 5:11
ó tToi.f|oa<; pe ír/ií) eKelvóç poi eltTeu apov ràv Kpápattóv o o u Kai Trepiudc-uei
Aquele que me curou [literalmente, aquele, o homem que me curou] disse-me: "Toma o teu leito e anda!" Rm 8:30
ouç ôè TTpocópioev, toutouç Kai eKáÀeaev Kai o'úç éraleoeu, toutouç Kai €õiKaicoaev ouç oe eõiKaicoaev, toutouç Kai eõoçaaev e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou O uso aqui parece ser enfático e não meramente "resumitivo". A idéia é: todo aquele que Deus predestinou, chamou e justificou também será glorificado. A gradação dos pronomes, desse modo, tem um efeito dramático: Ninguém se perde entre o decreto eterno e o estado eterno.
Tg 1:25
ó iTapaKÚi|jaç elç vópov xéÀeiov tòv xfjç èA.eu0epíaç Kai napapeívaç, ouk
àKpoatriç liuÀriapouíjç yeuópevoç àXXà uoiqTTiç èpyou, outoç
paKáproç kv xí) TTOLT|oei auxot) e o ta i.39
aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado naquilo que faz. O pronome precisa ser traduzido pois há uma relação de hipônimos (elementos de um grupo maior [aquele que... atenta... sendo ouvinte... operoso praticante]) para um hiperônimo (o grupo maior [esse])! 2 Jo 9
ó pévcay kv rrj ÕLÔa/fj, outoç Kai iòu muépa Kai zòv ulòv èj(ei o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.
Cf. Jo 5:37; 12:48; 14:21; At 7:35; Rm 8:14; Fp 3:7; Tg 3:2. 2) Constructio ad Sensum Um pequeno grupo de demonstrativos possui uma concordância natural com seus antecedentes, cometendo o que chamamos de solecismo. São construções ideológicas ou constructio ad sensum. Essa (des-) concordância natural envolve gênero ou, mais raramente, número. Freqüentemente, a concordância somente é conceituai, visto que o pronome aponta para uma frase ou oração e não para um substantivo ou qualquer outro nome. Como é de se esperar, não poucos desses exemplos são debatíveis e exegeticamente significantes.
39 íp74 et pauci omitem o pronome aqui.
Pronomes: categorias semânticas
331
a) Gênero 1] Ilustrações Claras At 8:10
OÒtOÇ 6 0 1 IV T| Õ lW | ilÇ T0Ü 0f OU
este [homem] é o poder de Deus Rm 2:14
ò tav 60ur| t à [if| vópov e%ov~a cjmaei t à toD vópou vópov [if| e/ovxeç éauTOiç eíaiv vópoç40
ttolcôolu , o u t o i
Quando os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, estes não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. O antecedente do pronome é e0vr| que, mesmo sendo neutro, se refere a seres humanos. 1 Co 6:10-11 oure KÀétrtaL oüte TTÀeoueKtaL, oú |ié0uaoi, oò Xoíôopot, oú^ àpuaveç paaiÀelav 0eoü K/.r|povopf|aouaiv. (11) Kal taôtá nveç rjie nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. (11) Tais fostes alguns [de vós]. Embora todos os nomes antecedentes sejam masculinos, o demonstra tivo usado é neutro. Robertson nota que "aqui xaüta é muito parecido com o u t o i , porém mais definido e enfático".41 O neutro é usado para expressar o horror da depravação, como se eles fossem sub-humanos antes da conversão. Cf. também At 9:15; Fp 3:7; 1 Pd 2:19; Jd 12. 2] Exemplos Debatíveis Jo 15:26
oxav 6À0r) ó irapáKÀryroç ov éyd) TT6[u]i(u úplv uapà toO TTatpóç, tò TTveôpa tqç àÀr)0eíaç o trapà toO tTatpoç eKTTopeúetai, eKelvoç [iaptupf|06L trepl èpou Quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos enviarei, o Espírito de verdade, que procede do Pai, esse testificará de mim. O uso de eKelvoç aqui é freqüentemente considerado por estudantes do NT como uma afirmação da personalidade do Espírito. Tal idéia ba seia-se no pressuposto que o antecedente de CKelvoç é irveOpa: "o pro nome masculino 6Kelvoç é usado em Jo 14:26 e 16:13-14 referindo ao substantivo neutro Tiveuga a fim de enfatizar a personalidade do Espí rito Santo".42 Mas isso é um erro. Em todas essas passagens joaninas, irveuga é um aposto de um nome masculino. O gênero de eKelvoç, assim, não tem
40 Códice G tem ol t o l o ú t o l em lugar de o u t o i . 41 Robertson, Grammar, 704. 42 Young, Intermediate Greek, 78. Igualmente, G. B. Stevens, The Johannine Theology (New York: Scribner's, 1899) 196; L. Morris, The Gospel According to John (NICNT) 656. A visão é especialmente popular entre os teológos, tornando-se o sustentáculo de seus argumentos da personalidade do Espírito (cf., e.g., J. I. Packer, Keep In Step With the Spirit [Old Tappan, NJ: Fleming H. Revell, 1984] 61; C. C. Ryrie, The Holy Spirit [Chicago: Moody, 1965] 14; R. C. Sproul, The Mystery of the Holy Spirit [Wheaton, 111.: Tyndale, 1990] 17-18).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
332
nada a ver com o gênero natural de i r v e f t | i a . O antecedente de ckclvoç, em cada caso, é irap
xò
a y io v ,
ô
T r é p A jie i
ò
ir a x f)p
èv
xw
ò v ó p axí
pou,
È K e lv o ç
ò jiâ ç
ÕLõáÇei T r á v x a ( " o Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas"), ü v e ü p a não somente é um aposto de T O p á K À .r i x o ç , como também tem um pronome relativo neu tro seguindo-o! Isso dificilmente ajuda no argumento gramatical para a personalidade do Espírito. Em Jo 16:13-14, o contexto imediato é traiço eiro: o x a v ô è eÂGrj fKflvoç, x ò i r v e ü p a xfjç àXrfieLaç, ó õ r i y i j a c i ú p â ç è v x f j àA.r|0€Ía iráar) éicéLvoç è p è õoSácsei ("quando esse vier, o Espírito da verdade, ele vos guiará em toda verdade . . . . ele me glorificará"). O è K e t v o ç aponta para o v. 7, onde T T a p á K l q x o ç é mencionado. 43 Assim, visto que TT apáK À .r|X O Ç é masculino, do mesmo jeito que o pronome. Em bora alguém queira afirmar que a personalidade do Espírito está em vista nessas passagens, a visão deve ser baseada na natureza de um 7TapáKÀr|xoç e nas coisas ditas acerca do Consolador, não sobre quais quer dimensões gramaticais supostas. De fato, é difícil achar qualquer texto em que ttvcli|ia gramaticalmente se refere ao gênero masculino.44 b) Número 2 Jo 7
trolÀoi TTlávot ftf|Â,0ov elç xòv KÓapov, ol (irj ópoA.oyoí)vxeç 'Iqaoüv Xpiaxòv èpxqievov kv aapKÍ ouxóç èanv ò TTÀávoç Kal ó ávxíjcpiaxoç. Muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo. O demonstrativo tem implicitamente ênfase genérica: "uma pessoa assim é o enganador e o anticristo".
3Jo4
peijotépav xoóxtóv ouk e/oo /apáv, iva úkoúgj xà èpà xeKva èv xfj á/lr|9eía Trepmaioúvxa Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.
43 Embora as traduções do v. 13 tal como a NRSV possam ser confusa quanto a quem é o sujeito da sentença ("Quando o Espírito da verdade vier, ele vos guiará.. o objetivo dessas traduções não serve de manual para estudantes de grego. 44 Ao lado dos textos joaninos, três outras passagens são usadas ocasionalmente para isso: Ef 1:14; 2 Ts 2:6-7 e 1 Jo 5:7. Todas têm problemas. Em Ef 1:14 òç èoxiv âppaPuv se reporta para algo anterior, i.e., xô> irvçúpaxi (v. 13). Mas o pronome relativo masculino (v.l.) é facilmente explicado, não sendo em si um reforço à motivos teológicos. (Veja discussão abaixo, em "Pronomes Relativos"). Em 2 Ts 2:6-7, 7TV6Ü|ioe não é mencionado em nenhum lugar; xò Kaxè%ov/ó Kaxèxwv são freqüentemente considerados como referências ao Espírito Santo. Mas, sem mencionar o fato que há defensores para essa visão, certamente não é possível usar passagens claras de gênero natural a fim de sustentar tal posição. Nem é possível um argumento crux interpretum tornar-se a base para esse ponto sintático. 1 Jo 5:7 é talvez a mais plausível das passagens alistadas. O particípio masculino em xpclç cloiv ol papxupoôvxeç se refere a xò uvcipia Kal xò íjôwp Kal xò alga (v 8), todos substantivos neutros. Alguns vêem isso como uma referência oblíqua à personalidade do Espírito (corforme I. H. Marshall, The Epistles of John [NICNT] 237, n. 20), mas o fato que o autor personifique a água e o sangue, tornando-os em testemunhas com o Espírito, pode contribuir bastante com o genêro masculino. Essa interpretação também tem em seu favor a alusão a Dt 19:15 (a necessidade de "duas ou três testemunhas"), pois no AT somente o testemunho de homens era aceitável. Assim, o ancião pode estar subitamente indicando (via particípio masculino) que o Espírito, a água e o sangue são todos testemunhas válidas.
Pronomes: categorias semânticas
333
Embora o elemento catafórico ao qual t o Ú t c o v se refira seja o conteúdo da oração 'iva, o pronome é normalmente esperado no singular. Cf. também 1 Co 6:8 (v.l.); Hb 11:12. c) Anterior/Posterior Conceituai 0 neutro de outoç é costumeiramente usado para se referir a uma frase ou oração. Em casos assim, o objeto a que se refere não é um nome/substantivo específico. O singular é usado para se referir tanto a um elemento anterior (anafórico) quanto a um posterior (catafórico) sobre uma base regular, enquanto que o plural exclusivamente não declara nada sobre esses referenciais.45 Certas formas de frases são empregadas, muitas vezes, v.g., ô i à toüto, referindo ao argumento anterior (cf. Mt 6:25; 12:27; Mc 6:14; Lc 11:19; Rm 1:26; Hb 1:9),46 ou petà tairca, referindo a eventos por vir (Lc 17:8; Jo 5:1; 21:1; At 13:20; 1 Pd 1:11; Ap 4:1). 1] Ilustrações Claras Lc4:28
èrr/lqo0qoav náuteç 0upoü kv trj ouuaYcayfi aKoúouteç xauta47 Ao ouvirem eles estas coisas, todos na sinagoga se encheram de ira O que eles ouviram foram as palavras de Jesus. Embora lóyoç ("mensagem") ou Xóyoi ("palavra") naturalmente pudessem ser substituídas, o pronome neutro é o meio normal para se referir a um conceito grego não-especificado.48
Lc 14:20
y u rm ic a e y q p a K ai õ ià
Rm 6:6
to ü to
toüto o v õ ú v a p a i éA.0e!v49 Casei-me [recentemente] e, p o r isso, não p o s s o ir. Obviamente, o pronome deve se referir ao evento, i.e., o casamento, não à esposa!50
yivcóoKOVTeç otl ô TTaÀaiòç rpcõi' avOpwiTOç ouueoTaupúOq Sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado [com ele]
45 Conforme Young, lntermediate Greek, 78. Ele diz que "taCta parece somente apontar para o que precede", mas veja 3 Jo 4 (mencionado acima). 46 Nem todo exemplo é retrospectivo (cf. Mt 13:13; Mc 12:24; Jo 1:31; 1 Ts 2:13; Fm IS), 47 Em lugar de raüra, o códice 579 tem aitrá e o 827, aútoO. 4 8 Por extensão, isso pode ter implicações para t o lékt iov em 1 Co 13:10 (veja o capítulo sobre os adjetivos para uma discussão). 49 Em lugar de Kai õià t o ü t o D tem õ l ó ; 157 omite ÔLa t o ü t o . 50 Naturalmente, se o termo neutro yúuaLOV ("mulherzinha" [é um termo difícil de estima, embora normalmente seja de ridicularização]) foi usado, isso poderia dar a pausa para o intérprete!
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
334 1 Co 11:24
to ô tó |ioú koTiv to oó)|ia tò írnèp úpcâu to ô to TTOieiTe eíç Tqy 4nf|V áuáiivqaLV.
Este é o meu corpo [dado] por vós. Fazei isto em memória de mim. O segundo t o ô t o se refere ao ato de comer o pão, embora no contexto precedente um substantivo neutro (ocô|ia), junto com seu pronome ( t o ô t o ) , seja visto. Hb 9:27
kccQ’ óoou KTTOKf iTffi TOiç àvQpióvoiç avaE, ànoSaveiv, petà õe to ô to Kpúuç
Assim, aos homens está ordenado morrerem uma só vez, e depois disto o juízo Cf. também Lc 1:18; 4:18; 6:6; 7:32; 8:30; At 1:9; 4:7; Rm 5:12; 8:31; 14:9; 1 Co 4:6; 11:22; G1 3:2; Cl 3:20; 1 Ts 4:15; Hb 4:5. 2] Exemplo Debatível Ef 2:8
xfi yàp "/ápixí cate aeacoapéyot õià ttÍotcwç Kal toôto oòk éç òpmu, 9eob tò õwpou porque pela graça sois salvos mediante a fé;e isto não vem de vós, é dom de Deus Esse é o texto mais debatido em termos do antecedente do pronome demonstrativo t o ô t o . As interpretações comuns incluem: (1) "graça" como antecedente, (2) "fé" como antecedente, (3) O conceito salvação pela graça mediante a fé como antecedente, e (4) xm t o ô t o tendo uma força adverbial sem antecedente ("e especialmente"). A primeira e a segunda opções falham pelo fato de que t o ô t o é neutro, enquanto que xápixi e xríaxeuç são femininos. Alguns afirmam que o gênero trocado não causa problemas porque (a) há outros exemplos na literatura grega em que um neutro demonstrativo se refere a um subs tantivo anterior de gênero diferente,51 e (b) o xoôxo foi atraído para o gênero de õcôpoy, o nominativo predicativo. Tais argumentos precisam ser analisados juntos. Ainda que seja verdade que em raras ocasiões exista uma troca de gê nero entre o pronome e seu antecedente, o pronome quase sempre é encontrado em exemplos com substantivos de gêneros diferentes. Um é o antecedente; o outro é o nominativo predicativo. Em At 8:10, v.g., (ovzóç èotiv r) õúvapiç xoô 9eoô), o pronome é masculino porque seu antecedente é masculino, embora o nominativo predicativo seja femini no. Em Mt 13:38, a atração inversa acontece (o sujeito prominal é atraí do para o gênero do nominativo predicativo): T Ò õè xaLòv airéppa, ou t o Í eioiv ol uioí T Í j ç PaaiXeíaç ("a boa semente, e s t e s são os filhos do reino").52 A construção em Ef 2:8, porém, não é um exemplo paralelo,
51 Em particular, note R. H. Countess, "Thank God for the Genitive!" JETS 12 (1969) 117-22. Ele alista três exemplos áticos, afirmando que um fenômeno como esse ocorre com muita freqüência na literatura grega (120). Sua abordagem tem pontos fracos, porém, pois ele não somente não cita exemplos do NT, como duas de suas ilustrações clássicas são melhores vistas como se referindo mais a um conceito que a um nome. Além do que, o uso não é completamente freqüente e em cada exemplo seja necessessário explicação. 52 Cf. também Mt 7:12; Lc 2:12; 8:11; Jo 1:19; Rm 11:27; G1 4:24.
Pronomes: categorias semânticas
335
pois òwpov não é o nominativo predicativo de t o ü t o , mas sim do "ele" implícito na oração seguinte. Em certo nível gramatical, então, é duvi doso que "fé" ou "graça" seja o antecedente de t o ü t o . A visão mais plausível é a terceira, pois t o ü t o se refere ao conceito de salvação pela graça mediante a fé. Como j á vimos, t o ü t o regularmente tem um antecedente conceituai. Se a fé aqui ou em outro lugar no NT é vista como um dom, essa não é a questão que devemos tratar aqui.53 Uma quarta visão é que kccI t o ü t o é adverbial. Essa visão tem surpre endentemente feito pouco impacto na literatura exegética.54 Se temos aqui uma idéia adverbial, K a i t o ü t o é intensivo e significa: "e isso espe cialmente", sem ter qualquer antecedente. Ele focaliza sobre o verbo e não em qualquer substantivo. Em 3 Jo 5 vemos isso: i u o t Ò v T r o i e l ç 8 kkv cpyáor) e í ç t o u ç á õ e À c jr a u ç K a i t o ü t o í j é v o u ç 5 5 ("Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e especialmente [fazes isso] aos estrangeiros"). Se essa é a nuança de Ef 2:8, o texto quer dizer: "porque pela graça sois salvos mediante a fé, e [sois salvos] espe cialmente não por suas obras; é dom de Deus". A questão aqui é complexa e não se resolve gramaticalmente. Porém as considerações sintáticas giram em torno das duas últimas visões.56
C. Pronomes Relativos 1.
Definição em Termos Usados Pronomes Relativos (õç e ootlç) são chamados assim, porque retomam um ter mo anterior (antecedente) da oração, projetando-o numa outra oração. Assim ele participa da sintaxe anterior e, ao mesmo tempo, funciona também com suas particularidades na sua própria oração. Na sentença, v.g., "A casa que Zé construiu veio a pique", o que aponta para o seu antecedente (casa) e encabeça sua própria oração.
53 Em um nível exegético, estou inclinado a concordar com Lincoln que "no pensamento de Paulo fé nunca pode ser vista como uma obra meritória porque em conexão com justificação ele sempre contrasta fé com obras da lei (cf. G1 2:16; 3:2-5, 9,10; Rm 3:27, 28)" (A. T. Lincoln, Ephesians [WBC] 111). Se fé não é meritória, mas está em lugar da recepção do dom de salvação, então não é um dom em si. Uma visão assim não impede a noção que para a fé salvar, o Espírito de Deus deve iniciar o processo da conversão. 54 Cf, porém, BDF, 151 (§290.5), BAGD, s.v. o ü t o ç l.b.y. As duas auoridades assumem esta força em K a i t o ü t o em Ef 2:8 sem discussão. 5 5 T o ü t o é substituído por e l ç t o u ç no P Byz e por t o u ç em 81 et pauci. O pronome é solidamente estabelecido nas testemunhas mais antigas espalhadas(e.g., S A B C T 048 33vid 323 U 41vid 1739) 56 Por ser digno, um exame de todos os 22 exemplos de K a i t o ü t o no NT (não incluindo Ef 2:8) mostrou os seguintes resultados: 14 ou 15 tinham referente conceituai (e.g., Lc 3:20; 5:6; Jo 11:28; 18:38; Jo 20:20; At 7:60; 1 Co 7:37; Fp 1:9; Hb 6:3 [Fp 1:28 era provável]); quatro eram adverbiais (Rm 13:11; 1 Co 6:6, 8; 3 Jo 5 [Hb 11:12 é alistado no BAGD como adverbial, mas o plural é usado ( K a i r a í i r a ) , seguindo mais de perto o Ático]); três envolviam o mesmo gênero (Lc 2:12; 13:8; 1 Jo 4:3); nenhum exemplo claro envolvia gêneros diferentes (embora Fp 1:28 fosse possível).
336
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Convertendo a sentença para o grego, vemos alguns princípios básicos dos pro nomes relativos em ação: ó olkoç ov Eqcj) cÒKOòó[J.r|acv eueoe. O pronome relativo é singular e masculino porque olkoç é singular e masculino. Mas ov é acusativo, e não nominativo, porque é o objeto direto de MK0òópr]aev. Em ou tras palavras, o pronome relativo (PR) concorda com seu antecedente em gênero e número, mas seu caso é determinado pela função que exerce na sua própria oração.
2.
Funções O PR oç e ootlç são respectivamente definido e indefinido. Os dois precisam ser considerados separadamente, pois as principais questões exegéticas diferem de um para outro. a.
OÇ 1) Uso Regular "Oç rotineiramente é usado para ligar um substantivo ou outro nome à sua oração relativa, quer seja descritiva, explicativa ou restritiva.
Jo 1:26
péooç í)|id)v 'éoTqKev ôv úpelç ouk oiôaxe no meio de vós está [alguém] quem não conheceis
At 4:10
’Ir|oou Xpiotou . . . ov òpelç êoTaupcóoaie, ov ô Geòç ríyeipev veKpcâv Jesus Cristo... o qual crucificastes, a quem Deus ressuscitou dos mortos
Ef 2:2-3
tolç u L olç
Ap 1:1
’ATTOKáÀui[fLÇ ’Iqoot) Xp lotou qv eôo)Kev auttô ó 0eóç Revelação de Jesus Cristo, que Deus deu a ele
Mt 1:16
’IaK(à(J êyévvqoev tòv 'IaiafjtJj tov ãvõpa Mapíaç, éç fjçèyevvqGq Iqaoüç57 Jacó gerou a José, marido de Maria, de quem nasceu Jesus A tradução no português não indica o gênero grego: "de quem" (èç fjç) é
rrjç cbreiGeíaç, (3) èv oiç Kal fpelç vavrcç ávcatpácjjripév note . . . nos filhos da desobediência, entre os quais também nós todos vivíamos outrora A oração relativa nos vv. 2-3 providencia uma estrutura equilibrada: èv aiç, èv olç: caminhamos no pecado, vivíamos entre pecadores. A questão da depravação da humanidade e sua necessidade para a salvação nos vv. iniciais de Ef 2 é magistral e concisamente declarada.
57 A leitura do MS Siríaco Sinaítico, em que a paternidade de Jesus por José é sugerida ("José, o qual era noivo da virgem Maria, gerou a Jesus que é chamado o Cristo"), tem pouco a seu favor, não sendo achado em qualquer testemunho de texto grego e, muito provavelmente, sem apoio em qualquer outro lugar (para discussão, veja Metzger, Textual Commentary, 2-7).
Pronomes: categorias semânticas
33 7
feminino, referindo-se a Maria. Alistar mulheres indiretamente em uma genealogia era incomum (como foi feito com Tamar, Raabe, Rute, e "a esposa de Urias"), mas alistar uma mulher diretamente ligando-a ao descedente era surpreendente. O discurso segue com uma explanação: Jesus foi milagrosamente concebido (vv. 18-25). Cf. também Mc 14:71; Lc 2:11; Jo 1:13; At 17:3; Rm 1:2; 2 Co 7:7; Ef 1:6; Fp 3:8; 1 Pd 2:22. 2) Usos "Incomuns" Os PR's, não esporadicam ente, quebram as regras básicas de concordância. O gênero do PR, às vezes, não combina com o antecedente, geralmente por causa da concordância do sentido substituindo a concordância sintática (constructio ad sensum). Lembrese de que as regras de concordância não envolvem normalmente caso. Ainda que, às vezes, o caso do relativo seja atraído para o caso do antecedente (conhecido simplesmente como atração ou atração direta); em outras ocasiões, embora com menos freqüência, o antecedente é atraído para o caso do PR (conhecido como simplesmente inverso ou atração indireta). Para deixar o assunto mais complicado, a relação do PR com seu antecedente é, às vezes, complexa: (1) o antecedente pode estar ausente, ou (2) a frase relativa pode ser adverbial e, assim, não se referirá a um substantivo ou nome. Como acontece com os demonstrativos, a descoberta desses "problemas" sintáticos produz ocasionalmente questões exegéticas. a) Gênero 1] Ilustrções Claras Jo 4:22
ú p e lç u p o o K u u e lie
ô oíik o í õ a x e f|pe!ç upoaKUuoí)|J.cu ô OLÔapev vós [samaritanos] adorais o que não sabeis; nós [judeus] adoramos o que sabemos Na resposta de Jesus à mulher samaritana acerca da adoração, ele frisou, no v. 21, que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai (ò Trarip). Ele continua com o princípio articulado no v. 22, mas aqui usa o pronome neutro para descrever o objeto da adoração. A implicação parece ser esta: visto que ele está igualando-se com seu povo (não como verdadeiros adoradores de per si), ele outorga-lhes fidelidade doutrinária, mas não relação espiritual.58
Fm 10
uapaKcóUâ oe nepl x o ü è p o ú xêkvou, ov éyévvqaa kv x o l ç õeapoLÇ
Rogo-te com respeito a meu filho, de quem tenho me tomado um pai em minhas prisões Embora xéicvov seja neutro, o PR é masculino devido ao gênero natural. 58 Este texto também pertence ao ponto "Omissão do Antecedente", visto que o antecedente está contido no PR. No entanto, o PR aponta para trás, contextualmente, não sintaticamente, para "o Pai" no versículo anterior.
338 1 Co 15:10
Sintaxe Exegética do Novo Testamento X“PLTL elu-L ò elju pela graça de Deus sou o que sou O antecedente está implícito, mas naturalmente é masculino. Ao usar o neutro, Paulo não está afirmando tanto a sua pessoa, mas o seu ofício de apostolado.
Cf. também At 26:17; 1 Co 4:17; Cl 2:19; G14:19; 2 Pd 2:17; 2 Jo 1; Ap 13:14. 2] Exemplo Debatível Ef 1:13-14
èocj)po:YLa9r|Te tcô Trueúpait xfjç kuayycXíaç tcú àytu, (14) oç èaitu áppapcòu tf|ç KÀqpouojúaç fi|i(5u
fostes selados com o Santo Espírito da promessa, (14) que é o penhor de nossa herança A leitura oç, duvidosa segundo a crítica textual,59 é, às vezes, invocada como prova gramatical da personalidade do Espírito.60 Mas o PR masculino é simplesmente uma atração do genêro do nominativo predicativo: áppafStóv. Tal atração de gênero é bastante comum no NT (cf. Mc 15:16; G1 3:16; Ef 6:17; 1 Tm 3:15). Isso ocorre quando o foco do discurso está no predicativo: o gênero dominante revela a idéia dominante da passagem. Nem em Ef 1:14 ou qualquer outro texto há uma evidência sintática direta da personalidade do Espírito.61 Há, naturalmente, muitas linhas de evidência que demonstram isso, mas a tentativa em usar a gramática grega com tal objetivo embora fácil, muitas vezes, cria problemas teológicos que são maiores que a cura.62 b) Caso 1] Atração (ou Atração Direta) O caso do PR, diferente de seu gênero e número, geralmente não tem relação com o antecedente, visto que normalmente é deter minado pela função que exerce em sua própria oração. 59 UBS4 ler õ em lugar de oç. Várias questões deixam a decisão difícil. Não somente há um peso de MSS de ambos os lados (embora a antigüidade e a distribuição geográfica favoreçam o neutro), o potencial para uma alteração é grande. Como uma nota paralela, a evidência da ítala como alistada na UBS4 pode ser ambivalente devido à gramática inerente de cada língua: em grego o antecedente de irueOpa, é neutro, enquanto o nominativo predicativo é àppafiáv, que é masculino. No latim, o antecedente é masculino (;spiritus), enquanto que o nominativo predicativo (em muitos MSS) é neutro (pignus). Assim pode ser que o PR neutro em alguns MSS latinos reflitam um PR masculino numa pontinha do grego e o PR masculino, em outras testemunhas latinas reflitam o PR neutro em outra ponta do grego! 60 Antigos comentários especialmente afirmaram esse ponto, e mesmo Barth (Ephesians [AB] 1.96) viu esse motivo teológico como uma possível razão para o uso do masculino óç pelo autor. 61 Veja a discussão mais cedo de Jo 15:26 na seção sobre os pronomes demonstrativos. 62 O uso da regra de Colwell, v.g., para afirmar a deidade de Cristo em Jo 1:1 é um apoio inadvertido para o modalismo. Veja discussão desse texto em "O Artigo Parte II". Semelhantemente, note a discussão de G1 5:16 em: "O Caso Dativo: Dativo de Agência", e o argumento sobre 1 Co 12:13 na "Preposição: kv" (ambos têm a ver com a personalidade do Espírito).
Pronomes: categorias semânticas
339
às vezes, porém, é atraído para o caso do antecedente. Isso é especialmente comum com a atração do acusativo do PR para o genitivo ou dativo do antecedente. (Quer dizer, em lugares onde esperávamos ver um PR acusativo, às vezes, vemos um genitivo ou dativo por causa da atração). Mt 24:50
èv upa rj ou yivcóoKei em uma hora que não sabe
Jo 4:14
o; õ’ aoC èyw õcxjo auxw quem beber da água que eu lhe der
Hb 6:10
xfjç âyátiriç fjç èveôcííaoGe cíç tò õvopa aíiToü63 do amor que para com o seu nome mostrastes
1 Jo 3:24
4k to ü irveúpaToç ou T)[üv cõwKev pelo Espírito que ele nos tem dado
Cf. também Mc 7:13; Lc 5:9; 12:46; Jo 15:20; 17:5; At 2:22; 1 Co 6:19; Cl 1:23; Ap 18:6. 2] Atração Inversa (ou Atração Indireta) A atração inversa ocorre quando o antecedente é atraído para o caso do PR. Mc 12:10
ÀÍBov ov áiieõoKÍpaaav oi olkoôo|1 oüvxçç, ouxoç êyevf|0r| . . . a pedra que os construtores rejeitaram, esta se tornou . . .
1 Co 10:16
xòv Spxov ôv KÜcòpev, oúxi Koivcovía xoí> ocópaxoç xoü Xptoxoü èoxiv;
o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? A linha anterior diz: tò irotf|pi.ov xíjç ei)A.oyíaç ô eòLoyoOpcv, oir/i Koivcovía éoxlv xoí) aípaxoç toC XpLOtot); ("o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do corpo de Cristo?") Embora tò TTOtqpl o v possa ser nominativo, à luz da leitura paralela com xòv apxov, é mais provável ser acusativo. Cf. também Mt 21:42; Mc 6:16; Lc 1:73; At 21:16; Rm 6:17. c) Complexidades do Antecedente 1] Omissão do Antecedente O antecedente no grego pode ser omitido por uma variedade de razões. E.g., o PR pode incorporar um pronome demonstrativo, em casos onde o objeto é claro o bastante pelo contexto. Menos freqüente, mas não menos importante exegeticamente, são os 63
Uma variedade ampla de testemunhas têm o acusativo rjv, refletindo a tensão sobre a atração direta (cf. 'J?46 B2 1505 1739 1881 et pauci). O genitivo, porém, é a leitura mais difícil e a que tem melhor apoio (cf. S AB‘ CD 0278 33 31? ).
340
Sintaxe Exegética do Novo Testamento exemplos do material poético tecido na produção do discurso (veja discussão de 1 Tm 3:16 abaixo). a] Demonstrativo Implícito
Jo4:18
Tréute ávôpaç eoxeç Kal vOv ov e/eu; oúk eativ
aouávip Porque tiveste cinco maridos, e [o] que agoratens não é teu marido;
Hb 5:8
KaíiTep cocSv cuaGcv if|v unaKor|v
Embora sendo Filho, aprendeu obediência pelas [coisas] que sofreu Outros exemplos claros incluem Lc 9:36; Jo 7:31. 1 Pd 1:6
èv ü àyaA.ÀiâaOe64 Em que vos alegrais O contexto anterior diz: elç awrtpLav ètoípriv áuoKaÀixt>0f)voci év Kaipcô i-ayázc) ("para a salvação preparada para revelar-se no último tempo"). 0 texto de Nestle-Aland termina o v. 5 com um período, tornando o pronome relativo do v. 6 um demonstrativo implícito. Mas isso é raro e não seria mencionado quando a estrutura da sentença fosse clara, embora complexa. Além do mais, isso não é natural: A pontuação do texto de Nestle-Aland27 sugere que o PR é usado exclusivamente com demonstrativo, e não em uma dupla obrigação tanto como PR quanto como demonstrativo. Essa perspectiva parece ter impactado a Revista Atualizada e a NVI). As sentenças encontram-se mais abreviadas. Sobre uma grande escala, isso impacta várias questões gramaticais tais como: (1) a freqüência dos particípios imperativais, e (2) a hipótese das orações estarem em relacionamento hierárquico (i.e., uma subordinada a outra) ou coordenado.65 Há casos onde as questões são mais que gramaticais.: Se, por exemplo, 1 Pd 5:7 (nâoav rqv pépipvav íiptàv èTupíil/avreç èrr’ cojtov, o tl aúuw pélfL TTepl úpwv) é lido como uma oração independente, a idéia seria: "Lancem sobre ele toda a vossa ansiedade". Mas se o particípio for dependente do verso precedente ("humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus . . ."), a idéia é que o caminho para a humildade é encontrada ao lançar a ansiedade sobre Deus ("humilhai-vos ... lançando"). Pontuar o limite entre os dois versos obscurece essa conexão. b] Poesia Muitos eruditos vêem, com certa freqüência, fragmentos de hinos no NT, tais como Fp 2:6-11; Cl 1:15-20; 1 Tm 3:16; Hb 1:3 4 etc. Freqüentemente, textos assim começam com uma oração relativa que foi tecida dentro da sintaxe do discurso prosaico
64 Em lugar de èv ca àyaXXi&oQc, (P72 tem o particípio àyaXXiáouvxcç. O segundo corretor de C tira o èv c5, mas mantém o imperativo. 65 Outras sentenças abreviadas no texto de Nestle-Aland27 sem garantia suficiente incluem: 1 Pd 1:91-0,11-12 (1 Pd 1:3-12 é realmente uma sentença longa no grego); Ef 1:3 14 (também uma sentença no grego) é quebrada nos vv 3-6, 7-10,11-12,13-14 (cada nova seção começando com èv co); Ef 5:18-21 (quebra difícil não garantida em v 21).
Pronomes: categorias semânticas
l Tm3: 16
341
envolvido. De fato, um dos aspectos básicos da poesia grega é o uso introdutório do pronome relativo.66 As vezes, porém, o PR não tem antecedente, pois o fragmento de hino é introduzido sem conexão sintática. Kai Ó(íoã070U(íck(oç péya koxiv tò tf|ç eúaepeíaç puaippiou ôç è())auep(ó0r| kv oapKi 6ÕLKaitó0r| kv uveúpaTL, cxj)0r| àyykXoiç, CKT|pÚyv0Tl CV Ç0V6OIV, eiu crreú B ri kv KÓqito, àueÀr|p(t)0ri kv õóÇr). Evidentemente grande é o mistério da piedade: aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, visto por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. O padrão rítmico desse texto é óbvio: seis linhas de verbos passivos paralelos, seguidos pelas construções paralelas (kv +) dativo. Esses aspectos, conjugados com oç introdutório, são assinaturas da poesia.67 Entre outras coisas, as implicações de uma identificação assim são: (1) Procurar por um antecedente para oç fora do hino, como alguns têm feito, é um expediente desnecessário, que, de fato, interpreta mal o gênero e entende pior a força de tò rfjç còocpf íaç pootripi.ov.68 (2) A variante textual 9eóç no lugar de õç, tem sido inflexivelmente defendida por alguns eruditos, particularmente os do "texto majoritário". Não somente essa leitura é pobremente atestada,69 como também o argumento sintático de que '"mistério'
66 Veja especialmente R. P. Martin, "Aspects of Worship in the New Testament Church," VE 2 (1963) 16-18, para um critério lingüístico usado para detectar poesia. 67 P. T. 0'Brien sumariza bem o critério para detectar material de hinos no NT: "(a) estilístico: uma certa tonalidade rítmica quando as passagens são lidas em voz alta, a presenta de parallelismus membrorum (i.e., um arranjo em parelhas), a semelhança de métrica, e a presença de disposição retórica tais como aliteração, quiasmo e antíteses; e (b) lingüístico: um vocabulário incomum, particularmente a presença de termos teológicos, que difere do contexto circundante" (Commentary on Philippians [NIGTC] 188-89). Sobre a estrutura de 1 Tm 3:16, veja Fee, 1 and 2 Timothy, Títus (NIBC) 92-93. 68 Young, lntermediate Greek, 76, alista este como exemplo de gênero à parte, afirmando que "o mistério da piedade" se refere a Cristo visto ser seguido por õç. Muitos comentaristas preferem ver "o mistério da piedade" como se referindo à fé cristã. Conforme Conzelmann-Dibelius, Fee, Guthrie, Hanson, et al. 69 Em particular, é impossível explicar a leitura latina de um PR neutro como derivado de 9cóç, mostrando que õç era muito antigo. Nenhuma testemunha de primeira mão de qualquer texto grego antes do séc. VIII tem 9eóç. Visto que 9eóç era um nomen sacrum, contraiu-se em 0E por volta do quarto século e, devido a seu rico conteúdo teológico, acabou na vasta maioria dos MSS. (Veja a discussão em Metzger, Textual Commentary, 641.)
342
Sintaxe Exegética do Novo Testamento (p.voxr\piov), sendo um nome neutro, não pode ser seguido por pronome masculino (oç)"70 é destituído de peso. Tão atrativa teologicamente quanto a variante 0eo'ç pode ser espúria. Naturalmente, rejeitar não é a mesma coisa que negar a divindade de Cristo, mas sim simplesmente negar qualquer referência explícita disso no referido texto. 2] Usos Adverbiais/Conjuntivos O PR freqüentemente é usado depois de preposição. As ve zes, essas locuções prepositivas têm força adverbial ou conjuntiva. Nesses exemplos, o PR não tem antecedente ou seu antecedente é conceituai, não gramatical.72
Lc 12:3
dcv9’ cou oaa kv if| aKoxía eímxxe kv tcô (XKOuaBiíaerca portanto, o que quer que disseres nas trevas será ouvido na luz
At 26:12
kv oíç nopeuó|ieuoç elç iqu AapaoKÒu enquanto isso/portanto, indo para Damasco A expressão prepositiva poderia apontar anaforicamente para a oração precedente de um modo geral (="portanto," "por causa destas coisas"), ou poderia ser temporal ("enquanto isso", "nesse ínterim"). Cf. também, Lc 12:1 (onde kv olç é claramente temporal).
Rm 5:12
elç m v raç àvQp(Ótto u ç ó Sáuaxoç ôiíjÀGev, èc|j’ (5 uávxeç q p a p T o n a morte passou a todos, porque todos pecaram A locução prepositiva aqui é debatida com freqüência. É possível que c5 refira-se anaforicamente a "um homem" (evòç ávGpcáiroí)). Se for assim, a idéia é: "todos pecaram em um homem" ou "todos pecaram por causa de um homem". Contudo, a distância até èvòç àvGpúuou é tão grande de modo que isso seja uma leitura natural. Mas se ctj)’ c5 funcionar como conjunção, ela não se refere a qualquer antecedente, mas explica como a morte passou a todos: "A morte é universal pela razão clara que o pecado é universal".73 Esse uso encontra paralelos nos papiros e no resto do corpus paulinum (cf. 2 Co 5:4; Fp 3:12). As questões teológicas em jogo são profundas e complexas (e.g., se a pecaminosidade da humanidade é pessoal ou participatória no pecado de Adão). Assuntos assim são só parcialmente resolvidos pela gramática do PR.74 No
70 J. W. Burgon, The Revision Revised (London: John Murray, 1883) 426 (cf. também 497-501). Burgon acrescenta: "Uma expressão assim é semelhatemente detestável à gramática e à lógica, é intolerável, em grego e em inglês". Embora eloqüente em retórica, o argumento de Burgon é fraco em substância. Para um tratamento compreensível sobre referências explícitas a Jesus como 9cóç no NT, veja M. J. Harris, Jesus as God: The New Testament Use of Theos in Reference to Jesus (Grand Rapids: Baker, 1992). A discussão de 1 Tm 3:16 se encontra nas pp. 267-68. 72 Veja BAGD, s.v. bç, 1.11. (585). 73 S. L. Johnson, Jr., "Romans 5:12-An Exercise in Exegesis and Theology" New Dimensions in New Testament Study, ed. R. N. Longenecker e M. C. Tenney (Grand Rapids: Zondervan, 1974) 305. O ensaio inteiro (298-316) apresenta tratamento penetrante das questões exegéticas e teológicas envolvidas no verso. 74 Para uma discussão conveniente das opções interpretivas, veja Cranfield, Romans (ICC) 1.274-79. Sobre a base do contexto, ele rejeita a visão da independência do pecado persoal (de Pelágio), pois: "ela reduz o escopo da analogia entre Cristo e Adão na extensão e no verdadeiro esvaziamento do seu real significado" (277).
Pronomes: categorias semânticas
343
entanto, sem forçar as evidências do outro lado, a força de è
iwj)’ ol Tiatéprç è K O ip r|0 r)o a v , vávxa o ú rc o ç (HapévcL àu’ àpxôç Ktíoetoç desde que os pais dormiram, todas as coisas continuam da mesma maneira desde o princípio da criação
1 Pd 3:19
èv $ K al tolç èv tjmÂaKf) tTveúpaaLV nopeuSelç éKripuçtv no qual ta m b é m foi e p re g o u a o s e sp írito s e m p risã o O antecedente do PR não está absolutamente determinado. Alguns acham que se refere a weúpaTL - o precedente imediato -, o significado seria o Espírito Santo ou o estado espiritual.76 Outros vêem a frase como causai ("por essa razão", "por causa disso"), fazendo referência anafórica à oração inteira, enquanto ainda outros eruditos a tomam como temporal (Se assim, seria como ou sem antecedente: "na ocasião que" ou "enquanto isso"). Nenhuma dessas opções é excluída pela sintaxe.77 Pode ser significativo, porém, que todas as outras vezes em que èv c5 é usado em 1 Pd, tenha força adverbial/conjuntiva (cf. 1:6; 2:12; 3:16 [aqui, temporal]; 4:4).78 Cf. também Lc 1:20; 7:45; 19:44; At 24:11; Rm 11:25; 2 Ts 1:11; 2:10. b.
OOTLÇ 1) Uso Geral Em geral, ootlç é indefinido enquanto oç é definido (embora oç com av também tenha força indefinida). Todas com exceção de uma meia dúzia de exemplos estão no nominativo.79
75 Para uma discussão da força de è’ 4>, veja D. L. Turner, "Adam, Christ, and Us: The Pauline Teaching of Solidarity in Romans 5:12-21" (Tese de Th.D., Grace Theological Seminary, Winona Lake, Ind., 1982) 129-49, que opta, porém, por um uso preposicional normal, sem comprometer qualquer antecedente particular. 76 Freqüentemente é objetado que o Espírito Santo não pode estar em vista porque os dois dativos do v. 18 ( o a p K Í , uveú|i£m) deveriam, então, ter força sintática diferente (esfera, meio). Mas se 1 Pd 3:18 for um fragmento hiníco ou litúrgico, esse não pode ser uma objeção por causa da "licença poética": A poesia está repleta de exemplos de licença gramatical e léxica. Esse não é menor que o uso das mesmas categorias morfossintáticas, em linhas paralelas, com sentidos diferentes (note, e.g., as expressões dativas em 1 Tm 3:16). Para uma introdução à sintaxe da poesia, veja V. Bers, Greek Poetic Syntax in the Classical Age (New Haven: Yale University Press, 1984). 77 Isso é assim, a despeito da objeção de Selwyn que em nenhum lugar pneu,mati age como dativo de referência antes de PR (E. G. Selwyn, The First Epistle of Peter, 2d ed. [London: Macmillan, 1947] 197), porque, como W. A. Grudem (The First Epistle of Peter: An Introduction and Commentary [ÍNTC] 228) afirma: "é exegeticamente ilegítimo querer que exemplos paralelos de tão estreitamente especificados que sejam não possam apresentar muitos ou quaisquer exemplos. Assim, Selwyn tem baseado seu julgamento exegético em uma distinção artificial...". Essa não é uma questão sintática em si, mas estilística. É uma questão distintivamente petrina (BAGD alista somente esses textos como exemplos de um èv cã conjuntivo no NT). 9 De acordo com o acCordance, há cinco exemplos do genitivo na expressão fixa cwç o io i), um exemplo do acusativo otl (1 Jo 3 :2 0 ), e 1 3 9 nomitivos. BAGD também alista à(j)' o io i) ocorrendo em D em Lc 1 3 :2 5 .
344
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Clarificação e Subcategorias Embora tradicionalmente usado, "indefinido" não é a melhor forma de nomear tal pronome. A noção exata é: genérico comumente no sentido que o PR focaliza a classe inteira (assim, "qualquer que" = "todo que") ou qualitativo quando PR focaliza na natureza/essência da pessoa ou coisa em vista. No segundo sentido, é usualmente traduzido de forma intensiva ("aquele que certamente", "o que de fato").80 Distinguir entre os dois não é sempre fácil. a) Ilustrações do PR Genérico
Mt 5:39
ootlç oe paiúÇeL elç if|u ôcçuw o layóva oou, otpéij/ov aíiTcô kocl xqv ãAATiv qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra
Lc 14:27
ootlç oú paotá(eL xòv oxaupòv èauxoü Kai épyeiai òttÍoco pou, oú òúuatai clv aí pou paOrpriç qualquer que não tomar sua cruz e vir após mim não pode ser meu discípulo
G1 5:4
Katqpyf|0riTe ticTrò Xpioioü, oinueç kv uópcu ÕLKatoOoBe separados estais de Cristo, [todos] que vos justificais pela lei b) Ilustrações do PR Qualitativo
Mt 7:15
Típooéyexe áirò xtâu i|/euõoTrpo(()r|râu, oltlucç epyouxat Trpòç úpâç kv éuõúpaoiv Tipopátcau, eou0eu õé eLaiu ÀÚkol aptTayeç
Acautelai-vos dos falsos profetas, particularmente os que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes Rm 1:25
oÍTiveç pctf|ÁÂaçau iqu àA.f|06i.au toü 0eoü kv tíâ i|(cúõ6L Estes, de fato, mudaram a verdade de Deus em mentira
1 Pd 2:11
'napaKaÀtô . . . áTréyea0ai icôu oapKLKcâu èTTL0uptcôu aíxiveç oipaxcuouTaL Katà xf)ç i)íuyfiç
Rogo-[vos] . . . que [vos] abstenhais das concupiscências carnais, especialmente as coisas que militam contra a alma Confusão com OÇ Não é pouco freqüente ootlç funcionar como óç no NT, quando um referente definido está em vista. Em tais exemplos, há pouca ou nenhuma diferença quanto ao discernir a força dos dois pronomes. Isso é especialmente comum em Lucas e Atos.81 80 Para mais ocorrências das categorias, cf. BAGD. 81 Veja H. J. Cadbury, "The Relative Pronouns in Acts and Elsewhere," JBL 42 (1923) 150-57, para o estudo inovador.
Pronomes: categorias semânticas
345
Lc 9:30
ãuôpeç ôúo aw eX àX ow auxtô, omueç rjoav Mü>uaf|ç Kal ’HA,íaç82 dois homens falavam com ele, que eram Moisés e Elias
At
KamGev elç
1 6 :1 2
O làlttttouç,
rjxtç
è o x lv
TTpGÓTqç peplõoç
xqç
MaKeõovlaç
TTÓÀLÇ
e de lá para Filipos, que é cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia 2Tm 2:18
Ypévmoç Kal cI»lât]toç, (18) olxlvcç uepl xqv àÂr|9eiai' f|axóxr)aav Himineu e Fileto, os quais se desviaram da verdade
D. Pronomes Interrogativos 1. Definição e Termos Usados Esse pronome lida com questões. Os mais comuns são xíç, xí (mais de 500x), comumente questionam a identificação ("Quem?" ou "O quê?"). IIoloç, usado menos (só 33x), normalmente questiona qualitativamente ("Que tipo?"), enquanto iróooç (2 7 x ), quantitativamente ("Quanto?").
2.
A Função
d e tlç
T lç é usado para introduzir questões diretas e indiretas. Como tal, é usado substantivamente (como um verdadeiro pronome) e adjetivalmente. O neutro é também usado como advérbio ("Por quê?").83 Na maioria das vezes, ríç pergunta identificando, especialmente quando uma pessoa está em vista. Mas também questiona a categoria ou qualidade ("Que tipo?"), invade assim o domínio normalmente reservado para ttoloç. Mc 8:27
xíva pe A.éyoixnt' ol auOpamoi eluat; Quem as pessoas dizem que eu sou? O uso substantivai é o uso mais comum do pronome interrogativo. Cf. também Mt 6:3; Mc 2:7; 5:9; Lc 4:34; Ap 5:2.
Mc 9:34
TTpòç mUqÀouç ÕLeÀéxQqoau . . . t l ç pelÇou Discutiam uns com os outros . . . quem era o maior Este é um exemplo do pronome interrogativo usado em questão indireta. Cf. também Lc 1:62; Jo 4:10; At 10:17.
Mt 5:46
TLftt pLO0òu e^exe; Que recompensa tendes?
82 Em lugar de d í t L v e ç , rjv c á aparece em D, ol em C. 83 Veja BAGD Para exemplos de outros usos como: em (a) qual dentre dois (=TTÓtepoç), (b) como um substituto para o PR, e (c) como uma exclamação (tl = "Como!").
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
346
Temos aqui uma ilustração do uso adjetival do pronome interrogativo. Cf. também Mt 7:9; Jo 2:18; Rm 6:21; 1 Ts 3:9; Hb 12:7. Mc 1:27
è 9 a | ip iÍ 0 r | a a u c m a u T e ç
íóoxc
o u Ç q x e L V rr p ò ç é a u x o u ç
líyovm c, xí
éoxLV
TOUTO; ÕlÕOC^T) KOÍLVT)84
todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Uma nova doutrina!" Está aqui um exemplo de uma questão categórica (= "Que tipo de coisa é esta?"). Cf. também Lc 1:66; Ef 1:19; Cl 1:27; Hb 2:6. At 1:11
i í eaxr|KaTe épPÀ.éTT0vxeç eíç xòv oupauóu; Por que estais olhando para o céu? Para outros exemplos do uso adverbial de rí, cf. Mt 6:28; Mc 8:12; Lc 2:48; At 3:12; Rm 9:19; 1 Co 10:30; Cl 2:20.
3 . F u n ção d e ttoloç e ttoooç e ttoooç normalmente são pronomes qualitativos e quantitativos respectivamente: ttoloç pergunta: "Que tipo?" e ttÓooç, "Quanto?" Essa distinção quanto a ttoloç nem sempre é mantida, porém, raramente funciona com tlç (cf. Jo 10:32),85 em questões identificativas. I I o loç
Mc 11:28
kv ttoloç èÇouoía xaô xa rrotelç; Por qual tipo de autoridade fazes estas coisas?
Jo 12:33
toôto
eÀeyev arpcávcou ttolco Gaváxco qpeÀÀev
à íT O 0 u f| O K C L V
dizia isso para significar com qual tipo de morte ele haveria de morrer 1 Pd 1:11
èpauvcôvxeç elç xíva tjttoíov Koapòu éôrjÀou xò kv aúxotç TTveüpa XptoToO TTpopapxupópeuou xà elç X p lotou TTocOrpaTa indagando, que tempo ou qual tipo de tempo, indicado pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos de Cristo. É também possível ver tlvoc como substantivai no sentido de "quem" (RSV, NASB, NRSV ["indagando acerca da pessoa ou tempo"]).
Mt 15:34
ttÓoouç
Lc 16:7
ou Tróaou ó(j)eLAeiç; Quanto deves?
apxouç e /exe; Quantos pães tendes?
84 T l è o t L v t o u t o é omitido em D W. 85 BAGD também alista Mt 22:36, mas a tradução de ttolo: 4vtoA.T) \ityó.'kr\ como: "Qual é o grande mandamento?" não é completamente vindicada. Uma tradução igualmente plausível seria: "Qual dentre os mandamentos é o maior?" Mesmo Jo 10:32 pode não se encaixar. A lu ttolov aúnãu epyov eqr- /a0á(cTc; poderia ser: "Por qual dessas categorias de obras estais vós para me apedrejar?" 86 Para uma discussão das opções, veja a o sumário bem organizado em Porter, Idioms, 137.
347
Pronomes: categorias semânticas
E. Pronome Indefinido 1.
Definição e Termos Usados O pronome indefinido ( tiç , t i ) é usado para introduzir um membro de uma classe sem adicionar identificação. Seu uso é substantivai (como um verdadeiro pronome) e adjetival. Ele pode ser traduzido como qualquer, alguém, algum, ou simplesmente um (a).s?
2.
Funções a.
Mt 16:24
Usos Substantivados eí tiç 9éA.et óttÍoü) pou éA.9eiv, áuapvr)oáo9co èautòv se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo
Jo 6:51
êáv tiç cjjáyri èic toutou toü apxou Çqaei elç xbv alçava se alguém comer deste pão, viverá para sempre
Hb 3:4
uâç olkoç KaxaaKeuáCetaL ÚttÓ tivoç toda casa é construída por alguém
Cf. também Jo 3:3; At 4:35; Rm 5:7; Fm 18; Hb 2:9; Tg 1:5; 1 Pd 4:11; 2 Jo 10; Ap 3:20. b. Usos Adjetivais Lc 10:25
Rm 8:39
vopiKÓç tiç àvéoTr] êiciTeipáÇcov auxóv88 Um intérprete da lei se levantou, para prová-lo ouxe üijfcopa oüic páOoç oüxe '/topíoai
cítto ttjç
àYcnnr|Ç
toíj
tiç ktlolç
èxépa ôuvqaeTai ppccç
0eoO89
nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus Fp 2:1
e’í tiç uapáKÀriaiç kv Xpuraô se alguma exortação em Cristo
Tg 1:18
elç xò elvat fpâç àxmpxhv t l Pa para que fôssemos um tipo de primícias
Cf. também Mt 18:12; Lc 8:27; 9:8; Jo 4:46; At 3:2; 27:8; G1 6:1; Hb 10:27; Jd 4.
87 Cf. BAGD para um tratamento detalhado de ziç, incluindo suas várias permutações. t i ç é omitido em 0211. 8 9 t i ç é omitido em íp46 D F G 1505, talvez devido ao homoiomeson como a palavra seguinte ( k t l o l ç ) . 88
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
348
F. "Pronomes" Possessivos (= Adjetivos) 1.
Definição e Termos Usados O grego não tem pronome possessivo distinto. Em lugar disso, geralmente emprega o adjetivo possessivo (4|ióç, aóç, rpéiepoç, upétepoç)90 ou o genitivo do pronome pessoal.91 Este lexicaliza a possessão (i.e., a noção de possessão é parte da raiz lexical); o outro gramaticaliza a possessão (i.e., a noção de possessão é parte da inflexão). Não é necessário nenhum tratamento detalhado aqui, visto que (a) o pronome possessivo não é uma categoria grega em si, e (b) a noção de possessão pode ser examinada via lexical ou outras seleções dessa gramática.
2.
Como a Possessão é Expressa A possessão pode ser expressa de quatro maneiras no NT: 1) pelos adjetivos possessivos 2) pelo genitivo do pronome pessoal 3) pelo artigo 4) por lõioç.
G. Pronome Intensivo 1.
Definição e Termo Usado O pronome intensivo, arruóç, é, sem sombra de dúvidas, o pronome mais usado no NT. Tecnicamente, porém, como intensivo (no sentido de - mesmo) é relativamente pouco freqüente. A função predominante de oorcoç é substituir o pronome da terceira pessoa oblíqua. A ilustração abaixo é exemplo do vocábulo outros que não é pronome pessoal.92
90 Os termos k\xóç, aóç, figcrepoç, e úperepoç são adjetivos ou pronomes? Eles predominantemente funcionam em um papel dependente, moficando um nome. Em todas as considerações sintáticas, comportam-se como simples adjetivo. Todavia, muitos gramáticos os tratam como pronomes. No NT quase sempre ficam na posição atributiva, usualmente dependente de nome, concordando com o mesmo em gênero, número e caso. Além disso, esses termos mesmo quando não modificam um nome, consistentemente tem artigo (uma dica estrutural para adjetivos, não para pronomes). 91 A inclusão, então, do adjetivo possessivo na categoria semântica de possessão realmente é uma maneira da nossa língua enxergar a realidade. 92 Veja BAGD, 122-24, para uma descrição detalhada dos vários usos de afrcóç.
349
Pronomes: categorias semânticas
2.
Funções a.
Como um Pronome Intensivo Quando avxóç funciona predicativamente com nome articular (ou nome próprio anarthro), traduz-se por de si mesmo, dele mesmo, dela mesma etc. ’ Auxóç age assim quando: (1) é usado sozinho, (2) como sujeito verbal, ou (3) em qualquer caso declinável. Em geral, o uso intensivo de aüxóç pre tende "enfatizar identidade. Ele é a força demonstrativa intensificada".93
Mc 12:36
aútòç Aaulõ eíneu kv icô iTueúpaTi Davi mesmo falou no Espírito
Jo2:24
aÚTÒç Tqaoüç oik êtiLOTeucu aúuòu aúioiç ôux xò aircòu yiváoK ziv uávtaç94 Jesus mesmo não confiava a si mesmo a eles, porque ele mesmo conhecia a todos os homens Esse texto proporciona um exemplo interessante e esclarecedor. E primeiro usado como intensificador do sujeito, e, então, como objeto direto (com ênfase adjetiva reflexiva). Superficialmente, os pronomes parecem redundantes, mas sua repetição, em especial, contrasta Jesus com o resto da humanidade, colocando-o à parte em sua impecaminosidade. kv K e À e ú o p a x t . . . K a i a P r i a e i o u o Senhor mesmo descerá dos céus com alarido
1 T s 4 :1 6
a í r r ò ç ó K Ú p io ç
Tg 2:7
oi)K aírcoi piaacjjqiioüaiu; não blasfemam eles mesmos...?
d ar’ o ò p a u o ü
Cf. também Mc 16:8; At 18:15; 1 Co 15:28; Ap 21:3. b. Como Adjetivo Identificador Quando modifica um nome articular na posição atributiva, ccijtoç é usado como adjetivo identificador. Dessa forma, ele é traduzido como mesmo. Lc 23:40
icâ ai)t(ô Kpípan no mesmo julgamento
1 Co 12:5
ó aúiòç KÚpioç o mesmo Senhor O refrão unidade-diversidade é repetida nesse capítulo, como foi mostrado pelo uso de tturóç como adjetivo identificador. Cf. também vv. 8, 9, 11 (todos com xò aírcò Ttveépa).
93 Dana-Mantey, 129. , 94 O segundo aèxóv é substituído por pronome reflexivo mais natural, ânflw , em íj\66 ^2 ^ w c 0 ip 050 083 f ' 13 33 Byz. ^ /:> 579 ef pmmci omitem o pronome completamente. O pronome pessoal é achado em textos decentes e é a leitura gramaticalmente mais difícil. Isso acrescenta um toque do poder retórico à declaração.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
350 Fp 2:2
xqv aútqv àyátrr|v ’ê%ovxíç tendo o mesmo amor
Tg 3:10
èk tou aóioô oiópatoç eÇépxeim eúÀoyía Kai Kaxápa da mesma boca procede bênção e maldição
Cf. também Mt 26:44; Mc 14:39; Rm 9:21; 2 Co 3:14; Hb 10:1; 2 Pd 3:7.
H. Pronomes Reflexivos 1.
Definição e Termos Usados Os pronomes reflexivos são èpauioü (de mim mesmo), aeatrroO (de ti mesmo), eauTOt) (dele mesmo), èauxGÕv (deles mesmos). A força do reflexivo freqüentemente indica que o sujeito é também o objeto da ação do verbo. O pronome assim "reflete" sobre o sujeito. Mas, visto que o pronome reflexivo também ocorre como objeto direto, essa descrição é incompleta.95 Em grande escala, o reflexivo é usado para destacar a participação do sujeito na ação verbal, como objeto direto, objeto indireto, intensificador etc. Embora, pre dominantemente, seja usado como objeto direto, essa não é sua única função. Especialmente comum é o pronome usado como objeto de uma preposição. Como é de se esperar, então, ele ocorre apenas nos casos "oblíquos". Assim, justapõe-se em certo grau ao pronome intensivo nos casos "oblíquos".
2.
Ilustrações
M t4:6
el ulòç ei xoô 0eoü, pále aeauxòv Kcrcu) se és o Filho de Deus, lança-te abaixo
Mc 5:30
ó Tqooü; èiTiyvoúç kv èauxoa96 Jesus sabendo de si mesmo
Lc 1:24
TTeptéKpupeu éautqv97 ele se escondeu
Lc 2:39
eiTéaxpeijfav . . . elç ttÓàlu èairaôv NaÇapéO98 voltaram . . . para sua própria cidade, Nazaré
95 Várias gramáticas padrões descrevem o pronome reflexivo como se ocorresse somente como objeto direto (cf. Dana-Mantey, 131; Porter, Idioms, 79). 96 A locução prepositiva kv èauicS é omitida no códice D. 97 Aircqv em lugar de éauxriv em L 118 205 209 579 700 716 1247 1579 2643 2766 et pauci. ' Eautqv é encontrado em testemunhas mais antigas e distribuídas. 98 Aútcõv se acha no TR e é sustentado por D2 H A et alii.
351
Pronomes: categorias semânticas Rm5:8
ouvíoxr\aiv iqv éauTOÚ áyátTr|v c i ç f)|iâç ó Oeóç Deus p ro v a o seu próprio a m o r p a ra co n o s co
Ef5:19
ÀctÀoúuicç
éauxoíç kv
ijjaÂpolç K al íjp voiç
e h in o s Aqui está um exemplo raro como pronomerecíproco. Cf. também 1 Pd 4:10.
fa la n d o entre vós c o m sa lm o s
F p 2 :7
eautòv c k é v w a e v (iop(J>qu ò o ú Â o u A .ap(ú v a si m esm o se esvaziou assumindo forma de servo
Hb 5:5
ò Xpiotòç oò/ éautòv eõóçaaeu Cristo não glorificou a si mesmo
Tg 2:17
f) ttlo tlç, é à v pif) é/q e p y a , v e K p á écmv K a 0 ’ èauir|V a fé, senão tiver obra, é morta [sendo] por si só
Cf. também Mt 8:4; 14:15; 16:24; Mc 5:5; 9:10; Lc 2:3; Jo 5:18; At1:3; 12:11;Rm 2:14; G11:4; 1 Tm 2:6; Hb 6:6; Tg 1:22; 1 Pd 3:5; 1 Jo 1:8; Ap 19:7.
I. Pronomes Recíprocos 1.
Definição e Termos Usados O pronome recíproco, àlÀqÀtav (uns aos outros), é usado para indicar intercâmbio entre dois ou mais grupos. E sempre plural e, como o reflexivo, ocorre somente com casos "oblíquos". Encontra-se, com freqüência, em contextos parentéticos, na exortação sobre a conexão orgânica que crentes têm com o Cristo ressurreto.
2.
Ilustrações
Mt 24:10
tÓtc OKavõaÂLO0f|OOVTaL iroÀÀol
K a l à/Âf|/.ouç TTapaôúaoimv nesse tempo, muitos hão de se escandalizar e trair uns aos outros;
Mc 9:50
e íp r|v e iJ € T e
êv á À À q ilo L Ç paz uns com os outros
Jo 13:34
àyaTrâTe àÃÂr|ÂoijÇ Amai-vos uns aos outros
Ef4:25
èopèv àA./\.qÀa>v pélq somos membros uns dos outros
Tg 5:16
eüycoOe irrcp akkr\kuw Orai uns pelos outros
Cf. também Mt 25:32; Lc 12:1; Jo 5:44; At 15:39; Rm 12:5; 2 Co 13:12; G1 6:2; Hb 10:24; 1 Pd 4:9; 2 Jo 5; Ap 6:4.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
352
IV. Categorias Léxico-Sintáticas: Termos Principais A seção passada tratou dos pronomes segundo a óptica da prioridade semântica. Essa seção começa com a prioridade formal. Qual a razão para isso? É mais fácil para o estudante reconhecer certas palavras no texto como pronomes, mas difícil de articular à qual categoria semântica eles pertencem. Essa seção, porém, é pouco mais que um esboço dos usos: Quando o estudante notar as várias opções semânticas para determinada forma, deveria voltar às discussões relevantes na seção anterior. Os usos semânticos são alistados em ordem de freqüência de cada palavra. A.
B.
C.
D.
E.
F.
’AAAt|Àgov 1.
Ocorrências: 100
2.
Uso: Pronome recíproco
Aúxóç 1.
Ocorrências: 5596
2.
Usos •
Pronome pessoal (geralmente terceira pessoa)
•
Pronome possessivo (caso genitivo)
•
Pronome Intensivo (incluindo o adjetivo identificador)
’E a u x o u
1.
Ocorrências: 319
2.
Uso: Pronome reflexivo
'E y có
1.
Ocorrências: 1804
2.
Usos •
Pronome pessoal
•
Pronome possessivo (caso genitivo)
’EKeivoç
1.
Ocorrências: 265
2.
Usos •
Pronome demonstrativo
•
Pronome pessoal
'E p a u t o ú
1.
Ocorrências: 37
2.
Uso: Pronome reflexivo
Pronomes: categorias léxico-sintáticas G.
'H|ieíç 1.
Ocorrências: 864
2.
Usos •
Pronome pessoal
•
Pronome possessivo (caso genitivo)
H. "Oôe
I.
J.
K.
L.
1.
Ocorrências: 10
2.
Uso: Pronome demonstrativo
"Oç 1.
Ocorrências: 1406
2.
Uso: Pronome relativo (definido)
"O otlç
1.
Ocorrências: 145
2.
Uso: Pronome relativo (indefinido)
Oíkoç 1.
Ocorrências: 1387
2.
Usos •
Pronome demonstrativo
•
Pronome pessoal
IIoloç 1.
Ocorrências: 33
2.
Uso: Pronome Interrogativo (qualitativo)
M. nóooç
N.
O.
P.
1.
Ocorrências: 27
2.
Uso: Pronome interrogativo (quantitativo)
Leautoü 1.
Ocorrências: 43
2.
Uso: Pronome reflexivo
Só
1.
Ocorrências: 1067
2.
Usos •
Pronome pessoal
•
Pronome possessivo (caso genitivo)
T lç 1.
Ocorrências: 546
2.
Uso: Pronome Interrogativo
353
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
354 Q.
R.
Tu;
1.
Ocorrências: 543
2.
UsotPronome indefinido
'Ypeíç
1.
Ocorrências: 1840
2.
Usos •
Pronome pessoal
•
Pronome possessivo (caso genitivo)
A freqüência relativa desses pronomes é mostrada no quadro abaixo.
Quadro 35 Freqüência dos Pronomes no NT
As Preposições Panorama do Capítulo Bibliografia Selecionada................................................................................................ 356 Prefácio............................................................................................................................... 356 I. Considerações G erais....................................................................................... 356 A. A Natureza das Preposições..................................................................... 356 B.
Funções Espadais das Preposições ......................................................... 358 1. Em G eral................................................................................................358 2. Moção, Estado, Preposições e Verbos............................................... 358
C. Preposições e Construções de Caso Simples......................................... 360 1. As Preposições Governam ou Meramente Esdarecem?...............360 2. Preposições vs. Construções de CasoSimples................................. 360 D. Influência do Grego Koinê.........................................................................362 1. Uso Justaposto......................................................................................362 2. Falácia do Radical................................................................................363 II. Preposições Específicas.................................................................................... 364 ’Awx ...................................................................................................................... 364 ’Avtl ...................................................................................................................... 364 'Airó ...................................................................................................................... 368 Aiá E lç
......................................................................................................................368 .................................................................................................................... 369
’E k
....................................................... :............................................................. 371
’Ev
...................................................................................................................... 372
’EttÍ ...................................................................................................................... 376 Kará ...................................................................................................................... 376 Mera ...................................................................................................................... 377 Ilapá ...................................................................................................................... 378 Ilepí ...................................................................................................................... 379 ITpó ......................................................................................................................379 Ilpóç ......................................................................................................................380 Hw
...................................................................................................................... 382
'Yirép...................................................................................................................... 383 'Y ttó ......................................................................................................................389 355
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
356
Bibliografia Selecionada 110-25 (§203-40); M. J. Harris, "Prepositions and Theology in the Greek New Testament," New International Dictionary ofNew Testament Theology, ed. Colin Brown (Grand Rapids: Zondervan, 1978) 3.1171-1215; Howard, Accidence 292-332; E. Mayser, Grammatik der griechischen Papyri aus der Ptolemãerzeit (Berlin/Leipzig: Walter de Gruyter, 1933) II. 2.152-68, 337-543; Moule, Iãiom Book, 48-92; Moulton, Prolegomena, 98-107; Porter, Idioms, 139-80; Radermacher, Grammatik 137-46; Robertson, Grammar, 553-649; Young, lntermediate Greek, 85-104; Zerwick, Biblical Greek, 27-46 (§78-135).1 BD F,
Prefácio Este capítulo tem três objetivos modestos: dar um panorama geral das preposições, esboçar os usos básicos das várias preposições e discutir alguns textos exegeticamente importantes influenciados pelo uso da preposição. O estudante deveria sempre consultar o BAGD quando quiser determinar os aspectos especiais dessa classe de palavras, pois a discussão dessa obra é mais completa que a achada aqui.2
I. Considerações Gerais A. A Natureza das Preposições As preposições são, em certo sentido, extensões de advérbios, ou seja, elas modificam verbos com as circunstâncias como?, quando?, onde? etc. Diferente daquela classe, esta governa um nome e, assim, dá mais informação do que um simples advérbio faz. "Cristo habita em vós" é mais específico que "Cristo habita interiormente". As preposições mostram como o verbo conecta vários objetos. A idéia expressa por essas conexões assim é, às vezes, empolgante.
1 Veja também as obras alistadas em BAGD, s.v. àvá, 49; e a seleta bibliografia em Harris, "Prepositions and Theology," 3.1214-15. Para literatura sobre cada uma das várias preposições consulte as respectivas entradas em BAGD. 2 Embora várias gramáticas intermediárias tenham um capítulo detalhado sobre preposições, nossa convicção é que as gramáticas fazem repetições desnecesárias quanto aos léxicos. Visto que qualquer um que use esse texto não duvidaria do BAGD, sentimos que a melhor abordagem nessa obra seria providenciar algo normalmente não acessível em um léxico: princípios gerais, os usos básicos com classificação consistente com nossas categorias, e discussão exegética. Temos dado um tratamento altamente seletivo das categorias léxico-sintáticas para incentivar os estudantes a usarem BAGD e outras ferramentas.
Preposições: considerações gerais
357
Há exceções quanto à ênfase adverbial das preposições. Algumas funcionam como adjetivo. Em geral, as preposições que tomam objetos acusativo e dativo funcionam adverbialmente, enquanto as que tomam um objeto no genitivo, muitas vezes, fun cionam como adjetivo.3 Tudo isso está de acordo com os usos simples do caso. Entender bem as preposições é vital para a exegese. Muitos debates exegéticos gi ram em tomo de determinadas preposições.4 Para se ter idéia do valor do apren der os aspectos das preposições note a quantidade delas (mais de 10.000 no NT).5 As preposições são tão comuns que quatro em cada cinco versos têm pelo menos uma.6 Em geral, quanto mais a preposição é comum, mais complexo são seus usos.
Quadro 36 - Freqüências das Preposições no NT7
3 No entanto, as preposições que tomam um genitivo normalmente são adverbiais. E.g., 6K e cxtjó geralmente têm força ablativa e, assim, relacionam-se comumente a um verbo. 4 A discussão acessível mais sustentada do valor exegético teológico das preposições é a de Harris, "Prepositions and Theology." 5 10, 384 para ser exato (não incluindo preposições impróprias). 6 Elas ocorrem em 5728 versos. 7 Essa lista não inclui preposições impróprias, assim chamadas porque não podem ser prefixadas a um verbo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
358
B. Funções Espaciais das Preposições 1.
Idéia Geral O seguinte diagrama é útil para entender as funções locais/espaciais que, às vezes, as preposições têm. O círculo representa o objeto da preposição.
ava + A unep +A
em +G,D
Quadro 37 As Funções Espaciais das Preposições
Esse diagrama tem como objetivo ajudá-lo(s) a ver as diferenças espaciais nas preposições. No entanto, há muitas exceções nos aspectos descritos (por causa dos significados coincidentes entre as preposições, a influência de verbos etc.) O quadro, portanto, tem seu valor primário no mostrar as distinções normais entre as nuanças dessa classe, mas não faz quaisquer declarações absolutas quanto ao uso constante dessas relações. A fim de determinar os usos potenciais de uma preposição especial, consulte o BAGD para ver as matizes que cada preposição espacialmente pode ter. 2.
Moção, Estado, Preposições e Verbos E importante observar se as preposições são estáticas ou transitivas, ou seja, determinada preposição sugere meramente um estado ou implica moção? O quadro acima indica preposições transitivas pelo uso de setas, enquanto as preposições estativas, pela ausência das setas.
Preposições: considerações gerais
359
Porém nem tudo é como parece ser. Uma preposição estática pode ocorre com verbo de moção do mesmo modo que uma preposição transitiva, com verbo estático. Nesses exemplos, como interpretamos os dado? Ilpoq + acusativo, e.g., indica movimento em torno do objeto como em Lc 6:47: iTctç ó èpyópeuoç irpóç fj.e ("todo que vem a mim"). O verbo e a preposição combinam-se: ambos implicam moção. Em Jo 1:1, contudo, Tipóç é traduzido por com: ò Arr/oç rjy TTpòç ròv Qeóv ("o Verbo estava com Deus"). Nesses exemplos, verbo e preposição não se combinam: o verbo é estativo e a preposição, transitiva.8 IIpóç não é a única preposição cuja força anula-se por causa do verbo. Consideravelmente todos os exemplos de verbos estativos com preposições de moção atuam assim.9 Note, e.g., os usos de elç com verbo estativo. Elç geralmente tem sentido de movimento de fora para dentro. No entanto, quando é usado com verbo estativo, v.g., iripéu, KÚ0r|[J.ou, eí|ií etc., a idéia de moção é negada pela natureza estática do verbo (cf., e.g., irpéca elç em At 25:4; Ká0r||j,ou elç em Mc 13:3). Temos aqui um princípio geral: Verbos estativos anulam a força transitivo das preposições. Quase sempre, quando um verbo estativo é usado com preposição transitiva, a força natural da preposição é neutralizada. Tudo se torna idéia estativa. Quando um verbo de moção for usado com preposição estativa, o verbo de novo, será normalmente dominante: a construção inteira indica moção. Ilioxeúu) + kv é, e.g., o equivalente de TTiOTeúw + elç (cf. Mc 1:15; Jo 3:15).10 A idéia é "depositar a fé para dentro de", embora kv seja usado.11 Qual é o valor disso para a exegese? Simplesmente muito do que freqüentemente as preposições analisadas simples, etim ológica e desconsideravelmente indicam deve-se ao verbo a que estão ligadas. As preposições são, muitas, vezes tratadas isoladamente, como se o significado ontológico delas estivessem ainda completamente intacto. Note, e.g, a ilustração abaixo.
8 Para outros exemplos de verbos estativos (especialmente elpí) com irpóç indicando estado, cf. Mt 13:56; 26:18, 55 (v.l.); Mc 6:3; 9:19; 14:49; Lc 9:41; At 10:48; 12:20; 18:3 (v.l); 1 Co 16:6-7; 2 Co 5:8; 11:9; G11:18; 2:5; 4:18, 20; 1 Ts 3:4; 2 Ts 2:5; 3:10; Fm 13; Hb 4:13; 1 Jol:2. 9 A exceção mais comum para essa regra é o uso de eípí com ck. Nesse exemplo, a preposição ainda retém sua força transitiva. E.g., 4k Naíapèi ôúvaraí t i áyaOòv eivar, ("Pode algo bom ser de Nazaré?") em Jo 1:46. Nessa expresão a combinação da preposi ção e verbos é equivalente a "Pode algo bom vir de Nazaré?" Cf. também Jo 3:31. 10 Porém, em alguns textos kv com t u o t c Ú w indica o lugar onde a crença ocorre, em lugar do objeto da crença (e.g., Rm 10:9; 1 Ts 1:7; 1 Tm 3:16). 11 Para ocorrências de luotewa elç (uma construção mais que comum no NT [esp. em Jo] que tuotcÓg) èv), cf. Mt 18:6; Mc 9:42; Jo 1:12; 2:11, 23; 3:16; 4:39; 8:30; 9:35; 11:25; 12:44; At 10:43; 1 Jo 5:10, 13.
360 Jo
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
1 :1 8
9eòç ó c jc Lç xòv k Óà it o v xoõ uaxpóç o Deus unigênito, que estava no seio do Pai Pode-se não perceber a idéia de moção aqui, como se o significado fosse: "que estava dentro do seio do Pai". Embora alguns eruditos tentem ver um conceito teologicamente rico aqui (quer um relacionamento dinâmico quer ativo entre Filho e Pai, ou a geração eterna do Filho); no Koinê, o intercâmbio de elç com kv, conjugado com a força dominante do verbo estativo + preposição transitiva, sugere o contrário. Não significa que o relacionamento do Filho com o Pai não fosse dinâmico ou ativo, mas que esse texto afirma somente o relacionamento afetuoso deles.
|í o v o y €VT]ç
Para outros textos influenciados por essa discussão, cf. Jo 1:1;12 Ap 3:10.
C. Preposições e as Construções de Casos Simples 1.
As Preposições Governam ou Meramente Esclarecem? Gramáticas mais antigas do NT geralmente negavam o governo das prepo sições sobre os casos. Dana e Mantey, v.g., dizem: É errado . . . dizer que as preposições governam os casos [itálicos meus], É verdade, no entanto, que os casos limitem e definam a relação verbosnome, assim também as preposições ajudam a expressar mais exata e efe tivamente as muitas distinções para as quais os casos foram criados . . . 13 Essa assertiva, de forma geral, é precisa no grego clássico, mas não no Koinê. Alguns dos usos dos casos, no período clássico, eram muito sutis. Como a língua progrediu no período koinê, essas sutilezas foram substituídas com declarações mais explícitas. O genitivo de separação, v.g., uma expressão comum no ático, é raro no Koinê. Foi substituída, em geral, por (rrró + genitivo. Assim também, 6K + genitivo substituiu, em grande parte, o genitivo de fonte. Conseqüentemente, a locução prepositiva nem sempre comunica mais explicitamente do que um simples caso normalmente comunicaria. Assim, é certo falar das preposições como regentes dos nomes.14
2.
Preposições vs. Construções de Simples Casos Baseado na discussão anterior, um método gramatical adequado separa as locuções prepositivas dos usos de casos simples. Sempre que qualquer um dos casos "oblíquos" seguir uma preposição, examine o uso da preposição, em lugar do uso do caso, para determinar a possível nuança envolvida.
12 Discutido brevemente acima. 13 Dana-Mantey, 97-98 (§101). Robertson escreve, "a noção, portanto, que as preposições governam os casos deve ser descartada definitivamente" (Grammar, 554). Cf. também Moule, Idiom Book, 48. Mais recentemente, Porter, Idioms, afirma esse mesmo ponto (140).
Preposições: considerações gerais
361
O exegeta iniciante tende a tratar o uso de um caso depois de uma preposição como se a preposição estivesse ausente. Quer dizer, ele tenta determinar a nuança do caso de acordo com as categorias com o caso, em lugar da nuança das categorias com a preposição. Isto é uma exegese imprecisa, pois presumese que a preposição não altera o modo como o caso é usado. Mas no grego helenístico, por causa de sua tendência à clareza, a preposição acentuadamente ganhou valor independente. Assim, a preposição não somente elucida o uso do caso, mas também, freqüentemente, o modifica. E verdade que há muitas coincidências entre o uso do caso e o uso da preposição + caso. Nessas ocorrências, cheque o uso do caso (descrito na gramática) para se entender melhor nuança envolvida, pois se erraria caso não houvesse atenção às possibilidades categóricas do respectivo caso. Se você se deparar, v.g., com kv + dativo, primeiro consulte o léxico para as nuanças de kv. Uma vez que se determine, via léxico, que a idéia de esfera é um candidato provável nesse exemplo, olhe para o dativo de esfera na gramática. As gramáticas elucidarão e expandirão o que os léxicos dizem de forma superficial. Não é papel da gramática, porém, dizer se a idéia de esfera é usada nesse exemplo. E algo errado voltar-se para a discussão do dativo em uma gramática a fim de determinar as possibilidades categóricas de kv + caso dativo. Reafirmemos e sumarizemos o que foi dito acima: As preposições + os casos para esclarecer, fortalecer ou alterar o uso básico do caso.’Ev + dativo, e.g., ocorre freqüentemente (e quase exclusivamente) para reforçar a idéia de esfera. ’Ek + genitivo freqentemente esclarece que a fonte é a idéia pretendida pelo autor (pois, no Koinê, o genitivo de fonte é escasso). Quando ( X T T Ó é usado para indicar nuança temporal, a idéia é radicalmente alterada do uso genitivo exposto para tempo (a primeira fala de extensão de tempo, enfatizando o início; a última, do tipo de tempo).15 Portanto, o uso de uma preposição particular + um caso particular nunca é exatamente paralelo - quanto
14 Young ofecere um insight útil, ele diz que há duas escolas de pensamento sobre as preposições: Uma as vê como simplesmente esclarecendo o significado dos casos; a ou tra, a preposição como elemento dominante, resultando em que as preposições reservam para si mesmas tratamento especial (Young, Intermediate Greek, 85). Young corretamente toma a úlüma posição, reconhecendo que "no Koinê, a preposição ganhou força mais independente, enquanto o caso perdeu algo de sua significância" (ibid). Um exemplo da última visão se encontra em Brooks-Winbery, 2-59, onde eles subsistematizam a discus são inteira das preposições e os casos (embora um apêndice isolando os usos seja acres centado [60-64]. Veja também Vaughan-Gideon, 30-77, que não têm um tratamento sepa rado das preposições. Note nossa discussão na seção seguinte. 15 De forma notável, mais de uma gramática recente misturou os usos dos casos com o uso das preposições. Brooks e Winbery, 9-10, e.g., alista sob " Genitivo Adverbial de Tempo" (1) O Substantivo sem Preposição, (2) O Substantivo com a Preposição ôlcí, (3) O Substantivo com a Preposição éiú e (4) O Substantivo com Preposições Adverbiais. Em bora declarem que esse uso do genitivo "geralmente indique tipo de tempo" (9), exem plos com €(jç, axpi, e [ié%pi não se encaixam completamente nisso. Nem deveria se usar cíttó. Essa abordagem leva somente a confusão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
362
às possibilidades da categoria ou quanto à freqüência relativa da nuança-ao uso de um caso sem preposição.
1
2
3
4
5
6
7
8
Quadro 38 Contraste entre o Uso do Simples Caso e o da Preposição + Caso
D. Influência do Grego Koinê Em acréscimo ao que foi dito acima, o grego helenístico utilizava as preposições de outros dois modos: 1.
Usos Justapostos
Além da tendência em torno da elucidação (onde usa-se as preposições de forma crescente no Koinê, em lugar dos casos), há também uma tendência para a elasticidade do significado.
16 Veja Zerwick, Biblical Greek, 28-35 (§87-106) para um tratamento extensivo de vári os pares coincidentes (incluindo
Preposições: considerações gerais
363
Um alerta é necessário, porém: A coincidência não flui igualmente em ambas as direções. Em alguns lugares, uma preposição invade o significado de outra sem uma elasticidade recíproca (tal como írncp no lugar de àvxí). Em outros exemplos, a justaposição caminha em ambas as direções (e.g., elç e kv), mas mesmo aqui não há um equilíbrio. (A importância disso será visto no uso de ÚTrép.) Os exemplos mais freqüentes incluem: • k e dttTÓ (cf. éx xcâv oupavcâv em 1 Ts 1:10 com d a r ’ oupavoü em 2 Ts 1:7. Note o intercâmbio de áud/éK em 1 Ts 2:6).17 • elç e èv (cf. Lc 9:62; 11:7; Jo 1:18; 3:15).18 • uuép e TrepC (cf. Mt 26:28; Jo 1:30; 17:9; Rm 8:3; Ef 6:18).19 2.
Falácia do Radical Como os lexicógrafos têm notado, o significado básico de uma palavra não é necessariamente um guia preciso quanto o significado da palavra na li teratura posterior. O mesmo é verdade para as categorias morfossintáticas: Não se deve olhar para algum tipo de significado invariável sempre pre sente na preposição. O significado muda com o tempo. E mais, uma pala vra tem um campo semântico e não um ponto semântico. Isso não é menos verdade para as preposições do que para outras palavras.20
17 Essa coincidência claramente é vista nas declarações sobre a ressurreição de Cris to. Se as distinções do grego clássico tivessem ainda, àxò xwv vexpwv implicaria algo, exceto na ressurreição genuína (longe dos mortos), enquanto èx (nâv) vexpcôv se referiria a algo real (para fora de entre os mortos). Nem todos os escritores do NT, porém, fazem tal distinção. Mt 28:6 tem áuò tcüv vexpcôv (cf. também 27:64) enquanto Lc 24:46 tem èx vexpcôv, ambos se referindo à ressurreição de Cristo. Alhures, Mt usa èx (xcôv) vexpcôv (17:9). Paulo, por outro lado, nunca usa âirò (xcôv) vexpcôv para se referir à ressurreição de Cristo. 18 Pelo menos, tal justaposição em significado tornaria èpoarxíaGri elç xòv 'lopôdcvqv em Mc 1:9 como argumento forjado para a imersão batismal, embora eiç seja usado (Young, Intermediate Greek, 86). Note ainda que, embora èv seja a preposição mais fre qüente do NT, dç invade seu domínio mais que o contrário. No grego moderno, elç quase que inteiramente tem substituído èv. 19 Tanto com elç e èv, a justaposição geralmente ocorre em uma direção: rurép acentuadamente tem ampliado seus horizontes, tanto em direção a irepí quanto, de forma mais significante, em direção a àvxí. 20 Algumas gramáticas parecem ainda abraçar um significado básico para cada pre posição. E.g., Porter, Idioms, 142, afirma que "muitas preposições têm sentido funda mental relacionado a estar situado em, movendo-se em direção a ou movendo-se para longe de um local". Isso o levou à conclusão que povoyevr|ç Geòç ó còv em Jo 1:18 significa "[o] único gerado [sic] Deus que está direcionado em direção ao seio do pai" (ibid., 153).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
364
II. Preposições Específicas Essa seção esboça as preposições de acordo com seus usos básicos e discute alguns textos exegeticamente importantes. Para um tratamento mais detalhado desss vári os usos, consulte especialmente o BAGD. As preposições discutidas em qualquer detalhe serão apenas aquelas que ocorrerem independentemente (i.e., não prefixa das a um verbo) e serão consideradas pelo BAGD como preposições "próprias".
’Avá A. Usos Básicos (Somente com Acusativo) 1.
Distributivo: no meio de {uvh géoov + G); cada, por cada (com número)
2.
Espacial (em composição com verbos): para cima, movimento ascendente.
B. Passagens Importante Envolvendo A m Há alguns passagens interessantes onde essa preposição ocorre em composi ção (i.e., prefixada a um verbo). E.g., Mc 16:4; At 17:6; 2 Co 1:13; 3:2; 2 Tm 1:6.
'A
vtl
A. Usos Básicos (Somente com Genitivo) 1. 2.
3.
Substituição: em lugar de Intercâmbio/Equivalência: por, como, no lugar de As noções de intercâmbio e substituição são muito semelhantes, muitas vezes, misturando-se Causa (debatível): por causa de21
21 Mesmo concedendo a uvxí força causai, isso não significa que se negue a noção de substituição/intercâmbio. Veja discussão abaixo.
Preposições: específicas
365
B. Passagens Importantes Envolvendo ’A vtí 1.
Com Respeito à Natureza da Expiação As duas passagens relacionadas com a expiação envolvendo àuiL são Mt 20:28 e Mc 10:45. Exceto quanto às conjunções introdutórias, elas são idênticas (K al yàp ó uiòç ioô áuBpcóirou oí)K rjXOeu ÔLaKOvnOrjvai àkkà òiaKOVÍjaai K al ôoúuai triv i|njxr|i' ccòiou ÂÚTpou d a a l ttoA.A.w v ), e, assim, serão consideradas como um único texto. Alguns eruditos rejeitam o significado de em lugar de para àvxí aqui, aceitando no lugar o sentido vago de em benefício de, negando, efetivamente a expiação substitutiva nessa passagem. Esse uso para àvxí (i.e., em benefício de) é baseado: Gn 44:33 (LXX) e Mt 17:27. Arndt, Gingrich e Danker, seguindo a liderança de Bauer, sustentam essa visão quanto a essa crux interpretum.22 Büchsel também pensa que kv xí = tnrép em Mt 17:27,23 mas não o aplica em Mt 20:28.24 O argumento que àvxí sempre tem o mero sentido de representação (i.e., = õirep) tem base surpreendentemente estreita. Para sustentar a visão da expiação substitutiva neste texto, note os comentários dos seguintes eruditos.25 Nigel Turner sobre o uso de àvxí em Mt 17:27:26 Fica claro em Ex 30:11 que originalmente o imposto de meio ciclo era um imposto da redenção, pois, no censo popular, Moisés foi ordenado a exigir essa quantia, de modo que cada homem poderia dar um regaste por si. Isso foi entendido como o preço requerido para comprar o sujeito de uma servidão hipotética. Assim, "você e eu" pode ser concebido como os objetos desejados para comprar, precedidos por àvxí, e o meio ciclo pago por Simão foi o preço da compra. Ele conclui: "Em conseqüência, podemos eliminar seguramente (4) ["em benefício de"] como uma categoria separada do significado de anti. A única importância da preposição em cada contexto do NT é substituição e intercâmbio" F R. E. Davies comenta sobre o uso de àvxí em Gn 44:33 (LXX): Walter Bauer pensa que Gn 44:33 mostra como o significado "em lugar de" pôde se desenvolver até "em benefício de" alguém, de modo que àvxí tornase equivalente a ínrép. Porém, o significado claramente é "em lugar de", evidenciado a partir de muitas leituras superficiais do verso: "Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos".28
22 Veja BAGD, s.v. àntí, 3 (p. 73). 23 TDNT, 1.372. 24 Ibid., 373. 25 Estamos aqui dando citações extensivas por causa da importância da questão. 26 Insights, 173. 27 ibid. 28 "Christ in Our Place—The Contribution of the Prepositions," TynBul 21 (1970) 76.
366
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Davies conclui sobre o uso de à v z v na literatura extra NT (incluindo a LXX): Este breve exame do contexo literário do NT deveria ser suficiente para mostrar que o significado de àvxí basicamente é substituição ou intercâmbio. Não se encontrou exemplo algum onde o significado "mais amplo" apareça.29 Como faz com o NT, e Mt 20:28, em particular, Davies conclui que àvxí significa em lugar de: "O que acrescentaríamos a isso é que a preposição àvxí exige este tipo de interpretação. Ela não pode ser entendida de outra forma''.30 Harris 31 escreve: Como em 1 Tm. 2:6 (antilytron hyper pantõn), as noções de intercâmbio e substituição estão ambas presente. Dificilmente é um procedimento hermenêutico sadio apelar para um sentido "amplo" contestável de anti (ou seja, "em benefício de") em Mt 17:27 (ou (Gn 44:33) como a chave hermenêutica de anti nessa passagem. . . Waltke, depois de uma discussão exaustiva de à v x í na literatura extra NT, escreve: Deve-se observar que há pouquíssimo desenvolvimento no uso da preposição desde Homero até hoje, i.e., a palavra é muito estática não se expandindo ou se tornando eclética para pressupor outros significados. Quanto a isso àvxí é diferente de útrép. E também importante a conclusão:’ Autí sempre mantém sua noção individual de substituição quer no sentido de em troca de com seus significados concretos ou suas inferências mais lógicas ou mentais, quer no sentido de em lugar de porque no pensamento de intercâmbio está o pensamento básico de algo tomando o lugar do outro. Isso ocorrendo de modo que o intercâmbio e o significado de em lugar de o aspecto substitutivo são evidentes. . . . àvxí sempre tem os sentidos de: (1) oposto, contra; (2) substituição meta fórica de algo por outro objeto resultante; ou (3) em troca de ou em lugar de. Isto tem sido confirmado assim: 1) por refutação; e 2) por investigação exaustiva dos períodos diferentes da literatura grega. Os exemplos de Liddell e de Scott e Bauer que desaprovariam que ávxí sempre tem sentido substitutivo fora de sua importância local tem sido examinados e parecem garantir que em cada exemplo citado a noção individual de contrapeso e substituição têm sido encontrada proeminente. Em nenhum exemplo, o significado foi em benefício de, por causa de necessário para o entendimento da preposição em qualquer contexto particular.... o escritor concorda com
29 Ibid. 30 Ibid., 80-81. 31 "Prepositions and Theology," 3.1180.
Preposições: específicas
367
Moulton que apesar da noção individual achada no NT é encontrada na literatura extra NT.32 Com referência ao NT, Waltke sumariza: "conclui-se que o uso de àvxí nas passagens do NT não consideradas pelo escritor como teologicamente importantes é consistente com seu uso na literatura grega extra NT".33 Finalmente, com referência a Mt 20:28/Mc 10:45, Waltke escreve: Parece ao escritor, portanto, que é melhor aceitar e reconhecer ambos os significados teológicos de àvxí nessa passagem. A vida de Cristo não somente é o preço pago para a redenção de muitos, enfatizando a obra redentora na cruz, como também Cristo fez isso por " . . . nada menos que tomar o lugar deles. . .", suportando a ira divina para fazer a propiciação. O significado em troca de aponta para o resultado de Seu sofrimento vicário e o significado em lugar de aponta para o método no qual esta obra redentiva é realizada. A mistura de dois conceitos em uma única preposição não é • 14 mcomum. Em suma, a evidência parece ser predominantemente em favor de àvxí em Mt 20:28/Mcl0:45 como em lugar de e, possivelmente, com sentido secundário, em troca de. A evidência para isso significa simplesmente que a vaga idéia de em benefício de é suspeita na melhor das hipóteses. No entanto, é importante notar que a teoria da expiação substitutiva é baseada geralmente em passagens envolvendo únép. Como afirma Davies: Porém, embora seja admitido que Mc 10:45 não ensina substituição, é, muitas vezes, declarado que nosso entendimento da obra de Cristo não repousa em uma única passagem que, segundo alguns, é, de certo modo, de autenticidade duvidosa. Devemos levar em consideração o fato de que a preposição mais usada nas declarações sobre a morte de Cristo é úrrép + genitivo, que [alegadamente] significa "em benefício de" e não significa "em lugar de".35 Conseqüentemente, a questão se os escritores do NT viram a morte de Cristo como substitutiva deve ser travada no domínio de ímép também. 2.
Outras Passagens Significantes a) Hebeus 12:2 O texto diz: ôç àvxí xf|ç irpotreipivriç ocírtcò xapâ; uiTtp tive v oxanpóv ("O qual [i.e., Jesus], por causa de/em lugar da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz"). Se á v ií torpor causa de, então Jesus suportou a cruz primeiro que a alegria (i.e., glória, herança?) que estaria por vir.
32 B. K. Waltke, "The Theological Significations of 'Avxí and ’ Yirép in the New Testament," Tesis of Ph. D (Dallas Theological Seminary, 1958), 1.127-28. 33 ibid., 152. 34 Ibid, 166. 35 Davies, "Christ in Our Place," 81.
368
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Se for em lugar de, então, Jesus a suportou por causa da alegria que lhe pertencia (cf. Fp. 2:6-7) que poderia trazer outros para o reino de Deus.36 b) João 1:16 Para uma discussão dessa passagem e suas possíveis interpretações, cf. Waltke, "Theological Significations of ’Avxí and' Yuép," 1.166-76; Harris, "Prepositions and Theology," 3.1179-80.
J.A m ?
A. Usos Básicos (somente com Genitivo) A força básica de áuó no grego clássico era separação de. "No NT, invadiu o domínio ático de ík, íraó, irocpá e genitivo de separação . . . ,"37 1.
Separação (de lugar ou pessoa): longe de
2.
Fonte: originário de, fora de
3.
Causa: por causa de
4.
Partitivo (i.e., substituto do genitivo partitivo): de, parte de
5.
Agência (raro): por
B. Passagens Importantes Envolvendo ’A nó Algumas das passagens mais significantes são Rm 5:9; Ap 1:4; 12:6.
Alá A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo) 1.
Com Genitivo a.
Agência: por, através de
36 Note o seguinte: (1) por causa de: P. E. Hughes, A Commentary on the Epistle to the Hebrews, 523-24; Waltke, "Theological Significations of ’Avtí and'Yuép," 1.176-80. (2) em lugar de: BAGD, s.v. àvxí 1 (p. 73); Dana-Mantey, 100; Harris, "Prepositions and Theology," 3.1180; Tumer, Insights, 172. 37 BAGD, s.v. ctuó, 86.
369
Preposições: específicas b.
Meio: através de
c.
Espacial: através de
d. Temporal: ao longo de, durante 2.
Com Acusativo a. b.
Causa: por causa de, porque Espacial (raro): por meio de
B. Passagens Importantes Envolvendo ALa Alguns dos textos mais significantes envolvendo ôicé, com os quais o aspirante exegeta pode praticar seu talento analítico são: Mt 1:22; Jo 1:3; Rm 3:25; 4:25; Ef 2:8; 1 Tm 2:15; Hb 2:10; 1 Jo 5:6.38
Etc A. Usos Básicos (Somente com Acusativo) 1.
Espacial: para dentro de, para, em
2.
Temporal: durante, ao longo de
3.
Propósito: para, afim de, para que
4.
Resultado: de modo que, resultando em
5.
Referência/Respeito: com respeito, com referência a
6.
Vantagem: em favor de
7.
Desvantagem: contra
8.
Em lugar de kv (com várias nuanças)
B. Passagens Importantes Envolvendo Elç 1.
E íç Causai em Atos 2:38? Uma discussão interessante sobre a força de cíç ocorreu vários anos atrás, especialmente em relação a At 2:38. O texto diz: I Iétpoç ôè irpòç ccutouç lifT auoq oaic, cjnjaív, kcc'l pairelaOiycG) eKaaxoç úpcôn èiu icô òuópaxi TriooO Xp lotou e lç âfteovv tlúu ápapTLÚu úptòv. . . ("E disse-lhes Pedro,
"Arrependei-vos, e sede batizados — cada um de vós — no nome de Jesus Cristo por causa de/para a remissão de vossos pecados...").
38 Para uma discussão de alguns desses textos, veja: "Voz: Construções Passivas (com Agência Expressa)".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
370
J. R. Mantey disse que elç é usado como causai em várias passagens no NT, entre elas: Mt 3:11 e At 2:38. Parece que Mantey cria que a salvação pela graça seria violada se um elç causai não fosse evidente em passagens como At 2:38.39 Por outro lado, Ralph Marcus questionou os exemplos não-bíblicos de Mantey com respeito a um elç causai, de modo que na sua segunda réplica, ele concluiu (depois de uma refutação pormenorizada): É bem possível que elç seja usado como causai nessas passagens do NT, mas os exemplos de elç causai citados do grego não-bíblico contribuem absolutamente nada para fazer dessa possibilidade uma probabilidade. Se, portanto, o Professor Mantey estiver correto em sua interpretação de várias passagens no NT sobre batismo e arrependimento e a remissão de pecados, ele está correto por razões não-lingüísticas.40 Marcus talentosamente mostrou que a evidência lingüística para um eiç causai tem poucas provas. Se um elç causai não estiver em vista, o que devemos fazer com At 2:38? Há pelo menos quatro outras interpretações desse texto: 1)
O batismo referido aqui é somente físico, e elç tem o sentido de para. Essa visão, se isso for tudo, sugere que salvação é baseada em obras. O problema básico com isso é que vai contra diretamente a teologia de At, a saber: (a) arrependimento precede batismo (cf. At 3:19; 26:20), e (b) a salvação é inteiramente um dom de Deus, não alcançado via batismo nas águas (At 10:43 [cf. v 47]; 13:38-39, 48; 15:11; 16:30-32; 20:21; 26:18).
2)
O batismo referido aqui é somente espiritual. Embora essa visão se encaixe bem na teologia de At, não se encaixa com o significado óbvio de "batismo" em At - especialmente nesse texto (cf. 2:41).
3)
O texto deve ser pontuado de novo à luz da troca da segunda pessoa para a terceira do singular voltando para a segunda pessoa do plural novamente. Se for assim, deveria ser lido assim: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo, para a remissão de vossos pecados...". Se esse for o entendimento correto, então elç é subordinado somente a lienxuoriaate, e não a P«:TTTia0f|":to. A idéia seria: "Arrependei-vos para com/com referência a vossos pecados, e cada um seja batizado . . . . " Essa visão é uma via aceitável de lidar com elç, mas sua sutileza e desajeitamento depõe contra isso.
4)
Finalmente, é possível que para uma audiência judaica do séc. I (assim como Pedro), a idéia de batismo poderia incorporar ambas as realidades
39 Veja J. R. Mantey, "The Causai Use of Eis in the New Testament," JBL 70 (1952) 45 58 e "On Causai Eis Again," JBL 70 (1952) 309-311. 40 Ralph Marcus, "The Elusive Causai Eis," JBL 71 (1953) 44. Cf. também o primeiro artigo de Marcus, "On Causai Eis," JBL 70 (1952) 129-130.
371
Preposições: específicas
espirituais e os símbolos físicos. Em outras palavras, quando alguém falava de batismo, comunicava ambas as idéias - a realidade e o ritual. Pedro aparece fazendo a conexão forte entre esses dois capítulos 10 e 11. Em 11:15-16, ele conta a conversão de Comélio e amigos, mostrando o ponto da conversão deles quando foram batizados pelo Espírito Santo. Depois que viu, declarou: "Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam Espírito Santo. . ." (10:47). Parece que o ponto é: Já que eles tiveram o testemunho interno do Espírito Santo via batismo espiritual, deve haver um testemunho/ reconhecimento público via batismo na água também. Isto não somente pode explicar At 2:38 (ou seja, que Pedro falou da realidade e da figura, embora somente a realidade remove pecados), mas também encaixa-se no fato de o NT falar somente de crentes batizados (até onde pode dizer): O batismo na água não é a causa da salvação, mas umafigura. Isso ocorre para o reconhecimento público (pelos presentes) e a confissão pública (pelo convertido) de que alguém foi batizado com o Espírito. Em suma, embora os instintos de Mantey estivessem corretos que na teologia de Lucas o batismo não causa a salvação, sua solução ingênua de um elç causai é carente de convicção. Há outras maneiras para satisfazermos a tensão, mas ajustar a gramática para responder a um "por quê?" anterior não tem mais base que a noção de àvxí sempre significar mera representação (veja discussão anterior). 2. Outras Passagens Importantes Para outros usos significantes de eíç, veja Jo 1:18 (=èv); Ef 4:12,13 (5 ocorrências; o problema aqui não tanto de significado quanto da questão de subordinação e coordenação); Fp 1:10; 1 Pd 1:11.
’E k A.
Usos Básicos (Somente com o Genitivo) Em geral, ck tem a força de de, fora de, para fora de, longe de. 1. Fonte: para fora de, de 2. Separação: longe de, de 3. Temporal: desde, de [este ponto] . . . a 4. Causa: por causa de41 5. Partitivo (i.e., substituído por umgenitivo partitivo): de 6. Meio: por, por meio de
41 BAGD chama isso "a força 'perfectiva' force de fK ...nos compostos..."
372
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. Passagens Importantes Envolvendo ’E k Mt 26:27
tríete kí aútoü irávceç bebei dele, todosl [vós] A tradução infeliz da King James Version ("Drink ye ali of it - bebei vós dele todo") tem causado muita confusão. S. Lewis Johnson Jr., muitas vezes, contou a história de um pregador que, não conhecendo o grego, pressupôs que "todo" se refere ao vinho e "dele" modificava o "todo" (que nesse caso teria que ser colocado no acusativo, como o objeto direto de TTieTe). Tendo uma pequena congregação, regida por uma tradição litúrgica que requeria uma jarra de vinho cheia para a comunhão semanal, o pastor mesmo se achou em um dilema moral. Cada domingo, depois que o pequeno rebanho saía, o bom reverendo tinha que secar a jarra e ficava bêbado - tudo porque entendia mal esse verso!42
Algumas outras passagens importantes envolvendo 4k são Rm 1:17; Ef 3:15; Ap 3:10.
'Ev A. Usos Básicos (Somente com Dativo) ’Ev traz muito debate quanto o tema preposições no NT, pois tem o maior número de ocorrências e por atuar em situações mais variadas que qualquer outra. Ela se justapõe aos usos do dativo simples em grande parte, mas não completamente. As seguintes categorias são, em grande parte, fruto de uma compreensão geral.43 1. 2.
Espacial/Esfera: em (e várias outras traduções) Temporal: em, dentro de, quando, enquanto, durante44
3. 4.
Associação (muitas vezes, relacionamento pessoal próximo): com Causa: por causa de
5.
Instrumental: por, com
6. 7.
Referência/Respeito: com respeito a/com referências a Modo: com
8.
Coisa Possuída: com (no sentido de cujo)45
9. Padrão (=Dativo de Regra): de acordo com o padrão de 10. Como um equivalente de elç (com verbos de moção) 42 Esse texto não é realmente de importância exegética, exceto talvez por meio do alívio cômico. 43 Mesmo BAGD (s.v. èv, 258) reconhece a dificuldade de catalogar cada uso: "Os usos dessa preposição são multilaterais, e freqüente, assim facilmente confundidos, de modo que um tratamento sistemático restrito é impossível. Basta a lista das principais categorias, que ajudarão a estabelecer o uso em casos individuais". O tratamento do BAGD é, no entanto, extensivo (258-61). 44 Essa noção de "tempo dentro do qual" quase nunca é encontrada com simples dativo. (BDF, 107 [§200] nega-o completamente, mas veja o capítulo sobre "O Caso Dativo" para exemplos). 45 Cf. Mc 1:23 (cf. Lc 4:33); Ef 6:2.
Preposições: específicas
373
B. Passagens Importantes Envolvendo ’E v Devido aos usos variados de kv, às vezes, ela é considerado mais elástico do que realmente é. A discussão seguinte focaliza poucas passagens onde a preposição é vista como expressão de agência ou conteúdo. 1.
’Ev + Dativo para Agência Pessoal? Alguns têm sugerido que o simples dativo ou kv + dativo expressam agên cia pessoal no NT.46 No entanto, uma vez que uma definição seja dada para agência pessoal, esse será visto como raro ou uma categoria inexistente. Williams define o dativo de agência como denotando "o agente (pessoal) por meio de quem algo é realizado. A única diferença entre meio e agência é que meio é impessoal; agência, pessoal".47 Esta definição é demasiadamente pouco geral. Seria melhor dizer que quan do kv + dativo expressam a idéia de meio (uma categoria diferente), o instru mento é usado por um agente. Quando agência é indicado, o agente assim nomeado não é usado por outro, mas é aquele que usa um instrumento. (Pode-se notar aqui que um agente intermediário, geralmente expresso por ô iá + genitivo, é um agente que atua em benefício de outro ou no lugar de outro. Esse agente não é, estritamente falando, usado por outro como um instrumento seria). Assim, õtoí + dativo expressando meio pode ser (e freqüentemente é) usado para pessoas, embora sejam concebidos como im pessoal (i.e., usado como um instrumento por outra pessoa qualquer). Na sentença: "Deus me disciplinou por meio de meus pais", v.g., "Deus" é o agente que usou os "pais" como o meio pelo qual ele realizou algo. Os pais são, naturalmente, pessoas. Mas são concebidos como impessoais por se rem eles instrumentos usados por outra pessoa. De acordo com a nossa definição, se kv + dativo for usado para expressar agência, o nome dativo não deve ser só pessoal, mas também o agente que pratica a ação.48 BDF acuradamente avalia a situação no NT sobre o sim ples dativo usado para agente pessoal: "O dativo de agência é talvez repre sentado por um único exemplo genuíno no NT e isso com o perfeito: Lc 23:15" 49 Em suma, podemos dizer que há pouquíssimos exemplos claros desse dativo no NT, e todos envolvem um perfeito passivo.
46 Veja "Dativo de Agência" no capítulo sobre o caso dativo para discussão de outras passagens, especialmente os que envolvem TrveúpaTL. 47 Williams, Grammar Notes, 18. 48 Andrews procurou demonstrar agência com kv + dativo no NT, mas sua disserta ção inteira entrou em colapso desde o início — na definição: "Agência é um termo usado para atribuir algo feito com um instrumento pessoal [itálicos meus]" James Warren Andrews, "The Use of ’Ev with the Passive Voice to Denote Personal Agency," [Disserta ção de Th.M., Dallas Theological Seminary, 1963], 8). 49 BDF, 102 (§191).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
374
O fenômeno levemente diferente de èv + dativo também é considerado por muitos como expressando agência em poucas ocasiões. Todavia, nenhum exemplo não ambíguo aparece. Assim, o que se pode dizer sobre o dativo de agência pode-se dizer também do kv + dativo para expressar agente: é raro, na melhor das hipóteses.50 Mc 1:8
atkòç ôè paire íoei òpâç kv TTveúpaTi àYÍu51 mas ele vos batizará com o Espírito Santo Aqui é óbvio: Cristo é o agente (visto que auxóç é o sujeito), e o Espírito é o meio (e, talvez, a esfera) que o Senhor usa para batizar.
1 Co 12:13
yàp kv èv! nveúpatL ripeiç rávteç elç 'èv awpa èpairuía0r|p.ev Por um só Espírito todos fomos batizados em um corpo Nossa posição é: aqui temos uma ilustração de èv usado como meio. Chamar "Espírito" de meio não nega sua personalidade.52 Pelo contrário, o Espírito Santo é o instrumento que Cristo usa para batizar, embora ele seja um pessoa. Visto que irveijqati ãyíu claramente indica meio em Mc 1:8 (como em várias passagens sobre o batismo com Espírito), certamente não é sem base ver aqui "Espírito" como o meio. Além disso, se o Espírito Santo for o agente nesse texto, há um problema teológico: Quando a profecia de Mc 1:8 se cumpriu? Quando Cristo batiza com o Espírito Santo? Por causa da improbabilidade gramatical de TTveúpaTi expressar agente em 1 Co 12:13, é melhor vê-lo como meio e como o cumprimento de Mc. 1:8. Assim, Cristo é o agente não nomeado. Isso também tem gerado uma interpretação popular altamente improvável, ou seja, que há dois batismos do Espírito no NT, um na salvação e outro posteriormente.53
2.
’Ev + Dativo para Conteúdo? É raro o uso do dativo simples para denotar o conteúdo que é usado por encher.54 Para èv + dativo, esse uso é debatível. Normalmente, um verbo com carga semântica de enchimento toma um genitivo de conteúdo; raramente, um simples dativo de conteúdo.55 No
50 O melhor exemplo se encontra em 1 Co 6:2: èv úpív icpívercu ó KÓopoç ("o mundo será julgado por vós"). De modo nenhum isso é certo. Robertson-Plummer sugerem que ele fala de esfera/localidade: "em seu tribunal," "em sua jurisdição" (First Corinthians [ICC] 112). Como também BDF, 118 (§219.1), notando paralelos na literatura profana. 51 A preposição é omitida em B L 2427 et pauci. 52 Nesse ponto da história salvífica, porém, há algumas questões quanto ao reconhe cimento apostólico da personalidade do Espírito. Além disso, visto que èv era a preposi ção da escolha com o Espírito em cima até esse tempo (i.e., quando agência/meio estava em vista), a tradição de continuar essa prática, mesmo que a personalidade do Espírito fosse reconhecida uma vez, é provável. 53 Tipicamente associado com a Teologia Pentecostal. 54 Veja o "Dativo de Conteúdo" no capítulo sobre o dativo para discussão. 55 Há três exemplos claros no NT desse fenômeno (Lc 2:40; Rm 1:29; 2 Co 7:4), embo ra o texto lucano seja textualmente suspeito.
Preposições: específicas
375
entanto, não conhecemos nenhum exemplo bíblico no grego em que êv + dativo indique conteúdo.56 Devemos, portanto, procurar outras nuanças em exemplos assim, tal como em Ef 5:18 (discutido abaixo). Ef 5:18
uÂripoôoBc kv TTueúpcm sede enchidos [com, por, em] [o] Espírito Ver èv irveúqcexL aqui como indicando conteúdo é gramaticalmente suspeito (embora seja, em muitos círculos, a visão predominante). Apenas se o fluxo do argumento e/ou a falta de outras boas possibilidades fortemente apontarem na direção de conteúdo, deveríamos ser levados a tomá-la como tal. Não há nenhum outro exemplo no grego em que èv + dativo depois de nXripów indique conteúdo.57 Além disso, o paralelo com oiuq> e a categoria gramatical de meio sugerem que a idéia pretendida é: os crentes são cheios por meio do Espírito [Santo], Se esse for o caso, parece que há um agente não nomeado. O significado deste texto só pode ser completamente apreciado à luz da palavra uA/rpóco em Ef. O termo sempre é usado em conexão a um mem bro da Tridade. Há três possíveis respostas: (1) Em Ef 3:19, o "pivô" da oração, introdutória da última metade da carta, é um pedido aos cren tes: "sejam cheios de toda a plenitude de Deus" (TrXr\pu0f|X6 eiç ~o.v tò iTÀ.f|pwpa t o ü Oeoú). O conteúdo explícito de TTÀrpóco é a plenitude de Deus (provavelmente refere-se aos atributos morais). (2) Em 4:10, Cris to é apresentado como agente do preenchimento (com v. 11 acrescen tando as particularidades da doação dos dons espirituais). (3) O autor, então, leva seu argumento a um clímax em 5:18: Os crentes devem ser cheios por Cristo por meio do Espírito com o conteúdo da plenitude de Deus.
3.
Outras Passagens Importantes Um grupo de passagens significantes envolve a locução kv Xpiottó, uma expressão encontrada quase que somente no corpus paulino. O estudante é encorajado a consultar a léxicos padrões e fontes bíblicas teológicas para um tratamento dessa locução.58 Outras passagntes significantes incluem: Jo 14:17; 1 Co 7:15; G1 1:16; 1 Pd 2:12.
56 Isso ilustra, de modo minuncioso, que o dativo puro não tem paralelo exato com kv + dativo. 57 Abbott nota que "o uso de kv com irA/rpóoj para expressar o conteúdo com o qual algo é cheio deveria carecer de exemplo" (Efésios [ICC] 161). Veja sua discussão em 161 62 de kv weúpaxL em Ef 5:18. 58BDF,118 (§219) desiste de um tratamento da frase porque ela "é copiosamente ane xada por Paulo a conceitos muito variados" e, assim, "terminantemente contesta a inter pretação definitiva...". Cf. BAGD, s.v. kv, I.5.d. (259-60) (e a bibliografia alista lá). Veja também o ensaio de Oepke em TDNT 2.541-2; C. F. D. Moule, Origin of Christology (Cambridge: Cambridge University Press, 1977) 54-69 (esp. 54-62); Harris, "Prepositions and Theology," 3.1192-93 (para um sumário resumido).
376
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
'Em A. Usos Básicos (com Genitivo, Dativo, e Acusativo) 1.
2.
3.
Com Genitivo a.
Espacial: em, sobre, perto áe
b.
Temporal: em tempo de, durante
c.
Causai: na base de
Com Dativo a. b.
Espacial: em,sobre, contra, perto de, Temporal: a, a tempo de, durante
c.
Causai: na base de
Com Acusativo a.
Espacial: em, sobre, para, para cima, contra
b.
Temporal: por, durante um período de
B. Passagens Importantes Envolvendo Ewí Alguns dos textos mais importantes envolvendo evpi, são: Mt 19:9; Mc 10:11; Rm 5:12;59 Ef 2:10; 2 Co 5:4; 1 Pd 2:24.
Kavá A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo) 1.
Com Genitivo a.
Espacial: em baixo de, em todo
b.
Oposição: contra
c.
Fonte: de
59 Para discussão do texto, cf. Cranfield, The Epistle to the Romans (ICC) 1.274-81; F. Danker, "Romans V. 12 Sin Under Law," NTS 14 (1968) 424-39; S. Lyonnet, "Le sens de é(|)’ cã en Rom 5,12 et l'exe,ge.se des Pe.res grecs," Bib 36 (1955) 436-56; S. L. Johnson, Jr., "Romans 5:12—An Exercise in Exegesis and Theology," in New Dimensions in New Testament Study, ed. R. N. Longenecker and M. C. Tenney (Grand Rapids: Zondervan, 1974) 298-316; D. L. Tumer, "Adam, Christ, and Us: The Pauline Teaching of Solidarity in Rom 5:12-21" (Tese de Th.D., Grace Theological Seminary, Winona Lake, Ind., 1982) 129-49. Note nosso tratamento desse texto no capítulo sobre pronomes, em pronome relativo oç.
377
Preposições: específicas 2.
Com Acusativo a.
Padrão: de acordo com, correspondendo a
b.
Espacial: ao longo de, por (extensão); em torno de, para cima (direção)
c.
Temporal: em, durante
d. Distributivo: "indicando a divisão de um todo maior em partes indivi duais"60 e.
Propósito: como propósito de
f.
Referência/Respeito: com respeito a, com referência a
B. Passagens Importantes Envolvendo Kará Algumas das passagens mais importantes envolvendo kata, são: At 14:23 (se considerado como distributivo aqui, afirmando a pluralidade de presbíteros); Rm 8:5; 1 Co 15:3-4; 1 Pd 3:7.
Merá A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo)61 1.
2.
Com Genitivo a.
Associação/Companhia: com, em companhia de
b.
Espacial: com, entre
c.
Modo (circunstâncias atendentes): com
Com Acusativo a.
Temporal: depois de, antes de
b.
Espacial (raro): depois de, atrás de
B. Passagens Importantes Envolvendo Mem 1.
A Relação de Meutó com Súu Embora nem todos concordassem com Harris que afirma: "no grego helenístico, eles são virtualmente sinônimos",62 ainda que ele reconheça ser significante Paulo regularmente termina suas cartas com a oração que a graça seja com (meta, nunca syn), e descreve a vida cristã identificando-a com Cristo
60 BAGD, s.v. Kará II.3 (406). 61 Em outras literaturas essa preposição também ocorre com o dativo, mas não no NT. 62 Harris, "Prepositions and Theology/' 3.1206.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
378
e o destino do cristão com o "estando com Cristo" (syn, não meta, em ambos os casos). Isso deveria sugerir que, das duas preposição, s y n era mais usado para expressar união pessoal íntima (e.g., Cl. 3:4), e meta, para denotar associação próxima ou circunstâncias atendentes (e.g., 1 Ts. 3:13).63 2.
Outras Passagens Importantes Cf. Mt 27:66; Ap 2:16; 12:7; 13:4; 17:14.
Ilapá A. Usos Básicos (com Genitivo, Dativo e Acusativo) 1.
Com Genitivo De forma geral, a idéia é de (ao lado de) (quase sempre com objeto pessoal).
2.
a.
Fonte/Espacial: de,
b.
Agência: de, por
Com Dativo Em geral, os usos do dativo sugerem proximidade ou intimidade. a.
Espacial: perto de, ao lado de
b.
Esfera: à vista de, diante de (alguém)
c.
Associação: com (alguém/algo)
d. Virtualmente eqüivale ao dativo simples 3.
Com Acusativo a.
Espacial: junto a, perto de, em
b.
Comparação: em comparação com, mais que
c.
Oposição: contra, contrário a
B. Passagens Importantes Envolvendo Ilapá Algumas das passagens mais importantes são: Jo 1:6; 6:46; 1:14; \5:26M; Rm 1:25; 1 Co 7:24; 12:15.
63 Ibid., 3.1206-1207. 64 Para uma excelente discussão, embora breve, desses versos e como eles se relacio nam à geração eterna do Filho e procedência eterna do Espírito, cf. Harris, "Prepositions and Theology," 3.1202-3.
379
Preposições: específicas
JJepí A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo)65 1.
2.
Com Genitivo a.
Referência: concernente a
b.
Vantagem/Representação: em benefício de, por (= úrrép)
Com Acusativo a.
Espacial: ao redor de, perto de
b.
Temporal: cerca de, próximo a
c.
Referência/Respeito: com respeito a/referente a
B. Passagens Importantes Envolvendo Tlepí Algumas das passagens mais importantes são: At 25:18; 3 Jo 2; Jo 11:19 (v.l.)-, 1 Ts 5:1.66
npó A. Usos Básicos (Somente com Genitivo) 1.
Espacial: diante de, em frente a, em
1.
Temporal: antes de
3.
Rank/Prioridade: antes de
B. Passagens Importantes Envolvendo IIpó Não se pode dizer muita coisa sobre passagens importantes envolvendo Trpó, pois seu uso, em quase todos os exemplos, pende nitidamente para uma das três definições dadas no BAGD. Porém, os seguintes textos são importantes teologicamente ou levemente ambíguos: Lc 21:12; Jo 1:48; 12:1; 13:19; 17:5, 24; 1 Co 2:7; G1 3:23; Ef 1:4; Cl 1:17; 2 Tm 1:9; Tt 1:2; 1 Pd 1:20; Jd 25.67
65 Em outras literaturas essa preposição também ocorre com o dativo, mas não no NT. 66 Para a construção Trepl ápocpxíaç cf. Harris, "Prepositions and Theology," 3.1203. 67 Muitos desses textos são ambíguos, embora úteis ao afirmar vários aspectos da soberania de Deus onde ele não fez ou soube algo antes dos tempos/ da eternidade. Em duas passagens pode haver alguma ambigüidade: Lc 21:12 (tempo vs. posição, embora tempo seja mais provável) e Cl 1:17 (de novo, tempo vs. posição; aqui, é possível que uma dupla nuança seja pretendida - desse modo, Jesus Cristo toma prioridade sobre coisa e está antes de todas elas).
380
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Hp
Propósito: afim de, com o propósito de
2.
Espacial: ao redor de
3. Temporal: por volta de, por (duração) 4. Resultado: de modo que, resultando em 5.
Oposição: contra
6.
Associação: com, em companhia de (com verbos estativos)
B. Passagens Importantes Envolvendo IIpóç 1. Apocalipse 3:20 Um das passagens mais significantes e, ao mesmo tempo, muito mal entendida (pelo menos, nos círculos populares) envolvendo u p ó ç é Ap 3:20. O texto diz: ’Iôoi) eoTT|Ka ém tt]v 8 ú p a v K a l Kpoúw káv tlç aKOÚafl t íj ç iÀéw, pelo contrário, deve ser aplicado aos laodicenses aqui, pois o verso conclui: "Sede zelosos, pois, e arrependeivos". O ouu inferencial conecta as duas partes do verso, indicando que os Laodicenses devem se arrepender porque Cristo os ama (cjHÀéca)!69
Preposições: específicas
381
A segunda pressuposição é: f LaeÂeúaopai irpóç significa "entrar". Uma suposição assim é baseada nada menos que em uma leitura pouco cuidadosa das versões portuguesas: ACF, ARA, ARC, BRR Todas infelizmente traduzem: "entrarei". A idéia de "entrar" expressaria etç como uma preposição independente e sugeriria entrada em uma pessoa (dando a idéia de entrar no coração de uma pessoa). Porém, espacialmente Trpóç significa para com, não para dentro. Em todos os oito exemplos de elaépxopaL Trpoç no NT, o significado é "vir em direção de uma pessoa" (i.e., entrar em um edifício, casa, etc., estar na presença de), nunca entrada dentro de uma pessoa. Em alguns exemplos, essa visão não seria somente absurda, mas inapropriada (cf. Mc 6:25; 15:43; Lc 1:28; At 10:3; 11:3; 16:40; 17:2; 28:8)7° O que esse verso afirma, então? (1) Devemos responder negativamente: Ele não está oferecendo salvação. As implicações disso são múltiplas. Dentre outras: usar esse texto como um verso para salvação é uma perversão da simplicidade do evangelho. Muitos têm alegadamente "recebido Cristo em seus corações" sem entender o que isso significa ou o que o evangelho significa. Embora esse verso seja pitoresco, realmente ele enturva as águas da verdade da salvação.
68 Isso não nega que h á alguma coincidência entre esses dois verbos, naturalmente (isso parece ser o caso de Jo 21). Mas quando cjuAiu, a palavra mais rara, é usada, e quando ele é usado à parte de k'{a.r\(uo, poderíamos esperar sua nuança normal. 69 Isso, de qualquer forma, pode ter algumas implicações para a perserverança dos santos, pois é impossível que Deus tivesse esse tipo de amor por uma pessoa a menos que, de alguma forma, Deus pudesse desfrutar dele. A implicação, então, pode ser que os laodicenses, mesmo em seu estado de mornidade eram crentes verdadeiros. 70 Na LXX, essa expressão é usada com freqüência, especialmente no intercurso se xual (cf., e.g., Gn 16:2, 4; 19:31; 29:21, 23, 30; 30:3, 4, 10; 38:2, 8, 16; Dt 21:13; 25:5; 15:1; 16:1; Rt 4:13; 2 Sm 3:7; 16:21; SI 50:2; Pv 6:29). Porém, cada um desses exemplos parece sugerir "entre na [tenda/casa] em direção a ela". Essa conclusão é baseada na probabilida de da figura eufemística (e, portanto, sutil). O significado óbvio quando intercurso sexu al não é pretendido, mesmo em exemplos onde poderia ser (cf. Gn 6:20; 7:9, 15; 19:5; 20:3; 40:6; Êx 1:19; 5:1; 8:1; 9:1; 10:1; Js 2:4; Jz 3:20; 4:21, 22; 18:10; Rt 3:16, 17; 1 Sm 10:14; 16:21; 28:21; 2 Sm 1:2; 3:24; 6:9; 11:7; 12:1; 14:33; 1 Rs 1:15; Et 4:11, 16; SI 42:4; Os 9:10; Jr 43:20; 48:6; Dn 2:12, 24); e o fato que, às vezes, o ato de intercurso sexual precisa ser explicitamente declarado (cf. Gn 39:14; 2 Sm 11:4; 12:24). Além disso, à parte dos textos figuradaemente sexuais, não h á exemplos em que entrada para o objeto de irpóç ocorra. Tudo isso sugere que eiaépxo|iou irpóç quase sempre funciona idiomaticamente com objeto implícito de eloépxopai e um objeto declarado Trpóç. Mas os dois objetos nunca são idênticos. Jz 4:21 é instrutivo:: "Jael, a esposa de Héber, tomou uma estaca e um martelo em sua mão, e foi quietamente para (eíoijÀGev Trpóç) ele e encravou a estaca em sua fronte". Obviamente, Jael entrou na tenda (cf. v 20) em direção a Sísera. Assim, à noção de entrada no coração em Ap 3:20 falta um paralelo suficiente no grego bíblico e deve ser julgado como um mal entendimento desse texto.
382
Sintaxe Exegética do Novo Testamento A recepção de Cristo é uma conseqüência, não uma condição da salvação.71 Positivamente, esse verso pode se refere a Cristo tendo supremacia na congregação ou até mesmo a um convite (e, conseqüentemente, a uma lembrança) para os crentes partilharem com ele no seu reino vindouro. Mas determinar qual desses é o correto está além do escopo da gramática. Tudo que a gramática pode dizer é qual visão quase certamente não é correta — a saber, que aqui há uma oferta salvífica. 2.
Outras Passagens Importantes Algumas outras passagens significantes envolvendo irpóç incluem: Jo 1:1;72 2 Co 5:8; 2 Tm 3:16; 1 Jo 5:16.73 Z vv
A. Usos Básicos (Somente com Dativo) O uso predominante dessa preposição indica acompanhamento/associação: com, em associação com.
B. Passagens Importantes Envolvendo Súu 1.
A Relação de Súu com Meiá Veja discussão acima, em percí.
2.
Passagens Importantes Envolvendo Súv como Preposição Independente Essas incluem, inter alia, Fp 1:23 e 1 Ts 4:17. Para uma discussão concisa desses textos (ambos não tendo nada a ver com a comunhão dos crentes com Cristo) veja Harris, "Prepositions and Theology," 3.1207.74
3.
Passagens Importantes Envolvendo Súu- Prefixado a Verbos Para uma discussão de alguns dos textos mais importantes, consulte B. McGrath, "'Syn'- Words in Paul," CBQ 14 (1952) 219-26; G. W. Linhart, "PauTs Doctrinal Use of Verbs Compounded with Sun" (Th.M., Dallas Theological Seminary, 1949).
71 A idéia que alguém deva receber a Cristo dentro de seu coração é baseada essencialmente em dois textos, Ap 3:20 e Jo 1:12. Mas nenhuma passagem reporta a isso. Em Jo 1:12, aqueles que receberam a palavra eram judeus da Palestina que receberam o mesmo Mestre em suas casas e trataram-no como um verdadeiro profeta. É uma declaração histórica, não sotereológica. 72 Veja nossa discussão na introdução desse capítulo. 73 Para uma discussão de Jo 1:1; 2 Co 5:8 e 1 Jo 5:16, veja Harris, "Prepositions and Theology," 3.1204-6. 74 Harris também alista 2 Co 5:8, mas a preposição usada aqui é irpoç.
Preposições: específicas
383
'Yirép A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo) 1.
2.
Com Genitivo a.
Representação/Vantagem: em benefício de, por causa de
b.
Referência/Respeito: concernente a, com respeito a (= irepí)
c.
Substituição: em lugar de, em lugar de (= àvxí) (esses exemplos também envolvem representação)
Com Acusativo a.
Espacial: sobre, em cima de
b.
Comparação: mais que, além de que
B. Passagens Importantes Envolvendo 'Yirép 1.
Concernente ao Sacrifício Substitutivo ('Yirép + Genitivo) Como foi apontado na discussão sobre àvxl, a preposição normal usada em textos que prontamente tratam da expiação substitutiva de Cristo é ímép. Além disso, foi dito que embora o argumento contra um sentido substitutivo de àvxí seja fraco, o argumento para o sentido substitutivo de UTrép se encontra com mais dificuldade onde a preposição traz várias outras nuanças. Em um nível lexical, pelo menos, elas são igualmente plausível em passagens teologicamente significantes. Note, porém, que o BAGD realmente considera uiTep com, às vezes, sentido substitutivo (embora alistem somente um texto sobre expiação - 2 Co 5:14). Essa questão é importante demais para passarmos por cima. Embora o tra tamento a seguir seja um pouco forçado em alguns lugares, deve ficar claro que a gramática é relevante para a exegese e teologia. Somos convictos que írrcép comporta o sentido de substituição e é, de fato, usado em várias passagens sobre a natureza da expiação de Cristo. A favor da visão que uuép tem, pelo menos, um sentido substitutivo em passagens sobre a expiação temos os argumentos abaixo: a.
O sentido substitutivo é encontrado na literatura extra-NT. 1) No Grego Clássico Realmente, esse uso é raro no período clássico, mas cf. Platão, A República 590a; Xenophon, Anabasis 7.4.9-10 etc.75
75 Para uma discussão, cf. Davies, "Christ in Our Place," 82-83; Waltke, "Theological Significations of ’Avtl and ' Yirép," 2.199-210, 214-15.
384
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 2) Na LXX Cf. Dt 24:16; Is 43:3-4; Judite 8:12 etc.76 3) Nos Papiros Cf. Papiro Oxyrhynchus 1281.11,12; Papiro Tebtunis 380:43,44, etc.77 No estudo de Robertson sobre esse fenômeno, ele notou o seguinte: Mas os papiros, particularmente os documentos de negócios, mos tram que Paulo está seguindo o uso corrente quando prefere ínrép [a ávri,] para a idéia de substituição... Certamente, em todos esses exemplos, a escrita é feita a favor de alguém, mas não para por aí. Winer (Winer-Thayer, p. 382) corretamente diz: "Em muitos casos aquele que age em favor de outro toma seu lugar". Isso é absolu tamente verdadeiro no caso dessa expressão periódica tão comum nos papiros, onde um escriba escreve um documento em favor de e em lugar de alguém que não sabia escrever. O escriba escreve: "por" aquele que não é capaz de escrever... e y p o a j f a í m i - p c u í t o í i p q Lõótoç Y p á p p a ta . Essa asseveração solene faz o empréstimo ligar-se a parte iletrada do contrato. Não há sequer uma dúvida sobre o significa do de ínrép nessa sentença. A fraseologia torna-se quase uma fórmula-padrão nesses documentos.
Não se pode quebrar a força desses exemplos dizendo que todos refletem a mesma expressão marcada. O ponto é mais forte que qualquer outro. A expressão para substituição emprega úixép em lugar de chm.
Nada mais precisa ser acrescentado. Eles contam a mesma história quase monótona do uso substitutivo de ira é p .78 Embora tão útil quanto foi o estudo de Robertson, ele tem tido pou co impacto nos léxicos e gramáticas.79 Talvez, porque foi produzido pouco menos que dez exemplos, todos seguindo a mesma expres são característica. Além disso, algumas desses foram posteriores ao NT, enquanto outras tinham falhas em vários pontos onde Robertson
76 Para discussão, cf. Davies, "Christ in Our Place," 83; Waltke, "Theological Significations of ’Avtí and ' Yirép," 2.227, 238-39. 77 Para uma discussão, cf. Mayser, Grammatik der griechischen Papyri II.2.460; A. T. Robertson, "The Use of ' Ytiép in Business Documents in the Papyri," The Expositor 8.19 (1920) 321-27, reimpresso em Robertson, The Minister and His Greek New Testament (Nashville: Broadman, 1977) 35-42 (todas as nossas citações são de Minister). 78 Robertson, Minister, 36-38. 79 Embora BDF cite o artigo de Robertson, eles alistam-no como ínrép + acusativo (BDF, 121 [§230])! Além do mais, no próximo parágrafo (§231, ínrép + genitivo), eles não toquem no sentido substitutivo.
Preposições: específicas
385
reconstruiu ínrép.80 Assim, embora possa ser dito que essa expres são particular esteve em uso e a menos que essa preposição fosse usada com expressões, fosse amplamente atestada, e estivesse em papiros aproximadamente do período do NT, a força do ponto de Robertson reduz-se. Seu estudo claramente precisa ser suplementado. Tenho examinado alguns papiros representativos com o propósito de complementar o estudo de Robertson.81 E nosso propósito nessa seção suplementar a lista de Robertson de três maneiras: (1) Multiplicidade de exemplos; (2) alguns exemplos antigos; e (3) alguns exemplos que não se enquadram na expressão mencionada acima. Algumas ilustrações selecionadas são notadas aqui. O resto está no rodapé. Junto com as nove ilustrações de Robertson podemos adicio nar outros 78 exemplos.82 80 Robertson mostrou nove exemplos desse fenômeno nos papiros. Porém, em seus exemplos mais antigos (ambos são do mesmo documeto, datados de 30-29 a.C) a pala vra em questão está em colchetes - i.e., não recuperável da extensão dos papiros devido a uma lacuna ou mancha etc. Além desses dois exemplos, ele tem somente um a mais que é da era a.C. (Tebt. P. 386, 25-28 [12 a.c]). Todos os demais são do primeiro ou segundo séculos. 81 Os dois volumes nos papiros não-literários da prosa na Loeb Classical Library foram examinados. Um de meus primeiros alunos, Charles Powell, também trabalhou nos papiros Oxyrhynchus, suplementando meu estudo, embora os resultados de seu trabalho não estejam incluídos aqui. 82 Quando esses textos que são muito antigo (150 AD ou antes) ou que usam uma expressão diferente da identificada por Robertson, um asterisco (*) é colocado na entrada. Se uma referência tiver asterisco duplo {**), indica que é tanto antiga quanto não-idiomática. O arranjo é o mesmo encontrado nos Papiros Seletos, volume 1, e Papiros Seletos, volume 2 (SP 1, SP 2) — isto é, estou simplesmente numerando e alistando os usos como aparecem nas páginas desses dois volumes editados. 1. P. Oxy. 1631.39 (280 D .C ./SP 1.58); *16. P. Tebt. 392 .3 7 (134-35 D .C ./SP 1.176); 2. Stu d . Pal. xiii. p. 6 (line 25) (322 D.C./SP 1.66); 17. P. Lond. 992 .2 4 (507 D.C./SP 1.184); 3. P. G renf. ii.87.40 (602 D.C./SP 1.68); 18. P. Ryl. 177.17 (246 D.C./SP 1.190); 4. P. Oxy. 138.46 (610-611 D.C./SP 1.74); 19. P. Oxy. 1892.44 (581 D.C./SP 1.192); 5. P. Oxy. 139.32 (612 D.C./SP 1.76); *20. P Oxv. 269.17-18 (57 D.C./SP 1.204); 6. P. Lond. 1722.46 (573 D.C./SP 1.94); *21. P. A m h. 104.15-17 (125 D.C./SP 1.212); 7. P. Lond. 1722.51 (573 D.C./SP 1.94); *22. P. Ryl. 174.35-36 (112 D.C./SP 1.216); 8. P. L on d. 1164.30 (212 D.C./SP 1.116); 23. P. Ryl. 174.37 (112 D .C./SP 1.216); 9. P.S.I. 961,11.38 (176 D.C./SP 1.138); 24. P. Lond. 334.36 (166 D.C./SP 1.222); 10. P. Oxy. 1129.18 (449 D.C./SP 1.138); 25. P. Oxy. 91.39-40 (187 D.C./SP 1.230); 11. P. Oxy. 1038.36 (568 D.C./SP 1.142); 26. P. Oxy. 1900.33 (528 D.C./SP 1.232); 12. P. Oxy. 1890.21 (508 D.C./SP 1.146); 27. P SI 786.23 (581 D.C./SP 1.234); 13. P. Oxy. 1636.45 (249 D.C./SP 1.150); 28. P. O x y 494.18 (156-165 D.C./SP 1.246): ; 14. P. G ren f. ii.68.18-19 (247 D.C./SP 1.150); 29. P. L on d. 1727.7 ( D .C . 583-4/SP 1 .254)//(fraép 15. BG U 405.24 (348 D.C./SP 1.170); está em con ch etes); (*)30. P. O x y 1295.8 (2o. ou 3o. séc. D.C./SP 1.332) (?): Talvez som en te aqu i "em fav or d e "; *31. P. G ren f. ii.77.20 (3o.-43o. séc. D.C./SP 1 .3 7 2 ); *32. P. Fay. 100.21 (99 D.C./SP 1.406); *33. P. F a y 100.28 (99 D.C./SP 1.406); A idéia n os seg uin tes ex em p los de P. Oxy. 2144 foi su b stitu íd a (to d os en con trad os em SP 1.430): *34. P. O x y 2144.5 (depois do 3o. séc. D.C./SP 1.430); *35. P. Oxy. 2144.7; *36. P. Oxy. 2144.9; *37. P. Oxy. 2144.11; *38. P. Oxy. 2144.13; *39. P. Oxy. 2144.18; *40. P. Oxy. 2144.21; ‘ 41. P. H am b. i.4.14 (87 D.C./SP 2.176);
386
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Em P. Oxy. 494, line 18 (156-165 AD) vemos a noção de intercâmbio: "E minha esposa suprirá 200 dracmas na troca por roupas cada ano". Assim também em P. Grenf. ii. 77, linha 20 (Séc III-IV AD): "[na troca por] despesa de pães e condimentos, 16 dracmas." Em P. Bour. 20, line 2 (350+ AD) há um exemplo de ímép como uma "procuração" (no lugar de). Em P. Lond. 23, lines 28-29 (158 a.C), úrrép é usado na representação e substituição: "Eu posso ser capaz de fazer os sacrifícios a favor de lem lugar de vós e vossos filhos". Embora nossa lista não seja exaustiva (há somente uma visão superficial na evidência), 78 exemplos bem suplementados do estudo inicial de Robertson, confirmam seu argumento.83 Essa evidência é dominantemente a favor de ver úuep enfatizando a substituição no período do NT. Uma razão para a resistência prévia a essa idéia se deve ao fato que no período clássico ímép só raramente ultrapassou a fronteira de ávTÍ. Ao cuidadosamente observar os exemplos providenciados aqui, não há dúvida em detectar que a vasta maioria deles é muito
42. P. Oxv. 1881.23 (427 D.C./SP 2.184); *43. P. Ryl. 94.15 (14-37 D.C./SP 2.188); *44. P. Bour. 20.2 (350+ D.C./SP 2.210); *45. P. Bour. 20.3 (350+ D.C./SP 2.212); **46. P. L on d. 23.28-29 (158 BD.C./SP 2 .2 4 4 ) :; 47. BG U 648.23-24 (164 o u 196 D.C./SP 2.272); 48. BG U 1022.30 (196 D.C./SP 2.280); 49. P. Ryl. 114.28 (c.280 D.C./SP 2.294): "e m v ez de " p o r " ; 50. P. Thead. 17.21 (332 D.C./SP 2.302); 51. P S I 1067.26 (235-37 D.C./SP 2.320); *52. P. Fay. 28.15 (150-51 D.C./SP 2.332); 53. P. Oxy. 1464.16 (250 D.C./SP 2.352); 54. P. Ryl. 12.10 (250 D.C./SP 2.354); *55. P. Oxy. 1453.39 (30-29 a . C./SP 2.370): N .B. úirép está em colchetes; *56. R accolta L u m broso, p. 46.22 (25 D.C./SP 2.372); 57. P. Oxy. 83.27 (327 D.C./SP 2.378); 58. P. Oxy. 2124.22 (316 D.C./SP 2.404); 59. P. Oxy. 1425.15 (318 D.C./SP 2.404): N .B. Cf. lin h a 8 que usa à v x í , no sentid o estrito de "e m lu g ar d e "; 60. P. Oxy. 2109.63-64 (261 D.C./SP 2.432); 61. P. Oxy. 896.21 (316 D.C./SP 2.440); *62. P. Oxy. 1626.12 (325 D.C./SP 2.442): "tro c a "; 63. P. Oxy. 1626.26 (325 D.C./SP 2.442); 64. P. Oxy. 1627.27 (342 D.C./SP 2.44?): N .B. Cf. àv x í na lin h a 19 no sentid o de "em lugar d e "; *65. P. C airo M asp. 67032.48 (551 D.C./SP 2.448): "em troca d e"; *66. P. C airo M asp. 67032.50 (551 D.C./SP 2.450): "e m troca d e "; 67. P. Strassb. 46.27 (566 D.C./SP 2.456); 68. P. H am b. 39 (33),19 (179 D.C./SP 2.468); ‘ 69. P. T head . 35.7 (325 D.C./SP 2.494): troca; ‘ *70. P. Lond. 1177.39 (113 D.C./SP 2.536): troca; **71. P. Lond. 1177.55 (113 D.C./SP 2.538): troca; *72-76. P. Oxy. 1920.5,7,10,12,14 (late 6th d.C .nt. D.C./SP 2.544): troca; *77. P. Oxy. 1920.15 (late 6th d.C .n t. D.C./SP 2.546): troca; *78. P.Oxy. 106.24 (135 D.C./SP 2.578).
83 Powell também descobriu algumas centenas de exemplos nos Papiros Oxyrhynchus. O uso substitutivo de únép é bem conhecido entre ospapirologistas. Nossosdados são mencionados porque nem sempre os estudantes do NT estãofamiliarizados com a pesquisa extra-NT.
387
Preposições: específicas
posterior, sugerindo que o uso amplo de írnép foi um desenvolvimento da língua no período do Koinê, tomando-se mais e mais fixo à medida que o tempo passou. Nossa hipótese é simplesmente essa: Em todo o período Koinê, úirép começou a invadir mais e mais o significado de áuví, embora nunca deixasse de ser usado completamente,84 Foi um fenômeno relativamente comum para uma forma gramatical ou lexical "engolir" os usos de outra no período helenístico.
Quadro 39 Justaposição entre os Usos de A in íe'Y irép
b. O sentido substitutivo é encontrado em textos sem importância soteriológica no NT. 'Yirép é usado com um sentido substitutivo em passagens sem importância soteriológica, estabelecendo, deste modo, esta nuance no NT. Cf. Rm 9:3; Fp 13.85 c.
O sentido substitutivo ocorre em p e lo importante.
m enos
um texto soteriológico
'Yuép é usado com força substitutiva em, pelo menos, uma passagem de importância soteriológica, admitida até no BAGD: 2 Co 5:14.86 Também, há outros textos soteriologicamente importantes onde é difícil negar um sentido substitutivo em tfflép: G1 3:13;87 Jo 11:50.88
84 Um meio de comparação é simplesmente quantitativo: doai ocorre 22 vezes no NT; ínrép ocorre 149. Se a evidência do grego bíblico estiver toda no indicativo, a tendência diacrônica pode ser vista na invasão de írnép sobre o domínio de kvtí, pois na LXX àvxí é usado 390 vezes, enquanto que úrrép 430 vezes. Ambas as preposições ainda estão em uso no grego moderno. 85 Veja a discussão em Waltke, "Theological Significations of VAnti, and 'Yué(5" 2.295 305. 86 Para uma discussão veja Davies, "Christ in Our Place," 87-88; Waltke, "Theological Significations of ’Autí and ' Yrrép," 2.370-78. 87 Cf. Leon Morris, The Apostolic Preaching of the Cross, 59; Davies, "Christ in Our Place," 89; Robertson, Minister, 39-40; Waltke, "Theological Significations of ’Avtí and 'Yrrép," 2.379-81. 88 Cf. Davies, "Christ in Our Place," 85; Robertson, Minister, 39; Waltke, "Theological Significations of ’Avtl and ' Yrrép," 2.358-61.
388
Sintaxe Exegética do Novo Testamento d. ' Yirép também ocorre com Àúxpov em uma ocasião. Uma vez írnép é usado com ÀÚxpov o que fortalece ao prefixar-se-lhe àvxí: 1 Tm 2:6. Sobre esse texto, Davies fala que claramente a referência em 1 Tm 2:6 - sobre o "homem Cristo Jesus que a si mesmo se entregou como resgate por todos", (ávxÍÀ.uxpov irnèp TTüévTtav) - tem significado substitutivo. O àvxí prefixado reforça a idéia de substituição já presente no conceito de Àúxpov, e assim mesmo, se o fnrép fosse tomado com o sentido de "a favor de”, o conceito de substituição estaria presente no texto.89 e. ' Yuép é um termo mais rico que àvxí Finalmente, a questão é: Se a doutrina paulina da expiação é pelo menos substitutiva, porque ele nunca escolheu a preposição menos ambígua àvxí para expressar esta idéia? A resposta a esta pergunta, consideraria o seguinte: 1) "No período do NT, ávií sofreu uma grande redução no uso."90 2) Como Robertson tem demonstrado: no Koinê "Algumas expressões para substituição empregam fnrép em lugar de àvxí."91 3) Como Trench notou: Ganhamos o perfeito direito de vindicar tais declarações da morte de Cristo por nós como também declarações de sua morte em nosso lugar. E nelas, sem dúvida, a preposição úiTcp é empregada, pois é possível abraçar ambos os significados, e expressar como Cristo morreu uma vez por todos por nossa causa . . . e em nosso lugar; enquanto àvxí expressaria somente a última dessas.92 Em suma, embora seja possível que substituição não possua o sentido de UTiep em alguns dos importantes textos soteriológicos - isso deve ser o sentido em muitos textos assim - o peso das provas recaem sobre quem nega esse sentido nos outros. Pelo menos, à luz do uso bem estabelecido de substituição no grego helenístico, parece não haver razão para adotar essa nuança como
89 Davies, "Christ in Our Place," 89-90. Naturalmente, essa última sentença não fala nada sobre a força de fnrép. Para mais discussão dessa passagem, cf. Morris, Apostolic Preaching, 48, 59. 90 Davies, "Christ in Our Place," 90. Veja nosso quadro acima e note as estatísticas: ímép é quase sete vezes tão freqüente que àvxí. 91 Robertson, Minister, 38. 92 R. C. Trench, Synonyms of the New Testament, 291. Minha citação de Trench não deve ser considerada como um endorso a dele. Acho somente que nesse ponto, ele foi particularmente feliz. Nas mesmas linhas, cf. Waltke, "Theological Significations of ’Avxí and'Ynép," 2.403; Harris, "Prepositions and Theology," 3.1177-78, 1197.
389
Preposições: específicas
parte da doutrina paulina da expiação. Na análise final, o que podemos dizer sobre a expiação pode ser sumariado assim: ... nenhuma das teorias da expiação declara toda a verdade nem, de fato, todas juntas o fazem. O fundo desse oceano de verdade nunca foi tocado por qualquer mergulho do homem. Há mais na morte de Cristo para todos nós que qualquer um de nós seja capaz de compreender... No entanto, devese dizer que substituição é um elemento essencial em qualquer expiação real.93 2.
' Ynép com o Acusativo Aqui o texto mais significante é 1 Co 4:6.94
'Yiró A. Usos Básicos (com Genitivo e Acusativo)95 t.
2.
Com Genitivo a.
Agência (Último): por96
b.
Agência Intermediária (com verbos ativos): através de
c.
Meio: por (raro)
Com Acusativo a.
Espacial: sob, em baixo de
b.
Subordinação: sob (o governo de)
B. Passagens Importantes Envolvendo'Ynó Alguns dos textos mais importantes incluem: M tl:22; 2:15 etc.; Rm 3:9; 6:14, 15.97
93 Robertson, Minister, 40-41. 94 Cf. A. Legault, "Beyond the Things Which Are Written," NTS 18 (1972) 227-31. 95 No NT e em outras literaturas cristãs antigas, o dativo não é usado com úiró, embora fosse esse o caso em outros escritos gregos antigos. 96 Para detalhes, veja a discussão sobre a voz passiva com agência expressa no capítulo sobre voz. 97 Para uma discussão sobre a justaposição entre útró e ôiá, únó e àiró, uttÓ e irapá, veja Harris, "Prepositions and Theology," 3.1198.
Pessoa e Número Panorama Bibliografia Selecionada........................................................................................390 Prefácio...................................................................................................................... 391 I.
Pessoa................................................................................................................... 391 A. Primeira Pessoa por Terceira Pessoa ("Eu" ="Alguém")...................... 391
|
B. Segunda Pessoa por Terceira Pessoa ("Tu" ="Alguém")?....................392 C.
Construções com Primeira Pessoa do Plural:OAlcance do"Nós" .. 393 1. O "Nós" Editorial (Plural Epistolar)................................................. 394 2. "Nós" Inclusivo (Plural Literário) Vs. "Nós" Exclusivo................ 397
II.
Número................................................................................................................ 399 A.
Sujeito Plural Neutro com Verbo Singular............................................. 399
B.
Sujeito Coletivo Singular com Verbo Plural.......................................... 400
C.
Sujeito Composto com Verbo Singular................................................... 401
D.
O Plural Indefinido ("Eles" = "Alguém")............................................... 402
E.
O Plural Categórico (Plural Generalizante)........................................... 403
Bibliografia Selecionada E. H. Askwith, " T and 'We' in the Thessalonian Epistles," Expositor, 8th Series, 1 (1911) 149-59; BDF, 72-79, 146-47 (§129-37, 139-42, 280-82); J. Beekman and J. Callow, Translating the Word ofGod (Grand Rapids: Zondervan, 1974) 107-16; M. Carrez, "Le Nous en 2 Corinthiens," NTS 26 (1980) 474-86; Dana-Mantey, 164-65 (§159); K. Dick, Der Schriftstellerische Plural bei Paulus (Halle: Max Niemeyer, 1900); J. H. Greenlee, "II Corinthians (The Editorial 'We')," Notes on Translation 60 (1976) 31 32; U. Holzmeister, "De 'Plurali Categoriae' in Novo Testamento et a Patribus Adhibito," Bib 14 (1933) 68-95; W. R. Hutton, "Who Are We?" BT 4 (1953) 86-90; M. P. John, "When Does 'We' Include 'You'?" BT 217 (1976) 237-40; J. J. Kijne, "We, Us, and Our in I and II Corinthians," NovT 8 (1966) 171-79; W. F. Lofthouse, " T and 'We' in the Pauline Letters," ExpTi 64 (1952) 241-45; Moule, Idiom Book, 118-19, 180-81; V. A. Pickett, "Those Problem Pronouns, We, Us, and Our in the New Testament," BT 15.2 (1964) 88-92; Robertson, Grammar, 402-09, 1028-29; Turner, Syntax, 311-17; T. K. Weis, "'We' Means Who? An Investigation of the Literary Plural," Th.M. thesis, Dallas Theological Seminary, 1995; Young, Intermediate Greek, 73-74; Zerwick, Biblical Greek, 1-4 (§1-8).
390
391
Pessoa: primeira por terceira
Prefácio Em geral, pode-se dizer que um verbo geralmente concorda com o sujeito tanto em pessoa quanto número (conhecido como concordância). Isso já deve ser do entendi mento do estudante e não precisa ser discutido aqui.1 Há também usos excepcio nais. Especificamente, com respeito à pessoa. A falta de concordância não está entre sujeito e verbo, mas entre pessoa lingüística e pessoa real. Com respeito ao número, não há muitos exemplos de discordância entre número do verbo e número do sujei to. Um fenômeno dos mais interessantes e/ou exegeticamente importantes com res peito à pessoa e número será notado nesse capítulo.2
I. Pessoa A. Primeira Pessoa por Terceira Pessoa ("Eu" = "Alguém") Em raras ocasiões, a primeira pessoa do singular pode ser usada para dá um toque de vividez a uma aplicação universal.3 Normalmente, um uso assim é inclusivo da primeira pessoa (assim, o "Eu" significaria algo como "todos nós"), mas, aparentemente, também pode ser de um modo exclusivo (o "Eu" tem o sentido de "outros, não eu mesmo"). 1 Co 10:30
el 4y(ò y á p m pexéxca, xí p^aacjiqpoDiiaiímèp ou èycò eúxapumò; Se eu participo com ações de graças, por que hei de ser vituperado por aquilo por que eu dou graças? No contexto anterior, Paulo dirigiu-se aos coríntios na segunda pessoa (note a situação hipotética descrita em vv. 27-29). Ele muda para pri meira pessoa do singular em vv. 29-30, então volta para a segunda do plural em v. 30. Ele parece relaciona-se como o irmão mais forte pelo uso da primeira pessoa.
G12:18
eí yàp à KaxéA.uaa raOta itáÀtv oÍKOôopcô, irapapáipu è|iauiòv auviaxáva), Porque, se eu torno a edificar aquilo que eu destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Neste contexto Paulo parece se associar com a situação que os gálatas estavam encarando, não em termos de simpatia, mas julgamento. A
1 Para uma discussão, veja Mounce, Biblical Greek, 116-18 (§15.3-15.5). 2 Algumas gramáticas falam de um ou mais desses usos em outras seções, tais como o plural epistolar no capítulo sobre pronomes. Visto que quase todos os exemplos as sim ocorrem com o nominativo-sujeito, fazendo com que um pronome explícito seja dis pensável (uma vez que está contido na desinência verbal), pareceu mais lógico discutir isso na unidade: "Verbos e suas Formas Nominais". 3 Esse uso é mais raro no grego que em outras línguas e parece ser relativamente posterior, só no período pré-Koinê (BDF, 147 [§281]).
392
Sintaxe Exegética do Novo Testamento primeira pessoa funciona como um artifício estilístico-literário de condenar as ações dos leitores. O uso da primeira pessoa do singular em Rm 7:7-25 parece encaixar-se muito bem aqui. A questão, então, é muito complexa e não se resolve gramaticalmen te. Basta dizer que (1) Rm 7:7-25 é uma passagem extraordinariamente difícil para exegese. Nenhuma das visões padronizadas pode vindicar todos os pon tos normais ou sintaxe rotineira; (2) se o "eu" dos vv. 7-13 é o mesmo "eu" dos vv. 14-25, é quase certamente usado em sentido universal, pois o v. 9 ("eu nalgum tempo vivia alheio ao pecado"), dificilmente, refere-se ao Paulo pré-conversão, enquanto o v. 14 ("Eu sou carnal, vendido ao pecado") não parece uma descrição do Paulo pós-conversão. Uma noção universal focalizaria a incapaci dade humana (seja crentes ou descrentes) de agradar a Deus pela sujeição à lei. Assim, embora o uso da primeira pessoa em um sentido universal seja bastante raro, é a única interpretação consistente do "eu".
+ B.
Segunda Pessoa por Terceira Pessoa (“Tu" = "Alguém") ? No NT Grego provavelmente não há, segunda pessoa indefinida como existe na nossa língua atual.4 (Por "indefinido" falo do uso da segunda pessoa pela primeira ou terceira pessoa). A definição que Webster dá é: o indefinido da
segunda pessoa se refere a "uma pessoa ou pessoas de forma geral: eqüivale, em certo sentido, ao pronome indefinido alguém, como, tu não podes falar!" (New World Dicitonary). O grego usa a pessoa apropriada para expressar o que podemos coloquialmente dizer com a segunda pessoa. Lembre-se de que o NT aparentemente não emprega a segunda pessoa em sentido indefinido.
4 BDF, 147 (§281) sugere que um fenômeno assim ocorre no NT, mas nenhum dos exemplos é convincente. Citam, particularmente, Rm 8:2 (ó yàp vópoç roí) irvcúpatoç tf|ç Çayfjç kv Xpuraô ’Ir|aou f)À.eu9épwoév oe àtrò toü vogou t i ) ; ágaptíaç xat tou Bavátou) como um exemplo. Porém, esse é o uso do singular pelo plural (não da segunda pessoa pela terceira), pois o apóstolo não está fazendo uma declaração universal, verdadeira para os crentes e incrédulos. Em qualquer evento, BDF admite que tal uso da segunda pessoa seja bastante raro.
Pessoa: construções da primeira pessoa do plural
393
Jo 4:11
nóGey ouu e^eiç to uôwp tò (tôv Onde, pois, t u tens a água viva? A mulher não está peguntando: "Onde conseguiste água viva?" referindo-se a si mesma (i.e., "Onde se consegue água viva?"). Ela está perguntando onde Jesus a guarda ou, no português coloquial: "Onde você conseguiu essa água viva?"
Rm 8:13
el yàp Katà oápKa (pie, piAlete àTTO0ur|OKf lu . . . Porque se vós viverdes segundo a carne, vós estais a ponto de morrer . . . Paulo não está se referindo a uma terceira pessoa indefinida aqui, mas à sua audiência cristã em Roma. Em 1:7, identifica-os como "santos". E muito possível que aqui se refira à morte física, i.e., que um cristão vive de acordo com a carne não tem garantia de vida com Deus, como originalmente pretendido (vontade desejada, não vontade decretada), que o crente tem. Essa interpretação tem um bom apoio no resto da frase: "mas, se, pelo Espírito . . . mas, se mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis". Não se afirma aqui que é possível ter vida espiritual pelas obras! Mas, se for visto morte espiritual na primeira parte (seja em referência a crentes em perigo de perder sua salvação ou a incrédulos), então para ser consistente deve-se ver vida espiritual na última parte da frase. Uma interpretação assim, porém, parece flutuar na superfície da teologia paulina, especialmente apresentada no contexto inteiro.
O ponto exegético básico aqui é: a distinção entre segunda e terceira pessoas não deve ser exagerada (porque não tem dificuldades de se expressar isso no grego como acontece em português). Teologicamente, isso é significante, pois parece que, em muitos dos textos que superficialmente parecem sugerir que um crente pode perder sua salvação, a parte "insegura" do texto está na terceira pessoa (cf. Jo 15:1-11 [note especialmente a mudança de pessoas entre vv. 5 e 6]; Hb 6:4-6, 9).
C. Construções da Primeira Pessoa do Plural: O Alcance do "Nós" Em muitas situações no NT, especialmente nas epístolas, o uso de nós nem sem pre é claro.5 O autor quer incluir seus associados (ou co-autores), sua audiência, ou isso simplesmente é um meio editorial de se referir a si mesmo? O uso da primeira pessoal do plural para distinguir, de um lado, o autor e seus associa dos e, do outro, sua audiência é chamado de "nós" exclusivo. O uso da primeira pessoa do plural para se referir a ambos: autor(es) e seu(s) leitor(es), é chamado de "nós" inclusivo. Os referentes potenciais podem ser diagramados da seguinte forma:
5 Agradeço a Ted Weis por esclarecer muitas questões do "nós" em sua pesquisa da primeira pessoa do plural dos pronomes em Paulo no curso de Grego Avançado, no Seminário de Dallas, na primavera de 1994. Veja agora sua tese: "'Nós' significa Quem?"
394
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
" N ó s " = "V ó s e E u " (au to r[es] e leitor[es])
("Nós" Inclusivo)
Quadro 40 O Alcance do "Nós" no NT 1.
O "Nós" Editorial (Plural Epistolar) a.
Definição O "nós" editorial (também conhecido como plural epistolar) é o uso da primeira pessoa do plural por um autor quando se refere, real e exclusivamente a si.6 O uso do plural epistolar, embora estabelecido nas cartas e papiros seculares em koinê, nem é comum nos papiros nem nas cartas do NT.7 Muitos textos são debatíveis. A ambigüidade em tais exemplos comumente tem a ver com a pergunta: O autor inclui seus associados na primeira pessoa do plural ou está se referindo somente a si? As vezes, tais passagens são três vezes ambíguas: O autor se refere (1) apenas si mesmo, (2) a si mesmo e a seus associados, ou (3) inclui sua audiência no "nós"?
b.
Chaves para Identificação Normalmente devemos pressupor que determinada primeira pessoa do plural não é editorial. Mas quando um autor mudar inesperadamente do singular para o plural, há margem para se suspeitar de um plural epistolar. O contexto é primariamente o fator envolvido para determinar se o nós é editorial ou não. Há, porém, uma dica morfológica também: O plural epistolar normalmente ocorre no caso nominativo.8 Mesmo, em contextos, onde os casos oblíquos são usados, o nominativo geralmente inicia o discurso.
6 Alguns gramáticos colocam o plural epistolar como plural literário. Em nossa terminologia, o último refere-se ao "nós" inclusivo (i.e., o uso da primeira pessoa do plural para incluir os ouvintes). 7 Moule, Idiom Book, 118; Zerwick, Biblical Greek, 4. 8 Moulton cita algumas exceções para essa "regra" nos papiros (Prolegomena, 86). Há também exceções no NT, especialmente o genitivo do pronome pessoal (embora esse esteja geralmente ligado ao sujeito): é uma mudança natural dizer, e.g., "Nós pedimos" em "Nosso pedido".
Pessoa: o “nós" editorial c.
395
Ilustrações 1) Exemplos (Relativamente) Claros Todos os exemplos do "nós" editorial no NT são debatíveis,9 embora alguns sejam excelentes candidatos a essa categoria e poucos comentaristas não concordem com isso.
2 Co 10:11
oloí èopev tco Àóyo) õt’ êiTLOtoÀcâu àuouTeç, toloútoi Kal rtapóvteç o que nós somos na palavra por cartas, estando ausentes, tal [seremos nós] em atos, quando presentes. O contexto anterior fala de Paulo sozinho como autor de suas cartas (vv. 9-10). A mudança súbita para o plural é, assim, melhor explicada como um nós editorial.
2 Co 10:13
q iie íç
ouk elç xà apetpa KauxqaópeOa nós não nos gloriaremos além do limite Novamente, o contexto precedente fala somente de Paulo se gloriando, embora ele pareça incluir seus companheiros em outras coisas (vv.1-2, 8 menciona a exaltação/ousadia de Paulo; vv. 5-7 parece se referir a Paulo e seus associados). 2 Co 10-13 inclui vários exemplos do que muitos consideram como plurais epistolares, especialmente porque ocorrem próximos ao uso freqüente da primeira pessoa do singular. Esses dois textos (10:11 e 10:13) são dois exemplos. Para outros possíveis plurais epistolares nessa seção note: 10:12, 14, 15; 13:4, 6-9 (interceptado pelos singulares vv. 1-3 e v 10). Há alguns exemplos duvidosos: 11:6, 12, 21. Em 2 Co 12:18-19, o plural é usado depois de uma menção explícita a Tito (v. 17) e parece ser um nós exclusivo.
Uma razão possível para o uso do plural epistolar nesses capítulos é: Paulo, sendo obviamente autoconsciente a mostrar as credenciais de seu apostolado sob circunstâncias presente, ocasionalmente inverte para o plural de modéstia. Significantemente, ele não usa o plural quando faz uma nota autobiográfica (caso o plural tivesse sido usado, seus oponentes o acusariam de falso testemunho, visto que somente Paulo recebeu 39 açoites cinco vezes, só Paulo foi apedrejado etc.). R m l:5
êlápopev '/ápiv Kal áuooToXriv nós temos recebido graça e um apostolado Paulo menciona somente a si como autor (v.l), usando o plural como provavelmente epistolar. Além disso, é improvável que ele tenha em mente outros apóstolos por causa da locução prepositiva, detalhando o propósito do apostolado, que imediatamente segue: elç ÚTifíKor|y ttlotccjç kv irâatv tolç cGucolv (para obediência da fé entre os gentios). Visto que Paulo, e só Paulo, era o apóstolo aos gentios, o nós evidentemente é editorial.
9 Contra Lofthouse, "'Eu' e 'Nós' nas cartas paulinas", afirma que em todos os exemplos de nós em Paulo: "ele pensava em si como um dentre outros, seja o grupo menor de seus companheiros, seus leitores, ou todo o conjunto dos crentes sempre no contexto de sua mente. O círculo expande-se ou contrai-se; contudo sempre o plural é usado, nunca ocorre fora disso" (241). Porém, precisamos fazer um pouco de ginástica exegética para chegarmos a essa conclusão, (é semelhante a declaração de Askwith: "eu não vejo razão para pensar que ele [Paulo] diz 'nós' quando quer dizer 'eu'" ["'I' and 'We' in the Thessalonian Epistles," 159].)
396 G 1 1 :8 - 9
Sintaxe Exegética do Novo Testamento àXkà K ai è à u r p e í ç f] ayyeloç èE, o ú p a u o ü eú ayy eÀ L C ritaL [ú|Tiu] TTap' o eijr| yY eX iaá| i60a ú p lu , á v á O e p a ecnxo. (9 ) ú ç TrpoeiprÍKapev’ K a i a p u n a l i u kkyw e í t l ç úpctç e ú a Y Y e ^ tÇ cT a i u a p ’ o T rapeÀ ápeie, á v á 0 e p a e cra n . . . .
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evan gelho além do que nós já vos anunciamos, seja anátema. (9) Como nós já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. Embora a carta aos gálatas comece com: "Paulo . . . e todos os irmãos que estão comigo", o corpo da carta começa com um verbo singular: BaugáCu (v. 6), os e vv. 8-9 estão rodeados pela primeira pessoa singular (vv.10-24). Em adição, o intercâmbio entre nós e eu nos vv. 8-9 é mais facilmente explicado se só Paulo estiver em vista. Os irmãos em v. 2, então, parecem funcionar como apoio ou testemunha à verdade do evangelho de Paulo. Cf. também 2 Co 3:1-6, 12; 7:12-16; 8:1-8; 9:1-5. 2) Ilustrações Debatíveis 1 Ts 2:18
qGeAqoapev èlGeíu íipòç úpâç, l y ò pèu IlaG/foç Kai anai; Kai òíç, Kai èvfKoiJjeu f)pâç ó aaiauâç nós quisemos ir até vós (eu, Paulo, mais que uma); contudo, Satanás nos impediu. O plural está se referindo só a Paulo, a Paulo e Silvano, ou a Paulo, Silvano e Timóteo? Cf. também 3:1, 2, 5 onde o plural é igualmente usado, embora se relacione semanticamente com a primeira pessoa do singular.
1 Jo 1:4
TaOm yp^opeu rpéíç, iua q xapà qpwt' rj TreirAxípcopévq nós escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa O presbítero está escrevendo sozinho ou associado com outros? A questão complicada está no fato de que, em vv. 5, 6, o plural continua, mas cada vez com uma força diferente: No v. 5, parece se referir ao autor e a outros ministros; no v. 6, há um nós inclusivo (o autor e os ouvintes juntos). O autor usa ypá(j)(a outras doze vezes nessa carta, mas sempre no singular.
Hb 6:9
iTeireía(ie0a trepl úpcâu, à y a u q T O Í , x à K p e í a a o u a sobre vós, ó amados, nós estamos certos de coisas melhores A carta aos Hebreus, segundo estudiosos, emprega somente dois tipos de primeira pessoa do plural: epistolar e inclusivo. (Para os plurais epistolares potenciais, note e.g., 2:5, 5:11; 6:9,11; 8:1; 9:5; 13:18, 23; para o nós inclusivo, cf. 2:1, 3; 3:6; 4:2, 11, 13, 14; 7:26; 10:10, 19; 12:1). A segunda categoria não é disputável: o autor, clara e repetidamente, associa-se com os ouvintes. Mas quanto à primeira, é mais difícil de avaliar seu uso, pois há algo que não ocorre em outras cartas do NT: Em todas as outras, o autor usa "eu" antes da metade do livro. Mas, em Hebreus, a situação é diferente: a primeira pessoa do singular não aparece até o capítulo 11 (v. 32), e, então, só em três outros versos (13:19, 22, 23). Além, de muito incomum, isso sugere a possibilidade de que Hebreus tenha realmente sido escrito por, pelo menos, duas pessoas (uma sendo mais conhecida dos ouvintes do que a outra).10 Cf. também Rm 3:28; 2 Co 4:1-6; 5:11-16; 11:6, 12, 21.
Pessoa: o "nós" inclusivo vs. o “nós" exclusivo 2.
397
O "Nós" Inclusivo (Plural Literário) vs. O "Nós" Exclusivo a.
Definição O nós inclusivo é o uso da primeira pessoa do plural que inclui tanto o(s) autor(es) quanto os ouvintes. Diverge do nós exclusivo na restrição que a primeira pessoa do plural exclusiva faz entre a audiência, de um lado, e o autor e seus associados (quer seja co-autores, fisicamente presentes e aqueles que, distintos do ouvintes, tenham participado de alguma das experiências do autor etc.) do outro.
b. Significado A questão se o nós é inclusivo ou exclusivo não é difícil de se resolver em muitos textos, mas também de grande interesse acadêmico para muitos tradutores da Bíblia. Embora a primeira pessoa do plural (seja inclusivo ou exclusivo) tem a mesma forma na maioria das língua indoeuropéias, duas formas distintas são usadas em muitas culturas da Ásia, ilhas do Pacífico, índia, África e América Latina. Assim, para os tradutores não há o luxo de ambigüidade referente: uma decisão precisa ser feita em cada exemplo.11 Para se resolver a questão, devemos considerar caso a caso. O contexto e a sobreposição geral dos livros são as melhores pistas.12 A presença da segunda pessoa do plural no mesmo contexto, muitas vezes, sinaliza um nós exclusivo (mas há muitas exceções). Logo abaixo, serão oferecidos alguns textos influenciados por essa questão. Os interessados em ver um tratamento mais compreensível são desafiados a examinar as obras citadas na bibliografia.
10 Isso é fortalecido pelo apelo do autor(es) aos ouvintes em 13:18 para "orar por nós". f)|iüv aqui seria um plural epistolar incomum, sem paralelo no NT; em parte, porque o plural epistolar não ocorre naturalmente com casos oblíquos, e, parcialmente, porque nenhuma das razões para o uso de um plural epistolar (e.g., modéstia, polidez ao declarar autoridade, etc) facilmente se encaixaria em um pedido pessoal de oração. 11 Note na bibliografia o número desproporcional de artigos no Bible Translator and Notes on Translation, em oposição às revistas padrões do NT que tratam com exegese (mesmo o ensaio de Kijne em NovT tem a ver com questões de tradução mais que exegese). 12 Pickett, "Those Problem Pronouns," sugere cinco questões analíticas a serem feitas ao resolver as questões. Ela oferece uma discussão estimulante de várias passagens espinhosas. Embora discuta no ensaio sobre os problemas críticos textuais em torno da intercambialidade de figeiç/õpeLi;, ela não os alista como uma questão separada. Geralmente a questão textual (que é muito freqüente) precisa ser resolvida primeiramente. Ninguém pode dizer o que o texto significa a menos que saibam primeiramente o que o mesmo diz.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
398 c. Ilustrações 1) Exemplos Claros a) Rm 5:1
N ós
Inclusivo
õiKOU«0émeç oíiv ék -níaTewç elpqyqu e/opeu irpòç tou 0eóu
Tendo sido, pois, justificados pela fé, nós temos paz com Deus Ef2:18
õi’ autoü êxopev Tqu TTpoaaY^YÒ^ oi ápcjHkepoi èv èui TTueúpaTt upòç tòv Traxépa Porque por ele ambos nós temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. A presença de àp
Tg 3:2
noAAà ircaíopev ancantç nós todos tropeçamos de muitas maneiras
Cf. também Rm 1:12; G1 2:4; Ef 3:20; Tt 3:3, 5; Hb 12:1; 1 Pd 2:24; 2 Pd 3:13; 3 Jo 8. b)
N ós
Exclusivo
1 Co 4:10
qpelç pwpol ôtà Xpiatóu, úpeiç òè cjípovipoi kv Xpurcô qpeíç àa0eueiç, òpelç õè lo^upoí nós somos insensatos por Cristo, mas vós sábios em Cristo; nós somos fracos e vós fortes
2 Ts 2:1
èpcatcôpeu ôè úpâç, áôeÀ tjjot, útrèp xfjç T T apou oíaç toú K u p íou qpcôu Tqooú XpLOtoO Kai rpcôu éTTLauyaYuyfjç etr’ am óv Ora, irmãos, nós rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, A primeira pessoa do plural passa quase imperceptível do exclusivo para o inclusivo nesse verso: "nós rogamos" claramente é exclusivo, enquanto "nosso Senhor" e "nossa reunião" claramente são inclusivos. Isso ilustra que, até no mesmo texto, não se pode pressupor que a presença do pronome da segunda pessoa ("nós rogamo-vos") faça com que todos os pronomes da primeira pessoa sejam exclusivos.
Cf. também Jo 4:12; 1 Co 3:9; 15:15; G1 2:9; Cl 1:3; 2 Pd 1:16-19. 2) Exemplos Debatíveis Jo 8:53
pq oi) peíÇü)v el xoO mrupòç qpcàv ’A(3paáp; És tu maior que nosso pai Abraão? Embora argumentem que o pronome seja inclusivo (vendo os judeus como considerando Abraão como ancestral de Jesus também), à luz de suas alegações de seu legítimo nascimento (v. 41) e que a questão da paternidade de Deus quanto a Jesus seja a chave para autoridade nessa perícope, é mais provável que o nós seja exclusivo. Talvez uma pressuposição ressaltada por eles seja que Jesus não somente era bastardo, mas que era metade gentio.
Número: sujeito plural neutro com verbo singular 2 Co 5:18
1 Jo 1:4
399
xà òè uavra 6K toO 0eoò toO KataÀÀá^avToç r||iãç eauxá õtà X p lotou Kal ôóvioç fpív cf|u õiaKOvlav tf|ç KaxaÀAaYÍiç e tudo isto [provém] de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação Embora não haja base lingüística para ver uma mudança no referente, a partir do conteúdo de todas as coisas e do contexto (cf. v. 20), o primeiro pronome parece ser inclusivo (Deus reconciliou todos os crentes) e o segundo pronome, exclusivo (Paulo e seus companheiros são ministros de tal reconciliação). Não se pode argumentar que Paulo teria avisado o leitor de sua mudança no significado, porque no esforço da sucessão literária rápida e na emoção carregada do apóstolo aos gentios especialmente nessa carta - a precisão reflectiva mostra o envolvimento apaixonado com seu rebanho. cab ia Ypátjjopcv rpelç, 'iva q yapà qpcôv rj TTgTTÀqptopéuq nós escrevemos estas coisas para que nossa alegria seja completa O propósito da carta é: que o autor tenha alegria ou que o autor e os ouvintes experimentem alegria? Um complicador da questão é o testemunho do MS: Algumas testemunhas têm qfj.(âu (e.g., K BI. V 1241) enquanto outros têm úpcõv (e.g., A C K P 33 1739). A questão é muito difícil para fecharmo-la. Contudo, pelo menos, o pronome na segunda pessoa sugere implicitamente que os escribas viram os ouvintes como participantes do propósito alegre da epístola.
Cf. também Mc 4:38; 6:37; Lc 24:20 (provavelmente inclusivo13); Jo 21:24; At 6:3; Rm 10:16; 1 Co 9:10; 2 Co 1:20-21; G1 5:5; Ef 1:12; 2:3; 1 Ts 3:4; 4:15; Ap 5:10.
II. Número A. Sujeito Plural Neutro com Verbo Singular Embora falte concordância nessas construções, elas são freqüentes. De fato, sujeito plural neutro normalmente tem verbo singular. Esse é um dos exemplos constructio ad sensum (construção de acordo com o sentido, em lugar de seguir a concordância gramatical restrita). Visto que o neutro geralmente se refere a coisas impessoais (incluindo animais), o verbo singular considera o sujeito plural como um todo coletivo. Deve-se traduzir o sujeito e o verbo como plurais, em lugar de traduzir somente este no singular. Mc 4:4
qÀ0eu xà Tiete tuà Kal Kaiè(])ayeu aútó vieram os pássaros e a comeram
Jo 9:3
c^apepcoGr) tà êpya ioü 0eoü kvauttõ [a fim de que] as obras de Deus sejam manifestas nele As "obras de Deus" são vistas como um coletivo singular (um grupo unido).
13 Pickett nota que na conversa entre os discípulos e Jesus no caminho de Emaús, "nossos principais sacerdotes e governantes" provavelmente é inclusivo visto que convidaram esse estranho a comer com eles (vv. 29-30).
400
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
At 2:43
iTOÀÀá repara Kai arpeía ôià rcliu àvoaxóhov èyíuero muitas maravilhas e sinais aconteceram através dos apóstolos Nesse texto não somente o sujeito é plural neutro, mas também é composto: dois substantivos plurais neutros constituem o sujeito.
1 Co 10:11
xà xõv aícóvtou Kuxr\vxr\Kev o fim das eras é chegado
2 Co 5:17
et t l ç kv XpLoiú, kíxluti k t l o i ç xà ápxaía uapqA.9ev, lòoí) yéyovev Kaiuá Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura; as coisas velhas já passaram, eis que novas coisas chegaram! Aqui o estado de um crente é visto posicionalmente e em sua inteireza.
Ap 20:7
oxav xeÀeo0r| xà xLkiu exq quando se completar os mil anos
Cf. também Mt 13:4; 15:27; Lc 4:41; 8:2; 10:20; Jo 7:7; 10:4,21; 19:31; At 18:15; 26:24; Ef 4:17; Hb 3:17; Tg 5:2; 1 Jo 3:12; Ap 11:18. Porém, quando o autor quer expressar a individualidade de cada sujeito envolvido em um sujeito plural neutro, o verbo plural é usado. "Geralmente um plural neutro no NT que tem significado pessoal ou coletivo tem também verbo plural".14 Aqui estão alguns exemplos do sujeito plural neutro com verbo plural. Mt 13:38
xà ÇiÇávtá eiatu oi ulof xoO TrouqpoC os joios são os filhos do maligno
Jo 10:27
xà TTpópaxa xà èpà xfjç (jjtovijç pou aKOÚouaLU, Kaycà yiuGXJKCO aúrà Kai áKoA.ouOoGaíi' poi minhas ovelhas ouvem minha voz, e as conheço e elas me seguem As "ovelhas" representam as pessoas. Jesus está enfatizando a individualidade delas, embora "ovelhas" seja neutro. Cada ovelha ouve a voz de Jesus por si. O verbo plural não é acidente: o v .27 contrasta com o v. 3 onde a ovelha verdadeira ouve a voz do pastor como um grupo (xà Trpópara ríjç cjjoovfjç aiiroí) aKOÚcL), e o v. 4 onde a ovelha segue o pastor coletivamente (tà irpópata aèrcô áKOÀouOel).
Tg 2:19
xà ôaipóvia TTiaTeúouoLU Kai tjjpíaoouaLu os demônios crêem e estremecem
Cf. também Mt 6:32; 10:21; 25:32; Mc 5:13; Lc 12:30; At 13:48; Rm 15:12; Ap 5:14; 17:9.
B. Sujeito Coletivo Singular com Verbo Plural Normalmente o sujeito coletivo singular toma um verbo singular. Em tais construções o grupo é visto como um todo (cf. Mc 3:7; Lc 21:38; 23:35). 14 Robertson, Grammar, 403. Porém, nem sempre é o caso, às vezes, mesmo um sujeito plural pessoal neutro toma um verbo singular (cf. 1 Cor 7:14; Ef 4:17; Hb 2:14; Ap 11:18). Assim também, ocasionalmente um sujeito impessoal toma verbo plural (cf. Mt 13:16; Hb 1:12; 11:30; Ap 16:20).
Número: sujeito composto com verbo singular
401
Porém, em raras ocasiões, um sujeito coletivo tem verbo plural, (outros exem plos constructio ad sensum). Nesse caso, os indivíduos do grupo recebem maior ênfase.15 Mc 3:32
õxA.oç . . . A.éyouoiv
Uma multidão estava dizendo Lc 6:19
irâç ó ó ’ %Xoq êÇr|TOi>v tnrceaOoa aírcoO
todo a multidão estava procurando tocá-lo Cf. também Mt 21:8; Jo 7:49; At 6:7.
C. Sujeito Composto com Verbo Singular Quando dois sujeitos, ambos no singular, estiverem ligado por conjunção, o verbo geralmente estará no plural (e.g., At 15:35 diz: IIkGàoç Kal Bapua|3âç õiitpipou kv ’AuTLOXeía [Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia]). Porém, quando um autor quer destacar um dos sujeitos, o verbo é colocado no singular.16 (Isso ocorre mesmo quando um dos sujeitos estiver no plural). O primeiro sujeito nomeado estará sendo enfatizado em tais exemplos.17 Esse tipo de construção ocorre com muita freqüência, como seria de se esperar. Um exemplo é: "Jesus e seus discípulos". É como se os discípulos estivessem meramente seguindo-o enquanto todo o centro da ação está sobre Jesus. Mt 13:55
o ú / r) jnjrnp aúuoü Aiyeim M apiàp Kal ol áõeA.c|)ol amou ’IáK0)[3oç Kal dmafyj) Kal Sípwu Kal 'Ioúôaç;
Não é sua mãe chamada Maria e seus irmãos [chamados] Tiago, José, Simão e Judas? O uso do verbo singular, Àéyetai, coloca Maria acima dos irmãos de Jesus. Jo 2:2
é-KÀr|0T] ó TqooOç Kal ol paGqxal autoô elç tou yápov
Jesus foi convidado para as bodas e [também] seus discípulos O sentido parece ser "Jesus foi convidado para as bodas e seus discípulos o seguiram". 15 É freqüente quando o verbo segue a alguma distância, especialmente na oração seguinte (cf.,e.g., Lc 8:40; Jo 6:2; 7:49; 12:18). Algumas vezes, porém, os verbos usados com coletivo singular mudam do singular para o plural (cf., e.g., Mc 5:24; Jo 7:49). Deveríamos dizer que um viu o grupo coletivamente e o outro o viu individualmente? O mais provável, é que o autor inconscientemente muda de um para outro devido ao número natural. 16 BDF, 75 (§135) Afirma que isso também ocorre quando ambos os sujeitos são vistos igualmente, mas seus exemplos pessoais são não convincentes (Jo 18:15; 20:3). Porém, sujeitos não pessoais podem também se comportar assim (e.g., n a p c A O r i ò o u p a v ò ç K a l f| yfj [Mt 5:18]). ‘ 17 BDF sugere que somente o verbo precede ambos os sujeitos (74 [§135]), mas algumas vezes o verbo fica entre ambos (cf., e.g., Mt 13:55).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
402
ó OTreípwv ó|ioí> xaípr] Kal ó GepíÇcov a fim que o semeador e ceifeiro ambos se regozijem É significativo que nessas palavras do Senhor, é dada proeminência ao semeador. Esse é o que realmente se regozija! Que diferença há em relação à atitude de muitos evangelistas de, cujo critério para um ministério bem-sucedido está no número da lã, não da profundidade da tosa.
Jo 4:36
Iv a
At 16:31
iríoTeuaou êul tòu KÚptov Iqaouv Kal aa)0r|ari aí) Kal ó olkoç aou crê no Senhor Jesus e tu serás salvo, e a tua casa Algumas vezes, é argumentado que só o carcereiro filipense precisava exercer fé para que sua casa fosse salva. Isso é baseado no uso dos verbos singulares Tríareuaov e acoBqag. Uma noção assim é estranha ao grego, pois, em outros exemplos de sujeito composto com verbo singular, o segundo nominativo é o sujeito do verbo. Aplicado aqui, visto que os dois verbos estão ligados por K a í, não há razão para tratá-los de forma diferente: ttÍo tlç é requerida da família do carcereiro, para que recebam ouiripía. A razão para o uso do singular em todas as vezes é evidentemente porque o carcereiro está presente, enquanto sua família não está. (Paulo não poderia dizer: "Todos vocês creiam. . ." quando estivesse falando com uma só pessoa). Uma tradução expandida seria: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo; e, se os membros de sua casa crerem, também serão salvos". A condição é a mesma tanto quanto a oferta é a mesma para ambos.
Cf. também Mc 8:27; 14:1; Jo 3:22; 4:53; At 5:29; 1 Tm 6:4.
D. O Plural Indefinido ("Eles" = "Alguém") 1.
Definição O plural indefinido é o uso da terceira pessoa do plural para indicar "alguém" em particular. Existem paralelos com a nossa língua. V.g., "Acho que eles descobriram uma cura para o câncer". Na sentença, "eles" = "alguém". Freqüentemente é melhor converter um plural indefinido em uma construção passiva em que o objeto se toma o sujeito (e.g., na sentença acima, seria = "Acho que uma cura para o câncer foi descoberta"). Algumas vezes, o plural indefinido é uma circunlocução para nomear Deus como sujeito.18
2.
Ilustrações a.
Mt 7:16
Exemplos Claros |ifjTi ouA.AÍYOimu áirà a.KavQâw ozafyhXáç, Porventura [eles] colhem-se uvas dos espinheiros? Jesus já havia declarado que os falsos profetas seriam reconhecidos por seus frutos. Visto que o verbo oiAAiyouoiv está de acordo com "falsos profetas" gramaticalmente é possível vê-lo com uma referência anterior
18 Conforme Zerwick, Biblical Greek, 1.
Número: o plural categórico
403
a eles. Mas semanticamente, é um absurdo: "[Falsos profetas] porventura colhem uvas do espinheiro?"! Um princípio está sendo sugerido ou requerendo um sujeito genérico. O ponto aqui é: "Uvas não são colhidas do espinheiro". Deve-se traduzir o verbo, então, como uma passiva de modo que dê a impressão errada de que os falsos profetas são o sujeito. Lc 12:20
taúxri tfj v u k ti Tqv i]íuj(r|v oou ánai/roOaiv íxitÒ oou esta noite, eles te pedirão tua alma Aqui, "eles" parece se referir a Deus. Não é legítimo, porém, inferir disso que a Trindade está em vista (como fazem alguns), pois esse mes mo uso se encontrava no grego clássico com referência a uma pessoa.
Cf. também Mt 5:15; 9:2; Lc 6:38; 12:48; 23:31; Jo 15:6. b. Passagem Debatível Mc 3:21
áKoúaavTeç ol iTap’ aútoô èçíjÂOov KpatíjoaL ocútóv eÀeyou yàp oti
è^éotr].
Quando os seus ouviram isto, eles saíram para prendê-lo; porque eles diziam: Está fora de si. Zerwick comenta: "nap’ ctüroO no v. 31, envolve 'tua mãe e teus irmãos'. Então era esse grupo que no v. 21 pensava que Jesus estava fora de si? Não completamente". O referido gramático classifica este como um plural indefinido, pois "[este] texto parece ofender a honra da Mãe de Deus. . .".20 Basta dizer aqui que, visto haver um antecedente perfeitamente natural, tanto gramatical quanto semanticamente, a prova substancial parece favorecer os que vêem um plural indefinido nesse texto.21 Além disso, a repreensão implícita a Jesus por sua família (incluindo sua mãe) em vv. 31-34 parece fazer mais sentido se lleyov tiver seu antecedente em ol irap’ ocôtoO.
E.
O Plural Categórico (Plural Generalizante) 1.
Definição Este plural é semelhante ao indefinido. Há três diferenças entre ambos: (1) a construção plural categórica não pode ser facilmente convertida em voz passiva; (2) o plural categórico pode ser substantivo enquanto o plural indefinido, pronome (declarado ou implícito);22 e (3) em lugar de eles ter o
19 Zerwick, Biblical Greek, 2. 20 Turner (um Protestante) também vê um plural indefinido em Mc 3:21 (Syntax, 292; ele traduz <ÉA.€yovcomo "murmuravam"). Algumas traduções protestantes ou ecumênicas também consideram como plural (e.g., RSV, NRSV). 21 Do lado de Zerwick está a evidência da súbita mudança na pessoa na literatura narrativa dos evangelhos, tal como Mt 7:16 (discutido acima). 22 Deve-se ao fato de que o plural categórico se refere a um sujeito genérico, enquanto o plural indefinido, a um sujeito indefinido. Assim, embora os sujeitos particulares sejam mencionados ("os discípulos", "os profetas") com o plural categórico, uma classe particular ainda está em questão. Com o plural indefinido, nenhuma classe particular de pessoas está em vista, só "alguém".
404
Sintaxe Exegética do Novo Testamento sentido de alguém, eles significa ele (ou ela), "o que é chamado de plural generalizante ou categórico. Há certa afinidade com o plural indefinido. Essa construção ... consta de um plural que se refere, na realidade, a um sujeito singular (classe de indivíduos)".23 Essa categoria é incomum, mas há vários textos potenciais. 2.
3.
Semântica e Significado •
A razão pela qual o plural é usado deve-se a uma noção genérica: A força desse uso, parece, focalizar mais na ação que no autor. Não significa que o autor não seja importante, pelo contrário: o autor é importante somente no sentido genérico: "Este é o tipo de pessoa que faz isso". Desse modo, um modo de testar é: tente converter uma determinada passagem plural em um singular genérico.
•
O plural categórico também é usado quando um único objeto gramatical (não sujeito) está em vista.
•
Reconhecer essa categoria abre a possibilidade para que vários textos resolvam alguma "disparidade" existente. Ver o plural categórico em certos lugares parece harmonizar dois textos que estejam em tensão. Contudo, isso não significa, é claro, que usemo-lo por capricho, nem deve ser pressuposto que haja contradição na narrativa bíblica quando a base para isso for a índole do português em ver tal texto.
Ilustrações a.
Exemplos Claros
Mt2:20
TeGvijKaotu oí Çrpoüuteç ijju^qy toü naiSíou aqueles que procuravam a vida da criança estão mortos Os versículos anteriores dizem que Herodes morrera. O v. 15 afirma que Jesus estivera no Egito até a morte de Herodes. Em 2:20, então, a idéia é que "Aquele que procurava.. .". Mas o ponto, semanticamente, é que a vida do menino não está mais em perigo e, portanto, ele pode voltar seguro para Israel. O plural, então, é usado para tirar o foco do autor em particular e pô-la na ação.
Hb 11:37
étípíaGrioav eles foram serrados ao meio Nesse capítulo, especificamente em vv. 32-38, o autor fala de forma geral sobre acontecimentos com os homens de fé. Ele começa dizendo: "E que mais direi? Faltar-me-á o tempo necessário para falar a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, que pela fé conquistaram reinos .. .fecharam a boca de leões ..." Obviamente nem todos os santos mencionados acima conquistaram reinos e calaram a boca de leões". Por isso, provavelmente, no verso 37, o autor esteja
23 Zerwick, Biblical Greek, 3. Robertson coloca esse plural à sombra do plural literário que, em sua terminologia, também inclui o plural epistolar (Grammar, 406). Nós preferimos distinguir essas categorias diversas.
Número: o plural categórico
405
usando o plural categórico, pensando somente em um homem, o profeta Isaías. Cf. também Mt 2:23; 14:9; Jo 6:26 (cf. v 14). b. Exemplos Possíveis (e exegeticamente Significantes) Mc 15:32
ol ouveaTompwpévo i oiju corutô tòveíõtCov auxóu aqueles que foram crucificados com ele o injuriavam O paralelo em Lc 23:39 explicitamente diz que somente um dos ladrões escarnecia a Jesus. Uma explicação para as diferenças seria que Mc enfatiza o genérico enquanto Lucas focaliza o particular. E como se Marcos dissesse: E como se não bastasse, o tipo de pessoa crucificado com Jesus o injuriavam".
Mt 26:8
lôóvxeç ol pocOrpcà r\yaváxi\\aav os discípulos ficaram indignados quando viram [isto] Os discípulos testemunharam uma mulher derramar um perfume caro sobre a cabeça de Jesus. Porém, outro evangelista diz que Judas era o indignado com este ato (Jo 12:4-6). Pode ser que outros discípulos também se indignaram, mas o plural categórico permite a possibilidade que Mateus somente se refira a um discípulo, embora seu interesse fosse à classe de indivíduos que estava indignada, e não uma pessoa particular.
Mc 16:17-18 ôcupóvia êKpaA.oüaiv, yLúaaouí LaLrioouoiu kkivouç, (18) . . . õtjieiç ápoOaiiz, ktà. eles expulsarão demônios, eles falarão em novas línguas . . . eles pega rão serpente etc. Se o final mais longo de Marcos for original,24 então esses versos precisam ser considerados. Muitos grupos religiosos pressupõem duas coisas sobre as palavras de Jesus no início do verso 17 ("Estes sinais seguirão os que crêem"): (1) O futuro (irap(XK:oÀ.ou9f|aei) é uma promessa, não uma predição; e (2) é uma promessa a todos os crentes. Porém, essa declaração pode ser uma predição, em lugar de uma promessa, e os plurais também podem ser categóricos, indicando que a declaração tem somente uma pessoa em vista para cada predição. O problema principal com essa visão é: no v. 18, é dito de acordo com a ACF, "e, se eles beberem qualquer [veneno] mortífero, não lhes fará dano algum" (a ARAé igual). A frase no grego é Kaiúwoiv oí) |ít) cnkouç |3Aávjxr)■Há certamente um elemento de contingência aqui, que a NASB tem forçadamente traduzido como uma condição. Porém, visto que kSv é usado com pronome indefinido ti, o elemento de contingência provavelmente é o tipo de veneno que será bebido, e não ofato dele ser bebido. Assim, uma tradução melhor seria: "e qualquer [veneno] mortífero que eles beberem, não lhes causarão dano". Nesse caso, então a prótase e a apódose são preditivas e a declaração inteira não pode ser vista como uma promessa. 24 Há um consenso geral entre os eruditos que esses últimos doze versículos não são originais. Aqui não estou defendendo sua autenticidade (pois, de fato, penso que o evangelho foi intencionalmente concluído no v. 8). Deixo essa tarefa para os pregadores que precisarão lidar com os mesmo no preparo de suas pregações.
406
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Essa discussão prolongada não tem a intenção de provar: (1) que o fi nal mais longo de Marcos seja original (pois provavelmente não é); ou (2) que os plurais sejam categóricos. Pelo contrário, a intenção é de monstrar que mesmo pressupondo que o final mais longo seja original, os vv. 17-18 não precisam necessariamente ser construídos como uma promessa para todos os crentes. Nessa pressuposição, o ponto da dis cussão é mostrar que há mais que uma opção gramatical aberta. Sen do esse o caso, a escolha é feita pelo fluxo do argumento do texto. A questão a ser feita é: a ênfase nessa passagem está sobre promessas dadas aos crentes (que aparentemente fortaleceria a fé deles), ou está na autenticação do cristianismo, (que aparentemente estabeleceria sua validade como algo de Deus ante de um mundo incrédulo)? Mas uma questão assim está fora da dimensão gramatical. Sem um entendimento adequado da gramática (com referências aos usos do plural), não po deremos nem tocar nessa questão.
Voz do Verbo Panorama do Capítulo Bibliografia Selecionada................................................................................................408 Introdução: Definição de Termos.................................................................................408 A. Voz 408 B. Distinção entre Voze Transitividade..............................................................409 C. Distinção entre VozMédia e Voz Passiva......................................................410 I. Voz Ativa 410 .......................................................................................................410 Definição A. Ativa Simples................................................................................................411 B. Ativa Causativa.............................................................................................411 C. Ativa Estativa................................................................................................412 D. Ativa Reflexiva..............................................................................................413 II. Voz Média ....................................................................................................... 414 Definição .......................................................................................................414 Clarificação ....................................................................................................... 415 A. Direta Média (Reflexiva ou Reflexiva Direta).........................................416 B. Média Redundante.......................................................................................418 C. Média Indireta (Reflexiva Indireta, Benefactiva, Intensiva, Média Dinâmica)..........................................................................................419 D. Média Causativa...........................................................................................423 E. Média Permissiva.........................................................................................425 F. Média Recíproca...........................................................................................427 G. Média Depoente............................................................................................428 III. Voz Passiva .................................... 431 Definição 431 A. Construções Passivas.........................................................................................431 1. A Passiva com e sem Agente Expresso..................................................431 a. Com Agente Expresso....................................................................431 1) Agente Ú ltim o........................................................................433 2) Agente Intermediário............................................................ 433 3) Meio Impessoal......................................................................434 b. Sem Agente Expresso.................................................................... 435 2. Passiva com um Objeto Acusativo.........................................................438 B. Usos da Passiva...................................................................................................439 1. Passiva Simples.........................................................................................439 2. Passiva Causativa/Permissiva............................................................. 440 3. Passiva Depoente......................................................................................441 407
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
408
Bibliografia Selecionada BDF, 161-66 (§307-17); Brooks-Winbery, 99-103; G. T. Christopher, "Determining the Voice of New Testament Verbs Whose Middle and Passive Forms are Identical: A Consideration of the Perfect Middle/Passive" (Th.M thesis, Grace Theological Seminary, 1985); Dana-Mantey, 154-64 (§151-58); Hoffmann-von Siebenthal, Grammatik, 292-303 (§188-91); S. E. Kemmer, "The Middle Voice: ATypological and Diachronic Study" (Ph.D. dissertation, Stanford University, 1988); Moule, Idiom Book, 24-26; Moulton, Prolegomena, 152-64; Porter, Idioms, 62-73; Robertson, Grammar, 330 41, 797-820; G. L. Ryle, "The Significance of the Middle Voice in the Greek New Testament" (Th.M. thesis, Dallas Theological Seminary, 1962); Smyth, Greek Grammar, 389-98 (§1703-60); Tumer, Syntax, 51-58; Young, Intermediate Greek, 133-36; Zerwick, Biblical Greek, 72-76 (§225-36).
Introdução: Definição de Termos A. Voz A voz é aquela propriedade do verbo que indica como o sujeito se relaciona com a ação (ou estado) expressa pelo verbo.1 Em geral, a voz do verbo pode indicar que o sujeito está realizando a ação (ativa), sofrendo a ação (passiva), ou ambos (pelo menos os resultados) da ação (média). O termo "voz" não tem sido um termo feliz. O termo grego é òuÍBhtlç, que carrega uma variedade de significados tais como "arranjo, condição, estado, força, função".2 Mas o português está aquém de expressá-la de forma exata. Talvez algo como "convergência" (sugerido por Jesperson) ou "direção" (ou seja, a direção que a ação toma com referência ao sujeito) seria mais descritiva. Mas visto que o termo voz possui uma longa história, provavelmente o vocábulo está tão entranhado nas gramáticas que substituí-lo causaria mais confusão.3 As três vozes no grego podem (de forma simplista) ser graficamente ilustradas assim:4
1 Quero agradecer a Dr. W. Hall Harris por sua contribuição a esse capítulo. 2 Dificilmente o alemão Genus é melhor, pois também é usado para gênero. Hoffmannvon Siebenthal, Grammatik, tem simplesmente transliterado o grego ÔLaBeoiç, que, embora mais acurado, ainda não comunica o significado ao não-iniciado. 3 De fato, Kemmer mesmo assume a terminologia da voz média em seu excelente estudo translingüístico, até para as línguas que não tem uma categoria formal assim ("Middle Voice," 1-6). 4 O quadro é simplista pois tem em vista somente verbos transitivos e descreve para voz média somente o uso direto (reflexivo). Porém, é útil para os estudantes o domínio das distinções gerais.
409
Voz: introdução
Quadro 41 A Direção da Ação nas Vozes do Grego
B. Distinto entre Voz e Transitividade É fácil de se confundir voz com transitividade, por isso, vejamos as divergências entre ambas. Transitividade relaciona a ação verbal com um objeto, enquanto voz relaciona, com seu sujeito. Se um verbo for transitivo, ele requererá um objeto direto (declarado ou não5). Se for intransitivo, não requererá objeto. Outras distinções são: Verbo transiti vo tem forma ativa (ou média) e passiva, enquanto verbo intransitivo não tem forma passiva.6 O verbo de ligação (cópula) assemelha-se a um verbo intransitivo, pois não tem forma passiva. No entanto, como um verbo transiti vo, ele tem complemento (i.e., um nominativo/adjetivo predicativo). Difere de ambos no que tange sua função primária: afirmar uma qualidade sobre o su jeito. Às vezes, é difícil dizer se um verbo é transitivo ou intransitivo (de fato, al guns verbos podem funcionar de ambas as formas, dependendo de fatores contextuais entre outros). Um modo fácil para checar a transitividade é "con verter em passiva": Verbos transitivos convertem-se em passivas. Quando isso acontece, o objeto torna-se o sujeito e o sujeito torna-se o agente (antecedido de "por"). A sentença: "O garoto chuta a bola" converte-se em: "A bola é chu tada pelo garoto". Mas a sentença: "A garota veio para casa", onde o verbo parece transitivo, não se converte em: "A casa foi vinda pela garota".
5 Em concordância com sua natureza econômica, o grego regularmente implica um objeto que já foi mencionado no contexto anterior, ao invés que citá-lo de novo. Cf. e.g., Mc 14:16 - èipjABov ol pa0r)Toà Kal rjA.9ov elç rqv ttÓàlu K a l eupov Ka0wç euiev a ò r o iç (seus discípulos quando saíram e vieram para a cidade e encontraram-[no] como ele havia lhes dito). Cf. também Jo 19:1; Fp 3:12. 6 Essas, naturalmente, são distinções portuguesas nem sempre se aplicam ao grego (especialmente com verbos depoentes).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
410
C. Distinção entre Voz Média e Voz Passiva Somente no futuro e aoristo há formas distintas para as vozes passiva e média. No presente, imperfeito, perfeito e mais-que-perfeito, as formas médias e passi vas são idênticas. Didaticamente, muitos professores de grego permitem a seus alunos chamarem esse fato simplesmente "presente médio/passivo", v.g.; mais quando falamos de sintaxe, tem-se uma escolha a ser feita: ou é passiva ou mé dia. Isso nem sempre é fácil de fazer e precisa ser feito caso por caso.7 Algumas das passagens exegeticamente significantes discutidas acima têm esse proble ma. Classificar essas vozes de terminação dupla por propósitos estatísticos e devido à busca por computador é, às vezes, difícil e deixa-as aberto à interpre tação. No entanto, a vasta maioria das formas médio-passivas não possui esse problema.8
3500 3933 1
Ativa 5000
10000
15000
20000
20,697 1 25000
Quadro 42 Estatística dos tipos de vozes no NT
I. Voz Ativa Definição Em geral pode-se dizer que na voz ativa o sujeito pratica, produz ou experimenta a ação ou, ainda que, existe no estado expresso pelo verbo.
7 Veja Christopher, "Determining the Voice of New Testament Verbs Whose Middle and Passive Forms are Identical," para alguma ajuda sobre o assunto. 8 Os dados no seguinte quadro foram tirados do AcCordance. Esse programa reconsiderou todos os 2.462 exemplos de elpí em termos formais, a despeito das oscilações sofridas por todos os paradigmas. Assim, a primeira pessoa do singular do imperfeito indicativo (f|pr|v) é considerada média, enquanto a terceira (fjv) é considerada ativa. Todos os 36 exemplos de ( | > T p í são considerados ativos (e, incidentalmente, todos os 43, imperfeitos, e não aoristos). Nem todos os gramáticos concordariam com essa avaliação, muitos prefeririam não assinalar a voz para elpí ou (Jaipí. Curiosamente, o problemático KaTaprLO)j.éva em Rm 9:22 é colocado sem qualquer valor morfológico (tempo, voz, modo, número etc.).
Voz: ativa (simples)
411
A. Ativa Simples O sujeito pratica ou experimenta a ação. O verbo pode ser transitivo ou intransitivo. Esse é o uso normal e sem dúvida mais comum. Mc 4:2
èôíôaoKeu aúiouç kv TrapapoÀmç rroÂ/.á ele estava ensinando-lhes muitas coisas por parábolas
Jo 1:7
outoç qA.Gev elç paptuplva ele veio para que testificasse
At 27:32
àtréKoijiau ol arpar Luxai xà a%o tala os soldados cortaram as cordas
Tt 3:5
Katà rò aúrou eÂeoç eaoaaev fp âç segundo a sua misericórdia ele nos salvou
Jd 23
piaoOuteç Kal zov á rò xfjç aapKÒç éaiuÀco|iévov XLiüfa detestando até a roupa contaminada pela carne.
Ap 20:4
èpaoÍÀeuaay perà tou XpiatoO %ÍXux. erq eles reinaram com Cristo por mil anos
B. Ativo Cansativo (Ativo Ergotivo) 1.
Definição O sujeito não está diretamente envolvido na ação, mas pode-se dizer que é a fonte última ou causa dele. Essa causa pode ser volitiva, mas não necessariamente. Como poderia ser esperado, muitas vezes, a idéia causativa é parte do lexema (especialmente com verbos -óu> e -iÇor), embora outros verbos podem ser também ergotivos sem qualquer ajuda da raiz verbal (como em muitos exemplos alistados abaixo). Esse uso é bastante comum se levarmos em conta as nuanças lexicais dos verbos.
2.
Chave para Identificação As vezes, com verbos simples, pode ser usado antes do verbo e seu objeto. Em casos assim, geralmente é melhor converter o verbo para a passiva (e.g., Eleo batizou). Porém, nem sempre é o melhor. A chave mais segura é entender a semântica envolvida: o sujeito não é o agente direto do ato, mas a fonte por trás dele.
3. Mt 5:45
Ilustrações tou r\kiov aúioO ávoaéM.ei èni TOmpouç Kal àyaOouç Kal Ppéxei éirl òLKaíouç Kal úõÍkouç ele faz o seu sol se levantar sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
412
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Jo3:22
rjÀ9eu ô 'lipoüç Kal ol |i,a0r|ial aíjxoú elç xr)u 'Iouòaíav yf)v Kal ÉK6L õ ié tp ip e v p ex’ aúxcâv K al êpáiTTLÇgv
Jesus e os seus discípulos vieram para a terra da Judéia; e permaneceu ali com eles, e estava batizando. O contexto imediato não indica se temos aqui um causativo, mas, em 4:1-2, os evangelistas mencionam que os fariseus tinham entendido errado, ou seja, que Jesus estava diretamente ligado aos batismos, pois "Jesus não estava batizando, mas seus discípulos estavam" (v. 2). Jo 19:1
è|iaotíyo)oev ele [o] açoitou. Pilatos mandou Jesus ser açoitado, mas não praticou o ato em si.
A t21:11
Táõe A.éyei tò Trveüpa xò ayiou, Tòv ávôpa ou kaxív f] (aW| aüxq oüxtoç ôr)oouoiv kv TepouaaA.r)|i ol Touòaloi Kal napaôwaouaiv' elç
Xelpaç èBucõu. Assim diz o Espírito Santo: "Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é este cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios." A profecia de Agabo (já identificado como um profeta verdadeiro em At 11:28) foi cumprida em At 21:33 (onde um Tribunal Romano capturou Paulo e ordenou sua prisão) e no resto do livro (onde Paulo é trazido com sucesso, como um prisioneiro, pelo alto comando até chegar a Roma). Paulo não foi, estritamente falando, preso pelos judeus, mas pelos romanos pois um motim havia sido levantado no templo contra ele. E ele não foi, estritamente falando, entregue pelos judeus aos romanos, mas foi de fato capturado e, mais tarde, protegido pelos romanos por causa dos judeus que tramavam matá-lo. O que devemos dizer dessa profecia? Por causa da ação dos judeus, Paulo foi aprisionado e entregue aos gentios. Eles foram a causa inconsciente, mas foram a causa.9 1 Co 3:6
ky ò ècjmxeuaa, Attoààcuç éiTÓtiaev, àXXà ó dc-òç r\vE,av€v eu plantei, Apólo regou, mas Deus fez crescer. O verbo itotÍ( g), como muitos outros, é lexicalmente causativo (note a terminação -í.(w).
Cf. também At 16:3; G1 2:4; Ef 4:16; 1 Pd 1:22; Jd 13; Ap 7:15; 8:6.
C. Ativo Estativo 1.
Definição O sujeito existe no estado indicado pelo verbo. Esse ativo inclui os verbos de ligação (copulativos) e os que são traduzidos com um adjetivo no
Recentemente alguns eruditos têm afirmado que a profecia de Ágabo não "acertou o alvo" e que não poderia ter sustentada sua acurácia pelo verbo causativo. O argumento é: verbos causativos implicam volição por parte do agente último. Veja discussão de At 1:18 abaixo. Note também 1 Jo 1:10 ("Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo mentiroso").
413
Voz: ativo (reflexivo) predicativo (e.g., uXoutI m -"eu sou rico"). Esse uso é bem comum. 2. Chave para Identificação
(E u S o u "X ")
A chave é simples: ocorrerá com verbo de ligação ou por meio da construção ser + predicativo. 3. Ilustrações Lc 16:23
ú u á p x c ú v év f k a á v o i ç
[o rico] existindo em um estado de tormento Jo 1:1
’E
p
ctpxr] q v ó ló y o ç
No princípio era o Verbo At 17:5
(TiXoksavTeç oi Touôatoi os judeus era invejosos
1 Co 13:4
r) âyáuri paKpoôupel, xpqoTeúeiai. f) áyáiTri O amor é paciente, é benigno
2 Co 8:9
éimóxeuaev' ttào ijo lo ç ôv Embora fosse rico, fez-se pobre
2Jo7
o lit Ó ç
êoTtv ó TÜáfoç Kai ó âuTÍxpicn;oç este é o enganador e o anticristo
Cf. também Mt 2:16; Lc 1:53; 15:28; Fp 2:6; 1 Ts 5:14; Hb 6:15; 2 Pd 3:9; Jd 16; Ap 12:17.
D. Ativo Reflexivo 1.
Definição O sujeito age sobre si. Em casos assim naturalmente o pronome reflexivo é o objeto direto (e.g., èautóv). Na voz média reflexiva, omite-se o pronome. Esse uso é relativamente comum. No grego clássico, essa idéia seria freqüentemente expressa pela voz mé dia.10 Porém, devido à tendência do Koinê para formas claras e o enfra quecimento das sutilezas clássicas, a voz ativa com um pronome reflexivo
10 Alguns gramáticos do NT sugerem que a média direta era norma no clássico. Mas mesmo aqui, a ativa reflexiva é predominante (Smyth, Greek Grammar, 391 [§1723]: "Em lugar da média direta, a voz ativa com a reflexiva é empregada geralmente").
414
Sintaxe Exegética do Novo Testamento substitui amplamente a média reflexiva (direta).11 Qual o motivo? As suti lezas de uma língua que são facilmente dominadas por seus nativos, ten dem a desaparecer quando essa língua é aprendida por não-nativos. A mé dia direta é uma das sutilezas gregas que não é partilhada por outras lín guas.12 2.
Ilustrações
Mc 15:30
owaou aeauxov salve a si mesmo
Jo 13:4
/lapScàv Xévxiov ôiéÇcoaev éauxóv Tomou uma toalha, cingiu a si mesmo13
1 Co 11:28 ôoKipaÇéxa) avGpoiroç eauxóv Examine o homem a si mesmo G1 6:3
cL òOKfi xíç eiv ai xl pqòèy i úv , (JjpeuaiTaxç eauxóu Se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo engana
lT m 4 :7
yúpvaÇe oeaoxòu trpòç eúaépeLocv Exercita a ti mesmo na piedade
1 Pd 3:5
ou céyuu yuvaLK6<; kl èÀiúÇouaou eíç 9eòvèKÓopowu couixáç As santas mulheres que esperavam em Deus adornavam a si mesmas
Ap 19:7
T) yuvfi aòxou T)xoípaoeu eauxqy A esposa a si mesma já se ataviou
II. Voz Média Definição Definir a função da voz média não é uma tarefa fácil porque ela envolve um grupo amplo e amorfo de nuanças. Mas, em geral, o sujeito médio pratica ou experimenta a ação expressa pelo verbo de uma maneira tal que enfatiza a participação do sujeito. Pode-se dizer que o sujeito age "com um interesse
11 De fato, a ativa reflexiva tem invadido o domínio médio indireto. Porém, em tais exemplos, o pronome reflexivo está no dativo, indicando benefício (cf.àyopóouoiv èauxoiç em Mt 14:15; cf. também Mt 25:9; At 5:35; Rm 2:5, 14; 11:4; 1 Tm 3:13; Hb 6:6). A média indireta ainda predomina no NT sobre a ativa reflexiva. 12 Para mais informação sobre a mudança do clássico para o Koinê, veja "A língua do NT". 13 Lucas, como o autor mais literário, ocasionalmente usa a média direta com verbos - Çúmj|iL (cf. Lc 12:37; 17:8).
Voz: média
415
revestido". "A voz média mostra que a ação é formada com referência especial ao sujeito".14 Talvez a melhor definição seja: "A média chama atenção especial para o sujeito... o sujeito está agindo em relação a si de alguma forma".15 A diferença entre voz ativa e a média é de ênfase. A ativa enfatiza a ação do verbo; a média, o agente [sujeito] do verbo. "Ele, de algum forma, relaciona a ação mais intimamente ao sujeito."16 Essa diferença pode ser expressa, em certo grau, na tradução. Para muitos, deve-se colocar o sujeito em itálico para se comunicar a ênfase da voz média (especialmente a média indireta).
Clarificação Alguns poucos pontos de esclarecimento são necessários antes de prosseguirmos: •
Para o Koinê, o termo médio tem se tornado inapropriado, porque ele inerentemente descreve que esta voz fica entre a ativa e passiva, pois só a média direta verdadeiramente faz isso (o sujeito tanto é o agente quanto o receptor da ação). Visto que a média direta é desapareceu no período helenístico, o termo dificilmente descreve a voz como um todo.
•
Com freqüência, a diferença entre a voz ativa e média é mais lexical que gramatical. As vezes, a mudança está entre transitivo e intransitivo, entre causativo e não-causativo, ou alguma outra alteração similar. Embora nem sempre seja perceptível, cada mudança do sentido ativo para o médio marca costumeiramente um sentido melhor e verdadeiro do gênio das respectivas vozes.17 Por exemplo:
14 Smyth, Greek Grammar, 390. 15 Robertson, Grammar, 804. Outra definição útil, embora um pouco mais restrita em sua aplicação, é que o "sujeito participa intimamente nos resultados da ação" (Young, Intermediate Greek, 134) 16 Dana-Mantey, 157. 17 Alguns verbos têm seguido caminhos divergentes para ativa e média, onde, no Koinê, há não real coincidência na semântica. E.g., airtco (eu acendo) - oorTopou (eu toco, eu seguro); ap^w (eu começo ) - apxopcu (eu governo). Para outros verbos, as distinções no grego clássico desapareceram na era helenística. E.g., no período clássico yapéto significava eu caso (usado pelo o homem), enquanto yapéopai. era eu caso, sou dado em casamento (usado pela mulher). Mas, no Koinê, esta distinção é obscurecida (cf. P. Elef. 2.8; BGU 717.16; Mc 10:12; 1 Co 7:9-10; 1 Tm 4:3). Cf. também tíOripi - tíOepcu (BAGD, 816: "II. Média, basicamente não diferente em significado da ativa") ypá(j)W - ypá(j>o|i(u não estão alistadas com ofuscante distinção no NT, visto que a forma média não ocorre. Em qualquer evento, a força técnica de ypá(j)0|ioci. como trazer para juízo não seria achada em muitas ocasiões de uso no NT, e mesmo onde fosse apropriado (e.g., 1 Co 6) o verbo ypctij>w - em qualquer voz - não é usado completamente.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
416 Ativa alp éu - eu tomo
ávoqnpvfiaKW - eu lembro cnroõíõcúiai - eu devolvo cnróA.A.u|J,i - eu destruo ôaoeLÇcú - eu empresto èuepyéco - eu trabalho 6'TTiKaA.éw - eu chamo, invoco - eu tenho, possuo KÀipóto - eu aponto, escolho KopíÇü) - eu trago Kpíuo) - eu julgo ttkÚgo - eu paro (transitivo) •neíBu - eu persuado, convenço tjn)A.áooa) - eu guardo
Média aipéopai - eu escolho, prefiro àvapipvfiaKopaL - eu me lembro KTTOÔtõopttt - eu vendo àtrólAupai - eu pereço18 ôaueíÇopoa - eu tomo emprestado èvepyéopaL - eu trabalho (só impessoal)19 èiuKaAio|icu - eu apelo e^opai - eu me apego a KÀripóopat - eu obtenho, possuo, recebo Kopí(opaL - eu obtenho, recebo xpLuopai - eu processo uaúopai - eu cesso (intransitivo) Treí0op.ai - eu obedeço, confio20 (j)i)XáooopaL - eu vigio
■f A. Média Direta (Reflexiva ou Reflexiva Direta) 1.
Definição Com a média direta, o sujeito age sobre si. Aqui o gênio da média pode ser visto com mais clareza. Mas, por causa de suas muitas sutilezas, o nãonativo tendia a substituí-lo por formas mais familiares.21 Desse modo, embora a média direta fosse usada com freqüência no grego clássico, por causa da tendência helenística em torno de maior clareza, esse uso foi consideravelmente substituído pela ativa reflexiva. No NT, a média direta é bastante rara, usada quase exclusivamente com certos verbos cuja nuança inclui noção reflexiva (tais como vestir roupas), ou em uma expressão que se tornou cristalizada na língua22
18 Com àiróAAi)|ii, a mudança da ativa para a média é mais pronunciada: a média agora tem força na passiva (cuja forma não ocorre no NT). 19 No NT e na literatura patrística antiga, a diferença no significado entre as duas vozes não é lexical, mas sintática. Embora um sujeito impessoal ocorra com o ativo com bastante freqüência (cf. Mc 14:2; 1 Co 12:11; Ef 2:2 [provável]), a média ocorre somente com sujeitos impessoais. Desse modo, em 1 Ts 2:13, o sujeito de èvepyfiTcu aparentemente é Aóyoç não 0eóç. 20 Essa distinção, às vezes, é obliterada no NT, especialmente com as formas do perfeito e mais-que-perfeito (onde a voz ativa é usada para: eu confio, eu persuado). Mas cf. Rm 2:8; G1 5:7. 21 De fato, a média direta não era o modo mais comum para expressar a idéia reflexiva no período clássico. A ativa reflexiva era a mais comum naquele tempo (Smyth, Greek Grammar, 391 [§1723]). 22Assim também, tais médias indiretas geralmente são restritas a "atos externos e naturais" (ibid., 390 [§1717]).
Voz: média (direta)
417
Alguns gramáticos disputam se a média direta ocorre na NT,23 mas tal posição é exagerada. Embora seja rara e nem todos proponham exemplos claros, há um número suficiente para estabelecer seu uso. 2.
Chave para Identificação (verbo + p r o n o m e r e fle x iv o [como objeto direto]) Ele é semanticamente equivalente a um verbo na ativa com um pronome reflexivo como objeto: simplesmente acrescentamos si, etc. como objeto direto do verbo.
3.
Ilustrações a.
Exemplos Claros
Mt 27:5
áirny^ato ele se enforcou Moulton considera que esse é o melhor exemplo no NT, mas ainda questiona, dizendo que o significado é "ele se estrangulou."24 Mas áiráyxoiica regularmente trazia a força de 'enforcar-se' no período clássico25 e isso aparentemente tornou-se uma convenção no Koinê.
Mc 14:54
rjv . . . Qeppaivópevoç irpòç xò (jxâç [Pedro] estava aquentando-se ao fogo.
Lc 12:37
iTepiíoáaeToa ele cingirá a si mesmo
At 12:21
6 'Hpcóõqç èuõuoápevoç èaBfjxa [ka âiKf|i-' Herodes vestiu-se com roupas reais Visto que o aoristo tem formas distintas para média e passiva, isto dificilmente pode significar "Herodes estava vestido."26
Ap 3:18
úyopáoai uap’ épob . . . Ipáxia ÀeiKà \va irepi.pá/lr| compres de mim . .. vestes alvas para te vestires
Cf. também Mt 6:29; 27:24; Mc 14:67; Lc 7:6 (possível); 12:15 (possível); Jo 18:18; 1 Co 14:8 (possível); 2 Cor 11:14 (possível); 2 Ts 2:4 (possível). b. Rm 9:22
Passagem Debatível e Exegeticamente Significante OKeúq ópyíjç KatripxLopéva elç àm/Açiov vasos de ira, preparados/tendo preparado a si mesmos para destruição A visão que o particípio perfeito é médio, e portanto médio direto, encontra sua raiz em Crisóstomo, e é ecoado mais tarde por Pelágio.
23 Veja especialmente Moulton, Prolegomena, 155-57. 24 Moulton, Prolegomena, 155; Moule, Idiom Book, 24. 25 Veja LSJ, 174; Smyth, Greek Grammar, 391 (§1723). 26 Esse texto é um exemplo de média direta com pronome reflexivo implicado em uma construção implícita de duplo acusativo. Ocasionalmente, o pronome reflexivo também ocorre com ativa reflexiva e média redundante nas construções de duplo acusativo.
418
Sintaxe Exegética do Novo Testamento A idéia seria que estes vasos de ira "preparam a si mesmos para a destruição". Nesse sentido, também é, às vezes, dito que tais vasos podem mudar seu curso: embora eles tivessem preparado a si mesmos para destruição, tinham a habilidade de inverter esse desastre.27 Tomar o verbo como uma passiva significaria que eles "tinha sido preparados para destruição", sem uma menção específica do agente. A visão média tem pouco a seu favor. (1) Gramaticalmente, a média direta é muito rara e é usada quase exclusivamente em certas expressões idiomáticas, especialmente onde o verbo é usado consistentemente com essa noção (e.g., vestir-se). Isso decididamente não é o caso de Karotp tÍÇgj: em nenhum outro lugar no NT, ele realmente ocorre na média direta.28 (2) No perfeito, a forma média passiva sempre deve ser tomada como passiva no NT (Lc 6:40; 1 Co 1:10; Hb 11:3)) - um fato que, pelo menos, argumenta contra o uso idiomático desse verbo como média direta. (3) A nuança léxica de KarapríÇo, no perfeito, sugere algo "feito". Embora alguns comentaristas digam que o verbo significa: os vasos estão prontos para destruição,29 as nuanças léxica de preparação completa e gramatical do perfeito são contra isso. (4) O contexto defende fortemente a favor de uma passiva e de uma noção completa. No v. 20, o vaso é preparado pela vontade de Deus, não por sua própria (Pode porventura o que é moldado dizer: Por que me fizeste assim?" No v. 21, Paulo faz uma pergunta com o u k (esperando assim uma resposta positiva): O destino do vaso (um vaso para honra, outro para desonra) não é inteiramente predeterminado por seu Criador? O v. 22 é a resposta para essa questão. Argumentar, então que KarripiLopéna é média direta parece boiar na superfície gramatical (o uso normal da voz e tempo), lexema, e contexto.30
B. Média Redundante 1.
Definição A média redundante é o uso reflexivo da voz média com pronome reflexivo.31 Sob esse ponto de vista, esse uso poderia ser considerado como uma subcategoria da média direta. Todavia, enquanto esta é inerentemente
27 Para o argumento, veja Cranfield, Romans (ICC) 2.495-96. 28 O verbo ocorre 13 vezes no NT, sete como uma forma média ou passiva. Desses sete, dois são definitivamente média e aoristos (Mt 21:16; Hb 10:5), e ambos são obviamente média indireta. As outras quatro (Rm 9:22 sendo excluída da conta) são quase todas certamente passivas (Lc 6:40; 1 Co 1:10; 2 Co 13:11; Hb 11:3). 29 Conforme B. Weiss in MeyerK and Cranfield (ICC), loc. cit. Contra isto, G. Delling nota que a noção léxica de maturidade para destruição não tem "justificativa filológica" (TDNT 1.476, n. 2). 30 Cranfield argumenta contra essa visão ao apontar que no v. 23, Paulo usou um verbo ativo com prefixo T i p o - para a preparação divina do vaso de misericórdia. Embora verdadeiro, a razão para mudança em verbos parece ser que o foco da passagem está sobre o benefício que se presta ao eleito (note oração com lvcí- no início do v. 23 ["a fim de fazer conhecido a riqueza de sua glória sobre os vasos de misericórdia"], indicando o propósito do tratamento de Deus com os vasos de ira em v. 22. Além disso, essa visão ignora o contexto onde a vontade predeterminante de Deus para ambos os tipos de vasos é declarada (vv. 20-23).
Voz: média (indireta)
419
reflexiva, a redundante requer pronome explícito para transmitir sua noção reflexiva.32 Esse uso é incomum no NT, pois é substituído pela reflexiva ativa. 2.
Chave para Identificação A presença de um pronome como objeto direto do verbo é a chave.
3.
Ilustrações
Lc 20:20
à-rréaTeiÀav èvKaOéTOUç únoKpiuopévouç éautoijç õucaíouç cinca subornaram emissários, que se fingissem de justos.
Rm 6:11
A.oyíÇea0e éauiouç eíuai neKpouç irj àpapTÍa Considerai-vos mortos para o pecado
2 Tm 2:13
àpvx\aao%ai èauxòn oi) ôúvarai ele não pode negar a si mesmo A expressão "negar-se a si mesmo" também é encontrada no chamado de Jesus ao preço do discipulado, com a mesma voz - combinação do pronome (cf. Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23).
Tg 1:22
TTCtpaÀoyl£ópeno i êauioúç Enganando-vos a vós mesmos
C. Média Indireta (Reflexiva Indireta, Benefectiva, Intensiva, Dinâmica33) 1.
Definição O sujeito age a favor de (ou, às vezes, por) si mesmo, ou em seu próprio interesse. Ele mostra assim um interesse especial na ação verbal. Esse é um uso comum no NT. Entretanto, a média depoente é muito mais comum. Além disso, é o conceito mais próximo da definição geral da média sugerida por muitos gramáticos. Robertson, v.g., diz que "a média chama a atenção
31 Alguns exemplos de verbos médios com pronome reflexivo funcionam reciprocamente e não se encaixam nessa categoria, embora geralmente tenham o pronome em uma locução prepositiva (cf. Mc 11:31; Lc 20:5). 32 Outra distinção é: a média redundante normalmente é usada com verbos que não têm formas ativas (e.g., ápvéo|iai). Alguns desses poderiam indiscutivelmente ser classificados como depoentes, embora o envolvimento pessoal do sujeito (um teste lídimo para média) geralmente parece ser inerente no lexema. 33 Alguns gramáticos tratam a média dinâmica e a média depoente como termos sinônimos.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
420
especial para o sujeito. . . o sujeito agindo em relação a si mesmo de certo modo".34 Essa é uma boa descrição. 2.
Clarificação e Semântica A média indireta é considerada como uma categoria ampla e amorfa em nosso tratamento. Algumas gramáticas, porém, distinguem a média intensiva da média indireta, argumentando que aquela focaliza a atenção sobre o sujeito, como se o pronome intensivo (auxóç) fosse usado com o sujeito,35 enquanto a média indireta é como se o pronome reflexivo, no dativo, tivesse sido usado. Essa é uma distinção útil. Temos as tratado juntas pois, praticamente, são muito semelhantes para distinguir em muitas situações.
3.
A Voz Média e a Natureza do NT Grego A visão que temos da natureza do NT Grego implica fortemente no uso da voz média. Caso pensarmos que o NT Grego tem abandonado as regras do grego clássico, então não se deve enfatizar o uso da média em determinada passagem. Moule, e.g., diz que "como uma regra, está longe de resolver facilmente um problema exegético, se ele depender da voz."36 Porém, a menos que se pense ter o NT Grego, em grande parte, retido as regras clássicas, mais importância será dado ao uso da média. Por outro lado, Zerwick escreve: "O uso da voz média 'indireta'... especialmente mostra que os escritores têm retido um sentimento de distinção até mais tênue entre o sentido das formas ativa e média."37 E nossa contenção que um exame cuidadoso do uso de uma determinada voz media do verbo no Grego Helenístico lançará luz sobre o quanto pode ser feito da voz. O que frequentemente está em jogo, gramaticalmente falando, é se a media deve ser considerada indireta ou depoente.38 O estudante é exortado a examinar tanto esta seção sobre a média direta quanto a seção sobre a média depoente para diretrizes ao fazer uma decisão.
34 Robertson, Grammar, 804. 35 Há realmente poucos exemplos em que uma média "intensiva" ocorre com um aírróç intensivo. Esses exemplos poderiam ser classificados como média redundante indireta? Cf. At 27:36; 28:28; Hb 5:2. 36 Moule, Idiom Book, 24. 37 Zerwick, Biblical Greek, 75. 38 Outros fatores que afetam a visão de alguém de determinado verbo particular são: expressões idiomáticas, raízes verbais com nuanças lexicais e um dado contexto literário e sutilezas do autor. Winer-Moulton nota: "mesmo no grego clássico o uso dessa voz parece ter dependido da cultura e do tato individual do escritor individual" (322). Nesse sentido, posso concordar com a avaliação de Moule, pois a dificuldade repousa não no poder da voz média em si, mas na apreensão do intérprete de sua força.
Voz: média (indireta) 4.
421
Ilustrações a. Exemplos Claros
Mt 27:12
kv xcô KaxqYOpeia0at aòxòv uttò tgòv àpxiçpéoov Kal TTpeapuxépwv oúõèv àireKpívaxo
Quando ele foi acusado pelos principais sacerdotes e anciãos, ele nada respondeu [em sua própria defesa]. àiroKpívopaL quase sempre é colocado no aoristo passivo no NT e na forma que tem uma força depoente. Na média (sete exemplos no aoristo ) o verbo conota um discurso solene ou legal.40 Isso está em acordo com o gênio da voz média. Em uma defesa legal, isso é mais que uma mera resposta - envolve um interesse por parte do emissor . Cf. também Mc 14:61; Lc 3:16; 23:9; Jo 5:17, 19; At 3:12. Mt 27:24
ó ÍIiMxoç . . . áiTevíi|/aTO xàç xetpaç . . . Xéyuw àOÓjáç elpi àrò
tou aípaxoç xoúxou Pilatos lavou suas mãos dizendo: "sou inocente do sangue deste justo". A força da média de àTTovíiTTü) coloca um foco especial sobre Pilatos, como se este ato pudesse absorvê-lo. Lc 10:42
At 5:2
MapLÒcp xqv áYa0T]v pepíõa kE,eXé(azo Maria escolheu [para si] a melhor parte A idéia é que Maria escolhe para si mesma a melhor parte.’EkAÍym não ocorre com verbo ativo no NT e, no grego helenístico, não deve ser, geral e conseqüentemente, tomado como um depoente. Kal êvoacf) Coaxo ànò xíjç xtpfjç
E reteve [parte] do preço, [para si mesmo] Ef 1:4
k^Xk£,axo qpãç ele nos escolheu [para si mesmo] Deus escolheu para si mesmo, por si mesmo, ou para seu próprio interesse. Isso não implica, naturalmente, que Deus precisou dos crentes. Pelo contrário, como o alvo final do ser humano é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, Deus está agindo para glorificar a si mesmo. E como é mencionado três vezes em Ef 1, o eleito pertence a Deus "para o louvor da sua glória". Sobre kKÃéyio em geral, veja a discussão acima em Lc 10:42.
Ef 5:16
é^aYopaÇópevoi xòv KaLpóv Remindo o tempo [para vós mesmos]
Tg 1:21
ôé£ao0e xòv ejujjuxov ÂÓyov recebei [para vós mesmos] a palavra implantada Embora õéxopoci. nunca ocorra como ativo, não deveria ser tratado como um verbo depoente. A noção léxica de receber, dando boas vindas conota um interesse especial por parte do sujeito.
Cf. também Mt 10:1; 20:22; At 10:23; 25:11; 27:38; Rm 15:7; 2 Co 3:18; G1 4:10; Fp 1:22; Cl 4:5; Hb 9:12. 39 O presente também ocorre, mas visto que não há distinção em forma entre a média e passiva no presente, não é fácil dizer qual voz é pretendida. 40 Conforme BAGD.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
422
b. Um Texto Debatível e Exegeticamente Importante 1 Co 13:8
gire írpo(j)r|TÉ-iai, KatapyTiSriaovTai eítf y k éò o o a i, iraúaovtai eíte yvakriç;, KaTapyr]0TÍaeTOL Havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão [por si mesmas]; Havendo ciência, passarão. Se a voz do verbo aqui for importante, então Paulo está dizendo que línguas cessarão por si (média direta) ou, mais provável, cessarão por seu próprio uso, i.e., "morrer" sem um agente interveniente (média indireta). Pode ser significante que com referência à profecia e ao conhecimento, Paulo usou um verbo diferente (KKTapyéw) e o coloca na voz passiva. Em vv. 9-10, o argumento continua: "porque em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando porém vier o que é perfeito, o que era em parte será aniquilado [Kaxapyr|0f|oovtaL]." Aqui novamente, Paulo usa o mesmo verbo passivo que usou com "profecia" e "conhecimento". Todavia, ele não fala que línguas cessarão: "quando vier o que é perfeito". A implicação pode ser que as línguas iriam "cessar" por si mesmas antes da vinda do perfeito. A voz média nesse texto, então, precisa ser encarada caso se deseje chegar a quaisquer conclusões sobre o cessar das línguas. A opinião dominante entre os eruditos do NT hoje, porém, é que navaovTai não é uma média indireta. O argumento é: iraúu no futuro é depoente e a mudança entre os verbos é meramente estilística. Se for assim, então esse texto não faz comentário sobre as línguas cessando por si, à parte da intervenção do "perfeito". Há três argumentos contra a visão depoente. (1) Se mxúaovxca for depoente, então seria a segunda das partes principais (forma futura) não ocorreria na voz ativa no grego helenístico. Mas ele ocorre, e ocorre com freqüência.41 Conseqüen temente, o verbo não pode ser considerado depoente. (2) As vezes, Lc 8:24 é discutido: Jesus repreendeu os ventos e o mar e cessaram (kvaiouvTO, aoristo médio) de sua turbulência.42 O argumento é que objetos inanimados não podem cessar por si; portanto, a média de ttccÚw é equivalente a uma passiva. Mas isso é um entendimento errado das características literárias da passagem: Se o vento e o mar não podem cessar voluntariamente, por que Jesus os rep reen d ei E por que os discípulos falam do vento e mar como tendo obedecido a Jesus? Os elementos são personificados em Lc 8 e o cessar da turbulência é, portanto, apresentado como obediência volitiva a Jesus. Se há qualquer volição, Lc 8:24 sustenta a visão média indireta. (3) A idéia de um verbo
41 Uma pesquisa do TLG database revelou centenas de exemplos assim, normalmente trazendo o sentido de "parar algo." Em adição, o futuro médio de iraúu) era consistentemente usado no mesmo período como sentido de "parar" ou "cessar". (Obrigado a Ronnie Black por sua pesquisa sobre esse tópico feito para o curso avançado de Gramática Grega no Dallas Seminary, Spring 1992). É um tanto surpreendente que a "visão depoente" é pressuposta tão freqüentemente sem investigação antes no grego extra NT. Visto que a segunda das partes principais ocorre na voz ativa no grego helenistico, dizer que naúaovrai é depoente implica que a linguagem do NT é um dialeto único. Muitos eruditos que o chamam depoente, porém, são igualmente inflexíveis quanto ao grego do NT ser uma parte do língua helenistica. 4 Novamente o TLG database revelou que a terceira das partes principais, como a segunda, era uma forma ativa no grego Koinê.
Voz: média (causativa)
423
depoente é assim descrita: um verbo tem forma média, mas significado ativo. Mas iraúoovTCU é cercado por passivas em 1 Co 13:8, e não ativas.43 A força real de itcíugo na média é intransitiva, enquanto na ativa é transitiva. Na ativa tem a força de parar algum outro objeto; na média, ele cessa a partir de sua própria atividade. Em suma, a visão depoente é baseada nas seguintes falhas pressuposições: (a) o classificar iraúaovTou como depoente; (b) o paralelo com Lc 8:24, e (c) o significado dado a depoência. Paulo escreve algo mais que estilístico na mudança dos verbos. Mas isso não quer dizer que a voz média em 1 Co 13:8 prova que as línguas já cessaram! Esse verso não diz especificamente quando as línguas cessariam, embora ele dê um terminus ad quem: quando o perfeito vier.44
D. Média Causativa 1.
Definição O sujeito faz algo para si. O sujeito pode estar por trás da ação feita em benefício de si. Esse uso, embora raro, envolve alguns textos exegeticamente importantes.
2.
Chave para Identificação Veja definição
3.
Semântica A semântica da média causativa precisa ser vista à luz de três pólos: (1) volição vs. causa involuntária, (2) ativa causativa vs. média causativa, e (3) média causativa vs. média permissiva. •
A causa pode ser volitiva, mas não necessariamente. Volição, às vezes, pressupõe incorretamente tratar-se de uma parte essencial de um verbo causativo. Certamente é um tipo de fonte por trás da ação, mas o sujeito pessoal e o impessoal agem involuntariamente, às vezes, e, de tal maneira, que se tomam a fonte inconsciente de outra ação.
• A diferença entre as causativas ativa e média causativa é: enquanto esta implica fonte e resultado, aquela implica simplesmente a fonte por trás da ação: A ação na voz média foi causada por alguém que também era o recipiente, em certo sentido, de seus resultados. A média causativa é tanto uma média indireta quanto, ocasionalmente, uma direta. 43 Embora seja verdade que o futuro médio ocasionalmente é usado em um sentido passivo: Smyth, Greek Grammar, 390 [§1715]; Winer-Moulton, 319), é aparentemente assim com certos verbos por causa de expressão idiomática. Isso não é o caso de ttccÚü). 44 Como dissemos no capítulo sobre adjetivos, não há boa razão para tomar to xkktiov como fechamento do cânon. Infelizmente, a visão apresentada acima sobre iraúaovTca tipicamente é associada com a visão que o "perfeito" é o cânon. Talvez isso seja devido à pouca aceitação.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
424 •
4.
A média causativa está muito próxima da permissiva. A primeira implica fonte e, com freqüência, volição. A última sugere que o feito repousa em outro lugar e, somente, com consentimento, permissão ou tolerância será extraído do sujeito. Algumas das ilustrações abaixo concebivelmente pertenceriam a uma outra categoria, dependendo dos aspectos extragramaticais (e.g., contexto, contexto histórico etc.)
Ilustrações
Lc 11:38
ó 3>apioatoç lôtau èGaúpaoev otl ou -rrpcâToy èpaircLaaTO Tipò tou âp lotou45 Vendo os fariseus isto, eles se admiraram porque [Jesus] primeiro não se lavava antes da refeição Este é um exemplo de uma média (não incomum com banhar), e, prova velmente, é causativa: Jesus como um convidado na casa de um fariseu deveria ser lavado por outro.
At 21:24
toÚtouç v a p a X a fiò v . . . Kal õanáyqooy ctt' aírtolç iv a ÇupqaoyTai
Tqy Kec]>aA.qy toma estes . . . paga por eles para que tenham a cabeça raspada; G15:12
õcjjeÂou Kal áTTOKÓi|/ouTai ol auaoTaToDuieç òpâç46 Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia. Este é um exemplo de uma média causativa direta.
Ap 3:5
ò ulkcôu irepLpaA.eLTaL eu IpaTLOLç ÀeuKolç O que vencer será vestido a si mesmo de vestes brancas, Semelhante a G1 5:12, este é um exemplo de uma média causativa di reta. A média indireta é incomum com verbos significando "vestir a alguém".
At 1:18
eKTTjaaTO ^caprou ele comprou um campo [para si mesmo] O texto parece sugerir que o próprio Judas comprou o campo onde foi sepultado. Porém, Mt 27:7 especificamente declara que os principais sacerdotes compraram o campo depois da morte do mesmo. Seria difícil conciliar esses dois textos segundo nosso ponto de vista. Mas conforme o grego, é fácil ver 6KTf|0aT0 como uma média causativa, indicando que no final Judas comprou o campo, adquirido com o "dinheiro do sangue" dele. Outra possibilidade aqui é: visto que esse verbo nunca teve uma forma ativa, ele poderia ser depoente, tendo a força de uma ativa
43 A leitura épaiTTLaaTO se encontra em p 45 700, enquanto quase todas as outras testemunhas têm é(3aiTTLa9r|. Provavelmente o passivo é original, sendo melhor atestado externamente e até mais difícil (visto que a admiração do fariseu seria presumivelmente devido a Jesus intencionalmente não lavar suas mãos). 46 áiTOKÓijm)VTaL é encontrado em p 46 D E F G et alii.
Voz: média (permissiva)
425
causativa.47 Porém, parece que ele retém uma força média do grego clássico para o Koinê e, assim, seria considerado uma verdadeira média. No grego clássico (especialmente em Sófocles, Eurípides e Tucídides), Kráopon freqüentemente tem a nuança causativa de "trazer desgraça sobre si" (cf. LSJ, BAGD). Algo assim pode ser apropriado em um papel secundário no "adquirir" de At 1:18. Cf. também Mt 5:42; 20:1.
E. Média Permissiva 1.
Definição O sujeito permite que algo seja feito por ou para si. Esse uso, embora raro, envolve alguns textos exegeticamente importantes. Com freqüência, um verbo particular será usado em uma expressão, dando margem à noção de que a média permissiva (ou causativa) se deve à força léxica da raiz verbal. paiTTÍ(c) é muitas vezes citado como um verbo assim. Mas, visto que o mesmo verbo é usado sem qualquer noção de permissão, é melhor considerar isso como uma expressão ocasional não intrinsecamente relacionada ao lexema. No entanto, se um verbo particular tem exemplos estabelecidos de média permissiva, isso auxilia o caso nas passagens debatíveis.
2.
Chave para Identificação Além de reler a definição acima, há também um teste: traduzir o verbo como uma passiva. Se fizer sentido - e se a noção de permissão ou licença parecer também implicada - o verbo é um candidato à média permissiva. (Deve-se notar que muitas das médias permissivas geralmente são melhor traduzidas como passivas. Veja uma ilustração disso nos exemplos abaixo.)
3.
Semântica A semântica da média permissiva pode ser vista à luz de três outras catego rias gramaticais:49 •
A média permissiva está muito próxima da média causativa. A última implica fonte final e, muitas vezes, volição; a primeira sugere que o feito repousa em outro lugar e, somente por consentimento, permissão ou tolerância será extraído do sujeito. Algumas ilustrações abaixo per tenceriam a essa categoria.
47 Se assim, então ele forma um paralelo com o ativo causativo involuntário em At 2:11 mencionado acima. 48 Conforme Robertson, Grammar, 808. 49 Veja a semântica da média causativa acima para comparação.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
426 •
A média permissiva tem certa afinidade com a direta: em ambas o sujeito é o receptor da ação. Mas, enquanto na média direta o sujeito também é o ator, na permissiva o sujeito não pratica a ação.
•
A média permissiva também atua como passiva: o sujeito é o receptor da ação, mas difere da passiva, pois a média sempre implica reconhecimento, consentimento, tolerância ou permissão da ação verbal. A passiva normalmente não implica cognição. Uma exceção a esse princípio é a passiva permissiva. E importante notar que apesar das duas categorias serem raras (gramáticos até mesmo disputam a legitimidade da passiva permissiva), o elemento volitivo quase sempre é parte da voz média enquanto sempre falta • 50 na passiva.
4.
Ilustrações
Lc 2:5
ávépr) ’Iü)af|(j) áuò tfjç PaLi/maç . . . (5) dnToypáiJfaaGai ai)v Mapiáp José subiu da Galiléia . . . (5) para ser alistado com Maria A idéia parece ser que José "permitiu a si ser alistado". Apermissividade dessa média evidencia-se nos vv. 1,3. A passiva é usada aparentemente (àTTOYpá(j)eo0ai). Esse tipo de média explicita a noção volitiva que não nasce naturalmente da passiva.
At 22:16
àvaaxàç pátrcioai Kai àwóXovoai. xaç, ãpapxíaç oou Levanta-te, recebe o batismo e permite os teus pecados serem lavados, invocando o nome dele. Se permeai fosse média direta, a idéia seria "batiza-te" - um conceito completamente antibíblico.51 Se árróÀouoaL fosse indireta, a idéia seria "lava os teus pecados por ti mesmo" - também completamente extrabíblico. Esse verbo particular ocorre como média causativa ou permissiva em 1 Co 6:11 (veja abaixo), a única outra ocorrência dela no NT. A força da voz aqui parece ser causativa ou permissiva para páimoa i e a média permissiva direta para
50 Isso não quer dizer que o sujeito de um verbo passivo não está ciente da ação, mas, pelo contrário, o passivo não comenta sobre o reconhecimento do sujeito. Um equívoco frequentemente feito pelos estudantes é a pressuposição de que as formas gramaticais regularmente fazem declarações negativas. Desse modo, o mais-que-perfeito, popularmente imaginado, significar que algo cumprido no passado tinha resultados que continuaram no passado, mas parou antes do presente começar; ou o aoristo tipicamente é pressuposto não ser capaz de descrever uma ação que, na realidade, era progressiva, ou iterativa etc. Uma "afirmação negativa" assim é o argumento do silêncio. Embora esse fosse o método praticado pelo judaísmo no primeiro século. paTrríía) ocorre 77 vezes no NT: 45 passivos, 30 ativos, só dois na voz média (At 22:16 e Mc 7:4 [referindo-se ao ritual da purificação]), a menos que seja v.ll. em Lc 11:38 (veja acima, sob a média causativa) e em 1 Co 10:2 (veja abaixo) são aceitos. Em tudo isso não há evidência de que os crentes batizavam a si mesmos. Em particular, na versão mais antiga da conversão de Paulo (At 9:1-19), o passivo é usado (àvaacàç èponrcíaOri no v 18). 52 Conforme Robertson, Grammar, 808.
Voz: média (recíproca)
427
1 Co 6:11
raúuá zlvíq fjxé àX'ka aTTfÂoúaaaOe, àXkk TyyiáoQiTce, àXXk èÕLKanáGriTe Tais fostes alguns [de vós]; mas vós permitistes a vós mesmos serem lavados, mas fostes santificados, e fostes justificados
1 Co 10:2
tráuteç elç xòv Muílofjy éfia"nrlocou;o todos foram batizados em Moisés A força da média aqui é próxima à passiva, mas acrescenta o elemento cognitivo da ação e permissão ou causa voluntária (esse exemplo até se encaixa melhor sob a média causativa). E importante que muitos manuscritos tenham a passiva èpamío0r|aav em lugar da média aqui (de fato, o passivo é muito provavelmente original).53 Uma tradução que mostraria a força da média seria: "e todos tinham permitidos a si ser batizados em Moisés" (permissiva) ou "e todos tinham batizados a si em Moisés" (causativo).
Cf. também Jo 13:10;54 At 15:22 (possível);55 1 Co 6:7 (as formas poderiam ser passivas ou médias); 11:6; G15:12 (ou, provavelmente, causativa).
F. Média Recíproca 1.
Definição A voz média pode ser usada com sujeito plural para representar interação entre eles. Há um intercâmbio de esforço entre os sujeitos. Esta expressão foi substituída no Koinê por uma ativa com o pronome recíproco áÀA.f|A.cov 56 É bastante raro no NT, muitos dos exemplos sendo disputados.
2.
Ilustrações
M t26:4
oweflouÀ.eúoauTO iva tou Tqaoüu . . . KpatfiaMOiu eles tomaram conselho entre si para prenderem a Jesus
Jo 9:22
íjôq ouuexéGeiVTO ol Touôaloi os judeus já tinha concordado entre si
Cf. também Jo 12:10; 1 Co 5:9 (possível).37
53 A média é a leitura do 5p46c B K L P eí plu (T46* tem èfSanTLÍovTo), embora não apoiado por NA27. Embora tenha um apoio superior internamente, a natureza antiga e difundida do passivo épaTTTÍoOqaav depõe fortemente para sua originalidade. 54 Que víifjaoGai é muito provavelmente uma média permitiva e não direta se deve ao contexto: Esse pronunciamento é feito enquanto Jesus estava lavando os pés de Pedro. Desse modo, a idéia do v. 10 é: "aquele que tem sido banhado, não precisa permitir a si ser lavado, senão os pés". 55 eKAeijapéuouç - se o sujeito é homens (avôpaç), a idéia seria que Silas e Barnabé permitiram a si mesmo serem escolhidos para a missão. E mais provável, porém, que ávõpaç seja objeto e "os apóstolos e presbíteros" seja o sujeito implícito. Veja Winer- Moulton, 320. 56 Em 1 Co 16:20 um verbo médio toma o pronome recíproco como seu objeto: àoiráoaoBe áAAr)Àoi)<;. Ela poderia ser considerada uma média redundante recíproca, a despeito do fato que áoiráCopai, superficialmente, aparenta ser depoente. 57 Robertson, Grammar, também alista Jo 6:52; At 19:8; e 1 Co 6:1 entre seus exemplos, mas esses são duvidosos por várias razões.
428
^
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
G. Média Depoente 1.
Definição Uma média depoente é um verbo na média que não tem forma ativa, mas é ativo em significado,58 Esta é a média mais comum no NT, devia ao uso de certos verbos. Nossa língua tem pouca analogia, para fazer uma análise deste fenômeno particularmente difícil.59 O termo depoente, do latim deporiere, significa posto à parte.60 Assim é fácil ver um depoente como aquele que tem ficado à parte da sua força original (seja média ou passiva depoente) e é substituída por um significado ativo.61
2.
Clarificação Esses dois elementos (não a forma ativa, mas a força ativa) estão na raiz da definição. Porém, o fato de um verbo não ter forma ativa no NT não é suficiente para classificá-lo como depoente. E.g., embora CKÂ.éyü) não ocorra como uma ativa no NT, a média retém sua verdadeira força (Lc 10:41; Ef 1:14, discutido acima em "Média Indireta"). A seguir estão pistas para lidar com a questão depoente (para verbos na média ou passiva): a.
O princípio básico é este: Um verbo na média depoente é aquele que não tem forma ativa para determinada parte principal no grego helenístico, e aquele cuja força nessa parte principal é evidentemente ativa. Desse modo, e.g., épyopai não tem forma ativa para a primeira das partes principais, mas obviamente é ativa em força. Assim, como Arpil/opcu, a segunda parte principal de /Lappánto, é médio-depoente. Verbos tais como esses que têm formas ativas para uma ou mais das partes principais são chamados parcialmente depoente. Outros verbos (tal como òúuapai) que não têm forma ativa em qualquer das partes principais são completamente
58 Robertson e outros falam da média depoente como dinâmica (Robertson, Grammar, 811-12). Outras gramáticas tratam a dinâmica como sinônimo da média indireta, como temos feito. 59 (Em: "Como o restante de nós," Stahl cai em falência", admite Gildersleeve sobre a explanação de Stahl da média depoente (In: B. L. Gildersleeve's review of Stahl's Syntax in A/P 29 [1908] 278). 60 Essa analogia é considerada de valor pedagógico, não histórico. 61 Robertson objeta ao termo como "muito insatisfatório", visto que muitos depoentes nunca tiveram forma ativa e, assim, não poderiam tê-la ao seu lado (Grammar, 811). Mas outros gramáticos, vendo que o objeto repousa ao lado da força média (ou passiva), não na ativa, estão contentes com o termo como descrevendo essa categoria. Ao lado disso, o termo era usado originalmente para descrever os verbos latinos, onde muitos dos depoentes originalmente tinham uma forma ativa (conforme B. L. Gildersleeve e G. Lodge, Latin Grammar, 3rd ed., rev. and enlarged [New York: Macmillan, 1895] 110-14 [§16366]).
Voz: média (depoente)
429
depoentes. Muitos verbos depoentes nunca tiveram uma forma ativa. Ficamos restritos ao grego helenístico, pois pretendíamos um desvelamento dos requerimentos mínimos.62 b.
Há alguns verbos que nunca tiveram uma forma ativa, mas sua verdadeira força média é claramente vista. Aé/o|iat significa, v.g., eu recebo, eu dou boas vindas - uma idéia inerentemente reflexiva.63 Não é o bastante, então, notar meramente que a um verbo falta uma forma ativa em sua história. Deve-se também demonstrar que a força média está ausente.
c.
Praticamente, como alguém deveria decidir se um verbo é depoente? Não é uma solução fácil.64 Abaixo estão alistadas duas abordagens diferentes: uma ideal e outra áspera e pronta. 1) A Regra Áspera e Pronta
O procedimento mais simples é considerar uma média (ou passiva) como depoente se a forma lexical da palavra no BAGD for média (ou passiva), e não ativa. O problema com essa idéia é: o BAGD freqüentemente alista como forma lexical de uma palavra a única forma que ocorre na literatura bíblica e patrística, embora, em um contexto amplo, o ativo seja usado. Assim, e.g., èKÀéyopaL é a forma lexical de um verbo que aparece como ativo na literatura helenística. A nota de BAGD aqui, com freqüência, deveria informa ao estudante que nem tudo é como parece: "a ativa não ocorre em nossa literatura". 2) A Abordagem Ideal Quando uma decisão exegética depende, em parte, da voz verbal, requer-se uma abordagem mais rigorosa. Em tais casos, você investigaria a forma da palavra no Koinê (conveniente, ou seja, Moulton-Milligan) e o grego clássico (Liddell-Scott-Jones) antes de
62 Ao mesmo tempo, deve ser admitido que a escassez de algumas formas ativas no Koinê poderia sugerir que, por um autor, a forma média é depoente enquanto outro a trata como média verdadeira. Como ocorre com os aspectos lexicais, os morfológicos de vários escritores em um dado período não pode ser tomados como idênticos. Muito trabalho precisa ser feito nessa área. Em grande parte, os exegetas do NT têm estado contentes ao citarem entradas lexicais como se o NT usasse in toto bastante representada pela gama de expressões disponíveis a seus autores. Uma abordagem assim, embora conveniente, dificilmente seria adequada. 63 Robertson alista esse verbo como depoente, mas diz: "não é fácil ver a idéia reflexiva em ôéxogou” (Grammar, 813). 64 De fato, duas gramáticas não concordam sobre essa questão, especialmente quando a média lexical que parece ter um sabor reflexivo está envolvida.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
430
dizer que um verbo é depoente. Então, você seria capaz de ver a força média de um verbo.65 d. Alguns depoente verdadeiros são: • aiU-opou •
áiTOKp ív o p a l (d e p o e n te n a s e x ta p a rte p rin cip al, m a s n ã o n a te rce ira )
• poúAnpai • yívopai (mais ativa na quarta parte principal [yéyova]) • ôúuapai •
èpyáCopat
• epxopai (mais ativa na terceira e quarta partes principais [rjA.Gov, èAr|Au0a]) • Àripij/opat (a segunda parte principal de Aappávu) •
tio p e ú o p a i
•
tT p o o eú xop ai (?)66
• xa Ptío|i
Alguns verbos que parecem depoentes mas muito provavelmente não são: •
(xtreKp Lvápqv (só a te rc e ira p a rte p rin cip al é u m a m é d ia v e rd a d e ira )67
• àpvéopca
• • • •
àaTráCopm pouÀeúopm òéxopm éKA.éyopat
•
Koa>xáopcu
•
A.oyí(o|ica68
• pipyf|aKopai «
TTaúaopm (s e g u n d a p a rte p rin cip a l d e nauco)69
• TTpoaKaA.éopaL70
65 Robertson corretamente nota que verbos de ação sólida, muitas vezes, têm sabor intensivo (Grammar, 812), mas ele ainda os considera como depoentes verdadeiros. A questão é composta de muitas médias que têm um lexema intrinsecamente reflexivo. Tais usos são médias verdadeiras onde a flexão emula o que já está na raiz, ou são depoentes (que nesse caso a raiz precisa ser examinada à parte da flexão?). Os critérios para se determinar depoência ainda esperam um tratamento definido. 66 Conforme BAGD. Exige pouca imaginação para ver uma verdadeira força média (indireta) nesse verbo. 67 O fato que o aoristo passivo como depoente é mais usado para sugerir que o aoristo médio traz alguma força. Veja discussão anterior sob "Média Indireta". 68 O "pensamento" que é ligado a esse verbo geralmente desperta interesse. BAGD define: levar em conta, avaliar, pensar (sobre), considerar, ponderar, deixar a mente habitar em, ser da opinião de. 69 Veja discussão anterior de iraúaovcou em 1 Co 13:8 sob "Média Indireta." 70 BAGD, 715: "in secular Gk. predom., in LXX and our lit. exclusively mid."
431
Voz: passiva (construções)
III. Voz Passiva Definição Em geral, pode ser dito que na voz passiva o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Nenhuma volição - nem mesmo necessariamente a consciência da ação - é implicada por parte do sujeito. Quer dizer, o sujeito pode ou não estar a par, sua volição pode ou não estar envolvida. Mas isso não é enfatizado quando a passiva é usada. A passiva pode ser tratada estrutural ou semanticamente. As gramáticas mais antigas tendem a tomar a primeira abordagem.71 Ambos os modos de ver a passiva são importantes porque fazem diferentes questões e impactam a exegese de diferentes modos.
A. Construções Passivas 1.
A Passiva com e sem Agente Expresso A voz passiva ocorre, às vezes, com agente (ou meio) expresso; outras vezes, sem um (ou meio) expresso. Todos os usos da passiva (exceto o depoente) naturalmente ocorrem com e sem agente. Conseqüentemente, a presença ou ausência do agente não é parte intrínseca do significado passivo, mas pertence à força da cláusula onde a passiva é usada. No entanto, a questão de agência realmente clareia o sentido global de um autor e deve ser incluída em uma discussão da voz passiva. a.
Com Agente Expresso Três tipos de agência podem ser expressos no grego: última, intermediária e de meio impessoal. O agente último indica a pessoa que é o responsável último pela ação.72 As vezes, este agente usa um agente intermediário que realiza o ato para o agente último. O meio impessoal é usado pelo agente para praticar uma ação. (Tecnicamente, meio não indica agente, exceto em sentido amplo). Três pontos adicionais: •
O português não distingue formal e facilmente tais categorias, mas muito é apreendido no contexto. A preposição "por" cobre várias agências. Quando um presidente, v.g., quer fazer uma declaração,
71 E.g., Dana-Mantey, 161-63 (§157); Robertson, Grammar, 814-20. Mas cf. também Porter, Idioms, 64-66. 72 Muitas gramáticas se referem a isso como o agente direto, mas nem sempre é um termo apropriado. De fato, poderia descrever melhor o agente intermediário, porque as ações do agente último são mediadas pelo agente intermediário.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
432
às vezes, usa um porta-voz. Seria correto tanto dizer que "uma de claração foi feita pelo presidente", como "uma declaração foi feita pelo porta-voz". A primeira sentença indica o agente último; a segunda, o intermediário. Poderíamos dizer; "a bola foi rebatida pela raque te" (meio impessoal). Contudo poderíamos também dizer: "A bola foi rebatida pelo jogador de tênis" (agente intermediário, agindo na direção da agência). Não há distinção gramatical entre as duas sen tenças. Mas no grego, uma locução prepositiva diferente é usada para in dicar cada tipo de agência. Com "meio", um simples dativo sem preposição também é freqüentemente usado.73 • O uso da terceira categoria não implica que o instrumento é neces sariamente inanimado ou impessoal. De fato, em algumas ocasiões uma pessoa poderia ser o meio usado por outra. Meio impessoal simplesmente significa que o instrumento é retratado como aquele que é usado por outro. Na sentença: "Deus me disciplinou por meio de meus pais", os pais são descritos como um instrumento nas mãos de Deus. Embora a personalidade deles não esteja em vista nessa sentença, seria ilegítimo dizer que o emissor achava-os como seres inanimados. • Agência pode ser expressa com verbo ativo-médio, como acontece com verbos passivos, embora sejam mais comum os passivos. (Al guns de nossos exemplos abaixo incluem ativos e médios.) A tabela seguinte sumariza os principais modos de agência expressos no NT.74 Agência
Preposição (Caso)
Tradução
Agente último
Úttó (gen) àrró (gen) uaptó (gen)
por por, de de, por
Agente Intermediário
ôut (gen)
através, por
Meios Impessoais
kv (dat) dativo (sem prep) k (gen)
por, com por, com por, de
Tabela 7 Como a Agência é Expressa no NT
73 Veja "Dativo de Meio" para uma discussão detalhada. 74 A tabela é um guia geral, não uma regra absoluta. Nem todos os escritores são consistentes. Raramente, v.g., èiró é usado com agente intermediário (Ap 6:8) ou um meio impessoal (Mt 8:24). ôux raramente é usado com agente último, (veja próxima nota).
Voz: passiva (construções)
433
1) Agente Último O sujeito de um verbo passivo recebe a ação geralmente expressa por Òttó + genitivo. As vezes, usa-se àrrd + genitivo e, raramente, iraptí + genitivo. O agente último indica a última pessoa responsável pela ação, diretamente ou não envolvido (embora esteja realmente presente). Lc 1:26
àtteoiáÀT| ó ayyckoç rappiqÂ. án ò ioí> 9eoü75 O anjo Gabriel íoi enviado da parte de Deus
Jo 1:6
èyéue-uo ávOpcoiTOç, áTreoTaA.p,évoç napã 9eoü havia um homem, que foi enviado da parte de Deus
At 19:38
iTáutaç touç Kataôuuaateuopéuouç újfo toO òiapóÂou todos que eram oprimidos pelo diabo
Rm 13:1
oò yàp eotit» êijoima el pf| virò 9eoD76 não há autoridade exceto por Deus
2 Co 1:4
irapaic
Hb 11:23
Muuoíjç yevuqOelç èicpúpri xpíprivou urro tcòv uaiépíúv atruoü Depois que Moisés nasceu, foi escondido durante três meses por seus pais.
Tg l:13
pr|ôeiç TTetpaCópevoç A.eyéi(j oxt â m 9eou tTeLpaCopat77 ninguém diga quando é tentado: sou tentado por Deus"
Ap 12:6
tottou
fiTOtpaapévou ãnò toD 9eoü78 um lugar preparado por Deus
Para Íhtó, cf. também Mt 2:15; 11:27; 14:8; Lc 4:2; 7:30; 8:29; 17:20; 21:16; Jo 14:21; At 10:33, 41, 42; 22:30; 27:11; Rm 15:15; 1 Co 11:32; 2 Co 2:11; G1 3:17; 4:9; Fp 3:12; 1 Ts 2:4; Hb 5:4; 2 Pd 1:17; 3Jo 12. Para âiró, cf. também Mt 10:28; 12:38; 20:23; 27:9; Mc 1:13; 15:45; Lc 7:35; At 2:22; 1 Co 1:30; 4:5; G11:1; 1 Tm 3:7; Fm 3; Hb 6:7; 2 Pd 1:21. Para irapcí, cf. Mt 21:42; Mc 12:11; Lc 1:37, 45; Jo 1:6. 2) Agente Intermediário O sujeito de um verbo passivo recebe a ação expressa por
75 utto é encontrado em lugar de cíttó em A C D X P A II 33 Byz. 76 (xttó é encontrado em lugar de Ííttó em D* F* F G 629 et pauci. 77 ÚttÓ é encontrado em lugar de áiró em X 429 630 1505 1611 et alii. 78 Íjitó é encontrado em lugar de dcuó in 1611 2351 et plu.
õlú
+
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
434
genitivo. Aqui, o agente nomeado é intermediário, não último.79 Embora comum não é tão freqüente como úiró + genitivo para agên cia última. Mt 1:22
xò pqSèv úirò Kupíou ô ià xoíi TTpo4)f|xou O que foi dito pelo Senhor através do profeta Neste texto vemos os agentes último e intermediário com verbo passivo. A ênfase parece ser: a profecia é, em última instância, de Deus, mas a personalidade do profeta estava envolvida na formação das palavras. O evangelista consistentemente usa vno, para a agência de Deus, õiá para a do profeta. Sobre ôià irpo
Jo 1:3
váuxa ôi ’ aúxoü êyévexo todas as coisas vieram existir por meio dele O Logos é representado como o Criador de uma maneira tal, que fica a implicação que Deus é o agente último. Isto é o padrão típico (embora não exclusivo) no NT: a agência última é descrita para Deus o Pai (com vjttó), agência intermediária é descrita para Cristo (com õicc), e meio "impessoal" é descrito para o Espírito Santo (com kv ou o dativo simples).81
Jo 3:17
oo)9f| ó KÓopoç ôl ’ on>xoô o mundo fosse salvo através dele
G13:19
ò yópoç . . . ôiaxayeiç ôl ’ áyyéÀwv a le i. . . foi ordenada através de anjos
Ef3:10
\va yvtopioGf) . . . Scà xqç eKKÀqoíaç q ttoâuttoÍklaoç aocjjía xoD 0eoí) a fim de que a multiforme sabedoria de Deus fosse manifesta. . . através da igreja A implicação parece ser a sabedoria de Deus mostrada pelo que a igreja faz coletivamente, em lugar da mera existência (que seria expressa por kv éKKÀqoíoc).
1 Pd 4:11
ôoÇáÇqxaL ò 0eòç ô ià 'Iqooú Xpiaxoô Deus será glorificado através de Jesus Cristo
Cf. também Lc 18:31; Jo 1:2, 17; At 2:16; Rm 5:9; 2 Co 1:19; Ef 3:16; Fp 1:11; Cl 1:16; 1 Ts 4:14; Fm 7; Hb 2:3; 7:25. 3) Meio Impessoal O meio impessoal pelo qual a ação verbal ocorre é expressa por: (1) kv + dativo, (2) o caso dativo sozinho (a construção mais comum), 79 Só uma vez òià 0eoué usado no NT (Cl 4:7 [a v.l. ôià XpiotoO, se encontra em numerosos MSS posteriores, indica uma tensão do escriba sobre a expressão. Veja discussão em J. Eadie, Galatians, 305-06]; G11:1 vem próximo de ôià Iqaoíj Xpiatob Kai 0eou Traxpóç; cf. também 1 Co 1:9), embora ôià 0elf||iaxoç 0600 ocorra 8 vezes, exclusivamente no corpus Paulinum (Rm 15:32; 1 Co 1:1; 2 Co 1:1; 8:5; Ef 1:1; Cl 1:1; 2 Tm 1:1). 80 Nem todos os escritores do NT fazem isso como um arranjo de distinção (cf. 2 Pd 3:2; Jd 17). ^ Veja discussão do tratamento dos autores do NT da agência do Espírito sob "Dativo de Agência", em particular em G15:16.
Voz: passiva (construções)
435
ou, raramente, (3) 6K + genitivo. O substantivo no dativo não é necessariamente impessoal, mas é concebido como tal (i.e., geralmente há um agente implicado que usa o substantivo no dativo como seu instrumento).82 Lc 14:34
éàv tò aÂaç pwpavGf), cv tlv i ápTuOqaerai; se o sal perder seu sabor, com o que será [ele] salgado?
Rm 3:28
AoYiÇóp.e9a ôiKaioúoQai ttCovcl àvGpcoirov83 dizemos que uma pessoa é justificada pela fé
Hb 9:22
év cupim ttccvtoc KOcQapíCexai todas as coisas são purificadas por sangue
Tg2:22
€K xcâv épywv f) ttÍoiiç èxe:A.€iú0T| a fé foi aperfeiçoada pelas obras
1 Co 12:13
èv èvi Trveúpcm qpelç TTCtvxeç elç év atòpa èpanTÍoGripev por um Espírito fomos todos batizados em um corpo Chamar "Espírito" de meio aqui não significa negar a personalidade do Espírito Santo. Pelo contrário, o Espírito Santo é o instrumento que Cristo usa para batizar, embora ele seja uma pessoa. Assim como João batizou è v u òatL , assim Cristo batizou kv T r v é p a t L . 8 4
Para èv, cf. também Mt 26:52; At 11:16; Rm 5:9 (provável); 2Ts2:13; Ap 2:27; 6:8; 12:5; 17:16. Para o simples dativo, cf. também Mt 8:16; Jo 11:2; At 12:2; G1 2:8; Fp 4:6; Hb 11:17; 2 Pd 3:5; Ap 22:14. Para ck, cf. também Jo 4:6; Ap 3:18; 9:2; 18:1. b. Sem Agência Expressa Há várias razões porque um agente nem sempre é expresso com verbo passivo.85 Algumas das mais comum são:86 1) O agente suprimido é óbvio a partir do contexto ou um entendimento prévio da audiência. Em Mt 5:25, a seqüência da ação legal é: alguém é lançado na prisão (elç cJmAaicqv (3ÀT)0qar]), depois de apresentado por seus acusadores ao juiz, e do juiz para o meirinho. E óbvio que o 82,Cf. "Dativo de Agência" para exemplos e uma discussão mais completa. 83 Em lugar de iríoxei F G tem õià ncoTecoç, uma variante na leitura que, pelo menos, confirma a noção de meio. 84 Veja a discussão detalhada desse texto no capítulo sobre preposições, sob èv. 85 Veja J. Callow, "Some Initial Thoughts on the Passive in New Testament Greek," Selected Technical Articles Related to Translation 15 (1986) 32-37, para uma discussão original, seguido por Young, lntermediate Greek, 135-36. Note também o tratamento mais geral de Givón, Syntax, 153-65. Visto que a pesquisa sobre esse tópico ainda está em um estágio inicial, nossa apresentação será somente sugestiva e não segue nosso esquema normal. 86 Muitos dos usos passivos de "agente suprimido" coincidem. Além disso, algumas dessas categorias estão em um nível de discussão, outras são mais sintáticas.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
436
meirinho efetua a "prisão". Em Jd 3, o autor e a audiência sabem que entregou "a fé que f o i e n t r e g u e uma vez por todas aos santos" (x rj aiTaf; i r a p a õ o 0 e í o i ] x o i ç á y í o i ç iríaxei). Em Jo 3:23, é desnecessário repetir que "João estava batizando" ('iT a p e y íu o u x o K a l è p a r x í ( o v x o ) . 87
2) Ofoco da passagem está sobre o sujeito. Um agente explícito prejudicaria o foco.88 Em Mt 2:12, v.g., os magos " f o r a m a v i s a d o s em sonho" (XprpaxiaGévxeç K a x ’ òvap), evidentemente pelo anjo do Senhor, embora isso não seja mencionado aqui. Na explanação da parábola do solo, o semeador é mencionado uma vez (Mc 4:14), seguido por um discurso em que o passivo de OTreípG) é declarado cinco vezes (4:15[duas vezes], 16, 17, 18, 20). Em nenhuma das narrativas sinópticas, o semeador é identificado: O foco da parábola está sobre a semente e os tipos de solo.89 3) A natureza de alguns verbos passivos é tal que nenhuma agência deve ser implicada (e.g., a i ) v x e l e o 9 e i o c â u aúxwv [ q u a n d o (aqueles) f o r a m c o m p l e t a d o s em Lc 4:2).90 4)
O verbo funciona como verbo de ligação (e.g., tróiUv NaÇapéx... NaÇcopaloç K À r ) 0 q a e x a i [uma cidade c h a m ... ele s e r á c h a m a d o Nazareno] em Mt 2:23).91
X e yo |ié vr|v ad a
Nazaré
5) Semelhante uso tem o agente genérico implícito. O grego freqüentemente usa o passivo simples sem agente expresso onde o português coloquial usaria "dizem que": "Dizem que a cura para câncer fora descoberta" seria no grego: "é dito que a cura para o câncer foi descoberta". Desse modo, em Mt 5:21, Jesus declara: Ouvistes o que f o i d i t o (f)Koúoaxe òxi êppé0r|). Jo 10:35 tem "a escritura não pode s e r q u e b r a d a " (ou õúvaxcu Àu0fjuai f) ypcMjuj), o agente implícito sendo "por qualquer um".92 6) Um agente explícito, às vezes, seria inoportuno ou faria a sentença muito complexa, talvez reduzindo o efeito literário. Em 1 Co 1:13, três passivos são usados sem agente mencionado, pepepioxai ò Xpiaxóç; pq naúÀoç èoxaupúOq írrrèp úpwv, qè(3atixío9qx6; (Está Cristo
87 Cf. também Mt 3:16; Mc 4:6; 5:4; Lc 4:16; 5:6; 10:9; Jo 2:10; Rm 3:19; 1 Co 3:10; G1 2:7; Ap 7:4. 88 Young mostra que essa é a razão fundamental para o uso passivo mesmo quando um agente está presente: "A função mais comum da voz passiva é guardar o tópico da passagem ou o sujeito anterior como o sujeito da sentença" (Intermediate Greek, 135). Esse foco é levantado mesmo quando o agente não está expresso. 89 Cf. também Mt 2:2-3,12, 18; 4:12; 5:10; Jo 5:10,13; 7:47; Rm 1:18; 1 Co 4:11. Alguns exemplos pode ter agente para efeito retórico (veja abaixo). 90 Cf. também Jo 7:8; At 2:1; Hb 1:11. 91 Cf. também Mt4:18; Jo4:5; 5:2; At 1:23. 92 Cf. também At 2:25; G1 3:15; 2 Pd 2:2.
Voz: passiva (construções)
43 7
dividido? Foi Paulo crucificado por vós, ou fostes batizados no nome de Paulo?).93 Em 1 Co 12:13, mencionar Cristo como o agente que batiza com o Espírito seria esquisito e um embaralhamento de metáforas, visto que os crentes são batizados no corpo de Cristo (eu eul TTueúpaTL fipetç uáuieç elç eu acôpa èpatiTÍaGqpeu [por um só Espírito todos fomos batizados em um corpo])94 7) Semelhante é a supressão do agente para efeito retórico. Note, e.g., o pronunciamento de Jesus ao paralítico (Mc 2:5): tckvov, á<])íeuToá oou aí ápapiíai (filho, teus pecados estão perdoados).95 Em Rm 1:13, Paulo fala do seu desejo de visitar os romanos, acrescentando que ele foi impedido (€KGi)Lú8r|v). Em Tg 2:16, a supressão do agente serve como uma pista: eí i t t ] t i ç aínoiç è c ; úpúu uuáyeie kv elpiquTq, 9eppaíueo9e Kai x°PTáCeo9e, pq ôtoxe ôè aínoiç; xà èiurr|ôeLa to ü otópaxoç, t l xò ôcJ)eÀoç; ([se] qualquer de vós disser-lhes [o irmão ou a irmã carentes], "Vai em paz; aquecei-vos e fartai-vos", sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito?).96 8) O passivo também é usado quando Deus é o agente óbvio. Muitas gramáticas chama de passivo divino (ou passivo teológico), pressupondo que seu uso devia-se à aversão judaica em usar o nome divino.97 Nas bem-aventuranças, v.g., usa-se o passivo: "serão consolados" (irapaK/lr|0ipovT(u [Mt 5:4]), "serão fartos" (xopTaoGqoomai [v.6]), "receberão misericórdia" (èÀ.eq0qoovtaL [v.7]). Sobre isso Young declara: "esta circunlocução ocorre freqüentem ente nos Evangelhos".98 E Jeremias especialmente a encontra nos lábios de Jesus, vendo nesses exemplos a ipsissima verba (palavras exatas) do Senhor.99
93 A passiva em 1 Co 1:13 também pertence a outras categorias: pepépuna i não envolve agente. Os outros dois passivos poderiam talvez pertencer à categoria genérica. 94 Cf. também At 1:5; Rm 3:2; Ap 5:6 (èo^aypévov). A supressão do agente por causa de conotações negativas, se fosse feita explícita, também se encaixaria aqui (cf.Jo 2:20"este templo f o i c o n s t r u í d o . . ." [ o Í K O Õ o p q G q ó vaòç oüroç]). 95 â(j)éa)VTaL é encontrado em vários MSS, incluindo íp88 N A C D L W T II E 579 700 892/3 Byz; íwftéovTai está em G 0130 828 1010 1424 f 13 et pauci; áijJLOinm é a leitura de A; àtfáwvTai é a leitura de 0. 96 Cf. também Mt 5:29; Mc 2:20; Lc 4:6, 43; Jo 3:14; 9:10; Rm 1:1, 21; 3:19; 2 Ts 2:2-3, 8; Tt 1:15; Ap 2:13; 6:2. Em alguns desses textos, há justaposição com o assim chamado "passivo divino", enquanto outros deixam o agente vago. 97 Conforme BDF, 72 (§130.1); Zerwick, Biblical Greek, 76 (§236); Young, lntermediate Greek, 135-36. Cf. also J. Jeremias, New Testament Theology (New York: Scribner's, 1971) 9 14. 98 Young, lntermediate Greek, 135. 99 Jeremias, New Testament Theology, 9-14. Cf. também Zerwick, Biblical Greek, 76 (§236).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
438
Embora haja certamente vários passivos divinos no NT, talvez a explanação dada acima seja exagerada.100 Pois não somente "Deus" é o sujeito freqüente, até nos ditos de Jesus,101 mas também 9cóç como sujeito nominativo ocorre com mais freqüência quando Jesus é o emissor.102 Além disso, o passivo divino parece ocorrer com certa freqüência por todo o NT. Declarações como esta poderiam ser multiplicadas muitas vezes, todas parecem implicar Deus como agente não-declarado: "um homem é j u s t i f i c a d o " (ôucaLOVoQaL . . . ã v 0 p a ) i T o v [Rm 3:28]); " a graça de Deus me [foi] d a d a " (tqv yápiy xot) 0eoü tf)V ô o 0 e í a á u pot [1 Co 3:10]); " f o s t e s c o m p r a d o s por preço" (itpfjç q y o p á o 0 r | T e [1 Co 7:23]); "para liberdade f o s t e s c h a m a d o s " (úpelç èir’ èlevdepíq é K À i j 0 q x e [G15:13]); "pela graça s o i s s a l v o s " (yáprui èoxe aeaqxjpévoi [Ef 2:5]); " f o s t e s r e s g a t a d o s do vosso vil procedimento" ( è À i ) i p ( ó 0 T | T e ck iqç pataíaç úpcôv áuaoTpo(j)f|ç [1 Pd 1:18]). Tais expressões não se devem obviamente a qualquer relutância por parte do autor em mencionar o nome de Deus. Seria melhor dizer que esse fenômeno se deve a certas colocações que, de modo supérfluo ou inoportuno, repetiriam o nome divino. Em outras palavras, o passivo divino simplesmente é um tipo específico de uma das categorias anteriores alista acima (e.g., óbvio a partir da passagem, devido ao foco no sujeito, outras faltas de oportunidades ou para efeito retórico). Que Deus está por trás da cena é uma parte autoevidente na cosmovisão do escritos do NT.103 A natureza desse livro exige que o vejamos mesmo quando não mencionado. 2.
Passivo Com um Objeto Acusativo a.
Definição Embora pareça um pouco esquisito para o português, o grego, às ve zes, usa um acusativo com um verdadeiro verbo passivo. O uso prin cipal para uma estrutura assim envolve o acusativo do objeto retido.104
100 Conforme Porter, Idioms, 65-66. 101 Cf., e.g., Mt 3:9; 6:30; 15:4; 19:6; 22:32; Mc 10:18; 12:27; Mc 13:19; Lc 1:32; 8:39; 12:20, 24, 28; 16:15; 18:7; 20:38; Jo 3:16; 4:24. 0 e ó ç como sujeito no dito dominical ocorre até em lugares onde é auto-evidente e, portanto, um tanto de graça (da perspectiva das reticências judaicas). Em Mc 13:19, e.g., Jesus fala da tribulação maior do que qualquer outra "desde o princípio da criação que Deus criou até agora" ( á u ’ àpyfjç K i í o e c o ç r|v emocv ó 0 e ò ç e c o ç toíi v\,v). 102 7 de 9 exemplos de 0 e ó ç em Mateus, e.g., estão em ditos dominicais. 103 Cf. também Mt 3:10,16; 5:4-9; Rm 1:18; 2:13; 3:2; 4:7; 9:22; 1 Co 15:4; Hb 3:3; Tg 2:12; 1 Jo 4:12. Talvez também o bem usado yéypanrcu seria lido como um passivo divino. 104 Outros usos menos freqüentes também ocorrem. Veja BDF, 87 (§159).
Voz: passiva (simples)
439
Nesse exemplo, o acusativo da coisa em uma construção de duplo acusativo pessoa-coisa com verbo ativo retém seu caso quando o verbo é colocado na passiva. O acusativo da pessoa, assim, torna-se o sujei to.105 Esse uso acusativo ocorre com mais freqüência com verbos causativos, embora seja raro no NT. "Eu te ensino a lição" torna-se, com convertendo-se o verbo em passi vo: "Tu fostes ensinado na lição por mim". Quando o verbo transfor ma-se em passivo, o acusativo de pessoa toma-se o sujeito (nominativo), o acusativo da coisa é retido. b.
Ilustrações
1 Co 12:13
Trávxeç ev nveüpa cTTOxía0q|ier'106 A todos foi dado beber [de] um Espírito "Todos" é a pessoa, colocado no nominativo com verbo passivo. O acusativo de coisa, "Espírito" é retido. Se o verbo fosse ativo, o texto seria: "ele fez a todos beberem de um Espírito" (eirávLoe mura evTrveup«).
Lc 7:29
ol '.cXVwax . . . fiaiTZLoQhrcç xò pátrctopa Twáuvou os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João
2 Ts 2:15
Kpaieíxe tàç rrapaôóaeiç aç íõiôáy0r|Te retende as tradições que vos foram ensinadas
Ap 16:9
èKaupaTLO0rioav ol ai/0po)iroi Kaôpa péya os homens se queimaram [com] um intenso calor,
Cf. também G1 2:7; Fp 1:11; Cl 1:9; Fíb 6:9.
B. Uso do Passivo 1.
Passivo Simples a.
Definição O uso mais comum da voz passiva é indicar que o sujeito sofre a ação. Nenhuma implicação é feita sobre cognição, volição ou causa por parte do sujeito. Esse uso ocorre com e sem agente expresso.
b. Ilustrações Mc 4:6
oie ò.v(icúxv ò qÀioç èKau(iaTLO0q quando o sol saiu, foi queimada
porém nem sempre é . Cf. 2 Ts 2:15, mencionado abaixo. 106 Algumas testemunhas têm nopa em lugar de irvcupa (177 630 920 1505 1738 1881): "a todos foram feitos beber uma bebida," voltando a expressão para uma alusão à Ceia do Senhor (conforme BAGD, s.v. Tropoc). 105
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
440 Lc 6:10
àueKaT€Otá0r| f| x.eLP «utou sua mão foi restaurada
At 1:5
upeiç kv ttv€Ú|kxtl paTrtia0r)oea0e (r/íto sereis batizados com o Espírito Santo
Rm 5:1
ÔLKatwGévTeç oou c k TTtotecjí; elpr|vr|v exo|iev npoç tòv 0eór> justificados, pois mediante a fé, temos paz com Deus.
1 Co 12:13
kv évl imeúpocti ijpelç ttccvteç eíç eu acôpaêpaTTTLo8r)peu . . . Kai iTávTeç eu trueupa èiroTta0r|pev107 Todos fomos batizados por um Espírito em um corpo .. . e a todos foi dado beber [de] um Espírito Alguns sugerem que o batismo com pelo Espírito é normalmente um evento pós- conversão (como no Pentecostes), mas a ênfase dupla sobre "todos", conjugada com os verbos passivos, sugere que isso ocorreu no ato da conversão. A analogia com o Pentecoste falha, também, porque os discípulos não imaginavam nem compreenderam completamente os eventos daquele dia no momento em que eles ocorreram (note os verbos passivos em Atos 2:3,4).
Hb 3:4
Trâç o l k o ç KaTaaKeuxÇeiai irrró t i u o ç toda casa é construída por alguém
Cf. também Lc 1:4; Jo 12:5; At 1:2; 2:3; 4:9; Rm 1:13; 2:13; 7:2; 1 Co 5:5; 2 Co 1:6; G11:12; 3:1, 16; Fp 1:29; 2:17; Cl 2:7; Fm 15; Tg 2:7; 1 Pd 2:4; 3 Jo 12; Jd 13; Ap 7:5. 2.
Passivo Causativo/Permissivo a. Definição O passivo causativo/permissivo, semelhante suas contrapartes médias, implica consentimento, permissão ou causa da ação do verbo por parte do sujeito. Esse uso é raro,108 geralmente confinado ao imperativo (como seria de se esperar, visto que o imperativo intrinsecamente envolve volição).109 E difícil decidir se um determinado passivo é causativo ou permissivo,110 assim, as duas categorias combinam-se por razões práticas.
107 Códice A tem oúpa eoxiv em lugar de irveOpa ètTOiioBriqev. 108 Nem todos os gramáticos vêem isso como uma categoria legítima (e.g., Robertson, Grammar, 808). 109 Nem todo o passivo imperativo seria classificado como causativo/permissivo, porém. Em Mc 1:41, v.g., a ordem de Jesus para o leproso: "fica limpo!" (KaOapíaOryui.), dificilmente seria: "permita a você mesmo ser limpo". Pelo contrário, é um pronunciamento (declaração performativa) expressa em termos imperativos. Cf. também Mt 21:21; Mc 7:34; 11:23; Rm 11:10. Dos 155 imperativos passivos alistados no acCordance, a maioria é passiva depoente (e.g., iropeuGuati em Mt 8:9; õef|0r|T€ em Mt 9:38; àiTOKpí0r|te em Mc 11:30) ou declarações performativas dadas como imperativo para efeito retórico. Em adição, os imperativos passivos causativo/ permissivo freqüentemente são proibições (e.g., |ii] (Jofloü em Lc 1:13) ou ordens dirigidas a estados emocionais, para efeito de "estar em controle de si mesmo" (e.g., nejiíiitooo em Mc 4:39; cf. também Jo 14:l;Rm 11:20).
441
Voz: passiva (depoente) b. Lc 7:7
Ilustrações laOlÍTG) Ô TTttLÇ |iOUnl
que o meu servo seja curado « b a p L o a lo ç lô c à v c B a ú p a o e v o t l oii i r p o k o v 4(3airuía0T| TTpò r o ô ’ ' 11?Z apUJT
L c 1 1 :3 8
ó
1 Co 6:7
ôl
k xí ov>x 'l pâAAov áôiKetoQe; òià tl oúxi (lâÃÂov áiraaT€peía0e; Por que não permitis a vós mesmos o serdes injustiçados? Por que não permitir a vós mesmos o serdes defraudados?
Ef 5:18
|if| pe0úoKeo0e olvw . . . àXXà uXTipoGo0e éu TTveúpaxi Não estejam embriagados com vinho... mas sede cheios com o Espírito.
1 P d 5 :6
x a n e i voáOqTe írriò t q v K p a T a ic a ’ x e~LP a
t0 4 ) 9 e o 0
Permiti a vós mesmos o serdes humilhados sob a poderosa mão de Deus. Cf. também Mc 10:45; 16:6; Lc 15:15; 18:13; At 2:38; 21:24, 26; Rm 12:2; 14:16; Cl 2:20; Hb 13:9; Tg 4:7, 10. 3.
Depoente Passivo Um verbo que não tem forma ativa pode ser ativo em significado embora passivo em forma. Dois dos passivos depoentes mais comuns são cyeuriQqu e ftTTCKpiOqy. Veja a discussão da média depoente para o material relevante sobre o passivo depoente.
110 Muitos desses textos podem ser traduzidos com "permita", mas isso não resolve o problema. E mera tolerância em vista ou é um pedido por parte do sujeito implícito? E.g., em At 2:38 PocTTTLaQqTa) eKaatoç íiqcjy significa: "cada um de vós, permitam-se ser batizados" ou "cada um de vós, peça para ser batizados"? 111 ioíBipeiou é encontrado em uma maioria de MSS, incluindo N ACDWA 0 'P/1,1328 33 565 579 700 892 1292 1424 Byz. O imperativo passivo é encontrado em (f f 75v,d B L 1241 ef pauci. 112 A leitura epauxíoaxo se acha em (P45 700, enquanto quase todas as outras testemunhas lêem èpaTTTLoOr). Muito provavelmente o passivo é original, sendo melhor atestada externamente e até mais difícil (visto que a admiração do fariseu seria presumível ser devido a Jesus intencionalmente não lavar sua mãos).
Modos Panorama do Modo e seus Usos O Modo Indicativo................................................................................ A. Definição .................................................................................... B. Usos Específicos.............................................................................. 1. Indicativo Declarativo....................................................... 2. Indicativo Interrogativo.................................................... 3. Indicativo Condicional...................................................... 4. Indicativo Potencial........................................................... 5. Indicativo Exortativo (de Ordem, Volitivo)................... 6. Indicativo com [ ''Oti........................................................ a. Orações Substantivas com [''O t l ........................ b. Epexegética.............................................................. c. Causai (Adverbial).................................................. O Modo Subjuntivo.............................................................................. A. Definição .................................................................................... B. Usos Específicos.............................................................................. 1. Nas Orações Independentes............................................... a. Subjuntivo Exortativo............................................ b. Subjuntivo Deliberativo (Duvidoso)................... c. Subjuntivo em Negação Enfática......................... d. Subjuntivo Proibitivo............................................. 2. Nas Orações Dependentes (Subordinadas)...................... a. Subjuntivo nas Sentenças Condicionais.............. b. "Iva + o Subjuntivo.................................................. c. Subjuntivo com Verbos de Cautela...................... d. Subjuntivo nas Questões Indiretas...................... e. Subjuntivo em Orações Indefinidas Relativas .... f. Subjuntivo em Orações Temporais Indefinidas . O Modo Optativo.................................................................................. A. Descrição.......................................................................................... B. Usos Específicos.............................................................................. 1. Optativo Voluntativo (de Desejo Alcançável, Volitivo) 2. Optativo Oblíquo............................................................... 3. Optativo Potencial.............................................................. 4. Optativo Condicional........................................................ 442
448 448 449 449 449 450 451 452 453 453 459 460 461 461 463 463 464 465 468 469 469 469 471 477 478 478 479 480 480 .481 .481 .483 .483 .484
Modos: introdução
443
IV.
485 485 485 485 487 487 488 489 492 492 493
+
O Modo Imperativo.... A. Descrição.......... B. Usos Específicos 1. Ordem 2. Proibição........................................................................ 3. Pedido (Solicitação, Ordem Polida).......................... 4. Imperativo Permissivo (Imperativo de Tolerância) 5. Imperativo Condicional.............................................. 6. Imperativo Potencial (categoria debatível)............. 7. Imperativo de Pronunciamento 8. Como uma Saudação Convencional
Bibliografia Selecionada BDF, 181-96 (§357-87); J. L. Boyer, "The Classification of Imperatives: A Statistical Study," GTJ 8 (1987) 35-54; idem, "The Classification of Optatives: A Statistical Study," GTJ 9 (1988) 129-40; Burton, Moods and Tenses, 73-143 (§157-360); Chamberlain, Exegetical Grammar, 82-87; Dana-Mantey, 165-76 (§160-65); Moule, Idiom Book, 20-23, 142-47; Moulton, Prolegomena, 164-201; Porter, Idioms, 50-61; Robertson, Grammar, 911-1049; Smyth, Greek Grammar, 398-412 (§1759-1849); Young, Intermediate Greek, 136-46; Zerwick, Biblical Greek, 100-24 (§295-358).
Introdução A. A Questão de Definição 1.
Definição Geral Da mesma forma que o tempo e a voz, o modo é um aspecto morfológico do verbo. Voz indica como o sujeito se relaciona com ação ou estado do verbo; tempo é usado primariamente para retratar o tipo de ação. Em geral, o modo é aspecto do verbo que representa a ação verbal ou estado com referência a sua realidade ou pontecialidade. As gramáticas mais velhas se referem a ele como "modo".1
1 E.g., Robertson, Grammar, 911; Chamberlain, Exegetical Grammar, 82.
444
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Outros chamam-no de "atitude".2 Há quatro modos no grego: indicativo, subjuntivo, optativo e imperativo.3
2.
Crítica de Definições Simplistas do Modo As gramáticas tendem a descrever o modo de forma simplista (até mesmo como temos feito acima).4 Essa linguagem truncada, porém, pode ser uma armadilha. Dois tipos de definições precisam ser criticadas. Primeiramente, algumas gra máticas falam do modo como possuidor de uma correspondência objetiva com a realidade. Isso particularmente ocorre em suas definições do modo indicativo. Algumas dessas definições classificam-no, por exemplo, uma descrição de um "fato simples".5 Mas isso, categoricamente não é verdade: mentiras são geral mente declaradas no indicativo; falsas percepções estão no indicativo; exageros e narrativas fictícias aparecem no indicativo. As frases a seguir usam o modo: "Os duendes vivem em caixinhas de frente ao bosque", "eu não mais peco" e "Guga é o maior jogador de futebol vivo". Em nenhuma delas, há uma realidade objetiva ou completamente correspondente a mesma.6 O segundo tipo de definição é mais sofisticado, ainda que equivocado. Muitas gramáticas falam do modo como indicando uma percepção que o emissor tem da realidade. Dizer, porém, que o modo "mostra como o emissor considera o que ele está dizendo com respeito ao caráter factual da enunciação",7 parece sugerir que o emissor está tentando descrever cuidadosamente a ação verbal.8 Ele pode ter falhado nessa tentativa, mas a acurácia foi seu alvo. Novamente, esse não é o caso.
2 E.g., Moulton, Prolegomena, 164: "Os modos em questão são caracterizados por um elemento subjetivo comum, representando uma atitude da mente por parte do emissor" (itálicos meus). Porter, Idioms, intitula seu segundo capítulo "Modo e Atitude", e define modo como "as formas que indicam a 'atitude' do emissor em torno do evento" (50). 3 Muitas gramáticas não incluem o infinitivo ou particípio sob a rubrica do modo, e por boas razões. Como formas nominais do verbo dependente, a atitude em tomo da certeza é dependente de algum verbo finitivo. Conseqüentemente, visto que uma afirma ção assim é derivativa, isso não afirma terem elas modo, em si mesmas. No entanto, por propósito gramatical, essas duas formas nominais do verbo geralmente são classificadas como infinitivo e particípio em uma espécie de "tolerância modal". 4 Em nossa simples definição temos evitado não indicar por que um emissor usa a forma gramatical da forma que o faz. 5 Dana-Mantey, 168 (§162). Embora eles acrescentem qualificação, a impressão é que o indicativo é um tanto objetivamente conectado à realidade. Veja também Burton, Moods and Tenses, 73 (§157). Não estamos afirmando que esses gramáticos entendem mal a força do modo, só porque eles não o têm articulado claramente como poderiam fazer. 6 De fato, tem sido apontado por toda essa gramática que: não há necessariamente qualquer correspondência ponto por ponto entre a linguagem e a realidade. Os dois, natu ralmente, se cruzam, mas não em cada ponto. Reivindicar uma correspondência assim significaria que, por exemplo: (1) os escritores do evangelho sempre citaram Jesus ipsi literis; (2) as parábolas são narrativas verdadeiras quanto aos fatos ocorridos (e não ape nas verdadeiras quanto às lições que trazem para a vida). Não há virtualmente justaposi ção no campo lexical ou gramatical (porque só um tipo de descrição de um evento seria possível), e a linguagem figurativa não existe! Obviamente, uma visão assim da lingua gem é absurda. Em suma, tudo na linguagem é uma atitidade interpretativa. 7 Young, Intermediate Greek, 136 (itálicos meus).
Modos: introdução
445
Ao contrário, má informação, sarcasmo, hipérbole, ficção, cosmovisão dualística etc. nunca poderiam ser comunicados. Considerando o subjuntivo, por exem plo, seria possível dizer: "Eu acho que o Flamengo poderá ganhar a Libertadores esse ano", se eles já estiverem eliminados da competição? Eu poderia dizer isso por sarcasmo. Tal frase necessariamente não indicaria minha percepção. O im perativo poderia ser usado com efeito retórico, como nas frases que expressam uma ordem impossível: “Dê uma descrição detalhada do universo em três sen tenças ou menos" e "Vote no candidato que concorde com você em tudo". Ocasionalmente, essas duas declarações (ou seja, que os modos ou correspondem à realidade ou à percepção que alguém tem da realidade) coexistem na mesma gramática. Assim, o modo indicativo, dizem, é objetivo, enquanto os outros modos são subjetivos.9 Não é de admirar que um gramático disse que o modo era "sem dúvida o tema mais difícil na sintaxe grega!"10
3.
D e fin iç ã o D e ta lh a d a Uma definição mais acurada, à luz da discussão acima, é a seguinte: O modo é o aspecto morfológico de um verbo usado pelo emissor para descrever sua afirmação quanto à certeza da ação ou do estado verbal (seja uma realidade ou potencialidade). Os elementos-chave nessa definição são que o modo (a) não necessariamente corresponde à realidade, (b) nem mesmo indica a percepção que o emissor tem da realidade, mas (c) realmente indica uma descrição ou representação do emissor.11
B. Semântica dos Modos Cinco ponto adicionais precisam ser considerados para entendermos a força dos modos. •
Primeiro, a semântica geral dos modos pode ser comparada assim:
8 Young afirma isso quando diz que os modos "expressam a percepção do emissor da ação ou estado em relação à realidade.. (ibid.). Veja também Moulton, Prolegomena, 164; Robertson, Grammar, 911-12; Zerwick, Biblical Greek, 100 (§296). 9 E.g., Dana-Mantey (166, [§161]) falam do modo como envolvendo dois pontos de vista, "o que é real e o que é possível". 10 Robertson, Grammar, 912. 11 Em justiça a outros, todos os gramáticos têm de recorrer a definições abreviadas vez por outra a fim de evitar definições desajeitadas. A mudança, então, é entre acurácia pedântica e simplicidade pedagógica. Sem dúvida essa obra será percebida como um típi co erro do primeiro, embora não esteja imune a este último.
446
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
M od os
In d ica tiv o
S u bju n tivo
O ptativ o
E xem p lo G rego
ÀL>61Ç
Xúr\c,
A.úoiç
D escrição
ce rto / a sseg u rad o
p ro v á v e l/ desejável
possível
p reten d id o
T radução
tu estás soltan do/
que tu solte
A h! Se tu estivésseis
Solte!
tu soltas
Im p era tiv o
soltan do
Tabela 8 - S em ân tica d os M od os C om p arad os
Deve-se ter em mente que essa tabela é super-simplificada. Ela intenciona somente dar ao estudante uma dica sobre as forças básicas dos vários mo dos. Há muitas exceções à semântica geral, como um resultado de outros fatores (veja discussão abaixo). •
Segundo, os modos precisam ser visto à luz de dois pólos. (1) eles afirmam vários graus de certeza. Eles estão em "contínua certeza na apresentação do emissor",12 da realidade à pontecialidade. Em geral, o modo indicativo é dis tinto de outros, pois ele é o modo, normalmente, usado para se reportar à realidade, enquanto os outros - coletivamente conhecidos como os modos oblíquos - normalmente falam de potencialidade.13 Conseqüentemente, vis to que os modos oblíquos não se reportam à realidade, eles não envolvem um elemento cronológico. (2) O imperativo normalmente é usado para des crever volição, enquanto o optativo, subjuntivo e, especialmente, o indicativo falam de cognição. Em outras palavras, o imperativo apela à vontade, en quanto os outros modos apelam mais freqüentemente à mente.
Q u adro 43 Os M od os Vistos de F orm a d u plam en te C ontínua
•
Terceiro, a importância dessa matriz dual está no fato de que o autor freqüentemente não tem escolha quanto ao modo usado.14 A narrativa, por exem plo, quase sempre requer o indicativo. Além disso, quando uma ação po tencial está sob consideração, certos modos (indicativo e em grande medi da, o optativo) são removidos caso se enderecem à vontade de alguém. Mas
12 O crédito deve ser dado ao Dr. Hall Harris por essas excelentes expressões. 13 Há, naturalmente, exceções a essa generalização. As condicionais de primeira classe falam de um aumento a partir da certeza (ou seja, "se X" significa "pressupor, por causa do argumento, a verdade de X"). Mas a partícula ct tem influenciado o modo em tais exemplos: E essa combinação que dá à oração seu gosto.
447
Modos: introdução
quando a ação potencial for endereçada à cognição de alguém, o imperati vo não será mais a opção (normalmente) viável. •
Quarto, o indicativo é, sem dúvida, o modo mais usado, embora seja talvez um exagero dizer que é o "modo não-marcado".15 Outros fatores estão en volvidos e limitam severamente a escolha do modo em um determinado exemplo (veja discussão anterior). As estatísticas da ocorrência dos modos no NT são as seguintes:
1600& V
15618
14000 12000- ' 10000 8000 6000 4000
1858
2 0 0 0 ->
0Su bju n tivo
Im p erativ o
O p tativ o
Q u adro 44 F req ü ên cia d os M o d o s no N T U
•
Quinto, mesmo quando há uma escolha, o modo usado nem sempre segue sua força geral. Por exemplo, na oração, quando se pronuncia uma bênção (tal como “Que Deus ti conceda. . ."), o optativo é virtualmente requerido. To davia, isso não significa que o emissor pensa ser tal bênção pouco prová vel de acontecer se tivesse usado o subjuntivo. As proibições são, muitas vezes, dadas no subjuntivo, em lugar do imperativo. Não significa, porém, que o emissor pensou que seria mais obedecido caso tivesse usado o im perativo. Além disso, o imperativo, às vezes, é usado na prótase de uma
14 Contra Porter, Idioms, 50: "A escolha da atitude [modo] provavelmente é a segunda escolha semântica mais importante por quem usa a língua para a seleção de um elemento verbal no grego. Perdendo apenas para o aspecto verbal". Embora haja certamente algu ma coincidência no uso dos modos (e.g., as condicionais de primeira e segunda classes [indicativo e subjuntivo], orações volitivas [imperativo, subjuntivo, futuro indicativo]), em muitos exemplos, a escolha já é largamente predeterminada por outros fatores (tais como tempo verbal nas orações volitivas, uma declaração de propósito com uma oração com 'iva). Parece que um emissor tem mais liberdade, falando de forma geral, na voz do modo. 15 Contra Robertson, Grammar, 915; Porter, Idioms, 51. 16 A contagem é baseada no texto da UBS3 como classificada no acCordance. Há alguma dúvida sobre a análise gramatical de algumas formas (e.g., quer certos formais plurais da 2- pessoa sejam indicativo ou subjuntivo, quer algumas formas tais como õúr| sejam con sideradas optativo [õcóri] ou subjuntivo [ôcór|]). Além disso, o texto não está correto em todos os lugares. A proporção global e a contagem geral, porém, não são afetadas por essas questões.
448
Sintaxe Exegética do Novo Testamento oração condicional (e.g., em Jo 2:19, Jesus diz: Destruirei este templo e o reconstruirei em três dias"). Não estamos dizendo que o emissor percebe ser o cumprimento disso uma possibilidade remota. Assim, na era helenística, o optativo estava morrendo e o subjuntivo ampliava seu do mínio (veja discussão abaixo). Portanto, mesmo em lugares onde o optativo teria sido bem colocado, o subjuntivo se encontra com freqüência, porque o autor se sentia mais confortável com essa forma. O uso do subjuntivo, então, não indica necessariamente que um emissor viu o evento como mais possibilidade de ocorrer do que se tivesse usado o optativo. Por outro lado, o subjuntivo é (geralmente) exigido depois de iva, mas nem sempre indi ca que o emissor viu o evento como meramente provável. A importância exegética aqui é: os modos precisam ser examinados espe cialmente à luz de outras intrusões, quer sejam características lexicais, contextuais ou gramaticais. É algo perigoso simplesmente afirmar que um determinado modo é não-afetado por outras características da língua. Fe lizmente, as várias situações semânticas de muitos usos dos modos ge ralmente são distintivas. Isso significa que a proporção de passagens debatíveis com os modos é menor que a muitas outras categorias morfossintáticas.
C. Categorias dos Modos Esse capítulo tratará somente das principais categorias de uso. Para um estudo de talhado, veja especialmente Burton, Moods and Tenses; Robertson, Grammar; e Moulton, Prolegomena.
I. O Modo Indicativo A. Definição O modo indicativo é, em geral, o modo da declaração, ou apresentação da certeza. Não é correto dizer que é o modo da certeza ou realidade. Isso pertence à área da apresentação (i.e., o indicativo pode apresentar algo como sendo certo ou real, em bora o emissor poderia não acreditar nisso). Chamá-lo de o modo da certeza ou fato deveria implicar (1) que não se pode mentir no indicativo (mas cf. At 6:13), e (2) que é impossível enganar-se no indicativo (cf. Lc 7:39). E mais prudente decla rar que o indicativo é o modo da asserção, ou apresentação da certeza.
Modos: indicativo (declarativo)
449
B. Usos específicos 1.
Indicativo Declarativo a.
Definição O indicativo rotineiramente é usado para apresentar uma afirmação como uma declaração não-contingente (ou não-qualificada). Esse é, sem dúvida, o uso mais comum.
b. Ilustrações Mc 4:3
êÇfjA.Gei' ô otrcípcav cnrelpá o semeador saiu a semear
Jo 1:1
’Ev ápxíl *nv ó ÀÓyoç No princípio, era o Verbo
At 6:8
Eiécjjauoç. . . ênoíei repara Kai arpeía pcyáÀa kv tcô Âaq) Estêvão. . . fazia sinais e grandes maravilhas entre o povo
Rm 3:21
X^pU vópou ÕLKaLoaí)ur| 0eoí> Tre^avépwiaL Sem lei, a justiça de Deus foi manifesta.
Fp 4:19
ô 0eóç pou irXrípcóaei. v&oav X9^av úpwv17 meu Deus suprirá cada uma de vossas necessidades
1 Pe 4:7
mvxíov ôè xò réXoç ríyytKeu o fim de tudo está próximo
Cf. também At 27:4; Fp 3:20; Hb 1:2; Tg 2:18; 2 Pe 1:21; 1 Jo 3:6; Ap 1:6.
2.
Indicativo Interrogativo a.
Definição O indicativo pode ser usado em uma pergunta. A questão espera uma afirma ção a ser feita. Ela espera um indicativo declarativo na resposta. (Diferente do subjuntivo que pergunta se algo é uma obrigação moralou se algo é possível.) O indicativo interrogativo tipicamente procura por informação. Em outras palavras, ele não pergunta como ou o por que, mas o que.K
17 O optativo íTÂripúoai é encontrado em vários MSS, incluindo D H G T 075 33 69 81 1739 1881 1962 et alii. 18 Isso não exclui o uso retórico dessa pergunta. Com freqüência, nenhuma resposta é antecipada (cf., e.g., Tg 2:4; Ap 7:13-14).
450
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Freqüentemente uma partícula interrogativa é usada com o indicativo, especialmente para distinguir o uso do indicativo declarativo.19 O indicativo interrogativo é comum, embora o indicativo futuro normalmente não seja usado dessa forma (cf. subjuntivo deliberativo abaixo).20 b.
Ilustrações
Mt 27:11
oi) eí ô paoiAeuç tcjv Touõaítúu; Tu és o rei dos Judeus?
Jo 1:38
Xéyei auioíç, T í ÇiyreÍTe; 0i ôè eíuau airucS/Pappí, . . . ttoí» liéueiç; Disse-lhes: "O que procuras?" e eles lhe disseram: "Rabi, . .. onde mo ras?"
Jo 11:26
ttccçò
(cav Kal TTiOTeÚQU elç épè oú pr] dtiTO0ávq elç tou TriOTeúeiç toôto; Todo que vive e crê em mim jamais morrerá. Crês tu nisto?
auôva.
Rm 11:2
oí)K o i ô a i e . . .
Tg2:5
oi)/ ó Geòç èÇetóptto xoi)ç irao/ouç t q KÓopw ttIouoÍouç kv Tríoxei; Não escolheu Deus os pobres deste mundo [para se tomarem] rico na fé?
t l Aiyet f] ypcccpr|; Não conheceis o que dizem as Escrituras? Aqui há uma questão dentro de outra. Ela antecipa uma afirmação den tro da outra: "vós realmente conheceis o que dizem as Escrituras . . ."
Cf. também Mt 16:13; 21:25; 27:23; Mc 8:23; 15:2; At 12:18 (interrogativa indireta); Jo 9:17; Rm 2:21-23; 1 Co 1:13; Tg 2:7; Ap 7:13.
3.
Indicativo Condicional a.
Definição O indicativo é usado na prótase da sentença condicional. O elemento condi cional é explicitado pela partícula ei. Esse é um uso relativamente comum do indicativo, embora muito mais com a condicional de primeira classe (acima de 300 exemplos) do que com a de segunda (menos que 50 exemplos). A condicional de primeira classe indica a pressuposição da verdade por causa do argumento, enquanto a condicional de segunda classe indica a pressuposi ção de uma não verdade por causa do argumento.21
19 Robertson, Grammar, 915-16. Ele alista 1 Co 1:13 e Rm 8:33-34 como textos potenci almente ambígüos. 20 Mas cf. Mc 13:4. 21 Para um tratamento detalhado, veja o capítulo sobre orações condicionais.
Modos: indicativo (potencial) b.
451
Ilustrações Os primeiros dois exemplos são condicionais de segunda classe; os últimos três, condicionais de primeira classe.
Jo 5:46
eí yàp èntoTeúeTe Mwüoet, ènioTeúere áv èpoí Porque se crêsseis em Moisés, creríeis mim A condição de segunda classe pressupõe o contrário da afirmação. A idéia é "se crêsseis em Moisés - mas vocês não creram . .
1 Co 2:8
6L yàp kyvaaav, ovk kv ròv Kvpiov tt)ç òóír\ç koxaípcooav Porque se conhecêsseis, não teriam crucificado o Senhor da glória.
Mt 12:27
ei èvco kv BeeÀÇePoiú. scpállo) xà ôaipóuia,ol ulol upcâu kv
tlul
èKpáÂÀouoiv; Se eu expulso demônios por Belzebu, por que quem expulsam vossos filhos? A condição de primeira classe pressupõe ser verdadeira a afirmação por causa do argumento. Não signfica, porém, que o emissor necessari amente creia ser verddade. A força nesse verso é "se eu expulso demô nios por Belzebu - e suponhamos que seja verdade por causa do argu mento - então por quem expulsam vossos filhos?" 1 Co 15:44
ei eotiv ocòpa i]n>XLKÓu, koviv Kai TrueupauKÓu Se há um corpo físico, [então] há também um [corpo] espiritual.
Ap 20:15
d n ç ovx eópéGr) kv ir) pí[3Âop rrjç Çwrjç yeypappéyoç, épA.fj0r| elç iqu Xí\ivr\v toü uupóç Se [o nome de] alguém não foi achado escrito no livro da vida, ele foi lançado no lago de fogo.
Cf. também Mt 23:30 (segunda classe); Lc 4:9 (primeira classe); 6:32 (primeira); At 16:15 (primeira); Rm 2:17 (primeira); 9:29 (segunda; G1 2:18 (primeira); 1 Ts 4:14 (primeira); Hb 4:8 (segunda); Tg 2:11; 2 Jo 10 (primeira); Ap 13:9 (primeira).
4.
Indicativo Potencial a. Definição O indicativo é usado com os verbos: obrigar, desejar ou querer seguidos por um infinitivo. A natureza da raiz verbal, difere do indicativo, é o res ponsável por deixá-lo semanticamente parecido como um modo potencial. Esse uso é bastante comum. Especificamente, verbos que indicam obrigação (como ôtJcíXco, ôeí), desejo (e.g., poúA.o|iai), ou querer desejo (e.g., GéLco) são usados com um infinitivo. Eles limitam lexicalmente a afirmação global, tornando-a uma ação poten cial. É importante entender que a força normal do indicativo não é nega da. Pelo contrário, a afirmação simplesmente está no querer, não no afetuar. Assim, esse uso é realmente uma subcategoria do indicativo declarativo.22
22 Com o imperfeito, porém, o desejo em si é, muitas vezes, tendencial; cf., e.g., Rm 9:3.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
452 b. Ilustrações Lc 11:42
Tcaka eõet uoifioca Devíeis fazer estas coisas.
At 4:12
ouôè òvo\lá kaxw exepov vnò xòv ovpavòv xò òeòopkvov kv áu0ptómHç kv ca õei au)0fjvat f]páç Nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa [lit., é necessário para nós] que sejamos salvos.
1 Co 11:7
Ãvqp oí)K ó^eíXei KataKaÂúcTieoBaL tt]v KC(j)aÀf|V O homem não deve cobrir a cabeça
1 Tm 2:8
(k>úlopca 7Tpooc-úxeo0aL touç ávôpaç Quero que homens orem
Ap 2:21
eòojKa aòrfi xpóvov Iva peTanor|or), Kal oí) 0éÀet petauofjaaL23 Idei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se.
Cf. também Mt2:18 (9éha); At 5:28 ((k>úA.opai,); Rm 15:1 (ó^eíXca); 1 Co 11:10 (ò^eíXca); Jd 5 ((JoúXopai); Ap 11:5 (0éÂoi; aqui, em uma oração de primeira classe).
5.
Indicativo Exortativo (de Ordem, Volitivo) O indicativo futuro, às vezes, é usado como uma ordem, quase sempre em cita ções do AT (devido à tradução literal do hebraico).24 Ele, porém, era pouco usa do mesmo no grego clássico. Fora de Mateus, esse uso não é comum.25 Sua força é muito enfática, favorecendo a natureza combinada do indicativo e do futuro. "Ele não é imperativo gentil ou moderado. Uma predição pode implicar poder irresistível ou indiferença fria, compulsão ou concessão" 26
Mt 19:18
ou c()Oueúo€iç, oü poixeúoetç, oú kAÍi]íçiç, ou il/euôopapxupqaeiç Não matarás, não adulterarás, não furturás, não dirás falso testemunho Os paralelos de Mc 10:19 e Lc 18:20 têm o subjuntivo aoristo depois de pij, um subjuntivo proibitivo.
Mt 6:5
oí)K eoeoOc cóç ol uuoKpiTOcí.27
Não serás como os hipócritas Esse é um exemplo do indicativo exortativo que não é uma citação do AT.
23 Em lugar de oi) 9éA.ei, alguns MSS (ou seja A 1626 2070) têm o ò k r)0éÀr|oev. 24 Veja também o capítulo sobre o futuro para uma discussão. 25 Para uma discussão sucinta, veja BDF, 183 (§362). Gildersleeve, Classical Greek, 1.116 (§269). 27 Numerosos MSS lêem cot) aqui, uma variante que, no entanto, não atrapalha o ponto gramatical em questão.
453
Modos: indicativo (com "Oti) 1 Pd 1:16
ayiOL eaeoGc, o tl eyà ayióç, eí|ii28 santos sereis, porque eu sou santo
Cf. também Mt 4:7, 10; 5:21, 27, 33, 43, 48; 21:3; 22:37, 39; Mc 9:35; Rm 7:7; 13:9; G1 5:14.
6,
O Indicativo com °O tl O indicativo ocorre em orações independentes ou dependentes. Uma das ora ções mais freqüentes e complexas com indicativo ocorre quando este vem acom panhado de otl. Tecnicamente, as subcategorias incluídas aqui não são restritas à sintaxe do indicativo, mas envolvem a função da oração com otl (+indicativo). O indicativo, porém, ocorre com tanta freqüência depois de otl que uma descrição dessa construção será proposta adiante. Há três grupos amplos dessas: as substanti vas, as epexegeticas e as causais. 7 a.
Orações Substantivas com "Otl Um otl (+ indicativo) freqüentemente funciona como substantivo. E conhe cida como oração substantiva (ou nominal), oração de conteúdo ou, às ve zes, oração declarativa (embora preferimos usar este último termo para orações com discurso indireto). Em exemplos assim, a tradução de otl ge ralmente é "que". Como substantivo, a oração com otl funcionam como sujeito, objeto direto ou como aposto de outro nome. A fim de ver melhor a função substantiva da oração, colchetes são colocados nas ilustrações abaixo. Se você suspeitar que determinada oração com otl é substantiva, substitua a oração inteira por uma conjunção integrante (que). Se fizer sentido, a oração com otl provavelmente é substantiva. Como essa conjunção funciona na sentença? Sua resposta dirá qual substantivo a oração otl substitui. 1) Oração Subjetiva Em uma rara ocasião a oração
o tl
funciona como sujeito.
Mc 4:38
oú prÁCL ool [ otl áiToAAúpeOoc;] Não se te dá [o fato] que perecemos?
Jo 9:32
ck toü aicâvoç oòk íiKoúa0r|
[ otl
fiuéo^éu tlç òtjiOaÂpoijç TixjiÀoí)
YeYewrpéuou] [Que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença] jamais se ouviu30
28 Vários MSS têm yéveo&t em lugar de earoGe (tais como K P 049 1 323 1241 1739), enquanto a maioria dos MSS têm yívcoQc. 29 Os usos discutidos aqui são os usos principais da oração Òtl com indicativo. Para outros, consulte BAGD, 588-89. 30 E possível tratar essa construção como um acusativo de objeto preservado depois de um verbo na passiva.
454
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
At 4:16
[ otl yucoaiòv ar||ieiov yéyouev õl’ auiôv] TTâoty tolç KaTotKoüaiy TepouaaÀr]p fyavepóv [Que um sinal notório tem ocorrido através deles], é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém.
Cf. também Jo 8:17 (possivelmente). 2)
Oração Objetiva Direta A oração objetiva direta envolve três subgrupos, os últimos dois são comum no NT: objeto direto propriamente dito, discurso direto e discurso indireto. Nem sempre é fácil distingui-los. Na mente grega certamente havia muitas justaposições. No Koinê, porém, com sua tendência à clareza, o discurso direto estava em ascenção, embora o discurso indireto ainda fosse freqüente. a) Objeto Direto Próprio A oração otl, como continuaremos a chamar, ocasionalmente funci ona como objeto direto de um verbo transitivo que não seja um verbo de percepção (tal como dizer, ouvir, ver). Alguns exemplos são debatíveis.
Lc 20:37
[o u eysípoutccL oi ueicpoí], Kai Mcouorjç èpqviwcy Moisés o mencionou [que os mortos são ressuscitados] Esse bem pode ser uma oração otl declarativa.
Jo 3:33
ó Àa(3còu airuoü tqv paptupían éa^páyLaev [o u ó Qeòç àA.q0f|ç éoiLv] Aquele que recebe o testemunho dele certifica [Que Deus é verdadeiro].
Ap 2:4
exco Kaxà ooü [o u tqy âyáiTqy aou zr\v TTptÓTqv á^fjKeç] Tenho contra ti [que deixaste teu primeiro amor],
Cf. também Lc 10:20b; Ap 2:20. b) Discurso Direto (Oração com "Otl Recitativo, "Otl Recitativum) 1] Definição Este é um uso especializado da oração objetiva direta depois de um verbo de percepção. E um uso muito comum da oração otl na era helenística. No discurso direto, o otl não deve ser traduzi do (em seu lugar coloque aspas). 2] Clarificação Deve-se ter em mente que o uso de aspas com otl é uma forma moderna de pensar sobre tais construções. Não se deve pressu por daí que essa citação seja uma tradução literal. Várias orações poderiam ser tomadas como orações declarativas [discurso indi reto], mas somente quando a pessoa verbal se relaciona com a pes soa do discurso direto (veja discussão abaixo).
Modos: indicativo (com "On)
455
3] Ilustrações Lc 15:2
òicyó'f/\)Ç ov ol
Jo 6:42
iTGàç víiu Aiyei [o t l ck toô oúpauou Katapépr|Ka;] Como, pois, diz: [Desci do céu?"]?
Jo4:17
àTT€Kpi0r) T] yuvf) Kal c in c v aúxú oòk e/co auôpa. Àévei aiirr) ô Ttjoouç KaÀxuç eíiraç [orí ávõpa oi)K e/w] A mulher respondeu, e disse-lhe, "não tenho marido". Disse-lhe Jesus: "Disseste bem, ['não tenho um marido.'] ". Nesse texto Jesus cita as palavras da mulher, mas a ordem das palavras foi invertida. Uma mudança na ordem das palavras não a transforma em discurso indireto. Se isso ocorresse, seria exigida a concordância pessoal entre o verbo principal (eímç) e o verbo secundário (cycic seria usado em lugar de éxw). A tradução, pois, ficaria assim: "disseste bem que não tens um marido".
’
ue apiaaioi Kal ol ypappaTelç kcyovzcc, [ otl oÍítoç àpapxwlouç npoaõéxeiai K a l aw eaSíei aírrolç.] Tanto os Fariseus quando os escribas murmuravam, dizendo, ["Este ho mem recebe pecadores e come com eles."]
Há muita ênfase retórica na ordem alterada das palavras, pois ao colo car na frente ávôpa, a ênfase fica sobre o que a mulher não tem (“Um marido eu não tenho"). É como se Jesus dissesse: "Mulher, estás correta: tens alguém em casa, mas ele não é teu marido!". O verso seguinte indi ca que é exatamente essa a razão da inversão das palavras ("por que cinco maridos já tiveste, e o que tens agora não é teu marido. O que disseste era verdade".) Ocasionalmente, estudantes intermediários consideram inconfortável chamá-la de oração recitativa O T I, pois eles têm a noção equivocada do que o discurso direto envolve. Escritores antigos e oradores, em grande parte, não se preocupavam sobre as palavras exatas. Eles não escreviam dissertação de mestrado. Precisão verbal nem sempre era essencial (embora geralmente sua reocupação fosse refletir cuidadosamente conceitos). Isso pode facilmente ser visto no NT. Note, por exemplo, como vários escritores citam o AT ou como os sinóticos narram os ditos de Jesus, ou ainda mesmo como se fala de João Batista citado a si mesmo (Jo 1:15,30). O desconforto que muitos estudantes intermediários sentem sobre um texto como esse foi partilhado pelos primeiros santos. Os escribas dos dois unciais mais antigos MSS, K eD, aparentemente sentiram que algo estava errado, e assim alteraram a ordem das palavras. Não as de Jesus, e sim, as palavras da mulher. Era como se dissessem: "Jesus não as citou incorretamente. Foi ela quem errou primeiramente!".31
Cf. também Mt 2:23 (talvez); 4:6; 16:7; 19:8; Mc 1:15, 37; 3:28; 5:23; Jo 1:20; 8:33; Rm 3:10; 2 Co 6:16; Hb 11:18; Jd 18; Ap 18:7 (o segundo o t l ) . 31 Vários MSS também mudam o cyoi na declaração de Jesus para cyyiç (R C* D L pauci): muitos MSS da ítala retêm a primeira pessoa do verbo em ambos os lugares, mu dando a ordem das palavras do discurso da mulher. Entre outras coisas, isso ilustra que os escribas antigos - mesmo os não bizantinos - cumpriram seu dever piedosamente. Burgon acusa aos cinco grandes unciais (X A BC D), chamando-lhes de subproduto heré ticos em face da evidência.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
456
c) Discurso Indireto (Oração com "Otl Declarativo) 1] Definição Este é um uso especial da oração objetiva direta depois de um verbo de percepção. O oração o t l contém um discurso dirigido ou pensado. Aqui ele faz contraste com o o t l recitativum, o qual envolve fala direta. O uso declarativo de o t l é um uso muito comum. O o t l , nesses, casos deve ser traduzido pela conjunção integrante que. 2] Clarificação/Semântica Como o o t l recitativo, este tipo de o t l ocorre depois de um verbo de percepção (e.g., dizer, pensar, crer, conhecer, ver, ou vir). E possível pensar nele como uma reformulação de um pen samento ou dito original de um tipo de declaração, onde o se gundo tem primazia sobre o primeiro. Primeiramente, em muitos exemplos não há declaração original que precise ser reformulada. Por exemplo, "quando os apóstolos ouvi ram que Samaria tinha recebido a palavra de Deus" (aKoúoauTeç oi . . . àuóoTOÀOL otl ôéõeKTKL f] Sapápeta tòv Àóyou TOU 0eoú [At 8:14]), é desnecessário formular uma declaração direta: "Os samaritanos ouviram a palavra de Deus". Lucas está suma riando o que estes ouviram. E quando a samaritana diz a Jesus, "vejo que és um profeta" (Becopcõ otl Trpo(j)f|n]ç eí o ú [Jo4:19]), não há necessidade de formular a declaração original ("Tu és um profeta") que antecipe a enunciação. Em Mt 2:16 ("quando Herodes viu que ele tinha sido enganado pelos magos" [' H p ú ò q ç Lõcàv otl eveircúx9r| mrà tqv pávcou)), não devemos supor que havia uma declaração original: "tenho sido enganado pelos ma gos". O discurso indireto, então, nem sempre pressupõe a exis tência de um discurso direto subjacente.32 Segundo, por outro lado, há várias orações que seriam conside radas ou como declarativas ou recitativas. A ambigüidade vem quando o falante e a pessoa do discurso direto são o mesmo indi víduo. Desse modo, por exemplo: em Jo 4:35, lemos oú% ò p e i ç X éyeTe
otl
ctl
T e ip á p r |v ó ç
4o t l v
kocÍ
ó
G e p u jp ò ç
ep^ eTcu;
("Não dizeis vós: 'Há ainda quatro meses para a ceifa'?" ou "não dizeis vós que há ainda quatro meses para a ceifa?"). Em muitos exemplos, naturalmente, pouco importa. Novamente, devemos lembrar que os escritos antigos não pensam em termos de cita ção precisa.
32 De fato, o discurso indireto tem algum erro de nomenclatura. Talvez ele deveria ser chamado "formulação percebida", "oração objetiva de opinião sintetizada.
457
Modos: indicativo (com "Oti) 3] Diferenças da Tradução entre o Grego e o Português
Um último ponto precisa ser mencionado. Falando de forma geral, o tempo verbal do verbo grego no discurso indireto é retido do discurso direto.33 Isso não ocorre no português: no discurso indireto geralmente mudamos o tempo para o pretérito. E bom lembrar que a mudança do tempo verbal não implica a mudança do tipo de ação desejada no discurso direto. Note o uso no português na tabela abaixo.34 Discurso Direto
Discurso Indireto
Ele disse: Eu vejo o cachorro
Ele disse que viu o cachorro
Ele disse: Eu vi o cachorro
Ele disse que vira o cachorro
"Eu estou fazendo minha parte"
Eu disse que estava fazendo minha parte
"Eu fiz minha parte"
Eu disse que tinha feito minha parte
Tabela 9 Tempos Verbais no Português no Discurso Direto e no Indireto
Em grego, porém, o tempo da oração original geralmente é pre servado no discurso indireto. Note as ilustrações abaixo. 4] Ilustrações Mt 2:23
TTÂqpcjOfj tò pqGèv ô ià zéôv Típo^rpaiu [ o n N aíoipaloç KÀriGrjaeica]
o que foi dito pelos profetas se cumprisse [que ele seria chamado um Nazareno] Embora normalmente tratado como um oti recitativum, o ort aqui po deria facilmente ser considerado como um declarativo. Isso resolveria o problema da citação do AT (ou seja, que passagem está no pensamen to do evangelista?). Cf. também At 6:14 para um oração declarativa o t l com indicativo futuro. [ otl qA.0ov KcaaUma ~'ov vò[Lov q] Não penseis [que eu vim para destruir a lei ou os profetas]. Isso resume a visão dos oponentes de Jesus. O suposto discurso direto seria: "Ele veio para destruir a lei".
Mt 5:17
pr] vo|iíoT)Te
Mc 2:1
r)KOÚO0q [OTL kv OLKCO ko\LV]
Foi ouvido [que ele estava em casa]. Note que, embora o verbo de ligação koxív seja traduzido como um 33 Há exceções a essa regra geral, especialmente com o imperfeito em lugar do pre sente. Veja Burton, Moods and Tenses, 130-42 (§334-56). 34 Veja também Burton, Moods and Tenses, 136-37 (§351-2), para mais exemplos.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
458
pretérito, ele não é um presente histórico. A semântica do presente histórico é muito diferente do presente com discurso indireto. Em particular, o verbo elpí não ocorre como presente histórico no NT ou, em qualquer outro lugar, na literatura grega. Jo 4:1
áç eyvcj ó
Triooüç
n o te i
P a ir x ííe i
K a i
[ o t l q K o u o a v o l < t> a p ia a io i [ o t l
’Ir|ooüç t r l e L O v a ç
p a G q tà ç
q ]]
Quando, pois, Jesus soube [que os fariseus tinham ouvido [que Jesus fa zia e batiza mais discípulos do que João]] Este texto envolve discurso indireto implícito dentro de outro discurso indireto. Ele oferece uma boa ilustração da diferença entre o português e grego. O grego retém os tempos verbais do discurso direto, enquanto o português transforma todos em passado, mesmo que seja presente no grego. Assim, qKouoav é traduzido ouviram, embora seja aoristo (o enunciado geral também foi no aoristo: “os Fariseus tinham ouvido. . .”). E tanto trotei quanto pairríÇet, embora estejam no presente, são traduzidos como se fossem imperfeitos (o enunciado original teria sido “Jesus está fazendo e batizando mais discípulos que João”). Mais uma vez, é importante distinguir o presente histórico do tempo presente retido no discurso indireto. Uma coisa é que os presentes históricos são mais “estáveis” - isto é, eles são traduzidos exatamente como o aoristo, como um simples tempo passado. Mas t t o l c l e PatriíCet são naturalmente traduzidos como se fossem imperfeitos. Jo 5:15
At 4:13
ò avGpootroç ávqyyeLA,ev tolç 'Iouôaíoiç [ o t l ’Iqaoü<; èaxtv ò Ttotf|oaç airtòv ú y i f i ] o homem anunciou aos judeus [que Jesus era aquele que o curou]. O e tjp o ô v T e ç
[orí
r f|v
avGpconoL
to C
n é tp o u
à y p á p p a to í
Tra p p q o La v e la tv
K a i
K a i
Ic o á v v o u
K a i
lÕ L ü k a i], è G a ú p a Ç o v
K a t a  .a p ó p e v o t è ire y ív w o K Ó v
xe
TqaoC r j a a v ] Vendo eles a ousadia de Pedro e João, e informados [que eram homens sem letras e indoutos], se maravilharam; e reconheceram [que eles esti veram com Jesus]. Essa é uma excelente ilustração da diferença entre o grego e o portugu ês. As duas orações oxt são declarativas. Em cada exemplo, o tempo preserva-se no grego, mas, na tradução no português, o tempo deve ir para o passado. Assim, elotv é traduzido por: eles eram, e rjoav, por: eles estiveram. As declarações diretas pretendidas seriam: "Eles são sem le tras e ignorantes" e "Eles estavam com Jesus."
a ú to tx ;
[ otl
o ò v
xcõ
Cf. também Mt 2:16; 5:17, 21, 33; Lc 8:47; 17:15; Jo 6:22; 11:27; At 8:14; Fm 21; 1 Jo 2:18; Ap 12:13. 3) Aposição
[a s a b er, is to é]
a) Definição e Chave para Identificação Não é incomum que uma oração o t i fique em aposição a um substantivo, pronome etc. Quando isso ocorrer, a tradução do o t l será: a saber, isto é (embora que também sirva). Outro modo de testar se uma oração oxt é apositiva é tentar substituir a oração por seus
459
Modos: indicativo (com "On)
antecedentes (que nesse caso traduz o o t l simplesmente como que). Esse uso faz contraste com a oração epexegética o t l , que não pode ser substituída por seu atencedente. Normalmente, esse uso é o aposto do demonstrativo t o ô t o em expressões como "eu te digo isto, a saber, que. . ." e semelhantes. Como tal, o pronome é catafórico ou proléptico, visto que seu conteúdo é revelado pelo que segue e não pelo que antecede. b) Ilustrações L c 10:20
kv toútco pf] y a íp e z e [ otl ~.a im e ú p a ra ú p ln Ú T TO tá a a e Ta i]
Não vos alegreis nisso, [ou seja, que os espíritos sejam submissos a vós]. A oração ot L permanece em aposição à kv toÚtco. Ela poderia ser trans formada completamente ("Não vos alegreis em que os espíritos sejam submissos a vós"), como acontece com a segunda metade do verso. Jo 3:1 9
aiiTT| ôé k o z iv q ic p ía iç
o tl t ò (jrôç lA.qÂu0€L> e lç rò v KÓopov Kal
q y á ir q a a v o i auGpcoiTOL p ã Ã À o v t ò okotoç q t ò cjitôç-]
O julgamento é este [os saber, que a luz veio ao mundo e [que] os homens amaram as trevas mais que a luz. O antecedente é aürq. A oração otl o substituiria: "O julgamento é que a luz veio . . ." Rm 6:6
to ô to yLncáoKOUTeç [ otl ó irocÀaiòç qpcõv avBparnoç aweaTompGÓBq]
sabendo isto, [a saber, que nosso velho homem foi crucificado juntamente com] F p 1:6
TTenoiGcàç a Ú TÒ
toô to , [ otl ó è nap Ç ápeu oç kv ò p l v e p y o v a y a ô ò v
è n iT e X io e i a j q x q p é p a ç X p t o T o ô
’Iq o o ü ]
Tendo por certo isto, [a saber, que aquele que começou uma boa obra em vós a completará até o dia de Cristo Jesus] Ap 2:14
Kcrrà aou óÀÍya [ otl e/eiç ckcI Kpazovvraç rrjv óiõa/qy BaÀaáp] Tenho contra vós poucas coisas, [a saber, que tendes (alguns aí) que sustentam a doutrina de Balaão]. Esse é um exemplo incomum do antecedente como adjetivo substantivado.
Cf. também Jo 5:28; 9:30; 21:23; At 20:38; 24:14; 1 Co 1:12; 15:50; 2 Co 5:14; 10:11; Ef 5:5; 2 Ts 3:10; 1 Tm 1:9; 2 Tm 3:1; 2 Pd 1:20; 1 Jo 1:5; Ap 2:6, 14. b. Epexégetico A oração otl, às vezes, é usado epexegeticamente. Ele explica, esclarece ou completa uma palavra ou frase prévia. Esse é semelhante à oração apositiva otl, exceto que a oração epexegética otl (1) não identifica ou nomeia, mas explica seu antecedente; (2) não pode ser substituída por seu antecedente; e (3) pode explicar (ou complementar) algo que não seja um substantivo. Em alguns exemplos (especialmente depois de um substantivo), a expressão pelo fato de!que mostra a força explanatória da oração otl. Muitos exemplos,
460
Sintaxe Exegética do Novo Testamento porém, poderiam ser tratado omo apositiva ou epexegética (embora o uso apositivo seja mais comum que o epexegético).
Lc 2:49
eltrev Trpòc;aòxouç xí [ otl êÇrixeíxé pe; ]35 Disse-lhe: por [que me procuráveis?]"
Lc8:25
xíç oíixóç laxiv [otl Kal tolc àuépoiç èTrixáaaeL Kal tcô ü ô a it, Kal uTraKououaLU a u tu ;]
Quem é este homem [que ordena aos ventos e ao mar, e lhe obedecem?] R m 5:8
ovvíoxr\oiv i q y éauxoO à y á T iq u e lç q p â ç ó Geóç, [ otl c t l ã p a p x u À cô v óvzíúv ppcâv X p i a x ò ç ònep r\\±(úv á iré G a v e v ] Deus prova seu próprio amor para conosco [pelo fato que, enquanto éra mos ainda pecadores, Cristo morreu por nós].
Cf. também Mt 8:27; Lc 12:24; Jo 2:18; 14:22; 1 Co 1:4-5. c.
Causai (Advérbio)
[p o r c a u s a d e ]
1) Definição Com muita freqüência otl introduz uma oração dependente. Em tais exemplos, ele poderia ser traduzido por causa de ou porque. E importan te distinguir este uso do otl declarativo, embora, em muitos contextos, possa haver alguma ambigüidade. Elá duas questões a serem feitas à oração particular otl36: (1) Ela apresenta o conteúdo (declarativa) ou a razão (causai) daquilo que o precede? (2) Os tempos verbais na oração oti são normalmente traduzidos (ou seja, são causais) ou deveriam? Se referem a algo (ou seja, são declarativas37)? 2) Ilustrações M t5:3
paKapioi ol tttmxoI tcú TTyeúpaxi,
otl
aúxtóy é a x iv f) paoLÀcía xcòn
ovpavw v
Bem-aventurado os humildes de espírito, porque deles é o reino do céu. At
1 0 :3 8
o ç õtfjÀOey eò ep Y excô f K a l Lcópeuoç T iá u ia ç t o u ç K a x a õ u u a a x e u o p é u o u ç
ÒttÒ toú ô i a p ó l o u , o t l ó 9 e ò ç r\v pex’ a ò x o u
o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele
35 K* W A 161 346 828 et pauci têm ÇriTeixe. 36 Os únicos exemplos em que poderia haver confusão ocorrem quando o verbo na oração principal for um transitivo de percepção (porque as orações declarativas com o tl são um subgrupo das objetivas diretas antecedidas por verbos de percepção). 37 Deve-se ter em mente, porém, que nem todos os tempos verbais nas orações decla rativas com o tl devem ser abandonados. Veja discussão anterior.
461
Modos: subjuntivo Ef 4:25
laXcixc áA.r|0eiay fK aotoç [ietà toú uAxiaíov aiiioú,
o t l éo|ièy àÂÃf|ÂGüU
(j.éA.t|
Fale a verdade, cada um [de vós], com seu próximo, porque somos mem bros uns dos outros. Ap 3:10
o t l èxiíprioaç tòv Âóyou ifjç ímopovijç pou, Kaytó ae rr)pr|OU) ck tf) ç topaç toO tTeLpaopoü
Porque guardaste a palavra da minha perseverança, eu também te guar darei da hora da provação. Jo 4:27
éiu T o ú tw rjADcív o l p a 0 r)ta l aírcoú kocI f0aú|i«Cou o t l p e tà yuvatKÒç
êXáA.et Neste [ínterim] seus discípulos, vieram e estavam admirados porque ele falava com uma mulher. Muitas traduções tratam-na como uma oração declarativa o t l ; assim, "neste ínterim seus discípulos vieram e admiraram que ele estava fa lando com uma mulher". Apesar de ser uma tradução possível,38 o que sugere favorecimento para sua classificalção como uma oração causai oti é o fato de que o imperfeito èXáXd não deve ser traduzido como um mais-que-perfeito ("estivera falando"), visto que o diálogo entre Jesus e a mulher ainda estava em progressso quando eles volta ram. Conseqüentemente, devido ao uso de elálei como um mai-queperfeito ocorrer somente depois de um o t l declarativo, e, porque, de fato, ele é esperado,39 provavelmente é melhor traduzir o t l com porque. Cf. também Mt 5:7, 8, 9; Mc 4:29; 5:9; Lc 2:30; 6:20; Jo 1:17; At 1:5; 4:21; 1 Co 3:13; G1 4:6; 1 Pd 2:15; Ap 17:14; 22:5.
II. O Modo Subjuntivo A. Definição 1.
Definição Geral O subjuntivo é o mais comum dos modos oblíquos no NT. Em geral, ele sugere a representação de uma ação verbal (ou estado) como incerta, mas provável. Não é cor reto chamá-lo de modo da incerteza, pois o optativo também apresenta o verbo como incerteza. Pelo contrário, é melhor chamá-lo de o modo da probabilidade a fim de distingui-lo do optativo. Essa, é ainda uma definição muito simplista, à luz do seu uso no NT.
38 Se declarativo, è0aúpaÇov é transitivo. Se causai, ele é intransitivo. 39 Cf., e.g., Jo 9:18. O imperfeito, porém, admite muitas exceções nas orações declarativas com otl.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
462
2.
Descrição Detalhada O subjuntivo envolve múltiplas nuanças. Uma descrição adequada dele requer mais nuanças que a mera noção de probabilidade, especialmente na era helenística. A melhor maneira de descrevê-lo é relacionando-o com outros mo dos (potenciais, o optativo e o imperativo). a.
Em Relação ao Optativo As descrições do subjuntivo e optativo, nas principais gramáticas, às vezes, pressupõem tacitamente o pleno fluxo do optativo no período do koinê; ele, contudo, estava desaparecendo. Isso se deve a sua sutileza a qual os povos que possuíam o grego como segunda língual dificilmente captavam.40 Podese ver o porquê: um estudante que fala português também tem grande difi culdade em aprender as diferenças entre esses dois modos. Na tabela dada no início deste capítulo, por exemplo, descrevemos o subjuntivo com "que", "se", "quando"; e o optativo, com "Ah!". No NT, há 1858 subjuntivos e, menos, de 70 optativos - uma média de 27 por 1! Essa simples estatística reflete o seguinte fato: na era helenística, o subjuntivo estava substituindo os usos do optativo. O subjuntivo, desse modo, é, às vezes, usado como uma mera possibilidade ou mesmo possibilidade hipotética (como também, em outros tempos, a probabilidade). Isso é, especialmente, verdadeiro com as sentenças condicionais (há cerca de 300 sentenças condicionais de terceira classe no NT [essa classe utiliza o subjuntivo], e nenhuma condicional de quarta classe completa [essa classe usa o optativo]).
Quadro 45 Zona de Intersecção entre a Carga Semântica do Subjuntivo e do Optativo Por outro lado, às vezes, o subjuntivo age como um indicativo futuro. As duas categorias morfossintáticas são realmente muito parecidas (e talvez se derivem da mesma raiz).41 Nas orações dependentes, por exemplos, muitas vezes, ele funciona mais como um indicativo do que um optativo. Quando usado em orações consecutivas, por exemplo, é impossível dizer que o subjuntivo expressa "probabilidade". Em qualquer evento, as descrições de uma palavra para os modos pretendem ser meros alavancadores, não declarações finais. Só com cuidadosa classificação dos usos dos modos, é possível alcançar percepção exegeticamente úteis. 40 Moulton, Prolegomena, 165, nota: "Só o grego tem preservado tanto o subjuntivo quanto o optativo como elementos separados e vivos no discurso. O grego helenístico aboliu essa singularidade de forma razoável".
463
Modos: subjuntivo b. Em Relação ao Imperativo
Como notamos no início deste capítulo, os modos podem ser vistos nos binôminos: realidade vs. potencialidade, e cognição vs. volição. O indicativo primariamente é usado para a realidade, enquanto os modos oblíquos geralmente permanecem na dimensão de potencialidade. Além disso, o imperativo é o modo primário volitivo. Já o subjuntivo também é usado para noções volitivas com muita freqüência (em particular como os subjuntivos exortativo e proibitivo). Mesmo em orações dependentes (como as que seguem 'iva), o subjuntivo comumente tem um sabor volitivo. Uma expressão aceitável, muitas vezes, é aquela usada com verbos no futuro do pretérito do português, visto que é igualmente ambígüo (pode ser usado para probabilidade, obrigação ou contingência). c.
Sumário Em suma, o subjuntivo é usado para gramaticalizar a potencialidade. Normalmente, isso acontece na dimensão de probabilidade cognitiva, mas também pode ser usado para possibilidade cognitiva (coincidente com o optativo) ou intenciorudidade volitiva (coincidindo com o imperativo).42 Deve-se acrescentar que os tempos no subjuntivo, a semelhança de outros modos potenciais, envolvem só o aspecto (tipo de ação), não tempo cronológico. Somente no indicativo, o tempo cronológico é uma parte do tempo verbal.
B. Usos Específicos 1.
Em Orações Independentes Há quatro usos primários do subjuntivo em orações independentes: exortativo, deliberativo, negação enfática e proibição. Os primeiros dois geralmente são encontrados fora de negativas, enquanto os dois últimos, por definição, são precedidos por partículas negativas. Os subjuntivos exortativo e proibitivo apelam à volição. O deliberativo indica volição ou cognitividade. A negação enfática é cognitiva.
41 Moule, Idiom Book, 21-22, Lembra-nos de que não existe subjuntivo futuro, e que o indicativo futuro e subjuntivo aoristo eram formas "mutualmente exclusivas". A varian te em 1 Co 13:3, KocuGfiowpai, é um subjuntivo futuro, mas é, naturalmente, uma forma impossível. Se algum manuscrito lhe servisse de testemunha, poderíamos talvez tratá-lo como um mero itacismo. Mas como a leitura da maioria dos minúsculos bizantinos, suas raízes são claramente pós-koinê e como tal é uma "monstruosidade gramatical que não pode ser atribuíada a Paulo" (Metzger, Textual Commentary 2, 498). Cf. também as notas em BDF,15 (§28); Howard, Accidence, 219. 42 Robertson, Grammar, 928-35, Tem uma estatística um tanto similar. Ele vê o subjun tivo em categoria: futurístico (eventualidade cognitiva), volitivo e deliberativo. O que está faltando em sua análise é a justaposição entre o subjuntivo e o optativo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
464 a.
Subjuntivo Exortativo (Volitivo) [façam os, etc] 1) Definição O subjuntivo é comumente usado para exortar a si mesmo ou a alguém associado. Ele é usado "para chamar alguém a unir-se com o emissor em um curso da ação sobre a qual ele já tem decidido".43 Visto que não existe primeira pessoa no imperativo, o subjuntivo exortativo é usado para fazer, de forma áspera, a mesma tarefa. Assim, ele é uma exortação na primeira pessoa do plural. A tradução típica, em lugar de: deveríamos fazer. . . é façamos . . . Em cinco ocasiões, a primeira pessoa do singular também é usada de modo exortativo. A força é semelhante ao pedido de permissão para a ação verbal. Permita-me, ou deixe-me extrair seu significado. O segredo do uso singular exortativo é a presença de cwjieç ("permita" [imperativo aoristo de áLT|(n]) ou o advérbio õeüpo ("venha") precedendo44 o subjuntivo.45 2) Ilustrações
Mc 4:35 Lc 6:42
kcu Xéyev aòxolç, . . . AiiÀGtapev f-lç xò uépau E disse-lhe,. . . "passemos para o outro lado." á(j>eç ÈKpáA.(a tò KKpifioç tò év tcô óij)0aÀ|icô 0011
deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho. At 4:17
áTTeiA.r|0oS|j,€0a aòxolç pr|Kéii LaXelu éid xw óvó|iari xoúxw ameacemo-los para não mais falarem neste nome.
At 7:34
ôeíipo áiTOOT6ÍA.w
Rm 5:1
ô iK a u a G é v x e ç
oe elç A iyinTX o v46 Vem, deixe-me te enviar ao Egito. ow 4 k T Ú a x e o ç e í p q v r i v exugev u p ò ç x ò v Qeóu47 Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus. Essa variante textual tem, muitas vezes, sido traduzida como: "gozemos a paz que já temos". Só raramente no NT o verbo realmente significa gozemos (cf. Hb 11:25), e, provavelmente, nunca ocorrerá como uma for ça primária no subjuntivo.48 Assim, se o subjuntivo for original, prova velmente significa: "Que venhamos ter paz com Deus", mas esta noção é inteiramente estranha ao contexto, particularmente o fato que a justi ficação já tem sido aplicada.
43 Chamberlain, Exegetical Grammar, 83. 44 O subjuntivo deve ser precedido, não seguido, por um desses termos. O subjunti vo em Lc 17:3, que antecede á(j>eç, é um subjuntivo condicional. 45 Robertson, Grammar, 931, nota que todos os subjuntivos exortativos singular no NT são prefaciados. 46 coroaxeÀcã se encontra em H P T 33 Byz et plu. A leitura do texto acima é uma sólida leitura alexandrina e ocidental (embora N e E tenham o itacístico àmOTÍlio). 47 O subjunivo aqui é uma variante textual bem conhecida com o indicativo r/opev encontrado em NA27/UBS4. Embora exwpev tenha melhor evidencialismo externo, a evi dência intrínseca é suficientemente compelida a levar os editores da UBS4 a darem ao indicativo grau "A" (duas letras maior que a UBS3!).
Modos: subjuntivo (deliberativo)
465
1 Co 15:32 el veicpoi oúk èyeípou-uai, (jjáycjpev' Kailuoop.ev', aüpiov yàp àiTO0viíoKopev Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. G16:9
xô KaA.òv ttoioGutcç pf| éyKaKCÔpev Não nos cansemos de fazer o bem.
Hb 4:14
Kpaxcôpeu xf|ç ópoÀoyíaç retenhamos a nossa confissão.
Ap 21:9
õeüpo, ôeí^G) gol xqu vúpcjrqv xqv yuvaiKa toô ápvíou Vem, deixe-me te mostrar a noiva, a mulher do Cordeiro. E possível que õeíÇco seja futuro indicativo (como ACF, ARC, ARA, NVI traduzem), que neste caso seria "Vem, eu te mostrarei . . ." Similar a Ap 17:1.
Cf. também (singular) Mt 7:4 (paralelos Lc 6:42); Ap 17:1.49 Cf. também (plural) Mt 27:49 (Aqui com iífeç); Rm 13:12; 1 Co 5:8; 2 Co 7:1; G1 5:25, 26; Ef 4:15; Fp 3:15; 1 Ts 5:6; Hb 4:1; 12:1; 1 Jo 3:18; 1 Jo 4:19 (possivelmente);50 Ap 19:7. b.
Subjuntivo Deliberativo (Duvidoso) Definição O subjuntivo deliberativo faz uma pergunta real ou retórica. Em geral, pode-se dizer que o subjuntivo deliberatvio é "meramente uma exortação voltada para uma questão", embora a semântica dos dois tipos de questões muitas vezes são muito diferentes. Ambos implicam alguma dúvida sobre a responsta, mas a questão real reside geralmente na área cognitiva (tal como "Como podemos . . . ?" na qual a a pergunta é sobre os meios), enqanto a questão retórica é volitiva (e.g., "Nós deveríamos . . . ?" em que a questão tem a ver com obrigação moral). Ambas são bastante comum com verbos na primeira pessoa, embora verbos de segunda e terceira pessoa sejam encontrados. O futuro indicativo também é usado em questões deliberativa, embora o subjuntivo seja mais comum.51
48 O subjuntivo de f ocorre 44 vezes. Jo 10:10 chega perto, mas a conotação de alegria não está no verbo em Trepiaoóv. Note também Jo 16:33 (
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
466
Por causa das diferenças entre a semântica é melhor distinguir o dois tipos de questões. A tabela abaixo ilustra as diferenças comuns.52 Nome
Tipo de Questão
Resposta Esperada
Área de Dúvida
Real
É possível?
Resolução do problema
cognitivo
Retórica
É correto?
volitiva/comportamental
conduta
Tabela 10 O Semântica das Questões Deliberativas
1) Subjuntivo Deliberativo
R eal
a) Definição Como o próprio nome implica, a questão real espera algum tipo de resposta e é uma questão genuína. Na apresentação do emissor, há incerteza sobre a resposta. Diferente do indicativo interrogativa, ele não faz uma questão de fato, mas de possibilidade, meios, local, etc. Em outras palavras, ele não pergunta tipical O que? ou Quem?, mas Como? e Onde? Ocasionalmente ele pode fazer uma pergunta de obrigação moral, como a questão retórica, mas quanto assim o fizer, não se tem dúvida da resposta esperada. b) Ilustrações Mt 6:31
pp pepL|_ivr|ar)Te Xéyovxeç ú (j)áYupev; T|t l nícapev; f| xí iTepiPaXcópeOa; Não sejais ansiosos, dizendo, "O que havemos de comer?" ou "O que havemos de beber?" ou "O que havemos de vestir?" Embora a questão parece ser feita por um conteúdo específico, como indicado pelo zí (assim, a questão de fato), o subjuntivo conta uma es tória diferente. O subjuntivo indica algo duvidoso quanto a se comida ou bebida ou roupas estarão disponíveis.
Mc 6:37
Xcyoxoiv auiw àzieXQóvzeç áyopáawpeu ôquapUov ôioacoaícov aprauç Kal ôtáoopev auToiç cravei u; Disseram-lhe: Iremos nós, e compraremos duzentos denários de pão para lhes darmos de comer? A questão aqui é de possibilidade. Os discípulos estão perguntando essencialmente, Como esperas de nós alimentar estas pessoas? Note o futuro indicativo, õcáaopev, que está ligado ao aoristo subjuntivo. Ele, também, é deliberativo.
52 Nem todas as questões deliberativas podem facilmente ser distinguidas. A razão básica é que não podemos penetrar na mente do autor para ver as razões do uso que fez do subjuntivo.
467
Modos: subjuntivo (deliberativo) Mc 12:14
ôoliuou KÍjuaou Kaíaapi Tjôcôpeu r|ô(âp,eu;53 É lícito ou não pagar tributo a César? Devemos ou não pagar? Esta questão dos Fariseus e Herodianos teriam obtido uma resposta diferente de cada grupo. Perguntado a Jesus, era uma questão genuína, a resposta a isto é que era incerto.
Cf. também Mt 26:17,54 (3apessoa); Mc 11:32; Lc 3:12; 23:31 (3apessoa); Jo 18:39; 1 Co 14:7 (v.l); Hb 11:32. 2) Subjuntivo Deliberativo R e tó ric o a) Definição Como o nome implica, a questão retórica não espera resposta ver bal, mas uma declaração clara que expressa a resposta de tal for ma que atrai os ouvintes para o texto. Na apresentação do emis sor, há incerteza sobre se o ouvinte atenderá a ordem implícita. Diferente do indicativo interrogativo, ele não faz uma pergunta sobre o fato, mas sobre uma obrigação. E uma questão de "dever" supremo. b) Ilustrações Mc 8:37
u ôoí ávGpMTTOÇ àv~ákX ay[ía xfjç ^u^íjc ooruoü; Que daria um homem em troca de sua alma?54 A implicação é: "não há nada que compensaria tal perda".55 Embora a questão pareça: "tal troca é possível?" E uma acusação contra o ganhar o mundo e o perder a vida no processo.
Rm 6:1
èiupévGjpev xfj âpapiía, iv a r) y ápvç TTÀeouáoq;56 Permaneceremos no pecado para que a graça abunde? A questão não é: "Alguém continuará a pecar nessa situação?", mas se é moralmente aceitável continuar vivendo em pecado. Paulo responde rapidamente: | ít) yévoLio!
Rm 10:14
ttíôç (XKOÚOGjaiu /coplç KqpúaaovTOÇ;
57
Como ouvirão sem um pregador? A implicação é: "não há nenhum meio pelo qual eles ouçam, a não ser por um pregador". Ela é estruturada como uma questão que focaliza
54 O subjuntivo ático ôcâ está em Kc L; o indicativo futuro õcóoei se encontra em ?P 45 A C D W X r s n E O 33/1' 13 Byz. 55 BAGD, s.v. ávTáAAotY|!ct.
56 O subjuntivo 4iupév(j|iev tem dois rivais no indicativo e um no subjuntivo: çtu|í€voí>|j,6Vem 614 9451505 alii; €Ta|iévop,ev em K K P 117518812464 et pauci; eiripeivcopev em L 88 1928. 57 No lugar de àKoúowoLV, jp 46 lê áKoúocovtai. X* D F G K P 104 309 365 436 1505 1739 1881 et alii lêem àKoíiaovrai. Os cursivos bizantinos têm aKOÚaouaiv. No mínimo, isso mostra a sobreposição entre subjuntivo aoristo e indicativo futuro.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
468
levar os ouvintes a ponderar sobre o assunto, fazendo-os refletir na própria resposta deles. Cf. também Mt 23:33(2- pessoa); Lc 14:34; Jo 6:68 (v.l.); Rm 6:15; Ap 15:4. c.
Subjuntivo de Negação Enfático 1)
Definição A negação enfática é indicada por ov firj com subjuntivo aoristo ou, menos freqüentemente, OV firj com indicativo futuro (e.g., Mt 26:35; Mc 13:31; Jo 4:14; 6:35). Essa é uma forma grega de enfatizar a negação. É possível que alguém pense que o negativo com subjuntivo não seja tão forte quanto o negativo com o indicativo. Porém, enquanto ov + indicativo nega uma certeza, ov firj + subjuntivo nega uma potencialidade. O negativo não é mais fraco; a afirmação negada, pelo contrário, é me nos firme com o subjuntivo. Além de expressar uma^idéia como uma possibilidade, ov firj é a melhor forma de negar algo. Esse tipo de negação enfática encontra-se: (1) nos enunciados de Jesus (nos Evangelhos e em Apocalipse); (2) em citações da LXX. Fora essas duas fontes, isso raramente. Vê-se a doutrina da soteriologia freqüentemente em tais declarações, especialmente em João, onde se nega a possibilidade da perda da salvação.
2) Ilustrações Mt 24:35
ol Âóyoi pou ov fiff irapê/tôcooiv59 Minhas palavras de modo nenhum passarão.
Jo 10:28
ôíôwpt aúxolç Çuri\v alúviov Kai ov firj áirólannm elç xbv alwva Dou-lhes a vida eterna, e de modo nenhum perecerão.
Jo 11:26
trâç ó Çcòv Kai Trioieútou elç êpè ov firj átroGávi] Todo o que vive e crê em mim jamais morrerá.
Rm4:8
paKaptoç ávqp ou ov firj ÀOYÍarixai KÚpioç ápapxíva Bem-aventurado é o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.
Hb 13:5
ov firj oe áuw oúò' ov firj oe èyKaxaÀtirco60 De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.
58 Cf. BAGD, s.v. in), 515-17, esp. III. D. em 517. 59 O indicativo futuro TrapeXeúoovTca é encontrado em X2 W X [' A 0 II j'" 13 Byz. 60 Sobre base externa, èvKaxaÀeÍitm é uma leitura superior, encontrada em íp46 X AC D2 K L M P ¥ 0243 33 1739 1881 Byz et plu. O subjuntivo aoristo (a leitura de NA27), dada acima, tem uma pobre evidência, liderada por D* 81 326 365 1175 1505 et alii. Porém, o subjuntivo presente (Ellingworth chama-o de itacismo [Commentary on Hebrews, NIGNTC, loc. cit.j) é impossível.
469
Modos: subjuntivo (proibitivo)
Cf. também Mt 5:18, 20; 13:14; Mc 9:1, 41; 13:2; Lc 6:37; 18:7; 21:18; Jo 6:37; 8:12, 51; 20:25; At 13:41; G1 5:16; 1 Ts 5:3; Hb 8:12; 1 Pd 2:6; Ap 2:11; 3:5, 12; 21:27. d.
Subjuntivo Proibitivo 1) Definição Temos aqui uma proibição ou uma ordem negativa. Veta-se a realiza ção de uma ação. Estruturalmente é vista em uma expressão /jtj + sub juntivo aoristo, sempre na segunda pessoa do discurso.62 Semanticamen te, eqüivale a um pf| seguido por um imperativo. A tradução desse^ybjuntivo é feita pela expressão: "não faça" e não por "não deveria". O subjuntivo proibitivo é muito usado no NT. 2)
Ilustrações
Mt 1:20
/iri cjjopriGrjç irapaXaPelv Mapíav iqu yuvaiKá aou Não temas em receber Maria como tua esposa
Jo 3:7
iut] Gaupáoqç otl cittou aol õei úpâç yevvr|0fjvai avwOev. Não te admire que te diga: "é necessário nascer de novo."
Rm 10:6
fii] eíirgç kv rrj Kapõía aou tlç ávapijaeiai elç xòv oupavóv; Não diga em teu coração: Quem subirá ao céu?
Ap 22:10
jjt) atjjpayíairiç xouç Àóyouç xfjç irpotpriTeíaç Não seles as palavras da profecia desse livro.
tou
PlPÀÍou
to Útou
Cf. também Mt 3:9; 5:17; Mc 10:19; Lc 3:8; 21:9; At 7:60; Cl 2:21; Hb 3:8; Tg 2:11; 1 Pd 3:14; Ap 6:6.
2.
Em Orações Dependentes (Subordinadas) Temos aqui os chamados usos básicos ou primários do subjuntivo, ou seja, seu uso em orações dependentes ou subordinadas. Essa é, sem dúvida, a categoria mais comum em que se classifica o subjuntivo antecedido por 'iva. a.
Subjuntivo em Sentenças Condicionais 1) Definição É o uso do subjuntivo na prótase das sentenças condicionais. O elemento condicional torna-se explícito pela partícula káv. Tanto a partícula (uma combinação de eiv e o partícula contingente av) quanto o subjuntivo refletem na condição a idéia de contingência. Por ocorrer,
61 De fato, em nenhum outro lugar no NT, a segunda pessoa do imperativo aoristo é usada depois de pq. Se quisermos expressar proibição na segunda pessoa, o subjuntivo será sempre o modo escolhido. 62 Veja capítulo sobre orações volitivas para discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
470
aproximadamente, 300 vezes no NT, conclui-se que é um uso relativamente comum do subjuntivo. 2)
Clarificação e Semântica Podemos vê-lo tanto na condicional de terceira quanto na de quinta classe. Eles são, estruturalmente, quase idênticos. A condicional de quinta clas se requer um indicativo presente na apódase, enquanto a terceira classe toma qualquer combinação de modo-tempo, incluindo o presente do indicativo. Já quanto à semântica, há uma tênue diferença entre ambos. A condici onal de terceira classe envolve inúmeras formas de potencialidades no Grego Koinê. Ele descreve o que provavelmente ocorrerá no futuro, o que possivelmente poderia ocorrer, ou mesmo o que é somente hipotético e não irá ocorrer. No grego clássico a condicional de terceira classe era restri ta ao primeiro uso (conhecida como futuro mais provável), mas com o subjuntivo invadindo o domínio do optativo na era helenística, esta categoria se expandiu conseqüentemente. O contexto sempre será o mais seguro meio de se determinar qual uso da condicional de terceira um autor pretendia. A quinta classe oferece uma condição para o cumprimento do que se realiza no presente. Essa condicional é conhecida como condicional presen te geral. Por um lado considerável, ela não passa de uma simples condici onal;63 ou seja, a pessoa que fala não dá indicação sobre a probabilidade de seu cumprimento. Sua apresentação é neutra: "Se A, então B". Devido à abrangência da condicional de terceira classe e a natureza indefinida da quinta classe, muitas orações condicionais estão abertas à interpretação. Em qualquer dúvida, talvez, seja melhor classificá-las como terceira classe, visto que a quinta classe é verdadeiramente uma subcategoria da terceira.64
3) Ilustrações M t4:9
m ü t á a o i TTcívra ò ú o c o ,
èàv irca w v irpoaKUvqaTjç p o i tudo isto te darei, se prostrado me adorares. Esse verso é uma verdadeira terceira classe visto que a apódase envol ve um futuro indicativo.
Mc 5:28
eA.eyev óxi éàv av|fCúp,oa kcív záv Lpatímv carcoô aw9f|ao|J.ca Dizia [consigo mesmo]: "Se somente eu tocar suas vestes, eu serei curada."
63 Embora muitos gramáticos, especialmente os da escolha de Goodwin, tratam a condicional de primeira classe como uma "simples" condicional, eu penso que ela per tence, com mais propriedade, à quinta classe. Veja o capítulo sobre orações condicionais para discussão. 64 Para um tratamento detalhado sobre o subjuntivo em condicionais, veja o capítulo sobre orações condicionais.
Modos: subjuntivo (com "lua)
471
Essa mulher, que tinha hemorragia havia doze anos, estava desespera da. Ela tinha passado maus bocados nas mãos dos médicos. O imper feito ÍÉA.6Yev é talvez iterativo: "ela estava dizendo vez após vez", como se estivesse reunido bastante coragem e fé. Assim, na descrição de Mar cos, parece haver uma dúvida relutante na mente dessa mulher de que um ato assim poderia curá-la. el xà linYeux etirav úpiu Kal ou m axeúexe, ttcõç càu elrroj úpíu xà étToupávia nioxeúaexe;
Jo 3:12
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? Aqui há uma condicional de terceira classe envolvida em uma questão deliberativa. Ela segue uma condicional de primeira classe em que a apódase é uma negação da crença. A luz desse paralelo, como do con texto, devemos ler a condicional de terceira classe da seguinte maneira: "Se vos falasse das coisas celestiais, e é provavelmente isso que farei, como é possível que creiais?" Jo 5:31
èàu èycò paptupoj trepl épauxoü, q p a p iu p ía pou ouk eaxtu àÀqOqç Se eu dou testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verda deiro. O presente na apódose (eanv) permite que ela seja uma condição de quinta classe. No contexto, ela parece ser a melhor opção: Jesus não esta dizendo que é provável que ele testemunhe de si mesmo. Pelo contrário, ele simplesmente declara uma suposição (Se "A, então B").
1 C o 13:2
éàv êxw TTpcxjjqTeíau Kal elõcô x à p uaxqpta uauxa Kal iTâaav xqu yucúaiu Kal càu u âaau xqu ttlo tlv woxe ôpq peG toxávai, àyáiiqy õè pq I x u , oúOéu e lp t. Se eu tivesse um dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, e se tivesse fé a ponto de transportar montes, mas não tiver amor, nada sou. A quarta condicional é usado de modo amplo. Paulo constrói seu argu mento do real (ele realmente tem poder profético) para o hipotético (ele não entende todos os mistérios ou tem todo conhecimento [ou ele seria onisciente!]). Esse é seu padrão nos três primeiros versos de 1 Co 13: argumentar do real para o hipotético. Portanto, é provável que Paulo pudesse falar na língua de homens, mas não na língua de anjos (v 1). 1 Co 13:1, então, não oferece nenhum conforto para aqueles que vêem línguas como uma língua celestial.
Cf. também Lc 5:12; At 9:2; 15:1 (presente geral); Rm 2:25 (presente geral); 10:9; 1 Co 11:15; Cl 4:10; 1 Tm 3:15; Hb 10:38; Tg 2:17; 1 Jo 1:8, 9, 10; Ap 3:20. b. "lua + Subjuntivo A categoria mais comum do subjuntivo no NT segue tua. Aqui podemos incluir cerca de um terço de todos os exemplos do subjuntivo. Há sete subcategorias desses usos: propósito, resultado, propósito-resultado, substantivai, epexegética, complementar, e ordem. Seu uso no período koinê aumentou desde o período clássico quando tal construção chegou a ser usada até como paráfrase do infinitivo simples.
472
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 1) Oração Final com 'iva (Propósito ou Télico com iva) É sob esse aspecto que as orações com Tvk mais aparecem. No grego clássico, essa idéia seria expressa mais pelo infinitivo. O foco está na intenção da ação do verbo principal, quer fosse ou não cumprido. Favorecendo o gênio do subjuntivo, essa oração subordinada responde à questão "Por quê?" em lugar de "O quê?". Uma tradução apropriada seria "afim de que" acompanhado do infinitivo flexionado português. Não suponhamos que essa particularidade do subjuntivo traga, necessariamente, qualquer dúvida ao cumprimento da ação verbal por parte do enunciador. E possível que isso ocorra ou não, por isso cada caso deve ser julgado em seu próprio contexto. Lembre-se de que o subjuntivo quando usado responde a questão deliberativa implícita. Além disso, muitos exemplos de orações finais são também resultados (consecutivas), especialmente quando a vontade divina está em vista, (veja categoria propósito-resultado abaixo).
M t 12:10
èiTqpükqaav aúxòv Àéyovxeç el eÇeaxiv xo lç aá p p a a iv Oepcnreüaai; tua Kaxqyopqacaaiv aúxoú
Perguntaram-lhe, dizendo: "é lícito curar no sábado?", afim de que eles tivessem como acusá-lo. Mt 19:13
iTpoaqvéxGqaav aúxcô m u õ ía
í 'm
xàç xelpaÇ eiuOfj a ú x o lç Kai
irpoaeúijqTai
Trouxeram-lhe as crianças a fim de que ele lhes impusessem as mãos e orasse [por elas]. Mc 6:8
xapqyye lÂev aúxolç ’í m pqôèv aipwaiv elç óôóv65 E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho.
Jo 1:7
ouxoç rjÀOev e lç papxu p íav iva papxupqoq nepl xoô tjxoxóç, f _ / ^ *■ Ttavxeç laaTeuowGiv o l au iou
'iva
Este veio para um testemunho para testificar a respeito da luz, que todos pudessem crer por intermédio dele. A t 16:30
x l pe õeí rroielv í k o ü 9 c 3 ;
O que devo fazer para ser salvo? 1 Jo 2:1
xaü xa ypátjjco úplv iva pq á p á p x q te 66
Estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Cf. também Mc 1:38; Lc 9:12; Jo 20:31; At 4:17; Rm 1:11; 1 Co 4:6; Ef 2:9; Tg 1:4; 1 Jo 3:8; Ap 2:21; 8:6.
65 ãpcooLV se
encontra em X C L W A 0 1 1 4 565 579 f 13. 66 ápapxávqxe é a leitura de alguns m inúsculos posteriores (e.g., 35 429 614 630 1505).
Modos: subjuntivo (com "lua) 2)
Oração de Resultado com 'iva ("lua Consecutivo ou Ecbático)
473 '
Esse uso de 'iva + subjuntivo expressa o resultado da ação do verbo principal. Ele indica a conseqüência da ação verbal que não é pretendi do "Iva normalmente é traduzido por "de modo que" e “tendo como resul tado". No grego clássico iva não era usado para indicar resultado. No NT, porém, 'iva também é usado para expressar resultado, embora só em algumas ocasiões. Jo 9:2
pappí, xíç ipapxev, outoç r\íua tuejAòç yevvr|0rj; Rabi, quem pecou, este ou seus pais, tendo como resultado nascer ele cego?
Rm 11:11
pq errcaioav íua néoaxnv;
porventura,tropeçaram de modo que caíssem? Cf. também Mc 4:12 (par. Luke 8:10);67 Lc 9:45 (possível); 1 Co 5:2 (possível); G1 5:17; 1 Ts 5:4; 1 Jo 1:9 (possível); 2:27. 3) Oração de Propósito-Resultado com 'iva "Iva não somente é usado como resultado no NT, mas também como propósito-resultado. Isto é, ele indica tanto a intenção quanto o seu cumpri mento. BAGD mostra essa conexão: "Em muitos casos o propósito e o resultado não podem ser diferenciados plenamente, e, assim, iva é usa do para o resultado que segue de acordo com o propósito do sujeito ou de Deus. Como no pensamento judeu e pagão, propósito e resultado são idênticos nas declarações da vontade divina".68 Assim também, Moule mostra que "a mente semítica notoriamente era pouco disposta a traçar uma linha divisória entre propósito e conseqüência".69 Em ou tras palavras, os escritores do NT empregam a linguagem para refletir a teologia deles: o que é o propósito de Deus, o que acontece. Logo, iva será usado para expressar tanto o propósito divino quanto o resultado. Isso provavelmente não representa uma mudança na sintaxe do clássico para o koinê, mas uma mudança no tópico em questão. Naturalmente, é possível tratar cada um desses exemplos simplesmente como orações de propósito com iva, caso não haja dúvida sobre o cumprimento do pon to de vista do emissor. Conseqüentemente, afim de que é uma tradução aceitável.70
67 Esse texto é um enigma teológico. Ele poderia ser tratado como propósito, resulta do, ou propósito-resultado. 68 BAGD, s.v„ iva, II. 2. (p. 378). 69 Moule, Idiom Book, 142. 70 BAGD afirma que o significado é a fim de e de modo que, embora ele não ofereça exemplos.
474 Jo
3 :1 6
Sintaxe Exegética do Novo Testamento xòv
u lò v
xòv
p o v o y e v f) eôcoK ev,
lu a
T iâç ó
T r io x e ú c o v e l ç
aüxòv
pq
áiTÓA.r|TaL á À À .’ e xx | Ç c o q v a i c m o v
Ele deu o seu único Filho, a fim de que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Já que qualquer uso do subjuntivo encaixa-se aqui (menos o antecedido por 'iva71), é lógico que o texto não fala de incerteza quanto ao destino do crente. E óbvio, não a partir do texto, mas do uso de ou [iq em Jo 10:18 e 11:26, como também de acordo com o perfil geral teológico do evangelho de João. Fp 2 : 9 - 1 1
ó 0 e ò ç a ú x ò v ú iT e p ú i| jc jo e v K á|ii|rri
.
.
.K a l
trâ a a
. . . lua
yÀ cõoaa
è v xá) ó v ó p a x t
è C o p o lo y q o q x a L
òxi
Tqaoü u âv yóvu K Ú p io ç
TqaoO ç
X p t a x ó ç 72
Deus o exaltou sobremaneira . . . para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre.. . e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor. Paulo aqui não está declarando somente a intenção de Deus ao exaltar Cristo, é mais do que isso. O apóstolo está indicando aquilo que Deus planejou Ele o fará. A evidência para isso é a citação de Is 45:23, ainda que ele tenha alterado a gramática do texto original, transformando-o em uma oração final (na LXX, temos uma afirmação declarativa usando o indicativo futuro depois de o t l ). Paulo cita esse texto em Rm 14:11, embora, ali, ele o use como uma fórmula introdutória (yéypairxai yáp) e, portanto, conseqüentemente, preserve os modos e os tempos como estavam na LXX. Paulo não está direta ou formalmente citando o AT, mas, ao lidar para falar do propósito da exaltação, é preciso utilizar iva com subjuntivo. Já que tanto em Is 45:23 quanto em Rm 14:11, o indicativo futuro é um futuro preditivo, então Paulo parece usar a pas sagem de Isaías para declarar que Jesus Cristo é aquele que cumprirá a profecia feita sobre Yahweh. Se esta for uma afirmação acurada do indicativo futuro, Paulo, em Fp 2:10-11: ou mal compreende o AT ou está declarando que Jesus é realmente Deus. Esse texto é um dos usos incidentais ou quase casual do AT pelos escritores do NT, onde o AT fala de YHWH e o texto neotestamentário a aplica a Cristo. Cf. também Mt 1:22; 4:14; Lc 11:50; Jo 4:36; 12:40; 19:28; Rm 3:19; 5:20; 7:13; 8:17. Para outros exemplos possíveis, cf. Mc 4:12 (Lc 8:10);73 Rm 7:4; Ef 2:7; 2 Pd 1:4; 1 Jo 1:9.74 4) Oração Substantiva com 'iva (Oração Subfinal) Assim como òil com indicativo, 'iva com subjuntivo pode ser usado substantivamente. Há quatro usos básicos: subjetiva, predicativa/ nominativo predicativo, objetiva direta e apositiva. Assim como a oração
71 Há mais de doze indicativos futuros depois de iva no NT. Nas leituras variantes há mais doze. 72 O indicativo futuro 45opoA.oyf|oetaL se encontra em A C D F G 33 1739 et plu. 73 Poderia também ser considerado como epexegético ou resultado. 74 Esse texto é um enigma teológico: poderia ser tratado como propósito, resultado ou propósito-resultado.
Modos: subjuntivo (com "Iva)
475
substantiva com otl, a oração com Iv a será colocada em colchetes para destacar sua força substantiva. Nenhuma delas ocorrem freqüentemente. a) Oração Subjetiva Mt 18:6
ou|ic|)épei ourctô [Iva Kpe(tao0f| púÂoç ôvlkòç nepl tòu TpáxqA.ov aòtou] [que u m a pedra de moinho fosse amarrada em seu pescoço] é melhor para ele . ..
1 Co 4:2
ÇrpeÍTai ^„ T0"Lç oiKoyópoLç, ['iva ttlotÓç tlç eòpeGfl] [Q ue um homem seja achado fiel] é procurado nos despenseiros.
Cf. também Mt 5:29; 10:25 (possível); 18:14; Jo 16:7; 1 Co 4:3. b) Oração Predicativa/ Nominativo Predicativo Jo 4:34
cpòv Ppwpá kaxív [iva TTOLqaw tò GéÀqpa toü iréjulJouaóç |ie Kal xeA.eicúoa) auxoG tò epyov] Minha comida é [que eu faça a vontade daquele que me enviou e com plete sua obra]. c) Oração Objetiva Direta (Oração de Conteúdo com 'iva)
O objeto direto, muitas vezes, segue um verbo de ordem, apelo ou de oração. A oração com Iva, deste modo, dá o conteúdo do verbo principal e responde a questão: "O q u ê?" em luga r de “Por q u ê ? " .75
Mt 12:16
èiTeTÍpqoeu aircoiç [iv a pq ^auepòv aòròv TTOiqacjaiu] Ele os ordenou [que a ninguém o fizessem conhecido].
Lc4:3
eí. uiòç et tou Geoü, elíre r â àlGcj touto) [iv a yéuqtaL ãptoç] Se és Filho de Deus, dize a estas pedras [que se transformem em pães].
Cf. também Mt 4:3; 16:20; Rm 16:1-2 (possível); 1 Co 1:10; Ef 1:17; 3:16;76 1 Tm 5:21; 2 Pd 1:4 (possível); 1 Jo 5:16. d) Oração Apositiva A ênfase do iva apositivo é representado pelas expressões: a saber, que. Embora não seja freqüente, é quase uma expressão da literatura joanina. Jo 17:3
aÜTq èativ q alom oç (« q [iv a ylucÓokcoolu ac xòv póvov oAqGLVÒu1 Gcóu]77 A vida eterna é esta, [a saber, que te conheçam, o único Deus verdadeiro].
75 A oração objetiva direta com otl responde a “O quê?” Responde, porém, a uma não a uma ordem. Cada tipo de oração é, desse modo, bem adaptada ao verbo de quem depende. Essa oração expressa o conteúdo do verbo implícito da oração no v. 14 (na frase "eu me prostro perante o Pai"). 77 YLwáaKOuaLV está em lugar de ylvcóokwolv em A D G L N W Y D L 0109 0301 33 579 1241 et alii.
declaração,
476
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
1 Jo 3:11
ctuxr) èailv r) ãyyeÀLa qv f|Koúaaxe ôrr’ àpxf|ç, [ um àyaiTG)|iev àÀÀijÀouç] Esta é a mensagem que tendes ouvido deste o princípio, [a saber, que nos amemos uns aos outros],
Cf. também Lc 1:43 (possível); Jo 15:8, 12; At 17:15; 1 Co 4:6 (segundo Iva)-/^ 1 Jo 3:23; 4:21; 5:3; 2 Jo 6; 3 Jo 4. 5)
Oração Epexegética com iva O 'iva epexegético ocorre depois de um substantivo ou adjetivo para explicá-lo ou esclarecê-lo. No grego clássico, isso seria expressado por um infinitivo epexegético.
Lc 7:6
oi) i.Kavóç elpi [t m ímò tt)v axéyqv pou eí.oéÀ9qç] eu não sou digno [que entres sob meu teto],
Jo2:25
oó ypeíav eí^ev [t m tlç paptupqoql ele não precisava [que qualquer um desse testemunho]
Cf. também Mt 8:8; 10:25 (possível); 1 Co 9:18; Fp 2:2 (possível);79 1 Jo 1:9.80 6) "Iva Complementar Esse uso de Iva completa o significado de um verbo auxiliar tal como GéÀca, òúvapai e semelhantes. No grego clássico, isso seria expressado por um infinitivo complementar. Embora complementar, a força da cons trução inteira (verbo + oração com Iva) geralmente seja de propósito (de acordo com o lexema do verbo principal). Mt26:4
ouvePouÀeúoavxo [ um xòv Tqaoüv . . . KpaTqaGXJiv Kai à-rroKTeívamv] Eles tomaram conselho entre si [para prender Jesus. . . e para matá-(lo)].
Lc 6:31
KaBcàç GéÀeue [m ttolcòolv úplv ol ãvGptonoi.] noieiue auxoiç ópoLtoç E como vós quereis [que os homens vos façam], da mesma maneira fazeio vós.
1 Co 14:5
GéÀw uávxaç úpâç kakclv ykóaacac,, pâÀLov ôè [t m irpoctjqieúqTe] eu desejaria que todos falassem em línguas, mas especialmente [que profetizassem]. Note o paralelo entre a primeira metade do verbo, que usa um infinitivo complementar, e a segunda metade, que usa uma oração com plementar 'iva.
Cf. também Mc 9:30; 10:35; Jo 9:22; 17:24. 7) Imperatival com "Iva O subjuntivo raramente é usado depois de Iva com a força de uma ordem. Embora estruturalmente pareça uma subordinada com subjunti vo, ele ocorre em orações onde o subjuntivo é o verbo principal. Assim, 78 Também poderia ser tomada como resultado. 79 Contra Moule, Idiom Book, 145 (ele o considera como uma oração objetiva direta/ conteúdo com Iva). 80 Também poderia ser propósito-resultado ou simplesmente resultado.
Modos: subjuntivo (com o verbo de cautela, etc.)
477
esse uso poderia ser facilmente tratado como um subjuntivo indepen dente.81 Mc 5:23
xò BuyáTpióv pou èo/áxtoç e/ei, 'iva êA.0còv èiuGfjç xàç /eipaç abxfj 'iva aü)0q Kal Çijar| Minha filha está para morrer. Vem e coloca tuas mãos sobre ela para que seja curada e viva. E evidente que a oração com iva não segue logicamente o que foi ante riormente dito e, portanto, não é subordinada a ela.
Ef 5:33
e K a a t o ç t t ) v è a u t o ü y u u a tK a oüxcoç ày airáxG )
ò ç èauxóy, t) õè yuur| 'iva (jjopfjxai x ò y a u ô p a Que cada um [de vós] ame sua própria esposa como a si mesmo, e que a mulher respeite o [seu próprio] marido. O paralelo com o imperativo áyaiTáxco na primeira metade do verso mostra a força independente da oração com 'iva.
Cf. também Mt 20:33; Mc 10:51; 1 Co 7:29; 2 Co 8:7;82 G1 2:10; Ap 14:13. Cf. para outras possíveis referências: Mc 14:49; Jo 1:8; 14:31; 15:25; 1 Co 16:16; 1 Jo 2:19. c.
Subjuntivo com o Verbo de Cautela, etc. 1) Definição Mrj mais o subjuntivo pode ser usado depois de verbos como temer, avisar, vigiar, etc. Não em comum nos melhores escritores (Paulo, Lucas, Hebreus), esta construção serve como um alerta, sugestões cuidadosa ou ansiedade. 2) Ilustrações
Lc 21:8
pXétTexe fur] xA.avTi0f|Te Vede que não sej ais enganados.
1 Co 8:9
piérrexe /uij ttgjç q ètouoía upcôv aüxq TrpóoKoppa yévqxai. xolç âo0eyéoiy Vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos.
Hb 4:1
c[)oPq0(âpey . . . ^ijnoTe . . . õoicfj xíç èç úpwu úoxepr|Kéyai Temamos . . . que . .. nenhum de vós pareça ter falhado.
Cf. também Mc 13:5; At 13:40; 23:10; 27:17, 29; 2 Co 11:3; 12:20.
81 Temos tratado dele aqui segundo nosso princípio de prioridade estrutural. 82 Uma visão diferente é apreentada por V. Verbrugge, "The Collection and Paul's Leadership of the Church in Corinth" (Tese de Ph.D. Universidade de Notre Dame, 1988) 195-204. Ele afirma que a oração com 'iva de 2 Co 8:7 é "mais um desejo" que uma ordem (204). Para fazer isso, Gélopev deve ser entendido, como Verbrugge a admite.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
478 d. Subjuntivo em Questões Indiretas 1) Definição
O subjuntivo, às vezes, é usado em questões indiretas. Geralmente, se gue o verbo principal, mas parece estranho (até mesmo desconectado) à estrutura da sentença. Por causa disso, o subjuntivo (e sua partícula interrogativa acompanhante) precisa ser arrumado na tradução. O sub juntivo em questões indiretas reflete um subjuntivo da questão direta conseqüentemente, isso pode ser considerado uma questão deliberativa indireta.83 2) Ilustrações Mt 15:32
já
Lc 9 :5 8
xpéíç TTpoo|iévoixjív poi Kal oíik exouaiv xí (jjáyuoiv [por] trê s d ias, e não te m o que comer. Literalmente, "ele não tem o que comer." A questão direta seria: xí (jjáywpev; ("O que vamos comer?").
f|õri r p é p c a
ó
está c o m ig o
ulòç xoú á v B p w iT O U ouk e / e u irou x q v K e ^ a A -q v KAávq O Filho do Homem não tem onde reclinar sua cabeça.
Cf. também Mt 6:25; 8:20; Mc 6:36; 8:1-2; Lc 12:17. e.
Subjuntivo em Orações Indefinidas Relativas 1) Definição O subjuntivo é usado, com freqüência, depois de ooxlç (av/èáv) ou oç (õ ’) av. A construção normalmente indica um sujeito genérico (ou, às vezes, incerto), (mas cf. Lc 9:4; Jo 1:33; Rm 9:15; 2 Co 11:21); logo, temos a partícula de contigência e a necessidade de um subjuntivo. A construção leva-nos a esperar o equivalente de uma condição de terceira ou de quinta classe. (A diferença é que nas orações relativas indefinidas o elemento de contingência não é de tempo, mas pessoa.) Assim, o subjuntivo é muitas vezes traduzido como um indicativo, visto que o elemento potencial pertence ao sujeito, não ao verbo. 2) Ilustrações
Mc 3:29
oç ô’ ã v pA.ao
83 O que o faz um pouquinho incomum, porém, é que ele caracteristicamente segue êxu - um verbo inadequado para perguntas em questões diretas.
479
Modos: subjuntivo (em orações temporais indefinidas) oç ô’ únrír|
Jo 4:14
êk toü üôoctoç
o i èyoò ôcóoco onrutô, oú pq õnj/qaet eíç
top
aicava84 Qualquer que beber da água que eu lhe der jamais terá sede novamente. G15:10
ò TOpáoacou úpccç pacrcáaei tò Kpípa, ootlç kkv q aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá o julgamento [dele].
Tg 2:10
ootlç
olov xbv vópov iqpqoq maior) & kv kví, ykyovev uÚvxíov èvo/oç85 Qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um ponto, tem se tomado culpado de todos.
Cf. também Mt 5:19, 21; 10:33; 12:50; Lc 8:18; At 2:21; 3:23; Rm 9:15; 10:13; 1 Co 11:27; 2 Co 11:21; 1 Jo 3:17. •
f.
Subjuntivo em Orações Temporais Indefinidas 1) Definição O subjuntivo freqüentemente é usado depois de um advérbio temporal (ou preposição imprópria) com o sentido de até que (e.g., ecoç, aypi, pé/pi). Ou ainda mesmo, depois da conjunção temporal oxav com o sentido de quando quer que. Ele indica uma contigência futura da perspectiva do tempo do verbo principal. 2)
Ilustrações
Mt 5:11
paicápioí èote ò r a v òveiôíocaoiv úpâç Bem-aventurado sois vós quando vos injuriarem
Mt 5 :2 6
oi) pq èçéÂBqç 6 K 6 i0 e v , k'coç a â i r a ô t â ç xbv layjxxov Koôpávtqv De maneira nenhuma sairás dali até que pagues o último centavo.
Jo
oú
13:38
R m 11:25
pq riÃC K Tw p c[)Gmqaq ecoç o u ápuqoq pe xpíç não cantará o galo até que tenhas me negado três vezes.
m ó p to o iç dcuò pé p o u ç Ttô To p a q A .
ykyovçv
ã x p t ou
xò
TTÀripw pa
xkv
cQvcôv eíaélGq Um endurecimento parcial para Israel aconteceu até que a plenitude dos gentios haja entrado. 1
Co
11:26
tò v üávaxov to ü Kupíou KataYyéÀA.eTe ã x p i ou eÀ0q
anunciais a morte do Senhor até que ele venha. 84 A leitura ocidental de ó ôè ttlvwv se encontram em N* D, em assimilação óbvia com a linha anterior. 85 Alguém poderia esperar uma partícula contigente usada com ootlç (seja com av ou káv) e os verbos subjuntivos. Os escribas aparentemente sucubiram à tentação e alteraram o texto: A leitura tqpqoq e xxo.íar\ são sustentadas somente por S B C e alguns poucos MSS. A leitura mais correta gramaticalmente de verbos indicativos se encontra na maioria dos MSS, mas o verbos empregados variam: TT|pf|0€L tttklocl é a leitura de K L P 3Jí; irÀ.r|ptáo€i traxíoq é encontrado em A; T 81 1241 et alii têm xeLéoci ircaíoei; nA.qpúoaç tqpqoeL ircaíoeL é a leitura do 33.
480 2 Co 12:10
Sintaxe Exegética do Novo Testamento orai/ áaOeucâ, tóte õuvatóç eíqn. Quando estou fraco, então é que sou forte.
Cf. também Mt 2:13; 5:18; 6:5; Mc 13:30; Lc 8:13; 12:11; 22:16; Jo 2:10; 15:26; At 2:35; 23:12; Rm 11:27; 1 Co 4:5; G1 3:19; Ef 4:13; 1 Ts 5:3; Hb 1:13; Tg 1:2; 2 Pd 1:19; Ap 6:11; 20:7.
III. O Modo Optativo A. Descrição Há menos que 70 optativos em todo o NT. Em geral, comenta-se que o optativo é o modo usado pelo emissor quando quer descrever uma ação como possível. Comumente ele fala de cognição, mas pode ser usado para apelar à volição. Junto com o subjuntivo e imperativo, o optativo é um dos modos potenciais ou oblíquos. Como já dissemos acima (na seção sobre o modo subjuntivo), o optativo foi absor vido pelo subjuntivo no período koinê. (Muito diferente do período clássico.) Uma vez que o grego se tomou uma segunda língua e se expandiu para além das fron teiras de seu país, as sutilezas da língua tenderam a ser suprimidas. Cerca de um quarto dos optativos usado no NT ocorre em uma fórmula (pq yévoixo). Assim também, outros optativos ocorrem em fórmulas semelhantes. Esses optativos mui to provavelmente não seriam considerados no período ático. Seria exagero dizer que os escritores do NT não captaram de forma geral a força do optativo. A escas sez do optativo no NT ilustra um princípio de mudança sintática entre o ático e koinê: Quando um aspecto morfossintático foi absorvido por outro no grego helenístico e quando um autor helenístico usa uma forma mais rara, ele normalmente o fez consciente mente e com entendimento. Isso significa que a absorção moveu-se em uma única di reção: Um autor helenístico usa um subjuntivo enquanto um autor clássico, um optativo. Mas um autor helenístico não usaria um optativo em uma situação que, na era clássica, fosse requerido um subjuntivo.86
86 Esse é um conceito importante para os estudantes aprenderem. Dois exemplos análogos ilustram esse ponto: (1) àvxi não é usado no sentido de em benefício de (substi tuição) no grego koinê, mas fjrrép é usado no sentido de em lugar de (representação). A justaposição do uso move-se em uma única direção. Assim, quando um autor usa áuví, há uma pressuposição antecedente de seu próprio uso, e quando ele usa útrép não deve ríamos hesitar em aceitar, às vezes, substituição. (2) «ate + o indicativo (usado só duas vezes no NT em orações subordinadas [Jo 3:16 e G12:13] ainda carrega a força do "resul tado real", enquanto (ISoie + o infinitivo pode ser usado como "resultado natural" ou "resultado real". A categoria mais rara, quando usada, ainda é usada corretamente. (So bre o uso de uoTf + indicativo, note BDF para alguns conclusões ingênuas, mas bizarras. Eles pressupõem que uma sutileza assim não poderia ocorrer no NT - ela "não é uma expressão genuína no NT" [197, §391.2] - eles fazem uma emenda ao texto de Jo 3:16 baseada na evidência incrivelmente escassa que faria vergonha até mesmo ao adepto mais rigorosamente eclético [198, §391.2]!)
481
Modos: optativo (volitivo)
B. Usos Específicos 1. Optativo Volitivo (de Desejo Obtível, Voluntativo) a.
Definição Esse uso expressa, uma oração independente, um desejo obtível ou uma ora ção. Ele é um apelo freqüente à vontade, em particular quando usado em orações.
b.
Semântica O optativo volitivo no NT parece se encaixar dentro de uma de três nuanças: •
mera possibilidade que algo acontecerá. Há uma grande quantidade de dúvida na apresentação. É mais parecido com uma expressão clássica. É muito raro no NT.
•
fórmula estereotipada que perdeu seu "sabor" optativo: pq yévoixo comumente tem a força de aversão,87 e pode, em alguns contextos, ser o equivalente de oè pq + subjuntivo aoristo (um negativo muito forte).
•
pedido polido sem necessariamente uma indicação de dúvida de qual será a resposta. Temos um uso semelhante de discurso polido: Eu pode ria, por exemplo, perguntar a minha esposa: "Você pensa que você se ria capaz de me ajudar com os pratos hoje à noite?". O que é diferente de: "Por favor, ajude-me com o pratos!". A resposta esperada do pedi do, porém, seria a mesma. O optativo voluntativo parece ser usado assim na linguagem de preces ou orações. Novamente, como pq yéuoiTo, isso é amplamente uma ex tensão do grego ático embora seu significado tenha mudado. Isso não se deve a qualquer mudança substantiva na sintaxe, mas, pelo contrá rio, devido a uma mudança na perspectiva teológica. As orações oferecidas aos semideuses da antiga Atenas eram barganhas, repulsas e sem res posta. Mas o Deus do NT é maior que isso. A oração oferecida a Ele depende de sua soberania e bondade. Assim, embora a forma dessa lin guagem, no NT, tenha jeito de possibilidade remota, quando ela é ofe recida ao Deus que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos, seu signi ficado, muitas vezes, move-se para dentro da dimensão de expectação. Se incerteza é parte do pacote, não se deve a Deus, mas simplesmente à humildade do pedinte diante de alguém que é transcendente.
87 Em 12 dos 14 usos, Paulo "expressa seu aborrecimento com inferência ao fato de que seus argumentos sejam usados de forma errada" (Burton, Moods and Tenses, 79 [§177]).
482
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Esse uso volitivo é a categoria mais comum do optativo (pelo menos, 35 dos 68-69 usos pertencem aqui).88 Uma expressão que molda quase metade de todos os optativos volitivos: pr] yéuotTO, ocorre 15 vezes (14 em Paulo). c.
Lc 20:16
Ilustrações è le ú o e T a i
Kal
à -rr o À é o e i
touç
Y c ta p y o u ç
to utou ç,
Kal
ôcúaet
to u
Mq yévoi.TO. "Virá e exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros". Ao ouvirem isto, disseram: Tal de modo nenhum aconteça!" Parece se encaixar na primeira categoria: "Esperamos que jamais fa çam isso", um pedido em vão.
á p i T e l c a v a (íXXoiç. a K o ú a a u T e ç õ è e liT a u ,
Rm 3 :3 - 4
el qTnoTqaáv K a t a p y q a e L ; (4)
T t v e ç , |irp q à m o t l a a u i t â v i q v t t l o t l u t o u 0 e o ü pq yévotTO y tv é a 0 G J õè ò 0 e ò ç à / .q 0 q ç , ttccç ô'e ãy0pcoTTOç
tjte ú o T q ç
Se alguns foram incrédulos, a incredulidade deles anulará a fidelidade de Deus? (4) De modo nenhum! Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso! Obviamente o uso de Paulo de pq '/( v o lto não é o mesmo de Lucas. Aqui ele indica, como geralmente faz, sua repulsa ao pensamento que alguém pudesse inferir uma conclusão errônea do argumento prévio. 0 apóstolo teria expressado seu sentimento com oí) pq yévqxai, a não ser que o optativo parecesse apelar à volição: Vocês jamais deveria con cluir algo assim! Deus proíbe que você pense isso! De modo pensem assim! Daí por diante. Cf. também Rm 3:6, 31; 6:2, 15; 7:7, 13; 9:14; 11:1, 11; 1 Co 6:15; G12:17; 3:21; 6:14. 1 Ts 3:11
Auxòç ôe ó iq v
0 c ò ç K a l TTarqp
qptòv K a l ó K Ú p ia ç
q pcòu
’Iqooôç KaieuGúuat
ó õ ò u q p c ô y ir p ò ç ú p â ç
Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus dirijam-nos o caminho até vós Pode haver alguma importância no uso de um verbo singular com este sujeito composto. Algumas possibilidade são (1) Nesse estágio primiti vo da nova fé (1 Tessalonicenses sendo a segunda carta mais antiga de Paulo), uma clara distinção entre o Pai e o Filho ainda não solidificado (mas a distinção das pessoas é feita pelos distintos artigos antes de cada nome); (2) o optativo está unindo o Pai e o Filho em termos de propósi to e, até certo ponto, portanto, colocando Jesus Cristo no mesmo nível que Deus; (3) como é comum no NT, quando um sujeito composto é usado com um verbo singular, o primeiro sujeito nomeado é o mais importante dos dois89 (embora isso normal ou exclusivamente ocorra na literatura narrativa, e, tipicamente, com o modo indicativo).90
88 Todos, exceto o primeiro verbo em Fm 20 é terceira pessoa do singular. Todos exceto um em At 8:20 que é um aoristo. Mc 11:14, At 8:20, e, provavelmente, Jd 9 são as únicas orações imprecatórias no NT. 89 Cf., e.g., Mc 8:27; 14:1; Jo 2:2; 3:22; 4:53; At 5:29. 90 Veja a discussão do "Sujeito Composto com Verbo Singular" no capítulo sobre pessoa e número.
Modos: optativo (oblíquo)
483
2 Tm 1:16
õo£r| eÀeoç ô KÚptoç icô ’Our|0 i.(J>ópou o’Íkco O Senhor vos conceda misericórdia sobre a casa de Onésimo! Este é um exemplo de um pedido polido. Há uma expectativa evidente de cumprimento no pedido.
2 Pd 1:2
yvápiç úpü' Kal eípriu1! nA.qOwOcíq kv cmvuGÓaei xoG 0eoG Kal TqaoG xoG Kupíou ripwa Graça e paz sejam multiplicadas no conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor Há probabilidade de que o autor esperasse tais bênçãos para seus ou vintes. A linguagem, além de não tomar emprestado qualquer dúvida do corpus paulino, acrescenta ao optativo mais clareza.
Cf. também Mc 11:14; Lc 1:38; At 8:20; Rm 15:5,13; 1 Ts 5:23; 2 Ts 2:17; 3:5,16; 2 Tm 1:18; Fm 20; Hb 13:21; 1 Pd 1:2; Jd 2, 9 (provável).
2.
Optativo Oblíquo a.
Definição Esse optativo pode ser usado em questões indiretas depois de um tempo secun dário (i.e., que tem aumento - aoristo, imperfeito, mais-que-perfeito). O optativo substitui o indicativo ou subjuntivo da questão direta. Isso ocorre cer ca de doze vezes, dependendo das variantes textuais,91 mas só nos escritos de Lucas.
b. Ilustrações Lc 1:29
óteÀoyíCexo TTOxaTròç eií) ò áouaapòç ouxoç Ela estava ponderando o que poderia ser este tipo de saudação. A questão direta seria: Ela se admirou: "Que tipo de saudação é [koxiv] esta?'"
Lc 8:9
èiTqpcáitou auxòv ol pa0qxal aòxoG xíç auxq cíq q irapa(3aA.q Seus discípulos começaram a perguntá-lo o que esta parábola significaria. A questão direta seria: "O que significa esta parábola?"
At 21:33
éTTW0ávexo xíç etq lhe perguntou quem seria.
Cf. também Lc 18:36; 22:23; At 17:11; 25:20.
3.
Optativo Potencial Esse optativo ocorre com a partícula ãu na apódase de uma condicional de quarta classe incompleta.92 E usado para indicar uma conseqüência no futuro de uma
91 Especificamente, quer ãv seja usado quer não. A presença de av muito provavelmente é o critério de julgamento. 92 Veja o capítulo sobre as sentenças condicionais para uma discussão mais completa.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
484
condição improvável. Não há no NT condicionais de quarta classe completas. A prótase (que também usa o optativo) precisa ser providenciada. A idéia é: "Se ele pudesse fa z er algum a coisa, ele deveria fa zer isto". Há um punhado de exemplos que ocorrem no NT, todos nos escritos de Lucas. Lc 1:62
At 17:18
évéveuov xcâ naxpl oarcoü xò xí 0éA.oi KaM.a9at auxó E perguntaram, por acenos, ao pai do menino como queria que lhe cha massem. A prótase implícita é: "Se ele tivesse sua voz de volta para que pudesse lhe dá um nome". eÀçyov xí GéÀot ó aneppoÀóyoç ouxoç A.éyeiv; alguns [dos filósofos] estavam dizendo: "O que esse tagarela quer dizer?" A prótase implícita é: "Se ele pudesse dizer qualquer coisa que fizesse sentido!"
xlucç
Cf. também At 5:24; 8:31.
4.
Optativo Condicional Esse é o uso do optativo na prótase de uma condição de quarta classe (a partícula condicional usada é cí). Ela é usada para indicar uma condição possível no futu ro. Geralmente, uma possibilidade remota (tais como: "Se ele pudesse fa zer algu ma coisa, talvez isso ocorreria"). Não há condicionais de quarta classe completas no NT. Às vezes, a oração condicional é mista, sem optativo na apódose (e.g., At 24:19). Em outras ocasiões, nem a apódose é suprida, a prótase funciona como um tipo de parênteses estereotipado (e.g., 1 Co 15:37).93 Esse uso, como o optativo potencial, é muito raro.94
At 20:16
ecmuõev e i ôuvaxòu eír) aúxco xqv rpepav xfjç ireuxr|Koaxf|ç yevéa9ai elç 'Iepooó^upa Apressava-se, pois, para estar, se fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes.
1 Pd 3:14
e i Kai uáaxoixe õià õiKaioaúvriv, paKápLoi mas se sofrerdes pela justiça [serieis] bem-aventurado. Esse texto chega bem perto de qualquer condicional de quarta classe completa no NT. À primeira vista, os leitores dessa carta ainda não ti nham sofrido por causa da justiça, e a possibilidade de tal acontecer logo parece remota. O autor reforça esse ponto no v. 17, novamente, com um optativo condicional: "E melhor sofrer por fazer o bem que por fazer o mal, se assim for a vontade de Deus (e i QkXoi x ò G r À r i p a t o ü 0eou). Embora a ocasião de 1 Pedro seja, muitas vezes, envolvida por suposto sofrimento por parte dos leitores, esse texto parece contrariar isso. Provavelmente, é melhor ver o autor no meio do sofrimento, de onde sua experiência lhe permite oferecer conselho aos crentes que es tavam distante dele.
Cf. também At 17:27; 20:16; 24:19; 27:12,39; 1 Co 14:10; 15:37; 1 Pe 3:17. 93 Boyer, "Optatives," 135. 94 Veja o capítulo sobre as sentenças condicionais para uma discussão mais completa.
485
Modos: imperativo (ordem)
IV. O Modo Imperativo A. Descrição O modo imperativo é o modo da intenção. É o modo mais distante da certeza. (Aque les que têm crianças hiperativa entendem isso!) Ontologicamente, como um dos modos potenciais ou oblíquos, o imperativo move-se na dimensão de volição (envol vendo a imposição da vontade sobre outro) e possibilidade. Há muitas exceções a esse duplo "sabor" do imperativo no uso real, embora em quase todos os exemplos o poder retórico do imperativo possa ainda ser sentido. Assim, quando Paulo diz: "Se o incrédulo quer se separar, que se separe (xwpiÇéaGtú)" (1 Co 7:15), o imperativo permissivo é mais enfático aqui do que na frase: "Se o in crédulo se separar, tudo bem!" Em Tg 4:7, o imperativo condicional não perdeu seu sabor injuntivo: "Se resistir (àuTLOTqxe) [e você deveria!], ele fugirá de você". Tecni camente, então, não é melhor chamar esse de o modo da ordem, porque ele pode ser usado para outros ações que não seja uma ordem. Essa força volitiva, no entanto, ainda permanece subentendida, mesmo quando o emissor não está dando ordens.
B. Usos Específicos ^ 1.
Ordem a.
Definição O imperativo é mais comumente usado para ordens,95 excedendo em número o imperativo proibitivo cerca de cinco por um. Como uma ordem, o imperativo parte, geralmente, de um superior para um inferior. Ele ocorre freqüentemente com o aoristo e presente (somente raras vezes com o tempo perfeito96). A força básica do imperativo de ordem envolve algumas nuanças diferentes com cada tempo. Com o aoristo, a força geralmente é ordenar a ação como um todo, sem focalizar na duração, repetição etc. De acordo com sua força aspectual, o aoristo enfatiza uma ordem sumária. Com o presente, a força geralmente é o comando de uma ação como um processo contínuo. Isso está de acordo com o aspecto do presente, que retrata uma perspectiva interna. Muito mais pode ser dito sobre a interação entre os tempos e o modo imperativo (veja capítulo sobre orações volitivas para discussão detalha).
95 Veja o capítulo sobre orações volitivas para uma discussão mais detalhada. 96 Cf. Mc 4:39 (tr«j)í(iwoo); At 15:29 (eppuoOc); 23:30 (eppwoGc [variante encontrada em P 1241], eppcooo [variante encontrada em X Byz et plu]); Ef 5:5; Hb 12:17; Tg 1:19. Nesses últimos três textos, íoxe seria imperativo ou indicativo perfeito ativo.
486
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Por hora, o mais importante a lembrar no momento é: o imperativo é mais usado com freqüência para se dar uma ordem. Uma nota final: O imperativo, na terceira pessoa, normalmente é traduzido como faça ele, etc.97 Sem considerar como é traduzido, o expositor é responsável em observar e explicar a forma grega destacada. b. Ilustrações
Mc 2:14
àKoA.oú0€i |J.oi Siga-me!
Mc 6:37
ôóxe ocüxoiç úpeiç cfxr/eiv Dai-lhes [algo] de comer.
Jo 5 :1 1
Co
1 :3 1
2 Co
1 3 :5
1
Hb 13:17 Tg 1:5
âpov x ò v K p á(3axxó v a o u Kal ueptirátet Toma o teu leito e anda. kv Kupícp KauxáaGa) Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. A ênfase dessa nuança não é uma opção. Aquele que se gloria deve gloriar-se no Senhor.
ó Kauxúpeuoç
iTetpáÇeue e l è a x è kv x f) T r ía x e t Provai a vós mesmos [para ver] se estais na fé.
éauxouç
ireí0ea0e xolç f)YOU|iévoLÇ í)|i(5v Obedecei àqueles que vos lidera. el xtç úqúv Xeítrexai aotjjíaç, alxelxca Tiapà xoõ . . . 9eoô Se qualquer um de vós tem falta sabedoria, peça a Deus. A força do imperativo provavelmente não é uma mera exortação ou permissão, mas uma ordem mesmo. Em outras palavras, a falta de sabedoria (no meio dos sofrimentos [vv 2-4]) não é uma opção de procurar a Deus, mas uma obrigação.
Cf. também Mc 6:10; Lc 12:19; Jo 2:5, 16; At 5:8; Rm 6:13;2 Co 10:7; G1 6:1; 2 Tm 1:14; Hb 12:14; Jd 21; Ap 1:19; 19:10.
97 Um número de passagens seria facilmente confundido como mera permissão em muitas das nossas versões. Alguns desses exemplos envolvem a ambigüidade sobre o fato de "quem é referido, embora seu sabor imperativo ainda seja evidente. Por exem plos, em 1 Tm 4:12 ["Ninguém despreze a tua mocidade"] significa: "Não deixe nin guém desprezar tua mocidade" ou "Eu ordem aos outros que não desprezem tua mocida de"? A primeira tradução teria um verbo na segunda pessoa; a segunda, uma terceira pessoa, como está no grego [KatatJpwcí.Tw]). O grego é mais forte que uma mera opção, empregando a volição e colando um requerimento sobre o indivíduo: Mt 5:31, 37; 11:15; 13:9, 43; 16:24; 18:17; 19:12; Mc 4:9; 8:34; Lc 16:29; At 1:20; 2:14; Rm 14:5; 15:11; 1 Co 1:31; 3:18; 4:1; 7:3, 9 (provavelmente); 11:6; 2 Co 10:17; G1 6:4; Ef 5:33; Fp 4:5, 6; Col 2:16; 1 Tm 2:11; 3:10; 4:12; 5:16, 17; Hb 1:6; 13:1; Tg 1:4-6, 9; 5:14, 20; Ap 2:7; 3:22; 13:18.
487
Modos: imperativo (proibição)
2.
Proibição a.
Definição O imperativo comumente é usado para proibir uma ação.98 E simplesmente uma ordem negativa (veja discussão acima), pij (ou um cognato) é usado antes do imperatvio para tornar a ordem em uma proibição. Quase todos os exemplos no NT envolvem o tempo presente. O aoristo é encontrado como um subjuntivo proibitivo.99
b. Ilustrações Mt 6:3
fiT] ywÓtoo q ápiorepá aou xí uoiel qõçÇiá aou Não saiba a tua mão esquerda o que está fazendo a tua direita.
Mc 5:36
jur? o|3oü, [íóvov TTÍaxeue. Não temas, somente creia.
At 10:15
íx ó Oeòç èKaBápiaen, au /ur] Koívou O que Deus purificou, não tome impuro. A força dessa proibição é fortalecida pelo pronome oú. A idéia é "Não suje o que Deus purificou!"
Rm 6:12
firj pomA.euéra q «papua kv x õ Ourprcô úpíân Não reine o pecado em vosso corpo mortal.
Ef5:18
jJ.r) pe0úoKeo0e oívw Não vos embriagueis com vinho.
ooSpait
1 Tm 5:16 /ur] (3apeía0O) q èKKÀ.qaía Não sobrecarregue a igreja. O português capta bem esse tipo de imperativo permissivo. Cf. Lc 10:4; Jo 2:16; 5:14 (com pqKeiL); 20:17; At 1:20; 27:24; 1 Co 3:18; G1 6:17; Cl 2:16; 1 Ts 5:19-20; Hb 12:5; 1 Jo 2:15; Ap 5:5.
3.
Pedido (Solicitação, Ordem Polida) a.
Definição O imperativo é, muitas vezes, usado para expressar um pedido. Normal mente, visto quando o emissor se endereça a um superior. Os imperativos
98 Veja o capítulo sobre as sentenças condicionais para uma discussão mais detalha da, particularmente do uso dos tempos em proibições. Há, em minhas contas, 8 exemplos somente do imperativo aoristo em proibições. Todos com Jesus falando (Mt 6:3; 24:17,18; Mc 13:15 [bis],16; Lc 17:31 [bis], Essa evidência múltipla, conjugada com o critério de dissimilaridade (em que nenhum outro usa essa convenção morfossintática) sugere que tais ditos sejam autênticos.
488
Sintaxe Exegética do Novo Testamento (quase sempre no aoristo) dirigidos a Deus em oração se encaixam nesta categoria. O pedido pode ser positivo ou negativo (por favor, não. . .). Nes ses casos, a partícula |ir| precede o verbo. As vezes, o imperativo de petição será usado por um superior quando se dirigir a um inferior, especialmente, quando for um apelo da autoridade. A dificuldade aqui surge, porque estamos tratando de uma língua escrita. Assim, não podemos ouvir o tom do emissor. b. Ilustrações
Mt 6:10-11
èXOeTCd f] paoiAeía oou yeuqGqTCú tò GeÀqpá oou . . . tòu apxou qpa) v xòv éTTioúaiov ôòç qplv arpe pou Venha a nós o teu reino, seja feita tua vontade . . . o pão nosso de cada dia dai-nos hoje
Lc 11:1
KÚpie, ôíôa^ou qpáç TTpoaeú^eaOai Senhor, ensina-nos [como] a orar
Lc 15:6
ouyKaM. touç ([ráouç Kai touç ye ÍTO u a ç Aéytov auiolç auyxápqxé poi Ele reúne seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes, "Regozijai-vos comi go!"
Jo 4:7
icyei oarcrj ò Tqaoüç, Aóç pot neiv Disse-lhe Jesus:"Dá-me [água] de beber"
Jo 4:31
qpÚTCou autòu ol paOqxal /iyo u teç, 'Pappí, «jjáye.
Seus discípulos começaram a rogar-lhe, dizendo: "Rabi, come". O verbo introdutório ("rogar ou perguntar" [qpcÓTCDv]) indica que um pedido está sendo feito, não uma ordem. 2 Co 5:20
õeópeOa úirèp X p lotou, KaTalláyqte tcú 0ecô Rogamos por Cristo, reconcilai-vos com Deus.
Cf. também Mt 6:9; 26:39, 42; Mc 9:22; Lc 7:6 (com pq), Lc 7:7 7; 17:5; Jo 17:11; Jo 19:21 (com pq); At 1:24; 2 Co 12:13; Fp 18; Ap 22:20.
4.
Imperativo Permissivo (de Tolerância) a.
Definição O imperativo raramente é usado para conotar permissão ou, melhor, tole rância. Também não implica, normalmente, que algo seja opcional ou apro vado. Ele vê o ato como um cumprimento do fato. Em tais exemplos, é possí vel até denominá-lo de "imperativo de resignação". Em geral, é melhor tratálo como uma afirmação de permissão, concessão ou tolerância. As conotações de "permissão são, geralmente, capazes de enquadrar de modo adequado as nuanças envolvidas.
Modos: imperativo (condicional)
489
b. Ilustrações Mt 8:31-32 eí èKpáUeic; fpâç, k^ óoxcilov fpâç eíç Tqv àyéÀ.r|v twv x°Lpw^(32) Kaí eiTiey aútoiç úiráyeie. "Se nos expulsas, envia-nos para a manada de porcos." (32) E disselhes: "Ide!" Nesse exemplo o imperativo traz dupla nuança: O Senhor está expul sando-os (assim, uma ordem) e concedendo-lhes o pedido de entrar nos porcos (permissão). 1 Co 7:15
eí ó cnucrtoç /MptCetcu, xwpiíéaôo) Se o incrédulo separar, que se separe.
1 Co 7:36
éàv rj ímépaKpoç Kai otkcoç òcjteUet yíveaQai, ô Oé/let troteÍTCo, oúy àpapxávei, yapeíxcooav se tiver passado na flor da idade, e se for necessário, que íaça o que quiser; que se casem.
Cf. também Mt 23:32; 26:45 (possível);100 2 Co 12:16 (possível).101
5.
Imperativo Condicional a.
Definição O imperativo pode, às vezes, ser usado para declarar uma condição (prótase) sobre a qual o cumprimento (apódase) de outros verbos depende. Há pelo menos 20 desses imperativos no NT.102
b. Estrutura e Semântica O imperativo sempre ou quase sempre se acha na construção imperativo + Kaí + futuro indicativo.103 A idéia é "Se X, então Y acontecerá". Há poucas construções em que o verbo, na apódase, seja também imperativo104 ou Ot) litj + subjuntivo,105 embora sejam todos exemplos disputados.
100 yeja Robertson, Grammar, 948. 101 Também poderia ser considerado como um imperativo condicional. 102 Boyer, "Imperatives," 39. 103 Todos os textos incontestáveis descobertos por Boyer envolvem essa construção ("Imperatives", 39). Cf. Jo 1:46; 7:52; etc. para outras referências e discussão, veja D. B. Wallace,"’OpyíCeo0e em Ef 4:26: Ordens e Condições?" CTR 3 (1989) 352-72, especificamente 367-71. (Esse ensaio foi reimpresso em The Best in Theology, vol 4, ed. J. I. Packer [Carol Stream, 111.: Christianity Today, 1990] 57-74. Todas as páginas citadas são as do artigo original da CTR.) 1 E.g., Lc 6:37. Burton, Moods and Tenses, 81 (§183) afirma que nesse texto o "impe rativo [está] sugerindo uma hipótese . . ." Em meu estudo anterior sobre imperativos condicionais, eu inadvertidamente ignorei a possibilidade do subjuntivo na apódase (Wallace, "Efésios 4:26").
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
490
Mesmo se essas construções disputadas forem válidas, é significante que em cada uma delas o verbo principal seja semanticamente equivalente a um futuro indicativo. Tomemos Jo 1:46, por exemplo: ç íir e v
aúxcâ
N a 0 a v a f|X
é ic N a í a p è x
ô ú v a x a í
t l
á y a B ò v
elvo t u ;
XéyeL
aèxcô
ó
<$íXiititóç epxou kocI íõe
disse-lhe Natanael: Poderá, porventura, sair algo bom de Nazaré? Disselhe Filipe: Venha e veja!" Se epxou for condicional, então o imperativo principal carrega a força de um futuro indicativo: "Se vierdes, vereis". Todos os exemplos disputados mostram essa mesma idéia, ou seja, que o verbo principal funciona como se fosse um futuro do indicativo.106 Assim, podemos dizer que todos os imperativos condicionais indisputáveis no NT têm um futuro indicativo na apódase. E todos os imperativos condi cionais possíveis fazem o segundo verbo (imperativo ou subjuntivo) agir como se fosse um futuro indicativo. Como veremos, esse ponto toma-se importante em nossa discussão de uma passagem debatível. Além disso, nenhum dos imperativos condicionais indisputáveis parece ter perdi do sua força injuntiva. Quer dizer que, embora o imperativo seja traduzido por se fizerdes e semelhantes, o imperativo foi usado precisamente porque comunicava algo que outro modo não poderia.107 Desse modo, em Jo 1:39 epxeoOe K a l o\|íea0e ("vem e verás") significa Se vieres - e eu quero que venhas - verás. b. Ilustrações 1) Exemplos Claros Mt 7:7
aíxeixe K a l õoBqaexai. uple Pedi e dar-se-vos-á. A idéia é "se pedirdes (e deveríeis), vos será dado."
Mt 8:8
póvov eítre Xóya), K a l L aG qaexai. ó mxtç pou Somente dize uma palavra, e o meu servo será curado.
Jo 2:19
Aúaaxe xòv vaòv xoüiov K al év ipialv qpépaLç éyepw aircóv Destrui esse templo e em três eu o reconstruirei. O sentido do imperativo aqui é: "se destruirdes . . . " Mas se Àúoaxe é o padrão semântico normal dos imperativos condicionais, a força é até maior: "Se destruirdes este templo - e eu vos ordeno a fazerdes em três dias, reconstruí-lo-ei". Embora isso pareça remoto, à primeira vista, é verdadeiramente provável. Uma declaração profética assim é reminiscente das "ordens irônicas" dos profetas judeus (cf. Is 8:9;
106 Wallace, "Efésios 4:26," 367-71. 107 Uma ou duas orações com imperativos + Kaí + indicativo futuro são discutíveis (particularmente, Jo 2:19, mas veja discussão abaixo). Porém, o que é importante é: "to das os 21 imperativos condicionais potencialmente na construção imperativo + Kaí + indicativo futuro retiveram sua força injuntiva" (Wallace, "Efésios 4:26" 371).
Modos: imperativo (condicional)
491
Am 4:4). Ela funciona como um escárnio ou desafio, semelhante a "Vão em frente! Destruam este templo, se puderem! Eu o reedificarei!"108 Tal hipótese condiz com a imagem joanina de Jesus.109 Tg 4:7
àvTÍ0TT)Te tú> òiapó/Lp, Kai (JxúçeTai àc()’ úpcàu Resisti ao diabo e ele fugirá de vós. A idéia é "se você resistir ao diabo - e deveria - então, ele fugirá de você."
Cf. também Jo 1:39; Ef 5:14; Tg 4:10. 2) Texto Debatível e ExegeticamenteImportante Ef 4:26
ópyííoGe Kai pf) apaptánete Irai-vos e não pequeis. Alguns gramáticos pensam que um imperativo condicional pode ter um imperativo na apódase. Porém, isso é geralmente pressuposto de uma passagem que é altamente debatível, Ef 4:26.110 A tradução sugerida é: "se você está irado, não peque". Gramaticalmente, há três problemas fundamentais ao tomar ÓpylÇea9e como um imperativo condicional.111 Primeiro, não há nenhum outro exemplo indisputável de imperativos condicionais na construção im perativa + Kai + imperativo no NT.112 Diferente de Ef 4:26, todos os textos claros têm um futuro indicativo na apódase. Mas há, admitidamente, um bom candidato, mas se não fosse indisputável. Isso nos leva ao nosso segundo ponto. Segundo, todos os imperativos condicionais possíveis na construção imperativa + Kaí + imperativo requerem o imperativo principal para funcionar semanticamente como um futuro indicativo. Em Jo 1:46, a tra dução, então, seria: em lugar de "Vem e veja", "Se vieres, verás". (Cf. também Jo 7:52). Se aplicado a Ef 4:26, teríamos: "se estais irado, não pecarás " - um significado obviamente absurdo. Terceiro, todos os imperativos condicionais no NT (tanto indisputável quanto potencial) retiveram sua força imperatival. Isso é semanticamente diferente de um possível imperativo condicional em Ef 4:26. Aqueles que aderem à visão condicional não traduziriam a passagem "se estais irado - e eu quero que seja assim... ". Quando combinado com as idéias nota das acima em os imperativos condicionais, a visão condicional é primeiramemte sem sentido: "Se estás irado (e eu quero que seja assim), então não pecarás"! Com certeza, naturalmente, não é o que o texto sig nifica. Mas argumentar por um òpyíCcoQc condicional virtualmente re quer esse significado, visto que todos os paralelos apontam nessa direção.
108 Agradeço ao Dr. Hall Harris por sugerir a força retórica do imperativo aqui, como também os paralelos com os profetas. 109 A ordem irônica também ocorre em Apocalipse (22:11 diz: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo;!" [ò cíòlkGv áõiKqoáTü) eu Kai ò pntrapoç pimav9f|Ta> eti]). 110 Cf. BDF, 195; Robertson, Grammar, 949; Boyer, "Imperatives," 39. BDF usa esse texto como seu único texto-prova do imperativo condicional com um imperativo na apódase. Boyer igualmente não providencia outros exemplos. 111 Há também argumentos contextuais e outros exegéticos contra um òpyíÇcoBe con dicional aqui. Veja Wallace, "Efésios 4:26," para uma discussão. 112 Veja discusssão em Wallace, "Efésios 4:26," 367-71.
492
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Se opyíÇeoôe não for condicional, qual é então o significado de Ef 4:26? Ambos os imperativos seriam tomados em face do valor (ordem e proi bição, respectivamente): "Irai-vos e não pequeis". O que sustenta essa interpretação, entre outras coisas, é o resto do verso: "Não se ponha o sol sobre a vossa ira (irapopyiO|j(ã)".113 O verso 27, nessa construção, significaria que não se deve dar lugar ao diabo deixando de tratar o pecado no meio da comunidade cristã. Inteiramente oposto à visão da "cons ciência introspectiva", esse texto parece ser uma expressão taquigráfica para a disciplina na igreja, sugerindo que há uma garantia bíblica para õiKtua ópyp (como o grego o coloca) - justa indignação.
+ 6.
Imperativo Potencial (categoria debatível) O uso do imperativo poderia, talvez, ser usado na apódase de uma condicional implícita. Isso ocorre quando outro imperativo ocorre na prótase implícita (o imperativo condicional). Esse tipo imperativo potencial, contudo, é bastante disputado. Todos os exemplos possíveis (exceto apapTCCvexe em Ef 4:26) são semanticamente equivalentes a um futuro indicativo. Para discussão, veja im perativo condicional acima.
7.
Imperativo de Pronunciamento Ocasionalmente um imperativo na i>oz passiva é o equivalente de uma afirmação que é cumprida no momento da fala. Superficialmente, ele parece uma ordem, mas sua natureza é tal que ele não pode ser obedecido pelo recipiente e ainda é verdadeiro no momento em que é anunciado. O pronunciamento (ou, afirmação performativa) é expressa em termos imperativais com efeitos retóricos.
Mc 1:40-41 kkv GcÂqç õ ú fa o a í pe K a 0 a p ía a i. (41) Kal aTT/tayxviaGelç éicxeívaç triv %eípa auioíi q\j;ato Kal À éyet a ò i w GéÀw, KaèapíoOqTt
"se queres, podes me limpar." (41) E tendo compaixão, [Jesus] esten deu sua mão e o tocou, e disse-lhe: "Seja limpo!" A ordem de Jesus para o leproso dificilmente poderia ser "permite a ti mesmo ser limpo".
113 O termo irapopyiapó<; é usado quase que exclusivamente como a fonte de ira, não ser resultado. Ou seja, ele se refere a uma causa externa ou provocação, não uma reação interna. Cf., e.g., 1 Rs 15:30; 2 Rs 23:26; Ne 9:18; Salmos de Salomão 8:8-9 (um texto que carrega mais que uma semelhança passageira com Ef 4:26. ambos provavelmente se referindo antes a uma fonte judaica comum). O único texto que não tem esta força é Jr 21:5 (v.l).
Modos: imperativo (saudação convencional) Mt 21:21
Kav xw õpei xoúxw elinjre ctpGryu Kal PA.tt0titl ele, tr|i'
493 QáXaaoav,
y c v v p e ia i
Se disseres a este monte: "ergue-te e lança-te no mar", tal sucederá. Cf. também Mc 7:34; 11:23; Rm 11:10.
8.
Como uma Saudação Convencional Às vezes, o imperativo é usado de uma maneira convencional, ou seja, sua força injuntiva original tem sido suprimida. O imperativo é reduzido a uma exclamação. Isso ocorre especialmente em saudações.
Lc 1:28
XalPe> Ke/apLTtopéur|, ó KÚpioç pexà oou Alegra-te, [muito] favorecida! O Senhor é contigo.
Jo 19:3
Xa tP€ ° PaoiAeuç tqv 'Iouòaíwu Salve, rei do judeus!
At 15:29
eppcooGe Saúde! O decreto de Jerusalém às igrejas gentílicas termina com um perfeito imperativo convencional. Cf. também At 23:30 (v.l.).
2 Co 13:11 A.oiitÓv , dcôcltjioí, x^Lpeie Finalmente, irmãos, adeus. Isso, naturalmente, poderia ser uma ordem: "Regozijai-vos" Mas à luz da literatura helenística, esse termo é uma saudação. Contudo, pelo contexto, é melhor traduzi-lo como "adeus". Cf. também Mt 26:49; 27:29; Mc 15:18; Fp 3:1 (possível).114
114 A possibilidade de tomar xccípexe como uma saudação final é vista por sua colocação com xò àolttÓi' ("finalmente"), como em 2 Co 13:11. É mais provável, porém, que seja uma simples ordem ou pedido, visto que (1) tem um adjunto (cv Kupíco); (2) é seguido imediatamente por uma sentença que faz sentido se xaípete for tomado como uma ordem, visto que a oração tem uma referência anafórica ("para escrever as mesmas coisas" [cf. 2:18, 28]);
Os Tempos: Introdução Sumário do Capítulo Bibliografia Selecionada................................................................................................495 Prefácio............................................................................................................................... 495 I.
Definição de Tempo.............................................................................................. 496
II.
O..................Elemento Temporal.......................................................................... 497 A. Três Tipos de Tempo....................................................................................497 B. As Relações entre Modo e Tempo..............................................................497 1. Indicativo.............................................................................................. 497 2. Particípio...............................................................................................497 3. Subjuntivo, Optativo, Imperativo, Infinitivo..................................498 C. Descrição Vs. Realidade de Tempo...........................................................498 1. Tempos verbais diferentes do tempo cronológico.........................498 2. Tempos verbais mais amplos que o tempo cronológico...............498
III. O Elemento Aspectual (Tipo de Ação)............................................................ 499 A. Definição de Aspecto...................................................................................499 B. Tipos de Ação Possível................................................................................ 500 1.
Interno (ou Progressivo)....................................................................501
2. Externo (ou Sumário)........................................................................ 501 3. Perfectivo-Estativo (ou Estativo,Consecutivo, Completo)
501
C. Descrição Vs. Realidade do Aspecto......................................................... 502 1. Falta de CorrespondênciaPrecisa.................................................... 502 2. A Questão da Escolha.........................................................................503 a. A Seleção do Emissor................................................................503 b. A Restrição Causada pelo Lexema, Contexto etc................. 503 IV. Avaliando o Tempo Cronológico nos Tempos Verbais................................... 504 A. Argumentos para os Tempos Verbaissem Tempo.................................. 505 B. Uma Avaliação da Visão Não-Temporal..................................................506
494
Tempos: introdução
495
Bibliografia Selecionada BDF, 166-67 (§318); Burton, Moods and Tenses, 6-7, 46 (§5-7, 95); D. A. Carson, "An Introduction to the Porter/Fanning Debate," Biblical Greek Language and Linguistics: Open Questions in Current Research, Journal for the Study of the New Testament, Supplement Series 80; ed. by S. E. Porter and D. A Carson (Sheffield: Sheffield Academic Press, 1993) 18-25; B. M. Fanning, "Approaches to Verbal Aspect in New Testament Greek: Issues in Definition and Method," Biblical Greek Language and Linguistics, 46 62; idem, Verbal Aspect, 1-196; K. L. McKay, A New Syntax ofthe Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994); idem, "Time and Aspect in New Testament Greek," NovT 34 (1992) 209-28; Moule, Idiom Book, 5-6; Moulton, Prolegomena, 108-19; Porter, Verbal Aspect, 75-109; idem, Idioms, 20-28; idem, "In Defence of Verbal Aspect," Biblical Greek Language and Linguistics, 26-45; Robertson, Grammar, 821-30; D. D. Schmidt, "Verbal Aspect in Greek: Two Approaches," Biblical Greek Language and Linguistics, 63-73; Moisés Silva, "A Response to Fanning and Porter on Verbal Aspect," Biblical Greek Language and Linguistics, 74-83; Tumer, Syntax, 59-60; Young, Intermediate Greek, 105-07; Zerwick, Biblical Greek, 77-78 (§240-41).
Prefácio Douglas Adams, em um breve capítulo de sua obra, intitulado "O Restaurante no Fim do Universo",1 descreve o maior problema em uma viagem no tempo: O maior problema é simplesmente gramatical e a principal obra de consulta nesta matéria é o Manual de 1001 Formações Temporais para Viagens no Tempo, do Dr. Dan Streetmentioner. Ele falará, por exemplo, como descrever algo que estava para acontecer com você no passado antes de você viajar ao passado dois dias a fim de evitá-lo. O evento será descrito de forma diferente de acordo com o modo como você se refere a ele: se do seu próprio tempo natural, se de um tempo no futuro adiante ou um tempo no passado remoto. Isso se toma mais complicado devido à possibilidade de conduzir conversações enquanto você realmente está viajando de um ponto a outro do tempo com a intenção de tomar-se sua própria mãe ou pai. Muitos leitores vão até o Futuro Semicondicionalmente Modificado [pelo] Intencional Subjuntivo Passado Oblíquo Subinvertido antes de desistir. De fato, em edições posteriores do livro, todas as páginas além deste ponto tem sido deixada em branco para economizar os custos da impressão.2 Julgado pelas complexidades do verbo grego e a quantidade de tratamento sobre o mesmo, os estudantes do NT certamente se identificarão com a condição do viajante
1 A ediçao citada aqui foi incluída como a terceira seção da obra de Adams, The More than Complete Hitchhikefs Guide, completa e ampliada (New York: Wings Books, 1989). 2 Ibid., 213.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
496
do tempo!3 Nossa abordagem, tentará simplificar as coisas ao máximo possível. No entanto, visto que uma grande parte do gênio do verbo grego está no tempo, faríamos bem em ver suas complexidades como ricas oportunidades a serem exploradas. “Embora seja um assunto intrigante e difícil, nenhuma etapa da gramática grega oferece uma recompensa mais completa".4
I. Definição de Tempo Em geral, o tempo [N.T., verbal ou gramatical] grego envolve dois elementos: aspecto (tipo de ação, [às vezes, chamado de Aktionsart, mas precisamos distinguir os dois]) e tempo. Aspecto é o valor primário do tempo verbal no grego e tempo é secundário, se envolvido completamente. Em outras palavras, tempo é aquela característica do verbo que indica a apresentação da pessoa do discurso (em verbos de ação ou estado) com referência a seu aspecto e, debaixo de certas condições. Os tempos verbais em Grego são: presente, futuro, perfeito, imperfeito, aoristo, mais que perfeito.5
Im perf. P e rfeito
M a is que Perfeito
Quadro 46 Freqüência Relativa de Tempos Verbais no NT 3 Nosso tratamento sobre os tempos verbais é intencionalmente mais simples que outros elementos do verbo, porque há amplamente, no momento, tantas questões não resolvidas no tempo grego. (Note que a primeira metade da Biblical Greek Language and Linguistics: Open Questions in Current Research é dedicada a essa questão). As propostas mais modestas sugerem, nesse e nos capítulos seguintes sobre tempos verbais, que estamos usando esses estudos como hipóteses sujeitas à revisão. O eixo principal relaciona-se com o fato dos tempos verbais gramaticalizarem ou não o tempo cronologia (veja apêndice desse capítulo). Mesmo aqui, há geralmente pouca diferença nas visões resultantes (ou pragmáticas) dos dois lados (cf. Fanning, Verbal Aspect; McKay, "Time and Aspect"). Há outras questões, porém, que suscitaram o comentário de certo erudito: "Essa diferença na opinião dá mais e melhor apoio à visão de que exegetas e pastores são aconselhados a se referirem o menos possível ao aspecto" (Silva, "A Response to Fanning and Porter," 81-82). 4 Dana-Mantey, 177 (§166). 5 O futuro perfeito também ocorre, mas, no NT, só em paráfrases.
Tempos: introdução (tempo)
49 7
Aestatística específica de cada tempo é a seguinte: Presente (11.583); Aoristo (11.606); Imperfeito (1.682); Futuro (1.623); Perfeito (1571); Mais-que-Perfeito (86).6
II. O Elemento do Tempo A. Três Tipos de Tempo O tempo cronológico pode ser retratado tempo verbal de três modos: passado, presente e futuro. Elas são bem comuns ao português, mas algumas línguas empregam outras idéias - e.g., passado, não-passado, próximo, distante, completo, incompleto etc.
B. As Relações entre Modo e Tempo Em grande parte, o modo do verbo declara ou não algo se o tempo cronológico será um elemento do tempo verbal.7 1.
Indicativo O tempo cronológico está claramente envolvido. Poderíamos, em certo sentido, afirmar que, no indicativo, essa espécie de tempo é absoluta (ou independente), pois o indicativo não depende diretamente da estrutura de tempo do emissor, nem de algo intrínseco à elocução. Há ocasiões, naturalmente, em que a idéia de tempo cronológico não está envolvida com o indicativo. Deve-se isso a outros fenômenos como: gênero, lexemas, a natureza do sujeito ou objeto (e.g., se geral ou específica) etc. Mas em seu significado não-afetado (i.e., na sua essência, não influenciada por outras considerações), os tempos no indicativo incluem um feitio temporal [N.T.: cronologicamente falando].
2.
Particípio8 Semelhantemente, aqui o tempo cronológico é muito envolvido, embora seja relativo (ou dependente). Com particípios, esse tempo (especialmente, com particípios adverbiais) depende da idéia cronológica passado pelo
6 Esse número não leva em conta os perifrásticos. Isto é, um perifrástico mais-queperfeito será contado como um indicativo imperfeito e um particípio perfeito. O total foi determinado usando o software acCordance. A contagem dos modos, porém, não fez o mesmo com o presente e o aoristo. O gráfico marca um décimo de um ponto percentual de diferença entre um tempo verbal e outro. 7 Essa é a visão tradicional do tempo verbal. Vários recentes gramáticos (principalmente Porter e Mckay na área do NT Grego) têm desafiado essa opinião. Veja discussão da visão não-temporal vs. visão temporal do tempo verbal no apêndice desse capítulo. 8 Os particípios e infinitivos não são tecnicamente modos, mas, pelo fato de tomarem o lugar de um modo, é tanto conveniente quanto semanticamente satisfatório discuti-los com referência ao tempo.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
498
verbo principal. O particípio não está diretamente ligado à estrutura de tempo do emissor e, conseqüentemente, não se pode dizer que ele é absoluto. Contudo, as três nuanças temporais são as mesmas: passado, presente e futuro. Mas particípio "passado" significa passado com referência ao verbo, não ao emissor (chamado de antecedente); presente é presente em relação ao verbo (contemporâneo); e, futuro é futuro somente com referência ao verbo (subseqüente). Os tempos em grande parte são os mesmos. A estrutura de referência é que tem mudado. 3.
Subjuntivo, Optativo, Imperativo, Infinitivo O tempo não aparece com esses modos, a menos que façam parte de um discurso indireto. Assim um subjuntivo aoristo teria um sentido futurístico (ou potencial), enquanto, no indicativo, ele teria uma idéia passada. Podemos dizer, então, que na maioria das vezes é irrelevante ou não existente nos modos oblíquos (não-indicativos).
Resumindo: Em geral, o tempo cronológico é absoluto no indicativo, relativo no particípio, e não existente em outros modos.
C. Descrição Vs. Realidade do Tempo Embora um autor use um tempo verbal no indicativo, o tempo indicado por esse verbo pode ser diferente de ou mais amplo que o tempo real do evento. Esses exemplos pertencem às categorias fenomenológicas. Como tal, haverá dicas suficientes (contexto, gênero, lexema, outros aspectos gramaticais) para sinali zar a supressão temporal. 1.
Tempos verbais diferentes do tempo cronológico Exemplos de tempo diferentes do tempo verbal (no indicativo) incluem o presente histórico, presente futurístico, aoristo proléptico e o aoristo epistolar.
2.
Tempos verbais mais amplos que o tempo cronológico Exemplos de tempo mais amplo que aqueles que o tempo verbal (no indicativo) incluem o presente gnômico, presente estendido-do-passado, aoristo gnômico, futuro gnômico.
Tempos: introdução (aspectual)
499
III. O Elemento Aspectual (Tipo de Ação) A. Definição de Aspecto 1.
Definição Básica Aspecto verbal, em geral, é o retrato da ação (ou estado) quanto a seu pro gresso, resultado ou simples ocorrência.
2.
Aspecto Vs. A ktionsart É importante distinguir aspecto de Aktionsart. Em geral, podemos dizer que aspecto é o significado não-afetado enquanto A ktionsart é o aspecto combina do com os aspectos lexicais, gramaticais, ou contextuais. Assim, o tempo pre sente vê a ação com ou sem referência ao aspecto inicial ou final, enquan to alguns usos do presente podem ser iterativo, histórico, futurístico etc. (Todos pertencem ao Aktiorsart e falam do verbo afetado por outros aspec tos da língua). Este é o mesmo tipo de distinção que temos chamado de ontológico vs. fenomenológico (termos que podem ser aplicados a qualquer categoria morfossintática, não somente ao tempo verbal). Não é tecnicamente correto dizer que o aspecto é subjetivo enquanto Aktionsart é objetivo (embora algumas gramáticas sugiram este tipo de dis tinção). Esta declaração tacitamente pressupõe que há uma correspondên cia entre linguagem e realidade. Aktionsart não é realmente objetivo, em bora seja apresentado como algo mais ligado ao evento atual.9 Pragmaticamente, essa distinção entre aspecto e Aktionsart é útil de três formas: 1) A definição básica de um determinado tempo relaciona-se com o as pecto, enquanto as várias categorias do uso relacionam-se com o Aktionsart. Logo, ainda que a definição básica seja mais "pura", ou seja, aquela com significado menos afetado, ela também é mais artificial. Isso não decorre do fato de que alguém jamais tenha visto, por exemplo, um tempo presente por si só. O que vemos é um verbo que tem sete formas morfológicas diferentes para ele (uma das quais pode ser o tem po presente), uma lexical (a raiz) — e tudo isso em um dado contexto (literário ou histórico). Embora possam ou tentem analisar, às vezes, o sentido do tempo presente, todas essas outras características lingüísti cas são um amontoado de figuras.
9 Dizer que Aktionsart é objetivo é o mesmo que afirmar ser o indicativo o modo do fato. Não há necessariamente realidade que corresponda ao indicativo ou a um Aktionsart particular. Caso contrário, as parábolas, ficções, hipérboles, más representações deliberadas ou percepção imperfeita não poderiam ser comunicadas.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
500
2 ) Ver uma categoria particular do uso (Aktionsart ) como implícita em todo o uso temporal (aspecto) é um erro dessa abordagem. Afirmamos algo além do real. Declarações como: "o aoristo fala da ação uma-vezpor-todas" são desse tipo. E verdade que o aoristo pode, em certos con textos, descrever um evento que é, na realidade, momentâneo. Mas é arriscado declarar esse é seu significado não-afetado, pois atuamos so bre o texto de forma artificial. Tendemos a ignorar tais aoristos que di vergem de nossa visão - tais "opositores" são encontrados em muitos capítulos do NT - e bradamos, sempre que ele concorda conosco que ele descreve um evento ocorrido "uma vez para sempre".10 3) O último erro é pressupor: nada mais do que o sentido não-afetado pode ser visto em um dado uso do tempo. Declaramos tão pouco sobre a realidade. São exemplos dessa natureza as assertivas: o aoristo sem pre é o tempo "não marcado" ou o "não-realizado". Essa visão falha em reconhecer que o tempo não existe em um vácuo. Categorias de uso são legítimas por causa dos tempos combinados com outras ca racterísticas para formar vários campos de significados.11
B. Tipos de Ação Possível O grego tem essencialmente três aspectos ou tipos de ação: interno, externo e perfectivo-estativo. Devemos admitir que esses termos são incapazes de descrever os tipos de ação. O problema na terminologia é que quanto mais descritivo formos, mais excludentes seremos em nossa definição. É melhor aprender o sentido por trás destes termos do que usar classificação inapropriada que diz respeito somente a parte dos dados. Talvez uma ilustração ajude. Algumas gramáticas têm sugerido uma "analogia de uma marcha" para descrever os vários aspectos.12 (1) Sentar na arquibancada como um espectador e assistir uma parada enquanto ela está passando é uma perspectiva interna: Você vê a parada em sua progressão, sem focalizar no início ou fim. (2) Ver a parada de um Zepelim como um jornalista que a comenta, a metros de altura, é uma perspectiva externa: a visão que você tem é do todo da parada sem focalizar na sua montagem interna. (3) Andar na rua, depois da parada ter se encerrado como parte do grupo de limpeza, é uma visão perfectiva-estativa: a percepção que se tem é que a parada está completa (extema) e que se está no meio dos resultados contínuos da mesma (interno)!
10 F. Stagg, "The Abused Aorist," JBL 91 (1972) 222-31, explica em seu texto a abordagem do aoristo "uma vez por todas". 11 Stagg foi além, em seu "Abused Aorist", ao afirmar que somente o significado nãoafetado do aoristo é contemplado em muitos contextos. Mais extremista é C. R. Smith, "Errant Aorist Interpreters," GT] 2 (1980) 205-26. 12 Veja, e.g., Porter, Idioms, 24.
Tempos: introdução (aspectual) 1.
501
Interna (ou Progressiva) A descrição interna "focaliza o desenvolvimento ou progresso [da ação] e vê a ocorrência considerando sua realização interna, sem o começo ou o fim em vista".13 Esse é o retrato detalhado ou em aberto de uma ação. E, às vezes, chamado progressiva. Ele "basicamente representa uma atividade em processo (ou em progresso)".14 As formas temporais que incluem esse uso são o presente e perfeito.
2.
Externa (ou Sumária) A descrição externa "apresenta uma ocorrência em resumo, vista como um todo do lado de fora, sem considerar o aspecto interno da ocorrência".15 A forma temporal que inclui esse uso é o aoristo. O futuro aparentemente inclui-se nessa categoria.16
3.
Perfectiva-Estativa (ou Estativa, Consecutiva, Completa) O significado não-afetado é uma combinação dos aspectos externo e inter no: A ação é retratada externamente (sumária), enquanto o estado resultante procedente da ação é retratado internamente (estado contínuo).17 As formas de tempo envolvidas são o perfeito e mais-que-perfeito.
13 Fanning, Verbal Aspect, 103. Itálicos no original. "Linear" (ou "durativo") é a antiga descrição com a qual muitos estão acostumados. A pesquisa recente tem sugerido que isso é um uso fenomenológico particular em lugar de uma descrição ontológica. Ela descreve poucos usos do presente, mas não a idéia básica do presente. McKay, "Time and Aspect," 225. Embora isso seja um manuseio melhor da idéia, é, às vezes, muito restrito em sua aplicação. Fanning, Verbal Aspect, 97. Cf. também McKay, "Time and Aspect," 225. É importante que lembremos novamente ser essa uma definição do aspecto do aoristo, não o seu Aktionsart, pois o mesmo é uma combinação desse significado ontológico com outros aspectos da língua. Assim, em um determinado contexto e com um dado verbo no aoristo, um a^itor pode indicar algo da constituição interna da ocorrência. O futuro é muitas vezes alistado pelos gramáticos como tendo, às vezes, um retrato interno. Assim, seu aspecto é alistado como ocasionalmente interno e ocasionalmente externo. Esse tempo verbal ainda é algo enigmático. Ele é o único tempo verbal que sempre se relaciona ao tempo cronológico, sem considerar o modo. Embora suas formas, sem dúvida, sejam derivadas do aoristo (note, por exemplo, a sexta das partes principais), há ocasiões em que uma idéia interna parece ocorrer (esse modo parece partilhar algumas similaridades com o presente). Porém, é provavelmente melhor ver o futuro como a contraparte temporal do aoristo: ambos são tempos sumários que pode ser usados para descrever uma ação iterativa ou progressiva, mas só ante outros aspectos lingüísticos. O significado não-afetado do futuro parece não incluir uma descrição interna. Há uma concordância básica entre os gramáticos sobre a força do perfeito (ou seja, há dois elementos envolvidos, ação completa e estado resultante), embora haja algum desacordo sobre as particularidades da definição. McKay, por exemplo, vê o perfeito
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
502
C. Descrição vs. Realidade do Aspecto 1.
Falta de Correspondência Precisa Há uma diferença genuína entre descrição da ação e o real progresso da ação. Um autor pode retratar a ação como sumária ou retratá-la como progressi va, estativa etc. A analogia da fotografia nos será útil aqui: (1) O aoristo comporta-se como um instantâneo, simplesmente vendo a ação como um todo sem preocupações adicionais. (2) O imperfeito seria o retrato que se move, descrevendo a ação enquanto ela acontece. Essa é mais um tipo de descrição "próxima e pessoal". Percebe-se muito isso na literatura narrativa. Por exemplo, Marcos tem mais que o dobro de versos que Mateus usa nas seções narrativas. Para aquele narrativa é história; para esse, funciona mais como uma transição para os grandes discursos de Jesus. Assim, Mateus usualmente usa o aoristo para simplesmente declarar que um evento ocorreu. Marcos usa o imperfeito para descrever o mesmo evento, mostrando de modo mais específico como ele aconteceu.18 (Há duas vezes mais imperfeitos em Marcos do que em Mateus.19) Assim, Mateus diria: eles saíram de Jerusalém", enquanto Mar cos: Eles estavam saindo de Jerusalém". Até dentro de um mesmo Evangelho, um evento é descrito com dois tem pos diferentes. Isso ilustra o fato de que um autor freqüentemente seleciona o tempo verbal usado e que não retrata precisamente a realidade. Por exemplo:
Mc 12:41
tT/loúaioL êpaAAov vo)JÁ
os ricos estavam lançando muito Usa-se o imperfeito porque a cena está em progresso. O incidente é visto internamente.
como um aspecto, enquanto Fannning o vê como intrinsecamente envolvido por aspecto, tempo cronológico e Aktionsart. Fanning sugere que "o perfeito do grego do NT é uma categoria verbal complexa que denota, em seu sentido básico, um estado resultante de uma ocorrência a priori. Assim, ele combina três elementos em seu significado nãovariável: a face Aktionsart da situação estativa, a face do tempo verbal a priori e o aspecto do ponto de vista sumário sobre a ocorrência" (ibid., 120). Embora eu deva discutir sobre se o perfeito (ou qualquer tempo) tenha um significado não-variante (i.e., algo que está sempre presente), estas três descrições oferecem algumas dicas úteis. Cf., e.g., Mt 13:57 com Mc 6:4; M 9:10 com Mc 2:15; Mt 12:10 com Mc 3:2; Mt 4:16 com Mc 3:12; Mt 16:6 com Mc 8:15; Mt 19:2 com Mc 10:1; Mt 26:39 com Mc 14:33; Mt 26:47 com Mc 14:43. Freqüentemente, porém, o imperfeito adicional de Marcos está em frases ou sentenças que não têm paralelismo com Mateus (cf., e.g., Mc 1:21, 45; 2:2, 4, 13; 3:8, 11; 4:21, 24; 5:9, 20; 6:6; 10:10; 14:57). Ambos poderiam introduzir uma perícope com um aoristo. Marcos, então, acrescenta detalhes extras com um imperfeito. 19 De acordo com o software acCordance, há 293 imperfeitos em Marcos para 142 imperfeitos em Mateus. Os imperfeitos ocorrem três vezes mais em Marcos (22,6 imperfeitos por 1000 palavras contra 6,75 por 1000 palavras em Mateus).
Tempos: introdução (aspectual) Mc 12:44
2.
503
ranteç yàp ck tou TTepLaaeúoutoç autolç eflanou Porque todos, do que sobrava, lançavam [N.T.: lit. lançaram] (o dinheiro deles) Na conclusão, usa-se o aoristo como uma síntese do evento testemu nhado.
A Questão da Escolha a.
A Seleção do Emissor Uma questão básica a respeito do tempo usado é: "Quando um emissor quer dizer sobre o progresso ou resultado de uma ação, ou o que quer enfatizar". Essa não é uma questão do tipo: descrição detalhada vs. nãodetalhada, mas, do tipo: descrição mais completa vs. simples declaração da ação, ou ainda: ênfase vs. outra da mesma ação. Por exemplo:
Rm 3:23
náuteç yàp qpaptov porque todos pecaram De certo modo, o aoristo usado aqui deixa a ação indefinida. Contudo, as declarações: "todos pecam" (presente costumeiro) e "todos pecaram" (ação perfeita passada com resultado contínuo) são ambas verdadeiras. Paulo escolheu, portanto, o aoristo para enfatizar um aspecto ou, até mesmo, para descrever algo menos do o que o presente ou perfeito fari am (ou enfatizar o fato da pecaminosidade da humanidade). Porém, qualquer um destes é capaz de descrever a condição humana. A descri ção do autor é, então, seletiva e, às vezes, simplesmente uma apresen tação do aspecto que se quer enfatizar temporalmente, em lugar de ser uma precisa representação do evento. b. A Restrição Causada pelo Lexema, Contexto etc. Muitas ações estão restritas a um tempo particular. Por exemplo, caso se deseje indicar uma ação intrinsecamente terminal - e.g., "encontrar", "morrer" ou "dar luz a" -, a escolha pelo tempo verbal sofrerá uma redução dramática. Logo, dizer "ele encontrava o livro" não é uma boa construção, pois o im perfeito, em circunstâncias normais, é inapropriado.20 Se um autor desejasse falar da natureza imutável de um estado (tais como "eu tenho" ou "eu vivo"), o aoristo, normalmente, não é uma boa escolha. De fato, quando o aoristo desses verbos estativos é usado, enfatiza-se, corriqueiramente, a entrada nesse estado .21 Assim, por exemplo Çáw ("eu vivo") ocorre como um presente ou imperfeito indicativo 29 vezes no NT, onde todas as ocorrências têm sentido estativo (e.g., kv otç xal úpelç TrepieTratriaaté Trote, ote è(fjte kv toútoiç [nas quais também vós andastes outrora, quando vivi eis entre
20 Por exemplo, no NT há 71 ocorrências de cúpícnco) como um indicativo aoristo e somente quatro como um indicativo imperfeito. Todos os quatro ocorrem na mesma expressão idiomática. 21 Fanning, Verbal Aspect, 137.
504
Sintaxe Exegética do Novo Testamento eles] em Cl 3:7). Reciprocamente sete dos oitos usos do indicativo aoristo têm uma força ingressiva (e.g., Xpioxòç àiTf-Oavev Kai e(r|a€V [Cristo morreu e reviveu] em Rm 14:9).22 A escolha do tempo verbal é influenciada pela ação que está sendo des crita. O tempo escolhido pelo emissor é, às vezes, a única opção possível na descrição de certa idéia. Três fatores principais determinam-na: (1) o significado lexical do verbo (e.g., se sua raiz indica um ato terminal ou pontual, um estado etc.); (2) fatores contextuais; e, (3) outros aspectos gramaticais (e.g., modo, voz, transitividade etc.).23 Eis a diferença entre aspecto e Aktionsart: O primeiro é o significado básico do tempo, nãoafetado pelo contexto de um dado discurso; o segundo, o significado do tempo com todas as influências do contexto afetado pelas peculiari dades da língua.
IV. Apêndice: Avaliando o Tempo Cronológico nos Tempos Verbais Essa seção traz material avançado. Estudantes intermediários, normalmente, são acon selhados a passar para a próxima seção. Gramáticas do NT têm, tradicionalmente, visto tempo como uma parte dos tempos verbais gregos, quando estes são usados no indicativo.24 Recentemente, porém, isso tem sido desafiado por estudiosos como S. E. Porter25 e por K. L. McKay, entre ou tros. Uma vez que essa tese tem bom embasamento na literatura específica - e, de fato, pressuposicionalmente é tida como verdadeira - essa seção focalizará os argu mentos não-temporais e será seguida por uma avaliação da mesma.27
22 Ibid., 138. 23 A principal obra nesta área é da autoria de Fanning, Verbal Aspect, especially ch. 3: "The Effect of Inherent Meaníng and Other Elements on Aspectual Function," 126-96. Ele vê significado lexical inerente como a principal influência (126). Seu material sobre esse tópico é particularmente útil (127-63). Deve-se notar também Silva, "A Response to Fanning and Porter", para uma ênfase sobre intrusões gramaticais no aspecto verbal. 24 Porém, essas mesmas gramáticas usualmente apontam que o tempo é secundário e que originalmente os tempos verbais gregos não gramaticalizavam o tempo cronológico (conforme BDF, 166 [§318]). 25 O Aspecto Verbal (1989) de Porter foi feito quase ao mesmo tempo em que a obra de Fanning, com o mesmo título, era concluída. Ambos foram originalmente teses de doutorado feitas, respectivamente, em Sheffield e Oxford. Embora haja muitas concordâncias entre Porter e Fanning (especialmente sobre a força aspectual dos vários tempos verbais), existem uma divergência fundamental quanto ao fatos de os tempos verbais envolverem ou não o tempo cronológico.
Tempos: introdução (apêndice)
505
A. Argumentos para o Tempo Verbal sem Tempo Cronológico Há quatro argumentos que formam a tese de que os tempos verbais gregos não gramaticalizam a categoria tempo cronológico.28 1.
Fenomenologia No indicativo, várias categorias de tempo verbal não abrangem o tempo cronológico esperado nem o não-esperado: e.g., presente histórico, presente futurístico, aoristo proléptico, tempos gnômicos. Esses exemplos não explicam se o tempo cronológico é um elemento dos tempos verbais do indicativo.
2.
Diacronia O Grego Antigo (e.g., o Homérico) tem tanto exemplos de indicativos aoristos não-aumentados usados para o passado, como outros que não são.
3.
Lingüística Na literatura narrativa, o imperfeito é usado de modo destacado; enquanto o aoristo, como se fosse pano de fundo. Isto é, o imperfeito se detém no evento, já o aoristo simplesmente o sumariza, movendo-se pela narrativa. O aumento, então, não indica tempo, mas tomar-se um dispositivo literá rio.
4.
Morfologia O mais-que-perfeito, no Grego Helenístíco, nem sempre tem o aumento. Assim, o aumento não é um marcador temporal.
26 Há ironia no fato de que, ocasionalmente, a visão não-temporal seja um pressuposto por alguns, sem uma tentativa de oferecer provas para isso. McKay começa seu ensaio sobre "Time and Aspect" assim: "Se for verdadeiro, como parece agora ser certamente o caso, as inflexões do verbo grego antigo sinalizam aspecto (bem como voz e modo), mas não tempo cronológico..." (209). Em outro lugar, McKay desenvolveu argumentos segundo a visão não-temporal, mas normalmente restringindo-os a exemplos excepcionais (i.e., argumento fenomológico) em lugar de um princípio lingüístico (para outras referências veja McKay, "Time and Aspect", 209, n.l). Há uma falha nessa abordagem, como demonstraremos abaixo. 27 Há algumas críticas contra a visão não-temporal, mas nada sistemático. Veja especialmente o ensaio de Fanning, Schmidt, e Silva em Biblical Greek Language anã Linguistics. 28 Nossa interação é primariamente com Porter, pois seus argumentos são os mais sistemáticos. McKay admite que, embora concorde com Porter em princípio: "eu tenho formado opiniões intuitiva e não logicamente", enquanto Porter tem tentado uma exposição sistemática, lingüisticamente informada desta visão (Mckay, "Time and Aspect", 209-10).
506
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. Uma Avaliação da Visão Não-Temporal Embora os argumentos acima sejam apresentados resumidamente, há geralmente muitos detalhes para apoiá-los. Porter, por exemplo, trabalha os vários usos do tempo verbal, destacando sistematicamente as deficiências da visão temporal. Há, no entanto, alguns problemas sérios com a visão nãotemporal. Nossa avaliação analisará inicialmente os quatro argumentos acima. Em seguida, criticar-se-á alguns pontos dos mesmos. 1.
Fenomenologia Há dois problemas principais com o argumento fenomenológico. a.
Analogia com o Português Embora seja lingüisticamente absurdo pressupor uma correspondência ponto por ponto entre o português e o grego, algumas analogias são apropriadas. Em particular, tanto o português quanto o grego tem um presente histórico e um presente futurístico. Ainda que no português, o tempo cronológico esteja embutido nos tempos verbais. Imagine que, passados dois mil anos, o português se torne uma língua morta. Acrescente a essa hipótese, a figura de um lingüista que, no século XL d.C., conclua que o sistema de tempo verbal no português não gramaticalizasse o tempo cronológico como evidencia o presente histórico e presente futurístico. E fácil ver a invalidez desse argumento. Por que, então, consideraríamos que isso seja válido para o grego antigo?
b. Usos Afetados Vs. Significado Não-Afetado Todos os exemplos de usos não-temporais envolvem significados afetados (i.e., usos fenomenológicos em lugar do significado ontológico). Poderíamos, até dizer, que essas categorias são menos que rotina lingüística. Como declaramos anteriormente, nunca se deve basear um significado ontológico em uma leitura seletiva de dados fenomenológicos.30 De fato, essas são as exceções que parecem comprovar a regra - visto que elas não são esperadas, mesmo para um indivíduo grego.31 (Ilustrando, o presente histórico parece ter se tomado 29 Por exemplo, Fanning divide os usos do indicativo presente em três categorias amplas: (1) aqueles que têm uma estrutura estreita de tempo; (2) aqueles que têm uma estrutura ampla de tempo; e, (3) os usos especiais - i.e., aqueles que parecem ser exceções à visão temporal do presente (Verbal Aspect, 199). Tenha em mente que, ao categorizar os presentes não-temporais como incomum, Fanning não está argumentando polêmica ou dogma contra Porter, pois a obra de Fanning foi completada antes de ser publicada a de Porter. 30 Isso é precisamente o que aconteceu no final de 1800 quando extrapolações foram feitas sobre as diferenças essenciais entre o aoristo e o presente nas proibições. A noção de que o aoristo significava, em essência: "Não comece X", e o presente significava, em essên cia: "Pare X", foi baseada, ao contrário, nos dados limitados e selecionados. Para certifi car, em certas situações, essas nuanças podem ser enfatizadas. Mas elas não estão na raiz das proibições diferentes. 31 Porter mesmo admite que o presente histórico seja muito enfático e usado especi almente por causa de vivacidade (Verbal Aspect, 195-96).
Tempos: introdução (apêndice)
50 7
um coloquialismo que olhava um evento como se fosse presente do ponto de vista do emissor. O fato é que Lucas, o escritor literato, virtualmente recusou usá-lo, enquanto o mesmo tempo é freqüente em Marcos [o autor menos literato] se encaixa melhor com a idéia de que aquilo que os gregos pensavam do presente histórico é o mesmo que fazemos hoje).32 2.
Diacronia Há dois problemas básicos com o argumento diacrônico. Primeiro, tanto lexicográfica quanto gramaticalmente, a evidência sincrônica é considerada muito mais relevante que a diacrônica. De fato, aqueles que defendem o argumento diacrônico em outros textos explicitam o valor supremo do argumento sincrônico.33 O argumento diacrônico padece do abismo existente entre os contextos homérico e neotestamentário, ou seja, a função do aumento em 900 a.C. pode não ser a mesma função vista no período helenístico ou clássico. Segundo, paralelos feitos com o grego homérico padecem de outra desvantagem: a diferença de gênero literário. O grego homérico é poético (onde métrica é um fator determinante), enquanto o NT é em grande parte prosa. Pelo menos, no grego, assim como em outras línguas as facetas poéticas controlam a forma da apresentação tanto que há quase sempre alguma suspensão das regras gramaticais.34
3.
Lingüística O fato de que o imperfeito e o mais-que-perfeito sejam, respectivamente, derivados das partes principais do presente e do perfeito sugere a existência de alguma semelhança e diferença entre esses tempos verbais correspondentes. A visão não-temporal não lida facilmente com isso. Visto que o imperfeito e o mais-que-perfeito não ocorrem fora do indicativo, qual é a explicação para a diferença entre eles e seus tempos verbais primários correspondentes se não o tempo cronológico? O ponto de vista tradicional é que este ocorre somente no indicativo e que esses tempos verbais secundários virtualmente têm um aspecto idêntico dos tempos verbais primários correspondentes. Conseqüentemente, imperfeito e mais-que-perfeito seriam supérfluos fora do indicativo.
32 Mais problemático é o aoristo gnômico, pois este não possui analogia com nossa língua (será mesmo que não há nenhum paralelo deste com algum tempo verbal do português?). No entanto, há explicações para este uso do aoristo com a visão temporal desses tempos verbais (e.g., esses aoristos foram originalmente aoristos padronizados referentes ao passado que se tornara repetição proverbial e temporal). A escassez de tais aoristos parece atestar à sua natureza excepcional. 33 E.g., Porter, Idioms, 13. 34 Cf., e.g., V. Bers, Greek Poetic Syntax in the Classical Age (New Haven, Conn.: Yale University Press, 1984); A. C. Moorhouse, The Syntax of Sophocles (Leiden: E. J. Brill, 1982) 1, 10, 13, 135,143, 177; N. Cosmas, "Syntactic Projectivity in Romanian and Greek Poetry", Revue roumaine de linguistique 31 (1986) 89-94.
508
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
PA S SA D O P re se n te In d ica tiv o
f
PR E S E N T E I
FUTURO I
Im p e rfe ito In d icativ o
Quadro 47 Semelhanças Aspecto-Temporais entre os Indicativos: Presente e Imperfeito Como se vê no quadro acima,35 se as "caixas de tempo" fosse removidas, não haveria nenhuma diferença entre estes dois tempos. Isto toma um de les desnecessários para os modos oblíquos. (Um quadro semelhante pode ser produzido para o perfeito e mais-que-perfeito). Sumariando: A visão não-temporal não lida facilmente com a questão da redundância dos tempos verbais (e.g., por que há um presente e um im perfeito se ambos partilham o mesmo aspecto?), nem com o fato de que dois tempos verbais desaparecem fora do indicativo. Se os tempos "im perfectivos" (i.e., presente e imperfeito) são usados intercambiavelmente, logo, um deles deve ser desnecessário. Então, por que am bos, muitas vezes, são vistos nos mesmos contextos? Não há explicações do porquê o mais-que-perfeito e imperfeito só ocorrem no indicativo. A vi são tradicional argumenta que, visto ser o tempo relevante só no indicativo e terem esses tempos verbais um aspecto virtualmente idêntico com suas respectivas contrapartes (imperfeito-presente, mais-que-perfeito—perfeito), fora do indicativo, esses tempos verbais secundários são desnecessários. Há outros dois problemas com essa abordagem: •
Muitas gramáticas consideram zero o valor aspectual do presente his tórico. Verbos como Xéyci e epxctoa, normalmente, introduzem uma ação em um contexto aorístico sem indicar qual aspecto está em vista - se interno ou progressivo. Todavia, se a visão não-temporal do tem po verbal fosse verdadeira, esperaríamos o seu aspecto em pleno uso.36
35 A representação da primeira das partes principais como linear é usada somente para mostrar que o presente e imperfeito são aspectualmente paralelos entre si. Não que esse seja o significado fundamental do aspecto. (E difícil representar uma descrição "interna"). 36 Porter declara que isso é, certamente, o caso: "Com base na importância do presente histórico na estrutura verbal grega, o presente histórico será aspectualmente considerado imperfectivo". (Verbal Aspect, 195). Ainda em sua descrição, o autor fala da vivacidade (em lugar de uma descrição progressiva) como a força do aspecto. Isso parece servir melhor à visão temporal: O escritor usa o tempo presente de uma maneira muito vivida, como se o evento acontecesse simultaneamente ao tempo da escrita. Assim, segundo nosso ponto de vista, o presente histórico suprimiu seu aspecto, mas não seu tempo. Mas o elemento temporal é mais retórico que real.
Tempos: introdução (apêndice) •
4.
509
Se o indicativo aoristo não estiver ligado ao tempo cronológico, deverí amos esperar tal tempo verbal usado regularmente ao descrever um evento presente instantâneo. O aoristo gnômico ocorre, porém, e o "aoristo instantâneo"? Assim, não deveríamos nem esperar um presen te instantâneo (onde o aspecto é inteiramente suprimido e o elemento do tempo presente é tudo o que resta).37 Como a visão não-temporal lida, por exemplo, com àpncéÇu) ("arrebatar") no tempo presente em Mt 13:19 ou Jo 10:29?
Morfologia O argumento morfológico baseia-se na perda do aumento que o mais que perfeito apresenta. Embora isso realmente aconteça com crescente freqüência,38 tal perda deve-se, provavelmente, a duas razões: (1) as terminações secundárias do mais-que-perfeito eram bastante distintas das do perfeito de modo que sua natureza sempre seria clara; e, (2) visto que o mais-que-perfeito tem uma morfologia complicada,39 a tendência para aqueles que possuíam o grego como língua secundária foi eliminar as complicações, atitude influenciada pelas claras características secundárias das desinências verbais do mais-que-perfeito.40
5.
Percepção dos Tempos Verbais do Grego Antigo Vários escritores do grego antigo (e.g., Protágoras, Aristóteles, Dionísio de Trácia) distinguiram formas de tempos verbais e descreveram-nas em termos tempos-cronológicos.
37 Na abordagem de Fanning parece haver um problema. Ele "afirma que o elemento temporal está "comprimido", não suprimido " (Verbal Aspect, 202). Em seu argumento, declara que: "a tensão [repousa] na exata simultaneidade com o tempo da fala. Fora do indicativo, o aoristo é usado em ocorrências instantâneas, desde que o valor temporal de simultaneidade não interfira" (ibid., 205). Duas críticas a isso são: (1) o presente instantâneo não parece ter uma perspectiva interna que retrata a ação como completada no momento de falar (Fanning similarmente define isso como "' feito' no momento de falar " [202]); (2) o particípio aoristo instantâneo é usado como uma ação simultânea a um verbo principal (note o particípio redundante na desgastada expressão àtiOKpLOeiç c l t t c v [cf. Mt 4:4; 12:39; 25:12; Mc 6:37; 11:14; Lc 4:12; 5:22; 9:20; 19:40 etc.]) 38 Na época do NT, ele estava se tornando mais e mais freqüente a perda do aumento. Mesmo nesse corpus havia maior quantidade de mais-que-perfeito aumentados que os não-aumentados (contra Porter, Idioms, 42, que diz que a forma aumentada é usada somente ocasionalmente). 39 Mesmo Porter admite que o mais-que-perfeito tenha um "alcance morfológico de difícil controle" (Idioms, 42). 40 Isso encontra uma analogia parcial nos "verbos auxiliares" tais como ôúvccpcu, BéÀco, k t A,. Pois a forma clássica tinha um épsilon não-aumentada, visto que se fosse um aumento, esse se alongaria para um eta. No Koinê, o épsilon foi retirado dos tempos primários e a forma aumentada oscilou entre eta e épsilon. Um exame diacrônico da língua grega revela que algumas mudanças no aumento ocorreram mais por causa de conveniência do que regidas por princípio gramatical. Tecnicamente, kòova- teria sido lido como uma raiz presente no grego atiço; entretanto, fosse, de fato, um imperfeito no Koinê. Isso não é muito diferente do verbo mais-que-perfeito, cujas terminações são mais longas e mais desajeitadas que outras formas verbais (para não mencionar completamente distintas), e não utilizam o aumento.
510
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Embora não possamos nos basear muito na percepção que tais escritores tinham de sua própria língua (eles demonstram lacunas no desenvolvimento de muitas áreas), não devemos esperar que soubessem se seus tempos verbais gramaticalizavam ou não o tempo cronológico. 6.
Navalha de Occam Como Mckay corretamente nota: "O teste para qualquer hipótese, portanto, não está em sua capacidade de resolução de todas as dúvidas, mas o oferecer explicações mais consistentes, deixando poucas anomalias".41 Parece, no entanto, haver muitos problemas e inconsistências na abordagem nãotemporal. Além disso, das duas teorias mais competitivas que explicam os dados, a mais simples é a melhor (esse parecer ficou conhecido como navalha de Occam, uma referência ao filósofo medieval, Guilherme de Occam). Qual é a visão mais agilizada, ainda que lide, de modo satisfatório, com os dados? Segundo nosso parecer, a abordagem tradicional (com algumas modificações) é ainda preferida. Note, por exemplo, a síntese de McKay de como determinar o tempo cronológico no grego: No final das contas, precisamos pesar a evidência de todo o contexto, formas verbais, marcadores temporais, estrutura da sentença, natureza do parágrafo, capítulo, e, até, o livro. Ainda incluem-se as pressuposições pessoais, sociais, políticas e outras que o escritor usou em sua tarefa.42 Essa visão envolve muitas complexidades e sutilezas. Além de seus defensores deixarem de empregar a navalha de Occam, sua atitude faz transparecer dois fatores: (1) Alguém precisará de doses volumosas de contexto e conhecimento para compreender o discurso de um falante de grego antigo, expressado segundo suas referências temporais. O resultado disso recai sobre os falantes. (2) De acordo com o discurso convencional, com o diálogo e com as expressões profundamente contextualizadas, deveríamos esperar um grande detalhamento ambíguo quanto ao tempo cronológico, entretanto há pouco ou nenhuma evidência para isso.43
7.
Falácia do Radical Finalmente, a visão não-temporal per si força o aspecto do verbo em cada exemplo. (Já temos notado que o presente histórico provavelmente envolve aspecto zero). Por outro lado, tradicionalistas também erram ao ver constantemente um significado "não-variante" nos tempos verbais. Certamente o elemento tempo-cronológico pode ser completamente
41 K. L. McKay, "Aspect in Imperatival Constructions in the New Testament Greek," NovT 27 (1985) 214. Citado aprovadamente por Porter (Verbal Aspect, 75) no início de seu capítulo, “A Systemic Analysis of Greek Verbal Aspect". 42 McKay, "Time and Aspect", 227-28. 43 McKay nota que para o intérprete moderno, "é óbvio que, às vezes, faltam-nos informações cruciais e, provavelmente, algumas de nossas construções não são acuradas. . (ibid., 228). Mas, se isso for verdade para o intérprete moderno, presumivelmente deveria também ser para os intérpretes antigos. Uma aspiração da visão não-temporal parece ser a produção de exemplos de mal-entendidos temporais nas conversações narradas, cartas, papiros e semelhantes (em suma, qualquer tipo de material que envolve rápidas mudanças de assunto).
Tempos: introdução (apêndice)
511
suprimido por outros fatores. Às vezes, até mesmo o aspecto pode ser suprimido.44 Os lingüistas têm notado a falácia etimológica quando o foco envolve o significado de palavras. Os gramáticos tendem a inclinar-se para nuanças controladoras de várias formas sintáticas.45 Em nossa visão, o significado não-afetado dos tempos verbais no indicativo envolve aspecto e tempo cronológico. No entanto, um destes podem ser suprimidos pela influência lexêmica, contextual ou gramatical46 Assim, a visão apropriada da língua não tenta tecer um fio de significado através de todos os exemplos de uma forma dada. Muitos outros aspectos lingüísticos competem pela supremacia. A permanência da falácia do radical nas gramáticas - não somente quanto aos tempos verbais - fazer-nos perceber a utilidade de alguns exemplos apresentados os quais envolvem a supressão ou a alteração séria de um comportamento sintático básico.47
44 Já temos frisado nossa discordância com Fanning sobre o presente instantâneo (veja discussão em "Lingüística"). 45 Silva oferece uma crítica a Porter e a Fanning ("A Response to Fanning and Porter," 78-79):
O desejo em propor um atalho claro, uma definição compreensível de aspecto é certamente inteligível, mas tenho me admirado do desvio do propósito. No caso de Porter, o problema está em expressar por sua repugnância em admitir exceções: proposta após proposta é rejeitada com base em que não se explica cada exemplo. Fanning, por sua parte, muitas vezes, fala sobre a necessidade de identificar um significado "não-variante" para os vários aspectos. Dada a fluidez da língua, porém, o alvo parece irreal. 46 Esses serão desenvolvidos nos capítulos sobre os vários tempos verbais. 47 Agradeço a meu colega, R. Elliott Greene, por suprir algumas analogias.
512
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Reconhecemos a evolução da nossa língua tanto em seus usos lexicais quanto gramaticais. Meu argumento é simplesmente que nossa língua não está isolada, pois todas as línguas mudam com o tempo. O grego não é a exceção. Precisamos olhar os tempos verbais como parte dessa mudança e não insistir no núcleo estável de significado que não pode ser alterado.48 Assim, ver o aspecto como sempre presente, ou ver o tempo cronológico sempre como indicativo presente, é uma distinção artificial que esbarra na falácia do radical.
48 Isso encontra uma analogia no hebraico. O hebraico bíblico, estritamente falando, não marcou a cronologia no tempo verbal. Porém, o "hebraico do Mishna é muito próximo das línguas estritamente temporais no sentido verbal". (B. K. Waltke and M. 0'Connor, An Introduction to Biblical Hebrezv Syntax [Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns, 1990] 347, n.
110 ).
O Tempo Presente Panorama dos Usos I. Presente
S tric to S e n s u ............................................................................................. 516
A. Presente Instantâneo (Presente Aorístico ou Pontilear) .......................517 B. Presente Progressivo (Presente Descritivo).............................................518 II. Presente
L a to S e n s u ................................................................................................. 519
A. Presente Estendido do Passado............................................................... 519 B. Presente Iterativo.......................................................................................... 520 C. Presente Costumeiro (Habitual ou Geral)............................................ 521 D. Presente Gnômico......................................................................................... 523 III. Usos Especiais do Presente.................................................................................... 526 A. Presente Histórico (Presente Dramática) .............................................. 526 B. Presente Perfectivo....................................................................................... 532 C. Presente Conativo (Tendencial, Voluntivo).......................................... 534 1. Em Progresso, mas Não-Completo (Conativo Propriamente Dito) ....................................................................................................... 534 2. Não-Começado, mas que Está para Ser Iniciado (Voluntivo/ Tendencial)............................................................................................ 535 D. Presente Futurístico.....................................................................................535 1. Completamente Futurístico................................................................ 536 2. Principalmente Futurístico (Futurísticos-Ingressivo?)..................537 E. Presente com Discurso Indireto................................................................ 537
Bibliografia Selecionada BDF, 167-69, 172, 174 (§319-24, 335-36, 338-39); Burton, Moods and Tenses, 7-11, 46, 54-55 (§8-20, 96-97, 119-131); Fanning, Verbal Aspect, 198-240, 325-413; K. L. McKay, A New Syntax of the Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 39-42; idem, "Time and Aspect in New Testament Greek," NovT 34 (1992) 209-28; Moule, Idiom Book, 7-8; Porter, Verbal Aspect, 163-244, 321-401; idem, Idioms, 28-33; Robertson, Grammar, 879-92; Turner, Syntax, 60-64, 74-81; Young, Intermediate Greek, 107-13. 513
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
514
Introdução: O Significado Básico Aspecto Com referência ao aspecto, o tempo presente é interno (isto é, ele retrata a ação do lado de dentro do evento, sem consideração especial ao início ou fim), mas ele não comenta quanto ao cumprimento (ou realização). O retrato que o presente faz de um evento "focaliza seu desenvolvimento ou progresso e ver a ocorrência ao considerar sua realização interna, sem ter em vista o início ou o fim''.1 As vezes, ele é chamado de pro gressivo: "basicamente representa uma atividade em processo (ou em progresso)".2
Tempo Cronológico Com respeito ao tempo, o presente do indicativo é presente, mas pode transcender, às vezes, seu escopo (e.g., como faz o presente histórico e o gnômico respectivamente).
Aspecto + Tempo Cronológico (O Significado Não-Afetado) O que é fundamental ter em mente enquanto você examina cada um dos tempos verbais: (1) a diferença entre o significado afetado e o não-afetado e (2) o relaciona mento mútuo entre eles. Parte dessa diferença está entre aspecto e Aktionsart. (A outra parte tem a ver com o elemento tempo-cronológico do tempo verbal [restrito ao indicativo].) Juntos, o aspecto e o tempo cronológico constituem o "significado ontológico" ou não-afetado de um determinado tempo verbal no indicativo. Nesse caso, é o significado que o presente teria se pudéssemos ver tal tempo em um vácuo - sem contexto, sem influências léxicas verbais ou outras características gramaticais (quer no próprio verbo ou em alguma outra palavra que estiver, na oração, impactando o tempo). Em outras palavras, o significado não-afetado do tempo pre sente é sua idéia básica. No entanto, esse significado não-afetado só é teórico. Nin guém jamais observou qualquer um dos tempos verbais, pois, simplesmente, não podemos observar um tempo verbal não ligado a um verbo (que tem valor lexical): -w é um morfema, enquanto iTiaxeúa) é um verbo no tempo presente. O sentido nãoafetado, então é algo que tem extrapolado o uso real. Por analogia, dizemos que as raízes do verbo se contraem no fim ou em alpha, épsilon, ou ómicron . No entanto, você não encontrará àyocTráa), cjuléciO, ou 'FTÀqpóoo em seu
1 Fanning, Verbal Aspect in New Testament Greek, 103 (itálicos originais). 2 McKay, "Time and Aspect," 225. Embora isso dê uma idéia melhor, é, muitas vezes, restritivo em sua aplicação.
Tempo presente: introdução
515
estado não contraído no NT.3 Extrapolamos essas formas não-contraídas com base nos padrões observados de comportamento. Isso é similar às nossas descrições da idéia básica dos tempos verbais. Qual é o valor do conhecimento teórico dos tempos verbais? Isso nos ajuda , pelo menos, de dois modos, (ilustraremos seu valor aplicando essa discussão ao presente histórico.) 1)
Uma vez que os significados afetados são o que chamamos de "Usos Específicos", quanto mais soubermos sobre como o tempo é afetado, mais certos estaremos de seu uso em determinada passagem. As três influências mencionadas acima (léxica, contextual, e gramática) são os elementos principais e constituintes dos significados afetados. Quanto mais analisarmos esses elementos constituintes, melhor prediremos quando um determinado tempo verbal (ou caso, ou voz, ou qualquer outro elemento morfossintático da língua) se ajustará em uma categoria particular de uso. Por exemplo, todos os exemplos indisputáveis do presente histórico ocorrem no modo indicativo (uma intrusão gramatical), na terceira pessoa, e na literatura narrativa (intrusão contextual). Além disso, eles só acontecem com certos tipos de verbos (intrusão léxica). Assim se você quisesse identificar um tempo presente particular como um presente histórico, precisaria checar as várias características de outros presentes históricos conhecidos. Isso não o transformaria um tempo presente particular e um presente histórico. A fim de classificá-lo, teríamos que encontrar provas paralelas suficientes4 entre o presente em questão e os presentes históricos conhecidos. Faltando tais paralelos (especialmente se são bem definidos como o presente histórico), será difícil classificar tal presente em questão como um presente histórico. Alguns pensam que a primeira pessoa do verbo no presente, eí|ií, em Jo 8:58 é um presente histórico. Mas visto que todos os presentes históricos indisputáveis estão na terceira pessoa e que nenhum deles envolve o verbo de ligação, essa possiblidade torna-se dúbia.5
2)
É importante entender que o significado não-afetado pode ser ignorado - em algum grau - mas não totalmente - pelas intrusões. Quer dizer, não é correto declarar que o significado não-afetado sempre estará presente com força total em qualquer contexto. O significado não-afetado não é o menor denominador comum no uso dos tempos. Contudo, ele não será completamente descartado. Um autor escolhe um
3 A analogia não é perfeita, é claro, pois, no grego clássico, alguns dos dialetos não tinham formas verbais não-contraídas. 4 Novamente, eu estou me referindo às intruções (ou influências) lexicais, gramati cais e contextuais. 5 Querer que a teologia de um texto esteja certa, só por tirar uma categoria gramatical da cartola - para empregar, sem considerar, a sua situação semântica normal - não é uma exegese gramatical responsável. Todavia, todos fazemos isso - duplamente de modo parcial: (1) porque somos acostumados a fazer exegese sobre as bases do achismo, e não sobre um conhecimento detalhado de como funciona a língua (um conhecimento que não foi facilmente possível até que os programas de computador o fizessem); e (2) por que não há exegetas sem preconceitos, embora alguns sejam menos que outros). Mas uma análise cada vez melhor das estruturas do Koinê está ajudando a todos os estudan tes do NT a obterem uma interpretação válida da mensagem do NT. Essa "interpretação válida" está além do que é meramente possível, tem a ver com o que é provável.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
516
tempo verbal particular pela mesma razão que usa para escolher o modo, a raiz léxica etc. Tudo contribui para o significado que deseja expressar. Todos estão, assim, competindo pelo controle. Novamente, tome o presente histórico como um exemplo. Um autor usa o tempo presente em narrativa por alguma razão. As opções são realmente bastante simples: (1) por seu aspecto ou (2) por seu tempo. A maioria dos eruditos concorda que o aspecto do presente histórico não tem nenhuma diferença frente ao de um aoristo. Se for assim, um autor: (1) escolhe o tempo presente por sua importância tempo-cronológica; ou (2) não usa o presente histórico para indicar tempo real, mas para dramatizar a vivacidade de uma ação.6 Em suma, é imperativo que se dê atenção às várias influências que afetam o significado do tempo. Todas essas influências, em conjunto com o presente, contribuem com a categoria específica de uso em questão.7
Usos Específicos Os usos específicos do presente são divididos em três grandes grupos: o presente stricto sensu, o lato sensu e o dos usos especiais. "Stricto Sensu" significa que a ação é descrita como ocorrendo em um intervalo relativamente curto. Já "Latu Sensu", que a ação é descrita como ocorrendo em um intervalo mais longo. Os "Usos Especiais" incluem exemplos que não se encaixam em nenhuma das categorias acima, especialmente aqueles que envolvem uma estrutura de tempo cronológico diferente do presente.8
I. Presente Stricto Sensu Definição A ação é descrita como estando em progresso, ou como acontecendo.9 No modo indicativo, é descrito como ocorrendo no presente ("já"), isto é, no momento da fala. Isso envolve dois usos particulares do presente: o instantâneo e o progressivo. 6 Ironicamente, então, diríamos que o presente histórico é o uso do presente em que o aspecto é diminuto, mas o elemento temporal ainda tenha força, embora não literal mente. 7 A obra principal nessa área é de Fanning, Verbal Aspect, especialmente o cap. 3: "O efeito do Significado Inerente e Outros Elementos na Função Aspectual", 126-96. Ele vê o significado léxico inerente como a principal influência (26). Seu material sobre esse tópico é particularmente útil (127-63). Também, deve-se notar Silva, "A Response to Fanning and Porter," para uma enfâse sobre as intrusões gramaticais no aspecto verbal. 8 Pragmaticamente, é útil pensar em termos de tempo quando pensarmos nessas cate gorias. Não porque o presente sempre inclua um marcador temporal, mas porque mui tos dos presentes (como outros tempos) são encontrados no indicativo. Além de que, alguns usos são restritos ao indicativo (como o presente histórico). Isso pode apenas ser cogitado em termos de tempo.
517
Tempo presente: stricto sensu (instantâneo)
A. Presente Instantâneo (Presente Aorístico ou Pontilear)10 1.
Definição O presente pode ser usado para indicar uma ação completa do momento da fala. Isso só ocorre no indicativo. Ele é relativamente comum.
2.
Clarificação O elemento de tempo-cronológico torna-se tão proeminente aponto de que o aspecto progressivo ser inteiramente ofuscado. O presente instantâneo é um típico presente lexicalmente influenciado: normalmente é um verbo, dizer ou pensar (um presente performativo).n O ato em si é completado no momento da fala. (Vê-se prontamente uma vez que os verbos dizer ou pensar, rotineiramente, fazem parte da ação. Quando os verbos "dizer", "prometer", ou "contar" introduzem uma elocução, a estrutura do tempo-cronológico da introdução é concluída uma vez que a elocução terminar. Por exemplo, "Eu te digo a verdade", 'Esse é o último minuto do jogo' etc."). Passado
Presente
Futuro
*
Quadro 48 A Força do Presente Instantâneo Note: O diagrama usado para os tempos verbais com indicadores de tempo serve apenas para o modo indicativo. O elemento tempo-cronológico é incluído por causa da ampla porcentagem dos tempos verbais indicativos. Para os usos contêm exemplos além-indicativo, deve-se ignorá essa estrutura. 3. Mc 2:5
Ilustrações ò 'Iqoouç . . . Àéyet tw TrapcdirciKU tÉkvov, àcjúevTaí oou al ájiaptíai.12 Jesus . . . disse ao paralítico: "Filho, teus pecados estão perdoados."
9 O título alternativo presente "durativo" para descrever tanto o instantâneo quan to o progressivo é, de longe, uma descrição adequada para o presente instantâneo. Este tem sua força aspectual inteiramente suprimida. Usamo-lo somente por causa da con tinuidade com outras gramáticas. 10 O presente instantâneo é um termo muito mais satisfatório desde que as visões aorísticas e pontileares continuam errôneas sobre o aoristo - ou seja, na realidade se refere a um ato momentâneo. 11 Fanning, Verbal Aspect, 202. Fanning nota um segundo tipo, isto é, um ato que é simultâneo ao tempo da enunciação, mas não idêntico a ela. Para nosso propósito, po demos tratá-los simplesmente como presentes instantâneos. 12 aípétourat acha-se em vários MSS, incluindo íp88S A C D L W P II 2 579 700 892 f 1 Byz: caJéovTca encontra-se em G €> 0130 828 1010 1424/ et pauci; ácjHOVTca está em A; àcj)[«VTai é a leitura de 0.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
518 Jo 3:3
àpqv àpqv À é y a ) a ol em verdade, em verdade, te digo
At 9:34
eínev oorucò ó Tléxpoç Alvéa, íâxaí oe 'Iqoobç Xptoxóç disse-lhe Pedro, "Enéias, Jesus Cristo te cura."
At 2 5 : 1 1
Kaíoapa êiuKocA.oüpou eu apelo para César
Cf. também Mt 10:42; Mc 5:7; At 19:13; 24:14; Rm 16:1; Ap 1:8.
B. Presente Progressivo (Presente Descriptivo) 1.
Definição O tempo presente pode ser usado para descrever uma cena em desenvolvi mento, especialmente na literatura narrativa. Ele representa uma estrutura mais ampla de tempo cronológico que a do presente instantâneo, embora seja limitado em comparação com o presente costumeiro ou gnômico. O presente progressivo difere do iterativo (e costumeiro) por este envolver ação repetida, enquanto aquele regularmente envolve ação contínua.13 O pre sente progressivo é comum14, tanto no modo indicativo quanto nos demais modos.
2.
Chave para Identificação: nesse tempo presente, agora mesmo Passado
Presente
Futuro
Q u adro 49 A F orça do P resen te P rogressivo
3. Mt 2 5 :8
Mc 1:37
Ilustrações od À a p iT á õ e ç t)|íc 3 v a p é v v u v x c a nossas lâmpadas estão [já] se apagando É também possível classificá-lo como um presente conativo: "nossas lâmpadas estão para se apagar". ircdaeç Çqxoôoív oe todos estão [agora] te procurando
13 Deve-se a dois fatores: (1) lexicalmente, os verbos que tomam o presente progres sivo são, muitas vezes, de ligação; (2) contextualmente, a estrutura de tempo é, com freqüência, tão estreita que a ação pode ser retratada como ininterrupta. O presente descritivo, em muitas gramáticas, é apresentado como distinto do progressivo. A diferença está no fato do descritivo envolver uma faixa seqüencial mais estreita que a do presente progressivo. Colocamos os dois juntos por conveniência.
Tempo presente: lato sensu (presente de ação passada) At 2:8
519
nwç qpeiç áicoúo|j,ev eicaoTOç xfj lõía ôialéKxcj qiicôu; como estamos ouvindo, cada em nossa própria língua materna?15
At 3:12
riplv xí (rreváCete; Por que estais olhando para nós?
Rm 9:1
àlrfieiüLV Àéyw . . . ou i|reúõo|j.aL Estou falando a verdade .. . não estou mentindo O que se segue é odiscurso sobre o pesar de Paulopor Israel.
Cf. também Mt5:23; 8:25; 27:12; Mc 2:12; 3:32; 4:38 (a menos queeste seja tendencial); Lc 11:21; Jo 4:27; At 4:2; 14:15; 1 Co 14:14; G11:6; 1 Ts5:3.
II. Presente Lato Sensu Definição As próximas quatro categorias do presente incluem os que indicam um fato que ocorre com certos intervalos ou seqüências com eventos intercalados.
A. Presente Estendido do Passado (Presente de Ação Passada Ainda em Progresso) 1.
Definição O tempo presente pode ser usado para descrever uma ação que, começada no passado, continua no presente. A ênfase está no tempo presente. Note que isso difere do tempo perfeito, uma vez que este fala apenas sobre os resultados existentes no tempo presente. Este por sua vez, difere daquele, pois retorna no tempo cronológico e, normalmente, tem algum tipo de indicador temporal (como uma frase adverbial) para mostrar o elemento referente ao passado.16 Dependendo em quão restritamente definimos essa categoria, ele é relativamente raro ou bastante comum.17
15 Parece melhor descrevê-lo como um presente descritivo visto que o elemento temporal está tão entrelaçado (oposto a um presente estendido do passado). Fanning, por exemplo, não o tomaria como extensão do passado, pois em sua visão esse uso "sempre inclui uma locução adverbial ou outra indicação de tempo com o verbo presente para sinalizar o significado de tempo passado" (Fanning, Verbal Aspect, 217). Brooks-Winbery, porém, disputa isto (Syntax, 77). 16 Fanning, Verbal Aspect, 217. 17 Fanning o considera uma categoira rara, limitando-o por descrição: "ele sempre inclui uma locução adverbial ou outra indicação de tempo" (Verbal Aspect, 217). Mckay é um pouco mais vago em sua descrição, embora ele inclua pouco daquilo que Fanning não faria (New Syntax of the Verb, 41-42). Brooks-Winbery são ainda mais amplos, mas seu exemplo de 2 Co 12:9 é debatível (Syntax, 77; veja discussão em Fanning, Verbal Aspect, 217, n. 30).
520
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 2.
Chave para a Identificação A chave para esse uso normalmente consiste em traduzi-lo como um pre sente contínuo. Alguns exemplos não se encaixariam aqui. Passado
Presente
Futuro
• Q u adro 50 A F orça do P resen te E sten d id o do P assad o
3.
Ilustrações
Lc 15:29
rooaOta exq õouA.eúco aoi Tenho te servido por tantos anos
2 Pe 3:4
Ttávra oü xo ç ôiapevei áir’ áp xq ç KTioecoç
todas as coisas permanecem [como] desde o princípio da criação 1 Jo 3:8
áp xn ç ó 6iá[k)À.oç áp apT ávei o diabo vive pecando desde o princípio
ixit’
Cf. também Lc 13:7; Jo 5:6;18 At 15:21; 27:33;19 1 Co 15:6 (possivelmente).
B. Presente Iterativo 1.
Definição O presente pode ser usado para descrever um evento que acontece repetida mente. (O presente distributivo pertence a essa categoria, contudo seu uso reserva-se a atos individuais distribuídos a mais de um objeto). Freqüentemente é encontrado no modo imperativo, visto que uma ação necessita ser feita. O presente iterativo é comum. Esse presente difere do presente costumeiro em termos de (1) estrutura tem poral e (2) regularidade. O iterativo apresenta intervalos mais curtos e me nos regulares. Porém, várias passagens são difíceis de analisar e poderiam ajustar-se concebivelmente em qualquer categoria.
2.
Chave para Identificação: repetidamente, continuamente
18 Esse exemplo também é um uso do presente preservado no discurso indireto. 19 Fanning afirma que esses dois exemplos de Atos são os únicos no livro (Verbal Aspect, 218).
521
Tempo presente: lato sensu (costumeiro)
Passado
Presente
Futuro
Q u adro 51 A F orça do P resen te Iterativo
3.
Ilustrações
Mt 7:7
Alieiie . . . ÇryreiTe . . . Kpoúexe Pedi. . . buscai. . . batei A força dos imperativos presentes é assim descrita: "Peça repetidamen te, inúmeras vezes. . . busque repetidamente. . . bata continuamente, inúmeras vezes".
Mt 17:15
7toàA.(xkiç miruei elç xò irüp Muitas vezes cai no fogo
Lc 3:16
êyoò üôaxt PcctttlÇío òpâç Eu vos batizo com água Este é um exemplo de um presente distributivo: João batiza somente uma vez cada pessoa, mas a ação é repetida.
At 7:51
úpelç àel xcò weúiiati xtò òtyLíp hvzmiTTexe Vós sempre resistis ao Espírito Santo
1 Ts 5:17
npooeúxeoGe Orai [repetidamente] sem cessar A idéia do imperativo presente não é que os crentes estejam todos os minutos do dia em oração, mas que deveríamosoferecer orações repetidamente a Deus. Nosso hábito deveria ser:estar napresença de Deus.
(X Ô ic d e L T T X to ç
Cf. também Mc 3:14; Jo 3:2, 26; At 8:19; Rm 1:9 (ou costumeiro), 24; 1 Co 1:23; G14:18; Fp 1:15.
C. Presente Costumeiro (Habitual ou Geral) 1.
Definição O presente costumeiro é usado para sinalizar uma ação que regularmente acontece ou um estado contínuo.20 A ação normalmente é iterativa ou repetida, mas não sem interrupção. Esse uso é bastante comum. O costumeiro (propriamente dito) difere moderadamente do iterativo. Po rém, geralmente pode-se dizer que o presente costumeiro é mais amplo em sua idéia do tempo "presente" e descreve um evento que acontece regularmente. O presente costumeiro é iterativo com os extremos temporais "excluídos".
20 Conforme Fanning, Verbal Aspect, 206, n. 12: "O presente geral ou costumeiro não precisam ser iterativo. Se o caráter lexical do verbo for estativo ou denotar um processo que pode ser estendido em detalhe, o sentido é o da continuação ininterrupta . . ." Alguns gramáticos preferem distinguir o presente estativo do costumeiro. Temos colocado juntos por conveniência.
522
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Há dois tipos de presentes costumeiros: (1) ação repetida e (2) estado contí nuo. O presente estativo é mais enfático em suas restrições temporais que o presente costumeiro ou gnômico. 2 . Chave para identificação: customeiramente, habitualmente, continuamente Os dois tipos de presente costumeiros são lexicalmente determinados: um é a ação repetida (presente habitual [customeiramente, habitualmente]), enquanto o outro é estado contínuo (presente estativo [continuamente]). Passado
Presente
Futuro
OU Q u adro 52 A F orça do P resen te C ostu m eiro
3.
Ilustrações a.
Exemplos Claros
Lc 18:12
vqaieúco õ!ç toü oappáxou eu [costumeiramente] jejuo duas vezes por semana
Jo3:16
ttkç
Jo 14:17
Tiap’ úplv pévei K c d kv úplv eoica ele continualmente permanece convosco eestará em vós
ó TTLOTeúcúv elç cojtov pq áiTÓA.qTaL todo o que nele [continuamente] crê não pereça Esse também poderia ser um presente gnômico, mas somente se não for um provérbio nem uma simples máxima geral. Nesse Evangelho, parece haver uma distinção qualitativa entre o ato em processo de crer e o simples fato de crer.
1 Co 11:26
Hb 10:25
ÒcjcJkiç yàp kàv êaGíqte t o p aç>xov toôtov kou to Trorqpiop xiívr\xc, tòv Gávatov toô Kupiou KoruaYYéA.A.€Te cí/pi ou eX0r). Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. pq éyicaTaA.eíiTOVTeç xqu êTTioupctyijoyqp éauttôp, kkBÒç, eBoç tlo lp 21 Nunca [habitualmente] deixai de congregar-vos, como é costume de alguns
Cf. também Jo 1:38; 4:13, 24; At 15:11; 27:23; 1 Jo 2:8. b. Exemplos Debatíveis Cf. 1 Jo 3:6, 9 é um exemplo teologicamente debatível (estamos to mando-o como gnômico, mas há quem o considere costumeiro). Veja discussão abaixo sobre o "Presente Gnômico".
21 cyKataÀÍTTOVi&; é a leitura de N* 90 436; KomxÀeíiTOvxeç acha-se no i)346 D*.
Tempo presente: lato sensu (gnômico)
^
523
D. Presente Gnômico 1.
Definição O presente gnômico pode ser usado na declaração de um fato geral, sem considerar o tempo. "Não significa que algo está acontecendo, mas que algo acontece".22 E uma ação ou estado contínuo sem limite tempo-cronológico. O verbo é usado "em provérbios ou máximas gerais."23 Esse uso é comum.
2.
Semântica e Situação Semântica O presente gnômico distingue-se do presente costumeiro pelo fato deste referir-se a uma ação que ocorre regularmente enquanto aquele se refere a algo geral, um fato sem considerar o tempo. Ele difere do presente estativo (uma subcategoria do presente customeiro) por este envolver uma restrição temporal enquanto o presente gnômico geralmente é atemporal. Há duas situações semânticas predominantes nas quais o presente gnômico ocorre.24 O primeiro inclui exemplos que descrevem deidaãe ou a natureza como o sujeito da ação. Declarações tais como "o vento sopra" ou "Deus ama" se encaixam nessa categoria. Tais presentes gnômicos sempre declaram a verdade. Há um segundo tipo de gnômico, ligeiramente diferente em defini ção: o uso do presente em declarações genéricas para descrever algo que é verdade em qualquer tempo (em lugar de uma declaração universal que é verdade em todo o tempo).25 Esse tipo de presente gnômico é mais comum. Assim, pragmaticamente, é útil notar uma influência gramatical particular: Um verbo gnômico tipicamente tem um sujeito ou objeto genérico. A maioria dos genéricos será sujeito (mas note o primeiro exemplo abaixo). Além disso, o particípio presente, especialmente em expressões tipo formula uâç ó + particípio presente e semelhantes, rotineiramente faz parte desse uso.26
3.
Chave para a Identificação Uma chave é perceber se o fato trata-se de algo geral ou atemporal. Mas isto não cobre todas as situações. Outra regra é traduzir o verbo como "faz" em lugar de "estar fazendo". Além disso, deve-se especialmente notar se o sujei to é genérico (as chaves comuns são: (1) há algum pronome indefinido tlç; (2) ou particípios substantivais [especialmente com ttccç]; e (3) ou ainda um adjetivo substantivado).
22 Williams, Grammar Notes, 27. 23 Fanning, Verbal Aspect, 208. 24 Veja Fanning, Verbal Aspect, 208-17, para ver a obra original. 25 Ibid., 209. 26 Ibid. Cf. Mt 5:32; 7:21; Lc 6:47; 16:18. Temos alistado Jo 3:16 como pertencente ao "Presente Costumeiro" porque, em João, enfatiza a fé contínua. Há outros exemplos de ir&ç ó + particípio presente usado para a idéia costumeiro ou iterativa (cf., e.g., Lc 18:14; Jo 4:13; Rm 2:1).
524
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Passado
Presente
Futuro W
Quadro 53 A Força do Presente Gnômico 4.
Ilustrações a.
Exemplos Claros
Mt 5:32
ttccç ó tnroXúcov xqv yuvalKa aí)To027 qualquer que se divorcia de sua esposa
Mc 2:21
ouõelç éTrípiriiia pátcouç àyváfyov éiupcarrei è u l ípánov iraÀ,aLÓv ninguém costura remendo de pano novo em veste velha
Jo 3:8
tò TTveôpct ottou 8eÀei imel o vento sopra onde quer
2 Co 9:7
llapòv yàp õórqu áyairâ ó 9eóç porque Deus ama [como um fato geral, atemporal] quem dar com ale gria ^ O presente gnômico fala de algo que acontece, ao invés de algo que está acontecendo. Vê-se isso em: Deus realmente ama quem dá com alegria (e não "Deus está amando quem dá com alegria").
Hb 3:4
TTCCÇ OLKOÇ KCCTCCOKeuáíetai útto tluoç toda casa é edificada por alguém Como ilustrado aqui, o gnômico focaliza freqüentemente em uma ação de caráter proverbial.
Cf. também Lc 3:9; Jo 2:10; At 7:48; 1 Co 9:9; G1 3:13; 1 Jo 2:23; 3:3, 20. b. Exemplos Debatíveis 1 Jo 3:6, 9
ttcíç ô kv ocútcô pkvwv oúx (xpapiávei ttccç ó ájiccpiávuv oí>x ècópccKev ohruòv ovóh kyvwKcv avxóv. (9) Ilâç ò yeyewqpéuoç ck tou Geoü à p a p xía v o ú iroieX, o tl airépjia aírcoü kv aúxcô p lv e i, Kal oú õúvaTai à|iaptáv6iv, o tl €K tou 0coí) yeyéwqTaL.
Toda aquele que permanece nele não peca. Todo que peca não o viu nem o conheceu. (9) Todo que é nascido de Deus não peca, porque sua semente nele permanece, e ele não pode pecar, porque é nascido de Deus. Muitos comentários mais antigos interpretam o presente em negrito (assim com os outros em vv 4-10) como costumeiro (uma visão popula rizada especialmente por eruditos britânicos, principalmente Westcott): não viv e pecan do . . . não v iv e na p rática do pecado . . . não vive com etendo pecado . . . n ão p o d e p eca r habitu alm en te. Tratam esses presentes assim
com o fim de harmonizar esse trecho com 1:8-10, negar que alguém possa pecar é rejeitar a palavra de Deus. Mas há vários argumentos contra esta interpretação: (1) As muitas sutilezas dessa abordagem a 27 Em lugar da construção participial, D E G S U V (0250) 579 et plu têm ôç w ávoÀ.úar).
525
Tempo presente: lato sensu (gnômico)
contrariam. (2) Isso parece contradizer 5:16 (káv xiç ’íôp xòv «áeÂcfjòiz òqiapTÍau pq n p ò ç Oávoaov [se alguém ver seu irmão p e c a n d o um pecado que não é para morte]). O autor justapõe "irmão", o presente de apaprávco e a a declaração de certo pecado que não levaria à morte. Na visão do presente costumeiro, o autor não seria capaz de fazer essa declaração. (3) O presente gnômico freqüêntemente ocorre com sujeitos genéricos (ou objetos). Além disso, "o sentido de um enun ciado genérico é geralmente uma afirmação absoluta do que cada um faz uma vez, e não um declaração da atividade habitual ou costumeiro do indivíduo".28 Isso certamente se encaixa no padrão.
a i)T O Ü à p a p t á v o v T a
Como abordar aqui tais presentes? O contexto imediato parece falar em termos de uma realidade escatológica projetada.29 A seção maior da epístola lança luzes em direção ao eschaton: Visto que os cristãos estão nos últimos dias, sua esperança no retorno iminente de Cristo deveria incentivar a uma vida piedosa (2:28-3:3). O autor primeiro articula como tal esperança escatológica produziria santidade (2:28-3:3). Então, sem marcar que sua discussão ainda está na mesma direção, ele dá uma visão proléptica de santificação (3:4-10), isto é, ele usa uma figura hiperbólica do crente em contraste com o incrédulo. As implicações disso são: (1) embora os crentes ainda não sejam perfeitos, (2) estão caminhando nessa direção (é preciso interpretar 3:6,9 prolepticamente), (3) enquanto os incrédulos estão na direção oposta da verdade (3:10; cf. 2:19). Desse modo, o autor declara, de um modo absoluto, verdades que ainda não são fato, pois ele está falando dentro de um contexto de esperança (2:28-3:3) e de julgamento escatológicos (2:18-19). l T m 2 :1 2
ôiõ áo K eiv y u r m i d
oúk
eirtipétrco oüôè auG eirrelu àv õ p ó ç
não permito que mulher ensine ou exerça autoridade sobre homem Se esse fosse um presente descritivo (como popularmente, às vezes, é tomado), a idéia poderia ser que no futuro o autor permitiria isso: no momento não permito... Porém, há vários argumentos contra isso: (1) Ele é excessivamente sutil. Sem qualquer indicador temporal, tal como ãpxi ou talvez vOi1, essa visão foge do problema. (2) Se fizermos isso com outras ordem no presente, nossa exegese resultante seria caprichosa e absurda. Significa que o código moral |if| |ie0úcsKea0e o’ívo) . . . , àXXòt uA.r]poí)o9e kv irveú|i(XTi (Ef 5:18) - "No momento não vos embriagueis com vinho, mas sede cheios, no tempo presente, pelo Espírito" - mudaria no futuro? O uso normal do presente na literatura didática, especial mente quando introduz uma exortação, não é descritiva, mas um pre ceito geral que tem implicações gnômicas.30 (3) Gramaticalmente, o presente é usado com um objeto genérico (yuvaiKÍ), sugerindo que se ria tomado como um presente gnômico. (4) Contextualmente, a exorta ção parece estar enraizada na criação (note v 13 e o yáp introdutório), em lugar de ser uma mensagem para uma situação temporária. 28 Fanning, Verbal Aspect, 217. 29 Sakae Kubo chega bem perto disso quando argumentou por um cenário ideal (S. Kubo, "1 John 3:9: Absolute or Habitual?", Andrews University Seminary Studies 7 [1969] 47-56). 30 Cf. Rm 6:11, 12, 13; 12:2, 14; 13:1; 1 Co 3:18, 21; 6:9, 18; 10:14; 15:34; 2 Co 6:14; G11:8; 5:13,16; Ef 4:25; 5:1-3; 6:1-2; Fp 2:5,12,14; 4:4-9; Cl 3:2,16; 1 Ts 5:15-22; 1 Tm 3:10, 12; 4:7; 5:1, 22; 6:11; 2 Tm 1:13; 2:1, 8, 22; 3:14; 4:5; Tt 2:1; 3:1, 14. '
526
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
III. Usos Especiais do Presente Cinco usos do presente não se encaixam facilmente nas categorias acima. Esses in cluem os presentes: histórico, perfectivo, conotivo, futurístico e o presente com dis curso indireto. Os quatro primeiros podem ser vistos temporariamente como pro pósitos práticos (como muitos deles ocorrem somente no indicativo), movendo-se do passado simples (presente histórico) para o passado + presente resultante (presente perfectivo), para o presente incompleto ou potencial (presente conativo), para futurístico (presente futurístico). A quinta categoria, o presente com discurso indireto, não é tecnicamente uma categoria sintática, e sim, uma categoria estrutural.
A. Presente Histórico (ou Dramático)51 1.
Definição O presente histórico é usado freqüentemente na literatura narrativa para descrever um evento passado.
2.
Amplificacão/Semântica a.
Razão para o Uso: Descrição Vivida O presente histórico normalmente retrata um evento vividamente, como se o leitor estivesse na cena.32 Tal vivacidade poderia ser retórica (focalizando algum aspecto narrativo) ou literária (indicando uma mudança tópica).33 Ele ainda pode descrever um evento passado por sua vivacidade ou para realçar algum aspecto da narrativa. Pode ser intencional (consciente) ou não-intencional (subconsciente). Se intencional, então, é provavelmente usado para mostrar a proeminência
Não parece haver quaisquer exemplos exortativos do verbo presente na primeira pessoa seguido por um infinitivo (tais como eu quero que você, conjuro-te) no corpus paulinum, em que o presente na primeira pessoa tomaria como já, mas não tarde. (1 Co 7:7 se encaixaria nesta descrição, porém, o contexto também parece especificar um li mite temporal [v. 26]). Estes tempos se enquadram em outra categoria, principalmente gnômico. Cf. e.g., Rm 1:13; 11:25; 16:19; 1 Co 7:32; 10:1; 11:3; 12:1; Fp 4:2; Cl 2:1; 1 Tm 2:1. 31 Cada geração teria uma maneira peculiar de chamar isso. 32 Embora tenha havido muita discussão sobre o uso do presente histórico (tanto em grego como em outras línguas) na literatura lingüística recente, as obras mais re centes sobre aspecto verbal no NT estão de acordo que vividez ou narração dramática é a razão desse uso. Veja Fanning, Verbal Aspect, 226 (discussão panorâmica do presente histórico em 226-39); Porter, Verbal Aspect, 196 (discussão panorâmica do presente his tórico em 189-98).
Tempo presente: usos especiais (histórico)
527
dos eventos seguintes. Se não-intencional, provavelmente usa-se para vivacidade, como se o autor estivesse revivendo a experiência. 34 Porém, com Aéyei. e outros verbos que introduzem um discurso (in)direto, o presente histórico é, em grande parte, uma expressão estereotipada que perdeu seu poder retórico.35 Xéyei/Xéyovoiv é o verbo mais comum usado como presente histórico, constituindo mais da metade de todos os exemplos.36 b. Tempo Cronológico Vs. Aspecto O valor do aspecto do presente histórico é normalmente, se não sempre, reduzido a zero.37 Os verbos usados, tais como Àáyei e cp^etat, normalmente introduzem uma ação no meio do aoristo sem indicar que um aspecto interno ou progressivo está em foco.38 O presente histórico perde o aspecto, mas não o tempo. Mas o elemento tempo é retórico, não real.39 O diagrama apresenta isso.
33 Fanning observa: "isso retrata, freqüentemente, as obras do modo deles, tirando a atenção para eventos cruciais ou destacando novas cenas ou atores na "narrativa". Freqüentemente, também mostra "um claro padrão nas funções estruturais do discurso, tal como destacar o início de um parágrafo, para: (1) introduzir novos participantes em um parágrafo existente; e, (2) mostrar participantes se movendo para um novo local" (Verbal Aspect, 231-32). 34 Isto não significa, naturalmente, que o autor está revivendo a experiência. Caso contrário, teríamos que dizer que o evangelista estava presente quando Jesus foi tentado pelo diabo (Mt. 4:1-10) e alguns discípulos estavam com as mulheres quando elas desco briram o túmulo vázio (Jo 20:1-2)! 35 Conforme BDF, 167 (§321); Fanning, Verbal Aspect, 231-32. 36 Cf. J. C. Hawkins, Horae Synopticae: Contributions to the Study ofthe Synoptic Problem, 2d ed (Oxford: Clarendon, 1909) 144-49. Em adição, note J. J. 0'Rourke, "The Historical Present in the Gospel of John," JBL 93 (1974) 585-90 (Embora sua lista não sirva total mente, por causa da inclusão de poucos presentes preservados no discurso indireto e outros presentes não-históricos). Fanning (Verbal Aspect, 234, n. 75) tem calculado que 286 dos 430 presentes históricos em Mateus - Atos são do verbo 'falar' (assim, exatamen te quase dois terços dos exemplos). Conforme BDF, 167 (§321); Robertson, Grammar, 867 (embora ele diga que alguns exemplos sejam iguais ao imperfeito); Fanning, Verbal Aspect, 227-31. 38 Se a visão não-temporal do tempo fosse verdadeira, deveríamos esperar que o aspecto estivesse em pleno fluxo. Porter defende que isso é, de fato, o caso (Verbal Aspect, 195). Isso parece concordar com visão temporal: O escritor usou o presente de modo altamente vivido, embora o evento tenha ocorrido simultaneamente ao tempo da escrita. 39 Fannning chegou a conclusões semelhantes (Verbal Aspect, 228): "O ponto do pre sente histórico não é como a ocorrência é vista, mas que ela ocorreu (retoricamente) 'agora'". Ele chega a dizer que "o significado temporal" predomina e neutraliza a força aspectual. Embora concordemos plenamente, parece que esta descrição contra a semente de "significado invariante" de Fanning para os tempos (neste caso, que o presente tem um significado invariante de aspecto).
528
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Passado
Presente
Futuro
•
Quadro 54 A Força do Presente Histórico c.
Uso e Gênero O presente histórico ocorre principalmente nos escritos menos cultos como uma função do discurso coloquial, vivido. Autores mais literários e os que primam por um registro histórico tendem a evitar isso. João faz isso 162 vezes, Marcos 151 vezes. Mateus tem, no máximo 93; enquanto Lucas, 11 (principalmente, nas parábolas de Jesus). Há, em Atos, 13. O presente histórico é preeminentemente a ferramenta do narrador e acon tece exclusivamente (ou quase exclusivamente) na literatura narrativa.40
3.
Clarificação/Situação Semântica Embora o presente já tenha sido definido, ele precisa ser classificado em termos da situação semântica em que ele ocorre.41 a.
Com Referência à Pessoa A única pessoa em que o presente histórico ocorre é a terceira pessoa (singular ou plural). Cf., e.g., Jo 4:11,15,19,21,25, 26, 28, 34, 49, 50; 20:1 (2x), 2 (3x), 5, 6, 13 (2x), 14, 15 (2x), 16,18,19, 26, 27, 29, etc.42
40 Porter (Verbal Aspect, 197) acha alguns exemplos fora da narrativa (principalmen te em Romanos e Apocalipse). Seu exemplo de Rm 11:7 é disputado por McKay ("Time and Aspect," 210-12). Os de Apocalipse parece pertencerem a uma categoria completa mente diferente, pois o uso do tempo na apocalíptica (em que o futuro é retratado vividamente, às vezes como um presente, às vezes como um evento passado) dificilmente pode ser comparado a outros gêneros. 41 Isso é basedo em John Hawkins' Horae Synopticae, onde todos os presentes histó ricos (415) são alistados. Não há nenhuma análise dos tipos de verbos em Hawkins (pois seus propósitos eram diferentes). Todavia, uma simples observação desses exemplos revela certos fatos. 42 Esse poderia também ser o caso com outras literaturas gregas. Veja R. L. Shive, "The Use of the Historical Present and Its Theologícal Significance" (Dissertação de Th.M., Dallas Theological Seminary, 1982). As vezes, a primeira pessoa do verbo é alistada entre os presentes históricos do NT. Mas quase invariavelmente, isso representa uma confusão entre o presente histórico e o presente preservado no discurso indireto. Ambos são traduzidos do mesmo jeito (até onde o valor temporal for uma preocupação) em português, mas a situação semântica é diferente. (Veja discurso abaixo no "Discurso Indireto").
529
Tempo presente: usos especiais (histórico) b. Com Referência aos Tipos de Verbos
Uma vez que o presente histórico ocorre em narrativa, é natural que seja usado só na terceira pessoa. E, visto que ele é usado com vividez ou destaque, é igualmente natural que ocorra com verbos de ação. Aiyo) sem dúvida é o verbo predominante usado com o presente histórico (de fato, nas referências acima mencionadas [i.e., de Jo 4 e 20], quinze dos vinte e três presentes históricos tem léyw). ep/opat vem em segundo (nas mesmas referências acima - Jo 4 e 20, de oito presentes históricos que sem Àeyco, cinco têm ep^opat). De forma significante, o único verbo que não é usado como um presente é o verbo de ligação (elpí).43 Também, quando yívo|iat funcionam como um verbo de ligação, ele não é usado como um presente histórico. No entanto, ele pode funcionar como outros verbos que não de ligação.44 c.
Com Referência ao Modo Visto que o tempo cronológico funciona apenas com o indicativo, ele confirma que o presente histórico é usado excluva e legitimamente com o indicativo. O relacionamento do particípio com um verbo principal referente ao tempo não lhe dá crédito a ponto de classifica-lo como um presente histórico - mesmo que esse verbo principal esteja no presente histórico.43
4.
Ilustrações a.
Mt 26:40
Exemplos Claros epxexca npòç xouç |ia9r|xàç K a l
eupíaKei aúxouç KaOeúôouxaç, K a l Aéyet
ele veio para os discípulos, achou-os adormecidos, e disse. . . Mc 1:41
a ú x o í) if y a x o K a l A é y e i aúxtò
ele o tocou e disse-lhe . . . Outros exemplos de Aéyei. são: Mt 4:6,10; 8:4, 7,20; 12:13; 16:15; Mc 6:31, 38; 9:5; 10:23; Lc 11:45; Jo 1:21; 2:4, 5, 7, 8, 10; 4:7, 9, 11, 15; 18:4, 5, 17; 19:4, 5, 6, 9, 10.
43 Embora a cópula seja usada como um tempo presente preservado no discurso indireto, ela é uma particularidadae. Muita confusão tem surgido sobre semelhanças na tradução destes dois. 44 Hawkins alista dois ou três exemplos com yívo|iaL. Nenhum exemplo funciona como um verbo de ligação (cf. Mc 2:15). 45 As edições mais antigas da NASB erraram ao classificar (com um asterisco) um particípio presente como um presente histórico simplesmente porque ele se relaciona com o verbo principal no presente histórico (em Jo 20:1 oucsrg dependente de epxexai como tempo relativo. Ele deveria simplesmente ser chamado de particípio temporal contemporâneo). Em outras duas ocasiões, eles classificaram um aoristo indicativo como um presente histórico.
530 Mc 6:1
Sintaxe Exegética do Novo Testamento kífèfkQcv èicelOev Kai ep xetai elç rqv Trcapíõa aúraü, Kai áKoA.oi)0oü aiy aÚT(ô ol |ia0Tyual aótoO46 Tendo saído dali, veio para sua terra, e seus discípulos o seguiram Outros exemplos de epxerat. incluem Mt 26:36; Mc 1:40; 3:20; 5:22; 10:1; 14:17; Lc 8:49. b. Textos Debatíveis 1) João 8:58 O texto diz: nplu ’ Appaàp yevéaGai éyw eípí (“antes que Abraão fosse Eu sou"). Sobre esse texto, Dertnis Light escreveu um artigo na defesa da Tradução do Novo Mundo no Bible Collector (Jul-Dez, 1971). Em seu artigo, ele discutiu eyd) elpi, o uso que a Tradução do Novo Mundo faz, ou seja, "Eu tenho sido". Light defende essa tradução ao dizer que "O verbo grego eimi, no tempo presente, deve ser visto como um presente histórico, por ser precedido pela oração infinitiva aorista que refere-se ao passado de Abraão (p. 8). Esse argumento tem vários equívocos: (1) o fato de que o presente segue um infinitivo aoristo não tem nada a ver com o modo pelo qual ele deve ser inter pretado. De fato, o presente histórico é, geralmente, posto entre o indicativo aoristo (ou imperfeito), não o infinitivo. (2) Se esse fosse um presente histórico, aparentemente, seria o único presente histó rico no NT que usa o verbo ei|ií. O peso das provas, portanto, men tem em classificar elpí como presente histórico. (3) Se, esse fosse um presente histórico, também seria o único no NT que tem uma pessoa do discurso que não seja a terceira.47 Os tradutores da Tradução do Novo Mundo entendem quais são as impli cações de èyò) elpí aqui, pois, em nota de rodapé, a esse texto, eles revelam o motivo de classificarem-no como um presente histórico: "isso não é o mesmo que ò (3v (ho ohn , significando 'O Ser' ou 'O
46 Em lugar de epxercu, A ( D ) E F G H K M N S U V Y I I 2 $ Q 0126/'“ 28 33 565 579 700 Byz têm qÀGcv. O presente indicativo é sustentado por K B C L A 0 892 2427 et pauci. 47 Para certificar, elpt é, às vezes, considerado um presente histórico por ser a pri meira pessoa do verbo, mas muitos rejeitam essas identificações nas passagens sugeridas. (Cf. os tratamentos dados a essa questão em R. L. Shive, "The Historical Present in the New Testament," e D. B. Wallace," John 5,2 and the Date of the Fourth Gospel," Bib 71 [1990] 177-205.) Uma abordagem sintática deve ser baseada em exem plos indisputáveis e legítimos. Exemplos disputados devem se encaixar no perfil de tais exemplos ou serem julgados suspeitos. Isso não quer dizer que seja impossível que para el|ií possa ser um presente histórico em Jo 8:58. Mas que peso repousa sobre a base desse argumento. Infelizmente, uma abordagem típica à gramática em passagens disputas assim é: (1) localizar uma categoria de uso que se enquadre na visão precon cebida de alguém; e (2) ignorar a situação semântica da categoria e argumentar com base no contexto (esse argumento deve ser construído) e ingenuidade. O contexto, na turalmente, tem seu lugar mais amplo na exegese - do que para a maior parte da gra mática mas nossa contenção é que a gramática é freqüentemente relegada a uma op ção de provas.
Tempo presente: usos especiais (histórico)
531
Eu Sou') em Êx 3:14, na LXX". De fato, se eyo) elpí não for um presente, então Jesus está aqui clamando ser ele o mesmo que falou com Moisés na sarça, o EU SOU, o que existe eternamente, Yahweh (cf. Ex 3:14 na LXX, 4ycà equ ó wu).48 2) João 5:2 O texto diz: cot tv ôè kv T O L ç 'l6 p o o o lú | j.O L ç . . . K O À U |iP ií0 p a ("Ora, em Jerusalém há, . . . um tanque"). Visto que elpí em nenhum outro lugar é usado como um presente histórico, o tempo presente deveira ser tomado como o indicador do tempo persente do ponto de vista do falante.49 A implicação disto parece ser: esse Evangleho foi escri to antes da destruição de Jerusalém em 70 A.D.50 Embora muitos objetem uma dada pré-ano 70 para o Evangelho de João, eles de vem, ao apoiarem sua visão, lidar com este texto. 3) Romanos 7:14-24 Por toda essa seção de Romanos, Paulo fala na primeira pessoa do singular no tempo presente. Por exemplo, em 7:15, ele declara, "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim, o que detesto" (o yàp KoaepyáÇo|iou oi) yivtóaKGÕ oí) yàp ò' 8éAu) touro TTpáaau), áÀA’ o piam toírto ttoico). É necessário atinar para os presentes aqui como dramático ou histórico. Mas, visto que Paulo está falando na primeira pessoa, essa classificação é muito improvável. Em outras palavras, é impossível apelar ao presente histórico para sustentar a visão que Paulo está se referindo ao seu passado, sua vida não cristã, nesse texto.51 Se alguém quiser adotar a visão que Paulo ou não fala de
48 A visão mais aceita que elpí é um presente estendido do passado (como McKay, New Syntax, 42). No entanto, a Jo 8:58 faltam paralelos suficientes para serem convincentes. 49 Conforme McKay, New Syntax, 40. 50 Ao dizer que kaxív é um presente estativo, estamos admitidamente indo contra a maré da erudição do NT. Geralmente, eruditos do NT têm tentado evitar a força prima facie de ecrcív adotando uma das cinco possibilidades nesse texto: (1) èoxív é um presen te histórico (Schnackenburg, Knabenbauer, Carson, et al); (2) kaxív é um presente anô malo (McNeile); (3) o autor errou, não sabendo que o tanque tinha sido destruído (Bleek?); (4) o tanque de Betesta deve ter sobrevivido à Guerra Judaica (Plummer, Dods, Tholuck, Weiss, et alii sugerem isso, mas preferem a visão do presente histórico [mas Jeremias o pressupõe]); (5) a visão redacional: Jo 5:2 pertencia a um estrato primitivo do Evange lho, não corrigido no final da publicação (MacGregor, Brown?). Cada uma dessas visões têm problemas sérios. Veja Wallace, "João 5,2," 177-205. Cf. Shive, "Historical Present," 67-70, 74, para uma crítica da visão do presente histórico em Rm 7:14-25. Cranfield, Romans (ICC) 1.344-45, tem a intuição correta sobre esses verbos serem presentes históricos, mas seu argumento poderia ter sido fortalecido se estivesse familiarizado com a situação semântica.
532
Sintaxe Exegética do Novo Testamento si, nesse texto, ou que está falando coletivamente (incluindo-se de um modo geral), a sintaxe do texto não leva a isso.02
B. Presente Perfectivo 1.
Definição O tempo presente pode ser usado para enfatizar o resultado de uma ação passada que ainda continua. Esse uso não é muito comum.
2.
Clarificação Há dois tipos: um lexical, outro contextual. O tipo lexical envolve certas palavras (notavelmente r\Kíò, que quase sempre tem uma força períectiva).53 O tipo contextual faz uso especial e freqüentemente com Áéve l como uma introdução a uma citação do AT.54 Sua força usual parece ser que, apesar da declaração ter ocorrido no passado, fala ainda hoje e está ligada aos ouvintes.55 Passado
Presente
V
1
Futuro
'
Quadro 55 A Força do Presente Perfectivo Note: O símbolo (------- ) indica o resultado de uma ação.
52 Tenho lutado com esse texto por muitos anos (e de várias formas) e tenho chegado a três visões diferentes. Minha visão presente é que o apóstolo está falando como um homem universal e está descrevendo a experiência de qualquer um que tente agradar a Deus ao se submeter pela carne à lei. Por aplicação, isso seria verdade para o descrente ou o crente. Os tempos presentes, então, seriam gnômico, não-histórico, pois se referem a qualquer um e descreve algo que é universalmente verdadeiro. Essa visão não vê nenhuma mudança na pessoa "eu" de vv. 7-13 e 14-25 (o que é um problema básico para outras visões) e é capaz de lidar com vv. 9,14 e 25 do mesmo modo. O grande problema com isso é que o "eu" é figurativo, não literal. Além disso, a interação entre sintaxe e linguagem retórica é um enigma que necessita muita exploração. 53 De acordo com Fanning, os seguintes verbos, às vezes, funcionam como presentes perfectivos: áiréxco, íkoúco, irápeqn (Verbal Aspect, 239-40, para uma discussão). Note também yivcóaKu em Lc 1:34. 54 Esse uso é tão distinto que poderia lhe ser dado uma classificação diferente, algo como fórmula presente introdutória. 55 Em alguns pontos, ele poderia ser tratado como um presente testímonium seguido pela oração: "Esta é a declaração das Escrituras. . ." Cf. Jo 1:19 (odkr) earlv í| papTupícc toü Tcoáwou).
Tempo presente: usos especiais (perfectivo) 3.
533
Ilustrações
Lc 1:34
eíirev ôè Mapuxp npòç xòv ayyeÀ.ov, IIwç èarat xouto, èfrel avôpa, oí) yLveóaKu; Disse, porém, Maria ao anjo, "Como será isto, pois não tenho conheci do homem?"
Rm 10:16
'Hoaíaç yàp léyet KÓpie, tíç èiTLOTeuoey irj ràcofj rípcôu; Pois Isaías diz, "Senhor, quem creu na nossa pregação?" O modo como Paulo introduz a citação de Is 53 traz a seguinte implica ção de que as palavras de Isaías se aplicavam à situação do apóstolo. Geralmente, as citações do AT, exceto as profecias, são introduzidas pelo yéypamcn, "está escrito". E difícil avaliar a diferença da força en tre essas duas fórmulas introdutórias. Mas é possível que a conotação dos tempos seja: (1) yéypairau, sendo um tempo perfeito, enfatiza a autoridade permanente das Escrituras; (2) Àéyei, sendo um presente, enfatiza a aplicabilidade das Escrituras à situação presente.
Ef 4:8
Aiyei [Deus] diz ou [a Escritura] diz Ocasionalmente, os escritores do NT não nomeiam o sujeito de Àéyei quando introduz uma citação do At. A explicação mais provável é que para eles tudo aquilo que dizem as Escrituras Deus também o diz e, conseqüentemente, não há diferença entre as Escrituras e a palavra de Deus. Um texto significante, à luz dessa discussão, é Ef 5:14. Embora Aiye l introduza a citação, improvavelmente refere-se ao AT. Pelo con trário, pode bem ser uma citação de credo hinológico cristão primitivo.
1 Tm 5:18
Aiyei f| ypatjjri (3oCv álotàuTa ov (jHpxóaeu; As Escrituras dizem, "Não amordaceis a boca do boi enquanto está moendo".
Ijo 5 :2 0
ó uíòç xoG 9eoü r^Ket, Kai ôéôwKeu ppiv õuxvoiay O Filho de Deus é vindo e nos tem dado a conhecer O presente perfectivo aqui está ligado por kccÍ a um tempo perfeito, ilustratando sua força.56
Para o presente perfectivo lexical, cf. também Mt 6:2; Lc 15:27; Jo 8:42; 2 Ts 3:11. Para o presente perfectivo contextual (fórmula introdutória), cf. também Rm 9:15; 10:8, 11, 19; 11:9; 12:19; 2 Co 6:2; G1 3:16; 4:30; Tg 4:5, 6.
56 Alguns exemplos de r|KC0 estão ligados a um aoristo. Há alguma dúvida se é perfectivo em alguns lugares (cf. Lc 15:27; Jo 8:42), embora muito provável que sejam perfectivos.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
534
C. Presente Conativo (Tendencial, Volitivo) Definição Esse uso do presente retrata o sujeito como desejando realizar algo (volitivo), tentando fazer algo (conativo), ou ao ponto de quase fazer algo (tendencial).57 Esse uso é relativamente raro.58 Dividiremos essa abordagem em duas categorias: (1) em progresso, mas não-completo (conativo propriamente dito); (2) Não-Começado, mas que Está para Ser Iniciado (Voluntivo/Tendencial). Essas categorias gerais preci sam ser distinguidas do presente futurístico, que geralmente dá a idéia da certeza de que uma ação ocorrerá. 1.
Em Progresso, mas Não-Completo (Conativo Propriamente Dito) a.
Definição O presente é usado para indicar uma tentativa sendo feita no tempo presente (modo indicativo). Freqüentemente, ele carrega a idéia de que a ação não será completada. Assim, temos uma tentativa não sem sucesso em progresso.59
b.
Chave para Identificação: está tentando (sem obter sucesso) Passado
Presente
Futuro O
Quadro 56 A Força do Presente (Verdadeiro) Presente Conativo Note: O símbolo O é usado para todas as ações que são não-cumpridas ou não-começadas. c. At 26:28
Ilustrações ò 'AypÍTnraç npòç tòv IlaüÀov kv òXígoo pe neíGeiç Xpumavòv •notfjaat.60 Agripa [disse] a Paulo: "Por pouco, me persuades a me fazer cristão!" Esse texto tem várias interpretações. Duas delas incluem: (1) "Em um momento você me persuadirá" e (2) "Você está tentando me persuadir,
57 Williams, Grammar Notes, 28. 58 No entanto, o presente conativo se encaixa bem com o genuíno tempo presente, pois vê a ação internamente, sem atinar para sua culminação. 59 Esse nem sempre é o caso: note, e.g., Rm 2:4; 2 Co 5:11. 60 Em lugar de neíBeiç, o códice A tem a leitura ireíGq.
Tempo presente: usos especiais (futurístico)
535
em um momento breve, para eu me tornar um cristão?" Embora haja a retribuição, o presente conativo está envolvido. G15 :4
oiuueç kv vó|iq> ÕLKoaoOaGe [vós] que procurai justificar-vos pela lei Se fosse um presente durativo de algum tipo, a tradução seria, "Vós que estais sen d o ju stificad o s pela lei!" Obviamente, esse significado para tal texto contradiziria todo o argumento de Gálatas. Paulo não está de clarando que eles estão sendo justificados pela lei, mas sim, que eles p en sam que estão (ou estão tentando ser), embora suas tentativas pos sam somente redundar em fracasso.
Cf. também Rm 2:4; 2 Co 5:11; G1 6:12. 2.
Não-Começado, mas
q u e E s t á p a r a S e r In ic ia d o
(Voluntivo/Tendencial)
a. Definição O presente indica uma tentativa que está para ser feita ou que se deseja fazer no tempo presente (ou, no futuro bem próximo). A ação pode ou não ocorrer. b
Chave para Identificação; estar para Passado
Presente
Futuro O
Quadro 57 A Força do Presente Tendencial
c.
Ilustrações
Jo 10:32
5ià ttolou aútúv epyov êpè AxOccCexe; Por qual destas obras vós estais para apedrejar-me?
Jo 13:27
ô TTOieiç ttolt)OOV x á x io v
o que estás para fazer, faze depressa
D. Presente Futurístico Definição O presente pode descrever um evento futuro, embora (diferente do conativo) geralmente ele acrescente a idéia de imediação e certeza.61 Muitos são verbos
61 Para garantir, alguns exemplos podem ser tomados como conativo ou futurístico. Fanning, por exemplo, considera uítrceu; em Jo 13:6 como tendencial (porventura, estais p a ra lav a res os meus pés?), enquanto nós tomamos como um negativo do presente futurístico (porven tura, m e lavarás os m eus pés?). Há pouca diferença entre os dois.
536
Sintaxe Exegética do Novo Testamento cujo significado lexical envolve antecipação (tais como ep^opou, -Paíuoo, iropeíio|iou, etc.).62 1.
Completamente Futurístico a.
Definição O tempo presente pode descrever um evento que é completamente sub seqüente ao momento da fala, embora fosse presente.
b. Chave para Identificação: brevemente estará para, certamente estar para Passado
Presente
Futuro *
Quadro 58 A Força do Presente Completamente Futurístico c.
Amplificação Somente um exame do contexto ajudará a verificar se esse uso do presente enfatiza imediação ou certeza. Quanto a isso, a ambigüidade da semântica do presente plenamente futurístico é semelhante à ambigüidade da nuança léxica de |iéA.ÀO) (que geralmente significa ou "Eu estou para" [imediação] ou " Eu inevitavelmente estarei" [certeza],
d. Ilustrações Jo4:25
Meaaíaç, ep^erou O Messias está para vir A idéia, pelo menos, inclui certeza e, possivelmente, imediação.
Rm6:9
Xptoxòç . . . oòicéri àiroGvqoKet Cristo [já] não está para morrer Obviamente, a ênfase aqui está sobre a certeza, como evidencia o termo oòicéti.
Ap 22:20
vai, ep%op,ai zayú Sim, cedo venho. Esse texto é difícil de ser avaliado. A ênfase está sobre a certeza da vinda ou na imediação da vinda. Porém tal visão não se enquadra no presente futurístico, mas ao uso do advérbio xayó. A força da sentença pode significar: "Quando eu vier, breve virei", que nesse caso terá a ênfase posta sobre a certeza da vinda (cf. Mt 28:8). Ou, ainda, pode trazer a seguinte idéia: "Eu estou no caminho e pretendo está lá muito em breve". Se for assim, a ênfase, então está na iminência da vinda.
Cf. também Lc 3:16; Jo 11:11; 1 Co 16:5; 2 Co 13:1.
62 Para uma discussão detalhada e bem articulada, veja Fanning, Verbal Aspect, 221-26.
Tempo presente: usos especiais (discurso indireto) 2.
53 7
Principalmente Futurístico (Ingressivo-Futurístico?) a.
Definição O presente pode descrever um evento começado no presente, mas com pletado no futuro. E especialmente usado com os verbos vir, ir etc., ain da que seja mais raro que o presente completamente futurístico.
b. Chave para Identificação Muitas vezes, o verbo traduz-se pelo tempo presente (e.g., está vindo). Passado
Presente
Futuro •-
Quadro 59 A Força do Presente Principalmente Futurístico c.
Ilustrações
Mc 10:33
ávaPoúuopev ciç IcpooóÂupa Estamos subindo para Jerusalém.
Jo 4:23
ep/exai capa Kai vuv catiu hora vem e já está aqui. A adição de Kai vuv èanv define a hora vindoura como já tendo parci almente chegado. '
Cf. também Mt 26:45; At 20:22.
E. Presente com Discurso Indireto 1.
Definição Geralmente falando, o tempo verbal de um verbo grego ao ser transferido de um discurso direto para um indireto é preservado.63 Este ocorre depois de um verbo de percepção [e.g., dizer, pensar, crer, conhecer, ver, ouvir e que podem ser introduzidos por oti, Xkyiúv, eltrev etc.64 No português é diferen te: O discurso indireto tende a colocar no passado o “tempo" que no discur so direto é presente (especialmente se o verbo introdutório estiver no pas sado).
63 Há exceções a essa regra geral, especialmente com o imperfeito no lugar do pre sente. Veja Burton, Moods anã Tenses, 130-42 (§334-56). 64 Para uma discussão geral do indicativo com oti, veja a seção "O Modo Indicativo".
538
Sintaxe Exegética do Novo Testamento No grego, porém, os tempos da oração original são preservados no discurso indireto. O presente é um deles, Esse uso é muito comum, especialmente, nos Evangelhos e Atos. Esse uso do presente não é, tecnicamente, uma categoria sintática. Quer dizer, o tempo presente também pertence aos outros usos do tempo presen te. O presente preservado é uma categoria transicional, não uma categoria sintática. Analogia Suponhamos que o carteiro veio até minha porta e disse: "eu tenho uma encomenda para você". Abro a encomenda somente para descobrir que ela é do vizinho. No dia seguinte, lembro ao carteiro sobre nossa conversa: "Recorda de ontem quando você disse que tinha uma encomenda para mim? De fato, ela era para meu vizinho". No português, o tempo no discurso direto ("eu tenho uma encomenda") é colocado no passado ("eu tinha uma encomenda"). Tipicamente ele é introduzido pelo que (da mesma forma que o grego usa on). No grego, porém, tanto o discurso direto quanto o indire to usam o mesmo tempo. 3.
Clarificação O presente preservado geralmente é progressivo, mas não no momento da fala (isto é, de acordo com o português). Não confunda, porém, esse presen te com o histórico. Os verbos de ligação são, muitas vezes, usados no dis curso indireto (São traduzidos como verbos no passado, embora sejam ver bos no presente, no grego). Eles, contudo, não ocorrem como presente his tórico.
4. Jo 5:13
Ilustrações ó ôè La0e'iç ouk qôei xíç écran
Ora, o que fora curado não sabia quem era Aqui o verbo de ligação, que no grego é presente, foi traduzido como um passado, no português, embora não haja ou. A oração está no discurso indireto e que é, simplesmente, destituída de uma conjun ção introdutória, algo muito comum no grego.65 Mc 2:1
f)icoúa0r) o u kv olkco k axív se ouviu que ele estava em casa Note que embora o verbo de ligação kaxív seja traduzido como passa do, ele não é um presente histórico. A semântica do presente histórico é muito diferente do presente com discurso indireto, o verbo elpí, parti cularmente, não ocorre como presente histórico no NT.
65 Muitas traduções traduzem èouv corretamente como "estava".
Tempo presente: usos especiais (discurso indireto) Jo 4:1
wç eyuw ô ’Iqaouç o t l t Í k o u o c c v ol apioaioL |ia9r)iàç iroiel Kai PcnrríÇei
539 o tl
’It)o o í> ç
uÀeíovaç
Quando, o Jesus veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João Nesse texto temos um discurso indireto dentro de outro discurso indi reto. Isso nos oferece uma boa ilustração da diferença entre nossa lín gua e o grego. O grego retém os tempos do discurso direto, enquanto o português transforma-os. Assim, qKouaav é traduzido por tinham ouvi do, embora seja aoristo (a declaração original também era aorista: "os fariseus ouviram. . ."). E tanto iroiel quanto ponmÇei, ainda que pre sentes, são traduzidos por imperfeitos (a declaração original teria sido "Jesus está fazendo e batizando mais discípulos que João"). Novamente, é importante distinguir o presente histórico do tempo presente preservado no discurso indireto. Os presentes históricos são aspectualmente "estáveisl" - isto é, são traduzidos por aoristos, como se fossem simplesmente do tempo passado. Mas iroiet e PamíÇci são naturalmente traduzidos como se fosse imperfeitos. Jo 5:15
ó
avOptoiTOç . . . áviíyyeiÀeu xotç louôcáotç
o tl
Iqaoüç éanv ò
TTOLT|OaÇ a u iò v ÒyLTj
o homen anunciou aos judeus que Jesus foi quem o curou A t4:13
GeupoCuTgç ir)v t o ô IJeipoi) uappr\oíav Kai ’Itoávuou Kai KaTaAapópeuoL o t l ãvGpanroí àypáppaxoí elaiv Kai I õ l (3t
Cf. também Mt 2 :1 6 ; 5 :1 7 , 2 1 , 3 3 ; 2 0 :3 0 ; 2 1 :2 6 ; Mc 3 :8 ; 6 :4 9 , 5 2 ; Lc 8 :4 7 ; 1 7 :1 5 ; 1 9 :3 ; Jo 4 :4 7 (com um presente perfectivo, qKa>); 6 :2 2 , 6 4 ; 1 1 :2 7 ; At 8 :1 4 ; 2 3 :2 4 ; Fm 2 1 ; 1 Jo 2 :1 8 ; A p 1 2 :1 3 .
O Tempo Imperfeito Panorama dos Usos I. Imperfeito Stricto Sensu......................................................................................... 541 A. Imperfeito Instantâneo (Imperfeito Aorístico Pontilear........................542 B. Imperfeito Progressivo (Descritivo).......................................................... 543 C. Imperfeito Ingressivo (Incoativo, Inceptivo)........................................... 544 II. Imperfeito Lato Sensu............................................................................................ 546 A. Imperfeito Iterativo...................................................................................... 546 B. Imperfeito Costumeiro (Habitual ou Geral)............................................548 III. Usos Especiais do Imperfeito................................................................................ 549 A. Imperfeito "Mais-que-Perfeito"................................................................. 549 B. Imperfeito Conativo (Volitivo, Tendencial).............................................550 1. Em Progresso, mas Não-Completo (Conativo Propriamente D ito)........................................................... 550 2. Não-Começado, mas que está para Ser Iniciado (Volitivo/Tendencial)........................................................................... 551 C. Imperfeito com Discurso Indireto.............................................................. 552
Bibliografia Selecionada BDF, 169-71 (§325-30); Burton, Moods and Tenses, 12-16 (§21-34); Fanning, Verbal Aspect, 240-55; K. L. McKay, A New Syntax ofthe Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 42-46; idem, "Time and Aspect in New Testament Greek," NovT 34 (1992) 209-28; Moule, Idiom Book, 8-10; Porter, Verbal Aspect, 198-211; idem, Idioms, 28,33-35; Robertson, Grammar, 882-88; Turner, Syntax, 64-68; Young, Intermediate Greek, 113-16; Zerwick, Biblical Greek, 91-93 (§270-76).
540
Tempo imperfeito: introdução
541
Introdução Como um tempo verbal ligado à primeira das partes principais,ou seja, o indicativo presente, o imperfeito espelha-se nesse tanto em seu aspecto geral quanto em seus usos específicos (a única diferença é, em grande parte, o uso do imperfeito pelo tem po passado). Assim, nosso tratamento não precisa ser tão detalhado quanto a dis cussão sobre o tempo presente. Como o presente, o imperfeito mostra um aspecto internai.1 Ou seja, ele retrata a ação de dentro do evento, sem considerar início ou fim. Ele faz contraste com o aoristo, que retrata a ação sumariada. Em grande parte, o aoristo traz a idéia su mária da ação enquanto o imperfeito (como o presente) toma uma figura âe moção, retratando a ação como se desenrola. Como tal, o imperfeito é freqüentemente in completo e focaliza no processo da ação.2 Com referência ao tempo, o imperfeito é quase sempre passado. (Note que o imper feito ocorre somente no indicativo [1682 vezes no NT], este tempo verbal sempre gramaticaliza o tempo cronológico). No entanto, ocasionalmente ele o faz mais do que o tempo passado (e.g., é possível que, às vezes, o imperfeito conativo possua essa matiz. O imperfeito também, de forma secundária, conota tempo presente — isso é devido mais ao aspecto que o elemento tempo-cronológico no tempo verbal.3 Em geral, o imperfeito pode ser diagramado assim: Passado
Presente
Futuro
Q u adro 60 A F orça B ásica do Im p erfeito 4
Usos Específicos I. Imperfeito Strictu Senso A ação é retratada como estando em progresso ou como ocorrendo no tempo passado (pois todos os imperfeitos estejam no indicativo). Assim temos três tipos específicos de imperfeito: instantâneo, progressivo e ingressivo. 1 Para uma discussão sobre a diferença entre significado não-afetado e usos específicos, veja a introdução ao tempo presente. 2 Sobre as diferentes ênfases aspectuais entre o aoristo e o imperfeito, veja “Descrição Vs. Realidade do Aspecto", no capítulo “Os Tempos: Um Introdução". 3 Veja discussão abaixo (sobre esses usos respectivos) para as razões do uso do imperfeito para indicar outros tempos além do passado. 4 A representação gráfica do imperfeito como uma linha é em si "imperfeita". Mas é dificíl representar uma descrição genérica do aspecto "interno".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
542
A. Imperfeito Instantâneo (também conhecido como Imperfeito Aorístico ou Pontilear) 1.
Definição O imperfeito é raramente usado como um indicativo aoristo, a fim de indicar um simples passado. Esse uso é, claramente, restrito ao verbo eleyev5 na literatura narrativa.6 Esse verbo usado no imperfeito apresenta diferentes nuanças. Passado
Presente
Futuro
• Q u adro 61 A F orça do Im p erfeito In stan tân eo
2.
Ilustrações
Mt 9:24
eleyev àvaxoopeiTe, ot) yàp cbTéBavev tò K o p á a i o u àXXà KaOeúóct.7 E disse: "retirai-vos, pois não está morta a menina, mas dorme".
Mc 4:9
Kal eÀeyev oç eyet coxa aKoúeti' àKouéia). E disse: "quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" Este pronunciamento está no fim de um discurso parabólico de Jesus. Assim, é difícil ver o imperfeito como ingressivo ("ele começava a di zer"), progressivo ("ele estava dizendo"), ou iterativo/costumeiro ("ele dizia").
Mc 5:30
eA,eyev xíç pou rn|/axo xwv Ipaiíw u;8
E acrescentou: "Quem tocou minhas vestes?" Há evidente emoção nessa pergunta. O imperfeito é freqüentemente o tempo verbal escolhido para introduzir essa m a r c a n te declaração. O im perfeito, aqui, é usado paralelamente ao presente histórico (dramático). Além disso, é difícil esclarecer qual a ênfase aspectual do imperfeito (a menos que seja iterativo), pois o contexto aponta um efeito tipo estacato. 5 Também poderia ocorrer com o plural eXeyov, mas geralmente há possibilidade de uma força distributiva para o plural, colocando-o na categoria itera tiv a. 6 C o n tra B D F , 170 (§329): "O aoristo serve como uma simples referência a uma elocução previamente feita (especialmente para um pronunciamento específico de um indivíduo); o imperfeito, para a delineação do conteúdo do discurso". Muitos exemplos do imperfeito se encaixam nessa descrição (cf., e.g., Mc 4:21, 26; 6:10; 7:9; 12:38; Lc 5:36; 6:20; 9:23; 10:2; 21:10), mas nem todos (e.g., Mt 9:11; Mc 4:9; 8:21, 24). Além disso, o imperfeito usado aoristicamente tem freqüentemente o indicativo aoristo (cíirev) como uma variante textual. Esse uso do imperfeito é semelhante ao presente instantâneo, pois geralmente envolve o verbo "dizer". 7 Certo número de testemunhas, aparentemente por causa do paralelo com a narrativa de Marcos, tem um presente histórico (Ãéyei.) em lugar de eLeyev (segundo C L N W 0 3J? e t a lii).
8 O aoristo elirec se acha em D W 0 565 700.
543
Tempo imperfeito: strictu senso (progressivo) Mc 8:24
kcu
ávapA.ét|/aç e À eyev p i é u u
to u ç
àv0pcjóirouç
o tl
qç
ô é v ô p a ôptò
irep LTTaTOÔUTa ç .9
Recobrando a vista, respondeu: "vejo homens porque como árvores os vejo, andando". Lc 23:42
Kai eÀeyev ’Irpou, pvr|o0qTL pou oiau elOqç elç iqu paoLlelav oou.10 E acrescentou: "Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino". O imperfeito é usado para introduzir uma marcante declaração, emocionalmente explicitada. Daí podemos chamá-lo de imperfeito dramático.
Jo 5:19
cnTeKpívaTO ô 'Iqaoüç Kai eÃeyev auiolç . . . Jesus respondendo, disse-lhes . . . A justaposição do imperfeito a um aoristo (quando estão descrevendo o mesmo evento) confirma aqui a força aoristica do imperfeito. Muitos MSS, de fato, têm éDrrev em lugar do imperfeito (cf. A D W 0 f Byz et plu).
Cf. também Mc 6:16; 8:21; Lc 3:11; 16:5; Jo 8:23; 9:9.
B. Imperfeito Progressivo (Descritivo) 1.
Definição O imperfeito é, muitas vezes, usado para descrever uma ação ou estado que está em progresso no passado do ponto de vista (ou, mais acuradamente, retratada) do falante. A ação (ou o estado) é mais ampla que a do imperfei to instantâneo, contudo mais estritamente focada que a do imperfeito cos tumeiro. Ela fala da vividez ou simultaneidade com outra ação.11
2.
Chave de Identificação: estava (continuamente) + gerúndio Passado
Presente
Futuro
Q u adro 62 A F orça do Im p erfeito P rog ressiv o
3.
Ilustrações
M t8:24
aetopòç péyaç êyéveTO kv ir| 0aÀ.áaaq . . . aúxòç õè êKáBeuõev Uma grande tempestade sobreveio sobre o mar . . . ele, porém, dormia [estava (continuamente) dormindo]
Mc 9:31
èõíôaoKev y àp touç paO qxàç a l i o u K ai eÀeyev a u io tç Porque ensinava [estava (continuamente) ensinando] a seus discípu los e lhes dizia [estava (continuamente) dizendo] Embora pudéssemos ter um imperfeito costumeiro ("ensinava . . . dizia"), este contexto sugere uma ocasião específica.
9 Algumas testemunhas têm (em lugar de clcyey) o aoristo elircv (e.g., íp45 XC 0 4871071 1342 et pauci), enquanto outros têm o presente histórico léycL (e.g., D N W S /13 565). 10 O Códice D tem eíirev em lugar de êA.eyev. 11 Fanning, Verbal Aspect, 241 (Esse uso do imperfeito se acham em 241-44).
544
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
At 3:2
xíç ccvqp %(àXòç €K koiA Í ccç jiTyupòç ccúxob biráp/mv èpaoxáÇexo um certo homem, que desde o ventre de sua mãe era coxo, era [conti nuamente] carregado
At 15:37
Bapvapâç ôè èpoúA.exo ou|iiTapaÀaPeiv kou xòu T(oávvr\v xòu KaÀoúpcvov MâpKov Ora, Barnabé desejava [estava (continuamente) desejando] tomar con sigo João, também chamado de Marcos. Não é um imperfeito conativo, pois a noção conativa de desejo é lexêmica. Além do que, Barnabé não tentou desejar, ele realmente quis levar João Marcos nessa viagem.
Cf. Mt 26:58; Mc 9:28; Lc 1:62; 6:19; At 2:6; 4:21; 6:1; 15:38; 16:14.
C. Imperfeito Ingressivo (Incoativo, Inceptivo) 1.
Definição Freqüentemente, o imperfeito é usado para expressar o início de uma ação, com a implicação de que o mesmo continuou por algum tempo.
2.
Clarificação e Amplificação O imperfeito ingressivo difere do aoristo ingressivo no seguinte aspecto: o primeiro descreve o começo, focalizando ação continua, enquanto o segun do retrata o começo, mas não valoriza ação continua. Assim a tradução de um verbo imperfeito inceptivo deve expressar: "estava começando a", en quanto a do aoristo inceptivo: "começou a".12
3.
Situação Semântica O imperfeito ingressivo é usado especialmente na literatura narrativa quando uma mudança de atividade é notada. Possivelmente, o imperfeito é mais comum na narrativa porque introduz uma mudança de tópico. Muitos dos seguintes exemplos podem ser tratados como imperfeitos progressivos, mas o contexto, em cada exemplo, indica uma mudança de tópico ou nova dire ção da ação.
12 Alguns gramáticos unem esse uso do imperfeito com o do imperfeito conativo, embora ainda vejam uma distinção entre os dois. Robertson, por exemplo, diz: "Aqui a ênfase está no início da ação por duas razoes: ou (1) em contraste ao aoristo precedente (já começado); ou (2) porque a ação foi interrompida (começada, mas não-completa). . . Em português, temos que dizer 'começada' por alguém, 'tentada' por outro" (Grammar, 885). Na realidade, ele está descrevendo o ingressivo, para, então, descrever o imperfei to conativo. Assim, seria melhor separar os dois.
545
Tempo imperfeito: strictu senso (ingressivo) 4.
Chave para Identificação: estava começando a + infinito13 Passado
Presente
Futuro
-----------
Quadro 63 A Força do Imperfeito Ingressivo 5.
Ilustrações
M t3:5
xóxe êÇeiTopeúexo npòç aúxòv' Ieponólupa então Jerusalém saía [estava começando a sair em direção a] a ter com ele
M t5:2
K al
Mc 9:20
ttcouv
Mc 14:72
K a l éTTi[3aÀà)V
Jo 4:30
èÇf|À0ou òk x ijç TTÓÀecjç K a l ríp x o v x o irp ò ç a u x ó a Saíram da cidade e vieram [estavam começando a vir] ter com ele. Há um contraste sutil entre o aoristo e o imperfeito aqui. O aoristo tira os samaritanos de Sicar, em um estilo sumário; o imperfeito os põe na estrada para Jesus. Mas olha a ação do lado de dentro. O evangelista deixa o leitor em suspense: Eles estavam indo a Jesus, mas ainda não tinham chegado. Dramaticamente, a cena muda para o diálogo de Jesus com os discípulos, deixando os leitores com a cena dos samaritanos não encerrada. Eles aparecem em cena novamente depois da declaração de Jesus: "Levantai os vossos olhos, pois o campo branqueja para a colheita" (4:35).
At 3:8
èÇalÀó|ievoç eoxri K al irepieuáxei K al elaf|A,0ea ouu aüxoiç elç xò iepóa Saltando, pôs-se em pé passou a andar [estava começando a andar] e entrou com eles no templo
à v o ÍÇaç i ò a x ó p a a m o u è ô íô a o K e v a u x o ú ç E abrindo sua boca, ele começou a ensiná-los [ou estava começando a ensiná-los]. errl xí)ç yrjç e K U À íe x o á4>ptÇü)v caindo por terra, revolvia-se [estava começando a revolver-se] escumando. eKXoaev E desatou a chorar [ou estava começando14 a chorar]15.
Cf. também Mt 4:11; Mc 1:35; Lc 5:3;16 Jo 5:10; At 7:54; 27:33. 13 Essa expressão é útil para destacar o valor aspectual do imperfeito, mas é, muitas vezes, pedante demais para a tradução atual. 14 O significado de èiri[3aA,cóv é problemático, porém provavelmente tem a força de iniciar, ter começado (cf. BAGD, s.v. èiupáXÀCú, 2.b.). 15 Note a variante textual Kal rpÇaxo KÀaíeiv (em D 0 eí pauci), que torna explícito a idéia ingressiva. Há várias variações textuais assim no NT. 16 Fanning nota que o imperfeito de õ i ô á o K C i ) freqüentemente tem um sabor ingressivo (Verbal Aspect, 253).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
546
II. Imperfeito Latu Senso Como o presente, vários imperfeitos envolvem uma estrutura temporal que é concebida de forma ampla. No entanto, diferente do presente, não há um imperfeito gnômico porque, muito provavelmente, esse uso pareceria invadir o domínio do presente gnômico.17
A. Imperfeito Iterativo 1.
Definição Freqüentemente, o imperfeito é usado para uma ação repetida no passado. E semelhante ao imperfeito costumeiro, mas não é algo que regularmente ocorre. Além disso, o imperfeito iterativo ocorre em um longo período de tempo. Há dois tipos de imperfeito iterativo: (1) Iterativo propriamente dito, em que o imperfeito indica ação repetida pelo mesmo agente; e (2) Distributivo, em que o imperfeito é usado para atos individuais de agentes múltiplos,18
2.
Clarificação Muitos gramáticos não fazem distinção entre o imperfeito iterativo e o cos tumeiro.19 No entanto, o costumeiro é a ação repetida no passado e possui dois elementos que faltam ao imperfeito iterativo: (1) uma ação ocorrendo regularmente no passado (ou, uma ação com intervalos regulares); e (2) uma ação que tende a ocorrer em um longo período de tempo. Desse modo, nunca se pode afirmar que o imperfeito costumeiro é um subconjunto do imperfeito iterativo. A diferença entre estes dois será vista de forma mais clara por meio das seguintes ilustrações.
3.
Chave para Identificação A expressão continuamente + imperfeito ajudará o estudante a ver a força des se imperfeito, porém nem sempre, principalmente se o imperfeito for distributivo. Outra expressão é: repetidamente + imperfeito.
17 Em outras palavras, o imperfeito gnômico é desnecessário porque a única diferen ça entre ele e o presente gnômico (ou seja, o tempo cronológico) é anulada pela idéia gnômica (visto que o uso é essencialmente "todo-temporal"). A visão de Fanning é diferenteÇVerbal Aspect, 249). Ele diz que um imperfeito gnômico falaria da "ocorrência universal ilimitada no passado". 18 Veja McKay, New Syntax of the Verb, 44. 19 E.g., Robertson, Grammar, 884; Fanning, Verbal Aspect, 244.
547
Tempo imperfeito: latu senso (iterativo) Passado
Presente
Futuro
Qnaáro 64 A Força do Im perfeito Iterativo
4.
Ilustrações
M t 3 :6
€(3onn;íÇovTO k v xoõ lopôctur) 'rro ta iiu frrr’ auxoíj
Eles estavam sendo batizados [N.T., a ação de batizar era repetida mente feita por pecadores que vinham arrependidos] no rio Jordão por ele. Sobre este texto, Robertson escreve: "o aoristo conta a simples narrati va. O imperfeito desenha o quadro. Ele ajuda a ver o curso do ato. Ele passa diante dos olhos o fluxo corrente da história. . . . Toda a vivida cena no Jordão é assim mostrada. Então Mateus transforma-o em aoristo (3:7)".20 Este é um bom exemplo do imperfeito iterativo distributivo. Mt 9:21
M t 2 7:3 0
eXeyev k v èauxfj, ’Eàv póvoa ai]t(jop.ai xoõ ipaxíou auxoü aa>0f|Gopai Ela estava dizendo [estava repetidamente dizendo] consigo mesma, "Se eu somente tocar sua veste, serei curada". Isto, naturalmente, pode se encaixar, com algumas outras categorias do imperfeito, mas o imperfeito iterativo tanto se enquadra no contexto quanto no da psciologia da narrativa. A cena pintada parece ser de uma mulher desesperada que, vez após vez, pensa: "Se eu somente tocar a sua veste", tenta reunir força para agir. (note também o paralelo em Mc 5:28). ’k f o * $ o v xòv K a X a p o v K a l e x u irx o v elç x q v K ec|)aX fiv a ü x o u
tiraram a cana, e estavam repetidamente batendo em sua cabeça batiamlhe com ela na cabeça Também pode ser considerado como imperfeito ingressivo ("eles começaram a bater"). Nesse exemplo, um não exclui o outro. Além disso, a cena parece sugerir ambos, um sentido distributivo e iterativo (i.e., cada soldado batia mais que uma vez). Jo 3 :2 2
6Kel 5iéxpt(3ey p e x ’ aúxcôv Kal è p á irx iÇ e v
estava ali continuamente com eles, e João batizava [estava repetida mente batizando] Jo 19:3
eX e yov, X a ip e
eles diziam [estavam repetidamente dizendo]:"Salve!" A t 2:4 7
ò K Ú p io ç Trp o a e xíG e i xo u ç acoÇopévouç K a 0 ’
rp é p a v
Cada dia o Senhor estava acrescentava [estava repetidamente acres centando] [ao grupo de crentes] aqueles que eram salvos. Cf. também Mt 12:23; Mc 12:41 (distributivo); Lc 19:47; At 16:5; At 21:19.
20 Robertson, Grammar, 883.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
548
B. Imperfeito Costumeiro (Habitual ou Geral) 1.
Definição Freqüentemente, o imperfeito é usado para indicar uma atividade que ocorre regularm ente no passado (habitual) ou um estado que continua por algum tempo (geral).21 A diferença entre o imperfeito costumeiro (próprio) e o iterativo não é gran de. Geralmente, porém, pode-se dizer que o costumeiro é mais amplo em sua idéia do passado e descreve um evento que ocorreu regularm ente.
2.
Chave para Identificação:
costum eiram ente, habitualmente, continuam ente
Os dois tipos de imperfeito costumeiros são determinados lexicalmente: (1) Um é a ação repetida (imperfeito habitual [costum eiram ente, habitualm ente]), enquanto o outro é um estado contínuo (imperfeito estativo [continuam ente]). O habitual pode ser traduzido com a expressão costum eiram ente, costumava a, estava acostumado a. Presente
Passado
Futuro
OU Quadro 65 A Força do Im perfeito Costum eiro
3.
Ilustrações
Mt 26:55
kk0’ ípépccv kv T(â lepw éicaSeCópriv ôiõáaKuv Diariamente, no templo,eu me a s s e n ta v a [c o s tu m e ir a m e n te ] ensinando
Mc 4:33
TOLaÚTcaç TTapa(3oÀalç irolÀcâç é la le i ccíruoiç com muitas parábolas ele lhes [c o s tu m e ir a m e n te ]
Lc2:41
ènopeiJOVTO
seus pais
oi yovetç
fa la v a .
ctoç elç lepouoalrip a Jerusalém anualmente
oojtoO k u t ’
[c o s tu m e ir a m e n te ] ia m
At 3:2
óv êiíGouv Ka0’ rpépav o qual eles [c o s tu m e ir a m e n te ] a s s e n ta v a m diariamente Note que freqüentemente uma locução com Katá + acus. é usada para esclarecer que o imperfeito é costumeiro, mas cf., e.g., Jo 21:18
Rm6:17
flie ôoüÀoi Tqç (xpapiíaç vós é re is [c o s tu m e ir a m e n te ] escravos do pecado
G11:14
-rrpoéKOirtou kv tcò ’Iouôouap.(â eu e s ta v a [c o s tu m e ir a m e n te ] e x c e d e n d o no Judaismo
Cf. também Lc 6:23; 17:27; Jo 11:36; At 11:16 (exceto iterativo); 1 Co 6:11; G11:13 (èôíWKOv). 21 Alguns gramáticos fazem distinção entre o imperfeito estativo e o habitual. Em termos de tipo de ação retratada, essa é uma distinção legítima. Em termo de estrutura de tempo, os dois são mais próximos. Semelhante ao presente costumeiro, reunimos esses tempos verbais pela mesma conveniência.
Tempo imperfeito: usos especiais ("mais-que-perfeito")
549
III. Usos Especiais do Imperfeito Três usos do imperfeito naturalmente não se encaixam nas categorias acima. Eles são: (1) o imperfeito “mais-que-perfeito", o imperfeito conativo, e o imperfeito com discurso indireto. Os dois primeiros são verdadeiras categorias sintáticas, enquanto que o terceiro, tecnicamente, não é um categoria sintática, mas sim, estrutural.
A. Imperfeito "Mais-que-Perfeito" 1.
D efin ição
O imperfeito, algumas vezes, indica um tempo anterior à ação descrita na narrativa, um tempo antecedente ao do verbo principal (que também indica tempo passado).22 A diferença entre este e o mais-que-perfeito é que a descrição interna do imperfeito ainda fica intacto. 2.
Ilu strações
Mc 5:8
eleyev yàp crina) . . . Porque lhe dissera . .. O imperfeito está se referindo à declaração anterior implícita no contexto.
Mc 6:18
eÀeyev
yàp
y u v a iK a
ó Twáwrjç
T G ) 'H p c ú ô q
otl oòk
eÇeoTÍv
a ol
exeiv rr]u
x o ô â ô e lc jio ü a o u
Pois João tinha dito a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. João fora decapitado dois versos anteriores; por conseguinte, este deve ser um imperfeito usado para se referir a um tempo anterior! Lc 8:29
tto à Io iç yàp xp óvoiç auvr|piTáKei. arruou Kal éõea|j.eÚ€T0 áAúaeaiv Kal iréôaiç . . . ôtap p ijoou v zà ôeopà f|A.aúueTO úirò to ü ôaipovíoi) pois m uitas vezes [o espírito im undo] se ap o d erara dele. E em bora o p re n d e ss e m co m grilh ões e cad eias. . . q u eb rav a as p risõ es [e] era im p elid o pelo dem ônio.
Esta sentença funciona como uma nota editorial, depois que Lucas co menta sobre a ordem de Jesus ao demônio para que saísse do homem. É significante que o verbo principal seja um mais-que-perfeito (auvripiTáKei). Assim, marca a transição de um evento anterior para a narrativa propriamente dita. Esse imperfeito tanto é iterativo quanto "mais-que-perfeito". Cf. também Mt 14:4.23
22 Veja McKay, N ew Syntax o f the Verb, 45. 23 Mt 14:4 tem paralelo com Mc 6:18, onde a diferença é que João ainda estava vivo no evento retratado por Mateus.
550
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
B. Imperfeito Conativo (Volitivo, Tendencial) Definição Esse uso do imperfeito ocasionalmente24 retrata a ação como algo que foi desejado (volição), que foi procurado (conativo), ou que está a ponto de quase acontecer (tendencial).25 Dividiremo-los em duas categorias: (1) em progresso, mas não-completa (conativo propriamente dito); (2) não-começado, mas desejado ser tentado (volitivo, tendencial). 1.
Em Progresso, mas Não-Completo (Conativo Propriamente Dito) a.
Definição O imperfeito é usado para indicar que uma tentativa que estava sendo feita no passado. As implicações são que ela não obteve uma conclusão bem-sucedida.
b.
Chave para Identificação: estava tentando (mas sem sucesso) Passado
Presente
Futuro
---------- O
Q uadro 66 A Força do Im perfeito Conativo (Propriam ente Dito)
Note: O símbolo O é usado para toda ação não-cumprida ou nãocomeçada. c. Mt 3:14
Ilustrações ó ôè ’ Iü)ávvr)ç ôieKtóXuev avxóv mas João, estava tentando dissuadi-lo
24 No entanto, o imperfeito conativo é muito mais comum que o presente conativo. Fanning sugere que isso se deve ao seu contraste natural com o aoristo indicativo, en quanto o presente não tem uma contrapartida pronta (Verbal Aspect, 249-50, n. 111). McKay vê a freqüência deles devido ao gênero: "Esses efeitos são mais comumente achados no imperfeito que no presente, mas porque a narrativa aponta somente para o passado, ela tende a lhes oferecer mais escopo que o presente diálogo (McKay, New Syntax of the Verb, 44). Outra razão para a crescente freqüência pode ser o resultado que é, muitas vezes, revelado no contexto narrativo. Deste modo, permite ao leitor ver que a ação não ocor reu (enquanto que com o presente indicativo, muitas vezes, não se pode). 25 Williams, Grammar Notes, 28.
551
Tempo imperfeito: usos especiais (conativo) Mc 15:23
èôíõow cd)xc3 èa|aupvuo|iévov olvov oç ôè oÚk èlapev Eles estavam tentando dar-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.
At 26:11
cdíxouç fiváyKaCov pA.aa
Cf. também Lc 9:49; At 7:26; 27:17 (a menos que seja ingressivo); G1 1:13 (èTTÓpôouv); Hb 11:17. 2.
Não-Começado, mas q u e (Volitivo/Tendencial) a.
E s t á p a r a S e r In ic ia d o
Definição O imperfeito é usado para indicar que ‘uma tentativa estava para ser feita' ou era 'quase desejava-se que fosse feita'. A ação, porém, não foi levada a efeito. Freqüentemente, a noção contida é a ação contemplada mais de uma vez (Conseqüentemente, o imperfeito é usado naturalmente). Essa categoria retrata, com freqüência, o tempo presente em que a ação não foi inteiramente realizada no presente. Usa-se o imperfeito para indicar a situação presente não-real.26
b. Chave para Identificação: estava para, quase + futuro do pretérito Passado
Presente
Futuro
ooo Quadro 67 A Força do Imperfeito Tendencial c. Lc 1:59
Ilustrações èKÚXouv cmxò èirl xto óvópcm xoü -ncapòç aúxoü Zaxapíav Eles queriam chamá-lo pelo nome de seu pai, Zacarias. Este possivelmente é um exemplo de imperfeito conativo propriamente dito: "eles continuaram na tentativa de chamar".
26 Essa força também se acha com o imperfeito usado na condicional de segunda classe. Veja Burton, Moods and Tenses, 15 (§33); Fanning, Verbal Aspect, 251.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
552 Rm 9:3
r|úxó|J,r|V yàp ává0€|ia eivai aúxòç éycó Pois eu mesmo eu quase desejaria ser anátema. Aqui, o imperfeito tendencial ou "desiderativo" é usado.27 Paulo não está dizendo, “eu estava desejando" (progressivo), ou “estava tentando desejar" (conativo verdadeiro).
Cf. também At 25:22; G14:20; Fm 13 (a menos que seja um conativo propriamente dito).
C. Imperfeito com Discurso Indireto 1.
Definição Semelhante ao presente, o imperfeito pode ser conservado na transforma ção de um discurso direto em um indireto.28 No português, porém, traduzi mos como se fosse o pretérito perfeito. Similar à relação do presente retido com o discurso indireto, essa é uma categoria da tradução, não uma catego ria sintática.29 O discurso indireto ocorre depois de um verbo de percepção (e.g., os ver bos, dizer, pensar, crer, saber, ver, ouvir). Pode ser introduzido por um de clarativo oti , léyuv, etueu, etc.30 Isso naõ ocorre com o português: no discurso indireto tendemos a mudar o tempo para o passado visto que a ação já aconteceu e estamos apenas contando-a no presente. No grego, pro cura conservar-se o tempo verbal do discurso direto quando este é transfor mado em discurso indireto.
2. Lc 1:58
Ilustrações íjKOuaca’ ol -rrepíoiKoi koc! ol ouyyeveiç oarcíjç to eAeoç auTou pex aurrjç
otl
èjaeyáXuvev KÚptoç
Seus vizinhos e parentes ouviram que o Senhor mostrara sua grande misericórdia para com ela. Jo 2:22
épuf|O0qoav ol paOqxal cojtoO otl toôto eleyev Seus discípulos lembraram-se de que ele dissera isso.
Jo 9:18
ouk
éTTLGTeuaav ol louôcâoL . . . otl qv tucJiI oç O judeus não acreditaram . . . que ele fora cego.
27 O imperfeito desiderativo é usado "para contemplar o desejo, mas falha em levar a pessoa realmente ao ponto de desejo" (Fanning, Verbal Aspect, 251). 28 Há exceções a essa regra. Não freqüentemente, o imperfeito permanece no lugar do presente. Veja Burton, Moods and Tenses, 130-42 (§334-56). Para uma explicação mais detalhada, veja a discussão de tempos preservados no discurso indireto, no capítulo anterior. 30 Para uma discussão geral do modo indicativo em orações declarativas com o t l , veja "O Modo Indicativo".
Tempo imperfeito: usos especiais (discurso indireto) At 4:13
553
KaxaÂapópeuoi òu auQpmmi àypáppaxoí elaiu «m lôiwiai, êOaúpaÇoi' èney íviookov ie aúiouc; oxi ow ttò lipou qaav eles percebendo que eles eram homens iletrados e incultos, admiraramse. Reconheceram que eles haviam estado com Jesus. Esse versículo possui duas orações com discurso indireto. A primeira mantém o presente; e a segunda, o imperfeito. Logo, os dois imperfei tos introdutórios da segunda oração com õ t l ( è 0 a ú | i a Ç o u , é i r ê Y Í v u o K o v ) , provavelmente são ingressivos.
Cf. também Mc 11:32; Jo 4:27 (possível);31 6:22; 8:27; 9:8; At 3:10; 17:3.
31 O imperfeito em Jo 4:27 provavelmente é melhor classificado como progressivo depois de um o t l causai, seguindo uma expressão comum (cf., e.g., Mt 14:5; Mc 6:34; 9:38; Lc 4:32; 6:19; 8:37; 9:53; 19:3, 4; Jo 3:23; 5:16, 18; 7:1; 9:22; 16:4; 18:18; 19:20, 42; At 2:6; 4:21; 6:1; 10:38; 1 Jo 3:12; Ap 17:8; 18:23). Várias traduções modernas tratam oti como declarativo, mas traduzem èA.áXei. como um imperfeito progressivo (ACF, ARA, ARC, BRP, ASV e NIV parecem seguir essa idéia. V.g., seus discípulos "se maravilharam ao ver que ele estava falando com uma mulher"). Isso se baseia na pressuposição de que 49
O Tempo Aoristo Panorama dos Usos I.
Aoristo Constativo (Complexivo, Pontilear, Compreensivo, Global).............................................................................................................. 557
II.
Aoristo Ingressivo (Inceptivo, Incoativo)................................................ 558
III.
Aoristo Consumativo (Culminativo, Ecbático, Efetivo)........................ 559
IV.
Aoristo Gnômico.............................................................................................562
V.
Aoristo Epistolar.............................................................................................562
VI.
Aoristo Proléptico (Futurístico)...................................................................563
VII.
Aoristo Passado Imediato/Dramático........................................................564
Bibliografia Selecionada 169-75 (§329, 331-35, 337-39); Burton, Moods and Tenses, 16-31, 46-47, 52-53, 59 70 (§35-57, 98,113-14,132-51); Fanning, Verbal Aspect, 255-90, 325-416; K. L. McKay, A New Syntax of the Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 46-49; idem, "Time and Aspect in New Testament Greek," NovT 34 (1992) 209-28; Moule, Idiom Book, 10-13; Porter, Verbal Aspect, 163-244, 321-401; idem, Idioms, 35-39; Robertson, Grammar, 830-64; F. Stagg, "The Abused Aorist," JBL 91 (1972) 222-31; Turner, Syntax, 68-81; Young, Intermediate Greek, 121-26; Zerwick, Biblical Greek, 78-90 (§242-69). BD F,
Introdução: O Significado Básico A. Aspecto e Tempo Cronológico 1.
Aspecto: "Instantâneo" O aoristo, "em suma, apresenta uma ocorrência, vista de fora, em sua totalidade, sem considerar a composição interna da ocorrência".1
1 Fanning, Verbal Aspect, 97. Cf. also McKay, "Time and Aspect," 225.
Tempo aoristo: introdução
555
Ele é, então, o contraste do presente e imperfeito, pois estes retratam a ação como um processo. E interessante pensar nesse tempo verbal como uma foto instantânea da ação, enquanto o imperfeito (e o presente) mostra um filme, retratando a ação em seu desdobramento.2 A seguinte analogia ajudará. Suponhamos que eu tirasse uma foto de um aluno que está estudando para um teste de grego intermediário, no meio do semestre. Abaixo da foto, eu escrevesse: "Rômulo Augusto estudou para esse teste". Observando a foto e o texto mencionado, você afirma que: Rômulo Augusto estudou para esse teste. Agora, na foto, você nota que Rômulo tem o texto grego aberto à sua frente. É impossível afirmar com certa, pois a imagem é de uma foto, não de um filme. Eu sei que Rômulo tinha o texto grego aberto apenas por uma fração de segundo! Isso poderia ser verdade, mas a foto não afirma isso. Tudo o que realmente sei é que o estudante tinha seu texto grego aberto. Ocorreu um evento. A partir da foto, é impossível dizer por quanto tempo ele ficou com o texto aberto. Não se pode dizer se ele estudou por quatro horas diretas (durativo), ou por oito horas, fazendo pausas de dez minutos para cada vinte minutos estudados (iterativo). Nem sequer pode dizer se ele estudou sucessivamente até passar no teste, ou se ele não foi bemsucedido. A foto não diz nada sobre isso. Ela, em si, é incapaz de dizer se a ação foi momentânea, "uma-vez-por-todas", repetida, com intervalos regulares ou por um longo período de tempo. Seria infantil afirmar que toda essa informação foi extraída da foto acima. E possível até que ele tenha estudado somente um pouquinho! 2.
Tempo Cronológico No indicativo, o aoristo normalmente indica tempo passado com referência ao tempo da enunciação (logo, tem-se "tempo absoluto"). Particípios Aoristos normalmente sugerem tempo antecedente ao verbo principal (i.e., tempo passado em um sentido relativo). Há exceções para esse princípio geral, mas isso é decorrente da influência de outros aspectos lingüísticos que competem pelo controle (ver abaixo). Fora do indicativo e particípio, o tempo cronológico não é um aspecto do aoristo.3
2 Há uma diferença entre ver o aoristo como indefinido e vê-lo como um tempo sumarizador, embora os dois estejam bem relacionados. Em nossa visão o aoristo sumariza. Seria ele então algo não-indefinido ou não-marcado. Isso significa que, ele não é necessariamente o tempo "padrão" usado, a menos que, o falante tivesse razões para usar outro. A questão-chave, parece, ser a combinação modo temporal. Fora do indicativo, o aoristo dificilmente é não-marcado (estatisticamente, o presente ocorre paralelo a ele). No entanto, no indicativo, o aoristo realmente parece funcionar assim, pelo menos na literatura narrativa. O imperfeito, o presente (histórico), o perfeito e o mais-que-perfeito são usados na narrativa juntos com o aoristo. Entretanto, o aoristo é, sem dúvida, o mais comum. Assim, a analogia da foto instantânea parece apropriada e falicita ao estudante o trato com a noção básica do aspecto do aoristo. 3 Os infinitivos aoristos no discurso indireto constituem uma exceção à regra. Esses aoristos representam um indicativo no discurso direto. Veja o capítulo sobre "Modos" para discussão.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
556 Passado
Presente
Futuro
• Q u adro 68 A F orça do A oristo In d icativ o
B. Perscrutando o Aoristo: O Papel do Contexto e do Lexema O aoristo nem sempre é usado para sumarizar. Combinado com outras facetas lingüísticas (v.g.,lexema e contexto), o aoristo freqüentemente realiza mais. Algumas ações, por exemplo, são restritas a um tempo particular. Se um emissor quer indicar uma ação intrinsecamente terminal (e.g., "encontrar", "morrer", ou "dar luz a"), a escolha do tempo é dramaticamente reduzida. Não diríamos: "ele encontrava o livro." O imperfeito, sob circunstâncias normais, seria aqui • / • A improprio. Por outro lado, se um emissor quer falar da natureza imutável de um estado (tal como "Eu tenho" ou "Eu vivo"), o aoristo não é normalmente apropriado. De fato, quando o aoristo desses verbos estativos é usado, a ênfase está mais na entrada desse estado.5 A questão é que, freqüentemente, a escolha de um tempo é feita pelo emissor que está descrevendo. O tempo escolhido pelo emissor é, às vezes, o único que ele poderia usar para descrever tal idéia. Três fatores determinam isso: (1) significado lexical do verbo (e.g., se a raiz do verbo indica um ato terminal ou pontual, um estado etc.); (2) fatores contextuais; e, (3) outros aspectos gramaticais (e.g., modo, voz, transitividade etc.).6 Essa é a diferença entre aspecto e Aktionsart: Aspecto é o significado básico do tempo, não-afetado por considerações em certa enunciação, enquanto Aktionsart é o significado do tempo como usado por um autor em uma enunciação particular, afetado por outras características da linguagem. O uso do aoristo em qualquer situação depende, então, de sua combinação com outros aspectos lingüísticos.
4 Por exemplos, no NT há 71 exemplos de eúptOKU no indicativo aoristo contra apenas quatro no indicativo imperfeito, sendo estes quatro a mesma expressão idiomática. 5 Fanning, Verbal Aspect, 137. Veja também nossa discussão em "Os Tempos Verbais: Uma Introdução." 6 A obra principal nesta área é de Fanning, Verbal Aspect, especialmente cap. 3: "The Effect of Inherent Meaning and Other Elements on Aspectual Function," 126-96. Ele vê um significado léxico inerente como a principal influência (126). Seu material sobre esse tópico é particularmente útil (127-63).
55 7
Tempo aoristo: constativo
C. O Abuso do Aoristo: O Pêndulo No Outro Extremo Há dois erros a serem evitados ao considerar o aoristo: (1) falar pouco ou (2) falar demais. Primeiramente, alguns têm dito tão pouco pressupondo que nada além do que o significado não-afetado pode ser visto quando o aoristo for usado. A falha dessa opinião está na assertiva: "o aoristo (como outros tempos) inexiste no vácuo. Categorias de uso são legítimas, pois os tempos combinam-se com outros fatores lingüísticos para formar vários campos semânticos.7 Em segundo lugar, muitos estudantes do NT vêem o Aktionsar como subjacente ao uso completo do tempo verbal (aspecto). Essa explicação é chamada de falácia do falar demais. Declarações como: "o aoristo descreve uma ação do tipo umavez-por-todas". É verdade que o aoristo pode, sob certas circunstâncias, descrever um evento, na realidade, momentâneo. Mas corremos risco quando confundimos isso com o significado não-afetado, pois forçarmos o texto. Tendemos a ignorar os aoristos divergentes de nossa visão (eles permeiam cada capítulo do NT) e a hipervalorização dos aoristos "uma-vez-por-todas", por convergir com nossa opinião.8
Usos Específicos I.
Aoristo Constativo (Complexivo, Pontilear, Compreensivo, Global) A.
Definição O aoristo vê, normalmente, a ação com o um todo, sem se interessar nas funções internas da ação. Ele descreve a ação de modo resumido, sem focalizar começo ou fim. E, sem dúvida, o uso mais comum do aoristo, especialmente com o modo indicativo. O aoristo constativo abrange distintas ações. O evento poderia ser iterativo, durativo, ou momentâneo, mas o aoristo nada fala sobre isso. Ele enfatiza o fato da ocorrência, não sua natureza.9
7 Stagg vai além disso, às vezes, em seu "Abused Aorist", ao defender apenas o significado não-afetado do aoristo em muitos contextos. Ainda mais extremista foi C. R. Smith, "Errant Aorist Interpreters/' GTJ 2 (1980) 205-26. 8 Stagg, em "Abused Aorist/' abordou de forma seminal procurando atenuar o abuso da abordagem do aoristo "uma-vez-por-todas". Infelizmente, comentaristas e pregadores ainda comentem esse erro, memos vinte anos depois do artigo de Stagg. Eles dizem algo como: "o aoristo significa ação momentânea", ou "o aoristo indica uma idéia "uma-vezpor-todas". 9 Para uma discussão dos diferentes lexemas usados com o aoristo constativo, veja Fanning, Verbal Aspect, 255-61. Ele inclui nessa categoria o aoristo "passado recente". Distinguimos este do constativo por causa de seu potencial valor exegético em alguns contextos (veja abaixo).
558
Sintaxe Exegética do Novo Testamento B. Ilustrações
Mt 8:3
eKteívaç cr\v %eipa qi|jaxo auxoü Ele estendeu sua mão e o tocou.
Jo 1:21
r|pcÓTr)aay auxóv, T l ouv ; Sú 'HÀíctç eí;
Perguntaram-lhe, "Quem és, pois? És tu Elias?" Jo 4:20
oi iTa-uépeç rpóv kv xcò opei xoúxcp npooeKÚvr|oav nossos pais adoraram neste monte
A t 9 :4 0
q v o i Ç e v x o u ç óc|)9aÂ.p,ou<; ccírcf|ç, koci I õ o Ggoc x ò v I l é x p o v à v e K á Ô i o e v
Ela abriu Rm5:14
o s s e u s o lh o s , e
quando viu P e d r o , sentou-se.
èpaaí/teixjev ô Oávaxoç cxttò ’Aôàp péxpi Mcauoéwç
a morte reinou d e Adão a Moisés 2 Co 11:24 TTevxttKLÇ xeooepÚKOVxa napà píav eA,apov c i n c o v e z e s recebi " u m a q u a r e n t a m e n o s u m " Ap20:4
[ a ç o ite s ]
èpaoíA,euaav pexà xoú XpLOxoô xíÀia exq reinaram com Cristo por mil anos "mil anos" deixa claro que o evento retratado pelo aoristo ocorre em um longo período de tempo (logo, é durativo). Porém, o aoristo é usado somente para sumarizar a ação. A força do tempo verbal aqui, então, não é quanto tempo eles reinaram, mas que eles reinaram.
Cf. também Mt 1:19; Lc 4:43; At 12:23; Rm 1:13; 2 Co 11:25; Hb 11:23.
II. Aoristo Ingressivo (Inceptivo, Incoativo) A. Definição O aoristo pode ser usado para enfatizar o começo de uma ação ou a entrada em um estado. Diferente do imperfeito ingressivo, não há implicação de que a ação continua. Isso é simplesmente omitido. O aoristo ingressivo é bastante comum. B. Clarificação Esse uso do aoristo está normalmente restrito a dois tipos de verbos: (1) Ele ocorre com verbos estativos, que enfatiza a entrada em certo estado. (2) E com verbos que denotam atividades, especialmente em contextos onde a ação é introduzida como um novo item no discurso.10 Muitos aoristos poderiam ser tratados como ingressivo ou constantivo, dependendo da percepção do intérprete. Nem sempre esses usos ficam distintos. 10 Similarly, Fanning, Verbal Aspect, 261-63.
559
Tempo aoristo: consumativo C. Chave para Identificação:
c o m e ç o u a, to rn o u - s e
A capacidade do aoristo é revelada ao acrescentarmos a expressão ‘começou a" (com atividades) e 'tornou-se' (com verbos estativos). (Lembrando que a idéia do imperfeito envolve a noção 'começava a', uma expressão que conota continuação da ação). D. Ilustrações M t9:27
f|KoXoiJ0r|oav' aírrâ ôúoTtx])Àoí dois cegos começaram a segui-lo O verso seguinte deixa claro que uma idéia ingressiva é pretendida, pois os cegos ainda estavam seguindo a Jesus.
Mt 22:7
ó ôè Pamleuç (ôpyícrôri e o rei ficou [tomou-se] irado
Jo 4:52
Kopi]fóiepov èo^ev ele se sentira [começou a sentir-se] melhor
2 Co 8:9
õ i’ u|iâç ètrrtáxeuaev ttàoÚoloç (3v, iva upeiç tf) èiceívou Trrwxeía
TíXourTÍoriTe Embora fosse rico, por vossa causa tornou-se pobre, para que vós, por sua pobreza enriquecêsseis [tomava (continuamente) dizendo]. Ap 20:4
kcu kfiaoíkeuaav petà toô XptauoO %íkia èiij viveram e reinaram com Cristo durante mil anos O primeiro aoristo é ingressivo; o segundo, constantivo.
èÇTjmn'
Cf. também Mt 9:18; Lc 15:32; Jo 10:38; 11:31; 13:5; At 15:13; Rm 14:9; 1 Co 4:8; Tito 2:12; 1 Pd 2:24; Ap 2:8; 13:14.
^
III. Aoristo Consumativo (Culminativo, Ecbático, Efetivo) A. Definição O aoristo pode enfatizar o fim de um ato ou estado. Certos verbos, lexicalmente, requerem esse uso.11 Por exemplo, "ele morreu" normalmente não chega a ser uma idéia ingressiva. O contexto também ajuda, às vezes. Ele pode insinuar que um ato já estava em desenvolvimento e o aoristo levou-o a conclusão. Isso difere de um perfeito consumativo, pois este enfatiza (1) o completar da ação, e não, meramente, o seu cessar;12 e, especialmente, (2) a continuação de resultados após a conclusão da ação. 11 Fanning observa que isso ocorre com verbos que indicam clímax, cumprimento, atividades e noções pontuais (Verbal Aspect, 263-64). 12 Embora seja possível declarar que o aoristo consumativo, quase sempre, conote ação completa. Temos aqui mais uma influência léxica que a força gramatical do tempo verbal. O aoristo basicamente olha a ação como um todo, não perdendo sua essência, ou seja, sumarizar ou concluir.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
560 B. Ilustrações Mc 5:39
tò ttcclôiov’ ouk àiréGavei' àXXà KaBeúóet a menina não morreu, mas dorme Muitas traduções modernas trazem "a menina não está morta, mas dorme". O ponto inteiro da narrativa está por vir nesta conclusão. A diferença entre o aoristo e o presente é claramente vista neste dito dominical: A vida dela não terminou (aoristo); há mais por vir (presente).
Lc 19:16
irapeyéveto ôè ò upcÔTOç léycou . . . Ora, quando o primeiro chegou, disse . . . Ilapayivoiicti é um verbo lexicalmente rico quase sempre detentor de força consumativa. Das 37 ocorrências no NT, 33 são aoristos. As outras quatro ocorrências são: três presentes históricos (equivalentes, aspectualmente, a um aoristo [cf. Mt 3:1,13; Mc 14:43]); e, um imperfeito iterativo/distributivo (Jo 3:23 - "o povo vinha e estavam sendo batizados" [uapeyívovTo]).
Jo 1:42
rÍYayeu aútòv npòç xòv lr|aoCv Levou-o a Jesus
At 5:39
éiret00r|aau a ir.á
Persuadiu-no Ap 5:5
évíieijoev ô Xétov ò ck tíJc c[)UÀfiç Toúõa O Leão da tribo de Judá venceu
Jo 2:20
xeoaepáKovta Kal ’èç ereaiv oí.KOÔO|i.ij0r| ó vaòç outoç Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário Várias gramáticas alistam este aoristo como constantivo, para o efeito de tradução, "este templo foi construído em quarenta e seis anos". 13 A pressuposição comum é que vaóç se refere ao recinto do templo. Josefo indica que este não foi terminado até a procuradoria de Albino (c. 62-64 d.C.), logo o mesmo ainda estava em processo de construção quando essa declaração foi feita. A idéia então seria: "Este templo tem estado em processo de construção pelos últimos quarentas e seis anos". Há vários problemas com isso: (1) o significado de vaóç em João; (2) o uso do referente temporal do dativo; e, (3) o uso do aoristo. A ênfase do aoristo aqui pode trazer algum impacto na data da crucificação.14 Primeiramente, o NT costuma distinguir lepóv e vaóç: lepóv se refere ao recinto (incluindo a corte) enquanto vaóç, ao lugar santo ou o santuário propriamente dito.15 Se esta for a distinção em João 2:20, então o verbo aoristo OLKOÕO|if|9r] deveria se referir somente ao santuário. O santuário foi completado, notavelmente, em c. 18-17 a.C.16 Quarenta e seis anos depois seria 29-30 d.C. Segundo, o dativo (leooepáKovxa Kal êÇ ctcolv) naturalmente se refere ao ponto do tempo, em lugar de sua extensão. Isso se encaixaria com a
13 E.g., Robertson, Grammar, 833; Dana-Mantey, 196 (§180); Moule, Idiom Book, 11; Young, Intermediate Greek, 123. 14 Veja H. W. Hoehner, Chronological Aspects of the Life of Christ (Grand Rapids: Zondervan, 1977) 38-43, para uma discussão das implicações sobre a data da crucificação.
Tempo aoristo: consumativo
561
data da conclusão do santuário ("foi construído [em um ponto no tempo] quarenta e seis anos atrás). Terceiro, há dificuldades em dizer que o aoristo fala de uma ação ainda em processo ("este tempo tem sido [no processo de ser] construído passados quarenta e seis anos"). Usar o imperfeito seria mais natural,18 mas não uma exigência semântica.19 Essa evidência sugere que é mais natural usar o aoristo consumativamente. Se for assim e se essa perícope ocorreu no primeiro ano do ministério de Jesus (como sua localização em João 2 sugere), então Jesus provavelmente foi crucificado três anos mais tarde, em 33 d.C.20 Cf. também Mt 1:22; 27:20; At 17:27; 27:43; Rm 1:13; 1 Co 4:6; 1 Pd 3:18. 15 Veja BAGD, s. v. Lepóv, uaóç. Embora sejam citados cinco referências em que vuóç aparentemente seja usado para o edifício inteiro, dois deles são as contrapartes dos Sinópticos a João 2:20, colocando-as durante a semana da páscoa. João usa lepóv dez vezes, todas com referência à estrutura geral (2:14, 15; 5:14; 7:14; 7:28; 8:20, 59; 10:23; 11:56; 18:20). Seu uso de vaóç, é restrito a essa perícope (2:19,20,21). Hoehner, Chronological Aspects, 40-41, nota que Josefo também fez essa distinção. 16 Veja discussão em Hoehner, Chronological Aspects, 38-40. 170 dativo naturalmente é usado como ponto no tempo (veja o cap. sobre o dativo). BAGD cita esse texto e At 13:20 para o dativo de etoç referindo-se à extensão do tempo (as únicas duas referências no NT para êtoç no dativo sem uma preposição. [Lc 3:1 tem év]). Eles acertam nas últimas passagens, mas Jo 2:20 é questionável. ^ Na LXX, o dativo de etoç normalmente indica um ponto no tempo: Gn 14:4; Ex 21:2; 40:17; Lv 19:24; 25:4; Nm 13:22 (um forte paralelo com Jo 2:20-"Hebrom foi construída/ completada [aor. ükoôopf|9r|] [em um ponto no tempo] sete anos antes de Zoar"); 1 Rs 6:1; 22:41; 2 Rs 18:13; 2 Rs 23:23; 2 Cr 35:19; Ed 1:20; 5:54; Et 2:16; 2 Mac 13:1; 14:4; Ag 1:15; Dn 9:2. Como um dativo de extensão, um paralelo de Jo 2:20 se encontra em 1 Rs 7:1) ("Salomão estava construindo [aor.] sua própria casa por treze anos" [RSV - 1 Rs 7:1 ]). Porém, o resto do versículo diz: "e ele terminou sua casa inteira". (RSV). Assim, embora este seja extensivo, o aoristo não é durativo ou interno. E complexivo. Este é o único dativo de extensão com exoç na LXX. 18 L. Morris, The Gospel According to John (NICNT) 200, n. 81, percebe que "a aplicação desse tempo a um edifício que não iria ser completado por muitos anos não é fácil". Ele realmente nota o paralelo importante em Esdras 5:16 (uttÒ zóre ecoç rov vôv cjkoôo|jq0r] Kai oi)K èteleaOri ["desse tempo até agora ele [o templo] tem sido (no processo de) construído, e ainda não está terminado"]). 19 Fanning, Verbal Aspect, 257-58. 20 Este é o argumento de Hoehner, Chronological Aspects, 38-43. Para certificar-se, ele baseia sua visão em mais que um verso. Seu argumento principal inclui muitos fios de evidência (95-114). Há dois problemas com o uso de Jo 2:20 para a data da crucificação, porém. Primeiro, se o aoristo for consumativo, qual é o ponto aqui? Dizer que "este templo tem estado de pé por quarenta e seis anos, entretanto tu o construirás em três dias?" parece ser um non sequitur. Isso não é tão grave quanto parece. Tudo que se requer é um entendimento de um ponto implícito: Se ele tem estado de pé por um longo tempo, é bem construído. Assim, como Jesus poderia reconstruí-lo em três dias? A idéia poderia facilmente ser "este templo tem resistido ao teste do tempo". O segundo problema é que a perícope possivelmente está fora de seqüência cronológica. A purificação do templo nos Sinópticos ocorre na semana da paixão. Se este se refere ao mesmo evento, então um aoristo consumativo confirmaria, ao invés de negar uma data de 30 d.C. para a crucificação!
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
562
IV. Aoristo Gnômico A. Definição O indicativo aoristo é ocasionalmente usado para apresentar um fato geral e atemporal.21 Quando assim o fizer, não se referirá a um evento particular que realmente aconteceu, mas a um evento genérico que realmente acontece. Isso, normalmente, é traduzido como um tempo presente simples.22 Esse uso aorístico é bastante raro no NT. B. Clarificação Robertson sugere: "a diferença entre o aoristo gnôico e o presente reside na possibilidade de este ser durativo".23 Todavia, sob certas circunstâncias, o aoristo pode ser usado para uma ação que, na realidade, é iterativa ou costumeira.24 C. Ilustrações Mt 23:2
eiTi xfjç MuCoécoç Kaôéôpaç acáBioav ol YpocppaTéiç Kal ol 5>apiocãoi os Escribas e os Fariseus se assentam na cadeira de Moisés Talvez, devido à sua influência semítica, estudiosos tendem a classificar este como um aoristo dramático. 25
1 Pd 1:24
èÇripáv0q ò %óptoç, Kal xò ãvBoç eÇéireaev seca-se a erva e cai a flor
Cf. também Lc 7:35; Tg 1:11.
V. Aoristo Epistolar A. Definição Este é o uso do aoristo indicativo nas epístolas. O autor descreve, conscientemente, sua carta na estrutura de tempo de sua audiência. O aoristo indicativo de iré|j.trw é naturalmente usado neste sentido. Esta categoria não é comum, mas existe alguma significância exegética.
21 Alguns gramáticos não vêem esse uso no NT (conforme Moule, Idiom Book, 12-13). 22 Para uma discussão do aoristo gnômico, sobre a pressuposição que o aoristo indicativo gramaticaliza o tempo, veja Fanning, Verbal Aspect, 265-69. 23 Robertson, Grammar, 836. 24 Quanto a isso, ele não é muito diferente do presente costumeiro, mas sim do imperfeito costumeiro. O aoristo gnômico não é usado para descrever um evento que "costumava acontecer" (como o imperfeito), mas que "tem acontecido" sobre um bom período de tempo ou, como o presente, realmente acontece. Conforme Fanning, Verbal Aspect, 278.
563
Tempo aoristo: (proléptico) B. Ilustrações At 23:30
eÇauTÍjç eiremJra Trpòç oé Logo te enviei Esta declaração sobre o envio de Paulo está na carta de Cláudio Lísia a Félix (cf. vv 25-26). O verso 31 indica que os soldados levaram a carta e Paulo a Félix.
G16:11
tõeie
tttíXÍkolç
uptv Ypá|i|icxoLv eypat(ía xr)
x6LPÍ-
Vede com que grandes letras eu vos escrevi, com minhas próprias mãos. Alguns classificam esse aoristo como epistolar, rementendo-o ao contexto imediato. Porém, há evidência ampla da prática amanuense (i.e., os antigos secretários que escrevia aquilo ditado pelo autor) sugerindo ser essa nota um breve apêndice acrescentado por Paulo.26 É difícil dizer, porém, em que ponto Paulo tomou a pena de seu secretário e ele mesmo escreveu.27 Fp 2:28
eTrepij/o: am óv Eu o enviei O ponto de referência, naturalmente, sào os leitores, pois Epafrodito, o enviado, trouxe a carta aos filipenses.
Cf. também 1 Co 9:15;28 2 Co 8:17, 18, 22; 9:3, 5; Ef 6:22; Fm 12. Há certos textos problemáticos em que é possível ver o aoristo referindo-se: (1) ao trecho da epístola que naquele instante está sendo escrita (o verdadeiro aoristo epistolar); (2) à epístola como um todo, ou uma porção prévia da epístola recém completada ( o aoristo do passado imediato); ou, (3) a uma carta escrita antes. Sobre alguns desses textos (com implicações exegéticas óbvia), cf. Rm 15:15; 1 Co 5:9; Ef 3:3; Fm 19; 1 Jo 2:21.
VI. Aoristo Proléptico (Futurístico) A.
Definição O indicativo aoristo pode descrever um evento ainda não-passado como se já estivesse completo. Esse uso é incomum, embora vários textos exegeticamente significantes tragam possíveis aoristos prolépticos.
26 Veja R. N. Longenecker, "Ancient Amanuenses and the Pauline Epistles," em New Dimensions in the New Testament Study (Grand Rapids: Zondervan, 1974) 281-97. A discussão de G1 6:11 está em 289-91. 27 Ibid., 290. Longenecker sugere que Paulo escreveu somente os vv. 11-18. 28 Referindo-se à porção anterior da mesma carta talvez (assim, aoristo passado imediato).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
564 B. Clarificação
Às vezes, o aoristo é usado como futuro a fim de enfatizar a certeza do evento. Retoricamente, um evento futuro é visto como passado.29 C. Ilustrações Mc 11:24
uávT C L
ooa
ir p o o e v x e o O e
K ai
a lte la G e ,
T r iG T e ú e ie
o tl
è / tá p e te ,
K ai
õ|Tív.30 Tudo quanto orardes e pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.
c a ta i
Jo 13:31
léyei Tijoouç vvv èõo^áoOq ó ulòç tou âvGpcóiroí) Kai ò Geò; éôoÇáoGq kv aírccô. disse Jesus: "Agora o Filho do Homem é glorificado e Deus é glorificado nele."
Rm 8:30
oüç ôè éôiKaícúocv, toÚtou; K ai êôóÇaoev aos que justificou, a estes também glorificou A glorificação dos que foram declarados justos está completa na perspectiva paulina.
Ap 10:7
otav péAAq aaAmÇeiv, K ai êxeXéoGq tò |iixrcipLoi’ toú 0eoO31 quando ele estiver para tocar [a trombeta], cumprir-se-á, então, o mistério de Deus.
Cf. também Mt 18:15; Jo 15:6; 1 Co 7:28; Hb 4:10; Jd 14. Sobre alguns exemplos possíveis usos prolépticos, embora debatíveis, cf. Mt 12:28;32 Ef 1:22 (úiréiaíjev); 2:6 iau'€K á0iaev); 1 Ts 2:16.
VIL Aoristo Passado Imediato/Dramático A.
Definição O indicativo aoristo pode narrar um evento acontecido recentemente. Sua força traduz algo como: nesse exato momento, acabei de te dizer. São nuanças léxicas ( que ocorrem com verbos emotivos e cognitivos). Freqüentemente,
29 Fanning, Verbal Aspect, 269. Veja sua discussão em 269-74. 30 Em lugar do aoristo èÀájfctc, muitos MSS têm o presente A.appáveie (so A F G K U V X Y T 2 Q f 13 28 33 543 Byz et plu). Outros, o futuro A.r|(|j.)vJreo8e (como D 0 / 1 [22] 205 544 565 700 et pauci). Esses dados textuais ilustram tanto a escassez do aoristo proléptico quanto sua forma semântica. 31 O indicativo aoristo ÈTeÀéa0r| é achado em S A C P e outros 100 MSS. Outra meia dúzia de variantes encontra-se entre os outros MSS, que são muito notáveis leleoBr] e xeÀéaGei.
32 Se o aoristo proléptico, às vezes, é colorido lexicalmente, ele poderia não ser importante a ponto de que o aoristo de tj)0ávo) fosse usado tanto em Mt 12:28 quanto 1 Ts 2:16.
Tempo aoristo: (passado imediato/dramático)
565
isso decorre da influência semítica (reflexos de um perfeito estativo).33 Às vezes, é difícil dizer se a referência aorística é ao passado imediato ou ao presente (dramático).34 B. Mt 9:18
Ilustrações apxtJt’ elç èlGàv upooeKÚvei aírccò Xéytov otl q Guyáxqp pou ãpxi
èteÀeÓTriaeu um chefe, aproximando-se, o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo". Mt 26:65
íõe vCv r|KOÚaaTe xfju pÀaa^rpíoa'
Eis que acabastes de ouvir, sua blasfêmia Ef 3:3
KaGcàç
T T p o é y p a ijja
kv óÀíyco
conforme escrevi há pouco, resumidamente; O autor fala da revelação que foi lhe concedida por Deus, isto é, a revelação da paz entre judeus e gentios, de um novo corpo. E provável que o aoristo se reporte a 2:11-22 e não a uma epístola desconhecida. Cf. também Mt 3:17 (possível); 6:12; Mc 1:8; Lc 1:47; 16:4; Jo 21:10; Ap 12:10 (possível).
33 Fanning, Verbal Aspect, 275-6 (a discussão completa está em 275-81). 34 Fanning distingui esses dois, chamando o primeiro de um subconjunto do aoristo coativo e o segundo, um aoristo dramático.
O Tempo Futuro Panorama dos Usos I.
Futuro Preditivo.................................................................................................. 568
II.
Futuro Imperatival.............................................................................................. 569
III.
Futuro Deliberativo............................................................................................ 570
IV.
Futuro Gnômico.................................................................................................. 571
V.
Variações de Equivalentes do Subjuntivo..................................................... 571
Bibliografia Selecionada BDF, 178-79 (§348-51); Burton, Aíoorfs and Tenses, 31-37 (§58-73); Fanning, Verbal Aspect, 120-24, 317-18; K. L. McKay, A New Syntax of the Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 52; idem, "Time and Aspect in New Testament Greek," NovT 34 (1992) 209-28; Moule, Idiom Book, 10; Moulton, Prolegomena, 148-51; Porter, Verbal Aspect, 403-39; idem, Idioms, 24, 43-45; Robertson, Grammar, 870-79; Tumer, Svntax, 86-87; Young, Intermediate Greek, 117-19; Zerwick, Biblical Greek, 93-96 (§277-84).
Introdução Em referência ao aspecto, o futuro parece oferecer uma descrição (retrato) externo, algo como uma contraparte temporal para o indicativo aoristo.1 A descrição externa "apresenta uma ocorrência em resumo, visto como um todo de fora, sem considerar a composição interna da ocorrência."2
1 Nem todos os gramáticos concordam com essa opinião (tentativa). Primeiramente, alguns afirmam que o aspecto é ora externo, ora interno. Outros o consideram como neutro quanto ao aspecto, ou seja, um tempo verdadeiramente "não-marcado". Esse tempo ainda é um enigma, fazendo quaisquer declarações pouco menos que nada. É o único tempo que sempre se relaciona com a cronologia, sem considerar o modo. Há esse respeito parece ser um tempo verbal verdadeiro. Embora suas formas sejam, sem dúvida, derivadas do aoristo (note, por exemplo, a sexta das partes principais, o sigma característico no ativo e na média de ambos os tempos e as semelhanças entre o subjuntivo aoristo e o indicativo futuro), há ocasiões em que uma idéia interna é sugerida pelo contexto. No entanto, isso seja raro (Moule, Idiom Book, 10). 566
Tempo futuro: introdução
567
Em referência ao tempo, o futuro é sempre futuro na apresentação do emissor (ou, quando um particípio, em relação ao tempo do verbo principal). O futuro ocorre no indicativo, particípio e infinitivo no NT. Das 1623 formas futuras, há só doze particípios e cinco infinitivos. O resto ocorre no modo indicativo.3 Em suma, o futuro, com respeito ao tempo e aspecto, pode ser classificado da seguinte maneira: Passado
Presente
Futuro •
Quadro 69 A Força do Tempo Futuro
A visão de que o futuro é tanto um aspecto verdadeiro quanto exclusivamente externo, por nós desposada, baseia-se no critério do uso e na morfologia: Sua ligação formal com o aoristo sugere que compartilha seu aspecto com o aoristo (análogo ao compartilhamento entre o imperfeito e o presente, e o mais-que-perfeito com o perfeito). A lógica deveria fazer dele um tempo sumário. Além disso, semelhante ao aoristo, o futuro tem uso em contextos sugestivos de ação iterativa, progressiva ou durativa, na mesma proporção que outros usos do futuro em contextos similares. Contudo, à semelhança do aoristo, que nunca transmite a idéia de progressão ou iteratividade em seu aspecto básico, o futuro não deveria ocorrer em tais sentidos. Parece, então, que o significado não-afetado do futuro não inclui uma descrição interna. (Para uma excelente discussão sobre o debate, veja Porter, Verbal Aspect, 403-16. Concluímos o mesmo. [Contudo, Porter afirma, como Fanning, que o futuro é, de acordo com sua índole, neutro em seu aspecto]). O futuro perifrástico, incidentalmente, precisa ser tratado de modo diferente. Fanning ('Verbal Aspect, 317-18) alista onze futuros perifrásticos legítimos (que usa o indicativo futuro de eivmi, e um particípio presente), um sendo uma v.l. encontrada no códice D (Mt 10:22; 24:9; Mc 13:13, 25; Lc 1:20; 5:10; 21:17, 24; 22:69; At 6:4 [em D]; 1 Co 14:9). Todos estes têm um aspecto interno, mas isto não se deve ao futuro em si, mas à conjúnação deles com particípios presentes. ^Fanning, Verbal Aspect, 97. Os doze particípios futuros são encontrados em Mt 27:49; Lc 22:49; Jo 6:64; At 8:27; 20:22; 22:5; 24:11, 17; 1 Co 15:37; fib 3:5; 13:17; 1 Pd 3:13. Os cinco infinitivos futuros estão em At 11:28; 23:30; 24:15; 27:10; Hb 3:18. Todos são usados para um tempo subsequente. Nesse capítulo, restringiremos, basicamente, nossa discussão ao indicativo, visto que as formas não indicativas são insignificates. Há poucas formas do futuro subjuntivo em v.ll. no NT (com em 1 Co 13:3), mas estas não ocorrem no Koinê. Veja nossa discussão em "Modo Subjuntivo"; cf. também BDF 15 (§28); Howard, Accidence, 219.
568
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Usos Específicos I.
Futuro Preditivo A.
Definição O futuro pode indicar que algo acontecerá ou está por vir. A descrição da ação é externa e resume-se na expressão: "acontecerá." O futuro preditivo foge do uso comum que esse tempo verbal apresenta.
B. Ilustrações Mt 1:21
té^exat uióy, Kai KaÀéaeiç rò õnopa amou Tqaouu aútòç yàp acóaei xòv Àaòv amou áirò twu àpapTiwv aimoy. Ela dará luz a um filho, e tu o chamarás Jesus, pois salvará seu povo dos pecados deles. Esse versículo contém três futuros indicativos: o primeiro e o último são preditivos; o do meio (KaÀéaeiç) tem teor imperativo ("tu o chamarás...").
Jo 4:14
oç õ’ aõcóao) aúxcô, ov pq õu|jfiaei Qualquer que beber da água que eu darei a ele nunca mais terá sede. E possível classificar o segundo futuro nesse verso como uma enfática negação. Geralmente, o subjuntivo aoristo é encontrado com oú pq; às vezes, encontra-se o indicativo futuro. Nesse exemplo há, também uma força preditiva.
At 1:8
Àqpt(;eoOe ôúyapiy éiTgÀGóuTOç tou àyíou TTygúpaToç êtf)’ úpâç Kai eoeaOé pou páptupeç recebereis poder ao vir sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas O segundo futuro pode ser classificado como um tipo de imperativo.
At 1:11
outoç ó 'IqooOç . . . èlcuoetat este Jesus . . . virá
Fp 1:6
ó évap^ápeyoç kv úplv epyon áyaBòv êiuxeAiaeiaxpi qpépaç Xpiatou ’IqaoO Aquele que começou boa obra em vós completará até o dia de Cristo Jesus Inserido entre uma ação passada (évapÇápcvoç) e um cumprimento futuro (a%pi), o futuro (eTurcAiaei) parece sugerir uma idéia progressiva. Mas em si, o futuro nada declara sobre isso.4
1Ts4:16
ol vfKpoi kv XpLOitó âvaaxr\oovxcíL ~púxov os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro
Cf. também Mc 2:20; 9:31; Lc 2:12; G15:21; 1 Tm 2:15; Hb 6:14; 2 Pd 2:2; Ap 20:7 4 O aoristo, também, é usado com S/pu Isso igualmente ocorre, em contextos que sugerem uma idéia progressiva (cf., e.g., At 3:21; 22:4; Rm 1:13; Ap 2:25). Ainda que gramáticos concordem que o aoristo não indique qualquer idéia progressiva. Por que, então, trataríamos o futuro de modo distinto?
Tempo futuro: (imperatival)
569
II. Futuro Imperatival A. Definição O indicativo futuro, às vezes, é usado para expressar uma ordem, quase sempre em citações do AT (devido à tradução literal do texto hebraico). Algo similar é encontrado no grego clássico. Muito embora escassamente. Além de Mateus, isso não é comum.5 B. Semântica A força do futuro imperatival não é idêntica a um imperativo. Falando de forma geral, ele tem uma força universal atemporal e/ou solene.6 Uma razão para isso é que a maioria dos exemplos do NT são citações do AT, especialm ente da literatura legal do Pentateuco. A natureza dos mandamentos no Pentateuco é, muitas vezes, apropriada a essa noção solene. E, portanto, seria natural trazer isso para o NT. Ainda que o AT não esteja tratando de mandamento, a força do futuro imperatival é enfático. Isso concorda com a natureza mesclada entre o modo indicativo e o futuro. "Não estamos nos referindo a um imperativo moderado ou mais suave. E possível que uma predição insinue poder e resistência ou indiferença, compulsão ou ~ // 7 concessão . C. Ilustrações Mt 19:18
oí> <))0veúaeiç, oú potxeúaeiç, ou Kléijjeiç, ou i)íeuòo|mpTupr|Geiç Não matarás, não adulterarás, não furturás, não dirás falso testemu nho. eoeoGe coç ol ÚttokpitoT 8 não sereis como os hipócritas. Veja um exemplo do futuro imperatival que não é uma citação do AT.
Mt6:5
ouk
Mt 20:27
oç aêoT oa úptôv
ôoüàoç9
Quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo. Mt 22:37
áyccirqoeiç icúpion tòv 9eóv oou Amarás o Senhor, teu Deus
5 Para uma discussão suscinta, veja BDF, 183 (§362). 6 Não queremos dizer que ao imperativo falte esse uso. A diferença reside na ênfase dada, ou seja, o indicativo futuro é mais enfático. A evidência de que o imperativo é usado desse modo é demonstrada nos sinópticos (e.g., em que um Evangelho tem o imperativo enquanto o outro tem o futuro indicativo) e variantes textuais (em que o imperativo é encontrado em alguns MSS, o futuro indicativo em outros). 7 Gildersleeve, Classical Greek, 1.116 (§269). 8 Muitos MSS têm um eor| singular. No entanto, não influencia a gramática sob discussão. 9 O imperativo eoico se encontra em B E G H S V X T A 28 892 1010 1424 et alii.
570
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
1 Pd 1:16
céyioi êoeaGe, otl ky ò ayióç elpi10 Sereis santos, porque eu sou santo.
Cf. também Mt 1:21 (Kaleoeiç); 4:7, 10; 5:21, 27, 33, 43, 48; 20:26; 21:3; 22:39; 27:4, 24; Mc 9:35; Lc 1:31; 17:4; At 18:15; Rm 7:7; 13:9; G1 5:14; Tg 2:8.
III. Futuro Deliberativo A. Definição O futuro deliberativo faz a pergunta insinuando alguma dúvida sobre a resposta. A pergunta, feita na primeira pessoa singular ou plural, é geralmente cognitiva ou volitiva. Questões cognitivas indagam: "Como deveremos?"; enquanto perguntas volitivas diriam "nós deveríamos?". Assim, a força de tais perguntas é a mesma por trás de um "dever", isto é, possibilidade, desejo ou necessidade. O subjuntivo aoristo é mais comum em perguntas deliberativas que o indicativo futuro.11 B. Ilustrações Mc 6:37
áyopáaoapev ôqvapítóv óiaKoauov ãpTOUÇ Kal õcóaopeu aúxoiç
Rm 6:2
ttcôç ctl
Hb2:3
ncòç rpeiç èi«t>eul;óp€0a Tr|ÀLKaúiqç ú|ieA,r|aauT6í; acoripíaç; Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?
Çqao|iev kv aínrrj;13 Como viveríamos ainda para ele? Paulo não está, aqui, perguntando sobre o meio pelo qual viveríamos em pecado? Pelo contrário, ele está perguntando sobre a justiça, o "dever" ou até mesmo a possibilidade de um estilo de vida assim para aqueles que morreram para o pecado.
Cf. também Mt 17:17; Rm 3:5; 6:1; 9:14.
10 PéveaGe é encontrado em lugar de ÍÉaeoBe em K P 049 1 1241 1739 et a lií; yLVcaOe é o verbo utilizado em L Byz et a lii. 11 Veja "Modos: Subjuntivo: Deliberativo" para discussão. 12 O subjuntivo aoristo ôcògev está em lugar de ôtóao|iev em E F G H K S U V W r 0 II í ü/1 579 700 Byz. Da mesma forma, o subjuntivo aoristo õ(áaw|iev é a leitura de X D N f 3 28 33 565 892 1424. 13 O subjuntivo aoristo ((f|Gtójj.ev) substitui o indicativo futuro em íp46 C F G L ’¥ 33 81 1241 1464 et alii.
Tempo futuro (gnômico)
571
IV. Futuro Gnômico A. Definição O futuro raramente é usado para indicar a probabilidade com que um evento genérico acontecerá. A idéia não é que um evento particular está em vista, mas que tais eventos são aplicáveis à vida. "No futuro gnômico o ato é aplicável a qualquer hora".14 B. Ilustrações Mt6:24
oúõelç ôúwcca ôuol Kupíotç õouXeúeiu qpioqoei, Kal tou eiepov àyamíaei., qàuQé^exai K a l toü éiépou Karac^pourjaei. Ninguém pode servir a dois senhores. Porque odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. A idéia do futuro gnômico aqui é: alguém deveria esperar ódio ... deveria esperar amor. . .
Rm 5:7
póíUç ínrèp õiKaíou t i ç aTroGaveirau dificilmente alguém morreria por um justo E possível expressar isso no presente (dificilmente alguém morre por um justo), contudo Paulo enfatiza a probabilidade do evento. Logo, ele escolhe o futuro.
Rm 7:3
Çgòutoç tou àuôpòç poi/aA-lç xPTH-iaTLoeL êàu yéyqTai áyôpl gTÉpw será considerada uma adúltera, se, vivendo o marido, ela se ligar a outro homem15
V. Variações de Equivalentes do Subjuntivo O indicativo futuro é, às vezes, usado em situações que normalmente estão reservadas para o subjuntivo aoristo. Já o vimos associado ao futuro deliberativo. Outras categorias incluem negação enfática (oú pa) + indicativo futuro [e.g., Jo 4:14]), orações com iya (e.g., G12:4) e orações relativas indefinidas (e.g., Mc 8:35). Veja a seção "Modos: Subjuntivo" para uma discussão dos lugares onde o futuro aparece.
14 Robertson, Grammar, 876. 15 Turner, Syntax, diz que o indicativo futuro aqui quase não é imperatival: Que seja chamada (86).
Os Tempos Perfeito e Mais-Que-Perfeito Panorama dos Usos dos Tempos Verbais I.
O Tempo Perfeito............................................................................................... 573 A.
i^ -
Perfeito Intensivo (Resultativo)............................................................574
B. Perfeito Extensivo (Consumativo)........................................................ 577
II.
C.
Perfeito Aorístico (Dramático ou Histórico)......................................578
D.
Perfeito com Força Presente..................................................................579
E.
Perfeito Gnômico....................................................................................580
F.
Perfeito Proléptico (Futurístico)...........................................................581
G.
Perfeito Alegórico...................................................................................581
O Tempo Mais-que-perfeito............................................................................. 583 A.
Mais-Que-Perfeito Intensivo (Resultativo).........................................584
B.
Mais-Que-Perfeito Extensivo (Consumativo)....................................585
C.
Mais-Que-Perfeito com uma Simples ForçaPassada........................586
Bibliografia Selecionada BDF, 175-78 (§340-47); Burton, Moods anã Tenses, 37-45,71-72 (§74-92,154-56); Fanning, Verbal Aspect, 290-309, 396-97, 416-18; K. L. McKay, A Neiv Syntax ofthe Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 49-51; idem, "On the Perfect and Other Aspects in New Testament Greek," NovT 23 (1981) 290-329; Moule, Idiom Book, 13-16; Moulton, Prolegomena, 140-48; Porter, Verbal Aspect, 245-90, 321-401; idem, Idioms, 39-42; Robertson, Grammar, 892-910; Tumer, Syntax, 81-86; Young, Intermedíate Greek, 126-31; Zerwick, Biblical Greek, 96-99 (§285-91).
Introdução Como declarado na introdução geral, na maioria dos casos, esses dois tempos são idênticos no aspecto, embora diferentes no tempo cronológico. Assim, falam de um evento cumprido no passado (isto é, no indicativo): o perfeito fala de resultados no presente; e o mais-que-perfeito (=MQP), de resultados no passado.
572
573
Tempo perfeito: introdução
O aspecto desses tempos, às vezes, é chamado estativo, consecutivo, completo ou perfectivo-estativo. O tipo de ação retratada (em seu significado não-afetado) é uma combinação de aspectos internos e externos: A ação é apresentada externamente (su mária), enquanto o estado resultante originado na ação é apresentado internamente (estado contínuo).1 Quanto ao tempo cronológico, note as considerações abaixo de cada tempo verbal.
I. O Tempo Perfeito Introdução Embora essa seção do perfeito pretenda ser breve, não pressuponha você que o ta manho da discussão corresponda à importância do tópico. Seremos breves porque os usos primários do perfeito são bastante fáceis de compreender, entretanto não são insignificantes. Como aponta Moulton: "o tempo perfeito é o mais importante exegeticamente entre todos os tempos gregos".2 O perfeito é usado menos que o presente, aoristo, futuro ou imperfeito; quando usado, porém, normalmente há uma escolha deliberada por parte do escritor.3
Definição A força do tempo perfeito descreve um evento completo no passado (falando do indicativo perfeito aqui), que tem resultados existentes no tempo presente (i.e., em relação ao tempo do enunciador). Ou, como Zerwick põe: "o tempo perfeito não é usado para indicar uma ação passada, mas o estado presente e resultante da ação passada".4 O BDF sugere que o perfeito "combina em si, por assim diz, o presente e o aoristo denotando continuação da ação completa. . ."5
1 Há uma concordância básica entre os gramáticos sobre a força do perfeito (isto é, que dois elementos estão envolvidos, ação completa e estado resultante), embora haja algumas discordâncias sobre as definições particulares. McKay, e.g., vê o perfeito como um aspecto, enquanto Fanning, como um conjunto intrinsecamente envolvido pelo as pecto, tempo e Aktionsart. 2 Moulton, Prolegomena, 140. 3 Ele ocorre 1.571 vezes: 835 indicativos, 673 particípios, 49 infinitivos, 10 subjuntivos e 4 imperativos (o perfeito optativo não ocorre no NT). 4 Zerwick, Biblical Greek, 96. 5 BDF, 175 (§340).
574
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Chamberlain vai além quando sugere que o mesmo, às vezes, é usado para "descrever uma ação que tem resultados permanentes".6 A implicação do que "o perfeito traz é que o evento ocorreu e ainda tem resultados significantes" 7 Isso vai além da gramática e, portanto, pode ser mal interpretado. Mais perigo so ainda é a noção encontrada em comentários afirmando que o perfeito denota resultado permanente ou eterno. Tal declaração assemelha-se a dizer que o tempo aoristo significa "uma-vez-por-todas". Implicações desse tipo são tiradas de considerações sem base gramatical. Deve-se ter cuidado para não fazer sintaticamente teologia só quando for conveniente. Passado
, . V
Presente
1
........
Futuro
'
Quadro 70 A Força do Perfeito Note: O símbolo (------- ) indica os resultados de uma ação. O quadro mostra o perfeito relacionado aos aspectos tanto do aoristo quanto do presente. Ele fala da ação completa (aoristo) com resultados existentes (presente). A questão básica aqui é: Qual desses aspectos é enfatizado em determinado contexto?
Usos Específicos Os usos do tempo perfeito dividem-se em três grupos principais: normativo, colapsado e especializado. O uso normativo envolve os aspectos externo e interno, mas com ênfa se ligeiramente diferente. O perfeito colapsado suprime tanto o aspecto interno quan to o externo, por causa da interferência contextual ou lexical. O perfeito especializado é raro que foge do uso normal de modo mais específico que o perfeito colapsado.
A. Perfeito Intensivo (Consecutivo) 1.
Definição O perfeito pode ser usado para enfatizar os resultados ou o estado presente produzidos por uma ação passada. O presente no português é, muitas vezes, a melhor tradução para tal perfeito. Esse é um uso comum do perfeito.
6 Chamberlain, Exegetical Grammar, 72 (italics mine). 7 Ibid. (itálicos meus).
Tempo perfeito (intensivo) 2.
575
Cuidado O estudante intermediário de grego neotestamentário, depois de alguns anos de estudo, conhece mais a gramática grega do que a da sua própria língua. Como conseqüência, o aspecto do perfeito é, às vezes, ligado ao pretérito perfeito composto do português (no caso, o pretérito perfeito simples do português não tem nenhuma ligação com o perfeito grego). Como Moule nota, "o tempo verbal grego está preocupado com o resultado, enquanto o tempo verbal no português está preocupado somente com a ausência... de um intervalo".8 Muito cuidado ao traduzir o perfeito grego para o português. Quando for traduzido, o perfeito deve ser extensivo, não intensivo.9
3.
Semântica/Chave para Identificação Este uso não exclui a noção de um ato completo. Pelo contrário, focaliza o estado resultante. Por conseguinte, verbos estativos são usados desse modo. Freqüentemente, a melhor tradução do perfeito intensivo é como um presente. (Não obstante, muitos perfeitos estão abertos à interpretação e poderiam ser tratados como intensivo ou extensivo.) A única diferença do quadro abaixo com o anterior (sobre o significado não-afetado do perfeito) é: a ênfase no estado resultante.10
8 Moule, Idiom Book, 13. 9 A KJV parece traduzir os perfeitos como consecutivos mais do que as versões modernas o fazem, como é o caso com a RSV. Cf., e.g., Lc 1:1; Jo 3:21, 28; Rm 6:13; 13:1; 2 Co 12:11; Ef 2:5, 8; 1 Ts 2:4; Fm 7; Hb 10:10; 12:11; 1 Pd 1:23; 2 Pd 3:7; Ap 18:24. 10 Novamente, esse diagrama é restrito ao indicativo perfeito para mostrar as relações temporais.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
576 Passado
Presente
Futuro
* (“
Quadro 71 A Força do Perfeito Intensivo 4. Mc 6:14
Ilustrações ’I(oáwr|ç ó PcottÍÇgov èyijyepTcu êk veKpwv11
João Batista ressuscitou dentre os mortos Essa declaração de Herodes, embora seja uma interpretação falha dos milagres de Jesus, parece refletir mais a preocupação de Herodes sobre a possibilidade de João está vivo ou que tivesse sido ressuscitado. Os re sultados da ressurreição lhe preocupam mais do que a ação em si. Lc 5:20
avGpwire, àfyéiúvxaí ooi otl òquapTÍcu oou Ó homem, teus pecados estão perdoados
Jo 17:7
vuv
e y v w K a y o t i návra ô o a ô é ô t ó K á ç p o i rapa o o u e l a i u 12 agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti O primeiro perfeito (çyvooKav) é intensivo, enquanto o segundo (ôéôwKccç) é melhor visto como extensivo.
otl ouk ê a t i v õÍkouoç oúôè e lç Como está escrito: "Não há um justo, nem sequer um." Essa fórmula introdutória comum para as citações do AT parece ser usada com o fim de enfatizar a continuidade da existência da Escritu ra. Embora esteja além do alcance da gramática, a importância exegéticoteológica disso parece (à luz de como é usado no NT) estar no presente e na autoridade envolvida.13 Em outras palavras, yéypaircai poderia ser parafraseado assim: "Embora esta Escritura tenha sido escrita há muito tempo atrás, sua autoridade ainda está ligada a nós." (uma pa ráfrase muito livre!).14
R m 3 :1 0
K a 0 à ç y é y p a irc o a
H b 4:1 3
iráutcc y u p v à
kcu t e t p a x r l ^ l'a Jl^ v a TO ^Ç ótjjGaÀpoLÇ a m o u todas as coisas estão nuas e patentes aos seus olhos A ênfase do particípio perfeito está claramente no estado resultante, acentuada pela onisciência de Deus.
Cf. também Jo 5:45; 11:27; At 8:14; Rm 2:19; 5:2; 1 Co 15:3; 2 Co 1:10, 24; Fm 21; Hb 2:18; 3:14; 1 Jo 4:14; Ap 3:17. 11 Vários MSS substituem o perfeito com o f|yép0r| mais familiar ( C F G K N S U V W 0 E í> Q 0269 /■*'13 28 Byz et plu). Outros têm àvéazr] (A K Y 110 220 302 465 474). 12 K tem o aoristo êyuojv em lugar de cyuwKav; semelhantemente, eyvcooav se acha e m C Ü X f / 13 33 429 700 1241. 13 Como contrastado com Àéyet, que parece enfatizar a aplicabilidade imediata da palavra. 14 Féypainm é usado ética e escatologicamente. Ou seja, tanto introduz mandamentos que ainda estão ligados (e.g., Mt 4:4, 7,10; 21:13; Lc 2:23; 19:46; Jo 8:17; At 23:5; 1 Co 1:31; 9:9; 1 Pd 1:16) quanto cumpre a profecia (e.g., Mt 2:5; 11:10; 26:24; Mc 1:2; 9:12; Lc 3:4; At 1:20; 13:33; Rm 9:33;11:26). réypaiTTOu ocorre 67 vezes no NT, 16 destas em Romanos. O uso de yéypaTrtai em Jo 20:31 é um pouco incomum pois não introduz uma citação do AT, mas uma observação conclusiva no Evangelho em si.
577
Tempo perfeito (extensivo)
-► B. Perfeito Extensivo (Consumativo) 1.
Definição O perfeito é aqui usado para enfatizar a ação completa de uma ação passada ou o processo a partir do qual um estado presente emerge. Em português, normalmente, traduz-se pelo pretérito perfeito composto. Esse uso é comum.
2.
Semântica/Chave para a Identificação A ênfase está no evento completo no tempo passado em lugar dos resultados presentes. Como acontece com o perfeito intensivo, isso não significa que a outra "metade" de seu aspecto desapareceu, mas sim que não recebeu a ênfase maior. Por exemplo, evit/epicci "TI ''lhW "TI tpíxq ("ressuscitou ao terceiro dia") em 1 Co 15:4, embora extensiva, a citação ainda envolve implicações correntes para os ouvintes de Paulo. (Muitos perfeitos ainda têm em aberto a interpretação e poderiam ser tratados como intensivo ou extensivo.) Uma chave para identificar é que freqüentemente os verbos transitivos pertencem a essa classe. Presente
Passado
•
(-
Futuro
------------- )
Quadro 72 A Força do Perfeito Extensivo 3.
Ilustrações
Jo 1:34
èwpaica Kcà p,ep,apTÚpriKa oti om óç koxiv ó éKleKtòç tou 9eoü.15 Tenho visto e testificado que este é o escolhido de Deus A descrição do testemunho de João parece enfatizar mais o evento com pleto no passado que os resultados presentes. Em outras palavras, há muita ênfase no que ele tem visto sobre Jesus [ação completa] suficiente para uma narrativa confiável.
At 5 :2 8
Lõoi) TTeiTA,r)pcÓKaTe tqv TepoucaA-qp T q ç ôiõocxíjç úpwv16 eis que, tendes enchido Jerusalém de vossa doutrina
Rm 5 :5
f| à y á i r q
t o u 0 6oO èio cé^ U T C ii kv r a i ç K a p ó u u ç q p w v o amor de Deus tem sido derramado em nossos corações Esse verso está no meio da seção de Rm 5 que trata da obra salvífica de Deus, fundamentando a santificação. A ênfase, levemente, parece estar mais sobre o que a obra final de Cristo realizou na cruz e que se consti tui na sólida base para a santificação presente do crente.
Cf. também Mc 5:33; Jo 5:33, 36; 19:22; Rm 16:7; 2 Co 7:3; 2 Tm 4:7; Hb 2:8; 2 Pd 2:21; 1 Jo 1:10; Jd 6. 15 Embora muitos MSS tragam ulóç aqui em lugar de èidlcKTÓç, internamente kKÃeKTÓç é uma leitura superior (embora apoiada só por x e poucas versões). Nem mesmo a leitura afetada como perfeito deve ser tratado. 16 Em lugar do perfeito TreTTÀTpcáKaTe, o aoristo èirA,r|púaon;e é encontrado em ip74 X A 36 94 307 1175 et pauci.
Sintaxe Exegética áo Novo Testamento
578
C. Perfeito Aorístico (Dramático ou Histórico) 1.
Definição O indicativo perfeito raramente é usado de forma retórica para descrever um evento de modo preciso quanto à sua vividez. O perfeito aorístico/dramático é "usado como um simples passado sem se preocupar com conseqü ências presentes . . ."17 Nesse caso, ele tem parentesco com o presente histórico. Há apenas um punhado de exemplos dessa categoria no NT apenas em contextos narrati vos.18 Assim, esse uso é influenciado por intrusões contextuais (narrativa). A chave para identificar um perfeito dramático é a ausência de qualquer no ção de resultados existentes.19
2.
Clarificação Robertson sugeriu que "uma ação completada no passado é concebida em termos do tempo presente por causa da vivacidade" ,20 Sua escassez no NT torna difícil a percepção de sua força. É melhor pensar nele como um per feito intensivo extensivo usado em narrativa (i.e., é um uso intensivo do per feito extensivo). Quer dizer, ele focaliza tanto o ato que não há nenhum espaço para os resultados. Ele ocorre em contextos onde a pessoa esperaria o aoristo, dando origem à especulação no início do século XX de que o per feito foi pobremente compreendido por alguns escritores sobre o NT.21 Passado
Presente
Futuro
• Q u adro 73 A F orça do P erfeito D ram ático
3. At
7 :3 5
Ilustrações io O to v
ô 0 eòç.
. . ã r ía x a X K e v
este [Moisés] Deus . . . enviou
17 Fanning, Verbal Aspect, 301. 18 Isso não significa que ele deve ocorrer somente nos Evangelhos e Atos. Os exemplos em 2 Coríntios, v.g., estão implícitos nas narrativas históricas da carta. 19 Cf. Burton, Moods and Tenses, §80, 88. Burton duvida que qualquer exemplo genuíno realmente ocorra no NT. Veja agora a discussão em Fanning, Verbal Aspect, 299-303. Porter aparentemente não admite exemplos do perfeito aorístico (Verbal Aspect, 264-65). 20 Robertson, Grammar, 896. 21 Cf. discussão em Moulton, Prolegomena, 143-47. O Vidente de Apocalipse está especialmente suscetível a essa instrução (ibid., 145-47).
579
Tempo perfeito (com força presente) 2 C o 1 1 :2 5
x p l ç é p p a (3 ô í.o 0 r|V , cn ra£ è A .i0 á o 0 r | v , T jp lç é w u á Y r | o a ,
kv
TC3 @1)0(3 1T€1TOLriKO£
três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei na voragem do mar22 Paulo não indica nenhuma mudança no referente temporal do aoristo precedente do perfeito. O perfeito parece ser usado com vivacidade, quase como se ele tivesse dizendo: "Eu mesmo gastei um dia e uma noite à toa no mar!". O apoio para a conclusão retórica é sua posição na sentença (vindo em último na frase). Cf. também Mt 13:46; 2 Co 2:13 (narrativa dentro de uma epístola); Ap 5:7; 7:14; 8:5; 19:3.
D. Perfeito com Força Presente 1.
Definição Certos verbos acontecem freqüente ou exclusivamente no tempo perfeito sem a preocupação com o aspecto. Simplesmente são usados como verbos presentes.23 Esse uso é comum. Passado
Presente
Futuro
Quadro 74 O Perfeito com Força Presente 2.
Semântica/Chave para Identificação Tanto na semântica per si como no próprio contexto semântico, esse uso é o fim oposto do perfeito aoristo. A oristo Perfeito
Perfeito Regular
Perf. c / Força Pres.
Passado
Passado Presente I • (— )
Presente
• Intrusão contextu al (narrativa)
Intrusão lexical (ger. estativo)
Quadro 75 Comparação entre Perfeito Aorístico e Perfeito com Força Presente Comparada Olócc é o verbo mais comumente usado nessa categoria. Mas outros verbos parecem também ser usados assim: eaTT|Ka, tTeiroiGa, |ié|iur||i(u. Isso ocorre, pois esses perfeitos têm o mesmo sentido, mas, freqüentemente, são pouco 22 A tradução eu estava à deriva por iTÇTroí.r)KO' é contextualmente condicionado. Com acusativo de tempo, ele pode significar passei, gastei (veja BAGD, s.v. t t o i Í cú, I.l.e.õ. [682]). 23 Deve-se notar que esses perfeitos não são exclusivos ao indicativo ao demonstrarem sua colocação temporal.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
580
distintos entre o ato e seus resultados. São verbos estativos. O resultado de procurar o conhecimento é aprender. Quando alguém se levanta, fica em pé. Quando persuado alguém desejo vê-lo persuadido. Logo, esse uso ocorre especialmente com verbos onde o ato desliza sobre os resultados. São perfeitos consecutivos de um ato que, em si, já ocorreu. Os resultados tornamse o ato. Em suma, é importante lembrar que (1) esse uso sempre é lexicalmente influ enciado (i.e., só ocorre com certos verbos); e (2) que um número muito grande de perfeitos deve ser tratado como presentes sem atentarmos para seu as pecto. (Olôa representa um quarto de todos os perfeitos do NT!) 3.
Ilustrações
Mc 10:19
xctç cvzo/mc oiõaç sabes os mandamentos
Jo 1:26
péaoç uptòv eaxr)Keu ou òpelç oòk oíõaie24 no meio de vós está um a quem vós não conheceis
At 26:27
TTLaieúetç, PccotÀd) 'AypLTnra, xolç irpoc|)r|Tcaç; oiõa o t l Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas? Bem sei que crês.
Hb 6:9
treTreíopeGa irepl ò p t ò v , à Y a T r r | T o í, xó K p e í o o o u a estamos convencidos quanto a vós, amados, das coisas que são melhores
T T io T e ú e iç .
Cf. também Mt 16:28; Mc 5:33; Lc 4:34; 9:27; Jo 3:2; Rm 8:38; 2 Co 2:3; Fm 21; Tg 3:1; 2 Pd 1:12; Ap 19:12.
E. Perfeito Gnômico 1.
Definição Com força gnômica, o tempo perfeito fala de uma ocorrência genérica ou pro verbial. A força do aspecto do perfeito fica normalmente intacta, mas agora com valor distributivo, ou seja, algo é pressentido em muitas ocasiões ou por muitos indivíduos. Exemplos nessa categoria são raros.
2. Jo3:18
Ilustrações ô ôè |if| TTioxeúcou pôr) icéicpixai mas o que não crê já está julgado Aqui o perfeito gnômico também é extensivo, pois o sujeito genérico está em vista. Ele é extensivo porque o foco está no ato decisivo do julgamento concluído.
24 Em lugar de eoxriKeu, B L 083 /1 et pauci têm arriei; 6Ícrrf|Kei é a leitura do ?p75 (X G [ambos têm êcmÍKei]) 1071 et pauci. 25 Para discussão, veja Fanning, Verbal Aspect, 304.
Tempo perfeito (futurístico) R m 7:2
581
f] y à p ü iTa vô p o ç y u u r] x w Ç to v x i á v ô p l õéôexca y ó p w è à v õè á n o 9 á v r) ô à v rip , KocTTÍpyr|Tca à u ò xo ü v ó p o u xo b â v ô p ó ç .
Porque a mulher casada está ligada pela lei ao marido enquanto ele viver. Mas se o marido morrer, está livre da lei do marido. O perfeito gnômico nesses exemplos também é intensivo. Cf. também Jo 5:24; 1 Co 7:39; Tg 1:24.
F.
Perfeito Proléptico (Futurístico) 1.
Definição Usa-se o perfeito para expressar estado resultante de uma ação antecedente futura em relação ao momento da fala. (Essa é similar a uma das peculiari dades do aoristo proléptico). Esse uso acontece na apódose de uma oração condicional (quer explícita ou implícita) e depende do tempo verbal na prótase. O perfeito proléptico é raro.26
2.
Ilustrações
R m 13:8
ó áycoTcôv xòv exepov vópoy ireirA.ijpoúKev
aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei Tg 2:10
óoxiç yàp óA.ov xòv vópov xqpf|ori ttxoúoti õé kv k v í, yéyovev v 97 evoxoç.
TTávxcov
Porque qualquer que guardar a lei, mas tropeçar em um ponto, tem se tomado culpado de todos os demais. Consideramos esse exemplo como perfeito proléptico, pois a condição (implícita) é equivalente a uma condição futura provável. É, também, possível tratá-lo (bem como todos os demais exemplos) como perfeito gnômico, visto que o pecador é tratado genericamente. 1 Jo
2:5
oç ô’ ctt€TeA.eí(OTca
Mas aquele que guarda sua palavra, nele, verdadeiramente, o amor de Deus é aperfeiçoado. Cf. também Jo 20:23; Rm 14:23.
G. Perfeito Alegórico 1.
Definição Em referências a eventos do AT, o perfeito é tal que o evento é visto em
26 Para discussão, veja BDF, 177 (§344). 27 Em lugar de yéyovev, ¥ traz éaxai.
582
Sintaxe Exegética do Novo Testamento termos alegóricos ou aplicativos. Ele é raro, embora o autor de Hebreus o admire muito. 2.
Clarificação Chamar um perfeito de alegórico necessariamente não significa dizer que o autor bíblico está falando alegoricamente. As vezes, o foco está na importância do paradigma contido no evento do AT. “Como se essa interpretação cristã tomasse a narrativa do AT como 'contemporânea', e dissesse: "tal e tal incidente aconteceu". E, na realidade, uma extensão lógica do perfeito grego usado no evento ainda que relativamente".29
3.
Ilustrações
Jo 6:32
el-rrev ouv aòxolç ó TqooOç ápriv ápqv A.éyco úplv, oí) McjCafjç õéôtòKev ú|iiv xòv apxov 4k xoO oupavoü, àXX’ ó iraxrip pou ôÍõgkjiv òpiv xòv apxov ék xoü oòpavoO xòv áA,r|0ivóv.30 Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos tem dado o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. O uso do pronome da 2- pessoa como objeto direto de ôéôwKev indica que este perfeito é alegórico, em paralelo com o presente (õíõooaiv) na segunda metade do versículo, com o Pai como sujeito.
Hb 7:6
ó õè pr| yeveaÀoyoúpevoç, . . õeôeKáitóKev ’Appaàp Kal xòv ejcovxct xàç knayycXíaç eòA.óyriKev. Mas aquele que não tinha genealogia... recebeu dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas.
Hb 11:28
TTioxei irenoír|Kev xò xao/a pela fé, celebrou a Páscoa
Cf. também At 7:35 (possível);31 G1 3:18; 4:23; Hb 7:9; 8:5; 11:17.
28 Veja as discussões em BDF, 176 (§342.5); Fanning, Verbal Aspect, 305; e especialmente Moule, Idiom Book, 14-15. 29 Moule, Idiom Book, 15. 30 Em lugar de ôéõuKev, poucos MSS têm o aoristo êôuKev (so B D L W et alii). 31 Conforme Moule, Idiom Book, 14. Temos considerado este anteriormente como perfeito dramático.
583
Tempo mais-que-perfeito: introdução
II. O Tempo Mais-Que-Perfeito Introdução Como foi dito na introdução geral ao perfeito e mais-que-perfeito, em grande parte, tais tempos são idênticos em aspecto, embora diferentes na cronologia. Ou seja, ambos falam do estado resultante de um evento prévio - o perfeito fala de resultados exis tentes no presente (com referência ao emissor), o mais-que-perfeito, de resultados existentes no passado (já que esse tempo verbal só ocorre no indicativo). Assim, podese dizer que o mais-que-perfeito combina os aspectos do aoristo (para o evento) com os do imperfeito (para os resultados).32 Falando de outra forma, a força do MQP descreve um evento que, completo no pas sado, tem resultados existentes também no passado (em relação ao tempo do enunciador). O mais-que-perfeito não faz nenhum comentário sobre os resultados existen tes no tempo da fala. Esses resultados podem existir no tempo da enunciação, ou não. O MQP não extrapola essa função. (Freqüentemente, porém, é possivel verificar, a partir do contexto, se os resultados, de fato, existem ou não no tempo da enunciação.) Passado
Presente
• ( ---------------------- ) Q u adro 76 A F orça do M ais-q u e-p erfeito
Note: O símbolo (------- ) indica os resultados de uma ação. Há somente 86 mais-que-perfeitos simples no NT. Há certo número de construções do mais-que-perfeito perifrástico (i.e., eivmi, no indicativo + particípio perfeito).33
32 Conforme BDF, 177 (§347). 33 Cf., e.g., Mt 9:36; Mc 15:26; Lc 2:26; 4:16; 5:1, 18; 8:2; 15:24; 23:51, 55; Jo 3:24; 12:16; 18:18; 19:41; At 8:16; 13:48; 14:26; 18:25; 22:29; G14:3. O número exato do MQP perifrástico é difícil de analisar porque (1), às vezes, o verbo finito distancia-se do particípio; e (2) um número de particípios perfeitos em tais exemplos poderia ser tratado como particípio adjetival predicativo em lugar de perifrástico. A diferença de sentido impacta a seqüência temporal vista no discurso.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
584
Usos Específicos A. Mais-Que-Perfeito Intensivo (Consecutivo) 1.
Definição Esse uso enfatiza os resultados que existiram no passado. Essa força encontra representação, no português, ao ser, geralmente, traduzido por um pretérito simples. Ele difere, respectivamente, do aoristo e do imperfeito assim: (1) o aoristo não é usado para indicar um estado resultante do evento;34 e (2) difere do imperfeito, pois este descreve o evento, em si, como progressivo. O MQP descreve o estado resultante do evento como algo em continuidade. Esse uso é relativamente comum. Presente
Passado . ( ------------------------- )
Quadro 77 A Força do Mais-que-perfeito Intensivo Similar a outras formas intensivas (e.g., o perfeito intensivo), alguns dos seguintes exemplos parecem pertencer mais ao uso extensivo, visto que a diferença entre os dois reside apenas na ênfase. 2.
Ilustrações
Mt 9:36
íÔwv
ôè toíiç ôxXouç èonÀayxvLaGri irepl aíruQu, otl r\aotv 4aKuA.|iéuoi Kal 4ppi|j.|j,évoL cõael Trpópata pf| exovxa 'noL[aéua. E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Os particípios perifrásticos são usados para indicar o estado corrente das multidões quando Jesus as viu. Há a possibilidade de que o uso por Mateus desse tempo verbal, especialmente, indique que essa situação desapareceria logo.
Lc4:29
r\yttyov avròe
ew ç
ócjjpúoç
tou
opouç ècj)’ ou q
t o X iç
tÔKOÔÓ|iqTO
ocijtwv
e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada Esse é um bom exemplo do que o MQP não declara: comentário sobre o presente (da perspectiva do emissor). Sendo essencialmente um tempo narrativo, o MQP não pode ser empregado aqui para dizer que a cida de não estava mais de pé!
34 BDF, 178 (§347).
585
Tempo mais-que-perfeito (extensivo) Jo 6:17
■tpXOVTO trépocv x f] ç 0aÀ.áaor|ç e l ç Kacjrapvaoúp. Kai O K O x ía q5r| êyeyóueL Kai outioo èÀ r)À ú 0 eL iT p ò ç aúiouç ò Tpaoüç35 passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum. Já se fazia escuro, e Jesus ainda não viera ter com eles. O primeiro MQP nesse texto é intensivo (como é evidente pelo f|õr|). O segundo, extensivo (eA,r|A,í>9ei,).
G1 4:3
oxe rjpev viynioi, m rò xà cruoixeia t o O k Óo j io u fjpeGa ôeôoulcopévoi Quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo. Essa construção perifrástica evidentemente é intensiva, mostrando o estado que era simultâneo à afirmação principal (oxe rjpiev vq-irim). Uma implicação a se extrair do contexto (mas não do MQP sozinho) é: a es cravidão era passada. Logo, o MQP descreve-se melhor assim, mas lem bre que sozinho ele não age assim.
Cf. também Mc 15:7; Lc 4:17; Jo 11:44; At 14:23; 19:32.
^ B. Mais-Que-Perfeito Extensivo (Consumativo) 1.
Definição O Mais-Que-Perfeito enfatiza o cumprimento de uma ação no passado, sem focalizar tanto nos resultados existentes. Geralmente é melhor traduzi-lo como pretérito perfeito. (Alguns exemplos parecem pertencer mais à cate goria intensiva). Esse uso é relativamente comum, especialmente no Quar to Evangelho.36 Passado
Presente
* ( ---------------------- ) Quadro 78 A Força do Mais-que-perfeito Extensivo 2.
Ilustrações
Mc 15:46
e0r|K6v aúxòv kv purpelu) ô qv A.eÀaTO|j,r||iévov €K uéipaç Ele o depositou em um sepulcro que tinha sido lavrado na rocha
Lc 22:13
enpou Ka0càç eípiÍKei aüiotç Acharam-no como lhes havia sido dito
Jo4:8
ol pa0qial aikoô àueÀr|A,ú0eiaav elç iqu Seus discípulos tinham ido à cidade
ttÓàiu
35 Em lugar de Kai OKOxía f|ôr| èyeyóueL, X D têm Kaxélapev õè aíixoíiç q oKOxía. 36 "João trata, como uma questão de fato, o uso do perfeito passado [mais-que-perfeito] com mais freqüência que os Sinópticos. Ele o usa para levar o leitor 'para trás da cena' e, muitas vezes, o lança de, em certo modo, em parênteses" (Robertson, Grammar, 904-5). Gramáticos mais recentes descreveriam esse uso como um uso do tempo verbal contextualiz ante.
586
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Jo 9:22
tÍõt)
yàp ouvexeGeivio ol JouôcâoL Porquanto já os judeus tinham resolvido
At 8:27
lôoi) Aí9íoi|/ eúvoOxoç . . . éA.r|A.iJ0ei upooKi)vr|aGOV eíç Tepouacdr||i eis que, um etíope, um eunuco . . . viera para adorar em Jerusalém O Mais-Que-Perfeito descreve assim a narrativa: Filipe estava para en contrar esse homem que viera e ainda estava lá em Jerusalém.
Cf. também Mc 14:44; Lc 8:2; Jo 1:24; 11:13; At 4:22 (possível); 9:21; 20:38.
C. Mais-Que-Perfeito com uma Simples Força Passada 1.
Definição Certos verbos ocorrem freqüente ou exclusivamente no perfeito ou maisque-perfeito sem nenhuma importância aspectual. OLôa (f|õeit') é o verbo mais usado nessa categoria. Mas outros verbos também são usados desse modo: toippi, etwGa, ueí9a), mxpí arruai.37 Esses são verbos tipicamente estativos. Em todos os casos, o MQP decorre da intrusão lexical. Há exem plos comuns no NT (constituindo o grupo mais amplo do MQP). (Veja tra tamento na forma similar apresentada no tempo perfeito, "Perfeito com uma Força Presente", para mais discussão). As construções perifrásticas, muitas vezes, são mais similares, na tradução, ao imperfeito do que ao aoristo.
2.
Ilustrações Tyjjiev kakdv xà Saipovia, ou fjõeiaav autov. Ele não deixava os demônios falarem, porque o conheciam.
Mc 1:34
oúk
Mc 10:1
Óç 6ÍÚ061 TOÀIV éÔÍÔaOKCV CtÚtoÚç tomou a ensiná-los, como estava acostumado.
Jo 1:35
r fj
At 1:10
áv5peç õáo xapeiar(|Keiaav aúiotç dois varões se puseram ao lado deles
êiraúpLOv tiúXiv elorf|K6i ó ’Iuávvr|ç Kal (k t ú v |aa0r|T(3v aírrou ôúo No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos;
At 16:9
ávrp MaKcôúv uç rjv èanóç38 um certo homem da Macedônia estava em pé
Ap 7:11
xávxeç ol aYyeloi ciaTqKeiaav kÚkXu toô Gpóvou Todos os anjos estavam de pé ao redor do trono
Cf. Lc 5r1; Jo 1:33; 5:13; 6:6, 64; 7:37; 18:18; At 23:5.
37 Veja Fanning, Verbal Aspect, 308-9. Ele nota que o MQP de olòa ocorre 32 vezes, de 'íarr)|iL 14, de eícaBa 2, de ireíGo) e irapícrrrip.i 1. 38 O Imperfeito rjv é omitido em D* E 3 90 209* 463 et pauci.
O Infinitivo Bibliografia Selecionada................................................................................................ 588 Introdução.......................................................................................................................... 588 Definição e Características Básicas........................................................................ 588 Estrutura Vs. Semântica? ........................................................................................ 589 Categorias Semânticas.................................................................................................... 590 I. Usos Adverbiais................................................................................................. 590 A. F in al.......................................................................................................... 590 B. Consecutiva............................................................................................. 592 C. Temporal.................................................................................................. 594 1. Antecedente .......................................................................................594 2. Simultâneo.......................................................................................... 595 3. Subseqüente....................................................................................... 596 D. Causai....................................................................................................... 596 E. Meio/Modal............................................................................................. 597 F. Complementar (Suplementar)..............................................................598 II. Usos Substantivados........................................................................................600 A. Sujeito....................................................................................................... 600 B. Objeto Direto........................................................................................... 601 C. Discurso Indireto.................................................................................... 603 D. Apositivo.................................................................................................. 606 E. Epexegético.............................................................................................. 607 III. Usos Independentes.........................................................................................608 A. Imperatival...............................................................................................608 ■|>
B. Absoluto................................................................................................... 608
Categorias Estruturais..................................................................................................... 609 I.
Infinitivo Anarthro............................................................................................ 609 A. Infinitivo Sim ples......................................................................................... 609 B. IIpív (q) + Infinitivo..................................................................................... 609 C. ' Qç + Infinitivo.............................................................................................. 609 D. "Qoxe + Infinitivo..........................................................................................610
II. Infinitivo Articular............................................................................................610 A.
Sem Preposições Dominantes...................................................................610 1.
Infinitivo Nominativo Articular........................................................ 610
2.
Infinitivo Acusativo Articular............................................................ 610 587
588
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 3.
Infinitivo Genitivo Articular
610
4.
Infinitivo Dativo Articular...
610
B. Com Preposição Dominante.....
610
1.
Aià xó + Infinitivo...............
610
2.
E lç xó + Infinitivo...............
611
3.
’Eu xtí + Infinitivo..............
611
4.
Mexà xó + Infinitivo...........
611
5.
IIpòç xó + Infinitivo...........
611
6.
Usos Preposicionais Mistos
611
Bibliografia Selecionada BDF, 196-212 (§388-410); J. L. Boyer, "The Classification of Infinitives: A Statistical Study," GTJ 6 (1985) 3-27; Brooks-Winbery, 119-29; Burton, Moods and Tenses, 143-63 (§361-417); Dana-Mantey, 208-20 (§187-94); K. L. McKay, A New Syntax ofthe Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 55-60; Moule, Idiom Book, 126-29; Moulton, Prolegomena, 202-21; Porter, Idioms, 194-203; Robertson, Grammar, 1051-95; Smyth, Greek Grammar, 411, 437-54 (§1845-49, 1966 2038); Turner, Syntax, 134-49; C. W. Votaw, The Use of the Infinitive in Bihlical Greek (Chicago: by the Author, 1896); Young, Intermediate Greek, 165-78; Zerwick, Bihlical Greek, 132-36 (§380-95).
Introdução Definição e Características Básicas O infinitivo é um substantivo verbal indeclinável, uisto que participa de alguns aspectos do verbo e do nome. Como um verbo, tem tempo e voz, mas não pessoa nem modo. Ele pode ter um objeto e ser modificado por advérbios. Seu número sempre é singular. Como os modos oblíquos (i.e., os não-indicativos), o infinitivo normalmente é negado por pq em lugar de ou. Como um nome, é utilizado em muitas das funções do caso (e.g., sujeito, objeto, aposto). Pode funcionar como objeto de uma preposição, ser anarthro ou articular, e ser modificado por um adjetivo. Embora tecnicamente, não tenha gênero, muitas vezes o artigo neutro singular é ligado a eles. Assim, de uma perspectiva estrutural, seria apropriado falar de infinitivos como neutro (tal "gênero" não é, contudo, assunto de estudo em nenhuma classe gramatical).
589
Infinitivo: introdução
O artigo neutro realmente não tem nenhuma outra importância senão a de uma ligação formal (embora o caso do artigo, às vezes, possa ser importante se observar1): o caráter impessoal não deve ser associado ao infinitivo simplesmente porque este usa artigo neutro! O infinitivo freqüentemente ocorre depois de preposições, sendo assim sempre articular. No entanto, seria incorreto atribuir-lhe sempre função substantiva quando isso ocorrer. Pelo contrário: As locuções preposicionais rotineiramente são ligadas aos verbos e, conseqüentemente, são adverbiais por natureza. Quando o infinitivo ocorrer depois de uma preposição, esta combina-se com aquele para expressar uma força adverbial.
Estrutura Vs. Semântica? Nossa primeira abordagem é tratar o infinitivo de acordo com suas categorias se mânticas (e.g., final, consecutiva, causai, temporal etc.). Discutir sobre essas catego rias ajudará o estudante discriminar suas diferentes nuanças, a fim de que se en tenda, de modo geral, o funcionamento do infinitivo. É melhor, porém, não iniciar mos essa abordagem com textos. Suponha que você estivesse estudando 1 Tessalonicenses e cruzasse com eíç xò ávauÀripuacn em 1 Ts 2:16. Como abordar esse infinitivo? Conhecer bem suas ca tegorias semânticas não limita o campo de sua abordagem. Quais possibilidades normais essa estrutural pode ter? Outra abordagem é necessária. No fim desse capí tulo há um esboço das possíveis nuanças semânticas de cada estrutura. Focalizar a estrutura como prioridade é mais útil à pessoa que trabalha com certo texto.2 Começaremos priorizando a semântica do infinitivo, definindo-lhe. Uma vez que dominados os significados básicos, porém, é muito provável que se priorize à es trutura ao realizar a exegese.
1 Todavia, mesmo aqui Boyer afirma: (1) visto que muitos infinitivos substantivados são nominativos ou acusativos, o artigo neutro não tem valor no caso de identificação, e (2) O infinitivo genitivo articular "é usado em cada função de caso" (Boyer, "Infinitives," 24-25 [aqui citando 25]). Porém, seu único exemplo de um infinitivo genitivo articular como sujeito (Atos 10:25 ["Infinitives", 4, n. 9]) é melhor tratado como se fosse chamado de tempo simultâneo. 2 Muitas gramáticas que contam o infinitivo pelas categorias estruturais possuiem dois grupos grandes: anarthro e articular. Isto segue o esquema de Votaw. (Ele notou, por exemplo, que há 1.957 infinitivos anarthros e 319 infinitivos articulares no NT [Infinitive in Biblical Greek, 50]; acCordance revelou outros 15 infinitivos, exagerados ou não por Votaw no texto de Westcott-Hort; Boyer, usando o GramcordjacCordance [baseado na UBS3], contou 1977 infinitivos anarthros e 314 deles articulares). Isto é útil, mas não é o bastante. Temos organizado-o de forma diferente. Veja a seção sobre as "Categorias Estruturais".
590
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Categorias Semânticas O infinitivo, como notamos acima, faz parte do substantivo e do verbo, por isso podemos organizá-lo em torno dessas duas partes do discurso. Quando o infinitivo tiver ênfase verbal, é normalmente dependente - i.e., terá uma natureza adverbial. Em raras ocasiões, ele poderá desempenhar a função de um verbo independente. Quando sua ênfase for nominal, sua natureza sera dependente (adjetival) ou independente (substantivado). Veja essa categorização semântica no quadro abaixo. (Porém, por causa da relativa raridade dos usos independentes (verbal e adjetival), seguiremos um padrão diferente de organização.) Verbal (Verbal) Independente
Im peratival
N om inal
(Substantivai) Subjeito, objeto, etc.
Absoluto (Adverbial) D ependente
Final, Consecutiva,
(Adjectival) Epexegético
Causai, Meio, etc.
Quadro 79 O Alcance Semântico do Infinitivo
I. Usos Adverbiais Há seis usos básicos adverbiais do infinitivo: final, consecutivo, temporal, causai, meio, e complementar.
A. Final [para, a f im de que, para que] 1.
Definição O infinitivo é usado para indicar o propósito, o alvo da ação ou estado de seu verbo controlador (ou regente). Ele visualiza o resultado antecipado e pretendido, sendo assim responde a questão "Por quê?". É um dos usos mais comuns do infinitivo.3 Algumas vezes, é difícil distingui-lo uso do consecutivo. Não são poucos textos influenciados por essa decisão.
3 Votaw conta 294 infinitivos finais no NT, 261 dos quais são anarthros (Infinitíve in Biblical Greek, 46-47). O infinitivo simples conta 211 destes. Ele trata os infinitivos regidos por preposições em uma categoria diferente, mas estes também podem indicar propósito (especialmente elç ró + infinitivo).
Infinitivo: adverbial (final) 2.
591
Dicas Estruturais O infinitivo final pode ser expresso por um dos padrões estruturais seguintes: a) Infinitivo Simples (geralmente antecedido por um verbo de moção [intransitivo]) b) t o ü + Infinitivo 4 c) eíç xó + Infinitivo d) irpòç tó + Infinitivo As duas construções seguintes raramente expressam propósito no NT: e) coaxe + Infinitivo ° f) oúç + Infinitivo
3.
Chave para Identificação Embora a simples idéia de finalidade esteja presente em muitos exemplos (que é a tradução mais apropriada), um teste mais adequado é verificar se o infinitivo em questão não se encaixa em outra categoria. Caso você suspeite que esteja diante de um infinitivo final, insira a expressão afim de ou para cjue ou afim de que.
4.
Ilustrações
Mt5:17
pq yopíoqxe otl rjlGov KaxaÀüoca xòv vópov Não penseis que eu vim para destruir a lei Esse texto ilustra também alguns dos aspectos do infinitivo de propósito. Vemos um simples infinitivo antecedido de um verbo de moção intransitivo. Perceba também que é possível expandir a tradução para: ". . . eu vim afim de destruir", sem mudar o significado.
Mt 27:31
áTífjYayoy auxòv eíç m oxaupwaai eles o levaram para crucificá-[lo]6
Jo 1:33
ó TTéjarJrccç pe pociTTÍÇeiv aquele que me enviou para batizar Esse texto ilustra: (1) que o verbo que rege o infinitivo não é,
4 Os 33 exemplos do infinitivo genitivo articular usados como propósito notados por Votaw ocorrem quase que exclusivamente em Mateus, Lucas e Atos (Votaw, lnfinitive in Biblical Greek, 21). 5 Sete dos oito exemplos de coaxe/coç + infinitivo para indicar propósito (Mt 10:1 [bis]: 15:33; 27:1; Lc 9:52 [còç]; 20:20 [coaxe; variante de leitura é elç xó]; At 20:24 [wç]) são disputados por Boyer, "Infinitives," 11-12. Ele crê que estes provavelmente indicam resultado. O único exemplo de woxe + infinitvo com a idéia de propósito, de acordo com Boyer, se encontra em Lc 4:29 (com uma variante de leitura e elç xó). Takamitsu Muraoka, "Purpose or Result? 'Qaxe in Biblical Greek," NovT 15 (1972) 205-19 (esp. 210-11), está aberto à possibilidade de vários outros. 6 O leitor cuidadoso notará o que parece ser uma discrepância no uso de itálicos no grego para preposições e conjunções e palavras em negrito na tradução portuguesa da ACF (como nesses exemplos de Mateus). Na realidade, o elç xó é meramente um auxiliar do infinitivo; o infinitivo axaupcSacti, em si, significa crucificar. Somente quando uma locução prepositiva carregar um significado que não esteja também implicado pelo infinitivo, colocaremos este na tradução, em itálicos, (veja exemplos no infinitivo de tempo).
592
Sintaxe Exegética do Novo Testamento necessariamente, o verbo principal da sentença (nesse caso, há um particípio substantivado); e (2) que a expressão a fim de serve apenas para verificar ser há também a idéia de propósito. No entanto, não ficaria boa a tradução final ("aquele que me enviou a fim de batizar").
Ef 6:11
èuôúoaoGe tqv uavoiTÀLav toú 0eou irpòç fo ôúvaoGoa ópâç aif|vca Revesti-vos de toda a armadura de Deus para que possais resistir firmes
1 Pd 3:7
o l ãvõpeç òpoítoç, a uvo iK o O vTeç Koaà '{ v ã a i v
■ ■ - c í ç rbpq 4yKÓin:eo9ai
m ç Tipooeuyàç qatôv
maridos, semelhantemente, vivei a vida comum [com vossas esposas] de acordo com o conhecimento . . . a fim de que vossas orações não sejam impedidas O que o texto realmente diz; (1) O propósito do entendimento do marido é que suas orações passe do telhado? (2) ou o fato de suas orações passarem do telhado é um resultado de seu entendimento? elç to + infinitivo pode ser usado para propósito ou resultado. Outras considerações exegéticas precisam ser levadas sobre a questão. Cf. também Mt 6:1; Mc 14:55; Lc 4:16, 29; 22:31; Jo 4:9; At 3:2; 7:19 (ou consecutivo), 42; Rm 4:11; 1 Ts 2:12; Tg 3:3.
B. Consecutiva [de modo, resultando em que, como resultado de] 1.
Definição7 O infinitivo consecutivo indica o resultado produzido pelo verbo controlador. Sendo assim ele é semelhante ao infinitivo final, mas o primeiro coloca sua ênfase na intenção (que pode ou não culminar no resultado desejado), enquanto o último coloca a ênfase sobre o efeito (que pode ou não ter sido pretendido). Esse uso é relativamente comum.
2.
Clarificação O infinitivo consecutivo pode ser usado para indicar um resultado real (indicado no contexto como tendo ocorrido)ou natural, (o que pressupostamente ocorre em um tempo subseqüente ao indicado no contexto). Um número de exemplos (especialmente onde o resultado natural está potencialmente em vista) são difíceis de distinguir do infinitivo final, deixando margem para discussão exegética.8 Como um
7 Há realmente dois tipos de infinitivos consecutivos: Um é o real, cronologicamente resultado seqüencial do verbo controlador. O outro é a implicação ou significância que o verbo controlador realmente cumpre (quase uma idéia epexegética, mas não muito semelhante ao infinitivo epexegético. Essa expressão seria "isso é o que o verbo controlador significa" ou "aqui está o que quero dizer quando digo X" [cf. Hb 11:8; Rm 6:12 para exemplos]). 8 Boyer alista Mc 7:4; Lc 1:25; 24:16, 45; At 7:19; 10:47; 15:10; 20:30; Rm 1:24, 28; 11:8 {bis), 10; 2 Co 10:16 (bis); G1 3:10; 1 Ts 3:3; Ap 16:9,19 (Boyer, "Infinitives," 12, n. 25). Isso é só a ponta do iceberg. Ele sugere, o que chamamos de oração iva correspondente, que o infinitivo poderia, às vezes, duplicar a obrigação (ibid., 25).
Infinitivo: adverbial (resultado)
593
guia geral, porém, se houver dúvida, classifique o infinitivo como final (este ocorre cerca de três vezes mais que o consecutivo).9 3.
Dicas Estruturais a) Infinitivo Simples (geralmente antecedido por um verbo de moção [intransitivo]) b) xou + infinitivo c) elç xó + infinitivo 10 d) coaxe + infinitivo (estrutura muito freqüente vista como infinitivo consecutivo)11 e) c jç + infinitivo (raro) f) kv xcO + infinitivo (raro)12 Observe a semelhança dos três primeiros tipos de infinitivo consecutivo com os primeiros do infinitivo final.
4.
Chave para Identificação Diferente do infinitivo final, conjunção "para" é insuficiente em muitos contextos. De fato, será confundido freqüentemente (até causando confusão na tradução). A locução de modo que, resultando em etc. traduzem melhor a força desse infinitivo.13
5. L c 5 :7
Ilustrações enÀr|Gca' ápcjjótepa t à irÀota ofoze puGíÇeoGat aúxá
eles encheram ambos os barcos de modo que começaram a afundar Este texto ilustra a diferença entre consecutivo e final. Os barcos não pretendiam afundar (final). Mas o resultado foi que eles estavam tão cheios de peixes que começaram a afundar. 14 9 Votaw alista 294 infinitivos finais e 96 infinitivos consecutivos (Infinitíve in Biblical Greek, 46-47). Isso não inclui os infinitivos depois de preposições, muitos dos quais podem ser incluídos ou não. 10 Isso é disputado por obras antigas, mas é uma expressão estabelecida tanto no NT quanto na literatura extrabíblica. Veja I. T. Beckwith, "The Articular Infinitíve with elç," JBL 15 (1896) 155-67. 11 Veja Boyer, "Infinitives," 11; Votaw, Infinitíve in Biblical Greek, 14. 12 Hb 3:12 aparentemente é o único exemplo de kv Xfc3 + infinitivo indicando resultado noNT. 13 Por exemplo, no português, de modo que também, às vezes, indica propósito. 14 O exemplo de woxe + infinitivo aqui também ilustra outro aspecto da linguagem (que em certo grau, foi perdido no período helenístico): w[ste + infinitivo no grego clássico indicava resultado natural (um resultado antecipado, não proposto; mas que pode ou não ser desfrutado), enquanto cioxe + indicativo indicava resultado real (um resultado que definitivamente ocorre, embora normalmente não antecipado). No Koinê uoxe + infinitivo faz dupla obrigação, enquanto woxe + indicativo, a construção mais rara, é usada como no grego ático (ela ocorre só duas vezes, no NT, nas orações subordinadas, em Jo 3:16 e G1 2:13).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
594
xk yàp áópcrca carroü íxttÒ Kiíoeuç KÓopou. . . vooúpeva KaOopcnm.
Rm 1:20
. . elç vò eiv ai aínrouç ávaTTOÀoyf|Touc; porque seus atributos invisíveis desde a criação do mundo... claramente têm sido percebidos . . . resultando em que eles são indescupáveis
1 Co 13:2
kkv exw TT&aca' xx\v ttÍgtiu áíare opq peGiaiávca
se tiver tamanha fé aponto de transportar montanhas
Esse infinitivo seria chamado de um "implicacional", no qual o resultado não é cronologicamente subseqüente ao fato de Paulo ter toda a fé, mas é uma implicação derivada dela. Vários infinitivos finais se encaixam nessa subcategoria. Cf. também Mt 13:32; Mc 1:45; 3:20; Rm 1:24 (talvez final); 7:3; Ef 6:19; 1 Ts 2:16 (ou final); Hb 6:10; 11:8; 1 Pd 3:7 (ou final); Ap 2:20.
C. Tempo Cronológico Esse infitivo indica uma relação temporal entre sua ação e a do verbo controlador. Ele responde a pergunta: "Quando?". Há três tipos, todos cuidadosamente definidos estruturalmente: antecedente, simultâneo e subseqüente. E melhor distingui-los entre si, em lugar de classificá-los meramente de infinitivos "temporais".15 Geralmente, o uso temporal do infinitivo é relativamente comum. Cada subcategoiras deve ser aprendida.16 1.
Antecedente (peià xó + infinitivo) [depois . . . ]
A ação do infinitivo de tempo antecedente ocorre antes da ação do verbo controlador. Sua estrutura é pexà xó + infinitivo e sua melhor tradução é: depois de + um verbo finito apropriado.17 Há confusão em algumas gramáticas sobre a adequada classificação dos infinitivos temporais. E quase comum encontrarmos um infinitivo antecedente tomado como um subseqüente, e vice-versa.18 Essa confusão é lógica, vejamos: Se chamamo-lo de infinitivo antecedente, por que então traduzimo-lo pela locução depois de? Atente para a seguinte frase: "Depois de entrar no barco, esse afundou". O infinitivo explicitamente diz quando a ação do verbo controlador ocorre. Nessa sentença, "ele entrou" é o infinitivo e "afundou" é o verbo principal. O afundar vem depois do entrar, ou o 15 Por conveniência, as dicas estruturais, as chaves para identificação, e todas as ilustrações serão agrupadas, sob cada tipo de infinitivo temporal. 16 O uso do infinitivo simultâneo é, sem dúvida muito comum. O infinitivo antecedente é relativamente raro, por exemplos, mas deveria ser aprendido em conjunto com outros usos (conseqüentemente, todos os três são marcados por memorização). 17 Uma pesquisa no acCordance revelou que os únicos tempos verbais usados nessa construção são aoristos (14 vezes, incluindo uma variante de leitura, em Mc 16:19) e perfeito (uma vez - Hb 10:15). 18 Cf., e.g., Williams, Grammar Notes, 43; Brooks-Winbery, 123-24; Young, Intermediate Greek, 166-67.
595
Infinitivo: adverbial (tempo)
inverso: o entrar vem antes do afundar. Assim, a ação do infinitivo ocorre antes do verbo controlador. Estudantes confundem com freqüência essas idéias. Alguns têm até mesmo perguntado: "Então por que não deveríamos traduzir a sentença como: 'Antes do barco afundar, ele entrou?'". Não fazemos isso porque: (1) o vocábulo antes não encontra-se na sentença; e (2) o verbo não está na locução prepositiva (onde encontramos a palavra depois de).19 Uma dica para lembrarse disso é a frase: D e p o is do infinitivo vem o verbo. Mt 26:32
/jerà ôè rò èyepGfjvaí pe irpoá^co úpâç eiç xfv FaÀtAaíav. E depois de ter sido ressuscitado, irei adiante de vós para Galiléia.
Mc 1:14
/ueràSk rò Trapaôo0f|vai xòv looáuvqu fjAGev ó Tryjoíx; eiç xr|v raA.tA.aiau Ora depois que João foi preso, Jesus veio para Galiléia.
Hb 10:26
qcoixjlcoç
qaapxavóuxwv fyujv jaerà rò Aa(3etv Tqv èrnyvGXJiv xíjç áAq0eí.aç se pecarmos deliberadamente depois de receber o conhecimento da verdade
Cf. também Mc 14:28; Lc 12:5; 22:20; At 1:3; 7:4; 10:41; 15:13; 19:21; 20:1; 1 Co 11:25. 2.
Simultâneo
(kv
xc3 + infinitivo)
[e n q u a n to , à m e d id a q u e , q u a n d o . . . ]
A ação do infinitivo de tempo simultâneo ocorre contemporaneamente à ação do verbo controlador. Sua estrutura é kv ttô + infinitivo.20 Sua tradução em português ocorre pelo uso de enquanto (para o infintivo presente) ou quando (para o infinitivo aoristo) + um verbo finito apropriado.21 Mt 13:4
èp> v á oueípetv cortou a pèv eiteoev uapà xx\v óõóv enquanto semeava, algumas cairam no caminho
Lc 3:21
èu rcô PatmaGíjwu atra via ròu Àaòu quando todos foram batizados
Hb 2:8
èv rcô yàp tmo-uáÇai auxá) tà návm ovôkv ácjrf|Kev porque quando ele sujeitou todas coisas a ele, nada deixou
Cf. também Mc 4:4; Lc 1:8, 21; 11:37; 17:11; 24:51; At 2:1; 8:6; 11:15; Rm 3:4; 1 Co 11:21; Hb 3:15. 19 É um pouco surpreendente encontrar algumas gramáticas confusas sobre esse ponto, visto que reconhecem que o particípio antecedente é traduzido depois de. O problema é levantado, porém, quando definem o tempo do verbo controlador em relação ao infinitivo, em lugar do infinitivo em relação ao verbo controlador ("a ação do verbo ocorre antes da ação expressa pelo infinitivo" [Young, Intermeãiate Greek, 166]). Uma definição assim pressupõe que o verbo controlador é o objeto da preposição! 20 Há, pelo, menos um exemplo no NT de õià xó + infinitivo (Hb 2:15) e uma do infinitivo genitivo articular (At 10:25) de tempo simultâneo. Também, o infinitivo dativo articular em 2 Co 2:13 se encaixaria aqui (ou talvez, causai). 21 Um exame dos dados, no acCordance, não revelou nenhum outro tempo usado como tempo simultâneo. O presente ocorre cerca de três vezes da mesma forma que o aoristo nessa construção. Fora de Lucas-Atos e Hebreus, essa categoria é rara no NT.
596
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 3.
Subseqüente (upò toC, npív, ou irpiu r\ + infinitivo)
[a n te s d e . .
.]
A ação do infinitivo de tempo subseqüente ocorre depois da ação do verbo controlador. Sua estrutura é upò to D, upíu, ou upiv fj + infinitivo. A construção que o traduz é: antes de + um verbo finito apropriado. Há confusão em algumas gramáticas sobre a classificação desses infinitivos. E quase comum encontrarmos um infinitivo subseqüente tomado como um antecedente, e vice-versa.22 Expliquemos essa confusão: Se chamamo-lo de infinitivo subseqüente, por que o traduzimos pela expressão: antes de? Atente para a sentença: ''O pássaro já estava morto, antes de apontarmos o estilingue". A oração "ele apontou" é o infinitivo e "(já) estava morto" é o verbo principal. O morrer vem antes do apontar, ou inversamente, o apontar vem depois do morrer. Assim a ação do infinitivo ocorre depois da ação do verbo controlador.23 Mt 6:8
oiôev ó mxqp úpcâv uv x p eía v exexe irpò tou òpâç cárqacu auxóv vosso Pai sabe do que vós necessitais antes de vós pedirdes a ele.
Mc 14:30
Trpiw rfiic, G)vfjoai tpíç pe àuapvriari antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás
Jo 1:48
npò rou oe làittttov c|)covfjoai ovra òttò uqu ouKíjv elõóv oe antes de Filipe te chamar, enquanto estáveis debaixo da figueira, eu te vi
Jo 4:49
KatápqBt irpiu àm Q avelv tò ira lõ tou pou desce antes que minha filha morra
Cf. também Mt 1:18; Lc 2:21; 22:15; Jo 8:58; 13:19; 14:29; At 2:20; 7:2; 23:15; G1 2:12; 3:23.
D. Causai 1.
Definição O infinitivo causai indica a razão para a ação do verbo controlador. Ele responde a questão "Por quê?" Diferente do infinitivo final, porém, o infinitivo causai dá uma resposta retrospectiva (i.e., ele olha para trás, para o contexto ou razão), enquanto o infinitivo final dá resposta prospectiva (olhando adiante para o resultado pretendido). Em Lucas e Atos essa categoria é bastante comum, embora rara em certos trechos.
22 Veja discussão no infinitivo de tempo antecedente. 23 Para elaboração desse ponto, veja acima, o infinitivo de tempo antecedente.
Infinitivo: adverbial (meio) 2.
597
Dicas Estruturais Há tanto uma estrutura predominantemente usada para essa categoria, quanto uma raramente usada.24 1) ôià xd + infinitivo (mais comum) 2) xoO + infinitivo (rara)
3.
Chave para Identificação Traduza-o pela conjunção porque seguido de verbo finito apropriado para o contexto.
4.
Ilustrações
Mt 24:12
8 i à t o irA.r|0i)v9fjvca xqv àvopLuv i]/uyf|aeiaL f| áyáTTq xwv ttoààwu por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará
Mc 4:6
ô ià fo pf] e^eiv píÇav éçqpávGr] porque não t i n h a raiz, secou-se
Jo 2:24
'Iriaoüç o Úk èitíaxeuev a ü x ò v aúxoiç õ ià vò ctuxòv y i v o x J K e i v návxccç Jesus não se confiava a eles porque conhecia a todos25
At 4 :1 - 2
ol
Hb 7:24
ó õé ô iá w peveiv ocúxòv elç xòv alcSva àTTapápaxov e%ei xriv lepa)oúyr)y mas porque ele permanece para sempre, o seu sacerdócio permanece para sempre
S a õ ô o u K câ o L (2 ) õuxirovoúpevoL ôtà r ò ô i ô á a K e i v aíixou ç xò v Icròv os saduceus ( 2 ) [estavam] perturbados porque [os apóstolos] e s t a v a e n s i n a n d o o povo
Cf. também Mt 13:5, 6; Mc 4:5; Lc 2:4; 6:48; 8:6; 9:7; 19:11; At 12:20; 18:2; Fp 1:7; Tg 4:2.
E. Meio (éir t(S + infinitivo) [por, por meio ãe, verbo no gerúndio etc.] 1.
Definição Esse infinitivo descreve o meio pelo qual a ação do verbo controlador é cumprida. Devido a isso, esse infinitivo poderia ser chamado de epexegético (estamos, contudo, reservando esse termo exclusivamente para os infinitivos
24 O infinitivo dativo articular em 2 Co 2:13 também poderia ser causai (RSV). Mas poderia igualmente ser considerado de tempo simultâneo. 25 Embora contrário à abordagem normal dessa gramática, a tradução dada acima não é um gênero inclusivo. Isso é porque, em Jo 2:25 e 3:1, uma conexão é feita entre o conhecimento de Jesus do que era o "homem" e seu encontro com um certo "homem" chamado Nicodemos. O evangelista está se movendo de um princípio genérico em 2:24 25 para uma ilustração específica desse princípio no capítulo 3. As traduções de gênero inclusivo (tal como NRSV) falham nesse ponto.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
598
substantivados/adjetivais). Ele respode a questão "Como?" Exemplos desse infinitivo são raros. 2.
Dicas Estruturais Esse uso é quase sempre expresso por kv xtí + infinitivo. Sua estrutura, por isso, é idêntica a do infinitivo simultâneo. Contudo, aquele é mais raro do que o simultâneo.
3.
Chave para Identificação Sua tradução normalmente ocorre com um dos dois casos: gerúndío ou de por + verbo infinitivo.
4.
Ilustrações
At 3:26
ó 6eòç. . . àvkox^iXev am ov eôÀoyoOum úpâç èv vtô átrootpé^eiv 'é k o c o t o v d m ò n a u
T T O vrip icâv u p c ò v .
Deus. . . o enviou para vos abençoar apartando-se cada [um] das suas iniqüidades. At 4:29-30
-*• F.
ôòç ioiç ôoÚÀoiç oou pexà nctppqoíaç uáoriç ÂaÁelv xòu HÓyou aou, (30) èv rcô xqu xgiQÚ a°ü ^Kieíveiv Concede a teus servos [que] falem tua palavra com toda a ousadia, (30) estendendo [por meio de ou pelo estender] tua mão.26
Complementar (Suplementar) 1.
Definição Freqüentemente, o infinitivo é usado para complementar o sentido de verbos. Esses verbos raramente ocorrem sem o infinitivo. O português tem uma estrutura semelhante.28
2.
Dicas Estruturais Duas dicas são importantes aqui: (1) o segredo no uso desse infinitivo está no verbo auxiliar.29 Comumente, os verbos que tomam um infinitivo complementar são ap ^ op ai,30 |JoúA.opou, ôúvapai (os mais usados), eTTixpéiTM, Çrixéoo, GéÀoo, pél/tia e ócjjeÍÀcu.31 O infinitivo em si é o infinitivo simples. (2) o infinitivo com um sujeito nominativo, como se esperaria. Por
26 Mesmo esses exemplos nem sempre indicam meio. A NRSV traduz "enquanto estendes". 27 O infinitivo simples ôéÇaaGca substitui o imperativo ôé^aoGe em muitos MSS, especialmente os posteriores (A Dc E K L P eí alii). 28 Esses exemplos aqui pertinentes, em certa medida, têm implícitas as contrapartes individuas dos usos dos tempos verbais. Por exemplo, ap^opai + infinitivo é refletido no aoristo e no imperfeito inceptivos. 8éA.O) + infinitivo ou péÀÀw + infinitivo dão uma noção conativa ou tendencial mais explícita.
599
Infinitivo: adverbial (complementar)
exemplo, em Lc 19:47 lemos: ol YPfWaieLç èCrjvovv aòxòv à m k é o a i ("os escribas estavam procurando matá-lo").32 Mas quando o infinitivo requer um agente diferente, ele é colocado no caso acusativo (e.g., yivgSokéiv vptâç [3oúA.O[iai ["quero que vós saibais"] em Fp 1:12). Apesar desses usos, o infinitivo ainda deve ser considerado como complementar.33 3.
Chave para Identificação: veja dicas estruturais
4.
Ilustrações
Mt 6:24
oú õvmaOe 9ecâ õooleóeiv Kal liapcovâ não podeis servir a Deus e Mamom
Mc 2:19
ooov xpóvov
õúmvTca vqateúet.t'34 não podem jejuar
e x o u o i v x ò v v u |í ((h o v p e x ’ a ü x c ô u o u
e n q u a n to e le s tê m o n o iv o c o n s ig o , e le s
Gl 3:21
el y*P éôó0r| nópoç ó õvm pevoç CcooTTOirjoai p o r q u e , s e f o s s e d a d a u m a l e i q u e pudesse vivificar Aqui está um exemplo em que o verbo controlador é um particípio adjetival. Judas 24 é semelhante: "Ora ao que é capaz de guardar-vos da queda" (iw ôè ôvm/uéucú (jtuXáÇcci òpSç àutaíorouç).
Fp 1:12
y ivcÓokciv õè úpâç PovlopocL, àõeÀx|)oí, oti xà kctt épè . . . Quero, porém, que saibais, irmãos, as coisas que me aconteceram . . .
lT m 2:12
ôiõáoKew õè yumiKi ovk êmTpéircà oòôè aúôevxéív àvôpóç,àXX’ eivai kv r\ov%ía. E não permito mulher ensinar ou exercer autoridade sobre homem, mas [permito (subentendido)] permanecerem em silêncio.
Cf. também Mt 12:1; Mc 10:28; 15:31; Lc 1:22; 4:42; 13:24; 23:2; Jo 13:5, 33; At 2:4; 15:1; 18:26; 28:22; Rm 8:13; 1 Co 10:13; 2 Co 3:1; 2 Tm 3:15; Hb 1:14; 1 Pd 5:1; 1 Jo 3:9; Ap 1:19; 15:8.
29 É possível tratar os infinitivos complementares como infinitivos objetivos diretos (conforme Boyer, "Infinitives," 6), assim substancialmente ampliando seus números. Temos os infinitivos complementares como parte da idéia verbal: Tanto o verbo auxiliar quanto o infinitivo são necessários para comunicar a noção verbal. Para mais discussão, veja abaixo no infinitivo como objeto direto. 30 Todos os exemplos ocorrem nos Evangelhos e Atos, exceto em 2 Co 3:1. 31 Boyer, "Infinitives," 6, encontra 72 verbos diferentes que tomam um infinitivo complementar no NT. Ele nota, inter alia, que èxw freqüentemente toma um infinitivo complementar (23 vezes) quando ele tem a força de "ter [habilidade] para" (ibid., 7). Cf. também Mc 8:11; 13:5; 15:8; Lc 9:12; Jo 11:8; At 13:44. Em uma rara ocasião, o sujeito e o objeto envolvem um relacionamento recíproco, tendo como resultado o fato de que o infinitivo toma um acusativo sujeito que é a mesma pessoa do nominativo sujeito, (cf., e.g., Hb 5:5). 33 Para uma discussão sobre o sujeito do infinitivo, veja o capítulo sobre o caso acusativo. Nota-se nesse mesmo capítulo como determinar, quando os dois acusativos são usados com um infinitivo, que é sujeito e complemento. 34 Essa oração inteira é omitida em D U W J 1 33 326 468 700 1525 et panei.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
600
II. Usos Substantivais Há quatro usos básicos do infinitivo substantivado: sujeito, objeto direito, aposto e epexegético.35 Um uso especializado do objeto direto ocorre com o discurso indireto. Porém, por ocorrer tão freqüentemente, será tratado separadamente. Logo, há, praticamente, cinco usos básicos do infinitivo substantivado: sujeito, objeto direto, discurso indireto, apositivo e epexegético.
A. Sujeito 1.
Definição Um infinitivo ou uma locução infinitiva freqüentemente funcionam como o sujeito de um verbo finito. Essa categoria especialmente inclui exemplos em que o infinitivo ocorre com verbos impessoais tais como õei, eceoTiv, Ô0K6L etc.36
2.
Dicas Estruturais O infinitivo pode ou não ter o artigo e não ocorrerá em locuções prepositivas.
3.
Chave para Identificação Ademais da definição e das dicas estruturais, há outra chave útil: Em lugar do infinitivo (ou locução infinitiva), coloque X. Leia a frase com a substituição feita. Se X puder ser substituído por um substantivo apropriado que funcione como sujeito, então o infinitivo será talvez o sujeito. Por exemplo, em Fp 1:21, Paulo escreve: "Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro". Substituindo X pelo infinitivo, temos: "Porque para mim, X é Cristo e X é ganho". Prontamente, vermos que X é substituível por um substantivo (tal como "vida" ou "morte").
4. Mc 9:5
Ilustrações ó néipoç Àéyei tm ’Ir|aoí> pctppl, KaÀóv êo n u rpâc môé eívcci Pedro disse a Jesus: "Rabi, bom é para nós estar aqui"
35 O uso epexegético poderia ser mais propriamente chamado de adjetival ou substantivado dependente. 36 Tanto o português quanto o grego têm o sujeito impessoal. Exemplos do infinitivo com 5ci, realmente, são infinitivos subjetivos. Assim, òei pe èpxeaGou significa "vir é necessário a mim". Um meio de ver a força do grego mais claramente é traduzi-lo como infinitivo (veja nosso exemplo de Ap 20:3).
601
Infinitivo: substantivais (objeto direto) Jo 4:4
Fp 1:21
eõei ôè ccíruòv ô ié p x e o G a i ôtà r q ç S a p a p e í a ç . Mas era necessário para ele atravessar Samaria A primeira vista, o infinitivo não parece ser o sujeito de êõeu Pelo contrário, parece ser um infinitivo complementar. Fazer isso é olhar para o texto de uma perspectiva da tradução e não do sentido do texto. Se traduzirmos o verso assim: "mas atravessar Samaria era necessário para ele", podemos ver claramente que o infinitivo é o sujeito. Estrutura similar a que encontramos em português. é(io! yàp i ò Çfjv Xptoiòç K a i
to
ánoGaveiv K e p õ o ç
Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro Esse texto ilustra dois outros pontos da sintaxe grega: (1) O sujeito tem o artigo (na primeira oração, visto que um dos substantivos é articular, o outro é um nome próprio [Paulo], o que determina o sujeito é a ordem da palavra37); e (2) os tempos verbais em que os infinitivos aparecem são lexicalmente importantes. Não por acaso que o primeiro infinitivo esteja no presente ("continuar vivendo") e o segundo, no aoristo ("morrer"). Fp 3:1
Ap 20:3
rà aírcà Ypá^eiv upiv êpiol. pèv ouk ÒKvripóv escrever-vos as mesmas coisas não me aborrece Usando a chave para identificação, vemos que a locução infinitiva com X demonstra claramente que o infinitivo é subjetivo: "X não me aborrece." Aqui está um exemplo em que o infinitivo subjetivo é anarthro. |ietà xauia ô el ÀuOíjvoa aí)TÒv p i K p ò v x p ó v o v . Depois destas coisas, é necessário soltá-lo por pouco tempo.
Cf. também Mt 13:11; 14:4; 15:20; Mc 3:4; 9:11; Lc 20:22; Jo 4:24; 5:10; At 16:21,30; Rm 7:18; 12:3; 1 Tm 3:2; Hb 2:1; Ap 10:11.
B. Objeto Direto 1.
Definição Um infinitivo ou uma locução infinitiva ocasionalmente funciona como o objeto direto de um verbo finito. Sem considerar os exemplos do discurso indireto,38 esse uso é raro.39 No entanto, essa é uma categoria importante para a exegese, como os exemplos abaixo ilustram.
37 Veja o capítulo sobre o caso nominativo para uma discussão. 38 Naturalmente, é possível tratar infinitivos complementares como infinitivos objetivos diretos (conforme Boyer, "Infinitives," 6), assim substancialmente ampliando seus números. Uma abordagem melhor é ver os infinitivos complementares como parte da idéia verbal: tanto o verbo auxiliar quanto o infinitivo são necessários para comunicar a noção verbal 3 Boyer ("Infinitives," 9) alista somente dois textos para o objeto direto (2 Co 8:11; Fp 4:10), aparentemente exagerando Jo 5:26; Fp 2:6 e a possibilidade de Fp 2:13. Ele acrescenta Ap 13:10 em sua categoria "Infinitivo Objetivo com Outros Verbos", mas nota que o mesmo "não seria estritamente objeto" (se completamente substantivado, seria melhor encaixá-lo como um uso predicativo). Note também a variante de leitura nesse texto.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
602 2.
Dicas Estruturais O infinitivo pode ou não ser articular40 e não ocorre em locução prepositiva.
3.
Chave para Identificação Além da definição e das dicas estruturais, é importante perceber que: Em lugar do infinitivo (ou locução infinitiva), podemos escrever X. Leia a sentença com essa substituição. Como no infinitivo subjetivo, se a oração puder ser lida com um nome adequado que funcione como um objeto direto, então o infinitivo provavelmente será um objeto direto. (Isso também funciona com o infinitivo em discurso indireto).
4.
Ilustrações
Jo 5:26
wouep yàp ó TTcarip exei ÇGaqv kv éairuqj, oíkuç kcu tcú ulcô eôüKev C
2 Co 8:11
vuul õè Kcà xò noifjaai èiriTeA.éaaT6 agora porém, completai também a obra [o fazer] começada
Fp2:6
ovx ápTTay|iòu r)yipaTO xò eívoa taa 9etô não considerou ser igual a Deus como algo a ser agarrado Esse é um exemplo de um infinitivo objetivo direto em uma construção objeto-complemento. Aqui o infinitivo é o objeto e o termo anarthro ápmxYHÓv é o complemento, de acordo com o padrão estrutural normal das construções objeto-complemento 41
Fp 4:10
qôr| notè àveQáXcxc xò ínrèp èpou cjtpoveív ora, pelo menos, reviver o vosso cuidado [cuidar] por mim
Fp 2:13
06Òç yáp èonu ô evepywv kv òptu Kal tò GéXeiv Kal tò èuepyeív òirep xrjç eúôoKÍaç Porque Deus é quem produz em vós tanto o querer quanto o realizar (para [seu] prazer). A sintaxe desse texto é complicada por vários fatores, tais como (1) o papel de 9eóç (sujeito ou predicativo do sujeito? - uma questão adicional complicada pela variante na leitura, ó antes de 9eóç em vários MSS),
40 Embora como objeto direto simples ele tipicamente ocorre, enquanto o infinitivo discurso indireto geralmente não. 41 Contra N. T. Wright, "àpiraypóç and the Meaning of Philippians 2:5-11," JTS, NS 37 (1986) 344, que o vê o artigo como anafórico de poptjiri 9eoü. Essa visão parece ser tão atrativa quanto teológica, mas tem uma base gramatical fraca. Veja nossa discussão desse texto na seção "Acusativo: Objeto-Complemento".
Infinitiva: substantivais (discurso indireto)
603
(2)o verbo èvepYCôv é transitivo ou intransitivo, (3) qual é a força lexical de èfepyécjJ. Tomando ò kvepyáv como o sujeito e 9eóç como predicativo é comum,42 mas o resto da sentença fica sem tratamento. Há duas traduções viáveis: "Aquele que opera em vós é Deus, tanto o querer quanto o realizar para seu bom prazer", ou "Aquele que produz em vós tanto o querer quanto o realizar é Deus". A noção transitiva de produzir dificilmente é estranha ao corpus paulinum (cf. 1 Co 12:6, 11; G1 3:5; Ef 1:11; cf. também Tg 5:16) ou à visão de Paulo sobre o papel ativo de Deus na vida do crente. Se o infinitivo for tomado como um objeto direto de ó èvepycõv, o significado resultante parecerá explicitamente afirmar a iniciativa divina no processo de santificação.43
C. Discurso Indireto 1.
Definição Esse é o uso do infinitivo (ou locução infinitiva) depois de um verbo de percepção ou comunicação. (Tecnicamente, o discurso indireto é uma subcategoria do objeto direto.44) O verbo controlador introduz o discurso indireto, do qual o infinitivo é o verbo principal. "Quando um infinitivo ficar como o objeto de um verbal de percepção mental ou comunicação e expressar o conteúdo ou a substância do pensamento ou da comunicação, será classificado como parte de um discurso indireto".45 Esse uso é muito comum no NT.46
2.
Clarificação e Semântica Podemos ver no funcionamento do discurso indireto fazendo analogia com nossa língua. Por exemplo: "Eu vos disse para fazer a tradução" envolve um verbo de comunicação ("disse" seguido por um infinitivo no discurso indireto ("fazer"). O infinitivo no discurso indireto representa um verbo finito no discurso direto. O intérprete tem que reconstruir o suposto discurso direto. Nesse exemplo, o discurso direto seria: "Faça a tradução". Através dessa ilustração, vemos que o infinitivo em um discurso indireto pode representar um imperativo em certas ocasiões. Dessas duas ilustrações podemos ver algo da sentença "embutida" no infinitivo de discurso indireto.
42 Veja nossa discussão desse texto e os princípios envolvidos na seção: "Nominativo: Nominativo Predicativo". 43 Essa visão de modo algum contradiz o v. 12 ("desenvolvei a vossa salvação"), mas supre a base de como um mandamento assim deve ser executada. 44 Boyer classifica-o como uma subcategoria do infinitivo complementar ("Infinitives", 7) e tanto o discurso indireto quanto o complementar como um tipo de objeto direto. 45 Boyer, "Infinitives," 7. 46 Para uma discussão geral do discurso indireto, veja a seção sobre oxi + indicativo e 'iva + subjuntivo no capítulo sobre os modos.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
604
O princípio geral para esses infinitivos é: o infinitivo ãe discurso indireto retém o tem po do discurso diretoi7 geralm ente representado por um im perativo ou in d ica tiv o f8 3.
Verbos Introdutórios Os verbos de pecepção/comunicação que introduzem um discurso direto infinitivo são numerosos.49 Alista inclui: conhecer, pensar, crer, falar, pedir, afirmar e ordenar. O verbos mais comuns são: ôoiceco, êpooiácú, KeÀeúü), Kpivco, Xéyw, voplÇw, napaYYeA.l
4.
Ilustrações
Mc 8:29
aúxòç êmpwxa aírraúç òpâç òe xíva pe Aéyere eu m ; Disse-lhes: "quem dizeis vós que eu sou?"
Mc 12:18
SaôôouKoâoi . . . oíxtueç AéyovoLia àv m x aoiv pq eív a i Os saduceus . . . os quais dizem não haver ressurreição
Jo 4:40
Cjúç oív qÀGov tTpòç atkòv oí Sapaplxou, rípcórcvv aúxòv peivou rap’ aúxóíç Portanto, quando os samaritanos vieram ter com ele, pediam -lhe para ficar com eles
Jo 16:2
lv a nâç ô áiroKxeíuaç úpâç ôófij Xaipetau trpootjjépetv xcS 9e(5 que todo aquele que vos matar pensará com isso tributar culto a Deus. O discurso direto original seria algo como: "eu estou tributando culto a Deus". O presente do indicativo é convertido em um infinitivo no discurso indireto
Rm 12:1
IlccpaKaAã) ouv upâç, àóeÀtjjoí, . . . irapaaxfiaai xà Stópaxa úpuv rogo-vos portanto irmãos,. . . para apresentar os vossos corpos
Tg 2:14
xí xò otJieXoç, âôelcjioí pou, éàv ttÍo x lv eXJl;
A é yrj ^
xtç exeiv êpya ôè pq ^
_
Qual é o proveito, meus irmãos, se alguém disser ter fé mas não tiver obras? O discusso direto teria sido, "eu tenho fé." Se o discusso original tivesse sido "eu tenho fé mas eu não tenho obra", o subjuntivo exq teria um infinitivo também.
47 Porém, isso nem sempre é o caso. Por exemplo, em Tt 3:12, o infinitivo aoristo TToepaxeipacm representa um indicativo fu tu ro no discurso direto ("eu decidi passar o inverno lá" = decidi: 'passarei o inverno lá"'). 48 É possível também representar um subjuntivo, mas quando faz isso, o subjuntivo tem um sabor injuntivo (e.g., subjuntivo proibitivo, subjuntivo exortativo). 49 Boyer encontrou 82 desses verbos em um total de 362 construções do infinitivo em discurso indireto (ibid., 8). 50 Ibid., 8-9.
605
Infinitivo: substantivais (discurso indireto) lP e 2 :ll
mpaKaÀcô . . . cnréxeaOou tgòu aapiciKGÒv êiuBupLCÕv51 . absterdes-vos das paixões carnais
Rogo-vos . .
Ef 4:21-22
kv auTtô cÕLÔa/drjrc . . . (22) cnro0éa9ai ú|iáç . . . iòv TTaÂcaòv av0pa)TOv nele fostes ensinado . . . (22) que vos despojeis . . . do velho homem Outra tradução possível seria: "nele fostes ensinados para que pudésseis vos despir do velho homem". Note que se o infinitivo do discurso indireto representar um imperativo ou um indicativo no discurso direto, seu tempo permanecerá o mesmo do discurso direto. Conseqüentemente, esse verso permite as traduções: "Despojai-vos do velho homem" (imperativo aoristo), ou "Vós tendes que despojar-vos do velho homem". Esse é um problema difícil, cheio de implicações exegéticas, por isso devemos comentá-lo um pouco mais: Burton sugere: "Não há aparentemente nenhum exemplo no NT do infinitivo aoristo no discurso indireto representando o indicativo aoristo da forma direta."52 Se for assim, o texto seria: "Despojai-vos do velho homem."53 A declaração de Burton freqüentemente é citada como se a questão fosse resolvida assim. Mas ele não indica qual a freqüência do infinitivo aoristo no discurso direto. Além disso, ele não oferece nenhuma análise do verbo controlador. Recentes pesquisas,54 porém, têm concluído que (1) Há pelo menos 150 infinitivos aoristos no discurso direto, no NT; e, (2) todos, de fato, parecem apoiar a proposta daquele autor. No entanto, uma análise adicional revela que todos os verbos co n tro la d o res
em
tais
exem p lo s
im plicam
ordem
ou
exortação.
Conseqüentemente, as estatísticas podem ser irrelevantes se a situação semântica examinada aqui for diferente de todos os outros exemplos no NT. ( O fato que ÔLõáoKti), o verbo controlador em Ef 4:22, possa referi-se aos indicativos da fé e as exortações implica na abstenção do veredito.) Há outras considerações que ajudam a decidir a questão, mas é suficiente dizer aqui que não se pode simplesmente citar Burton para resolver esse enigma exegético.55 Cf. também Mt 8:18; Mc 5:17; Lc 8:18; 18:40; 22:24; 24:23, 37; Jo 12:29; At 3:3, 13; 10:48; 12:19; 19:31; 27:1; Rm 2:22; 1 Co 2:2; 3:18; 8:2; 2 Co 2:8; 11:16; G1 6:3; Tt 2:6; Tg 1:26; 1 Pd 2:11; Jd 3; Ap 2:9. 51 A variante de leitura tem áiréxeoOe (íp72 A C L P 33 81 et al.), que é uma noção mais explícita de ordem. 52 Burton, Moods and Tenses, 53 (§114). 53 Com freqüência, exegetas chamam os infinitivos nos vv. 22-24 de "infinitivos imperativais". Mas esta é uma linguagem imprecisa. E possível que eles representem um imperativo de discurso direto, mas isso não é o mesmo que um infinitivo imperativo. Pelo menos, certamente a questão pede que classifiquemo-la como imperatival, devido à questão do significado do discurso direto é conveniente evitá-lo. Surpreendentemente, Boyer, também, chama este de imperatival ("Infinitives", 15, n. 29). 54 O crédito deve ser dado ao trabalho de Peter Chiofalo, no curso de Gramática Grega Avançada de Dallas (primavera 1991), por essa informação. 55 Alguns outros itens que podem contribuir para o entendimento são: (1) A visão paulina do "velho homem"; (2) o uso de ôió em 4:25 (geralmente segue afirmações, fazendo aplicação das mesmas); (3) a repetição do áiTOTLGripi em v. 25, junto com o arügo antes de (jxeúôoç (seria anafórico, com v. 25 sendo traduzido: "Portanto, visto que vos despojais da mentira"?); e (4) a mudança nos tempos verbais usados com os infinitivos em vv. 22-24.
606
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
► D. Apositivo [a saber] 1.
Definição Como qualquer outro substantivo, o infinitivo substantivado pode ficar em aposição a um substantivo, pronome ou adjetivo substantivado (ou algum outro substantivo). O infinitivo apositivo tipicamente se refere a um exem plo específico dentro da categoria ampla nomeada pelo substantivo prin cipal. Esse uso é relativamente comum. Essa categoria é fácil de ser confundida com o infinitivo epexegético. A di ferença é que o infinitivo epexegético explica o substantivo ou adjetivo com o qual ele se relacionou, enquanto o de aposição o define.56 Um infinitivo apositivo é mais substantivado que adjetival. Essa sutil diferença pode ser vista de outra forma: Um infinitivo epexegético (frase) não pode ser substituído por seu antecedente, enquanto um apositivo (frase) pode. Às vezes, porém, mesmo essas distinções se confundem. Quando for esse o caso, muito provavelmente, haverá pouca ou nenhuma importância em es colher uma ou outra classificação.
2.
Chave para Identificação Insira a expressão a saber antes do infinitivo. Outra maneira de testar é subs tituindo-a por dois pontos (embora isso nem sempre funcione muito bem57). Por exemplo, Tg 1:27 ("A religião pura . . . é esta, a saber, visitar os órfãos e as viúvas") será: "A religião pura é esta: visitar os órfãos e viúvas" ou "A religião pura é esta, visitar os órfãos e as viúvas".
3.
Ilustrações
1 Ts 4:3
toCito èoiriu 9éÀr)(ia toü GeoG, ô àyiaa|iòç òptân, àiréxeoGai Gp&ç átrò xf)ç Tiopvcíaç esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, a saber, que vos abstenhais da fornicação Esse é um exemplo de um infinitivo apositivo em relação a outra palavra em aposição.
Tg 1:27
0pqoKeta KtxGapà . . . cdkr] écrríu, èitioKéirceoGíu óp^anouç r a i a religião pura . . . é esta, a saber, visitar os órfãos e as viúvas
56 Os infinitivos epexegéticos também não estão relacionados aos pronomes, enquanto os infinitivos apositivos freqüentemente estão. 57 N.T.: No original em inglês, há uma chance de confundir o infinitivo com um imperativo. Se retirarmos a partícula "to" de "to visit" (infinitivo), teremos "visit" (imperativo). Aqui, portanto, o contexto é vital para uma tradução adequada.
Infinitivo: substantivais (epexegético) Fp 1:29
607
új-ilv è/apíaOr) xò únèp Xpioxoíi, ou póvov xò elç air.bv T T io te ú e iv âXXà K a l xò ÚTiè-p afixou ir á o x e iv vos foi concedida a graça, por Cristo, não somente para crer nele, mas também sofrer por ele O artigo transforma ínrèp Xp lo to u em um substantivo, que por sua vez funciona como o sujeito de fxaPLCÔr|. Desse modo, "o-[seguir]-embenefício-de-Cristo tem sido concedido a vós." Isso, então, é acrescentado pelos dois infinitivos articulares, moxeúeiv e tTáaxeiv (as locuções prepositivas estão respectivamente entre o artigo e infinitivo para fins de esclarecimento). Assim, os infinitivos articulares estão em aposição a uma locução substantiva preposicional que funciona como sujeito.
Cf. também At 3:18; 9:15; 15:20, 29; 24:15; 26:16; Rm 14:13; 15:23; 1 Co 7:25, 37; Tt2:2 (com pronome implícito); Ap 2:14.
E. Epexegético 1.
Definição O infinitivo epexegético esclarece, explica, ou qualifica um substantivo ou adjetivo.58 Esse uso do infinitivo geralmente é ligado por certos aspectos léxicos do substantivo ou adjetivo. Quer dizer, estão normalmente indican do habilidade, autoridade, desejo, liberdade, esperança, obrigação ou pron tidão. Esse uso é bastante comum. É fácil confundi-lo com o infinitivo apositivo. Para distingui-los, veja dis cussão "Infinitivo Apositivo".
2.
Ilustrações
Lc 10:19
ôéôwKa õ p lv iq u
è£ouaíav xoô naxeiv éiTávu) õcjíeujv K al OKopTíÍQV tenho dado a vós autoridade para pisardes em serpentes e escorpiões
Jo 4:32
éyw (3pQoiv e/u aY€LV qu úpelç oÚk olôate eu tenho uma comida para comer que não sabeis
1 Co 7:39
éleuOépa éoilv tp OéÀei yapTiOfjvm estár livre para se casar com quem quiser
Tg 1:19
eoxco Tiâç auOpomoç xa/uç e lç rò áKoOoat, ppaôuç e lç rò ÀaÀfjaai Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar
Cf. também Lc 22:6; 24:25; At 14:9; 1 Co 9:10; Fp 3:21 (possível); 2 Tm 2:2.
58 Alguns gramáticos também dizem que ele pode qualificar um verbo. Mas quando o infinitivo qualificar um verbo, ele deveria ser tratado como complementar. Veja o tratamento anterior dessa categoria.
608
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
III. Usos Independentes Há dois usos independentes do infinitivo, ambos muito raros no NT: imperatival e absoluto (como um indicativo).
A. Imperatival 1.
Definição Muito raramente um infinitivo pode funcionar como um imperativo.
2.
Chave para Identificação Somente se um infinitivo for, obviamente, independente de qualquer outro verbo, ele será tratado como um infinitivo imperatival. Os três seguintes exemplos (em dois versos) são, aparentemente, os únicos exemplos dessa no NT.59
3.
Ilustrações
Rm 12:15
x a íp e tu
pexà
x a tp ó u r c ju ,
K la íe iv
p e tà
K la ió u r to u .
Regozijai-vos com os que se rejozijam; chorai com os que choram. Fp 3:16
elç o é
TrÂqv
B. Absoluto 1.
Definição Semelhante a um genitivo absoluto, o infinitivo pode funcionar independentemente do resto da sentença. Ele não tem relação sintática com qualquer outra parte da sentença. Uma palavra, /cúpeiv, é especialmente usada como um infinitivo absoluto. A idéia se expressa pela tradução: "eu vos saúdo" (desse modo, equivalente a um indicativo), ou "saudações!" (como uma interjeição).
59 BDF só reconhece os três exemplos dados aqui. Boyer, porém, encontra onze exemplos em outros lugares. É melhor tomar seus exemplos de Ef 4:23-24 [sic 4:22-24] como discurso indireto (veja discussão desse texto). 2 Ts 3:14 é quase certamente final; e, sobre Tt 2:9, BDF (196 [§389]) argumenta uma elipse do verbo dizer, colocando esses exemplos em uma categoria diferente da expressão clássica de infinitivos imperativos.
Infinitivo: estruturais (anarthros) 2.
Tg 1:1
609
Ilustrações
TÚkwPoç . . . tcciç õúôeKoc 4>uA.ociç . . .xocípeiv. Tiago. . . às doze tribos. . . Saudações!
Cf. também At 15:23; 23:26; Hb 7:9.60
Categorias Estruturais I. Infinitivos Anarthros A grande maioria de infinitivos no NT são anarthros (quase 2000 dos 2291 infin itivos).
A. Infinitivo Simples O infinitivo simples é o mais versátil de todas as categorias estruturais, mostrando onze dos quinze usos semânticos. 1. 2. 3.
Final Consecutivo Complementar
4. 5. 6. 7. 8. 9.
Meio (raro) Subjetivo Objetivo Direto (raro) Discurso Indireto Apositivo Epexegético
10. Imperatival (raro) 11. Absoluto (raro)
B. IIpív (rj) + Infinitivo: Somente Tempo Subseqüente C. 'üç+Infinitivo 1.
Final
2.
Consecutivo
60 A expressão em Hb 7:9 é clássica, seguindo uma situação semântica diferente da que é achada em Tg 1:1.
610
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
D. "Qot€ + Infinitivo 1.
Final (raro)
2.
Consecutivo
II. Infinitivos Articulares Dos 314 infinitivos articulares no NT, cerca de dois terços são regidos por uma preposição. Inversamente, todos os infinitivos governados por uma preposição são articulares.
A. Sem a Preposição Governante 1.
2.
3.
Infinitivo Nominativo Articular
a.
Subjetivo
b.
Apositivo (raro)
Infinitivo Acusativo Articular
a.
Objetivo Direto
b.
Apositivo
Infinitivo Genitivo Articular
a.
Final
b.
Consecutivo
c.
Tempo Simultâneo (raro)
d. Causai (raro)
4.
e.
Objetivo Direto (disputado)
f.
Apositivo
g.
Epexegético
Infinitivo Dativo Articular
Flá somente um exemplo no NT (2 Co 2:13). Ele é causai ou simultâneo.
B. Com Preposição Governante 1.
Atà xó + Infinitivo
a.
Causai
b.
Tempo Simultâneo (raro)
Infinitivo: estruturais (articular) 2.
3.
E lç ló + Infinitivo
a.
Final
b.
Consecutivo
c.
Epexegético (raro)
Ev xQ + Infinitivo
a.
Consecutivo (raro)
b.
Tempo Simultâneo
c.
Meio
4.
Mexà to + Infinitivo: Tempo Antecedente
5.
IIpòç TÓ + Infinitivo
6.
611
a.
Final
b.
Consecutivo
Usos Preposicionais Mistos
Para uma lista e discussão de outras preposições usadas com o infinitivo e com as preposições "normais" usadas com infinitivos de modo "anormal", ver Burton. Moods and Tenses, 160-63 (§406-17) e Boyer, "Infinitives," 13.
Os Particípios
mm
Bibliografia Selecionada................................................................................................ 613 Introdução.......................................................................................................................... 613 A. A Dificuldade com os Particípios..................................................................... 613 B. A Relação dos Particípios com a Exegese....................................................... 613 C. O Particípio como um Adjetivo Verbal........................................................... 613 1. O Lado Verbal dos Particípios.................................................................... 614 2. A Natureza Adjetival dos Particípios........................................................ 616 3. Sumário........................................................................................................... 616 Usos Específicos............................................................................................................... 617 I. Particípios A djetivais....................................................................................... 617 A. Adjetivais Próprios (Dependentes)................................................. 617 B. Substantivados (Independentes)..................................................... 619 II. Particípios Verbais............................................................................................. 621 A. Particípios Verbais Dependentes..................................................... 622 1. Adverbial (ou Circunstancial)..................................................622 a. Definição............................................................................. 622 b. Terminologia...................................................................... 622 c. Amplificação e Chave para Identificação.....................623 d. Nuanças Específicas do Particípio Adverbial 623 1) Temporal................................................................. 623 2) Maneira................................................................... 627 3) M odal...................................................................... 628 4) Causai..................................................................... 631 5) Condicional............................................................ 632 6) Concessivo.............................................................634 7) Final (Télico).......................................................... 635 8) Consecutivo........................................................... 637 e. Sumário............................................................................... 639 2. Circunstância Atendente........................................................... 640 3. Discurso Indireto........................................................................ 645 4. Complementar............................................................................ 646 5. Perifrástico .................................................................................. 647 6. Redundante (Pleonástico)......................................................... 649 B. Particípios Verbais Independentes................................................. 650 1. Como um Imperativo (Imperatival)........................................650 2. Como um Indicativo (Independente Próprio ou Absoluto) 653 III. O Particípio Absoluto...................................................................................... 653 A. Nominativo Absoluto..........................................................................654 B. Genitivo Absoluto................................................................................654 612
613
Particípios: introdução
Bibliografia Selecionada BDF, 174-75, 212-20 (§339, 411-25); J. L. Boyer, "The Classification of Participles: A Statistical Study," GTJ 5 (1984) 163-79; Brooks-Winbery, 126-38; Burton, Moods and Tenses, 53-72,163-77 (§115-56,418-63); Dana-Mantey, 220-33 (§196-203); K. L. McKay, A New Syntax of the Verb in New Testament Greek: An Aspectual Approach (New York: Peter Lang, 1994) 60-66; Moule, Idiom Book, 99-105; Moulton, Prolegomena, 221-32; Porter, Idioms, 181-93; Robertson, Grammar, 1095-1141; Tumer, Syntax, 150-62; Young, lntermeãiate Greek, 147-63; Zerwick, Biblical Greek, 125-31 (§360-77).
Introdução A . A Dificuldade com o Particípio É dito freqüentemente que dominar a sintaxe dos particípios é dominar a sinta xe grega. Por que os particípios são tão difíceis de entender? A razão é tríplice: (1) O uso: o particípio pode ser usado como substantivo, adjetivo, advérbio ou verbo (e em qualquer modo!); (2) A ordem das palavras: O particípio é colocado, muitas vezes, no fim da oração ou outro lugar igualmente inconveniente; e (3) A localização do verbo principal: algumas vezes, em outro versículo; e, às vezes, é só implícito! Outras vezes nem sequer implícito. Em resumo: o particípio é difí cil de dominar pois é muito versátil. Essa mesma versatilidade lhe dá uma vari edade rica de nuanças, como também uma rica variedade de abusos.
B. A Relação do Particípio com a Exegese O contexto tem mais influência nos particípios do que em qualquer outra área da gramática grega. Em outras palavras, para a maioria dos particípios, não se pode olhar simplesmente sua estrutura (articulares ou anarthros são, natural mente, a característica estrutural mais vital) para se determinar que tipo de particípio é. Haverá algumas pistas, por isso, o estudante tem que dominá-las se quer ver as possibilidades genuínas semânticas que um particípio pode ter em determinado contexto. As habilidades exegéticas do estudioso serão testa das mais com os particípios do que com qualquer outra parte do discurso.
C. Os Particípios como um Adjetivo Verbal O particípio é um adjetivo verbal declinável. Isso provém de sua natureza verbal de tempo e voz, de sua natureza adjetival, em gênero, número e caso. Como o infinitivo, a natureza verbal do particípio é vista normalmente de modo depen dente. Quer dizer, ele normalmente é adverbial (no sentido lato) em lugar de funcionar independentemente como verbo. Seu lado adjetival é visto tanto nos
614
Sintaxe Exegética do Novo Testamento usos substantivado (independente) e adjetival (dependente). Ambos são freqüen tes (embora o substantivado seja mais). 1.
O Lado Verbal do Particípio a.
Tempo
O tempo da natureza verbal do particípio requer cuidadosa considera ção. Em geral, os tempos se comportam da mesma forma que no indicativo. A única diferença é que agora o ponto de referência é o ver bo principal, não o emissor. Assim, o tempo nos particípios é relativo (ou dependente), enquanto no indicativo, absoluto (ou independente). PASSADO
ABSOLUTO (Indicativo)
RELATIVO (Particípio)
Aoristo Perfeito Imperfeito MQP
PRESENTE
FUTURO
Presente
Futuro
Aoristo
Presente
Perfeito
(Aoristo)
Antecedente
Simultâneo
Futuro
Subseqüente
Quadro 80 O Tempo nos Particípios O particípio aoristo normalmente denota um tempo antecedente ao ver bo principal.1 Mas se o verbo principal também for aoristo, esse particí pio indicará tempo simultâneo.2 O particípio perfeito também indica tempo anterior. O particípio presente é usado durante o tempo simultâ neo. (Essa simultaneidade, porém, é freqüentemente concebida, depen dendo em particular do tempo do verbo principal.) O particípio futuro denota tempo subseqüente? Essa análise geral deve nos ajudar a determinar se um particípio per tence a certo uso adverbial. Particípios finais, e.g., normalmente são futuros, às vezes, presentes, (quase) nunca aoristo ou perfeito.4 Por quê?
1 Estamos falando aqui principalmente com respeito aos particípios adverbiais (ou circunstanciais). 2 Cf. Robertson, Grammar, 1112-13. A partir da minha análise dos dados, o particípio é freqüentemente mais simultâneo nas epístolas que na literatura narrativa. Há também algo como particípio aoristo de ação subseqüente, embora raro. 3 Não seria correto dizer que o particípio futuro representa tempo futuro, pois, muitas vezes, é usado em contextos passados. Assim, e.g., Jo 6:64: "Jesus sabia desde o princípio . . . . quem o havia de trair" (rjôei yàp ei; àpxijç ò 'Iriaoíx; . . . tíç èonv ó rrapa-ôcóowv aikóv). Cf. também Lc 22:49 (substantivado); At 8:27; 22:5; 24:11, 17 (adverbiaiy
Particípios: introdução
615
Porque o propósito da forma verbal, às vezes, é revelado depois do tem po do verbo principal (ou, às vezes, simultâneo ao mesmo). Igualmen te, particípios causais nunca estarão no futuro (embora o particípio ad verbial perfeito seja habitualmente causai; o aoristo e o presente são freqüentemente causais).5 Particípios finais nunca estarão no perfeito. E os particípios modais? Esses normalmente usam o presente, embora o aoristo também seja amplamente atestado (especialmente quando um aspecto progressivo não está em vista). Muitos exegetas caem no erro ao ignorar essas simples diretrizes. b.
Aspecto
Quanto ao aspecto, o particípio funciona, em grande parte, como suas contrapartes indicativas. Há, contudo, duas influências básicas que moldam o lado verbal do particípio. Esses são fatores quase constantes em seu Aktionsart.6 Primeiro, o particípio incorporou duas naturezas, nenhuma delas age completamente independente da outra. Conseqüen temente, a natureza verbal dos particípios tem uma intrusão gramatical permanente na natureza adjetival. Isso tende a diluir a força do aspecto. Muitos,v.g., substantivos no grego helenístico eram particípios (Ex. àpjcLTéKTGOu, apitou yépwu; Tiyepcóv, BepáiTtou, Kaúocou, tcktíxiv, xeípwu). A pressão constante do lado adjetival afetou igualmente qualquer re manescente do aspecto verbal. Isso não quer dizer que nenhum particí pio no NT tenha aspecto mais firme do que há! Mas não se deve presu mir que isso seja o caso em cada exemplos. Em particular, quando um particípio for substantivado, sua força aspectual será mais suscetível à redução. Secundariamente, muitos particípios substantivados no NT são usados em elocuções genéricas. A fórmula líâç ô àKOWòv (ou àyamãu, ttoicov etc.) sempre ou quase sempre é genérica. Como tal se espera que envol va uma idéia gnômica.7 A maioria desses exemplos envolvem particípio presente.8 Seriamos duramente pressionados em fazer algo mais sobre
4 Alguns têm notado que o particípio aoristo pode, em raras ocasiões, ter força télica no grego helenístico, pois o particípio futuro normalmente não é uma escolha viável no dialeto falado e vulgar (conforme A. T. Robertson, "The Aorist Participle for Purpose in the Koivrj," JTS 25 [1924] 286-89). 5 Que o particípio presente poderia ser causai pode parecer negar sua contemporaneidade. Mas sua simultaneidade nesses casos é amplamente concebida ou o particípio funciona como causa lógica embora seja cronologicamente simultâneo. 6 Para uma discussão da diferença entre o aspecto e Aktionsart, veja nosso capítulo introdutório sobre os tempos verbais. 7 Veja discussão no presente gnômico. 8 O aoristo, às vezes, é também usado genericamente. Cf. Mt 10:39 ("o que acha [ó eòpcáv] sua vida . . . o que a perde [ó aTroÀéoaç]"); 23:21, 22; 26:52; Mc 16:16 (um texto duvidoso); Lc 8:12, 14; 20:18; Jo 5:25; 6:45; 16:2; Rm 10:5; 1 Co 7:33; G1 3:12; Tg 5:4, 11, 20.
616
Sintaxe Exegética do Novo Testamento eles, tal como uma idéia progressiva.9 Assim, por exemplo, em Mt 5:28, "qualquer que olhar para uma mulher" (nâç ò pAincou yuralica) com intenção impura, no coração, não significa "continuamente olhando" ou "habitualmente olhando", só mais quatro versos depois "qualquer que se divorciar de sua esposa" (tt&ç ó áTroÂúcop if|V yuvaÍKa autoú) significa "repetidos divórcios"! Isto não é negar um habitual Aktionsart em declarações gnômicas, mas é dizer que precaução deve ser tomada. Pelo menos, deveríamos ter cuidado para não fazer declarações como: "O particípio presente fi/Jmov [em Mt 5:28] caracteriza o homem pelo seu ato de olhar constante” .10 Talvez até fosse o caso para o evangelista, mas o particípio presente, por si só, dificilmente tem essa força.11 2 . A Natureza Adjetival do Particípio
Como um adjetivo, um particípio pode funcionar de forma dependente ou independente. Quer dizer, tanto pode funcionar como simples adjetivo como pode ser atributivo ou predicativo. Igualmente pode agir substantivadamente, como acontece com qualquer adjetivo. 3 . Sumário
Todos os particípios se encaixam em uma das duas categorias (devido ao fato de serem adjetivos verbais): Todo particípio ou enfatiza seu aspecto ver bal ou seu aspecto adjetival. Dentro de cada uma dessas ênfases, todo par ticípio é dependente ou independente. Se fosse possível lembrar dessa grade simples, teríamos um entendimento organizado e amplo do particípio. Verbal (Verbal) Independente
Imperatival
A djetival (Substantivai) Sujeito, objeto, etc.
Indicativo
D ependente
(Adverbial)
(Adjetival)
Temporal, Causai,
Atributivo
Maneira, Modal, etc.
Predicativo
Quadro 81 O Alcance Semântico do Particípio Embora todo particípio se encaixe sob uma ênfase adjetival ou verbal e seja dependente ou independente, não alistei uma grande categoria de particípios 9 Ratificando, o particípio presente substantivado, mesmo quando gnômico, pode ter força progressiva também. (Não há nada que proíba um autor de falar sobre "todos que continuamente fazem".) Isso parece ser particularmente o caso com ó TUOTeútóv. Veja discussão em Jo 3:16 abaixo. 10 Lenski, St. Mattheiv's Gospet, 226. 11 Note a discussão seguinte (620-21, n. 22) sobre ó t t i o t c Ú q v , em que a noção progressiva é defendida na base de várias evidências.
617
Particípios (adjetivais)
(conhecidos como particípios absolutos). Esses serão tratados separadamente das categorias citadas acima, ainda que se ajustem na realidade sob tais categorias. A razão para um tratamento separado do particípio absoluto é que ele tem dicas estruturais (especialmente um caso específico) que requer explicação adicional.
Usos Específicos I Particípios Adjetivais Essa categoria envolve tanto os particípios adjetivais dependentes quanto os inde pendentes (i.e., o adjetival próprio e o substantivado). Para uma dica estrutural, o estudante deve notar o artigo: Se estiver antes de um particípio e funcionar como artigo modificador (uso normal), então aquele particípio deve ser adjetival. Se o par ticípio for anarthro, pode ser adjetival. Portanto, a primeira questão a se fazer quan do se quiser determinar a nuança de um particípio particular é, há artigo? Se a res posta for sim, é adjetival;12 se a resposta for não, pode ser adjetival ou qualquer outro tipo de particípio (tal como adverbial).
A. Adjetival Próprio (Dependentes) 1.
Definição O particípio pode funcionar como adjetivo ou modificador de um substan tivo (atributivo) ou ainda pode afirmar algo sobre o mesmo (predicativo). O particípio atributivo é comum; o particípio predicativo, raro.13
2.
Clarificação/Chave para Identificação O modo pelo qual alguém determina se um particípio é atributivo ou predicativo é o mesmo quando se determina se um adjetivo é atributivo ou predicativo. O particípio adjetival pode ocupar quaisquer das três posições atributivas e ambas as posições predicativas. Normalmente deve-se traduzir o particípio atributivo como se fosse uma oração relativa (e.g. ó traiTip oou
12 Há uma aparente exceção a essa regra. Quando a construção for ò \ikv + particípio ou ò ôé + particípio, o artigo funcionará como pronome pessoal. Nesses exemplos, não estamos modificando o particípio, mas o sujeito da sentença. O particípio será adverbial. Cf., e.g., Mc 1:45; 6:37, etc. Há mais de 100 dessas construções no NT (A vasta maioria delas está nos Evangelhos e Atos). Veja a discussão desse fenômeno no "O Artigo: Parte I". 13 Boyer reconhece somente 20 exemplos na segunda posição predicativa ("Participles," 166, n. 4) e nenhuma na primeira posição. Mas vários de seus exemplos seriam explicados de outra forma (e.g., o particípio em 1 Co 8:12 provavelmente é temporal; o de 2 Co 4:15, modal), e ele parece ter exagerado um pouco em outros.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
618
ó PÀ.éiTG)i/ kv T(ô KpuíiTfjj à v o ò ó o e l ooi ["o teu Pai que vê em secreto te recompensará"] em Mt 6:4). Como um refinamento, portanto, deveríamos adicionar que um particípio predicativo nunca é articular (somente o atributivo e substantivo são). 3. .
Ilustrações a.
Particípio Atributivo
Mt 2:7
toü (j)aii/o(iéuou à a z é p o c a estrela brilhando Um exemplo na primeira posição atributiva.
Jo 4:11
tò üõcap lò (tâu a água viva Um exemplo na segunda posição atributiva. Esta é a construção mais comum para os particípios atributivos.
Jo 4:25
Mc-oníaç . . . ó A.eyópeuoç xpiatóç Messias .. . chamado Cristo Esta é a terceira posição atributiva, uma construção freqüente com par ticípios, mas não com adjetivos. Cf. também Lc 7:32; Jo 4:5; 5:2; At 1:12; 1 Co 2:7; 1 Pd 1:7, 21.
Jo 4:10
üÕcop Cwv água viva Uma quarta construção atributiva. Cf. também Mc 14:51.
Cf. também Mt 4:16; 6:18; 7:13; 16:16; 17:17; Mc 1:38; 3:22; 6:2; 11:10; Lc 3:7; 15:6; Jo 1:6; 5:23; At 7:55; 13:43; Rm 12:3; 1 Co 3:7; 2 Co 8:20; G1 3:23; 1 Tm 1:10; Hb 6:18; Ap 12:9. b.
Particípios Predicativos
At 7:56
lôou Bcwpcâ touç oúpavouçôir)VOiYp.éuouç Eis que eu vejo os céus abertos Essa é a segunda posição predicativa. O particípio perfeito (passivo), aqui, parece especialmente funcionar como um particípio predicativo.14
Hb 4:12
(g3u ó Xóyoc, toú 0eoú a palavra de Deus é viva Essa é uma ilustração da primeira posição predicativa.
Rm 12:1
rapaaTTjooa ià aoópaTa ipitòn 0uaíav Çáoav kyíav eMpeorou tu 0etõ apresenteis os vossos corpos [como] um sacrifício - vivo, santo, [e] agra dável a Deus A palavra QWvav é m complemento na construção objeto-complemento, por conseguinte, um acusativo predicativo. Mas a questão é ag Ctâoay é atributivo ou predicativo de Quoíav, não de oúpaza.. S»
14 Cf. também Mt 21:9; 23:39; Mc 11:9, 10; Lc 1:18, 42; 2:36; 18:34; Rm 15:16.
Particípios (substantivado)
619
atributivo, seria traduzido: "Apresenteis os vossos corpos como um sa crifício vivo ...". A questão é difícil de decidir. Mas visto que os adjetivos que seguem são provavelmente predicativos, a conexão estreita dos par ticípios com estes sugerem que é, também, predicativo".15 Tg 2:15
kuv àõeA-cjjòç r|A.enró|ievoi. tfjç è(j)qpépou ipo^Tiç se teu irmão estiver carente de roupa e faltando o alimento diário [deles] O particípio obviamente é predicativo visto que está ligado pelo K a í a um adjetivo predicativo.
Cf. também Mt 7:14; 21:9; 27:37; Mc 6:2; Lc 12:28; 16:14; At 19:37; 2 Co 6:14; 1 Tm 5:13; Hb 7:3; 2 Pd 1:19.
B. Substantivado (Independente) 1.
Definição Este é o uso independente do particípio adjetival (i.e., não relacionado a um substantivo). Funciona no lugar de um substantivo. Como tal, pode funcio nar em qualquer forma substantiva, tais como sujeito, objeto direto, objeto indireto, aposto etc.16 Essa categoria é freqüentemente achada no NT.17
2.
Chave para Identificação Primeiro, é claro, se o particípio for articular, ele terá que ser adjetival (pró prio) ou substantivai. Segundo, se for articular e não estiver relacionado de forma dependente a qualquer substantivo na oração, será substantivado. A tradução, muitas vezes, é o que /a coisa que. O particípio, então, é traduzido como um verbo finito (e.g., ó ttoicôv é traduzido como aquele que faz).
3.
Clarificação O particípio substantivado pode ou não ser articular, embora muitos sejam. A questão é determinada da mesma forma que qualquer substantivo co mum, ou seja, por sua função na sentença.
15 Robertson, Grammar, 1105. 16 Há, naturalmente, certas categorias substantivadas que são restritas aos nomes. O particípio substantivado naturalmente não se encaixa no uso adverbial dos nomes, v.g., visto que o particípio adverbial está disponível. 17 Boyer conta 1.467 exemplos do particípio substantivado ("Participles," 165, n. 3). Ele é mais freqüente que o adjetival.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
620 4.
Semântica Primeiro, em relação ao infinitivo, embora os particípios e infinitivos sejam traduzidos freqüentemente da mesma forma (especialmente quando o infinitivo é traduzido como gerúndio), há uma distinção. "Enquanto o infinitivo é abstrato, falando do ato ou fato de fazer, o particípio é concreto, falando da pessoa ou coisa que faz".18 Segundo, com referência à sua natureza verbal: Só porque um particípio é adjetival ou substantivai, isso não significa que seu aspecto verbal esteja completamente diminuído. A maioria dos particípios substantivados ainda retém algo do seu aspecto. Uma regra geral para entender, é que quanto mais particular (diferente do genérico), o referente, mais o aspecto verbal é visto. (Veja a introdução para discussão detalhada.) Terceiro, o aspecto do particípio presente pode ser diminuído se o contexto particular requerer isso.19 Desse modo, e.g., ô PktttiCwv em Mc 1:4 não significa "o que continuamente batiza" mas simplesmente "o que batiza".20 De fato, não pode significar isso em Mc 6:14, caso contrário João estaria batizando sem cabeça ("João Batista teria sido ressuscitado dentre os mor tos")!21 Também, é provável que Iqoow tov puópevov r)|iâç èK tfjç ópyr|ç xfjç êpxo|iénqç em 1 Ts 1:10 não queira dizer, "Jesus, o que nos livra conti nuamente. . .," Mas "Jesus, o que nos livra da ira vindoura," como é evi dente pela locução prepositiva que se refere a um tempo futuro. Por outro lado, essa passagem pode ser semelhante a Hb 7:25 em que é possível que se esteja indicando que aquilo (ou o que) continuamente nos livra do imi nente dia da ira de Deus.
5.
Ilustrações
Mc 6:44
rjoav oí ^ayóvieç tovç ccpxouç TrevTaKioxíA.ioi avôpeç aqueles que comeram os pães foram cinco mil homens As mesmas regras se aplica às relações NS-NP quando ambos os subs tantivos são nomes (ou seja, se um for articular, esse será o sujeito).
Lc 1:45
paicapía ij trLOieiJoaoa Bem-aventurada é aquela que creu
Jo 3:16
tt&ç
ô TTiOTeúcov todo aquele que crê A idéia parece ser tanto gnômica quanto contínua: "todo que continuamente crê". Isso não é devido somente ao presente, mas ao uso
18 Williams, Grammar Notes, 50. Cf. também Robertson, Grammar, 1101-02. 19Esse não é tanto comum quanto os particípios com outros tempos verbais. A razão parece ser que o particípio presente está bem adaptável a uma noção genérica, emprestando a si uso gnômico. Os outros tempos, porém, são mais específicos em suas aplicações. Para discussão, veja Boyer, "Participles," 165-66. 20 Cf. N. Turner, Syntax, 151. 21 Cf. também Mc 5:15-16.
621
Particípios: verbais
do particípio presente de luaxeúw, especialmente no contexto soteriológico no NT.22 Jo
4 :1 3
ò irív c n v Todo o que bebe Pode ser que o evangelista tenha uma idéia habitual em mente (como também o gnômico). O particípio presente é contrastado com o subjuntivo aoristo do verso seguinte, como se fosse dizer: "Todo o que conti nuamente bebe, mas qualquer um deveria provar. . .
nttç
Jo 6:39
xoOxo ôé koxiv xò GcÂripa xou iré|j,v]rauTÓç pe Ora, esta é a vontade daquele que me enviou Esse é um exemplo de um particípio substantivado funcionando como genitivo subjetivo ("Isto é o que aquele que me enviou deseja").
At
’Ioúôa . . . ôôriyot) xotç o u À A .a P o ô o iv Tqoouv Judas . .. um guia daqueles que prenderam Jesus
1 :16
2 Ts 2:6-7
v w xò Kaxéxov o tò a te . . . (7) ó Kaxéxwv Agora sabeis aquilo que [o] está detendo . . . (7) aquele que está detendo
1 Tm 6:15
ó [5 a ai.À e i)ç x w u
paoiA.euóuxcov K a l K Ú p io ç i c ô v Kupieuóimov o Rei daqueles que estão reinando e Senhor daqueles que são senho res (sobre) [outros] Contraste este com os nomes em Ap 17:14: "Senhor dos senhores e Rei dos reis".
Cf. também Mt 1:22; 5:10; 22:3; Mc 13:13; 14:69; Lc 2:18; 19:32; 20:17; Jo 1:22; 5:11; 7:33; 18:21; At 4:4; 21:20; 1 Co 12:3; G11:6; 2 Tm 2:4; Tg 5:4; 1 Jo 3:9; 2 Jo 1; Ap 22:19.
II. Particípios Verbais Essa categoria envolve particípios que enfatizam o lado verbal sobre a nuança adjetival. A categoria inclui tanto independentes (mais comuns) quanto os particípios 22 Aforça aspectual do presente ó t i l o t c ú u v parece residir no contraste com ó HLaicíioaç. O aoristo é usado somente oito vezes (mais dois no final mais longo de Marcos). O aoristo, algumas vezes, é usado para descrever os crentes como tal e, desse modo, tem força genérica (cf. para os exemplos mais claros a variante de leitura, em Mc 16:16; cf. também 2 Ts 1:10; Hb 4:3; talvez Jo 7:39; também, negativamente, daqueles que não [pf|] creram: 2 Ts 2:12; Jd 5). O presente ocorre seis vezes das 43 vezes, muito freqüente em contextos soteriológicos (cf. Jo 1:12; 3:15, 16, 18; 3:36; 6:35, 47, 64; 7:38; 11:25; 12:46; At 2:44; 10:43; 13:39; Rm 1:16; 3:22; 4:11, 24; 9:33; 10:4, 11; 1 Co 1:21; 14:22 [bis]; G1 3:22; Ef 1:19; 1 Ts 1:7; 2:10, 13; 1 Pd 2:6, 7; 1 Jo 5:1, 5, 10, 13). Assim, parece que visto ser o particípio aoristo uma opção viva para descrever um "crente", é improvável que quando o presente fosse usado, estivesse no nível aspectual. O presente era o tempo da escolha mais provável, pois os escritores do NT, em grande parte, viam fé contínua como condição necessária de salvação. Nessas linhas, parece importante que a promessa de salvação fosse quase sempre dada a ó mcraíW (cf. vários dos textos citados acima), quase nunca a ò irLoxeúoaç (fora Mc 16:16, Jo 7:39 e Hb 4:3 vêm o mais próximo [o tempo presente de ttloxcÚü) nunca ocorre em Hebreus]).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
622
verbais dependentes. Só para esclarecer, deve-se declarar novamente que o elemento verbal de qualquer particípio, seja adjetival ou verbal em ênfase, não está normalmente ausente (note as exceções parciais acima nas quais o aspecto é diminuído, embora a voz ainda retenha sua força). Porém, quando um particípio estiver classificado como verbal, simplesmente indicaremos que sua natureza verbal tem prioridade.
A. Particípios Verbais Dependentes Essa é maior das duas categorias e inclui as seguintes subcategorias: adverbial (ou circunstancial), circunstância atendente, discurso indireto, complementar, perifrástico e redundante.23 1.
Adverbial (ou Circunstancial) a.
Definição O particípio adverbial ou circunstancial é subordinado gramaticalmen te a seu verbo controlador (normalmente o verbo principal da oração). Como um simples advérbio, o particípio modifica o verbo, enquanto responde a pergunta, Quando? (temporal), Como? (modal, maneira), Por quê? (final, causai) etc.
b. Terminologia Muitos gramáticos preferem chamar este particípio de circunstancial. Mas tal título é muito vago.24 Chamá-lo de adverbial comunica mais claramente e se encaixa melhor na idéia geral: os particípios adverbiais, como os advérbios, são dependentes de um verbo. Tem sido sugerido que tal particípio "é simplesmente um adjetivo usado para modificar um verbo, e, conseqüentemente, pode ser tranqüilamente chamado de adverbial".25 Mas isso só é parcialmente verdade: O particípio é um adjetivo verbal e assim sua natureza adverbial vem tanto do lado verbal como também do adjetival.26
23 Falando de forma ampla, naturalmente, todos os particípios dependentes (verbal) são adverbiais. 24 Nenhuma das descrições da nossa gramática é suficiente para definir esse uso do particípio. De fato, quase não lidamos mais com os particípios primitivos no português que se transformaram em nosso gerúndio (N. Trad.). 25 Dana-Mantey, 226. 26 Naturalmente há desvantagens em chamar esse particípio de adverbial. Se por outro lado, é bastante amplo. (Diferente do advérbio, o particípio adverbial não pode modificar um adjetivo ou outro advérbio). Por outro lado, é estreito demais (Vários outros particípios [tais como circunstância atendente, discurso indireto, redundante] também são dependentes do verbo e podem, de certa forma, ser chamados de adverbiais).
Particípios: verbais (temporal) c.
623
Amplificação e Chave para Identificação Primeiro, como dissemos antes, o contexto tem papel principal para determinar a força do particípio grego. "Esse é especialmente o caso com o particípio adverbial". As variedades de uso adverbial vêm, não das alterações na função essencial do particípio, mas das variações na relação de seu substantivo com o verbo principal e o contexto".27 Segundo, como o sujeito do particípio é normalmente o sujeito de um verbo finito, o particípio normalmente estará no caso nominativo (qua se 70% das vezes).28 Terceiro, há freqüentemente uma correspondência de tradução forte entre o particípio primitivo no português e o grego (da mesma forma com o infinitivo). Quanto a isso, o particípio não é tão difícil de ser dominado. Quarto, relacionado a isso, o particípio português mudou desde sua original. Particípios gregos seguem padrões cuidadosamente definidos no geral (v.g., ordem das palavras, tempo do particípio, tempo do verbo principal), nos permitindo limitar nossas escolhas em determinado texto mais do que poderíamos se dependêssemos somente do português. E por isso que o estudante é encorajado a traduzir a força do particípio mais do que usando uma simples terminação gerúndia (-ndo) ou particípia (-ado, -ido) do português.
d. Nuanças Específicas do Particípio Adverbial A maioria dos particípios adverbiais pertence a uma das oito categorias: temporal, maneira, modal, causai, condicional, concessiva, final e consecutiva. 1) Temporal a) Definição Em relação a seu verbo controlador, o particípio temporal res ponde a pergunta, Quando? Três tipos de tempo estão em vista: antecedente, simultâneo e subseqüente. O particípio antecedente seria traduzido por depois de fazer, depois que ele fez etc. O particí pio simultâneo normalmente por enquanto. E o particípio subse qüente por antes de fazer etc.29 Esse uso é comum.
27 Dana-Mantey, 226. 28 De acordo com o acCordance (com alguns ajustes feitos por alguns erros de classificação) existem 6.674 particípios no NT. Destes, há 4.621 no nominativo (69%), 957 no acusativo (14%), 743 no genitivo (11%), 353 no dativo (5%) e 1 no vocativo. 29 Na realidade, quase todos os particípios subseqüentes se encaixam em outras categorias, especialmente final e consecutivo. Por conseguinte, antes de não é uma tradução normalmente viável.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
624 b) Chave para Identificação
Como dissemos, o particípio temporal responde a pergunta, Quando? Também, se um particípio adverbial particular precisar ser classificado como temporal, isso será o elemento primário que o autor desejou enfatizar, (porque quase todos os particípios, se jam adverbiais ou não, são temporais, em pelo menos um senti do secundário).30 Portanto, uma vez que você identificar a força temporal do parti cípio, você deverá avançar e perguntar se outro valor semântico mais específico é pretendido. (Embora o particípio temporal seja comumente encontrado, os estudantes tendem a apelar a essa categoria com mais freqüência) Você deveria sondar o uso do particípio com perguntas como: "O autor só está descrevendo quando isso aconteceu ou está também indicando por que ou como aconteceu?" Por exemplo, Ef 1:19-20 fala do poder da ressurreição em relação à santificação dos crentes: xò ímeppáA.A.ov péyeOoç tfjç ôuuápewç aúrob eLç T]|j.&ç xouç inaxeúovtaç tcaxà xqu è^épyei.au loü Kpáxouç xíjç ler/úoç aòxoí), (20) x\v èuipyqaeu Iv xw Xpixm â êyeípaç avxov étc ueicptôv ("E qual a suprema grandeza do seu
poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu Ele em Cristo, quando ele ressusci tou/por ressuscitá-lo dentre os mortos"). Um particípio tempo ral focalizaria o tempo quando Deus exerceu este poder (na res surreição). um particípio modal, em como Deus exerceu este poder. Ambos são verdadeiros e o particípio traz as duas noções. O assunto em jogo é: Qual está sendo enfatizado? c) Amplificação 1] Particípio Aoristo O particípio aoristo normalmente, ainda que nem sempre, é anterior ao tempo da ação do verbo principal. Mas quando o particípio aoristo estiver relacionado a um verbo principal aoristo, o particípio será freqüentemente contemporâneo (ou simultâneo) à ação do verbo principal.
30 Mesmo se um particípio for classificado como temporal, não significará necessariamente que essa seja sua única força. Com freqüência uma noção secundária está presente, tal como modal ou causa. Assim, Hb 1:3, por exemplo, provavelmente teríamos: "quando fez a purificação pelo pecado, sentou à direita da majestade nas alturas" (KccOapiopòv xwn àgaptuân xoir|oá|ievoç êicáGiaçv èv ôeijiâ xíjç peyaA.waúnr|ç èv éij(T)Àolç), embora uoir|oápevoç seja tanto temporal quanto causai. Sentar à direita de Deus significa que a obra estava encerrada, e isso não ocorreria até que a purificação do pecado estivesse completa.
Particípios: verbais (temporal)
625
Isso pode ser visto no uso freqüente do particípio redundan te na fórmula KTTOKpiBeiç eÍTTfu ("respondendo, disse"). A resposta não ocorre antes do dizer - é a fala.31 Vemos isso também nas epístolas. Em Ef 1:8-9, lemos êuepíoaeuaeu [iqu xápiu] elç íjpâç . . . yvcopLoaç riplu ("Ele derramou [sua graça] sobre nós . . . desvendando-nos"). Seria difícil ver a ação de Deus fazer-nos a graça dele conhecida (nesse caso, eficaz) diferente da ação simultânea com a sua graça generosa sobre nós.32 O NT está cheio de textos teologicamente significantes relaci onados ao particípio temporal. Só em Ef 1, note o seguinte: Ef 1:4-5 (rçeÀÓçaTO. . . TTpoopíaaç [são eleitos. . . predestinados simultaneamente ou seqüencial ?]); 1:13-14 (áKoúoauteç . . . nLnzcúoavzcç (a<^payíoQr\z(r [o Espírito Santo sela os crentes após crerem no evangelho ou quando eles creram ?]);33 1:19-20 (embora, discutido antes em outro contexto, a questão aqui seria se o poder de Deus foi demonstrado depois que ele res suscitou Cristo dos mortos ou quando ele o ressuscitou [èvTpyriaev. . . èyeípaç]). Com um verbo principal no presente, o particípio aoristo nor malmente é antecedente.34 2] Particípio Presente O particípio presente normalmente é simultâneo ao tempo da ação do verbo principal, especialmente quando estiver relaci onado a um tempo presente do verbo principal (freqüentemente, de fato, segue um imperativo presente como um particípio modal). Mas esse particípio pode ser anterior ao tempo do verbo principal, especialmente se for articular (e assim adjetival; cf. Mc 6:14; Ef 2:13). Também, o particípio 31 Cf., e.g., Mt 13:37; 26:23; Mc 11:14; Lc 5:22; 7:22; 13:2; 19:40. 32 Poucos MSS, de fato, têm o infinitivo yvupíoou em lugar de yvcopíoaç (conforme F G 1913). 33 Embora seja certamente possível traduzir esse último texto como "depois de ouvir . . . depois de crer fostes selados", tanto a possibilidade gramatical de simultaneidade quanto o contexto geral levam-me a crer que o particípio aoristo é simultâneo aqui. Contextualmente, o louvor triplo à Divindade está no primeiro dos dois exemplos devido à ação anterior de Deus (eleição, redenção). Para ser consistente, seria esse o caminho para o terceiro suporte (pelo menos, selado não seguiria crer). Em adição, no contexto seguinte (2:1-10), a esse tema da graça salvífica de Deus é dada maior articulação. A metáfora da morte nessa passagem à medida que o estado do qual o eleito foi libertado não dá nenhuma garantia que a conversão precede regeneração. 34 Uma exceção freqüente a isso é quando o verbo controlador está no presente histórico e o particípio aoristo é redundante. Cf. Mc 3:33; 5:7; 8:29; 9:5, 19; 10:24; 11:22, 33; 15:2; Lc 13:8; 17:37; Jo 21:19.
626
Sintaxe Exegética do Novo Testamento presente ocasionalmente é subseqüente em certo sentido ao tem po do verbo principal. Isso acontece quando o particípio tiver valor télico (propósito) ou consecutivo ao mesmo (cf. Ef 2:14). Mas como Robertson apontou: "Não é estritamente verdade que aqui o particípio presente signifique tempo futuro ou subseqüente. E somente que o propósito coincide com o ver bo".35 3] Particípio Futuro O particípio futuro sempre é subseqüente à ação do verbo prin cipal (cf. Mt 27:49; At 8:27). 4] Particípio Perfeito O particípio perfeito quase sempre é antecedente com referên cia ao verbo principal. Quando for contemporâneo, isso se deverá a um uso intensivo do perfeito ou a uma força presen te do perfeito em sua nuança léxica.36 O seguinte quadro nota os tempos verbais usados normalmente com as várias relações, especialmente como esses se relacionam a outros usos adverbiais do particípio. ANTECED EN TE (perfeito, aoristo)
( V
CONTEMPORÂNEO SUBSEQÜENTE (presente, às vezes aor.) (futuro, às vezes presente)
causa condição concessão
(resultado
m e io ^ X maneira J
/
V
propósito")
Q u adro 82 O s T em pos dos P articíp ios A d v erb iais
d) Ilustrações M t4:2
VT|Oieúoaç. . . üoiepov 'cncívaatv depois de jeju a r... teve fome
Mc 2:14
napáycau eíôev Aeulv xòv xoô 'A lfa io u enquanto ia passando, viu Levi, o filho de Alfeu
Mc 9:15
rnxç ó oyj.oc íôóuteç aúiòu èçc0ap.(3f|9r|aav quando toda a multidão o viu, ficou maravilhada
35 Robertson, Grammar, 1115. 36 Para uma discussão consistente, veja a introdução a esse capítulo e a do tempo perfeito.
Particípios: verbais (maneira) Ef 1:15-16
(koúaaç r f j v kcc0 ’ úpccç it Í g t i u . . . (16) ou mxúoiiai cuxapiaTcâu Depois de ouvir da vossa fé .. . (16) não cesso de dar graças
Fp 1:3-4
eú/apiaicô. . . (4) t-pu ôér|aiu Troioúpeuoç Eu sou grato . . . (4) quando oro
Ap 19:20
íwvxeç l()lfQr\aav oi ôúo elç xx\v Aipi/riu toO irvpòç os dois foram lançados no lago de fogo enquanto [ainda] vivos
627
Cf. também Mc 1:19; 3:31; 5:22, 33; Lc 8:8; 10:33; 11:33; Jo 4:47; 9:1; At 1:4; 7:45; 8:40; 11:26; 14:18; Rm 5:10; 1 Co 11:4; 2 Cor 10:1; Ef 4:8; Hb 1:3; 11:23; Ap 1:12.
2) Maneira [por + particípio de emoção ou atitudej a) Definição O particípio indica a maneira pela qual a ação do verbo finito é realizada. b Chave para Identificação Primeiro, há muita confusão entre este particípio e o modal. A razão é que ambos respondem a pergunta: Como? Porém, além dessa pergunta inicial, há normalmente pouca semelhança. O par ticípio de maneira é relativamente raro comparado com o modal.37 Segundo, de forma prática, o particípio de maneira refere-se à emoção (ou, às vezes, à atitude).38 Este acompanha o verbo princi pal. Nesse sentido, dar um toque à história. Poderia ser chama do de particípio de estilo adequadamente. Isso contrasta com o particípio modal, que define a ação do verbo principal. A pergunta-chave a ser feita é: Este particípio explica ou define a ação do verbo principal (modal) ou meramente acrescenta um toque ex tra à ação do verbo principal (maneira)?
37 Muitas gramáticas e comentários fazem pouca distinção entre estes dois ou definem "maneira" de forma que é muito mais perto de nossa definição de modal (Cf., e.g., Burton, Moods and Tenses, 172: "O particípio expressando maneira ou modo freqüentemente denota a mesma ação do verbo principal, descrevendo-o a partir de um ponto de vista diferente"). No entanto, há geralmente diferenças semânticas claras. O que está em jogo é a grande parte da questão da terminologia, não uma questão do substantivo. Quando comentaristas falam do "particípio modal" (um termo que se encaixa tanto meio [o nosso modal aqui] quanto maneira), é melhor considerar muitas identificações como particípios de meios. 38 A atitude, porém, pode ser expressa por um particípio de meio - se for uma característica essencial ou definida do verbo principal.
628
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c) Ilustrações
Mt 19:22
áiTf|À9eu À.t)iToúpevoç
saiu triste Note que o particípio responde a questão: "Como?", mas não define o modo da saída. Se fôssemos perguntar: "Como ele se foi"? Triste seria particípio de maneira, enquanto andando seria modal. Lc 8:47
tpépouoa fjÀQeu ela veio tremendo
At 2:13
gtepot òè ôiaxAeuáCouteç iXcyov mas outros escarnecendo diziam
At 5:41
ètTopeúovTO x«Lpoyxeç
seguiram seu caminho regozijando-se Esse particípio nos dá um gostinho da narrativa. Um vê que adiciona brilho, é um comentário embelezador". Essa é a função do particípio de maneira. Cf. também Lc 2:48; 7:38; Jo 20:11; Fp 3:18. 3) Modal
[p o r m e io ã e]
a) Definição Esse particípio indica o meio pelo qual a ação de um verbo finito é realizada. Esse meio pode ser físico ou mental. Esse uso é co mum. b) Chave para Identificação Primeiro, como apontamos acima, tanto o particípio de maneira quanto o modal respondem a pergunta: Como? Assim, há uma certa confusão entre os dois. Segundo, deve-se substituir por ou por meio de antes do particí pio na tradução. Se isso não se ajustar, não será particípio modal. • O particípio modal responde a questão: "Como?", mas aqui (diferente do particípio de maneira) parece uma questão mais necessária e implícita.39
39 O particípio de meio dá uma resposta antecipada à questão Como?, enquanto maneira, normalmente não. Desse modo, à questão: "Como ele foi para o jogo?", alguém responderia: "Dirigindo seu carro" (meio/modal) ou "confiante na vitória" (maneira).
Particípios: verbais (maneira)
629
• Se o particípio modal estiver ausente (ou distante), o ponto do verbo principal também é afastado (isso não acontece nor malmente com o particípio de maneira). • Em certo sentido, o particípio modal quase sempre define a ação do verbo principal; i.e. , torna mais explícito o que o autor pretendeu transmitir com o verbo principal. Quarto, o particípio modal seria chamado de particípio epexegético, pois define ou explica a ação do verbo controlador. c) Amplificação e Significância Esse particípio é freqüentemente usado com verbos finitos va gos, gerais, abstratos ou metafóricos. Além disso, normalmente segue seu verbo.40 A razão para estas duas características (lexical e estrutural) é que o particípio explica o verbo. Se o verbo preci sar ser explicado, então o termo será mais vago. Em Mt 27:4,e.g., Judas diz: "Eu pequei (qpapTOv) traindo (mpaôoíiç) sangue inocen te". O verbo vem primeiro e é geral em seu alcance léxico. Isso é seguido pelo particípio modal, que define com mais exatidão qual a ação verbal. Deve-se notar também que o particípio modal quase sempre é simultâneo ao tempo do verbo principal. (E óbvio, pois se o par ticípio modal define como a ação do verbo principal é realizada, então ele o acompanhará no tempo.41) d) Ilustrações Mt 27:4
rpapxov irapaõoix; capa à0tõov pequei traindo sangue inocente
At 9:22
SauÀoç . . . ow éyiivvfv xoòç louôaíouç . . . aupPipá(tóv óxi ouxóç êaxiv ó xptoxóç. Saulo... confundia os judeus... provando que [Jesus] era o Cristo.
1 Co 4:12
KO TTiw pev èpyaÇó|i€Voi xaiç Lôíau; xcpoív nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos
40 Mas cf. Mt 6:27; 2 Pd 3:6. 41 Às vezes, meio combina imperceptivelmente com causa, especialmente com os particípios aoristos. Em exemplos assim, o particípio pode ser usado com ação que é tanto antecedente e simultâneo ao verbo controlador. Cf., e.g., Ef 6:14: "estai, tendo cingido vossos lombos com a verdade" (oxfjte TTÊpiCwoápevoL rr)v òofyvv vpõv kv áA.r)0eíoí).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
630 Ef 1:20
r\v èyipYTiaei' . . . èyeípaç amou éic veKpwv que exerceu . . . ressuscitando-o dentre os mortos
Ef 2:14-15
ó ttoit|0(xç m àptjjóiepa 'év . . . (15) tòv vóp.ov. . . KaTapyqoaç a que fez ambos [os grupos] um . . . (15) abolindo . . . a lei
Tt 1:11
ôiõáoKOUxeç a qf| ò c l ensinando o q u e n ã o d e v e m .
o iT iv eç òÂouç OLKOijç àvaípcTTO im v os q u ais p e rv e r te m c a sa s in te ira s
1 Pd 5:6-7
taTTeivtóOqxe ímò xpu Kparaiàv /elpa toü 0eot) . . . (7) irâaav iqu pépupvav òpcôv êtripítlxavieç èir’ omóv, oti omcâ péÀei uepi íiptov.42 Humilhai-vos43 sob a poderosa mão de Deus . . . (7) lançando sobre ele a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Embora seja tratado como uma ordem independente em várias tradu ções modernas (v.g., NVI, NIV,RSV, NRSV) o particípio pode ser conectado com o verbo do v 6, Taireivú9r|Te. Como tal, não está ofere cendo uma nova ordem, mas está definindo como os crentes devem se humilhar. Tratar o particípio como modal, enriqueceria nossa compre ensão de ambos os verbos: Humilhar-se não é um ato negativo de abne gação em si, mas positivo e de ativa dependência à ajuda de Deus.44
Fp 2:7
èairuòv eKévtoaev pop^Rf ôoúAxm AtxPoáv a si mesmo se esvaziou tomando forma de um servo Esse texto satisfaz os critérios regulares para um particípio modal: (1) O particípio segue o verbo; e (2) o verbo é vago, quase implorando para ser definido. Tomar esse particípio como final, é problemático, visto que é aoristo; deixando-o como temporal torna o significado de (-k( vaiou» inexplicável (e tal ação não é explicada nos versos seguintes). A dificul dade maior de ver como modal é que esvaziar normalmente é um ato de subtração, não de adição. Mas a imagem não pode caminhar para todos os grupos. Como um hino primitivo, se espera certa licença poética. Além disso, Paulo parece ter indicado esse significado nas suas instruções aos santos no v 3: nada [façais] por vangloria ou vaidade (kcvoôoÇÍccv). "Aos filipenses foi dito para não se vangloriarem "esvazíar-se da vangloria" (KevoõoÇíav), porque Cristo foi exemplo, esvaziouse da sua glória. Se essa conexão for intencional, então o Carmen Cristi tem a força seguinte: Não vos exaltei em glória vazia, mas siga o exemplo de Cristo que, embora já exaltado (no nível de Deus), esvaziou-se de sua glória velando-a na humanidade.
Cf. tambémMt 6:27; 28:19-20; At 9:8; 16:16; 27:38; Rm 12:20; Ef 4:28; Fp 1:30; 2:2-4; 1 Tm 1:6; 4:16; 2 Pd 2:15 (talvez causai); 3:6 42 Alguns MSS, porém, têm imperativo èTupti];aTe pelo particípio (conforme íp23 0206vld 917 1874). 43 De forma mais acurada: "Permita a vós mesmos serem humilhados (como passivo permissivo). Veja capítulo sobre "Modos: Voz Passiva" para discussão. 44 Michaels, 1 Peter (WBC) 296.
Particípios: verbais (causai) 4) Causai
631
[p o rq u e , p o r c a u s a d e ]
a) Definição O particípio causai indica a causa, razão ou fundamento da ação do verbo finito. Esse é um uso comum. b) Chave para Identificação Esse particípio responde a pergunta: Por quê? O pensamento desse particípio pode ser traduzido por visto que ou porque. (Porque nor malmente é preferível, porém, pois visto que é freqüentemente usado como temporal em lugar de uma nuança causai.) Duas pistas adicionais deveriam ser notadas (uma nos tempos usa dos, a outra na ordem das palavras). (1) Particípios aoristos e per feitos são amplamente representados, mas o particípio presente também é encontrado com freqüência aqui.45 (2) O particípio causai regularmente precede o verbo que o modifica. Assim, a for ma segue a função (i.e., a causa de uma ação precede a ação).46 c) Ilustrações Mt 1:19
'Icoopcj) . . . õlkíuoç tov José . . . porque era um homem justo
Jo 4:6
ô Iqaoüç KeKOiuaKcòç . . . êKa0é(exo porque Jesus estava cansado . . . ele se sentou O particípio perfeito adverbial quase sempre pertence a esta categoria 47
Jo 11:38
Tqaoüç ouv tráliv épPpi|i(ó|ieuoç . . . ep^exai elç xòpuripeiov48 então Jesus, visto que estava profundamente comovido . . . veio ao sepulcro.
45 O aoristo também se encaixa em várias outras categorias de uso, mas o particípio perfeito adverbial quase sempre encaixa-se aqui. O particípio presente causai pode ser concebido como amplamente simultâneo ao verbo principal, como o presente costumeiro é amplamente simultâneo à cronologia presente. O NT não reconhece nenhum particípio futuro causai. 46 Temos visto esse padrão de função em algum grau com o particípio de meio/modal. Isso é também verdade com os particípios consecutivos e finais: Esses seguem o verbo principal. 47 Isso é verdade até com os perfeitos que são usados como presente, tais como oiõa. Cf., e.g., Mt 12:25; 22:29; Mc 6:20; 12:24; Lc 8:53; 9:33; 11:17; Jo 4:45; 7:15; At 2:30; 16:34; Rm 5:3; 6:9; 13:11; 15:58; 2 Co 1:7; 2:3; 4:14; 5:6, 11; G1 2:16; Ef 3:17 (?); 6:8, 9; Fp 1:16, 25. Isso dá peso ao tomar o particípio perfeito irecjjcjxiaiiévoiiç em Ef 1:18 como causai: "visto que os olhos do vosso coração têm sido iluminados". Mas o particípio perfeito anarthro, muitas vezes, pertence à outra categoria (especialmente perifrástico ou adjetivo predicativo), embora pareça à primeira vista adverbial. 48 O particípio perfeito tem várias variantes competindo. Os principais dentre eles são è|iPpi.|ir|oá|ievoç em C* (K) X 892s 1241 1424 et pauci e êqPpi|ioó|ievoç em X A V 296 429 1525 1933.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
632 At 7:9
ol TTaTpiápxKt ÇT|A.(óaavTeç xòv Troará àneôovto fLç Aiyu-rrtov porque os patriarcas tinham ciúmes de José, venderam-no para o Egito
At 16:34
f)yalÀiáoa-uo ttccvolkçI ireTTLOTÇUKciç tcõ 06m se regozijou com toda a sua casa porque creram em Deus Embora não sejam freqüentes, os particípios podem seguir os verbos que os controlam, como é o caso aqui.
Fp 1:6
ireiToiGcíx; autò xoCto porque eu estou plenamente certo disso
Cf. também Lc 9:33; Jo 4:45; 12:6; 13:3; 18:10; At 2:30; Rm 6:6; Fp 1:25; 1 Ts 1:4; 2 Tm 3:14; Tt 3:11; 2 Pd 1:14 5)
Condicional
[s e ]
a) Definição Esse particípio implica uma condição na qual o cumprimento da idéia indicada pelo verbo principal depende. Sua força pode ser introduzida por se na tradução. Esse uso é muito comum.49 b) Amplificação Esse particípio quase sempre é equivalente à condicional de ter ceira classe (normalmente representando alguma idéia de incer teza) diferente da condicional de primeira classe.50 Também, esse uso envolve, às vezes, o particípio modal. c) Ilustrações 1] Ilustrações Claras Mt 21:22
rrávta oaa àv Kitriaqie êv trj iTpoaeuxfi niaTeúovxeç Àr|pi|;eo0f. o que quer que pedirdes em oração, se crerdes, recebereis.
Lc 9:25
tl
yàp (àcJc/.dTCU avBpunoç Kepôqoaç xòv KÓcspov oA.ov èauròv ôe
à t r o A i a a ç ;
51
o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder a si mes mo?
49 Agradeço a Chai Kim por seu trabalho no Seminário de Dallas, no Curso de Gramática Grega Avançada, verão de 1991, sobre particípio condicional. 50 Cf. Robertson, Grammar, 1129. Não somente pode ser estabelecido pelo sentido, mas também pelos paralelos sinópticos em certo grau. Note, e.g., kkv. . . Kepõqcn] em Mt 16:26 com Kepõqaocç em passagens paralelas (Lc 9:25). (O problema com tal ilustração é que alguém poderia também mostrar paralelos nos Evangelhos entre a condicional de primeira classe e a de terceira, como em Mt 5:46-Lc 6:32). 51 Em lugar dos particípios, D* 047 têm infinitivos complementares (Kepõfjoai, àTTOÀéoai).
Particípios: verbais (condição) G1 6:9
0epíao(iey pf] êKÀuópevoi ceifaremos se não desfalecermos
1 Tm 4:4
oúôèv àm$kr\zov pe-uà eú/aptaxíaç ÀapPavópevov nada há que rejeitar, se for recebido com ações de graças
633
Cf. também Lc 15:4 (cf. Mt 18:12); At 15:29 (ou modal); 18:21 (gen. absoluto); Rm 2:27; 7:3; 1 Co 6:1; 8:10; 11:29;52 Cl 2:20; 1 Tm 4:6 (ou modal); 6:8; Hb 2:3; 7:12; 10:26; 11:32; 1 Pd 3:6; 2 Pd 1:10 (ou modal). 2]
Textos Debatíveis
lT m 3:10
oüxoi ôè õoKi|iaÇéa0cjaav upárcov, eíia ôuxKoveÍTtoaau ávéYKÀTyuoi õvxeç. mas estes sejam testados primeiro, se forem irrepreensível, então, sirvam como diáconos. A tradução portuguesa soa como se pudessem ser selecionados os diá conos de um grupo de indivíduos qualificados. Essa leitura do texto pressupõe que õvreç é um particípio condicional e que ÕLaKOVeíttúoav, um imperativo permissivo. Porém, o particípio poderia ser substantivado e o imperativo é mais provável que seja uma ordem: "sejam testados primeiro, então aqueles que são irrepreensíveis devem se tomar diá conos". Se for assim, então todos os qualificados para se tornarem diá conos preencherão o ofício.
Hb 6:4-6
áôúuator' xoíjç atrai; cj)(0TLo9éuTaç . . . (6) K a l T r a p a T T e a ó v ta ç , irá/uv áuaKai.vlÇeit' g[ç pg-tármav é impossível renovar para o arrependimento aqueles que uma vez foram . . . (6) se caírem IlapaTTeaóvcfxç é interpretado freqüentemente como condicional (uma tradução encontrada na KJV e repetida na maioria das traduções mo dernas e por muitos comentaristas). Mas isso não está comprovado. A construção de vv. 4-6 aproxima-se da construção plural de Granville Sharp (a única diferença está no segundo particípio da construção, yfuaapévouç no v. 4, a conjunção te é usada em vez de Kaí: rouç (jxjTLoGéviaç Yeu0a|iévouç xe . . . Kal pgTOxouç ygvr|0gVTaç . . . Kal . . . Yeuaapévouç . . . Kal irapatTgoóvtaç).53 Se esse particípio fosse considerado adverbial, então não deveríamos pensar que os dois ou três particípios anteriores pertencem a mesma classe? A inconsistência tem base fraca. Em vez disso, napaTieoóvtaç deveria ser entendido como adjetival, fazendo assim uma qualificação adicional e essencial do gru po inteiro. Uma tradução melhor, seria: "é impossível restabelecer no vamente ao arrependimento esses que foram uma vez iluminados . . . e caíram".
52 É possível que seja o equivalente de uma condicional de primeira classe (conforme Robertson, Grammar, 1129). 53 Veja "O Artigo Parte II," para discussão da construção de Sharp. 54 Veja J. A. Sproule, "Ila p a T T g a ó v T a i; em Hebreus 6:6," GTJ 2 (1981) 327-32.
634
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 6) Concessivo a) Definição O particípio concessivo subentende que o estado ou ação do ver bo principal são verdades a despeito do estado ou ação do particí pio. Sua força normalmente é traduzida melhor por embora. Essa categoria é relativamente comum. b) Amplificação Primeiro, esse é semanticamente o oposto do particípio causai, mas estruturalmente idêntico (i.e., tipicamente precede o verbo e se encaixa nos contornos do particípio causai - i.e., o tempo antecedente e, desse modo, aoristo, perfeito ou, às vezes, presen te). Segundo, há, muitas vezes, partículas que ajudam a fazer a idéia concessiva mais óbvia (como KaítTep, K m ro iy e , kt A.). c) Ilustrações
Mc 8:18
ò(j)0a/.qouç e x o v x e ç oís p^énexe K a l m x a e x o vxe ç oúk aKoúexe;
Embora tendes olhos, não vedes? E embora tendes ouvidos, não ouvis? ibv 0eòu oò% cáç 0eòu lòóE,aaav embora conhecessem a Deus, não o glorificaram como Deus
Rm 1:21
y uóuxeç
Ef 2:1
òpctç
1 Pd 1:8
ou
Fp 2:6
óç
óuxaç vcK pobç embora estáveis mortos o ú k lõóvxeç àyanáxf55 embora não o vistes, o amais
kv
|iopcj)fj 0eoü Ú Trá p x w u
que, embora existisse na forma de Deus A tradução desde particípio como concessivo não é inteiramente claro em uma leitura causai do texto. As duas opções são causai ou concessivo. Há dois problemas de interpretação em F12:6-7 relevantes ao tratamen to deste particípio. Primeiro, naturalmente, é o problema grammatical, se este é concessivo ou causai. Segundo, é o problema léxico se ãptTaypóu em v 6 significa usurpar ou uma coisa a se apegar. O conteúdo gramatical e lexical se completam e não podem ser tratados separadamente. As sim, se únápxcau for causai, àpirayiióv significa usurpação ("o qual, por que subsistia em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus"); se fmápxuv for concessivo, então àpTTaypóv significa uma coisa a se apegar ("o qual, embora ele subsistisse em forma de Deus, não jul gou o ser igual a Deus como uma coisa a se apegar"). Por mais atraente
55 Em lugar de Lôóvxeç, «p72 K B C K L P 81 142 323 630 945 1241 1505 1739 2138 2464 Byz têm eLõóxeç.
Particípios: verbais (final)
635
que seja teologicamente a primeira alternativa, não é satisfatória. No final das contas, este verso não pode ser interpretado isolado, mas deve ser visto considerando a declaração positiva em v 7 - "a si mesmo se esvaziou" (o particípio ÚTtápxuv depende igualmente de èyfjoato e ÉKévuoev). Somente a idéia de concessivo para o particípio é uma coisa a se apegar como tradução para àpiraypóv ajusta-se bem a v 7.56 Cf. também Jo 10:33; At 5:7; 2 Co 11:23; Fp 3:4; Hb 5:8 7) Final (Télico) a) Definição O particípio final indica o propósito da ação do verbo finito. Dis tinto de outros particípios, faltará o simples sabor da terminação gerúndia "-ndo". Quase sempre isso pode (e normalmente deve ria) ser traduzido como infinitivo no português. Esse uso é bem comum. b) Chave para Identificação/Semântica Primeiro, para esclarecer que um particípio particular é télico (pro pósito), pode-se traduzi-lo como infinitivo ou simplesmente adi cionar a expressão com o propósito de antes do particípio traduzi do. Segundo, visto que propósito é cumprindo como resultado da ação verbal principal, os particípios perfeitos são excluídos dessa
56 Talvez a questão ampla deste texto seja o significado de ãpirayiióv. É algo a se agarrar ou algo a ser retido ? Se o primeiro, a idéia seria que embora Cristo existisse em forma de Deus não tentou se tornar igual a Deus. Se o último, o significado seria que embora Cristo existisse na forma de Deus, ele não sentiu compelido a permanecer em sua igualdade com Deus. Ambas as visões naturalmente se encaixam com um particípio concessivo, embora a relação de xò eivai íoa 0ec3 com popcj)r| 0eoü penda na balança. O apelo tem sido feito ao artigo com o infinitivo, como se fosse anafórico (conforme N. T. Wright, "àpT Taypóí; e o Significado de Filipenses 2:5-11", /TS, NS 37 [1986] 344). Se assim, então "Forma de Deus" significa a mesma coisa que "igualdade com Deus" e à p ir a y p ó v é algo a ser retido. Mas, como temos declarado em outro lugar (veja capítulo sobre o acusativo e o infinitivo), o artigo mais provavelmente é usado para indicar o objeto em uma construção objeto-complemento. A conexão com "forma de Deus" é assim deixada em aberto. A luz do uso predominante de a'rpagmo,n como algo a se apegar, estou inclinado a ver uma diferença entre pop(J)f| 0eoü e xò c um loa 0ecã. Isso não nega uma afirmação da deidade de Cristo nesse texto, só que tal noção se acha em xò eívoa íocc 06(â. pop4>fj 0 eo u p o p tjjq v ÕOÚA.OU a qual tem peso em si ( inter alia, há o argumento contextual: se for negado que Cristo era verdadeiramente Deus, deve-se também negar que ele era realmente servo [em |iopt[>r|v ôoóÁox v 7]). Qual, então, é o significado da locução infinitiva? (Parece sugerir hierarquia, não ontologia.)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
636
categoria (visto que são tipicamente antecedentes temporais). O particípio futuro adverbial sempre pertence a esse grupo.57 O particípio presente freqüentemente também. O particípio aoristo também tem um ou dois representantes, mas é incomum.58 Terceiro, muitos particípios presentes que se ajustaram a esse uso são lexicalmente influenciados. Verbos como procurar ((rixéw) ou significar (orpaívo), por exemplo, envolvem a idéia de propósito lexical. Quarto, o particípio télico quase sempre segue o verbo controlador.59 Assim, a ordem das palavras emula o que ele des creve. Alguns particípios, quando seguem seus verbos controladores, exigem ser tomados como télicos (e.g., neLpáítj) 60 c) Significância Esse particípio, como o particípio causai, responde a pergunta: Por quê? Mas o particípio final olha adiante, enquanto o particí pio causai olha para trás. Ainda, a diferença entre o particípio final e o infinitivo de propósito é que aquele enfatiza o autor enquanto este, a ação. d) Ilustrações Mt 27:49
et epxexai/HÀÍaç aaSacov odrcóv se Elias vem [com o propósito de] salvá-lo
57 Há somente doze particípios futuros no NT. Cinco são adverbiais, todos sendo finais em força. Cf. Mt 27:49; At 8:27; 22:5; 24:11, 17. Os outros sete são adverbiais cf. Lc 22:49; Jo 6:64; At 20:22; 1 Co 15:37; Hb 3:5; 13:17; 1 Pd 3:13). 58 O particípio aoristo pode, em raras ocasiões, ter força télica no grego helenístico, pois o particípio futuro nao era normalmente escolha viável no dialeto coloquial e vulgar (conforme A. T. Robertson, "The Aorist Participle for Purpose in the Koivrj." JTS 25 [1924] 286-89). Cf. At 25:13 (uma variante de leitura é um particípio futuro, como se esperaria). 59 1 Co 4:14 é uma exceção incomum. 60 Quase todos os exemplos de ircipáÇwv adverbial no presente no NT seguem o verbo controlador e sugerem propósito (cf. Mt 16:1; 19:3; 22:35; Mc 1:13; 8:11; 10:2; Lc 4:2; 11:16; Jo 6:6 [8:6, embora esse texto seja duvidoso]). Hb 11:17 é a única exceção (temporal). Tg 1:13 tem o particípio antes do verbo. Mc 1:13 e Lc 4:2 também seriam exceções (Ele esteve no "deserto por quarenta dias, sendo tentado pelo diabo"), mas a relação entre tentado no deserto com guiado pelo Espírito parece sugerir que esses, também, deveriam ser tomados como télicos. (Lc 4:1 faz sentido se considerado dessa maneira: "Ele foi guiado pelo Espírito (2) por quarenta dias com o propósito de ser tentando". Note também Mt 4:1, onde o simples infinitivo de ireLpáftoé usado para descrever a atividade do Espírito: ávríxGri eíç xqv ’épr|(iov òitò toC wcóp.axoç TTeLpaoGijvat ímò toC õiapóÀou).
Particípios: verbais (consecutivo)
637
Lc 10:25
uoptKÓç xiç àveoTT) èKireipáÇwv arruou Âévcou ôiõáoKaÂe, xí iToi,r|oaç Çooqu aícóuiou Klr|povo|j,TÍoa); certo intérprete da Lei, se levantou para o testar, dizendo: "Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?" 61
Lc 13:7
Lõou xpía exq átj)’ ou ep^opai (r|i<3v Kaptróy Eis que há três anos venho [com o propósito de]
Jo 12:33
xouxo õè fÀeyeu orpaíumu ttoÍco Gauáxq) qpeÀ/.eu (rrroGurioKeiu. Ora, disse isto para significar com que tipo de morte ele haveria de morrer
At 3:26
düTéaxeiA.ey aúxòu eüÀoyoüuxa úqâç o enviou, [com o propósito de] vos abençoar
Cf. também Mt 16:1; 19:3; 22:35; 27:55; Mc 1:13; 8:11; 10:2; Lc 2:45; 4:2; 10:25; 11:16; Jo 6:6, 24; 18:32; 21:19; At 8:27; 22:5; 24:11, 17; 25:13; Rm 15:25; 1 Co 4:14; 16:2.
8) Consecutivo a) Definição O particípio consecutivo é usado para indicar o resultado real da ação do verbo principal.62 E semelhante ao particípio final, pois vê o fim da ação do verbo principal, mas é distinto daquele pois o particípio final também indica ou enfatiza intenção ou motivo, enquanto o consecutivo enfatiza o que a ação do verbo principal realmente cumpre. Esse uso é um tanto comum.63 b) Amplificação e Semântica Primeiro, o particípio consecutivo necessariamente não é o oposto do particípio final. De fato, muitos particípios de resultado des crevem uma ação que também foi pretendida. Portanto, a diferença entre os dois é principalmente na ênfase. A relação entre propó sito e resultado poderia ser representada visualmente assim.
61 O particípio ironíoaç é condicional ("eu herdarei a vida eterna se eu fizer o quê?"), mas temos traduzido como subjuntivo exortativo/deliberativo para suavizar. 62 Agradeço a Brian Ortner o seu trabalho em Gramática de Grego Avançada (Seminário de Dallas, primavera de 1994) sobre esse tópico. 63 Embora muitas gramáticas não incluam isso como categoria separada (contra Young, Intermediate Greek, que o chama "raro" e "categoria debatível" [157]), não é devido ao princípio lingüístico. O particípio consecutivo geralmente mistura-se com a circunstância atendente, seguindo a direção de Burton (Moods and Tenses, 173-74 [§449-51]). Mas isso é olhar a questão puramente de uma perspectiva da nossa língua. Os dois deveriam ser distintos por causa das diferenças estrutural e semântica. Veja discussão em "Circunstância Atendente".
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
638
RESULTADO
PROPÓSITO intenção sem cumprimento
/ /
intenção com cumprimento (intenção
cumprimento que foi \ intencionado \
cumprimento sem intenção
(cum prim ento enfatizado)
Àrea de Ambigüidade
Quadro 83 A Justaposição Semântica dos Particípios Final e Consecutivo
Segundo, há dois tipos de particípios finais: • Resultado Interno ou Lógico: Isso indica uma implicação da ação do verbo controlador. E, desse modo, realmente simultâ neo, dando o resultado lógico do verbo. Assim, Jo 5:18 "Ele chamou Deus seu próprio Pai, [com o resultado de] fazendose (TTOLcâu) a si mesmo igual a Deus". • Resultado Externo ou Temporal: Isso indica o verdadeiro re sultado da ação do verbo controlador. Ele é subseqüente, de clarando o resultado cronológico do verbo. Assim, Mc 9:7: "veio uma nuvem [com o resultado de] os envolveu (è tT ia K iá C o u o a )" .
c) Chave para Identificação O particípio final será um particípio de tempo presente e seguirá (na ordem das palavras) o verbo principal. O estudante deve in serir a frase com o resultado de antes do particípio na tradução para ver se o particípio examinado realmente é consecutivo. d) Ilustrações Mc 9:7
êyéueTO vc§é'kr\ êiuaiaáÇouaa
oujtoI ç
uma nuvem veio [com o resultado que] o cobrindo Lc 4:15
ccuiòt; éÔLÔctaKev èv mlç, ouyaYWYaiç aiíiúw ôoi;aÇó(J.evoç uttò -núwziúv. Ele ensinava em suas sinagogas, [com o resultado que ele estava] sen do glorificado por todos.
Jo 5:18
TTatépa íôtov eXcycv xòv 0eòu íaou èauTÒu •trotab' tcô 9etó. Ele estava chamando Deus seu próprio Pai, [conseqüentemente] fa zendo-se igual a Deus.
Particípios: verbais (consecutivo) Ef 2:15
639
Iva touç òúo Kiíofl ív aíraâ elç em Kaivov avGpaTrov itouúv úpr\vr\v
a fim de que criasse em si os dois em um novo homem, [conseqüente mente] fazendo paz Ef 5:19-21
TTÂipoúaGe kv TTVçúpaxi . . . (19) Axxlowteç . . . çcôovreç Kal i(íáAAovaeç . . . (20) eòxapiOTOwreç . . . (21) ÚTTOTaooóqevoL Sede cheios com o Espírito ... (19) [como resultado] falando . .. cantan do e entoando . . . (20) agradecendo . . . (21) submetendo. Nesse texto, os cinco particípios são debatíveis. Alguns sugerem modal, maneira, circunstância atendente e imperatival! Como já vimos, manei ra não é muito provável se seguirmos o axioma que a idéia do verbo principal (nesse caso, iúr|poüo9c em 5:18) não será removido se tais par ticípios estivessem ausentes. Como veremos adiante, circunstância atendente e imperatival são raros, se é que são encontrados, em cons truções como esta neste texto. Modal se encaixa bem com a gramática da passagem (ou seja, O particípio modal é freqüentemente usado no presente depois de um imperativo presente). Mas isso pode não se ajus tar com a teologia das cartas paulinas64 - i.e., seria quase inconcebível ver esse texto sugerindo um meio pelo qual pode ser cheio com o Espí rito, por meio de cinco passos, a fórmula parcialmente mecânica!65 Re sultado/Consecutivo se encaixa tanto, sintática quanto exegeticamente: os particípios consecutivos são invariavelmente parti cípios presentes que seguem o verbo principal; também, a idéia de re sultado, aqui sugeriria que o modo pelo qual se mede o sucesso de al guém e o cumprimento da ordem de 5:18 é pelos particípios que se guem (note a dificuldade progressiva: a palavra de Deus nos diz para sermos gratos em tudo, para sermos submissos uns aos outros; tal pro gressão, claro que, imediatamente, sugere que não é instantâneo e ab soluto mas progressivo e relativo). Há outros argumentos para a idéia consecutiva nesses particípios que teremos que regredir. Basta dizer aqui que o assunto é importante levando em conta a popularidade e abuso da ordem em Ef 5:18 (especialmente em círculos evangélicos).
Cf. também Mc 7:13; Hb 12:3; Tg 1:4 (possível); 2:9; 1 Pd 3:5 (talvez modal); 2 Pd 2:1, 6. e.
Sumário do Particípio Adverbial Como vimos, há oito tipos de particípios adverbiais: temporal, maneira, modal, causai, condicional, concessivo, final e consecutivo. Ainda deve ser enfatizado que o particípio em si mesmo não significa nenhuma dessas idéias. O particípio em grego segue certos contornos. Observando
64 Sem considerar o que alguém pensa sobre a autoria de Ef, quer seja Paulo ou um discípulo dele - sua teologia pode justificadamente ser classificada como "paulina". 65 Uma das correntes remarcáveis da teologia do NT é um reservado estudo sobre o método de santificação. Isto é, os autores bíblicos falam positivamente sobre o ministério do Espírito, mas tipicamente se omitem em dizer como esse ministério deve ser implementado na vida do crente. E provável que a teologia deles está enraizada em Jr 31:31,34 (ACF: farei uma aliança nova. . . . E não ensinará mais cada um a seu próximo, em cada um a seu irmão, dizendo: 'Conhecei ao SENHOR;' porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR;" esta mentalidade da nova aliança que poderia ser classificada de "misticismo ameno" é prevalecente no NT.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
640
o tempo, ordem das palavras, contexto e lexemas do verbo e do particípio, você pode estreitar normalmente suas possibilidades. Atentar cuidadosamente para a situação semântica de cada particípio adverbial é vital para exegese. 2.
Circunstância Atendente a.
Definição O particípio de circunstância atendente é usado para comunicar uma ação que, em certo sentido é coordenada com o verbo finito. Com respeito a isso não é dependente, por isso é traduzido como verbo. Todavia é semanticamente dependente, porque não pode existir sem o verbo principal. É traduzido como verbo finito conectado ao verbo principal por e. O particípio, de fato, "pega carona" no modo do verbo principal. Esse uso é relativamente comum, mas extensamente mal entendido.66
b. Clarificação Primeiro, estamos tratando tal particípio como particípio verbal dependente porque nunca fica só. Quer dizer, uma circunstância atendente sempre estará relacionada a um verbo finito. Embora seja traduzido como verbo finito deriva seu "modo" (semântica, não sintaticamente) do verbo principal. Segundo, é importante argumentar qual o sentido ao inverso da tradução. A fim de ver com mais clareza qual o sentido que um particípio terá, precisamos aplicar o seguinte critério: Se um particípio fizer sentido quando tratado como um particípio adverbial, não deveremos tratá-lo como circunstância atendente. Isso reduzirá os exemplos aos que são indisputáveis. A partir disso, podemos extrapolar o "perfil" de como este particípio deveria ser. Terceiro, a confusão surgiu sobre dois fatos: a tradução livre67 e a mistura do particípio de resultado com o particípio de circunstância atendente (veja discussão anterior). c.
Validação O particípio de circunstância atendente é válido? Alguns gramáticos negam sua validade. Outros o vêem com demasiada freqüência. Em nossa visão, ele é tanto claramente válido quanto relativamente freqüente.
66 Agradeço a Clay Porr e Jeff Baldwin por seus trabalhos em Gramática Grega Avançada no Seminário de Dallas (primavera de 1990 e primavera de 1991, respectivamente) sobre o tópico do particípio de circunstância atendente. 67 A NIV é notória por traduzir muitos particípios como se fosse de circunstância atendente. Isso se deve mais ao inglês conversacional (o nível da NIV) que ao entendimento dos tradutores do texto grego.
Particípios: circunstância atendente
641
Deve-se notar que, o que está em jogo é a interpretação de certo número de passagens. Conseqüentemente, a discussão nessa seção será extraordinariamente longa. Considere, e.g., Mt 2:13.0 anjo falou com José e disse: èyepOelç TrapCíÂaPe xò muõíov Kal rqu ppiepa auioú Kal (Jeír/c- ("Levanta, toma o menino e sua mãe, e foge"!). Há realmente só uma boa possibilidade para eyepOeíç ser um particípio adverbial-temporal. (Os outros, como você pôde ver, fazem pouco sentido). Se temporal, então é mais que provável que seja antecedente à ação dos verbos principais (embora em proximidade íntima). Mas uma idéia assim não captaria a urgência da ordem ("depois que te levantares, toma . . . e vai . . ."). Uma tradução assim sugere que o tempo quando José para se levantar seria uma opção. Somente, quando ele se levantasse, estaria obedecendo a ordem angelical. O particípio de circunstância atendente ajusta-se melhor - o modo dos dois verbos principais é usado pelo particípio ("Levanta-te e toma.. .e vai..."). Aparentemente a José não só foi ordenado tomar a sua família e fugir, mas também se levantar imediatamente. Mateus 2:13 ilustra vários critérios importantes para classificar um particípio como de circunstância atendente: (1) O contexto deixa claro que nenhuma categoria participial adverbial faria justiça ao uso desse particípio; (2) o contexto deixa claro, igualmente, que a verdadeira força desse particípio (semanticamente) era a de um imperativo - era parte da ordem; e (3) o particípio estava relacionado a um imperativo. Finalmente, poderíamos notar que em Mt 2:14, vemos a resposta de José: èyepOelç uapélaPeu... vuktoç (Levantando-se e tomou... durante a noite"). O evangelista usa vuktoç para enfatizar obediência imediata à visão angelical. Em outras palavras, o particípio em vv. 13, 14 é de circunstância atendente. A diferença entre os versos é que o modo do verbo principal muda e, então, o "modo" do particípio muda, também. Concluindo, podemos dizer que Mt 2:13-14 é uma passagem clara em que o particípio de circunstância atendente é válido tanto com imperativos quanto com indicativos como verbos principais.68 d. Estrutura e Semântica 1) Estrutura No NT (como também em outras literaturas gregas antigas) certos padrões estruturais emergem considerando o particípio de circunstância atendente. Esses não são absolutos. Poderíamos, porém, dizer que seguem uma "regra de 90%". Quer dizer, todos os cinco das características seguintes ocorrem em pelo menos 90% dos exemplos de circunstância atendente. A conclusão disso é que se estas cinco
68 Ocasionalmente uma partícula é usada para mostrar a urgência da construção inteira (como em Lc 17:7: eúOéwç irape/Utòv áváireoe ["Entra agora e senta (para comer)"]).
642
Sintaxe Exegética do Novo Testamento características não estiverem presentes (ou se uma ou duas delas não estiverem presentes), classificar um particípio como circunstância atendente requererá evidências corroborativas fortes. Não é impossível, naturalmente, mas deve-se confirmar as outras possibilidades antes de classificar o particípio. As cinco características são: • O tempo do particípio normalmente é aoristo. • O tempo do verbo principal normalmente é aoristo.69 • O modo do verbo principal normalmente é imperativo ou indicativo.70 • O particípio precederá o verbo principal - tanto na ordem das palavras quanto no tempo do evento (embora normalmente haja uma proximidade muito íntima). • Particípios de circunstância atendente, freqüentemente na literatura narrativa, não são freqüentes em outros lugares.71 Estes critérios podem ser ilustrados com nosso exemplo de Mt 2:13 14. No verso 13, temos um particípio aoristo (gyepBelç) seguido por um imperativo aoristo (irapalafte). O verso 14 tem um particípio aoristo (éyepüeíç) seguido por um indicativo aoristo (iTapéÀaPcu).71 2) Semântica Deve-se notar dois fatos sobre a semântica desse particípio. Primeiro, o particípio de circunstância atendente tem algo da força ingressiva. Quer dizer, ele introduz freqüentemente uma ação nova ou uma mudança na narrativa. Isso contrasta com os particípios adverbiais e se toma uma chave para identificar tal uso. Segundo, o relativo peso semântico em tais construções é que uma maior ênfase é colocada mais na ação do verbo principal que no particípio.
69 O presente histórico, porém, ocorre de vez em quando. Veja discussão e textos na nota sobre Mt 9:18 abaixo. 70 Embora o subjuntivo ocorra, às vezes, especialmente o subjuntivo exortativo (Veja discussão e exemplos em Hb 12:1). 71 Alguns dos aspectos são mais centrais que outros. Especificamente, (1) todos ou quase todos os particípios de circunstância atendente são aoristos; (2) quase todos os particípios de circunstância atendente vêm antes do verbo; (3) muitos particípios aoristo + construções do indicativo aoristo são adverbiais, embora muitos sejam de circunstância atendente; (4) na literatura narrativa, em quase todas, o particípio aoristo + construções do imperativo aoristo, o particípio é de circunstância atendente (mas veja Lc 22:32). Esses primeiros dois aspectos, naturalmente, não exigem um particípio de circunstância atendente. Mas o quarto aspecto declara isso. Pelo menos, visto que, de forma geral, todos os particípios aoristo + construções do imperativo aoristo envolvem particípios de circunstância atendente, isso lança as mais sérias dúvidas sobre a tradução de iropcuGéurcç em Mt 28:19 como "tendo ido", o pior, "enquanto estais indo".
Particípios: circunstância atendente
643
Quer dizer, o particípio é algum tipo de pré-requisito, antes da ação do verbo principal poder ocorrer. José teve que se levantar antes que pudesse levar Maria e Jesus para o Egito. Mas o "levantar-se" não era o evento principal - foi o deixar a vila que contou!72 e.
Ilustrações 1) Exemplos Claros
Mt 9:13
TTopeuGéuxeç õè paGéxe xí èoxiv. . . Ora ide e aprendei o que significa. ..
Mt 9:18a
lôou apxcov elç TrpoaeXGtòu npoaeKÚyei aòxcô Eis que um chefe veio e o adorou Esse é um exemplo de um particípio aoristo seguido de indicativo im perfeito e ocorre raramente. Muito mais comum é um presente histórico como verbo principal.73
Mt 9:18b
f) Guyáxrip pou apxi èxeÂeúir|oey àXXk èÀGcày éuíGeç iqv xelpá aou èu’ aúxrjv, Kal (qaexai. Minha filha acabou de morrer, mas vem e coloca tua mão sobre ela e ela viverá. Como esse quase sempre é caso, a idéia principal se acha no verbo principal ("põe [tua mão sobre ela]". No entanto, a vinda é um prérequisito.
Mt 28:7
xa^u TTOpeuGeXaai eíiraxe xoiç paGqxalç auioô oxi qyépGq áirò x«y yeKpcòv Rapidamente ide e dizei a seus discípulos que [Jesus] ressuscitou dos mortos.
Lc 5:11
d(|)éyxeç rauia f|KoA.oú6qaau aúxô eles deixaram tudo e o seguiram Se Lucas tivesse usado dois indicativos teria o mesmo peso para eles. Com o particípio de circunstância atendente, porém, o foco do texto não está sobre o que os discípulos deixaram (Isso era necessário para se seguir um pregador itinerante), mas sobre o fato de eles seguirem a Jesus.
Lc 5:14
àire/iGcòu õelçoy oeauxòy rcô lepel Ide e mostra-te ao sacerdote
Lc 16:6
KaGíoaç xayéwç ypáij/oy TTeyxf)Koyxa74 sente rapidamente e escreve cinqüenta
72 Se um autor desejasse fazer ambas as ordens verdadeiramente coordenadas, normalmente ligaria dois imperativos com K a í . Isso ocorre 179 vezes no NT 73 Cf., e.g., Mt 15:12; Mc 5:40; 8:1; 10:1; 14:67; Lc 11:26; 14:32. Esse fato tende a apoiar a visão que o aspecto desaparece no presente histórico. 74 Ka0íoaç taxéwç é omitido em D.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
644 Lc 17:19
àvaatàç tT o p e ú o u Levanta-te e vai Temos aqui uma estrutura não freqüente do particípio aoristo com o imperativo presente.
At 5:5
ckoúwv õè ó 'Avavíocç touç Xóyouç toutouç ireocàv’ mas ouvindo Ananias estas palavras, caiu e morreu O particípio anterior à oração é presente e temporal. O particípio aoristo seguinte é de circunstância atendente. Novamente, a semântica aqui segue os contornos normais desse uso do particípio: O ponto principal não é que Ananias caiu, mas que morreu.
At 10:13
àv aaráç, Ilétpe, Qvaov Kal (j)áye. Levanta-te, Pedro, e mata e come.
At 16:9
õiapàç elç MocKeõovíav Por|9r)aov rpiv Passa à Macedônia e nos ajuda
Hb 12:1
oyKou àiroBépeuoi v á v ~ a . . . ipé/copev Deixemos todo peso . . . e corramos Note que vemos duas das cinco diretrizes estruturais nesse texto (parti cípio aoristo precedendo o verbo principal). As três diferenças aqui são: (1) o tempo do verbo principal é presente, (2) o modo do verbo principal é subjuntivo;75 e (3) não há narrativa. Não obstante, o critério primário para determinar se um particípio particular é de circunstância atendente é percebido no sentido, não na estrutura. E o sentido se encaixa bem aqui: O particípio deriva seu "modo" do verbo principal (um subjuntivo exortativo. que não é semanticamente equivalente a um imperativo). Ne nhuma categoria do particípio adverbial faz jus a esse texto.76
Cf. também Mt 2:8, 20; 9:6; 11:4; 17:7, 27; 21:2; 22:13; 28:7; Lc 4:40; 7:22; 13:32; 14:10; 17:7, 14; 19:5; 30; 22:8; At 1:24; 2:23; 5:6; 9:11; 10:20; 11:7. 2) Exemplos Debatíveis Ef 5:19-21
TTÂipoúaOc év TTueúpati. . . (19) lalouuxeç. . . ãôouieç Kal i|;áÀ.A.0VTeç . . . (20) eiixapiOTOUUTCç. . . (21) ÚTrotaaoópeuoL sede cheios com o Espírito... (19) e falai... e cantai e entoai. . . (20) e agradecei. . . (21) e submetei Alguns exegetas classificam esses particípios como de circunstância atendente. Mas particípios de circunstância atendente são raros, se é que, são achados em uma construção como nesse texto (não só os parti cípios seguem o verbo, mas tanto verbo principal quanto os particípios estão no tempo presente). Uma distinção precisa ser feita entre resulta do e circunstância atendente. Não vendo distinção entre os dois, tería mos então particípios coordenados, enquanto tomando como resulta
75 Para outros exemplos de particípios de circunstância atendente ligados a subjuntivo, cf. Mt 2:8; 4:9; 13:28; 27:64; Mc 5:23; 6:37; 16:1; Lc 7:3. Meu colega, Elliot Greene, deve ser agradecido por esses exemplos. 7 Embora temporal faria justiça a isso ("depois de livrar de todo fardo... corramos"), visto que o particípio introduz uma nova ação no discurso, é melhor tomá-lo como circunstância atendente.
Particípios: verbal (discurso indireto)
645
dos, os considerariam mais como o transbordar de alguém que está cheio do Espírito (cf. G1 5:22-23 para uma idéia semelhante). Mt 28:19-20 TTOpeuGéuxeç ovu pa0r|xeúaaxe návTa m eBvr), PauxíCovieç auxouç elç tò õuopa xoü Traxpòç Kal toi) uloú Kal xoô áyíou 'tTveúpaxoç, (20) òiòáoKonieç Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (20) ensinando-os. . . Várias observações estão em ordem. Primeiro, note que o primeiro par ticípio, iropçuGévxeç, ajusta-se ao padrão estrutural para o particípio de circunstância atendente: particípio aoristo precedendo verbo principal aoristo (no caso, imperativo). Segundo, não existe base gramatical sustentável para dar ao particípio uma mera idéia temporal. Transformar iropeuQévxcç em particípio ad verbial é transformar a Grande Comissão em uma Grande Sugestão! Realmente todos os exemplos na literatura narrativa do particípio aoristo + imperativo aoristo envolvem particípio de circunstância atendente. Em Mt, particularmente, todos os outros exemplos do particípio aoristo de iropcúopai seguidos por um verbo principal aoristo (indicativo ou im perativo) é claramente de circunstância atendente.77 Terceiro, temos que ler essa comissão primeiramente em seu contexto histórico, não da perspectiva de um recente leitor do século XXI. Esses apóstolos que estavam para inaugurar a igreja e não saíram de Jerusa lém até depois do martírio de Estevão. A razão para este atraso deviase, em parte, pelo menos, a seu contexto judaico. Como judeus, eram etnocêntricos no evangelismo (trazendo seus prosélitos prospectivos para Jerusalém); agora como cristãos, eles deveriam ser ektocêntricos, levando o evangelho àqueles que não eram judeus. Em muitas formas, o livro de Atos é um relato detalhado de como estes apóstolos cumpri ram o mandamento de Mt 28:19-20.78 Finalmente, os outros dois particípios (PaTriíÇouteç õiÔáaKOVxeç) não deveriam ser tomados como circunstância atendente. Primeiro, não se ajustam ao padrão normal para os particípios de circunstância atendente (Têm tempo presente e seguem o verbo principal). E segundo, fazem bom sentido obviamente como particípios modais; i.e., os novos discí pulos seriam constituídos pelo batizar e, então, ensinar. 3.
Discurso Indireto a.
Definição Um particípio anarthro no acusativo junto com um substantivo ou pro nome também no acusativo, algumas vezes, indica discurso indireto depois de um verbo de percepção ou comunicação.79 Esse uso é bastan te comum (especialmente em Lucas e Paulo), mas, menos no grego helenístico que no clássico como um todo.
77Cf. Mt 2:8; 9:13; 11:4; 17:27; 21:6; 22:15; 25:16; 26:14; 27:66; 28:7. 78 Para informações adicionais sobre o uso de TropeuQévxeç aqui, cf. Cleon Rogers, "The Great Commission," BSac 130 (1973) 258-62. 79 Robertson, Grammar, 1123. Cf. também Williams, Grammar Notes, 57.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
646 b. Amplificação
Assim como o infinitivo de discurso indireto, o particípio de discurso indireto retém o tempo do discurso direto.80 c. Illustrações At 7:12
ckoúaaç õè 'IaKíòp òv m a u ía elç Alvu^tov quando Jacó ouviu que há grão no Egito
Fp 2:3
áAArjA.oi)ç fiYoúpeuoL ÚTrepé/ovcaç éauxüu considerando uns aos outros como mais importantes do que vocês mesmos
2Jo7
ópoÀ.oyowtf ç ’Iqooúu Xpicruòu èpxóp.euoi' kv oapKÍ confessa que Jesus Cristo vêm em carne (ou confessa Jesus Cristo ter vindo em carne; ou confessa que Jesus Cristo veio em carne)
Cf. também Lc 14:18; Jo 4:39 (talvez); At 7:12; 9:21; 17:16; 2 Co 8:22; Ap 9:1. 4.
Complementar a. Definição O particípio complementar completa o pensamento de outro verbo. É usado especialmente quando se combina com um verbo que sugere idéia consumativa (e.g., "cessar" [Tranco]) ou, às vezes, progressiva (e.g., "per manecer" [é iT i| i6 v tú ]).81 A expressão é rara no NT. b. Ilustrações
Mt 11:1
otc èréÀeoei' ó Tqaoíx; ÕLatáoocov quando Jesus acabou de dar instruções
At 5:42
oik cmvourn ÔiôáoKovte; Kal eúayYeÀiCó(ievoL tòv xptaióv Irpouv eles não cessaram de ensinar e proclamar que o Messias era Jesus
At 12:16
ó IIcipoç èm/ievcu Kpoúcov Pedro permaneceu batendo
Ef 1:16
ou Travo/ual eu^apiOTcâv' não cesso de dar graças
Cf. também Mt 6:16; Lc 5:4; Jo 8:7 (v.l); At 6:13; 13:10; 20:31; 21:32; G1 6:9; Cl 1:9; 2 Ts 3:13; Hb 10:2.
80 Robertson, Grammar, 1122. 81 No grego clássico, uma noção ingressiva ocorre com Spxoqai + particípio. Essa expressão não se encontra no NT.
Particípios: perifrástico 5.
647
Perifrástico a.
Definição Um particípio anarthro pode ser usado com o verbo ser (como elpú ou úirápxw) para formar uma idéia verbal finita. Esse particípio é chama do de perifrástico, pois é um "rodeio" para dizer o que pode ser expres so por um único verbo. Como tal, corresponde naturalmente ao portu guês: rjv fO0LG)y significa ele estava comendo, da mesma maneira que èoGíeu faz. Esse uso é comum com os particípios presente e perfeito, mas não com outros tempos.82
b. Estrutura e Semântica Primeiro, considerando a semântica, no grego clássico, esta construção era usada para destacar a força do aspecto. Na era helenística e, parti cularmente, no NT, tal ênfase perdeu-se freqüentemente, se não total mente.83 Segundo, quanto à estrutura, o seguinte deveria ser notado: o particí pio quase sempre é nominativo e normalmente segue o verbo.84 E, como declararam sucintamente Dana-Mantey, há muito tempo atrás: Esse modo de expressão, comum a todos os idiomas, é empregado ex tensivamente no grego. Ocorre em todas as vozes e tempos, entretanto é raro no aoristo.. . . Certas formas de tempo em grego eram expressas exclusivamente pela construção perifrástica; isto é, o subjuntivo e o optativo perfeito médio-passivo. Como verbo finito, eivmi, é geralmen te usado, embora também yívo|i£u e úrapxu, e, possivelmente, c/u no perfeito (cf. Lc 14:18; 19:20) e mais-que-perfeito (Lc 13:6). O imperfeito perifrástico é a forma mais comum no NT.85 Finalmente, várias combinações verbo-particípio são usadas para cons tituir um único tempo verbal de uma forma finita, como se nota na tabela seguinte:
82 Boyer ("Particípios," 172) conta 153 particípios presentes, 115 particípios perfeitos, e, possivelmente, dois particípios aoristos ("muito duvidoso") na construção (em Lc 23:19 e 2 Co 5:19). 83 Outra questão relacionada à semântica tem a ver com a distinção desse uso participial com o particípios de adjetivo predicativo. Isso é particularmente problemático com o particípio perfeito passivo (onde a simples idéia adjetiva parece mais pronunciada que com outros particípios(. Veja Boyer, "Participles," 167-68,172-73, para discussão dos princípios. Essencialmente ele defende que o contexto ajuda, em particular, quando o particípio é lançado como adjetivo. 84 Há dois exemplos no acusativo e 28 exemplos onde ele precede o verbo, de acordo com Boyer, "Participles," 172. 85 Dana-Mantey, 231.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
648
Verbo Finito (de elpí)
+
Particípio
=
Tempo Finito Equivalente
Presente
+
Presente
=
Presente
Imperfeito
+
Presente
=
Imperfeito
Futuro
+
Presente
=
Futuro
Presente
+
Perfeito
=
Perfeito
Imperfeito
+
Perfeito
=
Mais-que-perfeito
Tabela 11 As Formas do Particípio Perifrástico c. Ilustrações 1) Presente Perifrástico 2 Co 9:12
f] õiocKovta . . . è o ú u TrpoaaiAxiTA.ripoüaa rà úoxepripaTa twu àyítou [este] ministério . . . está suprindo as necesidades dos santos
Cl 1:6
Ka0(òç Kal kv mxvxl tú KÓoptp corii' KapTTO(])opoú|ievou assim como em todo mundo está fratificando
Cf. também Mt 5:25; Mc 5:41; Lc 19:17; Jo 1:41; At 4:36; 2 Co 2:17; 6:14; 9:12; Cl 2:23; Tg 1:17 (possível).86 2) Imperfeito Perifrástico Mt 7:29
rji' ôiõáaKCOu airuoúç ele estava lhes dando instruções
Mc 10:32
rjoai' . . . àvapaívouteç . . . K a l rju Trpoáywa a ò r o u ç eles estavam subindo .. . e Jesus estava adiante deles
ô
Tqaoüç
Cf. também Mt 19:22; Mc 1:22; 5:5; 9:4; Lc 4:20; 19:47; Jo 1:28; 13:23; At 1:10; 2:2; 8:1; 22:19; G11:22. 3) Futuro Perifrástico Por causa da combinação do verbo finito futuro com o particípio presente, o aspecto desse uso futuro é progressivo (distinto de sua contraparte simples no tempo e forma). Essa categoria é rara.87 86 Tg 1:17 significa que "todo dom perfeito, é de cima, vindo para baixo . .." ou "todo dom perfeito de cima está vindo para baixo" (rrâv õcópr)|ia z c k c v o v ãvcoGév c g t l u Kacafiai v o v ). O último trata o particípio como perifrástico. 87 Fanning (Verbal Aspect, 317-18) alistando onze futuro perifrástico legítimos (que usam o indicativo futuro de elpí e um particípio presente), um sendo uma v.l. encontrada no códice D (veja referências acima). Todos tendo aspecto interno, mas isso não se deve ao futuro em si, mas a suas combinações com os particípios presentes.
Particípios: redundante
649
Mc 13:25
Kal oi àaxépeç eoovTCCL. . . ttÍittovtcç88 e as estrelas estão caindo
1 Co 14:9
Ticâç yvcuaGrjaexai xò Â.aÃoúpeuou; coeode yàp elç àépa XaÀoüuxeç. Como se entenderá o que se diz? Porque estareis falando ao ar.
Cf. também Mt 10:22; 24:9; Mc 13:13; Lc 1:20; 5:10; 21:17, 24; 22:69; At 6:4 (em D). 4) Perfeito Perifrástico Lc 12:6
ev kí aúxwv oí)K co tlv èiTtA.eXqopéuov çvwtuou xoü 9eoú. Nenhum deles [pardais] é esquecido diante de Deus.
2 Co 4:3
el õè Kal «m /' KeKaüuppéuou xò eòayyéÀLOu rpaia Mas mesmo se o nosso evangelho está encoberto [ou tem se tornado encoberto]
Ef2:8
xrj yàp %ápixí èa v e aeaqxjpéuoi. Porque pela graça sois salvos [ou tendes sido salvos]89
Cf. também Lc 14:8; 20:6; 23:15; Jo 3:27; 6:31, 45; 12:14; 16:24; 17:23; At 21:33; Rm 7:14; Ef 2:5; Hb 4:2; Tg 5:15; 1 Jo 1:4. 5) Mais-Que-Perfeito Mt9:36
rjfjai' èoKuA.p,éuoL Kal èppLjipévoi ojacl TTpópaxa pqe^ouxa TTOLpéua andavam (ou tinham se tornado) cansadas e desgarradas,como ovelhas que não têm pastor.
At 21:29
r/oav yàp irpoecapaKÓxeç Tpó^ipov Porque tinham previamente visto a Trófimo
Cf. também Mt 26:43; Mc 15:46; Lc 2:26; 4:16; 5:17; 8:2; 9:45; 15:24; 23:53; Jo 3:24; 19:11, 19, 41; At 8:16; 13:48; G1 4:3.90 6.
Redundante (Pleonástico) a. Definição O verbo dizer (ou, às vezes, o verbo pensar) pode ser usado com particípio tendo basicamente o mesmo significado (como em áiroKpiGeiç tírrev respondendo, disse). Tal expressão não é tão estranha ao português, muitas traduções modernas simplesmente interpretam o verbo principal. b. Clarificação Alguns chamam de particípio pleonástico (= redundante) ou apositivo. De certo modo, é um subconjunto do particípio modal. Em grande parte,
88 Em lugar de i t l t t t o v t 6 < ; alguns MSS têm ireaoüvxai. (W Lc 213 565 700). 89 Veja discussão desse texto no capítulo sobre o perfeito. 90 Especialmente o mais-que-perfeito perifrástico (passivo) pode ser confundidos com o particípio adjetivo predicativo (e.g., Ap 17:4). Alguns desses exemplos se encaixariam melhor na categoria adjetival.
650
Sintaxe Exegética do Novo Testamento deve-se a uma expressão semítica. Ocorre quase exclusivamente nos Evangelhos Sinópticos. c.
Ilustrações
Lc 12:17
õteÀOYÍCeto kv èourtcô A.éycou ele estava pensamento consigo mesmo, dizendo
Mt 11:25
âtroicpiGelç ó ’Ir|aoíjç eiirev Jesus, respondendo, disse A construção ttTTOKpiGeiç eíirev "tornou-se uma fórmula vazia extendida tal, que até mesmo quando não há nada precedendo a que 'resposta' se refira. . . ."91
Cf. também Mt 11:25; 12:38; 13:3, 11, 37; 15:22; 17:4; 26:23; 28:5; Mc 9:5; 11:14; Lc 5:22; 7:22; 13:2; 19:40.
B. Particípios Independentes Verbais Incluídos aqui estão os particípios que funcionam como se fossem verbos finitos e não são dependentes de qualquer verbo no contexto (assim, são distintos do particípio de circunstância atendente). Os particípios verbais independentes po dem funcionar como indicativos ou imperativos, embora ambos sejam extre mamente raros. ■
1.
Como um Imperativo (Imperatival) a.
Definição O particípio pode funcionar igual a um imperativo. Esse uso do particí pio não está ligado a qualquer verbo no contexto, mas é gramatical mente independente. O particípio imperatival é bastante raro.
b.
Clarificação e Importância Exegética "Em geral pode-se dizer que nenhum particípio deveria ser explicado de um modo que esteja devidamente conectado a um verbo finito."92 Este é um dos pontos importantes o qual comentaristas mais têm es quecido.
c.
Ilustrações 1) Exemplos Claros
Rm 12:9
áirooTUYoOuTeç tò nwipóv, KOÀA.có(ievot ttô destestai o mal, apegai-vos ao bem
91 Zerwick, Biblical Greek, 127. 92 Robertson, Grammar, 1134.
à y aQ ú
Particípios (imperatival) 1 Pd 2:18
651
ol o l k ç t c c i , írrro-uaooópeyoi. . . xoXç ôeaTTÓiaiç Servos, sujeitai-vos. . . a vossos mestres
Cf. também Rm 12:10, 11, 12, 13, 14, 16, 17, 18, 19; 2 Co 8:24; 1 Pd 3:7. Note que muitos dos exemplos do NT desse fenômeno se encontram em Rm 12 ou 1 Pedro. 2) Exemplos Duvidosos Ef 5:19-21
Â.aÂ.oüvTeç. . . qcõovxeç. . . \|íáXXouTeç. . . (20) eòxaptOToüvxeç. . . (21) ÚTtoTaaoópeuoL falai.. . cantai.. . entoai.. . (20) agradecei... (21) sujeitai Embora a maioria consideraria os primeiros quatros particípios como adverbiais (veja discussões anterior desse verso), muitos, incluindo as edições recentes do NT Grego, considerariam o último particípio como imperatival. E duvidoso, especialmente sabendo que este também é um particípio anarthro presente, como os primeiros quatro são. A regra bá sica aqui é simplesmente esta: Se um particípio puder ser identificado como dependente (i.e., se é possivel que ele esteja complemente ligado a um verbo), deverá ser considerado como dependente. Além disso, parece que há duas razões primárias para que alguns considerem í)irotaooó|ievot como imperatival aqui: (1) às palavras originais de 5:22 faltam aparentemente o imperativo imoráaaeaBe,93 deixando o verbo suprimido da linha anterior, e, portanto, intrinsecamente conectando ao v. 21 com a seção seguinte do material; e (2) ele está separado pelas várias palavras que precedem o particípio, que, de fato e aparentemen te, liga-o ao parágrafo seguinte, em lugar do precedente. Em resposta a isso, note o seguinte: (1) Embora haja uma conexão óbvia entre vv. 21, 22, o v. 21 pode facilmente funcionar como um ponto im portante entre as duas seções. O pensamento dos vv. 15-21 flui direta mente para 5:22 - 6:9. Essa seção sobre a família (extendida), quer co mece em v. 21 ou v. 22, é a única e maior seção de Efésios que começa assindeticamente. É como se a instrução na seção anterior pretendesse "ressoar nos ouvidos" dos ouvintes à medida que eles voltassem à questão da família.94 Por conseguinte, qualquer ruptura dramática entre os dois é exagero. O particípio pertence igualmente a ambos. (2) Em um nível sintático e estilístico, essa visão não leva em conta a situação semântica na qual um particípio imperatival é encontrado (o qual, en tre outras coisas, indica que esse é um uso muito raro), nem o uso dos particípios dependentes nessa carta em particular (cf. Ef 1:13-14, e.g., onde vários particípios dependentes são formados juntos). Ver quais quer desses particípios como imperatival é ver a passagem do ponto de vista que ignora o grego.
93 Embora as únicas testemunhas gregas onde faltam qualquer verbo são ip46 e B, as razões internas são compelidas à omissão. 94 Aparentemente a razão para a ausência de conjunções em 5:22 - 6:9 deve-se não ao fato de o argumento estacionar no livro, mas, de fato, trata-se de um parênteses. Sem elaborar aqui, o argumento de Efésios parece estar estruturado em um quiasmo, focalizado no capítulo 2 e desenvolvendo-se de lá até o final. Uma questão implícita derivada de Rm 2:11-22 (o coração doutrinário do livro) fica para ser respondido: Se há agora igualdade espiritual entre judeus e gentios no corpo de Cristo, todas as hierarquias sociais desapareceram? 5:22-6:9 responde a questão com um ressoante: "Não".
652
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Ef 4:1-3
I lapaKaÁw úpáç . . . rrfpiTTatf)oai . . . (2) áuexó|i.evoi àX'kr]kcw . . . (3) anouôáíovTeç TTpeiu rqu cvóir]~a Rogo-vos .. . andeis . . . (2) suportai uns outros . . . (3) esforçai-vos por preservar a unidade Barth declara categoricamente que "o modo imperativo do verbo adicio nado 'ser' e a palavra 'suportar' são sugeridos pelo termo dominante 'Rogo-vos' e pelo caráter especial do particípio grego 'suportando-vos'.95 Ele defende "o imperativo do particípio" no v. 3. O BD F e Robertson também consideram que esses particípios são imperativais,97 apesar de suas advertências de que tal não acontecerá em contextos no qual o par ticípio possa ser unido dependentemente a uma forma verbal finita (como TOpKKaÀto". . . Trepinarfiaai no v. 1). Moule aparentemente toma esses particípios como imperativais pois estão no nominativo98 - uma razão provavelmente pressuposta pelos outros que têm a mesma posição. De fato, vê-los como distintos de imperativais requer uma explicação sobre seus casos: Como podemos dizer que esses particípios nominativos são adverbiais e dependentes se precisam concordar com iipâç?" Estes particípios são, provavelmente, dependentes. A razão para serem nominativo é: irocpoíKaÀG) úpâç ircpiTTcafioai é uma idéia verbal comple ta expressa por um indicativo e infinitivo. O infinitivo é complementar, completando o pensamento do verbo principal. Seria possível expres sar essa mesma idéia (embora um pouco mais forçada e menos polida) por um imperativo simples: irepitiaifioaie. Diagramando, as duas ora ções, vemos a semelhança: ■ n a p a K a A .(j
T t e p iT r a x ijo a i
|
íip â ç
=
(ú p e lç )
H € p lT T ÍX T T | a a T £
Assim temos um exemplo de construction ad sensum (construção de acor do com o sentido, e não de acordo a "regras" gramaticais restritas). Os particípios em 4:2-3 são nominativos pois concordam com o sentido do "mandamento", embora não seja expresso sintaticamente como impe rativo. Logo, esses dois particípios são dependentes e adverbiais. Mais que provável, são particípios modais (lembre-se de que os particípios modais presentes normalmente seguem o imperativo presente ou aoristo. Aqui, seguem o sentido de um imperativo): Eles definem como os leitores devem andar. A idéia resultante nessa passagem é: o autor sumariza no ow (4:1) o indicativo da fé e o mandamento para que alguma ação seja tomada baseada neles. A ação é "andar de forma digna do chamado. . . . " O meio pelo qual esse mandamento é cumprido é duplo: (1) negativa mente, por levar os fardos uns dos outros em amor"; e (2) positivamen te, "por esforçar-se para manter [não originar] a unidade do Espírito". Ef 4:1-3, então, sintetiza tudo o que esta epístola trata. Outras passagens, muitas vezes, citadas como particípios imperativais deveriam seria mente ser questionadas: Ef 3:17; 6:18; Cl 2:2; 3:13, 16; 1 Pd 5:7; et al.99 95 Barth, Ephesians (AB) 2.427. 96 Ibid., 428. 97 BD F, 245; Robertson, Grammar, 946. 98 Moule, ldiom Book, 105. 99 Cf. Smyth, Greek Grammar, 478, para mais ajuda sobre o particípio imperatival.
Particípios (independente) 2.
653
Como um Indicativo (Independente Próprio ou Absoluto) a.
Definição O particípio pode ficar somente em um sentido declarativo, como o único verbo em uma oração ou sentença. Em tais exemplos, o particípio pode ser tratado como verbo indicativo. Esse uso do particípio é bastante raro.
b. Clarificação e Amplificação Esse uso deve-se aparentemente a uma influência semítica, pois ocorre no hebraico100 e aramaico.101 (Sua ocorrência no Apocalipse é testemu nho dessa visão.) É duvidoso que aconteça no grego clássico.102 c.
Ilustrações
Ap 1:16
Kai exwu cv tf) ÔeÇiã xetpl aütou103 e ele tinha em sua mão direita
Ap 19:12
€%ü)V ovo|ia Ele tinha um nome
Cf. também R m 5:ll; 12:6; 2 Co 4:8; 5:6; 9:11; Ap 4:7; 10:2; 11:1; 12:2; 17:5; 21:12, 14, 19 para alguns outros exemplos possíveis. Seja qual for a conclusão sobre o particípio independente (tanto imperativo quanto indicativo), afirmamos, com sinceridade de coração, a avaliação sensata de Brooks e Winbery: "Certamente nenhum particípio deveria ser explicado como particípio indepen dente se houver qualquer outra razão para explicá-lo."wi
III. O Particípio Absoluto Nessa seção final dos particípios, estaremos lidando com particípios que ocorrem em construções de casos particulares (conhecidos como nominativo absoluto e genitivo absoluto). Esses particípios se encaixam nas duas categorias amplas acima (adjetival e verbal). Serão tratados aqui separadamente pois envolvem pistas estru turais relacionadas aos seus casos e, até certo ponto, expressam nuança adicional além do que foi descrito nas duas categorias principais acima.
100 GKC, 357-60. 101 Rosenthal, A Grammar ofBiblical Aramaic, 55. 102 Smyth, Greek Grammar, 477. 103 Em lugar do particípio, alguns MSS têm o indicativo imperfeito eí^ev (X* 172 424 2018 2019 2344 et plu) 104 Brooks e Winbery, 138 (itálicos originais).
654
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
A. Nominativo Absoluto 1.
Definição O particípio nominativo absoluto é, na realidade, simplesmente um particí pio substantivai que se ajusta ao caso descrito do nominativus pendens. Em bora seja chamado "nominativo absoluto", não deve ser confundido com a categoria do nominativo absoluto. (Essa classificação, que foi a razão de muita confusão, provavelmente deriva-se do fato que esse particípio tem alguma afinidade com o particípio genitivo absoluto.) Para refrescar sua memória, o nominativus pendens (nominativo pendente) "consiste na enunciação do sujeito lógico (não-gramatical) no início da oração, seguido por uma sentença na qual esse sujeito é retomado por pronome no caso requerido pela sintaxe".105
2.
Clarificação Embora tal particípio tenha alguma afinidade com o particípio genitivo ab soluto, o particípio nominativo absoluto sempre é substantivado, enquanto o particípio genitivo absoluto sempre, adverbial ou, pelo menos, dependente verbal.106
3.
Ilustrações
Jo 7:38
ó 'TTtaTeúcov eiç èpé . . . wcapo! 4k rfjç KOi/líaç aútoô peúaouoiv aquele que crê em mim . . . rios fluirão de seu interior
Ap 3:21
ô viKtúv õgxjü) aírrcô ícaBíoai aquele que vencer, dar-lhe-ei sentar-se
Cf. também Mc 7:19; 12:40; Ap 2:26; 3:12.
B. Genitivo Absoluto 1.
Definição Ao definir a construção participial genitivo absoluto, temos duas opções: Podemos defini-lo estruturalmente ou podemos defini-lo semanticamente. De fato, vamos defini-lo de ambos os modos, a fim de que você seja capaz de identificar a construção e, uma vez identificada, entenda sua força semântica. a. Estrutura Estruturalmente, o genitivo absoluto consiste em:
105 Zerwick, Biblical Greek, 9. 106 À luz disso, é um tanto admirável ver gramáticos como Robertson (Grammar, 1130) e Funk considerando esse particípio como de circunstância atendente, embora reconheçam que não é circunstancial (Beginning-lntermediate Grammar, 2:675)
Particípios: absoluto
655
1) um substantivo ou pronome no caso genitivo (embora, às vezes, es teja ausente); 2) um particípio genitivo anarthro (sempre); 3) uma construção inteira à frente de uma oração (normalmente), b. Semântica Semanticamente, há três itens para notar, uma vez que a estrutura foi identificada (note que a estrutura anterior não é limitada à construção genitiva absoluta): 1) Essa construção não está conectada com o resto da oração (i.e., seu sujeito - o substantivo ou pronome genitivo - é diferente do sujeito da oração principal); 2) O particípio sempre é adverbial (circunstancial) ou, pelo menos, de pendente verbal (i.e., não pode ser particípio adjetival ou substantivado); 3) O particípio normalmente é (aproximadamente 90% das vezes) tem poral, entretanto, pode expressar quaisquer das idéias adverbiais •~ 1 O fi em ocasiao. 2.
Ilustrações
Mt 9:18
ittúxa aúxoü XaA.o0vxoç . . . ápxwv elç èÂGwn TrpoacKÚvei aúxtõ enquanto estava dizendo estas coisas,. . . um certo governante veio e o adorou
Rm 7:3
Çcâvxoç xoü ccvôpòç . . . yévqxat àuôpl èxépto enquanto seu marido ainda vive . . . ela se tornar [esposa] de outro homem Esse é um exemplo um tanto raro, que se encontra nas epístolas (cf. também Ef 2:20). Muitos genitivos absolutos estão nos Evangelhos e Atos.
Jo 5:13
Trpoüç èçéneuocv ôx^ou ôvxoç kv xcâ xórrca Jesus retirou-se enquanto uma multidão estava naquele lugar Esse texto é um pouco incomum em que a construção genitiva absoluta vem no fim da sentença.”OyÀou, porém, seria tomado como genitivo de separação e òvvoç como adjetival: "da multidão que estava naquele lugar."
Cf. também Mt 8:1, 5, 16, 28; 9:32, 33; 17:14, 22, 24, 26; 18:24, 25 (causai aqui); 20:29; 21:10, 23; 22:41; 24:3; Mc 5:2,18, 21, 35; 15:33; Lc 11:14; 18:36,40; Jo 4:50; At 13:2; 1 Pd 3:20.
107 Cf. Henry Anselm Scomp, "The Case Absolute in the New Testament," BSac (January 1902) 76-84; (April 1902) 325-40. 108 "Tocias as variedades do particípio circunstancial pode aparecer no particípio absoluto" (Robertson, Grammar, 1130).
Introdução às Orações Gregas Panorama do Capítulo I.
Introdução............................................................................................................ 656
II.
Dois Tipos de O rações...................................................................................... 657
A. Oração Independente............................................................................ 657 B. Oração Dependente............................................................................... 657 III. Classificação das OraçõesIndependentes..................................................... 657
A.
Introduzida por Conjunção Coordenada......................................... 657
B.
Introduzida por Locução Prepositiva............................................... 658
C.
Assíndeto (sem Introdução Formal).................................................. 658
IV. Classificação das Orações Dependentes.......................................................659
A.
Estrutura.................................................................................................659
B.
Função Sintática.....................................................................................660 1. Orações Substantivas.....................................................................660 2. Orações Adjetivas........................................................................... 661 3.
C.
Orações Adverbiais........................................................................ 662
Como Classificar uma Oração Dependente..................................... 665
I. Introdução A. Abordagem desse Capítulo Esse capítulo abordará um mini-esboço básico da estrutura oracional do NT. Visto que categorias específicas recebem tratamento em outra seção, o assunto aqui abordado torna-se, no mínimo, necessário.1
B. Definição As orações são unidades de pensamentos que participam de uma sentença composta ou complexa. Cada oração normalmente contém sujeito e predicado ou uma forma nominal do verbo (i.e. ou um infinitivo ou particípio).
c a p ítu lo , b e m c o m o m u it o s d o s e x e m p lo s e d e fin iç õ e s .
656
65 7
Orações
Uma sentença composta é aquela em que duas ou mais orações conectam-se em relacionamento coordenado, também conhecido como estrutura paratática. Uma sentença complexa é aquela onde uma ou mais orações subordinam-se a outra oração, formando uma estrutura hipotática.
II. Dois Tipos de Orações A. Orações Independentes Uma oração independente é aquela que não se subordina a outra. Uma oração independente normalmente tem como núcleo: sujeito-verbo(objeto).2 Uma conjunção coordenada une duas orações independentes coordenadas (parataxe) entre si (em uma sentença composta). •
"Ela comeu pão, mas ele bebeu leite".
•
"Ele foi para a biblioteca e fez sua atividade".
B. Oração Dependente Uma oração dependente é aquele que se relaciona substantivada ou subordinadamente (hipotética) a outra oração, quer independente quer dependente. •
"Ele foi para a biblioteca a fim de trabalhar no seu setor", (relação subordinada)
•
"O estudante que foi para a biblioteca completou sua atividade a tempo", (relação substantivada)
III. Classificação das Orações Independentes A. Introduzida por uma Conjunção Coordenada A função de uma oração independente geralmente é determinada pela função "lógica" da conjunção coordenada que introduz a oração.3 Essa função pode ser: 1.
aditiva,
2.
adversativa, a maioria envolvendo àXXá,, òe ou T.lfv
a m a io r i a e n v o l v e n d o kou o u ôe
2 O sujeito pode, naturalmente, ser elíptico. 3 Veja o capítulo sobre conjunções para uma discussão mais detalhada.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
658 3.
correlativa, geralmente envolvendo
4.
disjuntiva, envolvendo r\
5.
explicativa, geralmente envolvendo yap
6.
consecutiva, a maioria envolvendo cípa, ôió, ow ou mote
7.
transitiva, geralmente envolvendo õé ou ouv
\ikv
. . . õe ou K(ú . . . Kai
B. Introduzida por uma Locução Prepositiva Algumas vezes, uma oração independente será introduzida por uma locução prepositiva cuja função determinará a função da oração independente. Por exemplo: 1.
ôià TÍ-" por quê?" (cf. Mt 9:11)
2.
õià xouto-"por isso" (cf. Mt 13:13)
3.
elç xú-"para quê?" (cf. Mc 14:4)
4.
eK toúrou-"à vista disso" (cf. Jo 6:66)
5.
ètrl xot)io-"para isso" (cf. Lc 4:43)
6.
Kaxà TÍ-"como?" (cf. Lc 1:18)
7.
petà TOÜTO-"depois disso" (cf. Ap 7:1)
C. Assíndeto (sem Introdução Formal) Ocasionalmente, uma oração independente não é introduzida por conjunção. Esse fenômeno é conhecido como assíndeto (construção "não-reunida").4 Em casos assim, a função da oração independente está implícita no contexto literário. O assíndeto é um aspecto estilístico vivido que ocorre com freqüência para enfatizar, solenizar ou valorizar retoricamente (efeito semelhante a do músico ao separar as notas musicais de uma melodia) ou marcar a mudança abrupta no tópico.5 Desse modo, encontramos, e.g.,: 1.
ordens e exortações, comandos e exortações em sucessão rápida (cf. Jo 5:8; Ef 4:26-29; Fp 4:4-6; 1 Ts 5:15-22)
2.
sentenças seriadas (cf. Mt 5:3-11 [as bem-aventuranças]; 2 Tm 3:15-16)
3.
sentenças não-relacionadas entre si (cf. 1 Co 5:9)6
4 Para uma discussão geral do assíndeto, veja BDF, 240-42 (§459-63). 5 BDF, 241 (§462): "Embora o assíndeto dê solenidade e peso às palavras, ele não é um esquema retórico consciente... há, porém, muitos exemplos brilhantes de assíndeto retórico nas epístolas, especialmente as de Paulo...".
659
Orações (dependentes)
IV. Classificação das Orações Dependentes Orações dependentes podem ser analisadas quanto à estrutura ou função sintática. Há quatro estruturas básicas (orações infinitivas, participiais, conjuntivas e relativas) e três funções sintáticas (substantivada, adjetival e adverbial).
A. Estrutura Quatro tipos de construções estão envolvidas nas orações dependentes: 1.
Orações Infinitivas: contém um infinitivo.
2.
Orações Participiais: contém um particípio.
3.
Orações Conjuntivas: introduzidas por conjunção subordinada.
4.
Orações Relativas: introduzidas por pronome relativo (oç [quem, que]) adjetivo relativo (oioç [tais como, como], oooç [tanto que]) advérbio relativo (e.g.,
ottou
[onde quer que], ore [quando]).
As orações relativas podem também ser analisadas de acordo com a função sintática:7
6 Há também ocasionalmente assíndeto entre parágrafos, embora escritores mais literários geralmente o evitem. Toda a causalidade do estilo epistolar, às vezes, criava exemplos (BDF, 242 [§463]). Em Efésios, uma carta mais polida e menos emocional, somos surpreendidos por encontrá-lo no início do “conselho doméstico" (5:22): al yevaiKeç toiç uuoiç âvõpáoiu (òç tgô Kupí(i) (nenhum outro parágrafo depois de 1:3 no corpo dessa carta começa sem conjunção). Essa ordem não-verbal é tomada emprestada de v. 21 (ímoTaooópevoi), embora o imperativo deva ser entendido. O mandamento não-verbal, conjugado sem conjunção no v. 22, tem levado muitos eruditos a começarem o parágrafo no v. 21, tomando ímoTaaaópevoi. como imperativo (entre textos/traduções do NT, note, e.g., NA27, ACF, ARA, NVI). Isso, porém, cria um problema: O particípio segue uma linha de particípios adverbiais presentes, todos dependentes de TrA.r|poCa0ç (v. 18).' YtroTaaoópevoi é naturalmente contado entre eles (a despeito de sua distância), especialmente à luz da escassez dos particípios imperativais no NT. Além disso, o v. 21 é uma declaração pragramática ("sendo submissos um ao outro no temor de Cristo"), aplicável a toda igreja em um sentido geral. Somente por meio de uma ginástica exegética, ele pode ser diretamente aplicável a ambas as parte dos três grupos em 5:22-6:9 (os pais deveria ser submissos aos filhos?). Uma abordagem melhor vê no v. 21 uma declaração importante que sumariza a evidência do enchimento do Espírito (particípio consecutivo) e introduz um parênteses no argumento epistolar em 5:22-6:9. O coração do lar assim, não faz avançar o argumento por si, mas responde a questão implícita e crescente de 2:11-22, ou seja: Se judeu e gentio estão em pé de igualdade no corpo de Cristo. Isso significa que todas as hierarquias sociais foram abolidas? A resposta parece ser um não ressoante. 7 Veja capítulos sobre "Pronomes" para uma discussão mais detalhada sobre os pronomes relativos.
660
Sintaxe Exegética do Novo Testamento a.
Oração definida relativa A oração relativa definida contém verbo indicativo e refere-se a indiví duos específicos ou grupos, ou, ainda, a um fato específico, evento ou ação (e.g., ouõéiç èativ òç cwj)f)Kcv oLklccv [Ninguém há que tenha deixado casa] em Mc 10:29). O pronome relativo refere-se anaforicamente a seu antecedente na sentença (um substantivo, pronome ou locu ção substantiva). Ele concorda o antecedente em numero e gênero. O caso será determinado por sua função na oração relativa.
b.
Oração indefinida relativa Uma oração relativa indefinida contém verbo subjuntivo + av (ou káv) e se refere a um indivíduo não-específico, grupo, evento ou ação ( e.g., Ô èàv f| ô Í k o u o v [ o que quer que seja certo] em Mt 20:4; oç av OéÀrç èv upiv eivai TTpcÔTOç [quem quer que deseje ser o primeiro dentre vós ] em Mt 20:27 ). A oração relativa indefinida não tem antecedente.
B. Função Sintática Há três funções sintáticas amplas entre as orações dependentes: substantiva, adjetiva e adverbial. 1.
Oração Substantiva
Nesse uso a oração dependente funciona como substantivo. a.
Estrutura
Essa função da oração dependente expressa-se por uma das formas estruturais:8 1) Oração Substantiva infinitiva 2) Oração Substantiva participial 3) Oração Substantiva conjuntiva 4) Oração Substantiva relativa pronominal b.
Usos Básicos 1)
Subjetiva
a) Substantiva infinitiva (e.g., Hb 10:31) b) Substantiva participial (e.g., Jo 3:18) c) "O u + indicativo (e.g., G13:11)
8 Cada uma das estruturas seguintes tem um padrão específico. Veja os capítulos respectivos para detalhes.
Orações (dependentes)
661
d) "Iva + subjuntivo (e.g., 1 Co 4:2) e) Relativa pronominal 6 (e.g., Mt 13:12) 2) Nominativo Predicativo
a) Substantiva infinitiva (e.g., Rm 1:12) b) Substantiva participial (e.g., Jo 4:26) c) "Iva + subjuntivo (e.g., Jo 4:34) 3) Objetiva Direta
a) Substantiva infinitiva (e.g., 1 Tm 2:8) b) Substantiva participial (e.g., Fp 3:17) c)
" O tl +
indicativo (e.g., J o
3 :3 3 )
d) "Iva + subjuntivo (e.g., Mt 12:16) e) Relativa pronominal o (e.g., Lc 11:6) 4) Discurso Indireto
a) Substantiva infinitiva (e.g., Lc 24:23; 1 Co 11:18) b) Substantiva participial (e.g., At 7:12; 2 Ts 3:11) c)
" O tl
+ indicativo (e.g., Mt 5:17; Jo 4:1)
5) Apositiva
a) Substantiva infinitiva (e.g., Tg 1:27) b)
" O tl
+ indicativo
( e .g ., L c 1 0 :2 0 )
c) "Iva + subjuntivo (e.g. Jo 17:3) 2.
Orações Adjetivas
A oração dependente funciona como adjetivo e modifica um substantivo, locução substantiva ou outro adjetivo. a.
Estrutura
Essa função da oração pode ser expressa pelas seguintes formas estruturais:9 1) Oração Infinitiva Epexegética 2) Oração Participial adjetiva (Atributiva) 3) Oração Conjuntiva 4) Oração Relativa Pronominal e Relativa Adjetiva
9 Veja os capítulos respectivos para as estruturas particulares que cada um desses toma (e.g., um particípio adjetival normalmente é articular).
662
Sintaxe Exegética do Novo Testamento b. Usos Básicos Cada oração adjetiva descreve, explica ou restringe um nome, pronome ou outro adjetivo. Ela não possui subcategorias funcionais. As seguintes formas estruturais expressam essa função básica: 1) 2) 3) 4) 5) 3.
Infinitivo Epexegético (e.g., Rm 1:15) Particípio Adjetival (e.g., 2 Co 3:3) "O tl + indicativo (e.g., Lc 8:25) "Iva + subjuntivo (e.g., Jo 2:25) Orações Relativas Pronominais (e.g., Ef 6:17; 1 Jo 2:7)
Oração Adverbial
Nesse uso a oração dependente funciona como advérbio, pois modifica um verbo. a.
Estrutura
Essa função da oração dependente pode ser expressa pelas seguintes estruturas: 1) Oração Infinitiva 2) Oração Adverbial Participial 3) Oração Conjuntiva 4) Oração Relativa Pronominal e Relativa Adverbial b.
Usos Básicos 1) Causai (todas as quatro construções)
a) Infinitivo (e.g., Tg 4:2)10 b) Particípio Adverbial (e.g., Rom 5:1)11 c)
"O tl + indicativo (e.g., Ef 4:25)12
d) Relativa Pronominal olnveç (e.g., Rm 6:2) 2) Comparação (orações conjuntivas e relativas)
a) KaQcóç + indicativo (e.g., Ef 4:32)13 b) Relativa Adjetiva óooç (e.g., Rm 6:2)14
10 Virtualmente todo infinitivo causai segue õià tó. Veja capítulo sobre Infinitivo para discussão. 11 Muitos particípios causais precedem o verbo que modifica. Veja o capítulo sobre Particípios para discussão da ordem das palavras e tempos usados. 12 "Otl introduz orações subordinadas 1.291 vezes e orações subordinadas causais 433 vezes, de acordo com acCordance. Láp também é usado para introduzir orações subordinadas causais 241 vezes. Outras cinco conjunções são usadas 61 vezes.
Orações (dependentes)
663
3) Concessivas (todas as quatro construções exceto as orações
infinitivas) a) Particípio Adverbial (e.g., Fp 2:6)15 b) E í Kcd + indicativo (e.g., Lc 11:8)16 c) Pronome Relativo oiiiueç (e.g., Tg 4:13-14) 4) C ondicional (todas as quatro construções exceto as orações
infinitivas)17 a) Particípio Adverbial (e.g., Hb 2:3) b) Orações Conjuntivas: 1] Na condicional de primeira classe, o emissor pressupõe que a condição declarada na prótase (a oração "se") é verdadeira por causa do argumento, e assim o conteúdo da apódase (a oração "então") segue, natural e logicamente (e.g., eí + indicativo em G1 5:18, 25; Lc 4:3). Freqüentemente a prótase não é, de fato, verdadeira, mas ainda é declarada pelo emissor como verdadeira por causa do argumento (e.g., Mt 12:27-28; 1 Co 15:14). 2] Na condicional de segunda classe a condição é pressuposta como não-verdadeira (contrária ao fato). O emissor declara na apódase o que teria sido verdade se a prótase fosse verdadeira (e.g., eí + verbo passado indicativo em Jo 5:46; 11:32). A prótase pode naturalmente ser verdadeira, mas isso não cabe ao emissor declarar (como em Lc 7:39) ou pode ainda ser apresentada com alguma ironia (sem exemplos no NT). 3] Na condicional de terceira classe há uma variedade de nuanças encontradas na prótase, do hipotético ao provável. Alguns exemplos também envolvem uma realidade "geral presente". (Cf. èáu + subjuntivo em Mt 9:21; 1 Co 13:1-3; 1 Jo 1:7, 9). 13 KaBtóç introduz uma oração subordinada comparativa 174 vezes (de acordo com o acCordance). Ele é seguindo em freqüência por wç (107), (iknrep (29), KaOáirep (11), et al. 14 O uso do relativo para introduzir uma comparação é raro no NT. O advérbio correlativo é mais comum (e.g., oijtwç). 15 Veja capítulo sobre os Particípios para uma discussão desse texto. 16 Eí Kaí é usado com mais freqüência em orações concessivas que qualquer outra estrutura (exceto com os particípios adverbiais, embora, muitas vezes, não envolvam dicas estruturais). Boyer considera 18 dos 22 exemplos de eí kocl como concessivos, notando que as quatro exceções envolvem conjunção intermediária (ôé ou ye) (J. L. Boyer, "Adverbial Clauses: Statistical Studies," GTJ 11 [1991] 71-96 [aqui, 81]). As conjunções concessivas também ocorrem, mas são raras (oito vezes no NT [Kaíuep (todas as cinco vezes com particípio concessivo), KotítOLye, koÚto i ]). 17 Para uma discussão mais detalhada, veja capítulos sobre "Modos" e (especialmente) "Sentenças Condicionais".
664
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c)
A djetivo Relativo
oool (e.g., Rm 2:12)
5) Complementar (orações infinitiva e conjuntiva) a)
Infinitivo
(e.g., 1 Jo 3:16)18
b) "Iva + subjuntivo (e.g., Lc 6:31; Jo 8:56) 6) Local (orações conjuntiva e adverbial) a) Ou + indicativo (e.g., Rm 4:15) b) Adverbial
Relativa
oiron (e.g., Mc 4:5)19
7) Modal (Maneira/Meio) (T o d a s as quatro construções e x c e t o
as o r a
ç õ e s c o n ju n t iv a s )
a)
Infinitivo
Articular (e.g., kv xtó +
b)
Particípio
Adverbial (e.g., At 16:16)21
c)
Pronom e Relativo
infinitivo
em At 3:26)20
óv (e.g., At 1:11)
8) Propósito ou Finalidade (to d a s as quatro construções) a) Infinitivo (e.g., 1 Tm 1:15)22 b) Particípio Adverbial e (e.g., 1 Co 4:14)23 c) "Iva + subjuntivo (e.g., 1 Pd 3:18) d) Pronom e Relativo oliiveç (e.g., Mt 21:41) 9) Resultado ou Consecutiva (to d a s as quatro construções) a) Infinitivo (e.g., G15:7) b) Particípio Adverbial (e.g., Jo 5:18)24
18 Infinitivos complementares são usados centenas de vezes no NT. Eles seguem certos tipos de verbos "auxiliares", tais como òw apai, òijielâw etc. Veja capítulo sobre Infinitivos para discussão. Eles também podem ser tratados como parte essencial da idéia verbal, em lugar de modificador adverbial, subordinado ao verbo. 19 O uso de õtroí) (Sv) para introduzir uma oração subordinada local é mais freqüente que qualquer outro meio com essa categoria semântica, ocorrendo 82 vezes. Ele é seguido por ovlov káv (23 vezes) e O0çv (7 vezes). 20 O Infinitivo de meio normalmente é expresso por èv t g ) + infinitivo. Porém, essa construção é mais usada com tempo simultâneo. 21 Meio e maneira precisam ser distinguidos ao se falar de particípios, por causa das diferenças exegéticas resultantes. Veja o capítulo sobre os particípios para discussão. 22 O Infinitivo final ocorre centenas de vezes no NT, mas foi sendo substituído no Koinê por 'iva + subjuntivo. Veja capítulo sobre Infinitivo para discussão dos tipos de infinitivos (e.g., articular ou anarthro) usados para expressar propósito. 23 Os particípios mais usados para expressar propósito são os adverbiais presentes. Todos os cinco particípios adverbiais futuros também expressam propósito. O aoristo é usado somente uma ou duas vezes para propósito. Veja capítulo sobre os Particípios para discussão.
Orações (dependentes)
665
c) 'Iv a + subjuntivo (e.g., Rm 11:11) d) Advérbio Relativo óQcv (e.g., Hb 8:3) 10) Temporal (to d a s as quatro construções) a) Infinitivo Articular (e.g., trpò xoO + infinitivo em Mt 6:8)25 b) Particípio Adverbial (e.g., Mt 21:18, 23)26 c) "Otç + indicativo (e.g., Mt 19:1)27 d) Orações Relativas Pronominais (e.g., òíf)’ rjç . . . em Cl 1:9; kv (5 . . . em Mc 2:19)
C. Como Classificar uma Oração Dependente 1.
Identifique a forma estrutural da oração: Infinitiva? Participial? Conjuntiva? Relativa?
2.
Identifique a função sintática da oração, classificando o marcador estrutural chave na oração (ou seja, o infinitivo, particípio, conjunção, ou pronome relativo). Isso envolve dois passos: a) Identifique a categoria funcional principal: substantiva, adjetiva ou adverbial. b) Identifique a subcategoria funcional apropriada sob a categoria principal (e.g., se for adverbial, ela será causai, condicional, final, consecutiva, temporal etc.).
3.
Note a palavra ou palavras no contexto com a(s) qual(is) a(s) oração(ões) dependente(s) se relaciona(m). Em Fp 1:6, e.g., o ii introduz uma oração conjuntiva que é substantivada em aposição a xouxo (v. 6a).
24 Os Particípios consecutivos são, algumas vezes, confundidos com o de circunstância atendente. Mas a estrutura e a semântica de cada particípio são diferentes. Veja capítulos sobre os Particípios para uma discussão 25 O Infinitivo temporal envolve tempo antecedente, simultâneo e subseqüente. Esse infinitivo é muito menos comum que o particípio temporal. Veja capítulo sobre o Infinitivo para discussão da estrutura e significado. 26 Aparentemente todos os particípios adverbiais são temporais, embora alguns sejam somente temporais. Semelhante ao infinitivo, eles podem indicar tempo antecedente, simultâneo ou subseqüente. Veja capítulo sobre os Particípios para uma discussão. 27 Segundo o acCordance, há 364 exemplos de conjunções subordinadas no NT. As mais comuns são: oxav + subjuntivo (123), otc + indicativo (103), coç + indicativo (69), ecoç + indicativo ou subjuntivo (40).
O Papel das Conjunções Panorama do Capítulo Bibliografia Selecionada................................................................................................ 667 Introdução.......................................................................................................................... 667 A.
Definição...........................................................................................................667
B.
Características das Conjunções.....................................................................667
C.
O Uso das Conjunções na Exegese...............................................................668
D.
Conjunções Gregas Comuns.........................................................................669
Categorias Semânticas Específicas............................................................................... 669 Prefácio....................................................................................................................... 669 I.
Funções Lógicas.............................................................................................. 670 A. Ascensiva............................................................................................... 670 B. Aditiva.................................................................................................... 671 C. Adversativa........................................................................................... 671 D. Correlativa............................................................................................. 672 E. Alternativa (Disjuntiva)...................................................................... 672 F. Enfática.................................................................................................. 673 G. Explicativa..............................................................................................673 H. Inferencial.............................................................................................. 673 I. Conclusiva............................................................................................. 674
II.
Funções Adverbiais.........................................................................................674 A. Causai..................................................................................................... 674 B. Comparativa......................................................................................... 675 C. Condicional........................................................................................... 675 D. Lugar ..................................................................................................... 676 E. Final
..................................................................................................... 676
F. Consecutiva........................................................................................... 677 G. Temporal................................................................................................ 677 III. Funções Substantivais..................................................................................... 677 A. Conteúdo............................................................................................... 678 B. Epexegética............................................................................................ 678
666
Conjunções: introdução
667
Bibliografia Selecionada BAGD, passim (see under specific conjunctions); BDF, 225-39 (§438-57); Burton, M oods 83-116, 119-25, 126-42 (§188-288, 296-316, 321-56); Dana-Mantey, 239-67 (§209-42); Robertson, G ram m ar, 1177-93; Tumer, Syntax, 329-41,
and Tenses,
Introdução A. Definição O termo conjunção vem do verbo latino conjungo, que significa "combinar com". Conjunção é a palavra que relaciona palavras, cláusulas, orações ou parágrafos, e como resultado interliga partes e unidades de pensamento de uma língua. E uma palavra de interligação.1
B. Características das Conjunções A característica primária das conjunções é relacionar unidades de pensamento entre si. Elas podem estabelecer dois tipos de conexões estruturais: coordenação (parataxe) ou subordinação (hipotaxe). As conjunções coordenadas ligam elementos iguais , v.g., um sujeito (ou outra parte do discurso) a outro sujeito (ou outra parte do discurso), sentenças com sentenças, ou parágrafos com parágrafos. 2 A conjunção subordinada une uma cláusula dependente a uma independente ou a outra cláusula dependente, completando o sentido do verbo principal. Veja, abaixo, alguns exemplos em português seguidos de exemplos gregos. 1 Agradeço a meu colega John Grassmic, por conceder a estrutura essencial deste capítulo, bem como muitos dos exemplos e definições. 2 Embora os dois elementos sejam sintaticamente iguais, há, muitas vezes, uma noção semântica de subordinação. Por exemplo, na superfície, "Eu fui à padaria e comprei pão" envolve duas orações coordenadas ligadas por e. Mas em um nível mais profundo, é evidente que as idéias coordenadas não estão envolvidas: "eu fui à padaria afim de com prar pão". As línguas semíticas são especialmente paratáticas, como são as autoridades anteri ores do grego helenístico. A literatura narrativa freqüentemente reflete isso, até entre os escritores mais literários. Entre os livros do NT, Apocalipse (103 exemplos de k c u em 1000 palavras) e Marcos (84/1000) têm as maiores freqüências de Km . Lucas vem em um distante terceiro lugar com 66 por 1000. Entre outras coisas, a abundância da parataxe ilustra o valor limitado de sentenças do diagrama, especialmente na literatura narrativa. A estrutura paratática (i.e., quando orações inteiras são ligadas) pode ou não refletir a relação semântica verdadeira. A es trutura hipotática, por outro lado, reflete a estrutura mais profunda: Não se usa a estru tura hipotática quando a parataxe é pretendida, porque a categoria mais forte reflete a intenção verdadeira do autor mais acuradamente.
668
Sintaxe Exegética do Novo Testamento João e Tiago são eruditos de grego. E é uma conjunção coordenada ligando dois substantivos, ambos sendo sujeitos. Eu estudo grego a fim de ampliar meu conhecimento bíblico. A fim de é uma conjunção subordinada introduzindo uma oração que modifica a idéia dominante: "Eu estudo grego" à oração dependente, i.e., o propósito para o meu estudo de grego.
Jo 1:1
’Ev ápxrj rjv ó Àõyoç, Kai õ Aóyoç rjv upòç tòv Geóv No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus. Kaí é uma conjunção coordenada ligando as duas orações.
Jo 3:16
Oürwç yàp qyá-nr|aev õ 0còç còu KÓapov, gxjtc . . . , 'iva râc ô iTuxreúwv. . . . Porque Deus amou o mundo, de modo que . . . , a fim de que todo o que crê.. . . Eáp é uma conjunção coordenada ligando essa sentença à idéia prévia em Jo 3:14, explicando porque Deus concedeu vida eterna."fime é uma conjunção subordinada, introduzindo o resultado do amor de Deus para com o mundo, a saber, Ele deu seu Filho."Iva é uma conjunção subordinada, introduzindo o propósito de Deus ao dar seu Filho, ou seja, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
C. O Uso das Conjunções na Exegese As conjunções são importantes na exegese porque relacionam os pensamento de uma passagem com os de outra. Uma chave para determinar seus usos é identificar os dois tipos de idéias que a conjunção liga. Deve-se determinar a idéia controladora a qual a conjunção modifica, ou seja, o elemento na sentença ou a unidade literária maior com a qual a conjunção está ligada. Muitas vezes, existem mais que uma conexão possível. Quando essa situação ocorrer, o contexto e o propósito do autor são as duas maneiras-chave para determinar a ligação mais provável. Eu caminhei para casa e estudei grego a fim de ser capaz de assistir o futebol esta noite. Nessa sentença não está claro se a oração subordinada introduzida por "a fim de" fala do propósito de caminhar para casa, o propósito para estudar grego ou os dois propósitos. Contraste esse exemplo com o anterior de Jo 3:16. Nessa passagem é claro que a oração com iva apresenta o propósito pelo qual Deus deu seu Filho e não o propósito pelo qual Deus amou o mundo, porque a idéia posterior não faz sentido no contexto. Algumas vezes, porém, os elementos os quais uma conjunção (particularmente uma subordinada como 'iva ou otl) conecta são debatíveis. Daí porque é necessário declarar claramente qual idéia uma conjunção liga e a natureza dessa conexão. Quando há várias conexões possíveis, tente reconhecer as opções. Teste cada opção com uma tradução interpretativa, determinando a melhor.
669
Conjunções: introdução
D. Conjunções Gregas Comuns As conjunções
coordenadas
mais comuns são (em ordem):
K aí, õé, y á p , à A A á , o u v , q ,
tc
, oúõé, o ü te e e í i e .3
As conjunções subordinadas mais comuns que geralmente governam o indicativo são (em ordem): otl,
eu, KaOtóç, qç,
yáp e
oxe
4
As conjunções subordinadas mais comuns que geralmente governam o subjuntivo são: t/
iva,
oxau,
/
cav,
t/
t/
f
r
otrcoç, etoç, p.q e p q u o T e .
c:
Categorias Semânticas Específicas A análise seguinte dá algumas das principais categorias de uso das conjunções gregas.
Prefácio As conjunções podem ser organizadas de três modos: semântica, estrutural e lexicalmente. 1.
Categorias Semânticas (Funcional) As conjunções podem ser dividas em três categorias semântico-funcionais: substantivajda), adverbial, e lógica. A categoria substantiva(da) se refere aos usos do conteúdo, tais como discurso direto e indireto ou usos epexegéticos. A categorias adverbial inclui usos indicando tempo, lugar, propósito, resultado, ou outras idéias que são comumente consideradas como adverbiais.
3 De acordo com o acCordance, há 33 conjunções coordenadas diferentes usadas no NT, com um total de 14.183 exemplos. As dez alistadas acima somam 13.777 destas (ou 97%). Kaí é usado como uma conjunção coordenação em mais da metade dos exemplos. Algumas das conjunções assim chamadas pelo acCordance, em outras partes do dis curso, funcionam como conjunções. Os dados precisam ser ajustados de modo que haja acordo. No entanto, o padrão geral é ainda o mesmo: Há quase duas conjunções por verso, em média, no NT. 4 Há cerca de 4.107 exemplos de conjunções subordinadas no NT (acCordance ), en volvendo 44 conjunções diferentes. Cerca de três quartos governam verbos indicativos. Novamente, nem tudo que o acCordance classifica como conjunção é conjunção, mas os padrões gerais não são afetados por isso. 5 A lista acima apresenta somente a categoria básica a que pertence conjunção. Algu mas conjunções podem funcionar em mais que uma categoria.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
670
A categoria lógica inclui usos que indicam o movimento do pensamento na passagem em termos de adição, contraste, conclusão, transição ou outros relacionamentos assim. 2.
Categorias Estruturais É também possível dividir as conjunções em duas amplas categorias estruturais: coordenada e subordinada. Estas, no entanto, não são tão úteis para o estudante, exegeticamente falando, como as divisões semânticas dadas aqui.
3.
Categorias Lexicais Finalmente, as conjunções podem ser organizadas lexicalmente, i.e., alfabeticamente de acordo com suas formas. Um léxico tem essa abordagem. É importante que o estudante use um léxico tal como o BAGD quando trabalhar com conjunções. O esboço das conjunções dado nesse capitulo tem a intenção de suplementar, não suplantar, as descrições das conjunções nos léxicos padrões.6
Nossa abordagem é organizar os dados pelas categorias semântico-funcionais de lógica, adverbial e substantiva(da).7
I. Conjunções Lógicas Essas conjunções relacionam o movimento do pensamento de uma passagem para outra expressando relacionamentos lógicos entre a idéias conectadas. Em grande parte, as conjunções coordenadas são usadas aqui.
A. Conjunções Ascensivas [até] 1.
Definição Esse uso expressa uma adição final ou ponto de foco. É traduzido com freqüência como até. Essa classificação é geralmente determinada pelo contexto. As conjunções que funcionam desse modo são Kaí, õé e pqõé.
6 Junto com isso, suprir uma rica bibliografia e uns poucos exemplos exegéticos, o BAGD tenta, em muitos casos, “cobrir todas as bases" de uso. Uma abordagem assim contrasta com esse capítulo, em que somente se toca nas categorias básicas de uso. 7 Para um esboço das categorias estruturais amplas, veja o capítulo: "Introdução às Orações Gregas.
Conjunções: lógicas 2.
671
Ilustrações
1 C o 2 :10
xò TTveO|ia tr a v r a è p a u u â ,
Kal tà
pá0r] toô 0coü
o Espírito perscruta todas as coisas, até as profundezas de Deus Ef5:3
TTopveía ôè Kal aKaOapoía TTâaa . . . |iT|õè ófopaCéoOa) kv üpiv mas nem a prostituição e toda sorte de impureza . . . até seja nomeada entre vós
B. C onjunções C onectivas (co n tin u a tiv a s, co o rd en a d a s)[e, também] 1.
Definição Esse uso simplesmente conecta um elemento adicional a uma discussão ou acrescenta uma idéia adicional à sucessão do pensamento. E traduzido por e, embora caso seja enfático, pode ser traduzido como também, indicando uma adição chave. Este último uso (também) é, às vezes, chamado adjuntivo. As principais conjunções conectivas são Kaí e ôc. Ac como uma conjunção conectiva, com freqüência, fica sem tradução.
2.
Ilustrações
Ef 1:3
eíAoyriTÒç ó 0eòç Kal rairip toü Kupíou rpcòv 'Iqaoô XpLcruoú bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo
Lc 6:9
clvcv ôè ô Irjoouç npòç aúxoúç e disse-lhes Jesus
C. Conjunções Adversativas (contrastivas) [mas, porém] 1.
Definição Esse uso sugere um contraste ou pensamento oposto à idéia com a qual é conectada. Muitas vezes, é traduzida como: mas, em lugar de, todavia, embora ou porém. As principais conjunções adversativas incluem: àXXá, nÂr|V, Kaí (se indicado pelo contexto), õe (se indicado pelo contexto).
2.
Ilustrações
M t5:17
oi)K rjÀ0ou KaxaÂüoai, áÀlà trÀrípcSaat não vim para destruir, mas para cumprir [a Lei]
Mt 12:43
ôtépxexaL ô i’ ávúôpcov tóttwv Çrpoíiv àvái:av>aiv Kal oí>x eúpíaKei [Um espírito imundo . . .] atravessa por lugares áridos procurando descanso, mas não [o] achando
Jo 15:16
oüjc òpeíç pe 6^cÀé^ao0e, à l k ’ éyu úpâç não fostes vós que me escolhestes, mas eu escolhi a vós outros O contraste entre Jesus e os discípulos é categórico: A eleição foi
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
672
cumprida por ele, Um ponto fortalecido pelo àXXá. Um contraste comparativo seria: "Vocês não me escolheram mais do que eu vos escolhi", mas isso é estranho ao contexto.
D. Conjunções Correlativas (conjunções emparelhadas) 1.
Definição Essas são as conjunções em parelhadas que expressam vários relacionamentos. Esses pares incluem: pév . . . ôé ([sem tradução] . . . mas); Kaí . . . K a í (tanto . . . quanto); pqxe . . . pqxe (nem . . . nem); ouxe . . . oíke (nem . . . nem); ot)K . . . àXXá ou ôé (não . . . porém); o ú . . . ttotÉ (nem . . . sequer); Ttoxé . . . vôv (uma vez . .. agora); xe . . . te (tanto . . . que) ou (não somente . . . mas também); rí . . . f\ (ou . . . ou).
2.
Ilustrações
M t9:37
ó pèv Bepiqiòç toàijc;, ol õè èpyáxaL óàlyoi a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. E importante notar o contraste entre [irv . . . òé.
Mc 14:68
oítxe oíõa ouxe èTTioxapaL ai) xí Aiyeiç eu nem sei nem entendo o que estás dizendo
Lc 24:20
ottcjç xe TTapéôcoKav aúxòv oi àp^icpeíç Kai oi àpypvzeç ripwn eiç Kpipa Oaváxou Kal èaxaápmaav aúxóv como nossos principais sacerdotes e autoridades tanto o traíram a uma sentença de morte quanto o crucificaram
E. Conjunções Alternativas (Disjuntivas) [ou] 1.
Definição Esse uso dá uma possibilidade alternativa à idéia com a qual está ligada. É traduzido por ou. A principal conjunção alternativa é q. Ela pode sugerir opções opostas ou alternadas.
2.
Ilustrações
Mt 5:17
pq vopíoqxe òxi qÀBou KaxaA.0oai xòv vópov q xonç Tipo^qiaç Não penseis que eu vim para destruir a Lei ou os profetas
M t5:36
oú ôúvaoai píav xpí/a ÀeuKqv TTOiqoai. q péÀaivav não podeis fazer um cabelo branco ou preto
Conjunções: lógicas
F.
673
Conjunções Enfáticas [certamente, de fato] 1.
Definição Esse uso aparece de várias formas e é determinado pelo contexto. Geralmente envolve a intensificação do sentido normal de uma conjunção. Alguns exemplos são: âXXd intensificado é traduzido como certamente; 06 com |!rj torna-se certamente não ou de modo nenhum-, ouv torna-se certamente. As verdadeiras conjunções enfáticas incluem: ye, ôq, [icvoíivyc, pévTOt, vai, e vrj.
2.
Ilustrações
Rm 8:32
òç ye Lôíou ulou oúk é^eíoaxo aquele que de fato não poupou seu próprio Filho
Fp 3:8
àXXk peuoOvye kk'l qyoôpai m u ra Çr\\i.íav eivai mas de fato também considerou todas as coisas como perda
G. Conjunções Explicativas 1.
Definição Esse uso indica qual informação adicional está sendo dada sobre o que está sendo descrito. Freqüentemente, sua tradução é: porque, vede ou a saber. Aqui estão algumas conjunções-chave: yáp, õé, eL (depois de verbos de emoção) e K a í.
2.
Ilustrações
Jo 3:16
oütwç yáp f)yáiTr|aev ó 0eòç xov KÓqiou porque Deus tanto amou o mundo
Jo4:8
oi yàp paBqxai aúxoô àTTeÃqÂÚ0cLoaa elç iqv ttÓàlu porque seus discípulos tinham ido para a cidade
H. Conjunções Inferenciais [portanto] 1.
Definição Esse uso oferece uma dedução, conclusão ou um sumário à discussão precedente. As conjunções inferenciais mais comum incluem: ápa, yáp, õió, õiÓti, ouv, uXr\v, Toiyapobu, x oiv w e woxe.
2.
Ilustrações
Rm 12:1
TtapaKaÀw ouv òpâç . . . mpaoTÍjoai xk acópaxa úpcôv Rogo-vos pois . .. que apresenteis vossos corpos
Rm 15:7
ôiò TTpooA.appáveo9e àÀA/r|A.ouç, Ka0ò)ç Kat . . . Portanto recebei uns aos outros, como também [Cristo vos recebeu]
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
674
I.
Conjunções Transicionais [ora, então] 1.
Definição Esse uso envolve a mudança para um novo tópico da discussão. Freqüentemente pode ser traduzido por ora (embora oúv seja, muitas vezes, traduzido por então). As principais conjunções com essa força são: oúu e õé. Aé é, sem dúvida, a mais comum. O uso de ouv é reservado para o material narrativo, especialmente em João.
2.
Ilustrações
Mt 1:18
to O
õè ’Iqooü Xpiatoü q yéveaiç oüttoç fjv Ora o nascimento de Jesus Cristo foi como segue
Jo 5:10
eÀeyov ouv oi douòaloi tcô TeOepatTeupéyw Então os judeus diziam ao que fora curado A força transicional de oúv, algumas vezes, se aproxima da força inferencial, como vemos aqui. Mas classificar uma conjunção como transicional é considerar a conexão mais cronológica que lógica. Cf. também Jo 1:22; 2:18, 20; 3:25; 4:33, 46; 5:19; 6:60, 67; 7:25, 28, 33, 35, 40; 8:13, 21, 22, 25, 31, 57; 9:10, 16.
II. Conjunções Adverbiais Essas conjunções amplificam a idéia verbal de modo específico e geralmente envolvem conjunções subordinadas.
A. Conjunções Causai [por causa de, porque, visto que] 1.
Definição Esse uso expressa a base ou contexto de uma ação. As principais conjunções usadas são: y á p , ô i ó i i , e r r e i , érreLÕr|, êiTeiôr|TTep, KaOúç, o t l e wç. Elas são traduzidas por: porque, por causa de ou visto que.
2.
Ilustrações
Lc 1:34
nâc; écrrai toüto, èirel auõpa oú yiycóOKa); Como pode ser isto, visto que não conheço homem algum?
Jo 5:27
k^ouoíav eõtúKev aíticò K p í o i u tto lc lv , o t l uiòç áuBpcáiTOU kaxLv deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem.
Conjunções: adverbiais
675
B. Conjunções Comparativos (modo) 1.
Definição Esse uso sugere uma analogia ou comparação entre a idéia conectada ou dita como algo que estar para ser feito. As principais conjunções usadas são: KaBáirep, Ka0úç, oüxtoç, ó ç , óaavxcoç, (òaeí e wauep. São muitas vezes traduzidas por: como, do mesmo modo, como também ou desta maneira.
2.
Ilustrações
1 Co 2:11
Ef4:32
oikwç Kal xà toô 9eoü oòôelç eyvtoKev eí pq xò irveopa xoõ Qeoô assim também ninguém conheceu as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. A comparação aqui é do espírito do homem conhecendo o pensamento do ser humano (v 10). yíueoGe elç
ak'kr\kov>ç
ypqaxoí . . .
yaç>iCò\ievo\.
èauxolç KaGàx; Kal
ó Geòç kv X p io x c o e x a p ío a x o ó p l v
sede uns para com os outros benignos, perdoando uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.
C, Conjunções Condicionais [se] 1.
Definição Esse uso introduz uma condição na apresentação do emissor a qual deve ocorrer antes de certa ação ou conclusão ocorrer. Essa oração condicional não pode refletir a realidade, mas simplesmente a apresentação ou percepção que o escritor tem da mesma. Como parte de uma oração condicional esta conjunção introduz a prótase (ou construção se . . . então). El e káv são as principais conjunções condicionais. Elas são traduzidas como se, caso etc.8
2.
Ilustrações
1 Co 2:8
eí yàp eyvataau, oúk a Porque se tivessem conhecido [a sabedoria], [então] não teriam crucificado o Senhor da glória.
Jo 5:31
khv èytò papxupcâ ncpl èpauxou, q papxupía pou o(;k eoxtv áÀqGqç Se eu testifico sobre mim,[então] meu testemunho não é verdadeiro.
8 Veja capítulo sobre sentenças condicionais para uma discussão detalhada.
676
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
D. Conjunções Locativas (esfera) 1.
Definição E s s e u s o d e c la r a o lu g a r o u e s fe r a ( m e ta fo r ic a m e n te ), is to é, o c o n te x to o n d e u m a a ç ã o o c o r r e . A s p r i n c i p a i s c o n j u n ç õ e s s ã o : O 0 eu , ottou e in c lu e m
2.
onde, de onde
ou o
ofi. A
s
tra d u ç õ e s
lugar que.
Ilustrações
Mt6:19
pf| 0r|oaupL(eT6 òplu 0r|oaupouç èm TÍjç yfjç, oirou of]ç Kal Ppaxnç oajjauíÇei Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde a traça e ferrugem destroem.
Rm 4:15
ou ôè o u k eoxiu vópoç, oòôe napápaoiç mas onde não há lei, não há transgressão Note a diferença entre a conjunção (o u ) e o advérbio de negação
(oú ).
E. Conjunções Finais [a fim de que] 1.
Definição Esse uso indica o alvo de uma ação. As principais conjunções dessas categorias são: tua, Óttmç, prprax; (o propósito negativo), pqTrou (propósito negativo) e ppiToie (propósito negativo). Sem dúvida, a mais comum é lua. As principais traduções são: afim de que, para que, que.
2.
Jo 3 :1 6
Ilustrações tò u ulòu xòv povoyeuTj eôtOKeu, lu a tt&ç ó ttlot6Úcou e lç aúxóu . . .
deu seu Filho Unigênito, a fim de que todo o que nele crê [não pereça, mas tenha vida eterna] Jo 5:34
At 9:24
àXXà taüia Aéyco lua úpeiç aw0f|Tg m a s d i g o e s t a s c o i s a s a fim de que s e j a m
s a lv o s
TTapgtripoOuTO ôè Kal ràç rrÚÂaç ppépaç te Kal uuktoç ottcoç aúxòu àvéXaxnv E eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, a fim de poderem tirar-lhe a vida
Conjunções: substantiva (da)s
F.
677
Conjunções Consecutivas [de modo que, com o resultado que] 1.
Definição Esse uso dá o resultado ou conseqüência de uma ação. O foco está no resultado da ação e não na sua intenção. As principais conjunções usadas são: (iíote, cjç, òxi e, com menos freqüência, tra. A tradução normalmente dada é: que, de modo, ou de modo que. Sem dúvida, a mais comum é coaxe.
2.
Ilustrações
Jo 3:16
oüxcúç yàp f|yáTrr|aeu ó 0eòç xòu KÓapoy, coaxe xòu ulòu xòu poyoyeyrj eõcotcev porque Deus tanto amou o mundo, que deu seu Filho unigênito
Jo 9:2
xlç
qpccpxey . . . Iv a xucjúòç yeuur|0f]; Quem pecou . . . para que [este homem] tenha nascido cego?
G. Conjunções Temporais 1.
Definição Esse uso dá o tempo da ação. As principais conjunções usadas são: ãypi, ecoç, òxcciy ote, oiiôerroxe (negativo temporal), ouicéxi. (negativo temporal), oottco (negativo temporal), Tioxé e cóç. A tradução varia dependendo da conjunção usada.
2. Lc 21:24
Ilustrações 'IepoucaA-qp. caxou TTaxoupéyq únò eBucôu, ãxpi ou nlqpcúGcâaiv Kaipol
é0vc3y Jerusalém será pisada pelos gentios, até o momento que os tempos dos gentios se completem. Jo 6:24
ôxe ouu eíòcv ó óyjÁoq oxl Iriaoüç oijk eaxiy c-Kel ora quando a multidão viu que Jesus não estava ali
III. Conjunções Substantiva(da)s Há limites de exemplos sobre o lugar onde a conjunção introduz uma oração substantiva de conteúdo e uma epexegética.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
678
A. Conjunções de Conteúdo (Integrante) [que] 1.
Definição Esse uso envolve uma conjunção que introduz uma oração subjetiva, predicativa, objetiva direta ou apositiva. Os discursos direto e indireto são orações objetivas especializadas seguindo os verbos de expressão ou per cepção. As principais conjunções incluem: tua, orruç, oxi, e (i)ç. Iva e otl são as mais comuns.9 A tradução se dá pelo uso de que ou, se introduzindo o discurso direto (e.g., um otl recitativo), é deixado sem tradução.
2.
Ilustrações
1 Co 4:2
(rixetxai év xolç olKovópoiç, Iva luaxóç tiç eí)pe0fj Que cada um seja achado fiel é o que se requer dos despenseiros. Aqui temos uma oração subjetiva.
1 Co 15:3
napéõtoKa yàp vplv . . .
otl
Xpiaxòç caréBavev vmèp xwv àpapxiôv
fípcôv Porque eu vos entreguei. . . que Cristo morreu por nossos pecados. Uma oração objetiva direta. Jo 4:17
KaÀtòç eliraç oxt ’Avõpa o Úk lyyú [disse-lhe Jesus], "Bem disseste: 'não tenho marido.'" Uma oração no discurso direto.
Jo4:19
KÚpie, 0etop(5 ôxt iTpo(t)qxr|(; et oú Senhor, vejo que és profeta. Essa é uma oração no discurso indireto.
B. Conjunções Epexegéticas [que] 1.
Definição Esse uso envolve uma conjunção introduzindo uma oração que completa a idéia de um substantivo ou adjetivo. Freqüentemente funciona como um infinitivo epexegético. As principais conjunções usadas são: Iva e ôxt. A tradução normal para esse uso é que.
2.
Ilustrações
Lc7:6
ou Licavóç eipt Iva tmò xr]v oxéyr|vpou elaéÀGfli; não sou digno que entres debaixo do meu teto.
Mt 8:27
uoxaTTÓç èoxiv ouxoç oxt Kai oi. avepoi Kai f] OáÀaaaa auxqj òiTaKoúouoiv; Que tipo de homem é este que até os ventos e o mar lhe obedece?
9 Veja capítulo sobre modo, sobre indicativo (para o t l ) e subjuntivo (para iva) para uma discussão mais detalhada.
Sentenças Condicionais Panorama do Capítulo I.
II.
III.
Introdução......................................................................................................... 680 A. Importância das Sentenças Condicionais no Novo Testamento.................................................................................680 B. Como Abordar as Sentenças Condicionais..................................... 681 Sentenças Condicionais em Geral................................................................682 A. Definição............................................................................................... 682 1. Estruturalmente....................................................................... 682 2. Semanticamente..........................................................................682 a. O Significado da Construção.......................................... 682 1) Causa-Efeito............................................................. 682 2) Evidência-Inferência...............................................683 3) Equivalência.............................................................683 4) Princípio....................................................................684 b. O Significado dos Componentes....................................684 1) Apódase.................................................................... 684 2) Prótase....................................................................... 684 B. Guia Geral para Interpretar as Sentenças Condicionais.............. 685 1. O Elemento Condicional........................................................... 685 2. Relação com a Realidade........................................................... 685 3. Condicionais Conversíveis (Semanticamente)................... 685 4. Inverso da Condicional (Semanticamente)............................686 5. Sumário .................................................................................... 687 Sentenças Condicionais no Grego (especialmente no N T )....................687 A. Meios de Examinar a Idéia Condicional no G rego.......................687 1. Implicitamente......................................................................... 687 2. Explicitamente............................................................................ 689 B. Categorias Estruturais das Sentenças Condicionais..................... 689 C. Categorias Semânticas das Sentenças Condicionais..................... 690 1. Condicional de Primeira Classe............................................... 690 2. Condicional de Segunda Classe............................................... 694 3. Condicional de Terceira Classe................................................ 696 4. Condicional de Quarta Classe..................................................699
679
680.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Apêndice sobre as Sentenças Condicionais: Informação Avançada.................... 701 Bibliografia Avançada................................................................................................ 701 I. Introdução .......................................................................................................... 702 A. A Batalha com as Condicionais.............................................................. 702 B.
Parênteses: Condicionais e a Teoriado Atodo Discurso................... 703
II. A Controvérsia entres os Sistemas de Classificação..................................... 705 A. Declaração das Duas Visões...................................................................705 1. W. W. Goodwin.................................................................................. 705 2. B. L.Gildersleeve................................................................................706 B. Crítica das Duas Visões (especialmente em relação ao N T )
706
1. Do Sistema de Goodwin............................................................... 706 2. Do Sistema de Gildersleeve.............................................................708 3. Sumário............................................................................................... 709 C. Uma Solução Proposta............................................................................710 1. As Alternativas (Logicamente)....................................................... 710 2. Estrutura e Semântica...................................................................... 710 3. Sumário............................................................................................... 711
I. Introdução A. Importância das Sentenças Condicionais no Novo Testamento 1.
Quantidade Há mais de 600 sentenças condicionais formais no NT (i.e., com um explícito se). A média em Nestle-Aland27 é um por página. Somado a essas condicionais formais, há centenas de condicionais implícitas. Desse modo, um entendimento adequado dessas sentenças impactaria sua exegese em cada virada de página.1
2.
Qualidade Não seria exagero dizer que alguns dos grandes temas da teologia bíblica não seriam propriamente entendido sem um conhecimento correto das condicionais.
1 Contra nosso costume, a Bibliografia Selecionada é colocada no apêndice do capítulo, não no começo. Os materiais bibliográficos sobre as sentenças condicionais são muito intimidadores, como o tópico em si. Assim como fazer o tópico das condicionais mais convidativo para estudantes intermediários, senti que a bibliografia inteira deveria fica no apêndice.
Sentenças condicionais: introdução
681
Amplos mal entendidos por aí persistem quanto às condicionais gregas. Tanta informação falha no domingo sobre as orações condicionais é comunicado do púlpito para a congregação. Sistemas teológicos inteiros e estilo de vida são, às vezes, moldados sobre tal falta de entendimento. Ilustremos isso, ainda que rudemente: há vários anos atrás, um estudante de uma faculdade cristã na principal cidade do centro-oeste dos E.U.A. estava lendo o Sermão do Monte. Esse jovem piedoso se deparou com Mt 5:29 ("Se tua mão direita de faz tropeçar, corta-a!". Através de seu entendimento de grego entendeu ser aquela uma condicional de primeira classe, ou seja, intercambiável à conjunção visto que. E, obediente ao que estava escrito, chegou a arrancar um de seus olhos com um estilete! O jovem sobreviveu a automutilação, mas perdeu o olho.2 Determinada crença sobre as condicionais mudou seu jeito de viver!
B. Como Abordar as Sentenças Condicionais Há essencialmente três abordagens possíveis de usar na análise das condicionais: estrutural, semântica e prática. A abordagem estrutural (ou formal) olha a partícula condicional (quer seja ei ou káv), os modos e tempos usado na prótase (oração se) e a apódase (oração então). Desses grupos estruturais surgem os significados básicos apresentados pelas condicionais. A abordagem semântica (ou gramática universal) pergunta essencialmente o que as duas metades das condicionais significam. Quer dizer, como se relacionam entre si? Essa abordagem começa com a estrutura básica (se . . . então), porém fala mais sobre questões gerais e verdadeiras com todas as condicionais, v.g., se o relacionamento prótase-pódase é a causa-efeito ou algo assim.3 A abordagem prática4(ou teoria do ato do discurso) examina o que as pessoas tentam comunicar ao usarem amplamente tais sentenças. Essa abordagem não está preocupada como as duas metades se inter-relacionam, mas se uma sentença condicional é falada como ameaça velada, pedido, ordem etc. Todas estas são abordagens válidas para as condicionais. Focalizaremos as primeiras duas visto que a abordagem prática está muito distante da forma para lidarmos com ela com facilidade; ou seja, essa parte pertence mais à análise de discurso que à sintaxe.5
2 Essa é uma história verdadeira que ouvi do jovem colega de classe. 3 O que estamos chamando de abordagem semântica poderia também ser classificada como abordagem lógica em que é especialmente focalizada a lógica das orações condicionais. 4 Estamos usando aqui "prático" em seu sentido lingüístico - i.e., o campo da lingüística que está preocupado com o contexto inteiro onde a elocução é feita, envolvendo o contexto textual e os outros elementos, como contexto histórico, político e social. 5 Um breve tratamento dessa posição se encontra no apêndice, junto com a leitura sugerida.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
682
II. Sentenças Condicionais em Geral Certos aspectos das condicionais são verdadeiros em toda língua. Em determinado exemplo, esses aspectos são intuitivamente reconhecidos. Mas isso tudo precisa ser trazido à tona inicialmente para superarmos os conceitos errados sobre como as condicionais se comportam nos textos apreciados.
A. Definição Sentenças condicionais pode ser definidas estrutural ou semanticamente. 1.
Estruturalmente Ela tem duas partes: uma parte "se", e outra, "então". "SE" = prótase; "ENTÃO" = apódase.
2.
Semanticamente As condicionais definem-se semanticamente em termos de construção geral e componentes individuais. a.
O Significado da Construção (i.e., a Relação da Prótase com a Apódase) Há uma tácita pressuposição, às vezes, que a prótase de uma condicional indica a causa e a apódase indica o efeito. Mas esta não é a única relação entre elas. Em essência, há três relações básicas que uma prótase tem com a apódase: causa-efeito, evidência-inferência e equivalência. E um exercício proveitoso examinar o texto bílico à luz dessas nuanças básicas. 1) Causa-Efeito A primeira relação mencionada foi causa-efeito. "SE" = causa; "ENTÃO" = efeito. Por exemplo: "Se você colocar a mão no fogo, você se queimará." "Se você comer um quilo e meio de chocolate por dia durante um mês, você se parecerá com um botijão!" O NT também apresenta suas ilustrações:6
Rm 8:13
el Kaià aápKa (f|Te, |iélÀete àmdvr\OKeiv. Se viverdes segunda a carne, estais a ponto de morrer.
6 O relacionamento causa-efeito não está confinado a uma classe particular de condicionais. Ele ocorre da primeira à segunda e terceira classes condicionais (como a ilustração mostra).
Sentenças condicionais: em geral
683
M t4:9
tauxá aoi Trávxa õwoco, éàv treocov npoaKuvriaqç poi. Tudo isto te darei, se prostrado me adorares.
1 Co 2:8
ei eyvwaav, oí)K àv xòv KÚpiov xf|ç õóÇriç éaxaúpwaav Se tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Esta é uma condição "irreal", em que uma declaração é apresentada como não verdadeira. Mas o relacionamento de causa-efeito pode ain da ser visto: o conhecimento (ou a sabedoria de Deus) teria levado os governantes desse mundo a não crucificarem o Senhor da glória. 2) Evidência-Inferência A segunda relação que a prótase apresenta com a apódase é de contexto ou evidência-inferência. Aqui o emissor infere algo (a apódase) de alguma evidência. Quer dizer, ele deduz sobre implicações que uma parte da evidência lhe sugere. Por exemplo: • "Se é domingo, deve ter jogo de futebol." • "Se ela tem uma aliança na mão esquerda, então é casada." Note que a prótase não é a causa da apódase. De fato, é, às vezes,o oposto: "Caso ela se case, usará uma aliança na mão esquerda". Assim, com freqüência, ainda que, nem sempre, o contextoinferência será semanticamente o contrário da condicional de causa-efeito. Kal KÀqpovópoi Ora se [somos] filhos, então [somos] herdeiros.
R m 8 :1 7
e i õè x t K v a ,
1 Co 15:44
cL éoxiv ocâpa i]/uxlkov, éaxtv Kal TTveu|iaxiKÓv. Se há corpo físico, há também [corpo] espiritual. Obviamente, corpo físico não causa o espiritual. Pelo contrário, Paulo simplesmente infere que deve haver um corpo espiritual a partir da evidência de um corpo físico. 3) Equivalência A terceira relação que as duas partes podem ter entre si é a de equi valência. Quer dizer, seria possível colocar essa fórmula dessa ma neira: "Se A, então B" ou que "A = B." (Essa fórmula parece muito com evidência-inferência.) Por exemplo, • "Se você é filho do Manoel, então Manoel é seu pai." • "Se sois obedientes a Deus, estais vivendo de forma justa." (mais levemente equivalente)
G12:18
ei
yàp
à
K axeÀ uaa
xauxa
T iá /a v
OLKOòoqcô,
n a p a p á x r| v
épauxòv
a u v u rx á v to .
Porque se destruo as coisas que eu mesmo construi, constituo a mim mesmo um transgressor.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
684 Tg 2:11
el . . . c|>oueúei.ç õé, yéyovaç irapapátriç uópou. Mas se matas, tens te tornado transgressor. 4) Princípios Alguns princípios surgem dessa breve análise. • Os três tipos de condicionais não são inteiramente distintos. Há certas semelhanças entre eles.7 • Não obstante, é importante exegeticamente para o estudantes tentar distinguir, se possível, as três nuanças. Veremos isso de forma mais clara quando examinarmos a seção "Guia Geral". • Uma prótase composta não significa necessariamente que as duas condicionais têm a mesma relação com a apódase. Note, e.g., a seguinte ilustração: Suponhamos que um lateral diga para um atacante: "se você correr para o lado esquerdo e chutar a bola no canto direito do goleiro, você marcará um gol". Mas as duas prótases não têm a mesma relação com a apódase. O atacante poderia também correr para a direita e chutar no canto esquerdo do goleio. A coisa essencial aqui é fazer o gol! b. O Significados dos Componentes Basicamente, o significado dos componentes é a suposição-conseqüência. Especificamente: 1) A pódase A apódase é gramaticalmente independente, mas semanticamente depende. Quer dizer, ela pode ficar na sua sentença e ser completa (e.g., "Se eu morrer, eu morro"), mas isso depende da "factualidade" do cumprimento da prótase (Se ele fizer mais gols, será o artilheiro"). 2) Prótase A prótase, por outro lado, é gramaticalmente dependente, mas sematicamente independente. Ou seja, não forma um pensamento completo ("Se eufor nadar amanhã, ficarei gripado"). Seu cumprimento é independente da apódase ser verdadeira.
7 O tipo equivalente especialmente pode ser tratado como um tipo específico da construção evidência-inferência. Nem todas as construções evidência-inferência envolvem equivalência (e.g., 1 Co 15:44).
Sentenças condicionais: em geral
685
B. Guia Geral para Interpretar as Sentenças Condicionais 1.
O Elemento Condicional Somente a prótase é o elemento condicional. Quer dizer que a contingência repousa com o se, não com o então. Se a prótase for cumprida, a apódase também será.
2.
Relação com a Realidade Qual é a relação entre a declaração da condicional e a realidade? Isso se encaixa na questão ampla da relação da língua com a realidade. Como temos dito em toda essa obra, a linguagem é essencialm ente um a d e s c r iç ã o (retrato) da realidade. O retrato nunca é uma descrição completa da realidade. Isso não está necessariamente incorreto, mas também não é uma descrição necessariamente correta. As implicações disso para a gramática em geral e para as orações condicionais especificamente são signiíicantes. Ilustrando, em Mt 18:8 o evangelista retrata o Senhor dizendo: "Se tua mão te faz tropeça, corta-a!" Ele usa a condicional de prim eira classe. Mas Marcos, na passagem paralela (9:43), retrata o Senhor dizendo o mesmo na condicional de terceira classe. Agora é possível que um dos dois escritores tenha recebido uma informação errada. Também é provável que o domínio semântico das condicionais de primeira e terceira classes não sejam inteiramente distintos. Talvez sejam elástico o bastante para que ambos as usassem, às vezes, para falar do mesmo evento.
3.
A Inversão das Condicionais (Semanticamente) A inversão de "Se A, então B" é "Se B, então A". Qual a importância? A inversão de um a condicional não é n e c e s s a r ia m e n t e verdadeira. Ainversão, e.g., de "Se está chovendo, deve haver nuvens no céu" é "Se há nuvens no céu, deve estar chovendo". O inverso nesse exemplo é patentemente falso. Aplicado ao texto bíblico, note:
Rm 8:13
e l Kcnrà o á p K a Çf|xe, |iéHÀexe à n o 9 vf|a K e iu .
Se viverdes segundo a carne, estais para morrer. O inverso disso não é necessariamente verdade: "Se estais para morrer, você deve ter vivido segundo a carne". Pode haver outras razões para alguém estar para morrer sem estar vivendo segunda a carne. G1 3:29
e l ú p e lç X p L o t o ü , ã p a xo u ’A p p a à (i onép|ia êoxé
Se sois de Cristo, então sois sementes de Abraão. O inverso igualmente não é necessariamente uma verdade: "Se sois semente de Abraão, então sois de Cristo". Poderia haver outros que são sementes de Abraão e não são de Cristo. Rm 8:14
ó o o i y k p TTveúpaxL 9eoí> c í v o v ia i, o u x o i iA ol 9co ú e l a i v .
Porque todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus. Esta é uma condicional implícita (sem o "se" formal), não obstante. O
686
Sintaxe Exegética do Novo Testamento inverso pode ou não ser verdadeiro, mas a gramática não nos fala: "Se sois filhos de Deus, sois guiados pelo Espírito de Deus". Se o inverso é verdadeiro, precisa ser estabelecido com outra base, e não com a sintaxe da condicional. O pensamento claro nessa área o capacitará a evitar interpretações falhas das Escrituras em várias passagens. 4.
O Inverso da Condição (Semanticamente) Por inverso da condição, quero dizer o oposto da condicional. O inverso da condicional: "Se A acontece, B acontece" é "Se A não acontece, B (ainda) acontece". O ponto importante para lembrar é: o inverso da condição não é necessariamente falso. A razão para isso é: (1) Nem toda condicional é do tipo causa-efeito, e (2) mesmo entre os tipos causa-efeito, a causa declarada não tem que ser necessária e exclusivamente uma condicional. Quero dizer que, se a condicional não for cumprida, isso não significa necessariamente que a apódase não venha a ser verdade. •
Na declaração: "Se você colocar a mão no fogo, poderá se queimar"; a negação não é necessariamente verdadeira. Ou seja, "se você não colocar sua mão no fogo, você não se queimará", pois bem, você poderia colocar seu pé no fogo (ou a mão no forno etc).
• Ou: "Se eu morrer, minha esposa ganhará R$10.000."Negativa: "Se eu não morrer minha esposa não ganhará R$10.000." (Isso não é necessariamente verdade: ela pode ganhar na loteria...) Biblicamente, considere os seguintes exemplos. 1 Tm 3:1
eí u ç èiU0K0irf|Ç òpéyexai, K a À o u epyou ètuOupeí. Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. Obviamente, isso significa que se alguém não aspira ao episcopado, ele não deseja uma obra excelente.
Tg2:9
ei TTpoawíTOÀr||i7Trflie, àpaptíau êpyáÇeaGe Se vos mostrardes parcialidade, cometeis pecado. E possível, é claro, pecar de outra maneira que não seja por parcialidade.
Rm 10:9
èàu ó|ioA.oyqaflç kv tcâ axópcm aou KÚpiou 'IqaoOu KaituotçÚot|ç év rí) Kapôía oou otl ó Oeòç aircòu fjyeípcu ck yçKptôu, ou8f|oq
Se confessares com a tua boca que Jesus é [o] Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Uma maneira de ver esse texto é considerando a confissão com a boca como o contexto ou a evidência sobre a qual a inferência "será salvo" está baseada. Mas não é a causa. A causa está na segunda parte da condicional, "Se creres em teu coração...". Não é necessário tratar cada prótase como tendo a mesma relação com a apódase.
Sentenças condicionais: no grego 5.
687
Sumário Se o inverso da condicional não é necessariamente falso e o contrário não é necessariamente verdade, então o que a condicional significa? Vamos colocar isso de outro modo, se a apódase da condicional não é necessariamente em cada caso depende do cumprimento da prótase a fim de ser cumprida, então qual é o propósito de uma oração condicional? A resposta está relacionada à apresentação. Até onde é apresentada, embora, às vezes, a apódose pode ser verdadeira sem que a prótase seja, ou a apódose deve ser verdadeira quando a prótase for. Isso quer dizer que, até onde a descrição diga respeito, se a prótase é cumprida, a apódose será verdade. Como o exemplo da mão no fogo: "Se você pôr sua mão no fogo, você se queimará", aqui você diz que se você cumprir a condicional, a conseqüência é verdadeira. Vejamos o resumo abaixo: a) Declarações condicionais se referem ao retrato da realidade e não à realidade em si. Porém, dentro desses parâmetros, pode-se dizer o seguinte: b) Se A, então B 4 se B, então A (o inverso não é necessariamente verdadeiro). c)
Se A, então B 4 se não-A, então não-B (o inverso não é necessariamente falso).
d) Se A, então B não nega se C então B (condicional não necessariamente exclusiva ou não necessariamente causai).
III. Sentenças Condicionais no Grego (especialmente no NT) Agora que temos de olhar a função lógica das condicionais. Estamos em uma me lhor posição de interpretar as várias estruturas condicionais gregas.
A. Modos de Examinar a Idéia Condicional no Grego As condicionais podem ser vistas implicitamente (i.e., sem as marcas estruturais formais) ou explicitamente (i.e., com marcadores estruturais formais). 1.
Implicitamente a.
Particípios Circunstanciais Os particípios circunstanciais podem ser usado para indicar condição.
Hb2:3
ttcôç ppelç èK(j)euçópe0a xr)ÀiKaÚTqç ápelqoauteç aarnipíaç; Como escaparemos nós se negligenciarmos uma tão grande salvação?
688
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Particípio Substantivai Não há categoria sintática do "particípio condicional substantivai", mas a noção da condição pode ainda ser implicada dos particípios substantivados. Freqüentemente, ele segue a fórmula ò + particípio + futuro indicativo (veja exemplos abaixo).
Mt 5:6
paKápLOL ol Ttfivuwzeç Kal ÔLiJiwutfç tt]v ôtKatoawqv, OTI aUTOL XopxaaOqaovxai..
Bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Declarado como uma condição explícita: "Bem-aventurado sois se tiverdes fome e sede de justiça, pois serão fartos." Mc 16:16
ó TTiOTeúoaç Kal PairxiaBelç au)8fjaexai
O que crê e for batizado será salvo. Esta é uma parte do final mais longo de Mc, um texto muito provavel mente não original (mas ainda valioso na ilustração). Declarado como condicional: "Se creres e fores batizado serás salvo." Este texto pode ilustrar outro ponto sobre as condicionais. Como você deve lembrar, as duas condicionais na prótase não necessariamente têm a mesma relação com a apódase. Uma poderia ser a causa, a outra, a evidência. Se esse for o caso aqui, "se creres" é a causa e o cumprimento da apódase depende dele. "e fores batizado" é a evidência da fé e a apódase não depende dele para o cumprimento. Isso explicaria a sentença seguinte: "o que não crê será condenado". c.
Imperativo O imperativo pode indicar condição.
Jo 2:19
A.úoaxe xòv vaòv xobxov Kal kv xpiolv qpépaiç èyepú ahxóv.
Se destrulrdes este templo, em três dias o edificarei. d. Uma Oração Relativa Esta geralmente envolve um indefinido relativo, mas nem sempre. Mt 5:39
óoxtç oe paTríÇei elç xpu õc^iàv aiayóua aou, oxpétjíov aíittô Kal
xqv aAAqv Se alguém te bater na face direita, dá a ele o outro lado também. 1 Co 7:37
oç òc 'éoxqKev kv xfj Kapôía aúxoü èôpaioç . . . Kalcôç TT0if|O(T. Mas qualquer que (= "se qualquer que") permanecer firme em seu coração .. . bem fará. Uma Questão Em raras ocasiões, uma questão direta pode ser usada com força condicional.
Sentenças condicionais: no grego Mt 26:15
689
u BkXexk poi ôoüvtu, Kayth ligír1 Trapaôcóacj ocírcóv; Os que querem me dar se eu vo-lo entregar? f.
As Semânticas Envolvidas As condicionais implícitas normalmente são equivalentes às condicionais de terceira classe. Essa tem peso exegético em várias passagens.8
2.
Explicitamente Explicitamente, as condicionais expressam-se com o se declarado na prótase. O grego tem duas palavras "se" usadas com freqüência - ei e káv. O resto do capítulo focalizará as condicionais explícitas.
B. Categorias Estruturais das Sentenças Condicionais As sentenças condicionais explícitas seguem quatro padrões estruturais gerais no NT Grego.9 Cada padrão é conhecido como classe. Logo temos: primeira classe, segunda classe, terceira classe e quarta classe. Veja a seção sobre semântica para o significado que cada caso cobre. Tipo
Prótase ("se")
Apódase ("entao")
1- Classe
ei + modo indicativo qualquer tempo (negativo: oú)
qualquer modo qualquer tempo
2- Classe
el + modo indicativo
(av) + indicativo
tempo passado aoristo . . . imperfeito . . . (negativo: pq)
tempo passado .. . aoristo (cronologia passada) . . . imperfeito (cronologia presente)
3a Classe
káv + modo subjuntivo qualquer tempo (negativo: pq)
qualquer modo qualquer tempo
4a Classe
c l + modo optativo presente ou aoristo
av + modo optativo presente ou aoristo
Tabela 12 A E stru tu ra das C ondicion ais
8 Veja discussão nos particípios condicionais no capítulo sobre particípios. 9 Estamos aqui combinando a condicional de terceira com a quinta classe, pois a quinta classe é uma subcategoria da terceira estruturalmente falando. Se fôssemos distingui-las estruturalmente, deveríamos também distinguir os dois tipos de condicional de segunda classe.
690
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
C. Categorias Semânticas das Sentenças Condicionais 1.
Condicional de Primeira Classe (Assumida como Verdadeira por Causa do Argumento) a.
Definição A condicional de primeira classe indica pressuposição da verdade por causa do argumento. A idéia normal, então, é s e - e assumamos que isso seja verdade por causa do argumento - então... Essa classe usa a partícula ei. + indicativo (em qualquer tempo verbal) na prótase. Na apódase, qualquer modo e qualquer tempo verbal. Essa é uma oração condicional freqüente, ocorrendo cerca de 300x no NT.10
b. Amplificação 1) Não " Visto que" Há duas visões que devem ser evitadas no estudo da condicional de primeira classe. Evite dizer muito sobre seu significado. Popularmente, essa condicional é tida como a da realidade ou da verdade. Muitos já ouviram do púlpito: "No grego, essa condicional significa visto que".n Isso não é totalmente verdadeiro: (1) essa visão assume uma correspondência direta entre a linguagem e a realidade, já que o indicativo é o modo do fato. Por outro lado, essa visão é empiricamente falsa, pois as sentenças condicionais: (a) Em só 37% dos exemplos apresentam uma correspondência com a realidade (daí a tradução visto que12), (b) Além disso, há 36 exemplos dessa no NT que não podem ter essa tradução. Isso pode ser visto especialmente com as declarações condicionais.13 Note as seguintes ilustrações.
10 Boyer ("First Class Conditions," 76-77, n. 5) tenta contar 306 condicionais de primeira classe, embora cautelosamente note que uma contagem precisa é difícil, pois "algumas misturam-se (parte da primeira e da segunda classes); algumas são incompletas (onde a prótase ou apodáse não são expressas); e algumas são incertas (onde o verbo não é expresso).'' 1 Gramáticos como Gildersleeve, Roberts, Robertson, BDF, etc., têm examinado as condicionais à luz do modo usado e afirmam que o indicativo em condicionais de primeira classe é significante. Mas a linguagem deles têm sido mal entendida: "pressuposição da verdade" tem sido interpretado como "verdade". 12 Mostraremos que a condicional de primeira classse nunca deveria ser traduzida como visto que (veja a terceira seção, "Pressuposição da Verdade por causa do argumento"). 13 Para uma discussão detalhada desses pontos, veja Boyer, "First Class Conditions," especialmente 76-80.
Sentenças condicionais (primeira classe)
691
Mt 12:27-28 ei. kyò kv BeeÀÇePoi)A. eKpáA.A.ü) za õoapóvux, ol ulol òpcâv kv ~Lvi ètcpá/UouGin; . . . (28) ei ôè kv iTveú|i
ei ôè àváaxaocç vcKpkòv oijk eouv, oüôè XpLOtòç éyriyepTm Mas se não há ressurreição, então Cristo não ressuscitou. E auto-evidente que o apóstolo Paulo não queria dizer com a condicional de primeira classe "visto que não há ressurreição"!
Cf.também Mt 5:29-30; 17:4; 26:39 com 26:42; Jo 10:37; 18:23; 1 Co 9:17; 15:14. 2) Não é Simples Uma vez que nem sempre essa condicional corresponderá à realidade, alguns estudiosos têm assumido que ela é apenas uma simples condição.14 W.W. Goodwin, diz: "Quando uma prótase simplesmente declarar uma suposição particular, não insinuando nada sobre o cumprimento da condição, terá e í+indicativo".15 A condicional de primeira classe, nessa visão, é, algumas vezes, chamada de "condição simples", "condição de conexão lógica", ou "condição neutra". Alguém poderia chamá-la de "condição indefinida", pois nada é dito sobre a realidade da suposição. Isso fala muito pouco. No fundo, ela assume um ponto de significado na estrutura sintática, ignora o modo usado (o indicativo significando alguma coisa),16 e não faz distinção entre as várias condicionais.17 Realmente, pode-se dizer que toda condicional faz conexão lógica entre as duas metades (e.g., a condicional de terceira classe em Mc 8:3 -kàv àTTOÀúaco a t i i o u ç v i j a t e i ç e í ç o lk o v k u t c õ u , e K À u ô r i a o v T m kv xfj óôtô ["Se os mandares para suas casas com fome, desfalecerão no caminho"]). Essa é a natureza geral das condicionais, não apenas da 14 Para uma crítica dessa visão, veja o apêndice. 15 Goodwin-Gulick, Greek Grammar, 294 (§1400). 16 Essa abordagem concorda que o indicativo pressupõe a não-verdade de uma proposição na condicional de segunda classe (Boyer, "Second Class Conditions," 82: "eles desfrutam mais da concordância por parte dos gramáticos que outros tipos e são menos problemáticos [síc] para o exegeta"). Afirma que o indicativo é uma chave indicadora de significado nas condicionais, não nos outros argumentos contra a validade do esquema geral. 17 Boyer defende que na visão da conexão lógica se encaixa "cada um dos 300 exemplos no NT e são igualmente verdadeiros em cada um deles" ("First Class Conditions," 82). Mas essa é uma declaração minimalista que poderia ser dito de todas as condicionais primeira, segunda, terceira ou quarta classes.
692
Sintaxe Exegética do Novo Testamento primeira. A questão não é quão pouco a condicional de primeira diz, mas quanto. Quais são suas marcas distintivas?18 3) Assumida com o Verdadeira por Causa do Argumento A força do indicativo, quando entendida corretamente, indica a apresentação da realidade. Na condicional de primeira classe, a partícula condicional transforma a apresentação em uma suposição. Isso não significa que ela seja verdadeira ou signifique visto que\ Mas, que até onde a descrição for considerada, o ponto do argumento baseia-se na suposição da realidade. Vários exemplos demonstrarão esse ponto. Mas três coisas precisam ser acrescentadas: • (1) Mesmo nos lugares onde o argumento é aparentemente aceito pelo emissor, a partícula e í não deveria ser traduzida como visto que. O grego tinha várias formas para visto que, e os escritores do NT não se opunham a usá-las (e.g., eTteí, èrreiôrj). Há um grande efeito retórico no se. Traduzir cl como visto que é transformar um convite ao diálogo em uma palestra.19 Constantamente a idéia parece encorajar a uma resposta, onde o autor tenta forçar seus ouvintes a chegarem à conclusão da apódase (visto que já concordam comece na prótase). Assim, funciona como um instrumento de persuasão. Note algumas das ilustrações abaixo que demonstram esse ponto.20 • (2) Como podemos dizer se um emissor realmente afirmava a verdade na prótase? O contexto, naturalmente, é a chave, mas uma boa regra geral é notar a apódase: A lógica concorda se a prótase e a apódase forem verdadeiras? Com freqüência, quando uma questão é feita na apódase, o autor não abraça a verdade na prótase. Essas são apenas diretrizes simples. Quando, em dúvida, verifique o contexto mais amplo.
18 No tratamento de Boyer sobre as condicionais, ele apela à erudição clássica: "Os gramáticos clássicos junto com os eruditos mais antigos do NT tinham a idéia correta" ("First Class Conditions," 83). Mas esta é uma declaração mal colocada, pois Boyer está apelando a uma visão particular dentro da erudição clássica, ou seja, Goodwin, que era um reacionário à visão comum que recua até Gottfried Hermann. Gildersleeve levou Goodwin para trabalhar a fim de tirar proveito e corretamente o criticou por ignorar o modo. Muitos, se não quase todos os eruditos do clássico se colocaram do lado de Gildersleeve contra Goodwin. 19 Embora muitas traduções façam isso em vários lugares, essas traduções falham na força literária da declaração condicional. 20 Esse uso seria considerado uma das funções prática das condicionais, por causa da alta freqüência no NT dessa prótase responsiva ou persuasiva com condicionais de primeira classse. Porém, somos igualmente justificados em colocar esse uso aqui.
Sentenças condicionais (primeira classe) •
693
(3) Não é, com freqüência, que orações condicionais são usadas retoricamente além da estrutura aparente. Por isso, em certo grau, a estrutura pode indicar algo e, em outro, ter um significado completamente diferente. Suponha,e.g., que uma mãe diz a seu filho: "Se você colocar a mão no fogo, você se queimará". Poderíamos analisar a condicional em um nível estrutural ou lógico. Esses não devem ser ignorados. Mas um significado prático da declaração seria: "Não coloque a mão no fogo!" E, de fato, uma ordem polida, expressa em linguagem direta. (Essa abordagem será discutida brevemente no apêndice).
Mt 12:27-28 el kyà> ev BeeÀÇePouA. êKpáÀÀco xà ôca|jxma, ol uiol úptòu kv xLvi èKpáÀA.ouoLu; . . . (28) eí õè kv iTueúpaxi 0eot> èyw CKpáÂÀu xà õca|iótaa, apa ecj)0aaev ècp’ úpâç f) PaaiÀeía xou 0eoü. Se eu expulso demônios por Belzebú, por que expulsam vossos filhos? . . . (28) Mas se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, então é chegado o reino de Deus. Já vimos com esta parelha de versos que a partícula não pode ser consistentemente traduzida por visto que. Mas tratá-la como se fosse uma simples condição não é suficiente. A força é "Se - e assumamos que seja verdadeiro por causa do argumento - eu expulso demônios por Belzebú, então por quem vossos filhos os expulsam? . . . Mas se - assumindo por outra razão que torne isso verdadeiro - eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é chegado". Com isso, temos um resultado satisfatório para as duas metades. Mt5:30
el f| ôeÇux aou xelp OKauõaÀÍÇei ae, ancorou aúxqv Kal páÀe cnrò aoô Se tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti! Jesus vez após vez lançou um número de desafios à ortodoxia judaica da época, como aqueles que escravizam as pessoas. Lendo o texto à luz daquilo que motiva a força seguinte: "Se - assumamos que isso seja verdade por causa do argumento - tua mão direita te faz tropeçar, então cortá-a e lança fora de ti!" Alinha seguinte somente reforça a interpretação ("Por isso é melhor que um dos seus membros pereça que seu corpo inteiro seja lançado no inferno"). Assim, Jesus traz a visão dos fariseus à sua conclusão lógica. E como se ele dissesse: "Se você realmente crê que a raiz do pecado está na anatomia, então comece cortando algumas partes do corpo! Afinal de contas, não seria melhor ser chamado de 'maneta' no céu que fritar no inferno de corpo inteiro?" A condicional tem um poder provocativo visto nessa exposição. Ele tenta fazer com que os seus ouvintes analisem com cuidado a inconsistência de suas próprias posições. Não são as mãos e os pés que fazem as pessoas pecarem, mas o coração.
Lc4:3
eim v aúxcô ó ôi,áfSoA.oç el ulòç el xoô 0eoô, eLuè xú Àú0co xoúxco Iv a yévrixai ãpxoç. Disse-lhe o diabo: Se és o Filho de Deus, dize a estas pedras que se transformem em pães. A força disto é "Se - e assumamos que seja verdade por causa do argumento - tu és Filho Deus, dize a estas pedra que se transformem em pães."
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
694 1 Ts 4:14
eí yàp TTLatfúo|ifi/ o tl TqaoOç àuéQavcv Kai àuéarq, oÍjtioç Kai ò Qeòç toiiç KOL(ir|0f:yTaç õ ià toCi ’Ir|ooíj a£et, o b v a m Q .
Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus trará em sua companhia aqueles que dormiram através dele. Muitas traduções mordemas inglesas traduziram ei como visto. Embora certamente é fato que Paulo admitiu isso como verdade, traduzimos se por visto que, mantém os ouvintes à distância. A sentença se torna uma palestra no lugar de um diálogo. Traduzindo como se, os ouvintes são levados para dentro do argumento da apódose. As suas reações seriam algo como: "Você está perguntando se nós acreditamos que Jesus morreu e subiu novamente? Claro que nós acreditamos nisso! Você quer dizer que isso indica que o morto em Cristo não perderá o arrebatamento?". Em tais exemplos a dúvida não está na prótase, mas na apódose. (Além disso, dizer que a conexão é meramente lógica não faz jus ao texto.) Geralmente, o emissor atrai o seu ouvinte por uma conexão, baseando seu argumento no que ambos já admitiram como verdade. Esses exemplos possuem importância exegética. Cf., e.g., Rm3:29, 30; 5:17; 2 Co 5:17; G1 3:29; 4:7; 2 Tm 2:11; Fm 17; Hb 2:2-3; 1 Pd 1:17; 2:2-3; 2 Pd 2:4-9; 1 Jo 4:11; Ap 13:9; 20:15. Rm 8:9
òpelç ôè o u k koxk kv oapKl ÂXXh kv irvcupatL, eiirep irveüpa 0covi I k CL kv ò|ilu. Mas não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. Aqui a partícula condicional é semelhante a ei, fortalecendo a força ascensiva. Isto se parece muito com 1 Ts 4:14 - i.e., é muito parecido com uma condicional "responsiva". Os ouvintes provavelmente responderia assim: "Se o Espírito de Deus habita em nós? Clara que sim! Isso significa que não estamos na carne, mas no Espírito? Formidável!"
o
Cf. também Mc 14:29; Lc 4:9; 6:32; 19:8; Jo 10:24; 18:23; At 5:39; 16:15; 25:5; Rm 2:17; 4:2; 6:5; 7:16, 20;2Co 3:7, 8; 11:15; G1 2:18; 5:18; Fp 2:17; Cl 3:1; 1 Tm 5:8; Flb 12:8; Tg 4:11; 2 Jo 10; Ap 14:9.21 2.
Condicionais de Segunda Classe (Contrário ao Fato) a.
Definição Esta condicional indica a suposição de uma inverdade (por força do argumentoJ.22 Daí é chamada de condição "contrária ao fato" (ou irreal). Poderia melhor chamá-la de pressuposição contrária ao fato, porém, visto que, algumas vezes, apresenta condição que é verdade, ainda que o emissor a pressuponha como não verdadeira (e.g, Lc 7.39). Na prótase, a estrutura é el + indicativo em um tempo secundário (geralmente aoristo ou imperfeito). A apódase geralmente tem a v (mas alguns exemplos não possuem a partícula),23 e o tempo verbal secundário no indicativo. Há cerca de 50 exemplos da condicional de segunda classe no NT.24
21 Para uma lista completa, com grego e textos em inglês, veja Boyer, "First Class Conditions," 83-114.
Sentenças condicionais (segunda classe)
695
b. Amplificação: Passado e Presente Contrário ao Fato Há dois tipos de condicionais de segundS’classe: presente contrário ao fato e passado contrário ao fato.25 A primeira condicional usa o imperfeito na prótase e na apódase.26 Ela se refere a algo que não é verdadeiro no presente (a partir da descrição do emissor). Uma tradução típica seria: Se Xfosse ... então Y seria (como em "Se você fosse uma boa pessoa, então não estaria aqui agora mesmo"). A segunda usa o aoristo na protáse e na apódase. Essa se refere a algo não verdadeiro no passado (a partir da descrição do emissor). Uma tradução típica seria: Se X tivesse acontecido . . . então Y teria acontecido (como "Se você estivesse aqui ontem, teria visto um grande jogo"). c. Lc 7:39
Ilustrações o u to ç
e í.
fju
TTpo
a i r u e i a i a u io O , o t l
èyíucvoKev a ca i w .
x íç
K al
TTOTairr] q
yuvq
r p iç
áp ap xcú óç
Se este homem fosse um profeta, ele saberia quem e qual tipo de mulher é esta que o está tocando, que é uma pecadora. Jo 5:46
el cíTLOievdc MuCoet, ênioTevere a èpoí Se crêsseis em Moisés, creríeis em mim. A idéia é: "Se cressem em Moisés - mas não creram. ..". Isso envolve o imperfeito, uma condição presente contrária ao fato.
22 Para o NT, é desnecessário acrescentar "por causa do argumento" visto que o emissor/autor da condicional de segunda classe no NT aparentemente abraça a nãoverdade da prótase. Mas isso se deve particamente à escassez de exemplos. Sobre uma escala larga seria útil fazer tal distinção, pois um autor pode abraçar a verdade da prótase, embora a apresente como inverdade (especialmente em contextos sarcásticos: "Se Stephen Wonder tivesse mais novo, teria sido campeão de Fórmula 1"). Boyer afirma que a segunda classe não é semanticamente o oposto da primeira, pois, com a condicional de segunda classe, o emissor sempre crê na inverdade da proposição, enquanto que na primeira classe, nem sempre crê na verdade da proposição ("Second Class Conditions," 83-84). Ao defender que não são semanticamente opostas, ele é capaz de tratar o indicativo como importante na condicional de segunda classe, mas tão irrelevante na primeira. Mas uma posição assim confunde um uso fenomenológico com significado ontológico: Nem toda condicional + indicativo faz este implicar fato. Confundese a linguagem com a realidade, ou, pelo menos, como a percepção da realidade. 23 Trinta e seis dos exemplos têm av enquanto 11 falta (Boyer, "Second Class Conditions," 82, n. 6). 24 Boyer, "Second Class Conditions," 81, conta 47 no NT. 25 Nas cinco ocasiões onde o mais-que-perfeito é usado na prótase da condicional de segunda classe (cf. Mt 24:43; Lc 12:39; Jo 4:10; 8:19; At 26:32). Em quatro deles, esse o mais-que-perfeito de oiôa (rjôeiv) é usado (todos, exceto At 26:32), funcionando aparentemente como um tempo passado simples. 26 Aparentemente, nem todo imperfeito + condiconais de segunda classe imperfeito indicam presente contrário ao fato. Muitas das exceções envolvem o imperfeito de eljaí na prótase (cf., e.g., Mt 23:30; Jo 11:21; G14:15). Veja dicussão em Boyer, "Second Class Conditions," 85-86.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
696
eí eyiwoai', ouk uzòv Kvpiov rrjç õó£r)ç coravpwoav
1 Co 2:8
Se tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória.
1
Cf. também Mt 11:21; 23:30; 24:22; Mc 13:20; Lc 10:13; 19:42; Jo 5:46; 9:33; 15:19; At 18:14; Rm 9:29; 1 Co 11:31; G11:10; 3:21; Hb 4:8; 8:4, 7; 1 Jo 2:19.
3.
Condicional de Terceira Classe a.
Defini çãp A condicional de terceira classe freqüentemente apresenta uma condição de cumprimento incerto, mas ainda provável. Há, entretanto, muitas exceções para isso. E difícil dá uma classificação semântica a essa estrutura, especialmente no grego helenístico (note a discussão abaixo). Aestrutura da prótase envolve a partícula káv seguida por um subjuntivo. Partícula (uma combinação do el com av) e subjuntivo dão à condição um sentido de contingência. A apódase pode ter qualquer tempo e modo.27 Essa categoria é comum nas orações condicionais, e ocorre aproximadamente 300 vezes no NT.28
b.
Clarificação e Semântica A condicional de terceira classe envolve um amplo alcance semântico: (a) uma conexão lógica (se A, então B) no presente (às vezes chamada condicional presente geral), não indicando nada quanto ao cumprimento da prótase; (b) uma mera situação hipotética ou que provavelmente não será cumprida; e (c) uma ocorrência mais provável no futuro.29 Tecnicamente, o subjuntivo é usado na condicional de terceira classe e na condicional de quinta classe. Estruturalmente, as duas são realmente idênticas: A condicional de quinta classe requer um presente do indicativo na apódase, enquanto a de terceira realmente toma qualquer combinação de tempo verbal em qualquer modo, incluindo o presente do indicativo. Semanticamente, seus significados são diferentes. A condicional de terceira classe abrange uma gama de potencialidades no Koinê. Ela descreve o que provavelmente ocorrerá no futuro, o que poderia ocorrer possivelmente, ou até mesmo o que é somente hipotético e não ocorrerá. No grego clássico, a condicional de terceira classe era comumente restrita ao primeiro uso (conhecida como futuro mais provável), mas com a invasão do subjuntivo no domínio do optativo na era helenística, essa categoria
27 Para dados, veja Boyer, "Third (And Fourth) Class Conditions," 164. 28 Boyer "Third (And Fourth) Class Conditions," soma 277 condicionais de terceira classe (163, n. 1). 29 Boyer dá à condicional de terceira classe oito categorias semânticas, de "cumprimento certo" e "cumprimento provável" para "cumprimento improvável" e "sem indicação de probilidade" (ibid., 168-69). Sua categoria maior é "sem indicação de cumprimento" (com 120), seguido por "cumprimento provável" (63; em combinação com "cumprimento certo" este chega a 82).
Sentenças condicionais (terceira classe)
697
estrutural se expandiu concomitantement.e.30 O contexto sempre será de grande ajuda para determinar o que o autor pretendia passar usando a condicional de terceira classe. A quinta classe oferece uma condição de cumprimento a qual é realizada no tempo presente. Essa condicional é conhecida como a condição geral presente. Em grande parte, ela é uma condicional simples; i.e., o emissor não indica nada sobre a probabilidade do seu cumprimento. Sua apresentação é neutra: "Se A, então B". Por causa do alcance amplo da condicional de terceira e da natureza indefinida da quinta classe, muitas orações condicionais estão abertas a interpretação. Mas, de forma geral, a condicional presente geral indica situação genérica no presente (falando de forma ampla), enquanto o futuro mais provável indica uma situação específica no futuro.32 c.
Ilustrações
M t4:9
xaúxá ooi Trávxa ôcóoco, kkv Tieotàu rrpoaKuaijaijç (íol Tudo isso te darei, se prostrado me adorares. Esta é uma terceira classe verdadeira visto que a apódase envolve futu ro indicativo.
Mc 5:28
cX cycv
oxi k k v ã f c o p a i kocv xw v Lpaxícov aúxoü o c o d ijo o p a t porque dizia [consigo], "Se somente tocar em suas vestes, serei curada." Esta mulher, sofria de hemorrágica fazia doze anos, estava desesperada. Tinha experimentado maus bocados nas mãos dos médicos. O imperfeito eXeycv talvez seja iterativo: "Ele dizia de novo e de novo," como reunindo coragem o bastante e fé. Desse modo, o retrato de Mc, parece adicionar uma luta gigantesca de dúvidas na mente daquela mulher se aquela ação haveria de curá-la.
30 Veja disucssão disso no capítulo sobre os modos. 31 Embora muitos gramáticos, especialmente os da escola de Goodwin, tratam a condicional de primeira classe como condição "simples". Essa classificação mais apropriadamente pertence à quinta classe. Veja discussão acima, na condicional de primeira classe, por que "condicionais simples" são inapropriadas para a primeira classe. 32 Boyer argumentou contra a condicional presente geral, dizendo que todas as condições com eáv + subjuntivo na prótase envolvem o elemento futuro. Sua base para isso é o modo usado: "uma escolha [do autor] faz o subjuntivo apontar para o elemento comum. Ambas não são determinadas, suposições contigentes, futuras em referência ao tempo" (Boyer, "Third (and Fourth) Class Conditions," 173). Mas a idéia subjuntiva não necessariamente envolve incerteza sobre tempo, freqüentemente, é usada para incerteza quanto ao sujeito (e.g., em orações indefinidas relativas). Desse modo, o subjuntivo é bem adaptado a qualquer condicional onde incerteza estiver em vista, ou em uma situação específica futura ou situação geral no presente (veja, e.g., Jo 11:9 abaixo).
698
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Jo 3:12
ei x à èíú yf ia c it o u úplv Kal oí) TTLOieóeif, ttíôç éàv c ítto j úplv xà éu oup ávia nLoveúoeve,
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?33 Esta é uma condicional de terceira classe, embutida dentro de uma questão deliberativa. Ela segue uma condicional de primeira classe em que a apódase é uma negação da fé. A luz desse paralelo, bem como o contexto, deveríamos ler a condicional de terceira classe assim: "Se vos falar das coisas celestiais - e é provável que eu irei fazer - como é possível a vós crerdes?" Jo 11:9
káv UÇ TTCpLTTCCTÍf kv tf) fp é p tt, 0\) TTpOOKÓTTVeí.
Se qualquer um andar de dia, ele não tropeça. E um exemplo da condicional geral presente. Não se indica incerteza sobre essa realização do evento, nem é algo apresentado como eventu alidade. Este é um princípio, um provérbio. Usa-se o subjuntivo por ser indefinido o sujeito, não porque o tempo é futuro. 1 Co 14:8
éàv áõr|Âov aáÀTTLyç (j)(nuf|u ôá, t í ç napaoKcváacvai. eLç TÓÂepov;
Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Embora Paulo use a condicional na terceira classe, ele não espera que um corneteiro toque um som desarticulado à beira da batalha! E um uso decorrente da invasão do subjuntivo sobre o optativo no Koinê, que veio cobrir uma multidão de situações condicionais. 1 Co 13:2
éàv qvu Tipo
Se tivesse o dom de profetizar e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e se tivesse tamanha fé a ponto de transportar montes, mas não tiver amor, nada sou. A condicional quádrupla é usada de maneira ampla. Paulo construiu seu argumento do real (ele tem poder profético) para o hipotético (ele não entende todos os mistérios nem tem todo o conhecimento [caso contrário, seria onisciente!]). Esse é o padrão nos três primeiros versos de 1 Co 13 - um argumento do real para o hipotético. Portanto é provável que Paulo falasse línguas humanas, mas não as dos anjos (v 1). 1 Co 13:1, então, não oferece conforto àqueles que vêem línguas como um idioma celestial. 1 Jo 1:9
éàv ópoAoycôpei' t à ç á p a p iía ç fiqcôv, ttiotÓç ê o u v Kal ôÍKaLoç, 'iva àtj)f) f p iv rà ç à p a p tía ç Kal K a0apíat) qpâç atro uáar|ç áôiK Íaç.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Este verso freqüentemente é visto como condicional futura mais provável. Como tal, é, às vezes, visto como uma referência aos incrédulos que ainda não confessaram seus pecados (embora o nós seja problemático34). Muito provavelmente, é uma condição geral presente onde o sujeito é distributivo ("se qualquer de nós").35 O subjuntivo é usado devido à incerteza implícita quanto a quem está incluído no nós. 33 Em lugar de mateúoere na segunda prótase, Tuamicic é a leitura em Çà75 et pauci.
Sentenças condicionais (quarta classe)
699
Cf. também Mt 6:22, 23; Mc 4:22; 10:30; Lc 5:12; Jo 6:44; 8:31; At 9:2; 15:1; 26:5; Rm 2:25; 7:2-3; 10:9; 1 Co 6:4; 11:15; 14:28; Cl 4:10; 1 Ts 3:8; 1 Tm 3:15; 2 Tm 2:5; Hb 10:38; Tg 2:17; 5:15; 1 Jo 1:8, 10; 4:12; Ap 2:5; 3:20.36 4.
Condicional de Quarta Classe (Futuro Menos Provável) a.
Definição Essa condicional indica uma idéia possível no futuro, usualmente uma possibilidade remota (como "Se ele pudesse fazer alguma coisa, se talvez isto ocorresse"). A prótase envolve et + optativo. O optativo é também usado na apódose juntamente com av (para indicar contingência). Por causa do uso crescente do subjuntivo e decrescente do optativo no grego helenístico, não chegaria a ser surpresa se não houvesse condicionais de quarta classe completas no NT. Ás vezes, a oração condicional é mista, com um não-optativo na apódase (e.g., At 24:19). Em duas outras ocasiões, há uma apódase, mas sem verbo (1 Pd 3:14,17). Em outras ocasiões, nenhuma apódase é dada, a prótase funciona como um parêntese estereotipado (e.g., 1 Co 14:10; 15:37).37
b.
Semântica A semântica da condicional de quarta classe, embora nunca completa no NT, não deve ser exagerada. Como temos mostrado, o subjuntivo invadiu o domínio do optativo no koinê.38 Assim, o domínio semântico deste expandiu-se. Mas, isso não significa que existam justaposições
34 Caímos tipicamente em uma das três categorias de uso: editorial (referindo-se só ao autor), exclusiva (referindo-se ao autor e seus associados) ou inclusiva (referindo-se ao autor, seus associados, e os leitores). Ver o nos em 1 Jo 1:9 como uma referência a incrédulos seria tomar um referente pronominal como signficando "tu, não eu". Isso não é impossível, naturalmente, mas é altamente improvável e aparentemente sem exemplo no NT. Veja capítulo sobre "Pessoa e Número" para discussão do uso da primeira pessoa do plural. 35 Uma condicional futura mais provável é talvez sustentada pela v.l. KotOapícrr]. O futuro indicativo Ka0apíoei se encontra em A 33 2464 et alii. O futuro indicativo seria conectado a boxív (assim, "ele é fiel e justo... e ele nos purificará"), mas simplesmente está ligado a á(j)f| ("ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar"). Nessas linhas, é interessante que na literatura joanina, o futuro indicativo ocorra depois de 'iva mais freqüente que em qualquer outro escritor (cf. Jo 7:3; Ap 3:9; 6:4, 11; 8:3; 9:4, 5, 20; 13:12; 14:13; 22:14). No entanto, a leitura mais provável é a com adição posterior. 36 Para uma lista completa, veja Boyer, "Third (and Fourth) Class Conditions," passim. 37 Veja Boyer, "Third (and Fourth) Class Conditions," 171-72, para discussão. 38 Uma medida disso é a mudança na freqüência entre LXX e NT. Há 516 optativos na LXX e somente 68 no NT. Proporcionalmente, se a freqüência do optativo permanecesse estável, poderíamos esperar cerca de duas vezes mais optativos (c. 125) no NT.
700
Sintaxe Exegética do Novo Testamento em ambas as direções. O optativo ainda funciona dentro de seus limites mais estreitos. Deve-se isso ao princípio que, quando o autor escolhe usar a forma rara (nesse caso o optativo), ele se mostra consciente em fazê-lo.39 As ilustrações abaixo notarão a significância desse ponto.40 c.
Ilustrações A primeira ilustração inclue só a prótase da condicional de quarta classe. A última inclui só a apódase.
1 Pd 3:14
el Km m o^ oive ôúic ôiKmooúvrp', paicápioi41 Se sofrerdes por causa da justiça, [serieis] bem-aventurados. Este texto chega tão perto da condicional completa de quarta classe no NT. Prima facie, os leitores da carta não têm até o momento sofrido por causa da justiça, e a possibilidade de tal acontecimento parece remota. 0 autor reforça o ponto no v. 17, quando novamente usa uma condicional de quarta classe na prótase: "E melhor que padeçais fazendo o bem do que fazendo o mal, se a vontade de Deus assim o quer (el OéXoi tò 06/trpa t o ü 0eoü). Embora freqüentemente se assuma que a ocasião de 1 Pd envolva sofrimento por parte dos leitores, esse texto parece discutir o contrário. Provavelmente é melhor ver o autor no meio do sofrimento, a partir de sua experiência, oferecendo o seu conselho a crentes que podem estar bem longe disso.
Lc 1:62
èvéveuov tm -nctxpi ocútoü xò xí aQíXoi KaÂetoôai aúió perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
39 Isso pode ser visto via analogia com escolha léxica. Uma criança poderia falar de um "livro" enquanto um adulto, cujo vocabulário é maior, poderia dizer "livreto", "tomo", "volume" etc.". Na gramática, a diferença entre discurso coloquial e literário também é pronunciado. 40 Boyer tem instintos corretos quando observa que a questão dos significados comparativos das condicionais de terceira e quarta classes entre os gramáticos do NT tacitamente pressupõe que o subjuntivo e o optativo eram usados com a mesma freqüência no período helenístico ("Third(and Fourth) Class Conditions," 171-72). Quer dizer que, muitos gramáticos do NT simplesmente transferem os significados da terceira e quarta classes para o período Koinê, assumindo que nada tem mudado. Mas Boyer vai longe demais quando argumenta que "tais [significados para essas condicionais] podem não ter aplicação ao NT Grego, pela razão óbvia que o NT não possui condicionais de quarta classe" (ibid., 171). Essa avaliação é imprecisa em três níveis: (1) Embora não haja condicionais de quarta classse completas, as condicionais incompletas (prótase ou apódase) ocorre no NT; (2) dizer que a condicional de terceira classe expandiu-se não implica que a condicional de quarta classe tenha igualmente se expandido, simplesmente porque a coincidência move-se em uma direção; (3) como temos afirmado, visto que o optativo estava morrendo no Koinê, quando um autor a usa, está fazendo por alguma razão. Por isso, temos sugerido que a condicional de quarta classe ainda retém sua força de "futuro menos provável", quando o subjuntivo se espalhou no escopo para incluir esse significado e outros. 41 Alguns MSS substitui o verbo indicativo èoze depois de qaKápioi (conforme N C), no caso leríamos o texto assim: "Mesmo se sofrerdes pela justiça, sois bem aventurados."
Sentenças condicionais: apêndice
701
A prótase implícita é: "Se ele tivesse voz novamente, de modo que pu desse dar nome ao filho". Porém, há pouca expectativa que isto aconte ça (note a reação deles no v. 65 quando isso ocorre). At 17:18
xiveç êA.eyov t í cfàkkot ó aiT€ppoA.ÓYOç ouxoç Aiyeiv; Alguns [dos filósofos] estavam dizendo, "Que quer dizer esse tagarela?" A prótase implícita é: "Se ele poderia dizer qualquer coisa que fizesse sentido!" E evidente que os filósofos não achavam isso provável.
Cf. também At 5:24; 8:31; 17:27; 20:16; 24:19; 27:12, 39; 1 Co 14:10; 15:37; 1 Pd 3:17.
Apêndice sobre as Sentenças Condicionais: Informação Avançada Bibliografia Selecionada J. K. Baima, "Making Valid Conclusions from Greek Conditional Sentences" (Th.M. thesis, Grace Theological Seminary, 1986); BDF, 182, 188-91, 194-95, 237 (§360, 371 76, 385, 454); J. L. Boyer, "First Class Conditions: What Do They Mean?" GTJ 2 (1981) 76-114; idem, "Second Class Conditions in New Testament Greek," GTJ 3 (1982) 81 88; idem, "Third (and Fourth) Class Conditions," GTJ 3 (1982) 163-75; idem, "Other Conditional Elements in New Testament Greek," GTJ 4 (1983) 173-88; A. F. Braunlich, "Goodwin or Gildersleeve?" AJP 77 (1956) 181-84; Burton, Moods and Tenses, 100-116 (§238-88); C. J. Fillmore, "Varieties of Conditional Sentences," Proceedings o f the Third Eastern States Conference on Linguistics, ed. F. Marshall (Columbus: Ohio State University, 1987) 163-82; M. L. Geis, "Conditional Sentences in Speech Act Theory," Proceedings ofthe Third Eastern States Conference on Linguistics, 233-45; D. G. Gibbs, "The Third Class Condition in New Testament Usage" (Th.M. thesis, Dallas Theological Seminary, 1979); B. L. Gildersleeve, "On ei. with the Future Indicative and káv with the Subjunctive in the Tragic Poets," TAPA 7 (1876) 5-23; W. W. Goodwin, Greek Grammar, rev. C. B. Gulick (Boston: Ginn & Co., 1930) 292-302 (§1392-1436); idem, "On the Classification of Conditional Sentences in Greek Syntax," TAPA 4 (1873) 60-79; idem, "'Shall' and 'Should' in Protasis, and Their Greek Equivalents," TAPA 7 (1876) 87-107; J. H. Greenlee, "T f' in the New Testament," B T 13 (January 1962) 39-43; W. R. Hintze, "The Significance of the Greek First Class Conditional Sentence in the Structure and Interpretation of the Gospels" (Ph.D. dissertation, Southwestern Baptist Theological Seminary, 1968); R. C. Flom, "The Use of the Subjunctive and Optative Moods in the Non-Literary Papyri" (Ph.D. dissertation, University of Pennsylvania, 1926); J. J. Kijne, "Greek Conditional Sentences," BT 13 (October 1962) 223-24; C. D. Morris, "On Some Forms of Greek Conditional Sentences," TAPA 6 (1875) 44-53; Moule, Idiom Book, 148-52; H. C. Nutting, "The Order of Conditional Thought," AJP 24 (1903) 25-39, 149-62; idem, "The Modes of Conditional Thought," AJP 24 (1903) 278-303; Porter, Idioms, 254 67; W. K. Pritchett, "The Conditional Sentence in Attic Greek," AJP 76 (1955) 1-17; J. W. Roberts, "The Use of Conditional Sentences in the Greek New Testament as
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
702
Compared with Homeric, Classical and Hellenistic Uses" (Ph.D. dissertation, University of Texas, 1955); Robertson, Grammar, 1004-27; J. B. Sewall, "On the Distinction Between the Subjunctive and Optative Modes in Greek Conditional Sen tences," TAPA 5 (1874) 77-82; J. R. Searle, Speech Acts: An Essay in the Philosophy of Language (Cambridge: Cambridge University Press, 1969) especially 60-71; Smyth, Greek Grammar, 512-39 (§2280-2382); E. A. Sonnenschein, "Horton-Smith's Condi tional Sentences," Classical Review 9 (1895) 220-23; E. C. Traugott, A. ter Meulen, J. S. Reilly, C. A. Ferguson, editors, On Conditionals (Cambridge: Cambridge University Press, 1986); C. L. Tune, "The Use of Conditional Sentences in Hebrews" (Th.M. thesis, Dallas Theological Seminary, 1973); D. R. Waters, "Conditional Sentences in Romans" (Th.M. thesis, Dallas Theological Seminary, 1976); M. Winger, "If Anyone Preach: An Examination of Conditional and Related Forms in the Epistles of St. Paul" (M.Div. thesis, Union Theological Seminary, 1983); idem, "Unreal Conditions in the Letters of Paul," JBL 105 (1986) 110-12; R. A. Young, "A Classification of Conditional Sentences Based on Speech Act Theory," GT] 10 (1989) 29-49; idem, Intermediate Greek, 227-30; Zerwick, Biblical Greek, 101-13 (§299-334).
I. Introdução Shakespeare pôs na boca de um de seus personagens: "Se" é [um] pacificador . . . [há] muita virtude no 'Se'". Ele queria dizer com isso, naturalmente, que contingências e compromissos são a essência do pacificador. Porém, se Shakespeare estivesse vivo hoje, diria que "Se" é tudo, menos um pacificador entre os gramáticos gregos. Alguém poderia dizer que a questão envolvida com a primeira classe tem provocado guerra entre gramáticos!
A. A Batalha das Condicionais Em geral, a batalha pende sobre a prioridade em determinar a semântica dessas sentenças: o modo ou o tempo. Duas escolas do pensamento surgiram. Ambas são orientadas pelo grego clássico. Porém, os estudantes do NT têm, muitas vezes, tomado partido sem pensar sobre as diferenças entre o clássico e o koinê. Nosso tratamento será brevemente avaliativo sobre tais escolas, especialmente à medida que se relacionarem com o grego do NT. Talvez devêssemos começar olhando uma terceira alternativa.
Sentenças condicionais: apêndice
703
B. Parênteses: Condicionais e Teoria do Ato do Discurso Como apontamos na seção principal deste capítulo, há três abordagens usadas pelos eruditos ao considerarem as condições: estrutural, semântica (lógica) e prática (teoria do ato do discurso). A primeira é restrita às condicionais gregas; as últimas duas são abordagens complementares, falando das condicionais em termos de gramática universal. Nem todos vêem a questão desta forma. Nos círculos acadêmicos do NT, R. A Young tem criticado o debate sobre as condições gregas por focalizarem muito na estrutura das condicionais sem considerarem devidamente para questões semânticas mais definidas. Sua abordagem analisa as condicionais na base da "teoria do ato do discurso".42 Essa abordagem examina a intenção comunicativa quando as sentenças condicionais são empregadas. Ela está preocupada se uma sentença condicional declara algo como ameaça sutil, pedido, ordem etc. Ela ainda aborda a linguagem de forma geral e as condicionais, em particular. Isso não é nada novo.43 Young, contudo, a tem aplicado ao NT e também a tem defendido diante do debate sobre estruturas realmente obsoletas.44 Como avaliaremos a abordagem prática (ou teoria do ato do discurso) das sentenças condicionais? De forma breve, em dois pontos: um positivo e um negativo. (1) Há muito valor exegético nessa abordagem. O simples reconhecimento das sentenças condicionais empregadas com freqüência para comunicar indiretamente o que seria tosco se comunicado diretamente é uma útil compreensão.45 Em Jo 11:21, na declaração de Marta a Jesus: "Senhor, se estivésseis aqui, meu irmão não teria morrido", embora formalmente seja uma condicional de segunda classe, atua como uma repreensão. E como se ela tivesse dito: "Senhor, tu deveríeis estar aqui!" Algumas vezes, a prótase "é um marcador de solidez".46 Assim, é constantemente usado para fazer pedido implícito, às vezes, até impossível. 42 Veja especialmente o artigo: "A Classification of Conditional Sentences Based on Speech Act Theory". 43 Note na bibliografia especialmente as obras de Searle, Geis, e Traugott, Meulen, Reilly e Ferguson. O artigo freqüentemente tem declarações do tipo "ou - ou", tais como "A teoria do Ato do Discurso tem resultado mais significativo que as abordagens tradicionais" (29), e "a teoria do Ato do Discurso categoriza elocuções de acordo com a função, não com a forma. Há um grande valor exegético e homilético ao classificar as condicionais pelo prisma do modo, tempo e partículas" (39). Ratificando, Young também declara que "a análise das condicionais à luz não está errada, mas lida só como parte do problema" (47). Mas, em grande parte, ele dá a impressão que essas abordagens estruturais estão erradas. Na abertura na seção, v.g., "Inadequação no EntendimentoTradicional," ele afirma que o significado derivado da abordagem estruturalista para G1 4:15 "não é nada mais que um truísmo que não diz absolutamente nada" (32-33). 45 As ilustrações e categorias são tomados de Young, "Speech Act Theory," 36-46. Há muito material excelente e estimulante nesse ensaio para estudantes do NT. 46 Ibid., 42.
704
Sintaxe Exegética do Novo Testamento Desse modo, o apelo de Jesus no jardim: "Se possível for, passa de mim" (Mt 26:39). Embora formalmente uma condição de primeira classe, está, em um nível profundo. É uma expressão de agonia.47 E um pedido implícito que Cristo já sabe que não será cumprido. As condicionais são também usadas para: exortar (1 Jo 4:11), manipular (Mt 4:3), lamentar (Mt 11:21), persuadir ou argüir (Mt 12:27-28), afirmar (Mc 8:12) e zombar (Mt 27:40). Esse discernimento é tanto útil e necessário para o estudante apreender o sentido pleno das escrituras. Abaixo da superfície do texto, há tantos significados profundos que as modernas abordagens lingüísticas são capazes de captar. (2) Essa abordagem também tem certas fraquezas. Como já notamos, às vezes, o aluno pode se entusiasmar tanto diante da teoria do ato do discurso que seu valor diante das estruturas fica sem sentido.48 Na abordagem tradicional é um erro fatal ver uma correspondência passo a passo entre forma e significado. Ao analisar a oração de Jesus no Jardim ("se for possível, passa de mim), a escolha da condicional de primeira classe significa algo. A segunda classe não cobriria o mesmo significado. As estruturas ainda precisam de análise se queremos entender melhor a linguagem. Em nossa visão, a abordagem prática para as condicionais não suplanta a abordagem estrutural, mas complementa-a. De fato, deve-se assumir uma abordagem estruturalística antes de fazer qualquer avaliação. Até o ponto em que as pressuposições iniciais estiverem incorretas, as inferências da prática são passivas de erro.49 A teoria do ato do discurso é uma das construções erguidas sobre esse alicerce. Essa escola lingüística e várias outras escolas estão
47 Podemos vê-lo na citação do SI 22:1 na cruz. "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" embora formalmente uma questão, porém é uma expressão de profundo sofrimento. 48 Lembrando que Young definiu teoria do ato do discurso como categorias de "elocuções segundo a função em lugar da forma" ("Speech Act Theory," 39 [itálicos acrescentados]) e que viu essa abordagem como saída do debate estruturalista. 49 Ironicamente, Young tem pressuposto que certas escolhas tradicionais de pensamento sobre condicionais são irrelevantes nessas escolas. Parece afirmar, por exemplo, que o indicativo é o modo da realidade. Também declara que a condicional de primeira classe pode e deveria ser traduzida por visto que em ocasiões, que o aoristo na condicional de segunda classe indicasse passado contrário ao fato (julgado pela tradução de G14:5), e que há coincidência no alcance semântico das quatro condicionais estruturais. 'Ya&as «êssaa ysssãsas. vã», dsçevde. Ywgamgvis. da, a.vaYYaçãa anterior das estruturas envolvidas. Em algum ponto, poderíamos tomar a questão da interpretação estrutural segundo esse autor. Dizer, e.g., que a condicional de primeira classe deveria sempre ser traduzida por visto que, em nossa visão, é incorreto, roubando da forma lingüística alguns de seus poderes retóricos (veja discussão anterior nesste capítulo nas "Condicionais de Primeira Classe"). Mas o ponto de que falamos aqui é que sua abordagem prática depende de uma certa visão estruturalista, em lugar de negar sua validade.
Sentenças condicionais: apêndice
705
impactando profunda e progressivamente os estudos bíblicos. O maior progresso, porém, é feito somente quando a cabeça não diz ao pé: "Eu não preciso de ti".
II. A Controvérsia entre os Sistemas de Classificação A controvérsia sobre a classificação estrutural é uma guerra de centenas de anos. Esse debate busca o melhor sistema para classificar as estruturas e os significados das sentenças condicionais gregas.50 Dependendo do contexto, há várias caminhos possíveis de classificar as condicionais: 1) De acordo com a forma 2) De acordo com o tempo 3) Se a condicional é particular (i.e., individual) ou geral (i.e., genérica) 4) De acordo com o significado dos modos envolvidos. A partir destes esquemas emergiram duas visões predominantes nos estudos clássicos.
A. Declaração das Duas Visões 1.
W. W. Goodwin William Watson Goodwin, um gramático do grego clássico, escreveu alguns artigos provocativos na Transactions of the American Philological Association, nos anos de 1870. Sua visão das condicionais tomam a seguinte abordagem: a) Geral (3a e 4a classes) vs. Particular (Ia e 2a classes) b) Tempo (futuro na 3a e 4a classes, presente na I a classe) c)
Vividez da descrição (3a classe é futuro mais vivido; 4a classe é futuro menos vivido)
d) Simples condição ou conexão lógica (Ia classe) vs. escolha significativa do modo na 3a e 4a classes. Em outras palavras, a primeira classe é usada em situações particulares e presentes. A condição de terceira classe é usada com noções gerais e futu ras. Em relação à quarta classe, ela expressa uma idéia futura mais vivida. A quarta classe é usada em declarações futuras menos vividas. A primeira
50 Agradeço a Buist M. Fanning por seus acréscimos nessa seção.
706
Sintaxe Exegética do Novo Testamento classe não comenta sobre a possibilidade de cumprimento, enquanto os modos em outras classes são, pelo menos, importante embora não muito nas linhas de cumprimento. 2.
B. L. Gildersleeve Basil Lanneau Gildersleeve foi também um gramático do grego clássico como de tremendo espírito. Ele era mais um gramático científico. Gildersleeve escreveu em reação ao sistema de Goodwin na questão acima mencionada no Transactions of the American Philological Association bem como do American Journal of Philology (o jornal do qual era editor e fundador). A faceta primária do sistema de Gildersleeve tratou da referência cumprimento vs. não-cumprimento. Outro meio de descrever isso é: Gildersleeve fez uma ligação mais forte entre as sentenças condicionais e o modo como eram expressas.
B. Crítica das Duas Visões (especialmente em relação ao NT) 1.
Do Sistema de Goodwin Há quatro objeções principais a esse sistema, pelo menos, quanto ao relacionamento com o NT.51 a.
A referência ao geral (3a classe) vs. particular (l4 classe) não é uma distinção ontológica. E i + indicativo nem sempre se referem a algo particular (i.e., pessoa • ou situação). No NT, há mais de 60 condicionais de primeira classe geral (fora os + 300). Em outras palavras, cerca de 20% das condicionais de primeira classe são gerais e não particulares. Elas especialmente são vistas quando o pronome indefinido Tiç é usado na prótase. Em 1 Co 8:2, e.g., lemos: " E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber." Cf. também Mt 16:24; Mc 4:23; 9:35; Lc 14:26; Rm 8:9; 1 Co 3:12,15,17; 7:13; 14:37; 16:22; 2 Co 5:17; 11:20; G11:9; 6:3; Fp 2:1; 3:4; 2 Ts 3:10, 14; 1 Tm 3:1; 6:3; Tg 1:5, 26; 3:2; 1 Pd 4:11; 2 Jo 10; Ap 11:5; 13:10; 14:9; 20:15 (N.B., Todas as condicionais de primeira classe em Apocalipse são gerais. eav + subjuntivo nem sempre igualam algo geral. Em grande parte, • esse uso é restrito a exemplos onde o presente indicativo está na apódase (como Goodwin afirmou). Mas específico que situações concretas estão, às vezes, em vista, mesmo quando o presente indicativo está na apódase. Em Jo 19:12, e.g., lemos: "Se soltas este
51 Deve-se ter em mente que todas essas críticas não são da escola em si, mas da sua relevância para o grego helenístico, em geral, e o grego do NT, em particular.
Sentenças condicionais: apêndice
707
não és amigo d e César" (éàv toôxov áuoXúariç, ouk e i (JiÍÃoc; xoO Kccíaapoç). Cf. também Mt 21:26; Jo 13:8; 14:3; 15:14; 1 Co 9:16.
homem,
b. O critério do tempo não é um critério ontológico. Não é verdade que a condicional de primeira classe sempre se refere ao presente ou passado. Há mais de 30 exemplos do futuro indicativo na prótase de condicional de primeira classe no NT. Veja, por exemplo, Mt 26:33; Mc 14:39; Lc 11:8; Rm 11:14. c.
O conceito de "vividez" é vago e não tem base clara nas categorias morfossintáticas. Sobre qual base o subjuntivo é mais vivido enquanto o optativo é menos? Vividez é um elemento do modo? Além disso, no NT, a noção de distinção entre essas duas classes sumiram devido à escassez do optativo. Há condicionais de quarta classe completas. Desse modo, alguém seria duramente pressionado a sugerir que, no NT, pelo menos, os escritores bíblicos sempre fizeram clara distinção entre as condicionais de terceira e quarta classe com respeito a vividez.
d. O sistema de Goodwin não levou adequadamente em conta os modos envolvidos nas condições. Afirmar, como Goodwin fez, que a condicional de primeira clase é inteiramente neutra, implicando nada quanto à afirmação da prótase, é entender mal a visão das coisas da escola opositora e ignorar os modos usados nas condicionais. A escola de Gildersleeve não afirmou que a condicional de primeira classe significava visto que, mas que o modo usado tinha a ver com a apresentação, não com a realidade. Ver a condicional de primeira como uma mera conexão lógica não parece suficientemente levar em conta sua contraparte na condicional de segunda classe (que também usa o indicativo), nem diz qualquer coisa distinta da condicional de primeira classe.52 Além disso, quanto ao subjuntivo e optativo, a força ontológica de cada um desses modo é relacionada a potencialidade, não vividez. Pode ser que vividez seja, às vezes, ligada ao uso do tempo verbal (como no presente histórico), mas vê-lo no modo é ofuscar a função normal dessas orações condicionais.
52 Veja nosso tratamento sobre essa questão nas seções sobre as condicionais de primeira classe.
708
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 2.
Do Sistema de Gildersleeve O sistema de Gildersleeve tem sido também analisado. Estas são as principais críticas à escola: a.
A prótase da condicional de primeira classe nem sempre, ou mesmo comumente, d e c la ra sua hipótese como fato. Esse comum e errado conceito tem levado a erros exegéticos sérios. Outros já haviam dito o mesmo, embora nenhum tão convincente quanto Boyer em em artigo de 1881. Ele apontou que somente 37% das condicionais de primeira classe poderiam ser cuidadosamente apresentadas no sentido de "visto que". Precisa ser enfaticamente declarado aqui que a condicional de primeira classe não significa "visto que". Uma dos exemplos disso está em Mt 12:27, visto anteriormente. Há um número desses pares de opostos no NT onde a condicional de primeira classe é usada em ambos os argumentos. E impossível, nessas passagens, reivindicar que a condicional de primeira classe signifique visto que todas as vezes. Cf. Jo 10:37-38; 15:20 (2x); 18:23 (2x); At 25:11 (2x); Rm 8:13 (2x); 1 Co 9:17 (2x); 2 Co 7:8-9; 2 Tm 2:12 (3x); 1 Pd 2:20 (2x). No entanto, em defesa de Gildersleeve, afirmou-se que o indicativo relacionara-se com a descrição não com a realidade do evento.53 Conseqüentemente, ele concordaria com a crítica acima. Mais convincente é o desafio: nem sempre a condicional de primeira classe enfatiza um argumento. A oração de Jesus no Jardim é uma ilustração disso. "Se possível for, passa de mim este cálice" dificilmente seria "Se - e assumamos que seja verdade por causa do argumento - for possível, passa de mim". Não há argumento aqui, só agonia.
b. A distinção entre condicionais de terceira e quarta classes não são inteiramente válidas. Há dois problemas: (1) Dizer que a condicional de terceira classe apresenta algo como "mais provável" não o marca em muitas passagens. Em 1 Co 13:2, v.g., a condicional de terceira classe é usada para descrever algo impossível: "Se eu conhecesse todos os mistérios e tenha toda a ciência...". (2) Embora Gildersleeve esteja correto quanto ao grego clássico, certamente não está quanto ao Koinê. Isso não pretendia ser uma crítica a Gildersleeve, mas aos gramáticos do NT que tinham adotado acriticamente a abordagem daquele, embora a
53 Boyer, "First Class Conditions," 78-81, em sua crítica à escola de Gildersleeve (não se chama por esse nome, mas a trata com três diferentes classificações) avaliando sua visão corretamente, diz: visto que os estudante do NT não entenderem propriamente a visão, ela deve ser abandonada!
Sentenças condicionais: apêndice
709
linguagem atravessasse alguma colocação dramática do que diz respeito aos modos e condicionais.54 Descrições do subjuntivo e optativo nas gramáticas padrões, às vezes, tacitamente pressupõe que o optativo ainda está em pleno fluxo no Koinê. Pelo contrário, de fato, estava quase morto. A razão estava no aprendizado do grego como segunda língua.55 Na era helenística o subjuntivo estava invadindo os usos do optativo. A condicional de terceira classe assim, às vezes, era usada para mera possibilidade ou mesmo possibilidade hipotética (também, em outras vezes, probabilidade). Como Gibbs notou, a condicional de terceira classe no grego helenístico "é simplesmente uma cesta ampla feita para agarrar qualquer condição futura, provável ou improvável, possível ou absurda."56 c.
O Tempo parece atuar em uma parte das condicionais. Isso pode ser visto com a condicional de segunda classe, mas não se refere ao futuro. A quarta classe, também, não se refere ao passado. Há essa tendência na condicional de primeira (geralmente tempo presente) e terceira classes (presente geral e futuro específico, mas não passado). Condicionais são ligadas ao tempo, em certo grau.
3.
Sumário Em suma, o sistema de Gildersleeve é mais acurado pois este se baseou, em grande parte, nos usos normais dos modos. Quer dizer, sua visão é mais verdadeira quanto ao gênio do grego. Mas há alguns equívoco nele, especialmente em termos de relevância para o Koinê.
54 Como notamos no corpo principal do capítulo, não é legítimo declarar que a falta de condicionais de quarta classe no NT acaba por obscurecer todas as distinções entre terceira e quarta classes. Isso se deve ao fato de que (1) embora a condicional de terceira classe tenha se expandido em seu uso, a quarta classe não o fez - a justaposição moveuse em outra direção; (2) visto que o optativo estava morrendo no Koinê, quando um autor o usa, o faz por alguma razão. Por isso, a condicional de quarta classe ainda retém sua força de "futuro menos provável", enquanto o subjuntivo expandiu-se em escopo para incluir esse significado e outros. Para outros argumentos da distinção entre as condicionas de terceira e quarta classes, veja as seções anteriores 55 Moulton, Prolegomena, 165, nota: "Somente o grego preservou o subjuntivo e o optativo como elementos vivos e separados no discurso. O grego helenístico aboliu essa singularidade de forma bastante dramática." Gibbs, "Third Class Condition," 51.
710
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
C. Uma Solução Proposta 1.
As Alternativas (Logicamente) A partir de um ponto padrão lógico, temos pelo menos quatro opções: 1) Rejeitar o sistema de Goodwin e aceitar o de Gildersleeve. 2) Rejeitar o sistema de Gildersleeve e aceitar o de Goodwin. 3) Rejeitar ambos os sistemas e criar outro. 4)
Aceitar as partes de cada sistema, mas não por completo.
Esta última oposição é a defendida aqui. 2.
Estrutura e Semântica Como é possível aceitar elementos de cada sistema? Primeiro, ambas as escolas têm assumido que se pudessem encontrar exceções para os outros sistemas, não importando o tamanho, o sistema inteiro seria descartado. Se uma posição assim fosse tomada em outras áreas do estudo gramatical, deveríamos ser agnósticos sobre qualquer assunto gramatical. Só porque um sistema não é infalível não quer dizer que seja completamente corrupto. Segundo, afirmar com base em uma suposta idéia inerente cada classe condicional que sempre está presente nos exemplos é uma abordagem falha. Isso é análogo ao uso de palavra. Palavras mudam em seus significados, assim como as estruturas gramaticais. Terceira, estruturas gramaticais, como palavras, podem ter campo semânticos, e não simples ponto semânticos.’ Acjnripi não significa apenas perdoar. Também significa permitir, deixar, divorciar, deixar ir, abandonar etc. Um exemplo gramatical é o infinitivo. Este não indica somente propósito, mas também, resultado, meio, tempo, ordem, causa etc. Reconhecer que diferentes orações condicionais podem ter campos de significado, e não pontos, irá nos ajudar a resolver o problema do significado das condicionais. Ao mesmo tempo, reconheçamos que ocasionalmente o campo de significado de uma classe condicional pode coincidir com outra (e.g., cf. Mt 18:8 e Mc 9:43: "Se tua mão [direita] te faz tropeçar" - primeira classe em uma, terceira classe na outra),57 e que a escolha de uma classe condicional particular por um autor nunca é arbitrária. Ou seja, embora haja coincidência em significado, as duas nunca serão inteiramente sinônimas.
57 Winger também demonstrou esse ponto com condicionais de primeira e segunda classe. Veja "Unreal Conditions," 110-12.
Sentenças condicionais: apêndice 3.
711
Sumário Nossa visão abraça a noção que orações condicionais têm algumas coinci dências no uso, não significados únicos, inteiram ente distintos, compartimentalizados. Os pontos básicos a serem sumarizados são: •
Os modos nas condicionais precisam ser tomados com seriedade e de forma consistente quanto a seus usos em outros lugares. O indicativo, embora freqüentemente mal entendido como o modo da realidade, é o modo da asserção. Os outros modos são todos potenciais. Especificamente, no Koinê, o subjuntivo é amplamente concebido, oscilando da probabilidade para a impossibilidade hipotética. O optativo, por sua escassez, é escolhido conscientemente pelos falantes e, por isso, é usado em grande parte no grego clássico, indicando possibilidade remota futura.
•
As condicionais de primeira e segunda classes basicamente sugerem "pressuposição da verdade/não verdade por causa do argumento". Isso está de acordo com a força do indicativo. Essa condicional é primariamente usada como ferramenta de persuasão. Com freqüência, o falante a concorda com o argumento da prótase. Mesmo em casos assim, a condicional de primeira classe não deveria ser traduzida por visto que. Isso se deve à natureza persuasiva da condicional: ela capta o leitor na discussão. "Visto que" coloca o leitor de mãos atadas. O "se" convida o leitor ao diálogo.58 Ratificando, uma nuança assim pode ser anulada por outros fatores como contextos, gêneros etc. Mesmo assim, a condicional de primeira classe terá algum significado. O exemplo dado anteriormente na oração de Jesus no Jardim agora precisa ser avaliado nesse prisma.59 "Se possível for, passa de mim este cálice" é uma oração condicional que, em um nível, está dizendo: "Se possível for - e eu suspeito que seja - passa de mim." A agitação inerente de Jesus é vista assim na estrutura da condicional, não a despeito dela: Ele luta porque a tentação de evitar a cruz era muito real. A condicional de quarta classe, e.g., dificilmente comunicaria o mesmo.60
58 Para discussão, veja seção anterior "Condicionais de Primeira Classe." 59 Aqueles que discordam com a escola de Gildersleeve freqüentemente usam esse exemplo como um trunfo. Boyer e Young, por exemplo, o usam para apontar o absurdo da visão sobre a "pressuposição da verdade por causa do argumento". 60 Isto não exaure tudo que há na declaração de Jesus. Young está correto quando aponta que a expressão de Jesus é mais que um pedido não-realizado, mais que um argumento lógico. A agonia é mais vivida porque está na condicional de primeira classe. Não estamos afirmando que a cruz era desnecessária como meio de salvação. Mas concedendo a oração do Getsêmane sua completa profundidade soteriológica - e que a cruz era/é essencial para salvar pecadores - uma questão precisa ser feita: E necessário que Deus salvasse alguém? Talvez essa é a luta vista no Jardim. Pelo menos, negar qualquer tumulto, qualquer luta, é negar a completa humanidade de Cristo. Certamente nunca captaremos a profundidade da natureza da Pessoa teantrópica, mas os santos há muito tempo atrás rejeitaram o Docetismo como explicação.
712
Sintaxe Exegética do Novo Testamento •
A condicional de terceira classe usa o subjuntivo para indicar ação ou autor potencial. Nem todas essas condicionais são futuro. Um grande percentual é de presente geral. A condicional presente geral (às vezes, chamada de condicional de quinta classe) geralmente tem em vista um sujeito genérico ou um distributivo. Isso se aproxima muito as condicionais a um condicional "aoristo" ou de conexão lógica. Sua força é simplesmente: "Se A, então B" sem nenhuma dica sobre os prospectos do cumprimento da prótase (porque, com sujeito distributivo em vista, alguns a cumpre, outros não). Quando uma situação fu tura está em vista, vai-se (como o subjuntivo no Koinê) do futuro mais provável para a mera situação hipotética. O contexto é determinativo. Não se pode afirma, portanto, que Paulo muito provavelmente falou em linguagem celestial porque 1 Co 13:3 usa a terceira classe. Os paralelos nos vv. 1,2 argumentam firmemente contra isso.
•
Finalmente, a condicional de quarta classe indica possibilidade remota no futuro. E a condição futura menos provável.
Para detalhes específicos e exemplos de nossa posição, veja o corpo principal deste capitulo.
Orações Volitivas (Ordens e Proibições) Panorama do Capítulo Bibliografia Selecionado ............................................................................................... 714 Introdução: A Semântica de Ordens e Proibições ("Não Começar" vs. "Parar de Fazer"?)...................................................................... 714 A. A Origem da Visão............................................................................................. 714 B. A Correção de McKay e Outros....................................................................... 715 C. Uma Crítica da Visão Tradicional................................................................... 716 Usos Específicos............................................................................................................... 718 I.
Ordens......................................................................................718 A. Indicativo Futuro (IndicativoExortativo, Imperativo Futuro).... 718 B.
Imperativo Aoristo.............................................................................. 719 1. Ingresssivo................................................................................... 719 a. Ato Momentâneo ou Singular....................................... 719 b. Ingressivo Puro................................................................. 720 2. Constativo....................................................................................720
C. Presente Imperativo.............................................................................. 721 1. Ingressivo-Progressivo.............................................................. 721 2. Costumeiro.................................................................................. 722 3. Iterativo........................................................................................ 722 II. Proibições............................................................................................................. 723 A. Indicativo Futuro (+ ou ou, às vezes, |ir|).......................................... 723 B.
Subjuntivo Aoristo (+ |ir|)....................................................................723
C. Imperativo Presente (+ pirj).................................................................. 724 1. Cessação da Atividade em Progresso (Progressivo)
724
2. Preceito Geral (Costumeiro)................................................... 724
713
714
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Bibliografia Selecionada BDF, 172-74,183-84,195-96 (§335-37, 362-64, 387); J. L. Boyer, "The Classification of Imperatives: A Statistical Study," GTJ 8 (1987) 35-54; Fanning, Verbal Aspect, 325-88; K. L. McKay, "Aspect in Imperatival Constructions in New Testament Greek," NovT TJ (1985) 201-26; Moule, Idiom Book, 135-37; Porter, Idioms, 220-29; idem, Verbal Aspect, 335-61; Young, Intermediate Greek, 141-45.
Introdução: A Semântica das Ordens e Proibições ("Não Começar" vs. "Parar de Fazer"?) Ordens e proibições são vitais para o entendimento. Elas moldam as atitudes e com portamentos da comunidade cristã. E imperativo lutar com os significados do impe rativo (desculpe o trocadilho!). Isso é o melhor que podemos. Além de seus valores práticos óbvios, as orações volitivas englobam uma área fascinante do estudo da gramática grega o qual tem sido reorganizado recentemente. Algumas inovações sobre o uso dos tempos verbais em geral e o uso dos imperativos presente e aoristo em particular têm mudado o modo como os gramáticos e exegetas têm analisado as ordens e proibições no NT.1
A. A Origem da Visão Por mais de oito anos, estudantes do NT assumiram certa visão sobre a semântica das ordens e proibições. Esta visão é descrita freqüentemente em um breve ensaio escrito, em 1904, por Henry Jackson.2 Conta ele que um amigo seu, Thomas Davidson, estava lutando com as ordens e proibições do grego moderno: Davidson disse-me que, quando estava aprendendo o grego moderno, ele estava confuso com essa distinção. Até que ouviu um amigo grego usar o imperativo presente com um cão que latia. Isso lhe deu uma dica. Ele voltou-se para a Apologia de Platão, e, imediatamente, encontrou no parágrafo 20E o seguinte exemplo: pf| 0opr>pf|ar)T€, usado por um dono ao referir-se ao cachorro antes do mesmo latir, e no parágrafo 21A: gr] OopuPelrc, depois que o animal havia latido.3 Em outras palavras, um inglês aprendendo grego moderno notou que o aoristo em proibições significava não começar, enquanto o presente, parar de fazer. Ele
1 Este capítulo focaliza a combinação tempo-modo usada em ordens e proibições. Ele não fala da modalidade em qualquer detalhe. Par uma discussão, veja o capítulo "Os Modos".
Orações volitivas: introdução
715
olhou rapidamente em sua cópia de Platão e achou que a mesma distinção era verdadeira no grego clássico. Essa visão foi divulgada dois anos mais tarde nas Prolegomena de Moulton,4 onde o mesmo fala do aoristo como proibindo uma ação não começada ainda e o presente, uma ação em progresso. De lá para cá, essa visão de "já/ainda não" nas proibições presente e aorista encontrou abrigo nas gramáticas do grego NT por várias décadas seguintes e expandiu-se por analogia para as ordens positivas.5 De lá até recentemente, essa visão foi a hipótese aceita como o significado essencial das proibições no NT Grego.
B. A Correção de McKay e Outros Em 1985, K. L. McKay desafiou essa visão em seu importante ensaio: "Aspect in Imperatival Constructions in New Testament Greekf'.6 Ele argumentou que "parece axiomático que o sistema aspectual encontrado no imperativo e nos usos das ordens com subjuntivo sejam essencialmente os mesmos que se acham no indicativo...".7 Qual é esse sistema aspectual encontrado no indicativo?". A diferença entre os aspectos aoristo e imperfeito [incluindo presente e imperfeito] é que o último representa uma atividade como processo contínuo, com o foco 2 "Prohibitions in Greek," Classical Review 18 (1904) 262-63. A sugestão encontrada aqui já tinha sido comunicada por Jackson a Walter Headlam, que o notou ao passar pelo ensaio anterior ("Some Passages of Aeschylus and Others," in Classical Review 17 [1903] 295, n. 1). A fonte de Jackson foi mal entendida, provocando a explicação de Jackson em Classical Review 18. No ano seguinte, Headlam expandiu sobre o tópico mais complementarmente ("Greek Prohibitions", Classical Review 19 [1905] 30-36). Mas Headlam e Jackson não foram os primeiros a sugerirem tais diferenças entre o aoristo e o presente em proibições. Com Headlam nota em seu primeiro ensaio, Gottfried Hermann tinha feito, bem perto do século passado, a observação que deveria ter se tornado popular (em seu Opuscula [Lipsiae: G. Fleischer, 1827] 1.269), embora ele leve Headlam e Jackson a ressuscitar a noção e colocá-la em moldes ingleses. (Por causa da precisão histórica, seria notado que Jackson não pegou a idéia de Hermann, embora Hermann tivesse sugerido antes de Jackson). Ironicamente, o protesto de H. D. Naylor ("Prohibitions in Greek," Classical Review 19 [1905] 26-30) - cujas visões foram mais moderadas - foi descuidado. 3 Jackson, "Prohibitions in Greek," 263. 4 Moulton, Prolegomena (primeira edição de 1906) 122. A menos que sejam específicas, todas as outras referências à Prolegomena neste livro são da terceira edição (1908). 5 Dana-Mantey são representativos. Eles dão como sua definição básica para cada uso do tempo o seguinte: "(1) Assim uma proibição expressa com o tempo presente exige a cessação de algum ato que já está em progresso" 301-2); "(2) Uma proibição expressa no tempo aoristo é um aviso ou exortação contra o fazer uma coisa ainda não-começada" (302). Similares são Brooks e Winbery, 116; Chamberlain, Exegetical Grammar, 86. Robertson, também, recomenda o cânon de Moulton sobre uma página, mas retrata para três mais sobre exceções (Grammar, 851-854). Para tramentos semelhantes, cf. also Turner, Syntax, 76-77; H. P. V. Nunn, A Short Syntax ofNew Testament Greek, 5th ed. (Cambridge: University Press, 1938) 84-86. 6 NovT 27 (1985) 201-26. 7 Ibid., 203.
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
716
no seu progresso ou desenvolvimento".8 McKay então produz numerosos exemplos que extrapolaram que "no imperativo a diferença essencial entre o aoristo e o imperfeito é que o primeiro afirma uma atividade como a ação inteira e o último afirma-o como estando em processo."9 O ter ou não começado é algo que não parte da ontologia do imperativo. Este entendimento mais básico do imperativo pavimentou o caminho para outros.10 Em rápida sucessão, as obras de James L. Boyer, Stanley E. Porter e Buist M. Fanning defenderam essencialmente o mesmo ponto que McKay. A visão tradicional tem se mostrado falha. No entanto, obras gramaticais mais antigas (antes de 1985), que têm muito material proveitoso, precisam ser usadas com cautela quando tratarem sobre ordens e proibições.11
C. Uma Crítica da Visão Tradicional Os problemas com a visão tradicional são os seguintes. Primeiro, isso não foi baseado no grego helenístico. Uma dica do grego moderno foi rapidamente tida como válida em um texto (!) no grego clássico. Depois, empurrado sobre vários textos no NT. Esta é uma abordagem diacrônica da língua do pior tipo, pois é anacrônica desde seu ponto de partida. Segundo, como McKay apontou, a visão tradicional não abordou o imperativo da estrutura mais ampla do significado do tempo verbal não-afetado. Ele isolou imperativos indicativos, infinitivos, particípios etc. como se as idéias básicas sobre os tempos verbais precisassem ser suspensas nesse caso. Pressupõe-se que os imperativos, por sua natureza, eram exceções à regra.12 Terceiro, o problema fundamental está com a abordagem tradicional sobre as diferenças essenciais entre aoristo e presente. Uma hipótese mal baseada foi promovida à regra. Quando certas passagens não se encaixam na visão, foram ignoradas, abusadas ou, convenientemente, chamadas de exceções. Quarta, como o ditado diz: "O gosto da comida está no tamanho da fome". Os resultados da abordagem tradicional são quase cômicos. A literatura exegética e expositiva nas várias décadas passadas está cheia de declarações que são menos que toleráveis. Aplicando o cânon tradicional à Ef 5:18 resulta em: "Parem de estar embriagados com vinho, mas continuem ser cheios com o Espírito" (jur/ 8 Ibid., 203-4. 9 Ibid., 206-7. 10 McKay não foi o primeiro a romper com a idéia de Jackson-Moulton. J. P. Louw, "On Greek Prohibitions," Acta Classica 2 (1959) 43-57, tinha defendido uma visão similar. Deve-se dá crédito a McKay por fazer disso uma abordagem lingüística bem fundamentada e atrair à atenção dos estudantes do NT. 11 Por essa razão, nossa bibliografia inclui somente dois itens antes de 1985. 12 Como vimos, uma inconsistência semelhante tem influenciado à escolha de Goodwin com respeito às orações condicionais. 13 Veja nossa discussão de significado afetado vs. Não-afetado na introdução sobre tempos verbais e sobre o tempo presente.
Orações volitivas: introdução
717
irÀrjpoDade). Sobre essa visão, pode-se perguntar: "Por que parar de se embebedar se isso não impede alguém de está cheio do Espírito? Além disso, se Efésios é uma carta circular, por que os julgamentos são específicos nela? Note, por exemplo: "Parem de provocar seus filhos à ira" (|if| TrapopyíÇf te em 6:4); "Parem de entristecer o Espírito Santo" (pi) Àvneívc em 4:30); "Parem de ser tolos" (jjrj YÍucaOc em 5:17).14 Ou considere Jo 5:8: "Toma [aoristo: ápov] teu leito e continua andando [presente: TT€pLTráveL\.” Mas como o aleijado continuaria andando se há trinta e oito anos ele não fazia?15
pcdúoK Code,
Em suma, a força básica do aoristo em ordens/proibições é: ver a ação como um todo, enquanto a força básica do presente em ordens/proibições, ver a ação como em processo. Isso pode, naturalmente, ser dado em certo contexto a fim de se encaixar, por assim dizer, a uma idéia ingressiva do aoristo. Desse modo, se as condicionais estiverem corretas, o aoristo de proibição pode bem ter a força do: "Não comece". Esse é um significado afetado ou uso específico. Chamar isso de idéia essencial não é correto.
14 Veja em particular Kenneth Wuest. Word Studies in the Greek New Testament, para exemplos de uma aderência servil a esse cânon. 15 Outros textos são igualmente absurdos, se o cânon tradicional for seguido. Os seguintes exemplos incluem traduções que são patentemente ridículas. Para o presente, note, e.g., Mt 4:10 ("Continue a ir, Satanás"); 5:44 ("Continue a amar vossos inimigos" [quando o ouvinte não havia ainda começado]); Mt 7:23 ("Continue a se apartar de mim"); Mc 5:41 ("Continue a levantar"); 7:10 ("aquele que fala mal de seu pai ou de sua mãe continue a morrer"); Lc 8:39 ("Continue a voltar para tua casa"); Jo 10:37 ("Se eu não fizer as obras do Pai, pare de crer em mim"); 19:21 ("Pare de escrever" os título da placa dado a Jesus - v. 19 declara que isso já era um ato completo). Para o aoristo, note, e.g.,Mc 9:43 ("Se tua mão te faz tropeçar, começa tu a cortá-la"); Lc 11:4 ("Comece a perdoar-nos os nossos pecados"); Jo 3:7 ("não comece a se admirar" [Nicodemos já estava se admirando]); Hb 3:8 ("não comecem a endurecer os vossos corações" [os corações deles já estavam se calcificando]). Freqüentemente o aoristo é usado para uma ação que ainda não tem ocorrido, mas o todo é exortado (e.g., o expulsar os demônios por Jesus, "Sai dele" em Mc 9:25; cf. Mc 9:22, 47; 10:37, 47; 14:6; Lc 3:11; 4:9, 35; 7:7; 11:5; Jo 4:7, 16; 10:24; 11:44).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
718
Usos Específicos I. Ordens Ordens são normalmente expressas em um dos três tempos verbais gregos (cada um tendo nuança diferente): futuro, aoristo e presente16
A. Indicativo Futuro (Indicativo Exortativo, Imperativo Futuro) O indicativo futuro é usado, às vezes, para uma ordem, quase sempre em citações do AT (devido à tradução literal do hebraico).17 Porém, foi usado até no grego clássico, embora não muito freqüente. Fora de Mateus, esse uso é incomum.18 A sua força é muito enfática, de acordo com a natureza combinada do indicativo e tempo verbal futuro. Ele tende a ter uma força universal, atemporal ou solene. (Mas novamente, isso se deve amplamente às citações do AT na literatura legal). "Não é um imperativo moderado ou polido. A predição pode implicitamente ser irresistível ou indiferentemente fria, compulsão ou concessão".19 M t4:10
KÚpiov tÒv Qcóv oou irpooKUViíoeiç Kal aurcâ póva) Àaxpeúaeiç. Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele darás culto.
16 O imperativo perfeito ocorre raramente no NT. Cf. Mc 4:39 (irejHiiwao); At 15:29 (eppcooGc); 23:30 (eppcocsGe [v.l., encontrada em P 1241], cppuoo [v.L, encontrada em X Byz et plu]m , a falta de um "adeus", embora a leitura de alguns poucos MSS [A B 33 et pauci], seja obviamente superior, visto que as variantes de leitura são previsíveis nesse contexto]); Ef 5:5; Hb 12:17; Tg 1:19. Nesses últimos três textos, lo te poderia ser imperativo ou indicativo perfeito ativo. Mesmo com tais exemplos, nem todos são imperativo de ordens (note os exemplos em At). O imperativo perfeito também é raro na LXX, ocorrendo somente vinte vezes (cf. 2 Mac 9:20; 11:21, 28, 33; 3 Mac 7:9 [todos têm cppwoGe]; e 15 outros imperativos perfeitos, tais como KÉKpaíjov em Jr 22:20; 31:20; 40:3 [33:3], No último texto, ele funciona como um imperativo condicional: "Clama a mim e eu te responderei"). Em adição, há outras maneiras de expressar uma ordem no grego: iva imperativo, infinitivo imperativo e particípio imperativo. Todos estes são raros no NT. Assim também, ordens indiretas são encontradas em outras construções, tais como infinitivos complementares com verbo de desejo e exortação (como em "eu quero te conhecer"), os particípios de circunstância atendente com imperativos, optativo de desejo alcançável, e várias construções do discurso indireto depois de verbos de exortação. Para discussão de todos esses fenômenos, veja as respectivas seções morfossintáticas em todo esta gramática. 17 Veja também o capítulo sobre o tempo futuro para uma discussão. Essa seção simplesmente duplica os pontos principais do material relevante nesse capítulo, por conveniência. 18 Para uma discussão sucinta, veja BDF, 183 (§362). 19 Gildersleeve, Classical Greek, 1.116 (§269).
719
Orações volitivas: ordens (aoristo) Mt 22:37
áyairnoeiç KÚpiov tò v 0cóv aou kv oLt) irj Kapòía oou
kk I
(V ôÁ.r|xfj
oou Kal kv 0À13 tf) ô ia u o ía oou
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. 1 Pd 1:16
ayioi êoeoGe, o ti èyd) ayióç eipi20 Sereis santos, porque eu sou santo.
Cf. também Mt 5:33, 48; 22:39; Mc 9:35; G1 5:14.
B. Imperativo Aoristo A idéia básica do imperativo aoristo é uma ordem em que a ação é vista como um todo, sem considerar o foco interno da ação. Isso ocorre em vários contextos onde seu significado tenha sido afetado especialmente por aspectos éticos ou contextuais. Conseqüentemente, muitos imperativos aoristos podem ser colocados em uma ou duas categorias amplas: ingressivo ou constativo. Em adição, o aoristo é usado com muita freqüência para uma ordem específica, em lugar de um preceito geral (normalmente o domínio do presente). Assim, “em preceitos gerais .. . com respeito a atitudes e conduta há uma preferência para o presente, com ordens relacionadas à conduta em casos específicos (menos freqüentes no NT) para o aoristo".21 Por que o aoristo é separado para ordens específicas? "Uma ordem específica normalmente vê a ação como um todo único ou em sua inteireza, por isso é natural encontrar o aoristo".22 1.
Ingressivo Essa é uma ordem para começar uma ação. E um uso comum. A ênfase está sobre a urgência da ação. Isso pode ser dividido em duas subcategorias. a. Ato Momentâneo ou Singular Aqui uma situação específica geralmente está em vista, em lugar de um preceito geral.
20 TéveoBe é encontrado em lugar de ecseaOe em K P 049 1 1241 1739 et alii; yíveaOe é o verbo de escolha em L Byz et alii. 21 BDF, 172 (§335). Cf. também Fanning, Verbal Aspect, 327-35. 22 Fanning, Verbal Aspect, 329. Fanning apresenta uma tabela mostrando o uso dos tempos verbais em quinze livros do NT (Lucas, Atos até Tt, Tiago e 1 Pedro). De forma geral, as estatísticas são as seguintes: 449 presentes e 145 aoristos (3 para 1 média); para ordens específicas: 280 aoristos e 86 presentes (3,3 para 1). Assim, essa regra é meramente um guia, embora as exceções realmente caem nos padrões definíveis (ibid., 332).
720
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Mc 9:25
eyct) êtTixáooü) ooi, e^elQe k£ ca>xoú eu te ordeno, saia dele!
Jo 19:6
oxaúpwaov oxaúpwoov23 Crucifica[-o], Crucifica[-o]! A ênfase está na urgência da ação e é vista como um evento único, ou seja, a parte que outros executam ao crucificar um homem é um evento único, enquanto seu tempo pendura na cruz é durativo.
Mt 6:11
Tòu a pxou furtou xòv èirioúoiov ôòç qpivarpepou. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Esse é tanto urgente quanto momentâneo. O aoristo é o tempo comumente usado em orações e petições.24 b.
Ingressivo Puro A ênfase está no começo de uma ação em que o contexto geralmente deixa claro não ser uma ação momentânea.
Rm 6:13
pr|õè iTapioxávçxe xà péXr| úptòu oiTÀa áÔLKtaç irjàpapxía, àXXà iTapaaxiíaaxe èauxouç xtò 9eô Não apresenteis [presente] vossos membros como instrumentos de injustiça ao pecado, mas apresentai [aoristo] vós mesmos a Deus.
Fp 4:5
xò eTneiKtç úpcâv YUO)a0f|XM toolv àu0pwTtOLç. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens.
Tg 1:2
1\àaav ~/aphv fjyr|oceo0e, àõelcjjoí. pou, oxau TrcipaapolçiTepiiTÉor|xe TTOLKLÀOIÇ Considerai tudo como motivo de alegria, meus irmãos, quando passardes por várias provações.. . . A idéia aqui parece ser: "Comece a considerar. . . ."
2.
Constativo Essa é uma ordem solene ou categórica. A ênfase não está no "comece uma ação", nem "continue a agir". A ênfase, porém, está na solenidade e urgência da ação. Assim, "Eu solenemente conjuro-te a agir e faço-o agora!". Esse é o uso do aoristo em preceitos gerais. Embora o mesmo esteja aqui transgredindo o papel do tempo presente, ele acrescenta certo gosto. É como se o autor dissesse: "Faça disso sua prioridade número um". Como tal, o aoristo é freqüentemente usado para ordenar uma ação que está em estado de processo. Nesse caso, tanto a solenidade quanto a urgência destacada são sua força.25
Jo 15:4
peíuaxe èv êpoí, kít/w kv ípiv. Permanecei em mim, e eu em vós.
23 O segundo imperativo é omitido em ?P66* 1010 et pauci. 24 Os paralelos em Lucas têm o presente õíõou. 25 ’ A diferença entre o indicativo aoristo e futuro é tal em preceitos gerais que parece ser que a urgência é usada com o aoristo enquanto o indicativo futuro não enfatiza tal elemento.
Orações volitivas: ordens (presente)
721
Obviamente a ordem não é ingressiva: "Comece a permanecer em mim". Nem é momentânea e específica. Esse é um preceito geral, mas a força do aoristo está na urgência e prioridade. 1 Co 6:20
f)vopáa0r|Te TLpfjç õo^áoocte õf| ròu Oeòu kv tô aoópaii v p ú u . fostes comprados por um preço. Portanto, glorificai a Deus em vossos corpos.
2 Tm 4:2
Krjpu^ou zòv Àóyou Prega a palavra! A idéia aqui dificilmente seria: "Comece a pregar a palavra", mas "eu solenemente convoco-te a pregar a palavra. Faça essa sua prioridade!" (Como o contexto seguinte claramente indica). Em sumário sobre o imperativo aoristo constativo, pode ser dito como uma regra geral que essa ordem nada fala sobre o começar ou continuar uma ação. Ele basicamente tem a força de: "fazer de algo sua prioridade número um". Nosso conhecimento sobre o autor e o contexto nos ajudará a ver se os ouvintes têm feito qualquer prioridade quanto a isso, ou se eles o têm negligenciado completamente.
C. Imperativo Presente O imperativo presente olha a ação de um ponto de vista interno. E usado, em grande parte, para preceitos gerais, i.e., hábitos que caracterizariam a atitude e comportamento de alguém, e não de situações específicas.26 A ação pode ou não já ter começado. Pode ser progressivo, iterativo ou costumeiro. Às vezes, o tempo presente também é usado para ordens específicas. Em contextos assim, ele será geralmente ingressivo-progressivo. 1.
Ingressivo-Progressivo A força aqui é começar e continuar a. Ele é diferente do aoristo ingressivo puro em que se enfatiza tanto a incepção quanto o progresso de uma ação ordenada, enquanto o imperativo aoristo ingressivo puro enfatiza somente a incepção, não fazendo comentário sobre o progresso da ação.
Mt 8:22
Segue-me e deixa aos mortos sepultar seus próprios mortos. Jesus exorta um possível discípulo a começar e continuar a segui-lo. Jo 5:8
ápou
to v
K pápcccóv a o u « a ! i r e p i i r á i e i
Toma o teu leito e anda O aoristo momentâneo é usado, seguido por um presente ingressivoprogressivo. A força dessa oração é: "Toma [agora mesmo] teu leito [co meça e continua a] andar" 26 Para uma discussão e diferenças com o aoristo, veja sob "Imperativo Aoristo".
722
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Ef 4:28
2.
Ó KÀ61TTCÚV |iT|KÇTl KÂtTTtélOJ, ywXkOV Ôe KOTTláTCO Aquele que furtava não furte mais, mas, pelo contrário, trabalhe. Aqui a proibição presente é primeiramente usada ("não furte mais") com a força óbvia de: "Pare de furtar" (auxiliado por \it\kczi), seguido pelo presente ingressivo-progressivo: "Comece e continue a trabalhar". Costumeiro A força do imperativo presente costumeiro é simplesmente continue. É uma ordem para a ação continuar, ação que pode ou não já ter estado em processo. Ele é freqüentemente uma ordem de construção de caráter com o efeito de: "Faça disso seu hábito", "Exercitem vocês mesmo nisto" etc. Esse é o uso do imperativo presente em preceitos gerais.
Mt 6:9
oikcoç ouu trpooeúxeaBe úpelç Assim, pois, vós orareis . . . O foco não está na urgência, nem no ato momentâneo. Essa ordem ini cial no princípio da oração do Senhor significa: "Faça o teu hábito de orar do seguinte modo".
Lc 6:35
àyonrâTe toiíç èyBpouç úpcôv Kalàya0OTTOu itc Amai os vosso inimigos e fazeio bemja eles].
Ef 5:2
irepLiratelTe kv àyánT] Continue a andar em amor. E somente o contexto do livro inteiro de Efésios que indica que isso é um presente costumeiro, e não um presente ingressivo-progressivo. Em 1:15 o autor nota que os efésios já "tem amor para com todos os santos". Desse modo, ele está aqui simplesmente exortando-os a continuar nesse amor.
3.
Iterativo A força de um imperativo presente iterativo é a ação repetida. Quer dizer, "Faze-o de novo e de novo". Não é uma ação contínua que é ordenada, mas um ato repetido. Normalmente,'uma boa regra geral é perceber quando uma atitude for ordenada, pois sua força imperativa presente será ingressivaprogressiva ou costumeira. Quando uma ação for ordenada, a força do imperativo presente geralmente será iterativa. Porém, é difícil distinguir esse uso do presente costumeiro.
Mt 7:7
A lteite . . . OyretTe . . . Kpoúgxe Pedi. . . procurai. . . batei. . . A força dessas ordens é: "Peça mais . .. procure mais . . .bata mais . . ."
1 Co11:28
ôoKLpaCétco ôè ãvQpwmç éauròv Kal oiktoç ík tou ãpionêaBiétCú Kal €K toü iTorripíou irii/éiã) Examine-se, pois, o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice A idéia é que sempre que a Ceia do Senhor for observada, esse exame (o comer e beber) precisa ocorrer.
Orações volitivas: ordens (futuro)
723
II. Proibições Proibições, como ordens, são normalmente expressas por um de três tempos verbais em grego: futuro, aoristo, presente.
A. Indicativo Futuro (+ ov ou, às vezes, nr)) Essa é a força simples do indicativo futuro para ordens negativas. Tipicamente é solene, universal ou atemporal. Veja, e.g., os Dez Mandamentos (LXX) em Êxodo 20 e suas repetições freqüentes no NT (Note discussão acima sobre as "Ordens"). Mt 19:18
oú c|)oveúoeiç, ot) pmxeúoeiç, ot) KAii|feiç, ou ij/cuôopapTupfjaeiç
não matarás, não adulterarás, não furturás, não dirás falso testemu nho Mt 6:5
oÒk eoeoQe <úç ol tmoKpiTcá não sej ais como os hipócritas Este é um exemplo que não é uma citação do AT.
Cf. também Mt 4:4, 7; 5:21, 27, 33; Rm 7:7; 13:9.
B. Subjuntivo Aoristo (+ nv) O aoristo em proibições quase sempre está no subjuntivo e na segunda pessoa. Isso sempre ocorre.27 O aoristo proibitivo normalmente é usado, como suas contrapartes positivas, em situações específicas. A força do aoristo é usada para proibir ação como um todo. Conseqüentemente, por causa disso, às vezes, tem tradução ingressiva: Não comece. Mas nem todas as proibições são usadas assim. Especialmente quando usada em preceitos gerais, parece ter a força de proibir uma ação como um todo. Todavia, mesmo aqui, a noção ingressiva pode ser parte do significado. Isso se deve ao fato que a ação proibida normalmente não está acontecendo, como o contexto mostra. A dificuldade em decidir entre essas duas noções é vista nas ilustrações abaixo. No fundo, a perspectiva ingressiva e sumária do aoristo se misturam um a outra. M tl:20
|ít] 4>opTi9fjç napaÃaflfâu Maptau tf|V yuwxLKá aou não temas em tomar Maria como tua mulher.
27 Há, em minhas contas, somente oito exemplos do imperativo aoristo em proibições, todos na terceira pessoa (Mt 6:3; 24:17, 18; Mc 13:15 [bis], 16; Lc 17:31 [fus]).
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
724 Mt6:13
|í t ) eLoeueyKqç qpccç eiç treipccopou
não nos guie a tentação. Lc 6:29
(rrrò xoü aípouxóç oou to Ipáxiov kcc!
xòu xirúna jj.f| do que te houver tirado a capa, não negue a túnica.
2 Ts 3:13
pf) éyK(XKr|ar|Te KaÀO Troioúvxeç não nos cansemos de fazer bem.
kooàÚotiç .
C. Imperativo Presente (+ pij) 1.
Cessação da Atividade em Progresso (Progressivo) Aqui a idéia é freqüentemente progressiva e a proibição, a "cessação de algum ato que já está em progresso".28 A tradução é: Pare de continuar. Mq
Mt 19:14
pí) KG)A.úeie aòxà èÀOelv xpóc pe Pare de impedi-las de vir a mim. A dica de que a cessão de uma atividade está em vista é o verso anteri or, onde nos é dito que os discípulos estavam preocupados por alguns trazerem crianças a Jesus.
Lc 1:30
eÍTTeu ó ayyeÀoç ccuxrj pf] c|>opoü, Mapuxp Disse-lhe o anjo: "não temas, Maria. . . ." Linha de abertura típica de um visitante angelical é: "Não temas". A visão é evidentemente suficiente para o indivíduo já se inclinar a uma apreensividade. Para outros exemplos (incluindo anúncios nãoangelicais), cf. Lc 2:10; 8:50; Jo 6:20; At 18:9; 27:24; Ap 1:17.
Jo2:16
p t)
Ap 5:5
e lç 6K tcôv upeapuxéptou ÀéytL poL pf|
iTOieite x ò v o l k o v t o ú T rccip ó ç pou o l k o u èpuoptou. Pare de fazer da casa de meu Pai um mercado. K À a íe
Um dos anciãos disse-me: "Pare de chorar". 2.
Preceito Geral (Costumeiro) A proibição presente pode também ter a força de um preceito geral. Esse tipo de proibição realmente não comenta sobre a ação está em processo ou não.
Jo 10:37
ei ou tto lu xà epya xoü naxpóç pou, pq uioxeúeté poi Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
28 Dana-Mantey, 302. 29 Dos 50 exemplos no NT de ptj + imperativo ou subjuntivo, 40 usam o imperativo presente, enquanto somente dez usam o subjuntivo aoristo.
Orações volitivas: proibições (presente)
725
1 Co 14:39
to AaÀelv |ir] KcoÀúexe yÂúaoaiç não proibais o falar em línguas.
Ef 6:4
oi mruépeç, pif) irocpopYÍÇeie tà teKva upcâv Pais, não provoqueis os vossos filhos a ira.
2 Jo lO
e’í t i ç e p /e ta i Trpòç úpâç Kai xa\r.v\v xpu ôiSa^qv oò 4>épel, p/p lap p ávexe a ò tò n e lç olK iva
Se alguém vem até vós e não traz este ensino, não o recebais em [vossa] casa. Em muitas das cartas do NT, a força de uma proibição presente particular nem sempre estará focalizada na cessação de uma atividade em progresso. Não se evita o afirmar que quando um autor usar a proibição presente, o ouvinte estará sendo convocado para não atender a ordem. Outros fatores, especialmente o contexto geral e o Sitz ím Leben do livro, deve ser levado em consideração.
Sumário Sintático Este material sumariza as categorias básicas que se encontram no corpo desta obra. Cada categoria é mencionada pelo título; algumas tem a chave para identificação alistadas (em itálicos); outras tem informações úteis. Cada categoria que tem ocorrências relativamente freqüentes no NT está em negrito. As categorias mais raras e disputadas são alistada em tipos menores. As páginas onde a seção pode ser encontrada estão entre parênteses.
Nomes e Nominais Os Casos Nominativo (Designação específica)
Usos Primários (38-49) 1.
Sujeito: sujeito do verbo finito (38-40)
2.
Predicativo: aproximadamente igual ao sujeito; pode ser em proposições conversíveis ou subconjunta (40-48)
3.
Nominativo em Simples Aposição: dois substantivos adjacentes que se referem à mesma pessoa/coisa (48-49)
Usos Gramaticalmente Independentes do Nominativo (49-60) 1.
Nominativo Absoluto: em introdução do material (exceto sentenças) (49 51)
2.
Nominativus Pendens (Nominativo Pendente): sujeito lógico, não sintático no início da sentença (51-54)
3.
Nominativo Parentético: sujeito de uma oração explicativa dentro de outra oração (53-54)
4.
Nominativo em Expressões Proverbiais: em expressões proverbiais sem verbo finito (54-55)
5.
Nominativo por Vocativo (Nominativo de Enderessamento) (56-59)
6.
Nominativo de Exclamação : exclamação sem conexão gramatical com o resto da sentença (59-60)
726
Sumário Sintático (genitivo)
727
Nominativo como Substituto dos Casos Oblíquos (61-64) 1.
Nominativo de Apelo: um título que funciona como um nome próprio, como se fosse em citação (61)
2.
Nominativo em Aposição aos Casos Oblíquos (62)
3. Nominativo depois de Preposição: áirò ótóv em Ap
1:4somente (62-64)
4. Nominativo de Tempo (64)
Vocativo (endereçamento direto & exclamação) Endeçamento Direto (67-70) 1.
Invocação Simples: sem w (exceto em Atos) (67-68)
2. Invocação Enfática (ou Emocional): com to (excetoem Atos)
(68)
3. O Uso Excepcional em Atos (69) 4. Simplificação (70) Exclamação (70) Aposto (70) Dois substantivos adjacentes que se referem à mesma coisa/pessoa
Genitivo (qualificação & [ocasionalmente] separação) Adjetival (78-107) 1. Genitivo Descritivo: caracterizado por, descrito por (79-81) 2. Genitivo Possessivo: que pretence a, possuído por (81-83) 3. Genitivo de Relacionamento: relacionamento familiar(subconjunto do possessivo) (83-84) 4.
Genitivo Partitivo ("O Tudo"): denota o tudo do qual o substantivo principal é uma parte - que é parte de (84-86)
5.
Genitivo Atributivo: especifica um atributo ou qualidade inata do substantivo principal; o genitivo se converte em um adjetivo atributivo (85-88)
6. Genitivo Atribuído: semanticamente oposto ao genitivo atributivo; o substantivo principal se converte em um adjetivo que modifica o substantantivo no genitivo (89-91) 7. Genitivo de Material: feito de, consistindo de (91-92) 8. Genitivo de Conteúdo: cheio de, contendo (relacionado a um substantivo ou verbo) (92-94)
728
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 9. Genitivo como Simples Aposto: substantivo no genitivo adjacente a outro substantivo no genitivo, referindo-se à mesma coisa/pessoa- a saber, isto é (94) 10. Genitivo Apositivo (Epexegético): o genitivo declara um exemplo específi co do qual o substantivo principal nomea uma categoria- a saber, isto é (95 100) 11. Genitivo de Destino (Direção ou Propósito): com o propósito de, destinada a, em torno de, ou para (100-101) 12. Predicado Genitivo: aposição simples no caso genitivo feito enfático pela forma do particípio do verbo equativo (102) 13. Genitivo de Subordinação: especifica aquilo que está subordinado ou sob o domínio do verbo principal - acima ( 103-104) 14. Genitivo de Produção/Produtor: genitivo produz o substantivo com que ele se relaciona- produzido por (104-106) 15. Genitivo de Produto:o genitivo é o produto do substantivo com que se rela ciona - que produz (106-107)
Genitivo Ablativo (107-112) 1.
Genitivo de Separação: o genitivo indica aquilo do qual o verbo ou às vezes o substantivo principal está separada, de, (107-109)
2.
Genitivo de Fonte (ou Origem): afonte da qual o substantivo principal derivase ou depende - do qual, dependente de, ou "fundado em"( 109-110)
3.
Genitivo de Comparação (110)
Genitivo Verbal (i.e., Genitivo Relacionado a uma Forma Nominal do Verbo) (112-121) 1.
Genitivo Subjetivo: funciona como sujeito de uma idéia verbal implícita no substantivo principal (113-116)
2.
Genitivo Objetivo: funciona como objeto direto da idéia verbal implícita no substantivo principal (116-119)
3.
Genitivo Plenário: tanto subjetivo quanto objetivo (e.g. "Revelação de Jesus Cristo"= "revelão sobre e de Jesus Cristo" (119-121)
Genitivo Adverbial (121-130) 1.
Genitivo de Preço ou Valor ou Quantidade: o preço pago pela palavra com que se relaciona- por (122)
2.
Genitivo de Tempo (tipo de tempo): dentro do qual ou durante o qual (122 124)
3.
Genitivo de Lugar (onde ou no qual): o lugar dentro do qual o verbo que ele se relaciona ocorre (124-125)
4.
Genitivo de Meio: os meios pelo qual a ação do verbo é cumprida-pelo (125)
Sumário Sintático (dativo)
729
5.
Genitivo de Agência: o agente pessoal por quem a ação em vista é praticada; relacionada a adjetivo - t o ç ; (126-127)
6.
Genitivo Absoluto: veja os particípios (127)
7. Genitivo de Referência: com referência a (127-128) 8. Genitivo de Associação: em associação com (128-130) Depois de Certas P alavras (131) 1.
Genitivo Depois de Certos Verbos (como Objeto Direto): especialmente depois de sensação, emoçãoholição, compartilhar, governar (131-134)
2. Genitivo Depois de Certos Adjetivos (e Advérbios): certos adjetivos (tais como açioç, "digno [de]") e advérbios normalmente tomam um gentivo "objeto" (134-135) 3.
Genitivo Depois de Certos Substantivos: ocorre depois de certos substantivos cuja natureza lexical requer um genitivo (135)
4.
Genitivo Depois de Certas Preposições: certas preposições toma o gentivo depois delas (veja o capítulo sobre preposições) (136)
Dativo (interesse pessoal, referência, posição, & meios) Usos do D ativo Puro (140) 1. Dativo Objetivo Direto: substantivo no dativo é aquele com ou para o qual a ação do verbo transitivo é praticada - to, por (140-142) 2. Dativo de Interesse (incluindo de Vantagem [commodi] e Desvantagem [incommodi]) 142 a.
Vantagem: para o benefício de ou no interesse de (142-144)
b. Desvantagem: em detrimento de ou com a desvantagem de ou contra (142-144) 3. Dativo de Referência/Respeito: com referência a (144-147) 4. Dativo Ético: a pessoa cujo sentimentos ou ponto de vista são intimamente ligado à ação - até que ponto eu tenho a ver com, em minha opinião (146-147) 5. Dativo de Destino: o idéia "para" quando um verbo transitivo é usado (147 148) 6. Dativo de Recipiente: seria um objeto indireto, mas parece em construções sem verbos (tais como em títulos e saudações) (148-149) 7. Dativo de Possessão: aquilo com ao qual o sujeito de um verbo equativo pertence-pertecente a (149-151) 8. Dativo da Coisa Possuída (disputado): quem possui (151)
730
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 9. -Qativo Predicativo:aposição simples no caso dativo feito enfático pela forma participial do verbo equativo (152)
10. Dativo em Aposição Simples: substantivo dativo adjacente a outro subs tantivo dativo, referindo-se à mesma coisa/pessoa (152-153) Usos do Dativo Locativo (153-58) 1.
Dativo de Lugar: veja dativo de esfera (com o qual é combinado) (153)
2.
Dativo de Esfera: a esfera ou dimensão na qual a palavra com a qual o dativo se relaciona ocorre ou existe - na esfera de (153-155)
3.
Dativo de Tempos (quando): o tempo quando a ação do verbo principal é cumprido - geralmente um ponto no tempo (155-157)
4.
Dativo de Regra: o padrão de conduta com o qual uma pessoa se conformade acordo com, ou em conformidade com (157-158)
Usos do Dativo Instrumental (158-171) 1.
Dativo de Associação/Acompanhamento: a pessoa ou coisa com a qual alguém se associa ou acompanha - em associação com (159-161)
2.
Dativo de Modo (ou Dativo Adverbial): a maneira em que a ação do verbo é praticada (respondendo "Como?) - com , em (161-162)
3.
Dativo de Meio/Instrumento: o meio ou instrumento pelo qual a ação verbal é cumprida - por meio de, com ( 162-163)
4.
Dativo de Agência: o agente pessoal por quem a ação do verbo (passivo) é praticada - pelo ( 163-66)
5. Dativo de Medida/Grau de Diferência: pelo antes de uma palavra quantitativa no dativo (tipicamente, TTOÀÀcà [dativo] + pâÀÀov) (166-167) 6. Dativo de Causa: a causa ou base da ação do verbo - por causa de, na base de (167-168) 7. Dativo Cognato: cognato ao verbo seja formalmente ou conceitualmente; traduza como advérbio (168-169) 8. Dativo de Material: o material que é usado para praticar a ação do verbo; uma palavra quantitativa - "eu escrevo com caneta (meio) e tinta (material)" (169-170) 9. Dativo de Conteúdo: o conteúdo que é usado por um verbo encher - com (170-71) Os Usos do Dativo Depois de Certas Palavras (171-175) 1. Dativo Objetivo Direto: dativo objetivo direto, frequentemente envolvendo relacionamento pessoal (171-73) 2. Dativo Depois de Certos Substantivos: depois de nome verbal; interesse pessoal geralmente presente; datvio muitas vezes corresponde ao objeto direto - "serviço aos santos" = "servir aos santos" (173-174) 3. Dativo Depois de Certos Adjetivos: vários adjetivos tomam um dativo; relação pessoal geralmente envolvida; sem padrão de tradução (174-175)
731
Sumário Sintático (acusativo)
i 4.
Dativo Depois de Certas Preposições: certas preposições toma um dativo (veja capítulo sobre preposições) (175)
Acusativo (extensão ou limitação) Usos do Substantivos no Caso Acusativo (179-199) 1.
Acusativo Direto Objeto: o objeto imediato da ação de um verbo transitivo (179-181)
2.
Acusativo Duplo: (181-189) a.
Pessoa-Coisa: certos verbos tomam dois objetos diretos, um uma pessoa e o outro uma coisa (e.g., ensinando, ungindo, perguntando ["eu te ensino grego"]) (181-182)
b. Objeto-Complemento: um acusativo é o objeto, o outro é seu complemento; equivalente ao nominativo sujeito-predicado ("eu o chamo senhor") (182-189) 3.
Acusativo Cognato (Acusativo de Objeto Inerente): objeto direto que partilha lexicalmente ou conceitualmente a idéia do verbo ("não entesoure tesouro") (189-190)
4.
Predicado Acusativo: simples aposto feito enfático por uma cópula na forma participial ou infinitiva (um acusativo relacionado ao sujeito do infinitivo) (190-192)
5.
Acusativo Sujeito do Infinitivo: acusativo de referência que funciona como sujeito do infinitivo (192-197)
6.
Acusativo de Objeto Retido: o acusativo da coisa em um duplo acusativo numa construção pessoa-coisa com um verbo ativo retém seu caso quando o verbo é colocado na passiva ("eu ensinei-te a lição" torna-se "a lição foi ensinate a ti por mim") (197)
7.
Acusativo Pendente (Accusativum Pendens): o acusativo lançado adiante para o início da oração, seguido por uma sentença na qual é substituída por um pronome no caso requerido pela sintaxe - com referência a (subconjunto do acus. de referência) (198)
8.
Acusativo em Simples Aposição: o acusativo substantivo adjacente a outro substantivo acusativo, referindo-se à mesma coisa/pessoa (198-199)
Usos Adverbiais Usos do Acusativo (199-205) 1.
Acusativo Adverbial (Acusativo de Maneira): qualifica a ação do verbo ao invés de inidicar a quantidade ou extensão da ação do verbo (ôupeáu é muito freqüente - livremente ) (200-201)
732
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 2.
Acusativo de Medida (ou Extensão de Tempo ou Espaço): por um período de, durante (raro com espaço, comum com tempo) (201-203)
3.
Acusativo de Respeito ou (Geral) Referência: restringe a referência da ação verbal - com referencia a (203-204)
4.
Acusativo de Juramentos: a pessoa ou coisa por quem ou por qual se jura (204-205)
Acusativo Depois de Certas Preposições (205) Certas preposições tomam o acusativo depois delas
O Artigo (basicamente um definidor e identificador, não um definidor)
Usos Regular do Artigo 1. Como Pronome (Uso [parcialmente] Independente) (211-216) a. Pronome Pessoal: funicona como pronome na terceira pessoa na construção nominativa péu. . . ôé com ôé somente (211-212) b. Pronome Pessoal Alternativo: o este. . . o outro (quase sempre na construção pév. . . õe) (212-213) c. Pronome Relativo: que é, (o artigo na segunda e terceira posição atributiva na qual o modificador não é um adjetivo (213-215) d. Pronome Possessivo: seu, sua (usado em contexto em que possessão é implicado) (215-216) 2. Com Substantivos (Uso Dependente ou Modificado) (216-231) a. Artigo Individualizador (216-227) 1) Simples Identificação: distingui um indíviduo de outro (categoria "frigideira") (216-217) 2) Anafórico (Referência Prévia): aponta algo mencionado anteriormente no texto (217-220) 3) Catafórico (Referência Conseqüente): aponta para algo no texto que segue imediatamente (220-221) 4) Dêitico (Artigo de "Ponto de Referência"): aponta para um objeto ou pessoa que/quem está presente no momento da fala; força demonstrativa - isto (221) 5) Por Excelência: o objeto é "em si uma classe" (222-223) 6) Monádico (Artigo "de Uma Espécie" ou "Único"): identifica um substantivo "um de um tipo" (223-224)
Sumário Sintático (artigo)
733
7) Artigo de Renome (Artigo de "Celebridade" ou "Familiar"): bem conhecido, mas por razões não mencionadas acima; aquilo que é familiar para os leitores (225) 8) Abstrato (i.e., o Artigo com Nomes Abstratos): identifica uma qualiddade ou conceito abstrato (e.g., amor, salvação, paz, fé); o artigo raramente é usado na tradução (226-227) b. Artigo Genérico (Artigo Categórico): distingui uma classe de outra (227-231) 3. Como um Substantivador (Com Certas Partes do Discurso) (231-238) Transforme a outra parte do discusso em um substantivo; conceitualize a idéia dessa parte do discurso a. Advérbios (232-233) b. Adjetivos (233) c. Particípios (233-234) d. Infinitos (234-235) e. Palavra ou Frase no Genitivo (235-236) f. Partículas (237) g. Orações, Declarações, e Citações (237-238) 4. Como um Marcador de Função (muitas vezes tem força semântica também; veja
as categorias acima) (238-243) a. Para Denotar Posições Adjetivas: especialmente para denotar a segun da posição atributiva (sem separar o peso semântico) (239) b. Com Pronomes Possessivos: quando oorcoü e semelhantes são anexa dos a um substantivo, o artigo está invariavelmente presente (239) c. Nas Locuções Genitivas: tanto o substantivo principal quanto o subs tantivo genitivo normalmente tem ou falta o artigo (Cânon de Apolônio) (239-240) d. Com Substantivos Indeclináveis: o artigo indica o caso do substantivo (240-241) e. Com Partícipios: para denotar função substantiva do particípio (241) f. Com Demonstrativos: um demonstrativo na posição de predicado de um substantivo com artigo tem uma relação atributiva; demonstrati vos não modificam substantivos anarthrous (241-242) g. Com Substantivos Nominativos: para denotar o sujeito (242) h. Para Distinguir Sujeito de Predicativo e Objeto-Complemento: sujeito/ objeto tem o artigo de forma que distingui-os do Predicativo/Complemento (242-243)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
734 i.
Com o infinitivo para denotar várias funções: veja seção sobre infinitivo (243)
Ausência do Artigo (pode ser indefinido, qualitativo, ou definido) 1. Indefinido (244) Refere-se a um membro de uma classe, sem especificar qual membro; falta identidade referencial 2. Q ualitativo (244-245) Enfatiza qualidade, natureza, ou essência; focaliza nas características da classe. 3. Definido (245-254) Enfatiza identidade individual; tem identidade referencial única a. Nomes Próprios: definido com ou sem o artigo (245-247) b. Objeto de uma Preposição: o objeto pode ser definido (247) c. Com Números Ordinais: o número especifica a quantidade de substantivos, fazendo-o definido (248) d. Nominativo Predicativo: Se o Predicativo precede a cópula, pode ser definido (248) e. Complemento na Construção Objeto-Complemento: se o complemento precede o objeto, pode ser definido (248) f. Nomes Monádicos: substantivos um de um tipo não precisam artigo para ser definido; isto se aplica a substantivos que são referencialmente únicos devido a modificadores (e.g., adjetivos [como em xò TTUcüqa aviou] ou genitivo [liióç 0eoü] (248-249) g. Nomes Abstratos: amor, alegria, paz, etc. são frequentemente anarthros, mas não indefinido (249-250) h. Construção Genitiva (Corolário de Apolônio): o substantivo principal anarthro com substantivo genitivo anartho: ambos geralmente tem a mesma força semântica (geralmente definido ou qualitativo) (250-252) i. Com Adjetivo Pronominal: substantivos com ttccç, oàoç, etc. não precisam do artigo para ser definido, porque quer seja a classe como um todo ("todos") ou distributivamente ("cada") está sendo especificada (253) j. Nomes Genéricos: a classe inteira está em vista; pouco diferença semântica entre esta eclasse e os substantivos genéricos com artigo (253-254)
735
Sumário Sintático (artigo)
Usos Especiais e Ausência do Artigo A. Predicativo Anarthro Pré-Verbal (Envolvendo a Regra de Colwell) (256-270)
B.
1.
Declaração da Regra: um predicativo definido que precede o verbo geralmetne é anarthro (257)
2.
Clarificação da Regra: o inverso não é verdadeiro; os predicativos anarthros geralmente são qualitativos. 06 0 ç em João 1:1c provavelmente é qualitativo (assim, não identificando o Àóyoç com a pessoa de ó 9éoç, mas enfatizando que suas naturezas são a mesma: "O que Deus era, o Verbo era" [NEB]. (259-262)
O Artigo com Múltiplos Substantivos Conectados por K al (Regra de
Granville Sharp e Construções Relacionadas) (270-290) 1.
Declaração da Regra de Granville Sharp: ambos os nomes (substantivos, particípios, adjetivos) refere-se à mesma pessoa na construção artigo-substantivo-Kaísubstantivo (ASKS) quando: • ambos são pessoais • ambos são singulares • ambos não são nomes próprios (ou termos comuns) Exemplo: ó Oeòç kocÍ Trarqp (Ef. 1:3) (271-272)
2.
Validade da Regra no NT: sempre válido; Tito 2:13 & 2 Pe 1:1 impactado. Exceções fora do NT são capazes de explicações lingüísticas e não afetam os textos cristologicamente significantes (273-278)
3.
Construções ASKS envolvendo Substantivos Impessoais, Plurais, e Próprios (277-278) a. Nomes Próprios: sempre distingue indivíduos (e.g., "Pedro e Tiago") (277-278) b. Construções Pessoais no Plural: três grupos semânticos diferentes possíveis: (1) distinto, (2) idêntico, (3) coincidente (três subgrupos). Esta divisão: • particípio + particípio = idêntico • substantivo + substantivo = distinto ou coincidente (Afeta Ef. 2:20; 4:11) • adjetivo + adjetivo = idêntico ou coincidente • construções mistas: valores semânticos mistos (278-286) c. Construções Impessoais: três grupos semânticos diferentes possíveis: (1) distinto, (2) idêntico, (3)coincidente (três subgrupos). Todos são representados, embora #2 (idêntico) seja raro. Afeta Atos 2:23; 20:21; 2 Ts 2:1; etc. (286-290)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
736
Adjetivos Usos "Não-Adjetivais" do Adjetivo Uso Adverbial do Adjetivo (293) Geralmente reservado para termos especiais O Uso Independente ou Substantivai do Adjetivo (294-295) Geralmente com artigo
Os Usos das Formas do Adjetivo do Positivo, Comparativo e Superlativo A. O Uso do Adjetivo Positivo (297-298) 1. Uso Normal: somente um objeto em vista (297) 2. Positivo usado como Comparativo: comparação implícita entre dois substantivos (297) 3. Positivo usado como Superlativo: comparação implícita entre três ou mais substantivos (298) B. O Uso do Adjetivo Comparativo (298-301)
1. Uso Normal: comparação explícita entre dois; o adjetivo geralmente seguido por genitivo ou q (299) 2. Comparativo usado como Superlativo: comparação de três ou mais (299 300) 3. Comparativo usado como Elativo: muito + adjetivo normal; nenhuma comparação é feita (assim, laçupórepoç seria muito forte e naõ mais forte que) (300-301) C. O Uso do Adjetivo Superlativo (301-305) 1. Uso "Normal": o extremo em uma comparação de três ou mais (301 302) 2. Superlativo usado como Elativo: muito + forma comparativa do adjetivo (303-305) 3. Superlativo usado como Comparativo: s o m e n t e
d o is sã o c o m p a r a d o s ;
f r e q u e n t e m e n t e c o m T tp w x o ç , r a r o c o m o u t r o s t e r m o s
(303-305)
Sumário Sintático (pronomes)
737
A Relação do Adjetivo com Substantivo A.
Quando o Artigo estiver Presente (306-309) 1. A Posição Atributiva: o adjetivo modifica o substantivo (306-307) a. Primeiro Atributivo: artigo-adjetivo-substantivo (ó áyaGòç PaaiA.eúç = o bom rei) (306) b. Segundo Atributivo: artigo-substantivo-artigo-adjetivo (ó áyctQòç ó PocaiÀeúç = o bom rei) (raro com adjetivos, mais comum com outros modificadores) (307) 2. A Posição Predicativa: o adjetivo faz a declaração sobre o substantivo (307-309) a. Primeira Predicativa: adjetivo-artigo-substantivo (áyaOòç ó PaaiAeúç = o rei é bom) (307-308) b. Segunda Predicativa: artigo-substantivo-adjetivo (ò paoiÂtúç áyocQòç = o rei é bom) (308)
B.
Quando o Artigo estiver Ausente (309-314) 1. As Construções Anarthras Adjetivo-Nome: geralmente atributivo, às vezes predicativo (309-310) 2. A construção substantivo-Adjetivo Anarthros: geralmente atributivo, às vezes predicativo (310-311)
Os Pronomes Categorias Semâticas: Classes Principais A.
Pronomes Pessoais èyú , oú, avxóç (320) 1.
Uso Nominativo (321-323) a. Enfático (321-323) 1) Contraste: tipo (antitético) ou grau (comparação) (321-322) 2) Foco no Sujeito: para identificar, dar proeminência, esclarecer
etc.; contrastar não prominentes, embora às vezes presente (322-323) b. Redundância: às vezes como um "dispositivo de mudança de referência", para mostrar sujeitos alternantes; outras vezes, meramente estilístico (323)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
738 2. Casos Oblíquos (324-325)
a. Uso Normal: Anafórico: para ficar no lugar de um substantivo ou outras classes (324) b. Possessivo: o genitivo do pronome pessoal (324) c. Reflexivo: si mesmo, ele mesmo, ela mesma (324-325) B.
Pronomes Demonstrativos: apontadores - oinoç, èicelvoç e oôe (325-335) 1. Uso Regular (Como Demonstrativos) (325-328) a. ouxoç (Proximidade): este (326-327) b. 6K6LVOÇ (Distância): aquele (327-328) c. oóe (antecipatório/proléptico): o seguinte (328) 2. Como Pronomes Pessoais: o u t o ç e éiceívoç às vezes, sua força demonstrativa diminuída; equivalente à terceira pessoa. 3. Usos Incomuns (na perspectiva da língua portuguesa) (329-335) a. Pleonástico (Redundante): uso desnessário, às vezes por efeito retórico (329-30) b. Constructio ad Sensum: (construção segundo o sentido): gênero natural ou número é usado em lugar do gênero gramatical ou número (como em ra eOnf] . . . o u t o i [ " o s Gentios . . . estes]) (330-335). 1) Gênero: falta de concordância em gênero entre pronomes e antecedentes (331-332) 2) Número: falta de concordância em número entre pronome e antecedente (332-35) c. A nterior/Posterior Conceituai: o neutro de oúxoç é costumeiramente usado para se referir a uma frase ou oração. (333-335)
C.
Pronom es R elativos: oç e òanç classificados como pronomes relativos porque se relacionam com mais de uma oração (335-345) 1. oç (336-343) a. Uso Regular: ligar um substantivo ou outro nome à sua oração relativa, que seja descritiva, explicativa ou restritiva do significado do substantivo (336-337) b. Usos "Incomuns": "quebra" de concordância, identificação do antecedente, etc. (337-338) 1) Gênero Natural vs. Gênero Gramatical (construction aã sensum) (337-338)
739
Sumário Sintático (pronomes) 2) Caso (338-339)
a) Atração (ou Atração Direta): atraído para o caso do antecedente (338-339) b) Atração Inversa (ou Atração Indireta): o antecedente atraído para o caso do PR (339) 3) Complexidades do Antecedente (339-343) a) Omissão do Antecedente: devido ao demonstrativo embutido ou poesia (339-342) b) Usos Adverbiais/Conjuntivo: depois de uma preposição; uma força adverbial/conjuntiva; sem antecedente, ou o antecedente é conceituai (342-343) 2.
ootlç
(Chamado Indefinido; melhor: Genérico ou Qualitativo (343-345)
a. Genérico: foca a classe inteira (assim, quem (343-344)
quer que
= cada um
que)
b. Qualitativo: foco na natureza ou essência da pessoa ou coisa em vista (o mesmo que, o que certamente, o que de fato) (344) c. Confundido com oç: funciona como um PR definido (344-345) D. Pronomes Interrogativos faz uma questão: xíç, xí ttoioç, iróooç (345-346) 1. xíç & XÍ: faz perguntas de identificação (Quem? O que?) em questões indiretas ou diretas. Às vezes xíç pergunta Que tipo? (qualidativo), e xí por que?, (adverbial), (345 = 346) 2. E.
ttoloç, ttÓooç:
pergutas qualitativas (Que tipo?) e quantitativa (Quanto?), respectivamente. (346)
P ron om es In d efin id o s : introduz um membro de uma classe sem identificação adicional (xíç, tl) (347) 1. Substantivado: qualquer que, alguém, um certo (347) 2. Adjetival: um, uma (347)
F.
Pronomes Possessivos (Adjetivos): nenhum forma distinta no Grego, exceto: (348) 1. Adjetivo Possessivo: (épóç, oóç, ripiTepoç, úpéxepoç) possessão lexicalizada (348) 2. Pronome Pessoal no Genitivo: (ccúxoC) possessão gramaticalizada (348)
G. Pronome Intensivo: (aüxóç) (348-350) 1. Como um Pronome Intensivo: ele mesmo, ela mesma, si mesmo (na posição predicativa a um substantivo com artigo) (349)
740
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 2.
Como um Adjetivo Identificador: mesmo modificando um substantivo articular na posição atributiva) (349-350)
3. como um Pronome Pessoal da Terceira Pessoa: ele, ela, (348) H. Pronomes Reflexivos: êpomoü {de mim mesmo), aecorcoO (de ti mesmo), ècartoü (idele mesmo), èautcôu (deles mesmos); usado para destacar a participação do sujeito na ação verbal, como objeto direto, objeto indireto, intensificador, etc. (350-351) I.
Pronomes Recíprocos: à\kr\k(úv (uns aos outros), é usado para indicar intercâmbio entre dois ou mais grupos. Assim, sempre plural. (351)
Categorias Léxico-Sintáticas:Termos Principais A. AAArfAcoK recíproco (352) B. A v róç pessoal, possessivo (gen.), intensivo (352) C.
E
D.
Eycó: pessoal, possessivo (gen.) (352)
E.
E
F.
E/jauvoO: reflexivo (352)
G.
'Hfietç pessoal, possessivo (gen.) (353)
H.
"Oõe. demonstrativo (353)
I.
"Oç relativo (definido) (353)
]■
"Ooviç relativo (indefinido) (353)
K.
O
L.
Jloloc Interrogativo (qualitativo) (353)
c c u to u :
k c ív o ç
vto ç
reflexivo (352)
demonstrativo, pessoal (352)
demonstrativo, pessoal (353)
Aí. n ó a o ç. interrogativo (quantitativo) (353) N.
léecnnoü. reflexivo (353)
O. Sí): pessoal, possessivo (gen.) (353) P.
Tíç. Interrogativo (353)
Q.
T iç indefinido (354)
R.
'Y/ueíç pessoal, possessivo (gen.) (354)
741
Sumário Sintático (preposições)
Preposições A.
’A m (Acusativo) (364) 1. Distributivo: no meio de (àva péoov + G); cada, (com números) 2. Espacial (em aposição com verbos): para cima, movimento para cima
B.
'Avtl (Genitivo) (364-368) 1. Substituição: em lugar de 2. Intercâbio/Equivalência: por, como, em lugar de As noções de intercâmbio e substituição são muito semelhantes, freqüentemente, mistura uma com outra 3. Causa (debatível): por causa de
C.
’Airó (Genitivo): separação de, a partir d e , de (368) 1. Separação (de lugar ou pessoa): à parte de 2. Fonte: de, para fora de 3. Causa: por causa de 4. Partitivo (i.e., substituído por um gen. partitivo): de 5. Agência (raro): por, de
D.
A lÚ (Genitivo, Acusativo) (368-369) 1. Com Genitivo (368) a. Agência: por, através de b. Meios: através de c. Espacial: através de d. Temporal: através de, durante 2.
Com Acusativo (369) a. Causa: porque, por causa de b. Espacial (raro): através de
E. E íç (Acusativo) (369-371) 1. Espacial: para dentro de, em direção de, em 2.
Temporal: por, durante
3. Propósito: para, afim de que, com o propósito de 4. Resultado: de modo que, resultando em 5. Referência/Respeito: com respeito a, com referência a 6. Vantagem: para
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
742 7. Desvantagem: contra
8. No lugar de kv (com várias nuances) F.
’E k (Genitivo): de, para fora de, (371-372) 1. Fonte: para fora de, de 2. Separação: à parte de, de 3. Temporal: de, a partir de [este ponto] . .. até 4. Causa: por causa de, porque 5. Partitivo (i.e., substituído por um gen. partitivo.): de 6. Meio: por, por meio de
G.
’E v (Dativo) (372-375) 1. Espacial/Esfera: em (e várias outras traduções) 2. Temporal: em, dentro de, quando, enquanto, durante 3. Associação (muitas vezes relacionamento próximo): com 4. Causa: por causa de 5. Instrumental: por, com 6. Referência/Respeito: com respeito a /com referência a 7. Maneira: com 8. Coisa Possuída: com (no sentido de que possue) 9. Padrão (=Dativo de Governo): de acordo ao padrão de 10.
H.
como um equivalente de elç (como os verbos de moção)
’E w í (Genitivo, Dativo, Acusativo) (376) 1. Com Genitivo a. Espacial: sobre, em, perto b. Temporal: em tempo de, durante c. Causa: na base de 2.
Com Dativo a. Espacial: sobre, em, contra, perto de b. Temporal: em, em tempo de, durante c. Causa: baseado em
3. Com Acusativo a. Espacial: em, sobre, para, até, contra b. Temporal: por, durante um tempo de
743
Sumário Sintático (preposições) I.
K ax a (Genitivo, Acusativo) (376-377) 1. Com Genitivo (376) a. Espacial: para baixo, por todo o
^
b. Oposição: contra c. Fonte: de 2. Com Acusativo (377) a. Padrão: de acordo com, correspondendo a b. Espacial: ao longo de, através de (extensão); em torno de, até a (direção) c. Temporal: em, durante d. Distributivo: "indicando a divisão de um todo maior para partes individuais"1 e. Propósito: com o propósito de f. Referência/Respeito: com respeito a, com referência a J.
M erá (Genitivo, Acusativo) (377-378) 1. Com Genitivo (377) a. Associação/Acompanhamento: com, em companhia de b. Espacial: com, dentre c. Maneira (Circunstância Atendente): com 2. Com Acusativo (377) a. Temporal: depois, atrás de b. Espacial (raro): depois de, atrás de
K. Ila p á (Genitivo, Dativo, Acusativo) (378) 1. Com Genitivo: em geral, de (o lado de) (com um objeto pessoal) a. Fonte/espacial: de b. Agência: de, por 2. Com Dativo: em geral, proximidade a. Espacial: perto, próximo a b. Esfera: em vista de, antes de (alguém) c. Associação: com (alguém/alguma coisa) d. Virtualmente equivalente ao simples dativo 3. Com Acusativo a. Espacial: por, ao longo de, perto de, sobre b. Comparação: comparado a, mais que c. Oposição: contra, contrário a 1 BAGD, s.v. Kccxá II.3 (406)
744
Sintaxe Exegética do Novo Testamento L. I le p í (Genitivo, Acusativo) (379)
''
1. Com Genitivo a. Referência: concernente a, acerca de b. Vantagem/Representação: em benefício de, por (= \Wp) 2. Com Acusativo a. Espacial: ao redor de, perto de b. Temporal: sobre, perto de c. Referência/Respeito: com respeito a/referência para M. n p ó (Genitivo) (379) 1. Espacial: antes de, em frente de, em 2. Temporal: antes de 3. Priordade: antes de N. IIp ó ç (Acusativo quase exclusivamente) (380-382) 1. Propósito: para, com o propósito de 2. Espacial: para com, com 3. Temporal: para, (duração) 4. Resultado: de modo que, resultando em 5. Oposição: contra 6. Associação: com, em companhia de (com verbo estativos) O.
Svir (Dativo) (382) Expressa acompanhamento/associação: com, em associação (companhia) com
P. 'Ynép (Genitivo, Acusativo) (383-389) 1. Com Genitivo (383) a. Representação/Vantagem: em benefício de, por causa de b. Referência/Respeeíto: concernente a, com referência a (= TTcpí) c. Substituição: em lugar de, em lugar de (= àvxt.) (Estes exeplos também envolvem representação) 2. Com Acusativo (383) a. Espacial: acima de, sobre b. Comparação: mais que, além de
745
Sumário Sintático (verbos e formas nominais) Q. ' Y iró (Genitivo, Acusativo) (389)
^
1. Com Genitivo a. Agência (Último): por b. Agente Intermediário (com verbos ativos): através de c. Meios: por (raro) 2. Com Acusativo a. Espacial: sob, abaixo de b. Subordinação: sob (o governo de)
Verbos e Formas Nominais do Verbo Pessoa e Número Exemplos comuns de concordância não são cobertos neste capítulo; os seguintes, em grande parte, usos incomus & usos exegeticamente significantes. Pessoa (391-399) A. Primeira Pessoa por Terceira ("eu" = "alguém"): por causa de vividez quando uma aplicação mais universal está em vista (391-392) B. Segunda Pessoa por Terceira ("Você" = "alguém")?: nenhum exemplo claro no NT (392-393) C. Construções com a Primeira Pessoa do Plural: O Escopo de "Nós" (393 399) 1.
Editorial "Nós" (Plural Epistolar): primeira pessoa do plural por um autor quando ele está falando sobre si mesmo (394-396)
2.
"Nós" Inclusivo (Plural Literário): primeira pessoa do plural inclui tanto o autor quanto os ouvintes (397-399)
3.
"Nós" Exclusivo: primeira pessoa do plural restringe o grupo ao au tor e seus associados (397-399)
Número (399-406) A. Sujeito Plural Neutro com Verbo Singular: sujeito plural nêutron normal mente tom verbos no singular visto que coisas impessoais estão geralmente em vista; tratados como um todo coletivo; quando eles tomam um verbo plural, identidade individual é enfatizado (399-400) B. Sujeito Coletivo Singular com Verbo Plural: quando palavras tais como ô/Àoç tomam verbo plural, identidade individual é enfatizado (400-401) C. Sujeito Composto com Verbo Singular: o primeiro nome é enfatizado (e.g., "Jesus e os discípulos vem") (401-402)
746
Sintaxe Exegética do Novo Testamento D. O Plural Indefinido: "Eles" = "Alguém" (plural se transforma em um passi vo em que o objeto toma-se o sujeito; "Eles descpbriram a cura para o cân cer?" = "A cura para o cancer foi descoberta?") (402-403) E. Plural Categórico (Plural Generalizado): "Eles" = "Ele, Ela" (como plural indefinido, mas pode ser usado com substantivos plurais); focaliza mais sobre a ação que o autor (403-406)
Voz (indica como o sujeito se relaciona com a ação [ou estado] expresso pelo verbo) A tivo (410-414) O Sujeito, pratica, produz, ou experimenta a ação ou existe no estado expresso pelo verbo A. Ativo Simples: sujeito pratica ou experimenta a ação (411) B. Ativo Acusativo (Ergativo): o sujeito não está diretamente envolvido na ação, mas é a fonte última (411-412) C. Ativo Estativo: o sujeito existe no estado indicado pelo verbo (412-413) D. Ativo Reflexivo: verbo ativo + pronome reflexivo (o sujeito age sobre ele mesmo ou ele mesmo) (413-414) M édia (414-430) O sujeito pratica ou experimenta a ação expressa pelo verbo de um modo tal que enfatiza a participação do sujeito; o sujeito age com um interesse investido A. Média Direta (Reflexiva ou Reflexiva Direta): verbo + si (como objeto direto); sujeito age sobre si mesmo (416-418) B. Média Redundante: o uso da voz media de modo reflexivo com um pronome reflexivo (418-419) C. Média Indireta (Reflexiva Indireta, Benefectiva, Intensiva, Dinâmica): sujeito age por (ou às vezes por) si mesmo, ou seu (a) próprio interesse; chave: como verbo ativo + pronome reflexivo no dativo (419-423) D. Média Causativa: o sujeito tem algo feito para ou para si mesmo (423-425) E.
Média Permissiva: o sujeito permite algo ser feito por ou para si mesmo (425-427)
F.
Média Recíproca: o verbo com sujeito para representar intereção entre eles (427)
G. Média Depoente: geralmente, sem forma ativa, mas significado ativo; especificamente, sem forma para uma parte principal particular no Grego Helenístico, e aquele cuja força nessa parte principal é evidentemente ativa (428-430)
Sumário Sintático (voz) P a s s iv o
747
(431-441)
O sujeito sofre a ação ou recebe a ação expressa pelo verbo A. Construções Passivas (431-439) 1. A Passiva Com e Sem Agência Expressa (431-438) a. Com Agência Expressa (431-435) 1) Agente Último: usualmente ímó (+ gen.), às vezes ixitó (+ gen.) ou napá (+ gen.), indicando a pessoa que é no final das con tas responsável pela ação (433) 2) Agente Intermediário: õiá (+ gen.), indicando a pessoa que realiza o ato para o agente final (433-434) 3)
Meios Impessoais: kv (+ dat.), dativo simples, ou às vezes ík (+ gen.), indicando o meio que um agente usa para praticar um ato (434-435)
b. Com Agência Não Expressa: várias razões porque agência não é expressa (tais como: óbvio no contexto, foco no sujeito, natureza de alguns verbos não requer, verbos equativos, agente generico implícito, obstrusidade de um agente implícito, efeito retórico; passivo divino não é uma categoria separada, mas pode perten cer a várias da categoria anterior) (435-438) 2. Passivo Com um Objeto Acusativo: especialmente com acusativo da coisa (na construção acusativo duplo pessoa-coisa) como um objeto retido; a coisa fica como acusativo quando o verbo tornase passivo; a pessoa toma-se o sujeito (e.g., "Ela ensinou a lição" toma-se “A lição foi ensinada a você por ela") (438-439) B. Usos Passivos (439-441) 1. Passivo Simples: o sujeito recebe a ação (439-440) 2. Passivo Causativo/Permissivo: implica consentimento, permissão, ou causa da ação do verbo sobre a parte do sujeito que recebe a ação (440 441) 3. Passivo Depoente: geralmente, sem forma ativa, mas significado ati vo; especificamente, na forma ativa para uma parte principal particular no Grego Helenístico, e uma cuja forma nessa parte principal é eviden temente ativa (441)
748
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
Modos (apresenta [a descrição da pessoa que fala de sua afirmação com a certeza que] a ação ou o estado do verbo com referência a sua realidade ou potencial) I n d ic a t iv o
(448-461)
O modo da declaração, ou representação de certeza 1. Indicativo Declarativo: apresenta a declaração como não-contingente (ou desqualificada) (449) 2. Indicativo Interrogativo: questão de fato; espera um indicativo declarative na resposta (449-450) 3. Indicativo Condicional: o indicativo com eí na prótase-primeira classe: as sumido como verdadeiro por causa do argumento na segunda classe: assu mido como falso (por causa do argumento) (450-451) 4. Indicativo Potencial: semanticamente equivalente a um modo potencial, de vido à raiz verbal; encontrado em verbos de obrigação ou desejo (como ò(j)eÍÀca, õet, OéAxn), seguido pelo infinitivo (451-452) 5. Indicativo Exortativo (Ordem, Volitiva): indicativo futuro é às vezes usados para ordens (452-453) 6. O Indicativo com 'Oxi (453-461) a. OraçãoSubstantiva 'On (453-459) 1) Oração Subjetiva: funciona como sujeito do verbo (453-454) 2) Oração Objetiva Direta: funciona como objeto direto do verbo (454 458) a) Objetiva Direta Própria: objeto direto de um verbo transitivo que não seja um verbo de percepção (454) b) Discusso Direto (Oração Recitativa 'Otl, 'Oti Recitativum): depois de verbo de percepão; em lugar do ou, coloca-se as pas (454-455) c) Discusso Indireto (Oração Declarativa 'Oti): depois de ver bo de percepção; a Oração otl contem discurso expresso ou pensamento; tradução: que (456-458) 3) Aposição (a substantivos, pronome, ou outros nomes): a saber, que (pode ser substituído por seu antecedente) (458-459) b. Epexegético: explica, esclarece ou completa uma palavra anterior ou frase (semelhante ao aposto, mas não pode ser substituído por seu an tecedente) (459-460) c. Causai (Adverbial): porque (introduz uma oração causai dependente) (460-461)
Sumário Sintático (modos)
749
Subjuntivo (461-480) Geralmente representa a ação verbal (ou estado) como incerto mas provável; porém, visto que ele invade o domínio do optativo no Koinê, tem ampliado para incluir possível, hipotético, e impossível. 1. Em Oração Independente (463-469) a. Subjuntivo Exortativo (Volitivo; mas esta também significa impera tiva): (primeira pessoal do plural usada para exortar alguém e seus asso ciados); raramente, a primeira pessoa do singular é usada (464-465) b. Subjuntivo Deliberativo (Dubitativa): pergupta ou uma questão real ou retórica; um subjuntivo exortativo transforma-a em uma questão; pergunta sobre possibilidade, necessidade, ou obrigação moral (465-468) c. Subjuntivo Negação Enfático: ov /u?j mais o subjuntivo aoristo (nega ção forte, nem mesmo possível) (468-469) d. Subjuntivo Proibitivo: comumente jjp + subjuntivo aoristo, tipicamente na segunda pessoa; equivalente a pr) + imperativo: Não (ao invés de Você não deveria) (469) 2. Em Orações Dependentes (Subordinadas) (469-480) a. Subjuntivo nas Sentenças Condicionais: subjuntivo com káv na prótase - condional de terceira classe (pode indicar mais um futuro pro vável, mera possibilidade, ou situação hipotética); condicional de quin ta classe (condição geral presente) (indica uma situação genérica no tem po presente) (469-471) b. 'lua + o Subjuntivo (471-477) 1) Oração de Propósito'lua ('lua Final ou Télico): afim de que, de modo que (indica o propósito ou intenção do verbo controlador) (472) 2) Oração de Resultado 'lua ('lua Consecutivo ou Ecbático): de modo que, resultando em (indica uma conseqüência da ação verbal que não é pretendida) (473) 3) Oração 'lua de Propósito-Resultado: indica tanto a intenção quanto a certeza de seu cumprimento (473-474) 4) Oração Substantiva 'lua (Orações Sub-Final): oração tua indi ca alguma função substantiva (474-476) a) Oração Subjetiva (475) b) Oração Predicativa (475) c) Oração Objetiva Direta (Oração de Conteúdo 'lua): respon de O que? Por que não? (475) d) Oração Apositiva: a saber, que (475-476) 5) Oração Epexegética 'lua: depois de substantivo ou adjetivo para explicar ou esclarecer esse substantivo ou adjetivo (476)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
750
6) 'Ira Complementar : complete o significado de um verbo auxiliar tal como 9éÁ(J, ôúvapai (o significado verbal total é geralmente propósito) (476) 7) 'Iva Imperatival: igual a uma ordem (poderia ser tratado como um uso independente do subjuntivo visto que a oração iva não é subordinada a um verbo principal) (476-477) c. Subjuntivo com Verbos de Temor: pq mais o subjuntivo pode ser usa do depois dos verbos temer, avisar, vigiar para servir como um sentine la (477) d. Subjuntivo em Questões Indiretas: segue o verbo principal, mas pa rece estranho na estrutura da sentença (reflete um subjuntivo deliberativo da questão indireta) (478) e. Subjuntivo em Orações Indefinida Relativa: depois de ôotiç (áv/ eáv) ou oç (ô ’) av; a construção indica um sujeito genérico ou indefini do; traduz-se como um indicativo (visto que a contingência é da pes soa, não da ação) (478-479) f. Subjuntivo em Orações Indefinidas Temporais: depois de um advér bio temporal (ou preposição imprópria) significando até (e.g., ecoç, íxpC péxpi) ou quando quer que (orav), indicando uma contigência futura (479-480) O ptativo (480-484) Retrata geralmente uma ação como possível 1. Optativo Voluntativo (Optativo de Desejo Alcancável, Optativo Volitivo): expressa um desejo obstinado ou uma oração (e.g., pq yévoixo - de modo nenhuma!) (481-483) 2. Optativo Oblíquo: usado em questões indiretas depois de um tempo secun dário (substituído por um indicativo ou subjuntivo da questão indireta) (483) 3. Optativo Potencial: com a partícula a v na apódase de uma condicional de quarta classe imcompleta; a prótase precisa ser suprida (e.g., [se pudesse fa zer algo,] ele faria isto) (483-484) 4. Optativo Condicional: na prótase de uma condicional de quarta classe (com el) para indicar possibilidade remota (e.g., se ele poderia fazer algo, se talvez isto ocorresse) (484) Imperativo (485-493) O modo de intenção (na dimensão de volição e não de cognição) 1. Ordens: ordena uma ação para ser feita, comumente a partir de um superior para um inferior (485-486) 2. Proibição: pq + imperativo; proíbe uma ação, geralmente de um superior para um inferior (487) 3. Pedido (Solicitação, Ordem Polida): usado para fazer um pedido e não uma ordem, especialmente de um inferior para um superior (487-488)
751
Sumário Sintático (tempo)
4. Imperativo Permissivo (Imperativo de Tolerância): usado em resposta a um ato sendo feito ou já feito; permissão, ou tolerância (488-489) 5. Imperativo Condicional: declara uma condição (prótase) na qual o cumpri mento (apódose) de um verbo dependente; quase sempre imperativo + kül + futuro indicativo; o imperativo é ainda "ordenado" (489-492) 6. Imperativo Potencial (categoria debatível): o imperativo na apódose da con dição implicada com a condição imperativa na prótase (492) 7. Imperativo de Pronunciamento: o imperativo na voz passiva eqüivale a uma declaração que é cumprida no momento da fala (492-493) 8. Como uma Saudação Estereotipada: a força injuntiva suspendida; usada para exclamação (e.g., x°úpe [Saudações!]) (493)
Tempo Verbal indica a apresentação da pessoa que fala da ação verbal [ou estado] com referência a seu aspecto e, em certas condições, seu tempo) Presente (513-539) Descreve a ação como um evento interno ou progressivo, sem considerar o início ou fim; no indicativo, tempo presente (geralmente) I. Presentes Strito Senso (516-519) A. Presente Instantâneo (Presente Aorístico ou Puntiliar): a ação ocorre no momento da fala; comumente uma declaração performativa (e.g., "eu vos digo a verdade, os baianos ganharam o jogo"); indicativo somente (517-518) B. Presente Progressivo (Presente Descritivo): neste tempo presente, agora mesmo (descreve uma cena em progressiva, esp. na literature narrativa) (518-519) II. Presentes Lato Senso (519-525) A. Presente Extendido do Passado: descreve uma ação que, começou no passado, continua no presente (519-520) B. Presente Iterativo: repetidamente, continuamente (descreve um evento que repetidamente acontece [indicativo se no tempo presente]); inclue o presente distributivo (atos individuais distribuído para mais que um objeto) (520-521) C. Presente Custumeiro (Habitual ou Geral): sinaliza ou a ação que ocorre regularmente ou um estado em processo (Lato, mais regular que iterativo) (521-522) D. Presente Gnômico: realmente aconece (ao invés de está acontecendo); declara um fato geral, sem tempo, frequentemente proverbial em caráter (523-525)
752
Sintaxe Exegética do Novo Testamento III. Usos especiais do Presente (526-539) A. Presente Histórico (Presente Dramático): descreve um evento passado na literatura narrativa (só indicativo, terceira pessoa; usado vivacidade; kéyei mais comum; elpí não ocorre; aspectualmente eqüivale ao aoristo) (526-532) B. Presente Perfectivo: usado para enfatizar que os resultados de uma ação passada ainda estão continuando (tipo lexical [e.g., qKca] e tipo contextual [para introduzir citação do AT]) (532-533) C. Presente Conativo (Tendencial, Voluntativo): descreve o sujeito como desejando fazer alguma coisa (voluntativo), tentando fazer alguma coisa (conativo), ou a ponto de quase fazer alguma coisa (tendencial) (534 535) 1. Em Progresso, mas Não Completo (Verdadeiro Conativo): está tentando (sem sucesso) (a tentantiva está sendo feito no tempo presente [modo indicativo]) (534-535) 2. Não Começado, mas deseja-se tentar (Voluntativo/Tendencial): aponto de (uma tentativa é para ser feita ou é desejada no tempo presente) (535) D. Presente Futurístico: descreve um evento futuro, tipicamente adicionando as conotações de iminência e certeza (comumente com verbos cuja nuance lexical inclue antecipação) (535-537) 1. Completamente Futurístico: breve ocorrerá, certamente ocorrerá, (536) -v. 2. Mais Futurístico (Ingressivo-Futuríestico?): descreve um evento começado no tempo presente, mas completado no futuro (tais como é chegado, é vindo) (537) E. Presente Retido no Discusso Indireto: depois de verbos de percepção; o tempo verbal retido do discusso direto quando o dito é colocado no discusso indireto; traduz-se como se fosse imperfeito quando o verbo principal for passado ("eles ouviram que ele estava em casa") (537-539)
Im perfeito (540-553) Retrata a ação como um evento interno ou progressivo ("retrata movimento"), sem considerar o início ou fim; ocorre somente no indicativo, tempo passado (geralmente) I. Imperfeitos Strito Senso (541-545) A. Imperfeito Instantâneo (Imperfeito Aorístico ou Puntiliar): em narrativa, tXeyev é às vezes equivalente a um aoristo (= "ele disse") (542-543) B. Imperfeito Progressivo (Descritivo): estava (continuamente) fazendo, estava (então) acontecendo (em progresso no tempo passado) (543-544)
Sumário Sintático (tempo)
753
C. Imperfeito Ingressivo (Incoativo, Inceptivo): começou afazer (enfatiza o início da ação, com as implicações que continuou por algum tempo; freqüente em narrativa para uma mudança de tópico) (544-545) II. Imperfeitos Lato Senso (546-548) A. Imperfeito Iterativo: continuado, repetidamente (ação repetida no passado) (546-547) B. Imperfeito Costumeiro (Habitual ou Geral): costumeiramente ou habitualmente (habitual), continuamente (geral); indica uma atividade feita regularmente no passado (habitual) ou um estado continuado por algum tempo (geral) (548) III. Usos Especiais do Imperfeito (549-553) A. Imperfeito "Mais que Imperfeito": indica o tempo antecedente ao do verbo principal (que também indica tempo passado) (549) B. Imperfeito Conativo (Voluntativo, Tendencial): descreve a ação como algo que era desejado (voluntativo), tentado (conativo), ou a ponto de quase fazer algo (tendencial) (550-552) 1. Em Progresso, mas não completo (Conativo Verdadeiro): estava tentando (sem sucesso) (tentativa feita no passado) (550-551) 2. Não começado, mas desejado sef tentado (Voluntativo/ Tendencial): estava para, quase desejado (uma tentativa estava para ser feita ou estava quase para ser deseja a ser feita) (551-552) C. Imperfeito Retido no Discusso Indireto: depois de um verbo de percepções; tempo verbal retido do discusso direto quando o dito é colocado no discusso indireto; traduza como mais que perfeito também ("os Judeus não creram que ele tinha sido cego [oti i^v Tixjüóç]") (552-553) Aoristo (554-565) Apresenta a ação como um todo; tempo sumário; toma um sumário da ação; passado no indicativo A. Aoristo Constativo (Complexivo, Puntiliar, Compreensivo, Global): vê a ação como um tudo, sem nenhum interesse em sua atividade interna; descreve a ação de modo sumário (557-558) B. Aoristo Ingressivo (Incetivo, Incoativo): começou a fazer, tornou-se (enfatiza o início de uma ação, ou o ponto de partida para um estado) (558-559) C. Aoristo Consumativo (Culminativo, Ecbático, Efetivo): enfatiza a cessação de um ato ou estado (559-561) D. Aoristo Gnômico: apresenta fato sem considerar o tempo, geral (genérico); traduza como presente simples (562) E. Aoristo Epistolar: aoristo indicativo nas epístolas nas quais o autor descreve a carta dele ego-conscientemente do prazo da audiência (562-563)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
754 F.
Aoristo Proléptico (Futurístico): descreve um evento que ainda não é passado mas é visto como completo (563-564)
G.
Aoristo Passado Imediado/Aoristo Dramático: agora mesmo (descreve um evento que aconteceu não recente ou no momento presente.) (564-565)
Futuro (566-571) Externai Descrição Externa (como aoristo) no tempo futuro (subsequente) A.
Futuro Preditivo: indica que algo ocorrerá ou passará (568)
B.
Futuro Imperatival: usado para uma ordem, quase sempre em citações do AT (569-570)
C.
Futuro Deliberativo: faz uma questão que implica alguma dúvida sobre a resposta-seja possibilidade, desejo ou necessidade (570)
D.
Futuro Gnômico: indica a probabilidade que um evento genérico (verdadeiro para a vida) occjrrerá (571)
E.
Equivalente Variado do Subjuntivo: às vezes usado em situações normalmente reservado para o aoristo subjuntivo (571)
Perfeito (572-582) Descreve um evento que, completado no passado (estamos falando do perfeito indicativo), tem resultado existindo no tempo presente; combina aoristo e presente A.
Perfeito Intensivo (Perfeito Resultativo): enfatiza os resultados ou estado presente produzido por uma açao passada (frequentemente melhor traduzido como presente no português (574-576)
B.
Perfeito Extensivo (Consumativo Perfeito): enfatiza a ação completa de uma ação passada do qual um estado presente emerge (melhor traduzido o presente composto no português); freqüente com verbos transitivos (577)
C.
Perfeito Aorístico (Perfeito Dramático ou Histórico): uso retórico do perfeito como um passado simples sem se preocupar com os resultados; na literatura narrativa, contextualmente condicionado (578-579)
D.
Perfeito com uma Força Presente: focalize sobre o estado presente em que a ação completa não está em vista; lexicalmente condicionado (e.g., oíõa, eorr|Ka) (579-580)
E.
Perfeito Gnômico: fala de uma ocorrência genérica ou proverbial; aspecto normal, porém, sujeitos/ações distributivas (580-581)
F.
Perfeito Proléptico (Futurístico): refere-se a um estado resultante de uma ação antecedente que é futura com relação ao momento da fala (581)
G.
Perfeito de Alegoria: O evento do AT é visto em termos de seu valor alegórico ou aplicacional (Melquizedeque "recebeu dízimo [õeõeKáxcoKev] de Abraão) (581-582)
Sumário Sintático (infinitivo) M ais que Perfeito
755
(5 8 3 -5 8 6 )
Existindo resultados no passado (ele ocorre somente no indicativo); combina aoristo e imperfeito A.
Mais que Perfeito Intensivo (Mais que Perfeito Resultativo): enfatiza o estado resultante que existiu no tempo passado (traduza como pretério perfeito) ( 5 8 4 - 5 8 5 )
B.
Mais que Perfeito Extensivo (Mais que Perfeito Consumativo): enfatiza o término de uma ação no tempo passado (o mais que perfeito no português) (5 8 5 -5 8 6 )
C.
Mais que Perfeito com uma Força Passada Simples: focaliza o estado passado em que a ação completa não está em vista; lexicalmente condicionado (e.g., fjõ e iv , cL o r(| K em ) ( 5 8 6 )
Infinitivo (substantivo verbal indeclinável)
Categorias Semânticas Adverbial (590-599) A.
Propósito: para, a fim de que, com o propósito (indica o próposito ou alvo da ação ou estado de seu verbo controlador) (590-592)
B.
Resultado: de modo, resultando em (indica o resultado produzido pelo verbo princpal ou controlador; enfatiza o efeito, seja pretendido ou não)(592-594)
C.
Tempo (594-596) 1.
Antecedente: pexà xó + infinitivo; traduza depois + verbo infinitivo apropriado (594-595)
2.
Contemporâneo: kv xtô + infinitivo; traduza enquanto, quando + verbo infinitivo apropriado (595)
3.
Subsequente: irpò xoü, npív, ou irpiu q + infinitivo; traduza antes de + verbo infinitivo apropriado (596)
D.
Causa: ôta xo + infinitivo; indica a razão para a ação do verbo principal; traduza porque + verbo infinitivo apropriado (596-597)
E.
Meios: kv xcô + infinitivo; descreve a maneira em que a ação do verbo principal é cumprida; traduza.. . fazendo, etc. (597-598)
F.
Complementário (Suplementar): usado com um verbo "auxiliar" (os mais comuns são: ãp^opai, (3oi)Áopai, õúvapai, émxpéiTCú, ÇqxéGO, GéÀco, péÀÀw, ócjjeLÀuj) para completar seu pensamento (598-599)
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
756 Substantiva (600-609) A.
Subjetivo: funciona como sujeito do verbo, especialmente com verbos impessoal tais como õei, Tífa~iv (600-601)
B.
Objetivo Direto: ocorrendo depois de qualquer verbo, exceto percepção ou comunição (601-603)
C.
Discussivo Indireto: objeto direto especializado depois de um verbo de percepção ou comunicação; representa um verbo finito do discusso direto ("eu mandei você lavar os pratos" no discusso direto teria sido, "Lave os pratos"); retém o tempo verbal do discusso direto e geralmente representa ou um imperativo ou indicativo (603-605)
D.
Apositivo: a saber; fica como aposto de um substantivo, pronome, adjetivo substantivado (ou algum outro nome); define o substantivo (606-607)
E.
Epexegético: esclarece, explica, ou qualifica um substantivo ou adjetivo (palavras que indicam habilidade, autoridade, desejo, liberdade, esperança, necessidade, obrigação, ou prontidão) (607)
Independente (608-609) A.
Imperatival: funciona como um imperativo; não dependendo de qualquer outro verbo (não confunda com o infinitivo discussivo indireto) (608)
B.
Absoluto: não tem relação sintática com qualquer coisa na sentença; (e.g., Xoápeiu = Saudação!) (608-609)
Categorias Estruturais I.
Infinitivos Anarthros (609-610) A. Infinitivo Simples (609) 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
Final Resultado Complementar Meio (raro) Subjetivo Objetivo Direto (raro) Discussivo Indireto Apositivo Epexegético Imperatival (raro)
Absoluto (raro) B. IIpív (íí) + Infinitivo: Tempo Subsequente (609)
Sumário Sintático (infinitivo) C .' Qç + Infinitivo (609) 1. 2.
Final Resultado
D."Qoxe + Infinitivo (610) 1. Final (raro) 2. Resultado II.
In fin it iv o s A r t ic u la r e s (6 1 0 -6 1 1 )
A.
Sem Preposição Controladora (610) 1. Infinitivo Nominativo Articular (610) a. Subjetivo b. Apositivo (raro) 2. Infinitivo Acusativo Articular (610) a. Objetivo Direto b. Aposição 3. Infinitivo Genitivo Articular (610) a. Final b. Consecutivo c. Tempo Contemporâneo (raro) d. Causai (raro) e. Objetivo Direto (disputado) f. Apositivo 4.
g- Epexegético Infinitivo Dativo Articular (610) Só 2 Co 2:13: seja causai ou contemporâneo
B.
Com Preposições Controladoras (610-611) 1. Atà xó + Infinitivo (610) a. Causai 2.
b. Tempo Contemporâneo (raro) Elç xó + Infinitivo (611) a. Final b. Resultado c. Epexegético (raro)
3. ’Eu xc£ + Infinitivo (611) a. Consecutivo (raro) b. Tempo Contemporâneo c. Meio 4. Mexà xó + Infinitivo: Tempo Antecedente (611)
757
Sintaxe Exegética do Novo Testamento 5. IIpòç xó + Infinitivo (611) a. Final b. Consecutivo 6. Usos Preposicionais Diversos (611)
Particípio (adjetivos verbais declináveis) P articípios A djetivais: a natureza adjetival é enfatizada mais que a verbal; se o partípio for articular, deve ser adjetival; se anarthos, deve ser adjetival (617 621) A. Adjetival Próprio (Dependente) (617-619) 1. Particípio Atributivo: que, cujo; funciona como um adjetivo atributivo, em qualquer das posições padrões atributivas (618) 2. Particípio Predicativo: funciona como um predicado adjetival na posição predicativa (embora comumente nesta posição, o particípio seja adverbial) (618-619) B. Substantivai (Independente): aquele que, a coisa que; funciona no lugar de um nome; pode formar virtualmente qualquer função que um substantivo pode; o aspecto verbal geralmente retido (619-621) P articípios Verbais: natureza verbal é enfatizado mais que a adjetival; somente com particípios anarthros, geralmente nominativo e dependente do verbo principal (621-653) A. Particípio Verbal Dependente (622-650) 1. Adverbial (ou Circunstancial): modifica o verbo, respondendo questões como Quando? (temporal), Como? (meio, maneira), Por que? (final, causai), etc. (622-640) a. Temporal: responde a questão Quando? Pode ser antecedente (depois de fazer, depois que fez), contemporâneo (enquanto faz) (623-627) b. Maneira: responde a questão, Com? por + particípio de emoção ou atitude (facilmente confundido com meios) (627 628) c. Meios: por meio de (respondendo a questão, Como?); indica os meios pelos quais a ação de um verbo finito é cumprida; define ou explica o verbo principal; geralmente segue o verbo (628-630)
Sumário Sintático (particípio)
759
d. Causai: porque (responde a questão, Por que ?); indica a causa ou razão ou base da ação do verbo finito; geralmente vem antes de seu verbo (631-632) e. Condição: se (implica condição sobre a qual o cumprimento da idéia indicada pelo verbo principal depende) (632-633) f. Concessivos: embora (implica que o estado ou ação do verbo principal é verdadeiro a despeito do estado ou ação do particípio) (634-635) g. Final (Télico): traduza como um infinito ou com o propósito de (indica o propósito/intento da ação do verbo finito); geralmente segue o verbo principal (635-637) h. Consecutivo: resultando em (indica o resultado atual da ação do verbo principal); pode ser interno (lógico) ou externo (temporal); segue o verbo principal (637-639) 2. Circunstância Atendente: traduza como verbo finito + e (descreve uma ação que, de alguma forma, está de acordo com o verbo finito; "pega carona" no modo do verbo principal); cinco dicas estruturais geralmente encontradas: • tempo do particípio: aoristo • tempo do verbo principal: aoristo • modo do verbo principal: imperativo ou indicativo • particípio precede o verbo principal (na ordem da palavra e no tempo do evento) • freqüente na narrativa, infrequente em outras partes (640 645) 3. Discussivo Indireto: particípio anarthro no caso acusativo, em conjunção com um substantivo ou pronome acusativo, às vezes indica discusso indireto depois de um verbo de percepção ou comunicação; retém o tempo verbal do discusso direto 4. Complementar: completa o pensamento de um outro verbo; e.g., "eu não cesso de orar por você" (646) 5. Perifrástico: particípio anarthro usado com o verbo ser para formar uma idéia verbal finita; veja a tabela abaixo para várias combinações (647-649): Verbo Finito (de eífaí) + + Presente
Particípio Presente
= =
Tempo Finito Equivalente Presente
Imperfeito
+
Presente
=
Imperfeito
Futuro
+
Presente
=
Futuro
Presente
+
Perfeito
=
Perfeito
Imperfeito
+
Perfeito
=
Mais-que-perfeito
Sintaxe Exegética do Novo Testamento
760
6. Redundante (Pleonástico): o verbo dizer (ou pensar) usado com um particípio com o mesmo significado basicamente (como em àtfOKpiOelç eítreu) (649-650) B.
Particípios Verbais Independente (650-653) 1. Como um Imperativo (Imperatival): funciona como um imperativo; o particípio não estar anexado a qualquer verbo no contexto, gramaticalmente independente (650-652) 2. Como um Indicativo (Independente Propriamente ou Absoluto): funciona como um indicativo declarativo; o particípio fica só em um sentido declarativo como o único verbo em uma oração ou sentença (653)
III. O Particípio Absoluto (653-655) A. Nominativo Absoluto: o particípio substantivai que se encaixa na descrição de caso do nominativus pendens-sujeito lógico e não sintático no início de uma senteça (654) B. Genitivo Absoluto: particípio genitivo anarthro com um substantivo genitivo, funcionando adverbialmente (geralmente temporal), mas gramatical independente do verbo na oração principal (654-655)
Orações Orações (em Geral) I.
Orações Independentes: um oração que não está subordinada a qualquer outra (657-658) A. Introduzida por uma Conjunção Coordenada B. Introduzida por uma Locução Prepositiva C. Assindética (sem Introdução Formal)
II. O rações Dependentes: uma oração que é subordinada a outra (659-665) A. Estrutura (não ocorre com todas funções sintáticas) (659-660): 1. Orações Infinitivas 2. Orações Participiais 3. Orações Conjuntivas 4. Orações Relativas (definida e indefinida) B. Função Sintática (660-665) 1.
Oração Substantiva: pode funcionar como um sujeito, predicativo, objeto direto, discusso indireto, aposto
Sumário Sintático (conjunções)
761
2. Oração Adjetiva: somente funçaõ atributiva; descreve, explica, ou restringe o nome 3. Oração Adverbial: modifica um verbo enquanto segue: causai, comparativa, concessiva, condicional, complementar, lugar, maneira/meio, final, consecutiva, temporal
Conjunções I.
Funções Lógicas: relaciona o movimento do pensamento de uma passagem para outra explicando o relacionamento lógico (670-674) A.
Ascensiva: mesmo que (adição final ou o ponto da ênfase); Ka í, ôé, e pqôé (670-671)
B.
Conectiva (continuativa, coordenada): e, também (se enfático [adjuntivo]); (conecta um elemento adicional para uma discussão); Kod e ôé (671)
C.
Contrastiva (adversativa): mas, porém, (contraste ou pensamento oposto à idéia com a qual está conectado); aÚÁ, nÀqu, às vezes k k ( e 6é (671-672)
D.
Correlativo: conjunções emparelhadas expressando várias relações; e.g., |iéu . . . òé (de um lado. . . mas); kccl . . . ko:í (tanto . . . quanto) (672)
E.
Disjuntiva (Alternativa): ou (sugere uma possibilidade alternativa à idéia com a qual está ligada); íj (672)
E
Enfática: certamente, de fato (envolve intensificação do sentido normal de uma conjunção); àXXá (certamente), oú pq (certamente não ou de modo nenhum), ouv (certamente); as conjunções verdadeiramente enfáticas incluem ye, ôq, pevoüuye, péutoi, vai, e vtj (673)
G.
Explicativa: pois, porque, ou isto é, a saber (a conjunção indica informação adicional sendo dada ao que já foi descrito); yáp, õé, et (depois de verbos de emoção), e Kaí (673)
H.
Inferencial: portanto (dá uma dedução, conclusão, ou sumário à discussão precedente); ãpa, yáp, ôió, õiÓti, ouv, rrÀqu, totyccpow, toiuuu, e uote (673)
I.
Transicional: agora, então (envolve a mudança para um novo tópico de discussão, especialmente em narrativa); ouu especialmente ôé (674)
II. Função A d v erb ial: amplifica a idéia verbal de um modo específico (geralmente conjunções subordinadas) (674-677) A.
Causai: porque, visto que (expressa a base ou fundamento de uma ação); yáp, óión, étreí, êTieiõq, èueiôqiTep, kccBcúç, ott, e úç (674)
B.
Comparativa (maneira): como, da mesma forma, semelhatemente, assim, ou desta maneira (sugere uma analogia ou comparação entre as idéias
Sintaxe Exegética do Novo Testamento c o n e c ta d a s o u c o n ta a lg o q u e e s tá p a ra s e r feito );
ícaOirnep,
kccOgjç,
oijTtoç, cáç, woaúxcaç, cáoeí, e (óonep (675) C.
Condicional: se (introduz uma prótase de uma oração condicional); eí e éáv (675)
D.
Lugar (esfera): onde, de onde, ou o lugar que (dá o lugar ou esfera [metaforicamente], isto é, o contexto em que uma ação ocorre); ó0ev, òrrou, e oô (676)
E.
Final: a fim de que
(in d ica o alv o o u p ro p ó s ito d e u m a a ç ã o );
tva,
Óttojç, pritrcoç (a p ro p ó s ito n e g a tiv o ), [if|Trou (p ro p ó s ito n e g a tiv o ), e |if)TTOtc (p ro p ó s ito n e g a tiv o )
(676)
F.
Consecutiva: de modo, resultando em (dá o resultado ou conseqüência de uma ação); (vote, cáç, oti, e menos freqüente, "iva (677)
G.
Temporal:
a tra d u ç ã o v a r ia (in d ic a o te m p o d a a ç ã o );
cr/p i , ecoç,
ó ta v , ó te , oúôéiTOte (te m p o ra l n e g a tiv a ), oíiKéii. (te m p o ra l n e g a tiv a ), outru (te m p o ra l n e g a tiv a ), Troxé, e wç (677)
III. Funções Substantivais: uma conjunção introduz uma oração substantiva de conteúdo e epexegética (677-678) A.
Conteúdo: que (a conjunção introduz uma oração subjetiva, predicativa, objetiva direta, ou apositiva; orações discussivas direta e indireta são orações objetivas especailizadas seguindo verbos de expressão ou percepção); 'iva, ottojç, oti, e còç (678)
B.
Epexegético: que (conjunção introduzindo uma oração que completa a idéia de um verbo, substantivo ou adjetivo); 'iva e o t i (678)
Sentenças Condicionais I.
Sentenças Condicionais em Geral: há três relações comuns que a prótase tem com a apódase (sem considerar se a condicional é primeira classe, segunda classe, etc.) (682-684): A.
Causa-Efeito: prótase indica a casua da qual a apódase é o resultado (682-683)
B.
Evidência-Inferência: a prótase indica a evidência da qual a apódase supre a inferência (683)
C.
Equivalência: a duas partes estão dizendo a mesma coisa ("Se A, então B" sigifica "A = B") (683-684)
II. Sentenças Condicionais em Grego (especialmente o NT) (687-701) A.
Condicional de Primeira Classe: pressuposição da verdade por causa do argumento (não significa visto que, nem é uma simples condicional lógica); prótase: eí + indicativo (qualquer tempo)/apódase: qualquer modo, qualquer tempo verbal (689, 690-694)
Sumário Sintático (condicionais)
763
B.
Condicional de Segunda Classe: pressuposição de uma inverdade (por causa do argumento); prótase: ei + indicativo de tempo secundário (aoristo ou imperfeito geralmente)/apódase: av (geralmente) + tempo secundário no indicativo (689, 694-696)
C.
Condicional de Terceira Classe: extensão das nuances: (a) uma conexão lógica (se A, então B) no tempo presente (condição geral presente ou condicional de quinta classe), (b) situação hopótetica, e (c) ocorrência futura mais provável; káv + subjuntivo, qualquer tempo verbal; apódase: qualquer tempo verbal, qualquer modo (presente indicativo para a condição geral presente) (689, 696-699)
D.
Condicional de Quarta Classe (Futuro Menos Provável): condicional possível no futuro, geralmente possibilidade remota (tal como se ele fizesse algo, se talvez isto ocorresse); prótase: et + optativo; apódase: optativo + av (689, 699-701)
Orações Volitivas (ordens & proibições) I.
Ordens (718-722) A. Futuro Indicativo (Indicativo Exortativo, Futuro Imperatival): geralmente uma citação do AT (718-719) B. Imperativo Aoristo: vê ação como um todo (719-721) 1. Ingressivo: focaliza o início da ação, usado especialmente para urgência (719-720) a.
Momentâneo ou Ato Singular: especifica a ocorrência em questão (719-720)
b. Puro Ingressivo: focaliza o início da ação que não se completará imediatamente (720) 2. Constativo: enfatiza uma ordem solene, ordem categórica; "faça isto sua maior prioridade e faça agora!" (720-721) C. Presente Imperativo: vê a ação como processo (721-722) 1. Ingressivo-Progressivo: comece e continue (721-722) 2. Costumeiro: continue; ordena a ação a continuar, ação que pode ou não já estar ocorrendo; preceito geral, ordem na construção de caráter (722) 3. Iterativo: ação repetidamente; difícil de distinguir do Costumeiro (intervalos mais curtos, menos regular) (722) II. Proibições (723-725) A. Futuro Indicativo (+ oú ou às vezes qfj): ordem negativa, tipicamente solene, universal, ou atemporal (e geralmente citação do AT) (723)
764
Sintaxe Exegética do Novo Testamento B. Subjuntivo Aoristo (+ (J.r|) (723-724) 1. Ingressivo: Não comece (723-724) 2. Constativo: Não faça (723-724) C. Imperativo Presente (+ pi)) (724-725) 1. Cessação de Atividade em Progresso (Progressivo): Pare de continuar fazendo (724) 2. Preceito Geral (Costumeiro): não faz comentário se a ação proibida já está em progresso (724-725)
r
índice de Assuntos A adjetivos 89-90, 291-314, 319, 615-16, 736-37 ativo 87, 90 adverbial 292-93, 736 (com) artigo 233, 239, 306-9, 733, 737 (sem) artigo 309-12, 737 atributivo 87, 110-12, 187,188, 214-15, 239, 306-7, 309-12, 314, 618-19, 737 comparativo 110-12, 166-67, 297, 298-301, 302, 303-5, 736 elativo 111, 96, 300-301, 303, 305, 736 identificador 349-50, 739 independente 292, 294-95, 736 (com) substantivos 306-14 passivo 87, 0, 126, 165 posições 239 positivo 297-98, 305, 736 possessivo 348, 739 predicado 110-12, 184-85, 187, 239, 298, 307-8, 309-12, 314, 412-13, 737 pronominal 253, 308 relativo 659, 62 substantivai 126, 233, 292, 294-95, 736 superlativo 111, 298, 299-300, 301-5, 736 verbal 126 vs. genitivo 76-78 advérbio (com) artigo 232-33, 733 (com) genitivo 134-35 comparativo 111, 166-67 relativo 659, 62, 664-65 temporal 479 agência 126-27, 44, 163-66, 368, 373-74, 378, 389, 432, 431-35, 728, 730, 747 direto 431 instrumental (meios) 32-35,105, 124-25,138-39,140,144,152,156,158,159, 161, 162-66, 67, 170, 369, 371, 373-74, 389, 431-32, 434-35, 590, 597-98, 609, 611, 615, 16, 626, 627, 628-30, 632, 639, 645, 649, 664, 728, 730, 755, 758 intermediário 126-27, 64-66, 389, 431-34 pessoal 373-74 último 126-27, 164-66, 389, 431-34 Aktionsart xiv, 2, 11, 496, 499-500, 504, 514-16, 556-55, 615-16 anacoluto 54 anáforo 210-11, 217-20, 225, 230-31, 236, 246-47, 321, 324, 732 análise de discurso xv, 681
765
766
índice de Assuntos
antecedente 44, 18, 325-27, 333-35, 339-43, 459-60, 594-95, 596, 611, 614-15, 623-26, 665, 55 Apocalipse, gramática de 6, 61-64, 169, 173, 578, 653, 667 Apollonius' corollary 91, 239-40, 250-52 apositivo 48-49, 58-59, 62, 64, 70-71, 80, 84-86, 94-100, 102, 104, 113, 119, 152-53, 77, 183, 188, 198-99, 458-59, 475-76, 600, 606-7, 609-10, 664-65, 727-28, 729, 48, 756 apositivo oti veja o tl : apositivo Aramaico 24, 6, 28, 653 artigo 206-90, 587-611 (passim), 732-35 ausência de 243-55, 734 abstrato (com substantivos abstrato) 226-27, 230-31, 732 (com) adjetivo 233, 239, 306-9, 733, 737 (com) advérbio 232-33, 733 anafórico 210-11, 217-20, 225, 230-31, 236, 732 bem conhecido 223, 225, 226, 230-31, 240, 732 categórico veja artgo: genérico (com) orações 237, 733 como pronome relativo 213-15, 732 catafórico 220-21 definido 209 deíxico 221, 25, 230-31, 732 (com) demonstrativo 241-42, 733 dependente 216-31 (com) verbos finitos 237, 733 função 209-10 genérico 226, 27-31, 253, 732 indefinido 228 independente 211-16 identificação simples 216-17, 230-31, 732 individualizante 216-27, 732 (com) infinitivos 234-35, 243, 591, 610-11, 664-65, 733, 756 modificador 216-31 monádico 223-24, 225, 230-31, 248-49, 732 marcador de função 238-43, 733 (com) locuções genitivas 235, 239-40, 733 neutro singular 588 (com) nominativos 242 origem 208-9 pronominal 211-16 (com) citações 237-38 por excelência 222-23, 224, 225, 226, 230-31, 732 (com) particípio 233-34, 241, 617-21, 733 (com) partículas 237, 733 (como) pronome pessoa 210, 211-13, 732 (como) pronome possessivo 215-16, 732 (com) locução prepositiva 236, 733 referência prévia veja artigo: anafórico
índice de Assuntos
767
referência seguinte veja artigo: catafórico regra de Granville Sharp veja regra de Granville Sharp regra de Colwell veja regra de Colwel substantivador 231-38, 733 usos regulares 210-55 (com) substantivos 42-46, 49, 56-58, 99,184,186, 216-31, 206-90 (passim), 732-35 ASKS veja construção de Granville Sharp aspecto xiv, 2, 499-512 aoristo 541, 54-57, 714-17 (em) ordens 715-17 descrição vs. realidade 502-4 externo 500-501 futuro 566-67 imperfeito 541 interno 500-501, 514-16 perfeito 572-74 perfectivo-estativo 500-502 mais que perfeito 583 presente 514-16, 527-28, 620-21, 714-17 progressivo 499 resultativo 499 ocorrência simples 499 assíndeto 313, 658 C Cânon de Apolônio 250-52 casos 31-35, 38-39, 726-32 oblíquo 39, 4, 128, 138, 177-78, 246, 324-25, 351, 727, 738 sistema de cinco casos 32-35, 76-77, 139-40 sistema oito casos 32-35, 56, 76-77, 139-40, 155 caso nominativo 34, 36-64, 177, 726-27 absoluto 49-51, 53, 65, 654, 726 apelação 61, 727 apositivo (simples) 48-49, 58-59, 62, 64, 726-27 (com) artigo 242 cognato 169 exclamação 58, 59-60, 726 endereçamento veja nominativo: (por) vocativo independente 49-60, 726 interjeição 60 não afetado 37 (por) vocativo 56-59, 60, 69, 726 por excelência 61 parentético 53-54, 726 particípio 623, 652, 654 pendens 49, 50, 51-53, 145, 203, 654, 726 plural 35, 394, 427 predicado 5-6, 39, 40-48, 59, 96-97, 102, 152, 184, 248, 242-43, 256-70, 726
768
índice de Assuntos
(depois de) preposições 62-64, 727 (em) expressões proverbiais 54-55, 726 referência 52, 145, 203 sujeito 37-40, 41-46, 83, 97, 149-50, 152, 165, 184, 192, 242-43, 404, 409, 427, 00 601, 726 tempo 54, 64, 727 caso ablativo 34, 77, 107-12, 156 gênero 597 (com) pronomes 331-32, 336, 337-38 veja também genêro neutro caso genitivo 9, 32-35, 37, 72-136, 138, 177-78, 727-29 ablativo 77, 07-12, 728 absoluto 102, 27, 654-55, 729, 760 adjetival 76-77, 78-107, 79, 88, 112, 727-28 (depois de) adjetivos 134-35, 729 adverbial 121-30, 728-29 (depois de) advérbios 134-35, 729 Agência 126-27, 28 anarthros 91 apositivo, gen. de 80, 84-86, 94-100,104, 119, 728 aposição, simples 85, 94, 95-100, 102, 728 apositivo 95-100, 113, 728 associação 119, 128-30, 159, 729 atribuído 89-91, 106, 727 atributivo 78, 79, 80, 82, 88, 89, 90, 91, 103-4, 106, 107, 110, 177, 727 cadeias veja caso genitivo: concatenativo cognato 169 comparação 110-12, 66, 728 concatenativo 75, 87-88 conteúdo 92-94, 5, 134, 374-75, 727 definição 95 descritivo 78-81, 87, 100, 107, 110, 727 destino 100-102, 728 objeto direto 76, 92, 131-34, 729 direção veja caso genitivo: destino domicílio 81 espaço 124-25 epexegético veja caso genitivo: aposição fonte 82, 05, 106, 109-10, 131, 728 Hebraico veja caso genitivo: atributivo infinitivo (articular) 591 inverso 89 lugar 105, 24-25, 728 material 80, 7-88, 91-93, 95, 170, 727 meio 105, 24-25, 728 não afetado 76-77, 728 nominal 92-93 (depois de) substantivos 135, 729
índice de Assuntos objetivo 82, 8, 106, 112, 114-19, 119-21, 129, 130, 134-35, 728 origem veja caso genitivo: fonte partitivo 80, 2, 84-86, 99-100, 128, 131-32, 134, 727 plenário 112, 19-21, 728 possessão 75, 7, 80, 81-83, 84, 98, 109, 125, 129,130, 149-50, 320, 324, 727 predicado 102, 13, 190, 728 pré-concepção 104 (depois de) preposições 136, 355-89 (passim), 432-34, 729, 740-44 (passim) preço 122, 728 produto 106-7, 28 produção/produtor 104-6, 107, 125, 728 propósito veja caso genitivo: destino quantidade veja caso genitivo: preço referência 127-28, 134, 145, 203, 729 relacionamento 80, 82, 83-84, 727 restrição 77 separação 77, 07-9, 119, 131, 728 subjetivo 80, 2, 100, 103, 105, 106, 109, 112-16, 119-21, 130, 728 subordinação 88, 00, 103-4, 119, 128, 728 tempo 122-24, 55-57, 201-3 "todo" veja caso genitivo: partitivo valor veja caso genitivo: preço verbal 92, 94, 12-21, 728 vs. acusativo 76 vs. adjetivo 76-78 vs. dativo 76 caso acusativo 32-35, 37, 176-205, 731-32 absoluto 177 endereçamento 177 adverbial 200-201, 31 apositivo (simples) 177, 183, 188, 198-99, 731 cognato 189-90, 200-201, 731 duplo 181-89, 97, 204, 731 espaço 201-3, 31 exclamação 177 extenção de espaço/tempo 201-3, 731 independente 177 introdutório 177 (em) invocação 205 maneira veja caso acusativo: adverbial medida 201-3, 31 (em) juramentos 204-5, 731 não afetado 178 objeto-complemento 182-89, 204, 248, 731 objeto retido 197, 438-39, 731, 747 objeto inerente veja caso acusativo: cognato objeto direto 131-33, 172-73, 179-89, 194, 196, 404, 409, 731 por excelência 177
770 particípio 645 pendente 198, 31 pessoa-coisa 181-82, 83, 189, 197, 204, 438-39, 731 predicado 184, 90-92, 194, 731 (depois) preposições 205, 355-89 (passim), 732, 74-44 (passim) referência veja caso acusativo: respeito respeito 192, 03-4, 731 resultado 189 tempo 123, 56-57, 201-3 subjeito do infinitivo 184, 190, 192-97, 731 sem marca 178 vs. dativo 76 vs. genitivo 76 caso dativo 32-35, 37-75, 177-78, 729-30 abstrato 162 (depois de) adjetivos 145-46, 174-75, 730, 740-44 (passim) adverbial 155, 61-62, 730 agência 144, 63-66, 434-35, 730 apositivo (simples) 152-53, 729 associação/acompanhamento 159-61, 174, 730 causa 167-68, 30 cognato 161, 68-69, 189, 730 coisa possuída 151 comitativo 159-61 conteúdo 93-94, 70-71, 374-75, 730 contextualizante 145 destinato 147-48, 729 desvantagem (incommodi) 142-44, 160, 729 esfera 145, 46, 153-55, 158, 730 ético (sentimento) 141, 145, 146-47, 729 existencial 146-47 impessoal 162 infinitivo (articular) 610 instrumental 138, 140, 152, 156, 158-71, 730 interesse 140, 41, 142-44, 147, 172-73, 729 limitado 145 local 138, 40, 152, 153-58, 730 lugar veja caso dativo: esfera maneira 161-62, 68-69, 730 material 169-70, 730 meio 158, 59, 161, 162-63, 164, 166, 167, 170, 432, 730 medida/grau de diferença 166-67, 730 não associativo 160 (depois de) substantivos 173-74, 730 objeto direto 76, 171-73, 174, 730 objeto direto 140-42, 143-44, 147, 148, 149, 160, 729 opinião 146 ' pessoal 160
índice de Assuntos
índice de Assuntos
771
possessão 149-51, 729 predicado 152, 90, 729 (depois de) preposições 151, 175, 355-89 (passim), 431-32, 434-35, 730 (com) pronomes 168 puro 140-53, 29 qualificador 145 recipiente 148-49, 165, 729 referência/respeeito 140, 143, 144-46, 147, 154, 174, 203, 729 regra 157-58, 30 te m p o 123, 55-57, 201-3, 372, 560-61, 730 v a n ta g e m (commodí) 142-44, 147, 165, 729 vs. a c u s a tiv o 76 vs. genitivo 76 caso locativo 32-35, 139, 155 c a u s a i oti veja õ u : causai causa/causalidade 125,167-68, 364, 367-68, 369-71, 372, 376, 411-12, 423-25, 426, 427, 440-41, 60-61, 553, 590, 596-97, 610, 615, 616, 626, 630, 631-32, 635, 662, 662, 674, 82-83, 686, 730, 762, 746, 748, 755, 758, 761, condições 2, 450-52, 69-71, 483-84, 489-92, 551, 581, 626, 632-34, 637, 663-64, 679-712, 748, 751, 58, 762-63 apódose 682-83, 684, 689, 692, 694-95, 699-701 causa-efeito 682-83, 686, 762 contrário ao fato veja condições: segunda classe categorias estruturais 689 equivalência 683-84, 762 evidência-inferência 683, 762 futuro menos provável veja condicionais: quarta classe futuro mais provável veja condicionais: terceira classe hipotético veja condicionais: terceira classe implícito 687-89 não real veja condicionais: segunda classe primeira classe 450-51, 470, 471, 632-633, 663, 685, 689, 690-94, 695, 704-12, 762 presente geral veja condicionais: terceira classe pressuposição da verdade veja condições: primeira classe prótase 682-83, 684, 689, 692, 694-95, 699-701 quinta classe 470-71, 689, 696-99 quarta classe 5, 462, 483-84, 689, 691, 699-701, 705, 707-9, 712, 750, 763 questões 688-89 segunda classe 450-51, 551, 663, 689, 691, 694-96, 704, 705, 707, 709-12, 762 simples 470, 91-92 sistemas de classificações 701-12 terceira classe 5, 62, 469-71, 632-33, 663, 685, 689, 691, 696-99, 705-12, 749, 762 63 conjunções 666-78, 761-62 veja também orações adjuntivo 671, 761 adverbial 669, 74-77, 761-62 adversativa veja conjunções: contrastiva
772
índice de Assuntos
adversativa 657, 671-72, 761 ascensiva 670-71, 761 causai 674, 61 comparativa (maneira) 675, 761 condicional 675, 61 conectiva 657, 671, 761 conteúdo 678, 62 continuativa veja conjunções: conectiva coordenando veja conjunções: paratática correlativa 658, 672, 761 disjuntiva (alternativa) 658, 672, 761 enfática 673, 61 epexegética 678, 762 explicativa 658, 673, 761 hipotática 19, 57, 667-70, 674 inferencial 658, 673, 674, 761 local (esfera) 676, 761 lógico 669, 70-74, 761 pares veja conjunções: correlativo paratático 657-58, 667-70 propósito 676, 62 resultado 677, 62 subordinado veja conjunções: hipotátcia substantivai 669, 677-78, 762 temporal 677, 62 transicional 658, 674, 761 constructio ad sensum 330-33, 337-43, 399, 652, 738 contraste 321-22 caso instrumental 32-35, 139 construção não verbal 49, 54-55, 148, 659 caso vocativo 32-35, 56-59, 65-71, 727 acento 67 anarthro 67 aposto 70-71, 727 em Atos 69-70 endereçamento direto 67-70, 727 endereçamento emocional veja caso vocativo: enderaçamento enfático endereçamento enfático 68-69, 727 exclamação 70, 727 nominativo por 56-59, 60, 69, 726 plural 35, 67 sentença do meio 69 sem marca 68 (com) á 66, 68-70 (sem) (â 66, 67-70 simples endereçamento 67-68, 727
773
índice de Assuntos D d e cla ra tiv o
otl
v eja i m :
declarativo
d isc u rso 66, 21
direto 19, 54-55, 457, 552, 555, 603-5, 678, 748 indireto 19, 190, 49, 451, 453, 456-58, 478, 520, 526, 527-29, 537-39, 549, 552-53, 555, 600, 02, 603-5, 608, 609, 622, 645-46, 678, 718, 748, 750, 752, 753, 755-56, 759 E epexegético o t l veja estilo 20, 27, 9
o u :
epexégetico G
gramática descritivo 7, 3 prescritivo 5-7, 63 transformacional xv, 10, 75, 79 Gênero neutro acusativo 37 nominativo 37 plural 181, 399-400, 745 singular 588 H Hebraico 24, 57, 9, 86, 169, 452, 512, 653, 718 Hermenêutica 32-33 ambigüidade intencional 120 entendimento dúbio 33, 119-20, 155, 157 Protestante 120 sensus plenior 33,120 hino veja poesia Imperfectivo 3, 715-16 Iva
...aposicional 475-76 complementar 476, 750 consecutiva veja lua: resultado conteúdo 475 ecbático veja lu a : resultado epexegético 476, 749 final veja 'iva: final imperatival 476-77, 718, 750 objeto direto 475, 749 predicativo do sujeito 475, 749 propósito 472, 749 propósito-resultado 473-74, 749 resultado 473, 749 sub-final veja Iva: substantivai subjetiva 475, 749 substantivai 474-76, 749
774
índice de Assuntos
télico veja Im : propósito veja também modo subjuntivo: depois de 'iva-, Indica de Palavras Gregas vs. infinitivo 470, 471, 664 infinitivo 20, 113, 190-91, 451, 526, 587-611, 620, 659, 665, 755-57 absoluto 590, 608-9, 756 acusativo subjetivo 184, 190, 192-97, 731 adverbial 590-99, 662-65, 755 adjetival 590 . anarthro 609-10, 756 antecedente 594-95, 596, 611, 665, 755 aoristo 1, 595, 601 apositivo 600, 606-7, 609-10, 756 articular 234-35, 243, 591, 610-11, 664-65, 733, 756 causa 590, 596-97, 610, 662, 755 complementar 132, 476, 598-99, 601, 603, 609, 664, 718, 755 contemporâneo 595-96, 610-11, 664-65, 755 dativo articular 610 dependente 590 discurso indireto 600, 602, 603-5, 608, 609, 755-56 elemento de tempo 498 epexegético 590, 597-98, 600, 606, 607, 609-11, 661-62, 756 futuro 567 genitivo articular 591 imperatival 590, 608, 609, 718, 756 independente 590, 608-9, 756 meios 590, 597-98, 609, 611, 664, 755 nominal 590 objeto direto 590, 599, 600, 601-3, 609-10, 755 presente 595, 601 (depois de) preposições 589, 610-11 propósito 590-92, 609-11, 664, 755 resultado 590, 92-94, 608, 609-11, 755 simples 609, 56 sujeito 590, 00-601, 609-10, 755 subsequente 596, 609, 665, 755 substantivai 589, 590, 600-608, 660-61, 755-56 suplementar veja infinitivo: complementar tempo 594-96, 65, 755 (com) dois acusativos 193-97 verbal 590 vs. ’íva 470, 471, 664 L linguagem comprimida 8-9, 74-75 crítica 7-8, 4-75 de Novo Testamento 12-30 descrição vs. realidade 9-11
índice de Assuntos
775
não gramatical 7 simbólico 7-8, 4-75 Língua Grega Ático 15, 20, 6-27, 49, 63, 314, 317-18, 320, 328, 387, 462, 480, 593 Bizantino 16 clássico 14-15, 19-22, 49, 56-58, 69, 86, 108, 134, 151, 155, 163-65, 177, 199, 203, 205, 07-8, 303-4, 360, 363, 365-68, 383, 391-92, 413-16, 420, 425, 429, 452, 473, 76, 509-10, 569, 608, 641, 645-46, 653, 692, 696-97, 699-700, 702, 705-12,14-15 demótico 16 dialetos 14-15 katharevousa/kathareousa 16 Koinê (Helenístico) 15, 17-29, 56-58, 61, 63-64, 69, 77, 78, 85-86, 107-9, 130, 133, 38, 147, 155, 161, 177-78, 199, 203, 211, 221, 296, 300, 314, 317-18, 320, 29, 360 63, 377, 384-88, 391, 413-17, 420-22, 428-29, 462, 470, 473, 480, 593, 16, 645, 664, 667, 696-97, 699-700, 702, 705-12, 716 moderno 16, 14-16 NT Grego 12-30, 17, 23-30, 207, 646 pré-Homérico 14 proto-Grego 14, 33 Semítico 26-28, 7-58, 61, 63-64, 79, 86, 151, 169, 177, 650, 653, 667 Septuaginta 17, 26, 28, 61, 62-64, 86 vocabulário 25, 7-29 Latim 156, 08, 428 M modo 20, 42-93, 748-51 imperativo veja modo imperativo indicativo veja modo indicativo optativo veja modo optativo subjuntivo veja modo subjuntivo modo indicativo 9-10, 443-48, 463, 499, 512, 604-5, 614, 642-43, 669, 748 aoristo 1, 529, 530, 542, 550, 555, 566, 605, 614, 642-44 condicional 450-51, 689-96, 705-12, 748 ordem veja modo indicativo: exortativo declarativo 449, 451, 748 exortativo 452-53, 718-19, 748 futuro 450, 452, 468, 489, 566, 614, 648, 718-19, 721, 723 imperfeito 530, 540-53, 614 interrogativo 449-50, 467, 748 (depois de) Óti 453-61, 660-62 mais que perfeito 614, 754 particípio para 616, 653-54, 759 perfeito 614-15 potencial 451-52, 748 presente 516, 517, 526, 529, 614-15 (em) orações relativos 660 volitivo veja modo indicativo: exortativo (depois de) tóore 593, 748
776
Índice de Assuntos
modo imperativo 443-48, 463, 464, 485-93, 569, 604-5, 641, 650, 652, 713-25, 750-51 aoristo 3, 85-86, 487-88, 605, 640-45, 714-17, 719-21 condicional 2, 89-92, 688, 751 elemento de tempo 498 não afetado 716-17 ordem 440, 85-86, 712-25 (passim), 750 ordem polida veja modo imperativo: pedido passivo 440 perfeito 485, 18 performativo veja modo imperativo: pronunciamento permissivo 485, 486, 488-89, 751 potencial 492, 51 presente 3, 85-86, 520, 625, 644, 714-17, 721-22, 724-25 proibitivo 440, 485, 487, 712-25 (passim), 750 pronunciamento 440, 492-93, 751 pedido 487-88, 750 segunda pessoa 469 saudação esteriotipada 493, 751 súplica veja modo imperativo: pedido tolerância veja modo imperativoipermissivo modo optativo 5, 19, 20, 443-48, 461-62, 480-84, 699-700, 750 condicional (quarta classe) 5, 462, 483-84, 689, 691, 699-701, 705, 707-9, 712, 750, 763 desejo alcançável veja modo optativo: voluntativo elemento de tempo 498 oblíquo 483, 50 perfeito 573 potencial 483-84, 699-701, 750 volitivo veja modo optativo: voluntativo voluntativo 481-83, 718, 750 modo subjuntivo 5, 443-48, 461-80, 489, 696-700, 749-50 aoristo 468-69, 87, 566, 570, 714-17, 723-24 condicional (terceira, e quinta classe) 5, 462, 469-71, 632-33, 663, 685, 689, 691, 696-99, 05-12, 749, 762-63 deliberativo 463, 465-68, 570, 749 dependente 469-80, 749 dúbio veja modo subjuntivo: deliberativo elemento de tempo 498 (com) verbos temer 477, 750 equivalentes 571, 754 exortativo 463, 64-65, 642, 749 (depois de) lu a 471-77, 661-62, 664-65, 749-50 futuro 463, 67 futurístico 463 independente 463-69, 476-77, 749 . negação enfática 463, 468-69, 489, 571, 749 oração indefinida relativa 478-79, 571, 660, 750 oração indefinida temporal 479-80, 750
Índice de Assuntos
777
proibitiva 463, 487, 749 questões indiretas 478, 750 volitivas 463 N
"nós" editorial veja número: plural epístola número 20, 391, 399-406, 745 coletivo singular 400-401, 745 comum/ordináriol 248 nominativo plural 35, 394, 427 plural categórico 403-6, 745 plural epistolar 321, 393-96, 397, 699, 745 primeira pessoa do singular veja pessoa: primeira plural generalizado veja número: plural categórico plural indefinido 157, 402-3, 745 plural literário 393, 394, 397-99, 699, 745 plural neutro veja gênero neutro: plural plural 427 segunda pessoa do imperativo 469 verbos plurais 400-401, 745 verbos singular 399-400, 401-2, 482, 745 vocativo plural 35, 67 (com) pronomes 332-33, 336 O objeto direto 76, 2, 131-34,140-41, 147, 149-50,171-73, 174,179-89,194,196, 404, 409, 54-58, 475, 590, 599, 600, 601-3, 609-10, 678, 729-31, 749, 755 orações 656-65, 760-63 adjetival 661-62, 665, 760 adverbial 662-65, 760 (com) artigo 237, 733 assindético 658, 60 causai 460-61, 62 comparativo 662 complementar 664 condicional 450-51, 469-71, 483-84, 489-92, 581, 663-64, 679-712 conjuntivo 659, 661-63, 665 adversativo 657 correlativo 658 declarativo 456-58 dependente 453, 60, 657, 659-65, 667 objeto direto 454-58, 678 disjuntivo 658 implícito 74-75, 81, 96-97, 112, 134, 138, 149 ligação 38, 0-48, 96-97,102,149-50, 152,190-91,195-96, 311-13, 409, 412-13, 529 31 explicativo 658 indefinido 478-80
índice de Assuntos
778
independente 453, 463-69, 477, 657-59, 667, 760 inferencial 658 infinitivo 659, 665 instrumental (meio) 664 local 664 maneira 664 não equativo 311-12 participial 659, 665 propósito, final (télico) 472-74, 590-92, 609-11, 614-15, 626, 631, 635-37, 638, 664, 749, 755, 759 recitativo 454-55 relativo 478, 59-60, 688 resultado (ecbático) 473-74, 590, 592-94, 608, 609-11, 615, 626, 631, 637-39, 644 45, 64-65, 749, 755, 759 sub-final 474-76 subjetivo 453-54 substantivai 660-61, 665, 677-78, 760 temporal 479-80, 614-16, 623-27, 636, 644, 655, 665, 758 transicional 658 transitivo 97 veja também conjunções, sentença volitivo 3, 40, 452, 463, 464-65, 485-86, 487-88, 492, 590, 605, 608, 609, 640-45, 712-25, 49, 750-51, 756, 763 ordens e proibições aoristo 3, 85-86, 487-88, 605, 640-45, 714-17, 719-21, 723-24 aspecto 715-17 futuro 452, 18-19, 723, 748 iva imperatival 476-77, 718, 750 infinitivo imperatival 590, 608, 609, 718, 756 indireto 718 perfeito 718 presente 714-17, 721-23, 724-25 subjuntivo 463, 487, 749 subjuntivo exortativo 463, 464-65, 642, 749 veja também orações: volicional visão tradicional 714-17 o ti
adverbial veja óti: causai apositivo 458-59, 748 causai 460-61, 553, 662, 748 declarativo 456-58, 553, 748 epexegético 459-60, 748 recitativo 454-55, 748 veja também modo indicativo: com
oti;
P
papiros 25, 28, 277, 384-87 parágrafo 8
índice de Palavras Gregas
índice de Assuntos parataxis 19 particípio 9, 0, 190-91, 612-55, 758-59 absoluto 617, 53-55, 759-60 acusativo 645 adjetival 297, 616, 617-19, 661-62, 758 adverbial 617, 22-40, 654-55, 662, 758 anarthro 631, 645, 651, 655 antecedente 595, 614-15, 623-26 aoristo 555, 14-15, 624-25, 631, 636, 642-45, 664 articular 233-34, 241, 617-21, 733 atributivo 616-19, 661-62, 758 circunstância atendente 622, 637, 639, 640-45, 665, 718, 759 causa 615, 16, 626, 631-32, 635, 662, 758 circunstancial veja particípio: adverbial complementar 622, 646, 759 condicional 626, 32-34, 637, 663, 687-88, 758 concessão 626, 634-35, 663, 758 contemporâneo 614-15, 623-26 dependente 55,16-17, 622-50, 651, 758 discurso indireto 622, 645-46, 759 elemento de tempo 497-98, 614-15 futuro 567, 14-15, 631, 636, 648-49, 664 genitivo absoluto 102, 127, 654-55, 729, 760 imperatival 616, 639, 650-52, 718, 759 independente 55, 616, 617, 621, 650-53, 758, 759 (como) indicativo 616, 653-54, 759 maneira 616, 26, 627-28, 629, 639, 664, 758 meios 615, 616, 26, 627, 628-30, 632, 639, 645, 649, 664, 758 modal 627 nominativo absoluto 654, 760 (com) nominativos 623, 652, 654, 760 perfeito 614-15, 626, 631, 647, 649 perifrástico 622, 631, 647-49, 759 pleonástico veja particípio: redundante presente 614-15, 20-21, 625-26, 631, 636, 648, 664 predicado 616-19, 631, 647, 758 presente 614-15, 620-21, 625-26, 631, 636, 648, 664 propósito 614-15, 626, 631, 635-37, 638, 664, 759 redundante 622, 625, 649-50, 759 resultado 615, 26, 631, 637-39, 644-45, 664-65, 759 subsequente 614-15, 623, 626 substantivai 233-34, 615-16, 619-21, 660-61, 688, 758 télico veja particípio: propósito temporal 614-16, 623-27, 636, 644, 655, 665, 758 verbal 614-616, 622-53, 758, 759 pessoa 390-99, 745 condicional de segunda por terceira 392-93, 745 "nós" editorial veja número: plural epistolar
779
780
índice de Assuntos
"nós" exclusivo 393, 397-99, 699, 745 "nós" inclusivo veja número: plural literário primeira 2, 391-99, 530-31 primeira por terceira 391-92, 745 primeira pessoal do plural 393-99, 745 primeira pessoa do singular 391-92, 395 segunda pessoa indefinida veja pessoa: segunda por terceira terceira 2, 529 plural veja número: plural poesia 128, 340-42, 507 posição predicado 149 possessão 75, 77, 80, 81-83, 84, 98,109,125,129,130,149-51, 215-16, 316, 319, 324, 48, 352-54, 732, 738, 739, 740 pós-cedente 44, 318, 333-35 preposições 20, 77, 123, 138, 236, 355-89, 419, 733, 740-44 agência 368, 373-74, 378, 389, 432-35 associação/acompanhamento 372, 377, 378, 380, 382 causa 364, 367-68, 369-71, 372, 376 coisa possuída 372 comparação 378 conteúdo 374-75 desvantagem 369 distributivo 364, 377 estativo 358-60 espacial 358-60, 364, 369, 372, 376, 377, 379, 380 esfera 372, 378 fonte 368, 371, 376, 378 intercâmbio/equivalência 364-68 improprio 357, 479 instrumental/meios 369, 371, 373-74, 389, 432, 434-35 maneira 372, 377 moção 358-60 natureza 356-58 objeto de 247 oposto 376, 378, 380 partitivo 368, 371 propósito 369, 377, 380 hierárquico/prioridade 379 referência/respeito 369, 372, 377, 379 representação 365, 379, 383-87 resultado 369, 380 separação 368, 371, 378 padrão 372, 377 substituição 364-68, 383-89 temporal 369, 371, 372, 376, 377, 379, 380 uso coincidente 362-63, 387 vantagem 369, 379, 383
781
índice de Assuntos
vs. casos simples 360-62 proposição conversível 41-46, 48, 59, 62, 96-97 pronomes 20, 2-46, 168, 184, 237-38, 315-54, 606, 737-40 adverbial 342-43, 739 atração (direto) 338-39, 738 atração (inverso, indireto) 339, 738-39 conjuntivo 342-43, 739 constructio ad sensum 330-33, 337-43 correlativo 319 demonstrativo 40, 44, 208, 211, 241-42, 319, 320, 325-35, 340, 352-53, 733, 738, 740 genérico veja pronomes: indefinido idêntico 319 indefinido 319, 320, 347, 354, 739, 740 intensivo 319, 20, 348-50, 352, 420, 739, 740 interrogativo 40, 43, 44, 195, 319, 320, 345-46, 353, 739, 740 pessoal 20, 4, 210, 211-13, 319, 320-25, 328-29, 352-54, 732, 737, 739, 740 pleonástico 329-30, 732, 738 possessivo (adjetivo) 82, 215-16, 316, 319, 324, 348, 352-54, 738, 739, 740 proléptico 318, 28, 459 proposição 100-102, 369, 377, 380, 472-74, 590-92, 609-11, 614-15, 626, 631, 635 37, 638, 64, 676, 749, 755, 759, 762 proposição corolária 41-46, 62 recíproco 319, 320, 351, 352, 427, 740 redundante 329-30 reflexivo 319, 20, 324-25, 349, 350-51, 353, 413-14, 416-19, 738, 739, 740 relativo 44, 13-15, 319, 320, 332, 335-45, 353, 659-65, 732, 738, 740 sumarizante 330
Q questões condicional 688-89 deliberativo 463, 465-68, 478, 570, 749, 754 direto 478 indireto 478, 50 indicativo 449-50, 467, 748 interrogativo 40, 43, 44, 195, 319, 320, 345-46, 353, 449-50, 467, 739, 740, 748 retórico 465, 467-68 subjuntivo 463, 465-68, 478, 570, 749, 750 tempo futuro 465 R
recitativo "Otl veja "Oti recitativo redundância 323 regra/construção de Colwell 5-6, 248-49, 256-69, 735 contrário da regra 259, 261 regra/construção Granville Sharp 270-90, 735 abuso da regra 272-73 (com) substantivos impessoais 286-90
782
índice de Assuntos (com) substantivos plurais 278-86, 633 (com) nomes próprios 277-78 declaração da regra 271-72 validade da regra 273-77, 290 S
substantivo abstrato 161-62, 226-27, 230-31, 249-50, 732, 734 adjetival 49 anarthro 5-6, 49, 56-58, 91, 99, 186, 239, 243-55, 256-70, 734 articular 42-46, 49, 56-58, 99, 184, 186, 216-31, 206-90 (passim), 732-35 concreto 91-92, 161-62 definido 5-6, 91, 185, 243-54, 58-69, 734 genérico 226, 227-31, 244, 253-54, 04, 732, 734 impessoal 160 indeclinável 240-41, 246 indefinido 5, 91, 185, 243-44, 49-52, 258-69, 734 monádico 223-24, 225, 230-31, 247, 48-49, 262, 263, 732, 734 nominal 97 por excelência 103 pessoal 272-86 próprio 42-46, 49, 83, 99, 102, 184, 245-47, 263, 277-78, 734 qualitativo 5, 91, 185, 243-45, 247, 249-52, 258-69, 734 verbal 82, 97, 148, 728 sentença 8, 9, 66 veja também as orações complexa 657 composta 657 estrutura 19 transformada em passivo 141-42, 409 tipos 75 veja também as orações sujeito 404 composto 401-2, 482, 745 foco 322-23 impessoal 401, 416, 600 pessoal 401 substantivo veja nomes T teoria ato-discurso 703-5 tempo presente xiii, 2, 155, 496, 501, 507-9, 513-39, 555, 574, 751-52 afetado 515-16 aorístico veja tempo presente: instantâneo aspecto 514-16, 527-28, 620-21, 714-17 conativo 526, 534-35, 550, 752 costumeiro 520, 521-22, 523, 548, 722, 724-25, 751 descriptivo veja tempo presente; progressivo distributivo 520-21, 751
índice de Assuntos dramático veja tempo presente: histórico durativo 517 estativo 518, 21-22, 530 extensão do passado 498, 519-20, 751 futurístico 505, 526, 534, 535-37, 752 geral veja tempo presente: costumeiro gnônimco 498, 505, 522, 523-25, 532, 546, 562, 615-16, 620-21, 751 habitual veja tempo presente: costumeiro histórico xi, 2, 457-58, 505, 508, 514-15, 526-32, 625, 642-43, 752 imperativo 3, 485-86, 520, 625, 644, 714-17, 721-22, 724-25 indicativo 516, 517, 526, 529, 614-15 infinitivo 595, 601 ingressivo-futurístico 537, 752 ingressivo-progressivo 721-22 instantâneo 509, 517-18, 542, 751 iterativo 520-21, 722, 751 lato senso 519-26, 751 média 410 particípio 614-15, 620-21, 625-26, 631, 636, 648, 664 passivo 410 perfectivo 526, 532-33, 539, 752 performativo 517 perifrático 648 progressivo 514, 518-19, 525, 721-22, 724-25, 751 (em) proibições 3, 714-17 puntiliar veja tempo present: instantâneo retido no discurso indireto 520, 526, 527-29, 537-39, 752 strito senso 516-19, 751 usos especiais 526-39 tendencial 534-35, 752 tempo 514-16, 27-28 não afetado 515-16 volitivo 534-35, 752 tempo 20,494-512, 751-55 afetado 505-7, 511-12 aspecto veja aspecto modos em 497-98 não afetado 497, 499-500, 505-7, 511 tempo 497-99, 04-12, and passim visão não temporal de 504-12 veja também tempos individuais tempo futuro 496, 501, 566-71, 718-19, 754 aspecto 566-67 (em) ordens 452-53, 718-19, 723, 748 (em) condicionais 489-92 deliberativo 570, 754 gnômico 498, 71, 754 imperatival 569-70, 571, 718-19, 721, 723, 754
784
índice de Assuntos
(depois de) Iv a 571 indicativo 450, 452, 468, 489, 566, 614, 648, 718-19, 721, 723 infinitivo 567 médio 410 negação enfática 571 oração indefinida relativa 571 particípio 567, 614-15, 631, 636, 664 passivo 410 perifrástico 567, 648-49 predítivo 568, 754 (em) questões 465 subjuntivo 463, 567 subjuntivo equivalente 571, 754 tempo 566-67 tempo aoristo 1, 11, 19, 155, 165, 426, 496, 501-4, 554-65, 574, 583, 584, 586, 753 (com) verbos na ativa 558 aspecto 541, 54-57, 714-17 complexivo veja aoristo: constativo compreensivo veja aoristo: constativo (em) condições 695 constativo 557-58, 560-61, 565, 720-21, 723-24, 753 consumativo 559-61, 753 culminativo veja aoristoxonsumativo ecbático veja aoristo: ingressivo efectivo veja aoristo: ingressivo epistolar 562-63, 753 futurístico veja aoristo: proléptico global veja aoristo: constativo gnômico 498, 05, 562, 615, 753 imediato passado/dramático 563, 564-65, 753 imperativo 3, 85-86, 487-88, 605, 640-45, 714-17, 719-21 inceptivo veja aoristo: ingressivo incoativo veja aoristo: ingressivo indicativo 1, 29, 530, 542, 550, 555, 566, 605, 614, 642-44 infinitivo 1, 95, 601 ingressivo 544, 558-59, 598, 719-20, 723-24, 753 médio 410 não afetado 557 particípio 555, 14-15, 624-25, 631, 636, 642-45, 664 passivo 410 (em) proibições 714-17 proléptico 505, 63-64, 581, 753 puntiliar veja aoristo: constativo retido no discurso indireto 555 (com) verbos estativos 558 subjuntivo 468-69, 487, 566, 570, 714-17, 723-24. tempo 554-56 uma vez por todas 500
índice de Assuntos
785
tempo imperfeito 496, 501, 503, 505, 507-8, 540-53, 555, 561, 583, 584, 586, 752-53 aorístico veja tempo imperfeito:instantâneo aspecto 541 conativo 544, 49, 550-52, 753 (em) condicionais 551, 694-96 costumeiro 546, 48, 753 descritivo veja tempo imperfeito: progressivo desiderativo 552 distributivo 542, 546-47, 560 geral veja tempo imperfeito: costumeiro gnêmico 546, 62 habitual veja tempo imperfeito: costumeiro inceptivo veja tempo imperfeitodngressivo incoativo vejo tempo imperfeito'.ingressivo indicativo 530, 540-53 (passim), 541, 614 ingressivo 541, 544-45, 547, 553, 558, 598, 752 instantâneo 541-43, 752 iterativo 542, 46-47, 560, 753 lato senso 546-49, 753 “mais que perfeito" 549, 753 médio 410 não afetado 541 passivo 410 perifrástico 647-48 progressivo 541, 543-44, 553, 752 puntiliar veja imperfeito instantâneo retido no discurso indireto 549, 552-53, 753 stricto senso 541-45, 752 tendencial 451, 550-52, 753 tempo 541 usos especiais 549-53 volitivo 550-52, 753 tempo perfeito 496, 501, 507-9, 519, 572-82, 754 (de) alegoria 581-82, 754 aorístico 578-79, 582, 754 aspecto 572-74 colapsado 574 consumativo veja tempo perfeito: extensivo dramático veja tempo perfeito: aorístico especializado 574 extensivo 559, 75, 577, 580, 754 futurístico veja tempo perfeito: proléptico gnômico 580-81 histórico veja tempo perfeito: aorístico imperativo 485, 718 indicativo 614-15 intensivo 574-76, 754 intensivo-extensivo 578
786
índice de Assuntos
média 410, 416, 417-18 não afetado 573 optativo 573 particípio 614-15, 626, 631, 647, 649 passivo 164-66, 410, 647 perifrástico 649 (com) força presente 579-80, 754 proléptico 581, 754 resultativo veja tempo perfeito: intensivo tempo 572-74 tempo mais que perfeito 426, 496, 501, 507-9, 572-73, 583-86, 754-55 aspecto 583 (em) condicionais 695 consumativo veja tempo mais que perfeito:extensivo extensivo 585-86, 755 indicativo 614, 754 intensivo 584-85, 754 média 410, 416 passivo 410 perifrástico 583, 584, 586, 649 resultativo veja tempo mais que perfeitoúntensivo (com) força do passado simples 586, 755 tempo 583 V verbo aumento 505, 09 (de) comunicação 603, 645 cópula veja verbo: ligação (de) desejo 718 estativo 38-39, 12-13, 518, 521-22, 530, 558, 575, 580, 746 equativo/ligação 38, 0-48, 96-97, 102, 149-50, 152, 190-91, 195-96, 311-13, 409, 412-13, 529-31 (de) exortação 718 (de) temor 477 (de) enchimento 92-94, 170-71 impessoal 600-601 intransitivo 38,113,147, 148,165, 409, 411, 423, 553 (de) percepção 131, 456-58, 603, 645 plural 400-401, 745 singular 399-400, 401-2, 482, 745 (de) fala 526-27, 542, 608 transitivo 38-39, 40, 113, 140-41, 149-50, 156, 179-80, 196-97, 409-11, 423, 553, 577 voz 20, 407-41, 646-47 ativa veja voz ativa voz ativa 20, 38-39, 140-41, 156, 164, 180, 408-14, 415-16, 428-29, 439, 746 (com) agente 432
índice de Assuntos
787
causativo 411-12, 423-25, 746 ergativo veja voz ativa: causativo estativa 412-13, 746 média veja voz média passiva veja voz passiva reflexiva 20, 13-14, 746 simples 411, 46 vs. transitividade 409-10 voz média 20, 38,180, 408-10, 413, 414-30, 746 (com) agente 432 aoristo 410 benefectivo veja voz média: indireto causativo 423-25, 426, 427, 440, 746 depoente 180, 19, 420, 422-23, 424-25, 428-30, 746 direto 20, 13-14, 416-19, 423-24, 426, 746 dinâmica veja voz média: indireto futuro 410 imperfeito 410 indireto 419-23, 424, 426, 746 indireta redundante 420 intensiva veja voz média: indireto mais que perfeito 410, 416 perfeito 410, 16, 417-18 permissiva 423-24, 425-27, 440, 746 presente 410 recíproca 427, 746 redundante 418-19, 746 recíproca redundante 427 reflexiva direta veja voz média: direta reflexiva indireta veja voz média: indireta reflexiva veja voz média: direto voz passiva 38, 0, 140-41, 156, 164-66, 180, 402-4, 408-10, 415-16, 431-41, 422-23, 426, 427, 29, 430, 431-41, 747 (com) acusativo objetivo 438-39, 747 (com) agência expresso 431-35, 747 (sem) agência expresso 435-38, 747 aoristo 410 causativo/permissivo 440-41, 630, 747 construções 431-39, 747 depoente 180, 40, 441, 747 futuro 410 imperativo 440 imperfeito 410 mais que perfeito 410 passivo divino 437-38 passivo teológico veja voz passiva: passivo divino perfeito 164-66, 410, 647 presente 410 simples 439-40, 47
índice de Palavras Gregas Este índice inclue todas as palavras e várias frases encontradas nesta gramática que em si são importantes para a discussão gramatical. As vezes uma forma não lexical da palavra é alistada por causa da conexão particular da forma com a sintaxe sob discussão. Ocasionalmente o termo particular listado aqui realmente não se acha na página alistada, mas é óbvio à partir do contexto ou descrição do português (6 será colocado neste índice para páginas que diz respeito só ao artigo). Na maioria dos exemplos deste tipo, o número de página será posto em parênteses.
A
cu rá yxo p cu
4 17
àyaTOCjO 465, 514
àtTeKpi.V’á | i q u
à y á tTq 121, 264
áu é/u ) 532
à yá iTr) 0 e o o / X p ia to ô 121
á tr ó 7 7 , 1 0 7 - 9 , 1 2 3 , 2 3 7 , 3 4 3 , 3 5 7 , 58, 360 ,
àyaiTT)TÓ ç 126
430
3 6 1 , 3 6 2 , 3 6 3 , 3 68 , 3 8 9 , 7 2 7 , 740
ã y y e À o ç K upíou/O eoü 252
àiTÒ ( t g j u ) v t K p ã v
à y tá C ü ) 183
à tr o y p á c íx o
a y io ç 103, 282, 294, 298, 312
àiT oõeL K U u pL
áyopáÇ co
à ir o Õ L ò o p a i 4 1 6
122
18 3
ã y a ) 183
dcTTOÕLÕCOpi 4 1 6
a lp é o p a i 416
KTroKáA.ui(ju; 120
ocipéco 416
à T r o K p iO e lç f í i r e u
a ír é o j 1 8 2 ,1 8 3
àT T O K p L V op ca
a lá v
199
6 2 5 , 6 4 9 -5 0 , 5 9
4 2 1 , 4 3 0 , 4 4 1 , 6 2 5 ,6 4 9 - 5 0 ,
759
à T O / U u |ia t. 4 1 6
ctKOÍlouOéG)
àTTÓÀÀup.t 4 1 6
172
àicoúco 1334, 532
áTTOÁoúu) 4 2 6
áA.qG tvòç Oeóç 3 2 6 -7
áTTOÁÚcj 1 8 3
áUá
áT T opéco 7 9
657, 669, 6 7 1 -73, 761
à U iíX c o v 35 1 -5 2 , 354, 427, 740
â m a z é lX tjj
aXÀopocL 430
u ttÓ o to à o ç
a v 469, 4 8 3 -8 4 , 660, 689, 6 94-96, 699-701,
a ir to iia t
750, 762 -6 3 àvá
3 6 3 , 4 3 2 -3 3
426
356, 357, 358, 364, 740
415
aiTTto 1 3 2 , 4 1 5 ccp a 6 5 8 , 6 7 3 , 7 6 1
àvapyf|O KO (iaL 416
àpúeopai
á v q iv ria K G ) 182, 416
âpvaypóç
à v a x p k ty u )
á p u á íw
183
1 8 3 ,1 8 6 2 8 4 -8 6
419 18 6 -8 7 , 602, 6 3 4 -3 5
509
á u q p 49
àppapúu
ãuOpWTTOç 22 7 -9 , 254, (5 9 7 )
â p x iz é K u ov
á u o íy a ) 19
ã p / o p a i 4 1 5 , 5 9 8 -9 9 , 6 4 6 , 7 5 5
ãvxí
357, 362, 363, 3 6 4 -6 8 , 3 8 3 -8 9 , 480,
740, 744 ã £ io ç 134-35, 729
apxw apxuu
332, 338 6 15
4 15 10 3 -4 , 6 1 5
à o T rá Ç o p K L 4 2 7 , 4 3 0
788
789
índice de Palavras Gregas aüpLOV 232 avzóç 44, 239, 318, 320, 322-25, 348-50, 352, 354, 20, 737-38, 739-40 ác(j ’ OTOD 343 á(j)eç 464, 465 ãxpi(ç) 136, 362, 479, 568, 677, 750, 762
B páOoç 92 -pccLKO 536 PatTTL(w 425,426,427,441 paoiAeúç 103,112-13, 117, 298 PaaiAeúcji) 112-13,117 póppopoç 55 PouÂeúopai 430 poi)ÃT| 288 PoÓÀopai 430, 451-52, 598-99, 755 Ppa%6 293
r
ycqiéopm 415 vapéc) 415 yáp 658, 662, 668-69, 673-74, 761 ye 663, 673, 761 yéyova 430 y é y p a T T x c a 576 yé|i(ú 92 yépcov 615 yeúopai 183 yívopai 40,47,149-50,269,430,441,480 82, 529, 47, 750 yiytóoKW 183, 532 ypacj)r| 313-14 ypácjjopai 415 ypátjjw 148, 415, 576
A õaipóvLOV 224, 249 ôayeíÇopai 416 ôayeíÇw 416 ôé 38,211-13, 617,657-58, 663, 69-74,732, 750, 761 õet 451-52, 600-601, 748, 755 õeÍKyupi, 465 -ôeíicyupi 188 õeLOLÔaípwv 300 õeôpo 464 õéxopoa 183, 421, 429, 430 ÕT) 673, 761 ôr)(iooía 161
õiá 126,164,333,357,358,362,68-69,389, 432-34,595,597,610,658,662,741,747, 755, 757 õ i à t l 658 5ux xó 595, 597, 610, 662, 755, 757 õ i à t o ô t o 333, 658 óiá- 159 õiápoÀoç 224, 249, 265, 294 ÔLCcKOvéto 172 òLaKOuía 174 õiaÂfKTOÇ 294 ô ta ^ é p cj
111
126 ÕLÔáoKW 182,545,605 õíõ w p i 183 õ ié p x o p a i 180 õiKocía ópYÓ 492 ó ió 605, 658, 673, 761 ôlÓxl 673-74, 761 ÔOKei 600-01 ôoKétó 183, 600-601, 604-605 Ôúvapai 429, 430, 476, 598-99, 664, 750, 755 Ôtór| 447 Ôwr) 447 ôcóri 447 Ôcopeá 200 õ iõaK tóí;
E 469-71,660,663,669,675,681,86,689, 691, 696-99, 706, (708-12), 750, 761, 762-63 èauxov) 325, 349-52, 354, 413-14, 739-40 èppoâoç 298 èYeípco 183 éyKaxaÀ€ÍTTa) 468 k y á 4 3 ,151, 319, 320-25, 352, 354, 91-92, 530-31, 737-38, 740, (745) k y ò elpí 327, 530-31 eOoç 158 ei 446, 450-51, 469, 484, 663, 669, 73, 675, 681-86, 689,690-96,699-701,706, (708 12), 748, 750, 761, 762-63 et ye Kaí 663 el õè Kaí 663 ei K a í 663 euq) 161
káv
Índice de Palavras Gregas
790 el|ií 5, 38, 40-42, 4 7 ,1 0 2 ,1 4 9 -5 0 , 84, 237, (2 5 6 -6 8 ), 269, 312, 3 5 9 , 4 1 0 , 4 5 7 -5 8 , 4 8 5 ,5 2 9 ,5 3 0 ,5 3 1 ,5 3 8 ,5 8 3 ,6 4 7 -4 9 ,6 9 5 , 718, 752, (759) eÍTTKV (Aiyoj) 19 eiu ep 694 eí-nov (Àéycj) 1 9 ,5 4 2 ,6 2 5 ,6 4 9 -5 0 ,7 5 9 elç 47, 147, 184, 191, 357, 358, 359, 360, 362, 363, 69-71, 372, 590-93, 611, 658, 741, 757 e tç 47, 85, 102 e lç xí. 658 e lç xó 590-93, 611, 757 e lo é p x o iia i Tipóç 380-82 6LOTr|KeLV 755 e íxe 669 eluOa 586 k 77, 85, 91, 1 0 7 -9 ,1 2 3 , 1 2 5 ,1 3 2 , 135-36, 357, 58, 359, 360, 361, 362, 363, 3 7 1 72, 432, 434-35, 658, 741, 747 k xoúxou 658 k ( tw v ) yeK púv 363 'k a a x o ç 85 kpáA.A.00 1 8 3 ,1 8 6 k ô ú w 182 k e ly o ç 318, 325-35, 352, 354, 738, 740 kA iyco (k A éy o p ai) 183, 421, 427, 428, 429, 430 kA.€Któç 126 èA.axiaxóxepoç 302 k e y e y 542-43, 752 èÂr|Âu0a 430 êpauxoü 350-52, 354, 739-40 epóç 317, 319, 348, 739 epirpoaOey 136
eyeKa 136 êyepyéopai. 416 êyepyéu 235, 264, 416, 603 eÇeai iv 600-601, 755 ètTaúpioy 232 èiTÉL 674, 692, 761 GTTeu5r| 674, 692, 761 èuf iòr|TTfp 674, 761 em 147, 342-43, 357, 358, 362, 376, 658, 742 GTTL- 159 éul toDio 658 èTTLOupéw 132 gTUKaAiopm 416 êiTLKaA.éQ 183, 416 6iup,éy(J 646 èlTLOKOTTOÇ 229 f-TTLtpftt(i) 598-99, 755 épyáCopccL 430 epr|poç 294 epx^Taifkpxovxai 527, 530 ep^opai 147, 180, 359, 428, 430, 527, 29, 530, 536, 537 êpcjxáa) 182, 604-5 eoTT|Ka 579, 754 eaxaxo ç 298, 302-3 kepoCuyfGj 159 exoç 156, 560-61 euayyéA.Loy 121, 223 eúayyéÀLoy OeoO 121 gòpíüKW 4 0 ,1 8 3 , 503, 556 euxapioxéco 172 6ÚXa P LaTLa 174 ê(|)’ (J 342-3 e^opai 416 exw 183, 187, 416, 464-65, 478, 599, 47 ewç 136, 362, 479, 665, 669, 677, 50, 762 ecjç oxou 343
kv 3 2 ,9 3 -9 4 ,1 2 9 ,1 3 8 ,1 4 7 ,1 5 5 -5 6 ,6 1 ,1 6 6 , 1 7 0 -7 1 ,1 7 5 ,2 0 5 ,3 3 8 ,3 4 1 ,3 5 7 ,3 5 8 ,3 5 9 , 360, 361, 3 6 2 ,3 6 3 , 371, 7 2 -7 5 ,4 3 2 ,4 3 4 3 5 ,440, 593, 595, 597-98, 611, 664, 742, 747, 755, 757 kv TTyeúpaxi 32, 374-75, 435, 40
Z Çáa)
503-4
Íx\zkú 598-99, 636, 755 Ccoií 245, 327 -Çwyyupi 414
èv t ú 593, 595, 597-98, 611, 664, 755, 757 kv X p i a r â 129
kv (S 340, 343 èyõeÍKyupi 1 8 3 ,1 8 8 , 312 kvõva) 417
H íí 281, 297, 299, 596, 609, 658, 669, 672, 736, 755, 61
ir\ . . . if\ 672
Índice de Palavras Gregas r) x p í t r i r p é p a
791 K a ip ò ç í õ i o ç
156
15 7
r iy e p c ó v 6 1 5 f|7 < é o p a i 1 8 3 , 1 8 6
K a íx o i 6 6 3 K aÍTO iye 6 6 3
fjÕGLV 5 8 6 , 6 9 5 , 7 5 5
K aÀ éu 4 0 , 1 8 3 , 1 8 5 K av w v 1 5 8
5 3 1 ,5 3 3 ,7 5 2
K axá
rjÀ G o v 4 3 0 f i p e t ç 3 2 0 - 2 5 ,3 5 3 - 5 4 ,3 9 3 - 9 9 , ( 7 3 7 - 3 8 ) , 7 4 0 ,
43
205, 3 5 7 , 358 , 3 7 6 -7 7 , 548, 658, 4 2 ^
K axà x í 658
(7 4 5 )
K a x a p y é íj 4 2 2 -2 3
fl(iépoc 8 1 , 8 7 , 2 9 4 f ip é x e p o ç
3 1 7 , 3 19 , 348, 739
iíp r | v 4 1 0
K a i a p i íÇ a ) 4 1 0 , 4 1 7 - 1 8 K au O áo p ai 4 6 3 K aúacov 6 1 5 K auxáop aL 430
r jy 4 1 0
0
KeÀeúcú 6 0 4 -5 K ip ú a a c o
O éÀ u 1 8 3 ,4 5 1 - 5 2 ,4 7 6 ,5 9 8 - 9 9 , 7 4 8 ,5 0 ,7 5 5 6, 4 1 , 46, 5 7 , 5 9 , 88, 1 0 6 -7 , 18 , 1 2 1 ,
1 6 6 , 2 2 3 , 2 4 6 , 2 5 1 , 2 5 2 , 2 6 4 , 2 6 6 -6 9 , 2 7 2 - 7 3 , 2 7 4 , 2 7 6 - 7 7 ,2 9 0 , 3 2 6 - 2 7 , 4 1 - 4 2 , 4 3 7 - 3 8 , 6 0 2 -3 , 7 3 5 O epám ov
6 15
O e p p a íy c o
I - íC w
411
K opíCw 4 1 6 Kpaxéoo 1 3 2
K pívo) 1 8 3 , 4 1 6 , 6 0 4 -5 Kpixj)f| 1 6 1 K tá o p a i 42 5
, 298,
K Ú pioç 'I r p o ü ç 1 8 8
’ Ir)O oG ç 2 7 6 X p io ió ç
Íko.vÓ<ú
K o p íC o p a i 4 1 6
KÚpLOç 1 8 7 - 8 8 , 2 2 3 , 2 4 6 , 2 5 1 , 2 5 2 , 2 7 6 , 2 9 4 ,
5 6 0 -6 1
’ I ip o íjç
1 5 ,1 7 -2 3 ,2 9 4
KOLacúyéu 1 5 9 KOÂÁCMi) 1 5 9
K p á tia to ç 303 K p ív o p a i 4 1 6
417
O ecopeco 1 8 3 ,2 6 5 - 6 6
íe p ó y
K À rp ó tú 4 1 6 ko lvt)
O e ó ir v e u o T o ç 3 1 3 O eóç
18 3
K lr ip ó o p a i 4 1 6
0 a u p á ( ( i) 4 6 1 , 5 5 3
2 76 , 3 2 6 -2 7
KÚpLoç’ Ir)ooí)ç X p i o x ó ç 2 7 6
18 3
A
' i v a 4 4 7 , 4 7 1 - 7 7 , 5 7 1 , 6 0 3 , 6 6 1 - 6 2 , 6 6 4 -6 5 , 6 6 8 -6 9 , 7 6 - 7 7 , 6 7 8 , 7 1 8 , 7 4 9 - 5 0 , 7 6 2 ía o ç
174
ia te
485, 718
lo tt]|í i ly v o ç
18 3 , 5 79 , 586, 75 4 -5 5
A.á0pa 1 6 1 A.apPavco 1 8 3 , 1 8 7 , laipeúco 1 7 2
À éygL/ÀéyouoLy 5 2 7 , 5 3 3 , 5 7 6 , 7 5 2
Aiyco
158
K
4 2 8 -2 9 , 4 3 0
18 3 , 18 5 , 328 , 40 3, 5 1 7 -1 8 , 5 2 7 , 29,
5 3 2 , 5 3 3 , 5 3 7 , 5 4 2 - 4 3 , 5 5 2 , 5 7 6 , 6 0 4 -5 , ^ 6 2 5 , 6 4 9 -5 0 , 7 5 2 , 7 5 9
Àr|p4fO|iai 4 3 0 K aO áuep
663, 675
À o y íÇ o p a i 4 7 - 4 8 , 1 8 3 , 1 8 6 , 4 3 0
K áO rp ai
359
ÀÓyoç 2 6 8 , 7 3 5
Ka0LOTT|pL K aO úç K aí
ii,
18 3
6 6 2 -6 3 , 6 6 9 , 6 7 4 - 7 5 , 7 6 1
ÀOLTTÓy 2 0 1 , 2 9 3 À úxp oy 3 8 8
(2 6 ) , 1 3 5 , (2 7 0 - 9 0 ) , 3 1 3 - 1 4 , 3 2 7 ,
M
3 3 4 - 3 5 , 4 8 9 -9 2 , 6 1 9 , 6 3 3 , 6 5 7 - 5 8 , 6 6 3 , 6 6 7 , 6 6 8 -7 3 , 7 3 5 , 7 5 1 , 7 6 1 K aí
. . . K a í 658, 672, 76 1
K aí to u to K a ít r ç p 6 6 3
3 3 4 -3 5
p aK páy 2 01 pâÀ À oy 1 6 7 , 7 3 0 p a p iu p é u
16 0
p e iÇ ó ie p o ç 3 0 2
índice de Palavras Gregas
792 | ie í( c o v
2 9 6 , 2 9 9 -3 0 0
péU co
5 3 6 ,5 9 8 - 9 9 ,7 5 5
p ip y r | |j,a L pév
579
[i€V . . . õe, 6 5 8 , 6 7 2 , 7 3 2 , 6 1 péyxoL
o lo ç
659
óÀ Íyo y
38, 2 1 1 - 1 3 , 6 1 7 , 658, 6 72 , 73 2 , 6 1
p ç y o íjy y e
o iK o 5 o p f( > ) 5 6 0 - 6 1
673, 76 1
293
o ào ç 2 5 3 , 3 0 6 , 3 0 8 , 7 3 4 ôp yú co 204 o p o io ç
673, 761
174
ópoÀ oyéa)
p éyco 40 ( ié o r o ç 92
o y o p a 43
| ie x á
óyopáÇw
1 6 1 , 3 3 3 , 3 5 7 , 3 7 7 -7 8 , 3 82, 5 9 4 -9 5 ,
1 8 3 ,1 8 8 183
1 1 , 658, 74 3 , 7 5 5 , 7 5 7
ottou 6 5 9 , 6 6 4 , 6 7 6 , 7 6 1
( ie x à x ó
ottou a v 6 6 4
( ie tà
5 9 4 -9 5 , 6 1 1 , 7 5 5 , 7 5 7 3 3 3 , 658
toüto
|ie ta la [ ip á y u |iftá y o ia
133
ópáü)
289
183
ó p y[C w
135 (ié x p L
ottíjOç 6 6 9 , 6 7 6 , 6 7 7 , 7 6 2 2, 4 9 1-9 2
ó p tá C to 204
3 6 2 ,4 7 9 , 75 0
p i í 3 ,4 6 8 - 6 9 , 4 7 4 , 4 7 7 , 4 8 0 - 8 2 , 4 8 7 - 8 8 , 4 8 9 ,
oq
1 6 5 ,2 1 3 ,3 3 5 - 4 5 ,3 5 3 - 5 4 ,4 7 8 - 7 9 ,2 4 ,6 5 9 , 6 6 1 , 6 6 4 , 6 8 8 , 7 3 8 -4 0 , 7 5 0
5 7 1 ,8 8 , 6 69 , 6 7 3 , 7 1 4 , 7 1 7 , 7 2 3 -2 5 , 7 4 9 òç
50, 7 6 1 , 763 p ri y é y o i T O
4 8 0 -8 2 , 7 5 0
(õ ’ ) a v
4 7 8 -9 , 5 2 4 , 750
o o o ç 6 5 9 , 6 6 2 , 6 8 5 -8 6 OOTLÇ 3 3 5 - 3 6 , 3 4 3 - 4 5 , 3 5 3 - 5 4 , 4 7 8 - 7 9 , 6 2
lir iõ e 6 7 0 , 7 6 1
6 4 , 6 8 8 , 7 3 8 -4 0
[iT|K€Ti 4 8 7 , 7 2 2 [iiÍTTOie 6 6 9 , 6 7 6 , 7 6 2
o o tlç a v 4 7 8 -79 , 750
[í i Í ttou 6 7 6 , 7 6 2
o o tlç k á v 4 7 8 -79 , 750
pr|ircoç 6 7 6 , 7 6 2
oxay
pr|T e 6 7 2
479, 665, 669, 6 77, 750, 762
ÒT6 6 5 9 , 6 6 5 , 6 6 9 , 6 7 7 , 7 6 2
pr|T e . . . |ir|Te 6 7 2
liÍKpoy 2 9 3 p iK p ó x e p o ç
OTL 4 5 3 - 6 1 , 4 7 4 , 4 7 5 , 5 3 7 , 5 5 2 , 5 5 3 , 0 3 , 6 6 0 62, 669 , 6 74 , 6 7 7 , 6 78 , 748, 7 6 1 -6 2
301
ptpyf|OKopaL 4 3 0 , 5 7 9 põyoy 2 9 3
ou
p u o tr ip L o y
o u 320, 664, 676, 7 6 1
342
oú
N
4 6 8 -6 9 , 4 7 4 , 4 8 1 , 4 8 9 , 5 7 1 , 5 8 8 , 7 2 - 7 3 , 72 3, 7 6 1, 763
. . . ú( 672
ou k á v
664
o i) p i í 4 6 8 -6 9 , 4 7 4 , 4 8 1 , 4 8 9 , 5 7 1 , 6 7 3 , 7 6 1 673, 761
vai yaóç
Ol) . . . TTOT6 6 7 2
56 0 -6 1
oúôé 669
y r| 6 7 3 , 7 6 1
oòõéiT O T e 6 7 7 , 7 6 2
yCtTTO) 4 2 7 y o p íC c o yuy
oÒk . . . à X X á 6 7 2
1 8 3 , 6 0 4 -5
o u k Itl 6 7 7 , 7 6 2
232
ouy
O
3 8 0 -8 1, 6 52 , 658 , 669, 6 7 3 -7 4 , 7 6 1
oÕ-itco 6 7 7 , 7 6 2 OUT6 6 6 9 , 6 7 2
ó
(ii),
( 5 - 6 ), (2 6 ), 2 0 7 -9 0 , (3 0 6 -9 ), 5 9 1 - 9 8 ,
6 0 7 , 6 1 0 - 1 1 , 6 1 7 , 6 6 4 -6 5 , 688 , 7 3 2 -3 5 , 737, 755, 757 ó ôé 2 1 1 - 1 3 , 6 1 7 , 73 2 ó péy
2 11-13 , 6 17 , 732
o õ e 328 , 3 5 3 -5 4 , 738 , 740
**
ouTe
z ' 1-rrs
. . . o ir r e 6 7 2
o o to ç 4 3 - 4 4 , 1 8 7 , 3 0 0 , 3 0 4 - 5 , 3 1 8 , 3 2 5 - 3 5 , 3 5 3 -5 4 , 5 9 , 6 58 , 738 , 740
outcúç 6 6 3 , 6 7 5 ó(J)€LA.6Tr|ç 1 7 4
o G e y 6 6 4 -6 5 , 6 7 6 , 7 6 1
ò^ e L À co 4 5 1 - 5 2 , 5 9 8 -9 9 , 6 6 4 , 7 4 8 , 7 5 5
o lô a
o ilo ç
1 8 3 , 5 7 9 -8 0 , 5 8 6 , 6 3 1 , 6 9 5 , 7 5 4
40 1, 745
793
índice de Palavras Gregas ói|/é 1 3 6
n
-o u 411
ra p á 297, 299, 357, 358, 362, 378, 89, 403, 4 3 2 -3 3 , 7 4 3 , 7 4 7 r a p a - 159 ra p a y y é À À ü ) 6 0 4 - 5 r a p a y ív o | ia L 5 6 0 TiapaK a fw 6 0 4 - 5 rap aA ap p áv w r a p e ip i 5 32
183
rap é^ o j 183 T O p ía r rp i 1 8 3 ,1 8 7 , 5 8 6 r a p o D a ía
1 1 3 ,1 1 7
r â ç 8 5 ,1 8 9 ,2 5 3 ,3 0 6 ,3 0 8 ,3 1 3 - 1 4 ,2 3 ,6 1 5 1 6 ,7 3 4 r â ç ó 2 3 0 , 5 2 3 , 6 1 5 -1 6 r a ú o p a i 4 1 6 , 4 2 2 -2 3 raú ao p ca 430 t o Úgj
4 1 6 , 4 2 2 -2 3 , 4 3 0 , 6 46
u e iO o p a i 4 1 6 ueíOiú 1 8 3 , 4 1 6 , 5 7 9 , 5 8 6 neipáÇco 6 3 6 Tré(i7T(J 5 6 2 uéuoLO a 5 7 9 TT6iToír|Ka 5 7 9 u épav 232 r a p í 357, 358, 362, 3 6 3 , 3 7 9 , 7 4 3 -4 4 TTepiá ycj 1 8 3 r a p l à | ia p u a ç 3 79 TíepipáÂÂco 4 1 7
TTepLCúyyupi 417 uepLOoóv 201 iT e p ira té co 1 5 8 m |j.râr||J.i 9 2 , 9 4 TTLTTpáoKü) 1 2 2 m a ie r á ) 1 1 6 ,1 7 2 ,1 8 3 , 3 5 9 , 6 1 6 , 621 TTLOTfÚG) e l ç 3 5 9 TTiOTeúa)
kv
uveOpa 88,100,104, 158,160-61,165-66,
248, 270, 12, 331-32, 338, 343, 373-75, 435, 440 iTV6Í>|ia a v i o u 248, 312 TTOiéa) 186, 579 tto lo ç 345-46, 353-54, 739-40 ttoAAü) (ttoA-Úç) 167, 730 ttoA.Úç 167, 201, 293, 297, 730 T io p e ú o p a i 430, 536, 642, 645 ttoooç 345-46, 353-54, 739-40 TTOté 672, 677, 762 T ro te '. . .v ô u 672 ito u Ç u 182, 412 -rrpíu 596, 609, 755-56 u p lu rj 596, 609, 755-56 upó 357, 379, 596, 665, 743-44, 755 Trpò to ü 596, 665, 755 upópaTOV 400 TTpóywoaiç 288 TTpoopíCco 183 TTpóç 357, 358, 359, 362, 380-82, 591, 611, 744, 757 iipoa- 159 TTpòç TO 591, 611, 757 TTpooeuxií 117 upooeúxopai 430 TTpooKaÂiopca 430 TrpooKuyécú 172-73 TTpOO(()ép(jO 183 irpoTÍ-OriiiL 183,187 7Tpo
P píÇa 265 23
359
264
TTiOTfúojy (ó ) 6 1 6 , 6 2 1
aápC
t tlo tlç 1 1 4 -1 6 , 2 1 9 , 2 8 9 , 3 1 2
aeauxou 350-51, 353-54, 739-40 oripaíucu 636 aóç 317, 319, 348, 739 axoixéw 158 aú 320-25, 353-54, (392-93), 737-38, 740,
TTLOTLÇ XpLOTOU 1 1 4 - 1 6
ttlotÓ ç 2 8 2 1TA.1ÍV 6 5 7 , 6 7 1 , 6 7 3 , 7 6 1 TrA-iípriç 9 2 r â i p ó ü ) 9 2 - 9 4 ,1 7 0 - 7 1 , 3 7 4 -7 5 , 5 1 4 nAxipów
kv
3 7 4 -7 5
iTÀr|pG)|ia 9 2 TTÀriaíoy 1 3 6 , 2 3 2 râ o u T é w 4 1 3 rr o ú to ç 9 2
(745)
#
ouyKÂ.r|pouóp.oç 129 oúpPouÀoç 130 ouppapiupéw 160-61 aúu 357, 377-78, 382, 744 auu- 128-30,159-61, 729
794
índice de Palavras Gregas
auyepyéo) 180-81 auyepyóç 130 ouvíripi. 183 ouvíoippi (ouyiaxáyu) 183 o4>€Íç 320 acoTip 276-77
ímoKáTG) 136 ÚTTOKpíyopaL 183 ímoyoéco 183 uaiepoy 293 Úi|jÓw 183 $
T táôe Âéyei 328 xaxú 536 te 633, 669, 672 xe . . . te 672 réKTCov 615 TÉÀeLoy 295 TTipéco 359 TÍèepaL 415 TL0T|PL 183, 415 Tiç, t l 85, 347, 354, 405, 523, 739-40 tÍç, tÍ (40), (43-44), (195), 345-46, 353 54, 450, 466, 658, 689, 739-40 TÓ 591-98, 610-11, 664-65, 755, 757 toiyapoGy 673, 761 TOiyüy 673, 761 toloútoç 331 -toç 127, 728 tou 591, 593, 596, 757 toúto 459
Y
(jjáoKCO 183 410 4>0áyco 564 (j)Llécj 514 4)opxíC« 182 uÀáoaopxa 416
(j)i)Aáoooj 416 4)0)yr| 133-34 X
yaípo) 608, 751, 756 XapíÇopai 430 Xeípuy 615 Xeíp 132 XPOpatíC^ 183 Xpíyco 182 Xpioxóç 114-15, 121, 129, 246, 276, 326 27 Xpóyoç 156 XUpíç 136 Q
ulòç àv 8 p á m v 240 úpeiç 85, 320-25, 354, (392-93), 397, 399, (737-38), 740, (745) upéiepoç 317, 319, 348, 739 ímaKOÚQ 172 üiráyTr|0iç 174 vmpxco 40,149,186, 647-49 ímép 299, 357, 358, 362, 363, 365-68, 83 89, 480, 744 ÚTTfpáyw 136 urró 126, 164, 166, 357, 358, 362, 89, 432 34, 744, 747
(0 56-58, 60, 66-70, 727 w 60 copa 123, 201 ó ç 184, 591, 593, 609, 663, 665, 669, 674 75, 677, 78, 756, 761-62 úoaÚTCOÇ 675, 761 (joeí 675, 761 óxnrep 663, 675, 761 waxe 480,591,593,610,658,668,673,677, 756, 61-62 (õ(j)0ri (ôpáco) 165
índice Bíblico O propósito desse índice bíblico é providenciar acesso rápido às discussões exegéticas de textos exegeticamente importantes. Se o número da página estiver em negrito e em itálico, haverá um tratamento mais amplo da passagem nessa página (ou em alguns casos, uma análise rápida do texto exegeticamente importante onde o ponto sintático enfatizado impacta obviamente o significado do texto). O segundo nível de discussão se acha nas páginas em itálico (mas não em negrito). Tais explicações envolvem implicações exegéticas mínimas ou razoavelmente longas, contudo orientadas primariamente pela sintaxe (i.e., o texto em questão foi tomado principalmente por seu valor ilustrativo quanto ao aspecto sintático). Finalmente, todas as demais páginas estão em fonte romana normal. Tal fonte representa tudo a partir da mera referência à citação do versículo. Esse sistema resume-se assim: 123 discute-se algum importante/extenso texto exegeticamente significante 123 nota-se algum impacto exegético no texto explorado quanto a seu valor sintático 123 cita-se ou alude-se meramente Mateus 1 1 ............. .................... 50 1 2 ................ .................. 246 1 1 2 .............. ..................117 1 1 6 .............. ........... 336-37 1 1 8 -2 5 ....... .................. 337 1 1 8 ............. ........ 596, 674 1 1 9 .............. ........ 558, 631 1 2 0 ............. 252, 469, 723 1 2 1 ............. ......... 568, 570 1 22 164, 369, 389, 434, 474, 561, 621 1 :2 4 .............. ................... 252 2 :1 ................ ............ 99, 220 2 :2 - 3 ........... ................... 436 2 :4 ................ ................... 279 2 :5 ................ ........ 434, 576 2 :6 ................ . 199, 302, 321 2 :7 ................ ......... 220, 618 2 :8 ................ ......... 644, 645 2 :9 ................ ................... 133 2 :1 0 .............. ................... 190 2 :1 1 .............. ............ 99, 173 2 :1 2 .............. ......... 436, 436 2 :1 3 -1 4 ...... ......... 641, 642 2 :1 3 ............ ......... 480, 641 2 :1 4 ............ ......... 124, 641
2:15............. 389, 404, 433 2:16 215, 413, 456, 458, 539 2:17............................... 434 2:18 ....................... 436, 452 2:20 ...................... 404, 644 2:22................................. 99 2:23 234, 405, 434, 436, 455, 457 3:1 ...........................49, 560 3 :3 ................................. 434 3 :5 ................................. 545 3 :6 ................................. 547 3:7 ........................ 279, 547 3 :9 ............... 241, 438, 469 3:10............................... 438 3:11............................... 370 3:13............................... 560 3:14............................... 550 3:15.......................253, 253 3:16 240, 251, 436, 438 3:17.........................43, 565 4:1-10 ................... 233, 527 4:1 ............... 166, 224, 636 4 :2 .........................202, 626 795
4:3
223, 234, 264, 475, 704 4:4 ............... 509, 576, 723 4 :5 ................ 208, 224, 306 4 :6 ...... 264, 350, 414, 455, ...................................... 529 4 :7 ........ 453, 570, 576, 723 4 :8 ................................. 224 4 :9 ...... 173, 470, 644, 683, 697 4:10 68, 173, 453, 529, 570, 576, 717, 718 4:11..................... 224, 545 4:12...............................436 4:13............................... 307 4:14 ..................... 434, 474 4:15............................... 202 4:16 ..................... 502, 618 4:18............................... 436 4:19............................... 186 4:20.......................212, 215 4:21......................... 84, 127 4:24............................... 280 5 :1 ....................... 208, 225 5 :2 ................................. 545 5:3-11 ........................... 658 5 :3 ....................... 155, 460
índice Bíblico: Mateus
796 5:4-9.............................. 438 5 :4 ................................. 437 5 :5 ................................. 233 5:6 ............... 283, 437, 688 5:7 .........................437, 461 5 :8 ....... 145, 146, 154, 461 5 :9 .........................308, 461 5:10............... 83, 436, 621 5:11............................... 479 5:12............................... 308 5:15.......................217, 403 5:17 457, 458, 469, 539, 591, 661, 671, 672 5:18 ............. 401, 469, 480 5:19.........................85, 479 5:20.......................280, 469 5:21 436, 453, 458, 479, 539, 570, 723 5:22............................... 230 5:23............................... 519 5:25 ...................... 435, 648 5:26.......................306, 479 5:27............. 453, 570, 723 5:28............. 230, 322, 616 5:29-30.......................... 691 5:29 306, 437, 475, 681
5:30............................... 693 5:31............................... 486 5:32 195, 230, 523, 524 5:33 453, 458, 539, 570, 719, 723 5:34 ...................... 205, 264 5:35............................... 264 5:36.......................205, 672 5:37.......................237, 486 5:38................................. 55 5:39............. 144, 344, 688 5:42............................... 425 5:43............. 233, 453, 570 5:44............................... 717 5:45............................... 411 5:46............. 180, 345, 632 5:48............. 453, 570, 719 6 :1................................. 592 6:2 ................................. 533 6:3 ....... 294, 345, 487, 725 6 :4 ................................. 618 6 :5 ....... 452, 480, 569, 723 6 :8 .........................596, 665 6 :9 ............... 214, 488, 722
8:27 326, 460, 553, 6:10-11.......................... 488 678 6:11............................... 720 8:28........................232, 655 6:12............................... 565 6:13 ............. 233, 294, 724 8:29..........................68, 151 6:16............................... 646 8:30............................... 201 8:31-32.......................... 489 6:18............................... 618 8:32............................... 212 6:19............ 189, 190, 325, 8:34............................... 174 676 9 :2 ..........................116, 403 6:22.........................45, 699 9 :3 ................................. 327 6:23............................... 699 6:24............. 571, 599, 723 9:6 ........................ 240, 644 9 :9 ................................. 191 6:25............... 111, 333, 478 6:27.......................629, 630 9:10............................... 502 9:11............. 280, 542, 658 6:28............................... 346 9:13............. 127, 643, 645 6:29............................... 417 9:14.......................201, 293 6:30 167, 438 9:18............. 559, 565, 655 6:31............................... 466 6:32............................... 400 9:18a............................. 643 9:18b............................. 643 6:33.......................201, 293 6:34............................... 232 9:21 .......................547, 663 9:22.........................68, 116 7:4................................. 465 9:24............................... 542 7 :5 ................................... 68 9:25............................... 132 7:6................................. 142 9:27............................... 559 7 :7 ............... 490, 521, 722 7:9................................. 346 9:29............................... 116 9:32............................... 655 7:12............................... 334 9:33............. 224, 553, 655 7:13 308, 618 7:14............................... 619 9:34............................... 103 7:15.......................312, 344 9:35............................... 224 9:36 ...................... 584, 649 7:16 .......................... 402-3 9:37............................... 672 7:19............................... 311 9:38....................... 184, 440 7:21.........................68,523 7:23 226, 717 10:1 421, 591 7:24............................... 133 10:3............................... 235 10:5............................... 101 7:26............................... 275 10:8............................... 200 7:29............................... 648 8:1-2.............................. 478 10:14............................. 108 8 :1 ................................. 655 10:15............................... 81 8 :2 ................................. 173 10:21............................. 400 8 :3 .........................215, 558 10:22........... 247, 567, 649 10:23............................. 240 8 :4 .........................351, 529 8 :5 ................................. 655 10:25 475, 476 8 :7 ................................. 529 10:28............................. 433 8 :8 .........................476, 490 10:29............................. 122 8 :9 ................................. 440 10:31..............................111 8:10.......................241, 553 10:33............................. 479 8:16............. 162, 435, 655 10:35............................. 254 8:17............................... 434 10:39............................. 615 10:42............................. 518 8:18............................... 605 8:20 ....................... 478, 529 11:1............................... 646 8:22............................... 721 11:4 644, 645 8:24................. 432,543 11:10............................. 576 8:25............................... 519 11:12............................... 81
índice Bíblico: Mateus 11:14........ ..................... 44 11:15........ ................... 486 11:21........ .... 68, 696, 704 11:22........ ..................... 81 11:25........ ........... 650, 650 11:27........ ................... 433 12:1.......... ........... 599, 661 12:6.......... ........... 295, 299 12:8.......... ................... 243 12:10........ ... 311, 472, 502 12:11........ ...........132, 465 12:13........ ................... 529 12:16........ ......................... 475 12:17........ ................... 434 12:23........ ................... 547 12:25........ ................... 631 12:27-28 .............663, 691, 693, 704, 708 12:27........ ........... 333, 451 12:28 ........... ......................... 564 12:31 ........... ................... 118 12:32 ........... ......................... 240 12:35 ........... ......................... 230 12:38........ ... 280, 433, 650 12:39........ ................... 509 12:40........ ................... 240 12:41........ ................... 295 12:43........ ................... 671 12:44........ ................... 428 12:48........ ..................... 40 12:50........ ................... 479 13:1 ............. ......................... 216 13:3.......... ......................... 650 13:4 ............. ...............400, 595 13:5 ............. ......................... 597 13:6.......... ......................... 597 13:9 ............. ................... 486 13:11........ ... 327, 601, 650 13:12........ ................... 661 13:13........ ........... 333, 658 13:14........ ................... 469 13:16........ ................... 400 13:17............................294 13:19........ ............... 133, 509 13:20 ........... ................... 275 13:28-29 ............................. 212 13:28 ........... ......................... 644 13:31 ...............................174 13:32 ........... ... 112, 301, 594 13:35 ...............................434 13:36............................216 13:37........ ... 240, 625, 650 13:38....................334, 400
797 13:39...... ............. 224, 264 13:41...... ..................... 240 13:43...... ..................... 486 13:46...... ..................... 579 13:55...... . 43, 45, 225, 401 13:56...... ..................... 359 13:57...... ............. 311, 502 14:2........ ..................... 323 14:3........ ..................... 132 14:4........ ............. 549, 601 14:5........ ..................... 553 14:8........ ................... 212, 433 14:9........ ..................... 405 14:11...... ..................... 142 14:15...... .... 221, 351, 414 14:21...... ..................... 212 14:25...... ............. 124, 248 14:26 ......... ..................... 266 14:33 ......... . ... 172, 173, 212, 264 15:1 ............ ..................... 293 15:4........ ..................... 438 15:11............................230 15:12............................643 15:14...... ..................... 310 15:16...... ..................... 201 15:18...... ..................... 230 15:20............................601 15:21...... ................................ 100 15:22...... ............................... 650 15:26-27 . ............................... 212 15:27 ......... ....................... 68, 400 15:28 ......... ............58,68,69 15:31............................553 15:32......................64, 478 15:33............................591 15:34............................346 16:1............. 279, 636, 637 16:6......................279, 502 16:7..............................455 16:11 ......................................... 279 16:12...... ................................ 279 16:13 ............... 100, 191, 240, 450 16:15 ......... ..............195, 529 16:16 ......... ......................618 16:17..............................57 16:18............................242 16:20............................475 16:21....................156, 279 16:23............................235 16:24.......... 347, 351, 419, 486, 706
16:25............................. 192 16:26........... 122, 465, 632 16:27-28 ....................... 240 16:28............................. 580 17:1............................... 277 17:3............................... 165 17:4.......................650, 691 17:7............................... 644 17:9.......................240, 363 17:11............................. 212 17:12............................. 240 17:14............................. 655 17:15............................. 521 17:17 ...... 58, 69, 465, 570, 618 17:18............................. 224 17:20............................. 465 17:22.....................240, 655 17:23............................. 156 17:24............................. 655 17:26............................. 655 17:27........... 365, 366, 644, 645 18:1............................... 300 18:6.......................359, 475 18:8............. 297, 685, 710 18:12.......... 150, 347, 465, 633 18:14............................. 475 18:15............................. 564 18:17.....................228, 486 18:21............................. 465 18:24............................. 655 18:25............................. 655 18:28............................. 132 18:29............................. 130 18:31............................. 130 18:32............................... 68 18:33............................. 130 19:1............................... 665 19:2............................... 502 19:3.......................636, 637 19:5-6.............................. 47 19:5................................. 47 19:6............................... 438 19:7-8............................ 324 19:8............................... 455 19:9............................... 376 19:12.....................414, 486 19:13............................. 472 19:14............................. 724 19:16............................. 465 19:17............................. 295
índice Bíblico: Mateus
798 19:18........... 238, 452, 569, 723 19:22.....................628, 648 19:28.......................87, 240 20:1 ............................... 425 20:2............................... 122 20:4............................... 660 20:6............................... 202 20:8............................... 302 20:12............................. 175 20:13.......................68, 122 20:18............................. 240 20:19............................. 156 20:20............................... 83 20:22............................. 421 20:23.....................235, 433 20:26............................. 570 20:27.....................569, 660 20:28........... 365, 366, 367 20:29............................. 655 20:30............................. 539 20:33............................. 477 21:2............................... 644 21:3.......................453, 570 21:4............................... 434 21:5............................... 147 21:6............................... 645 21:8.......................303, 401 21:9............. 302, 618, 619 21:10............................. 655 21:11............................... 86 21:12............................. 284 21:13............................. 576 21:16............................. 418 21:18............................. 665 21:20............................. 553 21:21........... 128, 440, 493 21:22............................. 632 21:23.....................655, 665 21:24............................. 182 21:25.....................215, 450 21:26 .................... 539, 707 21:28............................. 303 21:38............................. 465 21:41............................. 664 21:42 47, 198, 339, 433 21:43............................. 142 22:3............. 190, 194, 621 22:7............................... 559 22:13............................. 644 22:15............................. 645 22:21............................. 236
22:22............................. 553 22:25............................. 302 22:29............................. 631 22:31............................. 434 22:32..................... 323, 438 22:35.....................636, 637 22:36............................. 346 22:37........... 453, 569, 719 22:38............................. 298 22:39 ........... 453, 570, 719 22:41............................. 655 22:43............................. 185 23:2............................... 562 23:11............................. 301 23:16............................. 205 23:21............................. 615 23:22............................. 615 23:23............................. 112 23:26.......................68, 233 23:30 129, 240, 451, 695, 696 23:31............................. 143 23:32 ............................ 489 23:33............................. 468 23:35............................. 253 23:37............................. 240 23:39.....................240, 618 23:44............................. 240 24:3.......................288, 655 24:6............................... 133 24:9.......................567, 649 24:10............................. 351 24:12.....................297, 597 24:15.......................54, 434 24:17............................. 487 24:18.....................487, 723 24:20..................... 124, 157 24:21............................. 232 24:22............................. 696 24:27............................. 114 24:31..............................127 24:35............................. 468 24:36............................. 287 24:37............................... 81 24:42............................. 157 24:43............................. 695 24:50............................. 339 25:8............................... 518 25:9............................... 414 25:12............................. 509 25:16............................. 645 25:26............................... 68 25:31.......................87, 240
25:32.....................351, 400 25:34............................. 126 26:2............................... 240 26:4.......................427, 476 26:8............................... 405 26:9............................... 122 26:14.....................233, 645 26:15............................. 689 26:17............................. 467 26:18............................. 359 26:20............................. 233 26:23.....................625, 650 26:24.....................240, 576 26:27............................. 372 26:28............................. 363 26:32............................. 595 26:33............................. 707 26:35............................. 468 26:36............................. 530 26:39 488, 502, 691, 704 26:40............................. 529 26:42.....................488, 691 26:43............................. 649 26:44............................. 350 26:45 ........... 240, 489, 537 26:47............................. 502 26:49............................. 493 26:51......................... 82, 82 26:52.....................435, 615 26:54............................. 467 26:55.....................359, 548 26:57............................. 212 26:58............................. 544 26:63............................. 205 26:64............................. 240 26:65............................. 565 26:66............................. 135 27:1 ............................... 591 27:2............................... 153 27:4 570, 629, 27:5............................... 417 27:7............................... 424 27:9............................... 434 27:11 ............................. 450 27:12 .................... 421, 519 27:14............................. 553 27:20............................. 561 27:23.....................212, 450 27:24 216, 417, 421, 570 27:29.....................295, 493 27:30............................. 547
799
índice Bíblico: Marcos 27:31 182, 189, 591 27:32............................. 183 27:37............................. 619 27:40 .................... 274, 704 27:42.............................263 27:46.................. 58, 59, 68 27:48............................... 85 27:49 465, 567, 626, 636 27:54............................... 43 27:55............................. 637 27:57............................. 204 27:62............................. 232 27:64 ..................... 363, 644 27:66.............................378 28:2............................... 252 28:5............................... 650 28:6............................... 363 28:7.............. 643, 644, 645 28:8............................... 536 28:9.............. 132, 172, 173 28:13............................. 124 28:19-20 .............. 630, 645 28:19............................. 642 28:20.............................202 Marcos 1:1...........................50, 121 1:2.........................153, 576 1:3.........................187, 225 1:4 80, 295, 620 1:8 ....... 32, 311, 322, 374, 565 1 :9.........................242, 363 1:10............................... 222 1:13 ..... 202, 433, 636, 637 1:14....................... 121, 595 1:15.............. 240, 359, 455 1:16............................... 199 1:17............................... 195 1:19............................... 627 1:21............................... 502 1:22............................... 648 1:23....................... 151, 372 1:24................ 68, 151, 233 1:26............................... 169 1:27............................... 346 1:31............................... 132 1:34............................... 586 1:35............................... 545 1:37.......................455, 518 1:38............. 327, 472, 618 1:40-41.......................... 492
1:40............................... 530 1:41 216, 239, 440, 529 1:45............. 502, 594, 617 2:1 ............... 247,457, 538 2 :2 ................................. 502 2:4 ................................. 502 2:5 ................ 116, 437, 517 2 :7 ................................. 345 2:10........................ 54, 240 2:12............................... 519 2:13............................... 502 2:14.......................486, 626 2:15............. 160, 502, 529 2:16............... 86, 280, 281 2:17............................... 180 2:19............. 202, 599, 665 2:20.......................437, 568 2:21.........................91, 524 2:28................................. 43 3 :2 ................................. 502 3 :4 ................................. 601 3 :7 ................................. 400 3 :8 .........................502, 539 3:11............................... 502 3:12............................... 502 3:14............................... 521 3:20.......................530, 594 3:21 ....................... 132, 403 3:22.......................215, 618 3:27............................... 233 3:28............................... 455 3:29.......................307, 478 3:31-34.......................... 403 3:31.......................403, 627 3:32.......................401, 519 3:33............................... 625 3:34................................. 60 4:1 .........................247, 303 4 :2 ................................. 411 4 :3 ................................. 449 4 :4 .........................399, 595 4 :5 .........................597, 664 4 :6 ............... 436, 439, 597 4:9 ................ 486, 542, 542 4:12.......................473, 474 4:14............................... 436 4:15.......................214, 436 4:16............................... 436 4:17............................... 436 4:18............................... 436 4:20............................... 436 4:21.......................502, 542
4:22............................... 699 4:23............................... 706 4:24............................... 502 4:26............................... 542 4:27............................... 202 4:29............................... 461 4:31....................... 112, 301 4:33............................... 548 4:35............................... 464 4:38............. 399, 453, 519 4:39............. 440, 485, 718 4:41............................... 190 5 :2 ............... 174, 247, 655 5 :4 ................................. 436 5 :5 .........................351, 648 5 :7 70, 151, 205, 302, 518, 625 5:8 .......................... 58, 549 5 :9 ............... 345, 461, 502 5:13............................... 400 5:15-16.......................... 620 5:17............................... 605 5:18............................... 655 5:20............................... 502 5:21............................... 655 5:22............... 85, 530, 627 5:23............. 455, 477, 644 5:24............................... 401 5:28............. 470, 547, 697 5:30.......................350, 542 5:33............. 577, 580, 627 5:34............................... 116 5:35............................... 655 5:36............................... 487 5:39............................... 560 5:40.......................322, 643 5:41 ........ 58, 132, 648, 717 6 :1 ................................. 530 6 :2 .........................618, 619 6:3 ........................ 274, 359 6 :4 .........................311, 502 6 :6 ................................. 502 6 :7................................. 233 6:8 ................................. 472 6:10.......................486, 542 6:13............................... 170 6:14 333, 5 76, 620, 626 6:16............. 198, 339, 543 6:17................................. 99 6:18............................... 549 6:20............................... 631 6:21............................... 157
800 6:22............................... 182 6:24............................... 212 6:25............................... 381 6:31............................... 529 6:34............................... 553 6:35 221, 308 6:36 287, 478 6:37 122, 399, 465, 466, 486, 509, 570, 617, 644 6:38............................... 529 6:44............................... 620 6:48............................... 124 6:49............................... 539 6:52............................... 539 7 :2 ................................. 189 7 :3 ................................. 132 7 :4 .........................426, 592 7 :8 ................................. 132 7 :9 ................................. 542 7:10............................... 717 7:13 339, 639 7:19............................... 654 7:26............................... 224 7:32............................... 216 7:33............................... 132 7:34 440, 493 8 :1 ................................. 643 8 :2 .............................64, 64 8 :3 ................................. 691 8:4 327, 465 8:10............................... 100 8:11 192, 599, 636, 637 8:12 346, 704 8:15............................... 502 8:18............................... 634 8:19............................... 189 8:21.......................542, 543 8:23............................... 450 8:24 542, 543 8:27............. 195, 402, 482 8:29........ 195, 321-22, 604, 625 8:31 196, 240 8:33................ 68, 236, 249 8:34 419, 486 8:35............................... 571 8:37............................... 467 8:38 239, 240 9 :1 ................................. 469 9 :3 ................................. 308 9 :4 ................ 160, 165, 648
índice Bíblico: Marcos 9 :5 ....... 529, 600, 625, 650 9:7 ............... 327, 638, 638 9:10........................160, 351 9:11............................... 601 9:12........................240, 576 9:15............................... 626 9:16........................ 160, 325 9:19.......... 57, 58, 69, 359, 625 9:20............................... 545 9:21............................... 123 9:22............. 238, 488, 717 9:23............................... 238 9:25 ...................... 717, 720 9:28............................... 544 9:30............................... 476 9:31 156, 240, 543, 568 9:34........................300, 345 9:35 233, 302, 453, 570, 706, 719 9:38............................... 553 9:41............................... 469 9:42............................... 359 9:43............. 685, 710, 717 9:47 ...................... 224, 717 9:50....................... 308, 351 10:1 502, 530, 586, 643 10:2............................... 636 10:8................................. 47 10:10............................. 502 10:11............................. 376 10:12.............................415 10:13............................... 39 10:18............................. 438 10:19........... 452, 469, 580 10:22............................. 322 10:23............................. 529 10:24............................. 625 10:25............................. 299 10:28..................... 322, 599 10:29............................. 660 10:30............................. 699 10:32 233, 648 10:33..................... 240, 537 10:34............................. 156 10:35............................. 476 10:37............................. 717 10:40............................. 234 10:45 185, 365, 367, 441 10:47.................68, 71, 717
10:48............................. 167 10:51............................. 477 10:52............................. 116 11:9............................... 618 11:10............................. 618 11:12............................. 232 11:14 482, 483, 509, 625, 650 11:16............................. 636 11:22........... 116, 119, 625 11:23.....................440, 493 11:24............................. 564 11:28............................. 346 11:30 ..................... 215, 440 11:31............................. 419 11:32.....................467, 553 11:33............................. 625 12:2............................... 157 12:4............................... 328 12:10.......................47, 339 12:11............................. 433 12:14............................. 467 12:17............................... 83 12:18............................. 604 12:20............................. 248 12:23............................. 187 12:24.....................333, 631 12:27.....................293, 438 12:31.....................233, 310 12:33.....................235, 287 12:34.....................201, 202 12:36............................. 349 12:38............................. 542 12:40.....................283, 654 12:41.....................502, 547 12:44............................. 503 13:1................................. 60 13:2............................... 469 13:3............................... 359 13:4............................... 450 13:5............. 192, 477, 599 13:7............................... 133 13:9............................... 144 13:13........... 567, 621, 649 13:15 .................... 487, 723 13:16 .................... 487, 723 13:19............................. 438 13:20.....................253, 696 13:24............................. 224 13:25.....................567, 649 13:26............................. 240 13:28............................. 242 13:30............................. 480
índice Bíblico: Lucas 13:31............................. 468 14:1.......................402, 482 14:2............................... 416 14:4............................... 658 14:5............................... 122 14:6............................... 717 14:10.....................233, 239 14:12............................. 157 14:16............................. 409 14:17............................. 530 14:21.............................240 14:28............................. 595 14:29............................. 694 14:30..................... 157, 596 14:33............................. 502 14:39.....................350, 707 14:41............................. 240 14:43.....................502, 560 14:44.....................142, 586 14:47............................... 85 14:49 .................... 359, 477 14:51............................. 618 14:54.............................417 14:55............................. 592 14:57............................. 502 14:59............................. 114 14:61.............................421 14:62.............................240 14:64............................. 195 14:65............................. 162 14:67.....................417, 643 14:68............................. 672 14:69 ............................ 621 14:71............................. 337 14:72 ............................ 545 15:1............................... 279 15:2.......................450, 625 15:7............................... 585 15:8....................... 192, 599 15:16............................. 338 15:18.......................58,493 15:23............................. 551 15:25............................. 248 15:26............................. 583 15:29............................. 275 15:30............................. 414 15:31............................. 599 15:32..................... 103, 405 15:33............................. 655 15:39.......... 242, 2 52, 259, 266 15:40.......................49, 236 15:43............................. 381
801 15:44............................. 553 15:45............................. 433 15:46 585, 649 15:47............................. 277 16:1 83, 644 16:4............................... 364 16:6 ........................ 60,441 16:8 349, 405 16:16 ............ 615, 621, 688 16:17-18 ....................405-6 16:19............................. 594 Lucas 1:1................................. 575 1:3........................... 69,303 1:4................................. 440 1:5................................. 304 1 :6................................. 287 1 :8................................. 595 1:11............................... 165 1:13....................... 142,440 1:14............................... 150 1:15 94, 249 1:18.......43, 334, 618, 658 1:20 343, 567, 649 1:21............................... 595 1:22............................... 599 1:24................ 49, 350, 414 1:25............................... 592 1:26............................... 433 1:28 381, 493 1:29 327, 483 1:30 .............................. 7 2 4 1:31............................... 570 1:32 .............................. 438 1:34.............. 532, 533, 674 1:35 249, 302 1:37............................... 433 1:38............................... 483 1:39............................... 247 1:41................................. 94 1:42 298, 618 1:43............................... 476 1:45............................... 620 1:47 153, 565 1:53............................... 413 1:55............................... 241 1:58............................... 552 1:59 307, 551 1:62..... 345, 484, 544, 700 1:63 43, 553 1:65............................... 701 1:66 221, 346
1:68............................... 241 1:73 190, 339 1:75............................... 156 1:76............................... 302 1:80................................. 81 2 :1 ................................. 426 2:2 ............................ 304-5 2 :3 .........................351, 426 2 :4 ................................. 597 2 :5 ................................. 426 2:8-9.............................. 190 2 :8 ................................. 124 2 :9 .........................189, 252 2:10............................... 724 2:11............................... 337 2:12.............. 334, 335, 568 2:14.......................247, 302 2:18............................... 621 2:21............................... 596 2:23............................... 576 2:26.............. 166, 583, 649 2:27............................... 196 2:28............................... 323 2:30............................... 461 2:36............................... 618 2:37....................... 109, 202 2:39............................... 350 2:40......... 93, 94, 171, 374 2:41 .........................99, 548 2:44............................... 202 2:45............................... 637 2:48.......................346, 628 2:49.......................236, 460 3 :1................................. 561 3:4 ...........................99, 576 3 :5 ...........................47, 253 3 :7................................. 618 3:8 ................ 189, 199, 469 3 :9................................. 524 3:11 .......................543, 717 3:12............................... 467 3:13............................... 297 3:16............ 155, 421, 521, 536 3:20............................... 335 3:21.......................247, 595 3:23............................... 323 4 :1 ................................. 636 4 :2 ...... 224, 433, 436, 636, 637 4 :3 11, 475, 663, 693 4 :4 ................................. 230 4 :6 ................................. 437
índice Bíblico: Lucas
802 4 :9 240, 451, 694, 717 4:11............................... 247 4:12............................... 509 4:15.......................323, 638 4:16 436, 583, 592, 649 4:17............................... 585 4:18............................... 334 4:20 217, 648 4:23...........................55, 68 4:28.........................94, 333 4:29....... 86, 584, 591, 592 4:32............................... 553 4:33............................... 372 4:34........ 68, 71, 151, 345, 580 4:35............................... 717 4:40 ............................... 644 4:41 .............. 191, 196, 400 4:42 ............................... 599 4:43.............. 437, 558, 658 5:1 ................ 323, 583, 586 5 :3 85, 545 5 :4 ................................. 646 5 :5 ................................. 253 5 :6 335, 436 5 :7 ................................. 593 5 :8 ................ 246, 266, 312 5 :9 ................................. 339 5:10 567, 649 5:11............................... 643 5:12 85, 247, 471, 699 5:14............................... 643 5:17............... 85, 287, 649 5:18 247, 583 5:20 116, 576 5:22.............. 509, 625, 650 5:24............................... 240 5:30............................... 280 5:33 212, 235 5:36............................... 542 6 :6 ................................. 334 6 :9 ................................. 671 6:10............................... 440 6:11................................. 94 6:12................................117 6:17............................... 287 6:19............. 401, 544, 553 6:20 461, 542 6:21 234, 241 6:22 186, 187 6:23............................... 548 6:29 ............................... 724 6:31 476, 664
6:32............. 451, 632, 694 6:35 233, 280, 302, ...................................... 722 6:37...................... 469,489 6:38...................... 158, 403 6:39............................... 465 6:40............................... 418 6:42 ...................... 464, 465 6:45 ...................... 295, 306 6:47 133, 230, 275, 359, 523 6:48............................... 597 7 :3 ................................. 644 7:6 135, 417, 476, 488, 678 7 :7 ............... 441, 488, 717 7:9 ................................. 553 7:12............................... 148 7:14................................. 68 7:19............................... 234 7:22............. 625, 644, 650 7:29.......................197, 439 7:30.......................114, 433 7:32 214, 283, 334, 618 7:35 ...................... 433, 562 7:38.......................170, 628 7:39 448, 663, 694, 695 7:40............................... 211 7:44............................... 242 7:45............................... 343 7:46............................... 170 7:50............................... 116 8 .................................... 422 8:2 ....... 400, 583, 586, 649 8 :6 ................................. 597 8 :8 ................................. 627 8 :9 ................................. 483 8:10.......................473, 474 8:11.......................241, 334 8:12............................... 615 8:13............................... 480 8:14............................... 615 8:16............................... 132 8:18 ...................... 479, 605 8:21............................... 212 8:24 ...................... 422, 422 8:25............. 116, 460, 662 8:27....................... 156, 347 8:28.........................71, 151 8:29............. 156, 433, 549 8:30............................... 334
8:37............................... 553 8:39 438, 717 8:40............................... 401 8:44................................. 86 8:47............. 458, 539, 628 8:48............................... 116 8:49............................... 530 8:50 .............................. 724 8:53............................... 631 8:54...........................57, 58 9 :1 ................................. 233 9 :4 ................................. 478 9 :7 ................................. 597 9:8 ........................... 85, 347 9:12 192, 287, 472, 599 9:14............................... 189 9:17............................... 303 9:18............................... 195 9:20....................... 195, 509 9:22............. 156, 240, 279 9:23.......................419, 542 9:25............................... 632 9:26............................... 240 9:27............................... 580 9:28...........................64, 64 9:30............................... 345 9:33 631, 632 9:37............................... 157 9:41 ...................58, 69, 359 9:43............................... 113 9:44.......................240, 323 9:45............. 212, 473, 649 9:46............................... 238 9:48.......................298, 299 9:49............................... 551 9:52............................... 591 9:53............................... 553 9:58............................... 478 9:62............................... 363 10:2............................... 542 10:4............................... 487 10:7 228, 308 10:9............................... 436 10:13............................. 696 10:19 235, 607 10:20 400, 454, 459, 661 10:21............................... 71 10:23............................. 215 10:25 347, 637 10:33............................. 627 10:35 132, 232
índice Bíblico: Lucas 10:39............................. 328 10:42 .... 298, 421, 421, 428 11:1....................... 193,488 11:3............................... 236 11:4............................... 717 11:5............................... 717 11:6............................... 661 11:7.......................242, 363 11:8.............. 192, 663, 707 11:14............................. 655 11:15............................. 153 11:16............................. 637 11:17............................. 631 11:19............................. 333 11:21............................. 519 11:26 ............................ 643 11:30.......................43, 240 11:33.....................132, 627 11:34 ............................ 308 11:37............................. 595 11:38 ........... 424, 426, 441, 553 11:40 ............................ 233 11:42........... 118, 121, 328, 452 11:44 ............................ 239 11:45............................. 529 11:46............................. 182 11:48..................... 160, 322 11:50............................. 474 12:1.......................342, 351 12:2............................... 303 12:3............................... 342 12:5............................... 595 12:6....................... 122, 649 12:7............................... 111 12:8............................... 240 12:10................. 52-53, 240 12:11............................. 480 12:15.............................417 12:17 .................... 478, 650 12:19.............................486 12:20.......... 155, 157, 403, 438 12:24............ 111, 438, 460 12:28............ 232, 438, 619 12:30............................. 400 12:37.....................414, 417 12:39............................. 695 12:40............................. 240 12:46............................. 339 12:48..................... 135, 403 13:2.......................625, 650
803 13:6............................... 647 13:7.......................520, 637 13:8.......................335, 625 13:14............................. 157 13:16............................. 157 13:19............................... 47 13:24............................. 599 13:25............................. 343 13:32.....................232, 644 13:33............................. 232 14:3............................... 280 14:8............................... 649 14:9............................... 303 14:10.....................303, 644 14:11............................. 230 14:18..................... 646, 647 14:20............................. 333 14:21............................. 280 14:26............................. 706 14:27............................. 344 14:32............................. 643 14:33............................... 85 14:34.....................435, 468 15:2............................... 455 15:4............................... 633 15:6.......................488, 618 15:8............................... 132 15:15............................. 441 15:17............................. 168 15:20............................. 201 15:22.....................239, 307 15:24.....................583, 649 15:25............................. 147 15:27............................. 533 15:28............................. 413 15:29............................. 520 15:32............................. 559 16:4............................... 565 16:5.......................302, 543 16:6............................... 643 16:7............................... 346 16:9................................. 88 16:10.....................297, 303 16:14............................. 619 16:15............................. 438 16:18.....................275, 523 16:23............................. 413 16:24.......................86, 124 16:25............................. 233 16:29............................. 486 17:3............................... 464 17:4............................... 570 17:5............................... 488
17:6............................... 221 17:7............................... 644 17:8.......................333, 414 17:11............................. 595 17:13............................... 71 17:14............................. 644 17:15.....................458, 539 17:19.....................116, 644 17:20............................. 433 17:25.....................201, 293 17:26............................. 240 17:27............................. 548 17:29............................. 155 17:30..................... 155, 240 17:31 .....................487, 723 17:37............................. 625 18:2.......................253, 452 18:5............................... 194 18:6................................. 87 18:7 124, 127, 438, 469 18:8............................... 240 18:11............................... 86 18:12........... 123, 202, 522 18:13 ........... 208, 223, 441 18:14.....................297, 523 18:16............................. 194 18:31 146, 233, 240, 434 18:33............................. 156 18:36.....................483, 655 18:38............................... 71 18:39............................. 167 18:40........... 605, 618, 655 18:42............................. 116 19:2................................. 61 19:3.......................539, 553 19:4....................... 124, 553 19:5............................... 644 19:8.........................85, 694 19:9............................... 250 19:10............................. 240 19:11............................. 597 19:16............................. 560 19:17.....................310, 648 19:20............................. 647 19:22............................... 68 19:29............................... 62 19:30............................. 644 19:32............................. 621 19:40........... 509, 625, 650 19:42............................. 696 19:44............................. 343
804 19:46............................. 576 19:47 192, 547, 599, 648 20:5............................... 419 20:6............. 192, 195, 649 20:10............................. 157 20:16............................. 482 20:17 47, 621 20:18...................... 230, 615 20:20........... 194, 419, 591 20:22............................. 601 20:29............................. 302 20:37 ........... 274, 276, 454 20:38............................. 438 20:41...................... 192, 195 21:6........................... 52,53 21:8............................... 477 21:9........................ 133, 469 21:10............................. 542 21:12......................286, 379 21:15............................. 250 21:16............................. 433 21:17 567, 649 21:18............................. 469 21:22............................... 81 21:24........... 567, 649, 677 21:25............................. 249 21:27............................. 240 21:36............................. 240 21:37........................61, 191 21:38............................. 400 22:1................................. 98 22:5............................... 265 22:6............................... 607 22:69 ........... 240, 567, 649 22:8............................... 644 22:13............................. 585 22:15......................169, 596 22:16............................. 480 22:20............................. 595 22:22............................. 240 22:23......................160, 483 22:24............................. 605 22:25............................. 119 22:31............................. 592 22:32......................116, 642 22:41............................. 202 22:43............................. 165 22:45............................. 227 22:48............................. 240 22:49........... 567, 614, 636 23:2..... 192, 194, 195, 599 23:6............................... 265
índice Bíblico: João 23:9............................... 421 23:15 135, 164, 165, 373, 649 23:19............................. 647 23:31.....................403, 467 23:33............................. 191 23:35............................. 400 23:39............................. 405 23:40............................. 349 23:42............................. 543 23:49.....................233, 307 23:51............................. 583 23:52............................. 148 23:53............................. 649 23:55............................. 583 24:7....................... 156, 240 24:10............................... 84 24:16............................. 592 24:18............................. 322 24:19............................. 236 24:20.....................399, 672 24:23..................... 605, 661 24:25.................58, 69, 607 24:34............................. 165 24:37............................. 605 24:44............................. 287 24:45............................. 592 24:46..................... 156, 363 24:47............................. 289 24:51............................. 595 24:52............................. 173 João 1:1-18............................ 267 1:1.. 6, 41, 45-46, 243, 247, 257-59, 264, 266-69, 290, 338, 359, 360, 382, 413, 449, 668, 735 1:2......................... 267,434 1:3......................... 369, 434 1:4 220, 245, 250, 267 1:6......... 54, 150, 267, 378, 433, 618 1:7......................... 411, 472 1:7,............................. 8 329 1:8................................. 477 1:9................................. 253 1:12........ 52, 82, 250, 267, 359, 382, 621 1:13 247, 267, 337 1:14 98, 264, 268, 378 1:15............... 54, 303, 455 1:16 250, 368
1:17....... 38, 227, 434, 461 1:18 242, 267, 307, 360, 363, 371 1:19 ...................... 334, 532 1:20.......................283, 455 1:21....... 8, 218, 222, 322, 529, 558 1:22............. 322, 621, 674 1:23.........................39, 322 1:24............................... 586 1:26.......................336, 580 1:28 .............................. 648 1:29............... 60, 224, 232 1:30............. 303, 363, 455 1:31............................... 333 1:32............................... 223 1:33............. 478, 586, 591 1:34............................... 577 1:35............................... 586 1:36................................. 60 1:38.......................450, 522 1:39............................... 490 1:41 ............. 201, 293, 648 1:42............................... 560 1:45............. 223, 241, 247 1:46............. 359, 490, 491 1:48............. 196, 379, 596 1:49 ............ 241, 257, 263, 264 1:51............................... 240 2 .................................... 561 2:1 86, 220 2 :2 ............... 220, 401, 482 2 :4 .............68, 150-51, 529 2 :5 .........................486, 529 2 :7 .................................529 2 :8 .........................212, 529 2 :9 ................................. 191 2:10............ 233, 254, 297, 306, 322, 436, 480, 524, 529 2:11 ............. 187, 242, 359 2:14............................... 561 2:15............................... 561 2:16 ....... 80, 486, 487, 724 2:18............. 346, 460, 674 2:19-21............................ 98 2:19.......448, 490-91, 561, 688 2:20.......156, 437, 560-61, 674 2:21 97, 98,119, 561 2:22............................... 552
805
índice Bíblico: João 2:23............................... 359 2:24-25.......................... 597 2:24 ............. 325, 349, 597 2:25....... 228-29, 476, 597, 662 3 .................................... 597 3:1 ................. 54, 229, 597 3 :2 .........123-24, 329, 521, 580 3 :3 .........................347, 518 3 :6 .........................234, 265 3 :7 ............... 469, 553, 717 3 :8 ................................. 524 3:10............................... 223 3:12............. 233, 471, 698 3:13............................... 240 3:14 ............. 240, 437, 668 3:15............. 359, 363, 621 3:16 ...... 40, 180, 230, 239, 311, 359, 380, 438, 465, 474, 480, 522, 523, 593, 616, 620-21, 668, 673, 676, 677 3:17............................... 434 3:18 ............. 580, 621, 660 3:19 ...................... 308, 459 3:21............................... 575 3:22 38, 402, 412, 482, 547 3:23 ............. 436, 553, 560 3:24.......................583, 649 3:25............................... 674 3:26............................... 521 3:27............................... 649 3:28............................... 575 3:29....................... 169, 264 3:31............................... 359 3:33............. 308, 454, 661 3:36............................... 621 4 .................................... 529 4:1-3................................ 54 4:1-2.............................. 412 4 :1 ............... 458, 539, 661 4 :4 ................................. 601 4 :5 ....... 153, 241, 436, 618 4 :6 ........ 241, 248, 435, 631 4 :7 ....... 192, 218, 244, 324, 488, 529, 717 4 :8 .........................585, 673 4 :9 ....... 102, 160, 218, 324, 529, 592
4:10
142, 218, 324, 345, 618, 695 4:11 218, 241, 242, 324, 393, 528, 529, 618 4:12............................... 398 4:13 ..... 324, 522, 523, 621 4:14 107, 339, 468, 479, 568, 571 4:15-16.......................... 317 4:15 242, 324, 528, 529 4:16...................... 324, 717 4:17 ............. 324, 455, 678 4:18............. 265, 293, 340 4:19 ....... 265-66, 324,456, 528, 678 4:20............................... 558 4:21 ............. 172, 173, 528 4:22 173, 226, 322, 337 4:23-24.......................... 173 4:23............................... 537 4:24 ....... 43, 270, 438, 522, 601 4:25 428, 528, 536, 618 4:26...................... 528, 661 4:27 208, 247, 461, 519, 553 4:28............................... 528 4:30............................... 545 4:31...................... 232, 488 4:32...................... 212, 607 4:33............................... 674 4:34............. 475, 528, 661 4:35...................... 456, 545 4:36 ...................... 402,474 4:39............. 241, 359, 646 4:40...................... 219, 604 4:41............................... 299 4:43............................... 219 4:45......................631, 632 4:46 184, 185, 186, 219, 347, 674 4:47......................539, 627 4:49......................528, 596 4:50............. 219, 528, 655 4:51............................... 174 4:52......................248, 559 4:53......................402, 482 4:54......................187, 242 5 :1 ................................. 333
5:2 ............... 436, 531, 618 5 :4 ................................. 451 5:6 ........................ 328, 520 5:8 ............... 658, 717, 721 5:10............ 264, 436, 545, 601, 674 5:11............ 186, 317, 330, 486, 621 5:13 ............ 436, 538, 586, 655 5:14.......................487, 561 5:15.......................458, 539 5:16............................... 553 5:17............................... 421 5:18............ 185, 243, 248, 351, 414, 553, 638, 664 5:19............. 421, 543, 674 5:23.......................267, 618 5:24 ...................... 275, 581 5:25....................... 133, 615 5:26............................... 602 5:27.......................240, 674 5:28.......................459, 553 5:29.......................101, 252 5:31 .......................471, 675 5:33............................... 577 5:34............................... 676 5:36.......................304, 577 5:37............................... 330 5:38............................... 465 5:40............................... 465 5:42.......................119, 121 5:44.......................215, 351 5:45............................... 576 5:46............. 663, 695, 696 6:2................................. 401 6 :6 ............... 586, 636, 637 6 :7 ................................. 122 6:10....................... 195, 204 6:13................................. 94 6:14............................... 405 6:17............................... 585 6:19............................... 202 6:20 ............................... 724 6:22............ 160, 458, 539, 553 6:24 ............. 323, 637, 677 6:26............................... 405 6:27............................... 240 6:31............................... 649 6:32............................... 582 6:33............................... 274
índice Bíblico: João
806 6:35.......................468, 621 6:37............................... 469 6:39............................... 621 6:40............................... 465 6:42............................... 455 6:44............................... 699 6:45............. 126, 615, 649 6:46............................... 378 6:47............................... 621 6:51............................... 347 6:52............................... 427 6:53............................... 240 6:54............................... 275 6:60............................... 674 6:62............................... 240 6:64 247, 539, 567, 586, 614, 621, 636 6:66............................... 658 6:67............................... 674 6:68............................... 468 6:70.......................249, 265 6:71............................... 327 7 :1 ................................. 553 7 :3 ................................. 699 7 :7 ................................. 400 7 :8 ................................. 436 7:12............................... 213 7:14............................... 561 7:15............................... 631 7:23....................... 187, 253 7:24............................... 190 7:25............................... 674 7:26............................... 162 7:28.......................561, 674 7:32............................... 327 7:33-43.......................... 327 7:33.......................621, 674 7:35............................... 674 7:37............................... 586 7:38............... 52, 621, 654 7:39............................... 621 7:40............................... 674 7:41............................... 212 7:42................................. 99 7:44............................... 327 7:45............................... 327 7:47............................... 436 7:49............................... 401 7:52.......................489, 491 8 :6 .........................163, 636 8 :7 .........................301, 646 8:12............................... 469 8:13............................... 674
8:17...................... 454, 576 8:19............................... 695 8:20............................... 561 8:21............................... 674 8:22............................... 674 8:23...................... 232, 543 8:25............................... 674 8:27............................... 553 8:28............................... 240 8:30............................... 359 8:31...................... 674, 699 8:33 .............................. 455 8:34...................... 230, 266 8:39 .................. 44, 45, 241 8:41............................... 398 8:42............................... 533 8:44............................... 328 8:51............................... 469 8:53............................... 398 8:56............................... 664 8:57............................... 674 8:58........ 267, 515, 530-31, ...................................... 596 8:59............................... 561 9 :1 ................ 189, 311, 627 9 :2 265, 326, 473, 677 9 :3 ................................. 399 9:8 43, 275, 553 9 :9 ................................. 543 9:10..................... 437, 674 9:16............................... 674 9:17............................... 450 9:18..................... 461, 552 9:22............ 188, 427, 476, .............................553, 586 9:28............................... 265 9:30............................... 459 9:32............................... 453 9:33............................... 696 9:35..................... 240, 359 10:2............................... 264 10:3............................... 400 10:4............................... 400 10:6............................... 329 10:7............................... 100 10:10............ 201, 293, 465 10:19............................. 717 10:21............................. 400 10:23............................. 561 10:24 .................... 694, 717 10:27............................. 400 10:28............ 142, 468, 474 10:29............................. 509
10:30.......................47, 267 10:32.....................346, 535 10:33..................... 265, 635 10:34.......................46, 2 7 2 10:35..................... 187, 436 10:37-38 ....................... 708 10:37........... 691, 7 1 7 , 724 10:38............................. 559 11:2............. 163, 170, 435 11:8....................... 192, 599 11:9............. 124, 697, 698 11:11............................. 536 11:13.......................99, 586 11:19 .................... 277,379 11:21.....................695, 703 11:24............................. 302 11:25 ........... 327, 359, 621 11:26 450, 468, 474 11:27 ........... 458, 539, 576 11:28............................. 335 11:29............................. 329 11:31............................. 559 11:32............................. 663 11:36............................. 548 11:38............................. 631 11:44 .................... 585, 717 11:49.......................85, 124 11:50............................. 387 11:51............................. 264 11:56............................. 561 12:1............................... 379 12:4-6............................ 405 12:5.......................122, 440 12:6............................... 632 12:10............................. 427 12:14............................. 649 12:16............................. 583 12:18............................. 401 12:21............................. 148 12:23............................. 240 12:29............................. 605 12:31............................. 103 12:33.....................346, 637 12:36............................. 265 12:40............................. 474 12:44............................. 359 12:46............................. 621 12:48............................. 330 12:50............................. 265 13:1................................. 99 13:3............................... 632 13:4............................... 414 13:5............. 217, 559, 599
807
índice Bíblico: Atos 13:6 .................... ................... 535 13:8.......... ................... 707 13:10........ ................... 427 13:13........ ..................... 61 13:19........ ........... 379, 596 13:23........ ......................................648 13:27........ ......................................535 13:31 ................ . . . 240, 242, 564 13:33 ................ ................... 599 13:34........ ................... 351 13:35........ ........... 265, 465 13:38........ ................... 479 14:1.......... ................... 440 14:3.......... ................... 707 14:6.......... ................... 327 14:8.......... ................... 111 14:9.......... ......................................156 14:17 ................ ...........375, 522 14:18 ................ ...................................... 187 14:21 ................ ...................... 330,433 14:22........ ...................................... 460 14:26 ................ .....182, 331-32 14:28........ ...........111, 635 14:29........ ................... 596 14:31........ ................... 477 1 5 ............. ....................... 8 15:1-11..... ................... 393 15:1 .................... .......................................... 44 15:2 .................... ...................................... 198 15:4.......... ...................................... 720 15:5 .................... ...................................... 393 15:6 .................... . . . 393, 403, 564 15:8 .................... ................... 476 15:12............................476 15:14............................707 15:15............................186 15:16 ....................................... 322, 671 15:19 ....................................................... 696 15:20 ................ ............339, 708 15:25........ ........................200, 477 15:26 .......................... 331-32, 338, 378, 480 16:2......................604, 615 16:7......................332, 475 16:13-14 ................. 331-32 16:17..............................85 16:20 ........................................................... 47 16:24 ........................................................649 16:33........ ........................................465 17:3 ..................... . . . 327, 475, 661 17:5......................339, 379 17:7.............................. 576 17:9..............................363
17:11............................. 488 17:13............................. 465 17:17............................. 250 17:23.......................47, 649 17:24.....................379, 476 17:25............................... 57 17:26............................. 221 18:4............................... 529 18:5............................... 529 18:10............................. 632 18:11............................... 53 18:15............ 83, 165, 175, 401 18:16............................. 126 18:17............................. 529 18:18........... 417, 553, 583, 586 18:20............................. 561 18:21............................. 621 18:23........... 691, 694, 708 18:32............................. 637 18:35............................. 265 18:37............................. 133 18:38............................. 335 18:39............................. 467 19:1.......................409, 412 19:3............... 58, 493, 547 19:4............................... 529 19:5.......................221, 529 19:6 ...................... 529, 720 19:9............................... 529 19:10............................. 529 19:11............................. 649 19:12............................. 707 19:13............................. 249 19:14............................... 60 19:19............................. 649 19:20............................. 553 19:21.....................488, 717 19:22............................. 577 19:26............................... 60 19:27............................... 60 19:28............................. 474 19:31............................. 400 19:39.......................92, 124 19:41.....................583, 649 19:42............................. 553 2 0 .................................. 529 20:1-2............................ 527 20:1............... . 528, 529 20:2............................... 528 20:3............................... 401 20:4....................... 111, 303
20:5............................... 528 20:6............................... 528 20:8............................... 303 20:10............................. 325 20:11............................. 628 20:13............................. 528 20:14............................. 528 20:15............................. 528 20:16............................. 528 20:17 ........... 274, 277, 487 20:18............................. 528 20:19............................. 528 20:20............................. 335 20:23............................. 581 20:25.....................212, 469 20:26............................. 528 20:27............. 60, 276, 528 20:28....... 58, 82, 267, 268 20:29 .................... 282, 528 20:31 46-47, 472, 576 2 1 .................................. 381 21:1............................... 333 21:2............................... 235 21:8............... 93, 155, 201 21:10............................. 565 21:15............................... 84 21:16............................. 190 21:19.....................625, 637 21:23............................. 459 21:24............................. 399 Atos 1:1.....................58, 69, 304 1:2................................. 440 1:3 351, 595 1:4................................. 627 1:5 305, 437, 440, 461 1:7...........................40,222 1:8................................. 568 1 :9 .................................334 1:10.......................586, 648 1:11..... 242, 346, 568, 664 1:12....................... 102, 618 1:16 49, 621 1:18 125, 327, 412, 424-25 1:19 241, 252 1:20............. 486, 487, 576 1:21............................... 253 1:23 199, 436 1:24 71, 488, 644 1:25...............................288 2 .................................... 288
808 7-1 .....................436, 595 ?•? .............................648 ?-3 ............................. 440 1-4 .............. 94, 440, 599 ?-6 .....................544, 553 ?-8 ............................. 519 7-10 ............................. 100 7-17 ............................. 195 7-18 ............................. 628 7-14 ............................. 486 7 1 S ....................... 43, 248 7-16 ............................. 434 7-17 ............ 169, 190, 303 7-70 ..................... 307, 596 7-71 ............................. 479 7-77 ............ 199, 339, 433 7-78 ............ 288, 644, 735 7-78 ............................. 436 7-80 ............ 205, 631, 632 7-88 ....................... 99, 295 7■88 ............................. 480 7-86 ............................. 252 7-87 ............................. 204 2:38. 289, 369-71, 441, 441 7-41 ............................. 370 7-47 ..................... 119, 225 7-48 ..................... 149, 400 7-44 ............................. 621 7-47 ............................. 547 8-7 .... 191, 347, 544, 548, 592 8-8 ............................. 605 8-3 ............................. 212 8-8 ............................. 545 8-10 ....................... 94, 553 8-11 ............................. 132 8-17 ............ 346, 421, 519 8-18 ..................... 199, 605 8-14 ..................... 233, 275 8-16 ..................... 116, 215 8-18 ............................. 607 8-1Q ..................... 289, 370 8-71 ..................... 196, 568 8-78 ..................... 133, 479 8-76 ............ 598, 637, 664 4:1-2 ............................. 597 4-7 ............................. 519 4-8 ............................. 232 4-4 ............................. 621 4-3 ............................. 232 4-7 ............................. 334 4-8 ............................... 94 4-9 ..................... 117, 440
índice Bíblico: Atos 4:10........ ..................... 336 4:11........................ 47, 326 4:12...................... 227, 452 4:13............. 230, 458, 539, 553 4:16........ ............. 189,454 4:17........ ............. 464, 472 4:21............. 212, 461, 544, 553 4:22........ ..................... 586 4:26........ ..................... 103 4:27........ ..................... 247 4:29-30.... ..................... 598 4:31........ ....................... 94 4:35........ ..................... 347 4:36........ ..................... 648 5:1.......... ..................... 153 5 :2.......... ..................... 421 5 :3.......... ....................... 68 5:5 .......... ............. 234, 644 5 :6.......... ..................... 644 5 :7 .......... ..................... 635 5 :8 .......... .... 122, 212, 486 5:10........ ..................... 185 5:17........ ....................... 94 5:18........ ..................... 161 5:24........ .... 133, 484, 701 5:28........ ............. 452, 577 5:29........ ............. 402, 482 5:31........ ............. 289, 295 5:35........ ..................... 414 5:36........ ............... 47, 195 5:37........ ..................... 304 5:38........ ..................... 233 5:39........ ............. 560, 694 5:41........ ..................... 628 5:42........ ...... 47, 184, 646 6 :1.......... .............544, 553 6 :3.......... ...............93, 399 6 :4.......... .............567, 649 6:7.......... ..................... 401 6:8.......... ..................... 449 6:9.......... ..................... 160 6:10........ ..................... 226 6:13........ .... 327, 448, 646 6:14........ ..................... 457 6:15........ ..................... 251 7:2.......... ...... 87, 165, 596 7:4.......... ..................... 595 7:8.......... ..................... 252 7:9.......... ..................... 632 7:10........ ..................... 250 7:12........ ............. 646, 661
7:13......................142, 175 7:14..............................233 7:16..............................122 7:19......................195, 592 7:20............. 145, 147, 202 7:26............. 165, 265, 551 7:30.............................. 165 7:31..............................553 7:33.............................. 265 7:34.............................. 464 7:35............. 330, 578, 582 7:39.............................. 308 7:40........................ 52, 241 7:42..... ........................ 592 7:45..... .................. 81, 627 7:48..... ................ 302, 524 7:51..... ........................ 521 7:54..... ........................ 545 7:55..... ........................ 618 7:56..... ........................ 618 7:58..... ........................ 102 7:60..... ....... 311, 335, 469 8 :1....... ................160, 648 8 :6 ....... ........................595 8 :9 ....... ........................195 8:10..... ................ 331, 334 8:11..... ........................ 156 8:14..... ...... 456, 458, 539, 576 8:16..... ................ 583, 649 8:19..... ........................ 521 8:20..... ................ 482, 483 8:21..... ....... 149, 151, 308 8:27..... ...... 567, 586, 614, 626, 636, 637 8:31..... ....... 195, 484, 701 8:40..... ........................ 627 9:1-19... ........................ 426 9 :1 ....... ........................ 148 9 :2 ....... ....... 224, 471, 699 9 :4 ....... ........................ 220 9 :7 ....... ... 133-34, 159, 220 9 :8....... ........................ 630 9 :9 ....... ........................ 202 9:11..... ................ 191, 644 9:15..... ......... 88, 331, 607 9:17..... .......................... 94 9:18..... ........................ 426 9:20..... .......................... 44 9:21..... ................ 586, 646 9:22..... ........................ 629 9:24..... ........................ 676 9:25..... ........................ 124
índice Bíblico: Atos 9:31..............................306 9:34.......... ....................518 9:39..............................160 9:40..............................558 1 0 .................................371 10:3..............................381 10:9..............................217 10:12............................287 10:13............................644 10:14............................180 10:15............................487 10:17............................ 345 10:20............................ 644 10:23............................ 421 10:25....................589, 595 10:28....................187, 189 10:30............................202 10:33............................ 433 10:35............................275 10:38........... 242, 433, 460, 553 10:41....................433, 595 10:42............................ 433 10:43............ 359, 370, 621 10:45............................ 160 10:47........ ... 370, 371, 592 10:48.................... 359, 605 1 1 ............ .................... 371 11:2.............................. 236 11:3......................160, 381 11:7......... ............ 133, 644 11:15-16 ...................... 371 11:15....... .... 194, 307, 595 11:16....... ............ 435, 548 11:20....... ..... 47, 183, 199 11:23....... .................... 162 11:26....... .................... 627 11:28....... ............ 412, 567 12:2......... ............ 163, 435 12:6......... ............ 157, 163 12:7......... ................... 252 12:11....... ............ 114, 351 12:16....... 12:18....... .................... 450 12:19....... .................... 605 12:20....... ............ 359, 597 12:21....... ................... 417 12:23....... ................... 558 13:2 ........ .... 277, 278, 655 13:3......... .................... 264 13:4......... .................... 166 13:6......... .................... 183 13:9......... ...................... 94
809 13:10
58, 69, 70, 71, 249, 465, 646 13:13............................. 236 13:17............................. 104 13:20........... 156, 333, 561 13:22............................. 142 13:23............................. 199 13:31........... 160, 165, 300 13:33............................. 576 13:38-39 ....................... 370 13:39.....................230, 621 13:40............................. 477 13:41.....................469, 553 13:43............................. 618 13:44-47 ....................... 289 13:44.....................192, 599 13:45............................... 94 13:46............................. 414 13:48 370, 400, 583, 649 14:4.......................210, 213 14:9............................... 607 14:15............................. 519 14:16............................. 158 14:17............................. 325 14:18............................. 627 14:19............................. 293 14:22............................. 146 14:23.....................377, 585 14:24............................. 180 14:26..................... 142, 583 15:1 158, 214, 471, 599, 699 15:2............................... 284 15:3............................... 212 15:10............................. 592 15:11 ........... 328, 370, 522 15:13.....................559, 595 15:20............................. 607 15:21............................. 520 15:22............................. 427 15:23.....................608, 609 15:29 108, 485, 493, 607, 633, 718 15:35............................. 401 15:37..................... 191, 544 15:38 .................... 275, 544 15:39............................. 351 16-28............................... 69 16:3.......................161, 412 16:5 146, 154, 185, 547 16:6............................... 166
16:9............. 165, 586, 644 16:12............................. 345 16:14............................. 544 16:15.....................451, 694 16:16.....................630, 664 16:17..................... 101, 302 16:21........... 152, 265, 601 16:30-31 ....................... 370 16:30........... 196, 472, 601 16:31........... 199, 212, 321, 402 16:34.....................631, 632 16:37............................. 162 16:40............................. 381 17:2............................... 381 17:3.......................337, 553 17:5.........................83, 413 17:6...............................364 17:7............. 192, 194, 195 17:11............................. 483 17:12............................. 279 17:15............................. 476 17:16.....................191, 646 17:18 211, 212, 213, 224, 484, 701 17:20............................. 195 17:22............................. 300 17:27........... 484, 561, 701 17:32............................. 213 18:2............................... 597 18:3............................... 359 18:3............................... 359 18:5-6............................ 289 18:5............... 47, 192, 197 18:6............................... 232 18:7............................... 160 18:9............................... 724 18:12............................. 102 18:14................ 58, 69, 696 18:15........... 349, 400, 570 18:21............................. 633 18:25............................. 583 18:26.....................224, 599 18:28............. 47, 192, 197 19:2............................... 211 19:6............................... 239 19:8-9............................ 289 19:8............................... 427 19:13........... 205, 219, 247, 518 19:15............................. 219 19:21............................. 595 19:26............................. 236
810 19:27............................... 48 19:29.......................94, 130 19:31............................. 605 19:32............................. 585 19:35............................. 301 19:36............................. 195 19:37............................. 619 2 0 .................................. 289 20:1............................... 595 20:16 .................... 484, 701 20:21 288, 289, 370, ...................................... 735 20:22........... 537, 567, 636 20:24............................. 591 20:28............................. 276 20:30............................. 592 20:31............................. 646 20:35............................... 55 20:38.....................459, 586 21:7............................... 202 21:8............... 83, 102, 232 21:10............................. 301 21:11........... 328, 412, 425 21:16............................. 339 21:19............................. 547 21:20............................. 621 21:21............................. 158 21:24 .................... 424, 441 21:25............................. 287 21:26............................. 441 21:29............................. 649 21:30............................. 130 21:31............................. 148 21:32............................. 646 21:33........... 412, 483, 649 2 2 .................................. 133 22:4............................... 568 22:5 567, 614, 636, ...................................... 637 22:9..........................133-34 22:16 ............................ 426 22:19..................... 323, 648 22:20............................... 99 22:21............................. 201 22:28............................. 122 22:29............................. 583 22:30............................. 433 23:3................................. 66 23:5.......................576, 586 23:6............................... 103 23:7....................... 135, 279 23:10............................. 477 23:11............................. 157
índice Bíblico: Romanos 23:12............................. 480 27:16............................. 191 27:17.....................477, 551 23:15............................. 596 23:20............................. 232 27:19............................. 240 23:24............................. 539 27:20........... 201, 234, 293 23:25-26 ....................... 563 27:21 .................. 58, 69, 69 23:26........... 148, 608, 609 27:23............................. 522 27:24.....................487, 724 23:29..............................135 27:29............................. 477 23:30 485, 493, 563, 567, 718 27:31............................. 322 27:32.....................324, 411 23:31............................. 563 27:33.....................520, 545 24:3............................... 253 24:5............................... 185 27:36............................. 420 27:38.....................421, 630 24:11 343, 567, 614, 636, 637 27:39 .................... 484, 701 24:14 .................... 459, 518 27:41............................... 40 24:15..................... 567, 607 27:43............................. 561 24:17 301, 567, 614, 28:2............................... 132 636, 637 28:4............................... 266 24:19........... 484, 699, 701 28:6....................... 185, 195 24:21............................. 305 28:8............................... 381 24:24..................... 152, 153 28:11............................. 151 25:4............................... 359 28:22............................. 599 25:5............................... 694 28:24-28 ....................... 289 25:11 135, 421, 518, 28:24............................. 213 708 28:28............................. 420 25:13..................... 636, 637 25:18............................. 379 Romanos 1:1 ................. 50, 121, 437 25:20............................. 483 25:22..................... 232, 552 1:2................................. 337 1:4......................... 109, 247 25:26............................... 70 26:5.......................302, 699 1:5.........................106, 395 26:7.........................58, 202 1:6................................. 127 26:11............................. 551 1:7........ 51, 126, 127, 149, 26:12............................. 342 393 26:13............................. 240 1:8................................. 116 26:14............................. 134 1:9.........................270, 521 26:16............................. 607 1:11............................... 472 26:17............................. 338 1:12............. 116, 398, 661 26:18..................... 163, 370 1:13....... 57, 195, 437, 440, 26:19 ...................... 70, 175 465, 526, 558, 561, 26:20.....................289, 370 568 26:24..................... 247, 400 1:15............................... 662 26:27............................. 580 1:16 223, 241, 242, 26:28............................. 534 264, 621 26:29..................... 187, 195 1:17..... 109, 242, 295, 372 26:32............................. 695 1:18 242, 252, 436, 27:1 ............................... 605 438 27:4....................... 192, 449 1:19............................... 118 27:8....................... 191, 347 1:20............. 127, 287, 594 27:10........................ 567 1:21............. 127, 437, 634 27:11............................. 433 1:24............. 521, 592, 594 27:12..................... 484, 701 1:25......... 89, 90, 344, 378 27:14............................. 297 1:26............................... 333
índice Bíblico: Romanos 1:28............................... 592 1:29............. 171, 250, 374 1:30................................174 1:32................................135 2 :1 ............. 58, 69, 70, 523 2 :3 ...................... 58, 69, 70 2 :4 ....... 127, 289, 534, 535 2 :5 .........................101, 414 2 :8 .........................101, 416 2:12............................... 664 2:13.......................438, 440 2:14............ 236, 331, 351, 414 2:15............................... 188 2:16............................... 127 2:17-29.......................... 289 2:17.......................451, 694 2:18............................... 234 2:19............ 192, 194, 195, 576 2:21-23.......................... 450 2:22 ............................... 605 2:23............................... 119 2:25.......................471, 699 2:26 ........................ 48, 465 2:27............................... 633 3:1-8..............................289 3 :1 ................................. 122 3:2 ........................ 437, 438 3:3-4..............................482 3 :3 ..........................116, 465 3 :4 .................................595 3 :5 ..........................101, 570 3 :6 .................................482 3 :9 .................................389 3:10....................... 455, 576 3:19............. 436, 437, 474 3:21............................... 449 3:22................. 114-16, 621 3:23............................... 503 3:24............................... 200 3:25 117, 118, 187, 369 3:26......... 115-16, 192, 236 3:27,......................... 28 335 3:28 163, 396, 435, 438 3:29............................... 694 3:30............................... 694 3:31............................... 482 4 :2................................. 694 4 :3 ................................... 48 4 :4 ................................. 217
811 4 :5 ...........................48, 116 6:22............................... 184 6:23............................... 153 4 :7 ................................. 438 615................................ 482 4 :8 ................................. 468 7 .................................... 8,9 4:11...... 99, 106, 125, 192, 195, 215, 592, 621 7:2-3.............................. 699 7:2....... 241, 306, 440, 581 4:12....................... 116, 158 7:3...... 150, 192, 195, 571, 4:13............................... 196 594, 633, 655 4:15.......................664, 676 7:7-25............................ 392 4:16...............116, 192, 194 7:7-13 ................... 392, 532 4:18....................... 191, 195 7:7 ....... 453, 482, 570, 723 4:19.......................146, 155 7 :8 311, 312 4:20............................... 168 7 :9 392, 532 4:22................................. 48 7:12............................... 297 4:24............................... 621 7:13 ............. 308, 474, 482 4:25............................... 369 7:14-25 ..................... 2, 392, 5:1 ........ 398, 440, 464, 662 531-32 5 :2 ................................. 576 7:14 ............. 392, 532, 649 5 :3 ................................. 631 5 :5 .........................121, 577 7:15............................... 531 7:16............................... 694 5 :7 ............... 233, 347, 571 7:18 234, 601 5:8-9...............................167 7:20............................... 694 5 :8 ............... 102, 351, 460 7:22............................... 160 5 :9 ...... 101, 239, 368, 434, 7:24...........................60, 87 435 7:25 216, 532 5:10....................... 167, 627 8 :2 ................................. 392 5:11............................... 653 5:12-21.......................... 343 8 :3 ................................. 363 8 :5 ...........................377 5:12......... 334, 342-43, 376 8:9 ............... 252, 694, 706 5:14.........................43, 558 8:11.........................127 5:15............................... 167 8:12.........................174 5:17 ............... 99, 167, 694 8:13.... 166, 393, 599, 682, 5:20............................... 474 685, 708 5:21............................... 311 8:14 163, 166, 330, 6:1 .........................467, 570 685 6 :2 ...... 145, 154, 482, 570, 662 8:16......................160-61 8:17-30....................181 6 :3 ................................. 219 8:17..... 119, 129, 474, 683 6 :4 .....................40, 90, 219 8:21.......................87-88 6 :5 ................................. 694 8:22........................ 233 6:6 .... 87, 87, 333, 459, 632 8:23........................ 322 6 :8 ................................. 324 8:24........................ 140 6 :9 .........................536, 631 8:26 160, 238 6:11 146, 186, 419, 525 8:28 180-81, 204 6:12 127, 487, 525, 8:29............. 104, 181, 195 592 8:30 330, 564 8:31........................ 334 6:13 185, 486, 525, 575, 720 8:32 465, 673 8:33-34................... 450 6:14............................... 389 6:15................ 389,468 8:33........................ 126 6:17.......................339, 548 8:34........................ 295 8:35............... 74, 114, 121 6:19............................... 185 6:21.......................328, 346 8:36............................... 101
812 8:38............................... 580 8:39....................... 121, 347 9:1-3.............................. 289 9 :1 .........................160, 519 9 :2 ................................. 310 9 :3 ............... 387, 451, 552 9 :8 ................................... 48 9:11............................... 114 9:12............................... 299 9:14 ...................... 482, 570 9:15............. 478, 479, 533 9:16............................... 110 9:19............................... 346 9:20-23.......................... 418 9:20...................58,69,418 9:21.......................350, 418 9:22 101, 127, 410, 417-18, 438 9:23............................... 418 9:29.......................451, 696 9:33 ...................... 576, 621 10:1-3............................ 289 10:3............................... 110 10:4 ...................... 264, 621 10:5.......................204, 615 10:6............................... 469 10:8............................... 533 10:9........ 183, 187-88, 248, 359, 471, 686, 699 10:11........... 230, 533, 621 10:11,....................... 12 188 10:12............................. 135 10:13..................... 188, 479 10:14............................. 467 10:16.....................399, 533 10:18-21 ....................... 289 10:19.....................323, 533 1 1 .................................. 395 11:1............................... 482 11:2............................... 450 11:3................................. 68 11:4............................... 414 11:7............................... 528 11:8.........................88,592 11:9.........................47, 533 11:10........... 440, 493, 592 11:11-32 ....................... 289 11:11........... 473, 482, 665 11:14............................. 707 11:17.......................85, 130 11:20............................. 440 11:22............................... 60 11:25 ........... 343, 479, 526
índice Bíblico: 1 Coríntios 11:26....... ........... 253, 576 11:27....... ........... 334, 480 11:30-32 .. ................... 168 11:33....... .. 58, 60, 69, 94, 250 11:34....... ........... 119, 130 12:1......... ... 604, 618, 673 12:2......... .. 160, 196, 441, 525 12:3......... ........... 601, 618 12:5......... ................... 351 12:6......... ................... 653 12:7......... ................... 284 12:9......... .. 227, 295, 308, 650 12:10-14 .. ................... 651 12:14....... ................... 525 12:15....... ................... 608 12:16-19 .. ................... 651 12:19....... ................... 533 12:20....... ................... 630 12:21....... ................... 295 13:1......... ... 433, 525, 575 13:2......... ............ 114, 471 13:4......... ... 119, 229, 230 13:6......... .................... 266 13:8......... ............ 235, 581 13:9......... ... 238, 453, 570, 723 13:11....... ............ 335, 631 13:12....... .............. 80, 465 13:14....... ............ 183, 199 14:5......... .................... 486 14:9......... .... 334, 504, 559 14:10....... .................... 224 14:11....... .................... 474 14:12....... .................... 116 14:13....... .................... 607 14:14....... .................... 195 14:16....... .................... 441 14:18....... .................... 165 14:19....... .................... 235 14:21....... .................... 235 14:23....... ............ 265, 581 1 5 ............ .................... 107 15:1........ .................... 452 15:4......... .................... 465 15:5........ ............ 107, 483 15:6......... ............ 274, 276 15:7........ ............ 421, 673 15:8......... .................... 195 15:11...... .................... 486 15:12...... ............ 134, 400
15:13........... 15:15........... 15:16........... 15:18........... 15:22........... 15:23........... 15:25........... 15:26........... 15:32........... 15:33........... 16:1-2.......... 16:1............. 16:3............. 16:5............. 16:7............. 16:8............. 16:9............. 16:10........... 16:18........... 16:19........... 16:20........... 16:22........... 16:25...........
106, 483, 598 ....... 433, 563 121, 192, 618 ............... 110 ............... 110 ............... 607 ............... 637 ................. 85 ............... 434 ............... 106 ............... 475 ....... 191, 518 ............... 130 ............... 127 ............... 577 ............... 127 ............... 127 ............... 307 ............... 287 ............... 526 ............... 106 ............... 221 ............... 156
1 Coríntios 1 :1 ............... ......... 50, 434 1:2............... .......148, 282 1 :3 ............... ..................51 1:4-5............ ................ 460 1 :9 ............... ................ 434 1:10............. ........ 418, 475 1:12............. .......... 82, 459 1-13 .. 247, 436, 450 1:18............. .. 41, 214, 264 1:20............. 130, 253, 295 1:21............. ................ 621 1:23............. ................ 521 1:25-28........ ................ 295 1:25............. ......... 111, 304 1:27-28........ ................ 295 1:28............. ................ 234 1:30............. ................ 433 1:31............. 486, 486, 576 2 :2 ............... ................ 605 2 :5 ............... ................ 116 2 :6 ............... ................ 282 2 :7 ............... ........ 379, 618 2:8 .. 87, 451, 675, 683, 696 2:10............. ........ 671, 675 2:11............. ........ 301, 675 2:13............. 125, 126, 127 2:14............. ........ 236, 265 3:1-2........... ................ 712
813
índice Bíblico: 1 Coríntios 3 :2 ................................. 182 3:5-7.............................. 130 3 :5 ................................... 43 3 :6 ................................. 412 3 :7 ................................. 618 3 :9 .........................130, 398 3:10 310, 311, 436, 438 3:12............................... 706 3:13............. 222, 247, 461 3:15............................... 706 3:17............................... 706 3:18 486, 487, 525, 605 3:19 ........................ 55, 265 3:21............................... 525 4 :1 .........................184, 486 4:2 ............... 475, 661, 678 4:3 ........................ 303, 475 4 :4 .........................144,264 4 :5 ....... 125, 217, 433, 480 4:6 334, 389, 472, 476, 561 4 :8 ................................. 559 4 :9 ................................. 187 4:10............................... 398 4:11............................... 436 4:12............................... 629 4:14 ...................... 637, 664 4:15............................... 617 4:17....................... 182, 338 5 :1 ................................. 196 5 :2 ................................. 473 5 :5 ................................. 440 5 :8 .................................465 5:9-13................................ 8 5 :9 160, 217, 427, 563, 658 5:10...............................281 5:12............................... 233 6 .................................... 415 6 :1 .........................427, 633 6 :2 ......................... 135, 374 6 :4 ................................. 699 6 :6 ................................. 335 6 :7 .........................427, 441 6 :8 .........................333, 335 6 :9 ................................. 525 6:11............. 331, 427, 548 6:13....................... 144, 327 6:15............................... 482 6:16............................... 160 6:17............................... 160
6:18............................... 525 6:19............... 98, 266, 339 6:20....................... 122, 721 7:3 ................................. 486 7:7 .........................213, 526 7:9-10............................ 415 7 :9................................. 486 7:11.........................40, 196 7:13............................... 706 7:14 239, 307, 400 7:15 ............. 375, 485, 489 7:16................................. 68 7:23....................... 122, 438 7:24............................... 378 7:25............................... 607 7:26............. 183,187, 526 7:28............................... 564 7:29............................... 477 7:32............................... 526 7:33............................... 615 7:35............................... 287 7:36............................... 489 7:37............. 335, 607, 688 7:39.......................581, 607 8 :2 .........................605, 706 8 :6 ................................. 188 8 :9 ................................. 477 8:10............................... 633 8:12............................... 617 9 :3 ................................. 149 9 :9 .........................524, 576 9:10............. 235, 399, 607 9:15............................... 563 9:16............................... 707 9:17.......................691, 708 9:18............................... 476 9:21............................... 109 9:23............................... 130 9:25.......................204, 328 10:1............................... 526 10:2............................... 427 10:6............................... 195 10:7............................... 400 10:13 195, 599 10:14............................. 525 10:16 240, 339 10:20 194, 195 10:21............................. 252 10:27-29 ....................... 391 10:29-30 ....................... 391 10:30............ 162, 346, 391 10:31............................. 391 10:33............................. 297
11:3 ............ .. 45, 264, 526 11:4............. ................ 627 11:5............. ................ 162 11:6............. ........427, 486 11:7............. ........254, 452 11:8............. ................ 254 11:9............. ............... 254 11:10 .......... ............... 452 11:15 .......... ........471, 699 11:18........... ........ 133, 661 11:21........... ................ 595 11:22........... ................ 334 11:24........... ................ 334 11:25........... ........242, 595 11:26........... 110, 479, 522 11:27........... ................479 11:28 .......... ....... 414, 722 11:29 .......... 143, 275, 633 11:31........... ............... 696 11:32 .......... ................ 433 12-14........... ................ 285 12:1............. ................ 526 12:3......................188, 621 12:5..............................349 12:6............. .................603 12:8..............................349 12:9..............................349 12:10............................251 12:11........... , 349, 416, 603 12:13 .......... .. 32, 166, 197, 254, 338, 374, 435, 437, 439, 440 12:15 .......... .........303, 378 12:17....................310, 311 12:23............................111 12:28-29 ......................284 1 3 .........................471, 698 13:1-3...................465, 663 13:1 ............ . 240, 471, 698 13:2 ........... 471, 594, 698, 708 13:3 ............. 463, 567, 712 13:4-13......................... 227 13:4.............................. 413 13:8................. 422-23, 430 13:9-10.................236, 422 13:10....................295, 333 13:12............................ 295 13:13.......... 299-300, 301, 327 14:2............ ................. 166 14:5 ............................ 476 14:7............ ................. 467
814 14:8...................... 417, 698 14:9...................... 567, 649 14:10........... 484, 699, 701 14:14...... ............. 308, 519 14:15...... ..................... 215 14:16...... ..................... 237 14:20...... ..................... 146 14:22...... ..................... 621 14:25...... ..................... 172 14:28...... ..................... 699 14:33...... ..................... 107 14:37...... ..................... 706 14:39...... ............. 234, 725 15:3-4..... ..................... 377 15:3........ ............. 576, 678 15:4........ ............. 438, 577 15:5........ ..................... 165 15:6........ ............. 165, 520 15:7........ ..................... 165 15:8..............................165 15:9......................302, 321 15:10...... ............. 252, 338 15:13...... ..................... 691 15:14...... .... 116, 663, 691 15:15...... ..................... 398 15:17............................116 15:19............................111 15:23............................235 15:28............................349 15:32....................232,465 15:33..............................55 15:34....................119, 525 15:35............................151 15:37.......... 484, 567, 636, 699, 701 15:39.............................. 82 15:41........... 109, 111, 249 15:44........... 451, 683, 684 15:50..... ...................... 459 15:54..... ...................... 215 15:55..... .................. 67, 68 15:57..... ........................ 60 15:58..... ...................... 631 16:2....... ...................... 637 16:3....... ...................... 327 16:5....... ...................... 536 16:6-7.... ...................... 359 16:15..... ...................... 174 16:16..... ...................... 477 16:17..... ...................... 114 16:20..... ...................... 427 16:21..... ...................... 221 16:22..... ...................... 706
índice Bíblico: 2 Coríntios 2 Coríntios 1:1................ . 82, 149, 434 1:2..................................51 1:3.......253, 274, 276, 277 1:4................................433 1:6................................440 1:7................................631 1:8................................235 1:10............. ................ 576 1:11............. ................ 163 1:12............. .................. 88 1:13............. ................ 364 1:15............. ........151, 465 1:17............. ................ 237 1:18............. ................ 308 1:19............. ................ 434 1:20............. ................ 237 1:20-21........ ................ 399 1:21-22........ ................ 275 1:22............. .................. 9 9 1:24............. ................ 576 2 :3 ............... ........580, 631 2 :7 ............... ................168 2 :8 ............... ................ 605 2:11............. ................ 433 2:13........ 194, 19697, 579, 595, 597, 610 2:15............. ................ 234 2:17............. .................648 3:1-6.............................396 3 :1 ................................599 3 :2 ................................364 3 :3 ............... 110, 170, 662 3 :7 ................................694 3 :8 ................................694 3 :9 ................................167 3:11..............................167 3:12..............................396 3:14.............................. 350 3:18.............................. 421 4:1-6............................. 396 4 :2 ................................ 414 4 :3 .............. ......... 241, 649 4 : 4 ........................103, 104 4 :7 ................................ 110 4 :8 ................................ 653 4:14............ ................. 631 5 :1 .............. ................. 220 5 :4 .............. . 220, 342> 376 5 :5 .............. ................... 9 9 5 :6 .............. ......... 631, 653 5 :8 .............. ......... 359, 382 5:11-16....... ................. 396
5:11....... .... 142, 534, 535, 631 5:13....... ...................... 144 5:14....... .... 120, 121, 383, 387, 459 5:17....... ..... 400, 694, 706 5:18....... ...................... 399 5:19....... ...................... 647 5:20....... .............. 399, 488 6 :2 ......... . 80, 87, 100,157, 533 6:7 ................................287 6:14....... .... 160, 525, 619, 648 6:15..............................295 6:16......................264, 455 6:18................................47 7 :1 ................................465 7 :3 ................................ 577 7 :4 ............... 162, 171, 374 7 :6 ........ ....................... 114 7:7................................ 337 7:8-9..... ....................... 708 7:9-10.... ....................... 289 7:11...... ....................... 195 7:12-16.. ....................... 396 7:15...... ....................... 114 8:1-8..... ....................... 396 8 :2 ........ ......................... 94 8 :5 ........ ....................... 434 8 :6 ........ ............... 194, 197 8 :7 ........ ....................... 477 8 :9 ........ ...... 163, 413, 559 8:10-11.. ....................... 235 8:11...... ....................... 602 8:12...... ....................... 465 8:17...... ............... 301, 563 8:18...... ............... 220, 563 8:20...... ....................... 618 8:22...... ............... 563, 646 8:24...... ............... 114, 651 9:1-5..... ....................... 396 9 :1 ........ ....................... 235 9 :3 ........ ....................... 563 9 :5 ........ ............... 192, 563 9 :7 ........ ....................... 524 9:11...... ............... 174, 653 9:12...... ....................... 648 9:13...... ....................... 119 10-13............................395 10:1-2............................395 10:1......................287, 627 10:3..............................247
índice Bíblico: Gálatas 10:5............................... 395 10:7.......................395, 486 10:8............................... 395 10:9-10.......................... 395 10:11.....................395, 459 10:12 158, 395 10:13............................. 395 10:14............................. 395 10:15..................... 116, 395 10:16............................. 592 10:17.............................486 11:3............................... 477 11:6.......................395, 396 11:7............................... 200 11:9............................... 359 11:10............................. 250 11:12 .................... 395, 396 11:14.......................81, 417 11:15............................. 694 11:16..................... 195, 605 11:20 ............................ 706 11:21.......... 395, 396, 478, 479 11:22............................. 265 11:23 .................... 265, 635 11:24............................. 558 11:25.....................558, 579 11:29............................. 322 11:30............................. 236 11:31............................. 274 12:2............................... 248 12:7............................... 142 12:9 ...................... 303, 519 12:10............................. 480 12:11............................. 575 12:13 204, 488 12:16............................. 489 12:17............................. 395 12:18-19....................... 395 12:18............................. 158 12:20............................. 477 12:21........... 283, 287, 289 13:1-3............................ 395 13:1............................... 536 13:4............................... 395 13:5............................... 486 13:6-9............................ 395 13:10............................. 395 13:11.......... 107, 201, 293, 418, 493 13:12............................. 351 13:13............................. 121
815 Gálatas 1:1 433, 434 1 :2 .........................149, 396 1 :3 ................................... 51 1 :4 ............... 274, 276, 351 1:6 396, 519, 553, 621 1:8-9.............................. 396 1:8................................. 525 1 :9 ................................. 706 1:10-24.......................... 396 1:10............................... 696 1:12............................... 440 1:13.......................548, 551 1:14............................... 548 1:15............................... 275 1:16............................... 375 1:18............................... 359 1:22............................... 648 2 :1 ................................. 247 2 :4 ............... 398, 412, 571 2 :5 ...........................54, 359 2 :6 ................................... 54 2 :7 ....... 101, 197, 436, 439 2 :8 163, 164, 435 2 :9 ................................. 398 2:10.......................230, 477 2:11............................... 247 2:12.......................236, 596 2:13.......................480, 593 2:14............................... 195 2:15-21.......................... 116 2:15............................... 301 2:16 115-16, 335, 631 2:17.........................40, 482 2:18............ 391, 451, 683, 694 2:20..........................115-16 2:21............................... 200 3:1-4:11 ........................ 115 3:1 .....................58, 69, 440 3:2-5.............................. 335 3 :2 ................................. 334 3 :3 ................................. 166 3 :5 ................................. 603 3 :6 ................................... 48 3 :7 ................................. 236 3 :9 ................................. 335 3:10.......................335, 592 3:11............................... 660 3:12........ 615 3:13............ 106, 230, 387, 524 3:15............................... 436
3:16............. 338, 440, 533 3:17............................... 433 3:18............................... 582 3:19.......................434, 480 3:21............. 482, 599, 696 3:22 115-16, 621 3:23 ............. 379, 596, 618 3:25............................... 264 3:29............. 241, 685, 694 4 :1 .........................111,308 4:3 ............... 583, 585, 649 4 :6 ................................. 461 4:7 ........................ 434, 694 4 :8 .........................152, 289 4 :9 .................................433 4:10............................... 421 4:14............................... 252 4:15 ............. 695, 703, 704 4:18.......................359, 521 4:19............................... 338 4:20.......................359, 552 4:22............................... 225 4:23.......................213, 582 4:24.......................326, 334 4:27............................... 295 4:30............................... 533 5:4 ........................ 344, 535 5 :5 ......................... 166, 399 5 :7 ............... 109, 416, 664 5:10............................... 479 5:12............. 234, 424, 427 5:13............. 227, 438, 525 5:14 238, 453, 570, 719 5:16........ 158, 165-66, 338, 434, 469, 525 5:17.......................198, 473 5:18............. 166, 663, 694 5:19-21.......................... 250 5:21............................... 568 5:22-23 ................. 250, 645 5:22............................... 106 5:25 158, 166, 465, 663 5:26............................... 465 6 :1 ................. 88, 347, 486 6 :2 ................................. 351 6 :3 ............... 414, 605, 706 6 :4 ................................. 486 6 :7 ................................. 198 6 :9 157, 465, 633, 646 6:10............................... 233 6:11-18.......................... 563 6:11 .......................170, 563
816 6:12..... 6:14..... 6:16..... 6:17
índice Bíblico: Efésios ............... 168, 535 ....................... 482 ....................... 158 ....................... 487
Efésios 1 .......... ....................... 421 1:1....... ...............282, 434 1:2....... ................... 51, 99 1:3....... 274, 659, 671, 735 1:3-14... ....................... 340 1:3-6.... ....................... 340 1:3-4.... ......................... 38 1:4-5.... ....................... 625 1:4....... 195, 379, 421, 428 1 :6....... ............... 234, 337 1:7....... ............... 199, 240 1:7-10... ....................... 340 1:8-9.... ....................... 625 1:11-12. ........................ 340 1:11..... ........................ 603 1:12..... ........................ 399 1:13-14. ....... 91, 338, 340, 625, 651 1:13..... ............... 166, 332 1:14..... ......... 99, 332, 338 1:15-16. ........................ 627 1:16..... 1:17..... ............ 90-91, 475 1:18..... .................. 90, 631 1:19-20. ................ 624, 625 1:19..... ......... 90, 346, 621 1:20..... ......... 98, 295, 630 1:21..... ........................ 340 1:22..... ........................ 564 2 .......... ........................ 336 2:1-10... ........................ 625 2:1 145, 154, 155, 191, 634 2:2-3.... ........................ 336 2:2 .. 8 1 ,100, 104, 199, 416 2 :3 ....... ................ 101, 399 2 :5 ...... 160, 250, 438, 575, 649 2 :6 ....... ........................ 564 2 :7 ....... ................180, 474 2:8 .. 167, 168, 250, 334-35, 369, 575, 649 2 :9 ....... ........................ 472 2:10..... ........................ 376 2:11-22. ....... 398, 651, 659 2:12..... ........................ 108 2:13..... ................ 201, 626 2:14-15. ........................ 630
2:14 ...................... 275, 295 2:15............. 325, 626, 639 2:16............................... 295 2:17......................201,493 2:18............................... 398 2:19............................... 129 2:20-22............................ 98 2:20......... 100, 102, 284-86 2:21............................... 253 3 :1 ................................... 82 3 :2 ................................. 133 3:3 ........................ 563, 565 3:5-6.............................. 192 3 :5 ............... 284, 286, 306 3 :6 ........................130, 195 3:8 ........................142, 302 3:10............................... 434 3:12 115-16, 286 3:14............................... 475 3:15 .............. 253, 253, 372 3:16 ...................... 434, 475 3:17......................631, 652 3:18............................... 286 3:19......................121, 375 3:20............................... 398 4:1-3.............................. 652 4:1 ............... 321, 652, 652 4:2-3.............................. 652 4 :3 ........................105, 652 4 :4 ................................. 493 4 :8 ............... 190, 533, 627 4 :9 ............86, 99-100, 112, 238 4:10 ...................... 375,493 4:11............. 213, 284, 375 4:12-13.......................... 371 4:13......................119, 480 4:15......................204, 465 4:16............................... 412 4:17............................... 400 4:18................................. 91 4:21-22.......................... 605 4:22-24 ........ 605, 608, 652 4:22............................... 605 4:25 351, 461, 525, 605, 662 4:26-29.......................... 658 4:26................. 2,224,489, 491-92 4:27....................... 492 4:28..... 234, 465, 630, 722 4:30.........................81, 717 4:32 ...................... 662, 675
5:1-3.............................. 525 5 :2 187, 722 5 :3 ................................. 671 5:5 ........ 276, 459, 485, 718 5 :6 ................................. 101 5 :7 ................................. 129 5 :9 ................................. 105 5:11............................... 160 5:14 491, 533 5:15-21.......................... 651 5:16............................... 421 5:17............................... 717 5:18-21.......................... 340 5:18 ........ 93, 94, 171, 215, 375, 441, 487, 525, 639, 659, 717 5:19-21.... 639, 644-45, 651 5:19 144, 351 5:20............................... 274 5:21 651, 659 5:22-6:9 651, 659 5:22 ............... 58, 651, 659 5:23...........................40, 44 5:25................ 58, 216, 229 5:31................................. 47 5:33.................. 477,486 6:1-2.............................. 525 6 :2 ............... 151, 312, 372 6 :4 ....................717,725 6:8-9.............................. 631 6:11............................... 592 6:14............................... 629 6:17............. 338, 598, 662 6:18 363, 652 6:19............................... 594 6:21............................... 274 6:22............................... 563 Filipenses 1:1................................. 148 1:2................................... 51 1:3-4.............................. 627 1:4................................... 85 1:6 311, 327, 459, 568, 632, 665 1:7 85, 130, 192, 193, 194, 196, 216, 287, 597 1:8................. 85, 243, 270 1:9................................. 335 1:10 196, 371 1:11 197, 434, 439 1:12-13.......................... 192
índice Bíblico: Colossenses 1:12............................... 599 1:13............................... 192 1:14............. 111, 168, 299 1:15............................... 521 1:16-17.......................... 213 1:16............................... 631 1:18....................... 162, 493 1:21-22..........................235 1:21............. 147, 600, 601 1:22 ........................ 90,421 1:23 135, 167, 382 1:24............................... 235 1:25 ...................... 631, 632 1:27 116, 135, 160, 204, 236 1:28 143-44, 335 1:29 192, 221, 236, 440, 607 1:30............................... 630 2 :1 ................. 88, 347, 706 2:2-4.............................. 630 2:2 ........................ 350, 476 2:3 ........................ 630, 646 2:5-11............................602 2 :5 ................................. 525 2:6-11............................ 340 2:6-7 ............... 368, 634-35 2 :6 ....... 151, 174, 186, 220, 235, 243, 413, 602, 634-35, 663 2 :7 ....... 146, 351, 630, 635 2 :8 ....... 105, 124, 125, 414 2:9-11............................474 2:10-11.......................... 474 2:10....................... 125, 173 2:11 ....................... 188, 270 2:12............. 167, 525, 603 2:13 ....... 46, 235, 264, 601, ..................................... 602-3 2:14............................... 525 2:16................................. 81 2:17............. 116, 440, 694 2:18............................... 493 2:20............................... 187 2:25....................... 199, 275 2:28.......................493, 563 3:1 ........ 201, 293, 493, 601 3 :2 ................................. 306 3 :3 ................................. 283 3 :4 .........................635, 706 3 :5 ......................... 103, 298 3 :7 ....... 185, 186, 330, 331 3 :8 ................. 90, 337, 673
817 3 :9 ................ ... 114-16, 215 3:12............. 342, 409, 433 3:15..............................465 3:16......................158, 608 3:17............. 130,184, 661 3:18............. 183, 189, 628 3:20.............. ................449 3:21.. 87, 88, 235, 325, 607 4 :2 ................................526 4 :3 ..................................68 4:4-9.............................525 4:4-6.............................658 4 :5 ........................486, 720 4 :6 ............... 163, 435, 486 4 :7 .................................. 106 4 :8 ................................327 4 :9 ................................ 107 4:10...................... 601, 602 4:19..............................449 4:20.............................. 274
2:13............................... 191 2:16.......................486, 487 2:19 110, 132, 190, 287, 338 2:20 ............. 346, 441, 633 2:21............................... 469 2:22............................... 287 2:23............................... 648 3:1 ............... 160, 242, 694 3:2............... 233, 236, 525 3 :4 ................................. 378 3 :6 ................................. 101 3 :7 ................................. 503 3:13............................... 652 3:16.......................525, 652 3:20............................... 334 4 :5 ................................. 421 4 :7 ................................. 274 4:10............. 129, 471, 699 4:16............................... 221
Colossenses 1:1................................434 1:2..................................51 1:3................................398 1 :4 ............... ........ 116, 133 1:5............... ................ 100 1:6............... ................ 648 1:9-20.......... ................128 1:9............... 439, 646, 665 1:10............. ................ 119 1:13............. ................ 100 1:14............. ................ 199 1:15-20.................128, 340 1:15............. ......... 104, 128 1:15a........... ................128 1:16............. ................434 1:17............. ................ 379 1:18............. .................. 99 1:21............. ................ 191 1:22............. ............ 88,92 1:23............. ................ 339 1:25............. .................. 88 1:27............. ................ 346 1:28............. ........187, 189 2 :1 ............... ................ 526 2 :2 ............... ................ 652 2 :3 ............... .................. 93 2 :5 ............... ................ 116 2 :6 ............... ........ 183, 199 2 :7 ............... ................ 440 2 :9 ............... ....94, 98, 128 2:11............. .... 87, 92, 169
1 Tessalonicenses 1:1................................... 51 1:3............... 106, 227, 274 1:4................................. 632 1 :7 ............... 195, 359, 621 1:8................................. 116 1:9................................. 289 1:10............. 101, 363, 620 2 :2 ................................. 121 2 :4 ............... 215, 433, 575 2 :6 ................................. 363 2 :8 ................................. 121 2 :9 ......................... 121,124 2:10 ...................... 234, 621 2:12............................... 592 2:13-16.......................... 289 2:13..... 252, 333, 416, 621 2:16............. 564, 589, 594 2:18.......................322, 396 3 :1 ................................. 396 3:2 ...... 116, 130, 199, 275, 277, 396 3 :3 ................................. 592 3 :4 .........................359, 399 3 :5 ......................... 116, 396 3 :8 ................................. 699 3 :9 ................................. 346 3:10....................... 116, 124 3:11.......................274, 482 3:13 ...................... 274, 378 4 :3 ................................. 606 4:14............. 434, 451, 694
818 4:15-16.......................... 252 4:15............. 295, 334, 399 4:16.......................349, 568 4:17............................... 382 5 :1 .................................379 5 :2 .................................252 5 :3 ............... 469, 480, 519 5 :4 ................................. 473 5 :5 ................................... 81 5 :6 ................................. 465 5 :9 ................................. 101 5:12............................... 283 5:14............................... 413 5:15-22..................525, 658 5:17............................... 521 5:19-20.......................... 487 5:23............................... 483 5:27............. 195, 205, 221 2 Tessalonicenses 1:2................................... 51 1:3................................. 116 1 :7................................. 363 1:10............................... 621 1:11............................... 343 1:12............................... 276 2:1 ........ 288, 290, 398, 735 2:2-3.............................. 437 2 :4 .........................275, 417 2 :5 ................................. 359 2:6-7......................332, 621 2 :8 ................................. 437 2:10............................... 343 2:11................................. 91 2:12............................... 621 2:13............................... 435 2:15............. 132, 197, 439 2:17............................... 483 3 :1 ................................. 160 3 :5 ......................... 121, 483 3 :8 .........................200, 202 3:10............. 359, 459, 706 3:11 .......................533, 661 3:13.......................646, 724 3:14 ...................... 608, 706 3:16............................... 483 1 Timóteo 1 :2 ................................... 51 1:9................................. 459 1:10............................... 618 1:12-13.......................... 191 1:15 220, 302, 664 1:17 88, 103-4
índice Bíblico: 2 Tessalonicenses 2 :1 ................................. 526 2 :5 ................................. 135 2 :6 157, 187, 351, 366, 388 2:8-3:16........................ 229 2 :8 ............... 229, 452, 661 2 :9 ................................. 229 2:10............................... 229 2:11............. 229, 254, 486 2:12............ 229, 254, 525, 599 2:13.......................303, 525 2:15............. 229, 369, 568 3:1 ....... 132, 220, 686, 706 3 :2 ............... 192, 229, 601 3 :7 233, 433 3 :8 ................................. 311 3:10 ............. 486, 525, 633 3:11............................... 224 3:12............................... 525 3:13............................... 414 3:15............. 338, 471, 699 3:16............. 163,165, 340, 341-42, 343, 359 4 :1 ................................. 299 4 :3 ................................. 415 4 :4 ................................. 633 4 :6 ................................. 633 4 :7 .........................414, 525 4 :9 ................................. 220 4:12............................... 486 4:15............................... 174 4:16............................... 630 5 :1 ................................. 525 5 :5 ......................... 124, 275 5 :8 .........................281, 694 5:13............................... 619 5:16............. 295, 486, 487 5:17............................... 486 5:18............................... 533 5:21.......................276, 475 5:22............................... 525 5:25............................... 307 6 :3 ................................. 706 6 :4 ................................. 402 6 :5 ....... 183, 194, 195, 243 6 :8 ................................. 633 6:10............................... 265 6:11...................58, 69, 525 6:12............................... 190 6:14............................... 187 6:15............. 157, 274, 277, 621
6:20............ ..............58,69 2 Timóteo 1:1................................434 1:2..................................51 1:6................................364 1 :8 ................................160 1:9................................379 1:13..............................525 1:14..............................486 1:16.............................. 483 1:18.............................. 483 2 :1 ............. .................. 525 2 :2 ........................284, 607 2 :4 ................................621 2 :5 ................................699 2 :6 ............. .................. 133 2 :8 ............. .................. 525 2:10........... .................. 250 2:11........... .......... 220, 694 2:12........... .................. 708 2:13........... ............ 40, 419 2:18 .......... .......... 195, 345 2:19........... .................. 230 2:22........... .................. 525 2:24........... .................. 329 2:25........... ......... 289, 329 2:26 .......... ................. 329 3 :1 ............ ..................459 3 :3 ............ ..................224 3 :8 ............. .................. 327 3 :9 ............. .................. 328 3:14........... .......... 525, 632 3:15-16...... .................. 658 3:15........... .......... 196, 599 3:16........... . 220, 220, 253, 382 4 :1 ............. .......... 205, 276 4 :2 ............. ..........220, 721 4 :5 ............. ................. 525 4 :7 ............ 190, 577 Tito 1:1 ............ ..........116, 119 1 :2 ............. .................. 379 1 :3 ............. ..................157 1:4............. .................... 51 1:11........... .................. 630 1:12 .......... ................... 55 1:13........... ................. 242 1:15 .......... ................. 437
819
índice Bíblico: Filemon 2 :1 ................................. 525 2 :2 ............... 146, 192, 607 2 :3 ................................. 224 2 :4 ................................. 233 2 :6 ................................. 605 2 :9 .................................608 2:10... 188-89, 215,312-13 2:11...............175, 242, 253 2:12............................... 559 2:13...... 99, 272, 273, 276, 288, 290, 735 3 :1 ................................. 525 3 :3 ................................. 398 3 :5 ....................... 398, 411 3:8 ....................... 220, 308 3:11............................... 632 3:12............................... 604 3:14............................... 525 Filemom 1 .................................... 275 3 .................... 51, 250, 433 5 .................................... 133 6 .................................... 116 7 .......................... 434, 575 8 .................................... 234 9 .................................... 227 10 324, 337 12 .................................. 563 13 359, 387, 552 15 ........................ 333, 440 17 .................................. 694 18 ................. 326, 347, 488 19 ..................................563 20 ........................ 482, 483 2 1 .......... 458, 539, 576, 580 2 4 .................................. 130 Hebreus 1:2 245, 247, 449 1:3 88, 295, 624, 627 1:4 111, 166, 167, 297, 299 1:5................................... 48 1 :6......... 172, 173, 233, 486 1:7-8 ............................... 59 1:7................................. 185 1:8................................... 59 1:9...........81, 107, 182, 333 1:10................. 43, 68, 264 1:11..................... 322, 436 1:12............................... 400 1:13............................... 480
1:14.......................250, 599 2:1 .........................396, 601 2:2-3.............................. 694 2 :3 396, 434, 570, 633, 663, 687 2 :5 ................................. 396 2 :6 ................................. 346 2 :7 ................................. 170 2 :8 ............... 577, 595, 598 2 :9 .........................170, 347 2:10............................... 369 2:14............................... 400 2:15.......................235, 595 2:17............................... 204 2:18............................... 576 3 :1 ................................. 274 3 :3 ....... 111, 112, 297, 438 3 :4 ............... 347, 440, 524 3 :5 ............... 239, 567, 636 3 :6 .........................227, 396 3 :8 .........................469, 717 3:12....................... 128, 593 3:13............................... 233 3:14............................... 576 3:15............................... 595 3:17............................... 400 3:18............................... 567 4:1 .........................465, 477 4 :2 ............... 119, 396, 649 4:3 ........................ 247, 621 4 :4 .........................294, 307 4 :5 ................................. 334 4 :8 .........................451, 696 4:10............................... 564 4:11............................... 396 4:12............. 299, 308, 618 4:13 311, 359, 396, 576 4:14............. 132, 396, 465 5:2 ............... 284, 322, 420 5 :3 ................................. 325 5 :4 ................................. 433 5 :5 ............... 192, 351, 599 5 :8 .........................340, 635 5:11............................... 396 5:12............. 194, 196, 284 5:13............................... 128 6 ........................................ 8 6 :3 ;........................... 335 6:4-6......................393, 633 6 :4 .............................1, 307 6 :5 ................................. 310 6 :6 ............... 144, 351, 414
6 :7 .................................433 6 :9 112, 197, 393, 396, 439, 580 6:10............. 308, 339, 594 6:11............................... 396 6:13............................... 205 6:14............................... 568 6:15............................... 413 6:18............. 311, 465, 618 7:1 .........................275, 302 7 :2 ................................... 88 7:3...........................40, 619 7:5-6.............................. 213 7 :5 ................................... 82 7 :6 ................................. 582 7 :7 .........................229, 295 7 :9 .........................582, 609 7:12............................... 633 7:18............................... 287 7:19............................... 111 7:20-21.......................... 213 7:22............................... 111 7:24.......................212, 597 7:25.......................434, 620 7:26............. 108, 111, 396 8 :1 ................................. 396 8 :3 .........................196, 665 8 :4 .................................696 8 :5 ................................. 582 8 :7 .........................303, 696 8:10.........................47, 169 8:12............................... 469 8:13............................... 598 9 :1 ................................. 303 9:3 ....... 103, 215, 251, 298 9 :5 ................................. 396 9:7 ................................. 135 9 :8 ................................. 101 9:12.......................247,421 9:17............................... 311 9:22............................... 435 9:23............................... 297 9:25............................... 414 9:26............................... 195 9:27............................... 334 10:1............................... 350 10:2............................... 646 10:4.......................310, 311 10:5............................... 418 10:7................................. 59 10:9............................... 303 10:10.....................396, 575 10:15............................. 594
índice Bíblico: Tiago
820 10:16............................. 169 10:19............................. 396 10:23............................. 240 10:24............................. 351 10:25.....................167, 522 10:26.....................595, 633 10:27............................. 347 10:31.....................235, 660 10:38-39 ......................... 44 10:38.....................471, 699 11:1................................. 44 11:3............................... 418 11:4............................... 297 11:6............................... 148 11:8................ 40, 592, 594 11:12.....................333, 335 11:15............................. 328 11:17.......... 163,435,551, 582, 636 11:18............................. 455 11:21............................... 85 11:23 ............ 433, 558, 627 11:25.............. 83, 160, 464 11:26............................. 112 11:28............................. 582 11:30............................. 400 11:31............................. 160 11:32-38 ....................... 404 11:32............ 396, 467, 633 11:37 ........................ 404-5 12:1 323, 396, 398, 465, 642, 644 12:2 ........ 274, 277, 367-68 12:3............................... 639 12:5............................... 487 12:7............................... 346 12:8............................... 694 12:10............... 132-33, 213 12:11.....................312, 575 12:14............................. 486 12:15............................... 81 12:16............................. 122 12:17 .................... 485, 718 12:22..................... 148, 153 12:24............................. 297 12:27............................. 238 13:1............................... 486 13:5............................... 468 13:9............................... 441 13:16............................. 287 13:17 486, 567, 636 13:18.....................396, 397 13:19............................. 396 13:21............................. 483
13:22............................. 396 13:23 199, 396 13:24............................. 236 Tiago 1:1 ................ 225, 608, 609 1:2-4.............................. 486 1:2 480, 720 1:4-6.............................. 486 1:4 472, 639 1:5................ 347, 486, 706 1:6................................. 247 1 :9 .................................486 1:11............................... 562 1:12............. 224,310,312 1:13..... 125, 323, 433, 636 1:17............................... 648 1:18........ 85, 86, 192, 195, 347 1:19.............. 485, 607, 718 1:21....................... 306, 421 1:22.......................351, 419 1:24............................... 581 1:25.......................275, 330 1:26 ...................... 605, 706 1:27 40, 274, 276, 606, 661 2 :1 ................................. 116 2 :4 ...........................88, 449 2 :5 146, 185, 234, 450 2 :6 .........................180, 233 2 :7 ....... 215, 349, 440, 450 2 :8 ................................. 570 2 :9 .........................639, 686 2:10 ...................... 479, 581 2:11............. 451, 469, 684 2:12............................... 438 2:14-26.......................... 219 2:14............. 219, 465, 604 2:15............................... 619 2:16............. 142, 324, 437 2:17..... 219, 351, 471, 699 2:18....................... 219,449 2:19............................... 400 2:20...................58,69,219 2:22............. 160, 219, 435 2:23...................40,48,264 2:26............. 219, 230, 308 3 :1 .........................284, 580 3 :2 ............... 330, 398, 706 3 :3 ...........................83, 592 3 :4 ................................. 303 3 :5 ................................. 230 3 :7 .........................165, 307
3 :9 ...........................90, 274 3:10............................... 350 4 :2 .........................597, 662 4 :5 ................................. 533 4 :6 ................................. 533 4 :7 ............... 441, 485, 491 4:10 ...................... 441, 491 4:11............................... 694 4:12............................... 223 4:13-14.......................... 663 4:13............................... 328 4:14.......................232, 236 4:15............................... 328 5 :2 ................................. 400 5 :3 ................................. 144 5 :4 615, 621 5 :6 .........................230, 233 5 :7 ................................. 230 5 :8 .................................224 5:9 ................................. 223 5:10....................... 187, 243 5:11.......................133, 615 5:12 ...................... 205, 237 5:14....................... 170, 486 5:15 649, 699 5:16.......................351, 603 5:17.........................44, 169 5:20 486, 615 1 Pedro 1 :2 51, 483 1:3-12............................ 340 1 :3 ................................. 274 1:5................................. 340 1 :6 ............... 293, 340, 343 1:7................... 90, 112, 618 1:8 169, 634 1:9-10............................ 340 1:9................................. 116 1:11-12.......................... 340 1:11 ............. 333, 346, 371 1:12............................... 247 1:15............................... 234 1:16 323, 453, 570, 576, 719 1:17............................... 694 1:18............................... 438 1:20............................... 379 1:21 ..... 116, 192, 288, 618 1:22............................... 412 1:23............................... 575 1:24............. 230, 253, 562 1:25............................... 326 2:2-3.............................. 694
índice Bíblico: 2 Pedro 2 :3 .........................223, 308 2 :4 .................................440 2:6-7.............................. 621 2 :6................................. 469 2 :7 ................................... 47 2 :8 ................................. 223 2:11.......................344, 605 2:12 ........ 81, 308, 343, 375 2:15............................... 461 2:18............................... 651 2:19.......................119, 331 2:20 .............................. 708 2:21............................... 158 2:22 ...................... 239, 337 2:24 ............. 376, 398, 559 2:25 .............................. 274 3 :4 ................................. 125 3 :5 ............... 351, 414, 639 3 :6 ....... 190, 241, 630, 633 3 :7 ....... 130, 299, 377, 592, 594, 651 3:10............................... 235 3:13....................... 567,636 3:14 ...... 469, 484, 699, 700 3:15............ 149, 183, 189, 199, 247 3:16............................... 343 3:17 ............. 484, 699, 700 3:18 ....... 98, 155, 166, 254, 343, 561, 664 3:19............................... 343 3:20............................... 655 3:21....................... 108, 119 4:1 ........ 109, 155, 168, 615 4 :4 ................................. 343 4 :6 ................................. 146 4 :7 ................................. 449 4 :9 ................................. 351 4:10............................... 351 4:11............. 347, 434, 706 4:18............................... 295 4:19............................... 142 5 :1 .........................274, 599 5 :2 ................................. 190 5:6-7.............................. 630 5 :6 ................................. 441 5 :7 .........................340, 652 5 :8 ................................. 249 5:12....................... 192, 195 2 Pedro 1:1 ...272, 276-77, 290, 735 1:2...................51, 119, 483 1:4 ............... 303, 474, 475
821 1:5................................. 116 1:7................................. 227 1 :8 ................................. 151 1:10 288, 633 1:11 .......................274, 277 1:12............................... 580 1:14............................... 632 1:16-19.......................... 398 1:17.......................323, 433 1:18............................... 242 1:19............. 310, 480, 619 1:20.......................253, 459 1:21 166, 433, 449 2 :1 ........ 224, 225, 414, 639 2 :2 .........................436, 568 2:4-9.............................. 694 2 :6 .....................97, 99, 639 2:10............................... 283 2:14............................... 135 2:15............................... 630 2:17............................... 338 2:19............................... 165 2:20 ............. 274, 277, 303 2:21............................... 577 2:22................................. 55 3:2 .........................274, 434 3 :4 .........................343, 520 3:5 .........................163, 435 3 :6 ................................. 629 3 :7 .........................350, 575 3 :9 .................................413 3:11............................... 194 3:13............................... 398 3:14............................... 147 3:15-16.............................. 8 3:16............................... 233 3:18 223, 274, 277 1 João 1:1-2.............................. 327 1:2................................. 359 1:3................................. 465 1:4........ 321, 396, 399, 649 1:5 265, 396, 459 1:6.................................396 1 :7 ................................. 663 1:8-10............................ 524 1 :8 ............... 351, 471, 699 1:9 471, 473, 474, 476, 663, 698-99 1:10..... 412, 471, 577, 699 2:1 ............... 223, 312, 472 2 :2 ................................. 264 2 :4 ................................. 275
2 :5 ......................... 121, 581 2 :7 ................................. 662 2 :8 ................................. 522 2 :9 ................................. 275 2:13............................... 236 2:15.......................121, 487 2:18-19.......................... 525 2:18.......................458, 539 2:19 85, 477, 525, 696 2:20............................... 295 2:21............................... 563 2:22......... 45, 46, 223, 327 2:23 230, 524 2:25............................... 323 2:27............................... 473 2:28-3:10 ...................... 525 2:28-3:3 ........................ 525 2:28............................... 465 3 :3 311, 524 3:4-10 524, 525 3 :6 230, 234, 449 3:6, 9 .............. 522, 524-25 3:8 ........................ 472, 520 3 :9 599, 621 3:10.......................308, 525 3:11............................... 476 3:12.......................400, 553 3:16............................... 664 3:17....................... 121, 479 3:18............................... 465 3:20.......................343, 524 3:23............................... 476 3:24............................... 339 4 :2 ................................. 188 4 :3 .........................236, 335 4 :8 .................. 45, 245, 264 4 :9 ................................. 121 4:10.......................185, 187 4:11 .......................694, 704 4:12.......................438, 699 4:14 185, 186, 243, 576 4:15...........................45, 46 4:18............................... 306 4:19.......................322, 465 4:21............................... 476 5:1 ........... 45, 46, 615, 621 5 :3 121, 476 5:5 .................... 45, 46, 621 5 :6 .................................369 5 :7 ................................. 332 5:8 ...........................47, 332 5 :9 ...........................44, 114 5:10 325, 359, 621
822 5:13........................ 359, 621 5:16..... 190, 382, 475, 525 5:20 ........ 276, 326-27, 533 5:21..........................46, 414 2 João 1 ......... 225, 310, 311, 338, 621 3 ...................................... 51 5 .............................324, 351 6 .................................... 476 7 .......... 188, 332, 413, 646 9 ......... 230, 234, 275, 283, 330 10 ....... 184, 347, 451, 694, 706, 725 3 João 1 225, 323 2 .................................... 379 4 .................. 302, 332, 476 5 .............................281, 335 8 .............................160, 398 11 ..................................233 12 308, 433, 440 1 5 .................................. 225 Judas 1 .............................144, 165 2...............................51, 483 3 .................. 306, 436, 605 4 .................. 242, 276, 347 5 452, 621 6 ................... 310, 311, 577 9 ............................482,483 11 122, 149, 155 12 .............................43, 331 13 .................. 86, 412, 440 14 310, 311, 564 15 233, 253 16 413, 553 17 323, 434 18 ..................................455 20 ..................................302 2 1 ...........................121, 486 23 .................................. 411 24 ...........................192, 599 25 .................................. 379 Apocalipse 1:1 ............ 50, 120-21, 336 1:3 .... 64, 99, 221, 234, 283
índice Bíblico: 2 João 1:4 ............. 61,62-64, 237, 250, 368 1:5 ............ 49, 62, 64, 103, 104, 223, 275 1:6..........................274, 449 1:7................................. 217 1:8..........................237, 518 1:9 ............... 274, 277, 287 1:11............................... 247 1:12............................... 627 1:14............................... 239 1:15............................... 311 1:16............................... 653 1:17 302, 724 1:19............. 327, 486, 599 1:20............................... 204 2 :1 ................................. 328 2 :4 ................................. 454 2 :5 ..........................148, 699 2 :6 ................................. 459 2 :7 ................................. 486 2 :8 ..........................328, 559 2 :9 54, 194, 195, 605 2:11...................... 230, 469 2:12............................... 328 2:13 61, 62, 116, 132, 437 2:14............. 132, 459, 607 2:16............................... 378 2:18......................175, 328 2:20............. 199, 454, 594 2:21......................452, 472 2:25............................... 568 2:26......................... 52, 654 2:27............................... 435 3 :1 ................................. 328 3 :3 ................................. 311 3 :5 ........................424, 469 3 :7 ........................295, 328 3 :8 ................................. 310 3 :9 ......... 54,195, 323, 699 3:10 322, 360, 372, 461 3:12......... 52, 62, 469, 654 3:14............. 114, 237, 328 3:17............. 183, 275, 576 3:18......................417,435 3:19............................... 380 3:20 133, 347, 380-82, 471, 699 3:21.........................52,654 3:22............................... 486 4 :1 ................................. 333 4 :7 ........................302, 653
4 :8 .........................124, 237 4:10....................... 172, 173 5 :2 .........................169, 345 5 :5 ............... 487, 560, 724 5 :6 .........................135, 437 5 :7 ................................. 579 5:10............................... 399 5:11-12.......................... 169 5:12............. 162, 215, 308 5:14............................... 400 6 :2 .........................142, 437 6:3 ................................. 133 6 :4 .........................351, 699 6 :5 ................................. 133 6 :6 .........................122, 469 6 :7 ................................. 133 6:8 ........................ 432, 435 6:11 .......................480, 699 6:12............................... 224 7 :1 ................................. 658 7:4 ................................. 436 7:5 .........................247, 440 7:9 ................................... 62 7:10............................... 169 7:11 ....................... 172, 586 7:13-14.......................... 449 7:13............................... 450 7:14 68, 579 7:15....................... 124, 412 8 :3 ................................. 699 8 :4 ................................. 160 8 :5 ......................... 109, 579 8 :6 ....... 325, 412, 414, 472 8:11................................. 47 8:13....................... 133, 169 9 :1 ...........................81, 646 9 :2 ................................. 435 9 :4 ................................. 699 9 :5 ................................. 699 9:10............................... 202 9:11......................... 61, 110 9:12............................... 237 9:14................................. 62 9:15............................... 287 9:18................................. 85 9:20............. 172, 173, 699 10:2............................... 653 10:3............................... 169 10:6............................... 205 10:7............................... 564 10:11 195, 601 11:1............................... 653 11:5 452, 706 11:10............................. 242
823
índice Bíblico: Apocalipse 11:12.............................133 11:13...............................85 11:14.............................23 7 11:16.............................172 11:17.............................237 11:18.....................153, 400 12:2..............................653 12:5..............................435 12:6......................368, 433 12:7..............................378 12:9..............................618 12:10... .........................565 12:13.....................458, 539 12:17...,.........................413 13:4......................172,378 13:8......................172, 173 13:9......................451, 694 13:10... .................601, 706 13:12... .................172, 699 13:14... ................. 338, 559 13:15... ......................... 173 13:16... ......................... 233 13:17... ................... 83, 199 13:18... ... 43, 230, 254, 486 14:2...................... 133, 169 14:7............. 169, 189, 287 14:8.... ......................... 307 14:9.... ....... 169, 172, 173, 694, 706 14:10... ........................... 99 14:11... ................. 172, 173 14:12... ................... 62, 116 14:13... ........ 133, 477, 699 14:18... ......................... 169 15:1.... ................. 189, 220 15:3.... ................... 58, 103 15:4.... ......................... 468 15:6.... ......................... 220 15:8.... ......................... 599
16:1..... ........................ 133 16:2..... ........................ 173 16:5..... ................ 133, 237 16:6..... ........................ 142 16:7..... ........................ 133 16:9..... ....... 197, 439, 592 16:13.... .......................... 62 16:15.... ................ 230, 275 16:16.... ........................ 191 16:19.... .................. 47, 592 16:20.... ........................ 400 17:1..... ........................ 465 17:4..... .................. 62, 649 17:5..... .................. 62, 653 17:8..... ........................ 553 17:9..... ................ 250, 400 17:13.... ........................ 287 17:14.... ...... 103, 298, 378, 461 17:16.... ................ 324, 435 18:1..... ................ 303, 435 18:4..... ........................ 160 18:6..... ........................ 339 18:7..... ................ 325, 455 18:9..... ........................ 283 18:10.... ........................ 156 18:12.... .......................... 92 18:17.... ........................ 156 18:19.... ........................ 156 18:20.... .......................... 67 18:21.... ........................ 162 18:23.... ........................ 553 18:24.... ........................ 575 19:2..... ........................ 307 19:3..... ........................ 579 19:4..... ........................ 173 19:7..... ....... 351, 414, 465 19:10.... ... 129-30, 172, 486 19:12.... ................ 580, 653
19:16.....................103, 298 311 19:17... 195 19:19... 19:20.....................173, 627 20:2......................249, 297 20:3......................600, 601 20:4.... . 172, 411, 558, 559 20:5.... 303 20:7............. 400, 480, 568 20-8 .. 215 20:10.....................124, 287 20:11... 234 20:15............ 451, 694, 706 21:2.... 144 21:3......................133, 349 21:4.... 253 21:6.... 200 21:7.... ..43 21:8.... 280 465 21:9.... 21:11.. 303 21:12.. 653 21:14.. 653 21:19.. .................. 302, 653 21:21.. ...85 21:25.. 124 21:27.. 469 .461 22:5.... 22:7.... 221 22:8.... 275 22:9.... 172 22:10.. 469 22:11.. .491 22:13.. .................. 298, 302 22:14.. ......... 163, 435, 699 22:16.. .................. 121, 195 22:17.. .200 22:19.. .621 22:20.. ..... 68, 71, 488, 536
■
m
>-* W
È
t S m â H i2
G
ram ática Grega: Uma Sintaxe Exegética do NT é a gramática mais completa disponível da atualidade. Ela equipa o aluno intermediário com a perspicácia necessária para se fazer exegese de textos bíblicos de um modo fiel ao significado intencionado. Esta edição vem com índice de assuntos, índice de palavras gregas e números de páginas na seção chamada sumário sintático. "Conheço Dr. Wallace e sua paixão pela língua grega desde o nosso tempo de mestrado em Dallas. Com trinta anos de experiência no ensino do grego, ele domina todos os aspectos da exegese, e seu trabalho na área de sintaxe é uma adição significativa ao arsenal dos que desejam expor o Novo Testamento a partir do original grego. Este livro será ferramenta obrigatória em todos os seminários de língua portuguesa". Dr. Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Reitor e Professor de Exegese do Seminário Bíblico Palavra da Vida "Grande parte das gramáticas que conheço é puramente descritiva. A Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do NT de Wallace é exegeticamente profunda, semanticamente impactante e biblicamente sadia. Na sala de aula com Dr. Wallace e suas definições claras, multidões de exemplos escriturísticos e uma visão orgânica, aquilo que é complexo (o estudo do grego) se transforma em uma satisfação inigualável. A exegese nos países de língua portuguesa jamais será a mesma na sua interpretação do Novo Testamento". Jonathan Pratt, (Ph. D., Seminário Teológico de Dallas), Professor de Novo Testamento, Central Baptist Seminary, Minneapolis, MN "Uma obra excelente! Wallace tem dedicado muito tempo e pensamento à análise gramatical do grego do Novo Testamento. Marcada pela clareza, este opúsculo permanece umaferramenta de referência que estudantes e eruditos podem consultar com proveito Bruce M. Metzger, Professor Emérito de Novo Testamento, Princeton Theological Seminary "Dr. Wallace, um erudito brilhante com um domínio inigualável no seu campo literário, também é um professor humano, de interesse profundo às necessidades dos alunos por sua clareza e precisão, ilustrações tópicas e apartes engenhosos. O tamanho deste livro e a abrangência de detalhes são compensadores por sua estrutura simples, tabelas claras e sumários lúcidos. Esta obra merece uma aclamação tanto dos que já dominam a língua grega quanto dos que ainda estão aprendendo. O Professor Reverendo C. F. D. Moule, Professor Emérito, Universidade de Cambridge, Inglaterra DANIEL B. WALLACE (Ph. D., Seminário Teológico de Dallas) é professor de X : Testamento no Seminário Teológico de Dallas.