LÍRICA GREGA ANTOLOGIA
Traduções de Antônio Orlando de O. Dourado Lopes Celina Figueiredo Lage Fernanda Moraes Maddaluno Frederico Ozanam Arreguy Maia Jacyntho Lins Brandão Marcos ann!"al #$go %lde&onso Maria elena 'antos Maria Ol!(ia de )uadros 'arai(a Olimar Flores J*nior +edro %piranga J*nior ,eodoro #enn- Assunão
Organização Jacyntho Lins Brandão e Celina Figueiredo Lage
D/+A#,AM/0,O D/ L/,#A' CL1''%CA' FACULDADE DE LETRAS / UFMG
Copyright23445 "y Departamento de Letras Cl6ssicas7FAL/78FM9.
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SUMÁRIO A+#/'/0,A;
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APRESENTAÇÃO
A present presentee Antologia re*ne Antologia re*ne &ragmentos da poesia l!rica grega muitos dos uais traduzidos pela primeira (ez para o portugu$s e outros re(italizados atra(Ns de no(as tradues. Os poemas aui reunidos pri(ilegiam as composies mais antigas desse g$nero liter6rio a"arcando praticamente toda a antigPidade. Foi Qustamente nesse per!odo ue a l!rica se &irmou enuanto g$nero esta"elecendo seu espao seu p*"lico seus (alores criando assim uma tradião s-lida presente ainda hoQe no nosso modo de &azer e de rece"er a poesia. Os &ragmentos ue ora apresentamos descortinam as origens mais remotas da poesia l!rica esse g$nero liter6rio ue tanto in&luenciou a nossa sensi"ilidade e a nossa (isão de mundo. A l!rica grega tem sua origem nas mais (ariadas mani&estaes populares entre as uais podemos citar os hinos aos deuses as &estas de colheita as "odas os &unerais etc. Ainda ue esse g$nero seQa pro&undamente marcado por suas origens ritual!sticas outros &atores concorreram para a sua &ormaão como por eRemplo o auR!lio proporcionado pelo uso da escrita ainda ue prec6rio e restrito no in!cio o ele(ado grau de ela"oraão &ormal e a consci$ncia autoral ue permitiram aos poetas uma li"erdade de criaão e uma produão di(ersi&icada e ino(adora. S na poesia l!rica ue assistimos o desen(ol(imento de certos (alores da cr!tica liter6ria muitos deles Q6 prenunciados na Npica homNrica ue (ieram a de&inir a natureza e a &unão da poesia e da literatura de um modo geral. +or tudo isso o estudo da l!rica grega permite ue se acompanhe a g$nese do pr-prio conceito de poesia do conceito de autoria das &unes e dos e&eitos "em como de todos os aspectos ligados T produão e T recepão dessas dessas &ormas poNticas poNticas na AntigPidade. AntigPidade.
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Os &ragmentos mais antigos ue possu!mos remontam ao sNc. I%% a.C. meados da %dade Arcaica 9rega. J6 de(eria ha(er nesse per!odo uma concorr$ncia entre a l!rica e a epopNia g$nero ue nos &oi poss!(el conhecer atra(Ns dos poemas atri"u!dos a omero. A poesia Npica (eicula(a (alores aristocr6ticos e mon6ruicos concentra(a suas narrati(as nas &aanhas de deuses e her-is e idealiza(a com certa nostalgia um mundo ue se situa(a no passado m!tico. O heRUmetro recitado com o acom acompa panh nham amen ento to da c!ta c!tara ra gara garant ntia ia o tom tom sole solene ne.. Cu Cump mpri rind ndoo a &un &unão ão de deposit6ria da mem-ria coleti(a no conteRto de uma cultura oral esse discurso tinha autoridade &rente Ts demais &ormas discursi(as e domina(a a cena atN auele momento. 9radati(amente a epopNia &oi perdendo espao um pouco por causa da intr introd odu uão ão da escr escrit itaa na 9rNc 9rNcia ia no sNc. sNc. I%%% I%%% a.C. a.C. ue ue cont contri ri"u "uiu iu para para o en&rauecimento da ati(idade mnemônicaV um pouco porue seu esp!rito tornouKse anacrônico &rente Ts no(as necessidades necessidades da pólis. pólis. S Qustamente a poesia l!rica ue &oi respons6(el por essa reno(aão. /la representa(a o outro lado da moeda pois tinha um aspecto eminentemente popular e destina(aKse a segmentos di(ersi&icados da sociedade democr6tica concentrandoKse no homem comum nas suas eRperi$ncias e nas suas impresses so"re o mundo. /sta no(a &orma esta(a mais preocupada e sintonizada com o presente o aui e o agora. Contudo a Npica sempre &oi um ponto de re&er$ncia e de contraposião &ortemente marcado no discurso l!rico assim como em toda a produão liter6ria ocidental. /ncontramos nos &ragmentos l!ricos a utilizaão de (oca"ul6rio imagens mitos e di(ersos outros elementos da epopNia algumas (ezes rea&irmados outras (ezes criticados e deslocados de seu sentido original. 0esse mo(imento de adesão trans&ormaão ou ruptura N ue a poesia l!rica criou sua pr-pria identidade. Durante a %dade Arcaica o lirismo enuanto &orma ser(iu de (e!culo Ts mais di(ersas mani&estaes ue (ão desde a &iloso&ia prNK E
socr6t socr6tica ica Ts mani&e mani&esta stae ess religi religiosa osass mais mais (ariad (ariadas as alNm alNm das legisl legisla aes es dos or6culos dos epit6&ios etc. 0o entanto a poesia l!rica se di&erenciou das demais &ormas &ormas a&irmando a&irmando o seu estatuto poNtico poNtico e seus pr-prios pr-prios (alores. S so"retudo so"retudo esta relaão interteRtual com a epopNia ue caracteriza o discurso l!rico como liter6rio Q6 ue ele passa assim a se inserir e a constituir o ue hoQe chamamos Wtradião liter6riaX eRtrapolando assim os limites da religião e das pr6ticas cotidianas. Mas se nesse momento a l!rica te(e ue se a&irmar &rente T epopNia logo em seguida te(e ue ceder seu lugar de destaue para as &ormas dram6ticas e para a prosa hist-rica e &ilos-&ica ue &oram ganhando cada (ez mais autoridade na %dade Cl6ssica. Mas isso não &oi su&iciente para eRtinguiKla. O ue te(e ue acontecer &oi uma maturaão dos (alores ue nortea(am a produão poNtica resultando assim num delineamento mais preciso das suas &ronteiras discursi(as e de seus o"Qetos. Apesar de seu estreito relacionamento com a m*sica e nos casos de l!rica coral com a dana N Qustamente a pala(ra o discurso liter6rio ue garantiu a so"re(i($ncia e a reno(aão constante desse g$nero. A l!rica assumiu desde o in!cio &ormas muito (ariadas no ue diz respeito T mNtrica T estruturaão dos (ersos aos pr-prios dialetos com ue &oi escrita T tem6tica T ideologia ao p*"lico etc. 0o enta entant nto o a di(e di(ers rsid idad adee não não impe impedi diuu ue ue esse esse corpus se estrut estrutura urasse sse so"re so"re carac caracter ter!st !stica icass comun comuns s con consti stitui tuindo ndo um ramo ramo da tradi tradião ão liter6 liter6ria ria um g$n g$nero ero discursi(o capaz de reunir so" uma mesma classi&icaão por eRemplo um poeta como ipônaR e um como +!ndaro. Iislum"remos um pouco dessa di(ersidade ao Antologia mesmo mesmo tempo em ue apresent apresentamo amoss os poe poetas tas ue &azem &azem parte parte desta desta Antologia salientando para tanto algumas caracter!sticas de suas poNticas. O primeiro poeta e tal(ez o mais antigo dos l!ricos &oi Aru!loco de +aros. ,e(e seu floruit seu floruit nos meados do sNc. I%% a.C. Aru!loco escre(eu di(ersas elegias 3 e 3
A elegia N composta metricamente por heRUmetros seguidos por dois hem!epes com di(isão de pala(ra depois de cada um dos tr$s elementos. /ra normalmente acompanhada por aulos um tipo de &lauta e era recitada por duas pessoas pessoas con&. /A',/#L%09 e Y0O 344 pp.35K3=. pp.35K3=. Os
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possi(elmente &oi respons6(el pela introduão do metro QUm"ico na poesia : ue posteriormente &oram adotados pelo drama 6tico. /ra considerado pelos antigos como pai da poesia ocupando uma posião de destaue ao lado de omero e es!odo. 'eus (ersos possuem um tom re"elde e cr!tico dos (alores aristocr6ticos ue se &az presente na (oz de alguNm ue con(i(eu com a guerra um a(entureiro de personalidade apaiRonada e audaciosa ?. O &r. @ um dos mais &amosos &amosos re(ela um euKl!rico ue N capaz de a"andonar o escudo para sal(ar a sua pr-pria (ida. /ssa (aloraão da (ida &rente T morte her-ica representa um a"andono dos (alores Npicos re&orado pela declaraão &inal de ue eles são su"stitu!(eis atra(Ns da met6&ora do escudo. A poNtica de Aru!loco N paradigm6tica da su"stituião de (alores de ideais de (isão do mundo de concepes poNticas constituindo desta &orma um uni(erso radicalmente no(o. Calino de S&eso &oi contemporUneo de Aru!loco. +ouco conhecemos de sua o"ra sendo ue o seu &ragmento mais eRtenso possui (inte e um (ersos eleg!acosV N um canto de tem6tica militar ue eRorta os Qo(ens T guerra rea&irmando a (irtude guerreira. 'ua eRortaão contNm uma curiosa cr!tica aos Qo(ens ue parecem estar em paz alheios T guerra e indi&erentes Ts cr!ticas ue possam so&rer da sociedade. A elegia N dirigida a essa no(a geraão ue não compartilha mais os ideais guerreiros apresentando uma de&esas desses mesmos ideais atra(Ns de uma re&leRão so"re a morte ue ocupa a maior parte do &ragmento. 0esse sentido Calino representa a tentati(a de so"re(i($ncia dos ideais Npicos &rente a um mundo reno(ado. temas mais comuns deste tipo de composião são mais sNrios e se destina(am a ocasies p*"licas pro(a(elmente e(itando a linguagem o"scena. o"scena. : CostumaKse chamar de Qam"o os metros não eleg!acos de ue se ser(em as poesias de tipo cotidiano e in&ormal. Os &ragmentos de Aru!loco são normalmente di(ididos segundo a mNtrica utilizadaZ elegia tr!metro QUm"ico tetrUmetro trocaico catalNtico e epodos ue são com"inaes de (6rias unidades QUm"icas. Os temas mais usuais do Qam"o são o seRo a comida etc.V presta(aKse tam"Nm tam"Nm aos ultraQes (iolentos a indi(!duos indi(!duos notoriamente notoriamente conhecidos conhecidos con&. /A',/#L%09 /A',/#L%09 e Y0O 344 pp.3?EK3?4. ? De(ido T pessoalidade de sua poesia os (ersos de Aru!loco t$m sido lidos muitas (ezes como auto"iogr6&icos o ue &az alguns pensarem ue o poeta &osse de &ato um mercen6rio. C&. A''80;
3
,irteu segue a mesma linha de Calino. 0ão se pode a&irmar se ele era ateniense ou não mas certamente (i(eu em /sparta na primeira metade do sNc. I%% a.C. A maior parte de seus (ersos (ersos são cantos "Nlicos "Nlicos ue (isam incutir incutir coragem e incitar os hoplitas 5 ao com"ate. #epetidas (ezes ele se dirige aos Qo(ens ue lutam na primeira &ila de "atalha e ue certamente irão morrer lutando de(ido T estrutura da &alange. S preciso con(encer esses Qo(ens a en&rentar a morte e a am6Kla mais do ue a pr-pria (ida. Os argumentos giram em torno da (irtude guerreira da (ergonha da &uga e da eRaltaão da W"ela morteX =. ,irteu constitui uma &onte importante para o estudo da sociedade espartana. Alcman tam"Nm (i(eu em /sparta e te(e seu floruit no no &inal do sNc. I%% a.C. 'eus poemas re(elam um mundo a(esso Tuele de ,irteu uma (ez ue ele se dedicou so"retudo T l!rica coral compondo part$nios E himeneus4 e ainda outras modalidades. O &ato de ter composto cantos para coros de (irgens &az com ue Alcman esteQa mais pr-Rimo de um p*"lico &eminino o ue pode ser perce"ido atra(Ns de seus pr-prios temasZ a poesia o canto a dana a natureza o amor e a mitologia. Ficou &amoso so"retudo pelos seus poemas de amor. 8tilizou o dialeto d-rio em suas composies sem contudo a"andonar as re&er$ncias e o (oca"ul6rio Npic Npico. o. Cu Cunh nhou ou di(e di(ers rsos os neol neolog ogis ismo moss e se utili utilizo zouu de so&is so&isti tica cado doss arti& arti&!c !cio ioss estruturais ue incorpora(am as e(olues do coro na organizaão dos (ersos. S interessante ainda notarmos o n!(el de consci$ncia autoral no &r. ?4 + onde a in(e in(ent nti( i(id idad adee do poet poetaa N atri atri"u "u!d !daa ao seu seu pr-p pr-pri rioo enge engenh nho o não não incl inclui uind ndoo a Suda lhe inspiraão tradicional das Musas. A Suda lhe atri"ui seis li(ros de poemas l!ricos
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E
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A suspeita de ue ,irteu &osse ateniense de(eKse a +latão. A &alange hopl!tica era utilizada como t6tica de guerra desde o sNc. I%% a.C. Basicamente caracteriza(aKse por um armamento de tipo especial e por uma estrutura de com"ate em &ileiras. O (alor da W"ela morteX N tematizado desde os poemas de omero. Consiste na (alorizaão da morte her-ica em com"ate ue &oi durante muito tempo o ideal m6Rimo da aristocracia guerreira. O part$nio N um coro &ormado por (irgens. O seu nome deri(a da pala(ra grega parthénos ue signi&ica [(irgem\. O himeneu N o canto de casamento dedicado a Hýmen deus do casamento.
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dos uais possu!mos apenas alguns &ragmentos ue nos re(elam um pouco da riueza art!stica e cultural de /sparta. '-lon (i(eu entre o sNc. I%% e o sNc. I% tendo sido arconte de Atenas em 474? a.C. Como legislador &oi encarregado de resol(er a crise social e econômica de Atenas e para isso '-lon tomou medidas ue &a(oreciam tanto os aristocratas uanto ua nto a grande grande massa massa do po( po(o. o. Os poe poemas mas &aziam &aziam sua propag propagand andaa pol!tic pol!tica a a"ordando temas da situaão pol!tica imediata. AlNm de poemas de cunho pol!tico '-lon '-lon escre escre(e (euu (ariad (ariados os poe poema mass gnô gnômic micos os re&let re&letind indoo e aconse aconselha lhando ndo so"re so"re pro"lemas de ordem ordem moral so"re a Qustia Qustia di(ina so"re so"re a sa"edoria etc. etc. e não N por por acaso ue ele N considerado um dos sete s6"ios 3. 'egundo Di-genes LaNrcio sua o"ra era composta de cinco mil (ersos eleg!acos alNm de Qam"os e epodos dos uais so"re(i(eram cerca de duzentos e oitenta (ersos. 0ão se sa"e ao certo se 'emônides de Amorgos produziu sua o"ra nos mead meados os ou no &inal &inal do sNc. sNc. I%% I%% a.C. a.C. S impo importa rtant ntee não não con& con&un undi diKlo Klo com com seu seu homônimo 'imônides de Ceos ue (i(eu do &inal do sNc. I% atN a metade do sNc. I a.C. e se dedicou T l!rica coral. 'emônides por sua (ez se dedicou T elegia 33 e so"r so"ret etud udoo ao Qam" Qam"o o part partic icip ipan ando do da mesm mesmaa trad tradi ião ão de Aru Aru!lo !loco co com com a particularidade de pri(ilegiar o tom sat!rico ue o aproRima mais da comNdia e da par-dia. A coincid$ncia de nomes causou muitos erros de atri"uião desde a pr-pria antigPidade o ue di&iculta um dimensionamento de sua produão ue alNm do mais N muito &ragmentada. &r agmentada. O &r. E A N o poema mais eRtenso ue conhecemos possui 33E (ersos e se carac caracter teriza iza so"ret so"retudo udo por sua misogi misoginia nia tema tema ue poster posterior iormen mente te &ez grande grande tradião na comNdia. Ao classi&icar a natureza &eminina em dez tipos sendo sete
3
Os sete s6"ios &oram '-lon de Atenas Chilo de /sparta ,ales de Mileto Bias de +riene Cle-"ulo de Lindos +!tacos de Mitilene e +eriandro de Corinto. 33 Apesar de testemunhos de ue 'emônides escre(eu elegias nenhuma delas se conser(ou. 6 contudo alguns &ragmentos ue deiRam d*(idas de atri"uião.
3:
tipos animais dois elementos terra e mar e um inseto o poeta re&ora a idNia de ue a mulher N m6 por natureza. Contudo nessa ontologia 'emônides mostra alguma condescend$ncia com o g$nero &eminino pois admite a eRist$ncia de um tipo "enigno de mulherZ a mulher a"elha. /m es!odo Q6 N poss!(el (er traos de misoginia3: mas 'emônides le(a este recurso ao paroRismo ao compor um poema tão eRtenso todo ele dedicado a esse tema. t ema. Mimnermo N natural de Colo&ão ou de /smirna e (i(eu durante a *ltima metade do sNc. I%% a.C. 'egundo alguns ele teria escrito dois li(ros de elegias um deles dirigido a 0anno um &lautista ue era pro(a(elmente seu amanteV segundo a Suda ele teria escrito muitos li(ros. O &ato N ue nos restaram apenas &ragmentos Suda esparsos citados por di(ersos autores a sua maioria em (ersos eleg!acos 3?. Mimner Mimnermo mo d6Kno d6Knoss um eRempl eRemploo admir6 admir6(e (ell de reela" reela"ora oraã ãoo do materi material al homNrico. 0o &r. : A ele utiliza o s!mile homNrico das &olhas 3 deslocandoKo dos sent sentid idos os ue ue lhe lhe empr empres esta tam m o teRt teRtoo Npic Npico o e intro introdu duzi zind ndoK oKoo no cont conteR eRto to da insta"ilidade da (ida e do pessimismo em relaão T morte 3. A (alorizaão da Qu(entude e de seus prazeres em contraposião aos males da (elhice e da morte podem ser um ind!cio de ue esse &ragmento conti(esse uma eRortaão hedonista do g$nero carp carpee diem diem35. A poes poesia ia de Mimn Mimner ermo mo te(e te(e gran grande de repe reperc rcus ussã sãoo na antigPidade e chegou a ser considerada por Cal!maco como um modelo para a poesia helen!stica helen!stica de (anguarda (anguarda 3=. 'a&o (i(eu na primeira metade do sNc. I% a.C. pro(a(elmente em Sreso de Les"os. Ao seu lirismo pessoal incorporamKse elementos Npicos mitol-gicos e gnômicos remetendoKnos ao mundo das mulheres da ilha de Les"os. 'a&o educa(a atra(Ns da poesia as (irgens de seu c!rculo ue possi(elmente canta(am suas 3:
C&. o mito de +andora na Teogonia, =ssV e em Os traalhos e os dias, ss. =:ss. Os poemas QUm"icos ue se lhe atri"uem são du(idosos. 3 OM/#O. !l"ada, : 5EV 5 35K4V :3 5. Odisséia 4 3. 3 /sse lugarKcomum aplicado ao mesmo conteRto Q6 se encontra em 'emônides &r. 3A. 35 C&. ACCA# 344. 3= C&. CAL>MACO. Aitia 3# 3?
3?
mon-dias3E. 'a&o te(e um grande prest!gio na AntigPidade &ato este testemunhado Suda ue registra no(e li(ros de poemas l!ricos de sua autoria. /ntretanto o pela Suda *nico poema inteiro ue nos restou N a in(ocaão a A&rodite 3I sendo ue os dema demais is poem poemas as enco encont ntra ramKs mKsee muit muitoo &rag &ragme menta ntado dos. s. +ro( +ro(a( a(el elme ment ntee eles eles não não resistiram T rigorosa censura da %dade MNdia. Os poemas nos re(elam os sentimentos ue pontuam a relaão da poetisa com suas (irgensZ apreo paiRão desprezo deseQo ci*me a"andono. )uase nada se &ala na 9rNcia a respeito do homosseRualismo &eminino e com o passar do tempo muitas tentati(as &oram &eitas no sentido de considerar a poetisa casta tentati(as estas &rustadas pelo erotismo ostensi(o de seus pr-prios (ersos. 8m "elo eRemplo da poNtica de 'a&o N o &r. ?3 I onde são descritos passo a passo as sensaes &!sicas pro(ocadas pelo sentimento da paiRão. 8m simples olhar em direão T pessoa amada N capaz de pro(ocar as mais intensas emoes ue ha"ilmente com"inadas tornam su"lime o estilo de 'a&o segundo a opinião de +seudoKLongino 34. ,e-gnis de Megara te(e seu floruit pro(a(elmente pro(a(elmente em meados do sNc I% a.C. #ece"emos uma antologia atri"u!da a ele di(idida em dois li(ros composta em d!stic d!sticos os eleg!a eleg!acos cos.. /sta /sta coletU coletUnea nea porNm porNm apres apresent entaa alguns alguns &ragme &ragmento ntoss ue identi&icamos com sendo de '-lon Mimnermo e ,irteu. +ossi(elmente h6 nela poemas de (6rios outros autores ue (i(eram antes do sNc. I a.C. e ue tam"Nm se utilizaram do mesmo metro. 0ão se sa"e ao certo o momento da &iRaão desse li(ro nem os &ins a ue ele se destina(a. /m geral aceitaKse a autoria de ,e-gnis para os poemas dirigidos a Cirno. ,e-gnis representa a (oz de um aristocrata &alido ue ad(erte o Qo(em Cirno a respeito da (ulgaridade e dos perigos decorrentes da con(i($ncia com as classes 3E
A mon-dia N um canto solit6rio ue se distingue da l!rica coral e da poesia eleg!aca e QUm"ica. 'eus maiores representantes são 'a&o Alceu Anacreonte e >"ico. /ra usualmente acompanhada com com a lira lira e comp compos osta ta em diale dialeto toss locai locais. s. A deno denomi mina naã ãoo de po poes esia ia l!ric l!ricaa &oi &oi apli aplica cada da primeiramente para designar esse tipo de poesia. poesia. 34 +seudoKLongino. Tratado do Sulime .
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